Você está na página 1de 23

ProfªLisandra Sandri

DISCIPLINA DE LIBRAS
 Historicamente temos registros da humanidade de exclusão de tudo
e de todos que saem do padrão de normalidade.

 Com a pessoa surda não foi diferente!

 Quando passaram a existir historicamente, foram descritos por seus


opostos, atribuindo-lhe como marca identificatória a incapacidade
de ouvir, de comunicar-se, o defeito a ser corrigido, a patologia a ser
curada.
 Os primeiros registros históricos sobre surdos, remetem a passagens

bíblicas e escritos sagrados:

“Quem deu uma boca ao homem? Quem fez o mudo e o surdo, o


que vê e o cego? Não sou eu o Senhor? Vai, pois e eu serei na tua
boca e te ensinarei o que hás de falar” (Êxodo,4: 11-12).
Eram vistos
como incapazes
Tradição Judaica Antigo Egito Grécia antiga de pensar e
aprender.

Considerados Considerados Concediam a Única forma de


anormais seres enviados vida aos seres aprender era
por Deus. produtivos o que através da
não era audição
considerado o
surdo.
Mas ainda filhos Eram mantidos
de Deus em segurança e Aristóteles citou a marca da
não tinham vida deficiência e a incapacidade,
Por não ficando esta marca até o final
social. conseguir da Idade Média.
desenvolver a
linguagem
 Sem acesso a educação o surdo passou por muito tempo mendigando concessão.

“Plínio, hablando Del arte de la pintura em Roma em su tratado La História Natural


refiere el caso de Quinto Pódio, el nieto sordo del cónsul romano homónimo. Por ser
descendiente de la família de Massala, el Imperador César Augusto le concedió la
possibilidad de cultivar su talento artístico, pero no de cursar una carrera normal”.
(SKLIAR, 1997, p. 17).
Cristianismo Século XVI Beneditino Pedro
Ponce de Leon

Mudança no trato com os Médico Girolano Cardano


deficientes, portadores de
encontrou a primeira
limitações e outras
metodologia sistematizada
minorias
para a educação de surdos
Defensor da
educação dos
surdos
Seres inferiores, que
necessitavam de piedade dos Datilologia
que aspiravam santidade. escrita e oralização
Surdos não tinham acesso a
Filho
salvação, pois não podia
primogênito era Professor que
confessar os pecados
surdo ensinava filhos dos
nobres espanhóis
Até 1760 apenas surdos provenientes de famílias abastadas tinham acesso à educação.
Cada tutor desenvolvia sua própria práxis pedagógica e a guardava em absoluto
segredo. Um segredo que, quando convertido em sucesso, conferia fama e muito
dinheiro a quem o dominasse. Sucesso, por sua vez, que trazia em conseguir que o
surdo escrevesse e lesse mais do que fazê-lo falar” (SOUZA, 1998, p. 130).
Criou a primeira Língua de sinais
 Francês Charles Michel de L’Épee
gramática para francesa
surdos, associando
os sinais e
gramática francesa Ensinava ricos e pobres
em sua própria casa.

Criou a primeira
Acreditava que era a única
escola pública com
 Samuel Heinick – na Alemanha forma de incluir o surdo na
o metodologia
comunidade em geral.
oralista
 O século XVIII é considerado o período mais fértil da educação de surdos:

“Esse período que agora parece uma espécie de época áurea na história dos surdos
testemunhou a rápida criação de escolas para surdos, de um modo geral dirigidos por
professores surdos, em todo mundo civilizado, saída dos surdos da negligência e da
obscuridade, sua emancipação e cidadania, a rápida conquista de posições de
eminência e responsabilidade __ escritores surdos, engenheiros surdos, filósofos
surdos, intelectuais surdos, antes inconcebíveis, tornam-se subitamente possíveis”
(SACKS, 1997, p. 26).
 Thomas Hopkins Gallaudet - segue para a Europa em busca de como ocorria a
educação dos surdos em 1815.

 1817, auxiliado pelo melhor aluno da escola de L’Épee, Laurent Clerec, Gallaudet funda
a primeira escola para surdos dos Estados Unidos, que adota como forma de
comunicação uma espécie de francês sinalizado, adaptado, obviamente, ao inglês.

 É a partir de 1821 que se inicia o movimento rumo à ASL (Linguagem de Sinais


Americana), ainda muito influenciada pelo francês sinalizado. Somente em 1850 é que
a ASL passa a ser utilizada nas escolas americanas.
1869 havia cerca
de 550
 1864 – fundada 1ª Universidade para surdos - Universidade de Gallaudet professores de
surdos e 41% dos
professores de
surdos eram
surdos
 Língua de sinais desenvolvimento intelectual dos surdos

significa extinguir de forma


violenta e silenciosa a
identidade cultural de uma
comunidade inteira. Pois a
 Método oralista avanço da tecnologia aprendizado pelo uso da fala língua é um importante
facilitador de compreensão
entre os seres humanos. As
palavras e os termos de um
idioma expressam muito
Educadores mais do que o nome das
coisas. O significado
defendiam a carrega em si toda a história
de um povo, seus valores
 1880 – Milão oralização éticos, suas crenças, mas,
sobretudo, sua cultura.
Alexander Graham Bell exerceu
Forte influência e não deixou os surdos votarem no Congresso Internacional de
Educadores Surdos, tornando proibido uso as língua de sinais.
 Nesta época, todos os esforços foram concentrados na questão oral, havendo uma queda no nível
de escolarização.

marcas profundas no desenvolvimento linguístico e cognitivo dos surdos.

resposta a tentativa de “adestramento” imposta pelos ouvintes justificada através do


discurso científico, os surdos começam a organizar-se em associações para defender sua língua, sua
cultura, seu desenvolvimento.

