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HISTÓRIA DA

ESPIROMETRIA

Dr. Paulo Gurgel


129 – Galeno realizou o primeiro experimento volumétrico em ventilação humana.
200 Fazendo um jovem inspirar e expirar numa bexiga até encontrar, após um
DC certo período, um volume de ar constante (não medido).

1718 Jurin usou os princípios de Arquimedes para medir o ar que foi soprado para
o interior de uma bexiga. Encontrou 650 ml para o volume corrente e 3610 ml
para o volume da expiração máxima.
1727 Hales comprovou os resultados de Jurin para a expiração máxima com um
equipamento que construiu.

• Stephen Hales, 1727


• Aparelho para coletar
gases sobre agua

E.A.Spriggs Br.J.Dis.Chest 1978


1749 Bernouilli descreveu um método de medir o volume expirado.

• Daniel Bernouilli, 1749


• Teoria para medir o
volume respiratório

E.A.Spriggs Br.J.Dis.Chest 1978


1789 Seguin e Lavoisier mediram o consumo de oxigênio na respiração animal,
apontando o processo de combustão como a fonte de calor corporal.

• Lavoisier, 1789
• Medida de consumo de O2
na respiração
• Criação do termo Espirometria

Seguin, A e Lavoisier, AL : “Premier mémoire sur la respiration


des animeaux”. Mém Acad Sci. 1789; 85 ff
1813 Kentish usou um ‘Pulmômetro' para estudar volumes ventilatórios em doen-
ças. Um reservatório em forma de sino, colocado na água, com entrada no
topo, controlada por torneira, e com escala de volume na parede lateral.

• O “pulmômetro” de
Edward Kentish, 1813

E.A.Spriggs Br.J.Dis.Chest 1978


• Bourgery, 1843  Fonction des Poumons

J. Hutchinson: Obras principais


• On the capacity of the lungs, and on the respiratory movements, with
the view of stablishing a precise and easy method of detecting disease by
the spirometer. Lancet 1846; i: 630-2.
• “On the capacity of the lungs”. Medico-Chirurgical Transactions 1849.
• Doze artigos sobre aspectos da ventilação. Journal of Public Health vols
1 y 2. Anos 1849 y 50.
• “Thorax”. Cyclopaedia of Anatomy and Physiology. R.B.Todd 1850
• “The Spirometer, &cc” 1852.
Procedimento para determinar
a Capacidade Vital (J. Hutchinson)
“When the vital capacity of the lungs is to be made, let
the person to be examined loose his vest , stand perfectly
erect, with the head thrown well back; then slowly and
effectually fill his chest with air, or inspire as deeply as
possible, and put the mouthpiece between the lips
(standing in the same erect position), holding it there
suffiiciently tight as not to allow any breath to escape; the
observer in the mean time turns open the tap; immediately
the patient empties his lungs, and slowly makes the
deepest expiration; at the termination of wich the operator
turns off the tap...”
• Silhueta de J. Hutchinson
(1811 – 1861) e seu
espirômetro, ilustrando a
posição correta para a
medida da Capacidad
Vital.

Th.Similowski y col. Rev Mal Respir 1997


Contribuições de J.Hutchinson

• Projeto do primeiro espirômetro moderno


• Conceito e nome da Capacidad Vital (CV)
• Impacto da CV nas enfermidades
• Relação linear da CV com a altura (não com
o peso)
• Mais de 4.000 espirometrias realizadas
• Espirômetro de
Hutchinson (1852)

E.A.Spriggs Br.J.Dis.Chest 1978


Espirômetros de volume
(selados em água)
Espirômetros de volume (secos)
de pistão / de fole
Espirômetros de fluxo
Fleisch, 1925  Pneumotacógrafo
Robert Tiffeneau (1910-1961)

• “ L´Hôtel Dieu” de Paris


• Fisiologista respiratório:
exploração funcional na
asma
• Farmacologista: estudos
• sobre a broncomotricidade
Tiffeneau y Pinelli, 1947: CPUE

“ sous le nom de capacité pulmonaire utilisable à l´efford, nous


désignons le plus grand volume qui peut être expiré en une
seconde “...
Contribuições de Tiffeneau e seu grupo

• Descreveram:
• A CPUE (capacité pulmonaire utilisable à l”efford)
• Sua variação com a idade
• A relação CPUE/CV (entre 76-92% = normal)
• A severidade dos trastornos ventilatórios conforme o CPUE
• A alteração da fase expiratória, do CPUE e da relação
CPUE/CV% em bronquite, enfisema, asma etc
• Realizaram estudos broncodinâmicos (adrenalina, acetilcolina,
corticóides) na asma
• Projetaram aparelhos para aerossóis
Contribuições de outros autores
• Baldwin: Obstrutivo x Restritivo
• Gaensler: VVM(%Prev.)/CV(%Prev.)
• Sadoul y col, 1954: CPUE substituída por VEMS
(Volume Maximal Expiré en une Seconde) com
recomendação de uso do VEMS/CV * 100
• Leuallen y Fowler, 1955: FEF25-75%
• British T.S., 1956: FEV1 (Forced Expiratrory in 1
Second) e relação FEV1/FVC (%)
• Hyatt y col, 1958: Curvas fluxo/volume
• Wright, 1959: Peak Flow
Realizam-se as espirometrias
necessárias?
• Esta técnica está infrautilizada
• Deveria usar-se em:
– Diagnóstico, evolução e prognóstico da DPOC
– Pacientes com ICC e congestão pulmonar
– Em enfermidades neuromusculares
– Como preditor de câncer de pulmão
– Como preditor de mortalidade

Thomas L. Petty. “J.Hutchinson´s mysterious machine”Trans Am Clin 1986


Aplicações da espirometria
• Identificação de doença / envolvimento
pulmonar
• Quantificação da doença
• Diagnóstico (ex.: asma)
• Detecção de doença precoce (ex.: DPOC)
• Investigação de sintomas respiratórios
(ex.: dispnéia)
• Acompanhamento e resposta ao
tratamento
• Avaliação de incapacidade
• Avaliação pré-operatória

Diretrizes para Testes de Função Pulmonar - 2002


Diagnosis of COPD
EXPOSURE TO RISK
SYMPTOMS FACTORS
cough tobacco
sputum occupation
dyspnea indoor/outdoor pollution

SPIROMETRY
GRATO PELA ATENÇÃO

pgcs@ig.com.br

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