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O Utilitarismo

A maior felicidade do maior número


é o fundamento da moral e da
legislação.
Bentham
Utilitarismo

As sementes do utilitarismo podem ser encontradas no pensamento de David Hume (1711-


1776), que defendia que os princípios morais deveriam ser medidos pela sua utilidade. Mas
foram os pensadores Jeremy Bentham (1748-1832) e Stuart Mill (1806-1873), que deram
contornos claros para o que viria a se chamar de utilitarismo.
Consequencialismo

Estabelecer critérios para a ação


baseados nas consequências das ações
pode colocar o utilitarismo como uma
filosofia consequencialista, porém existem
divisões entre os utilitaristas que podem
aproximar, ou afastar o utilitarismo do
consequencialismo.
Tipos de Utilitarismo

De Regras: Acreditam que o princípio do cálculo


das melhores ações devem se pautar em regras,
que estabeleçam o critério de maior felicidade.

De Atos: julgam cada ato pelo seu resultado,


pautando-se pelo duplo efeito de uma ação, ou
seja, uma ação pode ter efeitos colaterais, mas é
válida se eles forem menores do que os
resultados positivos.
Utilitarismo de Jeremy Bentham
(1748-1832)

“Por princípio da utilidade entende-se aquele princípio


que aprova ou desaprova qualquer ação; segundo a
tendência de aumentar ou diminuir a felicidade da
pessoa, cujo interesse está em jogo, ou, o que é a
mesma coisa em outros termos, segundo a tendência a
promover ou a comprometer a referida felicidade. Digo
qualquer ação, com o que tenciono dizer que isto vale
não somente para qualquer ação de um indivíduo em
particular, mas também de qualquer ato ou medida de
governo” (BENTHAM, 1984, p.4”).
Polêmicas do Pensamento de Bentham

O importante jurista e filósofo inglês, considerado pai do


pensamento utilitarista, defendia certos atitudes no mínimo
questionáveis. Por exemplo, Bentham defendia que os
mendigos fossem confinados em abrigos, pois a visualização da
pobreza causava sofrimento aos transeuntes. O principal
questionamento em relação ao utilitarismo é desrespeito aos
direitos individuais, tanto é que as pessoas que defendem a
tortura utilizam argumentos utilitaristas, como um mau menor
para um bem maior.
Utilitarismo de Stuart Mill
(1806-1873)

“O credo que aceita a utilidade ou o princípio da


maior felicidade como fundação da moral sustenta
que as ações são corretas na medida em que tendem
a promover a felicidade e erradas conforme tendam
a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade se
entende prazer e ausência de dor, por infelicidade,
dor e privação do prazer” (MILL, 2000, p.187).
Utilitarismo de Stuart Mill

Mill defende a liberdade individual, algo que seria útil à longo prazo, por isso o governo só
deveria interferir para que o indivíduo não cause dano à terceiros. O autor possuí a mesma
tendência hedonista (busca do prazer) de Bentham, mas difere os prazeres superiores,
ligados ao intelecto, e os inferiores, ligados ao físico. Diferencia felicidade de
contentamento, pois somente a felicidade inclui o sentimento de dignidade.
Utilitarismo de Stuart Mill

“É melhor ser um ser humano insatisfeito do que


um porco satisfeito; é melhor ser Sócrates
insatisfeito do que um tolo satisfeito. E se o tolo
ou o porco tiverem uma opinião diferente, é
porque eles só conhecem o próprio lada da
questão” (MILL, 2011, p. 71).
Fontes

• BENTHAM, J. Uma introdução aos princípios da moral e da


legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

• MILL, J. S. Utilitarismo. São Paulo: Martins Fontes: 2000.

• MILL apud SANDEL, M. Justiça: O que é fazer a coisa certa? Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

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