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Bioquímica Clínica:

• Aulas Teóricas:
– 100 minutos;
– 2 x semana;
– Exposição dialogada (!?);

• Aulas Práticas:
– 4 horas e 30 minutos
– 1 x semana
• Revisão teórica;
• Desenvolvimento de habilidades;
• Cálculos;
• Interpretação;
• Atitude: responsabilidade, visão crítica, autonomia.
Bioquímica Clínica:
• Avaliação
– 3 provas teóricas
– 1 estudo dirigido (valendo 2 pontos de uma prova
teórica).
– 2 provas práticas (prática + TP);
– Participação em aula prática;
– 1 seminário.
– Média final = 3T/3 (peso 5) + [2P+ S + Part.]/4 (peso 5)

– Frequência mínima = 75%.


Bioquímica Clínica:
Seminários:
- quatro dias de apresentação.
- grupos de 5 ou 6 alunos.
- tema: caso clínico relacionado a
matéria dada.
- fonte de pesquisa: setor de
estatística e arquivo de prontuários do HU.
- objetivos: levantamento dos
resultados laboratoriais e sua correlação
com os dados clínicos do paciente.
Bioquímica Clínica:
• Avaliação dos Seminários:
– Notas pela apresentação:
• Conteúdo, tempo, clareza, recursos didáticos, domínio, etc.
– Notas de auto-avaliação e avaliação dos colegas.
• Sugestão para atribuir a nota:
• - 0 a 10 para empenho na pesquisa bibliográfica e/ou do prontuário.
- 0 a 10 para discussão em grupo.
- 0 a 10 para empenho na preparação da apresentação
- 0 a 10 pelo aproveitamento pessoal: quanto aprendi, quanto me
empenhei, quanto fiz de melhor, dentro das
minhas possibilidades.
• Fazer a média das quatro notas e enviar por e-mail.
Bioquímica Clínica:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• BURTIS, C. A.; ASHWOOD, E. A.; BRUNS, D. TIETZ. Fundamentos de
Química Clínica 6 ed. Philadelphia: Saunders, 2008. (R$341,00)

• BURTIS, C. A.; ASHWOOD, E. A. TIETZ. TEXTBOOK of Clinical


Chemistry and Molecular Diagnosis, 4 th, 2006. (5 ed., 2012, 2256p. 289$)

• KAPLAN, L. A.; PESCE, A. J. Clinical Chemistry - Theory, Analysis and


Correlation. 4ª ed. St. Louis, Mosby, 2003. (5ed. , 2010, 1200p. 112$)

• ANDERSON, C. S.; COCKAYNE, S. Clinical Chemistry : concepts and


aplications. Philadelphia : Saunders, edição revisada, 2003. (edição revisada
2007)

• BISHOP, M.L; DUBEN-ENGELKIRK, J.; FODY, E. P.Clinical


Chemistry:principles, proced correlations. 5ª ed Lippincott, 2005. (6 ed.,
2010, 705p., 81$/57,95$)
Bioquímica Clínica:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• GAW, A; COWAN, R. A.; O'REILLY, D. St. J. Bioquímica Clínica,
2 ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

• GAW, A; COWAN, R. A.; O'REILLY, D. St. J. Clinical Chemistry,


3 rd, 2004. (4 ed, 2008)

• MARSHALL, W. J. Clinical Chemistry. 5ª ed. London: Mosby,


2004.

• MAYNE, P. D. Clinical Chemistry in Diagnosis and Treatment. 6ª


ed. London: Edward Arnold, 1994.

• Campos Guerra, J.C.; Santos Ferreira, C. E.; Mangabeira, C. L. P.


