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INFOJURIS

INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA
DO
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

JURISPRUDÊNCIA SISTEMATIZADA

Criação e Coordenação:
RUI STOCO
(Conselheiro do CNJ no biênio 2007/2009)

 2009 
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INFOJURIS
INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA(*)

(BANCO DE DADOS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA)

(*) Contém a jurisprudência sistematizada e atualizada até a 86ª Sessão Ordinária (realizada em
09.06.2009), observações, citações de doutrina, jurisprudência e comentários.

–A–
ABONO FAMÍLIA
Não exclusão, ainda que ultrapasse o teto de vencimentos

“Vê-se, assim, que não caberia ao Conselho Nacional de Justiça


excluir verbas outorgadas à magistratura local por leis e constituição do respectivo Estado,
mesmo que tais vantagens não estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88.
Dessa forma, a parcela de equivalência, por ser um valor transitório e referente a uma
reposição de diferença de remuneração no passado, se excluída agora, reiteraria o prejuízo
de então que pretendia repor. Ademais, na União tal parcela acabou incorporada pela Lei
10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixação do subsídio e do teto. Por outro
lado, no que se reporta ao ‘abono família’ devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados,
vantagem de lei de 1948, não há como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsídio,
por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da
LOMAN. No mesmo sentido, a gratificação chamada de adicional trintenário, com
expressa previsão na Constituição do Estado, e já reconhecido pelo egrégio STF não possui
a natureza de adicional de tempo de serviço” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

ABUSO DE PODER
Quebra irregular do sigilo fiscal. Apuração que compete à Corregedoria Geral
do Tribunal

Recurso Administrativo. Nulidade processual. Matéria de cunho


judicial. Abuso de poder. Apuração judicial em curso. Hipótese de ocorrência de crime.
Remessa dos autos ao Ministério Público pelo juízo da causa. Avocação dos autos e
suspensão do processo. Inviabilidade. Ausência de poder jurisdicional. Abuso de poder.
Apuração pelo órgão estadual. Recurso indeferido com determinação de apuração dos
fatos relativos ao abuso de poder ao órgão censor. – “Inviabilizada a análise de questões
relativas à nulidade do processo por ausência de citação válida, bem como de ocorrência de
conexão ou continência, na medida em que refogem à competência deste Conselho
Nacional de Justiça. Apontado abuso de poder na determinação de quebra de sigilo fiscal
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que deverá ser apurado pela Corregedoria estadual. Inexistência de ofensa ao artigo 40 do
Código de Processo Penal, se existe processo em curso na esfera judicial, através do qual
pode ser efetivada a referida providência pelo magistrado da causa. Pedidos de sustação do
processo e de avocação dos autos inviabilizada, diante da ausência de poder jurisdicional
deste Conselho. Recurso parcialmente provido, para determinar a apuração pela
Corregedoria-Geral de Justiça do Estado da Paraíba do suposto abuso de poder na
determinação da quebra de sigilo fiscal do recorrido” (CNJ – RD 10849 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Gilson Dipp – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

ABUSO DO DIREITO DE DEFESA


Magistrado. Sucessivos adiamentos de julgamento em razão de reiteradas
licenças com afastamento

Reclamação Disciplinar. Juíza de Direito. Julgamento. Sucessivos


pedidos de adiamento. – “A garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa
assegura ao Magistrado o acompanhamento pessoal da sessão em que se dá o julgamento
do processo administrativo disciplinar a que responde. No entanto, o sucessivo adiamento
do julgamento do processo administrtivo disciplinar, em virtude das sucessivas licenças do
magistrado acusado, procrastinando o andamento do feito, constitui abuso de direito de
defesa, impondo-se o julgamento do procedimento.O interesse público milita no sentido da
pronta e cabal apuração de denúncia que atribui a magistrado o cometimento de infração
disciplinar. O processo administrativo instaurado para esse fim, não pode ter seu
andamento indefinidamente sobrestado ao talante da autoridade judiciária então
processada” (CNJ – RD 47 – Rel. Ministro Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

ABUSO DO DIREITO DE DENUNCIAR


Revisão Disciplinar. Denúncia contra magistrado. Demonstração de completo
desinteresse em comprovar os fatos alegados

Processo de Revisão Disciplinar. Reclamação convertida em


Revisão. Denúncia oferecida contra desembargador. Alegação de intermediação de votos
em processos judiciais submetidos à segunda instância e direcionamento de resultados.
Matéria fática não comprovada. Inexistência de qualquer elemento indiciário ou
probatório. Revelação de completo desinteresse do denunciante em demonstrar os graves
fatos alegados. – “Abusa do direito de reclamar e de denunciar no âmbito administrativo-
disciplinar a pessoa que não apresenta com a petição inicial os elementos necessários à
apuração e, ao longo do procedimento, demonstra completo desinteresse em comprovar os
fatos alegados” (CNJ – REVDIS 42 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

ABUSO DO DIREITO DE RECORRER


Pedido de Esclarecimentos

Pedido de Esclarecimentos. – “A interposição de embargos de


declaração sem indicação da omissão do julgado e a adição de nova argumentação de
mérito que não foi objeto da inicial e, conseqüentemente, da decisão, pode configurar ação
temerária do embargante, gerando danos inclusive à finalidade da Justiça. O abuso do
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direito ao recurso, contribuindo para inviabilizar a justiça pelo excesso de trabalho, presta
um desserviço à sua agilidade e segurança” (CNJ – PCA 54 – Rel. Cons. Ruth Carvalho –
25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


Propositura de Procedimento de Controle Administrativo perante o CNJ na
pendência de ADIn perante o STF

Procedimento de Controle Administrativo. Dispositivo de lei


estadual objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Aplicação. Inviabilidade de
atuação do Conselho Nacional de Justiça. – “I) Limitando-se a atuação do Conselho
Nacional de Justiça à esfera administrativa, não se conhece de pedido de instauração de
Procedimento de Controle Administrativo, quando existente ação perante o Supremo
Tribunal Federal questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual cuja
aplicação se pretende. II) Pedido conhecido parcialmente, para recomendar ao Tribunal
requerido que agilize a análise dos Procedimentos Administrativos de interesse do
requerente, em cumprimento ao comando inscrito no inciso LXXVII do art. 5º da
Constituição Federal” (CNJ – PCA 9600 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª
Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

AÇÃO JUDICIAL
Palavras-chave: CAUSA – FEITO – PROCESSO
V. tb.: ATIVIDADE JURISDICIONAL

Prazo para a duração do processo

Administrativo. Pedido de Providências. Demora na tramitação de


processo em Tribunal. Razoabilidade dos prazos. Diversas substituições de Relatoria.
Excesso aparente de prazo entre conclusão do julgamento e publicação do acórdão.
Necessidade de inclusão de dados nos levantamentos estatísticos. – “I) Verificando que
houve três redistribuições dos autos para diferentes relatores, restando o prazo médio de
conclusão com cada julgador em 3 (três) anos, não há que se falar em excesso de prazo. II)
Prazo decorrido entre julgamento e publicação do v. acórdão, que pode vir a caracterizar
certo excesso, merece submeter-se a levantamento estatístico global, para, na hipótese de
se verificar ser fenômeno comum aos Tribunais Brasileiros, examinar o Conselho Nacional
de Justiça adoção de possíveis medidas alteradoras das rotinas processuais. III) Pedido de
Providências arquivado, com remessa de cópia do voto às Comissões de Estatística e de
Informática para estudo da viabilidade de levantamento global dos prazos utilizados em
todas as Cortes de Justiça entre julgamento e publicação dos acórdãos” (CNJ – PP 35 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU
16.11.2005).

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora. Impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados. Competência constitucional para zelar pela autonomia do
Poder Judiciário e pela observância dos princípios da eficiência (CF, art. 37, caput) e da
razoável duração do processo e celeridade (CF, art. 5º, LXXVIII). Demora no julgamento
pelo Plenário do Tribunal do Júri atribuída à legislação processual e complexidade do feito.

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Inexistência de responsabilidade dos magistrados. Arquivamento. (CNJ – PP 16 – Rel.


Cons. Alexandre de Moraes – 5a Sessão – j. 13.09.2005 – DJU 19.11.2005).

Pretensão de que o direito de postular em juízo seja exercido sem a


interferência de advogado

Recurso administrativo em Pedido de Providências. Solicitação no


sentido de que o direito postulatório possa ser exercido sem a interferência de advogados.
Matéria fora da competência do CNJ como enfocado na decisão monocrática. (CNJ – PP
842 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Segredo de Justiça
Vide: SEGREDO DE JUSTIÇA

AÇÃO PENAL
Condenação do réu. Expedição de guia de recolhimento provisória

Guia de recolhimento provisória. Necessidade de trânsito em


julgado para o Ministério Público em primeira instância. Apelação criminal com efeito
devolutivo e suspensivo. Ausência de afronta à Resolução 19/2006 do Conselho Nacional
de Justiça. Aplicação da Súmula 192 do STJ e dos artigos 593 e 597 do CPP, bem como do
artigo 105 da Lei de Execuções Penais. Desnecessidade de trânsito em julgado para o
Ministério Público de acórdão que examinou a apelação. Inexistência de efeito suspensivo
em eventuais recursos especiais ou extraordinários. Pedido conhecido e parcialmente
acolhido. (CNJ – PP 1326 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

AÇÃO RESCISÓRIA
Atualização do valor da causa para efeito de depósito prévio

Procedimento de Controle Administrativo. Instrução Normativa


31, de 27.09.2007 do TST. Depósito prévio em Ação Rescisória. Atualização monetária do
valor da causa. Lei 11.495/2007. – “A regra do art. 4º da Instrução Normativa 31/2007, do
TST, que prevê a atualização do valor da causa para fins de depósito prévio na Ação
Rescisória, está em sintonia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (AR-QO
1176/GO, Relator Min. Paulo Brossard, j. 21/02/1990). Improcedência do pedido” (CNJ –
PCA 200810000018903 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

ACESSO AOS PRÉDIOS DO PODER JUDICIÁRIO


Modo de se vestir das pessoas que comparecem aos foros e varas

Vestuário. Restrição. Acesso a fórum. Preservação do decoro e da


dignidade da justiça. – “1) Compete ao Juiz, no exercício do poder de polícia, velar por
que se preservem padrões mínimos de dignidade e de decoro no acesso aos órgãos do
Poder Judiciário (CPC, art. 125, III e art. 445, I). 2) Não há mácula de ilegalidade em
comunicado de Juiz Diretor do Fórum que impede a entrada nas dependências do Fórum de

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pessoas com trajes inadequados (calção, short e bermudões) exceções em casos de


urgência ou de impossibilidade financeira de a parte vestir-se de outro modo. 3) A
Constituição Federal veda a discriminação arbitrária, não o tratamento diferenciado ditado
pela razoabilidade e justificado pelo padrão médio de moralidade da sociedade. 4)
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA
200910000001233 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Sistema eletrônico de segurança

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal da 3ª Região. Sistema eletrônico de segurança para acesso aos prédios do Poder
Judiciário. – “A garantia de maior segurança no interior das dependências forenses é
justificativa razoável para que seja implementado sistema de segurança com a instalação de
detectores de metal. Precedentes do Conselho Nacional de Justiça. Pedido julgado
improcedente” (CNJ – PCA 200810000024915 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008

ACESSO AOS TRIBUNAIS POR ADVOGADOS E MEMBROS DO MINISTÉRIO


PÚBLICO
V. tb.: QUINTO CONSTITUCIONAL

Quinto Constitucional. Lista tríplice

“Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientação


emanada deste Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista
tríplice a que se refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal, seja formada
em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (Recomendação
CNJ 13, de 06.11.2007).

Quinto Constitucional. Lista tríplice. Sessão aberta com votação nominal e


fundamentada

Medida Liminar. Tribunal Regional do Trabalho. Sessão Plenária.


Resolução Administrativa estabelecendo que a eleição de candidatos ao quinto
constitucional da Corte e que farão parte da listra tríplice será por votação secreta.
Inadmissibilidade. Pedido de tutela para que se proceda à votação da lista tríplice em
sessão aberta, com votação nominal e fundamentada. (CNJ – PP 200910000012474 – Rel.
Cons. Rui Stoco – Decisão Monocrática – j. 26.03.2009).
Parte da decisão do Relator: “Ademais do fato de a Recomendação 13, de 06.11.2007
deste Conselho recomendar “a Tribunais que regulamentem a orientação emanada deste
Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista tríplice a que se
refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal seja formada em sessão
pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (textual), o inciso X do art.
93 da Constituição Federal determina e impõe, de forma cogente, que todas as decisões dos
Tribunais sejam fundamentadas e proferidas em sessão pública. A efetividade do princípio
da impessoalidade e moralidade administrativas talvez seja a primeira grande tarefa do
Conselho Nacional de Justiça. Garantir não apenas que os atos administrativos do Poder
Judiciário sejam legais, mas que sejam, na mesma medida, legítimos. Essa legitimidade
depende da certeza de que as razões que balizaram os julgamentos são racionais e

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constitucionais. Por isso, a transparência é essencial, obrigatória e inegociável. Todos


haverão de conhecer os fundamentos das decisões para que possam, inclusive, impugná-
las. A credibilidade do Poder Judiciário tem estreita relação com a sua transparência. Não
há ato administrativo, mesmo que discricionário, que esteja acima da determinação do
Estado de Direito de que todas as decisões ou opções públicas devem ser absolutamente
abertas e transparentes. Aliás, a escolha daqueles que irão integrar uma Corte de Justiça
não é discricionária mas regrada, não ficando ao alvedrio da autoridade mas permeada por
regras que atuam como balizas norteadoras, tendo como tegumento protetor o princípio da
legalidade. De modo que, embora a Recomendação 13 deste Conselho não tenha natureza
de lei em sentido estrito, sinaliza de forma pragmática e reveladora o entendimento do
Plenário deste Conselho Nacional de Justiça a respeito da aplicação da determinação
constitucional acerca da fundamentação das decisões administrativas. E não há que se falar
que o caso é de eleição. Eleição no Poder Judiciário significa apenas que a vontade da
maioria terá força vinculante em algumas circunstâncias. Não há o sentido que
encontramos no caso das eleições populares, manifestação soberana da vontade popular.
Nesse último caso, o voto secreto é garantia de independência, é medida protetiva da
autonomia do cidadão. No caso de decisões judiciais, não há justificativa para o voto
secreto e apartado do conhecimento geral e público; não há fundamento para que não se
conheçam as razões de um voto que definirá um membro de Tribunal. No espaço judicial,
os magistrados já têm garantias de independência suficientes, não havendo ameaças ao seu
cargo, nem a sua livre manifestação que possam justificar esse tipo de segredo. Nesse
sentido, votações secretas não encontram sequer justificativas minimamente racionais no
âmbito do Poder Judiciário”.

Quinto constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da Sessão e motivação. Art. 93, Inc. X, da
Constituição Federal. – “‘A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, que
desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da publicidade e
transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que passaram a ser
obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e
fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável que a
formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrado aos Tribunais de segundo grau (Res. CNJ
6/2005, art. 1º)’ (PP 2007.10.00.000497-3). Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se julga procedente” (CNJ – PP 200910000008082 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Quinto Constitucional. Tribunal com número ímpar de vagas. Alternância

Procedimento de Controle Administrativo. Quinto constitucional.

Tribunal com número ímpar de vagas a ser preenchidas por representantes da advocacia

e do Ministério Público. Alternância (art. 100, § 2º, LOMAN). Questão já apreciada pelo

judiciário. Preservação das vagas de origem (art. 4º, EC 45). Inaplicabilidade.

Improcedência. – “I) Matéria já apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o

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Recurso Ordinário interposto no Mandado de Segurança 12.778/MS e decidir que “(...) a

regra prevista no art. 100, § 2º, da LOMAN, somente é aplicável quando o Tribunal já

possui um número ímpar de vagas destinadas ao quinto constitucional e ocorre vacância de

uma delas (...)”. II) Não se aplica o disposto no art. 4º, da EC 45, pois este se destina, tão

somente, a preservar o quinto constitucional na composição dos Tribunais de Justiça, em

virtude da extinção dos Tribunais de Alçada, nos Estados em que estes existiam. III)

Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 6600 – Rel.

Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
DOUTRINA: “Não sendo possível a simultânea participação de representantes de
advogados e membros do Ministério Público, em igual número, no Tribunal, far-se-á
revezamento: ora haverá número superior daqueles, ora destes. Quer dizer que a vaga
excedente e que não pode ser atribuída com exclusividade a qualquer das duas classes, será
uma vez preenchida por advogado, e, em seguida, uma vez por membro do Ministério
Público, de modo, que uma vez os representantes de uma das categorias detenham uma
vaga a mais do que outra, seguindo-se igual vantagem para outra categoria” (JOSÉ
RAIMUNDO G. DA CRUZ. A Lei Orgânica da Magistratura Nacional Interpretada. 2. ed.
São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 143).

ACORDOS JUDICIAIS
Caráter normativo. Atividade legislativa. Inviabilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Orientação para


realização de acordos judiciais com caráter normativo. Autonomia das partes. Atividade
legislativa. Inviabilidade. Deferimento. – “I) Expedição de orientação genérica com
parâmetros para elaboração de termos de acordos judiciais que vincula os jurisdicionados a
critérios abstratos e genéricos viola o livre exercício da autonomia privada. II) Exorbita a
atividade judicante quando se especifica os limites intransponíveis para efeito de
homologação judicial, investindo-se o magistrado em função tipicamente legislativa. III)
Procedimento de Controle Administrativo a que se dá provimento” (CNJ – PCA 14073 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

ACUMULAÇÃO DE CARGOS
Servidor Público. Acúmulo das funções com o cargo de Conciliador

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça da Paraíba.


Incompatibilidade de exercício remunerado do servidor público com o cargo, como
definido na lei paraibana, de Juiz leigo ou Conciliador. – “I) A regra constitucional (CF,
art. 37, XVI) é pela vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: (1) a de dois cargos de
professor; (2) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (3) a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”

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(CNJ – PP 1070 – Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão Extraordinária
– j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA COM OUTROS


RENDIMENTOS
Acumulação da aposentadoria do cargo de magistrado com remuneração pelo
exercício da atividade de notário ou registrador

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Pernambuco.


Consulta. Possibilidade de cumulação de aposentadoria no cargo de magistrado com
remuneração auferida pelo exercício da titularidade de notário ou registrador. Consulta
respondida afirmativamente. – “Permite-se a cumulação dos proventos de aposentadoria
no cargo de magistrado com a remuneração auferida no exercício da titularidade do serviço
de notas e registros públicos, considerando que a proibição prevista na Constituição
Federal tem aplicação tão-somente aos cargos, funções e empregos públicos” (CNJ – PP
200810000024356 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

ACUMULAÇÃO E DESACUMULAÇÃO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS


Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)

ACÚMULO DE SERVIÇO
Elevada população carcerária e acúmulo de processos. Município de Ribeirão
das Neves – MG. Recomendação de designação de juiz auxiliar para a Vara de
Execuções

Pedido de Providências. Vara de Execuções Penais de Ribeirão


das Neves. Elevada população carcerária e acúmulo de processos. Designação de juiz.
Recomendação. – “I) Alegação do requerente confirmada pelo TJ/MG, sobre a elevada
população carcerária no Município de Ribeirão das Neves/MG e o acúmulo de processos
na respectiva Vara de Execuções Penais, apesar do reconhecido esforço da juíza titular. II)
Recomendação de designação de juiz para auxiliar para a Vara de Execuções de Ribeirão
das Neves, tal como sugerido pela Corregedoria-Geral de Justiça, sem prejuízo do
atendimento de outras situações prioritárias, segundo avaliação do Tribunal. Procedência
do Pedido de Providências” (CNJ – PP 200710000002757 – Rel. Cons. José Adonis Callou
de Araújo Sá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Representação por Excesso de Prazo. Acúmulo de serviço. Descaracterização

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Acúmulo de Serviço. Promoção de mecanismos de celeridade pelo órgão judiciário.
Excesso de prazo descaracterizado. Arquivamento mantido. – “I) Considera-se justificado
o excesso de prazo quando o acúmulo de serviço constitui empecilho ao normal andamento
da causa não imputável ao magistrado II) A busca de medidas adequadas, tais como
criação de turmas especializadas e prioridade ao julgamento de causas mais antigas, são
meios que garantem a celeridade processual e asseguram a aplicação das garantias
constitucionais expressas no art. 5º da Carta Magna” (CNJ – REP 284 – Rel. Min. Antônio
de Pádua Ribeiro – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

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Representação por excesso de prazo. Aposentadoria do magistrado. Perda do


objeto

Recurso Administrativo em Representação por Excesso de Prazo.


Aposentadoria do magistrado representado. Prejudicialidade do recurso. – “Sendo o
propósito das representações por excesso de prazo punir, no campo disciplinar, o
magistrado pelo retardamento no cumprimento de atos de ofício sob sua responsabilidade,
a sua aposentadoria intercorrente conduz a respectiva representação à perda de objeto por
fato novo indesprezível. Recurso Administrativo prejudicado” (CNJ – REP 392 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Visitas regulares às penitenciárias pelos juízes das execuções que não devem
ser prejudicadas

Vara de Execuções Criminais. Acúmulo de processos. Prejuízos


aos reeducandos. Cumprimento da Resolução 47/2007 do CNJ. – “Cabe ao tribunal
promover efetivas medidas tendentes a garantir o cumprimento pelos juízes de execuções
criminais das visitas regulares às penitenciárias, como determina a Res. 47/2007” (CNJ –
PP 200710000016770 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU
15.04.2008).

ADICIONAL
V. tb.: SUBSÍDIO

Adicional de Qualificação – AQ. Implementação e Regulamentação no âmbito


do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 11, de 13.11.2008.

Adicional por atividades penosas

Recurso Administrativo. Adicional por atividades penosas.


Previsão no art. 14 da Lei Mineira 10.856/92. Delegação legislativa, aos tribunais, da
regulamentação das hipóteses de exigibilidade da vantagem. Edição pelo TJMG da
Resolução 320/96 que, em seu art. 3º, inciso II, define atividade penosa como sendo aquela
em que o servidor experimente desgaste físico ou psíquico excessivamente acentuado.
Conclusão, pelo TJMG, de inexistência de situação de tensão em nível significativamente
destoante do restante dos serventuários da Justiça Mineira. Ausência de erro ou ilicitude no
ato do TJMG. Recurso a que se nega provimento. (CNJ – PCA 6866 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

ADICIONAL DE ESCOLARIDADE
Inadmissibilidade de concessão

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Desconstituição de ato administrativo. Adicional de escolaridade. Lei
Estadual 1.102/90. Não acolhimento do pedido. (CNJ – RAPCA 416 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não
oficial).

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ADICIONAL DE GUERRA
Palavras-chave: TEMPO DE GUERRA

Determinação de corte

“Dessa forma, o Tribunal de Justiça de São Paulo deverá tornar


definitivo o corte realizado liminarmente pelo CNJ, no valor referente ao pagamento do
adicional de guerra, que deveria ter-se mantido inalterável desde a edição da LOMAN”
(CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Natureza pessoal. Parte integrante do subsídio

“A vantagem ‘tempo de guerra’ deve, pois, ser definida como de


natureza pessoal, tal como a gratificação adicional por tempo de serviço. Deve, pois, ser
conferido igual tratamento dado a essa última vantagem que, consoante disposto no art. 4º,
III, alíneas a e b da Res. 13/CNJ, encontra-se compreendida no subsídio” (CNJ – PCA 487
– Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007
– Ementa não oficial).

ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO – AQ
Implementação e regulamentação no âmbito do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 11, de 13.11.2008.

ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO – ATS


Absorção das verbas de caráter remuneratório pelo subsídio

Subsídios. Subsistência de adicional de tempo de serviço.


Impossibilidade. – “A introdução dos subsídios absorveu todas as verbas de caráter
remuneratório, inclusive o adicional por tempo de serviço (Res. 13/CNJ, art. 4º, III).
Emergindo em processo aparente situação de afronta à regra constitucional de contenção
remuneratória, deve o Conselho Nacional de Justiça, de ofício, no exercício de sua
competência fiscalizatória, apurar eventuais desvios administrativos. Ordem de prestação
de informações sobre os valores remuneratórios pagos aos magistrados em atividade desde
a véspera da implantação dos subsídios até o presente” (CNJ – PP 200810000022372 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

Compreendido pelo subsídio da magistratura. Resolução 13 do CNJ

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecuniárias. Art. 192, I da Lei
8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. – “O adicional por tempo de serviço previsto no art.
65, VIII, da LOMAN está compreendido no valor do subsídio dos magistrados (Resolução
13 do CNJ). Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000003444 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


12

Interrupção no pagamento antes da data-limite estabelecida pelo CNJ

Pedido de Providências. Magistrados. Interrupção no pagamento


de adicionais por tempo de serviço e qüinqüênios antes da data-limite estabelecida pelo
CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse título, sob a forma de
compensação. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos até maio/2006. Direito
ao recebimento desses adicionais até a data-limite estabelecida. Descontos indevidos,
posto que recebidos os valores de boa-fé. Procedência dos pedidos. – “I) Se o CNJ, como
órgão de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como
intérprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se
submetem ao sistema de subsídio, deu sobrevida aos adicionais até maio de 2006, diante da
dicção do art. 12 da Res. 13/2006, impõe-se reconhecer a todos que se encontrem na
mesma situação o direito a essa percepção até a data-limite, sob pena de discrímen e ofensa
à isonomia. II) A pretensão da Administração Pública de ver repetidos valores
indevidamente pagos a título de subsídio, vencimentos ou proventos, obriga e impõe uma
fase de conhecimento e de dilação probatória em que reste incontroverso que o pagamento
foi efetivamente indevido e que o beneficiário tenha agido de má-fé, considerando que os
valores recebidos de boa-fé não se submetem à restituição, posto que, tendo o pedido
natureza reparatória, essa boa-fé exsurge como causa excludente da responsabilidade”
(CNJ – PP 1069 – Rel. Cons. Rui Stoco – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Irredutibilidade

“Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinário quanto à


irredutibilidade de vencimentos, já apontado na análise na medida liminar, juntamente com
a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela
impossibilidade de aplicação da irredutibilidade de vencimentos em relação a
subsídios/adicionais por tempo de serviço, pois a fixação dos subsídios teria incorporado o
adicional por tempo de serviço, não sendo possível, portanto, que o magistrado passasse a
receber, além do subsídio, o valor ‘congelado’ correspondente aos antigos adicionais por
tempo de serviço. Igualmente, seguindo essa mesma orientação, não me parece possível a
manutenção do ‘adicional por tempo de serviço em até 55%, pois, mesmo previsto no art.
129 da Constituição do Estado de São Paulo, encontra previsão expressa e antagônica no
art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificação adicional por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Limitação até sete qüinqüênios

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio, ressalvando


meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu estar seu valor
englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à situação da
magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7 (sete)
qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em virtude da
fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três Poderes da União
ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve redução nominal do
valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios para a União e que está
matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve redução do
valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a título de diferença pessoal
mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão haveria conflito interno de
normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea, irredutibilidade de vencimento e a outra

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


13

fruto de emenda fixando teto e sua repercussão, ainda, assim, em face dos precedentes
deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão anterior, determino sua exclusão das
rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Não previstos na LOMAN. Possibilidade de sua manutenção

“Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinário quanto à


irredutibilidade de vencimentos, já apontado na análise na medida liminar, juntamente com
a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela
impossibilidade de aplicação da irredutibilidade de vencimentos em relação à
subsídios/adicionais por tempo de serviço, pois a fixação dos subsídios teria incorporado o
adicional por tempo de serviço, não sendo possível, portanto, que o magistrado passasse a
receber, além do subsídio, o valor ‘congelado’ correspondente aos antigos adicionais por
tempo de serviço. Igualmente, seguindo essa mesma orientação, não me parece possível a
manutenção do ‘adicional por tempo de serviço em até 55%’, pois, mesmo previsto no art.
129 da Constituição do Estado de São Paulo, encontra previsão expressa e antagônica no
art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificação adicional por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

“A situação análoga do presente procedimento com o MS 24.875-1/


DF, no sentido da possibilidade excepcional de recebimento de vantagens pecuniárias não
previstas na LOMAN, desde que antigas e universais a todos os servidores públicos, pode
ser extraída do voto proferido pelo Ministro Ricardo Lewandowski no citado julgamento:
“Embora as normas do diploma legal em questão (Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis da União), posteriormente alterado pela Lei 8.112/90, tivessem como destinatários os
servidores públicos stricto sensu, o STF estabeleceu que as vantagens previstas no art. 184
estendem-se também aos magistrados. Como referência histórica, merece ser mencionada
decisão proferida pelo Tribunal Pleno, em julgamento datado do ano de 1961, em que foi
relator o Ministro Gonçalves de Oliveira (RMS-DF 8.944, DJU 28.06.61). Mais
recentemente, em decisão prolatada no ano de 2003, a Corte, por seu Tribunal Pleno, sendo
relator o Ministro Maurício Corrêa, assentou que ‘as vantagens previstas no artigo 184 da
Lei 1.711/52, embora dirigidas formalmente aos servidores públicos em sentido estrito,
vêm sendo aplicadas aos magistrados em face do disposto no artigo 32, parágrafo único, da
LOMAN, que equipara as categorias para fins previdenciários’. Em face disso, entendo
temerária a alteração de toda a estrutura remuneratória cinqüentenária da magistratura
paulista – em especial pela similitude do presente citado – antes da adoção do regime de
subsídios pelo Estado de São Paulo. Dessa forma, não vislumbro ilegalidade na
continuidade do pagamento da parcela remuneratória intitulada ‘sexta-parte’, mesmo que
acima do teto constitucional consistente nos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, de maneira a se evitar indevido decesso remuneratório, desde que seu valor
nominal seja ‘congelado’” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Qüinqüênios. Magistrados. Limite da LOMAN ultrapassado. Pagamento a


título de vantagem pessoal até sua extinção

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio,


ressalvando meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu
estar seu valor englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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situação da magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7


(sete) qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em
virtude da fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três
Poderes da União ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve
redução nominal do valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios
para a União e que está matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas
Gerais, houve redução do valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a
título de diferença pessoal mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão
haveria conflito interno de normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea,
irredutibilidade de vencimento e a outra fruto de emenda fixando teto e sua repercussão,
ainda, assim, em face dos precedentes deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão
anterior, determino sua exclusão das rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel.
Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Recebimento de boa-fé. Vedação de devolução, desconto ou compensação

Pedido de Providências. Magistrados. Interrupção no pagamento


de adicionais por tempo de serviço e qüinqüênios antes da data-limite estabelecida pelo
CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse título, sob a forma de
compensação. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos até maio/2006. Direito
ao recebimento desses adicionais até a data-limite estabelecida. Descontos indevidos,
posto que recebidos os valores de boa-fé. Procedência dos pedidos. – “I) Se o CNJ, como
órgão de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como
intérprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se
submetem ao sistema de subsídio, deu sobrevida aos adicionais até maio de 2006, diante da
dicção do art. 12 da Res. 13/2006, impõe-se reconhecer a todos que se encontrem na
mesma situação o direito a essa percepção até a data-limite, sob pena de discrímen e ofensa
à isonomia. II) A pretensão da Administração Pública de ver repetidos valores
indevidamente pagos a título de subsídio, vencimentos ou proventos, obriga e impõe uma
fase de conhecimento e de dilação probatória em que reste incontroverso que o pagamento
foi efetivamente indevido e que o beneficiário tenha agido de má-fé, considerando que os
valores recebidos de boa-fé não se submetem à restituição, posto que, tendo o pedido
natureza reparatória, essa boa-fé exsurge como causa excludente da responsabilidade”
(CNJ – PP 1069 – Rel. Cons. Rui Stoco – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

“Trata-se de Pedido de Providências, proposto pelo Tribunal


Regional Federal da 5ª Região que, sustentado no ‘reconhecimento da boa-fé’ e no
princípio da isonomia, busca junto ao CNJ o tratamento adotado para os Tribunais
Estaduais, em relação ao ATS e efeitos da Resolução 13 e 14/2006 do CNJ. Assim,
concluo no sentido de que a justificada insegurança jurídica da Administração até decisão
definitiva do STF e regulamentação pelo CNJ: a boa-fé dos beneficiados pelo pagamento
do Adicional por Tempo de Serviço, e o efeito firmado pelo CNJ para os seus atos
normativos e várias das decisões, afastam a obrigatoriedade da devolução do valor
recebido no caso em espécie até a edição das Resoluções 13 e 14/2006-CNJ” (CNJ – PP
1160 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).
Observações:
1. A respeito do tema vide a Súmula 106 do TCU, com a seguinte redação: “O julgamento,
pela ilegalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não implica por si só a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa-fé, até a data do


conhecimento da decisão pelo órgão competente”.
2. O TRF da 2ª Região assim decidiu: Administrativo. Servidor público. Recebimento de
valores indevidos. Reposição ao Erário. Impossibilidade. – “Esta Segunda Turma já
firmou entendimento no sentido de que o servidor, recebendo de boa-fé remuneração por
enquadramento indevido, por erro exclusivo da Administração, consoante precedentes do
STJ, não está obrigado a devolver a contraprestação recebida, pela prestação prévia de
serviço” (TRF 1a R. – 2a T. – Ap. 1998.38.00.025939-5 – Rel. Tourinho Neto – DJU
07.11.2002, p. 50). No mesmo sentido: STF, 1a T., RE 88.110, Rel. Min. Rodrigues
Alckmin, DJU 20.10.78).

Recebimento por longos anos de boa-fé. Irredutibilidade

“Quanto ao adicional por tempo de serviço, que aqui interessa no


momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsídios, compreendido em seu
valor, mas, veja-se, e aí o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando
decréscimo à remuneração dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se crê, a razão pela
qual o julgamento referido não chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da
irredutibilidade. Por óbvio, não se discute irredutibilidade se redução não houve. E, de
mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de
gratificação nem mesmo prevista na LOMAN, e não a adicional contemplado pela mesma
legislação (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a
todos os Magistrados percepção, contando o ATS, de remuneração não superior ao
montante recebido por Ministro, então a implantação do subsídio, absorvendo esses
valores, não ocasionou redução alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Sepúlveda
Pertence). De toda sorte, quando mais não fosse, restaria ainda a questão da incidência, à
espécie, do princípio da boa-fé objetiva, de inspiração constitucional (art. 3º, I), e que
concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que
‘o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepção de verba prevista na
LOMAN, de modo contínuo no tempo. E por muito tempo. São anos, décadas até, durante
as quais juízes, além dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compõe a
remuneração, de boa-fé auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a
renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Público,
por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judiciário verbas que compõe sua
remuneração, sem qualquer ressalva. Cria a confiança em que esse o importe legítimo da
contrapartida pelos serviços prestados. Com base no respectivo valor, na confiança
despertada sobre sua legitimidade, e reforçada pela previsão da irredutibilidade, o
recebedor organiza seu orçamento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedações impostas ao
juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que
consubstancia sua remuneração. E, passado todo esse tempo, o Poder Público, quebrando a
justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remuneração ao teto posteriormente
instituído, mercê de reforma constitucional, que, entretanto não exclui a garantia de
irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possível, ante a natureza do direito
envolvido, e procurando afastá-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre
pagou, corta parte da remuneração que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo
e comum. Ora, já não fosse o quanto antes deduzido no tocante à irredutibilidade, tem-se
que a situação é típica, conforme se crê, de maltrato a um princípio básico na relação entre
as pessoas, de ordem e origem também constitucional (art. 3º, I), aplicável não só no trato
entre particulares, mas igualmente à Administração Pública. Refere-se o princípio da boa-
fé objetiva, corolário do solidarismo elevado, na disposição constitucional citada, a
elemento axiológico básico do sistema, verdadeiro imperativo ético, de lealdade, a permear

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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as relações em geral, as jurídicas dentre elas. Cuida-se de um padrão ético de


comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservação da confiança e
expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in
genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princípio,
revelando uma das inúmeras funções que lhe são reconhecidas, no caso de limitação ao
exercício de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditórios. É a chamada teoria dos
atos próprios, em cujos lindes se coloca a proibição do venire contra factum proprium.
Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditória com comportamento anterior (cf.
JUDITH MARTINS COSTA. A Boa Fé no Direito Privado. São Paulo: Ed. RT, p. 461).
Na espécie, seria a Administração pagar, ao pressuposto de que legítimo esse pagamento,
inclusive porquanto escudado em lei e não raro prestigiado pela jurisprudência, uma certa
remuneração a seus servidores e, tempos depois, à consideração de que alterada a
legislação, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando
a irredutibilidade ao argumento de que ilegítimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como
que uma autotutela tardia, senão pela prescrição administrativa, mas de novo por obra e
incidência da boa-fé objetiva, aqui externada pelo fenômeno da suppressio, ou seja, a perda
da possibilidade de exercício de uma prerrogativa pela inércia do titular durante tempo
passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa não mais se
exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa fé no Direito Civil., Coimbra: Almedina,
1984, v. 2, p. 466). Posta a matéria ao âmbito administrativo, é o que ALMIRO DO
COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente líder, consubstanciado
no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situação que o tempo
consolidou, considera ser mesmo uma limitação ao exercício da autotutela, não fosse a
ressalva já contida na própria Súmula 473, que a contempla, em nome da segurança
jurídica e da aparência de legitimidade, aliás no caso mesmo presumida, característica dos
atos administrativos, e ainda que diante da prática de um ato inválido pela Administração
(Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado
de Direito Contemporâneo. Revista de Direito Público, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63).
De uma maneira ou de outra, sempre uma questão ou uma preocupação de não frustrar a
justa expectativa criada nas relações, a confiança despertada no sujeito. Exatamente o que
se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegítimo o
adicional’. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., torna-
se definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto às verbas glosadas, resta a chamada
diferença individual de magistrado, que no voto de fls. já se reconhecia inespecífica e
inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa
sobre sua origem e amparo legal, ou por decisão judicial, repita-se, na esteira do que já
constara do voto de instauração, determina-se o seu corte. A última ressalva a se fazer diz
com a orientação fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas
mantidas, quando já implantado o regime do subsídio, devem ser calculadas sobre o
importe da remuneração anterior. Nesses termos, então, com a ressalva de posicionamento
pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle
Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferença individual de magistrado,
tudo nos moldes do quanto no voto se detalha” (CNJ – PCA 485 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Serviço prestado por servidor à administração direta do Estado. Contagem do


tempo para fins de percepção de adicionais

Adicional por tempo de serviço. Servidor público federal. Anuênio.


Tempo de serviço prestado à administração indireta. Contagem sem limitação temporal.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Inviabilidade. – “1) O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União já


sedimentaram o entendimento de que se computa o tempo de serviço prestado em prol da
administração pública indireta – empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações instituídas pelo Poder Público –, para fins de percepção de adicional por tempo
de serviço. 2) Os servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais, todavia, somente fazem jus à contagem do tempo de serviço prestado a
empresas públicas federais e sociedades de economia mista – entidades da Administração
Pública Indireta - para os fins de percepção de adicional por tempo de serviço se estiveram
sob o regime da Lei 8.112/90 em algum momento compreendido entre 12/12/1990 e
10/12/1997, em cujo interstício havia previsão legal de concessão de anuênio. 3) Os
servidores que ingressaram no regime da Lei 8.112/90 somente após 10/12/1997 – dia
anterior ao início da vigência da Lei 9.527/97 –, não incorporam adicional por tempo de
serviço conquistado anteriormente ao tempo em que empregados de estatal, pois não há
direito adquirido a vantagens de regime jurídico diverso. 4) Pedido formulado em
Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000011883 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

ADICIONAL TRINTENÁRIO
Não constitui adicional por tempo de serviço

“Vê-se, assim, que não caberia ao Conselho Nacional de Justiça


excluir verbas outorgadas à magistratura local por leis e constituição do respectivo Estado,
mesmo que tais vantagens não estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88.
Dessa forma, a parcela de equivalência, por ser um valor transitório e referente a uma
reposição de diferença de remuneração no passado, se excluída agora, reiteraria o prejuízo
de então que pretendia repor. Ademais, na União tal parcela acabou incorporada pela Lei
10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixação do subsídio e do teto. Por outro
lado, no que se reporta ao ‘abono família’ devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados,
vantagem de lei de 1948, não há como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsídio,
por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da
LOMAN. No mesmo sentido, a gratificação chamada de adicional trintenário, com
expressa previsão na Constituição do Estado, e já reconhecido pelo egrégio STF não possui
a natureza de adicional de tempo de serviço” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

ADITAMENTO
Petição inicial. Aditamento após julgamento pelo Plenário

Embargos declaratórios em Procedimento de Controle


Administrativo. Fatos novos. – “Inviável o aditamento do pedido após decisão plenária.
Diante da relevância das noticias anunciadas e tendo este Conselho a prerrogativa de agir
ex officio, deve ser instaurado novo procedimento” (CNJ – PCA 90 – Rel. Cons. Ruth Lies
Scholte Carvalho – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não
oficial).

ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Cumprimento da Resolução 47/2007 do CNJ. Condições adequadas de


funcionamento das prisões e garantia aos presos de sua integridade física e
moral

Penitenciária de Guareí/SP. Descumprimento da Resolução


47/2007 do CNJ. – “É premente o cumprimento da Resolução 47/2007, do CNJ, a fim de
proporcionar segurança e assegurar condições adequadas de funcionamento dos
estabelecimentos prisionais, além de garantir aos presos o respeito à sua integridade física
e moral. Soluções concretas devem ser adotadas pela Corregedoria-Geral de Justiça do
TJSP, afastando-se meros paliativos” (CNJ – PP 200710000015260 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Superpopulação carcerária. Tratamento conjunto do Poder Judiciário e


Executivo, sob pena de violação ao princípio da separação dos Poderes

“O enfoque a ser dado ao problema da superpopulação prisional


transcende os limites pontuais em cada caso, porquanto é macro, sistêmico, mundial e
complexo. Não pode ser abordado isoladamente, mas sim receber tratamento conjunto de
todos os órgãos setoriais envolvidos dos Poderes Judiciário e Executivo, por meio dos
canais competentes, sob pena de usurpação da competência originária para formulação das
políticas públicas de Administração Penitenciária, ocasionando violação ao princípio da
separação dos Poderes (art. 2º da CF/88) e à cláusula da reserva do possível (APDF 45).
Procedimento de Controle Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000002397 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Comportamento exigido de seus agentes

“O traço fundamental do Estado Democrático de Direito é a


impessoalidade, não se admite privilégios e favoritismos na Administração. A coisa
pública não pode prestigiar este ou aquele, gerando preferências que favorecem interesses
exclusivamente privado. Nem sequer por um momento o Administrador pode deixar de
cuidar do interesse da coletividade. Procedimento de Controle Administrativo julgado
procedente, com a determinação de providências várias e remessa de cópias aos órgãos
responsáveis pela apuração dos ilícitos administrativos e criminais e devolução de parcelas
indevidamente pagas” (CNJ – PCA 255 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª Sessão
– j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Presunção de que venha a agir de forma irregular e com má-fé

“Impossibilidade de se presumir que a Administração Pública


venha, futuramente, a agir de forma irregular e com caracterizada má-fé” (CNJ – PP
200710000012910 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008).

ADOÇÃO
V. tb.: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – INFÂNCIA E
JUVENTUDE

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


19

Cadastro Nacional de Adoção. Implantação e funcionamento

“O Conselho Nacional de Justiça implantará o Banco Nacional de


Adoção, que tem por finalidade consolidar dados de todas as comarcas das unidades da
federação referentes a crianças e adolescentes disponíveis para adoção, após o trânsito em
julgado dos respectivos processos, assim como dos pretendentes a adoção domiciliados no
Brasil e devidamente habilitados” (Art. 1º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Banco Nacional de Adoção ficará hospedado no Conselho


Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos exclusivamente pelos
órgãos autorizados” (Art. 2º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias dos Tribunais de Justiça funcionarão como


administradoras do sistema do respectivo Estado, e terão acesso integral aos cadastrados,
com a atribuição de cadastrar e liberar o acesso ao juiz competente de cada uma das
comarcas, bem como zelar pela correta alimentação do sistema, que deverá se ultimar no
prazo de 180 dias da publicação desta Resolução” (Art. 3º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias Gerais da Justiça e os juízes responsáveis pela


alimentação diária do sistema encaminharão os dados por meio eletrônico ao Banco
Nacional de Adoção” (Art. 4º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça prestará o apoio técnico


necessário aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal para alimentar os
dados no Banco Nacional de Adoção. Os Tribunais poderão manter os atuais sistemas de
controle de adoções em utilização, ou substituí-los por outros que entendam mais
adequados, desde que assegurada a migração dos dados, por meio eletrônico, contidos nas
fichas e formulários que integram os anexos desta Resolução” (Art. 5º e parágrafo único da
Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça, as Comissões Estaduais


Judiciárias de Adoção - CEJAS/Cejais e as Corregedorias Gerais da Justiça devem
fomentar campanhas incentivando a adoção de crianças e adolescentes em abrigos e sem
perspectivas de reinserção na família natural. O Conselho Nacional de Justiça celebrará
convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
-SEDH para troca de dados e consultas ao Banco Nacional de Adoção” (Art. 6º e parágrafo
único da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

ADVERTÊNCIA
Palavras-chave: REPREENSÃO – PENALIDADES
V. tb.: CENSURA

Sanção disciplinar de censura nas hipóteses de negligência funcional

Dosimetria da sanção disciplinar: censura ou aposentadoria. – “A


censura é a sanção própria para os casos de negligência funcional (LOMAN, art. 44). A
ausência de prova do dolo do acusado obsta a imposição de sanção mais severa. Revisão
disciplinar parcialmente conhecida e rejeitada” (CNJ – RD 34 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


20

Sanção imposta a magistrado. Promoção ao Tribunal de Justiça

Revisão Disciplinar. Magistrado. Falta punível com penas de


advertência/censura. Representado promovido ao Tribunal de Justiça. Impossibilidade de
aplicação da pena. LOMAN, art. 42, parágrafo único. Participação no julgamento de
Desembargador declarado suspeito. Decisão unânime. Nulidade inexistente. – “I)
Promovido o Juiz de Direito para Desembargador antes do encerramento do julgamento do
procedimento disciplinar, na hipótese de penas de advertência ou censura, correto o
arquivamento ou a improcedência da representação, por impossibilidade de aplicação da
penalidade. II) A participação de magistrado declarado suspeito na votação não gerou
prejuízo ou sequer alterou a conclusão, porquanto esta se deu à unanimidade. O voto em
tela seria irrelevante perante o resultado, eis que, mesmo sem ele, a decisão não favoreceria
ao representante (Precedente Colendo STJ, 5a T., Proc. 2003/0230933-5, DJU 27.09.2004,
p. 373). III) Revisão Disciplinar julgada improcedente” (CNJ – REVDIS 20 – Rel. Cons.
Jirair Aram Meguerian – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

ADVOCACIA
Carga de autos. Critérios estabelecidos pelo Tribunal visando sua
regulamentação

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Carga de autos. Direito de acesso. Prerrogativas da advocacia.
Responsabilidade dos advogados por atos de seus prepostos. Norma do Tribunal
regulamentadora. Legalidade. Desprovimento. – “I) O direito de o causídico ter vista e
exame do processo integra a garantia da ampla defesa, pois o advogado é indispensável à
administração da Justiça (arts. 5º, LV, e 133, caput, da CF/88). Precedentes (PCAs 14.401
e 15.168). II) Não há ilegalidade em norma regulamentadora de Tribunal que estabelece
parâmetros para administrar carga dos autos aos advogados e seus prepostos. Eventual
irregularidade praticada por pessoa autorizada pelo advogado da causa deve ser resolvida
na esfera da co-responsabilidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ –
PCA 200810000020107 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU
19.12.2008).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Inclusão do tempo de


exercício da advocacia como título

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público


para Ingresso de Provas e Títulos para Delegação dos Serviços de Tabelionato e de
Registro. Impugnação do edital. Prova de títulos. Exercício da advocacia. – Não fere o
princípio da isonomia a possibilidade de incluir tempo de exercício da advocacia como
título. Improcedentes. (CNJ – PCA 200810000001794, PCA 200810000002907, PCA
200810000003407, PCA 200810000001903 e PCA 200710000012556 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

Quarentena. Vedação ao Juiz de Direito de Primeira Instância de exercer a


advocacia na comarca na qual se afastou por aposentadoria ou exoneração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


21

Pedido de Providências. Consulta. Art. 95, parágrafo único, inc. V,


da Constituição Federal. Quarentena. Extensão da vedação relativa aos juízes de
primeira instância. – “1) Ao juiz de Direito é vedado exercer a advocacia na Comarca da
qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo, por aposentadoria
ou exoneração. 2) Ao juiz Federal ou juiz do Trabalho é vedado exercer a advocacia na
seção, onde não houver subdivisão judiciária, subseção ou foro do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Consulta
parcialmente conhecida” (CNJ – PP 200910000010374 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

ADVOGADO
Palavras-chave: CONSULTOR – PROCURADOR – REPRESENTANTE
V. tb.: ADVOCACIA

Adoção de regra uniforme para tornar imprescindível a atuação de advogados


nos Juizados Especiais

Pedido de Providências. Dispensa de advogado nos Juizados


Especiais Federais (art. 10 da Lei 10.259/01). Regulamentação uniforme. Inviabilidade.
ADIM 3168/DF. Rejeição do pedido. – “I) Inviável adotar regra uniforme no sentido de
tornar imprescindível a assistência das partes por advogados nos Juizados Especiais
Federais, em face dos princípios da celeridade, oralidade, informalidade, simplicidade,
economia processual e acesso à jurisdição. II) Questão já analisada pelo Supremo Tribunal
Federal, no sentido de considerar constitucional a prescindibilidade dos causídicos nas
causas de natureza cível perante os Juizados Especiais Federais. III) Pedido de provimento
rejeitado” (CNJ – PP 1037 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Atendimento pelos magistrados

“Não se pode deslembrar que é parte das prerrogativas de


autonomia garantida ao exercício da função jurisdicional a possibilidade de organização e
definição dos momentos adequados para a prática de atos processuais e de atendimento e
recebimento de advogados. A magistrada requerida, conforme narrativa feita, estava
envolvida em várias atividades naquele dia, havendo audiências agendadas e
compromissos definidos. A decisão que tomou de recusar o atendimento imediato do
advogado, definindo o momento conveniente para fazê-lo não configura qualquer
desrespeito, tampouco obstáculo ao exercício da profissão, evidentemente se tal ocorreu
segundo as suas informações prestadas” (CNJ – RD 200810000009318 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008 – Ementa não oficial).

“O advogado é essencial e indispensável à administração da justiça


(CF/88, art. 133) e, nos termos do Estatuto da Advocacia merece respeito e consideração.
E, dúvida não resta, a ele se deve assegurar o direito de ser recebido em audiência pelo
representante da Magistratura. Não haverá de ser preterido ou desrespeitado” (CNJ – RD
200810000009318 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008
– Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta formulada indagando acerca do


atendimento dos advogados pelos juízes de direito. Decisão monocrática proferida.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


22

Recurso contra a decisão interposto fora do prazo legal. Rejeição pelo relator. Pedido de
reconsideração insistindo no conhecimento do recurso. Inadmissibilidade. Pedido de
reconsideração afastado e recurso não conhecido. – “O art. 98 do Regimento Interno deste
Conselho prevê apenas e tão-somente a oitiva dos eventuais beneficiários dos efeitos de ato
impugnado, que são intimados por edital nos Procedimentos de Controle Administrativo.
Não faz menção à intimação por edital de ‘terceiros prejudicados’. Na hipótese dos autos
não se trata de procedimento dessa espécie (PCA), mas apenas, de ‘consulta’ que sequer
encontra previsão expressa no Regimento Interno desta Corte. De sorte que nada
justificava a intimação dos magistrados brasileiros na hipótese sob análise” (CNJ – PCA
1465 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não
oficial).

Atividades jurídicas incompatíveis com o exercício da advocacia. Matéria


regulada pela Res. 11, art. 2º

Pedido de Providências. Res. 11 do CNJ. Definição sobre


atividades que, jurídicas, sejam incompatíveis com o exercício da advocacia. Matéria já
abrigada na disposição do art. 2º do referido ato normativo. Arquivamento. (CNJ – PP 356
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Ato normativo de tribunal visando proibir o exercício cumulativo de advocacia


privada com a de defensor público nomeado

Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da


Corregedoria Geral de Justiça do TJAP. Caráter orientativo. Pretensão de controle com
vistas à proibição de exercício cumulativo da advocacia privada com as atribuições de
defensor público nomeado ad nutum. Competência do CNJ. Desconstituição do ato. – “I)
Pedido de desconstituição da Recomendação 003/2008, emanada da Corregedoria-Geral de
Justiça do Tribunal de Justiça do Amapá para desestimular a atuação jurisdicional restritiva
do desempenho da advocacia privada pelos Defensores Públicos ad nutum. II) Conquanto
meramente orientativa a Recomendação 003/2008, bem assim, despida de juízo de valor
acerca da legalidade ou constitucionalidade da atuação dos Defensores nomeados ad
nutum e considerada, ainda, sua clara intenção de acautelar os juízes estaduais acerca da
temeridade de decisões proibitivas do exercício de atividades sujeitas a regras
institucionais e regulamentação próprias, sem prévia interposição legislativa ou
manifestação expressa do STF, sua edição afeta, ainda que indiretamente, o conteúdo
decisório de decisões judiciais. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se
defere” (CNJ – PCA 200810000012391 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Atuação de advogado. Reclamação a ser dirigida à Corregedoria do Tribunal


local. Matéria estranha à atividade censória do CNJ

Pedido de Providências. Reclamo contra atuação de advogado.


Matéria estranha à atividade censória do CNJ. Narrativa, no mais, a exigir esclarecimentos,
ante a forma com que vazada, mas o que se pode dar na Corregedoria de origem. Atividade
do CNJ, quando de conteúdo disciplinar, em principio supletiva. Ausência de qualquer
indicativo de que o caso não possa ser apurado na Corregedoria do Tribunal local
Arquivamento, com remessa de cópias, e ressalvada a possibilidade de retomada do
expediente, se o caso. (CNJ – PP 174 – Rel. Cons. Cláudio Luiz Bueno de Godoy – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Carga de autos

Procedimento de Controle Administrativo. Limitação da carga de


autos a advogados. Ato normativo que ofende direito do advogado. Necessidade de esgotar
a instância administrativa. Competência da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça para
apreciar o pedido. Remessa do PCA. (CNJ – PCA 401 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Carga de autos. Critérios estabelecidos pelo Tribunal visando sua


regulamentação

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Carga de autos. Direito de acesso. Prerrogativas da advocacia.
Responsabilidade dos advogados por atos de seus prepostos. Norma do Tribunal
regulamentadora. Legalidade. Desprovimento. – “I) O direito de o causídico ter vista e
exame do processo integra a garantia da ampla defesa, pois o advogado é indispensável à
administração da Justiça (arts. 5º, LV, e 133, caput, da CF/88). Precedentes (PCAs 14.401
e 15.168). II) Não há ilegalidade em norma regulamentadora de Tribunal que estabelece
parâmetros para administrar carga dos autos aos advogados e seus prepostos. Eventual
irregularidade praticada por pessoa autorizada pelo advogado da causa deve ser resolvida
na esfera da co-responsabilidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ –
PCA 200810000020107 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU
19.12.2008).

Critérios para integração do quinto constitucional dos tribunais

Quinto Constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da sessão e motivação da decisão. Artigo 93, inciso
X, da Constituição Federal. – “A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004,
que desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da
publicidade e transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que
passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos,
nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável
que a formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrados aos Tribunais de segundo grau
(Resolução CNJ 6/2005, art. 1º)” (CNJ – PP 200710000004973 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Distinção entre acesso aos autos e carga dos autos

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamento do


Tribunal sobre acesso e carga de autos. Distinção entre acesso aos autos e carga dos
autos. Ausência de conflito entre os princípios da publicidade e da indispensabilidade do
advogado. Indeferimento. – “Não se confunde o acesso dos autos com a carga dos autos. O
acesso significa a concretização do direito de qualquer pessoa compulsar os autos na
serventia do Tribunal, enquanto que a carga dos autos é o direito das partes e seus
representantes retirarem os autos do processo em que litigam das dependências da Corte.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Precedentes do STF (AI 577847-PR e MC no MS 26772-DF)” (CNJ – PCA


200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Exigência de juntada do contrato de honorários para expedição de Requisição


de Pequeno Valor

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Ausência de urgência. Portaria
08/GAJUC/JEF/PI. Exigência de contrato de horários para expedição de RPV-
Requisição de Pequeno Valor. – “1) Pretensão de suspensão dos efeitos da Portaria
08/CAJUC/JEF/PI, que torna exigível a juntada de contrato de honorários advocatícios aos
respectivos processos, como condição para a expedição de Requisições de Pequeno Valor
– RPVs. 2) O cumprimento da Portaria até final julgamento deste Procedimento de
Controle Administrativo não implicará danos irreparáveis às partes e aos advogados com
atuação no espaço de incidência da norma. Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
PCA 200910000000964 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 80ª Sessão – j.
17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Insurgência contra a concessão da palavra ao MP na sessão de julgamento

Pedido de Providências. Advogado que se insurge contra a


concessão da palavra ao membro do Ministério Público em todas as sessões de julgamento.
Alegado desequilíbrio entre as partes. Pedido improcedente. (CNJ – PP 6386 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Interposição de Representação por Excesso de Prazo e de Reclamação


Disciplinar. Necessidade de instrumento de procuração com poderes especiais

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Interposição por


advogado. Exigência de procuração com poderes específicos. Regulamento Geral da
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento sumário mantido. – “I) Para
a formulação de Reclamação Disciplinar e de representação por excesso de prazo, por
intermédio de procurador, é indispensável a juntada de cópia da procuração com poderes
especiais para esse fim” (art. 14, § 1º, do Regulamento Geral da Corregedoria). II) Recurso
conhecido e não provido” (CNJ – RD 361 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Livre exercício profissional do advogado. Cerceamento e retaliações por parte


da OAB. Controle que refoge da competência do CNJ

Pedido de Providências. Recurso. Tutela do livre exercício


profissional. Alegação de cerceamento e retaliações por parte da Ordem dos Advogados
do Brasil. Solicitação de acompanhamento e/ou avocação de mandado de segurança em
curso perante a Justiça Estadual. Falta de delimitação do ato impugnado. Violação ao
art. 96 do RI/CNJ. – “I) Refoge à competência deste Órgão o controle de atos praticados
por agentes estranhos aos quadros do Poder Judiciário. II) Conquanto indispensável à
administração da justiça (art. 133, CF/88), a figura do advogado não se insere no quadro de
carreira da magistratura e, portanto, na organização funcional do poder incumbido de
prestar, em caráter definitivo, o serviço jurisdicional demandado pela coletividade. III) O
controle autorizado pelo artigo 103-B da CF/88 circunscreve-se à área administrativa e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


25

financeira, transbordando das tarefas confiadas ao Conselho eventuais auditorias sobre a


instrução de processos judiciais, bem assim, sobre a formação do convencimento dos
julgadores, seja em primeira instância, seja em grau recursal. IV) Falta de delimitação do
ato impugnado, em flagrante violação ao disposto no art. 96 do Regimento Interno do
Conselho Nacional de Justiça. V) Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000003237 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Possibilidade de uso de energia do Fórum durante a sessão de julgamento

Pedido de Providências. Consulta de advogado. Possibilidade de


uso da energia do Fórum durante a sessão de julgamento. Utilização de “notebook”.
Prática obstada por Juiz Presidente da sessão do Tribunal do Júri. – “Em respeito aos
princípios do contraditório e da ampla defesa, não se pode permitir que magistrado ou
servidor de tribunal impeça que advogado, defensor público, ou mesmo membro do
Ministério Público façam uso de computador portátil em sessão de julgamento, uma vez
que se encontram no exercício constitucional de suas atribuições, sob pena de configurar
manifesto cerceamento de defesa. Além disso, o gasto de energia não tem nenhuma
expressão econômica, conforme atestado pela Agência Nacional de Energia Elétrica –
ANEEL, representando consumo baixíssimo (0,06 kWh) e custo de menos de um centavo
(R$ 0,038) por hora. Episódio que deve ser examinado pela Corregedoria Nacional de
Justiça a qual se remete o procedimento para análise disciplinar. Decisão unânime quanto
ao mérito da consulta e, por maioria, remetido à Corregedoria” (CNJ – PP
20071000013561 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Prescindibilidade de sua atuação

“Apura-se que a exigência intransigente da assistência de advogado


acaba por não atender ao objetivo último do processo que é o acesso à ordem jurídica justa
(onde assume relevo a tendência à universalização da jurisdição, embora nela não se esgote
seu conteúdo, conforme a já clássica advertência de Kazuo Watanabe); tampouco se
mostra exigível, ou mesmo necessária, para que a parte que tenha razão – seja ele o autor
ou o réu – obtenha a tutela jurisdicional e por fim, menos ainda se mostra proporcional em
sentido estrito, na medida em que não há qualquer justificativa democrática para a
exigência da contratação de um profissional. Não se pode inferir qualquer vestígio de falta
funcional com fundamento nos elementos suscitados na presente Reclamação Disciplinar.
O ato essencialmente judicial questionado, como já advertido, não ultrapassa o perímetro
judicializado e com abrigo nas construções pretorianas não pode merecer qualquer espécie
de censura neste ambiente administrativo” (CNJ – DOCAV 4423 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não
oficial).

Presença das partes acompanhadas de advogados perante a justiça trabalhista.


Faculdade

Pedido de Providências. Presença das partes na Justiça


Trabalhista acompanhadas de advogado. Norma do Tribunal de origem que torna
obrigatória. Inviabilidade. Deferimento. – “I) É facultativa a presença das partes
acompanhadas de advogados perante a justiça trabalhista, nos termos do art. 791, § 1º da
CLT, bem como diante do entendimento cautelar do STF na suspensão da eficácia do art.
1º, I, do EOAB (ADI – MC 1.127/DF). II) Pedido de Providências julgado procedente para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


26

determinar ao Tribunal ad quo que modifique o teor de provimentos de sua e. Corregedoria


no sentido oposto ao mandamento legal e entendimento jurisprudencial” (CNJ – PP 9788 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Pretensão de que o direito de postular em juízo seja exercido sem a


interferência de advogado

Recurso administrativo em Pedido de Providências. Solicitação no


sentido de que o direito postulatório possa ser exercido sem a interferência de advogados.
Matéria fora da competência do CNJ como enfocado na decisão monocrática. (CNJ – PP
842 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Quinto Constitucional dos Tribunais. Lista tríplice

“Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientação


emanada deste Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista
tríplice a que se refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal, seja formada
em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (Recomendação
CNJ 13, de 06.11.2007).

AFASTAMENTO DE MAGISTRADO DA JURISDIÇÃO


V. tb.: MAGISTRADOS

Afastamento para fins de aperfeiçoamento profissional


Vide: Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento para fins de aperfeiçoamento profissional. Afastamento após a


conclusão do curso
Vide: Art. 10 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento para fins de aperfeiçoamento profissional. Pagamento de diárias


Vide: Art. 9º da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento para fins de aperfeiçoamento profissional. Pagamento de férias


Vide: Art. 11 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Interesse particular. Remuneração

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso. Regra de Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Mato
Grosso. COJE-MT que dispõe acerca do afastamento do Magistrado em razão de
interesse particular. Afastamento não previsto pela Lei Orgânica da Magistratura
Nacional – LOMAN. – “I) Ajuizamento de Mandado de Segurança Coletivo pela
Associação dos Magistrados. Segurança Impetrada após o ingresso do Procedimento de
Controle Administrativo. Inviabilidade do afastamento da competência do Conselho
Nacional de Justiça. II) Como única que é, a Magistratura carece de regras uniformes,
estabelecidas no seu Estatuto, para que se viabilize a preservação de seu caráter unitário –
artigo 93 caput da Constituição Federal. III) O afastamento da jurisdição está previsto em
números fechados pela LOMAN. Não há justificativa possível para alargamento das

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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possibilidades previstas na Lei Federal, especialmente quanto a afastamentos para tratar de


“interesses pessoais”, cujo conceito, vago e impreciso, pode dar ensejo a interpretações as
mais variadas possíveis. IV) Exegese que deverá considerar a regra geral da Constituição
Federal que trata da ininterrupção da Jurisdição. IV) Pedido julgado procedente para
determinar ao Tribunal de Justiça do Mato Grosso que deixe de conceder qualquer
afastamento aos Magistrados do Estado, nos termos do art. 252 “b” do Código de
Organização e Divisão Judiciárias do Estado – COJE/MT” (CNJ – PCA 200810000017431
– Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Juiz Eleitoral. Afastamento de suas funções por dez dias em razão de arguição
de suspeição

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado em


exercício no TRE/GO. Argüição de suspeição. Reclamação. Decisão de afastamento das
funções eleitorais pelo prazo de dez dias. Sanção administrativa. Ofensa princípios
constitucionais. – “O afastamento determinado pelo TRE-GO consubstanciou-se em velada
aplicação de sanção disciplinar, uma vez que o Código de Processo Civil e o Regimento
Interno do TRE/GO convergem para o afastamento do magistrado do feito que originou a
suspeição, e não de suas atividades eleitorais. O ato aqui impugnado prescinde de
razoabilidade, de proporcionalidade, além de ofender os princípios constitucionais do
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Procedimento que se julga
procedente” (CNJ – PCA 200910000018348 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão
– j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

AFASTAMENTO DE MAGISTRADO DAS FUNÇÕES DURANTE O CURSO DE


PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Afastamento por 90 dias. Prorrogação. Competência do Relator

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Prazo de


afastamento e de instrução. Prorrogação. Decisão do relator. Questão de Ordem. – “Cabe
ao relator deliberar sobre a prorrogação do prazo de afastamento do magistrado acusado e
da instrução do Processo Disciplinar, com fundamento nas disposições do artigo 6º,
parágrafo único, e artigo 7º, § 5º da mencionada Res. 30/2007 do CNJ” (CNJ – PAD
200810000011027 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. –
“Tratando-se de conduta, em tese, compatível com o exercício da judicatura, impõe-se o
afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN, art. 24, § 3º e RICNJ art. 75, parágrafo
único). VIII) O afastamento implica na suspensão, com exceção dos vencimentos, de todas
as vantagens decorrentes da condição de magistrado, tais como uso de gabinete, biblioteca
do Tribunal, veículo oficial, nomeação de servidores e acesso a locais de uso exclusivo dos
magistrados” (CNJ – SIND 200810000027254 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Efeitos do afastamento para responder ao processo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Tratando-se de conduta, em tese, incompatível com o exercício da


judicatura, impõe-se o afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN art. 27, § 3º e
RICNJ art. 75, parágrafo único). O afastamento implica na suspensão, com exceção dos
vencimentos, de todas as vantagens decorrentes da condição de magistrado, tais como uso
de gabinete, de veículo oficial e manutenção ou designação de servidores em cargos de
confiança ou funções comissionadas. Os feitos atribuídos ao magistrado afastado deverão
ser conduzidos por magistrado convocado ou redistribuído, evitando-se prejuízo aos
jurisdicionados” (CNJ – SIND 200810000012267 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp –
85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Juiz de Direito. Procedimento instaurado no Tribunal de origem. Pretensão


de revisão antecipada dos atos praticados e de arquivamento liminar pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito.


Pretensão de arquivamento liminar de processo disciplinar cuja instauração foi determina
pelo Tribunal de Justiça e no qual nenhum ato foi ainda praticado. Inadmissibilidade.
Liminar negada e petição inicial rejeitada. – “É ressabido que, nos termos do art. 103-B, §
4º da Constituição Federal compete ao CNJ a fiscalização e revisão dos atos
administrativos praticados pelos tribunais, sem invadir seus espaços de liberdade ou
impedir a sua prática. Exerce, portanto controle de legalidade a posteriori, através da
revisão disciplinar, sem antecipar sua apreciação no que pertine ao mérito e sem interferir
na condução dos procedimentos, disciplinares ou não, salvo para arrostar impedimentos,
suspeições ou nulidades pontuais e, enfim, vícios localizados. De sorte que esse tipo de
providência aniquiladora de procedimento originário per saltum ofende os incisos II e V do
§ 4º do referido art. 103-B da Carta Magna” (CNJ – PCA 200910000012334 – Rel. Cons.
Rui Stoco – Decisão monocrática – j. 26.03.2009 – Voto 215/09).

Possibilidade de imposição de sanção no âmbito administrativo,


independentemente do julgamento no âmbito criminal

Reclamação Disciplinar. Dispensa de Sindicância. Independência


entre as instâncias penal e administrativa. Indicativos de violações aos deveres
funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “A doutrina e
jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado que a independência entre as
instâncias penal, civil e administrativa permite à Administração impor punição disciplinar
ao servidor faltoso à revelia de anterior julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação
civil, mesmo que a conduta imputada configure crime em tese. Assim, somente em
hipóteses excepcionais – negativa de autoria ou inexistência do fato – a sentença criminal
produzirá efeitos na seara administrativa. Na presente hipótese o Superior Tribunal de
Justiça rejeitou a denúncia por falta de tipicidade da conduta, nos termos do Art. 43, I do
Código Penal. Assim, não havendo o reconhecimento de negativa de autoria ou de não
ocorrência do fato, não há que se falar em impossibilidade de aplicação de eventual sanção
na esfera administrativa” (CNJ – RD 200710000012260 – Rel. Min. Corregedor Gilson
Dipp – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Possibilidade, em caráter excepcional, de afastamento antes da instauração do


procedimento.

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento preventivo


de magistrado sem oitiva prévia. Indícios de flagrante descumprimento de dever
funcional. Fatos de natureza grave. Recebimento de denúncia. Possibilidade. – “I) O

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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afastamento de magistrado do exercício de suas funções, em princípio, deve ser precedido


de instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar, conforme se extrai dos arts.
27, § 3º, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, e 6º, parágrafo único, da Res. 30, do
Conselho Nacional de Justiça, garantido, antes dessa instauração, prazo para a
apresentação defesa (LOMAN, art. 27, § 1º, e Res. 30, art. 7, § 1º). Todavia, na hipótese de
flagrante e grave descumprimento de dever funcional ou recebimento de denúncia por
prática, em tese, de crime, pode o magistrado, sem a sua oitiva prévia, ser preventivamente
afastado. II) Não há ilegalidade no ato de Tribunal de Justiça que decide pelo afastamento
cautelar e provisório de magistrado, quando demonstrado que atos praticados durante o
desempenho das funções revelam evidentes indícios de descumprimento dos deveres
funcionais; que contra o magistrado tramitam representações de natureza criminal, que
culminaram, inclusive, na quebra de sigilo bancário e fiscal, e que outros atos, também
realizados no exercício da função, deram ensejo ao recebimento de denúncia pela prática,
em tese, de crimes de realização de interceptação de comunicação telefônica com objetivo
não autorizado em lei (Lei 9.296/1996, art. 10), prevaricação (CP, art. 319), falsidade
ideológica (CP, art. 299, parágrafo único) e denunciação caluniosa (CP, art. 339 - três
vezes). Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 200910000005860 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Espírito Santo. Afastamento. Instauração de PAD. Ausência de ilegalidade. Observância
dos procedimentos previstos na Res. 30. Necessidade de preservação da competência
originária das cortes. Improcedente. – “1) Apesar do afastamento de magistrado do
exercício de suas funções pressupor a abertura de procedimento administrativo disciplinar
pelo Tribunal de origem, é legítimo o afastamento preventivo no caso de evidente
descumprimento de dever funcional. 2) Inexistindo qualquer indício de inobservância dos
procedimentos legais previstos para a instauração de procedimento administrativo
disciplinar e estando delimitadas as acusações imputadas ao magistrado, inexiste razão
para a atuação do Conselho Nacional de Justiça, que deve preservar a competência
originária dos Tribunais. Pedido a que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000003047 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Eleitoral do Estado do Pará. Afastamento preventivo de juiz eleitoral de suas funções,
antes da instauração de Processo Administrativo Disciplinar. Parcialidade reconhecida
em exceção de suspeição. Art. 27 da LOMAN. Resolução CNJ 30/2007. – “1) Não há
ilegalidade no excepcional afastamento preventivo e acautelatório de magistrado do
exercício da função eleitoral, diante do reconhecimento, na via de exceção de suspeição, da
parcialidade na condução dos feitos relativos às eleições municipais de 2008. 2) Diante dos
fatos apurados na exceção de suspeição e dos que narrados da representação do Ministério
Público, outra alternativa não se apresentava ao Tribunal Regional Eleitoral senão o
afastamento preventivo do magistrado, para assegurar a imparcialidade da condução do
processo eleitoral. 3) ‘Em caso de patente e grave descumprimento de dever funcional,
contudo, não há ilegalidade no excepcional afastamento ‘preventivo e acautelatório’ de
magistrado do exercício da função eleitoral, em circunstância em que se postergue a virtual
instauração de Processo Administrativo Disciplinar e a oportunidade para defesa prévia,
em virtude da urgência que constitui a tônica do processo eleitoral’ (PCA 25518, Rel.
Cons. João Oreste Dalazen, julgado em 4 de novembro de 2008). 4) A natureza
acautelatória do afastamento não dispensa a instauração posterior do Processo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Administrativo Disciplinar, com observância da disciplina da LOMAN (LC 35/79) e da


Res. 30 de 2007 deste CNJ. Improcedência do pedido de invalidação do afastamento.
Fixação de prazo para deliberação sobre instauração de PAD ou arquivamento da
representação” (CNJ – PCA 200810000024459 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Possibilidade, em caráter excepcional, de afastamento antes da instauração do


procedimento. Juiz eleitoral que declara que não cumpre decisão judicial
emanada de Ministro do TSE

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado.


Afastamento “preventivo e acautelatório” da função de juiz eleitoral. Formalidades
legais. Defesa prévia. Abertura de Processo Administrativo Disciplinar. Descumprimento
de decisão judicial. – “1) Em linha de princípio, o afastamento do magistrado do exercício
pleno da função jurisdicional supõe a abertura de Processo Administrativo Disciplinar pelo
respectivo Tribunal, antes a plausibilidade da imputação, precedido de defesa prévia (Res.
30, do CNJ). 2) Em caso de patente e grave descumprimento de dever funcional, contudo,
não há ilegalidade no excepcional afastamento “preventivo e acautelatório” de magistrado
do exercício da função eleitoral, em circunstância em que se postergue a virtual instauração
de Processo Administrativo Disciplinar e a oportunidade para defesa prévia, em virtude da
urgência que constitui a tônica do processo eleitoral. 3) A natureza acautelatória e urgente
do provimento administrativo, a exemplo do provimento jurisdicional, como sói acontecer
com as liminares, muitas vezes reclama decisão inaudita altera pars (CPC, art. 804, por
analogia). Protrair-se o exercício do direito de defesa, sem o suprimir, não constitui
ilegalidade, máxime se se trata de providência inafastável, a bem da ordem pública. 4) Juiz
eleitoral que, aberta e ostensivamente, declara que não cumpre decisão judicial emanada de
Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, “diante da antijuridicidade da decisão”,
consistente em deferir o registro de candidaturas ao cargo de Vereador e inclusão no
sistema de votação, sujeita-se a afastamento preventivo e acautelatório legítimo e
imperativo do exercício da função eleitoral, sob pena de perecer o direito ao registro das
candidaturas, em face do lapso temporal brevíssimo para a realização da eleição. 5) A
desobediência à decisão judicial superior reveste-se ainda de maior gravidade, a justificar a
decisão extrema do Tribunal Regional Eleitoral, quando se atende para a circunstâncias de
que promana de magistrado e presumivelmente acarretou distúrbios sociais no município
para cuja Câmara de Vereadores se requereu o registro das candidaturas, ao ponto de
provocar a anulação da eleição. 6) Procedimento de Controle Administrativo cujo pedido é
julgado improcedente” (CNJ – PCA 200810000025518 – Rel. Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

AJUDA DE CUSTO
V. tb.: AUXÍLIO MORADIA – DIÁRIAS, PASSAGENS E DESPESAS COM
LOCOMOÇÃO – PASSAGENS E DIÁRIAS

Pagamento de ajuda de custo aos Juízes, auxiliares e servidores no âmbito do


CNJ
Vide: Portaria CNJ 250, de 19.05.2008

Pagamento de auxílio-moradia, diárias e concessão de passagens no âmbito do


CNJ
Vide: Portaria CNJ 251, de 19.05.2008 e Portaria CNJ 357, de 26.08.2008.

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“AMICUS CURIAE”
V. tb.: ASSOCIAÇÃO NACIONAL REPRESENTATIVA DE CLASSE

Admissibilidade de associação nacional em defesa de direitos e garantias de


magistrados

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Legitimidade de Associação em defesa de direito individual. Hipótese
excepcional. Tese inédita no CNJ. Deferimento. – “I) Admite-se a participação como
amicus curiae de entidade nacional de magistrados em processos que digam respeito a
direitos e garantias de magistrados desde que o tema de fundo a ser abordado ainda não
tenha sido analisado pelo Conselho Nacional de Justiça. Exegese dos arts. 9º, II, da Lei
9.784/99, e 100 do RICNJ. II) Recurso Administrativo a que se conhece, por tempestivo,
dando-se provimento” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 67ª
Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

ANALISTA JUDICIÁRIO
Executor de Mandados. Lotação em gabinetes. Desvio de função

Analistas judiciários. Execução de mandados. Lotação em


gabinetes. Desvio de função. – “A atividade desenvolvida pelo analista judiciário,
especialidade execução de mandados, é específica e demanda atuação externa. Contradiz o
interesse público a designação desses servidores para prestação de serviços internos, em
gabinetes, salvo se comprovada a necessidade do serviço ou para ocupação de cargo em
comissão. Pedido deferido” (CNJ – PP 200810000009161 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

APAE – ASSOCIAÇÃO DE PAIS DE CRIANÇAS EXCEPCIONAIS


Exercício do cargo de presidente ou diretor por Magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).
Observação: A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta
as Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados
de exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.

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APOSENTADORIA COMPULSÓRIA AOS 70 (SETENTA) ANOS DE IDADE


Caráter automático, não dependendo de ato de autoridade ou publicidade

“A aposentadoria compulsória é automática, não dependendo de


ato de autoridade ou de publicidade, que têm efeitos meramente declarativos” (CNJ – PCA
160 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Conciliadores

“No caso sub examine, os conciliadores não ocupam cargo público,


de sorte a não ser alcançados pela aposentadoria compulsória aos setenta anos, da mesma
forma que os notários e registradores, conforme fixado pela Suprem Corte. Outrossim,
ainda que as funções exercidas pelos conciliadores do Tribunal de Justiça do Maranhão
pudessem ser equiparadas as do cargo em confiança, como restou fixado por este Conselho
no PP 1070, em relação ao Estado da Paraíba, ainda assim a compulsoriedade da
aposentadoria aos setenta anos não lhes seria aplicável, haja vista não se tratar de cargo
efetivo. Destarte, não há restrições etárias fixadas para o exercício da função de
conciliador, inexistindo irregularidades quanto a esse aspecto na situação daqueles
conciliadores em atividade no Tribunal de Justiça do Maranhão que possuem mais de
setenta anos” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU
07.12.2007 – Ementa não oficial).

Incidência dos limites normativos da data em que se completa 70 anos de idade

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Idade-limite para aposentadoria compulsória de magistrado. Contagem
do tempo. Incidência dos limites normativos na data em que se completa 70 anos de idade.
Improvimento. – “I) A aposentadoria dos magistrados vitalícios será compulsória, aos
setenta anos de idade (arts. 40, § 1º, II, da CF/88, 74 da LOMAN, 186 e 187, da Lei
8.112/90, aliado ao entendimento sumular 36 do STF). Precedentes do STF (ADI 2.883-DF
e ADI 98). II) Compreende-se, nos termos da Lei, por completar setenta anos de idade o
período de aproximadamente 25.550 dias na vida de uma pessoa, mostrando-se difícil
reforçar o óbvio, porquanto setenta anos trata de questão cronológica – e não de questão
semântica. III) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que
se nega provimento” (CNJ – PCA 16239 e PCA 15636 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 53ª
Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

“Acrescente-se, por derradeiro, que, se as normas constitucionais e


infraconstitucionais ora impugnadas não possuem em sua redação expressa que o servidor
se aposenta compulsoriamente quando atingir “setenta anos e um dia”, tal se dá justamente
por ser evidente que uma pessoa não fica completando uma certa idade ao longo de um
período de 364 dias, como quer alegar o recorrente. Em verdade, ela no dia de seu
aniversário completa os setenta anos, e no dia seguinte, já não possui mais 70 anos, mas
sim 71 anos incompletos, completando os 71 anos de idade no dia de seu aniversário
seguinte” (CNJ – PCA 16239 e PCA 15636 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não oficial).

Notários e Registradores

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Conforme decidiu a Suprema Corte pátria, os serviços notariais e


de registro não são cargos ou empregos públicos, não se sujeitando à aposentadoria
compulsória aos setenta anos, Por se tratar de delegação de serviço público, não se aplica a
norma prevista no inciso VIII do art. 37 da Carta Magna de 1988” (CNJ – PCA 301 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).
Observação: A Emenda Constitucional 20, de 15.12.1998, deu nova redação ao art. 40 da
Constituição Federal, preceituando que “Aos servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”,
estabelecendo, portanto, aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos, de sorte que apenas esses agentes, com esses
atributos, poderiam obter aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade. Esse, aliás,
o entendimento que vem sendo perfilhado na jurisprudência. Trata-se de questão submetida
ao Colendo Supremo Tribunal Federal, com alguns votos favoráveis à tese.

Procedimento de Controle Administrativo. Decisão do STF da


ADIN 3522. Aposentadoria compulsória de notários. Regime Jurídico dos Servidores
Públicos. Inaplicabilidade. EC 20/98. Exercício de atividade em caráter privado por
delegação do poder público. Inaplicabilidade da aposentadoria compulsória aos setenta
anos. Inconstitucionalidade. – “I) O artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição do Brasil, na
redação que lhe foi conferida pela EC 20/98, está restrito aos cargos efetivos da União, dos
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios – incluídas as autarquias e
fundações. II) Os serviços de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos em
caráter privado por delegação do Poder Público, serviço público não privativo. III) Os
notários e os registradores exercem atividade estatal; entretanto, não são titulares de cargo
público efetivo, tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes
alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado artigo 40 da CB/88 –
aposentadoria compulsória aos sestenta anos de idade” (CNJ – PCA 281 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa
não oficial).

Servidor aposentado contratado para cargo em comissão após os 70 anos

Controle de ato administrativo. Manutenção de servidor


aposentado no cargo de Diretor Geral após os 70 anos. – “Servidores com cargos em
comissão podem ser mantidos ou contratados após 70 anos, já que a aposentadoria
compulsória aplica-se somente aos servidores efetivos” (CNJ – PCA 9995 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Servidores de Tribunal de Justiça, detentores de cargos efetivos, em atividade


após terem completado setenta anos de idade

Pedido de Providências. Servidores públicos de Tribunal de


Justiça, detentores de cargos efetivos em atividade, com idade superior a setenta anos.
Aplicação do inciso II, do § 1º, do art. 40 da Constituição da República. Não-incidência
da restrição constitucional aos conciliadores tendo em vista que não são ocupantes de
cargo efetivo. Providência parcial do pedido. – “Constitui irregularidade grave, passível de
imposição de sanção disciplinar, o descumprimento ao comando do art. 40, § 1º, inciso II
da Constituição Federal, que determina a aposentadoria compulsória dos agentes públicos
aos setenta anos de idade, impondo-se à autoridade administrativa providenciar a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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publicação do ato de ofício, independentemente de qualquer outra providência, bastando o


implemento da idade-limite” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA COMO SANÇÃO


Magistrado. Comprovação de práticas comerciais reiteradas

Processo Administrativo Disciplinar. Apuração de infração


Disciplinar. Magistrado. Realização de atos negociais. Violação da LOMAN. Art. 42, V.
Penalidade de aposentadoria compulsória. – “I) Comprovação de práticas comerciais
reiteradas, com escopo de satisfação de interesse pessoal e obtenção de vantagens
econômicas, para si ou para terceiros, em detrimento dos deveres inerentes ao exercício da
judicatura e das vedações legais (arts. 35, VIII, e 36, I, da LOMAN). II) Demonstração
cabal, ao longo da instrução, de materialidade das infrações disciplinares, dolo e
consciência plena da ilicitude. III) Constatadas a autoria e a materialidade do
descumprimento de dever funcional, a escolha da pena disciplinar incidente é iluminada
pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, por um juízo de ponderação ancorado no caso
concreto, considerada a carga retributiva da sanção, a finalidade preventiva de novos
desvios e, sobretudo, o grau de reprovabilidade da ação/omissão combatida. IV) Deve-se
levar em conta a gravidade da conduta ensejadora da imputação, a carga coativa da pena, o
grau de culpabilidade e a eficácia da medida punitiva. V) Procedimento a que se defere
para aplicar-se a pena de aposentadoria compulsória, com vencimentos proporcionais ao
tempo de serviço (arts. 28 e 42, V, LOMAN)” (CNJ – PAD 200810000017765 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Processo Administrativo Disciplinar. Faltas graves cometidas por magistrado


no exercício do cargo e comportamentais na vida privada. Pena de
aposentadoria compulsória

Avocação de Processo Disciplinar. Sindicância e Processo


Administrativo Disciplinar instaurados contra magistrado e avocados por proposta do
Corregedor Nacional de Justiça. Múltiplas imputações e irregularidades no exercício do
cargo e comportamentais na vida privada. Gravidade das faltas cometidas que justificam
a imposição de sanção. Aposentadoria compulsória determinada. Procedência das
imputações. Art. 103-B, § 4º, inc. III da CF; art. 28 da Loman e art. 5º da Res. CNJ
30/2007. – “Comprovadas inúmeras faltas cometidas por magistrado caracterizadas por: a)
excessivos atrasos na prolação de sentenças e despachos, constatados em correições
ordinárias e extraordinárias determinadas pelo Tribunal; b) retenção indevida de guias de
levantamento de numerário; c) tráfico de influência e vinculação de processos exclusivos;
d) ausência de independência na atuação jurisdicional; e) favorecimento de partes nos
processos em detrimento de outras; e) solicitação insistente de empréstimo de dinheiro a
advogado, cujo valor estava depositado em autos de processo presidido pelo investigado,
que aguardava a expedição de guia de levantamento sob alegação de que necessitava saldar
dívidas; f) negligência no cumprimento das obrigações do cargo e procedimento funcional
incompatível com o bom desempenho das atividades; g) conduta pessoal na vida privada
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro da função pública, justifica-se a
imposição da pena de aposentadoria compulsória, com subsídios proporcionais ao tempo
de serviço, prevista na legislação de regência” (CNJ – PD 200810000012822 – Rel. Cons.
Rui Stoco – 84ª Sessão – j. 12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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APOSENTADORIA DE MAGISTRADO
Palavras-chave: INATIVOS
V. tb.: APOSENTADOS – PROVENTOS DE APOSENTADORIA DE MAGISTRADOS

Aposentadoria como sanção. Modo de cálculo dos proventos

Pedido de Providências. Consulta. Magistrado. Aposentadoria


como sanção disciplinar. Modo de cálculo. – “O tempo a ser considerado, para fixação do
valor dos proventos de aposentadoria voluntária ou involuntária (inclusive compulsória),
será o tempo do serviço, excluídas as contagens fictícias, só se considerando o tempo de
contribuição a partir da vigência de norma regulamentadora do novo regime previdenciário
dos servidores efetivos, extensivo à Magistratura Nacional” (CNJ – PP 200830000000346
– Rel. Designado Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Aposentadoria por invalidez. Reavaliação periódica

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região. Regulamentação da reavaliação periódica de magistrados aposentados por
invalidez. Existência de previsão legal. Desnecessária a regulamentação. – “Há
normativos suficientes na legislação brasileira a dar suporte ao tratamento da exigência de
reavaliação periódica de magistrados aposentados por invalidez, quais sejam os artigos 93,
VI e 40, parágrafo 12 da Constituição Federal combinados com os artigos 42 e 47 da Lei
8.213/91 e parágrafo único do artigo 46 do Decreto 3.048/99, sendo, portanto,
desnecessária a regulamentação da matéria pelo CNJ. Permanece a possibilidade de
regulamentação, pelos Tribunais, dos procedimentos a ela referentes” (CNJ – PP
200810000017066 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU
13.10.2008).

Juiz de Direito. Aposentadoria por invalidez. Desconstituição pelo CNJ do ato


do tribunal que concedeu a inativação

Procedimento de Controle Administrativo. Aposentadoria por invalidez.


Concessão. Instância administrativa. Tribunal. Aferição da incapacidade permanente.
CNJ. Controle. Instauração de procedimento ex officio. Possibilidade. Anulação do
benefício. – “I) A limitação física, ainda que grave, não induz, necessariamente à
incapacidade (invalidez) permanente para o trabalho, requisito para a concessão do
benefício ao servidor (art. 40, §1º, I, CF/88). II) O laudo pericial elaborado por
determinação do CNJ não deixou dúvidas quanto à equivocidade da decisão da Presidência
do TJSP ao deferir pedido de aposentadoria por invalidez. III) Procedimento iniciado de
ofício para desconstituir, com efeitos ex nunc, o ato administrativo concessivo de
aposentadoria por invalidez” (CNJ – PCA 200810000006949 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Tempo mínimo de cinco anos no último cargo ocupado para efeito de


recebimento dos proventos

Consulta. Aposentadoria de magistrado. Tempo mínimo. – “1) ‘(...)


O termo inicial para a contagem do tempo mínimo de cinco anos no cargo efetivo em que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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se dará a aposentadoria, no caso da magistratura, não se dará do ingresso na carreira, mas


sim do último cargo ocupado na estrutura do Poder Judiciário, segundo a legislação própria
(PP 1282)’. 2) Deve ser computado o tempo mínimo de cinco anos, integralmente, no
exercício do cargo de magistrado membro do Tribunal, se neste aposentar-se. Se não forem
completados os cinco anos, será considerada a remuneração de juiz de carreira de primeiro
grau” (CNJ – PP 200810000016256 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

APOSENTADORIA DE TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL


Aposentadoria voluntária a pedido de titular de serventia. Pretensão de
regresso em razão de arrependimento
Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.
Aposentadoria compulsória convertida em aposentadoria voluntária a pedido do
interessado. Regresso à titularidade da serventia fundado em posterior arrependimento
juridicamente ineficaz. Impossibilidade. – “Deferida ao titular de serventia extrajudicial a
sua aposentadoria voluntária, solicitada por ele de modo expresso e incondicional, é
irregular o ato de tribunal que lhe assegure o retorno ao posto em virtude de posterior
arrependimento inspirado na invalidação do ato de efetivação de seu sucessor na serventia.
Somente eventual reconhecimento de nulidade do ato de aposentadoria propicia a
restauração da situação anterior. Ato de aposentadoria regularmente expedido e registrado
em tribunal de contas. Procedimento de controle administrativo conhecido. Pedido
acolhido” (CNJ – PCA 200810000015409 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

APOSENTADOS
Palavras-chave: INATIVOS
V. tb.: APOSENTADORIA DE MAGISTRADOS – PROVENTOS DE
APOSENTADORIA DE MAGISTRADOS

Magistrados. Reavaliação periódica

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região. Regulamentação da reavaliação periódica de magistrados aposentados por
invalidez. Existência de previsão legal. Desnecessária a regulamentação. – “Há
normativos suficientes na legislação brasileiras a dar suporte ao tratamento da exigência de
reavaliação periódica de magistrados aposentados por invalidez, quais sejam os artigos 93,
VI e 40, parágrafo 12 da Constituição Federal combinados com os artigos 42 e 47 da Lei
8.213/91 e parágrafo único do artigo 46 do Decreto 3.048/99, sendo, portanto,
desnecessária a regulamentação da matéria pelo CNJ. Permanece a possibilidade de
regulamentação, pelos Tribunais, dos procedimentos a ela referentes” (CNJ – PP
200810000017066 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU
13.10.2008).

Proventos dos magistrados. Irredutibilidade

Pedido de Providências. Consulta. Vencimentos. Aposentadoria.


Magistrados. Acréscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (art. 184, inciso III,
da Lei 1.711/52, c.c. o art. 250 da Lei 8.112/90) e o teto constitucional após a EC

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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41/2003. Garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos. Intangibilidade. – “I)


Não obstante cuidar-se de vantagem que não substantiva direito adquirido de estatura
constitucional, razão por que, após a EC 41/2003, não seria possível assegurar sua
percepção indefinida no tempo, fora ou além do teto a todos submetido, aos impetrantes,
porque magistrados, a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de
vencimentos modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas
constitucionais mesmas. II) Ainda que, em tese, se considerasse susceptível de sofrer
dispensa específica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto
norma expressa e inequívoca, a que não se presta o art. 9 o da EC 41/02, pois o art. 17 do
ADCT, a que se reporta, é norma referida no momento inicial de vigência da Constituição
de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua
eficácia; de qualquer sorte, é mais que duvidosa a sua compatibilidade com a ‘cláusula
pétrea’ de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituição
de 1988, recebida como ato constituinte originário. III) Os impetrantes – sob o pálio da
garantia da irredutibilidade de vencimentos –, têm direito a continuar percebendo o
acréscimo de 20% sobre os proventos, até que seu montante seja absorvido pelo subsídio
fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. (...) (STF, MS. 24.875/DF,
Relator Ministro Sepúlveda Pertence). Consulta respondida afirmativamente, com
ressalvas” (CNJ – PP 666 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

ARBITRAMENTO
Corte Arbitral. Convênio com o Tribunal

Corte Arbitral. Convênio com o Tribunal de Justiça de Goiás.


Previsão de expedição de mandado de desocupação para cumprimento de sentença
arbitral. Ilegalidade na Cláusula 3ª, § 8º, inciso V, do referido Convênio, havendo vício no
mandado de desocupação compulsória do imóvel em que residia o requerente.
Procedência parcial do pedido. – “Como se vê, a sentença arbitral assume a natureza de
título executivo e, como conseqüência, não sendo cumprida voluntariamente, deve o titular
do direito nela reconhecido executá-la perante o Poder Judiciário. Entretanto,
independentemente da existência de Processo de Execução tramitado na esfera
jurisdicional, não pode a Corte Arbitral, naturalmente, expedir mandado de execução,
penhorar bens, efetivar atos de constrição, proceder à desocupação compulsória de imóveis
ou qualquer outro ato inerente ao poder de império estatal. Aí – repita-se – se o vencido se
recusa a cumprir a decisão arbitral voluntariamente é imprescindível que o particular
recorra ao judiciário, a fim de ver o seu direito satisfeito” (CNJ – PP 1315 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

ARMA E MUNIÇÃO
Custódia pelo Poder Judiciário. Recomendação de edição de ato normativo
pelos tribunais

Pedido de Providências. Custódia de armas e munição pelo Poder


Judiciário. Lei 10.823, de 22 de dezembro de 2003, alterada pela Lei 11.706, de 2008.
Recomendação de edição de ato normativo e determinações aos tribunais para
providências. Pedido julgado parcialmente procedente. – “I) Cabe aos Tribunais, cientes
das peculiaridades de cada uma de suas unidades, exercer seu poder normativo, para editar
ato, a fim de adotar solução homogênea quanto às armas e munições acauteladas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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provisoriamente. II) Compete aos Tribunais prover suas unidades com o necessário para
que se coloque em segurança materiais apreendidos e sob sua custódia. III) Necessidade de
demonstrar o cumprimento do § 5º da Lei 10.826 que estabelece o encaminhamento ao
SINARM ou ao SIGMA, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo,
mencionando suas características e o local onde se encontram. IV) Sistema Nacional de
Bens Apreendidos, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça que deve ser alimentado e
atualizado quanto as armas e munições apreendidas. V) Pedido parcialmente acolhido para
a edição de Recomendação aos Tribunais e outras providências” (CNJ – PP
200810000015860 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 –
DJU 15.05.2009).

ARQUIVAMENTO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO


Atribuição cometida à Secretaria-Geral, através dos Juízes Assessores

Pedido de Providências. Arquivamento. Denegação do recurso. –


“I) A Secretária-Geral do CNJ, de acordo com o inciso II, da Portaria 23, de 20.04.2006,
pode, motivadamente, determinar o arquivamento de expedientes manifestamente
incabíveis no âmbito da competência do Conselho, ou contrários a enunciados
administrativos, informando-se ao interessado as razões de decidir e, se possível,
orientando quanto ao procedimento a ser eventualmente adotado. II) Conhece-se do
recurso, em decorrência de sua tempestividade, mas nega-lhe provimento, com a
confirmação integral da decisão de arquivamento” (CNJ – PP 1042 – Rel. Cons. Germana
Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

ARROLAMENTO
Vide: SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

ASSENTO REGIMENTAL
Vide: REGIMENTO INTERNO

ASSESSOR
V.tb.: CARGO EM COMISSÃO

Assessores de Juízes e Desembargadores. Transformação das funções em


cargos efetivos

Pedido de Providências. Res. 07/2005 do CNJ. Prestação de


serviços. – “Desde logo, quanto ao pedido para que o Egrégio Conselho ‘regulamente, no
âmbito do Poder Judiciário brasileiro, que vede a prestação de serviços por pessoas
abrangidas pela resolução do nepotismo através de empresas prestadoras de serviço’, urge
julgá-lo improcedente (...). No que tange à pretensão de criar a 'obrigatoriedade de serem
transformados em cargos efetivos aqueles que exercem as funções de assessoria dos
magistrados', data vênia, ela é de todo descabida, haja vista que alude aos Assessores
Judiciários, cargos previstos em lei, e possíveis de serem ocupados por pessoas de
confiança (...). Pedido improcedente” (CNJ – PP 1090 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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ASSINATURA DIGITAL
Palavra-chave: ASSINATURA ELETRÔNICA

Adoção pelos tribunais

Pedido de Providências. Associação de Magistrados. Pedido para


que o Tribunal de Justiça regulamente formas alternativas de assinatura mecânica ou
eletrônica pelos magistrados. Circunstâncias peculiares de cada Tribunal que impedem
qualquer decisão de caráter impositivo. Recomendação aos Tribunais, como orientação
programática, para que regulamentem e efetivem o uso de formas eletrônicas de assinatura,
segundo suas possibilidades e estágio de desenvolvimento dos estudos. (CNJ – PP 922 e
923 – Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).
Vide: Recomendação CNJ 12, de 11.09.2007.

Regulamentação e implementação

“Recomenda aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais


Regionais do Trabalho, aos órgãos da Justiça Militar da União e dos Estados e aos
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios que regulamentem e
efetivem o uso de formas eletrônicas de assinatura, no menos prazo possível, segundo as
suas possibilidades e o atual estágio de desenvolvimento técnico” (Recomendação CNJ 12,
de 11.09.2007).

ASSINATURA ELETRÔNICA
Vide: ASSINATURA DIGITAL

ASSISTÊNCIA
Vide: ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA


Palavras-chave: ASSISTÊNCIA – JUSTIÇA GRATUITA
V. tb.: GRATUIDADE

Criação de Comissão de Estudos para esse fim

“Como anotado na decisão recorrida, não cabe ao CNJ criar


comissão de estudos para a criação de uma rede de assistência judiciária composta por
advogados privados” (CNJ – PP 1086 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 31ª
Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Defensoria Pública da União. Instituição do Programa de assistência integral e


gratuita

Pedido de Providências. Defensoria Pública da União.


Recomendação do CNJ de instituição efetiva Arts. 103-B e 134, caput e §1º, da CF/88.
Programa de Assistência Jurídica Integral e Gratuita. Inconstitucionalidade afastada.
Insuficiência estrutural da Defensoria Pública da União. Viabilidade de inserção no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Relatório Anual e de manifestação ao Poder Executivo. – “Entende-se viável , ainda, que o


Conselho Nacional de Justiça manifeste ao Executivo, através de ofício, sua preocupação
com a insuficiência estrutural da defensoria Pública e a necessidade premente de se
implementar uma Defensoria Pública efetiva e eficaz, como matéria de interesse do
Judiciário, nos termos do artigo 19 do Regimento Interno do CNJ. Quanto ao pedido de
recomendação ao Poder Judiciário Federal, entende-se não ser medida indicada para a
solução buscada pelo requerente. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PP 131 – Rel.
Cons. Ruth Carvalho – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não
oficial).

Exigência de requerimento prévio e expedição de alvará

Regra adotada nas Comarcas do Estado do Mato Grosso, no sentido


de que para a concessão de assistência judiciária gratuita é necessário que a parte ou seu
procurador envie requerimento ao Juiz Diretor do Foro que, deferindo o pedido,
determinará a expedição de um alvará para acompanhar a petição inicial no momento de
sua distribuição. Regra contrária à previsão do art; 4o da Lei 1.060/50. (CNJ – PCA 165 –
Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa
não oficial).

Programa de assistência integral e gratuita. Possibilidade de outras formas de


prestação de assistência jurídica

Programa de assistência jurídica integral e gratuita. Sintonia com


a Constituição Federal e com a Lei n° 1.060/50. Manutenção. – “É certo que a
Constituição Federal de 1988 previu a obrigatoriedade de criação, instalação e
funcionamento pleno das Defensorias Públicas, como instituição essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa em todos os graus
e gratuitamente dos necessitados, que deverá, em âmbito nacional, ser organizada por lei
complementar. Nos Estados, a EC n° 45/04 fortaleceu as Defensorias Públicas Estaduais,
assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Essa
importante previsão constitucional, porém, não exclui outras formas estatais de prestação
de assistência jurídica, buscando garantir acesso integral à Justiça e à prestação
jurisdicional” (CNJ – PP 07 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 3ª Sessão – j. 16.08.2005
– DJU 05.09.2005 – Ementa não oficial).

ASSOCIAÇÃO
V. tb.: ENTIDADE REPRESENTATIVA DE CLASSE

Associação de classe. Colégio de presidentes de tribunais estaduais.


Caracterização como tal

Associação de classe. Magistrado Presidente. Afastamento


previsto na LOMAN. Possibilidade. – “É associação de classe, para os fins do disposto no
art. 73, III da LOMAN, a entidade de âmbito nacional composta por Presidentes dos
Tribunais de Justiça cujos objetivos são, entre outros, a integração dos Tribunais de Justiça
em todo o território nacional e o intercâmbio de experiências funcionais e administrativas.
A atividade de presidente de associação de classe de âmbito nacional demanda
disponibilidade de tempo para deslocamento e cumprimento das obrigações inerentes ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


41

seu exercício, sendo legal e legítimo o afastamento do magistrado de suas funções


judicantes, parcial ou totalmente” (CNJ – PCA 200910000012814 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Associação representativa de classe. Intervenção em processos no CNJ como


interessada. Constituição há menos de um ano

Pedido de Providências. Associação. Intervenção. Legitimidade.


Mitigação de prazo mínimo de constituição. Privatização de serventias extrajudiciais
estatais. Situação de transitoriedade. Regime anterior não mais recepcionado pela
Constituição Federal. – “I) Em regra, a associação constituída há menos de um ano não
detém legitimidade para propor ou intervir em processo. Todavia, mitiga-se a exigência
diante da flexibilidade das normas procedimentais em sede de processo administrativo.
Exegese dos arts. 5º, V, “a”, da Lei 7.437/85, e 45, XII, do RICNJ. Precedentes do STF
(RE 364.051/SP, MS 21.098/DF, AgReg. no MS 21.278/RS, MC na ACO 876/BA) e do
STJ (RMS 22.230/RJ, REsp 705.469/MS, RMS 12.632/RJ, RMS 11.365/RO)” (CNJ – PP
200810000021537 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE


Exercício de cargo de direção por magistrado

Pedido de Providências. Magistrado. Cargo de direção em


associação de assistência à saúde. Compatibilidade. Inexistência de prejuízo à atividade
judicante. “Inexiste incompatibilidade no exercício de cargo de direção em associação de
assistência à saúde por magistrado investido nas funções, desde que não haja prejuízo à
atividade judicante” (CNJ – PP 200810000004291 – Rel. Designado Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª Sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

ASSOCIAÇÃO DE CLASSE DA MAGISTRATURA


Direito do Presidente de associação ao afastamento das funções judicantes

Pedido de Providências. Magistrado. Afastamento. Exercício da


Presidência de Associação de Classe. – “O art. 73, inciso III, não deixa margem a dúvidas
quanto ao direito do presidente de associação de classe da magistatura ao afastamento das
funções judicantes, de sorte que o afastamento do magistrado para tal mister não se
encontra adstrito ao juízo de conveniência administrativa” (CNJ – PP 1150 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não
oficial).

Desembargadora que exerce o cargo de Vice-Presidente do Tribunal de Justiça


e é primeira dama do Estado (esposa do Governador). Impossibilidade de
dirigir associação civil, como Presidente de Honra

Consulta. Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Viabilidade


do exercício de atividades junto a associação civil no cargo de presidente de honra.
Situação individual da requerente. Primeira dama do Estado. Vice-Presidente do Tribunal
de Justiça da Paraíba. Consulta respondida negativamente. – “I) É inviável em um só
momento, o exercício de atividades, mesmo que honoríficas, mas certamente de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


42

representação, junto ao Poder Judiciário e Executivo. Embora não possua função gerencial
junto a Associação Civil, até por ser este um cargo de honra exercido pela primeira dama
do Estado, certamente necessita do empenho pessoal da Presidente e de sua
representatividade no Estado. II) Consulta a que se responde negativamente” (CNJ –
CONS 200910000012036 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

ASSOCIAÇÃO NACIONAL REPRESENTATIVA DE CLASSE


V. tb.: “AMICUS CURIAE”

Atuação como amicus curiae em defesa de direitos e garantias de magistrados

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Legitimidade de Associação em defesa de direito individual. Hipótese
excepcional. Tese inédita no CNJ. Deferimento. – “I) Admite-se a participação como
amicus curiae de entidade nacional de magistrados em processos que digam respeito à
direitos e garantias de magistrados desde que o tema de fundo a ser abordado ainda não
tenha sido analisado pelo Conselho Nacional de Justiça. Exegese dos arts. 9º, II, da Lei
9.784/99, e 100 do RICNJ. II) Recurso Administrativo a que se conhece, por tempestivo,
dando-se provimento” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 67ª
Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

ATAQUE A DECISÃO DO CNJ ATRAVÉS DE AÇÕES JUDICIAIS PROPOSTAS


PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL
Competência exclusiva do STF para desconstituir decisões do CNJ

Concurso unificado para serventias extrajudiciais. Decisão do PP


861. Afastamento de determinações do CNJ por magistrados locais. Aplicação do
entendimento fixado por este CNJ no PCA 200710000014942. Apenas o Supremo
Tribunal Federal tem competência para afastar aplicação de decisão do CNJ” (CNJ – PP
20091000003102 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

ATENDIMENTO AO PÚBLICO
Ofícios de Justiça. Horário de atendimento

Restauração de Autos. Poder Judiciário. Horário de atendimento


ao público nos Ofícios de Justiça. Ato administrativo discricionário dos Tribunais de
Justiça (CF, art. 96, inciso I, “a”). – “A fixação de horário de atendimento ao público nos
Ofícios de Justiça é típico ato administrativo discricionário, devendo os Tribunais, em sua
análise atentar para o interesse público e a estrita observância do princípio da eficiência.
Possibilidade de controle pelo Conselho Nacional de Justiça nas hipóteses de ilegalidade
ou quebra dos princípios da administração pública, em especial, o da eficiência, não
presentes na hipótese” (CNJ – RA 1 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

ATENDIMENTO DOS ADVOGADOS


Implantação do sistema de senhas. Parceria com a Subseção da OAB

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Pedido de Providências. Sistema de senhas para atendimento de


advogados. Juízo de direito da Vara de Família e Sucessões da Comarca de Taubaté.
Parceria com a OAB. – “I) A implantação do sistema de senhas para atendimento resulta
de parceria com a Subseção da OAB, que inclusive patrocinou a aquisição dos
equipamentos e mantém o abastecimento das papeladas. II) As medidas adotadas para
ordenação do atendimento no balcão da Vara de Família e Sucessões da Comarca de
Taubaté, resultantes de tratativas com a OAB local, não caracterizam violação de
prerrogativas dos advogados. Improcedência do pedido” (CNJ – PP 10961 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

ATENDIMENTO DOS ADVOGADOS POR MAGISTRADOS


Decisão monocrática. Recurso intempestivo não conhecido

Pedido de Providências. Consulta formulada indagando acerca do


atendimento dos advogados pelos juízes de direito. Decisão monocrática proferida.
Recurso contra a decisão interposto fora do prazo legal. Rejeição pelo relator. Pedido de
reconsideração insistindo no conhecimento do recurso. Inadmissibilidade. Pedido de
reconsideração afastado e recurso não conhecido. – “O art. 98 do Regimento Interno deste
Conselho prevê apenas e tão-somente a oitiva dos eventuais beneficiários dos efeitos de ato
impugnado, que são intimados por edital nos Procedimentos de Controle Administrativo.
Não faz menção à intimação por edital de “terceiros prejudicados”. Na hipótese dos autos
não se trata de procedimento dessa espécie (PCA), mas apenas, de “consulta” que sequer
encontra previsão expressa no Regimento Interno desta Corte. De sorte que nada
justificava a intimação dos magistrados brasileiros na hipótese sob análise” (CNJ – PCA
1465 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não
oficial).

Pronunciamento em decisão monocrática que não possui força de impor


observância por parte da totalidade dos magistrados

Pedido de Providências. Consulta formulada indagando acerca do


atendimento dos advogados pelos juízes de direito. Decisão monocrática proferida.
Recurso contra a decisão interposto fora do prazo legal. Rejeição pelo relator. Pedido de
reconsideração insistindo no conhecimento do recurso. Inadmissibilidade. Pedido de
reconsideração afastado e recurso não conhecido. – “Uma vez que o pronunciamento
atacado não possui o condão e força de impor a observância de um dado comportamento
ao consulente, nem à totalidade dos magistrados do Estado do Rio Grande do Norte ou do
Brasil – como enfatizado no voto vencedor do Conselheiro Técio Lins e Silva – até porque
não houve qualquer comunicação de que o mesmo estivesse sendo inobservado, não há,
também, necessidade de comunicá-lo a outrem, além daquele que requereu o
pronunciamento do Conselho” (CNJ – PCA 1465 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

ATENDIMENTO PELAS SERVENTIAS JUDICIAIS (“CARTÓRIOS”)


V. tb.: SERVENTIAS JUDICIAIS

Exigência de prévia apresentação de extrato

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


44

Procedimento de Controle Administrativo. Exigência de emissão


de apresentação de extrato para atendimento nas varas federais de Blumenau.
Inexistência de ilegalidade. Pedido julgado improcedente. – “Não há ilegalidade e/ou
irregularidade na exigência de apresentação de extrato para atendimento nos balcões das
Secretarias dos Juízos nos Tribunais” (CNJ – PCA 200810000011118 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

ATIVIDADE CENSÓRIA DOS TRIBUNAIS


Manutenção de segredo de justiça

Pedido de Providências. Consulta. Legitimidade membro do


Tribunal de Justiça. Auto-aplicabilidade dos artigos 93, incisos IX e X da Constituição
Federal. – “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, sendo as
decisões administrativas dos tribunais motivadas e tomadas pelo voto da maioria absoluta
de seus membros. Possibilidade constitucional de edição de lei para restringir a publicidade
dos atos processuais em virtude de defesa da intimidade ou exigência do interesse social
(CF, art. 5º, inciso LX). Recepção da LOMAN (art. 40). Possibilidade de segredo de
justiça no exercício de atividade censória dos tribunais, de maneira a garantir o devido
resguardo à dignidade e à independência do magistrado” (CNJ – PP 1108 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

ATIVIDADE JURÍDICA (ART. 93, I, DA CF/88)


Palavras-chave: CONCURSO PÚBLICO EM GERAL

Agentes Fiscais de Rendas. Consulta com interesse meramente individual

Recurso Administrativo. Atividade jurídica. Agentes fiscais de


renda. – “Para efeito de verificação das atribuições do cargo como subsumíveis no
conceito de atividade jurídica, devem os candidatos submetê-las à respectiva banca
examinadora do concurso público. Questões individuais e concretas não se prestam à
consulta dirigida ao CNJ” (CNJ – PP 200810000008880 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Analista de Finanças e Controle da CGU

“A Resolução CNJ 11/06 regulamenta o critério de atividade


jurídica para a inscrição em concurso público de ingresso na carreira da magistratura
nacional. Ao contrário do que sustenta o recorrente, as disposições da Resolução CNJ
11/06 não amparam seu pedido, na medida em que o autor requer uma declaração abstrata
de que o tempo de serviço no cargo de Analista de Finanças e Controle da CGU cumpre a
exigência constitucional de três anos de atividade jurídica. O art. 5º da referida Resolução
dispõe expressamente que “a comprovação do período de três anos de atividade jurídica de
que trata o art. 93, I, da Constituição Federal, deverá ser realizada por ocasião da inscrição
definitiva do concurso”. Assim, nos termos da decisão recorrida, o Plenário já se
manifestou diversas vezes sobre o assunto, firmando entendimento de que questões como a
proposta pelo requerente devem ser apresentadas, concretamente, à comissão do concurso
(PP 50 e PP 3105)” (CNJ – PP 6350 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 48ª Sessão – j. 25.09.2007
– DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

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Atuação em serviço voluntariado do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito do


Tribunal de Justiça do Pará. Serviço voluntariado no âmbito dos Tribunais.
Desnecessidade, no momento, de fixação de regras genéricas para que seja estabelecido o
serviço voluntário no Poder Judiciário. Atividade do voluntário para fins de comprovação
de Atividade Jurídica do bacharel em Direito. Res. 11 de 31.01.2006. – “O serviço
voluntariado, por não possuir atribuições específicas em Lei, não pode ser considerado
para fins da Res. 11 como Atividade Jurídica. Pedido de Providências inacolhido” (CNJ –
PP 13986 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Atuação na função de conciliador e juiz leigo em Juizados Especiais

Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Exercício das funções de


conciliador e de juiz leigo. Atividade jurídica típica. Resolução 11 deste CNJ. – “A
atividade de conciliação desempenhada perante os Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
quando exercida por bacharel em direito (art. 7º da Lei 9.099/95), deve ser compreendida
como atividade jurídica específica, compatível com as situações referidas na resolução 11
deste CNJ. Afinal, se a atuação do bacharel tem por objetivo conduzir as partes à
conciliação – qualificando-se por isso, como modalidade anômala de assessoria jurídica
(art. 1º, II, da Lei 8.906/94), que é prestada em procedimento jurisdicional – evidente que o
sucesso de sua atividade reclamará qualificação técnica específica, capaz de permitir a
análise jurídica do caso concreto e a exposição aos litigantes dos riscos pessoais e
patrimoniais envolvidos. Pedido de Providências acolhido, com edição de enunciado
administrativo” (CNJ – PP 587 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 23ª Sessão – j.
15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Auditor da Receita Federal. Consulta com interesse meramente individual

Pedido de Providências. Consulta individual. Auditor fiscal da


Receita Federal do Brasil. Atividade jurídica. Artigo 2º da Resolução 11/2006 do
Conselho Nacional de Justiça. – “Questiona-se se o exercício da atividade de Auditoria
Fiscal da Receita Federal do Brasil (cargo resultante da unificação dos cargos de Auditor
Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da Receita Federal – Lei 11.457/2007) se
insere no cômputo para atividade jurídica, nos termos do artigo 2º da Resolução 11/2006.
Interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o Judiciário
Nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça. Consulta não conhecida”
(CNJ – PP 200810000009380 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008
– DJU 05.08.2008).

Auditor da Receita Federal. Pedido de esclarecimento sobre alcance de


acórdão

Pedido de Providências. Consulta individual. Auditor Fiscal da


Receita Federal do Brasil. Atividade jurídica. Art. 2º da Res. 3.460. Incompatibilidade.
Interpretação. – “Pedido de esclarecimentos sobre o alcance do acórdão proferido nos
autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 34.460/DF. Via inadequada. O CNJ não é
instância recursal de decisões judiciais, quiçá de decisão do Plenário do Supremo Tribunal
Federal em controle de constitucionalidade. É competência da Comissão do Concurso,
avaliar e classificar os candidatos, assim como valorar a documentação comprobatória da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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prática de atividade jurídica. Precedentes. Pedido de providência não reconhecido” (CNJ –


PP 200810000012573 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Candidato aprovado em concurso de ingresso na Magistratura sem comprovar


3 anos de atividade jurídica

Pedido de Providências. Nomeação para o cargo de Juíza de Direito


de candidato aprovado em concurso que não comprovou o requisito constitucional de três
anos de prática jurídica. Matéria judicializada. Existência de decisão judicial amparando a
situação da magistrada. (CNJ – PP 1216 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária
– j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Candidato que não atendeu ao requisito pretendendo a nulidade do concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de anulação de


concurso público para o ingresso na carreira da magistratura do Estado do Amazonas.
Resolução 11 do CNJ. Concurso integralmente realizado pela Fundação Getúlio Vargas,
sem interferência da Comissão do Tribunal na elaboração e aplicação das provas.
Improcedência da alegação de nulidade pela participação de assessor do membro da
comissão. – “I) A participação de candidato que não atendia, na data da inscrição, o
requisito de tempo de atividade jurídica, não tem por efeito a nulidade do concurso. Edital
do concurso anterior à Resolução 11 do CNJ, que fixou a inscrição definitiva como
momento de exigência do requisito. II) Não tem relevância para a pretensão de anulação do
certame, a alegação de que a homologação pelo Tribunal foi relatada pelo próprio
presidente. III) Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 634 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Caracterização como jurídica toda atividade que tenha como pressuposto a


interpretação ou utilização de conhecimentos jurídicos

Ingresso na Magistratura de carreira. Concurso público. Novas


exigências estabelecidas pela Emenda Constitucional 45/04. Requisito óbvio de ser
bacharel em direito e ter, no mínimo, três anos de atividade jurídica. Tal lapso temporal é
de ser computado somente após a obtenção, pelo candidato, do grau de bacharel.
Interpretação autêntica do art. 93, I da Constituição Federal, consentânea inclusive com os
anais do Congresso Nacional. Com a reforma do Judiciário o Constituinte Derivado
procurou estabelecer idade mínima para o ingresso na carreira. Tentativa de obter
candidatos com maior maturidade e evitar problemas com a excessiva juvenilização da
magistratura. Conceito de ‘atividade jurídica’ mais abrangente do que a antiga ‘prática
forense’. Idéia de alcançar não só a atividade exercida, com exclusividade, pelo bacharel
em direito, como também a decorrente do exercício de cargos, empregos ou funções em
que se exija a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos. O ingresso na carreira
é procedimento complexo, com diversas etapas e diferentes agentes. Fase inicial
consubstanciada no concurso público com comissão de inscrição e bancas examinadoras,
com competências específicas para analisar os requisitos da inscrição e as aptidões técnicas
dos candidatos. A comprovação do requisito do período de três anos de atividade jurídica
há de ser feita perante a Comissão e até a data da inscrição definitiva do candidato no
certame. Tal circunstância deve ser, no entanto explicitada no edital. Quem exercer
atividade de magistério em cursos formais ou informais de preparação de candidatos fica
impedido, por motivos éticos de integrar as bancas do concurso, em até três anos após a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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cessação da atividade. Interpretação analógica com o art. 95 parágrafo único, inciso V da


Constituição Federal. Pedido específico de providências não acolhido. Edição, no entanto,
de Resolução do CNJ sobre a matéria. (CNJ – PP 50 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

“Assim, deve ser considerada como atividade jurídica, apta a suprir


o requisito do art. 93, I da Constituição Federal, não somente o exercício da advocacia ou
de cargos privativos de Bacharel em Direito, porquanto não são apenas esses ofícios que
dão ao ingressante na carreira a experiência exigida pela Constituição Federal. Devem, sob
esse prisma, ser consideradas como atividade jurídica todas as atividades nas quais o marco
principal seja a interpretação ou utilização preponderantemente de conhecimentos
jurídicos, cabendo às comissões examinadoras análise dos casos concretos” (CNJ – PP 50
– Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não
oficial).

Pedido de Providências. Atividade Jurídica. – “Além do exercício


da advocacia ou de cargos privativos de bacharel em Direito, deve ser considerada
atividade jurídica, apta a suprir o requisito do art. 93, inciso I, da Carta Federal, todas as
atividades jurídicas que tenha como pressuposto a interpretação ou utilização
preponderantemente de conhecimentos jurídicos, cabendo às comissões examinadoras a
análise dos casos concretos” (CNJ – PP 1163 – Rel. Cons. Marcus Faver – 8ª Sessão
Extraordinária – j. 20.03.2007 – DJU 30.03.2007 – Ementa não oficial).

Cômputo de atividade jurídica anterior à colação de grau


V. tb.: CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA

“Trata-se de Pedido de Providências subscrito por T.L.S., onde o


requerente espera que o CNJ reconheça a possibilidade de cômputo de atividade jurídica
anterior à colação de grau, para perfazer os três anos exigidos para ingresso na
Magistratura. Por estar em desacordo com a Res. 11/2006 deste CNJ, indeferi
liminarmente o processamento do presente pedido, nos termos da decisão monocrática de
fls. Assim, por estar a matéria pacificada no âmbito deste Plenário, e considerando a
importante diretriz jurisprudencial da Suprema Corte pátria acima citada, entendo que o
recurso administrativo deve ser rejeitado, confirmando-se a decisão monocrática que
indeferiu o pedido do requerente em todos os seus termos, mantendo-se incólume o inteiro
teor da Res. 11/2006 deste Conselho, que disciplinou a matéria” (CNJ – PP 927 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não
oficial).

Concurso de ingresso na Magistratura. Exigência de comprovação da prática


da advocacia de, no mínimo, cinco anos

Procedimento de Controle Administrativo. Impugnação. Edital.


Concurso Público para Magistratura. Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. Atividade
jurídica. Comprovação do exercício da advocacia. Competência da comissão do
concurso. – “Ao exigir do candidato ao cargo de Juiz de Direito do TJ/SE, a comprovação
da prática de, no mínimo, cinco atos privativos de advogado no período de um ano, a
Comissão Examinadora, a quem cabe avaliar e classificar os candidatos, agiu dentro de
suas atribuições, nos termos do que previsto na Constituição da República e na Resolução
11/2006 deste Conselho. Precedentes. Improcedência do Procedimento de Controle

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Administrativo” (CNJ – PCA 200810000011222 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Concurso de ingresso na Magistratura. Termo inicial de contagem da


atividade jurídica

Consulta autuada como Pedido de Providência. Tribunal Regional


do Trabalho da 22ª Região. Comissão de Concurso para Juiz Substituto. Termo inicial da
contagem temporal da “atividade jurídica”. Candidata aprovada que eventualmente não
preencheria o requisito indispensável de 3 (três) anos de atividade jurídica após o
bacharelado. Impetração de mandado de segurança frente ao Superior Tribunal d Trabalho.
Pedido prejudicado. Uma vez jurisdicionada a matéria, prejudicada fica a competência do
Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento. (CNJ – PP 1043 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Consulta. Interesse individual

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Consulta


sobre atividade jurídica. Interesse individual. Competência da comissão do concurso. –
“Interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o Judiciário
nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça. É da Comissão do respectivo
concurso a competência para o exame das atividades desenvolvidas pelo candidato como
sendo jurídicas ou não, como sendo válidas ou não para comprovação do requisito legal.
Precedentes. Recurso Administrativo a que se nega provimento. Decisão unânime” (CNJ –
PP 200810000028192 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Definição. Res. CNJ 11, de 31.01.2006

Pedido de Providências. Res. Do CNJ 11 de 31.01.2006. Triênio


de atividade jurídica. Definição de atividade jurídica. Precedente do STF. Momento para
a comprovação da atividade jurídica. Esclarecimentos prestados em tese. – “O Plenário do
CNJ, no exercício de suas atribuições constitucionais, aprovou na sessão do dia 31.01.2006
a Res. 11/2006, que regulamentou o critério de atividade jurídica para a inscrição em
concurso público de ingresso na carreira da magistratura nacional. Ao regulamentar o
inciso I, do art. 93 da Carta Magna de 1988, a mencionada Res. 11, em conformidade com
a interpretação extraída dos anais do Congresso Nacional sobre a matéria, fixou, como
termo inicial da contagem do triênio de atividade jurídica, a obtenção do diploma de
bacharel em Direito (art. 10 da Res. 11/2006). O art. 20 da citada Res. 11 define a atividade
jurídica como aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito, bem como o
exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a
utilização preponderante de conhecimento jurídico vedada a contagem do estágio
acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à colação de grau. A Suprema Corte pátria,
ao julgar a ADIN 3460/DF, tendo como relator o eminente Min. Carlos Britto reconheceu a
constitucionalidade de idêntica norma oriunda de resolução do Conselho Superior do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que previa a contagem da atividade
jurídica após a conclusão do curso superior em Direito. A comprovação do tempo de
atividade jurídica, nos termos do artigo 50 da Res. 11/2006, e de acordo com a novel
orientação jurisprudencial da Excelsa Corte (ADIN 3640/DF), deverá ser efetuada por
ocasião da inscrição, e não na posse. Esclarecimentos prestados em tese, uma vez que o
requerente não fez comprovação da data em que concluiu o curso superior em Direito,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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impossibilitando a análise do caso concreto” (CNJ – PP 1050 – Rel. Cons. Germana de


Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Escrivães de Polícia e agentes da Polícia Federal

Pedido de Providências. Extensão do conceito de atividade jurídica.


Res. CNJ 11. Função dos escrivães de polícia e agentes da Polícia Federal. Utilização
preponderante de conhecimentos jurídicos. Submissão à previsão do art. 2°. Consulta
respondida. (CNJ – PP 1238 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 8ª Sessão Extraordinária – j.
20.03.2007 – DJU 30.03.2007).

Exigência do bacharel em direito de três anos de atividade jurídica como


condição para ingresso na Magistratura
Vide: CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA

Interpretação da Res. 11, de 31.01.2006

Pedido de Providências. Interpretação do art. 6o da Res. 11.


Expressa alusão tanto à integração de professores de cursos preparatórios em Bancas
Examinadoras e Comissão de Concurso. Consulta nestes termos respondidos. (CNJ – PP
1448 – Rel. Cons. Claúdio Godoy – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Momento da aferição ou comprovação. Inscrição definitiva

“Dessa forma e a partir da Emenda Constitucional 45/04, não é de


se admitir que a verificação ou o preenchimento dos requisitos ou condições para o
ingresso na magistratura de carreira, possam ser postergados para exame na data da posse.
Reconhecendo-se que o procedimento para o ingresso na carreira da magistratura,
corresponde a ato administrativo complexo, envolvendo várias etapas e diversos atores,
tem-se que a verificação das condições e requisitos da inscrição é matéria de competência
exclusiva da comissão do concurso e indelegável para outros atores, v.g., por exemplo, ao
Presidente do tribunal. Assim, tem-se que, para o concurso da magistratura, não é de ser
aplicada a súmula 266 do STJ, uma vez que os requisitos hão de ser comprovados até a
data da inscrição definitiva e examinados pela comissão do concurso, especificamente
constituída para tal finalidade” (CNJ – PP 50 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª Sessão – j.
31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).
Jurisprudência do STJ: “1. A comprovação dos três anos de atividade jurídica, exigida
daqueles que pretendem ingressar na carreira da Magistratura, deve ser feita no momento
da inscrição definitiva, daí ser recomendável se faça constar nos editais de abertura desses
concursos a data provável em que se realizará tal inscrição. Caso ocorra a antecipação do
cronograma inicial, dessa alteração nenhum prejuízo poderá resultar para aqueles
interessados que se inscreveram considerando que, respeitada a data inicialmente prevista
para a inscrição definitiva, teriam como atender à exigência constitucional. 2. A data a ser
considerada para a aferição dos três anos de conclusão do curso de Direito é aquela em que
o estudante conclui com êxito todas as disciplinas do curso de graduação. Em
conseqüência, as atividades jurídicas desenvolvidas a partir dessa data, assim consideradas
aquelas previstas no Edital, devem ser aproveitadas na comprovação da exigência
constitucional” (STJ – 6ª T – RMS 26.667-DF – Rel. Nilson Naves – j. 11.11.2008 – Bol.
STJ 01/18 de 2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Períodos cumulativos

Pedido de Providências. Consulta. Res. 11/2006-CNJ. Atividade


jurídica. Períodos cumulativos. – “(...) Considerar que a realização simultânea das
atividades previstas nos artigos 2.° e 3.° da Resolução poderia levar ao cômputo em dobro
do período de atividade jurídica seria contrário ao texto constitucional e aos objetivos da
EC 45/2004, que exigiu esse tempo mínimo de prática para que o bacharel possa adquirir
experiência jurídica necessária para o ingresso na carreira da magistratura. Pedido
indeferido” (CNJ – PP 941 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 –
DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Policial Rodoviário Federal e bacharel em Direito

Pedido de Providências. Consulta. Atividade Jurídica. Policial


Rodoviário Federal. Bacharel em Direito. Dedicação exclusiva. Resolução CNJ 11, de
31.01.2006. (CNJ – PP 1209 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

ATIVIDADE JURISDICIONAL
V. tb.: AÇÃO JUDICIAL

Inadmissibilidade de interferência do CNJ

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados ou para revisão de decisões judiciais. Pedido improcedente
por ausência de competência constitucional do CNJ. – “No exercício de suas funções
jurisdicionais, os magistrados atuam com absoluta autonomia e independência na formação
de suas convicções, pois a independência judicial constitui um direito fundamental dos
cidadãos, inclusive o direito à tutela judicial e o direito ao processo e julgamento por um
Tribunal independente e imparcial” (CNJ – PP 314 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 3ª
Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Confederação dos Servidores Públicos do


Brasil – CSPB. Pedido de julgamento imparcial. – “Confederação de trabalhadores que
manifesta sua preocupação com julgamento futuro de demanda na qual figura como
interessada. Solicitação de intervenção do Conselho Nacional de Justiça para garantir
julgamento legal e justo. Ausência de fundamento constitucional ou legal para a
intervenção deste Conselho. Presunção de legalidade dos atos praticados pelo Poder
Judiciário. Impossibilidade do Órgão de controle tutelar a execução da atividade fim do
Poder Judiciário. Pedido arquivado monocraticamente. Recurso que se nega provimento”
(CNJ – PP 14711 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça deve ter como primado a


independência dos magistrados no exercício da função jurisdicional, o que significa dizer
que a preservação das atribuições do Judiciário em sua inteireza é pressuposto essencial, na
medida em que a atuação deste Conselho não poderá implicar interferência na atividade
jurisdicional, controlando decisões judiciais, tampouco suprimindo as matérias à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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apreciação judicial ou às instâncias recursais” (CNJ – PP 1402 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

“A aferição de prejuízo decorrente de avaliação de imóvel


alegadamente vil trata de nítida matéria jurisdicional, passível de revisão por meios
processuais inerentes. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça para controle desses
atos (Art. 103-B, §4º, da CF/88), conforme reiterados precedentes (PCA 631 e PPs 16, 21,
42 e 63). Por outro lado, o prejuízo a ser demonstrado não trata do prejuízo particular, mas
sim do prejuízo substancial, causado a quantidade relevante de jurisdicionados, em
situação idêntica, ou, pelo menos, similar à do requerente, de modo a conferir indícios
mínimos da má-execução ou da má-fiscalização do Convênio em tela. Prejuízo, portanto, é
o prejuízo substancial, decorrente da celebração, execução e fiscalização do Convênio, e
não o mero prejuízo individual, in concreto e isolado” (CNJ – PCA 200810000025890 –
Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Recurso administrativo em Pedido de Providências. Decisão


monocrática de arquivamento. Manutenção. Insurgência contra decisão judicial.
Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. – “A escolha da aplicação da legislação
ao caso concreto, em demanda judicial, compete ao magistrado que atua na causa, de
acordo com a análise dos fatos que são trazidos aos autos e com a sua livre convicção
(CPC, art. 131), não se tratando, pois, de matéria administrativa que comporte atuação
deste Conselho, que é órgão de controle estrito da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário, nos termos do que dispõe o parágrafo 4º do art. 103-B da Constituição
Federal. Ademais, o acerto, ou não, da aplicação da lei pelo juiz ao caso resolve-se,
também, no âmbito judicial, por meio de recurso próprio em cada espécie de processo e
procedimento. Recurso Administrativo em Pedido de Providências de que se conhece e a
que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000032559 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Processo judicial.


Distribuição. Antecipação de tutela. – “I) A questão atinente a eventual error in
procedendo na distribuição processual denota, em regra, caráter jurisdicional, sendo
inclusive passível de correção pelos meios recursais ordinários (PP 11060). II) O mérito de
decisão judicial que antecipa os efeitos de tutela e impõe multa diária (astreintes) por
descumprimento não é passível de conhecimento pelo CNJ, conflitando com sua
competência, a qual é limitada à atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário,
nos termos do art. 103-B, § 4º, da CF/88 (PPs 16, 21, 42, 63 e 200810000003961; PCAs
631 e 200910000005032). III) Procedimento de Controle Administrativo a que não se
conhece, por tratar de matéria jurisdicional” (CNJ – PCA 200910000009669 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO


Palavras-chave: NOTÁRIO – OFICIAL DE REGISTRO
V. tb.: EMOLUMENTOS – REGISTRADOR (TITULAR DE SERVENTIA
EXTRAJUDICIAL) – REGISTRO DE IMÓVEIS – SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS
(ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)

Acumulação e desacumulação de serventias extrajudiciais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


52

Acumulação e desacumulação de serventias extrajudiciais por Ato


Administrativo. Possibilidade. – Precedentes deste CNJ (PCA 19531) e STF (ADI 2413).
Com a ressalva de que compete a este CNJ analisar tais atos administrativos no caso de
eventual irregularidade com o que dispõe a Lei 8.935/94, art. 26, parágrafo único.
Suspensão de concurso público para serventias extrajudiciais ante eventual redução do
rol de vacância decorrente de anexação alegadamente irregular. Impossibilidade no caso.
– “Não se trata de exclusão isolada de serventias do concurso, sem justificativa, mas de
anterior anexação de serviços que, não existindo mais, não integram a listagem. Simples
alegação de que algumas serventias poderiam se manter sem a anexação não é bastante
para que se suspenda o concurso público” (CNJ – PCA 200810000016104 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Serviços extrajudiciais


acumulados nos termos da lei. Pretensão de desacumulação de vários serviços no Estado.
Questão já apreciada pelo plenário. Jurisprudência pacífica. Pedido improcedente. –
“Como já decidiu o Conselho Nacional de Justiça reiteradas vezes, a desacumulação dos
serviços notariais que tenham sido anteriormente agrupados só encontra justificativa se
comprovado que, em razão do volume dos serviços ou da receita é viável e sustentável a
cisão, de modo a cumprir a regra do caput do art. 26 da Lei 8.935/94. Trata-se de
prerrogativa que se insere na autonomia privativa do Tribunal ao qual as serventias estão
submetidas nos respectivos Estados da Federação” (CNJ – PCA 200810000016220 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Serventia extrajudicial. Desacumulação. Possibilidade. – “A


desacumulação pode gerar a transferência de serviços notariais e de registro para outro
cartório, conforme previsão constante do art. 26, parágrafo único da Lei 8.935/94.
‘Somente o Tribunal de origem pode analisar o volume, a receita e a população atendida
pelo serviço extrajudicial, de modo a avaliar as possibilidades de desacumulação’ (PP
16220)” (CNJ – PCA 200810000014624 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Anulação de processo administrativo disciplinar. Interesse individual

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Anulação de


Processo Administrativo Disciplinar. Oficial de registro. Natureza individual. Avocação
de processo. – “ A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está
centrada em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §
4º)” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

“O pedido de anulação de Processo Administrativo Disciplinar


instaurado em Corregedoria local contra Oficial de Registro Civil ostenta natureza
meramente individual, apreciável em face das nuances de cada caso, razão por que não se
inscreve na competência do CNJ” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Atuação em serviço voluntário no Poder Judiciário

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito do


Tribunal de Justiça do Pará. Serviço voluntariado no âmbito dos Tribunais.
Desnecessidade, no momento, de fixação de regras genéricas para que seja estabelecido o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


53

serviço voluntário no Poder Judiciário. Atividade do voluntário para fins de comprovação


de Atividade Jurídica do bacharel em Direito. Res. 11 de 31.01.2006. – “O serviço
voluntariado, por não possuir atribuições específicas em Lei, não pode ser considerado
para fins da Resolução 11 como Atividade Jurídica. Pedido de Providências inacolhido”
(CNJ – PP 13986 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Concurso de Ingresso. Homologação. Etapa do certame sob o poder


discricionário da Administração

Concurso público. Serventias extrajudiciais. Remoção.


Homologação. Discricionariedade. – “O ato de homologação de concurso público
constitui-se em uma etapa do certame e encontra-se dentro do âmbito do poder
discricionário da Administração Pública, mormente porque, no exercício do controle do
procedimento, cabe à Administração verificar se houve irregularidades ou vícios no
concurso, e decidir, com base nos elementos coletados, e de acordo com a sua
conveniência e oportunidade, pela homologação. Procedimento de Controle Administrativo
de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000010229 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Cumulação de serventias (atividade notarial e de registro civil). Vedação de


lavratura de escritura pública de inventário, partilha, separação e divórcio
consensuais

Procedimento de Controle Administrativo. Registro civil de distrito


ou município que não sedia comarca. Acumulação de função notarial. Impugnação do
provimento 164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. Restrição à
lavratura de Escritura Pública de Inventário, Partilha, Separação e Divórcio
Consensuais. – “I) A Lei Estadual 12919/98 (art. 2º, § 2º) e outras normas expedidas pelo
TJ/MG autorizam ao Cartório de Registro Civil de distrito ou município que não seja sede
de comarca, a acumulação de serviço notarial. II) Invalidade do art. 2º do Provimento
164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, que vedou a lavratura de
escritura pública de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais pelos oficiais do
Registro Civil que acumulam a função notarial. III. Pedido julgado procedente para
declarar inválido o parágrafo único do artigo 2º do Provimento 164/2007 da Corregedoria-
Geral de Justiça de Minas Gerais” (CNJ – PCA 527 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Delegações efetuadas sem concurso após a vigência da CF/88

Pedido de Providências. Cartórios. Serviços extrajudiciais.


Serventias extrajudiciais. Concurso público. Formas de titularização. CF/88, art. 236 e EC
22/82. Obrigatoriedade de concurso público para ingresso e remoção. Vedação da
manutenção de interinos ou respondentes por prazo além do previsto no art. 236, CF/88.
Aplicação da Res. 7 do CNJ – Nepotismo – aos serviços extrajudiciais nos casos interinos.
Negado provimento. (CNJ – PP 861 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 63ª Sessão – j.
27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Pedido de Providências. Concurso público em serventias


extrajudiciais. Instauração de procedimentos de controle administrativo. – “De acordo
com o § 3o, do art. 236 da Carta Política de 1988, o ato de delegação de serventias

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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extrajudiciais deve recair sobre aprovado em concurso público. Em face da decisão


plenária exarada nos autos do PCA 395, determina-se que os tribunais requeridos
apresentem, no prazo de trinta dias, relação de delegações efetuadas após a vigência da
Constituição Federal de 1988, com a respectiva forma de provimento (se oriunda de
concurso público ou não), instaurando-se Procedimento de Controle Administrativo para
os Tribunais que não observaram a regra constitucional ou que não prestaram as
informações” (CNJ – PP 845 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão Extraordinária –
j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Pedido de Providências. Nomeação precária e temporária para


exercício da titularidade de serventia extrajudicial por funcionário que não ostenta cargo,
após a Constituição Federal de 1988. Exercício da titularidade sem concurso público.
Legalidade do ato do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que incluiu a serventia
extrajudicial vaga no certame em andamento para o regular provimento dos cargos. – “Se
a designação para responder pela titularidade de serventia extrajudicial alcançou pessoa
não concursada para esses específicos cargos de notário e registrador e tal fato ocorreu a
partir do advento da Constituição Federal de 1988, ainda que respaldada em disposição de
lei ou Constituição Estadual, resta caracterizada a irregularidade do provimento por
desrespeito ao § 3º do art. 236 da Carta Magna, posto que, segundo o seu comando, o
ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e
títulos, não se admitindo exceções” (CNJ – PP 200810000013644 – Rel. Cons. Rui Stoco –
69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).
PRECEDENTE DO STF: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Medida liminar.
Notários e Registradores. Titular. Necessidade de concurso público. Art. 236, § 3º da
Constituição. Impossibilidade de efetivação imediata de serventuário substituto na
vacância do cargo. Liminar deferida com efeitos “ex tunc”. – “Lei complementar estadual
que converte em titulares de cartórios de registros e notas bacharéis em Direito que não
realizaram concurso público específico para o cargo. Afronta ao § 3º do art. 236 e ao inciso
II do art. 37 da Constituição Federal. Precedentes. Liminar deferida com efeitos ex tunc.
Decisão unânime” (STF – Sessão Plenária – MC em ADI 3.519 – Rel. Min. Joaquim
Barbosa – j. 16.06.2005 – RTJ 196/557).
Parte do voto do Ministro Relator: Esta Corte, em casos análogos ao presente, já
apreciou a questão, firmando entendimento no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos semelhantes (cf. ADI 363, DJ de 3-5-1996; ADI 690, DJ de 25-8-1995, e ADI
552, DJ de 25-8-1995, todas da relatoria do Ministro Sydney Sanches; ADI 417, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 8-5-1998; ADI 126, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992, e
ADI 2.379-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-6-2002, v.g.).

Pedidos de providências. Nomeação precária e temporária para


exercício da titularidade de serventias extrajudiciais por funcionários que não ostentam
os cargos, após Constituição Federal de 1988. Exercício da titularidade sem concurso
público. Legalidade do ato do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que incluiu as
serventias extrajudiciais vagas no certame em andamento para regular provimento dos
cargos. – “Se a designação para responder pela titularidade de serventia extrajudicial
alcançou pessoa não concursada para esses específicos cargos de notário e registrador e tal
fato ocorreu a partir do advento da Constituição Federal de 1988, ainda que respaldada em
disposição de lei ou Constituição Estadual, resta caracterizada a irregularidade do
provimento por desrespeito ao § 3º do art. 236 da Carta Magna, posto que, segundo o seu
comando, o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se admitindo exceções” (CNJ – PP 200810000013589, PP

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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200810000013620 e PP 200810000013632 – Rel. Cons. Rui Stoco – 68ª sessão – j.


26.08.2008 – DJU 12.09.2008).
PRECEDENTE DO STF: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Medida liminar.
Notários e Registradores. Titular. Necessidade de concurso público. Art. 236, § 3º da
Constituição. Impossibilidade de efetivação imediata de serventuário substituto na
vacância do cargo. Liminar deferida com efeitos “ex tunc”. – “Lei complementar estadual
que converte em titulares de cartórios de registros e notas bacharéis em Direito que não
realizaram concurso público específico para o cargo. Afronta ao § 3º do art. 236 e ao inciso
II do art. 37 da Constituição Federal. Precedentes. Liminar deferida com efeitos ex tunc.
Decisão unânime” (STF – Sessão Plenária – MC em ADI 3.519 – Rel. Min. Joaquim
Barbosa – j. 16.06.2005 – RTJ 196/557).
Parte do voto do Ministro Relator: Esta Corte, em casos análogos ao presente, já
apreciou a questão, firmando entendimento no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos semelhantes (cf. ADI 363, DJ de 3-5-1996; ADI 690, DJ de 25-8-1995, e ADI
552, DJ de 25-8-1995, todas da relatoria do Ministro Sydney Sanches; ADI 417, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 8-5-1998; ADI 126, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992, e
ADI 2.379-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-6-2002, v.g.).

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais notariais e


registrais. Estado do Piauí. Oficiais designados sem realização de concurso público.
Ofensa ao art. 236, § 3º da Constituição Federal e art. 39, § 2º, da Lei 8.935/94. – “Os
serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público, mas com ingresso por concurso público de provas e títulos” (CNJ – PP 271 e PP
361 – Rel. Cons. Marcus Faver – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Delegações de serviços


notariais e registrais no Estado do Mato Grosso do Sul. Atos praticados após a
Constituição de 1988. Não incidência de prazo prescritivo. Determinação de imediata
desconstituição de todos os atos de delegação. Determinação de abertura de concurso
público. – “Estabelece o artigo 236 da CF/88 que o ingresso na atividade notarial e de
registro ‘depende de concurso público’” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 40ª
Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Exercício por magistrado aposentado. Acumulação da aposentadoria do cargo


de magistrado com remuneração pelo exercício da atividade notarial e de
registro

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Pernambuco.


Consulta. Possibilidade de cumulação de aposentadoria no cargo de magistrado com
remuneração auferida pelo exercício da titularidade de notário ou registrador. Consulta
respondida afirmativamente. – “Permite-se a cumulação dos proventos de aposentadoria
no cargo de magistrado com a remuneração auferida no exercício da titularidade do serviço
de notas e registros públicos, considerando que a proibição prevista na Constituição
Federal tem aplicação tão-somente aos cargos, funções e empregos públicos” (CNJ – PP
200810000024356 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

Funcionário contratado. Demissão. Impossibilidade de controle do CNJ

Reversão da pena de demissão aplicada a escrevente de serventia


extrajudicial. Alegação de perseguição. Pedido improcedente. – “A atividade exercida em

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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caráter privado não possibilita interferência do Poder Público, impossibilitando o controle


do CNJ nas demissões e admissões de empregados das serventias extrajudiciais” (CNJ –
PCA 597 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

“Verifica-se que efetivamente a questão das admissões e demissões


em Serventias Extrajudiciais não é controlada pelo Poder Público porque a concessão do
serviço transfere integralmente as obrigações de caráter trabalhista ao Oficial Registrador e
Notarial. A atividade passa, portanto, a ser exercida em caráter privado e o vínculo
mantido com os funcionários é regido pela CLT, descabendo interferência e fiscalização do
Poder Judiciário quanto a este específico aspecto” (CNJ – PCA 597 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de titular de serventia judicial transferir-se para serventia


extrajudicial. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Escrivães titulares de


varas da família. Pretensão de remoção para a atividade notarial e de registro.
Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. – “O processamento de autos e a função
cartorária judicial, ou seja, o sistema cartorial de apoio ao exercício da atividade típica de
julgar, não se confunde com a atividade extrajudicial exercida pelos chamados cartórios de
notas ou de registro de imóveis pelo sistema de delegação, não se admitindo que o titular
de serventia judicial possa remover-se para serventia extrajudicial, por força do art. 236 da
CF/88, ainda que a legislação local seja permissiva. Mostra-se, portanto, apodíctico que na
atividade notarial e de registro não há remoção sem concurso, ou seja, sem que se assegure
igualdade a todos os interessados que estejam na mesma situação” (CNJ – PCA 14279 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Serventias agrupadas, com acumulação ilegal dos serviços de notas e registro


civil

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Colocação em concurso de serventias agrupadas,
acumulando ilegalmente serviços de notas com registro civil e de protesto com registros
imóveis. Inadmissibilidade. Determinação para a desanexação, com publicação de novo
edital de concurso após a regularização dos serviços, abrindo-se novas inscrições. – “Não
são acumuláveis os serviços notariais e de registro, exceto nos municípios que não
comportam mais de um dos serviços, em razão do volume de serviços ou da receita, posto
que a anterior legislação permissiva dos Estados sobre a matéria não foi recepcionada pela
Constituição Federal, nem pela Lei Federal 8.935/94, que regulamentou o art. 236 daquela
Carta de Princípios” (CNJ – PCA 3841 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007
– DJU 09.11.2007).

Serviço de distribuição de Tribunal de Justiça. Não caracterização como


atividade notarial e de registro

Pedido de Providências. Serviço de distribuição de Tribunal de


Justiça. Atividade de distribuição de feitos e de expedição de certidões cíveis e criminais.
Serviço Público exclusivo colocado em concurso como se fora atividade notarial e de
registro, estabelecendo-se critério de delegação, nos moldes da Lei 8.935, de 18.11.94.
Inadmissibilidade. – “Os serviços de distribuição de processos e de expedição de certidões
cíveis e criminais dos Tribunais não se caracterizam como atividade notarial e de registro e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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constituem atividade pública indelegável, só exercitável por servidores da administração


direta, detentores de cargos efetivos” (CNJ – PP 415 e PP 721 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª
Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Substituição do titular. Inexistência de direito subjetivo do substituto mais


antigo. Atribuição exclusiva do Tribunal

Serventia extrajudicial. Titular não-concursado. Afastamento.


Titularidade provisória. Substituto mais antigo. Direito subjetivo. Inexistência. – “1) Não
se configura a delegação da prestação de serviço cartorário quando ausente a condição de
prévia habilitação em concurso público. 2) No caso de afastamento de titular de serventia
extrajudicial não-concursado, compete ao respectivo Tribunal, mediante exercício do poder
discricionário, escolher o interino que responderá pelo cartório até provimento definitivo
do cargo mediante regular concurso público. Não há, assim, direito subjetivo do substituto
mais antigo à titularidade provisória” (CNJ – PCA 200810000010734 – Rel. Cons. João
Oreste Dalazen – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

ATIVIDADE PENOSA
Pagamento de adicional a esse título

Recurso Administrativo. Adicional por atividades penosas.


Previsão no art. 14 da Lei Mineira 10.856/92. Delegação legislativa, aos tribunais, da
regulamentação das hipóteses de exigibilidade da vantagem. Edição pelo TJMG da
Resolução 320/96 que, em seu art. 3º, inciso II, define atividade penosa como sendo aquela
em que o servidor experimente desgaste físico ou psíquico excessivamente acentuado.
Conclusão, pelo TJMG, de inexistência de situação de tensão em nível significativamente
destoante do restante dos serventuários da Justiça Mineira. Ausência de erro ou ilicitude no
ato do TJMG. Recurso a que se nega provimento. (CNJ – PCA 6866 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

ATO ADMINISTRATIVO
Palavras-chave: DECISÃO ADMINISTRATIVA
V. tb.: DESPACHO

Alegação de ofensa à Resolução do Conselho da Justiça Federal.


Incompetência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de


desrespeito à Resolução do Conselho da Justiça Federal. Incompetência do Conselho
Nacional de Justiça. – “Em se tratando de suposta prática administrativa irregular no
âmbito da Justiça Federal, a prudência aconselha que seja resguardada a competência
hierárquica do Conselho Nacional de Justiça, deixando-se para o Conselho da Justiça
Federal a competência originária para conhecer e solucionar o conflito de interesses.
Remessa dos autos ao Conselho da Justiça Federal” (CNJ – PCA 200710000017293 – Rel.
Cons. Min. João Oreste Dalazen – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Âmbito de apreciação pelo CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Aviso 879/2006 do


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Suspensão do parcelamento das férias
durante o ano de 2007. Ato expedido no âmbito do poder discricionário. Ausência de
supressão de direitos. Avaliação de conveniência e oportunidade. – “‘Não pode o CNJ
substituir o administrador na análise da conveniência e oportunidade dos atos
administrativos, devendo o recorrente eleger a via administrativa adequada para se insurgir
contra os atos daquele Tribunal. Assim, impedido o acolhimento da pretensão do
recorrente’ (PCA 450, Relator Conselheiro Paulo Lôbo). Improcedência do Procedimento
de Controle Administrativo” (CNJ – PCA 200810000005489 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões individuais. Ausência de ilegalidade. Natureza do vínculo dos
cargos comissionados. Improvimento. – “Não estando configurada ilegalidade flagrante,
nem descumprimento de decisão do CNJ, não devem ser analisados todos os contornos do
ato administrativo que exonerou a recorrente” (CNJ – PP 9867 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Anulação com fulcro na Súmula 473 do STF

“A anulação de atos administrativos com fulcro na Súmula/STF


473, bem assim, a ausência de resistência por parte do agente público ou órgão responsável
pela prática viciada gera superveniente falta de interesse processual na manifestação deste
Órgão de controle” (CNJ – PCA 200810000011167 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Atribuição de nome de pessoas vivas a prédios públicos. Violação aos


princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Atos Normativos do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região.
Atribuição de nome de pessoas vivas a prédios públicos. Afronta o art. 1º da Lei
6.454/1977 e aos Princípios Constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade.
Art. 37, caput da CF/88. (CNJ – PCA 344 e PCA 263 – Rel. Eduardo Lorenzoni – 38ª
Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

Atuação do CNJ. Impossibilidade de rever ato administrativo sob o aspecto da


conveniência e oportunidade

“Não pode o CNJ substituir o administrador na análise da


conveniência e oportunidade dos atos administrativos, devendo o recorrente eleger a via
administrativa adequada pra se insurgir contra os atos daquele Tribunal. Assim, impedido o
acolhimento da pretensão do recorrente” (CNJ – PCA 450 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Aviso 879/2006 do


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Suspensão do parcelamento das férias
durante o ano de 2007. Ato expedido no âmbito do poder discricionário. Ausência de
supressão de direitos. Avaliação de conveniência e oportunidade. – “‘Não pode o CNJ
substituir o administrador na análise da conveniência e oportunidade dos atos
administrativos, devendo o recorrente eleger a via administrativa adequada para se insurgir

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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contra os atos daquele Tribunal. Assim, impedido o acolhimento da pretensão do


recorrente’ (PCA 450, Relator Conselheiro Paulo Lôbo). Improcedência do Procedimento
de Controle Administrativo” (CNJ – PCA 200810000005489 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Sindicato de


servidores. Insurgência com utilização de veículos na capital do Estado para que os
oficiais de justiça cumpram mandados judiciais. Alegação de prática irregular e de ofensa
à isonomia, com pedido de extensão de benefício aos demais oficiais de justiça. Recurso
improvido. – “1) O Egrégio Conselho Nacional de Justiça já decidiu não ter competência
para rever a conveniência e oportunidade dos atos administrativos, pois sua atuação
restringe-se à verificação da legalidade e regularidade jurídica dos atos da administração
judiciária (PCA 200810000009800). 2) A avaliação a respeito das possibilidades e da
adequação na disponibilidade de veículos de serviço para o cumprimento dos mandados e
diligências judiciais constitui decisão que compõe o feixe de atribuições da direção dos
Tribunais de Justiça, posto que a Carta Magna lhes confere autonomia administrativa e
financeira, como expressamente estabelece o art. 99 desse Estatuto” (CNJ – PP
200910000007831 – Rel. Cons. Rui Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Ausência da prática de qualquer ato. Impossibilidade de atuação do CNJ

Controle de legalidade. Ausência de Ato Administrativo.


Impossibilidade de atuação do Conselho Nacional de Justiça. – “O artigo 103-B, parágrafo
4º, inciso II, da Constituição Federal, expressamente dispõe que cabe ao Conselho
Nacional de Justiça apreciar a legalidade de atos administrativos praticados por membros
ou órgãos do Poder Judiciário. Logo, não havendo ato a ser examinado não há controle a
ser exercido. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece parcialmente e a
que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000013541 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

CNJ. Secretário-Geral. Competência


Vide: Portaria CNJ 23, de 20.04.2006 e Portaria CNJ 12, de 23.01.2006

Concurso público. Quebra do sigilo nas provas. Anulação

Recurso Administrativo. Anulação de concurso público. Princípio


da Autotutela administrativa. Quebra de sigilo nas provas objetivas. Manutenção da
decisão monocrática. – “O concurso público é uma das grandes contribuições que o
Direito Administrativo prestou à democracia. Por ele, o Estado seleciona, dentre os
possíveis candidatos, os mais bem preparados, evitando-se que essa escolha seja realizada
por decisões políticas, de conhecido prejuízo à sociedade. Assim, quando reconhecida pela
própria administração a possibilidade de fraude, mesmo que provocada por um erro seu – o
que ocorreu neste caso pela constatada e inegável quebra de sigilo na prova objetiva – não
há outra solução adequada, senão a manutenção do ato de anulação” (CNJ – PCA 614 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Controle. Ato inexistência. Atuação do CNJ que não alcança a mera intenção

Recurso Administrativo. Ato administrativo inexistente. – “O


controle administrativo exercido pelo Conselho Nacional de Justiça não alcança intenções

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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de atos, mas atos administrativos concretos” (CNJ – PCA 200910000015141 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Controle de legalidade pelo CNJ, em harmonia com o princípio da


preservação da autonomia dos tribunais

“O controle de legalidade dos atos administrativos é realizado por


este Conselho em harmonia com o princípio da preservação da autonomia dos Tribunais.
Esse é o único caminho que a hermenêutica jurídica fornece ao intérprete de um sistema
jurídico complexo, de sorte que somente a harmonização de regras e princípios protege
direitos sem autoritarismos” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de Ingresso para Provimento de Cargos de Servidores Efetivos
do Tribunal Superior do Trabalho. Questionamento por candidato acerca da legalidade
de critérios estabelecidos e de quesito de avaliação da prova subjetiva. Pretensão de
declaração de incorreção do gabarito e conseqüente pontuação. – “O Conselho Nacional
de Justiça não tem competência para rever a conveniência e oportunidade dos atos
administrativos, pois sua atuação restringe-se à verificação da legalidade e regularidade
jurídica dos atos da administração judiciária. Nem lhe cabe substituir-se ao órgão
administrativo do Tribunal para julgar gabarito de prova em concurso público de ingresso,
posto refugir de sua atribuição de revisor da regularidade dos atos. Aos órgãos do Poder
Judiciário não compete imiscuir-se no mérito do ato administrativo e na área de liberdade
concedida ao administrador, cabendo-lhe apenas atuar no campo da legalidade” (CNJ –
PCA 200810000009800 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Controle pelo CNJ. Aspectos relativos à oportunidade e conveniência.


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de Ingresso para Provimento de Cargos de Servidores Efetivos
do Tribunal Superior do Trabalho. Questionamento por candidato acerca da legalidade
de critérios estabelecidos e de quesito de avaliação da prova subjetiva. Pretensão de
declaração de incorreção do gabarito e conseqüente pontuação. – “O Conselho Nacional
de Justiça não tem competência para rever a conveniência e oportunidade dos atos
administrativos, pois sua atuação restringe-se à verificação da legalidade e regularidade
jurídica dos atos da administração judiciária. Nem lhe cabe substituir-se ao órgão
administrativo do Tribunal para julgar gabarito de prova em concurso público de ingresso,
posto refugir de sua atribuição de revisor da regularidade dos atos. Aos órgãos do Poder
Judiciário não compete imiscuir-se no mérito do ato administrativo e na área de liberdade
concedida ao administrador, cabendo-lhe apenas atuar no campo da legalidade” (CNJ –
PCA 200810000009800 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Transferência do III Tribunal do Júri determinada pelo Conselho Superior
da Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ato administrativo discricionário e
fundamentado do Tribunal. Juízo de oportunidade e conveniência exercitado por quem
melhor pode exercê-lo em razão da proximidade com as necessidades locais dos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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jurisdicionados (CNJ – PCA 472 – Rel. Cons. Min. Vantuil Abdala – 37ª Sessão – j.
27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não oficial).

Controle pelo CNJ. Inadmissibilidade (ou admissibilidade) de controle de atos


praticados há mais de cinco anos. Decadência ou preclusão do direito

“Impõe-se, com a ressalva necessária, admitir o entendimento no


sentido de que o prazo decadencial de cinco anos a que se referem o art. 54 da Lei 9.784/99
e 95, parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, estabelecido para a revisão e anulação
de ato administrativo irregular, não se aplica quando este ato tiver afrontado diretamente
norma constitucional, que restaria inócua se tal revisão não pudesse ser admitida,
considerando a dicção da ilustrada e expressiva maioria deste Egrégio Conselho, não
obstante entendimento em relação ao qual guardo reservas, mas já alentado por inúmeros e
reiterados precedentes em situações parelhas, conforme a messe de julgados apontados”
(CNJ – PCA 200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª
Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Goiás. Servidores nomeados e efetivados após a Constituição Federal de 1988 sem
concurso público. Ilegalidade. Impossibilidade de convalidação do ato ilegal. – “I) Atos
inconstitucionais são nulos e destituídos, em conseqüência, de qualquer de eficácia
jurídica. II) A nulidade de atos de investidura não pode ser protegida pelo decurso de prazo
porque servem de fonte direta para o futuro da relação entre o servidor e a Administração.
III) Ressalva quanto aos atos de aposentadoria do servidor e quanto àqueles efetivados em
razão da extinção de seus órgãos de origem. IV) Pedidos julgados parcialmente
procedentes. Determinação de imediata exoneração de servidores nomeados sem concurso
público após 1988 e a determinação para a realização de certame para novas nomeações”
(CNJ – PCA 200710000012131, PCA 200810000003262 e PCA 200710000014437 – Rel.
Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).
Parte do Voto parcialmente vencido do Conselheiro Rui Stoco: “A primeira observação
a ser feita é que tanto a Lei Federal 9.784/99 e o Regimento Interno do CNJ vedam a
revisão de atos praticados a mais de cinco anos. E se legem habemos devemos respeitá-la.
Aliás, o art. 2º da Lei 9.784/99 dispõe que a ‘Administração Pública obedecerá ao princípio
da segurança jurídica’ e no art. 54 fixa o prazo decadencial de cinco anos para aquela
revisão de atos. Também o parágrafo único do art. 95 do Regimento Interno do CNJ
estabelece o mesmo princípio. O segundo aspecto tem a ver com a segurança jurídica, não
se podendo aceitar o argumento de que os atos tidos por inconstitucionais não se submetem
a esse regime posto que ‘nulos e destituídos de qualquer eficácia jurídica’. Isto porque, na
esteira da melhor doutrina, o STF evoluiu no sentido de modular com incidência
prospectiva os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, como previsto
expressamente em leis mais recentes. As Leis 9.868, de 10.11.99 (art. 27) e 9.882, de
03.12.99 (art. 11), passaram a dispor, respectivamente, acerca do processo administrativo
da União, da Ação Declaratória de Constitucionalidade, Ação Direta de
Constitucionalidade e Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental, referindo-se
à segurança jurídica, quer como princípio geral da Administração Pública, de matriz
constitucional, a justificar a permanência no mundo jurídico de atos administrativos
inválidos, quer como os princípios da supremacia da Constituição e da nulidade ex tunc da
lei inconstitucional. Aliás, no julgamento do PCA 510 esse entendimento foi prevalecente,
afastando-se a incidência dos efeitos da nulidade quando contraposta com o princípio da
segurança jurídica, como enfatizaram os Conselheiros Mairan Maia e Ministro João Oreste
Dalazen”.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo contra decisão monocrática. Questões


relativas a concursos ocorridos em 1988 e 1992. Alegação de nepotismo no âmbito do
TJSE. – “1) Não pode o CNJ controlar atos administrativos ocorridos há mais de cinco
anos. II) O Requerente poderia ter promovido das medidas pertinentes à defesa dos
interesses de seus associados à época em que pretensamente seus direitos teriam sido
ofendidos. III) Alegação de nepotismo sem concretude e sem provas não pode ser
acolhida.” (CNJ – PP 200810000014910 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Controle pelo CNJ. Necessidade de esgotar a instância administrativa


originária

Procedimento de Controle Administrativo. Limitação da carga de


autos a advogados. Ato normativo que ofende direito do advogado. Necessidade de esgotar
a instância administrativa. Competência da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça para
apreciar o pedido. Remessa do PCA. (CNJ – PCA 401 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Desconstituição. Impossibilidade análise da matéria pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Homologação de Oficio Imobiliário da comarca de Itajubá-MG. Questão
anteriormente deduzida em mandados de segurança e ação ordinária. Impossibilidade de
análise na esfera administrativa pelo CNJ. Pedido não conhecido. (CNJ – PCA 308 – Rel.
Cons. Marcus Faver – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007).

Desconstituição. Resolução e Assento Regimental editados por Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Res. 228/2005 e Assento Regimental 377/2006 do TJSP. Alegação de
violação ao princípio da legalidade. – “Data máxima vênia, não vislumbro qualquer
ilegalidade na Res. 228/2005, até porque, seu art. 5º (substituição) respeita a Res. 16, do
Egrégio Conselho, ainda que essa última norma tenha sido editada posteriormente, (...). Por
fim, quanto ao Assento Regimental 377/2006, o Colendo Órgão Especial agiu dentro de
sua competência administrativa delegada do Tribunal Pleno e de acordo com as normas
vigentes, eis que editado em conformidade com a Constituição Federal, a LOMAN e o
Regimento Interno daquele Colendo Tribunal (arts. 251, I, e 343 e segs.). Pedido
improcedente” (CNJ – PCA 396 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão Extraordinária – j.
17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial e parte do voto).

Desnecessidade de responder a todos os argumentos apresentados pelas partes

“O julgador, quer na via judicial, quer na administrativa, não está


adstrito a pronunciar-se sobre todos os argumentos desenvolvidos pelas partes que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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integram a lide” (CNJ – PCA 200810000010590 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves maia
Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Inexistência de irregularidade ou excesso

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Rio de Janeiro. Suspensão do Ato Executivo Conjunto 47/2006. – “Não se constatando
irregularidade ou excesso no ato, necessária sua manutenção. Pedido julgado
improcedente” (CNJ – PCA 207 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 –
DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Instalação de Vara do Trabalho em desacordo com os princípios


constitucionais da moralidade e eficiência

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Instalação de Vara do Trabalho. – “Entendi, ao conceder a liminar, que
embora a lei facultasse ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região escolher dentre as
cidades relacionadas no artigo 3º da Lei 10.770, de 21.11.2003, aquelas em que seriam
instaladas as Varas do Trabalho, a opção pela cidade de Santa Rita de Sapucaí se fez em
dissonância com os princípios constitucionais da moralidade e da eficiência norteadores da
matéria e o inciso XIII do artigo 93 da Constituição Federal, ao determinar a instalação de
uma Vara do Trabalho em cidade com movimentação processual que, à vista de suas
condições demográficas, não justificaria tal medida”. Encaminhamento dos autos ao
Conselho Superior de Justiça do Trabalho” (CNJ – PCA 166 – Rel. Cons. Germana Moraes
– 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Interdição de estabelecimento prisional. Natureza administrativa da medida

“Daí por que correta a decisão da Corregedoria-Geral da Justiça


paulista no presente caso, vez que, não apenas traduz o controle hierárquico administrativo,
mas por estar sobretudo revestida de competência e formalidades necessárias, observando-
se assim o princípio da legalidade da execução penal. Não há dúvida que a natureza
jurídica do ato de interdição de estabelecimento de execução penal é administrativa. Não
fosse assim, a mencionada medida cautelar interposta perante o STJ teria sido distribuída e
julgada por algumas das Turmas componentes da 3ª Seção (5ª ou 6ª Turmas – art. 9º, § 3º,
I, do RISTJ), o que de fato não ocorreu, pois foi apreciada pela 1ª Turma, componente da
1ª Seção, a qual cabe processar e julgar os feitos relativos, entre outros, a nulidade ou
anulabilidade de atos administrativos (art. 9º, § 1º, II, do RISTJ)” (CNJ – PCA
200810000002397 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008 – Ementa não oficial).

Motivação

Procedimento de Controle Administrativo. Autorização de


residência fora da Comarca. Decisão administrativa não motivada. Nulidade reconhecida.
– “De acordo com o ordenamento constitucional vigente, somente no caso de autorização
administrativa do tribunal respectivo, é que o juiz titular poderá residir em local diverso do
da comarca em que exerce o oficio jurisdicional. O inciso X do art. 93 da Carta Magna de
1988 exige que as decisões administrativas sejam motivadas, não bastando a simples
referência a texto legal para indeferir pleito administrativo, havendo necessidade de
fundamentação quanto aos argumentos levantados pelo requerente, uma vez que a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o
agente à manifestação da vontade. Reconhece-se a nulidade da decisão administrativa do
TJMG, por ausência de fundamentação, determinando que a douta Corte Superior
requerida prolate nova decisão, observando o inciso X do art. 93 da Carta Magna de 1988,
apreciando motivadamente os argumentos elencados pelo requerente no seu pleito
administrativo. Recomendação aos Tribunais” (CNJ – PCA 152 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Pessoa portadora de necessidades especiais. Acesso às unidades do Poder


Judiciário de Minas Gerais

Pedido de Providências. Expedição de Ato Regulamentar. Apoio à


pessoa deficiente. Poder Judiciário local de Minas Gerais. Acesso às unidades do Poder
Judiciário. (CNJ – PP 1236 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU
20.04.2007 – Ementa não oficial).

Possibilidade de convalidação de atos administrativos inválidos

“A primeira observação a ser feita é que tanto a Lei Federal


9.784/99 e o Regimento Interno do CNJ vedam a revisão de atos praticados a mais de
cinco anos. E se legem habemos devemos respeitá-la. Aliás, o art. 2º da Lei 9.784/99
dispõe que a ‘Administração Pública obedecerá ao princípio da segurança jurídica’ e no
art. 54 fixa o prazo decadencial de cinco anos para aquela revisão de atos. Também o
parágrafo único do art. 95 do Regimento Interno do CNJ estabelece o mesmo princípio. O
segundo aspecto tem a ver com a segurança jurídica, não se podendo aceitar o argumento
de que os atos tidos por inconstitucionais não se submetem a esse regime posto que ‘nulos
e destituídos de qualquer eficácia jurídica’. Isto porque, na esteira da melhor doutrina, o
STF evoluiu no sentido de modular com incidência prospectiva os efeitos da declaração de
inconstitucionalidade, como previsto expressamente em leis mais recentes. As Leis 9.868,
de 10.11.99 (art. 27) e 9.882, de 03.12.99 (art. 11), passaram a dispor, respectivamente,
acerca do processo administrativo da União, da Ação Declaratória de Constitucionalidade,
Ação Direta de Constitucionalidade e Argüição de Descumprimento de Preceito
Fundamental, referindo-se à segurança jurídica, quer como princípio geral da
Administração Pública, de matriz constitucional, a justificar a permanência no mundo
jurídico de atos administrativos inválidos, quer como os princípios da supremacia da
Constituição e da nulidade ex tunc da lei inconstitucional. Aliás, no julgamento do PCA
510 esse entendimento foi prevalecente, afastando-se a incidência dos efeitos da nulidade
quando contraposta com o princípio da segurança jurídica, como enfatizaram os
Conselheiros Mairan Maia e Ministro João Oreste Dalazen” (CNJ – PCA
200710000012131, PCA 200810000003262 e PCA 200710000014437 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008 – Parte do Voto
parcialmente vencido do Conselheiro Rui Stoco).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na magistratura. Apuração de irregularidades denunciadas. – “Os princípios da segurança
jurídica, do fato consumado e a teoria da modulação prospectiva dos efeitos das nulidades
justificam a convalidação dos atos de nomeação e exercício da judicatura por parte de
candidatos em concurso de ingresso que apresentou irregularidades em seu
desenvolvimento, mas não revelou nulidades essenciais e absolutas. Impõe-se a solução
para preservar os atos judiciais e administrativos praticados e já consumados e evitar grave
dano e prejuízos ao Tribunal de Justiça e aos juízes nomeados e regularmente empossados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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há mais de um ano e que não contribuíram para tais irregularidades, bem como para
preservar a segurança jurídica, sem prejuízo da apuração dos fatos e eventual imposição de
sanções aos responsáveis” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor
Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons.
Rui Stoco).

“Vale considerar que um dos interesses fundamentais no Direito é a


estabilidade das relações constituídas. É pacificação dos vínculos estabelecidos a fim de se
preservar a ordem. Este objetivo importa muito mais no Direito Administrativo do que no
Direito Privado. É que os atos administrativos têm repercussão mais ampla, alcançando
inúmeros sujeitos, uns direta, e outros indiretamente, como observou SEABRA
FAGUNDES. Interferem com a ordem e estabilidade das relações sociais em escala muito
maior. Daí que a possibilidade de convalidação de certas situações – noção antagônica à de
nulidade em seu sentido corrente – tem especial relevo no Direito Administrativo. Não
brigam com o princípio da legalidade, antes atendem-lhe o espírito, as soluções que se
inspirem na tranqüilização das relações que não comprometem insuprivelmente o interesse
público, conquanto tenham sido produzidas de maneira inválida. É que a convalidação é
uma forma de recomposição da legalidade ferida. Portanto, não é repugnante ao Direito
Administrativo a hipótese de convalescimento dos atos inválidos (CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. Malheiros Editores, S.
Paulo, p. 297). Já observava CAIO TÁCITO: ‘Também o Direito Público valoriza o
decurso do tempo como elemento tanto aquisitivo como extintivo de direitos e obrigações’
(Temas de Direito Público. Ed. Renovar, S. Paulo, v. 2, p. 1928). Como se verifica, a teoria
do fato consumado não é estranha ao Direito, nem recebe censura da doutrina ou da
jurisprudência. Pelo contrário, está consagrada” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons.
Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencedor do Cons. Rui Stoco).

Possibilidade de reexame pelo próprio órgão que o editou

Recurso Administrativo. Revogação de Resolução editada pelo


Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Súmula 473/STF. – “Não se justifica a
intervenção do Conselho Nacional de Justiça quando há possibilidade de reexame do ato
administrativo pelo próprio órgão que o editou (STF, súmula 473)” (CNJ – PCA 11217 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Possibilidade de revisão pelo próprio órgão ou Tribunal de que se originou

Ato administrativo. Possibilidade de revisão pelo próprio órgão de


que se originou. Desnecessidade de provocação direta do Conselho Nacional de Justiça.
Decisão monocrática mantida. – “I) A relevância outorgada pela Emenda 45/2004 ao
Conselho Nacional de Justiça exige reflexão no sentido de se racionalizar a sua atuação,
sem que isso implique renúncia de competência, de modo a permitir-lhe dedicar-se
efetivamente à tarefa de construir políticas e definir estratégias que possam tornar mais
eficaz e eficiente o sistema judiciário brasileiro, sob pena de, em curto prazo, vir a padecer
dos mesmos males que afligem a entrega da prestação jurisdicional. II) Em se tratando de
impugnação de ato administrativo, de aplicação restrita no âmbito do Tribunal Estadual
respectivo, e passível de revisão pelo próprio órgão que o editou, a provocação direta do
Conselho Nacional de Justiça acarreta dispêndio de energia que poderia ser canalizada para
aquele objetivo maior, contribuindo, por conseguinte, para atrofiar o seu funcionamento
em prejuízo do alcance dos fins para os quais foi destinado. III) Recurso Administrativo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 200710000013044 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Prerrogativa da Administração de anular seus próprios atos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


admissão de servidores na Justiça Federal parcialmente anulado. Irregularidades na
aplicação de provas objetivas. Anulação de atos administrativos. Princípios da isonomia e
da vinculação ao edital. Prerrogativa da administração. Súmula 473 do STF –
Indeferimento. – “I – Uma vez constatadas irregularidades na aplicação de provas
objetivas, tem a Administração a prerrogativa de anular o certame, em todo ou em parte,
nos termos da Súmula 473/STF; II – Não se mostra irrazoável ou ilegítimo o ato que
determina a renovação de provas, visando dar efetividade aos princípios da isonomia e da
vinculação ao edital; III – Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere”
(CNJ – PCA 623 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).
Súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial”.

Pressupostos para o exercício do controle de atos

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de decisão


proferida pelo Conselho de Administração do TRF/1ª Região. Requisitos para
denominação de edifício da Justiça Federal. Questão não-consolidada e desprovida de
repercussão geral. Ato administrativo discricionário. Controle incabível. – “A apreciação,
pelo Conselho Nacional de Justiça, da legalidade de atos administrativos praticados por
órgãos ou agentes públicos pressupõe, por um lado, a repercussão geral do provimento
pugnado e, por outro, a consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da atuação
questionada” (CNJ – PCA 200810000006846 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pretensão de desconstituição do ato. Ausência de descrição da questão fática

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Pedido. Suspensão da instrução do PAD 093/2004 – SEJU. Ausência de
descrição dos fatos considerados como desvios funcionais. Ausência de descrição formal
dos fatos acusatórios e sua tipificação legal. Pedido. Edição de uma nova portaria
descritiva dos fatos. Liminar indeferida. Garantia ao princípio constitucional da ampla
defesa. Acolhimento do pedido. (CNJ – PCA 333 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Questão submetida ao exame do CNJ. Competência para apreciar a matéria


do Conselho da Justiça Federal – CFJ

Procedimento de Controle Administrativo. Questão de ordem


suscitada de ofício. Manipulação conjunta de representações a órgãos administrativos
distintos, ambos com competência revisora. Conveniência e oportunidade do exaurimento
do debate no âmbito administrativo originário. – “Restando demonstrado que a questão
submetida ao exame deste Conselho Nacional de Justiça foi também deduzida ao Conselho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


67

da Justiça Federal, órgão administrativo com competência para o reexame do ato


administrativo questionado (art. 105 da CF c.c. a Lei 8.472/92), configura-se
desnecessária, pelo menos momentaneamente, a atuação deste CNJ. Nessa hipótese, o
trânsito da mesma questão perante duas instâncias administrativas diferentes não deve ser
admitido, porquanto contrária às noções essenciais de logicidade, segurança e economia na
atuação da Administração Pública. Remessa da matéria ao CJF” (CNJ – PCA 63 – Rel.
Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006).

Reestruturação do quadro administrativo do Poder Judiciário do Estado do


Espírito Santo. Regulação deferida ao Tribunal de Justiça. Ausência de
violação a qualquer dispositivo legal. Incompetência do CNJ para apreciação
da alegação de inconstitucionalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Estado do Espírito


Santo. Lei reestruturando o quadro administrativo do Poder Judiciário do Estado.
Regulamentação deferida ao Tribunal de Justiça. Alegação de inconstitucionalidade.
Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Extinção gradativa do cargo de
escrivão. Criação do cargo de Chefe de Secretaria. Opção político-administrativa do
Tribunal que não fere qualquer princípio legal. Gratificação de função atribuída a
substituto Eventual benefício que todavia não pode ser concedido além do prazo da efetiva
substituição e somente após um mês de serviço prestado. Princípio da moralidade
administrativa e previsão do Estatuto do Servidor Público daquele Estado. Procedência
parcial do pedido, com anulação do dispositivo que permitia o pagamento do benefício sem
a contraprestação do serviço. (CNJ – PCA 21 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª Sessão – j.
31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Remoção de servidor ou magistrado. Ato ocorrido há mais de cinco anos.


Inadmissibilidade de controle administrativo (preclusão)

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidade em


concurso de remoção aberto em 2000. Prescritibilidade. – “Nos termos do parágrafo único
do art. 95 do Regimento Interno deste Conselho, não se mostra possível o controle
administrativo de atos praticados há mais de cinco anos, não existindo, portanto,
possibilidade de anulação do ato praticado anteriormente a esse marco” (CNJ – PCA 297 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007
– Ementa não oficial).

Revisão. Desvio de função dos oficiais de justiça

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Decisão administrativa do TJPI. Inconstitucionalidade do parágrafo único
do artigo 44 da Lei Estadual 52.237/02. Oficial de Justiça do Poder Judiciário do Piauí.
Desvio de função. – “Afastado pelo TJ/PI o cumprimento de tal dispositivo legal porque
inconstitucional, com a suspensão do pagamento das parcelas, resta flagrante o prejuízo
dos servidores em desvio de função. (...) a alegada necessidade de serviço para justificar a
prática de desvio de função nada mais é do que fórmula criada pelo TJ/PI para atender
oficiais de justiça que, atraídos pelas vantagens e garantias, buscam quedar-se em
gabinetes, com flagrante prejuízo da celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. É
que, afastados de suas funções originais deixam de cumprir mandados e diligências
levando a administração a contratar oficias de justiça ad hoc, situação que não pode ser
mantida sob pena de claro e evidente desvio de finalidade dos atos de designações. (...)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


68

Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado, para, prejudicado o


exame da legalidade do ato, indicar ao Tribunal requerido que, diante do evidente desvio
de finalidade do ato de nomeação dos Oficiais de Justiça para funções outras, em prejuízo
ao interesse publico e a administração da justiça e, agora, dos servidores, determine a
imediata recondução destes a suas funções originárias” (CNJ – PCA 343 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Parte do voto).

Revisão. Discussão na esfera administrativa do próprio tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Resolução 1.046/2005 do TRT da 4ª Região. Interesse meramente
individual, a ser discutido na esfera administrativa do próprio TRT da 4ª região. Edição da
Resolução CNJ 11, de 31.01.2006. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 31 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Revisão. Pedido denegado

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Revisão de ato administrativo. Pedido. Suspensão de despacho da
Presidência do TJPR que determinou o parcelamento de pagamento pecuniário individual.
Desconstituição do Decreto Judiciário 291. Decisão monocrática. Não acolhimento do
pedido. (CNJ – PCA 446 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 –
DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

Revisão de ato administrativo. Delegação de competência do Desembargador


para Juiz Auxiliar da Corregedoria

Recurso no Pedido de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Ato de delegação de competência do Desembargador relator em processo
administrativo disciplinar para Juiz Auxiliar da Corregedoria. Violação ao princípio do juiz
natural. Decisão monocrática. (CNJ – PCA 250 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Revisão pelo CNJ. Exigência de consolidação definitiva da situação jurídica

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Técnico judiciário executor de mandados. Pleito de remoção por
antiguidade. Indeferimento. Alegada perseguição e violação ao princípio da legalidade.
Direito individual. Não conhecimento. – “A apreciação, por parte do Conselho Nacional de
Justiça, da legalidade dos atos administrativos praticados por órgãos ou agentes públicos
pressupõe, por um lado, a consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da
atuação questionada e, por outro, a repercussão geral do provimento pugnado” (CNJ –
PCA 20081000016232 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Revisão pelo CNJ. Exigência de esgotamento das instâncias administrativas


pelo próprio órgão ou Tribunal que editou o ato

Ato administrativo. Possibilidade de revisão pelo próprio órgão de


que se originou. Desnecessidade de provocação direta do Conselho Nacional de Justiça.
Decisão monocrática mantida. – “I) A relevância outorgada pela Emenda 45/2004 ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


69

Conselho Nacional de Justiça exige reflexão no sentido de se racionalizar a sua atuação,


sem que isso implique renúncia de competência, de modo a permitir-lhe dedicar-se
efetivamente à tarefa de construir políticas e definir estratégias que possam tornar mais
eficaz e eficiente o sistema judiciário brasileiro, sob pena de, em curto prazo, vir a padecer
dos mesmos males que afligem a entrega da prestação jurisdicional. II) Em se tratando de
impugnação de ato administrativo, de aplicação restrita no âmbito do Tribunal Estadual
respectivo, e passível de revisão pelo próprio órgão que o editou, a provocação direta do
Conselho Nacional de Justiça acarreta dispêndio de energia que poderia ser canalizada para
aquele objetivo maior, contribuindo, por conseguinte, para atrofiar o seu funcionamento
em prejuízo do alcance dos fins para os quais foi destinado. III) Recurso Administrativo
conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 200710000013044 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Revogação de portaria. Perda do objeto

Recurso Administrativo em PCA. Impugnação de portaria do


TJMS. Dispensa de servidor na data de seu aniversário. Revogação da portaria. Perda do
objeto. Recurso improvido. – “Não há que se falar em declaração de nulidade de ato
administrativo já revogado pelo Tribunal de origem. Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200910000009750 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 –
DJU 15.05.2009).

Suspensão de pagamento de gratificação especial

Controle administrativo. Servidor Público. Suspensão de


pagamento de gratificação especial por ato não motivado da administração. Verba
pretensamente fixada em lei. Ato motivado publicado no mês seguinte ao corte da verba.
Pedido improcedente. (CNJ – PCA 499 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Tribunal de Contas da União

Pedido de Providências. Irresignação em face de ato administrativo


do Tribunal de Contas da União. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça, pois o
referido órgão não integra o Poder Judiciário. (CNJ – PP 18080 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

ATO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA SUJEITO AO CONTROLE DO PRÓPRIO


TRIBUNAL
Impossibilidade de atuação do CNJ. Princípio da subsidiariedade

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Ato de autoridade judiciária sujeito a controle por órgão local. Incompetência do
Conselho Nacional de Justiça. Princípio da subsidiariedade. – “Não cabe, como regra
geral, a intervenção do CNJ para controlar ato de autoridade judiciária sujeito a supervisão
de órgão local. A criação do Conselho Nacional de Justiça não eliminou as instâncias
locais de controle que, salvo nos casos de morosidade ou irregularidade, devem ser
prestigiadas. Incidência do princípio da subsidiariedade. Precedentes. Recurso conhecido e
improvido” (CNJ – PCA 200810000027345 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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ATO IMPUGNADO
Necessidade de indicação clara e precisa

Procedimento de Controle Administrativo. Delimitação dos


fundamentos fáticos do pedido. Indicação clara e precisa. Obrigatoriedade. Art. 92,
RICNJ. – “I) Constitui ônus do autor, ao provocar o controle administrativo do CNJ, a
indicação precisa do ato impugnado, delimitando com clareza as razões fáticas que
justificam sua postulação. II) Consoante o disposto no art. 92 do Regimento Interno do
CNJ, somente a especificação precisa dos fatos subjacentes ao pedido legitima e ampara a
atividade persecutória do controle e fiscalização administrativa. III) À luz das funções
institucionais delineadas pela Constituição Federal, no art. 103-B, ao CNJ incumbe o
controle administrativo e financeiro dos órgãos jurisdicionais e serviços auxiliares da
Justiça, mas, apenas e tão-somente, diante de fatos e/ou dados concretos. Refoge à
competência do Conselho a atividade de auditoria sobre a execução de contratos
administrativos de prestação de serviços. IV) Procedimento de Controle Administrativo
não-conhecido” (CNJ – PCA 200910000001725 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

ATO JUDICIAL
V. tb.: DECISÃO JUDICIAL – QUESTÃO JUDICIAL

Denominação dada às operações policiais em atos judiciais. Recomendação aos


Magistrados Criminais que evitem a adoção de tal prática
Vide: Recomendação CNJ 18, de 04.11.2008.

Inadmissibilidade de controle pelo CNJ

Pedido de Providências. Consulta sobre a possibilidade de


reconhecimento da vantagem prevista a Lei 1.711/52 para magistrados aposentados.
Existência de decisão judicial. Não conhecimento. – “Não cabe ao CNJ a análise, revisão
ou reforma de decisão de cunho jurisdicional” (CNJ – PP 200710000016185 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Prazo.


Intempestividade. Exame de matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “É
intempestivo o recurso protocolizado após o decêndio legal (art. 103 do RICNJ). A atuação
deste Conselho Nacional de Justiça está adstrita ao controle da atividade funcional, e não
judicante, dos membros e demais órgãos integrante do Poder Judiciário. Recurso não
provido” (CNJ – PP 1247 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª
Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Decisão


monocrática que não conheceu o pedido. Matéria estranha às atribuições do CNJ. Ato
judicial. – “Não compete ao Conselho Nacional de Justiça - órgão de controle
administrativo - atuar como revisor de decisões judiciais. A atuação deste Conselho deve
ter como primado à independência dos magistrados no exercício de seu poder jurisdicional.
Precedentes. Recurso Administrativo a que se nega provimento. Decisão unânime” (CNJ –
PP 200810000014806 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


71

13.02.2009).

Pretensão de reexame do mérito de decisão monocrática acerca de correição


parcial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. – “O CNJ não


reaprecia o mérito da decisão monocrática relativa à correição parcial, de caráter
jurisidicional, porquanto não tem competência constitucional para o reexame de matéria
jurisdicional” (CNJ – RD 10 – Rel. Ministro Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Pretensão de revisão pelo CNJ. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Recurso administrativo. Decisão


monocrática reconhecendo a incompetência do CNJ para revisar decisões judiciais.
Alegação de arbitrariedade e injustiça. Incompetência do CNJ para revisar decisão judicial.
Recurso improvido. (CNJ – PP 512 – Rel. Paulo Lôbo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).
No mesmo sentido: CNJ – PP 568 – Rel. Paulo Lôbo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

ATO JURÍDICO PERFEITO


Nepotismo. Nomeações de servidores anteriores à Lei n° 9.421/96

Procedimento de Controle Administrativo. Poder Judiciário da


União e do Distrito Federal e Territórios. Designação de Servidores para Cargos de
confiança e funções gratificadas. Prática de nepotismo. Princípios da impessoalidade e da
moralidade administrativas. Lei ordinária federal e alcance temporal da disciplina. – “Os
princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa, inscritos no
art. 37, caput da CF, ostentam densidade normativa suficiente para inibir a prática do
chamado nepotismo, razão por que não se faz necessária edição de outra norma jurídica, de
caráter infraconstitucional, para coibir esse fenômeno. Disso decorre que a edição da Lei
Federal n° 9.421/96, no âmbito do Poder Judiciário da União e do Distrito Federal e
Territórios – definindo como atos de nepotismo as indicações de cônjuges, companheiros
ou parentes até o terceiro grau, inclusive, dos membros ou dos juízes vinculados aos
tribunais, ressalvadas as hipóteses em que tais servidores são ocupantes de cargos de
provimento efetivo das carreiras judiciárias, quando a vedação é restrita à nomeação ou
designação para servir junto ao magistrado determinante da incompatibilidade –, há de ser
compreendida como instituidora de critérios objetivos destinados a qualificar a prática,
assim ensejando o seu combate pelas várias instâncias e formas de controle dos atos do
Poder Público. Ante o significado e a eficácia normativa dos princípios da impessoalidade
e da moralidade administrativas, não se mostra razoável sustentar que a Lei n° 9.421/96
tenha buscado legitimar os atos de nomeação e designação de servidores realizados à
margem de seus critérios, ainda que processados em momento anterior ao seu advento,
inexistindo, nesses casos, ato jurídico perfeito ou direito adquirido. Pedido de Providências
conhecido e parcialmente acolhido. Processo de Controle Administrativo procedente (CNJ
– PCA 15 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 – DOU 24.10.2005).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


72

ATO JURISDICIONAL
Revisão pelo CNJ. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Ato jurisdicional. Revisão. Incompetência


CNJ. – “Como sabido, compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (art.
103-B, § 4º, CF). Não se permite ao CNJ se imiscuir nos atos praticados pelos juízes, no
regular exercício da prestação jurisdicional” (CNJ – PP 1204 – Rel. Cons. Joaquim Falcão
– 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Recurso administrativo em Pedido de Providências. Decisão


monocrática de arquivamento. Manutenção. Insurgência contra decisão judicial.
Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. – “A escolha da aplicação da legislação
ao caso concreto, em demanda judicial, compete ao magistrado que atua na causa, de
acordo com a análise dos fatos que são trazidos aos autos e com a sua livre convicção
(CPC, art. 131), não se tratando, pois, de matéria administrativa que comporte atuação
deste Conselho, que é órgão de controle estrito da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário, nos termos do que dispõe o parágrafo 4º do art. 103-B da Constituição
Federal. Ademais, o acerto, ou não, da aplicação da lei pelo juiz ao caso resolve-se,
também, no âmbito judicial, por meio de recurso próprio em cada espécie de processo e
procedimento. Recurso Administrativo em Pedido de Providências de que se conhece e a
que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000032559 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

ATO NORMATIVO
Vide: REGIMENTO INTERNO

ATO NORMATIVO DE TRIBUNAL


Limitação mensal do número de mandados a ser cumpridos com gratuidade

Pedido de Providências. Ato normativo. Limite do número de


mandados cumpridos mensalmente. Ações com trâmite amparado pelo benefício da
gratuidade da Justiça. Princípio da inafastabilidade do controle judicial. CF/88, art. 5º,
XXXV. – “I) A melhor exegese do art. 5º, XXXV, da CF/88, qual seja, aquela capaz de lhe
conferir máxima efetividade, rechaça a validade, não só de leis, mas de atos tendentes a
obstaculizar o acesso ao Poder Judiciário, bem assim, o recebimento de postulações e seu
regular processamento, inclusive mediante deferimento da gratuidade, quando se faça
necessária. II) O princípio da inafastabilidade da jurisdição plasma-se, sobretudo, na
seqüência regular das rotinas procedimentais inerentes ao devido processo legal,
desenvolvendo-se o trâmite segundo as regras e prazos de Direito Processual, sob a
fiscalização e direção do juiz. III) Destaca-se o direito de acesso à jurisdição como direito
ao efetivo processamento das demandas, estejam, ou não, amparadas pelo benefício da
gratuidade. IV) Não há jurisdição efetiva onde a máquina judiciária impede ou limita o
livre acesso de todos ao Poder Judiciário, inclusive mediante isenção do pagamento de
custas, em casos de reconhecida hipossuficiência econômica do postulante. V) Pedido de
providências a que se defere” (CNJ – PP 200810000027310 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


73

ATOS DELEGÁVEIS
Vide: ATOS ORDINATÓRIOS

ATOS ORDINATÓRIOS
Palavras-chave: ATOS DELEGÁVEIS
Inoportunidade do CNJ de estabelecer instrução uniforme para todo o país

Pedido de Providências. Regulamentação sobre atos ordinatórios.


Prática pelo servidor. Art. 162, § 4º, do CPC. Delegação de serviços de protocolo.
Inoportunidade deste Conselho de estabelecer regulamento ou instrução uniforme para
todo o país, indicando exaustivamente os atos delegáveis ou que dispensam despacho
judicial” (CNJ – PP 109 – Rel. Paulo Lôbo – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006
– Ementa não oficial).

ATOS PROCESSUAIS
Comunicação, publicidade e divulgação no âmbito do CNJ. Instituição do
Diário Eletrônico, que substitui integralmente a versão impressa das
publicações oficiais
Vide: Portaria CNJ 229, de 15.04.2008

ATRIBUIÇÃO DE NOMES A BENS PÚBLICOS


Administração do Poder Judiciário nacional. Atribuição de nomes de pessoas
vivas. Regulamentação
Vide: Res. CNJ 52, de 08.04.2008.

AUDITOR OU AGENTE FISCAL DA RECEITA FEDERAL


Atividade jurídica. Consulta com interesse meramente individual

Pedido de Providências. Consulta individual. Auditor fiscal da


Receita Federal do Brasil. Atividade jurídica. Artigo 2º da Resolução 11/2006 do
Conselho Nacional de Justiça. – “Questiona-se se o exercício da atividade de Auditoria
Fiscal da Receita Federal do Brasil (cargo resultante da unificação dos cargos de Auditor
Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da Receita Federal – Lei 11.457/2007) se
insere no cômputo para atividade jurídica, nos termos do artigo 2º da Resolução 11/2006.
Interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o Judiciário
Nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça. Consulta não conhecida”
(CNJ – PP 200810000009380 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008
– DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo. Atividade jurídica. Agentes fiscais de


renda. – “Para efeito de verificação das atribuições do cargo como subsumíveis no
conceito de atividade jurídica, devem os candidatos submetê-las à respectiva banca
examinadora do concurso público. Questões individuais e concretas não se prestam à
consulta dirigida ao CNJ” (CNJ – PP 200810000008880 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Enquadramento no art. 2º da Res. 11/2006

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


74

“O cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, resultante


da unificação dos cargos de Auditor Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da
Receita Federal (Lei 11.457/2007), claramente pode ser enquadrado no art. 2º da Res.
11/2006 do CNJ” (CNJ – PP 1438 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

AUDITORIA MILITAR
Vide: JUSTIÇA MILITAR

AULAS
Palavras-chave: MAGISTÉRIO

Exercício do magistério pelos juízes. Mais de uma atividade docente

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Magistrado.


Exercício do Magistério. – “I) A norma do art. 95, parágrafo único da Constituição Federal
não impede o exercício pelo magistrado de mais de uma atividade docente. II) O exercício
do magistério pelo Magistrado deve se dar em carga horária compatível com o
desempenho da atividade jurisdicional. Precedente do Supremo Tribunal Federal (MC na
ADIN 3126/DF). III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 434 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

AUTARQUIA ESTADUAL
Centro de perícias. Incompetência do CNJ

Pedido de Providência. Deficiência do Centro de Perícias Renato


Chaves, que realiza exames de insanidade mental para todo o Estado do Pará. Autarquia
Estadual. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento do Processo.
(CNJ – PCA 231 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

AUTONOMIA DOS TRIBUNAIS


Ampliação da competência de Varas (unidades jurisdicionais)

Procedimento de Controle Administrativo. Ampliação da competência das Varas


Cíveis, Comerciais e de Relação de Consumo. Res. 18/2008 do Tribunal de Justiça do
Estado da Bahia. Autonomia e discricionariedade. Pedido julgado improcedente. – “A
Constituição Federal confere aos Tribunais a competência privativa para a organização e
funcionamento de seus órgãos jurisdicionais, não cabendo ao CNJ intervir em sua
administração. Pedido a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200810000028647 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Criação de turmas de julgamento por norma regimental

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


75

Procedimento de Controle Administrativo. Consulta de caráter


geral. Autonomia dos tribunais. Competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e
administrativos. Criação (divisão ou fracionamento) de turmas por norma regimental.
Possibilidade. Indeferimento. – “I) Por revestir-se dos requisitos de generalidade e
interesse geral, deve ser conhecido o presente Procedimento de Controle Administrativo.
II) O Conselho Nacional de Justiça deve zelar pela autonomia do Poder Judiciário, nos
termos precisos do art. 103-B, §4º, inciso I, da CF/88. III) Com a extinção da representação
classista e o advento da EC 24/99, não mais se aplica o § 8º do artigo 670 da CLT,
mostrando-se plenamente possível a criação (divisão ou fracionamento) dos TRTs com 8
membros em Turmas. Aplicação da Res. 32/CSJT, que confere legitimidade de alteração
regimental aos Tribunais de origem (MC na ADI 410/SC). IV) Procedimento de Controle
Administrativo a que se de indefere” (CNJ – PCA 200810000008041 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Distribuição e funções e competências entre órgãos jurisdicionais

“A distribuição de funções e competências entre os órgãos


jurisdicionais, a proposição de criação de novas Varas, bem assim, a alteração da
organização e da divisão judiciárias são de incumbência privativa dos Tribunais,
obedecendo ao juízo de conveniência e oportunidade orientado por cronogramas de
trabalho elaborados a partir de critérios técnicos e do estabelecimento de ordens prioritárias
de atividades” (CNJ – PP 200810000004266 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Estabelecimento de critérios para promoção e remoção de magistrados

“A delegação contida na Res. 06 objetivou preservar a autonomia


administrativa dos tribunais, sobretudo para a positivação de especificidades regionais e
setoriais, ao mesmo tempo em que visou reunir um amplo arsenal de experiências que
deverão balizar a edição do futuro Estatuto da Magistratura” (CNJ – PP 734 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não
oficial).
Observação: A Res. 06, de 13.09.2005, do CNJ dispõe sobre a aferição do merecimento
para promoção de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º Grau.

Servidores designados para ocupação dos cargos

Pedido de Providências. Concurso Público para Escrivão


Judiciário. Servidores designados para ocupação de cargos. Expiração do prazo do
concurso público realizado em 2004. Pedido indeferido. – “Não vislumbro irregularidade
no fato do tribunal manter servidores, de seu quadro funcional, na titularidade de Escrivão
Judiciário, posto que as atividades estão sendo devidamente desenvolvidas. É preciso que
se mantenha a observância da autonomia administrativa e financeira dos Tribunais, ponto
de concordância neste Conselho” (CNJ – PP 20081000000959 – Rel. Cons. Andréa Pachá
– 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Ementa não oficial).

AUTOR
V. tb.: REQUERENTE

Ausência de qualificação do requerente em procedimento perante o CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


76

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

AUTORIZAÇÃO DE VIAGEM PARA MENORES


Inexistência de postos de atendimento

Autorização de viagem para menor. Inexistência de postos de


atendimento. – “Deve o Poder Judiciário Estadual viabilizar a instalação de postos de
atendimento, para fins de autorização de viagens de menores, em aeroportos e rodoviárias
nas cidades de grande densidade populacional” (CNJ – PP 200910000001865 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

AUTOS DE PROCESSO
Ato da Corregedoria Geral determinando a entrega dos autos com vista ao
Ministério Público nas dependências do fórum

Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da


Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso com a determinação de entrega
dos autos com vista aos membros do Ministério Público nas dependências do fórum.
Precedentes. Liminar concedida. Pedido julgado procedente. – “I) Essencial ao exercício
da função jurisdicional do Estado (art. 127, caput, da CF/88), as prerrogativas dos
Membros do Ministério Público prestam à proteção do Jurisdicionado. II) A recomendação
feita pela Corregedoria mato-grossense implica na descontinuidade da prestação
jurisdicional, acarreta atrasos na tramitação dos processos e, portanto, prejudica o cidadão
usuário dos serviços da Justiça, tudo isto a caracterizar a urgência do sobrestamento do ato.
III) Não pode uma recomendação do Corregedor Geral da Justiça modificar disposição
legal contida em Lei Federal. IV) Pedido julgado procedente, tornada definitiva a liminar
antes concedida” (CNJ – PCA 200810000028234 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Distinção entre acesso aos autos e carga dos autos

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamento do


Tribunal sobre acesso e carga de autos. Distinção entre acesso aos autos e carga dos
autos. Ausência de conflito entre os princípios da publicidade e da indispensabilidade do
advogado. Indeferimento. – “Não se confunde o acesso dos autos com a carga dos autos. O
acesso significa a concretização do direito de qualquer pessoa compulsar os autos na
serventia do Tribunal, enquanto que a carga dos autos é o direito das partes e seus
representantes retirarem os autos do processo em que litigam das dependências da Corte.
Precedentes do STF (AI 577847-PR e MC no MS 26772-DF)” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge


Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Extração de cópias

“Devem os Tribunais ofertar serviço de fotocópia em suas


serventias para possibilitar o direito de acesso e extração de cópias. Não disponibilizando o
serviço, deverão permitir, mediante cautela idônea, a retirada dos autos, mesmo que por
pessoas estranhas ao processo” (CNJ – PCA 200710000014401, PCA 200710000015168 e
PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Processos Criminais. Remessa ao Ministério Publico antes da distribuição

Pedido de Providências. Distribuição irregular dos processos


criminais, descumprimento Res. 204/2005 e Constituição Federal. – “O processo deve ser
imediatamente distribuído ao ser protocolizado no Tribunal, não havendo justificativa para
postergação da distribuição. Inteligência do Art. 93, XV, da Constituição Federal.” (CNJ –
PP 2009100000029070 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Consulta. Distribuição processual. Recursos criminais.


Manifestação prévia da Procuradoria-Geral de Justiça. – “A distribuição dos recursos
criminais deve preceder o encaminhamento à Procuradoria-Geral de Justiça, por força do
disposto no art. 93, XV da Constituição Federal e do art. 41, III da Lei 8.625/1993” (CNJ –
CONS 200910000016261 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

Processos digitais findos perante o CNJ. Acesso aos autos

"Nos processos digitais findos ou em curso perante o Conselho


Nacional de Justiça, o acesso à íntegra dos autos é limitado às partes e seus
advogados constituídos e ao Ministério Público (Lei 11.419/2006, art. 11, § 6º)."
(Enunciado Administrativo CNJ 11, de 02.06.2008).
Precedente: PCA 200710000003932 – 62ª Sessão Ordinária – j. 15.05.2008.
Revogado na 69ª Sessão Ordinária, do dia 09 de setembro de 2008 (REVSEC
200820000007325)

Retirada dos autos do cartório sem ser parte integrante dele

“Devem os Tribunais ofertar serviço de fotocópia em suas


serventias para possibilitar o direito de acesso e extração de cópias. Não disponibilizando o
serviço, deverão permitir, mediante cautela idônea, a retirada dos autos, mesmo que por
pessoas estranhas ao processo” (CNJ – PCA 200710000014401, PCA 200710000015168 e
PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

“Não se mostra razoável permitir que qualquer cidadão, até mesmo


advogado, possa retirar processo sem ser parte integrante dele, em face do controle dos
prazos e da segurança dos documentos acostados nos autos” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge


Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

AUXÍLIO MORADIA
V. tb.: AJUDA DE CUSTO

Caráter indenizatório

“Dessa forma, concluo que a concessão do auxílio moradia, nos


termos da LOMAN e do art. 215 da Lei Complementar Estadual 4.964, de 26.12.85, pelo
Tribunal de Justiça de Mato Grosso, somente deverá ser considerada legal quando
indenizatória e transitória, para magistrados de 1º grau que não possuam residência própria
ou oficial na Comarca, jamais, porém, podendo incorporar-se aos subsídios. Nessas
hipóteses, nos termos constitucionais e legais – por se tratar de verba indenizatória – não
estará sujeita ao teto remuneratório constitucional” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Parte
do voto do relator).

Caráter transitório do benefício

Auxílio-moradia. Concessão. – “Não se pode, portanto, pretender


aplicar de forma universal – a todos os magistrados do Estado – uma verba indenizatória
de natureza transitória, cuja razoabilidade indica a necessidade de implementação somente
para aqueles magistrados que atuando em Comarcas sem residência oficial, igualmente,
não possuam residência própria” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Exigência de lei estadual como condição para sua concessão

“Em relação ao auxílio-moradia, importante fixar a premissa de


impossibilidade de sua fixação e pagamento sem expressa previsão de legislação estadual,
nos termos do art. 65, II da LOMAN (suspensão do § 3º, do art. 65 da LOMAN: Rep.
1.417/DF – Rel. Min. Moreira Alves. A título exemplificativo, posteriormente: MS
209.399/160/MG – Rel. Min. Aldir Passarinho – Diário da Justiça: 14.12.90 – Ementário
1.606-1, referente ao TRT – 3ª Região. Nesse julgamento unânime, participaram os atuais
Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello e Marco Aurélio)” (CNJ – PCA 440 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 –
Ementa não oficial).

Impugnação de resolução editada por Tribunal Estadual que regulamentou o


auxílio moradia. Extinção do benefício no âmbito do Estado

Procedimento de Controle Administrativo. Auxílio-moradia.


Impugnação de Res. 23/2006 do Tribunal de Justiça do Pará que regulamentou o referido
auxílio. – “O caput do artigo 65 da LOMAN diz ‘poderão ser’ concedidas vantagens,
expressão que revela a facultatividade de sua aplicação. Sendo assim, diante da autonomia
administrativa do Colendo Tribunal, assegurada pela Constituição Federal, não vislumbro
qualquer irregularidade ou ilegalidade no ato administrativo impugnado, que suprime, de
vez, no Poder Judiciário do Estado do Pará, o auxílio-moradia pecuniário ou em qualquer

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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das modalidades que a aludida norma define” (CNJ– PCA 423 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Magistrados inativos. Incabimento

“Diante do exposto, julgo parcialmente procedente o presente


Procedimento de Controle Administrativo, a fim de determinar ao TJ/RO, quanto às verbas
abaixo, o seguinte: auxílio moradia pago de forma indiscriminada e sem limitação ao teto
remuneratório: suspensão definitiva do seu pagamento, a contar da decisão do TJ/RO que
regulamentou o corte: (a) aos magistrados que disponham de residência própria na sede da
comarca; (b) aos magistrados que disponham de residência oficial na sede da comarca; (c)
aos eventuais inativos; (d) àqueles que não se enquadram no marco temporal fixado pelo
Presidente do TJ/RO no processo administrativo 034/2007 (“o auxílio moradia não será
concedido por prazo superior a cinco anos dentro de cada período de oito anos”). Não há
falar em ressarcimento, pois somente agora possibilitou-se a análise da legalidade de seu
pagamento” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária
– j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Natureza jurídica e caráter indenizatório

“Os argumentos trazidos aos autos pelo TJ/RO apenas corroboram


a constatação de que a verba está sendo paga com intuito remuneratório. Sublinhe-se, em
primeiro lugar, que o reconhecimento pelo CNJ da legalidade do auxílio moradia não
implica que deva o mesmo ser concedido a todos os magistrados daquele Estado. Por outro
lado, a invocada necessidade de tratamento igualitário a todos os magistrados – o qual
restaria ofendido no caso de restringir-se a sua concessão – afasta a sua marca
indenizatória, pois as verbas indenizatórias são devidas apenas em casos específicos, e não
a todas as pessoas, de forma generalizada como defendida pelo TJ/RO. O auxílio moradia
visa justamente a suprir faltas específicas, existentes em determinadas cidades, com
relação a determinados magistrados. Veja-se o voto do ilustre conselheiro Alexandre de
Moraes, proferido na instauração do PCA 440, em que o CNJ firmou posicionamento
acerca a natureza jurídica do auxílio moradia (verba salarial, que apenas será legal quando
tiver caráter indenizatório e transitório). Também ficou esclarecido que a sua concessão
dar-se-á segundo o princípio da proporcionalidade – princípio este que tem justamente o
objetivo de afastar arbitrariedades e que, especificamente quanto ao auxílio moradia,
impede a sua concessão indiscriminada: ‘Ocorre, porém, que o referido auxílio moradia é
pago de forma indiscriminada a todos os magistrados estaduais, ignorando, dessa fora, a
natureza jurídica dessa verba indenizatória, pois, conforme afirmou o STF, trata-se de ‘um
regime a que é natural e inerente o caráter transitório’ (MS Pleno MS 21.852/DF – Rel.
Min. Octavio Gallotti). Não se pode portanto, pretender aplicar de forma universal – a
todos os magistrados do Estado – uma verba indenizatória de natureza transitória, cuja
razoabilidade indica a necessidade de implementação somente para aqueles magistrados
que, atuando em Comarcas sem residência oficial, igualmente, não possuam residência
própria. Observe-se que, recentemente, na AO 587, Rel. Min. Ellen Gracie (06.04.2006), o
Supremo Tribunal Federal declinou de sua competência para a análise da legalidade do
auxílio moradia destinado aos magistrados do Distrito Federal, exatamente por se tratar de
verba indenizatória e eventual, não devida a todos os magistrados indistintamente
(conferir, ainda, em relação à natureza indenizatória e eventual do auxílio moradia: RE
99.198, 2ª Turma, Rel. Min. Oscar Correa, v.u.). O pagamento indiscriminado do auxílio
moradia a todos os membros do Poder Judiciário transforma essa verba indenizatória em
clara verba salarial, de natureza permanente, ferindo a razoabilidade, pois acaba por

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


80

desconsiderar sua natureza jurídica e sua finalidade legal. O princípio da razoabilidade


definido como aquele que exige proporcionalidade, justiça e adequação entre os meios
utilizados pelo Poder Público, no exercício de suas atividades, inclusive administrativas, e
os fins por ela almejados, levando-se em conta critérios racionais e coerentes (MARIA
PAULA DALLARI BUCCI. O Princípio da Razoabilidade em Apoio à Legalidade.
Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, Ed. RT, São Paulo, ano 4, n. 16,
p. 173, jul-set./96; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO. Regulamentação
Profissional: Princípio da Razoabilidade. Revista de Direito Administrativo, v. 204, p.
333 ss., abr-jun./96), ou ainda, como define-o José Eduardo Martins Cardoso, sob a óptica
da Administração Pública, aquele que ‘determina à Administração Pública, no exercício de
faculdades discricionárias, o dever de atuar em plena conformidade com critérios racionais,
sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais dominantes” (Princípios
Constitucionais da Administração Pública de Acordo com a Emenda Constitucional 19/98.
Os 10 Anos da Constituição Federal (Coord. Alexandre de Moraes). São Paulo: Atlas,
1998, p. 182) é de observância a todas as autoridades públicas. A Constituição Federal
exige do Poder Público, como já tive oportunidade de afirmar (Constituição do Brasil
Interpretada e Legislação Constitucional. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2006, item 5.100), uma
coerência lógica nas decisões e medidas administrativas, estando englobados na
razoabilidade, a prudência, a proporção, a indiscriminação, a proteção, a
proporcionalidade, a causalidade, em suma, a não-arbitrariedade (Conferir: AUGUSTIN
GORDILLO. Princípios Gerais de Direito Público. São Paulo: Ed. RT, 1977. p. 183;
DROMI, ROBERTO. Derecho Administrativo. 6. ed. Buenos Aires: Ciudad Argentina,
1997, p. 36)”. Aliás, a Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia ajuizou
reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, que foi atuada sob o número 5.120-0, em
desfavor justamente da decisão cautelar proferida neste PCA, sob o argumento de que
houve ‘evidente invasão de competência legislativa federal e estadual, pois criou novas
hipóteses de vedação à percepção da verba denominada auxílio moradia pelos
magistrados’. A Associação acrescentou que o CNJ teria usurpado a competência do STF
‘ao afastar a Lei Estadual de Rondônia do seu campo de aplicação, por suposta
inconstitucionalidade’, não observando, assim, os fundamentos lançados pelo STF nas
ADIs 3.823, 3.367, 1.899, 2.105 e 509. O Relator, Ministro Ricardo Lewandowski, não
conheceu a reclamação, sustentando que a tese de cabimento de reclamação com base em
ofensa apenas a fundamentos de decisão do STF (a chamada ‘transcendência dos
fundamentos determinantes de suas decisões’) encontra-se, por ora, sem definição naquela
Corte. O relator também consignou que a decisão do CNJ, que era a então reclamada, não
se fundamentou em declaração de inconstitucionalidade. Com efeito, em momento algum
foram invocados argumento de índole constitucional para determinar o corte cautelar do
auxílio moradia dos magistrados do Estado de Rondônia. Assim, já afasto o argumento de
usurpação de competência do STF” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni –
13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Pagamento de auxílio-moradia, diárias e concessão de passagens no âmbito do


CNJ
Vide: Portaria CNJ 251, de 19.05.2008 e Portaria CNJ 357, de 26.08.2008.

