Você está na página 1de 30

CONTROLE DE

QUALIDADE
TÉCNICO EM ANÁLISES CLÍNICAS
MODULO III
PROF. KETLLYN MAYRINK
CONTROLE DE QUALIDADE
Inovações Determinação correta Melhoria dos
Exigências do diagnóstico, processos
Conceito de tratamento e
prognóstico contínuos
Qualidade dentro do lab

Metas e Satisfazendo as
necessidades
Controlando
Condutas dos clientes
seus processos e
suas fases

“melhoria Assegurar Minimizando


continuamente dos resultados efeitos adversos
processos” dentro confiáveis/ e Não
do mercado compatíveis conformidades

Melhoria da
Laboratórios qualidade dos
Clínicos
produtos (laudos) + Garantindo
controle de qualidade
interna Qualidade
IMPORTÂNCIA DAS ANALISES
CLÍNICAS
• O médico conta com alguns recursos para acompanhar a saúde de
seus pacientes, como a clinica do paciente, suas próprias observações
dos sintomas, entre outras práticas similares;
• Com esses recursos, os médicos geralmente chegam a uma hipótese
sobre uma possível patologia que possa estar em desenvolvimento;
• Sendo assim, os exames de análises clínicas são um dos recursos mais
eficientes que um profissional de saúde tem a sua disposição. Com
eles, é possível avaliar parâmetros e analisar de forma minuciosa a
condição de saúde de determinado paciente.
• Faz-se necessário a realização de um “check-up” – anualmente;
• Ao submeter-se a essa rotina, o paciente ganha a vantagem de
diagnosticar doenças ou qualquer outra alteração no organismo a
tempo de um tratamento mais eficiente.
FASES DOS PROCESSOS
ANALÍTICOS
• Uma das principais finalidades dos testes laboratoriais é
auxiliar o raciocínio médico após a obtenção da história
clínica e a realização do exame físico;
• Para tanto, todas as fases de execução dos testes (pré-
analítica, analítica e pós-analítica), devem ser conduzidas
seguindo a rigor técnicas necessárias para garantir a
segurança do paciente e resultados exatos;
• De acordo com a literatura científica, a fase pré-analítica
concentra-se com a maior parte dos equívocos que podem
gerar resultados não consistentes com o quadro clínico dos
pacientes;
FASES DOS PROCESSOS
ANALÍTICOS
Estima-se que 70% dos erros ocorridos no laboratório,
concentra-se na fase pré-analítica;
Entre eles, destacam-se:
• Os aspectos relacionados a preparação do paciente (com a
necessidade de jejum ou não, quantas horas);
• Tipo de alimentação;
• Prática de atividade física;
• Uso de medicações;
• Mudanças abrutas na rotina diária do paciente.
FASES DOS PROCESSOS
ANALÍTICOS
• Apesar de o controle do laboratório sobre tais variáveis ser
limitado, é possível contornar muitas dessas inadequações
por meio da orientação do paciente, seja pelo médico que
solicita o exame, ou seja pelo laboratório clínico, que
fornece as informações pelos diversos canais de
comunicação com o cliente;

• Sendo assim, é importante lembrar que a escolha


inapropriada de testes ou de seus painéis também pode
constituir um erro pré-analítico. Nesse sentido, a interação
entre o médico e o patologista clínico sempre será de grande
relevância;
LABORATÓRIO DE ANÁLISES
CLÍNICAS
A realização de exames divide-se, classicamente, em:

• FASE PRÉ-ANALÍTICA: começa na coleta do material, seja ela


feita pelo paciente (urina, fezes e escarro), seja feita no
ambiente laboratorial.

• FASE ANALÍTICA: corresponde à etapa de execução do teste


propriamente dita, e envolve os processos de validação e
liberação de laudos.

