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Período Moderno

Módulo 07
Modernidade: Qual é o fundamento do
poder? Os utopistas, Maquiavel e os
contratualistas.

Profº: Esp. Darcy de Arruda


Francis Bacon (1561-1626)
• Sua filosofia divide-se em dois
aspectos: Epistemologia (reflexão em
torno do limite do conhecimento
humano) e a Política.
• Suas ideias políticas estão descritas
em sua obra Nova Atlântida (1624).
• Nessa cidade ideal não há políticos, a
sociedade é governada pela Casa de
Salomão (pensadores e cientistas).
Francis Bacon (1561-1626)
• A Casa de Salomão era auxiliada pela
força de trabalho local para
construção da sociedade justa e
igualitária.
• Bacon acreditava que a ciência era o
único conhecimento capaz de trazer
benefícios práticos a humanidade.
Passagem para a Política
Moderna.
• Inspirada na República de Platão, as
obras de Bacon apresentam uma
realidade que não existe, mas que
seus autores gostariam que existisse,
o que pressupõe um conteúdo
altamente crítico em relação à
realidade à sua volta, característica do
Renascimento.
Passagem para a Política
Moderna.
• Pode-se dizer que as utopias são uma
continuidade do pensamento medieval
no modo de ver o universo político, pois
ainda está presente a estreita ligação
entre política e moral: quando elas
apresentam o que não é, estão
informando o que deveria ser.
• Elas seguem o senso comum desde os
gregos, constituindo uma visão política
normativa, doutrinal, que privilegia a
noção de justiça.
A política Moderna
• O verdadeiro rompimento com o
pensamento político anterior terá
início de fato a partir de Maquiavel,
que centrou sua crítica contra esse
“dever ser”, lançando as bases para o
surgimento da ciência política
moderna.
A política Moderna
• Maquiavel afasta-se do pensamento
especulativo, ético e religioso.
• Inaugura a autonomia da política
como objeto em si e independente de
outros campos do saber,
principalmente da religião.
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
• O pensador Florentino, teve intensa
vida política, chegando a ser segundo
Chanceler.
• Sua trajetória política foi intimamente
ligada a da poderosa família Médice,
que durante muito tempo foi a
principal mandatária de Florença.
Nicolau Maquiavel – Contexto
Histórico
• A Itália era uma península dividida em
cinco Estados que viviam em
constante conflito.
• Maquiavel tinha como principal
preocupação evitar que a Itália fosse
invadida pelos estrangeiros.
• Vendo nos Médices os governantes
que poderiam unificar a Itália.
Realismo de Maquiavel
• Mudou a perspectiva da política.
• Antes dele o poder e a vida social
tinha a origem em Deus, na natureza
ou na razão.
• Fatores externos a política.
• Com Maquiavel a política se voltou
para a realidade.
• Dedica-se a pensar a política como ela
é, e não como deveria ser.
Realismo de Maquiavel
• Busca compreender como os homens
governa e governaram de fato.
• Procura entender qual a legitimidade
do poder do governante.
• Como se alcança e se permanece no
poder.
• Quais são os caminhos necessários
para se estabelecer um governo
estável e duradouro.
Realismo de Maquiavel
• Outra característica é o método
utilizado por ele. Recolher exemplos
de governos e governantes da história.
• Reafirmando que somente a realidade
pode servir como base e fundamento
da política.
Maquiavel – qual é o fundamento
do poder?
• O fundamento do poder é a própria
realidade.
• A política é o resultado da disputa do
poder por três grupos:
- Os que estão no poder e querem se
manter nele.
- Os que não estão e querem alcançá-
lo.
- O povo que não quer ser oprimido.
Maquiavel – qual é o fundamento
do poder?
• Para ele o poder é resultados dessas
lutas, guiados pelos seus próprios
interesses.
• Não existindo sociedade sem conflito.
• O Príncipe deve saber tomar e
conservar o poder.
• Não aliando-se aos poderoso, os
quais são seus concorrentes, mas sim
ao povo.
Maquiavel – Virtù e fortuna
• Não basta querer ser político é
necessário ter algumas características.
• Virtù: virtude
- São características próprias do bom
governante, aquele que sabe fazer o
que deve ser feito.
- Aquele que observa a realidade e se
adapta a ela para manter o poder.
Maquiavel – Virtù e fortuna
• Fortuna: São os acontecimentos
imprevisíveis da vida.
- Um príncipe de virtù sabe reconhecer
os acontecimentos favoráveis e
utilizá-los a seu favor.
- Assim como os desfavoráveis,
evitando seus aborrecimentos.
● A política seria a arte de lidar com as
circunstâncias.
Maquiavel – Virtù e fortuna
• “Os fins justificam os meios”.
• As ações ganham caráter de boas ou
más, certas ou erradas, justas ou
injustas de acordo com o contexto e
com seus efeitos.
• Os parâmetros éticos que guiarão as
ações do príncipe obdecerão o
momento.
Moral pública e moral privada.
• Maquiavel separa definitivamente o
público do privado.
• Na vida privada as pessoas podem ter
valores próprios, como o cristianismo,
etc.
• Na vida pública os valores serão
julgados por sua utilidade social.
Maquiavel – republicano
• O pensamento de Maquiavel pode ser
separado em dois: O príncipe e no
Discurso a sobre os primeira década
de Tito Lívio.
• No 1º a defesa do príncipe que deve
governar com mãos fortes, até que a
ordem reine.
• No 2º o poder deve ser passado ao
povo.
Thomas Hobbes (1588-1679)
• Um dos maiores pensadores político
da modernidade.
• Defensor da monarquia.
• Perda da importância do direito divino
dos reis.
• Buscou uma justificativa racional para
o poder dos monarcas.
Hobbes – O estado de natureza
• Duas fases histórica: a pré-civil e a
civil.
• São estados imaginários, uma
abstração de Hobbes.
• Procura compreender a natureza
humana em si mesma.
• Conclui que o ser humano são iguais
por natureza, sendo essa boa e má.
• Dá mais ênfase a natureza má.
Hobbes – O estado de natureza
• No estado de natureza o ser humano tem
os direitos naturais: a vida e a
autopreservação.
• No estado de natureza não existe leis.
• Cada um pode satisfazer suas
necessidades.
• Não há certo ou errado, justo ou injusto.
• Para Hobbes as leis e a moral são
convenções da sociedade.
Hobbes – O estado de natureza
• Com essa liberdade total o ser humano é
mal, egoísta e só pensa na preservação
de sua própria vida.

