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A Estrutura do Texto
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Curso do Encceja Redação
Capítulo 2
A ESTRUTURA DO TEXTO
Agora que você já sabe o que é dissertação, sabe da importância de escrever em 3ª pessoa e
entendeu o que é “opinar”, agora chegou a hora de entender a estrutura interna da dissertação.
A ESTRUTURA DA REDAÇÃO
Para você ter sucesso na elaboração da Redação do Encceja, o primeiro passo é você ter sempre em
mente que o resultado da sua produção precisa estar dividido em três partes para atender o estilo de
texto dissertativo-argumentativo, exigido pelo Encceja.
a. Introdução (tese);
b. Desenvolvimento (argumentação); e
c. Conclusão (proposta de intervenção).
A ligação entre essas três partes, a Introdução, o Desenvolvimento, e a Conclusão deve fluir na sua
escrita, observando os critérios de coerência e coesão.
Dica de Pausa!
Você já sabe o que “são critérios de coerência e coesão”? Na verdade, vamos explicar bem
detalhado na aula 6, mas, você já pode ir aprendendo desde agora que “coesão e coerência” nada
mais são do que “amarrar” as partes do texto. Assim um parágrafo “costura”com o outro, a sua
redação não fica com aquele “jeito de lista”. Isto é: a introdução, desenvolvimento e conclusão
devem estar bem amarrados – relacionados entre si – para que o texto possa ser lido com fluência. 2
Introdução 1 parágrafo
Desenvolvimento 2 parágrafos
Conclusão 1 parágrafo
Realização
Você faz a Introdução colocando a sua Tese em um parágrafo; desenvolve os seus argumentos em
dois parágrafos; e conclui em mais um parágrafo. Pronto. Você faz a sua redação bem completa em
apenas quatro parágrafos.
Dica de Pausa!
Você agora pode estar se perguntando: “puxa, mais eu não sei nem o que é “Tese”, nem o que são
“argumentos”, será que vou conseguir entender o esquema abaixo? Vai conseguir, sim. Vamos lá:
a) Primeiramente, a ideia aqui é apresentar o esquema para você ter uma visão geral das partes
da redação. Só queremos, primeiro, que perceba as três partes de forma ampla.
b) Olhe para o esquema abaixo e visualize sua redação com 4 partes (feche os olhos e imagine
sua redação bonitinha com 4 parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho). Visualizou?
c) Legal! Agora, nós vamos explicaremos poucos as informações que cada parágrafo deve conter
e os conceitos – como “tese”, “argumento”, “tópico frasal”, entre outros - vão sendo explicados
para você ao longo dessa aula e das seguintes.
Veja, de forma esquematizada, o esqueleto de um texto dissertativo com as opções daquilo que você
pode usar em cada parágrafo:
Apresente o tema e o recorte que você fará dele. Evite fazer rodeios. É
recomendável que a tese seja exposta para direcionar a leitura e mostrar sua linha
de raciocínio. Pode conter:
Introdução • tópico frasal contendo a tese (olhar crítico diante do tema);
(1º parágrafo)
• introdução-roteiro expondo o plano de desenvolvimento (roteiro);
• definição/ declaração;
• referência histórica / contextualização no presente.
Essa parte é importante: por isso coloque tudo da forma mais clara possível para 3
que o leitor compreenda seu ponto de vista. Para deixar organizado, uma dica é
reservar um parágrafo para cada argumento. As estratégias de argumentação
podem se basear:
• causas/ consequências;
Desenvolvimento • prós/ contras;
(2º e 3º parágrafos)
• enumeração;
• fatos concretos/ exemplificação;
• comparações/ contrastes;
• argumentos de autoridade/ citações/ dados de pesquisa(s);
• ordenação cronológica/ fatos históricos.
Opções de conclusão:
• Retomar as ideias expostas na introdução, junto com os principais
Conclusão
(4º parágrafo) argumentos que a justificam para confirmar a tese e encerrar o debate.
• Você que você pode apresentar uma proposta de intervenção social ou e
melhoria para o problema.
