UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Escrevendo as seções de um artigo científico

Capítulo 2 : Materiais e Métodos

Capítulo 6 : Título e Resumo

Evanice Medeiros de Paiva

24 de Agosto de 2022 1
 ÍNDICE
• Parte 1 Título e Resumo
1.1 Objetivo do Título e Resumo
1.2 Escrita do resumo
1.3 Escolha do Título
• Parte 2 Materiais e Métodos
2.1 Algoritmos
2.2. Instruções completas
2.3 Estatística
2.4 Organização
2.5 Variáveis - chaves

2
 Parte 1: Título e Resumo

OBJETIVO DO TÍTULO E RESUMO

3
“O propósito de um
título e resumo é
frequentemente
descrito como
‘vender’ o artigo”
“O objetivo do
título e do resumo
é fazer com que
as pessoas certas
leiam seu artigo”

Charles Caleb Colton: O melhor escritor é quem dá ao seu

leitor mais informações e tira dele o mínimo de tempo.
4
 Leitor errado
não perde
tempo no
paper errado

Título e resumo
bem escritos

Leitor certo
não pula por
engano o
paper certo

5
 Leitor errado
não perde
tempo no
paper errado

Título e resumo O título deve ser a

bem escritos última etapa que
um autor escreve.

Leitor certo
não pula por
engano o
paper certo

6
ESCRITA DO RESUMO

7
1) Histórico/ Erro mais comum: Não dar muita atenção a ele!
5) Conclusões/
motivação/ 3)Abordagem/ implicações
contexto método(s)/
 Considerar uma reflexão tardia
procedimento(s)/
 Utilizar o primeiro parágrafo da
materiais introdução.

2) Objetivo/
Édeclaração
improvável do
que um resumo tão pobre encoraje um leitor em potencial (ou um
problema 4) Resultados
editor) para se aventurar mais.

Escrevendo
um resumo

8
 Cinco estruturas do resumo

1) Histórico/
5) Conclusões/
motivação/ 3)Abordagem/ implicações
contexto método(s)/
procedimento(s)/
materiais

2) Objetivo/
declaração do 4) Resultados
problema

Escrevendo
um resumo

9
 cinco componentes –

 se faltar -> pobre

 cerca de 150 ± 200 palavras; correspondência entre leitor e
o paper;
 Conciso e preciso;

Resumo
 Se for longo - os leitores
RESUMOS

típico podem desistir antes de

descobrir do que se trata o
jornal;

 Obrigatórios na maioria dos periódicos médicos;

 Não muito comuns na engenharia e nas ciências

Resumo físicas;

Estruturado  Formaliza as cinco estruturas, adicionando

subtítulos e subseções ao resumo.

 Evita frases inúteis : “neste artigo” e “nós

relatamos” ou “serão discutidos”.

10
 Background: Quais questões levaram
a este trabalho? " Qual é o ambiente
Vantagens
que torna este trabalho interessante ou
importante²" James Hartley (revisou cerca de 31
estudos realizados até 2004),
Subsessões Objetivo: O que você planeja alcançar
mostrou que:

neste trabalho? Qual lacuna está  resumos estruturados contém

sendo preenchida? mais informações;

Abordagem: Como você começou a  são mais fáceis de ler;

alcançar seus objetivos (por exemplo,
método experimental, abordagem de  são mais fáceis de pesquisar;
simulação, abordagem teórica,
combinações destes, etc.)?
 facilitar a revisão;

Resultados: Quais foram os principais  são preferidos por leitores e

resultados do estudo (incluindo autores.
números, se apropriado)"

