Você está na página 1de 30

Assepsia e Antissepsia

AULA nº 11

Docente: Emanuela da Silva Chipikita

Luanda
2022
Sumário:
Limpeza
Assepsia
Desinfecção
Esterilização
OBJECTIVOS

Objectivo geral

Compreender os processos de assepsias e antissepsia na assistência hospitalar

Objectivos específicos
• Diferenciar limpeza de desinfecção e esterelização;
• classificar e identificar estes processos
INTRODUÇÃO

O hospital deve ser considerado insalubre por vocação, pois concentra hospedeiros
mais suscetíveis e microrganismos mais resistentes. Os microrganismos contaminam
artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e podem provocar infecções mais
difíceis de serem tratadas. O risco de contraí-las depende, do número e da virulência
dos microrganismos presentes e, acima de tudo, da resistência anti-infecciosa local,
sistêmica e imunológica do paciente e da consciência dos profissionais de saúde que
atuam no estabelecimento.
….
É importante que os profissionais de saúde em formação compreenda os conceitos de
contaminação, infecção, limpeza, esterilização, desinfecção e antissepsia.
Conceito

Infecção – é um termo que designa presença e multiplicação de microrganismos nos


tecidos dos hospedeiros, resultando na interação entre parasita, hospedeiro e
ambiente e denota a incapacidade do sistema imunológico em combater esses
hospedeiros. Marcados comumente pela febre.
Infecção hospitalar

A infecção hospitalar (nosocomiais), ou Infecção Relacionada à Assistência em Saúde


(IRAS) - é definida como qualquer infecção adquirida enquanto a pessoa está internada
no hospital, podendo se manifestar ainda durante a internamento, ou após a alta, desde
que seja relacionada com o internamento ou a procedimentos realizados no hospital.

Adquirir uma infecção no hospital não é incomum, pois este é um ambiente em que estão
muitas pessoas doentes e em tratamento com antibióticos.

Durante o período de internamento denotam-se, alguns dos principais factores


que causam a infecção como:

•Desequilíbrio da flora bacteriana da pele e do organismo, geralmente devido ao uso de


antibióticos;

•Queda da defesa do sistema imune da pessoa internada, tanto pela doença, como por
uso de medicamentos;

•Realização de procedimentos invasivos como passagem de cateter, passagem de


sondas, biópsias, endoscopias ou cirurgias, por exemplo, que quebram a barreira de
proteção da pele
Tipos de infecção hospitalar

As infecções relacionadas com o ambiente de saúde podem ser classificadas em


alguns tipos de acordo com o microrganismo e forma de entrada no corpo. Assim, as
IRAS podem ser classificadas em:

•Endógena, em que a infecção é causada pela proliferação de microrganismos da


própria pessoa, sendo mais frequente em pessoas com sistema imune mais
comprometido;

Exógena, em que a infecção é causada por um microrganismo que não faz parte da
microbiota da pessoa, sendo adquirido através das mãos dos profissionais de saúde
ou como consequência de procedimentos, medicamentos ou alimentos contaminados;

Cruzada, que é comum quando existem vários pacientes na mesma UTI, favorecendo
a transmissão de microrganismos entre as pessoas internadas;

Inter-hospitalar, que são infecções levadas de um hospital a outro. Ou seja, a pessoa


adquire infecção no hospital em que teve alta, mas foi internada em outro.

É importante que seja identificado o tipo de infecção hospitalar para que a Comissão de
Controle de Infecção do hospital trace medidas de prevenção e controle de
microrganismos no hospital.
Conceitos

Contaminação: entrada de microrganismos em algum objeto, material ou ambiente.


Pode ser direta ou indirecta.

Infecção: Processo pelo qual ocorre invasão do corpo por microrganismos com ou
sem doença manifestada.
CONCEITOS

Limpeza: Remoção da sujidade do local, através de:

Limpeza concorrente: Limpeza e/ou desinfecção quando o ambiente se encontra


ocupado. É a limpeza diária que inclui a utilização de técnicas em todas as superfícies.
Por ser uma limpeza de rotina é realizada quantas vezes forem necessárias. A limpeza
de leitos e deve ser rotineira.

Limpeza terminal: Limpeza e/ou desinfecção após desocupação do ambiente ou


mobiliário. É o momento de realizar uma limpeza cuidadosa e minuciosa.

Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes
patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os
esporulados não são necessariamente destruídos.

Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana


(bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação
de agentes físicos e ou químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e
secagem do artigo para remoção de detritos.

Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de
microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente
asséptico é aquele que está livre de infecção.

Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de


microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-
los e para tal utilizamos antissépticos ou desinfetantes.

A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos:
degermação e antissepsia.

Degermação

É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele. Sabões e detergentes


sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e
dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas
camadas superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem
remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou flora residente.