Pagamento indiscriminado e sem limitação ao teto remuneratório

“Diante do exposto, julgo parcialmente procedente o presente


Procedimento de Controle Administrativo, a fim de determinar ao TJ/RO, quanto às verbas
abaixo, o seguinte: auxílio moradia pago de forma indiscriminada e sem limitação ao teto
remuneratório: suspensão definitiva do seu pagamento, a contar da decisão do TJ/RO que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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regulamentou o corte: (a) aos magistrados que disponham de residência própria na sede da
comarca; (b) aos magistrados que disponham de residência oficial na sede da comarca; (c)
aos eventuais inativos; (d) àqueles que não se enquadram no marco temporal fixado pelo
Presidente do TJ/RO no processo administrativo 034/2007 (“o auxílio moradia não será
concedido por prazo superior a cinco anos dentro de cada período de oito anos”). Não há
falar em ressarcimento, pois somente agora possibilitou-se a análise da legalidade de seu
pagamento” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária
– j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Previsão expressa na LOMAN. Manutenção

“O auxílio moradia está previsto na LOMAN (art. 65, II), devendo


ser mantido o seu pagamento – porém, nos moldes compatíveis com o seu imanente caráter
indenizatório. Nesta esteira, a Res. 13 do CNJ, em seu art. 8º, inciso I, alínea “b”,
determina a sua não-sujeição ao teto remuneratório, em razão de sua natureza
indenizatória. Porém, o seu pagamento de forma indiscriminada deve ser coibido. O
próprio COJE, em seu artigo 57, dispõe que o auxílio-moradia deve ser pago ao
“magistrado em efetivo exercício, que não dispuser de residência oficial”“ (CNJ – PCA
486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Ementa não oficial).

AUXÍLIO PRÉ-ESCOLAR
Pagamento aos juízes do trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Conselho Superior da


Justiça do Trabalho. Pagamento de auxílio pré-escolar aos magistrados do trabalho.
Possibilidade. Fundamento constitucional. Lei 8069/90. Resolução 13/2006 do CNJ. – “1)
Pretensão de revisão da decisão do Conselho Superior da Justiça do Trabalho que entendeu
indevido o pagamento de auxílio pré-escolar aos dependentes dos magistrados. 2) O
benefício do auxílio pré-escolar tem fundamento no art. 208, IV, da CF e no art. 54 da Lei
8069/90 (ECA), que asseguram a assistência pré-escolar às crianças de 0 a 6 anos. A Res.
13/2006 do CNJ, que dispõe sobre o subsídio mensal dos magistrados, refere-se
expressamente ao auxílio pré-escolar como verba de caráter eventual, excluindo-o do teto
remuneratório. 3) No âmbito da Justiça Federal o benefício está regulamentado pela Res.
4/2008 do CJF, que fixa como objetivo a assistência aos dependentes legais dos servidores
e dos magistrados. 4) Não se aplica ao auxílio pré-escolar as restrições contidas no art. 65,
§ 2º da LOMAN e no art. 10 da Res. 13/2006 deste Conselho. 5) Reconhecimento do
direito dos magistrados à percepção do benefício do auxílio pré-escolar. Determinação ao
Conselho Superior da Justiça do Trabalho para que regulamente a matéria no âmbito da
Justiça do Trabalho, no prazo de 90 (noventa dias)” (CNJ – PCA 200810000033357 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

AUXÍLIO-TRANSPORTE
Oficiais de Justiça. Pretensão de regulamentação por parte do CNJ. Matéria
afeta à Corregedoria Geral

Recurso administrativo em pedido de providências. Tribunal de


Justiça do Estado Maranhão. Lei complementar estadual 85/2005. Resoluções 18 e 44 do
TJ/MA. Central de mandados. Tabela de auxílio transporte. – “I) A regulamentação do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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funcionamento da Central de Mandados está afeta ao juízo de oportunidade e conveniência


da Corregedoria-Geral do Tribunal, nos termos da Lei Complementar Estadual 85/2005,
razão porque não cabe a intervenção deste Conselho para determinar a expedição da tabela
pretendida. II) Existência de norma expedida pelo TJ/MA contendo previsão de valor fixo
para ressarcimento das despesas com transporte dos oficiais de justiça do Estado
(Resolução 44/2007). Recurso administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP 5880 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU
12.09.2008).

AUXÍLIOS
Palavra-chave: BENEFÍCIOS
V. tb.: AUXÍLIO MORADIA

Servidores do CNJ. Aplicação de normas do STF

“Aplica as normas do supremo Tribunal Federal para a concessão


dos benefícios: Assistência Médica e Odontológica a Servidores, Empregados e
Dependentes, Auxílio-Alimentação, Assistência Pré-Escolar e Auxílio-Transporte aos
servidores do Conselho Nacional de Justiça” (art. 1º da Portaria CNJ 71, de 04.12.2006).

Servidores do CNJ. Assistência à saúde

“A assistência à saúde dos servidores ativos ou inativos do


Conselho Nacional de Justiça – CNJ, bem como de seus dependentes ou pensionistas, será
prestada na forma de auxílio, de caráter indenizatório, mediante ressarcimento parcial de
despesas com planos privados de assistência à saúde, de livre escolha e responsabilidade
do beneficiário, na forma estabelecida nesta Resolução” (art. 1º da Res. CNJ 38, de
14.08.2007).

Servidores do CNJ. Assistência à saúde. Beneficiários


Vide: Res. CNJ 38, de 14.08.2007, art. 2º.

Servidores do CNJ. Assistência à saúde. Critérios para concessão


Vide: Res. CNJ 38 de 14.08.2007, art. 3º e seguintes.

AVALIADOR JUDICIAL
Reclassificação. Exigência de obediência à autonomia dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Cargo de avaliador


judicial. Reclassificação. Alteração Lei Organização judiciária. TJBA. Falta de atribuição
do CNJ. Art. 25, X, RICNJ. – “I) Exsurge cristalina a regra definidora do controle
autorizado pelo Art. 103-B da CF/88, circunscrito à área administrativa e financeira da
atividade emanada dos órgãos jurisdicionais, serviços auxiliares, serventias e prestadores
de serviços notariais e de registro. II) Jungido este Conselho à condição de instância de
controle dos atos administrativos e financeiros do Poder Judiciário e serviços auxiliares,
não pode se sobrepor aos Tribunais no exercício de funções gerenciais e, tampouco, revisar
o mérito de ações de política judiciária interna, consubstanciadas a partir da interposição
legislativa, sob pena de mácula à autonomia assegurada pelo art. 99 da CF/88 e
desestabilização do equilíbrio institucional. III) Transborda das tarefas confiadas ao CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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eventuais auditorias sobre a melhor exegese da legislação que disciplina o plano de carreira
de servidores, bem assim, a conveniência da reclassificação legal de cargos vinculados aos
Tribunais. IV) A Carta Magna deferiu aos Estados competência exclusiva para
organizarem suas próprias Justiças (art. 125, caput) e aos Tribunais a iniciativa da lei de
organização judiciária (art. 125, § 6º). V) Carecem os autos de elementos hábeis a
demonstrar a redução de vencimentos dos avaliadores em razão das novas regras. VI)
Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000028994
– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

AVOCAÇÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR


Palavra-chave: AVOCATÓRIA

Competência do CNJ restrita ao âmbito administrativo. Ausência de


excepcionalidade e interesse público a justificar a avocação

Avocação de Processo Disciplinar contra Magistrado. – “I) A


competência constitucional deste Conselho é restrita ao âmbito administrativo, não
podendo intervir em conteúdo de decisão judicial, seja para corrigir eventual vício de
ilegalidade ou nulidade, seja para inibir o exercício regular dos órgãos investidos de
jurisdição, devendo a parte valer-se dos meios recursais cabíveis. II) Alegação de
imprecações pejorativas e desrespeitosas contra a parte e contra o exercício da advocacia
que já são objeto de apuração por meio do procedimento administrativo disciplinar
instaurado no âmbito do tribunal competente. III) O pedido de avocação esbarra no óbice
do art. 85 do Regimento Interno, não se vislumbrando excepcionalidade e interesse público
que recomende ao relator fazê-lo de ofício, ultrapassando o juízo natural administrativo,
conforme precedente da Avocação 01/2005” (CNJ – APD 7 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª
Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Faltas graves cometidas por magistrado no exercício do cargo e


comportamentais na vida privada. Pena de aposentadoria compulsória

Avocação de Processo Disciplinar. Sindicância e Processo


Administrativo Disciplinar instaurados contra magistrado e avocados por proposta do
Corregedor Nacional de Justiça. Múltiplas imputações e irregularidades no exercício do
cargo e comportamentais na vida privada. Gravidade das faltas cometidas que justificam
a imposição de sanção. Aposentadoria compulsória determinada. Procedência das
imputações. Art. 103-B, § 4º, inc. III da CF; art. 28 da Loman e art. 5º da Res. CNJ
30/2007. – “Comprovadas inúmeras faltas cometidas por magistrado caracterizadas por: a)
excessivos atrasos na prolação de sentenças e despachos, constatados em correições
ordinárias e extraordinárias determinadas pelo Tribunal; b) retenção indevida de guias de
levantamento de numerário; c) tráfico de influência e vinculação de processos exclusivos;
d) ausência de independência na atuação jurisdicional; e) favorecimento de partes nos
processos em detrimento de outras; e) solicitação insistente de empréstimo de dinheiro a
advogado, cujo valor estava depositado em autos de processo presidido pelo investigado,
que aguardava a expedição de guia de levantamento sob alegação de que necessitava saldar
dívidas; f) negligência no cumprimento das obrigações do cargo e procedimento funcional
incompatível com o bom desempenho das atividades; g) conduta pessoal na vida privada
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro da função pública, justifica-se a
imposição da pena de aposentadoria compulsória, com subsídios proporcionais ao tempo

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de serviço, prevista na legislação de regência” (CNJ – PD 200810000012822 – Rel. Cons.


Rui Stoco – 84ª Sessão – j. 12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Ilegitimidade da própria parte interessada para requerer a avocação

“A avocação de processo disciplinar é medida de admissibilidade


restrita e titularidade expressa, sujeita a representação apenas de membro do próprio
Conselho, do Procurador-Geral da República, do Presidente do Conselho Federal da OAB
ou de entidade nacional da Magistratura, sendo certo que desde o julgamento do APD
01/2005, o Plenário do CNJ – por unanimidade – firmou entendimento pacífico acerca da
ilegitimidade da própria parte interessada em requerer a avocação de processo disciplinar
que contra si tramita, em face da natureza extraordinária do procedimento previsto” (CNJ –
PP 200810000010801 – Rel. Cons. Rui Stoco – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

“Titular de serventia extrajudicial indiciado em Processo


Administrativo Disciplinar carece de legitimidade ativa para formular pedido de avocação
ao Conselho Nacional de Justiça, nos termos do art. 85 do Regimento Interno.
Procedimento de Controle Administrativo não conhecido, no particular. Recurso
Administrativo contra liminar que indefere suspensão do processo julgado prejudicado”
(CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Impossibilidade do CNJ de intervir em toda e qualquer questão administrativa


na órbita dos Tribunais

Processo Administrativo Disciplinar. Avocação pelo CNJ.


Preservação da autonomia dos Tribunais. – “Não cabe ao CNJ imiscuir-se em toda e
qualquer questão administrativa na órbita dos Tribunais, sob pena de ampliar suas funções
constitucionais de controle e planejamento e ferir de morte a autonomia dos demais órgãos
do Poder Judiciário, garantida pela Constituição Federal. Neste contexto, a avocação de
processos disciplinares deve ser reservada a situações de arbitrariedade ou leniência. A
auto-percepção espontânea da incompetência funcional do Conselho da Magistratura para
promover atos de controle disciplinar de magistrados, com o conseqüente deslocamento do
processo administrativo para o órgão próprio, a inexistência de prova de suspeição dos
julgadores remanescentes e o concurso do próprio acusado no retardamento da conclusão
do feito disciplinar são elementos que solapam qualquer base para cogitar-se de avocação.
Pedido indeferido, sem prejuízo de sua renovação na superveniência de quadro fático
justificador” (CNJ – PCA 620 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão
– j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Magistrado afastado de suas funções judicantes. Competência delegada pelo


Tribunal Pleno à Corte Especial

Pedido de Providência. Avocação de Processo Disciplinar.


Decisão de Afastamento de magistrado de suas funções judicantes proferida pela Corte
Especial do TJPE. Alegação de incompetência para processar e julgar procedimentos
disciplinares administrativos contra magistrados. Resolução 84 de 24/01/1996. Pedido
conhecido e desprovido. – “A Corte Especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco possui
competência, delegada do Tribunal Pleno, nos termos da respectiva resolução, para
processar e julgar, originariamente, juízes do 1° Grau e aplicar as respectivas sanções,

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inclusive no campo administrativo. Neste sentido, poderá, nos termos ao art. 27, § 3°, da
LOMAN, no âmbito do procedimento investigatório inicial, afastar o magistrado do
exercício das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até a decisão
final” (CNJ – APD 05 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 2ª Sessão Extraordinária – j.
14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido formulado pela própria parte interessada

“Antes do exame dos óbices levantados pelo tribunal requerido,


necessário esclarecer que desde o julgamento do APD 01/2005, quando o plenário do CNJ
– por unanimidade – se manifestou pela ilegitimidade da própria parte interessada em
requerer a avocação de processo disciplinar que contra si tramita, em face da natureza
extraordinária do procedimento previsto pela EC 45, esse entendimento tem sido
reiteradamente adotado pelo colegiado” (CNJ – PCA 128 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª
Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

“Sob o fundamento de que a avocatória não deve servir de válvula


de escape para o qualquer requerido fugir do juízo administrativo natural, decidiu o
Plenário do CNJ nos autos da APD 01/2005 que ausente qualquer motivo de relevância, à
vista do interesse público, a justificar a avocação do feito disciplinar em curso, deve este
prosseguir perante a autoridade administrativa natural instituída pela Constituição para a
sua apuração, instrução e julgamento” (CNJ – PCA 128 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª
Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Avocação de procedimento disciplinar. Processos disciplinares


391/2005 e 602/2005 que tramitam perante o TRT 15ª Região contra o interessado.
Pedido referendado pela ANAMATRA. Indeferimento. – “Impossibilidade de formulação
do pedido de avocação pelo próprio interessado. Inteligência do art. 85 do Regimento
Interno do Conselho Nacional de Justiça. Ausência de convalidação por conta de memorial
apresentado por associação de classe. Inexistência de razão suficiente para representação
de ofício. Precedente deste Conselho na APD 01” (CNJ – APD 02 – Rel. Cláudio Godoy –
13ª Sessão – j. 14.02.2006 – DJU 08.03.2006).

Avocação de Processo Administrativo Disciplinar. Ilegitimidade


ativa para que a parte interessada no feito administrativo requeira diretamente a
instauração do procedimento para defesa de interesses meramente pessoais. (art. 85 do
Regimento Interno do CNJ). – “Na falta de qualquer motivo de relevância no caso
vertente, sob a ótica do interesse público, a justificar a avocação do feito disciplinar em
curso, deve este prosseguir perante a autoridade administrativa natural instituída pela
Constituição para a sua apuração, instrução e julgamento. Via de conseqüência, não deve o
pedido de avocação ser conhecido por ausência de legitimidade ativa da parte requerente”
(CNJ – APD 05 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Avocação de Processo Disciplinar. Artigo 85 do Regimento interno


do Conselho Nacional de Justiça. Ausência de legitimidade ativa para que a parte no feito
administrativo requeira diretamente a instauração do procedimento, para a defesa de seus
próprios e pessoais interesses, fugindo ao jugo da autoridade administrativa natural
instituída pela Constituição Federal. Excepcionalidade da medida que impõe restrição de
manejo, dentro de conveniência lastreada à vista do interesse público, inocorrente no caso.

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Pedido, no particular, não conhecido. (CNJ – APD 01 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 1ª
Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Avocação de Processo Disciplinar. Pedido formulado


individualmente por magistrado. Ausência de situação excepcional. Pedido de
esclarecimentos. Avocação de processo disciplinar. Inteligência do art. 21, parágrafo único
do Regimento Interno. O pedido é de ser formulado no prazo de cinco dias sob pena de
preclusão. Formulação intempestiva. Não reconhecimento. Pedido não conhecido. (CNJ –
APD 03 – Rel. Cons. Marcus Faver – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Pressupostos

Pedido de avocação de Processo Disciplinar. Art. 85 do


Regimento Interno do CNJ. Proposta do Corregedor Nacional de Justiça. Procedimento
que não alcança seu final em razão dos inúmeros entraves e dificuldades ocorridas.
Argüições de suspeições que impediram o prosseguimento da causa e retiraram por largo
tempo o “quorum” exigido para deliberação do Tribunal Pleno. Acolhimento do pedido. –
“A excessiva demora para a conclusão de Procedimento Administrativo Disciplinar, com
possibilidade de não alcançar a sua finalidade ou de impor ao investigado ou indiciado que
suporte procrastinação, angústia e ansiedade pelo fato da demora justificam a avocação do
processo, com seu prosseguimento perante o Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PD
200810000012822 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pedido de Providências. Processo Administrativo Disciplinar


contra magistrado. Pretensão de afastar do julgamento o Corregedor-Geral sob alegação
de inimizade. Pedido prejudicado. Pretensão de avocação do processo. Pedido
improcedente. – “Nada justifica retirar do comando do próprio Tribunal ao qual pertence o
indiciado a apreciação e julgamento de processos de natureza disciplinar, pela via da
avocação do processo, quando os pressupostos que justificam a medida não se encontram
presentes” (CNJ – PP 200810000010801 – Rel. Cons. Rui Stoco – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

“Somente se justifica o pedido de avocação quando, ad exemplum,


não tenha sido assegurado o direito de defesa; o procedimento não alcança solução em
prazo razoável, havendo risco do advento da prescrição, face à sua injustificável
morosidade; não haja quorum para a apreciação da causa em razão de afastamentos,
impedimentos ou suspeições; haja fortes evidências de perseguição ou favorecimento do
investigado além de outras causas” (CNJ – PP 200810000010801 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Procedimento em curso na Corregedoria do tribunal de origem

Processo Administrativo-disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,
convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo
procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do Tribunal de origem, cabe, nesse procedimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo


disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no tribunal de origem” (CNJ – RD 02 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Procedimento no CNJ
Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 85 a 87.

Processo Administrativo Disciplinar. Ilegitimidade de parte

Avocação de Processo Disciplinar. Tribunal de Justiça de São


Paulo. Postulação de Magistrado. Pedido não conhecido por ilegitimidade de parte. – “I)
O Requerente não tem legitimidade para postular avocatória de Processo, nos termos do
art. 85 do Regimento Interno do Egrégio Conselho. II) Tal entendimento não obsta
eventual futura postulação de revisão disciplinar, conforme facultado pela Constituição
Federal” (CNJ – APD 9 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

AVOCATÓRIA
Vide: AVOCAÇÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR

–B–
BALANÇO
Vide: ESTATÍSTICA

BANCA EXAMINADORA DE CONCURSO


Concurso de ingresso na Magistratura. Participação de professores de cursos
preparatórios em banca de concurso de ingresso na Magistratura

Pedido de Providências. Consulta. Res. 11/CNJ. Participação de


professores de cursos preparatórios nas bancas dos concursos para a carreira da
magistratura. Impedimento. – “I) Não podem atuar como examinadores nos Concursos
para Magistratura os professores de cursos preparatórios, por ferir postulados da
moralidade e da isonomia. II) A vedação que não se limita ao âmbito geográfico do Estado
em que o examinador exerce o magistério” (CNJ – PP 984 – Rel. Douglas Rodrigues – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

BANCO DE SOLUÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO


Criação e implementação
Vide: Res. CNJ 12, de 14.02.2006.

BEM IMÓVEL

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Bem anteriormente entregue ao Poder Judiciário. Utilização pela Defensoria


Pública. Desafetação pelo Executivo. Incompetência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Prédio utilizado pela


Defensoria Pública. Ato de desafetação. Bem imóvel entregue ao Poder Judiciário. Ato
administrativo. Chefe do Poder Executivo Estadual. Controle. Falta de atribuição
constitucional do CNJ. Art. 103-B, CF/88. – “I) O CNJ tem por missão estratégica,
primordialmente, definir as balizas orientadoras da moldura institucional do Poder
Judiciário, engendrando diretrizes e programas de modernização, com o objetivo de
superar as deficiências estruturais verificadas no modelo vigente. II) Ao CNJ, órgão
administrativo de controle interno do Poder Judiciário, a Constituição de 1988 não delegou
atribuição para revisar, revogar ou anular atos do Poder Executivo. III) A nova
conformação da lide, a partir do advento de fato novo, operou a transmutação da situação
concreta ensejadora do controle pretendido, deslocando o eixo da discussão para seara
alheia à competência do Conselho. IV) Procedimento de controle administrativo não-
conhecido” (CNJ – PCA 2009100000010520 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

BENEFICIÁRIO
Vide: DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

BENEFÍCIOS
V.tb.: AUXÍLIOS – FÉRIAS – VEÍCULO OFICIAL

Afetos ao cargo ou função efetivamente exercidos. Utilização de veículo oficial

Juiz Substituto de 2º Grau. Veículo oficial. – “O direito a


determinados benefícios previstos em lei só se justificam no limite das atribuições do cargo
ou função efetivamente exercidos. Não é benefício pessoal, mas prerrogativa do cargo ou
função” (CNJ – PP 200810000001710 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

BENS APREENDIDOS EM PROCEDIMENTOS CRIMINAIS NO ÂMBITO DO


PODER JUDICIÁRIO
Instituição do Sistema Nacional de Bens Apreendidos - SNBA
Vide: Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

Sistema Nacional de Bens Apreendidos - SNBA. Informações a serem


armazenados por meio de sistema eletrônico hospedado no CNJ
Vide: Art. 2º da Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

Sistema Nacional de Bens Apreendidos - SNBA. Cadastramento dos bens


Vide: Art. 3º da Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

BENS MÓVEIS PATRIMONIAIS


Administração no âmbito do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 6, de 01.10.2008.

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BENS PÚBLICOS DO ESTADO OU DO MUNICÍPIO


Atribuição por lei de nome de pessoa viva

Pedido de Providências. Consulta. Atribuição de nomes de pessoas


vivas, por leis específicas, a bens públicos pertencentes ao Estado ou município e cedidos
ao Judiciário. Decisão do CNJ no PCA 344. Res. 52/2008 do CNJ. Inaplicabilidade. –
“Consulta respondida no sentido de afirmar a inaplicabilidade da orientação do CNJ no
PCA 344 e na Res. 52/2008, aos casos de prédios cedidos ao Poder Judiciário pelo Estado
ou Município, e que receberam atribuição de nomes por leis específicas editas pelo titular
do bem” (CNJ – PP 200810000014879 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª
Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

BENS PÚBLICOS SOB A ADMINISTRAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO


Atribuição de nomes de pessoas vivas. Regulamentação
Vide: Res. CNJ 52, de 08.04.2008.

BOA-FÉ
Acréscimos pecuniários (adicionais temporais) recebidos de boa-fé

“Quanto ao adicional por tempo de serviço, que aqui interessa no


momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsídios, compreendido em seu
valor, mas, veja-se, e aí o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando
decréscimo à remuneração dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se crê, a razão pela
qual o julgamento referido não chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da
irredutibilidade. Por óbvio, não se discute irredutibilidade se redução não houve. E, de
mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de
gratificação nem mesmo prevista na LOMAN, e não a adicional contemplado pela mesma
legislação (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a
todos os Magistrados percepção, contando o ATS, de remuneração não superior ao
montante recebido por Ministro, então a implantação do subsídio, absorvendo esses
valores, não ocasionou redução alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Sepúlveda
Pertence). De toda sorte, quando mais não fosse, restaria ainda a questão da incidência, à
espécie, do princípio da boa-fé objetiva, de inspiração constitucional (art. 3º, I), e que
concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que
‘o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepção de verba prevista na
LOMAN, de modo contínuo no tempo. E por muito tempo. São anos, décadas até, durante
as quais juízes, além dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compõe a
remuneração, de boa-fé auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a
renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Público,
por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judiciário verbas que compõe sua
remuneração, sem qualquer ressalva. Cria a confiança em que esse o importe legítimo da
contrapartida pelos serviços prestados. Com base no respectivo valor, na confiança
despertada sobre sua legitimidade, e reforçada pela previsão da irredutibilidade, o
recebedor organiza seu orçamento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedações impostas ao
juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que
consubstancia sua remuneração. E, passado todo esse tempo, o Poder Público, quebrando a
justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remuneração ao teto posteriormente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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instituído, mercê de reforma constitucional, que, entretanto não exclui a garantia de


irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possível, ante a natureza do direito
envolvido, e procurando afastá-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre
pagou, corta parte da remuneração que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo
e comum. Ora, já não fosse o quanto antes deduzido no tocante à irredutibilidade, tem-se
que a situação é típica, conforme se crê, de maltrato a um princípio básico na relação entre
as pessoas, de ordem e origem também constitucional (art. 3º, I), aplicável não só no trato
entre particulares, mas igualmente à Administração Pública. Refere-se o princípio da boa-
fé objetiva, corolário do solidarismo elevado, na disposição constitucional citada, a
elemento axiológico básico do sistema, verdadeiro imperativo ético, de lealdade, a permear
as relações em geral, as jurídicas dentre elas. Cuida-se de um padrão ético de
comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservação da confiança e
expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in
genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princípio,
revelando uma das inúmeras funções que lhe são reconhecidas, no caso de limitação ao
exercício de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditórios. É a chamada teoria dos
atos próprios, em cujos lindes se coloca a proibição do venire contra factum proprium.
Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditória com comportamento anterior (cf.
JUDITH MARTINS COSTA. A Boa Fé no Direito Privado. São Paulo: Ed. RT, p. 461).
Na espécie, seria a Administração pagar, ao pressuposto de que legítimo esse pagamento,
inclusive porquanto escudado em lei e não raro prestigiado pela jurisprudência, uma certa
remuneração a seus servidores e, tempos depois, à consideração de que alterada a
legislação, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando
a irredutibilidade ao argumento de que ilegítimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como
que uma autotutela tardia, senão pela prescrição administrativa, mas de novo por obra e
incidência da boa-fé objetiva, aqui externada pelo fenômeno da suppressio, ou seja, a perda
da possibilidade de exercício de uma prerrogativa pela inércia do titular durante tempo
passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa não mais se
exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa fé no Direito Civil., Coimbra: Almedina,
1984, v. 2, p. 466). Posta a matéria ao âmbito administrativo, é o que ALMIRO DO
COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente líder, consubstanciado
no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situação que o tempo
consolidou, considera ser mesmo uma limitação ao exercício da autotutela, não fosse a
ressalva já contida na própria Súmula 473, que a contempla, em nome da segurança
jurídica e da aparência de legitimidade, aliás no caso mesmo presumida, característica dos
atos administrativos, e ainda que diante da prática de um ato inválido pela Administração
(Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado
de Direito Contemporâneo. Revista de Direito Público, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63).
De uma maneira ou de outra, sempre uma questão ou uma preocupação de não frustrar a
justa expectativa criada nas relações, a confiança despertada no sujeito. Exatamente o que
se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegítimo o
adicional’. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., torna-
se definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto às verbas glosadas, resta a chamada
diferença individual de magistrado, que no voto de fls. já se reconhecia inespecífica e
inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa
sobre sua origem e amparo legal, ou por decisão judicial, repita-se, na esteira do que já
constara do voto de instauração, determina-se o seu corte. A última ressalva a se fazer diz
com a orientação fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas
mantidas, quando já implantado o regime do subsídio, devem ser calculadas sobre o
importe da remuneração anterior. Nesses termos, então, com a ressalva de posicionamento
pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle

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Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferença individual de magistrado,


tudo nos moldes do quanto no voto se detalha” (CNJ – PCA 485 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Servidor Público e magistrados. Valores recebidos da Administração Pública


de boa-fé

Aqui, em princípio, vale distinguir os casos de mero erro da


Administração Pública dos casos de alteração de seu entendimento sobre certa questão. No
caso de equívoco da administração, outra não poderá ser a solução que não a devolução
pelo servidor das parcelas indevidamente pagas. Mas há outro tipo de situação, esta
bastante comum, quando com base em interpretação jurídica razoável é realizado
determinado pagamento e tal entendimento acaba por não prevalecer em instâncias
administrativas superiores ou em instâncias judiciais. Neste caso nos parece que o melhor
desfecho será o reconhecimento do recebimento de boa-fé – posto que calcado em
entendimento jurídico razoável – e, em razão disto, prevalece a desnecessidade da
devolução de parcelas pagas. Nesse mesmo sentido, preleciona o preclaro Juiz Federal
Edílson Nobre Júnior, em sua tese de doutorado: ‘Há hipóteses em que o pagamento
indevido é concretizado em decorrência de erro imputável à Administração, com base em
interpretação jurídica que, não obstante razoável, não vem a prevalecer nas instâncias
finais do Judiciário. Nestes casos, não é de ser desconsiderada a boa-fé do destinatário, a
demarcar temporalmente a eficácia da ação retificadora da Administração sobre os
vencimentos ou proventos do servidor’. Este é o entendimento majoritário dos Tribunais
Superiores, senão vejamos: ‘Administrativo. Agravo Regimental. Pagamento indevido
efetuado pela Administração e recebido de boa-fé pelo servidor. Restituição dos valores.
Inviabilidade. Nova orientação deste Corte. Firmou-se o entendimento, a partir do
julgamento do REsp. 488.905/RS, por esta Quinta Turma, no sentido da inviabilidade de
restituição dos valores erroneamente pagos pela Administração – em virtude de desacerto
na interpretação ou má aplicação da lei – quando verificada a boa-fé dos servidores
beneficiados. Precedentes. Agravo Regimental desprovido. (STJ – Rel. Min. Felix Fisher –
Órgão Julgador: Quinta Turma. DJ: 21.11.2006. Data da Publicação/Fonte: DJ 05.02.2007
p. 343)’. É certo que a Administração pode a qualquer momento rever o seu ato desprovido
de amparo legal, no entanto, a prerrogativa não deve implicar na penalização do
Magistrado, ou ex-Magistrado in casu, pelo recebimento de valor até então considerado
lícito pela própria administração. Também o Tribunal de Contas da União, em casos
similares a dos presentes autos, sumulou a matéria no seguinte sentido: ‘Súmula 106 – O
julgamento, pela legalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não
implica por si só a obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa fé,
até a data do conhecimento da decisão pelo órgão competente’. Conclusivamente, Senhora
Presidente, concluo votando pela procedência parcial do pleito formulado nos autos do
Procedimento de Controle Administrativo 546 (PCA 546), para o fim de invalidar, em
parte, a decisão proferida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, afastando a
obrigatoriedade da devolução do valor recebido a título de indenização de férias não
gozadas pelo requerente” (CNJ – PCA 546 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

“Trata-se de Pedido de Providências, proposto pelo Tribunal


Regional Federal da 5ª Região que, sustentado no ‘reconhecimento da boa-fé’ e no
princípio da isonomia, busca junto ao CNJ o tratamento adotado para os Tribunais
Estaduais, em relação ao ATS e efeitos da Resolução 13 e 14/2006 do CNJ. Assim,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


92

concluo no sentido de que a justificada insegurança jurídica da Administração até decisão


definitiva do STF e regulamentação pelo CNJ: a boa-fé dos beneficiados pelo pagamento
do Adicional por Tempo de Serviço, e o efeito firmado pelo CNJ para os seus atos
normativos e várias das decisões, afastam a obrigatoriedade da devolução do valor
recebido no caso em espécie até a edição das Resoluções 13 e 14/2006-CNJ” (CNJ – PP
1160 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).
Observações:
1. A respeito do tema vide a Súmula 106 do TCU, com a seguinte redação: “O julgamento,
pela ilegalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não implica por si só a
obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa-fé, até a data do
conhecimento da decisão pelo órgão competente”.
2. O TRF da 2ª Região assim decidiu: Administrativo. Servidor público. Recebimento de
valores indevidos. Reposição ao Erário. Impossibilidade. – “Esta Segunda Turma já
firmou entendimento no sentido de que o servidor, recebendo de boa-fé remuneração por
enquadramento indevido, por erro exclusivo da Administração, consoante precedentes do
STJ, não está obrigado a devolver a contraprestação recebida, pela prestação prévia de
serviço” (TRF 1a R. – 2a T. – Ap. 1998.38.00.025939-5 – Rel. Tourinho Neto – DJU
07.11.2002, p. 50). No mesmo sentido: STF, 1a T., RE 88.110, Rel. Min. Rodrigues
Alckmin, DJU 20.10.78).

Valores recebidos de boa-fé. Inadmissibilidade de devolução, desconto ou


compensação

Pedido de Providências. Magistrados. Interrupção no pagamento


de adicionais por tempo de serviço e qüinqüênios antes da data-limite estabelecida pelo
CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse título, sob a forma de
compensação. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos até maio/2006. Direito
ao recebimento desses adicionais até a data-limite estabelecida. Descontos indevidos,
posto que recebidos os valores de boa-fé. Procedência dos pedidos. – “I) Se o CNJ, como
órgão de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como
intérprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se
submetem ao sistema de subsídio, deu sobrevida aos adicionais até maio de 2006, diante da
dicção do art. 12 da Res. 13/2006, impõe-se reconhecer a todos que se encontrem na
mesma situação o direito a essa percepção até a data-limite, sob pena de discrímen e ofensa
à isonomia. II) A pretensão da Administração Pública de ver repetidos valores
indevidamente pagos a título de subsídio, vencimentos ou proventos, obriga e impõe uma
fase de conhecimento e de dilação probatória em que reste incontroverso que o pagamento
foi efetivamente indevido e que o beneficiário tenha agido de má-fé, considerando que os
valores recebidos de boa-fé não se submetem à restituição, posto que, tendo o pedido
natureza reparatória, essa boa-fé exsurge como causa excludente da responsabilidade”
(CNJ – PP 1069 – Rel. Cons. Rui Stoco – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

–C–
CALAMIDADE PÚBLICA
Enchentes no Estado de Santa Catarina. Suspensão dos prazos processuais, em
tramitação no CNJ, até 6 de janeiro de 2009, inclusive.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


93

Vide: Portaria CNJ 426, de 02.12.2008.

Enchentes no Estado de Santa Catarina. Transação penal. Destinação dos


recursos, provenientes de aplicação de penas restritivas da liberdade em penas
alternativas, para auxílio humanitário às vítimas das enchentes naquele
Estado
Vide: Recomendação CNJ 19, de 02.12.2008.

CARGA DE AUTOS
Critérios estabelecidos pelo Tribunal para regulamentar a carga de autos aos
advogados e seus prepostos

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Carga de autos. Direito de acesso. Prerrogativas da advocacia.
Responsabilidade dos advogados por atos de seus prepostos. Norma do Tribunal
regulamentadora. Legalidade. Desprovimento. – “I) O direito de o causídico ter vista e
exame do processo integra a garantia da ampla defesa, pois o advogado é indispensável à
administração da Justiça (arts. 5º, LV, e 133, caput, da CF/88). Precedentes (PCAs 14.401
e 15.168). II) Não há ilegalidade em norma regulamentadora de Tribunal que estabelece
parâmetros para administrar carga dos autos aos advogados e seus prepostos. Eventual
irregularidade praticada por pessoa autorizada pelo advogado da causa deve ser resolvida
na esfera da co-responsabilidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ –
PCA 200810000020107 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU
19.12.2008).

Distinção entre acesso aos autos e carga dos autos

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamento do


Tribunal sobre acesso e carga de autos. Distinção entre acesso aos autos e carga dos
autos. Ausência de conflito entre os princípios da publicidade e da indispensabilidade do
advogado. Indeferimento. – “Não se confunde o acesso dos autos com a carga dos autos. O
acesso significa a concretização do direito de qualquer pessoa compulsar os autos na
serventia do Tribunal, enquanto que a carga dos autos é o direito das partes e seus
representantes retirarem os autos do processo em que litigam das dependências da Corte.
Precedentes do STF (AI 577847-PR e MC no MS 26772-DF)” (CNJ – PCA
200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Retirada dos autos de cartório

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


94

“Devem os Tribunais ofertar serviço de fotocópia em suas


serventias para possibilitar o direito de acesso e extração de cópias. Não disponibilizando o
serviço, deverão permitir, mediante cautela idônea, a retirada dos autos, mesmo que por
pessoas estranhas ao processo” (CNJ – PCA 200710000014401, PCA 200710000015168 e
PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

“Não se mostra razoável permitir que qualquer cidadão, até mesmo


advogado, possa retirar processo sem ser parte integrante dele, em face do controle dos
prazos e da segurança dos documentos acostados nos autos” (CNJ – PCA
200710000014401, PCA 200710000015168 e PCA 200710000009387 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

CARGA DE AUTOS DE PROCESSO


Advogados

Procedimento de Controle Administrativo. Limitação da carga de


autos a advogados. Ato normativo que ofende direito do advogado. Necessidade de esgotar
a instância administrativa. Competência da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça para
apreciar o pedido. Remessa do PCA. (CNJ – PCA 401 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

CARGO DE DIREÇÃO
Servidor público eleito para cargo diretivo. Alegação de abandono do cargo.
Afastamento através de licença remunerada

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor eleito para


cargo diretivo em entidade associativa. Licença remunerada prevista no art. 41 da Lei
Estadual 12.643/04. Direito configurado. Processo Administrativo para imposição da
pena de demissão por abandono de cargo público. Inadmissibilidade. – “A eleição de
servidor do Tribunal de Justiça para cargo de direção em entidade associativa faz surgir o
direito a licença-remunerada, nos exatos termos do art. 41 da Lei Estadual no 12.643/2004.
A circunstância de que a entidade de classe para a qual eleito o servidor não postulou o
registro sindical junto ao Ministério do Trabalho e Emprego – requisito essencial para a
aquisição da personalidade sindical típica (art. 80, I, da CF c/c IN MTb 03/94; Mandado de
Injunção 144-SP, Relator Min. Sepúlveda Pertence, DJU de 28.5.93, p. 10.381; ADIn
1121-4, Rel. Min. Celso de Mello, DJU-I de 6.10.95) – não basta para elidir o direito a
licença-remunerada, desde que subsista eficaz a natureza associativa da entidade civil
assim constituída (CC, art. 53). Nessa hipótese, a instauração de procedimentos
administrativos destinados à apuração das faltas do servidor ao trabalho, tidas por
injustificadas, com a ulterior aplicação da sanção demissória, não passa pelo crivo da
legalidade (CF, art. 371, demandando pronta retificação no âmbito deste Conselho
Nacional de Justiça. Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ – PCA
22 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005).

CARGO ELETIVO
Cumulação de proventos da magistratura com pensão parlamentar de
congressistas ou de Deputado Estadual. Obediência ao teto remuneratório

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Consulta. Resoluções CNJ 13 e 14/06. Possibilidade de


acumulação de subsídios/proventos de magistrados ativos/inativos com proventos
intitulados pensão parlamentar, desde que, esses últimos obtidos até a edição da Lei 9.506,
de 30.10.1997, ou seja, até o momento de extinção do IPC – Instituto de Previdência dos
Congressistas, ou seus congêneres estaduais. Hipótese excepcional de inaplicabilidade do
teto remuneratório constitucional. Impossibilidade de acumulação de proventos de
aposentadoria de magistrados com proventos intitulados pensão parlamentar originários do
exercício de cargo de congressistas ou Deputado Estadual à conta do regime de
previdência previsto no art. 40, por expressa vedação de seu § 6º. Obrigatoriedade de
respeito ao teto remuneratório constitucional (CF, art. 37, inciso XI) no caso de cumulação
entre subsídios/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo
INSS. Consulta conhecida e respondida. (CNJ – PP 851 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes
– 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Magistrado aposentado eleito para vice-prefeito. Sujeição da soma das


remunerações ao teto constitucional

Pedido de Providências. Consulta. Cumulação dos vencimentos de


Juiz do Trabalho aposentado com remuneração de cargo eletivo. – “I) Por expressa
disposição constitucional, o magistrado tem garantida a acumulação de proventos de
inatividade com remuneração de cargo eletivo de Vice-Prefeito, sujeitando-se a soma
resultante da acumulação, contudo, ao limite previsto no inciso XI do art. 37 da
Constituição Federal, nos termos § 11 do art, 40 da CF, com a redação dada pela EC
20/98” (CNJ – PP 917 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

CARGOS DE DIREÇÃO NOS TRIBUNAIS


Composição, competência e funcionamento do Conselho Superior da
Magistratura

“É certo, contudo, que aos Tribunais cabe fixar, em Regimento


Interno, a composição, a competência e o funcionamento de seus Conselhos da
Magistratura (art. 104 da LOMAN), mas esse poder regulamentar há de ser compreendido
dentro dos limites fixados para a atuação desses órgãos, quais sejam aqueles de natureza
estritamente disciplinar, como antes observado” (CNJ – PCA 225 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Corregedor-Geral. Incidência do art. 102 da LC 35/79 (LOMAN)

“O cargo de Corregedor-Geral tem natureza de direção, integrando


a administração superior de todos os tribunais para fins de incidência do art. 102 da LC
35/79 – Lei Orgânica da Magistratura. Fica ressalvado somente ao magistrado que tenha
ocupado, nas duas últimas administrações, os cargos de Corregedor-Geral e de Vice-
Presidente, o direito de concorrer ao cargo de Presidente na próxima eleição, sem o óbice
de inelegibilidade de exercício de cargos de direção por quatro anos previsto no art. 102,
parte final, da LC 35/79” (CNJ – PCA 20 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 14ª Sessão – j.
07.03.2006 – DJU 20.03.2006 – Ementa não oficial).

Elegibilidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


96

Condições de elegibilidade para cargo de direção em Tribunal.


LOMAN, art. 102. Inelegibilidade configurada com exercício de dois mandatos de dois
anos, mesmo que incompletos, conforme entendimentos do STF e do CNJ. – “Este
entendimento é corroborado pelo CNJ, que no PP 1184, em que o voto vencedor, do
Conselheiro Alexandre de Moraes, no tocante à elegibilidade de um desembargador que já
tinha exercido dois mandatos em cargos de direção, assim declarou: ‘Os acontecimentos
supervenientes, que lhe retiraram 25 dias do mandato de Vice-Presidente, não tem o
condão de alterar a inelegibilidade, uma vez que efetivamente foi candidato, foi eleito e
exerceu em sua plenitude e de forma efetiva dois cargos de direção no Tribunal de Justiça
de Tocantins – Corregedor-Geral e Vice-Presidente do Tribunal de Justiça.’ Note-se que o
precedente é idêntico ao ora analisado. Naquele, assim como neste, o requerente foi eleito
para dois mandatos de cargo de direção de 2 anos. Assim como neste, naquele caso um dos
mandatos não teve integralmente 2 anos, mas sim 1 ano e 11 meses, em razão de decisão
do Supremo. Ou seja, é precedente idêntico” (CNJ – PP 200710000019137 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008 – Parte do voto do
Relator).

Consulta. Cargos de direção de Tribunal. Elegibilidade.


Inelegibilidade: hipóteses. – “1) A finalidade da norma constante do art. 102 da LOMAN é
propiciar a realização de rodízio entre todos os membros do Tribunal, evitando a
perpetuação no poder e a ocorrência de fraude à lei, caso o titular de um cargo diretivo
possa renunciar antes do encerramento do mandato, com intuito de evitar a inelegibilidade.
2) A inelegibilidade decorre do cumprimento de mandatos para os quais o magistrado é
eleito, perfazendo o total de quatro anos, ou quando foi eleito primeiramente para o cargo
de Presidente. 3) Considera-se cumprido o mandato quando tiver sido exercido em sua
maior parte. 4) São elegíveis os magistrados que cumprirem os dois mandatos, quando: a)
todos os membros do Tribunal tenham tido oportunidade de ocupar o cargo; b) dentre os
nomes elegíveis, houver recusa de todos, manifestada e aceita antes da eleição” (CNJ – PP
200810000018459 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Pedido de Providências. Consulta respondida negativamente, no


sentido da inelegibilidade do magistrado candidato ao cargo de Presidente do Tribunal de
Justiça de Tocantins, uma vez que exerceu, em sua plenitude e de forma efetiva, dois
cargos de direção (Corregedor-Geral de Justiça e Vice-Presidente do Tribunal). (CNJ – PP
1184 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes. – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 –
Ementa não oficial).

Elegibilidade. Critérios

Pedido de Providências. Competência do CNJ. Ato regulamentar


editado pelo TRT/3ª Região. Resolução 180/2006. Alteração do Regimento Interno quanto
aos critérios de elegibilidade. Cargos de direção. Ordem de antigüidade. ADIN 3976-8.
Inelegibilidade de magistrados ocupantes de cargos diretivos nos últimos quatro anos.
Art. 102 da LOMAN. Regra de observância obrigatória. – “I) Competência do CNJ para
conhecer o pedido, à vista do disposto no artigo 103-B, § 4º, I e II, da Constituição Federal
e da repercussão geral, para o Poder Judiciário, da matéria debatida. II) Critérios para
aferição da elegibilidade a cargos diretivos de Tribunais: 1º- posição de antigüidade do
candidato e 2º - não-exercício de cargo diretivo por prazo superior a 04 anos (art. 102 da
LOMAN). III) Óbice à aferição da observância do critério da antiguidade, pelo Regimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


97

Interno do TRT da 3ª Região, alterado pela Resolução 180/2006, à vista da existência da


Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.976-8, em curso no E. STF e cuja decisão tem
efeito vinculante e eficácia erga omnes. IV) Desconformidade do artigo 210-A do
Regimento Interno do TRT da 3ª Região com o art. 102 da LOMAN no tocante à regra da
inelegibilidade de magistrados ocupantes de cargos diretivos nos últimos quatro anos. V)
Pedido de Providências a que se julga procedente para fins de reconhecimento da
ilegalidade do artigo 210-A do Regimento Interno do TRT da 3ª Região e determinação de
adequação de seus termos ao artigo 102 da LOMAN” (CNJ – PP 200810000001265 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Elegibilidade dos mais antigos (art. 102 da Loman)

Recurso administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. – “Insurgência quanto à decisão monocrática proferida. Eleição para a
Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas. Alegação de violação ao princípio da
proteção da confiança e da segurança jurídica. Prática administrativa que não pode ser
reconhecida em razão da análise histórica das eleições do Tribunal de Justiça
amazonense. Validade da eleição do atual Presidente que estava entre os três elegíveis à
época do pleito. Eleição levada a termo nos moldes do art. 102 da LOMAN. Recurso a que
se nega provimento. – No presente caso, como se demonstrou, é inviável o reconhecimento
da praxe administrativa, em razão do processo histórico das eleições aos cargos de direção
do Tribunal de Justiça do Amazonas. Nesta mesma direção, entendemos que, mesmo
eventualmente reconhecido o costume (prática administrativa da assunção do
Desembargador mais antigo à Presidência do Tribunal) ele é mitigado em razão do preceito
legal que confere ao Tribunal a possibilidade de escolha, mesmo que restrita, já que o
artigo 102 da LOMAN prevê que o pleito se dá entre os juízes mais antigos, em número
correspondente ao dos cargos de direção de cada Tribunal” (CNJ – PCA
200810000014661 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Recurso contra indeferimento de liminar. Eleição de dirigentes de


Tribunal. Elegibilidade dos mais antigos. Art. 102 da LOMAN. – “O juiz incluído entre os
três mais antigos e desimpedidos, impossibilitado de concorrer à reeleição do cargo de
Corregedor do Tribunal, não está automaticamente eleito para o cargo de Presidente ou de
Vice-Presidente, pois tal pretensão implicaria inexistência da eleição. Eleitos os outros dois
para os referidos cargos, agiu corretamente o Tribunal que convocou o próximo juiz mais
antigo para concorrer ao cargo de Corregedor” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Eleição. Diferença entre “aclamação” e “consagração”

“A palavra ‘aclamação’ depende de manifestação inequívoca, ao


passo que a ‘consagração’ resulta da imposição de uma situação diante de um fato
consumado. O Plenário do Colendo Tribunal foi provocado a examinar a matéria e, por
maioria de votos, entendeu por bem submeter à eleição os nomes da Requerente e do
Interessado. Portanto, não seria o caso de ‘aclamação’ – et pour cause – nem o de
‘consagração’” (CNJ – PCA 62 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão – j. 07.03.2006 –
DJU 20.03.2006 – Ementa não oficial).

Eleição para complementar mandato inferior a um ano (art. 102, parágrafo


único, da LOMAN). Inaplicabilidade do requisito de antiguidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Interpretação do


parágrafo único do art. 102 da LOMAN. “Mandato tampão”. Cargo diretivo de Tribunal.
Inaplicabilidade do requisito de antiguidade, nesse caso. – “A LOMAN fixou a
antiguidade como critério para eleição de magistrados para os cargos de direção nos
Tribunais do país. Todavia, a exceção que o parágrafo único do art. 102 da LOMAN
estabelece em relação às hipóteses do caput é geral. No caso de eleição para complementar
mandato com tempo inferior a 1 (um) ano, não se aplica o requisito de antiguidade” (CNJ –
PP 15922 e PCA 15697 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU
20.12.2007).

Eleições nos tribunais

Desconstituição de ato administrativo. Eleições. Conselho da


Magistratura. Reeleição de membros. Artigos 102 e 104 da LOMAN. Improcedência. –
“Hipótese em que se sustenta a ofensa a preceitos constitucionais e legais, bem como ao
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, para ver declarada nula
a reeleição de membros do Conselho da Magistratura. Compatibilidade com as regras
inscritas nos arts. 93, caput, da Constituição Federal, 102 e 104 da LC 35/79 (LOMAN),
7º, inciso XXIV, 12, § 5º e 14 do RITJ/TO. Procedimento de Controle Administrativo
improcedente” (CNJ – PCA 225 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j.
18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Recurso contra indeferimento de liminar. Eleição de dirigentes de


Tribunal. Elegibilidade dos mais antigos. Art. 102 da LOMAN. – “O juiz incluído entre os
três mais antigos e desimpedidos, impossibilitado de concorrer à reeleição do cargo de
Corregedor do Tribunal, não está automaticamente eleito para o cargo de Presidente ou de
Vice-Presidente, pois tal pretensão implicaria inexistência da eleição. Eleitos os outros dois
para os referidos cargos, agiu corretamente o Tribunal que convocou o próximo juiz mais
antigo para concorrer ao cargo de Corregedor” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Luiz
Neto Lobo – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Número de Desembargadores


elegíveis, por seção, superior a 20. Inocorrência de violação ao princípio da
isonomia

“A redução do universo de Desembargadores elegíveis para os


cargos de cúpula do Tribunal de Justiça de São Paulo (i.e., 2º, 3º e 4º Vice-Presidentes), da
totalidade dos integrantes das seções para a primeira terça parte mais antiga,
contemplando, com isso, número de elegíveis, por seção, superior a 20 Desembargadores,
não constitui gravame ao princípio da isonomia ou a qualquer disposição constitucional”
(CNJ – PCA 48 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 14ª Sessão – j. 07.03.2006– DJU
20.03.2006 – Ementa não oficial).

Verba pelo exercício de funções temporárias, que somada ao subsídio, não


pode ultrapassar o teto remuneratório

Teto de vencimentos ou subsídios. Res. 13, de 21.03.2006. Funções


de Presidente de Tribunal, Vice-Presidente e Corregedor-Geral. Esclarecimentos sobre a
inclusão da verba pelo exercício de funções temporárias. – “Esclareço à autoridade
requerente que a verba pelo exercício temporário das funções de Presidente, Vice-

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Presidente ou Corregedor não está incluída no subsídio de Desembargador, não podendo,


entretanto, a soma do subsídio com a citada verba, ultrapassar o limite de 90,25 (noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio dos Ministros da Excelsa Corte,
em conformidade com o disposto na Res. CNJ 7, de 18.10.2005” (CNJ – PP 598 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).
Observação: Por decisão do Supremo Tribunal Federal, o limite ou teto para os
magistrados estaduais e federais é o mesmo, ou seja, 100% (e não 90,25%) do subsídio dos
Ministros, correspondendo atualmente a R$ 24.500,00, nos termos da Lei 11.143, de
26.07.2005.

CARGOS EM COMISSÃO
Autonomia dos Tribunais para avaliar seu quadro de servidores com a
finalidade de criar ou extinguir cargos

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de que o


Tribunal de Justiça não realiza concurso público para provimento de cargos de escrivão,
preferindo delegar essas funções para ocupantes de cargos em comissão. Confirmação de
omissão na realização de concurso para ingresso na atividade notarial e de registro
confirmada pelo Tribunal. Procedência em parte para fixar prazo para realização do
certame. – “Os Tribunais têm autonomia para avaliar seu quadro de servidores e enviar
projetos de lei para criação ou extinção de cargos. De forma que, apenas a partir de uma
avaliação da estrutura interna, do quadro de servidores e das exigências de uma
administração eficiente, é possível concluir pela necessidade, ou não, de extinção do cargo
de Escrivão de Serventia Judiciária ou de modificação de sua forma de provimento. Esse
tipo de ponderação e decisão compõe as prerrogativas advindas da autonomia dos
Tribunais, de modo que, inexistindo ilegalidade a ser sanada, não se justifica, sob esse
aspecto, a intervenção do CNJ” (CNJ – PCA 200710000008759 – Rel. Cons. Rui Stoco –
57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Criação por lei sem exigência de concurso público. Possibilidade

Pedido de Providências. Projeto de lei de iniciativa de Tribunal de


Justiça. Criação de cargos em comissão sem exigência de concurso público. Autorização
constitucional. – “Estabelecendo a Constituição Federal, em seu artigo 37, inciso II, que as
nomeações para cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração
prescindem de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, não
há óbice a que Tribunais de Justiça, de acordo com a competência a eles conferida pelo
artigo 96, inciso II, alínea “b”, da mesma Constituição, elaborem projeto de lei para a
criação desses cargos sem previsão de concurso público” (CNJ – PP 200810000007000 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Magistrados aposentados exercendo cargo em comissão

Pedido de Providências. Consulta. Magistrados aposentados


exercendo cargo em comissão. – “Creio, na hipótese dos autos, que a cumulação de
provento com subsídio, por cargo comissionado, é possível, mas deve respeitar o teto
remuneratório (alínea ‘f’ do inciso II, do art. 23 da Res. 13) da classe em que se encontra o
interessado, in casu, R$ 24.500,00, eis que na esfera do Poder Judiciário da União.
Consulta respondida negativamente” (CNJ – PP 1283 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


100

Servidor público municipal cedido para exercer cargo em comissão no


Tribunal de Justiça. Aposentadoria por invalidez pelo regime próprio dos
servidores públicos estaduais. Impossibilidade

Servidor municipal requisitado para exercer cargo comissionado


no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. Aposentadoria pelo regime
próprio dos servidores públicos estaduais. – “Ato concedido por maioria de votos no
TJRN, após exoneração a pedido do cargo exercido no município. Aposentadoria por
invalidez. Impossibilidade. O fato de o Tribunal de Contas do Estado estar apreciando a
legalidade do ato e de haver ação judicial em andamento não impede o CNJ de atuar e
exercer o controle administrativo sobre a sua legalidade, desde que não haja expressa
manifestação do STF a respeito. Procedimento instaurado a requerimento do Ministério
Público estadual. Dado provimento para desconstituir o ato e para que se adotem as
providências administrativas para o ressarcimento das verbas pagas indevidamente.
Decisão unânime” (CNJ – PCA 200710000015430 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

CARROS OFICIAIS
V. tb.: VEÍCULO OFICIAL

Regulamentação da utilização de carros oficiais dos tribunais

Pedido de Providências. Aquisição de novos veículos pelo TJMA.


Alegação de ofensa aos princípios constitucionais. Condições precárias dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais. Regulamentação da utilização de carros oficiais no âmbito
dos tribunais. (CNJ – PP 200710000009612 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Utilização dos veículos oficiais do Conselho Nacional de Justiça


Vide: Instrução Normativa CNJ 12, de 05.12.2008.

CARTA PRECATÓRIA
Ato normativo de Tribunal estabelecendo ônus processuais às partes
indevidamente

Pedido de Providências. Orientação Normativa 14/2002.


Expedição de carta precatória por Juízo Federal. Excesso de prazo no cumprimento.
Determinação de diligências da parte junto ao Juízo Estadual deprecado. Ilegalidade da
Orientação Normativa emanada da Corregedoria-Geral. Matéria sujeita à Cláusula de
Reserva Legal. Disciplina do Procedimento pelos Códigos de Processo Civil e Penal. – “I)
Competência do CNJ para conhecer o pedido, à vista do disposto no artigo 103-B, § 4º, I e
II, da Constituição Federal de 1988 e da repercussão geral, para o Poder Judiciário, da
questão debatida. II) A exigência contida na Orientação Normativa 14/2002 excedeu os
termos do procedimento descrito, quer pelo Código de Processo Civil (Seção II do
Capítulo IV do Título V do Livro I), quer pelo Código de Processo Penal (Capítulo I do
Título X do Livro I), para a expedição de cartas precatórias. Intelecção dos artigos: 202,
203, 205 e 212 do CPC e 354, 355 e 356 do CPP. III) Não podem ser criados ônus
processuais por intermédio de atos normativos infra-legais. IV) Pedido a que se defere para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


101

efeito de desconstituir a Orientação Normativa 14/2002, expedida pela Corregedoria-Geral


do TRF da 1ª Região” (CNJ – PP 200810000000078 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Reclamação disciplinar em razão do não cumprimento

Reclamação Disciplinar. Não cumprimento de precatória. Zona


rural. Falta de transporte. Inocorrência de infração disciplinar. Determinação de
providências administrativas ao Tribunal de Justiça da Bahia. – “I) Não configura, a
priori, infração disciplinar o não-cumprimento de carta precatória para citação de réu
residente em local distante, na zona rural, inexistindo transporte à disposição do oficial de
justiça ou recursos financeiros com essa finalidade. II) Em se tratando de carta precatória
para citação de réu em processo penal movido pela Justiça Pública, em que não é exigível
o pagamento prévio de custas, cabe ao Poder Judiciário do Estado em que se encontrar o
réu prover os meios necessários à realização da citação. III) Fixação de prazo ao Tribunal
de Justiça da Bahia para adoção das providências administrativas necessárias ao
cumprimento da carta precatória, que deverá ser reenviada pela Primeira Vara do Júri de
São Paulo. IV) Reclamação Disciplinar arquivada, com determinação de providência
administrativa” (CNJ – RD 26 – Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro
– 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

CARTÓRIOS
Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)
– SERVENTIAS JUDICIAIS

CATRACA ELETRÔNICA
Palavra-chave: CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE PESSOAS DE EDIFÍCIOS
PÚBLICOS
V. tb.: SISTEMA ELETRÔNICO DE SEGURANÇA

Ingresso em dependências do Poder Judiciário

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Sistema eletrônico de segurança
para acesso aos prédios do Poder Judiciário. – “A garantia de maior segurança no interior
das dependências forenses apresenta justificativa razoável e não fere o princípio da
igualdade. Alegação de desigualdade de tratamento não detectada. Catracas eletrônicas
capazes de identificar os advogados. Precedentes do Conselho Nacional de Justiça.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000019427 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

CAUSA
Vide: AÇÃO JUDICIAL

CENSURA
V. tb.: ADVERTÊNCIA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


102

Sanção disciplinar de censura nas hipóteses de negligência funcional

Dosimetria da sanção disciplinar: censura ou aposentadoria. – “A


censura é a sanção própria para os casos de negligência funcional (LOMAN, art. 44). A
ausência de prova do dolo do acusado obsta a imposição de sanção mais severa. Revisão
disciplinar parcialmente conhecida e rejeitada” (CNJ – RD 34 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Sanção imposta a magistrado. Promoção ao Tribunal de Justiça

Revisão Disciplinar. Magistrado. Falta punível com penas de


advertência/censura. Representado promovido ao Tribunal de Justiça. Impossibilidade de
aplicação da pena. LOMAN, art. 42, parágrafo único. Participação no julgamento de
Desembargador declarado suspeito. Decisão unânime. Nulidade inexistente. – “I)
Promovido o Juiz de Direito para Desembargador antes do encerramento do julgamento do
procedimento disciplinar, na hipótese de penas de advertência ou censura, correto o
arquivamento ou a improcedência da representação, por impossibilidade de aplicação da
penalidade. II) A participação de magistrado declarado suspeito na votação não gerou
prejuízo ou sequer alterou a conclusão, porquanto esta se deu a unanimidade. O voto em
tela seria irrelevante perante o resultado, eis que, mesmo sem ele, a decisão não favoreceria
ao representante (Precedente Colendo STJ, 5a T., Proc. 2003/0230933-5, DJU 27.09.2004,
p. 373). III) Revisão Disciplinar julgada improcedente” (CNJ – REVDIS 20 – Rel. Cons.
Jirair Aram Meguerian – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

CENTRAL DE CONCILIAÇÃO
Pagamento de precatórios

“A criação de uma Central de Conciliação especificamente para


pagamento dos precatórios, mediante acordo dos credores com o Estado, implica na
solução real do problema, com vantagens para ambas as partes: para o Estado, que paga
com desconto e para o credor, que recebe o seu crédito, mas merece todo o cuidado do
Tribunal, exatamente para que não sejam coagidos os credores e para que a ordem dos
precatórios não seja alterada quando da não aceitação do acordo” (CNJ – PP 1393 – Rel.
Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 –
Ementa não oficial).

CENTRAL DE MANDADOS
Desativação pelo tribunal

Pedido de Providências. Ressarcimento de despesas efetuadas por


Oficiais de Justiça para cumprimento de mandados. Pedidos de aplicação da Lei
Complementar Estadual n° 85/2005 com a instalação da Central de Cumprimento de
Mandados. Edição da tabela com valores específicos das despesas realizadas e
pagamento dos ressarcimentos devidos com despesas com transporte. – “A desativação da
Central de Mandados é ato discricionário do Tribunal. Pedido de edição de tabela
prejudicado pela improcedência do pedido anterior, já que as disposições normativas
estabelecem um valor fixo para a despesa até que a central de mandados seja instalada. E
quanto ao pedido de ressarcimento de despesas, há comprovação do pagamento pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


103

Tribunal” (CNJ – PP 1319 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni – 39ª Sessão – j.
24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não oficial).

Tabela de auxílio-transporte. Pretensão de regulamentação por parte do CNJ.


Matéria afeta à Corregedoria Geral

Recurso administrativo em pedido de providências. Tribunal de


Justiça do Estado Maranhão. Lei complementar estadual 85/2005. Resoluções 18 e 44 do
TJ/MA. Central de mandados. Tabela de auxílio transporte. – “I) A regulamentação do
funcionamento da Central de Mandados está afeta ao juízo de oportunidade e conveniência
da Corregedoria-Geral do Tribunal, nos termos da Lei Complementar Estadual 85/2005,
razão porque não cabe a intervenção deste Conselho para determinar a expedição da tabela
pretendida. II) Existência de norma expedida pelo TJ/MA contendo previsão de valor fixo
para ressarcimento das despesas com transporte dos oficiais de justiça do Estado
(Resolução 44/2007). Recurso administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP 5880 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU
12.09.2008).

CENTRO DE PERÍCIAS
Autarquia estadual. Incompetência do CNJ

Pedido de Providência. Deficiência do Centro de Perícias Renato


Chaves, que realiza exames de insanidade mental para todo o Estado do Pará. Autarquia
Estadual. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento do Processo.
(CNJ – PCA 231 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

CERCEAMENTO DE DEFESA
Intimação de terceiros interessados por edital

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra a


intimação de terceiros interessados por edital. Alegação de que o Tribunal não incluiu no
concurso algumas serventias criadas após o advento da CF/88 e da Lei Federal 8.935/94
e que estariam em regime ilegal de acumulação. – “Não há falar em cerceamento de defesa
por falta de intimação pessoal dos terceiros interessados. A intimação por edital encontra
supedâneo em norma constante do Regimento Interno do CNJ, inexistindo previsão legal
ou regimental de intimação pessoal, como pretendido” (CNJ – PCA 200810000006974 e
PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU
18.08.2008).

CERTAME
Vide: CONCURSO PÚBLICO EM GERAL – CONCURSO DE INGRESSO NA
MAGISTRATURA

CERTIDÃO PÚBLICA
Direito constitucional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


104

Pedido de Providências. Portaria 23/2006 do CNJ. Certidão.


Dificuldade na obtenção de certidão pública. – “(...) O Colendo TRT informa que o
Requerente apresentou Reclamação Correcional (149.765/2004-000-00-00) ao TST, cujo
resultado, à unanimidade, foi no sentido de que: ‘... a certidão expedida atende plenamente,
em essência, quer ao v. acórdão concessivo da segurança... quer à medida liminar deferida
na presente reclamação...’. Pedido improcedente” (CNJ – PP 791 – Rel. Cons. Oscar
Argollo – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial
e Parte do voto do relator).

Pedido de Providências. Questões de cunho individual. Não-


conhecimento. Direito de obtenção de certidão. Imperativo de interesse público. Omissão
do Tribunal. Ausência de justificativa. Deferimento. – “I) Em razão do caráter individual
da tutela requerida, refoge à competência do CNJ a discussão proposta, porquanto não
pode se fazer substituir à instância com atribuições para tanto. Precedentes. II) No tocante
ao direito à expedição de certidão (arts. 5º, inciso XXXIV, alínea ‘b’, da CF/88, e 2º da Lei
9.051/95), imperioso que o Poder Judiciário, no exercício de atividades de natureza
administrativa, atue impelido pelos vetores constitucionais norteadores da gestão pública
dos interesses da coletividade (arts. 5º e 37, caput, da CF/88). III) Pedido de Providências a
que se defere” (CNJ – PP 200710000016847 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

CESSÃO DE SERVIDORES DO EXECUTIVO AO PODER JUDICIÁRIO


V. Tb.: REQUISIÇÃO DE SERVIDORES PELO JUDICIÁRIO
Cessão por convênio entre o Tribunal e o Município. Possibilidade

“Em se tratando de Convênio celebrado entre Tribunal e


Município, para fins de agilizar execuções fiscais de interesse da Fazenda local por meio
de cessão de servidores do Poder Executivo ao Poder Judiciário para ocupar funções de
Oficial de Justiça ad hoc, não há falar em ilegalidade quando o instrumento for por prazo
determinado, o meirinho for agente público investido por lei nos quadros do Estado e
houver devido acompanhamento e fiscalização da Corregedoria-Geral da Justiça de
origem. Exegese combinada dos precedentes do Supremo Tribunal Federal sobre casos
análogos (RE 78593-SP e ADI 1141-GO). Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ
– PCA 200810000025890 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidores municipais.


Cessão. Função de escrevente judiciário. Anexos fiscais. Similitude com o PCA
200810000015630, 71ª Sessão Plenária. – “I) Em casos singulares de excepcional
necessidade do serviço, pode-se admitir a realização de convênios para cessão de
servidores originários do Poder Executivo Municipal para o exercício da função de
escrevente. II) Impõe viabilizar e acompanhar a substituição gradativa do modelo de
aproveitamento, no Poder Judiciário, de servidores cedidos por outros órgãos pela
incorporação de servidores nomeados após regular aprovação em concurso público. III)
Deferido, em julgamento anterior, o prazo de um ano para apresentação, à Comissão de
Estatística e Gestão Estratégica, de cronograma de trabalho orientado para o planejamento
de ações concretas, visando à substituição dos servidores municipais por servidores de
carreira do Tribunal do Estado de São Paulo (PCA 200810000015630). IV) Procedimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


105

de Controle Administrativo a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000002651


– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Requisição de servidores junto a outros Poderes

“Em se tratando de Convênio celebrado entre Tribunal e


Município, para fins de agilizar execuções fiscais de interesse da Fazenda local por meio
de cessão de servidores do Poder Executivo ao Poder Judiciário para ocupar funções de
Oficial de Justiça ad hoc, não há falar em ilegalidade quando o instrumento for por prazo
determinado, o meirinho for agente público investido por lei nos quadros do Estado e
houver devido acompanhamento e fiscalização da Corregedoria-Geral da Justiça de
origem. Exegese combinada dos precedentes do Supremo Tribunal Federal sobre casos
análogos (RE 78593-SP e ADI 1141-GO). Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ
– PCA 200810000025890 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

CITAÇÃO
Citação do indiciado em processo disciplinar através do seu defensor

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Processo


Administrativo Disciplinar. Quorum para deliberação de instauração e afastamento do
processado. Convocação de juízes de primeiro grau. Impossibilidade. Comunicação dos
atos processuais. Citação do processado na pessoa de seu defensor. Possibilidade.
Deferimento parcial. – “Mostra-se plenamente válida a citação do processado na pessoa de
seu defensor, mormente no caso do ato atingir a finalidade, mitigando-se a forma pela
essência. Exegese conjugada dos arts. 244 do CPC, 26, § 5º, da Lei 9.784/99, e 24 da Res.
30/CNJ” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.

CLASSIFICAÇÃO PROCESSUAL
Padronização e uniformização taxonômica e terminológica

“Ficam criadas as Tabelas Processuais Unificadas do Poder


Judiciário, objetivando a padronização e uniformização taxonômica e terminológica de
classes, assuntos e movimentação processuais no âmbito da Justiça Estadual, Federal, do
Trabalho e do Superior Tribunal de Justiça, a serem empregadas em sistemas processuais,
cujo conteúdo, disponível no Portal do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br),
integra a presente Resolução” (art. 1º da Res. CNJ 46, de 18.12.2007).

Tabelas Processuais Unificadas do Poder Judiciário. Criação e implantação


Vide: Res. CNJ 46, de 18.12.2007

CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL


V. tb.: NORMAS – Res. CNJ 60, de 19.09.2008

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


106

COISA JULGADA
Matéria jurisdicionalizada. Não conhecimento

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Suspensão de


vencimentos de servidor. Militar inativo. Inacumulabilidade. Matéria jurisdicionalizada.
Existência de coisa julgada. Óbice à atuação administrativa. Improvimento. – “I) Havendo
coisa julgada, formada no âmbito jurisdicional sobre a mesma questão, inviável rediscuti-la
no âmbito administrativo. II) Recurso Administrativo no Pedido de Providências a que se
conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PP 200810000024113 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

No âmbito administrativo. Prevalência que se impõe na análise de


procedimento que reitera questões já analisadas

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “A análise e decisão em um
procedimento, acerca de partes identificadas do edital de concurso de ingresso impedem
que se impugne essas mesmas partes em outro procedimento, ou que se decida novamente
sobre a mesma questão, impondo-se fazer prevalecer o princípio da coisa julgada
administrativa” (CNJ – PCA 613 – Rel. Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008).

COLEGIADO
Vide: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS – TRIBUNAL PLENO

COLÉGIO DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS ESTADUAIS


Caracterização como associação de classe

Associação de classe. Magistrado Presidente. Afastamento


previsto na LOMAN. Possibilidade. – “É associação de classe, para os fins do disposto no
art. 73, III da LOMAN, a entidade de âmbito nacional composta por Presidentes dos
Tribunais de Justiça cujos objetivos são, entre outros, a integração dos Tribunais de Justiça
em todo o território nacional e o intercâmbio de experiências funcionais e administrativas.
A atividade de presidente de associação de classe de âmbito nacional demanda
disponibilidade de tempo para deslocamento e cumprimento das obrigações inerentes ao
seu exercício, sendo legal e legítimo o afastamento do magistrado de suas funções
judicantes, parcial ou totalmente” (CNJ – PCA 200910000012814 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
Promoção de Juízes de Direito

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Votação de promoção de juízes para entrância especial. Tribunal de
Justiça do Estado da Bahia. Descumprimento da alternância nas votações para as vagas
por antigüidade e por merecimento. Ausência de fundamentação dos votos na promoção
por merecimento. Ausência de publicação dos índices de produtividade dos juízes
concorrentes. Descabimento. Inexistência de prejuízo para a requerente. Votos
pronunciados com base nos relatórios da Comissão de Avaliação Funcional formada por
Desembargadores votantes. Ausência de prova de irregularidade nos relatórios. Decisão
monocrática mantida. Desprovimento do recurso. – “I) O trabalho desenvolvido por uma
Comissão de Avaliação dos magistrados inscritos na promoção para merecimento obedece
rigorosamente a idéia de que tal promoção deve estar respaldada, na maior profundidade
possível, no merecimento apurado objetivamente em relação ao candidato, justamente para
deixar pouca ou nenhuma margem ao privilégio de algum juiz em detrimento de outro. II)
Os elementos do Relatório de Avaliação são objetivos e a requerente não conseguiu
demonstrar qualquer irregularidade neste relatório, a não ser a ausência de extensas
manifestações dos Desembargadores no momento da votação III – Se houve uma comissão
que apreciou cada caso, fez relatório, pontuou as atividades de cada magistrado, nada
justifica que ainda assim o Desembargador, ao votar, decline novamente os motivos de sua
preferência. Alias, é de todo inconveniente que outros motivos, além daqueles
objetivamente demonstrados, direcionem a escolha dos juízes” (CNJ – PCA 402 e 932 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não
oficial).

COMISSÃO DE CONCURSO DE INGRESSO


Edital que proíbe a manifestação de recurso à banca examinadora

Concurso público. Previsão editalícia genérica de impossibilidade


de recursos à banca examinadora. Ilegalidade. Recomendação aos Tribunais. – “I) A
vedação de recurso administrativo em toda e qualquer fase do concurso público atenta
contra os mais basilares princípios do Estado Democrático de Direito (art. 5°, inciso
XXXIII). II) Além dos princípios mencionados, a impossibilidade da vista das provas e
conseqüente recurso, fere, ainda, o princípio da publicidade que deve permear, em regra,
toda atividade da administração. III) Admitir a impossibilidade do recurso é transcender o
estado democrático de direito para retornar a idade pré-medieval, quando das invasões
bárbaras, em que os ‘julgamentos’ e ‘julgadores’, por se guiarem por inspiração divina, não
concebiam sua falibilidade. IV) Nas provas orais, por também se prestarem a auferir
conhecimentos outros, não só aqueles técnico-jurídicos, é inviável a pretensão recursal,
pois o juízo de valoração de tais conhecimentos deve se dar pela banca examinadora, não
havendo possibilidade de recursos pois a revisão redundaria na reaplicação da prova, o que
não é sequer razoável” (CNJ – PP 468 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 25a Sessão – j.
12.09.2006– DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Participação de magistrado. Remuneração

Pedido de Providências. Resolução 13/2006-CNJ. Art. 5º.


Magistrados. Direito de remuneração. Participação em banca examinadora de concursos.
Não acolhimento do pedido. – “A participação de magistrado como membro de comissão
de concurso público já foi enfrentada por este Conselho, estando expressamente prevista
no art. 4º, inciso II, ‘h’ e inciso VIII da Resolução 13/2006 do CNJ a proibição de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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percepção de valores por tal atividade” (CNJ – PP 1463 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Revisão. Resolução 13/2006. Inclusão de


verbas de caráter eventual ou temporário como gratificação a magistrados. Membro de
comissão examinadora Concurso Público. Provimento de cargo de juiz federal substituto.
Decisão monocrática. Indeferimento. Art.19-RICNJ. Não acolhimento do pedido. (CNJ –
PP 1390 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 –
Ementa não oficial).

Participação de professores de cursos preparatórios em banca de concurso de


ingresso na Magistratura

Pedido de Providências. Consulta. Res. 11/CNJ. Participação de


professores de cursos preparatórios nas bancas dos concursos para a carreira da
magistratura. Impedimento. – “I) Não podem atuar como examinadores nos Concursos
para Magistratura os professores de cursos preparatórios, por ferir postulados da
moralidade e da isonomia. II) A vedação que não se limita ao âmbito geográfico do Estado
em que o examinador exerce o magistério” (CNJ – PP 984 – Rel. Douglas Rodrigues – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Provimento de cargos nos demais poderes e na administração indireta.


Participação de magistrado. Remuneração

Pedido de Providências. Consulta. Pedido para que se assegure


aos magistrados o direito de remuneração pelo exercício eventual e transitório de membro
de comissão de concurso público para provimento de cargos nos demais poderes e na
administração indireta do Estado. Exercício permitido pela Carta Magna. Possibilidade
de remuneração, exceto nos concursos de ingresso na magistratura. Consulta acolhida em
parte. – “I) O exercício de atividade em banca examinadora por magistrado, seja em
concurso de ingresso na Magistratura ou em qualquer outro concurso público, no âmbito
dos demais Poderes ou na administração indireta ou fundacional, não caracteriza a
assunção de cargo ou função, nos termos do art. 95, parágrafo único, inciso I da CF/88 e,
portanto, não é vedado. II) Os magistrados têm direito à remuneração pelo exercício da
atividade eventual e transitória de membro de comissão de concurso para provimento de
cargos em outros Poderes e na administração indireta do Estado, exceto nos concursos de
ingresso na Magistratura, por força do disposto no art. 65 da Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (LC 35, de 14.03.79), do que restou decidido no PP 1463 e de vedação expressa
constante da Resolução 13, de 21.03.2006 do CNJ” (CNJ – PP 12052 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

COMISSÃO DE ESTUDOS
Criação pelo CNJ

“Como anotado na decisão recorrida, não cabe ao CNJ criar


comissão de estudos para a criação de uma rede de assistência judiciária composta por
advogados privados” (CNJ – PP 1086 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 31ª
Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


109

COMISSÃO DISCIPLINAR
V. tb.: COMISSÃO PROCESSANTE

Exercício por magistrados de funções em comissões disciplinares


Observação: A Resolução 10, de 19.12.2005 veda o exercício pelos membros do Poder
Judiciário de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e Comissões Disciplinares.

COMISSÃO PROCESSANTE
Procedimento administrativo disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Apuração disciplinar na


origem. Nomeação de Comissão Processante. Publicidade suficiente. Ausência de
irregularidade na sua composição. Art. 149 da Lei 8.112/90. Afastamento preventivo que
não se dá de maneira automática. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 444 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

COMISSARIADO VOLUNTÁRIO
Nomeação ou credenciamento

Procedimento de Controle Administrativo. Comissariado


Voluntário de Menores. Provimento n. 135/2005 da Corregedoria Geral de Justiça do
Estado de Minas Gerais. Art. 146 do ECA. – “Não compete ao Ministério Público ou ao
Conselho Tutelar, como pretende o requerente, a nomeação ou credenciamento do
Comissário Voluntário, mas sim a representação para a imposição de pena administrativa.
Cumpre ao Juiz da Infância e da Juventude tal credenciamento, investido de autoridade por
força do art. 146 do ECA” (CNJ – PCA 13 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 9ª Sessão – j.
29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

COMPETÊNCIA
V. tb.: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS

Afastamento de Magistrado de suas funções judicantes. Possibilidade de


delegação do Tribunal Pleno

Pedido de Providência. Avocação de Processo Disciplinar.


Decisão de Afastamento de magistrado de suas funções judicantes proferida pela Corte
Especial do TJPE. Alegação de incompetência para processar e julgar procedimentos
disciplinares administrativos contra magistrados. Resolução 84 de 24/01/1996. Pedido
conhecido e desprovido. – “A Corte Especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco possui
competência, delegada do Tribunal Pleno, nos termos da respectiva resolução, para
processar e julgar, originariamente, juízes do 1° Grau e aplicar as respectivas sanções,
inclusive no campo administrativo. Neste sentido, poderá, nos termos ao art. 27, § 3°, da
LOMAN, no âmbito do procedimento investigatório inicial, afastar o magistrado do
exercício das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até a decisão
final” (CNJ – APD 05 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 2ª Sessão Extraordinária – j.
14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

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Delegação do magistrado a servidores da competência para fazer juízo de


admissibilidade de pretensão

Procedimento de Controle Administrativo. Juizado Especial Cível


de Defesa do Consumidor. Comarca de Itabuna/BA. Portaria 7/2008. Atendimento
judiciário realizado pelos servidores. Delegação. Juízo de admissibilidade. Vedação de
atendimento às partes com causas superiores a 20 salários mínimos. Presença obrigatória
do advogado. Possibilidade de alteração do valor da causa, de ofício, pelo magistrado. –
“O juízo de admissibilidade de peça judicial compete unicamente ao magistrado investido
da função jurisdicional, sendo ilegal sua delegação a servidor do juízo. Precedente. A
alteração do valor da causa, de ofício e motivada, pelo magistrado, possibilita a adequação
do valor sugerido pela parte, podendo, inclusive, acarretar a desobrigação da presença do
advogado. Procedimento que se julga procedente” (CNJ – PCA 200910000017060 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Fixação de competência para julgamento de recurso pelo tribunal

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Suspensão da decisão do Presidente da seção de direito privado do
Tribunal de Justiça. Fixação da competência do Desembargador “A” para julgamento do
recurso em processo que foi objeto de recurso anterior. Incompetência do CNJ para
apreciação da questão. Matéria de competência exclusiva do Tribunal de Justiça. Art. 96 da
CF. (CNJ – PCA 633 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Previsão constitucional para a competência do CNJ (artigos 102, I, “r” e 103-B,


§ 4º da CF/88)

Conselho Nacional de Justiça. Competências constitucionais.


Competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça para controlar e supervisionar
financeira, administrativa e disciplinarmente todos os órgãos do Poder Judiciário, com
exceção do Supremo Tribunal Federal. Inteligência dos arts. 102, I, ‘r’ e 103-B, § 4°, da
Constituição Federal. Não conhecimento do Pedido de Controle Administrativo em relação
ao Supremo Tribunal Federal. Conhecimento em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário. Possibilidade de controle da constitucionalidade, legalidade do ato
administrativo discricionário e fiel observância aos princípios e preceitos do art. 37 do
texto constitucional. Possibilidade de controle do ato administrativo discricionário nas
hipóteses de desvio de poder ou de finalidade e pela teoria dos motivos determinantes.
Atos normativos de tribunais e do Conselho da Justiça Federal que alteraram horário de
expediente dos servidores públicos ocupantes de cargos de provimento efetivo.
Regulamentação por atos administrativos discricionários dentro dos parâmetros fixados
pela Lei 8.112/90. Inexistência de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Não Comprovação
de Ferimento ao Interesse Público ou a Prestação Jurisdicional. O Ministério Público
Federal não apresentou provas ou meros indícios de ferimento ao principio da eficiência
pelas alterações administrativas realizadas. Pedidos Conhecidos em parte (PCA 77, 80, 81,
82, 83) e indeferidos na parte conhecida. (CNJ – PCA 77, PCA 79, PCA 80, PCA 81, PCA
82 e PCA 83 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 3ª Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006
– DJU 12.04.2006).

Princípio do juiz natural

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


111

Princípio do juiz natural. Exigência de respeito absoluto às regras


objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Possibilidade, excepcional, de afastamento de
magistrado suspeito ou impedido. Exceções de suspeição e impedimento (CPC, arts. 312 e
seguintes). Matéria jurisdicional. Impossibilidade de usurpação dessa competência pela
Corregedoria-Geral da Justiça. Desconstituição de decisão administrativa de avocação e
redistribuição de processo. Pedido procedente. (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

“Absolutamente incompetente para processar e julgar a exceção de


suspeição o órgão administrativo – Corregedoria-Geral da Justiça, por meio de correição
parcial, pois trata-se, na hipótese, de incidente processual de conteúdo jurisdicional, a ser
decidido pelo órgão fracionário do Tribunal” (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA DOS TRIBUNAIS


Após o advento do CNJ

“A competência administrativa dos tribunais, inclusive para


apreciação dos processos respectivos, não foi reduzida ou afetada com o advento do CNJ
(EC n. 45/2004). O controle da atuação administrativa é efetivado quando a matéria é
submetida diretamente ao CNJ, ou quando este promove iniciativa de ofício. Não houve
alteração de competência do TST para apreciação de recursos contra decisões
administrativas dos TRT, não podendo este Conselho determinar a sustação dos atos
decisórios do relator ou do tribunal” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 1ª Sessão
Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

COMPETÊNCIA EXCEPCIONAL DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA JULGAR


AÇÕES JUDICIAIS DOS SEGURADOS E BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL QUANDO A COMARCA DO SEU DOMICÍLIO NÃO FOR SEDE DE
VARA DO JUÍZO FEDERAL (CF, art. 109, § 3º)
Ato da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça em descumprimento ao
comando constitucional

Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da


Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Paraná. Competência delegada da Justiça
Estadual. Lei Estadual que aglutinou várias unidades judiciárias numa única comarca.
Liminar mantida. Não descaracterização da característica de comarca pela simples
mudança de nomenclatura. Procedência do pedido para manter os processos na origem. –
“I) O parágrafo 3º do art. 109 da Constituição Federal visa a dar efetividade ao comando,
também constitucional, de facilitação do acesso à Justiça, proporcionando aos segurados e
beneficiários da Previdência Social a possibilidade de ajuizarem suas ações no foro de seu
domicílio. II) O ato da Corregedoria paranaense implica na redistribuição de mais de
20.000 processos e impossibilidade de ajuizamento de ações previdenciárias no domicílio
do interessado, dificultando o acesso à Justiça. III) A lei local que modificou a estrutura
judiciária, aglutinando várias comarcas, numa única, sem modificar a característica
estrutural destas, manteve na realidade Foros Regionais com características de verdadeiras
comarcas, logo não é possível suprir a competências destas em detrimento do usuário.
Prevalência do princípio constitucional da garantia do acesso à Justiça. IV) Pedido julgado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


112

procedente tornando definitiva a medida liminar antes concedida” (CNJ – PCA


200810000027679 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 –
DJU 30.01.2009).

COMPETÊNCIA JURISDICIONAL
Estabelecimento da competência da vara conforme as partes sejam, ou não,
beneficiárias de assistência judiciária gratuita, ou em razão da serventia
judicial respectiva ser privatizada ou estatizada

Afastamento de incidência de norma local. Competência de varas.


Processos cíveis. Restrição em relação a beneficiários da assistência judiciária. – “1) As
normas locais que estabelecem competência para determinadas varas, em razão de uma das
partes ser juridicamente necessitada ou da natureza privatizada ou estatizada da serventia
judicial, têm caráter eminentemente discriminatório e podem comprometer a razoável
duração do processo. Afastamento da incidência dessas normas (PP 1609). 2) A
Constituição Federal garantiu amplo e igualitário acesso à justiça, não sendo admissível
que a lei estadual imponha distinção entre jurisdicionados, em razão da sua situação
econômica” (CNJ – PP 200910000023484 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 86ª Sessão – j.
09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

CONCILIAÇÃO
V. tb.: JUÍZO ARBITRAL

Acordos homologados. Valoração como sentenças

“Recomenda aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais


Regionais do Trabalho e aos Tribunais de Justiça do país que adotem providências no
sentido de que os acordos homologados judicialmente sejam valorados como sentenças,
para todos os efeitos” (Recomendação CNJ 6, de 24.10.2006).

Movimento pela Conciliação. Criação de endereço eletrônico denominado


“conciliar”

“Recomenda aos Tribunais a criação de um endereço eletrônico,


ligado à Presidência no âmbito de cada Tribunal, denominado conciliar, para fins de
facilitar a comunicação do Movimento pela Conciliação, como no exemplo que segue:
conciliar@cnj.gov.br” (Recomendação CNJ 15, de 20.11.2007).

Movimento pela conciliação. Incentivo à sua continuidade e autonomia

“Recomenda aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito


Federal, aos Tribunais Regionais Federais e aos Tribunais Regionais do Trabalho que
promovam o planejamento e a execução de ações tendentes a dar continuidade ao
Movimento pela Conciliação, tais como: a) a constituição de comissão permanente
encarregada dessas atividades; b) o planejamento anual, no âmbito do Tribunal, do
Movimento pela Conciliação, em que se podem inserir a fixação de um dia da semana com
pauta exclusiva de conciliações, a preparação de semanas de conciliação e do Dia Nacional
da Conciliação de 2007, a definição de metas, a realização de pesquisas, dentre outras
atividades; c) a oferta de cursos de capacitação de conciliadores, magistrados e servidores;

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


113

d) a divulgação, interna e externa, do Movimento pela Conciliação, inclusive da estatística


específica de conciliações. Os Tribunais deverão encaminhar, para fins de divulgação pelo
Conselho Nacional de Justiça, o planejamento anual do Movimento pela Conciliação até o
dia 30 de abril de 2007. Para fins de divulgação da estatística dos Tribunais no site do CNJ,
os Tribunais acima referidos deverão encaminhar ao Conselho Nacional de Justiça, até o
dia 10 do mês seguinte, dados mensais sobre conciliações” (Recomendação CNJ 8, de
27.02.2007).

Possibilidade nos procedimentos do CNJ

Pedido de Providências. Conciliação. Termo de compromisso de


adequação. Viabilidade jurídica. – “A preocupação com a solução consensual dos litígios
não precisa ficar confinada ao ambiente judicial. Conciliar é, antes de tudo, um modo
diferente de enfrentar os problemas que pode também permear as ações corretivas e
preventivas do Conselho Nacional de Justiça. ‘Conciliar é legal’. Conciliação homologada”
(CNJ – PP 4950 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

CONCILIADOR OU JUIZ LEIGO


Acúmulo das funções de servidor público com o cargo de Conciliador

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça da Paraíba.


Incompatibilidade de exercício remunerado do servidor público com o cargo, como
definido na lei paraibana, de Juiz leigo ou Conciliador. – “I) A regra constitucional (CF,
art. 37, XVI) é pela vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: (1) a de dois cargos de
professor; (2) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (3) a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”
(CNJ – PP 1070 – Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão Extraordinária
– j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Delegação de atividades jurisdicionais típicas

Procedimento de Controle Administrativo. Lei 10.259/2001. Atos


normativos editados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo Conselho da
Justiça Federal, que fixam parâmetros para a atuação de conciliadores. Delegação de
atividades jurisdicionais típicas. Impossibilidade. Hipótese em que se questiona a
legalidade e constitucionalidade de atos normativos editados pelo Corregedor dos Juizados
Especiais Federais da 4ª Região e pelo Conselho da Justiça Federal, respectivamente,
regulamentando a atuação dos conciliadores no âmbito dos Juizados Especiais Federais.
Previsão da possibilidade de delegação aos conciliadores de atos jurisdicionais típicos –
condução de instruções e coleta de provas orais, em afronta a princípios constitucionais
(devido processo legal, juízo natural e da indelegabilidade da jurisdição) e legais
(identidade física do juiz, oralidade e imediação) informativos da jurisdição. Procedimento
de Controle Administrativo procedente. (CNJ – PCA 453 – Rel. Cons. Douglas Alencar
Rodrigues – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Exigência de cinco anos de experiência para assumir o cargo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Concurso Público. Conciliador e juiz leigo. Irrazoabilidade da


exigência de cinco anos de experiência para o cargo de juiz leigo sem computar estágio na
OAB. Tempo de atividade jurídica para magistratura é de três anos. Efeito moralizador do
concurso público realizado por entidade isenta e reconhecida. Participação da OAB no
certame. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 174 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

CONCILIADORES EM JUIZADOS ESPECIAIS


Aposentadoria compulsória. Obrigatoriedade quando do implemento da idade
de 70 anos

Pedido de Providências. Servidores públicos de Tribunal de


Justiça, detentores de cargos efetivos em atividade, com idade superior a setenta anos.
Aplicação do inciso II, do § 1º, do art. 40 da Constituição da República. Não-incidência
da restrição constitucional aos conciliadores tendo em vista que não são ocupantes de
cargo efetivo. Providência parcial do pedido. – “Constitui irregularidade grave, passível de
imposição de sanção disciplinar, o descumprimento ao comando do art. 40, § 1º, inciso II
da Constituição Federal, que determina a aposentadoria compulsória dos agentes públicos
aos setenta anos de idade, impondo-se à autoridade administrativa providenciar a
publicação do ato de ofício, independentemente de qualquer outra providência, bastando o
implemento da idade-limite” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:
“No caso sub examine, os conciliadores não ocupam cargo público,
de sorte a não ser alcançados pela aposentadoria compulsória aos setenta anos, da mesma
forma que os notários e registradores, conforme fixado pela Suprem Corte. Outrossim,
ainda que as funções exercidas pelos conciliadores do Tribunal de Justiça do Maranhão
pudessem ser equiparadas as do cargo em confiança, como restou fixado por este Conselho
no PP 1070, em relação ao Estado da Paraíba, ainda assim a compulsoriedade da
aposentadoria aos setenta anos não lhes seria aplicável, haja vista não se tratar de cargo
efetivo. Destarte, não há restrições etárias fixadas para o exercício da função de
conciliador, inexistindo irregularidades quanto a esse aspecto na situação daqueles
conciliadores em atividade no Tribunal de Justiça do Maranhão que possuem mais de
setenta anos” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU
07.12.2007).

Livre nomeação pelo Presidente do Tribunal. Exoneração que compete a essa


autoridade

Recurso em Procedimento de Controle Administrativo.


Conciliador. Livre nomeação pelo Presidente do Tribunal de Justiça. Exoneração
pretendida. Negativa por se tratar de mandato a termo fixado em lei estadual. Pretensão
de desconstituição. Alegação de discricionariedade. Discussão sobre teses jurídicas.
Matéria estranha a este Conselho Nacional de Justiça. – “O procedimento estabelecido no
artigo 95 e seguinte, do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, a ser exercido
pelo Plenário, de ofício ou mediante provocação, visa ao controle dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, quando contrariem os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, de observância
obrigatória, nos termos do artigo 37 da Constituição da República. Não é ele meio próprio
para ver prevalecer tese jurídica contrária àquele adotada no ato administrativo impugnado,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


115

quando não se constata que este tenha sido praticado ao arrepio daqueles princípios
constitucionais. Recurso Administrativo de que se conhece e a que se nega provimento”
(CNJ – PP 12581 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 –
DJU 07.12.2007).

Remuneração

Consulta. Instalação temporária de Juizado Especial no aeroporto


de Brasília. Conciliadores e atermadores. Pagamentos. Consulta respondida nos seguintes
termos: – “Viabilidade do pagamento de bolsa aos conciliadores e atermadores, recrutados
como estagiários, com fundamento na Lei 6494/77 e Decreto 87.494, de 18.08.1982, ou
pagamento de parcela indenizatória de despesas, nos termos da Lei 9608/98. Inadequação
do pagamento de diárias aos conciliadores e atermadores que sejam recrutados para
exercício no Juizado Especial do Aeroporto de Brasília” (CNJ – PP 200710000010158 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU
14.09.2007).

CONCUBINATO
Vide: UNIÃO ESTÁVEL

CONCURSO
Vide: CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA – CONCURSO PÚBLICO
EM GERAL

CONCURSO DE INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO


Palavras-chave: DESMEMBRAMENTO DE SERVENTIAS
V. tb.: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE
REGISTRO)

Abertura de concurso. Alegação pelo titular de serventia de direito adquirido e


estabilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Art. 19 do ADCT,


CF/88. Edital TJMG 01/1999. Desrespeito aos direitos de titular e estabilidade sobre
serventias. Abertura de concurso para provimento de serviços extrajudiciais, que se afirma
acumulados a serventia de que o reclamante é titular. Alegação de direito adquirido e de
aplicação do artigo 26 da Lei 8.935/94. Matéria já submetida a mais de uma ação judicial,
inclusive com julgamento nas instâncias ordinárias. Não conhecimento. Pedido não
conhecido. (CNJ – PCA 119 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 –
DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Admissão do exercício da advocacia como título, para efeito de pontuação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Ingresso para Delegação dos Serviços de Tabelionato e de Registro de Minas Gerais.
Impugnação. Exercício da advocacia. Fixação das serventias. Improcedente. – “I) Não há
violação ao princípio da isonomia nem utilização de critério discriminatório ao se pontuar,
para fins de titulação, apenas o exercício da advocacia. II) Não viola o critério geral

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


116

determinado pelo CNJ a fixação das serventias para as quais os candidatos concorrem”
(CNJ – PCA 200810000009173 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

Alegação de nulidade. Inexistência de prejuízo substancial

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público de


Atividades Notariais e de Registro. Irregularidade que não enseja nulidade por ausência
de prejuízo substancial. Falha mecânica sanada. Improcedência. – “I) Não há nulidade
sem prejuízo substancial, aplicando-se o princípio da instrumentalidade das formas (pas de
nullité sans grief). II) Falha mecânica verificada na etiquetagem dos cadernos de questões
e de respostas corrigida sem prejudicar a idoneidade do certame. III) Procedimento de
Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 181 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Anulação de questão. Pedido indeferido

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Concurso público. Edital 01/2005 para provimento de cargos em serviços
de tabelionato e de registros do Estado de Minas Gerais. Indeferimento de recurso
administrativo para anulação de questão. – “Após o exame das razões recursais do
Requerente, não encontro fundamento relevante para modificar meu entendimento acerca
da inexistência de interesse geral a legitimar a atuação deste Conselho Nacional de Justiça
por meio do presente Procedimento de Controle Administrativo, não obstante seu objeto
diga respeito a concurso público promovido pelo Poder Judiciário. (...) E, como dito na
decisão de indeferimento da medida liminar, mesmo após ser retificado, o edital não
deixou de incluir tais pontos no programa de conhecimentos específicos, como se vê a fls.
86 dos autos, o que inviabiliza a declaração de nulidade da questão de número 67 da prova
objetiva. Pedido indeferido” (CNJ – PCA 123 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 23ª
Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Anulação do concurso. Edital em conformidade com os preceitos


constitucionais

Recursos Administrativos. Procedimentos de Controle


Administrativo. Anulação do Edital 02/2007 TJMG. Concurso de Provas e Títulos para
Ingresso no Serviço de Tabelionato e de Registro. Atividade notarial é uma só.
Regularidade na avaliação para todas as especialidades. Edital que atende aos ditames
constitucionais. Recurso improvido. (CNJ – PCA 200810000002518 e PCA
200810000002490 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Anulação do concurso. Pedido indeferido

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


provimento de vagas na titularidade de Serviços Notariais e de Registro. TJSE. Liminar
indeferida. Alegação. Conflito no quantitativo de vagas estabelecidas no certame e no Ato
822/2006. Pedido de anulação do concurso. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 411-
Rel. Paulo Schmidt – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

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117

Atividade notarial e de registro. Pontuação máxima estipulada em Edital de


concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Atividade notarial e


registro. Concurso de remoção. Insurgência contra o entendimento da comissão de
concurso, que limitou em cinco pontos a pontuação máxima a ser considerada para
remoção em concurso público. Inexistência de ilegalidade do edital e ata regulamentar que
estabeleceram pontuação máximas em cinco pontos e da ata 145 da comissão de concurso
(CNJ – PCA 200810000024150 – Rel. Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
05.12.2008).

Ausência de declaração de vacância de serventia oferecida em concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para


provimento de Serventias Extrajudiciais. Alegação de nulidade pela ausência de
declaração de vacância da serventia oferecida em concurso. Pedido improcedente. – “A
divergência entre o ato que publicou as serventias vagas e as serventias listadas para o
concurso não é suficiente para anular o concurso” (CNJ – PCA 516 – Rel. Paulo Schmidt –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Ausência de especificação no edital das pendências judiciais acerca das


delegações vagas

“A ausência de especificação, no edital do concurso, sobre o


conteúdo das pendências judiciais referentes às delegações vagas no Edital do Concurso
não consubstancia ilegalidade a ensejar a intervenção deste Conselho. Pedido julgado
improcedente” (CNJ – PCA 200810000025208 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Ausência de informação acerca do faturamento das serventias extrajudiciais


postas em concurso

Serventias extrajudiciais. Concurso público. Escolha. Falta de


informação do faturamento das serventias oferecidas. Transparência administrativa. –
“Em nome da transparência que deve permear a atuação do administrador em geral, deve o
tribunal promotor de concurso público para provimento de serventias extrajudiciais
disponibilizar a todos os candidatos aprovados os dados concernentes ao faturamento
financeiro de todas as serventias constantes da lista de ofertas. Liminar deferida” (CNJ –
PCA 200910000001245 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Ausência de relação de serventias na lista de oferta de vagas depois da


republicação do edital. Princípio da eficiência

“Questionamento concernente à não figuração de serventias


extrajudiciais na lista de oferta para provimento em concurso público por ingresso, depois
de republicado o edital de chamamento dos candidatos para escolha dos serviços que
titularizarão, não pode propiciar o adiamento da conclusão do certame. Observância
necessária do princípio da eficiência. Saneamento eventual de irregularidades para
disponibilização futura das serventias. Liminar indeferida” (CNJ – PCA 200910000001245
– Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU

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118

13.02.2009).

Banca examinadora. Ausência de notário. Nulidade do certame

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de concurso


público – III Concurso de provas e títulos para provimento de serventias extrajudiciais do
Estado de Rondônia. Inobservância dos arts. 15 da Lei 8.935/94, 37 e 236, § 3º, da CF/88,
e do princípio da legalidade. Ausência de notário na banca examinadora. Possibilidade
da Administração declarar nulo seus atos quando eivados de ilegalidade (Súmulas s 346 e
473 do STF). Pedido procedente. – “A formação da Comissão Examinadora, ao desprezar
o texto legal que impõe a presença de um registrador e de um notário, eiva de nulidade
todo o certame, pois referida exigência legal, insculpida no art. 15 da Lei 8.935/94, tem por
finalidade garantir o princípio da eficiência administrativa, uma vez que contará com
profissionais de áreas distintas, que têm o dever de exercer referido múnus (sic) público,
não estando no âmbito da liberalidade renunciar ao exercício deste dever” (CNJ – PCA 30
– Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa
não oficial).

Candidato aprovado, empossado e assumindo a serventia. Pretensão de nova


escolha de serventia no mesmo concurso de que participou. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Candidato
aprovado e que já fez sua escolha, tomando posse e assumindo a serventia. Pretensão de
participar da segunda audiência de escolha, sob alegação de ilegalidade de se permitir
aos outros candidatos escolher serventias do mesmo concurso que, após escolhidas, se
vagaram posteriormente. Recurso não conhecido. – “Inadmissível àquele que participou de
ingresso na atividade notarial e de registro, foi aprovado, exerceu o direito de escolha e
tomou posse, concorrer na escolha de serventias que se vagaram dentro do prazo de
validade do certame, visando apenas rendimentos mais alentados, considerando que já não
mais pode ser considerado candidato mas titular de unidade de serviço público” (CNJ –
PCA 200710000015703, PCA 200810000015203 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Candidato aprovado em concurso e que ocupa cargo público. Quando em deve


desincompatibilizar-se para assumir a serventia

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Serventia extrajudicial. Concurso. Momento de desincompatibilização de
atividade incompatível com o exercício da atividade notarial ou registral. – “Mostra-se
razoável que candidato aprovado em concurso público para ingresso na atividade notarial
ou registral postergue para o último instante possível o desligamento de função
incompatível com o novo ofício. Afinal, em caso de qualquer imprevisto a obstar a
assunção do novo serviço, o candidato vitorioso ficaria em situação inusitada, sem poder
assumir o novo posto nem prosseguir no antigo, do qual se teria desvinculado. Recurso
conhecido e, no mérito, desprovido” (CNJ – PCA 200810000009980 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Candidato aprovado que escolheu serventia e a assumiu. Afastamento


posterior em favor de quem não prestou concurso com base na Constituição do
Estado. Inadmissibilidade

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119

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Concurso de ingresso. Candidato aprovado que fez escolha da serventia. Posterior
determinação do seu afastamento para entregar a delegação a quem não prestou
concurso, com fundamento no Art. 309, § 3º da Constituição do Estado. Inadmissibilidade.
Vaga que já havia sido escolhida legitimamente pelo candidato aprovado e ora
Requerente. – “Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o ingresso na
atividade notarial e de registro ocorre apenas pela via única e exclusiva do concurso
público, nos termos do § 3º do Art. 236 dessa Carta de Princípios, de sorte que o só fato de
a pessoa estar designada sem concurso durante a sua vigência, com fundamento em
dispositivo de Constituição Estadual local, mostra-se irrelevante e inócuo para assegurar
direito à titularidade da serventia” (CNJ – PCA 200810000027163 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Candidato aprovado que fez opção por certa serventia e dela desistiu em
seguida. Deslocamento para a última colocação

“Não havendo opção do candidato por qualquer das serventias


ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a deliberação da Comissão
Permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o deslocamento para a última
colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e, posteriormente desistissem”
(CNJ – PCA 317 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007).
Parte do voto da Relatora: “Não fazendo opção, a lógica impõe a permanência do
candidato na sua colocação original, reservando-se o deslocamento para o último lugar
para os candidatos que fizeram opção e, posteriormente, desistiram da delegação”.

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pretensão de anulação da audiência de escolha, com
nova publicação da lista de candidatos. Inadmissibilidade. Precedentes. Pedidos não
providos. – “O critério estabelecido pela Comissão de Concurso de Ingresso na Atividade
Notarial e de Registro, de: a) manter na sua classificação original o candidato que não
optar por serventia, na primeira audiência de sua escolha, e de: b) passar para o último
lugar o candidato que optar por unidade cartorial e dela desistir após o término das
escolhas, atende o interesse público e evita que essas unidade fiquem vagas
prematuramente e sejam dirigidas por largo tempo por pessoas não concursadas. Nesse
sentido posicionou-se o CNJ nos PCA 317 e 523” (CNJ – PCA 2008100000014739, PCA
200710000015570, PCA 200810000011180 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Opção dos candidatos


por serventias. Precedente. Improcedência. – “Não havendo opção do candidato por
qualquer das serventias ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a
deliberação da Comissão permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o
deslocamento para a última colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e,
posteriormente desistissem. Na 11ª Sessão Extraordinária, do dia 09.05.2007, ao julgar o
Procedimento de Controle Administrativo - PCA 317, o Plenário decidiu pela regularidade
do ato da Comissão do Certame, questionado neste procedimento. Improcedência do
pedido de revisão do ato administrativo” (CNJ – PCA 523 – Rel. Cons. Germana Moraes –
14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


120

Candidato aprovado que pretende ser nomeado para serventia, antes da


publicação da classificação geral, em caráter preferencial

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Certame não concluído, aguardando a fase de
eventuais recursos contra a lista de classificação. Candidato aprovado que pretende ser
nomeado para uma das serventias que apontou, antes da publicação da classificação
geral, em caráter preferencial. Alegação de ser portador de defeito físico.
Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. – “Aos candidatos portadores de deficiência
física é assegurada reserva de vagas em percentual não inferior a 5%, nem superior a 20%
e a figuração em lista de classificação separada, exclusiva para estes, conforme o
Enunciado Administrativo 2, de 29.01.2009 do CNJ. Todavia não se lhes concedeu o
privilégio de escolha solitária, isolada e separada dos demais aprovados e que ostentem a
mesma condição de portadores de alguma deficiência, nada justificando que essa escolha
privilegiada ocorra antes mesmo da publicação das listas de classificação” (CNJ – PCA
200910000000861 – Rel. Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Candidato aprovado que se absteve de escolher serventias quando chamado a


fazê-lo. Manutenção em sua classificação original

“Não havendo opção do candidato por qualquer das serventias


ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a deliberação da Comissão
Permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o deslocamento para a última
colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e, posteriormente desistissem”
(CNJ – PCA 317 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pretensão de anulação da audiência de escolha, com
nova publicação da lista de candidatos. Inadmissibilidade. Precedentes. Pedidos não
providos. – “O critério estabelecido pela Comissão de Concurso de Ingresso na Atividade
Notarial e de Registro, de: a) manter na sua classificação original o candidato que não
optar por serventia, na primeira audiência de sua escolha, e de: b) passar para o último
lugar o candidato que optar por unidade cartorial e dela desistir após o término das
escolhas, atende o interesse público e evita que essas unidade fiquem vagas
prematuramente e sejam dirigidas por largo tempo por pessoas não concursadas. Nesse
sentido posicionou-se o CNJ nos PCA 317 e 523” (CNJ – PCA 2008100000014739, PCA
200710000015570, PCA 200810000011180 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Opção dos candidatos


por serventias. Precedente. Improcedência. – “Não havendo opção do candidato por
qualquer das serventias ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a
deliberação da Comissão permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o
deslocamento para a última colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e,
posteriormente desistissem. Na 11ª Sessão Extraordinária, do dia 09.05.2007, ao julgar o
Procedimento de Controle Administrativo - PCA 317, o Plenário decidiu pela regularidade
do ato da Comissão do Certame, questionado neste procedimento. Improcedência do
pedido de revisão do ato administrativo” (CNJ – PCA 523 – Rel. Cons. Germana Moraes –
14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


121

Candidato portador de necessidades especiais

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de provas e


títulos para atividade notarial e de registro. Reserva de vagas para candidatos portadores
de necessidades especiais. Reserva de 10% das vagas asseguradas. Número de candidatos
inferiores às vagas existentes. Pretensão de escolha privilegiada. Inadmissibilidade. – “Se,
em concurso para preenchimento de serventias extrajudiciais o número de candidatos é
inferior ao número de vagas postas no certame, a reserva para portadores de necessidades
especiais perde o sentido e não mais se justifica” (CNJ – PCA 602 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Candidato que apresenta antecedente criminal. Prescrição da pena em


abstrato. Concorrente que não pode ter sua inscrição indeferida, entretanto,
caso seja aprovado, deve ter sua idoneidade moral atestada segundo seu
comportamento cotidiano

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Atividade Notarial e de Registro. Candidato que teve indeferido seu pedido de inscrição
em razão de apresentar antecedente criminal. Ação penal que recebeu decisão de extinção
da punibilidade em razão da prescrição da pena em abstrato. Pedido prejudicado com
relação à participação no concurso. Pretensão de que se assegure a posse sem
investigação de conduta moral, em caso de aprovação. Indeferida. – “O candidato inscrito
em Concurso Público de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro não pode ter sua
inscrição indeferida pelo fato de ter antecedente criminal, se a pretensão punitiva esboçada
pelo Estado foi extinta em razão da prescrição da pena em abstrato. Todavia, em caso de
aprovação, afastada a consideração do fato como antecedente criminal, caberá à comissão
do concurso avaliar livremente o candidato sob o aspecto moral, segundo seu
comportamento cotidiano” (CNJ – PCA 200710000013391 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Candidato que apresenta antecedente criminal. Prescrição da pena em


abstrato. Fato que não se apaga do mundo fenomênico. Impossibilidade de
obtenção de salvo conduto que o exima de qualquer avaliação de sua
idoneidade moral

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Atividade Notarial e de Registro. Candidato que teve indeferido seu pedido de inscrição
em razão de apresentar antecedente criminal. Ação penal que recebeu decisão de extinção
da punibilidade em razão da prescrição da pena em abstrato. Pedido prejudicado com
relação à participação no concurso. Pretensão de que se assegure a posse sem
investigação de conduta moral, em caso de aprovação. Indeferida. – “Significa que o ato
considerado criminoso, que deu ensancha à instauração de ação penal e que se conduziu à
prescrição da pretensão punitiva por inércia do Estado continua existindo no mundo
fenomênico, de sorte que não poderá ser considerado como ato ilícito-punitivo no âmbito
penal, por força da prescrição extintiva, mas não se apaga como comportamento a ser
analisado para efeito moral. Impossível, portanto, que o autor obtenha neste procedimento
qualquer salvo-conduto que o exima de posterior avaliação de seu comportamento e de sua
idoneidade moral, que deve ser feita por primeiro e prioritariamente pela Comissão do
Concurso” (CNJ – PCA 200710000013391 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


122

Candidato respondendo a processo criminal. Direito de participar do certame

“Em juízo prévio de análise, embora se mostre plausível e


recomendada a comprovação de idoneidade moral do candidato para a titularização dos
serviços notarias e de registro, a garantia constitucional da presunção de inocência
constante do art. 5º, inciso LVII, da Constituição da República proíbe que qualquer
cidadão tenha seus direitos individuais restringidos por estar respondendo a processo
criminal. Até que advenha eventual condenação, a Carta Magna proíbe que se conclua e se
conjecture acerca da materialidade de fato punível, da autoria e do comportamento culposo
do agente. Tal garantia de nada adiantaria se, em casos como o dos autos, fosse possível
atestar que o requerente não tem idoneidade moral. Ademais, marcada a prova para o dia
21.10.2007, tem-se comprovado o periculum in mora já que a demora na decisão poderá
tornar inútil a pretensão do requerente, como antes enfatizado” (CNJ – PCA 13391 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Cobrança de taxa para inscrição e interposição de recurso

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “I) A cobrança de taxas para inscrição e
interposição de recurso administrativo é legal” (CNJ – PCA 231, 242, 262, 352 – Rel.
Cons. Oscar Argollo – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 –
Ementa não oficial).

Colocação em concurso de serventias agrupadas, com acumulação ilegal dos


serviços de notas e registro civil

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Colocação em concurso de serventias agrupadas,
acumulando ilegalmente serviços de notas com registro civil e de protesto com registros
imóveis. Inadmissibilidade. Determinação para a desanexação, com publicação de novo
edital de concurso após a regularização dos serviços, abrindo-se novas inscrições. – “Não
são acumuláveis os serviços notariais e de registro, exceto nos municípios que não
comportam mais de um dos serviços, em razão do volume de serviços ou da receita, posto
que a anterior legislação permissiva dos Estados sobre a matéria não foi recepcionada pela
Constituição Federal, nem pela Lei Federal 8.935/94, que regulamentou o art. 236 daquela
Carta de Princípios” (CNJ – PCA 3841 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007
– DJU 09.11.2007).

Comissão de concurso. Comunicado visando esclarecer os termos do Edital

Concurso público para provimento de vagas em serventias


extrajudiciais no estado de Goiás. Lei Estadual 13.136/97. Títulos. Pontuação.
Competência de comissão para publicação de comunicado esclarecedor de edital.
Presunção de boa-fé. Não comprovação de favorecimento individual. Não provimento.
(CNJ – PCA 20091000001828 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 –
DJU 17.04.2009).

Competência do CNJ para apreciar questão relativa à introdução de questões


fora do conteúdo programático do concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


123

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


oficiais de Cartórios de Notas e de Registro do Rio Grande do Sul. Possibilidade da
intervenção do Conselho no caso de alegações sobre a existência de questões fora do
conteúdo programático do concurso. Questão, em parte, já jurisdicionalizada, que não pode
ser conhecida pelo Conselho. Conhecimento parcial do pedido e indeferimento. (CNJ –
PCA 197 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006
– Ementa não oficial).

Comprovação de conclusão de curso, bacharelado ou habilitação nos


concursos de ingresso e remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Insurgência contra resolução que
regulamentou o certame e contra a listagem geral de serventias. Ataques a vários aspectos
do edital. Procedência parcial do pedido. – “Nos termos da Súmula 266 do STJ, com
exceção dos concursos para ingresso nas carreiras da Magistratura e do Ministério Público,
a comprovação do bacharelado em direito deverá ser exigida apenas no momento da
posse” (CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).
Súmula 266 do STJ: “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público”.

Concurso de ingresso. Pedido de revisão e anulação de questões

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Pedido de revisão e anulação de questões de
prova objetiva. Interesse individual. – “A jurisprudência majoritária dos Tribunais
Superiores é no sentido de que, somente nos casos de flagrante erro material perceptível de
plano e, excepcionalmente, deve ser declarada nula questão de prova objetiva, sob pena de
invadir-se a competência administrativa da Banca Examinadora. Por outro turno, o simples
fato da Banca Examinadora alterar o gabarito preliminar, após a análise dos recursos dos
candidatos, não caracteriza per se a ilegalidade sustentada pelo requerente, mas adequação
administrativa ao julgamento dos recursos. A substituição ou anulação de questões eivadas
de vícios na correção – ressalte-se, correção esta realizada após análise de todos os
recursos dos candidatos insatisfeitos com o gabarito preliminar – foi fundamentada na
opção de resposta admitida pela Banca, e que resultou no gabarito definitivo. O que se
verifica, in casu, é a insurgência do requerente com a opção adotada pela Banca e que, à
evidência, não autoriza este Conselho a rever as aludidas questões, sobretudo, porque
caracteriza interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o
Judiciário nacional” (CNJ – PCA 518 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª
Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Concurso de remoção. Admissão apenas dentro da mesma entrância

Discrepância nas datas de vacância das serventias. Inscrição no

certame. Requisito de ausência de condenação por crime doloso nos últimos 5 (cinco)

anos. Concurso de remoção. Admissão apenas dentro da mesma entrância e categoria

funcional. Exigência legal. – “Não se vislumbra qualquer inconstitucionalidade ou


INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ
124

irregularidade na exigência contida na Res. 13/2006, de a remoção conter-se na mesma

entrância, de acordo com a LC Estadual 183/99. Com efeito, em situação semelhante

decidiu o STJ (RMS 13802/Rui Stoco) o direito questionado com base em lei estadual com

igual disposição” (CNJ – PCA 520 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 –

DJU 05.09.2007).

Concurso de remoção. Ausência de habilitação do candidato que é notário em


outro Estado da Federação

Procedimento de Controle Administrativo. Edital de concurso para


remoção nos serviços notariais e de registros do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná. Critérios de avaliação profissional. Lei Estadual. Inconstitucionalidade
inexistente. – “O Requerente é notário no Estado do Rio de Janeiro e, assim, à luz da
legislação do Paraná, não possui habilitação necessária para se inscrever no concurso, eis
que não poderá comprovar o efetivo exercício das funções de Notário naquele Estado da
Federação” (CNJ – PCA 95 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU
01.09.2006 – Ementa não oficial).

Concurso de remoção. Suspensão do certame na pendência de julgamento de


ação direta de inconstitucionalidade

Concurso de remoção. Suspensão incontroversa do concurso pelo


advento de ação direta de inconstitucionalidade. Prejudicialidade. – “Já suspensos os
concursos de remoção diante da pendência de julgamento de ação direta de
inconstitucionalidade, por ato do próprio Tribunal organizador dos certames, quando da
formulação do pedido perante o Conselho Nacional de Justiça, não merece conhecimento
pleito de invalidação de tais certames por falta de interesse de agir” (CNJ – PCA
200710000007627 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Concurso realizado pelo Juiz Diretor do Fórum para serventia específica

Atividade Notarial e de Registro. Concurso de Ingresso.


Classificação dos candidatos. – “Se o concurso for feito pelo Juiz Diretor do foro, o será
para uma específica serventia, aplicando-se a regra do art. 8º, mas se o concurso é para
provimento de serventias em todo o Estado, até mesmo por uma questão de economia de
procedimentos e facilitação da classificação dos candidatos, a regra adotada pelo Estado de
Minas Gerais está equivocada. Ademais, não há prejuízo para a administração na
realização do concurso com a classificação geral dos candidatos, de sorte que se impõe a
correção no edital para permitir que os candidatos se inscrevam para o concurso e
concorram às vagas de todo o Estado oferecidas no edital, porque desta forma restarão
atendidos os ditames constitucionais” (CNJ – PP 9030 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Contratação de empresa especializada para realizar o concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Contratação de


empresa realizadora de concurso. Ausência de vagas para deficientes físicos em concurso
de notário e registrador. Parentesco de candidatos com membros da Comissão
Examinadora do concurso. Improcedência. – “As normas estaduais admitem a contratação
de empresa com notória especialidade técnica em qualquer fase do certame, razão pela qual
não se vislumbra ilegalidade a macular a contratação da empresa realizadora do concurso”
(CNJ – PCA 301 – Rel. Cons. Germana Moraes – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Critério de classificação e direito de escolha segundo essa ordem

Atividade Notarial e de Registro. Concurso de Ingresso.


Classificação dos candidatos. – “Acolhe-se parcialmente o pedido neste PCA, para
determinar a adoção do critério de classificação geral de candidatos, com direito de escolha
da serventia de acordo com a ordem classificatória, determinando a publicidade dos dados
referentes à movimentação financeira dos cartórios constantes do edital, quando da escolha
das serventias, mantendo hígido o certame quanto aos demais aspectos” (CNJ – PP 9030 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não
oficial).

Critério de desempate na hipótese de empate ou coincidência de data de


vacância. Adoção da ordem alfabética dos nomes das cidades ou distritos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso e


remoção. Serventias extrajudiciais. – “O critério de desempate instituído, ou seja, ‘ordem
alfabética dos nomes das cidades ou distritos judiciários’ no caso de serventias com a
mesma data de criação ou, quando instaladas, mas nunca providas, a data de instalação,
não faz qualquer sentido e não pode prevalecer. A Administração no estabelecimento de
critérios com alcance normativo está obrigada a realizar escolhas que possam ser
justificadas do ponto de vista racional e fundadas também no fumus boni iuris. Na hipótese
sub examine o critério escolhido não encontra qualquer justificação racional, lógica ou
jurídica, configurando-se como uma escolha puramente aleatória e, como tal, em afronta ao
princípio da legalidade” (CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Insurgência contra resolução que
regulamentou o certame e contra a listagem geral de serventias. Ataques a vários aspectos
do edital. Procedência parcial do pedido. – “I) Não se pode admitir como critério válido,
na hipótese de empate ou coincidência de data de vacância da serventia extrajudicial, a
ordem alfabética dos nomes das cidades ou distritos. II) A falta de comunicação não pode
converter-se em, data de vacância de serventia extrajudicial através de mera ficção, sob
pena de subversão da realidade fática. III) Nos termos da Súmula 266 do STJ, com exceção
dos concursos para ingresso nas carreiras da Magistratura e do Ministério Público, a
comprovação do bacharelado em direito deverá ser exigida apenas no momento da posse”
(CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Data da prova. Coincidência com datas de outros concursos da mesma


natureza

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


126

Procedimento de Controle Administrativo. XLI Concurso Público


para Atividades Notariais e/ou Registrais do Estado do Rio de Janeiro. Data de provas.
Coincidência com datas de concursos em outros estados. Irrelevância. Seguro caução.
Legalidade. Art. 22 da Lei 8.935/94 c/c Lei Estadual 2.891/98. – “1) A coincidência de
datas de realização de concursos em estados diversos não consubstancia ilegalidade a
ensejar a intervenção deste Conselho Nacional de Justiça. 2) A exigência de caução, que
poderá ser prestada em apólice de seguro de responsabilidade civil, como condição para o
exercício das atividades pelos delegados notários e registradores tem fundamento na Lei
2891/98 do Estado do Rio de Janeiro e afigura-se compatível com os princípios da
legalidade, razoabilidade e primazia do interesse público. 3) A competência de controle
administrativo do CNJ não se destina à tutela de pretensões individuais de restituição de
taxa de inscrição em concurso público. Pedido julgado improcedente” (CNJ – PCA
200810000027084 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Decisão da Comissão de contenção da oferta das serventias a limite temporal


anterior ao estipulado no edital. Princípio da vinculação ao edital

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso público. Princípio da vinculação do edital. – “Viola o princípio
da vinculação do edital a decisão de comissão de concurso público que determine a
contenção da oferta das serventias a limite temporal anterior àquele estipulado no
respectivo edital. Liminar deferida para observância rigorosa do termo final fixado no
edital do concurso. Pedido conhecido, em parte, e, na parte conhecida, integralmente
acolhido” (CNJ – PCA 200810000013474 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Delegação de serventias extrajudiciais. Competência privativa dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Delegação de serventias


extrajudiciais. Competência privativa dos Tribunais. Art. 96, inciso I, alínea “b”, da Carta
Federal. (CNJ – PCA 410 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Delegações efetuadas sem concurso após a vigência da CF/88

Pedido de Providências. Concurso público em serventias


extrajudiciais. Instauração de procedimentos de controle administrativo. – “De acordo
com o § 3o, do art. 236 da Carta Política de 1988, o ato de delegação de serventias
extrajudiciais deve recair sobre aprovado em concurso público. Em face da decisão
plenária exarada nos autos do PCA 395, determina-se que os tribunais requeridos
apresentem, no prazo de trinta dias, relação de delegações efetuadas após a vigência da
Constituição Federal de 1988, com a respectiva forma de provimento (se oriunda de
concurso público ou não), instaurando-se Procedimento de Controle Administrativo para
os Tribunais que não observaram a regra constitucional ou que não prestaram as
informações” (CNJ – PP 845 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão Extraordinária –
j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Descumprimento de liminar deferida. Prosseguimento do concurso com


desconsideração do dispositivo suspenso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


127

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamo contra a


realização de concurso de outorga de delegações extrajudiciais. Alegação de
descumprimento de liminar deferida em ação direta, movida contra lei estadual que
regulamentou o certame. Reclamação já ajuizada. Seguimento do concurso, ademais, se
deu com aviso de desconsideração dos títulos previstos no dispositivo legal de efeitos
suspensos. (CNJ – PCA 140 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006).

Desistência da ação judicial sobre o certame. Inexistência de coisa julgada

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso para serventias judiciais. Desistência de ação judicial sobre o
certame. Efeitos perante a administração. Inexistência de coisa julgada ou desrespeito à
ordem judicial. Disponibilização de serventias. Possibilidade. Improvimento. – “I) Não há
coisa julgada material na hipótese de desistência da ação mandamental, cujo objeto trata de
disponibilização de serventias para escolha de candidatos aprovados em fase final de
certame (art. 267, VIII e §4º, do CPC). Daí por que possível à Administração do Concurso
prosseguir na continuidade das fases previstas em edital, sendo desnecessária nova
convocatória para segunda escolha dos candidatos. II) Recurso administrativo no
Procedimento de Controle Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se
provimento” (CNJ – PCA 200810000006834 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão –
j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Desmembramento de serventias. Reorganização pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para a


o ingresso na atividade notarial do Rio Grande do Sul. Desmembramento de Serventia
extrajudicial. Possibilidade da reorganização das serventias pelo Tribunal de Justiça.
Pedido julgado improcedente. (CNJ – PCA 216 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 27ª Sessão –
j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Determinação para que o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe estabeleça


regulamento para realização do concurso

Pedido de Providências. Ausência de concurso público para ingresso


nas atividades cartoriais. Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. Prazo fixado pelo CNJ
para o Tribunal de Justiça do Estado do Sergipe editar provimento que regulamente a
realização do concurso público questionado. (CNJ – PP 379 – Rel. Cons. Ruth Carvalho –
23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Divulgação dos títulos admitidos e os critérios de avaliação da prova

Serventias extrajudiciais. Concurso público. Prova de títulos.


Serventias sub judice. – “Devem ser divulgados os títulos considerados na prova respectiva
e os critérios de avaliação pela comissão examinadora do concurso público, sob pena de
afronta ao princípio da impessoalidade e possível favorecimento de candidatos” (CNJ – PP
200910000010611 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Divulgação dos dados relativos à arrecadação das serventias disponíveis

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


128

Serventias extrajudiciais. Concurso público. Prova de títulos.


Serventias sub judice. – “Em respeito ao princípio da publicidade, devem ser
disponibilizados aos candidatos interessados os dados relativos à arrecadação das
serventias extrajudiciais” (CNJ – PP 200910000010611 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Documentos que devem ser apresentados antes da investidura

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “A prova de ser bacharel em Direito e quitação
militar é documentação que deve ser exigida antes da investidura” (CNJ – PCA 231, 242,
262, 352 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU
18.05.2007 – Ementa não oficial).

Edição de norma pelo CNJ. Desnecessidade

Pedido de Providências. Realização de concurso público.


Serventias extrajudiciais. Edição de norma pelo CNJ. Desnecessidade. Solução pontual de
casos concretos. Instauração de Pedido de Providências para averiguar situações de
tribunais. Deferimento em parte. – “I) Ficam prejudicados os pedidos de obediência ao art.
236, § 3º, da CF/88, atinentes aos Tribunais de Justiça dos Estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa
Catarina, Sergipe e Tocantins, diante da existência de norma já editada nesse sentido, bem
como terem as mencionadas Cortes envidado esforços no sentido do comando
constitucional. II) Com respeito ao Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, devendo ser
instaurado e distribuído livremente o respectivo Pedido de Providências, por inobservância
da regra constitucional do § 3º do artigo 236, segundo a qual ‘o ingresso na atividade
notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de
remoção, por mais de seis meses’. III) Mostra-se inoportuno o pedido de edição de ato
normativo para obrigar os tribunais a realizar concursos de serventias que vagarem após a
edição da CF/88, tendo em vista que a imensa maioria dos Tribunais de Justiça está
atuando em conformidade com o comando constitucional do art. 236, § 3º, de modo que,
eventual recalcitrância deverá ser pontualmente analisada por este Conselho. IV) Pedido de
Providências parcialmente provido. Prejudicado os demais pedidos” (CNJ – PP 845 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Edital. Impugnação. Pessoas legitimadas

Recurso em Procedimento de Controle Administrativo. Concurso


de ingresso em atividade notarial e de registro. Impugnação de edital. Legitimidade e
interesse. – “1) Tem legitimidade para a instauração de Procedimento Administrativo o
interessado que, embora não o tenha iniciado, se diz detentor de direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão, as organizações e associações representativas, no tocante
a direitos e interesses coletivos, ou as pessoas ou associações legalmente constituídas,
quanto a direitos ou interesses difusos. 2) Carece de legitimidade e interesse para
impugnação de edital de concurso público terceiro não inscrito ou que não seja
representante legítimo de algum interessado. Recurso em Procedimento de Controle
Administrativo de que conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


129

200910000012243 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Edital. Impugnação. Pontuação do exercício da advocacia e não pontuação do


exercício de função pública

Recurso Administrativo. Impugnação de edital. Concurso público


para delegação dos serviços de tabelionato e de registro de Minas Gerais. Titulação.
Exercício da advocacia. Improvido. – “Não ofende o princípio constitucional da igualdade
a pontuação do exercício da advocacia e a não pontuação do exercício de função pública,
quando prevista a titulação da aprovação no processo seletivo para o respectivo cargo.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000018774 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Edital do concurso. Impossibilidade de sua modificação, cuidando-se de edital


publicado há mais de cinco anos

Concurso Público para Ingresso e Remoção em Atividade Notarial


e de Registro. Edital que prevê a inclusão de serventias vagas posteriormente à
publicação do edital de abertura. Exclusão depois de homologado o certame e decorridos
mais de cinco anos. – “Em se tratando de Edital publicado há mais de cinco anos não é
dado ao Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco modificá-lo, para o efeito de excluir
da lista as serventias que vagaram depois da abertura do concurso, cujo preenchimento nele
estava previsto, consoante vedação expressa constante do artigo 54 da Lei 9.784/99” (CNJ
– PCA 200710000008577, PCA 200710000008851, PCA 200710000008905 e PCA
200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008).

“Em se tratando de Edital publicado há mais de cinco anos não é


dado ao Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco modificá-lo, consoante vedação
expressa constante do artigo 54 da Lei 9.784/99” (CNJ – PCA 200710000008577, PCA
200710000008851, PCA 200710000008905 e PCA 200710000010651 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa não oficial).

Edital do concurso. Impugnação efetuada extemporaneamente

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação de edital de concurso aberto há cerca de
dois anos. Ausência de oposição oportuna. Certame que avançou sem ataque ao edital até
alcançar a fase de nomeação e posse. Inadmissibilidade de impugnação tardia. Inicial
rejeitada com extinção do processo. – “Impõe-se em qualquer certame, em que se assegura
igualdade na disputa dos candidatos ou partícipes – seja em licitação, seja em concurso
público de ingresso ou concurso da atividade notarial ou de registro – que se obedeça prazo
razoável para impugnar o edital. Assim, ultrapassada a fase de publicação e ciência do
edital, avançando o certame para outras fases sem reclamação ou oposição, o princípio da
segurança jurídica e da presunção de legitimidade dos atos administrativos impedem que se
impugne o conteúdo do edital a desoras e em momento posterior, exceto em hipóteses
excepcionais em que se constate irregularidade que possa contaminar o certame” (CNJ –
PCA 200710000017931 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


130

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Alegação de
violação aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Impugnação de itens do
edital que desagradam o autor. Pretensão individual e estratégia de modificação do
regulamento do edital para benefício individual e pessoal. Recurso improcedente. – “I) A
lógica do razoável demonstra que o estabelecimento de critérios que diferenciam as
pessoas é a razão de qualquer processo seletivo. O objetivo de um certame de avaliação
para ingresso na atividade pública está exatamente em selecionar pessoas que atendam aos
interesses da Administração, de sorte que o candidato que reúna maior quantidade de
títulos revela maior conhecimento e experiência. A igualdade entre os candidatos há de ser
considerada segundo as desigualdades existentes entre eles, de sorte que a quantidade de
títulos proporcionaliza a igualdade entre os participantes. Portanto, a igualdade vige de
forma a garantir que os participantes sejam igualmente considerados na concorrência,
segundo as desigualdades na qualificação e conhecimento. II) A impugnação das regras do
concurso de ingresso não pode ser admitida quando já ultrapassada a fase de publicação e
ciência do edital e o certame já atingiu o momento de classificação e posse sem oposição,
impondo-se respeitar o princípio da segurança jurídica e da presunção de legitimidade dos
atos administrativos, exceto em hipóteses excepcionais em que se constate irregularidade
que possa contaminar o certame” (CNJ – PCA 200810000001757 – Rel. Cons. Rui Stoco –
59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Exame psicotécnico. Legalidade de sua exigência

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “A exigência de exame psicotécnico encontra
previsão legal” (CNJ – PCA 231, 242, 262, 352 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Exigência da graduação em Direito como condição para o desempenho da


atividade notarial e de registro. Competência do Tribunal para definição dos
títulos computáveis

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Provimento das Serventias Extrajudiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito
Santo. Impugnação das alíneas ‘c’ e ‘d’ do item 6.1 do Edital, referentes à prova de
títulos. Matérias reiteradas, mas já apreciadas em inúmeros procedimentos relativos ao
mesmo edital. Interesse unicamente individual e estratégico do candidato. Alegação de
que a graduação em direito não pode ser condição para o desempenho da atividade
notarial e de registro. Improcedência do pedido. – “É o Tribunal, na forma da lei,
obedecido o princípio da igualdade e guiado pelo interesse público, que pode definir quais
títulos são mais adequados à averiguação do mérito dos candidatos que, conforme suas
histórias de vida profissional e conveniência pessoal, viessem escolher quais títulos lhes
convém, dando ensancha a inadmissível discrímen” (CNJ – PCA 200810000000017 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Exigência de aprovação dos candidatos em apenas uma das áreas de atividade

Concurso de Ingresso nos Serviços Notariais e de Registro do


Estado do Rio Grande do Sul. Competência do Conselho Nacional de Justiça para apreciar
a matéria. Nulidade da exigência da comissão do concurso, reiterada em 16.10.2006, de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


131

aprovação em apenas uma das áreas, para fins de provimento das serventias mistas
(notariais ou de registro). Necessidade de aprovação nas duas áreas (notarial e de registro),
para fins de provimento dessas serventias. Regularidade da audiência pública de
distribuição de serventias, realizada em 24.10.2006. Revogação da liminar. Validade do
concurso. Prejudicado o pedido de desmembramento da serventia de Nova Hamburgo.
Indeferidos os pedidos de nulidade do concurso das serventias mistas. (CNJ – PCA 303 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Exigência de exercício da atividade no próprio Estado que realiza o concurso.


Legalidade

“A disposição prevista no Edital que reproduz a lei mineira em


vigor e que exige o exercício da atividade por mais de dois anos para fins de remoção na
unidade federativa não configura nenhuma inconstitucionalidade, devendo, assim,
prevalecer a decisão monocrática proferida” (CNJ – PCA 200810000003535 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Arquivamento liminar.


Edital 03/2007. Exigência de dois anos de exercício da atividade no Estado da Federação.
Alegação de violação à Constituição Federal. Recurso Administrativo. Legalidade do ato
impugnado. Improcedência. (CNJ – PCA 200810000003535 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Exigência de observância de prazo para a instauração e realização do certame

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pedido de liminar para suspender o certame
prejudicado em razão do julgamento de mérito. Exigência legal de observância do prazo
para instauração e realização do certame. Pedido julgado parcialmente procedente. – “A
exegese do § 3º do art. 236 da Constituição Federal, em harmonia com o disposto no art.
16 da lei regulamentadora (Lei 8.935/94), leva ao entendimento apodíctico no sentido de
que o ingresso inicial na atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga por mais de seis
meses sem abertura de concurso de provimento ou remoção. Significa que a obediência
desse prazo não permite transigência ou relativização” (CNJ – PCA 595 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Fixação das serventias para as quais os candidatos podem concorrer

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Ingresso para Delegação dos Serviços de Tabelionato e de Registro de Minas Gerais.
Impugnação. Exercício da advocacia. Fixação das serventias. Improcedente. – “I) Não há
violação ao princípio da isonomia nem utilização de critério discriminatório ao se pontuar,
para fins de titulação, apenas o exercício da advocacia. II) Não viola o critério geral
determinado pelo CNJ a fixação das serventias para as quais os candidatos concorrem”
(CNJ – PCA 200810000009173 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

Homologação. Etapa do certame sob o poder discricionário da Administração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


132

Concurso público. Serventias extrajudiciais. Remoção.


Homologação. Discricionariedade. – “O ato de homologação de concurso público
constitui-se em uma etapa do certame e encontra-se dentro do âmbito do poder
discricionário da Administração Pública, mormente porque, no exercício do controle do
procedimento, cabe à Administração verificar se houve irregularidades ou vícios no
concurso, e decidir, com base nos elementos coletados, e de acordo com a sua
conveniência e oportunidade, pela homologação. Procedimento de Controle Administrativo
de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000010229 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Ilegitimidade da ANOREG para representar candidatos ao concurso

“Inicialmente, acolho a impugnação do Tribunal de Justiça de


ilegitimidade da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais para
atacar o Edital de Ingresso, visto que a entidade representa os titulares dos cargos, não
estando apta a representar os candidatos ao concurso de ingresso na carreira” (CNJ – PCA
200810000001988 e PCA 200810000001939 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público para


Ingresso de Provas e Títulos, e de Remoção, de Títulos, para Delegação dos Serviços de
Tabelionato e de Registro do Estado de Minas Gerais. Publicação da data de vacância da
titularidade. Não previsão do tempo de serviço prestado como notário ou registrador para
fins de titulação. Cálculo legal de duas terças partes das vagas para ingresso e de uma terça
parte para remoção. Pedidos improcedentes. Ilegitimidade da ANOREG para representar
candidatos ao concurso. Reconhecimento. Lista única de classificação geral como critério a
ser observado. Parcialmente procedente. (CNJ – PCA 200810000001988 e PCA
200810000001939 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Imperatividade do concurso público para provimento ou remoção de serventia


de vacância temporária

Pedido de Providências. Serviços Notariais e de Registro Público.


Concurso Público. – “O 236 da Constituição estabelece que os serviços notariais e de
registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, mas o exercício
das funções depende de prévio concurso público. Concorde-se ou não com seu conteúdo,
haja ou não mais ou menos dificuldades, a norma é de caráter imperativo, sem exceção a
qualquer unidade federativa a Lei 8.935/1994 regulamentou a vacância, sempre
temporária, e impôs a realização imediata do concurso. Determinação de prazo de sessenta
dias para que a Corregedoria Geral de Justiça edite provimento regulamentando a
privatização desses serviços e para publicação do edital de concurso público” (CNJ – PP
360 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Impugnação do edital de concurso. Preclusão

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Candidato que impugnou o edital de concurso quase
cinco anos após sua instauração. Inadmissibilidade. Preclusão do direito de impugnar. –
“Considerando que os atos administrativos em geral submetem-se ao sistema de preclusão,
nos concursos de ingresso na atividade notarial e de registro as fases que compõem o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


133

certame são estanques e os atos nela praticados e critérios para elas estabelecidos devem
ser impugnados no momento oportuno, antes do início da fase seguinte, desde que
assegurado em cada uma delas o direito de o candidato impugnar o ato e de recorrer.
Precedente: PCA 20091000002778” (CNJ – PCA 200910000012486 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Inclusão de serventia vaga, não constante do rol inicial

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Concurso de ingresso e remoção para os serviços notariais e de registros
do TJRS. Inclusão de serventia vaga, não arrolada no rol inicial, mas passível de imediato
provimento. Ausência de ilegalidade. – “Não havendo no ato administrativo questionado
qualquer indício de ofensa aos postulados constitucionais que devem informar a atuação da
Administração Pública (CF, art. 37), antes restando demonstrado o claro propósito de
correção de equívoco havido por ocasião de sua edição, não há espaço para a retificação
postulada. Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 287 –
Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa
não oficial).

Inclusão do tempo de exercício da advocacia como título

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público


para Ingresso de Provas e Títulos para Delegação dos Serviços de Tabelionato e de
Registro. Impugnação do edital. Prova de títulos. Exercício da advocacia. – Não fere o
princípio da isonomia a possibilidade de incluir tempo de exercício da advocacia como
título. Improcedentes. (CNJ – PCA 200810000001794, PCA 200810000002907, PCA
200810000003407, PCA 200810000001903 e PCA 200710000012556 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

Inexistência de lista de serventias vagas. Publicação apenas da lista das


serventias oferecidas no concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para


provimento de Serventias Extrajudiciais. Inexistência das listagens de serventias vagas e
não vagas. Pedido improcedente. – “Não ofende o princípio da publicidade a publicação
de listagem exclusiva das serventias oferecidas no concurso” (CNJ – PCA 435 – Rel. Paulo
Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Ingresso inicial na atividade notarial ou de registro. Exigência de concurso

Pedido de Providências. Serviços extrajudiciais notarias e


registrais do Estado do Ceará. Obrigatoriedade constitucional de realização de concursos
públicos (CF, art. 236, § 2º). – “A norma constitucional determina a realização de
concurso público de provas e títulos, na hipótese de vacância por mais de seis meses.
Criação do Fundo Especial do Registro Civil (FERC) para regularização da situação.
Determinação pela Presidência do Tribunal de Justiça do Ceará de realização de concurso
público para o preenchimento das serventias vagas, no prazo máximo de 120 (cento e vinte
dias)” (CNJ – PP 358 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006).

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134

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pedido de liminar para suspender o certame
prejudicado em razão do julgamento de mérito. Exigência legal de observância do prazo
para instauração e realização do certame. Pedido julgado parcialmente procedente. – “A
exegese do § 3º do art. 236 da Constituição Federal, em harmonia com o disposto no art.
16 da lei regulamentadora (Lei 8.935/94), leva ao entendimento apodíctico no sentido de
que o ingresso inicial na atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga por mais de seis
meses sem abertura de concurso de provimento ou remoção. Significa que a obediência
desse prazo não permite transigência ou relativização” (CNJ – PCA 595 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Inscrição via Internet. Informações fornecidas pelo site do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Sergipe. Concurso Público para provimento das Serventias Extrajudiciais. Inscrição via
Rede Mundial de Computadores. Ausência de especificação quanto à natureza da serventia
superada pelas informações constantes no sítio do Tribunal. Improcedência do Pedido.
(CNJ – PCA 355 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU
20.04.2007 – Ementa não oficial).

Inserção de serventias cuja titularidade é objeto de pendência judicial.


Discricionariedade da Administração Pública

Inserção de serventias objeto de controvérsia judicial. Poder


discricionário da Administração Pública. – “A inserção de serventias na relação de ofícios
a serem preenchidos por concurso público, cuja titularidade constitui objeto de
pronunciamento judicial, encontra-se adstrita ao juízo de discricionariedade da
Administração Pública, inexistindo irregularidade na conduta adotada pelo Tribunal que
assim procede, ante a ausência de afronta aos postulados constitucionais” (CNJ – PCA
200710000008577, PCA 200710000008851, PCA 200710000008905 e PCA
200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008).

Interesse individual de candidato pretendendo pontuação de títulos antes


rejeitados e considerados contrários aos critérios do edital

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Pretensão de
invalidar o item 6.1, letras ‘d’, ‘e’ e ‘f’ do Edital. Inadmissibilidade. Edital já objeto de
apreciação pelo CNJ em mais de uma oportunidade. Caráter pessoal e individual de
candidato apenas para ver reconhecido como título curso superior de engenharia de
armamento aéreo. Recurso não provido. – “Exsurge inadmissível a manifestação de
interesse individual de um só candidato no sentido de que o Conselho Nacional de Justiça
substitua a Comissão de Concurso e determine a pontuação de títulos que foram rejeitados
e considerados inadequados e contrários às determinações do Edital do concurso” (CNJ –
PCA 200810000014960 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Intervenção de terceiros interessados nos autos

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135

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


oficiais de Cartórios de Notas e de Registro do Rio Grande do Sul. Intervenção de
interessados. Aplicação da Lei 9.784/99. Alegação de descumprimento, pela Comissão
Examinadora, da decisão de mérito exarada pela Suprema Corte pátria. Questão
jurisdicionalizada. Impossibilidade de intervenção do Conselho Nacional de Justiça. Não-
conhecimento do pedido. (CNJ – PCA 186 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 27ª Sessão
– j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Invalidação de concurso de remoção por violação a princípios

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Resolução 08/2005. Pedido. Invalidade do concurso de remoção e
provimento da titularidade dos serviços notariais e de registro. TJAM. Alegação. Violação
aos princípios da legalidade, impessoalidade e isonomia. Improcedência do pedido. (CNJ –
PCA 312 – Rel. Paulo Lôbo – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

Legalidade da pontuação prevista no edital para títulos

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “Legalidade do item 5.1, alíneas ‘c’ (mestrado),
‘g’ (publicação em repertório oficial reconhecido) e ‘h’ (prova de títulos - pontuação como
título a simples participação em congressos e seminários e pontuação pela participação
como debatedor, expositor e palestrante)” (CNJ – PCA 231, 242, 262, 352 – Rel. Cons.
Oscar Argollo – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não
oficial).

Legitimidade para agir. Exigência de que o requerente esteja inscrito no


concurso

Concurso. Ingresso na atividade notarial e de registro.


Legitimidade para agir perante o CNJ. – “Acerca do tema, o CNJ já decidiu que, em casos
semelhantes, o requerente possuirá legitimidade se estiver inscrito no concurso impugnado,
ou se for representante de algum interessado” (CNJ – PCA 407 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).
Observação: Vide o PCA 58, Rel. Cons. Germana de Moraes.

Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital sejam
novamente postas para escolha. Pretensão de inclusão de outras serventias.
Questão anteriormente judicializada

Procedimento de Controle Administrativo. Realização de segunda


audiência pública para escolha e provimento de serventias extrajudiciais no mesmo
concurso público, em razão de novas vacâncias ocorridas no prazo de validade do
certame. Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital
originariamente sejam novamente postas à disposição, desde que a vacância tenha
ocorrido durante o prazo de validade do certame. Pretensão de inclusão de outras
serventias. Inadmissibilidade. Aplicação pela comissão das disposições do edital. Questão
já objeto de apreciação judicial com decisão anterior ao ajuizamento. – “Se a Comissão
de Concurso deliberou acerca das serventias extrajudiciais que podem ser postas à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


136

disposição para escolha dos candidatos com supedâneo em texto expresso de lei estadual,
cuja constitucionalidade foi argüida perante o Tribunal Pelo do Tribunal de Justiça e
considerada constitucional, está-se diante de questão judicial já decidida e que não pode
mais ser submetida ao controle do CNJ (PCA 200810000014648, PCA 200810000014934,
PCA 200810000015215, PCA 200810000015355, 69ª Sessão, j. 09.09.2008)” (CNJ – PCA
200810000020077 – Rel. Cons. Rui Stoco – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Lista de serventias vagas separadas por serventias registrais e notariais.


Discricionariedade da Administração. Inocorrência de ofensa aos princípios da
legalidade, eficiência ou impessoalidade

“A apresentação do rol das serventias registrais e notariais


separadamente não tem o condão de macular o certame realizado, pois não ocorreu afronta
ao interesse público nem aos postulados constitucionais, notadamente os da legalidade,
eficiência ou impessoalidade, sendo certo que a elaboração da listagem das serventias
oferecidas, de maneira unificada ou dividida por especialidades, situa-se na esfera de
escolha da Administração” (CNJ – PCA 200710000008577, PCA 200710000008851, PCA
200710000008905 e PCA 200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa não oficial).

Nulidade do edital alegada. Ausência de prejuízo

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Em nosso ordenamento jurídico, seja no âmbito do
processo penal, processo civil e no processo administrativo vige o princípio de que não há
nulidade sem prejuízo. Por força desse elemento predominante, para que o ato seja
declarado nulo é necessário que haja entre a sua imperfeição ou atipicidade e o prejuízo às
partes, um nexo efetivo e concreto, de sorte que, se a despeito da imperfeição o ato atingiu
o fim colimado sem acarretar prejuízo, supera-se a nulidade e convalida-se o ato. Esse o
sentido do princípio do pas de nulitté sans grief” (CNJ – PCA 200810000004382 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
relator).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Exceto nas hipóteses de nulidade substancial,
insanável e que contamina todo o concurso para ingresso na atividade notarial e de
registro, não se anula ato ou fase sem que haja prejuízo para a Administração Pública ou
para o candidato, por força do princípio do pas de nulitté sans grief, que informa nosso
ordenamento jurídico, seja no processo penal, processo civil e no processo administrativo”
(CNJ – PCA 200810000004382 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Número de serventias oferecidas inferior ao estabelecido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


137

Pedido de Providências. Edital 1/2006-TJDFT/PR. Concurso


público para provimento da titularidade de serviços notariais e de registro no DF. Concurso
público para preenchimento de serventias extrajudiciais. Alegação de ofensa à decisão
anterior deste Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Número inferior de serventias
oferecidas em concurso ao estabelecido em decisão do CNJ. Fatos e circunstâncias não
considerados na decisão originária que justificam a conduta administrativa. Ausência de
ilegalidade. Improcedência dos pedidos ofertados nesta esfera de controle administrativo.
(CNJ – PP 1149 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006 – Ementa não oficial).

Oferta de exagerado número de vagas em um único concurso

“Exigir do Tribunal que em um único concurso oferte um número


tão alto de vagas é preterir outros princípios aos quais deve-se ater a Administração
Pública, como o da eficiência, alegado pelo TJSP, em favor da análise isolada da auto-
aplicabilidade do art. 236, §3º” (CNJ – PCA 404 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª Sessão
– j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Opção de escolha de serventia não exercida. Manutenção do candidato na


classificação original e não na última colocação

“Não havendo opção do candidato por qualquer das serventias


ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a deliberação da Comissão
Permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o deslocamento para a última
colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e, posteriormente desistissem”
(CNJ – PCA 317 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Opção dos candidatos


por serventias. Precedente. Improcedência. – “Não havendo opção do candidato por
qualquer das serventias ofertadas no certame, não se mostra passível de alteração a
deliberação da Comissão permanente de mantê-lo na classificação original, sendo o
deslocamento para a última colocação reservado aos candidatos que fizessem a opção e,
posteriormente desistissem. Na 11ª Sessão Extraordinária, do dia 09.05.2007, ao julgar o
Procedimento de Controle Administrativo - PCA 317, o Plenário decidiu pela regularidade
do ato da Comissão do Certame, questionado neste procedimento. Improcedência do
pedido de revisão do ato administrativo” (CNJ – PCA 523 – Rel. Cons. Germana Moraes –
14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Padronização das regras básicas nos concursos dos Estados da Federação

Competência do Conselho Nacional de Justiça para zelar pela


observância do art. 37 da Constituição Federal. Concurso público de provas e títulos para
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do Poder
Público. Necessidade de padronização das regras básicas nos diversos concursos dos vários
Estados da Federação. Designação de comissão para apresentação de proposta de
resolução. Pedido deferido. (CNJ – PP 892 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 35ª Sessão
– j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

Parentesco de candidato com membros da Comissão de Concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“O suposto parentesco de candidatos com membros da Comissão


Examinadora, na fase atual do certame, onde as delegações já foram providas, deve ser
apreciado somente em relação aos candidatos aprovados e nomeados, assegurando-se aos
requerentes a comprovação de cada caso concreto, e ulterior instauração de procedimento
junto ao Conselho da Magistratura local, que poderá, se for comprovada a irregularidade,
anular o ato de delegação de serventia” (CNJ – PCA 301 – Rel. Cons. Germana Moraes –
14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Poder integratório da Comissão de Concurso. Possibilidade de editar regras


complementares para explicitar a lei

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pretensão de anulação da audiência de escolha, com
nova publicação da lista de candidatos. Inadmissibilidade. Precedentes. Pedidos não
providos. – “I) A Comissão de Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro
tem poder integratório, ou seja, compete-lhe redigir o Edital de concurso e nele estabelecer
as regras do certame, fixando os critérios e suas especificações (art. 15, § 1º da Lei
8.935/94), posto que esse ato normativo assume a função de regulamento da lei de
regência. E, se tem essa atribuição, a Comissão de Concurso pode também fixar regras
complementares para explicitar a sua compreensão e interpretação” (CNJ – PCA
2008100000014739, PCA 200710000015570, PCA 200810000011180 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Portador de necessidades especiais (deficiente físico). Concurso de ingresso na


atividade notarial e de registro. Obrigatoriedade de reserva de vaga

“Na esteira da jurisprudência majoritária que vem se firmando no


CNJ, a interpretação sistêmica dos arts. 37, inciso VIII e 236 da Constituição Federal
impõem o entendimento de que essa reserva é obrigatória para portadores de deficiência
física nos concursos para provimento das serventias extrajudiciais. A questão não é apenas
de ‘não haver ilegalidade na reserva’, mas sim de considerar que é obrigatória a reserva, o
que ressuma diverso e fundamental, ou seja, não se concede margem de discricionariedade
aos organizadores do concurso de ingresso” (CNJ – PCA 200810000004280 – Rel. Cons.
Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. –
“Exegese sistêmica e compreensiva do art. 37, inciso VIII da CF/88 leva à conclusão
inafastável de que também nos concursos de ingresso na atividade notarial e de registro
impõe-se a reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. A proteção de
minorias, como a dos deficientes físicos ou portadores de necessidades especiais é uma
imposição constitucional que deriva de uma correta interpretação do princípio da
igualdade. Um Estado de direito fundado no respeito aos direitos individuais e no princípio
democrático precisa garantir proteção às minorias e facilitar-lhes a inclusão social. O
tratamento diferenciado que a Constituição garante aos portadores de necessidades
especiais é resultado da interpretação do princípio da igualdade que impõe que os
diferentes sejam tratados de forma diferenciada, na proporção exata das desigualdades.
Portanto os tribunais do País quando estabelecem tal proteção estão, em última ratio,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


139

atribuindo efetividade ao princípio constitucional da igualdade” (CNJ – PCA


200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Portadores de necessidades especiais (deficientes físicos). Forma de escolha de


vagas

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. – “A
definição sobre quais vagas devem ser reservadas aos portadores de deficiência física
constitui mérito do ato administrativo que, apenas excepcionalmente, pode ser controlado
pelo Conselho Nacional de Justiça, na hipótese de ilegalidade intrínseca, mas não no seu
aspecto externo de conveniência e oportunidade, justamente porque na ausência de lei
complementar regulamentadora do inciso VIII do art. 37 da CF/88, a norma integradora e
que dá vida e efetividade ao preceito constitucional é o edital do concurso” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Prazo de validade do concurso expirado. Impossibilidade de delegação

Serventia extrajudicial. Outorga de delegação. Concurso público.


Prazo de validade expirado. Irregularidade. – “Expirado prazo de validade de concurso
público para ingresso em serventias extrajudiciais, expressamente previsto em Edital, e não
prorrogado, não pode Tribunal de Justiça outorgar delegação desses ofícios, porque o ato
contraria a norma editalícia, bem como ao art. 37, inc. III, da Constituição Federal” (CNJ –
PCA 200810000028374 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Prazo para a abertura de concurso de ingresso ou remoção na atividade


notarial e de registro que não admite relativização

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pedido de liminar para suspender o certame
prejudicado em razão do julgamento de mérito. Exigência legal de observância do prazo
para instauração e realização do certame. Pedido julgado parcialmente procedente. – “A
Lei Federal 8.935, de 18.11.1994, bem como a Lei Estadual 6.881, de 29.06.2006,
determinam a realização de concurso público no prazo máximo de seis meses após a
vacância ou a criação de serviço notarial ou de registro. Dessa forma, não obstante as
dificuldades do Tribunal, é fundamental que se observe a determinação legal e se realize
concurso público para o preenchimento de todas as serventias recém-criadas e vagas. Não
há ‘relativização’ desse prazo, como argumenta o Tribunal. A realização do concurso
público, no prazo estipulado, é uma imposição legal que permite transigência ou
relativização. Tampouco depende de eventual ‘disposição’ da Administração” (CNJ – PCA
595 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Pretensão de anulação de concurso realizado há mais de quatro anos com os


candidatos empossados e em exercício

“No caso em exame, entendo que contraria o princípio da


razoabilidade a anulação integral de um concurso realizado há mais de 4 (quatro) anos,
ainda mais quando se verifica que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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nomeou e empossou um quantitativo de 560 servidores e, caso fossem anulados todas essas
investiduras, simplesmente ficaria impossibilitado de funcionar. E isso sem considerar os
graves transtornos e prejuízos que tal causaria a centenas de servidores – e às suas famílias
– que se submetem devidamente às regras e etapas do concurso público. Ressalte-se, a
grande maioria deles imbuídos da mais cristalina boa-fé, e que dedicaram anos de suas
vidas na preparação para aquele certame. Ainda, não se mostraria razoável nem prudente a
anulação integral de um concurso em que nenhuma outra fraude, a par daquelas apuradas e
já corrigidas, foi apontada, como até quase à exaustão foi dito alhures. A simples
presunção de que se trata de um iceberg não induz – no caso concreto – que a fraude
comprova alcance de todo o certame, além daqueles já devidamente apurados e punidos.
Com efeito, além do princípio da razoabilidade, a anulação integral do certame, após tantos
anos, também afrontaria o princípio da segurança jurídica” (CNJ – PCA 390 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do
voto do relator).

Pretensão de inclusão de serventias vagas que não faziam parte da previsão do


edital de concurso. Questão judicializada. Impossibilidade de controle por
parte do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Realização de segunda


audiência pública para escolha e provimento de serventias extrajudiciais no mesmo
concurso público, em razão de novas vacâncias ocorridas no prazo de validade do
certame. Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital
originariamente sejam novamente postas à disposição, desde que a vacância tenha
ocorrido durante o prazo de validade do certame. Declaração incidental de
constitucionalidade da norma estadual. Questão judicializada. Pedidos improcedentes e
recursos improvidos. – “Se a Comissão de Concurso deliberou acerca das serventias
extrajudiciais que podem ser postas à disposição para escolha dos candidatos com
supedâneo em texto expresso de lei estadual, cuja constitucionalidade foi argüida perante o
Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça e considerada constitucional, está-se diante de
questão judicial já decidida e que não pode mais ser submetida ao controle do CNJ” (CNJ
– PCA 200810000014648, PCA 200810000014934, PCA 200810000015215, PCA
200810000015355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pretensão de suspensão do certame através de liminar em razão de pendência


de ações judiciais

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pedido de liminar para suspender o certame em face
de pendência de ações judiciais. Uso inadequado do CNJ. Pedido improcedente. – “A
pendência de ação judicial em que não foi concedida liminar suspendendo o concurso não
autoriza o controle administrativo pretendido. Procedimento Administrativo não pode
conferir efeito suspensivo não obtido no âmbito do processo judicial” (CNJ – PCA 11205 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Previsão de apenas um critério de desempate

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “Quanto à previsão editalícia de apenas um
critério de desempate, conforme interpretação da Lei 8.935, de 18.11.94, que regulamenta

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


141

o artigo 236 da Constituição Federal, a existência de um critério é suficiente” (CNJ – PCA


231, 242, 262, 352 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007
– DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Proibição de recurso à banca examinadora

Concurso público. Previsão editalícia genérica de impossibilidade


de recursos à banca examinadora. Ilegalidade. Recomendação aos Tribunais. – “I) A
vedação de recurso administrativo em toda e qualquer fase do concurso público atenta
contra os mais basilares princípios do Estado Democrático de Direito (art. 5°, inciso
XXXIII). II) Além dos princípios mencionados, a impossibilidade da vista das provas e
conseqüente recurso, fere, ainda, o princípio da publicidade que deve permear, em regra,
toda atividade da administração. III) Admitir a impossibilidade do recurso é transcender o
estado democrático de direito para retornar a idade pré-medieval, quando das invasões
bárbaras, em que os ‘julgamentos’ e ‘julgadores’, por se guiarem por inspiração divina, não
concebiam sua falibilidade. IV) Nas provas orais, por também se prestarem a auferir
conhecimentos outros, não só aqueles técnico-jurídicos, é inviável a pretensão recursal,
pois o juízo de valoração de tais conhecimentos deve se dar pela banca examinadora, não
havendo possibilidade de recursos pois a revisão redundaria na reaplicação da prova, o que
não é sequer razoável” (CNJ – PP 468 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 25a Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Prova de concurso. Pretensão de anulação

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de questão de


prova de concurso. Indeferimento. – “Considerando que a atividade notarial e de registro
se encontra regulada pela Lei 8.935/94, o inteiro conhecimento do referido diploma legal é
exigível dos candidatos inscritos no concurso de ingresso para as referidas atividades.
Indefere-se o pleito formulado, uma vez que a resposta à questão formulada se encontra na
Lei 8.935/94, que regulamentou o artigo 236 da Carta Magna de 1988, que dispõe sobre a
atividade notarial e de registro, bem como porque o tema se encontra expressamente
previsto no edital regulador do certame” (CNJ – PCA 212 – Rel. Cons. Germana Moraes –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Prova de títulos. Adoção de critérios que só podem ser cumpridos por quem
tenha exercido atividade notarial e de registro. Ofensa à isonomia

Procedimento de controle administrativo. Concurso público de


outorga de delegação de serventias extrajudiciais. Critérios estabelecidos pelo Tribunal
de Justiça. Prova de títulos. Critérios estabelecidos. Ofensa ao princípio da igualdade.
Precedentes do STJ e do CNJ. – “Ofende o princípio da isonomia a adoção – em concurso
de provas e títulos – de critérios que só podem ser cumpridos ou preenchidos apenas por
aqueles que já tenham exercido atividade notarial e de registro ou que, de qualquer modo,
se refiram a essa atividade” (CNJ – PCA 600 – Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j.
28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Prova de títulos. Atribuição de caráter obrigatório

Concurso Público. Prova de Títulos com caráter eliminatório.


Ilegalidade e inconstitucionalidade. – “I) A finalidade do concurso público é a de
selecionar aqueles mais bem preparados para o exercício do cargo. II) Exigir titulação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


142

desnecessária, cominando ao concorrente, direta ou indiretamente, a pena de eliminação do


concurso, importa em restringir a competitividade, em flagrante desrespeito ao princípio
matriz da isonomia. III) O exame dos títulos, em concurso público, deve assumir caráter
meramente classificatório, salvo quando a titulação for imprescindível para o exercício do
cargo, como é o caso do título de bacharel em direito para o exercício do cargo de Juiz de
Direito. IV) A segurança jurídica exige que se preservem as situações já consolidadas, não
se justificando que decisão proferida neste processo afete a esfera jurídica daqueles que já
foram empossados no cargo. V) Precedente em caso idêntico (PCA 251, Rel. Cons. Paulo
Schmidt). VI) Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA 408 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

Prova de títulos. Critérios lesivos ao texto constitucional

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Concurso público para provimento da titularidade de serviços notariais e de
registro no Distrito Federal. Prova de títulos: critérios lesivos ao texto constitucional (Art.
5º caput, e art. 37 da Constituição Federal) jurisprudência consolidada do Excelso
Supremo Tribunal Federal. Procedência dos questionamentos. (CNJ – PCA 426 – Rel.
Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU
27.04.2007).

Prova de títulos. Cursos promovidos pelo Tribunal de Justiça ou por entidades


de classe em caráter oficial. Admissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “Não há qualquer ilegalidade
na atribuição de pontos que correspondam à participação em cursos promovidos pelo
Tribunal de Justiça ou por entidades de classe em caráter oficial. A amplitude do
dispositivo contribui para uma isonômica participação dos concorrentes e, ademais,
contribui para elevar o nível dos candidatos” (CNJ – PCA 613 – Rel. Cons. Rui Stoco –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Prova de títulos. Exercícios da advocacia, da magistratura e da promotoria


devem ter a mesma pontuação para a classificação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “O exercício da advocacia,
enquanto função essencial à administração da justiça tem a mesma importância e valor que
o exercício da judicatura e do Ministério Público. Todas essas atividades compõem o
Sistema Judiciário Brasileiro e são indispensáveis à efetividade do direito individual de
acesso ao Poder Judiciário. Se assim é encontra justificação a homogeneização do número
de pontos, em igualdade numérica para todas as carreiras, para efeito de pontuação e
classificação dos candidatos aprovados em concurso de ingresso na atividade notarial e de
registro” (CNJ – PCA 613 – Rel. Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


143

Prova de títulos. Finalidade de avaliar o grau de conhecimento e experiência


do candidato. Ausência de violação aos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Alegação de
violação aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Impugnação de itens do
edital que desagradam o autor. Pretensão individual e estratégia de modificação do
regulamento do edital para benefício individual e pessoal. Recurso improcedente. – “I) A
lógica do razoável demonstra que o estabelecimento de critérios que diferenciam as
pessoas é a razão de qualquer processo seletivo. O objetivo de um certame de avaliação
para ingresso na atividade pública está exatamente em selecionar pessoas que atendam aos
interesses da Administração, de sorte que o candidato que reúna maior quantidade de
títulos revela maior conhecimento e experiência. A igualdade entre os candidatos há de ser
considerada segundo as desigualdades existentes entre eles, de sorte que a quantidade de
títulos proporcionaliza a igualdade entre os participantes. Portanto, a igualdade vige de
forma a garantir que os participantes sejam igualmente considerados na concorrência,
segundo as desigualdades na qualificação e conhecimento. II) A impugnação das regras do
concurso de ingresso não pode ser admitida quando já ultrapassada a fase de publicação e
ciência do edital e o certame já atingiu o momento de classificação e posse sem oposição,
impondo-se respeitar o princípio da segurança jurídica e da presunção de legitimidade dos
atos administrativos, exceto em hipóteses excepcionais em que se constate irregularidade
que possa contaminar o certame” (CNJ – PCA 200810000001757 – Rel. Cons. Rui Stoco –
59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Prova de títulos. Somente cursos oficialmente reconhecidos podem ser


considerados. Ausência dessa assertiva no edital não invalida o concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “Somente os cursos de
graduação ou pós-graduação que sejam oficialmente reconhecidos podem ser considerados
como títulos em concursos públicos. Todavia, a só ausência de tal circunstância, de forma
explícita, não leva à invalidação dessa parte dispositiva do Edital” (CNJ – PCA 613 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Prova de títulos. Pontuação para o tempo de exercício de delegação

Concurso público para ingresso na atividade notarial e de


registro. Prova de títulos. Atribuição de pontuação a tempo de exercício de delegação.
Ofensa ao princípio da isonomia. – “1) A exigência de concurso público para ingresso na
atividade notarial e de registro prestigia os princípios da moralidade administrativa e
isonomia e, também, o mérito do candidato mais bem preparado, estimulando a
profissionalização dos serviços delegados. 2) A atribuição de pontos, em prova de títulos,
pelo mero exercício de delegação de serviço notarial e/ou registral, sem que se exija a
respectiva aprovação em concurso público, constitui ofensa ao princípio da isonomia. Tal
pontuação somente é admissível em caso de exercício de delegação de serviço notarial e/ou
registral precedido de aprovação em concurso público conforme o § 3.º do art. 236 da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Constituição Federal. 3) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga


procedente para anular parte do art. 39 do Provimento 152 do Conselho Superior da
Magistratura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e determinar a adequação do
edital do concurso para ingresso na atividade notarial e registral ao entendimento do CNJ”
(CNJ – PCA 2008100000019075 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Prova de títulos para concurso de remoção. Possibilidade e legitimidade

Desconstituição de ato administrativo. Edital 84/07 TJSC.


Concurso Atividade Notarial e de Registro do Estado de Santa Catarina. Edital em
consonância com a legislação estadual. Pedidos improvidos. – “A realização de concurso
público para o provimento de cargo ou emprego público e para delegação de serviços como
o notarial ou registral representa uma opção constitucional pela valorização do critério
meritório. Dessa forma, a prova de títulos tem como objetivo selecionar candidatos com a
melhor classificação. No caso em tela, trata-se da prova de títulos para o concurso de
remoção e não de ingresso. E a valoração diferenciada das aprovações em concursos
também diferenciados, ao contrário do sustentado, atende ao princípio da moralidade
administrativa” (CNJ – PCA 619, 622, 640, 6891, 6908, 6910 e 6921 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Provimento de serventias mistas

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de


serventias mistas. – “A serventia mista deverá ser provida por candidatos aprovados em
ambas as áreas, notarial e de registro” (CNJ – PCA 317 – Rel. Cons. Germana Moraes –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Provimento de vagas ou remoção para serventias extrajudiciais. Exigência


constitucional inafastável

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de que o


Tribunal de Justiça não realiza concurso público para provimento de cargos de escrivão,
preferindo delegar essas funções para ocupantes de cargos em comissão. Confirmação de
omissão na realização de concurso para ingresso na atividade notarial e de registro
confirmada pelo Tribunal. Procedência em parte para fixar prazo para realização do
certame. – “A realização de concurso público de provas e títulos para provimento de vagas
ou remoção para serventias extrajudiciais é exigência constitucional inafastável, sob pena
de caracterização de infração administrativa. Impõe-se a realização do certame posto que,
diante da determinação peremptória do § 3º do art. 236 da CF/88, não se permitem
escolhas, nem se trata de hipótese de conveniência ou oportunidade a ser afirmada ou
negada pela autoridade responsável, na medida em que a exigência de abertura de concurso
para a atividade notarial e de registro constitui ato regrado e é estabelecida em comando
cogente, fatal e peremptório, dispensando qualquer disceptação a respeito” (CNJ – PCA
200710000008759 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Publicação separada das listas com os aprovados para os serviços notarial e de


registro e de acordo com as modalidades ingresso e remoção

Concurso Público. Serventia extrajudicial. Irregularidades


alegadas. – “1) Providências adotadas pelo Tribunal consideradas adequadas para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


145

preservação da impessoalidade do concurso. 2) Devem ser publicadas em separado as listas


com os aprovados no concurso público, por serviço notarial e de registro, e de acordo com
a modalidade, ou seja, ingresso ou remoção” (CNJ – PCA 200810000011921 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Questões relativas ao mesmo concurso já apreciadas e dirimidas pelo CNJ.


Impossibilidade de reiteração e nova apreciação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de remoção.


Atividade notarial e de registro. Insurgência contra o critério de escolha das serventias.
Atas 145 e 154. Questão já apreciada anteriormente pelo CNJ. – “Questões relativas ao
mesmo concurso de ingresso ou de remoção na atividade notarial e de registro que já
tenham sido apreciadas e dirimidas pelo CNJ ficam imunes à reiteração, sob pena de
instauração de insegurança e estabelecimento de desigualdade entre os concorrentes” (CNJ
– PCA 200810000026468 – Rel. Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Questão submetida ao Judiciário

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


oficiais de Cartórios de Notas e de Registro do Rio Grande do Sul. Intervenção de
interessados. Aplicação da Lei 9.784/99. Alegação de descumprimento, pela Comissão
Examinadora, da decisão de mérito exarada pela Suprema Corte pátria. Questão
jurisdicionalizada. Impossibilidade de intervenção do Conselho Nacional de Justiça. Não-
conhecimento do pedido. (CNJ – PCA 186 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 27ª Sessão
– j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Reabertura das inscrições através da expedição de novo edital de concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Reabertura das inscrições. Afronta a isonomia. Inocorrência. – “A
expedição de novo edital de concurso, fundada em razões éticas e de racionalização do
processo de seleção dos candidatos, impõe a reabertura das inscrições, com oportunidade
para desistência, de modo a não prejudicar candidatos potenciais e candidatos já inscritos.
Não agride a isonomia a abertura de maior leque de concorrentes, absolutamente relevante
para o atendimento do interesse público na escolha dos candidatos melhor preparados”
(CNJ – PCA 200710000011576 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Realização de concurso para áreas distintas de serventias. Licitude

“É licito à Administração realizar concurso para áreas distintas de


serventias, situação já apreciada por este Conselho Nacional de Justiça, como bem espelha
a decisão proferida no Procedimento de Controle Administrativo 303, mantida pelo
Supremo Tribunal Federal em sede de Medida Cautelar em Mandado de Segurança
autuado sob o número 26.335” (CNJ – PCA 200710000008577, PCA 200710000008851,
PCA 200710000008905 e PCA 200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos
– 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa não oficial).

Recomendação para que haja publicidade no sentido de informar quem são os


integrantes da comissão de concurso e da banca examinadora

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


146

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Supostas irregularidades em concurso público unificado para provimento
de serventias extrajudiciais do Estado de Goiás. Pedido improvido. Dispensa de licitação
em conformidade com Lei 8.666/93, art. 24, XIII. Critério de qualidade técnica de
entidade selecionada presumido com base em referências idôneas. Enunciado
administrativo CNJ sobre reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. –
“Propostas de Recomendação, ao Plenário, e de inclusão na regulamentação nacional, à
Corregedoria, pela determinação da publicidade de integrantes das comissões de concurso
e das bancas examinadoras” (CNJ – PP 200810000017820 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –
80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Remoção. Critérios estabelecidos para consideração dos títulos dos candidatos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


serviços notariais e de registro. Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Impugnação
do edital. Critérios para remoção estabelecidos em Resolução do Tribunal. – “Os critérios
estabelecidos na Res. 8/2005 não podem ser considerados desarrazoados, pois os critérios
estabelecidos para os títulos não prejudicam a participação igualitária dos concorrentes,
além de assegurar, para os fins específicos do concurso de remoção, o princípio da
igualdade a todos, até porque o tempo foi estimado pela Lei 8.935/94, quando limita a
participação aos titulares que exerçam a atividade por mais de dois anos (art. 17)” (CNJ –
PCA 349 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 –
Ementa não oficial).

Remoção. Inexistência de lei estadual dispondo sobre critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


serviços notariais e de registro. Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Impugnação
do edital. Critérios para remoção estabelecidos em Resolução do Tribunal. – “I) A
inexistência de lei estadual dispondo sobre as normas e critérios para o concurso de
remoção não obsta sua realização, tendo em vista a normatização da matéria por meio de
Resolução. A exigência legal de regulamentação pelos Estados dos critérios não significa
apenas lei em sentido formal. No caso do Estado do Amazonas, há a Lei Complementar n.
17/1997 que autoriza expressamente o Tribunal a editar Resolução para tal fim. É o quanto
basta para se atender à norma infraconstitucional e dar aplicabilidade à norma
constitucional. II) Os critérios estabelecidos na Resolução 8/2005 não podem ser
considerados desarrazoados, pois os critérios estabelecidos para os títulos não prejudicam a
participação igualitária dos concorrentes, além de assegurar, para os fins específicos do
concurso de remoção, o princípio da igualdade a todos, até porque o tempo foi estimado
pela Lei n. 8.935/94, quando limita a participação aos titulares que exerçam a atividade por
mais de dois anos (art. 17)” (CNJ – PCA 349 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 37ª Sessão – j.
27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não oficial).

Remoção. Pontuação máxima estipulada em Edital

Procedimento de Controle Administrativo. Atividade notarial e


registro. Concurso de remoção. Insurgência contra o entendimento da comissão de
concurso, que limitou em cinco pontos a pontuação máxima a ser considerada para
remoção em concurso público. Inexistência de ilegalidade do edital e ata regulamentar que
estabeleceram pontuação máximas em cinco pontos e da ata 145 da comissão de concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


147

(CNJ – PCA 200810000024150 – Rel. Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
05.12.2008).

Reserva de vagas. Candidatos portadores de necessidades especiais


V. tb.: DEFICIENTE FÍSICO – ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE
29.01.2009

“Invoca o requerente a disciplina do art. 5º, § 2º, da Lei 8.112/90,


para sustentar a inconstitucionalidade do edital ao deixar de assegurar reserva de postos
nas serventias ofertadas a portadores de deficiência. O fundamento legal é inadequado. A
lei federal lembrada cuida do regime jurídico dos servidores públicos da União e o certame
sob exame é estadual. Por outro lado, este Conselho, por ocasião do julgamento do PCA
110, Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni, fixou tese de que a disposição do art. 37, VIII, da CF,
é norma dependente de regulamentação por lei ordinária e de duvidosa incidência no
provimento dos titulares de serventias, pois não se enquadrariam como empregados
públicos nem como detentores de cargos públicos, pois exercem atividade privada
delegada pelo poder público, conforme indicou o Supremo Tribunal Federal na ADIn
2.602, Rel. Min. Eros Grau, DJU 31.03.2006. Embora me pareça muito razoável a tese
sustentada pelo requerente percebe-se que ela não tem encontrado eco neste Conselho.
Ainda que esta nova composição reveja tal posicionamento não se poderá cogitar de
ilegalidade ou inconstitucionalidade na elaboração de edital afinado com a jurisprudência
do CNJ. Rejeito também esta impugnação” (CNJ – PCA 200710000011576 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 –
Ementa não oficial).

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público de


ingresso na atividade notarial e registro do Estado do Paraná. Edital 01/2006. Alegação
de ilegalidade de alguns itens do edital. – “Quanto à reserva de vagas para as pessoas
portadoras de deficiência, não há qualquer ilegalidade no edital mencionado, posto que se
houver situação aplicável, será verificada após a classificação, e porque não existem vagas
para cargos e empregos, mas sim para delegação de serviços. Até porque, não se aplica a
hipótese aos notários, conforme decidido no PCA 110, julgado em 08.08.2006” (CNJ –
PCA 231, 242, 262, 352 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Delegação dos Serviços de Tabelionato e de Registro. Editais 01 e 02/2007. Reserva de
vagas para portadores de deficiência. Pedido parcialmente procedente. – “O processo de
inclusão política e social é longo, contínuo e tem demandado da sociedade um exaustivo
empenho para que as ações afirmativas sejam efetivadas e levadas a termo. Assim, deve o
direito dos portadores de necessidades especiais ser respeitado e, dentro das possibilidades
legais, como no presente caso, haver a necessária adequação dos editais ao comando legal”
(CNJ – PCA 200710000019230 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “A reserva de vagas para
deficientes como o seu contrário não afetam qualquer princípio constitucional ou legal,
pelo que nenhum reparo há de se fazer quanto a esse tópico” (CNJ – PCA 7287 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


148

Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “I) Não é ilegal nem
inconstitucional a ausência de reserva de vagas a portadores de necessidades especiais em
concurso público de ingresso na atividade notarial, nos termos da ADI 2602/. II) Questão
já analisada pelo CNJ (PCA 110). Procedimento de Controle Administrativo indeferido”
(CNJ – PCA 7287 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Reserva de vagas para portadores de deficiência. Oferecimento de apenas duas


vagas em concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Concurso para serviço notarial e de registro. Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT). Concurso público para delegados extrajudiciais (CF, art.
236, § 3°). Oferecimento de apenas duas vagas. Portadores de deficiência e reserva de
vagas (CF, art. 37, VIII). Impossibilidade material de aplicação da política pública de
inclusão, considerada a disciplina jurídica em vigor (§ 2° do art. 5° da lei 8.112/90).
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 335 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006).

Reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. Número de


candidatos inferiores às vagas existentes

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de provas e


títulos para atividade notarial e de registro. Reserva de vagas para candidatos portadores
de necessidades especiais. Reserva de 10% das vagas asseguradas. Número de candidatos
inferiores às vagas existentes. Pretensão de escolha privilegiada. Inadmissibilidade. – “Se,
em concurso para preenchimento de serventias extrajudiciais o número de candidatos é
inferior ao número de vagas postas no certame, a reserva para portadores de necessidades
especiais perde o sentido e não mais se justifica” (CNJ – PCA 602 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. Obediência ao


princípio da igualdade

Desconstituição de ato administrativo. Edital 84/07 TJSC.


Concurso Atividade Notarial e de Registro do Estado de Santa Catarina. Edital em
consonância com a legislação estadual. Pedidos improvidos. – “A norma constitucional
que reserva um número de vagas para deficientes físicos, densifica o princípio da
igualdade, na medida em que possibilita a inclusão da diferença. Nesse sentido, a norma
editalícia está em plena consonância com os direitos fundamentais” (CNJ – PCA 619, 622,
640, 6891, 6908, 6910 e 6921 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU
14.09.2007).

Serventia entregue a outro candidato. Desconstituição do ato que impõe a


destinação da serventia ao candidato que a ela tem direito

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Concurso de ingresso. Candidato aprovado que fez escolha da serventia. Posterior

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


149

determinação do seu afastamento para entregar a delegação a candidato que não pode
tomar posse na serventia inicialmente escolhida. Reintegração do último à serventia
inicialmente escolhida, efeitos reflexos na delegação da requerente. – “Se ao candidato
aprovado não se permitiu assumir a serventia vaga porque o Tribunal de Justiça a entregou
a outrem, vacante ou desconstituída esta delegação, impõe-se destinar a serventia vaga
àquele que a ela tem direito, segundo a ordem de classificação no certame” (CNJ – PCA
20091000008290 – Rel. Cons. Rui Stoco – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Serventias mistas. Exigência de provimento por candidatos aprovas em ambas


as áreas (notas e registro)

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de


serventias mistas. Opção dos candidatos. Pedido improcedente. – “Conforme a decisão
exarada nos autos do PCA 303, a serventia mista deverá ser provida por candidatos
aprovados em ambas as áreas (notarial e de registro)” (CNJ – PCA 317 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).
Parte do voto da Relatora: “Não fazendo opção, a lógica impõe a permanência do
candidato na sua colocação original, reservando-se o deslocamento para o último lugar
para os candidatos que fizeram opção e, posteriormente, desistiram da delegação”.

Serventias mistas. Forma de classificação dos candidatos

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade ativa.


Matéria sob apreciação judicial. Vinculação ao edita1 do concurso. Não conhecimento. –
“O Plenário do CNJ já pacificou o entendimento de que, nos termos do artigo 5º da Lei
9.784/99, Aplicado em conformidade com o art. 100 do Regimento Interno, o processo
administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Não se mostra possível
a intervenção administrativa do Conselho em matéria judicial, uma vez que a sua atuação
está restrita ao controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art.
103-B da Carta Magna de 1988. A forma de classificação dos candidatos para o
provimento das serventias mistas se encontra prevista nas normas do certame, e sua
modificação, atendendo ao pleito do requerente, importaria nítida violação ao princípio da
vinculação, que deve ser fielmente observado pela administração e pelos administrados
(candidatos). Não se toma conhecimento do pedido em decorrência da ilegitimidade ativa
do requerente, bem como em virtude de duas matérias estarem sob apreciação em sede
judicial. quanto à matéria remanescente, julga-se improcedente o pleito inaugural” (CNJ –
PCA 286 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Serventias sub judice

Serventias extrajudiciais. Concurso público. Prova de títulos.


Serventias sub judice. – “Devem ser divulgados os títulos considerados na prova respectiva
e os critérios de avaliação pela comissão examinadora do concurso público, sob pena de
afronta ao princípio da impessoalidade e possível favorecimento de candidatos. Para se
evitar que os interesses individuais dos atuais titulares irregulares de serventias
extrajudiciais prevaleçam e comprometam o concurso, deve ser permitida a escolha de
serventias sub judice, sob a inteira responsabilidade do candidato. Em respeito ao princípio
da publicidade, devem ser disponibilizados aos candidatos interessados os dados relativos à
arrecadação das serventias extrajudiciais. O transcurso quase dois anos para a realização
somente da prova objetiva e publicação do respectivo resultado, exige atuação do CNJ para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


150

determinar que a finalização do certame ocorra em prazo máximo de seis meses” (CNJ –
PP 200910000010611 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Serventias vagas por mais de seis meses. Preenchimento da vacância somente


através de concurso de provimento ou remoção

Pedido de Providências. Realização de concurso público.


Serventias extrajudiciais. Edição de norma pelo CNJ. Desnecessidade. Solução pontual de
casos concretos. Instauração de Pedido de Providências para averiguar situações de
tribunais. Deferimento em parte. – “I) Ficam prejudicados os pedidos de obediência ao art.
236, § 3º, da CF/88, atinentes aos Tribunais de Justiça dos Estados de Alagoas, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa
Catarina, Sergipe e Tocantins, diante da existência de norma já editada nesse sentido, bem
como terem as mencionadas Cortes envidado esforços no sentido do comando
constitucional. II) Com respeito ao Tribunal de Justiça do Estado do Amapá, devendo ser
instaurado e distribuído livremente o respectivo Pedido de Providências, por inobservância
da regra constitucional do § 3º do artigo 236, segundo a qual ‘o ingresso na atividade
notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de
remoção, por mais de seis meses’. III) Mostra-se inoportuno o pedido de edição de ato
normativo para obrigar os tribunais a realizar concursos de serventias que vagarem após a
edição da CF/88, tendo em vista que a imensa maioria dos Tribunais de Justiça está
atuando em conformidade com o comando constitucional do art. 236, § 3º, de modo que,
eventual recalcitrância deverá ser pontualmente analisada por este Conselho. IV) Pedido de
Providências parcialmente provido. Prejudicado os demais pedidos” (CNJ – PP 845 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Sistema de classificação geral

Atividade Notarial e de Registro. Concurso de Ingresso.


Classificação dos candidatos. – “A classificação geral é adotada em quase todos os
concursos do país porque se revela mais adequada, já que os candidatos ocupam a
colocação de acordo com sua pontuação e podem escolher as serventias de acordo com seu
mérito” (CNJ – PP 9030 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007 – Ementa não oficial).

Procedimentos de Controle Administrativo. Concurso Público para


Ingresso de Provas e Títulos, e de Remoção, de Títulos, para Delegação dos Serviços de
Tabelionato e de Registro do Estado de Minas Gerais. Publicação da data de vacância da
titularidade. Não previsão do tempo de serviço prestado como notário ou registrador para
fins de titulação. Cálculo legal de duas terças partes das vagas para ingresso e de uma terça
parte para remoção. Pedidos improcedentes. Ilegitimidade da ANOREG para representar
candidatos ao concurso. Reconhecimento. Lista única de classificação geral como critério a
ser observado. Parcialmente procedente. (CNJ – PCA 200810000001988 e PCA
200810000001939 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Superveniente retificação do edital não inibe interesse de agir do requerente


na apuração de supostas irregularidades

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Concurso de ingresso. Revogação superveniente do edital.


Subsistência do interesse de agir do requerente. – “A revogação do edital de abertura de
concurso para ingresso na titularidade de serventias extrajudiciais por edital retificatório
não inibe o conhecimento do pleito, ante a possível persistência das supostas
irregularidades” (CNJ – PCA 200710000007627 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Vaga surgida da aposentadoria compulsória do titular da serventia. Pretensão


do ex-titular de impedir o seu preenchimento, sob alegação de nulidade do ato
de aposentadoria

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


o ingresso na atividade notarial do Rio Grande do Sul. Ação Direta de
Inconstitucionalidade 2.602/MG. Aposentadoria compulsória dos servidores titulares de
serventias extrajudiciais. Pretensão de impedir o preenchimento de vaga, sob alegação de
nulidade do ato de sua aposentadoria compulsória, não podendo ser declarada vaga a
antiga serventia que o requerente ocupava. Afirmação de que o Tribunal requerido está
impedido de proceder às nomeações dos aprovados no concurso em andamento. Pedido
julgado improcedente. – “Penso que a pretensão, de ser excluída a antiga serventia do
requerente aposentado do rol daquelas que serão preenchidas pelo concurso não pode ser
acolhida nesta seara administrativa. A uma, porque a matéria está sendo apreciada pelo
STF, com julgamento suspenso. A duas, porque o próprio autor intentou duas ações
judiciais (reclamação e ação ordinária) para tornar sem efeito o decreto de sua
aposentadoria. Não fosse suficiente, a pretensão aqui deduzida, em sede administrativa,
encerra nada mais que expectativa de direito eventualmente decorrente de decisão judicial”
(CNJ – PCA 276 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU
27.10.2006 – Ementa não oficial).

Validação de títulos e critérios de desempate

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso e


remoção. Serventias extrajudiciais. Pedido improcedente. – “Os requisitos estabelecidos
para validação dos títulos e os critérios de desempate instituídos estão de acordo com a Lei
Estadual 12.989/98 e são adequados para a finalidade que ostentam” (CNJ – PCA 12222 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Vinculação ao edital. Restrição de oferta das serventias a limite de tempo


anterior ao estabelecido no edital

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de liminar.


Serventias extrajudiciais. Concurso público. Princípio da vinculação do edital. – “Viola o
princípio da vinculação do edital a decisão de comissão de concurso público que determine
a contenção da oferta das serventias a limite temporal anterior àquele estipulado no
respectivo edital. Liminar deferida para observância rigorosa do termo final fixado no
edital do concurso” (CNJ – PCA 200810000013474 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Violação aos princípios da isonomia e livre registro

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Concurso Público para ingresso e remoção na atividade notarial e de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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registro. TJSC. Resolução n. 13/2006. Violação aos princípios da isonomia e do livre


acesso aos cargos e funções públicas. Liminar deferida. (CNJ – PCA 314 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA


Palavras-chave: CERTAME – CONCURSO
V. tb.: MAGISTRATURA – PROVA

Alegação de equívoco na correção de prova. Revisão que compete ao Tribunal.


Controle de legalidade pelo CNJ, em harmonia com o princípio da
preservação da autonomia dos tribunais

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso público. Provimento de cargos vagos de juiz substituto.
Edital/TJPA 01/2007. Suposta ausência de leitura da prova discursiva I. Não-apreciação
do recurso. Insubsistência da alegação de violação aos itens 10.5, 10.6 do Edital.
Inexistência de mácula aos princípios da legalidade e dignidade da pessoa humana. – “I)
A apreciação, por parte do Conselho Nacional de Justiça, da legalidade dos atos
administrativos praticados por órgãos ou agentes públicos pressupõe, por um lado, a
consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da atuação questionada e, por outro,
a repercussão geral do provimento pugnado. II) Jungido este Conselho à condição de
instância de controle dos atos administrativos e financeiros emanados dos órgãos
judicantes, não pode se sobrepor ao Tribunal competente no exercício da função revisora
de eventual equivoco no procedimento de correção de prova e divulgação do respectivo
resultado de certame público. III) Insurgências nas quais se impugna a regularidade de
concursos públicos com fulcro na suposição de não terem sido lidas e, assim, corrigidas, as
respostas de provas discursivas, não ostentam, a princípio, caráter geral passível de
configurar a repercussão do debate no âmbito de outros órgãos do Poder Judiciário,
ensejando, em caso de efetiva atuação desta Corte, indevida investida contra os primados
da autonomia e autogoverno dos Tribunais (art. 103-B, § 4º e inciso I, da CF/88). IV)
Recurso administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000011349 e PCA
200810000011842 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Alteração da composição da banca examinadora

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para


provimento de cargo de Juiz Substituto do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.
Ausência das irregularidades apontadas. Revisão de notas decorrente do exame de recursos
interpostos, na forma do edital, ademais publicado sem nenhuma irregularidade,
prejudicado outro expedido. Regras prévias e não impugnadas sobre a realização das
provas e as matérias por elas compreendidas, incluindo a questão da terceira prova
discursiva. Alteração da composição da Banca para preservar a impessoalidade,
moralidade e transparência. Pedidos indeferidos. (CNJ – PCA 205 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

Antecipação da publicação de edital. Impessoalidade preservada

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso da


Magistratura. Alegação de antecipação da publicação de edital para obviar incidência da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Resolução 11, CNJ. Ausência de qualquer dado concreto a indicar vulneração da


impessoalidade. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 105 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 23ª
Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Anulação. Alegação de formulação de questão sobre matéria não prevista no


Edital

Concurso Público para Ingresso na Magistratura do Estado de


Goiás. Alegação de cobrança de matéria não-prevista no Edital. Pedido de anulação da
terceira fase do certame. Improcedência. – “I) Hipótese em que a matéria supostamente
não-prevista no Edital do certame em questão refere-se ao crime de bando ou quadrilha. II)
Não procede o pleito de invalidação do certame se o edital, conquanto não contemple no
programa o crime de bando ou quadrilha do Código Penal (art. 288), explicitamente prevê
aferição de conhecimento sobre leis especiais que supõem domínio técnico sobre o referido
tipo penal, no caso a Lei 9.034/95, que tem seu âmbito de incidência dirigido aos crimes de
quadrilha (art. 1º), a Lei 8.072/90, que trata dos crimes contra o meio ambiente (art. 79).
III) Recurso Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 200810000006329 –
Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Arredondamento de notas de candidatos. Ofensa ao art. 37 da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


ingresso na Carreira da Magistratura no Estado de Pernambuco. Arredondamento de notas
de candidatos. Reconhecimento de flagrante contrariedade ao artigo 37 da Constituição
Federal, especificamente aos princípios da legalidade e moralidade. Procedência do pedido
para determinar a anulação do ato. (CNJ – PCA 143 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 27ª
Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Atividade jurídica. Analista de Finanças e Controle da CGU

“A Resolução CNJ 11/06 regulamenta o critério de atividade


jurídica para a inscrição em concurso público de ingresso na carreira da magistratura
nacional. Ao contrário do que sustenta o recorrente, as disposições da Resolução CNJ
11/06 não amparam seu pedido, na medida em que o autor requer uma declaração abstrata
de que o tempo de serviço no cargo de Analista de Finanças e Controle da CGU cumpre a
exigência constitucional de três anos de atividade jurídica. O art. 5º da referida Resolução
dispõe expressamente que “a comprovação do período de três anos de atividade jurídica de
que trata o art. 93, I, da Constituição Federal, deverá ser realizada por ocasião da inscrição
definitiva do concurso”. Assim, nos termos da decisão recorrida, o Plenário já se
manifestou diversas vezes sobre o assunto, firmando entendimento de que questões como a
proposta pelo requerente devem ser apresentadas, concretamente, à comissão do concurso
(PP 50 e PP 3105)” (CNJ – PP 6350 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 48ª Sessão – j. 25.09.2007
– DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

Atividade jurídica. Atuação como conciliador e juiz leigo em Juizados


Especiais

Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Exercício das funções de


conciliador e de juiz leigo. Atividade jurídica típica. Resolução 11 deste CNJ. – “A
atividade de conciliação desempenhada perante os Juizados Especiais Cíveis e Criminais,
quando exercida por bacharel em direito (art. 7º da Lei 9.099/95), deve ser compreendida

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


154

como atividade jurídica específica, compatível com as situações referidas na resolução 11


deste CNJ. Afinal, se a atuação do bacharel tem por objetivo conduzir as partes à
conciliação – qualificando-se por isso, como modalidade anômala de assessoria jurídica
(art. 1º, II, da Lei 8.906/94), que é prestada em procedimento jurisdicional – evidente que o
sucesso de sua atividade reclamará qualificação técnica específica, capaz de permitir a
análise jurídica do caso concreto e a exposição aos litigantes dos riscos pessoais e
patrimoniais envolvidos. Pedido de Providências acolhido, com edição de enunciado
administrativo” (CNJ – PP 587 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 23ª Sessão – j.
15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Atividade jurídica. Exigência de comprovação da prática da advocacia de, no


mínimo, cinco anos

Procedimento de Controle Administrativo. Impugnação. Edital.


Concurso Público para Magistratura. Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. Atividade
jurídica. Comprovação do exercício da advocacia. Competência da comissão do
concurso. – “Ao exigir do candidato ao cargo de Juiz de Direito do TJ/SE, a comprovação
da prática de, no mínimo, cinco atos privativos de advogado no período de um ano, a
Comissão Examinadora, a quem cabe avaliar e classificar os candidatos, agiu dentro de
suas atribuições, nos termos do que previsto na Constituição da República e na Resolução
11/2006 deste Conselho. Precedentes. Improcedência do Procedimento de Controle
Administrativo” (CNJ – PCA 200810000011222 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Atividade jurídica para os fins do art. 93, I, da CF/88. Caracterização

“Considera-se atividade jurídica aquela exercida com exclusividade


por bacharel em Direito, bem como o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive
de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico,
vedada a contagem do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à colação de
grau” (art. 2º da Res. CNJ 11, de 31.01.2006).

“Para os efeitos do art. 2º da Resolução 11, de 31.01.2006,


considera-se atividade jurídica a atuação do bacharel em Direito como juiz leigo ou
conciliador do Sistema dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, desde que não inferior a
16 (dezesseis) horas mensais” (Enunciado Administrativo CNJ 3, de 28.11.2006).
(Precedente: PP 587 – 23ª Sessão – 15.08.2006).

“Serão admitidos no cômputo do período de atividade jurídica os


cursos de pós-graduação na área jurídica reconhecidos pelas Escolas Nacionais de
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados de que tratam o art. 105, parágrafo único, I, e
o art. 111-A, § 2º, I, da CF, ou pelo Ministério da Educação, desde que integralmente
concluídos com aprovação” (art. 3º da Res. CNJ 11, de 31.01.2006).

Ingresso na Magistratura de carreira. Concurso público. Novas


exigências estabelecidas pela Emenda Constitucional 45/04. Requisito óbvio de ser
bacharel em direito e ter, no mínimo, três anos de atividade jurídica. Tal lapso temporal é
de ser computado somente após a obtenção, pelo candidato, do grau de bacharel.
Interpretação autêntica do art. 93, I da Constituição Federal, consentânea inclusive com os
anais do Congresso Nacional. Com a reforma do Judiciário o Constituinte Derivado
procurou estabelecer idade mínima para o ingresso na carreira. Tentativa de obter

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


155

candidatos com maior maturidade e evitar problemas com a excessiva juvenilização da


magistratura. Conceito de ‘atividade jurídica’ mais abrangente do que a antiga ‘prática
forense’. Idéia de alcançar não só a atividade exercida, com exclusividade, pelo bacharel
em direito, como também a decorrente do exercício de cargos, empregos ou funções em
que se exija a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos. O ingresso na carreira
é procedimento complexo, com diversas etapas e diferentes agentes. Fase inicial
consubstanciada no concurso público com comissão de inscrição e bancas examinadoras,
com competências específicas para analisar os requisitos da inscrição e as aptidões técnicas
dos candidatos. A comprovação do requisito do período de três anos de atividade jurídica
há de ser feita perante a Comissão e até a data da inscrição definitiva do candidato no
certame. Tal circunstância deve ser, no entanto explicitada no edital. Quem exercer
atividade de magistério em cursos formais ou informais de preparação de candidatos fica
impedido, por motivos éticos de integrar as bancas do concurso, em até três anos após a
cessação da atividade. Interpretação analógica com o art. 95 parágrafo único, inciso V da
Constituição Federal. Pedido específico de providências não acolhido. Edição, no entanto,
de Resolução do CNJ sobre a matéria. (CNJ – PP 50 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Atividade jurídica para os fins do art. 93, I, da CF/88. Res. 11, de 31.01.2006

Pedido de Providências. Consulta sobre comprovação de atividade


jurídica e limitação de idade para participação de concurso público para ingresso na
carreira da Magistratura. Regulação da primeira questão constante na Resolução CNJ 11.
Quanto ao segundo ponto, devido a diversidade na regulamentação pelos Tribunais e a
razoabilidade de várias das sugestões apresentadas pelo requerente, os autos foram
remetidos à Comissão instituída pelo Conselho Nacional de Justiça para regulamentação
dos concursos. (CNJ – PP 976 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 –
DJU 20.11.2006 – Ementa não oficial).

Atraso na comunicação do horário de realização da prova

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Juiz do Trabalho substituto do TRT 5ª Região. Alegação de desacerto nas comunicações
entre o candidato e a instituição responsável pelo concurso. – “O atraso nas informações,
decerto decorreram das imperfeições que qualquer sistema eletrônico de comunicação
possibilita. Mas, tenho que o requerente, ainda que comunicado, por telefone, 24 (vinte e
quatro) horas antes da realização da prova, teria realmente dificuldade para se deslocar de
Vitória a Salvador” (CNJ– PCA 423 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Ausência de motivação na atribuição de notas às provas realizadas.


Admissibilidade de recurso administrativo. Irregularidade sanável

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para Juiz de


Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Atribução de
notas às provas realizadas. Ausência de motivação. Possibilidade de recurso
Administrativo. Irregularidade sanável não comprometendo o concurso. (CNJ – PCA 131 –
Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa
não oficial).

Ausência de participação de membro indicado pela OAB

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


156

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidades


ocorridas no V Concurso Público para o cargo de Juiz Substituto do Estado de Tocantins.
Ausência de participação de membro indicado da OAB. Excessiva subjetividade na
“Investigação Sigilosa Eliminatória” presente no edital. Ofensa ao art. 93, inciso I, da,
Constituição Federal. Anulação. (CNJ – PCA 12 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 10ª
Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005 – Ementa não oficial).

Ausência de publicidade dos prazos para impugnação das provas

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Publicidade. – “Dentro de um juízo de razoabilidade, a eventual
inexistência de publicidade dos prazos para impugnação da provas de seleção do concurso
para ingresso na carreira da magistratura deve ser questionada antes da realização da etapa
subseqüente do certame, sob pena da perda de uma chance de questioná-la no CNJ” (CNJ –
PCA 200810000032262 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Autonomia da banca examinadora. Impossibilidade de o CNJ substituir-se à


banca na formulação de questões ou correção de provas

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso da magistratura. Similitude de questões com outros certames.
Tutela dos direitos individuais. Ausência de competência do CNJ. Favorecimento não
comprovado. Conjectura. Não-conhecimento. – “É vedado ao CNJ anular ato
administrativo, baseado em mera conjectura (STF: MS 26700/RO), ou substituir-se à
banca examinadora na apreciação de critérios na formulação de questões ou de correção de
provas, limitando-se à análise da legalidade e da observância das regras contidas no
respectivo edital (STF: RE 434708/RS; STJ: RMS 21617/ES, EREsp. 338.055/DF.
REsp. 286344/DF, RMS 19062/RS, RMS 18.314/RS, RMS 24080/MG, RMS
21.743/ES, RMS 21.650/ES)” (CNJ – PCA 200810000009811 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).
Jurisprudência do STJ: “1. O Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência no
sentido de que o exame dos atos da Banca Examinadora e das normas do edital de
concurso público pelo Judiciário restringe-se aos princípios da legalidade e da vinculação
ao edital (Precedentes) 2. Legalidade da limitação imposta pelo edital, no sentido de não
considerar artigo publicado em boletim, ante a autorização concedida ao Corregedor-Geral
pelo art. 6º da Lei 11.183/98 para delimitar os títulos passíveis de aceitação para fins de
prova” (STJ – 2ª T – ROMS 25615-RS – Rel. Eliana Calmon – j. 10.06.2008 – DJU
27.06.2008 e Revista Juris Plenum, Ano IV, n. 23, p.154, setembro/2008).

Avaliação de conhecimento do vernáculo

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público da


Magistratura. Questões de história e geografia regionais. Violação da isonomia.
Precedente. Conhecimento do vernáculo. Possibilidade. Reabertura das inscrições.
Questão prejudicada. Conexão. Parcial procedência. – “Possível avaliação de
conhecimentos do vernáculo, sem violar o princípio da razoabilidade nem norma prevista
em Resolução do Conselho Nacional do Ministério Público, cuja aplicação não se insere
aos concursos do Poder Judiciário” (CNJ – PCA 415 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


157

Caderno de prova. Disponibilização para efeito de recorrer

Concurso para ingresso na carreira da magistratura estadual.


Prova objetiva. Período de interposição de recurso. Disponibilização do caderno de
prova. – “1) Não viola o princípio da publicidade a não disponibilização do caderno de
prova durante o período de interposição do respectivo recurso se, em momento anterior, já
foi franqueado a todos os candidatos o acesso ao caderno de prova e ao gabarito
preliminar. 2) Pedido formulado em Procedimento de Controle Administrativo que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200910000017186 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª
Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Candidato aprovado em concurso sem comprovar 3 anos de atividade jurídica

Pedido de Providências. Nomeação para o cargo de Juíza de Direito


de candidato aprovado em concurso que não comprovou o requisito constitucional de três
anos de prática jurídica. Matéria judicializada. Existência de decisão judicial amparando a
situação da magistrada. (CNJ – PP 1216 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária
– j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Cartão de identificação. Comparecimento pessoal do candidato para a sua


retirada

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal da 2ª Região. Concurso público para ingresso na carreira da magistratura. Edital
que prevê a aplicação de “discriminação” em relação à população do Estado do Espírito
Santo. Alegada ofensa ao postulado da isonomia. Não caracterização. Cartão de inscrição.
Exigência de comparecimento pessoal dos candidatos para retirada. Alegação de falta de
razoabilidade. Procedimento justificado como garantia de segurança da identificação dos
candidatos. Improcedência. (CNJ – PCA 421 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues –
35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

Comissão de Concurso. Termo inicial de contagem da atividade jurídica

Consulta autuada como Pedido de Providência. Tribunal Regional


do Trabalho da 22ª Região. Comissão de Concurso para Juiz Substituto. Termo inicial da
contagem temporal da “atividade jurídica”. Candidata aprovada que eventualmente não
preencheria o requisito indispensável de 3 (três) anos de atividade jurídica após o
bacharelado. Impetração de mandado de segurança frente ao Superior Tribunal d Trabalho.
Pedido prejudicado. Uma vez jurisdicionada a matéria, prejudicada fica a competência do
Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento. (CNJ – PP 1043 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Comissão e banca examinadora. Vedação a sua composição

“Aquele que exercer a atividade de magistério em cursos formais


ou informais voltados à preparação de candidatos a concursos públicos para ingresso na
carreira da magistratura, fica impedido de integrar comissão de concurso e banca
examinadora até três anos após cessar a referida atividade de magistério” (art. 6º da Res.
CNJ 11, de 31.01.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


158

Cômputo de atividade jurídica anterior à colação de grau

“Trata-se de Pedido de Providências subscrito por T.L.S., onde o


requerente espera que o CNJ reconheça a possibilidade de cômputo de atividade jurídica
anterior à colação de grau, para perfazer os três anos exigidos para ingresso na
Magistratura. Por estar em desacordo com a Res. 11/2006 deste CNJ, indeferi
liminarmente o processamento do presente pedido, nos termos da decisão monocrática de
fls. Assim, por estar a matéria pacificada no âmbito deste Plenário, e considerando a
importante diretriz jurisprudencial da Suprema Corte pátria acima citada, entendo que o
recurso administrativo deve ser rejeitado, confirmando-se a decisão monocrática que
indeferiu o pedido do requerente em todos os seus termos, mantendo-se incólume o inteiro
teor da Res. 11/2006 deste Conselho, que disciplinou a matéria” (CNJ – PP 927 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não
oficial).

Deficiente físico. Reserva de vagas


Vide: DEFICIENTE FÍSICO
V. tb.: ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE 29.01.2009

Direito do candidato de ter vista da prova e de sua revisão

Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz Substituto.


