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RENAM LUIS ACORSI
Introdução
+10000 a.C. ±6000 a.C. 4300 a.C. 3400 a.C. 2000 a.C.
Revogada a proibição
Skol chega da produção caseira de Surge a Kaiser, em
no Brasil cerveja nos EUA Minas Gerais
4. A cerveja requentada
O maior problema nesse caso ocorre caso a prática seja repetida várias vezes
O maior problema é uma cerveja congelar (ser submetida a extremos de temperatura)
Sim, algumas cervejas artesanais são caras até demais; mas, compare com o mundo do
vinho, por exemplo: uma excelente cerveja pode custar algo ao redor de R$ 20,00; você
compra um vinho excelente por esse preço?
Existem cervejas artesanais excelentes por preços inferiores à R$ 10,00
Mitos e verdades
Alimento (100 mL ou g) Calorias (kcal)
Bavária Premium 41
Bohemia 59
6. A pança de cerveja Devassa 40
Guinness 36
Heineken 42
Boa parte das cervejas são bem menos calóricas que Skol 41
diversas bebidas
O ABV de uma cerveja tem impacto direto nas calorias de Leite desnatado 37
uma cerveja Leite integral 57
Leite semidesnatado 46
Suco de maçã 46
O maior problema nesse caso é o excesso de consumo de Suco de laranja 45
cerveja ou o que se consome em conjunto com a cerveja!
Vinho tinto 85
Vinho branco 82
Whisky 240
Escola alemã
Engloba as cervejas produzidas na Alemanha, Áustria e República Tcheca
Essa escola é muito tradicional, ainda fazendo cervejas que seguem a Reinheitsgebot, mesmo
que não sejam mais obrigados a tal
Uma das principais características das cervejas dessa escola é a predominância de cervejas
mais maltadas e com o uso de lúpulos florais
Escola alemã
Pode-se traçar um paralelo da paixão dos alemães e sua cerveja com os brasileiros e seus times
de futebol – antigos burgos alemães abrigavam diversas cervejarias com cervejas típicas e estes
vivem trocando farpas!
Bohemia: Pilsner
Escola belga
Essa escola se apoia em costumes ancestrais, mesclando-se também com a tradição vinícola de
sua vizinha França
A escola belga destaca-se pelo uso de diversos aromatizantes, como coentro, anis, canela,
casca de laranja, gengibre, alcaçuz.
É comum o uso de frutas como ingredientes nas cervejas dessa escola
Uma das principais características das cervejas dessa escola é a complexidade dos sabores e
aromas que suas cervejas apresentam, além de um teor alcoólico normalmente mais elevado que
as demais.
Além disso, as leveduras dessa região tendem a garantir um sabor frutado para as cervejas
Escola belga
O cuidado e a atenção que os belgas dispensam às cervejas se mostram numa forma
praticamente ritualística de apreciação desta bebida!
Detalhes como a garrafa e, principalmente, o copo onde se servirá a cerveja são
observados com muito critério e cuidado! Cada marca faz questão de ser acompanhada
pela taça personalizada, adequada ao produto para exaltar suas características! Alguns
estabelecimentos, inclusive, se recusam a vender cerveja caso não tenham um copo
adequado para esta.
Na Bélgica existe uma forte relação da cerveja com o catolicismo. No passado, os monges
produziam cervejas para saciar a sede e fome. Até hoje existe uma forte atividade
monástico-cervejeira neste país.
Sete mosteiros, a nível mundial, elabora as cervejas trapistas
As Westvleteren são consideradas por alguns especialistas como a melhor cerveja do mundo.
Estas podem ser obtidas legalmente apenas na Bélgica, diretamente no mosteiro que as produz, a
um preço de cerca de 4 euros a garrafa.
Escola belga
Bière brut
Blond ale
Dark Ale
Dubbel
Flanders
Golden Ale
Saison
Tripel
Witbier
Escola britânica
Tradicionalmente conhecida por ser uma escola muito conservadora.
A Escócia costuma ter excelentes grãos, tanto para a produção de cerveja quanto de whisky.
Como o lúpulo era extremamente caro e difícil de ser importado para este local, as cervejas de lá
tendem a ser mais maltadas e adocicadas.
É comum o uso de carvalho na maturação destas cervejas, proporcionando um aroma e
sabor único!