• FASE PÓS-ANALÍTICA: encerrando-se após o médico receber


o resultado final, interpretá-lo e tomada de decisões.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
As condições pré-analíticas comumente abordadas no
laboratório clínico incluem gênero, idade, prática de atividade
física, dieta, jejum, variação cronobiológica, e uso de drogas
para fins terapêuticos ou não.
Em uma abordagem mais ampla, outras circunstâncias
também precisam ser consideradas, tais como: realização de
procedimentos terapêuticos ou diagnósticos, cirurgias,
transfusão de sangue e infusão de soluções, entre outras.
A coleta e a adequação de amostras, tem um papel
igualmente essencial para um exame confiável.
Além disso, temos erros que podem acontecer dentro da
requisição dos exames, identificação do paciente,
identificação da amostra, coleta da amostra e no transporte,
na triagem e na estocagem da amostra.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• Gênero:
Alguns exames de sangue, soro e urina apresentam níveis
significativamente distintos entre homens e mulheres devido a
variações hormonais, metabólicas e de massa muscular, entre
outras.

As alterações típicas do ciclo menstrual também se refletem


em outras substâncias. A aldosterona fica cerca de 100% mais
elevada na fase pré-ovulatória do que na folicular.
De qualquer modo, os intervalos de referência para os
parâmetros dos exames são específicos para cada gênero.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• Faixa Etária:
Certos indicadores, como os bioquímicos, possuem nível sérico
dependente da idade, o que se deve a fatores como maturidade
funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo hídrico e lipídico, massa
corporal, limitações funcionais e etc.
Em situações especiais, os intervalos de referência devem considerar
essas diferenças.
Convém ponderar que as mesmas causas de variações pré-analíticas
que afetam os resultados laboratoriais em jovens interferem nos
resultados de idosos, mas com intensidade maior nestes últimos.
Doenças subclínicas também são mais comuns na maturidade e
precisam ser levadas em conta na interpretação dos resultados.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• ATIVIDADE FÍSICA:
O efeito dos exercícios sobre alguns componentes sanguíneos é, em
geral, transitório e decorre em diferentes compartimentos corporais,
das variações nas necessidades energéticas do metabolismo e da
modificação fisiológica que a atividade condiciona;
O esforço físico ainda é capaz de aumentar a atividade sérica de
algumas enzimas de origem muscular, como por exemplo a
creatinoquinase (CK), a aldolase, aminotransferase e entre outros (Ex.
rabdomiólise);
Pode haver ainda hipoglicemia, elevação da concentração de ácido
láctico, em até dez vezes, aumento nas atividades das enzimas em até
quatro a dez vezes, respectivamente.
As variações chegam a persistir por 12 a 24 horas, a depender da
intensidade do exercício e do grau de condicionamento físico do
indivíduo;
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• DIETAS:
A amplitude das alterações de parâmetros no plasma ainda depende da
composição da dieta e do tempo decorrido entre a ingestão e a coleta
da amostra.
Alimentos que contêm muita gordura, por exemplo, fazem subir a
concentração de triglicérides, da mesma forma que dietas ricas em
proteínas promovem níveis elevados de amônia, ureia e ácido úrico.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• JEJUM:
A necessidade do jejum decorre do fato de os valores de referência dos
testes terem sido estabelecidos em indivíduos nessa condição.
Demais refeições podem alterar a composição sanguínea
momentaneamente – sem o pré-requisito, cada exame teria de ser
analisado de acordo com o que a pessoa ingeriu.
A maioria dos exames exige três horas de jejum, com exceção da
glicemia (oito horas) e do perfil lipídico (12 horas).
Na população pediátrica e de idosos, o tempo sem alimentação deve
guardar relação com os intervalos das refeições. Para crianças mais
novas, o jejum pode ser de uma ou duas horas.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• VARIAÇÃO CRONOBIOLÓGICA:
Essa alteração envolve as alterações cíclicas na
concentração de determinados parâmetros em função do
tempo, podendo ser diária, mensal, sazonal, anual etc. Por
isso, as coletas realizadas à tarde fornecem resultados mais
baixos do que os obtidos nas amostras coletadas pela
manhã.
Deve ser levado em consideração também, as variações do
meio ambiente, por exemplo, em dias mais quentes a
concentração sérica das proteínas e relativamente mais alta
em amostras colhidas a tarde do que no período da manhã,
em razão da hemoconcentração.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• ÁLCOOL E FUMO:
Da mesma forma que os medicamentos, o álcool e o fumo determinam
variações nos resultados de exames laboratoriais por seus efeitos in vivo
e in vitro.
Mesmo o consumo esporádico de alcool pode ocasionar alterações
significativas e quase imediatas na glicose, no ácido lático e nos
triglicérides.
O uso crônico de álcool eleva a atividade da gamaglutamiltransferase
(GGT), já o tabagismo, por sua vez, aumenta a concentração de
hemoglobina, a quantidade de leucócitos e de hemácias e o volume
corpuscular médio, além de reduzir o HDL e o cortisol.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• GESTAÇÃO:
Há mecanismos que mudam o nível das substâncias no
plasma durante a gravidez, os quais decorrem de vários
fatores, como a hemodiluição de proteínas totais e
albumina, as deficiências relativas em função do maior
consumo de ferro e ferritina e o aumento das proteínas de
fase aguda;
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• MEDICAMENTOS EM USO:
Uma vez que podem se constituir em interferentes, os fármacos
usados pelo paciente devem ser protocolados para evitar
alterações que acabem induzindo o médico a erros na
interpretação dos valores encontrados.
Tais interferências ocorrem in vivo, quando o medicamento
modifica o resultado, como a hiperglicemia causada pelo uso de
corticoides ou a elevação do TP (coagulação) através do uso de
heparina – anticoagulantes, devem ser protocolados nos pedidos
de exames para que não haja a necessidade de recoletas.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