Edital. Vista de prova e de recurso. Previsão. Indispensabilidade. – “O direito do
candidato de ter vista da prova e de postular a revisão da decisão da Comissão
Examinadora é corolário do Estado Democrático e garantia de respeito aos postulados
inscritos no artigo 37 da Constituição Federal. Procedimento de Controle Administrativo
de que se conhece para a finalidade de edição de Resolução regulamentando a matéria”
(CNJ – PCA 200710000017086 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 58ª Sessão – j.
11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

Edital em desacordo com a legislação. Revisão de ofício pelo Tribunal

Magistrado. Concurso de remoção. Edital em desacordo com


legislação estadual. Equívoco de Tribunal de Justiça. Revisão, de ofício, do ato
administrativo. Nova publicação de edital. Alteração do certame. Legalidade. Princípio
da autotutela da administração pública. – “1) O Poder Judiciário, na condição de
integrante da Administração Pública, tem o poder/dever de rever, de ofício, seus próprios
atos quando eivados de irregularidade ou ilegalidades, devendo anulá-los ou revogá-los.
Essa possibilidade está calcada no princípio da autotutela da Administração Pública e é
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em duas Súmulas ( 346 e 473). 2) Seguindo
essa linha de raciocínio, não há falar em ilegalidade de ato de Tribunal de Justiça que,
verificando que edital de concurso de remoção de magistrado não atende a legislação
estadual pertinente, em decorrência de equívoco da própria administração da Corte, faz
publicar novo edital alterando o certame para promoção precedida de remoção, para
adequá-lo à norma. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se
julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000008161 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Edital que prevê diferenciação em relação à população de determinado


Estado. Ausência de violação ao princípio da isonomia

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal da 2ª Região. Concurso público para ingresso na carreira da magistratura. Edital
que prevê a aplicação de “discriminação” em relação à população do Estado do Espírito
Santo. Alegada ofensa ao postulado da isonomia. Não caracterização. Cartão de inscrição.
Exigência de comparecimento pessoal dos candidatos para retirada. Alegação de falta de
razoabilidade. Procedimento justificado como garantia de segurança da identificação dos
candidatos. Improcedência. (CNJ – PCA 421 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues –
35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

Exercício das funções de conciliador e de juiz leigo. Atividade jurídica típica

Pedido de Providências. Consulta. Tempo de atividade jurídica.


Concurso de ingresso na magistratura. Atividade dos conciliadores. Juizados especiais
cíveis e criminais. Exercício das funções de conciliador e de juiz leigo. Atividade jurídica
típica. Resolução 11 deste CNJ. – “A atividade de conciliação desempenhada perante os
Juizados Especiais Cíveis e Criminais, quando exercida por bacharel em Direito (art. 7° da
Lei 9.099/95), deve ser compreendida como atividade jurídica específica, compatível com
as situações referidas na Resolução 11 deste CNJ. Afinal, se a atuação do bacharel tem por
objetivo conduzir as partes à conciliação, qualificando-se, por isso, como modalidade
anômala de assessoria jurídica (art. l°, II, da Lei 8.906/94), que é prestada em
procedimento jurisdicional, evidente que o sucesso de sua atividade reclamará qualificação
técnica específica, capaz de permitir a análise jurídica do caso concreto e a exposição aos
litigantes dos riscos pessoais e patrimoniais envolvidos. Pedido de providências acolhido,
com edição de enunciado administrativo” (CNJ – PP 587 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues
– 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Exigência de idade máxima de 45 anos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Magistratura. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Exigência de idade máxima
menor que 45 anos. Impossibilidade. – “I) A limitação de idade para ingresso na
Magistratura afronta os princípios da isonomia, razoabilidade e legalidade, pois não há
previsão constitucional desta natureza e a maturidade elemento importante para o exercício
da judicatura. II) O argumento referente ao tempo de aposentadoria é inconsistente, não
podendo ser vedado o acesso do candidato ao concurso com base na suposta data em que
ele se aposentaria” (CNJ – PCA 347 – Rel. Ruth Carvalho – 7ª Sessão Extraordinária – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Exigência de mais de três anos de prática

“A exigência de mais de três anos de prática de atividade jurídica


para concurso da magistratura está em consonância com o art. 93, I da Constituição
Federal” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Exigência de noções de história e geografia regionais

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público da


Magistratura. Questões de história e geografia regionais. Violação da isonomia.
Precedente. Conhecimento do vernáculo. Possibilidade. Reabertura das inscrições.
Questão prejudicada. Conexão. Parcial procedência. – “A exigência de noções de história

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


160

e geografia regionais viola a isonomia entre os candidatos, bem como não se afigura
razoável ou lógica, na medida em que privilegia os candidatos locais em detrimento dos
outros de regiões distintas. Precedentes” (CNJ – PCA 415 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Exigência de nova publicação quando houver alteração do conteúdo do Edital

Pedido de Providências. Concurso Público da Magistratura.


Reabertura de inscrições. Alteração do Edital. Procedência. – “Alteração do conteúdo do
Edital, de rigor sua republicação e a reabertura do prazo de inscrição. Pedido de
Providências julgado procedente” (CNJ – PP 1491 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Flexibilização dos critérios de correção da prova apenas para os candidatos


que ofereceram recurso

Procedimento de Controle Administrativo. Flexibilização dos


critérios de correção da terceira prova discursiva da segunda etapa do concurso para
provimento de cargos de carreira da magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do
Amazonas, alcançando apenas os candidatos que oferereceram recursos. Violação do
principio da isonomia. Revisão da terceira provas discursiva dos candidatos remanescentes
que não ofereceram recurso, submetendo-os aos mesmos cretério de avaliação. (CNJ –
PCA 205 e PCA 270 – Rel. Designado Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007) .

Fraude no concurso e instauração de procedimento no CNJ visando a


anulação do certame, com a perda do cargo por parte dos candidatos
aprovados e empossados como Juízes Substitutos

Partes do voto vencedor do Conselheiro Rui Stoco:


Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso
na magistratura. Apuração de irregularidades denunciadas. – “Os princípios da segurança
jurídica, do fato consumado e a teoria da modulação prospectiva dos efeitos das nulidades
justificam a convalidação dos atos de nomeação e exercício da judicatura por parte de
candidatos em concurso de ingresso que apresentou irregularidades em seu
desenvolvimento, mas não revelou nulidades essenciais e absolutas. Impõe-se a solução
para preservar os atos judiciais e administrativos praticados e já consumados e evitar grave
dano e prejuízos ao Tribunal de Justiça e aos juízes nomeados e regularmente empossados
há mais de um ano e que não contribuíram para tais irregularidades, bem como para
preservar a segurança jurídica, sem prejuízo da apuração dos fatos e eventual imposição de
sanções aos responsáveis” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor
Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons.
Rui Stoco).

“Como se verifica, nada impede que se faça um paralelo – para


buscar a mesma solução – entre efeitos da declaração de inconstitucionalidade e efeitos da
declaração da nulidade do ato. São situações siamesas. Em diversas oportunidades o
Supremo Tribunal Federal manifestou-se pela aplicação desse principio da segurança
jurídica em atos administrativos inválidos, como subprincípio do Estado de Direito, tal
como nos julgamentos do MS 24.268, DJ 17.09.04; do MS 22.357, DJ 05.11.04 e no RE
217.141-5, todos relatados pelo Ministro Gilmar Mendes” (CNJ – PCA 510 – Rel.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


161

Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008
– Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

“Esse conceito e objetivo de preservar a segurança jurídica pode ser


transposto para o campo das nulidades e da perpetuação da eficácia dos atos nulos ou
anuláveis, visando não só essa segurança revelada, como para atender ao princípio do fato
consumado” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª
Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

“Ora, na declaração de nulidade de ato também se pode buscar


modulação ou variante, tal como ocorre com a inconstitucionalidade, de sorte a reconhecer
a nulidade – desde que não seja substancial, essencial e peremptória – e negar-lhe os
efeitos pretéritos ou futuros, quando as circunstâncias exigem que se preserve os atos
praticados e a segurança jurídica, diante do fato consumado. O mal que os efeitos da
declaração de nulidade pode causar deve ceder lugar à superação prospectiva, diante dessa
possibilidade, quando se mostre mais nociva do que a mantença do statu quo” (CNJ – PCA
510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU
03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

“Vale considerar que um dos interesses fundamentais no Direito é a


estabilidade das relações constituídas. É pacificação dos vínculos estabelecidos a fim de se
preservar a ordem. Este objetivo importa muito mais no Direito Administrativo do que no
Direito Privado. É que os atos administrativos têm repercussão mais ampla, alcançando
inúmeros sujeitos, uns direta, e outros indiretamente, como observou SEABRA
FAGUNDES. Interferem com a ordem e estabilidade das relações sociais em escala muito
maior. Daí que a possibilidade de convalidação de certas situações – noção antagônica à de
nulidade em seu sentido corrente – tem especial relevo no Direito Administrativo. Não
brigam com o princípio da legalidade, antes atendem-lhe o espírito, as soluções que se
inspirem na tranquilização das relações que não comprometem insuprivelmente o interesse
público, conquanto tenham sido produzidas de maneira inválida. É que a convalidação é
uma forma de recomposição da legalidade ferida. Portanto, não é repugnante ao Direito
Administrativo a hipótese de convalescimento dos atos inválidos (CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. Malheiros Editores, S.
Paulo, p. 297). Já observava CAIO TÁCITO: ‘Também o Direito Público valoriza o
decurso do tempo como elemento tanto aquisitivo como extintivo de direitos e obrigações’
(Temas de Direito Público. Ed. Renovar, S. Paulo, v. 2, p. 1928). Como se verifica, a teoria
do fato consumado não é estranha ao Direito, nem recebe censura da doutrina ou da
jurisprudência. Pelo contrário, está consagrada” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons.
Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencedor do Cons. Rui Stoco).

Partes do voto vencedor do Conselheiro João Oreste Dalazen:


“É fundamental ter presente que o ingresso na magistratura da
maioria dos aprovados deu-se sem qualquer eiva de irregularidade a que hajam dado causa.
Mais que isso: seja em relação a estes candidatos absolutamente inocentes, seja em relação
aos candidatos em que pesaria alguma sombra de suspeita de irregularidade, enfim no
tocante a todos há um aspecto que não se pode desprezar: a Administração do Tribunal
deu-lhes posse e exercício na magistratura há cerca de treze meses e somente após cerca de
cinco meses da posse levantou-se alguma dúvida em face meramente de alguns. Tenho
como inarredável, em semelhante contexto, que se impõe confrontar o princípio estrito da
legalidade com outros princípios também de grande importância no mundo jurídico, como

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


162

o do respeito à estabilidade das relações jurídicas, a que todos se obrigam devoção, mesmo
a Administração Pública, e também o que se deve ao princípio da boa fé. Penso, assim, que
este é um caso paradigmático em que é imperativo ao Conselho Nacional de Justiça lançar
mão de um juízo de ponderação de interesses, e que a pretensão de anulação do concurso
público seja contrastada com outros princípios de envergadura constitucional. Na presente
hipótese, entendo que a anulação integral de concurso, tal como propõe o Exmo.
Conselheiro Relator ofenderia, data máxima vênia, os princípios da razoabilidade,
proporcionalidade, segurança jurídica, interesse público e boa-fé” (CNJ – PCA 510 – Rel.
Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008
– Parte do voto vencedor do Cons. Min. João Oreste Dalazen).

“Em suma, o vício, originário pelo decurso de tempo, em razão


sempre da inação da administração, e presente também a boa fé, acaba por desaparecer em
razão de que poderá soar mais prejudicial ao espectro social envolvido, o desfazimento do
ato do que a sua proteção. Em situações de inércia da administração que já permitiu a
constituição de situações de fato, que se encontram revestidas de forte aparência de
legalidade, gerando nos espíritos convicção de legitimidade, a decisão de nulidade do ato
irregular configuraria aquilo que os juristas chamam de decisões imprevistas e tardias, das
quais o ato deve ser preservado, em nome do princípio da segurança jurídica que neste
passo se eleva sobranceiro ao princípio da legalidade estrita, cuja leitura fria e mecânica
traria sérios prejuízos ao grupo social” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min.
Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencedor do Cons. Min. João Oreste Dalazen).

Partes do voto vencedor do Conselheiro Mairan Gonçalves Maia Júnior:


“No entanto, não se justifica a nulidade de todo o concurso em
função desse específico fato, notadamente quando já decorridos mais de quatorze meses de
sua realização e por não ter o fato influenciado na aprovação dos demais candidatos, nem
tampouco terem esses concorrido para a prática da irregularidade” (CNJ – PCA 510 – Rel.
Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008
– Parte do voto vencedor do Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior).

“Não se pode desconsiderar a incidência dos princípios da


confiança e da boa-fé. O princípio da confiança expressamente previsto pelo Código Civil
Alemão (BGB) e pelo Código Suíço das Obrigações encontra-se também albergado pelo
ordenamento jurídico pátrio. No âmbito administrativo, em particular, faz-se presente na
presunção de legitimidade que reveste os atos administrativos. O administrado confia que
os atos praticados pelo administrador atendam os pressupostos e requisitos necessários à
sua edição, notadamente quando se trate de ato administrativo vinculado, como é o caso.
Ademais, não se presume a má-fé do administrador, aliás, a má-fé nunca é presumida, nem
na esfera penal, nem na civil, nem na administrativa. No caso, os candidatos confiaram na
seriedade, lisura e honestidade do concurso organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª
Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior).

“Assim, não obstante também reconheça a presença de


irregularidades na condução do XLI Concurso para Ingresso ao Cargo de Juiz Substituto
do Estado o Rio de Janeiro, nos limites precisados no presente voto, divirjo, parcialmente,
data máxima vênia, da extensão dos efeitos do voto apresentado pelo relator, e preservo as
nomeações dos candidatos aprovados, uma vez que esses em nada concorreram para a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


163

prática das referidas irregularidades” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar
Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior).

Parte do voto vencedor do Conselheiro Altino Pedrozo dos Santos:


“Nesse contexto, ainda que haja indícios de irregularidades no
concurso, penso que se a subsunção do fato à norma de direito puder atuar em favor da
justiça, prefiro a opção de flexibilizar ou modular o direito a cometer injustiça.
Considerando que os candidatos aprovados já estão no exercício da magistratura há cerca
de quatorze meses, tem-se por interesse público maior aquele voltado à proteção da
sociedade como um todo (princípio da supremacia do interesse público sobre o particular,
da finalidade pública ou da indisponibilidade do interesse público), dado o caráter
ampliativo do ato perpetrado pela Administração, cuja anulação, nesse momento, mesmo
com a promoção de efeitos ex nunc, frustraria um bem jurídico mais abrangente (em
contraposição ao princípio da segurança jurídica), amparado pela Constituição da
República (arts. 37 e 92 e segs. da CF) e pela legislação ordinária (art. 2º, caput, incisos II
e XIII da Lei 9.784/99)” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha
– 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Altino
Pedrozo dos Santos).

Parte do voto vencedor do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior:


“Na primeira hipótese, estando o certame em curso, mostra-se
prudente suspender ou, a depender do caso, invalidar etapas para sua renovação,
prevenindo a nódoa de suspeição da lisura do processo de recrutamento de juízes; se já
concluído, não se podem relegar ao abandono os princípios da contenção da punição a
pessoas cuja culpa esteja efetivamente provada, diretriz estipulada há alguns séculos pelas
lições que o sofrimento de encarceramento abusivo imprimiu em BECCARIA, e da
inocência, princípios com força normativa superlativa por alojados no ninho jurídico
fundamental da Constituição (CF, art. 5º, XLV e LVII) e cujo raio de influência, como bem
pontuado pelo Conselheiro Mairan Gonçalves Maia Júnior, não se restringe ao campo
estritamente criminal. Assim, se indemonstrada a culpa ou mesmo a conivência de
qualquer dos candidatos aprovados, é de ser rejeitada qualquer pretensão invalidatória do
certame de seleção de agentes públicos” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min.
Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencedor do Cons. Antônio Umberto de Souza Júnior).

Parte do voto vencido do Relator sorteado, Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti:


“Independentemente de quaisquer outros prejuízos individuais
suportados pelos candidatos aprovados, o principal prejuízo aqui enfocado é a indiscutível
violação dos princípios constitucionais que regem a Administração Pública no nosso País.
A sociedade tem direito a uma Administração pautada na plenitude da legalidade. O Brasil,
Estado Democrático de Direito, não pode ser administrado como um feudo, onde cada
senhorio, nos limites de seus domínios faz o que bem entende, cabendo aos vassalos nada
mais do que o silêncio ou a expressa concordância. Dizia Pontes de Miranda que “Contra a
Constituição nada prospera, tudo fenece” de modo que qualquer ato administrativo que
contrarie a Carta Magna deve ser tido como inválido. A solução para o combate à
impunidade sistêmica e a corrupção nas instâncias estatais e a conseqüente recuperação da
confiança pública nas instituições passa necessariamente pelo rigoroso controle de escolha
dos membros de Poder, como no caso dos concursos públicos para o ingresso na carreira
da magistratura. O interesse público é uma forma específica, qualificada, de manifestação
dos interesses pessoais, ou seja, nas palavras sábias de Celso Antônio Bandeira de Mello,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


164

cuida-se da dimensão pública dos interesses individuais e é em razão disto que as


nomeações decorrentes do XLI Concurso para Ingresso da Magistratura do Estado do Rio
de Janeiro não podem prevalecer, pois, neste caso estariam em confronto com os interesses
de cada indivíduo enquanto participe da Sociedade que almeja ver cumpridas as regras
estabelecidas e a manutenção do Estado Democrático de Direito. Ao Concurso público,
realizado sobre evidentes pechas de ilegalidades e irregularidades, em qualquer seara, e
especialmente para o ingresso na carreira da magistratura aplica-se o pensamento
construído pela Súmula 473 do Colendo Supremo Tribunal Federal, assegurando-se a
Administração, deste feita consubstanciada no Conselho Nacional de Justiça, o poder
anular de ofício seus próprios atos” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar
Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencido do
Cons. Felipe Locke Cavalcanti).

Parte do voto vencido do Conselheiro Joaquim Falcão:


“Este concurso se realizou dentro de uma política gerencial de
manutenção do nepotismo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O conjunto
impressionante e seqüencial de irregularidades indica a necessidade de se anular o
concurso por inteiro. Acompanho na íntegra o voto do Conselheiro Felipe Locke
Cavalcanti. Foram muitas as irregularidades detectadas. (...) Vale ressaltar que para a
Administração Pública impera o princípio da legalidade estrita, ou seja, ela só pode fazer
aquilo que a lei, ou o edital no caso, permite. Assim, o descumprimento do edital e, em
última análise, de diversos princípios constitucionais, constitui-se também na violação do
referido princípio da legalidade estrita. Uma palavra derradeira. Não é preciso ser
conseqüencialista para perceber que este voto pretende reforçar a legitimidade e legalidade
dos concursos de ingresso da magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro diante não apenas da população carioca, mas também dos profissionais do direito,
dos estudantes, e dos próprios magistrados. E como tal, se projeta para futuro. De outro
lado, no presente, candidatos aprovados que redirecionarem suas carreiras e seus ideais de
vida em favor da melhor magistratura carioca poderão vir a ser afetados por esta política
gerencial temerária que foi utilizada no TJ/RJ. Poderão ser afetados pela sobreposição do
interesse público sobre o seu interesse privado. Mas, como diria um grande brasileiro,
Mauro Santayana, a um amigo candidato a deputado: ‘minha solidariedade eu posso dar.
Meu voto, como cidadão, infelizmente não’.” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons.
Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencido do Cons. Joaquim Falcão).

Impugnação da correção da prova. Aprovação do candidato. Falta de interesse

“Inexiste interesse processual quando o requerente for aprovado em


concurso realizado imediatamente após o que deu causa ao presente procedimento.
Situação que, caso provida, redundaria em verdadeira reformatio in pejus, porquanto
retornaria à condição de candidato, devendo lograr êxito em fase subseqüente eliminatória
e classificatória” (CNJ – PCA 200710000017220 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 64ª
Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso da


magistratura. Avaliação em fase escrita. Impugnação administrativa da correção.
Interesse individual. Posterior aprovação em certame subseqüente. Ausência de interesse
superveniente. Não-conhecimento. – “Não se insere nas atribuições do CNJ a tutela, em
concreto, de direitos individuais, por ausência de potencial repercussão coletiva ou geral no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


165

âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PCA 200710000017220 – Rel. Cons. Jorge Maurique
– 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Impugnação do Edital por quem não é candidato inscrito

Concurso para ingresso na magistratura do Rio Grande do Sul.


Impugnação do edital. Valoração de títulos. Vantagem a candidatos originários do Estado
do Rio Grande do Sul. Ilegitimidade ativa. – “Apesar do requerente residir em outro
Estado da Federação, não possui legitimidade ativa para impugnar normas de concurso, se
não é candidato inscrito no mesmo. Pedido de que não se conhece” (CNJ – PCA 332, 418–
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Inclusão na prova de questões semelhantes a outras antes indagadas em outros


certames

Recurso Administrativo. Concurso público para ingresso na


carreira da magistratura. Alegação de irregularidades. Ausência de provas.
Improcedência. – “1) A inclusão, em concurso público, de uma única questão igual ou de
diminuto número de questões semelhantes anteriormente já aplicadas em outros certames
não afronta o princípio da isonomia se dessa aplicação não resultou demonstrado o
favorecimento a determinados candidatos. 2) A mera alegação de irregularidades não
autoriza o Conselho Nacional de Justiça a anular concurso público. Necessário que os
argumentos sejam embasados em documentos ou outros meios de prova suficientes a
demonstrar os fatos asseverados no Requerimento Inicial. 3) Recurso Administrativo em
Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece para, no mérito, negar-lhe
provimento” (CNJ – PCA 200810000007309 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 80ª
Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Inexistência de direito subjetivo à nomeação dos aprovados

Pedido de Providências. Concurso público. Ingresso na


magistratura. Criação de cargos de Juiz Substituto. Matéria de iniciativa do Tribunal local
Limites orçamentários. Inexistência de direito subjetivo à nomeação dos aprovados em
concurso público. Chamados, ademais, vários dos aprovados no concurso. Ausência de
causa à atuação do Conselho Nacional de Justiça. Indeferimento. Pedido indeferido. (CNJ
– PP 714 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 –
ementa não oficial).

Insurgência contra o critério de aferição da nota

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto da 3ª Região. Candidato aprovado nas
provas escrita e oral, mas eliminado do certame seletivo em razão de cálculo de média
ponderada obtida com atribuição de peso unitário à prova de títulos. Alegação de que o
critério de cômputo final da média previsto no edital viola os princípios basilares da
isonomia, da razoabilidade e da legalidade. Acolhimento da pretensão, à luz da
interpretação conforme a ser conferida ao inciso I, do art. 93 da Constituição. Orientação
da jurisprudência do STF sobre a matéria Desconstituição que gera efeitos ex nunc, sem
retroagir nem atingir direitos adquiridos de terceiros candidatos aprovados e já nomeados.
Observância da diretriz constante do inc. XIII do art. 2° da Lei 9.784/99 de interpretação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


166

da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que
se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Pretensão parcialmente
deferida. (CNJ – PCA 243 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 7ª Sessão Extraordinária – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Irregularidades constatadas. Invalidação afastada. Aplicação dos princípios da


segurança jurídica, do fato consumado e da modulação prospectiva dos efeitos
das nulidades

Partes do voto vencedor do Conselheiro Rui Stoco:


Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso
na magistratura. Apuração de irregularidades denunciadas. – “Os princípios da segurança
jurídica, do fato consumado e a teoria da modulação prospectiva dos efeitos das nulidades
justificam a convalidação dos atos de nomeação e exercício da judicatura por parte de
candidatos em concurso de ingresso que apresentou irregularidades em seu
desenvolvimento, mas não revelou nulidades essenciais e absolutas. Impõe-se a solução
para preservar os atos judiciais e administrativos praticados e já consumados e evitar grave
dano e prejuízos ao Tribunal de Justiça e aos juízes nomeados e regularmente empossados
há mais de um ano e que não contribuíram para tais irregularidades, bem como para
preservar a segurança jurídica, sem prejuízo da apuração dos fatos e eventual imposição de
sanções aos responsáveis” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor
Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

Juiz Substituto. Revisão da nomeação após o vitaliciamento. Decadência

Concurso Público de ingresso na Magistratura do Estado da


Bahia. Decadência. Vitaliciamento. Matéria Judicial. Incompetência do CNJ. Segurança
Jurídica. Prevalência do ato. – “Vitaliciados os juízes aprovados no concurso impugnado,
não há como rever o ato de nomeação pela via administrativa, até porque, a perda do cargo
nesse caso só se dará através da via judicial, garantia instransponível da magistratura,
conforme dispõe a LOMAN” (CNJ – PCA 259 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho –
40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


o ingresso na Magistratura do Estado do Piauí no ano de 1988. Nomeação de Candidatos.
Decisão do Supremo Tribunal Federal. Inviabilidade do procedimento em razão do
vitaliciamento dos Magistrados. – “Os 28 juízes nomeados já possuem vitaliciedade no
cargo assegurada pela nossa Constituição, o que afasta a competência deste Conselho,
conforme já decidido a unanimidade no PCA 267” (CNJ – PCA 479 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).
Observação: Vide o PCA 267, Rel. Cons. Paulo Lôbo, 35a Sessão Ordinária, j.
02.03.2007.
Parte do Voto do Relator no PCA 267:
“Após a vitaliciedade, apenas sentença judicial transitada em
julgado pode determinar a perda do cargo, o que subtrairia a competência deste Conselho.
Se os juízes não tivessem obtido a vitaliciedade, então da deliberação do tribunal seria de
natureza administrativa, o que permitiria a apreciação pelo CNJ da matéria da invalidade
do concurso”.

Magistratura Militar. Pretensão de que o CNJ intervenha nos critérios de


avaliação dos candidatos. Descabimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


167

“Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, no exercício do


controle de legalidade de atos administrativos afetos a concurso público, intervir nos
critérios de avaliação dos candidatos. Insere-se na autonomia administrativa da Comissão
Organizadora do concurso público a elaboração de edital contendo expressa vedação de
revisão das provas. Pedido contido em Procedimento de Controle Administrativo que se
julga improcedente, Recurso Administrativo prejudicado” (CNJ – PCA 16598 – Rel. Cons.
Min. João Oreste Dalazen – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Magistratura Militar. Revisão de provas. Vedação expressa no edital do


certame

Concurso Público. Magistratura Militar do Estado de São Paulo.


Edital. Vedação expressa de revisão das provas. Legalidade. – “I) Improcede a pretensão
de rever, perante o Conselho Nacional de Justiça, ato administrativo praticado em estrita
observância às normas do edital de concurso público para magistratura militar do estado de
São Paulo, que é a lei do certame, no tocante à vedação expressa de revisão de provas”
(CNJ – PCA 16598 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 –
DJU 20.02.2008).

Magistratura Militar. Revisão, pelo CNJ, de ato da comissão organizadora do


concurso. Pedido improcedente

Concurso Público. Magistratura Militar do Estado de São Paulo.


Pedido de desconstituição de ato praticado pela comissão organizadora. Estrita
observância aos termos do edital. Controle de legalidade dos atos administrativos. – “I)
Improcede a pretensão de rever, perante o Conselho Nacional de Justiça, ato da comissão
organizadora de concurso público, praticado em estrita observância aos termos do edital.
Controle de legalidade dos atos administrativos. II) Não cabe ao Conselho Nacional de
Justiça, no exercício do controle de legalidade de atos administrativos afetos a concurso
público, intervir nos critérios de avaliação e classificação de candidatos e demais questões
específicas devidamente explicitadas em edital. III) Pedido contido em Procedimento de
Controle Administrativo que se julga improcedente. Recurso Administrativo prejudicado”
(CNJ – PCA 15028 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 –
DJU 20.02.2008).

Mandado de segurança garantindo a nomeação e posse. Perda do objeto

Procedimento de Controle administrativo. Tempo de atividade


jurídica. Emenda Constitucional 45. Candidata aprovada no concurso para Juiz do
Trabalho substituto do TRT da 3ª Região. Mandado de Segurança assegurando a
nomeação e posse. Perda do objeto. Arquivamento. – “Desnecessária a apreciação do
mérito do procedimento, em decorrência da decisão judicial que consolidou a situação
fática da requerente em relação ao concurso para provimento de cargos de juiz do trabalho”
(CNJ – PCA 44 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU
09.02.2006 – Ementa não oficial).

Momento da exigência dos requisitos de habilitação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


168

“A comprovação do período de três anos de atividade jurídica de


que trata o art. 93, I, da Constituição Federal, deverá ser realizada por ocasião da inscrição
definitiva no concurso” (art. 5º da Res. CNJ 11, de 31.01.2006).

“Dessa forma e a partir da Emenda Constitucional 45/04, não é de


se admitir que a verificação ou o preenchimento dos requisitos ou condições para o
ingresso na magistratura de carreira, possam ser postergados para exame na data da posse.
Reconhecendo-se que o procedimento para o ingresso na carreira da magistratura,
corresponde a ato administrativo complexo, envolvendo várias etapas e diversos atores,
tem-se que a verificação das condições e requisitos da inscrição é matéria de competência
exclusiva da comissão do concurso e indelegável para outros atores, v.g., por exemplo, ao
Presidente do tribunal. Assim, tem-se que, para o concurso da magistratura, não é de ser
aplicada a súmula 266 do STJ, uma vez que os requisitos hão de ser comprovados até a
data da inscrição definitiva e examinados pela comissão do concurso, especificamente
constituída para tal finalidade” (CNJ – PP 50 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª Sessão – j.
31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Edital de concurso


público para a Magistratura. Momento da exigência dos requisitos de habilitação.
Revisão da jurisprudência do STF. Rejeição liminar do pedido. – “Sob o novo ambiente
institucional construído com a chegada da Emenda Constitucional 45/2004, que passou a
exigir o tempo mínimo de três anos de prática jurídica, o STF fixou o entendimento de que
o momento para apresentação de prova dos requisitos de acesso aos cargos da magistratura
e do Ministério Público é o da inscrição ao concurso respectivo (ADI 3460, j. 31.8.2006.
Precedente do CNJ, PP 1050)” (CNJ – PCA 200710000006295 – Rel Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).
Súmula 266 do STJ: “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público”.

Nulidade. Participação de assessor de membro da Comissão

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de anulação de


concurso público para o ingresso na carreira da magistratura do Estado do Amazonas.
Resolução 11 do CNJ. Concurso integralmente realizado pela Fundação Getúlio Vargas,
sem interferência da Comissão do Tribunal na elaboração e aplicação das provas.
Improcedência da alegação de nulidade pela participação de assessor do membro da
comissão. – “I) A participação de candidato que não atendia, na data da inscrição, o
requisito de tempo de atividade jurídica, não tem por efeito a nulidade do concurso. Edital
do concurso anterior à Resolução 11 do CNJ, que fixou a inscrição definitiva como
momento de exigência do requisito. II) Não tem relevância para a pretensão de anulação do
certame, a alegação de que a homologação pelo Tribunal foi relatada pelo próprio
presidente. III) Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 634 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Paralisação de concurso aberto. Determinação de reabertura das inscrições

Concurso para provimento de cargos de cargos de juiz substituto.


Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Edital 1/2006. Paralisação do concurso por mais
de dois anos e meio. Ampla acessibilidade aos cargos públicos. Razoabilidade. – “1) O
Ministério Público tem legitimidade para propor a instauração de Procedimento de
Controle Administrativo perante o CNJ, visando o controle da legalidade de concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


169

público. 2) Concurso para provimento de cargos de juiz substituto instaurado pelo Edital
1/2006, publicado em 01/02/2006, e desde então paralisado, tendo sido apenas constituída
comissão provisória em maio de 2008. Proposta de reabertura das inscrições rejeitada pelo
Tribunal Pleno na sessão de 12 de junho de 2008. 3) Passados mais de dois anos e meio
desde a publicação do edital, sem qualquer ato de execução do concurso, a reabertura das
inscrições é a solução concede prevalência aos princípios da razoabilidade, da ampla
acessibilidade aos cargos públicos, da isonomia e da eficiência, na medida em que propicia
a seleção de magistrados em maior contingente de candidatos habilitados. 4) O Edital
1/2006, de 01/02/2006, está em desacordo com a Res. 11 e com a jurisprudência do STF
acerca do conceito de atividade jurídica para fins de ingresso na carreira. Procedência do
pedido para determinar a reabertura das inscrições” (CNJ – PCA 200810000014363 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Participação de professores de cursos preparatórios em banca de concurso de


ingresso na Magistratura

Pedido de Providências. Consulta. Res. 11/CNJ. Participação de


professores de cursos preparatórios nas bancas dos concursos para a carreira da
magistratura. Impedimento. – “I) Não podem atuar como examinadores nos Concursos
para Magistratura os professores de cursos preparatórios, por ferir postulados da
moralidade e da isonomia. II) A vedação que não se limita ao âmbito geográfico do Estado
em que o examinador exerce o magistério” (CNJ – PP 984 – Rel. Douglas Rodrigues – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Pedido de invalidação de concurso por quem não está inscrito no certame, nem
representa qualquer interessado. Ilegitimidade ativa e ausência de interesse de
agir

Concurso público para ingresso na carreira da magistratura.


Suspensão de atos de nomeação e posse de candidatos “sub judice”. Legitimidade ativa.
Matéria judicializada. – “I) Procedimento de Controle Administrativo em que se pede seja
determinada ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás a não-nomeação e posse de
candidatos a concurso público para ingresso na carreira da magistratura sub judice em
Mandados de Segurança. II) Carece de legitimidade ativa e de interesse de agir para propor
Procedimento de Controle Administrativo perante o CNJ, destinado a invalidar concurso
público, quem não detém a qualidade (a) de inscrito no certame, (b) de representante de
algum interessado ou mesmo (c) de parte ou representante nos respectivos Mandados de
Segurança impetrados por candidatos no certame. Aplicação do art. 9º da Lei 9.784/99. III)
Ademais, não se aperfeiçoou qualquer relação jurídica com o Tribunal requerido ou com o
respectivo Presidente que lhe confira legitimidade para agir no presente procedimento. IV)
Igualmente, não compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar Procedimento de
Controle Administrativo cujo objeto conflite com os efeitos de decisão judicial referente a
ação anteriormente proposta. Se anteriormente judicializada a matéria, o CNJ não pode
examinar a questão na esfera administrativa, a bem de prestigiar-se a segurança jurídica,
evitar-se interferência na atividade jurisdicional do Estado e afastar-se o risco de decisões
conflitantes. V) Procedimento de Controle Administrativo de que não se conhece,
resultando prejudicado o Pedido de Reconsideração apresentado em face da decisão que
indeferiu pedido de liminar” (CNJ – PCA 200910000000344 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Pergunta com enfoque exclusivamente regional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


170

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para Ingresso


na Carreira da Magistratura. Questões de enfoque regional. Inexistência de bibliografia.
Ferimento ao princípio da isonomia. – “Não podem ser inseridas questões de âmbito
exclusivamente regional, sem repercussão nacional, no concurso para magistratura porque
estabelece desigualdade entre os candidatos do local e aqueles que residem em outros
Estados da federação” (CNJ – PCA 346 – Rel. Ruth Carvalho – 7ª Sessão Extraordinária –
j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Pontuação para o exercício de cargo de direção e assessoramento privativo de


bacharel em direito

“É inconstitucional a pontuação do exercício de cargo de direção e


assessoramento privativo de bacharel em direito em órgão da administração pública porque
não respeita ao princípio da isonomia” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Portador de deficiência. Lista de classificação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “Os candidatos inscritos na condição de portadores de deficiência
devem figurar em lista específica em cada fase do concurso, submetidos à mesma
exigência de nota mínima para aprovação em cada fase, excluídos porém da ‘nota de corte’
decorrente da limitação numérica de aprovados” (CNJ – PCA 200810000003699 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Portador de deficiência. Nota de corte

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “I) A reserva de vagas nos concursos públicos constitui
imposição constitucional de inclusão das pessoas portadoras a ser implementada em todas
as esferas do Poder Público, não mera discricionariedade conferida ao agente público. II)
Os candidatos inscritos na condição de portadores de deficiência devem figurar em lista
específica em cada fase do concurso, submetidos à mesma exigência de nota mínima para
aprovação em cada fase, excluídos porém da ‘nota de corte’ decorrente da limitação
numérica de aprovados. III) A inclusão dos candidatos portadores de deficiência na lista
geral resultante da aplicação de eventual ‘nota de corte’ esvazia de eficácia a opção do
legislador pela reserva de vagas. Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA
200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


171

Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.
Vide: STF, 1ª T., RE 227.299, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 14.06.200, DJU 06.10.2000.
Vide tb.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2º.

Portador de deficiência. Reserva de vagas


V. tb.: DEFICIENTE FÍSICO – V. tb.: ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE
29.01.2009

“Logo, a divulgação de uma lista de classificação específica para os


portadores de necessidade especiais, dissociada da listagem relativa aos demais candidatos,
é uma exigência legal da qual não se podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante
dessa obrigatoriedade, os candidatos portadores de necessidades especiais, por razões
óbvias, não devem submeter-se à nota de corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da
reserva de vagas. Tais candidatos, no entanto, a despeito de detentores do direito de
figurarem em listagem de classificação própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada
aos demais aspirantes à vaga” (CNJ – PCA 200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “A reserva de vagas nos concursos públicos constitui imposição
constitucional de inclusão das pessoas portadoras a ser implementada em todas as esferas
do Poder Público, não mera discricionariedade conferida ao agente público” (CNJ – PCA
200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de uma
lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais, dissociada da
listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se podem
eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos portadores
de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de corte, sob
pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no entanto, a
despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação própria,
sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Portadores de necessidades especiais. Reserva de vagas


Vide: DEFICIENTE FÍSICO
V. tb.: ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE 29.01.2009

Possibilidade de exame, pelo CNJ, da adequação de questões perante o edital,


porém sem adentrar na valoração dos critérios adotados pela banca
examinadora

Concurso Público para Juiz de Direito Substituto do Pará.


Inexistência de comprovação de ferimento aos princípios da legalidade, impessoalidade e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


172

igualdade. Concurso regular. Ampla publicidade do edital e da Comissão do Concurso.


Possibilidade do Conselho Nacional de Justiça analisar a adequação das questões perante o
edital, sem, porém adentrar na valoração dos critérios adotados pela banca examinadora
para escolha e correção das provas. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 318 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

“A atuação do Conselho Nacional de Justiça, em relação à


avaliação dos critérios, questões, correções e ponderações de provas e títulos em concursos
públicos para o ingresso na Magistratura, deve seguir o caminho já definido em relação à
reavaliação jurisdicional dos diversos concursos para ingresso na carreira pública, ou seja,
o caminho da impossibilidade de ingerência na valoração dos critérios adotados para a
avaliação – seja na definição das questões a serem propostas, seja na definição dos
métodos de correção – consagrando-se, porém, a plena possibilidade da revisão judicial
para garantir a efetividade, principalmente, dos princípios da razoabilidade, igualdade,
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade e a salvaguarda dos direitos
individuais” (CNJ – PCA 318 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 35ª Sessão – j.
27.02.2007 – DJU 09.03.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de anulação. Concurso findo. Segurança jurídica

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Santa Catarina. Concurso Público para o Ingresso na Carreira da Magistratura. Questões de
Conhecimento Gerais. Concurso findo. Segurança Jurídica. Improcedência do pedido.
(CNJ – PCA 148 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de anulação de prova escrita. Inadmissibilidade. Observância aos


termos do edital do concurso

Concurso Público. Juiz substituto. Tribunal de Justiça do Estado


de Alagoas. Pedido de anulação da segunda prova escrita teórico-subjetiva. Estrita
observância aos termos do edital. Controle de legalidade dos atos administrativos. – “I)
Improcede o pedido de anulação de prova escrita teórico-subjetiva, aplicada na segunda
fase de concurso público para provimento de cargo de Juiz Substituto do Tribunal de
Justiça do Estado de Alagoas, perante o Conselho Nacional de Justiça, elaborada em estrita
observância aos termos do respectivo edital, que é a lei do concurso público. II) Não cabe
ao Conselho Nacional de Justiça, no exercício do controle de legalidade de atos
administrativos afetos a concurso público, intervir nos critérios de avaliação de candidatos
e demais questões específicas devidamente explicitadas em edital. III) Pedido contido em
Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200710000006404 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 –
DJU 18.03.2008).

Pretensão de candidato de anular questões da prova

Procedimento de Controle Administrativo. VIII Concurso Público


para Juiz Federal Substituto do TRF da 5ª Região. Alegação de violação do contraditório
e ampla defesa. Anulação de questões da prova objetiva e inclusão do requerente na
prova subjetiva. Pedidos Improcedentes. – “I) A anulação de questões de prova em
concurso não pode ser promovida pelo CNJ com base em critérios particulares. II) O
requerente não atingiria a nota de corte mesmo com a anulação das questões. III)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


173

Prevalecem os critérios constantes do Edital do concurso” (CNJ – PCA 226 – Rel. Joaquim
Falcão – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Previsão de número de candidatos que serão convocados na segunda fase

“É legal a previsão de fórmula que indique o número de candidatos


a serem convocados para a segunda fase do certame, considerando que, em alguns casos,
não há como o Tribunal prever o número total de cargos vagos, e a vagar, no momento da
publicação do instrumento convocatório” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Proibição de recurso à banca examinadora

Concurso público. Previsão editalícia genérica de impossibilidade


de recursos à banca examinadora. Ilegalidade. Recomendação aos Tribunais. – “I) A
vedação de recurso administrativo em toda e qualquer fase do concurso público atenta
contra os mais basilares princípios do Estado Democrático de Direito (art. 5°, inciso
XXXIII). II) Além dos princípios mencionados, a impossibilidade da vista das provas e
conseqüente recurso, fere, ainda, o princípio da publicidade que deve permear, em regra,
toda atividade da administração. III) Admitir a impossibilidade do recurso é transcender o
estado democrático de direito para retornar a idade pré-medieval, quando das invasões
bárbaras, em que os ‘julgamentos’ e ‘julgadores’, por se guiarem por inspiração divina, não
concebiam sua falibilidade. IV) Nas provas orais, por também se prestarem a auferir
conhecimentos outros, não só aqueles técnico-jurídicos, é inviável a pretensão recursal,
pois o juízo de valoração de tais conhecimentos deve se dar pela banca examinadora, não
havendo possibilidade de recursos pois a revisão redundaria na reaplicação da prova, o que
não é sequer razoável” (CNJ – PP 468 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 25a Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Prova de títulos. Caráter classificatório

Procedimento de Controle Administrativo. XI Concurso para


Provimento de Cargo de Juiz Federal Substituto da 3ª Região. Prova de Títulos. Caráter
classificatório. Prescrição. – “O CNJ firmou orientação no sentido de que a prova de
títulos em concurso público deve ter caráter meramente classificatório (PCA 25/2005, PCA
243/2006 e PCA 408/2006)” (CNJ – PCA 200710000016057 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

“Há precedentes deste Conselho Nacional de Justiça no sentido de


que a prova de títulos deve ter caráter meramente classificatório. Essa orientação foi
adotada no PCA 25/2005 (Cons. Paulo Schmidt), relativo ao Concurso para o Cargo de
Juiz Federal Substituto da 1ª Região publicado em maio de 2005. A orientação foi
reafirmada no PCA 243 e PCA 408 (Cons. Joaquim Falcão), relativos ao XII e XIII
Concursos para o Provimento de Cargos de Juiz Federal Substituto da 3ª Região” (CNJ –
PCA 200710000016057 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Provas. Recorribilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Recorribilidade das


provas orais em concurso para ingresso na magistratura. Equilíbrio entre os

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


174

concorrentes. Julgamento do recurso pela banca examinadora. – “Havendo a previsão no


edital de que a Comissão Examinadora procederia à gravação das provas orais, ressalta-se
a possibilidade de recurso administrativo contra as notas aferidas em tal fase do concurso.
Em virtude da imprescindibilidade da cláusula de recorribilidade contra a nota atribuída em
todas as fases do concurso público, inclusive na etapa oral, a gravação das provas orais
realizadas, além de garantir a efetividade da avaliação, demonstra transparência da
Comissão Examinadora, evitando que ocorra desequilíbrio entre os concorrentes do
certame. Acolhe-se o pedido formulado, para se determinar a remessa dos autos à banca
examinadora do concurso para julgamento do recurso” (CNJ – PCA 492 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

Questões envolvendo expressões ou palavras regionalizadas. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal VII. Concurso


público para provimento de cargos de Juiz de Direito Substituto da Justiça Estadual do
Amapá. Ilegitimidade do requerente. Instauração de ofício do processo. Inviabilidade de
interposição de recurso à Banca Examinadora no prazo previsto em edital. Questões que
constam de provas já aplicadas em concurso para a Magistratura de Minas Gerais e
questões envolvendo expressões e palavras regionalizadas. Impossibilidade. Anulação do
concurso, a fim se resguardar sua credibilidade e dar efetividade aos princípios da
impessoalidade, moralidade e publicidade administrativa. (CNJ – PCA 198 – Rel. Cons.
Eduardo Lorenzoni – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Recurso formulado mais de um ano após a homologação. Prescrição

“A pretensão de modificação do resultado do XI Concurso para


Cargos de Juiz Federal Substituto da 3ª Região, formulada mais de um ano após a
homologação, encontra-se alcançada pela prescrição, nos termos da Lei 7.144/85” (CNJ –
PCA 200710000016057 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Reexame da avaliação de prova oral. Inadmissibilidade. Controle de legalidade


que não se confunde com a substituição de banca examinadora

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso para Ingresso na Carreira da Magistratura do Estado de Santa Catarina.
Recurso contra avaliação na prova oral. – “I) No julgamento do PCA 492, o Plenário do
CNJ assegurou à requerente a apreciação pela Comissão Examinadora, do seu recurso
interposto contra a nota que lhe foi atribuída na prova oral do concurso. II) Aplica-se ao
CNJ a orientação pacificada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no sentido de
que “não cabe ao Poder Judiciário, no controle jurisdicional da legalidade, substituir-se à
banca examinadora nos critérios de correção de provas e de atribuição de notas a elas” (RE
243.056 – Rel. Min. Ellen Gracie – DJ 06.04.2001). III) Se não é possível o reexame da
avaliação da prova oral pelo Conselho Nacional de Justiça, resta prejudicado o pedido de
obtenção de cópias das provas orais dos demais candidatos, para a pretendida comparação.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 11953 – Rel. Cons. José Adonis Callou
de Araújo Sá – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso para ingresso na carreira da magistratura do Estado de Santa Catarina.
Recurso contra avaliação na prova oral. – “I) No julgamento do PCA 421, o Plenário do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


175

CNJ assegurou ao requerente a apreciação pela Comissão Examinadora do seu recurso


interposto contra a nota que lhe foi atribuída na prova oral do concurso. II) Aplica-se ao
CNJ a orientação pacificada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de
que “não cabe ao Poder Judiciário, no controle jurisdicional da legalidade, substituir-se à
banca examinadora nos critérios de correção de provas e de atribuição de notas a elas” (RE
243.056 – Rel. Min. Ellen Gracie – DJ: 06.04.2001). III) Não cabe o reexame pelo
Conselho Nacional de Justiça, de notas atribuídas ao candidato pela Comissão de Concurso
para ingresso na carreira da magistratura. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA
14528 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU
20.12.2007).

Reserva de vagas para pessoas com deficiência

“Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do


Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada
reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por
cento), nem superior a 20% (vinte por cento) do total de vagas oferecidas no concurso,
vedada a incidência de ‘nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e
observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência
do candidato. As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas,
mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra
exclusivamente composta por estes” (Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009).
(Precedente: PP 200810000018125 – 69ª Sessão – julgado em 9 de setembro de 2008).

Pedido de Providências. Concurso de ingresso na magistratura.


Pedido para que se discipline a reserva de vagas para candidatos portadores de
deficiência. Art. 37, inciso VIII da CF/88. Procedência do pedido com proposta de edição
de enunciado administrativo. – “I) Dentre as funções do Conselho Nacional de Justiça,
tem-se a sua atuação na organização da atividade administrativa do Poder Judiciário,
velando pelo respeito aos princípios da Administração Pública e, ainda, a sua competência
para editar atos regulamentares ou recomendar providências (CF/88, art.37, § 4º, I). Mais
do que isso, o inciso II do referido § 4º dispõe enfaticamente incumbir ao Conselho
Nacional de Justiça ‘zelar pela observância do art.37’. II) Nos concursos públicos de
ingresso na Magistratura, por força do que dispõe o art.37, VIII da CF/88, deverão os
tribunais reservar vagas aos deficientes, em percentual e condições definidas em enunciado
administrativo” (CNJ – PP 200810000018125 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Semelhança redacional entre questões de concursos distintos

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso da magistratura. Similitude de questões com outros certames.
Tutela dos direitos individuais. Ausência de competência do CNJ. Favorecimento não
comprovado. Conjectura. Não-conhecimento. – “II) A mera similitude entre questões de
certames distintos (magistratura e Ordem dos Advogados) não configura per se
favorecimento de candidatos, em face da presunção de legitimidade nos atos da
Administração Pública” (CNJ – PCA 200810000009811 – Rel. Cons. Jorge Maurique –
69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Suspensão do certame

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


176

Procedimento de Controle Administrativo. Suspensão do concurso


público para magistratura. Prazo suficiente para o interessado completar os três anos de
atividade jurídica. Requerimento de reabertura das inscrições. – “O concurso permanece o
mesmo, com os candidatos que lograram inscrição no prazo estabelecido no edital, as
vicissitudes por que passou e os ajustes feitos não significaram sua alteração essencial,
considerando-se razoáveis as motivações acima expendidas pelo Tribunal” (CNJ – PCA
476 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU
18.05.2007 – Ementa não oficial).

Taxa de Inscrição. Inclusão das despesas com interposição de recurso

“O valor pago pela taxa de inscrição inclui as despesas relativas à


interposição de recurso” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Taxa de inscrição. Isenção para candidatos que não podem pagar

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de São Paulo. 181º concurso para a magistratura. Isenção taxa de inscrição.
Reabertura de prazo para inscrição. Indeferimento. – “1) A ausência de previsão de
isenção da taxa de inscrição em concurso público é incompatível com os princípios
constitucionais da isonomia, que deve garantir a igualdade de oportunidades, e o da livre
acessibilidade aos cargos públicos (CF arts. 5º e 37, I e II). 2) A disciplina específica na
Lei Estadual 12.782/2007, sobre as hipóteses de redução do valor da taxa de inscrição,
aplicável aos concursos públicos e processos seletivos realizados no âmbito de qualquer
dos Poderes do Estado, deve também ser observada no concurso para ingresso na
magistratura do Estado de São Paulo. 3) Satisfeita a publicidade da alteração do Edital
determinada na decisão deste Conselho, pois publicada no Diário de Justiça Eletrônico e
divulgada em diversos sítios da rede mundial de computadores. Pedido parcialmente
procedente” (CNJ – PCA 20081000022657 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Tempo de atividade jurídica a contar da data da conclusão do curso de


bacharelado em Direito

Recurso Administrativo. Concurso público para a carreira da


magistratura. Atividade jurídica. Tempo anterior à conclusão do curso de direito. – “Na
esteira da jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de
Inconstitucionalidade 3.640/DF, ‘os três anos de atividade jurídica contam-se da data da
conclusão do curso de Direito e o fraseado ‘atividade jurídica’ é significante de atividade
para cujo desempenho se faz imprescindível a conclusão de curso de bacharelado em
Direito’. Recurso Administrativo de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200810000002531 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 59ª Sessão – j. 25.03.2008
– DJU 15.04.2008).

CONCURSO DE PROMOÇÃO, REMOÇÃO E PERMUTA


V. Tb.: REMOÇÃO

Conveniência e interesse público como pressupostos. Inexistência de direito


absoluto à remoção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


177

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Reconhecendo que a remoção condiciona-se à conveniência da
Administração e ao interesse público, o CNJ tem, reiteradamente, decidido que o
magistrado não tem direito subjetivo absoluto à remoção, podendo o Tribunal,
fundamentadamente, recusá-la” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui
Stoco – 82ª Sessão – j. 24.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Demora justificada na publicação dos editais

Pedido de Providências. Ato omissivo. Editais de promoção e/ou


remoção. Ausência de titulares. Carência de magistrados. Demora justificada. – “I)
Consoante o disposto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN (Art. 83),
devem os Tribunais, ao detectar a existência de vagas a serem preenchidas mediante
promoção ou remoção, fazer publicar imediatamente a abertura de edital, no órgão oficial,
com o fito de viabilizar a movimentação na carreira. II) Rompimento da similitude entre a
situação debatida nos presentes autos e os casos decididos por ocasião do julgamento do
PP 200710000006568 e PP 200810000004758. III) Verificada a presença de justificativa
plausível para a demora no cumprimento do texto legal, bem como a superveniente
publicação de novos editais de remoção. IV) Alteração do contexto fático. V) Pedido de
Providências a que se julga improcedente” (CNJ – PP 200810000031660 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Edital colocando em concurso foro que ainda não se vagou e que depende de
fato futuro e incerto

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito.


Concurso de remoção. Tribunal que, no mesmo Edital, colocou à disposição para inscrição
por remoção dos interessados foro vago e, ao mesmo tempo, a eventual vaga que decorrer
dessa remoção, para ser preenchida pelo critério de promoção por merecimento. Fato
futuro e incerto. Inadmissibilidade. Liminar concedida. (CNJ – PCA 2009100000013880 –
Rel. Cons. Rui Stoco – Decisão Monocrática – j. 04.04.2009)
Parte da decisão proferida pelo Relator: “Pelo que se depreende do Edital transcrito o
Tribunal de Justiça está antecipando a colocação em concurso de um foro que ainda não
está vago. O Edital abre vaga, por remoção, para provimento do cargo existente no Juizado
Especial da Comarca de Rolim Moura, classificado em Segunda Entrância e, ao mesmo
tempo, já sugere a abertura de vaga para o foro do qual sairá o magistrado que vier a ser
removido para aquele Juizado Especial. Resulta claro que se está colocando em concurso
um foro que ainda não vagou, o que fere as disposições legais, notadamente a Constituição
Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Magistratura – LOMAN, na medida que não se pode
exigir do magistrado que se inscreva para uma unidade judiciária desconhecida, cuja
disponibilidade seja hipotética e dependente de fato futuro e incerto, ou seja, a
movimentação de outro magistrado para o foro em concurso, de sorte que a vaga que surgir
dessa possível movimentação é que já está sendo oferecida por antecipação. Não há
permissivo legal para se realizar concurso de remoção e promoção de magistrados sem que
o foro de destino esteja vago. O art. 82 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional –
LOMAN dispõe que “para cada vaga destinada ao preenchimento por promoção ou por
remoção, abrir-se-á inscrição distinta, sucessivamente, com a indicação da Comarca ou
Vara a ser provida”. No caso dos autos, a disposição legal não foi observada. Há um único
Edital abrindo de forma simultânea concurso para remoção e promoção. A primeira vaga

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


178

existe e a segunda fica na dependência da primeira. Do que se infere que a promoção pelo
critério de merecimento que ocorrerá após a remoção para o Juizado Especial da Comarca
de Rolim Moura é indefinida. Os magistrados que eventualmente se candidatem a essa
promoção, estarão disputando o desconhecido, afinal, até que a remoção chegue a termo,
não se sabe qual foro ficará vago”.

Juiz Federal. Remoção para outra Região

Procedimento de Controle Administrativo. Posicionamento em


lista de antiguidade. Remoção entre regiões. Justiça Federal. – “I) O limite para fins de
incidência de preclusão temporal em controle de ato administrativo é de cinco anos, nos
termos do art. 93 do RICNJ, não se aplicando a redução do prazo, estatuída pelos arts. 8º e
9º, do Decreto 20910/32 (PCA 297). II) Em se tratando de remoção de juiz federal para
outra Região e enquanto não editada a Lei a que se refere o § 1º do art. 107 da CF/88,
incidem as normas da Corte de destino e/ou do art. 7º da Res. 08/CJF, de 28.11.1989, cujas
disposições foram reiteradas pela novel Res. 01/CJF, de 20.02.2008, em seu art. 33.
Inviável o cômputo do tempo anterior de magistratura do juiz federal que se desloca de sua
Região de origem, seja por permuta, seja por remoção (PP 6131). III) O direito a figurar na
lista de antiguidade não se adquire na data do pedido de remoção entre Regiões, perante a
Corte de destino, mas sim da data em que houve seu deferimento, por tratar de questão de
nítido caráter discricionário da Administração Judiciária. Assim, o novo posicionamento na
lista de antiguidade de outra Região, justamente por tratar de situação excepcional, está
jungida aos critérios de conveniência e oportunidade da apreciação do pedido, somente a
partir de então se podendo falar em direito adquirido. IV) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 200810000027680 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Magistratura. Necessidade de ampla publicidade dos dados informativos

Concurso de promoção, remoção e permuta. Necessidade de


ampla publicidade de dados informativos sobre os magistrados inscritos. – “Os dados
correspondentes aos magistrados inscritos ao concurso de promoção, remoção ou permuta,
fornecidos pelo Corregedor-Geral de Justiça ao Pleno ou Órgão Especial, devem ser prévia
e amplamente divulgados, de modo a garantir aos interessados impugnações contra
eventuais omissões, se necessário” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Magistratura. Qualidade da sentença

Concurso de promoção, remoção e permuta de magistrados.


Qualidade de sentença. – “Ao se adotar, na análise da qualidade da sentença, parâmetros
que se vinculam à sua confirmação, reforma parcial ou total, ou, ainda, anulação pelo
Tribunal, estar-se-á privilegiando magistrados cujas sentenças tiveram reforma em menor
número. Além disso, poderá compelir o magistrado de primeiro grau, que tem interesse na
movimentação funcional, a seguir o entendimento adotado pelo Tribunal, no caso concreto,
desrespeitando, por conseguinte, a garantia do exercício da função com liberdade e o
princípio do livre convencimento motivado. Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000017996
– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


179

Número de vagas maior do que os juízes inscritos. Acordo entre os inscritos e o


tribunal para acolher as opções sem disputa. Validade

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Quando o edital para movimentação horizontal de magistrados
em concurso de remoção contém mais vagas do que o número de juízes inscritos, de sorte
que todos possam ser atendidos para as vagas que mostrem interesse, sem disputa entre si,
não há impedimento ou ofensa a regras e princípios a que o Tribunal faça ajuste para que
todos sejam atendidos e removidos para os locais previamente escolhidos, mediante
acordo” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui Stoco – 82ª Sessão – j.
24.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto do Relator Rui Stoco: “Como consta dos documentos acostados nos autos
pelo Tribunal de Justiça, essa Corte reconheceu o acordo realizado pelos juízes (Ofício
404/2009), tendo havido inclusive participação da Corregedoria nesse processo, conforme
verificado nas notas taquigráficas constantes dos autos. Todavia, ao contrário do que
entendeu o relator sorteado, este relator designado e a maioria do Plenário dirigiu-se no
sentido de validar o ajuste. Isto porque havia numero maior de vagas do que candidatos
escritos; todos estavam de acordo e, ademais, cada qual teve a oportunidade de ser
removido para a unidade escolhida, sem disputa o dissensão.Tenha-se em consideração que
a movimentação vertical sob a forma de “remoção” deve sempre atender aos interesses do
Tribunal, ou seja, ao interesse público. Assim, se há de prevalecer o interesse público,
faculta-se à Corte fazer sobrepor esse interesse ao interesse individual de cada candidato,
dispensando a verificação dos títulos, créditos e méritos que ostentam”.

CONCURSO DE REMOÇÃO PARA SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS


V. tb.: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE
REGISTRO)

Admissão apenas dentro da mesma entrância

Discrepância nas datas de vacância das serventias. Inscrição no

certame. Requisito de ausência de condenação por crime doloso nos últimos 5 (cinco)

anos. Concurso de remoção. Admissão apenas dentro da mesma entrância e categoria

funcional. Exigência legal. – “Não se vislumbra qualquer inconstitucionalidade ou

irregularidade na exigência contida na Res. 13/2006, de a remoção conter-se na mesma

entrância, de acordo com a LC Estadual 183/99. Com efeito, em situação semelhante

decidiu o STJ (RMS 13802/Rui Stoco) o direito questionado com base em lei estadual com

igual disposição” (CNJ – PCA 520 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 –

DJU 05.09.2007).

Alteração de classificação do concurso de ingresso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


180

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Remoção


em Serventias. Situação de candidatos aprovados. Questões já julgadas pelo CNJ. Não
conhecimento. Prova de conhecimentos. Supressão da exigência por alteração legal.
Pedido prejudicado. Extensão de efeitos vinculantes advindos de julgamento de ações
diretas de inconstitucionalidade. Estrito cumprimento no plano administrativo. Alteração
de ordem de classificação. Possibilidade. Ordem de abertura de Concurso de Ingresso e
de Remoção. Inversão. Ausência de ilegalidade. Data de vacância. Indeferimento. –
“Mostra-se impossível a alteração da ordem de classificação do certame de ingresso por
decorrência do estrito cumprimento, na seara administrativa, da extensão dos efeitos
vinculantes oriundos do julgamento da ADIn 3522, a qual retirou do ordenamento norma
estadual que estabelecia diferenciação de valoração de títulos de candidatos. Aplicação do
art. 28, parágrafo único, da Lei 9.868/99, segundo o qual a declaração de
inconstitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos
do Poder Judiciário” (CNJ – PCA 200710000016562 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Atividade notarial e de registro. Pontuação máxima estipulada em Edital de


concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Atividade notarial e


registro. Concurso de remoção. Insurgência contra o entendimento da comissão de
concurso, que limitou em cinco pontos a pontuação máxima a ser considerada para
remoção em concurso público. Inexistência de ilegalidade do edital e ata regulamentar que
estabeleceram pontuação máximas em cinco pontos e da ata 145 da comissão de concurso
(CNJ – PCA 200810000024150 – Rel. Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
05.12.2008).

Ato ocorrido há mais de cinco anos. Inadmissibilidade de controle


administrativo (preclusão)

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidade em


concurso de remoção aberto em 2000. Prescritibilidade. – “Nos termos do parágrafo único
do art. 95 do Regimento Interno deste Conselho, não se mostra possível o controle
administrativo de atos praticados há mais de cinco anos, não existindo, portanto,
possibilidade de anulação do ato praticado anteriormente a esse marco” (CNJ – PCA 297 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007
– Ementa não oficial).

Candidatos já aprovados. Questão já apreciada pelo CNJ. Não conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Remoção


em Serventias. Situação de candidatos aprovados. Questões já julgadas pelo CNJ. Não
conhecimento. Prova de conhecimentos. Supressão da exigência por alteração legal.
Pedido prejudicado. Extensão de efeitos vinculantes advindos de julgamento de ações
diretas de inconstitucionalidade. Estrito cumprimento no plano administrativo. Alteração
de ordem de classificação. Possibilidade. Ordem de abertura de Concurso de Ingresso e
de Remoção. Inversão. Ausência de ilegalidade. Data de vacância. Indeferimento. –
“Tratando de situação de candidatos aprovados em Concurso de Remoção de Serventias
que já possui pronunciamento deste Conselho (PCAs 247, 297 e 465), impõe-se seu não

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


181

conhecimento, no ponto” (CNJ – PCA 200710000016562 – Rel. Cons. Jorge Maurique –


57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Concurso de ingresso e concurso de remoção. Critério estabelecido em


consonância com a data de abertura da vacância

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Remoção


em Serventias. Situação de candidatos aprovados. Questões já julgadas pelo CNJ. Não
conhecimento. Prova de conhecimentos. Supressão da exigência por alteração legal.
Pedido prejudicado. Extensão de efeitos vinculantes advindos de julgamento de ações
diretas de inconstitucionalidade. Estrito cumprimento no plano administrativo. Alteração
de ordem de classificação. Possibilidade. Ordem de abertura de Concurso de Ingresso e
de Remoção. Inversão. Ausência de ilegalidade. Data de vacância. Indeferimento. – “Não
há ilegalidade na mudança da ordem de abertura de Concurso de Ingresso e de Remoção,
visto que é a data de vacância das serventias oferecidas no edital que determinará a reserva
de vagas referentes ao art. 16 da Lei 8.935/94. Aplicação do princípio da indiferença da
ordem dos fatores. Precedentes do STJ. Procedimento de Controle Administrativo a que se
conhece parcialmente, indeferindo-se nesta parte” (CNJ – PCA 200710000016562 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Exigência de prova de conhecimentos. Pedido prejudicado tendo em vista


matéria regulada por lei

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Remoção


em Serventias. Situação de candidatos aprovados. Questões já julgadas pelo CNJ. Não
conhecimento. Prova de conhecimentos. Supressão da exigência por alteração legal.
Pedido prejudicado. Extensão de efeitos vinculantes advindos de julgamento de ações
diretas de inconstitucionalidade. Estrito cumprimento no plano administrativo. Alteração
de ordem de classificação. Possibilidade. Ordem de abertura de Concurso de Ingresso e
de Remoção. Inversão. Ausência de ilegalidade. Data de vacância. Indeferimento. – “Fica
prejudicado o pedido referente à prova de conhecimentos no certame da remoção diante de
sua supressão pela Lei 10.506/2002, a qual alterou o caput do art. 16 da Lei 8.935/94”
(CNJ – PCA 200710000016562 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j. 26.02.2008
– DJU 18.03.2008).

Remoção por permuta. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento originário por concurso público. Legalidade. – “Regular a
investidura de titular de serventia em virtude de realização do respectivo concurso.
Cumprimento do art. 236, § 3º, da Constituição Federal. Provimento derivado sem
concurso. Remoção por permuta. Nulidade. A remoção por permuta com base no ‘interesse
da justiça’, mesmo que realizado com base em lei local, atrita com dispositivo
constitucional expresso (CF, art. 236, § 3º), atendendo exclusivamente aos interesses
pessoais dos beneficiários. Exigência constitucional de concurso público para o
provimento originário e de concurso entre os titulares para o provimento derivado.
Remoção por permuta. Invalidade de ato administrativo de deferimento. Efeitos. Serventias
ocupadas por titulares novos. Vaga a serventia de origem do permutante irregular, a
desconstituição do ato de permuta implica o seu retorno imediato, restituindo as coisas a
seu estado anterior, sem desfazimento dos atos praticados durante o exercício da
titularidade na serventia atual. Contudo, em nome dos princípios da segurança jurídica e da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


182

confiança, não convém reverter imediatamente as remoções por permuta, apesar de


irregulares, quando, no momento do pronunciamento da nulidade respectiva, a serventia de
origem do permutante estiver ocupada por novo titular regularmente investido sem
nenhuma relação com o ato impugnado, devendo ser postergados, nesta hipótese, os efeitos
da desconstituição do ato inválido para quando vier a ocorrer a vacância na serventia de
origem do permutante irregular. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PCA
200810000012731 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).
Parte do voto vencido do Conselheiro Altino Pedrozo dos Santos: “A tese não é nova
neste Conselho, tendo sido adotada nos autos dos Pedidos de Providências 415 e 721,
relatados pelo Conselheiro Rui Stoco, onde se discutia a natureza do Serviço de
Distribuição de Processos do Distrito Federal e dos Territórios, colocado em concurso
como se atividade notarial e de registro fosse, bem como a possibilidade de expedição de
certidões cíveis e criminais por essa serventia. Na 54ª Sessão Ordinária realizada em
18.12.2007, o Plenário do Conselho, por unanimidade de votos, decidiu julgar
parcialmente procedentes tais pedidos de providência determinando ao Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios oficializasse o Serviço de Emissão de Certidões de
Distribuição de feitos cíveis e criminais, ‘preservado no cargo, excepcionalmente e apenas
para o caso concreto, o titular da serventia, até a vacância’. No Procedimento de Controle
Administrativo 510, de que foi relator o Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti, a Ordem
dos Advogados do Brasil – Seção do Estado do Rio de Janeiro buscou anular o XLI
Concurso de Ingresso na Magistratura daquele Estado; todavia, o Plenário do Conselho,
vencido o Conselheiro Relator, julgou parcialmente procedente o pedido para preservar nos
cargos os Juízes Substitutos dele originários, invocando como fundamento exatamente os
princípios da segurança jurídica, do fato consumado e a teoria da modulação prospectiva
dos efeitos das nulidades. Colhem-se do substancioso voto do Conselheiro Rui Stoco os
seguintes fragmentos: ‘(...) Feito esse breve exórdio acerca das nulidades, cabe inseri-las
no contexto da convalidação possível, aproximando-se essa solução ao princípio da
segurança jurídica. No julgamento do RE 197.917 pelo STF o Ministro Gilmar Mendes,
ao abordar a questão da declaração de inconstitucionalidade in concreto e da limitação
de seus efeitos, observou que, ‘nesses casos, o afastamento do princípio da nulidade da lei
assenta-se em fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência’. E assim
deve ser. Mas não se pode deslembrar que o princípio da segurança jurídica, que justifica
o afastamento da nulidade do ato, também tem extração constitucional. Advirta-se que a
segurança jurídica é, ainda, a forma de expressão e projeção na sociedade de três outros
princípios expressamente previstos no art. 5º, inc. XXXVI da Carta Magna: a) direito
adquirido; b) ato jurídico perfeito; c) coisa julgada (...)’. E prosseguiu o Conselheiro Rui
Stoco: ‘Em julgamento histórico, a Suprema Corte, tendo novamente como relator o
Ministro e constitucionalista Gilmar Ferreira Mendes, deixou afirmado que ‘o princípio
da possibilidade de anulamento foi substituído pelo da impossibilidade de anulamento, em
homenagem à boa-fé e à segurança jurídica’, e que ‘a prevalência do princípio da
legalidade sobre o da proteção da confiança só se dá quando a vantagem é obtida pelo
destinatário por meios ilícitos por ele utilizados, com culpa sua, ou resulta de
procedimento que gera a sua responsabilidade. Nesses casos não se pode falar em
proteção à confiança do favorecido’ (RTJ 192/620) (...). (...) “Assim, segundo RAFAEL
MAFFINI: ‘Não se pode olvidar que, consoante já decidido pelo próprio STF (Pet. 29.90
QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 27.05.2003), a legalidade não pode mais ser considerada
um fim em si mesmo, porquanto se apresenta dotada de uma índole eminentemente
instrumental, justamente orientada à consecução do sobreprincípio da segurança jurídica.
Em outras palavras, a legalidade não existe para a própria legalidade, mas para a
obtenção de um estado de coisas que enseje segurança jurídica e, assim, conforme o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


183

Estado de Direito. Daí por que se afirmar que la seguridad jurídica no es solamente
seguridad em legalidad, sino también, seguridad em el Derecho (Javier García Luengo. El
princípio de protección de la confianza en el Derecho Administrativo. Madrid: Civitas,
2002, p. 198) (Modulação temporal in futurum dos efeitos da anulação de condutas
administrativas. Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: FGV-Atlas, v. 244, p.
231)’. Antes, porém, de concluir seu voto, o Conselheiro Rui Stoco lançou a seguinte
advertência:‘Não se pode desconsiderar, ainda, a boa-fé dos destinatários dos atos
praticados por órgãos ou agentes do Poder, posto que esses – certamente – não
contribuíram para a invalidade que pode turvar tais atos’”.

CONCURSO PARA SERVENTIAS JUDICIAIS


Desistência de ação judicial sobre o certame por parte do requerente antes do
julgamento

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso para serventias judiciais. Desistência de ação judicial sobre o
certame. Efeitos perante a administração. Inexistência de coisa julgada ou desrespeito à
ordem judicial. Disponibilização de serventias. Possibilidade (PCA 6834).
Facultatividade da administração em oportunizar segunda escolha aos candidatos.
Publicidade dos dados de receita de serventias. Legitimidade do ato administrativo.
Presunção de legalidade. Improvimento. – “I) Não há coisa julgada material na hipótese de
desistência da ação mandamental, cujo objeto trata de disponibilização de serventias para
escolha de candidatos aprovados em fase final de certame (art. 267, VIII e § 4º, do CPC).
Daí por que possível à Administração do Concurso dar continuidade às fases previstas em
edital, sendo desnecessária nova convocatória para segunda escolha dos candidatos.
Questão já apreciada por ocasião do julgamento plenário do PCA 6834. II) Há
facultatividade da Administração em oportunizar segunda escolha aos candidatos quando
tal é previsto em norma editalícia expressa. III) Não há falar em ausência de publicidade de
dados relativos à receita de serventias por não estarem dotados de minuciosa análise
quanto às possibilidade de faturamento da delegação. Dever imanente aos candidatos a
exercer função pública em regime privado, cujos riscos da atividade são totalmente
consubstanciados no ônus desses em pesquisar os dados e informações colocadas ao seu
dispor. A legitimidade do ato administrativo e sua presunção de legalidade não se maculam
com base em alegações não-comprovadas, caracterizando-se em meras ilações subjetivas,
as quais não permitem ao CNJ presumir vício no ato administrativo atacado. (STF: MS
26700-RO). IV) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a
que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA 200810000010710
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

CONCURSO PÚBLICO EM GERAL


Palavras-Chave: CERTAME – CONCURSO
V. tb.: ATIVIDADE JURÍDICA (ART. 93, I, DA CF/88)

Abertura de concurso duas vezes para preenchimento das mesmas vagas

Procedimentos de Controle Administrativo e Pedido de


Providências. Concurso Público para provimento de cargos vagos na carreira de
serventuário do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – Comarca de Itapicuru. Abertura
simultânea de outro certame seletivo para preenchimento das mesmas vagas. Não

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


184

homologação do resultado do primeiro concurso motivada em existência de caducidade.


Ato vinculado que se encontra eivado de ilegalidade por ausência de autorização na Lei ou
no Edital para tal agir administrativo. Desvio de finalidade na abertura de novo processo
seletivo para o preenchimento das mesmas vagas, quando ainda em andamento certame
anterior. Invalidação da decisão administrativa do Conselho da Magistratura do Tribunal
de Justiça do Estado da Bahia. Ausência, no entanto, de direito adquirido dos candidatos à
homologação do concurso e à nomeação imediata, ante a necessidade de novo
pronunciamento do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
sobre o mérito do ato de homologação, atestando a conformidade do resultado do concurso
aos ditames previstos em Lei. Manutenção dos efeitos acautelatórios inicialmente
deferidos, suspendendo-se os atos futuros de nomeação e posse dos candidatos aprovados
no certame posterior de 2004 para a Comarca de Itapicuru-BA até que venha a ser
apreciado em definitivo o mérito do ato homologatório do concurso realizado em 2003.
Reconhecimento do direito dos requerentes de, em sendo homologado o resultado do
concurso de 2003, serem nomeados com prioridade em relação aos candidatos aprovados
no concurso de 2004. Doutrina e Jurisprudência. Pretensões parcialmente acolhidas. (CNJ
– PCA 07 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU
16.11.2005).

Procedimentos de Controle Administrativo e Pedido de


Providências. Concurso público para provimento de cargos vagos na carreira de
serventuário do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – Comarca de Itapicuru. Abertura
simultânea de outro certame seletivo para preenchimento das mesmas vagas. Não
homologação do resultado do primeiro concurso motivada em existência de caducidade.
Ato vinculado que se encontra eivado de ilegalidade por ausência de autorização na lei ou
no edital para tal agir administrativo. Desvio de finalidade na abertura de novo processo
seletivo para o preenchimento das mesmas vagas, quando ainda em andamento certame
anterior. Invalidação da decisão administrativa do Conselho da Magistratura do Tribunal
de Justiça do Estado da Bahia. Ausência, no entanto, de direito adquirido dos candidatos à
homologação do concurso e à nomeação imediata, ante a necessidade de novo
pronunciamento do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
sobre o mérito do ato de homologação, atestando a conformidade do resultado do concurso
aos ditames previstos em lei. Manutenção dos efeitos acautelatórios inicialmente deferidos,
suspendendo-se os atos futuros de nomeação e posse dos candidatos aprovados no certame
posterior de 2004 para a comarca de Itapicuru-BA até que venha a ser apreciado em
definitivo o mérito do ato homologatório do concurso realizado em 2003. Reconhecimento
do direito dos requerentes de, em sendo homologado o resultado do concurso de 2003,
serem nomeados com prioridade em relação aos candidatos aprovados no concurso de
2004. Doutrina e jurisprudência. Pretensões parcialmente acolhidas. (CNJ – PCA 07, PCA
51, PCA 52, e PP 155 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU
09.02.2006).

Alteração de regras do edital, quando já iniciado o concurso. Ilegalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Piauí. Alteração de regras do Edital. Ilegalidade. – “I) Iniciado o concurso, não se admite
mudança nos critérios previamente estabelecidos para apuração de médias, correção de
provas, cálculo de vagas e pontuação de títulos sob pena de nulidade do certame. Pedido
julgado parcialmente procedente para a anulação do Edital Suplementar 07. II)
Recomendação para que doravante seja disponibilizada a lei local de organização judiciária
em “site” oficial do Tribunal de Justiça” (CNJ – PCA 18327, PP 18868, PCA 16010, PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


185

16811, PCA 18546, PCA 18595, PCA 18522, PCA 19034, PCA 19046 e PCA 16010 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Analista Judiciário. Resultado provisório. Ausência de direito subjetivo à


aprovação

Concurso público. Analista Judiciário. Prova discursiva.


Resultado provisório publicado. Erro na planilha de correção. Ausência de direito
subjetivo à aprovação. – “1) A organizadora de Concurso Público, no exercício da
competência delegada pelo órgão que o promove, ostenta o poder-dever de tornar sem
efeito o resultado provisório pronunciado caso constatado erro na planilha utilizada para a
correção das provas. Prestígio ao princípio da autotutela. 2) A nota provisoriamente
atribuída não confere ao candidato direito subjetivo à aprovação, porque a anulação do ato
que divulgou o resultado provisório produz efeitos ex tunc. 3) Pedido formulado em
Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente, resultando
prejudicado pedido de reconsideração deduzido contra indeferimento de liminar” (CNJ –
PCA 200810000027308 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 –
DJU 06.04.2009).

Cadastro de reserva. Expectativa de direito à nomeação

Concurso público. Cadastro de reserva. Inexistência de direito


subjetivo à nomeação. Cessão de servidores. – “O candidato aprovado em concurso
público para preenchimento de cadastro de reserva tem apenas expectativa de direito à
nomeação. Desde que haja necessidade de serviço e não haja cargo vago a ser provido, é
possível haver cessão de servidores de outros Poderes para atuar em Tribunal” (CNJ – PP
200810000030605 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Candidatos aprovados e classificados. Direito subjetivo à nomeação

“Candidatos aprovados e classificados em concurso público, de


conformidade com o edital, em princípio têm direito subjetivo à nomeação, no prazo de
validade do concurso, salvo ausência de dotação orçamentária diligentemente postulada
pela Administração, em hipótese excepcional também pormenorizadamente fundamentada.
Cabe à Administração avaliar, por critérios de conveniência e oportunidade, o momento
adequado para a nomeação, contanto que se concretize no prazo do certame. Precedentes
do STJ e do STF. Receio fundado e objetivo, de candidato aprovado em concurso de
Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, de não haver
aproveitamento, em virtude de número expressivo de servidores requisitados e
terceirizados, aliado à ‘falta de verba’ para nomeação. Pedido acolhido parcialmente para
determinar ao Tribunal que nomeie os candidatos aprovados e classificados, no prazo de
validade do concurso público” (CNJ – PP 200810000013905 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Candidatos aprovados em lista de reserva. Nomeação de vagas ocupadas por


empregados terceirizados. Impossibilidade

Pedido de Providências. Concurso público. Candidatos aprovados


fora das vagas. Nomeação nas vagas ocupadas por empregados terceirizados.
Impossibilidade. – “Inexistindo cargo efetivo vago, impossível a nomeação de candidato,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


186

que aguarda em lista de reserva de concurso público, para ocupar vaga de empregados
terceirizados, simplesmente porque esses não têm vínculo jurídico com a Administração
Pública. Precedente do CNJ. Pedido de Providência improcedente” (CNJ – PP
200810000001538 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).

Classificação dentro do número de vagas previsto. Licitude

Critério eliminatório conjugado: nota mínima e classificação


mínima. Licitude. – “‘Não há óbice a que o edital do certame considere eliminado o
candidato que, embora aprovado na primeira etapa, não se classifique dentro do número de
vagas previsto’ (STF – RMS 23.547/DF – Rel. Mauricio Corrêa). Pleito parcialmente
conhecido e, nesta parte, rejeitado” (CNJ – PCA 200710000017219 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Cobrança de taxa para a interposição de recurso

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso público. Recurso Administrativo. Cobrança de taxas. – “A
cobrança de taxa de inscrição já abrange as despesas com a interposição de recurso” (CNJ
– PCA 413, 464 e 483 – Rel. Cons. Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Comissão de concurso. Inexistência de provas de irregularidades praticadas


por seus membros

Procedimento de Controle Administrativo. Competência


constitucional para supervisão administrativa na realização de concursos públicos pelos
Tribunais de Justiça. Inexistência, na hipótese concreta, de irregularidades praticadas por
membros da Comissão de Concurso. Impossibilidade de afastamento de membros da
Comissão de Concurso por meras suposições não baseadas em fatos, provas ou meros
indícios. (CNJ – PCA 50 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 –
DJU 24.04.2006).

Comprovação de conclusão de curso, bacharelado ou habilitação para o


exercício de cargo

Procedimento de Controle Administrativo. Edital de concurso


público para a Magistratura. Momento da exigência dos requisitos de habilitação.
Revisão da jurisprudência do STF. Rejeição liminar do pedido. – “Sob o novo ambiente
institucional construído com a chegada da Emenda Constitucional 45/2004, que passou a
exigir o tempo mínimo de três anos de prática jurídica, o STF fixou o entendimento de que
o momento para apresentação de prova dos requisitos de acesso aos cargos da magistratura
e do Ministério Público é o da inscrição ao concurso respectivo (ADI 3460, j. 31.8.2006.
Precedente do CNJ, PP 1050)” (CNJ – PCA 200710000006295 – Rel Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Insurgência contra resolução que
regulamentou o certame e contra a listagem geral de serventias. Ataques a vários aspectos
do edital. Procedência parcial do pedido. – “Nos termos da Súmula 266 do STJ, com

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


187

exceção dos concursos para ingresso nas carreiras da Magistratura e do Ministério Público,
a comprovação do bacharelado em direito deverá ser exigida apenas no momento da
posse” (CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).
Súmula 266 do STJ: “O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público”.

Concurso de ingresso como servidor de tribunal. Revisão de gabarito de prova

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de Ingresso para Provimento de Cargos de Servidores Efetivos
do Tribunal Superior do Trabalho. Questionamento por candidato acerca da legalidade
de critérios estabelecidos e de quesito de avaliação da prova subjetiva. Pretensão de
declaração de incorreção do gabarito e conseqüente pontuação. – “O Conselho Nacional
de Justiça não tem competência para rever a conveniência e oportunidade dos atos
administrativos, pois sua atuação restringe-se à verificação da legalidade e regularidade
jurídica dos atos da administração judiciária. Nem lhe cabe substituir-se ao órgão
administrativo do Tribunal para julgar gabarito de prova em concurso público de ingresso,
posto refugir de sua atribuição de revisor da regularidade dos atos. Aos órgãos do Poder
Judiciário não compete imiscuir-se no mérito do ato administrativo e na área de liberdade
concedida ao administrador, cabendo-lhe apenas atuar no campo da legalidade” (CNJ –
PCA 200810000009800 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Concurso de remoção de servidores. Ato discricionário do Tribunal no que se


refere à conveniência e oportunidade

Procedimento de Controle Administrativo. ASTAJ/PB –


Associação dos técnicos e analistas judiciários do Estado da Paraíba. Tribunal de Justiça
do Estado da Paraíba. Concurso público para provimento de cargos na estrutura do
Poder Judiciário do Estado. Nomeação na Secretaria do Tribunal. Órgão auxiliar de
Segunda Instância. Cargos não previstos no Edital. Remoção. – “A abertura de concurso
de remoção é ato discricionário do Tribunal, cuja avaliação de oportunidade e
conveniência se insere no âmbito de sua autonomia. A Secretaria do Tribunal tem
jurisdição em todo o território estadual e a Lei 8385/2007, que dispõe sobre o Plano de
Cargos, Carreiras e Remunerações dos Servidores do TJ/PB, não fez distinção entre cargos
de primeira e segunda instância. O Edital que regulamentou o concurso abriu as inscrições
para provimento de cargos do Poder Judiciário do Estado da Paraíba sem distinção de
instância, apenas dividindo o Estado em Regiões. O Tribunal de Justiça está situado na
Comarca de João Pessoa, cidade integrante da 1ª Região e todos os candidatos nomeados e
lotados na Secretaria do Tribunal fizeram opção, no ato da inscrição, para a 1ª Região.
Ausência de irregularidade passível de controle por este Conselho Nacional de Justiça.
Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA
200910000013636 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Convocação dos aprovados para a segunda instância. Determinação de


reversão para que os candidatos sejam lotados na primeira instância

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Maranhão. Convocação de candidatos aprovados em concurso público. Excesso de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


188

servidores no âmbito do Tribunal de Justiça. Insuficiência de servidores no primeiro grau.


Necessidade de estruturação. Decisões anteriores. Procedente. – “Em sendo detectada a
insuficiência de servidores no primeiro grau de jurisdição e o excesso de servidores no
âmbito do Tribunal, não se pode admitir a nomeação e posse de candidatos aprovados em
concurso público para integrarem o segundo grau. Proibição expressa no acórdão. Pedido a
que se julga procedente” (CNJ – PCA 20091000008318 – Rel. Designada Andréa Pachá –
85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Critério de desempate. Idade dos candidatos e maior tempo de serviço público

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Art. 21 da Resolução TSE 2.189/2004. Normas gerais para realização de
concurso público. Critérios de desempate. Resolução administrativa do tribunal superior
eleitoral. Fixação de critérios de desempate em concurso público. Alegação de ofensa ao
princípio da isonomia. Improcedência. Hipótese em que se aponta ofensa ao princípio da
isonomia em Resolução Administrativa que fixa como critérios de desempate entre os
candidatos a maior idade dos candidatos e o maior tempo de serviço público. Ausência de
inconstitucionalidade ou ilegalidade, desde que os fatores indicados não denotem
discriminação, antes atendendo a parâmetros razoáveis, consideradas circunstâncias de
ordem natural e cultural, entre as quais a maior dificuldade vivenciada pelos mais velhos
para inserção no mercado de trabalho, e a própria previsão, pelo constituinte originário, do
tempo de serviço prestado a ente público como fator positivo a ser considerado (art. 19, §
1° do ADCT da CF/1988), inclusive como parâmetro compatível com o valor eficiência
administrativa. Procedimento de Controle Administrativo improcedente. (CNJ – PCA 121
– Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa
não oficial).

Critérios de pontuação de títulos

Critérios de pontuações de títulos. Privilégio a exercentes ou


estudiosos de determinadas atividades específicas. Ofensa à isonomia. – “A valorização
especial de atividades peculiares a determinados indivíduos mina a idéia de igualdade
inerente aos concursos públicos. Precedentes do STF. Pedido parcialmente acolhido.
Instauração de ofício de sindicância para apuração de possíveis irregularidades no
provimento de serventias sem concurso e na manutenção de serventias delegadas do foro
judicial” (CNJ – PCA 200710000011576 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Descumprimento de liminar deferida. Prosseguimento do concurso com


desconsideração do dispositivo suspenso

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamo contra a


realização de concurso de outorga de delegações extrajudiciais. Alegação de
descumprimento de liminar deferida em ação direta, movida contra lei estadual que
regulamentou o certame. Reclamação já ajuizada. Seguimento do concurso, ademais, se
deu com aviso de desconsideração dos títulos previstos no dispositivo legal de efeitos
suspensos. (CNJ – PCA 140 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006).

Distinção entre os cargos de Oficial de Justiça junto ao Tribunal e Oficial de


Justiça de 4ª Entrância

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


189

Procedimento de Controle Administrativo Concurso Público.


Legislação estadual que distingue os cargos de Oficial de Justiça junto ao Tribunal de
Justiça e Oficial de Justiça de 4ª Entrância. Nomeação de candidatos aprovados para
carreira diversa. Pedido Procedente. – “I) Não é possível a nomeação de candidatos em
cargos diversos daqueles para os quais foram aprovados em concurso público, por
caracterizar forma inconstitucional de ingresso em carreira pública (art. 37, inciso II, da
CF)” (CNJ – PCA 191 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006).

Exigência de colocação em concurso de todas as vagas no Estado

“Ademais, não há prejuízo para a Administração na realização do


concurso com a classificação geral dos candidatos, de sorte que se impõe a correção no
edital para permitir que os candidatos se inscrevam para o concurso e concorram às vagas
de todo o Estado oferecidas no edital, porque desta forma restarão atendidos os ditames
constitucionais” (CNJ – PP 9030 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).

Exigência de curso superior com graduação plena

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público.


Servidor público. Exigência de curso superior em qualquer área com graduação plena.
Legalidade. – “A previsão está na lei e na apenas no edital de concurso. A restrição
imposta de que o curso de graduação seja na modalidade ‘plena’ integra o mérito do ato
administrativo e ingresso no âmbito da discricionariedade e conveniência da
Administração, com respaldo na norma de regência” (CNJ – PCA 65 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Exigência de curso superior para o provimento do cargo de oficial de justiça

“Determinar aos Tribunais que passem a exigir, como requisito


para provimento do cargo de Oficial de Justiça, a conclusão de curso superior,
preferencialmente em Direito” (art. 1º da Res. CNJ 48, de 18.12.2007).

Pedido de Providências. Resolução 48/07 do CNJ. Exigência de


curso superior para provimento do cargo de oficial de justiça. Reformulação do texto da
Resolução. Pedido com óbice no art. 21 do RICNJ. – “I) Não cabe rediscussão de questão
já decidida pelo Plenário, a teor do disposto no artigo 21, caput, do RICNJ. II) Relevância
dos fundamentos ensejadores da adoção da diretriz cravada no texto da Resolução 48/07 do
CNJ, consoante debate travado ao longo da Sessão de Julgamento do Pedido de
Providências 200710000008747. III) Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000001150
– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU
15.04.2008).

Exigência de exercício da atividade no próprio Estado que realiza o concurso.


Legalidade

“A disposição prevista no Edital que reproduz a lei mineira em


vigor e que exige o exercício da atividade por mais de dois anos para fins de remoção na
unidade federativa não configura nenhuma inconstitucionalidade, devendo, assim,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


190

prevalecer a decisão monocrática proferida” (CNJ – PCA 200810000003535 – Rel. Cons.


Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Arquivamento liminar.


Edital 03/2007. Exigência de dois anos de exercício da atividade no Estado da Federação.
Alegação de violação à Constituição Federal. Recurso Administrativo. Legalidade do ato
impugnado. Improcedência. (CNJ – PCA 200810000003535 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Exigência de idade mínima. Comprovação na data da posse

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Exigência de idade mínima. Comprovação na data da posse. – “Não pode o Edital do
concurso público, nem mesmo outro instrumento, limitar, no ato da inscrição para
provimento do cargo, idade mínima do candidato em 18 (dezoito) anos, requisito que deve
ser aferido no momento da posse. Não impugnada a decisão liminar que inviabilizou a
feitura da inscrição antes do encerramento do concurso, impossível atender à pretensão dos
requerentes para concorrerem especificamente ao certame desejado. Procedimento de
Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 560 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva –
49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).
Vide também:
1. STJ – RMS 12927/RS – Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª Turma – DJ 21.10.2002;
2. STJ – RMS 13902/RE – Rel. Min. Jorge Scartezzini, 5ª Turma. – DJ 17.02.2003.

Extinção dos cargos por Lei Complementar Estadual. Inexistência do certame


no mundo jurídico

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Pernambuco. Concurso Público realizado em 1997. Extinção dos cargos por Lei
Complementar Estadual. Ausência de homologação do concurso. Certame que não tem
existência no mundo Jurídico. Impossibilidade de reaproveitamento dos aprovados. Não
conhecimento do Pedido. (CNJ – PCA 13093 e PCA 13100 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Gabarito preliminar. Início do prazo para recurso administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Sustação de ato


administrativo. Concurso Público. Resolução Administrativa 907/2002 do TST.
Publicação de relação de candidatos aprovados relativa ao gabarito preliminar.
Inexigibilidade. – “A publicação de gabarito preliminar não dá ao candidato qualquer
direito a participar de segunda etapa de concurso público. Na verdade, a razão principal da
publicação de tal gabarito é que, em tal momento se inicia o prazo para a interposição dos
recursos administrativos dos candidatos. Pedido arquivado” (CNJ – PCA 41 – Rel. Cons.
Ruth Carvalho – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Inexistência de cargo efetivo vago. Impossibilidade de nomeação

Pedido de Providências. Concurso público. Candidatos aprovados


fora das vagas. Nomeação nas vagas ocupadas por empregados terceirizados.
Impossibilidade. – “Inexistindo cargo efetivo vago, impossível a nomeação de candidato,
que aguarda em lista de reserva de concurso público, para ocupar vaga de empregados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


191

terceirizados, simplesmente porque esses não têm vínculo jurídico com a Administração
Pública. Precedente do CNJ. Pedido de Providência improcedente” (CNJ – PP
200810000001538 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).

Insurgência tardia contra as regras do Edital. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


servidores. Ausência de divulgação de motivos. Anulação de questões objetivas.
Esclarecimentos. Improvimento do Recurso Administrativo. Prova de redação
classificatória. Insurgência tardia. Regras do edital. Concordância tácita na inscrição.
Ausência de ilegalidade. Indeferimento. – “Sendo o edital a lei de regência do concurso, e
não havendo insurgência no ato da inscrição, há concordância tácita do candidato com as
normas do certame. Procedimento de Controle Administrativo indeferido” (CNJ – PCA
7706 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Investigação social do candidato

Recurso administrativo. § 2º do artigo 78 da LOMAN.


Investigação social. Indicação de professores universitários por autoridades. Resolução
907/2002 do TSE. – “Não representa quebra do princípio da isonomia nos concursos
públicos a investigação social do candidato” (CNJ – PCA 9697 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Irregularidades sanáveis não invalidam o resultado final

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Irregularidades sanáveis. – “As irregularidades que sejam consideradas sanáveis não
comprometem todo o concurso e, por conseguinte, não invalidam o resultado final” (CNJ –
PCA 69 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006).

Matéria fática não comprovada

Pedido de Providências. Concurso público para provimento de


cargos de servidores da Justiça do Estado da Bahia. Candidata requer nomeação.
Informações insuficientes. Ausência de ato concreto. Art. 92 do RICNJ. – “Não existe nos
presentes autos a indicação clara e precisa do ato a ser impugnado por este procedimento,
como exige o art. 92 do RICNJ, mas tão somente uma matéria jornalística que atesta a
intenção do Tribunal em nomear os candidatos classificados em concurso. Precedente. PP
33280. Pedido de Providências que não se conhece” (CNJ – PP 200910000012449 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – Decisão Monocrática – 31.03.2009).

Nomeação de candidato nas vagas ocupadas por empregados terceirizados.


Impossibilidade

Pedido de Providências. Concurso público. Candidato aprovado


fora das vagas. Nomeação nas vagas ocupadas por empregados terceirizados.
Impossibilidade. – “Inexistindo cargo efetivo vago, impossível a nomeação de candidato,
que aguarda em lista de reserva de concurso público, para ocupar vaga de empregados
terceirizados, simplesmente porque esses não têm vínculo jurídico com a administração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


192

pública. Pedido de Providências improcedente” (CNJ – PP 11760 – Rel. Cons. Técio Lins
e Silva – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Nomeação de candidatos em quantidade inferior ao número de vagas


originalmente postas em concurso

Pedido de Providências. Concurso público para o provimento de


cargos nos Juizados Especiais do Estado da Bahia. Nomeação de candidatos aprovados
em número inferior à quantidade de vagas constante do edital. Alegação de
descumprimento das regras do edital. Pedido de convocação, nomeação e posse. – “Pela
doutrina e jurisprudência predominantes é certo que o direito dos candidatos aprovados em
concurso público depende da discricionariedade administrativa para a nomeação de
aprovados e que tudo isso encontra limites, razão pela qual é incontroverso o entendimento
de que os candidatos aprovados em concurso público são detentores de mera expectativa
de direito à nomeação, a qual não tem a obrigação de nomeá-los dentro do prazo de
validade do certame se não há disponibilidade para a nomeação, por total ausência de vaga,
e agora, por vencido o prazo (aliás, que foi prorrogado), não havendo, pois, que se falar em
inconstitucionalidade ou legalidade, até porque, inexistindo ato omissivo contínuo da
Administração, contra o qual se volta a Requerente, o referido edital já esgotou seu
conteúdo jurídico, vale dizer, teve seu prazo de validade completado, cessando-lhe a
eficácia. O Concurso Público é ato administrativo autônomo: tem início e fim” (CNJ – PP
191 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006 – Ementa
não oficial).

Nomeação de candidatos em quantidade superior ao número de vagas


originalmente postas em concurso

Concurso público para preenchimento de cargos em tribunal.


Nomeação de candidatos em quantidade superior ao número de vagas. Possibilidade.
Pedido improcedente. – “Não se vislumbra qualquer irregularidade na nomeação de
candidatos em quantidade superior ao número de vagas oferecidas no edital de concurso
público, desde que ocorra no período de validade do concurso e que haja cargos vagos no
Tribunal, sendo possível a convocação dos candidatos que, embora aprovados, não se
classificaram dentro das vagas inicialmente disponíveis” (CNJ – PCA 596 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007 – Ementa não oficial).

Participação de magistrado em comissão de concurso de ingresso na


Magistratura. Remuneração

Pedido de Providências. Resolução 13/2006-CNJ. Art. 5º.


Magistrados. Direito de remuneração. Participação em banca examinadora de concursos.
Não acolhimento do pedido. – “A participação de magistrado como membro de comissão
de concurso público já foi enfrentada por este Conselho, estando expressamente prevista
no art. 4º, inciso II, ‘h’ e inciso VIII da Resolução 13/2006 do CNJ a proibição de
percepção de valores por tal atividade” (CNJ – PP 1463 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Revisão. Resolução 13/2006. Inclusão de


verbas de caráter eventual ou temporário como gratificação a magistrados. Membro de
comissão examinadora Concurso Público. Provimento de cargo de juiz federal substituto.
Decisão monocrática. Indeferimento. Art.19-RICNJ. Não acolhimento do pedido. (CNJ –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


193

PP 1390 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 –
Ementa não oficial).

Pedido de anulação de concurso por falta de publicação do edital no número


de vezes pretendido

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Alegações já apreciadas e decididas nos PCAs 619, 622, 640 e Recursos
Administrativos 6891, 6908, 6910, 6921. Sem razão o recorrente quanto à ausência de
publicidade. – “Seria formalismo inútil, em Procedimento Administrativo, considerar nulo
todo o concurso público, em estágio adiantado, em virtude da falta de publicação do edital
na quantidade prevista, se sua finalidade foi atingida, inclusive com a utilização de meio
eletrônico” (CNJ – PCA 630 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Pólos de classificação. Legalidade reconhecida. Inexistência de ofensa ao


princípio da igualdade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Pólos de classificação. – “Sob o ponto de vista legal, não há restrição no art. 37 da
Constituição ou na Lei 8.112/1990 à modalidade de classificação utilizada pelo tribunal
recorrido, sendo certo que se enquadra no âmbito da discricionariedade administrativa,
pautada no interesse público, por ele justificada. Tanto pode haver um edital para cada
região, onde se dêem as vagas, quando um único edital pode distribuir as vagas pelas
regiões que fixar. O princípio da igualdade dos candidatos estará preservado, pois a
concorrência dar-se-á na região de opção de cada um” (CNJ – PCA 72 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Portadores de necessidades especiais. Convocação

“Os portadores de deficiência, desde que devidamente aprovados


em concurso de provas ou provas e títulos, terão direito a regular convocação, seguindo-se
a lista classificatória entre os portadores de deficiência” (CNJ – PP 1065 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007 – Ementa não
oficial).

Possibilidade de designação de serventuários “ad hoc” (art. 19 do ADCT)

Procedimento de controle administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Alagoas. Servidores não concursados admitidos antes da Constituição de 1988 e
que, exonerados, foram readmitidos. Processo administrativo que lhes declarou a
estabilidade. Designações “ad hoc” de serventuários expressamente permitida pelo art. 142
do CPC. Comprovação ou não dos requisitos do art. 19 do ADCT. Questão interna
corporis e de provas analisadas pelo tribunal requerido. Inconformismo que não deve
prosperar. (CNJ – PP 117 – Rel. Cons. Marcus Faver – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU
15.09.2006).

Prazo de validade. Autonomia do Tribunal para prorrogação do prazo,


mediante juízo de conveniência e oportunidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


194

Cargos em comissão. Ocupação por servidores municipais.


Concurso público. Prazo de validade. Autonomia do tribunal. – “I) Preliminar de
incompetência originária do CNJ, tendo em vista tratar-se de matéria de exclusivo interesse
da justiça trabalhista. II) O percentual previsto na Lei 11.416/2006 para ocupação de
cargos em comissão e funções comissionadas está sendo atendido pelo TRT da 24ª Região.
O Tribunal pode prorrogar ou não o prazo de validade de concurso público mediante juízo
de conveniência e oportunidade, não podendo o CNJ inferir na decisão, ressalvada a
hipótese de afronta à lei” (CNJ – PCA 200810000000285 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 59ª
Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Prazo de validade. Discricionariedade da Administração para prorrogação

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução


Administrativa 1.111/2005 do Tribunal Superior do Trabalho. Concurso Público.
Prorrogação. Poder Discricionário da Administração, Inteligência do inciso III do Art. 37
da Constituição Federal – “A possibilidade de prorrogação do prazo inicialmente
estipulado nada mais é que uma faculdade conferida a administração, conforme reiterada
jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, dentre outros Tribunais
federais” (CNJ – PCA 73 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 3ª Sessão Extraordinária – j.
28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Prazo de validade de quatro anos, inadmitida a prorrogação

Procedimento de Controle Administrativo. Prazo de validade de


concurso público. Fixação constitucional de limite máximo. Natureza decadencial.
Insuscetível de interrupção, suspensão ou prorrogação. – “O prazo de validade de
concurso público tem seu limite máximo fixado constitucionalmente em quatro anos, ex vi
do art. 37, III, da Constituição Federal, não sendo, portanto, admissível sua modificação
por norma infraconstitucional. A natureza decadencial do prazo obsta seja passível de
interrupção, suspensão ou prorrogação” (CNJ – PCA 200710000004043 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Prerrogativa da Administração de anular seus próprios atos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


admissão de servidores na Justiça Federal parcialmente anulado. Irregularidades na
aplicação de provas objetivas. Anulação de atos administrativos. Princípios da isonomia e
da vinculação ao edital. Prerrogativa da administração. Súmula 473 do STF –
Indeferimento. – “I – Uma vez constatadas irregularidades na aplicação de provas
objetivas, tem a Administração a prerrogativa de anular o certame, em todo ou em parte,
nos termos da Súmula 473/STF; II – Não se mostra irrazoável ou ilegítimo o ato que
determina a renovação de provas, visando dar efetividade aos princípios da isonomia e da
vinculação ao edital; III – Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere”
(CNJ – PCA 623 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).
Súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial”.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


195

Pretensão de anulação de questão da prova. Ausência de interesse público e de


relevância nacional do tema

Procedimento de Controle Administrativo. Atuação do CNJ.


Ausência de relevância nacional do tema. Anulação de questão de prova. Não
conhecimento do pedido. A atuação constitucional do CNJ objetiva o interesse coletivo do
Poder Judiciário e da sociedade em geral, como órgão gestor de políticas nacionais de
melhoria da prestação jurisdicional. A orientação do Plenário está consolidada no sentido
de que o CNJ não deve tomar conhecimento de matérias sem interesse público relevante e
pertinente às suas competências constitucionais, em substituição a todos os órgãos
administrativos do Poder Judiciário. A anulação de questão de prova de concurso público
não evidencia o interesse público geral adequado à relevante função constitucional do
Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 7ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Pretensão de aprovados na área administrativa ocupar cargos de analista


judiciário, área judiciária

Procedimento de Controle Administrativo Improcedente. Resolução


99/2004 do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Piauí em conformidade com a
Resolução 21.832/2004 do Tribunal Superior Eleitoral e Lei 10.842/2004. Aprovados no
Concurso Público para o cargo de analista judiciário. Área administrativa do Tribunal
Regional Eleitoral do Estado do Piauí. Vagas apenas para área judiciária por Resolução do
TRE/PI com base em Resolução do Tribunal Superior Eleitoral, que regulamentou a Lei
10.842/2004. (CNJ – PCA 11 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 –
DJU 01.09.2006).

Pretensão de candidato visando suspender concurso para que as questões


impugnadas sejam analisadas. Ausência de repercussão geral

“Não há repercussão geral em pedido individual de candidato que


pleiteia a completa suspensão do concurso para que seu pedido de impugnação de questões
da prova de seleção seja analisado. Recurso de que se conhece e a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200810000032262 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª
Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Prova de títulos. Atribuição de caráter obrigatório

Concurso Público. Prova de Títulos com caráter eliminatório.


Ilegalidade e inconstitucionalidade. – “I) A finalidade do concurso público é a de
selecionar aqueles mais bem preparados para o exercício do cargo. II) Exigir titulação
desnecessária, cominando ao concorrente, direta ou indiretamente, a pena de eliminação do
concurso, importa em restringir a competitividade, em flagrante desrespeito ao princípio
matriz da isonomia. III) O exame dos títulos, em concurso público, deve assumir caráter
meramente classificatório, salvo quando a titulação for imprescindível para o exercício do
cargo, como é o caso do título de bacharel em direito para o exercício do cargo de Juiz de
Direito. IV) A segurança jurídica exige que se preservem as situações já consolidadas, não
se justificando que decisão proferida neste processo afete a esfera jurídica daqueles que já
foram empossados no cargo. V) Precedente em caso idêntico (PCA 251, Rel. Cons. Paulo
Schmidt). VI) Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA 408 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


196

Prova discursiva de redação para o cargo de Analista Judiciário.


Admissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


acesso ao cargo de Analista Judiciário. Inclusão de prova discursiva. Alegação e adoção
de critérios subjetivos de correção com ofensa aos princípios da legalidade, da
moralidade, da ampla defesa, da publicidade e da isonomia. Improcedência. – “Hipótese
em que se sustenta a ofensa a preceitos constitucionais e legais, em razão da previsão de
aplicação da prova discursiva de redação, como uma das etapas do concurso público para
acesso aos cargos de Analista Judiciário. Adequação, pertinência e razoabilidade da
exigência da prova subjetiva para acesso a cargo reservado a detentores de curso superior,
consideradas as respectivas complexidade e natureza” (CNJ – PCA 45 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 – Ementa não
oficial).

Provimento de cargos. Ilegalidade afastada pelos dados dos autos

Pedido de Providências. Ilegalidades relativas ao provimento de


cargos do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. Inexistência. – “Em tendo sido as
ilegalidades apontadas pelo requerente suficientemente afastadas pelos dados apresentados
nestes autos, não há motivo a justificar a adoção de providências por este Conselho” (CNJ
– PP 86 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU
06.04.2006 – Ementa não oficial).

Provimento de cargos. Ilegalidades inexistentes

Pedido de Providências. Candidatos aprovados em concurso


público realizado em 2001. Alegação de ilegalidades relacionadas ao provimento de cargos
do quadro de pessoal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ilegalidades afastadas.
Pedido julgado Improcedente. (CNJ – PP 150 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 3ª Sessão
Extraordinária – j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Quebra do sigilo nas provas. Anulação

Recurso Administrativo. Anulação de concurso público. Princípio


da Autotutela administrativa. Quebra de sigilo nas provas objetivas. Manutenção da
decisão monocrática. – “O concurso público é uma das grandes contribuições que o
Direito Administrativo prestou à democracia. Por ele, o Estado seleciona, dentre os
possíveis candidatos, os mais bem preparados, evitando-se que essa escolha seja realizada
por decisões políticas, de conhecido prejuízo à sociedade. Assim, quando reconhecida pela
própria administração a possibilidade de fraude, mesmo que provocada por um erro seu – o
que ocorreu neste caso pela constatada e inegável quebra de sigilo na prova objetiva – não
há outra solução adequada, senão a manutenção do ato de anulação” (CNJ – PCA 614 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Questões de prova dissertativa. Anulação somente em caso de flagrante erro


material

Concurso Público. Questões de prova dissertativa. Análise de


mérito. Ausência de recurso. Inadmissibilidade. – “Ao Conselho Nacional de Justiça, no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


197

caso, não cabe substituir o Órgão de origem em suas atribuições próprias e delimitadas
pelo edital do concurso que, além de reger a matéria, vincula tanto os candidatos quanto a
Administração. No que tange à matéria, a jurisprudência majoritária dos tribunais
superiores é no sentido de que somente nos casos de flagrante erro material, perceptível de
plano, pode-se declarar nula questão de prova objetiva, sob pena de invadir-se a
competência administrativa dos Tribunais e substituir-se à banca examinadora” (CNJ –
PCA 327 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU
09.03.2007 – Ementa não oficial).

Recurso administrativo. Impossibilidade de exame pelo CNJ tendo em vista


existência de ação judicial sobre idêntico assunto

A postulação administrativa não merece exame diante da existência


de ação judicial que verse sobre o mesmo assunto. O Requerente pretende uma
manifestação do Egrégio Conselho no sentido de que lhe seja atribuída uma pontuação que,
inclusive, não faz jus, daí porque, voto no sentido do arquivamento do processo, dada a
improcedência das pretensões, seja de anulação do concurso, seja para dar ao requerente
aquilo que não merece; uma pontuação em desacordo com a regra editalícia” (CNJ – PP
269 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 20ª Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 – Ementa
não oficial).

Regras do certame estabelecidos no edital. Impossibilidade de criação de novas


exigências quando já iniciado o concurso. Princípio da segurança jurídica

“O princípio da vinculação ao edital é inerente a todo procedimento


em que se verifica concorrência e se aplica tanto ao Administrado quanto ao Poder
Público. É a conclusão que se extrai da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
sintetizada no voto da lavra do eminente Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello
proferido no julgamento do Recurso Extraordinário 118927-RJ, nos seguintes termos: ‘Os
parâmetros alusivos ao concurso hão de estar previstos no edital. Descabe agasalhar ato da
Administração Pública que, após o esgotamento das fases inicialmente estabelecidas, com
aprovação nas provas, implica criação de novas exigências. A segurança jurídica,
especialmente a ligada à relação cidadão-Estado, rechaça a modificação pretendida’” (CNJ
– PCA 200710000008577, PCA 200710000008851, PCA 200710000008905 e PCA
200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008 – Ementa não oficial).

Reserva de vagas. Candidatos portadores de deficiência física e afro


descendentes

Concurso Público para Assessor Jurídico. Portadores de


deficiência. Afro descendentes. Reserva de vagas. Lista única de classificação. – “Não
pode haver lista única de classificação dos aprovados em concurso público, limitada
unicamente ao ponto de corte, se há concorrentes portadores de deficiência e afro
descendentes. A reserva de vagas em edital para portadores de deficiência e afro
descendentes implica a concorrência limitada aos seus pares” (CNJ – PCA
200710000019873 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU
15.04.2008).

Reserva de vagas para candidatos com deficiência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


198

“Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do


Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada
reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por
cento), nem superior a 20% (vinte por cento) do total de vagas oferecidas no concurso,
vedada a incidência de ‘nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e
observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência
do candidato. As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas,
mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra
exclusivamente composta por estes” (Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009).
(Precedente: PP 200810000018125 – 69ª Sessão – julgado em 9 de setembro de 2008).

Reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade


constitucional

“A reserva de percentual a deficientes físicos é obrigatoriedade


constitucional, não se submetendo à discricionariedade da Administração Pública, e
aplicando-se a todos os Poderes da República, independentemente do ente federativo,
conforme pacífico entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF – Pleno – RE 227299/
MG – Rel. Min. Ilmar Galvão, decisão: 14.06.00. Informativo STF, 193) e do Superior
Tribunal de Justiça (STJ, 5ª T., RMS 24805/DF, Rel. Min. Cid Flaquer Scartezzini, DJ,
Seção I, 15.07.97, Ementário STJ 19/008; STJ, 6ª T., ROMS 3113/DF, Rel. Min. Pedro
Acioli, DJ, Seção I, 27.03.95, p. 7 e 195)” (CNJ – PP 1065 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007 – Ementa não oficial).

Revisão de questões da prova pelo CNJ

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso público. Revisão de questões. – “Não cabe a intervenção do CNJ
para determinar a anulação do julgamento dos Recursos Administrativos interpostos contra
correção das questões impugnadas, visto terem sido respondidos satisfatoriamente, não se
comprovando ilegalidade nos critérios de avaliação” (CNJ – PCA 200810000011570 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Servidor Público. Aprovação. Expectativa de direito à nomeação e posse

Pedido de Providências. Candidatos aprovados em concurso


público – “É sabido que os candidatos aprovados em concurso público não têm direito à
nomeação, por conta do só fato do êxito no certame, consoante decisão do STJ, ROMS
11.553-SP. O chamamento dos aprovados, sua nomeação e posse encerram matéria de
conveniência administrativa, jungida a limites orçamentários impostos pela Lei de
Responsabilidade Fiscal” (CNJ – PP 1111 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


provimento de vagas no quadro de pessoal da Justiça de Primeira Instância do Poder
Judiciário de Minas Gerais. Candidato aprovado em 1º lugar. Cadastro reserva. Pretende
nomeação. – “O direito adquirido à nomeação do candidato aprovado em concurso público
depende de classificação dentro do numero de vagas previsto no edital, vinculado ao cargo
pretendido, e não somente da aprovação no certame. Procedimento de Controle
Administrativo que se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


199

200810000021926 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU
19.12.2008).

Servidores. Anulação de questões. Ausência de motivação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


servidores. Ausência de divulgação de motivos. Anulação de questões objetivas.
Esclarecimentos. Improvimento do Recurso Administrativo. Prova de redação
classificatória. Insurgência tardia. Regras do edital. Concordância tácita na inscrição.
Ausência de ilegalidade. Indeferimento. – “Não há ilegalidade na ausência de divulgação
de motivos na correção de questões objetivas, ou em falta de esclarecimentos acerca da
correção de prova de redação, mormente quando há improvimento do Recurso
Administrativo por tratar de regra editalícia expressa” (CNJ – PCA 7706 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Servidores da Justiça. Candidato aprovado fora do número de vagas.


Inexistência de direito adquirido à nomeação

Pedido de Providências. Concurso público para provimento de


cargos de servidores da Justiça do Estado da Bahia. Candidato aprovado fora do número
de vagas. Requer nomeação. – “Na presente hipótese, sabendo-se que para o cargo de
escrevente de cartório na Comarca de Iguaí foram disponibilizadas seis vagas, e que o
Requerente foi classificado em 15º lugar, não há que se falar em direito adquirido à
nomeação. Contudo, a Presidência do Tribunal firmou compromisso com o Conselho
Nacional de Justiça, visando a realizar nomeações de candidatos aprovados para comarcas
distintas daquelas para as quais concorreram, no intuito de preencher vagas em comarcas
onde não houve candidatos aprovados, inclusive o de escrevente, para o qual as
requerentes foram aprovadas. Procedimento que se julga improcedente. Decisão
monocrática” (CNJ – PP 2009100000004740 e PP 2009100000003965 – Rel. Cons. Técio
Lins e Silva – Decisão Monocrática – 20.03.2009).

Servidores do Judiciário. Aprovação. Direito à nomeação dependente da


classificação

Análise conjunta. Pedido de Providências. Procedimento de


Controle Administrativo. Concurso público para provimento de cargos no quadro de
servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Cargo de Técnico Judiciário –
categoria Odontólogo. Candidatas aprovadas no certame, mas classificadas fora do
número de vagas previstas no Edital. Pretendem nomeação. – “O direito adquirido à
nomeação do candidato aprovado em concurso público depende de classificação dentro do
número de vagas previsto no Edital, vinculado ao cargo pretendido, e não somente da
aprovação no certame. Negado provimento ao Pedido de Providências e ao Procedimento
de Controle Administrativo. Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000018356 e PCA
200810000021239 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
05.12.2008).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Direito adquirido à nomeação pende de classificação dentro do número
de vagas previstas no edital. Reiteração das razões suscitadas no requerimento inicial. –
“O recorrente tem o dever de impugnar, de forma específica, os fundamentos da decisão
agravada, sob pena de não seguimento do recurso. Recurso Administrativo a que se nega

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


200

provimento. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200810000017832 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Servidores do Judiciário. Direito subjetivo à nomeação para candidatos


aprovados dentro do número de vagas previstas no edital

Concurso Público. Candidatos aprovados dentro do número de


vagas previsto no Edital. Ausência de nomeação. Direito subjetivo à nomeação.
Necessidade de servidores. Convênios entre Prefeitura e Tribunal. Cessão temporária de
servidores sem ônus ao Tribunal. Contratos REDA – Regime Especial de Direito
Administrativo. (CNJ – PP 200810000012494 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 77ª Sessão –
j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Servidores Públicos. Edital em desrespeito à lei. Anulação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público.


Obrigatoriedade de observância da legislação estadual que estabeleceu nova estrutura para
Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores do Poder Judiciário de
Pernambuco. Publicação de edital em flagrante desrespeito às Leis 12.643/2004 e
12.850/05. Anulação do edital e impossibilidade de prosseguimento do concurso público
para provimento de cargos de servidores do Poder Judiciário. Discricionariedade
administrativa do Tribunal de Justiça para edição de novo edital, com fiel observância da
legislação vigente, ou para aguardar aprovação de alteração legislativa por si enviada à
Assembléia Legislativa. Pedido parcialmente procedente. (CNJ – PCA 325 e PCA 422 –
Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Taxa de inscrição. Fixação de valor

“A fixação do valor da taxa cobrada deve corresponder


essencialmente à previsão de custos de realização do concurso. Não há no caso, todavia,
elementos de informação que permitam aferir qual o valor adequado para a taxa de
inscrição no certame ou para afirmar a exorbitância da taxa fixada” (CNJ – PCA
200810000025208 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Utilização de informativos contendo jurisprudência não admitida pela


Comissão Organizadora

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso público. Candidato. Utilização de informativos jurisprudenciais não admitidos
pela comissão organizadora do concurso. Regularidade. – “Incensurável a conduta de
comissão organizadora de concurso que, fiel aos termos do edital do certame, impede
candidato de utilizar informativo jurisprudencial. Soberania da comissão organizadora.
Recurso conhecido e improvido” (CNJ – PCA 200810000033369 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Vaga reservada a deficiente físico. Posse negada. Comprovação de que o


candidato não era portador de qualquer deficiência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


201

Pedido de Providências. Reclamo contra recusa de posse, no cargo


de técnico judiciário, em vaga reservada a deficiente físico. Exame específico que detectou
ausência da deficiência alegada. Pleito indeferido. (CNJ – PP 706 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

CONDENADOS
Vide: PRESO – SISTEMA INTEGRADO DE POPULAÇÃO CARCERÁRIA – SIPC

CONDIÇÕES DA AÇÃO
Ausência de delimitação dos fundamentos fáticos do pedido

Procedimento de Controle Administrativo. Delimitação dos


fundamentos fáticos do pedido. Indicação clara e precisa. Obrigatoriedade. Art. 92,
RICNJ. – “I) Constitui ônus do autor, ao provocar o controle administrativo do CNJ, a
indicação precisa do ato impugnado, delimitando com clareza as razões fáticas que
justificam sua postulação. II) Consoante o disposto no art. 92 do Regimento Interno do
CNJ, somente a especificação precisa dos fatos subjacentes ao pedido legitima e ampara a
atividade persecutória do controle e fiscalização administrativa. III) À luz das funções
institucionais delineadas pela Constituição Federal, no art. 103-B, ao CNJ incumbe o
controle administrativo e financeiro dos órgãos jurisdicionais e serviços auxiliares da
Justiça, mas, apenas e tão-somente, diante de fatos e/ou dados concretos. Refoge à
competência do Conselho a atividade de auditoria sobre a execução de contratos
administrativos de prestação de serviços. IV) Procedimento de Controle Administrativo
não-conhecido” (CNJ – PCA 200910000001725 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

CONDOMÍNIO
Exercício do cargo de síndico de condomínio por magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

CONEXÃO
Vide: PREVENÇÃO

CONFLITO DE COMPETÊNCIA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


202

Atribuições constitucionais do CNJ em confronto com as atribuições do


Conselho Superior da Justiça do Trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Atribuições


constitucionais do CNJ em face das atribuições do CSJT. Conflito de competência
dirimido em favor do CNJ. Alteração do Regimento Interno do TRT/3ª Região. RES/CNJ
17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no art. 37 da CF/88 na eleição do critério
de substituição de magistrado e segundo grau. Falta de previsão do quorum especial
imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. – “I) Com a edição da Emenda Constitucional 45,
a radiografia do Poder Judiciário aponta para modelo organizacional ancorado na
existência de Conselhos de Justiça, encontrando-se na base do sistema o CNJ, cuja missão
precípua consiste em definir políticas estratégicas e adotar ações de repercussão nacional,
voltadas ao conjunto total das unidades jurisdicionais (singulares ou coletivas). II) A
exegese do art. 103-B, § 4º, CF c/c art. 111-A, § 2º, II, leva à conclusão de estar
diretamente sujeito ao controle administrativo do CNJ, as questões presentes na Justiça do
Trabalho, de repercussão nacional, ou seja, capazes de afetar o Poder Judiciário como um
todo, e, portanto, também se sujeitam os órgãos trabalhistas de primeiro e segundo graus
ao controle deste Conselho. III) A problemática afeta à averiguação da validade de critérios
regimentais de substituição de magistrados, em segunda instância, não está, certamente,
restrita à Justiça Trabalhista, denotando relevância para todos os órgãos jurisdicionais. IV)
Ao CNJ incumbe, em caso de dúvida manifesta, a análise da legitimidade dos fatores de
discriminação inscritos nos respectivos regimentos internos, em cumprimento ao disposto
na Res. 17/06, bem assim, sua relação de compatibilidade com os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade administrativa e juiz natural. V) A titularidade em Vara da
Capital não se mostra, à toda evidência, critério de aferição de merecimento, maturação ou
qualificação técnica para, isoladamente, orientar a seleção dos magistrados prontos ao
desempenho de tarefas jurisdicionais de segundo grau jurisdicional. VI) A delegação de
competência ao Presidente do TRT/3ªR para operar as convocações, mormente em razão
da ausência de parâmetros concretos a garantirem a impessoalidade da escolha, ainda que
ratificada pelo Órgão Especial, mostra-se dissonante do artigo 1º da Res./CNJ 17/06.
Nulidade do § 1º do art. 66 do RI do TRT/3ªR. VII) Julgado o conflito negativo de forma a
declarar a competência do CNJ para conhecer e deliberar sobre o caso. Pedido conhecido e
julgado procedente para efeito de compelir o TRT/3ªR a adequar, no prazo de 90 dias, o
art. 66, §§ 1º e 4º de seu Regimento Interno aos princípios da isonomia, impessoalidade e
demais vetores do art. 37 da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06. Prejudicado o pedido
liminar de suspensão dos efeitos do § 4º do art. 66 do RI do TRT/3ªR” (CNJ – PCA 468 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).
Parte da declaração de voto vencedor do Cons. Altino Pedroso dos Santos: “É essa a
primeira razão pela qual entendo inaplicável à Justiça do trabalho a restrição contida no
inciso V, do § 1º do art. 118 da Lei Complementar 35/1979, pois me parece que a intenção
do legislador, ao excluir do art. 93 a expressão ‘e seus parágrafos’, foi limitar as exigências
para a convocação em substituição no Tribunal àquelas previstas no caput do art. 118 da
mesma Lei Complementar. Por essas razões, reconheço que a convocação para a
substituição no Tribunal não se restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da sede
da respectiva Região. Julgo procedente o pedido”.

CONSELHEIRO DO CNJ
Natureza do vínculo com o Poder Público. Vinculação dos conselheiros que
não exercem cargos de magistrado ou membro do MP ao regime geral da
Previdência Social

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


203

Consulta. Membros do Conselho Nacional de Justiça. Natureza do


vínculo com o poder público. Regime previdenciário. – “O exercício de mandato de
Conselheiro não se confunde com a ocupação de cargo em comissão, porque impassível de
nomeação e exoneração ad nutum; tampouco com o exercício de mandato eletivo ou outra
categoria assemelhada. Os Conselheiros, que não exercem cargos efetivos de magistrado
ou de membro do Ministério Público, gozam dos mesmos direitos, prerrogativas, deveres,
impedimentos, suspeições e incompatibilidades que regem a carreira da magistratura.
Contudo, para fins previdenciários, em virtude do caráter temporário de seu mandato, e por
analogia com o que ocorre com o cargo de provimento em comissão, vinculam-se ao
regime geral da Previdência Social” (CNJ – CONS 200910000017095 – Rel. Cons. Paulo
Lobo – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

CONSELHEIRO RELATOR
Competência para indeferir monocraticamente a pretensão

Procedimento de Controle Administrativo. Competência do


relator. Recurso administrativo. Manutenção da decisão monocrática. – “Interpretando o
disposto no artigo 99 do Regimento Interno, deduz-se que ao relator, monocraticamente,
compete indeferir o processamento de pleitos que não apresentem a mínima condição de
prosperar, seja em decorrência do fato de que o mérito da causa não possa ser conhecido
pelo Conselho, ou de manifesta improcedência. O recurso administrativo deve ser rejeitado
quando a decisão adversa está de acordo com as decisões do Plenário, no caso específico, a
decisão tomada nos autos do PCA 303, sobre a forma de provimento das serventias mistas.
Decisão monocrática mantida, pelos seus próprios fundamentos, com o conseqüente
arquivamento do feito” (CNJ – PCA 326 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

CONSELHO DA COMUNIDADE
Obrigatoriedade de sua composição e instalação

“Os Juízes deverão compor e instalar, em suas respectivas


Comarcas, o Conselho da Comunidade na forma dos artigos 80 e seguintes da Lei
7210/84” (art. 4º da Res. CNJ 47, de 18.12.2007).

CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL


Resolução 438. Depósito em conta judicial individual remunerada

“Não há qualquer ilegalidade na Resolução 438, do Egrégio


Conselho da Justiça Federal; muito pelo contrário, pois o depósito em conta
individualizada atende aos princípios constitucionais da moralidade e da eficiência,
garantindo que o credor receba diretamente os valores devidos, sem qualquer
intermediário. A eventual demora no saque dos valores não trará qualquer prejuízo para o
credor, pois a conta é remunerada. O advogado, ao requerer a expedição do Requisitório,
poderá acostar o seu contrato de honorários, requerendo a aplicação do disposto no § 4º do
art. 22 da Lei 8.906, de 04.07.94. No que tange aos honorários de sucumbência, o
advogado poderá requerer a expedição do Precatório em seu próprio nome. O depósito em
conta remunerada, previsto no art. 17 da Res./CJF 438, atende aos requisitos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


204

constitucionais da moralidade e da eficiência, além de atender aos interesses das partes,


não havendo qualquer prejuízo para os jurisdicionados” (CNJ – PCA 118 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ


Palavras-chave: CONTROLE, REEXAME E REVISÃO DE DECISÕES JUDICIAIS
QUE REFOGEM DA COMPETÊNCIA DO CNJ
V. tb.: CRIAÇÃO DE CARGOS

Arquivamento de procedimento administrativo. Atribuição cometida à


Secretaria-Geral, através dos Juízes Assessores

Pedido de Providências. Arquivamento. Denegação do recurso. –


“I) A Secretária-Geral do CNJ, de acordo com o inciso II, da Portaria 23, de 20.04.2006,
pode, motivadamente, determinar o arquivamento de expedientes manifestamente
incabíveis no âmbito da competência do Conselho, ou contrários a enunciados
administrativos, informando-se ao interessado as razões de decidir e, se possível,
orientando quanto ao procedimento a ser eventualmente adotado. II) Conhece-se do
recurso, em decorrência de sua tempestividade, mas nega-lhe provimento, com a
confirmação integral da decisão de arquivamento” (CNJ – PP 1042 – Rel. Cons. Germana
Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Ato administrativo. Âmbito de apreciação pelo CNJ

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões individuais. Ausência de ilegalidade. Natureza do vínculo dos
cargos comissionados. Improvimento. – “Não estando configurada ilegalidade flagrante,
nem descumprimento de decisão do CNJ, não devem ser analisados todos os contornos do
ato administrativo que exonerou a recorrente” (CNJ – PP 9867 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Ato administrativo. Controle de legalidade pelo CNJ, em harmonia com o


princípio da preservação da autonomia dos tribunais

“O controle de legalidade dos atos administrativos é realizado por


este Conselho em harmonia com o princípio da preservação da autonomia dos Tribunais.
Esse é o único caminho que a hermenêutica jurídica fornece ao intérprete de um sistema
jurídico complexo, de sorte que somente a harmonização de regras e princípios protege
direitos sem autoritarismos” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Ato administrativo. Revisão. Exigência de que se esgotem as instâncias


administrativas antes de sua verificação pelo CNJ

Ato administrativo. Possibilidade de revisão pelo próprio órgão de


que se originou. Desnecessidade de provocação direta do Conselho Nacional de Justiça.
Decisão monocrática mantida. – “I) A relevância outorgada pela Emenda 45/2004 ao
Conselho Nacional de Justiça exige reflexão no sentido de se racionalizar a sua atuação,
sem que isso implique renúncia de competência, de modo a permitir-lhe dedicar-se
efetivamente à tarefa de construir políticas e definir estratégias que possam tornar mais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


205

eficaz e eficiente o sistema judiciário brasileiro, sob pena de, em curto prazo, vir a padecer
dos mesmos males que afligem a entrega da prestação jurisdicional. II) Em se tratando de
impugnação de ato administrativo, de aplicação restrita no âmbito do Tribunal Estadual
respectivo, e passível de revisão pelo próprio órgão que o editou, a provocação direta do
Conselho Nacional de Justiça acarreta dispêndio de energia que poderia ser canalizada para
aquele objetivo maior, contribuindo, por conseguinte, para atrofiar o seu funcionamento
em prejuízo do alcance dos fins para os quais foi destinado. III) Recurso Administrativo
conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 200710000013044 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Ato jurisdicional. Revisão. Inadmissibilidade

“A teor do disposto no § 4º do Art. 103-B da Constituição Federal


de 1988, ao Conselho Nacional de Justiça compete, precipuamente, ‘o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes’. Neste contexto, a competência fixada para o referido Conselho é restrita ao
âmbito administrativo do Poder Judiciário, não podendo ocorrer intervenção em conteúdo
de decisão judicial, para corrigir eventual vício de ilegalidade ou nulidade” (CNJ – RD
2008100000015082 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 70ª Sessão – j.
23.09.2008 – DJU 13.10.2008 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Ato jurisdicional. Revisão. Incompetência


CNJ. – “Como sabido, compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (art.
103-B, § 4º, CF). Não se permite ao CNJ se imiscuir nos atos praticados pelos juízes, no
regular exercício da prestação jurisdicional” (CNJ – PP 1204 – Rel. Cons. Joaquim Falcão
– 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta sobre a possibilidade de


reconhecimento da vantagem prevista a Lei 1.711/52 para magistrados aposentados.
Existência de decisão judicial. Não conhecimento. – “Não cabe ao CNJ a análise, revisão
ou reforma de decisão de cunho jurisdicional” (CNJ – PP 200710000016185 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Atribuições do Presidente do CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 29.

Atuação. Impossibilidade do CNJ rever ato administrativo sob o aspecto da


conveniência e oportunidade

“Não pode o CNJ substituir o administrador na análise da


conveniência e oportunidade dos atos administrativos, devendo o recorrente eleger a via
administrativa adequada pra se insurgir contra os atos daquele Tribunal. Assim, impedido o
acolhimento da pretensão do recorrente” (CNJ – PCA 450 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Atuação como instância revisional da atividade jurisdicional

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar.


Arquivamento. Atos judiciais passíveis de recurso. Inexistência de infração funcional. –
“1) O CNJ não é instância de revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


206

Judiciário no exercício da típica atividade jurisdicional. 2) Os fatos trazidos aos autos pelo
reclamante não apresentam cometimento de infração funcional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 391 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 69ª Sessão –
j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Atuação subsidiária

Procedimento de Controle Administrativo. Desconto em


vencimentos de magistrado. Restituição ao erário. Irregularidades apontadas pelo TCU.
Discussão sobre a forma de desconto. Atuação subsidiária do CNJ. Improcedência. – “I)
A atuação do CNJ é subsidiária às instâncias de origem, mormente nos casos que não
justifiquem intervenção. II) Procedimento de Controle Administrativo indeferido” (CNJ –
PCA 578 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Autarquia Estadual. Centro de perícias. Incompetência do CNJ

Pedido de Providência. Deficiência do Centro de Perícias Renato


Chaves, que realiza exames de insanidade mental para todo o Estado do Pará. Autarquia
Estadual. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento do Processo.
(CNJ – PCA 231 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

Bens móveis patrimoniais no âmbito do CNJ. Administração


Vide: Instrução Normativa CNJ 6, de 01.10.2008.

CNJ como instância originária ou recursal de decisões administrativas de


caráter individual. Inadmissibilidade

Não cabe ao CNJ apreciar pedido de devolução de imóvel ou


discussão sobre os bens que permaneceram em Cartório, pelo caráter individual e pessoal
da questão, em matéria sem generalidade e sem necessidade de controle pelo CNJ. Ao CNJ
cabe o controle dos atos administrativos e financeiros do Poder Judiciário, relevando
sempre a necessidade de que a matéria tenha repercussão institucional e não esteja a
representar meramente interesses individuais. O problema de suposta apropriação dos bens
móveis e equipamentos dos requerentes deve ser deslindada por meio de ação judicial
cabível, já que não poderia caber ao CNJ controlar, em primeira e única instância, o que
está ocorrendo em cada uma das milhares de serventias extrajudiciais de cada comarca do
país. Recurso indeferido. (CNJ – PCA 200710000017621 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Pedido de Providências. Pretensão de obter cópia integral da fita


cassete relativa ao julgamento da Colenda 2ª Câmara Especializada Civil. Mandado de
Segurança ajuizado. Interesse eminentemente individual. Discussão a ser articulada nas
instâncias judiciais ordinárias. Arquivamento. – “A atuação constitucional do Conselho
Nacional de Justiça, portanto, deve visar o interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda
a Sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância
recursal para todas as decisões administrativas de caráter absolutamente individual,
proferidas por todos os órgãos judiciais” (CNJ – PP 536 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes
– 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


207

Pedido de Providências. Rediscussão de julgado. Impossibilidade.


Modificação de enunciado administrativo. Ausência de razoabilidade. Obtenção de
benefícios de natureza estipendiária. Interesse individual. Ausência de repercussão geral.
Indeferimento. – “Contemplação de situação subjetiva em preceito genérico do Conselho
Nacional de Justiça traduz efeito de cobrança de eventual direito, vedado por não ser o
CNJ instância recursal, nem podendo ser acionado para obtenção de benefícios de natureza
estipendiária ou funcional individual. Precedente. Pedido de Providências a que se
indefere” (CNJ – PP 200810000002660 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Incompetência deste Conselho para determinar que membros de Tribunais respeitem
direitos fundamentais alegadamente violados – “A atuação constitucional do Conselho
Nacional de Justiça deve visar o interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a
Sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância
originária e/ou recursal para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente
individual, proferidas por todos os órgãos judiciais. Além disso, no presente caso, a petição
inicial não aponta nenhuma ilegalidade praticada por autoridades do Poder Judiciário ou
seus serventuários, nem tampouco junta documentos comprovando suas alegações. Não
bastasse isso, os pedidos solicitados ao Conselho Nacional de Justiça são direitos
fundamentais garantidos pela própria Constituição da República Federativa do Brasil, cujo
desrespeito deverá, em cada caso concreto, ser analisado, pois entendo esdrúxulo
determinar ao Presidente do Tribunal de Justiça que ordene a seus funcionários que não
agridam grevistas” (CNJ – PP 709 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j.
29.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

CNJ como instância recursal. Inadmissibilidade

“A atuação constitucional do Conselho Nacional de Justiça,


portanto, deve visar o interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a Sociedade, não
pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal para todas as
decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por todos os
Órgãos Judiciais” (CNJ – PP 1030 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Reforma de decisão do


Pleno do TJ/RO. Conselho Nacional de Justiça como instância recursal no âmbito do
processo administrativo. – “‘O CNJ não é instância recursal, nem deve ser acionado para
interesses particulares, sem qualquer repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de
natureza estipendiária ou funcional de um único servidor. Exceto as hipóteses de atos
irregulares, abusivos ou que revelem improbidade administrativa, o Conselho não pode ser
utilizado como sucedâneo do juízo, com o propósito de atalhar para buscar um resultado
mais célere, sem se submeter às agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam’
(CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Improcedência do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000012068 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


208

repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de


um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,
com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Desconstituição de ato administrativo. Processo Administrativo
Disciplinar 39.201-4, de 2001. Decisão monocrática. Pedido. Reintegração ao cargo de
Escrivão. Improcedência do pedido. – “A decisão atacada apontou que a atuação
constitucional do Conselho Nacional de Justiça deve visar o interesse coletivo do Poder
Judiciário e de toda a Sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em
mera instância recursal para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente
individual, proferidas por todos os órgãos judiciais e, como no caso concreto, proferida há
mais de 4 anos” (CNJ – PCA 429 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 38ª Sessão – j.
10.04.2007 – DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

CNJ como órgão de cúpula do Poder Judiciário

“O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão de cúpula do


Poder Judiciário, tem função exclusivamente administrativa. É certo que neste mister o
CNJ deve zelar para que o Poder Judiciário se fortaleça, extirpando quaisquer males que o
enfraqueçam ou tornem menos operativo para a construção da sociedade livre, justa e
solidária, preconizada na Constituição Federal. Porém, certamente, não é da função do CNJ
a reapreciação de provas em processos judiciais já julgados, assim como não compete ao
CNJ processar criminalmente membros do Ministério Público, do Poder Executivo,
Legislativo ou do próprio Poder Judiciário” (CNJ – PP 875 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –
47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

CNJ como sucedâneo do juízo

Procedimento de Controle Administrativo. Reforma de decisão do


Pleno do TJ/RO. Conselho Nacional de Justiça como instância recursal no âmbito do
processo administrativo. – “‘O CNJ não é instância recursal, nem deve ser acionado para
interesses particulares, sem qualquer repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de
natureza estipendiária ou funcional de um único servidor. Exceto as hipóteses de atos
irregulares, abusivos ou que revelem improbidade administrativa, o Conselho não pode ser
utilizado como sucedâneo do juízo, com o propósito de atalhar para buscar um resultado
mais célere, sem se submeter às agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam’
(CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Improcedência do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000012068 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer
repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de
um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


209

com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Competência administrativa dos tribunais, após o advento do CNJ

“A competência administrativa dos tribunais, inclusive para


apreciação dos processos respectivos, não foi reduzida ou afetada com o advento do CNJ
(EC n. 45/2004). O controle da atuação administrativa é efetivado quando a matéria é
submetida diretamente ao CNJ, ou quando este promove iniciativa de ofício. Não houve
alteração de competência do TST para apreciação de recursos contra decisões
administrativas dos TRT, não podendo este Conselho determinar a sustação dos atos
decisórios do relator ou do tribunal” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 1ª Sessão
Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

“I) É certo que a atuação constitucional do Conselho Nacional de


Justiça direciona-se para duas importantes missões: planejamento, coordenação e controle
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e controle do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes. Em ambos os casos, a EC 45/04 buscou estabelecer a
possibilidade de efetivo controle administrativo centralizado de legalidade sobre a atuação
dos diversos juízos e tribunais, sem prejuízo dos controles administrativos de cada tribunal
e do controle jurisdicional. II) a submissão da presente questão à Corregedoria do TRT-2ª
Região, pela própria OAB/SP, torna momentaneamente desnecessária a atuação direta do
Conselho Nacional de Justiça, que poderá realizar a supervisão e revisão de atos praticados
pela citada Corregedoria, ou mesmo suprir suas omissões. III) Evita-se a desnecessária
atuação paralela de diversos órgãos, valorizando-se o Conselho Superior da Justiça do
Trabalho, nas questões específicas de sua alçada, sem afastar a possibilidade de atuação
supletiva do Conselho Nacional de Justiça, quando necessário for” (CNJ – PP 230 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 20a Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 – Ementa não
oficial).

Competência concorrente com os tribunais para questões administrativas

“Há competência concorrente do Conselho Nacional de Justiça em


matéria administrativa, em face do que preceituam o § 4° e inc. II do art. 103-B da CF.
Reconhece-se o direito à licença remunerada de quatro diretores eleitos do Sindijus-MS, a
partir da posse da atual diretoria e enquanto perdurarem os respectivos mandatos” (CNJ –
PCA 108 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 –
Ementa não oficial).

Competência constitucional

Conselho Nacional de Justiça. Competências Constitucionais. – “I)


Competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça para zelar pela autonomia do
Poder Judiciário e pela observância do princípio da eficiência, que engloba a efetividade
das decisões judiciais. II) Necessidade de pronta execução de decisão judicial transitada
em julgado. III) Ausência de inércia do Poder Judiciário do Pará, que tomou as medidas
necessárias para cumprimento da decisão judicial” (CNJ – PP 316 – Rel. Cons. Alexandre
de Moraes – 19ª Sessão – j. 16.05.2006 – DJU 24.05.2006 – Ementa não oficial).

Competência do relator para indeferir monocraticamente a pretensão

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


210

Procedimento de Controle Administrativo. Competência do


relator. Recurso administrativo. Manutenção da decisão monocrática. – “Interpretando o
disposto no artigo 99 do Regimento Interno, deduz-se que ao relator, monocraticamente,
compete indeferir o processamento de pleitos que não apresentem a mínima condição de
prosperar, seja em decorrência do fato de que o mérito da causa não possa ser conhecido
pelo Conselho, ou de manifesta improcedência. O recurso administrativo deve ser rejeitado
quando a decisão adversa está de acordo com as decisões do Plenário, no caso específico, a
decisão tomada nos autos do PCA 303, sobre a forma de provimento das serventias mistas.
Decisão monocrática mantida, pelos seus próprios fundamentos, com o conseqüente
arquivamento do feito” (CNJ – PCA 326 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Competência para controle de solicitações de criação de domínios na


“Internet”

“Caberá ao Conselho Nacional de Justiça, como ente de controle e


de acompanhamento do modelo de gestão, a aprovação das solicitações de criação de
domínios genéricos e específicos (subdomínios) encaminhadas pelos órgãos do Poder
Judiciário ao Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI-BR, por intermédio do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC-BR” (art. 5º da Res. CNJ 45, de
17.12.2007).

Competência para o controle administrativo não deve interferir no livre


exercício da atividade jurisdicional

“O exercício das competências de controle administrativo pelo CNJ


não deve interferir no livre exercício da atividade jurisdicional. Apesar da afirmação da
natureza administrativa da decisão proferida em reclamação correicional, é incabível a
pretensão de sua invalidação pelo CNJ se a questão está submetida à discussão judicial nas
vias processuais próprias” (CNJ – PP 200710000019850 – Rel. Cons. José Adonis Callou
de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 14ª


Região. Reclamação correicional. Impossibilidade de controle de atividade jurisdicional.
Alegação de nulidade de representação prejudicada pela instauração de Procedimento
Administrativo Disciplinar. – “I) O exercício das competências de controle administrativo
pelo CNJ não deve interferir no livre exercício da atividade jurisdicional. Apesar da
afirmação da natureza administrativa da decisão proferida em reclamação correicional, é
incabível a pretensão de sua invalidação pelo CNJ se a questão está submetida à discussão
judicial nas vias processuais próprias. II) A deliberação do Tribunal pela instauração do
Procedimento Administrativo Disciplinar contra a magistrada requerente prejudica a
análise da alegação de nulidade da antecedente representação por infração disciplinar.
Pedido de Providências em parte não conhecido, e em outra prejudicado” (CNJ – PP
200710000019850 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Competência restrita ao âmbito administrativo. Impossibilidade de intervir no


conteúdo de decisão judicial

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


211

Avocação de Processo Disciplinar contra Magistrado. – “I) A


competência constitucional deste Conselho é restrita ao âmbito administrativo, não
podendo intervir em conteúdo de decisão judicial, seja para corrigir eventual vício de
ilegalidade ou nulidade, seja para inibir o exercício regular dos órgãos investidos de
jurisdição, devendo a parte valer-se dos meios recursais cabíveis. II) Alegação de
imprecações pejorativas e desrespeitosas contra a parte e contra o exercício da advocacia
que já são objeto de apuração por meio do procedimento administrativo disciplinar
instaurado no âmbito do tribunal competente. III) O pedido de avocação esbarra no óbice
do art. 85 do Regimento Interno, não se vislumbrando excepcionalidade e interesse público
que recomende ao relator fazê-lo de ofício, ultrapassando o juízo natural administrativo,
conforme precedente da Avocação 01/2005” (CNJ – APD 7 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª
Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Pedido de Providências. Consulta sobre a possibilidade de


reconhecimento da vantagem prevista a Lei 1.711/52 para magistrados aposentados.
Existência de decisão judicial. Não conhecimento. – “Não cabe ao CNJ a análise, revisão
ou reforma de decisão de cunho jurisdicional” (CNJ – PP 200710000016185 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Concessão de bolsa de estudo para curso de língua estrangeira no âmbito do


CNJ
Vide: Instrução Normativa CNJ 5, de 25.09.2008.

Concessão de bolsa de estudo para curso de pós-graduação no âmbito do CNJ


Vide: Instrução Normativa CNJ 4, de 08.09.2008.

Concurso público. Competência do CNJ para zelar pelo cumprimento do art.


37 da Constituição Federal

Competência do Conselho Nacional de Justiça para zelar pela


observância do art. 37 da Constituição Federal. Concurso público de provas e títulos para
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do Poder
Público. Necessidade de padronização das regras básicas nos diversos concursos dos vários
Estados da Federação. Designação de comissão para apresentação de proposta de
resolução. Pedido deferido. (CNJ – PP 892 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 35ª Sessão
– j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

Concurso público. Impossibilidade do CNJ de substituir o Órgão de origem na


análise de mérito das questões da prova dissertativa

Concurso Público. Questões de prova dissertativa. Análise de


mérito. Ausência de recurso. Inadmissibilidade. – “Ao Conselho Nacional de Justiça, no
caso, não cabe substituir o Órgão de origem em suas atribuições próprias e delimitadas
pelo edital do concurso que, além de reger a matéria, vincula tanto os candidatos quanto a
Administração. No que tange à matéria, a jurisprudência majoritária dos tribunais
superiores é no sentido de que somente nos casos de flagrante erro material, perceptível de
plano, pode-se declarar nula questão de prova objetiva, sob pena de invadir-se a
competência administrativa dos Tribunais e substituir-se à banca examinadora” (CNJ –
PCA 327 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU
09.03.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


212

Concurso público. Prazo de validade. Incompetência do CNJ para apreciar a


matéria, salvo hipótese de afronta à lei

Cargos em comissão. Ocupação por servidores municipais.


Concurso público. Prazo de validade. Autonomia do tribunal. – “I) Preliminar de
incompetência originária do CNJ, tendo em vista tratar-se de matéria de exclusivo interesse
da justiça trabalhista. II) O percentual previsto na Lei 11.416/2006 para ocupação de
cargos em comissão e funções comissionadas está sendo atendido pelo TRT da 24ª Região.
O Tribunal pode prorrogar ou não o prazo de validade de concurso público mediante juízo
de conveniência e oportunidade, não podendo o CNJ inferir na decisão, ressalvada a
hipótese de afronta à lei” (CNJ – PCA 200810000000285 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 59ª
Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Conselheiro. Natureza do vínculo com o Poder Público. Vinculação dos


conselheiros que não exercem cargos de magistrado ou membro do MP ao
regime geral da Previdência Social

Consulta. Membros do Conselho Nacional de Justiça. Natureza


do vínculo com o poder público. Regime previdenciário. – “O exercício de mandato de
Conselheiro não se confunde com a ocupação de cargo em comissão, porque impassível de
nomeação e exoneração ad nutum; tampouco com o exercício de mandato eletivo ou outra
categoria assemelhada. Os Conselheiros, que não exercem cargos efetivos de magistrado
ou de membro do Ministério Público, gozam dos mesmos direitos, prerrogativas, deveres,
impedimentos, suspeições e incompatibilidades que regem a carreira da magistratura.
Contudo, para fins previdenciários, em virtude do caráter temporário de seu mandato, e por
analogia com o que ocorre com o cargo de provimento em comissão, vinculam-se ao
regime geral da Previdência Social” (CNJ – CONS 200910000017095 – Rel. Cons. Paulo
Lobo – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009

Conselheiros. Direitos e obrigações


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 5º e 6º.

Conselheiros. Licença do mandado


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 11 a 13.

Conselheiros. Perda do mandato


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 8º, 9º e 16.

Conselheiros. Renúncia ao cargo


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 7º

Conselheiros. Substituição
Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 14 e 15.

Constitucionalidade de lei. Incompetência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Estado do Acre. LC 161/06. Autorização dada ao Tribunal de Justiça
para, por resolução, fixar a competência de varas e juizados especiais. Alegação de
inconstitucionalidade. – “Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, órgão de natureza
administrativa, fazer análise da constitucionalidade de leis estaduais. Não conhecimento do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


213

pedido” (CNJ – PCA 199 – Rel. Cons. Marcus Faver – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006 – Ementa não oficial).

Constituição e composição do Conselho Nacional de Justiça


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 1º a 4º.

Controle administrativo. Atividade supletiva e recursal

Procedimento de controle administrativo. Ato específico e único


impugnado, quanto a eventual irregularidade na distribuição de recurso ordinário em
Tribunal Regional do Trabalho. Razoabilidade de controle administrativo inicial ser
realizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111-A, § 2º, inciso II), com
possibilidade de atividade supletiva e recursal pelo Conselho Nacional de Justiça. Remessa
dos autos ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (CNJ – PCA 172 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Controle da atuação dos juízes na condução dos processos judiciais

“O Conselho Nacional de Justiça, como órgão administrativo do


Poder Judiciário, não tem competência para controlar a atuação dos juízes na instrução dos
processos, tampouco para definir, em um caso concreto, a legalidade de decisões judiciais”
(CNJ – PP 12738 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007
– Ementa não oficial).

Controle de ato administrativo. Atividade ampla do CNJ, com supedâneo do


art. 103-B, § 4º, II, da CF

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de que o CNJ


não teria apreciado alguns aspectos do Concurso de Ingresso na Atividade Cartorária,
nos PCA 595 e 600. Pretensão de reviver as questões ali postas e outras que apontou.
Inadmissibilidade. Questões já apreciadas especifica ou presumidamente. Ausência,
ademais, de impugnação oportuna às exigências do Edital. Recurso não provido. – “O
Conselho Nacional de Justiça tem a prerrogativa de apreciar todo e qualquer aspecto acerca
de ato administrativo ou questão posta ao seu exame, em todas as suas circunstâncias,
aspectos e matrizes, ainda que não tenha sido expressamente apontadas ou requeridas. A
possibilidade e o poder de reexame dos atos administrativos únicos, agrupados ou
complexos é da essência da atividade do CNJ e se infere de tanto quanto lhe foi cometido
na cláusula aberta contida no art. 103-B, § 4º, inciso II da Constituição Federal, de sorte
que a rejeição da pretensão posta na inicial faz presumir que tais questões foram rejeitadas,
ainda que não especificamente abordadas individualmente” (CNJ – PCA 14000 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Controle de ato judicial pelo CNJ. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Prazo.


Intempestividade. Exame de matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “É
intempestivo o recurso protocolizado após o decêndio legal (art. 103 do RICNJ). A atuação
deste Conselho Nacional de Justiça está adstrita ao controle da atividade funcional, e não
judicante, dos membros e demais órgãos integrante do Poder Judiciário. Recurso não
provido” (CNJ – PP 1247 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª
Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


214

Controle de atos praticados por agentes estranhos aos quadros do Poder


Judiciário. Incompetência do CNJ

“Refoge à competência deste Órgão o controle de atos praticados


por agentes estranhos aos quadros do Poder Judiciário e seus serviços auxiliares, ou
mesmo, de atos praticados durante períodos de afastamento das respectivas funções” (CNJ
– PP 200810000002440 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Controle de legalidade de ato administrativo, que não se confunde com a


substituição de seu agente

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso para Ingresso na Carreira da Magistratura do Estado de Santa Catarina.
Recurso contra avaliação na prova oral. – “I) No julgamento do PCA 492, o Plenário do
CNJ assegurou à requerente a apreciação pela Comissão Examinadora, do seu recurso
interposto contra a nota que lhe foi atribuída na prova oral do concurso. II) Aplica-se ao
CNJ a orientação pacificada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no sentido de
que “não cabe ao Poder Judiciário, no controle jurisdicional da legalidade, substituir-se à
banca examinadora nos critérios de correção de provas e de atribuição de notas a elas” (RE
243.056 – Rel. Min. Ellen Gracie – DJ 06.04.2001). III) Se não é possível o reexame da
avaliação da prova oral pelo Conselho Nacional de Justiça, resta prejudicado o pedido de
obtenção de cópias das provas orais dos demais candidatos, para a pretendida comparação.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 11953 – Rel. Cons. José Adonis Callou
de Araújo Sá – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso para ingresso na carreira da magistratura do Estado de Santa Catarina.
Recurso contra avaliação na prova oral. – “I) No julgamento do PCA 421, o Plenário do
CNJ assegurou ao requerente a apreciação pela Comissão Examinadora do seu recurso
interposto contra a nota que lhe foi atribuída na prova oral do concurso. II) Aplica-se ao
CNJ a orientação pacificada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de
que “não cabe ao Poder Judiciário, no controle jurisdicional da legalidade, substituir-se à
banca examinadora nos critérios de correção de provas e de atribuição de notas a elas” (RE
243.056 – Rel. Min. Ellen Gracie – DJ: 06.04.2001). III) Não cabe o reexame pelo
Conselho Nacional de Justiça, de notas atribuídas ao candidato pela Comissão de Concurso
para ingresso na carreira da magistratura. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA
14528 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU
20.12.2007).

Controle de legalidade ou de constitucionalidade sobre lei estadual

Pedido de Providências. Lei Estadual de iniciativa de Tribunal de


Justiça. Criação de cargos em comissão sem exigência de concurso público. – “Não
compete ao Conselho Nacional de Justiça, dentro das atribuições conferidas pelo artigo
103-B da Constituição Federal, acrescido pela Emenda Constitucional 45, de 30 de
dezembro de 2004, exercer controle de legalidade ou constitucionalidade sobre lei
estadual. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200810000007000 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


215

Controle dos atos administrativos. Aspectos relativos à oportunidade e


conveniência. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Transferência do III Tribunal do Júri determinada pelo Conselho Superior
da Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ato administrativo discricionário e
fundamentado do Tribunal. Juízo de oportunidade e conveniência exercitado por quem
melhor pode exercê-lo em razão da proximidade com as necessidades locais dos
jurisdicionados (CNJ – PCA 472 – Rel. Cons. Min. Vantuil Abdala – 37ª Sessão – j.
27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não oficial).

Controle, reexame e revisão de decisões judiciais que refogem de sua


competência

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora. Impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados. Competência constitucional para zelar pela autonomia do
Poder Judiciário e pela observância dos princípios da eficiência (CF, art. 37, caput) e da
razoável duração do processo e celeridade (CF, art. 5º, LXXVIII). Demora no julgamento
pelo Plenário do Tribunal do Júri atribuída à legislação processual e complexidade do feito.
Inexistência de responsabilidade dos magistrados. Arquivamento. (CNJ – PP 16 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 5ª Sessão – j. 13.09.2005 – DJU 19.11.2005).

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora. Impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados. Inadmissibilidade do pedido principal. Alegações
desprovidas de fundamentação contra servidores do Judiciário. Ausência da descrição
mínima de fatos ilícitos para iniciar apuração perante o CNJ. Idêntica ausência de meros
indícios em relação aos pedidos de oitiva da Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa do Paraná, da Procuradoria Geral de Justiça e da Procuradoria do
Ministério Público do Trabalho para apuração de tratamento desumano e degradante e
trabalho escravo. Possibilidade de solicitação direta aos órgãos mencionados (CNJ – PP
495 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 20a Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 –
Ementa oficial).

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora. Impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados ou para revisão de decisões judiciais. Pedido improcedente
por ausência de competência constitucional do CNJ. – “No exercício de suas funções
jurisdicionais, os magistrados atuam com absoluta autonomia e independência na formação
de suas convicções, pois a independência judicial constitui um direito fundamental dos
cidadãos, inclusive o direito à tutela judicial e o direito ao processo e julgamento por um
Tribunal independente e imparcial” (CNJ – PP 314 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 3ª
Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta sobre a possibilidade de


reconhecimento da vantagem prevista a Lei 1.711/52 para magistrados aposentados.
Existência de decisão judicial. Não conhecimento. – “Não cabe ao CNJ a análise, revisão
ou reforma de decisão de cunho jurisdicional” (CNJ – PP 200710000016185 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

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216

Pedido de Providências. Decisão judicial. Revisão. Competência


do Conselho Nacional de Justiça. Controle do ato jurisdicional somente mediante
recursos judiciais previstos na Constituição e nas leis processuais. Competência do
Conselho Nacional de Justiça restrita ao controle da atuação administrativa e financeira
do Poder Judiciário e cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados. Tripartição e
independência dos poderes (CF, arts. 2° e 103-B, § 4°). – “I – Não cabe ao Conselho
Nacional de Justiça realizar controle ou rever atas jurisdicionais dos órgãos do Poder
Judiciário. II – Revisão de decisão judicial só é passíveI mediante interposição dos
recursos previstos na Constituição Federal e nas leis processuais. III – Ao Conselho
Nacional de Justiça, órgão de controle do Judiciário, só compete examinar a atuação
administrativa e financeira dos órgãos do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres
funcionais dos magistrados (CF, art. 103-B, § 4°). IV – Em face da adoção do princípio da
Tripartição dos Poderes, e sua independência, incabível controle da decisão judicial pelos
demais Poderes (CF, art. 2°). V – Pedido de Revisão de decisão judicial não conhecido, por
incabível” (CNJ – PP 21 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 3ª Sessão – j. 16.08.2005 –
DJU 05.09.2005).

Pedido de Providências. Decisão judicial. Revisão de mérito.


Matéria restrita à competência dos Tribunais. Arquivamento. (CNJ – PP 42 – Rel. Ruth
Carvalho – 4ª Sessão – j. 30.08.2005 – DJU 05.09.2005 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Cassação do


Benefício da Justiça Gratuita. Cancelamento de débito relativo a custas judiciais.
Indenização pelos prejuízos decorrentes. Revisão de decisão judicial. Pretensão
absolutamente estranha às finalidades constitucionais e regimentais do Conselho Nacional
de Justiça, as quais refogem à Competência estabelecida pelo § 4º do Art. 103-B da Carta
Magna de 1988, com a redação dada pela EC 45/2004 e pelo Regimento Interno deste
Conselho. Arquivamento. (CNJ – PP 63 – Rel. Cons. Germana Moraes – 1ª Sessão
Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005 – Ementa não oficial).

“Reitero o entendimento de que ao CNJ não compete interferir ou


modificar decisões judiciais, usurpando, assim, competência reservada pela Constituição
Federal aos tribunais componentes do Poder Judiciário. Não pode este Conselho, a pretexto
de realizar controle de atos administrativos, contrariar a cognição e o provimento judicial
já existentes” (CNJ – PCA 200710000012763 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Corregedoria Nacional de Justiça. Competência


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 30 e 31.

Crachás de identificação. Regulamentação da utilização pelos servidores,


prestadores de serviços e estagiários do CNJ
Vide: Instrução Normativa CNJ 3, de 02.09.2008.

Criação de cargos de Desembargador. Matéria estranha à sua finalidade

Pedido de Providências. Criação de cargos de desembargador no


TJMA. – “Ocorre, que o Egrégio Conselho não possui competência para atacar norma legal
estadual. Sendo assim, julgo improcedente o pedido, por se tratar de matéria estranha às

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


217

finalidades do Egrégio Conselho” (CNJ – PP 1102 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão
Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Criação de cargos em outros tribunais. Parecer

“Em conclusão, e para atender ao quanto disposto no inciso IV do


art. 90 da Lei 11.439/2006, voto no sentido de emitir parecer de mérito pela aprovação
parcial do anteprojeto de lei encaminhado pelo Superior Tribunal de Justiça, para o fim de
se criar 05 (cinco) cargos comissionados nível CJ-2 para a ENFAM; 39 (trinta e nove)
cargos efetivos de Analista Judiciário, sendo 12 (doze) destes para a ENFAM; 42 (quarenta
e dois) cargos efetivos de Técnico Judiciário, sendo 16 (dezesseis) destes para a ENFAM;
104 (cento e quatro) Funções Comissionadas nível FC-4, sendo 05 (cinco) destes para a
ENFAM. E 26 (vinte e seis) Funções Comissionadas nível FC-2, sendo 05 (cinco) destas
para a ENFAM. Registro que conforme esclarecimento prestado pelo Comitê Técnico de
Apoio, a aplicação do quadro acima previsto encontra-se dentro dos limites legal e
prudencial estabelecidos pelos incisos I, II e III do art. 20 da Lei Complementar 101/2000
– Lei de Responsabilidade Fiscal, e parágrafo único do art. 22 da citada lei. Aprovada a
matéria pelo Plenário, encaminhe-se cópia integral dos presentes autos ao Presidente do
Superior Tribunal de Justiça, a quem compete a iniciativa de envio do anteprojeto de lei ao
parlamento” (CNJ – PP 389 – Rel. Cons. Marcus Faver – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Criação de comissão de estudos

“Como anotado na decisão recorrida, não cabe ao CNJ criar


comissão de estudos para a criação de uma rede de assistência judiciária composta por
advogados privados” (CNJ – PP 1086 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 31ª
Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Decisão proferida por seu plenário. Impossibilidade de reforma ou apreciação


por outros órgãos

“As duas decisões do CNJ, como ensina o Conselheiro Rui Stoco,


são decisões judiciais de caráter administrativo e são plenamente dotados das
características citadas: I) Resolução 07: determinou o afastamento de parentes, cônjuges e
companheiros de magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e
assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário. II) Enunciado Administrativo
01: determinou a não-aplicação do lapso decadencial de 05 anos previsto no Regimento
Interno, art. 95, para os casos de aplicação da Resolução 07, visto que são atos continuados
e que violariam princípios constitucionais insculpidos no art. 37 da CF. Ou seja, ambos os
atos têm presunção de legalidade e de veracidade, são imperativos e auto-executáveis e
dotados de tipicidade, já que ao CNJ compete “o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário (CF, art. 103-B, § 4º)”, “podendo expedir atos
regulamentares (CF, art. 103-B, § 4º, I)”. Em resumo: as decisões judiciais de caráter
administrativo do CNJ são decisões dotadas de eficácia e cogência, e, como já pisado e
repisado, de presunção de legalidade, de veracidade, são imperativas e auto-executáveis.
Não se confundem com decisões jurisdicionais das quais cabe recurso, reforma ou mesmo
duplo grau de jurisdição. Não são nem reformáveis nem apreciáveis por outros órgãos.
Todas as hipóteses previstas são as esgotadas em seu Regimento Interno e na Constituição
Federal. (...) Não se trata, este voto, de qualquer reforma da decisão do Órgão Especial do
TJRJ no MS 322. Não se questiona aqui o respeito ou não do Órgão Especial à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


218

determinação do Supremo em sede de liminar na ADC12. Não se questiona se a decisão


fez ou não coisa julgada quando considerou decadencial o prazo de cinco anos. (...) Não
encontro, pois, qualquer óbice para que possa o CNJ desconsiderar a decisão que
reintegrou a Sra. Irlene Meire Cavalieri, tendo em vista sua relação conjugal para com o
Desembargador Sérgio Cavalieri Filho. Por absoluta incompetência daquele órgão para
julgar o Conselho Nacional de Justiça simplesmente desconheço da decisão que
determinou a aplicação do prazo decadencial de 5 anos para anulação de atos de nomeação.
Trata-se de ato ineficaz, sem qualquer conseqüência em relação às determinações do CNJ”
(CNJ – PCA 14942 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008 – Ementa não oficial).

Decisão proferida por seu plenário. Revisão somente pelo Supremo Tribunal
Federal, em âmbito jurisdicional

Pedido de Providências. Decisão judicial. Mandado de segurança.


Tribunal de Justiça Estadual. Efeitos no âmbito CNJ. – “I) O Conselho Nacional de Justiça
é um órgão judicial, não-jurisdicional, de competência estritamente administrativa, que se
situa, no plano da organização judiciária brasileira, imediatamente abaixo apenas do
Supremo Tribunal Federal, à luz do art. 92 da Constituição Federal. Por isso, decisões do
CNJ sujeitam-se tão-somente à revisão do Supremo Tribunal Federal, em âmbito
jurisdicional (art. 102, inciso I, alínea “r”, Constituição Federal). II) É ineficaz, assim,
perante o Conselho Nacional de Justiça decisão jurisdicional proferida por Tribunal de
Justiça, em mandado de segurança, cujo objeto seja essencialmente norma editada pelo
CNJ (no caso, sobre promoção de magistrado, por merecimento), de que a Corte Regional
é meramente executora. III) Convicção que se robustece ante a eficácia subjetiva da coisa
julgada material emanada do mandado de segurança, restrita às partes (CPC, art. 472).
Portanto, não pode atingir o CNJ, que não figura e nem pode figurar na relação processual
do mandamus. IV) Pedido de Providências acolhido, em termos, apenas para declarar que
eventual decisão concessiva proferida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no âmbito
do mandado de segurança, não vincula o Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 16276
– Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

“A toda evidência, pois, eventual concessão do mandado de


segurança pelo Tribunal de Justiça não atingirá a resolução emanada do Conselho Nacional
de Justiça. Daí resulta que se o objeto do mandado de segurança impetrado perante a Corte
Regional é, em substância, questionar a constitucionalidade de norma emanada do CNJ, de
que o Tribunal de Justiça é mero executor, cumpre ao interessado fazê-lo perante o Excelso
Supremo Tribunal Federal” (CNJ – PP 16276 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 55ª
Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008 – Ementa não oficial).

Decisões que não se submetem à rescisão pela própria Corte. Reexame pelo
Plenário e pelo STF

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Pretensão de anular ou revogar Decisão Monocrática de Conselheiro do
CNJ, submetida a recurso, não conhecido pelo Plenário por estar fora de prazo.
Inadmissibilidade. Petição inicial rejeitada. Inconformismo. Recurso não provido. – “As
decisões do Conselho Nacional de Justiça não se submetem à rescisão pela própria Corte,
sendo inaplicável a lei processual civil quando prevê a chamada “ação rescisória”, ou à
anulação, posto que decisões judiciais não se anulam ou desconstituem tal como ocorre
com os atos administrativos. E, constituindo o Conselho órgão do Poder Judiciário (CF/88,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


219

art. 92, inciso I-A), os pronunciamentos emanados de seus Conselheiros constituem


decisões judiciais, posto dizer respeito a esse Poder, dos quais cabe apenas recurso para o
Plenário, cujas decisões, por sua vez, submetem-se ao reexame da Suprema Corte como
instância originária e única. (CF/88, art. 102, I, ‘r’)” (CNJ – PCA 15557 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei pelo CNJ.


Incompetência

Concurso público. Serventia extrajudicial. Interesse meramente


individual. – “O CNJ não tem competência para declarar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, porque ato estranho à
sua natureza de órgão controlador da atividade administrativa e financeira do Poder
Judiciário’ (PP5866). Não se conhece de pedido de natureza meramente individual,
independentemente do direito subjetivo, que deve ser submetido à apreciação jurisdicional
(Precedentes do CNJ: PCA 197, PP 9867 e PCA 573). Sobrestamento do procedimento,
até que o STF decida a ADI 2.168 sobre a constitucionalidade de lei estadual que
estabelece requisitos para a inscrição em concurso para serventias extrajudiciais” (CNJ –
PCA 200810000012457 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008 – Ementa não oficial).

Descumprimento de seus julgados. Desobediência

Pedido de Providências. Sindicato dos Oficiais de Justiça do


Estado da Paraíba. Desvio de função de técnico judiciário. Especialidade execução de
mandados (antigo oficial de justiça). Decisão do CNJ proibindo novos desvios. Suposta
desobediência pelo TJPB. Edição da Portaria 379/2008. Desconstituição dos atos
impugnados. – “Atos proferidos pelo tribunal anteriormente à decisão do CNJ obstando-os
não caracteriza desobediência. A edição superveniente de Portaria, pelo TJPB, anulando
todos os atos de desvio de função e determinando o retorno dos servidores desviados à
lotação inicial esgota a irresignação do requerente no que se refere à cassação de atos
administrativos que designaram os antigos ‘Oficiais de Justiça’ para funções outras que
não as do cargo. Recomendação ao tribunal de que tome as providências cabíveis para fins
de adequação das exigências escolares para o cargo de Técnico Judiciário Especialidade
Execução de Mandados, nos termos da Resolução 48, de 18 de dezembro de 2007, deste
Conselho Nacional de Justiça. Prejudicialidade. Arquivamento” (CNJ – PP
200810000006706 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

Designação de Conselheiro para acompanhar missão da Secretaria Especial de


Direitos Humanos da Presidência da República, na realização de correição

Procedimento instaurado de ofício para realização de correição


na comarca de São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas. Designação de
conselheiro para acompanhar missão de Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República ao local. Objetivos alcançados pelas providências adotadas
pelo TJAM. – “As reivindicações e providências no âmbito de órgãos de outros poderes a
eles dizem respeito e fogem do âmbito deste Conselho. Missão cumprida em relação ao
CNJ. Arquivamento determinado” (CNJ – PP 1474 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


220

Distribuição de processos no CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 40 a 44.

Edição de Portaria pelo Juiz suprimento a audiência de conciliação.


Possibilidade de controle pelo CNJ

Pedido de Providências. Portaria 01/2008. Juizado especial cível e


criminal de Maracaju/MS. Rito processual da Lei 9.099/95. Supressão de audiência.
Conciliação. Impossibilidade. Princípio da legalidade. Devido processo legal. – “I)
Conquanto transborde das tarefas insculpidas no Art. 103-B, § 4º, da Constituição de 1988
eventuais auditorias sobre a orientação filosófica, a correção técnica ou os critérios
adotados quando da formação do convencimento de magistrados, os atos administrativos
emanados do Poder Judiciário estão, inexoravelmente, sujeitos ao juízo de legalidade
exercido pelo CNJ. II) A Portaria 01/2008, ao conferir disciplina autônoma às ações
ajuizadas para dirimir controvérsias consumeristas, extrapolou os limites autorizados pela
lei e violou o due process of law, ainda que o tenha feito sob inspiração dos princípios da
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, vetores que informam e
iluminam a Lei 9.099/95. III) Tanto as Portarias, quanto as Instruções, Circulares, Ordens
de Serviço, Provimentos e Avisos, são espécies de atos destinados, na Administração
Pública, à organização dos serviços internos e à comunicação entre repartições, não se
prestando a gerar obrigações imputáveis a particulares. IV) Como cediço, encontram os
atos administrativos limites intransponíveis na lei, não possuindo, em tese, caráter inovador
e, portanto, vocação para distinguir situações que a própria lei não distingue. V) Precedente
deste Conselho: PCA 5722. VI) Pedido de Providências a que se defere” (CNJ – PP
200810000031294 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Edição de Portaria pelos juízes limitando o número de laudas que as defesa


devem conter e a quantidade de documentos que acompanham a inicial, bem
como regulando a atividade jurisdicional. Possibilidade de controle pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Portaria editada pelos


juízes do Juizado Especial Cível, limitando o número de laudas que as defesas em juízo
deve conter a quantidade de documentos que as acompanham e estabelecendo o momento
de apresentação da contestação, suprimindo o de abertura da instrução processual em
ofensa à lei 9099/95. Inadmissibilidade. Ofensa aos princípios das reservas da lei, da
oralidade e da ampla defesa. Pedido provido. Desconstituição do ato determinada. – “I)
Sem prejuízo da competência cometida ao Conselho Nacional de Justiça pelo art. 102-B, §
4º, II da Constituição Federal, os atos administrativos expressos em portarias ordinatórias,
emanados dos magistrados, podem e devem ser controlados pelos respectivos Tribunais e,
como decorrência desse controle, podem ser desconstituídos por decisão do Conselho
Superior da Magistratura, do Órgão Especial ou do Tribunal Pleno. II) Como atos interna
corporis as portarias só podem disciplinar e direcionar regras para os administrados, ou
seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em processos judiciais,
cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de regência” (CNJ –
PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
Parte do Voto do Relator:
“A edição de ato normativo interna corporis, representado por
“Portaria” dos Juízes que respondem pelo Juizado Especial Cível na comarca de Itapetinga,
Estado da Bahia, com a amplitude e poder invasivo que ostenta, sobre constituir ato
normativo espúrio, caracteriza – às escâncaras e estreme de dúvida – ofensa ao direito

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


221

constitucional ao due process of law, na medida em que agride a ampla defesa e impõe
restrições que a lei não estabelece. Não se deslembre, nem se olvide que “portarias são atos
administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem
determinações gerais ou especiais a seus subordinados...” (HELY LOPES MEIRELLES.
Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p.176).
Segundo a dicção de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: “Portaria é formula
pela qual autoridades de nível inferior ao de Chefe do Executivo, sejam de qualquer
escalão de comandos que forem, dirigem-se a seus subordinados, transmitindo decisões de
efeito interno...” (Curso de Direito Administrativo. 18. ed. Malheiros Editores, 2005, p.
408). Portanto, como atos interna corporis as portarias só podem disciplinar regras para os
administrados, ou seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em
processos judiciais, cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de
regência” (CNJ – PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Esclarecimentos sobre decisão do plenário. Cabimento

Pedido de Providências. Solicitação de esclarecimentos sobre


decisão do plenário. Artigo 21 parágrafo único do Regimento Interno. Cabimento.
Alegações de omissão e contradições no pronunciamento do colegiado. Inocorrência das
eivas. – “Os pontos aflorados pela requerente foram, expressamente, abordados no voto
condutor, proferido no Pedido de Providências 50/2005 que ensejou a edição da Resolução
11/06. Leitura do voto evidenciando a inexistência dos vícios. Pedido rejeitado. (CNJ – PP
133 – Rel. Cons. Marcos Faver – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Esgotamento das vias ordinárias recursais administrativas como condição


para ingressar no CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Não esgotamento das


vias ordinárias recursais administrativas. Questão individual. Ausência de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário Nacional. Não conhecimento. – “Tratando-se de
situação ainda pendente de Recurso Administrativo perante o Tribunal de origem, inviável
o conhecimento da questão. Questão de relevo individual e sem repercussão geral no
âmbito do Poder Judiciário Nacional não se insere nas atribuições do CNJ (art. 103-B, § 4º,
da CF/88). Procedimento de Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 495 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Portaria 1/2005.


Impedimento de levantamento de Alvará judicial em nome do advogado. Existências de
poderes específicos. Questão individual. Ausência de esgotamento de instâncias prévias. –
“Este Conselho salientou que sua atuação não deve suprimir a atribuição primária de
controle que é afeta aos tribunais, no tocante a atos ou condutas de quem a ele esteja
vinculado. Ausência de prévia reclamação ao Tribunal de origem. Encaminhamento da
matéria para análise do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Pedido não conhecido”
(CNJ – PCA 88 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso Administrativo.


Reintegração de servidor aos quadros funcionais do TJRJ. Reconsideração da decisão que
não conheceu do feito. Matéria de interesse meramente individual sem repercussão para o
conjunto do Poder Judiciário. Incompetência do CNJ para atuar em sede revisional em

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


222

processos de interesse individual quando não esgotadas as instâncias administrativas na


origem. Decisão mantida. (CNJ – PCA 218 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão – j.
28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Estágio de estudantes no âmbito do CNJ. Regulamentação


Vide: Instrução Normativa CNJ 9, de 28.10.2008.

Estrutura orgânica
Vide: Portarias CNJ 341, de 15.08.2008; 354, de 20.08.2008 e 406, de 29.10.2008.

Exigibilidade de Imposto sobre a Renda sobre verbas pagas a agentes do


Poder Judiciário. Incompetência do CNJ

Competência do CNJ. Consulta. Incidência Tributária Sobre


Abono de Permanência. – “Refoge da competência constitucional do Conselho Nacional
de Justiça a resposta a consulta acerca da exigibilidade de imposto de renda sobre verbas
pagas a agentes do Poder Judiciário eis que envolve interesse alheio às instâncias do Poder
Judiciário, única razão de ser da criação e desenvolvimento do CNJ. Pedido de Providência
não conhecido” (CNJ – PP 200710000004493 – Rel. Cons. Antônio Humberto Souza
Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Férias dos servidores no âmbito do Conselho Nacional de Justiça


Vide: Instrução Normativa CNJ 7, de 22.10.2008.

Força de seus precedentes

“O pedido cujo tema já tenha sido regulamentado pelo Conselho


em outro procedimento, ainda que após a sua formulação, perde seu objeto pelo fato
superveniente” (CNJ – PP 71 – Rel. Cons. Jirair Megueriam – 6ª Sessão – j. 28.09.2005 –
DJU 04.10.2005).

Fórum Nacional. Instituído no âmbito no Conselho Nacional de Justiça para


monitoramento e resolução dos conflitos fundiários rurais e urbanos
Vide: Portaria 491, de 11.03.2009.

Função exclusivamente administrativa do CNJ

“O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão de cúpula do


Poder Judiciário, tem função exclusivamente administrativa. É certo que neste mister o
CNJ deve zelar para que o Poder Judiciário se fortaleça, extirpando quaisquer males que o
enfraqueçam ou tornem menos operativo para a construção da sociedade livre, justa e
solidária, preconizada na Constituição Federal. Porém, certamente, não é da função do CNJ
a reapreciação de provas em processos judiciais já julgados, assim como não compete ao
CNJ processar criminalmente membros do Ministério Público, do Poder Executivo,
Legislativo ou do próprio Poder Judiciário” (CNJ – PP 875 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –
47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Habeas Corpus. Incompetência do CNJ para atuar na regulamentação de


procedimentos judiciais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


223

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Incompetência


funcional do Conselho Nacional de Justiça. Habeas Corpus. Regulamentação de
procedimentos judiciais. – “Refoge da competência do CNJ instituir procedimentos a
serem observados em feitos judiciais. Recurso improvido” (CNJ – PP 200710000018145 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Hipótese em que o procedimento deve ser submetido ao Plenário

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “De acordo com o artigo 99 do Regimento Interno, os
procedimentos de controle administrativo somente devem ser submetidos ao Plenário
quando os fundamentos do pedido não forem ilididos pela autoridade requerida, ou quando
não seja caso de indeferimento liminar do processamento” (CNJ – PCA 465 – Rel. Cons.
Germana Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Ilegitimidade ativa e falta de interesse do requerente perante o CNJ

Pedido de Providências. Consulta. Ilegitimidade ativa. Não


conhecimento. Da mesma forma que ocorre quanto aos Procedimentos de Controle
Administrativo, o Pedido de Providências também deve atender ao disposto na Lei
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, no que diz respeito ao
interesse do requerente em mover o pedido, sob pena do Plenário do CNJ ficar
inviabilizado pelo recebimento indiscriminado de diversos pleitos administrativos. Não se
toma conhecimento da consulta formulada, em decorrência da falta de interesse do
requerente. (CNJ – PP 1229 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Impossibilidade do CNJ invadir esfera de deliberação privativa dos Tribunais

Órgãos Especiais. Constituição pelos Tribunais. Exercício de


competências delegadas do Tribunal Pleno. Sentido e alcance do art. 93, inciso XI, da CF.
– “Exercida pelos Tribunais a faculdade inscrita no inciso XI do art. 93 da CF, com a
criação de Órgãos Especiais, todas as competências judiciais e administrativas até então
reservadas aos plenários dessas cortes entre as quais a declaração de inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo editado pelo Poder Público (CF, art. 97) são automaticamente
repassadas ao novo Órgão (art. 16, parágrafo único da LOMAN c.c. o art. 93, inciso XI, da
CF), não havendo espaço, por isso, para que o CNJ, invadindo esfera de deliberação
privativa (CF, arts. 93, inciso XI e 96, inciso I, letra”a”), imponha aos tribunais a adoção
de procedimentos para a legitimação ou ratificação das competências transferidas do
Plenário. Recurso em Pedido de Providências desprovido” (CNJ – PP 707 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Impugnação de decisão judicial perante o CNJ

Recurso Administrativo. Decisão judicial. Impossibilidade de


impugnação perante o Conselho Nacional de Justiça. Pretensão recursal assentada em
pressuposto jurídico não demonstrado nas razões de recurso, qual seja a natureza
administrativa da decisão colegiada impugnada. Conteúdo judicial do provimento discutido
reconhecido em duas instâncias jurisdicionais (TRE e TSE), inclusive para aplicação da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


224

Súmula 267 da Excelsa Corte. Inviabilidade da atuação reclamada a este Conselho


Nacional de Justiça. Hipótese submetida a trancamento liminar (Portaria 23, de
20.04.2006). Recurso conhecido e desprovido. (CNJ – PP 905 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Inadmissibilidade de sua atuação como instância recursal para todas as


decisões administrativas

“A atuação constitucional do Conselho Nacional de Justiça deve


visar ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a sociedade, não pretendendo o
texto constitucional transformá-lo em instância recursal para todas as decisões
administrativas” (CNJ – PCA 556 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 42ª Sessão –
j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Inadmissibilidade de sua interferência na atividade jurisdicional

“Estando em julgamento a regularidade das contas da referida obra


do Foro Cível, não é recomendável interferência desnecessária e indevida em esfera
administrativa distinta, que aqui se consubstancia no julgamento da regularidade do
cumprimento do contrato firmado pela administração do tribunal de justiça” (CNJ – PCA
19 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa
não oficial).

“O Conselho Nacional de Justiça deve ter como primado a


independência dos magistrados no exercício da função jurisdicional, o que significa dizer
que a preservação das atribuições do Judiciário em sua inteireza é pressuposto essencial, na
medida em que a atuação deste Conselho não poderá implicar interferência na atividade
jurisdicional, controlando decisões judiciais, tampouco suprimindo as matérias à
apreciação judicial ou às instâncias recursais” (CNJ – PP 1402 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Estado do Piauí.


Câmaras Reunidas Cíveis. Julgamento de agravo regimental interposto em ação cautelar,
incidental à ação rescisória. Alegação de irregularidades na composição do órgão julgador
por convocação indevida de desembargador de área criminal e no julgamento, com votação
dúplice do Presidente. Pedido para anulação do julgamento. Ainda que possa existir certo
conteúdo administrativo na questão da convocação de Desembargadores para compor
‘quorum’ de Órgão Julgador, o pedido é de natureza nitidamente jurisdicional e fora da
competência do CNJ. Inteligência do art. 103-B, §4º, da Constituição Federal. Não
conhecimento. (CNJ – PCA 91 – Rel. Cons. Marcus Faver – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 –
DJU 01.09.2006).

Incompetência do CNJ para exame de mérito de decisão judicial

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Incompetência do CNJ para análise de mérito de decisão judicial. Ausência de provas das
alegações trazidas. – “Ao Conselho Nacional de Justiça cumpre zelar pelo cumprimento
do art. 37 da Magna Carta. Entretanto, tal atribuição, assim como as demais elencadas no
art. 103-B, não alcança a análise e conseqüente reforma de mérito da decisão judicial
(matéria jurisdicional), como pretende o requerente. A questão acerca do direito
previdenciário do autor está sendo discutida em juízo, o que, aliás, foi consignado pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


225

requerente na peça vestibular, sendo que a decisão atacada, ao que nos foi dado conhecer,
sequer transitou em julgado” (CNJ – PP 188 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 16ª Sessão – j.
11.04.2006 – DJU 24.04.2006 – Ementa não oficial).

Incompetência do CNJ para manifestar-se sobre problemas decorrentes de


limitações orçamentárias e gestões políticas dos Tribunais de Justiça

Pedido de Providências. Manifestação do relator. Recurso


Administrativo. Juízes de Estado do Ceará clamando por iniciativas para suprir
deficiências na Comarca de Maracanaú. Medidas de competência exclusiva do Tribunal
de Justiça, dentro de suas atribuições constitucionais. Problemas decorrentes de
limitações orçamentárias e gestões políticas fora da competência do CNJ. – “Não pode o
Conselho interferir na gestão administrativa de Tribunal de Justiça. Recurso desprovido”
(CNJ – PP 264 – Rel. Cons. Marcus Faver – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU
09.03.2007).

Incompetência para a fixação de prazo razoável para o julgamento de ações


judiciais. Ato normativo de caráter legislativo

Recurso Administrativo. Pedido de Providência. Definição pelo


CNJ de prazo razoável para julgamento. Impossibilidade. – “Não cabe a este CNJ fixar,
em ato normativo de caráter tipicamente legislativo o exato significado de determinado
princípio constitucional, espécie de norma jurídica cuja característica radica, precisamente
na sua tessitura aberta, na sua semântica genérica, passível de permanente construção, de
acordo com as necessidades ditadas pela dinâmica do convívio social” (CNJ – PP 234 –
Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 –
Ementa não oficial).

Incompetência para a revisão de aposentadoria compulsória de magistrado

Pedido de Esclarecimentos. Omissão. Inexistência. Pretensão de


reexame da matéria. Impossibilidade. Juiz aposentado compulsoriamente. Incompetência
do CNJ. – “O requerente foi aposentado compulsoriamente no cargo de Juiz de Direito de
sua comarca, não mais se subsumindo à esfera de atuação deste Conselho. Procedimento
que não se conhece” (CNJ – PP 200710000017657 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Incompetência para a revisão de processos disciplinares contra servidor do


Poder Judiciário

Procedimento de Controle Administrativo. Acolhimento de


preliminar. Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Revisão de punição de
servidor. – “I) Compete ao CNJ revisar processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais, não se inserindo em sua competência a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inciso V, CF/88); II) Esgotadas as vias
administrativas, deve o servidor buscar as vias ordinárias judiciais perante o Tribunal de
origem, sob pena constituir indevido ‘bypass’ entre as Cortes de origem e o Supremo
Tribunal Federal, violando o princípio do juiz natural; III) Procedimento de controle
administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 592 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


226

Recurso Administrativo no Procedimento de Revisão Disciplinar.


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Pedido de Revisão de Procedimento
Disciplinar de servidor público penalizado com advertência. Recurso a que se nega
provimento. – “I) Não se insere nas atribuições deste Conselho Nacional de Justiça, nem a
tutela, em concreto, de direitos individuais, nem a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inc. V, CF/88). Precedentes do CNJ (PCAs 592,
20071000008395 e 200810000017248; PPs 284, 808, 1310 e 1427). II) A revisão dos atos
dos Tribunais deve-se pautar no reconhecimento da repercussão geral da matéria.
Entendimento contrário levaria, em curto prazo, a inviabilidade do Órgão, que teria sua
missão constitucional desvirtuada. III) O dever de urbanidade é incito à dignidade do
instrumento que o Estado põe à disposição dos contendores para avaliação do direito e
realização da Justiça. III) Recurso conhecido a que se nega provimento” (CNJ – RD
200910000015621 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 –
DJU 17.06.2009).

Incompetência para análise de constitucionalidade de leis

“Por não haver previsão de competência deste Conselho para a


análise da constitucionalidade de leis, não acolho o pedido” (CNJ – PP 200710000016070
– Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não
oficial).

Incompetência para apreciar reclamação contra pessoa não pertencente ao


Poder Judiciário

Pedido de Providências. Requerimento apócrifo postado via


Internet. Reclamação referente a atitude de advogado. Impossibilidade de acolhimento de
pedido feito por pessoa não identificada. Incompetência do CNJ para apreciação da
reclamação contra pessoa que não pertence ao Poder Judiciário. (CNJ – PP 470 – Rel.
Cons. Vantuil Abdala – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Incompetência para controlar a atuação do STF

Conselho Nacional de Justiça. Competências constitucionais.


Competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça para controlar e supervisionar
financeira, administrativa e disciplinarmente todos os órgãos do Poder Judiciário, com
exceção do Supremo Tribunal Federal. Inteligência dos arts. 102, I, ‘r’ e 103-B, § 4°, da
Constituição Federal. Não conhecimento do Pedido de Controle Administrativo em relação
ao Supremo Tribunal Federal. Conhecimento em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário. Possibilidade de controle da constitucionalidade, legalidade do ato
administrativo discricionário e fiel observância aos princípios e preceitos do art. 37 do
texto constitucional. Possibilidade de controle do ato administrativo discricionário nas
hipóteses de desvio de poder ou de finalidade e pela teoria dos motivos determinantes.
Atos normativos de tribunais e do Conselho da Justiça Federal que alteraram horário de
expediente dos servidores públicos ocupantes de cargos de provimento efetivo.
Regulamentação por atos administrativos discricionários dentro dos parâmetros fixados
pela Lei 8.112/90. Inexistência de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Não Comprovação
de Ferimento ao Interesse Público ou a Prestação Jurisdicional. O Ministério Público
Federal não apresentou provas ou meros indícios de ferimento ao principio da eficiência
pelas alterações administrativas realizadas. Pedidos Conhecidos em parte (PCA 77, 80, 81,
82, 83) e indeferidos na parte conhecida. (CNJ – PCA 77, PCA 79, PCA 80, PCA 81, PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


227

82 e PCA 83 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 3ª Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006


– DJU 12.04.2006).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Representação por excesso de prazo. Incompetência funcional do
Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do Supremo Tribunal Federal. –
“O móbile constitucional, na definição das atribuições dos diversos órgãos políticos, é
montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A conclusão que se extrai da
arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de Justiça é de que ele ocupa
posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder Judiciário , exercendo o controle
administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e serventuários. Todavia, dentro da
idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-se ao Supremo tribunal Federal a
tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho Nacional de Justiça. Não faria
sentido que houvesse a constituição federal programado a competência revisora dos atos do
CNJ pelo STF e ficassem os atos deste tribunal sujeitos ao CNJ, criando um ciclo vicioso.
Precedente do STF (ADI 3367, Peluso)” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto
de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Incompetência para majorar as indenizações das despesas com diligência de


oficial de justiça, fixadas em lei estadual

Oficiais de Justiça. Remuneração dos mandados em justiça


gratuita. – “Verba indenizatória das atividades externas de oficiais de justiça, fixada em
Lei Estadual e considerada insuficiente, apenas por Lei Estadual pode ser alterada,
falecendo competência ao CNJ para tanto” (CNJ – PP 200810000005180 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Incompetência para reconhecimento de situações subjetivas individuais de


magistrados. Vantagens pecuniárias

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecuniárias. Art. 192, I da Lei
8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. – “A competência de controle atribuída ao CNJ não se
destina ao reconhecimento de situações subjetivas individuais em concorrência com a
função jurisdicional (PCA 151; PCA 295; PP 1030; PP 1427; PP 284)” (CNJ – PCA
200810000003444 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Ingresso no CNJ com procedimento administrativo concomitante com ação


proposta em juízo
V. tb.: QUESTIONAMENTO DA MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O
CNJ

Pedido de Providências. Processo Administrativo da Corregedoria


Permanente de Cartórios. Alegação de nulidades ocorridas em vários lançamentos de
matrícula do Registro de Imóveis. Pedido formulado por advogado sem procuração com
fins específicos e em nome próprio. Petição inicial inepta e irregularidades inexistentes.
Questão posta já judicializada. – “A parte interessada não pode fazer uso, a um só tempo,
dos procedimentos administrativos excepcionais assegurados pelo art. 103-B, § 4º da
CF/88 perante o CNJ e dos meios judicialiformes tendentes a obter a coisa julgada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


228

definitiva no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Matéria sub judice. –


“Inarredável a competência deste Conselho para controle da atuação administrativa do
Poder Judiciário, nos termos do parágrafo 4º do artigo 103-B da Constituição Federal, mas
não deve o CNJ avançar no debate de sorte a atingir eventual decisão judicial, ou nela
intervir, por razão de segurança jurídica e respeito à função jurisdicional, evitando-se
possíveis pronunciamentos conflitantes” (CNJ – PCA 631 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 44ª Sessão – j. 31.07.2007 – DOU 17.08.2007 – Ementa não oficial).

Instância inadequada para garantia das decisões judiciais

“Em questões como a dos autos, vem-se firmando a orientação no


sentido de que, estando a questão posta na via jurisdicional, até por razões de coerência e
em nome da segurança jurídica, não deve ser submetida a este Conselho. No presente caso,
se houve o alegado descumprimento pelo Tribunal de Justiça, como afirma a inicial, não é
o CNJ instância adequada para garantir a autoridade das decisões do Supremo Tribunal
Federal” (CNJ – PCA 587 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Arquivamento. Descumprimento de decisão do Superior Tribunal de Justiça em Mandado
de Segurança. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. – “Na competência
constitucional do CNJ (CF art. 103-B) não se inclui a reclamação para garantia da
efetividade das decisões judiciais. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PP
200710000018881 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar.


Arquivamento. Atos judiciais passíveis de recurso. Inexistência de infração funcional. – “I)
O CNJ não é instância de revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário
no exercício da típica atividade jurisdicional. II) Os fatos trazidos aos autos pelo
reclamante não apresentam cometimento de infração funcional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 391 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 61ª Sessão –
j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Intervenção na rotina dos serviços cartorários e nas Varas do Poder Judiciário

Modificações da rotina de processamento e da organização dos


serviços cartorários nas Varas. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. CF, Art. 96, inciso
I, “b”. Pedido Improcedente. – “Em face do art. 96, inciso I, ‘b’, da Carta Política de 1988,
o Conselho Nacional de Justiça só pode intervir na organização das secretarias e serviços
auxiliares dos juízos, se desatendidos os princípios constitucionais do art. 37 ou outros
específicos da atuação e desempenho do Poder Judiciário, tais como art. 5º, inciso
LXXVIII entre outros. Inexistindo quebra de princípios constitucionais ou flagrantes
ilegalidades na nova organização implantada pelo Tribunal de Justiça nos Cartórios ou
Secretarias das Varas, não há o que corrigir ou recomendar. Procedimento julgado
improcedente” (CNJ – PCA 195 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


229

Judicialização da questão posta à apreciação do CNJ


Vide: QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL

Julgamento. Omissão de intimação dos interessados

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamação contra a


formulação da lista de antiguidade de magistrados. Julgamento sem cientificação dos
potencias afetados, nos termos do artigo 98 do Regimento Interno do Conselho Nacional
de Justiça. Pedido de Esclarecimentos acolhido para anular o julgamento e determinar a
publicação de editais. (CNJ – PCA 251 – Rel. Cons. Claudio Godoy – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Magistrado. Perda do cargo após o vitaliciamento. Possibilidade somente


através de sentença judicial transitada em julgado. Impossibilidade de exame
da matéria pelo CNJ

“Após a vitaliciedade, apenas sentença judicial transitada em


julgado pode determinar a perda do cargo, o que subtrairia a competência deste Conselho.
Se os juízes não tivessem obtido a vitaliciedade, então a deliberação do Tribunal seria de
natureza administrativa, o que permitiria a apreciação pelo CNJ da matéria da invalidade
do concurso. Todavia, parece-me que a questão da eventual invalidade do concurso, que
determinaria a perda dos cargos dos juízes com vitaliciedade, apenas poderia ser
enfrentada em processo judicial, pois a regra constitucional atraiu para este todos os atos
que a antecederam. A garantia de vitaliciedade é inviolável por decisão administrativa”
(CNJ – PCA 267 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007
– Ementa não oficial).

Não cabimento de recurso contra decisão proferida pelo Plenário do CNJ

Recurso Administrativo em Revisão Disciplinar. Recurso


Administrativo. Não conhecimento. – “Não cabe recurso contra atos e decisão do Plenário,
mas tão-somente Pedido de Esclarecimentos nas estritas hipóteses de obscuridade,
contradição ou omissão (art. 21 do RICNJ). Recurso Administrativo não conhecido” (CNJ
– REVDIS 41 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008).

Natureza jurisdicional das decisões do CNJ. Recursos inerentes

“Todavia o Conselho Nacional de Justiça decide questões


administrativas como órgão do Poder Judiciário (CF/88, art. 92, inciso I-A, com redação da
EC 45/2004) que assumem a mesma característica das decisões de natureza jurisdicional.
Atacáveis pelos mesmos meios com que se ataca decisão judicial” (CNJ – PCA 15557 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não
oficial).

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Comissões


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 32 a 36.

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Corregedoria Nacional de Justiça.


Competência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


230

Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 30 e 31.

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Plenário. Composição e competência


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 18 a 21.

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Presidência. Atribuições


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 29.

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Secretaria Geral


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 37.

Órgãos do Conselho Nacional de Justiça. Sessões do Plenário


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 22 a 27.

Parecer da Comissão Técnica do STF sobre o mérito de anteprojetos de lei


apresentados por órgãos do Poder Judiciário (art. 90 da Lei 11.439/2006)

Pedido de Providências. Projeto de Lei 3.248/04. Proposta


elaborada pelo TJDFT. Criação de órgãos judiciais, cargos e funções. – “A comissão
técnica da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, (...) opina, quanto aos aspectos
orçamentários e vinculados à Lei de Responsabilidade Fiscal, enquadrar-se o projeto aos
termos dos incisos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, e, quanto ao mérito, manifesta-se,
com apoio nos Indicadores Estatísticos do STF/2003, favorável a sua aprovação, desde que
seja feita a redução da proposta nos seguintes termos (...). Pedido parcialmente procedente”
(CNJ – PP 93 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU
15.12.2005 – Ementa não oficial).

Parecer do comitê técnico do CNJ sobre o mérito de anteprojetos de lei


apresentados por órgãos do Poder Judiciário (art. 90 da Lei 11.439/2006)

Pedido de Providências. Pedido de manifestação pelo CNJ, quanto


ao mérito e ao atendimento dos requisitos legais do Projeto de Lei n.° 5.845/05
apresentado à Câmara dos Deputados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Manifestação do CNJ pela aprovação, eis que seu conteúdo atende às necessidades
urgentes do Poder Judiciário da União Federal, seja quanto à formulação do novo quadro
da Carreira Judiciária para os Servidores, seja quanto às condições orçamentárias. (CNJ –
PP 123 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 –
Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Projeto de Lei 5.318 que cria cargos e


funções no Tribunal Superior do Trabalho. Pedido de manifestação pelo CNJ.
Encaminhamento do projeto ao Congresso Nacional. (CNJ – PP 112 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

Poder normativo primário

“Ademais, o STF reconheceu o poder normativo primário do CNJ,


por ocasião da apreciação da medida cautelar na ADC 12-6/DF, tendo o Relator, Ministro
Carlos Britto, asseverado que os atos do Conselho Nacional de Justiça têm por base de
validade a própria Constituição, afastando, também, possíveis argumentos de ofensa à
autonomia dos Estados. Assim, afasto a argüida afronta à autonomia dos Estados. A

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


231

propósito, o Ministro Cezar Peluso, no voto que proferiu na ADI 3.367-DF, bem salientou
que ‘somente um órgão de dimensão nacional e de competências centralizadas pode, sob
tais aspectos, responder aos desafios da modernidade e às deficiências de visões e práticas
fragmentárias na administração do Poder’” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

Poder regulamentar indireto. Pretensão de que o CNJ determine aos tribunais


que regulamentem disposição de lei

Pedido de Providências. Sindicato de classe. Pretensão de que o


CNJ regulamente os arts. 58 e 63 da LC Estadual 5/2001, fixando-se prazo para o seu
cumprimento. Inadmissibilidade. Preservação da autonomia do Poder Judiciário. –
“Falece competência ao CNJ para determinar que os tribunais regulamentem disposições
de Lei Complementar, considerando que tal exsurgiria como interferência na autonomia
administrativa e financeira dos tribunais, assegurada pelo art. 99 da Constituição Federal,
considerando que o aumento de despesas traduz questão interna corporis, na medida em
que o incremento de gastos poderá não se compatibilizar com a disponibilidade de
recursos, por força do orçamento-programa anual e das restrições da Lei de
Responsabilidade Fiscal” (CNJ – PP 2009100000011524 – Rel. Cons. Rui Stoco – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Posição do Conselho no âmbito da estrutura vertical do Poder Judiciário

“I) Com a edição da Emenda Constitucional 45, a radiografia do


Poder Judiciário aponta para modelo organizacional ancorado na existência de Conselhos
de Justiça, encontrando-se na base do sistema o CNJ, cuja missão precípua consiste em
definir políticas estratégicas e adotar ações de repercussão nacional, voltadas ao conjunto
total das unidades jurisdicionais (singulares ou coletivas). II) A exegese do art. 103-B, § 4º,
CF c/c art. 111-A, § 2º, II, leva à conclusão de estar diretamente sujeito ao controle
administrativo do CNJ, as questões presentes na Justiça do Trabalho, de repercussão
nacional, ou seja, capazes de afetar o Poder Judiciário como um todo, e, portanto, também
se sujeitam os órgãos trabalhistas de primeiro e segundo graus ao controle deste Conselho”
(CNJ – PCA 468 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008
– DJU 5.12.2008).

Possibilidade de conciliação nos procedimentos do CNJ

Pedido de Providências. Conciliação. Termo de compromisso de


adequação. Viabilidade jurídica. – “A preocupação com a solução consensual dos litígios
não precisa ficar confinada ao ambiente judicial. Conciliar é, antes de tudo, um modo
diferente de enfrentar os problemas que pode também permear as ações corretivas e
preventivas do Conselho Nacional de Justiça. ‘Conciliar é legal’. Conciliação homologada”
(CNJ – PP 4950 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Possibilidade de exame, pelo CNJ, da adequação de questões perante o edital


de concurso, porém sem adentrar na valoração dos critérios adotados pela
banca examinadora

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


232

Concurso Público para Juiz de Direito Substituto do Pará.


Inexistência de comprovação de ferimento aos princípios da legalidade, impessoalidade e
igualdade. Concurso regular. Ampla publicidade do edital e da Comissão do Concurso.
Possibilidade do Conselho Nacional de Justiça analisar a adequação das questões perante o
edital, sem, porém adentrar na valoração dos critérios adotados pela banca examinadora
para escolha e correção das provas. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 318 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

“A atuação do Conselho Nacional de Justiça, em relação à


avaliação dos critérios, questões, correções e ponderações de provas e títulos em concursos
públicos para o ingresso na Magistratura, deve seguir o caminho já definido em relação à
reavaliação jurisdicional dos diversos concursos para ingresso na carreira pública, ou seja,
o caminho da impossibilidade de ingerência na valoração dos critérios adotados para a
avaliação – seja na definição das questões a serem propostas, seja na definição dos
métodos de correção – consagrando-se, porém, a plena possibilidade da revisão judicial
para garantir a efetividade, principalmente, dos princípios da razoabilidade, igualdade,
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade e a salvaguarda dos direitos
individuais” (CNJ – PCA 318 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 35ª Sessão – j.
27.02.2007 – DJU 09.03.2007 – Ementa não oficial).

Precatório judicial. Incompetência do CNJ para a revisão de decisões


proferidas acerca de sua expedição e cumprimento

Precatório. Seqüestro de valor. Alegação de descumprimento da


ordem cronológica. Natureza administrativa da decisão. – “A natureza administrativa da
atividade desenvolvida no processamento de precatórios não torna o CNJ instância
ordinária de revisão das decisões proferidas nesses procedimentos” (CNJ – PCA 8462 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Precedentes. Pretensão de revisão em outro procedimento

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo contra decisão do TST de indeferimento do pedido de restabelecimento de
vencimentos integrais até decisão final da punição de disponibilidade. Alegação de
ilegalidade por ferir o art. 27 parágrafo 6º da LOMAN. Mera repetição de requerimento
anteriormente efetuado sem qualquer menção até a fase recursal. Má-fé do requerente. –
“Pedido de restabelecimento integral de vencimentos até a decisão final da punição de
disponibilidade. Alegação que em situação similar o TST analisando a questão deu
tratamento diverso. A questão já foi debatida em pedido anterior formulado pelo mesmo
requerente perante este Conselho no PCA 256. Não pode o CNJ ficar revendo suas
decisões sem justificativa plausível. Má-fé do requerente comprovada, pois somente
menciona que existiu requerimento anterior sobre o mesmo tema em fase de recurso.
Recurso de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000007292 –
Rel. Cons. Marcelo Nobre – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pretensão de que o CNJ aprecie minuta de resolução, manifestando-se sobre a


sua legalidade. Impossibilidade. Ofensa à autonomia administrativa dos
Tribunais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


233

“Não é, portanto, órgão de consulta e apenas assim atua em


matérias que tenham repercussão nacional. Como órgão de controle, o CNJ não se substitui
dos Tribunais na sua autonomia administrativa e decisória que, afinal, se constitui em
exigência do próprio exercício do poder. O papel do CNJ, aliás, é fortalecer a atuação dos
Tribunais e, ao ser utilizado como órgão de consulta de norma em tese, acaba por diminuir
a importância das Cortes, o que não é desejado” (CNJ – PP 200710000019265 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Pretensão de que o CNJ aprecie minuta de resolução, manifestando-se sobre a


sua legalidade. Impossibilidade, pois o CNJ não é órgão de consulta de leis em
tese

Consulta. Impossibilidade de contratações e estabelecimento de


convênios para cumprimento de Recomendação do CNJ. Minuta de resolução cuja
legalidade pretende ver apreciada. O CNJ não substitui o controle dos Tribunais de Contas
e nem é órgão de consulta de normas em tese. Respeito à autonomia administrativa dos
Tribunais. (CNJ – PP 200710000019265 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Pretensão de que o CNJ regulamente valores irrisórios para fins de


ajuizamento de ações por autarquias federais. Inadmissibilidade

Pedidos de Providências. Ajuizamento de ações com valores


irrisórios pelo INMETRO. Regulamentação já existente em relação às dívidas consolidadas
da Fazenda Pública em valores menores que R$ 10.000,00. Inexistência de regulamentação
em relação às autarquias federais. Impossibilidade de disciplinamento da questão pelo
CNJ. Necessidade do estabelecimento de convênio. Pedido acolhido para buscar a
realização de acordo entre o Poder Judiciário e a Advocacia Geral da União ou
Procuradoria Federal para evitar que demandas com valores ínfimos sobrecarreguem o
Poder Judiciário. (CNJ – PP 433, 434, 436, 438, 439, 440, 442, 443, 484 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Pretensão de revisão de decisão proferida no âmbito judicial

Recurso Administrativo. Decisão monocrática de arquivamento


liminar do processo. Imprecisa narração de fatos relativos ao exercício da jurisdição.
Incompetência do CNJ. Decisão monocrática mantida. – “O CNJ não é instância de
revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário no exercício da típica
atividade jurisdicional. A apreciação de atos praticados no exercício da atividade
jurisdicional pode ocorrer apenas na hipótese de exercício de controle disciplinar pelo
CNJ. Arquivamento do pedido com remessa de documentos ao conhecimento da
Corregedoria Nacional de Justiça” (CNJ – RA 4253 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Procedimento de controle administrativo. Necessidade de esgotar a instância


administrativa

Procedimento de Controle Administrativo. Limitação da carga de


autos a advogados. Ato normativo que ofende direito do advogado. Necessidade de esgotar
a instância administrativa. Competência da Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


234

apreciar o pedido. Remessa do PCA. (CNJ – PCA 401 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Processo administrativo. Impossibilidade de exame pelo CNJ tendo em vista


existência de ação judicial sobre idêntico assunto

A postulação administrativa não merece exame diante da existência


de ação judicial que verse sobre o mesmo assunto. O Requerente pretende uma
manifestação do Egrégio Conselho no sentido de que lhe seja atribuída uma pontuação que,
inclusive, não faz jus, daí porque, voto no sentido do arquivamento do processo, dada a
improcedência das pretensões, seja de anulação do concurso, seja para dar ao requerente
aquilo que não merece; uma pontuação em desacordo com a regra editalícia” (CNJ – PP
269 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 20a Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 – Ementa
não oficial).

Provocação do CNJ que só se justifica se a questão envolver o interesse geral

Pedido de Providências. Questões de cunho individual. Não-


conhecimento. Direito de obtenção de certidão. Imperativo de interesse público. Omissão
do Tribunal. Ausência de justificativa. Deferimento. – “I) Em razão do caráter individual
da tutela requerida, refoge à competência do CNJ a discussão proposta, porquanto não
pode se fazer substituir à instância com atribuições para tanto. Precedentes. II) No tocante
ao direito à expedição de certidão (arts. 5º, inciso XXXIV, alínea ‘b’, da CF/88, e 2º da Lei
9.051/95), imperioso que o Poder Judiciário, no exercício de atividades de natureza
administrativa, atue impelido pelos vetores constitucionais norteadores da gestão pública
dos interesses da coletividade (arts. 5º e 37, caput, da CF/88). III) Pedido de Providências a
que se defere” (CNJ – PP 200710000016847 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “A atuação do Conselho Nacional de Justiça deve ser auto-
limitada às questões que tenham relevância nacional, de acordo com a sua alta função
política de aprimoramento do autogoverno do Judiciário, sob pena de restar inviabilizado o
reclamado papel de órgão formulador de uma indeclinável política judiciária nacional.
Conhece-se do recurso administrativo interposto, em face de sua tempestividade, negando-
lhe provimento, para manutenção do arquivamento liminar do pleito” (CNJ – PCA 465 –
Rel. Cons. Germana Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Questão a ele submetida, mas pendente de decisão administrativa

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


imediato enquadramento dos oficiais de justiça na referência na qual os oficiais oriundos
do concurso de 2002 deveriam ter sido enquadrados. Recurso contra decisão monocrática
que não conheceu o pedido até que a autoridade apontada decida o Processo
Administrativo pendente. – “As questões submetidas ao CNJ, mas pendentes de decisão
administrativa perante o Tribunal de origem, não podem ser tangidas prematuramente e
mediante indevida interferência, sob pena de converter-se em instância recursal anômala,
malferindo a Carta Magna, salvo nas hipóteses de controle por omissão em razão da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


235

eternização da pendência naquela origem” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Questão submetida ao CNJ já decidida no âmbito judicial

Recurso em Procedimento de Controle Administrativo. Questão já


decidida pelo CNJ (PCA 465) e pendente de decisão final em processo judicial. Não-
conhecimento. – “I) Tratando de situação já levada ao conhecimento do Poder Judiciário,
inviável o conhecimento da questão. II) Questão ademais já decidida pelo CNJ (PCA 465).
III) Recurso em Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ – RADM
301 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Vide também: PCA 465, Rel. Cons. Germana Moraes – j. 22.05.2007.