Agora que você já visualizou o conjunto e percebeu a necesisdade de sua redação possuir uma
estrutura padrão, vamos explicar cada parte individualmente.
Realização
» Apresentação do tema;
» Tese - opinião - ponto de vista.
Sobre o que é opinião, já falamos um pouco disso na aula 1 e vamos falar mais na aula 4 , quando
desenvoverems juntos uma redação. Podemos agora reforçar queopinião é o recorte u ponto de vista
com que se aborda o tema. Vamos desenvolver juntos isso na aula 4.
Agora, vou apresentar a você uma introdução de uma redação de ensino médio sobre Lixo Eletrônico
para analisarmos o que foi usado:
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Contextualização histórica
Essa introdução possui três períodos (período é a frase determinada por pausa forte – ponto final). Veja:
Realização
Depois, no 2º período, colocou o tema em forma de problema (veremos na aula 4 que todo tema é,
na verdade, uma problemática a ser resolvida ou minimizada). Aliás, ao colocar o tema como um
problema, você já está opinando!
Dica de pausa!
IMPORTANTE: Qual foi o período em que o tema foi aprsentado como problema? O 2º período.
Logo, ele é chamado de TÓPICO FRASAL!
Portanto, tópico frasal é a parte mais relevante de um parágrafo, na qual o escritor coloca o tema e a
problemática que envolve.
Para finalizar a análise dessa introdução, note que as expressões “Dessa forma”, “Entretanto” e “tais
como” fazem a amarra das partes, ou seja, fazem a COESÃO TEXTUAL.
II - DESENVOLVIMENTO
Vamos falar do desenvolvimento da redação? É nessa parte que você vai aprofundar a sua opinião e
as ideias apresentadas na introdução. É a hora de apresentar números, argumentos ou citações para
confirmar a sua Tese.
Ao ler todo o esquema anterior e ver tudo o que pode ser colocado em um desenvolvimento, você
pode ficar perdido, pois há muita informação. Calma! O esquema acima apenas proporciona a você
um cardápio de opções: quais informações você pode colocar no desenvolvimento.
Como sua redação terá uma opinião sobre um problema apresentado pelo Encceja (o tema), essa
opinião deverá ser confirmada por meio dessas estratégias.
As famosas frases “porque sim”, “porque não”, que trazem humor ao quadrinho acima, não
convencem por meio de argumentos: tentam impor a opinião sem discussão.
Realização
E, como dizia o poeta russo Joseph Brodsky (1940-96), falsos sentimentos são comuns nos seres
humanos, e quando se tem um número grande deles juntos, a possibilidade de falsos sentimentos
aflorarem cresce exponencialmente.
Em 1979, o historiador americano Christopher Lasch (1932-94) publicava seu best-seller acadêmico
"A Cultura do Narcisismo", um livro essencial para pensarmos o comportamento no final de século
20. Ali, o autor identificava o traço narcísico de nossa era: carência, adolescência tardia, incapacidade
de assumir a paternidade ou maternidade, pavor do envelhecimento, enfim, uma alma ridiculamente
infantil num corpo de adulto.
Acesse o texto integral: Folha.com - Colunistas - Luiz Felipe Pondé - Narcisismo no “Face” - 16/04/2012 (uol.com.br)
A pesquisa envolveu 294 estudantes da universidade em questão, entre 18 e 65 anos, e seus hábitos
no "Face". Além do senso de merecimento e desejo de manipulação mencionados acima, são traços
"tóxicos" (como diz o artigo) da personalidade narcísica com muitos amigos no "Face" a obsessão
com a autoimagem, amizades superficiais, respostas especialmente agressivas a supostas críticas
feitas a ela, vidas guiadas por concepções altamente subjetivas de mundo, vaidade doentia, senso de
superioridade moral e tendências exibicionistas grandiosas.
Acesse o texto integral: Folha.com - Colunistas - Luiz Felipe Pondé - Narcisismo no “Face” - 16/04/2012 (uol.com.br)
Pelo mundo afora, os jornais sentem a agulhada de uma conjunção de fatores especialmente
desfavoráveis: a recessão mundial, que reduz os gastos com publicidade, e o avanço da internet, que
suga anúncios, sobretudo os pequenos e rentáveis classificados,e também serve como fonte - em
geral gratuita - de informações.