Conclusão: Quais foram as suas Isso é muito bom, mas a maioria

principais conclusões? Por que os dos periódicos não usa resumos
resultados são importantes?
estruturados 11
 Exemplo de resumo estruturado
Antecedentes: A taxa de desenvolvimento de fotorresistência
pode ser definida microscopicamente (a taxa de
desenvolvimento em um ponto) ou macroscopicamente (a taxa
de propagação de uma altura média de resistência). Na
presença de ruído estocástico, essas duas taxas serão
diferentes.
Objetivo: Para calibrar corretamente os simuladores de
litografia, a diferença entre essas duas definições de taxa de
desenvolvimento deve ser quantificada.
Abordagem: Usando derivações teóricas e um simulador de
resist estocástico (Monte Carlo), a taxa de propagação de uma
superfície de resist é caracterizada na presença de variação
estocástica na concentração de desproteção de resist e uma
resposta de taxa de desenvolvimento não linear.
Resultados: A taxa de propagação resultante pode ser mais
de uma ordem de grandeza maior do que para o caso de
nenhum ruído estocástico. A correlação na taxa de
desenvolvimento cria uma inibição efetiva da superfície em
uma profundidade na resistência de vários comprimentos de
correlação.
Conclusões: As diferenças entre a taxa de dissolução
microscópica e macroscópica podem ter um efeito importante
sobre como os modelos de taxa de desenvolvimento devem
ser calibrados, dependendo de seu uso em simuladores de
litografia contínua ou estocástica.
Resumo estruturado
A taxa de desenvolvimento de fotorresistência pode ser
definida microscopicamente (a taxa de desenvolvimento em
um ponto) ou macroscopicamente (a taxa de propagação de
uma altura média de resistência). Na presença de ruído
Exclui subtítulos e estocástico, essas duas taxas serão diferentes. Para calibrar
corretamente os simuladores de litografia, a diferença entre
quebra de linhas essas duas definições de taxa de desenvolvimento deve ser
quantificada. Usando derivações teóricas e um simulador de
resist estocástico (Monte Carlo), a taxa de propagação de uma
superfície de resist é caracterizada na presença de variação
estocástica na concentração de desproteção de resist e uma
resposta de taxa de desenvolvimento não linear. A taxa de
propagação resultante pode ser mais de uma ordem de
magnitude maior do que para o caso de nenhum ruído
estocástico. A correlação na taxa de desenvolvimento cria uma
inibição efetiva da superfície em uma profundidade na
resistência de vários comprimentos de correlação. Esses
resultados mostram que as diferenças entre a taxa de
dissolução microscópica e macroscópica podem ter um efeito
importante sobre como os modelos de taxa de
desenvolvimento devem ser calibrados, dependendo de seu
uso em simuladores de litografia contínua ou estocástica.
12
 Considerações adicionais : resumo estruturado

Teste após escrita: Autocontido;

1 . consistente com o corpo
do artigo?
2. Informações podem ser
Escrito após artigo encontradas no corpo do
artigo?
completo;
Evite abreviaturas e
siglas;
Mantenha o público em
Não faça referência a
figuras ou tabelas; mente;

3. Informações importantes
do artigo estão no resumo? Não use a primeira
pessoa (´eu´ ou nós´ ou
´´o autor´
4. Há alguma palavra-chave
do artigo que está faltando
no resumo?

13
ESCOLHA DO TÍTULO

14
 Reflete o
Escrito por objetivo e a
último abordagem
do trabalho
TÍTULO

Claro e
informativo
O título deve
ser o mais
específico
possível
Ex.: Impacto da temperatura e pressão na uniformidade da
composição de ligas de alumínio depositadas por pulverização
catódica

Ex.: A otimização da temperatura e da pressão melhora filmes

de liga de alumínio depositados por pulverização catódica

15
 Teste o seu título

 O título do seu manuscrito, visto isoladamente, fornece uma indicação completa,

concisa e específica da trabalho?

 Alguém interessado no tema exato do seu artigo, lendo este título, estaria inclinado a
ler o resumo?

16
Palavra- chaves

Se você estivesse procurando um artigo exatamente sobre o tópico

do seu manuscrito, quais palavras você digitaria em um mecanismo
de pesquisa para encontrá-lo ?

 "termos do assunto“ - mecanismos de pesquisa gerais ou

específicos da ciência

 As palavras-chave mais importantes devem ser encontradas no

título e no resumo várias vezes.

17
 Parte 2 : Materiais e Métodos

CADERNO DE LABORATÓRIO

18
 “Se você seguir
minha receita,
obterá meus
resultados”.

O princípio crítico é:

cada observação que você registrar na seção de Resultados do seu

artigo deve ser o produto de procedimentos reproduzíveis que estão
completamente detalhados na seção Materiais e Métodos.

O núcleo de qualquer artigo

científico deve incluir uma
receita que outros possam
usar para reproduzir seus
dados. 19
Caderno de Laboratório

 Preencha a seção de Materiais e Métodos de seu

caderno de laboratório ou diário computadorizado
Materiais e Métodos enquanto estiver no meio de seus experimentos;

“Pipeta de vidro borossilicato

polido a fogo usado. Colocado  Liste todas as substâncias e suprimentos, as
embrião de Xenopus único, ferramentas, instrumentos, aparelhos, artifícios,
pré-lavado e sem membrana
vitelina, em placa de Petri de
técnicas, procedimentos e soluções.
vidro autoclavado contendo
10% de solução de Holtfreter
feita com água de torneira  Escreva receitas e desenhe diagramas.
duplamente destilada.
Repetido 7 vezes.”

