Você está na página 1de 29

METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Profa Me Érica Tremura1

2020

1
Graduada em Fisioterapeuta (UESB). Mestre em Memória: linguagem e sociedade (UESB). Especialista em
Saúde Pública (FACINTER). Especialista em Metodologia do Ensino Superior (FTC). Especialista em Pilates
(UNIGRAD). Formada no Método Pilates Clínico e Neopilates. Professora de Cursos de Pós-Graduação na área
da Saúde. Professora de Cursos de Formação em Pilates. Contato: ericatremura@hotmail.com
SUMÁRIO

1.0 EMENTA

2.0 MÉTODO DE ESTUDO

3.0 PROJETO DE PESQUISA

4.0 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS

5.0 ARTIGO CIENTÍFICO

6.0 REFERÊNCIAS
1. EMENTA

Método de estudo: resenha, leitura e interpretação de texto; bibliografia e busca de


documentos; etapas do projeto de pesquisa; planejamento e montagem do trabalho de
conclusão de curso: roteiros básicos e normas técnicas; normas de redação científica e uso
de citações e referências. Ampliar o saber dos especializandos estimulando a reflexão sobre
os conteúdos educacionais e instrumentalizando os profissionais para a prática do ensino
junto a clientela interna e externa a seu ambiente de trabalho, o que inclui os aspectos ligados
a educação em saúde e a apresentação em eventos da categoria.

2 MÉTODOS DE ESTUDO
2.1 Análise, leitura e interpretação de texto

"A compreensão de um texto não é algo que se recebe de


presente. Exige trabalho paciente de quem por ele se sente
problematizado" (FREIRE, 1982, p. 12).

O texto é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um


todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de
CODIFICAR E DECODIFICAR). O objetivo de uma interpretação de um texto é a
identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou
fundamentações, as argumentações, ou explicações. Para uma interpretação de texto é
importante Identificar, comparar. Comentar, resumir e parafrasear o texto:

✓ Identificar - é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação,


de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os
advérbios, os quais definem o tempo).
✓ Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as
situações do texto.
✓ Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando
a respeito.
✓ Resumir – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.
✓ Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras, como no exemplo
abaixo:
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

A INTEGRAÇÃO DO MUNDO
A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
"O HOMEM UNIDO” A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

Algumas condições são básicas para a interpretação de texto:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto),


leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos
e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonÍmia, polissemia, figuras de
linguagem, entre outros.
c) Capacidade de observação e de síntese
d) Capacidade de raciocínio.

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os


mais freqüentes são:

a) Extrapolação (viagem)

Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por
conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é


um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.

c) Contradição

Não raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões
equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que
existam, mas na interpretação de texto, o que deve ser levado em consideração é o que o
AUTOR DIZ e nada mais.

Para uma boa interpretação de texto, deve-se seguir algumas orientações e


observações:

✓ Delimitar unidade de leitura (capítulo, seção ou qualquer subdivisão).


✓ Leitura atenta, para obter uma visão panorâmica do texto
✓ Assinalar todos os pontos passíveis de dúvida
✓ Buscar dados a respeito do autor do texto
✓ Assinalar o vocabulário desconhecido
✓ Assinalar fatos históricos ou outros autores citados que são desconhecidos (utilizar
dicionários, textos históricos, material on line, etc.)
✓ Fazer esquematização do texto em folha a parte

2.2 Resumo e Resenha

Para a compreensão de resumo e resenha, segue duas definições:

Resumo: É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um


filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de
valor. Trata-se de um texto informativo.

Resenha: É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica,
apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação
e de opinião.

2.2.1 - O Resumo
Para Platão e Fiorin (1995), resumir um texto significa condensá-lo a sua estrutura
essencial sem perder de vista três elementos:
✓ As partes essenciais do texto;
✓ A progressão em que elas aparecem no texto;
✓ A correlação entre cada uma das partes.
Se o texto que estiver sendo resumido for do tipo narrativo, deve-se prestar atenção
aos elementos de causa e sequências de tempo; se for descritivo, nos aspectos visuais e
espaciais; caso o texto for dissertativo, é bom cuidar da organização e construção das idéias.
Três técnicas podem ser úteis ao se escrever uma síntese. São elas o apagamento, a
generalização e a construção.

✓ Apagamento:

Como no nome já diz, o apagamento consiste em apagar, em cortar as partes que


são desnecessárias. Geralmente essas partes são os adjetivos e os advérbios, ou frases
equivalentes a eles, como no exemplo:

O velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins diariamente.

Sendo essa a frase a ser resumida através do apagamento, poderia ficar assim:

O jardineiro trabalhava bem.