Questionamento da matéria perante o Judiciário e o CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “Não se mostra possível a intervenção administrativa do
Conselho em matéria sob apreciação judicial, uma vez que a sua atuação está restrita ao
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art. 103-B da Carta
Magna de 1988” (CNJ – PCA 465 – Rel. Cons. Germana Moares – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Realização de despesas por meio de suprimento de fundos no âmbito do CNJ


Vide: Instrução Normativa CNJ 8, de 24.10.2008.

Recurso contra decisão do Plenário


V. tb.: RECURSO ADMINISTRATIVO

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso contra decisão


plenária. Impossibilidade. – “O art. 21 do Regimento Interno do Conselho estabelece que,
dos atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso, ainda que travestido de
pedido de esclarecimentos” (CNJ – PCA 297 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Impossibilidade. – “O artigo 21 do Regimento Interno do Conselho estabelece que, dos
atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso. Não deve ser conhecido o
recurso, travestido de pedido de esclarecimentos” (CNJ – PCA 303 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa não oficial).

Reestruturação do quadro administrativo do Poder Judiciário do Estado do


Espírito Santo. Regulação deferida ao Tribunal de Justiça. Ausência de
violação a qualquer dispositivo legal. Incompetência do CNJ para apreciação
da alegação de inconstitucionalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Estado do Espírito


Santo. Lei reestruturando o quadro administrativo do Poder Judiciário do Estado.
Regulamentação deferida ao Tribunal de Justiça. Alegação de inconstitucionalidade.
Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Extinção gradativa do cargo de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


236

escrivão. Criação do cargo de Chefe de Secretaria. Opção político-administrativa do


Tribunal que não fere qualquer princípio legal. Gratificação de função atribuída a
substituto Eventual benefício que todavia não pode ser concedido além do prazo da efetiva
substituição e somente após um mês de serviço prestado. Princípio da moralidade
administrativa e previsão do Estatuto do Servidor Público daquele Estado. Procedência
parcial do pedido, com anulação do dispositivo que permitia o pagamento do benefício sem
a contraprestação do serviço. (CNJ – PCA 21 – Rel. Cons. Marcus Faver – 12ª Sessão – j.
31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Renovação ou reiteração de pretensão já apreciada e julgada pelo CNJ

“Considerando que é dever das partes agir em conformidade com


os deveres de lealdade processual, nem formular pretensões, cientes de que são destituídas
de fundamento, nos termos dos arts. 14 do CPC e 4º da Lei 9.784/99, considerando-se
inclusive caracterizada a litigância de má-fé, vez que a interposição de recurso com intuito
manifestamente protelatório se insere no preceito do art. 17, inciso VII, do regramento
processual civil, impõe-se aplicação da sanção processual como forma de coibir atitudes
como a presente” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Serventias extrajudiciais. Oferta em concurso público. Pendências


judiciais e administrativas. Matéria já apreciada pelo CNJ. Impossibilidade de revisão. –
“Não se conhece de pedido já apreciado pelo Conselho Nacional de Justiça em
procedimento anterior alusivo ao mesmo concurso público para ingresso nos serviços
notariais e registrais” (CNJ – PCA 200810000013474 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Repasse de verbas públicas a entidades previdenciárias particulares. Matéria


que foge aos limites de atuação do CNJ

Pedido de Providências. Reclamo contra o repasse de verbas


públicas, atinentes a emolumentos, a entidades previdenciárias particulares. Alegação de
irregularidade. Prática, porém, que decorre de leis estaduais. Matéria que foge dos limites
de atuação do CNJ. Recurso improvido. (CNJ – PP 273 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 18ª
Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Repercussão geral como pressuposto para acionar o CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Reforma de decisão do


Pleno do TJ/RO. Conselho Nacional de Justiça como instância recursal no âmbito do
processo administrativo. – “‘O CNJ não é instância recursal, nem deve ser acionado para
interesses particulares, sem qualquer repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de
natureza estipendiária ou funcional de um único servidor. Exceto as hipóteses de atos
irregulares, abusivos ou que revelem improbidade administrativa, o Conselho não pode ser
utilizado como sucedâneo do juízo, com o propósito de atalhar para buscar um resultado
mais célere, sem se submeter às agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam’
(CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Improcedência do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000012068 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer
repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de
um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,
com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Representação por Excesso de Prazo. Pretensão de controle do STF pelo CNJ.


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Incompetência funcional do Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do
Supremo Tribunal Federal. – “O móbile constitucional, na definição das atribuições dos
diversos órgãos políticos, é montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A
conclusão que se extrai da arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de
Justiça é de que ele ocupa posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder
Judiciário, exercendo o controle administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e
serventuários. Todavia, dentro da idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-
se ao Supremo Tribunal Federal a tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho
Nacional de Justiça. Não faria sentido que houvesse a Constituição Federal programado a
competência revisora dos atos do CNJ pelo STF e ficassem os atos deste Tribunal sujeitos
ao CNJ, criando um ciclo vicioso. Precedente do STF (ADI 3367, Peluso). Recurso
conhecido e improvido” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Revisão de decisão judicial pelo CNJ. Inadmissibilidade

Recurso contra Decisão Monocrática. Pedido de Providências


impugnado. Conteúdo ou forma de se proceder à decisão judicial. Incompetência do CNJ.
– “I) Não se compete ao Conselho Nacional de Justiça rever decisão judicial ou examinar
se correta ou incorreta a forma como o Tribunal, no exercício da jurisdição procedeu para
efetuar o julgamento. II) Recurso improvido, Pedido de Providências não conhecido” (CNJ
– PP 890 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 –
DJU 21.06.2007).

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática de arquivamento.


Matéria judicializada. Desistência da demanda judicial. – “O CNJ não pode ser provocado
como sucedâneo recursal, dada a irresignação do recorrente com a decisão judicial que lhe
foi desfavorável, sob pena de restar caracterizada a insegurança jurídica e a má-fé
processual. ‘2) Conforme iterativa jurisprudência, refoge à competência do Conselho
Nacional de Justiça rever decisões judiciais. O CNJ não é instância revisora de decisão
judicial, até porque poderiam sobrevir indesejáveis pronunciamentos conflitantes’ (PCA
2786)” (CNJ – PCA 200910000001476 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Revisão de decisões judiciais que refogem de sua competência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


238

Decisão judicial. Insurgência. Competência do CNJ. – “I) A


competência do Conselho Nacional de Justiça, no tocante ao controle dos deveres
funcionais dos magistrados, não abrange a mera revisão indiscriminada do conteúdo de
decisões judiciais, porquanto para correção de erro de julgamento a lei prevê os recursos
cabíveis. II) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – DOCAV 4289 –
Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Revisão de mérito de decisões judiciais que refogem da competência do CNJ

Pedido de Providências. Alegação de perseguição por parte de


magistrada em processo criminal. – “Não se inclui no seu rol de atribuições a revisão de
mérito das decisões judiciais, matéria restrita à competência dos Tribunais. Não há que se
confundir a competência para receber e conhecer de reclamações contra membros ou
órgãos do Poder Judiciário, com a competência para rever as suas decisões de mérito, visto
que as reclamações previstas no § 4°, inciso III, do art. 103-B restringem-se à atuação
funcional, à legalidade e à moralidade de seus atos, e não aos motivos de convencimento e
conclusão, sob pena de o Conselho usurpar as funções judicantes que não lhe são próprias,
atentando contra a independência funcional e autonomia do Poder Judiciário. Tivesse o
pedido subscrito pelo reclamante o objetivo de demonstrar a ‘perseguição’ da qual se diz
vítima, ou mesmo se houvesse qualquer início de prova neste sentido, alcançaria as
atribuições próprias do Conselho Nacional de Justiça; porém, esse não é o caso do presente
pedido” (CNJ – PP 259 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU
24.04.2006 – Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício pelo CNJ. Possibilidade

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Excepcionalidade. Uso


de linguagem pelo juiz. Imunidade absoluta decretada pela corregedoria de origem.
Decisão que não analisou o teor da manifestação. – “Em situações excepcionalíssimas, é
possível a instauração de ofício de uma Revisão Disciplinar, como é o caso do reexame de
uma decisão da Corregedoria de origem que, em representação por uso de linguagem
abusiva de magistrado, limitou-se a consagrar a cláusula de tutela da atividade jurisdicional
como sendo de imunidade absoluta, deixando o órgão correicional de analisar o teor da
manifestação do juiz e as expressões ali contidas. Revisão Disciplinar instaurada” (CNJ –
RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).

Secretaria Geral do Conselho. Competência


Vide: Portaria CNJ 12, de 23.01.2006.
V. tb.: Regimento Interno do CNJ, art. 37.

Revisão Disciplinar em processo administrativo de servidor. Incompetência do


CNJ

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de revisão disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A revisão disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4°, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de
juízes e membros de tribunais. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 24

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


239

– Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de Revisão Disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A Revisão Disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4º, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de juízes
e membros dos Tribunas. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 13 –
Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Serviço móvel celular do CNJ. Critérios de utilização


Vide: Res. CNJ 18, de 08.08.2006.

Servidores do CNJ. Regulamentação sobre o uso de crachás de identificação


Vide: Instrução Normativa CNJ 3, de 02.09.2008.

Servidores do CNJ. Substituição de servidores investidos em cargo ou função


de direção e chefia
Vide: Portaria CNJ 424, de 05.12.2008.

Servidores do Judiciário. Pretensão de obter provimento determinando o


pagamento de valores

Requerimento de sobrestamento até a quitação dos valores


decorrentes da recomposição remuneratória, com juros e atualização monetária.
Incompetência funcional do CNJ. – “Não se insere, dentre as relevantes competências
constitucionais do Conselho Nacional de Justiça, servir como um supedâneo de órgão de
cobrança de valores devidos a servidores. Recurso improvido” (CNJ – PCA 612 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Sessão plenária. Ausências do Procurador-Geral da República e do Presidente


do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Inocorrência de
nulidade

Reclamação Disciplinar. Recurso Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. Ausência de omissão. Nulidade do julgamento não caracterizada.
Ausências do Procurador-Geral da República e do Presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 109 do RICNJ. – “A ausência do Procurador-Geral
da República e do Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil no
julgamento de processos junto ao Plenário do Conselho Nacional de Justiça não acarreta
nulidade. Enquadrando-se a petição inicial, diante dos seus termos, na classificação de
Reclamação Disciplinar, processa-se e julga-se o feito como tal, não havendo como
aplicar, no caso presente, da norma do art. 109 do RICNJ, relativa a Pedido de
Providências. Pedido recebido para efetuar esclarecimentos, mantendo-se o resultado do
julgamento do Recurso Administrativo” (CNJ – RD 697 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Sistemas de telefonia fixa e móvel do Conselho Nacional de Justiça

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


240

Vide: Instrução Normativa CNJ 10, de 10.11.2008.

Suspeição ou impedimento de Conselheiro. Argüição após o julgamento pelo


Colegiado. Ocorrência de preclusão. Aplicação complementar da Lei 9.784/99
e do Código de Processo Civil

Procedimento de Controle Administrativo. Argüição de


Impedimento de Conselheiro. Participação em julgamento administrativo anterior
proferido pela Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 18ª
Região. Preclusão. Não conhecimento. – “I) O regimento interno do Conselho Nacional de
Justiça não arrolou os casos ou os motivos ensejadores dos vícios que maculam a
imparcialidade do julgador, limitando-se a disciplinar de forma genérica o procedimento da
argüição e a conseqüência da caracterização de suspeição ou de impedimento de
Conselheiro. II) Os casos e motivos de suspeição ou de impedimento, bem como o prazo
para a propositura da exceção, devem ser buscados, como diz o regimento interno do
Conselho, na lei, aplicando-se, então, de forma complementar, as disposições da Lei do
Processo Administrativo (Lei 9.784/99) e do Código de Processo Civil (Lei 5.869/73). III)
Sendo o motivo que anima a argüição de impedimento do Conselheiro preexistente –
participação em julgamento administrativo anterior no âmbito da Corte Especial do TRF da
18ª Região –, competia aos excipientes suscitá-lo já na petição inicial, por ocasião da
propositura, ou, na pior das hipóteses, no prazo de 05 (cinco) dias previsto no art. 24 da Lei
9.784/99 ou de 15 (quinze) dias estatuído no art. 305 do CPC, mas, sempre, até antes do
julgamento pelo Colegiado, sob pena de preclusão. IV) Orientação da jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça. V) Exceção não conhecida, por preclusa” (CNJ – ASI 1 –
Rel. Min. Pres. Nelson Jobim – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Procedimento de Controle Administrativo Argüição de Suspeição


de Conselheiro - Alegação de amizade Íntima Preclusão - Não Conhecimento. “I) O
regimento interno do Conselho Nacional de Justiça não arrolou os casos ou os motivos
ensejadores dos vícios que maculam a imparcialidade do julgador, limitando-se a
disciplinar de forma genérica o procedimento da argüição e a conseqüência da
caracterização de suspeição ou de impedimento de Conselheiro. II) Os casos e motivos de
suspeição ou de impedimento, bem como o prazo para a propositura da exceção, devem ser
buscados, como diz o regimento interno do Conselho, na lei, aplicando-se, então, de forma
complementar, as disposições da Lei do Processo Administrativo (Lei 9.784/99) e do
Código de Processo Civil (Lei 5.869/73). III) Sendo o motivo que anima a argüição de
suspeição do Conselheiro preexistente – amizade íntima –, competia aos excipientes
suscitá-lo já na petição inicial, por ocasião da propositura, ou, na pior das hipóteses, no
prazo de 05 (cinco) dias previsto no art. 24 da Lei 9.784/99 ou de 15 (quinze) dias
estatuído no art. 305 do CPC, mas, sempre, até antes do julgamento pelo Colegiado, sob
pena de preclusão. IV) Orientação da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. V)
Exceção não conhecida, por preclusa” (CNJ – ASI 2 – Rel. Min. Pres. Nelson Jobim – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Tribunal de Contas da União. Edição de prescrições normativas em


dissonância com aquelas emanadas pelo CNJ. Exercício legítimo da
competência constitucional de cada qual. Impossibilidade de imposição
recíproca de qualquer das orientações

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal de Contas da


União (TCU). Edição de prescrições normativas dissonantes e contraditórias. Forma de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


241

superação do conflito. – “A edição pelo CNJ e pelo TCU de orientações normativas


contraditórias acerca de uma mesma questão jurídico-administrativa, cada qual desses
órgãos no exercício legítimo de suas competências constitucionais, não denota antinomia
sistêmica grave, antes evidenciando o resultado do natural e complexo processo de
fiscalização da Administração Pública consagrado no texto Constitucional. Não havendo
hierarquia entre os órgãos envolvidos, inclusive porque ligados a frações distintas do poder
político, não há possibilidade de imposição recíproca de qualquer das orientações
proferidas, resguardando-se aos eventuais interessados, em qualquer hipótese, o acesso
direto ao Poder Judiciário para a tutela de seus interesses (CF, art. 5º, XXXV). Figurando,
porém, o CNJ como órgão máximo do controle administrativo do aparato judicial
brasileiro, de natureza interna, suas decisões devem ser cumpridas pelos órgãos judiciários,
inclusive porque resultantes do exercício da auto-tutela administrativa (S. 473/STF)” (CNJ
– PP 445 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 –
DJU 21.08.2006).

Utilização da sigla “CNJ” por entidade privada

Consulta. Uso do nome CNJ ou CNIJ por entidade privada.


Conselho Nacional e Internacional de Justiça. Potencialidade para induzir o cidadão ao
erro. Não comprovada atuação internacional. Impossibilidade de uso do nome ou das
siglas. (CNJ – PP 1419 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Utilização do CNJ como instância revisora de decisão proferida pelo


Corregedor-Geral de Tribunal de Justiça

Procedimento de Controle Administrativo. Ato do Corregedor-


Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo. Decisão Administrativa. Negativa. Abono
antecipado. Servidores. Participação em Assembléia Geral Extraordinária. Sindicato.
Ausência de lista prévia. – “I) Sob o argumento de óbice ao exercício de greve, o Sindicato
requerente pretende utilizar o Conselho Nacional de Justiça como órgão revisor da decisão
proferida pelo Corregedor-Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo, no pedido de
reconsideração formulado pelo Requerente. O Conselho Nacional de Justiça não é
instância revisora de decisões administrativas dos tribunais. II) Para que seja garantida a
participação do servidor em discussão sindical necessária se faz a elaboração de lista
prévia, pela entidade a que pertença, a ser apresentada ao Tribunal. III) Procedimento que
se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200910000019444 – Rel. Cons.
Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Utilização do CNJ para interesses particulares ou pessoais

“A atuação constitucional do Conselho Nacional de Justiça,


portanto, deve visar o interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a Sociedade, não
pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal para todas as
decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por todos os
Órgãos Judiciais” (CNJ – PP 1030 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Reforma de decisão do


Pleno do TJ/RO. Conselho Nacional de Justiça como instância recursal no âmbito do
processo administrativo. – “‘O CNJ não é instância recursal, nem deve ser acionado para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


242

interesses particulares, sem qualquer repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de


natureza estipendiária ou funcional de um único servidor. Exceto as hipóteses de atos
irregulares, abusivos ou que revelem improbidade administrativa, o Conselho não pode ser
utilizado como sucedâneo do juízo, com o propósito de atalhar para buscar um resultado
mais célere, sem se submeter às agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam’
(CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Improcedência do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000012068 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer
repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de
um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,
com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO


V. tb.: JUSTIÇA DO TRABALHO

Competência. Transformação de Vara do Trabalho criada para um município


em órgão jurisdicional de outro

Pedido de Providências. Competência de órgão de supervisão


administrativa de hierarquia inferior ao CNJ. Aplicação do art. 17 da Lei 9.784/99. Não-
conhecimento. Tribunal Regional do Trabalho. Transformação de Vara do Trabalho criada
por lei, para um determinado município, em órgão jurisdicional de outro. Matéria a ser
apreciada pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho nos termos do art. 11, § 2º, inciso
II da Constituição Federal. Declinação da competência. (CNJ – PP 137 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

Competência administrativa para apreciar matéria relativa à Justiça do


Trabalho. Supervisão administrativa

Procedimento de controle administrativo. Ato específico e único


impugnado, quanto a eventual irregularidade na distribuição de recurso ordinário em
Tribunal Regional do Trabalho. Razoabilidade de controle administrativo inicial ser
realizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111-A, § 2º, inciso II), com
possibilidade de atividade supletiva e recursal pelo Conselho Nacional de Justiça. Remessa
dos autos ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (CNJ – PCA 172 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Possibilidade de


fiscalização dos atos administrativos necessários para eventual regularização pelo
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, com competência constitucional prevista no art.
111-A, § 2º, inciso II e regulamentada no art. 5º de seu Regimento Interno. Previsão
regimental e discricionária de atuação supletiva do Conselho Nacional de Justiça, quando

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


243

necessário for. Remessa dos autos ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (CNJ –
PCA 204 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU
15.09.2006).

Pedido de Providência. Concurso para TRT/15ª Região.


Preterição de candidato. Competência do CNJ. – “Segundo entendimento pacificado por
este Conselho Nacional de Justiça, cabe ao Conselho Superior da Justiça do trabalho a
supervisão administrativa da Justiça do trabalho” (CNJ – PP 7214 – Rel. Cons. Rui Stoco -
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Pedido de Providências. Consulta. TRT 23ª Região. Emenda 45.


Recolhimento de depósitos. Ações anulatórias. Penalidades administrativas. Competência
da Corregedoria da Justiça do Trabalho para regulamentar a matéria. (CNJ – PP
200710000005205 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 –
DJU 05.09.2007).

Pedido de Providências. Concurso público para Cargos de


Analista Judiciário do TRT da 15ª Região. Alegação do candidato de ter sido aprovado,
mas preterido na convocação para assumir a vaga. Remessa dos autos ao Conselho
Superior da Justiça do Trabalho. – “Segundo entendimento pacificado por este Conselho
Nacional de Justiça, cabe ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho a supervisão
administrativa da Justiça do Trabalho” (CNJ – PP 200710000007214 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).
No mesmo sentido: CNJ – PCA 513 – Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 –
DJU 14.09.2007.

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Art. 103, RICNJ. Matéria que envolve apenas interesse individual. – “A
atuação constitucional do CNJ visa ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda
sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal
para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por
todos os órgãos judiciais” (CNJ – PCA 625 – Rel. Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Extinção de Vara do Trabalho. Competência do CSJT

Procedimento de Controle Administrativo. Extinção Vara do


Trabalho. Competência Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CF, art. 111-A, II). –
“I) Compete ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho, como órgão de supervisão
administrativa da Justiça do Trabalho, examinar impugnação de ato de dirigente de TRT
que extingue ou transfere sede de Vara do Trabalho para outra cidade. II) Recurso
Administrativo improvido. Remessa dos autos ao CSJT ordenada” (CNJ – PCA 228 – Rel.
Cons. Jirair Aram Meguerian – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU
21.06.2007).

Fiscalização de atos administrativos praticados pela Justiça do Trabalho.


Competência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Possibilidade de


fiscalização dos atos administrativos necessários para eventual regularização pelo
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, com competência constitucional prevista no art.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


244

111-A, § 2º, inciso II e regulamentada no art. 5º de seu Regimento Interno. Previsão


regimental e discricionária de atuação supletiva do Conselho Nacional de Justiça, quando
necessário for. Remessa dos autos ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (CNJ –
PCA 204 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU
15.09.2006).

Nova denominação para cargos de carreira dos servidores do Judiciário da


União

Procedimento de Controle Administrativo. CSJT. Atribuições


Constitucionais. Res./CSJT 53/2008. Nova denominação para cargo de carreira dos
servidores do Judiciário da União. Dissonância com a nomenclatura da portaria conjunta
STF/CNJ/STJ/CJF 03/2007. Legitimidade. – “I) Substituição, pela Res./CSJT 53/2008, da
nomenclatura constante da Portaria Conjunta STF/CNJ/STJ/CJF 03/2007 e da Lei
11.682/20080 (Assessor de Gabinete de Ministro, de Desembargador ou de Juiz) pela
denominação Assistente de Juiz. II) A Portaria Conjunta STF/CNJ/STJ/CJF 03 fora
idealizada com vistas ao concerto institucional capaz de ampliar o diálogo entre os órgãos
integrantes do Poder Judiciário da União, tornando mais racional e inteligível a estrutura
administrativa, inclusive para o observador externo, demais órgãos de Estado e
jurisdicionado. III) A mudança na denominação de cargo não afronta o deliberado pelos
órgãos que assinaram a Portaria Conjunta 03/2007, estatuída para conferir às Carreiras dos
Servidores do Poder Judiciário da União, mais do que identidade de nomenclatura, certa
uniformidade na estrutura da administração judiciária. IV) A teor do disposto no Art. 111-
A, da CF/88, fora originariamente entregue ao CSJT a ‘supervisão administrativa,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo
graus’, sedimentando a vocação constitucional do CSJT de atendimento às peculiaridades
do segmento trabalhista do Poder Judiciário. V) Procedimento de Controle Administrativo
a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000000642 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Pagamento de indenização por transporte a Oficiais de Justiça. Poder


regulamentar

Pedido de Providências. Conselho Superior da Justiça do Trabalho.


Pagamento de indenização por transporte para Oficiais de Justiça. Deliberação do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Uniformização dos valores pagos a Oficiais de
Justiça a título de indenização de transporte. Poder regulamentar, sujeito à superveniência
de lei. Ausência de causa à revisão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 559 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de garantia da autoridade de resolução do CSJT pelo CNJ

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Conselho Nacional de Justiça. Incompetência. Aplicação de Resolução do Conselho
Superior da Justiça do trabalho. – “Não cabe, originariamente, ao Conselho Nacional de
Justiça garantir a autoridade de Resolução expedida pelo Conselho Superior da Justiça do
Trabalho destinada a regulamentar, no âmbito daquele ramo do Poder Judiciário, as
remoções inter-regionais de magistrados, especialmente quando inexista insurgência
quanto à sua validade jurídica, mas, sim, à invalidade de norma regional em contraste com
resolução do CSJT, atingindo, em tese, apenas reflexamente princípios constitucionais. O
dever constitucional de zeladoria da autonomia dos tribunais (CF, art. 103-B, § 4º, I)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


245

abarca também a preservação da autonomia dos demais órgãos constitucionais de controle


interno do Poder Judiciário da União (CSJT e CJF), pois dele são partes indissociáveis.
Recurso conhecido e improvido” (CNJ – PCA 200810000028441 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Pretensão de alteração do Regimento Interno visando impedir que


magistrados lotados fora da capital substituam membros do Tribunal Regional
do Trabalho. Competência do CSJT

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TRT-3ª Região para que se restrinja a possibilidade dos magistrados lotados
fora da capital substituírem Desembargadores. Interpretação do art. 118, § 1º, inciso V da
LOMAN. Alegação de afronta aos princípios da isonomia e da eficiência. Competência do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho. – “A matéria contida nos processos se inclui na
competência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho-CSJT, responsável pela
supervisão e apreciação de decisões administrativas dos Tribunais pertencentes àquela
Justiça Especializada, consoante as normas do inciso II, art. 111 da Carta Maior c/c incisos
IV e VIII do Regimento Interno do CSJT” (CNJ – PCA 468, PP 924, PP 1251 – Rel.
Designado Cons. Jirair Aram Meguerian – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 –
Ementa não oficial).

Reclamação contra o sistema informatizado de distribuição de reclamações


trabalhistas. Matéria afeta ao CSJT e não ao CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamo contra o


sistema informatizado de distribuição de reclamações trabalhistas. Exigência de dados de
que o obreiro não dispõe. Regulamentação afeta ao Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. Inteligência do art. 111-A, § 2º, da Constituição Federal de 1988. Remessa dos
autos. (CNJ – PCA 430 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Revisão de decisão judicial pelo CNJ. Inadmissibilidade

Recurso contra Decisão Monocrática. Pedido de Providências


impugnado. Conteúdo ou forma de se proceder à decisão judicial. Incompetência do CNJ.
– “I) Não se compete ao Conselho Nacional de Justiça rever decisão judicial ou examinar
se correta ou incorreta a forma como o Tribunal, no exercício da jurisdição procedeu para
efetuar o julgamento. II) Recurso improvido, Pedido de Providências não conhecido” (CNJ
– PP 890 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 –
DJU 21.06.2007).

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA OU CONSELHO DA


MAGISTRATURA
V. tb.: CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA DE TRIBUNAL – PRESIDENTE DE
TRIBUNAL – VICE-PRESIDENTE DE TRIBUNAL

Composição, competência e funcionamento

“É certo, contudo, que aos Tribunais cabe fixar, em Regimento


Interno, a composição, a competência e o funcionamento de seus Conselhos da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


246

Magistratura (art. 104 da LOMAN), mas esse poder regulamentar há de ser compreendido
dentro dos limites fixados para a atuação desses órgãos, quais sejam aqueles de natureza
estritamente disciplinar, como antes observado” (CNJ – PCA 225 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Determinação aos juízes que prestem informações sobre presos não


apresentados para audiências. Legalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Decisão do Conselho


da Magistratura do Estado de Pernambuco. Determinação de prestação de informações
pelos juízes de varas criminais. Não atendimento. Instauração de Procedimento
Administrativo prévio. – “1) Não há ilegalidade no ato do Conselho da Magistratura do
Tribunal de Justiça de Pernambuco que determinou aos juízes de Direito titulares de Varas
Criminais, a prestação de informações de sobre o quantitativo de presos não apresentados
para as audiências, em determinado período. Trata-se de exercício legítimo da função de
gestão pelo órgão do Tribunal de Justiça, visando levantar dados para a solução de
problema detectado na instrução de processos criminais” (CNJ – PCA 200810000012470 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU
24.10.2008).

Gratificação pelo exercício do cargo de membro do Conselho

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Incompetência para aplicação de sanção disciplinar

Pedido de Esclarecimentos. Prova documental. Reexame.


Constatação de descumprimento de liminar do CNJ. Afastamento preventivo de
magistrado por decisão de Conselho de Magistratura. Violação constitucional (art. 93, X
e XI). – “Não se reconhece aos Conselheiros de Magistratura estaduais competência
disciplinar, dada a cláusula constitucional de reserva de plenário ou, conforme o caso, de
órgão especial, extraída da conjugação dos incisos X e XI do art. 93 da CF. Assim, merece
ser anulada a ordem de afastamento preventivo expedida por Conselho da Magistratura
estadual, órgão funcionalmente incompetente para tal, por expressa vedação constitucional.
O reconhecimento da nulidade de todo o processado pelo próprio Conselho de
Magistratura deveria ter contaminado também a decisão de afastamento,
independentemente do exame positivo ou negativo de procedência das acusações
constantes das representações que motivaram a abertura de processos disciplinares.
Restauração do princípio da legalidade. Conhecimento e provimento parciais” (CNJ – PCA
567 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU
03.08.2007).

Instauração de procedimento pelo Conselho da Magistratura para apuração


de responsabilidade pelo descumprimento de suas determinações

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


247

“Ao Conselho Nacional de Justiça não é possível, na via do


Procedimento de Controle Administrativo, substituir o órgão do Tribunal de Justiça na
apreciação da justificativa apresentada pelo magistrado, para dizer sobre a ocorrência de
falta funcional. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 200810000012470 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

“Também não há ilegalidade na mera instauração do procedimento


para apuração de responsabilidade do magistrado pelo descumprimento da reiterada
determinação do Conselho da Magistratura” (CNJ – PCA 200810000012470 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Reeleição de seus membros

Desconstituição de ato administrativo. Eleições. Conselho da


Magistratura. Reeleição de membros. Artigos 102 e 104 da LOMAN. Improcedência. –
“Hipótese em que se sustenta a ofensa a preceitos constitucionais e legais, bem como ao
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, para ver declarada nula
a reeleição de membros do Conselho da Magistratura. Compatibilidade com as regras
inscritas nos arts. 93, caput, da Constituição Federal, 102 e 104 da LC 35/79 (LOMAN),
7º, inciso XXIV, 12, § 5º e 14 do RITJ/TO. Procedimento de Controle Administrativo
improcedente” (CNJ – PCA 225 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j.
18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Suspensão do expediente forense. Autonomia dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Suspensão do


expediente forense. Ato do Conselho Superior da Magistratura. Autonomia dos tribunais.
Requerimento de medida estranha às finalidades do CNJ (art. 103, § 4º, da CF/88).
Situação fática que enseja perda do objeto. Indeferimento. – “A questão enquadra-se no
âmbito da autonomia dos tribunais, os quais hão de observar a necessidade de regime
plantonista, nas datas sem expediente normal, nos termos do art. 93, inciso XII, da CF/88.
Indevida ingerência sobre atos de autogoverno e administração” (CNJ – PCA 611 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

CONSELHO TUTELAR
Nomeação ou credenciamento pelo Ministério Público

Procedimento de Controle Administrativo. Comissariado


Voluntário de Menores. Provimento n. 135/2005 da Corregedoria Geral de Justiça do
Estado de Minas Gerais. Art. 146 do ECA. – “Não compete ao Ministério Público ou ao
Conselho Tutelar, como pretende o requerente, a nomeação ou credenciamento do
Comissário Voluntário, mas sim a representação para a imposição de pena administrativa.
Cumpre ao Juiz da Infância e da Juventude tal credenciamento, investido de autoridade por
força do art. 146 do ECA” (CNJ – PCA 13 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 9ª Sessão – j.
29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

CONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Declaração pelo CNJ. Incompetência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


248

Concurso público. Serventia extrajudicial. Interesse meramente


individual. – “O CNJ não tem competência para declarar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, porque ato estranho à
sua natureza de órgão controlador da atividade administrativa e financeira do Poder
Judiciário’ (PP5866). Não se conhece de pedido de natureza meramente individual,
independentemente do direito subjetivo, que deve ser submetido à apreciação jurisdicional
(Precedentes do CNJ: PCA 197, PP 9867 e PCA 573). Sobrestamento do procedimento,
até que o STF decida a ADI 2.168 sobre a constitucionalidade de lei estadual que
estabelece requisitos para a inscrição em concurso para serventias extrajudiciais” (CNJ –
PCA 200810000012457 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008 – Ementa não oficial).

Incompetência do CNJ para apreciar a constitucionalidade de lei

“Por não haver previsão de competência deste Conselho para a


análise da constitucionalidade de leis, não acolho o pedido” (CNJ – PP 200710000016070
– Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não
oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Estado do Acre. LC 161/06. Autorização dada ao Tribunal de Justiça
para, por resolução, fixar a competência de varas e juizados especiais. Alegação de
inconstitucionalidade. – “Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, órgão de natureza
administrativa, fazer análise da constitucionalidade de leis estaduais. Não conhecimento do
pedido” (CNJ – PCA 199 – Rel. Cons. Marcus Faver – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006 – Ementa não oficial).

CONSTITUCIONALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DE ATO


NORMATIVO
V. Tb.: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE LEGALIDADE DE LEI
ESTADUAL PELO CNJ
Competência do CNJ para o controle difuso de constitucionalidade de atos
difusos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. – “Em ambiente de múltiplos legitimados ao
controle difuso da conformação constitucional dos atos normativos, há espaço de
harmônico convívio entre o controle incidental de constitucionalidade e o controle direto,
de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal” (CNJ – PP 200810000022372 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Junior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

CONSULTA
Atribuição por lei de nome de pessoa viva a bens públicos do Estado ou
Município

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


249

Pedido de Providências. Consulta. Atribuição de nomes de pessoas


vivas, por leis específicas, a bens públicos pertencentes ao Estado ou município e cedidos
ao Judiciário. Decisão do CNJ no PCA 344. Res. 52/2008 do CNJ. Inaplicabilidade. –
“Consulta respondida no sentido de afirmar a inaplicabilidade da orientação do CNJ no
PCA 344 e na Res. 52/2008, aos casos de prédios cedidos ao Poder Judiciário pelo Estado
ou Município, e que receberam atribuição de nomes por leis específicas editas pelo titular
do bem” (CNJ – PP 200810000014879 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª
Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Convocação de juízes para substituição nas férias de Desembargadores

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça do Estado


de Pernambuco. Convocação de juízes para substituição nas férias de Desembargador.
Aplicação da regra do Art. 118 da LOMAN (LC 35/79). – “I) A regra do Art. 118 da
LOMAN autoriza a convocação de juízes para substituição nos tribunais quando se trate de
afastamento superior a 30 (trinta) dias. II) Consulta respondida no sentido de afirmar a
aplicação da regra do Art. 118 da LOMAN à hipótese de convocação de juiz para
substituição nas férias individuais de Desembargador” (CNJ – PP 200810000015276 – Rel.
Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Evento futuro e incerto. Questão hipotética. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Consulta. Juiz de direito que aguarda


promoção para o cargo de desembargador. Consulta acerca de configurar ou não
nepotismo a futura convocação, como seu assessor, de parente do escrivão da serventia
que atualmente dirige como juiz de primeira instância. Pretensão de obter resposta a
consulta sobre evento futuro e incerto. Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. –
“Considerando que o instituto da ‘consulta’ não encontra previsão expressa, nem regulação
mínima no Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, sua admissão deve ser
contida. Situações absolutamente hipotéticas e dependentes de evento futuro e incerto não
lhe podem ser submetidas. Ademais, por essa via e tendo em consideração a autonomia
administrativa que a Constituição Federal outorgou aos Tribunais, só é possível assentar
situações de interesse e repercussão geral, não se admitindo consulta de natureza individual
e que não atenda ao interesse próprio do consulente, sem potencial para projetar-se ou
subsumir-se a outras situações fáticas de interesse geral e relevância nacional” (CNJ – PP
200810000009367 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Interesse individual do consulente sem repercussão geral. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Consulta. Juiz de direito que aguarda


promoção para o cargo de desembargador. Consulta acerca de configurar ou não
nepotismo a futura convocação, como seu assessor, de parente do escrivão da serventia
que atualmente dirige como juiz de primeira instância. Pretensão de obter resposta a
consulta sobre evento futuro e incerto. Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. –
“Considerando que o instituto da ‘consulta’ não encontra previsão expressa, nem regulação
mínima no Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, sua admissão deve ser
contida. Situações absolutamente hipotéticas e dependentes de evento futuro e incerto não
lhe podem ser submetidas. Ademais, por essa via e tendo em consideração a autonomia
administrativa que a Constituição Federal outorgou aos Tribunais, só é possível assentar
situações de interesse e repercussão geral, não se admitindo consulta de natureza individual
e que não atenda ao interesse próprio do consulente, sem potencial para projetar-se ou

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


250

subsumir-se a outras situações fáticas de interesse geral e relevância nacional” (CNJ – PP


200810000009367 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Prazo para cumprimento de decisão do CNJ

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça de Goiás.


Prazo para cumprimento de decisão. – “I) O prazo para cumprimento de decisão do
Conselho Nacional de Justiça tem início na data em que o Tribunal foi intimado do
conteúdo desta. II) A ausência de acolhimento de eventual Pedido de Esclarecimentos não
modifica o prazo para início do cumprimento do julgado. III) Pedido, entretanto, não
conhecido em face da interposição de Mandado de Segurança junto ao Supremo Tribunal
Federal que suspendeu a execução do julgado” (CNJ – PP 200810000029871 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Questão hipotética. Inadmissibilidade

Consulta. Juiz de direito. Promoção ‘por salto’ da entrância


inicial para a entrância final. Não habilitação de juiz de entrância intermediária.
Hipótese. – “I) O Conselho Nacional de Justiça não é um órgão consultivo preventivo de
ilegalidade, mormente sobre situações hipotéticas de dúvida de magistrado ou servidor
acerca da exegese de norma legal ou constitucional de cunho administrativo. À luz do art.
103-B, § 4º, da Constituição Federal, o CNJ é essencialmente um órgão de planejamento
estratégico e de controle de legalidade ‘a posteriori’ de atos administrativos emanados do
Poder Judiciário. A atuação do CNJ como órgão consultivo somente é concebível, em
caráter excepcional, mediante proposição justificada de Tribunal, em face de caso concreto
e desde que este seja matéria de relevância, em virtude de ostentar projeção coletiva no
âmbito do Poder Judiciário. II) Ressalvada a apreciação de ofício, não se conhece de
consulta sobre situação declaradamente hipotética, emanada de desembargador Presidente
de Tribunal de Justiça” (CNJ – PP 200810000009525 – Rel. Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Requisitos da consulta ao CNJ e efeitos da decisão

Consulta ao CNJ. Requisitos. Efeitos da decisão. Quinto sucessivo.


– “1) A consulta deve observar os seguintes requisitos: a) pertinência da matéria com as
finalidades do CNJ; b) ser formulada em tese; c) ser de interesse geral. 2) A resposta dada
pelo Plenário do CNJ à consulta firma orientação do Conselho sobre a matéria e é de
observância geral pelos órgãos do Poder Judiciário nacional, exceto o STF, com efeitos ex
nunc” (CNJ – PP2007100000015987 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

CONSULTA AO CNJ
Exigibilidade de Imposto sobre a Renda sobre verbas pagas a agentes do
Poder Judiciário

Competência do CNJ. Consulta. Incidência Tributária Sobre


Abono de Permanência. – “Refoge da competência constitucional do Conselho Nacional
de Justiça a resposta a consulta acerca da exigibilidade de imposto de renda sobre verbas
pagas a agentes do Poder Judiciário eis que envolve interesse alheio às instâncias do Poder
Judiciário, única razão de ser da criação e desenvolvimento do CNJ. Pedido de Providência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


251

não conhecido” (CNJ – PP 200710000004493 – Rel. Cons. Antônio Humberto Souza


Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Indagação acerca da possibilidade de concessão de gratificação pelo exercício


da Presidência de Tribunal e como Diretor de Foro

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando
comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o
subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)
Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,
respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Intimação de terceiros interessados. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Consulta formulada indagando acerca do


atendimento dos advogados pelos juízes de direito. Decisão monocrática proferida.
Recurso contra a decisão interposto fora do prazo legal. Rejeição pelo relator. Pedido de
reconsideração insistindo no conhecimento do recurso. Inadmissibilidade. Pedido de
reconsideração afastado e recurso não conhecido. – “O art. 98 do Regimento Interno deste
Conselho prevê apenas e tão-somente a oitiva dos eventuais beneficiários dos efeitos de ato
impugnado, que são intimados por edital nos Procedimentos de Controle Administrativo.
Não faz menção à intimação por edital de “terceiros prejudicados”. Na hipótese dos autos
não se trata de procedimento dessa espécie (PCA), mas apenas, de “consulta” que sequer
encontra previsão expressa no Regimento Interno desta Corte. De sorte que nada
justificava a intimação dos magistrados brasileiros na hipótese sob análise” (CNJ – PCA
1465 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não
oficial).

Petição inicial. Peça que deve conter as razões jurídicas do pedido

Pedido de Providências. Consulta. Ausência de argumentação


jurídica relevante. – “É imprescindível que os requerentes articulem na petição inicial
razões jurídicas relevantes que demonstrem tanto a controvérsia na interpretação de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


252

normas, quanto o interesse geral em uma manifestação deste Conselho. Em outras


palavras, as consultas precisam ser justificadas juridicamente, o problema precisa ser
apresentado, a controvérsia jurídica deve estar presente na argumentação, sob pena de as
manifestações deste Conselho perderem a relevância que a Constituição lhes atribui” (CNJ
– PP 11229 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

CONSULTOR
Vide: ADVOGADO

CONTA-CORRENTE BANCÁRIA DE MAGISTRADOS E SERVIDORES DO


JUDICIÁRIO
Abertura de contas em instituição determinada pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Roraima. Portaria. Determinação de abertura de contas em instituição
financeira pré-determinada. Possibilidade. – “Não se vislumbra irregularidade na
determinação do TJRO contida na Portaria 702/2008 por ser plausível a concentração dos
depósitos referentes aos pagamentos de magistrados, servidores e pensionistas em uma
única instituição financeira, no intuito de facilitar a administração das respectivas folhas de
pagamento. Todavia, as isenções tarifárias concedidas por resoluções editadas pelo Banco
Central do Brasil, por meio do Conselho Monetário Nacional, devem ser efetivamente
observadas Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ –
PCA 200810000019210 – Rel. Designado Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

CONTINÊNCIA
Vide: PREVENÇÃO

CONTRATAÇÃO DE PARENTES
Nepotismo. Atividade notarial e de registro. Titular da serventia que contrata
seu próprio parente para trabalhar no cartório sob o regime da CLT.
Inexistência de proibição ou impedimento. Consulta respondida
negativamente

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Objetivo de


esclarecer o alcance e aplicação da Res. 7/2005 e da Súmula Vinculante 13 do STF aos
serviços notariais e de registro. Consulta respondida negativamente. – “I) O Plenário do
Supremo Tribunal Federal decidiu que os notários e os registradores exercem atividade
estatal mas não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público
(ADI 2.602-0, Rel. Min. Eros Grau) de sorte que, não recebendo vencimentos do Estado e
remunerando seus empregados com recursos próprios, nada impede que tenham parentes
contratados pelo regime da CLT posto que estes só poderão ser titulares de serventias se
aprovados em concurso de provas e títulos, desde que os contratantes sejam titulares
concursados. II) A Res. 7/2005 do CNJ disciplina o exercício de cargos, empregos e
funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores investidos
em cargos de direção e assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário, segundo
a dicção do seu art. 1º, não tendo, portanto, incidência sobre a atividade exercida pelas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


253

serventias extrajudiciais, as quais não se caracterizam como órgãos desse Poder, que
apenas exerce fiscalização sobre elas” (CNJ – PCA 200910000000060 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).
Parte do voto do Relator, Cons. Rui Stoco: “Nepotismo vem do latim nepos, neto (Cíc.
Br. 263), sobrinho (Tác. An. 4, 44) ou descendente. É o termo utilizado para designar o
favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no
que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Originalmente a palavra aplicava-se
exclusivamente ao âmbito das relações do Papa com seus parentes, mas atualmente é
utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no
Funcionalismo Público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações
familiares com o favorecido. Segundo consta, no período do Renascimento, os Papas e
outras autoridades da Igreja Católica, por não terem filhos, protegiam seus sobrinhos,
nomeando-os para assumir cargos importantes dentro da Igreja...”. “...Avulta então
perquirir e esclarecer a razão pela qual nenhum ato normativo do CNJ, Súmula ou decisão
do STF criou a hipótese de nepotismo para a atividade notarial e de registro. Inúmeras são
as razões que dão sustentação a essa postura que, segundo nos parece, é de evidente
coerência. Em primeiro lugar, não mais existe “hereditariedade” nesse cargo, de sorte que a
serventia não passa de pai para filho, como lamentavelmente ocorria comumente antes do
advento da Constituição Federal de 1988. O art. 236, § 3º dessa Carta exige concurso
público de provas e títulos para ingresso nessa atividade. Em caso de vacância, a
interinidade é fugaz, só podendo a serventia ficar vaga sem abertura de concurso por até
seis meses. Por outra banda, a atividade exercida pelos cartórios não é sustentada pelo
Erário Público. Nem o seu titular percebe vencimentos do Estado pois é remunerado pelos
emolumentos estabelecidos pelo Poder Judiciário para a prática de atos registrais. Todos os
demais empregados das serventias são regidos pelo regime privado da Consolidação das
Leis do Trabalho e não oneram os cofres públicos, posto que recebem salário do seu
empregador, que é o titular da serventia. Não se pode olvidar que a delegação de
atribuições por parte do Oficial titular da serventia aos seus prepostos (contratados e
regidos pela CLT) há de decorrer de uma relação estreita de absoluta confiança pois os atos
praticados são de extrema responsabilidade, como a lavratura de registros de nascimento,
de escritura pública, de registro de contratos, reconhecimento de firmas, etc. É apodíctico e
justifica reiterar que a Lei 8.935/94 como que privatizou os serviços notariais e de registro,
não obstante atribuição exclusiva do Poder Público, de modo que agora passa a ser
exercido por delegação do Estado. Sendo certo, ainda, que, a partir de então, os
funcionários dessas serventias passam a ser admitidos sem qualquer vínculo com o Poder
Público, ligados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, apenas e tão-
somente ao titular da serventia contratante, estabelecendo-se entre eles um contrato de
trabalho, tanto que o Poder Judiciário já não mais terá qualquer poder censório ou
disciplinar sobre eles, mantido, evidentemente, o seu poder fiscalizatório sobre os atos
praticados...”. “...Então, se os notários e registradores exercem em caráter privado
atividade reservada ao Estado e, segundo o Plenário do STF, não são detentores de cargo
público, não podem submeter-se às regras acerca do nepotismo estabelecidas para os
agentes públicos.Tenha-se ainda que a contratação de parentes, todos regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não onera os cofres públicos e não ofende
normas de Direito Público estabelecidas em Estatutos ou Regimentos, posto que nenhum
dispositivo há proibindo”.
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Daí que o titular de
serventia extrajudicial, precisamente porque não integra Administração direta ou indireta
do Estado, conquanto exerçam atividade estatal, em rigor técnico não é e nem se equipara a
servidor público. Tanto que o Plenário do Excelso Supremo Tribunal Federal assentou que
não é alcançado pela aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade, a que alude o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


254

artigo 40 da Constituição Federal...”. “...Como se vê, o sistema normativo vigente atribui


ao titular de serventia extrajudicial a prerrogativa de organizar e gerir os serviços
administrativos da serventia segundo critérios próprios de conveniência e oportunidade.
Logo, os encargos decorrentes da gestão do negócio cartorial são do respectivo titular,
razão por que lhe cabem, segundo a lei, a receita e o prejuízo oriundos da execução do
serviço delegado...”. “Em segundo lugar, o gerenciamento administrativo cometido ao
delegatário traduz-se na liberdade de contratação dos empregados com que precise contar
para levar a cabo a delegação. Como se sabe, o art. 20 da Lei 8.935/1994 assegura ao
delegatário, igualmente, ampla liberdade de contratação dos empregados que o auxiliarão
no desempenho de suas funções...”. “...Nesse diapasão, afigura-se-me absolutamente
imprópria e ilegal, data venia, qualquer intromissão do Estado para tolher o delegatário na
liberdade de firmar contrato de trabalho com quem eleger e achar por bem. Imprópria
porque traduziria ingerência pública num regime que, sob o prisma gerencial e
organizacional, ineludivelmente é de natureza privada...”. “...Ora, não há lei que vede ao
empregador, qualquer empregador, enquanto tal, celebrar contrato de trabalho com pessoa
a que esteja unido por laços de parentesco...”. “... Sejamos claros: no cerne da proibição do
nepotismo está a idéia de favorecimento a parentes no acesso a cargos ou funções públicas
e, portanto, suportados pelo erário. Indago: é esta a situação ora sob exame? Manifesto que
não. Aqui não estamos falando de um agente público, que imoralmente estabelece uma
relação de promiscuidade entre o público e o privado, buscando tirar proveito do Estado.
Estamos falando de um particular, pessoa natural e profissional do Direito que,
despojando-se da qualidade jurídica de agente delegado do Estado e agindo como mero
empregador, admite e assalaria outrem, ainda que parente, às suas expensas e sem vínculo
algum com o Estado...”. “...Se o caso sob exame traduz nepotismo, a alguém acudirá que
essa mesmíssima lógica aplicar-se-ia aos permissionários e concessionários de serviço
público, cuja posição jurídica é similar à dos delegatários? A vingar essa mesma lógica,
por que não estender o teto salarial aos empregados dos cartórios? Com todo o respeito,
reconhecer nepotismo na espécie traduziria um grande e lastimável equívoco...”.

CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES
Pretensão de regulamentação na forma de contração pelo Poder Judiciário
Pedido de Providências. Recurso administrativo contra decisão
monocrática. Regulamentação da forma de contratação no Poder Judiciário. Matérias
diversas. Impossibilidade de regulamentação genérica. – “O Poder Judiciário é constituído
de vários ramos e diferentes esferas de administração federal e estaduais, sendo inviável a
regulação genérica da organização do quadro funcional” (CNJ – PP 540 – Rel. Paulo
Schmidt – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

CONTRIBUIÇÃO ASSOCIATIVA
Desconto do servidor. Ato passível de controle administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Desconto de


contribuição associativa. Deliberação de assembléia não regularmente comunicada.
Descabimento de controle de legalidade de ato privado, de instituição de igual natureza.
Ato, porém, que é administrativo, de efetivação do desconto da contribuição, que deve
respeitar regras civis de representação. Liminar mantida. Pedido deferido. (CNJ – PCA 248
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


255

CONTROLE DE ATO ADMINISTRATIVO PELO CNJ


Controle. Ato ocorrido ou praticado há mais de cinco anos. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo contra decisão monocrática. Questões


relativas a concursos ocorridos em 1988 e 1992. Alegação de nepotismo no âmbito do
TJSE. – “1) Não pode o CNJ controlar atos administrativos ocorridos há mais de cinco
anos. II) O Requerente poderia ter promovido das medidas pertinentes à defesa dos
interesses de seus associados à época em que pretensamente seus direitos teriam sido
ofendidos. III) Alegação de nepotismo sem concretude e sem provas não pode ser
acolhida.” (CNJ – PP 200810000014910 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE LEGALIDADE DE LEI


ESTADUAL PELO CNJ
V. tb.: LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Impossibilidade

Pedido de Providências. Lei Estadual de iniciativa de Tribunal de


Justiça. Criação de cargos em comissão sem exigência de concurso público. – “Não
compete ao Conselho Nacional de Justiça, dentro das atribuições conferidas pelo artigo
103-B da Constituição Federal, acrescido pela Emenda Constitucional 45, de 30 de
dezembro de 2004, exercer controle de legalidade ou constitucionalidade sobre lei
estadual. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200810000007000 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE PESSOAS DE EDIFÍCIOS PÚBLICOS


Vide: CATRACA ELETRÔNICA – SISTEMA ELETRÔNICO DE SEGURANÇA

CONTROLE DE FREQUÊNCIA E HORÁRIO DE TRABALHO


Magistrados

Magistrado. Controle de freqüência e horário de trabalho por


telefone. Provimento de Corregedoria. Ausência de comprovação de descumprimento de
dever funcional. Ilegalidade. – “O magistrado tem o dever legal de estar presente no Juízo
em que atua, sendo-lhe assegurado, todavia, o exercício da sua função com liberdade,
como forma de garantir, autonomia e independência do Poder Judiciário (CF, art. 95).
Ainda que precedido de boas intenções, carece de legalidade Provimento de Corregedoria
do Tribunal de Justiça que instituiu controle da frequência e dos horários de trabalho dos
Juízes de Direito vinculados ao respectivo Tribunal por meio de telefone, porque limita a
liberdade do magistrado de escolher a melhor forma de efetivar a prestação jurisdicional,
principalmente quando não há comprovação de denúncias de que magistrados, além de não
residirem nas comarcas em que atuam, ali comparecem somente dois ou três dias na
semana para assinar despachos e mandados, tampouco de que tal situação ocorra de forma
generalizada” (CNJ – PCA 200810000010140 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

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256

Servidor público. Ponto eletrônico

Servidores públicos. Controle de freqüência. Implantação de ponto


eletrônico. Edição de Resolução/Recomendação. Autonomia dos Tribunais.
Inconveniência. – “1) A escolha do método mais eficiente para o controle da jornada dos
servidores depende de uma série de variáveis a serem observadas caso a caso, competindo
aos Tribunais decidir pela forma mais adequada em concreto. Desaconselhável, portanto, a
edição de resolução ou recomendação sobre a matéria, sobretudo considerando a ausência
de desejável uniformidade no Poder Judiciário Nacional, ou mesmo em âmbito regional.
Questão de economia interna dos Tribunais, insuscetível de normatização em face das
peculiaridades de cada Corte e mesmo de cada unidade da federação, tendo em conta,
inclusive, disponibilidade orçamentária. 2) Pedido de Providências que se julga
improcedente” (CNJ – PP 200910000001634 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª
Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

CONTROLE, REEXAME E REVISÃO DE DECISÕES JUDICIAIS QUE


REFOGEM DA COMPETÊNCIA DO CNJ
Vide: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

CONTROVÉRSIA JURÍDICA RELEVANTE


Condição para a intervenção do CNJ

“Não se insere entre as finalidades deste Colegiado promover a


tutela, em concreto, de direitos individuais, dirimindo matéria de interesse particular em
pleito no qual inexista controvérsia jurídica relevante. Não se mostra, outrossim,
autorizado a emitir juízo de valor acerca da conveniência e/ou oportunidade na prática de
atos administrativos emanados de órgãos jurisdicionais e deve cuidar para atuar apenas em
questões definitivamente consolidadas sob pena de investir contra os primados da
autonomia e autogoverno da administração dos Tribunais. Procedimento de Controle
Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000006846 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

CONVÊNIO
Cessão de servidores. Convênio firmado entre o Tribunal e Prefeitura
Municipal

Concurso público. Convênios entre municípios e tribunais. Cessão


temporária de servidores sem ônus ao tribunal. Validade. Candidatos aprovados dentro
do número de vagas previsto no edital. Direito subjetivo à nomeação. Exceção. – 1) São
válidos e respeitam o princípio da legalidade os convênios firmados entre Municípios e
Tribunais cujo objeto seja a cessão temporária de servidores ao Tribunal, sem qualquer
ônus a este, desde que tais servidores não ocupem vagas previstas em edital de concurso
previamente homologado pela Administração e, tampouco, se destinem a suprir o labor
correspondente de candidatos aprovados e classificados em concurso” (CNJ – PP
200810000013905 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU
24.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


257

Procedimento de Controle Administrativo. Convênios entre o


Tribunal de justiça e Prefeituras Municipais. Cessão de servidores. – “Não há
irregularidades nos convênios firmados entre o TJ e diversos Municípios, para cessão de
servidores para apoio Comarcas. Trata-se de medida adequada para suprir a momentânea
carência de pessoal nas unidades judiciárias no interior do Estado, diante das limitações
financeiras e orçamentárias do TJ/BA. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA
200710000003592 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j.
28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Designação de


servidores municipais para exercerem a função de escreventes judiciários. Controle de
legalidade Deferido prazo para substituição de servidores cedidos por servidores
concursados. Pedido de nomeação em concurso homologado. Inviabilidade. Autonomia
dos tribunais. – “I) Em casos singulares de excepcional necessidade do serviço, pode-se
admitir a realização de convênios para cessão de servidores originários do Poder Executivo
Municipal para o exercício da função de escrevente judiciário. II) Ainda assim, imperioso
estar bem fundamentado o ato administrativo de nomeação ou autorização de nomeação,
declinando-se, na motivação, os fatos ensejadores da adoção dessa solução alternativa à
contratação mediante concurso. III) Há relativa tolerância do ordenamento jurídico em face
do aproveitamento, no serviço público, da totalidade dos recursos humanos disponíveis em
caso de excepcional necessidade, a bem do interesse público. Vale dizer: se está a
Administração Pública autorizada pela Constituição Federal de 1988 a dispensar a
realização de concurso em caso de contratação ‘para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público’, não se poderia, sob pena de desestabilizar a coerência
sistêmica de sua regulação positiva, considerá-la impedida de aproveitar temporariamente
a mão-de-obra regularmente admitida e, por vezes, sub-aproveitada em outros postos de
trabalho. IV) Pedido de Providências a que se defere parcialmente para fixar o prazo de um
ano para ser apresentada à Comissão de Estatística e Gestão Estratégica um cronograma de
trabalho orientado ao planejamento de ações concretas visando à substituição dos
servidores municipais por servidores de carreira dos quadros do Tribunal do Estado de São
Paulo, com nomeação dos servidores concursados” (CNJ – PCA 200810000015630 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Convênio firmado entre o Tribunal e o Banco do Brasil S.A. Prazo de dois dias
para levantamento de valores em depósito judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Convênio firmado entre


o Tribunal e o Banco do Brasil S.A. Prazo de dois dias úteis para levantamento de valores
por meio de alvará judicial. Possibilidade. – “I) Não se revela abusiva ou ilegal a
concessão de prazo para levantamento de importâncias através de alvará judicial, posto que
aplicável, por analogia, o art. 190 do CPC. II) A renovação ou não de convênio para
realização de depósitos judiciais está dentro da autonomia dos Tribunais, não merecendo
atuação do CNJ salvo no caso de comprovada ilegalidade. III) Pedido conhecido e julgado
improcedente” (CNJ – PCA 451 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 51ª Sessão – j. 06.11.2007
– DJU 26.11.2007).

Depósitos judiciais. Convênios entre tribunais e bancos para obtenção de


benefícios compensatórios de interesse público

Convênios entre tribunais e instituições financeiras em troca de


realização de depósitos judiciais. – “Da análise dos negócios jurídicos não vislumbrei

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


258

desvio de finalidade ou qualquer violação dos princípios regentes da administração


pública, notadamente vantagens desarrazoadas às instituições financeiras conveniadas ou
contratadas. O art. 37 da Constituição, além dos princípios consagrados em nosso sistema
jurídico, inclui o da eficiência. Ora, os objetos dos contratos e convênios contribuem para
melhor eficiência dos tribunais. Os depósitos judiciais são feitos em instituições financeiras
oficiais, na conformidade do § 3º do art. 164 da Constituição, mas há concorrência entre
elas para captação desses valores, o que torna recomendável que a administração do
Tribunal possa obter benefícios compensatórios no interesse público, máxime quando
voltados às atividades fins, que repercutirão em melhoria dos serviços prestados aos
jurisdicionados. Dos convênios, acordos, termos e contratos não encontrei qualquer
obrigação por parte dos Tribunais que envolvam, direta ou indiretamente, processos
judiciais nos quais as instituições financeiras sejam ou possam ser partes, presumindo-se
que a independência e a autonomia daqueles não estejam comprometidas. Assim, no
exercício do controle financeiro dos Órgãos do Poder Judiciário, por parte deste CNJ,
respondo à provocação do Conselho Federal da OAB, que recebo como Consulta,
entendendo que não há nos negócios jurídicos examinados, qualquer ilegalidade ou
violação da moralidade administrativa” (CNJ – PP 418 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

CONVÊNIO BACENJUD
BACENJUD. Definição

“BACEN JUD SISTEMA DE ATENDIMENTO AO JUDICIÁRIO


(BACENJUD) é o sistema informatizado de envio de ordens judiciais e de acesso às
respostas das instituições financeiras pelos magistrados devidamente cadastrados no Banco
Central do Brasil, por meio da Internet” (Art. 1º da Res. CNJ 61, de 07.10.2008).

Obrigatoriedade de cadastramento do Magistrado no sistema

“É obrigatório o cadastramento, no sistema BACENJUD, de todos


os magistrados brasileiros cuja atividade jurisdicional compreenda a necessidade de
consulta e bloqueio de recursos financeiros de parte ou terceiro em processo judicial” (Art.
2º da Res. CNJ 61, de 07.10.2008).

Pedido de Providências. Obrigatoriedade do cadastramento do


Magistrado no sistema BACENJUD, também conhecido como “penhora on-line”. – “I) A
“penhora on-line” é um instrumento que não pode ser desconsiderado pelo Magistrado e
decorre do inegável avanço tecnológico que traz maior celeridade e efetividade ao processo
de execução, aumentando o prestígio e confiabilidade das decisões judiciais. II) A
obrigatoriedade do cadastramento no sistema não retira do julgador a possibilidade de
avaliação e utilização do método em conformidade com as características singulares do
processo e a legislação em vigor” (CNJ – PP 200710000015818 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Penhoras múltiplas. Cadastramento de conta bancária única. Recomendação

Pedido de Providências. Convênio BACENJUD. Penhoras


múltiplas. Sugestão de cadastramento facultativo de conta única. Aperfeiçoamento do
sistema. – “São inequívocos os benefícios trazidos com o Convênio BACENJUD, parceria
institucional entre o Banco Central do Brasil e o Poder Judiciário Nacional que propiciou a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


259

agilização e exatidão das operações de retenção judicial de ativos financeiros de pessoas


naturais e jurídicas executadas. A vulnerabilidade simultânea de todas as contas que o
mesmo executado titularize em mais de uma instituição bancária, enquanto não sobrevenha
evolução tecnológica apta a evitá-la, recomenda a adoção de procedimento, a exemplo do
que já implantou a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, que possibilite a inscrição
prévia de uma conta bancária concentradora de todos os gravames judiciais eletrônicos.
Pedido acolhido. Expedição de recomendação ao Conselho da Justiça Federal e a todos os
Tribunais estaduais” (CNJ – PP 200710000014784 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Sistema Nacional de Cadastramento de Contas Únicas do BACENJUD.


Regulamentação
Vide: Res. CNJ 61, de 07.10.2008.

CONVOCAÇÃO DE JUÍZES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA SUBSTITUIÇÃO


NA SEGUNDA INSTÂNCIA
Criação de parcela remuneratória para assessor de juiz convocado sem a
edição de lei específica

Convocação de juiz de primeiro grau para substituir magistrado


de Tribunal de segundo grau. Criação de serviços próprios de assessoria. Instituição de
parcela remuneratória para assessor de magistrado convocado. – “I) A criação de parcela
remuneratória depende da edição de lei específica (CF/1988, art. 37, X). Não compete ao
Conselho Nacional de Justiça, portanto, instituir parcela remuneratória destinada a servidor
que assessore magistrado convocado para substituir membro de Tribunal de segundo grau.
2) Recurso Administrativo em Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200910000013790 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen –85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Proibição de convocação de titulares de varas do interior. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional do


Trabalho da 5ª Região. Convocação de magistrados de 1ª instância para substituição de
magistrados de 2ª instância. Óbice à convocação de magistrados titulares de varas do
interior. Critério discriminatório. Alteração do Regimento Interno negada. Pedido de
extensão dos efeitos da decisão no PP 1251. Matéria análoga. Resoluções 17/2006 e
72/2009 do CNJ. Aplicação. – “O tema aqui suscitado – tratamento diferenciado entre
juízes titulares do interior e juízes titulares da Capital – já foi abordado por este Colegiado
por mais de uma vez, e entendido como atentatório à eficácia dos princípios da isonomia e
da impessoalidade, criando inclusive uma hierarquia que não existe no âmbito da estrutura
organizacional da Corte trabalhista. Em respeito aos corolários da isonomia e da
impessoalidade, proponho que o entendimento exarado nos autos do PP 1251, assim como
o que reafirmando nos autos do PCA 18009, seja estendido não só ao TRT da 5ª, mas a
todos os Tribunais Regionais do Trabalho que criam óbice à convocação de magistrado
titular do interior para substituição de magistrados de 2ª instância” (CNJ – PCA
2009100000016110 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU
17.06.2009).

Substituição nas férias de Desembargadores

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


260

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça do Estado


de Pernambuco. Convocação de juízes para substituição nas férias de Desembargador.
Aplicação da regra do Art. 118 da LOMAN (LC 35/79). – “I) A regra do Art. 118 da
LOMAN autoriza a convocação de juízes para substituição nos tribunais quando se trate de
afastamento superior a 30 (trinta) dias. II) Consulta respondida no sentido de afirmar a
aplicação da regra do Art. 118 da LOMAN à hipótese de convocação de juiz para
substituição nas férias individuais de Desembargador” (CNJ – PP 200810000015276 – Rel.
Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

COOPERATIVA
Cooperativa de Crédito de Magistrados. Captação de depósitos judiciais para
administrar. Inadmissibilidade

Consulta. Depósitos judiciais. Penhoras. Administração.


Preferência a instituições financeiras oficiais. – “1) O Plenário do CNJ, em exegese ao art.
666, I, do CPC e tendo em conta razões de interesse público, entende que os depósitos
judiciais sejam realizados, em princípio, em instituição financeira oficial. O advérbio
‘preferencialmente’ inscrito no art. 666, I, do CPC indica que quando não houver
instituição financeira oficial na localidade, autoriza-se a alocação dos valores em
instituição financeira privada. (PCA 200810000002117). 2) Consulta a que se responde
negativamente, para declarar que cooperativa de crédito de magistrados não pode
administrar depósitos judiciais” (CNJ – PP 200810000027904 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Exercício do cargo de presidente por magistrado


Procedimento de Controle Administrativo. Atividade de
Magistrado e Diretor Presidente de Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de
Magistrados. Cumulação. Impossibilidade – “Não estão os magistrados em atividade
autorizados a exercer a função de diretor de entidade cooperativa, com prejuízo da
dedicação exclusiva, indispensável ao exercício da judicatura. Precedentes do CNJ. ‘As
atividades relativas à função de Magistrado cumuladas ao cargo de Diretor Presidente de
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Juízes do Rio Grande do Sul – SICRED
AJURIS são absolutamente incompatíveis com a Constituição, a Lei Orgânica da
Magistratura Nacional e a Orientação 02 da Corregedoria deste Conselho, e em
homenagem aos unânimes precedentes aqui reafirmados, tendo em vista que todas essas
vedações visam assegurar a eficiência e a isenção da atividade principal dos juízes, isto é, a
atividade judicante, que só pode ser bem exercida com absoluta independência e isenção”
(CNJ – PCA 200810000005696 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Parte do voto vencido do Cons. Rui Stoco: “A LOMAN proibiu, em numerus clausus, a
participação de magistrados em sociedade comercial, quando exerçam o comércio ou
tenham poder de direção e gerenciamento; exercer cargo de direção de sociedade civil,
associação ou fundação. Mas excepcionou a participação em ‘associação de classe’, cabe
reiterar. As cooperativas de magistrados constituem, portanto, associações homogêneas
posto que congregam participantes da mesma classe. A associação de magistrados
congrega estes e não pode ter como associado ou cooperado o advogado, o promotor, o
servidor público, o policial ou o taxista e enfim quem não pertença àquela classe.Essa
homogeneidade encontra permissão expressa na lei de regência das cooperativas. O art. 29
da referida Lei 5.764/71 dispõe no art. 29: ‘Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a
todos que desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


261

propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o


disposto no art. 4º, item I, desta Lei. § 1° – A admissão dos associados poderá ser restrita, a
critério do órgão normativo respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou
profissão, ou estejam vinculadas a determinada entidade’.Mais do que isso, a cooperativa
de magistrados só poderá ser dirigida por magistrados, como resulta óbvio. Proibi-los desse
exercício e a associação fenece e desaparece o que redunda em prejuízo para a classe na
medida em que agregação em torno dessas entidades visa o cooperativismo que, ademais
de ser incentivado pelas autoridades públicas, caracteriza a união de forças para o bem
comum, sem qualquer objetivo de lucro e sem qualquer atuação comercial ou
mercadológica. Impende reiterar que as sociedades cooperativas não auferem lucros tal
como a sociedades comerciais, constituídas sob a forma mercantil posto que toda a receita
que ingressa em seus cofres não se destina à construção do seu patrimônio institucional
mas do patrimônio dos associados ou cooperados, através da conversão em quotas posto
que de “lucro” não há falar. Não fora esses aspectos, cabe lembrar que a Orientação 02 do
Ministro Corregedor Nacional de Justiça assume esse caráter de orientação e não de
vedação ou proibição, pois o inc. VIII do art. 31 do Regimento Interno do CNJ dá
atribuição à Corregedoria para ‘expedir instruções, provimentos e outros atos normativos
para o funcionamento dos serviços da Corregedoria’, de sorte que o poder vinculativo
decorre do Plenário. Por outra banda, o que restou decidido pelo Egrégio Plenário no
Pedido de Providências 596 (Rel. Designado Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, 29ª
Sessão Ordinária – j. 14.11.2006, DJU 06.12.2006) e Pedido de Providências 775 (Rel.
Cons. Marcus Faver, 29ª Sessão Ordinária, j. 14.11.2006, DJU 06.12.2006) foi a
incompatibilidade do exercício do cargo de magistratura com as funções de dirigente: a) da
justiça desportiva; b) de grão-mestre da maçonaria; c) de organização não governamental
(ONG); d) de entidades como Rotary, Lions, APAEs, Sociedade Espírita, Rosa-Cruz e de
instituição de ensino, pública ou privada. Esta última decisão teve a pretensão de ser
exaustiva. E não se deslembre que a previsão contida no art. 36 da LOMAN é taxativa e
não exemplificativa, sabido que as disposições que restringem devem ser taxativas e conter
previsão fechada ou em numerus clausus e aquelas permissivas se expandem e tem raio
maior de alcance.”

CÓPIAS DE PEÇAS DO PROCESSO


Acesso a informações. Necessidade de cadastro prévio

Pedido de Esclarecimentos. Procedimento de Controle


Administrativo. Cópia de peças processuais em papel. Processo eletrônico. Acesso dos
advogados cadastrados. – “Pela normativa do processo eletrônico, é atribuição do
advogado da parte interessada cadastrar-se na secretaria processual para ter acesso às
informações do processo de seu interesse. Não configura violação à ampla defesa o
indeferimento de pedido de cópias em papel quando o advogado tem acesso ao processo
eletrônico. Pedido de Esclarecimentos. Limites de uso. Impotência revisional. Configura
evidente utilização oblíqua do Pedido de Esclarecimentos quando por ele se vise
retificação de decisão plenária, regimentalmente vedada (RICNJ, art. 21). Pedido
conhecido e rejeitado” (CNJ – PCA 200810000015409 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

CORREÇÃO MONETÁRIA
Estabelecimentos critérios para sua aplicação. Matéria jurisdicional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


262

Pedido de Providências. Requerimento de definição de critérios


para aplicação da correção monetária. Matéria Jurisdicional. Incompetência do Conselho
Nacional de Justiça. Acolhimento do parecer técnico para sugerir ao Colégio de
Corregedores-Gerais de Justiça estudo para uniformização da matéria. (CNJ – REVDIS 11
– Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA DE TRIBUNAL


V. tb.: CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA OU CONSELHO DA
MAGISTRATURA

Gratificação pelo exercício do cargo. Exigência de lei para legitimar sua


instituição nos tribunais

“Afirma-se, assim, a imperativa necessidade de edição de ato de


natureza legislativa a legitimar a instituição de gratificações nos Tribunais. Registro, por
oportuno, que a gratificação instituída no art. 3º da Res. 001/91 – participação no Conselho
da Magistratura – além do vício apontado, afronta o art. 4º, II, ‘b’, da Res. 13 deste
Conselho, que vedou a percepção dessa gratificação, além do subsídio” (CNJ – PCA 487 –
Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Gratificação pelo exercício do cargo. Pagamento a quem não estiver no


exercício do cargo

“Assim, no mérito, voto pela manutenção da liminar para que, no


Estado do Maranhão, se mantenha a sustação do pagamento das verbas 313 (no que
exceder o teto remuneratório de R$ 24.500,00), 250 (no que exceder o teto de R$
24.500,00 ou for paga a quem não estiver no exercício da função de Presidente, Vice-
Presidente e Corregedor, já que é verba transitória e não integra a remuneração), 247 (no
que exceder o teto de R$ 24.500,00) 309 e 439 (na totalidade, até que o cálculo,
considerado irregular seja refeito conforme determinado na liminar)” (CNJ – PCA 439 –
Rel. Cons. Ruth Carvalho – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

“As gratificações referentes ao exercício da Presidência, Vice-


Presidência, Corregedoria, Coordenação e Direção do Fórum da Capital e do interior se
encontram elencadas entre as verbas não abrangidas pelo subsídio – art. 5º da Res. 13/2006
– instituídas que foram pela Lei Estadual 5.611/90. Legítimo, pois, o pagamento dessas
verbas” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Gratificação pelo exercício do cargo ou da função

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª


Região. Gratificação pelo exercício de Vice-Presidência e de Corregedoria. O pagamento
da gratificação pelo exercício da Vice-Presidência e da Corregedoria não está
autorizado, de per si, pela Resolução n. 13 de 21 de março de 2006. – “I) mencionado ato
normativo não pretendeu, e nem poderia, autorizar o pagamento de semelhante gratificação
à míngua de previsão específica, nos vários ramos de vários Tribunais do País. II) o sentido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


263

da regra foi o de explicitar que, onde houvesse a percepção de tal verba, ela poderia ser
paga sem integração ao subsídio, assim a ele somada, mas restrito o resultado ao teto
remuneratório” (CNJ – PP 1044 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 27ª Sessão – j. 10.10.2006
– DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Omissão no andamento dos feitos sob sua competência. Instauração de


procedimento disciplinar e afastamento das funções

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. – “O
Corregedor-Geral de Justiça que deixa de dar andamento aos feitos administrativos sob sua
competência, deixando a Corregedoria totalmente inativa, ao longo de vários meses,
descumpre os deveres dos art. 35, I, II, III e VII do art. 35 da LOMAN, acarretando
descrédito ao Poder Judiciário entre a população, que não recebe resposta dos pleitos e
queixas apresentados quanto ao andamento dos serviços judiciários” (CNJ – SIND
200810000012267 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Sindicância presidida pelo Corregedor-Geral. Participação no julgamento

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “O fato de ter presidido a sindicância, como Corregedora-Geral, não
importa no impedimento da Exma. Sra. Presidente do TRF da 1ª Região para participar do
julgamento, nada havendo de irregular nisso” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento Administrativo Disciplinar. Instauração contra juiz


de primeiro grau a partir de proposta do Corregedor. Participação deste no sorteio e
exercício da relatoria. Possibilidade. – “I) O dever ético-jurídico de abstenção do
magistrado somente se tipifica a partir de manifestação pessoal e espontânea ou de
provocação por meio da via própria. II) Por conseguinte, não há, em princípio, óbice a que
o Corregedor que propôs a instauração de Processo Administrativo Disciplinar contra
magistrado de primeiro grau participe do sorteio como relator e exerça esse encargo, se
sorteado. III) Consulta de que se conhece e a que se responde negativamente” (CNJ – PP
6714 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Vide também:
1. STF – AO 1.160-4/SP – Rel. Min. Cezar Peluso – j. 17.08.2005 – DJU 11.11.2005 –
p.40;
2. STF – MS 21.338 – Ac. 1ª T. – Rel. Min. Celso de Mello – j. 13.08.1991 – RTJ 137/675.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


264

CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA
Afastamento do magistrado suspeito ou impedido

“Absolutamente incompetente para processar e julgar a exceção de


suspeição o órgão administrativo – Corregedoria-Geral da Justiça, por meio de correição
parcial, pois trata-se, na hipótese, de incidente processual de conteúdo jurisdicional, a ser
decidido pelo órgão fracionário do Tribunal” (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

Princípio do juiz natural. Exigência de respeito absoluto às regras


objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Possibilidade, excepcional, de afastamento de
magistrado suspeito ou impedido. Exceções de suspeição e impedimento (CPC, arts. 312 e
seguintes). Matéria jurisdicional. Impossibilidade de usurpação dessa competência pela
Corregedoria-Geral da Justiça. Desconstituição de decisão administrativa de avocação e
redistribuição de processo. Pedido procedente. (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Permissão a servidor para que faça juízo de admissibilidade de petições


iniciais

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de


Corregedoria de Tribunal. Juizado especial. Previsão de que servidor realize juízo de
admissibilidade de petição inicial. Ilegalidade. – “É ilegal Provimento de Corregedoria-
Geral de Tribunal que delega a serventuário que atua em Juizado Especial a atividade de
realizar análise dos requisitos de admissibilidade da petição inicial, porquanto tal tarefa,
por ser eminentemente jurisdicional, cabe unicamente a magistrado legitimamente
investido no exercício da função. Norma dessa natureza, além de importar delegação
indevida de atividade jurisdicional, viola o princípio do juiz natural e o direito de ação
garantidos pela Constituição da República. Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA 200810000032481 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Pretensão de regulamentação do procedimento para extração de cópias, com


restrições à retirada dos autos da serventia

Procedimento de Controle Administrativo. Estado de São Paulo.


Norma de serviço da Corregedoria Geral regulamentando procedimento para a extração de
cópias, com restrições à retirada de autos das serventias. Alegação de ilegalidade da
medida com restrição ao exercício da advocacia. Provimento posterior dando nova
regulamentação à questão. Possibilidade de vista dos autos fora do balcão da serventia.
Questão superada. Pedido prejudicado. (CNJ – PCA 85 – Rel. Cons. Marcus Faver – 23ª
Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Relatório mensal das inspeções a estabelecimentos penais

“Das inspeções mensais deverá o juiz elaborar relatório sobre as


condições do estabelecimento, a ser enviado à Corregedoria de Justiça do respectivo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


265

Tribunal até o dia 05 do mês seguinte, sem prejuízo das imediatas providências para seu
adequado funcionamento” (art. 2º da Res. CNJ 47, de 18.12.2007).

CORREIÇÃO PARCIAL
Pretensão de reexame do mérito de decisão monocrática acerca de correição
parcial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. – “O CNJ não


reaprecia o mérito da decisão monocrática relativa à correição parcial, de caráter
jurisidicional, porquanto não tem competência constitucional para o reexame de matéria
jurisdicional” (CNJ – RD 10 – Rel. Ministro Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

CORTE ARBITRAL
Arbitramento. Convênio com o Tribunal

Corte Arbitral. Convênio com o Tribunal de Justiça de Goiás.


Previsão de expedição de mandado de desocupação para cumprimento de sentença
arbitral. Ilegalidade na Cláusula 3ª, § 8º, inciso V, do referido Convênio, havendo vício no
mandado de desocupação compulsória do imóvel em que residia o requerente.
Procedência parcial do pedido. – “Como se vê, a sentença arbitral assume a natureza de
título executivo e, como conseqüência, não sendo cumprida voluntariamente, deve o titular
do direito nela reconhecido executá-la perante o Poder Judiciário. Entretanto,
independentemente da existência de Processo de Execução tramitado na esfera
jurisdicional, não pode a Corte Arbitral, naturalmente, expedir mandado de execução,
penhorar bens, efetivar atos de constrição, proceder à desocupação compulsória de imóveis
ou qualquer outro ato inerente ao poder de império estatal. Aí – repita-se – se o vencido se
recusa a cumprir a decisão arbitral voluntariamente é imprescindível que o particular
recorra ao judiciário, a fim de ver o seu direito satisfeito” (CNJ – PP 1315 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

CRÉDITO SUPLEMENTAR DESTINADO A TRIBUNAL


Liberação autorizada por lei. Incompetência do CNJ para apreciar a matéria

Pedido de Providências. Distribuição de valores referentes à


liberação de crédito suplementar autorizado por lei. Respeito à autonomia dos Tribunais.
Pedido julgado improcedente. – “A distribuição dos valores oriundos de recursos
provenientes de crédito suplementar autorizado por lei decorre da autonomia
administrativa e financeira garantida aos Tribunais pela CF/88, sendo indevida a ingerência
pelo Conselho Nacional de Justiça sobre os seus atos de administração e autogoverno
quando os mesmos não se revelem contrários à legislação vigente. Não conhecido” (CNJ –
PP 200810000010564 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

CRÉDITOS
Vide: ORÇAMENTO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


266

CRIAÇÃO DE CARGOS
V. tb.: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Cargos ou funções comissionadas criados por Resolução Administrativa.


Regularização posterior mediante edição de lei. Convalidação dos atos
praticados
Anteprojeto de Lei. Atos administrativos decorrentes do exercício
de funções comissionadas criadas por Resolução Administrativa do próprio Tribunal.
Efeitos financeiros, convalidação. Situação das funções comissionadas regularizada
mediante edição de lei. – “1) A criação de funções comissionadas por ato administrativo
do Tribunal – posteriormente regularizada mediante edição de lei – exige a convalidação
dos atos praticados anteriormente, de modo a suprir as irregularidades e resguardar os
efeitos produzidos, dando-lhes condições de validade no campo jurídico. 2) Proposta de
convalidação que se acolhe para encaminhamento ao Congresso Nacional” (CNJ – Parecer
de mérito sobre anteprojeto de lei 200910000015608 – Rel. Designado Cons. João Oreste
Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Criação de cargos de Desembargador

Pedido de Providências. Criação de cargos de desembargador no


TJMA. – “Ocorre, que o Egrégio Conselho não possui competência para atacar norma legal
estadual. Sendo assim, julgo improcedente o pedido, por se tratar de matéria estranha às
finalidades do Egrégio Conselho” (CNJ – PP 1102 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão
Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Criação de cargos de Desembargador junto


ao Tribunal de Justiça do Tocantins. Pedido julgado parcialmente procedente para
expedição de recomendação, a fim de que o Tribunal observe o disposto no art. 93, inciso
XIII da Constituição Federal e no § 1º do art. 106 da Lei Orgânica da Magistratura antes de
propor o aumento do número de seus membros. (CNJ – PP 538 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Criação de cargos no âmbito dos Tribunais. Apreciação obrigatória do projeto


pelo CNJ

Anteprojeto de Lei. Criação, no âmbito do Tribunal Regional do


Trabalho da 13ª Região de cargos de juiz. Ampliação do TRT da 13ª Região. – “A criação
de cargos no âmbito de um Tribunal, deve considerar, inicialmente, as questões
orçamentárias. Além disto, questão fáticas e pontuais com relação ao funcionamento ideal
das Cortes devem ser observadas para que se alcance, na melhor medida possível,
celeridade e efetividade na prestação jurisdicional. Solicitação que se acolhe” (CNJ –
Parecer de mérito sobre anteprojeto de lei 200810000031543 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Anteprojeto de Lei. Criação, no âmbito do Tribunal Regional do


Trabalho da 4ª Região, cargos de juiz junto ao Tribunal, funções e cargos comissionados.
Ampliação do Tribunal. – “A criação de cargos no âmbito de um Tribunal, seja para
magistrado, servidor efetivo ou de confiança, requer a análise de três situações pontuais: 1)
a demanda nas varas ou na Corte; 2) a capacidade produtiva das varas e do Tribunal; 3) o
déficit de Varas e Câmaras, especialmente no que tange aos recursos humanos nelas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


267

alocados. Na presente hipótese, após minucioso cotejo realizado entre os dados


apresentados pelo Requerente e pelo Tribunal Superior do Trabalho e os estudos
elaborados pela Comissão Técnica, concluiu-se pela real necessidade de criação no âmbito
do TRT da 4ª Região: de 12 (doze) cargos de Juiz (Desembargador) no Tribunal Regional
do Trabalho da 4ª Região e de 105 (cento e cinco) funções comissionadas para permitir o
funcionamento de três novas Câmaras na Corte. Solicitação que se acolhe parcialmente”
(CNJ – Parecer de mérito sobre anteprojeto de lei 200810000016480 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Manifestação do Plenário do CNJ em anteprojeto de lei

Anteprojeto de Lei. Criação, no âmbito do Tribunal Regional do


Trabalho da 2ª Região, cargos e funções. Ampliação do Tribunal. – “A criação de cargos
no âmbito de um tribunal, seja para magistrado, servidor efetivo ou de confiança, requer
análise de três situações pontuais: 1) a demandas nas varas ou na Corte; 2) a capacidade
produtiva das varas e do Tribunal; 3) o déficit de varas e Comarcas, especialmente no que
tange aos recursos humanos nela alocados”. Na presente hipótese, após minucioso cotejo
realizado entre dados apresentados pelo Requerente e pelo Tribunal Superior do Trabalho e
os estudos elaborados pela Comissão Técnica de Apoio, conclui-se pela real necessidade
de criação no âmbito do TRT da 2º Região: 68 Varas do Trabalho; 68 cargos de Juiz
Titular de Vara do Trabalho; 68 cargos de Juiz do Trabalho Substituto; 408 cargos de
Analista Judiciário; 136 cargos de Analista Judiciário – Executante de Mandados; 583
cargos de Técnico Judiciário; 74 cargos em comissão CJ-3; 06 cargos em comissão CJ-2;
68 funções comissionadas FC-4; 68 funções comissionadas FC-3; 148 funções
comissionadas FC-2; e 84 funções comissionadas FC-1” (CNJ – Parecer de mérito sobre o
anteprojeto de lei 200810000030174 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão –
j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Parecer do CNJ

“Em conclusão, e para atender ao quanto disposto no inciso IV do


art. 90 da Lei 11.439/2006, voto no sentido de emitir parecer de mérito pela aprovação
parcial do anteprojeto de lei encaminhado pelo Superior Tribunal de Justiça, para o fim de
se criar 05 (cinco) cargos comissionados nível CJ-2 para a ENFAM; 39 (trinta e nove)
cargos efetivos de Analista Judiciário, sendo 12 (doze) destes para a ENFAM; 42 (quarenta
e dois) cargos efetivos de Técnico Judiciário, sendo 16 (dezesseis) destes para a ENFAM;
104 (cento e quatro) Funções Comissionadas nível FC-4, sendo 05 (cinco) destes para a
ENFAM. E 26 (vinte e seis) Funções Comissionadas nível FC-2, sendo 05 (cinco) destas
para a ENFAM. Registro que conforme esclarecimento prestado pelo Comitê Técnico de
Apoio, a aplicação do quadro acima previsto encontra-se dentro dos limites legal e
prudencial estabelecidos pelos incisos I, II e III do art. 20 da Lei Complementar 101/2000
– Lei de Responsabilidade Fiscal, e parágrafo único do art. 22 da citada lei. Aprovada a
matéria pelo Plenário, encaminhe-se cópia integral dos presentes autos ao Presidente do
Superior Tribunal de Justiça, a quem compete a iniciativa de envio do anteprojeto de lei ao
parlamento” (CNJ – PP 389 – Rel. Cons. Marcus Faver – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Pretensão de provimento imediato

Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Ausência de


provimento dos cargos relativos à sete Varas da Capital. Pedido para que o provimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


268

seja imediato e por antiguidade, por tratar-se de primeiro provimento, bem como para
que o provimento do 2º Juizado da Violência Doméstica e Familiar não se dê antes do
provimento dos demais cargos vagos. – “1) A lei complementar que criou os cargos não
criou a sua estrutura, que deverá ser implantada, ao longo do tempo, pelo Tribunal de
Justiça. 2) O funcionamento das Varas depende das possibilidades orçamentárias do
Tribunal a quem, em princípio, cabe discernir sobre a conveniência e oportunidade da
instalação das Varas. 3) Impossibilidade de exame da colocação em concurso do Juizado
da Violência antes das demais Varas, uma vez que tal cargo sequer foi ainda criado por lei.
4) Possibilidade do exame da questão desde logo, independentemente do julgamento das
demais promoções e remoções relativas a cargos de Juízes de Direito de entrância final no
Estado de Pernambuco. 5) Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 200910000016601 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

CRIAÇÃO DE NOVAS VARAS E DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA ENTRE


ÓRGÃOS JURISDICIONAIS
Prerrogativa privativa dos tribunais

Pedido de Providências. Atendimento periódico de magistrados em


Município diverso daquele no qual fora instalada a sede do juízo. Juizado Especial
Federal adjunto de Montes Claros/MG. Alegada dificuldade de deslocamento e prejuízo
ao jurisdicionado de Januária/MG. Agilidade na realização de audiências. – “I)
Conquanto detenha o CNJ a missão estratégica de definir balizas orientadoras do Poder
Judiciário e controlar, administrativa e financeiramente, a legalidade dos atos emanados de
seus órgãos e agentes rumo à superação de deficiências estruturais, não se pode substituir
aos Tribunais em suas competências constitucionais, a exemplo da formatação de regras de
organização judiciária (art. 96, II, ‘d’, CF/88). II) A proposição de criação de novas Varas,
a distribuição de funções e competências entre os órgãos jurisdicionais, bem como a
alteração da organização e da divisão judiciárias são de incumbência privativa dos
Tribunais, obedecendo ao juízo de conveniência e oportunidade orientado por cronogramas
de trabalho elaborados a partir de critérios técnicos e ordens prioritárias de atividades. III)
Pedido de Providências não-conhecido” (CNJ – PP 200810000004266 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Exigência de representação por advogado ou defensor público para a
concessão de autorização judicial para viagem ao exterior e outras tarefas

Crianças e adolescentes. Autorização judicial de viagem. Entrada


e permanência em estabelecimentos. Participação em atividades esportivas. Alvará
judicial. Exigência indevida de representação judicial. – “Não tem fundamento legal a
exigência de representação por advogado ou defensor público para concessão de
autorização judicial para viagem de criança ou adolescente ao exterior, bem como para
entrada e permanência de crianças e adolescentes em locais e estabelecimentos,
participação em atividades esportivas, espetáculos e certames de beleza e para veiculação
de imagem. Esses procedimentos têm natureza meramente administrativa e apenas podem
demandar a representação judicial diante da existência de conflitos de interesses entre os
pais ou entre estes e os responsáveis pela criança ou adolescente” (CNJ – PCA
200910000001464 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


269

CRIME ORGANIZADO
Palavras-chave: ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Varas criminais especializadas. Competência

“1) Recomenda ao Conselho da Justiça Federal e aos Tribunais


Regionais Federais, no que respeita ao Sistema Judiciário Federal, bem como aos Tribunais
de Justiça dos Estados, a especialização de varas criminais, com competência exclusiva ou
concorrente, para processar e julgar delitos praticados por organizações criminosas. 2) Para
os fins desta recomendação, sugere-se: a) a adoção do conceito de crime organizado
estabelecido na Convenção das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional, de
15 de novembro de 2000 (Convenção de Palermo), aprovada pelo Decreto Legislativo 231,
de 29 de maio de 2003 e promulgada pelo Decreto 5.015, de 12 de março de 2004, ou seja,
considerando o ‘grupo criminoso organizado’ aquele estruturado, de três ou mais pessoas,
existente há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer uma ou
mais infrações graves ou enunciadas na Convenção das Nações Unidas sobre Crime
Organizado Transnacional, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício
econômico ou outro benefício material. b) o processamento, perante a vara criminal
especializada, dos crimes previstos no item 1, qualquer que seja o meio, modo ou local de
execução, inclusive as ações e incidentes relativos a seqüestro e apreensão de bens, direitos
ou valores, pedidos de restituição de coisas apreendidas, busca e apreensão, hipoteca legal
e quaisquer outras medidas assecuratórias, bem como todas as medidas relacionadas com a
repressão penal de que tratam os itens 1 e 2, inclusive medidas cautelares antecipatórias ou
preparatórias. b.1) se forem vários os atos conexos de execução, ou se não for possível
identificar o local ou a data do início dos atos de execução, que qualquer deles seja
considerado para a fixação da competência; e quando os atos de execução forem praticados
em mais de um Estado, que seja competente a vara criminal especializada que primeiro
tiver conhecimento dos fatos. c) que a especialização se dê, preferencialmente, pela
transformação das varas, em especial aquelas com competência para processar e julgar
crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e
valores, quando existentes. d) que os Tribunais fixem a competência territorial das varas
especializadas. d.1) que, na Justiça Federal, a competência referida no item anterior tenha
preferencialmente abrangência coincidente com os limites territoriais de uma seção
judiciária. e) que as varas especializadas em crime organizado contem com mais de um
juiz, bem como com estrutura material e de pessoal especializado compatível com sua
atividade, garantindo-se aos magistrados e servidores segurança e proteção para o exercício
de suas atribuições. f) sempre que necessário, a mudança de sede da vara criminal
especializada e a movimentação de pessoal, de modo a melhor atender a seus propósitos. g)
sejam deprecados ou delegados a qualquer juízo os atos de instrução ou execução sempre
que isso não importe prejuízo ao sigilo, à celeridade ou à eficácia das diligências, podendo,
em caso contrário, o juiz, na área de sua jurisdição, presidir as diligências necessárias, ou,
quando fora dela, deprecá-las a outro juiz de vara criminal especializada. h) que os
inquéritos policiais e procedimentos em andamento, bem como seus apensos ou anexos, de
competência das varas criminais especializadas, sejam a elas redistribuídos, observando-se
as cautelas de sigilo, ampla defesa e devido processo legal. i) que os inquéritos policiais e
outros procedimentos em tramitação nas varas especializadas, relativos a outros delitos,
sejam redistribuídos às demais varas criminais não especializadas. j) que as ações penais
não sejam redistribuídas. k) possam os Tribunais solicitar o apoio do Conselho Nacional de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


270

Justiça para a consecução da finalidade indicada na presente recomendação”


(Recomendação CNJ 3, de 30.05.2006).

CRUCIFIXO
Pedido para que se determine aos tribunais a retiradas de crucifixos dos
plenários e salas

Pedido de Providências. Pretensão de que se determine aos


Tribunais de Justiça a retirada de crucifixos afixados nos Plenários e salas. Alegação de
que a aposição de símbolos fere o art. 19, inciso I da CF/88. – “Manter um crucifixo numa
sala de audiências públicas de Tribunal de Justiça não torna o Estado – ou o Poder
Judiciário – clerical, nem viola o preceito constitucional invocado (CF, art. 19, inciso I),
porque a exposição de tal símbolo não ofende o interesse público primário (a sociedade),
ao contrário, preserva-o, garantindo interesses individuais culturalmente solidificados e
amparados na ordem constitucional, como é o caso deste costume, que representa as
tradições de nossa sociedade. Por outro lado, não há, data venia, no ordenamento jurídico
pátrio, qualquer proibição para o uso de qualquer símbolo religioso em qualquer ambiente
de Órgão do Poder Judiciário, sendo da tradição brasileira a ostentação eventual, sem que,
com isso, se observe repúdio da sociedade, que consagra um costume ou comportamento
como aceitável” (CNJ – PP 1344, PP 1345, PP 1346 e PP 1362 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

CUMULAÇÃO DE PROVENTOS E SUBSÍDIOS


Limitação da soma ao teto de remuneração

Pedido de Providências. TRT da 18ª Região. Aplicação da Res. 13


do CNJ, de 21.03.2006, às hipóteses de cumulação de proventos e subsídios. Consulta
respondida no sentido de se assegurar a acumulação de proventos com subsídio, sendo a
soma limitada ao teto remuneratório de que trata o inciso XI do art. 37 da CF, assegurando-
se o recebimento do excedente como verba remuneratória destacada e não sujeita a
qualquer tipo de reajuste, majoração ou correção, até que seja absorvida pelas majorações
futuras do subsídio. (CNJ – PP 729 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

CUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS


Limitação da soma ao teto de remuneração

Pedido de Providências. Magistrados. Consulta sobre a


acumulação de proventos e vencimentos de cargo comissionado. Submissão ao teto. Art.
40, § 11, da CF/88; arts. 5º e 6º, da Res. 13, e art. 2º, inciso II, letra “f”, da Res. 14,
ambas do CNJ. Arquivamento, com reposta à consulta formulada. – “Para a consulta
vertente, permanece a mesma vinculação da soma dos proventos e vencimentos de cargo
comissionado ao teto, mas agora considerado, nos Estados, o idêntico limite existente para
a Justiça da União” (CNJ – PP 806 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).
Observações:

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


271

1. A Resolução 13, de 21.03.2006, dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório


constitucional e do subsídio mensal dos membros da magistratura (vide Enunciado
Administrativo 4, de 28.11.2006);
2. A Resolução 14, de 21.03.2006 dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório
constitucional para os servidores do Poder Judiciário e para a magistratura dos Estados que
não adotam o subsídio.

CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO DE INGRESSO NA


MAGISTRATURA MANTIDO PELA ESCOLA DA MAGISTRATURA
Exercício por magistrado da função de direção ou coordenação. Impedimento
para compor banca examinadora em concurso de ingresso na Magistratura

Pedido de Providências. Consulta. Art. 6º da Resolução 11/2006


do CNJ. Desembargador que exerce função de coordenação na Escola da Magistratura
do Rio de Janeiro. Impedimento para compor banca examinadora do concurso para
ingresso na carreira da magistratura. – “I) A vedação instituída pela Resolução 11/2006
do CNJ objetiva preservar a moralidade na realização dos concursos e a isonomia no
tratamento aos candidatos. A finalidade da norma será mais provavelmente alcançada na
medida em que as comissões e bancas de concursos sejam constituídas por profissionais
sem qualquer comprometimento com o magistério em cursos preparatórios. II) A regra de
impedimento veiculada no artigo 6º da Resolução 11/2006 do CNJ deve ser interpretada no
sentido de abranger também as funções de direção, coordenação e/ou subcoordenação dos
cursos voltados à preparação de candidatos a concursos públicos para ingresso na carreira
da magistratura” (CNJ – PP 200810000009264 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO (ESPECIALIZAÇÃO, MESTRADO E


DOUTORADO)
Palavras-chave: DOUTORADO – ESPECIALIZAÇÃO – MESTRADO

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional


Vide: Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Afastamento após a conclusão do curso
Vide: Art. 10 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Pagamento de diárias
Vide: Art. 9º da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Pagamento de férias

Vide: Art. 11 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento do magistrado para estudos. Condicionado a razões de


conveniência, oportunidade e viabilidade do Tribunal

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


272

Recurso Administrativo. Afastamento para estudos. Art. 73 da


LOMAN. Licença remunerada. – “I) Compete ao Tribunal a que estiver vinculado o
magistrado, examinar, em face de cada caso, se concede, ou não, licença remunerada para
freqüência a curso. II) O afastamento de magistrado para estudos não é direito absoluto do
magistrado, mas condicionado a razões de conveniência administrativa, em que é soberana
a avaliação do Tribunal. III) O fato de o Tribunal haver concedido licença remunerada a
uma colega, em outra ocasião, por período bem mais reduzido, não implica inobservância
do princípio da isonomia porque a questão supõe, antes, ponderação de oportunidade,
conveniência e viabilidade pela Administração da Corte, o que oscila em face das
circunstâncias. IV) Recurso Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PP
200810000006743 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008).

Afastamento do magistrado para estudos negado. Precedente concedendo


licença remunerada. Inocorrência de violação ao princípio da isonomia

Recurso Administrativo. Afastamento para estudos. Art. 73 da


LOMAN. Licença remunerada. – “I) Compete ao Tribunal a que estiver vinculado o
magistrado, examinar, em face de cada caso, se concede, ou não, licença remunerada para
freqüência a curso. II) O afastamento de magistrado para estudos não é direito absoluto do
magistrado, mas condicionado a razões de conveniência administrativa, em que é soberana
a avaliação do Tribunal. III) O fato de o Tribunal haver concedido licença remunerada a
uma colega, em outra ocasião, por período bem mais reduzido, não implica inobservância
do princípio da isonomia porque a questão supõe, antes, ponderação de oportunidade,
conveniência e viabilidade pela Administração da Corte, o que oscila em face das
circunstâncias. IV) Recurso Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PP
200810000006743 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008).

Concessão de bolsa de estudo para curso de língua estrangeira no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 5, de 25.09.2008.

Concessão de bolsa de estudo para curso de pós-graduação no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 4, de 08.09.2008.

Curso de pós-graduação lato sensu. Definição

Considera-se pós-graduação lato sensu o curso com caráter de


educação continuada, carga horária mínima de 360 horas, realizado por instituição
credenciada pelo Ministério da Educação para atuar nesse nível educacional e que cumpra,
na íntegra, o disposto em normativo próprio do Conselho Nacional de Educação, vigente à
época da realização do curso (art. 2º, da Instrução Normativa CNJ 4, de 08.09.2008).

Curso de pós-graduação stricto sensu. Definição

Consideram-se pós-graduação stricto sensu os programas de


mestrado e de doutorado autorizados e reconhecidos pelo Ministério da Educação (art. 3º,
da Instrução Normativa CNJ 4, de 08.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


273

Resolução do tribunal dispondo sobre o afastamento de magistrado para


freqüência a cursos de aperfeiçoamento

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça da


Paraíba. Resolução local dispondo sobre a concessão de afastamento de magistrado para
freqüência em cursos de aperfeiçoamento. Aplicação do artigo 73 da LOMAN. Ilegalidade
da exigência de dez anos de carreira para obtenção do afastamento. Legalidade do termo de
compromisso que viabiliza a divulgação do trabalho acadêmico elaborado pelo magistrado
afastado. Ilegalidade da restrição ao direito de gozo de férias no período de afastamento
para estudos. Aplicação do artigo 93, inciso II, alínea “c” da Constituição Federal. Critério
para afastamento de Juiz deve ser examinado no caso concreto, segundo as necessidades e
conveniências da Administração Pública cujo interesse é preponderante. (CNJ – PCA
10663 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

CURSOS EM GERAL – FREQÜÊNCIA


V. tb: MAGISTRADOS

Freqüência de cursos de pós-graduação por magistrados

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado para freqüentar curso de pós-graduação ‘lato sensu’. Indeferimento. Alegação
de afronta aos princípios da legalidade e isonomia. Improcedência. Ato discricionário do
Tribunal. – “I) A intelecção do artigo 73 da LOMAN (LC 35/79), bem como dos
comandos insertos na normatização infra-legal emanada do Tribunal local para
regulamentar a matéria (Resolução/TJPE 108/98), denota a natureza jurídica discricionária
do ato de afastamento sem prejuízo da remuneração. II) Nenhuma dúvida remanesce
quanto à necessidade de avaliação, pelo Tribunal de origem, da conveniência e
oportunidade do deferimento de pedido de afastamento, sem prejuízo da remuneração, para
participação em curso de pós-graduação, especialmente se a instituição de ensino
responsável pela respectiva formação e titulação acadêmica não tiver sede fora do espaço
geográfico de exercício da jurisdição pelo magistrado interessado, como ocorre no caso em
apreço. III) Mácula ao princípio da isonomia inexistente à vista da presença de elementos
de discrímen capazes de justificar a diferença de tratamento conferida pelo Tribunal de
origem aos pedidos de afastamento que lhe foram encaminhados. Procedimento de
Controle Administrativo a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200810000000108 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

CUSTAS E EMOLUMENTOS
Repasse de valores obtidos por serventias extrajudiciais a título de custas e
emolumentos a entidades jurídicas de direito privado

Pedido de Providências. Voto conjunto. Associação dos


Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Piauí – ARPEN. Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí. Compensação financeira em favor dos ofícios do Registro Civil de
Pessoas Naturais. ADI 3660/MS. Vedado o repasse a entidades privadas. Provimento
022/2006. Sustação dos efeitos. Repasse suspenso. – “Não obstante o que previsto no art.
8º da Lei Federal 10.169, de 29 de dezembro de 2000, que regula o § 2º do art. 236 da
Constituição Federal, na presente hipótese, o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


274

suspender o repasse dos valores referentes à compensação financeira, o fez em observância


ao que decidido pela Corte Constitucional, em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, quando vedou o repasse de valores obtidos a título de custas e
emolumentos a entidades jurídicas de direito privado. Procedimentos que devem ser
julgados improcedentes” (CNJ – PP 200910000002444 e PP 200910000004908 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

CUSTAS JUDICIAIS
Anulação de débito. Incompetência do CNJ

Pedido de Providências. Anulação do registro de débito judicial


referente a custas tidas como indevidas, oriundas da revogação judicial do benefício da
gratuidade da prestação jurisdicional. CNJ. Incompetência. (CNJ – PP 82 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

Cobrança em pedidos de cumprimento de sentença

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso do Sul. Cobrança de custas para o ingresso de pedidos de cumprimento de
sentença e respectiva impugnação após o advento da Lei 11.232/2005. Resolução 507, de
09.08.2006 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Pedido julgado improcedente.
– “I) O fato de a execução da sentença dar-se nos próprios autos do processo originário em
nada afastaria a necessidade de nova comunicação ao devedor para que ele dê
cumprimento ao decisum. Tal comunicação não mais seria uma citação, mas, sim,
intimação, o que, também em nada, diminui os custos, o trabalho e a responsabilidade das
Varas e dos Tribunais” (CNJ – PCA 235 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª Sessão – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

–D–
DÉBITO RELATIVO A CUSTAS JUDICIAIS. ANULAÇÃO
Incompetência do CNJ

Pedido de Providências. Anulação do registro de débito judicial


referente a custas tidas como indevidas, oriundas da revogação judicial do benefício da
gratuidade da prestação jurisdicional. CNJ. Incompetência. (CNJ – PP 82 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

DECADÊNCIA
Palavras-chave: PRECLUSÃO
V. tb.: PRESCRIÇÃO

Ato administrativo. Controle pelo CNJ. Inadmissibilidade de controle de atos


praticados há mais de cinco anos.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


275

“Impõe-se, com a ressalva necessária, admitir o entendimento no


sentido de que o prazo decadencial de cinco anos a que se referem o art. 54 da Lei 9.784/99
e 95, parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, estabelecido para a revisão e anulação
de ato administrativo irregular, não se aplica quando este ato tiver afrontado diretamente
norma constitucional, que restaria inócua se tal revisão não pudesse ser admitida,
considerando a dicção da ilustrada e expressiva maioria deste Egrégio Conselho, não
obstante entendimento em relação ao qual guardo reservas, mas já alentado por inúmeros e
reiterados precedentes em situações parelhas, conforme a messe de julgados apontados”
(CNJ – PCA 200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª
Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Pará. Vaga para acesso ao cargo de Desembargador pelo critério de antiguidade. Prescrição
administrativa. Critérios de desempate. Pedido a que se nega provimento. – I) A Lei
Federal 9.784/99 e o Regimento Interno do CNJ vedam a revisão de atos praticados a mais
de cinco anos. II) Precedentes do Plenário do Conselho Nacional de Justiça quanto à
aplicação do prazo prescricional, quando o ato examinado não importe em lesão frontal e
direta ao texto constitucional. III) Alegação da não-publicação de ato que remonta a prazo
superior a uma década. IV) Ausência de ilegalidade na confecção da lista de antiguidade.
Pedido a que não se conhece com a manutenção do ato do Tribunal de Justiça do Pará”
(CNJ – PCA 200910000009293 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Decisão Monocrática que não conheceu do pedido. Atos praticados há
mais de cinco anos e no âmbito da autonomia do tribunal. Alegada inconstitucionalidade
dos atos impugnados. Pretende a prevalência do que determinado na parte final do
parágrafo único do art. 91 do Regimento Interno do CNJ. – “Os Requerentes insistem no
argumento de que os atos aqui impugnados ofendem diretamente a Constituição Federal,
em seus arts. 2º, 5º, caput e II, 22, I, 37, 48, 59, 61, 114 e 116 da CF/88, merecendo,
portanto, inclusive aqueles praticados há mais de cinco anos, a pecha de inconstitucionais.
A ofensa direta à Constituição deve ser demonstrada de plano, como o foi nos precedentes
trazidos à colação pelos próprios Requerentes. A simples alegação de inconstitucionalidade
dos atos aqui impugnados não tem o condão de afastar o que determinado pelo caput do
art. 91 do RICNJ. Decisão monocrática que se mantém por seus próprios fundamentos.
Recurso administrativo que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000017198 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Juiz Substituto. Revisão da nomeação após o vitaliciamento

Concurso Público de ingresso na Magistratura do Estado da


Bahia. Decadência. Vitaliciamento. Matéria Judicial. Incompetência do CNJ. Segurança
Jurídica. Prevalência do ato. – “Vitaliciados os juízes aprovados no concurso impugnado,
não há como rever o ato de nomeação pela via administrativa, até porque, a perda do cargo
nesse caso só se dará através da via judicial, garantia instransponível da magistratura,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


276

conforme dispõe a LOMAN” (CNJ – PCA 259 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho –
40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

DECISÃO ADMINISTRATIVA
Vide: ATO ADMINISTRATIVO

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Irrecorribilidade

Processo Administrativo Disciplinar. Recurso Administrativo


contra decisão monocrática. Recorribilidade de decisões interlocutórias. Instrução.
Testemunhas. Substituição. – “I) Como regra, as decisões interlocutórias proferidas em
cognição administrativa disciplinar são irrecorríveis, dado o imperativo de celeridade do
processamento de feitos disciplinares, à luz do disposto no art. 7º, § 5º, da Res./CNJ 30/07,
salvo se restringir ou indeferir a produção de provas. II) Na instrução de Processos
Administrativos Disciplinares serão inquiridas, no máximo, 8 testemunhas de acusação e
até 8 testemunhas de defesa por fato imputado (art. 1º, § 4º, Res./CNJ 30/07). III) Não
consiste direito da defesa a substituição de testemunhas tempestivamente arroladas e,
tampouco, a oitiva de testemunhas em número superior ao permissivo legal,
independentemente de imputação de fatos ilícitos suficientes a justificarem tal acréscimo.
IV) Ilegítima a pretensão de subrogar-se o requerido nos poderes instrutórios do julgador
para, ao seu alvedrio, fixar o momento mais conveniente à determinação da oitiva de
testemunhas ou para declarar a superveniente perda de interesse em depoimentos
regularmente deferidos. V) Recurso Administrativo em Processo Administrativo
Disciplinar a que se conhece para negar provimento” (CNJ – PAD 08 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Recorribilidade

Recurso Administrativo em Processo Administrativo Disciplinar no


âmbito do CNJ. Recorribilidade de decisões interlocutórias. Número de testemunhas.
Desprovimento. – “I) Como regra geral, as decisões interlocutórias proferidas em sede de
Processo Administrativo Disciplinar não são recorríveis, em face da celeridade do
procedimento e do prazo de conclusão (art. 7º, § 5º, Resolução 30/CNJ), salvo quando
restringir ou indeferir a produção de prova. II) Na instrução do processo administrativo
serão inquiridas no máximo oito testemunhas de acusação e até oito de defesa (art. 1º, § 4º,
Resolução 30/CNJ) por fato imputado. III) Recurso Administrativo em Processo
Administrativo Disciplinar conhecido e improvido” (CNJ – PAD 08 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

DECISÃO JUDICIAL
V. tb.: ATO JUDICIAL – QUESTÃO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO JUDICIÁRIO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ – SENTENÇA

CNJ como instância inadequada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


277

“Em questões como a dos autos, vem-se firmando a orientação no


sentido de que, estando a questão posta na via jurisdicional, até por razões de coerência e
em nome da segurança jurídica, não deve ser submetida a este Conselho. No presente caso,
se houve o alegado descumprimento pelo Tribunal de Justiça, como afirma a inicial, não é
o CNJ instância adequada para garantir a autoridade das decisões do Supremo Tribunal
Federal” (CNJ – PCA 587 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Controle pelo CNJ. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Reclamação contra a atuação de Juízes


fora de suas funções ou em acúmulo com elas. – “... Quanto ao magistério privado, e
prevalecendo, quanto ao público, a regra geral do artigo 37 da Constituição, pouco importa
o número de empregadores do Juiz, relativo ou ‘uma', referido pelo inciso I do parágrafo
único do art. 95 da CF/88, à atividade de magistério e não ao número de cargos ou funções
de professor, que inclusive podem ter, no seu conjunto, carga horária que, somada, seja
menor que aquela relativa a um único cargo ou função de professor” (CNJ – PP 18 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 3ª Sessão – j. 16.08.2005 – DJU 05.09.2005 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. – “Conquanto inarredável a competência do Conselho Nacional de Justiça
para o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, nos termos do
parágrafo 4º do art. 103-B da Constituição Federal, é certo que não lhe compete avançar no
debate de sorte a atingir eventual decisão judicial, ou nela intervir, por razão de segurança
jurídica e respeito à função jurisdicional, evitando-se, assim, possíveis pronunciamentos
conflitantes. Recurso Administrativo em Procedimento de Controle Administrativo de que
conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000008574 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Grilagem. Decisão judicial proferida pela Justiça Federal. Descumprimento


pelo Conselho da Magistratura Estadual. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Grilagem. Competência da Justiça


Federal. Decisão do Conselho da Magistratura Estadual. Desrespeito à Lei 10.267/2001.
– “Do quanto exposto, embora haja uma gama de precedentes de prática de grilagem no
Amazonas – em face do quê o estado brasileiro tomou várias iniciativas para proteger o
patrimônio público – concluo que a decisão administrativa adotada pelo Conselho da
Magistratura do Estado do Amazonas ignorou essa realidade e os mecanismos legais
criados, exatamente, para corrigir as ilegalidades e evitar novas fraudes. Em outras
palavras, desafiou a Constituição, a lei e uma decisão judicial, o que impõe a este
Conselho, no exercício da competência administrativa que lhe é constitucionalmente
reservada, repor a normalidade jurídica anulando a decisão tomada pelo Conselho da
Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas nos autos do recurso
administrativo 132/03. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PP 268 – Rel. Cons. Paulo
Schmidt – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Impugnação perante o CNJ

Recurso Administrativo. Decisão judicial. Impossibilidade de


impugnação perante o Conselho Nacional de Justiça. Pretensão recursal assentada em
pressuposto jurídico não demonstrado nas razões de recurso, qual seja a natureza

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


278

administrativa da decisão colegiada impugnada. Conteúdo judicial do provimento discutido


reconhecido em duas instâncias jurisdicionais (TRE e TSE), inclusive para aplicação da
Súmula 267 da Excelsa Corte. Inviabilidade da atuação reclamada a este Conselho
Nacional de Justiça. Hipótese submetida a trancamento liminar (Portaria 23, de
20.04.2006). Recurso conhecido e desprovido. (CNJ – PP 905 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Inadmissibilidade de exame de matéria de natureza judicial em representação


por excesso de prazo

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Arquivamento mantido. – “Como sabido, a atuação deste Conselho Nacional de Justiça está
adstrita ao controle da atividade funcional dos membros e demais órgãos integrantes do
Poder Judiciário. Portanto, a Representação por Excesso de Prazo não se presta a examinar
matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios próprios. Recurso não provido”
(CNJ – REP 5199 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Pretensão de que o CNJ determine o seu cumprimento

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Pagamento de valores oriundos de decisão judicial e controle de atos administrativos
praticados pelo TJAL. Indeferimento. (CNJ – PCA 200810000001680 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Pretensão de revisão pelo CNJ. Inadmissibilidade

Decisão judicial. Insurgência. Competência do CNJ. – “I) A


competência do Conselho Nacional de Justiça, no tocante ao controle dos deveres
funcionais dos magistrados, não abrange a mera revisão indiscriminada do conteúdo de
decisões judiciais, porquanto para correção de erro de julgamento a lei prevê os recursos
cabíveis. II) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – DOCAV 4289 –
Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Pedido de Providências. Recurso administrativo. Decisão


monocrática reconhecendo a incompetência do CNJ para revisar decisões judiciais.
Alegação de arbitrariedade e injustiça. Incompetência do CNJ para revisar decisão judicial.
Recurso improvido. (CNJ – PP 512 – Rel. Paulo Lôbo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).
No mesmo sentido: CNJ – PP 568 – Rel. Paulo Lôbo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Cassação do


Benefício da Justiça Gratuita. Cancelamento de débito relativo a custas judiciais.
Indenização pelos prejuízos decorrentes. Revisão de decisão judicial. Pretensão
absolutamente estranha às finalidades constitucionais e regimentais do Conselho Nacional
de Justiça, as quais refogem à Competência estabelecida pelo § 4º do Art. 103-B da Carta
Magna de 1988, com a redação dada pela EC 45/2004 e pelo Regimento Interno deste
Conselho. Arquivamento. (CNJ – PP 63 – Rel. Cons. Germana Moraes – 1ª Sessão
Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


279

Reclamação Disciplinar alegando erro de decisão judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Atos Judiciais.


Arquivamento Mantido. – “A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo para
questionamento de erro de forma ou conteúdo de decisão judicial, nem tampouco é
sucedâneo do meio processual destinado à argüição de parcialidade do órgão jurisdicional.
Arquivamento que encontra previsão no art. 31, inciso I, do RICNJ. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 215 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 23ª Sessão – j.
15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Reclamação Disciplinar em razão de decisão judicial desfavorável

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisões


desfavoráveis à tese do reclamante-recorrente em ações judiciais. Questão judicial.
Princípio da independência jurisdicional. – “A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo
a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisões desfavoráveis ao
reclamante em ações judiciais e em desconformidade com precedentes do Tribunal ad
quem, por si só, não implicam responsabilidade disciplinar do magistrado, ante o princípio
da independência jurisdicional. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 233 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006).

Representação por Excesso de Prazo. Meio inidôneo para questionar decisão


judicial

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A representação por excesso de prazo não é
meio idôneo para questionamento do mérito de decisão judicial, cuja impugnação deve se
dar através dos recursos previstos na lei processual. II) Não caracteriza falta disciplinar
demora ocorrida na tramitação do feito e decorrente de estrita observância da cláusula do
devido processo legal, a qual impõe, para fins de reforma da decisão proferida no primeiro
grau de jurisdição, a prática dos atos e observância dos prazos indisponíveis ao seu
reexame pelo órgão ad quem. III) Arquivamento que encontra previsão no art. 31, inciso I,
do RICNJ. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 181 – Rel. Cons.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU
27.04.2007).

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) O exame de matéria de cunho jurisdicional
escapa à apreciação deste Conselho Nacional de Justiça, devendo o inconformismo ser
atacado por meio dos recursos próprios na via judicial (CF art. 103-B, parágrafo 4º). II)
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 428 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de
Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisões


Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A reclamação disciplinar não é meio idôneo para
obter a revisão de decisões judiciais que resultaram desfavoráveis ao reclamante. II)
Recurso a que se nega provimento. O conselho por unanimidade negou provimento” (CNJ
– RD 124 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária –
j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


280

Representação por Excesso de Prazo. Matéria jurisdicional.


Recurso administrativo. Ausência de ataque específico aos fundamentos da decisão
agravada. Decisão mantida por seus próprios fundamentos. Recursos a que se nega
provimento. (CNJ – REP 587 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

Revisão Disciplinar. Pretensão de rever decisão judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisões


Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A reclamação disciplinar não é meio idôneo para
obter a revisão de decisões judiciais que resultaram desfavoráveis ao reclamante. II)
Recurso a que se nega provimento. O conselho por unanimidade negou provimento” (CNJ
– RD 124 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária –
j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

Revisão pelo CNJ. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Matéria judicial.


Arquivamento mantido. Recurso negado. – “A competência fixada para o Conselho
Nacional de Justiça é restrita ao âmbito administrativo do Poder Judiciário, não podendo
ocorrer intervenção em conteúdo de decisão judicial, para corrigir eventual vício de
ilegalidade ou nulidade, devendo a parte valer-se dos meios recursais cabíveis para reverter
eventuais provimentos desfavoráveis aos seus lídimos interesses. Recurso não provido”
(CNJ – RD 330 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 55ª Sessão – j.
29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Recurso Administrativo. Revisão de decisão judicial. Pretensão de


anulação de negócio jurídico. Matéria estranha ao Conselho Nacional de Justiça. – “A
revisão de decisões judiciais não se insere na competência atribuída ao Conselho Nacional
de Justiça pelo artigo 103-B, parágrafo 4º, da Constituição Federal. Recurso
Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – RD 5520 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Recurso contra Decisão Monocrática. Pedido de Providências


impugnado. Conteúdo ou forma de se proceder à decisão judicial. Incompetência do CNJ.
– “I) Não se compete ao Conselho Nacional de Justiça rever decisão judicial ou examinar
se correta ou incorreta a forma como o Tribunal, no exercício da jurisdição procedeu para
efetuar o julgamento. II) Recurso improvido, Pedido de Providências não conhecido” (CNJ
– PP 890 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 –
DJU 21.06.2007).

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática de arquivamento.


Matéria judicializada. Desistência da demanda judicial. – “O CNJ não pode ser provocado
como sucedâneo recursal, dada a irresignação do recorrente com a decisão judicial que lhe
foi desfavorável, sob pena de restar caracterizada a insegurança jurídica e a má-fé
processual. ‘2) Conforme iterativa jurisprudência, refoge à competência do Conselho
Nacional de Justiça rever decisões judiciais. O CNJ não é instância revisora de decisão
judicial, até porque poderiam sobrevir indesejáveis pronunciamentos conflitantes’ (PCA
2786)” (CNJ – PCA 200910000001476 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


281

DECISÃO MONOCRÁTICA
Exigência de que o recurso impugne objetivamente os fundamentos da decisão

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências não conhecido. Fundamentos inatacados. Improvimento. – “O recurso
interposto deve impugnar, de modo objetivo, os fundamentos da decisão recorrida.
Subsistentes os fundamentos da decisão quando não impugnados, impõe-se sua rejeição.
Recurso improvido” (CNJ – PP 890 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Hipóteses em que se justifica

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “De acordo com o artigo 99 do Regimento Interno, os
procedimentos de controle administrativo somente devem ser submetidos ao Plenário
quando os fundamentos do pedido não forem ilididos pela autoridade requerida, ou quando
não seja caso de indeferimento liminar do processamento” (CNJ – PCA 465 – Rel. Cons.
Germana Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Pedido de revisão. Prazo para a discussão da matéria excedido

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Pedido de revisão da decisão monocrática de arquivamento. Os
requerentes extrapolaram os prazos para discutir assuntos referentes ao 51º Concurso
Público para Juiz Substituto do Poder Judiciário do Estado da Paraíba, cuja homologação
deu-se em 13.07.2002. (CNJ – PCA 178 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni – 28ª
Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Pretensão de revisão pelo CNJ. Pedido improcedente. Aplicação do princípio


da segurança jurídica

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática determinando


arquivamento face à existência de mandado de segurança. Assuntos diferentes nos dois
procedimentos. Desconstituição do ato administrativo que reprovou a requerente no IX
Concurso Público para Juiz Federal Substituto da 1ª Região. Aprovação nas provas e
reprovação no cômputo de títulos. Pedido improcedente. Aplicação do princípio da
segurança jurídica. (CNJ – PCA 605 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Providência ali determinada. Desnecessidade de sua reiteração no acórdão que


a manteve. Inexistência de omissão

Pedido de Esclarecimentos em Recurso Administrativo.


Providência determinada na Decisão Monocrática confirmada pelo Plenário do Conselho.
Alegação de omissão na decisão que apreciou o recurso. Inocorrência. Desnecessidade. –
“Constando da decisão monocrática confirmada pelo Plenário do Conselho Nacional de
Justiça determinação de extração de cópias do procedimento e remessa à autoridade
competente, seu cumprimento pela Secretaria independe de manifestação no mesmo
sentido na decisão que negou provimento ao Recurso Administrativo. Pedido de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


282

Esclarecimentos de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA


200710000013044 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

Rejeição liminar de pedido de controle administrativo quando existente ação


perante o STF

Recurso Administrativo. Decisão monocrática. Não conhecimento


de pedido de instauração de Procedimento de Controle Administrativo. Matéria submetida
à cognição do Supremo Tribunal Federal. Inviabilidade de atuação do Conselho Nacional
de Justiça. Desprovimento. – “I) Limitando-se a atuação do Conselho Nacional de Justiça à
esfera administrativa, não se conhece de pedido de instauração de Procedimento de
Controle Administrativo, quando existente ação perante o Supremo Tribunal Federal
questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual que serviu de suporte para
o ato administrativo impugnado. II) Razões de recurso que não infirmam os fundamentos
adotados na decisão impugnada. III) Recurso Administrativo conhecido e desprovido”
(CNJ – RADM 3180 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 47ª Sessão – j. 11.09.2007
– DJU 27.09.2007).

DECISÕES DO CNJ
Pretensão de revisão em outro procedimento

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo contra decisão do TST de indeferimento do pedido de restabelecimento de
vencimentos integrais até decisão final da punição de disponibilidade. Alegação de
ilegalidade por ferir o art. 27 parágrafo 6º da LOMAN. Mera repetição de requerimento
anteriormente efetuado sem qualquer menção até a fase recursal. Má-fé do requerente. –
“Pedido de restabelecimento integral de vencimentos até a decisão final da punição de
disponibilidade. Alegação que em situação similar o TST analisando a questão deu
tratamento diverso. A questão já foi debatida em pedido anterior formulado pelo mesmo
requerente perante este Conselho no PCA 256. Não pode o CNJ ficar revendo suas
decisões sem justificativa plausível. Má-fé do requerente comprovada, pois somente
menciona que existiu requerimento anterior sobre o mesmo tema em fase de recurso.
Recurso de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000007292 –
Rel. Cons. Marcelo Nobre – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

DEFENSOR PÚBLICO
Advogado. Ato normativo de tribunal visando proibir o exercício cumulativo
de advocacia privada com a de defensor público nomeado

Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da


Corregedoria Geral de Justiça do TJAP. Caráter orientativo. Pretensão de controle com
vistas à proibição de exercício cumulativo da advocacia privada com as atribuições de
defensor público nomeado ad nutum. Competência do CNJ. Desconstituição do ato. – “I)
Pedido de desconstituição da Recomendação 003/2008, emanada da Corregedoria-Geral de
Justiça do Tribunal de Justiça do Amapá para desestimular a atuação jurisdicional restritiva
do desempenho da advocacia privada pelos Defensores Públicos ad nutum. II) Conquanto
meramente orientativa a Recomendação 003/2008, bem assim, despida de juízo de valor
acerca da legalidade ou constitucionalidade da atuação dos Defensores nomeados ad

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


283

nutum e considerada, ainda, sua clara intenção de acautelar os juízes estaduais acerca da
temeridade de decisões proibitivas do exercício de atividades sujeitas a regras
institucionais e regulamentação próprias, sem prévia interposição legislativa ou
manifestação expressa do STF, sua edição afeta, ainda que indiretamente, o conteúdo
decisório de decisões judiciais. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se
defere” (CNJ – PCA 200810000012391 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

DEFENSORIA PÚBLICA
Designação de advogados em favor de réus ou autores carentes

Pedido de Providências. Ordem dos advogados do Brasil. Seção


Paraná. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Solicitações. Designação de
advogados. Réus ou autores carentes. Processos judiciais e administrativos. Recusa da
defensoria pública por impossibilidade. Requer providências. – “O Conselho Nacional da
Justiça, embora competente para o controle da atuação administrativa do Poder Judiciário,
nos termos do parágrafo 4° do art. l03-B da Constituição da República, não pode regular a
atuação de outros órgãos que não compõem a estrutura do Poder Judiciário, na hipótese, a
Defensoria Pública do Estado do Paraná. Todavia, informo que este Órgão, considerando
que a Defensoria Pública, nos termos do art. 134, da Constituição Federal, é instituição
essencial à função jurisdicional do Estado e à garantia de acesso à Justiça a todos, e a par
da necessidade de seu fortalecimento, editou a Res. 62, de 10 de fevereiro de 2009,
aprovada na 78ª Sessão Ordinária de Julgamento, que disciplina, no âmbito do Poder
Judiciário, procedimentos relativos ao cadastramento e à estruturação de serviços de
assistência jurídica voluntária. ‘Realmente, é inconcebível a omissão do Poder Público na
organização e fortalecimento dessa Instituição tão fundamental ao estado de direito
democrático. Não tem explicação que o Estado brasileiro se omita na construção de um
instrumento de cidadania, frustrando o povo brasileiro de dispor de acesso ao Poder
Judiciário por intermédio de profissionais bem formados, vocacionados para o mister e
preparados para a defesa do cidadão que não pode constituir o seu próprio Advogado.
Enquanto a Nação não se conscientiza dessa necessidade, os paliativos vão sendo
oferecidos, como os que foram adotados no âmbito deste Conselho Nacional de Justiça,
cujas providências adotadas tornam prejudicado o presente pedido de providências’” (CNJ
– PP 200910000020318 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 –
DJU 17.06.2009).

DEFESA DE DIREITO ALHEIO EM NOME PRÓPRIO


V. tb.: LEGITIMIDADE ATIVA – SUBSTITUTO PROCESSUAL

Inadmissibilidade

“Cumpre asseverar não ser o requerente legitimado a postular em


nome alheio, ou seja, como substituto processual de eventuais candidatos já inscritos, com
fundamento em supostos prejuízos de natureza econômica e moral por estes suportados, a
teor do art. 6º do Código de Processo Civil” (CNJ – PP 1491 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU 03.08.2007).

DEFESA PRÉVIA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


284

Ausência no processo administrativo disciplinar

Processo Administrativo Disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,
convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo
procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do tribunal de origem, cabe, nesse procedimento,
incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo
disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no Tribunal de origem” (CNJ – RD 2 – Rel. Cons. Antônio de Pádua
Ribeiro – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de


Processo Administrativo Disciplinar. Ausência de oportunidade de defesa prévia.
Cerceamento de defesa. Nulidade. – “I) Conforme dispõem os §§ 1º e 2º do artigo 27 da
LOMAN, a defesa prévia deve ser oportunizada ao magistrado após a proposta do
corregedor e antes da designação da Sessão do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial para
deliberar sobre a instauração do Processo Administrativo Disciplinar. II) A Resolução
30/2007 do CNJ uniformiza o Processo Administrativo Disciplinar segundo o
procedimento previsto no artigo 27 da LOMAN, sem qualquer distinção quanto às sanções
passíveis de aplicação. III) Embora não tenha sido intimado o advogado para a Sessão
Plenária, a intimação do magistrado acusado ocorreu com antecedência suficiente para
comunicação com seu defensor e preparação da defesa a ser produzida em Plenário. IV) O
acórdão apresenta suficiente imputação dos fatos e a delimitação da acusação, de modo que
não há violação ao § 4º do art. 7º da Resolução 30 do CNJ. Procedência do pedido para
declarar a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar e determinar o seu refazimento,
por ausência de intimação para a defesa prévia prevista no § 1º do art. 27 da LOMAN”
(CNJ – PCA 13263 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Em Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Comunicação da


acusação ao magistrado investigado. Defesa prévia. Ampla defesa. – “Antes da
instauração do Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado, cabe ao Presidente
do Tribunal dar-lhe conhecimento, mediante ofício, do teor da acusação, para apresentação
da defesa prévia. A acusação e a defesa prévia serão então submetidas ao Plenário ou ao
Órgão Especial, para decidir pela instauração ou não do processo administrativo
disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

“A possibilidade de apresentação de defesa, previamente à decisão


do Tribunal de admissão ou não da representação, é uma garantia do investigado que
concretiza seu direito constitucional à ampla defesa. Em outras palavras, o ato impugnado
só beneficia o requerente e contribui para o acerto da decisão do tribunal de instauração ou

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


285

não de procedimento administrativo disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Produção de prova legítima sob o crivo do contraditório. Ausência de nulidade

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Alegação de nulidade


do processo disciplinar. Aproveitamento de prova legítima produzida no processo
anterior, sob o crivo do contraditório. Ausência de nulidade. Incorrência de prescrição. –
“I) Instauração válida de Processo Administrativo Disciplinar 07/2004, com prévia defesa
pelo acusado e sustentação oral na sessão de julgamento, em exato cumprimento da
decisão do STJ que anulara o PAD 01/2002, por ausência de defesa prévia e de intimação
para a sessão (RMS 15 940). II) A sindicância instaurada como procedimento prévio ao
processo disciplinar contra magistrado constitui marco interruptivo da prescrição,
conforme jurisprudência do STJ (RMS 14797/BA – 5ª Turma – Rel. Min. Gilson Dipp – j.
06.05.2003 – DJ 26.05.2003). III) A prescrição relativa aos fatos apurados do PAD
07/2004 regula-se pelo prazo máximo de cinco anos previsto no artigo da Lei 8.112/90 (art.
142, I). Além disso, pelos mesmos fatos o acusado responde a ação penal na qual lhe é
imputada, em tese, a prática dos crimes cuja prescrição ocorre em oito anos. IV)
Inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a revisão de processo disciplinar
(RICNJ, artigo 89, I a III). Improcedência do Pedido de Revisão” (CNJ – REVDIS 41 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 56ª Sessão – j. 12.02.2008 – DJU
29.02.2008).

DEFICIENTE FÍSICO
V. tb.: CONCURSO DE INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO –
CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA – PORTADORES DE
NECESSIDADES ESPECIAIS

Acesso às unidades do Poder Judiciário de Minas Gerais

Pedido de Providências. Expedição de Ato Regulamentar. Apoio à


pessoa deficiente. Poder Judiciário local de Minas Gerais. Acesso às unidades do Poder
Judiciário. (CNJ – PP 1236 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU
20.04.2007 – Ementa não oficial).

Candidato aprovado em concurso de ingresso na atividade notarial e de


registro que pretende ser nomeado para serventia, antes da publicação da
classificação geral, em caráter preferencial

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Certame não concluído, aguardando a fase de
eventuais recursos contra a lista de classificação. Candidato aprovado que pretende ser
nomeado para uma das serventias que apontou, antes da publicação da classificação
geral, em caráter preferencial. Alegação de ser portador de defeito físico.
Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. – “Aos candidatos portadores de deficiência
física é assegurada reserva de vagas em percentual não inferior a 5%, nem superior a 20%
e a figuração em lista de classificação separada, exclusiva para estes, conforme o
Enunciado Administrativo 12, de 29.01.2009 do CNJ. Todavia não se lhes concedeu o
privilégio de escolha solitária, isolada e separada dos demais aprovados e que ostentem a
mesma condição de portadores de alguma deficiência, nada justificando que essa escolha

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


286

privilegiada ocorra antes mesmo da publicação das listas de classificação” (CNJ – PCA
200910000000861 – Rel. Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Forma de escolha de


vagas

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. – “A
definição sobre quais vagas devem ser reservadas aos portadores de deficiência física
constitui mérito do ato administrativo que, apenas excepcionalmente, pode ser controlado
pelo Conselho Nacional de Justiça, na hipótese de ilegalidade intrínseca, mas não no seu
aspecto externo de conveniência e oportunidade, justamente porque na ausência de lei
complementar regulamentadora do inciso VIII do art. 37 da CF/88, a norma integradora e
que dá vida e efetividade ao preceito constitucional é o edital do concurso” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Reserva de vaga


V. tb.: Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009

Desconstituição de ato administrativo. Edital 84/07 TJSC.


Concurso Atividade Notarial e de Registro do Estado de Santa Catarina. Edital em
consonância com a legislação estadual. Pedidos improvidos. – “A norma constitucional
que reserva um número de vagas para deficientes físicos, densifica o princípio da
igualdade, na medida em que possibilita a inclusão da diferença. Nesse sentido, a norma
editalícia está em plena consonância com os direitos fundamentais” (CNJ – PCA 619, 622,
640, 6891, 6908, 6910 e 6921 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU
14.09.2007).

“Invoca o requerente a disciplina do art. 5º, § 2º, da Lei 8.112/90,


para sustentar a inconstitucionalidade do edital ao deixar de assegurar reserva de postos
nas serventias ofertadas a portadores de deficiência. O fundamento legal é inadequado. A
lei federal lembrada cuida do regime jurídico dos servidores públicos da União e o certame
sob exame é estadual. Por outro lado, este Conselho, por ocasião do julgamento do PCA
110, Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni, fixou tese de que a disposição do art. 37, VIII, da CF,
é norma dependente de regulamentação por lei ordinária e de duvidosa incidência no
provimento dos titulares de serventias, pois não se enquadrariam como empregados
públicos nem como detentores de cargos públicos, pois exercem atividade privada
delegada pelo poder público, conforme indicou o Supremo Tribunal Federal na ADIn
2.602, Rel. Min. Eros Grau, DJU 31.03.2006. Embora me pareça muito razoável a tese
sustentada pelo requerente percebe-se que ela não tem encontrado eco neste Conselho.
Ainda que esta nova composição reveja tal posicionamento não se poderá cogitar de
ilegalidade ou inconstitucionalidade na elaboração de edital afinado com a jurisprudência
do CNJ. Rejeito também esta impugnação” (CNJ – PCA 200710000011576 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 –
Ementa não oficial).

“Não se vislumbra ilegalidade e inconstitucionalidade em razão da


ausência de reserva de vagas para deficientes físicos, ratificando-se a análise feita pela
Comissão Permanente de Concurso, citando julgado do colendo Supremo Tribunal Federal

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


287

(TP, ADI 2602-0/MG, Rel. Min. Eros Grau, DJU 31.03.2006) excluindo os notários e
registradores do conceito de ocupantes de cargo público: ‘os notários e os registradores
exercem atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo, tampouco
ocupam cargo público (...)’” (CNJ – PCA 110 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni – 4ª
Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de provas e


títulos para atividade notarial e de registro. Reserva de vagas para candidatos portadores
de necessidades especiais. Reserva de 10% das vagas asseguradas. Número de candidatos
inferiores às vagas existentes. Pretensão de escolha privilegiada. Inadmissibilidade. – “Se,
em concurso para preenchimento de serventias extrajudiciais o número de candidatos é
inferior ao número de vagas postas no certame, a reserva para portadores de necessidades
especiais perde o sentido e não mais se justifica” (CNJ – PCA 602 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Delegação dos Serviços de Tabelionato e de Registro. Editais 01 e 02/2007. Reserva de
vagas para portadores de deficiência. Pedido parcialmente procedente. – “O processo de
inclusão política e social é longo, contínuo e tem demandado da sociedade um exaustivo
empenho para que as ações afirmativas sejam efetivadas e levadas a termo. Assim, deve o
direito dos portadores de necessidades especiais ser respeitado e, dentro das possibilidades
legais, como no presente caso, haver a necessária adequação dos editais ao comando legal”
(CNJ – PCA 200710000019230 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Concurso para serviço notarial e de registro. Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios (TJDFT). Concurso público para delegados extrajudiciais (CF, art.
236, § 3°). Oferecimento de apenas duas vagas. Portadores de deficiência e reserva de
vagas (CF, art. 37, VIII). Impossibilidade material de aplicação da política pública de
inclusão, considerada a disciplina jurídica em vigor (§ 2° do art. 5° da lei 8.112/90).
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 335 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “A reserva de vagas para
deficientes como o seu contrário não afetam qualquer princípio constitucional ou legal,
pelo que nenhum reparo há de se fazer quanto a esse tópico” (CNJ – PCA 7287 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “I. Não é ilegal nem
inconstitucional a ausência de reserva de vagas a portadores de necessidades especiais em
concurso público de ingresso na atividade notarial, nos termos da ADI 2602. II. Questão já
analisada pelo CNJ (PCA 110). Procedimento de Controle Administrativo indeferido”
(CNJ – PCA 7287 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


288

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Reserva de vaga.


Obrigatoriedade

“Na esteira da jurisprudência majoritária que vem se firmando no


CNJ, a interpretação sistêmica dos arts. 37, inciso VIII e 236 da Constituição Federal
impõem o entendimento de que essa reserva é obrigatória para portadores de deficiência
física nos concursos para provimento das serventias extrajudiciais. A questão não é apenas
de ‘não haver ilegalidade na reserva’, mas sim de considerar que é obrigatória a reserva, o
que ressuma diverso e fundamental, ou seja, não se concede margem de discricionariedade
aos organizadores do concurso de ingresso” (CNJ – PCA 200810000004280 – Rel. Cons.
Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. –
“Exegese sistêmica e compreensiva do art. 37, inciso VIII da CF/88 leva à conclusão
inafastável de que também nos concursos de ingresso na atividade notarial e de registro
impõe-se a reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. A proteção de
minorias, como a dos deficientes físicos ou portadores de necessidades especiais é uma
imposição constitucional que deriva de uma correta interpretação do princípio da
igualdade. Um Estado de direito fundado no respeito aos direitos individuais e no princípio
democrático precisa garantir proteção às minorias e facilitar-lhes a inclusão social. O
tratamento diferenciado que a Constituição garante aos portadores de necessidades
especiais é resultado da interpretação do princípio da igualdade que impõe que os
diferentes sejam tratados de forma diferenciada, na proporção exata das desigualdades.
Portanto os tribunais do País quando estabelecem tal proteção estão, em última ratio,
atribuindo efetividade ao princípio constitucional da igualdade” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES:


Administrativo. Concurso público. Reserva de vagas para
portadores de deficiência. Artigo 37, inciso VIII, da Constituição Federal. – A exigência
constitucional de reserva de vagas para portadores de deficiência em concurso público se
impõe ainda que o percentual legalmente previsto seja inferior a um, hipótese em que a
fração deve ser arredondada. Entendimento que garante a eficácia do artigo 37, inciso VIII,
da Constituição Federal, que, caso contrário, restaria violado. Recurso extraordinário
conhecido e provido” (STF – RE 227.299-MG, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j.
14.06.2000, DJU 06.10.2000).

Recurso Ordinário em Mandado de Segurança. Candidato


portador de deficiência visual parcial. Concurso público para o cargo de escrivão da
polícia civil do Estado da Paraíba. Reserva de vaga desrespeitada pela administração no
tocante à classificação geral dos candidatos e à classificação dos candidatos portadores
de necessidades especiais - Art. 42 do Decreto 3.298/99. Direito líquido e certo. Recurso
provido. – “1. A reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, em concursos
públicos, é prescrita pelo art. 37, VIII, CR/88, regulamentado pela Lei 7.853/89 e, esta,
pelos Decretos 3.298/99 e 5.296/2004. 2. Segundo o Decreto 3.298/99, os concursos
públicos devem reservar 5% das vagas aos portadores de necessidades especiais. 3. Nos
termos do art. 42 do mesmo decreto, a Administração, ao promover a classificação dos
portadores de necessidades especiais, deve-a realizar segundo a classificação geral e,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


289

depois, segundo a classificação apenas dos portadores de deficiência. 4. Recurso ordinário


provido. (STJ – 6ª. T. – RMS 20.300/PB – Rel. Min. Paulo Medina – j. 03.08.2006 – DJU
16.10.2006, p. 431).
Parte do voto do Ministro Hélio Quaglia Barbosa: “À evidência, sua inclusão na lista
ordinária o prejudicou, anulando o benefício da reserva de 5% do total de vagas previstas,
prevista no §1º, do artigo 37, do Decreto 3.298⁄99. Ilegal, pois, a restrição editalícia, tanto
mais quando a deficiência visual parcial não seria obstativa do exercício do cargo em
comento. Cumpre, por conseguinte, à autoridade coatora, a observância da regra prevista
no artigo 42, do referido diploma legal, qual seja, a publicação do resultado final do
concurso em duas listas: uma geral, elencando todos os candidatos classificados, inclusive
os portadores de deficiência; e a outra contendo apenas a pontuação destes últimos, na qual
deverá estar inserta a classificação do impetrante”

LEGISLAÇÃO:
Lei 7.853/89 - Dispõe sobre a política nacional para a integração da pessoa
portadora de deficiência:

Art. 2º. Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas


portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à
educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à
maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-
estar pessoal, social e econômico.
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os
órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua
competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado,
tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
...............................................
III - na área da formação profissional e do trabalho:
...............................................
d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de
mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da
Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de oficinas e
congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras
de deficiência;

Lei 8.112/90: Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União, das autarquias e das fundações públicas federais:
Art. 5º. ................................
............................................
§ 2º - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito
de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Decreto 3.298/99:
Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito
de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais
candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que é portador.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


290

§ 1º - O candidato portador de deficiência, em razão da necessária


igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o
percentual de cinco por cento em face da classificação obtida.
§ 2º - Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo
anterior resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número
inteiro subseqüente.

Art. 39. Os editais de concursos públicos deverão conter:


I - o número de vagas existentes, bem como o total correspondente
à reserva destinada à pessoa portadora de deficiência;
II - as atribuições e tarefas essenciais dos cargos;
III - previsão de adaptação das provas, do curso de formação e do
estágio probatório, conforme a deficiência do candidato; e
IV - exigência de apresentação, pelo candidato portador de
deficiência, no ato da inscrição, de laudo médico atestando a espécie e o grau ou nível da
deficiência, com expressa referência ao código correspondente da Classificação
Internacional de Doença - CID, bem como a provável causa da deficiência.

Art. 41. A pessoa portadora de deficiência, resguardadas as


condições especiais previstas neste Decreto, participará de concurso em igualdade de
condições com os demais candidatos no que concerne:
I - ao conteúdo das provas;
II - à avaliação e aos critérios de aprovação;
III - ao horário e ao local de aplicação das provas; e
IV - à nota mínima exigida para todos os demais candidatos.

Art. 42. A publicação do resultado final do concurso será feita em


duas listas, contendo, a primeira, a pontuação de todos os candidatos, inclusive a dos
portadores de deficiência, e a segunda, somente a pontuação destes últimos.

Concurso de ingresso na Magistratura. Lista de classificação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “Os candidatos inscritos na condição de portadores de deficiência
devem figurar em lista específica em cada fase do concurso, submetidos à mesma
exigência de nota mínima para aprovação em cada fase, excluídos porém da ‘nota de corte’
decorrente da limitação numérica de aprovados” (CNJ – PCA 200810000003699 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Concurso de ingresso na Magistratura. Nota de corte

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


291

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “I) A reserva de vagas nos concursos públicos constitui
imposição constitucional de inclusão das pessoas portadoras a ser implementada em todas
as esferas do Poder Público, não mera discricionariedade conferida ao agente público. II)
Os candidatos inscritos na condição de portadores de deficiência devem figurar em lista
específica em cada fase do concurso, submetidos à mesma exigência de nota mínima para
aprovação em cada fase, excluídos porém da ‘nota de corte’ decorrente da limitação
numérica de aprovados. III) A inclusão dos candidatos portadores de deficiência na lista
geral resultante da aplicação de eventual ‘nota de corte’ esvazia de eficácia a opção do
legislador pela reserva de vagas. Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA
200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.
Vide: STF, 1ª T., RE 227.299, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 14.06.2000, DJU 06.10.2000.
Vide tb.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2º.

Concurso de ingresso na Magistratura. Reserva de vagas


V. tb.: Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009

Concurso para ingresso na carreira da magistratura. Edital que


não indica o número de vagas a serem preenchidas e aquelas destinadas a candidatos
portadores de deficiência. Ausência menção à elaboração de lista de classificação
separada em todas as fases. Procedência parcial. – “I) A reserva de vagas em concursos
públicos constitui direito dos candidatos portadores de deficiência, nos termos do artigo 37,
inciso VIII, da Constituição Federal, inclusive em concursos de provas e títulos para
ingresso na carreira da magistratura. Precedentes deste Conselho. II) Em relação aos
candidatos portadores de deficiência, as listas de classificação devem ser publicadas
separadamente em todas as etapas do certame, como forma de garantir concorrência em
grau compatível com sua condição física. III) Os candidatos portadores de deficiência,
conquanto se submetam ao mesmo grau de exigência e condições de realização de prova
que os demais candidatos, não estão sujeitos à mesma “nota de corte”, que se materializa
na fixação de limite numérico de aprovados em determinada fase do certame, porque tal
procedimento não se compatibiliza com a política de inclusão social e torna ineficaz a
reserva de vagas assegurada constitucionalmente. IV) A publicação do número de vagas
existentes no momento de abertura do concurso e a divulgação do número de vagas
destinadas aos candidatos portadores de deficiência são elementos essenciais ao certame,
além de conferir maior lisura ao procedimento e obediência ao princípio da publicidade, de
observância obrigatória à Administração Pública” (CNJ – PCA 200810000009288 e PCA
200810000009379 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 –
DJU 21.11.2008).

Pedido de Providências. Concurso de ingresso na magistratura.


Pedido para que se discipline a reserva de vagas para candidatos portadores de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


292

deficiência. Art. 37, inciso VIII da CF/88. Procedência do pedido com proposta de edição
de enunciado administrativo. – “I) Dentre as funções do Conselho Nacional de Justiça,
tem-se a sua atuação na organização da atividade administrativa do Poder Judiciário,
velando pelo respeito aos princípios da Administração Pública e, ainda, a sua competência
para editar atos regulamentares ou recomendar providências (CF/88, art.37, § 4º, I). Mais
do que isso, o inciso II do referido § 4º dispõe enfaticamente incumbir ao Conselho
Nacional de Justiça ‘zelar pela observância do art.37’. II) Nos concursos públicos de
ingresso na Magistratura, por força do que dispõe o art.37, VIII da CF/88, deverão os
tribunais reservar vagas aos deficientes, em percentual e condições definidas em enunciado
administrativo” (CNJ – PP 200810000018125 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “A reserva de vagas nos concursos públicos constitui imposição
constitucional de inclusão das pessoas portadoras a ser implementada em todas as esferas
do Poder Público, não mera discricionariedade conferida ao agente público” (CNJ – PCA
200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Concurso em geral. Reserva de vagas e listas de classificação

“Logo, a divulgação de uma lista de classificação específica para os


portadores de necessidade especiais, dissociada da listagem relativa aos demais candidatos,
é uma exigência legal da qual não se podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante
dessa obrigatoriedade, os candidatos portadores de necessidades especiais, por razões
óbvias, não devem submeter-se à nota de corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da
reserva de vagas. Tais candidatos, no entanto, a despeito de detentores do direito de
figurarem em listagem de classificação própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada
aos demais aspirantes à vaga” (CNJ – PCA 200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008 – Ementa não oficial).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Concurso público. Poder Judiciário. Reserva de vagas a candidatos com


deficiência

“Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do


Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada
reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por
cento), nem superior a 20% (vinte por cento) do total de vagas oferecidas no concurso,
vedada a incidência de ‘nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e
observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência
do candidato. As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


293

mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra
exclusivamente composta por estes” (Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009).
(Precedente: PP 200810000018125 – 69ª Sessão – julgado em 9 de setembro de 2008).

Concurso público. Vaga reservada a deficiente físico. Posse negada.


Comprovação de que o candidato não era portador de qualquer deficiência

Pedido de Providências. Reclamo contra recusa de posse, no cargo


de técnico judiciário, em vaga reservada a deficiente físico. Exame específico que detectou
ausência da deficiência alegada. Pleito indeferido. (CNJ – PP 706 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

DEGRAVAÇÃO DE SESSÃO DE JULGAMENTO DE TRIBUNAL


Direito da parte

Procedimento de Controle Administrativo. Acesso às notas


taquigráficas ou à degravação de Sessão para fins de instrução de procedimento
administrativo perante o CNJ. Princípio da transparência. Ato administrativo.
Deferimento. – “I) Traduz ato administrativo, apto a ser controlado por este Conselho, o
pedido de acesso a informações, gravadas em Sessão na corte de origem, as quais são
necessárias à instrução de procedimento a ser instaurado perante o CNJ. II) É corolário do
princípio da transparência do Poder Judiciário o direito da parte de ter acesso às notas
taquigráficas ou à degravação da Sessão na qual participou. III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se defere” (CNJ – PCA 200710000012751 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

DELEGAÇÃO DE ATOS ORDINATÓRIOS


Pretensão de determinação administrativa para delegação de atos pelo Juiz

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências para determinar delegação de atos ordinatórios e fixação de horário do
expediente forense. Arquivamento liminar. – “A delegação de atos ordinatórios no
processo está previsto no Código de Processo Civil, sendo desnecessária determinação
administrativa neste sentido” (CNJ – PP 10869 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão –
j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Revisão de Ato administrativo Delegação de competência do Desembargador
para Juiz Auxiliar da Corregedoria

Recurso no Pedido de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Ato de delegação de competência do Desembargador relator em processo
administrativo disciplinar para Juiz Auxiliar da Corregedoria. Violação ao princípio do juiz
natural. Decisão monocrática. (CNJ – PCA 250 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

DELEGATÁRIO DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


294

Licença para tratar de assuntos pessoais

“O delegatário de serviço público exerce a delegação sob o regime


privado, de modo que o afastamento das funções, nesta hipótese, ocorre por conta e risco
do titular, pois o rendimento da serventia é do substituto até o seu retorno. Todavia, como
o afastamento é por período determinado, não se caracterizou a vacância da serventia. Nos
termos da Lei Federal 8.935, de 18 de novembro de 1994, no regime de delegação de
serviço público não há previsão expressa de licença para trato de interesse pessoal. Essa
forma de afastamento só encontra amparo legal no regime dos servidores públicos.
Todavia, impõe-se, por analogia e de lege ferenda, assegurar ao titular de cartório
extrajudicial, que exerce função pública, o mesmo direito, mediante ato discricionário do
Corregedor-Geral. E, como o afastamento deve ocorrer por tempo certo, cumpre à
Corregedoria-Geral verificar o cumprimento desse prazo ou fixá-lo e exigir o retorno
imediato do titular da serventia, se for o caso” (CNJ – PCA 200810000003705 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
Relator).

Natureza jurídica da delegação (servidores públicos por equiparação)

“É certo que a Lei 8.935/94 como que privatizou os serviços


notariais e de registro, não obstante atribuição exclusiva do Poder Público, de modo que
agora passa a ser exercido por delegação do Estado. Sendo certo, ainda, que, a partir de
então, os funcionários dessas serventias passam a ser admitidos sem qualquer vínculo com
o Poder Público, ligados, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho, apenas e tão-
somente ao titular da serventia contratante, estabelecendo-se entre eles um contrato de
trabalho, tanto que o Poder Judiciário já não mais terá qualquer poder censório ou
disciplinar sobre eles, mantido, evidentemente, o seu poder fiscalizatório sobre os atos
praticados. Não menos certo, porém, que o titular – Notário ou Registrador – atua como
agente público e pratica atos privativos de servidor público, devendo ser considerado
servidor público por equiparação” (CNJ – PCA 200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do relator).

DEMISSÃO
Vide: EXONERAÇÃO

DENÚNCIA ANÔNIMA
V. Tb.: IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO AUTOR
Apuração dos fatos mesmo sem a identificação do delator

“Ainda que o ordenamento jurídico pátrio vede o anonimato (CF,


art. 5º IV) como forma de impedir a consumação de abusos no exercício da liberdade de
manifestação do pensamento e na apresentação de delações apócrifas é obrigação do Poder
Judiciário, em observância aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e
moralidade (CF, art. 37, caput), a apuração de denúncias, mesmo sem identificação, em
ordem a verificar a verossimilhança dos fatos denunciados e, se for o caso, instaurar
Procedimento Administrativo Disciplinar formal. Isso garante, em última análise, a
manutenção do fim perseguido pela Administração Pública, que é o interesse público”
(CNJ – PCA 200810000020405 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


295

Possibilidade apuração

Reclamação Disciplinar. Dispensa de Sindicância. Independência


entre as instâncias penal e administrativa. Indicativos de violações aos deveres
funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “A presente reclamação
não pode ser considerada anônima, tendo em vista que foi encaminhada a este Conselho
pelo Superior Tribunal de Justiça, após o julgamento de Ação Penal. O Superior Tribunal
de Justiça já se manifestou no sentido de que as denúncias anônimas não podem ser
absolutamente ignoradas, sendo certo que, ante o poder-dever de autotutela, compete à
Administração proceder a averiguação correspondente” (CNJ – RD 200710000012260 –
Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
Palavras-chave: BENEFICIÁRIO
V. tb.: PENSÃO PREVIDENCIÁRIA

Servidor do CNJ. Critérios para reconhecimento, comprovação e exclusão de


beneficiário
Vide: Res. CNJ 39, de 14.08.2007.

DEPENDÊNCIAS DO PODER JUDICIÁRIO


Atribuição de nome de pessoa viva

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Verba


remuneratória destacada. Acumulação de cargos em comissão. Nomes de pessoas vivas a
dependências do Poder Judiciário. – “Edifícios e dependências de Órgãos do Poder
Judiciário não podem receber nomes de pessoas vivas” (CNJ – PCA 574 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

DEPÓSITO BANCÁRIO DOS VENCIMENTOS DE SERVIDORES


Conta salário. Obrigatoriedade de abertura de conta e uma só instituição
financeira

Controle de legalidade. Servidores. Conta salário.


Obrigatoriedade de abertura de conta em uma instituição financeira. – “1) Não padece de
ilegalidade Comunicado de Tribunal que, em contrapartida ao pagamento de aluguel para
locação de imóvel de fórum, estipulado em convênio, obriga servidores e/ou magistrados à
abertura de conta salário na Caixa Econômica Federal, desde que garantida a isenção de
tarifas e a possibilidade de imediata transferência dos valores percebidos a outra instituição
financeira de preferência do interessado, sem qualquer custo, nos termos da Res.
3.402/2006, do Conselho Monetário Nacional. 2) Prevalência da autonomia administrativa
dos Tribunais, assegurada pela Constituição Federal (art. 96), bem assim do princípio da
prevalência do interesse público sobre o particular, em que se assenta toda a disciplina do
Direito Administrativo. 3) Pedido formulado em Procedimento de Controle Administrativo
que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200810000028209 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


296

DEPÓSITOS JUDICIAIS
Administração das contas vinculadas. Exigência de licitação para a escolha da
instituição depositária

Depósitos judiciais. Administração das contas. Obrigatoriedade de


licitação. Preferência de instituições bancárias oficiais. – “I) A administração de contas de
depósitos judiciais constitui prestação de serviços por instituição financeira e a sua
concessão pelo Poder Judiciário há de ser precedida de licitação, diante do disposto no
artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, e na Lei 8.666/1993” (CNJ – PCA
200810000002117 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 –
DJU 21.11.2008).
Parte do voto do Relator: “Não se inserindo entre as atividades do Poder Judiciário a
administração de depósitos judiciais – captação, atualização, remuneração e liberação –, tal
tarefa é atribuída a um terceiro que realize esse serviço, hipótese em que se enquadram
instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional. A atividade prestada
por essas instituições, consistente na administração de contas de depósitos judiciais,
configura-se como típica de prestação de serviço uma vez que se trata de trabalho
especializado desenvolvido por terceiro para a satisfação de uma necessidade de interesse
do Poder Judiciário. Esse serviço é prestado diretamente ao órgão do Poder Judiciário, e
não a um particular, porque compete àquele, na condição de guardião, decidir sobre a
destinação dos valores depositados. Portanto, é equivocado afirmar que o serviço envolve
diretamente as partes do processo judicial, porque estas não podem dispor livremente dos
valores depositados. Tratando-se, pois, de prestação de serviços, a concessão da
administração de depósitos judiciais deve ser precedida de licitação, diante do que
imperativamente dispõe o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, e nos termos da
Lei 8.666/1993, que regulamenta a matéria. Com efeito, a administração pública tem o
dever de obediência ao princípio da legalidade (CF, art. 37, caput) e, ademais, tal
procedimento visa a ‘garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a
selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos’, conforme
preconiza o artigo 3º da Lei 8.666/1993...”. “...Demais disso, a intenção do legislador, não
apenas em relação aos bens penhorados, mas também no que concerne a todos os recursos
da administração pública ou que estejam em seu poder, entre os quais se enquadram os
depósitos judiciais, é a de centralização em estabelecimentos de crédito oficiais...”.
Ementa do voto vencedor do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior:
Procedimento de Controle Administrativo. Depósito judicial. Convênio. Tipo
administrativo. Incompatibilidade com situações de contraposição de interesses. – “Os
convênios, no Direito Administrativo brasileiro, compreendem iniciativas de cooperação
entre entes públicos ou entre estes e particulares com objetivos comuns. Não se adapta ao
figurino de convênio ajuste onde o propósito de uma das partes seja, evidentemente, a
obtenção de expressivos ganhos financeiros a título de lucro”. Gestão de depósitos
judiciais. Exclusividade ou concorrência de instituições bancárias depositárias. Liberdade
da administração. Concessão da gestão em caráter exclusivo. Licitação inevitável.
“Confina-se ao âmbito da discricionariedade administrativa a definição entre o
compartilhamento e a exclusividade da gestão de depósitos judiciais. A concessão de
exclusividade, mediante contrapartida financeira, por conduzir a um clima de disputa,
impõe a realização de procedimento licitatório na modalidade de concorrência”.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


297

Administração das contas vinculadas em nome das partes litigantes (depósitos


judiciais). Exigência de que o banco depositário seja instituição oficial de
crédito

Depósitos judiciais. Administração das contas. Obrigatoriedade de


licitação. Preferência de instituições bancárias oficiais. – “Nos termos do artigo 666,
inciso I, do Código de Processo Civil e leis correlatas, os depósitos judiciais devem,
preferencialmente, como regra, ser realizados em estabelecimento de crédito oficial,
admitindo-se que o sejam em estabelecimento de crédito privado apenas na hipótese de
inexistência daquele na localidade da sede do órgão do Poder Judiciário. Procedimento de
Controle Administrativo de que se conhece e que se julga procedente” (CNJ – PCA
200810000002117 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 –
DJU 21.11.2008).
Ementa do voto vencedor do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior: Gestão
de depósitos judiciais. Preferência legal por instituições bancárias estatais. Interpretação do
art. 666, I, do CPC. Princípios da legalidade e a da moralidade. Reforma processual.
Irrelevância, no particular. – “A nova redação do caput do art. 666 do CPC, conferida pela
Lei 11.382/2006, não relativizou a preferência legal para a recepção de depósitos judiciais
por instituições oficiais de crédito, assegurada pelo inciso I respectivo, intacto pela recente
reforma. Leitura comparativa do texto atual e do texto revogado permite perceber que a
alteração redacional dirigiu-se ao regime de nomeação do devedor como depositário, antes
regra geral e agora exceção (CPC, art. 666, § 1º, acrescentado pela Lei 11.382/2006).
Precedentes do STF, do CNJ e do TCU. Pedido acolhido”.
Parte do voto vencedor do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior: “O
depósito judicial é imprescindível para o prosseguimento das ações judiciais, com especial
destaque nas execuções de títulos (CPC, arts. 475-Q e 666), sendo uma das medidas
essenciais para aperfeiçoar o ato de aprisionamento judicial de bens do acervo das partes
em processos ou para assegurar o íntegro e inteiro cumprimento de decisões de efeitos
futuros prolongados (constituição de capital para pensionamento). Todo litigante ou
terceiro interessado tem direito a se servir do depositário judicial bancário,
independentemente de suas condições pessoais (financeiras, sociais ou mesmo cadastrais –
o que distancia os depósitos judiciais bancários, necessários, dos depósitos bancários
voluntários, sujeitos a diversos condicionamentos em que a biografia financeira do
depositante potencial ostenta enorme papel)” (CNJ – PCA 200810000002117 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Convênio firmado entre o Tribunal de Justiça e instituição bancária privada.


Primazia das instituições financeiras públicas. Observância do artigo 666, do
CPC

Regularidade de convênio firmado entre o Tribunal de Justiça e


instituição bancária privada para implementação de sistema de conta única de depósito sob
aviso à disposição da justiça. Necessidade de observância das alternativas contidas no art.
666 do CPC. Primazia das instituições financeiras públicas. Opção do legislador.
Procedimento conhecido e parcialmente provido para determinar que o Tribunal de Justiça
do Mato Grosso adéqüe o seu sistema de conta única ao disposto no art. 666 do CPC,
passando a executá-lo em parceria com instituição financeira de natureza pública. (CNJ –
PCA 515 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

“A partir dos fundamentos da decisão acima transcrita é possível


delimitar com bastante clareza os limites de discricionariedade conferidos à administração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


298

judiciária na escolha da instituição bancária que resguardará os valores objeto de depósitos


judiciais. Como se vê, o administrador poderá escolher a instituição bancária que melhor
atenda aos interesses do órgão administrado, circunstâncias cuja análise pautar-se-á, a toda
evidência, pelos princípios norteadores da administração pública, desde que tal escolha
respeite as alternativas previstas no art. 666 do Código de Processo Civil. Assim, em
relação a tais alternativas, é bastante evidente que o legislador, desejando imprimir maior
garantia aos litigantes que têm seus bens mantidos sob a guarda da Justiça, optou que esses
valores permanecessem, preferencialmente, sob a responsabilidade de instituições
financeiras cuja natureza fosse capaz de assegurar que, independente de oscilações
comerciais e econômicas a que estão sujeitas qualquer instituição bancária, o erário público
por eles também se responsabilizaria. Portanto, num primeiro momento, desde que possua
essa natureza pública, o administrador poderá escolher a instituição que ofereça as
melhores condições dentre aquelas a si equivalentes. Só na hipótese de inexistência de ‘tais
estabelecimentos de crédito, ou agências’ no lugar onde sediada a administração é que se
admite, e aí novamente de acordo com o poder de discricionariedade do administrador e
sempre em busca das melhores condições de mercado, seja escolhida qualquer outra
instituição bancária” (CNJ – PCA 515 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 54ª Sessão – j.
18.12.2007 – DJU 08.02.2008 – Ementa não oficial).

Convênio firmado entre o Tribunal e o Banco do Brasil S.A. Prazo de dois dias
para levantamento de valores em depósito judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Convênio firmado entre


o Tribunal e o Banco do Brasil S.A. Prazo de dois dias úteis para levantamento de valores
por meio de alvará judicial. Possibilidade. – “I) Não se revela abusiva ou ilegal a
concessão de prazo para levantamento de importâncias através de alvará judicial, posto que
aplicável, por analogia, o art. 190 do CPC. II) A renovação ou não de convênio para
realização de depósitos judiciais está dentro da autonomia dos Tribunais, não merecendo
atuação do CNJ salvo no caso de comprovada ilegalidade. III) Pedido conhecido e julgado
improcedente” (CNJ – PCA 451 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 51ª Sessão – j. 06.11.2007
– DJU 26.11.2007).

Convênios entre tribunais e bancos para obtenção de benefícios


compensatórios de interesse público

Convênios entre tribunais e instituições financeiras em troca de


realização de depósitos judiciais. – “Da análise dos negócios jurídicos não vislumbrei
desvio de finalidade ou qualquer violação dos princípios regentes da administração
pública, notadamente vantagens desarrazoadas às instituições financeiras conveniadas ou
contratadas. O art. 37 da Constituição, além dos princípios consagrados em nosso sistema
jurídico, inclui o da eficiência. Ora, os objetos dos contratos e convênios contribuem para
melhor eficiência dos tribunais. Os depósitos judiciais são feitos em instituições financeiras
oficiais, na conformidade do § 3º do art. 164 da Constituição, mas há concorrência entre
elas para captação desses valores, o que torna recomendável que a administração do
Tribunal possa obter benefícios compensatórios no interesse público, máxime quando
voltados às atividades fins, que repercutirão em melhoria dos serviços prestados aos
jurisdicionados. Dos convênios, acordos, termos e contratos não encontrei qualquer
obrigação por parte dos Tribunais que envolvam, direta ou indiretamente, processos
judiciais nos quais as instituições financeiras sejam ou possam ser partes, presumindo-se
que a independência e a autonomia daqueles não estejam comprometidas. Assim, no
exercício do controle financeiro dos Órgãos do Poder Judiciário, por parte deste CNJ,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


299

respondo à provocação do Conselho Federal da OAB, que recebo como Consulta,


entendendo que não há nos negócios jurídicos examinados, qualquer ilegalidade ou
violação da moralidade administrativa” (CNJ – PP 418 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Depósito em conta remunerada. Res. 438 do Conselho da Justiça Federal

“Não há qualquer ilegalidade na Resolução 438, do Egrégio


Conselho da Justiça Federal; muito pelo contrário, pois o depósito em conta
individualizada atende aos princípios constitucionais da moralidade e da eficiência,
garantindo que o credor receba diretamente os valores devidos, sem qualquer
intermediário. A eventual demora no saque dos valores não trará qualquer prejuízo para o
credor, pois a conta é remunerada. O advogado, ao requerer a expedição do Requisitório,
poderá acostar o seu contrato de honorários, requerendo a aplicação do disposto no § 4º do
art. 22 da Lei 8.906, de 04.07.94. No que tange aos honorários de sucumbência, o
advogado poderá requerer a expedição do Precatório em seu próprio nome. O depósito em
conta remunerada, previsto no art. 17 da Res./CJF 438, atende aos requisitos
constitucionais da moralidade e da eficiência, além de atender aos interesses das partes,
não havendo qualquer prejuízo para os jurisdicionados” (CNJ – PCA 118 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

DESANEXAÇÃO DE SERVENTIAS
Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)

DESARQUIVAMENTO DE AUTOS
Cobrança para desarquivamento de autos de Ação Popular

Procedimento de Controle Administrativo. TJMG. Pagamento de


Taxa para desarquivamento de Ação Popular. Lei Estadual 14.939. Art. 5º, Inciso LXXIII,
da CF. Ilegalidade reconhecida. Devolução. Procedência do pedido. – “I) O que se paga a
título de desarquivamento de processo é tributo, na modalidade taxa. II) Não é devida a
taxa de desarquivamento de autos quando se trata de ação popular, por conta da expressa
previsão constitucional. III) Importâncias recolhidas a título de taxas, mas que não
incluídas, devem ser devolvidas ao interessado, após procedimento próprio” (CNJ – PCA
553 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

DESEMBARGADOR
Palavras-chave: JUIZ DE DIREITO

Cônjuge ocupante de cargo em comissão. Vedação

Pedido de providências. Tribunal de Justiça de Goiás. Servidora


que exerce cargo em comissão de assessora no gabinete de seu cônjuge, Desembargador.
Aplicação da Res. 7 do CNJ, de 18.10.2005. Vedação. (CNJ – PP 304 – Rel. Cons. Oscar
Argollo – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Convocação de juiz de 1ª instância para sua substituição

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


300

Procedimento de Controle Administrativo. Convocação de


magistrados de primeira instância para compor Tribunal. Art. 118 da LOMAN.
Possibilidade. Indeferimento. – “I) A substituição ocasional de desembargadores por
magistrados de primeira instância encontra respaldo regimental (art. 108 do RITJGO), com
o permissivo do art. 96, inciso II, da CF/88, e legal (art. 118 da LOMAN). II)
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 11400 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
Vide também:
1. CNJ, PP 183, Rel. Cons. Marcus Faver; 2. Art. 1º da Resolução 17/CNJ.

Criação de cargos de Desembargador

Pedido de Providências. Criação de cargos de Desembargador junto


ao Tribunal de Justiça do Tocantins. Pedido julgado parcialmente procedente para
expedição de recomendação, a fim de que o Tribunal observe o disposto no art. 93, inciso
XIII da Constituição Federal e no § 1º do art. 106 da Lei Orgânica da Magistratura antes de
propor o aumento do número de seus membros. (CNJ – PP 538 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Direito ao título em razão da vitaliciedade do cargo

Pedido de Providências. Desconstituição do título de


Desembargador que exerce função no poder executivo. Vitaliciedade do cargo. Pedido
incabível no âmbito do CNJ. Arquivamento liminar. Art. 45, inciso X, do RICNJ. – “I) Os
cargos dos magistrados são vitalícios, nos termos do art. 95, inciso I, da CF/88. II) Não se
insere o pedido de desconstituição de título de membro do Poder Judiciário na competência
constitucionalmente prevista ao CNJ (art. 103-B, § 4º, da CF/88). III) Não sendo hipótese
de atuação do CNJ, cabível o arquivamento liminar nos termos do art. 45, inciso X, do
RICNJ. IV) Pedido de providências liminarmente arquivado” (CNJ – PP
200710000004055 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007, DJU
05.09.2007).

Direito de ter vista de autos de processo administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Desembargador


integrante do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Pedido de vista dos autos de
Processo Administrativo. Nepotismo. Ilegalidade. Pedido a que se julga procedente. –
“Considerando que as competências do Órgão Especial são delegadas pelo Tribunal Pleno,
é incabível a restrição de acesso aos autos de Processo Administrativo analisado e julgado
por aquele Órgão a membros do Pleno da Corte” (CNJ – PCA 200910000008471 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Nepotismo. Parentesco de 3º grau com Desembargadores. Total aplicabilidade


da Res. 7/2005

Pedido de Providências. Nepotismo. Resolução CNJ 07/2005.


Limitação de parentesco por afinidade. Análise de casos de parentesco de 3º grau com
Desembargadores. – “I) As ex-servidoras não têm legitimidade para recorrer em processo
de consulta realizado pelo Tribunal. II) Fica prejudicado o recurso manejado por pessoas
que já não ocupavam cargo no Tribunal à época da consulta formulada. III) A Res. CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


301

07/2005 tem total incidência na hipótese consultada” (CNJ – PP 387 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Órgão Especial. Critérios para substituição de Desembargadores

Pedido de Providências. Magistrados dos Tribunais de Justiça do


Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando a fixação de critérios para as hipóteses de
substituição temporária de Desembargadores nos Órgãos Especiais. Interpretação do art.
93, inciso XI da Constituição Federal e da Res. 16/2006 do CNJ. – “A nova regra
constitucional estabeleceu a existência de duas classes de Desembargadores nos Órgãos
Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em
caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre da antiguidade do Desembargador no
Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição pela maioria dos membros do Tribunal
Pleno, mas pelo prazo de 2 (dois) anos a contar da data da edição. Os Desembargadores
não eleitos serão considerados suplentes, na ordem decrescente da votação obtida, também
por um período de 2 (dois) anos. A ordem de suplência poderá, no entanto, ser alterada se,
um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver votação superior à do primitivo.
Critério lógico de legitimidade decorrente do número de votos obtidos, a representar a
vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas temporárias (férias, licenças,
etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para substituí-los os Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações. Inteligência dos arts. 4º, §§ 4º e
6º da Res. 16/2006 do CNJ. Se as faltas temporárias ocorrerem na parte ocupada por
antiguidade, serão chamados para substituição os Desembargadores mais antigos que não
tenham sido efetivados em decorrência de eleição. Critério de Direito Administrativo. Um
servidor efetivo não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado. Regra
prevista no art. 99, § 2º da LOMAN. Critérios evidenciados na própria Res. 16/2006 do
CNJ. Pedidos tidos por improcedentes. Edição de enunciado interpretativo” (CNJ – PP 824
e 1056 – Rel. Cons. Marcus Faver – 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Órgão Especial. Forma de composição e critério de ocupação das vagas

Pedido de providências. Edição de Enunciado interpretativo.


Magistrados dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando
à fixação de critérios para as hipóteses de substituição temporária de Desembargadores
nos Órgãos Especiais. Interpretação do art. 93, inciso XI da Constituição Federal e da
Resolução 16/06 do CNJ. – “A nova regra constitucional estabeleceu a existência de duas
classes de Desembargadores nos Órgãos Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos
eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre
da antiguidade do Desembargador no Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição
pela maioria dos membros do Tribunal Pleno, mas pelo prazo de dois anos a contar da data
da eleição. Os Desembargadores não eleitos serão considerados suplentes, na ordem
decrescente da votação obtida, também por um período de dois anos. A ordem de suplência
poderá, no entanto, ser alterada se, um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver
votação superior à do primitivo. Critério lógico de legitimidade decorrente do número de
votos obtidos, a representar a vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas
temporárias (férias, licenças, etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para
substituí-los os Desembargadores suplentes, na ordem decrescente das respectivas
votações. Inteligência dos art. 4º, §§ 4º e 6º da Resolução 16/2006 do CNJ. Se as faltas
temporárias ocorrerem na parte ocupada por antiguidade, serão chamados para substituição
os desembargadores mais antigos que não tenham sido efetivados em decorrência de
eleição. Critério de direito administrativo. Um servidor efetivo não deve ser considerado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


302

substituto eventual de outro já efetivado. Regra prevista no art. 99, § 2º da LOMAN.


Critérios evidenciados na própria Resolução n. 16/06 do CNJ” (CNJ – PP 824 e PP 1056 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

Pretensão de sustar a posse de Desembargador eleito para direção da Escola


da Magistratura. Posse ocorrida. Prejudicado o feito

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar que pretendeu sustar a posse de Desembargador
eleito para a Diretoria da Escola da Magistratura. Posse ocorrida. Pleito Prejudicado. (CNJ
– PCA 222 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Promoção de magistrado. Indeferimento de inscrição por ter retido autos além


do prazo legal

Promoção de Desembargador. Indeferimento de inscrição, por


retenção de autos além do prazo legal. Decisão que não se confunde com a recusa do Juiz
mais antigo em concurso de promoção por antigüidade, a exigir quorum especial. Questão,
ademais, já levada à esfera jurisdicional, a recomendar lá se aguarde o devido deslinde,
consumados os efeitos do ato questionado. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 164 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Promoção por merecimento. Critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução 10/2008 que


alterou a Resolução 04/2006. Altera o critério de escolha para o cargo de desembargador
para a vaga de merecimento. Pretensão de anular a Resolução 10/2008 e aplicar a antiga
Resolução 04/2006, que estabelecia critérios objetivos, a teor da Resolução 06/2005 do
CNJ. A escolha do novo desembargador não pode recair em critérios exclusivamente
objetivos, deve haver a possibilidade de escolha de outro candidato que não tenha tido
maior pontuação desde que justificada objetivamente. Procedência parcial do pedido.
Liminar concedida em parte. – “A Resolução 10/2008 alterou o artigo 28 da Resolução
04/2006, que estabelecia critérios objetivos para a escolha de magistrados para a vaga de
desembargador, conforme a Resolução 06/2005 do CNJ. A revogação do referido artigo
por meio da Resolução 10/2008, resultou em alteração para um critério exclusivamente
subjetivo contrariando a recomendação contida na Resolução 06/2005 do CNJ. A escolha
do novo desembargador não pode ser por meio de critérios exclusivamente objetivos
devendo haver a possibilidade de escolha do candidato que não tenha tido maior pontuação
com justificativas relevantes e objetivas. Pedido liminar concedido em parte” (CNJ – PCA
200810000007176 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008).

Promoção por merecimento. Litígio judicial entre o juiz de primeiro grau


concorrente ao cargo e Desembargador do Tribunal. Ausência de
impedimento deste para participar da deliberação da Corte

Consulta. Impedimento. Promoção por merecimento. Formação de


lista tríplice. Desembargador de Tribunal. Litígio Judicial. Magistrado concorrente. – “1)
O Desembargador de Tribunal, se demandado judicialmente por magistrado de primeiro

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


303

grau de jurisdição, e unicamente por isso, não está impedido de participar da deliberação
da Corte sobre a formação de lista tríplice para promoção, por merecimento, em que
concorra o demandante. 2) A escolha do Juiz que comporá o Tribunal, mediante promoção,
por merecimento, desenvolve-se mediante procedimento administrativo (art. 6º da Res.
6/2005, do CNJ), em que não há contraditório, razão pela qual não incide, na espécie, a
norma prevista no art. 18, inc. III, da Lei Federal 9.784/1999, concernente à hipótese de
processo administrativo. 3) Entendimento em contrário poderia conduzir ao rematado
absurdo de ensejar ao Juiz que disputa promoção, por merecimento, eleger, em tese, ao
sabor de suas conveniências, os membros do Tribunal que participariam da votação da
lista, bastando, para tanto, que movesse ação judicial em desfavor daqueles cujo voto não
consulta aos seus interesses” (CNJ – PP 20081000020235 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Recusa ao dever de integrar o Órgão Especial. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Órgão especial.


Encargo dos membros mais antigos dos Tribunais. E.C. 45. Art. 93, inciso XI, da CF/88.
Arts. 99 e 102, in fine, da LOMAN. Arts. 4º e 6º da Res. 16/2006. Recusa do magistrado.
Impossibilidade salvo caso de eleição. Indeferimento. – “I) Nos Tribunais em que houver
Órgão Especial, o exercício de funções do magistrado que figurar entre os mais antigos
traduz verdadeiro dever ou encargo, não podendo ser renunciado, como regra geral, nos
termos dos arts. 99, caput, in fine, da LOMAN, e 6º da Res. 16/2006. II) Com a
democratização do acesso ao órgão especial, nos termos da E.C. 45 e a novel redação do
art. 93, inciso XI, in fine, da CF/88, tem-se que a única possibilidade de recusa do
magistrado ao desempenho do encargo perante o órgão especial é a atinente ao sufrágio,
nos termos dos arts. 4º da Resolução 16/CNJ e 102, in fine, da LOMAN, desde que
manifeste a recusa expressamente antes da eleição. III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 7597 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior Gonçalves Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Revisão Disciplinar. Denúncia oferecida insinuando a intermediação de votos


em processos judiciais

Processo de Revisão Disciplinar. Reclamação convertida em


Revisão. Denúncia oferecida contra desembargador. Alegação de intermediação de votos
em processos judiciais submetidos à segunda instância e direcionamento de resultados.
Matéria fática não comprovada. Inexistência de qualquer elemento indiciário ou
probatório. Revelação de completo desinteresse do denunciante em demonstrar os graves
fatos alegados. – “Abusa do direito de reclamar e de denunciar no âmbito administrativo-
disciplinar a pessoa que não apresenta com a petição inicial os elementos necessários à
apuração e, ao longo do procedimento, demonstra completo desinteresse em comprovar os
fatos alegados” (CNJ – REVDIS 42 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

DESMEMBRAMENTO DE SERVENTIAS
Vide: CONCURSO DE INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO

DESOBEDIÊNCIA
Descumprimento de julgado do CNJ

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Pedido de Providências. Sindicato dos Oficiais de Justiça do


Estado da Paraíba. Desvio de função de técnico judiciário. Especialidade execução de
mandados (antigo oficial de justiça). Decisão do CNJ proibindo novos desvios. Suposta
desobediência pelo TJPB. Edição da Portaria 379/2008. Desconstituição dos atos
impugnados. – “Atos proferidos pelo tribunal anteriormente à decisão do CNJ obstando-os
não caracteriza desobediência. A edição superveniente de Portaria, pelo TJPB, anulando
todos os atos de desvio de função e determinando o retorno dos servidores desviados à
lotação inicial esgota a irresignação do requerente no que se refere à cassação de atos
administrativos que designaram os antigos ‘Oficiais de Justiça’ para funções outras que
não as do cargo. Recomendação ao tribunal de que tome as providências cabíveis para fins
de adequação das exigências escolares para o cargo de Técnico Judiciário Especialidade
Execução de Mandados, nos termos da Resolução 48, de 18 de dezembro de 2007, deste
Conselho Nacional de Justiça. Prejudicialidade. Arquivamento” (CNJ – PP
200810000006706 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

DESPACHO
V. tb.: ATO ADMINISTRATIVO

Publicação

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar.


Intempestividade. Publicação. Regularidade. – “I) É regular publicação de despacho
meramente ordinatório que faz referência expressa aos feitos a que se reporta. II) É
intempestivo recurso administrativo oferecido após o decênio legal. III) Solucionada a
questão de fundo, em face do acordo a que chegaram Reclamante e Reclamado, impõe-se o
arquivamento da reclamação disciplinar. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
RD 62 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 8ª Sessão Extraordinária – j. 20.03.2007 –
DJU 30.03.2007).

DESPESAS
Palavras-chave: GASTOS
V. tb.: ORÇAMENTO

Pessoal e encargos sociais. Limites do Poder Judiciário da União


Vide: Res. CNJ 5, de 16.08.2005 e 26, de 05.12.2006.

Realização de despesas por meio de suprimento de fundos no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 8, de 24.10.2008.

DESPESAS COM DILIGÊNCIA DE OFICIAL DE JUSTIÇA


V. tb.: OFICIAL DE JUSTIÇA

Ação Penal Pública. Cobrança antecipada

Diligência de Oficial de Justiça. Ação Penal Pública. Cobrança

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antecipada. Ilegalidade. – “Está em desacordo com os princípios da presunção de


inocência, do devido processo legal e de acesso à Justiça a cobrança antecipada de despesa
de diligência de oficial de justiça em ação penal pública. É legal a antecipação das
despesas com oficial de justiça apenas quando se tratar de carta rogatória e de ação penal
privada” (CNJ – PCA 200810000027096 – Rel. Designado Cons. Paulo Lobo – 80ª Sessão
– j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Voto vencido do Conselheiro Rui Stoco: Estou divergindo do nobre e admirado Relator
Designado pelas razões abaixo expostas: Insurge-se o reclamante contra a cobrança de
despesas com diligência de Oficial de Justiça nas ações penais públicas. O voto do relator
sorteado foi inicialmente no sentido de que “é ilegal a prática de se exigir
antecipadamente, em ação penal pública que não tramita perante o Juizado Especial
Criminal, despesa de diligência de Oficial de Justiça requerida por réu não beneficiário
da justiça gratuita”. Com todo o respeito, a mim parece que há equívoco nas premissas
postas, que não se compadecem com o corolário lógico conclusivo e, assim, ocorre
contraditio in terminis, salvo melhor juízo. Para melhor postar e fincar o tema sub examine
cabe desde logo obtemperar que as despesas com diligência visando o cumprimento de
mandados, seja para atos de constrição ou de comunicação processual no âmbito civil,
como a intimação de testemunhas para depor em processo-crime, têm natureza diversa das
“custas”, que apresentam natureza tributária e são recolhidas para os cofres do Estado.
Portanto, não assumem a natureza de “taxa” como sugeriu o reclamante. Aliás, o art. 1º da
Lei 11.608/2003 do Estado de São Paulo estabelece: “A Taxa Judiciária, que tem por fato
gerador a prestação de serviços públicos de natureza forense, devidas pelas partes ao
Estado....”, deixando evidente e palmar, como sói acontecer no âmbito da União e dos
Estados, que se trata de cobrança de natureza tributária. Cabe lembrar que o poder de
tributar e de estabelecer a cobrança de impostos, taxas, ou contribuições é privativo do
Executivo, sendo sua a iniciativa das leis de natureza fiscal e tributária. Em verdade as
chamadas “diligências de oficial de justiça” constituem atos privativos dos oficiais de
justiça e têm a natureza de prestação de serviços, visando remunerar o trabalho desses
servidores e ressarcir despesas diversas, com combustível, etc., em complementação aos
seus subsídios ou vencimentos. Portanto, do que infere, assumem caráter alimentar, de
sorte que nada justifica, nem há razoabilidade que se faça o ressarcimento dessas despesas
apenas quando do trânsito em julgado da sentença penal. Evidentemente que os valores
com natureza alimentar hão de ser entregues no momento adequado. Mas não é só. Quando
o legislador pretendeu isentar assim o fez expressamente, como se verifica, ad exemplum,
na Lei 9.099, de 26.09.95, que regulamentou o art. 98, inciso I da Constituição Federal,
dispondo expressamente no art. 54 que: “O acesso ao Juizado Especial independerá, em
primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas”, salvo na fase
recursal em que exigiu o preparo do recurso como condição para recorrer” (art. 53,
parágrafo único). Todavia e sem a nossa adesão data venia, o r. voto assim se expressa:
“Constata-se, portanto, que na norma em questão não há previsão de que haja cobrança
antecipada, em ação penal pública, de custas de diligências de Oficial de Justiça requeridas
por réu”. Como não se trata de “cobrança antecipada” e muito menos de “custas” mas de
despesas efetivamente suportadas, não haveria mesmo necessidade de previsão. Afirma-se
também que “a despesa em questão não pode ser exigida antes da prática do ato, mas
somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória”. Cabe, todavia, ponderar –
posto que de fundamental importância – que o art. 804 do CPP não se aplica à hipótese em
debate, quando preceitua que “a sentença ou o acórdão que julgar a ação, qualquer
incidente ou recurso condenará nas custas o vencido”, sugerindo que o ressarcimento das
despesas dos oficiais se faça após o trânsito em julgado da sentença. Quer parecer que
apenas as custas e as multas de natureza penal serão cobradas ou executadas após o trânsito
em julgado. Também não se vislumbra que tal cobrança ofenda decisões pretéritas do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


306

Supremo Tribunal Federal ao decidir que “na ação penal pública as custas tornam-se
exigíveis tão-só depois de decidida a causa, o incidente ou o recurso” (RE 102.968). Ora,
tal decisão apontada apenas reiterou o que dispõe o art. 804 do CPP, referindo-se somente
às custas e não às despesas do processo, que têm origem e natureza jurídica diversa. Por
força e decorrência dos fundamentos acima expendidos tomo a liberdade de divergir do
ilustre e culto relator, pois pelo meu voto julgo improcedente a pretensão posta na petição
inicial. É como voto.
Observação: O Relator sorteado alterou posteriormente seu voto para aderir ao nosso
entendimento que, todavia, não foi acatado pela maioria.

Cobrança da Fazenda Pública

Resolução de Tribunal de Justiça. Despesa de diligência de oficial


de justiça. Previsão de cobrança da Fazenda Pública. Qualidade de parte. Exigência
antes da realização do ato. Legalidade. Aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil.
Inaplicabilidade do art. 27 do mesmo diploma. – “Não é ilegal Resolução de Tribunal de
Justiça que estabelece, por aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil, que a Fazenda
Pública, na condição de parte, deve recolher, antecipadamente, valor destinado à diligência
de Oficial de Justiça requerida em seu favor, porquanto tal despesa não se trata de custas e
visa a remunerar gasto com deslocamento pela prestação pessoal do serviço, e sobre o qual
o servidor não tem obrigação de arcar em favor do Estado. Não cabe, nessa hipótese, a
aplicação do art. 27 do diploma citado. Procedimento de Controle Administrativo de que se
conhece e a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000000216 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Cobrança nos Juizados Especiais

“Concedo, portanto, a liminar, suspendendo os efeitos da


Resolução 03/2006 do CSJE, determinando ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato
Grosso e ao Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais que se abstenham da cobrança
da taxa de diligência do Oficial de Justiça, até decisão final deste PCA” (CNJ – PCA 609 –
Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Despesas com condução. Pretensão de obter percentual de gratificação no


cumprimento de diligências. Matéria afeta à autonomia dos tribunais

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Santa Catarina.


Oficiais de Justiça. Despesas com condução. Mandados expedidos pelos Juizados
Especiais Cíveis. Autonomia do Tribunal. Recurso prejudicado. – “É privativa a
competência dos Tribunais para o funcionamento e organização de seus órgãos
jurisdicionais e administrativos, não sendo devida a ingerência do CNJ sobre pretensão
corporativa de majoração de percentual de gratificação de diligência, matéria afeta à
autonomia administrativa e financeira das Cortes” (CNJ – PP 200810000018319 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Justiça gratuita. Insuficiência das verbas indenizatórias fixadas em lei


estadual. Incompetência do CNJ para alterá-las

Oficiais de Justiça. Remuneração dos mandados em justiça


gratuita. – “Verba indenizatória das atividades externas de oficiais de justiça, fixada em

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Lei Estadual e considerada insuficiente, apenas por Lei Estadual pode ser alterada,
falecendo competência ao CNJ para tanto” (CNJ – PP 200810000005180 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Pagamento em data posterior ao cumprimento das diligências. Legalidade

Convênio firmado entre o Tribunal de Justiça e o Poder Executivo.


Pagamento de diligências dos oficiais de justiça posterior ao seu cumprimento. Legalidade.
É razoável e atende aos interesses da administração e dos jurisdicionados a possibilidade
de pagamento em data posterior ao cumprimento das diligências. A resistência de parte dos
servidores ao estabelecimento do convênio não pode impedir sua implantação. Interesse
público atendido. Inexistência de prejuízo para os servidores. PCA improvido. (CNJ –
PCA 18558 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 56ª Sessão – j. 12.02.2008 – DJU 29.02.2008).

DESPESAS COM LOCOMOÇÃO


Magistrado. Limites e regulamentação

Pedido de Providências. Regulamentação do § 3º do art. 2º da Lei


11.439/2006. Despesas com diárias, passagens, locomoção e publicidade no âmbito do
Poder Judiciário. – “I) Os limites deverão ser apurados levando-se em consideração o total
das despesas empenhadas em 2006, inclusive as relativas a colaboradores eventuais,
excluindo 70% das decorrentes do processo eleitoral de 2006. II) Necessidade de
publicação de ato estabelecendo o limite no âmbito do poder Judiciário, para as despesas
com diárias, passagens e locomoção, bem como com as de publicidade. III) Pedido julgado
procedente” (CNJ – PP 9521 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

DESPESAS PARA REALIZAÇÃO DE EVENTO POR TRIBUNAL


Patrocínio de instituição privada. Possibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Superior Tribunal de


Justiça. XIV Cúpula Judicial Ibero-Americana. Despesas para realização do evento.
Patrocínio do Banco do Brasil. Alegação de violação dos arts. 37, 70 e 95, parágrafo
único, IV da CF. – “1) Postulação de controle de legalidade de atos da Direção do STJ que
importaram realização de despesas, destinadas à realização da XIV CÚPULA JUDICIAL
IBERO-AMERICANA. 2) A contratação pelo STJ de empresa para organização do evento,
com aproveitamento de ata de registro de preços existente no STF, foi desfeita em função
do patrocínio obtido junto ao Banco do Brasil. 3) A empresa organizadora do evento foi
contratada diretamente pelo patrocinador Banco do Brasil, que liberou os recursos
diretamente para a contratada. A relação jurídica entre o Banco do Brasil e a empresa
contratada não se submete ao controle do CNJ. Também não cabe ao CNJ aferir a
regularidade dos critérios utilizados pelo Banco do Brasil para o patrocínio de eventos. 4)
Não há evidências de irregularidade nos atos praticados pelo STJ. Essa conclusão não
prejudica o eventual controle desses atos pelo Tribunal de Contas da União (CF art. 103-B,
§ 4º, II). 5) Das normas dos arts. 37, 95, parágrafo único, IV, da CF, e do art. 35, I, da
LOMAN, não se pode extrair proibição genérica de patrocínio de todo e qualquer evento
do Poder Judiciário. A compatibilidade do patrocínio com esse sistema de normas há de ser
aferida em cada caso concreto. 6) O patrocínio pelo Banco do Brasil da reunião de
Presidentes de Cortes Supremas, Tribunais Superiores de Justiça e Conselhos de

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Magistratura, que objetiva elaborar projetos e ações em parceria, para promover o


fortalecimento das instituições judiciárias e da democracia na Comunidade Ibero-
Americana de Nações, não caracteriza situação da qual possa decorrer interferência na
independência funcional dos membros do Superior Tribunal de Justiça. Improcedência
dos pedidos formulados no PCA” (CNJ – PCA 200810000007048 – Rel. Cons. José
Adonis Callou de Araújo Sá – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

DESVIO DE FUNÇÃO
Cessão de escrivães, analistas e oficiais de justiça para exercício de cargos de
confiança em comissão perante a administração do tribunal

Consulta. Candidatos aprovados em concurso para cargos de


cartórios em Comarcas diversas da Justiça do Estado. Exercício de cargos em comissão e
funções comissionadas em órgãos do Tribunal de Justiça. – “A cessão de servidores
ocupantes de cargos de escrivão, analista judiciário e de oficial de justiça, em diversas
Comarcas do Estado, em virtude de designação para exercício de cargos em comissão e
funções de confiança na Administração do Tribunal de Justiça, observadas as condições da
legislação específica, não caracteriza, em tese, desvio de função. Essas designações,
entretanto, além da necessária compatibilidade com a lei de regência, devem significar uma
opção administrativa voltada ao atendimento de interesse público. Poderá caracterizar
desvio de finalidade a cessão de servidores que acarrete prejuízos ao bom funcionamento
do órgão judiciário cedente” (CNJ – PP 200710000007950 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Matéria fática não comprovada

Pedido de Providências. Alegação não comprovada. Desvio de


funções. Oficiais de justiça da justiça militar. Improcedência. – “Não havendo elementos
fáticos mínimos nos autos que comprovem a irregularidade imputada, não há como
recomendar abstenção de prática cuja existência não foi demonstrada” (CNJ – PP 1488 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Oficial de Justiça

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Decisão administrativa do TJPI. Inconstitucionalidade do parágrafo único
do artigo 44 da Lei Estadual 52.237/02. Oficial de Justiça do Poder Judiciário do Piauí.
Desvio de função. – “Afastado pelo TJ/PI o cumprimento de tal dispositivo legal porque
inconstitucional, com a suspensão do pagamento das parcelas, resta flagrante o prejuízo
dos servidores em desvio de função. (...) a alegada necessidade de serviço para justificar a
prática de desvio de função nada mais é do que fórmula criada pelo TJPI para atender
oficiais de justiça que, atraídos pelas vantagens e garantias, buscam quedar-se em
gabinetes, com flagrante prejuízo da celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. É
que, afastados de suas funções originais deixam de cumprir mandados e diligências
levando a administração a contratar oficias de justiça ad hoc, situação que não pode ser
mantida sob pena de claro e evidente desvio de finalidade dos atos de designações. (...)
Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado, para, prejudicado o
exame da legalidade do ato, indicar ao Tribunal requerido que, diante do evidente desvio
de finalidade do ato de nomeação dos Oficiais de Justiça para funções outras, em prejuízo
ao interesse publico e a administração da justiça e, agora, dos servidores, determine a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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imediata recondução destes a suas funções originárias” (CNJ – PCA 343 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Parte do voto).

Pretensão de recebimento de diferença de remuneração

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça da Bahia. Funcionários


designados para funções distintas das de seus cargos de origem. Desvio de função. Pedido
de indenização pelo trabalho diverso realizado. Ausência de especificação do fato gerador
de eventual indenização. Impossibilidade de substituição por tempo indefinido. Matéria já
decidida no Pedido de Providências número 217. Pedido de indenização indeferido.
Determinação para que o setor de acompanhamento de decisões verifique a situação real da
carência de funcionários do egrégio Tribunal de Justiça da Bahia. (CNJ – PP
200710000013020 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 –
DJU 18.03.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de desvio de


função. Requerimento de remuneração conforme as funções de fato desempenhadas.
Oficial de Gabinete de Juiz de Direito convocado pelo Tribunal de Justiça. Alegação de
exercício das funções de Assessor de Desembargador. Pleito no sentido do recebimento
das diferenças na remuneração sob pena de enriquecimento ilícito da Administração
Pública. Opção pela via judicial. – “Improcedente a alegação de enriquecimento ilícito por
parte da Administração Pública. Na realidade, a situação em exame demanda raciocínio
inverso: a acolhida da pretensão do Requerente acarretaria excessiva onerosidade para a
Administração Pública e, por conseguinte, para toda a população, pois infringiria o
escalonamento de funções previsto em lei, impondo, além dos pagamentos retroativos,
carga financeira mensal que prejudicaria, sem previsão legal, os cofres públicos. De mais a
mais, estabeleceria um precedente hábil a ser utilizado em casos semelhantes, agravando
tais efeitos nos cofres públicos” (CNJ – PCA 445 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Servidor do Judiciário. Executor de Mandados. Lotação em gabinetes

Analistas judiciários. Execução de mandados. Lotação em


gabinetes. Desvio de função. – “A atividade desenvolvida pelo analista judiciário,
especialidade execução de mandados, é específica e demanda atuação externa. Contradiz o
interesse público a designação desses servidores para prestação de serviços internos, em
gabinetes, salvo se comprovada a necessidade do serviço ou para ocupação de cargo em
comissão. Pedido deferido” (CNJ – PP 200810000009161 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

DESVIO DE VERBAS
Competência do CNJ para zelar pela observância do art. 37 da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Maranhão. Denuncias da Associação de Classe dos Magistrados. Apuração de ilegalidade
com o apoio do Tribunal de Contas da União. Comprovação de desvio de verbas no
tribunal apurado por sindicância interna. Comprovação de malversação de dinheiro
público, indícios de ocorrência de improbidade administrativa e delitos previstos no
Código Penal. Modificação posterior do Código de Organização Judiciária e Instituição
de Lei de Plano de Cargos e Carreiras do Poder Judiciário. Impossibilidade de medidas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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correcionais em razão da aposentadoria dos magistrados. Decisão que determina a


apuração e a devolução de parcelas indevidamente pagas aos servidores do tribunal e
remete cópias aos órgãos competentes para análise do relatório e adoção de outras
providências. – “Ao Conselho Nacional de Justiça cabe zelar pela observância do art. 37 da
Constituição Federal, principalmente quanto à legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência dos atos de Administração dos Tribunais, nos termos do art. 103-B
da Carta da República” (CNJ – PCA 255 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

DEVIDO PROCESSO LEGAL


Observância

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A teor do art. 62, II, do RITRF da 1ª Região, em regra, o voto da
Presidência é de qualidade, para fins de desempate, salvo em se tratando de matéria
constitucional, em agravo regimental contra o seu despacho e, finalmente, em se tratando
de matéria administrativa, como é o caso dos autos” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A ausência de Desembargador durante uma pequena parte dos trabalhos
não inquina de nulidade o julgamento, eis que se deu em caráter eventual e quando do
exame das preliminares, sendo certo que o desembargador assistiu às sustentações orais,
teve acesso a cópia do relatório, dos autos e seus anexos com antecedência razoável, e
participou integralmente do julgamento do mérito do processo administrativo disciplinar”
(CNJ – PCA 190 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “Nada há de irregular na convocação de suplentes para o Órgão Especial,
desde que rigorosamente observados os limites definidos pela Resolução 16/06 (‘art. 6º. A
substituição do magistrado que integrar a metade eleita do Órgão Especial, nos
afastamentos e impedimentos, será realizada pelos suplentes na ordem decrescente de
votação obtida, mediante convocação do Presidente do Tribunal, sendo inadmitida a
recusa. Parágrafo único – A substituição do julgador integrante da metade do Órgão
Especial provida por antiguidade será realizada nos termos do art. 99, § 2º da LOMAN’) e
pelo Enunciado Administrativo 5 do CNJ (‘IV – O magistrado efetivo em uma das classes
do Órgão Especial não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado em
outras classes. Assim, ocorrendo faltas eventuais (férias, licenças, etc.) no órgão especial:
(a) a substituição na classe de antiguidade será efetivada pelo Desembargador mais antigo
na ordem decrescente de antiguidade e que não esteja integrando, em caráter efetivo, a
parte eleita; (b) a substituição na classe dos eleitos será efetivada pelos Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações.’)” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

DIÁRIAS, PASSAGENS E DESPESAS COM LOCOMOÇÃO


V. tb.: AJUDA DE CUSTO – PASSAGENS E DIÁRIAS

Magistrado. Limites e regulamentação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


311

Pedido de Providências. Regulamentação do § 3º do art. 2º da Lei


11.439/2006. Despesas com diárias, passagens, locomoção e publicidade no âmbito do
Poder Judiciário. – “I) Os limites deverão ser apurados levando-se em consideração o total
das despesas empenhadas em 2006, inclusive as relativas a colaboradores eventuais,
excluindo 70% das decorrentes do processo eleitoral de 2006. II) Necessidade de
publicação de ato estabelecendo o limite no âmbito do poder Judiciário, para as despesas
com diárias, passagens e locomoção, bem como com as de publicidade. III) Pedido julgado
procedente” (CNJ – PP 9521 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

Magistrados e servidores do Poder Judiciário. Regulamentação

Pedido de Providências. Associação dos Magistrados Brasileiros.


Concessão e pagamento de diárias a magistrados e servidores. Necessidade de tratamento
isonômico da matéria no âmbito dos tribunais. Princípio da publicidade, moralidade e
transparência. Critérios. – “A concessão e o pagamento de diárias a servidores e
magistrados, em respeito aos corolários da moralidade, publicidade e eficiência
administrativas, merece tratamento específico a fim de conferir aos destinatários da
indenização um tratamento isonômico pelo Poder Judiciário nacional. Pedido que se acolhe
com a proposta de elaboração de Resolução a regulamentar o tema. Decisão unânime”
(CNJ – PP 200810000011052 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009
– DJU 06.04.2009).

Pagamento de auxílio-moradia, diárias e concessão de passagens no âmbito do


CNJ
Vide: Portaria CNJ 251, de 19.05.2008 e Portaria CNJ 357, de 26.08.2008.

Realização de despesas por meio de suprimento de fundos no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 8, de 24.10.2008.

DIÁRIO OFICIAL
Diário Eletrônico. Meio oficial de comunicação, publicidade e divulgação dos
atos processuais no âmbito do CNJ
Vide: Portaria CNJ 229, de 15.04.2008.

Irregular utilização para outras finalidades

Procedimento de Controle Administrativo. Diário oficial do


Judiciário do Estado. Publicação reservada a comunicação de atos oficiais.
Recomendação para que tal finalidade seja preservada. Pedido acolhido. – “I) O problema
está em que o Diário Oficial, por natureza e vocação, serve apenas e tão-somente a
comunicação de atos oficiais. Não é um noticiário, que se preste a manifestação inclusive
de opiniões, por meio de entrevistas, ilustradas por fotografias, como se fosse um periódico
comum” (CNJ – PCA 340 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Utilização para fins pessoais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


312

“As publicações no DJ e no DOU têm a finalidade de comunicar


atos oficiais e não de noticiar ou expor manifestações pessoais” (CNJ – PP
200710000012910 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008).

DIAS DE COMPENSAÇÃO
Dias de compensação. Conversão em pecúnia

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

DIFERENÇAS SALARIAIS
V. tb.: PAGAMENTO DE VALORES DEVIDOS A SERVIDORES

Lesão ao patrimônio público. Pagamento de valores indevidos, determinado


por magistrado a si próprio, quando investido na função de administrador.
Obrigação de devolver

Procedimento de Controle Administrativo. Responsabilidade civil.


Independência das instâncias. Magistrado investido na função de administrador.
Apuração. Processo Administrativo. Dano, ação ou omissão culposa (sentido amplo) e
nexo causal. Apuração. Competência do CNJ. Art. 103-B, § 4º, II, CF/88. Obrigação de
reparação do dano. – “I) A par da responsabilidade disciplinar, aos agentes públicos (aqui
considerados tanto os servidores do Poder Judiciário quanto seus agentes políticos) será
imputada a responsabilidade civil por condutas, comissivas ou omissivas, dolosas ou
culposas, que causem lesão ao patrimônio público. A responsabilidade civil, quando
apurada em processo administrativo, enseja a reparação do dano, independentemente de
condenação em ação penal, em ação civil pública ou em processo disciplinar. II) O
Processo Administrativo destinado à apuração de responsabilidade civil, no âmbito do
CNJ, visa à comprovação da existência do dano, da culpa, em sentido amplo e do nexo de
causalidade. III) Os servidores e membros do Poder Judiciário e, em especial, os dirigentes
de Tribunais, em suas ações concretas de gestão administrativa, devem observância aos
princípios da legalidade e da moralidade, bem como, aos demais princípios inspiradores da
boa-gestão, insculpidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988. IV) Na mesma medida
em que se espera lisura dos agentes encarregados da administração dos Poderes Executivo
e Legislativo, mostra-se imperiosa a efetivação do interesse público, no desempenho
eficiente e probo da gerência dos recursos humanos e materiais dos órgãos jurisdicionais.
V) Procedimento de Controle Administrativo provido para efeito de devolução de valores
recebidos indevidamente, a título de diferenças salariais e serviço extraordinário” (CNJ –
PCA 200810000024502 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Pagamento. Questão que refoge da competência do CNJ

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Serventuários do Poder Judiciário. Benefícios da categoria profissional.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


313

Questão de interesse local. Ausência de repercussão geral. Improvimento. – “I) Não se


insere entre as competências constitucionalmente conferidas ao Conselho Nacional de
Justiça a apreciação de matéria relacionada a pagamentos de eventuais diferenças salariais,
adimplemento tardio de créditos ou implementação de benefícios pessoais, cuja
repercussão não atinja o Poder Judiciário como um todo. II) Não se insere, dentre as
relevantes competências constitucionais do Conselho Nacional de Justiça, servir como um
supedâneo de órgão de cobrança de valores devidos a servidores. Precedentes (RA no PCA
200710000012600 e PCA 612). III) Recurso Administrativo a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200810000013024 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

“Por envolver a questão de fundo disputa política de cunho


patrimonial dos servidores do Judiciário local, não se insere na competência constitucional
do CNJ a apreciação de matéria dessa natureza – ainda que de forma indireta. Precedentes
(RA no PCA 200710000012600 e PCA 612)” (CNJ – PP 200810000025609 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

DIREITO ADQUIRIDO
Nepotismo. Nomeações de servidores anteriores à Lei n° 9.421/96

Procedimento de Controle Administrativo. Poder Judiciário da


União e do Distrito Federal e Territórios. Designação de Servidores para Cargos de
confiança e funções gratificadas. Prática de nepotismo. Princípios da impessoalidade e da
moralidade administrativas. Lei ordinária federal e alcance temporal da disciplina. – “Os
princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa, inscritos no
art. 37, caput da CF, ostentam densidade normativa suficiente para inibir a prática do
chamado nepotismo, razão por que não se faz necessária edição de outra norma jurídica, de
caráter infraconstitucional, para coibir esse fenômeno. Disso decorre que a edição da Lei
Federal n° 9.421/96, no âmbito do Poder Judiciário da União e do Distrito Federal e
Territórios – definindo como atos de nepotismo as indicações de cônjuges, companheiros
ou parentes até o terceiro grau, inclusive, dos membros ou dos juízes vinculados aos
tribunais, ressalvadas as hipóteses em que tais servidores são ocupantes de cargos de
provimento efetivo das carreiras judiciárias, quando a vedação é restrita à nomeação ou
designação para servir junto ao magistrado determinante da incompatibilidade –, há de ser
compreendida como instituidora de critérios objetivos destinados a qualificar a prática,
assim ensejando o seu combate pelas várias instâncias e formas de controle dos atos do
Poder Público. Ante o significado e a eficácia normativa dos princípios da impessoalidade
e da moralidade administrativas, não se mostra razoável sustentar que a Lei n° 9.421/96
tenha buscado legitimar os atos de nomeação e designação de servidores realizados à
margem de seus critérios, ainda que processados em momento anterior ao seu advento,
inexistindo, nesses casos, ato jurídico perfeito ou direito adquirido. Pedido de Providências
conhecido e parcialmente acolhido. Processo de Controle Administrativo procedente (CNJ
– PCA 15 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 – DOU 24.10.2005).

