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REMUNERAÇÃO E

FOLHA DE
PAGAMENTO
Prof. Msc. Nicole Rovaris de Medeiros
REMUNERAÇÃO
• As pessoas trabalham nas organizações em função de certas expectativas e
resultados.
• Ninguém investe esforço, dedicação e competências sem esperar por um
retorno adequado desse investimento.
• O engajamento das pessoas na atividade organizacional depende do grau
de reciprocidade percebido: na medida em que seu trabalho produz
vantagens ou resultados esperados, maior será o engajamento.

TIPOS DE RECOMPENSAS
Recompensas relacionadas com alcance de objetivos organizacionais
Recompensas vinculadas ao tempo de serviço do funcionário
Recompensas relacionadas com desempenho excepcional
Recompensas relacionadas com resultados departamentais ou globais
Recompensas relacionadas com aumento de competências
AFINAL, O QUE É A
REMUNERAÇÃO?
• Entende-se por remuneração a quantia fixa estipulada, como também,
abonos, gratificações, diárias para a viagem que exceda a 50% do salário,
comissões, percentagens e gorjetas.
SALÁRIO

• O salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoa à


organização. Em troca do dinheiro, elemento simbólico e intercambiável,
a pessoa empenha parte de si mesma, de seu esforço e de sua vida,
comprometendo-se a uma atividade cotidiana e a um padrão de
desempenho na organização
TIPOS DE SALÁRIO

• Salário por unidade de tempo: pago de acordo com o tempo que a pessoa fica à disposição
da empresa. Pode ser por hora, semana, quinzena ou mês (horistas ou mensalistas).

• Salário por resultados: refere-se a quantidade produzida. Abrange os sistemas de


incentivos (comissões ou porcentagens) e os prêmios de produção (gratificações).

• Salário por tarefa: é uma fusão dos dois anteriores, pois a pessoa está sujeita a uma jornada
de trabalho ao mesmo tempo que o salário é determinado pela quantidade produzida.
PROVENTOS
• Você certamente já ouviu a palavra “proventos”. Mas o que são
proventos? Os proventos são os resultados alcançados no desempenho de
uma função, assim, compreendem salário, adicionais e tudo o que fizer
parte da remuneração do empregado.
Tipos de salário
• Salário comissionista: há duas modalidades nessa forma de contra­tação: a de
comissionista misto, em que o empregado recebe salário fixo mais comissão; e a de
comissionista puro, em que o empregado recebe tão somente a comissão apurada. O
Descanso Semanal Remunerado também é calculado sobre as comissões, devendo ser
calculado e discriminado em separado.

• Salário profissional: é o mínimo pago a uma categoria profissional re­gulamentada


mediante legislação especial. São alguns exemplos de em­pregados pertencentes à
mencionada categoria: advogados, arquitetos, agrônomos, assistentes sociais, jornalistas
profissionais, fisioterapeutas, contabilistas e engenheiros.
Piso Salarial
• Piso salarial: é o salário mínimo de determinada categoria profissional estabelecida por
meio de acordo ou convenção coletiva. Alguns sindicatos estipulam um piso próprio para
uma jornada mensal de trabalho.
• Piso profissional: é o preço salarial estipulado para algumas profis­sões, como, por
exemplo, engenheiros que devem ser remunerados com seis salários mínimos por seis
horas de trabalho.
• Piso regional: é o salário estadual estipulado para aqueles que não pos­suem sindicato. O
valor é fixado anualmente. Não estão incluídos para esse piso os servidores municipais, os
estaduais, os trabalhadores que tenham piso salarial definido em lei federal, bem como os
trabalhadores que têm piso salarial definido em acordo ou convenção coletiva de trabalho.
Salário mínimo: o valor do salário mínimo é divulgado
periodicamente por meio de lei federal e tem como objetivo
satisfazer, em qualquer região do país, as necessidades vitais,
como moradia, alimentação, educação, saúde, vestuário,
higiene, transporte e previdência social (GONÇALVES,
2006).
Salário família
• Salário-família: criado pela Lei nº 4.266, de 3 de outubro de 1963, para
os empregados urbanos e, pela Constituição Federal de 1988, estendido
aos trabalhadores rurais. O salário-família é pago para os empregados que
possuírem filhos menores de 14 anos, conforme sua faixa salarial
Salário família
• O pagamento é efetuado por filho ao empregado que apresente a certidão
de nascimento do menor. O empregador, ao pagar ao funcionário, abate
esse valor quando recolhe impostos; é o Governo Federal que arca com o
pagamento desse salário ao empregado (SILVA, 2009).
Salário família
• a) Quando pai e mãe são empregados, ainda que da mesma empresa, ambos terão direito ao salário-
família;
• b) O pagamento do salário família será devido a partir da apre­sentação da certidão de nascimento dos
filhos;
• c) Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, o salário-família passará a ser pago
diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor;
• d) O salário-família cessa automaticamente:
• - por morte do filho, a contar do mês seguinte ao do óbito;
• - quando o filho completar 14 anos, a contar do mês seguinte ao do aniversário;
• - pelo desemprego do segurado.
Salário família
• e) a manutenção do pagamento está condicionada à apresen­tação anual do
atestado de vacinação obrigatória;
• f) no caso de faltas, o salário-família será pago integralmente;
• g) na admissão ou demissão do empregado, o salário-família será pago na
mesma proporção dos dias trabalhados [...].
• IMPORTANTE: base de cálculo do salário família – salário base, mais horas
extras e comissões.
• Não há a incidência de INSS neste valor!
Tipos de salário
• Salário in natura: além do pagamento em dinheiro, compreende-se no
salário, para os efeitos legais, a alimentação, a habitação, o vestuário e o
transporte. Essas parcelas são denominadas salários in natura.