As cervejas da escola britânica tendem a ser mais secas, mais amargas e menos carbonatadas
que as cervejas das demais escolas. Suas cervejas tendem a ter um sabor mais terroso.
A água das ilhas britânicas tendem a ser mais duras que as do continente, se tornando ideais
para a produção de cervejas dos estilos pale ale e porter!
Escola britânica
Segundo estimativas históricas, o consumo de cerveja na Inglaterra durante a Idade Média era
absurdamente alto, chegando ao nível médio de cerca de 300 litros anuais por habitante!
Um dos estilos de cerveja que mais marcou nessa escola foi a porter, uma cerveja escura e
calórica usada na alimentação de trabalhadores.
Escola britânica
Barley Wine
Bitter
Brown Ale
India Pale Ale (IPA)
Irish Red Ale
Old Ale
Porter
Scottish Ale
Stout
Degustação
Degustar uma cerveja nada mais é do que prestar atenção à cerveja que irá ser consumida, ou
seja, avaliar e descrever todos os atributos que caracterizam a bebida. Para tal, leva-se em conta
os seguintes pontos:
1. Temperatura da bebida
2. Aparência
3. Aroma
4. Paladar
5. Tato
Degustação - Temperatura
No Brasil, difundiu-se o mito que cerveja boa é aquela servida “estupidamente gelada”.
Entretanto, tal feito pode ser péssimo na hora de degustar uma cerveja. Por que?
Pilsner
Lager
Pint
Weissbier
Cálice
Snifter
Flauta
Para perceber aromas de uma bebida, o ideal é girar um pouco esta, de modo que
a agitação desprenda o gás carbônico, que irá arrastar os aromas e então tentar
identificar estes. Permita-se fazer associações livres e descreva-as para si mesmo.
Degustação - Paladar
Assim como o aroma, o paladar de uma cerveja nem sempre é fácil de se
descrever.
Componente Percentual
Carboidratos totais 70,0 – 85,0
Proteínas 10,5 – 11,5
Matéria Inorgânica 2,0 – 4,0
Lipídeos 1,5 – 2,0
Outras substâncias 1,0 – 2,0
Cevada – composição do grão
Amido é o maior componente do grão de cevada, representando até 65% da massa desta.
Os amiloplastos consistem de dois tipos de amido:
1. Amilopectina – material de cobertura, representando até 85% do amido. É insolúvel
em água e forma uma pasta em altas temperaturas.
Consiste de até 6000 resíduos de a-glicose ligadas nas posições 1-4 e 1,6 a cada 15
ou 30 resíduos de glicose.
2. Amilose – material interno. É solúvel em água e não forma pasta.
Consiste de 200 a 400 a-glicose ligadas nas posições 1,4.
Cevada – composição do grão
Cerca de 1/3 dessas proteínas passam para a cerveja – mesmo sendo uma quantidade
pequena, elas podem ter um forte impacto na cerveja.
Antigamente, quando não se tinha tecnologia suficiente para padronizar a água, o tipo de
água de uma região ditava o tipo de cerveja a ser produzida.
Água da Boêmia e de Dublin
Mesmo com a tecnologia atual, ter acesso a uma boa fonte de água ainda é indispensável
para o sucesso de uma cervejaria.
Água
A qualidade da água a ser utilizada na cerveja é determinada pelo seu sabor e conteúdo
orgânico e mineral. A partir do momento que uma água é potável, ela pode ser utilizada na
brassagem.
Cálcio
Acidifica o mosto, auxiliando na atividade enzimática e precipitação de fosfatos;
Reduz a extração de taninos e a-ácidos;
Precipita proteínas e auxilia na floculação do fermento;
Melhora a estabilidade da cerveja;
Não interfere no sabor;
Pode dificultar a fermentação por reduzir demais o fosfato no mosto;
Magnésio
Acidifica o mosto, com mesmos benefícios do cálcio;
Nutriente importante para a fermentação;
Acima de 30 ppm gera um amargor desagradável;
Efeito dos minerais na água
Sódio
Aumenta a sensação de corpo e doçura da cerveja;
Em casos onde haja muito sulfato (mais do que 100 ppm de sulfato de sódio), gera sabor
desagradável;
Cloreto
Aumenta a sensação de corpo e doçura da cerveja;
Sulfato
Acidifica o mosto, como o cálcio;
Auxilia na degradação do amido e das proteínas do malte, melhorando a filtragem e
formação de trub;
Melhora o sabor do lúpulo e diminui seu amargor;
Gera um paladar mais seco
Efeito dos minerais na água
Bicarbonato
Aumenta o pH do mosto em níveis superiores a 100 ppm;
Seu aumento no pH é resistente à acidificação da brassagem;
Dificulta a ação da a-amilase;
Gera amargor indesejável;
Indicado para cervejas pouco lupuladas;
Levedura
É a forma mais simples de fabricar cerveja – basta reidratar um extrato de mosto produzido
previamente por algum cervejeiro.
