Você está na página 1de 27

OS DIREITOS HUMANOS

Evolução dos direitos humanos

O Padre Bartolomeu de las O Padre António Vieira (1608-1698)


Casas (1474-1566) foi um grande destacou-se na defesa dos povos
defensor dos direitos dos índios. índios e dos escravos.
Evolução dos direitos humanos

1673 – Poullain de la Barre (1647- 1688 – é estabelecido, no Parlamento inglês, o Bill


1723) fundamentou a igualdade of Rights com o objetivo de o monarca Guilherme
entre homens e mulheres. de Orange respeitar os direitos do povo.
4 de julho de 1776 – Declaração da independência dos EUA

São proclamados alguns direitos como,


por exemplo, o direito de associação, a
liberdade religiosa, a liberdade de
expressão do pensamento, a liberdade
de imprensa e o direito a não ser
sujeito a castigos cruéis.
Precursores da Revolução Francesa

Montesquieu Voltaire Rousseau e a obra “O Contrato Social”)

 Montesquieu (1689-1755) defendeu as doutrinas constitucionais liberais que se


baseiam na separação de poderes (legislativo, executivo e judicial).

 Voltaire (1694-1778) defendeu a liberdade de consciência e a legalidade das penas.


Fez campanhas a favor das vítimas dos erros judiciários.

 Rousseau (1712-1778), filósofo e escritor, foi um grande defensor da igualdade e da


liberdade e considerou que a lei deveria ser a expressão da vontade geral.
Direitos humanos de 1.ª geração (direitos civis e políticos)

Revolução Francesa
(1789)

“Déclaration des droits de l’ homme et du citoyen”


(“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”).
Direito das mulheres à cidadania

Olympe de Gouges Mary Wollstonecraft

 1791 – Olympe de Gouges: “Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne”


(“Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”).

 1793 – Mary Wollstonecraft: “A vindication of the rights of woman”


(“Uma Reivindicação dos Direitos da Mulher”).
Luta pelo direito de voto para as mulheres
As sufragistas e as suffragettes

A luta pelo direito de voto


para as mulheres
desenvolveu-se ao longo
do século XIX e na 1.ª
metade do século XX com
o movimento das
sufragistas e das
suffragettes (sufragistas
com ações mais radicais).
Luta pelo direito de voto para as mulheres
As sufragistas e as suffragettes

Emmeline Pankhurst
(1858-1928), uma das mais
destacadas suffragettes
britânicas, foi presa várias
vezes e fez greve de fome
(tendo sido alimentada à
força).

Criou a organização
sufragista “Women’s Social
Political Union”, que realizou
ações radicais pelo direito ao
voto das mulheres.
Luta pelo direito de voto para as mulheres
As sufragistas e as suffragettes

Suffragettes em greve de fome, alimentadas à força.


Direitos humanos de 2.ª geração
(direitos económicos e sociais)
Rosa Luxemburgo
(1871-1919)

“Por um mundo
onde sejamos
socialmente iguais,
humanamente
diferentes e
totalmente livres”.

As lutas operárias no século XIX e na 1.ª metade do século XX tiveram como principais
objetivos a luta por melhores condições de trabalho (melhores salários, diminuição da jornada
de trabalho e repouso semanal) e o direito à cidadania.

Possibilitaram a conquista de vários direitos políticos, económicos e sociais como, por


exemplo, a jornada de trabalho das 8 horas diárias e o princípio de “para trabalho igual,
salário igual”.
Declaração Universal dos Direitos Humanos

10 de dezembro de 1948
Aprovação da Declaração Universal dos Direitos
Humanos pela Assembleia Geral das Nações Unidas
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Declaração Universal dos Direitos Humanos

Artigo 7.º
(Igualdade perante a lei)

Todos são iguais perante a lei e, sem


distinção, têm direito a igual proteção
da lei. Todos têm direito a proteção
igual contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e
contra qualquer incitamento a tal
discriminação.
Direitos das crianças

1946 – Criação da UNICEF pela


ONU

1959 – Declaração sobre os


Direitos da Criança aprovada
pela ONU

1989 – Convenção sobre os


Direitos da Criança (CDC)
aprovada pela ONU

1993 – Início da Marcha Contra o


Trabalho Infantil
Direitos das crianças
Eliminação das discriminações raciais

Rosa Parks, em 1955,


praticou um ato de
desobediência civil, nos EUA,
ao recusar-se a ceder o lugar
a um branco no autocarro,
como estabelecia o
regulamento, dando origem
ao movimento de defesa dos
direitos civis.
Eliminação das discriminações raciais

Martin Luther King é


galardoado com o Prémio
Nobel da Paz, em 1964, devido
à sua luta pela igualdade de
direitos civis dos cidadãos e
cidadãs afro-americanos nos
EUA. É assassinado em 1968.