• Salário maternidade: é pago pelo empregador na folha de pagamento.


Todavia, como é um benefício pago pela Previdência Social, é deduzido
integralmente em favor do empregador quando este recolhe os impostos
devidos (GONÇALVES, 2006).
CÁLCULO DO SALÁRIO
• Funcionários mensalistas recebem pelo total de 220 horas no mês,
independente de quantas horas efetivamente trabalharam.
• O pagamento do salário deverá ser feito:
• Em moeda corrente, em dia útil, no local de trabalho, e até o 5o (quinto) dia útil do
mês subsequente ao vencido (Verificar o Sindicato da Categoria que em alguns casos
exigem o pagamento no dia 5 do mês subseqüente)
• Em cheque ou depósito bancário, com tempo suficiente para o empregado
movimentar a conta.
Horas extras
• Horas Extras
• Para encontrar o valor da hora extra, multiplicar o valor da hora normal
por no mínimo 50%.
• O valor da hora normal será o valor da remuneração mensal dividido por
220.
Descanso Semanal Remunerado - DSR
• DSR – Desconto Semanal Remunerado
• O empregado faz jus ao pagamento do descanso semanal e feriados.
• O mensalista já tem embutido em seu salário o DSR.
• Horista deverá receber na íntegra os dias do mês, ou seja, 28, 30 ou 31, e
ainda deverão ser destacados Dias Úteis e Descanso Semanal Remunerado
(DSR).
Adicional de Insalubridade
• Adicional de Insalubridade
• Os empregados que trabalham em regime insalubre devem receber de
acordo com a atividade o adicional respectivo máximo, médio ou mínimo,
que equivale a 40%, 20% ou 10% do salário mínimo.
Adicional de Periculosidade
• Adicional de Periculosidade
• O trabalho em condições de periculosidade, isto é, em contato com
elementos que ponham em risco sua vida (tais como explosivos e
inflamáveis), assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário
base.
• Se o trabalho é ao mesmo tempo insalubre e perigoso, cabe ao empregador
optar por um dos adicionais.
Férias
• Férias
• Na forma do art. 129 da CLT, anualmente, todo empregado tem direito a
um período de férias sem prejuízo da remuneração.
• O empregado terá direito a férias na seguinte proporção:
• 30 dias corridos – quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes;
24 dias corridos – quando houver faltado de 6 a 14 vezes;
18 dias corridos – quando houver faltado de 15 a 23 vezes;
12 dias corridos – quando houver faltado de 24 a 32 vezes
Férias
• Abono Pecuniário
• Será facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver
direito em abono pecuniário no valor da remuneração que lhe seria devida
nos dias correspondentes (art. 143 da CLT).
• Este abono deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do
período aquisitivo, conforme § 1º do art. 143 da CLT.
Décimo terceiro salário
• Todo empregado faz jus ao 13o salário, em duas parcelas no valor de 1/12 avos da
remuneração devida em dezembro ou no mês da Rescisão, por mês de serviço.
• A fração de 15 dias trabalhados no mês é considerada mês integral para
pagamento de 1/12 avos do salário.
• Na rescisão contratual, é devido, independente do tempo de serviço ou motivo,
salvo por justa causa.
• O pagamento da 1a. Parcela é feito entre os meses de fevereiro a novembro;
• A segunda parcela do 13o Salário deve ser paga até o dia 20 de dezembro.
Descontos do salário
• Ao empregador é vedado qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando resultar de adiantamentos, dispositivos de Lei ou de contrato coletivo.
• Permitido: adiantamento salarial.
• O percentual a ser adiantado não poderá ser maior do que a metade do salá­rio.
Algumas convenções coletivas, entretanto, colocam a obrigatoriedade da
concessão de vales. Então, se a sua empresa seguir uma convenção coletiva,
deve-se seguir o que ela determina e quando determina (GONÇALVES,
2006).
Encargos
• INSS - Contribuição Previdenciária (instituto nacional de seguridade
social): INSS é o Instituto Nacional da Seguridade Social, órgão da
Previdência Social. Tanto os empregados quanto os empregadores têm a
obrigação de recolher suas contribuições para esse instituto.
• Base de cálculo: remuneração do empregado (sem valor
recebido a título de salário família).
Encargos
• IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte: A retenção do Imposto de Renda
Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos do trabalho assalariado abrange
todas as pessoas físicas. O Imposto de Renda é a tributação devida sobre os
rendimentos do trabalho assalariado, tais como: salário, horas extras, adicionais
e outras receitas admitidas pela Receita Fede­ral.
• Base de cálculo: apuração da renda; dedução de INSS, dependentes e
pensão (se houver); apuração da renda líquida; multiplicação do valor da
renda pelo percentual da tabela do IR; dedução da parcela a descontar
conforme tabela = valor do imposto.
CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO

