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Direito comparado

Aspectos metodológicos
Direito comparado vs. Direito
estrangeiro
• Estudo do direito estrangeiro: apresentação de
sistemas ou soluções jurídicas estrangeiras com
fins ilustrativos, descritivos ou exemplificativos
• Estudo de direito comparado: determinação de
pontos de contacto e afastamento para soluções
do mesmo problema; estabelecimento de
relações causais entre sistemas e soluções;
evolução do tratamento de certo problema
jurídico (perspectiva histórica)
Objectos do Direito Comparado
• Regras
• Decisões
• Sistemas

Wróblewski
Dupla vertente
• Macrocomparação (comparação entre famílias
de direitos)

• Microcomparação (comparação de institutos


jurídicos)
Funções culturais
• Melhor compreensão dos direitos
estrangeiros;
• Contributo para a construção da dogmática
jurídica e da teoria geral do direito
• Utilização como ciência auxiliar dos diferentes
ramos do direito
• Demonstração das relações entre direito e
sociedade
Funções práticas
• Interpretação de normas jurídicas quando
inspiradas por estudos comparativos
• Aplicação de regras de direito internacional
privado
• Integração de lacunas
• Política legislativa
• Alegação e prova de direitos estrangeiros
(ainda em relação com o direito internacional
privado)
O direito comparado no direito da
união europeia
• Verificação das consequências do contacto
entre distintos ordenamentos jurídicos
• Impacto da livre circulação de pessoas e
incremento das relações económicas,
culturais, etc
• Europeização do direito público nacional:
sentido vertical descendente (instituições-
Estados) e ascendente (Estados-instituições) e
sentido horizontal (inter-Estados)
Cânones metodológicos
Fase analítica:
• Utilizar as fontes originárias
• Analisar o sistema de fontes em toda a sua
complexidade, interpretando cada uma com
os métodos próprios da o.j. a que pertencem
• Procurar conhecer o direito “real” (law in
action)
Fase sintéctica
[semelhanças e diferenças entre objectos
jurídicos analisados]
- Apuramento das semelhanças e diferenças:
1. Comparação entre elementos de cada termo;
2. Síntese comparativa dos termos de
comparação
3. Explicação de semelhanças e diferenças
4. Exposição comparativa
Problemas linguísticos
• Natureza conotada das linguagens jurídicas:
formação a partir de significados de outros
sistemas de linguagem, transfigurados
semanticamente pela conotação jurídica
A “equivalência linguística”
Expressões intraduzíveis:
• Manter o termo original
• Referir o termo original, explicando o sentido
literal e origem
• Criar neologismos
• Escolher termo próximo, advertindo para as
diferenças
A microcomparação
• Adopção do princípio da funcionalidade:

São comparáveis os institutos jurídicos que dão


resposta jurídica a necessidades semelhantes,
resolvendo o mesmo problema de vida: social,
político, económico, criminológico, etc.
“Factual approach”
• Metodologia a seguir: determinação da
existência de “funções sociais dos sistemas
jurídicos”, a partir da consideração de
situações de facto, condensadas em
questionários que permitam uma comparação
das respostas
Factor de correcção
• Aproximação funcional deve corrigir-se por
meio de um enquadramento jurídico, que
delimite a comparação.

Ex: exclusão da comparação entre adopção e


perfilhação
A comparação baseada no direito
• Comparação de soluções jurídicas
semelhantes como resposta a situações de
facto distintas.
Ex: pressupostos da resolução de um tipo de
contrato
Modelo comparativo

• Consideração do “momento sistemático”


• Analisar outros institutos jurídicos, em relação
de inclusão (mais amplos) ou de intersecção
(coincidência parcial dos campos de aplicação)
• Construção de uma grelha microcomparativa:
elementos históricos; elementos externos
(metajurídicos); elementos internos (jurídicos
em sentido próprio)
Sugestão de itinerário comparativo
• Perspectiva diacrónica de evolução de um
dado instituto nos direitos escolhidos
• Caracterização geral do enquadramento do
instituto nos diferentes direitos
• Pressupostos, meios e efeitos da aplicação do
instituto
• Síntese comparativa
Algumas sugestões de consulta
• Projecto “juriscope” do serviço de assuntos europeus do
senado francês: traduções de textos normativos estrangeiros,
estudos, etc

www.juriscope.org

Em coordenação com o Institut international de droit


d’expression et d’inspiration française (IDEF)

www.institu-idef.org
E ainda…
• Gabinete de Documentação e Direito Comparado
– www.gddc.pt
• Instituto Politécnico de Beja –
www.estig.ipbeja.pt
• Projecto jurist Portugal –
www.fd.unl.pt/jurist/dcomp.htm
• Fundación para el estudio y difusión del Derecho
Comparado – www.derecho-comparado.org
• European Integration online papers (inclui
EuroInternet) – http://eiop.or.at

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