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Princípios da neurociência

Existem quatro métodos gerais de estudo do sistema


nervoso:

1. Estudos de caso - identificando eventos interessantes que


ocorreram naturalmente e usando esses eventos para
desenvolver hipóteses que podem ser testadas em
experiências futuras

2. Varreduras - realizando buscas imparciais em estruturas


anatômicas, neurônios, proteínas ou genes que poderiam
desempenhar um papel importante no sujeito de interesse
3. Descrição - usando técnicas que permitem que o cientista
observe o sistema nervoso sem a manipulação de variáveis

4. Manipulação – Teste de hipótese para determinando


efeito de uma variável independente em uma variável
dependente
1 - Estudos de caso

Um estudo de caso é um exemplo de um evento que


aconteceu com um sujeito (na maioria das vezes, um ser
humano ou grupo de seres humanos) que demonstra um
papel importante para um aspecto do sistema nervoso.
Caso - Phineas
Gage
 Supervisor de construção de ferrovias nos EUA;
 Em 1848, uma explosão projetou uma barra de 2,5 cm de diâmetro e
mais de um metro de comprimento contra o seu crânio;
 A barra entrou pela bochecha esquerda, destruiu o olho, atravessou a
parte frontal do cérebro, e saiu pelo topo do crânio, do outro lado;
 Perdeu a consciência e teve convulsões
 Recuperou a consciência momentos depois, e foi levado a médico local
 Incrivelmente, ele estava falando e podia caminhar
Após a Lesão

 Mudanças na personalidade e no humor

 Tornou-se extravagante e anti-social,


mentiroso, com péssimas maneiras

 Não conseguia manter-se em um trabalho por


muito tempo ou planejar o futuro 

 Ele morreu em 1861, treze anos depois do


acidente
"Gage foi o início histórico
dos estudos das bases
biológicas do
comportamento", Damasio.
2 - Varredura

Uma varredura é um método que permite que um


investigador determine quais núcleos de células ou neurônios
podem estar envolvidos em um processo biológico
2. Varredura

As varreduras podem ser realizadas em vários níveis de


investigação.

Quando um neurocientista cognitivo coloca um sujeito em


um scanner (ressonância magnética) e examina quais áreas
cerebrais mostram maior ativação em resposta a um estímulo
ou tarefa específica, o cientista está realizando
essencialmente uma varredura de diferentes regiões
cerebrais.
3 - Descrição

A descrição científica é o ato de observar propriedades do


sistema nervoso sem manipulação
3. Descrição

A observação e a descrição constituem a base para a


compreensão da relação entre estrutura e função, além de
fornecer informações sobre quais elementos manipular em
experimentos futuros
4 - Manipulação
Manipular um aspecto do sistema nervoso ou ambiente e
examinar o efeito que esta perturbação tem em um aspecto
separado do sistema nervoso é a única maneira de testar uma
hipótese na neurociência.

Um experimento de manipulação testa o efeito de X em Y. A


variável que é manipulada, X, é referida como a variável
independente.

A parte do sistema que é medida, Y, é referida como a


variável dependente.
4. Manipulação
Dois dos tipos mais comuns de experimentos de manipulação
são experimentos de:

• perda de função

• ganho de função
4. Manipulação
Perda de função

Em uma experiência de perda de função (também chamada


de "necessidade"), uma parte do sistema nervoso é
suprimida ou removida na tentativa de determinar se é
necessário que ocorra um determinado processo

Em todas essas experiências, um aspecto do sistema nervoso


é parcialmente ou totalmente interrompido, seja um gene,
uma proteína, atividade elétrica ou uma estrutura cerebral
inteira.
4. Manipulação

Ganho de função

Em um experimento de ganho de função (também chamado


de "suficiência"), um aspecto do sistema nervoso é
aumentado em relação ao normal.

Isso pode incluir uma expressão aumentada de um gene ou


proteína, um aumento na atividade elétrica em uma região
cerebral ou um aumento de um neurotransmissor particular
Imagem do Cérebro Inteiro
A capacidade de produzir imagens detalhadas do cérebro
humano sem penetrar fisicamente no crânio permitiu que
cientistas estudassem a estrutura do cérebro ao longo do
desenvolvimento, doença e envelhecimento.
Imagem do Cérebro Inteiro

A tecnologia de imagem de todo o cérebro pode


essencialmente ser dividida em duas categorias:

Estrutural, que produzem imagens da arquitetura anatômica


do cérebro,

Funcional, produzem imagens dos processos fisiológicos que


enfatizam a atividade neural
Técnicas de Análise Estrutural do Cérebro

Até o início da década de 1970, não havia tecnologia que


pudesse diferenciar essas substâncias dentro do cérebro.

A tecnologia de raios-X convencional é essencialmente inútil


para este fim. Durante um procedimento de raio X, um feixe
de raio X é passado através de um objeto e depois em uma
placa fotográfica
A tecnologia padrão
de raios-X sozinha não
pode produzir
imagens detalhadas
do cérebro.
Nos anos 1960 e 1970, houve forte motivação para descobrir melhores maneiras
de obter imagens do cérebro.

As técnicas a seguir representam 30 a 40 anos de inovação em tecnologia,


projetada para mostrar contraste dentro do tecido mole do cérebro.
Tomografia Computadorizada
Outro método que melhora a tecnologia convencional de
raios-X para a imagem do cérebro e o corpo é a tomografia
computadorizada

Um paciente, ou indivíduo, fica com a cabeça posicionada no


centro de um cilindro onde um raio estreito de raios-X é
direcionado através da cabeça da pessoa e atinge um
detector no lado oposto.

O feixe e o detector rodam em um arco lento, levando muitas


varreduras de raios-X individuais no mesmo plano axial
Tomografia Computadorizada

Vídeo TC
Tomografia Computadorizada

A TC é particularmente útil para identificar:


• hematomas
• tumor ou calcificação

Tendem a ser a primeira ferramenta usada para diagnosticar


um paciente com uma possível lesão na cabeça.
• são mais rápidos, mais baratos de operar e menos
propensos a erros
Imagem de Ressonância Magnética (RM)

A tecnologia de ressonância magnética produz imagens


estruturais altamente detalhadas do cérebro e do corpo

A resolução de uma imagem de RM moderna é muito


superior a uma imagem de TC
Imagem de Ressonância Magnética (RM)
Imagem de Ressonância Magnética (RM)

Vantagens:

1 - A ressonância magnética é inteiramente não invasiva, pois


nenhuma substância precisa ser injetada em seres humanos

Em certas ocasiões, um agente de contraste é injetado, o que


melhora a visibilidade de regiões ricas em água. No entanto,
para a maioria dos procedimentos de imagem cerebral,
nenhum contraste adicional é necessário
Eletroencefalograma

EEG é uma medida da atividade elétrica bruta da superfície do


cérebro

Não é verdadeiramente uma técnica de imagem cerebral, já que


nenhuma imagem significativa do cérebro pode ser produzida
usando apenas essa técnica.
Eletroencefalograma

Para produzir um eletroencefalograma, vários eletrodos em


forma de disco, com cerca da metade do tamanho de uma
moeda, são colocados no couro cabeludo

Ex: polissonografia
Eletroencefalograma
Eletroencefalograma
Uma maneira interessante de pensar sobre a tecnologia EEG é
imaginar como seria posicionar um microfone acima de uma
grande multidão de pessoas, como na Av. Paulista durante a
véspera de Ano Novo

Seria impossível distinguir o sinal de uma pessoa individual na


multidão; no entanto, seria possível determinar quando um
evento significativo ocorreu, como quando a multidão contava
até meia-noite.
FIM

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