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Proteção do

Complexo
Dentino Pulpar
Profª Jubyane Pereira
Disciplina: Materiais Dentários I
FASIPE – PRIMAVERA DO LESTE
Da instalação da lesão de cárie até o selamento da interface dente-restauração,
são vários os fatores responsáveis pelos efeitos adversos à polpa.

Uma vez que em cavidades profundas perde-se o efeito protetor da dentina


contra as lesões pulpares, faz-se necessário o uso de materiais com
características específicas.
 Reação de presa. Reação química que leva ao endurecimento do material.
Pode ser uma reação ácido-base, de polimerização e de geleificação, entre
outras, e depende do material odontológico.

 Tempo de mistura. Tempo disponível para o clínico manipular o material, a


fim de misturar seus componentes de forma homogênea, antes de sua
inserção na cavidade.

 Tempo de trabalho. Tempo transcorrido do início da mistura até a inserção


na cavidade.
 Tempo de presa inicial. Tempo transcorrido do início da mistura do material
até o material alcançar propriedades suficientes para resistir à deformação
permanente. A partir desse momento alguns procedimentos podem ser
realizados sobre o material, como acabamento, condicionamento, ajustes, ou
mesmo a dispensa do paciente.

 Tempo de presa final. Tempo transcorrido do início da mistura do material


até que ele alcance o máximo de suas propriedades mecânicas.

 Restauração provisória. Restauração realizada com um material de inserção


rápida e fácil, porém com menos propriedades mecânicas, para selar e
restaurar a cavidade entre sessões clínicas de tratamento ou para atuar como
um curativo para reduzir a inflamação pulpar. Pode ser de curta duração (até
1 semana) e de longa duração (até 1 ano).
Requisitos de um agente de proteção
ideal
 •Ser bom isolante térmico e elétrico

 •Ter propriedades bactericidas e/ou bacteriostáticas

 •Apresentar adesão às estruturas dentais

 •Estimular a recuperação das funções biológicas da polpa, favorecendo a formação


de uma barreira mineralizada

 •Favorecer a formação de dentina terciária ou esclerosada, particularmente


remineralizando a dentina desmineralizada no fundo cavitário
 Ser inofensivo para a polpa, ou seja, não provocar lesões pulpares
 •Ser biologicamente compatível com o complexo dentinopulpar, mantendo a
vitalidade do dente
 •Apresentar resistência mecânica suficiente aos esforços de condensação e
contração de polimerização dos materiais restauradores

 •Inibir a penetração de íons metálicos no dente, diminuindo a descoloração


ao longo do tempo, causada por restaurações metálicas

 •Evitar ou diminuir a infiltração de bactérias ou toxinas bacterianas na


dentina e polpa.
 Ser insolúvel em ambiente bucal.
Não existe um único material com todos os requisitos descritos, portanto,
dependendo da situação clínica e contrariando a tendência atual de simplificação
técnica, muitas vezes é necessário mais de um material para garantir uma
restauração duradoura, funcional e estética,1 e que, acima de tudo, tenha o
compromisso de manter a vitalidade pulpar.
Indicação do material protetor deve se
basear em:

 Profundidade da cavidade

 Diagnóstico da condição pulpar

 Material restaurador definitivo


Tradicionalmente, os materiais protetores podem ser classificados em:
 materiais para selamento
 para forramento
 para base cavitaria.

Essa classificação se baseia na espessura da camada do material odontológico e


na sua viscosidade durante a aplicação.
Materiais para selamento

 São líquidos ou cimentos de baixa viscosidade. Produzem uma película


protetora extremamente fina (1 a 50 μm) e revestem a estrutura dentária
recém-cortada ou desgastada durante o preparo cavitário.

 A vedação da embocadura dos túbulos dentinários e dos microespaços que se


formam entre o material restaurador e as paredes circundantes da cavidade é
o principal objetivo desse tipo de material.
Materiais de selamento

 Esses materiais devem reduzir a permeabilidade da dentina, prevenindo a


infiltração de fluidos e bactérias, e reduzindo possíveis trocas moleculares e
iônicas (p. ex., íons metálicos) entre o material restaurador e a superfície
dentinária.

 Esses materiais não são capazes de proteger o dente de choques térmicos e


elétricos e podem ser utilizados em todas as cavidades, independentemente
da profundidade cavitária.

 Seu uso depende somente do material restaurador definitivo a ser utilizado.


Materiais para forramento

 Os agentes forradores são, em geral, materiais que se apresentam na forma


de pó e líquido, ou na forma de duas pastas, que após serem misturadas e
inseridas no dente formam uma película fina, com cerca de 0,2 a 1 mm de
espessura.