Até a década de 70 a ASL tinhas as características de uma língua oral.

1968 surge a Filosofia da Comunicação Total e a partir da

Década de oitenta surge o Bilinguismo.


 1855 inicia-se o movimento dos surdos no Brasil.

 Hernest Huet, francês – professor surdo francês veio a convite de Dom Pedro II e inicia o

trabalho com duas crianças surdas, o projeto foi custeado pelo governo.

 Surge então o Instituto Nacional de Surdos e Mudos em 1857, que depois passa a ser chamado

de Instituto Nacional de Surdos – INES, com intuito de usar a língua de sinais.

 Devido ao Congresso de Milão – em 1911 passam a usar o oralismo, mas não somem das salas

de aula até 1957, quando foi proibida pela diretora Ana Rímola de Faria Doria.

Ato de revolta os surdos continuavam a se


comunicar em sinais nos corredores e
pátio da escola
 Final da década de 70 – chega ao Brasil a Comunicação Total - Ivete Vasconcelos,
educadora da Universidade Gallaudet.

 Willian Stoke pesquisador linguístico sobre a língua de sinais americana serviram


como base para estudos em linguística na Europa e no Brasil.

 Década de 80, chega ao Brasil o bilinguismo - através das pesquisas da professora


linguista Lucinda Ferreira Brito, sobre a língua de sinais utilizada em uma aldeia
indígena da Amazônia e a língua de sinais utilizada pelos surdos dos centros
urbanos.
 A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS, fundada em

vinte e cinco de novembro de 1988, sob a presidência de Ana Regina e Souza


Campello, nasceu para mostrar a capacidade dos surdos em organizar-se para
lutar e pensar propostas de educação, defender sua identidade e divulgar a
cultura surda e lutar pelos direitos de surdos brasileiros.
 O dia do surdo, comemorado no dia 26 de setembro.

 É válido dizer que mesmo participando da experiência visual do mundo, nem todo

surdo é igual, haverá diferenças dentro da comunidade surda. Até mesmo pela
inserção tardia na comunidade sua subjetividade é determinada inicialmente no
mundo ouvinte o que pode gerar marcas profundas.
“As identidades surdas são construídas dentro das representações possíveis da cultura
surda, elas moldam-se de acordo com o maior ou menor receptividade cultural
assumida pelo sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela
luta política ou consciência oposicional pela qual o indivíduo representa a si mesmo, se
defende da homogeneização, dos aspectos que o tornam corpo menos habitável, da
sensação de invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social”. (PERLIN
apud STROBEL, 2009. p. 27).
 A língua portuguesa representou por muito tempo um

símbolo da cultura ouvinte e um instrumento de


colonização do surdo, quando imposta pela maioria
dominante como o modelo a ser alcançado na busca
por uma normalização.
LEI E LIBRAS

 Em 2002, depois de muitas lutas, conseguiu-se a conquista e vitória da

homologação da Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, também conhecida como lei


de libras, que reconheceu a língua de sinais como língua da comunidade surda
brasileira e garante o direito de seu uso em todos os espaços.
 Regulamentação da regulamentar a lei de libras em dezembro de 2005 é publicado o Decreto Nº

5.626 de 22 de dezembro de 2005 – discorre:

- a definição de pessoa surda;

- a colocação de Libras como disciplina curricular obrigatória e a ampliação dos cursos que a

ensinem, e em alguns casos a opção nos cursos; a formação do professor e do instrutor de Libras;

- exames de proficiência e outras avaliações; medidas para difusão e uso de Libras e Língua

Portuguesa como forma de dar ao surdo acesso à educação;

- a formação do tradutor/intérprete de Libras/ Português; a garantia dos direitos dos surdos à

educação e à saúde;

- o papel do poder público no apoio à difusão da Libras; o controle do orçamento público e o controle

do uso e difusão das medidas legisladas.


 INCURSÕES NA CULTURA SURDA NO ATO DE TRADUZIR E INTERPRETAR

 Para que possamos trabalhar sobre o ato de “TRADUZIR” e “INTERPRETAR”, é


necessária a clareza de conceito, para isso é necessário a definição dos dois
conceitos trazidos pelo Dicionário online de Português 2012:
 O ato de “TRADUZIR” e “INTERPRETAR” a Língua Brasileira de Sinais para a
comunidade surda é uma ação de mediação e de imersão em outra cultura, pois
que desempenha esta atividade, é sim uma pessoa da comunidade ouvinte, o que
nos leva a ter também o entendimento dos princípios e a qualidade destes
serviços para as pessoas surdas.

 Referência Bibliográfica:
 http://www.dicio.com.br/interpretar/ acessado em 15/11/2012.
AS MAOS ROMPEM O SILÊNCIO E
FAZEM A COMUNICACAO DE QUEM
NAO OUVE, MAS VE,
SENTE E SE EMOCIONA!

Você também pode gostar