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CAPACIDADE DE MÃES PARA CUIDAR

DE CRIANÇAS EXPOSTAS AO HIV

Sérgio Dagostin
Introdução
Programa nacional de Aids recomenda ações para a
profilaxia da transmissão vertical (TV) do HIV:

• Pré-natal;

• Terapia ARV ou AZT a partir da 14ª semana gestação;

• Contagem células CD4+ e carga viral.


• É importante o controle pré-natal para identificação das
mães HIV+.

• As mães(infectadas) tem como responsabilidade,


promover a saúde e o bem-estar das crianças.

• Profissionaisda saúde entram acompanhando e


monitorando a adesão às medidas.
• Nos primeiros anos existe uma indefinição sorológica,
então uma serie de cuidados são necessários.

• Mãe e família devem cumprir seu compromisso de cuidar


da saúde da criança, uma vez que ela é totalmente
dependente.
Parâmetros avaliados:

• Escala de Avaliação da Capacidade para Cuidar de


Crianças Expostas ao HIV (EACCC-HIV).

• Desenvolvida e validada levando em conta cuidados


maternos para crianças expostas ao HIV.
Metodologia
Estudo Transversal elaborado em Fortaleza, Ceará:

• Hospital São José de Doenças Transmissíveis e Hospital


Distrital Gonzaga Mota de Messejana.

• Entre Janeiro e Junho de 2010.

• 62 mães biológicas e 64 filhos, nascidos expostos ao HIV,


com até 1 ano de idade.
Critérios para inclusão:
Ser mãe biológica e ter capacidade de cuidado.

Critérios de exclusão:
Comprometimento físico e/ou psíquico da mãe.

A partir disso, coleta de dados por preenchimento de


formulário - situação sociodemográfica e clínica.
EACCC-HIV possui 52 itens e 5 dimensões, avaliando
crianças com até 1 ano de idade.

• Dimensão I – 4 itens;
• Dimensão II – 17 itens;
• Dimensão III – 22 itens;
• Dimensão IV – 4 itens;
• Dimensão V – 5 itens.

Para cada item, valores de 1 – 5 , e classificação das


dimenções em baixa, moderada e alta.
• Dimensão I

Finalidade de medir a capacidade materna de administrar


AZT xarope.
• Dimensão II

Destina-se a crianças de até um ano de vida e possibilita


avaliar o preparo e administração do leite em pó
• Dimensão III

Procura mensurar a capacidade para preparar e


administrar alimentação complementar
• Dimensão IV

Focada em crianças maiores de 42 dias, por meio de


quatro perguntas permite aferir a capacidade materna de
administrar a profilaxia com sulfametaxazol e trimetoprim
• Dimensão V

Capacidade materna para garantir a adesão ao


acompanhamento clinico e à vacinação
Características das mães

• 46,8% mães entre 20-29 anos;


• 66,1% estágio inicial doença;
• 61,3% tempo diagnóstico <1 ano;
• 88,7% paridade 1-3 filhos;
• 32,2% nível escolar <5 anos;
• 48,4% classe D econômica;
• 85,5% desempregadas;
• 46,8% renda de 1-2 salários mínimos (na ocasião do
estudo, R$510,00)
Características crianças
• 35 crianças (54,7%) sexo masculino;
• 8 crianças < ou igual 1 mês idade;
16 crianças 2-3 meses;
18 crianças 4-6 meses;
22 crianças > ou igual 7 meses.

• RNA viral:
1 criança reagente;
12 crianças não reagentes;
17 crianças inconclusivas;
34 sem realizar o teste.
Capacidade das mães de cuidar das crianças
Fatos observados:

“Mães infectadas com o HIV, mas sem atingir o estádio de


AIDS e com tempo diagnóstico menor que um ano, ofertam
menor cuidados aos filhos.”
Fatos observados:
• As mães devem ser capacitados, a fim de que haja um
elevado nível de saúde para a criança;

• Mães HIV+ devem seguir corretamente as


recomendações do Ministério da Saúde;

• Aspectos psicossociais interferem no cuidado dos filhos;

• Sensibilizar e promover a adesão as mães, diminuindo


os riscos de infecção na criança.
• Diversos fatores podem influenciar o cuidado com os
filhos, como os observados das dimensões II e III.

• Outros fatores que influenciam a mãe: Apoio familiar,


internações, saúde mental, estresse, escolaridade.

• Escassez de estudos sobre alimentação de crianças


expostas ao HIV: auxílio psicossocial e instrumental.
Conclusões

• Unidades de saúde devem estar preparadas:


Capacitação e orientação das mães, cumprimento das
recomendações preconizadas – ATENÇÃO PRIMÁRIA.

• Permitir que as mães se tornem protagonistas de sua


própria existência – Autonomia no cuidado do filho.

• Compartilhar resultados das pesquisas com outros


gestores da saúde: Alerta de urgência de capacitação
quanto alimentação, descentralização assistência.
• Limitações do estudo: Gradiente decrescente tempo
diagnóstico, devido maioria das mães serem jovens, logo
maior frequência em todos os níveis de cuidado (menor
capacidade de cuidar).

• Realizar outros estudos, identificando fatores externos


como: Sociofamiliar e Redes de Atenção em Saúde
(RAS).
Obrigado.

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