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CFM define fluxos e


responsabilidades do SAMU e
outros serviços móveis de
urgência e emergência
Qua, 19 de Novembro de 2014 09:10
Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), nesta
quarta-feira (19), a Resolução CFM nº 2.110/2014,
que normatiza fluxos e responsabilidades dos
serviços pré-hospitalares móveis de urgência e
emergência, dentre eles os SAMUs que atendem os
pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A
norma estabelece critérios que buscam trazer
melhorias na assistência oferecida, beneficiando,
sobretudo, os pacientes.
A nova norma do CFM dialoga com outras duas
resoluções da autarquia, publicadas em setembro,
que definiram fluxos e responsabilidades para o
atendimento em urgências e emergências (UPAs e
prontos-socorros). As Resoluções CFM 2.077 e
2.079 exigem dos gestores a garantia de leitos para
receber pacientes que precisam de internação,
regulamentam o funcionamento dos sistemas de
classificação de risco e orientam os médicos ao um
acompanhamento mais intenso da evolução dos
pacientes graves dentro da rede pública.
Transporte de pacientes - Entre outros pontos, a
Resolução 2.110/2014 destaca que os serviços pré-
hospitalares móveis de urgência e emergência
ligados ao SUS devem, obrigatoriamente, priorizar os
atendimentos primários (em domicílio, ambiente
público ou via pública) por ordem de complexidade e
não a transferência de pacientes dentro da própria
rede.
“O que vemos hoje são grande parte das
ambulâncias realizando transporte de pacientes para
hospitais. Não é atribuição das SAMUs levarem
pacientes para realizarem exames complementares”,
explicou o 1º vice-presidente do CFM e relator da
Resolução, Mauro Britto Ribeiro. A tarefa de
providenciar este tipo de transporte cabe aos
gestores locais, sem, contudo, impedir o fluxo ou
reter ambulâncias do SAMU, que devem,
prioritariamente, se ocupar do atendimento de casos
graves e de acidentados.
Retenção de macas – Outra questão que a
Resolução CFM 2.110/2014 aborda é quanto as
liberação de macas das ambulâncias do SAMU. As
retenções desses equipamentos se repetem em
vários hospitais pelo país, pois há uma grande
quantidade de pacientes que não conseguem leitos
ao chegar nas unidades de saúde. Com isso, os
veículos ficam parados, na entrada das unidades
aguardando a liberação, e ficam impedidos de
atender outros chamados de urgência.
Segundo a nova norma do CFM, no caso de falta de
macas - ou qualquer outra condição que impossibilite
a liberação da equipe, dos equipamentos e da
ambulância -, o médico plantonista responsável pelo
setor de urgência deverá comunicar imediatamente o
fato ao coordenador de fluxo ou diretor técnico do
hospital. Para a autarquia, este profissional deverá
tomar as providências imediatas para a liberação da
equipe com a ambulância.
Vaga zero - A Resolução do CFM 2.110/2014
determina ainda que a chamada “vaga zero” seja
prerrogativa e responsabilidade exclusiva do médico
regulador de urgências. Para O CFM, o recurso é
essencial para garantir acesso imediato aos
pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso,
mas deve ser considerada como situação de exceção
e não uma prática cotidiana na atenção às urgências.
Pela regra do CFM, o médico regulador no caso de
utilizar o recurso vaga zero, deverá,
obrigatoriamente, fazer contato telefônico com o
médico que receberá o paciente no hospital de
referência, detalhando o quadro clínico e justificando
o encaminhamento. Por sua vez, se a unidade
enfrentar o problema de superlotação, o seu
responsável deverá comunicar o fato aos
responsáveis pela gestão para que seja encontrada
uma solução, conforme previsto nas Resoluções
CFM nº 2.077 e nº 2.079.
"
Serviço médico - A norma afirma também que o
sistema de atendimento pré-hospitalar móvel de
#
urgência e emergência é um serviço médico e,
portanto, sua coordenação, regulação e supervisão
direta e a distância deve ser efetuada por um médico,
com ações que possibilitem a realização de
diagnóstico imediato nos agravos ocorridos, com a
consequente terapêutica.
Assim, de acordo com a Resolução 2.110, todo o
serviço de atendimento pré-hospitalar móvel passa a
ter a obrigatoriedade de um diretor clínico e diretor
técnico, ambos com registro no Conselho Regional
de Medicina (CRM) da Jurisdição onde se localiza o
serviço, os quais responderão pelas ocorrências de
acordo com as normas legais vigentes.
Crise perversa - Na opinião do relator Mauro Britto
Ribeiro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgència
“é um dos programas mais importantes e relevantes
para a saúde pública já criados no Brasil”. Segundo o
conselheiro, após sua entrada em funcionamento
“´pacientes que antes morriam em suas residências
ou vias públicas passaram a chegar aos hospitais e
prontos-socorros com vida”.
Contudo, Mauro Ribeiro salienta que o “SAMU se
encontra precarizado, com falta de condições
estruturais, de equipamentos e de recursos humanos
que permitam que cumpra seu papel de forma
efetiva. É responsabilidade dos gestores tomarem
providências para que este projeto continue a salvar
vidas”. Com a Resolução nº 2.110, o CFM quer
contribuir apontando possíveis soluções para o
aperfeiçoamento do atual modelo.
“Mais do que uma norma ética, este documento do
CFM, assim como outros, é um instrumento de
defesa da assistência e de proteção do médico. Com
ele, o profissional se resguarda, ao apontar aos
gestores as dificuldades e os limites do atendimento”,
disse o conselheiro Mauro Ribeiro, pois, segundo o
texto da Resolução CFM 2.110/2014, as más
condições de trabalho do médico no serviço pré-
hospitalar móvel de urgência podem comprometer a
capacidade dos médicos e das equipes de fazerem o
melhor pelo paciente.
Conheça os destaques da Resolução CFM 2.110/2014:

Atendimento primário - O serviço pré-hospitalar


móvel de urgência e emergência deve,
obrigatoriamente, priorizar os atendimentos primários
em domicílio, ambiente público ou via pública, por
ordem de complexidade, e não a transferência de
pacientes na rede.
Serviço privado - A responsabilidade da
transferência de pacientes na rede privada é de
competência das instituições ou operadoras dos
planos de saúde, devendo as mesmas oferecer as
condições ideais para a remoção.
Jornada de trabalho - Recomenda-se que, para o
médico regulador quando em jornada de 12 horas de
plantão, deverá ser observada uma hora de
descanso remunerado para cada cinco horas de
trabalho.
Prerrogativa médica - Vaga zero é prerrogativa e
responsabilidade exclusiva do médico regulador de
urgências, e este é um recurso essencial para
garantir acesso imediato aos pacientes com risco de
morte ou sofrimento intenso, devendo ser
considerada como situação de exceção e não uma
prática cotidiana na atenção às urgências.
Atendimento - É de responsabilidade do médico
receptor da unidade de saúde que faz o primeiro
atendimento a paciente grave na sala de reanimação
liberar a ambulância e a equipe, juntamente com
seus equipamentos, que não poderão ficar retidos
em nenhuma hipótese.
Óbito - O médico intervencionista, quando acionado
em situação de óbito não assistido, deverá
obrigatoriamente constatá-lo, mas não atestá-lo.
Neste caso, deverá comunicar o fato ao médico
regulador, que acionará as policias civil, militar ou o
Serviço de Verificação de Óbito para que tomem as
providências legais. Paciente com morte natural
assistida pelo médico intervencionista deverá ter o
atestado de óbito fornecido pelo mesmo, desde que
tenha a causa mortis definida.

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