Corta-se os adjetivo “velho” e o advérbio “muito” na primeira frase e elimina-se a


segunda. Ora, se o jardineiro trabalhava bem, é porque arrumava jardins; a segunda
informação é redundante.

✓ Generalização:

A generalização é uma estratégia que consiste em reduzir os elementos da frase


através do critério semântico, ou seja, do significado. Exemplo:

Pedro comeu picanha, costela, alcatra e coração no almoço.

As palavras em destaque são carnes. Então, o resumo da frase fica:

Pedro comeu carne no almoço.


✓ Construção:

A técnica da construção consiste em substituir uma sequência de fatos ou


proposições por uma única, que possa ser presumida a partir delas, também baseando-se no
significado. Exemplo:

Maria comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os
ingredientes e colocou-os no forno.

Todas essas ações praticadas por Maria nos remetem a uma síntese:

Maria fez um bolo.

Além dessas três, ainda existe uma quarta dica que pode ajudar muito a resumir
um texto. É a técnica de sublinhar. Enquanto você estiver lendo o texto, sublinhe as palavras
ou frases que fazem mais sentido, que expressam idéias que tenham mais importância.
Depois, junte seus sublinhados, formando um texto a partir deles e aplique as três primeiras
técnicas.

2.2.2 - A Resenha

A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém
com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente. É, em geral,
veiculada por jornais e revistas. A extensão do texto-resenha depende do espaço que o
veículo reserva para esse tipo de texto. Observa-se que, em geral, não se trata de um texto
longo. Em uma resenha deve constar:

✓ O título
✓ A referência bibliográfica da obra
✓ Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
✓ O resumo, ou síntese do conteúdo
✓ A avaliação crítica

A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se
acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estar presente desde a
primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhistas se
interpenetram. O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo, etc.

2.2.3 Resumo Expandido

O Resumo Expandido é composto de 3 a 4 páginas e geralmente solicitado em


congressos ou revistas que impõem normas específicas baseadas nas normas gerais. Em geral
assumem algumas regras como espaçomento simples; letra Arial ou Time New Romans; e,
fonte 12 (exceto no título = 14). É composto pelas seguintes partes:

✓ Título do Trabalho
✓ Autor (es)
✓ Resumo (250 palavras)
✓ Palavras-chave
✓ Introdução
✓ Problema
✓ Fundamentação Teórica
✓ Objetivos
✓ Metodologia
✓ Resultados Parciais ou Finais
✓ Considerações Finais ou Conclusão
✓ Referências

2.3 Fichamento

O fichamento é um instrumento de trabalho utilizado na elaboração de pesquisas


científicas, organização de bibliotecas ou material de estudo. As fichas permitem: Identificar
as obras; Conhecer seu conteúdo; Fazer citações; Analisar o material; Elaborar críticas;
Indicação bilbiográfica e Resumir textos. As fichas podem ser:
✓ Tipo grande = 12,5 x 20,5 cm
✓ Tipo médio = 10,5 x 15,5 cm
✓ Tipo pequeno = 7,5 x 12,5 cm (internacional)
São compostas por:
✓ Cabeçalho
✓ Referência bibliográfica
✓ Corpo ou Texto
✓ Indicação da obra
✓ Local
Exemplo:

Ocupações Marginais no Nordeste Paulista

O.M. e Mobilidade Social 3

PASTORE, J. Desigualdade e Mobilidade Social. São Paulo: T.A. Queiroz, 1999, 217p

(Conteúdo a ser fechado – por exemplo um resumo ou principais informações)

Fontes:

Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para a disciplina Sociologia

Biblioteca da Faculdade de Ciências Sociais USP

2.4 – Memorial

O Memorial é uma retomada articulada e intencionalilzada dos dados do


Curriculum Vitae do estudioso, no qual sua trajetória acadêmico-profissional fora montada
e documentada, com base em informações objetiva e laconicamente elencadas (SANTOS,
2005). Possui por finalidade concursos de ingressos e promoção na carreira universitária, de
exames de seleção ou de qualificação em cursos de pós-graduação, de concursos de livre-
docência – como em termos de retomada e avaliação da trajetória pessoal no ambiente
acadêmico-profissional. É dividido em três partes (elementos):
Elementos Pré-Textuais
✓ Capa
✓ Folha de Rosto
✓ Ficha Catalográfica
✓ Dedicatória (opcional)
✓ Agradecimento (opcional)
✓ Índice

Elementos Textuais:
✓ Introdução
✓ Desenvolvimento
✓ Conclusão
✓ Pode ser dividido em seções

Elementos Pós-Textuais:
✓ Referências
✓ Apêndices
✓ Anexos

2.5 Seminário

O objetivo de um seminário é levar todos os participantes a uma reflexão


aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe. O seminário é
considerado como um método de estudo e atividade didática específica de cursos
universitários. Para alcançar esse objetivo, o seminário deve levar todos os participantes:

✓ A um contato íntimo com o texto básico, criando condições para uma análise rigorosa
e radical do mesmo;
✓ À compreensão da mensagem central do texto, de seu conteúdo temático;
✓ À interpretação desse conteúdo, ou seja, a uma compreensão da mensagem de uma
perspectiva de situação de julgamento e de crítica da mensagem;
✓ À discussão da problemática presente explícita ou implicitamente no texto.