Vantagens: Desvantagens:
1. Rápido – em até 30 minutos, sua 1. Não há muita opção de
cerveja irá para o fermentador! personalização das receitas...
2. Não exige nenhum conhecimento. 2. Sempre haverá a perda de aromas,
3. Requer apenas um equipamento principalmente daqueles resultantes
muito básico. do lúpulo.
Vantagens: Desvantagens:
1. É possível fazer acréscimos de 1. Nem todos os maltes possuem
especiarias à cerveja na fervura. extratos pronto.
2. Aumenta o leque de cervejas a serem 2. É o método mais caro em custo de
produzidas. produção, devido ao extrato de malte.
3. Você se envolve mais com o processo 3. Requer mais tempo (cerca de 3,5 h) e
e começa a ganhar confiança na mais equipamentos.
produção de cerveja!
Método Avançado – o Extrato de
Malte
É o processo mais exigente, mas oferece a maior flexibilidade. Consiste basicamente de
três grandes etapas: brassagem, sparge e fervura.
Vantagens: Desvantagens:
1. Você pode fazer qualquer cerveja. 1. Requer muito mais tempo que os
2. Usa os ingredientes mais baratos. outros dois métodos juntos (pelo
menos 6,5 h).
3. Você tem controle total sobre todos os
ingredientes utilizados. 2. Pode gerar muita sujeira.
4. Pode produzir uma cerveja com uma 3. Mais coisas podem dar errado.
qualidade muito superior aos demais 4. É o que requer mais equipamentos,
métodos. resultando em um maior investimento
inicial.
Hora de fazer cerveja! (Ou não)
Não seja pão-duro na hora de limpar! Remova engates, torneiras e tampas e as limpe
adequadamente! Qualquer fissura é o suficiente para surgir um foco de contaminação.
Deve-se tomar cuidado para não gerar ranhuras em demasia no material, pois estas
pequenas rachaduras geram focos de contaminação também!
Assim que tudo estiver limpo (com detergentes tradicionais ou alimentícios, de preferência)
é a hora de sanitizar o equipamento.
Todas as peças que forem entrar em contato com o mosto após a fervura devem ser
obrigatoriamente sanitizados!
O primeiro passo: SANITIZAÇÃO
Cuidado especial com alguns dos últimos itens a serem utilizados na fabricação de
cerveja: as tampinhas e garrafas!
Utiliza escovas apropriadas para lavar as garrafas!
Tente ao menos passar uma água na garrafa para evitar que eventuais sedimentos de
levedura sequem no interior desta!
Caso haja alguma incrustação complicada de remover apenas com o uso da escova,
deixe as garrafas de molho em uma solução de água sanitária por pelo menos uma
hora!
Opções de Sanitizantes
Ácido Peracético
A água de brassagem deverá ser adicionada à panela, onde em seguida será adicionado o
malte moído.
𝒎𝒂𝟏 = 𝒎𝒈𝒓ã𝒐𝒔 ⋅ 𝟐, 𝟒𝟒
Dando vida à cerveja!
Brassagem - Enzimas
Proteases – Tótima entre 45 e 55 ºC; pHótimo entre 4,6 e 5,3 ºC
É necessário deixar esta enzima atuar por mais tempo (descanso proteico) quando se trabalha com
cereais de alto valor proteico, como trigo e aveia. Esse descanso pode demorar de 20 a 60 minutos,
dependendo da quantidade destes cereais.
