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BRITÂNICA
A ESCOLA CERVEJEIRA BRITÂNICA
Os vestígios arqueológicos mais antigos, de uma bebida parecida com cerveja no Reino Unido, datam de cerca de
3000 anos a.C.
Isso indica que os povos Celtas que lá habitavam já tinham sua própria história de produção de bebidas
fermentadas.
As primeiras bebidas alcoólicas produzidas nas ilhas Britânicas eram obtidas através da fermentação de cereais e
saborizadas com mel e frutas.
Eram adicionadas várias outras ervas para temperar a bebida, inclusive algumas eram psicotrópicas.
De acordo com os registros históricos, o primeiro contato do Império Romano com os Celtas ocorreu no ano 54 a.C.
e as tropas que lá chegaram encontraram os nativos bebendo cerveja.
O comum dos soldados do império era se adaptar às culturas locais, pois era muito mais fácil beber e comer o que
era produzido no local do que transportar vinho e outros alimentos da Europa continental.
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A partir do séc. 5, após a saída dos romanos, começaram a ocorrer as invasões dos povos Anglo-Saxões e Nórdicos
vindos de várias partes, e com a chegada desses novos invasores, vieram as novas bebidas.
Valem destaque:
Win : vinho
Mead: hidromel
Beor: bebida também produzida do mel com adição de ervas e frutas
Ealu: bebida fermentada de cereais, parecida com cerveja, que deu origem ao termo Ale.
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Durante toda a Idade Média, a cerveja era a bebida mais consumida no Reino Unido, pela facilidade em ser
produzida e pela segurança alimentar que era garantida.
A produção de cerveja ocorria nos monastérios, seguindo a tradição do continente, pois estes detinham
conhecimento de documentar e reproduzir receitas, e também nas casas e fazendas onde a responsabilidade era
das mulheres.
Essas mulheres cervejeiras eram conhecidas por Alewives.
Como a produção excedia ao consumo, logo se estabeleceu o comércio da bebida, tanto para moradores locais
quanto para viajantes.
Várias localidades ficaram famosas por conta das boas cervejas produzidas pelas Alewives, também por conta disso
as casas que vendiam a bebida também começaram a oferecer comida.
Existem registros que narram sobre a “Ale-stake”, quando a cerveja estava pronta para consumo as mulheres
cervejeiras colocavam espetadas sobre suas portas a Ale-stake , sinalizando que os clientes eram bem vindos.
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Durante toda a Idade Média, essa atividade era extremamente importante para a economia das pequenas
localidades.
Surgiram nessa época as Alehouses, que acabaram se tornando pontos de encontros dos habitantes das localidades,
e foi à partir dessas casas cervejeiras que surgiram as Public Houses, que além da cerveja e da comida também
ofereciam estadia aos viajantes.
Os Pubs que conhecemos hoje vieram da evolução natural do comércio e dos hábitos que giravam em torno das
Public Houses.
Com o tempo, a necessidade de aumentar a produção e a busca por maiores lucros, fez com que a produção da
cerveja migrasse para fora dos Pubs.
Foram formadas associações cervejeiras que produziam grandes quantidades e que abasteciam vários Pubs.
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O uso do lúpulo começou no séc. 14, mas somente se estabeleceu no séc. 16.
Beer : Cervejas lupuladas.
Ale: Cervejas com gruit.
A partir desse momento a produção começou a ter um formato mais profissional e as técnicas de produção e de
manuseio dos insumos ficou cada vez mais aprimorada.
O movimento de produzir cervejas nas associações contribuiu para o avanço tecnológico da produção cervejeira, a
melhora da manipulação dos insumos e da malteação, e da melhora das técnicas de uso do lúpulo, o que permitiu o
que hoje é o grande legado da escola Britânica.
Os estilos modernos ingleses têm suas raízes no sec. 17, época que o uso do lúpulo estava bem presente nas
cervejas.
No final dos anos 1600, as maltarias começaram a utilizar o carvão sem impurezas (coque de carvão), com técnicas
de aplicação de calor indireto e maior controle de temperatura foi possível a padronização do malte Pale.
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March ou October, 8% a 10%, batizadas com o nome dos meses que eram produzidas, podiam ou não ser
maturadas por mais tempo;
Algumas cervejarias ou fazendas de maior produção também tinham uma quarta cerveja, Double Beer, com mais de
10% de álcool e que eram maturadas e guardadas para ocasiões especiais.
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Entre o o fim do séc. 17 e o início do séc. 18, Londres se tornou o centro da produção.
Acontecia a Revolução Industrial, as fábricas surgiram nas cidades e a produção em larga escala permitiu a
fabricação de cerveja de baixo custo.
Cervejas castanho escuro já eram consumidas em várias regiões do Reino Unido porém sem padrão, com a
tecnologia de torrefação dos grãos cada vez melhor, foi possível padronizar as produções e foi daí que surgiram as
Porters, baratas e nutritivas eram vendidas em grandes quantidades aos trabalhadores das cidades.
Foi o período de grande expansão do consumo e produção, a Porter foi um verdadeiro fenômeno comercial por
conta da qualidade padronizada, além de ser muito saborosa.
Foi considerada a primeira cerveja industrializada.