Em 1965, é aprovada pela


ONU a Convenção
Internacional para a Eliminação
de Todas as Formas de
Discriminação Racial (ICERD,
da designação em inglês).
Eliminação de todas as formas de discriminação
contra as mulheres
1979 – Aprovação da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Contra as
Mulheres (CEDAW, da designação em inglês)
pela Assembleia Geral das Nações
Unidas.

1995 – Plataforma de Ação de


Pequim, aprovada na 4.ª Conferência
das Nações Unidas sobre as
Mulheres.

2000 – Plataforma de Pequim + 5


(Conferência das Nações Unidas de
“Pequim + 5”).
Direitos humanos de 3.ª geração (direitos coletivos)
Foram os povos africanos que introduziram a noção de direitos coletivos, ao
aprovarem na OUA (Organização de Unidade Africana), em 1981, a Carta
Africana dos Direitos Humanos.
Foram, então, estabelecidos os
direitos dos povos ao
desenvolvimento e a um ambiente
equilibrado, o que levou, em 1986,
a ONU (Organização das Nações
Unidas) a integrar também os
direitos coletivos: direito à paz, ao
desenvolvimento, a um ambiente
equilibrado e ao usufruto do
património da Humanidade, por
exemplo.
Direito ao desenvolvimento
(direito humano de 3.ª geração)
Direito coletivo – diz respeito a todas as pessoas. Implica que todos os seres
humanos tenham acesso à satisfação das necessidades básicas e que haja
igualdade de oportunidades para todos para que a justiça social seja uma
realidade.
O desenvolvimento constrói-se
com a participação democrática
das populações na condução
dos seus destinos, respeitando
o direito ao desenvolvimento
das gerações vindouras.
Direito à democracia, à informação e ao pluralismo
(direito humano de 4.ª geração)
Direitos humanos de 4.ª geração – acompanham o processo de globalização
e estabelecem que as pessoas tenham uma vivência democrática e informada.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
(2015-2030)

ODS
“A Estrada Para a Dignidade até 2030:
Erradicar a Pobreza, Transformar Vidas e Proteger o Planeta”
Características dos direitos humanos
Características dos direitos humanos
Os direitos humanos dizem respeito a todos os seres
humanos, independentemente do género, etnia, religião,
Universalidade classe social, língua, ideologia, território de origem,
ascendência, convicções políticas, orientação sexual ou
nacionalidade, entre outros.

Os direitos humanos não podem ser separados uns dos outros,


não se devendo garantir um direito humano em detrimento de
Indivisibilidade
outros; não é possível considerar uns direitos mais importantes
do que outros.

Todos os direitos humanos estão inter-relacionados: a violação


Interdependência
de um deles põe em causa o respeito pelos outros.

Todos os direitos humanos pertencem a todas as pessoas, não


Inalienabilidade podendo ser cedidos por ninguém, pois dizem respeito a cada
ser humano.
Os direitos humanos não são respeitados

A população refugiada sob a


proteção do ACNUR (Alto
Comissariado das Nações
Unidas Para os Refugiados)
praticamente duplicou desde
2012 e a tendência tem sido para
o aumento destes números.
Os direitos humanos não são respeitados
Registavam-se em junho de 2019:

 70,8 milhões de deslocados;

 25,9 milhões de refugiados (incluindo 5,5 milhões de palestinianos refugiados);

 20,4 milhões de refugiados sob a proteção do ACNUR;

 3,5 milhões de requerentes de asilo;

 41,3 milhões de deslocados internos;

 2,9 milhões de pessoas retornadas aos seus países de origem;

 138 600 crianças sem acompanhamento ou separadas das suas famílias;

 Quase metade dos refugiados são menores de 18 anos;

 37 mil novos deslocados a cada dia de 2018;

Fonte: Números do ACNUR de junho de 2019 https://www.unhcr.org/globaltrends2018/).


Quem é vulnerável e porquê?
Quem é vulnerável e porquê?

Quem? A quê? Porquê?

Os pobres, os Choques económicos, Capacidades limitadas


trabalhadores informais choques na área da
e os socialmente saúde
excluídos Localização, posição na
sociedade, períodos
Catástrofes naturais, sensíveis no ciclo de vida
Mulheres, portadores alterações climáticas,
de deficiência, perigos industriais
migrantes, minorias, Fraca coesão social,
crianças, idosos e instituições sem
jovens Conflitos, agitação civil capacidade de resposta,
fraca governação

Comunidades inteiras,
regiões
Fonte: PNUD, Relatório de Desenvolvimento Humano, 2014.

Você também pode gostar