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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
SOCIOLOGIA

TEORIA SOCIOLÓGICA I

RAISSA SOARES LUSTOSA


Março/2017
A IMPORTÂNCIA DOS
CLÁSSICOS
Jeffrey C. Alexander
INTRODUÇÃO
 Importância dos clássicos na ciência social
contemporânea;
 O QUE É UM CLÁSSICO?
“Um clássico é um livro que nunca terminou de
dizer aquilo que tinha para dizer”
“Um clássico é uma obra que provoca
incessantemente uma nuvem de discursos críticos
sobre si. (Italo Calvino – Por que ler os clássicos?).
 Obra clássica: status privilegiado +
repercussão ampla no tempo e espaço;
A VISÃO EMPÍRICA SOBRE OS
CLÁSSICOS
 Desafio contra a importância dos clássicos:
Visão positivista
Ciência natural = ciência social;
Ausência de textos clássicos na ciência natural;
 Robert K. Merton: sistemática da teoria sociológica
 Crítica à fusão de ciência e história = desvio do papel
científico;
 Físicos e biólogos  SOCIÓLOGOS  Humanistas;
 “É o ambiente das ideias e não as ideias que um bom
historiador da ciência social deve estudar”. (Merton)
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
VISÃO
POSITIVISTA
 O desenvolvimento científico é progressivo (linear
e cumulativo);
 Os empreendimentos científicos se baseiam apenas
em evidências empíricas.

VISÃO PÓS-
 Os POSITIVISTA
dados empíricos da ciência são teoricamente
moldados;
Questões gerais/abstratas/teóricas são um
empreendimento científico;
CIÊNCIA NATURAL X CIÊNCIA
SOCIAL
Atividade científica X Atividade não-científica;
“O consenso como aquilo que diferencia a atividade
‘científica’ da atividade ‘não-científica’ (Habermas);

Formas de explicação do mundo: clássicos e


modelos (Kuhn);
A ciência natural e o seu papel apriorístico:
dimensão não empíricas como formas de
explicação.
 Crise paradigmática nas ciências sociais?!
“É improvável o consenso sobre a natureza exata
do conhecimento empírico nas ciências sociais”.

 Razões cognitivas e valorativas no nível do consenso:


1. Confusão dos estados mentais do observador
científico com os estados mentais das pessoas
observadas;
2. Relação simbiótica entre descrição e avaliação;
3. Abstrações feitas a partir de referenciais concretos;
4. Todos os elementos captados pela percepção
empírica se transformam em tema de debate.
DISCURSO
Discurso = modo de argumentação geral, raciocinativo
e especulativo;
Qualidades: coerência lógica, amplitude do campo,
relevância de valores, visão interpretativa, força
retórica, beleza e textura do argumento.

Campo discursivo da ciência social:


“A superdeterminação da ciência social pela teoria e
sua subdeterminação pelos fatos.”
IMPORTÂNCIA DOS
CLÁSSICOS
O clássico reduz a complexidade e é um
símbolo que condensa/representa;
Há razões FUNCIONAIS (extrínsecas) e
INTELECTUAIS (intrínsecas);
Tese sobre a não cumulatividade linear nas
ciências sociais;
“Vida” como objeto de estudo do cientista
social (Dilthey);
 Três maneiras de se distinguir o
conhecimento pessoal do pesquisador:

1. Pela interpretação dos estados mentais;


2. Pela reconstrução do mundo empírico;
3. Pela formulação de avaliações morais e ideológica.
Cientistas sociais e o
empenho na discussão de
obras clássicas
Falta Ex.: Parsons e
de “A estrutura
autoconsciência da ação
social”
A MENTE
DOS
CIENTISTAS
SOCIAIS

O mito do “Desconstruir
texto presente filosofia”
(Derrida) Ingenuidade
fenomenológica
(Husserl)
INTERPRETAÇÃO DOS
CLÁSSICOS COMO ARGUMENTO
TEÓRICO
Teoria estrutural-funcionalista: Talcott Parsons

Segunda Guerra Mundial até


meados dos anos 70;
 Bases científicas + campo teórico
+ autoridade dos textos clássicos
Discussão dos clássicos: prática
interpretativa + argumentos textual
denso + perspicácia;
Autores: Durkheim, Pareto e Weber.
 Movimento teórico e empírico contra o
funcionalismo: “desclassicização parsoniana”

Leitura incompleta dos clássicos;

Uso dos clássicos com o objetivo de corroborar com


seus interesses teóricos de cunho funcionalista;
Ausência da figura de Marx;
Novas escolas teóricas: teoria do conflito; teoria da
troca; interacionismo simbólico; etnometodologia; e
teoria social humanista ou radical
O HUMANISMO E OS
CLÁSSICOS
 Defender os clássicos: interesses teóricos
contemporâneos + significado de textos históricos;
 Quentin Skinner: Abordagem historicista da história
intelectual
“Estudar os clássicos sem o fardo da interpretação”!
Merton (teoria a-histórica) X Skinner (história a-teórica)
Historicismo - “ênfase no contexto e na intenção”.
 Crítica de Alexander às ideias historicistas:
História + sistemática
Interpretação + argumentação teórica
CONCLUSÃO
 Desconstrução das discussões científico-sociais
sobre os clássicos;
 Importância da interpretação na análise dos
clássicos;
 Reflexão sobre a elaboração de conhecimento
científico nas ciências sociais.
OBRIGADA!!!

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