Para tal, basta pingar uma gota de iodo em uma gota de mosto e verificar a cor:
NUNCA deixe a temperatura nessa etapa ficar superior a 78 ºC! Isso pode fazer com que
taninos e outras substâncias indesejadas sejam extraídas do malte, o que pode gerar off
flavors!
Ao fim desta etapa, caga kg de grãos utilizados tende a absorver cerca de 1 L de água!
Extraindo tudo do malte!
Sparge ou Lautering
Passados os 15 minutos da parada enzimática, tampe a panela de brassagem e deixe os
grãos e cascas assentarem no fundo da panela, o que irá gerar o seu leito filtrante. Nunca
deixe de usar um braço de sparge nessa etapa, pois isso pode criar caminhos preferenciais
no leito de grãos!
O sparge é uma etapa a ser levada a sério! As melhores cervejarias do mundo utilizam essa
prática e fazem a recirculação por pelo menos uma hora!
Para o sparge, você deve ter a seguinte quantidade de água disponível numa temperatura
entre 76 e 80 ºC:
𝒎𝒂𝟐 = 𝒎𝒂𝟏 ⋅ 𝟏, 𝟓
Extraindo tudo do malte!
Sparge ou Lautering
Você pode iniciar a recirculação desta etapa com o próprio líquido já presente na panela de
brassagem. Caso deseje, pode encher um pouco mais a panela com a água de recirculação
(secundária).
Se, ao término da recirculação, a densidade de sua cerveja estiver abaixo do esperado, você
pode retornar parte do mosto para a panela de brassagem e recircular por mais um tempo,
até que a densidade atinja o valor desejado.
Durante a recirculação de líquido, você pode fazer uso de peneiras para acelerar a remoção
de resíduos.
Quase acabando...
Fervura e Lúpulos
Terminada a recirculação, é a hora de aumentar de verdade a temperatura do líquido! A
fervura deve durar em média 60 minutos, de modo a auxiliar consideravelmente com a
esterilização do mosto que se tornará cerveja e sua clarificação. É nessa etapa também que
você acrescenta o lúpulo!
Ao término da fervura, o mosto deverá ser resfriado rapidamente até uma temperatura igual
a de fermentação.
Muito cuidado a partir daqui! O mosto resfriado é muito suscetível à contaminação
externa!
Para fazer um starter, é recomendável dissolver 100 g de DME (extrato de malte seco) em
1 L de água, esterilizando-os com fervura. Após resfriar essa mistura em torno de 30 ºC,
dissolva a levedura, cubra o frasco e agite bem para aerar o máximo possível o mosto.
Deixe o starter se propagar por pelo menos dois dias, agitando periodicamente para aerar.
Você pode aerar o mosto antes da fermentação também. Normalmente, ales não tem
problemas com isso, mas lagers precisam de aeração para uma fermentação saudável!
Colocando o filho para dormir
Fermentação e Maturação
Para estimar o álcool de sua cerveja:
𝑨𝑩𝑽 = 𝑶𝑮 − 𝑭𝑮 ⋅ 𝟏𝟑𝟏, 𝟐𝟓
Durante a maturação, alguns off flavors são absorvidos pelas leveduras assim como alguns
aromas são destacados, melhorando a qualidade da cerveja.
Última etapa!
Engarrafar
Finalizada a maturação, basta então preparar o priming e engarrafar a bebida!
O priming pode ser adicionado de uma vez em todo o conteúdo de cerveja ou pode ser
adicionado em cada uma das garrafas.
Após engarrafada a cerveja, esta deve ficar em temperatura média de 25 ºC, em local sem
variação brusca de temperatura, por um período de sete a dez dias. Para melhorar o
controle da carbonatação, é aconselhável o uso de um manômetro de garrafa para
acompanhar a pressurização.
Última etapa!
Engarrafar
Estilo de cerveja Volume de CO2 Açúcar de cana (g/L) DME (g/L)
Lager clara, bock, pale ale e fruit 2,5 6,5 8,4
Lager escura 2,6 6,9 8,9
IPA, suaves, herbáceas ou com especiarias 2,0 4,5 5,8
Sour, lambic ales, de trigo ou centeio 3,75 11,5 14,9
Bitter 1,5 2,5 3,2
Strong ale 1,9 4,1 5,3
Brown ale 1,75 3,5 4,5
Stout e porter 2,0 4,5 5,8