DIREITO DE CERTIDÃO
Direito constitucionalmente reconhecido, ressalvado o segredo de justiça

Solicitação de certidão. Direito do cidadão constitucionalmente


protegido. Obtenção. Perda do objeto. – “I) É direito da jurisdicionada obter informações

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


314

do Tribunal sobre processos instaurados, entretanto, ressalve-se que o segredo de justiça


deve ser preservado nas situações em que assim se dispuser. II) Atendida a requerente na
sua solicitação de certidão, há que se julgar extinto o procedimento por perda de objeto”
(CNJ – PP 718 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006
– Ementa não oficial).

DIREITO DE GREVE
V. tb.: GREVE

Servidores do Judiciário. Regulamentação restritiva através de Resolução

Procedimento de Controle Administrativo. TJ/RR. Resoluções


13/2004 e 49/2007. Óbice ao exercício do direito de greve e de reunião.
Desproporcionalidade das penalidades administrativas imputadas. – “Ao imputar ao
servidor que paralisar suas atividades, a título de greve, a pena de exoneração e demissão,
ou mesmo a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, o Tribunal transformou o
direito ao exercício de greve, antes mesmo de declarada ilegal, em falta funcional do
servidor. Ao exercício de direito de reunião se exige apenas o prévio aviso à autoridade
competente (artigo 5º, inciso XVI, CF/88). O direito de reunião não se submete à
apreciação discricionária do TJ/RR. Procedência do Procedimento de Controle
Administrativo para anular as Resoluções 13/2004 e 49/2007” (CNJ – PCA
200810000018599 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

Servidores públicos federais. Ilegalidade

Competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça para


apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário. Servidores públicos federais: ilegalidade no exercício do direito de greve, pela
inexistência de auto-aplicabilidade do inciso VII, do art. 37 da Constituição Federal.
Possibilidade de regulamentação administrativa dos efeitos da realização de greve
inconstitucional de servidores públicos. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
Legalidade de portaria administrativa que compatibiliza o exercício a liberdade de reunião
e exercício de manifestação pública com a liberdade de locomoção, o direito ao trabalho
em ambiente de tranqüilidade e a continuidade da prestação jurisdicional. Consulta
conhecida e respondida afirmativamente. (CNJ – PP 725 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

DIRETOR DE ESCOLA DA MAGISTRATURA


Eleição

Eleição para o cargo de Diretor da ESMAF – Escola da


Magistratura Federal da 1ª Região. Critérios de escolha. Interpretação possível e razoável
da previsão regimental. Respeito ao binômio eleição-antiguidade, previsto no caput do art.
111 do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal e em seu inciso II, preservando o
critério da antiguidade, como condição de elegibilidade, e a vontade da maioria,
manifestada em eleições, permitindo-se a disputa pelo cargo pelos Desembargadores
Federais mais antigos e elegíveis. Interpretação do Regimento Interno do TRF da 1ª
Região, que deve caber, salvo ilegalidade, ao próprio Tribunal. Pedido não conhecido.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


315

(CNJ – PCA 222 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU
10.01.2007).

DIRETOR DE ESCOLA E DE FACULDADE PÚBLICA OU PARTICULAR


Exercício pelo Magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

DIRETOR DE FORO
Caráter transitório e submissão ao teto

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Gratificação pelo exercício do cargo

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando
comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


316

subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)
Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,
respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Verba de representação. Exercício da função de Diretor de foro. Incorporação


aos vencimentos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado


aposentado. Desembargador que incorporou aos vencimentos verba de representação
pelo exercício da Presidência do Tribunal. Inadmissibilidade. Incidência do decidido na
Consulta constante do PP 200810000009896. – “O pagamento de qualquer gratificação ou
verba tida como de representação, em razão do exercício de função temporária, cessa no
exato momento em que a condição que lhe dava supedâneo desaparece. Ou seja, só é
possível receber verba de representação, a título de gratificação pelo exercício do cargo de
direção, enquanto esse exercício perdurar, vedada a incorporação, conforme ficou decidido
na Consulta constante do PP 200810000009896, Rel. Cons. Rui Stoco” (CNJ – PCA 10 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).
Parte do voto do Relator: “As verbas aqui discutidas justificam-se apenas enquanto os
membros do Poder Judiciário exercem funções de representação de órgãos ou tribunais em
razão do cumprimento de mandatos para os quais foram eleitos ou nomeados. No exercício
dessas funções, o pagamento de adicionais contribuem para o melhor desempenho das
funções e retribuem o magistrado pelo acúmulo de funções suplementares. Finalizado o
mandato ou cessado o exercício dessas funções, não há mais justificativas para o
pagamento da verba de representação. Nesse sentido, não há que se falar em qualquer
forma de incorporação dessas verbas, seja aos vencimentos, seja aos proventos de
aposentadoria”.

DIRETOR DE REVISTA
Gratificação pelo exercício do cargo

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

DISPONIBILIDADE
Juiz de Direito. Competência do Órgão Especial do Tribunal

Revisão Disciplinar. Aplicação de pena de disponibilidade a


magistrado. Alegação de vícios no procedimento. Hipótese que não se coaduna com as

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


317

previstas no art. 89 do Regimento Interno deste Conselho. Competência do Órgão


Especial. Manutenção da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco. (CNJ – REVDIS
11 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Magistrado. Pretensão ao recebimento de férias

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar. Pena de disponibilidade. Direito a férias. – “O instituto das
férias decorre do efetivo exercício funcional e constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, tendo sempre em vista o restabelecimento da condição física e
orgânica do trabalhador, para prosseguir no esforço laboral. Interrompido o período
aquisitivo de férias por força de pena de disponibilidade aplicada a magistrado que
cometera falta grave apurada em sede de Processo Disciplinar, evidente a
incompatibilidade do pagamento da parcela respectiva nesse período de afastamento.
Procedimento de Controle Administrativo parcialmente procedente” (CNJ – PCA 8048 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Magistrado Presidente de Tribunal. Precatório Judicial. Quebra da ordem


cronológica. Favorecimento de assessor especial

Processo Administrativo Disciplinar. Desembargador do Tribunal


de Justiça do Estado da Paraíba. Participação em fatos que acarretaram a quebra da
ordem cronológica de pagamento de precatórios judiciais. Exercício da presidência.
Pagamento a assessor especial. – “Toda a controvérsia se resume ao fato de ter o
Requerido, durante o seu mandato de Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba, no biênio 2001/2002, determinado o sequestro de valores correspondentes ao que
era devido ao seu assessor especial, juiz A. B. F., no Precatório 2000.007881-6, para pagar
indevida e antecipadamente, quebrando a ordem cronológica de apresentação, o valor ali
consignado na 23ª posição. Pela aplicação da pena de disponibilidade com vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço, aplicável à hipótese e mais condizente com os atos
praticados pelo requerido, Desembargador M.A.S.M.” (CNJ – PAD 05 – Processo
Eletrônico 200830000000917 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009
– DJU 17.06.2009).

Pena de disponibilidade imposta a magistrado. Votos da maioria absoluta dos


membros da Corte

Revisão disciplinar. Magistrado apenado com disponibilidade com


vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Ausência de quorum qualificado para
aplicação da pena máxima. Impossibilidade de aplicar punição ao magistrado pelas
opiniões que expressa em suas decisões. Art. 93 da CF e art. 41 da LOMAN. Pedido
improcedente. – “I) A pena de disponibilidade foi aplicada por maioria absoluta dos
membros da Corte, com votos condenatórios de 19 dos 30 Desembargadores da Corte. II)
Inocorrência de punição do magistrado por expressão de sua opinião mas pela apuração de
diversos fatos provados no processo. III) Independência funcional não é sinônimo de
irresponsabilidade no exercício das funções judicantes” (CNJ – REVDIS 14 – Rel.
Alexandre de Moraes – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

DISSÍDIO COLETIVO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


318

Revisão de decisão proferida em execução de dissídio coletivo

Pedido de Providências. Recurso Administrativo. Decisão judicial.


Arquivamento mantido. – “A revisão de decisões prolatadas em execuções baseadas em
dissídio coletivo não está incluída dentre as atribuições conferidas a este Conselho
Nacional de Justiça pelo art. 103-B, § 4°, da Constituição Federal, por ser atinente à
própria prestação jurisdicional” (CNJ – PP 912 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 30ª
Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS JURISDICIONAIS


Normas locais que estabelecem distinção, para efeito de distribuição, entre
serventias judiciais (oficializadas) e serventias privadas

Afastamento de incidência de norma local. Competência de varas.


Restrição em relação a beneficiários da assistência judiciária. – “As normas locais que
estabelecem para determinadas varas, em razão de uma das partes ser juridicamente
necessitada ou da natureza privatizada ou estatizada da serventia judicial, têm caráter
eminentemente discriminatório e podem comprometer a razoável duração do processo.
Afastamento da incidência dessas normas. Somente vincula o Conselho Nacional de
Justiça o controle de constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal Federal” (CNJ –
PP 200910000001609 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Prerrogativa privativa dos tribunais

Pedido de Providências. Atendimento periódico de magistrados em


Município diverso daquele no qual fora instalada a sede do juízo. Juizado Especial
Federal adjunto de Montes Claros/MG. Alegada dificuldade de deslocamento e prejuízo
ao jurisdicionado de Januária/MG. Agilidade na realização de audiências. – “I)
Conquanto detenha o CNJ a missão estratégica de definir balizas orientadoras do Poder
Judiciário e controlar, administrativa e financeiramente, a legalidade dos atos emanados de
seus órgãos e agentes rumo à superação de deficiências estruturais, não se pode substituir
aos Tribunais em suas competências constitucionais, a exemplo da formatação de regras de
organização judiciária (art. 96, II, ‘d’, CF/88). II) A proposição de criação de novas Varas,
a distribuição de funções e competências entre os órgãos jurisdicionais, bem como a
alteração da organização e da divisão judiciárias são de incumbência privativa dos
Tribunais, obedecendo ao juízo de conveniência e oportunidade orientado por cronogramas
de trabalho elaborados a partir de critérios técnicos e ordens prioritárias de atividades. III)
Pedido de Providências não-conhecido” (CNJ – PP 200810000004266 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

DISTRIBUIÇÃO DE FEITOS
Distribuição de processos no CNJ
Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 40 a 44.

Irregularidades. Favorecimento de instituições financeiras

Distribuição processual irregular. Varas da comarca da região


metropolitana de Curitiba. Foro central e foros regionais. – “I) Inadmissível a distribuição

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


319

irregular de ações em favor de instituições financeiras, concentrando-as em um dos Juízos


integrantes da mesma comarca, ao sabor da conveniência dos autores interessados e em
detrimento de servidores de outros juízos da mesma comarca, remunerados mediante
custas. II) Solução da questão suscitada que passa, necessariamente, pela edição de
Resolução do Tribunal de Justiça, na qual se delimite a competência dos distintos juízos
integrantes da comarca (Comarca da Região Metropolitana de Curitiba), em observância ao
que preceitua o art. 236, § 1º, do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado
do Paraná (Lei Estadual 14.277, de 30 de dezembro de 2003). III) Não pode subsistir a
mora normativa do Tribunal de Justiça, após decorridos quase cinco anos de vigência do
Código de Organização e Divisão Judiciárias, máxime quando é fator determinante do
dirigismo, a um só juízo, de ações de busca e apreensão propostas por instituições
financeiras. IV) Pedido de Providências que se julga procedente para determinar ao
desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná que, no prazo de 30
(trinta) dias, submeta ao Órgão Especial a proposta de Resolução da Corregedoria Geral de
Justiça, que delimita a competência das distintas Varas da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba” (CNJ – PP 200810000003912 – Rel. Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Processos Criminais. Remessa ao Ministério Publico antes da distribuição

Pedido de Providências. Distribuição irregular dos processos


criminais, descumprimento Res. 204/2005 e Constituição Federal. – “O processo deve ser
imediatamente distribuído ao ser protocolizado no Tribunal, não havendo justificativa para
postergação da distribuição. Inteligência do Art. 93, XV, da Constituição Federal.” (CNJ –
PP 2009100000029070 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Consulta. Distribuição processual. Recursos criminais.


Manifestação prévia da Procuradoria-Geral de Justiça. – “A distribuição dos recursos
criminais deve preceder o encaminhamento à Procuradoria-Geral de Justiça, por força do
disposto no art. 93, XV da Constituição Federal e do art. 41, III da Lei 8.625/1993” (CNJ –
CONS 200910000016261 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

Provimento da Corregedoria-Geral que veda a distribuição de autos não afetos


às respectivas circunscrições territoriais

Distribuição processual. Varas da comarca da região


metropolitana de Curitiba. Foro central e foros regionais. Distribuição de processos e
procedimentos não afetos “ás respectivas circunscrições territoriais”. Vedação.
Legalidade. – “1) Eventuais abusos ou irregularidades na distribuição de processos devem
ser objeto de pronta intervenção da Corregedoria-Geral de Justiça do respectivo Estado. 2)
Não há qualquer mácula ou ilegalidade em provimento da Corregedoria-Geral da Justiça
que veda a distribuição de processos e procedimentos não afetos ‘às respectivas
Circunscrições territoriais’, se constatada a reiteração de distribuição irregular de processos
para se beneficiar da tramitação em Varas com menor volume de serviço. 3) Ademais, a
norma prevê expressa possibilidade de o Juiz Diretor do Fórum elucidar as dúvidas dos
Ofícios Distribuidores quanto à possibilidade, ou não, de distribuição da causa. 4) Pedido
em Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000008136 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


320

Reclamação contra o sistema informatizado de distribuição de reclamações


trabalhistas. Matéria afeta ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho e não
ao CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamo contra o


sistema informatizado de distribuição de reclamações trabalhistas. Exigência de dados de
que o obreiro não dispõe. Regulamentação afeta ao Conselho Superior da Justiça do
Trabalho. Inteligência do art. 111-A, § 2º, da Constituição Federal de 1988. Remessa dos
autos. (CNJ – PCA 430– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Serviço de distribuição de Tribunal de Justiça. Não caracterização como


atividade notarial e de registro

Pedido de Providências. Serviço de distribuição de Tribunal de


Justiça. Atividade de distribuição de feitos e de expedição de certidões cíveis e criminais.
Serviço Público exclusivo colocado em concurso como se fora atividade notarial e de
registro, estabelecendo-se critério de delegação, nos moldes da Lei 8.935, de 18.11.94.
Inadmissibilidade. – “Os serviços de distribuição de processos e de expedição de certidões
cíveis e criminais dos Tribunais não se caracterizam como atividade notarial e de registro e
constituem atividade pública indelegável, só exercitável por servidores da administração
direta, detentores de cargos efetivos” (CNJ – PP 415 e PP 721 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª
Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Serviço de Emissão de Certidões de Distribuição de Tribunal de Justiça. Não


caracterização como atividade notarial e de registro

“Significa, portanto, que, em se tratando de serventia afeta


diretamente ao Poder Judiciário, que atua como de natureza judicial, responsável pela
distribuição e expedição de certidões, só pode ter como titular servidor público típico, que
tenha ingressado na Administração Pública direta. Todavia, permanecerá tendo como
titular o embargante até a vacância quando, obrigatoriamente, o Tribunal de Justiça deverá
efetivamente oficializar o Serviço de Emissão de Certidões de Distribuição” (CNJ – PP
415 e PP 721 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 –
Ementa não oficial).

DIVÓRCIO
Vide: SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO – SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

DOCÊNCIA
Aulas. Exercício do magistério pelos juízes. Mais de uma atividade docente

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Magistrado.


Exercício do Magistério. – “I) A norma do art. 95, parágrafo único da Constituição Federal
não impede o exercício pelo magistrado de mais de uma atividade docente. II) O exercício
do magistério pelo Magistrado deve se dar em carga horária compatível com o
desempenho da atividade jurisdicional. Precedente do Supremo Tribunal Federal (MC na
ADIN 3126/DF). III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 434 – Rel. Min.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


321

Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU


29.06.2007).

DOCUMENTO
Alegação de desaparecimento de documentos de processo judicial. Pedido de
Providências

Pedido de Providências. Alegado desaparecimento de documentos


em processo judicial. Ausência de provas que aponte para uma falha do Poder Judiciário.
Questão jurisdicional. Falta de previsão para atuação do Conselho Nacional de Justiça.
Pedido não conhecido. (CNJ – PP 15259 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 52ª
Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Desaparecimento de autos de natureza judicial. Questão jurisdicional

Pedido de Providências. Alegado desaparecimento de documentos


em processo judicial. Ausência de indício mínimo que apontasse para uma falha do Poder
Judiciário. Questão jurisdicional. Falta de previsão para atuação do Conselho Nacional de
Justiça. Recurso indeferido. (CNJ – PP 4174 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 49ª
Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Sigiloso remetido pelo Ministério Público. Circulação entre autoridades


legalmente possíveis, sem divulgação de seu conteúdo

Pedido de Esclarecimentos. Processo Administrativo Disciplinar.


Magistrado. Omissão. Remessa de documento sigiloso por órgão do Ministério Público
Federal. Indiferença. – “Irrelevante, para a formação do convencimento do órgão julgador,
a origem da documentação sigilosa se a prova em si foi obtida em total conformidade com
o que dispõem a Constituição Federal e a Lei 9.296/96. A circulação de documentos
sigilosos pelas mãos de autoridades a quem a legislação atribui a possibilidade de
manuseio dos respectivos dados, sem divulgação de seu conteúdo, não macula a
idoneidade jurídica da prova respectiva. Pedido de Esclarecimentos acolhido sem
modificação do julgado” (CNJ – PAD 06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

DOUTORADO
Vide: CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO


Processo administrativo disciplinar

Recurso Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar.


Competência originária do Órgão Especial. Direito de recorrer. Inexistência de duplo
grau obrigatório. – “I) Não há na Constituição de 1988 a previsão de duplo grau
obrigatório de jurisdição. II) O duplo grau é uma diretriz a ser observada pelo legislador
sempre que houver um órgão hierarquicamente superior, na estrutura administrativa ou
judicial. III) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não haverá o que se
falar em duplo grau quando o órgão julgador é aquele que ocupa o topo da hierarquia da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


322

estrutura de poder. IV) No âmbito dos Tribunais, o topo da hierarquia é ocupado pelo
Tribunal Pleno, ao qual cabe eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus Regimentos
Internos (art. 96, 1, CF/88), bem como velar pelo exercício da atividade correcional
respectiva (art. 96, 11, CF/88). V) A Constituição Federal autoriza aos Tribunais com mais
de 25 desembargadores a constituir Órgão Especial, delegando-lhe as atribuições
administrativas e jurisdicionais do Tribunal Pleno (art. 93, XI, CF/88). Em tais casos, o
Órgão Especial age em nome e como se fosse o próprio Tribunal Pleno (Enunciado no 2 do
CNJ). VI) Nada justifica, portanto, a existência de recurso administrativo para o Tribunal
Pleno, quando a matéria é de competência originária do Órgão Especial. VII) Recurso a
que se conhece e nega provimento” (CNJ – PP 1031 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

DURAÇÃO DO PROCESSO
Razoável duração do processo. Critérios para sua aferição

“Tenha-se em consideração, ainda, que a razoável duração do


processo, consagrada no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal, deve ser
entendida – em leitura sistêmica – num contexto de razoabilidade e compreensão, na
medida em que as ações judiciais em geral não têm ordinariamente vida curta, dadas as
características da dinâmica processual brasileira e dos meios processuais (notadamente os
meios recursais incidentes) postos à disposição das partes na legislação codificada e nos
Regimentos Internos das Cortes, ademais do elevadíssimo número de ações judiciais
propostas e em andamento em todos os foros. Aliás, o preceito constitucional fala em
‘duração razoável’, que se traduz como um período médio e não ‘mínimo’, mas sem
estabelecer tempo certo ou provável; atento, portanto, à realidade nacional” (CNJ –
REVDIS 200810000005120 e REP 200810000005118 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão
– j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO


Vide: MOROSIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO – RAZOÁVEL DURAÇÃO
DO PROCESSO

–E–
ECOLOGIA
Vide: MEIO AMBIENTE

EDITAL
Atividade notarial e de registro. Impugnação do edital. Preclusão

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Candidato que impugnou o edital de concurso cinco
anos após sua instauração. Inadmissibilidade. Preclusão do direito de impugnar. Liminar
indeferida e inicial rejeitada, com extinção do procedimento. – “Considerando que os atos
administrativos em geral submetem-se ao sistema de preclusão, nos concurso de ingresso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


323

as fases que compõem o certame são estanques e os atos nela praticados e critérios para
elas estabelecidos devem ser impugnados no momento oportuno, antes do início da fase
seguinte, desde que assegurado em cada uma delas o direito de o candidato impugnar o ato
e de recorrer. Significa que o Edital de concurso, que é a norma regente do certame, só
pode ser impugnado em prazo razoável e antes do início da fase seguinte” (CNJ – PCA
20091000002778 – Rel. Designado Cons. Rui Stoco – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).

Intimação de terceiros interessados

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra a


intimação de terceiros interessados por edital. Alegação de que o Tribunal não incluiu no
concurso algumas serventias criadas após o advento da CF/88 e da Lei Federal 8.935/94
e que estariam em regime ilegal de acumulação. – “Não há falar em cerceamento de defesa
por falta de intimação pessoal dos terceiros interessados. A intimação por edital encontra
supedâneo em norma constante do Regimento Interno do CNJ, inexistindo previsão legal
ou regimental de intimação pessoal, como pretendido” (CNJ – PCA 200810000006974 e
PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU
18.08.2008).

Anulação

Recurso em Pedido de Providências. Anulação do Edital 001/2005


do Conselho da Magistratura do TJSP. Decisão monocrática. (CNJ – RAPP 1062 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não
oficial).

EDITAL DE CONCURSO
Atividade notarial e de registro. Impugnação do edital

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Candidato que impugnou o edital de concurso cinco
anos após sua instauração. Inadmissibilidade. Preclusão do direito de impugnar. Liminar
indeferida e inicial rejeitada, com extinção do procedimento. – “Considerando que os atos
administrativos em geral submetem-se ao sistema de preclusão, nos concurso de ingresso
as fases que compõem o certame são estanques e os atos nela praticados e critérios para
elas estabelecidos devem ser impugnados no momento oportuno, antes do início da fase
seguinte, desde que assegurado em cada uma delas o direito de o candidato impugnar o ato
e de recorrer. Significa que o Edital de concurso, que é a norma regente do certame, só
pode ser impugnado em prazo razoável e antes do início da fase seguinte” (CNJ – PCA
20091000002778 – Rel. Designado Cons. Rui Stoco – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).

Deficientes físico. Serventias extrajudiciais. Previsão no edital da forma de


escolha de vagas

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


324

“Exegese sistêmica e compreensiva do art. 37, inciso VIII da CF/88 leva à conclusão
inafastável de que também nos concursos de ingresso na atividade notarial e de registro
impõe-se a reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. A proteção de
minorias, como a dos deficientes físicos ou portadores de necessidades especiais é uma
imposição constitucional que deriva de uma correta interpretação do princípio da
igualdade. Um Estado de direito fundado no respeito aos direitos individuais e no princípio
democrático precisa garantir proteção às minorias e facilitar-lhes a inclusão social. O
tratamento diferenciado que a Constituição garante aos portadores de necessidades
especiais é resultado da interpretação do princípio da igualdade que impõe que os
diferentes sejam tratados de forma diferenciada, na proporção exata das desigualdades.
Portanto os tribunais do País quando estabelecem tal proteção estão, em última ratio,
atribuindo efetividade ao princípio constitucional da igualdade. A definição sobre quais
vagas devem ser reservadas aos portadores de deficiência física constitui mérito do ato
administrativo que, apenas excepcionalmente, pode ser controlado pelo Conselho Nacional
de Justiça, na hipótese de ilegalidade intrínseca, mas não no seu aspecto externo de
conveniência e oportunidade, justamente porque na ausência de lei complementar
regulamentadora do inciso VIII do art. 37 da CF/88, a norma integradora e que dá vida e
efetividade ao preceito constitucional é o edital do concurso” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Nulidade. Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Ausência


de prejuízo

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Em nosso ordenamento jurídico, seja no âmbito do
processo penal, processo civil e no processo administrativo vige o princípio de que não há
nulidade sem prejuízo. Por força desse elemento predominante, para que o ato seja
declarado nulo é necessário que haja entre a sua imperfeição ou atipicidade e o prejuízo às
partes, um nexo efetivo e concreto, de sorte que, se a despeito da imperfeição o ato atingiu
o fim colimado sem acarretar prejuízo, supera-se a nulidade e convalida-se o ato. Esse o
sentido do princípio do pas de nulitté sans grief” (CNJ – PCA 200810000004382 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
relator).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Exceto nas hipóteses de nulidade substancial,
insanável e que contamina todo o concurso para ingresso na atividade notarial e de
registro, não se anula ato ou fase sem que haja prejuízo para a Administração Pública ou
para o candidato, por força do princípio do pas de nulitté sans grief, que informa nosso
ordenamento jurídico, seja no processo penal, processo civil e no processo administrativo”
(CNJ – PCA 200810000004382 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Vinculação ao edital. Serventias extrajudiciais. Restrição de oferta das


serventias a limite de tempo anterior ao estabelecido no edital

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de liminar.


Serventias extrajudiciais. Concurso público. Princípio da vinculação do edital. – “Viola o
princípio da vinculação do edital a decisão de comissão de concurso público que determine
a contenção da oferta das serventias a limite temporal anterior àquele estipulado no
respectivo edital. Liminar deferida para observância rigorosa do termo final fixado no
edital do concurso” (CNJ – PCA 200810000013474 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

ELEIÇÃO
Cargos de direção em Tribunal. Impugnação por pessoa estranha ao quadro
de Desembargadores. Falta de legitimidade

Procedimento de Controle Administrativo. Eleição. Cargos de


direção de Tribunal. Impugnação. Legitimidade e interesse. – “I) Estão legitimados para a
instauração de Procedimento Administrativo o interessado que, embora não o tenha
iniciado, se diz detentor de direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão, as
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos, ou
as pessoas ou associações legalmente constituídas, quanto a direitos ou interesses difusos.
II) Quando, porém, se trate de lesão a direito ou interesse individual resultante da prática
de ato pela Administração, somente estão legitimadas para a sua revisão aquelas pessoas
detentoras desse direito ou interesse. III) Terceiro estranho ao quadro de Desembargadores
de Tribunal de Justiça, que não teve direito ou interesse afetado pelo resultado da eleição
para cargos de direção, não detém legitimidade para pleitear a sua anulação. Procedimento
de Controle Administrativo de que não se conhece” (CNJ – PCA 200910000000393 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Cargo de direção nos Tribunais. Diferença entre “aclamação e “consagração”

“A palavra ‘aclamação’ depende de manifestação inequívoca, ao


passo que a ‘consagração’ resulta da imposição de uma situação diante de um fato
consumado. O Plenário do Colendo Tribunal foi provocado a examinar a matéria e, por
maioria de votos, entendeu por bem submeter à eleição os nomes da Requerente e do
Interessado. Portanto, não seria o caso de ‘aclamação’ – et pour cause – nem o de
‘consagração’” (CNJ – PCA 62 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão – j. 07.03.2006 –
DJU 20.03.2006 – Ementa não oficial).

Escolha de candidatos a Desembargador pelo quinto constitucional para


compor os tribunais

Medida Liminar. Tribunal Regional do Trabalho. Sessão Plenária.


Resolução Administrativa estabelecendo que a eleição de candidatos ao quinto
constitucional da Corte e que farão parte da listra tríplice será por votação secreta.
Inadmissibilidade. Pedido de tutela para que se proceda à votação da lista tríplice em
sessão aberta, com votação nominal e fundamentada. (CNJ – PP 200910000012474 – Rel.
Cons. Rui Stoco – Decisão Monocrática – j. 26.03.2009).
Parte da decisão do Relator: “Ademais do fato de a Recomendação 13, de 06.11.2007
deste Conselho recomendar “a Tribunais que regulamentem a orientação emanada deste

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


326

Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista tríplice a que se
refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal seja formada em sessão
pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (textual), o inciso X do art.
93 da Constituição Federal determina e impõe, de forma cogente, que todas as decisões dos
Tribunais sejam fundamentadas e proferidas em sessão pública. A efetividade do princípio
da impessoalidade e moralidade administrativas talvez seja a primeira grande tarefa do
Conselho Nacional de Justiça. Garantir não apenas que os atos administrativos do Poder
Judiciário sejam legais, mas que sejam, na mesma medida, legítimos. Essa legitimidade
depende da certeza de que as razões que balizaram os julgamentos são racionais e
constitucionais. Por isso, a transparência é essencial, obrigatória e inegociável. Todos
haverão de conhecer os fundamentos das decisões para que possam, inclusive, impugná-
las. A credibilidade do Poder Judiciário tem estreita relação com a sua transparência. Não
há ato administrativo, mesmo que discricionário, que esteja acima da determinação do
Estado de Direito de que todas as decisões ou opções públicas devem ser absolutamente
abertas e transparentes. Aliás, a escolha daqueles que irão integrar uma Corte de Justiça
não é discricionária mas regrada, não ficando ao alvedrio da autoridade mas permeada por
regras que atuam como balizas norteadoras, tendo como tegumento protetor o princípio da
legalidade. De modo que, embora a Recomendação 13 deste Conselho não tenha natureza
de lei em sentido estrito, sinaliza de forma pragmática e reveladora o entendimento do
Plenário deste Conselho Nacional de Justiça a respeito da aplicação da determinação
constitucional acerca da fundamentação das decisões administrativas. E não há que se falar
que o caso é de eleição. Eleição no Poder Judiciário significa apenas que a vontade da
maioria terá força vinculante em algumas circunstâncias. Não há o sentido que
encontramos no caso das eleições populares, manifestação soberana da vontade popular.
Nesse último caso, o voto secreto é garantia de independência, é medida protetiva da
autonomia do cidadão. No caso de decisões judiciais, não há justificativa para o voto
secreto e apartado do conhecimento geral e público; não há fundamento para que não se
conheçam as razões de um voto que definirá um membro de Tribunal. No espaço judicial,
os magistrados já têm garantias de independência suficientes, não havendo ameaças ao seu
cargo, nem a sua livre manifestação que possam justificar esse tipo de segredo. Nesse
sentido, votações secretas não encontram sequer justificativas minimamente racionais no
âmbito do Poder Judiciário”.

Quinto constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da Sessão e motivação. Art. 93, Inc. X, da
Constituição Federal. – “‘A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, que
desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da publicidade e
transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que passaram a ser
obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e
fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável que a
formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrado aos Tribunais de segundo grau (Res. CNJ
6/2005, art. 1º)’ (PP 2007.10.00.000497-3). Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se julga procedente” (CNJ – PP 200910000008082 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Juiz suplente. Aferição do critério de merecimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Eleição para juiz suplente da 1ª Turma Recursal. Merecimento. Critério. –
“O merecimento deve ser aferido conforme o desempenho e por critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos de aperfeiçoamento oficiais ou reconhecidos” (CNJ – PCA 420 – Rel. Cons. Gelson
de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais

Pedido de Providências. Consulta. Eleição de membros do


Tribunal Regional Eleitoral. Voto aberto. Princípio da reserva do sufrágio, que garante a
liberdade de escolha. Caso que não se amolda à previsão de voto aberto nas decisões
administrativas e jurisdicionais do tribunal. – “A promoção por merecimento ou por
antigüidade se vinculam a requisitos que a própria Constituição estabelece em seu artigo
93, inciso I. Nessa hipótese, não se cuida propriamente de um sufrágio. Diversamente, no
caso de escolha dos magistrados que integrarão o Tribunal Regional Eleitoral, ocorre uma
eleição, devendo em tal situação, ser preservado o sigilo do voto” (CNJ – PP 1399 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 –
Ementa não oficial).

Magistrado. Eleição para cargos de direção


Vide: MAGISTRADOS

Órgão Especial. Obrigatoriedade de preenchimento da metade eleita


independente da ordem da vaga na lista de antiguidade

Resolução 16 do Conselho Nacional de Justiça. – “O CNJ previu


como regra de transição – em virtude da auto-aplicabilidade do inciso XI, do art. 93 da
Constituição Federal – a imediata eleição de todas as vagas abertas a partir de 1°.01.2005.
O art. 9° da Resolução 16 possui três importantíssimas regras de transição – sendo duas
expressas e uma implícita – enquanto não se completar a metade eleita em todos os Órgãos
Especiais existentes nos diversos tribunais do País: Regras expressas: I) Eleição imediata
de tantas quantas forem as vagas abertas no Órgão Especial desde 1°.01.2005; II) Eleições
sucessivas, à medida que forem sendo abertas novas vagas no Órgão Especial, até que se
complete a metade eleita prevista constitucionalmente. Regra implícita: II) Preenchimento
de novas vagas por antiguidade no Órgão Especial somente após a complementação de
metade de sua composição por eleição. Todas as vagas nos respectivos Órgãos Especiais
deverão ser preenchidas por eleição, independentemente do posicionamento da vaga a ser
preenchida na lista de antiguidade, até que se complete a metade eleita, observada a
representação dos membros da advocacia e do Ministério Público” (CNJ – PCA 4 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 21ª Sessão – j. 19.06.2006 – DJU 30.06.2006 – Ementa não
oficial).

ELEIÇÃO NA ESCOLA DA MAGISTRATURA


Eleição do Diretor

Eleição para o cargo de Diretor da ESMAF – Escola da


Magistratura Federal da 1ª Região. Critérios de escolha. Interpretação possível e razoável
da previsão regimental. Respeito ao binômio eleição-antiguidade, previsto no caput do art.
111 do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal e em seu inciso II, preservando o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


328

critério da antiguidade, como condição de elegibilidade, e a vontade da maioria,


manifestada em eleições, permitindo-se a disputa pelo cargo pelos Desembargadores
Federais mais antigos e elegíveis. Interpretação do Regimento Interno do TRF da 1ª
Região, que deve caber, salvo ilegalidade, ao próprio Tribunal. Pedido não conhecido.
(CNJ – PCA 222 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU
10.01.2007).

ELEIÇÃO NOS TRIBUNAIS


Cargos de direção

Desconstituição de ato administrativo. Eleições. Conselho da


Magistratura. Reeleição de membros. Artigos 102 e 104 da LOMAN. Improcedência. –
“Hipótese em que se sustenta a ofensa a preceitos constitucionais e legais, bem como ao
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, para ver declarada nula
a reeleição de membros do Conselho da Magistratura. Compatibilidade com as regras
inscritas nos arts. 93, caput, da Constituição Federal, 102 e 104 da LC 35/79 (LOMAN),
7º, inciso XXIV, 12, § 5º e 14 do RITJ/TO. Procedimento de Controle Administrativo
improcedente” (CNJ – PCA 225 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j.
18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Recurso contra indeferimento de liminar. Eleição de dirigentes de


Tribunal. Elegibilidade dos mais antigos. Art. 102 da LOMAN. – “O juiz incluído entre os
três mais antigos e desimpedidos, impossibilitado de concorrer à reeleição do cargo de
Corregedor do Tribunal, não está automaticamente eleito para o cargo de Presidente ou de
Vice-Presidente, pois tal pretensão implicaria inexistência da eleição. Eleitos os outros dois
para os referidos cargos, agiu corretamente o Tribunal que convocou o próximo juiz mais
antigo para concorrer ao cargo de Corregedor” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Eleição para o cargo de Presidente. Recepção do art. 102 da LOMAN

Pedido de Providências. Eleição para Presidência do Tribunal.


Recepção do art. 102 da LOMAN. Precedentes STF e CNJ. Desnecessidade de análise de
condições especifica de elegibilidade, consistente no exercício de cargos anteriores, em
virtude de presença de candidatura única. Incidência de texto final do caput do art. 102.
Pedido julgado improcedente. (CNJ – PP 1280 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

“Mandato tampão” (art. 102, parágrafo único, da LOMAN). Inaplicabilidade


do requisito de antiguidade

Procedimento de Controle Administrativo. Interpretação do


parágrafo único do art. 102 da LOMAN. “Mandato tampão”. Cargo diretivo de Tribunal.
Inaplicabilidade do requisito de antiguidade, nesse caso. – “A LOMAN fixou a
antiguidade como critério para eleição de magistrados para os cargos de direção nos
Tribunais do país. Todavia, a exceção que o parágrafo único do art. 102 da LOMAN
estabelece em relação às hipóteses do caput é geral. No caso de eleição para complementar
mandato com tempo inferior a 1 (um) ano, não se aplica o requisito de antiguidade” (CNJ –
PP 15922 e PCA 15697 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU
20.12.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


329

EMENDA DA INICIAL
Apresentação de fatos ou questões novas em recurso administrativo, não
constantes da inicial

“É incabível, em recurso administrativo, o exame de questões


novas, não apresentadas na inicial. Assim, não há que se falar em recebimento do
expediente intempestivo tão somente porque o recorrente traz ao conhecimento deste
Conselho fatos inéditos” (CNJ – RD 200710000015971 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Ementa não oficial).

EMOLUMENTOS
Cobrança. Lei 11.331/2002 do Estado de São Paulo. Alegação de
inconstitucionalidade

Pedido de Providências. Serviços extrajudiciais. Cobrança de


emolumentos. Lei 11.331/2002 do Estado de São Paulo. Alegação de
inconstitucionalidade. Base de cálculo idêntica à de impostos. Decisões do Supremo
Tribunal Federal em relação a leis de outros Estados da Federação. Matéria de natureza
jurisdicional já aflorada e fora da competência do CNJ. (CNJ – PP 586 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Cobrança. Lei 11.441/2007 do TJRS que possibilita a realização de inventário,


partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa.
Incidência e base de cálculo da taxa

Procedimento de Controle de Ato Administrativo. Tribunal de


Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Cobrança de Emolumentos. Lei 11.441/2007 que
possibilita a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio
consensual por via administrativa. Provimento 28/07 da Corregedoria de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul. – “I) A incidência de taxas deve obedecer a proporção entre
os custos dos serviços e o valor cobrado pela sua prestação. II) A base de cálculo da taxa
deve representar o custo do Estado com o exercício do poder de polícia ou a prestação do
serviço, não havendo espaço para obtenção de lucro com a cobrança de tal espécie
tributária. III) O escopo da Lei 11.441/2007 é facilitar a dissolução do casamento e a
regularização dos bens do espólio, o incremento das taxas relativas aos emolumentos vai
de encontro com a finalidade da Lei. IV) Pedido julgado improcedente com a manutenção
do ato do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul” (CNJ – PCA 200810000030563 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Registro imobiliário. Incidência dos emolumentos em percentual sobre o valor


do imóvel

Emolumentos. Limites. Registro Imobiliário. – “A Lei Federal


10.169, de 2000, veda a cobrança de emolumentos em percentual incidente sobre o valor
do imóvel constante de negócio jurídico objeto de registro. Lei estadual que contraria
norma federal, Incompetência do CNJ para declarar a ilegalidade. Não obstante que a lei
estadual mencionada estabelece normas que contrariam as normas gerais para a fixação de
emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços de registro, estabelecidas na Lei

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


330

Federal 10.169, a matéria deduzida é flagrantemente estranha à competência deste


Conselho Nacional de Justiça. Não compete ao CNJ a declaração da ilegalidade de norma
estadual em face de norma federal, devendo o requerente valer-se dos meios jurisdicionais
disponíveis no ordenamento jurídico pátrio, se quiser ver satisfeita sua pretensão. Voto
pelo não conhecimento do pedido” (CNJ – PP 200810000003274 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

ENDEREÇO ELETRÔNICO
Palavras-chave: INTERNET – “SITE”
V. tb.: SÍTIO ELETRÔNICO

Movimento pela Conciliação. Criação de endereço eletrônico denominado


“conciliar”

“Recomenda aos Tribunais a criação de um endereço eletrônico,


ligado à Presidência no âmbito de cada Tribunal, denominado conciliar, para fins de
facilitar a comunicação do Movimento pela Conciliação, como no exemplo que segue:
conciliar@cnj.gov.br” (Recomendação CNJ 15, de 20.11.2007).

Órgãos do Poder Judiciário. Domínio “jus.br”

“Ficam definidos os endereços dos sítios eletrônicos (URL) dos


órgãos do Poder Judiciário brasileiro, nos termos da Tabela Padronizada dos Endereços
Eletrônicos das Unidades do Poder Judiciário constante dos anexos a esta Resolução” (art.
1º da Res. CNJ 45, de 17.12.2007).

“Os endereços dos sítios eletrônicos dos órgãos do Poder Judiciário


brasileiro deverão ser redirecionados para o domínio primário ‘.jus.br’” (art. 1º da Res.
CNJ 41, de 11.09.2007).

Órgãos do Poder Judiciário. Regulamento geral


Vide: Resoluções CNJ 41, de 11.09.2007, e 45, de 17.12.2007.

ENTIDADE DE CLASSE
Vide: ENTIDADE REPRESENTATIVA DE CLASSE

ENTIDADE FAMILIAR
Vide: UNIÃO ESTÁVEL

ENTIDADE REPRESENTATIVA DE CLASSE


Palavras-chave: ENTIDADE DE CLASSE
V. tb.: ASSOCIAÇÃO

Colégio de presidentes de tribunais estaduais. Afastamento do Presidente

Associação de classe. Magistrado Presidente. Afastamento


previsto na LOMAN. Possibilidade. – “É associação de classe, para os fins do disposto no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


331

art. 73, III da LOMAN, a entidade de âmbito nacional composta por Presidentes dos
Tribunais de Justiça cujos objetivos são, entre outros, a integração dos Tribunais de Justiça
em todo o território nacional e o intercâmbio de experiências funcionais e administrativas.
A atividade de presidente de associação de classe de âmbito nacional demanda
disponibilidade de tempo para deslocamento e cumprimento das obrigações inerentes ao
seu exercício, sendo legal e legítimo o afastamento do magistrado de suas funções
judicantes, parcial ou totalmente” (CNJ – PCA 200910000012814 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Contribuição associativa. Desconto do servidor. Ato passível de controle


administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Desconto de


contribuição associativa. Deliberação de assembléia não regularmente comunicada.
Descabimento de controle de legalidade de ato privado, de instituição de igual natureza.
Ato, porém, que é administrativo, de efetivação do desconto da contribuição, que deve
respeitar regras civis de representação. Liminar mantida. Pedido deferido. (CNJ – PCA 248
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Defesa dos interesses de determinados associados em detrimento de outros


associados

“Cumpre, por oportuno, salientar que todos os magistrados


envolvidos são associados da requerente, a qual adota postura de favorecimento de uns, os
habilitados e não eleitos, em detrimento de outros, os eleitos para integrar listas tríplices,
fato este que também infirmaria a legitimação da associação, como já decidido pelo
Colendo Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o RMS 15.264/PR” (CNJ – PCA 9326 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007
– Ementa não oficial).

Exercício, por magistrado, de cargo de direção de associação de assistência à


saúde

Pedido de Providências. Magistrado. Cargo de direção em


associação de assistência à saúde. Compatibilidade. Inexistência de prejuízo à atividade
judicante. “Inexiste incompatibilidade no exercício de cargo de direção em associação de
assistência à saúde por magistrado investido nas funções, desde que não haja prejuízo à
atividade judicante” (CNJ – PP 200810000004291 – Rel. Designado Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª Sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Legitimidade para propor mandado de segurança em favor de alguns


associados, desde que os interesses defendidos não sejam divergentes, com
relação aos demais associados

“As associações têm legitimidade para proporem mandado de


segurança, na defesa de interesses da categoria, ainda que de alguns associados, desde que
os interesses defendidos não sejam divergentes dos interesses dos demais associados”
(CNJ – PCA 9326 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


332

Legitimidade para representar apenas direitos e interesses coletivos (art. 9o,


III da Lei 9.784/99)

“Dessa forma, a questão pertinente à legitimidade ad causam da


AMEPE deve ser investigada à luz do art. 9º, inciso III, da Lei 9.784/99, cuja tônica soa
clara ao reconhecer às organizações e associações representativas autorização para agir,
apenas e tão-somente, na defesa de “direitos e interesses coletivos”. Estabelece o
mencionado dispositivo: ‘art. 9º. São legitimados como interessados no processo
administrativo: I) Pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direto de representante; II) aqueles que, sem
terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão
a ser adotada; III) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos; IV) as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a
direito ou interesses difusos’. O espaço legalmente reconhecido à atuação desses entes
personalizados está, assim, circunscrito à abrangência conceitual da expressão “direito
coletivos” (CNJ – PCA 9326 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Parte do voto do relator).

Legitimidade para representar seus filiados extrajudicialmente somente


quando expressamente autorizadas

“Ora, por força do quanto estatuído no inciso XXI do art. 5º da


Constituição Federal, as entidades associativas só têm legitimidade para representar seus
filiados extrajudicialmente quando expressamente autorizados. No caso, a AJUFER não
fez qualquer prova da condição de associados dos supostos candidatos aprovados no X
Concurso Público para provimento de cargos de Juiz Federal Substituto da 1ª Região nem,
muito menos, de que esteja expressamente autorizada por eles a fazer a defesa de seus
pessoais interesses. Não há, destarte, de se falar em legítimo direito de representação, a
autorizar o ingresso no feito na condição de interessado deflagrador do procedimento
(inciso I do art. 9º da Lei 9.784/99). De igual forma, não se encontra a AJUFER a atuar na
condição de associação representativa de defesa de direitos e interesses coletivos de seus
associados, ou mesmo quanto a direitos ou interesses difusos, o que afasta por completo a
aplicação dos incisos III e IV do art. 9ª da Lei 9.784/99. Por fim, e como muito bem
adverte JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, ‘[...] para que o indivíduo se
qualifique como interessado no processo administrativo é preciso que demonstre possuir
efetivo interesse jurídico, o que equivale a dizer que lhe cabe comprovar que a decisão a
ser adotada no processo poderá afetar realmente seu direito em virtude da conexão com o
direito principal objeto do processo. Interesses meramente de fato e sem conexão direta
com o que se examina no processo não geram para o indivíduo a qualidade de legitimado.
Aliás, a se permitir o ingresso de tais pessoas, o procedimento administrativo sofreria
significativo entrave, tramitaria com maior morosidade e ficaria, com isso, mais distante do
princípio da celeridade tudo em prejuízo do interesse público perseguido pela
Administração’. Por mais que se perquira, não se enxerga, com a necessária nitidez, como
a decisão a ser proferida nestes autos possa afetar direito ou interesse juridicamente
tutelável da indigitada associação, a autorizar a sua participação na condição de
interessada. Acolho, assim, a argüição suscitada, para o fim de não admitir o ingresso da
AJUFER – Associação dos Juízes Federais da 1ª Região – na condição de terceira
interessada nestes autos de Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA 9326 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007
– Parte do voto do relator).

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Legitimidade perante o CNJ. Defesa de direitos individuais puros

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade de


entidade de classe. Ausência. Direitos individuais puros. Não-conhecimento. – “I) A
repercussão da decisão dá-se na esfera jurídica particular dos candidatos supostamente
preteridos no concurso de promoção à segunda instância, não servindo a presente via à
tutela de direitos individuais em procedimento intentado por órgão representativo de toda a
classe. II) Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido. Pedido de intervenção
de terceiros como amicus curiae prejudicado” (CNJ – PCA 9326 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

ENUNCIADO
Edição com caráter interpretativo

Pedido de providências. Edição de Enunciado interpretativo.


Magistrados dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando
à fixação de critérios para as hipóteses de substituição temporária de Desembargadores
nos Órgãos Especiais. Interpretação do art. 93, inciso XI da Constituição Federal e da
Resolução 16/06 do CNJ. – “A nova regra constitucional estabeleceu a existência de duas
classes de Desembargadores nos Órgãos Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos
eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre
da antiguidade do Desembargador no Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição
pela maioria dos membros do Tribunal Pleno, mas pelo prazo de dois anos a contar da data
da eleição. Os Desembargadores não eleitos serão considerados suplentes, na ordem
decrescente da votação obtida, também por um período de dois anos. A ordem de suplência
poderá, no entanto, ser alterada se, um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver
votação superior à do primitivo. Critério lógico de legitimidade decorrente do número de
votos obtidos, a representar a vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas
temporárias (férias, licenças, etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para
substituí-los os Desembargadores suplentes, na ordem decrescente das respectivas
votações. Inteligência dos art. 4º, §§ 4º e 6º da Resolução 16/2006 do CNJ. Se as faltas
temporárias ocorrerem na parte ocupada por antiguidade, serão chamados para substituição
os desembargadores mais antigos que não tenham sido efetivados em decorrência de
eleição. Critério de direito administrativo. Um servidor efetivo não deve ser considerado
substituto eventual de outro já efetivado. Regra prevista no art. 99, § 2º da LOMAN.
Critérios evidenciados na própria Resolução n. 16/06 do CNJ” (CNJ – PP 824 e PP 1056 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 7 DO CNJ (JURISPRUDÊNCIA)


Indagação acerca da sua aplicabilidade imediata

Consulta. Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região.


Aplicação imediata do Enunciado Administrativo 7 do CNJ. – “Consulta respondida no
sentido da aplicabilidade imediata do enunciado 07 do CNJ, sem possibilidade de
manutenção dos atuais contratos de estágio que caracterizem a situação vedada na
Resolução 7 deste Conselho. É certo que a aplicação imediata do enunciado 07 pode
frustrar expectativas de conclusão do estágio pelos estudantes, porém tal circunstância não
deve justificar a manutenção de situações vedadas na Resolução do Conselho. A abolição

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


334

da prática do nepotismo, em todas as suas vertentes, por bem, refletir sentimento e idéia de
justiça dominantes no meio social, não deve ceder espaço a qualquer resistência à sua
efetivação” (CNJ – PP 10481 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 47ª Sessão –
j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

“ERROR IN JUDICANDO”
Decisão judicial de magistrado que favoreceu quadrilha. Possibilidade de
apuração em processo disciplinar e de imposição de sanção dessa natureza

Processo Disciplinar. Decisão de magistrado que favoreceu


quadrilha. – “Independentemente de ter sido a decisão fundamentada, o desrespeito a
determinações do Código de Processo Civil e o claro fim de favorecer interessados basta
para a caracterização de infração disciplinar. Eletrobrás. Aposentadoria compulsória.
Violação ao Art. 35 da LOMAN. Aplicação da Res. 30, art. 5º” (CNJ – RD
200830000000656 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).
Parte do voto do Relator: “Diante dessa realidade, de todos esses fatos que saltam aos
olhos, quem clama por uma punição mais severa não é o magistrado A. S. É a própria
dignidade da Justiça. A própria dignidade dos magistrados. É a firme convicção que tem
que ter a sociedade de que não se permite, de forma alguma, a manipulação do Direito em
desfavor da Justiça. Não se permite a simulação do legal. O uso combinado do grave erro
de procedimento, da imprudência administrativa e da fundamentação jurídica temerária
apenas encobrem a nudez crua da verdade com o manto diáfano da fantasia, no dizer de
Eça de Queiroz. E a verdade é a ilegalidade da conduta do magistrado”.

Preservação da convicção e liberdade de julgar do magistrado

Magistrado. Descumprimento de dever funcional. Art. 35, I, da


LOMAN. Inexistência. Regular exercício da atividade jurisdicional. Princípio do livre
convencimento motivado. Error in judicando. – “O Juiz tem o dever legal de observar as
suas obrigações, no que se inclui ‘cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade
e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício’ (LOMAN, art. 35, I). É-lhe
assegurado, todavia, o exercício da função com liberdade de convencimento (CPC, art.
131) e independência, de modo a garantir, em última análise, a autonomia e independência
do próprio Poder Judiciário (CF, art. 95). Constatado, no caso concreto, que, conquanto se
possa considerar equivocada a decisão que condenou terceiro não integrante da relação
processual, o ato em questão foi praticado no regular exercício da função e de acordo com
a convicção do magistrado sobre a matéria. Não há falar, portanto, em descumprimento de
dever funcional e de responsabilização do magistrado. Revisão Disciplinar de que se
conhece e que se julga improcedente” (CNJ – RD 200830000000760 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

ESCOLA DA MAGISTRATURA
Eleição para o cargo de diretor

Eleição para o cargo de Diretor da ESMAF – Escola da


Magistratura Federal da 1ª Região. Critérios de escolha. Interpretação possível e razoável
da previsão regimental. Respeito ao binômio eleição-antiguidade, previsto no caput do art.
111 do Regimento Interno do Tribunal Regional Federal e em seu inciso II, preservando o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


335

critério da antiguidade, como condição de elegibilidade, e a vontade da maioria,


manifestada em eleições, permitindo-se a disputa pelo cargo pelos Desembargadores
Federais mais antigos e elegíveis. Interpretação do Regimento Interno do TRF da 1ª
Região, que deve caber, salvo ilegalidade, ao próprio Tribunal. Pedido não conhecido.
(CNJ – PCA 222 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU
10.01.2007).

ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO, PARTILHA, SEPARAÇÃO E


DIVÓRCIO CONSENSUAIS
V. tb.: SEPARAÇÃO CONSENSUAL – SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO

Vedação desses atos à serventia que cumula atividade notarial e de registro


civil

Procedimento de Controle Administrativo. Registro civil de distrito


ou município que não sedia comarca. Acumulação de função notarial. Impugnação do
provimento 164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. Restrição à
lavratura de Escritura Pública de Inventário, Partilha, Separação e Divórcio
Consensuais. – “I) A Lei Estadual 12919/98 (art. 2º, § 2º) e outras normas expedidas pelo
TJ/MG autorizam ao Cartório de Registro Civil de distrito ou município que não seja sede
de comarca, a acumulação de serviço notarial. II) Invalidade do art. 2º do Provimento
164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, que vedou a lavratura de
escritura pública de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais pelos oficiais do
Registro Civil que acumulam a função notarial. III) Pedido julgado procedente para
declarar inválido o parágrafo único do artigo 2º do Provimento 164/2007 da Corregedoria-
Geral de Justiça de Minas Gerais” (CNJ – PCA 527 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

ESCRIVÃO JUDICIÁRIO
Criação do cargo de Chefe de Secretaria e extinção do cargo de Escrivão
Judicial. Lei Estadual submetida a controle de constitucionalidade perante o
STF

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra o


art. 2º da Lei 7.971/2005 do Estado do Espírito Santo, que criou o cargo de Chefe de
Secretaria como função gratificada e extinguiu o cargo de Escrivão Judicial. Questão já
apreciada pelo CNJ em procedimento específico (PCA 21) e posteriormente judicializada
e submetida ao Poder Judiciário para Controle de Constitucionalidade. Pedido não
conhecido. – “A lei estadual submetida ao controle de constitucionalidade do Supremo
Tribunal Federal, sem concessão de liminar, continua válida e aplicável até que,
eventualmente, seja declarada inconstitucional” (CNJ – PCA 200810000018721 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Exigência de curso superior para provimento do cargo

Escrivão judicial. Provimento de cargo. Curso superior. – “Em


virtude das atribuições do cargo de escrivão judicial que lida com matérias essencialmente
jurídicas, considera-se razoável exigir, como requisito para o provimento do cargo, a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


336

conclusão de curso superior, preferencialmente em Direito” (CNJ – PP 200810000005702


– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Servidor designado para ocupação do cargo. Possibilidade

Pedido de Providências. Concurso Público para Escrivão


Judiciário. Servidores designados para ocupação de cargos. Expiração do prazo do
concurso público realizado em 2004. Pedido indeferido. – “Não vislumbro irregularidade
no fato do tribunal manter servidores, de seu quadro funcional, na titularidade de Escrivão
Judiciário, posto que as atividades estão sendo devidamente desenvolvidas. É preciso que
se mantenha a observância da autonomia administrativa e financeira dos Tribunais, ponto
de concordância neste Conselho” (CNJ – PP 20081000000959 – Rel. Cons. Andréa Pachá
– 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Ementa não oficial).

ESPECIALIZAÇÃO
Vide: CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO

ESTABELECIMENTO PRISIONAL
V. tb.: INTERDIÇÃO DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL

Interdição. Natureza da decisão que decreta a interdição

“A decisão que decreta a interdição de estabelecimentos prisionais


é de natureza administrativa e não jurisdicional, não sendo desafiável por meio do recurso
de agravo em execução (art. 197 da LEP), consoante entendimento do STJ (MC 5220/MG
e RMS 4059/RS). Analogia com a natureza jurídica da decisão que transfere presos,
igualmente consubstanciadora de ato administrativo (STF: HC 64347/SP e HC 67221/PR;
STJ: CC 40326/RJ). Sendo administrativo, submete-se ao controle hierárquico da
Administração e compete ao juízo de execução criminal, desde que observadas as
formalidades e procedimentos, caso regulamentados, do Tribunal de origem. Exegese
conjugada dos arts. 65 e 66, VIII, da LEP” (CNJ – PCA 200810000008454 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Interdição de estabelecimentos prisionais. Natureza jurídica.
Competência. Enfoque macro do problema prisional. Improvimento. – “A situação em tela
trata à toda evidência de hipótese de interdição, independentemente do nomen juris que
seja conferido pela requerente (‘regularização do funcionamento da unidade prisional’),
porquanto o resultado prático é rigorosamente o mesmo que o resultado objurgado no
julgamento citado. Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000008454 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

ESTABILIDADE
Servidor Público. Vinculação lógica da estabilidade com o estágio probatório

Pedido de Providências. Vinculação do estágio probatório com a


estabilidade no serviço público. – “Não fosse bastante a vinculação lógica e ontológica do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


337

estágio probatório e da estabilidade do servidor público, respaldada pela doutrina e


jurisprudência, o estágio probatório sofreu, como efeito lógico e direto, o impacto da
dilação temporal aplicada ao instituto da estabilidade, disso resultando o fim da eficácia da
regra do art. 20 da Lei 8.112/90” (CNJ – PP 822 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Servidor público não concursado, admitido antes da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Alagoas. Servidores não concursados admitidos antes da Constituição de 1988 e
que, exonerados, foram readmitidos. Processo administrativo que lhes declarou
estabilidade. Designações “ad hoc” de serventuários expressamente permitidas pelo art.
146 do CPC. Comprovação ou não dos requisitos do art. 19 do ADCT. Questão “interna
corporis” e de provas analisadas pelo Tribunal requerido. Inconformismo que não deve
prosperar. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 117 – Rel. Cons. Marcus Faver – 36ª Sessão
– j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

ESTAGIÁRIOS
Admissão

Procedimento de Controle Administrativo. Admissão de


estagiários com ofensa aos princípios constitucionais. Processo licitatório vencido pelo
CIEE. Pedido improcedente. – “I) A escolha dos estagiários é feita em conformidade com
os critérios do CIEE, não se vislumbrando qualquer ofensa aos princípios constitucionais.
II) È desnecessária a edição de regulamentação sobre o tema já regulado em lei” (CNJ –
PCA 356 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Contratação de estagiários pelo Poder Judiciário. Nepotismo

“No tocante às indagações a respeito da vedação de nepotismo na


contratação de estagiários no âmbito do Poder Judiciário, não restam dúvidas que a norma
deve alcançar situações já constituídas. Ainda que o Enunciado Administrativo em tela
faça uso tão somente da expressão ‘contratação de estagiários’, a referência às situações
previstas no art. 2º da Res. 07 do CNJ autoriza a conclusão de que aqueles estagiários já
contratados em uma das situações ali elencadas encontram-se tanto em situação de
nepotismo quanto aqueles que vierem a ser contratados em tas circunstâncias” (CNJ – PP
12489 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa
não oficial).

ESTÁGIO
Estágio de estudantes no âmbito do Conselho Nacional de Justiça.
Regulamentação
Vide: Instrução Normativa CNJ 9, de 28.10.2008.

Tribunais. Contratação de estagiários

“É inegável que, hoje, a distribuição de oportunidades de estágio


feita pelo Poder Judiciário precisa honrar os princípios constitucionais da moralidade e da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


338

impessoalidade. Por mais que tenham certa margem de autonomia para definir
internamente seus processos de seleção, os Tribunais precisam estabelecer algum
procedimento diferente da mera indicação para contratação de estagiários. Mas ainda,
deve-se empreender esforços no sentido de que a finalidade da Resolução 7/2005 do CNJ –
a vedação de nepotismo – seja também um vetor na regulamentação dos programas de
estágio nos Tribunais brasileiros. Em contrapartida, é certo que qualquer proposta do
gênero precisa ser compatibilizada com o fato de que não se pode excluir totalmente
determinados estudantes de programas de relevante valor educacional e profissional pelo
simples fato de possuírem parentesco com magistrados ou serventuários da Justiça. Parece
plausível afirmar que, se o processo de seleção for impessoal, não afronta a moralidade que
o Tribunal selecione eventualmente estudantes que sejam parentes de funcionários do
Poder Judiciário” (CNJ – PP 961 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 14ª Sessão Extraordinária
– j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

ESTÁGIO PROBATÓRIO
Servidor Público. Vinculação lógica do estágio com a estabilidade

Pedido de Providências. Vinculação do estágio probatório com a


estabilidade no serviço público. – “Não fosse bastante a vinculação lógica e ontológica do
estágio probatório e da estabilidade do servidor público, respaldada pela doutrina e
jurisprudência, o estágio probatório sofreu, como efeito lógico e direto, o impacto da
dilação temporal aplicada ao instituto da estabilidade, disso resultando o fim da eficácia da
regra do art. 20 da Lei 8.112/90” (CNJ – PP 822 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

ESTATÍSTICA
Palavras-chave: BALANÇO – NÚMEROS – RELATÓRIOS

Núcleo de estatística e gestão. Criação

“Os órgãos do Poder Judiciário relacionados no art. 92 incisos III


ao VII da Constituição Federativa do Brasil devem organizar em sua estrutura unidade
administrativa competente para elaboração de estatística e plano de gestão estratégica do
Tribunal” (art. 1º da Res. CNJ 49, de 18.12.2007).

Sistema de Estatística do Poder Judiciário. Instituição

“Fica instituído o Sistema de Estatística do Poder Judiciário, que


concentrará e analisará dados a serem obrigatoriamente encaminhados por todos os órgãos
judiciários do país, conforme planilhas a serem elaboradas com o apoio da Secretaria do
Supremo Tribunal Federal, sob a supervisão da Comissão de Estatística do Conselho
Nacional de Justiça” (art. 1º da Res. CNJ 4, de 16.08.2005).

Sistema de Estatística do Poder Judiciário. Princípios de regência

“O Sistema de Estatística do Poder Judiciário, coordenado pelo


CNJ, será integrado por todos os Tribunais do país, regendo-se, especialmente, pelos
princípios da publicidade, eficiência, transparência, obrigatoriedade de informação dos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


339

dados estatísticos, presunção de veracidade dos dados estatísticos informados, atualização


permanente e aprimoramento contínuo” (art. 1º da Res. CNJ 15, de 20.04.2006).

Sistema de Estatística do Poder Judiciário. Regulamentação geral


Vide: Res. CNJ 15, de 20.04.2006.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


V. tb.: ADOÇÃO – INFÂNCIA E JUVENTUDE

Autorização de viagem para o exterior


Vide: Res. CNJ 51, de 25.03.2008 e Res. CNJ 55, de 13.05.2008

Autorização de viagem para exterior. Criança e adolescente. Arts.


84 e 85 do ECA. Resolução para uniformizar procedimentos nos tribunais. (CNJ – PP
200710000008644 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Cadastro Nacional de Adoção. Implantação e funcionamento

“O Conselho Nacional de Justiça implantará o Banco Nacional de


Adoção, que tem por finalidade consolidar dados de todas as comarcas das unidades da
federação referentes a crianças e adolescentes disponíveis para adoção, após o trânsito em
julgado dos respectivos processos, assim como dos pretendentes a adoção domiciliados no
Brasil e devidamente habilitados” (Art. 1º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Banco Nacional de Adoção ficará hospedado no Conselho


Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos exclusivamente pelos
órgãos autorizados” (Art. 2º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias dos Tribunais de Justiça funcionarão como


administradoras do sistema do respectivo Estado, e terão acesso integral aos cadastrados,
com a atribuição de cadastrar e liberar o acesso ao juiz competente de cada uma das
comarcas, bem como zelar pela correta alimentação do sistema, que deverá se ultimar no
prazo de 180 dias da publicação desta Resolução” (Art. 3º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias Gerais da Justiça e os juízes responsáveis pela


alimentação diária do sistema encaminharão os dados por meio eletrônico ao Banco
Nacional de Adoção” (Art. 4º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça prestará o apoio técnico


necessário aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal para alimentar os
dados no Banco Nacional de Adoção. Os Tribunais poderão manter os atuais sistemas de
controle de adoções em utilização, ou substituí-los por outros que entendam mais
adequados, desde que assegurada a migração dos dados, por meio eletrônico, contidos nas
fichas e formulários que integram os anexos desta Resolução” (Art. 5º e parágrafo único da
Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça, as Comissões Estaduais


Judiciárias de Adoção - CEJAS/Cejais e as Corregedorias Gerais da Justiça devem
fomentar campanhas incentivando a adoção de crianças e adolescentes em abrigos e sem

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


340

perspectivas de reinserção na família natural. O Conselho Nacional de Justiça celebrará


convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
-SEDH para troca de dados e consultas ao Banco Nacional de Adoção” (Art. 6º e parágrafo
único da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

Comitê Gestor do Cadastro Nacional de adolescentes em conflito com a lei.


Instituição no âmbito do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Portaria CNJ 477, de 17.02.2009.

Justiça da Infância e da Juventude. Assessoramento. Criação de equipe


interprofissional

“Recomenda aos Tribunais de Justiça dos Estados que, em


observância à legislação de regência, adotem as providências necessárias à implantação de
equipes interprofissionais, próprias ou mediante convênios com instituições universitárias,
que possam dar atendimento às comarcas dos Estados nas causas relacionadas a família,
crianças e adolescentes, devendo, no prazo de 06 (seis) meses, informar a este Conselho
Nacional de Justiça as providências adotadas” (Recomendação CNJ 2, de 25.04.2006).
OBS.: Considerações do CNJ: A Constituição Federal impõe ao Estado o dever de
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à dignidade e ao
respeito, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão (art. 227, caput, da Constituição Federal); a
necessidade de acompanhamento profissional especializado em diversos tipos de ação que
envolvem menores previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, a exemplo das que
versam sobre perda e suspensão do poder familiar (art. 161, § 1º e 162, § 1º, da Lei
8.069/90), guarda, adoção e tutela (art. 167 da lei 8.069/90) e aplicação de medidas sócio-
educativas (art. 186, caput, da Lei 8.069/90); o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
8.069/90) prevê a criação de equipe interprofissional destinada a assessorar a Justiça da
Infância e da Juventude em seus arts. 150 e 151 (art. 150: Cabe ao Poder Judiciário, na
elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. Art. 151:
Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico); as respostas aos
ofícios enviados aos Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal
e dos Territórios, que revelaram o desatendimento a tais comandos legais na medida em
que inexistem equipes interprofissionais na maior parte das comarcas.

Prazo previsto no art. 185, § 2º do ECA. Internação de adolescente em cadeia


pública. Excepcionalidade admitida

Pedido de Providências. Internação de adolescente em cadeias


públicas. Recomendação aos Magistrados. ECA. Recomendação de providências à
Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo, para orientar os juízes de infância e juventude
que observem o prazo máximo previsto no § 2º do art. 185 do ECA, quando se verificar a
situação excepcional nele prevista, cuidando-se para que os adolescentes fiquem em seção
isolada dos adultos e com instalações apropriadas na repartição policial. (CNJ – PP 154 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


341

ESTATUTO DO IDOSO
Preferência na ordem de pagamento de precatórios

Pedido de Providências. Estatuto do Idoso. Pedido de


reconhecimento de preferência na ordem de precatórios em razão da condição de idoso. –
“Não havendo quebra da ordem cronológica, inviável a ordem de pagamento antecipado ou
preferencial com base em preferência legal. Acaso a preferência na tramitação processual
alcançasse a fase de requisição de pagamento por precatório, que já se encontra em sede
administrativa, tal decisão conferiria à lei status hierárquico superior ao próprio comando
constitucional” (CNJ – PP 1249 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Prioridade no andamento dos processos


Vide: Recomendação CNJ 14, de 06.11.2007.

Prioridade no andamento dos processos. Descumprimento

Pedido de Providências. Descumprimento do art. 71 do Estatuto


do Idoso. Idosos não possuem prioridade no andamento dos processos. Pedido
procedente. Interesse geral. Competência do CNJ. Recomendações aos tribunais. – “I) O
Estatuto do Idoso constitui-se num avanço legal que demanda efetividade. Por ser um
instrumento de cidadania exige que o Poder Público, através do Judiciário, inclusive,
garanta a sua aplicabilidade. II) recomendação aos Tribunais para que a prioridade legal
seja observada pelos magistrados e serventuários. III) sugestão para que os juízes que
atuem neste segmento busquem, através de estudos permanentes orientados pelas Escolas
da Magistratura, a promoção de seminários e a identificação de soluções que resultem no
cumprimento da lei. IV) Comissão de Acesso à Justiça que poderá coletar os dados
estatísticos necessários para o estabelecimento de medidas de controle que resultem na
formatação de política judiciária mais abrangente para o setor” (CNJ – PP
200710000004134 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007, DJU
05.09.2007).

ESTIPÊNDIO
Vantagens pecuniárias. Características

“Portanto, vantagens pecuniárias, no seu sentido genérico, são


acréscimos no estipêndio do agente público ou político, concedidas a título definitivo ou
transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho
de funções especiais (ex facto officii), ou em razão das condições peculiares ou anormais
em que se realiza o serviço (propter laborem), ou finalmente, em razão de condições
pessoais do servidor, tendo em vista a sua formação profissional e os títulos que detêm
(propter personam)” (CNJ – PP 200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão –
j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

ESTUDANTES ESTAGIÁRIOS
Estágio de estudantes no âmbito do Conselho Nacional de Justiça.
Regulamentação
Vide: Instrução Normativa CNJ 9, de 28.10.2008.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


342

Tribunais. Contratação de estagiários

“É inegável que, hoje, a distribuição de oportunidades de estágio


feita pelo Poder Judiciário precisa honrar os princípios constitucionais da moralidade e da
impessoalidade. Por mais que tenham certa margem de autonomia para definir
internamente seus processos de seleção, os Tribunais precisam estabelecer algum
procedimento diferente da mera indicação para contratação de estagiários. Mas ainda,
deve-se empreender esforços no sentido de que a finalidade da Resolução 7/2005 do CNJ –
a vedação de nepotismo – seja também um vetor na regulamentação dos programas de
estágio nos Tribunais brasileiros. Em contrapartida, é certo que qualquer proposta do
gênero precisa ser compatibilizada com o fato de que não se pode excluir totalmente
determinados estudantes de programas de relevante valor educacional e profissional pelo
simples fato de possuírem parentesco com magistrados ou serventuários da Justiça. Parece
plausível afirmar que, se o processo de seleção for impessoal, não afronta a moralidade que
o Tribunal selecione eventualmente estudantes que sejam parentes de funcionários do
Poder Judiciário” (CNJ – PP 961 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 14ª Sessão Extraordinária
– j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO


Vide: SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO

EXCESSO DE LINGUAGEM (ART. 41 DA LOMAN)


Magistrado. Afirmação nos autos de que o defensor utilizou-se de “argumento
falacioso”. Imposição de pena de advertência. Inadmissibilidade

Revisão Disciplinar. Magistrado. Afirmação nos autos de que o


defensor utilizou-se de argumento falacioso. Alegação de excesso de linguagem.
Imposição de pena de advertência pelo Tribunal Pleno. Inadmissibilidade. Não
caracterização do excesso. – “Não há falar em excesso de linguagem a que se refere o Art.
41 da LOMAN se as afirmações feitas no despacho judicial correspondem à realidade dos
fatos. Portanto, se o magistrado afirma fato verdadeiro na sua decisão, contrapondo
afirmação do causídico que não corresponde à realidade fática, não estará excedendo em
sua linguagem se disser que tal afirmação ou argumento – por não retratar a verdade – é
falacioso, não se vislumbrando nisso qualquer excesso ou ofensa” (CNJ – REVDIS
200810000017273 – Rel. Designado Cons. Rui Stoco – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).
Parte do voto do Relator Designado: “E, no contexto dos fatos tem-se que a Juíza que
presidia o processo-crime nomeou o advogado reclamante para a defesa do acusado, tendo
ele recusado a nomeação sob alegação de que não tem formação jurídica na área criminal e
não se sentia apto para assumir o encargo. Tal afirmação, contudo, foi recusada diante da
certidão informando que referido causídico já havia atuado em três processos de natureza
criminal perante a Justiça Eleitoral, como acima observado. Ocorre que as palavras tidas
como verdadeiros ‘doestos’ pelo causídico, ou seja, ‘argumento falacioso’ foram timbradas
na decisão sob o fundamento de que a alegação ou argumento daquele advogado, no
sentido de que não tinha sido intimado da decisão não correspondia à verdade, sendo
portanto, ‘um argumento falacioso’. Com essa conformação e sob esse contexto seria
razoável afirmar a caracterização de ‘excesso de linguagem’? Impõe-se assumir a
convicção de que a resposta é negativa. O v. acórdão aqui vergastado, com suporte no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


343

‘Novo Dicionário Aurélio – séc. XXI, Ed. Nova Fronteira’ diz que Falácia vem do latim
‘FALLÁCIA, trapaça ardil, engano, astúcia’. Todavia no Dicionário Aurélio Eletrônico
falácia é definida como ‘qualidade do que é falaz; falsidade’ e no Dicionário Houaiss essa
palavra significa ‘afirmação falsa ou errônea’. Dessarte a palavra ‘falácia’ em sua
etimologia e só por si não assume feição ofensiva. Ora, a afirmação de não ter sido
intimado era efetivamente falsa, não em sentido pejorativo, mas apenas na consideração de
que intimação efetivamente ocorreu, de sorte que o uso da expressão ‘falacioso argumento’
assume outra conotação, qual seja, de que a afirmação de ter não sido intimado não
corresponde à verdade, sendo, portanto, falacioso ou falso, na consideração de que aquilo
que não for verdadeiro será falso”.

Matéria de natureza jurisdicional. Incompetência do CNJ

Processo de Revisão Disciplinar. Magistrado. Excesso de


linguagem em processo judicial. Distinção. Inaplicabilidade no presente Procedimento
Disciplinar. Questão jurisdicional. Ausência de competência do CNJ. Não conhecimento.
– “I) A questão sobre discussão centrada na autenticidade documental, em sede de
incidente de falsidade, possui nítido caráter jurisdicional, conflitando com a competência
deste CNJ sobre a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, nos termos do
Art. 103-B, § 4º, da CF/88. II) Por ‘excesso de linguagem’, no âmbito administrativo-
disciplinar da magistratura, entende-se como sendo o juízo ofensivo, lançado pelo
magistrado contra as partes ou seus procuradores (Art. 41 da LOMAN). Já em âmbito
jurisdicional, em especial, no processo da competência do Tribunal do Júri, entende-se por
‘excesso de linguagem’ a exagerada incursão do juiz sobre as provas dos autos, capaz de
influir no ânimo do Conselho de Sentença (Art. 413, § 1º, do CPP). A insurgência contra
alegada incursão no mérito final de determinada questão sub judice, em incidente de
falsidade documental, não implica em qualquer uma das hipóteses semânticas do instituto
‘excesso de linguagem’. III) Não se considera violação de deveres de conduta de
magistrados de urbanidade e de não se pronunciar sobre processo judicial em andamento
(Arts. 35, IV, e 36, III, da LOMAN) a caracterização de suposto error in procedendo em
produção probatória, feita em processo judicial, nem mesmo eventual juízo prévio de
mérito sobre o teor ideativo ou material de documento não periciado. O dever de abstenção
de opinião diz respeito à manifestação exarada extraprocessualmente – i.e., perante os
meios de comunicação (TV, jornais, etc.), sendo plenamente possível a crítica do
magistrado nos autos de processo pendente de seu julgamento, por justamente ser essa
atividade inerente ao exercício da judicatura, que nada mais é do que a própria análise de
mérito, questão tipicamente jurisdicional e fora da competência do CNJ (Art. 103-B, § 4º,
da CF/88). IV) Processo de Revisão Disciplinar a que se indefere” (CNJ – RD
200810000012354 –Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

EXCESSO DE PRAZO
V. tb.: REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO

Processo administrativo disciplinar contra magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar instaurado contra Juiz Federal pelo tribunal que integra.
Alegação de excesso de prazo. Pretensão de trancamento do Processo Disciplinar, dando
ao cumprimento do prazo estabelecido na lei condição de procedibilidade.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


344

Inadmissibilidade da nulidade de procedimento administrativo disciplinar apenas em


razão de o prazo de encerramento ter-se esgotado. Jurisprudência consolidada nesse
sentido. – “Como já ficou assentado pela doutrina em mais de uma oportunidade e por
inúmeros precedentes jurisprudenciais, o excesso de prazo na conclusão do procedimento
administrativo disciplinar não induz nulidade, nem acarreta a caducidade do direito de
punir” (CNJ – PCA 200810000008065 – Rel. Cons. Rui Stoco – 63ª Sessão – j. 27.05.2008
– DJU 13.06.2008).

EXECUÇÃO DE DISSÍDIO COLETIVO


Revisão de decisão proferida em execução de dissídio coletivo

Pedido de Providências. Recurso Administrativo. Decisão judicial.


Arquivamento mantido. – “A revisão de decisões prolatadas em execuções baseadas em
dissídio coletivo não está incluída dentre as atribuições conferidas a este Conselho
Nacional de Justiça pelo art. 103-B, § 4°, da Constituição Federal, por ser atinente à
própria prestação jurisdicional” (CNJ – PP 912 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 30ª
Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

EXECUÇÃO DE SENTENÇA
Cobrança de custas em pedidos de cumprimento de sentença

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso do Sul. Cobrança de custas para o ingresso de pedidos de cumprimento de
sentença e respectiva impugnação após o advento da Lei 11.232/2005. Resolução 507, de
09.08.2006 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Pedido julgado improcedente.
– “I) O fato de a execução da sentença dar-se nos próprios autos do processo originário em
nada afastaria a necessidade de nova comunicação ao devedor para que ele dê
cumprimento ao decisum. Tal comunicação não mais seria uma citação, mas, sim,
intimação, o que, também em nada, diminui os custos, o trabalho e a responsabilidade das
Varas e dos Tribunais” (CNJ – PCA 235 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª Sessão – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

EXECUÇÃO PENAL
Atribuições dos Juízes da Execução Penal. Disposições sobre procedimentos
para as Corregedorias da Custódia da Polícia Federal

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento/COGE/TRF


3ª Região 58/2004. Disposições sobre procedimentos para as Corregedorias da Custódia
da Polícia Federal. Atribuições do Poder Judiciário em matéria de execução penal.
Princípio da separação dos poderes. Inexistência de violação. – “I) Natureza mista das
atribuições outorgadas pelo art. 66 da Lei 7.210/84 aos juízes da execução penal, os quais
detêm funções jurisdicionais e funções administrativas. II) Nenhuma dúvida remanesce, à
luz da Lei de Execução Penal, quanto à legitimidade da atuação do Poder Judiciário na
seara da inspeção do cumprimento das decisões tomadas na fase da execução penal, sob o
prisma do devido processo legal. III) Por meio do Provimento/COGE 58/2004 foram
estipuladas regras gerais de unificação da atuação dos Juízes da Corregedoria da Custódia
(juízes titulares da 1ª Vara Federal Criminal, do Júri e das Execuções Penais de São Paulo
e da 1ª Vara Federal de Campo Grande), erigindo-se instrumental hábil a promover a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


345

fiscalização, pelo Poder Judiciário Federal, do cumprimento e execução da pena ou da


prisão (preventiva ou provisória). IV) Não há de se falar em violação ao princípio da
separação de poderes, porquanto o Provimento/COGE 58/2004 objetiva, tão-somente,
municiar as Corregedorias de Custódia vinculadas ao TRF/3ªR com procedimental capaz
de racionalizar a interlocução entre o Poder Judiciário Federal e a Polícia Federal (Poder
Executivo) em matéria de recolhimento de aprisionados, inclusive por meio do
aperfeiçoamento dos sistemas de armazenamento de dados potencialmente úteis para a
instrução de processos penais. V) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000021707 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Realização de inspeção mensal aos estabelecimentos penais, pelo juiz da


execução criminal

“Determinar aos juízes de execução criminal realizar pessoalmente


inspeção mensal nos estabelecimentos penais sob sua responsabilidade e tomar
providências para seu adequado funcionamento, promovendo, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade” (art. 1º da Res. CNJ 47, de 18.12.2007).

Recomendação para realizar estudos sobre a estrutura das Varas

“Ante o exposto, defiro o Pedido de Expedição de Recomendação


ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, para que a aludida Corte de Justiça
promova estudos técnicos sobre a estrutura das Varas de Execução Penal, de modo que
possa atender satisfatoriamente à demanda processual represada, e, após as conclusões
desses estudos, adote as medidas que entender necessárias, no âmbito de sua competência,
para a implementação do que entender suficiente para promover, de modo satisfatório, o
atendimento à população carcerária paraense, e de modo especial, a do município de
Santarém” (CNJ – PP 01 – Rel. Cons. Germana Moraes – 33ª Sessão – j. 23.01.2007 –
DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

EXECUÇÃO PENAL PROVISÓRIA


Controle estatístico e acompanhamento, pelos juízes e Tribunais, dos
procedimentos relacionados à decretação e ao controle dos casos de prisão
provisória
Vide: Res. CNJ 66, de 27.01.2009.

Expedição de guia de recolhimento provisória

Guia de recolhimento provisória. Necessidade de trânsito em


julgado para o Ministério Público em primeira instância. Apelação criminal com efeito
devolutivo e suspensivo. Ausência de afronta à Resolução 19/2006 do Conselho Nacional
de Justiça. Aplicação da Súmula 192 do STJ e dos artigos 593 e 597 do CPP, bem como do
artigo 105 da Lei de Execuções Penais. Desnecessidade de trânsito em julgado para o
Ministério Público de acórdão que examinou a apelação. Inexistência de efeito suspensivo
em eventuais recursos especiais ou extraordinários. Pedido conhecido e parcialmente
acolhido. (CNJ – PP 1326 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


346

População carcerária. Acesso pleno e irrestrito ao sistema legal de execução


das penas. Conveniência e oportunidade da intervenção do CNJ

Pedido de Providências. Comissão de estudos tendentes à criação


de banco de dados com informações sobre a população carcerária do Brasil. Execução
penal provisória. Fixação de procedimento administrativo para viabilizar o melhor
processamento dos debates em torno da Lei de Execuções Penais. Conveniência e
oportunidade da intervenção normativa deste Conselho Nacional de Justiça. – “Essa rica
experiência verificada no Estado de São Paulo com a edição do provimento 653/99, pelo
Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, deve ser aproveitada e estendida a todo o
País, como forma de evitar os danos gerados pelas notórias deficiências do Estado
brasileiro em garantir indistintamente o acesso pleno e irrestrito ao sistema legal de
execução das penas” (CNJ – PP 724 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão
Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 – Ementa não oficial).

EXONERAÇÃO
Palavras-chave: DEMISSÃO

Servidor Público. Atribuição do Presidente do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


ocupante de função comissionada sem vínculo com a administração. Ato do presidente do
Tribunal Regional Federal. Inocorrência de incidência da Res. 07/CNJ. Irrelevância. Res.
CJF 444/2005, art. 4º, “e”. Não induzimento à incompetência do Presidente. Julgamento
realizado sem intimação das partes. Nulidade. – “I) A competência prevista na alínea ‘e’
do art. 4º da Res. 444/2005 do Conselho da Justiça Federal, a favor do Diretor do Foro, não
inibe nem torna ilegítimo o exercício de atribuição pelo Presidente do Tribunal, no sentido
de exonerar o ocupante de função comissionada. II) Expressa previsão regimental de tal
competência, RI do TRF-5ª Região, art. 16, XXIV. V) Ato de exoneração, no exercício
regular do Poder Discricionário da Administração que não se reporta à Res. 07/CNJ, torna
inaplicável a decisão anterior do mesmo CNJ que concluíra pela inaplicação das regras da
referida Resolução no caso, por peculiaridade específica da situação” (CNJ – PCA 232 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Servidor Público. Caráter não punitivo. Inexigibilidade de processo


administrativo

“Mostra-se incompatível a regra insculpida no art. 41, § 1º, II da


CF/88 com o instituto da exoneração de funcionários admitidos sem prévia aprovação em
concurso público, nomeados em período subseqüente a 05.10.1983. A exoneração consiste
em dispensa desprovida de caráter punitivo, consubstanciada por interesse da
administração ou do próprio serventuário” (CNJ – PCA 200810000003420 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

EXPEDIENTE FORENSE
V. tb.: FÓRUM – HORÁRIO DE ATENDIMENTO – PLANTÃO JUDICIÁRIO –
RECESSO FORENSE

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


347

Horário de expediente. Alteração. Competência privativa dos Tribunais.


Recomendação

Horário de expediente forense. Alteração. Competência privativa.


Art. 96, Inc. I, da Constituição Federal. Ato válido. Interesse público. Recomendação.
Ampliação do horário de expediente do serviço de protocolo. – “1) A fixação do horário de
expediente dos respectivos órgãos encontra-se no âmbito da autonomia administrativa
conferida a cada Tribunal, conforme inteligência do art. 96, inc. I, alínea “a”, da
Constituição Federal. 2) Não há falar em ilegalidade ou inconstitucionalidade da Res. do
Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas que altera o horário de expediente forense
externo, se, editada com vistas ao interesse público, não contém vícios que a maculem. 3)
Constatando-se, no entanto, a ausência de horário mais amplo destinado ao serviço de
protocolo, é recomendável que o Tribunal aumente o horário de atendimento nas
respectivas centrais para além do horário de expediente fixado na Resolução, como forma
de melhorar a qualidade do acesso mínimo do jurisdicionado à Justiça. Procedimento de
Controle Administrativo de que se conhece e a que se julga improcedente, com
recomendação ao Tribunal” (CNJ – PCA 200810000014612 – Rel. Cons. Altino Pedrozo
dos Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Horário de expediente.


Fixação. Ato do Presidente. Delegação Regimental. Validade. – “Incensurável a iniciativa
de edição de ato monocrático pela Presidência de Tribunal quando o Regimento Interno,
aprovado por seus membros efetivos, lhe confira tal delegação. Horário de expediente.
Autonomia para fixação. Aos Tribunais concedeu a Constituição Federal autorização para
disciplinarem o funcionamento de seus órgãos (CF, art. 96, I, “a”), aí abrangida a fixação
do horário de expediente (STF, ADI 2.907, Lewandowski). Ato de fixação de horário de
expediente deve ser preservado pelo Conselho Nacional de Justiça, zelador constitucional
que é da autonomia dos tribunais (CF, art. 103-B, § 4º, I). Expediente forense. Prerrogativa
legal dos advogados. Adequação. Dado o relevo constitucional da atuação profissional dos
advogados, indispensáveis à administração da Justiça (CF, art. 133), a autonomia dos
Tribunais para estipulação do horário de expediente deve ser conjugada com a garantia de
atendimento dos advogados enquanto haja nos recintos forenses a presença de serventuário
(Lei 8.906/94, art. 7º, VI, “c”). Pedido conhecido e parcialmente acolhido para, mantendo
intacto o ato administrativo sucessor de ato atacado, determinar que as Secretarias das
Varas do Trabalho da Bahia atendam os advogados enquanto houver serventuário em
atividade, ainda que aquém ou além do horário de expediente fixado pela Presidência”
(CNJ – PCA 2008100000014703 – Rel. Designado Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Pretensão de determinação administrativa para fixação de horário

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências para determinar delegação de atos ordinatórios e fixação de horário do
expediente forense. Arquivamento liminar. – “A delegação de atos ordinatórios no
processo está previsto no Código de Processo Civil, sendo desnecessária determinação
administrativa neste sentido” (CNJ – PP 10869 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão –
j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências para determinar delegação de atos ordinatórios e fixação de horário do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


348

expediente forense. Arquivamento liminar. – “O horário de atendimento ao público nos


fóruns depende de interesses e costumes locais e está afeto à competência privativa dos
tribunais” (CNJ – PP 10869 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Suspensão. Autonomia dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Suspensão do


expediente forense. Ato do Conselho Superior da Magistratura. Autonomia dos tribunais.
Requerimento de medida estranha às finalidades do CNJ (art. 103, § 4º, da CF/88).
Situação fática que enseja perda do objeto. Indeferimento. – “A questão enquadra-se no
âmbito da autonomia dos tribunais, os quais hão de observar a necessidade de regime
plantonista, nas datas sem expediente normal, nos termos do art. 93, inciso XII, da CF/88.
Indevida ingerência sobre atos de autogoverno e administração” (CNJ – PCA 611 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

EXTINÇÃO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS


Matéria submetida ao controle concentrado de constitucionalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Lei de Organização


Judiciária do Estado do Paraná. Extinção de serventias extrajudiciais e instalação de novos
cartórios. Inconstitucionalidade afirmada pelo Tribunal de Justiça. Matéria submetida ao
controle concentrado de constitucionalidade. Debate administrativo prejudicado.
Nepotismo. Designação provisória para serviço distrital de notas e registros. Beneficiário
irmão de servidor que ocupa cargo de escrivão em serventia judicial. Ausência de vínculo
de subordinação. Aplicação analógica do entendimento reservado a ocupantes de cargos
em comissão. Ausência de impedimento formal. Nomeação que atende o interesse público
na melhor gestão dos serviços delegados. Procedimento de controle administrativo
improcedente. (CNJ – PCA 196 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 6ª Sessão
Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

–F–
FALTA DISCIPLINAR
Delegatário de serventia extrajudicial. Competência do Tribunal de origem
para apuração da falta

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões possessórias oriundas de processos judiciais. Apuração
disciplinar dos serviços extrajudiciais. Representação de fato criminoso ao Ministério
Público. Improvimento. – “I) Em se tratando de questões pertinentes ao bojo de processos
judiciais, mormente havendo recursos julgados ou até mesmo improvidos, não há falar em
controle de ato administrativo a atrair a fiscalização do Conselho Nacional de Justiça.
Precedentes (PCA 631; PPs 16, 21, 42, 63, 1400). II) Cabe ao Tribunal de origem a
apuração de eventual falta disciplinar cometida por delegatórios de serventias
extrajudiciais. III) Embora possa se inserir nas funções do CNJ representar eventual fato
criminoso ao Ministério Público, entende-se não ser necessária a adoção da medida no caso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


349

presente. IV) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que


não se conhece e nega-se provimento” (CNJ – PP 2008100000017741 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Demora ocorrida na tramitação do feito

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A representação por excesso de prazo não é
meio idôneo para questionamento do mérito de decisão judicial, cuja impugnação deve se
dar através dos recursos previstos na lei processual. II) Não caracteriza falta disciplinar
demora ocorrida na tramitação do feito e decorrente de estrita observância da cláusula do
devido processo legal, a qual impõe, para fins de reforma da decisão proferida no primeiro
grau de jurisdição, a prática dos atos e observância dos prazos indisponíveis ao seu
reexame pelo órgão ad quem. III) Arquivamento que encontra previsão no art. 31, inciso I,
do RICNJ. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 181 – Rel. Cons.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU
27.04.2007).

Legitimidade ordinária autônoma concorrente. Inadmissibilidade de


duplicidade apuratória entre a Corregedoria Nacional e os tribunais

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Arquivamento.


Manutenção da decisão recorrida. Recurso desprovido. – “Não se justifica a intervenção
do Conselho Nacional de Justiça na hipótese em que as mesmas denúncias aqui formuladas
já estão sendo apuradas no âmbito da Corregedoria local, porquanto incabível a apuração
concomitante dos mesmos fatos” (CNJ – RD 200810000024642 – Rel. Min. Corregedor
Gilson Dipp – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Magistrado. Legitimação ordinária concorrente. Apuração exclusiva dos fatos


perante o CNJ

Reclamação Disciplinar. Legitimação ordinária concorrente.


Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça. – “Não se mostra razoável
uma cisão da atividade persecutória censória, ainda que a possibilidade esteja prevista na
Constituição Federal, ao estabelecer uma legitimação ordinária concorrente entre a
Corregedoria Nacional de Justiça e o órgão censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. III)
Havendo acentuada ligação entre os fatos objeto da presente reclamação e os fatos levados
a conhecimento do Tribunal de Justiça Estadual, mostra-se adequado o prosseguimento de
um único processo apuratório, a ser promovido neste Conselho.” (CNJ – RD
200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 –
DJU 09.03.2009).

Servidor Público. Servidor cedido para outro órgão. Possibilidade de apuração


pelo órgão de origem

Reclamação Disciplinar. Cedência de servidor. Possibilidade de


apuração pelo órgão de origem. – “O fato de estar cedido a outro órgão não afasta o poder
disciplinar do órgão de origem do servidor” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


350

Sindicância contra Desembargador. Matéria administrativa já decidida pelo


Plenário. Perda do objeto

Sindicância. Desembargador. Matéria administrativa já decidida


pelo Plenário do CNJ. Perda de objeto. Arquivamento. – Hipótese na qual foi instaurada
sindicância com o fim de se apurar denúncia formulada pelo Corregedor-Geral da Justiça
do Estado de Mato Grosso. – “Caracteriza-se a perda de objeto da Sindicância, se a
matéria administrativa de que trata a denúncia já foi apreciada e decidida pelo Plenário do
CNJ, em julgamento de PCA” (CNJ – SIND 200810000008186 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Sindicância contra Desembargador. Aposentadoria superveniente. Perda do


objeto

Sindicância. Desembargador. Aposentadoria superveniente. Perda


de objeto. Arquivamento. Hipótese na qual foi instaurada sindicância com o fim de se
apurar a denúncia formulada contra Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do
Piauí – “A superveniência da aposentadoria do Desembargador caracteriza a perda de
objeto da sindicância” (CNJ – SIND 200810000007607 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

FAZENDA PÚBLICA
Cobrança de despesas com diligência de oficial de justiça

Resolução de Tribunal de Justiça. Despesa de diligência de oficial


de justiça. Previsão de cobrança da Fazenda Pública. Qualidade de parte. Exigência
antes da realização do ato. Legalidade. Aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil.
Inaplicabilidade do art. 27 do mesmo diploma. – “Não é ilegal Resolução de Tribunal de
Justiça que estabelece, por aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil, que a Fazenda
Pública, na condição de parte, deve recolher, antecipadamente, valor destinado à diligência
de Oficial de Justiça requerida em seu favor, porquanto tal despesa não se trata de custas e
visa a remunerar gasto com deslocamento pela prestação pessoal do serviço, e sobre o qual
o servidor não tem obrigação de arcar em favor do Estado. Não cabe, nessa hipótese, a
aplicação do art. 27 do diploma citado. Procedimento de Controle Administrativo de que se
conhece e a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000000216 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

FEITO
Vide: AÇÃO JUDICIAL

FERIADO
V. tb.: FÉRIAS COLETIVAS (FÉRIAS FORENSES)

Fruição pelo beneficiário. Alegação de relevância nacional

Pedido de Providências. Preliminar de ausência de relevância


superada. Previsão legal de feriados. Indeferimento. – “A preliminar levantada de
ausência de relevância nacional do tema foi desacolhida pela maioria do Plenário do CNJ.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


351

Não existe irregularidade na fruição de feriados previstos em lei, seja federal, estadual ou
municipal. Pedido indeferido” (CNJ – PP 218 – Rel. Cons. Germana Moraes – 6ª Sessão
Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

FÉRIAS DE MAGISTRADOS
Palavras-chave: BENEFÍCIOS – INDENIZAÇÃO – PECÚNIA.
V. tb.: MAGISTRADOS – RECESSO FORENSE – TERÇO CONSTITUCIONAL
SOBRE FÉRIAS

Conversão de 2/3 em pecúnia e fracionamento

Magistrado. Férias. Conversão de dois terços em pecúnia e


fracionamento de férias. Impossibilidade. – “Imprevistos a conversão parcial das férias em
pecúnia e o fracionamento de seu gozo em prazo inferior a trinta dias na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional, é irregular a concessão de tais vantagens pelos tribunais, ainda que
escorados em lei local manifestamente agressora de reserva constitucional de lei
complementar federal (CF, art. 93, caput)” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Critérios para obtenção

Pedido de Providências. Férias de magistrados. Regime especial.


Proporcionalidade. – “I) As férias dos magistrados são de sessenta dias por ano,
individuais ou coletivas (art. 66, LOMAN), sujeitas a um regime especial, mostrando-se
inexigível o cumprimento de período aquisitivo para fins de fruição. II) As férias dos
magistrados, substitutos ou vitalícios, são pagas proporcionalmente ao período de tempo de
efetivo exercício dos serviços prestados” (CNJ – PP 813 – Rel. Germana Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Direito previsto em legislação infra-constitucional (LC 35/79)

“Diante disso pode-se afirmar, sem rebuços, que o direito a férias


dos magistrados não está na Carta Magna, mas na legislação infra-constitucional e, mais
especificamente, na vetusta LC 35, de 14.03.79, que se encontra em processo de agonia,
agora com vigência parcial, diante do enunciado da EC 45/2004 e da dicção d inciso XII
do art. 93 da Constituição Federal” (CNJ – PP 11230 – Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão
– j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não oficial).

Exclusão de sábados domingos e feriados

Magistrado. Férias. Exclusão de sábados, domingos e feriados


localizados dentro do período de fruição. Impossibilidade. – “A permissão de gozo de
férias em período inferior a trinta dias e a exclusão de sábados, domingos e feriados
localizados dentro do período de fruição das férias são irregulares por representarem
acréscimo no tempo total legal de descanso propiciado pelas férias e em fracionamento não
autorizado na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Pedido parcialmente conhecido e, na
parte conhecida, rejeitado. Ordem de abstenção de conversão de férias em pecúnia, de
abstenção de fracionamento das férias por período inferior a trinta dias e de abstenção de
exclusão de sábados, domingos e feriados localizados dentro do período de fruição

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


352

respectivo” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza


Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Férias não gozadas. Magistrado aposentado. Direito ao recebimento em


pecúnia, sem a limitação a dois períodos

“Sem embargo do douto voto do Eminente Relator, divirjo


parcialmente e voto no sentido de que se responda afirmativamente à consulta, ou seja,
pela viabilidade jurídica do pagamento de indenização de férias à magistrada, sem a
limitação a 2 (dois) períodos, no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de
delongas do procedimento de aposentadoria por invalidez” (CNJ – PP 200710000006830 e
PP 200810000007358 – Rel. Designado Cons. Min. João Oreste Dalazen – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Parte do voto vencedor da Cons. Andréa Pachá: “Acompanho o voto do eminente
Conselheiro João Oreste Dalazen respondendo afirmativamente à consulta pela
possibilidade do pagamento de indenização de férias não gozadas, sem limitação de
períodos, ‘no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de delongas do procedimento
de aposentadoria por invalidez’. Apresento, no entanto, conforme manifestação oral,
ressalva de fundamentação no que tange à impossibilidade de remuneração de férias em
atividade. Discordo da tese do ilustre Conselheiro de inexistência de ‘respaldo jurídico
para a conversão de férias em pecúnia pelo servidor’ quando ainda não esteja afastado da
carreira ou aposentado. Entendo que em caso de necessidade do serviço e em havendo
reserva legal e disponibilidade financeira e orçamentária, é possível e obrigatório o
pagamento da indenização, mesmo que o magistrado encontre-se em atividade. Não há
vedação legal ao pagamento mencionado quando o pedido de férias a gozar seja indeferido
por imperiosa necessidade do serviço”.
Parte do voto vencedor do Cons. Marcelo Nobre: “Todavia, no caso do magistrado não
poder gozar suas merecidas férias – garantia constitucional – por imperiosa necessidade do
serviço que, ressalte-se, deve ser muito bem justificada pelos dirigentes dos Tribunais, não
pode ele, magistrado, ser prejudicado duas vezes, não exercendo o seu direito a férias nem
recebendo a devida e legal compensação financeira correspondente”.
Parte do voto vencedor do Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti: “Acompanho o voto
do eminente Conselheiro João Oreste Dalazen respondendo afirmativamente à consulta
pela possibilidade do pagamento de indenização de férias não gozadas, sem limitação de
períodos, ‘no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de delongas do procedimento
de aposentadoria por invalidez’. Segundo o bem-lançado voto-vista, quanto à
impossibilidade do gozo das férias e o necessário ressarcimento pela administração a
questão ‘não se submete ao princípio da legalidade estrita, pois se cuida de uma lesão
provocada pela Administração ao direito subjetivo de agentes públicos’. Inatacável, neste
ponto, o voto proferido, pois é dever, não só da administração, como também do particular,
em qualquer caso, reconstituir o patrimônio lesado por sua própria ação. No entanto, como
afirmado na sessão de julgamento, apresento ressalva de fundamentação quanto à
impossibilidade de remuneração de férias em atividade. Discordo da tese do ilustre
Conselheiro de inexistência de “respaldo jurídico para a conversão de férias em pecúnia
pelo servidor” quando ainda não esteja afastado da carreira ou aposentado. Explico. É que
tal entendimento deixou de considerar fato importante e corriqueiro na vida dos Tribunais:
a imensa carga de processos e a impossibilidade técnica de usufruírem férias individuais os
magistrados, sem que haja enorme prejuízo ao andamento dos feitos. A carga de trabalho é
tão grande que mesmo em Tribunais bem estruturados, como é o caso de São Paulo, já há
plantão judiciário na segunda instância para que seja, ao menos, minimizado o grave
problema de congestionamento. Diante disto, não raro, os Juízes e Desembargadores

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


353

acabam por acumular dois ou mais períodos de férias por ano e, se inviável a fruição neste
período, muito menos no ano subseqüente, quando, em razão da acumulação anterior,
teriam a possibilidade de usufruir até 90 dias de férias. Por outro lado, a praxe
administrativa é o pagamento das férias não usufruídas após determinado período, acaso o
seu gozo tenha sido inviabilizado exatamente pela situação do Tribunal, por absoluta
necessidade de serviço”.
Ementa do voto parcialmente vencido do Cons. Joaquim Falcão no PP
20071000006830: Conversão de férias da ativa em pecúnia para magistrado aposentado.
Limite de acúmulo em dois períodos. LOMAN, Art. 67 § 1º. – “Possibilidade de
pagamento, em atenção ao princípio da legalidade, restrita a apenas dois períodos
acumulados por imperiosa necessidade do serviço quando da aposentadoria, de acordo com
entendimentos do STF e do TCU”.
Ementa do voto vencido do Cons. Joaquim Falcão no PP 20081000007358: Conversão
de férias em pecúnia. Aposentadoria. Limitação legal ao acúmulo máximo de dois meses
de férias não-gozadas por imperiosa necessidade de serviço. Arts. 65 e 67 da LOMAN. –
“Possibilidade de indenização do direito a férias apenas no momento da aposentadoria
respeitando-se a limitação do art. 67 da LOMAN, dois meses”.

Magistrado posto em disponibilidade. Pretensão ao recebimento de férias

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar. Pena de disponibilidade. Direito a férias. – “O instituto das
férias decorre do efetivo exercício funcional e constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, tendo sempre em vista o restabelecimento da condição física e
orgânica do trabalhador, para prosseguir no esforço laboral. Interrompido o período
aquisitivo de férias por força de pena de disponibilidade aplicada a magistrado que
cometera falta grave apurada em sede de Processo Disciplinar, evidente a
incompatibilidade do pagamento da parcela respectiva nesse período de afastamento.
Procedimento de Controle Administrativo parcialmente procedente” (CNJ – PCA 8048 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Magistrado. Acúmulo de férias não gozadas

“É vedado o acúmulo, mesmo que por necessidade do serviço, de


mais de dois períodos de férias não gozadas” (art. 2º da Res. CNJ 23, de 10.10.2006).

Magistrado. Adicional de 1/3

“Em qualquer hipótese, as férias, convertidas em pecúnia ou não,


são devidas com o adicional de 1/3, nos termos dos artigos 7º, XVII, e 39, § 3º, ambos da
Constituição Federal, e Súmula 328 do STF” (art. 4º da Res. CNJ 23, de 10.10.2006).

Magistrado. Base de cálculo da indenização

“O cálculo da indenização das férias convertidas em pecúnia tem


como base de cálculo o valor da remuneração ou do subsídio do mês de pagamento” (art.
7º da Res. CNJ 23, de 10.10.2006).

Magistrado. Conversão em pecúnia

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


354

“Os períodos de férias acumulados na data desta resolução ficam


reconhecidos como não gozados por imperiosa necessidade de serviço, passíveis de
conversão em pecúnia” (parágrafo único do art. 2º da Res. CNJ 23, de 10.10.2006).

“É direito do magistrado que, por necessidade de serviço, acumular


períodos de férias superior ao previsto no art. 2º, a conversão em pecúnia do excedente ao
limite previsto no § 1º do art. 67 da Lei Complementar 35/79” (art. 3º da Res. CNJ 23, de
10.10.2006).

Pedido de Providências. Res. 13/2006-CNJ. Indenização de férias


de magistrados. – “Frente ao exposto, respondendo de forma ampliada à consulta
formulada, voto no sentido de reconhecer aos magistrados o direito à conversão, em
pecúnia, das férias não usufruídas – proporcionais ou integrais – com 1/3, quando da
aposentadoria ou quando acumulados, estando ainda em atividade, mais de dois meses,
calculada a indenização com base na remuneração ou subsídio do mês de pagamento, sem
a incidência de Imposto de Renda, em face da sua natureza indenizatória. Pedido
conhecido” (CNJ – PP 759 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Magistrado. Conversão em pecúnia. Não-incidência do imposto de renda

“Em razão do caráter indenizatório do pagamento em pecúnia de


férias não gozadas, com adicional de 1/3, não há incidência de Imposto de Renda, nos
termos da Súmula 125 do STJ” (art. 5º da Res. CNJ 23, de 10.10.2006).

Magistrado. Direito previsto em legislação infra-constitucional (LC 35/79)

“Diante disso pode-se afirmar, sem rebuços, que o direito a férias


dos magistrados não está na Carta Magna, mas na legislação infra-constitucional e, mais
especificamente, na vetusta LC 35, de 14.03.79, que se encontra em processo de agonia,
agora com vigência parcial, diante do enunciado da EC 45/2004 e da dicção d inciso XII
do art. 93 da Constituição Federal” (CNJ – PP 11230 – Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão
– j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não oficial).

Magistrados. Férias coletivas. Extinção

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. – “A nova


ordem constitucional derrogou as regras relativas às férias coletivas, vale dizer: os
servidores do Poder Judiciário, agora, devem gozar férias, apenas, por 30 (trinta) dias”
(CNJ – PEPP 885 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Magistrados. Férias não gozadas. Indenização

“No que concerne a verba paga ao Magistrado quanto à indenização por férias não-
gozadas, tenho que, no caso concreto, alternativa não há senão a modificação da
decisão proferida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. É que o ex-
magistrado requerente, por duas ocasiões no ano de 2002, teve indeferido seu
pedido de férias em razão da inexistência de juízes substitutos. A par disso, quando
do seu requerimento de exoneração do cargo de Juiz, no ano de 2005, foi
indenizado pelas férias não gozadas. Não havendo mais possibilidade do gozo das

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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férias, em razão da exoneração a pedido, inclusive para que não restasse


caracterizado o enriquecimento sem causa da Administração em detrimento do
Magistrado – que teve seus pedidos de gozo indeferidos – as férias não gozadas a
que tinha direito foram indenizadas. Este é o entendimento do TRT da 10ª Região.
Neste ponto, ressalta-se que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região coaduna com o entendimento do Tribunal de Contas da União, que,
examinando questão similar a dos presentes autos, já se manifestou: ‘É ilegal o
pagamento de indenização em forma de pecúnia a Auditor desta Corte relativa a
férias não usufruídas por necessidade de serviço em razão da superveniência de
aposentadoria. O valor de indenização fica limitado ao máximo de 02 (dois) meses
acumulados, observando-se a proporcionalidade do período em que se deu a
aposentadoria, em consonância com o disposto no art. 67, § 1º, da Lei
Complementar 35/79’. Noutro giro, também o STJ, pelo Expediente Avulso
01/SEMAG-SRH2002 e pelo Processo Administrativo STJ 1.938/2006, reconheceu
aos Ministros Paulo Costa Leite e Edson Vidigal, respectivamente, o direito ao de
serviço, com base em entendimento doutrinário e precedentes judiciais do próprio
STJ, no sentido de que se impõe o pagamento de uma indenização pecuniária como
forma de ser reparado um dano sofrido pela não fruição de um direito” (CNJ – PCA
546 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Magistrado. Indenização de férias não gozadas por necessidade do serviço

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Magistrado. Indenização na aposentadoria ou exoneração

“Na hipótese de aposentadoria do magistrado ou de extinção do


vínculo estatutário por qualquer forma, é devida indenização de férias integrais ou
proporcionais não gozadas por necessidade do serviço” (art. 1º da Res. CNJ 23, de
10.10.2006).

Magistrado. Inocorrência de prescrição

“Não corre prazo prescricional, estando o magistrado em atividade,


relativamente às férias não gozadas por necessidade do serviço” (art. 6º da Res. CNJ 23, de
10.10.2006).

Magistrado. Período aquisitivo. Necessidade de prestar serviços por um ano


para adquirir direito ao primeiro período de férias

Pedido de Providências. Férias individuais dos magistrados da


justiça do trabalho. Pretensão de que o gozo de férias dos juízes substitutos e magistrados
de segundo grau, egressos do quinto constitucional, se dê anualmente, proporcionalmente
aos meses trabalhados no ano de ingresso, ou integralmente pelo labor em todo o ano
civil, sem exigência do cumprimento do prazo de doze meses para a primeira fruição.
Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. – “I) Em nenhum preceito da Carta Magna

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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ou da lei Orgânica da Magistratura Nacional encontra-se o assentamento do período


aquisitivo das férias dos magistrados, colocando por terra a afirmação posta como
supedâneo e sustentáculo da petição inicial, no sentido de que ‘os magistrados têm direito
de gozar férias por ano civil e não pelo cumprimento de período aquisitivo’. II) O princípio
norteador das férias, inclusive dos empregados da iniciativa privada, tal como estabelece a
Consolidação das Leis do Trabalho e para os servidores públicos, como definido no
estatuto próprio, é o de período aquisitivo, de sorte que para adquirir direito ao primeiro
período o empregado, servidor ou magistrado deverá completar o período de um ano de
serviço prestado” (CNJ – PP 11230 – Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 –
DJU 20.12.2007).

Terço constitucional pago por ocasião do gozo de férias. Incidência de Imposto


sobre a Renda

Pedido de Esclarecimentos. Consulta. Natureza Jurídica do


Adicional constitucional de um terço sobre férias usufruídas. Incidência ou não de
Imposto de Renda. Matéria estranha à competência do Conselho Nacional de Justiça. –
“Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, ao qual não foi atribuído o exercício de
função jurisdicional, decidir sobre a natureza jurídica do adicional de 1/3, previsto no
inciso VII do artigo 7º da Constituição Federal e pago por ocasião do gozo de férias, bem
como se sobre ele incide, ou não, imposto de renda. Consulta não conhecida” (CNJ – PP
1430 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

FÉRIAS COLETIVAS (FÉRIAS FORENSES)


Palavras-chave: RECESSO DE FINAL DE ANO
V. tb.: FERIADO – PRAZOS – RECESSO FORENSE

Analogia com as disposições da Justiça Federal

Pedido de Providências. Recessos forenses estaduais. Analogia


com as disposições da Justiça Federal. Possibilidade. Questão de competência para
regulamentação em âmbito regional. Ausência de vedação legal. Pedido procedente. (CNJ
– PP 67 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 –
Ementa não oficial).

CNJ. Período entre 2005 e 2006


Vide: Portaria CNJ 11, de 19.12.2005.

Festividades natalinas. Suspensão do expediente

“Os Tribunais de Justiça dos Estados poderão, por meio de


deliberação do Órgão Competente, suspender o expediente forense no período de 20 de
dezembro a 6 de janeiro, garantindo o atendimento aos casos urgentes, novos ou em curso,
através de sistema de plantões amplamente divulgado e fiscalizado pelos órgãos
competentes” (art. 1º e parágrafo único da Res. CNJ 8, de 29.11.2005).

“A suspensão não obsta a prática de ato processual de natureza


urgente e necessário à preservação de direitos” (art. 3º da Res. CNJ 8, de 29.11.2005).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Justificativa. Inadmissão

“Serão inadmissíveis quaisquer justificativas relativas a período


futuro (a julho de 2005), ficando definitivamente extintas as férias coletivas, nos termos
fixados na Constituição” (art. 2º da Res. CNJ 3, de 16.08.2005).
OBS.: Dispositivo revogado pela Res. CNJ 24, de 24.10.2006, que posteriormente foi
repristinado em virtude da Res. CNJ 28, de 18.12.2006.

No Poder Judiciário

Procedimento de controle administrativo. EC 45/2004. Vedação de


férias coletivas e obrigatoriedade de atividade jurisdicional ininterrupta. Norma do
Tribunal de origem sobre regime de transição. Servindo a norma para conter necessidade
decorrente de extinção de Tribunais de Alçada e distribuição de enorme carga de processos
(500 mil), a exigência do art. 93, XII, da CF/88 deve ser mitigada. Arquivamento. (CNJ –
PCA 03 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 – DJU 24.10.2005 –
Ementa não oficial).

Pretensão de suspensão do recesso de final de ano pelo CNJ

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


que o CNJ discipline e suspenda, em todo o país, o recesso de final de ano (férias
forenses). Matéria acobertada por reserva legal e expressamente prevista no art. 93,
inciso XII da Constituição Federal. Recurso não provido. – “A questão relativa ao recesso
do poder Judiciário está acobertada por reserva legal. O art. 93, inciso XII da Constituição
Federal, com redação da EC 45/2004, estabelece que ‘a atividade jurisdicional será
ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente’, de sorte que nem o legislador ordinário, nem a autoridade administrativa ou
judiciária podem estabelecer regulamentação que atue contra ou ultra legem e contrarie o
comando da Lei Maior. A liberdade que remanesce é para estabelecer o sistema de rodízio
de férias dos magistrados durante o exercício, a eventual suspensão de prazos nos períodos
natalícios e de festas coletivas e o sistema de plantão judiciário quando necessário” (CNJ –
PP 10638 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa
não oficial).

Recesso natalino. Membros do Ministério Público. Facilitação do livre acesso


às salas de trabalho quando localizadas no interior dos fóruns

“Recomenda aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais


Regionais do Trabalho, aos órgãos da Justiça Militar da União e dos Estados e aos
Tribunais de Justiça que adotem as providências necessárias no sentido de possibilitar, no
período de recesso natalino, compreendido entre 20 de dezembro e 06 de janeiro, o livre
acesso, respeitados os limites da excepcionalidade do período, aos membros do Ministério
Público e aos servidores das respectivas Promotorias e Procuradorias, bem como aos
advogados e defensores públicos, que exercem funções essenciais à administração da
Justiça, devidamente identificados ao encarregado de segurança, vigilância ou zeladoria,
aos locais de trabalho do Ministério Público, quando instalados no interior dos respectivos
fóruns” (Recomendação CNJ 10, de 08.05.2007).

Vedação pelo art. 93, XII da CF/88. Descumprimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


358

Pedido de providências. Aplicação do inciso XII do art. 93/CF.


Férias coletivas. Extinção. Descumprimento. – “Inexistindo previsão legal para aplicação
de penalidade administrativa, em face do descumprimento do comando previsto no inciso
XII do art. 93 da CF, e ainda, diante da ausência de recomendação do CNJ pela auto-
aplicabilidade do dispositivo mencionado, impositivo o arquivamento do presente pedido
de providências” (CNJ – PP 06 – Rel. Ruth Carvalho – 4ª Sessão – j. 30.08.2005 – DJU
05.09.2005 – Ementa não oficial).

FÉRIAS DE SERVIDOR PÚBLICO


Férias dos servidores no âmbito do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 7, de 22.10.2008.

Servidores do Poder Judiciário. Férias de 30 dias

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. – “A nova


ordem constitucional derrogou as regras relativas às férias coletivas, vale dizer: os
servidores do Poder Judiciário, agora, devem gozar férias, apenas, por 30 (trinta) dias”
(CNJ – PEPP 885 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Servidores do Poder Judiciário. Férias de 60 dias

Pedido de providências. Existência de Sindicatos diversos de


servidores do Judiciário de 1ª e 2ª Instância em mesma base territorial. Concessão de
licença para servidores ferindo isonomia. Remoção de servidores por ato discricionário
do tribunal. Férias de 60 dias por ano sem previsão legal. Procedência parcial – “As
questões colocadas em discussão estão reguladas por portarias do Tribunal, no âmbito de
sua competência, sendo ilegal apenas a fixação de período de férias de 60 dias para os
servidores do Poder Judiciário” (CNJ – PP 885 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Terço constitucional. Contribuição previdenciária

Procedimento de Controle Administrativo. Contribuição


previdenciária do servidor público sobre horas-extras e 1/3 constitucional de férias.
Impossibilidade. Precedentes do STF. – “I) Não incide contribuição previdenciária sobre
parcelas não computadas para o cálculo dos benefícios de aposentadoria. II)
Impossibilidade de determinação administrativa para imediata devolução de valores
descontados, em face do orçamento de cada tribunal e das vedações constitucionais (art.
167, inciso VI, da CF)” (CNJ – PCA 183 e PCA 184 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

FORO JUDICIAL
Criação de novos foros e distribuição de competência entre órgãos
jurisdicionais. Prerrogativa privativa dos tribunais

Pedido de Providências. Atendimento periódico de magistrados em


Município diverso daquele no qual fora instalada a sede do juízo. Juizado Especial

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Federal adjunto de Montes Claros/MG. Alegada dificuldade de deslocamento e prejuízo


ao jurisdicionado de Januária/MG. Agilidade na realização de audiências. – “I)
Conquanto detenha o CNJ a missão estratégica de definir balizas orientadoras do Poder
Judiciário e controlar, administrativa e financeiramente, a legalidade dos atos emanados de
seus órgãos e agentes rumo à superação de deficiências estruturais, não se pode substituir
aos Tribunais em suas competências constitucionais, a exemplo da formatação de regras de
organização judiciária (art. 96, II, ‘d’, CF/88). II) A proposição de criação de novas Varas,
a distribuição de funções e competências entre os órgãos jurisdicionais, bem como a
alteração da organização e da divisão judiciárias são de incumbência privativa dos
Tribunais, obedecendo ao juízo de conveniência e oportunidade orientado por cronogramas
de trabalho elaborados a partir de critérios técnicos e ordens prioritárias de atividades. III)
Pedido de Providências não-conhecido” (CNJ – PP 200810000004266 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

FOROS E VARAS
Distribuição de competência entre órgãos jurisdicionais

Afastamento de incidência de norma local. Competência de varas.


Restrição em relação a beneficiários da assistência judiciária. – “As normas locais que
estabelecem para determinadas varas, em razão de uma das partes ser juridicamente
necessitada ou da natureza privatizada ou estatizada da serventia judicial, têm caráter
eminentemente discriminatório e podem comprometer a razoável duração do processo.
Afastamento da incidência dessas normas. Somente vincula o Conselho Nacional de
Justiça o controle de constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal Federal” (CNJ –
PP 200910000001609 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Modo de se vestir das pessoas que comparecem aos foros e varas

Vestuário. Restrição. Acesso a fórum. Preservação do decoro e da


dignidade da justiça. – “1) Compete ao Juiz, no exercício do poder de polícia, velar por
que se preservem padrões mínimos de dignidade e de decoro no acesso aos órgãos do
Poder Judiciário (CPC, art. 125, III e art. 445, I). 2) Não há mácula de ilegalidade em
comunicado de Juiz Diretor do Fórum que impede a entrada nas dependências do Fórum de
pessoas com trajes inadequados (calção, short e bermudões) exceções em casos de
‘urgência ou de impossibilidade financeira de a parte vestir-se de outro modo. 3) A
Constituição Federal veda a discriminação arbitrária, não o tratamento diferenciado ditado
pela razoabilidade e justificado pelo padrão médio de moralidade da sociedade. 4)
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA
200910000001233 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

FÓRUM
V. tb.: EXPEDIENTE FORENSE

Atribuição de nome de pessoa viva

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Verba


remuneratória destacada. Acumulação de cargos em comissão. Nomes de pessoas vivas a
dependências do Poder Judiciário. – “Edifícios e dependências de Órgãos do Poder

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Judiciário não podem receber nomes de pessoas vivas” (CNJ – PCA 574 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Horário de funcionamento. Competência privativa dos Tribunais

Pedido de Providências. Advogado que questiona mudança do


horário de funcionamento do Fórum. Alegação de situação extraordinária na fixação do
horário atual. Fundamento equivocado. Horário estabelecido no Código de Organização
Judiciária de 1981. Competência privativa do Tribunal de Justiça para a questão.
Arquivamento do pedido. – “É competência privativa dos tribunais organizar suas
secretarias e o funcionamento delas” (CNJ – PP 1436 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª
Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

FUNÇÃO DE CONFIANÇA
Exercício de função de confiança. Exigência de que o servidor seja concursado

Pedido de Providências. Funções de Confiança. Cargo


Comissionado. Distinção. – “A partir da EC 19, as funções de confiança devem ser
exercidas exclusivamente pelos concursados. O novo texto constitucional fixou distinção
que não era corrente no direito pátrio, qual seja, entre cargo de confiança e cargo em
comissão, reservando aqueles a servidores ocupantes de cargo efetivo, enquanto o outro o
cargo comissionado pode ser ocupado por não servidores, desde que sejam observados os
percentuais mínimos previstos em lei.” (CNJ – PP 1060 – Rel. Cons.Cláudio Godoy – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Servidores Públicos. Ocupação de cargos e funções comissionadas por


servidores não efetivos

Procedimento de Controle Administrativo. Plano de Cargos,


Carreiras e Vencimento dos Servidores em desacordo com a Constituição Federal.
Ocupação de cargos em confiança e funções comissionadas por servidores não efetivos.
Pedido procedente. – “As funções de confiança devem ser exercidas necessariamente por
servidores efetivos, enquanto os cargos em comissão devem conter percentual mínimo de
ocupação” (CNJ – PCA 305 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

FUNCIONÁRIO DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL


Pena de demissão. Impossibilidade de controle do CNJ

Reversão da pena de demissão aplicada a escrevente de serventia


extrajudicial. Alegação de perseguição. Pedido improcedente. – “A atividade exercida em
caráter privado não possibilita interferência do Poder Público, impossibilitando o controle
do CNJ nas demissões e admissões de empregados das serventias extrajudiciais” (CNJ –
PCA 597 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

“Verifica-se que efetivamente a questão das admissões e demissões


em Serventias Extrajudiciais não é controlada pelo Poder Público porque a concessão do
serviço transfere integralmente as obrigações de caráter trabalhista ao Oficial Registrador e
Notarial. A atividade passa, portanto, a ser exercida em caráter privado e o vínculo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


361

mantido com os funcionários é regido pela CLT, descabendo interferência e fiscalização do


Poder Judiciário quanto a este específico aspecto” (CNJ – PCA 597 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).

FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Vide: SERVIDOR PÚBLICO

FUNDAMENTAÇÃO
Ausência de delimitação dos fundamentos fáticos do pedido

Procedimento de Controle Administrativo. Delimitação dos


fundamentos fáticos do pedido. Indicação clara e precisa. Obrigatoriedade. Art. 92,
RICNJ. – “I) Constitui ônus do autor, ao provocar o controle administrativo do CNJ, a
indicação precisa do ato impugnado, delimitando com clareza as razões fáticas que
justificam sua postulação. II) Consoante o disposto no art. 92 do Regimento Interno do
CNJ, somente a especificação precisa dos fatos subjacentes ao pedido legitima e ampara a
atividade persecutória do controle e fiscalização administrativa. III) À luz das funções
institucionais delineadas pela Constituição Federal, no art. 103-B, ao CNJ incumbe o
controle administrativo e financeiro dos órgãos jurisdicionais e serviços auxiliares da
Justiça, mas, apenas e tão-somente, diante de fatos e/ou dados concretos. Refoge à
competência do Conselho a atividade de auditoria sobre a execução de contratos
administrativos de prestação de serviços. IV) Procedimento de Controle Administrativo
não-conhecido” (CNJ – PCA 200910000001725 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Diferença entre fundamentar e explicar

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências em Pedido


de Providência em Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Concurso
para promoção por merecimento. Irregularidades. Promoções por merecimento.
Fundamentação. Sentido jurídico. – “‘Fundamentar não é o mesmo que explicar. A
fundamentação tem um cunho jurídico específico: é a base de uma decisão juridicamente
sustentável (CF, art. 93, X). Meras referências elogiosas genéricas ao candidato
selecionado não satisfazem o requisito constitucional da fundamentação das decisões
administrativas’ (fragmento do voto proferido no julgamento de mérito deste PCA).
Ademais, é irregular a depreciação de candidatos pelo só fato de haverem requerido ao
Conselho Nacional de Justiça o controle de legalidade do julgamento de suas promoções,
em peças escritas onde a urbanidade e o decoro tenham estado onipresentes” (CNJ – PCA
200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

FUNDO DE REAPARELHAMENTO DO JUDICIÁRIO (FUNDO ESPECIAL)


Cobrança pelos tribunais de taxa de fiscalização das atividades registrais e
notarias em favor do Fundo de Reaparelhamento. Legalidade

Consulta. Taxa de fiscalização das atividades registrais e


notariais. Lei Complementar 21, de 28.02.2994, do Estado do Pará. Fundo de
Reaparelhamento do Judiciário do Estado do Pará. Legalidade. Precedentes do STF. –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


362

“Em diversas ADIs o STF afirmou a constitucionalidade da instituição do selo de


segurança, da taxa de fiscalização em razão do poder de polícia exercido pelos Tribunais
de Justiça relativamente às atividades notariais e de registro, bem como sua destinação a
um fundo especial (ADI 3151, ADI 2129, ADI 2059 e ADI 3643). Tratando-se de taxa,
não há dúvida sobre a obrigatoriedade do recolhimento pelos titulares das serventias
extrajudiciais do Estado do Pará” (CNJ – PCA 588 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Pretensão de suspensão do pagamento de taxa destinada ao fundo

Recurso Administrativo. Indeferimento de liminar. Pagamento em


atraso de taxa do fundo especial do TJRJ. Questionamento sobre forma de cobrança de
multa e sobre base de cálculo dos juros. Ausência dos requisitos para concessão de
liminar. Recurso improcedente. – “Ausentes o fumus boni juris e o periculum in mora não
pode a liminar ser concedida para suspender cobrança de tributo, especialmente em sede de
processo administrativo” (CNJ – PCA 200710000007433 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Utilização do resultado material das transações penais realizadas com base na


Lei 9.099/95 em benefício dos Tribunais

Poder Judiciário. Fundo de Reaparelhamento. Receitas. Utilização


de bens e recursos provenientes de transações penais realizadas com base na Lei
9.099/95. Estado de Goiás. Lei Estadual 12.832/96. – “Havendo previsão normativa
estadual que legitima a absorção de bens e receitas originárias das transações firmadas em
Juizados Especiais Criminais, não há falar em ilicitude da norma regulamentar editada pelo
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Nesse sentido, havendo prévia definição da
matéria pelo Poder Legislativo da Unidade Federativa envolvida, não há espaço para o
exercício dos juízos próprios de conveniência e oportunidade que devem inspirar a atuação
dos órgãos investidos de poder normativo primário” (CNJ – PP 343 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

FUNGIBILIDADE DOS RECURSOS


Pedido de esclarecimentos admitido como recurso administrativo

Pedido de reconsideração de decisão monocrática. Admissão


como Recurso Administrativo. Questão judicializada. Incompetência do CNJ. – “A
equivocada classificação do instrumento hábil a retorquir decisão monocrática não é
motivo suficiente para não conhecimento do requerimento, em obediência ao princípio da
fungibilidade e considerando o disposto no art. 2º, parágrafo único, IX da Lei 9.784/99”
(CNJ – PCA 200810000007127 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

–G–
GABINETE DE TRABALHO
Desembargadores. Uso de gabinete de trabalho para festividades

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


363

“Em que pese o fato de não caracterizar falha funcional alcançada


pela LOMAN, seja recomendado aos Desembargadores que se abstenham de usar os
gabinetes de trabalho para festividades e, especialmente, para o uso de bebidas alcoólicas,
até porque, conforme comprovado, o Tribunal tem espaço próprio para comemorações e
reuniões informais” (CNJ – SIND 03 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

GARANTIA DAS DECISÕES JUDICIAIS


CNJ como instância inadequada

“Em questões como a dos autos, vem-se firmando a orientação no


sentido de que, estando a questão posta na via jurisdicional, até por razões de coerência e
em nome da segurança jurídica, não deve ser submetida a este Conselho. No presente caso,
se houve o alegado descumprimento pelo Tribunal de Justiça, como afirma a inicial, não é
o CNJ instância adequada para garantir a autoridade das decisões do Supremo Tribunal
Federal” (CNJ – PCA 587 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

GASTOS
Vide: DESPESAS

GRÃO-MESTRE DA MAÇONARIA
V. tb.: MAÇONARIA

Exercício do cargo por Magistrado

“É vedado acumular o exercício da Magistratura com o de grão-


mestre da Maçonaria, consoante se depreende do disposto no art. 95, parágrafo único,
inciso I, da Constituição Federal e do art. 36, inciso II da Lei Complementar 35/79” (CNJ –
PP 596 – Rel. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

GRATIFICAÇÃO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


364

Criada antes da edição da LOMAN

“Em relação à gratificação não especificada prevista pela Lei


8.553/64/SP (R$ 3.146,23), criada pela Lei Estadual 7.717, de 22 de janeiro de 1963 e,
posteriormente alterada pela Lei 8.553, de 30 de dezembro de 1964, as informações
trazidas aos autos não possibilitam uma melhor análise sobre sua natureza jurídica, porém,
como salientou o ilustre Conselheiro-relator Eduardo Lorenzoni, é uma gratificação criada
antes da edição da LOMAN e por ela não prevista, pelo que deverá ser tornado definitivo o
corte já determinado liminarmente pelo Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PCA 489 –
Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Ementa não oficial).

Diretor de Foro. Gratificação de função

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando
comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o
subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)
Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,
respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Exercício das funções de Presidente de Câmara de julgamento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


365

Remuneração de magistrados. Gratificação não prevista no Art. 65


da LOMAN. Rol taxativo. Res. 13 do CNJ. Vedada a gratificação para Presidente da
Câmara. Pedido já analisado e indeferido pelo Plenário no PCA 441. Precedentes CNJ
(PCA 441). Precedentes Supremo Tribunal Federal (AO 155, AO 184, AO 499, MS 21405,
MS 24353, RE 100584, RMS 21410). (CNJ – PP 200710000014991 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Exercício das funções de Presidente, Vice-Presidente e Corregedoria

“A verba 180 também foi objeto de exame acurado. Verificou-se


que houve a incorporação indevida de tal verba na hipótese do exercício das funções de
direção do tribunal de justiça (Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Decano). Ora, tais
incorporações acima do teto e após a implantação do regime de subsídios são
rigorosamente indevidas. Isto porque não há previsão para tanto na Lei Orgânica Nacional
da Magistratura e sua aceitação implicaria em inevitável desrespeito ao teto de
vencimentos pela reforma do judiciário” (CNJ – PCA 439 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

“As gratificações referentes ao exercício da Presidência, Vice-


Presidência, Corregedoria, Coordenação e Direção do Fórum da Capital e do interior se
encontram elencadas entre as verbas não abrangidas pelo subsídio – art. 5º da Res. 13/2006
– instituídas que foram pela Lei Estadual 5.611/90. Legítimo, pois, o pagamento dessas
verbas” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª


Região. Gratificação pelo exercício de Vice-Presidência e de Corregedoria. O pagamento
da gratificação pelo exercício da Vice-Presidência e da Corregedoria não está
autorizado, de per si, pela Resolução n. 13 de 21 de março de 2006. – “I) mencionado ato
normativo não pretendeu, e nem poderia, autorizar o pagamento de semelhante gratificação
à míngua de previsão específica, nos vários ramos de vários Tribunais do País. II) o sentido
da regra foi o de explicitar que, onde houvesse a percepção de tal verba, ela poderia ser
paga sem integração ao subsídio, assim a ele somada, mas restrito o resultado ao teto
remuneratório.” (CNJ – PP 1044 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 27ª Sessão – j. 10.10.2006
– DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado


aposentado. Desembargador que incorporou aos vencimentos verba de representação
pelo exercício da Presidência do Tribunal. Inadmissibilidade. Incidência do decidido na
Consulta constante do PP 200810000009896. – “O pagamento de qualquer gratificação ou
verba tida como de representação, em razão do exercício de função temporária, cessa no
exato momento em que a condição que lhe dava supedâneo desaparece. Ou seja, só é
possível receber verba de representação, a título de gratificação pelo exercício do cargo de
direção, enquanto esse exercício perdurar, vedada a incorporação, conforme ficou decidido
na Consulta constante do PP 200810000009896, Rel. Cons. Rui Stoco” (CNJ – PCA 10 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).
Parte do voto do Relator: “As verbas aqui discutidas justificam-se apenas enquanto os
membros do Poder Judiciário exercem funções de representação de órgãos ou tribunais em
razão do cumprimento de mandatos para os quais foram eleitos ou nomeados. No exercício
dessas funções, o pagamento de adicionais contribuem para o melhor desempenho das
funções e retribuem o magistrado pelo acúmulo de funções suplementares. Finalizado o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


366

mandato ou cessado o exercício dessas funções, não há mais justificativas para o


pagamento da verba de representação. Nesse sentido, não há que se falar em qualquer
forma de incorporação dessas verbas, seja aos vencimentos, seja aos proventos de
aposentadoria”.

Exercício das funções de Presidente, Vice-Presidente e Corregedoria.


Inadmissibilidade de incorporação

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando
comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o
subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)
Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,
respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Exigência de lei para legitimar sua instituição nos tribunais

“Afirma-se, assim, a imperativa necessidade de edição de ato de


natureza legislativa a legitimar a instituição de gratificações nos Tribunais. Registro, por
oportuno, que a gratificação instituída no art. 3º da Res. 001/91 – participação no Conselho
da Magistratura – além do vício apontado, afronta o art. 4º, II, ‘b’, da Res. 13 deste
Conselho, que vedou a percepção dessa gratificação, além do subsídio” (CNJ – PCA 487 –
Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Gratificação de Decano

“A verba 123 (gratificação de decano) vem sendo paga e


incorporada aos vencimentos, tanto de membros ativos quanto inativos, da magistratura do
Estado do Maranhão. Ora, tal pagamento é irregular, uma vez que tal verba, ainda que
prevista em lei local, não segue o paradigma previsto pela Lei Orgânica Nacional da
Magistratura” (CNJ – PCA 439 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


367

Gratificação de representação. Vedação da adoção do subsídio como base de


cálculo das gratificações

“O art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do


subsídio como base de cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º
daquela Resolução, determinando a manutenção da base de incidência estabelecida
anteriormente, até que sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Afirma o
TJPA o cumprimento daquela disposição, assinalando, em total incongruência, que a base
de incidência das gratificações de representação recai dobre o subsídio. A toda evidência,
verifica-se – nessa situação – contrariedade ao ato normativo deste Conselho, pois a Lei
6.783/2005, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Dessa maneira, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo
definida na Res. 13/2006, CNJ, nos termos do seu artigo 9º” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

“Quanto à base de incidência das gratificações de representação, o


art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do subsídio como base de
cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º da mesma Resolução,
determinando a manutenção da base de incidência estabelecida anteriormente, até que
sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Compulsando as folhas de
pagamento, após a regularização pelo TJAC (fls. 108-23), constata-se afronta à disposição
normativa deste Conselho, pois a Lei Complementar 139 de dezembro de 2004, do Estado
do Acre, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Assim sendo, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo do
sistema remuneratório anterior, como definido na Res. 13/2006 do CNJ, nos termos do seu
artigo 9º” (CNJ – PCA 436 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Gratificação Natalina. Concessão aos servidores do Conselho Nacional de


Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 13, de 17.12.2008.

Instituição por Lei Estadual contrariando decisão do CNJ, que considerou


ilícito o seu pagamento

Lei Estadual instituidora de gratificação. Irretroatividade dos


efeitos financeiros. – “Não se mostra lícito nem moral criar, pela via legislativa,
retroativamente, gratificação após expressa declaração de ilicitude de seu pagamento em
procedimento no âmbito do Conselho Nacional de Justiça. Admitir tal mecanismo seria
admitir um exótico e insólito instrumento de “correção” legislativa do exercício do
controle de legalidade dos atos administrativos dos Tribunais, em invasão da competência
censória exclusiva do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, r). Consulta respondida
(i) no sentido da licitude do pagamento de gratificação instituída por Lei Estadual aos
exercentes das funções de Diretor da Escola da Magistratura e Coordenador dos Juizados
Especiais, com efeitos financeiros a partir do início da vigência da respectiva norma, e (ii)
no sentido da ilicitude do pagamento de gratificação pelo exercício de funções no
Conselho da Magistratura, ressalvada a Presidência” (CNJ – PCA 200710000014838 –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


368

Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Oficiais de Justiça. Pedido para que o Conselho determine, por Resolução, o


pagamento de gratificação aos plantonistas

“A determinação para que o TJ/PI passe a pagar os servidores


plantonistas não deve ser realizada pelo CNJ, criado para zelar pela atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário em âmbito nacional. Tal pedido exige a avaliação de
viabilidade financeira local, que compete, neste caso, ao Tribunal de Justiça do Piauí. Em
hipótese bastante semelhante, o Conselheiro Paulo Lôbo pronunciou-se da seguinte forma
(PP 659): ‘O interessado requer que o CNJ recomende por Resolução que o Tribunal
requerido pague gratificações aos oficiais de justiça durante os plantões judiciários, no
recesso forense. Alega que o Tribunal, em resposta ao requerimento administrativo,
respondeu que o pagamento apenas se dá durante os plantões de sábado e domingo, por
força da Portaria 34/2005-GP. Cuida-se de matéria estritamente local, de interpretação e
cumprimento de ato do próprio Tribunal, sem qualquer repercussão geral. Por força do art.
45, inciso X, do RICNJ, determino o arquivamento do pedido, com ciência ao requerente e
ao requerido’. Porém, os princípios invocados pelo SINDJUS/PI possuem extrema
relevância, pois visam a combater a prestação de trabalho gratuito. Nesse sentido, uma vez
reconhecido pelo próprio TJ/PI a possibilidade de elaborar escala de compensação para os
servidores plantonistas, determino que se proceda a tal regulamentação, até porque não há
prejuízos consideráveis para TJ/PI na efetivação de tal regulamentação. Ressalto que, em
face do pedido de extensão do julgamento deste PCA às Portarias 578-B/2006 e 578/2006
(sobre plantões em janeiro e fevereiro/2007), a regulamentação a ser realizada pelo TJ/PI
deve viabilizar a compensação do trabalho que os servidores plantonistas prestaram em
cumprimento daquelas portarias” (CNJ – PCA 458 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Presidente de Tribunal. Gratificação de função

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando
comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o
subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


369

Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,


respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pedido de Providências. Gratificação para Presidente do


Tribunal. Fixação de teto para os servidores no limite de R$ 24.500,00. Pagamento de
substituição aos magistrados. Efeitos financeiros retroativos das verbas devidas. Consulta
respondida. – “I) É devido o pagamento de gratificação para o exercício da função de
Presidente do Tribunal (art. 5º, Resolução 13-CNJ). II) O teto remuneratório aplica-se
também aos servidores do Poder Judiciário (art. 1º, Res. 14-CNJ). III) Magistrado
substituto faz jus à remuneração do substituído (art. 5º, II, da Res. 13-CNJ). IV) Não houve
motivo para cessar os pagamentos das verbas já disciplinadas nas resoluções do CNJ, de
sorte que o pagamento deve ser imediato” (CNJ – PP 606 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Tempo de guerra. Natureza pessoal. Parte integrante do subsídio

“A vantagem “tempo de guerra” deve, pois, ser definida como de


natureza pessoal, tal como a gratificação adicional por tempo de serviço. Deve, pois, ser
conferido igual tratamento dado a essa última vantagem que, consoante disposto no art. 4º,
III, alíneas a e b da Res. 13/CNJ, encontra-se compreendida no subsídio” (CNJ – PCA 487
– Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007
– Ementa não oficial).

Utilização do subsídio como base de cálculo para pagamento de gratificações

“O art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do


subsídio como base de cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º
daquela Resolução, determinando a manutenção da base de incidência estabelecida
anteriormente, até que sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Afirma o
TJPA o cumprimento daquela disposição, assinalando, em total incongruência, que a base
de incidência das gratificações de representação recai dobre o subsídio. A toda evidência,
verifica-se – nessa situação – contrariedade ao ato normativo deste Conselho, pois a Lei
6.783/2005, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Dessa maneira, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo
definida na Res. 13/2006, CNJ, nos termos do seu artigo 9º” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


370

GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE LOCALIDADE – GEL


Enunciado 4 do CNJ

Gratificação especial de localidade. Regência da LOMAN.


Integração normativa na Lei 8.270/91 e Decreto 493/92. Modificação justificada do
Enunciado 4 – CNJ. (CNJ – PP 1299 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 41ª Sessão
– j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de


decisão administrativa do TST. Processo 328.644/96.4. Vantagem transitória de
Gratificação Especial de Localidade – GEL. VPNI. Conflito entre a decisão do TST e o
Enunciado administrativo 4 – CNJ. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 405 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não
oficial).

Subsistência, mesmo com a implantação do subsídio (Res. 13 do CNJ). Base de


cálculo do sistema anterior, não incidindo sobre o novo patamar

“Não há dúvida, portanto, de que os magistrados da União em


efetivo exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o
justifiquem fazem jus ao pagamento da vantagem referida, nos termos do artigo 17 da Lei
8.270/91, combinado com o artigo 65, X, da Lei Complementar 35, de 1979. Registro, por
oportuno, que a Gratificação Especial de Localidade – GEL, instituída no art. 17 da Lei
8.270/91, foi extinta pela Medida Provisória 1.573/96, reeditada e convertida na Lei
9.527/97, cujo art. 2º converteu-a em vantagem pessoal, de caráter transitório. A dúvida
manifestada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região é, também, no sentido de
definir se a referida vantagem foi ou não extinta pela Lei 11.143, de 2005. Este egrégio
Conselho já examinou a questão ao editar a Resolução 13, de 21 de março de 2006,
deixando consignado expressamente: ‘art. 5º. As seguintes verbas não estão abrangidas
pelo subsídio e não são por ele extintas: I – de caráter permanente: retribuição pelo
exercício, enquanto este perdurar, em comarca de difícil provimento’. Portanto, com a
implantação do subsídio para toda a magistratura, tal vantagem, não foi por este absorvida,
dele ficando destacada, até o limite do teto constitucional, devendo permanecer seu
pagamento até que o magistrado passe a ter exercício, em caráter permanente, em outra
localidade não discriminada expressamente nas normas vigentes à época da concessão.
Conseqüentemente, os tribunais não deveriam ter suprimido o pagamento da Gratificação
Especial de Localidade aos magistrados da União, impondo-se o pagamento retroativo nas
hipóteses em que isso ocorreu. Deve ser esclarecido, aqui, que após a implantação do
subsídio, a base de cálculo da Gratificação Especial de Localidade – GEL para os
magistrados da União, enquanto vantagem pessoal nominalmente identificada, continuou a
ser a do sistema remuneratório anterior (vencimento básico representação mensal e parcela
autônoma de equivalência), sem incidir sobre o novo patamar remuneratório atinente ao
novo regime” (CNJ – PP 603 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 4ª Sessão Extraordinária – j.
08.08.2006 – DJU 21.08.2006 – Parte do voto do relator).

GRATUIDADE
V. tb.: ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

Cobrança pela expedição de certidões. Direito à gratuidade que se aplica a


situações peculiares e individuais

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


371

Pedido de Providências. Serviço de distribuição de Tribunal de


Justiça. De expedição de certidões cíveis e criminais. Cobrança pela expedição de
certidões. CF/88, art. 5º, XXXIV, ‘b’. Gratuidade estabelecida em caráter pessoal. –
“Segundo a dicção do art. 5º, XXXIV, ‘b’ da Constituição Federal o direito de obter
certidão é geral e universal; todavia o direito de obter certidão gratuitamente é individual e
pessoal. A regra do art. 5º, inciso XXXIV da Lei Maior revela que a gratuidade não é regra
absoluta. Só se beneficiam dela quando destinada à defesa de direitos ou ao esclarecimento
formal de situações peculiares e individualizadas ou, como diz o preceito, a ‘situações de
interesse pessoal’” (CNJ – PP 415 e PP 721 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª Sessão – j.
18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Taxa de fiscalização das atividades registrais e notarias. Forma de


requerimento da gratuidade deve ser regulamentada por cada Tribunal

Pedido de Providência. Serviços notariais. Taxa de fiscalização.


Gratuidade. – “Não há inconstitucionalidade na cobrança de taxa de fiscalização pelo
Estado, já que, efetivamente, os serviços notariais estão sob permanente fiscalização dos
órgãos do Poder Judiciário do respectivo Estado. A forma de requerer gratuidade de
serviços notariais deve ser objeto de regulamentação pelo órgão competente de cada
Tribunal, respeitadas as peculiaridades regionais” (CNJ – PP 51 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 – Ementa não oficial).

GREVE
V. tb.: DIREITO DE GREVE

Servidor Público. Desconto dos dias parados

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução que


determina o desconto na remuneração do servidor por falta em razão de greve. Aplicação
retroativa da Resolução. Opção pela via judicial. – “Não há que se falar em aplicação
retroativa da referida Resolução, que serviu apenas para reger situações futuras. Quanto à
legalidade da referida decisão administrativa que determinou o desconto em folha de
pagamento dos dias de falta ao trabalho, decorrentes da paralisação dos servidores, antes
da publicação da Res. 188. Entretanto, essa questão está sendo debatida nos autos do
Mandado de Segurança 116.950-0/6-00, impetrado pela requerente contra a Presidência do
TJSP, no qual foi denegada a ordem. Entendimento do Conselho no sentido do não
conhecimento de questão já submetida à apreciação judicial na qual o requerente tenha
obtido decisão liminar ou de mérito” (CNJ – PCA 449 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz
Lorenzoni – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não
oficial).

Servidores do Judiciário. Regulamentação restritiva através de Resolução

Procedimento de Controle Administrativo. TJ/RR. Resoluções


13/2004 e 49/2007. Óbice ao exercício do direito de greve e de reunião.
Desproporcionalidade das penalidades administrativas imputadas. – “Ao imputar ao
servidor que paralisar suas atividades, a título de greve, a pena de exoneração e demissão,
ou mesmo a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, o Tribunal transformou o
direito ao exercício de greve, antes mesmo de declarada ilegal, em falta funcional do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


372

servidor. Ao exercício de direito de reunião se exige apenas o prévio aviso à autoridade


competente (artigo 5º, inciso XVI, CF/88). O direito de reunião não se submete à
apreciação discricionária do TJ/RR. Procedência do Procedimento de Controle
Administrativo para anular as Resoluções 13/2004 e 49/2007” (CNJ – PCA
200810000018599 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

Servidores do Poder Judiciário

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamentação do


exercício de greve no âmbito do judiciário local. Questão atinente ao autogoverno do
Poder Judiciário. Pedido incabível no âmbito do CNJ (art. 103, §4º, da CF/88).
Indeferimento liminar – “I. Não há restrição ao direito de greve a expedição de
regulamentos atinentes ao exercício regular de gestão dos Tribunais na conciliação do
próprio exercício do direito de greve com as necessidades básicas da população. II.
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 3543 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

GUIA DE RECOLHIMENTO DE RÉU CONDENADO


Expedição de guia de recolhimento provisória

Guia de recolhimento provisória. Necessidade de trânsito em


julgado para o Ministério Público em primeira instância. Apelação criminal com efeito
devolutivo e suspensivo. Ausência de afronta à Resolução 19/2006 do Conselho Nacional
de Justiça. Aplicação da Súmula 192 do STJ e dos artigos 593 e 597 do CPP, bem como do
artigo 105 da Lei de Execuções Penais. Desnecessidade de trânsito em julgado para o
Ministério Público de acórdão que examinou a apelação. Inexistência de efeito suspensivo
em eventuais recursos especiais ou extraordinários. Pedido conhecido e parcialmente
acolhido. (CNJ – PP 1326 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

–H–
HERANÇA
Vide: SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

HORÁRIO DE ATENDIMENTO
V. tb.: EXPEDIENTE FORENSE – PLANTÃO JUDICIÁRIO

Atendimento ao público externo na Secretaria do CNJ


Vide: Portaria CNJ 306, de 11.07.2008.

Atendimento ao público no foro judicial

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências para determinar delegação de atos ordinatórios e fixação de horário do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


373

expediente forense. Arquivamento liminar. – “O horário de atendimento ao público nos


fóruns depende de interesses e costumes locais e está afeto à competência privativa dos
tribunais” (CNJ – PP 10869 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Restauração de Autos. Poder Judiciário. Horário de atendimento


ao público nos Ofícios de Justiça. Ato administrativo discricionário dos Tribunais de
Justiça (CF, art. 96, inciso I, “a”). – “A fixação de horário de atendimento ao público nos
Ofícios de Justiça é típico ato administrativo discricionário, devendo os Tribunais, em sua
análise atentar para o interesse público e a estrita observância do princípio da eficiência.
Possibilidade de controle pelo Conselho Nacional de Justiça nas hipóteses de ilegalidade
ou quebra dos princípios da administração pública, em especial, o da eficiência, não
presentes na hipótese” (CNJ – RA 1 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Questionamento acerca da alteração de horário

Pedido de Providências. Advogado que questiona mudança do


horário de funcionamento do Fórum. Alegação de situação extraordinária na fixação do
horário atual. Fundamento equivocado. Horário estabelecido no Código de Organização
Judiciária de 1981. Competência privativa do Tribunal de Justiça para a questão.
Arquivamento do pedido. – “É competência privativa dos tribunais organizar suas
secretarias e o funcionamento delas” (CNJ – PP 1436 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª
Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

HORAS EXTRAS
Pagamento pela participação no Plantão Judiciário

Pedido de Providências. Plantão judiciário. Pagamento de horas


extras. Falta de atribuições do CNJ. Compensação com descanso laboral. Possibilidade.
Opção do Tribunal. – “I) A decisão entre o pagamento de horas extras ou o deferimento de
folga laborais, consiste em matéria interna corporis, resguardada pela autonomia
constitucionalmente assegurada aos Tribunais para organizarem suas secretarias e serviços
auxiliares (art. 96, I, “b”, CF/88), planejarem sua gestão, elegerem suas prioridades quando
do emprego de recursos orçamentários e fixarem diretrizes administrativas consentâneas
com as peculiares carências e demandas locais. II) Jungido este Conselho à condição de
instância de controle dos atos administrativos e financeiros emanados dos órgãos
judicantes, não pode se sobrepor ao Tribunal no exercício da edição de atos diretivos e na
escolha da regra mais adequada a cada unidade do Poder Judiciário (art. 99 da CF/88). V)
Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000012780 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Possibilidade dos servidores de TER cumprir horas extraordinárias em


período eleitoral

Pedido de Providências. Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.


Limitação ao pagamento de horas extraordinárias. Adicional noturno. – “I) Possibilidade
de cumprimento de horas extraordinárias pelos servidores de Tribunal Regional Eleitoral
em período de eleições. II) Legalidade da limitação ao número de horas extras mensais a
serem remuneradas, com possibilidade de compensação das horas que, excepcionalmente,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


374

ultrapassem aquele limite, dentro do teto máximo de horas extras fixado pelo Tribunal
Superior Eleitoral. III) Matéria regulada pela Res. 22.901, de 12.08.2008, pelo Tribunal
Superior Eleitoral, cujos limites, em princípio, são respeitados pela Portaria 311, de
12.06.1988, editada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado da Bahia. IV)
Impossibilidade de aplicação do regime de trabalho do trabalhador comum ao servidor
público da Justiça Eleitoral. V) Inadequação do pedido de reconhecimento de eventuais
vantagens econômicas de cunho individual e disponível no âmbito do Conselho Nacional
de Justiça. VI) Pedido conhecido e julgado improcedente, com remessa, no entanto, à
Secretaria de Controle Interno do Tribunal Superior Eleitoral para avaliação correta dos
gastos efetuados” (CNJ – PP 200810000023327 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Servidor público. Contribuição previdenciária

Procedimento de Controle Administrativo. Contribuição


previdenciária do servidor público sobre horas-extras e 1/3 constitucional de férias.
Impossibilidade. Precedentes do STF. – “I) Não incide contribuição previdenciária sobre
parcelas não computadas para o cálculo dos benefícios de aposentadoria. II)
Impossibilidade de determinação administrativa para imediata devolução de valores
descontados, em face do orçamento de cada tribunal e das vedações constitucionais (art.
167, inciso VI, da CF)” (CNJ – PCA 183 e PCA 184 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

–I–
IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO AUTOR
V. tb.: PETIÇÃO INICIAL, DENÚNCIA ANÔNIMA
Vide: Portaria 174, de 26.09.2007.

Apuração dos fatos mesmo sem a identificação do delator

“Ainda que o ordenamento jurídico pátrio vede o anonimato (CF,


art. 5º IV) como forma de impedir a consumação de abusos no exercício da liberdade de
manifestação do pensamento e na apresentação de delações apócrifas é obrigação do Poder
Judiciário, em observância aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e
moralidade (CF, art. 37, caput), a apuração de denúncias, mesmo sem identificação, em
ordem a verificar a verossimilhança dos fatos denunciados e, se for o caso, instaurar
Procedimento Administrativo Disciplinar formal. Isso garante, em última análise, a
manutenção do fim perseguido pela Administração Pública, que é o interesse público”
(CNJ – PCA 200810000020405 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Ausência de qualificação ou de documentos de identificação do requerente

“Ausente o endereço ou a identificação inequívoca do requerente, o


expediente será encaminhado ao Secretário-Geral para que determine o seu arquivamento,
motivadamente, resguardado o direito à renovação do requerimento” (Portaria 174, art. 2º).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


375

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Negativa injustificada

Pedido de Providências. Identificação do requerente. Negativa


injustificada. Indícios de utilização de nome fictício. Arquivamento mantido. – “É de ser
mantida decisão monocrática que determinou o arquivamento liminar do pedido, por
injustificada ausência de comprovação da identidade do requerente, principalmente quando
evidenciados indícios de utilização de nomes fictícios em outros pedidos formulados em
face do mesmo Tribunal. Recurso Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – PP 200810000026560 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

IDOSO
Pedido de preferência na ordem de pagamento de precatórios

Pedido de Providências. Estatuto do Idoso. Pedido de


reconhecimento de preferência na ordem de precatórios em razão da condição de idoso. –
“Não havendo quebra da ordem cronológica, inviável a ordem de pagamento antecipado ou
preferencial com base em preferência legal. Acaso a preferência na tramitação processual
alcançasse a fase de requisição de pagamento por precatório, que já se encontra em sede
administrativa, tal decisão conferiria à lei status hierárquico superior ao próprio comando
constitucional” (CNJ – PP 1249 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Prioridade no andamento dos processos


Vide: Recomendação CNJ 14, de 06.11.2007.

ILEGITIMIDADE DE PARTE
V. tb.: LEGITIMIDADE DE PARTE

Ilegitimidade da ANOREG para representar candidatos ao concurso de


ingresso na atividade notarial e de registro

“Inicialmente, acolho a impugnação do Tribunal de Justiça de


ilegitimidade da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais para
atacar o Edital de Ingresso, visto que a entidade representa os titulares dos cargos, não
estando apta a representar os candidatos ao concurso de ingresso na carreira” (CNJ – PCA
200810000001988 e PCA 200810000001939 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


376

Não reconhecimento quando a matéria puder ser apreciada de ofício

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade. Parte e


interessados. Procedimento de controle de legalidade. – “Não há falar em ilegitimidade de
parte se o pedido é de controle de legalidade de ato administrativo que incide sobre toda
uma coletividade. Além de o referido controle poder ser exercido de ofício, nos termos do
art. 103-B, parágrafo 4º, inc. II, da Constituição Federal, não se pode aplicar aos
Procedimentos de Controle Administrativo de competência deste Conselho todo o rigor da
dogmática processual civil sobre a legitimidade para as ações coletivas” (CNJ – PCA
200810000017996 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 –
DJU 30.01.2009).

Processo Administrativo Disciplinar. Avocação requerida pelo próprio


magistrado. Ilegitimidade de parte

Avocação de Processo Disciplinar. Tribunal de Justiça de São


Paulo. Postulação de Magistrado. Pedido não conhecido por ilegitimidade de parte. – “I)
O Requerente não tem legitimidade para postular avocatória de Processo, nos termos do
art. 85 do Regimento Interno do Egrégio Conselho. II) Tal entendimento não obsta
eventual futura postulação de revisão disciplinar, conforme facultado pela Constituição
Federal” (CNJ – APD 9 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

IMAGEM DE PESSOA QUE DETÉM CARGO EM TRIBUNAL


Auto-promoção

“O uso de imagens não caracteriza, por si só, a intenção de auto-


promoção. Deve ser observado o contexto em que tais reproduções estão inseridas,
mormente quando se destinam a ilustrar fatos, eventos ou atividades inerentes ao cargo
exercido pela representada” (CNJ – DOCAV 200820000001694 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do
voto do Relator).

IMPARCIALIDADE DO JULGADOR
Matéria de natureza jurisdicional

“Os vícios da imparcialidade, típico pressuposto de


desenvolvimento regular do processo, exigem impugnação através de instrumento próprio:
a exceção, seja de impedimento ou de suspeição. Ainda na mesma temática, impende
observar que o afastamento do magistrado, voluntário ou em razão de impugnação, a
mitigar o dogma do Juiz Natural, não pode ocorrer em território diverso do jurisdicional.
Jamais poderá ser ordenado administrativamente” (CNJ – RD 200810000009410 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008 – Parte do voto do Relator).

IMPOSTO SOBRE A RENDA


Consulta ao CNJ sobre verbas pagas a agentes do Poder Judiciário

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


377

Competência do CNJ. Consulta. Incidência Tributária Sobre


Abono de Permanência. – “Refoge da competência constitucional do Conselho Nacional
de Justiça a resposta a consulta acerca da exigibilidade de imposto de renda sobre verbas
pagas a agentes do Poder Judiciário eis que envolve interesse alheio às instâncias do Poder
Judiciário, única razão de ser da criação e desenvolvimento do CNJ. Pedido de Providência
não conhecido” (CNJ – PP 200710000004493 – Rel. Cons. Antônio Humberto Souza
Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Incidência, ou não, sobre o terço pago por ocasião do gozo de férias

Pedido de Esclarecimentos. Consulta. Natureza Jurídica do


Adicional constitucional de um terço sobre férias usufruídas. Incidência ou não de
Imposto de Renda. Matéria estranha à competência do Conselho Nacional de Justiça. –
“Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, ao qual não foi atribuído o exercício de
função jurisdicional, decidir sobre a natureza jurídica do adicional de 1/3, previsto no
inciso VII do artigo 7º da Constituição Federal e pago por ocasião do gozo de férias, bem
como se sobre ele incide, ou não, imposto de renda. Consulta não conhecida” (CNJ – PP
1430 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Cadastro Nacional de Condenados por ato de Improbidade Administrativa no
âmbito do Poder Judiciário Nacional. Criação e gestão pelo CNJ
Vide: Res. CNJ 44, de 20.11.2007, cujos arts. 2º, 4º, 5º e 7º foram alterados pela
Res. CNJ 50, de 25.03.2008.

Inauguração de obra inacabada. Despesas da solenidade pagas com recursos


públicos

Procedimento de Controle Administrativo. Inauguração de obra


inacabada. Despesas da solenidade pagas com recursos públicos. – “Há demonstração
pelas duas defesas apresentadas relativamente à solenidade, que não ocorreram os
pagamentos referentes às hospedagens e deslocamentos, como faz crer a inicial, com o que
rejeito a inicial nesse aspecto. No que diz respeito ao pagamento de despesas para a
solenidade, não vejo ilicitude administrativa – em havendo previsão de verba pública para
tanto – que o órgão público realize solenidade com recursos públicos, de forma
transparente e pública, sem a necessidade de recorrer a expedientes disfarçados de
patrocínios que tantas vezes são utilizados. Relativamente à eventual incidência da lei de
improbidade ao presente caso, não vislumbro tenha o ex-administrador incorrido em
hipóteses tipificadoras de conduta sancionável, pois ausente elemento subjetivo para a
caracterização da prática de improbidade: não se verifica que o ex-presidente tenha se
locupletado a ensejar enriquecimento ilícito; não constato prejuízo ao erário nem
vislumbro ato que atente contra os princípios da administração pública. Pedido
improcedente” (CNJ – PCA 19 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 –
DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento instaurado pela Procuradoria da República para apurar


supostos atos praticados por Tabelião durante o exercício de mandato eletivo.
Acompanhamento pelo CNJ. Impossibilidade, por violação às garantias de
independência funcional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


378

Pedido de Providências. Alegações de improbidade administrativa


e provimento irregular do cargo de tabelião por ausência de concurso público. Art. 236
CF/88. Requerimento de análise do CNJ e acompanhamento de procedimento
administrativo instaurado pela Procuradoria da República do Estado do Piauí. –
“Encontra-se fora da alçada do Conselho Nacional de Justiça acompanhar procedimento
instaurado no âmbito da Procuradoria da República para apurar a prática de ato de
improbidade administrativa praticado por tabelião durante o exercício de mandato eletivo,
na Chefia do Poder Executivo Municipal. Entendimento contrário implicaria inevitável
violação às garantias de independência funcional com as quais a Constituição ungiu o
Ministério Público (art. 127, § 1º)” (CNJ – PP 200810000002440 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

INAMOVIBILIDADE
Provimento de cargo regularmente ocupado. Anulação

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção por merecimento.
Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção de magistrado pelo critério de
merecimento. Comarca de vara única elevada a 3ª entrância e que se encontrava
regularmente provida. – “Não pode o Tribunal nessas condições instaurar processo de
provimento do cargo de Juiz por remoção ou promoção por merecimento sob pena de
violar a garantia de inamovibilidade prevista no art. 95, inciso II da Constituição Federal.
Prerrogativa de que goza o magistrado nela lotado. É obrigatória a promoção do juiz que
figurar por três vezes consecutivas lista de merecimento a qual não pode ser confundida
com lista de remoção. Tal direito, todavia, não se concretiza quando viciado, na base, o
processo de promoção. A promoção do juiz lotado na Comarca elevada, não sana o vício e
causa prejuízo ao integrante da lista. Anulação ‘ab initio’ de todo o processo de
provimento para a referida comarca. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PCA 139 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa não
oficial).

INATIVOS
Vide: APOSENTADORIA DE MAGISTRADO – APOSENTADOS

INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Controle incidental pelo CNJ. Afastamento de norma conflitante com a
Constituição nos casos concretos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. – “I) Em ambiente de múltiplos legitimados ao
controle difuso da conformação constitucional dos atos normativos, há espaço de
harmônico convívio entre o controle incidental de constitucionalidade e o controle direto,
de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal. II) Substituição em entrância ou
instância. Direito à contraprestação correspondente ao cargo interino. Valor remuneratório
fixado em Lei Estadual inferior ao patamar estipulado na Lei Orgânica da Magistratura.
Reserva de Lei Complementar Federal de caráter nacional. Versando a Lei Orgânica da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


379

Magistratura Nacional (LC 35/79) sobre o valor remuneratório decorrente das substituições
por magistrados de entrância ou instância inferior (art. 124), não há chance constitucional
para o exercício inovador da competência legislativa dos Estados (CF, art. 93, caput), em
detrimento da disciplina constante da lei nacional. III) Subsídios. Subsistência de adicional
de tempo de serviço. Impossibilidade.A introdução dos subsídios absorveu todas as verbas
de caráter remuneratório, inclusive o adicional por tempo de serviço (Res. 13/CNJ, art. 4º,
III). Emergindo em processo aparente situação de afronta à regra constitucional de
contenção remuneratória, deve o Conselho Nacional de Justiça, de ofício, no exercício de
sua competência fiscalizatória, apurar eventuais desvios administrativos. Pedido acolhido
para declarar a exigibilidade da contraprestação integral do cargo interinamente assumido.
Ordem de prestação de informações sobre os valores remuneratórios pagos aos
magistrados em atividade desde a véspera da implantação dos subsídios até o presente”
(CNJ – PP 200810000022372 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 80ª Sessão
– j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Declaração pelo CNJ. Incompetência

Concurso público. Serventia extrajudicial. Interesse meramente


individual. – “O CNJ não tem competência para declarar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, porque ato estranho à sua
natureza de órgão controlador da atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário’
(PP5866). Não se conhece de pedido de natureza meramente individual,
independentemente do direito subjetivo, que deve ser submetido à apreciação jurisdicional
(Precedentes do CNJ: PCA 197, PP 9867 e PCA 573). Sobrestamento do procedimento, até
que o STF decida a ADI 2.168 sobre a constitucionalidade de lei estadual que estabelece
requisitos para a inscrição em concurso para serventias extrajudiciais” (CNJ – PCA
200810000012457 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008 – Ementa não oficial).

INCONSTITUCIONALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE DE ATO


NORMATIVO
V. Tb.: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE LEGALIDADE DE LEI
ESTADUAL PELO CNJ
Competência do CNJ para o controle difuso de constitucionalidade de atos
difusos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. – “Em ambiente de múltiplos legitimados ao
controle difuso da conformação constitucional dos atos normativos, há espaço de
harmônico convívio entre o controle incidental de constitucionalidade e o controle direto,
de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal” (CNJ – PP 200810000022372 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Junior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

INDENIZAÇÃO
Vide: FÉRIAS

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


380

INDEPENDÊNCIA ENTRE AS INSTÂNCIAS PENAL, DMINISTRATIVA E


CIVIL
Possibilidade de imposição de sanção no âmbito administrativo,
independentemente do julgamento no âmbito criminal ou civil

Reclamação Disciplinar. Dispensa de Sindicância. Independência


entre as instâncias penal e administrativa. Indicativos de violações aos deveres
funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “A doutrina e
jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado que a independência entre as
instâncias penal, civil e administrativa permite à Administração impor punição disciplinar
ao servidor faltoso à revelia de anterior julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação
civil, mesmo que a conduta imputada configure crime em tese. Assim, somente em
hipóteses excepcionais – negativa de autoria ou inexistência do fato – a sentença criminal
produzirá efeitos na seara administrativa. Na presente hipótese o Superior Tribunal de
Justiça rejeitou a denúncia por falta de tipicidade da conduta, nos termos do Art. 43, I do
Código Penal. Assim, não havendo o reconhecimento de negativa de autoria ou de não
ocorrência do fato, não há que se falar em impossibilidade de aplicação de eventual sanção
na esfera administrativa” (CNJ – RD 200710000012260 – Rel. Min. Corregedor Gilson
Dipp – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Reclamação Disciplinar

Reclamação Disciplinar. Independência entre as instâncias Penal


e Administrativa. – “A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos
fatos não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado
de condenação criminal. A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado
que a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permitem à
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior
julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada
configure crime em tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria
ou inexistência do fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa”
(CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão
– j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFÂNCIA E JUVENTUDE
V. tb.: ADOÇÃO – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Autorização de viagem. Inexistência de postos de atendimento

Autorização de viagem para menor. Inexistência de postos de


atendimento. – “Deve o Poder Judiciário Estadual viabilizar a instalação de postos de
atendimento, para fins de autorização de viagens de menores, em aeroportos e rodoviárias
nas cidades de grande densidade populacional” (CNJ – PP 200910000001865 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Autorização de viagem para o exterior de crianças e adolescentes

“É dispensável a autorização judicial para que crianças e


adolescentes viajem ao exterior: I – sozinhos ou em companhia de terceiros maiores e
capazes, desde que autorizados por ambos genitores, ou pelos responsáveis, por documento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


381

escrito e com firma reconhecida; II – com um dos genitores ou responsáveis, sendo nesta
hipótese exigível a autorização do outro genitor, salvo mediante autorização judicial; III –
sozinhos ou em companhia de terceiros maiores e capazes, quando estiverem retornando
para a sua residência no exterior, desde que autorizadas por seus pais ou responsáveis,
residentes no exterior, mediante documento autêntico. Para os fins do disposto neste artigo,
por responsável pela criança ou pelo adolescente deve ser entendido aquele que detiver a
sua guarda, além do tutor” (Art. 1º e parágrafo único da Res. CNJ 51, de 25.03.2008 –
Inciso II alterado pela Res. CNJ 55, de 13.05.2008).

“O documento de autorização mencionado no artigo anterior, além


de ter firma reconhecida, deverá conter fotografia da criança ou adolescente e será
elaborado em duas vias, sendo que uma deverá ser retida pelo agente de fiscalização da
Polícia Federal no momento do embarque, e a outra deverá permanecer com a criança ou
adolescente, ou com o terceiro maior e capaz que o acompanhe na viagem. O documento
de autorização deverá conter prazo de validade, a ser fixado pelos genitores ou
responsáveis ” (Art. 2º e parágrafo único da Res. CNJ 51, de 25.03.2008).

“Ao documento de autorização a ser retido pela Polícia Federal


deverá ser anexada cópia de documento de identificação da criança ou do adolescente, ou
do termo de guarda, ou de tutela (Art. 3º da Res. CNJ 51, de 25.03.2008).

Cadastro Nacional de Adoção. Implantação e funcionamento

“O Conselho Nacional de Justiça implantará o Banco Nacional de


Adoção, que tem por finalidade consolidar dados de todas as comarcas das unidades da
federação referentes a crianças e adolescentes disponíveis para adoção, após o trânsito em
julgado dos respectivos processos, assim como dos pretendentes a adoção domiciliados no
Brasil e devidamente habilitados” (Art. 1º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Banco Nacional de Adoção ficará hospedado no Conselho


Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos exclusivamente pelos
órgãos autorizados” (Art. 2º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias dos Tribunais de Justiça funcionarão como


administradoras do sistema do respectivo Estado, e terão acesso integral aos cadastrados,
com a atribuição de cadastrar e liberar o acesso ao juiz competente de cada uma das
comarcas, bem como zelar pela correta alimentação do sistema, que deverá se ultimar no
prazo de 180 dias da publicação desta Resolução” (Art. 3º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“As Corregedorias Gerais da Justiça e os juízes responsáveis pela


alimentação diária do sistema encaminharão os dados por meio eletrônico ao Banco
Nacional de Adoção” (Art. 4º da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

“O Conselho Nacional de Justiça prestará o apoio técnico


necessário aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal para alimentar os
dados no Banco Nacional de Adoção. Os Tribunais poderão manter os atuais sistemas de
controle de adoções em utilização, ou substituí-los por outros que entendam mais
adequados, desde que assegurada a migração dos dados, por meio eletrônico, contidos nas
fichas e formulários que integram os anexos desta Resolução” (Art. 5º e parágrafo único da
Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


382

“O Conselho Nacional de Justiça, as Comissões Estaduais


Judiciárias de Adoção - CEJAS/Cejais e as Corregedorias Gerais da Justiça devem
fomentar campanhas incentivando a adoção de crianças e adolescentes em abrigos e sem
perspectivas de reinserção na família natural. O Conselho Nacional de Justiça celebrará
convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
-SEDH para troca de dados e consultas ao Banco Nacional de Adoção” (Art. 6º e parágrafo
único da Res. CNJ 54, de 29.04.2008).

Comissariado voluntário

Procedimento de Controle Administrativo. Comissariado Voluntário


de Menores. Provimento n. 135/2005 da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de
Minas Gerais. Art. 146 do ECA. – “Não compete ao Ministério Público ou ao Conselho
Tutelar, como pretende o requerente, a nomeação ou credenciamento do Comissário
Voluntário, mas sim a representação para a imposição de pena administrativa. Cumpre ao
Juiz da Infância e da Juventude tal credenciamento, investido de autoridade por força do
art. 146 do ECA” (CNJ – PCA 13 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 –
DJU 07.12.2005).

Comitê Gestor do Cadastro Nacional de adolescentes em conflito com a lei.


Instituição no âmbito do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Portaria CNJ 477, de 17.02.2009.

Internação de adolescente em cadeias públicas. Admissibilidade com condições


específicas

Pedido de Providências. Internação de adolescente em cadeias


públicas. Recomendação aos Magistrados. ECA. Recomendação de providências à
Corregedoria Geral de Justiça de São Paulo, para orientar os juízes de infância e juventude
que observem o prazo máximo previsto no § 2º do art. 185 do ECA, quando se verificar a
situação excepcional nele prevista, cuidando-se para que os adolescentes fiquem em seção
isolada dos adultos e com instalações apropriadas na repartição policial. (CNJ – PP 154 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

INFRAÇÃO DISCIPLINAR
Sindicância contra Desembargador

Sindicância. Desembargador. Infração disciplinar não


caracterizada. Arquivamento. Hipótese na qual foi instaurada Sindicância com o fim de se
apurar o abuso de prerrogativa por parte de Desembargador do Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí. “Não trazendo os autos elementos que indiquem o cometimento de
infração disciplinar por parte do Desembargador denunciado impõe-se o arquivamento da
sindicância” (CNJ – SIND 5 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão –
j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INQUÉRITO JUDICIAL
Controle pelo CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


383

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento e prisão


cautelar de magistrado investido em função eleitoral. Inquérito judicial. Questão
jurisdicional. Incompetência do CNJ. Inaplicabilidade da Res. 30/CNJ ao processo
criminal de competência originária dos Tribunais. Nulidades não-demonstradas. – “I) O
inquérito judicial, assim como o inquérito policial, tem assumido cada vez mais a feição de
fase processual-jurisdicional, em especial, com o contorno dado pela novel Súmula
Vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal, de modo que inviável seu controle por parte
do CNJ por absoluta incompetência nos termos do art. 103-B, § 4º, da CF/88 (PPs 16, 21,
42, 63 e 200810000003961; PCA 631). II) O rito procedimental de apuração da infração
disciplinar não se confunde com a apuração de crime de competência penal originária dos
Tribunais. Inaplicabilidade da Res. 30/CNJ. Exegese dos arts. 25 da Res. 30/CNJ, 1º a 12,
da Lei 8038/90, e 29, I, “d”, do Código Eleitoral, c/c os precedentes do STF (HC
94278/SP, RHC 84903/RN). III) Procedimento de Controle Administrativo
preliminarmente não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000029100 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

INQUÉRITO POLICIAL
Controle pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento e prisão


cautelar de magistrado investido em função eleitoral. Inquérito judicial. Questão
jurisdicional. Incompetência do CNJ. Inaplicabilidade da Res. 30/CNJ ao processo
criminal de competência originária dos Tribunais. Nulidades não-demonstradas. – “I) O
inquérito judicial, assim como o inquérito policial, tem assumido cada vez mais a feição de
fase processual-jurisdicional, em especial, com o contorno dado pela novel Súmula
Vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal, de modo que inviável seu controle por parte
do CNJ por absoluta incompetência nos termos do art. 103-B, § 4º, da CF/88 (PPs 16, 21,
42, 63 e 200810000003961; PCA 631). II) O rito procedimental de apuração da infração
disciplinar não se confunde com a apuração de crime de competência penal originária dos
Tribunais. Inaplicabilidade da Res. 30/CNJ. Exegese dos arts. 25 da Res. 30/CNJ, 1º a 12,
da Lei 8038/90, e 29, I, “d”, do Código Eleitoral, c/c os precedentes do STF (HC
94278/SP, RHC 84903/RN). III) Procedimento de Controle Administrativo
preliminarmente não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000029100 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Termo de ajuste firmado com o MP para que este presida e direcione o


inquérito policial

Termo de Ajuste sobre procedimentos administrativos de


investigação realizado pelo Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado do
Paraná. Supressão da Atividade Judicial na fase administrativa do Inquérito. Princípios
da celeridade, eficiência e interesse geral. – “O termo de ajuste firmado pelo Tribunal de
Justiça e Ministério Público do Estado do Paraná norteou-se no sentido de prevalência da
garantia ao interesse da defesa social, permanecendo íntegra a atividade de controle dos
inquéritos policiais e sublimando a prestação jurisdicional na fase processual, que ocorre
no momento do recebimento da denúncia encaminhada pelo Ministério Público. Essa
postura robustece a atuação de ambos na medida em que valoriza, de modo legítimo, a
ampla atuação do titular da ação penal sobre a investigação criminal, remanescendo ao
Poder Judiciário a sua verdadeira competência. O exame da realidade brasileira evidencia

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


384

que a atividade jurisdicional, notadamente na fase administrativa do inquérito, afigura-se


como mero procedimento, burocrático e totalmente dispensável, sendo sua permanência
incompatível com os princípios da celeridade, eficiência e interesse geral, tão caros aos
jurisdicionados” (CNJ – PCA 599 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – Vencido o
Conselheiro Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).
Parte do Voto Vencido do Cons. Rui Stoco:
Não obstante o excelente e erudito voto do nobre Conselheiro
Relator e a boa intenção da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná, o
Provimento n° 119/2007 por ela editado contraria o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 10 e art.
16 do Código de Processo Penal e extrapola os limites permitidos. Mais do que isso, nega
vigência a esses dispositivos, cuja obediência é cogente. Isto porque o ato administrativo
interno que estabeleça rotina procedimental não pode ser editado contra legem. Se o
Código de Processo Penal, posto a lume em período de restrição às liberdades e não mais
tem empatia com a Carta Magna que lhe seguiu, impõe-se sua reforma e não sua
substituição, ainda que parcial, por provimento que constitui apenas e tão-somente ato
interna corporis. Aliás, há oito projetos apresentados por Comissão de Reforma e que se
encontram em tramitação na Câmara dos Deputados. O referido Provimento dispõe no item
6.2.8 “que a escrivania fará remessa dos autos de inquérito à Promotoria de Justiça com
atribuição para atuar no feito, independentemente de despacho judicial, anotando a data
da remessa”. Ora, essa determinação contraria frontalmente o § 1o do art. 10 do CPP que
determina o envio dos autos ao juiz competente, após o relatório da autoridade policial. O
item 6.2.8.3 dispõe: “não há necessidade de pronunciamento do Juiz na baixa de inquéritos
policiais à Delegacia de Polícia, cabendo ao Ministério Público o controle do prazo
concedido, para os fins do art. 129, VII, da CF”. Todavia, essa determinação da
Corregedoria-Geral contraria o § 3o do art. 10 do CPP ao dispor: “Quando o fato for de
difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz”. É atribuição do juiz o controle da execução e conclusão dos inquéritos policiais
e, ainda, o controle dos prazos. Esse controle decorre da lei processual penal. Transferir
esse controle para o Ministério Público ofende o comando legal. Também o art. 16 do CPP
foi contrariado, na medida em que permitiu-se ao Ministério Público, através de mero ato
interno (Provimento) a prerrogativa de determinar a devolução do inquérito à autoridade
policial para novas diligências, quando a norma referida apenas concede ao Parquet
requerer esse retorno. Por fim, o ato editado significa dar a um Estado da Federação poder
de legislar não concedido a nenhum deles, por força do sistema federativo adotado. Esses
os fundamentos pelos quais pedimos venia para divergir do voto do ilustre e culto Relator
pois, segundo nosso entendimento, era caso de desconstituir o ato administrativo
vergastado.

INSTITUIÇÃO DE ENSINO
Exercício de atividade docente por magistrados

“O exercício de qualquer atividade docente deverá ser comunicado


formalmente pelo magistrado ao órgão competente do Tribunal, com a indicação do nome
da instituição de ensino, da(s) disciplina(s) e dos horários das aulas que serão ministradas.
§ 1º – No prazo máximo de 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta
Resolução, os tribunais deverão expedir ofícios a seus magistrados, para que informem
acerca do exercício de cargo ou função de magistério e respectivos horários. § 2º –
Verificada a presença de prejuízo para a prestação jurisdicional em razão do exercício de
atividades docentes, o Tribunal, por seu órgão competente, determinará ao magistrado que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


385

adote de imediato as medidas necessárias para regularizar a situação, sob pena de


instauração do procedimento administrativo disciplinar cabível, procedendo a devida
comunicação em 24 horas. § 3º – Verificado o exercício de cargo ou função de magistério
em desconformidade com a presente Resolução, e, excluída a hipótese do parágrafo
anterior, o Tribunal, por seu órgão competente, ouvido o magistrado, fixará prazo para as
adequações devidas, observado o prazo máximo de 06 (seis) meses” (art. 3º da Res. CNJ
34, de 24.04.2007).
Observação:
1. A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta as
Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados de
exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.
2. Vide decisão monocrática do Cons. Cláudio Godoy no PP 18, de 16.08.2005,
DJU 05.09.2005.

INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA, ENTIDADE DE CLASSE, ASSOCIAÇÕES E


OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS
Associação de magistrados. Ilegitimidade para defender interesses específicos e
individuais de seu associado

“A associação de magistrados não possui legitimidade para


defender interesses específicos e individuais de magistrado associado. Ausência de
comprovação de interesse geral da categoria por não tratar de prerrogativa da magistratura,
mas apenas de interesse individual. Aplicação subsidiária do art. 333, I, CPC, aplicado
subsidiariamente pelo art. 45, XII, do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000002981 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Assunção de cargo ou função, sem remuneração

Pedido de Providências. Consulta. Alcance da Res. 10/2005 do


CNJ. Magistrado. Exercício de cargo, sem remuneração, em instituição filantrópica.
Impossibilidade. – “Embora os magistrados modernos devam ser partícipes e integrados à
sociedade, não se afastando do cotidiano, aprimorando suas orientações humanísticas,
filosóficas e sociológicas, devem dedicação exclusiva à sua função, jamais podendo
desviar o conjunto de suas forças intelectuais e físicas para outras atividades” (CNJ – PP
971 – Rel. Cons.Marcus Faver – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 –
Ementa não oficial).
Parte do Voto do Relator:
“Embora os magistrados modernos devam ser partícipes e
integrados à sociedade, não se afastando do cotidiano, aprimorando suas orientações
humanísticas, filosóficas e sociológicas, devem dedicação exclusiva à sua função, jamais
podendo desviar o conjunto de suas forças intelectuais e físicas para outras atividades.
Assim, pode – e deve – o magistrado participar da vida em sociedade, escolher seu time de
futebol, seu clube, sua organização não governamental, suas atividades voluntárias mas,
jamais poderá exercer, em quaisquer dessas entidades, cargos de direção porque estaria
dividindo seu esforço, escapando à dedicação exclusiva, altamente salutar para o bom
desempenho da judicatura. Somente é permitido ao magistrado, como exceção, o exercício
de magistério, onde poderá aprimorar, com seus conhecimentos, a formação dos futuros
profissionais do Direito, melhorando, por conseguinte, a prestação da Justiça para toda a
população. Também se permite que o Juiz dirija órgãos de classe, como a Associação de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


386

Magistrados, visando promover as melhorias necessárias à carreira da Magistratura, à


formação e atuação dos Juízes, à criação de Escola de Magistratura etc. Convém destacar,
por oportuno, que o Conselho foi criado, entre outras funções, para fiscalizar desvios de
conduta de magistrados, então não se pode admitir que o Juiz, a pretexto de participar do
mundo, nele desgaste sua energia em prejuízo da função jurisdicional, já tão sacrificada
pela imensa quantidade de processos que abarrotam os fóruns de todo o País” (CNJ – PP
971 – Rel. Designado Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006).
Parte do Voto do Relator Sorteado e Vencido, Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni:
“(...) Trata-se de uma entidade integrante do chamado ‘Terceiro
Setor’, ou seja: não visa ao lucro; é formada por voluntários; pretende atuar em uma esfera
pertinente ao Estado, mas que se encontra deficiente; tem como base as instituições
democráticas da equidade e da justiça social”. “(...) Ora, ainda que se argumente que o art.
95, parágrafo único, inciso I, da Constituição é manifesto ao permitir aos juízes apenas o
magistério como atividade alternativa, o caso é de mutação constitucional – procedimento
não formal de mudança das constituições rígidas (via tradição, costumes, interpretação,
alterações empíricas e sociológicas, acarretando apenas mudança semântica, mas não do
texto constitucional), que é reconhecido pela doutrina e já utilizado pelo Supremo Tribunal
Federal”.

Pedido de Providências. Magistratura. Regime Jurídico.


Acumulação com a função de grão-mestre da Maçonaria. Vedação. – “O Regime Jurídico
da Magistratura, previsto na Constituição Federal, ao estipular prerrogativas, deveres e
vedações aos magistrados, visou, precipuamente, a preservar a independência e a
imparcialidade do magistrado. Consoante se depreende do disposto no artigo 95, parágrafo
único, inciso I, da Carta atual e do art. 36, inciso II, da LC 35/79, é vedado acumular o
exercício da magistratura com o de grão-mestre da maçonaria” (CNJ – PP 596 – Rel.
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Vedações impostas aos magistrados.


Consulta formulada por servidor público. Conhecimento. Vigência da LOMAN. Premissa
fundamental. – “Conforme reiteradas decisões do STF, está em plena vigência os
dispositivos da LC 35/79, particularmente sobre os deveres e vedações aos magistrados.
Matéria, aliás, também já apreciada no CNJ quando da edição da Resolução 10/2005.
Regras complementadas pelo art. 95 e parágrafo único da Constituição Federal.
Prevalência do princípio da dedicação exclusiva, indispensável à função judicante. Não
pode o magistrado exercer comércio ou participar, como diretor ou ocupante de cargo de
direção, de sociedade comercial de qualquer espécie/natureza ou de economia mista (art.
36, I da LOMAN). Também está impedido de exercer cargo de direção ou de técnico de
pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-
se apenas a direção de associação de classe ou de escola de magistrados e o exercício de
um cargo de magistério. Não pode, conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de
Rotary, de Lions, de APAEs, de ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado
também ser Grão Mestre de Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de
escola ou faculdade pública ou particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece
respondendo-se afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel.
Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

INSTRUMENTO DE MANDATO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


387

Vide: PROCURAÇÃO

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E DE SISTEMAS DE INFORMÁTICA E


TELEMÁTICA
V. tb.: PROVA

Possibilidade de utilização de gravação telefônica interceptada em processo


penal em processo administrativo disciplinar

Reclamação Disciplinar. Interceptações telefônicas. Deferimento


apenas para fins penais. Possibilidade de utilização em processo administrativo.
Degravação integral. Desnecessidade. – “A Constituição Federal estabelece que a
interceptação das comunicações telefônicas somente é possível para fins de ‘investigação
criminal ou instrução processual penal’ – art. 5º, inc. XII. Assim, não é possível deferir a
interceptação diretamente para fins de investigação por ato de improbidade administrativa.
O dispositivo deve, porém, ser interpretado no sentido de que a interceptação somente
pode ser deferida para fins penais, nada impedindo que, após a obtenção, a prova venha a
ser utilizada em ação civil, em especial de natureza sancionária, como em Procedimento
Administrativo Disciplinar contra servidores públicos. Não há qualquer prejuízo no acesso
parcial da degravação das interceptações telefônicas, tendo em vista que todo o material
poderá ser disponibilizado ao longo do processo administrativo, a fim de garantir a ampla
defesa e o contraditório. Ademais, neste ponto, a degravação integral das interceptações é
desnecessária, inconveniente e até mesmo inexeqüível. No início da investigação não há
uma delimitação completa e exata do objeto, não havendo como exigir-se os rigores do
princípio da correlação. Investiga-se, com base em uma hipótese, mas sem uma definição
totalmente precisa dos contornos do fato. Assim, estando os fatos descobertos dentro dos
contornos mais ou menos fluidos do tema da investigação, a prova deve ser admitida”
(CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão
– j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Prova em investigação criminal e em instrução processual penal.


Regulamentação
Vide: Res. CNJ 59, de 09.09.2008.

INTERDIÇÃO DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL


V. tb.: ESTABELECIMENTO PRISIONAL

Natureza da decisão que decreta a interdição

“A decisão que decreta a interdição de estabelecimentos prisionais


é de natureza administrativa e não jurisdicional, não sendo desafiável por meio do recurso
de agravo em execução (art. 197 da LEP), consoante entendimento do STJ (MC 5220/MG
e RMS 4059/RS). Analogia com a natureza jurídica da decisão que transfere presos,
igualmente consubstanciadora de ato administrativo (STF: HC 64347/SP e HC 67221/PR;
STJ: CC 40326/RJ). Sendo administrativo, submete-se ao controle hierárquico da
Administração e compete ao juízo de execução criminal, desde que observadas as
formalidades e procedimentos, caso regulamentados, do Tribunal de origem. Exegese
conjugada dos arts. 65 e 66, VIII, da LEP” (CNJ – PCA 200810000008454 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


388

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Interdição de estabelecimentos prisionais. Natureza jurídica.
Competência. Enfoque macro do problema prisional. Improvimento. – “A situação em tela
trata à toda evidência de hipótese de interdição, independentemente do nomen juris que
seja conferido pela requerente (‘regularização do funcionamento da unidade prisional’),
porquanto o resultado prático é rigorosamente o mesmo que o resultado objurgado no
julgamento citado. Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000008454 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

INTERESSE DE AGIR
Falta de interesse do requerente perante o CNJ

Pedido de Providências. Consulta. Ilegitimidade ativa. Não


conhecimento. Da mesma forma que ocorre quanto aos Procedimentos de Controle
Administrativo, o Pedido de Providências também deve atender ao disposto na Lei
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, no que diz respeito ao
interesse do requerente em mover o pedido, sob pena do Plenário do CNJ ficar
inviabilizado pelo recebimento indiscriminado de diversos pleitos administrativos. Não se
toma conhecimento da consulta formulada, em decorrência da falta de interesse do
requerente. (CNJ – PP 1229 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

INTERESSE MERAMENTE INDIVIDUAL DO REQUERENTE


Palavra-chave: QUESTÃO INDIVIDUAL

Agentes de segurança judiciária. Pretensão de reenquadramento

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Agentes de segurança judiciária. Plano de cargos e salários do Judiciário.
Leis 9.421/96 e 11.416/06. Portaria Conjunta 03/07. Reenquadramento. Res. 568/07 do
CJF. Termo de opção. Ausência de repercussão geral. Improvimento. – “I) Inviável o
conhecimento de questões de interesse meramente individual que careçam de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário nacional. Simples aplicação de normas sobre temas
ligados ao Poder Judiciário da União, ou até mesmo especulação, ou mera conjecturas, não
são aptas para caracterizar o interesse geral, mormente quando despidos de qualquer
comprovação. II) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo
conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ – PCA 200810000030939
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Alegação de irregularidade em inscrição de candidato aprovado em concurso

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Suposta irregularidade em inscrição de candidato aprovado em 1º lugar
em concurso TJMG. Pedido interposto por candidato aprovado em 2º lugar. Não
conhecimento. – “Pedido exclusivamente individual, de caráter local, não condizente com
os objetivos da atuação deste Conselho”. (CNJ – PCA 200810000024034 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

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389

Anulação de processo administrativo disciplinar. Oficial de Registro

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Anulação de


Processo Administrativo Disciplinar. Oficial de registro. Natureza individual. Avocação
de processo. – “ A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está
centrada em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §
4º)” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

“O pedido de anulação de Processo Administrativo Disciplinar


instaurado em Corregedoria local contra Oficial de Registro Civil ostenta natureza
meramente individual, apreciável em face das nuances de cada caso, razão por que não se
inscreve na competência do CNJ” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Ato administrativo. Revisão pelo CNJ. Ausência de repercussão geral

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Técnico judiciário executor de mandados. Pleito de remoção por
antiguidade. Indeferimento. Alegada perseguição e violação ao princípio da legalidade.
Direito individual. Não conhecimento. – “I) A apreciação, por parte do Conselho Nacional
de Justiça, da legalidade dos atos administrativos praticados por órgãos ou agentes
públicos pressupõe, por um lado, a consolidação definitiva da situação jurídica decorrente
da atuação questionada e, por outro, a repercussão geral do provimento pugnado. II)
Refoge à competência do CNJ o conhecimento de questões de cunho individual e que não
repercutam de forma geral na sociedade e no âmago do Poder Judiciário pátrio. III)
Insurgências como a presente não ostentam, a princípio, caráter geral passível de
configurar a repercussão do debate no âmbito de outros órgãos do Poder Judiciário,
ensejando, em caso de efetiva atuação desta Corte, indevida investida contra os primados
da autonomia e autogoverno da administração dos Tribunais (art. 103-B, § 4º, I, CF/88).
IV) Recurso administrativo a que se nega provimento para manter a decisão de não-
conhecimento do pedido” (CNJ – PCA 20081000016232 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Auditor Fiscal da Receita Federal. Atividade jurídica

Pedido de Providências. Consulta individual. Auditor fiscal da


Receita Federal do Brasil. Atividade jurídica. Artigo 2º da Resolução 11/2006 do
Conselho Nacional de Justiça. – “Questiona-se se o exercício da atividade de Auditoria
Fiscal da Receita Federal do Brasil (cargo resultante da unificação dos cargos de Auditor
Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da Receita Federal – Lei 11.457/2007) se
insere no cômputo para atividade jurídica, nos termos do artigo 2º da Resolução 11/2006.
Interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o Judiciário
Nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça. Consulta não conhecida”
(CNJ – PP 200810000009380 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008
– DJU 05.08.2008).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Pedido de revisão e


anulação de questões da prova

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


390

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Pedido de revisão e anulação de questões de
prova objetiva. Interesse individual. – “A jurisprudência majoritária dos Tribunais
Superiores é no sentido de que, somente nos casos de flagrante erro material perceptível de
plano e, excepcionalmente, deve ser declarada nula questão de prova objetiva, sob pena de
invadir-se a competência administrativa da Banca Examinadora. Por outro turno, o simples
fato da Banca Examinadora alterar o gabarito preliminar, após a análise dos recursos dos
candidatos, não caracteriza per se a ilegalidade sustentada pelo requerente, mas adequação
administrativa ao julgamento dos recursos. A substituição ou anulação de questões eivadas
de vícios na correção – ressalte-se, correção esta realizada após análise de todos os
recursos dos candidatos insatisfeitos com o gabarito preliminar – foi fundamentada na
opção de resposta admitida pela Banca, e que resultou no gabarito definitivo. O que se
verifica, in casu, é a insurgência do requerente com a opção adotada pela Banca e que, à
evidência, não autoriza este Conselho a rever as aludidas questões, sobretudo, porque
caracteriza interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o
Judiciário nacional” (CNJ – PCA 518 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª
Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Concurso de ingresso na Magistratura. Similitude das questões com outros


certames

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso da magistratura. Similitude de questões com outros certames.
Tutela dos direitos individuais. Ausência de competência do CNJ. Favorecimento não
comprovado. Conjectura. Não-conhecimento. – “I) Não cabe ao Conselho Nacional de
Justiça tutelar, em concreto, interesses individuais sem repercussão geral para o Poder
Judiciário (PCA 200710000008395; PP 808)” (CNJ – PCA 200810000009811 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Consulta. Atividade jurídica

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Consulta


sobre atividade jurídica. Interesse individual. Competência da comissão do concurso. –
“Interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o Judiciário
nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça. É da Comissão do respectivo
concurso a competência para o exame das atividades desenvolvidas pelo candidato como
sendo jurídicas ou não, como sendo válidas ou não para comprovação do requisito legal.
Precedentes. Recurso Administrativo a que se nega provimento. Decisão unânime” (CNJ –
PP 200810000028192 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Insurgência de candidato que não foi nomeado como titular de serventia


extrajudicial

Pedido de Providências. Designação de concursado como Oficial


Registrador. Questão individual. Não-conhecimento. – “Considera-se questão de natureza
individual sem repercussão geral para o Poder Judiciário como um todo o pleito em que
candidato insurge-se contra alegada omissão da Corte de origem em nomeá-lo para
delegação de serventia extrajudicial, não se inserindo na hipótese de controle estatuída pelo
comando do art. 103-B, § 4º, da CF/88. Precedentes (PCA 8395; PPs 248, 808, 1310,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


391

1427). II) Pedido de providências a que não se conhece” (CNJ – PP 200810000019130 –


Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Não conhecimento do procedimento

Procedimento de Controle Administrativo. Atuação do CNJ.


Ausência de relevância nacional do tema. Anulação de questão de prova. Não
conhecimento do pedido. A atuação constitucional do CNJ objetiva o interesse coletivo do
Poder Judiciário e da sociedade em geral, como órgão gestor de políticas nacionais de
melhoria da prestação jurisdicional. A orientação do Plenário está consolidada no sentido
de que o CNJ não deve tomar conhecimento de matérias sem interesse público relevante e
pertinente às suas competências constitucionais, em substituição a todos os órgãos
administrativos do Poder Judiciário. A anulação de questão de prova de concurso público
não evidencia o interesse público geral adequado à relevante função constitucional do
Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 7ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Questões de prova objetiva. Procedimento judicial em curso. – “A procura pela resposta
jurisdicional – sobretudo quando proferida decisão, ainda que transitória – afasta a
conveniência de intervenção do Conselho, em especial no caso de postulação individual
que não prestigia matéria de repercussão institucional, não está exposta ao risco de
irreversibilidade e se sujeita à hipótese de desvio da competência recursal” (CNJ– PCA
500 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Concurso para Ingresso na carreira da
magistratura. Arquivamento Liminar. Manutenção da decisão proferida. - “... não é, e nem
deve ser o CNJ, uma segunda instância administrativa. Aliás, também não é o CNJ
competente para o controle de questões de caráter meramente individual” (CNJ – PCA 573
– Rel. Conselheiro Gelson de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Art.103, RICNJ. Matéria que envolve apenas interesse individual. – “A
atuação constitucional do CNJ visa ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda
sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal
para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por
todos os órgãos judiciais” (CNJ – PCA 625 – Rel. Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões individuais. Ausência de ilegalidade. Natureza do vínculo dos
cargos comissionados. Improvimento. – “Não é o CNJ o local para discussão de questões
individuais que não afetem o Poder Judiciário como um todo” (CNJ – PP 9867 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

“A pretensão deduzida pelos requerentes revela o intuito de


satisfazer interesse meramente individual no sentido de obstar a continuidade do concurso
público e obter a outorga definitiva de suas delegações” (CNJ – PCA 200810000031385 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


392

Oficial de Justiça. Exercício precário. Questão de natureza individual.


Ausência de interesse geral

Recurso Administrativo. Oficial de Justiça. Exercício em caráter


precário. Exoneração. Controle do ato. Natureza eminentemente individual. – “I) A
competência do CNJ para o exame da legalidade de atos administrativos emanados de
órgãos do Poder Judiciário deve ser lida no contexto de suas demais missões institucionais,
em especial o planejamento estratégico do Poder Judiciário. II) Não cabe ao CNJ o exame
de pretensões que ostentem natureza eminentemente individual, desprovidas de interesse
geral para o Poder Judiciário em âmbito nacional ou para a sociedade. III) Recurso
Administrativo em Pedido de Providências de que se conhece” (CNJ – PCA
2008100000033473 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Titular de serventia extrajudicial. Renúncia à delegação com o objetivo de


esquivar-se de sanção

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Pedido de natureza


individual. Renúncia à delegação de serventia extrajudicial. Escopo de esquivar-se de
sanção. – “1) A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está centrada
em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §4º). 2) O
exame da eficácia de renúncia à delegação de serventia extrajudicial e do conseqüente
pedido de declaração de extinção do vínculo do notário com a Administração Pública, em
manifesto escopo de esquivar-se de sanção já imposta pela Corregedoria local, constitui
pretensão de natureza meramente individual, insuscetível de apreciação pelo CNJ. Trata-se
de pleito que não extravasa o âmbito pessoal do requerente e, por isso, refoge à
competência do CNJ. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não se conhece”
(CNJ – PCA 200810000019506 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

INTERESSE PROCESSUAL
Exigência para a instauração de procedimento

Pedido de Providências. Falta de interesse. – “A orientação do


Plenário do CNJ é pacífica no sentido de que, para mover Procedimento de Controle
Admnistrativo, o requerente deve comprovar a sua condição de interessado, nos termos dos
artigos 5º e 9º da Lei 9.784/99, combinado com o artigo 100 do Regimento Interno deste
Conselho. A ausência desse requisito acarreta o não conhecimento do processo” (CNJ – PP
274 – Rel. Cons.Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007 – Ementa não oficial).

INTERESSE PÚBLICO
Preponderância sobre o interesse individual do servidor

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Não se
desconhece que inexiste direito líquido e certo do servidor perante o administrador de obter
remoção de um posto de trabalho para outro, de sorte que funcionário poderá adquirir

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


393

direito à permanência no serviço público, mas não adquirirá direito ao exercício da mesma
função, no mesmo lugar e nas mesmas condições. O que prepondera é o interesse público
não o interesse individual ou pessoal” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

INTERNET
Vide: ENDEREÇO ELETRÔNICO

INTIMAÇÃO
Ausência de intimação para julgamento

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de intimação


para julgamento. Acolhimento. A ausência de previa intimação do requerente para a sessão
de julgamento do procedimento pelo Plenário do CNJ é causa de nulidade do julgamento.
Acolhe-se o pleito aduzido, para determinar a nulidade do julgamento ocorrido na sessão
do dia 10.10.2006, com nova inclusão do feito em pauta para análise do mérito do pedido
exordial. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j.
06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Nulidade. Julgamento realizado sem intimação das partes

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


ocupante de função comissionada sem vínculo com a administração. Ato do presidente do
Tribunal Regional Federal. Inocorrência de incidência da Res. 07/CNJ. Irrelevância. Res.
CJF 444/2005, art. 4º, “e”. Não induzimento à incompetência do Presidente. Julgamento
realizado sem intimação das partes. Nulidade. – “I) Anula-se julgamento anterior se a
intimação das partes não se realizara, por erro na designação de seus nomes na publicação
da pauta. II) Julgamento anulado. III) Novo julgamento indeferindo o pedido” (CNJ – PCA
232 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Partes e terceiros interessados. Omissão

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamação contra a


formulação da lista de antiguidade de magistrados. Julgamento sem cientificação dos
potencias afetados, nos termos do artigo 98 do Regimento Interno do Conselho Nacional
de Justiça. Pedido de Esclarecimentos acolhido para anular o julgamento e determinar a
publicação de editais. (CNJ – PCA 251 – Rel. Cons. Claudio Godoy – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Terceiros interessados. Edital

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra a


intimação de terceiros interessados por edital. Alegação de que o Tribunal não incluiu no
concurso algumas serventias criadas após o advento da CF/88 e da Lei Federal 8.935/94
e que estariam em regime ilegal de acumulação. – “Não há falar em cerceamento de defesa
por falta de intimação pessoal dos terceiros interessados. A intimação por edital encontra
supedâneo em norma constante do Regimento Interno do CNJ, inexistindo previsão legal
ou regimental de intimação pessoal, como pretendido” (CNJ – PCA 200810000006974 e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


394

PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU
18.08.2008).

INVENTÁRIO
Vide: SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Contra magistrado. Instauração pelo Órgão Especial ou Tribunal Pleno.
Exigência de maioria absoluta. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Não instauração de inquérito e não afastamento do magistrado. Ausência de quorum
mínimo. Recurso Administrativo não conhecido pelo Tribunal. Parcialmente procedente. –
“Acolho as ponderações expostas no voto do eminente Conselheiro e integrando os seus
argumentos ao meu voto, dou provimento ao recurso para julgar parcialmente procedente o
Procedimento de Controle Administrativo, nos termos do voto vista proferido pelo
Conselheiro José Adonis Callou de Araújo Sá, acolhendo, inclusive, as propostas por ele
apresentadas” (CNJ – PCA 200710000017372 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008 – Ementa não oficial).
Parte do voto vencedor do Conselheiro José Adonis Callou de Araújo Sá: “I) A
exigência legal é de maioria absoluta para a decisão que afasta ou aplica punição contra
magistrado, não para a decisão que recusa a proposta de afastamento. Em síntese, não
vislumbro ilegalidade na deliberação pelo Conselho Administrativo do TJDFT, no que diz
respeito à inexistência de maioria absoluta para afastamento do magistrado acusado. II)
Vê-se que a decisão impugnada concedeu indevida extensão às prerrogativas da
magistratura, fixando exigência de deliberação colegiada para a mera instauração de
investigação penal, por maioria absoluta que não se exige nem mesmo para a condenação
penal. Sobre o tema, há precedente do STF no RHC 84903/RN (PP 00027 – Rel. Min.
Sepúlveda Pertence – j. 16.11.2004 – DJ 04.02.2005). A atribuição de realizar a
investigação penal contra o magistrado, independentemente de qualquer deliberação do
Tribunal Pleno ou Órgão Especial, é do relator sorteado, tal como previsto no RITJSP
(artigos 312/314), ou do Corregedor, como prevê o RITJRJ (art. 163, § 3º). No âmbito do
próprio TJDFT, cabe ao Corregedor ‘presidir inquérito destinado à apuração de infração
penal praticada por Juiz’ (RICTJDFT art. 304) e ao Conselho Especial compete processar a
julgar a ação penal contra Juiz de Direito (RITJDFT art. 8º, I, b). Segundo a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, na hipótese de foro por prerrogativa de função, o inquérito
fica submetido à supervisão judicial do relator, exceto no que diz respeito à magistratura,
por força do art. 33, parágrafo único da LOMAN. Essa ressalva é expressa no voto do
Ministro Sepúlveda Pertence no RHC 84903/RN (PP 00027 – j. 16.11.2004 – DJ
04.02.2005)”.

IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS
Instituição do subsídio. Perda salarial. Exigência de garantia da
irredutibilidade

“No entanto, na hipótese de ocorrer decesso remuneratório do


magistrado com a instituição do regime de subsídio, há de se preservar a garantia
constitucional da irredutibilidade até o limite do teto, de modo a manter o valor nominal da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


395

remuneração que o magistrado percebia anteriormente ao advento da lei do subsídio,


mediante o pagamento da diferença a título de Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI, até se absorvida integralmente pelos novos valores do subsídio” (CNJ
– PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Magistrados aposentados com acréscimo de 20% sobre os proventos

Pedido de Providências. Consulta. Vencimentos. Aposentadoria.