Além de todos os fatores pré-analíticos, devemos citar


também:
• As variáveis da coleta;
• Condições do material biológico (temperatura);
• Tempo excessivo de garroteamento;
• Sangue colhido em locais de acesso venoso;
• Coleta em período de febre;
• Identificação correta dos tubos.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• COLETA:
Momento mais traumático para o paciente e perigoso
para o profissional da saúde, a coleta da amostra
biológica exige muita atenção e uma sequencia rigorosa
de uma serie de protocolos, para que a amostra não
seja comprometida e a segurança do profissional não
seja colocada em risco.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• CONFERENCIA DOS DADOS DOS PACIENTENTES E IDENTIFICAÇÃO
DOS TUBOS:
• Deve-se antes de realizar as coletas, conferir os dados dos pacientes
como nome completo e data de nascimento para comprovar a
identidade fidedigna do paciente (diminuir as chances de troca de
pacientes – nomes homônimos);
• Após conferencia, deve-se mostrar a etiqueta de identificação do
paciente, que será colada nos tubos, para que o paciente confira e
valide os dados presentes nas etiquetas;
• Após conferencia e coleta do material, as etiquetas devem ser coladas
nos seus respectivos tubos na frente dos pacientes (diminuir as
chances de troca de amostras e perca daquele material);
• Tudo para garantir a fidelidade e exatidão que a amostra analisada
corresponde ao seu respectivo paciente.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• TEMPERATURA:
A temperatura ideal para a coleta deve ser de 22-25º C;
Já a necessária para o armazenamento das amostras tem de ficar
entre 2ºC e 8ºC - inibir o metabolismo das células e estabilizar
certos constituintes termolábeis;
Ex. Dosagens de Potássio = a refrigeração de amostra não
centrifugada não pode passar de duas horas, uma vez que tal
processo é capaz de impedir a glicólise, que alimenta a bomba de
potássio, e promover sua saída para o meio extracelular,
elevando o resultado do teste.
É oportuno lembrar que a maioria das amostras para alguns
exames requerem transporte refrigerado, como por exemplo,
amônia, ácido láctico, piruvato e paratormônio.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
• HEMÓLISE:
Durante a coleta, os fatores que provocam hemólise devem ser
prevenidos;
Desse modo, os tubos precisam permanecer na posição vertical até a
completa coagulação do sangue, quando, então, é possível centrifugá-
los;
Tempo de Garroteamento;
Transferência das amostras para os seus respectivos tubos;
A hemólise afeta na dosagem direta de alguns exames, como
desidrogenase lática, potássio e troponina.
Outros testes, como os que medem ferro, TGO e T4, são
moderadamente influenciados por soros hemolisados.
E há aqueles que sofrem pequenas influências desse processo, tais
como fósforo, proteína total, albumina, magnésio, cálcio e fosfatase
ácida.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• LUZ:
Alguns exames, como por exemplo dosagem de
bilirrubinas e vitaminas devem ser preservadas ao
abrigo da luz, pois sofrem degradação ao serem
expostos a luz.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• INFUSÃO DE LÍQUIDOS E MEDICAMENTOS:


