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CI R U RG I A D O A RCO A Ó RT I C O C O M P E RF U SÃ O CE REB RA L

BI L AT ER A L PE L O I S O LA ME N TO D O TRO N CO
BRA Q U I O CE F Á LI CO
E D A A RT ÉR I A CA RÓ T I D A E SQ U E RD A

GABRIEL LUIS RIBEIRO CENTURION – RM1 ANESTESIOLOGIA


OBJETIVO

 Estudar os resultados da técnica descrita por Carreira et al. com utilização de perfusão cerebral
seletiva bilateral (PCSAB) pelo isolamento do tronco braquiocefálico e artéria carótida
esquerda.
MÉTODO

 Foram avaliados os dados demográficos, clínicos, operatórios e pós-operatórios de 15 pacientes


operados consecutivamente, entre junho de 2005 e setembro de 2007

 Os pacientes apresentavam doenças da aorta com comprometimento do arco aórtico e foram


operados com uso de perfusão cerebral seletiva bilateral pelo isolamento do tronco
braquiocefálico e carótida esquerda pela técnica anteriormente.
MÉTODO- TÉCNICA

 A circulação extracorpórea com paciente a uma temperatura nasofaríngea entre 22ºC e 25°C.

 Resfriamento foi mantido enquanto realizava-se o tratamento cirúrgico da valva aórtica e


confecção de anastomose proximal com enxerto tubular.
MÉTODO- TÉCNICA

Anastomose de tubo de Dacron 10


ou 12 mm no TBC. Implante de Ressecção da aorta deixando-se a
cânula arterial no tubo para início artéria subclávia esquerda na
da circulação extracorpórea porção distal.

Posicionamento de “clamp” lateral


no tronco braquiocefálico Posicionamento de “clamp” no
tronco braquiocefálico permitindo
perfusão cerebral anterógrada
seletiva durante para circulatória
MÉTODO- TÉCNICA

Implante do tubo na aorta distal e


posicionamento de cânula arterial Detalhe da anastomose entre os
para início da perfusão e tubos I e II
reaquecimento corpóreo.

Fechamento do retalho com sutura Implante do tubo I no tubo II e


contínua. Retirada do “clamp” do retirada da cânula arterial do tubo
TCE que permite perfusão da perfusão cerebral anterógrada
cerebral anterógrada bilateral (tubo I);
RESULTADOS

 53,3% eram do sexo masculino

 60% pacientes apresentavam dissecção aguda da aorta do tipo I de


DeBakey e um (6,7%) do tipo IIIb com dissecção retrógrada para o
arco e aorta ascendente.

 O tempo de circulação extracorpórea variou de 120 a 240 minutos.

 Nenhum paciente sofreu com parada circulatória total.


RESULTADOS

 O tempo de perfusão cerebral seletiva unilateral variou de 9 a 15


minutos.

 O tempo de perfusão cerebral seletiva bilateral variou de 33 a 113.

 O tempo de anoxia miocárdica variou de 81 a 190 minutos.

 A temperatura mínima imposta aos pacientes durante a hipotermia


variou de 17,9 a 25,3°C.
RESULTADOS

 A mortalidade hospitalar foi de 20% (três pacientes).

 Todos os três óbitos ocorreram no grupo dos dez pacientes operados de dissecção aguda da
aorta.

 A mortalidade não se relacionou com o tempo de CEC nem com o tempo de anoxia do
miocárdio.

 Os tempos de perfusão cerebral seletiva unilateral e bilateral não tiveram relação


estatisticamente significativa com a mortalidade.
RESULTADOS

 Utilização de temperatura mínima abaixo de 20°C, durante a hipotermia profunda, não esteve
relacionada com a mortalidade.

 A ligadura da artéria subclávia esquerda, assim como a confecção das anastomoses proximal e
distal com tubos separados ou único, não apresentou relação estatística com mortalidade.

 Todos os pacientes que sobreviveram evoluíram sem nenhum tipo de sequelas no pós-
operatório imediato e tardio.
DISCUSSÃO

 Hipotermia profunda com parada circulatória total foi um avanço indiscutível para o
tratamento das doenças que acometem o arco aórtico.

