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O primeiro e mais importante teste da teoria do apego foi publicado pelo psiquiatra inglês
John Bowlby, com a colaboradora Mary Ainsworth, em 1978, quando surgiu o primeiro sistema de classificação: o
seguro, o rejeitador (ou ansioso com evitação) e o ansioso/ ambivalente (ansioso resistente).
Tipos de apego
– Reconheço que não estou só e que meus sentimentos de vazio e solidão vão desaparecer.
– Não sou controlado por meus medos. Eu supero meus medos e ajo com coragem, integridade e dignidade.
– Experimento um novo amor e uma nova aceitação por mim mesmo e pelos demais. Eu me sinto genuinamente
merecedor(a) de ser amado(a).
– Aprendo a me ver igualmente aos demais. Em minhas novas e renovadas relações são baseadas na igualdade de
ambas as partes.
– Sou capaz de desenvolver e manter relações saudáveis e amorosas. A necessidade de controlar e manipular os
outros desaparecerá na medida em que eu aprenda a confiar nas pessoas dignas de confiança.
– Aprendo que é possível recuperar-me e converter-me numa pessoa mais amorosa, mais íntima e capaz de
oferecer apoio apropriado. Eu tenho a escolha de comunicar-me com minha família de uma maneira segura para mim
e respeitosa para eles.
– Tenho a confiança de que meu Poder Superior me guia. E venho a acreditar em minhas próprias capacidades
Controle e dependência
“Nossa experiência clínica tem mostrado que a pessoa com amor patológico presta cuidados ao parceiro, mas com o
intuito de obter afeto, sem respeitar as necessidades e interesses do outro, muitas vezes com atitude crítica quando não
recebe o esperado, contrariamente ao conceito de cooperatividade, que inclui ajuda desinteressada, tolerância e
empatia social”, diz Eglacy.
O seu estudo mostrou que pessoas que sofrem de amor patológico também têm dificuldade de estipular metas e de se
manter focado nelas. “Isso ocorre porque o foco principal de sua vida é manter o parceiro sob controle, porque
necessita da sua atenção”, diz Eglacy. As principais estratégias utilizadas para controle são ligações telefônicas, seguir
o parceiro, interrogar sobre as atividades dele, ser extremamente atencioso para com as necessidades dele e provocar
ciúme.
Há quem diga que o medo é a essência desse amor. A pessoa foge da sensação de isolamento tornando-se parte de
outra. Alguns estudos mostram que as reações químicas observadas no cérebro daqueles que vivenciam o amor
patológico seriam muito parecidas àquelas encontradas em pessoas que sofrem de transtorno obsessivo-compulsivo ou
TOC, uma alteração de comportamento que faz com que a pessoa tenha pensamentos persistentes de medo e
ansiedade. Para aliviar o mal-estar, ela costuma realizar tarefas ou gestos repetitivos, como se desdobrar em cuidados
dirigidos à pessoa amada.
Tudo indica que a disponibilidade emocional da mãe em situações estressantes, principalmente separações, é o meio
pelo qual a criança aprende a perceber e a se relacionar com o mundo
A maioria dos pesquisadores, no entanto, defende que o amor patológico se assemelha à dependência por drogas ou
álcool. A pessoa experimenta uma sensação de abstinência quando está longe da pessoa amada, gasta muito tempo e
energia em cuidados, abandona atividades para cultivar esse amor, sua dedicação exagerada traz problemas para a
pessoa que ama e também para a pessoa amada.
“Embora alguns autores comparem os sintomas do amor patológico aos pensamentos repetitivos do TOC, nossos
estudos têm demonstrado que as pessoas com amor patológico apresentam critérios semelhantes à dependência, como
cuidar do parceiro mais do que gostaria, as tentativas de diminuir esse comportamento são insatisfatórias e sinais e
sintomas de abstinência quando há ameaça de abandono”, explica Eglacy. Ela lembra que a alta impulsividade
encontrada no amor patológico se assemelha aos demais transtornos do impulso, como jogo patológico, por exemplo.
Descargas biológicas
Para quem sofre de amor patológico, o objeto de desejo torna-se uma prioridade, enquanto os outros interesses ficam
em segundo plano. O outro é sempre mais importante. Segundo Eglacy, o estado de exaltação desse amor provocaria
fortes descargas de adrenalina, o que pode explicar o estado de constante euforia. As sensações experimentadas por
quem vive esse tipo de amor são semelhantes à provocada por altas doses de anfetamina. Isso acontece porque o amor
produz sua própria substância, a feniltilamina. Ela também estaria presente no chocolate, o que explica por que
algumas pessoas que vivem uma perda gostam de se empanturrar de chocolate.
Um estudo verificou que, independente da cultura, a reação cerebral dos apaixonados é a mesma: ao ver fotos do ser
amado, se “acendem” algumas partes do núcleo caudado do cérebro, estrutura que regula a sensação de recompensa.
São zonas ricas em dopamina, neurotransmissor que age no cérebro promovendo sensação de motivação e prazer, e
endorfina, que desperta sensação de bem-estar e euforia . “O fenômeno é semelhante ao que ocorre com dependentes
químicos e jogadores patológicos diante da droga de escolha, por exemplo”, exemplifica a psicóloga.
Mas quem sofra mais de amor patológico? Foram identificadas divergências em várias culturas: na população
americana, as mulheres com essas características superaram os homens, e entre os japoneses e russos, as atitudes de
amor patológico prevaleceram no sexo masculino.
O problema é que as pessoas que vivem o amor patológico só buscam ajuda profissional quando perdem o parceiro. E
quando isso acontece, elas têm em mente mudar algo em seu comportamento para agradar o parceiro na esperança de
assim ele voltar. Nesse sentido, os programas de recuperação como DASA (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos)
e MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas) podem ajudar na superação do problema. Esses grupos de apoio
procuram recuperar comportamentos compulsivos e que envolvam a dependência por sexo, relacionamentos
românticos, fantasias e anorexia sexual. Os voluntários seguem doze passos, nos mesmos moldes dos Alcoólicos
Anônimos, e p artem do princípio de que o primeiro passo para a recuperação é reconhecer a origem do seu
comportamento desajustado.
Segundo a pesquisa realizada por Eglacy, 22% das pessoas com amor atológico não têm qualquer transtorno
psiquiátrico, o que mostra que esse quadro pode surgir isoladamente. Outro achado é o alto risco de s uicídio
identificado em 28% deles (o que mostra um perfil mais voltado para a autoagressividade do que para a agressão ao
sexo oposto). Também houve maior prevalência de depressão e de transtornos ansiosos. Apenas 8% apresentaram
TOC. E, ao contrário do que se pensava, não existe uma correlação entre amor patológico e intensidade de amor (amor
excessivo), mas sim a persistência num amor que não dá certo e gera sofrimento.
Critérios para diagnóstico de amor patológico