Clínica e Laboratório. Prof Dr. Celso Carlos de Campos Guerra.
São Paulo, 2011. (R$208,00).
Bioquímica Clínica:
• HENRY, J. B. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 20ª
ed. São Paulo, Editora Manole, 2008.
• HOXTER, G. Perguntas e Respostas Comentadas em Bioquímica Clínica. São
Paulo: Atheneu, 1995.
• ISSELBACHER, K. J.; BRAUNWALD, E.; WILSON, J. D. e col. Medicina Interna
Compêndio. 13a ed. McGraw Hill : 1995.
• OLIVEIRA, L. A. et al. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1992.
• RAVEL, R. Laboratório Clínico: aplicações clínicas dos dados laboratoriais. 6ª ed.
Rio de Janeiro: Guanabara, 1997.
• REIS G. R. et al. Laboratório para o Clínico. 8ª ed. São Paulo: Atheneu, 1995.
• RIELLA, M. C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos. 4a ed. Rio
de Janeiro, Koogan, 2003.
• STRASINGER, S. K. Uroanálise e Fluidos Biológicos. 3 ed. São Paulo: Editorial
Premier , 1996.
• WALTERS, N.J;ESTRIDGE, B.H; REYNOLDS, AP. Laboratório Clínico: técnicas
básicas. 3a ed. Porto Alegre Artes médicas, 1998
• ZATZ, R. Fisiopatologia Renal. 2 ed. São Paulo, Atheneu, 2002.
Introdução à Bioquímica
Clínica:
Realização e Avaliação de
análises.
Visão geral
Objetivos ou finalidades dos
testes laboratoriais:

• Atender ao pedido ou requisição para:


– auxílio ou inclusão de diagnóstico;
– exclusão de diagnóstico;
– estabelecer prognóstico;
– controle terapêutico;
– triagem.
Finalidades dos exames ou
testes laboratoriais:
• Exemplo:
– Diabetes melito  testes ou marcadores
disponíveis:

– Glicemia de jejum;
– Fita reativa para glicose urinária;
– Hemoglobina glicada;
– TTGO.
Fase pré-analítica
• Recebimento e leitura da requisição
médica;
• orientação ao paciente;
• colheita da amostra;
• conservação e processamento da amostra;
• transporte da amostra.
Fase analítica ou
instrumental
• Metodologias empregadas:
– Espectrofotometria
– Espectrometria de massa *
– Quimioluminescência *
– Imunoturbidimetria *
– fotometria de chama
– titulometria
– cromatografia
– eletroforese
– eletrólise íon-seletivo *
(*) não realizadas nas aulas práticas.
Fase analítica (II)
• Técnicas de emprego comum:

– Pipetagem ou micropipetagem
– filtração ou centrifugação
– mistura ou agitação
– diluição
Fase pós-analítica
• Cálculos: aplicação de fórmulas e
fatores.
• Avaliação criteriosa do resultado
obtido.
• Valores de Referência.
• Liberação do Resultado ou Laudo
Laboratorial.
Avaliação do resultado
• Dados do controle de qualidade
interna
– mapas e regras
• Avaliação dos dados clínicos do
paciente
• Interpretação clínico-laboratorial
– valores de referência
Fase pré-analítica
• Recebimento e leitura da solicitação médica.
• Agendamento ou realização imediata do exame:
• Orientação ao paciente:
– jejum: média 08 horas; mínimo 4 horas; máximo 12-14
horas.
– dieta estável por 3 semanas para lipídeos.
• Obtenção da amostra:
– por flebotomista treinado.
– recepção: ambiente acolhedor, pessoal capacitado, espaço
adequado, informatização dos processos.
Fase pré-analítica
– Líquidos corpóreos:
• LCR;
• sinovial ;
• Pleural;
• Pericárdico;
• Ascítico;
• Urina;
• Suor;
• Outros.
Fase pré-analítica
Espécimes sanguíneos:
– Soro
– Plasma
– Sangue total
Fase pré-analítica
– Soro
• Fração líquida do sangue;
• Sem fatores de coagulação;
• Obtida por centrifugação após a
COAGULAÇÃO COMPLETA (~20 min).
Fase pré-analítica
• Plasma:
– Fração líquida do sangue;
– Com fatores de coagulação;
– Contaminada quimicamente pelo anticoagulante.
– Aplicação: Para glicemia com tempo de espera
acima de 1 hora.
– solução anticoagulante e inibidora da glicólise:
EDTA 6g/dl e KF 12g/dl - 1 gota para 5 ml de
sangue
glicose, uréia, creatinina
Fase pré-analítica
– PROCESSAMENTO:
• centrifugação: padronização da força
centrífuga

• análise visual do espécime: hemólise,


turvação, icterícia
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE
VARIAÇÕES
É importante conhecer, controlar e, se possível, evitar
causas de variações nos exames laboratoriais.
 Jejum
 Dieta
 Lipemia
 Hemólise
 Aplicação de torniquete
 Posição
 Atividade física
 Uso de fármacos e drogas de abuso
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE
VARIAÇÕES
 Procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos

 Variações cronobiológicas

 Gênero

 Idade.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE
VARIAÇÕES
Jejum
 Os estados pós-prandiais causam turbidez no soro o que pode
interferir em algumas metodologias.
 Tempo de jejum na rotina: 8 h– 12h
 Crianças e lactentes: 1h- 2h
 Evitar períodos prolongados > 16h
? A ingestão de água quebra o jejum?
? A ingestão de café ou o fumo são permitidos antes da coleta?
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Dieta
A dieta a qual o indivíduo está submetido, mesmo respeitado o
tempo de jejum, pode interferir na concentração de alguns
componentes.
Alterações bruscas na dieta exigem certo tempo para que alguns
parâmetros retornem aos níveis basais.
Testes afetados pela dieta/jejum
• glicose
• triglicerídeos

• glucagon
• Insulina
• GH
• cálcio ionizado
• cloretos
• fosfato
• potássio
» fonte: Kaplan & Pesce, 1996
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Torniquete
 Aplica-se por 1 – 2 minutos.
 Hemoconcentração relativa.
 > 2 minutos: estase venosa leva a alterações metabólicas
 Glicólise anaeróbica → ↑ [lactato] → ↓pH
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Posição
 Mudança rápida de postura corporal causa variações na
concentração de alguns componentes séricos.
 Espaço intravascular → espaço intersticial
 Água e substâncias filtráveis.
 ↑ Concentração relativa
 Substâncias não-filtráveis, elementos celulares, proteínas ↑PM
 Níveis superestimados: ↑ 8 – 10%
 Albumina, colesterol, TG, Hb, hematócrito, leucócitos e drogas
que se ligam a proteínas.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Atividade Física
 Efeito transitório sobre componentes sanguíneos.
 Mobilização de água e substâncias entre compartimentos
corporais;
 Variações das necessidades energéticas do organismo;
 Modificações fisiológicas.
 ↑ Atividade sérica de enzimas.
 Creatinoquinase, aldolase, aspartato aminotransferase.
 Alterações no grau de atividade física.
 Primeiros dias de internação;
 Imobilização.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Uso de Fármacos e Drogas de Abuso


 Efeitos fisiológicos, in vivo.
 Indução e inibição enzimática;
 Competição metabólica
 Efeito farmacológico.
 Interferência analítica, in vitro.
 Ligação preferencial às proteínas;
 Reações cruzadas.
 Álcool
 [ ] sérica de glicose, ác. láctico, triglicerídeos.
 Tabagismo
 ↑[Hb], ↑ leucócitos, ↑ hemácias, ↓ HDL, ↑ adrenalina, ↑ aldosterona, ↑cortisol.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Procedimentos Diagnósticos
 Administração de contrastes;
 Exame de toque retal.
Procedimentos Terapêuticos
 Hemodiálise,
 Cirurgias,
 Transfusão sanguínea
 Infusão de fármacos.
 Realizar coleta em local distante da instalação do cateter.
 Aguardar pelo menos 1 hora após a infusão, se possível.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Variações Cronobiológicas
 Alterações cíclicas da concentração de parâmetros em
função do tempo.
 Variação circadiana
 Ferro, Cortisol
 Alterações ambientais
 Em dias quentes, a concentração de proteínas séricas é mais
elevada, devido á hemoconcentração.
 Classicamente, a melhor condição para coleta de sangue
para realização de exames de rotina é o período da manhã.
Testes sujeitos à variação diurna
• ACTH
• Cortisol
• Fosfatase ácida
• Ferro
• Glicose
• GH
• PTH
• TSH
• TTGO
» fonte: Kaplan & Pesce, 1996
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Gênero
Alguns parâmetros sanguíneos se apresentam em
concentrações distintas entre homens e mulheres.

 Diferenças hormonais;
 Diferenças metabólicas;
 Diferença de massa muscular.