20
Algoritmos

21
 Fluxograma que descreve
os passos necessários
para ir do Ponto A ao Ponto
B

Algoritmos

Escreva suas receitas de

Materiais e Métodos como
algoritmos

22
Exemplo:
Não escreva:
“A localização da ponta do axônio foi medida com precisão a cada 10 minutos.”

“Em intervalos de 10 minutos, a fita de vídeo foi interrompida. A localização da ponta do axônio foi então
medida (com um erro de +/- 1 quadrado de grade) em uma grade de plástico transparente de 15 cm × 15 cm
de 5 quadrados/cm.”

Não escreva:
“As dimensões fractais foram testadas quanto à sua significância estatística.”

“Os valores de p para significância estatística foram calculados a partir de testes t das médias dos logs das
dimensões fractais. (Consulte o Apêndice para um método de cálculo das dimensões fractais.)”
23
 Algoritmos

Anote o conjunto completo de instruções que permitirão que outros

pesquisadores repitam suas ações ;

Detalhados e inequívocos;

Não use palavras imprecisas : “As vezes”, “de vez em quando” ou “talvez”. Ex.: “Às
vezes, era necessário usar uma espátula de vidro revestida de teflon.” ;
“As medições foram feitas a aproximadamente 45 rpm”

Defina todos os seus termos técnicos e abreviações;

Ex.: “Cortef (comprimidos de hidrocortisona da marca Pfizer)”

24
Incluir instruções completas

25
 Incluir instruções completas
Um relatório sobre o papel do hormônio juvenil durante o desenvolvimento de mariposas
(Williams, 1961):

“2. Excisão de corpora allata larval

Pares combinados de larvas foram sacrificados e os corpos allata dissecados de suas cabeças,
como descrito anteriormente no caso de corpora allata adulto (Williams, 1959, página 327). Em
certos experimentos foi necessário extirpar os corpos allata sem matar as larvas doadoras. Por
adaptações de um método sugerido pelo Dr. William Van der Kloot (observações não
publicadas), foi utilizada uma abordagem cirúrgica pela parte inferior do pescoço, como segue: Um
3 cm. O comprimento da cavilha foi preso a uma pequena placa de base de modo que a cavilha
ficasse verticalmente acima da placa perfurada do funil de anestesia...”

QUAL MÉTODO???
26
Estatísticas

27
 Estatísticas
Se seus experimentos produzirem dados numéricos, você sem dúvida
descreverá os dados estatisticamente;

Os Materiais e Métodos devem explicar os métodos estatísticos que você

usou (inclua citações de suas fontes exatas – livros estatísticos, artigos
técnicos e programas de computador).

Além disso, quando seus experimentos foram construídos usando um design

estatístico pré-planejado, este é o lugar para explicar os detalhes.

28
Organização

29
 Organização

2) Agrupe as instruções
1) Organize as receitas
em unidades
- Cronologicamente;
-Juntar todos os
procedimentos que tratam
de assuntos experimentais;
-organização que facilite o
seu manual de instruções;

Dê-lhes títulos claros e explicativos,

como:

“Anestesiando as moscas da fruta”

“Construindo os eletrodos”
30
“Medindo o pH das Amostras Iniciais”
 Variáveis-chaves
Centralize seu artigo em torno das principais variáveis;
Liste as variáveis que estudará;
 Escreva as variáveis-chave no cabeçalho dos rascunhos das seções Resultados,
Discussão, Título e Resumo do seu artigo.
Exemplo: Suponha que você está avaliando a altura de meninas de dois anos cujas mães têm QI acima de
130.

O foco : o QI de uma mãe e a altura de seu filho de dois anos.

Os Materiais e Métodos completos para este estudo podem incluir receitas para:

Encontrando mães de alto QI de meninas de dois anos

Alistando mães no estudo
Verificando pontuações de QI
Verificando a idade das crianças
Medindo a altura das crianças
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Métodos estatísticos
 Referências

KATZ, Michael Jay. From research to manuscript: A guide to scientific writing. Springer
Science & Business Media, 2009.

P. Kukołowicz, How to write a good scientific paper, 2017. https://doi.org/10.1515/pjmpe-

2017-0001.

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