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UNOESTE

Universidade do Oeste Paulista


MINISTRANTE

Ms. ZILDA RODRIGUES


ENTENDENDO O VÍNCULO
AMOROSO
Eu gostaria
De ter nascido com você
Como um só ser
Mas agradeço a Deus
Por ter nascido separado de você,
Como um ser distinto.
Mas ah!
Oh Deus, oh meu Deus
Agora que encontrei você
E me tornei um com você,
Desejo poder morrer com você,
Como um só ser.
No poema Moreno reconhece o casal como
indivíduos separados e distintos, mas que podem-se
tornar um.
O casal poderia dizer “ reconheço que somos
indivíduos, mas desejo poder ser um com você”
As diferentes dificuldades pelas quais podem
passar as relações amorosas estão muito
relacionadas com a estruturação da identidade de
gênero.
Cada ser é o que é, em virtude dos papéis
que vivencia com o outro. O conjunto de papéis e
contrapapéis oferecidos à criança nesse processo
de estruturação chama-se Matriz de Identidade. A
construção da identidade envolve momentos de
aproximação e distanciamento, que têm como
pontos máximos : a fusão (indiferenciação) e a
individuação ( eu sou eu).
Desde o início, os estímulos oferecidos
pela Matriz de Identidade a cada gênero são
muito diversos. Desde o momento em que toma
conhecimento do sexo do bebê, cada membro da
família passa a desempenhar papéis em razão das
expectativas de comportamento e dos estereótipos
correspondentes, desencadeando condutas
matrizadoras do indivíduo como pertencente a seu
gênero.
As condições de maternagem e as diferenças
na qualidade dessa fusão marcarão os
padrões que regem a feminilidade e a
masculinidade.
A relação da mãe com a filha é caracterizada
pela satisfação de se ver repetida, pela tranquilidade de
lidar com o ser que é uma extensão de si mesma.
Identificando-se uma com a outra, vivem uma fusão da
qual não precisam fugir, uma vez que não há o
fantasma do incesto. A sensação de englobamento e
bem-estar dispensa a filha de qualquer esforço de
individuação, o que leva ao prolongamento da simbiose.
Esta proporciona a vivência do “ser-com-outro” e que
quando torna-se adulta a torna desejosa de intimidade,
afiliação familiar e de pertencimento.No entanto quando
há fusão é exagerada há um prejuízo na sua
individuação e de seu agir independente no mundo.
A própria cultura espera e estimula o
prolongamento da fusão. A separação precoce
prejudica sua identificação com a pauta de
desempenhos femininos.
O vínculo de identificação do menino com
a mãe, erotizado por esta, promove nele o
conhecimento da diferença. A fusão é gratificante
para ambos, mas traz a ambivalência: ao mesmo
tempo que deseja perpetuar a fusão e prendê-lo
junto a si, a mãe o empurra para longe, porque o
ama e o quer bem masculino. A separação é
essencial a ele, uma vez que a fusão, tentação do
aconchego e intimidade, é perigosa para o bom
desempenho de seu “ser-homem”.
O processo de individuação do menino é facilitado
pelo afastamento, a identificação masculina
propriamente dita começa mais tarde quando o pai
torna-se presente.
A necessidade de escapar à fusão simbiótica com a
mãe para preservar sua masculinidade desenvolve
uma postura fóbica em relação a envolvimento e
entrega, medo de intimidade, que se prolongará nos
demais relacionamentos amorosos.
O homem busca sempre a
diferenciação, quer se afirmar,
separar-se, ser indivíduo. Para
defender-se da regressão e do
medo de ser anulado, tende a
encaminhar o desejo fusional para
a posse sexual, na qual se sente
seguro.
A mulher quer se fundir ao amado, formar
com ele uma mistura homogênea na qual não se
distinguem limites individuais. Por isso, para ela,
um abraço apertado e carinhoso muitas vezes vale
mais do que uma relação sexual.
 
A mulher quer um relação absoluta e íntima, dispondo-se
a dar o mesmo em troca, enquanto o homem anseia pela
liberdade em uma relação separada, com espaços e
momentos definidos. É uma diferença de objetivos que
deixa a mulher ansiosa e insegura, pois lhe parece que ele
a ama menos do que seria necessário, e deixa o homem
tenso, ao se sentir cobrado e pressionado. Quanto mais a
mulher insiste mais ele recua.
 
  As mulheres precisam ser estimuladas e
reforçadas em sua individuação para superar as
dificuldades de discriminação e de amar não
simbioticamente, valorizando um espaço relacional
que possa preservar, ao mesmo tempo, os elos
relacionais e a distância.
Os homens precisam resgatar o prazer da
fusão, superando o medo da diluição para poder
entregar-se à intimidade e ao amor.
AMOR
A fase da paixão costuma durar dois anos, a paixão
poderá desaparecer ou se transformar no Amor
Romântico Adulto de média ou longa duração vivido
na conjugalidade do namoro e do casamento.
Byrne e Murnen definem Amor romântico como “
uma forte ligação emocional entre dois adultos que inclui
gostar, sentimentos de ternura e preocupação com o bem estar
do outro, desejo sexual e em geral uma crença na
exclusividade sexual.
Padrões de amor conjugal das pessoas
Padrão evitador
-Medo e desconforto com a intimidade.
-Desconfiança e dificuldade de depender
-Grande valorização do sucesso profissional.
-Pouca expressão emocional do sofrimento
-Baixa autoconfiança nas relações sociais
-Pouco compromisso ou investimento na relação amorosa
-Visão negativa do amor
-Crença na dificuldade de encontrar alguém
a quem se possa realmente amar.
-Baixo envolvimento e pouca satisfação nas
interações diárias com o parceiro.
Padrão ansioso ambivalente
-Preocupação constante com falta de proximidade ou
abandono, medo da rejeição.
-Desejos constante de união, reciprocidade e fusão.
-Os parceiros queixam-se do excesso de intimidade
-Enfrentamento do sofrimento psíquico por meio de
estratégias ruminativas e de amplificação do problema
-Acreditam que as pessoas são complexas e difíceis de
entender
-Crença de que as pessoas têm pouco controle
sobre as próprias vidas
-Manifestações exageradas de sofrimento e raiva
-Servilismo e submissão para ganhar aceitação
-Ciúme extremo, facilidade em se apaixonar mas
não encontram o amor verdadeiro
-Sentem-se injustiçados e acham que ninguém
quer compromisso.
Padrão seguro
-Equilíbrio entre proximidade e autonomia nas relações
-Facilidade e desejo de intimidade
-Pouca preocupação com abandono ou excesso de
intimidade
-Facilidade de se revelar
-Nível alto de compromisso e envolvimento na relação
amorosa
-Boa auto-estima, aceitação e tolerância com o parceiro
A relação conjugal é uma substância viva, um sistema
evolutivo e criativo.Willi(1995).
O trabalho da terapia de casal , envolve
necessariamente um processo de rematrização, no qual
se reforcem a segurança da própria identidade e a
aceitação das diferenças para que possam melhor se
perceber, sem terem de se defender um do outro como
de um oponente

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