 Sua função é, basicamente, proteger a polpa das agressões externas ou


estimular a formação da barreira de dentina mineralizada quando a polpa foi
exposta.
 Dadas as suas baixas propriedades mecânicas, seu uso deve ser restrito a
cavidades profundas.

 Os materiais para forramento devem ser bioativos para induzir a reparação


da polpa e reduzir os efeitos tóxicos e deletérios dos materiais restauradores
definitivos em cavidades profundas.

 Devem também apresentar características bactericidas e/ou bacteriostáticas


para reduzir a quantidade de bactérias viáveis que porventura estejam
presentes ou infiltrem a região da interface entre o dente e a restauração.
 O hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], o MTA (agregado trióxido mineral) e o MTA
modificado nas suas diferentes formulações têm sido os materiais mais
empregados como agentes de forramento em cavidades profundas com ou
sem exposição pulpar.

 Outra opção é o uso provisório do cimento de óxido de zinco e eugenol tipo


IV somente nas cavidades profundas sem exposição pulpar, como forma de
diminuir a inflamação pulpar e amenizar a sensibilidade dolorosa, devido ao
efeito anti-inflamatório do eugenol.
Materiais para base

Os agentes utilizados para a base cavitária são geralmente comercializados na


forma de pó e líquido, que, depois de misturados, formam uma película mais
espessa (> 1 mm). Suas funções são:

 •Proteger o material de forramento, que, em geral, tem baixas propriedades


mecânicas

 •Proteger contra estímulos térmicos e elétricos

 •Reconstruir parte da dentina perdida, diminuindo o volume de material


restaurador definitivo.
Esses materiais são mais efetivos na proteção contra estímulos térmicos e
elétricos do que os anteriores, porém devem ser empregados com espessura
adequada para promover o isolamento térmico.
São vários os materiais para base disponíveis comercialmente, entre eles
destacam-se:

 Cimento de ionômero de vidro (CIV) convencional


 CIV modificado por resina;
 Cimento de óxido de zinco e eugenol
 MTA modificado
 Resinas compostas poliácido-modificadas e resinas compostas de baixa
viscosidade.
Sequência de aplicação
Materiais para selamento

São os vernizes cavitários e sistemas adesivos. Durante muito tempo, quando o


material de eleição para a restauração de dentes posteriores era o amálgama, os
vernizes cavitários eram muito utilizados.

A partir do surgimento das resinas compostas, houve o desenvolvimento de


agentes para selamento compatíveis com esses materiais e que apresentam
adesão às estruturas dentárias. Esses materiais são os sistemas adesivos.
Vernizes cavitários

 O verniz cavitário foi muito utilizado em associação com o amálgama e é


contraindicado sob restaurações de resina composta, pois esses materiais não
têm capacidade de adesão à estrutura dentária.

 Além disso, os vernizes têm componentes que inibem ou dificultam a


polimerização da resina composta
 Contudo, o emprego dos
vernizes com o amálgama tem
sido bastante questionado na
literatura em razão de sua
grande solubilidade quando
comparados com os sistemas
adesivos.
Composição e reação

 Basicamente, o verniz é composto por uma resina natural (copal) extraída de


uma planta ou uma resina sintética, como a nitrocelulose, que é, então,
dissolvida em um solvente orgânico (acetona, clorofórmio, éter,
dimetilcetona e álcool etílico, entre outros).

 Muitas outras resinas podem ser utilizadas, de acordo com a marca comercial
do material.
 Os vernizes modificados também têm na sua composição hidróxido de cálcio e
óxido de zinco, cuja finalidade é terapêutica e têm também a função de
aumentar a resistência da película.

 O iodo-timol e o flúor, que também podem ser adicionados a estes materiais


têm funções bacteriostática e remineralizante, respectivamente.

 Outros componentes, como a metilcelulose (espessante), o polimetacrilato de


metila (resistência mecânica; PMMA) e o sulfato de bário (radiopacidade),
também podem ser encontrados na composição desses materiais.
Manipulação
 O verniz é aplicado com um pincel fornecido pelo fabricante ou um aplicador
do tipo microbrush.
 Devem-se aplicar, pelo menos, duas camadas de verniz em todas as paredes
internas da cavidade.
 Bolas de algodão não devem ser utilizadas, pela possibilidade de reterem
fiapos do algodão dentro da película de verniz.
 A aplicação deve ser feita em um único sentido à semelhança da aplicação de
um esmalte cosmético para unhas, para a adequada e homogênea cobertura
de todas as paredes.
 O uso em vários sentidos ocasiona a formação de uma película porosa,
espessa e irregular.
 Após aplicação de uma camada, deve-se aplicar jato de ar (30 segundos) para
acelerar a evaporação do solvente.
 A aplicação de uma segunda camada garante uma película mais uniforme,
sem falhas ou rachaduras, e com melhor efeito impermeabilizante sobre a
dentina.
 A aplicação de uma única camada veda somente 55% da superfície, enquanto
duas camadas vedam de 70 a 85% dos túbulos dentinários.
 De forma geral, a maioria dos produtos comerciais reduz expressivamente a
permeabilidade dentinária.15
 A espessura formada é de aproximadamente 1 a 40 μm.
Materiais para forramento