Os valores de referência para estes parâmetros são


específicos para cada gênero.
CAUSAS PRÉ-ANALÍTICAS DE VARIAÇÕES

Idade
Alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração
sérica dependente da idade do indivíduo.
 Maturidade funcional de órgãos e sistemas;
 Conteúdo hídrico;
 Massa corporal.
É necessário respeitar os valores de referência, tanto
quanto os fatores biológicos de cada indivíduo e as
variações ambientais.
Variação Intraindividual para testes
laboratoriais de rotina
– Analito média (%) amplitude (%)
• ALT 20 5-30
• albumina 2,5 1,5-4
• bilirrubina 19 13-30
• cálcio 2 1-3
• colesterol 6 5-9
• ferro 15 10-25
• triglicerídeo 30 15-70
» fonte: Kaplan & Pesce, 1996.
FASE PRÉ-ANALÍTICA PARA
EXAMES
Atenção para prevenir a ocorrência de enganos ou introdução de
variáveis que prejudiquem e exatidão dos resultados.
 O flebotomista deverá se assegurar que a amostra seja colhida
do paciente especificado nas requisições.
 Cadastro correto e completo dos exames;
 Identificação do paciente;
 Identificação dos tubos;
 O material colhido deve ser identificado na presença do
paciente.
 O paciente está em condições adequadas para a coleta?
PROCEDIMENTO DE COLETA
DE SANGUE
 Acomodação do paciente;
 Locais de escolha para a punção;
 Técnicas de evidenciação da veia;
 Assepsia do local da punção;
 Técnica da punção;
 Respeitar a ordem de coleta dos tubos;
 Preencher adequadamente cada tubo;
 Homogeneizar corretamente a amostra.
PROCEDIMENTO DE COLETA DE SANGUE
• Locais de escolha para a punção:
• Basílica;
• Basílica mediana;
• Cefálica;
• Cefálica mediana;
• Mediana;
• Arco venoso dorsal;
• Veia dorsal do metacarpo;
• Outros.
• Técnicas para evidenciação da veia:
– Movimentos suaves de abrir e fechar a mão;
– Massagear delicadamente o braço do paciente;
– Fixar a veia com os dedos nos casos de flacidez.
PROCEDIMENTO DE COLETA DE SANGUE
• Uso adequado do torniquete
– Evitar
• Hemólise
• Hemoconcentração
• Hematomas
– Se usado para seleção preliminar da veia, fazê-lo
apenas por um breve momento.

• Posição do paciente
– Cadeira própria com apoio para os braços
– Braço estendido e inclinado levemente para baixo
Procedimento de Coleta de

sangue
Higienização das mãos
– Após o contato com cada paciente, evitando assim contaminação cruzada.
– Com água e sabão ou usando álcool gel.
Procedimento de Coleta de
sangue
• Luvas
– Aderidas à pele para que o flebotomista não perca a sensibilidade
na hora da punção.

• Antissepsia
– Gaze com solução de álcool isopropílico ou etílico 70%, comercialmente
preparado.
– Limpar o local com um movimento circular do centro para a periferia.
– Permitir a secagem da área por 30 segundos, para evitar hemólise da amostra, e
também a sensação de ardência quando o braço do paciente for puncionado.
– Não assoprar, não abanar e não colocar nada no local.
– Não tocar novamente na região após a antissepsia.
Coleta de sangue venoso à vácuo
• Usada mundialmente e em boa parte dos laboratórios brasileiros, pois
proporciona ao usuário inúmeras vantagens:

– Facilidade no manuseio, pois o tubo para coleta de sangue a vácuo tem, em seu interior, quantidade de
vácuo calibrado proporcional ao volume de sangue em sua etiqueta externa.

– A quantidade de anticoagulante/ativador de coágulo proporcional ao volume de sangue a ser coletado,


proporcionando, ao final da coleta, uma amostra de qualidade.

– Conforto ao paciente, pois com uma única punção venosa pode-se, rapidamente, colher vários tubos.

– Pacientes com acessos venosos difíceis, crianças, pacientes em terapia medicamentosa, quimioterápicos,
também são beneficiados, pois existem produtos que facilitam tais coletas:
• Escalpes em diversos calibres de agulha
• Tubos com menores volumes de aspiração

– Segurança do profissional de saúde e do paciente, uma vez que a coleta a vácuo é um sistema fechado de
coleta de sangue.
Procedimento de Coleta de
sangue
• Seqüência dos Tubos a Vácuo na Coleta de Sangue
Venoso
– O sangue do paciente entra no tubo e se mistura ao ativador de coágulo ou
anticoagulante, podendo contaminar a agulha distal.

– Se o paciente necessitar testes específicos de coagulação, coletar primeiro um


tubo de descarte.

– O tubo de descarte deve ser um tubo sem nenhum aditivo, ou seja, este tubo será
usado para descartar o primeiro volume de sangue da coleta, onde está presente o
fator de coagulação tromboplastina tecidual, que interfere em testes específicos
de coagulação.

