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Mineralogia Óptica

Conceitos Fundamentais
Luz e Fenômenos Associados
-2010-
r 18

Departamento de Petrologia e Metalogenia


LUZ

• Forma de energia que podemos enxergar.


• Energia- perturbação do meio físico
• Luz  campo eletromagnético

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Espectro Eletromagnético

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Espectro Eletromagnéntico (cont)

390

446
464

500

578
592

620

770
Anil
Azul

Verde
Violeta

Vermelho
Amarelo
Laranja
Luz visível

U.V. I.V. SW
Ondas de rádio
Raios X
curtas
Raios g
médias
longas

-5 10 15
5 10
10 1 10 10
(mm )

1= 1x10-3mm; 1m= 1x10-6mm, 1Å= 1x10-7mm

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Natureza da Luz

• Luz: partícula e onda (onda não transporta matéria!)

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Luz: Partícula ou onda?
• Experimento de Thomas Young – luz apresenta comportamento de onda

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Luz: Partícula ou onda?
• Efeito fotoelétrico de Maxwell – luz apresenta comportamento de partícula

anodo (+) catodo (-)

e-

i
Equação de Planck

hN
E
50

mA
n
Bateria
E= energia do fóton, h= cte de Planck, n=
índice de refração do meio, =
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comprimento de onda
Luz: Partícula ou onda?
• Luz tem comportamento “duplo” partícula e onda.

(emission)

E= mc2

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Luz como onda eletromagnética

l
raio

vetor magnético

vetor elétrico

Radiação Eletromagnética – onda transversal

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Luz como onda eletromagnética

Distância de 1 entre dois pontos em uma onda. Legenda: A= amplitude

O tempo gasto para percorrer 1= período= T (s), e


Número de oscilações em um certo tempo = frequência= N (ciclos/seg, Hz)

1 c
N , N ,
T 
(eq.1) (eq.2)

c= velocidade da Departamento
luz no vácuo, = comprimento
de Petrologia e Metalogeniade onda (m)
Velocidade da luz

• Infinita?
• Finita porém muito grande? Qto?
• Como medi-la?

(1600)

V= d/t Resultado obtido= Rápida!

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Velocidade da luz
 1676-Olaüs Römer – astrônomo
Io dinamarquês.
Júpiter Observando órbita de Io ao redor de
Júpiter
 Qdo Terra estava mais próxima de
Terra Júpiter a velocidade de rotação de Io era
17 minutos mais rápida do que quando
estava afastada.

Sol  Isso se repetia a cada 6 meses


 Concluiu que o atraso era devido a maior
distância percorrida pela luz
Terra  Conhecido o raio da órbita da Terra:
6 meses depois
V= 2,14x108m.s-1

Distância entre a Terra e Júpiter: 628 e 928 milhões de km


Velocidade da luz
Armand Hippolyte Louis Fizeau (1819-1896), físico francês criou seguinte mecanismo:
Fonte de Luz F, atravessa fenda anteparo A, superfície semi-espelhada E1, parte luz
é refratada, parte refletida,  luz refratada é refletida pelo espelho E2,  Raio
refletido atravessa roda dentada com largura dos dentes é igual ao dos vãos, Roda
dentada tem uma velocidade angular, e quando pequena, a luz é refletida para o
observador,
 velocidade aumenta, luz é barrada pelos dentes da roda, não há passagem de luz para o
observador.  Tem-se então: Δt = T/2n (T= período, n= número de dentes), ou Δt =
2D/v onde v= velocidade da roda,  e assim, 2D/v = T/2n  →  v = 4nDN; n= 720dentes,
N= 12,6Hz, D= 8633m,
v = 3,13  x 108 m/s v = 2,997924588x108 m/s±0,2 m/s.