O grupo responsável pelo Seminário, deve preparar um texto-roteiro didático. Este


material deverá ser apresentado previamente ao professor que estará sempre à disposição da
equipe durante o preparo e a apresentação do seminário. Quanto ao conteúdo, o texto-roteiro
didático deve apresentar:

✓ A temática do seminário → o tema


✓ Breve visão de conjunto da unidade → os vários assuntos
✓ Esquema geral do texto → plano
✓ A elaboração dos principais conceitos, idéias e doutrinas que tenham relevância
no texto

Um seminário deve apresentar também como problematização:


✓ Levantamento das questões importantes
✓ Discussão das idéias veiculadas pelo texto
✓ Criação de contextos que provoquem o raciocínio argumentativo dos participantes.
✓ Orientação bibliográfica → bibliografia especializada sobre o assunto.

Porém, o seminário não é responsabilidade apenas de um grupo de acadêmicos,


cabe a toda a classe:

✓ Comparar sua compreensão e interpretação do texto com a compreensão e


interpretação do grupo que preparou o seminário;
✓ Levantar problemas temáticos e interpretativos para a discussão geral;
✓ Exigir esclarecimentos e explicações do grupo sobre pontos obscuros da
apresentação;
✓ O seminário não se reduz a uma aula apresentada por uma equipe e comentada pelo
professor.
✓ O seminário é um círculo de debates para o qual todos devem estar suficientemente
preparados. Por isso, exige-se que todos os participantes estudem o texto com o rigor
devido.

No dia do Seminário, deve-se proceder ao seguinte roteiro:

✓ Introdução pelo professor


✓ Distribuição do roteiro para todos os alunos
✓ Apresentação pelo coordenador do grupo das tarefas a serem cumpridas no dia:
o Das orientações para a realização do seminário
o Do cronograma das atividades.
✓ Apresentação do seminário pelo grupo guiando-se pelo roteiro
✓ Abertura pelo coordenador do grupo da discussão geral
✓ Síntese final de responsabilidade do professor.
3.0 PROJETO DE PESQUISA

Para o desenvolvimento de qualquer pesquisa, em qualquer nível, há a necessidade


de um PROJETO. O Projeto é composto de: tema, título, justificativa, problema, objetivo,
hipótese, revisão de literatura, metodologia, resultados esperados, orçamento, cronograma e
referências.

✓ O tema parte preferencialmente da realidade circundante do pesquisador, como, por


exemplo, de seu contexto social, profissional ou cultural.
✓ O título parte do tema e é o “cartão de apresentação” do projeto de pesquisa. Ele
expressa a delimitação e a abrangência temporal e espacial do que se pretende
pesquisar.
✓ A justificativa constitui uma parte fundamental do projeto de pesquisa. É nessa etapa
que você convence o leitor (professor, examinador e demais interessados no assunto)
de que seu projeto deve ser feito. Para tanto, ela deve abordar os seguintes elementos:
 a delimitação
 a relevância
 a viabilidade

✓ O problema focaliza o que vai ser investigado dentro do tema da pesquisa.


✓ As hipóteses são possíveis respostas ao problema da pesquisa e orientam a busca de
outras informações. Também pode ser entendida como as relações entre duas ou mais
variáveis, e é preciso que pelo menos uma delas já tenha sido fruto de conhecimento
científico.
 E o que são variáveis? São características observáveis do fenômeno a ser
estudado e existem em todos os tipos de pesquisa. No entanto, enquanto nas
pesquisas quantitativas elas são medidas, nas qualitativas elas são descritas
ou explicadas (TRIVIÑOS, 1987).
 Nas hipóteses não se busca estabelecer unicamente uma conexão causal (se
A, então B), mas a probabilidade de haver uma relação entre as variáveis
estabelecidas (A e B), relação essa que pode ser de dependência, de
associação e também de causalidade.
 Pretensões com a pesquisa. Deve-se definir, esclarecer e revelar os focos de
interesse da pesquisa.