• Nesse estado, bom e mal não tem caráter


moral, mas sim natural.
Hobbes – Homo homini Lupus

• A guerra de todos contra todos.


• O homem tem uma vida solitária,
medíocre, bruta e curta.
• Uns dominaram e outros serão
dominados.
Hobbes – Homo homini Lupus

• Por um lado o estado de natureza e bom,


pois há a liberdade total.
• Por outro é mal, pois a falta de leis
expõem a todos ao risco de vida.
• Para resolver esse problema o homem se
vale de sua racionalidade para chegar ao
um acordo de autopreservação.
• Fazendo um contrato que limita essa
liberdade.
O contrato social e a formação do
Estado.
• Única forma de preservação da vida.
• Para sua existência é necessário que o
individuo abra mão de sua liberdade
total.
• A sociedade seria fruto dessa convenção,
que só ocorre pelo medo da morte.
• O Estado seria artificial e um mal
necessário.
O contrato social e a formação do
Estado.
• Hobbes fala em dois contratos:
1º que os homens fazem entre si, que não
deu certo, pois não há um ente
regulador.
2º o obrigatório, feito com o Estado
regulador, punitivo e com poder ilimitado
sobre a sociedade.
- Esse estado é conhecido como Leviatã.
O Leviatã, o Estado todo
poderoso.
• Nesse momento o
pacto não é feito entre
as pessoas e o Estado.
• Mas entre as próprias
pessoas.
• O Estado soberano
existe como a criação
das pessoas por meio
de um contrato.
O Leviatã, o Estado todo
poderoso.
• O Estado estaria acima
do cidadão, podendo
fazer o necessário para
manter a ordem.
• O Estado criaria as leis
e obrigaria seu
cumprimento.
• O Estado é o único
acima da lei.
O Leviatã, o Estado todo
poderoso.
• O Leviatã tem o papel
de governar com mão
de ferro.
• Impedir que os mais
fortes oprimam os mais
fracos.
• O poder não pode ser
dividido, pois isso
geraria o conflito.
John Locke (1632-1704).

• No começo da vida
defendia o absolutismo.
• Depois passou a der a
defender o Liberalismo.
• Sustentando que existe
direitos inalienáveis.
• Além do direito a
rebelião.
John Locke - Liberalismo.