Um antisséptico adequado deve exercer a actividade germicida sobre a flora cutâneo-
mucosa em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas.
Muitos testes in vitro foram propostos para avaliar a acção de antissepticos, mas a
avaliação definitiva desse germicidas só pode ser feita mediante testes in vivo. Os
agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos vivos são os
iodos, a cloro-hexidina, o álcool e o hexaclorofeno.
Para a desinfecção das mãos temos
•Soluções antissépticas com detergentes (degermantes) e se destinam à degermação da
pele, removendo detritos e impurezas e realizando antissepsia parcial. Como exemplos
temos:

- Solução detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo)

- Solução detergente de clorhexidina a 4 %, com 4% de álcool etílico.

• Solução alcoólica para anti-sepsia das mãos:

- Solução de álcool iodado a 0,5 ou 1 % (álcool etílico a 70%, com ou sem 2 % de


glicerina)

- Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina.


TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO

Para esterilização dos materiais dispomos de agentes físicos e químicos.

Meios de esterilização:
Físico • Radiações

• Calor seco - Raios alfa

- Estufa - Raios gama

- Flambagem
- Fulguração Químico

• Calor úmido • Desinfetantes

- Fervura
- Autoclave
Esterilização por calor úmido- autoclavação

Método físico rápido (15 a 30 min.) realizado em autoclaves, a 121ºC

As autoclaves são equipamentos que realizam o processo de esterilização utilizando

vapor saturado sob pressão

Método esporicida mais utilizado e mais confiável

Indicado para materiais termorresistentes


Modelos de autoclaves
Esterilização por óxido de etileno

Método físico-químico: associa o calor a uma gente químico (óxido de etileno)

O óxido de etileno é um gás incolor, inodor, inflamável, explosivo e carcinogênico. Em


geral, é associado a CO2 ou hidrofluorcarbonos.

Utiliza-se uma câmara semelhante a uma autoclave, com paredes bem vedadas
Monitoramento da esterilização por óxido de etileno:
CALOR SECO

Esse procedimento utiliza estufas de ar quente como forma de esterilizar os materiais. O


processo de esterilização pode ser feito por meio de quatro métodos que englobam a
técnica:

Flambagem;

Incineração;

Raios infravermelhos;

Estufas de ar quente.

Essa técnica de esterilização não é indicada para materiais de borracha, tecido e aço,
devido à sua instabilidade frente às altas temperaturas. Opte pelo calor seco somente
para a esterilização de instrumentos metálicos de ponta ou corte.
RADIAÇÃO IONIZANTE

A esterilização de materiais feita por radiação ionizante utiliza baixas temperaturas em


seu processo. Ela é indicada para materiais termossensíveis, que não suportam altas
temperaturas. O processamento com essa técnica engloba a alteração da composição
molecular das células a partir da modificação do DNA. Isso provoca a perda ou a
adição de cargas elétricas aos materiais.

ÓXIDO DE ETILENO

é indicado principalmente para materiais hospitalares que não podem ser expostos ao
calor ou a agentes líquidos, como instrumentos de uso intravenoso e cardiopulmonar.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

O peróxido de hidrogênio, também conhecido como água oxigenada, é um potente


esterilizante e desinfetante. Entretanto, esse processo não é indicado para alguns
materiais por ter alta ação corrosiva. Sua ação é mais eficaz em materiais
termossensíveis, como capilares hemodializadores e lentes de contato.
Esterilização de materiais por meios químicos

FORMALDEÍDO

O formaldeído é indicado para processamento de materiais críticos, como cateteres, drenos e


tubos de borracha, náilon, teflon, PVC, poliestireno (em ambas as formulações), laparoscópios,
artros cópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico – apenas na formulação aquosa.

GLUTARALDEÍDO

Esse processamento é indicado para a esterilização de materiais termossensíveis. Opte por


esse método ao esterilizar enxertos de acrílico, drenos e tubos de poliestireno. O glutaraldeído
também é indicado para a limpeza de equipamentos como endoscópios, conexões respiratórias,
equipamentos de terapias respiratórias, dialisadores e tubos de espirometria.
Esterilização por Radiação UV-C
Existem duas formas de esterilização por radiação:

a) Esterilização por radiação ionizante: Onde os fótons da radiação emitida possuem


energia suficiente para arrancar elétrons da estrutura da matéria esterilizada, comumente
denominada esterilização por ionização.

b) Esterilização por radiação não ionizante: Onde os fótons emitidos não possuem
energia suficiente para ionizar a matéria irradiada.
Referências bibliográficas

•Ana Luiza Rammé. NVES/DVS/CEVS. Desponivel em: ana-ramme@saude.rs.gov.br


Hinrichsen, Sylvia L. Biossegurança e Controle de Infecções - Risco Sanitário
Hospitalar. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 273-279.
•Moriya T, Módena JLP. Asepsy and antisepsy: technics of sterilization. Medicina
(Ribeirão Preto). 2008; 41 (3):
265-73.
•Renan Silva Stanic Milat. Esterilização por luz ultravioleta C (UV-C) /...[et al.]. São
Bernardo do Campo, 2021. 104 f. : il

Você também pode gostar