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Qual o contributo de A. Smith para a Teoria Moral e Económico-Política?

Adam Smith é amplamente considerado como um dos fundadores da economia moderna e um dos
pensadores mais influentes do Iluminismo escocês. Smith é conhecido por suas contribuições à
teoria moral e econômico-política. Algumas de suas principais contribuições são:

Teoria da Mão Invisível: Smith desenvolveu a ideia da "mão invisível", que afirma que os indivíduos
que buscam seus próprios interesses egoístas, sem interferência governamental, acabam
promovendo o bem-estar econômico geral. Segundo Smith, a busca por lucro por parte dos
indivíduos empreendedores, impulsionados pela competição, leva a uma alocação eficiente de
recursos.

Teoria do valor-trabalho: Smith argumentou que o valor de um bem ou serviço é determinado pela
quantidade de trabalho que foi necessário para produzi-lo. Essa teoria ajudou a explicar a dinâmica
da economia e a estabelecer as bases da análise econômica.

Divisão do trabalho: Smith defendeu a ideia de que a divisão do trabalho é a chave para a
produtividade e o progresso econômico. Ele mostrou que a especialização dos trabalhadores em
tarefas específicas aumenta a eficiência e a produtividade.

Teoria da vantagem absoluta: Smith mostrou que o comércio internacional é mutuamente benéfico
quando os países se especializam na produção daqueles bens em que têm uma vantagem absoluta
em relação aos outros países.

Teoria da simpatia: Smith também contribuiu para a teoria moral ao defender que os seres humanos
têm uma capacidade inata de simpatizar com a dor e o sofrimento dos outros. Essa teoria é vista
como uma tentativa de explicar a empatia e a compaixão.

Em resumo, as contribuições de Adam Smith à teoria moral e econômico-política foram profundas e


influentes. Sua defesa do livre comércio, da divisão do trabalho e da competição ainda são
consideradas fundamentais para a economia moderna.

Como o Liberalismo Utilitarista pode fundamentar a Ética e o Direito

O Liberalismo Utilitarista é uma teoria ética e política que busca promover a felicidade e o bem-estar
dos indivíduos, através da maximização da utilidade ou do prazer, e da minimização da dor ou do
sofrimento. Essa teoria pode fundamentar a Ética e o Direito de diversas maneiras:

Fundamentação da Ética: Para o Utilitarismo Liberal, o objetivo da ética é promover a felicidade e o


bem-estar dos indivíduos. Dessa forma, as ações e as políticas que aumentam a utilidade são
consideradas moralmente corretas, enquanto aquelas que diminuem a utilidade são consideradas
moralmente erradas. Essa abordagem ética pode ser aplicada em diversas áreas, como nas questões
de justiça social, nos direitos humanos e na proteção ambiental.

Fundamentação do Direito: Para o Utilitarismo Liberal, as leis e as políticas públicas devem ser
criadas de forma a maximizar a utilidade e minimizar a dor e o sofrimento. O Direito, então, deve ser
criado com base em critérios utilitaristas, de modo a garantir o bem-estar e a felicidade dos
indivíduos. Por exemplo, as leis que protegem os direitos individuais, o livre mercado e a liberdade
de expressão podem ser justificadas pelo fato de que essas políticas aumentam a utilidade e
promovem o bem-estar geral.
Justificação da intervenção estatal: O Utilitarismo Liberal justifica a intervenção estatal quando essa
intervenção é necessária para maximizar a utilidade e minimizar a dor e o sofrimento. Por exemplo,
o Estado pode intervir na economia para corrigir falhas de mercado, garantir a igualdade de
oportunidades ou promover a justiça social. No entanto, essa intervenção deve ser limitada e
cuidadosamente balanceada para não prejudicar a liberdade individual e a autonomia.

Em resumo, o Liberalismo Utilitarista pode fundamentar a Ética e o Direito através da maximização


da utilidade e do bem-estar dos indivíduos, garantindo que as leis e políticas públicas promovam a
felicidade e minimizem a dor e o sofrimento.

Segundo os filósofos Bentham, Mill e Sidgwick

Henry Sidgwick foi um filósofo e utilitarista britânico que acreditava que o utilitarismo poderia servir
de base tanto para a ética quanto para o direito. Sidgwick argumentou que o utilitarismo poderia
fornecer uma estrutura para determinar quais ações eram moralmente certas ou erradas, bem como
quais leis deveriam ser promulgadas e aplicadas.

O utilitarismo é uma teoria moral que sustenta que a correção ou incorreção de uma ação deve ser
julgada com base em sua capacidade de promover a maior felicidade para o maior número de
pessoas. Em outras palavras, o objetivo da moralidade é maximizar o bem-estar geral ou a utilidade.

