Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
um chamado1
Alain Rozemberg
Miguel Martinez-Almoyna
Cesar Augusto Soares Nitschke
O TARM exerce três de suas principais funções de auxiliar do médico regulador durante esta
fase de tratamento da chamada.
O pedido inicial
O pedido chega inicialmente ao TARM, essencialmente por telefone, mas também por rádio,
telex ou fax. Pode ser originado de diferentes solicitantes: polícia, bombeiro, médico, enfer-
meiro, particular....
O tratamento inicial:
1
“Extraído e modificado de ROZENBERG, A.; MARTINEZ-ALMOYNA, M.; NITSCHKE, C. A. S. - Como o
TARM trata o pedido de ajuda médica urgente dentro do primeiro minuto. In: Martinez-Almoyna, M & Nitsch-
ke, C.A.S.. Elementos de uma Regulação Médica dos Serviços de Ajuda Médica (SAMU).”
Após o contato telefônico obtido com o SAMU, o solicitante escuta uma gravação que con-
firma a conexão com o Serviço de Urgência Médica. Esta gravação pode eventualmente ser
informativa daquilo que vai ser exigido do solicitante: localização e resposta às questões.
Este interrogatório deve ser o mais rápido possível, sem passar um(1) minuto de trocas ver-
bais. Há concomitantemente uma ação sobre o solicitante para acalmar seu nervosismo ou sua
excitação informando-lhe o avanço das soluções que vamos lhe proporcionar. A firmeza e a
precisão, mas também, a delicadeza e a calma, devem guiar o TARM nesta fase crucial.
No plano cognitivo esta fase comporta (além das tarefas de registro de informações no pron-
tuário que são fundamentais), duas tarefas do tipo diagnóstico que estão intrincadas:
- Inicialmente, a partir de uma síntese de informações, o TARM deve decidir:
•se trata de uma solicitação a si mesmo (tarefas de conexão ou tarefas de informação)
•se o pedido deve ser avisado ao médico regulador;
•se deve conectar diretamente o solicitante com o médico regulador
- Em seguida, a partir de informações recolhidas, ele deve avaliar(pré-avaliar) o grau de ur-
gência (ver outros fatores de avaliação que permitem a classificação quanto ao grau de priori-
dade e a orientação ou a triagem para uma solução que deverá ser expressa pela mensagem
verbal e visual transmitida ao médico regulador).
Simplificamos isto sob a forma de algoritmo, todas estas diferentes tarefas que são em reali-
dade freqüentemente esquecidas.
No plano psicolinguístico existe, durante este período, trocas muito intensas. O TARM se
encontra em posição de emissor e de receptor de mensagens, por vezes ao solicitante, outras
vezes ao médico regulador.
- de um lado ele recebe o solicitante que exprime com dificuldades uma mensagem cheia de
angústia (ele fala de um solicitante referenciado que lhe dá medo). O canal de comunicação é
mais pobre pois é unicamente auditivo (as trocas telefônicas se fazem alternar por ruídos de
interferência)
- de outro lado, ele se comunica com o médico regulador pela voz e pela visão onde há um
canal muito eficiente. Entretanto pode existir neste nível um conflito de papéis e de poder,
caso o receptor seja um superior hierárquico.
No plano legal, o TARM é um auxiliar médico sob as ordens do Médico Regulador. Mesmo
se o TARM decide na prática uma solução, ela é sempre legalmente de responsabilidade do
médico regulador, no que tange as decisões operacionais. O Médico Diretor do SAMU deve,
no plano de regimento interno, precisar quais são as tarefas que podem ser delegadas continu-
amente ao TARM. O TARM é responsável por tarefas que são próprias a sua função (como as
conexões, a informação do médico regulador e o registro de informações úteis para a gestão
administrativa e operacional) mas também de tarefas que lhe são delegadas.
O final da etapa inicial de regulação de um chamado é a resposta direcionada às necessidades
(necessidade de atendimento médico de urgência -NAMU; necessidade de informação médica
de urgência - NIMU ou necessidade de conexão)
O tratamento do chamado é feito seja por telefone (telemedicina: conselho médico, informa-
ção), seja pelo envio de um executor móvel: ambulância, médico ou os dois(Unidade Móvel
Hospitalar).
A resposta oferecida ao pedido depois de uma análise objetiva da necessidade pela dupla er-
gonômica TARM / Médico Regulador termina esta fase da regulação. Inicia-se a fase da ges-
tão dos meios móveis de cuidados ativados.
Se a equipe de regulação está esgotada(sobrecarregada) por excesso de tarefas ela deve, sob
imposição do Médico Regulador, passar a procedimentos simplificados, que terminam em
qualidade de tratamento incompletos ou tem tendência seja a supervalorizar e a apressar os
executores móveis, para se proteger de sub-valorizar e temporizar o que é pouco inquietante.
Em casos de procedimentos incompletos devido a crise, as equipes que marcham melhor são
aquelas onde a dupla ergonômica trabalha em bom entendimento e onde o TARM tem a con-
fiança do Médico Regulador.
Figura 1 – Fluxo de entrada e resposta aos pedidos de atendimento médico de urgência