Você está na página 1de 16

VIAGENS NA MINHA TERRA

Almeida Garrett
Viagens na minha terra

• É uma obra publicada em 1846 (inicialmente, na forma de


folhetim, em 1843).
• Aborda uma jornada de Lisboa a Santarém, em diferentes
planos.
• Retrata o país dividido por uma guerra civil, após uma época
que vem desde a Revolução Francesa até aos anos 40, com
invasões francesas, deslocação do rei para o Brasil e lutas
liberais.
Viagens na minha terra

Génese e substância da obra

“Vou nada menos que a Santarém: e protesto


que de quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar
e sentir se há de fazer crónica.”
(cap. I)
Viagens na minha terra

Relato de viagem?
• “Estas minhas interessantes viagens hão de ser uma obra-prima” (cap. II)
• “a minha obra é um símbolo” (cap. II)
• “Ora nesta minha viagem Tejo-arriba está simbolizada a marcha do nosso
progresso social” (cap. II)
• “Sou sujeito a estas distrações, a este sonhar acordado. Que lhe hei de eu
fazer? Andando, escrevendo, sonho e ando, sonho e falo, sonho e escrevo”
(cap. IV)
• “Muito me pesa, leitor amigo, se outra coisa esperavas das minhas
VIAGENS, se te falto, sem o querer, a promessas que julgaste ver neste
título, mas que eu não fiz decerto.” (cap. XXIX)
Viagens na minha terra

“Despropositado e inclassificável livro”


“Neste despropositado e inclassificável livro das minhas
VIAGENS, não é que se quebre, mas enreda-se o fio das
histórias e das observações por tal modo, que, bem o vejo e
o sinto, só com muita paciência se pode deslindar e seguir
tão embaraçada meada.”
(cap. XXXII)
Viagens na minha terra

“Inclassificável livro”

Reflexões
Relato de viagem
Novela
Viagens na minha terra

As viagens pela minha terra


• Viagem de Lisboa a Santarém;
• Viagem pela literatura;
• Viagem pela história;
• Viagem pela política;
• Viagem pela cultura popular;
• Viagem pela arquitetura;
• Viagem pela cultura;
• Viagem por Portugal;
• Viagem pelo século XIX.
Viagens na minha terra

Jogo ficcional

Real Ficção

Leitor
Narrador
Leitora
Viagens na minha terra

Reflexões
• Materialismo vs. espiritualismo;
• Oposição frade/barão;
• Crítica política;
• Crítica aos estereótipos românticos;
• Oposição romantismo / “romantismos”;
• Denúncia da degradação do património nacional;
• Adão social vs. Adão natural;
• (…).
Viagens na minha terra

Novela
• Contextualização política;
• Cenário edénico;
• Mulher anjo;
• Herói romântico;
• Ação trágica;
• Desenlace.
Viagens na minha terra

Personagens românticas
• Valores da liberdade, da justiça e da autenticidade;
• Ânsia do absoluto, que lança a personagem romântica em tensões e
conflitos insolúveis;
• Atitudes de rebeldia perante as convenções, a ironia e a superioridade;
• A evasão no tempo e no espaço;
• Afirmação e preservação dos valores que defende;
• Irreverência;
• Inconformismo.
Viagens na minha terra

Carlos – percurso amoroso


• Laura
• Júlia
• Georgina
• Soledade
• Joaninha
Viagens na minha terra

Desenlace
Carlos “engordou, enriqueceu e é barão”

Joaninha “enlouqueceu e morreu”

Avó “morta de alma para tudo”

Georgina “abadessa de um convento em Inglaterra”

Frei Dinis “espero que Deus se compadeça e me leve para si”


Viagens na minha terra

Pluralidade de narradores
• Narrador principal;
• Um companheiro de viagem;
• Um viajante;
• Frei Dinis;
• Carlos.
Viagens na minha terra

Linguagem
• tom coloquial;
• estilo dialogante;
• conversa distendida com o leitor ou a leitora;
• o ritmo variado;
• pontuação excessiva, traduzindo as digressões e as emoções do autor;
• utilização de expressões populares, de estrangeirismos e de neologismos;
• uso da ironia;
• alternância de registos de língua.
VIAGENS NA MINHA TERRA
Almeida Garrett

Você também pode gostar