O material para forramento mais utilizado é o hidróxido de cálcio, sendo


considerado o padrão ouro para os estudos de biocompatibilidade pulpar.

Há uma alternativa presente no mercado há cerca de 20 anos com o nome de


agregado trióxido mineral ou MTA (do inglês, mineral trioxide aggregate).Há
comercialmente disponíveis diversos produtos à base de MTA.
Cimento de
hidróxido de cálcio
Para a dentística restauradora, esse
material está disponível na forma de
pró-análise (PA), ou seja, em pó, na
forma de duas pastas (quimicamente
ativado) e na forma de pasta única
fotoativada.
Tipos, composição e reação química

 O hidróxido de cálcio é um pó branco com pH altamente alcalino (em torno de 12,5)


e com alta solubilidade em água.

Em pó – Hidróxido de cálcio PA. De forma direta em pó ou em pasta.

Água alcalina para lavagem de cavidades.


 As pastas de hidróxido de cálcio de presa química são comercializadas em
duas pastas, sendo uma a pasta base e a outra a pasta catalisadora.

 Contém: hidróxido de cálcio e outros componentes como a metilcelulose


(agente espessante), outros reagentes (cloreto de cálcio, óxido de zinco e
estearato de zinco), agentes radiopacificantes (óxido de bário e óxido de
titânio), antibiótico sintético (sulfonamidas) e carga inorgânica (dióxido de
silício).

 pasta base contém salicilatos, sendo o metil-salicilato o mais comum. É


comum também a pasta base conter carga inorgânica, fosfato de cálcio e
outros óxidos metálicos.
 O cimento de hidróxido de cálcio fotoativado é comercializado em pasta única
e se polimeriza com a ação da luz visível no espectro do azul.

 Consistem em hidróxido de cálcio e sulfato de bário dispersos em uma matriz


de uretano dimetacrilato, além de iniciadores ativados pela luz.

 A reação de presa desses materiais ocorre após fotoativação.


Indicação e mecanismo de ação

 O cimento de hidróxido de cálcio é um material bioindutor e, dessa forma,


pode ser empregado em casos de exposição pulpar direta ou indireta onde
houver uma espessura de dentina remanescente menor que 0,5 mm.

 Em espessuras acima de 0,5 mm, o uso do hidróxido de cálcio é


desnecessário.

 Em contato direto com a polpa, o hidróxido de cálcio se dissocia em íons


cálcio (Ca+) e hidroxila (OH–), produzindo uma cauterização química
superficial do tecido pulpar em razão do seu alto pH.
 O meio alcalino gerado pelo hidróxido de cálcio é propício para a deposição
mineral.

 Esse material estimula a diferenciação de células mesenquimais


indiferenciadas em odontoblastos que passam a secretar uma matriz
mineralizada, conhecida como “ponte de dentina” na região da exposição.

 Além disso, há estimulação de alguns fatores de crescimento e enzimas como


a fosfatase alcalina, que estimula a liberação de fosfato, resultando na
formação de fosfato de cálcio, o principal componente da hidroxiapatita.
Manipulação

 Hidróxido de cálcio PA em pó em forma direta não necessita.

 HCPA em pasta, mistura o pó com solução de soro fisiológico.

 Hidróxido de cálcio fotopolimerizável, não necessita.


 Hydcal

Pasta catalisadora + base

Deve ser manipulado com espátula 24 até obter uma cor uniforme, no máximo 10
segundos.

Tempo de trabalho – 2 a 3 minutos.


Como aplicar

 Utilizar instrumental adequando.

 Mergulhar a esfera do aplicador apenas até a metade.

 Aplicar apenas na parede axial para obter o seu efeito e não interferir na
restauração.

 Presa máxima em 7 minutos.


Agregado trióxido mineral

 Outro produto amplamente utilizado para capeamento pulpar é o agregado


trióxido mineral (MTA), um pó composto por óxidos minerais e íons.

 Originalmente, foi desenvolvido com base no cimento Portland, um cimento


usado na Engenharia Civil.