• A confecção da folha de pagamento, além de um procedimento de caráter


tra­balhista, resulta de uma obrigatoriedade prevista no artigo 225 do
Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, que determina que a empresa é
obrigada a elaborar mensalmente a folha de pagamento da remuneração
paga devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo
manter em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de
pagamento (BRASIL, 1999).
PASSO A PASSO
• Cálculo dos dias trabalhados
• Verificar se será devido o abono do salário-família, que é o valor fixo devido ao
empregado que tiver dependente menor de 14 anos de idade
• Desconto de vale transporte e vale alimentação
• Desconto da previdência, de acordo com tabela de alíquotas
• Verificar se a remuneração paga ao funcionário naquele respectivo mês dá base para o
cálculo do Imposto de Renda, o IRRF. Se não der base, apenas informar a base de
cálculo para ficar transparente que o desconto não foi realizado pelo fato de não ter a
referida dado base de cálculo.
Horas extras
• A Constituição Federal (1988) estabelece que o valor da hora extraordinária
deve ser acrescido de, no mínimo, 50% em relação à hora normal, se as
horas excedentes forem realizadas de segunda a sábado. Quando realizadas
no do­mingo ou feriado, devem ser acrescidas de 100%.
• Os empregados maiores (homens e mulheres) poderão ter a sua jornada
prorrogada no máximo de 2 (duas) horas, res­peitando o limite de 10 (dez)
horas diárias, mediante acordo individual, coletivo, convenção ou sentença
normativa, com acréscimo de, no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre a
hora normal.
• COMO CALCULAR:
• 1ª Regra – levantar as horas extraordinárias realizadas pelo empregado,
por meio do apontamento do cartão ponto.
• 2ª Regra – aplicar a seguinte fórmula: salário-base/220 (quantidade de
horas do mês) + adicional conforme Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) (50% ou 100%, ou adicional previsto em convenção coletiva) x
quantidade de horas realizadas pelo empregado.
Exemplo de cálculo
• Empregado mensalista:
Salário = R$ 1.540,00
R$ 1.540,00 / 220 = R$ 7,00
R$ 7,00 x 50% = R$ 3,50
R$ 7,00 + R$ 3,50 =R$ 10,50
Hora extra = R$ 10,50
Horas extras
• Alguns funcionários não têm direito ao recebimento de hora
extraordinária, como os empregados em cargos de confiança, que são
gerentes, gestores, dire­tores, chefes. Esses empregados estão excluídos da
marcação de ponto, não têm sua jornada de trabalho controlada e já
recebem uma gratificação de função de 40%, por isso são indevidas as
horas extraordinárias, independentemente do tempo que trabalhem
(OLIVEIRA, 2006).
DSR sobre horas extras
• DSR SOBRE HORAS EXTRAS: As horas extras integram o descanso
semanal remunerado, calculado sobre as médias destas quando o
empregado cumpre integralmente a sua jornada de trabalho sem faltas
nem atrasos (OLIVEIRA, 2006).
DSR sobre horas extras
• Como exemplo, acompanhe no Quadro abaixo as horas extras referentes
ao mês de maio de 2018, que correspondem a R$ 79,00;
• Apuração do calendário: Dias úteis (os que estão sublinhados), de
segunda-feira a sábado = 26 dias. Domingos e feriado = 5 dias.
• O cálculo fica da seguinte forma:
• Horas do mês / dias úteis x dias de DSR = Valor do Reflexo
• R$ 79,00 / 26 x 5 = R$15,19
Contabilização da folha de pagamento
D- despesa com salários (DRE)
C-salários a pagar
(Valor da remuneração bruta – salários e horas extras, deduzir salário
família)

D- Salário família (ativo)


C- salários a pagar
Contabilização da folha de pagamento
D- INSS a recolher
C- Salário família (ativo)

D- Salários a pagar
C- Vale transporte (DRE) – ressarcimento de despesa

D- Salários a pagar
C- INSS a recolher
Contabilização da folha de pagamento

D-INSS empresa (despesa DRE)


C- INSS a recolher

D-Salários a pagar
C- IRRF a recolher
Contabilização da folha de pagamento
D- FGTS (DRE)
C- FGTS a recolher

No pagamento da folha:

D- Salários a Pagar (Passivo, obrigações) – valor líquido da folha


C- Caixa/Bancos (Ativo) – valor líquido da folha. Dica: sempre verifique se a conta
Salários a Pagar está “zerando” no intervalo de um mês para o outro.

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