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Date Investigator Method Estimate
Kilometers
/Second
1667 Galileo Galilei Covered Lanterns 333.5
1676 Ole Roemer Jupiter's Moons 220,000
1726 James Bradley Stellar Aberration 301,000
1834 Charles Wheatstone Rotating Mirror 402,336
1838 François Arago Rotating Mirror  
1849 Armand Fizeau Rotating Wheel 315,000
1862 Leon Foucault Rotating Mirror 298,000
1868 James Clerk Maxwell Theoretical Calculations 284,000
1875 Marie-Alfred Cornu Rotating Mirror 299,990
1879 Albert Michelson Rotating Mirror 299,910
1888 Heinrich Rudolf HertzElectromagnetic Radiation 300,000
1889 Edward Bennett Rosa Electrical Measurements 300,000
1890s Henry Rowland Spectroscopy 301,800
1907 Edward Bennett Rosa Electrical Measurements 299,788
and Noah Dorsey
1923 Andre Mercier Electrical Measurements 299,795
1926 Albert Michelson Rotating Mirror 299,798
(Interferometer)
1928 August Karolus and Kerr Cell Shutter 299,778
Otto Mittelstaedt
1932 to 1935 Michelson and Pease Rotating Mirror 299,774
(Interferometer)
1947 Louis Essen Cavity Resonator 299,792
1949 Carl I. Aslakson Shoran Radar 299,792.4
1951 Keith Davy Froome Radio Interferometer 299,792.75
1973 Kenneth M. Evenson Laser 299,792.457
1978 Peter Woods and Laser 299,792.4588
Colleagues
Luz: cor e frequência
O comprimento de onda caracteriza a cor da luz

390 446 500 592 770 (mm)


464 578 620
Anil
Violeta

Azul

Verde

Vermelho
Amarelo
Laranja

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Natureza das Fontes de Luz
Comprimentos de Onda da Luz

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Natureza das Fontes de Luz

Luz Policromática: Luz Monocromática:


Ex: Sol Ex: Lâmpada de vapor de Na

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Natureza das Fontes de Luz
Simultaneamente todas cores à retina: cérebro = luz branca
Disco de Newton

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Natureza das Fontes de Luz

Microscópio petrográfico: lâmpada de filamento de W , luz amarela


filtrada por um filtro azul= luz branca.
Cor azul é complementar ao amarelo (azul+amarelo=branco)

Color to be Color Filter


reduced compensating required

Blue Yellow CCY

Cyan Red CCR

Green Magenta CCM

Yellow Blue CCB

Red Cyan CCC

Magenta Green CCG


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Natureza das Fontes de Luz

Triângulo de Cores Complementares

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Superfície de velocidade de onda

raio

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Superfície de velocidade de onda
Meio Isotrópico

R=N
f N
f f’
.

f’

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Superfície de velocidade de onda

Meio Anisotrópico

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Superfície de velocidade de onda

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Superfície de velocidade de onda
Meio Isotrópico
L uz
de
eix e
F

Meio Anisotrópico

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Interação luz x Matéria

 Reflexão

 Refração

 Absorção

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Princípios de Reflexão e Refração

• Reflexão e Refração:

• Podem ser explicados pelo Princípio de Christiaan Huygens – 1629-1695,

Huygens (1678):

• “Qualquer ponto ou partícula excitado pelo


impacto da energia de uma onda de luz,
torna-se uma nova fonte puntiforme de
energia”

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Princípios de Reflexão e Refração
Reflexão

i=r

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Princípios de Reflexão e Refração
Refração

A relação entre i e l é
dada pela Lei de Snell

v1 seni n2
  (eq. 3)
v 2 senl n1

Onde n= índice de refração.

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Princípios de Reflexão e Refração

Ângulo Crítico e Reflexão Total


seni nl ni n

 ; senl  seni (eq. 4)


senl ni nl rc
r 1

Se nl > ni: n l

sempre haverá refração, pois seni < 1, n i


ou i < 90º.
Se ni > nl:
i1
Poderá ou não haver refração,
condicionada ao valor de i, pois ni/nl > ic

1. rt it

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Princípios de Reflexão e Refração
Ângulo Crítico e Reflexão Total

n
vi seni nl
  (eq. 4) nl > ni
vl senl ni rc
r 1

Sendo nl > ni: n l

O valor de i.que leva o sen l = 1 ou l = n i


90° (ic ) é designado por ângulo crítico.