 Atualmente, poucos cimentos de MTA empregam o cimento Portland e, em


geral, os fabricantes sintetizam seu próprio silicato para uso odontológico.

 Os materiais que se baseiam no cimento Portland são considerados MTAs de


primeira geração.
 A nova geração de cimentos de MTA apresentam modificações na formulação
original do cimento por causa da adição de vários tipos de
radiopacificadores, além do óxido de bismuto.

 Por falta de norma ou de padronização, os fabricantes empregam diferentes


terminologias para descrever esse tipo de material, muito provavelmente
para diferenciar o seu material do dos concorrentes.

 São chamados de silicatos de cálcio bioativos (Biodentine®, Septodont®),


biocerâmicas (BioAgregate®, Innovative BioCeramix®) ou silicatos de cálcio
modificados por resina (TheraCal®, Bisco®).55
Indicações e mecanismos de ação

 Por ser considerado um material bioativo, ou seja, que estimula a formação


de cemento, osso e dentina, o MTA tem sido muito usado para a reparação de
lesões periapicais, perfurações intrarradiculares e de furca na Endodontia.

 Já em dentística, o material é empregado como capeamento pulpar direto e


indireto. O MTA induz a formação de uma barreira de dentina quando em
contato com a polpa de dentes de animais, assim como em dentes humanos
decíduos e permanentes.

 É consenso que os resultados com o MTA quando em contato com a polpa são
superiores aos obtidos com hidróxido de cálcio puro.
 Além disso, o MTA é menos solúvel e, por causa de sua expansão de presa,
veda hermeticamente o local exposto, diminuindo a contaminação bacteriana
externa.

 Associado a isso, um dos subprodutos da reação de presa do MTA, o hidróxido


de cálcio, quando em contato com fluidos teciduais, dissocia-se em íons
cálcio e hidroxila, garantindo propriedades bactericidas.

 Em razão do acúmulo de hidroxilas, o pH se torna básico e inóspito para a


proliferação bacteriana. O pH alto danifica as membranas das bactérias e seus
DNAs, e promove a desnaturação de seus conteúdos proteicos
Manipulação

 Geralmente é fornecido como um pó e um líquido. O líquido contém água,


plastificantes resinosos e alguns aditivos, como cloreto de cálcio, para
acelerar a reação de presa.

 A proporção pó:líquido para a manipulação do MTA depende das


recomendações do fabricante, variando de 3:1 (Pro-Root®, Dentsply) a 1:1
(MTA Angelus®, Angelus).
 O conteúdo de pó do MTA deve ser misturado ao conteúdo de água destilada
na proporção recomendada pelo fabricante por aproximadamente 30 segundos
usando uma espátula flexível.

 A mistura deve apresentar uma consistência semelhante à de “massa de


modelar”, com brilho úmido na superfície. Alguns materiais apresentaram
também um aspecto arenoso.
 O MTA deve ser aplicado com um aplicador de MTA ou de amálgama e condensado
com calcadores pequenos de amálgama ou espátula de inserção umedecidos com
água destilada.

 Caso o material se desidrate durante a aplicação, ele deve ser descartado. O


primeiro MTA, lançado no mercado em 1999 pela Dentsply (ProRoot®), tem longo
tempo de presa, cerca de 2 horas e 30 minutos.

 Produtos mais recentes, como o MTA Angelus®, têm tempo de presa bastante
reduzido, de 10 a 15 minutos.
Agentes para base

 Como já discutido, a maioria dos agentes de forramento necessita de uma


base para cobertura e é empregada em maior espessura (> 1 mm).

 Esses agentes para base são também chamados cimentos e, por terem
melhores propriedades mecânicas, têm mais de um tipo de indicação
 Os cimentos de fosfato de zinco e de óxido de zinco e eugenol foram muito
utilizados como base até o fim da década de 1960.

 Os cimentos de fosfato de zinco, apesar de terem seu uso diminuído, ainda


são muito utilizados em próteses como agentes de cimentação de
restaurações indiretas metálicas e metalocerâmicas.

 Os cimentos de óxido de zinco são ainda muito empregados, principalmente


como restauradores provisórios, por causa das propriedades anti-inflamatórias
do eugenol.
Cimentos de óxido de zinco

 Desde 1890, quando foi indicado pela primeira vez, o cimento de óxido de
zinco e eugenol foi extensamente estudado, e as suas indicações foram cada
vez mais expandidas.

 Por exemplo, em cirurgia e periodontia, esse material é empregado como


cimento cirúrgico; em endodontia, como cimento obturador de canal radicular;
e em prótese, como agente para cimentação provisória, bem como material de
moldagem.