✓ O objetivo geral relaciona-se diretamente ao problema. Ele esclarece e direciona o


foco central da pesquisa de maneira ampla. Normalmente é redigido em uma frase,
utilizando o verbo no infinitivo.

✓ Os objetivos específicos definem os diferentes pontos a serem abordados, visando


confirmar as hipóteses e concretizar o objetivo geral.

✓ Na revisão de literatura, como o próprio nome indica, analisam-se as mais recentes


obras científicas disponíveis que tratem do assunto ou que dêem embasamento
teórico e metodológico para o desenvolvimento do projeto de pesquisa. É aqui
também que são explicitados os principais conceitos e termos técnicos a serem
utilizados na pesquisa. Também chamada de “estado da arte”, a revisão da literatura
demonstra que o pesquisador está atualizado nas últimas discussões no campo de
conhecimento em investigação. Além de artigos em periódicos nacionais e
internacionais e livros já publicados, as monografias, dissertações e teses constituem
excelentes fontes de consulta.

✓ Metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizados para a realização de uma


pesquisa. São descritos na metodologia:
 Classificação da Pesquisa
 Local da Pesquisa
 Sujeitos da Pesquisa
 Instrumentos de Coleta de Dados
 Procedimentos de Coleta de Dados
 Aspectos Éticos

✓ Resultados Esperados é um item dispensável nos trabalhos de graduação, porém é


necessário em projetos com financiamento. Devem ser explicitados os resultados
práticos esperados com a pesquisa, como:
Números e características de publicações (artigos, livros etc.);
Comunicações em congressos ou simpósios;
Registro de patentes;
Exposição;
Criação ou industrialização de produtos.
✓ No cronograma você dimensiona cada uma das etapas do desenvolvimento da
pesquisa, no tempo disponível para sua execução. Geralmente os cronogramas são
divididos em meses.
✓ No orçamento são indicados todos os materiais ou equipamentos necessários para o
desenvolvimento da pesquisa, tais como: despesas de custeio (remuneração de
serviços pessoais, materiais de consumo, outros serviços de terceiros e encargos),
despesa de capital (equipamentos e material permanente).

✓ As referências utilizadas para a elaboração do projeto e as fontes documentais


previamente identificadas que serão necessárias à pesquisa devem ser indicadas em
ordem alfabética e dentro das normas técnicas (no Brasil as normas mais aceitas são
as estabelecidas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas).

✓ Apêndices são elementos complementares ao projeto e que foram elaborados pelo


pesquisador. Aqui entrariam, por exemplo, questionários, formulários de pesquisa de
campo ou fotografias.

✓ Anexos, assim como os apêndices, só devem aparecer nos projetos de pesquisa se


forem extremamente necessários. São textos de autoria de outra pessoa e não do
pesquisador. Por exemplo: mapas, documentos originais, fotografias batidas por
outra pessoa que não o pesquisador.

4. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

4.1 Classificação da pesquisa

4.1.1 Quanto aos objetivos

4.1.1.1 Pesquisas exploratórias


Têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas
a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Aprimoramento de idéias ou a descoberta
de intuições. Seu planejamento é bastante flexível, de modo que possibilite a consideração
dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Em sua grande maioria assumem a
forma de Pesquisa Bibliográfica ou Estudo de Caso.

4.1.1.2 Pesquisas descritivas

Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada


população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São
inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características
mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como
questionário e a observação sistemática.

4.1.1.3 Pesquisas explicativas

Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que


determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa
que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão e o porquê das
coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros
aumenta consideravelmente Valem-se do método experimental.

4.1.2 Quanto aos procedimentos técnicos

4.1.2.1 Pesquisa Bibliográfica

Desenvolve-se para tentar explicar um problema, utilizando o conhecimento


disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres. Instrumento
indispensável para qualquer tipo de pesquisa. Podem ser utilizados: Livros de Leitura
Corrente (romance, poesia, teatro, conhecimentos científicos e técnicos); Livros de
Referência (dicionário, enciclopédia, anuários, almanaques, catálogos) ou Publicações
Periódicas (revistas e jornais). Possuem por vantagem a facilidade de condensar dados
dispersos pelo espaço (renda per capita Brasil / estudos históricos) e por desvantagem
reproduzir ou ampliar dados errôneos de fontes secundárias.
4.1.2.2 Pesquisa Documental

Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, sendo a natureza das fontes a diferença entre


elas. A pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Podem
ser utilizados: Arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, associações científicas,
igrejas, sindicatos, partidos políticos, cartas pessoais, diários, fotografias, gravações,
memorandos, regulamentos, ofícios, boletins, tabelas estatísticas, etc. Possuem como
vantagem o baixo custo e a não exigência de contato com sujeitos.