Magistrados. Acréscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (art. 184, inciso III,
da Lei 1.711/52, c.c. o art. 250 da Lei 8.112/90) e o teto constitucional após a EC
41/2003. Garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos. Intangibilidade. – “I)
Não obstante cuidar-se de vantagem que não substantiva direito adquirido de estatura
constitucional, razão por que, após a EC 41/2003, não seria possível assegurar sua
percepção indefinida no tempo, fora ou além do teto a todos submetido, aos impetrantes,
porque magistrados, a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de
vencimentos modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas
constitucionais mesmas. II) Ainda que, em tese, se considerasse susceptível de sofrer
dispensa específica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto
norma expressa e inequívoca, a que não se presta o art. 9 o da EC 41/02, pois o art. 17 do
ADCT, a que se reporta, é norma referida no momento inicial de vigência da Constituição
de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua
eficácia; de qualquer sorte, é mais que duvidosa a sua compatibilidade com a ‘cláusula
pétrea’ de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituição
de 1988, recebida como ato constituinte originário. III) Os impetrantes – sob o pálio da
garantia da irredutibilidade de vencimentos –, têm direito a continuar percebendo o
acréscimo de 20% sobre os proventos, até que seu montante seja absorvido pelo subsídio
fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. (...) (STF, MS. 24.875/DF,
Relator Ministro Sepúlveda Pertence). Consulta respondida afirmativamente, com
ressalvas” (CNJ – PP 666 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Princípio da boa-fé objetiva

“Quanto ao adicional por tempo de serviço, que aqui interessa no


momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsídios, compreendido em seu
valor, mas, veja-se, e aí o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando
decréscimo à remuneração dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se crê, a razão pela
qual o julgamento referido não chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da
irredutibilidade. Por óbvio, não se discute irredutibilidade se redução não houve. E, de
mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de
gratificação nem mesmo prevista na LOMAN, e não a adicional contemplado pela mesma
legislação (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a
todos os Magistrados percepção, contando o ATS, de remuneração não superior ao
montante recebido por Ministro, então a implantação do subsídio, absorvendo esses
valores, não ocasionou redução alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Sepúlveda
Pertence). De toda sorte, quando mais não fosse, restaria ainda a questão da incidência, à
espécie, do princípio da boa-fé objetiva, de inspiração constitucional (art. 3º, I), e que
concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que
‘o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepção de verba prevista na
LOMAN, de modo contínuo no tempo. E por muito tempo. São anos, décadas até, durante

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


396

as quais juízes, além dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compõe a
remuneração, de boa-fé auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a
renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Público,
por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judiciário verbas que compõe sua
remuneração, sem qualquer ressalva. Cria a confiança em que esse o importe legítimo da
contrapartida pelos serviços prestados. Com base no respectivo valor, na confiança
despertada sobre sua legitimidade, e reforçada pela previsão da irredutibilidade, o
recebedor organiza seu orçamento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedações impostas ao
juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que
consubstancia sua remuneração. E, passado todo esse tempo, o Poder Público, quebrando a
justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remuneração ao teto posteriormente
instituído, mercê de reforma constitucional, que entretanto não exclui a garantia de
irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possível, ante a natureza do direito
envolvido, e procurando afastá-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre
pagou, corta parte da remuneração que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo
e comum. Ora, já não fosse o quanto antes deduzido no tocante à irredutibilidade, tem-se
que a situação é típica, conforme se crê, de maltrato a um princípio básico na relação entre
as pessoas, de ordem e origem também constitucional (art. 3º, I), aplicável não só no trato
entre particulares, mas igualmente à Administração Pública. Refere-se o princípio da boa-
fé objetiva, corolário do solidarismo elevado, na disposição constitucional citada, a
elemento axiológico básico do sistema, verdadeiro imperativo ético, de lealdade, a permear
as relações em geral, as jurídicas dentre elas. Cuida-se de um padrão ético de
comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservação da confiança e
expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in
genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princípio,
revelando uma das inúmeras funções que lhe são reconhecidas, no caso de limitação ao
exercício de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditórios. É a chamada teoria dos
atos próprios, em cujos lindes se coloca a proibição do venire contra factum proprium.
Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditória com comportamento anterior (cf.
JUDITH MARTINS COSTA. A Boa Fé no Direito Privado. São Paulo: Ed. RT, p. 461).
Na espécie, seria a Administração pagar, ao pressuposto de que legítimo esse pagamento,
inclusive porquanto escudado em lei e não raro prestigiado pela jurisprudência, uma certa
remuneração a seus servidores e, tempos depois, à consideração de que alterada a
legislação, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando
a irredutibilidade ao argumento de que ilegítimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como
que uma autotutela tardia, senão pela prescrição administrativa, mas de novo por obra e
incidência da boa-fé objetiva, aqui externada pelo fenômeno da suppressio, ou seja, a perda
da possibilidade de exercício de uma prerrogativa pela inércia do titular durante tempo
passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa não mais se
exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa fé no Direito Civil., Coimbra: Almedina,
1984, v. 2, p. 466). Posta a matéria ao âmbito administrativo, é o que ALMIRO DO
COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente líder, consubstanciado
no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situação que o tempo
consolidou, considera ser mesmo uma limitação ao exercício da autotutela, não fosse a
ressalva já contida na própria Súmula 473, que a contempla, em nome da segurança
jurídica e da aparência de legitimidade, aliás no caso mesmo presumida, característica dos
atos administrativos, e ainda que diante da prática de um ato inválido pela Administração
(Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado
de Direito Contemporâneo. Revista de Direito Público, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63).
De uma maneira ou de outra, sempre uma questão ou uma preocupação de não frustrar a
justa expectativa criada nas relações, a confiança despertada no sujeito. Exatamente o que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


397

se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegítimo o


adicional’. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., torna-
se definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto às verbas glosadas, resta a chamada
diferença individual de magistrado, que no voto de fls. já se reconhecia inespecífica e
inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa
sobre sua origem e amparo legal, ou por decisão judicial, repita-se, na esteira do que já
constara do voto de instauração, determina-se o seu corte. A última ressalva a se fazer diz
com a orientação fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas
mantidas, quando já implantado o regime do subsídio, devem ser calculadas sobre o
importe da remuneração anterior. Nesses termos, então, com a ressalva de posicionamento
pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle
Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferença individual de magistrado,
tudo nos moldes do quanto no voto se detalha” (CNJ – PCA 485 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Qüinqüênios

“Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinário quanto à


irredutibilidade de vencimentos, já apontado na análise na medida liminar, juntamente com
a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela
impossibilidade de aplicação da irredutibilidade de vencimentos em relação a
subsídios/adicionais por tempo de serviço, pois a fixação dos subsídios teria incorporado o
adicional por tempo de serviço, não sendo possível, portanto, que o magistrado passasse a
receber, além do subsídio, o valor ‘congelado’ correspondente aos antigos adicionais por
tempo de serviço. Igualmente, seguindo essa mesma orientação, não me parece possível a
manutenção do ‘adicional por tempo de serviço em até 55%’, pois, mesmo previsto no art.
129 da Constituição do Estado de São Paulo, encontra previsão expressa e antagônica no
art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificação adicional por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

–J–
JORNADA DE TRABALHO
V. tb.: SERVIDOR PÚBLICO

Diferenciada. Estabelecimento por cada ente da Administração, para seus


respectivos servidores

Analistas judiciários. Habilitação em medicina. Redução da


jornada de trabalho mediante Lei Estadual. Inaplicabilidade de Lei Federal. – “A jornada
de trabalho diferenciada para os médicos ocupantes de cargos públicos efetivos deve ser
estabelecida pelo ente a que está vinculado o servidor. Na esfera federal a matéria é objeto
de legislação específica, inaplicável no âmbito estadual” (CNJ – PP 200810000004072 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Servidor Público. Médico

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


398

Consulta. Jornada de trabalho. Médicos do Poder Judiciário. __


“Os servidores médicos do Poder Judiciário da União devem cumprir jornada de trabalho
de 4 horas diárias, em virtude do disposto na Lei 8.112/90 e na Lei 9.436/97. Os Tribunais
de Justiça deverão disciplinar a jornada de trabalho dos servidores médicos dos seus
quadros de pessoal, limitados às legislações existentes sobre a matéria em cada Estado,
quando houver” (CNJ – PP 200810000022694 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ


V. tb.: QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE
AÇÃO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA
PELO JUDICIÁRIO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ –
QUESTIONAMENTO NO CNJ DE MATÉRIA ANTERIORMENTE JUDICIALIZADA

Ação judicial proposta antes da criação do CNJ. Irrelevância

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. VI Concurso Público para Ingresso na Magistratura Federal da 1ª
Região. Matéria judicializada. Não conhecimento do Procedimento de Controle
Administrativo. Prescrição. – “1) Este Conselho Nacional da Justiça firmou orientação no
sentido de não conhecer de matéria anteriormente submetida à via judicial pelo próprio
requerente, como no caso. 2) É irrelevante a circunstância de ter sido a demanda judicial
iniciada antes da criação do CNJ. A orientação pelo não conhecimento de matéria
judicializada é ressalvada apenas nas hipóteses de ajuizamento de ação posteriormente à
provocação do CNJ e quando tal judicialização não se dá pelo próprio requerente. Recurso
a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000005135 – Rel. Cons. José Adônis
Callou de Araújo Sá – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Ajuizamento de mandado de segurança indeferido por ausência de prova


préconstituída. Possibilidade de apreciação pelo CNJ

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso de remoção. Magistratura. – “I) Em se tratando de questão
jurisdicionalizada, mostra-se possível sua análise de mérito pelo CNJ quando o mandado
de segurança, antes da decisão administrativa, tenha sido indeferido por ausência de prova
préconstituída (art. 8º da Lei 1.533/51), o que não faz coisa julgada material propriamente
(STF: AR 2021). II) É obrigação de quem se utiliza do sistema de fax zelar pela qualidade
e pela fidelidade do que foi transmitido, sendo inviável qualquer disparidade entre os
documentos transmitidos e os posteriormente juntados perante a Administração do
Tribunal a quo na hipótese de concurso de remoção na magistratura (art. 4º da Lei
9800/99). Precedentes do STF (AIs 562192, 537115, 712223, 694223, 639102, 631717,
501253 e 283660). III) Não se afigura plausível imputação de fraude em permuta ocorrida
entre magistrados que tenham logrado êxito na promoção horizontal, sobretudo por não
haver indícios minimamente comprovados de simulação ou dolo. IV) Recurso
Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que se conhece, por

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


399

tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA 200910000000666 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Ajuizamento de mandado de segurança sobre a mesma questão após o


procedimento ter sido instaurado no CNJ

Ajuizamento de Mandado de Segurança Coletivo pela Associação


dos Magistrados. Segurança Impetrada após o ingresso do Procedimento de Controle
Administrativo. Inviabilidade do afastamento da competência do Conselho Nacional de
Justiça. (CNJ – PCA 200810000017431 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 70ª Sessão
– j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Desistência de mandado de segurança após decisão monocrática do relator no


CNJ arquivando o pedido

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Desistência de mandado de segurança após a decisão monocrática final.
Pedido de revisão da decisão. – “Não há equívoco na decisão monocrática que determina o
arquivamento de pedido de controle administrativo em matéria judicializada criticado em
recurso por desistência da ação judicial indutora do óbice identificado, formulada após a
intimação da decisão monocrática de arquivamento” (CNJ – PCA 200810000000698 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008).

Impossibilidade de exame pelo CNJ de questão pendente de decisão em


Mandado de Segurança impetrado pela própria requerente

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Matéria


judicializada pela própria requerente, por meio de Mandado de Segurança. Segundo
entendimento pacificado por este Conselho Nacional de Justiça, uma vez judicializada a
questão, não cabe ao CNJ examiná-la, sob pena de, por vias transversas, imprimir
ineficácia à decisão judicial ou esvaziar seu objeto. Recurso a que se nega provimento.
(CNJ – PP 200810000002956 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Inadmissibilidade de utilização do CNJ como instância recursal

“No molde talhado pela Magna Carta, a apreciação de questões sub


judice refoge à missão institucional deste Colegiado, porquanto divorciada de seu papel
estratégico e ameaçadora da garantia e independência do Poder Judiciário e do equilíbrio
institucional. O procedimento admitido no âmbito do Conselho Nacional de Justiça não se
traduz por sucedâneo recursal ou meio alternativo de impugnação a decisões jurisdicionais
e tampouco serve à antecipação da tutela de direitos. A função desta Casa transcende o
ideário concretista da entrega da prestação jurisdicional e adentra o espaço estatal
destinado ao planejamento, organização e fiscalização da engrenagem judicial, rumo à
efetivação de uma ordem jurídica justa e tangível ao organismo social” (CNJ – PCA
200810000003420 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital sejam
novamente postas para escolha. Pretensão de inclusão de outras serventias

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


400

Procedimento de Controle Administrativo. Realização de segunda


audiência pública para escolha e provimento de serventias extrajudiciais no mesmo
concurso público, em razão de novas vacâncias ocorridas no prazo de validade do
certame. Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital
originariamente sejam novamente postas à disposição, desde que a vacância tenha
ocorrido durante o prazo de validade do certame. Pretensão de inclusão de outras
serventias. Inadmissibilidade. Aplicação pela comissão das disposições do edital. Questão
já objeto de apreciação judicial com decisão anterior ao ajuizamento. – “Se a Comissão
de Concurso deliberou acerca das serventias extrajudiciais que podem ser postas à
disposição para escolha dos candidatos com supedâneo em texto expresso de lei estadual,
cuja constitucionalidade foi argüida perante o Tribunal Pelo do Tribunal de Justiça e
considerada constitucional, está-se diante de questão judicial já decidida e que não pode
mais ser submetida ao controle do CNJ (PCA 200810000014648, PCA 200810000014934,
PCA 200810000015215, PCA 200810000015355, 69ª Sessão, j. 09.09.2008)” (CNJ – PCA
200810000020077 – Rel. Cons. Rui Stoco – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Mandado de Segurança no qual não houve julgamento de mérito.


Possibilidade de apreciação da matéria pelo CNJ

Preliminar. Jurisdicionalização da matéria. Rejeição. – “Não se


pode cogitar de existência de decisão judicial se a matéria debatida nos autos de Revisão
Disciplinar que tramita no Conselho Nacional de Justiça foi apenas tangenciada no acórdão
proferido em Mandado de Segurança, sem emissão de juízo de mérito a respeito pelo
Tribunal Pleno. Preliminar que se rejeita” (CNJ – RD 200830000000760 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Pendência de demanda judicial sobre a matéria

Revisão Disciplinar. Matéria judicializada. Não conhecimento. –


“A pendência de demanda judicial sobre a matéria obsta a apreciação do caso na via
administrativa, pois há risco iminente de serem proferidas decisões conflitantes, causadoras
de incerteza e insegurança jurídica. Precedentes do CNJ. Não conhecimento” (CNJ – RD
200710000014188 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

JUDICIALIZAÇÃO POSTERIOR DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO


DO CNJ
Perda do objeto do procedimento perante o CNJ

Pedido de Providências. Ação judicial sobre a mesma matéria.


Perda do objeto. – “O ingresso de ação posterior visando à obtenção de tutela jurisdicional
sobre a mesma matéria faz perder o objeto do pedido de providências formulado ao
Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 200710000016677 – Rel. Cons. Altino Pedrozo
dos Santos – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Providência que não impede a apreciação do CNJ

Questão de Ordem. Conselho Nacional de Justiça. Ação Judicial


posterior à apresentação de pedido ao CNJ. Indiferença. – “Conforme pacífica

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


401

jurisprudência do Conselho Nacional de Justiça, não é ele órgão revisor de decisões


judiciais. Contudo, a judicialização da questão administrativa submetida ao exame do
Conselho Nacional de Justiça não pode ser induzida pela parte, em instância ordinária,
depois de iniciado o procedimento no Conselho Nacional de Justiça, ante a insuperável
reserva constitucional de prerrogativa de foro de que seus atos desfrutam (CF, art. 102, I,
r). Logo, o julgamento de Procedimento Administrativo no âmbito deste Conselho não
pode ser afetado, prejudicado nem neutralizado por ação judicial ajuizada posteriormente
perante outra corte que não o Supremo Tribunal Federal. Questão de ordem resolvida pelo
prosseguimento do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – QO no PCA
200810000006172 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

JUDICIALIZAÇÃO SEM APRECIAÇÃO ESPECÍFICA DA QUESTÃO


SUBMETIDA AO CNJ
Admissibilidade de apreciação

Procedimento de Controle Administrativo. Competência do


Conselho Nacional de Justiça. Questão não judicializada. – “Conquanto a questão
apresentada no Conselho Nacional de Justiça tenha sido levantada judicialmente em sede
de mandado de segurança, não havendo decisão específica sobre o tema naquele âmbito, é
competente o Conselho para o exame do pedido, diante das atribuições conferidas pelo
artigo 103-B, parágrafo 4º, inciso II, da Constituição Federal” (CNJ – PCA
200810000010229 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 –
DJU 07.11.2008).

JUIZ AUDITOR DA JUSTIÇA MILITAR


Cargo vago. Preenchimento. Remoção ou promoção

Pedido de Providências. Consulta. Superior Tribunal Militar.


Cargo de juiz-auditor vago. Preenchimento. Remoção ou promoção. Precedência. Art. 93,
VIII-A, da CF/88. LOJM. LOMAN. – “A Lei Orgânica da Magistratura Nacional foi
expressa ao ditar que ao provimento inicial e à promoção por merecimento precederá a
remoção. Dessa maneira, em resposta ao que questionado pelo Superior Tribunal Militar,
tem-se que por ocasião da existência de vaga de cargo de Juiz-Auditor, a aplicação do
instituto da remoção, seja pelo critério do merecimento ou da antiguidade, deverá preceder
a promoção por merecimento, mas não a promoção por antiguidade. Julgado procedente o
pedido. Decisão por maioria de votos” (CNJ – PP 200810000028532 – Rel. Cons. Técio
Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Lista de antiguidade. Magistrado de entrância final. Inclusão em igualdade de


condições com juízes de mesma entrância

Juiz-auditor militar. Estado do Piauí. Magistrado de entrância


final. Lista de antiguidade. Inclusão em igualdade de condições com juízes de direito de
mesma entrância. Inviabilidade. – “Para o efeito de inclusão do juiz-auditor militar titular
na mesma lista de antiguidade dos juízes de direito de última entrância, conta-se o tempo
de atuação no cargo para o qual foi promovido, não se computando o tempo de atuação
como juiz-auditor substituto. Pedido da interessada de que se conhece e que se julga

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


402

improcedente” (CNJ – PCA 200810000013012 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Promoção. Publicação de edital. Único candidato. Desnecessidade

Juiz-Auditor Militar Substituto. Promoção. Publicação de edital.


Existência de apenas um magistrado no cargo. Desnecessidade. – “O procedimento de
promoção de juiz-auditor substituto ao cargo de titular deve ser precedido de abertura de
edital, de modo a observar os princípios constitucionais da publicidade e da legalidade, a
fim de possibilitar a inscrição de todos os candidatos interessados e garantir o emprego
alternado dos critérios de antiguidade e merecimento, nos moldes estabelecidos pela Lei
Federal 8.457/1992 (art. 36), pela Constituição Federal (art. 93, II) e pela Lei
Complementar 35/1979 (LOMAN, art. 80). Todavia, tal publicação torna-se desnecessária
se há apenas um juiz-auditor militar substituto para preencher a vaga de juiz-auditor militar
titular. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000013012 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

JUIZ AUXILIAR
Convocação para atuar perante a Presidência do Tribunal

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Goiás.


Cumprimento da Lei Estadual 16.167/2007. Convocação de Juiz Auxiliar para a
Presidência da Corte. Faculdade do Tribunal. Pedido julgado improcedente. Afastamento
de norma estadual que fere a Constituição brasileira de 1988. – “I) A convocação de
juízes auxiliares é faculdade atribuída ao Presidente do Tribunal, não sendo matéria afeta
às competências do Conselho Nacional de Justiça. II) Pode o Conselho Nacional de Justiça
determinar aos Tribunais que afastem a incidência de norma estadual contrária à
Constituição Federal” (CNJ – PP 200810000024307 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 73ª
Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

JUIZ CORREGEDOR PERMANENTE DE VARA EM QUE É TITULAR


Ato do Corregedor-Geral que destituiu o Juiz Corregedor e designou outro.
Função de confiança. Ato que não tem natureza disciplinar, nem caracteriza
sanção.

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça de São Paulo. Insurgência quanto à Decisão
Monocrática proferida. Modificação da titularidade da Corregedoria Permanente pela
Corregedoria-Geral de Justiça. Previsão expressa do Provimento 1.114/2006 do Tribunal
de Justiça de São Paulo. Caracterização de motivo relevante. – “Negativa do Magistrado
em prestar informações solicitadas por meio de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral de
Justiça. Resistência desnecessária do magistrado que provocou atraso em processo judicial.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000026420 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).
Parte do voto do Relator: “Por outro lado, entendemos que o ato da Corregedoria, desde
que absolutamente justificado, não depende de Processo Administrativo prévio, já que não
se trata de punição funcional. Isso porque o encargo de Corregedor Permanente está
estreitamente vinculado à confiança depositada no Magistrado pela Corregedoria-Geral e é

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


403

em razão disso que o encargo pode recair sobre outro magistrado que não o mais antigo,
como de regra, desde que presente motivo relevante, claro, devidamente demonstrado,
como o caso em deslinde”.

JUIZ DE DIREITO
Vide: DESEMBARGADOR – MAGISTRADOS

JUIZ DE PAZ
Recomendação do CNJ aos Tribunais de Justiça para que regulamentem a
matéria ou encaminhem proposta de projeto de lei ás Assembléias Legislativas
Vide: Recomendação CNJ 16, de 27.05.2008.

Pedido de Providências. Exercício da função de Juiz De Paz.


Determinação constitucional expressa de realização de eleição, art. 98, II, CF/88. Ato de
iniciativa dos Tribunais para regulamentação da matéria. Recomendação aos Tribunais de
Justiça de regulamentação da matéria ou encaminhamento de proposta de lei à Assembléia
Legislativa. (CNJ – PP 200810000000110 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Tribunal de Justiça que não realizou eleição para Juiz de Paz

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

JUIZ DO TRABALHO
Remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Cassação da Resolução Administrativa 26/2006 do Conselho Superior da
Justiça do Trabalho que anulou remoção de Juízes do Trabalho do TRT da 16ª por
merecimento. Improcedência do pedido. – “A remoção de Juízes do Trabalho obedece
apenas o critério da antiguidade. Inaplicabilidade da alternância entre antiguidade e
merecimento. Aplicação do art. 654, § 5º, alínea ‘a’ da CLT. Regra específica para a
Justiça do Trabalho. Resolução escorreita” (CNJ – PCA 334 – Rel. Cons. Marcus Faver –
39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO


Pretensão de diferença de subsídio nos períodos de férias, recesso, licenças e
afastamento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


404

Juiz do Trabalho Substituto. Diferença do subsídio dos períodos de


férias, recesso, licenças e afastamento. Natureza transitória do auxílio ou substituição.
Pagamento indevido. – “O comando inscrito no parágrafo 3º do artigo 656 da
Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei 8.432/1992, assegura ao
Juiz do Trabalho Substituto quando designado para substituir ou auxiliar de Juiz Titular, o
direito à diferença entre o seu subsídio e o do substituído, durante o período de efetiva
atuação. Depreende-se, daí, que, guardando a natureza transitória da substituição estreita
relação com o exercício da função, não faz ele jus ao recebimento dessa diferença nos
períodos de férias, recesso, licenças ou afastamento” (CNJ – PCA 200810000013541 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

JUIZ ELEITORAL
Vide: JUSTIÇA ELEITORAL – MAGISTRADOS – TRIBUNAL REGIONAL
ELEITORAL

Anulação de designação de magistrado para Zona Eleitoral. Exigência de


titularidade nas Zonas Eleitorais para a indicação

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação da


designação de magistrado para Zona Eleitoral. Res. 21009/02-TSE. Critério. Titularidade
de Zona Eleitoral. – “‘A alteração provocada pelo Tribunal Superior Eleitoral visa a não-
perpetuação do Magistrado em titularidade de Zonas Eleitorais, uma vez que ocorram
remoções e promoções de Magistrados. Para a indicação dos Tribunais há de ser
considerada a titularidade nas Zonas Eleitorais, e não períodos de substituição a título
precário’ (CNJ – PP 11102 – Rel. Cons. Felipe Locke – 68ª Sessão Ordinária de
Julgamento). Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime) e (CNJ – PCA
200810000014533 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Integrante de Tribunal Regional Eleitoral na classe Desembargador. Pretensão


de ser reconduzido por mais dois anos como Presidente, sem se submeter ao
Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça juntamente com outros candidatos.
Inadmissibilidade

“A recondução não é do Presidente da Corte Eleitoral Estadual mas


do membro do Tribunal segundo a classe estabelecida na Carta Magna. Ou seja, a
possibilidade de uma única recondução não elimina a disputa estabelecida na lei. Perceba-
se que nos Tribunais Regionais Eleitorais os dois juízes dentre os desembargadores do
Tribunal de Justiça, serão eleitos mediante voto secreto (CF, art. 120, § 1º, I, “b”). E assim
está regulamentado na Resolução TSE 20.958/2001 ao dispor que “até vinte dias antes do
término do biênio de juiz das classes de magistrado, ou imediatamente depois da vacância
do cargo por motivo diverso, o Presidente do Tribunal Eleitoral convocará o Tribunal
competente para a escolha, esclarecendo, naquele caso, se trata de primeiro ou de segundo
biênio”. Ora, a escolha é entre aqueles que se apresentarem como interessados e ocupar a
vaga sob disputa. Como se verifica, o sistema de eleição dentre candidatos pelo Órgão
Especial ou Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça vale tanto para a primeira escolha como
para a eventual recondução daquele que já ostenta o cargo em primeiro mandato...” (CNJ –
PCA 200910000008951 – Rel. Cons. Rui Stoco – Decisão monocrática de 06.03.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


405

JUIZ LEIGO OU CONCILIADOR


Acúmulo das funções de servidor público com o cargo de Conciliador

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça da Paraíba.


Incompatibilidade de exercício remunerado do servidor público com o cargo, como
definido na lei paraibana, de Juiz leigo ou Conciliador. – “I) A regra constitucional (CF,
art. 37, XVI) é pela vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: (1) a de dois cargos de
professor; (2) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (3) a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”
(CNJ – PP 1070 – Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão Extraordinária
– j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Exigência de cinco anos de experiência para assumir o cargo

Concurso Público. Conciliador e juiz leigo. Irrazoabilidade da


exigência de cinco anos de experiência para o cargo de juiz leigo sem computar estágio na
OAB. Tempo de atividade jurídica para magistratura é de três anos. Efeito moralizador do
concurso público realizado por entidade isenta e reconhecida. Participação da OAB no
certame. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 174 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

JUIZ SUBSTITUTO
V. tb.: JUIZ SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU

Afastamento de suas funções na comarca para a qual foi designado

Procedimento de Controle Administrativo. Portaria 474, de


11.05.2007. Ato normativo editado pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de
Alagoas. Afastamento de magistrado substituto. Impossibilidade. – “Não há como
prosperar o ato normativo editado pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de
Alagoas, afastando magistrado substituto de suas funções, porquanto não demonstrada a
inviabilidade de sua permanência na comarca onde responde atualmente. Procedimento de
Controle Administrativo procedente” (CNJ – PCA 4092 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva –
50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Designação para vara cível, embora tenha escolhido atuar em vara criminal

Procedimento de Controle Administrativo. Res. 198/2006-TJPE.


Requerente designado para Vara de natureza cível quando escolheu atuar em Vara
Criminal. – “Apesar do disposto na Resolução do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco, não possui o requerente direito subjetivo de escolher a Vara onde trabalhará,
devendo subordinar seus interesses ao princípio da soberania do interesse público” (CNJ –
PP 11904 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).
Observação: Cuidou-se de hipótese em que o magistrado foi designado como juiz auxiliar,
na condição de Juiz Substituto.

Em segundo grau. Utilização de veículo oficial. Benefício justificado pela


atribuição do cargo ou função exercida

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


406

Juiz Substituto de 2º Grau. Veículo oficial. – “O direito a


determinados benefícios previstos em lei só se justificam no limite das atribuições do cargo
ou função efetivamente exercidos. Não é benefício pessoal, mas prerrogativa do cargo ou
função” (CNJ – PP 200810000001710 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Juízes substitutos e não vitalícios. Possibilidade de assumir a titularidade de


comarcas

Titularização de comarcas vagas. Magistrados substitutos e não


vitalícios. – “Inexistindo magistrados vitalícios interessados em comarcas vagas, não há
impedimento legal ou constitucional para que juízes substitutos ainda não vitalícios
assumam essas comarcas, em obediência ao princípio constitucional da eficiência
administrativa. A titularização de comarca não implica vitaliciamento, garantia esta só
obtida, após o exercício de dois anos de funções judicantes, conforme estabelece o art. 95,
I da Constituição Federal. Por sua vez, a vitaliciedade não enseja titularização de comarca,
pois magistrados vitalícios podem permanecer como substitutos por vários anos além dos
dois contados do ingresso na carreira” (CNJ – PP 200810000014971 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Não vitaliciamento. Exoneração. Matéria judicializada

Magistrada. Período de prova. Não vitaliciamento. Exoneração.


Matéria judicializada. – “1) Não compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar
Procedimento de Controle Administrativo cujo objeto seja coincidente com o de ação
judicial anteriormente proposta pela parte. 2) Se anteriormente judicializada a matéria, o
CNJ não pode examinar a questão na esfera administrativa, a bem de prestigiar-se a
segurança jurídica, evitar-se interferência na atividade jurisdicional do Estado e de afastar-
se o risco de decisões conflitantes. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não
se conhece” (CNJ – PCA 2008100000018447 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Promoção. Formação da lista de antiguidade

Pedido de Providências. Promoção. Juízes substitutos. Alegação


de inobservância do art. 93, II, b, CF/88. Não formação da lista de antiguidade.
Procedente. – “A alínea “b”, do inc. II do art. 93 da Constituição Federal deve ser
observado nas promoções de juízes substitutos. Pedido a que se julga procedente” (CNJ –
PP 200910000008355 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU
17.06.2009).

Vitaliciedade e inamovibilidade

Juiz substituto. Vitaliciedade e inamovibilidade. Independência


ontológica e teleológica dos institutos. – “Embora integrem o rol de garantias
fundamentais para o exercício da magistratura, vitaliciedade e inamovibilidade (CF, art.
95, I e II) são inconfundíveis. A passagem do juiz substituto pelo estágio probatório bienal
não lhe outorga, somente pelo decurso do tempo, a inamovibilidade, própria dos juízes
promovidos à titularidade. A vitaliciedade propicia estabilidade na carreira; a
inamovibilidade enseja estabilidade geográfica. Limitar a movimentação de juízes
substitutos seria frustrar a própria finalidade de sua existência: substituir ou auxiliar onde o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


407

tribunal detecte necessidade. Conseqüentemente, juízes substitutos, vitalícios ou em


estágio probatório, não são inamovíveis. A designação do juiz substituto para comarca
diversa daquela em que esteja lotado prescinde do procedimento especial previsto no art.
93, VIII, da CF” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

JUIZ SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU


V. tb.: JUIZ SUBSTITUTO

Critério de escolha pelo Tribunal

Substituição de desembargador. Modo de escolha. Critérios


objetivos. – “I) A sessão do Tribunal para tomada de decisões administrativas, como a
escolha de juízes substitutos de desembargadores, há de ser pública, aberta e motivada. O
escrutínio secreto neutraliza o efeito de transparência conferido à sessão pública, violando-
se o que determinado pelo art. 93, X, da Constituição, pois impede a motivação,
necessariamente pública. II) A escolha dos substitutos dos desembargadores não é ato
discricionário, pois repercute na observância do princípio do juiz natural, que é garantia da
sociedade, devendo observar critérios objetivos. Art. 93, X, da CF; Res. 17/2006 do CNJ e
art. 118 da LOMAN. III) Não pode haver nomeação prévia de grupos de juízes, sem ter
havido correspondentes vagas ou afastamento de desembargadores por prazo superior a
trinta dias” (CNJ – PCA 200810000006937 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL


Delegação do magistrado a servidores da competência para fazer juízo de
admissibilidade de pretensão

Procedimento de Controle Administrativo. Juizado Especial Cível


de Defesa do Consumidor. Comarca de Itabuna/BA. Portaria 7/2008. Atendimento
judiciário realizado pelos servidores. Delegação. Juízo de admissibilidade. Vedação de
atendimento às partes com causas superiores a 20 salários mínimos. Presença obrigatória
do advogado. Possibilidade de alteração do valor da causa, de ofício, pelo magistrado. –
“O juízo de admissibilidade de peça judicial compete unicamente ao magistrado investido
da função jurisdicional, sendo ilegal sua delegação a servidor do juízo. Precedente. A
alteração do valor da causa, de ofício e motivada, pelo magistrado, possibilita a adequação
do valor sugerido pela parte, podendo, inclusive, acarretar a desobrigação da presença do
advogado. Procedimento que se julga procedente” (CNJ – PCA 200910000017060 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Edição de Portaria pelo Juiz suprimindo a audiência de conciliação.


Possibilidade de controle pelo CNJ

Pedido de Providências. Portaria 01/2008. Juizado especial cível e


criminal de Maracaju/MS. Rito processual da Lei 9.099/95. Supressão de audiência.
Conciliação. Impossibilidade. Princípio da legalidade. Devido processo legal. – “I)
Conquanto transborde das tarefas insculpidas no Art. 103-B, § 4º, da Constituição de 1988
eventuais auditorias sobre a orientação filosófica, a correção técnica ou os critérios
adotados quando da formação do convencimento de magistrados, os atos administrativos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


408

emanados do Poder Judiciário estão, inexoravelmente, sujeitos ao juízo de legalidade


exercido pelo CNJ. II) A Portaria 01/2008, ao conferir disciplina autônoma às ações
ajuizadas para dirimir controvérsias consumeiristas, extrapolou os limites autorizados pela
lei e violou o due process of law, ainda que o tenha feito sob inspiração dos princípios da
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, vetores que informam e
iluminam a Lei 9.099/95. III) Tanto as Portarias, quanto as Instruções, Circulares, Ordens
de Serviço, Provimentos e Avisos, são espécies de atos destinados, na Administração
Pública, à organização dos serviços internos e à comunicação entre repartições, não se
prestando a gerar obrigações imputáveis a particulares. IV) Como cediço, encontram os
atos administrativos limites intransponíveis na lei, não possuindo, em tese, caráter inovador
e, portanto, vocação para distinguir situações que a própria lei não distingue. V) Precedente
deste Conselho: PCA 5722. VI) Pedido de Providências a que se defere” (CNJ – PP
200810000031294 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Edição de Portaria pelos juízes limitando o número de laudas que as defesa


devem conter e a quantidade de documentos que acompanham a inicial, bem
como regulando a atividade jurisdicional

Procedimento de Controle Administrativo. Portaria editada pelos


juízes do Juizado Especial Cível, limitando o número de laudas que as defesas em juízo
deve conter a quantidade de documentos que as acompanham e estabelecendo o momento
de apresentação da contestação, suprimindo o de abertura da instrução processual em
ofensa à lei 9099/95. Inadmissibilidade. Ofensa aos princípios das reservas da lei, da
oralidade e da ampla defesa. Pedido provido. Desconstituição do ato determinada. – “I)
Sem prejuízo da competência cometida ao Conselho Nacional de Justiça pelo art. 102-B, §
4º, II da Constituição Federal, os atos administrativos expressos em portarias ordinatórias,
emanados dos magistrados, podem e devem ser controlados pelos respectivos Tribunais e,
como decorrência desse controle, podem ser desconstituídos por decisão do Conselho
Superior da Magistratura, do Órgão Especial ou do Tribunal Pleno. II) Como atos interna
corporis as portarias só podem disciplinar e direcionar regras para os administrados, ou
seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em processos judiciais,
cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de regência” (CNJ –
PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
Parte do Voto do Relator:
“A edição de ato normativo interna corporis, representado por
“Portaria” dos Juízes que respondem pelo Juizado Especial Cível na comarca de Itapetinga,
Estado da Bahia, com a amplitude e poder invasivo que ostenta, sobre constituir ato
normativo espúrio, caracteriza – às escâncaras e estreme de dúvida – ofensa ao direito
constitucional ao due process of law, na medida em que agride a ampla defesa e impõe
restrições que a lei não estabelece. Não se deslembre, nem se olvide que “portarias são atos
administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem
determinações gerais ou especiais a seus subordinados...” (HELI LOPES MEIRELLES.
Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p.176).
Segundo a dicção de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: “Portaria é formula
pela qual autoridades de nível inferior ao de Chefe do Executivo, sejam de qualquer
escalão de comandos que forem, dirigem-se a seus subordinados, transmitindo decisões de
efeito interno...” (Curso de Direito Administrativo. 18. ed. Malheiros Editores, 2005, p.
408). Portanto, como atos interna corporis as portarias só podem disciplinar regras para os
administrados, ou seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em
processos judiciais, cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


409

regência” (CNJ – PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Edição de Provimento pela Corregedoria-Geral permitindo a servidor que


faça juízo de admissibilidade de petições iniciais

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de


Corregedoria de Tribunal. Juizado especial. Previsão de que servidor realize juízo de
admissibilidade de petição inicial. Ilegalidade. – “É ilegal Provimento de Corregedoria-
Geral de Tribunal que delega a serventuário que atua em Juizado Especial a atividade de
realizar análise dos requisitos de admissibilidade da petição inicial, porquanto tal tarefa,
por ser eminentemente jurisdicional, cabe unicamente a magistrado legitimamente
investido no exercício da função. Norma dessa natureza, além de importar delegação
indevida de atividade jurisdicional, viola o princípio do juiz natural e o direito de ação
garantidos pela Constituição da República. Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA 200810000032481 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Princípios da oralidade, celeridade e economia processual que não podem ser


utilizados para restringir as garantias processuais das partes

“Os princípios da oralidade, celeridade e economia processual que


devem reger a instrução processual nos Juizados Especiais não podem ser utilizados para
restringir as garantias processuais das partes e, em especial, para se impossibilitar o
exercício do direito de defesa. O grande número de processos judiciais em tramitação nos
País e a freqüente identidade nas questões tratadas embora configurem, em alguns casos,
dificuldades a boa prestação jurisdicional, não autorizam a flexibilização das garantias
individuais” (CNJ – PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007 – Ementa não oficial).

JUIZADOS ESPECIAIS
Adoção de medidas de aperfeiçoamento dos Juizados Especiais
VIDE: Recomendação CNJ 1, de 06.12.2005.

Adoção de regra uniforme para tornar imprescindível a atuação de advogados


nos Juizados Especiais

Pedido de Providências. Dispensa de advogado nos Juizados


Especiais Federais (art. 10 da Lei 10.259/01). Regulamentação uniforme. Inviabilidade.
ADIM 3168/DF. Rejeição do pedido. – “I) Inviável adotar regra uniforme no sentido de
tornar imprescindível a assistência das partes por advogados nos Juizados Especiais
Federais, em face dos princípios da celeridade, oralidade, informalidade, simplicidade,
economia processual e acesso à jurisdição. II) Questão já analisada pelo Supremo Tribunal
Federal, no sentido de considerar constitucional a prescindibilidade dos causídicos nas
causas de natureza cível perante os Juizados Especiais Federais. III) Pedido de provimento
rejeitado” (CNJ – PP 1037 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Cobrança de despesas com diligência de oficial de justiça

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


410

“Concedo, portanto, a liminar, suspendendo os efeitos da


Resolução 03/2006 do CSJE, determinando ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato
Grosso e ao Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais que se abstenham da cobrança
da taxa de diligência do Oficial de Justiça, até decisão final deste PCA” (CNJ – PCA 609 –
Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Conciliadores. Delegação de prática de atividades jurisdicionais típicas

Procedimento de Controle Administrativo. Lei 10.259/2001. Atos


normativos editados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo Conselho da
Justiça Federal, que fixam parâmetros para a atuação de conciliadores. Delegação de
atividades jurisdicionais típicas. Impossibilidade. Hipótese em que se questiona a
legalidade e constitucionalidade de atos normativos editados pelo Corregedor dos Juizados
Especiais Federais da 4ª Região e pelo Conselho da Justiça Federal, respectivamente,
regulamentando a atuação dos conciliadores no âmbito dos Juizados Especiais Federais.
Previsão da possibilidade de delegação aos conciliadores de atos jurisdicionais típicos –
condução de instruções e coleta de provas orais, em afronta a princípios constitucionais
(devido processo legal, juízo natural e da indelegabilidade da jurisdição) e legais
(identidade física do juiz, oralidade e imediação) informativos da jurisdição. Procedimento
de Controle Administrativo procedente. (CNJ – PCA 453 – Rel. Cons. Douglas Alencar
Rodrigues – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Criação e implementação

“Recomenda aos Tribunais, Conselhos Administrativos,


Coordenações de Juizados Especiais, Escolas de Magistratura, Diretorias de Foro e aos
Juízes de Juizados Especiais a adoção das seguintes medidas: 1) Definição de metas
regionais, estaduais e seccionais para os indicadores estratégicos do Sistema de Estatística
do Poder Judiciário. 2) Elaboração de planos de ação para atingir as metas de melhoria
definidas. 3) Elaboração e implementação das prioridades operacionais e estratégicas
estabelecidas pelos Juízes Coordenadores dos Juizados Especiais por ocasião do I Encontro
Nacional de Juizados Especiais Estaduais e Federais e validadas pelo Conselho Nacional
de Justiça, especificadas nos Anexos I e II. 4) Incentivo a fóruns de debates sobre questões
procedimentais e mudanças legislativas dos Juizados Especiais, inclusive o Fórum
Nacional de Juizados Especiais – FONAJE e o Fórum Nacional de Juizados Especiais
Federais – FONAJEF.
ANEXO I
PRIORIDADES OPERACIONAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS
ESTADUAIS: 1) Aplicação dos recursos orçamentários de forma proporcional ao volume
de demanda dos juizados especiais. 2) Propiciar estrutura física, tecnológica e de pessoal
adequada para processar os feitos de sua competência e gerar indicadores para medir esta
adequação. 3) Existência na estrutura de cada tribunal de um órgão colegiado composto
paritariamente por magistrados atuantes no sistema de juizados especiais e
desembargadores, com o objetivo de planejar e supervisionar a implantação das políticas e
ações estratégicas. 4) Que cada turma recursal conte com pelo menos um juiz atuante no
Juizado Especial. 5) Adoção dos indicadores (dados estatísticos) do Conselho Nacional de
Justiça como padrão para todos os tribunais.
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DOS JUIZADOS ESPECIAIS
ESTADUAIS: 1) Instalação de Juizados Especiais autônomos, com juízes titulares, em
áreas cuja demanda regular justifique a estrutura. 2) Criação de quadro próprio de

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411

servidores para os Juizados Especiais. 3) Institucionalização da penhora ‘on line’


(convênio BACENJUD). 4) Descentralização dos Juizados Especiais, de modo a estarem
instalados em áreas em que haja demanda permanente. 5) Imediata implementação de
‘mutirões’ de magistrados e de servidores para desobstruir os Juizados Especiais em que a
taxa de congestionamento esteja elevada (acima da média nacional de 2004). 6) Imediata
implantação dos Juizados Especiais itinerantes.
ANEXO II
PRIORIDADES OPERACIONAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS: 1) Elaboração de plano de comunicação que contemple ‘marketing’
institucional e assessoria de imprensa. 2) Aprimoramento dos sistemas regionais para
possibilitar a troca de informação e a geração de estatísticas. 3) Definição de normas
nacionais de segurança de dados e de segurança do trabalho, com equipamentos adequados
a atendimento virtual. 4) Desenvolvimento de um sistema de informática para a Turma
Nacional de Uniformização e para o Supremo Tribunal Federal, visando à tramitação dos
‘autos virtuais’.
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DOS JUIZADOS ESPECIAIS
FEDERAIS: 1) Implementação de treinamento gerencial para magistrados e servidores que
atuam em Juizados Especiais. 2) Estabelecimento de políticas de Juizados Especiais
autônomos, exceto em áreas que não justifiquem pela demanda. 3) Definição de política de
ampliação da estrutura física e de servidores, com espaços próprios para Juizados adjuntos.
4) Estabelecimento de política de monitoramento contínuo da demanda nas varas comuns e
nos Juizados Especiais promovendo alteração nas respectivas especializações de acordo
com o volume dos feitos em tramitação. 5) Ampliação da atuação dos juizados itinerantes
onde a distância e a demanda não justifiquem a atuação dos juizados com estrutura
própria” (Recomendação CNJ 1, de 06.12.2005).

Incorporação dos Juizados às Varas Únicas das comarcas

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento 59/2007-


CGJ. Incorporação dos Juizados Especiais às Varas únicas nas comarcas de primeira
entrância. – “Da determinação de incorporação da estrutura dos Juizados Especiais às
Varas Cíveis existentes nas Comarcas de 1ª entrância não decorre a extinção dos Juizados
Especiais. Inexiste ofensa ao artigo 98 da Constituição Federal, e aos artigos 1º e 95 da Lei
Federal 9.099/95. Improcedência do pedido. Decisão unânime” (CNJ – PCA
200810000005106 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008).

Instalação de escritório ou posto de atendimento de empresa, instituição ou


entidade na sede dos Juizados Especiais

Pedido de Providências. Instalação no recinto dos juizados


especiais de escritório/posto avançado de empresas ou instituições neles demandadas com
maior volume de ações. Inovação louvável. CF, art. 5º, inciso LXXVIII. – “I) Não contraria
o princípio da imparcialidade do juiz o fato de ser autorizada a instalação de escritório ou
posto de atendimento de empresa, instituição ou entidade que responde ao maior volume
de demandas na sede dos juizados especiais. II) A rigor, tal iniciativa é de ser louvada, pois
ao facilitar e acelerar os acordos e a solução dos pedidos judiciais de consumidores, além
de ir ao encontro da finalidade do juizado especial, cumpre regra expressa constitucional
de garantia da celeridade processual, consubstanciada no inciso LXXVIII do art. 5º da
Carta Política vigente, na redação da Emenda Constitucional 45/2004. III) Pedido de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


412

Providências indeferido” (CNJ – PP 448 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Instalação temporária em aeroporto. Pagamento a conciliadores

Consulta. Instalação temporária de Juizado Especial no aeroporto


de Brasília. Conciliadores e atermadores. Pagamentos. Consulta respondida nos seguintes
termos: – “Viabilidade do pagamento de bolsa aos conciliadores e atermadores, recrutados
como estagiários, com fundamento na Lei 6494/77 e Decreto 87.494, de 18.08.1982, ou
pagamento de parcela indenizatória de despesas, nos termos da Lei 9608/98. Inadequação
do pagamento de diárias aos conciliadores e atermadores que sejam recrutados para
exercício no Juizado Especial do Aeroporto de Brasília” (CNJ – PP 200710000010158 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU
14.09.2007).

Lei Complemetar que criou os Juizados Especiais mas não criou os cargos
respetivos. Impossibilidade de o CNJ determinar a realização de concurso
para Juiz sem a criação dos cargos

Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. – “Ausência de


provimento dos cargos relativos às Varas de Juizados Especiais. Pedido para que o
provimento seja imediato e por antiguidade, por tratar-se de primeiro provimento. 1) A Lei
Complementar que criou os Juizados Especiais não criou os respectivos cargos de Juiz de
Direito. Impossibilidade fática de colocação em concurso de cargos ainda não criados em
Lei. 2) Funcionamento dos Juizados com Juízes substitutos de entrância final. 3)
Possibilidade do exame da questão desde logo, independentemente do julgamento das
demais promoções e remoções relativas a cargos de Juízes de Direito de entrância final no
Estado de Pernambuco. 4) Arquivamento mantido. Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200910000013612 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Medidas de aperfeiçoamento dos Juizados Especiais. Prioridades Operacionais


e estratégicas dos Juizados Especiais Estaduais e Federais
VIDE: Recomendação CNJ 1, de 06.12.2005.

Nomeação de juízes. Exigência de critérios objetivos

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Acre. Nomeações de Juízes para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais. Necessidade
de critérios objetivos de avaliação da produtividade e presteza. Pedido julgado procedente
em parte. (CNJ – PCA 173 – Rel. Paulo Schmidt – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007
– DJU 15.03.2007).

Nomeação de Juízes Leigos

Procedimento de Controle Administrativo. Nomeação de Juízes


leigos no sistema dos Juizados Especiais. Previsão em lei estadual, questionada, já, em
mandado de segurança impetrado pelo mesmo requerente. Trâmite regular. Matéria que
não pode ser enfrentada nesta esfera administrativa. Não conhecimento. (CNJ – PCA 156 –
Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

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413

Promoção ou remoção

Pedido de Providências. Ato omissivo. Avisos de promoção ou


remoção para Juizados Especiais. Ausência de publicação de editais. Inamovibilidade na
carreira. Juízes respondendo interinamente por fala dos titulares. – “I) Consoante o
disposto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN (art. 83), devem os
Tribunais, ao detectar a existência de vagas a serem preenchidas mediante promoção ou
remoção, fazer publicar imediatamente a abertura de edital, no órgão oficial, com o fito de
viabilizar a movimentação na carreira. II) Tem caráter vinculativo a fixação, em norma de
organização judiciária, de prazo para publicação de editais de promoção ou remoção,
tornando-se ponto de apoio na alavanca da efetividade da jurisdição ao prestigiar o
princípio constitucional da eficiência e reforçar o caráter transitório de eventuais
substituições impostas a magistrados nomeados para suprir a demanda de trabalho em
Comarcas ou Varas nas quais remanesçam cargos vagos. III) Pedido de Providências a que
se dá provimento para determinar a publicação de editais de promoção e remoção no prazo
de 30 dias” (CNJ – PP 200810000004758 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Transação penal. Pena de prestação pecuniária. Destinação exclusiva a fundo


especial

Transação Penal. Juizados Especiais. Pena de prestação


pecuniária. Destinação exclusiva a fundo especial. Lei Estadual/GO 11.832/96.
Despachos da Corregedoria-Geral de Justiça de Estado. Ilegalidade. – “1) A pena de
prestação pecuniária oriunda de transação penal não pode ser destinada ao Poder Judiciário
ou a Fundo Especial de reaparelhamento do Poder Judiciário, por determinação da
respectiva Corregedoria Geral de Justiça, sob pena de ofensa a dispositivo expresso do
Código Penal (art. 45, § 1º), bem assim aos princípios da moralidade administrativa e da
independência do Juiz. 2) Atos da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Goiás que
determinem a destinação exclusiva de tais valores ao Fundo Especial dos Juizados, criado
pela Lei Estadual/GO 11.832/96, padecem de ilegalidade. 3) Pedido de Providências que se
julga procedente, a fim de desconstituir os Despachos sob números 935/2007 e 1.018/2007
e os Ofícios Circulares sob números 083/2007 e 013/2008, todos da Corregedoria-Geral da
Justiça do Estado de Goiás, com efeitos ex nunc” (CNJ – PP 200810000024770 – Rel.
Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Turma Recursal. Forma de provimento pelos juízes

Pedido de Providências. Turmas Recursais dos Juizados Especiais.


Forma de provimento. Constituição de comissão específica para o assunto. – “As Turmas
Recursais são órgãos de primeiro grau, competentes para o processo e julgamento dos
recursos oriundos de decisões prolatadas no âmbito dos Juizados Especiais. A sua forma de
provimento recebe um tratamento distinto perante os diversos tribunais pátrios, uns com
mandato, outros sem mandato pré-determinado, outros com provimento efetivo, etc. Tendo
em vista a diversidade de tratamento e a função precípua do CNJ de órgão central de
planejamento, delibera-se pelo encaminhamento do assunto à Comissão dos Juizados
Especiais, para estudo aprofundado do tema e, se assim entender, promover debates e
propor a elaboração de resolução específica, que contemple todas as situações peculiares e
tenha por objetivo uma maior segurança jurídica e melhor prestação jurisdicional” (CNJ –
PP 934 – Rel. Cons. Germana Moraes – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS


Transação penal, com destinação do valor fixado ao Fundo de
Reaparelhamento dos Tribunais

Poder Judiciário. Fundo de Reaparelhamento. Receitas. Utilização


de bens e recursos provenientes de transações penais realizadas com base na Lei
9.099/95. Estado de Goiás. Lei Estadual 12.832/96. – “Havendo previsão normativa
estadual que legitima a absorção de bens e receitas originárias das transações firmadas em
Juizados Especiais Criminais, não há falar em ilicitude da norma regulamentar editada pelo
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Nesse sentido, havendo prévia definição da
matéria pelo Poder Legislativo da Unidade Federativa envolvida, não há espaço para o
exercício dos juízos próprios de conveniência e oportunidade que devem inspirar a atuação
dos órgãos investidos de poder normativo primário” (CNJ – PP 343 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).
Parte do Voto do Relator no PP 343:
“Nada obstante, se é certo que a destinação de bens e recursos
atende o interesse público na preservação das estruturas necessárias à própria
administração da Justiça, não menos correto que essa mesma realidade pode suscitar
questionamentos de natureza ética a propósito da própria imparcialidade e impessoalidade
dos magistrados e promotores no exame dessas questões. De fato, ainda que os membros
do Judiciário e do Ministério Público não sejam diretamente beneficiados, sob o aspecto
pessoal ou funcional, em razão da reversão dessas receitas para o reaparelhamento das
instituições às quais pertencem, parece indiscutível que todos eles possuem o mesmo
interesse em que tais instituições possam funcionar plenamente, no exclusivo interesse dos
jurisdicionados, sem as notórias carências de recursos humanos e materiais”

JUÍZES ASSESSORES DO CNJ


Arquivamento de procedimento administrativo. Portaria 23/2006

Pedido de Providências. Arquivamento. Denegação do recurso. –


“I) A Secretária-Geral do CNJ, de acordo com o inciso II, da Portaria 23, de 20.04.2006,
pode, motivadamente, determinar o arquivamento de expedientes manifestamente
incabíveis no âmbito da competência do Conselho, ou contrários a enunciados
administrativos, informando-se ao interessado as razões de decidir e, se possível,
orientando quanto ao procedimento a ser eventualmente adotado. II) Conhece-se do
recurso, em decorrência de sua tempestividade, mas nega-lhe provimento, com a
confirmação integral da decisão de arquivamento” (CNJ – PP 1042 – Rel. Cons. Germana
Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

JUÍZES CLASSISTAS
Reajuste de vencimentos. Índice de correção aplicável

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Reajuste de


vencimentos de juízes classistas. – “1) O reajuste dos vencimentos dos juízes classistas
aposentados utiliza o índice de correção da remuneração dos servidores públicos federais.
2) Não compete ao CNJ definir correção diversa contrariando a lei. Recurso improvido”
(CNJ – PP 200810000011477 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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JUÍZES DA EXECUCÃO PENAL


Atribuições. Funções jurisdicionais e administrativas

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento/COGE/TRF


3ª Região 58/2004. Disposições sobre procedimentos para as Corregedorias da Custódia
da Polícia Federal. Atribuições do Poder Judiciário em matéria de execução penal.
Princípio da separação dos poderes. Inexistência de violação. – “I) Natureza mista das
atribuições outorgadas pelo art. 66 da Lei 7.210/84 aos juízes da execução penal, os quais
detêm funções jurisdicionais e funções administrativas. II) Nenhuma dúvida remanesce, à
luz da Lei de Execução Penal, quanto à legitimidade da atuação do Poder Judiciário na
seara da inspeção do cumprimento das decisões tomadas na fase da execução penal, sob o
prisma do devido processo legal. III) Por meio do Provimento/COGE 58/2004 foram
estipuladas regras gerais de unificação da atuação dos Juízes da Corregedoria da Custódia
(juízes titulares da 1ª Vara Federal Criminal, do Júri e das Execuções Penais de São Paulo
e da 1ª Vara Federal de Campo Grande), erigindo-se instrumental hábil a promover a
fiscalização, pelo Poder Judiciário Federal, do cumprimento e execução da pena ou da
prisão (preventiva ou provisória). IV) Não há de se falar em violação ao princípio da
separação de poderes, porquanto o Provimento/COGE 58/2004 objetiva, tão-somente,
municiar as Corregedorias de Custódia vinculadas ao TRF/3ªR com procedimental capaz
de racionalizar a interlocução entre o Poder Judiciário Federal e a Polícia Federal (Poder
Executivo) em matéria de recolhimento de aprisionados, inclusive por meio do
aperfeiçoamento dos sistemas de armazenamento de dados potencialmente úteis para a
instrução de processos penais. V) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000021707 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

JUÍZES DE DIREITO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA


Vide: PROMOÇÃO DE MAGISTRADOS

JUÍZES LEIGOS
Nomeação para Juizados Especiais

Procedimento de Controle Administrativo. Nomeação de Juízes


leigos no sistema dos Juizados Especiais. Previsão em lei estadual, questionada, já, em
mandado de segurança impetrado pelo mesmo requerente. Trâmite regular. Matéria que
não pode ser enfrentada nesta esfera administrativa. Não conhecimento. (CNJ – PCA 156 –
Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

JUÍZO ARBITRAL
V. tb.: CONCILIAÇÃO

Utilização das Armas da República. Inadmissibilidade. Atividade não


qualificada como tipicamente estatal

Pedido de Providências. Consulta. Possibilidade de utilização das


Armas da República por entidades privadas com função arbitral. Lei 9.307/96.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


416

Impossibilidade. – “I) As entidades arbitrais não se inserem entre os órgãos de soberania


do Estado e sua atividade não se qualifica como tipicamente estatal. II) A atividade
arbitral, embora prevista em lei, é exercida por pessoas estranhas ao Poder Judiciário. III)
Os signos da República Federativa do Brasil somente podem ser utilizados pelos poderes
públicos” (CF, art. 13, § 1o, c.c. o art. 26 da Lei 5.700/71)” (CNJ – PP 553 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

JULGADOR
Vide: MAGISTRADOS

JULGAMENTO
V. tb.: SENTENÇA

Nulidade. Julgamento realizado sem intimação das partes

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


ocupante de função comissionada sem vínculo com a administração. Ato do presidente do
Tribunal Regional Federal. Inocorrência de incidência da Res. 07/CNJ. Irrelevância. Res.
CJF 444/2005, art. 4º, “e”. Não induzimento à incompetência do Presidente. Julgamento
realizado sem intimação das partes. Nulidade. – “I) Anula-se julgamento anterior se a
intimação das partes não se realizara, por erro na designação de seus nomes na publicação
da pauta. II) Julgamento anulado. III) Novo julgamento indeferindo o pedido” (CNJ – PCA
232 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

JULGAMENTO ANTECIPADO
Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de informações

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de


informações. Questão unicamente de direito. Julgamento antecipado da lide,
possibilidade. Critérios de escolha de magistrados ao exercício de funções na Justiça
Eleitoral. Ausência de critérios. Inocorrência. Indeferimento. – “Não há falar em ausência
de critérios de escolha dos magistrados que se candidatem ao exercício de funções na
Justiça Eleitoral em face dos comandos exauridos nas Res. TSE 21.009/2002 e
20.505/1999 e no Provimento CGE 5/2002. Procedimento de Controle Administrativo a
que se indefere” (CNJ – PCA 10353 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de


informações. Questão unicamente de direito. Julgamento antecipado da lide,
possibilidade. Critérios de escolha de magistrados ao exercício de funções na Justiça
Eleitoral. Ausência de critérios. Inocorrência. Indeferimento. – “O julgamento antecipado
da lide é possível nos termos dos arts. 45, inciso XII, do RICNJ, e 330, inciso I, do CPC,
por se tratar de questão de direito, unicamente. A ausência do envio de informações, sem
justificativa, ainda que não sujeito à sanção, conflita com o mandamento da eficiência
administrativa (art. 37 da CF/88) e dificulta o controle administrativo, financeiro e
disciplinar por parte do CNJ (art. 103-B da CF/88)” (CNJ – PCA 10353 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


417

Recurso contra indeferimento de liminar. Julgamento do mérito


antecipadamente. Possibilidade

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Concessão de liminar “inaudita altera pars”. Perda de objeto. Suspensão
de prazos processuais. Ato tipicamente jurisdicional. Greve de servidores. Insurgência de
ordem patrimonial. Incompetência do CNJ. Prejudicado. Não-provimento. – “Há perda de
objeto quando se tratar de pedido de concessão de medida liminar, sem a oitiva prévia da
parte contrária (inaudita altera pars), na hipótese das informações serem prestadas no
decorrer da instrução e antes do julgamento do pedido liminar. Sendo as informações
suficientes ao pronto julgamento de mérito, poderá o Conselho deliberar acerca da questão
principal, na mesma sessão, sobretudo quando se tratar de liminar satisfativa” (CNJ – PP
200810000025609 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
5.12.2008).

JULGAMENTO DE PREFEITOS E VICE-PREFEITOS


Ato normativo editado pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Atos normativos


editados pelo Conselho da Magistratura e pela Corregedoria-Geral de Justiça do TJPB.
Prioridade e primazia na tramitação de ações contra prefeitos, vice-prefeitos e demais
gestores públicos. Princípios e garantias constitucionais observados. Revogação da liminar
deferida. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 265 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão
– j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

JULGAMENTO EM PLENÁRIO
Ausência de intimação. Nulidade

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de intimação


para julgamento. Acolhimento. A ausência de previa intimação do requerente para a sessão
de julgamento do procedimento pelo Plenário do CNJ é causa de nulidade do julgamento.
Acolhe-se o pleito aduzido, para determinar a nulidade do julgamento ocorrido na sessão
do dia 10.10.2006, com nova inclusão do feito em pauta para análise do mérito do pedido
exordial. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j.
06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

JULGAMENTO PELO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


Omissão de intimação dos interessados

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamação contra a


formulação da lista de antiguidade de magistrados. Julgamento sem cientificação dos
potencias afetados, nos termos do artigo 98 do Regimento Interno do Conselho Nacional
de Justiça. Pedido de Esclarecimentos acolhido para anular o julgamento e determinar a
publicação de editais. (CNJ – PCA 251 – Rel. Cons. Claudio Godoy – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


418

Pretensão de inversão da decisão proferida pelo Plenário do CNJ.


Inaplicabilidade do agravo regimental

“A par do teor da irresignação, que não guarda pertinência com a


decisão prolatada neste incidente, ao pretender a inversão da decisão proferida pelo
Plenário do Conselho nos autos do processo principal, não há quer na Lei 9.784/99, quer
no Regimento Interno deste Conselho, o remédio utilizado do agravo regimental, não
sendo aplicável, na espécie, a fungibilidade recursal, posto que evidenciado o erro diante
da inexistência de controvérsia quanto ao recurso cabível” (CNJ – ASI 200810000003687
– Rel. Min. Gilmar Mendes – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa não
oficial).

Sessões de julgamento no CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 54 a 64.

JUSTIÇA DESPORTIVA
Exercício por magistrados de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva

“É absoluta a incompatibilidade existente entre as funções atinentes


à Magistratura e aquelas próprias dos integrantes dos Tribunais de Justiça Desportiva.
Afastamento do reclamado dos quadros do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Resolução editada pelo CNJ, por isso que se trata de matéria que merece disciplina
uniforme no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – RD 138 – Rel. Min. Cons. Antônio de
Pádua Ribeiro – 11ª Sessão – j. 19.12.2005 – DJU 23.01.2006).
Observações:
1. A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta as
Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados de
exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.
2. A Resolução 10, de 19.12.2005 veda o exercício pelos membros do Poder
Judiciário de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e Comissões Disciplinares.

JUSTIÇA DO TRABALHO
V. tb: CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Ajuda de custo devida em virtude de Remoção a pedido. Limitação a uma


única, mesmo que ocorram outras remoções dentro do período de um ano

Pedido de Providências. Consulta. Ajuda de custo ao magistrado a


pedido. Número máximo de concessão. Possibilidade. Deferimento. – “I) É devida ajuda de
custo ao magistrado removido, pois estas sempre ocorrem no interesse da Administração.
II) A inscrição de magistrado na vaga aberta para ser provida por remoção significa que
está abrindo mão de sua inamovibilidade, o que não transforma essa remoção como sendo
exclusivamente de interesse privado. III) A ajuda de custo é devida nos termos da
legislação, e não pode ser concedida mais de uma ajuda de custo em remoções que
ocorram em prazo inferior a um ano. IV) As ajudas de custo em remoção a pedido, no
âmbito da Justiça do Trabalho, somente são devidas a partir da data dessa decisão, nos
termos da Lei 9.784/99. V) Pedidos de Providências a que se defere, respondendo-se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


419

afirmativamente às consultas” (CNJ – PP 7809 e PP 11825 – Rel. Cons. Jorge Maurique –


53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Antiguidade como critério para as substituições de magistrados no 2º Grau de


Jurisdição

“O acolhimento do pedido de imposição da antiguidade como


critério definidor de substituições macularia a garantia da autonomia administrativa e
financeira deferida aos órgãos jurisdicionais, desbordando as funções confiadas pela
Constituição Federal ao CNJ” (CNJ – PP 1251 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

Jurisdição de São José dos Campos. Varas desprovidas de magistrados.


Tribunal local que vem se empenhando para solução do problema

Pedido de providências. TRF 3ª região. Varas de São José dos


Campos desprovida de magistrados. – “Embora possa se entender que há razão na
demanda em face das dificuldades na jurisdição de São José dos Campos, há comprovados
elementos que dão conta de que o tribunal requerido tem envidado os esforços possíveis,
considerada a sua realidade atual, para minimizar as deficiências apontadas, pelo que julgo
ser improcedente o pedido de providências requerido pelo advogado, determinando o seu
arquivamento” (CNJ – PCA 44 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 –
DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Necessária indicação do juiz titular para nomeação de diretor de secretaria

Procedimento de Controle Administrativo. Associação de


Magistrados da Justiça do Trabalho. Pedido de regulamentação da nomeação de diretor
de secretaria de Vara do Trabalho no sentido de se exigir, previamente, a indicação do
Juiz titular. – “O ato de nomeação do diretor de secretaria de Vara do Trabalho é um ato
complexo, nos termos do artigo 710 da CLT, assim, recomenda-se aos Tribunais Regionais
do Trabalho que a nomeação pelos Presidentes dos Tribunais deve ser precedida de
indicação do juiz titular, recaindo preferencialmente entre servidores da carreira judiciária”
(CNJ – PCA 134 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU
15.09.2006 – Ementa não oficial).

Nepotismo. Aplicação da Resolução CNJ 07/2005

Pedido de providências. Consulta. TRT, 24ª Região. Aplicação da


Resolução 7/2005 do CNJ. Esclarecimentos. (CNJ – PP 186 – Rel. Cons. Germana Moraes
– 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Presença das partes acompanhadas de advogados perante a justiça trabalhista.


Faculdade

Pedido de Providências. Presença das partes na Justiça


Trabalhista acompanhadas de advogado. Norma do Tribunal de origem que torna
obrigatória. Inviabilidade. Deferimento. – “I) É facultativa a presença das partes
acompanhadas de advogados perante a justiça trabalhista, nos termos do art. 791, § 1º da
CLT, bem como diante do entendimento cautelar do STF na suspensão da eficácia do art.
1º, I, do EOAB (ADI – MC 1.127/DF). II) Pedido de Providências julgado procedente para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


420

determinar ao Tribunal ad quo que modifique o teor de provimentos de sua e. Corregedoria


no sentido oposto ao mandamento legal e entendimento jurisprudencial” (CNJ – PP 9788 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Substituição de magistrados no 2º Grau de Jurisdição. Convocação que não se


restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da sede da respectiva
Região

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TRT/3ª Região. RES/CNJ 17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no
art. 37 da CF/88 na eleição do critério de substituição de magistrado em segundo grau.
Falta de previsão do quorum especial imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. – “A
problemática afeta à averiguação da validade de critérios regimentais de substituição de
magistrados, em segunda instância, não está, certamente, restrita à Justiça Trabalhista,
denotando relevância para todos os órgãos jurisdicionais. Ao CNJ incumbe, em caso de
dúvida manifesta, a análise da legitimidade dos fatores de discriminação inscritos nos
respectivos regimentos internos, em cumprimento ao disposto na Res. 17/06, bem assim,
sua relação de compatibilidade com os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade administrativa e juiz natural. A titularidade em Vara da Capital não se mostra,
à toda evidência, critério de aferição de merecimento, maturação ou qualificação técnica
para, isoladamente, orientar a seleção dos magistrados prontos ao desempenho de tarefas
jurisdicionais de segundo grau jurisdicional. A delegação de competência ao Presidente do
TRT/3ªR para operar as convocações, mormente em razão da ausência de parâmetros
concretos a garantirem a impessoalidade da escolha, ainda que ratificada pelo Órgão
Especial, mostra-se dissonante do artigo 1º da Res./CNJ 17/06. Nulidade do § 1º do art. 66
do RI do TRT/3ª R. VII) Julgado o conflito negativo de forma a declarar a competência do
CNJ para conhecer e deliberar sobre o caso. Pedido conhecido e julgado procedente para
efeito de compelir o TRT/3ªR a adequar, no prazo de 90 dias, o art. 66, §§ 1º e 4º de seu
Regimento Interno aos princípios da isonomia, impessoalidade e demais vetores do art. 37
da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06. Prejudicado o pedido liminar de suspensão dos
efeitos do § 4º do art. 66 do RI do TRT/3ª R.” (CNJ – PCA 468 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).
Parte da declaração de voto vencedor do Cons. Altino Pedroso dos Santos: “É essa a
primeira razão pela qual entendo inaplicável à Justiça do trabalho a restrição contida no
inciso V, do § 1º do art. 118 da Lei Complementar 35/1979, pois me parece que a intenção
do legislador, ao excluir do art. 93 a expressão ‘e seus parágrafos’, foi limitar as exigências
para a convocação em substituição no Tribunal àquelas previstas no caput do art. 118 da
mesma Lei Complementar. Por essas razões, reconheço que a convocação para a
substituição no Tribunal não se restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da sede
da respectiva Região. Julgo procedente o pedido”.

JUSTIÇA ELEITORAL
Advogados membros-juristas. Garantia da vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade dos subsídios que não os alcança

“Ocorre que, tais garantias – vitaliciedade, inamovibilidade e


irredutibilidade dos subsídios – não abrangem os advogados membro-juristas dos
Tribunais Eleitorais, os quais, por outro lado, por um período de 3 anos, exercem
efetivamente funções de magistrado” (CNJ – PP 200710000014851 – Rel. Cons. Técio
Lins e Silva – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


421

Advogados membros-juristas e juízes suplentes não remunerados.


Compatibilidade com o exercício do múnus privado da advocacia, com
restrições

Consulta formulada sobre os limites e restrições impostos aos


advogados membros-juristas de Tribunais Eleitorais e juízes suplentes não remunerados.
– “Decisão do STF determinando a compatibilidade dessas funções com o amplo exercício
do múnus privado da advocacia. Limites que só podem ser impostos decorrentes de
questões processuais e éticas. Impossibilidade de os referidos magistrados advogarem
perante o próprio Tribunal Eleitoral em que atuam e outros juízos ou Tribunais Eleitorais,
conclusão que não se aplica aos demais Tribunais, inclusive da União. Não há restrições
para atuar como advogados em feitos criminais. Há impedimento para atuar contra a
Fazenda Pública da União que os remunera. Possibilidade de exercer a advocacia pública e
impossibilidade de exercer atividades político-partidárias. Aplicável a quarentena prevista
na Constituição unicamente nas hipóteses em que a advocacia é exercida no próprio
Tribunal Eleitoral do qual se afastou. Aplicável as restrições do art. 95, parágrafo único,
inciso IV, da Constituição Federal. Eventual restrição sobre o recebimento, a qualquer
título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei, devem ser analisadas à luz do caso
concreto. Incompetência do CNJ para pronunciar sobre consulta em que se indaga sobre a
possibilidade de as sociedades integradas por membros de Tribunais superiores atuarem
em feitos que se subsumam às hipóteses anteriores. Questionamentos respondidos, os quais
se aplicam in totum aos juízes suplentes não remunerados”. (CNJ – PP 200710000014851
– Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Afastamento de Juiz Eleitoral de suas funções por dez dias em razão de


arguição de suspeição

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado em


exercício no TRE/GO. Argüição de suspeição. Reclamação. Decisão de afastamento das
funções eleitorais pelo prazo de dez dias. Sanção administrativa. Ofensa princípios
constitucionais. – “O afastamento determinado pelo TRE-GO consubstanciou-se em velada
aplicação de sanção disciplinar, uma vez que o Código de Processo Civil e o Regimento
Interno do TRE/GO convergem para o afastamento do magistrado do feito que originou a
suspeição, e não de suas atividades eleitorais. O ato aqui impugnado prescinde de
razoabilidade, de proporcionalidade, além de ofender os princípios constitucionais do
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Procedimento que se julga
procedente” (CNJ – PCA 200910000018348 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão
– j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Alteração na jurisdição eleitoral

Pedido de Esclarecimentos no Procedimento de Controle


Administrativo. Inviabilidade do cumprimento da decisão no prazo assinalado em razão do
comando de Resolução 21.009/2002 do TSE que impede a alteração na jurisdição eleitoral.
Procedência parcial para determinar ao Tribunal Regional Eleitoral que adote as
providências necessárias para suprir a titularidade da função eleitoral correspondente à
Comarca de Nova Iguaçu, com a observância estrita das disposições legais e
regulamentares aplicáveis à espécies. (CNJ – PCA 107 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 27ª
Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

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422

Anulação de designação de magistrado para Zona Eleitoral. Exigência de


titularidade nas Zonas Eleitorais para a indicação

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação da


designação de magistrado para Zona Eleitoral. Res. 21009/02-TSE. Critério. Titularidade
de Zona Eleitoral. – “‘A alteração provocada pelo Tribunal Superior Eleitoral visa a não-
perpetuação do Magistrado em titularidade de Zonas Eleitorais, uma vez que ocorram
remoções e promoções de Magistrados. Para a indicação dos Tribunais há de ser
considerada a titularidade nas Zonas Eleitorais, e não períodos de substituição a título
precário’ (CNJ – PP 11102 – Rel. Cons. Felipe Locke – 68ª Sessão Ordinária de
Julgamento). Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime) e (CNJ – PCA
200810000014533 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Concurso de remoção para servidores. Decisão administrativa posterior


desconsiderando ato normativo anterior

Procedimento de Controle Administrativo. Justiça eleitoral.


Servidores. Concurso de remoção. – “Decisão administrativa superveniente e contrastante
de ato normativo anterior proveniente do mesmo órgão judiciário não traduz nenhuma
antijuridicidade, mas novo posicionamento do tribunal. O controle de legalidade exercido
pelo Conselho Nacional de Justiça de que fala a Constituição não assegura ao administrado
a perpetuidade de critérios fixados em regulamento. Qualquer manifestação corretiva do
Conselho Nacional de Justiça invadiria espaço legítimo de autonomia administrativa dos
tribunais, sendo este Conselho, nunca é demais repetir, o zelador constitucional de tal
autonomia. Pedido conhecido e rejeitado” (CNJ – PCA 200810000018745 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Criação e desmembramento de zonas eleitorais. Autonomia dos tribunais

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Zonas eleitorais. Criação e desmembramento. Autonomia dos tribunais.
Resolução 19.994-97/TSE. Legitimidade reconhecida pelo TSE. – “I) Compete ao
Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais de juízes e servidores. II)
Contudo, nos termos da própria Constituição Federal, à luz do princípio da autonomia do
Poder Judiciário, resguardado pelo art. 103-B, § 4º, I, bem como das atribuições
expressamente referidas no art. 96, I, ‘b’ e ‘d’, não está o CNJ autorizado a interferir na
disciplina eleita pelos Tribunais para organizarem suas secretarias e serviços auxiliares ou,
mesmo para a propositura de criação de novas unidades judiciárias. III) O controle
realizado por este Conselho deve alinhar-se ao princípio de preservação da autonomia dos
Tribunais. IV) Precedentes do TSE reconhecendo a legalidade da Res. 19.994-97/TSE
(Proc. 346. Rel. José Augusto Delgado, DJ 7/2/2008; Proc. 342. Rel. Carlos Eduardo
Caputo Bastos, DJ 1/2/2008). V) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ
– PCA 200910000016583 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j.
09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Critérios de escolha de magistrados para compor a Corte

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de


informações. Questão unicamente de direito. Julgamento antecipado da lide,
possibilidade. Critérios de escolha de magistrados ao exercício de funções na Justiça
Eleitoral. Ausência de critérios. Inocorrência. Indeferimento. – “Não há falar em ausência
de critérios de escolha dos magistrados que se candidatem ao exercício de funções na
Justiça Eleitoral em face dos comandos exauridos nas Res. TSE 21.009/2002 e
20.505/1999 e no Provimento CGE 5/2002. Procedimento de Controle Administrativo a
que se indefere” (CNJ – PCA 10353 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Impedimento de magistrado para compor a Corte. Parentesco com candidatos

Pedido de Providências. Impedimentos dos magistrados na


jurisdição eleitoral. Parentesco com candidatos. Questão já disciplinada na legislação
aplicável. Ampliação dos impedimentos legais. Competência do TSE. Não-conhecimento.
– “I) A questão do impedimento de magistrado para exercer jurisdição eleitoral no caso de
parentesco com candidatos encontra regulamentação nos arts. 14, § 3º, do Código Eleitoral,
95, da Lei 9.504/97, e 1º, § 2º, da resolução 20.958, de 18 de dezembro de 2001, do TSE.
II) Havendo intuito de se modificar as normas regentes, de rigor seja o pedido formulado
ao Tribunal Superior Eleitoral, órgão competente para disciplinar a questão, nos termos do
art. 8º, alínea “v”, do RITSE, bem como do art. 23, inciso IX, do Código Eleitoral. III)
Pedido de Providências não conhecido” (CNJ – PP 14498 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
– 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Representação por excesso de prazo. Impugnação de mandato eletivo.


Princípio da celeridade

Representação por Excesso de Prazo. Ação De Impugnação De


processo. Adoção de providências necessárias ao seu julgamento. Ação De Impugnação
De Mandato Eletivo, ajuizada em dezembro de 2002 há de ser julgada com prioridade, de
sorte a se resguardar a utilidade de eventual sentença que afirme sua procedência. – “A
circunstância de terem sido reunidas, por conexão, ações outras, com o natural incremento
das diligências instrutórias, não justifica o retardamento verificado, máxime quando se
atenta para o fato de que o mandato impugnado encerra-se em 2006. As características do
processo eleitoral, especialmente o prazo certo do mandato, exigem a adoção de
procedimento célere. Precedente do TSE. Representação por Excesso de Prazo procedente”
(CNJ – REP 128 – Rel. Cons. Ministro Antonio de Pádua Ribeiro – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Requisição de eleitores

Procedimento de Controle Administrativo. Requisição de


servidores para a Justiça Eleitoral. TRE/GO. Prazo de requisição vencido e renovado.
Competência do TSE para apreciação da matéria. (CNJ – PCA 169 – Rel. Cláudio Godoy –
29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

JUSTIÇA EM NÚMEROS
Projeto de Lei 7.404/2002

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


424

Estudo intitulado A Justiça em números. Perceptível o incremento


das atividades do TRT 21ª Região após a implementação das 220 funções comissionadas.
Resultado que justifica a criação das 220 funções comissionadas, objeto do Projeto de Lei
7.404/2002. Aprovação do Projeto de Lei 7.404/2002 com a decotação do seu artigo 2º.
(CNJ – PP 118 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006
– Ementa não oficial).

JUSTIÇA FEDERAL
Promoção. Não aplicação do art. 93, II “b” da CF/88 (dois anos de exercício na
respectiva entrância) na promoção por merecimento

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. – “O Art. 93,


II, ‘b’, da Constituição Federal não se aplica à Justiça Federal, consoante precedentes do
STF. Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000028696 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

JUSTIÇA GRATUITA
Vide: ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

JUSTIÇA MILITAR
Palavras-chave: AUDITORIA MILITAR

Criação de Auditoria especializada em matéria cível

Procedimento de Controle Administrativo. Criação de auditoria


especializada em matéria cível. Alegação de inconstitucionalidade pela ausência de
previsão legal e violação ao princípio do juiz natural. EC 45/2004. Alteração da
competência da Justiça Militar que justifica o ato normativo que criou a auditoria
especializada. – “Não obstante a ausência de previsão legal expressa restringindo a
competência para apreciação das questões disciplinares a apenas uma Auditoria Militar, a
Portaria em questão editada pelo Presidente do Tribunal – advinda de decisão anterior do
Tribunal Pleno – contribui para realização do princípio da eficiência administrativa” (CNJ
– PCA 11930 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Plantão Judiciário

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Requerimento


de efetivação do Plantão Judiciário no âmbito da Justiça Militar. Matéria já
regulamentada. Impossibilidade de atuação do CNJ. Necessidade de divulgação do
plantão e das informações a ele referentes. Recurso parcialmente provido. – “I) Em já
havendo regulamentação da matéria no âmbito da Justiça especializada, desnecessária a
atuação do CNJ quando não apresentados indícios de atos ilegais, irregulares e/ou
omissivos. II) É imprescindível a divulgação do plantão judiciário e das informações a ele
referentes para a garantia da finalidade visada pelo instituto” (CNJ – PCA
200810000008028 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


425

–L–
LEGISLAÇÃO
Vide: LEI

LEGISLAÇÃO ESTADUAL
V. tb.: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE LEGALIDADE DE LEI
ESTADUAL PELO CNJ

Impossibilidade do CNJ exercer controle de legalidade ou de


constitucionalidade sobre lei estadual

Pedido de Providências. Lei Estadual de iniciativa de Tribunal de


Justiça. Criação de cargos em comissão sem exigência de concurso público. – “Não
compete ao Conselho Nacional de Justiça, dentro das atribuições conferidas pelo artigo
103-B da Constituição Federal, acrescido pela Emenda Constitucional 45, de 30 de
dezembro de 2004, exercer controle de legalidade ou constitucionalidade sobre lei
estadual. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200810000007000 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

LEGITIMIDADE ATIVA
V. tb.: DEFESA DE DIREITO ALHEIO EM NOME PRÓPRIO – SUBSTITUTO
PROCESSUAL

Avocação de processo disciplinar pretendida pelo próprio interessado

Avocação de Processo Administrativo Disciplinar. Ilegitimidade


ativa para que a parte interessada no feito administrativo requeira diretamente a
instauração do procedimento para defesa de interesses meramente pessoais. (art. 85 do
Regimento Interno do CNJ). – “Na falta de qualquer motivo de relevância no caso
vertente, sob a ótica do interesse público, a justificar a avocação do feito disciplinar em
curso, deve este prosseguir perante a autoridade administrativa natural instituída pela
Constituição para a sua apuração, instrução e julgamento. Via de conseqüência, não deve o
pedido de avocação ser conhecido por ausência de legitimidade ativa da parte requerente”
(CNJ – APD 05 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Impugnação de


edital. Legitimidade e interesse

Recurso em Procedimento de Controle Administrativo. Concurso


de ingresso em atividade notarial e de registro. Impugnação de edital. Legitimidade e
interesse. – “1) Tem legitimidade para a instauração de Procedimento Administrativo o
interessado que, embora não o tenha iniciado, se diz detentor de direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão, as organizações e associações representativas, no tocante
a direitos e interesses coletivos, ou as pessoas ou associações legalmente constituídas,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


426

quanto a direitos ou interesses difusos. 2) Carece de legitimidade e interesse para


impugnação de edital de concurso público terceiro não inscrito ou que não seja
representante legítimo de algum interessado. Recurso em Procedimento de Controle
Administrativo de que conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200910000012243 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Eleição para cargos de direção de Tribunal. Impugnação por pessoa estranha


ao quadro de Desembargadores

Procedimento de Controle Administrativo. Eleição. Cargos de


direção de Tribunal. Impugnação. Legitimidade e interesse. – “I) Estão legitimados para a
instauração de Procedimento Administrativo o interessado que, embora não o tenha
iniciado, se diz detentor de direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão, as
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos, ou
as pessoas ou associações legalmente constituídas, quanto a direitos ou interesses difusos.
II) Quando, porém, se trate de lesão a direito ou interesse individual resultante da prática
de ato pela Administração, somente estão legitimadas para a sua revisão aquelas pessoas
detentoras desse direito ou interesse. III) Terceiro estranho ao quadro de Desembargadores
de Tribunal de Justiça, que não teve direito ou interesse afetado pelo resultado da eleição
para cargos de direção, não detém legitimidade para pleitear a sua anulação. Procedimento
de Controle Administrativo de que não se conhece” (CNJ – PCA 200910000000393 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Entidade representativa de classe. Legitimidade perante o CNJ. Defesa de


direitos individuais puros

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade de


entidade de classe. Ausência. Direitos individuais puros. Não-conhecimento. – “I) A
repercussão da decisão dá-se na esfera jurídica particular dos candidatos supostamente
preteridos no concurso de promoção à segunda instância, não servindo a presente via à
tutela de direitos individuais em procedimento intentado por órgão representativo de toda a
classe. II) Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido. Pedido de intervenção
de terceiros como amicus curiae prejudicado” (CNJ – PCA 9326 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Legitimidade das entidades de classe para propor mandado de segurança em


favor de alguns associados, desde que os interesses defendidos não sejam
divergentes, com relação aos demais associados

“As associações têm legitimidade para proporem mandado de


segurança, na defesa de interesses da categoria, ainda que de alguns associados, desde que
os interesses defendidos não sejam divergentes dos interesses dos demais associados”
(CNJ – PCA 9326 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Ementa não oficial).

Legitimidade das entidades de classe para representar seus filiados


extrajudicialmente apenas quando expressamente autorizadas

“Ora, por força do quanto estatuído no inciso XXI do art. 5º da


Constituição Federal, as entidades associativas só têm legitimidade para representar seus

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


427

filiados extrajudicialmente quando expressamente autorizados. No caso, a AJUFER não


fez qualquer prova da condição de associados dos supostos candidatos aprovados no X
Concurso Público para provimento de cargos de Juiz Federal Substituto da 1ª Região nem,
muito menos, de que esteja expressamente autorizada por eles a fazer a defesa de seus
pessoais interesses. Não há, destarte, de se falar em legítimo direito de representação, a
autorizar o ingresso no feito na condição de interessado deflagrador do procedimento
(inciso I do art. 9º da Lei 9.784/99). De igual forma, não se encontra a AJUFER a atuar na
condição de associação representativa de defesa de direitos e interesses coletivos de seus
associados, ou mesmo quanto a direitos ou interesses difusos, o que afasta por completo a
aplicação dos incisos III e IV do art. 9ª da Lei 9.784/99. Por fim, e como muito bem
adverte JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, ‘[...] para que o indivíduo se
qualifique como interessado no processo administrativo é preciso que demonstre possuir
efetivo interesse jurídico, o que equivale a dizer que lhe cabe comprovar que a decisão a
ser adotada no processo poderá afetar realmente seu direito em virtude da conexão com o
direito principal objeto do processo. Interesses meramente de fato e sem conexão direta
com o que se examina no processo não geram para o indivíduo a qualidade de legitimado.
Aliás, a se permitir o ingresso de tais pessoas, o procedimento administrativo sofreria
significativo entrave, tramitaria com maior morosidade e ficaria, com isso, mais distante do
princípio da celeridade tudo em prejuízo do interesse público perseguido pela
Administração’. Por mais que se perquira, não se enxerga, com a necessária nitidez, como
a decisão a ser proferida nestes autos possa afetar direito ou interesse juridicamente
tutelável da indigitada associação, a autorizar a sua participação na condição de
interessada. Acolho, assim, a argüição suscitada, para o fim de não admitir o ingresso da
AJUFER – Associação dos Juízes Federais da 1ª Região – na condição de terceira
interessada nestes autos de Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA 9326 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007
– Parte do voto do relator).

Possibilidade de qualquer pessoa, com ou sem advogado, ingressar com


procedimento no CNJ. Legitimidade ampliada.

“Ora, como não se desconhece, qualquer pessoa tem legitimidade


para ingressar com procedimentos no CNJ, independentemente de constituição de
advogado ou de estar por este representado. É o que se chama de legitimidade ativa
ampliada, posto atender ao interesse público na fiscalização dos atos administrativos” (CNJ
– PCA 200810000006974, PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 70ª Sessão –
j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008 – Ementa não oficial).

Sindicato de Advogados. Representatividade apenas de seus associados

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato dos


Advogados do Estado do Rio de Janeiro. Convênio celebrado entre a Ordem dos
Advogados do Brasil - Secção do Estado do Rio de Janeiro e o Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro. Improcedência do pedido. – “O requerente não tem a qualidade
que alardeia, não representando a classe dos advogados fluminenses, mas tão somente seus
filiados e, como também, não há qualquer inconstitucionalidade ou ilegalidade do acordo
de cavaleiros patrocinado pelo TJRJ e a OAB-RJ, uma atitude que merece ser estendida a
outros tribunais brasileiros, revelando a concórdia e a boa solução para casos que tais”
(CNJ – PCA 55 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


428

LEGITIMIDADE DE PARTE
V. tb.: ILEGITIMIDADE DE PARTE

Ilegitimidade ativa do requerente perante o CNJ

Pedido de Providências. Consulta. Ilegitimidade ativa. Não


conhecimento. Da mesma forma que ocorre quanto aos Procedimentos de Controle
Administrativo, o Pedido de Providências também deve atender ao disposto na Lei
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, no que diz respeito ao
interesse do requerente em mover o pedido, sob pena do Plenário do CNJ ficar
inviabilizado pelo recebimento indiscriminado de diversos pleitos administrativos. Não se
toma conhecimento da consulta formulada, em decorrência da falta de interesse do
requerente. (CNJ – PP 1229 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão Extraordinária – j.
08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Pedido de controle de legalidade de ato administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade de parte.


Procedimento de Controle de Legalidade. – “Não há falar em ilegitimidade de parte se o
pedido é de Controle de Legalidade de Ato Administrativo que incide sobre toda uma
coletividade e que pode ser exercido de ofício, nos termos do art. 103-B, § 4º, inc. II, da
Constituição Federal, descabendo cogitar de aplicação do rigorismo do processo civil”
(CNJ – PCA 200810000020405 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Processo Administrativo Disciplinar. Avocação requerida pelo próprio


magistrado. Ilegitimidade de parte

Avocação de Processo Disciplinar. Tribunal de Justiça de São


Paulo. Postulação de Magistrado. Pedido não conhecido por ilegitimidade de parte. – “I)
O Requerente não tem legitimidade para postular avocatória de Processo, nos termos do
art. 85 do Regimento Interno do Egrégio Conselho. II) Tal entendimento não obsta
eventual futura postulação de revisão disciplinar, conforme facultado pela Constituição
Federal” (CNJ – APD 9 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

LEGITIMIDADE PARA AGIR


Concurso de ingresso em serventias extrajudiciais. Exigência de que o
requerente esteja inscrito no concurso

Concurso. Ingresso na atividade notarial e de registro.


Legitimidade para agir perante o CNJ. – “Acerca do tema, o CNJ já decidiu que, em casos
semelhantes, o requerente possuirá legitimidade se estiver inscrito no concurso impugnado,
ou se for representante de algum interessado” (CNJ – PCA 407 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).
Observação: Vide o PCA 58, Rel. Cons. Germana de Moraes.

LEI

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


429

Pretensão de que o CNJ determine ao tribunal que regulamente disposição de


lei
Pedido de Providências. Sindicato de classe. Pretensão de que o
CNJ regulamente os arts. 58 e 63 da LC Estadual 5/2001, fixando-se prazo para o seu
cumprimento. Inadmissibilidade. Preservação da autonomia do Poder Judiciário. –
“Falece competência ao CNJ para determinar que os tribunais regulamentem disposições
de Lei Complementar, considerando que tal exsurgiria como interferência na autonomia
administrativa e financeira dos tribunais, assegurada pelo art. 99 da Constituição Federal,
considerando que o aumento de despesas traduz questão interna corporis, na medida em
que o incremento de gastos poderá não se compatibilizar com a disponibilidade de
recursos, por força do orçamento-programa anual e das restrições da Lei de
Responsabilidade Fiscal” (CNJ – PP 2009100000011524 – Rel. Cons. Rui Stoco – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

LEI ESTADUAL SUBMETIDA A CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


PERANTE DO STF
Criação do cargo de Chefe de Secretaria e extinção do cargo de Escrivão
Judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra o


art. 2º da Lei 7.971/2005 do Estado do Espírito Santo, que criou o cargo de Chefe de
Secretaria como função gratificada e extinguiu o cargo de Escrivão Judicial. Questão já
apreciada pelo CNJ em procedimento específico (PCA 21) e posteriormente judicializada
e submetida ao Poder Judiciário para Controle de Constitucionalidade. Pedido não
conhecido. – “A lei estadual submetida ao controle de constitucionalidade do Supremo
Tribunal Federal, sem concessão de liminar, continua válida e aplicável até que,
eventualmente, seja declarada inconstitucional” (CNJ – PCA 200810000018721 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

LEI MARIA DA PENHA


V. tb.: VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

Alteração da competência de varas. Atribuição dos tribunais para editar


resoluções

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração de


competência de varas. Normas de disposição transitória. Lei Maria da Penha.
Competência dos tribunais para edição de resolução regulamentadora de normas de
caráter transitório. Ilegalidade e vício de iniciativa inocorrentes. Situação transitória
devidamente fundamentada. Pedido improcedente. – “Os tribunais dispõem de
competência normativa para regulamentar divisão de seus serviços e órgãos jurisdicionais
e administrativos (art. 96, inciso I, alínea ‘a’, da CF/88)” (CNJ – PCA 607 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Criação e


implementação

“Recomenda aos Tribunais de Justiça dos Estados, do Distrito


Federal e dos Territórios que, em observância à legislação de regência, adotem as seguintes

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


430

medidas: 1) Criação e estruturação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra


a Mulher, nas capitais e no interior, com a implementação de equipes multidisciplinares
(art. 14 da Lei 11.340, de 09.08.2006); 2) Divulgação da Lei 11.340, de 09.08.2006, e das
providências administrativas necessárias à mudança de competência e à garantia do direito
de preferência do julgamento das causas decorrentes da prática de violência doméstica e
familiar contra a mulher; 3) Constituição de Grupo Interinstitucional de Trabalhos para
tratar de medidas integradas de prevenção, de responsabilidade do Judiciário, relacionadas
no artigo 8º da Lei 11.340, de 09.08.2006, tendentes à implantação das políticas públicas
que visam a coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares (artigos 3º,
parágrafo 1º, e 8º da Lei 11.340, de 09.08.2006); 4) Inclusão, nas bases de dados oficiais,
das estatísticas sobre violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 38 da Lei 11.340,
de 09.08.2006); 5) Promoção de cursos de capacitação multidisciplinar em direitos
humanos/violência de gênero e de divulgação da Lei 11.340, de 09.08.2006, voltados aos
operadores de direito, preferencialmente magistrados; 6) Integração do Poder Judiciário
aos demais serviços da rede de atendimento à mulher” (Recomendação CNJ 9, de
08.03.2007).

Superveniência da Lei 11.340/2006

Pedido de Providências. Medidas visando coibir a violência


doméstica e familiar contra a mulher. Sugestões acolhidas pelo legislador. Superveniência
da Lei n° 11.340/2006. Pedido prejudicado. Arquivamento. (CNJ – PP 518 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA - LOMAN


Caráter exaustivo das vantagens nela previstas

“Se a enumeração das vantagens feita diretamente pela LOMAN é


exaustiva, dada a cláusula de exclusão geral do art. 65, § 2º, e se ela foi recepcionada pela
Constituição Federal de 1988 como Lei Complementar, então nenhuma vantagem pode ser
concedida a magistrados pela Legislação Estadual ou por atos normativos dos Tribunais
sem previsão expressa na LOMAN” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

LEILÃO JUDICIAL ELETRÔNICO


Instituto Nacional de Qualidade Judiciária. Monopólio considerado ilegal

Pedido de Providências. Leilão judicial eletrônico – LJE. Instituto


Nacional de Qualidade Judiciária. INQJ. OSCIP. Sociedade em conta de participação.
Sociedade comercial com fins lucrativos. Termos de parceria celebrados pelo INQJ com
órgãos do Poder Judiciário, valendo-se da condição de OSCIP. – “1) A conduta da
magistrada na direção do Instituto Nacional de Qualidade Judiciária – INQJ, sob aspecto
disciplinar, é objeto de apuração em procedimento específico no âmbito do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região. 2) O INQJ, valendo-se de sua condição de Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, firmou parcerias com órgãos do Poder
Judiciário para oferecer serviços especializados de informática produzidos pelo sócio
oculto, a sociedade empresária ‘S4B – Digital Desenvolvimento de Tecnologia Multimídia
Ltda.’. Essas parcerias evitaram a licitação exigível se esses serviços fossem contratados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


431

diretamente com a empresa S4B. 3) É ilegal o monopólio realizado pelo Instituto Nacional
de Qualidade Judiciária - INQJ para a realização de leilões eletrônicos judiciais, em
benefício da empresa ‘SB4 Digital Desenvolvimento de Tecnologia Multimídia Ltda.’. A
atuação do INQJ como sócio ostensivo da sociedade em conta de participação é ilegal e
incompatível com a sua qualidade de OSCIP. 4) Procedência do Pedido de Providências
para determinar o desfazimento dos termos de parceria firmados com o Instituto Nacional
de Qualidade Judiciária – INQJ, sem licitação, que tenham por objeto a implementação e
gestão Projeto LEJ - Leilão Eletrônico Judicial” (CNJ – PP 200810000020879 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

LEILOEIRO
Provimento do Tribunal dispondo sobre a remuneração do leiloeiro

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional do


Trabalho da 2ª Região. Impossibilidade do conhecimento do pedido quanto à decisão
judicial proferida. Viabilidade de revisão do ato administrativo. Provimento local dispondo
sobre a remuneração do leiloeiro. Impossibilidade de fixação de valor de 2% do valor do
bem para pagamento das despesas de leiloeiro em hipótese no qual o ato tenha sido
frustrado. Despesas do leiloeiro devem ser restituídas de acordo com o assentado no § 2º
do art. 249-C do GP/CR 01/2007. Impossibilidade de Provimento administrativo criar
obrigações para terceiros em hipóteses não previstas na legislação vigente. Violação ao
princípio da legalidade. Conhecimento e provimento parcial do pedido para cancelar o
dispositivo do provimento que fixava valor diverso do previsto em lei para pagamento da
atividade de leiloeiro. (CNJ – PCA 200810000006299 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Remuneração. Leilão não realizado. Aplicação do Decreto-Lei 21.981/32

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional do


Trabalho da 5ª Região. Provimento local dispondo sobre a remuneração do leiloeiro.
Aplicação do Decreto-Lei 21.981/32. Impossibilidade de fixação de valor da comissão a
ser paga pelo adquirente em valor superior a 5% do valor de arrematação. Impossibilidade
de fixação de valor de 5% do valor do bem para pagamento das despesas de leiloeiro em
hipótese de leilão não realizado. Impossibilidade de Provimento administrativo criar
obrigações para terceiros em hipóteses não previstas pela legislação vigente. Violação ao
princípio da legalidade. Conhecimento e provimento do pedido para cancelar os
dispositivos do provimento que fixara valores diversos dos previstos em lei para
pagamento da atividade de leiloeiro. (CNJ – PCA 14050 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO


Pagamento de valores indevidos, determinado por magistrado a si próprio,
quando investido na função de administrador. Obrigação de devolver

Procedimento de Controle Administrativo. Responsabilidade civil.


Independência das instâncias. Magistrado investido na função de administrador.
Apuração. Processo Administrativo. Dano, ação ou omissão culposa (sentido amplo) e
nexo causal. Apuração. Competência do CNJ. Art. 103-B, § 4º, II, CF/88. Obrigação de
reparação do dano. – “I) A par da responsabilidade disciplinar, aos agentes públicos (aqui

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


432

considerados tanto os servidores do Poder Judiciário quanto seus agentes políticos) será
imputada a responsabilidade civil por condutas, comissivas ou omissivas, dolosas ou
culposas, que causem lesão ao patrimônio público. A responsabilidade civil, quando
apurada em processo administrativo, enseja a reparação do dano, independentemente de
condenação em ação penal, em ação civil pública ou em processo disciplinar. II) O
Processo Administrativo destinado à apuração de responsabilidade civil, no âmbito do
CNJ, visa à comprovação da existência do dano, da culpa, em sentido amplo e do nexo de
causalidade. III) Os servidores e membros do Poder Judiciário e, em especial, os dirigentes
de Tribunais, em suas ações concretas de gestão administrativa, devem observância aos
princípios da legalidade e da moralidade, bem como, aos demais princípios inspiradores da
boa-gestão, insculpidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988. IV) Na mesma medida
em que se espera lisura dos agentes encarregados da administração dos Poderes Executivo
e Legislativo, mostra-se imperiosa a efetivação do interesse público, no desempenho
eficiente e probo da gerência dos recursos humanos e materiais dos órgãos jurisdicionais.
V) Procedimento de Controle Administrativo provido para efeito de devolução de valores
recebidos indevidamente, a título de diferenças salariais e serviço extraordinário” (CNJ –
PCA 200810000024502 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

LICENÇA PARA TRATAR DE ASSUNTOS PESSOAIS


Delegatário de serventia extrajudicial

“O delegatário de serviço público exerce a delegação sob o regime


privado, de modo que o afastamento das funções, nesta hipótese, ocorre por conta e risco
do titular, pois o rendimento da serventia é do substituto até o seu retorno. Todavia, como
o afastamento é por período determinado, não se caracterizou a vacância da serventia. Nos
termos da Lei Federal 8.935, de 18 de novembro de 1994, no regime de delegação de
serviço público não há previsão expressa de licença para trato de interesse pessoal. Essa
forma de afastamento só encontra amparo legal no regime dos servidores públicos.
Todavia, impõe-se, por analogia e de lege ferenda, assegurar ao titular de cartório
extrajudicial, que exerce função pública, o mesmo direito, mediante ato discricionário do
Corregedor-Geral. E, como o afastamento deve ocorrer por tempo certo, cumpre à
Corregedoria-Geral verificar o cumprimento desse prazo ou fixá-lo e exigir o retorno
imediato do titular da serventia, se for o caso” (CNJ – PCA 200810000003705 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
Relator).

LICENÇA-PRÊMIO
Conversão de licença-prêmio não gozada em pecúnia. Magistrado aposentado

Pedido de providências. Conversão de licença-prêmio não gozada


em pecúnia. Magistrado aposentado. – “Não há previsão de licença-prêmio nem de licença
especial para magistrados na LOMAN, sendo indevido qualquer valor indenizatório a este
respeito, conforme pacífica jurisprudência do STF” (CNJ – PP 1127 – Rel. Alexandre de
Moraes – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Magistrados. Conversão em pecúnia

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


433

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

LICENÇA REMUNERADA
Servidor do Judiciário eleito para cargo em Sindicato

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato representativo


da classe dos oficiais de Justiça do Estado da Paraíba. Direito a licença remunerada para o
desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito
estadual, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
Previsão, inclusive, no regimento interno do próprio Tribunal de Justiça de licença dos
servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, até o
máximo de três por entidade. (CNJ – PCA 548 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

LICITAÇÃO
Contratação de empresa pela Administração na modalidade inexigibilidade de
licitação. Procedimento regular

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Inexigibilidade de licitação. Pressupostos observados. Irregularidade
inexistente. – “Preenchidos cumulativamente todos os requisitos exigidos para a
contratação de empresa pela administração pública, a modalidade inexigibilidade de
licitação (arts. 13 c/c 25, II da Lei 8.666/93), regular o procedimento combatido.
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 200710000014930
– Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Contratação de empresa por Tribunal, com dispensa ou inexigibilidade de


licitação, cujos sócios encontram-se em situação de nepotismo

“Nesse diapasão, não vejo razões bastantes, sustentadas à luz da


Constituição, que justifiquem tratamento diferenciado a pessoas jurídicas que celebram
contratos com a Administração nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujos
sócios encontram-se em situação de nepotismo. Entendo, assim, que, conquanto o inciso V
aluda somente a ‘contratação’, este vocábulo deve ser interpretado sistematicamente com
as demais regras, incluindo-se ali casos em que a empresa, durante a execução do contrato,
passe a enquadrar-se em uma das figuras de nepotismo descritas. Aplicando-se à espécie o
princípio geral do direito segundo o qual onde existe a mesma razão deve-se aplicar a
mesma disposição normativa (ubi eatio ratio, ibi eatio dispositio), entendo que a regra
constante no art. 3º da mesma Resolução deve ser estendida aos casos de contratação de
empresa sem licitação. Não há motivos, como visto, para dispensar tratamento diferenciado
a essas empresas no que tange à situação de seus empregados” (CNJ – PP 12489 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Dispensa

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


434

O processo de dispensa de licitação, nas hipóteses do art. 24, é


próprio e não se confunde com o procedimento de licitação, devendo a autoridade que o
decidir comunicá-la dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e
publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
dos atos. Nem a comissão de licitação nem o setor jurídico do tribunal são autoridades para
fins de dispensa de licitação, razão porque não poderia o Presidente ratificar seus atos. Se o
Presidente é a autoridade que decidir a dispensa, então o Plenário do Tribunal investe-se na
condição de autoridade superior para ratificá-la” (CNJ – PCA 103 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 19ª Sessão – j. 16.05.2006 – DJU 24.05.2006 – Ementa não oficial).

Inexigibilidade declarada pelo Tribunal. Dispensa irregular do certame na


contração de serviços de informática

Contratos administrativos. Licitação. Irregularidades.


Inexigibilidade. Contratos simultâneos. Nulidade. Modulação dos efeitos. “Ex nunc”. – “I)
Celebração, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, de forma simultânea, de contratos de
prestação de serviços técnicos especializados com duas empresas distintas, com o mesmo
objeto, e sem a aferição da possível competitividade de propostas. II) Contratar de forma
direta, simultaneamente, duas empresas para prestarem o mesmo serviço, que não ostenta
qualquer singularidade, viola os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
isonomia, transparência e, em destaque, eficiência. III) Desrespeito aos princípios
constitucionais estampados no caput do art. 37 da Carta Magna, impondo-se a declaração
de nulidade de todos os contratos administrativos mantidos de forma simultânea com as
empresas prestadoras de serviço. IV) Declaração de nulidade dos contratos, com graduação
dos efeitos. V) Parcial procedência dos pedidos para declarar nulos, com efeito ex nunc,
todos os contratos administrativos, celebrados entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais
e as empresas AWFA Consultoria e Projetos S/C. Ltda. e TOP Consultoria Empresarial S/
C. Ltda.” (CNJ – PCA 200710000017128 – Rel. Designado Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Instauração por Tribunal. Proibição de manter, aditar ou prorrogar contrato


com empresa que contratou familiares de juízes e servidores

Pedido de Providências. Interpretação do art. 3º da Res. CNJ 7 de


18.10.2005, com redação dada pela Res. CNJ 9 de 06.12.2005. Proibição de manutenção,
aditamento e prorrogação de contrato com empresas que venham a contratar familiar de
juízes e servidores, com cargo de direção ou assessoramento, do Tribunal contratante.
Advertência que deve constar do edita1 de licitação. Consulta respondida. (CNJ – PP 1207
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

LIMINAR
V. tb.: MEDIDA CAUTELAR – TUTELA ANTECIPADA

Ausência dos pressupostos de admissibilidade

“Ausentes o fumus boni juris e o periculum in mora não pode a


liminar ser concedida para suspender cobrança de tributo, especialmente em sede de
processo administrativo” (CNJ – PCA 200710000007433 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


435

Concurso. Pretensão de suspensão do certame através de liminar em razão de


pendência de ações judiciais

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Pedido de liminar para suspender o certame em face
de pendência de ações judiciais. Uso inadequado do CNJ. Pedido improcedente. – “A
pendência de ação judicial em que não foi concedida liminar suspendendo o concurso não
autoriza o controle administrativo pretendido. Procedimento Administrativo não pode
conferir efeito suspensivo não obtido no âmbito do processo judicial” (CNJ – PCA 11205 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Demora no julgamento de procedimento administrativo disciplinar

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Magistrado afastado de suas funções. Feito
disciplinar processado na origem. Alegação de falta de justa causa. Defeito da
representação inaugural e excesso de prazo para sua conclusão. Pretensão de liminar.
Reintegração, por revisão de decisão de afastamento preventivo. Asserção de violação de
devido processo e do princípio da razoável duração do processo, ante o tempo da
suspensão. Assertivas concernentes a questão de fundo apreciadas apenas em cognição
sumária. Na mesma sede, verificação de que demora também se pode imputar à defesa do
processado. Perigo de demora inverso suporta o indeferimento da liminar. Decisão
mantida. Recurso improvido. (CNJ – PCA 299 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 41ª Sessão –
j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Desnecessidade de apreciação isolada do pedido inicial de concessão de liminar


ou em sede de recurso, quando o processo está apto a ser julgado pelo mérito

Recurso Administrativo. Reconsideração do indeferimento da


liminar pleiteada. Pedidos sucessivos. Sustação da inclusão do auditor na lista de
antiguidade. Suspensão dos procedimentos de promoção ao cargo de Desembargador.
Processo apto para julgamento de mérito. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 606 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 44ª Sessão – j. 31.07.2007 – DOU 17.08.2007 – Ementa não
oficial).

Fato superveniente. Prejudicialidade

Recurso Administrativo. Negativa de liminar. Fato superveniente.


Prejudicialidade. Fica prejudicado o exame do recurso dirigido contra decisão monocrática
denegatória de medida liminar quando fato superveniente altera substancialmente a
situação contemporânea à interposição do recurso. Recurso prejudicado. (CNJ – PCA 620
– Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Fundamentos do pedido de liminar que ingressam no mérito da revisão


disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Recurso contra o


indeferimento de liminar para suspensão dos efeitos decorrentes da decisão proferida pelo
Superior Tribunal Militar. Razões do recorrente que correspondem a justificativas que
adentram no mérito da revisão disciplinar. Questões não passíveis de exame em sede de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


436

cognição sumária. Decisão mantida. (CNJ – REVDIS 37 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 5ª
Sessão Extraordinária – j. 31.01.2007 – DJU 16.02.2007 – Ementa não oficial).

Pressupostos para concessão

Procedimento de Controle Administrativo. Indeferimento de


pedido de medida liminar. Ausência de demonstração dos requisitos necessários. – “A
concessão de liminar exige a demonstração da presença concomitante do fumus boni iuris
(possibilidade de existência de um direito a ser objeto de tutela judicial) e do periculum in
mora (perigo de dano em decorrência da demora na obtenção dessa tutela). Não
demonstrado pelas requerentes a presença de um desses requisitos não há como deferir o
pedido de concessão de medida liminar. Recurso Administrativo em Procedimento de
Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000010140 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

Recurso administrativo. Indeferimento de liminar em procedimento


de controle administrativo. Composição do Órgão Especial no Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região. Quinto Constitucional. – “As liminares, em regra geral, só deverão
ser concedidas quando presentes de forma inequívoca os requisitos cumulativos que as
justifiquem. Os atos administrativos, em princípio, gozam das presunções de legitimidade,
licitude e veracidade. Desconstituição liminar de ato administrativo de Tribunal Pleno que
não se justifica, ainda mais quando inexistente o risco de ineficácia. Recurso desprovido”
(CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Marcus Faver – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Inconformismo quanto a não concessão de medida urgente. Manutenção
da decisão de indeferimento. – “I) O exame da plausibilidade jurídica da pretensão de
direito material depende da apresentação de elementos que levem o julgador a concluir,
não só pela viabilidade jurídica da pretensão, como também pela existência de relativo
indício a amparar a reivindicação do direito” (CNJ – PCA 240 – Rel. Cons. Ruth Carvalho
– 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Recorribilidade das decisões denegatórias da medida

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Recorribilidade das decisões denegatórias de
medidas de urgência (art. 103 RICNJ). Rejeição. – “I) É recorrível a decisão que não
defere pedido de medida de urgência no início do processo. II) Questão de ordem para
interpretar os arts. 19, inciso XX, e 45, inciso XI, do RICNJ, no sentido da recorribilidade
das decisões de indeferimento monocrático de pedido liminar (art. 19, inciso XXIV, do
RICNJ). III) Recurso Administrativo que se dá parcial provimento. Questão de ordem
submetida ao Plenário” (CNJ – PCA 11734 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

LIONS CLUB
Exercício do cargo de presidente ou diretor por Magistrado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


437

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

LITISPENDÊNCIA
Propositura de procedimento idêntico a outro já em andamento

Pedido de Providências. Identidade de partes, objeto e causa de


pedir. Questão jurisdicionalizada. Não-conhecimento. – “I) Em se tratando de matéria
idêntica, bem como haver Reclamação Constitucional (Rcl. 4739) pendente de análise no
STF, a qual impugna os mesmos fundamentos já analisados pelo CNJ em caso anterior,
não há como conhecer do pleito. II) Pedido de Providências a que não se conhece” (CNJ –
PP 6120 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

LITISPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA
Duplicidade de apuração de falta disciplinar

Reclamação Disciplinar. Art. 17 do Regulamento Geral da


Corregedoria do CNJ. Apuração pela respectiva Corregedoria. Arquivamento mantido. –
“Uma vez determinado o exame dos fatos pelo órgão censor local, não se justifica a
manutenção de qualquer expediente no âmbito desta Corregedoria, que fará o
acompanhamento da apuração mediante sistema eletrônico próprio. Recurso não provido”
(CNJ – RD 200710000013846 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. A situação
concreta recomenda a apuração dos fatos pela Corregedoria Estadual. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000012880 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000004894 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

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438

Reclamação disciplinar. Duplicidade de apuração, perante o Tribunal de


origem e o CNJ

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000016124 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

LOCOMOÇÃO DE MAGISTRADO
Limites de despesa e regulamentação

Pedido de Providências. Regulamentação do § 3º do art. 2º da Lei


11.439/2006. Despesas com diárias, passagens, locomoção e publicidade no âmbito do
Poder Judiciário. – “I) Os limites deverão ser apurados levando-se em consideração o total
das despesas empenhadas em 2006, inclusive as relativas a colaboradores eventuais,
excluindo 70% das decorrentes do processo eleitoral de 2006. II) Necessidade de
publicação de ato estabelecendo o limite no âmbito do poder Judiciário, para as despesas
com diárias, passagens e locomoção, bem como com as de publicidade. III) Pedido julgado
procedente” (CNJ – PP 9521 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

LOTAÇÃO E RELOTAÇÃO DE SERVIDOR


Vide: SERVIDOR PÚBLICO

–M–
MÁ-FÉ
Disponibilidade. Remuneração Proporcional

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo contra decisão do TST de indeferimento do pedido de restabelecimento de
vencimentos integrais até decisão final da punição de disponibilidade. Alegação de
ilegalidade por ferir o art. 27 parágrafo 6º da LOMAN. Mera repetição de requerimento
anteriormente efetuado sem qualquer menção até a fase recursal. Má-fé do requerente. –
“Pedido de restabelecimento integral de vencimentos até a decisão final da punição de
disponibilidade. Alegação que em situação similar o TST analisando a questão deu
tratamento diverso. A questão já foi debatida em pedido anterior formulado pelo mesmo
requerente perante este Conselho no PCA 256. Não pode o CNJ ficar revendo suas
decisões sem justificativa plausível. Má-fé do requerente comprovada, pois somente
menciona que existiu requerimento anterior sobre o mesmo tema em fase de recurso.
Recurso de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000007292 –
Rel. Cons. Marcelo Nobre – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


439

Exercício da função de direção ou coordenação em curso preparatório da


Escola da Magistratura. Impedimento para compor banca examinadora em
concurso de ingresso na Magistratura

Pedido de Providências. Consulta. Art. 6º da Resolução 11/2006


do CNJ. Desembargador que exerce função de coordenação na Escola da Magistratura
do Rio de Janeiro. Impedimento para compor banca examinadora do concurso para
ingresso na carreira da magistratura. – “I) A vedação instituída pela Resolução 11/2006
do CNJ objetiva preservar a moralidade na realização dos concursos e a isonomia no
tratamento aos candidatos. A finalidade da norma será mais provavelmente alcançada na
medida em que as comissões e bancas de concursos sejam constituídas por profissionais
sem qualquer comprometimento com o magistério em cursos preparatórios. II) A regra de
impedimento veiculada no artigo 6º da Resolução 11/2006 do CNJ deve ser interpretada no
sentido de abranger também as funções de direção, coordenação e/ou subcoordenação dos
cursos voltados à preparação de candidatos a concursos públicos para ingresso na carreira
da magistratura” (CNJ – PP 200810000009264 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Interposição de recurso com intuito meramente protelatório. Aplicação de


multa

“Considerando que é dever das partes agir em conformidade com


os deveres de lealdade processual, nem formular pretensões, cientes de que são destituídas
de fundamento, nos termos dos arts. 14 do CPC e 4º da Lei 9.784/99, considerando-se
inclusive caracterizada a litigância de má-fé, vez que a interposição de recurso com intuito
manifestamente protelatório se insere no preceito do art. 17, inciso VII, do regramento
processual civil, impõe-se aplicação da sanção processual como forma de coibir atitudes
como a presente” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Promoção. Publicação de edital imediatamente após a abertura de vaga

Pedido de Providências. Ato omissivo. Avisos de promoção ou


remoção para Juizados Especiais. Ausência de publicação de editais. Inamovibilidade na
carreira. Juízes respondendo interinamente por fala dos titulares. – “I) Consoante o
disposto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN (art. 83), devem os
Tribunais, ao detectar a existência de vagas a serem preenchidas mediante promoção ou
remoção, fazer publicar imediatamente a abertura de edital, no órgão oficial, com o fito de
viabilizar a movimentação na carreira. II) Tem caráter vinculativo a fixação, em norma de
organização judiciária, de prazo para publicação de editais de promoção ou remoção,
tornando-se ponto de apoio na alavanca da efetividade da jurisdição ao prestigiar o
princípio constitucional da eficiência e reforçar o caráter transitório de eventuais
substituições impostas a magistrados nomeados para suprir a demanda de trabalho em
Comarcas ou Varas nas quais remanesçam cargos vagos. III) Pedido de Providências a que
se dá provimento para determinar a publicação de editais de promoção e remoção no prazo
de 30 dias” (CNJ – PP 200810000004758 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Reiteração de pedido já julgado. Pretensão dissimulada de revisão. Má-fé


caracterizada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


440

“Considerando que é dever das partes agir em conformidade com


os deveres de lealdade processual, nem formular pretensões, cientes de que são destituídas
de fundamento, nos termos dos arts. 14 do CPC e 4º da Lei 9.784/99, considerando-se
inclusive caracterizada a litigância de má-fé, vez que a interposição de recurso com intuito
manifestamente protelatório se insere no preceito do art. 17, inciso VII, do regramento
processual civil, impõe-se aplicação da sanção processual como forma de coibir atitudes
como a presente” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Representação. Alegação de omissão cometida por magistrado que Preside


Comissão dos Juizados Especiais

Recurso Administrativo. Alegação de omissão cometida pelo


Presidente da Comissão dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
por arquivar representações contra magistrados e juízes leigos de juizado especial
daquele tribunal. Ausência de provas. – “I) Todo cidadão é parte legítima para denunciar
irregularidades perante a Administração Pública, devendo Autoridade Pública, em
decorrência do princípio da legalidade a que se encontra adstrita, ao tomar conhecimento
de desvios de conduta, no desempenho de atividade administrativa, determinar sua
apuração. II) Hipótese, porém, em que não há qualquer argumentação lógica, consistente
ou provida de documentos probatórios, que autorize o Conselho Nacional de Justiça a
tomar providências. III) Recurso desprovido” (CNJ – PP 200810000005362 – Rel. Cons.
Min. João Oreste Dalazen – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

MAÇONARIA
Exercício pelo magistrado do cargo de grão-mestre da Maçonaria

Pedido de Providências. Magistratura. Regime Jurídico.


Acumulação com a função de grão-mestre da Maçonaria. Vedação. – “O Regime Jurídico
da Magistratura, previsto na Constituição Federal, ao estipular prerrogativas, deveres e
vedações aos magistrados, visou, precipuamente, a preservar a independência e a
imparcialidade do magistrado. Consoante se depreende do disposto no artigo 95, parágrafo
único, inciso I, da Carta atual e do art. 36, inciso II, da LC 35/79, é vedado acumular o
exercício da magistratura com o de grão-mestre da maçonaria” (CNJ – PP 596 – Rel.
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006 – Ementa não oficial).

“É vedado acumular o exercício da Magistratura com o de grão-


mestre da Maçonaria, consoante se depreende do disposto no art. 95, parágrafo único,
inciso I, da Constituição Federal e do art. 36, inciso II da Lei Complementar 35/79” (CNJ –
PP 596 – Rel. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


441

ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

MAGISTÉRIO
Vide: AULAS
Magistrado. Regime de trabalho como professor. Acumulação

Magistratura e Magistério. Resolução CNJ 34/2007. Informações


quanto à jornada semanal e ao regime de trabalho do professor magistrado. – “1) A
simples informação atinente ao horário das disciplinas ministradas pelo professor
magistrado não se apresenta suficiente, de “lege ferenda”, ao exame da compatibilidade da
acumulação da judicatura com o exercício do magistério. 2) Conquanto se reputem
relevantes informações relativas ao regime de trabalho do professor magistrado, não se
divisa amparo legal, todavia, para se ampliar, de momento, o alcance do critério de
compatibilidade para o exercício concomitante de magistério e magistratura, de modo a
vincular-se ao ‘regime de trabalho’ e, em última análise, à jornada semanal. 3) Pedido de
aprimoramento da Res. CNJ 34/2007 julgado improcedente” (CNJ – COM
2008100000021689 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

MAGISTRADOS
Palavras-chave: JUIZ DE DIREITO – JUIZ ELEITORAL – JULGADOR
V. tb.: AFASTAMENTO DE MAGISTRADO DA JURISDIÇÃO – CURSOS EM
GERAL – FREQÜÊNCIA – FÉRIAS – MAGISTRATURA – NEPOTISMO –
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PROMOÇÃO – PROMOÇÃO DE
MAGISTRADOS – QUINTO SUCESSIVO – RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR –
REMOÇÃO DE MAGISTRADO – SERVIDOR PÚBLICO – TETO REMUNERATÓRIO
– INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA, ENTIDADE DE CLASSE, ASSOCIAÇÕES E
OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS

Abertura de conta-corrente bancária dos magistrados em instituição


determinada pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Roraima. Portaria. Determinação de abertura de contas em instituição
financeira pré-determinada. Possibilidade. – “Não se vislumbra irregularidade na
determinação do TJRO contida na Portaria 702/2008 por ser plausível a concentração dos
depósitos referentes aos pagamentos de magistrados, servidores e pensionistas em uma
única instituição financeira, no intuito de facilitar a administração das respectivas folhas de
pagamento. Todavia, as isenções tarifárias concedidas por resoluções editadas pelo Banco
Central do Brasil, por meio do Conselho Monetário Nacional, devem ser efetivamente
observadas Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ –
PCA 200810000019210 – Rel. Designado Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


442

Acórdão no qual os Desembargadores recomendaram à Corregedoria Geral a


inscrição do magistrado prolator da sentença em curso de Processo Civil

Procedimento de Controle Administrativo. Recomendação de


inscrição de magistrado em curso de Processo Civil. Pedido de desconstituição. Decisão
administrativa travestida de decisão judicial. Procedente. Determinação de estrita
observância das garantias constitucionais legais. – “É possível o controle, pelo CNJ, de
decisão administrativa eivada de vício de legalidade, ainda que tenha sido proferida no
corpo de decisão judicial. Desconstituição do ato administrativo” (CNJ – PCA
200810000027217 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).
Parte do Voto da Relatora: “Ademais, mesmo que a manifestação não pudesse ser
caracterizada como “ato administrativo”, ainda assim a irregularidade estaria presente, eis
que não cabe ao julgador, principalmente em sede de decisão judicial, proferir juízo de
reprovação à atuação jurisdicional do magistrado prolator da sentença em primeiro grau. O
juiz exerce papel e função pública de suma e extrema importância e relevância no contexto
social e que, sem dúvida, exige indispensável dedicação e conhecimento, tanto para o
ingresso na carreira, por meio de processo seletivo oferecido e realizado pelo próprio
Tribunal de Justiça, quanto para a sua continuidade. Deve ele, portanto, ser tratado com
respeito e dignidade para, assim, exercer com imparcialidade e independência a função
jurisdicional. Sabe-se, também, como já mencionado acima, que a ele são conferidas
garantias e prerrogativas, em razão de sua especial e indispensável função, previstas na
Constituição Federal e na Lei Orgânica da Magistratura, que devem ser observadas
principalmente pelos também integrantes do Poder Judiciário”.

Acumulação da aposentadoria do cargo com remuneração pelo exercício da


atividade de notário ou registrador

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Pernambuco.


Consulta. Possibilidade de cumulação de aposentadoria no cargo de magistrado com
remuneração auferida pelo exercício da titularidade de notário ou registrador. Consulta
respondida afirmativamente. – “Permite-se a cumulação dos proventos de aposentadoria
no cargo de magistrado com a remuneração auferida no exercício da titularidade do serviço
de notas e registros públicos, considerando que a proibição prevista na Constituição
Federal tem aplicação tão-somente aos cargos, funções e empregos públicos” (CNJ – PP
200810000024356 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

Acumulação de cargos. Autorização através de Lei estadual.


Inconstitucionalidade

“Plausível inconstitucionalidade dos arts. 30, 65, I e 66, II da Lei


do Estado do Ceará 9.826/74, ao criar o instituto da ‘suspensão de vínculo’, autorizando
indevida acumulação de cargos, que merece ser analisada oportunamente pela
Procuradoria-Geral da República. Procedimento de Controle Administrativo a que se dá
provimento” (CNJ – PCA 200810000002981 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 59ª Sessão –
j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Afastamento da atividade para freqüentar curso de pós-graduação.


Discricionariedade do Tribunal

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


443

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado para freqüentar curso de pós-graduação ‘lato sensu’. Indeferimento. Alegação
de afronta aos princípios da legalidade e isonomia. Improcedência. Ato discricionário do
Tribunal. – “I) A intelecção do artigo 73 da LOMAN (LC 35/79), bem como dos
comandos insertos na normatização infra-legal emanada do Tribunal local para
regulamentar a matéria (Resolução/TJPE 108/98), denota a natureza jurídica discricionária
do ato de afastamento sem prejuízo da remuneração. II) Nenhuma dúvida remanesce
quanto à necessidade de avaliação, pelo Tribunal de origem, da conveniência e
oportunidade do deferimento de pedido de afastamento, sem prejuízo da remuneração, para
participação em curso de pós-graduação, especialmente se a instituição de ensino
responsável pela respectiva formação e titulação acadêmica não tiver sede fora do espaço
geográfico de exercício da jurisdição pelo magistrado interessado, como ocorre no caso em
apreço. III) Mácula ao princípio da isonomia inexistente à vista da presença de elementos
de discrímen capazes de justificar a diferença de tratamento conferida pelo Tribunal de
origem aos pedidos de afastamento que lhe foram encaminhados. Procedimento de
Controle Administrativo a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200810000000108 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Afastamento das funções. Legalidade

“Encontra respaldo legal o afastamento de magistrado que responde


a ação penal originária no Tribunal de origem (art. 27, § 3º, da LOMAN), questão já foi
apreciada por este CNJ nos autos do PCA 577” (CNJ – PCA 360 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado (art. 27, § 3º da LOMAN). Elementos suficientes. Devido Processo Legal.
Ampla defesa. Contraditório. Conveniência da instrução, uso indevido do cargo.
Interferência em colheita de provas. Indeferimento. – “I) É legal o afastamento de
magistrado nos termos do art. 27, § 3º, da LOMAN, principalmente quando há elementos
suficientes a embasar a decisão, observância do devido processo legal, ampla defesa e do
contraditório, mormente no caso em que se julgar conveniente à instrução cujo andamento
pode ser interferido indevidamente por processado em razão do uso de seu cargo. II)
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 214 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado (art. 27, § 3º, da LOMAN). Elementos suficientes. Devido Processo Legal.
Ampla defesa. Contraditório. Indeferimento. – “I) É legal o afastamento de magistrado nos
termos do art. 27, § 3º, da LOMAN, mormente quando há elementos suficientes a embasar
a decisão, bem como há observância do devido processo legal, ampla defesa e do
contraditório. II) Questão já analisada pelo CNJ (PCA 577). III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 168 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Afastamento de Juiz Eleitoral do pleito eleitoral. Natureza sensória

Justiça Eleitoral. Afastamento de magistrada. – “O afastamento de


magistrada da presidência de pleito eleitoral, em virtude de entrevistas dadas à imprensa,
tem natureza censória e deve ser precedido do devido processo, assegurada a ampla

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defesa” (CNJ – PCA 200810000033072 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 78ª Sessão – j.
10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Afastamento de magistrado. Ilegalidade do procedimento pela demora


excessiva na execução dos atos administrativos. Retorno as suas funções

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado de suas funções. Ilegalidade do procedimento. Demora excessiva na execução
dos atos do processo administrativo. Pedido procedente para determinar o retorno do
magistrado às funções. Manutenção do julgamento do processo pelo próprio tribunal. (CNJ
– PCA 122 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Afastamento de magistrado da jurisdição. Controle

Magistrado. Ausência da comarca. Provimento de Corregedoria


impondo exigência de autorização. Matéria própria do estatuto da magistratura. – “Na
esteira do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, a permanência e o
afastamento de magistrado da sua jurisdição devem ser definidas no Estatuto da
Magistratura e pela via de Lei Complementar, nos termos do caput e inciso VII do artigo
93 da Constituição Federal. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e
a que se dá provimento para excluir a aplicação dos dispositivos questionados” (CNJ –
PCA 200810000010140 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Afastamento de magistrado das funções antes da instauração do processo


disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado.


Afastamento “preventivo e acautelatório” da função de juiz eleitoral. Formalidades
legais. Defesa prévia. Abertura de Processo Administrativo Disciplinar. Descumprimento
de decisão judicial. – “1) Em linha de princípio, o afastamento do magistrado do exercício
pleno da função jurisdicional supõe a abertura de Processo Administrativo Disciplinar pelo
respectivo Tribunal, antes a plausibilidade da imputação, precedido de defesa prévia (Res.
30, do CNJ). 2) Em caso de patente e grave descumprimento de dever funcional, contudo,
não há ilegalidade no excepcional afastamento “preventivo e acautelatório” de magistrado
do exercício da função eleitoral, em circunstância em que se postergue a virtual instauração
de Processo Administrativo Disciplinar e a oportunidade para defesa prévia, em virtude da
urgência que constitui a tônica do processo eleitoral. 3) A natureza acautelatória e urgente
do provimento administrativo, a exemplo do provimento jurisdicional, como sói acontecer
com as liminares, muitas vezes reclama decisão inaudita altera pars (CPC, art. 804, por
analogia). Protrair-se o exercício do direito de defesa, sem o suprimir, não constitui
ilegalidade, máxime se se trata de providência inafastável, a bem da ordem pública. 4) Juiz
eleitoral que, aberta e ostensivamente, declara que não cumpre decisão judicial emanada de
Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, “diante da antijuridicidade da decisão”,
consistente em deferir o registro de candidaturas ao cargo de Vereador e inclusão no
sistema de votação, sujeita-se a afastamento preventivo e acautelatório legítimo e
imperativo do exercício da função eleitoral, sob pena de perecer o direito ao registro das
candidaturas, em face do lapso temporal brevíssimo para a realização da eleição. 5) A
desobediência à decisão judicial superior reveste-se ainda de maior gravidade, a justificar a
decisão extrema do Tribunal Regional Eleitoral, quando se atende para a circunstância de
que promana de magistrado e presumivelmente acarretou distúrbios sociais no município

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para cuja Câmara de Vereadores se requereu o registro das candidaturas, a ponto de


provocar a anulação da eleição. 6) Procedimento de Controle Administrativo cujo pedido é
julgado improcedente” (CNJ – PCA 200810000025518 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen –
73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional


Vide: Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Afastamento após a conclusão do curso
Vide: Art. 10 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Pagamento de diárias
Vide: Art. 9º da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento de magistrado para fins de aperfeiçoamento profissional.


Pagamento de férias
Vide: Art. 11 da Res. CNJ 64, de 16.12.2008.

Afastamento do magistrado suspeito ou impedido

Princípio do juiz natural. Exigência de respeito absoluto às regras


objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Possibilidade, excepcional, de afastamento de
magistrado suspeito ou impedido. Exceções de suspeição e impedimento (CPC, arts. 312 e
seguintes). Matéria jurisdicional. Impossibilidade de usurpação dessa competência pela
Corregedoria-Geral da Justiça. Desconstituição de decisão administrativa de avocação e
redistribuição de processo. Pedido procedente. (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

“Absolutamente incompetente para processar e julgar a exceção de


suspeição o órgão administrativo – Corregedoria-Geral da Justiça, por meio de correição
parcial, pois trata-se, na hipótese, de incidente processual de conteúdo jurisdicional, a ser
decidido pelo órgão fracionário do Tribunal” (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

Afastamento ocasional. Participação em eventos como palestrante

Pedido de Providências. Tribunal Regional Federal da 3ª região.


Possibilidade de afastamento do magistrado em pequenos lapsos temporais para
participação em eventos como palestrante. Necessária disseminação de conhecimentos.
Determinação de modificação do provimento COGE 64/2005. (CNJ – PP 15934 – Rel.
Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Afastamento para freqüentar curso; prestar serviço à Justiça Eleitoral ou


exercer a presidência de associação de classe

“O afastamento de magistrado com amparo no artigo 73, I, da Lei


Complementar 35/79, não gera vacância no cargo, ensejando apenas a temporária
interrupção no exercício funcional, sem prejuízo da remuneração integral e do vínculo com

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o Tribunal de origem. Trata-se de concessão legal em favor da qualificação dos


magistrados incumbidos de distribuir a prestação jurisdicional” (CNJ – PP
200810000010291 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Afastamento por 90 dias para responder a processo disciplinar

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. –
“Tratando-se de conduta, em tese, compatível com o exercício da judicatura, impõe-se o
afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN, art. 24, § 3º e RICNJ art. 75, parágrafo
único). VIII) O afastamento implica na suspensão, com exceção dos vencimentos, de todas
as vantagens decorrentes da condição de magistrado, tais como uso de gabinete, biblioteca
do Tribunal, veículo oficial, nomeação de servidores e acesso a locais de uso exclusivo dos
magistrados” (CNJ – SIND 200810000027254 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Afastamento preventivo de magistrado em processo disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado (art. 27, § 3º, LOMAN). Processo Administrativo Disciplinar. Conveniência da
instrução. Análise afeta ao Tribunal. Devido processo legal. Delonga no processamento.
Alegada condução dolosa do feito. Morosidade. Deficiência da instrução probatória.
Concessão de prazo para conclusão do processo. – “1) O afastamento preventivo é ato
administrativo de competência dos Tribunais com previsão expressa na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional, LOMAN (art. 27, § 3º, da LC 35/79). II) A teor do art. 103-B, § 4º,
incisos I e III, da CF/88, constitui missão do CNJ preservar a autonomia administrativa dos
Tribunais, principalmente no tocante à liberdade de condução de sua atividade
correicional. III) Ausência, nos autos, de elementos de convicção passíveis de demonstrar a
existência de ilegalidades na instrução do Processo Administrativo Disciplinar, não se
afigurando a marcha processual, a princípio, sujeita a controle por parte do CNJ” (CNJ –
PCA 200710000007135 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Afastamento remunerado de magistrado para atender interesse particular

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso. Regra de Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Mato
Grosso. COJE-MT que dispõe acerca do afastamento do Magistrado em razão de
interesse particular. Afastamento não previsto pela Lei Orgânica da Magistratura
Nacional – LOMAN. – “I) Ajuizamento de Mandado de Segurança Coletivo pela
Associação dos Magistrados. Segurança Impetrada após o ingresso do Procedimento de
Controle Administrativo. Inviabilidade do afastamento da competência do Conselho
Nacional de Justiça. II) Como única que é, a Magistratura carece de regras uniformes,
estabelecidas no seu Estatuto, para que se viabilize a preservação de seu caráter unitário –
artigo 93 caput da Constituição Federal. III) O afastamento da jurisdição está previsto em
números fechados pela LOMAN. Não há justificativa possível para alargamento das
possibilidades previstas na Lei Federal, especialmente quanto a afastamentos para tratar de
“interesses pessoais”, cujo conceito, vago e impreciso, pode dar ensejo a interpretações as
mais variadas possíveis. IV) Exegese que deverá considerar a regra geral da Constituição

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Federal que trata da ininterrupção da Jurisdição. IV) Pedido julgado procedente para
determinar ao Tribunal de Justiça do Mato Grosso que deixe de conceder qualquer
afastamento aos Magistrados do Estado, nos termos do art. 252 “b” do Código de
Organização e Divisão Judiciárias do Estado – COJE/MT” (CNJ – PCA 200810000017431
– Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Alegação de incompetência para julgar

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de


incompetência de Juiz de Direito para atuar no processo judicial. Ilegitimidade para
postulação do pedido. Legalidade da designação do Juiz. (CNJ – PCA 329 – Rel. Cons.
Eduardo Kurtz Lorenzoni – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 –
Ementa não oficial).

Alternância de promoções e remoções de entrância para entrância

Magistrado. Alternância de promoções e remoções de entrância


para entrância. Legalidade. – “1) Tribunal de Justiça que aplica o princípio da alternância
de promoções e remoções de magistrados (art. 93, II, da CF/88) “em cada entrância”,
respeita as normas constitucionais e infraconstitucionais. 2) O critério de alternância na
própria Comarca ou Vara gera risco de não haver promoção por antigüidade (ou por
merecimento) durante longo período numa mesma entrância, dado que muitas Comarcas
poderiam vagar apenas para promoção pela outra espécie. Esse não parece ser o espírito da
norma Constitucional. 3) Pedido de Providências que se julga totalmente improcedente,
resultando prejudicado o Recurso Administrativo interposto contra decisão que indeferiu
pedido de liminar” (CNJ – PP 200810000023133 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Anulação de designação de magistrado para Zona Eleitoral. Exigência de


titularidade nas Zonas Eleitorais para a indicação

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação da


designação de magistrado para Zona Eleitoral. Res. 21009/02-TSE. Critério. Titularidade
de Zona Eleitoral. – “‘A alteração provocada pelo Tribunal Superior Eleitoral visa a não-
perpetuação do Magistrado em titularidade de Zonas Eleitorais, uma vez que ocorram
remoções e promoções de Magistrados. Para a indicação dos Tribunais há de ser
considerada a titularidade nas Zonas Eleitorais, e não períodos de substituição a título
precário’ (CNJ – PP 11102 – Rel. Cons. Felipe Locke – 68ª Sessão Ordinária de
Julgamento). Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime) e (CNJ – PCA
200810000014533 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Aplicação de sanção disciplinar por Conselho da Magistratura

Pedido de Esclarecimentos. Prova documental. Reexame.


Constatação de descumprimento de liminar do CNJ. Afastamento preventivo de
magistrado por decisão de Conselho de Magistratura. Violação constitucional (art. 93, X
e XI). – “Não se reconhece aos Conselheiros de Magistratura estaduais competência
disciplinar, dada a cláusula constitucional de reserva de plenário ou, conforme o caso, de
órgão especial, extraída da conjugação dos incisos X e XI do art. 93 da CF. Assim, merece
ser anulada a ordem de afastamento preventivo expedida por Conselho da Magistratura

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estadual, órgão funcionalmente incompetente para tal, por expressa vedação constitucional.
O reconhecimento da nulidade de todo o processado pelo próprio Conselho de
Magistratura deveria ter contaminado também a decisão de afastamento,
independentemente do exame positivo ou negativo de procedência das acusações
constantes das representações que motivaram a abertura de processos disciplinares.
Restauração do princípio da legalidade. Conhecimento e provimento parciais” (CNJ – PCA
567 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU
03.08.2007).

Aposentadoria. Tempo mínimo de cinco anos no último cargo ocupado para


efeito de recebimento dos proventos

Consulta. Aposentadoria de magistrado. Tempo mínimo. – “1) ‘(...)


O termo inicial para a contagem do tempo mínimo de cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria, no caso da magistratura, não se dará do ingresso na carreira, mas
sim do último cargo ocupado na estrutura do Poder Judiciário, segundo a legislação própria
(PP 1282)’. 2) Deve ser computado o tempo mínimo de cinco anos, integralmente, no
exercício do cargo de magistrado membro do Tribunal, se neste aposentar-se. Se não forem
completados os cinco anos, será considerada a remuneração de juiz de carreira de primeiro
grau” (CNJ – PP 200810000016256 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

Aposentadoria como sanção. Modo de cálculo dos vencimentos

Pedido de Providências. Consulta. Magistrado. Aposentadoria


como sanção disciplinar. Modo de cálculo. – “O tempo a ser considerado, para fixação do
valor dos proventos de aposentadoria voluntária ou involuntária (inclusive compulsória),
será o tempo do serviço, excluídas as contagens fictícias, só se considerando o tempo de
contribuição a partir da vigência de norma regulamentadora do novo regime previdenciário
dos servidores efetivos, extensivo à magistratura nacional” (CNJ – PP 200830000000346 –
Rel. Designado Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Aposentadoria compulsória. Efeito imediato da decisão. Dispensa de


publicação

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Pará. Magistrado punido com pena de aposentadoria compulsória.
Vencimentos proporcionais. Eficácia imediata da decisão. Acórdão. Publicação. Efeitos. –
“‘A eficácia imediata de decisão que imputa sanção disciplinar não prescinde de
publicação de acórdão, mas sim da notificação daquele que sofrerá seus efeitos’.
Precedente. ‘Se a sentença de disponibilidade malgrado recorrida, já estava a produzir
efeito, a proporcionalização do subsídio do interessado constituiu mera consequência’
(CNJ – PCA 256 – Relator Conselheiro Cláudio Godoy – 12ª Sessão Extraordinária).
Procedimento que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000033539 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Aposentadoria compulsória. Incidência dos limites normativos da data em que


se completa 70 anos de idade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Acrescente-se, por derradeiro, que, se as normas constitucionais e


infraconstitucionais ora impugnadas não possuem em sua redação expressa que o servidor
se aposenta compulsoriamente quando atingir “setenta anos e um dia”, tal se dá justamente
por ser evidente que uma pessoa não fica completando uma certa idade ao longo de um
período de 364 dias, como quer alegar o recorrente. Em verdade, ela no dia de seu
aniversário completa os setenta anos, e no dia seguinte, já não possui mais 70 anos, mas
sim 71 anos incompletos, completando os 71 anos de idade no dia de seu aniversário
seguinte” (CNJ – PCA 16239 e PCA 15636 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Idade-limite para aposentadoria compulsória de magistrado. Contagem
do tempo. Incidência dos limites normativos na data em que se completa 70 anos de idade.
Improvimento. – “I) A aposentadoria dos magistrados vitalícios será compulsória, aos
setenta anos de idade (arts. 40, § 1º, II, da CF/88, 74 da LOMAN, 186 e 187, da Lei
8.112/90, aliado ao entendimento sumular 36 do STF). Precedentes do STF (ADI 2.883-DF
e ADI 98). II) Compreende-se, nos termos da Lei, por completar setenta anos de idade o
período de aproximadamente 25.550 dias na vida de uma pessoa, mostrando-se difícil
reforçar o óbvio, porquanto setenta anos trata de questão cronológica – e não de questão
semântica. III) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que
se nega provimento” (CNJ – PCA 16239 e PCA 15636 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 53ª
Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Aposentadoria por invalidez. Reavaliação periódica

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região. Regulamentação da reavaliação periódica de magistrados aposentados por
invalidez. Existência de previsão legal. Desnecessária a regulamentação. – “Há
normativos suficientes na legislação brasileira a dar suporte ao tratamento da exigência de
reavaliação periódica de magistrados aposentados por invalidez, quais sejam os artigos 93,
VI e 40, parágrafo 12 da Constituição Federal combinados com os artigos 42 e 47 da Lei
8.213/91 e parágrafo único do artigo 46 do Decreto 3.048/99, sendo, portanto,
desnecessária a regulamentação da matéria pelo CNJ. Permanece a possibilidade de
regulamentação, pelos Tribunais, dos procedimentos a ela referentes” (CNJ – PP
200810000017066 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU
13.10.2008).

Aposentados. Acréscimo de 20% sobre os proventos de aposentadoria.


Irredutibilidade

Pedido de Providências. Consulta. Vencimentos. Aposentadoria.


Magistrados. Acréscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (art. 184, inciso III,
da Lei 1.711/52, c.c. o art. 250 da Lei 8.112/90) e o teto constitucional após a EC
41/2003. Garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos. Intangibilidade. – “I)
Não obstante cuidar-se de vantagem que não substantiva direito adquirido de estatura
constitucional, razão por que, após a EC 41/2003, não seria possível assegurar sua
percepção indefinida no tempo, fora ou além do teto a todos submetido, aos impetrantes,
porque magistrados, a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de
vencimentos modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas
constitucionais mesmas. II) Ainda que, em tese, se considerasse susceptível de sofrer
dispensa específica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


450

norma expressa e inequívoca, a que não se presta o art. 9 o da EC 41/02, pois o art. 17 do
ADCT, a que se reporta, é norma referida no momento inicial de vigência da Constituição
de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua
eficácia; de qualquer sorte, é mais que duvidosa a sua compatibilidade com a ‘cláusula
pétrea’ de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituição
de 1988, recebida como ato constituinte originário. III) Os impetrantes – sob o pálio da
garantia da irredutibilidade de vencimentos –, têm direito a continuar percebendo o
acréscimo de 20% sobre os proventos, até que seu montante seja absorvido pelo subsídio
fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. (...) (STF, MS. 24.875/DF,
Relator Ministro Sepúlveda Pertence). Consulta respondida afirmativamente, com
ressalvas” (CNJ – PP 666 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Aposentados. Acumulação dos proventos de aposentadoria com rendimento da


advocacia

“É perfeitamente cabível a acumulação do provento de


aposentadoria com o exercício da advocacia” (CNJ – PP 929 – Rel. Ruth Carvalho – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Aposentados. Possibilidade de exercer a advocacia

Pedido de Providências. Consulta. Possibilidade de Magistrado


aposentado exercer a advocacia. Lapso temporal e limites territoriais de atuação.
Acumulação da aposentadoria com a remuneração da atividade advocatícia. Consulta
respondida afirmativamente. – “I) O Magistrado inativo pode exercer a advocacia
imediatamente após sua aposentadoria desde que em juízos ou tribunais diversos daqueles
em que atuou (art. 95, § único, inciso V, da CF). II) É perfeitamente cabível a acumulação
do provento de aposentadoria com o exercício da advocacia” (CNJ – PP 929 – Rel. Ruth
Carvalho – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Apuração de irregularidades ou representação. Obrigatoriedade e


procedimento

“O Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, ou o


Presidente do Tribunal, nos demais casos, que tiver ciência de irregularidade é obrigado a
promover a apuração imediata dos fatos. § 1º As denúncias sobre irregularidades serão
objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e
sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. § 2º Apurados os fatos, o
magistrado será notificado para, no prazo de cinco dias, prestar informações. § 3º Mediante
decisão fundamentada, a autoridade competente ordenará o arquivamento do procedimento
preliminar caso não haja indícios de materialidade ou de autoria de infração administrativa.
§ 4º Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a
denúncia será arquivada de plano pelo Corregedor, no caso de magistrados de primeiro
grau, ou pelo Presidente do Tribunal, nos demais casos” (art. 19 da Res. CNJ 30, de
07.03.2007).

“O Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, ou o


Presidente do Tribunal, nos demais casos, poderá arquivar, de plano, qualquer
representação” (art. 20 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Das decisões referidas nos dois artigos anteriores caberá recurso


no prazo de quinze dias ao Tribunal Pleno ou ao Órgão Especial por parte do autor da
representação” (art. 21 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Atribuição de pontos extras na aferição da produtividade. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura de carreira.


Resolução do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará estabelecendo critérios e pontuação
para as promoções por merecimento. Ato administrativo que, fugindo em parte, dos
parâmetros estabelecidos pela Resolução 6/2005 do CNJ, fixa alguns critérios com
conteúdos preponderantemente subjetivos violando princípio isonômico. Pontuação pelo
exercício das funções de Juiz Auxiliar da Corregedoria, da Presidência ou da direção do
fórum pela forma subjetiva de escolha, viola os patamares de igualdade. Revisão parcial do
ato. Pedido procedente em parte. (CNJ – PCA 68 – Rel. Cons. Marcus Faver – 18ª Sessão
– j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Produtividade. Pontuação suplementar pelo exercício de funções


de auxílio na corregedoria ou na presidência, de diretoria de fórum ou em juizado
especial. Invalidade. – “A atribuição de pontuação extra para o exercício de funções na
Corregedoria, Presidência do Tribunal, Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza
evidente violação ao princípio da isonomia. Precedente (PCA 68)” (CNJ – PCA 477 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Atuação no TRE. Pedido para que o CNJ estabeleça a antiguidade como


critério único para a escolha dos juízes que comporão o Tribunal

“Trata-se de Procedimento de Controle Administrativo em que J.S,


Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, pede que Conselho delibere sobre a
necessidade de os Tribunais de Justiça dotarem a antiguidade como critério único para a
escolha dos magistrados que comporão o Tribunal Regional Eleitoral – TRE. Verifica-se,
pois, que o processo adotado pelo TJBA para composição do Tribunal Regional Eleitoral,
obedeceu as normas do ordenamento jurídico vigente” (CNJ – PP 380 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Auxílio moradia. Caráter indenizatório

“Dessa forma, concluo que a concessão do auxílio moradia, nos


termos da LOMAN e do art. 215 da Lei Complementar Estadual 4.964, de 26.12.85, pelo
Tribunal de Justiça de Mato Grosso, somente deverá ser considerada legal quando
indenizatória e transitória, para magistrados de 1º grau que não possuam residência própria
ou oficial na Comarca, jamais, porém, podendo incorporar-se aos subsídios. Nessas
hipóteses, nos termos constitucionais e legais – por se tratar de verba indenizatória – não
estará sujeita ao teto remuneratório constitucional” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Parte
do voto do relator).

Auxílio Moradia. Caráter transitório do benefício

Auxílio-moradia. Concessão. – “Não se pode, portanto, pretender


aplicar de forma universal – a todos os magistrados do Estado – uma verba indenizatória

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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de natureza transitória, cuja razoabilidade indica a necessidade de implementação somente


para aqueles magistrados que atuando em Comarcas sem residência oficial, igualmente,
não possuam residência própria” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Auxílio moradia. Exigência de lei estadual como condição para sua concessão

“Em relação ao auxílio-moradia, importante fixar a premissa de


impossibilidade de sua fixação e pagamento sem expressa previsão de legislação estadual,
nos termos do art. 65, II da LOMAN (suspensão do § 3º, do art. 65 da LOMAN: Rep.
1.417/DF – Rel. Min. Moreira Alves. A título exemplificativo, posteriormente: MS
209.399/160/MG – Rel. Min. Aldir Passarinho – Diário da Justiça: 14.12.90 – Ementário
1.606-1, referente ao TRT – 3ª Região. Nesse julgamento unânime, participaram os atuais
Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello e Marco Aurélio)” (CNJ – PCA 440 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 –
Ementa não oficial).

Auxílio Moradia. Impugnação de resolução editada por Tribunal Estadual que


regulamentou o auxílio moradia. Extinção do benefício no âmbito do Estado

Procedimento de Controle Administrativo. Auxílio-moradia.


Impugnação de Res. 23/2006 do Tribunal de Justiça do Pará que regulamentou o referido
auxílio. – “O caput do artigo 65 da LOMAN diz ‘poderão ser’ concedidas vantagens,
expressão que revela a facultatividade de sua aplicação. Sendo assim, diante da autonomia
administrativa do Colendo Tribunal, assegurada pela Constituição Federal, não vislumbro
qualquer irregularidade ou ilegalidade no ato administrativo impugnado, que suprime, de
vez, no Poder Judiciário do Estado do Pará, o auxílio-moradia pecuniário ou em qualquer
das modalidades que a aludida norma define” (CNJ– PCA 423 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Auxílio moradia. Previsão expressa na LOMAN. Manutenção

“O auxílio moradia está previsto na LOMAN (art. 65, II), devendo


ser mantido o seu pagamento – porém, nos moldes compatíveis com o seu imanente caráter
indenizatório. Nesta esteira, a Res. 13 do CNJ, em seu art. 8º, inciso I, alínea “b”,
determina a sua não-sujeição ao teto remuneratório, em razão de sua natureza
indenizatória. Porém, o seu pagamento de forma indiscriminada deve ser coibido. O
próprio COJE, em seu artigo 57, dispõe que o auxílio-moradia deve ser pago ao
“magistrado em efetivo exercício, que não dispuser de residência oficial”“ (CNJ – PCA
486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Ementa não oficial).
Parte do Voto do Relator:
“Os argumentos trazidos aos autos pelo TJ/RO apenas corroboram
a constatação de que a verba está sendo paga com intuito remuneratório. Sublinhe-se, em
primeiro lugar, que o reconhecimento pelo CNJ da legalidade do auxílio moradia não
implica que deva o mesmo ser concedido a todos os magistrados daquele Estado. Por outro
lado, a invocada necessidade de tratamento igualitário a todos os magistrados – o qual
restaria ofendido no caso de restringir-se a sua concessão – afasta a sua marca
indenizatória, pois as verbas indenizatórias são devidas apenas em casos específicos, e não
a todas as pessoas, de forma generalizada como defendida pelo TJ/RO. O auxílio moradia
visa justamente a suprir faltas específicas, existentes em determinadas cidades, com

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


453

relação a determinados magistrados. Veja-se o voto do ilustre conselheiro Alexandre de


Moraes, proferido na instauração do PCA 440, em que o CNJ firmou posicionamento
acerca a natureza jurídica do auxílio moradia (verba salarial, que apenas será legal quando
tiver caráter indenizatório e transitório). Também ficou esclarecido que a sua concessão
dar-se-á segundo o princípio da proporcionalidade – princípio este que tem justamente o
objetivo de afastar arbitrariedades e que, especificamente quanto ao auxílio moradia,
impede a sua concessão indiscriminada: ‘Ocorre, porém, que o referido auxílio moradia é
pago de forma indiscriminada a todos os magistrados estaduais, ignorando, dessa fora, a
natureza jurídica dessa verba indenizatória, pois, conforme afirmou o STF, trata-se de ‘um
regime a que é natural e inerente o caráter transitório’ (MS Pleno MS 21.852/DF – Rel.
Min. Octavio Gallotti). Não se pode portanto, pretender aplicar de forma universal – a
todos os magistrados do Estado – uma verba indenizatória de natureza transitória, cuja
razoabilidade indica a necessidade de implementação somente para aqueles magistrados
que, atuando em Comarcas sem residência oficial, igualmente, não possuam residência
própria. Observe-se que, recentemente, na AO 587, Rel. Min. Ellen Gracie (06.04.2006), o
Supremo Tribunal Federal declinou de sua competência para a análise da legalidade do
auxílio moradia destinado aos magistrados do Distrito Federal, exatamente por se tratar de
verba indenizatória e eventual, não devida a todos os magistrados indistintamente
(conferir, ainda, em relação à natureza indenizatória e eventual do auxílio moradia: RE
99.198, 2 Turma, Rel. Min. Oscar Correa – Unânime). O pagamento indiscriminado do
auxílio moradia a todos os membros do Poder Judiciário transforma essa verba
indenizatória em clara verba salarial, de natureza permanente, ferindo a razoabilidade, pois
acaba por desconsiderar sua natureza jurídica e sua finalidade legal. O princípio da
razoabilidade definido como aquele que exige proporcionalidade, justiça e adequação entre
os meios utilizados pelo Poder Público, no exercício de suas atividades, inclusive
administrativas, e os fins por ela almejados, levando-se em conta critérios racionais e
coerentes (MARIA PAULA DALLARI BUCCI. O Princípio da Razoabilidade em Apoio
à Legalidade. Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, Ed. RT, São
Paulo, ano 4, n. 16, p. 173, jul-set./96; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO.
Regulamentação Profissional: Princípio da Razoabilidade. Revista de Direito
Administrativo, v. 204, p. 333 ss., abr-jun./96), ou ainda, como define-o José Eduardo
Martins Cardoso, sob a óptica da Administração Pública, aquele que ‘determina à
Administração Pública, no exercício de faculdades discricionárias, o dever de atuar em
plena conformidade com critérios racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas
concepções sociais dominantes” (Princípios Constitucionais da Administração Pública de
Acordo com a Emenda Constitucional 19/98. Os 10 Anos da Constituição Federal (Coord.
Alexandre de Moraes). São Paulo: Atlas, 1998, p. 182) é de observância a todas as
autoridades públicas. A Constituição Federal exige do Poder Público, como já tive
oportunidade de afirmar (Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional.
6. Ed. São Paulo: Atlas, 2006, item 5.100), uma coerência lógica nas decisões e medidas
administrativas, estando englobados na razoabilidade, a prudência, a proporção, a
indiscriminação, a proteção, a proporcionalidade, a causalidade, em suma, a não-
arbitrariedade (Conferir: AUGUSTIN GORDILLO. Princípios Gerais de Direito Público.
São Paulo: Ed. RT, 1977. p. 183; DROMI, ROBERTO. Derecho Administrativo. 6. ed.
Buenos Aires: Ciudad Argentina, 1997, p. 36)”. Aliás, a Associação dos Magistrados do
Estado de Rondônia ajuizou reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, que foi
atuada sob o número 5.120-0, em desfavor justamente da decisão cautelar proferida neste
PCA, sob o argumento de que houve ‘evidente invasão de competência legislativa federal e
estadual, pois criou novas hipóteses de vedação à percepção da verba denominada auxílio
moradia pelos magistrados”. A Associação acrescentou que o CNJ teria usurpado a
competência do STF ‘ao afastar a Lei Estadual de Rondônia do seu campo de aplicação,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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por suposta inconstitucionalidade’, não observando, assim, os fundamentos lançados pelo


STF nas ADIs 3.823, 3.367, 1.899, 2.105 e 509. O Relator, Ministro Ricardo
Lewandowski, não conheceu a reclamação, sustentando que a tese de cabimento de
reclamação com base em ofensa apenas a fundamentos de decisão do STF (a chamada
‘transcendência dos fundamentos determinantes de suas decisões’) encontra-se, por ora,
sem definição naquela Corte. O relator também consignou que a decisão do CNJ, que era a
então reclamada, não se fundamentou em declaração de inconstitucionalidade. Com efeito,
em momento algum foram invocados argumento de índole constitucional para determinar o
corte cautelar do auxílio moradia dos magistrados do Estado de Rondônia. Assim, já afasto
o argumento de usurpação de competência do STF” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Auxílio pré-escolar. Pagamento aos juízes do trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Conselho Superior da


Justiça do Trabalho. Pagamento de auxílio pré-escolar aos magistrados do trabalho.
Possibilidade. Fundamento constitucional. Lei 8069/90. Resolução 13/2006 do CNJ. – “1)
Pretensão de revisão da decisão do Conselho Superior da Justiça do Trabalho que entendeu
indevido o pagamento de auxílio pré-escolar aos dependentes dos magistrados. 2) O
benefício do auxílio pré-escolar tem fundamento no art. 208, IV, da CF e no art. 54 da Lei
8069/90 (ECA), que asseguram a assistência pré-escolar às crianças de 0 a 6 anos. A Res.
13/2006 do CNJ, que dispõe sobre o subsídio mensal dos magistrados, refere-se
expressamente ao auxílio pré-escolar como verba de caráter eventual, excluindo-o do teto
remuneratório. 3) No âmbito da Justiça Federal o benefício está regulamentado pela Res.
4/2008 do CJF, que fixa como objetivo a assistência aos dependentes legais dos servidores
e dos magistrados. 4) Não se aplica ao auxílio pré-escolar as restrições contidas no art. 65,
§ 2º da LOMAN e no art. 10 da Res. 13/2006 deste Conselho. 5) Reconhecimento do
direito dos magistrados à percepção do benefício do auxílio pré-escolar. Determinação ao
Conselho Superior da Justiça do Trabalho para que regulamente a matéria no âmbito da
Justiça do Trabalho, no prazo de 90 (noventa dias)” (CNJ – PCA 200810000033357 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Candidato aprovado em concurso sem comprovar 3 anos de atividade jurídica

Pedido de Providências. Nomeação para o cargo de Juíza de Direito


de candidato aprovado em concurso que não comprovou o requisito constitucional de três
anos de prática jurídica. Matéria judicializada. Existência de decisão judicial amparando a
situação da magistrada. (CNJ – PP 1216 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária
– j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Caracterização do merecimento para fins de promoção

“O merecimento será apurado e aferido conforme o desempenho e


por critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela
freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento” (art.
3º da Res. CNJ 6, de 13.09.2005).

“Os membros dos Tribunais que participarem dos procedimentos


de promoção por merecimento deverão, nos termos do art. 93, II, ‘e’ da Constituição
Federal, analisar as razões apresentadas pelo magistrado inscrito, caso ocorra hipótese de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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autos de processo em seu poder além do prazo legal” (art. 6º da Res. CNJ 6, de
13.09.2005).

Caráter relativo do prazo de dois anos de exercício na entrância para a


promoção de juiz por merecimento ou remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Pretensão de


desconstituição de ato administrativo praticado pelo Tribunal. Concurso de remoção.
Magistrado com menos de dois anos de exercício na respectiva entrância. Insurgência de
outro magistrado contra a remoção, que estava inscrito para promoção. Preferência
daquele com relação a este (LOMAN, art. 81). – “A interpretação teleológica e
compreensiva do inciso II, letra ‘b’ c.c. o inciso VIII-A, ambos do art. 93 da CF/88 e com
o art. 81 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, leva a concluir que a regra que
estabelece o prazo de dois anos de exercício na respectiva entrância para a promoção por
merecimento ou remoção não é absoluta, diante das alternativas ‘salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago’ e ‘no que couber’, constantes dos respectivos
incisos. Assim, havendo candidato único à remoção, pode ser afastada a exigência de dois
anos de exercício na respectiva entrância” (CNJ – PCA 601 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Comissões disciplinares

Observação: A Resolução 10, de 19.12.2005 veda o exercício pelos membros do Poder


Judiciário de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e Comissões Disciplinares.

Composição dos Tribunais Regionais Eleitorais. Eleição para escolha dos


juízes. Critérios

Pedido de Providências. – “Apesar de estabelecer, especialmente


no caso dos Juízes de Direito, que a definição dos magistrados que integrarão o Tribunal
Regional Eleitoral dependerá de eleição com votação secreta, não há, nesses dispositivos
constitucionais, a fixação de critérios para o processo de escolha. No mesmo sentido, a
legislação infraconstitucional que também não dispõe sobre os parâmetros dessa escolha. A
inexistência de normas que definam de maneira expressa as balizas desse processo não
significa, todavia, que os Tribunais tenham um amplo espectro de liberdade para escolha
desses magistrados. Toda e qualquer atuação do Poder Judiciário deve se pautar em um
estrito respeito aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e publicidade. A
prerrogativa de poder de Estado que garante autonomia ao Poder Judiciário limita-se, como
todas as demais prerrogativas em um Estado de Direito, aos limites constitucionais. Não
basta somente que haja uma eleição para escolha dos juízes, é preciso que se estabeleçam
critérios objetivos que possibilitem o controle público e que assegurem, em alguma
medida, a justeza da escolha” (CNJ – PP 885 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta. Eleição de membros do


Tribunal Regional Eleitoral. Voto aberto. Princípio da reserva do sufrágio, que garante a
liberdade de escolha. Caso que não se amolda à previsão de voto aberto nas decisões
administrativas e jurisdicionais do tribunal. – “A promoção por merecimento ou por
antigüidade se vinculam a requisitos que a própria Constituição estabelece em seu artigo
93, inciso I. Nessa hipótese, não se cuida propriamente de um sufrágio. Diversamente, no
caso de escolha dos magistrados que integrarão o Tribunal Regional Eleitoral, ocorre uma

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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eleição, devendo em tal situação, ser preservado o sigilo do voto” (CNJ – PP 1399 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 –
Ementa não oficial).

Concurso de ingresso. Flexibilização dos critérios de correção da prova apenas


para os candidatos que ofereceram recurso

Procedimento de Controle Administrativo. Flexibilização dos


critérios de correção da terceira prova discursiva da segunda etapa do concurso para
provimento de cargos de carreira da magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do
Amazonas, alcançando apenas os candidatos que oferereceram recursos. Violação do
principio da isonomia. Revisão da terceira provas discursiva dos candidatos remanescentes
que não ofereceram recurso, submetendo-os aos mesmos cretério de avaliação. (CNJ –
PCA 205 e PCA 270 – Rel. Designado Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007) .

Concurso de ingresso. Reserva de vagas para portadores de deficiência

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “A reserva de vagas nos concursos públicos constitui imposição
constitucional de inclusão das pessoas portadoras a ser implementada em todas as esferas
do Poder Público, não mera discricionariedade conferida ao agente público” (CNJ – PCA
200810000003699 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Concurso de ingresso. Termo inicial de contagem da atividade jurídica

Consulta autuada como Pedido de Providência. Tribunal Regional


do Trabalho da 22ª Região. Comissão de Concurso para Juiz Substituto. Termo inicial da
contagem temporal da “atividade jurídica”. Candidata aprovada que eventualmente não
preencheria o requisito indispensável de 3 (três) anos de atividade jurídica após o
bacharelado. Impetração de mandado de segurança frente ao Superior Tribunal d Trabalho.
Pedido prejudicado. Uma vez jurisdicionada a matéria, prejudicada fica a competência do
Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento. (CNJ – PP 1043 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Concurso de ingresso na Magistratura. Atraso na comunicação do horário de


realização da prova

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Juiz do Trabalho substituto do TRT 5ª Região. Alegação de desacerto nas comunicações
entre o candidato e a instituição responsável pelo concurso. – “O atraso nas informações,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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decerto decorreram das imperfeições que qualquer sistema eletrônico de comunicação


possibilita. Mas, tenho que o requerente, ainda que comunicado, por telefone, 24 (vinte e
quatro) horas antes da realização da prova, teria realmente dificuldade para se deslocar de
Vitória a Salvador” (CNJ– PCA 423 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Concurso de ingresso na Magistratura. Portador de deficiência. Lista de


classificação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para a


carreira da magistratura. Reserva de vagas para candidatos portadores de deficiência.
Listas de classificação. – “Os candidatos inscritos na condição de portadores de deficiência
devem figurar em lista específica em cada fase do concurso, submetidos à mesma
exigência de nota mínima para aprovação em cada fase, excluídos porém da ‘nota de corte’
decorrente da limitação numérica de aprovados” (CNJ – PCA 200810000003699 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Logo, a divulgação de
uma lista de classificação específica para os portadores de necessidade especiais,
dissociada da listagem relativa aos demais candidatos, é uma exigência legal da qual não se
podem eximir os Tribunais. Por outro lado, diante dessa obrigatoriedade, os candidatos
portadores de necessidades especiais, por razões óbvias, não devem submeter-se à nota de
corte, sob pena de frustrarem-se os objetivos da reserva de vagas. Tais candidatos, no
entanto, a despeito de detentores do direito de figurarem em listagem de classificação
própria, sujeitam-se à mesma nota mínima aplicada aos demais aspirantes à vaga”.

Concurso de promoção e remoção. Demora justificada

Pedido de Providências. Ato omissivo. Editais de promoção e/ou


remoção. Ausência de titulares. Carência de magistrados. Demora justificada. – “I)
Consoante o disposto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN (Art. 83),
devem os Tribunais, ao detectar a existência de vagas a serem preenchidas mediante
promoção ou remoção, fazer publicar imediatamente a abertura de edital, no órgão oficial,
com o fito de viabilizar a movimentação na carreira. II) Rompimento da similitude entre a
situação debatida nos presentes autos e os casos decididos por ocasião do julgamento do
PP 200710000006568 e PP 200810000004758. III) Verificada a presença de justificativa
plausível para a demora no cumprimento do texto legal, bem como a superveniente
publicação de novos editais de remoção. IV) Alteração do contexto fático. V) Pedido de
Providências a que se julga improcedente” (CNJ – PP 200810000031660 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Concurso de promoção, remoção e permuta. Qualidade das sentença

Concurso de promoção, remoção e permuta de magistrados.


Qualidade de sentença. – “Ao se adotar, na análise da qualidade da sentença, parâmetros
que se vinculam à sua confirmação, reforma parcial ou total, ou, ainda, anulação pelo
Tribunal, estar-se-á privilegiando magistrados cujas sentenças tiveram reforma em menor
número. Além disso, poderá compelir o magistrado de primeiro grau, que tem interesse na
movimentação funcional, a seguir o entendimento adotado pelo Tribunal, no caso concreto,
desrespeitando, por conseguinte, a garantia do exercício da função com liberdade e o
princípio do livre convencimento motivado. Procedimento de Controle Administrativo de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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que se conhece e a que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000017996


– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Concurso de remoção. Aplicação subsidiária das regras acerca da promoção


por merecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Rondônia. Concurso de remoção. Alegação de irregularidades. Pedido julgado
improcedente. – “1) O fato do Tribunal, diante da ausência de norma específica reguladora
das remoções, optar pela aplicação de norma regulamentadora das promoções por
merecimento, não dá causa à anulação do ato administrativo de remoção. 2) Há, na análise
das remoções a pedido, um grau de subjetividade que pode ser considerado pelo Tribunal.
3) As demandas individuais enfraquecem o instituto da votação aberta, fundamentada e
baseada em critérios objetivos, que visa a dar transparência ao procedimento e a atender ao
interesse da Administração Pública e não ao interesse privado e individual do magistrado
preterido em concurso de promoção ou remoção” (CNJ – PCA 200810000018824 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Concurso de remoção. Número de vagas maior do que juízes inscritos. Acordo


entre os inscritos e o tribunal para acolher as opções sem disputa. Validade

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Quando o edital para movimentação horizontal de magistrados
em concurso de remoção contém mais vagas do que o número de juízes inscritos, de sorte
que todos possam ser atendidos para as vagas que mostrem interesse, sem disputa entre si,
não há impedimento ou ofensa a regras e princípios a que o Tribunal faça ajuste para que
todos sejam atendidos e removidos para os locais previamente escolhidos, mediante
acordo” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui Stoco – 82ª Sessão – j.
24.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto do Relator Rui Stoco: “Como consta dos documentos acostados nos autos
pelo Tribunal de Justiça, essa Corte reconheceu o acordo realizado pelos juízes (Ofício
404/2009), tendo havido inclusive participação da Corregedoria nesse processo, conforme
verificado nas notas taquigráficas constantes dos autos. Todavia, ao contrário do que
entendeu o relator sorteado, este relator designado e a maioria do Plenário dirigiu-se no
sentido de validar o ajuste. Isto porque havia numero maior de vagas do que candidatos
escritos; todos estavam de acordo e, ademais, cada qual teve a oportunidade de ser
removido para a unidade escolhida, sem disputa o dissensão.Tenha-se em consideração que
a movimentação vertical sob a forma de “remoção” deve sempre atender aos interesses do
Tribunal, ou seja, ao interesse público. Assim, se há de prevalecer o interesse público,
faculta-se à Corte fazer sobrepor esse interesse ao interesse individual de cada candidato,
dispensando a verificação dos títulos, créditos e méritos que ostentam”.

Concurso de remoção e promoção pelo critério de merecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Remoção e


Promoção, pelo critério do merecimento. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí.
Aplicação dos artigos 93, inciso II, ‘b’, da C.F., 80, § 1º, IV, e 81, ‘caput’, ambos da
LOMAN, bem como Enunciado Administrativo 06/CNJ. – “Considerando que a lista de
remoção precede à promoção e inexistindo outro candidato concorrendo à remoção, pelo
critério do merecimento, que integre a primeira quinta parte da lista de antiguidade,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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perfeitamente enquadrado o magistrado requerente na regra exceptiva de que trata o artigo


93, inciso II, ‘b’, da C.F. e Enunciado Administrativo 06/CNJ. Procedimento de Controle
Administrativo procedente” (CNJ – PCA 200810000000790 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Conduta adotada pelos Magistrados no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 1º, 2º e 3º.

Contagem de tempo de serviço prestado á CEF

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Contagem de tempo de serviço prestado à CEF. Magistrado. Ausência de
ilegalidade. Pedido julgado improcedente. – “A contagem de tempo de serviço prestado
junto à Caixa Econômica Federal como tempo de serviço público anterior à magistratura
não traduz ofensa à legislação brasileira vigente, eis que não poderá ser utilizada como
critério para fins de movimentação na carreira. Desnecessidade do cômputo do tempo de
serviço, diante dos demais critérios para apuração da antiguidade” (CNJ – PCA
200810000031099 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Contratação pelo Tribunal de segurança armada para proteção da residência


de magistrados

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça do Estado do Amapá.


Contratação de segurança armada para proteção da residência de desembargadores.
Desvio de finalidade. Violação aos princípios da legalidade, impessoalidade e
moralidade. – “1) A situação de violência e insegurança que aflige toda a população
brasileira, sobretudo nos grandes centros urbanos, não justifica adoção de solução
particularizada em favor dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Amapá, com
imposição de custos ao erário. 2) Caracteriza desvio de finalidade e violação aos princípios
da legalidade, impessoalidade e moralidade a contratação, pelo Tribunal de Justiça do
Amapá, de segurança armada para proteção das residências particulares de seus
desembargadores. Pedido conhecido como procedimento de controle administrativo e
julgado parcialmente procedente” (CNJ – PP 200810000006524 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Controle da atividade dos magistrados no exercício de suas funções


jurisdicionais. Inadmissibilidade

“Dessa forma, absolutamente imprescindível a proclamação pelo


próprio Conselho Nacional de Justiça, de maneira cristalina, da inadmissibilidade da
realização de controle administrativo sobre a independência dos magistrados no exercício
de suas funções jurisdicionais, sob pena de grave e flagrante desrespeito ao texto
constitucional, que não atribui ao CNJ quaisquer competências jurisdicionais, sejam
originárias sejam revisionais” (CNJ – PP 938 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Controle da freqüência e assiduidade através de sistema de ponto eletrônico.


Ausência de comprovação da necessidade de sua implantação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


460

Pedido de Providências. Pedido para implantação de sistema de


ponto eletrônico para controle da freqüência e assiduidade dos magistrados do Tribunal
de Justiça do Estado do Maranhão. Ausência de comprovação de qualquer irregularidade
ou necessidade de se implantar tal sistema. – “Apesar do dever do juiz de cumprir os
deveres do cargo, o exercício da função jurisdicional deve realizar-se com liberdade e
independência. O controle do cumprimento desses deveres é imposição legal, nos termos
do art. 35 da LOMAN, que prevê os deveres do magistrado relativos à pontualidade. Não
há, todavia, critério rígido e previamente estabelecido para esse controle, ou carga horária
estabelecida, considerando que ao julgador se concede margem de liberdade para melhor
atender à atividade jurisdicional” (CNJ – PP 200810000002920 – Rel. Cons. Rui Stoco –
59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Controle de frequência e horário de trabalho por telefone

Magistrado. Controle de freqüência e horário de trabalho por


telefone. Provimento de Corregedoria. Ausência de comprovação de descumprimento de
dever funcional. Ilegalidade. – “O magistrado tem o dever legal de estar presente no Juízo
em que atua, sendo-lhe assegurado, todavia, o exercício da sua função com liberdade,
como forma de garantir, autonomia e independência do Poder Judiciário (CF, art. 95).
Ainda que precedido de boas intenções, carece de legalidade Provimento de Corregedoria
do Tribunal de Justiça que instituiu controle da frequência e dos horários de trabalho dos
Juízes de Direito vinculados ao respectivo Tribunal por meio de telefone, porque limita a
liberdade do magistrado de escolher a melhor forma de efetivar a prestação jurisdicional,
principalmente quando não há comprovação de denúncias de que magistrados, além de não
residirem nas comarcas em que atuam, ali comparecem somente dois ou três dias na
semana para assinar despachos e mandados, tampouco de que tal situação ocorra de forma
generalizada” (CNJ – PCA 200810000010140 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Controle dos juízes pelo CNJ na condução dos processos judiciais

“O Conselho Nacional de Justiça, como órgão administrativo do


Poder Judiciário, não tem competência para controlar a atuação dos juízes na instrução dos
processos, tampouco para definir, em um caso concreto, a legalidade de decisões judiciais”
(CNJ – PP 12738 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007
– Ementa não oficial).

Conveniência e interesse público como pressupostos. Inexistência de direito


absoluto à remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Reconhecendo que a remoção condiciona-se à conveniência da
Administração e ao interesse público, o CNJ tem, reiteradamente, decidido que o
magistrado não tem direito subjetivo absoluto à remoção, podendo o Tribunal,
fundamentadamente, recusá-la” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui
Stoco – 82ª Sessão – j. 24.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Conversão de férias em pecúnia. Admissibilidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


461

Pedido de Providências. Res. 13/2006-CNJ. Indenização de férias


de magistrados. – “Frente ao exposto, respondendo de forma ampliada à consulta
formulada, voto no sentido de reconhecer aos magistrados o direito à conversão, em
pecúnia, das férias não usufruídas – proporcionais ou integrais – com 1/3, quando da
aposentadoria ou quando acumulados, estando ainda em atividade, mais de dois meses,
calculada a indenização com base na remuneração ou subsídio do mês de pagamento, sem
a incidência de Imposto de Renda, em face da sua natureza indenizatória. Pedido
conhecido” (CNJ – PP 759 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Conversão de licença-prêmio não gozada em pecúnia. Magistrado aposentado

Pedido de providências. Conversão de licença-prêmio não gozada


em pecúnia. Magistrado aposentado. – “I) Não há previsão de licença-prêmio nem de
licença especial para magistrados na LOMAN, sendo indevido qualquer valor
indenizatório a este respeito, conforme pacífica jurisprudência do STF” (CNJ – PP 1127 –
Rel. Alexandre de Moraes – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Convocação de juiz de 1ª instância para substituir Desembargador

Procedimento de Controle Administrativo. Convocação de


magistrados de primeira instância para compor Tribunal. Art. 118 da LOMAN.
Possibilidade. Indeferimento. – “I) A substituição ocasional de desembargadores por
magistrados de primeira instância encontra respaldo regimental (art. 108 do RITJGO), com
o permissivo do art. 96, inciso II, da CF/88, e legal (art. 118 da LOMAN). II)
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 11400 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
Vide também:
1. CNJ, PP 183, Rel. Cons. Marcus Faver; 2. Art. 1º da Resolução 17/CNJ.

Convocação de juízes de Primeira Instância para substituição nas férias de


Desembargadores

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.


Convocação de juízes para substituição nas férias de Desembargador. Aplicação
da regra do Art. 118 da LOMAN (LC 35/79). – “I) A regra do Art. 118 da LOMAN
autoriza a convocação de juízes para substituição nos tribunais quando se trate de
afastamento superior a 30 (trinta) dias. II) Consulta respondida no sentido de
afirmar a aplicação da regra do Art. 118 da LOMAN à hipótese de convocação de
juiz para substituição nas férias individuais de Desembargador” (CNJ – PP
200810000015276 – Rel. Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – Pedido de
intervenção do CNJ para a instalação de novo foro

“A Constituição Federal cometeu ao Conselho Nacional de Justiça o


controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário (art. 103-B, § 4º).
Todavia não permitiu sua intromissão nas questões interna corporis desse Poder. Pelo
contrário, o art. 99 da CF/88 assegura ao Poder Judiciário autonomia integral, seja no
âmbito administrativo como financeiro. A Este Conselho caberá apenas o controle dos atos
administrativos praticados. Aliás, o § 4º, inciso I do art. 103-B da Magna Carta reiterou
que ao CNJ compete “zelar pela autonomia do Poder Judiciário”. Ora, a instalação de
novas unidades jurisdicionais e cartorárias enquadra-se nessa autonomia referida, pois

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


462

somente a administração local poderá dimensionar a necessidade e oportunidade dessa


instalação, frente a inúmeras outras unidades criadas, e o limite de gastos e
comprometimento de pessoal e material, sabido que no Estado de São Paulo há mais de
duas centenas de varas e foros criados por lei aguardando instalação Apenas a
administração da Corte poderá avaliar se há recursos suficientes; servidores disponíveis;
magistrados em número que comporte o crescimento do complexo judiciário e, ademais, se
o acréscimo de despesas não ultrapassa o limite de despesas estabelecido na Lei de
Responsabilidade Fiscal. São questões internas nas quais não cabe ao CNJ imiscuir-se”
(CNJ – PP 200910000002780 – Rel. Cons. Rui Stoco – Decisão monocrática – j.
10.02.1009).

Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Convocação de juízes para substituição de membros do TRT da 5ª Região.


Incompatibilidade do Regimento Interno do Tribunal com o artigo 118 da
LOMAN

Pedido de Providências. Consulta. Convocação de juízes para


substituição de membros do TRT da 5ª Região, nas hipóteses de afastamento por prazo
igual ou superior a trinta dias. Incompatibilidade do Regimento Interno com o art. 118 da
LOMAN e com a Resolução 17 do CNJ. – “Consulta respondida no sentido de afirmar a
incompatibilidade do artigo 76 do Regimento Interno do TRT/5ª Região, com o artigo 118
da LOMAN, que prevê a convocação de juízes para substituir nos Tribunais, nas hipóteses
de afastamento superior a 30 dias” (CNJ – PP 200810000002051 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Convocação de magistrados de primeiro grau para substituição no Tribunal.


Critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TJRJ. RES/CNJ 17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no art. 37 da
CF/88. Substituição de magistrado em segundo grau. Forma e quórum especial para
convocação imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. Fato novo. Falta de interesse
superveniente. Critérios objetivos para convocação. Inobservância pelo RI/TJRJ. – “I)
Observância, pelo Regimento Interno do TJRJ (Res./TJRJ 25/2008), da regra erigida pela
Res./CNJ 17/06, concernente à forma e quorum exigidos para convocação de magistrados à
substituição em segunda instância. II) A titularidade de Vara da Comarca da Capital não se
apresenta como critério legítimo de aferição de merecimento, maturação ou qualificação
técnica para, por si só, orientar a seleção dos magistrados prontos ao desempenho de
tarefas jurisdicionais de segundo grau, ainda que o critério complementar erigido pelo
Tribunal requerido consista, como no presente caso, em prestigiar os magistrados mais
antigos ou os que detenham experiências anteriores em substituição na segunda instância.
III) A Res./CNJ 72/2009 fixou regra de atendimento, na convocação de magistrados, dos
mesmos critérios objetivos exigidos para justificar a promoção. IV) Procedimento a que se
julga parcialmente procedente para efeito de compelir o TJRJ a adequar, no prazo de 90
dias, os §§ 2º e 3º do art. 19 de seu Regimento Interno aos princípios da isonomia,
impessoalidade e demais vetores do art. 37 da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06.
Prejudicado o pedido de controle do art. 19 caput do Regimento Interno do TJRJ” (CNJ –
PCA 200810000018009 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


463

Convocação para substituir desembargadores no julgamento de processo


disciplinar

“É possível a convocação de magistrados que já não respondem a


PAD para substituição de desembargadores no julgamento de processo disciplinar,
porquanto não lhes foi imposta pena nenhuma diante dos arquivamentos de seus processos.
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 360 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Critérios para promoção e remoção por merecimento. Autonomia dos


Tribunais de Justiça

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de Tribunal. Autonomia. – “Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II da CF/88, e na
Resolução CNJ 6/2005” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Critérios para promoção por merecimento

“Embora este Conselho já tenha reconhecido o exercício de


algumas atividades administrativas como critérios para merecimento, é certo que os
serviços prestados à escola judicial e a participação em comissões de concurso, bem como
as substituições no TRT, porque deixam abertura para a subjetividade na escolha desses
membros, devem ser excluídos como critério de promoção e acesso por merecimento”
(CNJ – PCA 544 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura de carreira.


Resolução do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará estabelecendo critérios e pontuação
para as promoções por merecimento. Ato administrativo que, fugindo em parte, dos
parâmetros estabelecidos pela Resolução 6/2005 do CNJ, fixa alguns critérios com
conteúdos preponderantemente subjetivos violando princípio isonômico. Pontuação pelo
exercício das funções de Juiz Auxiliar da Corregedoria, da Presidência ou da direção do
fórum pela forma subjetiva de escolha, viola os patamares de igualdade. Revisão parcial do
ato. Pedido procedente em parte. (CNJ – PCA 68 – Rel. Cons. Marcus Faver – 18ª Sessão
– j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Cumulação de funções jurisdicionais. Remuneração

Procedimento de Controle Administrativo. Gratificação de 10%


pelo exercício cumulativo de função jurisdicional (Juizado Especial). Interrupção no
pagamento por ato do Presidente do Tribunal em razão da ausência de fundamento legal.
Pedido de concessão de liminar para que se restabeleça o pagamento. Indeferimento face
à ausência dos pressupostos legais. Recurso não conhecido. – “Ainda que se cuide de
questão administrativa, o mero interesse individual não se revela suficiente para
movimentar o Conselho Nacional de Justiça, sob pena deste substituir-se às próprias
unidades jurisdicionais do País, a quem cabe verdadeiramente dizer o direito nos casos
concretos postos ao seu julgamento. Exige-se que a questão posta interesse a todos e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


464

assuma repercussão geral” (CNJ – PCA 14619 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª Sessão – j.
18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Demissão do magistrado não vitalício

“A demissão do magistrado não-vitalício, na hipótese de violação


das vedações dos incisos I a IV do parágrafo único do artigo 95 da Constituição Federal,
será precedida de processo administrativo, observando-se o que dispõem os arts. 6º a 10
desta Resolução” (art. 10 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

“Ao juiz não-vitalício será aplicada pena de demissão em caso de: I


– falta de derive da violação às proibições contidas na Constituição Federal e nas leis; II –
manifesta negligência no cumprimento dos deveres do cargo; III – procedimento
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções; IV – escassa ou
insuficiente capacidade de trabalho; V – proceder funcional incompatível com o bom
desempenho das atividades do Poder Judiciário” (art. 11 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Designação como membro de Turma Recursal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Acre. Designação de Juiz como membro de Turma Recursal. Critérios
previamente estabelecidos em Provimento editado pelo Conselho da Magistratura. Pedido
Improcedente. – “I) O requisito primário do preenchimento da Turma Recursal pelo
simples rodízio, em razão da antiguidade não é absoluto, devendo obedecer requisitos
estabelecidos na norma regulamentar, como índices de produtividade e rapidez no
exercício jurisdicional. II) Caso concreto em que a escolha se apresenta escorreita ante as
circunstâncias apresentadas” (CNJ – PCA 187 – Rel. Marcus Faver – 29ª Sessão – j.
14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Designação de Juiz de Direito de primeira entrância como Auxiliar da


Corregedoria. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Designação de juízes de


direito para função de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral. Função destinada apenas aos
juízes de entrância especial segundo anterior decisão do Plenário do TJ/ES. Violação aos
princípios da moralidade e impessoalidade. Nepotismo. Designação de juiz de direito filho
do Corregedor-Geral. – “Caracteriza violação aos princípios da moralidade e da
impessoalidade a designação de juiz de direito de primeira entrância, filho do Corregedor-
Geral, para exercer as funções de juiz auxiliar da Corregedoria. Aplicação ao caso, por
assimilação, dos princípios que fundamentam a proibição de nepotismo no Poder Judiciário
a toda situação que importe favorecimento, em razão das relações e parentesco ou de
família. Precedente do CNJ (PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – j. 23.10.2007).
Procedência dos pedidos para invalidação dos atos questionados” (CNJ – PCA
200810000001204 e PCA 200810000004783 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Designação de juízes de


direito para função de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral. Função destinada apenas aos
juízes de entrância especial segundo anterior decisão do Plenário do TJ/ES. Violação aos
princípios da moralidade e impessoalidade. Nepotismo. Designação de juiz de direito filho
do Corregedor-Geral. – “É inválida a designação de juízes de direito de primeira entrância

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


465

para a função de juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do Espírito Santo, em


desacordo com anterior deliberação do Plenário do Tribunal no sentido de destinar o
exercício de tal função exclusivamente aos integrantes da entrância especial. Violação aos
princípios da moralidade e da impessoalidade” (CNJ – PCA 200810000001204 e PCA
200810000004783 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 64ª Sessão – j.
10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Designação de juízes substitutos e auxiliares, já vitaliciados

Pedido de Providências. Designação de juízes substitutos e


auxiliares, já vitalícios. Alegação de vulneração ao princípio do juiz natural. Cargos
criados por lei. Matéria inalterável na esfera administrativa. Função de substituição ou
auxílio inerentes ao cargo. Pedido indeferido. (CNJ – PP 36 – Rel. Cons. Cláudio Godoy –
3ª Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006).

Despesas médicas, cirúrgicas e odontológicas. Ressarcimento. Descabimento,


quando efetuado indiscriminadamente

Pedido de Providências. – “I) Contraria a Constituição Federal e a


LOMAN o ressarcimento indiscriminado das despesas médicas, cirúrgicas e odontológicas
aos magistrados, quando não decorrentes de plano ou convênio de saúde, estabelecidos na
forma da legislação e quando tal benefício é exclusivo dos magistrados. II) Pedido de
Providências conhecido e dado provimento” (CNJ – PP 9296 e PP 1472 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Diárias, passagens e despesas com locomoção. Limites e regulamentação

Pedido de Providências. Regulamentação do § 3º do art. 2º da Lei


11.439/2006. Despesas com diárias, passagens, locomoção e publicidade no âmbito do
Poder Judiciário. – “I) Os limites deverão ser apurados levando-se em consideração o total
das despesas empenhadas em 2006, inclusive as relativas a colaboradores eventuais,
excluindo 70% das decorrentes do processo eleitoral de 2006. II) Necessidade de
publicação de ato estabelecendo o limite no âmbito do poder Judiciário, para as despesas
com diárias, passagens e locomoção, bem como com as de publicidade. III) Pedido julgado
procedente” (CNJ – PP 9521 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

Dias de compensação. Conversão em pecúnia

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Edição de Portaria com usurpação da atividade legislativa, criando normas


abstratas e instituindo novas figuras penais

Edição de Portaria pelo juízo monocrático. Usurpação de


atividade legislativa. Ilegalidade. – “I – Não pode o Juiz, através de ato administrativo,
criar conceitos legais, instituir infrações e prever sanção onde a lei não o faz. II) A edição,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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pelo Poder Judiciário, de portaria com a instituição de várias normas de caráter geral e
abstrato, inclusive com a criação de novas figuras típicas, significa usurpação de atividade
privativa do Poder Legislativo. IV – Procedimento de Controle Administrativo procedente
para revogar a portaria impugnada” (CNJ – PCA 200710000004468 – Rel. Cons. Técio
Lins e Silva – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Elegibilidade para cargo de Presidente do Tribunal. Atuação em cargos de


direção

Pedido de Providência. Consulta. Elegibilidade. Cargo de


Presidente do Tribunal. Possibilidade. – “A atuação de magistrados em cargos de direção
não prejudica sua elegibilidade à Presidência do Tribunal, desde que a soma dos
respectivos períodos não ultrapasse o prazo máximo de quatro anos fixados na LOMAN”
(CNJ – PCA 200710000005187 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Eleição para Juiz suplente. Aferição do critério de merecimento

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Eleição para juiz suplente da 1ª Turma Recursal. Merecimento. Critério. –
“O merecimento deve ser aferido conforme o desempenho e por critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos de aperfeiçoamento oficiais ou reconhecidos” (CNJ – PCA 420 – Rel. Cons. Gelson
de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Eleição para presidente de câmara de tribunal

Eleição para Presidência de Câmara de Tribunal. Hipótese


relativa à vacância do cargo antes do término do mandado. Ausência de norma específica.
Prevalência da regra geral. Realização de nova eleição. Legalidade. Pedido
improcedente. – “A interpretação correta da norma em apreço é a de que o legislador
determinou que a presidência de câmara ocorrerá sempre por eleição, pouco importando se
a hipótese viesse a se tratar de novo mandato ou mero complemento de mandato
interrompido” (CNJ – PCA 200710000007690 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Error in judicando. Preservação da convicção e liberdade de julgar do


magistrado

Magistrado. Descumprimento de dever funcional. Art. 35, I, da


LOMAN. Inexistência. Regular exercício da atividade jurisdicional. Princípio do livre
convencimento motivado. Error in judicando. – “O juiz tem o dever legal de observar as
suas obrigações, no que se inclui ‘cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade
e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício’ (LOMAN, art. 35, I). É-lhe
assegurado, todavia, o exercício da função com liberdade de convencimento (CPC, art.
131) e independência, de modo a garantir, em última análise, a autonomia e independência
do próprio Poder Judiciário (CF, art. 95). Constatado, no caso concreto, que, conquanto se
possa considerar equivocada a decisão que condenou terceiro não integrante da relação
processual, o ato em questão foi praticado no regular exercício da função e de acordo com
a convicção do magistrado sobre a matéria. Não há falar, portanto, em descumprimento de
dever funcional e de responsabilização do magistrado. Revisão Disciplinar de que se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


467

conhece e que se julga improcedente” (CNJ – RD 200830000000760 – Rel. Cons. Altino


Pedrozo dos Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Escolha de Juiz Substituto em segundo grau. Critérios

Substituição de desembargador. Modo de escolha. Critérios


objetivos. – “I) A sessão do Tribunal para tomada de decisões administrativas, como a
escolha de juízes substitutos de desembargadores, há de ser pública, aberta e motivada. O
escrutínio secreto neutraliza o efeito de transparência conferido à sessão pública, violando-
se o que determinado pelo art. 93, X, da Constituição, pois impede a motivação,
necessariamente pública. II) A escolha dos substitutos dos desembargadores não é ato
discricionário, pois repercute na observância do princípio do juiz natural, que é garantia da
sociedade, devendo observar critérios objetivos. Art. 93, X, da CF; Res. 17/2006 do CNJ e
art. 118 da LOMAN. III) Não pode haver nomeação prévia de grupos de juízes, sem ter
havido correspondentes vagas ou afastamento de desembargadores por prazo superior a
trinta dias” (CNJ – PCA 200810000006937 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Estabelecimento de critérios para promoção e remoção

Pedido de Providências. Carreira da Magistratura. Promoção e


acesso pelo critério de mérito. Pretensão de edição de ato normativo destinado a explicitar
os “conteúdos conceituais mínimos” dos requisitos inscritos no art. 93, inciso II, da
Constituição Federal. Pretensão que implica, em última análise, alteração da diretriz
político-administrativa materializada na Res. 06 deste Conselho Nacional de Justiça.
Indicação de situações específicas, constituídas no âmbito de diversos Tribunais Regionais
do Trabalho, como suporte fático-jurídico da pretensão, passíveis de exame em
procedimentos autônomos de controle administrativo. Ausência de oportunidade para a
edição da norma solicitada e inadequação da via eleita. Arquivamento do processo
administrativo instaurado. (CNJ – PP 734 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

“A delegação contida na Res. 06 objetivou preservar a autonomia


administrativa dos tribunais, sobretudo para a positivação de especificidades regionais e
setoriais, ao mesmo tempo em que visou reunir um amplo arsenal de experiências que
deverão balizar a edição do futuro Estatuto da Magistratura” (CNJ – PP 734 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não
oficial).
Observação: A Res. 06, de 13.09.2005, do CNJ dispõe sobre a aferição do merecimento
para promoção de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º Grau.

Exercício de atividade comercial

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


468

Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou


particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Exercício de atividade docente

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

“O exercício de qualquer atividade docente deverá ser comunicado


formalmente pelo magistrado ao órgão competente do Tribunal, com a indicação do nome
da instituição de ensino, da(s) disciplina(s) e dos horários das aulas que serão ministradas.
§ 1º No prazo máximo de 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta
Resolução, os tribunais deverão expedir ofícios a seus magistrados, para que informem
acerca do exercício de cargo ou função de magistério e respectivos horários. § 2º
Verificada a presença de prejuízo para a prestação jurisdicional em razão do exercício de
atividades docentes, o Tribunal, por seu órgão competente, determinará ao magistrado que
adote de imediato as medidas necessárias para regularizar a situação, sob pena de
instauração do procedimento administrativo disciplinar cabível, procedendo a devida
comunicação em 24 horas. § 3º Verificado o exercício de cargo ou função de magistério
em desconformidade com a presente Resolução, e, excluída a hipótese do parágrafo
anterior, o Tribunal, por seu órgão competente, ouvido o magistrado, fixará prazo para as
adequações devidas, observado o prazo máximo de 06 (seis) meses” (art. 3º da Res. CNJ
34, de 24.04.2007).

“A presente resolução aplica-se inclusive às atividades docentes


desempenhadas por magistrados em cursos preparatórios para ingressos em carreiras
públicas e em cursos de pós-graduação” (art. 4º da Res. CNJ 34, de 24.04.2007).

Exercício de atividade docente. Informação ao Conselho Nacional de Justiça

“Os Tribunais deverão informar ao Conselho Nacional de Justiça,


ao início de cada ano judiciário, a relação nominal de magistrados que exercem a docência,
com a indicação da instituição de ensino, da(s) disciplina(s) e dos horários de aulas que
serão ministradas e as respectivas cargas horárias, sem prejuízo de outras informações”
(art. 5º da Res. CNJ 34, de 24.04.2007).

Exercício de cargo de direção de associação de assistência à saúde

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


469

Pedido de Providências. Magistrado. Cargo de direção em


associação de assistência à saúde. Compatibilidade. Inexistência de prejuízo à atividade
judicante. “Inexiste incompatibilidade no exercício de cargo de direção em associação de
assistência à saúde por magistrado investido nas funções, desde que não haja prejuízo à
atividade judicante” (CNJ – PP 200810000004291 – Rel. Designado Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª Sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Exercício de cargo de direção de pessoa jurídica de direito privado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Exercício de cargo de direção ou gestão em associações. Vedação

Possibilidade de instituição de cooperativa de ensino gerida e/ou


dirigida por magistrados, com o fim de melhorar sua remuneração. Inadmissibilidade. –
“Magistrados não podem exercer cargo de direção ou gestão em associações, salvo nas
associações de classe e escola da magistratura. Cooperativa cujo objeto, feição comercial e
destinação econômica não se equipara às exceções antes referidas” (CNJ – PP
200710000011886 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Exercício de cargo em instituição filantrópica, sem remuneração

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Pedido de Providências. Consulta. Alcance da Res. 10/2005 do


CNJ. Magistrado. Exercício de cargo, sem remuneração, em instituição filantrópica.
Impossibilidade. – “Embora os magistrados modernos devam ser partícipes e integrados à
sociedade, não se afastando do cotidiano, aprimorando suas orientações humanísticas,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


470

filosóficas e sociológicas, devem dedicação exclusiva à sua função, jamais podendo


desviar o conjunto de suas forças intelectuais e físicas para outras atividades” (CNJ – PP
971 – Rel. Cons.Marcus Faver – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 –
Ementa não oficial).
Parte do Voto do Relator:
“Embora os magistrados modernos devam ser partícipes e
integrados à sociedade, não se afastando do cotidiano, aprimorando suas orientações
humanísticas, filosóficas e sociológicas, devem dedicação exclusiva à sua função, jamais
podendo desviar o conjunto de suas forças intelectuais e físicas para outras atividades.
Assim, pode – e deve – o magistrado participar da vida em sociedade, escolher seu time de
futebol, seu clube, sua organização não governamental, suas atividades voluntárias mas,
jamais poderá exercer, em quaisquer dessas entidades, cargos de direção porque estaria
dividindo seu esforço, escapando à dedicação exclusiva, altamente salutar para o bom
desempenho da judicatura. Somente é permitido ao magistrado, como exceção, o exercício
de magistério, onde poderá aprimorar, com seus conhecimentos, a formação dos futuros
profissionais do Direito, melhorando, por conseguinte, a prestação da Justiça para toda a
população. Também se permite que o Juiz dirija órgãos de classe, como a Associação de
Magistrados, visando promover as melhorias necessárias à carreira da Magistratura, à
formação e atuação dos Juízes, à criação de Escola de Magistratura etc. Convém destacar,
por oportuno, que o Conselho foi criado, entre outras funções, para fiscalizar desvios de
conduta de magistrados, então não se pode admitir que o Juiz, a pretexto de participar do
mundo, nele desgaste sua energia em prejuízo da função jurisdicional, já tão sacrificada
pela imensa quantidade de processos que abarrotam os fóruns de todo o País” (CNJ – PP
971 – Rel. Designado Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006).
Parte do Voto do Relator Sorteado e Vencido, Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni:
“(...) Trata-se de uma entidade integrante do chamado ‘Terceiro
Setor’, ou seja: não visa ao lucro; é formada por voluntários; pretende atuar em uma esfera
pertinente ao Estado, mas que se encontra deficiente; tem como base as instituições
democráticas da equidade e da justiça social”. “(...) Ora, ainda que se argumente que o art.
95, parágrafo único, inciso I, da Constituição é manifesto ao permitir aos juízes apenas o
magistério como atividade alternativa, o caso é de mutação constitucional – procedimento
não formal de mudança das constituições rígidas (via tradição, costumes, interpretação,
alterações empíricas e sociológicas, acarretando apenas mudança semântica, mas não do
texto constitucional), que é reconhecido pela doutrina e já utilizado pelo Supremo Tribunal
Federal”.

Exercício de cargo no Poder Executivo. Acumulação indevida de cargos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado.


Acumulação de cargo no Poder Executivo. Impossibilidade. – “O magistrado que se
encontra em qualquer situação de afastamento provisório (suspensão condicional) de cargo
anteriormente ocupado, mesmo que sem remuneração, direitos ou obrigações com o
emprego anterior, incide na acumulação indevida de cargos, tanto no plano constitucional
(arts. 37, inciso XVI, e 95, parágrafo único, inciso I), como no plano legal (art. 26, inciso
II, alínea ‘a’, da LOMAN), devendo se exonerar do cargo anteriormente ocupado sob pena
de instauração de Processo Administrativo Disciplinar. Precedentes deste Conselho (PCA
188), do STF (MC no MS 26701/DF) e do STJ (MS 12107/DF). Aplicação da Súmula 246
do TCU” (CNJ – PCA 200810000002981 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 59ª Sessão – j.
25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


471

Exercício de outro cargo ou função

“Aos magistrados da União e dos Estados é vedado o exercício,


ainda que em disponibilidade, de outro cargo ou função, salvo o magistério. Parágrafo
único. O exercício da docência por magistrados, na forma estabelecida nesta Resolução,
pressupõe compatibilidade entre os horários fixados para o expediente forense e para a
atividade acadêmica, o que deverá ser comprovado perante o Tribunal” (art. 1º da Res.
CNJ 34, de 24.04.2007).

“O exercício de cargos ou funções de coordenação acadêmica,


como tais considerados aqueles que envolvam atividades estritamente ligadas ao
planejamento e/ou assessoramento pedagógico, será admitido se atendidos os requisitos
previstos no artigo anterior. § 1º É vedado o desempenho de cargo ou função
administrativa ou técnica em estabelecimento de ensino. § 2º O exercício da docência em
escolas da magistratura poderá gerar direito a gratificação por hora-aula, na forma da lei. §
3º Não se incluem na vedação referida no § 1º deste artigo as funções exercidas em curso
ou escola de aperfeiçoamento dos próprios Tribunais, de associações de classe ou de
fundações estatutariamente vinculadas a esses órgãos e entidades” (art. 2º da Res. CNJ 34,
de 24.04.2007).

Possibilidade de instituição de cooperativa de ensino gerida e/ou


dirigida por magistrados, com o fim de melhorar sua remuneração. Inadmissibilidade. –
“Magistrados não podem exercer cargo de direção ou gestão em associações, salvo nas
associações de classe e escola da magistratura. Cooperativa cujo objeto, feição comercial e
destinação econômica não se equipara às exceções antes referidas” (CNJ – PP
200710000011886 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Exercício de quaisquer outros cargos de direção ou técnico de sociedade civil


ou funções de qualquer natureza

“Aos juízes é vedado exercer, ainda que em disponibilidade, outro


cargo ou função, salvo uma de magistério (CF, art. 95, § único, I). Referido óbice
constitucional alcança não apenas a acumulação remunerada de cargos e funções, mas
também sua reunião a título gratuito. Procurou a Lei Maior prestigiar os afazeres da
Magistratura, impedindo possa o integrante do Poder Judiciário, em face das obrigações
profissionais decorrentes com aquelas advindas do exercício da jurisdição, negligenciar o
cumprimento de suas responsabilidades, independentemente do acúmulo se aperfeiçoar a
título gratuito ou oneroso. Precedentes do STF. Ao Magistrado é obstado o exercício de
cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação de qualquer
natureza, ou finalidade (art. 36, I), proibição que tem a intenção manifesta de assegurar o
cumprimento de deveres de presteza, exação e pontualidade no exercício das funções
jurisdicionais (LOMAN, art. 35, II, III e VI” (CNJ – RD 127, RD 128, RD 130, RD 134 e
RD 138 – Rel. Min. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 11ª Sessão – j. 19.12.2005 – DJU
23.01.2006).
Observação: Vide decisão monocrática do Cons. Cláudio Godoy no PP 18, de 16.08.2005,
DJU 05.09.2005.

Exercício do cargo de Grão-Mestre da Maçonaria por Magistrado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


472

“É vedado acumular o exercício da Magistratura com o de grão-


mestre da Maçonaria, consoante se depreende do disposto no art. 95, parágrafo único,
inciso I, da Constituição Federal e do art. 36, inciso II da Lei Complementar 35/79” (CNJ –
PP 596 – Rel. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Exercício do cargo de Presidente de Cooperativa de Economia e Crédito


Mútuo

Procedimento de Controle Administrativo. Atividade de


Magistrado e Diretor Presidente de Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de
Magistrados. Cumulação. Impossibilidade – “Não estão os magistrados em atividade
autorizados a exercer a função de diretor de entidade cooperativa, com prejuízo da
dedicação exclusiva, indispensável ao exercício da judicatura. Precedentes do CNJ. ‘As
atividades relativas à função de Magistrado cumuladas ao cargo de Diretor Presidente de
Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Juízes do Rio Grande do Sul – SICRED
AJURIS são absolutamente incompatíveis com a Constituição, a Lei Orgânica da
Magistratura Nacional e a Orientação 02 da Corregedoria deste Conselho, e em
homenagem aos unânimes precedentes aqui reafirmados, tendo em vista que todas essas
vedações visam assegurar a eficiência e a isenção da atividade principal dos juízes, isto é, a
atividade judicante, que só pode ser bem exercida com absoluta independência e isenção”
(CNJ – PCA 200810000005696 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Parte do voto vencido do Cons. Rui Stoco: “A LOMAN proibiu, em numerus clausus, a
participação de magistrados em sociedade comercial, quando exerçam o comércio ou
tenham poder de direção e gerenciamento; exercer cargo de direção de sociedade civil,
associação ou fundação. Mas excepcionou a participação em ‘associação de classe’, cabe
reiterar. As cooperativas de magistrados constituem, portanto, associações homogêneas
posto que congregam participantes da mesma classe. A associação de magistrados
congrega estes e não pode ter como associado ou cooperado o advogado, o promotor, o
servidor público, o policial ou o taxista e enfim quem não pertença àquela classe.Essa
homogeneidade encontra permissão expressa na lei de regência das cooperativas. O art. 29
da referida Lei 5.764/71 dispõe no art. 29: ‘Art. 29. O ingresso nas cooperativas é livre a
todos que desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, desde que adiram aos
propósitos sociais e preencham as condições estabelecidas no estatuto, ressalvado o
disposto no art. 4º, item I, desta Lei. § 1° – A admissão dos associados poderá ser restrita, a
critério do órgão normativo respectivo, às pessoas que exerçam determinada atividade ou
profissão, ou estejam vinculadas a determinada entidade’.Mais do que isso, a cooperativa

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


473

de magistrados só poderá ser dirigida por magistrados, como resulta óbvio. Proibi-los desse
exercício e a associação fenece e desaparece o que redunda em prejuízo para a classe na
medida em que agregação em torno dessas entidades visa o cooperativismo que, ademais
de ser incentivado pelas autoridades públicas, caracteriza a união de forças para o bem
comum, sem qualquer objetivo de lucro e sem qualquer atuação comercial ou
mercadológica. Impende reiterar que as sociedades cooperativas não auferem lucros tal
como a sociedades comerciais, constituídas sob a forma mercantil posto que toda a receita
que ingressa em seus cofres não se destina à construção do seu patrimônio institucional
mas do patrimônio dos associados ou cooperados, através da conversão em quotas posto
que de “lucro” não há falar. Não fora esses aspectos, cabe lembrar que a Orientação 02 do
Ministro Corregedor Nacional de Justiça assume esse caráter de orientação e não de
vedação ou proibição, pois o inc. VIII do art. 31 do Regimento Interno do CNJ dá
atribuição à Corregedoria para ‘expedir instruções, provimentos e outros atos normativos
para o funcionamento dos serviços da Corregedoria’, de sorte que o poder vinculativo
decorre do Plenário. Por outra banda, o que restou decidido pelo Egrégio Plenário no
Pedido de Providências 596 (Rel. Designado Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, 29ª
Sessão Ordinária – j. 14.11.2006, DJU 06.12.2006) e Pedido de Providências 775 (Rel.
Cons. Marcus Faver, 29ª Sessão Ordinária, j. 14.11.2006, DJU 06.12.2006) foi a
incompatibilidade do exercício do cargo de magistratura com as funções de dirigente: a) da
justiça desportiva; b) de grão-mestre da maçonaria; c) de organização não governamental
(ONG); d) de entidades como Rotary, Lions, APAEs, Sociedade Espírita, Rosa-Cruz e de
instituição de ensino, pública ou privada. Esta última decisão teve a pretensão de ser
exaustiva. E não se deslembre que a previsão contida no art. 36 da LOMAN é taxativa e
não exemplificativa, sabido que as disposições que restringem devem ser taxativas e conter
previsão fechada ou em numerus clausus e aquelas permissivas se expandem e tem raio
maior de alcance.”

Exercício do magistério. Mais de uma atividade docente

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Magistrado.


Exercício do Magistério. – “I) A norma do art. 95, parágrafo único da Constituição Federal
não impede o exercício pelo magistrado de mais de uma atividade docente. II) O exercício
do magistério pelo Magistrado deve se dar em carga horária compatível com o
desempenho da atividade jurisdicional. Precedente do Supremo Tribunal Federal (MC na
ADIN 3126/DF). III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 434 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Exercício pelo magistrado do cargo de grão-mestre da Maçonaria

Pedido de Providências. Magistratura. Regime Jurídico.


Acumulação com a função de grão-mestre da Maçonaria. Vedação. – “ O Regime Jurídico
da Magistratura, previsto na Constituição Federal, ao estipular prerrogativas, deveres e
vedações aos magistrados, visou, precipuamente, a preservar a independência e a
imparcialidade do magistrado. Consoante se depreende do disposto no artigo 95, parágrafo
único, inciso I, da Carta atual e do art. 36, inciso II, da LC 35/79, é vedado acumular o
exercício da magistratura com o de grão-mestre da maçonaria” (CNJ – PP 596 – Rel.
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


474

Falta disciplinar. Legitimação ordinária concorrente. Apuração exclusiva dos


fatos perante o CNJ

Reclamação Disciplinar. Legitimação ordinária concorrente.


Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça. – “Não se mostra razoável
uma cisão da atividade persecutória censória, ainda que a possibilidade esteja prevista na
Constituição Federal, ao estabelecer uma legitimação ordinária concorrente entre a
Corregedoria Nacional de Justiça e o órgão censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. III)
Havendo acentuada ligação entre os fatos objeto da presente reclamação e os fatos levados
a conhecimento do Tribunal de Justiça Estadual, mostra-se adequado o prosseguimento de
um único processo apuratório, a ser promovido neste Conselho. ” (CNJ – RD
200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 –
DJU 09.03.2009).

Falta disciplinar. Legitimidade ordinária autônoma concorrente.


Inadmissibilidade de duplicidade apuratória entre a Corregedoria Nacional e
os tribunais

“O preceito constitucional, conquanto tenha concebido uma espécie


de ‘legitimidade ordinária autônoma concorrente’ entre o órgão censor nacional e os
demais órgãos censores estaduais e federais, não alberga as hipóteses de concomitante
apuração e de duplicidade apuratória. Observe-se que, no caso, não se demonstrou
inoperância ou qualquer incompatibilidade da Corregedoria local para investigação dos
fatos, que se encontram na sua esfera de atuação” (CNJ – RD 200810000019630 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008 – Parte do voto do Relator).

Férias. Conversão de 2/3 em pecúnia e fracionamento

Magistrado. Férias. Conversão de dois terços em pecúnia e


fracionamento de férias. Impossibilidade. – “Imprevistos a conversão parcial das férias em
pecúnia e o fracionamento de seu gozo em prazo inferior a trinta dias na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional, é irregular a concessão de tais vantagens pelos tribunais, ainda que
escorados em lei local manifestamente agressora de reserva constitucional de lei
complementar federal (CF, art. 93, caput)” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Férias. Critérios para obtenção

Pedido de Providências. Férias de magistrados. Regime especial.