i1
Para valores de i superiores ao ângulo
crítico – só reflexão= reflexão total. ic

rt it

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Princípios de Reflexão e Refração
Dispersão ou Cromatismo
Das equações 1 e 4 podemos escrever: n
r1

v1 seni n 2 1
   (eq.5) meio 1 (n1) î raio
v 2 senl n1  2 Incidente

Então se as velocidades no prisma são:


V(r)= 240.000km.s-1 e V(v)= 150.000km.s-1,
meio 2
(r)= 770m e (v) = 390m nr raios
nv lr Refratados
nr= 1,50 e n (v)= 1,60, então:
lv

c seni
vermelho : 5
  c.senl (r )  2,4.105.seni qv
2,4.10 senl (r ) meio 3 (n1)
qr
c seni n1<n2
violeta : 5
  c.senl (v)  1,5.105.seni
1,5.10 senl (v)
senl (r )  senl (v), ou lv  lr

Porém,
Departamento observe
de Petrologia que r <
e Metalogenia v
Princípios de Reflexão e Refração
Fenômeno é conhecido como dispersão da luz branca.

an ca
Luz B r

(Refraction)

r < v

qv qr

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Absorção
• Quando luz incide num mineral sua intensidade diminui – parte
é absorvida, transformada em outras formas de energia como
calor, fluorescência, etc.

Angélica Visível Angélica Fluorescente (UV)

• Fenômeno ocorre nas camadas eletrônicas dos átomos


(No caso da Angélicas – clorofila)

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Absorção
• Cor é resultado da absorção da luz visível nos minerais transparentes.

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Índice de Refração
• A velocidade da luz é função da “densidade óptica” de uma substância.

• Densidade óptica= índice de refração: “n”


(eq. 6)
c onde:
n
v c= velocidade da luz no vácuo,
v= velocidade da luz num certo meio. Grandeza adimensional

Há uma relação entre índice de refração e a densidade do mineral dada por:

n -1= K (eq.7)
onde:
n= índice de refração do mineral
K= uma constante,
= densidade do mineral.
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Índice de Refração

c
n “n” é um número adimensional mas não é absoluto
v
pois:
V= N (eq.2)

(ou a cor da luz)  v  n, pois N é considerado cte


nos processos de refração.
 Processo é chamado de dispersão dos índices de refração

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Índice de Refração
Dispersão dos Índices de Refração
F E D C

1,55 o
(salicilato de etila 10 C)
índice de refração

1,54

1,53 vidro borossilicato


1,523
1,52
o
1,51 (salicilato de etila 50 C)

1,50
500 550 600 650
l (m m )

 Para determinação dos índices


Departamento de Petrologialuz amarela (Na): =589m (D)
e Metalogenia
Índice de Refração

Índices de Refração de Algumas Substâncias


Substância Índice de refração (n)
Vácuo 1,000
Ar 1,000(29)
Água 1,333
Álcool etílico (anidro) 1,362
Acetona 1,357
Querosene 1,448
Nujol (óleo laxante) 1,477
Bálsamo do Canadá 1,537
Diamante 2,420
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Polarização da Luz

A luz vinda do sol de uma lâmpada, etc – Não polarizada,


vibra em infinitas direções perpendiculares ao raio.

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Polarização da Luz

Luz não polarizada

Luz não Polarizada

raio

Luz Polarizada

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Polarização da Luz

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Polarização da Luz: Obtenção

1- Absorção – mais utilizada (polarizadores do microscópio).

Turmalina
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Polarização da Luz: Obtenção

2- Reflexão

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Polarização da Luz: Obtenção
3- Reflexão Total – Prisma de Nicol
Calcita= anisotrópico, n=1,486 e n= 1,658, nbálsamo= 1,537
Raio E: n<nb: raio atravessa o bálsamo,
Raio O: n>nb: raio atravessará o bálsamo conforme o ângulo de incidência.
Se esse ângulo for maior que o limite -> reflexão total

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Luz polarizada: comportamento

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