4.1.2.3 Pesquisa Experimental

Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam


capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e observação dos efeitos que a
variável produz no objeto. Divide-se o grupo de manipulação; em que o pesquisador precisa
fazer alguma coisa para manipular pelo menos uma das características dos elementos
estudados, e o grupo de controle em que o pesquisador precisa introduzir um ou mais
controles na situação experimental, sobretudo criando um grupo de controle.
A designação dos elementos para participar dos grupos experimentais e de controle deve ser
feita aleatoriamente. Possuem como vantagem, ser o mais valioso procedimento disponível
aos cientistas para testar hipóteses que estabelecem relações de causa e efeito entre as
variáveis; e como desvantagem apresenar muitas variáveis cuja manipulação experimental
se torna difícil ou impossível além das considerações de ordem ética que proíbem sua
manipulação.

4.1.2.4 Levantamento

Caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja


conhecer. Basicamente procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado, para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem-se as conclusões decorrentes aos dados coletados. Exemplo comum é o Censo,
realizado mais por governos ou instituições de amplos recursos, em outros casos, utiliza-se
amostras populacionais.
4.1.2.5 Estudo de Campo

Tipicamente o estudo de campo focaliza uma comunidade e por meio da observação


direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes, capta suas
explicações e interpretações sobre o que ocorre no grupo (análise de documentos, filmagens,
fotografias). Nesse estudo o pesquisador realiza a maior parte do estudo pessoalmente.

4.1.2.6 Estudo de Caso

Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que


permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante
outros delineamentos já considerados.

4.1.2.7 Pesquisa-ação

Tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita


associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os
pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos
de modo cooperativo ou participativo.

4.1.2.8 Pesquisa-participante

Caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações


investigadas.

4.2 Abordagens da Pesquisa

4.2.1 Pesquisa Qualitativa: considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo
real e sujeito. É descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal.
4.2.2 Pesquisa Quantitativa: traduz em números opiniões e informações para classificá-
los e organizá-los. Utiliza métodos estatísticos
4.2.3 Pesquisa Qualiquantitativa ou Quantiqualitativa: utiliza as duas abordagens
4.3 Local da Pesquisa

Deve-se apresentar o local onde serão coletados os dados, passando informações


sobre o mesmo como nome da cidade e estado, importância regional ou nacional, tipo(s) de
atendimento(s) realizado no local e outras informações cabíveis ao tipo de pesquisa a ser
realizada.

4.4 Sujeitos da Pesquisa

Deve-se informar o número de sujeitos pesquisados, tipo de amostra realizada


(aleatória ou não-aleatória) e as variáveis do grupo pesquisado: sexo, idade, raça, classe
social, etc.

4.5 Instrumentos de coleta de dados

Os principais instrumentos de coleta de dados são a Observação, a Entrevista, o


Questionário e a Pesquisa Documental e/ou Bibliográfica. Devem ser escolhidos a depender
das necessidades de cada pesquisa.

4.5.1 Observação

É uma técnica de coleta de dados para conseguir informações; utiliza os sentidos na


obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar fatos ou ferramentas que se deseja estudar. O principal problema é que
a presença do pesquisador pode provocar alterações no comportamento dos observados,
destruindo a espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco confiáveis.
A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de
objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu
comportamento. Na investigação científica são empregadas várias modalidades de
observação, que variam de acordo com as circunstâncias.
4.5.1.1 Segundo os meios utilizados

• Observação não estruturada: é a que se realiza sem planejamento e sem controle


anteriormente elaborados, como decorrência de fenômenos que surgem de
imprevisto.
• Observação estruturada: é a que se realiza em condições controladas para se
responder a propósitos, que foram anteriormente definidos. Requer planejamento e
necessita de operações específicas para o seu desenvolvimento.

4.5.1.2 Segundo a participação do observador

• Participante: consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou


grupo. Em geral são apontadas duas formas:
 Natural - o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga.
 Artificial - o observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter
informações.
• Não participante: o observador toma contato com a comunidade, grupo ou
realidade estudada, mas sem integrar-se a ela - permanece de fora.

4.5.1.3 Segundo o número de observadores

• Individual: é a técnica de observação realizada por um pesquisador. Nesse caso, a


personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou
distorções, pela limitada possibilidade de controles.
• Em equipe: é a mais aconselhável, pois o grupo pode observar a ocorrência por
vários ângulos.

4.5.2 Entrevista

É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.
4.5.2.1 Tipos de entrevistas

• Estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente


estabelecido.
• Não estruturada: o entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em
qualquer direção que considere adequada.
• Painel: consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas,
a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos.