• Doutrina baseada na
defesa da liberdade
individual, nos campos
econômico, político,
religioso e intelectual,
contra as ingerências e
atitudes coercitivas do
poder estatal.
John Locke – Política .
• Livro: Dois tratados sobre
o governo.
• Verdadeira origem, a
extensão e o fim do
governo civil. (Visão
otimista).
• O indivíduo no estado de
natureza, vivia em paz.
• O poder do Estado
deveria ser restrito.
John Locke – Estado de natureza....

• Vivem juntos segundo a


razão e sem um superior
comum sobre a terra.
• Tem autoridade para auto
julgamento.
• É um estado pré-político
mas não pré-social.
• Os indivíduos só
obedecem as leis de
natureza (de nascimento).
John Locke – Estado de natureza....

• O indivíduo tem além do


direto a vida, direito a
propriedade privada, à
liberdade e à defesa
desses direitos.
• Uma vez que alguém tem
seu direito atingido, este
tem o direito a se
defender.
John Locke – Estado de natureza....

• O Estado é criado
para regular
essas liberdades,
de defesa e de
ataque, pois
mesmo elas em
excesso podem
ser prejudiciais a
sociedade.
John Locke – O Estado.
• Não tem poder ilimitado sobre o
indivíduo, nem esta acima das leis.
• Sendo ele a manifestação do desejo
das pessoas.
• Confiam nele mais não se submetem
indistintamente.
• Renunciam as leis de natureza.
• Transformando-se pelo contrato
social em poderes políticos da
sociedade civil.
John Locke – propriedade
privada.
• A propriedade privada é um bem
inalienável, pertence ao ser humano,
não pode ser retirada dele.
• Se no principio tudo era de todos, a
propriedade passou a ser privada no
momento em que o individuo a
conquistou de acordo com a
capacidade de seu trabalho.
• O Estado nasce, também, para essa
defesa.
John Locke – Divisão do poder.
• O governo deveria proteger a comunidade
sem interferir na vida privada do cidadão.
• Era contra um poder absoluto, pois não
tinha legitimidade popular.
• Devendo se manifestar apenas quando
houve-se um conflito de interesse entre
as pessoas.
• Defendia a separação dos poderes.
John Locke – Divisão do poder.
• Dividia os poderes em: Executivo,
Legislativa e Federativo.
• Legislativo: poder supremo.
• Executivo: executar as leis.
• Federativo: estabelecer relações com
os outros Estados.
Jean-Jacques Rousseau
(1712 -1778)
• “O homem nasce bom mais a
sociedade o corrompe”.
• Contrato Social -1762.
• É considera o pai do
romantismo, pela valorização
da vida natural.
• Acreditava que a vida em
sociedade era fonte das
mazelas humanas.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• No contexto histórico vivido
por ele havia um grande
otimismo devido ao
Iluminismo e a R. Francesa.
• Havia uma crença no
progresso.
• O progresso não garantiria a
felicidade da sociedade, pelo
contrário, a tornaria pior.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• No estado de natureza o
homem é bom e integro, sem
vícios (o bom selvagem).
• O ser humano original era
livre, solitário e feliz.
• Era guiado por sentimentos
naturais, não pela razão.
• Sua vida se resumia: querer,
desejar e temer.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• Procurava se manter vivo e
satisfazer suas necessidades.
• Estava aquém do bem e do
mal, inocente como uma
criança.
• Não havendo divergência de
interesses.
• São guiados pelo sentimento
de piedade e perfectibilidade.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• A perfectibilidade – foi uma
das causas das pessoas
juntarem-se para efetuar
trabalhos em coletivo.
• Daí nasce os males da
sociedade, pelo surgimentos
dos grupos.
• Nascendo as diferenças
dentro das sociedades.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• Porém o mal maior seria o
surgimento da propriedade
privada.
• Criando as maiores divisões,
entre os que detinham a
propriedade e os que não
detinham.
• Desencadeando uma guerra
entre estes.
Jean-Jacques Rousseau – O
estado de natureza.
• Nessa guerra os perdedores
seriam os possuidores.
• Os despossuídos foram
convencidos que a melhor
forma para a paz era
aceitarem um contrato.
• O contrato social nasce como
um engodo feito pelos ricos
para trapacear os pobres.
J. J. Rousseau – a vontade geral.
• Para garantir a liberdade o contrato
social deve ser justo.
• Devendo prevalecer a vontade geral, do
bem comum.
• O contrato social deve ser entendido
como uma forma de garantir a não
dominação de um ser humano sobre o
outro.
• Sendo contrária aos interesses
individuais.
J. J. Rousseau – a vontade geral
• Sua maior preocupação era abolir as
desigualdades entre as pessoas.

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