Proporcionalidade. – “I) As férias dos magistrados são de sessenta dias por ano,
individuais ou coletivas (art. 66, LOMAN), sujeitas a um regime especial, mostrando-se
inexigível o cumprimento de período aquisitivo para fins de fruição. II) As férias dos
magistrados, substitutos ou vitalícios, são pagas proporcionalmente ao período de tempo de
efetivo exercício dos serviços prestados” (CNJ – PP 813 – Rel. Germana Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Férias. Exclusão de sábados domingos e feriados

Magistrado. Férias. Exclusão de sábados, domingos e feriados


localizados dentro do período de fruição. Impossibilidade. – “A permissão de gozo de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


475

férias em período inferior a trinta dias e a exclusão de sábados, domingos e feriados


localizados dentro do período de fruição das férias são irregulares por representarem
acréscimo no tempo total legal de descanso propiciado pelas férias e em fracionamento não
autorizado na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Pedido parcialmente conhecido e, na
parte conhecida, rejeitado. Ordem de abstenção de conversão de férias em pecúnia, de
abstenção de fracionamento das férias por período inferior a trinta dias e de abstenção de
exclusão de sábados, domingos e feriados localizados dentro do período de fruição
respectivo” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Férias. Indenização de férias não gozadas por necessidade do serviço

“No que concerne a verba paga ao Magistrado quanto à


indenização por férias não-gozadas, tenho que, no caso concreto, alternativa não há senão a
modificação da decisão proferida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. É que o
ex-magistrado requerente, por duas ocasiões no ano de 2002, teve indeferido seu pedido de
férias em razão da inexistência de juízes substitutos. A par disso, quando do seu
requerimento de exoneração do cargo de Juiz, no ano de 2005, foi indenizado pelas férias
não gozadas. Não havendo mais possibilidade do gozo das férias, em razão da exoneração
a pedido, inclusive para que não restasse caracterizado o enriquecimento sem causa da
Administração em detrimento do Magistrado – que teve seus pedidos de gozo indeferidos –
as férias não gozadas a que tinha direito foram indenizadas. Este é o entendimento do TRT
da 10ª Região. Neste ponto, ressalta-se que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da
10ª Região coaduna com o entendimento do Tribunal de Contas da União, que,
examinando questão similar a dos presentes autos, já se manifestou: ‘É ilegal o pagamento
de indenização em forma de pecúnia a Auditor desta Corte relativa a férias não usufruídas
por necessidade de serviço em razão da superveniência de aposentadoria. O valor de
indenização fica limitado ao máximo de 02 (dois) meses acumulados, observando-se a
proporcionalidade do período em que se deu a aposentadoria, em consonância com o
disposto no art. 67, § 1º, da Lei Complementar 35/79’. Noutro giro, também o STJ, pelo
Expediente Avulso 01/SEMAG-SRH2002 e pelo Processo Administrativo STJ 1.938/2006,
reconheceu aos Ministros Paulo Costa Leite e Edson Vidigal, respectivamente, o direito ao
de serviço, com base em entendimento doutrinário e precedentes judiciais do próprio STJ,
no sentido de que se impõe o pagamento de uma indenização pecuniária como forma de ser
reparado um dano sofrido pela não fruição de um direito” (CNJ – PCA 546 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do
voto do relator).

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Férias. Período aquisitivo. Necessidade de prestar serviços por um ano para


adquirir direito ao primeiro período

Pedido de Providências. Férias individuais dos magistrados da


justiça do trabalho. Pretensão de que o gozo de férias dos juízes substitutos e magistrados
de segundo grau, egressos do quinto constitucional, se dê anualmente, proporcionalmente
aos meses trabalhados no ano de ingresso, ou integralmente pelo labor em todo o ano

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


476

civil, sem exigência do cumprimento do prazo de doze meses para a primeira fruição.
Inadmissibilidade. Improcedência do pedido. – “I) Em nenhum preceito da Carta Magna
ou da lei Orgânica da Magistratura Nacional encontra-se o assentamento do período
aquisitivo das férias dos magistrados, colocando por terra a afirmação posta como
supedâneo e sustentáculo da petição inicial, no sentido de que ‘os magistrados têm direito
de gozar férias por ano civil e não pelo cumprimento de período aquisitivo’. II) O princípio
norteador das férias, inclusive dos empregados da iniciativa privada, tal como estabelece a
Consolidação das Leis do Trabalho e para os servidores públicos, como definido no
estatuto próprio, é o de período aquisitivo, de sorte que para adquirir direito ao primeiro
período o empregado, servidor ou magistrado deverá completar o período de um ano de
serviço prestado” (CNJ – PP 11230 – Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 –
DJU 20.12.2007).

Férias coletivas. Extinção

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. – “A nova


ordem constitucional derrogou as regras relativas às férias coletivas, vale dizer: os
servidores do Poder Judiciário, agora, devem gozar férias, apenas, por 30 (trinta) dias”
(CNJ – PEPP 885 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Férias não gozadas. Magistrado aposentado. Direito ao recebimento em


pecúnia, sem a limitação a dois períodos

“Sem embargo do douto voto do Eminente Relator, divirjo


parcialmente e voto no sentido de que se responda afirmativamente à consulta, ou seja,
pela viabilidade jurídica do pagamento de indenização de férias à magistrada, sem a
limitação a 2 (dois) períodos, no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de
delongas do procedimento de aposentadoria por invalidez” (CNJ – PP 200710000006830 e
PP 200810000007358 – Rel. Designado Cons. Min. João Oreste Dalazen – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Parte do voto vencedor da Cons. Andréa Pachá: “Acompanho o voto do eminente
Conselheiro João Oreste Dalazen respondendo afirmativamente à consulta pela
possibilidade do pagamento de indenização de férias não gozadas, sem limitação de
períodos, ‘no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de delongas do procedimento
de aposentadoria por invalidez’. Apresento, no entanto, conforme manifestação oral,
ressalva de fundamentação no que tange à impossibilidade de remuneração de férias em
atividade. Discordo da tese do ilustre Conselheiro de inexistência de ‘respaldo jurídico
para a conversão de férias em pecúnia pelo servidor’ quando ainda não esteja afastado da
carreira ou aposentado. Entendo que em caso de necessidade do serviço e em havendo
reserva legal e disponibilidade financeira e orçamentária, é possível e obrigatório o
pagamento da indenização, mesmo que o magistrado encontre-se em atividade. Não há
vedação legal ao pagamento mencionado quando o pedido de férias a gozar seja indeferido
por imperiosa necessidade do serviço”.
Parte do voto vencedor do Cons. Marcelo Nobre: “Todavia, no caso do magistrado não
poder gozar suas merecidas férias – garantia constitucional – por imperiosa necessidade do
serviço que, ressalte-se, deve ser muito bem justificada pelos dirigentes dos Tribunais, não
pode ele, magistrado, ser prejudicado duas vezes, não exercendo o seu direito a férias nem
recebendo a devida e legal compensação financeira correspondente”.
Parte do voto vencedor do Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti: “Acompanho o voto
do eminente Conselheiro João Oreste Dalazen respondendo afirmativamente à consulta

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


477

pela possibilidade do pagamento de indenização de férias não gozadas, sem limitação de


períodos, ‘no caso de impossibilidade de gozá-las em virtude de delongas do procedimento
de aposentadoria por invalidez’. Segundo o bem-lançado voto-vista, quanto à
impossibilidade do gozo das férias e o necessário ressarcimento pela administração a
questão ‘não se submete ao princípio da legalidade estrita, pois se cuida de uma lesão
provocada pela Administração ao direito subjetivo de agentes públicos’. Inatacável, neste
ponto, o voto proferido, pois é dever, não só da administração, como também do particular,
em qualquer caso, reconstituir o patrimônio lesado por sua própria ação. No entanto, como
afirmado na sessão de julgamento, apresento ressalva de fundamentação quanto à
impossibilidade de remuneração de férias em atividade. Discordo da tese do ilustre
Conselheiro de inexistência de “respaldo jurídico para a conversão de férias em pecúnia
pelo servidor” quando ainda não esteja afastado da carreira ou aposentado. Explico. É que
tal entendimento deixou de considerar fato importante e corriqueiro na vida dos Tribunais:
a imensa carga de processos e a impossibilidade técnica de usufruírem férias individuais os
magistrados, sem que haja enorme prejuízo ao andamento dos feitos. A carga de trabalho é
tão grande que mesmo em Tribunais bem estruturados, como é o caso de São Paulo, já há
plantão judiciário na segunda instância para que seja, ao menos, minimizado o grave
problema de congestionamento. Diante disto, não raro, os Juízes e Desembargadores
acabam por acumular dois ou mais períodos de férias por ano e, se inviável a fruição neste
período, muito menos no ano subseqüente, quando, em razão da acumulação anterior,
teriam a possibilidade de usufruir até 90 dias de férias. Por outro lado, a praxe
administrativa é o pagamento das férias não usufruídas após determinado período, acaso o
seu gozo tenha sido inviabilizado exatamente pela situação do Tribunal, por absoluta
necessidade de serviço”.
Ementa do voto parcialmente vencido do Cons. Joaquim Falcão no PP
20071000006830: Conversão de férias da ativa em pecúnia para magistrado aposentado.
Limite de acúmulo em dois períodos. LOMAN, Art. 67 § 1º. – “Possibilidade de
pagamento, em atenção ao princípio da legalidade, restrita a apenas dois períodos
acumulados por imperiosa necessidade do serviço quando da aposentadoria, de acordo com
entendimentos do STF e do TCU”.
Ementa do voto vencido do Cons. Joaquim Falcão no PP 20081000007358: Conversão
de férias em pecúnia. Aposentadoria. Limitação legal ao acúmulo máximo de dois meses
de férias não-gozadas por imperiosa necessidade de serviço. Arts. 65 e 67 da LOMAN. –
“Possibilidade de indenização do direito a férias apenas no momento da aposentadoria
respeitando-se a limitação do art. 67 da LOMAN, dois meses”.

Freqüência a cursos de aperfeiçoamento. Resolução do tribunal


regulamentando o afastamento de magistrados

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça da


Paraíba. Resolução local dispondo sobre a concessão de afastamento de magistrado para
freqüência em cursos de aperfeiçoamento. Aplicação do artigo 73 da LOMAN. Ilegalidade
da exigência de dez anos de carreira para obtenção do afastamento. Legalidade do termo de
compromisso que viabiliza a divulgação do trabalho acadêmico elaborado pelo magistrado
afastado. Ilegalidade da restrição ao direito de gozo de férias no período de afastamento
para estudos. Aplicação do artigo 93, inciso II, alínea “c” da Constituição Federal. Critério
para afastamento de Juiz deve ser examinado no caso concreto, segundo as necessidades e
conveniências da Administração Pública cujo interesse é preponderante. (CNJ – PCA
10663 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

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Freqüência e pontualidade. Inadequação de controle através de ponto


eletrônico

“Dessarte, o regime jurídico em que os magistrados exercem suas


funções é diverso dos servidores públicos. Isso não significa – como ventila a entidade
recorrente – que os magistrados não tenham deveres relacionados à freqüência e
pontualidade. Denota, ao contrário, que, não obstante ambos estejam submetidos a um
regime de legalidade típico de um Estado de Direito, no qual não há privilégios, há
diferenciações que tornam inadequado o controle da presença do juiz por meio de ponto
eletrônico” (CNJ – PP 200810000002920 – Rel. Cons. Rui Stoco – 59ª Sessão – j.
25.03.2008 – DJU 15.04.2008 – Ementa não oficial).

Gratificação. Exercício das funções de Presidente

“As gratificações referentes ao exercício da Presidência, Vice-


Presidência, Corregedoria, Coordenação e Direção do Fórum da Capital e do interior se
encontram elencadas entre as verbas não abrangidas pelo subsídio – art. 5º da Res. 13/2006
– instituídas que foram pela Lei Estadual 5.611/90. Legítimo, pois, o pagamento dessas
verbas” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Gratificação especial de localidade. Enunciado 4 do CNJ

Gratificação especial de localidade. Regência da LOMAN.


Integração normativa na Lei 8.270/91 e Decreto 493/92. Modificação justificada do
Enunciado 4 – CNJ. (CNJ – PP 1299 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 41ª Sessão
– j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de


decisão administrativa do TST. Processo 328.644/96.4. Vantagem transitória de
Gratificação Especial de Localidade – GEL. VPNI. Conflito entre a decisão do TST e o
Enunciado administrativo 4 – CNJ. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 405 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não
oficial).

Gratificação Especial de Localidade – GEL. Verba devida concomitantemente


ao subsídio (Res. 13 do CNJ). Base de cálculo do sistema anterior, não
incidindo sobre o novo patamar

“Não há dúvida, portanto, de que os magistrados da União em


efetivo exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o
justifiquem fazem jus ao pagamento da vantagem referida, nos termos do artigo 17 da Lei
8.270/91, combinado com o artigo 65, X, da Lei Complementar 35, de 1979. Registro, por
oportuno, que a Gratificação Especial de Localidade – GEL, instituída no art. 17 da Lei
8.270/91, foi extinta pela Medida Provisória 1.573/96, reeditada e convertida na Lei
9.527/97, cujo art. 2º converteu-a em vantagem pessoal, de caráter transitório. A dúvida
manifestada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região é, também, no sentido de
definir se a referida vantagem foi ou não extinta pela Lei 11.143, de 2005. Este egrégio
Conselho já examinou a questão ao editar a Resolução 13, de 21 de março de 2006,
deixando consignado expressamente: ‘art. 5º. As seguintes verbas não estão abrangidas
pelo subsídio e não são por ele extintas: I – de caráter permanente: retribuição pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


479

exercício, enquanto este perdurar, em comarca de difícil provimento’. Portanto, com a


implantação do subsídio para toda a magistratura, tal vantagem, não foi por este absorvida,
dele ficando destacada, até o limite do teto constitucional, devendo permanecer seu
pagamento até que o magistrado passe a ter exercício, em caráter permanente, em outra
localidade não discriminada expressamente nas normas vigentes à época da concessão.
Conseqüentemente, os tribunais não deveriam ter suprimido o pagamento da Gratificação
Especial de Localidade aos magistrados da União, impondo-se o pagamento retroativo nas
hipóteses em que isso ocorreu. Deve ser esclarecido, aqui, que após a implantação do
subsídio, a base de cálculo da Gratificação Especial de Localidade – GEL para os
magistrados da União, enquanto vantagem pessoal nominalmente identificada, continuou a
ser a do sistema remuneratório anterior (vencimento básico representação mensal e parcela
autônoma de equivalência), sem incidir sobre o novo patamar remuneratório atinente ao
novo regime” (CNJ – PP 603 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 4ª Sessão Extraordinária – j.
08.08.2006 – DJU 21.08.2006 – Parte do voto do relator).

Gratificação não prevista na LOMAN

Remuneração de magistrados. Gratificação não prevista no Art. 65


da LOMAN. Rol taxativo. Res. 13 do CNJ. Vedada a gratificação para Presidente da
Câmara. Pedido já analisado e indeferido pelo Plenário no PCA 441. Precedentes CNJ
(PCA 441). Precedentes Supremo Tribunal Federal (AO 155, AO 184, AO 499, MS 21405,
MS 24353, RE 100584, RMS 21410). (CNJ – PP 200710000014991 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Gratificação por serviço extraordinário. Suspensão de pagamento. Regime


jurídico distinto dos servidores estaduais

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça da Paraíba. Pedido


julgado parcialmente procedente para recomendar ao Tribunal a imediata suspensão de
qualquer pagamento de gratificação pela prestação de serviço extraordinário a magistrados.
Não se aplica legislação que dispõe sobre o regime jurídico de servidores do Estado a
magistrados. Leis Complementares 25, de 1996 e 58, de 2003 do Estado da Paraíba. (CNJ
– PP 245 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 –
Ementa não oficial).

Inexistência de Juiz na comarca

Inexistência de magistrado em comarca. Concurso público


encerrado – “‘Inexistência de magistrado em comarca. A criação de uma comarca
pressupõe o atendimento a requisitos, estabelecidos em lei, relativamente à extensão
territorial, ao número de habitantes, ao número de eleitores, à receita tributária e ao
movimento forense. Após sete anos de instalada, o Tribunal deve assegurar a permanência
de magistrado’ (PP 4138). Havendo magistrados nomeados, em virtude da realização de
concurso público, não se admite a permanência de comarcas sem magistrado no Estado de
Goiás” (CNJ – PP 200810000020843 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª Sessão – j. 18.11.2008
– DJU 05.12.2008).

Instauração de investigação penal pelo Órgão Especial ou Tribunal Pleno


contra magistrado. Exigência de maioria absoluta. Inadmissibilidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Não instauração de inquérito e não afastamento do magistrado. Ausência de quorum
mínimo. Recurso Administrativo não conhecido pelo Tribunal. Parcialmente procedente. –
“Acolho as ponderações expostas no voto do eminente Conselheiro e integrando os seus
argumentos ao meu voto, dou provimento ao recurso para julgar parcialmente procedente o
Procedimento de Controle Administrativo, nos termos do voto vista proferido pelo
Conselheiro José Adonis Callou de Araújo Sá, acolhendo, inclusive, as propostas por ele
apresentadas” (CNJ – PCA 200710000017372 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008 – Ementa não oficial).
Parte do voto vencedor do Conselheiro José Adonis Callou de Araújo Sá: “I) A
exigência legal é de maioria absoluta para a decisão que afasta ou aplica punição contra
magistrado, não para a decisão que recusa a proposta de afastamento. Em síntese, não
vislumbro ilegalidade na deliberação pelo Conselho Administrativo do TJDFT, no que diz
respeito à inexistência de maioria absoluta para afastamento do magistrado acusado. II)
Vê-se que a decisão impugnada concedeu indevida extensão às prerrogativas da
magistratura, fixando exigência de deliberação colegiada para a mera instauração de
investigação penal, por maioria absoluta que não se exige nem mesmo para a condenação
penal. Sobre o tema, há precedente do STF no RHC 84903/RN (PP 00027 – Rel. Min.
Sepúlveda Pertence – j. 16.11.2004 – DJ 04.02.2005). A atribuição de realizar a
investigação penal contra o magistrado, independentemente de qualquer deliberação do
Tribunal Pleno ou Órgão Especial, é do relator sorteado, tal como previsto no RITJSP
(artigos 312/314), ou do Corregedor, como prevê o RITJRJ (art. 163, § 3º). No âmbito do
próprio TJDFT, cabe ao Corregedor ‘presidir inquérito destinado à apuração de infração
penal praticada por Juiz’ (RICTJDFT art. 304) e ao Conselho Especial compete processar a
julgar a ação penal contra Juiz de Direito (RITJDFT art. 8º, I, b). Segundo a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, na hipótese de foro por prerrogativa de função, o inquérito
fica submetido à supervisão judicial do relator, exceto no que diz respeito à magistratura,
por força do art. 33, parágrafo único da LOMAN. Essa ressalva é expressa no voto do
Ministro Sepúlveda Pertence no RHC 84903/RN (PP 00027 – j. 16.11.2004 – DJ
04.02.2005)”.

Instauração de procedimento pelo Conselho da Magistratura para apuração


de responsabilidade pelo descumprimento de suas determinações

“Também não há ilegalidade na mera instauração do procedimento


para apuração de responsabilidade do magistrado pelo descumprimento da reiterada
determinação do Conselho da Magistratura” (CNJ – PCA 200810000012470 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Instauração de processo disciplinar contra magistrado pela prática de atos


judiciais

Procedimento Administrativo Preliminar. Magistrado. Indícios


aparentes de violação de deveres legais na prática de atos judiciais. Possibilidade. – “O
Magistrado tem liberdade no exercício da função judicante, especialmente no tocante à
tomada de decisões, como forma de garantir a expressão do livre convencimento (CPC, art.
131) e a autonomia e independência do próprio Poder Judiciário. Todavia, havendo
indícios de possível falta funcional na prática de ato jurisdicional, tal prerrogativa não pode
servir de óbice intransponível à apuração, mediante Procedimento Administrativo
Preliminar e com observância do contraditório e ampla defesa. Procedimento de Controle
Administrativo de que se conhece e a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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200810000028246 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 –
DJU 17.04.2009).

Instituição de sabatina em sessão pública para a promoção de juízes para os


tribunais

Pedido de Providências. Promoção de juízes para tribunais de


segundo grau. Resolução n. 6/2005 do CNJ. Proposta de instituição de sabatina em sessão
pública como critério para aferição do merecimento. Providência que ultrapassa os limites
da atividade normativa do CNJ. Indeferimento. (CNJ – PP 1485 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Instituição do subsídio. Perda salarial. Exigência de garantia da


irredutibilidade

“No entanto, na hipótese de ocorrer decesso remuneratório do


magistrado com a instituição do regime de subsídio, há de se preservar a garantia
constitucional da irredutibilidade até o limite do teto, de modo a manter o valor nominal da
remuneração que o magistrado percebia anteriormente ao advento da lei do subsídio,
mediante o pagamento da diferença a título de Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI, até se absorvida integralmente pelos novos valores do subsídio” (CNJ
– PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Investidura temporária na jurisdicição eleitoral de primeira instância

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Eleitoral do Rio de Janeiro. Indicação de juízes de direito para a jurisdição eleitoral em
primeira instância. Res. 21.009/2002 do Tribunal Superior Eleitoral. – “1) A Res.
21.009/2002 do TSE veicula normas que estabelecem a investidura temporária na
jurisdição eleitoral de primeira instância, por período de dois anos, em sistema de rodízio
entre os juízes de Direito, permitindo-se a todos que atendam os requisitos legais o
exercício dessa jurisdição. 2) Publicado o Edital 26/08 em abril de 2008, com prazo até 29
do mesmo mês, deve o Tribunal Regional Eleitoral apreciar as inscrições dos magistrados,
segundo os critérios da Res. 21.009/02 do TSE e da Res. 689/2008 do TRE/RJ, bem como
dar posse aos eleitos antes do período de vedação de modificações na jurisdição eleitoral.
Pedido julgado procedente” (CNJ – PCA 200810000013681 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Irredutibilidade de vencimentos. Princípio da boa-fé objetiva

“Quanto ao adicional por tempo de serviço, que aqui interessa no


momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsídios, compreendido em seu
valor, mas, veja-se, e aí o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando
decréscimo à remuneração dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se crê, a razão pela
qual o julgamento referido não chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da
irredutibilidade. Por óbvio, não se discute irredutibilidade se redução não houve. E, de
mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de
gratificação nem mesmo prevista na LOMAN, e não a adicional contemplado pela mesma
legislação (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a
todos os Magistrados percepção, contando o ATS, de remuneração não superior ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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montante recebido por Ministro, então a implantação do subsídio, absorvendo esses


valores, não ocasionou redução alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Sepúlveda
Pertence). De toda sorte, quando mais não fosse, restaria ainda a questão da incidência, à
espécie, do princípio da boa-fé objetiva, de inspiração constitucional (art. 3º, I), e que
concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que
‘o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepção de verba prevista na
LOMAN, de modo contínuo no tempo. E por muito tempo. São anos, décadas até, durante
as quais juízes, além dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compõe a
remuneração, de boa-fé auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a
renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Público,
por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judiciário verbas que compõe sua
remuneração, sem qualquer ressalva. Cria a confiança em que esse o importe legítimo da
contrapartida pelos serviços prestados. Com base no respectivo valor, na confiança
despertada sobre sua legitimidade, e reforçada pela previsão da irredutibilidade, o
recebedor organiza seu orçamento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedações impostas ao
juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que
consubstancia sua remuneração. E, passado todo esse tempo, o Poder Público, quebrando a
justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remuneração ao teto posteriormente
instituído, mercê de reforma constitucional, que entretanto, não exclui a garantia de
irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possível, ante a natureza do direito
envolvido, e procurando afastá-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre
pagou, corta parte da remuneração que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo
e comum. Ora, já não fosse o quanto antes deduzido no tocante à irredutibilidade, tem-se
que a situação é típica, conforme se crê, de maltrato a um princípio básico na relação entre
as pessoas, de ordem e origem também constitucional (art. 3º, I), aplicável não só no trato
entre particulares, mas igualmente à Administração Pública. Refere-se o princípio da boa-
fé objetiva, corolário do solidarismo elevado, na disposição constitucional citada, a
elemento axiológico básico do sistema, verdadeiro imperativo ético, de lealdade, a permear
as relações em geral, as jurídicas dentre elas. Cuida-se de um padrão ético de
comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservação da confiança e
expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in
genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princípio,
revelando uma das inúmeras funções que lhe são reconhecidas, no caso de limitação ao
exercício de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditórios. É a chamada teoria dos
atos próprios, em cujos lindes se coloca a proibição do venire contra factum proprium.
Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditória com comportamento anterior (cf.
JUDITH MARTINS COSTA. A Boa Fé no Direito Privado. São Paulo: Ed. RT, p. 461).
Na espécie, seria a Administração pagar, ao pressuposto de que legítimo esse pagamento,
inclusive porquanto escudado em lei e não raro prestigiado pela jurisprudência, uma certa
remuneração a seus servidores e, tempos depois, à consideração de que alterada a
legislação, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando
a irredutibilidade ao argumento de que ilegítimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como
que uma autotutela tardia, senão pela prescrição administrativa, mas de novo por obra e
incidência da boa-fé objetiva, aqui externada pelo fenômeno da suppressio, ou seja, a perda
da possibilidade de exercício de uma prerrogativa pela inércia do titular durante tempo
passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa não mais se
exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa fé no Direito Civil., Coimbra: Almedina,
1984, v. 2, p. 466). Posta a matéria ao âmbito administrativo, é o que ALMIRO DO
COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente líder, consubstanciado
no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situação que o tempo
consolidou, considera ser mesmo uma limitação ao exercício da autotutela, não fosse a

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483

ressalva já contida na própria Súmula 473, que a contempla, em nome da segurança


jurídica e da aparência de legitimidade, aliás, no caso mesmo presumida, característica dos
atos administrativos, e ainda que diante da prática de um ato inválido pela Administração
(Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado
de Direito Contemporâneo. Revista de Direito Público, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63).
De uma maneira ou de outra, sempre uma questão ou uma preocupação de não frustrar a
justa expectativa criada nas relações, a confiança despertada no sujeito. Exatamente o que
se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegítimo o
adicional”. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., torna-
se definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto às verbas glosadas, resta a chamada
diferença individual de magistrado, que no voto de fls. já se reconhecia inespecífica e
inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa
sobre sua origem e amparo legal, ou por decisão judicial, repita-se, na esteira do que já
constara do voto de instauração, determina-se o seu corte. A última ressalva a se fazer diz
com a orientação fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas
mantidas, quando já implantado o regime do subsídio, devem ser calculadas sobre o
importe da remuneração anterior. Nesses termos, então, com a ressalva de posicionamento
pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle
Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferença individual de magistrado,
tudo nos moldes do quanto no voto se detalha” (CNJ – PCA 485 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Juiz aposentado. Fraude praticado na condição de advogado. Conduta a ser


analisada pelo órgão de classe (OAB)

Pedido de Providências. Juiz aposentado há vários anos inscrito na


OAB/SP. Imputação de suposto ato fraudulento. Adulteração de nota promissória. Ato que
teria sido praticado na condição de advogado. A conduta ética dos advogados deve ser
analisada pelo órgão da classe. Incompetência do CNJ para a análise da questão. Recurso
desprovido e arquivamento do pedido. (CNJ – PP 1230 – Rel. Cons. Marcus Faver – 34ª
Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007).

Juiz aposentado compulsoriamente. Ausência de submissão à esfera de


competência do CNJ

Pedido de Esclarecimentos. Omissão. Inexistência. Pretensão de


reexame da matéria. Impossibilidade. Juiz aposentado compulsoriamente. Incompetência
do CNJ. – “O requerente foi aposentado compulsoriamente no cargo de Juiz de Direito de
sua comarca, não mais se subsumindo à esfera de atuação deste Conselho. Procedimento
que não se conhece” (CNJ – PP 200710000017657 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Juiz Auditor. Promoção. Lista de antiguidade. Magistrado de entrância final.


Inclusão em igualdade de condições com juízes de mesma entrância

Juiz-auditor militar. Estado do Piauí. Magistrado de entrância


final. Lista de antiguidade. Inclusão em igualdade de condições com juízes de direito de
mesma entrância. Inviabilidade. – “Para o efeito de inclusão do juiz-auditor militar titular
na mesma lista de antiguidade dos juízes de direito de última entrância, conta-se o tempo
de atuação no cargo para o qual foi promovido, não se computando o tempo de atuação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


484

como juiz-auditor substituto. Pedido da interessada de que se conhece e que se julga


improcedente” (CNJ – PCA 200810000013012 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça

“Os juízes requisitados para auxiliarem a Presidência do Conselho


Nacional de Justiça e Corregedoria Nacional de Justiça perceberão a diferença de subsídio
ou remuneração correspondente ao cargo de Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça”
(art. 1º da Res. CNJ 22, de 26.09.2006).

Juiz Corregedor Permanente da Vara em que é titular. Ato do Corregedor-


Geral que destituiu o Juiz Corregedor e designou outro. Função de confiança.
Ato que não tem natureza disciplinar, nem caracteriza sanção.

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça de São Paulo. Insurgência quanto à Decisão
Monocrática proferida. Modificação da titularidade da Corregedoria Permanente pela
Corregedoria-Geral de Justiça. Previsão expressa do Provimento 1.114/2006 do Tribunal
de Justiça de São Paulo. Caracterização de motivo relevante. – “Negativa do Magistrado
em prestar informações solicitadas por meio de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral de
Justiça. Resistência desnecessária do magistrado que provocou atraso em processo judicial.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000026420 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).
Parte do voto do Relator: “Por outro lado, entendemos que o ato da Corregedoria, desde
que absolutamente justificado, não depende de Processo Administrativo prévio, já que não
se trata de punição funcional. Isso porque o encargo de Corregedor Permanente está
estreitamente vinculado à confiança depositada no Magistrado pela Corregedoria-Geral e é
em razão disso que o encargo pode recair sobre outro magistrado que não o mais antigo,
como de regra, desde que presente motivo relevante, claro, devidamente demonstrado,
como o caso em deslinde”.

Juiz de Direito. Aposentadoria por invalidez. Desconstituição pelo CNJ do ato


do tribunal que concedeu a inativação

Procedimento de Controle Administrativo. Aposentadoria por


invalidez. Concessão. Instância administrativa. Tribunal. Aferição da incapacidade
permanente. CNJ. Controle. Instauração de procedimento ex officio. Possibilidade.
Anulação do benefício. – “I) A limitação física, ainda que grave, não induz,
necessariamente à incapacidade (invalidez) permanente para o trabalho, requisito para a
concessão do benefício ao servidor (art. 40, §1º, I, CF/88). II) O laudo pericial elaborado
por determinação do CNJ não deixou dúvidas quanto à equivocidade da decisão da
Presidência do TJSP ao deferir pedido de aposentadoria por invalidez. III) Procedimento
iniciado de ofício para desconstituir, com efeitos ex nunc, o ato administrativo concessivo
de aposentadoria por invalidez” (CNJ – PCA 200810000006949 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Juiz de Direito. Disponibilidade. Competência do Órgão Especial do Tribunal

Revisão Disciplinar. Aplicação de pena de disponibilidade a


magistrado. Alegação de vícios no procedimento. Hipótese que não se coaduna com as

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previstas no art. 89 do Regimento Interno deste Conselho. Competência do Órgão


Especial. Manutenção da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco. (CNJ – REVDIS
11 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Juiz de Direito. Pena de disponibilidade. Adequação dos subsídios

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Ato administrativo contido no Processo 768-2006-897-15-00-0. Sentença
punitiva, que colocou Juiz em disponibilidade, com remuneração proporcional. Recurso
interposto, despido de efeito suspensivo. Eficácia imediata da sanção. Adequada
proporcionalização dos subsídios, considerados os anos de tempo de serviço prestado.
Pedido indeferido. (CNJ – PCA 256 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa não oficial).

Juiz de Direito. Reversão

Pedido de Providências. Conselho de Magistratura do Estado do


Amazonas. Juiz aposentado. Reversão. Não conhecimento do pedido em razão da
interposição de Ação Popular com o mesmo objeto. Litispendência entre as instâncias
judicial e administrativa. Extinção do procedimento. (CNJ – PP 508 – Rel. Cons. Jirair
Aram Meguerian – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa
não oficial).

Juiz do Trabalho Substituto. Pretensão de diferença de subsídio nos períodos


de férias, recesso, licenças e afastamento

Juiz do Trabalho Substituto. Diferença do subsídio dos períodos de


férias, recesso, licenças e afastamento. Natureza transitória do auxílio ou substituição.
Pagamento indevido. – “O comando inscrito no parágrafo 3º do artigo 656 da
Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei 8.432/1992, assegura ao
Juiz do Trabalho Substituto quando designado para substituir ou auxiliar de Juiz Titular, o
direito à diferença entre o seu subsídio e o do substituído, durante o período de efetiva
atuação. Depreende-se, daí, que, guardando a natureza transitória da substituição estreita
relação com o exercício da função, não faz ele jus ao recebimento dessa diferença nos
períodos de férias, recesso, licenças ou afastamento” (CNJ – PCA 200810000013541 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Juiz Substituto. Direito à remuneração do titular substituído

Pedido de Providências. Gratificação para Presidente do


Tribunal. Fixação de teto para os servidores no limite de R$ 24.500,00. Pagamento de
substituição aos magistrados. Efeitos financeiros retroativos das verbas devidas. Consulta
respondida. – “I) É devido o pagamento de gratificação para o exercício da função de
Presidente do Tribunal (art. 5º, Resolução 13-CNJ). II) O teto remuneratório aplica-se
também aos servidores do Poder Judiciário (art. 1º, Res. 14-CNJ). III) Magistrado
substituto faz jus à remuneração do substituído (art. 5º, II, da Res. 13-CNJ). IV) Não houve
motivo para cessar os pagamentos das verbas já disciplinadas nas resoluções do CNJ, de
sorte que o pagamento deve ser imediato” (CNJ – PP 606 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

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Juiz Substituto. Promoção. Formação da lista de antiguidade

Pedido de Providências. Promoção. Juízes substitutos. Alegação


de inobservância do art. 93, II, b, CF/88. Não formação da lista de antiguidade.
Procedente. – “A alínea “b”, do inc. II do art. 93 da Constituição Federal deve ser
observado nas promoções de juízes substitutos. Pedido a que se julga procedente” (CNJ –
PP 200910000008355 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU
17.06.2009).

Juiz Substituto designado para vara cível, embora tenha escolhido atuar em
vara criminal

Procedimento de Controle Administrativo. Res. 198/2006-TJPE.


Requerente designado para Vara de natureza cível quando escolheu atuar em Vara
Criminal. – “Apesar do disposto na Resolução do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco, não possui o requerente direito subjetivo de escolher a Vara onde trabalhará,
devendo subordinar seus interesses ao princípio da soberania do interesse público” (CNJ –
PP 11904 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).
Observação: Cuidou-se de hipótese em que o magistrado foi designado como juiz auxiliar,
na condição de Juiz Substituto.

Juiz Substituto não vitaliciado. Exoneração. Matéria judicializada

Magistrada. Período de prova. Não vitaliciamento. Exoneração.


Matéria judicializada. – “1) Não compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar
Procedimento de Controle Administrativo cujo objeto seja coincidente com o de ação
judicial anteriormente proposta pela parte. 2) Se anteriormente judicializada a matéria, o
CNJ não pode examinar a questão na esfera administrativa, a bem de prestigiar-se a
segurança jurídica, evitar-se interferência na atividade jurisdicional do Estado e de afastar-
se o risco de decisões conflitantes. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não
se conhece” (CNJ – PCA 2008100000018447 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Juízes Leigos. Nomeação para Juizados Especiais

Procedimento de Controle Administrativo. Nomeação de Juízes


leigos no sistema dos Juizados Especiais. Previsão em lei estadual, questionada, já, em
mandado de segurança impetrado pelo mesmo requerente. Trâmite regular. Matéria que
não pode ser enfrentada nesta esfera administrativa. Não conhecimento. (CNJ – PCA 156 –
Rel. Cons. Cláudio Godoy – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Juízes substitutos e não vitalícios. Possibilidade de assumir a titularidade de


comarcas

Titularização de comarcas vagas. Magistrados substitutos e não


vitalícios. – “Inexistindo magistrados vitalícios interessados em comarcas vagas, não há
impedimento legal ou constitucional para que juízes substitutos ainda não vitalícios
assumam essas comarcas, em obediência ao princípio constitucional da eficiência
administrativa. A titularização de comarca não implica vitaliciamento, garantia esta só
obtida, após o exercício de dois anos de funções judicantes, conforme estabelece o art. 95,
I da Constituição Federal. Por sua vez, a vitaliciedade não enseja titularização de comarca,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


487

pois magistrados vitalícios podem permanecer como substitutos por vários anos além dos
dois contados do ingresso na carreira” (CNJ – PP 200810000014971 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Justiça do Trabalho. Remoção de magistrado. Ajuda de custo

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura do


trabalho. Ajuda de custo. Remoção ex officio. Juiz substituto. Possibilidade. – “Em se
tratando de remoção que ocorra por determinação do Tribunal e/ou interesse público, deve
ser concedido o benefício com efeitos retroativos, por tratar de atos revisionais de casos
administrativos in concreto. Procedimento de Controle Administrativo deferido” (CNJ –
PCA 200810000014399 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Liberdade de expressão. Vedação de criticar, fora de obras acadêmicas ou do


exercício do magistério, decisões judiciais

Dever de contenção verbal do magistrado em relação a


julgamentos e liberdade de expressão. Eficácia da regra do art. 36, III, da LOMAN. – “Os
direitos fundamentais anunciados no art. 5º da CF, dentre os quais se encontra o direito à
livre expressão, não são direitos absolutos, mas restringíveis por lei quando vislumbre o
legislador objetivo razoável. No caso do dever legal de contenção verbal (LOMAN, art. 36,
III), estão os magistrados sujeitos à vedação de criticar, fora de obras acadêmicas ou do
exercício do magistério, decisões judiciais. A limitação encerra preocupação com a
sistematicidade e respeitabilidade da atividade jurisdicional, que ficariam perturbadas se, a
cada instante, cada decisão judicial sofresse ataques de magistrados, gerando uma péssima
sensação de insegurança coletiva partindo de quem, institucionalmente, tem papel
permanente de pacificação social” (CNJ – PP 11928 – Rel. Cons. Antônio Umberto – 54ª
Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Licença-prêmio. Conversão em pecúnia

Pedido de Providências. Indenização de férias não gozadas por


necessidade de serviço. Valor calculado sobre os subsídios, desconsiderado o abono de
permanência. Dias de compensação. Conversão em pecúnia. Ausência de previsão. Licença
prêmio. Igual impossibilidade de conversão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 958- Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Magistrado com função de magistério

Pedido de Providências. Consulta. Art. 95, parágrafo único, CF.


Magistrado com função de magistério. Art. 26 LOMAN. Resolução 34/CNJ. Necessidade
de expedição de enunciado administrativo. (CNJ – PP 1421 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Magistrado Presidente de associação da classe. Direito ao afastamento das


funções judicantes

Pedido de Providências. Magistrado. Afastamento. Exercício da


Presidência de Associação de Classe. – “O art. 73, inciso III, não deixa margem a dúvidas
quanto ao direito do presidente de associação de classe da magistatura ao afastamento das

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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funções judicantes, de sorte que o afastamento do magistrado para tal mister não se
encontra adstrito ao juízo de conveniência administrativa” (CNJ – PP 1150 – Rel.
Cons.Paulo Schmidt – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 –
Ementa não oficial).

Magistrados aposentados exercendo cargo em comissão

Pedido de Providências. Consulta. Magistrados aposentados


exercendo cargo em comissão. – “Creio, na hipótese dos autos, que a cumulação de
provento com subsídio, por cargo comissionado, é possível, mas deve respeitar o teto
remuneratório (alínea ‘f’ do inciso II, do art. 23 da Res. 13) da classe em que se encontra o
interessado, in casu, R$ 24.500,00, eis que na esfera do Poder Judiciário da União.
Consulta respondida negativamente” (CNJ – PP 1283 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Magistrados inativos. Incabimento do auxílio-moradia

“Diante do exposto, julgo parcialmente procedente o presente


Procedimento de Controle Administrativo, a fim de determinar ao TJ/RO, quanto às verbas
abaixo, o seguinte: auxílio moradia pago de forma indiscriminada e sem limitação ao teto
remuneratório: suspensão definitiva do seu pagamento, a contar da decisão do TJ/RO que
regulamentou o corte: (a) aos magistrados que disponham de residência própria na sede da
comarca; (b) aos magistrados que disponham de residência oficial na sede da comarca; (c)
aos eventuais inativos; (d) àqueles que não se enquadram no marco temporal fixado pelo
Presidente do TJ/RO no processo administrativo 034/2007 (‘o auxílio moradia não será
concedido por prazo superior a cinco anos dentro de cada período de oito anos’). Não há
falar em ressarcimento, pois somente agora possibilitou-se a análise da legalidade de seu
pagamento” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária
– j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Manifestação pública de magistrado em artigo de doutrina. Incompetência do


Plenário para proclamar a licitude ou ilicitude da manifestação em Pedido de
Providências

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pedido


sucessivo. Reclamação Disciplinar. Manifestação pública de magistrado. – “1) Não é
cabível, na via do Pedido de Providências, o questionamento da licitude da manifestação
pública do magistrado em periódico eletrônico, à luz dos preceitos da LOMAN. Não cabe
ao Plenário, na via estreita do Pedido de Providências, proclamar a licitude ou ilicitude da
manifestação do magistrado. 2) A análise da pretensão do requerente, acerca da legalidade
da manifestação pública do magistrado, tal como contida no pedido sucessivo, há de ser
feita na via de Reclamação Disciplinar que tem sua tramitação pela Corregedoria Nacional,
nos termos dos artigos 72 a 79 do RICNJ. Recurso parcialmente provido” (CNJ – PP
200810000019830 – Rel. Designado Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 72ª Sessão
– j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Merecimento. Critérios de aferição da produtividade

Magistrado. Promoção e acesso por merecimento. Critérios. – “I)


Não é recomendável que os eventos que servirão de base à aferição da produtividade,
como sentenças proferidas no processo de conhecimento e no processo de execução,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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embargos de declaração, embargos de terceiro, audiências realizadas, audiências adiadas,


acordos homologados, recebam o mesmo peso no que se refere às notas atribuídas na
avaliação, pois não há razão lógica para que eventos de complexidades distintas recebam a
mesma pontuação. II) Dispositivo que, embora contenha previsão de notas mínima e
máximas para o exame dos critérios de avaliação do merecimento, não estabeleça
patamares delineadores de escalonamento, dá margem à subjetividade, porque possibilita
que os pontos sejam atribuídos de acordo com a convicção pessoal do examinador” (CNJ –
PCA 200810000002970 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Merecimento. Critérios objetivos previamente estabelecidos. Nulidade


inexistente

Procedimento Administrativo. Magistratura. Concurso para


Promoção por Merecimento. Irregularidades. Promoções por merecimento.
Fundamentação. Sentido jurídico. – “Fundamentar não é o mesmo que explicar. A
fundamentação tem um cunho jurídico específico: é a base de uma decisão juridicamente
sustentável (CF, art. 93, X). Meras referências elogiosas genéricas ao candidato
selecionado não satisfazem o requisito constitucional da fundamentação das decisões
administrativas. Quem integra a magistratura tem, ordinariamente, interesse em progredir
na carreira, horizontal (remoções) e verticalmente (promoções). E tal progresso funcional
pressupõe um esforço multidirecionado (preparação intelectual, trabalho judicante intenso,
poder de iniciativa, produção acadêmica, disciplina e zelo no cumprimento dos deveres
funcionais e na condução de sua vida pública e privada, dentre outras preocupações).
Assim, o momento de definição das promoções por antiguidade e, em especial, por
merecimento, é um momento significativo na vida do juiz. Ali, mais que ser promovido ou
preterido, o juiz estará sendo julgado, ou seja, estará sendo avaliado quanto à excelência
(tendo como efeito a postergação de sua progressão) de seu esforço pessoal para
desempenhar suas atividades profissionais e para conduzir sua vida pessoal. Nenhum
problema há em que vários (ou mesmo todos menos o primeiro) votantes cinjam-se a
acompanhar o voto da primeira indicação para a lista tríplice para promoção por
merecimento. Todavia, a validade de tais votos de mera adesão estará, obviamente,
condicionada à validade do voto aderido, isto é, se desfundamentado o voto inicial de
indicação da lista tríplice, a decisão colegiada estará totalmente viciada. Decisões
formadoras de sucessivas listas tríplices sem fundamentação suficiente são inválidas” (CNJ
– PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Merecimento. Critérios que não devem se vincular a critérios matemáticos


insuperáveis.

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça da


Bahia. Pretensão de rever decisão no processo de escolha para acesso ao Tribunal
Estadual. Eleição de magistrado que não estava em primeiro lugar pelos critérios da
comissão de avaliação e desempenho funcional dos magistrados. Improcedência. – “A
promoção por merecimento dos magistrados, muito embora deva se pautar essencialmente
por critérios objetivos, nos moldes da alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal,
não deve se vincular a critérios matemáticos insuperáveis, sobretudo quando estes critérios
são insuficientes e já foram revogados, pois o processo de escolha pressupõe a opção que
possui estreita relação com conceitos subjetivos. A comissão constituída para análise e
pontuação dos Magistrados não pode substituir o órgão pleno do Tribunal no processo de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


490

escolha. Recomendação ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia para, mesmo com a


dissolução da Comissão de Avaliação e Desempenho funcional dos magistrados, observe
fielmente os critérios definidos na alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal, bem
como as diretrizes já fixadas por este Conselho quando do julgamento do PCA
200710000011734, ao realizar promoções de Juízes” (CNJ – PCA 200810000023765 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Modificação na divisão e organização judiciária do Estado, com reclassificação


de comarcas. Ausência de qualquer prejuízo na promoção do Magistrado

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. LC


59/2001 de Minas Gerais. Modificação na divisão e organização judiciárias do Estado.
Redução do número de entrâncias. Reclassificação de comarcas. Inexistência de
promoção automática. – “I) A LC 49/2001 suprimiu a entrância intermediária e
reclassificou as entrâncias inicial e final como primeira e segunda, tornando-se três as
entrâncias na Organização Judiciária de Minas Gerais. II) O magistrado requerente
encontra-se lotado na mesma comarca, antes de entrância final e agora de segunda
entrância, desde 14.10.1984, por sua livre opção; não foi até aqui promovido à entrância
especial porque não requereu e, por óbvio, não há promoção automática. III) A
modificação na organização judiciária de Minas Gerais, com a reclassificação das
Comarcas, nenhum prejuízo acarretou ao magistrado requerente que permaneceu à mesma
distância da pretendida entrância especial e, por conseguinte do cargo de Desembargador.
IV) Não houve a alegada promoção automática de juízes lotados em comarcas
reclassificadas como especial. O que a lei assegurou a esses juízes, em obséquio à garantia
de inamovibilidade, foi a permanência na comarca até a promoção. Improcedência do
Pedido de Providências” (CNJ – PP 200710000017566 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Montepio civil. Cumulação de contribuição

Pedido de Providências. Tribunal Superior do Trabalho. Montepio


Civil. Contribuição voluntária. Cumulação. Possibilidade. Limitação ao teto
remuneratório não configurada. Exceção nas hipóteses de falecimento por acidente de
trabalho. – “I) Os Recursos para pagamento das pensões originam-se das contribuições
voluntárias dos inscritos, sem qualquer encargo à União no que diz respeito aos
pagamentos realizados pelo Montepio, vez que o valor da pensão corresponde a 60%
(sessenta por cento) da contribuição facultativa do magistrado. A opção pela contribuição
ao Montepio em nada se relaciona com o regime previdenciário estatutário assegurado pela
Constituição Federal em seu art. 40. Tal situação é abarcada pelo o art. 8º da Res. CNJ 13,
de 21.03.2006, indicado pelo art. 6º em sua parte final. II) Para efeitos de teto
remuneratório, apenas a soma da pensão estatutária com os 40% complementados pelo
Tesouro nas hipóteses de falecimento por acidente de trabalho ou doença ocupacional a ele
equiparada, nos termos do art. 1º parágrafo único da Lei 6.782/1980, encontra o limite de
que trata o inciso XI do art. 37 da CF” (CNJ – PP 1088 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª
Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Mudança da sede onde o magistrado era o titular. Inamovibilidade. Direito de


remoção para a nova sede ou outro juízo de igual categoria

Pedido de Providências. Remoção de magistrado. Mudança de


sede. Inamovibilidade. Art. 93, inciso VIII c.c. os arts. 30 e 31 da LOMAN. – “A

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Constituição assegura aos juízes a garantia da inamovibilidade, salvo por motivo de


interesse público. O juiz possui o direito a permanecer no cargo para o qual foi nomeado,
não podendo ser designado para atuar noutro lugar, a não ser nas hipóteses de remoção por
interesse público decorrente de decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
Tribunal. Assim, uma vez ocorrida a mudança da sede da Vara em que se encontrava
lotado o magistrado para outra localidade, é facultado ao requerente remover-se para
aquele juízo ou para outro de igual categoria” (CNJ – PP 1011 – Rel. Cons.Germana
Moraes – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

Necessidade de autorização do Tribunal para ausentar-se da comarca em que


reside. Inconstitucionalidade por ofensa à liberdade de ir e vir

Magistrado. Residência: exigência de critérios objetivos. Ausência


da Comarca dependente de autorização do Tribunal. Inconstitucionalidade. – “O
dispositivo da Resolução Administrativa 209/2007, do TRT da 11ª Região, ao estabelecer
que o magistrado, para se ausentar da sua comarca, deve pedir autorização ao Tribunal
afronta a Constituição. Precedentes do STF. O dever legal de o magistrado residir na
comarca não inclui a restrição à liberdade de ir e vir. O Tribunal deve fixar critérios
objetivos para autorização de residência do magistrado fora da comarca” (CNJ – PCA
200710000018819 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Nomeação para Turmas Recursais e Juizados Especiais. Exigência de critérios


objetivos

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Acre. Nomeações de Juízes para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais. Necessidade
de critérios objetivos de avaliação da produtividade e presteza. Pedido julgado procedente
em parte. (CNJ – PCA 173 – Rel. Paulo Schmidt – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007
– DJU 15.03.2007).

Obrigatoriedade de permanência em comarca já instalada

Inexistência de magistrado em comarca. – “A criação de uma


comarca pressupõe o atendimento a requisitos, estabelecidos em lei, relativamente à
extensão territorial, ao numero de habitantes, ao número de eleitores, à receita tributária e
ao movimento forense. Após sete anos de instalada, O Tribunal deve assegurar a
permanência de magistrado” (CNJ – PP 200810000004138 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Obrigatoriedade de realização pessoal de inspeções mensais aos


estabelecimentos penais

“Determinar aos juízes de execução criminal realizar pessoalmente


inspeção mensal nos estabelecimentos penais sob sua responsabilidade e tomar
providências para seu adequado funcionamento, promovendo, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade” (art. 1º da Res. CNJ 47, de 18.12.2007).

Obrigatoriedade do Juiz residir na comarca

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Pedido de Providências. Juiz corregedor do Tribunal de Justiça do


Estado da Paraíba. Consulta em tese. Obrigatoriedade de o juiz residir na comarca.
Observância ao que determina o art. 35, da LOMAN e o art. 93, VII, da CF/88. Res.
37/CNJ. – “Compete ao Tribunal de Justiça, por meio de seu Pleno ou Órgão Especial, se
houver, a edição de ato normativo regulamentando as autorizações para que juízes residam
fora das respectivas comarcas. Res. 37/2007. Consulta que não se conhece, determinando-
se, porém, a normatização da matéria no âmbito administrativo do TJPB, encaminhando
cópia do ato ao CNJ em 30 dias. Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000028556 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Ofensa por parte de policiais. Moção de apoio e repúdio

Pedido de Providências formulado pela Associação dos Juízes


Federais do Brasil – AJUFE. Magistrado abordado por policiais, ofendido, algemado e
indevidamente preso no Rio de Janeiro. Petição inicial que nada requereu. Determinação,
não obstante, de expedição de ofícios às autoridades do Poder Executivo e aprovação pelo
Plenário de Moção de Apoio e de Repúdio. Policiais afastados e denunciados pelo
Ministério Público, com imputação de prática criminosa. Recurso prejudicado pela perda
de objeto. (CNJ – PP 200810000002580 – Rel. Cons. Rui Stoco – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Organização em única carreira. Forma de acesso dos juízes de carreira e dos


integrantes do quinto constitucional

“Só há um único cargo de magistrado, organizado em carreira. Não


há cargo de carreira de magistrado de primeiro grau e outro de segundo grau. O acesso ou
promoção ao Tribunal correspondente envolve progressão de grau na mesma carreira e não
ingresso em cargo isolado. A progressão horizontal no mesmo cargo de magistrado,
incluindo o acesso ao Tribunal de segundo grau, se dá pelos critérios de antiguidade e/ou
de mérito. A nomeação do magistrado para compor o Tribunal não desnatura a carreira
pois é ato complexo e solene que certifica a promoção ao último grau daquela, no mesmo
cargo. Diferentemente ocorre com os integrantes dos tribunais de segundo grau,
provenientes do quinto constitucional destinado à advocacia e à OAB, que são cargos
isolados, com ingresso independente de concurso público, cujo exercício de cinco anos há
de ser completo, para fins da aposentadoria voluntária, além de dez no serviço público. Do
mesmo modo, o cargo de membro de Tribunal superior. O magistrado que ingressou
mediante concurso público é titular de único cargo, cujo exercício deve ser considerado na
carreira, incluindo o acesso ou promoção para tribunal de segundo grau, para fins de
aposentadoria voluntária, prevista no inciso III do art. 40 da Constituição” (CNJ – PP 1282
– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 –
Ementa não oficial).

Pagamento de diárias

Pedido de Providências. Associação dos Magistrados Brasileiros.


Concessão e pagamento de diárias a magistrados e servidores. Necessidade de tratamento
isonômico da matéria no âmbito dos tribunais. Princípio da publicidade, moralidade e
transparência. Critérios. – “A concessão e o pagamento de diárias a servidores e
magistrados, em respeito aos corolários da moralidade, publicidade e eficiência
administrativas, merece tratamento específico a fim de conferir aos destinatários da
indenização um tratamento isonômico pelo Poder Judiciário nacional. Pedido que se acolhe

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com a proposta de elaboração de Resolução a regulamentar o tema. Decisão unânime”


(CNJ – PP 200810000011052 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009
– DJU 06.04.2009).

Parcela remuneratória para assessor. Criação para assessor de magistrado


convocado sem a edição de lei específica

Convocação de juiz de primeiro grau para substituir magistrado


de Tribunal de segundo grau. Criação de serviços próprios de assessoria. Instituição de
parcela remuneratória para assessor de magistrado convocado. – “I) A criação de parcela
remuneratória depende da edição de lei específica (CF/1988, art. 37, X). Não compete ao
Conselho Nacional de Justiça, portanto, instituir parcela remuneratória destinada a servidor
que assessore magistrado convocado para substituir membro de Tribunal de segundo grau.
2) Recurso Administrativo em Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200910000013790 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen –85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Parcelas vencidas da URV, devidas a magistrados em atividade, inativos e


pensionistas

Pedido de Esclarecimentos. Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça do Piauí. Pagamento de parcelas vencidas da URV a
Magistrados em atividade, inativos e pensionistas com critérios desproporcionais. Pedido
Acolhido em Parte. – “Decisão embargada em que este Conselho, reconhecendo a afronta
ao princípio da isonomia, determinou que eventuais futuros pagamentos referentes a
diferença de conversão da URV por parte do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí sejam
feitos de maneira uniforme a todos os Desembargadores e Juízes, ativos e inativos, e
pensionistas. Pedido de esclarecimentos que se acolhe apenas para explicitar que os
pagamentos realizados no futuro deverão ocorrer de forma desigual, de modo a assegurar
que aqueles que foram preteridos no passado possam receber, em percentuais, o
equivalente aquilo que foi pago aos Magistrados em atividade” (CNJ – PCA 146 – Rel.
Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Pagamento de parcelas


vencidas da URV a magistrados em atividade, inativos e pensionistas com critérios
desproporcionais. Ato do Presidente do Tribunal de Justiça. Alegação de violação do
princípio da isonomia. Pedido parcialmente procedente para determinar ao Tribunal de
Justiça do Estado do Piauí que eventuais futuros pagamentos referentes a diferença de
Conversão da URV sejam feitos de maneira uniforme a todos os Desembargadores e
Juízes, ativos e inativos, e pensionistas, com a devida observância da disponibilidade
orçamentária. – “Alegar que magistrados em atividade têm ‘mais solicitação de despesas’
do que os demais não só viola o princípio da isonomia, como também desperta, perante o
egrégio Tribunal de Justiça do Estado um tratamento seletivo ou mesmo discriminatório
entre os Magistrados” (CNJ – PCA 146 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 40ª Sessão – j.
15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Participação de magistrado em comissão de concurso de ingresso na


Magistratura. Remuneração

Pedido de Providências. Resolução 13/2006-CNJ. Art. 5º.


Magistrados. Direito de remuneração. Participação em banca examinadora de concursos.

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Não acolhimento do pedido. – “A participação de magistrado como membro de comissão


de concurso público já foi enfrentada por este Conselho, estando expressamente prevista
no art. 4º, inciso II, ‘h’ e inciso VIII da Resolução 13/2006 do CNJ a proibição de
percepção de valores por tal atividade” (CNJ – PP 1463 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Revisão. Resolução 13/2006. Inclusão de


verbas de caráter eventual ou temporário como gratificação a magistrados. Membro de
comissão examinadora Concurso Público. Provimento de cargo de juiz federal substituto.
Decisão monocrática. Indeferimento. Art.19-RICNJ. Não acolhimento do pedido. (CNJ –
PP 1390 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 –
Ementa não oficial).

Participação do Juiz prolator da sentença, no julgamento da Turma Recursal.


Inadmissibilidade. Ofensa ao princípio do juiz natural

Procedimento de Controle Administrativo. Regimento Interno das


Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado. Norma constante
do § 3º, do art. 6º permitindo que o juiz prolator da sentença possa participar do
julgamento da turma recursal, inclusive como relator. Ofensa ao princípio do juiz natural.
Inadmissibilidade. Pedido acolhido, com determinação de revogação do dispositivo. – “A
norma de Regimento Interno de Juizado Especial Cível e Criminal que permite ao mesmo
magistrado que proferiu a sentença participar da Turma Recursal, inclusive como relator,
para rever a própria decisão, ofende o princípio do juiz natural e contraria o inciso III, do
art. 252 do Código de Processo Penal, que proíbe o juiz de exercer jurisdição em processo
no qual tenha funcionado como juiz de outra instância, impondo-se a revogação do
dispositivo” (CNJ – PCA 200810000001046 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Participação em comissão de concurso para provimento de cargos nos demais


poderes e na administração indireta. Remuneração

Pedido de Providências. Consulta. Pedido para que se assegure


aos magistrados o direito de remuneração pelo exercício eventual e transitório de membro
de comissão de concurso público para provimento de cargos nos demais poderes e na
administração indireta do Estado. Exercício permitido pela Carta Magna. Possibilidade
de remuneração, exceto nos concursos de ingresso na magistratura. Consulta acolhida em
parte. – “I) O exercício de atividade em banca examinadora por magistrado, seja em
concurso de ingresso na Magistratura ou em qualquer outro concurso público, no âmbito
dos demais Poderes ou na administração indireta ou fundacional, não caracteriza a
assunção de cargo ou função, nos termos do art. 95, parágrafo único, inciso I da CF/88 e,
portanto, não é vedado. II) Os magistrados têm direito à remuneração pelo exercício da
atividade eventual e transitória de membro de comissão de concurso para provimento de
cargos em outros Poderes e na administração indireta do Estado, exceto nos concursos de
ingresso na Magistratura, por força do disposto no art. 65 da Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (LC 35, de 14.03.79), do que restou decidido no PP 1463 e de vedação expressa
constante da Resolução 13, de 21.03.2006 do CNJ” (CNJ – PP 12052 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Pedido de reintegração de juiz afastado de suas funções. Liminar denegada

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Pedido de Esclarecimentos no Procedimento de Controle


Administrativo. Liminar para reintegração de juiz afastado de suas funções. Indeferimento.
Recurso. Improvimento, fundamentada a consideração de que ausentes os requisitos para
concessão da medida. Cognição ainda sumária da matéria prejudicial articulada.
Inexistência de obscuridade, contradição ou omissão a sanar. Pedido de esclarecimentos
rejeitado. (CNJ – PCA 299 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 –
DJU 20.04.2007).

Pena de advertência

“O magistrado negligente no cumprimento dos deveres do cargo


está sujeito à pena de advertência. Na reiteração e nos casos de procedimento incorreto, a
pena será de censura, se a infração não justificar punição mais grave” (art. 2º da Res. CNJ
30, de 07.03.2007).

Pena de aposentadoria compulsória

“O magistrado será aposentado compulsoriamente, por interesse


público, quando: I – mostrar-se manifestamente negligente no cumprimento de seus
deveres; II – proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas
funções; III – demonstrar escassa ou insuficiente capacidade de trabalho, ou apresentar
proceder funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder
Judiciário” (art. 5º da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Pena de disponibilidade

“O magistrado será posto em disponibilidade com vencimentos


proporcionais ao tempo de serviço, ou, se não for vitalício, demitido por interesse público,
quando a gravidade das faltas não justificar a aplicação de pena de censura ou remoção
compulsória” (art. 4º da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Pena de disponibilidade. Pretensão ao recebimento de férias

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar. Pena de disponibilidade. Direito a férias. – “O instituto das
férias decorre do efetivo exercício funcional e constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, tendo sempre em vista o restabelecimento da condição física e
orgânica do trabalhador, para prosseguir no esforço laboral. Interrompido o período
aquisitivo de férias por força de pena de disponibilidade aplicada a magistrado que
cometera falta grave apurada em sede de Processo Disciplinar, evidente a
incompatibilidade do pagamento da parcela respectiva nesse período de afastamento.
Procedimento de Controle Administrativo parcialmente procedente” (CNJ – PCA 8048 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Pena de remoção compulsória

“O magistrado será removido compulsoriamente, por interesse


público, quando incompatibilizado para o exercício funcional em qualquer órgão
fracionário, na seção, na turma, na câmara, na vara ou na comarca em que atue” (art. 3º da
Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

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Pena de remoção compulsória na mesma comarca. Afastamento do magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Processo disciplinar.


TJMG. Afastamento de magistrado. Aplicação da pena de remoção compulsória na
mesma comarca. Período de trânsito. – “I) Não é cabível, na via do Procedimento de
Controle Administrativo, a apreciação dos pedidos de retorno do juiz às suas funções no
juízo do qual foi afastado, e de não execução da pena remoção compulsória aplicada em
processo disciplinar já exaurido. A postulação, tal como formulada, importa revisão, por
via transversa, de processo disciplinar já julgado. II) Conforme reconhece o TJMG, a
vacância na Vara de Execuções Criminais de Contagem apenas será declarada quando
ocorrer o efetivo cumprimento da sanção de remoção do juiz. Não conhecimento dos
pedidos” (CNJ – PCA 10821 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 51ª Sessão –
j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Pena de remoção compulsória na mesma comarca. Pedido de retorno do juiz


ao juízo de origem. Impossibilidade de apreciação pelo CNJ, por importar
revisão de processo disciplinar já julgado

Procedimento de Controle Administrativo. Processo Disciplinar.


TJ/MG. Afastamento de magistrado. Aplicação da pena de remoção compulsória na
mesma comarca. Período de trânsito. – “I) Não é cabível, na via do Procedimento de
Controle Administrativo, a apreciação dos pedidos de retorno do juiz às suas funções no
juízo do qual foi afastado, e de não execução da pena de remoção compulsória aplicada em
processo disciplinar já exaurido. A postulação, tal como formulada, importa revisão, por
via transversa, de processo disciplinar já julgado. II) Conforme reconhece o TJ/MG, a
vacância na Vara de Execuções Criminais de Contagem apenas será declarada quando
ocorrer o efetivo cumprimento da sanção de remoção do juiz. Não conhecimento dos
pedidos” (CNJ – PCA 10821 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 54ª Sessão –
j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Penas disciplinares

“São penas disciplinares aplicáveis aos magistrados da Justiça


Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Eleitoral, da Justiça Militar, da Justiça dos
Estados e do Distrito Federal e Territórios: I – advertência; II – censura; III – remoção
compulsória; IV – disponibilidade; V – aposentadoria compulsória; VI – demissão. § 1º -
Aos magistrados de segundo grau não se aplicarão as penas de advertência e de censura,
não se incluindo nesta exceção os Juízes de Direito Substitutos em segundo grau. § 2º - As
penas previstas no art. 6º, § 1º, da Lei 4.898, de 09.12.65, são aplicáveis aos magistrados,
desde que não incompatíveis com a Lei Complementar 35, de 1979. § 3º - Os deveres do
magistrado são aqueles previstos na Constituição Federal, na Lei Complementar 35, de
1979, no Código de Processo Civil (art. 125) e no Código de Processo Penal (art. 251). § 4º
- Na instrução do processo serão inquiridas no máximo oito testemunhas de acusação e até
oito de defesa. § 5º - O magistrado que estiver respondendo a processo administrativo
disciplinar só será exonerado a pedido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do
processo ou do cumprimento da pena” (art. 1º da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

“Poderá o Tribunal Pleno ou o Órgão Especial, entendendo não ser


o caso de pena de demissão, aplicar as de remoção compulsória, censura ou advertência,
vedada a de disponibilidade” (art. 14 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

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“No caso de aplicação das penas de censura ou remoção


compulsória, o juiz não-vitalício ficará impedido de ser promovido ou removido enquanto
não decorrer prazo de um ano da punição imposta” (art. 15 da Res. CNJ 30, de
07.03.2007).

Penas disciplinares aplicadas aos magistrados. Procedimento administrativo

“O processo terá início por determinação do Tribunal Pleno ou do


seu Órgão Especial por proposta do Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau,
ou do Presidente do Tribunal, nos demais casos. § 1º Antes da instauração do processo, ao
magistrado será concedido um prazo de quinze dias para a defesa prévia, contado da data
da entrega da cópia do teor da acusação e das provas existentes, que lhe remeterá o
Presidente do Tribunal, mediante ofício, nas quarenta e oito horas imediatamente seguintes
à apresentação da acusação. § 2º Findo o prazo de defesa prévia, haja ou não sido
apresentada, o Presidente convocará o Tribunal Pleno ou o seu órgão Especial para que
decida sobre a instauração do processo. § 3º o Corregedor relatará a acusação perante o
Órgão Censor, no caso de magistrados de primeiro grau, e o Presidente do Tribunal nos
demais casos. § 4º Determinada a instauração do processo, o respectivo acórdão conterá a
imputação dos fatos e a delimitação do teor da acusação. Na mesma sessão será sorteado o
relator, não havendo revisor. § 5º O processo administrativo terá o prazo de noventa dias
para ser concluído, prorrogável ato o dobro ou mais, quando a delonga decorrer do
exercício do direito de defesa” (art. 7º da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

“O relator determinará a citação do magistrado para apresentar


defesa em cinco dias, encaminhando-lhe cópia do acórdão do Tribunal Pleno ou do Órgão
Especial, observando-se que: I – Havendo dois ou mais magistrados, o prazo para defesa
será comum e de dez dias; II – o magistrado que mudar de residência fica obrigado a
comunicar ao relator, ao Corregedor e ao Presidente do Tribunal o endereço em que
receberá citações, notificações ou intimações; III – estando o magistrado em lugar incerto
ou não sabido, será citado por edital, com prazo de trinta dias, a ser publicado, uma vez, no
órgão oficial de imprensa utilizado pelo tribunal para divulgar seus atos; IV – considerar-
se-á revel o magistrado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo assinado;
V – declarada a revelia, o relator lhe designará defensor dativo, concedendo-lhe igual
prazo para a apresentação de defesa. § 1º Em seguida, decidirá sobre a produção de provas
requeridas pelo acusado e determinará as que de ofício entender necessárias, podendo
delegar poderes, para colhê-las, a magistrado de categoria superior à do acusado quando
este for magistrado de primeiro grau. § 2º O magistrado e seu defensor serão intimados de
todos os atos. § 3º O relator poderá interrogar o acusado sobre os fatos imputados,
designando dia, hora e local, bem como determinando a intimação deste e de seu defensor.
§ 4º O relator tomará depoimentos das testemunhas, fará as acareações e determinará as
provas periciais e técnicas que entender pertinentes para a elucidação dos fatos, aplicando-
se subsidiariamente as normas do Código de Processo Penal, da legislação processual
penal extravagante e do Código de Processo Civil, nessa ordem. § 5º Finda a instrução, O
Ministério Público e o magistrado acusado ou seu defensor terão vista dos autos por dez
dias, para razões. § 6º Após o visto do relator, serão remetidas aos Magistrados que
integrarem o Órgão Censor cópias do acórdão do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, da
defesa e das razões do magistrado, além de outras peças determinadas pelo relator. § 7º
Depois do relatório e da sustentação oral, serão colhidos os votos. A punição ao magistrado
somente será imposta pelo voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do
Órgão Especial. § 8º Da decisão somente será publicada a conclusão. § 9º Entendendo o
Tribunal Pleno ou o Órgão Especial que existem indícios bastantes de crime de ação

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pública, o Presidente do Tribunal remeterá ao Ministério Público cópia dos autos” (art. 9º
da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

“Aplicam-se aos procedimentos disciplinares contra magistrados,


subsidiariamente, as normas e os princípios das Leis s 8.112/90 e 9.784/99” (art. 24 da Res.
CNJ 30, de 07.03.2007).

“Os procedimentos e normas previstos na presente Resolução


aplicam-se na persecução de infrações administrativas praticadas pelos magistrados que
integram a Justiça Federal, a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral, a Justiça Militar, a
Justiça dos Estados e a do Distrito Federal e Territórios” (art. 25 da Res. CNJ 30, de
07.03.2007).

Perda do cargo após o vitaliciamento. Possibilidade somente através de


sentença judicial transitada em julgado

“Após a vitaliciedade, apenas sentença judicial transitada em


julgado pode determinar a perda do cargo, o que subtrairia a competência deste Conselho.
Se os juízes não tivessem obtido a vitaliciedade, então a deliberação do Tribunal seria de
natureza administrativa, o que permitiria a apreciação pelo CNJ da matéria da invalidade
do concurso. Todavia, parece-me que a questão da eventual invalidade do concurso, que
determinaria a perda dos cargos dos juízes com vitaliciedade, apenas poderia ser
enfrentada em processo judicial, pois a regra constitucional atraiu para este todos os atos
que a antecederam. A garantia de vitaliciedade é inviolável por decisão administrativa”
(CNJ – PCA 267 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007
– Ementa não oficial).

“O magistrado que já tenha alcançado a vitaliciedade somente


perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Sem amparo, portanto, a
alegação de que, em se admitindo a Reclamação Disciplinar e se concluindo pela prática de
irregularidade disciplinar, o magistrado poderia ser demitido” (CNJ – RD 799 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008 –
Ementa não oficial).

Permuta. Simulação

Procedimento de Controle Administrativo. Simulação de permutas


entre magistrados. Afronta aos princípios da administração pública. Pedido julgado
procedente. Desconstituição das remoções. – “Não é possível admitir a realização de
permutas que tenham o fim de impedir a abertura de concurso de remoção ou promoção
para o preenchimento de determinada vaga, em afronta aos princípios da Administração
Pública expressos no art. 37 da Constituição Federal” (CNJ – PCA 200810000019671 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Permuta entre juízes. Regulamentação

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamentação dos


pedidos de permuta. Requisitos básicos estabelecidos em norma regimental do Tribunal de
origem. Sentido da orientação normativa deste Conselho, fixada no julgamento do PP 89.
Recomendação, porém, que visa evitar permutas efetivadas às vésperas de promoção de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


499

um dos juízes nela envolvido. Pedido acolhido para este fim. (CNJ – PCA 319 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Permuta com o fim de burlar o procedimento

Procedimento de Controle Administrativo. Simulação de permuta


entre magistrados. Afronta aos princípios constitucionais da administração pública.
Desconstituição da permuta. Pedido julgado procedente. – “Não é possível admitir a
realização de permutas que tenham o fim de burlar o procedimento, ou seja, que visem a
impedir a abertura de concurso de remoção ou promoção para determinada vaga” (CNJ –
PCA 200810000013528 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Permutas. Estabelecimento de critérios

Procedimento de Controle Administrativo improcedente. Tribunal


de Justiça do Estado do Ceará. Desconstituição de atos administrativos que convalidaram
permuta entre magistrados. Simulação. PCA 141. Resolução editada pelo Tribunal
requerido regulamentando a matéria, proibindo a prática denunciada e estabelecendo
critérios gerais para as permutas. Lacuna suprida. (CNJ – PCA 171 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Permutas e remoções a pedido. Apreciação pelos Tribunais

“As permutas e remoções a pedido de magistrados de igual


entrância devem ser apreciadas pelos Tribunais em sessões públicas, com votações
nominais, abertas e fundamentadas” (art. 1º da Res. CNJ 32, de 10.04.2007).

Permutas e remoções a pedido. Critério de merecimento

“As remoções a pedido de magistrados, quando processadas pelo


critério de merecimento, devem pressupor dois anos de exercício na respectiva entrância e
integrarem os juízes a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, saldo se não
houver com tais requisitos quem concorra a essas movimentações” (Enunciado
Administrativo CNJ 6, de 21.06.2007).
Precedente: PCA 319 – 11ª Sessão Extraordinária – 09.05.2007.

Permutas e remoções a pedido. Estabelecimento de critérios

“Até que seja editado o Estatuto da Magistratura previsto no art.


93, caput, da Constituição Federal, os critérios para as remoções a pedido e permutas de
magistrados serão os estabelecidos em leis de organização judiciária, atos normativos e/ou
regimentos internos dos tribunais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do
Conselho da Justiça Federal” (art. 2º da Res. CNJ 32, de 10.04.2007).

“Os tribunais que não dispuserem de normas que definam critérios


para as remoções a pedido e permutas de magistrados deverão editar atos normativos
específicos para esse fim no prazo de 120 (cento e vinte) dias. Parágrafo único. Até que
sejam editadas as normas a que se refere o parágrafo anterior, e ressalvado o interesse
público, a antigüidade será adotada como critério único para as remoções a pedido e
permuta de magistrados” (art. 3º da Res. CNJ 32, de 10.04.2007).

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500

PIS/PASEP. Manutenção da parcela na folha de pagamentos

Pedido de Esclarecimentos. Conhecido apenas quanto ao abono


‘PIS/PASEP’ para manter a parcela na folha de pagamento dos magistrados. Concessão de
prazo para cumprimento de decisão/CNJ. Incabível na hipótese. Artigos 21 e 99, § único,
do Regimento Interno deste CNJ. (CNJ – PCA 437 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Plantão Judiciário de Desembargadores. Pretensão de remuneração por


serviço extraordinário

Procedimento de Controle Administrativo. Postulação de


concessão de remuneração por serviço extraordinário ou compensação em decorrência de
atendimento de plantão por desembargadores. – “I) A LOMAN, no tocante aos
estipêndios de magistrado, não prevê a possibilidade de pagamento de qualquer
gratificação por serviço de plantão. Improvimento. II) É impossível estabelecer qualquer
tipo de compensação para Desembargadores por atuação em regime de plantão, eis que é
inviável lograr-se qualquer tipo de compensação na espécie. III) Consulta conhecida, mas
improvida” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator: “Assim, os magistrados têm direito a três prerrogativas que são
fundamentais para o bom exercício da jurisdição, que são a inamovibilidade, a
irredutibilidade de vencimentos e a vitaliciedade. Tais garantias, que são os predicamentos
da magistratura, já colocam que se é evidente que os magistrados são trabalhadores do
Serviço Público, em sentido lato, por outro lado sinaliza que não são trabalhadores
comuns, mas sim estão situados em outro patamar, como agentes políticos do Estado. E
assim, como agentes políticos que são, estão sujeitos a outras obrigações, da qual não
podem esperar retribuição, como é o caso de eventual remuneração por realização de
serviço extraordinário, pelo fato de que ficaram à disposição dos jurisdicionados, em
regime de plantão” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator: “Reconhecer que o magistrado de 2º grau pode deixar de
comparecer ao Tribunal, como compensação implica em admitir que o Desembargador tem
horário fixo de trabalho, o que me parece contraditório com o regime próprio de trabalho
destes magistrados” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007). “A possibilidade de apresentação de defesa, previamente à
decisão do Tribunal de admissão ou não da representação, é uma garantia do investigado
que concretiza seu direito constitucional à ampla defesa. Em outras palavras, o ato
impugnado só beneficia o requerente e contribui para o acerto da decisão do tribunal de
instauração ou não de procedimento administrativo disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Poder de polícia durante a realização de audiências

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Insurgência


quanto à decisão monocrática proferida. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça
quanto a matéria jurisdicional. Compete ao magistrado atuar em audiência, no exercício de
seu poder de polícia, visando a manutenção da ordem, a proteção de testemunhas e vítimas.
Poder que lhe é conferido pela Lei Processual Civil e Penal. Recurso a que se nega

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


501

provimento. (CNJ – PP 200810000007978 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª


Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Possibilidade, em caráter excepcional, de afastamento antes da instauração do


processo administrativo disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento preventivo


de magistrado sem oitiva prévia. Indícios de flagrante descumprimento de dever
funcional. Fatos de natureza grave. Recebimento de denúncia. Possibilidade. – “I) O
afastamento de magistrado do exercício de suas funções, em princípio, deve ser precedido
de instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar, conforme se extrai dos arts.
27, § 3º, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, e 6º, parágrafo único, da Res. 30, do
Conselho Nacional de Justiça, garantido, antes dessa instauração, prazo para a
apresentação defesa (LOMAN, art. 27, § 1º, e Res. 30, art. 7, § 1º). Todavia, na hipótese de
flagrante e grave descumprimento de dever funcional ou recebimento de denúncia por
prática, em tese, de crime, pode o magistrado, sem a sua oitiva prévia, ser preventivamente
afastado. II) Não há ilegalidade no ato de Tribunal de Justiça que decide pelo afastamento
cautelar e provisório de magistrado, quando demonstrado que atos praticados durante o
desempenho das funções revelam evidentes indícios de descumprimento dos deveres
funcionais; que contra o magistrado tramitam representações de natureza criminal, que
culminaram, inclusive, na quebra de sigilo bancário e fiscal, e que outros atos, também
realizados no exercício da função, deram ensejo ao recebimento de denúncia pela prática,
em tese, de crimes de realização de interceptação de comunicação telefônica com objetivo
não autorizado em lei (Lei 9.296/1996, art. 10), prevaricação (CP, art. 319), falsidade
ideológica (CP, art. 299, parágrafo único) e denunciação caluniosa (CP, art. 339 - três
vezes). Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 200910000005860 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Preferência à remoção de juízes da mesma comarca em detrimento da


remoção de juízes de comarcas diversas da mesma entrância

Pedido de Providências. Remoção. Pleito de Regulamentação


Nacional. Impugnação de ato normativo de TJMT. Parcialmente procedente. Precedência
da remoção dentro da mesma comarca. Ofensa à CF/88. Desconstituição. – “Ofende os
preceitos constitucionais a previsão através de Resolução que privilegia a remoção de
juízes da mesma comarca em detrimento da remoção de juízes de comarcas diversas da
mesma entrância. Manutenção das movimentações até aqui realizadas. Necessidade de
garantia de segurança jurídica” (CNJ – PP 200810000029457 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Pretensão de magistrado do direito de opção de ser provido para a comarca


cuja entrância foi elevada e da qual é titular

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Res. 07/2006 e Regimento Interno do TJMA. Previsão regimental que
defere opção a magistrado, promovido para entrância a que sua Comarca foi elevada.
Ausência de quebra da impessoalidade. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 283 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

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502

Pretensão de obter informações de natureza pessoal da vida funcional de


magistrados. Recusa do Tribunal. Direito não absoluto

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Matéria jurisdicionalizada. Informações pessoais dos magistrados.
Recusa de fornecimento pelo Tribunal a quo. Improvimento. – “O direito a receber dos
órgãos públicos informações de interesse coletivo ou geral não é absoluto, sobretudo
quando tratarem exclusivamente da vida funcional de determinada classe de servidores,
cuja divulgação e acesso são restritos a seus próprios titulares (art. 5º, XXXIII, da CF/88;
STF: MS 23452/RJ, RE 89789/MG; STJ: RMS 18564/RJ). Ausência de interesse de agir
configurada. Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo
conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ – PCA 200810000031038
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Princípio da cortesia no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 22 e 23.

Princípio da diligência, honra e decoro no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 37 a 39.

Princípio da diligência e dedicação no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 20 e 21.

Princípio da imparcialidade no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 8º e 9º.

Princípio da independência no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 4º a 7º.

Princípio da integridade pessoal e profissional no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 15 a 19.

Princípio da prudência no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 24 a 26.

Princípio da transparência no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 10 a 14.

Princípio do conhecimento e capacitação no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 29 a 36.

Princípio do sigilo profissional no exercício da magistratura


Vide: Código de Ética da Magistratura Nacional, arts. 27 e 28.

Procedimento Administrativo Disciplinar instaurado no Tribunal de origem.


Pretensão de revisão antecipada dos atos praticados e de arquivamento
liminar pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito.


Pretensão de arquivamento liminar de processo disciplinar cuja instauração foi determina
pelo Tribunal de Justiça e no qual nenhum ato foi ainda praticado. Inadmissibilidade.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


503

Liminar negada e petição inicial rejeitada. – “É ressabido que, nos termos do art. 103-B, §
4º da Constituição Federal compete ao CNJ a fiscalização e revisão dos atos
administrativos praticados pelos tribunais, sem invadir seus espaços de liberdade ou
impedir a sua prática. Exerce, portanto controle de legalidade a posteriori, através da
revisão disciplinar, sem antecipar sua apreciação no que pertine ao mérito e sem interferir
na condução dos procedimentos, disciplinares ou não, salvo para arrostar impedimentos,
suspeições ou nulidades pontuais e, enfim, vícios localizados. De sorte que esse tipo de
providência aniquiladora de procedimento originário per saltum ofende os incisos II e V do
§ 4º do referido art. 103-B da Carta Magna” (CNJ – PCA 200910000012334 – Rel. Cons.
Rui Stoco – Decisão monocrática – j. 26.03.2009 – Voto 215/09).

Processo Administrativo Disciplinar. Competência do Órgão Especial.


Inadmissibilidade de recurso ao Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar.


Competência originária do Órgão Especial. Direito de recorrer. Inexistência de duplo
grau obrigatório. – “I) Não há na Constituição de 1988 a previsão de duplo grau
obrigatório de jurisdição. II) O duplo grau é uma diretriz a ser observada pelo legislador
sempre que houver um órgão hierarquicamente superior, na estrutura administrativa ou
judicial. III) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não haverá o que se
falar em duplo grau quando o órgão julgador é aquele que ocupa o topo da hierarquia da
estrutura de poder. IV) No âmbito dos Tribunais, o topo da hierarquia é ocupado pelo
Tribunal Pleno, ao qual cabe eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus Regimentos
Internos (art. 96, inciso I, da CF/88), bem como velar pelo exercício da atividade
correcional respectiva (art. 96, inciso II, da CF/88). V) A Constituição Federal autoriza aos
Tribunais com mais de 25 desembargadores a constituir Órgão Especial, delegando-lhe as
atribuições administrativas e jurisdicionais do Tribunal Pleno (art. 93, XI, da CF/88). Em
tais casos, o Órgão Especial age em nome e como se fosse o próprio Tribunal Pleno
(Enunciado 2 do CNJ). VI) Nada justifica, portanto, a existência de recurso administrativo
para o Tribunal Pleno, quando a matéria é de competência originária do Órgão Especial.
VII) Recurso a que se conhece e nega provimento” (CNJ – PP 1031 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Defesa prévia

“A possibilidade de apresentação de defesa, previamente à decisão


do Tribunal de admissão ou não da representação, é uma garantia do investigado que
concretiza seu direito constitucional à ampla defesa. Em outras palavras, o ato impugnado
só beneficia o requerente e contribui para o acerto da decisão do tribunal de instauração ou
não de procedimento administrativo disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Comunicação da


acusação ao magistrado investigado. Defesa prévia. Ampla defesa. – “Antes da
instauração do Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado, cabe ao Presidente
do Tribunal dar-lhe conhecimento, mediante ofício, do teor da acusação, para apresentação
da defesa prévia. A acusação e a defesa prévia serão então submetidas ao Plenário ou ao
Órgão Especial, para decidir pela instauração ou não do processo administrativo
disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


504

Processo Administrativo Disciplinar. Instauração contra magistrado.


“Quorum” de maioria absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão
Especial

Processo Administrativo Disciplinar. Instauração contra


magistrado. “Quorum”. Maioria absoluta. Necessidade. – “A decisão que instaura
Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado deve ser tomada pela maioria
absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, quando no exercício dessa
atribuição, tendo em vista a possibilidade de seu afastamento das funções já no ato de
instauração. Exegese do artigo 93, inciso X, da Constituição Federal. Pedido de
Providências conhecido e acolhido, com proposta de elaboração de Enunciado
Administrativo” (CNJ – PP 9892 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

"Ressalvadas as situações pretéritas, quer se trate de procedimento


em andamento ou já decidido, a partir da edição deste Enunciado, a decisão que instaura
processo administrativo disciplinar contra magistrado deve ser tomada pela maioria
absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, quando no exercício dessa
atribuição". (Enunciado Administrativo CNJ 10, de 23.11.2007).
Precedente: PP 2007.10.00.000989-2 – 51ª Sessão Ordinária – j. 06.11.2007, com a
redação alterada na 52ª Sessão Ordinária – j. 20.11.2007.

Processo administrativo disciplinar. Instauração de ofício pelo CNJ.


Legitimidade do Conselho Nacional de Justiça para apreciar a matéria

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Abertura de


processo disciplinar. Legitimidade ativa dos membros do Conselho Nacional de Justiça.
Poder de iniciativa dos órgãos administrativos. Imparcialidade. Regularidade. – “O fato
de um ou vários conselheiros firmarem requerimento conjunto de instauração de
procedimento administrativo não os torna, só por isso, impedidos de apreciarem o caso.
Fosse assim, o texto constitucional estaria completamente desidratado de sentido eis que,
expressamente, cogita de atuação de ofício do Conselho e seria teratológico conferir o
poder de auto provocação ao Conselho e, ato contínuo, o Conselho considerar-se castrado
do poder de apreciar a respectiva matéria. Em sendo meramente administrativa a natureza
jurídica das atividades do Conselho Nacional de Justiça, não estarão ele nem seus membros
constrangidos pelo dever de inércia próprio da jurisdição (CPC, art. 2º). Ainda que
supérflua, há referência expressa à tal possibilidade no texto constitucional dedicado às
competências do Conselho Nacional de Justiça (CF, art. 103-B, § 4º, II e V)” (CNJ – PAD
06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Processo Administrativo Disciplinar. Instauração decorrente de revisão


disciplinar de ofício

Processo de Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Juízo de


admissibilidade para apuração dos fatos em Processo Administrativo Disciplinar. – “I) A
abrangência do pedido de Revisão Administrativa encontra-se vinculada à decisão
proferida e submetida ao juízo revisional. II) Não tendo sido instaurado Procedimento
Administrativo Disciplinar, na origem, e conseguintemente não tendo havido aplicação de
sanção disciplinar, a revisão ora em curso restringe-se à análise da decisão que determinou
a não-instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar. III) Submete-se, assim, ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


505

juízo revisional a presença ou não de indícios de autoria e materialidade que possam


ensejar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar. IV) A decisão de não-
instauração do Processo Administrativo Disciplinar proferida em Sessão Plenária do
Tribunal de Justiça do Pará mostra-se, efetivamente, contrária a todas as evidências
probatórias contidas na sindicância levada a termo pela Corregedoria das Comarcas do
Interior do TJPA. V) Procedimento a que se julga procedente para efeito de instauração de
Processo Administrativo Disciplinar, procedendo-se à livre distribuição entre os membros
do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – RD 20081000007450 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Processo Administrativo Disciplinar. Prazo prescricional de cinco anos

Consulta. Prazo de prescrição para Processos Administrativos


Disciplinares contra magistrados. – “O Processo Disciplinar perante o CNJ, conforme
estabelece o art. 83, obedecerá ao procedimento da LOMAN, inclusive no que se refere às
penas disciplinares, mas, também se aplicam a Lei 8.112/90 e a Lei 9.784/99. Assim, em
que pese à legislação estadual informada pelo requerente, o prazo de prescrição dos
Processos Administrativos Disciplinares será de cinco anos, como disciplinam as leis antes
referidas. Aliás, a magistratura esteve sempre submetida ao seu estatuto próprio, a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, pouco importando se o magistrado é federal ou
estadual, de sorte que não tem o Estado competência para legislar sobre o processo
administrativo disciplinar do magistrado” (CNJ – PP 1439 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –
Decisão Monocrática – j. 20.07.2007 – Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Magistrado. Juízo de admissibilidade em que


se reconheceu a ocorrência de prescrição nos termos do Estatuto dos Servidores Civis do
Estado de Sergipe. Impossibilidade. – “O prazo prescricional para dos processos
administrativos, disciplinares instaurados em face de Magistrado será de cinco anos,
conforme estabelecem as Leis 8.112/90 e 9.748/99, aplicadas subsidiariamente a LOMAN”
(CNJ – REVDIS 27 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Pretensão de suspensão do feito.


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Procedimento Administrativo Disciplinar instaurado contra Juiz Federal
no Tribunal de Origem. Pedido de concessão de liminar para suspender o feito.
Indeferimento pelo relator. Recurso reiterando a pretensão. Inadmissibilidade. Ausência
dos pressupostos que ensejariam a pretensão. Recurso não provido. (CNJ – PCA 12416 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Pretensão de trancamento do processo

Juiz Federal. Pedido de trancamento de processo disciplinar por


violação do art. 41 da LOMAN ou, subsidiariamente, em razão da consumação do prazo
prescricional previsto no art. 142, II, da Lei 8.112/90. Requer seja declarada a nulidade
absoluta do julgamento do processo por vício de impedimento, previsto art. 252, III, do
CPP, c.c. art. 326, § 6º, do RITRF 3ª Região, e por violação do art. 93, inciso X, da CF.
Precedentes deste CNJ e do STF quanto à competência do Órgão Especial para julgamento
de processo disciplinar contra juiz. Princípio da unidade da constituição. Ausência de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


506

violação ao art. 41 da LOMAN. Violação ao art. 252, inciso III, do CPP não caracterizada,
eis que o impedimento refere-se à atuação de magistrado em outra instância e não no
mesmo tribunal. Precedentes do STJ e STF. Prescrição a ser verificada apenas com o
reconhecimento da prática da infração disciplinar. Procedimento de controle administrativo
improcedente por não ver razão suficiente para o trancamento do processo disciplinar, bem
como para declarar a sua nulidade absoluta no âmbito do Egrégio Tribunal Regional
Federal da 3ª Região. (CNJ – PCA 330 e PCA 331 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Processo administrativo disciplinar contra ele instaurado. “Quorum” exigido


para seu afastamento

Procedimento de Controle Administrativo. Processo Disciplinar.


Instauração contra Magistrado. Deliberação de Afastamento das Atividades (LOMAN,
Art. 27, § 3º). Quorum necessário. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). –
“A instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra magistrado não
configura, por si só, aplicação de sanção, mas mero exercício do poder – dever de apuração
de fatos que possam constituir infração no exercício jurisdicional. Diferentemente, porém,
a decisão de afastamento do magistrado, tomada ao início ou mesmo durante a tramitação
do PAD (art. 27, § 3º, da LOMAN), além de sua natureza cautelar, ostenta evidente
conteúdo censório, com sérios reflexos na vida pessoal e funcional do magistrado. Por essa
razão, faz-se necessária a observância do quorum de que trata o inciso X do art. 93 da CF,
sob pena de nulidade da decisão administrativa correspondente. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ –
PCA 463 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU
11.05.2007).
Observação: Art. 93 da CF/88: “Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)
X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”.

Processo administrativo disciplinar contra magistrado. Excesso de prazo

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar instaurado contra Juiz Federal pelo tribunal que integra.
Alegação de excesso de prazo. Pretensão de trancamento do Processo Disciplinar, dando
ao cumprimento do prazo estabelecido na lei condição de procedibilidade.
Inadmissibilidade da nulidade de procedimento administrativo disciplinar apenas em
razão de o prazo de encerramento ter-se esgotado. Jurisprudência consolidada nesse
sentido. – “Como já ficou assentado pela doutrina em mais de uma oportunidade e por
inúmeros precedentes jurisprudenciais, o excesso de prazo na conclusão do procedimento
administrativo disciplinar não induz nulidade, nem acarreta a caducidade do direito de
punir” (CNJ – PCA 200810000008065 – Rel. Cons. Rui Stoco – 63ª Sessão – j. 27.05.2008
– DJU 13.06.2008).

Processos administrativos disciplinares. Afastamento ou não do magistrado de


suas funções

“O Tribunal Pleno ou o Órgão Especial decidirá, na oportunidade


em que determinar a instauração do processo, sobre o afastamento ou não do magistrado de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


507

suas funções, assegurados os subsídios integrais até a decisão final” (art. 8º da Res. CNJ
30, de 07.03.2007).

Processos administrativos disciplinares. Competência

“Para os processos administrativos disciplinares e para a aplicação


de quaisquer penalidades previstas nos artigos anteriores, é competente o Tribunal Pleno
ou o Órgão Especial a que pertença ou esteja subordinado o magistrado. Parágrafo único.
Instaurado o processo administrativo disciplinar, o Tribunal Pleno ou o Órgão Especial,
onde houver, poderá afastar preventivamente o magistrado, pelo prazo de noventa dias,
prorrogável até o dobro. O prazo de afastamento poderá, ainda, ser prorrogado em razão de
delonga decorrente do exercício do direito de defesa” (art. 6º da Res. CNJ 30, de
07.03.2007).

Processos administrativos disciplinares. Prazo para instauração

“O processo disciplinar será, a qualquer tempo, instaurado dentro


do biênio inicial previsto na Constituição Federal, mediante indicação do Corregedor ao
Tribunal Pleno ou ao Órgão Especial, seguindo, no que lhe for aplicável, o disposto nesta
Resolução” (art. 12 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Processos administrativos disciplinares. Prontuário do magistrado

“A instauração de processo administrativo, bem como as


penalidades definitivamente impostas e as alterações decorrentes de julgados do Conselho
Nacional de Justiça serão lançadas no prontuário do magistrado a ser mantido pelas
Corregedorias” (art. 22 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Processos administrativos disciplinares. Publicidade dos atos

“Em razão da natureza das infrações objeto de apuração ou de


processo administrativo, nos casos em que a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação, poderá a autoridade
competente limitar a publicidade dos atos ao acusado e a seus advogados” (art. 23 da Res.
CNJ 30, de 07.03.2007).

Processos administrativos disciplinares. Vitaliciamento

“O recebimento da acusação pelo Tribunal Pleno ou pelo Órgão


Especial suspenderá o curso do prazo de vitaliciamento” (art. 13 da Res. CNJ 30, de
07.03.2007).

Proibição de mais de duas remoções a cada cinco anos

Remoção. Juiz federal substituto. Regimento Interno. Vedação de


mais de duas remoções a cada cinco anos. Possibilidade. – “Nos termos do artigo 2º da
Resolução 32 do Conselho Nacional de Justiça, “Art. 2º. Até que seja editado o Estatuto da
Magistratura previsto no art. 93, caput, da Constituição Federal, os critérios para as
remoções a pedido e permutas de magistrados serão os estabelecidos em leis de
organização judiciária, atos normativos e/ou regimentos internos dos Tribunais, do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal.” Recurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


508

administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PP 12064 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Promoção

“A Associação de Magistrados do Estado do Pará consulta este |


Conselho sobre a prática da “relotação” de Magistrados, que ocorre no Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, com amparo na Lei Estadual 5008/81. Embora embasado no Código de
Organização Judiciária do Estado, a práxis do Tribunal está equivocada e contraria
frontalmente a Constituição Federal, cujos dispositivos apontam para apenas duas formas
de movimentação dos magistrados na carreira: horizontalmente, por meio da remoção, e
verticalmente, através da promoção (Art. 93, II, VIII-A, da CF/88). A questão é tão
relevante que a EC 45/2004 estabeleceu, dentre os princípios que deverão ser observados
pelo Estatuto da Magistratura, as normas da promoção de juízes por merecimento, dando
ensejo à Resolução 6 do CNJ, que dispõe sobre a aferição do merecimento para promoção
de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º grau e estabelece, em seu art. 4º, que os
Tribunais deveriam editar atos administrativos disciplinando, entre outros, a valoração
objetiva de desempenho, produtividade e presteza dos Magistrados. A referida Resolução é
de setembro de 2005. Outras formas de movimentação, portanto, não devem ser mantidas
sob nenhum pretexto” (CNJ – PP 1392 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

Promoção. Critério de apuração da primeira quinta parte da lista de


antigüidade (art. 93, II, “b” da CF/88)

Procedimento de Controle Administrativo. Processo de Promoção


de Magistrados. Concursos de Promoção para dezoito vagas de Juiz Titular de vara do
Trabalho. Resolução 4/2005 do TRT da 2ª Região. Critério de apuração da primeira
quinta parte da lista de antiguidade dos Juízes do Trabalho substitutos. – “De acordo com
a alínea “b” do inciso II do art. 93 da CF/88, a promoção de magistrados pelo critério de
merecimento pressupõe dois anos na carreira e a vinculação do candidato à primeira quinta
parte da lista de antigüidade (salvo se não houver candidatos que atendam a esses
requisitos). Havendo, porém, mais de uma vaga a ser preenchida na mesma ocasião pelos
critérios de antigüidade e merecimento, o rol de magistrados legitimados a tais concursos
será definido para cada uma das votações, sendo equivocado sustentar o ‘congelamento’ da
primeira quinta parte da lista de antigüidade, independentemente do número de promoções
realizadas. Assim, encerrada a primeira votação, o magistrado promovido será obviamente
excluído do rol de habilitados, incluindo-se, para a votação seguinte, o magistrado que
ocupava o primeiro lugar na segunda quinta parte da lista de antigüidade e que, pela
promoção antes efetivada, acabou alçado, automaticamente, à primeira quinta parte da lista
de antigüidade. Observados esses parâmetros, não há ilegalidade a ser reparada.
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 233 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Promoção. Critérios

“Ademais, vale relembrar que este Conselho tem permitido que os


Tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabeleçam a forma mais
conveniente e oportuna de auferir tais critérios de promoção, evidentemente, desde que
observados os limites constitucionais estabelecidos pelo art. 93, II, da CF/88, bem como os

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


509

da Resolução 6/2005 deste CNJ” (CNJ – PCA 536 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Promoção. Critérios objetivos de avaliação do merecimento

Resolução de Tribunal que estabelece critérios objetivos de


avaliação do merecimento de magistrados para promoção. Desnecessidade de vinculação
de critérios a pontos, médias ou estatísticas. – “Adotados critérios objetivos claros e
pormenorizados para a análise da produtividade, não se pode compelir ao Tribunal vincular
pontos, estatísticas ou médias a tais critérios, sob pena de retirar a liberdade de convicção
do examinador” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Promoção. Direito de opção em caso de elevação de entrância

Processo de Controle do Ato Administrativo. Elevação de


Entrância, Promoção de Magistrado e previsão de opção. Previsão do art. 13 da Lei
Complementar Estadual Paulista 980/2005 e da Resolução 257/2005. Inexistência de
direito público subjetivo à opção pelo magistrado, podendo ser negada perante a presença
de interesse público. Existência De “Zona de Liberdade” no exercício do poder
discricionário do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, para analisar a presença do
interesse público. Motivação razoável do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São
Paulo para preservação do interesse público primário, ou seja, de todos os jurisdicionados.
Pedido de nulidade indeferido. (CNJ – PCA 201 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Promoção. Dispensa da exigência de tempo na entrância, com fundamento na


parte final do art. 93, II, “b” da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Atos de promoção e


permuta de Juiz de Direito. Legalidade. Designação de juiz cunhado do Corregedor-
Geral, para função de juiz auxiliar da Corregedoria. Dispensa da função. Perda do
objeto. – “Inexistência de vícios nos atos impugnados de promoção e de permuta de Juiz de
Direito. Afastamento da exigência de tempo na entrância, com fundamento na parte final
do art. 93, II, “b”, da CF/88” (CNJ – PCA 200710000017001 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Promoção. Distribuição de vagas por comarca mediante opção prévia

“Não há nenhuma irregularidade na decisão do Tribunal de Justiça


do Estado de Santa Catarina em distribuir vagas por comarca e determinar a opção prévia
de cada candidato” (CNJ – PP 1458 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j.
09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).
Vide também: STF – RE 14565 – Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

Promoção. Indeferimento da inscrição. Recurso. Intimação do julgamento

Requerimento de inscrição. Indeferimento. Julgamento da


Impugnação ou Recurso. Intimação ou publicação da pauta de julgamento. Necessidade. –
“É necessária a prévia publicação e intimação do candidato que teve sua inscrição à
promoção ou acesso indeferida, mormente porque não terá ciência da data em que a sessão

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


510

se realizará, tampouco se a impugnação ou o recurso constarão da pauta. A ausência de


publicação e intimação para a data da sessão de julgamento frustra o direito de o candidato,
por si ou seu representante legal, apresentar defesa oral, importando cerceamento do direito
de defesa. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se dá
provimento parcial” (CNJ – PCA 200810000002970 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Promoção. Indeferimento de inscrição por ter retido autos além do prazo legal

Promoção de Desembargador. Indeferimento de inscrição, por


retenção de autos além do prazo legal. Decisão que não se confunde com a recusa do Juiz
mais antigo em concurso de promoção por antigüidade, a exigir quorum especial. Questão,
ademais, já levada à esfera jurisdicional, a recomendar lá se aguarde o devido deslinde,
consumados os efeitos do ato questionado. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 164 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Promoção. Liminar para suspender toda a movimentação. Desnecessidade

Suspensão da movimentação da carreira dos magistrados de 1º


grau. Desnecessidade atual de suspensão geral. Redução da suspensão àquelas varas
ocupadas por juízes cujas promoções tenham sido anuladas. – “A manutenção da ordem
de suspensão geral das promoções e remoções de juízes de primeiro grau, em ambiente
onde a maior parte das irregularidades detectadas já tenham sido superadas, é medida
desnecessária, devendo, apenas para garantir a eficácia de eventual decisão anulatória,
cingir-se aos órgãos titularizados por juízes cujas promoções se mostrem irregulares” (CNJ
– PCA 200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Promoção. Lista de antigüidade

Procedimento de Controle Administrativao. Irregularidade de ato


fracionado de publicação de promoções de juízes. Recomposição de lista de antigüidade.
Pleito exclusivamente acolhido para este fim. Inexisatência, portanto, de omissão a suprir.
Pedido de esclarecimento rejeitado. (CNJ – PCA 129 – Rel. Cons. Claúdio Godoy – 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Promoção. Merecimento. Formação de lista tríplice havendo apenas um juíz


que integra a primeira quinta parte da lista de antiguidade. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Rondônia. Promoção de magistrado por merecimento. Formação de lista
tríplice, mesmo havendo apenas um juiz integrante da primeira quinta parte da lista de
antiguidade. Alegação de incorreção na aferição dos critérios. Art. 93, B, da Constituição
Federal. Resolução 13/2006 do TJ/RO. – “1) Pretensão de invalidação de promoção de
magistrado, por merecimento, sob o fundamento de errônea aferição dos critérios
estabelecidos no regulamento editado pelo Tribunal. 2) A exigência para promoção por
merecimento, de ser o juiz integrante da primeira quinta parte da lista de antiguidade (CF
art. 93, II, b), somente pode ser afastada quando não houver outro magistrado com tal
requisito que aceite o lugar vago. 3) Se havia um magistrado que atendia os dois requisitos
para a promoção (CF, art. 93, II, “b”), não poderia o Tribunal compor a lista tríplice com
outros dois situados fora do primeiro quinto de antiguidade, para a partir daí concorrem à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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avaliação do merecimento em situação de igualdade. Embora indevida a lista elaborada,


não há nulidade na promoção do único juiz que atendia os requisitos do art. 93, II, b, da
Constituição Federal. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 200910000014501 – Rel.
Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Promoção. Não aplicação do art. 93, II “b” da CF/88 (dois anos de exercício na
respectiva entrância) na promoção por merecimento

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. – “O Art. 93,


II, ‘b’, da Constituição Federal não se aplica à Justiça Federal, consoante precedentes do
STF. Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000028696 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Promoção. Quinta parte mais antiga

“Não podem ser considerados válidos votos atribuídos a


magistrado que, em processo de formação de lista tríplice para acesso, não integrava a
quinta parte mais antiga no momento da abertura da vaga ou da criação do cargo a ser
provido” (CNJ – PP 853 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª Sessão Extraordinária – j.
22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa não oficial).

Promoção compulsória

“É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes


consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento” (art. 2º, parágrafo único, Res.
CNJ 6, de 13.09.2005).

Promoção de magistrados. Definição da base de cálculo da primeira quinta


parte da lista de antiguidade

“A discussão neste ponto cinge-se, basicamente, na definição da


base de cálculo da primeira quinta parte da lista de antiguidade, estabelecida pelo parágrafo
único do art. 2º da Resolução do TJRN. Alega-se que a norma estaria restringindo o acesso
de magistrados à lista de antiguidade. Tenho que, no ponto, razão assiste à requerente. A
opção feita pelo Tribunal requerido, em que pese justificada sob o argumento de
conveniência administrativa – pequeno número de magistrados no Estado (fls. 50 e ss.) –
não encontra respaldo no entendimento atual da Corte Suprema. Em que pese inexistir
norma constitucional específica à definição da base de cálculo da primeira quinta parte dos
magistrados mais antigos – o art. 93, inciso II, alínea “b”, da Carta Magna não fez tal
distinção – o egrégio STF assim se questionou: ‘(...) se se calcula a quinta parte sobre o
total de cargos (...) e não, sobre (...) número dos então ocupados (...). A (...) proposição é
inaceitável: lista de antiguidade é um rol de titulares providos nos cargos de determinada
classe, a cujo número não faz sentido adicionar os cargos vagos. (MS 21.631/RJ – Rel.
Min. Sepúlveda Pertence – DJ de 08.04.2000 – p. 05)’. Registre-se, por oportuno, que o
referido entendimento foi endossado pelo Ministro Eros Grau, nos autos do MS
24.575/DF, o que permite concluir, de fato, haver restrição contrária ao espírito da
Constituição, nas palavras da Corte Suprema” (CNJ – PCA 524 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Promoção de vários magistrados. Alteração da ordem de Antigüidade.


Recomposição da lista

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Procedimento de controle administrativo. Ato de promoção de


vários Magistrados, fracionada a respectiva publicação em dias diversos. Alteração da
ordem de antigüidade. Deferimento do pedido para recomposição da lista, preservada a
situação de quem já promovido. (CNJ – PP 129 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 11ª
Sessão – j. 19.12.2005 – DJU 23.01.2006).

Promoção e remoção. Aferição da qualidade das sentenças proferidas

Qualidade das sentenças. Parâmetros definidos. Validade. – “A


existência de fundamentação, a clareza, a concisão, a objetividade, a organização e o uso
correto do vernáculo são elementos objetivamente aferíveis nas sentenças prolatadas.
Embora tais dados não sejam aferíveis com a mesma metodologia de precisão das
estatísticas reveladoras da produtividade e celeridade na prestação jurisdicional, não
autorizam juízo arbitrário ou discricionário, até porque a apreciação do merecimento deve
ser efetuada por voto individual, aberto e fundamentado, sujeitos os abusos porventura
cometidos ao controle corretivo deste Conselho, se necessário” (CNJ – PCA 477 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Promoção e remoção. Critérios

Consulta. Resolução 6/2005 do CNJ. Promoção de juízes por


merecimento. As promoções por merecimento devem ser realizadas em sessão pública, em
votação aberta, nominal e fundamentada. Não é possível a divulgação dos votos apenas
após a apuração. Consulta respondida negativamente. (CNJ – PP 200710000004742 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de Tribunal. Autonomia. – “Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II da CF/88, e na
Resolução CNJ 6/2005” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de tribunal. – “I – Autonomia. Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II, da CF/88, e na
resolução CNJ 6/2005. II – Qualidade das sentenças. Parâmetros definidos. Validade. A
existência de fundamentação, a clareza, a concisão, a objetividade, a organização e o uso
correto do vernáculo são elementos objetivamente aferíveis nas sentenças prolatadas.
Embora tais dados não sejam aferíveis com a mesma metodologia de precisão das
estatísticas reveladoras da produtividade e celeridade na prestação jurisdicional, não
autorizam juízo arbitrário ou discricionário, até porque a apreciação do merecimento deve
ser efetuada por voto individual, aberto e fundamentado, sujeitos os abusos porventura
cometidos ao controle corretivo deste Conselho, se necessário. III – Produtividade.
Pontuação suplementar pelo exercício de funções de auxílio na Corregedoria ou na
Presidência, de diretoria de fórum ou em juizado especial. Invalidade. A atribuição de
pontuação extra para o exercício de funções na Corregedoria, Presidência do Tribunal,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


513

Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza evidente violação ao princípio da


isonomia. Precedente (PCA 68). IV – Pedido de anulação de decisão administrativa.
Remoção posterior para outro órgão. Fato superveniente. Perda do interesse de agir. Resta
prejudicado o pedido de revisão de ato administrativo que preteriu juiz posteriormente
removido, a pedido (CPC, art. 462). Procedimento de Controle Administrativo julgado
procedente em parte” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Promoção e remoção. Publicidade das sessões e motivação das decisões

Carreira da Magistratura. Acesso a Tribunal de Justiça Estadual.


Deliberação administrativa tomada em sessão pública, com votação aberta, nominal e
motivada. Imputação de vícios de ordem formal e material não verificados. Procedimento
de Controle Administrativo Improcedente. (CNJ – PCA 249 – Rel. Cons. Douglas
Rodrigues – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Atos Administrativos


editados por Tribunal de Justiça. Concurso de remoção de magistrados. Publicidade da
sessão e motivação das decisões (art. 93, X, da CF). – “A teor do art. 93, inciso X, da
Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 45/2004, as
decisões administrativas proferidas pelos tribunais devem ser tomadas em sessão pública,
com a indicação da correspondente motivação. Não observados esses parâmetros nas
movimentações horizontais de magistrados – remoções voluntárias realizadas no âmbito do
Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina – impõe-se a revogação dos correspondentes
atos administrativos editados, os quais devem ser repetidos em conformidade com o
ordenamento jurídico vigente. Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ
– PCA 35 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

Procedimento de Controle Administrativo. Nulidade de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Remoção por merecimento.
Voto fechado e não fundamentado. Violação do Art. 93, incisos II, VIII e X, da
Constituição Federal. Prevalência dos princípios da segurança jurídica, do interesse social
e da boa-fé. Preservado o ato administrativo gerado na divergência de interpretação do
texto constitucional. (CNJ – PCA 17 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 10ª Sessão – j.
06.12.2005 – DJU 15.12.2005 – Ementa não oficial).

Promoção irregular de servidor ou magistrado. Ato ocorrido há mais de cinco


anos. Inadmissibilidade de controle administrativo. Decadência do direito

Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Promoção na entrância inicial. Inexistência de concorrentes para integrar a


primeira quinta parte da lista. Inocorrência de nulidade

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Promoção. Juízes de entrância inicial. Não existência de concorrentes que integrem a
primeira quinta parte da lista. Alegação de necessidade de nova apuração. Requerimento de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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anulação da promoção. Arquivado. Recurso Administrativo. Indeferimento. (CNJ – PCA


200710000019836 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Promoção pelo critério de merecimento quando deveria ocorrer por remoção.


Manutenção do ato, ainda que impregnado de vício. Prevalecimento dos
princípios da legalidade, da segurança jurídica e do fato consumado

Procedimento de Controle Administrativo. Conversão de vara,


com alteração de competência e de localização. Oferta da vaga pelo critério de
merecimento. Oposição, sob alegação de que a oferta deveria ocorrer por remoção. Fato
já consumado, com advento de promoções e remoções posteriores. Retorno ao estado
anterior que causará reflexos nas movimentações futuras, causando problemas à
administração da justiça e aos magistrados posteriormente promovidos. Fato consumado.
– “Qualquer ato administrativo, ainda que impregnado de vício e considerado nulo, pode
ser excepcionalmente mantido ou preservado, quando se coloquem em confronto, no
âmbito administrativo, os princípios da legalidade, da segurança jurídica e do fato
consumado e perpetuado no tempo, considerando que estes nem sempre se postam em
harmonia e conjunção” (CNJ – PCA 200710000012945 – Rel. Cons. Designado Rui Stoco
– 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Promoção por antigüidade. Admissibilidade de recusa motivada pelo voto de


dois terços da corte

Procedimento de Controle do Ato Administrativo. Tribunal de


Justiça da Bahia. Promoção por antigüidade. Recusa do Tribunal. Possibilidade. Pedido
julgado improcedente – “O inciso II, ‘d’, do art. 93 da Constituição Federal permite
expressamente a recusa de juiz mais antigo à promoção pelo voto de dois terços dos
membros da respectiva corte, conforme procedimento próprio. Tal decisão de recusa
deverá ser motivada diante do que estabelece o inciso X do mesmo dispositivo
constitucional” (CNJ – PCA 32 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 3ª Sessão Extraordinária –
j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Promoção por antiguidade. Critério de desempate

Conselho da Justiça Federal. Juiz Federal. Promoção por


antiguidade. Critério de desempate. Resolução. Restauração da redação anterior. – “1) O
critério de desempate na apuração da antigüidade de Juízes Federais cuja posse e exercício
ocorram na mesma data é matéria concernente à economia interna dos Tribunais, no
exercício da autonomia que lhes reserva o art. 96, inciso I, da Constituição Federal. Trata-
se de um juízo de conveniência na prática do ato administrativo, tipicamente afeto ao
Tribunal. De forma concorrente, o Conselho da Justiça Federal pode também regulamentar
o tema, como órgão incumbido de exercer a supervisão administrativa e orçamentária da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus. 2) Adotada pelo Conselho da Justiça Federal,
como critério de desempate, a ordem de classificação no concurso de ingresso na
magistratura, não há razão para o Conselho Nacional de Justiça dispor de forma diversa,
em princípio. 3) Conquanto o CNJ também possa regulamentar a matéria (Constituição
Federal, art. 103-B, § 4º, inciso I), não convém que o faça em virtude de ser diminuto ou
quase inexpressivo o número de postulações dessa natureza e, sobretudo, porque não há
interesse público, de momento, em regulamentar a matéria para todos os Tribunais, fixando
regras para a promoção de magistrado, por antigüidade. 4) Pedido de revisão de Resolução

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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do CJF julgado improcedente” (CNJ – PP 200810000007516 – Rel. Cons. João Oreste


Dalazen – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Promoção por antiguidade. Interstício. Afastamento

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Mato Grosso do Sul. Concurso de promoção por antiguidade precedido de
reclassificação. Requisito. Interstício. Afastamento. Possibilidade. Parágrafo único do
Art. 211 do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado. – “O requisito do
interstício poderá ser dispensado em duas situações: quando a remoção for requerida por
permuta e quando a promoção for precedida de remoção, mas não existir candidato inscrito
para a promoção. Na presente hipótese, o concurso de promoção foi precedido de
reclassificação, e existiu a inscrição de outros magistrados, o que impede a dispensa do
interstício, conforme permitido pelo parágrafo único do art. 211, da Lei 1.511/94.
Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA
200810000032420 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Promoção por merecimento

“As promoções por merecimento de magistrados serão realizadas


em sessão pública, em votação nominal, aberta e fundamentada” (art. 1º da Res. CNJ 6, de
13.09.2005).

Promoção por merecimento. Acesso ao 2º grau na Justiça Federal

Consulta. Fato em tese. Competência e cabimento. Inteligência dos


incisos XXIV e XXVI do art. 19 do RICNJ. Promoção por merecimento. Acesso ao 2° grau
na Justiça Federal. Descabimento do prazo previsto no art. 2° da Res. 6/2005 do CNJ.
Prazo de cinco anos. Imposição do inciso II do art. 107 da CF. Mantença das demais
regras da Res. 6/2005 do CNJ para a aferição do merecimento. – “A Justiça Federal
possui regra própria para o acesso de juízes federais aos Tribunais Regionais Federais (art.
107, II, da CF)” (CNJ – PP 94– Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão – j. 07.03.2006 –
DJU 20.03.2006 – Ementa não oficial).

Promoção por merecimento. Alegação de condução maliciosa da sessão

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção por


merecimento. Alegação de condução maliciosa de Sessão de julgamento instaurada para a
formação de lista tríplice. Ausência de prova. Nomeação por ato do Presidente do
Tribunal. Inteligência do artigo 15 da RES/TJPI 01/06. – “I) Ausência de prova da alegada
condução ‘maliciosa’ da eleição consubstanciada na sessão de julgamento na qual fora
deliberada a formação de lista tríplice. II) As razões ensejadoras da pontuação
insatisfatória ao longo da avaliação funcional perpetrada pelo Tribunal requerido foram
apresentadas em sessão pública e constam da respectiva ata de julgamento. III) Ainda que
assim não fosse, no caso das promoções pelo critério do merecimento, ao contrário da
nomeação por antiguidade, o mero silêncio acerca dos candidatos preteridos não macula o
postulado constitucional da motivação e publicidade das decisões administrativas dos
Tribunais (art. 93, X, CF). IV) O dever de motivação impõe-se em relação aos candidatos
votados e incluídos na lista tríplice. No caso, encontra-se também observado quanto aos
demais candidatos por terem os Desembargadores, em voto nominal, aberto e

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fundamentado, indicados a pontuação alusiva a cada quesito previamente estipulado. V)


Insubsistente a alegação de nulidade da decisão do Presidente do Tribunal de Justiça para
efeito de nomeação do magistrado promovido, por ter recaído sobre o candidato mais
votado, em consonância com orientação pacificada pela jurisprudência pátria. VI) A
expressão ‘para decisão do candidato a ser promovido ou nomeado’ consagrada pelo artigo
15 da Resolução/TJPI deve ser entendida como o ato administrativo complexo de
consubstanciação da escolha por meio da nomeação, a recair sobre o candidato prestigiado
com o maior número de votos, na sessão plenária. VII) A nomeação, in casu, ancorou-se
em prévia atuação do Pleno, ostentando natureza vinculada, sem qualquer margem para a
discricionariedade por materializar a perfectibilização do ato administrativo complexo.
VIII) Procedimento de Controle Administrativo não-provido” (CNJ – PCA
200710000017300 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 64ª Sessão – j.
10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Promoção por merecimento. Anulação. Efeitos

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Magistrados. Promoção por merecimento. TJPI. Pedido de
esclarecimentos. Procedimento de controle administrativo. Tribunal de Justiça do Estado
do Piauí. Anulação de promoção de magistrado por merecimento. Pedido parcialmente
acolhido. Ato administrativo do Tribunal anulado. Efeitos apenas “ex nunc”, para
justamente preservar não só as decisões judiciais tomadas pelo juiz irregularmente
promovido, bem como os benefícios financeiros por ele percebidos de boa-fé. Pedido
acolhido nos limites do decidido no acórdão. (CNJ – PCA 139 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006).

Promoção por merecimento. Aplicabilidade da Resolução n° 6/CNJ

Pedido de Providências. Promoção de magistrado por


merecimento. Resolução 6/CNJ. Aplicabilidade da Resolução ao acesso aos tribunais.
Alegação de suposta intenção do legislador em alterar os critérios aplicáveis à promoção
dos juízes. Critério de antiguidade como fator de desempate nas promoções. – “Não há
intenção do legislador em alterar os critérios para promoção de magistrados. Alegação não
amparada por nenhum método interpretativo. Pedido improcedente” (CNJ – PP 96 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não
oficial).

Promoção por merecimento. Ato administrativo. Impossibilidade de


interferência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional do


Trabalho da 4ª Região. Promoção por Merecimento. Prevalência do Ato. – “I) O tópico da
promoção pelo critério do merecimento encerra importância singular para o Poder
Judiciário por abranger a relevante questão da qualidade e eficiência na atuação dos órgãos
judiciários. II) No intuito de afastar a prática das votações secretas adotadas pelos
Tribunais, contrárias ao princípio da transparência que permeia a administração pública, o
legislador constituinte estabeleceu que as sessões devem ser públicas e as votações
fundamentadas (CF, art. 93, incisos IX e X). No entanto, ainda que se pretenda
objetividade aos critérios previamente alinhados, é cediço que todos os resultados estarão,
sempre, impregnados de algum grau de subjetividade. III) Ademais, cumpre consignar que
não cabe ao CNJ, em substituição aos tribunais, dizer que este ou aquele magistrado detém

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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mais merecimento que outro. No que nos cabe analisar, inexistindo qualquer desvio de
finalidade, abuso de poder ou afronta direta aos princípios constitucionais que balizam a
atuação do Poder Público, é de se considerar legítimo o ato administrativo.” (CNJ – PCA
240 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU
20.04.2007 – Ementa não oficial).

Promoção por merecimento. Ausência do direito subjetivo à inserção em lista.


Nulidade inexistente

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento”
(CNJ – PCA 112 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j.
08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento.
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 114 – Rel.
Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

Promoção por merecimento. Critério diferenciador

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção de


magistrado pelo critério de merecimento. Aplicação de critério diferenciador previsto na
Res. CNJ 6, de 13.09.2006. Legalidade do ato. (CNJ – PCA 339 – Rel. Cons. Ruth Lies
Scholte Carvalho – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa
não oficial).

Vide: Art. 4º da Res. CNJ 6, de 13.09.2005.

Promoção por merecimento. Critérios

Pedido de providências em procedimento de controle


administrativo. Promoções por merecimento. Critérios objetivos. Fundamentação.
Alcance. Controle administrativo dos atos pelo Conselho Nacional de Justiça.
Possibilidade (ADIn 3367). – “Na ADIn 3367 (STF, Pleno, Rel. César Peluso), fixou o

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Supremo Tribunal Federal a idéia de que o Conselho Nacional de Justiça não é,


funcionalmente, órgão da União, mas do Poder Judiciário nacional, legitimado, por isso, a
exercer o controle de legalidade, eficiência, publicidade, impessoalidade, e moralidade dos
atos administrativos dos tribunais sejam estes federais ou estaduais. Não ocorrência de
transgressão ao princípio do autogoverno dos tribunais porque integra o Conselho Nacional
de Justiça a pirâmide de órgãos do Poder Judiciário nacional. Zelar pela observância dos
critérios objetivos na prática das promoções por merecimento é, portanto, tarefa imposta
constitucionalmente ao Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, § 4º, II), não havendo
invasão ou usurpação de competências dos órgãos locais do Poder Judiciário estadual”
(CNJ – PP-PCA 200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª
sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios de Promoção


por Merecimento. Res. 04/2006 do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Atividades
administrativas e especiais. Alegação de violação da Constituição da República e Res.
06/2005 deste Conselho Nacional de Justiça. Pedido parcialmente procedente, com
ressalva do entendimento pessoal do relator. (CNJ – PCA 359 – Rel. Cons. Vantuil Abdala
– 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção de


magistrado ao 2º grau/TJPE. Editais de acesso 01/2007, 03/2007, 05/2007. Merecimento.
Critérios objetivos e motivação. Resolução/CNJ 06/2005 e Resolução/TJPE 202/2007.
Insubsistência da alegação de nulidade. – “I) Com o advento da Emenda Constitucional
45, buscou-se reverter a situação corrente de promoções fundadas em relações de amizade,
compadrio, familiares ou políticas, em detrimento da aptidão, da seriedade e da
produtividade do Magistrado. II) Com efeito, nos termos do art. 93, II, ‘c’, devem os
Tribunais abandonar, em definitivo, o subjetivismo antes reinante, passando a utilizar
critérios objetivos na aferição do merecimento para promoção de juízes às vagas da
segunda instância jurisdicional. III) Entretanto, a avaliação de desempenho no exercício da
magistratura, assim como, de produtividade e presteza, não se restringe à representação
numérica de sentenças, decisões e audiências realizadas, que podem ser fortes indicadores
do grau de excelência do trabalho do juiz, porém não constituem o único parâmetro a se
considerar para reconhecer-lhe mérito. O exercício de atividade administrativa não pode,
igualmente, ser desconsiderado, dada a exigência cada vez maior de aptidão do magistrado
para a gestão de questões de natureza administrativa. IV) Ao proceder à análise da
legalidade do ato de promoção pelo critério de merecimento, não pode o CNJ substituir-se
ao tribunal na referida escolha, mas, tão-somente, aferir se a promoção observou critérios
legítimos de escolha. V) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000004734 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução 10/2008 que


alterou a Resolução 04/2006. Altera o critério de escolha para o cargo de desembargador
para a vaga de merecimento. Pretensão de anular a Resolução 10/2008 e aplicar a antiga
Resolução 04/2006, que estabelecia critérios objetivos, a teor da Resolução 06/2005 do
CNJ. A escolha do novo desembargador não pode recair em critérios exclusivamente
objetivos, deve haver a possibilidade de escolha de outro candidato que não tenha tido
maior pontuação desde que justificada objetivamente. Procedência parcial do pedido.
Liminar concedida em parte. – “A Resolução 10/2008 alterou o artigo 28 da Resolução
04/2006, que estabelecia critérios objetivos para a escolha de magistrados para a vaga de
desembargador, conforme a Resolução 06/2005 do CNJ. A revogação do referido artigo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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por meio da Resolução 10/2008, resultou em alteração para um critério exclusivamente


subjetivo contrariando a recomendação contida na Resolução 06/2005 do CNJ. A escolha
do novo desembargador não pode ser por meio de critérios exclusivamente objetivos
devendo haver a possibilidade de escolha do candidato que não tenha tido maior pontuação
com justificativas relevantes e objetivas. Pedido liminar concedido em parte” (CNJ – PCA
200810000007176 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008).

Promoção por merecimento. Critérios de aferição da produtividade

Magistrado. Promoção e acesso por merecimento. Critérios. – “I)


Não é recomendável que os eventos que servirão de base à aferição da produtividade,
como sentenças proferidas no processo de conhecimento e no processo de execução,
embargos de declaração, embargos de terceiro, audiências realizadas, audiências adiadas,
acordos homologados, recebam o mesmo peso no que se refere às notas atribuídas na
avaliação, pois não há razão lógica para que eventos de complexidades distintas recebam a
mesma pontuação. II) Dispositivo que, embora contenha previsão de notas mínima e
máximas para o exame dos critérios de avaliação do merecimento, não estabeleça
patamares delineadores de escalonamento, dá margem à subjetividade, porque possibilita
que os pontos sejam atribuídos de acordo com a convicção pessoal do examinador” (CNJ –
PCA 200810000002970 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Promoção por merecimento. Critérios que não devem se pautar


essencialmente por critérios objetivos.

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça da


Bahia. Pretensão de rever decisão no processo de escolha para acesso ao Tribunal
Estadual. Eleição de magistrado que não estava em primeiro lugar pelos critérios da
comissão de avaliação e desempenho funcional dos magistrados. Improcedência. – “A
promoção por merecimento dos magistrados, muito embora deva se pautar essencialmente
por critérios objetivos, nos moldes da alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal,
não deve se vincular a critérios matemáticos insuperáveis, sobretudo quando estes critérios
são insuficientes e já foram revogados, pois o processo de escolha pressupõe a opção que
possui estreita relação com conceitos subjetivos. A comissão constituída para análise e
pontuação dos Magistrados não pode substituir o órgão pleno do Tribunal no processo de
escolha. Recomendação ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia para, mesmo com a
dissolução da Comissão de Avaliação e Desempenho funcional dos magistrados, observe
fielmente os critérios definidos na alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal, bem
como as diretrizes já fixadas por este Conselho quando do julgamento do PCA
200710000011734, ao realizar promoções de Juízes” (CNJ – PCA 200810000023765 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Promoção por merecimento. Eleição por voto aberto

Pedido de Providências. Descumprimento da Resolução CNJ


06/2005. Promoção de Magistrado. Critério de Merecimento. Eleição por voto secreto.
Perda superveniente de objeto. – “Havendo o Tribunal de Justiça do Piauí desfeito o ato
impugnado e realizado nova eleição para preenchimento da vaga de desembargador,
através de voto aberto, restou sem objeto o presente procedimento, motivo pelo qual voto
no sentido de determinar o seu arquivamento. Pedido arquivado”. (CNJ – PP 99 – Rel.

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Cons. Eduardo Lorenzoni – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não
oficial).

Promoção por merecimento. Estabelecimento de regras

Pedido de Providências. Promoção merecimento. TRT-3ª R/MG.


Recomendação. Ministério Público Federal. Ausência de atendimento. Resolução CNJ
06/2005. Fato superveniente. Improcedência. Ausência de fixação de regras objetivas
consoante Resolução CNJ 06/2005 impede elaboração de lista de promoção de
magistrados por merecimento. – “Expedidas, durante a tramitação do processo no CNJ,
pelo Tribunal questionado, no caso TRT da 3ª Região, com sede em Belo Horizonte, MG,
as regras que regulamentam a promoção em tela, mediante apuração de critérios objetivos,
restam atendidas as normas constitucionais pertinentes e o disposto na Resolução CNJ
06/2005. Recomendação do Ministério Público Federal que perde o objeto. Pedido de
Providências julgado improcedente em face de fato superveniente (item II supra)” (CNJ –
PP 339 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU
01.09.2006).

Promoção por merecimento. Figuração na quinta parte da lista de antiguidade

Pedido de providências. Consulta. Promoção por merecimento.


Inexistência de candidatos que preencham os requisitos do art. 93, inciso II, “b”, da CF/
88. – “Reposta à consulta no sentido de que, no caso de existirem candidatos que possuam
dois anos de exercício na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da
lista de antiguidade, deve-se apurar novamente a primeira quinta parte dos mais antigos,
incluídos todos os magistrados remanescentes. Precedente do STF: MS 24575-1, DF”
(CNJ – PP 8000 e PP 10730 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

“Quanto à consulta proposta, seguindo os marcos jurisprudenciais


traçados, tem-se que, no caso de existirem candidatos que possuam dois anos de exercício
na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da lista de antiguidade,
deve-se atentar para o princípio que alicerça a disposição do art. 93, inciso II, ‘b’ da
Constituição da República de 1988, apurando-se novamente a primeira quinta parte dos
mais antigos, incluídos todos os magistrados remanescentes” (CNJ – PP 8000 e PP 10730
– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não
oficial).

Promoção por merecimento. Litígio judicial entre o juiz de primeiro grau


concorrente ao cargo e Desembargador do Tribunal. Ausência de
impedimento deste para participar da deliberação da Corte

Consulta. Impedimento. Promoção por merecimento. Formação de


lista tríplice. Desembargador de Tribunal. Litígio Judicial. Magistrado concorrente. – “1)
O Desembargador de Tribunal, se demandado judicialmente por magistrado de primeiro
grau de jurisdição, e unicamente por isso, não está impedido de participar da deliberação
da Corte sobre a formação de lista tríplice para promoção, por merecimento, em que
concorra o demandante. 2) A escolha do Juiz que comporá o Tribunal, mediante promoção,
por merecimento, desenvolve-se mediante procedimento administrativo (art. 6º da Res.
6/2005, do CNJ), em que não há contraditório, razão pela qual não incide, na espécie, a
norma prevista no art. 18, inc. III, da Lei Federal 9.784/1999, concernente à hipótese de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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processo administrativo. 3) Entendimento em contrário poderia conduzir ao rematado


absurdo de ensejar ao Juiz que disputa promoção, por merecimento, eleger, em tese, ao
sabor de suas conveniências, os membros do Tribunal que participariam da votação da
lista, bastando, para tanto, que movesse ação judicial em desfavor daqueles cujo voto não
consulta aos seus interesses” (CNJ – PP 20081000020235 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Promoção por merecimento. Referências pessoais ocasionais que não


comprometem a deliberação tomada com base em dados objetivos de
produtividade e presteza

Pedido de Providências. Concursos de promoção por merecimento.


Votação aberta e fundamentada. Justificativa baseada em dados objetivos de produtividade
e presteza dos Magistrados. Referências pessoais ocasionais que não prejudicam a
deliberação. Pedido indeferido. (CNJ – PP 226 e PP 223 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 24ª
Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Promoção por merecimento. Requisitos

“A promoção por merecimento e o acesso aos Tribunais de 2º grau


pressupõem dois anos de exercício na respectiva entrância ou no cargo e integrar o juiz a
primeira quinta parte da lista de antiguidade, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago” (art. 2º da Res. CNJ 6, de 13.09.2005).

Promoção por merecimento. Tabelamento, pontuação ou matematização

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção por


merecimento. Critérios. “Tabelamento”. “Matematização”. Instrução do levantamento de
dados por comissão. Publicidade prévia dos dados. Deferimento parcial. “I) Tanto a
criação de tabelamento dos critérios objetivos por meio de “pontuação”, como a criação de
Comissão específica para apuração dos dados referentes à pontuação, em lugar do papel
exercido pelo órgão Correcional da Corte, dizem respeito à autonomia e ao autogoverno
dos Tribunais de origem, núcleo que merece o zelo do CNJ nos termos do art. 103-B, §4º,
inc. I, da CF/88. Precedentes (PCAs 137, 240, 477, 611 e 9800; PP 6696). II) É irrazoável
exigir-se a obrigatoriedade de promoção, baseada, apenas e tão-somente, em unidades de
valor, caracterizando-se verdadeira “matematização” de critérios, sem considerar
igualmente dados além de números. Precedentes (PCAs 524, 536, 4734 e 14980). III)
Procedimento de Controle Administrativo a que se dá parcial provimento para determinar
prévia publicação e/ou disponibilização dos dados que irão embasar as promoções” (CNJ –
PP 200810000023509 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Promoção “por salto” da entrância inicial para a final

Consulta. Juiz de direito. Promoção ‘por salto’ da entrância


inicial para a entrância final. Não habilitação de juiz de entrância intermediária.
Hipótese. – “I) O Conselho Nacional de Justiça não é um órgão consultivo preventivo de
ilegalidade, mormente sobre situações hipotéticas de dúvida de magistrado ou servidor
acerca da exegese de norma legal ou constitucional de cunho administrativo. À luz do art.
103-B, § 4º, da Constituição Federal, o CNJ é essencialmente um órgão de planejamento
estratégico e de controle de legalidade ‘a posteriori’ de atos administrativos emanados do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


522

Poder Judiciário. A atuação do CNJ como órgão consultivo somente é concebível, em


caráter excepcional, mediante proposição justificada de Tribunal, em face de caso concreto
e desde que este seja matéria de relevância, em virtude de ostentar projeção coletiva no
âmbito do Poder Judiciário. II) Ressalvada a apreciação de ofício, não se conhece de
consulta sobre situação declaradamente hipotética, emanada de desembargador Presidente
de Tribunal de Justiça” (CNJ – PP 200810000009525 – Rel. Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Promoção, remoção e permuta. Publicidade

Concurso de promoção, remoção e permuta. Necessidade de


ampla publicidade de dados informativos sobre os magistrados inscritos. – “Os dados
correspondentes aos magistrados inscritos ao concurso de promoção, remoção ou permuta,
fornecidos pelo Corregedor-Geral de Justiça ao Pleno ou Órgão Especial, devem ser prévia
e amplamente divulgados, de modo a garantir aos interessados impugnações contra
eventuais omissões, se necessário” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Promoção simultânea de vários juízes. Publicação numa mesma data

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Goiás. Promoção de magistrados. Publicação fracionada dos atos de promoção.
Reformulação da lista de antigüidade da entrância inicial considerando um só o ato de
publicação. Procedência parcial do pedido. “I) Se todos os mais de vinte juízes substitutos
foram promovidos a entrância inicial numa mesma data, a publicação dos atos respectivos
também assim deveria suceder, o que implicaria a admissão de mesma antigüidade para
todos na entrância para a qual promovidos. Portanto, não importando a ordem do exame
dos pedidos de promoção. Releva, reitere-se, a data da promoção, de sua publicação.
Dando-se na mesma data, idêntica a antigüidade dos magistrados na entrância” (CNJ –
PCA 129 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007 –
Ementa não oficial).

Proventos de aposentadoria que excedem o teto. Direito de calcular os


proventos na forma da legislação vigente ao tempo da aposentadoria

Pedido de Providências. Consulta. Subsistência das vantagens


previstas nas leis 1.711/52 e 8.112/90 para magistrados de 2º e 3º graus. Direito ao
cálculo de provento de aposentadoria com remuneração da classe imediatamente superior
ou direito a acréscimo da diferença entre a classe imediatamente anterior para
magistrados ocupantes de cargo de última classe na carreira. Situação parcialmente
decidida pelo CNJ. Consulta respondida afirmativamente. – “Reconhece-se o direito dos
magistrados a calcular os proventos na forma da legislação vigente ao tempo em que se
aposentaram, com manutenção da remuneração até que seja absorvida pelo teto” (CNJ –
PP 1471 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Proventos e pensão previdenciária. Valores já registrados no Tribunal de


Contas e irretiráveis e imunes ao teto estabelecido

“Alerto, outrossim, que, no caso de proventos e pensões, há um


aspecto peculiar, os valores e verbas já estão registrados pelo Tribunal de Contas, pelo que
também por esse viés seria vedado ao Conselho Nacional de Justiça, órgão administrativo,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


523

alterar o disposto e aprovado pelo Tribunal de Contas, sob pena de se criar um conflito
interno na Administração Pública, ainda que entre nível Federal e Estadual, obviamente
observado o disposto no item 7 a seguir” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

Qualidade das sentenças aferível por elementos objetivos. Fundamentação na


apreciação do merecimento

Qualidade das sentenças. Parâmetros definidos. Validade. – “A


existência de fundamentação, a clareza, a concisão, a objetividade, a organização e o uso
correto do vernáculo são elementos objetivamente aferíveis nas sentenças prolatadas.
Embora tais dados não sejam aferíveis com a mesma metodologia de precisão das
estatísticas reveladoras da produtividade e celeridade na prestação jurisdicional, não
autorizam juízo arbitrário ou discricionário, até porque a apreciação do merecimento deve
ser efetuada por voto individual, aberto e fundamentado, sujeitos os abusos porventura
cometidos ao controle corretivo deste Conselho, se necessário” (CNJ – PCA 477 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Qüinqüênio. Contagem do tempo de exercício em tribunal de outro Estado.


Aplicação da legislação do Estado em que atua o Magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito.


Qüinqüênio. Tempo de serviço oriundo da magistratura mineira. Período aquisitivo
completado na magistratura goiana. Correta decisão do Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás que aplicou a legislação estadual própria. (CNJ – PCA 76 – Rel. Cons. Oscar
Argollo – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não oficial).

Qüinqüênios. Limite da LOMAN ultrapassado. Pagamento a título de


vantagem pessoal até sua extinção

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio, ressalvando


meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu estar seu valor
englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à situação da
magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7 (sete)
qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em virtude da
fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três Poderes da União
ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve redução nominal do
valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios para a União e que está
matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve redução do
valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a título de diferença pessoal
mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão haveria conflito interno de
normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea, irredutibilidade de vencimento e a outra
fruto de emenda fixando teto e sua repercussão, ainda, assim, em face dos precedentes
deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão anterior, determino sua exclusão das
rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Quinto Constitucional dos tribunais. Lista tríplice

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


524

“Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientação


emanada deste Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista
tríplice a que se refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal, seja formada
em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (Recomendação
CNJ 13, de 06.11.2007).

Quinto sucessivo. Remoção. Observância geral pelos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado da Paraíba. Atos de remoção de magistrados. Quintos sucessivos. Observância
geral pelos tribunais desde 25 de outubro de 2007. – “1) A interpretação fixada pelo
Conselho Nacional de Justiça quanto à apuração dos “quintos sucessivos” é de observância
geral pelos Tribunais desde 25 de outubro de 2007, data em que publicada no Diário de
Justiça a decisão proferida nos Pedidos de Providências 20071000000800-0 e
200710000001073-0. 2) O prazo de dois anos de exercício na respectiva entrância para a
promoção por merecimento ou remoção somente pode ser afastado quando não houver
outro candidato com tal requisito que aceite o lugar vago (CNJ - PCA 601). 3) ‘Os
relatórios de avaliação norteadores do colegiado na apreciação dos pedidos de promoção
por merecimento devem ser previamente divulgados para garantir aos interessados e à
comunidade em geral o conhecimento da situação de cada candidato e para propiciar
eventuais impugnações’ (CNJ – PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA
14980). Procedência do pedido para invalidação do ato de remoção. (CNJ – PCA
200810000021641 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Quintos/décimos. Obtenção antes do ingresso na Magistratura. Incorporação

Quintos/Décimos. Verba percebida por servidores públicos antes


do ingresso na carreira da magistratura. Incorporação indevida. – “Nos termos da Res.
13, de 21.03.2006, deste Conselho Nacional de Justiça, a verba denominada
“quintos/décimos”, percebida por servidores públicos antes do ingresso na carreira da
magistratura, está compreendida no subsídio dos magistrados, sendo indevida a sua
incorporação. Consulta de que se conhece e a que se responde negativamente” (CNJ – PP
7494 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Reavaliação periódica de magistrados aposentados

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª


Região. Regulamentação da reavaliação periódica de magistrados aposentados por
invalidez. Existência de previsão legal. Desnecessária a regulamentação. – “Há
normativos suficientes na legislação brasileiras a dar suporte ao tratamento da exigência de
reavaliação periódica de magistrados aposentados por invalidez, quais sejam os artigos 93,
VI e 40, parágrafo 12 da Constituição Federal combinados com os artigos 42 e 47 da Lei
8.213/91 e parágrafo único do artigo 46 do Decreto 3.048/99, sendo, portanto,
desnecessária a regulamentação da matéria pelo CNJ. Permanece a possibilidade de
regulamentação, pelos Tribunais, dos procedimentos a ela referentes” (CNJ – PP
200810000017066 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU
13.10.2008).

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525

Reclamação Disciplinar. Decisão judicial desfavorável que não implica em


responsabilidade disciplinar do magistrado

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário. Petição inicial despida de elementos mínimos para apreciação do alegado.
Decisão desfavorável em ação judicial. Questão Judicial. – “I) Pleito confuso e despido de
elementos mínimos para apreciação do alegado, eis que não indicada objetivamente a
suposta conduta ilícita imputada aos reclamados. II) A reclamação disciplinar não é meio
idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável à
reclamante em ação judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do
magistrado, ante o princípio da independência jurisdicional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 354 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Reclamação Disciplinar. Modo ou forma de decidir do magistrado que não


importa em falta disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar Alegação de


falta de urbanidade e ausência de serenidade do magistrado ao decidir. Improcedência. –
“I) Os termos utilizados pelo magistrado não importaram na prática de falta disciplinar, eis
que, no contexto, não são excessivos ou desrespeitosos. II) Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 481 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Reclamação disciplinar contra magistrado. Alegação de falta de urbanidade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Alegação de


falta de urbanidade. Ausência de elementos indiciários. Improcedência. – “I) Mera
altercação entre juiz e advogado decorrente de divergência sobre procedimento judicial não
implica falta de urbanidade, à míngua de outro elemento indiciário suficiente ao alegado
pelo reclamante-recorrente. II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 117 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Reclamação disciplinar proposta para punir magistrado sob alegação de


existência de decisões judiciais conflitantes

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Arquivamento


sumário mantido. – “Não há vício na motivação na decisão que fundamentadamente
soluciona a controvérsia. A simples existência de decisões contrárias à parte reclamante
não constitui infração disciplinar. Subsistentes os fundamentos da decisão recorrida, nega-
se provimento ao recurso” (CNJ – RD 843 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Regime de trabalho como professor. Acumulação

Magistratura e Magistério. Resolução CNJ 34/2007. Informações


quanto à jornada semanal e ao regime de trabalho do professor magistrado. – “1) A
simples informação atinente ao horário das disciplinas ministradas pelo professor
magistrado não se apresenta suficiente, de “lege ferenda”, ao exame da compatibilidade da
acumulação da judicatura com o exercício do magistério. 2) Conquanto se reputem

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


526

relevantes informações relativas ao regime de trabalho do professor magistrado, não se


divisa amparo legal, todavia, para se ampliar, de momento, o alcance do critério de
compatibilidade para o exercício concomitante de magistério e magistratura, de modo a
vincular-se ao ‘regime de trabalho’ e, em última análise, à jornada semanal. 3) Pedido de
aprimoramento da Res. CNJ 34/2007 julgado improcedente” (CNJ – COM
2008100000021689 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Registro em sentença pelo juiz titular de que a juíza substituta negou-se a


cumprir seus deveres funcionais

Procedimento de Controle Administrativo. Alegações por parte de


Juiz Titular de que, durante seu afastamento em razão de férias, a juíza substituta negou-
se a cumprir seus deveres funcionais de instrução e julgamento de processos. Requerente
sustenta que foi notificado pelo Corregedor-Geral de Justiça para que se abstivesse de
constar nos autos tal comportamento. – “A independência dos Juízes na formação de suas
convicções é direito essencial, garantia do cidadão e do próprio Estado Democrático de
Direito, como defendido pelo Conselho Nacional de Justiça desde o seu nascimento. A
atuação funcional do Magistrado – independente nas suas convicções – deve estar voltada
para a edificação de uma sociedade livre, justa e solidária, objetivo fundamental da
República e para o fortalecimento cada vez maior do Judiciário. No caso, todavia, em
princípio, as decisões judiciais não são o espaço próprio e eficaz para que um magistrado
faça críticas à conduta funcional de outro e à Corregedoria Geral, até porque, além de
infrutíferas, servem ao desprestígio da Instituição” (CNJ – PCA 227 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Regressão (retorno à entrância anterior)

Pedido de Providências. Regressão de magistrado. Indeferimento.


A Carta Magna de 1988, assim como o recepcionado Estatuto da Magistratura não
prevêem o instituto da regressão de magistrado, que consistiria em sua inscrição para
entrância inferior a em que exerce o ofício jurisdicional. Responde-se à consulta
formulada, negando a possibilidade de regressão. (CNJ – PP 454 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Regulamentação da presença de interessados em sessão administrativa do


Plenário ou Órgão Especial para deliberar em processo disciplinar contra
magistrado

Pedido de Providências. Participação em Sessão Administrativa de


deliberação sobre procedimento disciplinar contra magistrado. Pedido de
regulamentação. Indeferimento. – “I) Não comporta normatização futura participação e/ou
presença de terceiros interessados em sessão administrativa de deliberação sobre
procedimento disciplinar contra magistrado, mesmo que expresso o seu consentimento ou
de seu advogado. II) Cabe ao Tribunal analisar, além da possibilidade de violação aos
direitos individuais do magistrado, a possibilidade de indevida repercussão da matéria sub
judice no caso concreto” (CNJ – PP 200810000010333 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 67ª
Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Relotação

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527

“A Associação de Magistrados do Estado do Pará consulta este |


Conselho sobre a prática da “relotação” de Magistrados, que ocorre no Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, com amparo na Lei Estadual 5008/81. Embora embasado no Código de
Organização Judiciária do Estado, a práxis do Tribunal está equivocada e contraria
frontalmente a Constituição Federal, cujos dispositivos apontam para apenas duas formas
de movimentação dos magistrados na carreira: horizontalmente, por meio da remoção, e
verticalmente, através da promoção (Art. 93, II, VIII-A, da CF/88). A questão é tão
relevante que a EC 45/2004 estabeleceu, dentre os princípios que deverão ser observados
pelo Estatuto da Magistratura, as normas da promoção de juízes por merecimento, dando
ensejo à Resolução 6 do CNJ, que dispõe sobre a aferição do merecimento para promoção
de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º grau e estabelece, em seu art. 4º, que os
Tribunais deveriam editar atos administrativos disciplinando, entre outros, a valoração
objetiva de desempenho, produtividade e presteza dos Magistrados. A referida Resolução é
de setembro de 2005. Outras formas de movimentação, portanto, não devem ser mantidas
sob nenhum pretexto” (CNJ – PP 1392 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

Remoção. Adoção de critérios alternados de antiguidade e merecimento

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Magistraturas. Alternância de critérios em concurso de remoção.
Supressão da antigüidade. Inviabilidade. Retificação de norma do Tribunal. Modulação
de efeitos. Possibilidade. Improvimento. – “I) É compatível com a nova redação do art. 93
da CF/88 a adoção dos critérios de antiguidade e merecimento apara as promoções
horizontais (remoções) de modo alternado, permitindo-se que magistrados mais antigos
tenham assegurado o direito de movimentação sem deixar de tutelar o fator mérito. Pela
leitura conjugada dos arts. 2º e 3º da Res. 32/CNJ, conclui-se que o silêncio da referida
norma constitucional, após a EC 45, é eloqüente, no ponto: o critério da antigüidade é o
critério mais objetivo e sua importância é tal a ponto de permitir sua utilização
isoladamente na ascensão da carreira da magistratura. Assim, a única discricionariedade
conferida aos Tribunais é a supressão do critério de merecimento, tão-somente.
Precedentes do CNJ (PP 903 e PCS 35). II) Possível modulação dos efeitos desta decisão
para possibilitar ao Tribunal de origem prazo (2 meses) para retificar seu ato normativo aos
termos deste decisum. II) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle
Administrativo a que se dá provimento em parte, tão-somente para modular os efeitos”
(CNJ – PCA 220810000010310 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

Remoção. Anulação da sessão de votação. Número de votos maior do que o


número de votantes

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de sessão de


votação para remoção de magistrado. Número de votos maior que o número de votantes e
ausência de nome da magistrada concorrente na pauta. Sessão anulada pelo próprio
tribunal. Desnecessidade de controle de ato já revogado pelo tribunal. Pedido
improcedente. (CNJ – PCA 145 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

Remoção. Aplicação da disciplina local

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Remoção de


Magistrado. Alegação de inobservância da Resolução 6/CNJ de 13 de setembro de 2005.
Ato normativo que dispõe sobre as hipóteses de promoção. Aplicação da disciplina local
porventura existente em razão da inexistência de ato normativo do CNJ disciplinando as
questões referentes às remoções dos magistrados. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA
203 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 –
Ementa não oficial).

Remoção. Desfazimento. Direito de defesa

Procedimento de Controle Administrativo. Desfazimento de


remoção de magistrado. Concessão de liminar pelo Plenário. – “O desfazimento de
remoção de magistrado deve observância a, pelo menos, três princípios de índole
constitucional, a saber: amplitude do direito de defesa, irretroatividade das normas e a
garantia de inamovibilidade dos magistrados. Evidenciada a relevância da fundamentação,
e sendo mais benéfica aos magistrados envolvidos jurisdicionados, concede-se a liminar
requestada, para sustar os efeitos concretos do desfazimento de ato de remoção de
magistrada, até ulterior deliberação pelo Plenário sobre tema” (CNJ – PCA 334 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007).

Remoção. Edital. Observância aos princípios da impessoalidade e


razoabilidade

Edital de remoção de magistrados. Necessidade de observância dos


princípios da impessoalidade e da razoabilidade. Alternância dos requisitos de
merecimento e antiguidade. Ferimento a razoabilidade, pela desconsideração, na remoção
para todas as Varas e Juizados situados no prédio do Foro central da Comarca da Capital
do Estado do Rio de Janeiro, do critério de antiguidade, escolhido pelo texto constitucional
como um dos sustentáculos da movimentação da carreira do magistrado, juntamente com o
critério de merecimento. Pedido deferido para anular o Edital. (CNJ – PCA 400 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007).

Remoção. Não prevalência da remoção sobre a promoção por antiguidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Pernambuco. Prevalência da remoção à promoção por antiguidade.
Impossibilidade. Questão disciplinada no art. 81 da LOMAN. Prevalência da Lei
Complementar Federal. Competência legislativa privativa do Supremo Tribunal Federal.
Inteligência do art. 93 da Constituição Federal. – “A remoção só pode prevalecer sobre o
provimento inicial ou a promoção por merecimento. Manutenção da reserva da promoção
por antiguidade” (CNJ – PCA 200810000026080 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Observação: Acórdão retificado na 77ª Sessão Ordinária de 28.01.2009.

Remoção. Possibilidade de remoção por reclassificação baseada no interesse


público

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso do Sul. Alegação de descumprimento de decisão plenária do CNJ. Remoção.
Reclassificação. Inobservância do critério de antiguidade. Revogação da liminar
concedida. Pedido julgado improcedente. – “Considerando que o CODJ do Estado prevê a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


529

possibilidade de remoção por reclassificação baseada no interesse público, não resta


caracterizada a ilegalidade do ato impugnado” (CNJ – PCA 200810000032766 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Parte do voto da Relatora: “O Plenário deste Conselho Nacional de Justiça decidiu, nos
autos dos Procedimento de Controle Administrativo 35 e 200810000010310, que a
alternância dos critérios de antiguidade e merecimento nas movimentações horizontais na
carreira dos juízes estaduais são compatíveis com os dispositivos constitucionais que
regulam a matéria”.

Remoção. Proteção da unidade familiar

Pedido de Providências. Regulamentação da remoção de


magistrados federais de diferentes regiões. Proteção a unidade familiar. Conselho da
Justiça Federal. – “1) Pretensão de que o CNJ regulamente a remoção nacional para o
cargo de Juiz Federal Titular, com fundamento na proteção constitucional à unidade
familiar. 2) Conforme dispõe o art. 2º da Res. 32/2007, deste CNJ, ‘até que seja editado o
Estatuto da Magistratura previsto no art. 93, caput, da Constituição Federal, os critérios
para as remoções a pedido e permutas de magistrados serão os estabelecidos em leis de
organização judiciária, atos normativos e/ou regimentos internos dos Tribunais, do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal’ (art. 2º) 3) A
remoção ou permuta de Juiz Federal ou Juiz Federal Substituto de uma região para outra,
está disciplinada na Res. 01/2008 do CJF. 4) Se a pretensão é de regulamentação do tema,
em face da omissão normativa, no que diz respeito à proteção à unidade familiar, e da
interpretação restritiva adotada pelos Tribunais Regionais Federais, é prudente que se
assegure a prévia manifestação do CJF. Remessa ao Conselho da Justiça Federal” (CNJ –
PP 200810000032997 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j.
03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Remoção a pedido. Alternância entre antiguidade e merecimento.


Admissibilidade apenas quando houver norma interna editada pelo Tribunal

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. Efeito


modificativo. Res. 32/2007 do Conselho Nacional de Justiça. Remoção de magistrado.
Comarca de igual entrância. Alternância e merecimento. Ausência de norma interna. Lei
local privilegiando a antiguidade. – “Enquanto não sobrevier norma interna do Tribunal de
Justiça, prevista na Res. 32/2007 deste Conselho Nacional de Justiça, e havendo lei local
privilegiando a antiguidade, este deve ser o critério único a ser adotado nos pedidos de
remoções de magistrados para Comarca de igual entrância. Pedido de Esclarecimentos em
Pedido de Providências que se conhece e a que se acolhe, com atribuição de efeito
modificativo” (CNJ – PP 200810000004898 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª
Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Remoção a pedido. Resolução regulamentadora do Conselho Superior da


Justiça do Trabalho

Res. 21/2006 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT.


Regulamentação da “remoção a pedido”. Inconstitucionalidade. Improcedência. – “I)
Hipótese em que se questiona a constitucionalidade de resolução, editada pelo Conselho
Superior da Justiça do Trabalho, que regulamenta a remoção a pedido no âmbito da Justiça
Laboral. II) Previsão da prerrogativa de remoção a pedido na Constituição Federal (art. 93,
inciso VIII-A). Norma de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. Ato normativo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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infraconstitucional regular, que apenas traça parâmetros para o exercício da prerrogativa


assegurada na Lei Maior. Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ –
PCA 234 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU
10.01.2007).

Remoção e permuta

Remoção e permuta de Magistrados Federais. Contagem de tempo


anterior em região diversa. – “Para fins de promoção ou remoção na nova Região, é
inviável o cômputo do tempo anterior de magistratura do juiz federal que se desloca de sua
Região, por permuta ou remoção, a pedido, enquanto não editada a lei a que se refere o
parágrafo 1º do artigo 107 da Constituição da República, ou alterada a diretriz fixada no
art. 7º da Res. 08, de 28 de novembro de 1989. Pedido de Providências conhecido e
julgado improcedente” (CNJ – PP 6131 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Remoção por antiguidade. Dispensa do interstício de dois anos

Remoção de magistrado. Antiguidade. Interstício de dois anos.


Interesse público. Princípio da unidade familiar. – “Se o Tribunal dispensa o requisito
temporal para remoção de um magistrado, em virtude da ressalva do art. 93, II, ‘b’ da
Constituição, deve fazê-lo para todos, sob pena de afronta ao princípio da isonomia. O
princípio da unidade familiar (arts. 226, 227 e 230 da Constituição) deve sempre ser
ponderado, no caso concreto, com o princípio do interesse público, em se tratando de
remoção de magistrado. É de interesse público assegurar a estabilidade emocional de quem
tem a difícil tarefa de julgar” (CNJ – PCA 200910000000113 – Rel. Designado Cons.
Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Remoção por antigüidade. Existência de representação visando a instauração


de processo disciplinar. Causa não impediente

Pedido de Providências. Processo de remoção de magistrado por


critério de antiguidade. Pedido de suspensão. Alegação de que pende representação para
a instauração de processo administrativo disciplinar. Indeferimento. Ausência de norma
legal. – “Ainda que os fatos apresentados nos autos demonstrem gravidade e tenham
repercutido nos meios de comunicação em âmbito nacional e internacional, culminando no
oferecimento de representação, por parte do Conselho da Magistratura Estadual, perante o
Pleno do Tribunal de Justiça do mesmo Estado, para a instauração de processo
administrativo disciplinar contra magistrada, não há óbice constitucional ou legal que
impeça este órgão de analisar e deferir o pedido de remoção desta magistrada, por critério
de antiguidade. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento”
(CNJ – PP 200810000004898 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Remoção por permuta de magistrados pertencentes a Poderes Judiciários


estaduais diversos. Impossibilidade

Poder Judiciário e Federalismo. – “Nos termos do art. 125 da


Constituição da República Federativa do Brasil, a organização da Justiça Estadual deve
absoluto respeito às regras federalistas da auto-organização, auto-governo e auto-
administração (CF, arts. 93 e 96). Inexistência de uma única carreira referente a todas as

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


531

justiças estaduais. Não há um único Poder Judiciário Estadual, mas sim, existe a Justiça
Estadual como um dos importantes ramos da Justiça Brasileira, exercida pelos Tribunais de
Justiça Estaduais e por seus juízes vinculados administrativamente, sem que haja qualquer
vaso comunicante administrativo ou jurisdicional entre eles. Impossibilidade de remoção
por permuta de magistrados pertencentes a Poderes Judiciários estaduais diversos, mesmo
com a concordância dos respectivos Tribunais de Justiça, por corresponder à transferência,
ou seja, forma de ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor público
ingressou por concurso, hipótese absolutamente vedada pelo artigo 37, inciso II, do texto
constitucional. Pedido improcedente. (CNJ – PP 465 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes –
23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Representação contra magistrado. Alegação de ofensa à moralidade pública

Representação contra ato praticado por Juiz Federal, reputado


atentatório à moralidade pública e causador de lesão ao patrimônio da União.
Representação contra ato funcional pretensamente praticado com desvio de finalidade,
consistente na confecção e distribuição de cartilha, informando a sociedade sobre a
expansão física de Sessão Judiciária, bem como da ampliação e aperfeiçoamento dos
serviços prestados, ante a possível promoção pessoal do requerido. – “As informações
trazidas aos autos não indicam violação do princípio da moralidade, visto que não exsurge
prova contundente de que o juiz tenha agido em desconformidade com o exercício regular
de seu ofício jurisdicional” (CNJ – PCA 106 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Representação contra Magistrado no STJ

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Manutenção do Ato do Conselho da Magistratura do Estado de Goiás.
Representação contra Magistrado no STJ. Decisão Mantida. (CNJ – PCA 159 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

Representação formulada contra o julgador. Direito do autor da


representação de saber as razões do desacolhimento. Alegação de sigilo

Pedidos de Providências. Negativa de fornecimento das


informações prestadas pelos magistrados representados não amparada pela legislação
vigente. Princípio constitucional da publicidade na Administração. Emenda
Constitucional 45/2004. Eventual sigilo das decisões administrativas do Tribunal restou
extinto. Ressalva do sigilo imprescindível á segurança da sociedade e do Estado. (art. 5,
XXXIII, da CF. 37 da CF). – “O representante, em procedimento administrativo, tem o
direito de saber as razões que fundamentaram o desacolhimento de sua representação, até
mesmo para que apresente eventual recurso à instância administrativa superior, com base
na parte final do inciso X, do art. 93 da CF/1988. Pedido de Providências deferido” (CNJ –
PP 27 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005 –
Ementa não oficial).

Representação por excesso de prazo. Aposentadoria do magistrado. Perda do


objeto

Recurso Administrativo em Representação por Excesso de Prazo.


Aposentadoria do magistrado representado. Prejudicialidade do recurso. – “Sendo o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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propósito das representações por excesso de prazo punir, no campo disciplinar, o


magistrado pelo retardamento no cumprimento de atos de ofício sob sua responsabilidade,
a sua aposentadoria intercorrente conduz a respectiva representação à perda de objeto por
fato novo indesprezível. Recurso Administrativo prejudicado” (CNJ – REP 392 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Representação por excesso de prazo (art. 80 do RICNJ). Acúmulo de serviço


não imputável ao julgador

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Arquivamento sumário mantido. – “O acúmulo de serviço não imputável ao julgador e o
regular andamento da causa não revelam excesso de prazo injustificado. Hipótese em que a
jurisdição buscada pelo requerente veio a ser prestada, ficando de qualquer modo superada
a representação por excesso de prazo. Subsistentes os fundamentos da decisão recorrida,
nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 189 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Representação por excesso de prazo. Excesso não imputável ao magistrado

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Improcedência. – “O excesso de prazo não imputável ao magistrado representado acarreta
a improcedência da representação. Hipótese em que a jurisdição buscada pelo requerente
veio a ser prestada, ficando de qualquer modo superada a pretensão. Subsistentes os
fundamentos da decisão recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 575 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

Representação por excesso de prazo. Processo judicial objeto da reclamação já


decidido

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Arquivamento sumário mantido. – “Perde o objeto a representação por excesso de prazo
que versa sobre questão efetivamente decidida. Subsistentes os fundamentos da decisão
recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 548 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Residência fora da comarca

“Determinar aos Tribunais que ainda não o tenham feito que, por
seus órgãos Plenário ou Especial, no prazo de 60 (sessenta) dias, editem atos normativos
regulamentando as autorizações para que Juízes residam fora das respectivas comarcas”
(art. 1º da Res. CNJ 37, de 06.06.2007).

“Explicitar que tais autorizações só devem ser concedidas em casos


excepcionais e desde que não causem prejuízo à efetiva prestação jurisdicional” (art. 2º da
Res. CNJ 37, de 06.06.2007).

“Registrar que a residência fora da comarca, sem autorização,


caracterizará infração funcional, sujeita a procedimento administrativo disciplinar” (art. 3º
da Res. CNJ 37, de 06.06.2007).

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Procedimento de Controle Administrativo. Autorização de


residência fora da Comarca. Decisão administrativa não motivada. Nulidade reconhecida.
– “De acordo com o ordenamento constitucional vigente, somente no caso de autorização
administrativa do tribunal respectivo, é que o juiz titular poderá residir em local diverso do
da comarca em que exerce o oficio jurisdicional. O inciso X do art. 93 da Carta Magna de
1988 exige que as decisões administrativas sejam motivadas, não bastando a simples
referência a texto legal para indeferir pleito administrativo, havendo necessidade de
fundamentação quanto aos argumentos levantados pelo requerente, uma vez que a
motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o
agente a manifestação da vontade. Reconhece-se a nulidade da decisão administrativa do
TJMG, por ausência de fundamentação, determinando que a douta Corte Superior
requerida prolate nova decisão, observando o inciso X do art. 93 da Carta Magna de 1988,
apreciando motivadamente os argumentos elencados pelo requerente no seu pleito
administrativo. Recomendação aos Tribunais” (CNJ – PCA 152 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Residência fora da comarca. Regulamentação

Pedido de Providências. Consulta. Resolução CNJ 37/07. Matéria


regulamentada pelo TJAP e posteriormente julgada inconstitucional pelo STF. Declaração
de inconstitucionalidade por vício formal. Ausência de apreciação do mérito na ADIN.
Ausência de incompatibilidade entre a decisão judicial e a Resolução do CNJ. (CNJ – PP
9685 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Revisão da nomeação após o vitaliciamento. Decadência

Concurso Público de ingresso na Magistratura do Estado da


Bahia. Decadência. Vitaliciamento. Matéria Judicial. Incompetência do CNJ. Segurança
Jurídica. Prevalência do ato. – “Vitaliciados os juízes aprovados no concurso impugnado,
não há como rever o ato de nomeação pela via administrativa, até porque, a perda do cargo
nesse caso só se dará através da via judicial, garantia instransponível da magistratura,
conforme dispõe a LOMAN” (CNJ – PCA 259 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho –
40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Afastamento de magistrado de suas funções

Procedimento de Revisão Disciplinar. Sindicância. Arquivamento


pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em detrimento da conclusão
da Corregedoria de Justiça. Avocação e Instauração do Processo Administrativo
Disciplinar pelo Conselho Nacional de Justiça. Aplicação do artigo 27 § 3o da LOMAN e
art. 77 parágrafo único do Regimento Interno do CNJ para o afastamento do Magistrado
de suas funções, até a decisão de mérito. Procedência parcial do Pedido. – “I) O conjunto
de informações trazido ao conhecimento deste Conselho por meio da presente Revisão
permite verificar que existem motivos e elementos probatórios suficientes para a
instauração do Processo Disciplinar pelo CNJ e imediato afastamento do magistrado de
suas funções, na medida em que ele vem demonstrando, em diversas situações,
comportamento incompatível com o exercício da magistratura.” (CNJ – REVDIS 09 – Rel.
para o acórdão Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU
27.10.2006 – Ementa não oficial).

Revisão disciplinar. Ausência de indicação do dispositivo legal violado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Revisão disciplinar. Magistrado. Inespecificação do dispositivo


legal violado. Não conhecimento. – “Não merece conhecimento o Pedido de Revisão por
violação a dispositivo legal quando inespecífica a crítica”. Contrariedade à evidência dos
autos. Falta de indicação da prova contrariada. Prova oral abordada. – “A afirmação
genérica de aversão da decisão revisanda ao conjunto probatório não permite o perfeito
juízo revisional que não é ordinário, mas excepcional, não se prestando ao simples
reexame das provas, mas à constatação de eventual afronta óbvia ao teor do material
probatório colhido. Não se caracteriza como contrariedade à evidência dos autos a
abordagem e desprezo de prova testemunhal frágil e contraditória” (CNJ – RD 34 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Revisão Disciplinar. Excesso de linguagem. Art. 41 da LOMAN. Afirmação


pelo Magistrado nos autos de que o defensor utilizou-se de “argumento
falacioso”. Imposição de pena de advertência. Inadmissibilidade

Revisão Disciplinar. Magistrado. Afirmação nos autos de que o


defensor utilizou-se de argumento falacioso. Alegação de excesso de linguagem.
Imposição de pena de advertência pelo Tribunal Pleno. Inadmissibilidade. Não
caracterização do excesso. – “Não há falar em excesso de linguagem a que se refere o Art.
41 da LOMAN se as afirmações feitas no despacho judicial correspondem à realidade dos
fatos. Portanto, se o magistrado afirma fato verdadeiro na sua decisão, contrapondo
afirmação do causídico que não corresponde à realidade fática, não estará excedendo em
sua linguagem se disser que tal afirmação ou argumento – por não retratar a verdade – é
falacioso, não se vislumbrando nisso qualquer excesso ou ofensa” (CNJ – REVDIS
200810000017273 – Rel. Designado Cons. Rui Stoco – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).
Parte do voto do Relator Designado: “E, no contexto dos fatos tem-se que a Juíza que
presidia o processo-crime nomeou o advogado reclamante para a defesa do acusado, tendo
ele recusado a nomeação sob alegação de que não tem formação jurídica na área criminal e
não se sentia apto para assumir o encargo. Tal afirmação, contudo, foi recusada diante da
certidão informando que referido causídico já havia atuado em três processos de natureza
criminal perante a Justiça Eleitoral, como acima observado. Ocorre que as palavras tidas
como verdadeiros ‘doestos’ pelo causídico, ou seja, ‘argumento falacioso’ foram timbradas
na decisão sob o fundamento de que a alegação ou argumento daquele advogado, no
sentido de que não tinha sido intimado da decisão não correspondia à verdade, sendo
portanto, ‘um argumento falacioso’. Com essa conformação e sob esse contexto seria
razoável afirmar a caracterização de ‘excesso de linguagem’? Impõe-se assumir a
convicção de que a resposta é negativa. O v. acórdão aqui vergastado, com suporte no
‘Novo Dicionário Aurélio – séc. XXI, Ed. Nova Fronteira’ diz que Falácia vem do latim
‘FALLÁCIA, trapaça ardil, engano, astúcia’. Todavia no Dicionário Aurélio Eletrônico
falácia é definida como ‘qualidade do que é falaz; falsidade’ e no Dicionário Houaiss essa
palavra significa ‘afirmação falsa ou errônea’. Dessarte a palavra ‘falácia’ em sua
etimologia e só por si não assume feição ofensiva. Ora, a afirmação de não ter sido
intimado era efetivamente falsa, não em sentido pejorativo, mas apenas na consideração de
que intimação efetivamente ocorreu, de sorte que o uso da expressão ‘falacioso argumento’
assume outra conotação, qual seja, de que a afirmação de ter não sido intimado não
corresponde à verdade, sendo, portanto, falacioso ou falso, na consideração de que aquilo
que não for verdadeiro será falso”.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Possibilidade, em situações


excepcionais

Revisão Disciplinar. Instauração de Ofício. Legitimidade do


Ministro-Corregedor Nacional para a proposição. Decisão que não analisou todos os
elementos da representação originária. Juízo valorativo contrário à evidência dos autos.
Excepcionalidade justificada. – “Em situações excepcionalíssimas, é possível a instauração
de ofício de uma revisão disciplinar, como in casu, em que o Tribunal de Justiça, ao
apreciar representação do Corregedor-Geral de Justiça ricamente instruída por sindicância,
deixou de deflagrar o processo disciplinar administrativo. Fatos de dimensão internacional,
com a abstenção do Colegiado do enfrentamento das infrações sublinhadas pela autoridade
judiciária sindicante” (CNJ – REVDIS 200810000007450 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício pelo CNJ. Possibilidade

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Excepcionalidade. Uso


de linguagem pelo juiz. Imunidade absoluta decretada pela corregedoria de origem.
Decisão que não analisou o teor da manifestação. – “Em situações excepcionalíssimas, é
possível a instauração de ofício de uma Revisão Disciplinar, como é o caso do reexame de
uma decisão da Corregedoria de origem que, em representação por uso de linguagem
abusiva de magistrado, limitou-se a consagrar a cláusula de tutela da atividade jurisdicional
como sendo de imunidade absoluta, deixando o órgão correicional de analisar o teor da
manifestação do juiz e as expressões ali contidas. Revisão Disciplinar instaurada” (CNJ –
RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).

Revisão Disciplinar. Submissão aos preceitos éticos e linguagem comedida ao


prolatar decisões

“Conclui-se, então, que o Juiz, como todo agente público, está


sujeito aos preceitos éticos, inserindo-se aí a vedação de uso de linguagem excessiva em
seu discurso judiciário, a merecer a devida reprimenda na medida em que se demonstre a
existência do intuito de ofensa à honra de terceiros, restando evidente a necessidade do
elemento dolo por parte do magistrado quando da exteriorização de sua opinião sob a
forma de crítica judiciária” (CNJ – RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Ementa não oficial).

Sanção disciplinar. Descumpriento do dever funcional. Remoção compulsória

Processo de Revisão Disciplinar. Interceptações telefônicas.


Representação da autoridade policial. Deferimento. Decisões. Ilegalidade formal. Prática
reiterada. Magistrado. Substituição da pena de advertência por remoção (art. 42, III,
LOMAN). – “I) Constatadas a autoria e a materialidade do descumprimento de dever
funcional, a escolha da pena disciplinar incidente é iluminada pelo princípio da
proporcionalidade, ou seja, por um juízo de ponderação ancorado no caso concreto,
considerada a carga retributiva da sanção, a finalidade preventiva de novos desvios e,
sobretudo, o grau de reprovabilidade da ação/omissão combatida. II) Deve-se se levar em
conta a gravidade da conduta ensejadora da imputação, a carga coativa da pena, o grau de
culpabilidade e a eficácia da medida punitiva. III) A proporcionalidade é um dos
parâmetros de aferição da legitimidade da pena e limite do grau de discricionariedade da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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decisão por meio da qual opera-se sua escolha e aplicação. IV) A Lei Complementar 35/79,
LOMAN, é cristalina ao vincular a pena de advertência a atos meramente omissivos,
caracterizadores da conduta negligente. V) Procedimento a que se defere parcialmente para
substituição da pena administrativa, de advertência para remoção compulsória para uma
das Varas não-criminais da Comarca de Natal (art. 42, III, LOMAN)” (CNJ – RD
200810000018800 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Sanção disciplinar. Disponibilidade. Votos da maioria absoluta dos membros


da Corte

Revisão disciplinar. Magistrado apenado com disponibilidade com


vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Ausência de quorum qualificado para
aplicação da pena máxima. Impossibilidade de aplicar punição ao magistrado pelas
opiniões que expressa em suas decisões. Art. 93 da CF e art. 41 da LOMAN. Pedido
improcedente. – “I) A pena de disponibilidade foi aplicada por maioria absoluta dos
membros da Corte, com votos condenatórios de 19 dos 30 Desembargadores da Corte. II)
Inocorrência de punição do magistrado por expressão de sua opinião mas pela apuração de
diversos fatos provados no processo. III) Independência funcional não é sinônimo de
irresponsabilidade no exercício das funções judicantes” (CNJ – REVDIS 14 – Rel.
Alexandre de Moraes – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Sanção disciplinar. Disponibilidade compulsória. Improcedência do pedido de


revisão de Processo Disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Magistrado. Sanção


de disponibilidade compulsória. RICNJ (artigos 88 e 89). – “I) As alegações do requerente
não caracterizam nenhuma das hipóteses que autorizam a revisão do processo disciplinar
no qual foi aplicada a sanção de disponibilidade compulsória (RICNJ art. 89). II) A decisão
impugnada não decorre de aplicação dos dispositivos da Lei Complementar 59/2001, do
Estado de Minas Gerais, declarados inconstitucionais pelo STF, na ADIn 3.227-5/MG. III)
Não acarreta nulidade a ausência de apreciação, na manifestação do Ministério Público no
processo disciplinar, de alguns dos fatos imputados ao magistrado acusado. Improcedência
do Pedido de Revisão de Processo Disciplinar” (CNJ – REVDIS 38 – Rel. Cons. José
Adonis Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Segundo grau. Penas disciplinares cabíveis

“Aos magistrados de segundo grau não se aplicarão as penas de


advertência e de censura, não se incluindo nesta exceção os Juízes de Direito Substitutos
em segundo grau’ (Res. 30 art. 1º, § 1º). Improcedência das imputações e arquivamento do
processo disciplinar” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Segurança. Poder de Polícia dos tribunais

Pedido de Providências. Poder de Polícia dos Tribunais.


Instituição de procedimentos de segurança. – “Revela-se adequada a edição de atos
normativos internos visando a segurança dos magistrados, membros do Ministério Público,
advogados, serventuários e jurisdicionados no interior dos estabelecimentos forenses, com
utilização de meios razoáveis e respeitadores da dignidade da pessoa humana. Tal

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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procedimento não é discriminatório ou abusivo e pretende garantir maior segurança no


interior das dependências forenses e, portanto, apresenta justificativa objetiva e razoável,
não ferindo o princípio da igualdade” (CNJ – PP 461 – Rel. Cons. Alexandre de Moras –
25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Sindicância. Posterior aposentadoria voluntária no curso do procedimento

Sindicância instaurada em face de Magistrado. Aposentadoria


voluntária do magistrado no curso do procedimento. Arquivamento. – “A Situação se rege
pela LOMAN, lembrando que a remissão do Regimento Interno à legislação do
funcionalismo em geral se dá no que couber, como no texto normativo se adverte, e sem
contar, também, que na hipótese em tela não há, propriamente, procedimento disciplinar
instaurado, mas mera sindicância, de toda sorte não se admite que seja possível vedar o
voluntário desligamento, dada a liberdade, constitucionalmente garantida (art. 5°, inciso
XIII), de trabalho ou de profissão, a qual, crê-se, inclui a prerrogativa de o indivíduo não
ser coagido a permanecer em seu mister” (CNJ – RD 235 – Rel.Cons. Cláudio Godoy – 24ª
Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Substituição de juízes titulares. Diferença de vencimentos


Vide: VENCIMENTOS OU PROVENTOS DE APOSENTADORIA DA
MAGISTRATURA

Substituição de magistrados em segundo grau. Regimento Interno

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TRT/3ª Região. RES/CNJ 17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no
art. 37 da CF/88 na eleição do critério de substituição de magistrado em segundo grau.
Falta de previsão do quorum especial imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. – “A
problemática afeta à averiguação da validade de critérios regimentais de substituição de
magistrados, em segunda instância, não está, certamente, restrita à Justiça Trabalhista,
denotando relevância para todos os órgãos jurisdicionais. Ao CNJ incumbe, em caso de
dúvida manifesta, a análise da legitimidade dos fatores de discriminação inscritos nos
respectivos regimentos internos, em cumprimento ao disposto na Res. 17/06, bem assim,
sua relação de compatibilidade com os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade administrativa e juiz natural. A titularidade em Vara da Capital não se mostra,
à toda evidência, critério de aferição de merecimento, maturação ou qualificação técnica
para, isoladamente, orientar a seleção dos magistrados prontos ao desempenho de tarefas
jurisdicionais de segundo grau jurisdicional. A delegação de competência ao Presidente do
TRT/3ªR para operar as convocações, mormente em razão da ausência de parâmetros
concretos a garantirem a impessoalidade da escolha, ainda que ratificada pelo Órgão
Especial, mostra-se dissonante do artigo 1º da Res./CNJ 17/06. Nulidade do § 1º do art. 66
do RI do TRT/3ª R. VII) Julgado o conflito negativo de forma a declarar a competência do
CNJ para conhecer e deliberar sobre o caso. Pedido conhecido e julgado procedente para
efeito de compelir o TRT/3ªR a adequar, no prazo de 90 dias, o art. 66, §§ 1º e 4º de seu
Regimento Interno aos princípios da isonomia, impessoalidade e demais vetores do art. 37
da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06. Prejudicado o pedido liminar de suspensão dos
efeitos do § 4º do art. 66 do RI do TRT/3ª R.” (CNJ – PCA 468 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).
Parte da declaração de voto vencedor do Cons. Altino Pedroso dos Santos: “É essa a
primeira razão pela qual entendo inaplicável à Justiça do trabalho a restrição contida no
inciso V, do § 1º do art. 118 da Lei Complementar 35/1979, pois me parece que a intenção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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do legislador, ao excluir do art. 93 a expressão ‘e seus parágrafos’, foi limitar as exigências


para a convocação em substituição no Tribunal àquelas previstas no caput do art. 118 da
mesma Lei Complementar. Por essas razões, reconheço que a convocação para a
substituição no Tribunal não se restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da sede
da respectiva Região. Julgo procedente o pedido”.

“O acolhimento do pedido de imposição da antigüidade como


critério definidor de substituições macularia a garantia da autonomia administrativa e
financeira deferida aos órgãos jurisdicionais, desbordando as funções confiadas pela
Constituição Federal ao CNJ” (CNJ – PP 1251 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

Substituição dos membros dos Tribunais

“A substituição dos membros dos Tribunais será realizada por


decisão da maioria absoluta de seus membros, nos termos do art. 118 da Lei Complementar
35/79, com adoção de critérios objetivos que assegurem a impessoalidade da escolha” (art.
1º da Res. CNJ 17, de 19.06.2006).
V. tb.: PP 183.

Substituição em entrância ou instância. Direito à contraprestação

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. Substituição em entrância ou instância. Direito à
contraprestação correspondente ao cargo interino. Valor remuneratório fixado em Lei
Estadual inferior ao patamar estipulado na Lei Orgânica da Magistratura. Reserva de Lei
Complementar Federal de caráter nacional. – “Versando a Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (LC 35/79) sobre o valor remuneratório decorrente das substituições por
magistrados de entrância ou instância inferior (art. 124), não há chance constitucional para
o exercício inovador da competência legislativa dos Estados (CF, art. 93, caput), em
detrimento da disciplina constante da lei nacional” (CNJ – PP 200810000022372 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Substituição no segundo grau. Caráter temporário da convocação

Juiz de direito. Substituição no segundo grau. Cargo criado por


Lei Estadual. Resolução que extrapola os limites da Lei Criadora e da Lei Orgânica da
Magistratura Nacional. – “I) A resolução, como ato administrativo cujo objetivo é
disciplinar a atuação da lei, não poder ir além do quanto nesta se contém. II) Carece de
validade norma de resolução administrativa que autoriza a convocação de Juiz em
substituição de Desembargador por prazo inferior ao previsto no artigo 118 da Lei
Orgânica da Magistratura Nacional. III) Em qualquer hipótese de convocação de Juiz em
substituição de Desembargador, é da essência da validade do ato o caráter temporário da
convocação. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e que se julga
procedente” (CNJ – PCA 200710000015648 – Rel. Cons. Designado Altino Pedrozo dos
Santos – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Substituição no segundo grau. Cargo criado em caráter permanente com


função jurisdicional inerente aos Desembargadores. Ofensa à Lei Orgânica da
Magistratura Nacional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


539

“Verifica-se, pela transcrição acima, que a Resolução 08/2003 do


Tribunal de Justiça do Mato Grosso criou a figura do Juiz de Direito Substituto
permanente, e não de substituição meramente eventual, em parelha com os demais
membros do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, cuja composição de trinta
passou, então, sem a observância do devido processo legislativo, para trinta e oito
integrantes. Além disso, dotou tais juízes de função jurisdicional inerente aos
Desembargadores, hipóteses não contempladas na Lei 8.006/2003, que lhe deu origem,
nem na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, em especial, no seu artigo 107” (CNJ –
PCA 200710000015648 – Rel. Cons. Designado Altino Pedrozo dos Santos – 57ª Sessão –
j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Suspeição. Prazo para argüição

“Assevere-se, novamente, que o prazo para apresentação de


Argüição de Suspeição encerra-se sempre que iniciado o julgamento do processo. Apesar
do CPC silenciar a respeito do dies ad quem, praticamente todos os regimentos dos
Tribunais Superiores no Brasil estabelecem como prazo limite para a argüição o início do
julgamento: art. 279 do RISTF, art. 274 do RISTJ, art. 268 do RITST, art. 138 do RISTM e
art. 58 do RITSE, este com o entendimento consagrado de que – mesmo se tratando de
motivo superveniente – é inadmissível exceção de suspeição oposta após o julgamento do
processo” (CNJ – ASI 05 – Rel. Min. Ellen Gracie – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Teto remuneratório. Constitucionalidade

“Todos os argumentos por mim lançados anteriormente, bem como


a decisão do Supremo Tribunal Federal, na ADI 3854, confirmam a constitucionalidade da
fixação do teto remuneratório da Justiça Estadual – que não pode ser confundido com os
subsídios máximos dos Desembargadores Estaduais – no mesmo valor referente ao teto
remuneratório das Justiças Federal, Trabalhista e Penal Militar, ou seja, no valor
correspondente aos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, atualmente em
R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais)” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Teto remuneratório da magistratura estadual. Retificação das Res. 13 e 14 do


CNJ frente à correta exegese do art. 37, XI, da CF

Pedido de providências. Teto remuneratório. Res. 13 e 14 do CNJ.


Pedidos de retificação. Magistratura estadual. Pretensões fundadas na correta exegese do
inciso XI do art. 37 da CF. Pertinência dos questionamentos. Deferimento do pedido
incidental formulado. Pedido deferido. (CNJ – PP 45 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 26ª
Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Teto remuneratório da magistratura estadual. Vantagem criada por Lei


Estadual, não prevista na Lei Orgânica da Magistratura

Teto remuneratório da Magistratura Estadual. Lei Estadual


criadora de vantagem, imprevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Reserva de
Lei Complementar Federal (CF, art. 93, caput). – “A criação de vantagens pecuniárias à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


540

magistratura compõe o elenco de matérias às quais impôs a Constituição Federal de 1988


reserva de Lei Complementar Federal (CF, art. 93, caput), não havendo abertura para que o
legislador estadual vá além dos limites da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei
Complementar 35/79, art. 65, V). A mera condição de membro de Conselho da
Magistratura não enseja pagamento de gratificação de representação (Resolução 13/CNJ,
arts. 4º, II, b, e 5º, II, a)” (CNJ – PCA 200710000014838 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Transporte individual de magistrados. Extinção gradativa do serviço,


assegurando o benefício, insuficiente para todos os membros do Tribunal,
adotando-se o critério de antiguidade. Ausência de ilicitude

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça com


composição ampliada pela extinção de Tribunal de alçada. Serviço de transporte
individual de magistrados. Extinção gradativa do serviço. – “Não há ilicitude na adoção
do critério objetivo e inflexível da antiguidade para assegurar benefício insuficiente para
todos os membros do tribunal. Pedido rejeitado” (CNJ – PCA 200710000015867 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Tribunais de Justiça Desportiva. Vedação

“É vedado o exercício pelos integrantes do Poder Judiciário de


funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e em suas Comissões Disciplinares (Lei 9.615,
de 24.03.98, arts. 52 e 53)” (art. 1º da Res. CNJ 10, de 19.12.2005).
Observações:
1. A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta as
Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados de
exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.
2. A Resolução 10, de 19.12.2005 veda o exercício pelos membros do Poder
Judiciário de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e Comissões Disciplinares.

Tribunais Regionais Eleitorais. Edição de resolução do CNJ para escolha de


Juízes e Desembargadores

Pedido de Providências. Magistrado solicita resolução do CNJ


para escolha de juízes e desembargadores que compõem o TRE. Pedido não conhecido. –
“Compete ao TRF a escolha de magistrado para compor o TRE, em sessão administrativa
secreta conforme Art. 120, inciso I, § 1º da CF, sendo inoportuna a edição de Resolução do
CNJ” (CNJ – PP 471 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

URV. Pagamento das diferenças em percentuais distintos

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Piauí. Pagamento de parcelas vencidas de conversão de URVs. Juiz aposentado. Alegação
de doença grave. Matéria decidida no PCA 146. – “No PCA 146, o CNJ considerou ilegal
o pagamento das diferenças de URVs em percentuais distintos para desembargadores em
atividade, juízes em atividade, magistrados inativos e pensionistas. Em razão disso,
determinou-se ‘que em eventuais futuros pagamentos referentes à diferença de conversão
da URV por parte deste egrégio Tribunal de Justiça sejam feitos de maneira uniforme a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


541

todos os desembargadores e juízes, ativos e inativos, e pensionistas, com a devida


observância da disponibilidade orçamentária.’ Embora se reconheça a gravidade da
situação narrada, quanto ao precário estado de saúde do requerente, não há fundamento
legal que autorize solução diversa da que adotada no PCA 146” (CNJ – PCA 635 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Valor Irredutível. Ilegalidade perante a LOMAN

“No Tribunal de Mato Grosso, o denominado ‘valor irredutível’ é o


resultado de uma operação aritmética entre a remuneração anterior e os atuais subsídios,
englobando todas as verbas anteriores (conforme exemplos em anexo), em especial os
adicionais por tempo de serviço e, em poucos casos, a incorporação definitiva de verba de
representação de ex-presidentes, vice-presidentes e corregedores-gerais do Tribunal, cuja
ilegalidade é patente perante a LOMAN e a Resolução CNJ 13/2006, que definem a
natureza transitória da mesma” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Valores recebidos de boa-fé. Inadmissibilidade de devolução ou desconto

Pedido de Providências. Magistrados. Interrupção no pagamento


de adicionais por tempo de serviço e qüinqüênios antes da data-limite estabelecida pelo
CNJ e desconto dos valores pagos pelos tribunais a esse título, sob a forma de
compensação. Res. 13/2006 do CNJ que permitiu os pagamentos até maio/2006. Direito
ao recebimento desses adicionais até a data-limite estabelecida. Descontos indevidos,
posto que recebidos os valores de boa-fé. Procedência dos pedidos. – “I) Se o CNJ, como
órgão de controle da legalidade dos atos administrativos dos tribunais, atuou como
intérprete e elemento integrador da Lei 11.143/2006 e, para os magistrados que se
submetem ao sistema de subsídio, deu sobrevida aos adicionais até maio de 2006, diante da
dicção do art. 12 da Res. 13/2006, impõe-se reconhecer a todos que se encontrem na
mesma situação o direito a essa percepção até a data-limite, sob pena de discrímen e ofensa
à isonomia. II) A pretensão da Administração Pública de ver repetidos valores
indevidamente pagos a título de subsídio, vencimentos ou proventos, obriga e impõe uma
fase de conhecimento e de dilação probatória em que reste incontroverso que o pagamento
foi efetivamente indevido e que o beneficiário tenha agido de má-fé, considerando que os
valores recebidos de boa-fé não se submetem à restituição, posto que, tendo o pedido
natureza reparatória, essa boa-fé exsurge como causa excludente da responsabilidade”
(CNJ – PP 1069 – Rel. Cons. Rui Stoco – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Vantagens de caráter pessoal. Não consideração para obediência ao teto

“Importante destacar, que se os vencimentos dos magistrados –


legalmente obtidos – extrapolam o teto salarial fixado em lei, somente estão sendo
percebidos em face do posicionamento anterior e absolutamente pacificado pelo Supremo
Tribunal Federal, em relação à antiga redação do inciso XI, do art. 37, entendendo que as
vantagens de caráter pessoal não deveriam ser computadas no teto original previsto no
inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, conforme já foi citado (STF – 2ª T. – RE
220.006-8/SP – Rel. Min. Néri da Silveira – DJ, Seção I, 02.04.98, p. 27; STF – 2ª T. –
RMS 21.966 – Rel. Min. Carlos Velloso – DJ, Seção I, 14.11.96; STF – 1ª T. – RMS
21.839 – Rel. Min. Sydney Sanches – DJ, Seção I, 18.04.97) e, portanto, estão alcançados
pela garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos” (CNJ – PCA 440 – Rel.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


542

Cons. Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 –


Parte do voto do relator).

Vedações para exercício de outras atividades

Pedido de Providências. Vedações impostas aos magistrados.


Consulta formulada por servidor público. Conhecimento. Vigência da LOMAN. Premissa
fundamental. – “Conforme reiteradas decisões do STF, está em plena vigência os
dispositivos da LC 35/79, particularmente sobre os deveres e vedações aos magistrados.
Matéria, aliás, também já apreciada no CNJ quando da edição da Resolução 10/2005.
Regras complementadas pelo art. 95 e parágrafo único da Constituição Federal.
Prevalência do princípio da dedicação exclusiva, indispensável à função judicante. Não
pode o magistrado exercer comércio ou participar, como diretor ou ocupante de cargo de
direção, de sociedade comercial de qualquer espécie/natureza ou de economia mista (art.
36, I da LOMAN). Também está impedido de exercer cargo de direção ou de técnico de
pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-
se apenas a direção de associação de classe ou de escola de magistrados e o exercício de
um cargo de magistério. Não pode, conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de
Rotary, de Lions, de APAEs, de ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado
também ser Grão Mestre de Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de
escola ou faculdade pública ou particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece
respondendo-se afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel.
Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Vencimentos. Forma de cálculo da remuneração dos juízes do trabalho


substitutos, designados para substituir juízes titulares

Pedido de Providências. Consulta formulada pela Presidente do


TRT da 18ª Região. Escorreita interpretação a ser conferida ao art. 9º da Res. 13 do
Conselho Nacional de Justiça. Forma de cálculo da remuneração devida aos Juízes do
Trabalho substitutos quando designados para substituírem os juízes titulares de Vara do
Trabalho. Exegese que há de ser harmonizada com as diretrizes traçadas pelo art. 124 da
LC 35/59 (LOMAN) e pelo § 3º do art. 656 da CLT. Resposta à consulta formulada no
sentido de que mesmo em face do quanto disposto no art. 9º da Res. 13/CNJ, o Juiz do
Trabalho Substituto, quando designado ou estiver substituindo o juiz titular de Vara do
Trabalho, e mesmo o juiz titular de Vara quando convocado para atuar no Tribunal, faz jus
ao pagamento da diferença remuneratória, por força de lei, correspondente à diferença
entre o valor do subsídio do cargo de origem e o valor do subsídio do cargo objeto da
substituição. (CNJ – PP 1007 – Rel. Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006).

Verbas que ultrapassem o teto constitucional. Congelamento para absorção


em futuros aumentos ou reajustes

“Ressalvo, todavia, no caso dos itens 4 a 6, apesar das conclusões


do professor José Afonso da Silva, que a diferença percebida a título do art. 95, III da CF,
além do subsídio, que porventura ultrapassar o teto nacional, deverá ser ‘congelado’ para
ser absorvidas nas futuras elevações do mesmo” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


543

Vitaliciamento

“O procedimento de vitaliciamento obedecerá às normas aprovadas


pelo Tribunal Pleno ou pelo Órgão Especial do respectivo Tribunal” (art. 16 da Res. CNJ
30, de 07.03.2007).

“Somente pelo voto da maioria absoluta dos integrantes do


Tribunal Pleno ou do Órgão Especial será negada a confirmação do magistrado na
carreira” (art. 17 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

“Negada a vitaliciedade, o Presidente do Tribunal expedirá o ato de


exoneração” (art. 18 da Res. CNJ 30, de 07.03.2007).

Vitaliciamento. Matéria de natureza administrativa. Prazo de cinco anos para


impugnação

O processo de vitaliciamento de magistrado não é de caráter


disciplinar. Possuindo a matéria natureza eminentemente administrativa, subsume-se ao
prazo mais elástico de cinco anos para a sua impugnação perante este Conselho Nacional
de Justiça (art. 95, parágrafo único do RI/CNJ). O estágio probatório é etapa preliminar
para a aquisição do predicamento da vitaliciedade e sua conclusão, a exame do órgão a que
está vinculado o Juiz, encerra ato administrativo típico. Não se pode admitir, em respeito
aos princípios que norteiam a atividade administrativa dos Tribunais, que se atribua
vitaliciamento a um Juiz com a consignação de ‘ressalva’ na completa ausência de
indicação das razões pelas quais se justificaria tal restrição. Afronta à garantia
constitucional da ampla defesa administrativa. (CNJ – PCA 98 – Rel. Cons. Paulo Schmidt
– 25a Sessão – j. 12.09.2006– DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Vitaliciedade e inamovibilidade

Juiz substituto. Vitaliciedade e inamovibilidade. Independência


ontológica e teleológica dos institutos. – “Embora integrem o rol de garantias
fundamentais para o exercício da magistratura, vitaliciedade e inamovibilidade (CF, art.
95, I e II) são inconfundíveis. A passagem do juiz substituto pelo estágio probatório bienal
não lhe outorga, somente pelo decurso do tempo, a inamovibilidade, própria dos juízes
promovidos à titularidade. A vitaliciedade propicia estabilidade na carreira; a
inamovibilidade enseja estabilidade geográfica. Limitar a movimentação de juízes
substitutos seria frustrar a própria finalidade de sua existência: substituir ou auxiliar onde o
tribunal detecte necessidade. Conseqüentemente, juízes substitutos, vitalícios ou em
estágio probatório, não são inamovíveis. A designação do juiz substituto para comarca
diversa daquela em que esteja lotado prescinde do procedimento especial previsto no art.
93, VIII, da CF” (CNJ – PCA 200810000018733 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

MAGISTRATURA
V.tb.: CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA – MAGISTRADOS

Organização em única carreira. Forma de acesso dos juízes de carreira e dos


integrantes do quinto constitucional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


544

“Só há um único cargo de magistrado, organizado em carreira. Não


há cargo de carreira de magistrado de primeiro grau e outro de segundo grau. O acesso ou
promoção ao Tribunal correspondente envolve progressão de grau na mesma carreira e não
ingresso em cargo isolado. A progressão horizontal no mesmo cargo de magistrado,
incluindo o acesso ao Tribunal de segundo grau, se dá pelos critérios de antiguidade e/ou
de mérito. A nomeação do magistrado para compor o Tribunal não desnatura a carreira
pois é ato complexo e solene que certifica a promoção ao último grau daquela, no mesmo
cargo. Diferentemente ocorre com os integrantes dos tribunais de segundo grau,
provenientes do quinto constitucional destinado à advocacia e à OAB, que são cargos
isolados, com ingresso independente de concurso público, cujo exercício de cinco anos há
de ser completo, para fins da aposentadoria voluntária, além de dez no serviço público. Do
mesmo modo, o cargo de membro de Tribunal superior. O magistrado que ingressou
mediante concurso público é titular de único cargo, cujo exercício deve ser considerado na
carreira, incluindo o acesso ou promoção para tribunal de segundo grau, para fins de
aposentadoria voluntária, prevista no inciso III do art. 40 da Constituição” (CNJ – PP 1282
– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 –
Ementa não oficial).

Tempo de serviço. Auditor Fiscal. Contagem como atividade jurídica para


ingresso na Magistratura.

“O cargo de Auditor Fiscal do Trabalho e os antigos cargos de


Auditor Fiscal da Previdência Social e de Auditor Fiscal da Receita Federal são
computáveis no tempo de atividade jurídica exigido para ingresso na magistratura. O
exercício do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, criado pela Lei
11457/2207, também é computável para aqueles efeitos” (CNJ – PP 1438 – Rel. Cons.
Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

MANDADO
Ato normativo de tribunal. Limitação mensal do número de mandados a ser
cumpridos com gratuidade

Pedido de Providências. Ato normativo. Limite do número de


mandados cumpridos mensalmente. Ações com trâmite amparado pelo benefício da
gratuidade da Justiça. Princípio da inafastabilidade do controle judicial. CF/88, art. 5º,
XXXV. – “I) A melhor exegese do art. 5º, XXXV, da CF/88, qual seja, aquela capaz de lhe
conferir máxima efetividade, rechaça a validade, não só de leis, mas de atos tendentes a
obstaculizar o acesso ao Poder Judiciário, bem assim, o recebimento de postulações e seu
regular processamento, inclusive mediante deferimento da gratuidade, quando se faça
necessária. II) O princípio da inafastabilidade da jurisdição plasma-se, sobretudo, na
seqüência regular das rotinas procedimentais inerentes ao devido processo legal,
desenvolvendo-se o trâmite segundo as regras e prazos de Direito Processual, sob a
fiscalização e direção do juiz. III) Destaca-se o direito de acesso à jurisdição como direito
ao efetivo processamento das demandas, estejam, ou não, amparadas pelo benefício da
gratuidade. IV) Não há jurisdição efetiva onde a máquina judiciária impede ou limita o
livre acesso de todos ao Poder Judiciário, inclusive mediante isenção do pagamento de
custas, em casos de reconhecida hipossuficiência econômica do postulante. V) Pedido de
providências a que se defere” (CNJ – PP 200810000027310 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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MANDADO DE SEGURANÇA
Impetração contra ato de Tribunal. Competência do próprio Tribunal para o
seu julgamento

“Não há ilegalidade na norma do Regimento Interno que atribui ao


Tribunal a competência para julgamento de mandado de segurança contra seus próprios
atos. Compatibilidade com a Constituição Federal. Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – PP 200710000017438 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão
– j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Impetração contra ato de Tribunal. Matéria jurisdicional. Incompetência do


CNJ

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática de arquivamento do


Pedido de Providências. Matéria jurisdicional. Mandado de segurança contra ato de
Tribunal. Competência do próprio Tribunal. – “O exercício das competências de controle
administrativo do CNJ não deve interferir no livre exercício da atividade jurisdicional”
(CNJ – PP 200710000017438 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 57ª Sessão
– j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

MANDATO
Vide: PROCURAÇÃO

MATÉRIA DE NATUREZA JURISDICIONAL


V. tb.: ATIVIDADE JURISDICIONAL

Inadmissibilidade de interferência do CNJ

“A aferição de prejuízo decorrente de avaliação de imóvel


alegadamente vil trata de nítida matéria jurisdicional, passível de revisão por meios
processuais inerentes. Incompetência do Conselho Nacional de Justiça para controle desses
atos (Art. 103-B, §4º, da CF/88), conforme reiterados precedentes (PCA 631 e PPs 16, 21,
42 e 63). Por outro lado, o prejuízo a ser demonstrado não trata do prejuízo particular, mas
sim do prejuízo substancial, causado a quantidade relevante de jurisdicionados, em
situação idêntica, ou, pelo menos, similar à do requerente, de modo a conferir indícios
mínimos da má-execução ou da má-fiscalização do Convênio em tela. Prejuízo, portanto, é
o prejuízo substancial, decorrente da celebração, execução e fiscalização do Convênio, e
não o mero prejuízo individual, in concreto e isolado” (CNJ – PCA 200810000025890 –
Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Irresignação perante o CNJ. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Impossibilidade. – “I) A reclamação disciplinar não constitui meio idôneo
à discussão de questões judiciais. Trata-se de procedimento administrativo destinado a
apurar a notícia da prática de infração funcional por magistrados, servidores do Poder
Judiciário ou de serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro. II) A
irresignação e face dos provimentos judiciais que movimentaram processo de execução,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


546

supostamente em desacordo com a legislação de regência, constitui matéria judicial, cujo


exame é inviável em sede administrativa. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
RD 129 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007
– DJU 04.06.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Matéria judicial.


Arquivamento mantido. Recurso negado. – “A Reclamação Disciplinar não constitui meio
idôneo à discussão de questões judiciais. Trata-se de procedimento administrativo
destinado a apurar eventual infração funcional de magistrados, servidores do Poder
Judiciário ou de serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro. Recurso
não provido” (CNJ – RD 911 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

MATÉRIA FÁTICA OU “FATO DE CONDUTA” INEXISTENTE


Não conhecimento do pedido

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Decisão


monocrática que não conheceu o pedido por inexistir ato concreto a ser controlado. Art.
96 do RICNJ. – “O ‘fato de conduta’ que o Requerente imputa ao Tribunal de Justiça do
Estado do Mato Grosso do Sul, segundo se depreende da leitura da notícia jornalística
acostada aos autos, decorre de uma proposta de aumento dos valores das custas judiciais, a
ser enviada à Assembléia Legislativa daquele Estado, e que, para produzir seus efeitos,
precisa ser apreciada, votada, acolhida e publicada. Não existe nos presentes autos a
indicação clara e precisa do ato a ser impugnado por este procedimento, como exige o art.
96 do RICNJ, mas tão somente uma matéria jornalística que atesta a movimentação da
OAB/MS no sentido de coibir um suposto aumento de custas judiciais. Recurso
Administrativo a que se nega provimento. Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000033280
– Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Pedido de Providências. Concurso público para provimento de


cargos de servidores da Justiça do Estado da Bahia. Candidata requer nomeação.
Informações insuficientes. Ausência de ato concreto. Art. 92 do RICNJ. – “Não existe nos
presentes autos a indicação clara e precisa do ato a ser impugnado por este procedimento,
como exige o art. 92 do RICNJ, mas tão somente uma matéria jornalística que atesta a
intenção do Tribunal em nomear os candidatos classificados em concurso. Precedente. PP
33280. Pedido de Providências que não se conhece” (CNJ – PP 200910000012449 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – Decisão Monocrática – 31.03.2009).

MÉDICO
Servidor Público. Jornada de trabalho

Consulta. Jornada de trabalho. Médicos do Poder Judiciário. __


“Os servidores médicos do Poder Judiciário da União devem cumprir jornada de trabalho
de 4 horas diárias, em virtude do disposto na Lei 8.112/90 e na Lei 9.436/97. Os Tribunais
de Justiça deverão disciplinar a jornada de trabalho dos servidores médicos dos seus
quadros de pessoal, limitados às legislações existentes sobre a matéria em cada Estado,
quando houver” (CNJ – PP 200810000022694 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


547

MEDIDA CAUTELAR
V. tb.: LIMINAR
Pressupostos para concessão

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Inconformismo quanto a não concessão de medida urgente. Manutenção
da decisão de indeferimento. – “I) O exame da plausibilidade jurídica da pretensão de
direito material depende da apresentação de elementos que levem o julgador a concluir,
não só pela viabilidade jurídica da pretensão, como também pela existência de relativo
indício a amparar a reivindicação do direito” (CNJ – PCA 240 – Rel. Cons. Ruth Carvalho
– 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

MEDIDAS DE URGÊNCIA
Liminar. Recorribilidade das decisões denegatórias da medida

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Recorribilidade das decisões denegatórias de
medidas de urgência (art. 103 RICNJ). Rejeição. – “I) É recorrível a decisão que não
defere pedido de medida de urgência no início do processo. II) Questão de ordem para
interpretar os arts. 19, inciso XX, e 45, inciso XI, do RICNJ, no sentido da recorribilidade
das decisões de indeferimento monocrático de pedido liminar (art. 19, inciso XXIV, do
RICNJ). III) Recurso Administrativo que se dá parcial provimento. Questão de ordem
submetida ao Plenário” (CNJ – PCA 11734 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

MEIO AMBIENTE
Palavras-chave: ECOLOGIA – PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – PROTEÇÃO
AMBIENTAL

Comissões ambientais. Criação para o planejamento, elaboração e


acompanhamento de medidas visando à correta preservação e recuperação do
meio ambiente

“Recomenda aos Tribunais relacionados nos incisos II a VII do art.


92 da Constituição Federal de 1988 que adotem políticas públicas visando à formação e
recuperação de um ambiente ecologicamente equilibrado, além da conscientização dos
próprios servidores e jurisdicionados sobre a necessidade de efetiva proteção ao meio
ambiente, bem como instituam comissões ambientais para o planejamento, elaboração e
acompanhamento de medidas, com fixação de metas anuais, visando à correta preservação
e recuperação do meio ambiente, tais como, por exemplo: a) utilização de papel reciclado e
não clorado nos impressos do Poder Judiciário, sejam de natureza administrativa ou
processual; b) instituição da coleta seletiva de resíduos, destinando recipientes individuais
para plástico, papel, metal e vidro, e a ulterior doação do material coletado a entidades
assistenciais que se responsabilizem pela correta utilização do material para a devida
reciclagem; c) aquisição de impressoras que imprimam, automaticamente, em frente e
verso; d) aquisição de bens e materiais de consumo que levem em consideração o tripé
básico da sustentabilidade: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


548

viável; e) utilização sustentável da energia e dos combustíveis; e f) utilização de edifícios


com observância da proteção ao meio ambiente” (Recomendação CNJ 11, de 22.05.2007).

Utilização de papel pelo Poder Judiciário

Utilização de papel pelo Poder Judiciário. Necessidade de estudos


mais aprofundados e adequação da infra-estrutura e burocracia interna. Necessidade de
continuidade do serviço público. Ausência de comprovação de lesão ao meio ambiente.
Investimentos em processo virtual e tecnologia liderados pelo Conselho Nacional de
Justiça. Pedido inoportuno, genérico e sem comprovação. Indeferimento. (CNJ – PP 657–
Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU
01.09.2006).

