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TEORIA GERAL DO

ESTADO
Y E L B A . G O U V E I A @ P. U C B . B R
Y E L B A 11 @ H O T M A I L . C O M
CIÊNCIA POLÍTICA X TEORIA GERAL
DO ESTADO
• Disciplinas relacionadas com a organização da vida em sociedade;
• Auxiliam na compreensão das relações de poder e da atuação do Estado;
• Ambas tratam da convivência humana, o Estado e a política;
• TEMAS IMPORTANTES: poder político; direitos políticos, democracia, legitimidade do
poder, formas de governo, sistemas de governo e funções do Estado.
CIÊNCIA POLÍTICA T E O R I A G E R A L D O E S TA D O

• Relações de poder; • Relações com o Estado;


• Disciplina mais ampla;
• ATENÇÃO: RELAÇÕES ENTRE O INDIVÍDUO E O ESTADO SÃO
INTERDISCIPLINARES, DEVEM SER CONSIDERADOS FATORES DIVERSOS, COMO
OS HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, FILOSÓFICOS E TAMBÉM PSICOLÓGICOS.
• “O estudo da organização política e dos comportamentos políticos da sociedade é destinado à
ciência política enquanto disciplina do saber. Já o estudo do Estado, enquanto organização
jurídica da sociedade, é destinado à teoria geral do Estado” (DALLARI, 2013)
OBJETO DE
ESTUDO DA TGE
ESTUDO DO ESTADO SOB DIVERSOS ASPECTOS,
INCLUINDO A ORIGEM, A ORGANIZAÇÃO, O
FUNCIONAMENTO E AS FINALIDADES, COMPREENDENDO-
SE TUDO O QUE EXISTE NO ESTADO E INFLUI SOBRE ELE.
ATENÇÃO: DISCIPLINA AUTÔNOMA

• Doutrina alemã do final do século XIX e início do século XX, notadamente com Georg
Jellinek e a sua teoria geral do Estado (Allgemeine Staatslehre, 1911).
NOÇÕES
FUNDAMENTAIS
ORIGEM DA SOCIEDADE

• Convívio social implica em restrições à liberdade do sujeito.


TEORIA NATURALISTA:

• Disposição natural do homem para a vida em sociedade, ou seja, viver em sociedade não é uma
escolha mas faz parte da natureza humana.
• “O HOMEM É UM SER POLÍTICO” – ARISTÓTELES.
TEORIA CONTRATUALISTA:

• A sociedade é fruto de um acordo de vontades entre os sujeitos.


• PLATÃO (A REPÚBLICA): modelo de organização social fundado na razão e na vontade humana.
• HOBBES (CONTRATO SOCIAL): o homem viveria inicialmente em um estágio primitivo no
qual estaria em constante insegurança e temor. Ser humano é essencialmente egoísta e inclinado à
agressividade, de modo que, nesse estágio, qualquer um poderia tomar do outro, pela força, o que
fosse do seu interesse. É nesse chamado estado de natureza que Hobbes afirmou que o homem é o
lobo do homem.
• ROUSSEAU: O Estado se afigura como mero executor da vontade geral extraída da sociedade, ou
seja, o soberano não pode ser apenas um indivíduo, mas o corpo social como um todo. Ascensão
do pensamento democrático na Revolução Francesa (1789).
ATENÇÃO

• PREVALÊNCIA DA TEORIA NATURALISTA PARA EXPLICAR A ORIGEM DA


SOCIEDADE.
ORIGEM DO ESTADO

• Origens do Estado – limitação do seu poder.


• Estado: sociedade política.
• Maquiavel, “O Príncipe”, 1513.
• Século XVIII: Estado Moderno.
FORMAÇÃO DO ESTADO

• TEORIAS NATURALISTAS: tratam da formação originária do Estado como uma condição


espontânea do ser humano.
CAUSAS NÃO CONTRATUAIS PARA
SURGIMENTO DO ESTADO
• Origem familiar (Fustel de Coulanges);
• Origem Violenta;
• Origem Econômica (Marx e Engels);
• Origem no desenvolvimento interno.
FORMAÇÃO DO ESTADO

• TEORIAS CONTRATUALISTA: ato voluntário do ser humano.


• Pensamento não é uniforme, com destaque às ideias de Hobbes, Locke e Rousseau.
HOBBES

• Antes da vida em sociedade: fase primitiva (insegurança e incerteza, guerra de todos contra
todos);
• Pacto no qual o homem perde alguns direitos em detrimento de segurança e entrega o poder
social para um novo sujeito, qual seja, ESTADO.
• Origem da sociedade organizada e do ESTADO.
• “Leviatã”: ente capaz de garantir a paz e a defesa da vida dos seus súditos (MORAIS,
STRECK, 2010).
• Inspiração para o modelo absolutista.
LOCKE

• Defensor das liberdades individuais;


• Estado de natureza: homem possui um domínio racional de paixões e interesses.
• Direitos inatos ao homem: vida, liberdade, propriedade. Falta a força coercitiva para
solucionar conflitos.
• CONTRATO SOCIAL: ferramenta de legitimação do poder e manutenção dos direitos
naturais.
• Poder do Estado é limitado pelos direitos naturais antes existentes (PODER DELIMITADO).
• Maioria: prevalência do Poder Legislativo sobre o Executivo.
ROUSSEAU

• Evolução da origem do Estado de um modelo absolutista para um modelo democrático.