4.5.2.2 Medidas exigidas para a preparação da entrevista

• Planejamento da entrevista
• Conhecimento prévio do entrevistado
• Oportunidade da entrevista
• Condições favoráveis
• Contato com líderes
• Conhecimento prévio do campo
• Preparação específica

4.5.2.2 Principais problemas com a técnica da entrevista

• Falta de motivação do entrevistado.


• Inadequada compreensão do significado das perguntas.
• Fornecimento de respostas falsas.
• Inabilidade do entrevistado para responder.
• Influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistados com o entrevistado.

4.5.3 Questionário

É um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
Consiste em traduzir os objetivos da pesquisa em perguntas claras e objetivas. Alguns
cuidados devem ser considerados no processo de elaboração do questionário:
• Conhecer o assunto
• Cuidado na seleção das questões
• Limitado em extensão e em finalidade
• Codificadas para facilitar a tabulação
• Indicação da entidade organizadora
• Acompanhado por instruções
• Boa apresentação estética

4.5.3.1 Tipos de questões

• Aberta: são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem


própria e emitir opiniões. Entretanto, apresenta alguns inconvenientes:
• Dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la.
• O processo de tabulação.
• O tratamento estatístico e a interpretação.
• A análise é difícil, complexa, cansativa e demorada.

• Fechada: são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções.
Este tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o processo
de tabulação dos dados.
• Múltipla escolha: são perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de
possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto. A técnica da
escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em
profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas. A combinação de
respostas múltiplas com as respostas abertas possibilita mais informações sobre o
assunto, sem prejudicar a tabulação.

4.5.3.2 Pré-teste do questionário

Precede a Coleta de dados, um pré-teste do questionário, que deve ser aplicado para
um pequeno número de sujeitos a fim de evidenciar possíveis falhas na construção do
questionário. Os questionários aplicados no pré-teste não devem compor os dados da
pesquisa.
4.5.4 Documentação indireta

Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que


sejam os métodos ou técnicas empregados. É a fase da pesquisa realizada com intuito de
recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de dados é feito
de duas maneiras: Pesquisa documental e Pesquisa bibliográfica

4.6 Procedimento de coleta de dados

O processo de Coleta de Dados deve ser descrito com detalhes, desde a escolha dos
sujeitos, contato com o local de pesquisa, aprovação do CEP, entrega e assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido, instrumento de coleta de dados e quaisquer
intercorrências que houver durante o procedimento de coleta.

4.7 Aspectos éticos

Seguir a Resolução CNS/MS n. 466 de 12 de dezembro de 2012.

4.8 A redação científica

O texto científico deve ser elaborado de acordo com as Normas ABNT para citação
(NBR 10520/2002 –em revisão). Pesquisas são elaboradas para leitura e análise da
comunidade científica, acadêmica e social. Embora cada pessoa tenha seu próprio estilo de
escrever, deve-se adotar um estilo próprio das pesquisas científicas. Segue algumas dicas:
• Utilize linguagem direta
• Evite que a sequência seja desviada com condições irrelevantes
• A argumentação deve apoiar-se em dados e provas e não em considerações e opiniões
pessoais
• Os textos devem ser redigidos em a terceira pessoa
• Cuidado com ambigüidades
• Evitar expressões com duplo sentido, palavras supérfluas, Repetições, detalhes
prolixos
• Utilizar termos próprios da ciência: nomenclatura técnica específica que possibilita
conferir precisão ao texto. Evite termos como pequeno, médio, grande, quase todos,
uma boa parte, recentemente, antigamente, lentamente
• Prefira: Termos passíveis de quantificação, pois conferem maior precisão ao texto.
Por exemplo, 30%; 1000, ¼ etc.
• Utilizar idéias numa sequência lógica e ordenada
• Utilize quantos títulos forem necessários para as partes do capítulo
• Inicie sua redação com verbos ou substantivos
• Busque harmonia
• Parágrafos que tratem de um único assunto
• Além disso, os parágrafos devem apresentar inter-relação
• Expresse suas idéias em POUCAS palavras.
• Cada período deve ter no máximo 2 a 3 linhas
• Não tema a multiplicação de frases
• Busque a simplicidade, pois algumas pessoas escrevem mais para impressionar do
que para expressar.

5.0 O ARTIGO CIENTÍFICO


(Manual para Elaboração Científica Unileste – vide referências)

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, “artigo científico é parte de


uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas,
processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento (ABNT, 2003, p.2)”.
O artigo científico pode ser:

• Original: trabalhos resultantes de pesquisa científica apresentando dados originais de


descobertas com relação a aspectos experimentais ou observacionais de característica
médica, bioquímica e social e inclui análise descritiva e/ou inferências de dados
próprios. Podem ser: relatos de caso, comunicação ou notas prévias.

