HISTÓRICOS E INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO FORMAÇ ÃO D OS ESTAD OS N AC I ON AI S
Profa. Jullyane Moraes
FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS • O estabelecimento do sistema econômico conhecido atualmente como capitalismo; • O surgimento dos Estados Nacionais, as grandes navegações e os pensamentos iluministas que lapidaram o sistema de poder estatal; ABSOLUTISMO • Séculos XVI e XVIII; • Forma de governo, no qual se defendeu o pensamento do poder absoluto do soberano sobre a nação, isto é, todo poder do Estado estava concretando na figura do soberano, de modo que o Estado não possuía nenhum limite de atuação sobre os seus súditos; • “O Estado sou eu”; • Conjunção de alguns fatores: - Seu início se sucedeu ainda na Idade Média, quando sobreveio a crise do feudalismo (poder era pulverizado – regime político descentralizado – e prevalecia a servidão) e, consequentemente, houve a diminuição da servidão, bem como a criação de uma nova classe social: a burguesia; - Fragilização dos feudos e necessidade gradual de centralização do poder nas mãos dos monarcas;
• A criação de leis, a imposição de tributos, a definição de justiça e o comandante do exército;
ABSOLUTISMO • No contexto social, o monarca, buscando equilíbrio entre as duas grandes classes sociais, contemplava os interesses da nobreza, dando-lhe diversos privilégios sociais (isenções de impostos, altos cargos na administração pública, postos de comando nas forças armadas, etc.), bem como atendia aos interesses da burguesia, quando a favoreceu economicamente (comércio, moeda única), especialmente, quando permitiu o direito de explorar economicamente os países colonizados; • Era uma sociedade rigidamente hierarquizada, por causa dos privilégios concedidos, de modo que não havia igualdade formal entre as pessoas perante a lei; • Teorias de explicação do poder do monarca: - A legitimidade “política” do poder do monarca com base em argumentos religiosos, isto é, o poder emana diretamente de Deus, e atacá-lo de qualquer maneira seria um sacrilégio - Jean Bodin e Jacques Bossuet; - A política tinha origem no próprio humano, logo não havia nenhuma relação com Deus - Nicolau Maquiavel; - o Estado deve ser forte e com o poder centralizado, pois ele precisa ter capacidade para conter os impulsos naturais que promovem uma relação caótica entre as pessoas - Thomas Hobbes; ILUMINISMO • Século XVIII; • Características: - Empirismo, isto é, a ideia de que o conhecimento somente poderia ser produzido por meio das experiências, dos sentidos e das sensações práticas. Assim, quanto mais experiências, maior o conhecimento - John Locke; - As Leis Naturais, criadas pelo filósofo Isaac Newton a) A primeira lei foi denominada de Lei da Inércia, a qual poderia ser traduzida pela seguinte frase Newton: “todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele”; b) A segunda lei foi designada de Lei da Superposição de Forças, ou Princípio Fundamental da Dinâmica, que poderia ser compreendida pela seguinte frase do filósofo: “a mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada”; c) A terceira lei é chamada de Lei da Ação e Reação, a qual se exemplifica na seguinte frase do autor: “a toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos”;
- A liberdade e a igualdade perante a lei (igualdade formal);
- Liberalismo econômico, isto é, a não intervenção do Estado na economia; CONTRATO SOCIAL • Teoria que explana o pacto realizado entre os governantes e os governados; - No período absolutista, o principal filósofo que defendia o contrato social foi Thomas Hobbes, nascido em Westport, na Inglaterra, em 1588. Para ele, o estado de natureza é onde não existiam leis e os homens nasciam maus, ocasionando conflito social, já que os homens somente buscavam os seus próprios interesses em face de interesses alheios, de modo que no estado de natureza seria um verdadeiro estado selvagem ou de constantes guerras; - Para Hobbes, o conflito relativo à própria natureza humana explica que essa tensão seria apenas controlada por meio de um contrato pactuado – expressamente ou implicitamente – entre as pessoas, possibilitando, desse modo, o surgimento do Estado e a convivência em sociedade. Neste ponto, vale rememorar a frase cunhada pelo filósofo: “O homem é o lobo do homem”; - Para John Locke, em seu estado de natureza, os homens não nascem nem bons nem maus, contudo haveria a insegurança. Por isso, a necessidade do Estado para criar leis para impor limites; - Para Jean Jacques Rousseau, em estado de natureza, os seres humanos eram bons, tendo em vista que eram carecidos de seus sentidos, de modo que as suas necessidades eram saciadas com a natureza (comer, dormir, etc.). Na verdade, quem os corrompia era a sociedade; SEPARAÇÃO DOS PODERES • A separação dos poderes teve início com os estudos na Grécia antiga, tendo como Aristóteles o seu maior expoente; • Para Locke, o Poder Legislativo, por ser considerado a casa do povo, sendo o povo o verdadeiro detentor da soberania, teria sido denominado pela doutrina de supremacia do Parlamento, tendo prevalência sobre os outros poderes. Contudo, o autor fazia a ressalva que havia limitações ao Poder Legislativo, no que concerne aos direitos inalienáveis. Com relação ao Poder Executivo e ao Poder Federativo, afirmava que tinham existências permanentes, sendo que naquele a atribuição é de execução das leis internas, e neste é administrada a segurança e o interesse público externo; • Montesquieu, na obra denominada O espírito das leis, afirmou que existiam três principais tipos de governo: o republicano, o monárquico e o despótico; • A crítica realizada por Montesquieu ao regime absolutista francesa recai em classificá-la como um governo despótico, uma vez que o monarca não respeitava nenhuma lei, impondo medo ao povo; SEPARAÇÃO DOS PODERES • Montesquieu assentava que seria possível os governos republicanos e monárquicos fracassarem se houvesse corrupção, isto é, quando os seus governantes agissem violando suas respectivas leis; • No Poder Legislativo, criam-se leis por um tempo ou para sempre e corrigem-se ou anulam-se aquelas que já foram criadas. O Poder Executivo – propriamente dito – faz a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, instaura a segurança e previne invasões. Por fim, o Poder Judiciário castiga os crimes ou julga as querelas entre particulares; • Os referidos poderes necessitariam de atribuições próprias, isto é, sua atuação estava limitada pela lei; além do mais, deveriam, ao mesmo tempo, ser independentes e harmônicos entre si, bem como limitar e ser limitado entre si, evitando, desse modo, eventuais abusos no exercício produzido por um poder;
Democracia e Jurisdição Constitucional: a Constituição enquanto fundamento democrático e os limites da Jurisdição Constitucional como mecanismo legitimador de sua atuação