A coleta de sangue tem de ser realizada sempre em
local distante da instalação do cateter,
preferencialmente no outro braço e, se possível, pelo
menos uma hora após o fim da infusão.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• TRANSPORTE DO MATERIAL
É importante que no transporte do material coletado,
os recipientes com os materiais biológicos sejam
identificados, protocolados e transportados por meio
das maletas e veículos adequados, que evitem a
agitação das amostras e respeitem a relação tempo e
temperatura no qual o material e exposto.
FASE PRÉ-ANALÍTICA

• O cumprimento das especificações contidas nos


procedimentos da qualidade pode diminuir,
gradativamente o aparecimento dos erros oriundos
da atividade humana.
• Os erros cometido pela equipe profissional do
laboratório clinico, devem ser utilizados para
identificar as Não Conformidades, possibilitando a
implementação de ações corretivas eficazes, com a
finalidade de que o mesmo não mais aconteça.
FASE ANALÍTICA

• E a segunda fase do exame laboratorial;


• E nela que são realizadas de fato as analises do
material coletado;
• Depois da coleta e transporte, o laboratório iniciará os
processos de analises – fabricação dos exames;
• Por mais que nessa fase, exista um grande emprego de
automação, ainda se faz necessário que o profissional
trie, encaminhe e supervisione os instrumentos,
aparelhos, reagentes, estabilidade e qualidade das
amostras e monitore todos os processos até a
liberação do laudo.
FASE ANALÍTICA
• Além da realização de todos os exames (manuais e
automatizados) temos o processo de digitação dos
resultados obtidos no sistema, comparação com os
resultados anteriores e os valores de referência,
realização de uma nova repetição daquele exame e
quando necessário, a solicitação de recoletas (nova
amostra, para avaliação do resultado obtido
anteriormente);
• Após digitar, faz-se necessário a conferencia de todos
os valores digitados e liberação no sistema com hora,
data, quem liberou, validação do RT e assinatura.
FASE PÓS-ANALÍTICA
• Ultima fase do processo de analise, o pós-analítico tem
como papel a verificação das analises realizadas na fase
analítica, bem como o envio dos resultados ao médico e
por fim, a tomada de decisão;
• O laudo deve indicar as situações em que a analise foi
realizada;
• A tomada de decisão é o final dessa complexa cadeia de
analise, após envio do laudo para o médico, o mesmo
será avaliado e na maioria das vezes, utilizado para
diagnóstico de uma determinada patologia.
• Cerca de 70% das decisões feitas pelos médicos vem a
partir dos laudos.
BIBLIOGRAFIA
• BRITO, Natilene. et al. Validação de métodos analíticos: estratégia e discussão. Revista
Ecotoxicol e Meio Ambiente, Curitiba, v. 13, p. 129-146, jan./dez. 2003. Disponível em: ,
acessado em 21 de julho de 2022.
• CORREIA, José. Garantia de qualidade no laboratório clínico. 7 ª edição. 2019.
Disponível em: < https://pncq.org.br/wp-content
/uploads/2021/02/manual_garantiadaqualidade_2019-final-WEB.pdf>, acessado em
21 de julho de 2022.
• DOCUSING. Guia completo da gestão de documentos. Disponível em: <
https://www.docusign.com.br/blog/gestao-de-documentos>, acessado em 21 de julho
de 2022.
• FLEURY Medicina e Saúde. Exames laboratoriais e a importância dos cuidados pré-
analíticos. Disponível em:
https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/exames-laboratoriais-e-
aimportancia-dos-cuidados-pre-analiticos. Acesso: 14/09/2023

Você também pode gostar