– Nos casos em que a coleta for feita com escalpe, e o primeiro tubo a ser colhido
for o tubo de citrato ou um tubo de menor volume de aspiração, deve-se primeiro
colher um tubo de descarte.
Procedimento de Coleta de

sangue
Seqüência de coleta para tubos plásticos de coleta de sangue
– 1) Frascos para hemocultura.
– 2) Tubos com citrato (tampa azul claro).
– 3) Tubos para soro com Ativador de Coágulo, com ou sem Gel Separador (tampa
vermelha ou amarela).
– 4) Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de plasma (tampa verde).
– 5) Tubos com EDTA (tampa roxa).
– 6) Tubos com fluoreto (tampa cinza).

• Homogeneização para tubos de coleta de sangue


– Não se deve homogeneizar tubos de citrato vigorosamente, sob o risco de ativação
plaquetária e interferência nos testes de coagulação

– A falha na homogeneização do sangue em tubo com anticoagulante precipita


a formação de microcoágulos.
Procedimento de Coleta de
sangue
• Verificar se a cabine da coleta está limpa e o material separado para iniciar as
coletas
• Solicitar ao paciente que diga seu nome completo para confirmação do pedido
médico e etiquetas
• A identificação dos tubos deve ser feita na frente do paciente
• Informá-lo sobre o procedimento
• Higienizar as mãos
• Calçar as luvas
• Posicionar o braço do paciente, inclinado-o para baixo na altura do ombro
• Se o torniquete for usado para seleção preliminar da veia, pedir para que o
paciente abra e feche a mão, afrouxá-lo e esperar 2 minutos para usá-lo
novamente
• Abrir o lacre da agulha de coleta múltipla de sangue a vácuo em frente ao
paciente
• Fazer a antissepsia
• Garrotear o braço do paciente
Procedimento de Coleta de
sangue
• Retirar a proteção que recobre a agulha de coleta múltipla de sangue a
vácuo.

• Fazer a punção numa angulação oblíqua de 30°, com o bisel da agulha


voltado para cima. Se necessário, para melhor visualizar a veia, esticar a
pele com a outra mão (longe do local onde foi feita a antissepsia).

• Inserir o primeiro tubo a vácuo.

• Realizar a troca dos tubos sucessivamente.

• Homogeneizar imediatamente após a retirada de cada tubo, invertendo-o


suavemente de 5 a 10 vezes.
Procedimento de Coleta de
sangue
• Quando o sangue começar a fluir para dentro do tubo, soltar o
garrote do braço do paciente e pedir para que abra a mão.
• Após a retirada do último tubo, remover a agulha e fazer a
compressão no local da punção, com algodão ou gaze secos.
• Exercer pressão no local, em geral de 1 a 2 minutos, evitando
assim a formação de hematomas e sangramentos.
• Descartar a agulha imediatamente após sua remoção do braço
do paciente, em recipiente para materiais perfurocortantes.
• Fazer curativo oclusivo no local da punção.
Procedimento de Coleta de
sangue
• Orientar o paciente para que não dobre o braço, não carregue peso ou bolsa a tiracolo no
mesmo lado da punção por, no mínimo 1 hora, e não mantenha manga dobrada, que
pode funcionar como torniquete.

• Verificar se há alguma pendência, fornecendo orientações adicionais ao paciente, se for


necessário.

• Certificar-se das condições gerais do paciente, perguntando se está em condições de se


locomover sozinho, entregar o comprovante para retirada do resultado, e liberá-lo.

• Colocar as amostras em local adequado ou encaminhá-las imediatamente para


processamento de acordo com o procedimento operacional do laboratório.
Fase analítica
• Obs: Metodologias empregadas serão
discutidas em aula prática
Fase pós-analítica:
Valores de Referência
• “Um resultado laboratorial não é clinicamente útil
se não houver uma comparação apropriada dos
dados.” (Tietz, 2008)

– Valores de referência x Valores normais!


– Valores de referência podem e devem ser qualificados:
– Ex:
• Associados à saúde;
• Pacientes diabéticos;
• Pacientes diabéticos ambulatoriais;
• Pacientes diabéticos hospitalizado.
Fase pós-analítica:
Valores de Referência
• Valores de Referência com base:
– No indivíduo
• Resultados prévios, do mesmo indivíduo, obtidos
quando estava em estado definido de saúde.
– Na população
• Obtidos de indivíduos referência, isto é, indivíduos
sistematicamente definidos.
– Critérios de seleção e de exclusão de indivíduos.
– Fonte da população;
– Critérios de saúde;
– Doenças de interesse.
Fase pós-analítica:
Valores de Referência
• Critérios de exclusão:
– Fatores de risco para doenças
• Obesidade
• Hipertensão
• Riscos advindos da ocupação ou do ambiente
• Riscos determinados geneticamente