 Uma das vantagens da técnica de perfusão cerebral bilateral se encontra na possibilidade de


tratamento do arco aórtico sem nenhum período de parada circulatória total.

 A técnica relatada possibilita a realização da perfusão cerebral seletiva anterógrada (PCSA)


bilateral sem a necessidade de incisões adicionais na região axilar, subclávia ou cervical para o
sítio de canulação
DISCUSSÃO

 Não envolve a manutenção controlada de cânulas ou cateteres para garantir a perfusão das
artérias carótidas.

 A temperatura mínima da hipotermia pode ser mais alta, uma vez que o tempo médio de PCSA
unilateral é curto, 10,9±2,0 minutos.

 Permite a manutenção da temperatura corporal em níveis mais altos – até 25ºC.


OBJETIVOS RESIDENTE

Entender a dissecção de aorta torácica, os seus fatores


de risco e a classificação de Stanford e DeBakey.

Entender a fisiopatologia da dissecção de aorta e seus


achados clínicos.
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
EPIDEMIOLOGIA

 A dissecção aguda da aorta (DAA) é classificada como uma patologia letal, sendo uma das
complicações do aneurisma.

 A incidência anual de dissecção aguda de aorta (DAA) na população geral é estimada em torno
de 3 a 4 casos para cada 100.000 pessoas

 Mais comum em homens, sendo que a média de idade é de aproximadamente 65 anos

 66% dos pacientes não chegam vivos ao hospital

 Mais prevalente na aorta ascendente


DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA –
FATORES DE RISCO

Hipertensão mal controlada

Malformação da valva aórtica (valva bicúspide)

Aneurismas de aorta e a dilatação excessiva dessa (diâmetro ≥ 5,5 cm)

Genético: Síndrome de Marfan, Síndrome de Loeys-Dietz, Síndrome de Ehlers-Danlos

Doenças inflamatórias: Aortite, arterite de células gigantes e arterite de Takayasu

História familiar
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
FISIOPATOLOGIA

RUPTURA NA
FALSO RUPTURA
ÍNTIMA
LÚMEN AÓRTICA
AÓRTICA
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA –
FISIOPATOLOGIA

DEGENERAÇÃO
EXCESSIVA DA
MATRIZ
HAS EXTRACELULAR

EFEITO PRÓ- ENFRAQUECIMENT


INFLAMATÓRIO O DA PAREDE
ARTERIAL
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
FISIOPATOLOGIA
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
CLÍNICA

 TRÍADE: dor torácica, hipotensão e massa abdominal pulsátil na linha média

 Dor torácica pode ser irradiada para o dorso e é caracterizada como dilacerante ou em facada

 Outros sintomas: Assimetria de pulso radial, diferença de PA nos MMSS (≥ 20mmHg),


tamponamento cardíaco, choque, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular
encefálico, síncope
DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
CLASSIFICAÇÃO

 DeBakey

Categoriza as dissecções de acordo com o segmento da aorta


comprometido e sua extensão

• I: ruptura intimal se localiza na aorta ascendente e a delaminação se


propaga distalmente até pelo menos o arco aórtico

• II: dissecção se origina e fica restrita à aorta ascendente

• III: dissecção inicia-se na aorta descendente e se propaga distalmente


DISSECÇÃO AGUDA DA AORTA -
CLASSIFICAÇÃO

 Stanford

• A: acomete a aorta ascendente, independentemente do local do


orifício de entrada e da extensão distal da aorta comprometida

• B: dissecção que se iniciam após a artéria subclávia esquerda


REFERÊNCIAS

• Dinato FJ, Dias RR, Hajjar LA. Dissecção da aorta: manejo clínico e cirúrgico / Aortic dissection: clinical
and surgical management. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2018;28(3):260-6. Available from:
http://dx.doi.org/10.29381/0103-8559/20182803260-6

• dos Santos IH, de Lima BF, Andrade BL, Rosa IMS, Mathias MAO, de Oliveira OGPC, de Miranda RAP.
Dissecção aguda de aorta: fisiopatologia, manifestações clínicas e manejo terapêutico / Acute aorta
dissection: pathophysiology, clinical manifestations and therapeutic management. Braz. J. Develop.
[Internet]. 2022 May 20 [cited 2023 Aug. 30];8(5):39251-63. Available from:
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/48337

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