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Curiosidade:
Em 17 de outubro de 1814, Londres foi tomada por um “dilúvio de cerveja”. Ocorreu um incidente na casa Meux &
CO Horse Shoe Brewery. Uma tina de fermentação estourou, arrastando outros barris em um efeito dominó, um
verdadeiro caos.
Toneladas de cervejas porter inundaram as ruas de Londres, a força da onda destruiu a parede do local, vazando
diretamente para as ruas. Houveram relatos de ondas de 4,5 metros de altura. Na destruição das casas, houveram
mortes, incluindo crianças.
A imprensa local na época encobriu o incidente e minimizou os danos criados pelo acidente. Problemas como
embriaguez coletiva também foram noticiados.
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Outro fruto da evolução das tecnologias de produção da cerveja foram as cervejas claras Inglesas.
As famosas Pale Ale, que se estabeleceram nos anos 1800, muitos anos após o domínio da produção dos maltes
Pale.
Foi após a invenção e do crescente uso do sacarômetro, que os cervejeiros descobriram que os maltes claros
continham mais açucares fermentáveis e somente depois dessas descobertas que o uso desses maltes ganhou força.
Além disso produzir malte claro era mais caro, então as cervejas Pale Ale somente expandiram as fronteiras quando
esse custo de produção ficou mais acessível.
Pale Ale era o termo usado para cervejas engarrafadas e Bitter para as cervejas no barril.
O termo Bitter ficou comum pelo seu uso popular, era assim que os clientes dos pubs chamavam as novas cervejas
claras e amargas, o uso do Lúpulo na cerveja chegava ao seu auge.
As produções variavam de produtor para produtor, mas basicamente eram divididas em patamares de teor
alcoólico:
Ordinary Bitter: 2,4% a 3%
Best ou Special Bitter: 3,8% a 4,6%
Extra Special Bitter: 4,6 a 6,2%
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O Reino Unido era uma nação exportadora desde o séc. XVI (fortes na navegação) e desde essa época a cerveja
inglesa já chegava em vários países do continente europeu.
Na década de 1780, o cervejeiro Londrino George Hodgson, da cervejaria Bow, começou a exportar barris da sua
cerveja October.
Era uma cerveja âmbar e muito lupulada, sua receita tinha quase um século e era produzida para longos períodos
de maturação por conta do alto teor alcoólico.
Hodgson foi procurado pela Companhia das Índias Ocidentais, pois sua cervejaria estava no rio Tâmisa próximo ao
porto onde os navios atracavam.
Era barato exportar pois os navios não cobravam taxa de frete, os barris faziam os lastros das embarcações.
A cervejaria de Hodgson concedia longos prazos de pagamento, até 18 meses.
Nos anos 1820, o filho do cervejeiro e novo administrador da cervejaria aumentou os preços e diminuiu os prazos, a
Companhia das Índias procurou novo fornecedor.
A cervejaria Allsop de Burton aproveitou a oportunidade para fornecer para esse mercado suas Ales claras e
amargas.
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Com as guerras Napoleônicas os cervejeiros de Burton estavam disponíveis para novas produções pois suas
exportações para o mar Báltico estavam bloqueadas.
Os cervejeiros do norte desenvolveram ainda mais suas produções de Pale Ale.
A Água de Burton favorecia a produção de cervejas claras e amargas, elas eram melhores e mais refrescantes que as
Pale Ale de Londres.
Água com Sulfato de Cálcio, favorece o amargor do lúpulo e a clarificação da cerveja.
O nome Índia Pale Ale se popularizou a partir dos anos 1840.
Características das Índia Pale Ale:
Âmbar claro
Aroma de lúpulo terroso e frutado
Amargor pronunciado
Teor alcoólico cima de 6%
Final seco e refrescante.
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A partir dos anos 1900 as cervejas inglesas começam a mudar novamente e passam a ser mais leves.
Influências:
Lei seca nos Estados Unidos;
Consumo excessivo de álcool;
Períodos de racionamento entre guerras;
Aumento da carga tributaria;
Popularidade da Lager de baixo custo;
Aumento da produção em larga escala;
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Principais estilos da Escola Britânica
English Bitter:
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Principais estilos da Escola Britânica
English India Pale Ale:
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
English Golden Bitter (Summer Ale):
Cervejas de referência:
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
Scottish Ales:
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Principais estilos da Escola Britânica
English Brown Ale:
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
Dark Mild Ale:
Cervejas de referência:
Surly Mild
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Principais estilos da Escola Britânica
English Old Strong Ale / Winter Warmer:
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
English Barleywine
Álcool: 8% a 12%
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
Porter
Álcool: 4% a 5,4%
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
Baltic Porter
Cervejas de referência:
Baltika #6 Porter,
Carnegie Porter
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Principais estilos da Escola Britânica
Irish Dry Stout
Cor: Preta
Cervejas de referência:
Guinness Draught,
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Principais estilos da Escola Britânica
Sweet Stout / Milk Stout
Cor: Preta
Cervejas de referência:
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A ESCOLA CERVEJEIRA BRITÂNICA
Principais estilos da Escola Britânica
Oatmeal Stout
Cervejas de referência:
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Principais estilos da Escola Britânica
Foreign Extra Stout
Cor: Preto
Cervejas de referência:
Lion Stout
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Principais estilos da Escola Britânica
Imperial Stout
Cor: Preto
Cervejas de referência:
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