– Ingestão de agentes farmacologicamente ativos


• Tratamento medicamentoso
• Contraceptivos orais
• Abuso de drogas
• Álcool
• tabaco

– Estados fisiológicos específicos


• Gestação
• Estresse
• Exercício excessivo
Fase pós-analítica:
Valores de Referência
Critérios de partição da
população
– Fatores fisiológicos
– Idade (período definido ou • Estágio de ciclo
categorias) menstrual
• Estágio de gestação
– Sexo (gênero) • Condição física

– Fatores genéticos – Outros fatores


• Origem • Sócio-econômico
• Grupos sanguíneos • Ambiental/geográfico
• HLA • cronobiológico
• Genes específicos
requisição médica 001.jpg
Valores Críticos em adultos
(estudo p/ população EUA)
Analito unidade Limite Limite amostra
mínimo máximo
pH 7,2 7,6 Arterial ou capilar
Glicose mg/dL 40 450 Soro ou plasma
creatinina mg/dL - 5,0 Soro ou plasma
cálcio mg/dL 6,0 13,0 plasma
potássio mmol/L 2,8 6,2 Soro ou plasma
lactato mmol/L - 3,4 Plasma c/ NaF
Sensibilidade e especificidade
clínica
• Sensibilidade clínica
– Fração daqueles indivíduos com uma doença
que o ensaio afirma corretamente.

• Especificidade clínica
– Fração daqueles indivíduos sem a doença que o
ensaio afirma corretamente.
– Sensibilidade Clínica
/
• = VP VP + FN x 100
• Positividade da doença. Quanto menor o
número de falso negativo maior a
sensibilidade do marcador.
– Especificidade Clínica
/
• = VN VN + FP x 100
• Ausência de doença inespecífica. Quanto
menor o número de falso positivo maior a
especificidade do marcador.
Valor preditivo

• Prevalência: Porção da população com


a doença. (Probabilidade pré-teste).
Independe do teste laboratorial.
• Dado um resultado positivo, em
quantos casos um paciente realmente
tem a doença?
• Dado um resultado negativo, qual é a
probabilidade de o paciente realmente
não ter a doença?
Valor preditivo

– Valor preditivo positivo


• = VP/VP + FP x 100

– Valor preditivo negativo


• = VN/ VN + FN x 100
Tabela de contingência:
Prevalência da doença 20%
Teste Doença
Presente Ausente Total
Positivo 180 (VP) 160 (FP) 340
Negativo 20 (FN) 640 (VN) 660
Total 200 800 1000

Sensibilidade =180/200 x 100 = 90%


Especificidade = 640/800 x 100 = 80%
Valor preditivo positivo = 180/340 x 100 = 53%
Valor preditivo negativo = 640/660 x 100 = 97%
Tabela de contingência:
Prevalência da doença 2%
Teste Doença
Presente Ausente Total
Positivo 18 (VP) 196 (FP) 214
Negativo 2 (FN) 784 (VN) 786
Total 20 980 1000

Sensibilidade =
Especificidade =
Valor preditivo positivo =
Valor preditivo negativo =
Interpretando um resultado
laboratorial:
• Quanto menor for a prevalência da doença na população à
qual o paciente pertence, o resultado normal tem mais
força para excluir o diagnóstico do que o resultado positivo
em confirmar este diagnóstico.
• Quanto maior for a prevalência da doença maior o poder
diagnóstico do teste laboratorial.
• Aumentar a prevalência da doença significa selecionar
melhor os pacientes que serão submetidos a determinado
teste.
Decisão limite ou valores de
corte
• A movimentação dos limites de
decisão afetam a sensibilidade e a
especificidade.
• Curvas ROC (receiver operating
characteristic) são ferramentas que
indicam muito bem estas propriedades
de um teste analítico.
Agradecimento
• Aos ex-acadêmicos, atuais Farmacêuticos-
bioquímicos, Adriana Kleist Clark
Nunes,Camila Souza Bastos e Fernando
Garcia Guanabara por terem cedido o
material didático referente a coleta de
material, extraído do seminário
apresentado na disciplina de Estágio
Supervisionado, sob orientação do Prof.
Roberto Ferreira de Melo, no HU-UFSC,em
2009.

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