De acordo com Sidgwick, o utilitarismo pode fundamentar a ética e a lei de várias maneiras.
Primeiro, o utilitarismo fornece um padrão claro e objetivo para determinar quais ações são
moralmente certas ou erradas. Ao focar nas consequências das ações, o utilitarismo nos permite
avaliar seu impacto no bem-estar humano e determinar se elas promovem ou diminuem a felicidade
geral.

Em segundo lugar, o utilitarismo pode guiar a criação e aplicação de leis, ajudando-nos a


determinar quais leis têm maior probabilidade de promover o bem-estar geral. As leis que
restringem o comportamento prejudicial, por exemplo, podem ser vistas como promovendo o bem
maior ao reduzir o dano que os indivíduos podem causar uns aos outros. Da mesma forma, as leis
que atendem às necessidades humanas básicas, como o acesso à saúde e à educação, podem ser
vistas como promotoras do bem-estar geral, garantindo que os indivíduos tenham os recursos de
que precisam para levar uma vida plena.

Em terceiro lugar, o utilitarismo pode fornecer uma base para resolver conflitos morais,
permitindo-nos comparar o bem-estar geral que diferentes ações produziriam. Diante de um
dilema moral, podemos avaliar as consequências de cada ação possível e escolher aquela que tem
maior probabilidade de promover o bem-estar geral.

Em resumo, Henry Sidgwick acreditava que o utilitarismo poderia fundamentar a ética e a lei,
fornecendo um padrão objetivo para determinar quais ações são moralmente certas ou erradas,
orientando a criação e aplicação de leis e ajudando a resolver conflitos morais. Ao focar na
promoção do bem-estar geral, o utilitarismo pode fornecer uma estrutura para a tomada de
decisões éticas e legais que beneficiam a sociedade como um todo.
John Stuart Mill, um filósofo britânico e teórico político, foi um proponente do liberalismo
utilitarista, que combinava os princípios do utilitarismo e do liberalismo. Mill acreditava que o
utilitarismo poderia servir como fundamento tanto para a ética quanto para a lei, e que os
princípios do liberalismo poderiam ser usados para promover a liberdade e a autonomia
individual.

Mill argumentou que o utilitarismo fornece um padrão objetivo para determinar quais ações são
moralmente certas ou erradas. De acordo com Mill, o objetivo da moralidade é promover a maior
felicidade para o maior número de pessoas. Isso significa que as ações devem ser julgadas com
base em sua capacidade de maximizar o bem-estar ou a utilidade geral, e não em sua
conformidade com regras ou princípios morais.

Além disso, Mill acreditava que o utilitarismo poderia orientar a criação e aplicação de leis. Ele
argumentou que as leis devem ser elaboradas para promover o bem-estar geral da sociedade e que
devem ser avaliadas com base em sua capacidade de atingir esse objetivo. Por exemplo, as leis que
protegem os direitos e liberdades individuais, como liberdade de expressão e associação, podem ser
vistas como promovendo o bem-estar geral, permitindo que os indivíduos busquem sua própria
felicidade e interesses.

Mill também acreditava que o utilitarismo poderia fornecer uma base para resolver conflitos
morais. Diante de um dilema, os indivíduos podem avaliar as consequências de diferentes ações e
escolher aquela que tem maior probabilidade de promover o bem-estar geral. Isso permite que os
indivíduos tomem decisões éticas que beneficiem a sociedade como um todo, e não apenas a si
mesmos ou a um grupo específico.

Em termos de liberalismo, Mill acreditava que a liberdade individual e a autonomia eram


componentes essenciais de uma sociedade justa. Ele argumentou que os indivíduos devem ser livres
para buscar sua própria felicidade e interesses, desde que não prejudiquem os outros ou interfiram
em seus direitos e liberdades. Isso significa que leis e políticas devem ser elaboradas para maximizar
a liberdade e a autonomia individual, ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar geral da
sociedade.

Em resumo, John Stuart Mill acreditava que o liberalismo utilitarista poderia fundamentar a ética e a
lei, fornecendo um padrão objetivo para determinar quais ações são moralmente certas ou erradas,
orientando a criação e aplicação de leis e fornecendo uma base para resolver conflitos morais. Ao
combinar os princípios do utilitarismo e do liberalismo, Mill acreditava que os indivíduos poderiam
buscar sua própria felicidade e interesses, enquanto ainda contribuíam para o bem maior da
sociedade.
Jeremy Bentham foi um filósofo e jurista inglês considerado o fundador do utilitarismo. Bentham
acreditava que o utilitarismo poderia servir como fundamento tanto para a ética quanto para a lei, e
que os princípios do liberalismo poderiam ser usados para promover a liberdade e a autonomia
individual.

Bentham argumentou que o objetivo da moralidade e da lei é promover a maior felicidade para o
maior número de pessoas. Ele acreditava que as consequências das ações deveriam ser o único
critério para julgar seu valor moral. Em outras palavras, uma ação é moralmente correta se promove
a maior felicidade ou utilidade para o maior número de pessoas.