• Revisão: síntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado tema,


mediante a análise e interpretação de bibliografia pertinente que discuta os limites e
alcances metodológicos, permitindo indicar perspectivas de continuidade de estudos
naquela linha de pesquisa, ou seja, são trabalhos que têm por objeto resumir, analisar,
avaliar ou sintetizar trabalhos de investigação já publicados, revisões bibliográficas,
etc.

A estrutura do artigo científico pode ser observada no quadro abaixo:

5.1 Elementos pré-textuais

Precedem e identificam o texto do artigo. São constituídos de: título e subtítulo se


houver, nome(s) do(s) autor(es), resumo na língua do texto, palavras-chave na língua do
texto.

5.1.1 Título (elemento obrigatório) (NBR 6022/2003)

O título é a expressão que identifica o conteúdo do artigo. Deve ser breve, claro e
objetivo e descrever adequadamente o conteúdo do artigo.
OBS: Evite no título: gírias, neologismos, abreviaturas, siglas, nomes comerciais e fórmulas
químicas.

5.1.1.1 Subtítulo (se houver) (elemento obrigatório) (NBR 6022/2003)


Se necessário para esclarecer ou complementar o título. O subtítulo deve ser
diferenciado tipograficamente ou separado daquele por dois pontos (:).

5.1.2 Autor (elemento obrigatório) (NBR 6022/2003)

É o responsável pela criação do conteúdo intelectual ou artístico de um documento.


O (a) autor (a) do artigo deve vir indicado na margem esquerda.
Não há normas que determinem a ordenação dos nomes dos autores. Pode acontecer de
aparecerem em ordem alfabética ou até haver um sorteio para a ordenação. É comum o
primeiro nome ser do responsável pela idéia do tema e que tenha participado efetivamente
na elaboração do trabalho. As revistas britânicas exigem que os nomes dos autores sejam
ordenados alfabeticamente, enquanto que as americanas sugerem uma ordenação
hierárquica, em que o autor principal ocupe a primeira posição. Contudo, a responsabilidade
do conteúdo deve ser assumida por todos os envolvidos no processo e a ordenação de seus
nomes deve ser discutida no grupo (MIRANDA; GUSMÃO, 1997).

5.1.3 resumo (elemento obrigatório) (NBR 6028/2003)

Texto, num único parágrafo, sem recuo, entre linhas simples, com uma quantidade
predeterminada de palavras, no qual se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada
para solucionar o problema, os resultados alcançados e as conclusões do trabalho de forma
concisa com um mínimo de 100 palavras e no máximo 250 palavras. Não deve conter
citações e deve ser constituído de uma seqüência de frases com coesão textual, coerência e
não de uma simples enumeração de tópicos. O verbo deve estar na voz ativa e na 3ª pessoa
do singular. (ABNT, 2003, p. 2).

5.1.4 palavras-chave na língua do texto (elemento obrigatório) (NBR 6028/2003)

São termos indicativos de assunto e devem ser escolhidas preferencialmente em


vocabulário controlado. Devem ser redigidas abaixo do resumo, antecedidas da expressão
“Palavras-chave”, separadas entre si por ponto final e finalizadas também por ponto final.
Exemplo: Palavras-chave: Avaliação nutricional. Desnutrição. Anemia.
5.2 Elementos textuais

São os elementos que compõem o texto do artigo. Constituem-se em três partes:


introdução, desenvolvimento e conclusão. Segundo Cruz, Curty e Mendes (2003) o uso da
terceira pessoa e do sujeito indeterminado na redação garantem mais elegância e formalidade
ao texto.

5.2.1 Introdução (elemento obrigatório)

É a apresentação do assunto do artigo; a conceituação do mesmo. Informa o tema,


o objetivo e a finalidade do trabalho. Na introdução se faz o esclarecimento do ponto de vista
sob o qual o assunto será enfocado, o método escolhido, os principais resultados obtidos.
Deve apresentar o que já foi estudado por outros autores (revisão bibliográfica) numa
correlação com o tema proposto através das citações bibliográficas de acordo com a NBR
10520/2002.

5.2.2 Desenvolvimento (elemento obrigatório)

O desenvolvimento ou corpo, como parte principal e mais extensa do artigo, visa


expor as principais ideias abordadas no artigo. É, em essência, a fundamentação lógica do
trabalho. A palavra desenvolvimento não deve aparecer como título dele mesmo, ficando a
critério do autor utilizar os títulos que mais se adequarem à natureza do trabalho.
Dependendo do assunto tratado, existe a necessidade de se subdividir o desenvolvimento nas
etapas que seguem em seções e subseções conforme a (NBR 6024/2003), podendo ser
subdividido em: material e métodos (metodologia), resultados e discussão.