• Contrato Social e legitimidade do poder social.
• Pacto Social: indivíduo mantém a sua liberdade e igualdade. Cada um renuncia a seus
interesses particulares em detrimento da coletividade.
• Limitação do poder do Estado.
ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS
DO ESTADO
D E F I N I Ç Ã O D E E S TA D O
DEFINIÇÃO DE ESTADO

• Acepção Filosófica: perspectiva moral e ideal. Hegel considera o Estado uma substância ética
em si mesmo.

• Acepção Jurídica: Estado é a manifestação da ordem jurídica vigente. Hans Kelsen e Giorgio
Del Vecchio.

• Acepção Sociológica: identifica o Estado a partir de elementos concretos da sociedade. Karl


Marx, Leon Duguit.
ESTADO MODERNO

• Jellinek: “corporação de um povo, assentado em um território e dotada de um poder


originário de mando”.
POVO
ELEMENTO SUBJETIVO, PESSOAL. SEM POVO NÃO HÁ
E S TA D O .
ELEMENTO OBJETIVO: SUJEITOS SÃO
D E S T I N AT Á R I O S D A AT U A Ç Ã O E S TATA L .
• Todos os integrantes do Estado fazem parte do povo e são cidadãos.
• Povo ≠ população (expressão numérica, demográfica ou econômica)
• Povo ≠ nação (Revolução Francesa: diz respeito à nacionalidade. Século XIX: sinônimo de
Estado. Atualidade: vínculo histórico e cultural de uma sociedade – tradições, língua comum,
identidade de valores).
ATENÇÃO

• A cidadania brasileira é adquirida por meio das regras previstas na CF (ART. 12 DA CF).
SOBERANIA E
PODER
POLÍTICO
• Poder de organizar-se juridicamente e fazer valer, dentro do seu território, a universalidade das
suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência (MIGUEL REALE).

• Poder supremo do Estado;

• Poder de independência do Estado (não se submete a potências estrangeiras);


TERRITÓRIO E
LOCALIDADE
GEOGRÁFICA
A L I M I TA Ç Ã O G E O G R Á F I C A C I R C U N S C R E V E A
AT U A Ç Ã O L E G Í T I M A D O E N T E E S TATA L .
N Ã O H Á Q U E S E FA L A R E M S O B E R A N I A S E N Ã O
H O U V E R U M L U G A R PA R A E L A S E R E X E R C I D A .
PAULO BONAVIDES

• TEORIA DO TERRITÓRIO-PATRIMÔNIO: Estado é considerado proprietário de todo o território.


PROBLEMA: e a propriedade privada?
• TEORIA DO TERRITÓRIO-OBJETO: O Estado exerce o domínio sobre o território, sem prejuízo da
existência de um direito real particular. PROBLEMA: a propriedade privada estará no domínio do
Estado?
• TEORIA DO TERRITÓRIO-ESPAÇO: Território é apenas a extensão espacial da soberania do
Estado. Estado exerce o imperium e não o dominium. PROBLEMA: e as situações em que o território
não está ocupado?
• TEORIA DO TERRITÓRIO-COMPETÊNCIA: Território é o âmbito de validade da ordem jurídica
do Estado, vez que a eficácia de uma norma jurídica é dependente de um espaço geográfico certo de
atuação. PROBLEMA: e o mar e o espaço aéreo?
• não há Estado sem território, já que a sua privação implicaria a privação do próprio Estado;
• o território é o limite da atuação soberana do Estado, sempre dependendo dele mesmo a
escolha pela aceitação de normas estrangeiras;
• o território é objeto de relações jurídicas de interesse estatal, de modo que o Estado pode,
inclusive, alienar uma parcela do território em circunstâncias específicas, em detrimento dos
direitos de particulares detentores da propriedade privada da área.
• Convenção de Montego Bay (Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar –
CNUDM);

• Lei 8.617/1993 (Lei do Mar): ajustou o direito interno à Convenção.


• Mar Territorial: faixa adjacente à consta, que incide até 12 milhas náuticas a contar da linha
de base (maré baixa que contorna a costa sem acompanhar as entradas).
• Zona Econômica Exclusiva (ZEE): faixa adjacente, que mede 188 milhas marítimas a contar
do limite exterior do mar territorial. Não integra o espaço de soberania do Estado mas ele
exerce exploração, aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais de forma
exclusiva.
ESPAÇO AÉREO

• Tema passou a despertar mais interesse após a II Guerra Mundial.


• A coluna de ar existente sobre o território do Estado a ele pertence para fins de soberania.
• O Tratado sobre os Princípios que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e
Utilização do Espaço Exterior, Incluindo a Lua e Outros Corpos Celestes, de 1967, considera
que o espaço extra-atmosférico é de livre acesso a todos os povos, sendo insuscetível de
apropriação (BONAVIDES, 2009).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

• BONAVIDES, P. Ciência política. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2009


• DALLARI, D. de A. Elementos de teoria geral do Estado. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
• MORAIS, J. L. B. de; STRECK, L. L. Ciência política e teoria do Estado. 7. ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2010.
• SCALABRIN, Felipe. Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Porto Alegre: SAGAH, 2017.

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