De acordo com Bentham, o utilitarismo pode fundamentar a ética e a lei, fornecendo um padrão
objetivo para determinar quais ações são moralmente certas ou erradas. Ele acreditava que esse
padrão poderia ser usado para avaliar tanto as ações individuais quanto as leis e políticas da
sociedade. Ao focar na promoção do bem-estar ou utilidade geral, o utilitarismo pode fornecer uma
estrutura para a tomada de decisões éticas e legais que beneficiam a sociedade como um todo.

Bentham também acreditava que o utilitarismo pode guiar a criação e aplicação de leis. Ele
argumentou que as leis devem ser elaboradas para promover a maior felicidade ou utilidade para a
sociedade e que devem ser avaliadas com base em sua capacidade de atingir esse objetivo. Por
exemplo, as leis que protegem os direitos e liberdades individuais, como liberdade de expressão e
religião, podem ser vistas como promovendo o bem-estar geral, permitindo que os indivíduos
busquem sua própria felicidade e interesses.

Em termos de liberalismo, Bentham acreditava que a liberdade individual e a autonomia eram


componentes importantes de uma sociedade justa. Ele argumentou que os indivíduos devem ser
livres para buscar seus próprios interesses, desde que não prejudiquem os outros ou interfiram em
seus direitos e liberdades. Isso significa que leis e políticas devem ser elaboradas para maximizar a
liberdade e a autonomia individual, ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar geral da
sociedade.

Em resumo, Jeremy Bentham acreditava que o utilitarismo poderia fundamentar a ética e a lei,
fornecendo um padrão objetivo para determinar quais ações são moralmente certas ou erradas,
orientando a criação e aplicação de leis e fornecendo uma base para resolver conflitos morais. Ao
combinar os princípios do utilitarismo e do liberalismo, Bentham acreditava que os indivíduos
poderiam perseguir seus próprios interesses e felicidade, ao mesmo tempo em que contribuíam
para o bem maior da sociedade.

“Crie toda a felicidade que puder criar: remova toda a


miséria que puder remover. Cada dia te permitirá acrescentar algo ao prazer dos outros, ou diminuir
algo de suas dores.” (Conselho de Bentham a uma jovem, 1830)

JUNÇÃO:

Jeremy Bentham, John Stuart Mill e Henry Sidgwick foram filósofos influentes que contribuíram para
o desenvolvimento do pensamento liberal no século XIX. Embora tivessem algumas diferenças em
seus pontos de vista, todos compartilhavam a ideia de que os sistemas ético e legal deveriam ser
fundamentados nos princípios do liberalismo.

Jeremy Bentham, em sua filosofia utilitarista, argumentou que as ações são moralmente corretas se
promoverem a maior felicidade do maior número de pessoas. Ele acreditava que os sistemas éticos e
legais deveriam ser projetados para maximizar a felicidade da sociedade como um todo. De acordo
com Bentham, o objetivo da lei é criar uma estrutura que permita aos indivíduos buscar seus
próprios interesses sem infringir os interesses dos outros. Ele acreditava que a lei deveria ser
baseada no princípio da utilidade, o que significa que deveria promover a maior quantidade de
felicidade para o maior número de pessoas.

John Stuart Mill, influenciado por Bentham, desenvolveu a ideia do utilitarismo das regras. Ele
argumentou que as ações devem ser julgadas com base em sua capacidade de produzir a maior
felicidade, mas também considerar as consequências de longo prazo dessas ações. Mill acreditava
que o objetivo da lei era proteger a liberdade e a autonomia individual e defendia limites ao poder
do governo para garantir que os indivíduos fossem livres para buscar seus próprios interesses sem
interferência. Mill também acreditava na importância da educação e no cultivo do caráter individual
como meio de promover a felicidade e o comportamento ético.

Henry Sidgwick, outro filósofo utilitarista, acreditava que os sistemas éticos e legais deveriam ser
baseados no princípio da imparcialidade. Ele argumentou que as decisões éticas devem ser tomadas
com base nos interesses de todos os indivíduos envolvidos, e não apenas nos interesses da maioria.
Sidgwick acreditava que a lei deveria ser elaborada para promover a maior felicidade para todos os
indivíduos, não apenas para o maior número de pessoas. Ele também enfatizou a importância da
responsabilidade individual e da virtude pessoal na tomada de decisões éticas.

Em resumo, Bentham, Mill e Sidgwick acreditavam que os sistemas éticos e jurídicos deveriam ser
fundamentados nos princípios do liberalismo, com foco na promoção da liberdade individual,
autonomia e felicidade. Eles acreditavam que a lei deveria ser concebida para promover a maior
felicidade para o maior número de pessoas, protegendo também os direitos e interesses individuais.
Além disso, todos enfatizaram a importância do caráter pessoal e da responsabilidade na tomada de
decisões éticas.

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