Realização
Hoje, LA tem 70% de sua área ocupada por vias e estacionamentos para carros. Apenas 0,8%
das pessoas utilizam a bicicleta como meio de transporte.
No outro extremo, temos Copenhague, com seus 1.000 km de ciclovias e 40% da população
se locomovendo de bicicleta, com incentivos públicos para que este número ainda aumente.
Lá, a câmera do cineasta sueco registra as queixas e incômodos de um motorista de táxi, em
posição minoritária na capital das bicicletas.
Alusão histórica
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter
aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em
rota acelerada de competição.
Raciocínio dedutivo
Desenvolve a argumentação do geral para o particular. Note que a premissa inicial deve ter um caráter
de universalidade, isto é, deve ser verdade aceita por todos. O que é verdade para o grupo, é verdade
para um membro do grupo.
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Geral
No Brasil, é proibida a venda de bebida alcoólica a menores
de idade. Entretanto, um proprietário de bar no centro Particular
de Florianópolis serviu cerveja a menores. Conclusão: o
proprietário cometeu um crime de infração.
Raciocínio indutivo
O argumento indutivo se baseia em fatos da experiência que se confirmam sucessivamente e são
tomados como gerais.
Exemplo prático: se uma característica se apresenta como certa para a maioria dos membros
de um grupo, essa característica se estende a todos. Esse tipo de raciocínio deve ser usado com
cuidado, pois pode levar a generalizações indevidas ou errôneas.
Realização
Entretanto, ainda que haja um limite de indivíduos, aqueles que aqui se estabelecem não são inseridos na
sociedade e acabam por incrementar o setor informal da economia, quando poderiam contricuir para o
crescimento do país, principalmente em setores onde há carência de profissionais, como na construção civil.
Terminamos aqui os tipos de desenvolvimento. Você viu que há várias formas de desenvolver sua redação.
Mas está em dúvida qual dessas estratégias acima é a mais legal, principalmente para quem está
começando? Tranquilo...
A melhor opção, tendo em vista os tipos de temas que o Encceja costuma cobrar (veremos esses
temas na próxima aula), seria utilizar o desenvolvimento por CAUSAS-CONSEQUÊNCIAS (veja
exemplo acima no item 3).
Claro que isso não impede que, ao fazer um desenvolvimento assim, você não possa inserir também
exemplos, citações, dados concretos. As outras estratégias que apresentamos podem ser úteis também.
A nossa preocupação é dar a você um modo padrão de desenvolver o tema que lhe dê segurança e, a
partir dele, você pode ir acrescentando outras opções.
Nas aulas 4 e 5, nós vamos trabalhar com esse modelo e vamos fazer juntos uma redação nesse formato.
III - CONCLUSÃO
Na conclusão, há duas opções de conteúdo a ser colcocado:
Acontece que, de dois anos para cá, o Encceja está seguindo o modelo de conclusão que o Enem já
adotava há vários anos de forma obrigatória: a proposta de intervenção social. Isso, inclusive, já vem
explícito na proposta de redação do Encceja.
Veja como está explícito que a sua redação deve apresentar uma “proposta de intervenção, que
respeitte os direitos humanos”. Então, não há como escapar desse modelo.
Mas, fique tranquilo: destinamos a aula 4 e a aula 8 para fazer você “gabaritar” a proposta de intervenção!
Nessas aulas, explicaremos direitinho essa questão dos “direitos humanos” e como “dar uma solução
para um problema”.
Realização
A conclusão ganhou força e linhas. Portanto, você deve destinar a ela um número de linhas (e tempo!)
equivalente ao que você detinaria aos outros parágrafos, certo?
Agora que você já viu quais são as partes de uma redação e o que pode ser colocado em cada
parágrafo, está na hora de entrar “de cabeça” na monstagem do texto na próxima aula. Mas, antes
disso, revise o conteúdo assistindo ao vídeo dessa aula para fixar diretinho a estrutura da dissertação!
Realização