5.2.2.1 Material e método (metodologia)

A descrição dos métodos deve ser o mais detalhada possível numa seqüência
cronológica, para que a experiência possa ser repetida com os mesmos resultados obtidos.
Consequentemente, deve ser redigido com os verbos no pretérito, considerando que se está
relatando o que já foi feito. Deve incluir referencial teórico, o tipo de pesquisa, as variáveis,
instrumentos utilizados, técnica de coleta, tabulação e análise de dados de acordo com a
especificidade do tema. Desenvolve a idéia anunciada na introdução.

5.2.2.2 Resultados

É a apresentação dos dados e resultados obtidos após a utilização da metodologia,


de forma objetiva, clara e sucinta. Pode-se utilizar de tabelas, gráficos, quadros e outras
ilustrações para facilitar a exposição dos resultados.

5.2.2.3 Discussão

É a interpretação e análise crítica dos resultados obtidos em relação à metodologia


utilizada. É feita a comparação dos resultados alcançados com os resultados obtidos pelos
autores da revisão bibliográfica.
OBS: Os resultados e discussão podem também aparecer sob uma só seção, como:
Resultados e discussão.

5.2.3 Conclusão (elemento obrigatório)

É a parte final do trabalho em que são apresentas as conclusões correspondentes


aos objetivos e hipóteses. Deverá ser concisa, exata e convincente, onde o autor deverá expor
um novo conhecimento ou reformulação de um conhecimento existente e ainda sugerir
outros estudos para respostas daquilo que não se obteve explicação. É a descrição do que foi
apresentado na introdução e exposto em material e método, resultados e discussão.

5.3 Elementos pós-textuais

Servem para complementar o artigo. São constituídos de: título e subtítulo (se
houver) em língua estrangeira, resumo em língua estrangeira, palavras-chave em língua
estrangeira, nota(s) explicativa(s), referências, glossário, apêndice(s), anexo(s).

5.3.1 Título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira (elemento obrigatório)


É a versão do título e subtítulo (se houver) em outro idioma apresentados da mesma
forma que o título e o subtítulo na língua do texto.

5.3.2 Resumo em língua estrangeira (elemento obrigatório)

É a versão do texto do resumo em outro idioma (inglês: Abstract; espanhol:


Resumen; francês: Résumé).

5.3.2.1 Palavras-chave em língua estrangeira (elemento obrigatório)

É a versão das palavras-chave na língua do resumo em outro idioma (inglês:


Keyword; espanhol: Palavras clave; francês: Mots-clés).

5.3.3 Notas explicativas (elemento opcional)

São usadas para fazer certas considerações que não caberiam no texto sem quebrar
a seqüência lógica. São enumeradas com algarismos arábicos, numa ordenação única e
consecutiva para cada artigo, sem iniciar a cada página.

5.3.4 Referências (elemento obrigatório) (NBR 6023/2002)

Conjunto padronizado dos elementos descritivos dos documentos que permitem sua
identificação. Devem ser elaboradas de acordo com a NBR 6023/2002 (em revisão).

5.3.5 Glossário (elemento opcional)

Relação em ordem alfabética de palavras pouco conhecidas, ou estrangeiras, ou


termos e expressões técnicas com seus respectivos significados.

5.3.6 Apêndice(s) (elemento opcional)

Material elaborado pelo autor que se junta ao texto para complementar sua
argumentação.
5.3.7 Anexo(s) (elemento opcional)

Material complementar ao texto para servir de fundamentação, comprovação ou


exemplificação que não seja elaborado pelo autor.

6.0 REFERÊNCIAS

KOCHE, V.S; BOF, O.B ; PAVANI, C.F. Prática Textual: atividades de leitura e escrita.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

FONTANA, N.M. Estratégias Eficazes para resumir. Chronos – Produção de textos


científicos no ensino da língua portuguesa — Caxias do Sul: UCS, n.1, p.84-98, 1995.

FIORIN, J.L; PLATÃO, F. Para entender o texto: leitura e redação. 10.ed. São Paulo:
Ática, 1995.

FINDLAY, E. A. G; COSTA, M.A; GUEDES, S.P.L.A. Guia para apresentação de


projetos de pesquisa. Joinville, SC: UNIVILLE, 2006. 26 p.

LOPES et al. Manual para Elaboração de Artigos Científicos Unileste: de acordo com
as normas da ABNT. Coronel Fabriciano, MG: UNILESTE. 2008. 15p.

Você também pode gostar