 Em dentística, esses materiais podem ser indicados para base cavitária abaixo
de restaurações de amálgama, porém são mais empregados como
restauradores provisórios.
Tipos

 De acordo com a finalidade de uso, os cimentos de óxido de zinco e eugenol


podem ser classificados em quatro tipos:

 •Tipo I: cimentação provisória

 •Tipo II: cimentação definitiva

 •Tipo III: bases ou restaurações provisórias de longa duração

 •Tipo IV: forramento.


Manipulação

 Materiais em forma de pasta/pasta devem ser manipulados à semelhança do


que foi indicado para o cimento de hidróxido de cálcio. Devem ser inseridos
apenas com espátula de inserção.

 A maioria dos materiais classificados como tipo III, ou seja, para restaurações
provisórias e bases, é apresentada na forma de pó e líquido, ou seja, em
frascos separados ou em cápsulas pré-dosadas.
 Em geral, para materiais do tipo
III, a proporção é de 1 parte de
pó para 1 parte de líquido (6:1
em peso). A instrução para a
manipulação é feita da seguinte
maneira:
 Tempo de trabalho – 2 a 3 minutos

 Tempo de presa 5 minutos

 Tempo de manipulação 40- 60 segundos


Propriedades

 Os materiais à base de óxido de zinco e eugenol, mesmo os reforçados por


EBA ou PMMA, são os cimentos dentários que têm as menores propriedades
mecânicas, semelhantes aos cimentos de hidróxido de cálcio.

 A diferença de resistência à compressão ou do módulo de elasticidade é


enorme se forem comparados, por exemplo, esses cimentos com os cimentos
de ionômero de vidro.
 Apesar das baixas propriedades mecânicas, seu uso é potencialmente
justificável como material provisório pelas suas propriedades “terapêuticas”
relacionadas com a liberação do eugenol.

 Em contato com a umidade, o fluido dentinário, a água ou a saliva, ocorre a


hidrólise da matriz de eugenolato de zinco causando a liberação do eugenol e
do hidróxido de zinco
 O eugenol é um composto fenólico que tem efeitos sedativo e anti-
inflamatório, em baixas concentrações, e efeitos danosos, como inflamação
crônica e necrose pulpar quando aplicado em altas concentrações e em
contato direto com a polpa.
Cimento de ionômero de vidro

 Os cimentos de ionômero de vidro (CIVs) são uma classe de materiais


conhecidos como cimentos ácido-base. Sua formulação e seu
desenvolvimento, por Wilson Kent,1 tiveram por objetivo combinar as boas
propriedades dos cimentos existentes à época que eram o de silicato e o de
policarboxilato de zinco.
 Os cimentos de silicato têm propriedades anticariogênicas em decorrência da
liberação de flúor, enquanto os de policarboxilato de zinco têm capacidade
de adesão à estrutura dentária e são mais biocompatíveis.

 Dessa forma, a combinação de um material com partículas de vidro-alumínio-


silicato com uma solução aquosa de ácido poliacrílico produziu um material
odontológico muito versátil e com excelente durabilidade quando
corretamente manipulado.
 Os CIVs são versáteis e têm várias indicações na dentística e em outras áreas,
como endodontia, ortodontia, cirurgia e prótese.

 Esse material também tem sido cada vez mais empregado em Odontopediatria
e Saúde Pública, pois está diretamente relacionado com a promoção de saúde
por suas características de liberação de flúor.
Indicação do material

 Essa classificação foi originalmente proposta por Wilson e McLean,6 e é composta por três
grandes grupos:

 •Tipo I: materiais indicados para a cimentação de quaisquer artefatos ortodônticos ou protéticos

 •Tipo II: indicados para restauração. Há uma subdivisão de acordo com sua indicação:

 oII-A: para baixos esforços mastigatórios

 oII-B: para esforços mastigatórios mais intensos

 •Tipo III: para o selamento de cicatrículas e fissuras, como base e “forramento”.


Manipulação

 Tipo III: indicados para base, devem formar um fio com 1 a 2 cm.

 10 segundos de manipulação.

 Tempo de trabalho 2-3 minutos.

 Seringa Centrix ou espátula de inserção

 Presa inicial para restaurar 6-8 minutos

 Presa final 24-48 horas


Questões

 O que eu devo considerar para escolher o meu tipo de proteção do complexo


dentinho pulpar?

 Qual a sequência devo executar na proteção do complexo dentinho pulpar em


cavidades profundas?

 Porque não devo usar cimento de hidróxido de cálcio nas paredes adjacentes?

 O que devo considerar para escolher o meu cimento de base?

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