MENOR
Autorização de viagem. Inexistência de postos de atendimento

Autorização de viagem para menor. Inexistência de postos de


atendimento. – “Deve o Poder Judiciário Estadual viabilizar a instalação de postos de
atendimento, para fins de autorização de viagens de menores, em aeroportos e rodoviárias
nas cidades de grande densidade populacional” (CNJ – PP 200910000001865 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

MESTRADO
Vide: CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO

MINISTÉRIO PÚBLICO
Acesso às salas destinadas aos membros do MP durante o recesso natalino

Pedido de Providências. Recomendação. Acesso as salas dos


membros do Ministério Público localizadas no interior dos Fóruns. Deferimento. Ao
Plenário do CNJ cabe, no âmbito de sua competência, recomendar providências aos órgãos
do Poder Judiciário. No período de recesso natalino, onde os fóruns funcionam no sistema
de plantão, os membros do Ministério Público, e seus respectivos servidores, devem ter
acesso as suas salas de trabalho, quando localizadas no interior dos referidos fóruns, uma
vez que os mesmos exercem atividades extrajudiciais em favor da sociedade e, em
decorrência do interesse público, devem ser ininterruptas. Confirma-se a liminar deferida
para o último período de recesso natalino, expedindo-se recomendação, com extensão as
funções essenciais a Justiça, aos tribunais para os ulteriores períodos de recesso. (CNJ – PP
1233 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Ato da Corregedoria Geral determinando a entrega dos autos com vista ao MP


nas dependências do fórum

Procedimento de Controle Administrativo. Ato emanado da


Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso com a determinação de entrega
dos autos com vista aos membros do Ministério Público nas dependências do fórum.
Precedentes. Liminar concedida. Pedido julgado procedente. – “I) Essencial ao exercício

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


549

da função jurisdicional do Estado (art. 127, caput, da CF/88), as prerrogativas dos


Membros do Ministério Público prestam à proteção do Jurisdicionado. II) A recomendação
feita pela Corregedoria mato-grossense implica na descontinuidade da prestação
jurisdicional, acarreta atrasos na tramitação dos processos e, portanto, prejudica o cidadão
usuário dos serviços da Justiça, tudo isto a caracterizar a urgência do sobrestamento do ato.
III) Não pode uma recomendação do Corregedor Geral da Justiça modificar disposição
legal contida em Lei Federal. IV) Pedido julgado procedente, tornada definitiva a liminar
antes concedida” (CNJ – PCA 200810000028234 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Critérios para a escolha de membros do MP para compor o quinto


constitucional dos tribunais

Quinto Constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da sessão e motivação da decisão. Artigo 93, inciso
X, da Constituição Federal. – “A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004,
que desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da
publicidade e transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que
passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos,
nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável
que a formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrados aos Tribunais de segundo grau
(Resolução CNJ 6/2005, art. 1º)” (CNJ – PP 200710000004973 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Direção e encaminhamento do inquérito policial. Termo de ajuste firmado

Termo de Ajuste sobre procedimentos administrativos de


investigação realizado pelo Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado do
Paraná. Supressão da Atividade Judicial na fase administrativa do Inquérito. Princípios
da celeridade, eficiência e interesse geral. – “O termo de ajuste firmado pelo Tribunal de
Justiça e Ministério Público do Estado do Paraná norteou-se no sentido de prevalência da
garantia ao interesse da defesa social, permanecendo íntegra a atividade de controle dos
inquéritos policiais e sublimando a prestação jurisdicional na fase processual, que ocorre
no momento do recebimento da denúncia encaminhada pelo Ministério Público. Essa
postura robustece a atuação de ambos na medida em que valoriza, de modo legítimo, a
ampla atuação do titular da ação penal sobre a investigação criminal, remanescendo ao
Poder Judiciário a sua verdadeira competência. O exame da realidade brasileira evidencia
que a atividade jurisdicional, notadamente na fase administrativa do inquérito, afigura-se
como mero procedimento, burocrático e totalmente dispensável, sendo sua permanência
incompatível com os princípios da celeridade, eficiência e interesse geral, tão caros aos
jurisdicionados” (CNJ – PCA 599 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – Vencido o
Conselheiro Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).
Parte do Voto Vencido do Cons. Rui Stoco:
Não obstante o excelente e erudito voto do nobre Conselheiro
Relator e a boa intenção da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná, o
Provimento n° 119/2007 por ela editado contraria o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 10 e art.
16 do Código de Processo Penal e extrapola os limites permitidos. Mais do que isso, nega
vigência a esses dispositivos, cuja obediência é cogente. Isto porque o ato administrativo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


550

interno que estabeleça rotina procedimental não pode ser editado contra legem. Se o
Código de Processo Penal, posto a lume em período de restrição às liberdades e não mais
tem empatia com a Carta Magna que lhe seguiu, impõe-se sua reforma e não sua
substituição, ainda que parcial, por provimento que constitui apenas e tão-somente ato
interna corporis. Aliás, há oito projetos apresentados por Comissão de Reforma e que se
encontram em tramitação na Câmara dos Deputados. O referido Provimento dispõe no item
6.2.8 ‘que a escrivania fará remessa dos autos de inquérito à Promotoria de Justiça com
atribuição para atuar no feito, independentemente de despacho judicial, anotando a data
da remessa’. Ora, essa determinação contraria frontalmente o § 1o do art. 10 do CPP que
determina o envio dos autos ao juiz competente, após o relatório da autoridade policial. O
item 6.2.8.3 dispõe: ‘não há necessidade de pronunciamento do Juiz na baixa de inquéritos
policiais à Delegacia de Polícia, cabendo ao Ministério Público o controle do prazo
concedido, para os fins do art. 129, VII, da CF’. Todavia, essa determinação da
Corregedoria-Geral contraria o § 3o do art. 10 do CPP ao dispor: ‘Quando o fato for de
difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz’. É atribuição do juiz o controle da execução e conclusão dos inquéritos policiais
e, ainda, o controle dos prazos. Esse controle decorre da lei processual penal. Transferir
esse controle para o Ministério Público ofende o comando legal. Também o art. 16 do CPP
foi contrariado, na medida em que permitiu-se ao Ministério Público, através de mero ato
interno (Provimento) a prerrogativa de determinar a devolução do inquérito à autoridade
policial para novas diligências, quando a norma referida apenas concede ao Parquet
requerer esse retorno. Por fim, o ato editado significa dar a um Estado da Federação poder
de legislar não concedido a nenhum deles, por força do sistema federativo adotado. Esses
os fundamentos pelos quais pedimos venia para divergir do voto do ilustre e culto Relator
pois, segundo nosso entendimento, era caso de desconstituir o ato administrativo
vergastado.

Insurgência contra expedição de Provimento. Pretensão de invalidade para


que os membros do MP tenham assento à direito e no mesmo plano do
magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento da


Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Mato Grosso. Pedido de cassação. Ato
regulamentando o assento dos membros do Ministério Público junto aos juízes de primeira
instância. Prerrogativa de sentar-se a direita e no mesmo plano. Descabimento. Inexistência
de ofensa às prerrogativas do Ministério Público. Inviabilidade financeira do Estado de
remodelar todos os prédios do Poder Judiciário para atender à exigência. (CNJ – PCA 384
– Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

Intervenção em processos administrativos disciplinares contra magistrados.


Impossibilidade na fase de alegações finais, ante a ocorrência da preclusão do
direito

Pedido de Controle Administrativo. Procedimento Administrativo


Disciplinar instaurado pelo Tribunal. Pretensão do Ministério Público de produzir outras
provas, além das determinadas pelo relator. Inadmissibilidade. – “É possível a intervenção
do Ministério Público nos processos administrativos disciplinares contra magistrados.
Entretanto, não em fase de alegações finais. Direito precluso” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


551

200710000017591 – Rel. Designada Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –


DJU 07.05.2008).

Intervenção em processos administrativos disciplinares contra magistrados,


limitada à apresentação de razões em alegações finais. Impossibilidade de
interferir nas provas e ampliar seu universo

“Nos processos em que se investiga a atuação de magistrado para


efeito de imposição de pena disciplinar e – portanto – com característica sensória e efeito
punitivo, preocupou-se o legislador em estabelecer sistema reservado e preservado de
investigação interna corporis, atribuindo a iniciativa e a condução do procedimento aos
próprios pares do indiciado ou processado, representados pelo Órgão Especial ou Tribunal
Pleno dos tribunais, de sorte a reservar ao Ministério Público a legitimidade e o poder de
iniciativa da ação civil específica para a perda do cargo, através de sentença judicial
transitada e julgado (CF/88, art. 95, I) e, ainda, de eventual ação penal se o comportamento
do membro do Poder Judiciário caracterizar crime. Mais do que isso não se lhe poderia
cometer, como efetivamente não se atribuiu. (...) Tem-se, portanto, que a intervenção do
Ministério Público nos processos administrativos disciplinares contra magistrados é
regrada e contida, só atuando na fase de alegações finais – segundo a dicção do art. 27, § 5º
da LOMAN e do art. 9º, § 9º da Res. CNJ 30/2007 – com o oferecimento de razões, não
podendo, contudo, interferir nas provas nem alentar o seu universo, posto assumir a
condição de custos legis, e não de órgão de acusação, só se lhe deferindo,
conseqüentemente, a prerrogativa de atuar como guardião da legalidade do procedimento.
Assim não fosse e o procedimento de natureza disciplinar visando apurar faltas de
membros da Magistratura ficaria sob o exclusivo alvedrio de outra instituição, quebrando o
princípio de que, no âmbito administrativo, cada Poder e cada Órgão da Administração
Púbica detém exclusividade para julgar e impor sanções da mesma natureza aos seus
membros e agentes. Essa reserva da lei busca assegurar às instituições, como à
Magistratura e o próprio Ministério Público, fazer depuração interna (quando necessária),
de sorte que o conceito de certo e errado seja estabelecido no contexto interno à luz dos
preceitos de contenção e de coibição, entre os próprios pares, que estabelecerão – no
âmbito da liberdade na dosimetria das penas previstas – os limites e os sistemas de freios e
contra-pesos” (CNJ – PCA 200710000017591 – Rel. Designada Cons. Andréa Pachá – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Parte do voto vencido do Cons. Rui Stoco).

Legitimidade para propor a instauração de procedimento no CNJ

“O Ministério Público tem legitimidade para propor a instauração


de Procedimento de Controle Administrativo perante o CNJ, visando o controle da
legalidade de concurso público” (CNJ – PCA 200810000014363 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Nomeação ou credenciamento de Conselho Tutelar

Procedimento de Controle Administrativo. Comissariado Voluntário


de Menores. Provimento n. 135/2005 da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de
Minas Gerais. Art. 146 do ECA. – “Não compete ao Ministério Público ou ao Conselho
Tutelar, como pretende o requerente, a nomeação ou credenciamento do Comissário
Voluntário, mas sim a representação para a imposição de pena administrativa. Cumpre ao
Juiz da Infância e da Juventude tal credenciamento, investido de autoridade por força do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


552

art. 146 do ECA” (CNJ – PCA 13 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 –
DJU 07.12.2005).

Pretensão de suspensão de ato de autoridade que determinou a remessa de


peças ao Ministério Público

Procedimento de controle administrativo. Pedido de suspensão de


ato da autoridade que determinou a extração e remessa de peças ao MP. Alegação de
demora na prestação jurisdicional. Corregedor Geral da Justiça que, após verificar que a
ação judicial foi julgada em prazo razoável, determinou a remessa de peças ao Ministério
Público para apurar eventual responsabilidade do autor da ação, por ter ingressado com
ação cível, em nome próprio e benefício pessoal, na condição de Defensor Público,
utilizando-se de papel timbrado do Governo do Estado e subscrevendo a petição sem
mencionar ou comprovar inscrição na OAB. Pedido de providências julgado prejudicado,
com relação à demora no julgamento e improcedente no que se refere ao pedido de
suspensão do ato que determinou a extração e remessa de peças ao MP (CNJ – PCA 585 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Remuneração pela atividade perante a Justiça Eleitoral com recursos de seu


próprio orçamento

“Em conclusão, acolho, em parte, o pleito da AJUFE para que:


quanto à alteração da Res. 5/2005, seja editada nova Resolução, com adequação dos
percentuais de despesas com pessoal e encargos, na forma acordada pelas Presidências do
Conselho Nacional de Justiça, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal Superior do
Trabalho. Quanto à realização de estudos de forma a viabilizar que a remuneração dos
membros do Ministério Público que exerçam função eleitoral seja efetivamente satisfeita
com o orçamento do Ministério Público e não mais com o orçamento do Judiciário da
União, indefiro o pleito, por envolver mudança de legislação, cuja iniciativa não está ao
alcance da competência do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 165 – Rel. Cons.
Vantuil Abdala – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Requisição de documentos ou informações a órgãos do Poder Judiciário

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça Estadual. Solicitações


do Ministério Público do Trabalho. Resistência. – “Quem assume função pública não pode
jamais esquecer que o exercício do poder tem como face imprescindível a controlabilidade.
E, no caso dos órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público, são múltiplas as
instâncias de controle: afora os diversos meios de controle social, difusos e informais
(mídia, opinião pública, protestos, cartas), o Judiciário e o Ministério Público sujeitam-se
ao controle administrativo pelos tribunais de contas e pelos respectivos Conselhos –
gêmeos constitucionais (CNJ e CNMP). É igualmente inegável a controlabilidade dos atos
da administração judiciária pelo Ministério Público (CF, art. 129, II e VI). Deve ser
atendida toda e qualquer requisição formulada por órgão do Ministério Público, desde que
fundamentadamente e no estrito exercício regular de suas respectivas funções
institucionais, na forma da lei. Pedido de Providências parcialmente conhecido e, em parte,
acolhido. Instauração de Procedimento de Controle Administrativo de ofício para apuração
de possíveis irregularidades na admissão de pessoal” (CNJ – PP 1492 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Quinto Constitucional dos Tribunais. Lista tríplice

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientação


emanada deste Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista
tríplice a que se refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal, seja formada
em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (Recomendação
CNJ 13, de 06.11.2007).

MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


Pretensão de regulamentação da escolha de Ministros para o STF.
Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Regulamentação da escolha de Ministros


do STF. Incompetência do CNJ. Ato de escolha pessoal do presidente da República
referendado pelo Senado Federal. (CNJ – PP 834 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

MONTEPIO CIVIL
Magistrado. Cumulação de contribuição

Pedido de Providências. Tribunal Superior do Trabalho. Montepio


Civil. Contribuição voluntária. Cumulação. Possibilidade. Limitação ao teto
remuneratório não configurada. Exceção nas hipóteses de falecimento por acidente de
trabalho. – “I) Os Recursos para pagamento das pensões originam-se das contribuições
voluntárias dos inscritos, sem qualquer encargo à União no que diz respeito aos
pagamentos realizados pelo Montepio, vez que o valor da pensão corresponde a 60%
(sessenta por cento) da contribuição facultativa do magistrado. A opção pela contribuição
ao Montepio em nada se relaciona com o regime previdenciário estatutário assegurado pela
Constituição Federal em seu art. 40. Tal situação é abarcada pelo o art. 8º da Res. CNJ 13,
de 21.03.2006, indicado pelo art. 6º em sua parte final. II) Para efeitos de teto
remuneratório, apenas a soma da pensão estatutária com os 40% complementados pelo
Tesouro nas hipóteses de falecimento por acidente de trabalho ou doença ocupacional a ele
equiparada, nos termos do art. 1º parágrafo único da Lei 6.782/1980, encontra o limite de
que trata o inciso XI do art. 37 da CF” (CNJ – PP 1088 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª
Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

MOROSIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO


V. tb.: RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO

Configuração. Critérios para aferir

“Para se entender configurada morosidade no tramitar de qualquer


processo faz-se necessário, à luz do princípio da razoabilidade, aferir o volume de trabalho
a que está submetido o magistrado, a sua produtividade, as condições cartorárias
(equipamentos e pessoal), a complexidade da causa e a indispensabilidade do atendimento
à legislação processual” (CNJ – REP 200710000001832 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


554

MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS


Ausência ou insuficiência

Procedimento Administrativo. Magistratura. Concurso para


Promoção por Merecimento. Irregularidades. Promoções por merecimento.
Fundamentação. Sentido jurídico. – “Fundamentar não é o mesmo que explicar. A
fundamentação tem um cunho jurídico específico: é a base de uma decisão juridicamente
sustentável (CF, art. 93, X). Meras referências elogiosas genéricas ao candidato
selecionado não satisfazem o requisito constitucional da fundamentação das decisões
administrativas. Quem integra a magistratura tem, ordinariamente, interesse em progredir
na carreira, horizontal (remoções) e verticalmente (promoções). E tal progresso funcional
pressupõe um esforço multidirecionado (preparação intelectual, trabalho judicante intenso,
poder de iniciativa, produção acadêmica, disciplina e zelo no cumprimento dos deveres
funcionais e na condução de sua vida pública e privada, dentre outras preocupações).
Assim, o momento de definição das promoções por antiguidade e, em especial, por
merecimento, é um momento significativo na vida do juiz. Ali, mais que ser promovido ou
preterido, o juiz estará sendo julgado, ou seja, estará sendo avaliado quanto à excelência
(tendo como efeito a postergação de sua progressão) de seu esforço pessoal para
desempenhar suas atividades profissionais e para conduzir sua vida pessoal. Nenhum
problema há em que vários (ou mesmo todos menos o primeiro) votantes cinjam-se a
acompanhar o voto da primeira indicação para a lista tríplice para promoção por
merecimento. Todavia, a validade de tais votos de mera adesão estará, obviamente,
condicionada à validade do voto aderido, isto é, se desfundamentado o voto inicial de
indicação da lista tríplice, a decisão colegiada estará totalmente viciada. Decisões
formadoras de sucessivas listas tríplices sem fundamentação suficiente são inválidas” (CNJ
– PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Autorização de


residência fora da Comarca. Decisão administrativa não motivada. Nulidade reconhecida.
– “De acordo com o ordenamento constitucional vigente, somente no caso de autorização
administrativa do tribunal respectivo, é que o juiz titular poderá residir em local diverso do
da comarca em que exerce o oficio jurisdicional. O inciso X do art. 93 da Carta Magna de
1988 exige que as decisões administrativas sejam motivadas, não bastando a simples
referência a texto legal para indeferir pleito administrativo, havendo necessidade de
fundamentação quanto aos argumentos levantados pelo requerente, uma vez que a
motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o
agente ã manifestação da vontade. Reconhece-se a nulidade da decisão administrativa do
TJMG, por ausência de fundamentação, determinando que a douta Corte Superior
requerida prolate nova decisão, observando o inciso X do art. 93 da Carta Magna de 1988,
apreciando motivadamente os argumentos elencados pelo requerente no seu pleito
administrativo. Recomendação aos Tribunais” (CNJ – PCA 152 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Concurso público. Ausência de motivação na atribuição de notas às provas


realizadas. Irregularidade sanável

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para Juiz de


Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Atribução de
notas às provas realizadas. Ausência de motivação. Possibilidade de recurso
Administrativo. Irregularidade sanável não comprometendo o concurso. (CNJ – PCA 131 –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


555

Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa
não oficial).

MUDANÇA DE SEXO
Pretensão de que o CNJ discipline e regulamente a averbação de mudança de
sexo, com autorização judicial

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


que o CNJ discipline e regulamente a questão do registro ou averbação de mudança de
sexo, com autorização judicial, após intervenção médica. Matéria jurisdicional.
Improcedência do pedido. – “A regulamentação do registro ou averbação da mudança de
sexo com autorização judicial, após intervenção médica, envolve matéria jurisdicional que
não pode ser tangida pelo Conselho Nacional de Justiça. Ademais, a conseqüência lógica
da decisão que autoriza a mudança de sexo é a determinação da averbação dessa
circunstância no registro civil” (CNJ – PP 10596 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

MULTA PENAL
Execução. Atribuição da Fazenda Estadual

Procedimento de Controle Administrativo. Execução de multa


penal pela Fazenda estadual. Legalidade. Impugnação do Provimento 05/2008 do
Tribunal de Justiça de Sergipe. Pedido de suspensão do ato normativo. Improcedência do
pedido. – “O art. 51 do Código Penal, com redação dada pela Lei 9.268/96, considera a
multa penal dívida de valor, aplicando-se as normas relativas à divida ativa da Fazenda
Pública, cabendo aos procuradores do Estado sua execução” (CNJ – PCA
200910000004568 – Rel. Cons. Rui Stoco – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

–N–
NEPOTISMO
Palavras-chave: PARENTESCO
V. tb.: MAGISTRADOS – NEPOTISMO CRUZADO – NEPOTISMO INDIRETO –
SERVIDOR PÚBLICO

Acumulação de dois cargos em comissão ou de um destes e de função


comissionada ou, ainda, de duas funções comissionadas

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Verba


remuneratória destacada. Acumulação de cargos em comissão. Nomes de pessoas vivas a
dependências do Poder Judiciário. – “É vedada a acumulação de dois cargos em comissão
ou de um destes e de função comissionada, ou de duas funções comissionadas” (CNJ –
PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Alcance da Resolução CNJ 07/2005

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


556

Pedido de Providências. Nepotismo. Consulta sobre o alcance de


Resolução editada pelo CNJ. Pertinência dos questionamentos. – “Cabe esclarecer que a
Res. 7, de 18.10.2005 aplica-se aos órgãos do Poder Judiciário nacional, não alcançando,
portanto, os Tribunais de Contas. Isso, contudo, não significa que a prática do chamado
“nepotismo cruzado”, disciplinado no art. 2°, inciso II, da Res. 7, de 18.10.2005, não possa
ou não deva ser combatida no âmbito do próprio Poder Judiciário. No caso concreto,
inexistindo qualquer espécie de subordinação ou vinculação direta ou indireta entre as
irmãs ocupantes de cargo em comissão, não há razão para que sejam elas destituídas de
suas funções, com fundamento na Res. 7, de 18.10.2005. Fica ressalvada, entretanto, a
hipótese de conveniência e oportunidade administrativas, por parte da Presidência do
Tribunal. Julgo oportuno reafirmar que todas as nomeações e designações realizadas em
desconformidade com a Res. 7, de 18.10.2005 devem ser desconstituídas, pouco
importando as lotações dos servidores envolvidos ou mesmo a responsabilidade pelas
respectivas indicações” (CNJ – PCA 156 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 16ª
Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006 – Ementa não oficial).

Aplicação do Enunciado 1, de 28.11.2006

Pedido de Providências. Consulta sobre a Res. 7 do CNJ, de


18.10.2005. Servidor exercente de cargo de provimento em comissão. Parentesco por
afinidade em 2° grau com membro do Poder Judiciário baiano de Primeira Instância.
Incidência do art. 2°, inciso I, da citada Resolução e do Enunciado Administrativo 1, letras
“a”, “f”, e “g”. Resposta negativa. Necessidade de exoneração. (CNJ – PP 367 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Pedido de Providências. Denúncia. Servidor temporário.


Nepotismo. Res. 07/2005-CNJ. – “Consulta nepotismo. Três hipóteses diversas alegadas.
Duas situações de clara aplicação do Enunciado 1, alínea ‘8-11’ e ‘d’. Não configuração de
descumprimento da Res. CNJ 07/2005. Terceira situação configuradora de aposentadoria
posterior ao prazo fatal para exoneração nas hipóteses de nepotismo. Eventual incidência
da Res. CNJ 07/2005. Necessidade de observância do rito procedimental. Consulta
respondida negativamente em relação às duas primeiras hipóteses e prejudicada em relação
à terceira hipótese. Pedido de providências não conhecido” (CNJ – PP 647 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa
não oficial).

Pedido de Providências. Possibilidade de caráter infringente em


face de novas informações do Tribunal de Justiça no tocante a ausência de vínculo
administrativo entre os exercentes de cargo em comissão. Incidência do Enunciado
Administrativo 1 (Precedente: PP 294). Consulta respondida no sentido da inexistência de
nepotismo. (CNJ – PP 374 – Rel. Cons. Alexandre de Morais – 24ª Sessão – j. 29.08.2006
– DJU 15.09.2006).

Pedido de Providências. TRT da 8ª Região. Aplicação da Res. 7 do


CNJ, de 18.10.2005. Nomeação de servidores tidos como parentes, para a ocupação de
cargo comissionado que foram anteriores ao início da união estável ou ao casamento.
Aplicação do Enunciado Administrativo 1, do Conselho Nacional de Justiça. Não
configuração de nepotismo. (CNJ – PP 222 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


557

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Tribunal de


Justiça de Minas Gerais. Aplicação da Res. 7 do CNJ, de 18.10.2005. Servidoras que não
possuem subordinação hierárquica. Aplicação do Enunciado Administrativo 1, do
Conselho Nacional de Justiça. Não configuração de nepotismo. Recurso provido. (CNJ –
PP 317 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 –
Ementa não oficial).

Atividade notarial e de registro. Titular da serventia que contrata seu próprio


parente para trabalhar no cartório sob o regime da CLT. Inexistência de
proibição ou impedimento. Consulta respondida negativamente

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Objetivo de


esclarecer o alcance e aplicação da Res. 7/2005 e da Súmula Vinculante 13 do STF aos
serviços notariais e de registro. Consulta respondida negativamente. – “I) O Plenário do
Supremo Tribunal Federal decidiu que os notários e os registradores exercem atividade
estatal mas não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público
(ADI 2.602-0, Rel. Min. Eros Grau) de sorte que, não recebendo vencimentos do Estado e
remunerando seus empregados com recursos próprios, nada impede que tenham parentes
contratados pelo regime da CLT posto que estes só poderão ser titulares de serventias se
aprovados em concurso de provas e títulos, desde que os contratantes sejam titulares
concursados. II) A Res. 7/2005 do CNJ disciplina o exercício de cargos, empregos e
funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores investidos
em cargos de direção e assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário, segundo
a dicção do seu art. 1º, não tendo, portanto, incidência sobre a atividade exercida pelas
serventias extrajudiciais, as quais não se caracterizam como órgãos desse Poder, que
apenas exerce fiscalização sobre elas” (CNJ – PCA 200910000000060 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).
Parte do voto do Relator, Cons. Rui Stoco: “Nepotismo vem do latim nepos, neto (Cíc.
Br. 263), sobrinho (Tác. An. 4, 44) ou descendente. É o termo utilizado para designar o
favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no
que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Originalmente a palavra aplicava-se
exclusivamente ao âmbito das relações do Papa com seus parentes, mas atualmente é
utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no
Funcionalismo Público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações
familiares com o favorecido. Segundo consta, no período do Renascimento, os Papas e
outras autoridades da Igreja Católica, por não terem filhos, protegiam seus sobrinhos,
nomeando-os para assumir cargos importantes dentro da Igreja...”. “...Avulta então
perquirir e esclarecer a razão pela qual nenhum ato normativo do CNJ, Súmula ou decisão
do STF criou a hipótese de nepotismo para a atividade notarial e de registro. Inúmeras são
as razões que dão sustentação a essa postura que, segundo nos parece, é de evidente
coerência. Em primeiro lugar, não mais existe “hereditariedade” nesse cargo, de sorte que a
serventia não passa de pai para filho, como lamentavelmente ocorria comumente antes do
advento da Constituição Federal de 1988. O art. 236, § 3º dessa Carta exige concurso
público de provas e títulos para ingresso nessa atividade. Em caso de vacância, a
interinidade é fugaz, só podendo a serventia ficar vaga sem abertura de concurso por até
seis meses. Por outra banda, a atividade exercida pelos cartórios não é sustentada pelo
Erário Público. Nem o seu titular percebe vencimentos do Estado pois é remunerado pelos
emolumentos estabelecidos pelo Poder Judiciário para a prática de atos registrais. Todos os
demais empregados das serventias são regidos pelo regime privado da Consolidação das
Leis do Trabalho e não oneram os cofres públicos, posto que recebem salário do seu
empregador, que é o titular da serventia. Não se pode olvidar que a delegação de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


558

atribuições por parte do Oficial titular da serventia aos seus prepostos (contratados e
regidos pela CLT) há de decorrer de uma relação estreita de absoluta confiança pois os atos
praticados são de extrema responsabilidade, como a lavratura de registros de nascimento,
de escritura pública, de registro de contratos, reconhecimento de firmas, etc. É apodíctico e
justifica reiterar que a Lei 8.935/94 como que privatizou os serviços notariais e de registro,
não obstante atribuição exclusiva do Poder Público, de modo que agora passa a ser
exercido por delegação do Estado. Sendo certo, ainda, que, a partir de então, os
funcionários dessas serventias passam a ser admitidos sem qualquer vínculo com o Poder
Público, ligados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, apenas e tão-
somente ao titular da serventia contratante, estabelecendo-se entre eles um contrato de
trabalho, tanto que o Poder Judiciário já não mais terá qualquer poder censório ou
disciplinar sobre eles, mantido, evidentemente, o seu poder fiscalizatório sobre os atos
praticados...”. “...Então, se os notários e registradores exercem em caráter privado
atividade reservada ao Estado e, segundo o Plenário do STF, não são detentores de cargo
público, não podem submeter-se às regras acerca do nepotismo estabelecidas para os
agentes públicos.Tenha-se ainda que a contratação de parentes, todos regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não onera os cofres públicos e não ofende
normas de Direito Público estabelecidas em Estatutos ou Regimentos, posto que nenhum
dispositivo há proibindo”.
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Daí que o titular de
serventia extrajudicial, precisamente porque não integra Administração direta ou indireta
do Estado, conquanto exerçam atividade estatal, em rigor técnico não é e nem se equipara a
servidor público. Tanto que o Plenário do Excelso Supremo Tribunal Federal assentou que
não é alcançado pela aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade, a que alude o
artigo 40 da Constituição Federal...”. “...Como se vê, o sistema normativo vigente atribui
ao titular de serventia extrajudicial a prerrogativa de organizar e gerir os serviços
administrativos da serventia segundo critérios próprios de conveniência e oportunidade.
Logo, os encargos decorrentes da gestão do negócio cartorial são do respectivo titular,
razão por que lhe cabem, segundo a lei, a receita e o prejuízo oriundos da execução do
serviço delegado...”. “Em segundo lugar, o gerenciamento administrativo cometido ao
delegatário traduz-se na liberdade de contratação dos empregados com que precise contar
para levar a cabo a delegação. Como se sabe, o art. 20 da Lei 8.935/1994 assegura ao
delegatário, igualmente, ampla liberdade de contratação dos empregados que o auxiliarão
no desempenho de suas funções...”. “...Nesse diapasão, afigura-se-me absolutamente
imprópria e ilegal, data venia, qualquer intromissão do Estado para tolher o delegatário na
liberdade de firmar contrato de trabalho com quem eleger e achar por bem. Imprópria
porque traduziria ingerência pública num regime que, sob o prisma gerencial e
organizacional, ineludivelmente é de natureza privada...”. “...Ora, não há lei que vede ao
empregador, qualquer empregador, enquanto tal, celebrar contrato de trabalho com pessoa
a que esteja unido por laços de parentesco...”. “... Sejamos claros: no cerne da proibição do
nepotismo está a idéia de favorecimento a parentes no acesso a cargos ou funções públicas
e, portanto, suportados pelo erário. Indago: é esta a situação ora sob exame? Manifesto que
não. Aqui não estamos falando de um agente público, que imoralmente estabelece uma
relação de promiscuidade entre o público e o privado, buscando tirar proveito do Estado.
Estamos falando de um particular, pessoa natural e profissional do Direito que,
despojando-se da qualidade jurídica de agente delegado do Estado e agindo como mero
empregador, admite e assalaria outrem, ainda que parente, às suas expensas e sem vínculo
algum com o Estado...”. “...Se o caso sob exame traduz nepotismo, a alguém acudirá que
essa mesmíssima lógica aplicar-se-ia aos permissionários e concessionários de serviço
público, cuja posição jurídica é similar à dos delegatários? A vingar essa mesma lógica,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


559

por que não estender o teto salarial aos empregados dos cartórios? Com todo o respeito,
reconhecer nepotismo na espécie traduziria um grande e lastimável equívoco...”.

Auditor Fiscal da Receita Federal. Nepotismo. Enquadramento no art. 2o da


Res. 11/2006

“O cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, resultante


da unificação dos cargos de Auditor Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da
Receita Federal (Lei 11.457/2007), claramente pode ser enquadrado no art. 2º da Res.
11/2006 do CNJ” (CNJ – PP 1438 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Ausência de subordinação hierárquica. Desconfiguração de nepotismo

Pedido de Providências. Possibilidade de caráter infringente em


face de novas informações do Tribunal de Justiça no tocante a ausência de vínculo
administrativo entre os exercentes de cargo em comissão. Incidência do Enunciado
Administrativo 1 (Precedente: PP 294). Consulta respondida no sentido da inexistência de
nepotismo. (CNJ – PP 374 – Rel. Cons. Alexandre de Morais – 24ª Sessão – j. 29.08.2006
– DJU 15.09.2006).

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Tribunal de


Justiça de Minas Gerais. Aplicação da Res. 7 do CNJ, de 18.10.2005. Servidoras que não
possuem subordinação hierárquica. Aplicação do Enunciado Administrativo 1, do
Conselho Nacional de Justiça. Não configuração de nepotismo. Recurso provido. (CNJ –
PP 317 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 –
Ementa não oficial).

Caracterização
Vide: art. 2º da Res. CNJ 7, de 18.10.2005, com a alteração introduzida pela Res.
CNJ 21, de 29.08.2006.
V. tb.: art. 4º da Res. CNJ 7, de 18.10.2005.

“Para caracterização das hipóteses de nepotismo, previstas no art.


2º da Resolução 07/2005, o âmbito de jurisdição dos tribunais superiores abrange todo o
território nacional, compreendendo: a) para o STJ, são alcançados pela incompatibilidade
os parentes e familiares dos respectivos membros perante o próprio tribunal superior e
todos os Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Justiça, Varas Federais e Varas
Estaduais; b) para o TSE, são alcançados pela incompatibilidade os parentes e familiares
dos respectivos membros perante o próprio tribunal superior e todos os Tribunais
Regionais Eleitorais e Zonas Eleitorais; c) para o STM, são alcançados pela
incompatibilidade os parentes e familiares dos respectivos membros perante o próprio
tribunal superior e todas as auditorias de correição militares, conselhos de justiça militares
e juízos-auditores militares; e d) para o TST, são alcançados pela incompatibilidade os
parentes e familiares dos respectivos membros perante o próprio tribunal superior e todos
os Tribunais Regionais do Trabalho e Varas do Trabalho” (alínea “f” do Enunciado
Administrativo CNJ 1, DJU 15.12.2005).

“Para os fins do disposto no inciso I do art. 2º da Resolução 7, a


incompatibilidade no tocante aos juízes está vinculada ao limite territorial do tribunal a que
estejam vinculados, sem prejuízo da proibição constante do respectivo inciso II, quanto ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


560

chamado nepotismo cruzado” (alínea “g” do Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão
de 11.04.2006).

“No âmbito dos Tribunais Regionais Eleitorais, tendo em vista a


peculiaridade de sua composição, também constitui fato gerador da incompatibilidade
definida no inciso I do art. 2º da Resolução 7 a relação de matrimônio, convivência e
parentesco com juiz ou membro de Tribunal ou de Tribunal Regional Federal, com
jurisdição no mesmo limite territorial” (alínea “h” do Enunciado Administrativo CNJ 1,
16ª Sessão de 11.04.2006).

“Para os fins do disposto no inciso III do art. 2º da Resolução 7,


considera-se como situação geradora de incompatibilidade aquela em que haja relação de
subordinação hierárquica” (alínea “i” do Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão de
11.04.2006).

“Para a definição do alcance da expressão ‘cargo de direção ou de


assessoramento’ constante no inciso III do art. 2º da Resolução 7, deverão ser consideradas
a natureza e as atribuições do cargo, independentemente da nomenclatura adotada” (alínea
“j” do Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão de 11.04.2006).

“Os cargos de provimento efetivo de carreiras do Poder Executivo,


do Poder Legislativo e do Ministério Público não são equiparáveis aos cargos das carreiras
jurídicas, para os efeitos do disposto no § 1º do art. 2º da Resolução 7” (alínea “k” do
Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão de 11.04.2006).

“O servidor inativo do Pode Judiciário, quando no exercício do


cargo em comissão ou função gratificada, é equiparado ao servidor não efetivo” (alínea “n”
do Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão de 11.04.2006).

Caracterização. Âmbito de jurisdição dos tribunais superiores

“Para caracterização das hipóteses de nepotismo, previstas no art.


2º da Resolução 7/2005, o âmbito de jurisdição dos tribunais superiores abrange todo o
território nacional, compreendendo: a) para o STJ, o TSE e STM, são alcançados pela
incompatibilidade os parentes e familiares dos respectivos membros perante o próprio
tribunal superior e todos os tribunais e juízos federais e estaduais; b) para o TST, perante o
próprio tribunal e todos os tribunais e juízos trabalhistas. Não elide a caracterização de
nepotismo a ausência de subordinação entre o ocupante de cargo ou função e a autoridade
determinante da incompatibilidade, no âmbito de jurisdição do tribunal respectivo. Para o
cumprimento do art. 5º da Res. 07/2005, os Presidentes dos tribunais podem adotar os
procedimentos que julgarem convenientes. (CNJ – PP 184 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Cessão onerosa de servidor municipal ao Tribunal. Parentesco entre este


servidor e Desembargador

Nepotismo. Vínculo de parentesco entre servidor municipal e


Desembargador. Cessão onerosa de funcionário ao Tribunal. – “O vínculo de parentesco
de primeiro grau entre a servidora municipal e um dos Desembargadores do Tribunal é
incontroverso. Também é incontroverso o pagamento da gratificação pela função. Tais
elementos concretizam o suporte fático do art. 2º, inciso I, da Res. 07/2005, pouco

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


561

importando que a servidora tenha sido cedida pelo município, desde que receba
remuneração em razão do exercício de função, aqui denominada de ‘execução de trabalho
relevante’. Assim, apenas não configura nepotismo se o servidor cedido mantiver a
remuneração de seu cargo de origem, exclusivamente. Determino a desconstituição do ato
do TJCE que autorizou a remuneração de gratificação da servidora V.A.B., com efeitos ex
nunc, a partir desta decisão, tendo em vista a aparência de direito em que estava fundado”
(CNJ – PP 670 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 –
Ementa não oficial).

Chefe de Cartório Eleitoral. Função comissionada e subordinação ao Juiz


Eleitoral que é seu tio

Recurso Administrativo. Res. 7 do CNJ. Chefe de cartório eleitoral


que exerce função comissionada subordinado a seu tio, o Juiz eleitoral. Vedação de
nepotismo. Incidência do art. 2° da Resolução citada. Irrelevância da suposta maior
qualificação em relação ao outro servidor do cartório. Decisão mantida. Recurso
improvido. (CNJ – PP 408 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

Companheira de Desembargador ocupando cargo em comissão

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Pedido de desconstituição de ato administrativo. Requerente ex-ocupante
de cargo de recrutamento amplo e companheira de Desembargador do Tribunal de
Justiça do Mato Grosso. Prática de nepotismo. Incidência da Resolução 07/05. Negado
Provimento. – “I) O artigo 2º da Resolução 07 é claro ao prever a impossibilidade de que
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, dos membros
ou juízes vinculados ocupem cargo em comissão ou de função gratificada no âmbito da
jurisdição de seu tribunal ou juízo. II) Para a configuração da hipótese prevista na letra B,
inciso III do Enunciado Administrativo 01, necessário que o servidor tenha sido admitido
antes da Constituição de 1988, por prazo indeterminado, e que, em conseqüência da
mudança de regime jurídico único, o seu emprego tenha sido transformado em cargo,
mediante expressa previsão legal” (CNJ – PCA 200810000012007 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Contratação de estagiários pelo Poder Judiciário

“a) Aplica-se à contratação de estagiários no âmbito dos Tribunais,


permitida pela Lei 6.494/77, remunerada ou não, a vedação de nepotismo prevista no art.
2º da Resolução CNJ 7, exceto se o processo seletivo que deu origem à referida
contratação for precedido de convocação por edital público e contiver pelo menos uma
prova escrita não identificada, que assegure o princípio de isonomia entre os concorrentes.
b) Fica vedada, em qualquer caso, a contratação de estagiário para servir subordinado a
magistrado ou a servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento que lhe seja
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive” (Enunciado Administrativo CNJ 7, de 21.06.2007).
Precedentes: PP 961 e PP 1.467 – 14ª Sessão Extraordinária – 06.06.2007.

“No tocante às indagações a respeito da vedação de nepotismo na


contratação de estagiários no âmbito do Poder Judiciário, não restam dúvidas que a norma
deve alcançar situações já constituídas. Ainda que o Enunciado Administrativo em tela

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


562

faça uso tão somente da expressão ‘contratação de estagiários’, a referência às situações


previstas no art. 2º da Res. 07 do CNJ autoriza a conclusão de que aqueles estagiários já
contratados em uma das situações ali elencadas encontram-se tanto em situação de
nepotismo quanto aqueles que vierem a ser contratados em tas circunstâncias” (CNJ – PP
12489 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa
não oficial).

Contratação pelo Tribunal de empresa, com dispensa ou inexigibilidade de


licitação, cujos sócios encontram-se em situação de nepotismo

“Nesse diapasão, não vejo razões bastantes, sustentadas à luz da


Constituição, que justifiquem tratamento diferenciado a pessoas jurídicas que celebram
contratos com a Administração nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujos
sócios encontram-se em situação de nepotismo. Entendo, assim, que, conquanto o inciso V
aluda somente a ‘contratação’, este vocábulo deve ser interpretado sistematicamente com
as demais regras, incluindo-se ali casos em que a empresa, durante a execução do contrato,
passe a enquadrar-se em uma das figuras de nepotismo descritas. Aplicando-se à espécie o
princípio geral do direito segundo o qual onde existe a mesma razão deve-se aplicar a
mesma disposição normativa (ubi eatio ratio, ibi eatio dispositio), entendo que a regra
constante no art. 3º da mesma Resolução deve ser estendida aos casos de contratação de
empresa sem licitação. Não há motivos, como visto, para dispensar tratamento diferenciado
a essas empresas no que tange à situação de seus empregados” (CNJ – PP 12489 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Contrato de estágio. Estagiário acadêmico filho da juíza onde se realizará do


estágio

Procedimento de Controle Administrativo. Prática de nepotismo.


Contrato de estágio. Configuração. Res./CNJ 07 de 2005. Incidência do Enunciado/CNJ
07. – “I) O repúdio do ordenamento jurídico ao fenômeno do nepotismo constitui
decorrência lógica da disciplina esquadrinhada pela Constituição Federal na Seção I
(Disposições Gerais) do Capítulo VII (Da Administração Pública) do Título III (Da
Organização do Estado), equivalendo a Res./CNJ 07, à mera explicitação do ideário
constitucional republicano de efetivação do princípio maior da supremacia do interesse
público sobre o particular. II) Nos atos emanados de órgãos e agentes públicos imbuídos de
sentimentos pessoais, canalizados para o atendimento de necessidade particulares
circunscritas ao favorecimento de parentes, a par do descumprimento do princípio da
moralidade, mostram-se atingidas: a legalidade, a impessoalidade, a eficiência e a
publicidade expressas no comando do artigo 37 como deveres inexoráveis na gestão do
interesse público. III) Nenhuma dúvida exsurge quanto à aplicação das disposições
normativas de combate ao nepotismo às relações jurídicas, convênios e contratos
entabulados entre os órgãos jurisdicionais e estagiários. IV) A vedação estatuída pelo
artigo 2º da Res./CNJ 7 foi estendida de forma expressa à contratação de estágio pelo
Enunciado Administrativo/CNJ 07 de 21.06.2007. V) Procedimento de Controle
Administrativo a que se julga procedente para determinar a imediata desconstituição da
contratação do acadêmico decorrente de ato caracterizador de prática nepotista” (CNJ –
PCA 200810000009501 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 70ª Sessão – j.
23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Contratação de parente de servidor em cargo de direção, chefia ou


assessoramento para exercício de cargo em comissão ou de confiança

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


563

“A Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal proíbe a contratação


para o exercício de cargo em comissão ou de confiança de parente de servidor investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento no âmbito da mesma pessoa jurídica” (CNJ –
PCA 20810000022037 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Convalidação da Res. 7 do CNJ sobre nepotismo pelo STF

Resolução do Conselho Nacional de Justiça. Submissão a controle


direto e abstrato por meio de ação direta de constitucionalidade. Efeitos. – “A Res. 7/CNJ,
que define e reprime as práticas de nepotismo no âmbito do Poder Judiciário Nacional, foi
convalidada pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento definitivo da ADC 12, tendo a
Suprema Corte ressalvado apenas a expressão ‘direção’, emprestando-lhe interpretação
conforme a Constituição para nela deduzir a expressão ‘chefia’. Tendo os pronunciamentos
do Supremo Tribunal Federal, no controle direto de constitucionalidade dos atos
normativos, ‘eficácia contra todos e efeito vinculante’ (CF, art. 102, § 2º), a convalidação
da resolução do Conselho Nacional de Justiça recomenda máxima cautela em qualquer
revisão de seu texto” (CNJ – PP 200810000028003 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Resolução do Conselho Nacional de Justiça e Súmula Vinculante


do Supremo Tribunal Federal. Fonte material direta. Antinomia. Inexistência. – “A
Súmula Vinculante 13/STF foi editada com inspiração direta e imediata nas disposições da
Res. 7/CNJ. Não só nas referências matriciais, mas explicitamente nos debates
preparatórios da súmula, a resolução do Conselho Nacional de Justiça serviu de lastro
essencial para a definição do texto final do verbete supremo. Assim, o ato do Conselho
Nacional de Justiça é fonte material relevantíssima de interpretação da súmula. A
imprevisão de circunstâncias reguladas na resolução não permite a ilação de que esta
afronte Súmula Vinculante. Ao contrário, deve-se tomar a resolução como mecanismo
integrador das eventuais lacunas detectadas na aplicação prática da Súmula Vinculante.
Conclusão da Comissão Especial pela preservação intacta da Res. 7/CNJ e pelo
prosseguimento dos julgamentos dos Procedimentos Administrativos em curso no
Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 200810000028003 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Criação do vínculo familiar após a nomeação do servidor. Subordinação


imediata. Vedação

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça do Paraná.


Nepotismo. – “Criação do vínculo familiar após a nomeação do servidor. Permanência de
genro e nora de Desembargador, lotados em seus respectivos gabinetes. Situação prevista
no enunciado administrativo 01, alínea “C”. Alteração do Enunciado com a inclusão de
nova ressalva. Em qualquer situação, mesmo que a existência de vínculo de parentesco seja
posterior a nomeação, é vedada a manutenção do servidor hierarquicamente subordinado
ao magistrado ou mesmo a outro servidor gerador da incompatibilidade.1) O princípio
constitucional da eficiência da administração pública passa, de forma indubitável, pela
necessária isenção do magistrado ou servidor quanto a seu subordinado hierárquico. 2) As
exceções feitas quanto aos servidores que contraíram vínculo familiar com seus superiores,
após a nomeação, são obstadas pela impossibilidade de manutenção de servidor nos casos
de subordinação imediata. 3) Situação abstrata já examinada em definitivo pelo Supremo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


564

Tribunal Federal. 4) Consulta respondida negativamente” (CNJ – PP 200810000022050 –


Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Designação de Juiz, cunhado do Presidente do Tribunal para a função de Juiz


Auxiliar da Corregedoria

Recurso contra decisão de arquivamento de Procedimento de


Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Designação de juiz
cunhado do presidente do Tribunal, para a função de juiz auxiliar da Corregedoria.
Dispensa da função. Perda do objeto. – “Ao Presidente do Tribunal, cunhado do juiz
designado, cabia apenas a edição do ato, após a aprovação pelo Tribunal da indicação feita
pela Corregedoria. Não há direta vinculação administrativa entre o Juiz Corregedor
Auxiliar e o Presidente do Tribunal. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000019476 – Rel. Cons. José Adonis – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Designação de Juiz de Direito, filho do Corregedor-Geral como Auxiliar da


Corregedoria

Procedimento de Controle Administrativo. Designação de juízes de


direito para função de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral. Função destinada apenas aos
juízes de entrância especial segundo anterior decisão do Plenário do TJ/ES. Violação aos
princípios da moralidade e impessoalidade. Nepotismo. Designação de juiz de direito filho
do Corregedor-Geral. – “Caracteriza violação aos princípios da moralidade e da
impessoalidade a designação de juiz de direito de primeira entrância, filho do Corregedor-
Geral, para exercer as funções de juiz auxiliar da Corregedoria. Aplicação ao caso, por
assimilação, dos princípios que fundamentam a proibição de nepotismo no Poder Judiciário
a toda situação que importe favorecimento, em razão das relações e parentesco ou de
família. Precedente do CNJ (PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – j. 23.10.2007).
Procedência dos pedidos para invalidação dos atos questionados” (CNJ – PCA
200810000001204 e PCA 200810000004783 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo
Sá – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Designação de juízes de


direito para função de Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral. Função destinada apenas aos
juízes de entrância especial segundo anterior decisão do Plenário do TJ/ES. Violação aos
princípios da moralidade e impessoalidade. Nepotismo. Designação de juiz de direito filho
do Corregedor-Geral. – “É inválida a designação de juízes de direito de primeira entrância
para a função de juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do Espírito Santo, em
desacordo com anterior deliberação do Plenário do Tribunal no sentido de destinar o
exercício de tal função exclusivamente aos integrantes da entrância especial. Violação aos
princípios da moralidade e da impessoalidade” (CNJ – PCA 200810000001204 e PCA
200810000004783 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 64ª Sessão – j.
10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Designação provisória para serviço distrital de notas e registros. Beneficiário


irmão de servidor que ocupa cargo de escrivão em serventia judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Lei de Organização


Judiciária do Estado do Paraná. Extinção de serventias extrajudiciais e instalação de novos
cartórios. Inconstitucionalidade afirmada pelo Tribunal de Justiça. Matéria submetida ao

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


565

controle concentrado de constitucionalidade. Debate administrativo prejudicado.


Nepotismo. Designação provisória para serviço distrital de notas e registros. Beneficiário
irmão de servidor que ocupa cargo de escrivão em serventia judicial. Ausência de vínculo
de subordinação. Aplicação analógica do entendimento reservado a ocupantes de cargos
em comissão. Ausência de impedimento formal. Nomeação que atende o interesse público
na melhor gestão dos serviços delegados. Procedimento de controle administrativo
improcedente. (CNJ – PCA 196 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 6ª Sessão
Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Destinação de 50% dos cargos comissionados para que sejam preenchidos por
servidores do próprio Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Norte.
Determinação para que a Resolução CNJ 07/2005 seja integralmente cumprida

Pedido de Providências. Alegação do Procurador-Geral de Justiça


do Estado do Rio Grande do Norte de existência de inconstitucionalidade em alteração
procedida na Lei Complementar Estadual 242/2002 pela Lei Complementar Estadual
305/2005. Mudança do texto legal pretensamente destinada a burlar a regra moralizadora
da Res. CNJ 7, de 18.10.2005 abrindo brechas com o intuito premeditado de tutelar
práticas vedadas de nepotismo. Solicitação de providências ao Conselho Nacional de
Justiça para que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte cumpra a lei
estadual em sua redação original, destinando 50% dos cargos comissionados para serem
preenchidos por servidores do quadro em sua redação original, destinando 50% dos cargos
comissionados para serem preenchidos por servidores do quadro do próprio Poder
Judiciário e não do serviço público em geral. Requerimento para que o Tribunal aplique a
Res. 7, de 18.10.2005, sem as ressalvas do artigo 10, inserido na Lei Complementar
Estadual 242/2002. Pedido de Providências acolhido em parte para determinar ao Tribunal
requerido a observância integral da Resolução 7, de 18.10.2005 sem a ressalva do art. 10
da Lei Complementar 242/2002, inserido pela Lei Complementar 305/2005. Rejeição do
pedido tendente à obtenção da eficácia erga omnes e do efeito vinculante da Ação Direta
de Inconstitucionalidade sem a observância do procedimento previsto na Constituição.
Relevância da argumentação, no entanto, que recomenda o envio de cópia da inicial ao
Procurador-Geral da República para análise de viabilidade e conveniência de propositura
de Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei Complementar estadual hostilizada
(CNJ – PP 128 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU
24.04.2006).

Empregado de serviço extrajudicial contratado anteriormente ao ingresso de


magistrado parente, ingressado pelo quinto constitucional. Inexistência de
Nepotismo

Procedimento de Controle Administrativo. Nulidade de ato


administrativo. Demissão de empregado de cartório. Nepotismo. Resolução 20/CNJ.
Inaplicável. – “A simples circunstância de haver vínculo com magistrado parente, que
ingressou na magistratura pelo quinto constitucional da advocacia há cerca de 10 anos
depois da sua contratação como empregado, no regime celetista e não estatutário, para
trabalhar em Cartório privatizado, não anuncia comprometimento da impessoalidade,
capaz de gerar o impedimento repudiado na Resolução 20/CNJ” (CNJ – PCA
200810000002646 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).
OBS.: Vide a letra ‘c’ do Enunciado Administrativo 1, de 28.11.2006.

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566

Excesso de pessoal

Pedido de Providências. Denúncias. Excesso de pessoal no


TRE/DF. Prazo de requisiçao expirado. Prática de nepostismo. Lei 6.999/82 e Res. 20.753
do TSE. Inobservância. Precedentes PCA 169, PP 178, PCA 200. Pedido encaminhado
para Corregedoria do TSE. (CNJ – PP 1370 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 9ª Sessão
Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial) .

Exercício de cargo comissionado por noiva ou namorada de magistrado

Resolução 07/2005. Pedido de esclarecimentos. Exercício de cargo


comissionado por noiva ou namorada de magistrado. Rejeição. – “A Resolução CNJ
07/2005 visou erradicar, no âmbito do Poder Judiciário nacional a prática do nepotismo,
por violar os princípios constitucionais da impessoalidade, eficiência e igualdade. De
acordo com o disposto no art. 21 do Regimento Interno do CNJ, dos atos e decisões do
Plenário não cabe recurso, somente sendo cabível que sejam prestados esclarecimentos, em
ocorrendo obscuridade, contradição ou omissão na decisão. O exercício de cargo
comissionado por noiva ou namorada de magistrado, pelos mesmos fundamentos que
determinaram a expedição da Resolução 7/2005, não encontra amparo no ordenamento
constitucional vigente. Pedido recebido, em decorrência de sua tempestividade, prestando-
se os esclarecimentos pertinentes, sem qualquer modificação à decisão anterior do
Plenário” (CNJ – PP 323 – Rel. Cons. Germana Moraes – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 –
DJU 01.09.2006).

Exoneração de servidor determinada pela Resolução 7, de 18.10.2005

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho. Cargo


Comissionado. Não-Aplicabilidade do parágrafo único do art. 95 do Regimento Interno
para impedir exonerações determinadas pela Res. 7, de 18.10.2005. Incidência do
Enunciado 01 letra “m” do Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PP 275 – Rel. Cons.
Ruth Carvalho – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006).

Exoneração do servidor em cargo em comissão logo após ao casamento


gerador do impedimento

Nepotismo. Servidor exercente de cargo em comissão. Casamento


com magistrada. Exoneração em seguida. Não-caracterização. – “Não se caracteriza o
nepotismo se o servidor ocupante de cargo em comissão é exonerado logo em seguida à
celebração de matrimônio gerador do impedimento. Pedido de providências de que se
conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000008090 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Impedimento superveniente

Resolução 07/2005. – “O servidor não concursado, que ingressou


no Poder Judiciário antes do magistrado, não pode com ele trabalhar, haja vista a
incidência do critério relativo ao impedimento superveniente” (CNJ – PP 139 – Rel. Cons.
Oscar Argollo – 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 - Ementa não oficial).

Impossibilidade do exercício de cargo comissionado por cônjuge de Juiz de


Direito

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


567

Pedido de Providências. Consulta para Esclarecimento de


Resolução do Conselho Nacional de Justiça. Cessação de competência administrativa para
responder à consulta após exoneração das consulentes. Pedido prejudicado. No mérito,
impossibilidade de cônjuge exercer cargo de provimento em comissão no Poder Judiciário,
no âmbito do Tribunal de Justiça, cuja jurisdição vincula seu cônjuge, Juiz de Direito.
Inteligência do art. 2º da Res. 07/2005 do CNJ. Recurso improvido. (CNJ – PP 328 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Pedido de Providências. Consulta. Juiz de direito. Indagação se


sua esposa poderá ser nomeada para exercer cargo em comissão no território da mesma
unidade da Federação. – “Nos termos da letra ‘h’ do Enunciado Administrativo 01, de
28.11.2006 caracteriza nepotismo a nomeação, para cargo comissionado no Tribunal
Regional Eleitoral da mesma unidade da Federação, de esposa de Juiz de Direito em
exercício no mesmo Estado” (CNJ – PCA 200810000004023 – Rel. Cons. Rui Stoco – 59ª
Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07/2005 do


CNJ. Recurso administrativo em Pedido de Providências. Nepotismo. Res. 07/2005 do
CNJ. Servidora aposentada em exercício de cargo em comissão. Posse no cargo três dias
antes do casamento com magistrado integrante da corte regional do trabalho. Não
aplicação da exceção prevista no item “c” do Enunciado Administrativo 1/CNJ. Recurso
conhecido, mas negado provimento. Pedido indeferido. (CNJ – PP 158 – Rel. Cons.
Vantuil Abdala – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Pedido de providências. Tribunal de Justiça de Goiás. Servidora


que exerce cargo em comissão de assessora no gabinete de seu cônjuge, Desembargador.
Aplicação da Res. 7 do CNJ, de 18.10.2005. Vedação. (CNJ – PP 304 – Rel. Cons. Oscar
Argollo – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Inaplicabilidade de prazo decadencial ou prescricional às exonerações


determinadas pela Res. 7 do CNJ

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho. Cargo


Comissionado. Não-aplicabilidade do Parágrafo único do artigo 95 do RI/CNJ para
impedir exonerações determinadas pela Res. 7. Incidência do Enunciado 01, letra “m” do
Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PP 275 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho –
18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Integrante das carreiras judiciárias que tenham ingressado mediante


concurso. Exceção na configuração prevista no § 1º da Res. CNJ 07/2005

Pedido de Providências. Nepotismo. Resolução CNJ 7, de


18.10.2005. Exceção na configuração de nepotismo fixada pelo § 1º da referida
Resolução. – “O disposto na Resolução exclui com expressa clareza da vedação nela
contida o caso de integrante das carreiras judiciárias que tenham ingressado mediante
concurso, em qualquer tribunal, impondo, no entanto, concomitantemente a condição de
que se trata de concurso em carreira cuja escolaridade, qualificação profissional para
ingresso e complexidade das atribuições sejam compatíveis com a função a que guindado”
(CNJ – PP 220 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU
24.04.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


568

Justiça do Trabalho. Aplicação da Resolução CNJ 07/2005

Pedido de providências. Consulta. TRT, 24ª Região. Aplicação da


Resolução 7/2005 do CNJ. Esclarecimentos. (CNJ – PP 186 – Rel. Cons. Germana Moraes
– 12ª Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Liminar concedida pelo STF na ADC 12 não impugnou o impedimento


previsto na Res. 7/2005

Pedido de Providências. Nepotismo. Parentes de cônjuge ou


companheiro de magistrado. – “O impedimento previsto na Res. 07/2005 do CNJ não foi
impugnado pela decisão liminar do STF na ADC 12” (CNJ – PP 349 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Magistrado lotado em vara única cujo cônjuge ou companheiro está designado


para função comissionada na Secretaria

Pedido de Providências. Consulta. Juiz Federal lotado em vara


única. Cônjuge ou companheiro ocupante de cargo efetivo. Vedação de nepotismo. Res. 07
de 18.10.2005. – “I) Caracteriza prática vedada pela Res. 07/2005, na hipótese de Vara
Federal única, a designação para função comissionada na secretaria, do servidor ocupante
de cargo efetivo e que seja cônjuge ou companheiro do juiz. II) Não caracteriza prática de
nepotismo, na hipótese de Vara Federal única, a designação do servidor ocupante de cargo
efetivo na carreira judiciária e que seja cônjuge ou companheiro de juiz, para exercício de
função comissionada no gabinete do outro juiz” (CNJ – PP 14371 – Rel. Cons. José
Adonis Callou de Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Magistrado lotado em vara única, cujo cônjuge ou companheiro está


designado para função comissionada no gabinete de outro magistrado

Pedido de Providências. Consulta. Juiz Federal lotado em vara


única. Cônjuge ou companheiro ocupante de cargo efetivo. Vedação de nepotismo. Res. 07
de 18.10.2005. – “I) Caracteriza prática vedada pela Res. 07/2005, na hipótese de Vara
Federal única, a designação para função comissionada na secretaria, do servidor ocupante
de cargo efetivo e que seja cônjuge ou companheiro do juiz. II) Não caracteriza prática de
nepotismo, na hipótese de Vara Federal única, a designação do servidor ocupante de cargo
efetivo na carreira judiciária e que seja cônjuge ou companheiro de juiz, para exercício de
função comissionada no gabinete do outro juiz” (CNJ – PP 14371 – Rel. Cons. José
Adonis Callou de Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Manutenção de servidor efetivo do Tribunal, parente de magistrada, em cargo


em comissão
Nepotismo. Servidor ocupante de cargo efetivo do Ministério
Público nomeado para cargo em comissão desde a época em que foi servidor efetivo do
Tribunal. Não caracterização. – “Não configura nepotismo a manutenção de parente de
magistrada, servidor efetivo do respectivo Tribunal em cargo em comissão antes ocupado
como servidor efetivo da mesma Corte. Afinal, sendo regular a situação pretérita, não se
amolda como adequada a presunção de ocorrência de irregularidade na manutenção de
servidor no mesmo posto antes ocupado. Consulta conhecida e respondida” (CNJ – PP
200810000021460 e PP 200810000025117 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


569

– 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Nomeação de servidor para outro cargo comissionado após a posse do irmão


como magistrado. Caracterização da prática de nepotismo

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça do Espírito


Santo. Nomeação de servidor para outro cargo comissionado, depois da posse do irmão
como magistrado. Ilegalidade da nova nomeação. Ruptura do vínculo anterior.
Nepotismo. – “I) Caracteriza situação de nepotismo a nomeação de servidor ocupante de
cargo comissionado no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, para outro comissionado na
Corregedoria-Geral do mesmo Tribunal, após a investidura do irmão do servidor no cargo
de magistrado. II) Consulta respondida no sentido de afirmar que a situação posta
caracteriza prática de nepotismo vedada pelos artigos 1º e 2º, I, da Resolução 07/2005
deste Conselho Nacional de Justiça, conforme interpretação fixada no Enunciado
Administrativo 01” (CNJ – PP 200810000000741 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Nomeação de servidores efetivos para cargos em comissão através de


nomeação cruzada

Pedido de Providências. Consulta. Res. 07/2005. Nomeação de


servidores efetivos para cargos em comissão indicados em reciprocidade nos gabinetes
dos magistrados. – “Constitui prática de nepotismo a nomeação cruzada de parentes de
magistrados para cargos em comissão” (Art. 2º, inciso II da Res. 07/CNJ)” (CNJ – PP 1041
– Rel. Ruth Carvalho – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Ocorrência. Subordinação hierárquica entre Diretor-Geral de Tribunal e


Coordenador de Jurisprudência

Consulta. Tribunal Regional Eleitoral de Goiás. Nepotismo.


Configuração. Resolução 07/CNJ e Súmula Vinculante 13/STF. Resposta afirmativa. –
“Há subordinação hierárquica entre os cargos de Diretor-Geral do Tribunal e de
Coordenador de Jurisprudência, Legislação e Normas da Secretaria Judiciária, para fins
de incidência do art. 2º da Res. 07 do Conselho Nacional de Justiça. Resposta afirmativa à
consulta” (CNJ – CONS 200910000015979 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Ocupante de cargo em comissão. Nomeação anterior ao início da união estável


ou ao casamento

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07/2005 do


CNJ. Recurso administrativo em Pedido de Providências. Nepotismo. Res. 07/2005 do
CNJ. Servidora aposentada em exercício de cargo em comissão. Posse no cargo três dias
antes do casamento com magistrado integrante da corte regional do trabalho. Não
aplicação da exceção prevista no item “c” do Enunciado Administrativo 1/CNJ. Recurso
conhecido, mas negado provimento. Pedido indeferido. (CNJ – PP 158 – Rel. Cons.
Vantuil Abdala – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Pedido de Providências. TRT da 8ª Região. Aplicação da Res. 7 do


CNJ, de 18.10.2005. Nomeação de servidores tidos como parentes, para a ocupação de
cargo comissionado que foram anteriores ao início da união estável ou ao casamento.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


570

Aplicação do Enunciado Administrativo 1, do Conselho Nacional de Justiça. Não


configuração de nepotismo. (CNJ – PP 222 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Ocupante de cargo em comissão. Parentesco de segundo grau, por afinidade,


com magistrado. Necessidade de exoneração

Pedido de Providências. Consulta sobre a Res. 7 do CNJ, de


18.10.2005. Servidor exercente de cargo de provimento em comissão. parentesco por
afinidade em 2° grau com membro do Poder Judiciário baiano de Primeira Instância.
Incidência do art. 2°, inciso I, da citada Resolução e do Enunciado Administrativo 1, letras
“a”, “f”, e “g”. Resposta negativa. Necessidade de exoneração. (CNJ – PP 367 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Oficial de Justiça não concursado, irmão de Desembargador

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Nepotismo.


Res. 07/2005 do CNJ. Servidor não concursado exonerado do cargo de Oficial de Justiça
da comarca de Juiz de Fora – MG. por ser irmão de Desembargador do TJMG. Hipótese
que não se insere na exceção prevista na parte final do § 1º, do art. 2º da Res. 07/2005 do
CNJ que se refere aos servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das carreiras
judiciárias, admitidos por concurso público. Recurso conhecido, mas negado provimento.
(CNJ – PP 575 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006).

Parente de Magistrado que ocupa cargo em comissão no Ministério Público.


Averiguação que compete ao Conselho Nacional do Ministério Público

Consulta. Nepotismo. Readmissão de ex-servidora cuja situação


anterior caracterizava nepotismo cruzado. Impossibilidade. – “Havendo notícia sobre
parente de magistrado que ocupa cargo em comissão no Parquet, deve-se, através do
Conselho Nacional do Ministério Público, averiguar eventual frustração da Res. 1 do
CNMP e da Súmula Vinculante 13 do STF” (CNJ – PP 200810000032961 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Parentes exercendo função gratificada

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Nepotismo.


Parentes exercendo função gratificada no âmbito da jurisdição do Tribunal. Exceção. –
“O art.2º, inciso III, da Res. 7/2005, do CNJ, qualifica como nepotismo o exercício de
cargo de provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito de jurisdição de
cada tribunal ou juízo, por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta de qualquer
servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento. O Enunciado Administrativo
1-C esclareceu que a vedação não se aplica quando a ocupação do cargo comissionado for
anterior ao ingresso do magistrado ou do servidor gerador da incompatibilidade” (CNJ –
PP 1163 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 8ª Sessão Extraordinária – j. 20.03.2007 – DJU
30.03.2007 – Ementa não oficial).

Parentesco de 3º grau com magistrado. Aplicabilidade da Res. 7/2005

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


571

Pedido de Providências. Nepotismo. Resolução CNJ 07/2005.


Limitação de parentesco por afinidade. Análise de casos de parentesco de 3º grau com
Desembargadores. – “I) As ex-servidoras não têm legitimidade para recorrer em processo
de consulta realizado pelo Tribunal. II) Fica prejudicado o recurso manejado por pessoas
que já não ocupavam cargo no Tribunal à época da consulta formulada. III) A Res. CNJ
07/2005 tem total incidência na hipótese consultada” (CNJ – PP 387 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Parentesco do funcionário com Desembargador aposentado ou com servidor


efetivo do Judiciário, que não ocupam cargo de assessoramento ou de direção.
Não caracterização

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07 do CNJ e


Súmula 13 do STF. Inexistência de antinomia entre as normas. Ocupante de cargo em
comissão no Judiciário e parente de desembargador aposentado, de membro do MP, de
membro da Procuradoria do Estado e de servidores do TJ. Consulta conhecida para
responder pela não configuração do nepotismo. – “O vínculo de parentesco com
Desembargador aposentado ou com servidores efetivos do Poder Judiciário, que não
ocupem cargo de assessoramento ou direção, ou, quando ocupantes, quando não exista
relação de subordinação com o parente, não configura situação geradora de
incompatibilidade. Incidência do Enunciado 01 do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ –
PP 200810000028090 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Parentesco por afinidade estabelecido depois de já ocupado o cargo de


confiança

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Resolução


CNJ 7, de 18.10.2005. Inexistência. Parentesco por afinidade estabelecido depois de já
ocupado cargo de confiança. Aplicação do Enunciado 1-C (CNJ – PCA 320 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 7ª Sessão Extraordinária – j.14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Possibilidade do exercício de cargo comissionado por cônjuge de Juiz de


Direito. Exceção contida no art. 2º, § 1º da Res. 07 do CNJ

Pedido de Providências. Servidora ocupante do cargo efetivo de


Técnico Judiciário que atende o requisito de escolaridade para o exercício de cargo em
comissão junto a órgão jurisdicional de segundo grau. Regularidade da investidura em
comissão reconhecida, considerada a disciplina editada pelo órgão judicial envolvido, com
fundamento no art. 9º, § 2º, da Lei 9.421/96. Servidora que é cônjuge de magistrado de
primeiro grau. Hipótese inscrita na exceção contida no § 1º do art. 2º da Res. 7/CNJ.
Pedido de Providências conhecido e deferido. (CNJ – PP 244 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Previsão da Lei n° 9.421/96 que dispensa qualquer outra regulamentação

Procedimento de Controle Administrativo. Poder Judiciário da


União e do Distrito Federal e Territórios. Designação de Servidores para Cargos de
confiança e funções gratificadas. Prática de nepotismo. Princípios da impessoalidade e da
moralidade administrativas. Lei ordinária federal e alcance temporal da disciplina. – “Os
princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa, inscritos no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


572

art. 37, caput da CF, ostentam densidade normativa suficiente para inibir a prática do
chamado nepotismo, razão por que não se faz necessária edição de outra norma jurídica, de
caráter infraconstitucional, para coibir esse fenômeno. Disso decorre que a edição da Lei
Federal n° 9.421/96, no âmbito do Poder Judiciário da União e do Distrito Federal e
Territórios – definindo como atos de nepotismo as indicações de cônjuges, companheiros
ou parentes até o terceiro grau, inclusive, dos membros ou dos juízes vinculados aos
tribunais, ressalvadas as hipóteses em que tais servidores são ocupantes de cargos de
provimento efetivo das carreiras judiciárias, quando a vedação é restrita à nomeação ou
designação para servir junto ao magistrado determinante da incompatibilidade –, há de ser
compreendida como instituidora de critérios objetivos destinados a qualificar a prática,
assim ensejando o seu combate pelas várias instâncias e formas de controle dos atos do
Poder Público. Ante o significado e a eficácia normativa dos princípios da impessoalidade
e da moralidade administrativas, não se mostra razoável sustentar que a Lei n° 9.421/96
tenha buscado legitimar os atos de nomeação e designação de servidores realizados à
margem de seus critérios, ainda que processados em momento anterior ao seu advento,
inexistindo, nesses casos, ato jurídico perfeito ou direito adquirido. Pedido de Providências
conhecido e parcialmente acolhido. Processo de Controle Administrativo procedente (CNJ
– PCA 15 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 – DOU 24.10.2005).

Previsão não exaustiva da Res. 07/2005

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 7/2005 do


CNJ. – “Nem todas as hipóteses de nepotismo encontram-se enumeradas na Res. 7/2005 do
CNJ, porém existem princípios constitucionais, como da impessoalidade e da eficiência,
que devem orientar o intérprete na apreciação da matéria. Consulta respondida nos termos
colocados” (CNJ – PP 8449 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

Readmissão de servidora cuja situação anterior caracterizava nepotismo


cruzado

Consulta. Nepotismo. Readmissão de ex-servidora cuja situação


anterior caracterizava nepotismo cruzado. Impossibilidade. – “Consultas sobre análise de
caso concreto somente são conhecidas quando de sua resposta houver repercussão geral e
de suas conclusões puder ser extraída eficácia a todo o Poder Judiciário (PPs 1418, 7809,
11825, 25117; PCA 8188)” (CNJ – PP 200810000032961 – Rel. Cons. Jorge Maurique –
80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Consulta. Nepotismo. Readmissão de ex-servidora cuja situação


anterior caracterizava nepotismo cruzado. Impossibilidade. – “É inviável a readmissão de
ex-servidora cuja situação anterior no serviço público já tenha caracterizado
incompatibilidade a título de nepotismo. O nepotismo é uma vedação de ordem objetiva,
bastando a averiguação de parentesco e a prova (ou forte indício) do ajuste prévio, não
importando qualquer qualidade intelectual do indivíduo incompatibilizado pelas normas.
Sua caracterização faz presumir favorecimento decorrente de laços de sangue, verdadeiro
jus sanguinis nefasto ao moderno serviço público, regido pelos princípios da moralidade e
da impessoalidade. Exegese teleológica das normas contidas no art. 37 da CF-88, na Res. 7
do CNJ e na Súmula Vinculante 13 do STF, com as conclusões do STF ao julgar a MC na
ADI 1521. Consulta conhecida para responder que não é possível readmitir no Poder
Judiciário servidora exonerada por forte indício de nepotismo cruzado, ainda que a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


573

situação de ajuste prévio não mais subsista” (CNJ – PP 200810000032961 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Recurso contra resposta a consulta fora de prazo

Recurso Administrativo. Decisão monocrática que responde a


consulta sobre nepotismo. Protocolo intempestivo do recurso. Não conhecimento. (CNJ –
PP 406 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Relação de companheirismo com servidor ocupante de cargo de direção

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução 7/2005.


Relação de companheirismo com servidor investido em cargo de direção. – “A Res. 07 do
CNJ visa a disciplinar, de maneira uniforme para todo o Poder Judiciário, o exercício de
cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de
servidores investidos em cargos de direção e assessoramento. Em seu art. 2º, inciso III,
considera como prática de nepotismo o exercício de cargo de provimento em comissão ou
de função gratifica, no âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo, por cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento” (CNJ
– PCA 290 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Relação de parentesco surgida após a designação do servidor

Recurso Administrativo no pedido de providências. Nepotismo,


Res. 7. Enunciado Administrativo 1. Relação de parentesco posterior à designação.
Desprovimento. – “I) É vedada a designação de servidor em subordinação à Magistrada
que determinou a incompatibilidade, ainda que a relação de parentesco tenha surgido após
a designação (alínea ‘c’ do Enunciado Administrativo 1/CNJ e art. 2º, § 1º, in fine, da Res.
07/CNJ). II) Recurso Administrativo em Pedido de Providências improvido” (CNJ – PP
816 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Requisição de ocupantes de carreiras estranhas ao Poder Judiciário.


Caracterização de nepotismo

Recurso administrativo. Res. 07 do CNJ. Servidora aposentada que


ocupa cargo em comissão e que possui duas cunhadas (CC, art. 1.595) requisitadas, ambas
ocupantes de cargos efetivos em carreiras estranhas ao Poder Judiciário. Servidoras
requisitadas lotadas no gabinete do magistrado que é cônjuge da servidora ocupante do
cargo em comissão. Situação ofensiva ao postulado constitucional da impessoalidade.
Hipótese de nepotismo vedada pela regra do art. 2°, inciso II da Res. 07/CNJ c.c. a alínea
“k” do Enunciado Administrativo 1 deste CNJ. Desconstituição das requisições e
Restituição das servidoras aos órgãos de origem. (CNJ – PP 315 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Requisição de parentes de outros órgãos

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Verba


remuneratória destacada. Acumulação de cargos em comissão. Nomes de pessoas vivas a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


574

dependências do Poder Judiciário. – “Qualifica-se como nepotismo a requisição de


parentes, servidores de outros órgãos, para trabalhar em órgãos judiciários, nas hipóteses
previstas na Res. 07/2006 do CNJ” (CNJ – PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 50ª Sessão
– j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Resolução CNJ 07/2005. Vedações

Pedido de Providências. Nepotismo. Consulta sobre as vedações da


Resolução 7, de 18.10.2005. Existência de ação judicial transitada em julgado. Manutenção
das condições deferidas pela coisa julgada. (CNJ – PP 258 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006).

Serviço médico e odontológico contratado nos tribunais mediante convênio.


Rede credenciada de profissionais que sejam sócios ou empregados de cônjuge,
companheiro ou parente

Pedido de Providências. Consulta. Serviço médico e odontológico.


Rede credenciada mantida por Tribunal e ressarcimento de despesas efetivadas para a
contratação de profissionais e operadoras de plano de saúde. Adequação à Resolução
CNJ 07/2005. – “I) Não se considera nepotismo o credenciamento promovido por Tribunal
com o objetivo de viabilizar a contratação de serviços de assistência médica e odontológica
prestados por profissional ou pessoas jurídicas da qual sejam sócios ou empregados
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, até terceiro grau, dos
respectivos membros ou juízes vinculados, ou servidores investidos em cargo de direção e
assessoramento. O simples credenciamento de profissional não traz privilégios para ele e,
tampouco, prejuízo para outros profissionais, não estando, portanto, caracterizada a
concessão de benefícios em virtude de relação de parentesco. II) Também não configura
nepotismo a indenização parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, ou
seu(s) dependentes(s) com a prestação dos serviços de assistência médica e/ou
odontológica por profissional não-credenciado ou operadora de plano de saúde privado que
denotem eventual vínculo com membros do Tribunal, juízes convocados ou servidores
investidos em cargo de direção ou assessoramento. Na hipótese, o atendimento e/ou
tratamento gera ressarcimento das despesas efetuadas para efeito de se garantir o direito de
escolha do profissional de confiança do servidor atendido, direito exercido sem qualquer
interferência do Tribunal. III) Não há, nas situações descritas, participação da
administração do Tribunal na escolha do profissional que prestará o serviço médico ao
servidor, o qual figura como devedor no contrato de prestação de serviço. IV) A Resolução
07/2005 tem por escopo impedir a prática de nepotismo, caracterizado pelo favorecimento
de determinadas pessoas, física e jurídica, em detrimento de outra, devido à existência de
vínculo com membros de tribunais, juízes ou servidores investidos em cargo de direção e
assessoramento. Em ambas as situações previstas nos arts. 2º, V, e 3º da Resolução em
epígrafe, deve haver direta contratação da pessoa, física ou jurídica, prestadora de serviço
pelo Tribunal. V) Consulta conhecida e respondida negativamente quanto à configuração
de nepotismo nas situações descritas” (CNJ – PP 200810000009744 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Servidor efetivo em seção judiciária. Lotação em função de Diretor de


Secretaria. Núpcias contraídas posteriormente com filha de Desembargador

Servidor público efetivo da Justiça Federal, lotado em Seção


Judiciária e exercendo função de Diretor de Secretaria. Núpcias contraídas com filha de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


575

Desembargador após sua designação. Pretensão de assumir o cargo de Procurador da


Fazenda Nacional e retornar ao exercício da função de Diretor de Secretaria, mediante
requisição. Alegação de inaplicabilidade da Res. 7 do CNJ. – “É irrelevante o fato de ter o
requerente contraído núpcias após a anterior nomeação e posse como Diretor de Secretaria,
por se tratar de cargos inacumuláveis, ao se empossar como Procurador da Fazenda
Nacional será exonerado do cargo ou mesmo será declarado vago caso se concretize a sua
pretensão, tratar-se-á de nova designação, ou seja, designação do genro de Desembargador,
não integrante de carreiras judiciárias em cargo em comissão CJ-03, o que é vedado pela
Res. 07. Não se trata como alega o consulente, de ‘permanecer no exercício de função’”
(CNJ – PP 1032 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006 – Ementa não oficial).

Servidor efetivo, parente do Presidente do Tribunal, exercendo cargo em


comissão

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Piauí. Exercício de cargo em comissão. Servidor efetivo parente do Presidente do
Tribunal. Aplicação da Res. 7 do CNJ. Parcialmente procedente. – “I) O exercício de
cargo em comissão por servidor parente de Presidente de Tribunal configura hipótese de
nepotismo vedada pela Res. 7/2005, mesmo que no âmbito da Corregedoria-Geral da
Justiça. II) A devolução de valores indevidos, eventualmente recebidos, deve ser apurado
pelo Tribunal de Contas do Estado. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se
julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000022037 – Rel. Cons. Andréa Pachá
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Servidor em cargo efetivo exercendo função comissionada. Compatibilidade da


escolaridade do cargo de origem

Pedido de Providências. Res. 7 do CNJ, de 18.10.2005. Servidor


concursado exercendo cargo de confiança. Exigência de compatibilidade do grau de
escolaridade do cargo de origem. Interpretação que deve incluir o exame da atividade ou
função ligada ao cargo de origem, mesmo que de nível médio. Proposta de adendo à
disposição da Resolução citada. Pedido deferido. (CNJ – PP 370 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Servidor em cargo efetivo exercendo função comissionada. Parentesco em


terceiro grau com magistrado

Pedido de Providências. Resolução 7 do CNJ. Servidora ocupante


de cargo efetivo de nível médio exercendo função comissionada. Parentesco em 3º grau
por afinidade com magistrada. Inocorrência de irregularidade. Pedido procedente. –
“Servidor ocupante de cargo de provimento efetivo de nível médio pode ser nomeado para
cargo em comissão sem caracterizar nepotismo, desde que esteja preparado tecnicamente
para as complexidades do cargo” (CNJ – PP 840 – Rel. Eduardo Lorenzoni – 25ª Sessão –
j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Servidor, genro de Desembargador, exonerado em cumprimento à Res. 7/CNJ.


Retorno após posterior desincompatibilização

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Corregedoria-geral


do Estado de Alagoas. Cargo em Comissão. Servidor exonerado em cumprimento à Res. 7/

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


576

CNJ. Genro de desembargador. Subordinação. Retorno após posterior


desincompatibilização. Impossibilidade. – “Designação de genro de desembargador, não
integrante de carreiras judiciárias, para ocupar cargo em comissão viola o que determinado
pela Res. 07 deste Conselho. Precedente: PP 1032. A possibilidade de
desincompatibilização pela não subordinação hierárquica apenas diz respeito àquelas
nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das
carreiras judiciárias, admitidos por concurso público, o que não é o caso ora em questão.
Consulta que se conhece e se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PP
200810000033000 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Servidor público. Exoneração

“Para os fins do disposto no art. 5º da Resolução 7 de 18 de


outubro de 2005, fica a critério do Presidente do Tribunal a escolha do servidor que deverá
ser exonerado para extinguir a relação de nepotismo, não cabendo ao Conselho Nacional
de Justiça pronunciar-se quanto a tal escolha” (alínea “l” do Enunciado Administrativo
CNJ 1, 16ª Sessão de 11.04.2006).

“Não se aplica administrativamente qualquer prazo decadencial ou


prescricional para impedir as exonerações determinadas pela Resolução 7” (alínea “m” do
Enunciado Administrativo CNJ 1, 16ª Sessão de 11.04.2006).

Servidor que exerce cargo em comissão ou de função gratificada, em unidade


diversa da que atua seu parente (magistrado), vinculado ao mesmo Tribunal.
Caracterização

Pedido de Providências. Nepotismo. Res. 7/CNJ. Servidor não


efetivo exercente de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada em
unidade distinta daquela em que atua o seu parente magistrado vinculado ao mesmo
Tribunal. Caracterização. – “Pouco importa para caracterização das situações de
nepotismo a circunstância de atuarem os parentes em unidades diferentes do mesmo
tribunal. Assim, a lotação do servidor não efetivo em órgão de grau jurisdicional diferente
ou área territorial diversa do mesmo tribunal a que esteja vinculado o seu parente
magistrado configura situação de nepotismo alcançada pela Res. 7/CNJ (art. 2º, I)” (CNJ –
PP 200810000021460 e PP 200810000025117 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Servidor que ocupa cargo em comissão no Judiciário, parente de pessoa que


ocupa cargo no MP ou na Procuradoria do Estado

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07 do CNJ e


Súmula 13 do STF. Inexistência de antinomia entre as normas. Ocupante de cargo em
comissão no Judiciário e parente de Desembargador aposentado, de membro do MP, de
membro da Procuradoria do Estado e de servidores do Tribunal de Justiça. Consulta
conhecida para responder pela não configuração do nepotismo. – “I) Não há impedimento
legal a que um parente de ocupante de cargo no Ministério Público ou na Procuradoria do
Estado ocupe cargo em comissão no Poder Judiciário, exceto quando há configuração de
burla, ou seja, de ajuste recíproco para a contratação” (CNJ – PP 200810000028090 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


577

Servidor que se encontra em exercício provisório. Prevalecimento da


regulamentação procedida pelo CNJ, mais restritiva, sobre a prevista na lei

A Resolução 7 deste Conselho Nacional de Justiça aplica-se


indistintamente a todos os órgãos do Poder Judiciário, inclusive ao Poder Judiciário da
União. A proibição do nepotismo decorre diretamente dos princípios da moralidade e da
impessoalidade, previstos no art. 37 da Constituição Federal, os quais ao CNJ compete
zelar, nos termos do art. 103-B, § 4°, da CF. Sendo assim, nada impede que a
regulamentação da proibição do nepotismo procedida pelo CNJ seja mais restritiva do
que a prevista na lei, devendo prevalecer sobre esta. Não há motivo para excepcionar-se
da proibição o servidor que se encontra em exercício provisório. As exceções previstas no
art. 2°, § 1°, da Resolução 7 do CNJ aplicam-se tanto aos cargos em comissão quanto às
funções gratificadas. (CNJ – PP 144 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 12ª Sessão – j.
31.01.2006 – DJU 09.02.2006 – Ementa não oficial).

Servidor subordinado ao irmão

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07/2005 do


CNJ. Servidor subordinado ao irmão. Impossibilidade de lotação em outro setor.
Necessidade transitória. Matéria regulamentada pela Res. CNJ 07/2005. Situação fática
excepcional. – “(...) Por se tratar de situação excepcional e transitória, que não distingue o
servidor e, conseqüentemente, não fere o princípio da moralidade, entendemos que não há
como aplicar a Res. 07 do CNJ ao caso em pauta, sob pena do ato administrativo afastar-se
do interesse da administração e por conseqüência da coletividade. Consulta respondida
negativamente” (CNJ – PP 1114 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 9ª Sessão Extraordinária – j.
17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Servidora em cargo comissionado, cônjuge de outro servidor ocupando cargo


também comissionado

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Res. 07/2005 do


CNJ. Servidora ocupante de cargo comissionado cônjuge de servidor ocupante de cargo
comissionado. Irmão de servidor efetivo ocupante de cargo comissionado. Nepotismo. Res.
CNJ 07/2005. Incidência do artigo 2º. Afastamento das exceções previstas no Enunciado
Administrativo 1, uma vez que deve ser considerada a data da última nomeação para cargo
em comissão (primeira hipótese). Existência de parentesco consangüíneo em 2º grau
(irmão), na segunda hipótese. Consulta respondida negativamente. (CNJ – PP 374 – Rel.
Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

Servidora inativa, cônjuge de magistrado, exercendo cargo em comissão.


Requisição de duas cunhadas para prestar serviços no gabinete. Nepotismo
configurado

Recurso administrativo. Res. 07 do CNJ. Servidora aposentada que


ocupa cargo em comissão e que possui duas cunhadas (CC, art. 1.595) requisitadas, ambas
ocupantes de cargos efetivos em carreiras estranhas ao Poder Judiciário. Servidoras
requisitadas lotadas no gabinete do magistrado que é cônjuge da servidora ocupante do
cargo em comissão. Situação ofensiva ao postulado constitucional da impessoalidade.
Hipótese de nepotismo vedada pela regra do art. 2°, inciso II da Res. 07/CNJ c.c. a alínea
“k” do Enunciado Administrativo 1 deste CNJ. Desconstituição das requisições e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


578

Restituição das servidoras aos órgãos de origem. (CNJ – PP 315 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Servidora inativa, irmã de magistrado, exercendo cargo em comissão.


Nepotismo configurado

Consulta. Resolução CNJ 07/2005. Licença gestante. Assessores


sem vínculo hierárquico. Novo cargo de assessor junto a parente de magistrado. Assessor e
servidor comissionado com ingresso no Tribunal na mesma época. Servidora inativa, irmã
de magistrado, exercendo cargo em comissão. Configuração de nepotismo. (CNJ – PP 373
– Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 20ª Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 –
Ementa não oficial).

Servidora (odontóloga) cedida que não exerce cargo ou função comissionada.


Subordinação a parente. Proibição

Nepotismo. Servidora pública cedida. Odontóloga. Não-


desempenho de cargo em comissão ou função comissionada. Subordinação imediata a
parente. – “Ilegal a situação de servidora pública requisitada que, sem desempenhar cargo
em comissão ou função comissionada, presta serviço na mesma unidade em que o faz irmã,
exercente de cargo efetivo, chefe da respectiva unidade. Conquanto a situação não
caracterize propriamente nepotismo, ausente designação para exercício de cargo em
comissão ou função comissionada da servidora requisitada, o art. 8º da Lei 6.999/82 veda
a requisição, em favor da Justiça Eleitoral, de exercente de cargo técnico ou científico.
Pedido de Providências convertido em Procedimento de Controle Administrativo e julgado
parcialmente procedente, para desconstituir o ato de requisição da servidora cedida, com
eficácia “ex nunc”, determinando-se o retorno ao órgão de origem” (CNJ – PP
2008100000010588 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Servidores bacharéis em Direito e nível compatível com o cargo

Procedimento de Controle Administrativo. Enunciado


administrativo CNJ 01. Não configuração de nepotismo. Servidoras bacharéis em Direito e
com nível compatível com o cargo. Inexistência de subordinação hierárquica. Aplicação da
exceção do art. 2º, § 1º, da Resolução CNJ 7/2005. (CNJ – PCA 306 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Servidores em união estável lotados na mesma unidade

“O fato de os servidores companheiros estarem lotados na mesma


unidade não configura prática de nepotismo, nem circunstância que afronte à moralidade
pública, independente das nomeações terem ou não sido pré-constituídas à união estável.
Também não representa restrição objetiva ao exercício das funções ocupadas pelos
servidores a circunstância de estarem lotados na mesma unidade e o servidor ocupar
função comissionada de nível hierárquico superior ao da servidora” (CNJ – PP 572 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

Servidores irmãos e cunhados de Magistrados. Permanência sob o regime de


contrato administrativo após a edição da Resolução 7/2005

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


579

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Servidores


irmãos e cunhados de magistrados. Permanência dos servidores após edição da
Resolução 7/2005. – “Permanência dos servidores em regime de contrato administrativo no
lapso entre o prazo estabelecido na Resolução 7/2005 e a nomeação dos mesmos
servidores aprovados em concurso público” (CNJ – PCA 641 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Situações de inaplicabilidade da Res. 7 do CNJ (Enunciado 1, letras “C” e “D”)

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Goiás. Cargo


Comissionado. Aplicabilidade do Enunciado 01, letras “c” e “d” do Conselho Nacional de
Justiça. (CNJ – PP 281 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 18ª Sessão – j.
02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Subordinação hierárquica entre Secretário de Gestão e Coordenador de


Contas Eleitorais e Partidárias. Exercício de cargo que possibilita acesso a
informações.

“Observa-se que, principalmente neste caso específico, em que o


exercício de um dos cargos possibilita o acesso a informações que dizem respeito a todo o
quadro de pessoal do tribunal, não é possível autorizar a permanência de servidores a ele
hierarquicamente subordinados e que com ele mantenham uma relação de parentesco, seja
seu cônjuge ou companheiro. Por todo o exposto, voto no sentido de conhecer da consulta
e responder que há subordinação hierárquica entre o Secretário de Gestão de Pessoas e o
Coordenador de Contas Eleitorais e Partidárias, para os fins da Resolução 07/2005 deste
Conselho” (CNJ – PP 200810000012950 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto da relatora).

Tribunais de Contas. Aplicação da Resolução CNJ 07/2005

Pedido de Providências. Nepotismo. Consulta sobre a


aplicabilidade da Resolução 7, de 18.10.2005, aos Tribunais de Contas do País. – “É certo
que o artigo 37 da Constituição Federal aplica-se indistintamente a todos os órgãos da
Administração Pública direta e indireta, o que implica a observância pelos tribunais de
contas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios dos princípios da
moralidade e impessoalidade. É igualmente inquestionável que a prática do nepotismo não
se coaduna com a boa gestão da res pública, como, inclusive, restou assentado pelo
Supremo Tribunal Federal quando do recente julgamento da Ação Declaratória de
Constitucionalidade 12, relatada pelo Ministro Carlos Britto. Todavia, dada a competência
outorgada a esse Conselho pela Constituição Federal e considerada a natureza do Tribunal
de Contas da União, como acima explicitado, evidencia-se a impossibilidade de se
determinar que seja observada a Resolução 7, de 18.10.2005, pelo órgão de fiscalização
federal, aplicando-se o mesmo raciocínio aos órgãos estaduais e municipais” (CNJ – PP
248 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006).

Vedação de contratação

“É vedada a manutenção, aditamento ou prorrogação de contrato de


prestação de serviços com empresa que venha a contratar empregados que sejam cônjuges,
companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


580

inclusive, de ocupantes de cargos de direção e de assessoramento, de membros ou juízes


vinculados ao respectivo Tribunal contratante, devendo tal condição constar expressamente
dos editais de licitação” (art. 3º da Res. CNJ 7, de 18.10.2005, com a redação dada pela
Res. CNJ 9, de 06.12.2005).

“As vedações constantes dos arts. 2º e 3º da Resolução 07, de 18 de


outubro de 2005, abrangem o parentesco natural e civil, na linha reta e colateral, até o
terceiro grau, inclusive, e o parentesco por afinidade, na linha reta ou colateral, alcançando
ainda o parente colateral de terceiro grau, do cônjuge ou companheiro dos membros e
juízes vinculados ao Tribunal” (alínea “a” do Enunciado Administrativo CNJ 1, DJU
15.12.2005).

“Para os fins do disposto no § 1º do art. 2º da Resolução 7, de 18 de


outubro de 2005, são equiparados aos servidores admitidos por concurso público ocupantes
de cargo de provimento efetivo das carreiras judiciárias: I – os empregados públicos do
Poder Judiciário contratados por prazo indeterminado, providos os respectivos empregos
mediante concurso público, por expressa previsão legal; II – os empregados públicos do
Poder Judiciário contratados por prazo indeterminado antes da Constituição Federal de
1988, providos os respectivos empregos sem concurso público, e que foram considerados
estáveis pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; e III – os
servidores públicos do Poder Judiciário contratados por prazo indeterminado antes da
Constituição Federal de 1988, providos os respectivos empregos sem concurso público, e
que em face da mudança de regime jurídico único tiveram os referidos empregos
transformados em cargos, por expressa previsão legal” (alínea “b” do Enunciado
Administrativo CNJ 1, DJU 15.12.2005).

“As vedações previstas no art. 2º da Resolução 7, de 18 de outubro


de 2005, não se aplicam quando a designação ou a nomeação do servidor tido como
parente para a ocupação de cargo comissionado ou de função gratificada foram anteriores
ao ingresso do magistrado ou do servidor gerador da incompatibilidade, bem como quando
o início da união estável ou o casamento forem posteriores ao tempo em que ambos os
cônjuges ou companheiros já estavam no exercício das funções/cargos, em situação que
não caracterize ajuste prévio para burlar a proibição geral de prática de nepotismo,
ressalvada a vedação prevista no § 1º, in fine, do art. 2º da referida Resolução” (alínea “c”
do Enunciado Administrativo CNJ 1, DJU 15.12.2005).
OBS.: Nova redação do dispositivo aprovada na 17ª Sessão Ordinária de 25.04.2006).

“O vínculo de parentesco com magistrado ou com servidor


investido em cargo de direção ou de assessoramento já falecidos ou aposentados não é
considerado situação geradora de incompatibilidade para efeito de aplicação do art. 2º da
Resolução 7, de 18 de outubro de 2005” (alínea “d” do Enunciado Administrativo CNJ 1,
DJU 15.12.2005).

“Os antigos vínculos conjugal e de união estável com magistrado


ou com servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento não são considerados
hipóteses geradoras de incompatibilidade para efeito de aplicação do art. 2º da Resolução
7, de 18 de outubro de 2005, desde que a dissolução da referida sociedade conjugal ou de
fato não tenha sido levada a efeito em situação que caracterize ajuste para burlar a
proibição geral de prática de nepotismo” (alínea “e” do Enunciado Administrativo CNJ 1,
DJU 15.12.2005).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


581

Pedido de Providência. Contratação de empresa. Parentesco – .”O


artigo 3º da Resolução 7 deste CNJ menciona de forma clara qualquer contratação de
prestação de serviço com empresa que tenha, em seus quadros, parentes, cônjuge ou
companheiro de ocupantes de cargos de direção ou assessoramento de membros ou juízes
vinculados ao Tribunal, e não apenas à unidade que lhe seja integrante” (CNJ – PP 143 –
Rel. Cons. Cláudio Godoy – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006).

Vedação no âmbito do Poder Judiciário

“É vedada a prática de nepotismo no âmbito de todos os órgãos


do Poder Judiciário, sendo nulo os atos assim caracterizados” (art. 1º da Res. CNJ 7, de
18.10.2005).

NEPOTISMO CRUZADO
V. tb.: NEPOTISMO – NEPOTISMO INDIRETO

Ausência de provas

Pedido de Providências. Nepotismo cruzado. Ausência de provas.


(CNJ – PP 671 – Rel. Cons. Germana Moraes – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU
11.05.2007).

Caracterização

Nepotismo direto e cruzado. Configura prática de nepotismo


cruzado a nomeação de parentes e familiares de magistrados em órgãos do MPE e do TCE
com a nomeação correspondente em órgãos do Poder Judiciário de parentes e familiares de
titulares daqueles. (CNJ – PCA 200710000010213 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 57ª Sessão –
j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Servidores do Judiciário exonerados por força da Res. n° 07 do CNJ e


admitidos posteriormente pela Assembléia Legislativa e servidores desta,
nomeados para o Tribunal de Justiça

Atos de nomeação de servidores nos Poderes Judiciário e


Legislativo do Estado de Pernambuco. “Nepotismo Cruzado”. Afronta aos princípios
informativos da ação administrativa (CF, Art. 37). Possibilidade de intervenção do CNJ
para reprimir a conduta administrativa praticada por órgão do Poder Judiciário (CF, Art.
103-B, § 4º). – “Havendo clara demonstração de que servidores oriundos do Poder
Judiciário do Estado de Pernambuco – exonerados por força da Resolução 07 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) – foram admitidos no quadro de pessoal da Assembléia
Legislativa daquele Estado, bem assim que servidores daquele Poder Legislativo foram
simultaneamente exonerados e nomeados para o quadro de pessoal do Tribunal de Justiça
pernambucano, configura-se a censurável prática do ‘nepotismo cruzado’, contrária aos
princípios ético-republicanos que presidem a gestão pública. Enquanto órgão central do
sistema de controle administrativo do Poder Judiciário (CF, art. 103-B, § 4º), ao CNJ
compete determinar ao Presidente do Tribunal de Justiça a imediata exoneração dos
servidores originários do Poder Legislativo, assim resguardando a incolumidade das regras
e princípios informativos da Administração Pública (CF, art. 37)” (CNJ – PCA 579 – Rel.
Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


582

NEPOTISMO INDIRETO
V. tb.: NEPOTISMO – NEPOTISMO INDIRETO

Ausência de relação hierárquica direta entre os servidores. Liame indireto de


subordinação entre Diretor-Geral e a Secretária de magistrado

“Em que pese regulamento dos Serviços Auxiliares da Justiça


Militar do Estado subordinar hierarquicamente os secretários de juízes do Tribunal
diretamente aos respectivos juízes, há em tela uma subordinação indireta do servidor com o
Diretor-Geral, situação essa não prevista nos precedentes ora apontados, nem no
Enunciado Administrativo 1/CNJ, que diz textualmente: ‘I) Para os fins do disposto no
inciso III do art. 2º da Resolução 07, considera-se como situação geradora de
incompatibilidade aquela em que haja relação de subordinação hierárquica.’ Note-se que o
Enunciado mencionado não fala em momento algum em relação direta de subordinação
hierárquica. Ao contrário, silencia a respeito, justamente em razão destas situações em que
a aferição do impedimento não se mostra evidente, prima facie. Com a análise dos
elementos normativos e das atribuições legais dos cargos, inquestionável, ao meu sentir,
haver certa relação de subordinação, ainda que de forma obliqua. Isso sem falar na
competência administrativa conferida ao Diretor-Geral, nos termos do art. 21 do citado
Regulamento, que confere poder geral de direção de todas atividades administrativas do
Tribunal, incluindo-se aqui o poder de controle sobre a situação funcional de todos os
servidores daquela Corte, o que, desse modo, permite caracterizar considerável relação
hierárquica, ainda que não seja exercida de forma imediata na unidade de lotação do
servidor. Todavia, como o servidor depende do Diretor-Geral para uma série de atos de sua
vida funcional, não tenho como descaracterizar o liame objurgado no art. 2º, III, da
Resolução 7/CNJ, conjugado com a alínea I do Enunciado Administrativo 1. Trata-se aqui
de nova figura vedada pelos diplomas mencionados, ou seja, a relação demonstrada
constitui verdadeiro nepotismo indireto, haja vista que inegavelmente o Diretor-Geral tem
ascendência sobre todos os funcionários de seu Tribunal” (CNJ – PCA 200810000004102
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do
voto do Relator).

NORMAS
V. tb: CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL – REGIMENTO
INTERNO – REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

CNJ – Regulamento Geral da Secretaria

“Institui o Regulamento da Secretaria, nos termos do art. 37,


parágrafo único do Regimento Interno” (Portaria CNJ 9, de 07.11.2005).

Execução penal provisória (prisão)


Vide: Res. CNJ 19, de 29.08.2006.
V. tb.: Res. CNJ 57, de 24.06.2008, que alterou o caput do art. 1º da Res. CNJ 19.

NOTÁRIO
Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


583

Aposentadoria do notário ou registrador (delegatário) aos 70 anos de idade

“Conforme decidiu a Suprema Corte pátria, os serviços notariais e


de registro não são cargos ou empregos públicos, não se sujeitando à aposentadoria
compulsória aos setenta anos, Por se tratar de delegação de serviço público, não se aplica a
norma prevista no inciso VIII do art. 37 da Carta Magna de 1988” (CNJ – PCA 301 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).
Observação: A Emenda Constitucional 20, de 15.12.1998, deu nova redação ao art. 40 da
Constituição Federal, preceituando que “Aos servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”,
estabelecendo, portanto, aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos, de sorte que apenas esses agentes, com esses
atributos, poderiam obter aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade. Esse, aliás,
o entendimento que vem sendo perfilhado na jurisprudência. Trata-se de questão submetida
ao Colendo Supremo Tribunal Federal, com alguns votos favoráveis à tese.

Exercício da advocacia. Desligamento do quadro da OAB antes do início do


exercício na serventia extrajudicial

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso administrativo


contra decisão monocrática de indeferimento. Serventia extrajudicial. Exercício da
advocacia por notário ou registrador. Desligamento do quadro de inscritos na OAB antes
do início do exercício em nova serventia. Regularidade. – “A proibição do exercício da
advocacia aos notários e registradores e o afastamento automático da advocacia decorrente
da posse do titular de serventia extrajudicial (Lei 8.935/94, art. 25, caput e § 2º)
desautorizam a tese de obrigatoriedade do desligamento do quadro de inscritos da Ordem
dos Advogados do Brasil até o momento da outorga do serviço respectivo. Crucial é que,
até o início das atividades cartorárias, seu titular deixe de advogar. Recurso conhecido e
improvido” (CNJ – PCA 200910000011251 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Perda da delegação

Sanção de perda da delegação – “Não há qualquer previsão


constitucional ou na Lei 8.935/94 (Lei dos Cartórios) que restrinja a aplicação de
penalidades aos notários e registradores às hipóteses previstas exclusivamente no último
diploma legal (Lei 8.935/94). Admissível a aplicação da pena de perda da delegação.
Improcedente pedido de ‘emissão de súmula’ para evitar a imposição de tal sanção aos
notários e registradores em geral” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Renúncia à delegação com o objetivo de esquivar-se de sanção

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Pedido de natureza


individual. Renúncia à delegação de serventia extrajudicial. Escopo de esquivar-se de
sanção. – “1) A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está centrada
em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §4º). 2) O
exame da eficácia de renúncia à delegação de serventia extrajudicial e do conseqüente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


584

pedido de declaração de extinção do vínculo do notário com a Administração Pública, em


manifesto escopo de esquivar-se de sanção já imposta pela Corregedoria local, constitui
pretensão de natureza meramente individual, insuscetível de apreciação pelo CNJ. Trata-se
de pleito que não extravasa o âmbito pessoal do requerente e, por isso, refoge à
competência do CNJ. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não se conhece”
(CNJ – PCA 200810000019506 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

NOTÁRIOS E REGISTRADORES
Perda da delegação

Sanção de perda da delegação – “Não há qualquer previsão


constitucional ou na Lei 8.935/94 (Lei dos Cartórios) que restrinja a aplicação de
penalidades aos notários e registradores às hipóteses previstas exclusivamente no último
diploma legal (Lei 8.935/94). Admissível a aplicação da pena de perda da delegação.
Improcedente pedido de ‘emissão de súmula’ para evitar a imposição de tal sanção aos
notários e registradores em geral” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Renúncia à delegação com o objetivo de esquivar-se de sanção

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Pedido de natureza


individual. Renúncia à delegação de serventia extrajudicial. Escopo de esquivar-se de
sanção. – “1) A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está centrada
em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §4º). 2) O
exame da eficácia de renúncia à delegação de serventia extrajudicial e do conseqüente
pedido de declaração de extinção do vínculo do notário com a Administração Pública, em
manifesto escopo de esquivar-se de sanção já imposta pela Corregedoria local, constitui
pretensão de natureza meramente individual, insuscetível de apreciação pelo CNJ. Trata-se
de pleito que não extravasa o âmbito pessoal do requerente e, por isso, refoge à
competência do CNJ. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não se conhece”
(CNJ – PCA 200810000019506 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

NOTAS TAQUIGRÁFICAS DE SESSÃO DE JULGAMENTO DE TRIBUNAL


Direito da parte

Procedimento de Controle Administrativo. Acesso às notas


taquigráficas ou à degravação de Sessão para fins de instrução de procedimento
administrativo perante o CNJ. Princípio da transparência. Ato administrativo.
Deferimento. – “I) Traduz ato administrativo, apto a ser controlado por este Conselho, o
pedido de acesso a informações, gravadas em Sessão na corte de origem, as quais são
necessárias à instrução de procedimento a ser instaurado perante o CNJ. II) É corolário do
princípio da transparência do Poder Judiciário o direito da parte de ter acesso às notas
taquigráficas ou à degravação da Sessão na qual participou. III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se defere” (CNJ – PCA 200710000012751 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


585

NÚCLEO DE ESTATÍSTICA E GESTÃO


Composição e função

“O núcleo de estatística e gestão estratégica será composto


preferencialmente por servidores com formação em direito, economia, administração,
ciência da informação, sendo indispensável servidor com formação em estatística. O
núcleo de estatística e gestão estratégica tem caráter permanente e deve auxiliar o Tribunal
na racionalização do processo de modernização institucional” (art. 1º, §§ 1º e 2º da Res.
CNJ 49, de 18.12.2007).

Criação nos órgãos do Poder Judiciário. Obrigatoriedade

“Os órgãos do Poder Judiciário relacionados no art. 92 incisos III


ao VII da Constituição Federativa do Brasil devem organizar em sua estrutura unidade
administrativa competente para elaboração de estatística e plano de gestão estratégica do
Tribunal” (art. 1º da Res. CNJ 49, de 18.12.2007).

NULIDADE
V. tb.: PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA e PRINCÍPIO DA MODULAÇÃO
PROSPECTIVA

Ausência de intimação para julgamento

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de intimação


para julgamento. Acolhimento. A ausência de previa intimação do requerente para a sessão
de julgamento do procedimento pelo Plenário do CNJ é causa de nulidade do julgamento.
Acolhe-se o pleito aduzido, para determinar a nulidade do julgamento ocorrido na sessão
do dia 10.10.2006, com nova inclusão do feito em pauta para análise do mérito do pedido
exordial. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j.
06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Ausência de motivação na decisão administrativa

Procedimento de Controle Administrativo. Autorização de


residência fora da Comarca. Decisão administrativa não motivada. Nulidade reconhecida.
– “De acordo com o ordenamento constitucional vigente, somente no caso de autorização
administrativa do tribunal respectivo, é que o juiz titular poderá residir em local diverso do
da comarca em que exerce o oficio jurisdicional. O inciso X do art. 93 da Carta Magna de
1988 exige que as decisões administrativas sejam motivadas, não bastando a simples
referência a texto legal para indeferir pleito administrativo, havendo necessidade de
fundamentação quanto aos argumentos levantados pelo requerente, uma vez que a
motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o
agente à manifestação da vontade. Reconhece-se a nulidade da decisão administrativa do
TJMG, por ausência de fundamentação, determinando que a douta Corte Superior
requerida prolate nova decisão, observando o inciso X do art. 93 da Carta Magna de 1988,
apreciando motivadamente os argumentos elencados pelo requerente no seu pleito
administrativo. Recomendação aos Tribunais” (CNJ – PCA 152 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Ausência de prejuízo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


586

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Em nosso ordenamento jurídico, seja no âmbito do
processo penal, processo civil e no processo administrativo vige o princípio de que não há
nulidade sem prejuízo. Por força desse elemento predominante, para que o ato seja
declarado nulo é necessário que haja entre a sua imperfeição ou atipicidade e o prejuízo às
partes, um nexo efetivo e concreto, de sorte que, se a despeito da imperfeição o ato atingiu
o fim colimado sem acarretar prejuízo, supera-se a nulidade e convalida-se o ato. Esse o
sentido do princípio do pas de nulitté sans grief” (CNJ – PCA 200810000004382 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
relator).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Exceto nas hipóteses de nulidade substancial,
insanável e que contamina todo o concurso para ingresso na atividade notarial e de
registro, não se anula ato ou fase sem que haja prejuízo para a Administração Pública ou
para o candidato, por força do princípio do pas de nulitté sans grief, que informa nosso
ordenamento jurídico, seja no processo penal, processo civil e no processo administrativo”
(CNJ – PCA 200810000004382 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Nulidade.


Inexistência de prejuízo substancial

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público de


Atividades Notariais e de Registro. Irregularidade que não enseja nulidade por ausência
de prejuízo substancial. Falha mecânica sanada. Improcedência. – “I) Não há nulidade
sem prejuízo substancial, aplicando-se o princípio da instrumentalidade das formas (pas de
nullité sans grief). II) Falha mecânica verificada na etiquetagem dos cadernos de questões
e de respostas corrigida sem prejudicar a idoneidade do certame. III) Procedimento de
Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 181 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Intimação. Julgamento realizado sem intimação das partes

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


ocupante de função comissionada sem vínculo com a administração. Ato do presidente do
Tribunal Regional Federal. Inocorrência de incidência da Res. 07/CNJ. Irrelevância. Res.
CJF 444/2005, art. 4º, “e”. Não induzimento à incompetência do Presidente. Julgamento
realizado sem intimação das partes. Nulidade. – “I) Anula-se julgamento anterior se a
intimação das partes não se realizara, por erro na designação de seus nomes na publicação
da pauta. II) Julgamento anulado. III) Novo julgamento indeferindo o pedido” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


587

232 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Modulação dos seus efeitos

Contratos administrativos. Licitação. Irregularidades


constatadas.Dispensa de licitação. Contratos simultâneos. Nulidade. Modulação dos
efeitos. Decisão com efeitos “ex nunc”. – “A declaração das nulidades tradicionalmente
obedece a um sistema dicotômico, no qual, dependendo da intensidade do vício que atinja
o ato, dependendo do tipo de interesse violado, público ou privado, maculado pelo vício,
imputam-se efeitos graduais e proporcionais à lesão. Como salienta Celso Antônio
Bandeira de Mello, ‘a ordem normativa pode repelir com intensidade variável atos
praticados em desobediência às disposições jurídicas, estabelecendo destarte uma gradação
no repúdio a eles’ (Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Ed. Malheiros, 11. ed., p.
333/335). Entende-se que no presente caso cumpre declarar-se a nulidade dos mencionados
contratos, mas graduando-lhe os efeitos” (CNJ – PCA 200710000017128 – Rel. Designado
Cons. Min. João Oreste Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008 – Ementa
não oficial).

“Ora, na declaração de nulidade de ato também se pode buscar


modulação ou variante, tal como ocorre com a inconstitucionalidade, de sorte a reconhecer
a nulidade – desde que não seja substancial, essencial e peremptória – e negar-lhe os
efeitos pretéritos ou futuros, quando as circunstâncias exigem que se preserve os atos
praticados e a segurança jurídica, diante do fato consumado. O mal que os efeitos da
declaração de nulidade pode causar deve ceder lugar à superação prospectiva, diante dessa
possibilidade, quando se mostre mais nociva do que a mantença do statu quo” (CNJ – PCA
510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU
03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

Modulação dos seus efeitos

Recurso contra decisão de arquivamento de Procedimento de


Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Designação de juiz
cunhado do presidente do Tribunal, para a função de juiz auxiliar da Corregedoria.
Dispensa da função. Perda do objeto. – “A jurisprudência deste CNJ tem reiteradamente
preservado a validade dos atos praticados, em nome da segurança jurídica, modulando os
efeitos das decisões que reconhecem nulidade de atos de investidura de agente público. A
análise do caso, à luz das normas que disciplinam a designação para a função de Juiz
Corregedor Auxiliar no TJ/PI, não evidencia ilegalidade que justifique a anulação dos atos
praticados e a restituição de valores eventualmente recebidos em razão da função” (CNJ –
PCA 200810000019476 – Rel. Cons. José Adonis – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Possibilidade de convalidação de atos administrativos inválidos

“Vale considerar que um dos interesses fundamentais no Direito é a


estabilidade das relações constituídas. É pacificação dos vínculos estabelecidos a fim de se
preservar a ordem. Este objetivo importa muito mais no Direito Administrativo do que no
Direito Privado. É que os atos administrativos têm repercussão mais ampla, alcançando
inúmeros sujeitos, uns direta, e outros indiretamente, como observou SEABRA
FAGUNDES. Interferem com a ordem e estabilidade das relações sociais em escala muito

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


588

maior. Daí que a possibilidade de convalidação de certas situações – noção antagônica à de


nulidade em seu sentido corrente – tem especial relevo no Direito Administrativo. Não
brigam com o princípio da legalidade, antes atendem-lhe o espírito, as soluções que se
inspirem na tranquilização das relações que não comprometem insuprivelmente o interesse
público, conquanto tenham sido produzidas de maneira inválida. É que a convalidação é
uma forma de recomposição da legalidade ferida. Portanto, não é repugnante ao Direito
Administrativo a hipótese de convalescimento dos atos inválidos (CELSO ANTÔNIO
BANDEIRA DE MELLO. Curso de Direito Administrativo. 9. ed. Malheiros Editores, S.
Paulo, p. 297). Já observava CAIO TÁCITO: ‘Também o Direito Público valoriza o
decurso do tempo como elemento tanto aquisitivo como extintivo de direitos e obrigações’
(Temas de Direito Público. Ed. Renovar, S. Paulo, v. 2, p. 1928). Como se verifica, a teoria
do fato consumado não é estranha ao Direito, nem recebe censura da doutrina ou da
jurisprudência. Pelo contrário, está consagrada” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons.
Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto
vencedor do Cons. Rui Stoco).

Promoção de magistrado. Merecimento. Ausência do direito subjetivo à


inserção em lista. Nulidade inexistente

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento”
(CNJ – PCA 112 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j.
08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento.
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 114 – Rel.
Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

NUMERAÇÃO DE PROCESSOS
Implantação da numeração única de processos no âmbito do Poder Judiciário
Vide: Res. CNJ 65, de 16.12.2008.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


589

NÚMERO DOS PROCESSOS


Implantação da numeração única de processos no âmbito do Poder Judiciário
Vide: Res. CNJ 65, de 16.12.2008.

NÚMEROS
Vide: ESTATÍSTICA

–O–
OCUPAÇÃO DE ESPAÇO EM DEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO
Vide: UTILIZAÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA

OFICIAL DE JUSTIÇA
V. tb.: DESPESAS COM DILIGÊNCIA DE OFICIAL DE JUSTIÇA

Cobrança de despesas com diligência de oficial de justiça nos Juizados


Especiais

“Concedo, portanto, a liminar, suspendendo os efeitos da


Resolução 03/2006 do CSJE, determinando ao Tribunal de Justiça do Estado do Mato
Grosso e ao Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais que se abstenham da cobrança
da taxa de diligência do Oficial de Justiça, até decisão final deste PCA” (CNJ – PCA 609 –
Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Concurso público. Distinção entre os cargos de Oficial de Justiça junto ao


Tribunal e Oficial de Justiça de 4ª Entrância

Procedimento de Controle Administrativo Concurso Público.


Legislação estadual que distingue os cargos de Oficial de Justiça junto ao Tribunal de
Justiça e Oficial de Justiça de 4ª Entrância. Nomeação de candidatos aprovados para
carreira diversa. Pedido Procedente. – “I) Não é possível a nomeação de candidatos em
cargos diversos daqueles para os quais foram aprovados em concurso público, por
caracterizar forma inconstitucional de ingresso em carreira pública (art. 37, inciso II, da
CF)” (CNJ – PCA 191 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU
06.12.2006).

Curso superior como requisito para o cargo

“Determinar aos Tribunais que passem a exigir, como requisito


para provimento do cargo de Oficial de Justiça, a conclusão de curso superior,
preferencialmente em Direito” (art. 1º da Res. CNJ 48, de 18.12.2007).

Desconstituição de atos de nomeação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


590

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de atos


de nomeação para cargos de Oficial de Justiça ‘A’, da comarca da Capital. 4ª Entrância.
Candidatos aprovados em concurso para o cargo de Oficial de Justiça ‘A’, do quadro do
Tribunal de Justiça do Maranhão. Lei 8032/2003. – “Não é ilegal a nomeação para o cargo
de Oficial de Justiça ‘A’, da 4ª Entrância da Justiça do Estado do Maranhão, de candidato
aprovado no concurso para provimento do mesmo cargo no quadro do Tribunal de Justiça.
Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 547 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá
– 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Desempenho da sua atividade

Pedido de Providências. Padronização de gratificação e de


identidade funcional para Oficiais de Justiça. Pedido prejudicado. Rodízio entre Oficiais
de Justiça da Justiça Eleitoral. Competência administrativa do TSE. – “I) Prejudicado o
pedido em relação à padronização de gratificação dos oficiais de justiça ante a aprovação
do Plano de Cargos e Carreira do Poder Judiciário da União pelo Congresso Nacional. II)
Competência do TSE, que pode ser delegada aos Tribunais Regionais Eleitorais, para
apreciação das questões relativas ao desempenho da atividade dos oficiais de justiça” (CNJ
– PP 210 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Designação de servidor para exercício da função de oficial de justiça


temporário

Pedido de Providências. Resolução/TJMA 14/2008. Designação de


servidor para função de oficial de justiça temporário. Controle de legalidade.
Requerimento de prazo para realização de concurso público. – “I) A Resolução/CNJ 48
materializou a determinação de passarem os Tribunais a exigir como requisito para
provimento do cargo de Oficial de Justiça a conclusão de curso superior, preferencialmente
em Direito. II) Com a edição da referida Resolução 48/2007 não pretendeu o CNJ impor
aos Tribunais do País a imediata publicação de editais de abertura de concursos públicos
para provimento de cargos de oficial de justiça e, tampouco, compelir os órgãos
jurisdicionais à substituição do quadro de servidores existente. III) Em casos singulares de
excepcional necessidade do serviço, poder-se-á admitir a realização de convênios, ou
ainda, o deslocamento de servidores de seus quadros originais do Poder Executivo,
Legislativo ou Judiciário, para o exercício da função de Oficial de Justiça. Ainda assim,
imperioso estar bem fundamentado o ato administrativo de nomeação ou autorização de
nomeação, declinando-se na motivação os fatos ensejadores da adoção dessa solução
alternativa à realização de novo concurso. IV) Pedido de Providências a que se indefere”
(CNJ – PP 200810000007565 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 63ª Sessão – j.
27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Despesas com condução. Pretensão de obter percentual de gratificação no


cumprimento de diligências. Matéria afeta à autonomia dos tribunais

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Santa Catarina.


Oficiais de Justiça. Despesas com condução. Mandados expedidos pelos Juizados
Especiais Cíveis. Autonomia do Tribunal. Recurso prejudicado. – “É privativa a
competência dos Tribunais para o funcionamento e organização de seus órgãos
jurisdicionais e administrativos, não sendo devida a ingerência do CNJ sobre pretensão
corporativa de majoração de percentual de gratificação de diligência, matéria afeta à

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


591

autonomia administrativa e financeira das Cortes” (CNJ – PP 200810000018319 – Rel.


Cons. Andréa Pachá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Despesa com diligência. Cobrança da Fazenda Pública

Resolução de Tribunal de Justiça. Despesa de diligência de oficial


de justiça. Previsão de cobrança da Fazenda Pública. Qualidade de parte. Exigência
antes da realização do ato. Legalidade. Aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil.
Inaplicabilidade do art. 27 do mesmo diploma. – “Não é ilegal Resolução de Tribunal de
Justiça que estabelece, por aplicação do art. 19 do Código de Processo Civil, que a Fazenda
Pública, na condição de parte, deve recolher, antecipadamente, valor destinado à diligência
de Oficial de Justiça requerida em seu favor, porquanto tal despesa não se trata de custas e
visa a remunerar gasto com deslocamento pela prestação pessoal do serviço, e sobre o qual
o servidor não tem obrigação de arcar em favor do Estado. Não cabe, nessa hipótese, a
aplicação do art. 27 do diploma citado. Procedimento de Controle Administrativo de que se
conhece e a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000000216 – Rel. Cons.
Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Desvio de função

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Decisão administrativa do TJPI. Inconstitucionalidade do parágrafo único
do artigo 44 da Lei Estadual 52.237/02. Oficial de Justiça do Poder Judiciário do Piauí.
Desvio de função. – “Afastado pelo TJ/PI o cumprimento de tal dispositivo legal porque
inconstitucional, com a suspensão do pagamento das parcelas, resta flagrante o prejuízo
dos servidores em desvio de função. (...) a alegada necessidade de serviço para justificar a
prática de desvio de função nada mais é do que fórmula criada pelo TJPI para atender
oficiais de justiça que, atraídos pelas vantagens e garantias, buscam quedar-se em
gabinetes, com flagrante prejuízo da celeridade e efetividade da prestação jurisdicional. É
que, afastados de suas funções originais deixam de cumprir mandados e diligências
levando a administração a contratar oficias de justiça ad hoc, situação que não pode ser
mantida sob pena de claro e evidente desvio de finalidade dos atos de designações. (...)
Ante o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado, para, prejudicado o
exame da legalidade do ato, indicar ao Tribunal requerido que, diante do evidente desvio
de finalidade do ato de nomeação dos Oficiais de Justiça para funções outras, em prejuízo
ao interesse publico e a administração da justiça e, agora, dos servidores, determine a
imediata recondução destes a suas funções originárias” (CNJ – PCA 343 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Parte do voto).

Exigência de nível superior para candidatar-se ao cargo. Recomendação do


CNJ nesse sentido

Pedido de Providências. Oficial de justiça. Provimento do cargo.


Exigência de conclusão em curso de nível superior. Recomendação de providências. – “I)
Diante da relevância da função de oficial de justiça na atividade jurisdicional, mostram-se
necessários conhecimentos técnico-jurídicos no exercício da função, urgindo expedição de
recomendação nesse sentido. II) Pedido de Providências procedente” (CNJ – PP 8747 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Extinção do cargo. Exercício da função por Técnico Judiciário. Disposição


legal que se amolda à Res. 48 do CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


592

Procedimento de Controle Administrativo. Projeto de Lei aprovado


pela Assembléia Legislativa. Previsão de extinção do cargo de Oficial de Justiça e de
exercício da função por Técnico Judiciário. Dispositivo legal que pode ser compatibilizado
com a Res. 48 do CNJ. Pedido julgado improcedente. (CNJ – PCA 200810000030009 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Gratificação pelo exercício de função eleitoral

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Servidores públicos. Poder Judiciário. Gratificação de Oficiais de Justiça
em função eleitoral. Regulamentação. Valores. Patamar reduzido. Responsabilidade fiscal
do Estado. Autonomia dos Tribunais. Questão de política remuneratória local.
Improvimento. – “I) A regulamentação sobre pagamento de indenização ou gratificação à
classe dos oficiais de justiça estaduais, em cumprimento de função na Justiça Eleitoral,
encontra respaldo na Res. 20843/2001 do TSE. II) As despesas decorrentes da aplicação
da Res. 20843/2001 do TSE correm à conta da dotação orçamentária própria de cada
Tribunal Regional Eleitoral. Havendo insatisfação da categoria de servidores respaldados
naquele regramento, diante do valor pago em cumprimento de mandado eleitoral, deverá
ser pleiteado diretamente perante a administração do respectivo TRE por tratar de política
remuneratória local, sujeita às peculiaridades regionais. III) A questão enquadra-se no
âmbito da autonomia dos Tribunais, os quais hão de observar as necessidades e
peculiaridades próprias dos respectivos Estados Federados. Indevida ingerência sobre atos
de autogoverno e administração (PCA 137). IV) Não se insere, dentre as relevantes
competências constitucionais do Conselho Nacional de Justiça, servir como um supedâneo
de órgão de cobrança de valores eventualmente devidos a servidores (PCA 612). V)
Recurso Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ
– PCA 200810000006263 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Gratificação por complementação de carga horária. Supressão da gratificação.


Novo enquadramento salarial

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Oficiais de Justiça do TJCE. Lei Estadual 12.483/95. Gratificação por
complementação de carga horária. Lei 13.221/02. Novo enquadramento salarial definido
em acordo judicial. Supressão de gratificação. Suposta redução de vencimentos. Pedido
conhecido mas não provido. – “Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV) se aplica
ao valor nominal dos vencimentos, não protegendo os percentuais que o compõem nem sua
forma de cálculo. Precedentes do STF: RE-AgR 295750/PB, RE-AgR 550650/PR,
RE-219075/SP, AGRAG-222007/SP, RE-250321/PR” (CNJ – PCA 200810000003869,
PCA 200810000005398, PCA 200810000006822 e PCA 200830000000255 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 73ª Sessão – j. 4.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Jornada de trabalho

Pedido de Providências. Jornada de trabalho. Oficial de Justiça.


Legislação estadual. Ato administrativo emanado do Tribunal de Justiça. Ausência de
antinomia. Prevalência do regramento normativo especial até o advento de Lei. – “I) A
jornada de trabalho dos servidores do Poder Judiciário ostenta variadas configurações, a
depender do órgão jurisdicional que se tome por referencial, sua demanda de trabalho e a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


593

natureza da atividade a ser considerada. II) Legítimos são, à míngua de tratamento legal
específico, os atos administrativos normativos que estabelecem jornada de trabalho
especial para os oficiais de justiça. III) Nenhuma antinomia há entre o texto da Lei
6.107/94 – silente quanto à jornada dos servidores com atividades externas – e a Res. 20/06
ou a Portaria 62/2008. IV) A decisão de pagamento de horas extras, pelos Tribunais,
constitui matéria interna corporis, resguardada pela autonomia que lhes fora
constitucionalmente assegurada para a organização de suas secretarias e serviços auxiliares
(art. 96, I, “b”, CF/88); o planejamento de sua gestão; a eleição de prioridade, quando do
emprego de recursos orçamentários; enfim, a fixação de diretrizes administrativas
consentâneas com as peculiaridades, carências e demandas locais” (CNJ – PP
200910000002845 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 82ª Sessão – j.
14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Pagamento de gratificação aos plantonistas

“A determinação para que o TJ/PI passe a pagar os servidores


plantonistas não deve ser realizada pelo CNJ, criado para zelar pela atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário em âmbito nacional. Tal pedido exige a avaliação de
viabilidade financeira local, que compete, neste caso, ao Tribunal de Justiça do Piauí. Em
hipótese bastante semelhante, o Conselheiro Paulo Lôbo pronunciou-se da seguinte forma
(PP 659): ‘O interessado requer que o CNJ recomende por Resolução que o Tribunal
requerido pague gratificações aos oficiais de justiça durante os plantões judiciários, no
recesso forense. Alega que o Tribunal, em resposta ao requerimento administrativo,
respondeu que o pagamento apenas se dá durante os plantões de sábado e domingo, por
força da Portaria 34/2005-GP. Cuida-se de matéria estritamente local, de interpretação e
cumprimento de ato do próprio Tribunal, sem qualquer repercussão geral. Por força do art.
45, inciso X, do RICNJ, determino o arquivamento do pedido, com ciência ao requerente e
ao requerido’. Porém, os princípios invocados pelo SINDJUS/PI possuem extrema
relevância, pois visam a combater a prestação de trabalho gratuito. Nesse sentido, uma vez
reconhecido pelo próprio TJ/PI a possibilidade de elaborar escala de compensação para os
servidores plantonistas, determino que se proceda a tal regulamentação, até porque não há
prejuízos consideráveis para TJ/PI na efetivação de tal regulamentação. Ressalto que, em
face do pedido de extensão do julgamento deste PCA às Portarias 578-B/2006 e 578/2006
(sobre plantões em janeiro e fevereiro/2007), a regulamentação a ser realizada pelo TJ/PI
deve viabilizar a compensação do trabalho que os servidores plantonistas prestaram em
cumprimento daquelas portarias” (CNJ – PCA 458 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Pagamento de indenização por transporte. Poder regulamentar do Conselho


Superior da Justiça do Trabalho

Pedido de Providências. Conselho Superior da Justiça do Trabalho.


Pagamento de indenização por transporte para Oficiais de Justiça. Deliberação do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Uniformização dos valores pagos a Oficiais de
Justiça a título de indenização de transporte. Poder regulamentar, sujeito à superveniência
de lei. Ausência de causa à revisão. Pedido indeferido. (CNJ – PP 559 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa não oficial).

Pretensão de enquadramento em referência igual a outros concursados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


594

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


imediato enquadramento dos oficiais de justiça na referência na qual os oficiais oriundos
do concurso de 2002 deveriam ter sido enquadrados. Recurso contra decisão monocrática
que não conheceu o pedido até que a autoridade apontada decida o Processo
Administrativo pendente. – “As questões submetidas ao CNJ, mas pendentes de decisão
administrativa perante o Tribunal de origem, não podem ser tangidas prematuramente e
mediante indevida interferência, sob pena de converter-se em instância recursal anômala,
malferindo a Carta Magna, salvo nas hipóteses de controle por omissão em razão da
eternização da pendência naquela origem” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Pretensão de isonomia com outros servidores incorretamente enquadrados em


classe diversa da inicial. Inadmissibilidade de “isonomia no erro”

Procedimento de Controle Administrativo. Oficiais de Justiça. Lei


Estadual que cria cargos em classe diversa da inicial. Provimento de tais cargos por
concurso público, com ingresso de candidatos em classe diversa da inicial, estabelecida
por outra lei. Pedido de extensão da incongruência aos candidatos nomeados para o
mesmo cargo em concursos posteriores. Inexistência de direto à isonomia no erro. – “O
ingresso posterior de servidores no Tribunal de Justiça e seu incorreto enquadramento e
classe diversa da inicial, por força da lei específica, não é fundamento jurídico para
extensão do direito assegurado aos demais servidores que ostentam o mesmo cargo em
razão de concurso público anterior regido por lei diversa, devendo a questão ser dirimida
no âmbito jurisdicional, posto não versar acerca do controle da atividade administrativa do
Judiciário” (CNJ – PCA 200810000001800 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Ressarcimento das despesas de transporte para cumprimento de mandados


com o benefício da gratuita

“Cuida-se de Pedido de Providências formulado pelo Sindicato dos


Oficiais de Justiça do Estado de Minas Gerais, no qual se questiona os valores de
indenização de transporte a esses servidores nos casos que tramitam no âmbito da
assistência judiciária, regulada pela Lei 1.060/50. (...) A matéria em foco ostenta caráter
essencialmente jungido à autonomia funcional, administrativa e financeira do Poder
Judiciário (artigo 99 da Carta Magna). Com efeito, os Tribunais têm autogoverno e devem
elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias (STF – Pleno – ADIn 1.911-7/PR –
Medida Liminar – Rel. Min. Ilmar Galvão – DJU 13.06.2008, Seção I, 12.03.1999, p.2). O
disposto no § 1º do artigo 169 da Constituição Federal determina que a despesa com
pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar e que a concessão de
qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a qualquer título, pelos órgãos e entidades
da administração direta ou indireta, só poderá ser feita se houver prévia dotação
orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
dela decorrentes. Significa dizer que qualquer majoração de gastos administrativos deve
constar previamente no orçamento anual com a devida previsão de custeio” (CNJ – PP
200710000010468 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 –
DJU 13.06.2008 – Ementa não oficial).

Ressarcimento de despesas efetuadas para cumprimento de mandados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


595

Pedido de Providências. Ressarcimento de despesas efetuadas por


Oficiais de Justiça para cumprimento de mandados. Pedidos de aplicação da Lei
Complementar Estadual n° 85/2005 com a instalação da Central de Cumprimento de
Mandados. Edição da tabela com valores específicos das despesas realizadas e
pagamento dos ressarcimentos devidos com despesas com transporte. – “A desativação da
Central de Mandados é ato discricionário do Tribunal. Pedido de edição de tabela
prejudicado pela improcedência do pedido anterior, já que as disposições normativas
estabelecem um valor fixo para a despesa até que a central de mandados seja instalada. E
quanto ao pedido de ressarcimento de despesas, há comprovação do pagamento pelo
Tribunal” (CNJ – PP 1319 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni – 39ª Sessão – j.
24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não oficial).

Ressarcimento de valores gastos com transporte por parte do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Roraima. Nova Lei de Organização Judiciária. Revogação da tabela de
ressarcimento de gastos com transporte. Previsão de regulamentação pelo Tribunal.
Edição da Res. 33/2004. Provimento 001/2005 da Corregedoria-Geral de Justiça do
Estado de Roraima. – “A vedação efetuada pelo Provimento 001/2005 da CGJ não impõe
óbice à percepção, pelos oficiais de justiça, do ressarcimento dos valores gastos com
transporte. O servidor público não pode receber valores de terceiros para o desempenho de
suas funções. A obrigatoriedade da indenização de transporte tem previsão legal – art. 56
da Lei Complementar 53/2001, devidamente normatizada pela Res. 33, de 17 de
novembro de 2004, que regulamenta a concessão de indenização de transporte ao Oficias
de Justiça. Procedimento de Controle Administrativo improcedente. Decisão unânime”
(CNJ – PCA 200810000000637 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Servidor do Judiciário eleito para cargo em Sindicato. Direito a licença


remunerada

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato representativo


da classe dos oficiais de Justiça do Estado da Paraíba. Direito a licença remunerada para o
desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito
estadual, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
Previsão, inclusive, no regimento interno do próprio Tribunal de Justiça de licença dos
servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, até o
máximo de três por entidade. (CNJ – PCA 548 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Servidor não concursado, irmão de Desembargador

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Nepotismo.


Res. 07/2005 do CNJ. Servidor não concursado exonerado do cargo de Oficial de Justiça
da comarca de Juiz de Fora – MG. por ser irmão de Desembargador do TJMG. Hipótese
que não se insere na exceção prevista na parte final do § 1º, do art. 2º da Res. 07/2005 do
CNJ que se refere aos servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das carreiras
judiciárias, admitidos por concurso público. Recurso conhecido, mas negado provimento.
(CNJ – PP 575 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


596

Sindicato de servidores. Insurgência contra a utilização de veículos apenas


pelo oficiais de justiça da Capital

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Sindicato de


servidores. Insurgência com utilização de veículos na capital do Estado para que os
oficiais de justiça cumpram mandados judiciais. Alegação de prática irregular e de ofensa
à isonomia, com pedido de extensão de benefício aos demais oficiais de justiça. Recurso
improvido. – “1) O Egrégio Conselho Nacional de Justiça já decidiu não ter competência
para rever a conveniência e oportunidade dos atos administrativos, pois sua atuação
restringe-se à verificação da legalidade e regularidade jurídica dos atos da administração
judiciária (PCA 200810000009800). 2) A avaliação a respeito das possibilidades e da
adequação na disponibilidade de veículos de serviço para o cumprimento dos mandados e
diligências judiciais constitui decisão que compõe o feixe de atribuições da direção dos
Tribunais de Justiça, posto que a Carta Magna lhes confere autonomia administrativa e
financeira, como expressamente estabelece o art. 99 desse Estatuto” (CNJ – PP
200910000007831 – Rel. Cons. Rui Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Tabela de auxílio-transporte. Pretensão de regulamentação por parte do CNJ.


Matéria afeta à Corregedoria Geral

Recurso administrativo em pedido de providências. Tribunal de


Justiça do Estado Maranhão. Lei complementar estadual 85/2005. Resoluções 18 e 44 do
TJ/MA. Central de mandados. Tabela de auxílio transporte. – “I) A regulamentação do
funcionamento da Central de Mandados está afeta ao juízo de oportunidade e conveniência
da Corregedoria-Geral do Tribunal, nos termos da Lei Complementar Estadual 85/2005,
razão porque não cabe a intervenção deste Conselho para determinar a expedição da tabela
pretendida. II) Existência de norma expedida pelo TJ/MA contendo previsão de valor fixo
para ressarcimento das despesas com transporte dos oficiais de justiça do Estado
(Resolução 44/2007). Recurso administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP 5880 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU
12.09.2008).

OFICIAL DE REGISTRO
Vide: ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – EMOLUMENTOS – NOTÁRIO –
REGISTRADOR (TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL) – REGISTRO DE
IMÓVEIS – SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE
REGISTRO)

OFÍCIO DE JUSTIÇA
Horário de atendimento ao público

Restauração de Autos. Poder Judiciário. Horário de atendimento


ao público nos Ofícios de Justiça. Ato administrativo discricionário dos Tribunais de
Justiça (CF, art. 96, inciso I, “a”). – “A fixação de horário de atendimento ao público nos
Ofícios de Justiça é típico ato administrativo discricionário, devendo os Tribunais, em sua
análise atentar para o interesse público e a estrita observância do princípio da eficiência.
Possibilidade de controle pelo Conselho Nacional de Justiça nas hipóteses de ilegalidade
ou quebra dos princípios da administração pública, em especial, o da eficiência, não

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


597

presentes na hipótese” (CNJ – RA 1 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão


Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

OFÍCIO REQUISITÓRIO
Vide: PRECATÓRIO JUDICIAL

OFÍCIOS DE REGISTRO CIVIL


Repasse de valores obtidos a título de custas e emolumentos a entidades
jurídicas de direito privado

Pedido de Providências. Voto conjunto. Associação dos


Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Piauí – ARPEN. Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí. Compensação financeira em favor dos ofícios do Registro Civil de
Pessoas Naturais. ADI 3660/MS. Vedado o repasse a entidades privadas. Provimento
022/2006. Sustação dos efeitos. Repasse suspenso. – “Não obstante o que previsto no art.
8º da Lei Federal 10.169, de 29 de dezembro de 2000, que regula o § 2º do art. 236 da
Constituição Federal, na presente hipótese, o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, ao
suspender o repasse dos valores referentes à compensação financeira, o fez em observância
ao que decidido pela Corte Constitucional, em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, quando vedou o repasse de valores obtidos a título de custas e
emolumentos a entidades jurídicas de direito privado. Procedimentos que devem ser
julgados improcedentes” (CNJ – PP 200910000002444 e PP 200910000004908 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

ORÇAMENTO
Palavras-chave: CRÉDITOS
V. tb.: DESPESAS

Comitê Técnico de orçamento e finanças. Composição e competência


Vide: Portaria CNJ 7, de 05.10.2005 (Revogada pela Portaria CNJ 463, de
29.01.2009).

Juizados Especiais. Verba específica para expansão do atendimento

“Recomenda aos Tribunais de Justiça, considerando a premência da


votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias do orçamento plurianual dos Estados, bem
como da proposta orçamentária anual, que, até o final do semestre, seja contemplada verba
orçamentária específica para a expansão do atendimento à população por intermédio dos
Juizados Especiais, abrangendo investimento e custeio” (Recomendação CNJ 4, de
30.05.2006).

Propostas orçamentárias para 2008. Poder Judiciário da União e Tribunal de


Justiça do Distrito Federal e Territórios. Procedimentos e prazos

“Os Órgãos do Poder Judiciário da União e o Tribunal de Justiça


do Distrito Federal e Territórios encaminharão suas propostas orçamentárias ao Conselho
Nacional de Justiça até o dia 6 de agosto de 2007 para exame e emissão de pareceres de
mérito, acompanhadas de: I – critérios para distribuição de limites entre suas unidades; II –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


598

memória de cálculo das projeções; III – cópia das decisões administrativas e judiciais que
justificam a despesa; e IV – certidão do julgamento que aprovou a proposta no órgão
competente” (art. 1º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“A Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Justiça enviará à


Presidência do Conselho as propostas orçamentárias recebidas na forma do artigo anterior,
com as respectivas notas técnicas, até o dia 15 de agosto de 2007. Parágrafo único. A
Presidência providenciará, de imediato, o envio das propostas orçamentárias ao Poder
Executivo, com os respectivos pareceres de mérito, ad referendum do Plenário do
Conselho Nacional de Justiça” (art. 2º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“Os Órgãos do Poder Judiciário da União e o Tribunal de Justiça


do Distrito Federal e Territórios enviarão ao Conselho Nacional de Justiça, observados os
procedimentos contidos na Portaria SOF 05, de 22 de fevereiro de 2007, as solicitações de
alterações orçamentárias, nos seguintes prazos: I – créditos dependentes de autorização
legislativa: primeira quinzena de abril e setembro de 2007; II – créditos a serem abertos
por ato do Poder Executivo: primeira quinzena de abril, de setembro e de novembro de
2007. § 1º As solicitações de créditos adicionais deverão constar no Sistema Integrado de
Dados Orçamentários – SIDOR em controles específicos, um para solicitações de créditos
adicionais com recursos compensatórios e outro para solicitações sem recursos
compensatórios. § 2º Sem prejuízo das justificativas constantes das solicitações
mencionadas neste artigo, em se tratando de créditos para atender a despesas com pessoal e
encargos sociais, os órgãos enviarão justificativas detalhadas sobre as necessidades
apuradas, bem como cópia das decisões administrativas e judiciais que as fundamentam”
(art. 3º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“A Secretaria-Geral do Conselho Nacional de Justiça enviará à


Presidência do Conselho as solicitações de abertura de créditos adicionais com as
respectivas notas técnicas em até 10 dias contados a partir dos prazos finais mencionados
nos incisos I e II do artigo anterior. Parágrafo único. A Presidência providenciará, de
imediato, o envio das solicitações de abertura de créditos ao Poder Executivo, com os
respectivos pareceres de mérito, ad referendum do Plenário do Conselho Nacional de
Justiça” (art. 4º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“Os Órgãos do Poder Judiciário enviarão do Conselho Nacional de


Justiça, no segundo dia útil após sua publicação, cópia dos atos e anexos, com as
respectivas justificativas, dos créditos abertos na forma do parágrafo primeiro do artigo 64
da Lei 11.439, de 29 de dezembro de 2006” (art. 5º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“Os Órgãos colocarão à disposição do Conselho Nacional de


Justiça todos os acessos às informações necessárias para análise das matérias de que trata
esta Resolução” (art. 6º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

“Não se aplica o disposto nesta Resolução ao Supremo Tribunal


Federal” (art. 7º da Res. CNJ 31, de 31.10.2007).

Propostas orçamentárias para 2009. Poder Judiciário da União e Tribunal de


Justiça do Distrito Federal e Territórios. Procedimentos e prazos
Vide: Res. CNJ 53, de 11.04.2008.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


599

Realização de despesas por meio de suprimento de fundos no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 8, de 24.10.2008

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL


Cerceamento e retaliações por parte da OAB. Livre exercício profissional do
advogado. Controle que refoge da competência do CNJ

Pedido de Providências. Recurso. Tutela do livre exercício


profissional. Alegação de cerceamento e retaliações por parte da Ordem dos Advogados
do Brasil. Solicitação de acompanhamento e/ou avocação de mandado de segurança em
curso perante a Justiça Estadual. Falta de delimitação do ato impugnado. Violação ao
art. 96 do RI/CNJ. – “I) Refoge à competência deste Órgão o controle de atos praticados
por agentes estranhos aos quadros do Poder Judiciário. II) Conquanto indispensável à
administração da justiça (art. 133, CF/88), a figura do advogado não se insere no quadro de
carreira da magistratura e, portanto, na organização funcional do poder incumbido de
prestar, em caráter definitivo, o serviço jurisdicional demandado pela coletividade. III) O
controle autorizado pelo artigo 103-B da CF/88 circunscreve-se à área administrativa e
financeira, transbordando das tarefas confiadas ao Conselho eventuais auditorias sobre a
instrução de processos judiciais, bem assim, sobre a formação do convencimento dos
julgadores, seja em primeira instância, seja em grau recursal. IV) Falta de delimitação do
ato impugnado, em flagrante violação ao disposto no art. 96 do Regimento Interno do
Conselho Nacional de Justiça. V) Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000003237 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Convênio firmado com o TJRJ. Inexistência de qualquer ilegalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato dos


Advogados do Estado do Rio de Janeiro. Convênio celebrado entre a Ordem dos
Advogados do Brasil - Secção do Estado do Rio de Janeiro e o Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro. Improcedência do pedido. – “O requerente não tem a qualidade
que alardeia, não representando a classe dos advogados fluminenses, mas tão somente seus
filiados e, como também, não há qualquer inconstitucionalidade ou ilegalidade do acordo
de cavaleiros patrocinado pelo TJRJ e a OAB-RJ, uma atitude que merece ser estendida a
outros tribunais brasileiros, revelando a concórdia e a boa solução para casos que tais”
(CNJ – PCA 55 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Vide: CRIME ORGANIZADO

ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL – ONG


Exercício de cargo de direção por magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


600

C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou


de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).
Observação: A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta
as Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados
de exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.

ÓRGÃO DE CÚPULA
Vide: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS – TRIBUNAL PLENO

ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS


Palavras-chave: COLEGIADO – ÓRGÃO DE CÚPULA – PLENÁRIO
V. tb.: COMPETÊNCIA – SESSÃO PLENÁRIA – TRIBUNAL PLENO

Alteração do Regimento Interno mediante aprovação do Tribunal Pleno.


Matéria de competência do Órgão Especial

Procedimento de Controle Administrativo. Estado de São Paulo.


Tribunal de Justiça com Órgão Especial regularmente constituído. Impugnação de ato
administrativo do Presidente. Portaria constituindo grupo de estudo. Busca de alteração
do Regimento Interno, com determinação de ser o projeto submetido à apreciação do
Tribunal Pleno. Impossibilidade. Matéria de competência privativa do Órgão Especial. –
“A regra constitucional atual, diferentemente da anterior, faculta aos Tribunais, com
número superior a vinte e cinco julgadores, constituírem Órgãos Especiais. Tais órgãos,
criados por opção, têm a finalidade específica e privativa de exercerem todas as atribuições
administrativas e jurisdicionais que eram da competência do Tribunal Pleno, aí incluídas as
previstas no art. 96, inciso I da Constituição Federal. A leitura do texto constitucional
indica que o Órgão Especial é constituído para (preposição indicativa de fim, de destino) o
exercício das (artigo determinado) funções administrativas e jurisdicionais retiradas,
transferidas ou delegadas do Tribunal Pleno. Interpretações gramatical, histórica e
teleológica num mesmo sentido. Constituído o Órgão Especial resta ao Pleno apenas a
função eleitoral que não pode ser delegada. Inteligência do art. 93, inciso XI da
Constituição Federal com a redação da Emenda 45, de 08.12.2004. Regramento ainda mais
evidente para o Estado de São Paulo ante o texto de sua Constituição. Ato típico de
usurpação de competência do Órgão Especial, com afronta às decisões deste Conselho e
violação dos textos constitucionais. Rejeição da preliminar de não conhecimento. (CNJ –
PCA 260 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Aplicação do art. 93, XI, da Constituição Federal

Disciplina normativa do Órgão Especial dos tribunais. Art. 93,


inciso XI da Constituição Federal. Norma constitucional de natureza organizatória.
Aplicabilidade direta. Opção política do CNJ de elaboração e edição de regulamento, até a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


601

promulgação da Lei Complementar com o novo Estatuto da Magistratura. Limitações


constitucionais à autonomia dos Tribunais. Observância pelos Tribunais, no exercício do
auto-governo de eleição de seus membros e de elaboração de seus regimentos, dos
princípios da Constituição Federal, das disposições ainda vigentes da LOMAN (LC 35/79)
e do regulamento do CNJ. Conteúdo minimalista do Regulamento do CNJ extraído da CF,
da jurisprudência do STF e da LOMAN ainda vigente (LC 35/79). (CNJ – PP 29 e PP 61 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 20ª Sessão – j. 30.05.2006 – DJU 13.06.2006 – Ementa
oficial).

Coexistência

“Sobre a coexistência do Tribunal Pleno com o Órgão Especial não


há realmente qualquer óbice legal, pois a eleição do Órgão Especial tem por finalidade
agilizar as decisões administrativas do tribunal, que poderiam ficar inviabilizadas na
impossibilidade de reunir um grande número de Desembargadores. Não poderia ser a
criação do órgão especial um empecilho para o funcionamento do Pleno, órgão que reúne
todos os membros do Tribunal, em questões que tenham sido consideradas importantes ou
relevantes ou especiais, como a eleição do Presidente, Vice e Corregedor do Tribunal. O
contrário talvez pudesse ser combatido: a eleição pelo Órgão Especial, com número
reduzido de Desembargadores” (CNJ – PP 200810000008077 – Rel. Cons. Marcelo Nobre
– 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008 – Ementa não oficial).

Competência delegada do Tribunal Pleno. Atribuições administrativa,


disciplinar e jurisdicional

Pedido de Providências. Elaboração do Enunciado 02/CNJ.


Atribuição administrativa, disciplinar e jurisdicional delegada do Órgão Especial.
Decisões pela maioria absoluta de seus membros. Pedido improcedente. – “A EC 45/2004
reforçou a própria existência do Órgão Especial, como órgão delegado da composição
plenária do Tribunal, e, conseqüentemente, com todas as competências jurisdicionais e
administrativas delegadas, inclusive as disciplinares, do próprio Plenário, ao decidir
democratizá-lo com eleições para metade de seus componentes” (CNJ – PP 98 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não
oficial).

Órgãos Especiais. Constituição pelos Tribunais. Exercício de


competências delegadas do Tribunal Pleno. Sentido e alcance do art. 93, inciso XI, da CF.
– “Exercida pelos Tribunais a faculdade inscrita no inciso XI do art. 93 da CF, com a
criação de Órgãos Especiais, todas as competências judiciais e administrativas até então
reservadas aos plenários dessas cortes entre as quais a declaração de inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo editado pelo Poder Público (CF, art. 97) são automaticamente
repassadas ao novo Órgão (art. 16, parágrafo único da LOMAN c.c. o art. 93, inciso XI, da
CF), não havendo espaço, por isso, para que o CNJ, invadindo esfera de deliberação
privativa (CF, arts. 93, inciso XI e 96, inciso I, letra ‘a’), imponha aos tribunais a adoção
de procedimentos para a legitimação ou ratificação das competências transferidas do
Plenário. Recurso em Pedido de Providências desprovido” (CNJ – PP 707 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Competência nos processos administrativos disciplinares contra magistrados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


602

Juiz Federal. Pedido de trancamento de processo disciplinar por


violação do art. 41 da LOMAN ou, subsidiariamente, em razão da consumação do prazo
prescricional previsto no art. 142, II, da Lei 8.112/90. Requer seja declarada a nulidade
absoluta do julgamento do processo por vício de impedimento, previsto art. 252, III, do
CPP, c.c. art. 326, § 6º, do RITRF 3ª Região, e por violação do art. 93, inciso X, da CF.
Precedentes deste CNJ e do STF quanto à competência do Órgão Especial para julgamento
de processo disciplinar contra juiz. Princípio da unidade da constituição. Ausência de
violação ao art. 41 da LOMAN. Violação ao art. 252, inciso III, do CPP não caracterizada,
eis que o impedimento refere-se à atuação de magistrado em outra instância e não no
mesmo tribunal. Precedentes do STJ e STF. Prescrição a ser verificada apenas com o
reconhecimento da prática da infração disciplinar. Procedimento de controle administrativo
improcedente por não ver razão suficiente para o trancamento do processo disciplinar, bem
como para declarar a sua nulidade absoluta no âmbito do Egrégio Tribunal Regional
Federal da 3ª Região. (CNJ – PCA 330 e PCA 331 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Composição. Quinto constitucional

Procedimento de Controle Administrativo. Ilegalidade da


Resolução 188/2006 do TRT da 9ª Região. Composição do Órgão Especial. Vaga do
quinto constitucional deixada por Juiz oriundo da OAB e preenchida por membro do
Ministério Público. Improcedência do pedido. A vaga é do quinto constitucional por
antiguidade e deve ser ocupada pelo juiz mais antigo, em decorrência ao critério de
alternância. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Germana Moraes – Rel.
Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Composição. Vedação constitucional de manutenção dos “membros natos”

Pedido de Providências. Consulta formulada por juiz de Tribunal


do Trabalho acerca da constitucionalidade da existência de membros natos no órgão
especial e da formação do órgão especial, indagando quantas vagas devem ser destinadas
à antiguidade e quantas à eleição. Inicial rejeitada com relação a pedido de declaração
de inconstitucionalidade. Conhecimento parcial do pedido para responder à primeira
indagação em caráter de repercussão geral. – “A Constituição Federal, em harmonia com
a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, veda que os tribunais mantenham ‘membros
natos’ no Órgão Especial, assim se considerando, o magistrado que embora não seja
integrante do Órgão Especial, nem membro incluído entre os três mais antigos da Corte
tenha sido eleito, irregularmente, para cargo de direção” (CNJ – PP 200810000002567 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Composição e competência

“Nos Tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,


poderá ser constituído Órgão Especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, respeitada a representação de advogados e membros do Ministério Público
prevista nos artigos 94, 104, parágrafo único, II, e 111-A, I, todos da Constituição Federal,
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência
do Tribunal Pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por
eleição pelo Tribunal Pleno, à medida em que ocorrerem” (art. 1º da Res. CNJ 16, de
30.05.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


603

“Constituído, pelo Tribunal, o Órgão Especial, este exercerá as


atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do Tribunal Pleno,
inclusive as disciplinares, que serão tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros” (Enunciado Administrativo CNJ 2, de 28.11.2006).
(Referência legislativa: art. 93, X e XI, da Constituição Federal).

Recurso administrativo. Indeferimento de liminar em procedimento


de controle administrativo. Composição do Órgão Especial no Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região. Quinto Constitucional. – “As liminares, em regra geral, só deverão
ser concedidas quando presentes de forma inequívoca os requisitos cumulativos que as
justifiquem. Os atos administrativos, em princípio, gozam das presunções de legitimidade,
licitude e veracidade. Desconstituição liminar de ato administrativo de Tribunal Pleno que
não se justifica, ainda mais quando inexistente o risco de ineficácia. Recurso desprovido”
(CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Marcus Faver – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006).

Composição e eleição

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Minas Gerais. Edital 007/2008. Eleição para Órgão Especial. Critérios de
acesso. Art. 93 Inc. XI, da Constituição Federal. Art. 18 da LOJ/MG. Res. 16/2006 do
CNJ. Arts. 9º, 10-A e 10-B do RITJMG. – “1) Dos 25 (vinte e cinco) Desembargadores que
compõem a Corte Superior do TJ/MG, 14 (quatorze) a integram pelo critério de
antiguidade e 11 (onze) foram eleitos. Na atual composição está observada a quinta parte
destinada à representação dos advogados e membros do Ministério Público (CF, Art. 94;
Res. CNJ 16/2006, Art. 1º). 2) É válida a eleição realizada para a Corte Superior do
TJ/MG, para a vaga decorrente da aposentadoria de membro também eleito. A destinação
da vaga para provimento por antiguidade, como quer o requerente, deixaria a composição
da Corte Superior ainda mais dissonante com o modelo indicado no Art. 93, Inc. XI, da
Constituição Federal. Improcedência do Pedido de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000031828 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 80ª Sessão – j.
17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Composição e reserva do quinto constitucional

Pedido de Providências. Consulta. Res. 16/2006. Critérios para


composição do Órgão Especial. – “Deve ser respeitado o preceito expresso do 1/5
constitucional e 4/5 da magistratura de carreira, com arredondamento para cima do 1/5 de
membros da Advocacia e do Ministério Público” (CNJ – PP 920 – Rel. Alexandre de
Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Convocação de magistrados de primeiro grau para suprir a insuficiência de


quorum para a instauração de processo disciplinar contra magistrado

“Não é possível a convocação de magistrados de 1º grau para


compor insuficiência de quorum do Tribunal Pleno, ou de seu órgão especial, em votação
de instauração de processo administrativo disciplinar e de eventual afastamento do
processado, ainda que exista previsão normativa do Regimento Interno do Tribunal ou da
Lei de Organização Judiciária local. A única convocação possível é de desembargadores,
por serem membros efetivos do Tribunal, para integrar o órgão especial, sob pena de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


604

violação do princípio do juiz natural” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.

Convocação de suplentes para o Órgão Especial

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “Nada há de irregular na convocação de suplentes para o Órgão Especial,
desde que rigorosamente observados os limites definidos pela Resolução 16/06 (‘art. 6º. A
substituição do magistrado que integrar a metade eleita do Órgão Especial, nos
afastamentos e impedimentos, será realizada pelos suplentes na ordem decrescente de
votação obtida, mediante convocação do Presidente do Tribunal, sendo inadmitida a
recusa. Parágrafo único – A substituição do julgador integrante da metade do Órgão
Especial provida por antiguidade será realizada nos termos do art. 99, § 2º da LOMAN’) e
pelo Enunciado Administrativo 5 do CNJ (‘IV – O magistrado efetivo em uma das classes
do Órgão Especial não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado em
outras classes. Assim, ocorrendo faltas eventuais (férias, licenças, etc.) no órgão especial:
(a) a substituição na classe de antiguidade será efetivada pelo Desembargador mais antigo
na ordem decrescente de antiguidade e que não esteja integrando, em caráter efetivo, a
parte eleita; (b) a substituição na classe dos eleitos será efetivada pelos Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações.’)” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Criação irregular reconhecida pelo CNJ. Pretensão de anulação de listras


tríplices criadas para efeito de promoção. Atos praticados declarados válidos

Procedimento de Controle Administrativo. OAB/MT. Tribunal de


Justiça do Estado do Mato Grosso. Formação de listas tríplices para composição do TRE/
MT. Suscitada nulidade das listas tríplices. Órgão especial. Criação irregular
reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça no PCA 23.170. Atos do Órgão Especial
legitimados pelo Tribunal. – “A OAB/MT requer a nulidade das listas tríplices formadas
pelo Órgão Especial do TJMT, sob o argumento da irregularidade na criação daquele órgão
e consequente invalidade de suas manifestações. Em atendimento ao comando do CNJ no
PCA 23.170, a Corte requerida além de extinguir o Órgão Especial irregularmente
constituído, validou todos os atos por ele praticados, dentre eles a eleição aqui impugnada.
Dessa maneira, não há que se falar em nulidade das listas por ele formadas, como quer
fazer entender a Requerente. Procedimento que se julga improcedente. Decisão
monocrática” (CNJ – PCA 200910000001877 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – Decisão
Monocrática – 20.03.2009).

Criação somente nos tribunais com mais de 25 juízes

Procedimento de Controle Administrativo. Criação de órgão


especial no TJMT. Lei complementar estadual 194/2004. Inobservância da composição
mínima do Tribunal. Art. 93, XI, CF/88. Usurpação de competência do Tribunal, nos
termos do art. 96, I, “A”, CF/88. Princípio da segurança jurídica. – “‘Só pode criar Órgão
Especial o Tribunal integrado por mais de vinte e cinco juízes (CF, art. 93, XI). Para esse
fim, considera-se a composição já implementada da Corte, não bastando a existência de
vagas recém-criadas, mas ainda não preenchidas’ (AO 232/PE, STF/Pleno, Relator
Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.01, p. 105). Procedência do procedimento de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


605

controle administrativo. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200810000023170 – Rel. Cons.


Técio Lins e Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Critério de ocupação das vagas, cuidando-se de número ímpar de integrantes

“Nos Tribunais em que o Órgão Especial contemplar número ímpar


de membros, a apuração das metades será realizada arredondando-se para maior o número
de vagas relativas a metade a ser provida por antiguidade” (art. 2º da Res. CNJ 16, de
30.05.2006).

Pedido de Providências. Consulta formulada por juiz de Tribunal


do Trabalho acerca da constitucionalidade da existência de membros natos no órgão
especial e da formação do órgão especial, indagando quantas vagas devem ser destinadas
à antiguidade e quantas à eleição. Inicial rejeitada com relação a pedido de declaração
de inconstitucionalidade. Conhecimento parcial do pedido para responder à primeira
indagação em caráter de repercussão geral. – “Sendo quinze o número de membros
definidos para o Órgão Especial de Tribunal Regional do Trabalho, oito vagas devem ser
destinadas à antiguidade e sete vagas devem ser providas por eleição, nos termos do art.
93, inciso XI da Constituição Federal e do art. 2º da Resolução 16, de 30.05.2006 do
Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 200810000002567 – Rel. Cons. Rui Stoco – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Critério de substituição dos membros mais antigos

Pedido de Providências. Órgão especial. Critério de substituição


dos membros mais antigos. Interpretação da Resolução 16/2006 e do Enunciado
Administrativo 05/2007 do CNJ. – “I) Em se tratando de substituição de membros que
integram as vagas providas por antiguidade no Órgão Especial, o preenchimento da vaga
temporária, decorrente de afastamento ocasional do magistrado, deve ocorrer até o término
do período daquele afastamento. II) O objeto da substituição é a pessoa em si, não a sua
colocação na ordem de antiguidade no órgão especial. Inteligência dos arts. 3º e 6º , da
Resolução 16/CNJ, IV (a) do Enunciado Administrativo 05/CNJ e 99, § 2º, da
LOMAN. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se dá provimento para
esclarecer o alcance das normas em comento” (CNJ – PP 200810000003390 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Critérios para substituição de Desembargadores

Pedido de Providências. Magistrados dos Tribunais de Justiça do


Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando a fixação de critérios para as hipóteses de
substituição temporária de Desembargadores nos Órgãos Especiais. Interpretação do art.
93, inciso XI da Constituição Federal e da Res. 16/2006 do CNJ. – “A nova regra
constitucional estabeleceu a existência de duas classes de Desembargadores nos Órgãos
Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em
caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre da antiguidade do Desembargador no
Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição pela maioria dos membros do Tribunal
Pleno, mas pelo prazo de 2 (dois) anos a contar da data da edição. Os Desembargadores
não eleitos serão considerados suplentes, na ordem decrescente da votação obtida, também
por um período de 2 (dois) anos. A ordem de suplência poderá, no entanto, ser alterada se,
um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver votação superior à do primitivo.
INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ
606

Critério lógico de legitimidade decorrente do número de votos obtidos, a representar a


vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas temporárias (férias, licenças,
etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para substituí-los os Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações. Inteligência dos arts. 4º, §§ 4º e
6º da Res. 16/2006 do CNJ. Se as faltas temporárias ocorrerem na parte ocupada por
antiguidade, serão chamados para substituição os Desembargadores mais antigos que não
tenham sido efetivados em decorrência de eleição. Critério de Direito Administrativo. Um
servidor efetivo não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado. Regra
prevista no art. 99, § 2º da LOMAN. Critérios evidenciados na própria Res. 16/2006 do
CNJ. Pedidos tidos por improcedentes. Edição de enunciado interpretativo” (CNJ – PP 824
e 1056 – Rel. Cons. Marcus Faver – 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Delegação de competência outorgada pelo Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar.


Competência originária do Órgão Especial. Direito de recorrer. Inexistência de duplo
grau obrigatório. – “I) Não há na Constituição de 1988 a previsão de duplo grau
obrigatório de jurisdição. II) O duplo grau é uma diretriz a ser observada pelo legislador
sempre que houver um órgão hierarquicamente superior, na estrutura administrativa ou
judicial. III) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não haverá o que se
falar em duplo grau quando o órgão julgador é aquele que ocupa o topo da hierarquia da
estrutura de poder. IV) No âmbito dos Tribunais, o topo da hierarquia é ocupado pelo
Tribunal Pleno, ao qual cabe eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus Regimentos
Internos (art. 96, inciso I da CF/88), bem como velar pelo exercício da atividade
correcional respectiva (art. 96, inciso II da CF/88). V) A Constituição Federal autoriza aos
Tribunais com mais de 25 desembargadores a constituir Órgão Especial, delegando-lhe as
atribuições administrativas e jurisdicionais do Tribunal Pleno (art. 93, inciso XI da CF/88).
Em tais casos, o Órgão Especial age em nome e como se fosse o próprio Tribunal Pleno
(Enunciado 2 do CNJ). VI) Nada justifica, portanto, a existência de recurso administrativo
para o Tribunal Pleno, quando a matéria é de competência originária do Órgão Especial.
VII) Recurso a que se conhece e nega provimento” (CNJ – PP 1031 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Eleição. Obrigatoriedade de votação

“A eleição prevista na parte final do inciso XI do artigo 93 da


Constituição Federal, para preenchimento da metade do Órgão Especial, será realizada, por
votação secreta, entre os membros do Tribunal Pleno, convocado especialmente para tal
finalidade, sendo inadmitida a recusa do encargo (art. 99 da LOMAN), salvo manifestação
expressa antes da eleição (art. 102, in fine da LOMAN)” (art. 4º da Res. CNJ 16, de
30.05.2006).

Forma de composição e critério de ocupação das vagas

Pedido de Providências. Consulta formulada por juiz de Tribunal


do Trabalho acerca da constitucionalidade da existência de membros natos no órgão
especial e da formação do órgão especial, indagando quantas vagas devem ser destinadas
à antiguidade e quantas à eleição. Inicial rejeitada com relação a pedido de declaração
de inconstitucionalidade. Conhecimento parcial do pedido para responder à primeira
indagação em caráter de repercussão geral. – “A regra contida no art. 93, XI da CF/88
impõe que metade das vagas do Órgão Especial sejam providas por antiguidade e a outra

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


607

metade por eleição pelo Tribunal Pleno, não se admitindo que os tribunais alterem essa
regra em seus regimentos internos. Todavia, em se tratando de Órgão Especial com
número ímpar de integrantes, incide o disposto no art. 2º da Res. CNJ 16/2006” (CNJ – PP
200810000002567 – Rel. Cons. Rui Stoco – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Pedido de providências. Edição de Enunciado interpretativo.


Magistrados dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando
à fixação de critérios para as hipóteses de substituição temporária de Desembargadores
nos Órgãos Especiais. Interpretação do art. 93, inciso XI da Constituição Federal e da
Resolução 16/06 do CNJ. – “A nova regra constitucional estabeleceu a existência de duas
classes de Desembargadores nos Órgãos Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos
eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre
da antiguidade do Desembargador no Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição
pela maioria dos membros do Tribunal Pleno, mas pelo prazo de dois anos a contar da data
da eleição. Os Desembargadores não eleitos serão considerados suplentes, na ordem
decrescente da votação obtida, também por um período de dois anos. A ordem de suplência
poderá, no entanto, ser alterada se, um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver
votação superior à do primitivo. Critério lógico de legitimidade decorrente do número de
votos obtidos, a representar a vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas
temporárias (férias, licenças, etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para
substituí-los os Desembargadores suplentes, na ordem decrescente das respectivas
votações. Inteligência dos art. 4º, §§ 4º e 6º da Resolução 16/2006 do CNJ. Se as faltas
temporárias ocorrerem na parte ocupada por antiguidade, serão chamados para substituição
os desembargadores mais antigos que não tenham sido efetivados em decorrência de
eleição. Critério de direito administrativo. Um servidor efetivo não deve ser considerado
substituto eventual de outro já efetivado. Regra prevista no art. 99, § 2º da LOMAN.
Critérios evidenciados na própria Resolução n. 16/06 do CNJ” (CNJ – PP 824 e PP 1056 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. EC 45. Forma de


preenchimento dos cargos eleitos do órgão especial. Critérios. Exegese literal do art. 9º
da Resolução 16/CNJ. Indeferimento. – “I) A EC 45 determinou, nos Tribunais com
número superior a vinte e cinco julgadores, que as vagas do Órgão Especial constituído
fossem providas, em sua metade, por eleição pelo Tribunal Pleno. II) O Tribunal que tenha
preenchido os cargos eleitos de uma só vez, não pode ser penalizado por ter aplicado de
imediato o comando constitucional. III) O art. 9º da Resolução 16/CNJ buscou apenas
oportunizar aos Tribunais que, em situação diversa do presente, dispusessem de regra
transitória em respeito ao comando do art. 93, inciso XI, da CF/88. IV) Procedimento de
Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 200710000018870 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Imposição de sanção disciplinar a juiz. Participação de magistrados


convocados para compor o Órgão Especial ou Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Aplicação de penalidade em magistrado. Art. 45, LOMAN. Participação de juízes
convocados. – “O inciso II do artigo 45 da LOMAN determina que o Tribunal ou seu
Órgão Especial poderá determinar, por motivo de interesse público, em escrutínio secreto e
pelo voto de dois terços de seus membros efetivos, a disponibilidade de membro do
próprio Tribunal ou de Juiz de instância inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


608

de serviço. Conforme dispõe o artigo 93 da Constituição, o quorum será formado pela


maioria absoluta. Os votos dos juízes convocados não transfiguram a decisão do tribunal,
na medida em que o quorum consitucional foi obedecido” (CNJ – PCA 294 e 428 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Mandato versus antiguidade

“Quando, no curso do mandato, um membro eleito do Órgão


Especial passar a integrá-lo pelo critério da antigüidade, será declarada a vacância do
respectivo cargo eletivo, convocando-se imediatamente nova eleição para o provimento da
vaga” (art. 7º da Res. CNJ 16, de 30.05.2006).

“O inciso XI do art. 93 da Constituição Federal, com a nova


redação da Emenda Constitucional 45/2004, estabeleceu a existência de duas classes de
Desembargadores nos Órgãos Especiais dos Tribunais, ambas ocupadas em caráter efetivo:
a dos antigos e a dos eleitos. I – A efetivação na classe de Antigüidade, que é vitalícia, será
feita na ordem decrescente da antigüidade do Desembargador, observada a classe de
origem (magistratura, OAB e Ministério Público). II – A efetivação na classe dos eleitos,
que é temporária, decorrerá da eleição realizada pela maioria dos membros do Tribunal
Pleno, observada a classe de origem, com mandato de 2 (dois) anos a contar da data da
respectiva eleição, admitida uma recondução. III – Os Desembargadores que não
obtiveram votação suficiente para serem eleitos serão considerados suplentes, por igual
período de 2 (dois) anos, na ordem decrescente da votação obtida. IV – O magistrado
efetivo em uma das classes do Órgão Especial não deve ser considerado substituto eventual
de outro já efetivado em outra classe. Assim, ocorrendo faltas eventuais (férias, licenças
etc.) no Órgão Especial. a) a substituição na classe de antigüidade será efetivada pelo
Desembargador mais antigo na ordem decrescente de antigüidade e que não esteja
integrando, em caráter efetivo, a parte eleita; b) a substituição na classe dos eleitos será
efetivada pelos Desembargadores suplentes, na ordem decrescente das respectivas
votações. IV – Não se deve confundir a situação de substituição eventual com a de
vacância. Esta pressupõe que o afastamento que faz surgir a vaga se dê em caráter
definitivo. Nessa hipótese, quando no curso do mandato um membro eleito (efetivo, ainda
que temporário) passar a integrar, pelo critério de antigüidade, a outra parte (efetiva e
vitalícia), será então declarada a vacância do cargo, convocando-se imediatamente nova
eleição para o preenchimento da vaga” (Enunciado Administrativo CNJ 5, de 09.04.2007).
(Referência legislativa: § 2º do art. 99 da LC 35/79 (LOMAN) c/c arts. 2º, 6º e 7º da
Resolução 16 do CNJ)
Precedentes: PP s 824 e 1.056/2006.

Metade eleita. Duração do mandato

“Até que seja editado o Estatuto da Magistratura previsto no caput


do art. 93 da Constituição Federal, o mandato de cada membro da metade eleita do Órgão
Especial será de dois anos, admitida uma recondução” (art. 5º da Res. CNJ 16, de
30.05.2006).

Metade eleita. Obrigatoriedade de preenchimento independente da ordem da


vaga na lista de antiguidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


609

Resolução 16 do Conselho Nacional de Justiça. – “O CNJ previu


como regra de transição – em virtude da auto-aplicabilidade do inciso XI, do art. 93 da
Constituição Federal – a imediata eleição de todas as vagas abertas a partir de 1°.01.2005.
O art. 9° da Resolução 16 possui três importantíssimas regras de transição – sendo duas
expressas e uma implícita – enquanto não se completar a metade eleita em todos os Órgãos
Especiais existentes nos diversos tribunais do País: Regras expressas: I) Eleição imediata
de tantas quantas forem as vagas abertas no Órgão Especial desde 1°.01.2005; II) Eleições
sucessivas, à medida que forem sendo abertas novas vagas no Órgão Especial, até que se
complete a metade eleita prevista constitucionalmente. Regra implícita: II) Preenchimento
de novas vagas por antiguidade no Órgão Especial somente após a complementação de
metade de sua composição por eleição. Todas as vagas nos respectivos Órgãos Especiais
deverão ser preenchidas por eleição, independentemente do posicionamento da vaga a ser
preenchida na lista de antiguidade, até que se complete a metade eleita, observada a
representação dos membros da advocacia e do Ministério Público” (CNJ – PCA 4 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 21ª Sessão – j. 19.06.2006 – DJU 30.06.2006 – Ementa não
oficial).

Obrigatoriedade de reserva de vagas ao quinto constitucional

Composição de Órgão Especial (CF, art. 93, inciso XI). Aplicação


obrigatória da Res. CNJ 16/2006. Respeito a preceito expresso do 1/5 constitucional e de
preceito implícito do 4/5 de magistrados de carreira, com prevalência do primeiro, caso
haja fração (arredondamento para cima do 1/5 de advogados e membros do Ministério
Público). – “Para o cômputo do 1/5 constitucional deve ser levado em conta a composição
global do Órgão Especial. Necessidade de adequação e cumprimento do texto
constitucional (art. 94). Consulta respondida” (CNJ – PP 920 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Preenchimento da vaga temporária deve ocorrer até o término do período de


afastamento ocasional do Magistrado

Pedido de Providências. Órgão especial. Critério de substituição


dos membros mais antigos. Interpretação da Resolução 16/2006 e do Enunciado
Administrativo 05/2007 do CNJ. – “I) Em se tratando de substituição de membros que
integram as vagas providas por antiguidade no Órgão Especial, o preenchimento da vaga
temporária, decorrente de afastamento ocasional do magistrado, deve ocorrer até o término
do período daquele afastamento. II) O objeto da substituição é a pessoa em si, não a sua
colocação na ordem de antiguidade no órgão especial. Inteligência dos arts. 3º e 6º , da
Resolução 16/CNJ, IV (a) do Enunciado Administrativo 05/CNJ e 99, § 2º, da
LOMAN. III) Procedimento de Controle Administrativo a que se dá provimento para
esclarecer o alcance das normas em comento” (CNJ – PP 200810000003390 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Provimento de vagas pelo critério da antiguidade

“As vagas por antiguidade no Órgão Especial, nas respectivas


classes, serão providas, mediante ato de efetivação do Presidente do Tribunal, pelos
membros mais antigos do Tribunal Pleno, conforme ordem decrescente de antiguidade, nas
classes a que pertencerem, observando-se os mesmos critérios nos casos de afastamento e
impedimento” (art. 3º da Res. CNJ 16, de 30.05.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


610

Quinto constitucional. Antigüidade. Vaga a ser ocupada pelo juiz mais antigo,
em decorrência do critério de alternância

Procedimento de Controle Administrativo. Ilegalidade da


Resolução 188/2006 do TRT da 9ª Região. Composição do Órgão Especial. Vaga do
quinto constitucional deixada por juiz oriundo da OAB e preenchida por membro do
Ministério Público. Improcedência do pedido. A vaga é do quinto constitucional por
antigüidade e deve ser ocupada pelo juiz mais antigo, em decorrência ao critério de
alternância. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Marcus Faver – 38ª
Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007).

Recusa do magistrado a integrar o colegiado. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Órgão especial.


Encargo dos membros mais antigos dos Tribunais. E.C. 45. Art. 93, inciso XI, da CF/88.
Arts. 99 e 102, in fine, da LOMAN. Arts. 4º e 6º da Res. 16/2006. Recusa do magistrado.
Impossibilidade salvo caso de eleição. Indeferimento. – “I) Nos Tribunais em que houver
Órgão Especial, o exercício de funções do magistrado que figurar entre os mais antigos
traduz verdadeiro dever ou encargo, não podendo ser renunciado, como regra geral, nos
termos dos arts. 99, caput, in fine, da LOMAN, e 6º da Res. 16/2006. II) Com a
democratização do acesso ao órgão especial, nos termos da E.C. 45 e a novel redação do
art. 93, inciso XI, in fine, da CF/88, tem-se que a única possibilidade de recusa do
magistrado ao desempenho do encargo perante o órgão especial é a atinente ao sufrágio,
nos termos dos arts. 4º da Resolução 16/CNJ e 102, in fine, da LOMAN, desde que
manifeste a recusa expressamente antes da eleição. III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 7597 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior Gonçalves Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Regulamentação da presença de interessados em sessão administrativa do


Plenário ou Órgão Especial para deliberar em processo disciplinar contra
magistrado

Pedido de Providências. Participação em Sessão Administrativa de


deliberação sobre procedimento disciplinar contra magistrado. Pedido de
regulamentação. Indeferimento. – “I) Não comporta normatização futura participação e/ou
presença de terceiros interessados em sessão administrativa de deliberação sobre
procedimento disciplinar contra magistrado, mesmo que expresso o seu consentimento ou
de seu advogado. II) Cabe ao Tribunal analisar, além da possibilidade de violação aos
direitos individuais do magistrado, a possibilidade de indevida repercussão da matéria sub
judice no caso concreto” (CNJ – PP 200810000010333 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 67ª
Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Substituição de magistrado integrante da metade do Órgão Especial, provida


por antiguidade. Critério

“A substituição do julgador integrante da metade do Órgão


Especial provida por antiguidade será realizada nos termos do art. 99, § 2º da LOMAN e
pelo Enunciado Administrativo 5 do CNJ (‘IV – O magistrado efetivo em uma das classes
do Órgão Especial não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado em
outras classes. Assim, ocorrendo faltas eventuais (férias, licenças, etc.) no órgão especial:
(a) a substituição na classe de antiguidade será efetivada pelo Desembargador mais antigo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


611

na ordem decrescente de antiguidade e que não esteja integrando, em caráter efetivo, a


parte eleita; (b) a substituição na classe dos eleitos será efetivada pelos Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações.’)” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

ORIENTAÇÕES
Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça

Orienta as Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das


vedações impostas aos magistrados de exercerem funções de justiça desportiva e de grão-
mestre de entidade maçônica, ou de cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e
de instituições de ensino.

OUVIDOR DE TRIBUNAL
Gratificação pelo exercício do cargo de membro do Conselho

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

–P–
PAGAMENTO DE VALORES
Pretensão de que o CNJ determine o pagamento de valores decorrentes de
decisão judicial

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Pagamento de valores oriundos de decisão judicial e controle de atos administrativos
praticados pelo TJAL. Indeferimento. (CNJ – PCA 200810000001680 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

PAGAMENTO DE VALORES DEVIDOS A SERVIDORES


V. tb.: DIFERENÇAS SALARIAIS

Ausência de ilegalidade

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de São Paulo. Recurso


contra decisão monocrática que julgou improcedente o pedido. Ausência de irregularidade
no pagamento de débitos a servidores. Ordem cronológica de pagamentos respeitada. Fator
de Atualização Monetária devido a servidor já reconhecido pelo próprio Tribunal.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


612

Necessidade de previsão orçamentária para pagamento do débito. Ausência de ilegalidade.


Improcedência do recurso. (CNJ – PCA 4286 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Questão que refoge da competência do CNJ

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Serventuários do Poder Judiciário. Benefícios da categoria profissional.
Questão de interesse local. Ausência de repercussão geral. Improvimento. – “I) Não se
insere entre as competências constitucionalmente conferidas ao Conselho Nacional de
Justiça a apreciação de matéria relacionada a pagamentos de eventuais diferenças salariais,
adimplemento tardio de créditos ou implementação de benefícios pessoais, cuja
repercussão não atinja o Poder Judiciário como um todo. II) Não se insere, dentre as
relevantes competências constitucionais do Conselho Nacional de Justiça, servir como um
supedâneo de órgão de cobrança de valores devidos a servidores. Precedentes (RA no PCA
200710000012600 e PCA 612). III) Recurso Administrativo a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200810000013024 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

URV. Pagamento de diferença. Interesse meramente corporativo.


Incompetência do CNJ

Servidor público. Recomposição salarial de 11,98%. Conversão da


URV. Incompetência do CNJ. – “1) Não obstante apresente dimensão coletiva, a pretensão
de determinação de pagamento de diferenças de vencimentos em favor de servidores
públicos (TJ/PR) traduz interesse eminentemente corporativo, cuja apreciação não se
insere no âmbito das atribuições constitucionalmente conferidas ao Conselho Nacional de
Justiça. 2) O CNJ não é órgão competente para a cobrança administrativa de diferenças de
vencimentos, mesmo porque isso implicaria ingerência na autonomia administrativa e
financeira dos órgãos sujeitos ao seu controle, em oposição ao preconizado pelo 103-B, §
4º, I, da Constituição Federal” (CNJ – PP 200810000006998 – Rel. Cons. Min. João
Oreste Dalazen – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

PARCELA AUTÔNOMA DE EQUIVALÊNCIA


Pagamento feito a magistrados pelo Tribunal. Questão já examinada pelo STF.
Inadmissibilidade de exame pelo CNJ

Recurso Administrativo. Sindicato dos servidores da Justiça do


Estado do Maranhão. Tribunal de Justiça. Pagamento de verbas devidas a magistrados. –
“1) Impossibilidade do Conselho Nacional de Justiça reexaminar matéria já decidida pelo
Supremo Tribunal Federal. Decisão anterior da Suprema Corte examinando o pagamento
de parcela autônoma de equivalência. 2) Matéria já examinada também pelo próprio
Conselho Nacional de Justiça. 3) Pedido abstrato e genérico que não pode gerar processo
de controle administrativo em face da matéria de direito já ter sido objeto de exame
anterior. 4) Eventual fato concreto poderá, no futuro, eventualmente, ensejar ação de
controle do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PCA 200910000016753 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

PARCELA DE IRREDUTIBILIDADE

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613

Ilegalidade perante a LOMAN

“No Tribunal de Mato Grosso, o denominado ‘valor irredutível’ é o


resultado de uma operação aritmética entre a remuneração anterior e os atuais subsídios,
englobando todas as verbas anteriores (conforme exemplos em anexo), em especial os
adicionais por tempo de serviço e, em poucos casos, a incorporação definitiva de verba de
representação de ex-presidentes, vice-presidentes e corregedores-gerais do Tribunal, cuja
ilegalidade é patente perante a LOMAN e a Resolução CNJ 13/2006, que definem a
natureza transitória da mesma” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

PARCELA REMUNERATÓRIA
Criação para assessor de magistrado convocado

Convocação de juiz de primeiro grau para substituir magistrado


de Tribunal de segundo grau. Criação de serviços próprios de assessoria. Instituição de
parcela remuneratória para assessor de magistrado convocado. – “I) A criação de parcela
remuneratória depende da edição de lei específica (CF/1988, art. 37, X). Não compete ao
Conselho Nacional de Justiça, portanto, instituir parcela remuneratória destinada a servidor
que assessore magistrado convocado para substituir membro de Tribunal de segundo grau.
2) Recurso Administrativo em Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200910000013790 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen –85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

PARECER DA COMISSÃO TÉCNICA DO STF SOBRE O MÉRITO DE


ANTEPROJETOS DE LEI APRESENTADOS POR ÓRGÃOS DO PODER
JUDICIÁRIO (LEI 11.178/2005)
Criação de novas Varas Federais

Pedido de Providências. Projeto de Lei 5.829/05. Criação de


novas varas federais. Lei 11.178/05. – “O Grupo Técnico instituído pela Portaria 336, de
29/09/2005, elaborou análise técnica sobre o referido projeto de lei, emitindo parecer
conclusivo parcialmente favorável ao projeto, com observações e ressalvas alinhadas ao
longo do relatório. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PP 67 – Rel. Cons. Oscar
Argollo – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005 – Ementa não oficial).

Criação de novos cargos e funções

Pedido de Providências. Análise e emissão de parecer de mérito


sobre o Projeto de Lei 5.238/2005. Observância do art. 88, inciso IV, da Lei 11.178/2005.
Manifestou-se favorável à aprovação integral do Projeto de Lei 5.238/2005, que cria 76
(setenta e seis) cargos em comissão e 1275 (mil duzentas e setenta e cinco) funções
comissionadas no quadro de pessoal do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
Manifestação favorável à aprovação. (CNJ – PP 113 – Rel. Cons. Germana Moraes – 2ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Análise e emissão de parecer de mérito


sobre o Projeto de Lei 2.334/2003. Observância do art. 88, inciso IV, da Lei 11.178/2005.
Manifestou-se favorável à aprovação integral do Projeto de Lei 2.334/2003, que dispõe

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


614

sobre a criação de cargos de provimento efetivo e funções comissionadas no quadro


permanente de pessoal do TRT da 23ª Região e dá outras providências. Manifestação
favorável à aprovação. (CNJ – PP 119 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 2ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Análise e emissão de parecer de mérito


sobre o Projeto de Lei da Câmara 08/2005. Observância do art. 88, inciso IV, da Lei
11.178/2005. Parecer e análise de mérito do Projeto de Lei da Câmara 08/2005, de
iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho, que dispõe sobre a criação de 720 funções
comissionadas no quadro de pessoal do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
Viabilidade técnica e orçamentária do projeto. Mera regularização de situação do quadro
funcional do TRT da 15ª Região que perdura por quase uma década. Presunção de boa-fé
do administrador ao criar funções comissionadas por resolução, sem existência de prévia
autorização legislativa. Dúvida fundada, na época, sobre a possibilidade dessa
transformação ser implantada por meio de ato interno do próprio TRT, face à mudança
imposta pela nova ordem constitucional de 1988. Orientação administrativa que, na época,
era consagrada no âmbito do STF e do TST, sendo adotada em vários outros tribunais
regionais, até ser desautorizada por orientação superveniente. Posição do TCU. Parecer de
mérito pela aprovação do projeto de lei. (CNJ – PP 122 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 2ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

PARECER DO COMITÊ TÉCNICO DO CNJ SOBRE O MÉRITO DE


ANTEPROJETOS DE LEI APRESENTADOS POR ÓRGÃOS DO PODER
JUDICIÁRIO (ART. 90 DA LEI 11.439/2006)
Criação de cargos

Parecer de mérito sobre anteprojeto de lei encaminhado pelo TST.


Criação de novos cargos no quadro de pessoal do TRT-16ª região. Parecer do comitê
técnico do CNJ parcialmente favorável. – “Dentro do modelo de estrutura organizacional
preconizada pelo Comitê Técnico de Apoio do Conselho Nacional de Justiça, no entanto,
não se justifica a criação de cargos efetivos de pessoal auxiliar, com requisito de
escolaridade para ingresso de curso fundamental, para executar atividades de apoio. (...) os
impactos orçamentários decorrentes da aprovação do anteprojeto nos termos ora propostos
neste parecer de mérito estão adequadamente contemplados nos limites legais e
jurisprudenciais estabelecidos na Lei Complementar 101/2000 para o Tribunal Regional do
Trabalho da 16ª Região, bem como para a Justiça do Trabalho” (CNJ – PP 1137 – Rel.
Min. Ellen Gracie – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Pedido de Providências. Projeto de Lei . 5.318 que cria cargos e


funções no Tribunal Superior do Trabalho. Pedido de manifestação pelo CNJ.
Encaminhamento do projeto ao Congresso Nacional. (CNJ – PP 112 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Pedido de manifestação pelo CNJ, quanto


ao mérito e ao atendimento dos requisitos legais do Projeto de Lei n.° 5.845/05
apresentado à Câmara dos Deputados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Manifestação do CNJ pela aprovação, eis que seu conteúdo atende às necessidades
urgentes do Poder Judiciário da União Federal, seja quanto à formulação do novo quadro
da Carreira Judiciária para os Servidores, seja quanto às condições orçamentárias. (CNJ –

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615

PP 123 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 –


Ementa não oficial).

PARENTESCO
Vide: NEPOTISMO

PARTILHA
Vide: SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

PASSAGENS E DIÁRIAS
V. tb.: AJUDA DE CUSTO – DIÁRIAS, PASSAGENS E DESPESAS COM
LOCOMOÇÃO

Limite para empenho


Vide Res. CNJ 43, de 09.10.2007.

Magistrado. Limites de despesa e regulamentação

Pedido de Providências. Regulamentação do § 3º do art. 2º da Lei


11.439/2006. Despesas com diárias, passagens, locomoção e publicidade no âmbito do
Poder Judiciário. – “I) Os limites deverão ser apurados levando-se em consideração o total
das despesas empenhadas em 2006, inclusive as relativas a colaboradores eventuais,
excluindo 70% das decorrentes do processo eleitoral de 2006. II) Necessidade de
publicação de ato estabelecendo o limite no âmbito do poder Judiciário, para as despesas
com diárias, passagens e locomoção, bem como com as de publicidade. III) Pedido julgado
procedente” (CNJ – PP 9521 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

Pagamento de auxílio-moradia, diárias e concessão de passagens no âmbito do


CNJ
Vide: Portaria CNJ 251, de 19.05.2008 e Portaria CNJ 357, de 26.08.2008.

Realização de despesas por meio de suprimento de fundos no âmbito do


Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 8, de 24.10.2008.

Valor pago. Equivalência aos Ministros do STJ

“Os Conselheiros receberão passagens e diárias equivalentes às


pagas a Ministro do Superior Tribunal de Justiça para atender às viagens em razão do
serviço, autorizadas pela Presidência, compreendendo presença nas sessões, trabalhos em
comissões, levantamentos, inspeções, correições e missões congêneres” (art. 6º da Res.
CNJ 1, de 29.06.2005).

PECÚNIA
Vide: FÉRIAS

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PEDIDO
V. tb.: PERDA DO OBJETO DO PEDIDO

Indeferimento liminar de pretensão de membro de tribunal para exeme de


assunto de ordem interna

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Indeferimento


liminar do pedido inicial. Plausibilidade da pretensão em tese. Provimento do recurso. –
“Estabelecendo o Regimento Interno de tribunal a legitimidade de qualquer
Desembargador para solicitar o exame de assuntos de ordem interna, merece reforma a
decisão monocrática de arquivamento sumário do Pedido de Providências. Recurso
conhecido e provido para determinar a regular tramitação do feito no âmbito do Conselho
Nacional de Justiça com oportunidade para o exercício do contraditório e julgamento como
entender de direito o colegiado” (CNJ – PP 200910000018592 – Rel. Designado Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Perda do objeto

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento da


Corregedoria-Geral de Justiça do Estado da Bahia. Determinação de que estabelecimento
prisional destinado ao recolhimento de presos provisórios abrigue também condenados de
ambos os sexos a regime fechado e semi-aberto. Provimento posterior restaurando a
primitiva destinação. Perda de objeto do pedido. – “Há perda do objeto do pedido quando
a Administração, revendo o ato impugnado, promove o restabelecimento da situação
anterior que por meio de Procedimento de Controle Administrativo se buscava alcançar.
Procedimento de Controle Administrativo arquivado por perda de objeto” (CNJ – PCA
200710000019400 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Utilização do Recurso Administrativo para inovar o pedido inicial

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Novo pedido.


Impossibilidade. – “Não é possível formular pedido em Recurso Administrativo, se não
constante do requerimento inicial” (CNJ – PP 200810000025713 – Rel. Cons. Paulo Lobo
– 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

PEDIDO DE CERTIDÃO
Julgamentos e publicações da Justiça Estadual. Descabimento postulação
junto ao CNJ

Reclamação Disciplinar. Recurso Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. Pedido de certidão. – “Descabe postular neste Conselho certidões
relativas a julgamentos e publicações ocorridos perante a Justiça Estadual. Pedido de
Esclarecimentos rejeitado” (CNJ – REP 200710000000694 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS
V. tb.: RECURSO ADMINISTRATIVO

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Acolhimento por omissão, sem modificação do julgado

Pedido de Esclarecimentos. Processo Administrativo Disciplinar.


Magistrado. Omissão. Remessa de documento sigiloso por órgão do Ministério Público
Federal. Indiferença. – “Irrelevante, para a formação do convencimento do órgão julgador,
a origem da documentação sigilosa se a prova em si foi obtida em total conformidade com
o que dispõem a Constituição Federal e a Lei 9.296/96. A circulação de documentos
sigilosos pelas mãos de autoridades a quem a legislação atribui a possibilidade de
manuseio dos respectivos dados, sem divulgação de seu conteúdo, não macula a
idoneidade jurídica da prova respectiva. Pedido de Esclarecimentos acolhido sem
modificação do julgado” (CNJ – PAD 06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Acréscimo de argumentos novos, não abordados anteriormente

“Não se desconhece que em tema de Pedido de Esclarecimentos


não se permite ao embargante tangenciar o thema decidendum, alinhando, para apreciação,
em sede imprópria, argumentos novos não abordados anteriormente, em nítida afronta ao
princípio da estabilização da lide, que impõe a fixação dos limites da causa e que se tornam
imutáveis após a sua angularização” (CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Serventias extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Alegação de
contradição no julgado e pretensão de dar efeito modificativo ao pedido,
Inadmissibilidade. Rejeição. – “Em tema de Pedido de Esclarecimentos não se permite ao
embargante tangenciar o thema decidendum, alinhando, para apreciação, em sede
imprópria, argumentos novos não abordados anteriormente, em nítida afronta ao princípio
da estabilização da lide, que impõe a fixação dos limites da causa e que se tornam
imutáveis após a sua angularização” (CNJ – PCA 7238 e PCA 627 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Pedido de Esclarecimentos no Pedido de Providências.


Inexistência de contradição, omissão ou obscuridade na decisão plenária. Acréscimo de
argumentos novos. Rejeitado. – “Apesar de nomeado como Pedido de Esclarecimentos, a
pretensão formulada pela requerente, na realidade, envolve verdadeiro reexame de decisão
do Plenário deste CNJ, além de suscitar argumentos novos, o que não se mostra viável, nos
termos do art. 21 do Regimento Interno. Pedido de Esclarecimentos que não se conhece.
Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000006706 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Acréscimo de nova argumentação

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências.


Nepotismo. Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Consulta respondida
afirmativamente. Mantida a decisão. Consulta inicial apresentada em tese. – “I) Em tendo
sido a decisão proferida em conformidade com a consulta apresentada na inicial, neste
caso, em tese, não há razão a que seja reformada. II) Não se admite a apresentação de nova
argumentação, tendo em vista que o instrumento visa tão-somente à reparação de vícios de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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contradição omissão ou obscuridade” (CNJ – PP 200810000012950 – Rel. Cons. Andréa


Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Desconstituição de ato administrativo. Apresentação de nova
documentação. Negado provimento. – “I) Não se admite a apresentação de nova
argumentação e documentação em sede de pedido de esclarecimento, tendo em vista que o
instrumento visa tão somente à reparação de vícios de contradição, omissão ou
obscuridade” (CNJ – PCA 20081000003614 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Alcance

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Inexistência de contradição. Inconformismo da parte. Rejeição. – “O
pedido de esclarecimentos constitui instrumento processual de limitado espectro de
abrangência, cujo alcance restringe-se às hipóteses enumeradas no art. 21, parágrafo único,
do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça. Por essa razão, revela-se
infundado quando se pretende tão-somente o reexame de matéria vinculada ao mérito da
demanda, sob enfoque favorável ao requerente. Pedido de Esclarecimentos em
Procedimento de Controle Administrativo conhecido e rejeitado” (CNJ – PCA
200810000009379 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 –
DJU 30.01.2009).

Alegação de dificuldade para a execução do julgado

Pedido de Esclarecimentos no Pedido de Controle de Ato


Administrativo. Inexistência de omissão, contradição ou obscuridade. Pedido que visa a
modificação da decisão do Plenário. – “A alegação de dificuldade para a execução do
julgado não é razão para o acatamento de efeitos infringentes à decisão do Plenário do
Conselho Nacional de Justiça. Impossibilidade. Não-conhecimento” (CNJ – PCA
200710000012131, PCA 200810000003262, PCA 200710000014437 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Alegação de erro material no julgamento que concluiu pela incompetência do


CNJ para apreciar a matéria

Pedido de Esclarecimentos. Erro material. – “I) Não padece de


erro material a decisão que conclui pela incompetência do Conselho Nacional de Justiça
para apreciar a matéria, mediante análise da questão nos estritos e exatos termos em que
apresentada pelo requerente. Pedido de Esclarecimentos a que se nega provimento” (CNJ –
DOCAVU 200720000004289 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Alegação de nulidades, impedimento e julgamento “extra petita”.


Inadmissibilidade

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Avocação de Processo


Administrativo Disciplinar. Alegação de nulidades por ausência de intimação,
participação de Conselheiro impedido e julgamento “extra petita”. Questões que não se
comportam em sede de esclarecimentos. Inexistência de omissão, obscuridade ou

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contradição. Pedido rejeitado. (CNJ – PAD 200810000012822 – Rel. Cons. Rui Stoco –
72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Alegação de omissão. Análises das situações concretas que incumbem ao


Tribunal de origem

Pedido de Esclarecimentos. Nepotismo. Alegação de omissão.


Inocorrência. Situações concretas. Incumbência do Tribunal de origem. – “I) Ante a
judicialização da matéria perante o Supremo Tribunal Federal, fica prejudicado o Pedido
de Esclarecimentos. II) Tanto os fundamentos jurídicos quanto os de fato foram
cuidadosamente analisados no julgado. III) A decisão proferida fixou princípios e
parâmetros que devem ser aplicados pelo Tribunal de origem conforme as peculiaridades
do caso concreto com exceção daqueles servidores que foram expressamente nomeados na
parte dispositiva da decisão. Cabe ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal
analisar, em concreto e de forma particularizada, a situação de seus servidores. IV) A
omissão do Tribunal nas informações prestadas levou à contradição da decisão no ponto
que ora se esclarece” (CNJ – PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Argüição de fundamentos novos, não abordados anteriormente

“Em tema de pedido de esclarecimentos, que tem conexão com os


chamados ‘embargos de declaração’, não se permite ao interessado tangenciar o thema
decidendum, alinhando, para apreciação, em sede imprópria, argumentos novos não
abordados anteriormente, em nítida afronta ao princípio da estabilização da lide, que impõe
a fixação dos limites da causa e que se tornam imutáveis após a sua angularização” (CNJ –
PP 200810000002567 – Rel. Cons. Rui Stoco – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU
12.09.2008).

Atribuição de efeito infringente (modificativo) ao pedido

Pedido de Esclarecimentos. Efeito infringente. Impossibilidade. –


“O Pedido de Esclarecimentos deve ter por objetivo sanar omissão, contradição ou
obscuridade, não sendo via apropriada para a revisão de decisão. Inteligência do disposto
no parágrafo único do artigo 21 do Regimento Interno. Pedido de Esclarecimentos em
Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PP 822 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pedido de Esclarecimentos. Efeito infringente. Impossibilidade. –


“O Pedido de Esclarecimentos deve ter por objeto sanar omissão, contradição ou
obscuridade, não sendo via apropriada para a revisão de decisão proferida pelo plenário do
Conselho Nacional de Justiça. Inteligência do parágrafo único do artigo 21 do Regimento
Interno. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PP
4973 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Pedido de Esclarecimentos em Recurso Administrativo em


Representação por Excesso de Prazo. Impossibilidade de imposição de pena a magistrado
já aposentado. Utilização oblíqua do Pedido de Esclarecimentos para retificação de
decisão plenária. Inadmissibilidade. – “Não se presta o pedido de esclarecimentos ao papel
de mecanismo revisional das decisões plenárias do Conselho Nacional de Justiça (RICNJ,

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art. 21). Pedido não conhecido” (CNJ – REP 392 – Rel. Cons. Antônio Umberto de Souza
Júnior – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Pedido de Esclarecimentos opostos à decisão plenária do


Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Pretensões de conteúdo infringente. Recurso. Não
conhecimento. – “Na forma do art. 21 do Regimento Interno deste Conselho Nacional de
Justiça, as decisões proferidas pelo órgão Plenário não se sujeitam a recurso, ressalvada,
apenas, a hipótese de esclarecimentos adicionais, em casos de obscuridade, omissão ou
contradição. Pretendendo a parte interessada a retificação do julgado, ainda que sob o
pretexto de existência de omissões na decisão recorrida, resta impositivo o desprovimento
do recurso aviado” (CNJ – PCA 453 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Ausência de apreciação de determinado aspecto da questão posta que significa


rejeição da pretensão, dispensando enunciado específico nesse sentido

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Serventias extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Alegação de
omissão e pretensão de dar efeito modificativo ao pedido. Inadmissibilidade. Rejeição. –
“Desde há muito restou consagrado pelos Tribunais o entendimento de que a não
apreciação ou simples omissão quanto a determinado aspecto da questão colocada à
apreciação do Colegiado, aliada a decisão contrária à pretensão do recorrente, significa
indeferimento, dispensado enunciado específico nesse sentido” (CNJ – PCA 7238 e 627 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Ausência de contradição, omissão ou obscuridade. Reiteração de pedido já


apreciado

Pedido de Esclarecimentos no Recurso Administrativo no


Procedimento de Controle Administrativo. Prosseguimento ao julgamento. Ausência de
efeito suspensivo no indeferimento monocrático de argüição de impedimento e suspeição.
Possibilidade. Reiteração de pedido já apreciado. Ausência de obscuridade, contradição
ou omissão na decisão a ser aclarada. Improcedência. – “I) Não há óbice ao
prosseguimento do julgamento de Pedido de Esclarecimentos conexo à argüição de
impedimento e suspeição, por ausência de efeito suspensivo a Recurso Administrativo,
manejado em face do indeferimento monocrático da referida argüição (art. 103, § 5º, do
RICNJ). II) Em se tratando de mera reiteração de pedido já apreciado, mostra-se inviável
seu deferimento por ausentes os elementos do art. 21, parágrafo único, do RICNJ. III)
Pedido de Esclarecimentos indeferido” (CNJ – PCA 200710000015193 e ASI
200810000003687 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU
15.04.2008).

Ausência de indicação dos pressupostos de admissibilidade

Pedido de Esclarecimentos. – “A interposição de embargos de


declaração sem indicação da omissão do julgado e a adição de nova argumentação de
mérito que não foi objeto da inicial e, conseqüentemente, da decisão, pode configurar ação
temerária do embargante, gerando danos inclusive à finalidade da Justiça. O abuso do
direito ao recurso, contribuindo para inviabilizar a justiça pelo excesso de trabalho, presta
um desserviço à sua agilidade e segurança” (CNJ – PCA 54 – Rel. Cons. Ruth Carvalho –
25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

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Ausência dos alegados defeitos materiais no acórdão

Reclamação Disciplinar. Recurso Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. – “Ausentes defeitos materiais no acórdão ora impugnado e encerrado o
julgamento do Recurso Administrativo dentro dos limites traçados para a Representação
por Excesso de Prazo, descabe quaisquer esclarecimentos. Pedido de Esclarecimentos
rejeitado” (CNJ – REP 200710000001728 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Ausência dos pressupostos do art. 21, parágrafo único do Regimento Interno


do CNJ. Não conhecimento

Pedido de Esclarecimentos. Omissão ausente. Efeitos infringentes.


Inadmissibilidade. Rejeição. – “I) Ausentes os vícios do artigo 21, parágrafo único, do
RICNJ, não merece ser conhecido o pedido de esclarecimentos. II) Inadmissível a
modificação do julgado por meio de pedido de esclarecimentos, atribuindo-se-lhes,
indevidamente, efeitos infringentes. III) Pedido de esclarecimentos rejeitado” (CNJ – PCA
228 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Caráter infringente

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. Ausência


de obscuridade, contradição ou omissão. Improcedência. – “I) Ausência dos pressupostos
indispensáveis para a oposição de Pedido de Esclarecimentos, uma vez inexistente
omissão, obscuridade ou contradição no julgado embargado (art. 21, p. u., RICNJ). II)
Caráter infringente indevidamente atribuído ao Pedido de Esclarecimento. III) Pedido de
Esclarecimentos em Pedido de Providências rejeitado” (CNJ – PP 200710000016847 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Contradição entre decisão do Plenário e voto vencido do relator

Pedido de providências em procedimento de controle


administrativo. Pedido de esclarecimentos. – “Inexiste contradição entre decisão
monocrática referendada pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça e voto de
Conselheiro Relator não apoiado pela maioria. Pedido conhecido e rejeitado” (CNJ – PP-
PCA 200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª sessão – j.
26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Contradição no acórdão

Pedido de Esclarecimentos. Contradição. Existência. Embargos


oferecidos pelo requerente no órgão de origem em relação ao ato impugnado não impede a
apreciação pelo CNJ por se tratar de iniciativa da defesa. Critério de desempate a ser
adotado na elaboração da lista de antiguidade na carreira. Pedido acolhido parcialmente.
(CNJ – PCA – 427 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 44ª Sessão – j. 31.07.2007 – DOU
17.08.2007 – Ementa não oficial).

Contradição, omissão ou obscuridade

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Pedido de Esclarecimentos. Rediscussão do julgado. Ausência de


obscuridade, contradição ou omissão. Rejeição. – “I) A pretensão formulada é de
rediscussão do tema e modificação da decisão do Plenário em resposta à consulta. II) O
Pedido de Esclarecimentos somente é cabível nas estritas hipóteses de obscuridade,
contradição ou omissão (art. 21 do RICNJ). Pedido de Esclarecimentos rejeitado” (CNJ –
PP 200810000000741 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Deliberação sobre a


regularidade de promoção ao cargo de Desembargador. Alegação de omissão e contradição
na decisão proferida. Inexistência de vícios a serem sanados. Pedido de esclarecimentos
rejeitado. (CNJ – PCA 49 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU
08.05.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. Pedido do Sindicato julgado procedente em parte. Exercício de cargo em
comissão no Poder Judiciário. Ilegalidade. Inexistência de contradição, omissão ou
obscuridade. Vigência da Lei Estadual. (CNJ – PCA 361 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

Contradição, omissão ou obscuridade. Inexistência

Pedido de Esclarecimentos. Omissão, contradição e obscuridade


alegadas. Inocorrência. Matéria amplamente discutida no voto unânime. Efeitos
modificativos. Impossibilidade. – “A omissão, contradição e obscuridade alegadas retratam
apenas o inconformismo do requerente, cuja pretensão é obter efeitos modificativos da
decisão. O RICNJ não contempla recurso contra decisão plenária” (CNJ – PCA
200710000017463 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).

Decisão em sentidos diversos, mas em procedimentos distintos. Inexistência de


obscuridade ou contradição

“O só fato de o CNJ decidir em sentidos diversos, mas em


procedimentos distintos não gera obscuridade nem contradição, como ressuma óbvio,
palmar e sem disceptação possível. Isso é de meridiana compreensão” (CNJ – PCA 7238 e
627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não
oficial).

Decisão que não se pronunciou sobre todas as questões suscitadas

Pedido de Esclarecimentos. Decisão que não se pronuncia sobre


questões oportunamente suscitadas. Omissão reconhecida. Provimento. – “O pedido de
esclarecimentos é instrumento destinado a completar ou aclarar a decisão, impondo-se o
seu acolhimento quando constatado que a decisão não se pronunciou sobre questões
oportunamente suscitadas pelo interessado. Pedido de Esclarecimentos conhecido e
parcialmente provido” (CNJ – PCA 200710000015648 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Desnecessidade de correção do acórdão

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Reclamação Disciplinar. Arquivamento sumário. Recurso


Administrativo desprovido. Pedido de Esclarecimentos. Correção desnecessária no
acórdão. – “Mantido, no julgamento do Recurso Administrativo, o arquivamento sumário
da Reclamação Disciplinar, não há falar em expedição de ofício ao Presidente do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ‘com a determinação de afastamento dos
magistrados de seus cargos na Maçonaria’. Pedido de Esclarecimentos rejeitado” (CNJ –
RD 218 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008
– DJU 15.04.2008).

Desobrigação do Plenário responder a questionário ou rebater e examinar


todos os argumentos utilizados pelas partes

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Pretensão de modificação da decisão plenária em sede de Pedido de
Esclarecimentos. Entendimento pacificado neste Conselho de que o Pedido de
Esclarecimentos não possui efeitos infringentes como o pretendido. Omissões alegadas
inexistentes. Pretensão de resposta a questionário inadmissível. Pedido rejeitado. – “Este
Egrégio Conselho não responde a questionários, não sendo obrigado a rebater ou examinar,
um a um, todos os argumentos utilizados pelas partes e todas as normas legais citadas, mas
apenas aqueles que julgar pertinentes para lastrear sua decisão e se a resposta da Corte às
alegações das partes possa ser inferida do conjunto argumentativo” (CNJ – PCA 595 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Divergência entre a certidão de julgamento e o voto

Pedido de Esclarecimento no Recurso Administrativo no


Procedimento de Controle Administrativo. Deferimento de liminar. Obscuridade.
Diferença sobre extensão do julgado. Dispositivo do voto. Certidão de julgamento.
Revisão do julgado. Inviabilidade. Parcial provimento. – “I) Cabe esclarecimento na
obscuridade emanada entre o teor do voto do relator e a certidão de julgamento,
prevalecendo esta, na espécie. II) Não se prestam os Pedidos de Esclarecimentos para
rediscutir o julgado (PE no PCA 228). III) Pedido de Esclarecimento conhecido e
parcialmente provido” (CNJ – PCA 11734 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j.
09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Efeito modificativo. Dado de fato incorreto

Pedido de Esclarecimentos. Efeito modificativo. – “Há que se


conferir efeito modificativo à decisão atacada, quando esta referir-se a dado de fato
incorreto, em virtude de informação equivocada” (CNJ – PCA 200710000015442 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Efeito modificativo. Possibilidade apenas quando a modificação do julgado


ocorra para suprir omissão, contradição ou obscuridade

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Alegação de omissão e contradição. Pretensão de efeito modificativo ao
julgado. Inexistência de qualquer dos pressupostos exigidos. Rejeição. – “O pedido de
esclarecimentos não pode converter-se em segundo recurso contra o mérito da causa,
diante da vedação expressa do art. 21 do Regimento Interno do CNJ, de sorte que os
embargos de declaração e os pedidos de esclarecimentos somente podem ter efeitos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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modificativos se, ao suprir a omissão, a contradição ou a obscuridade – efetivamente


existentes –, outro aspecto da causa tenha de ser apreciado como conseqüência lógica e
necessária” (CNJ – PCA 200710000015417 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Efeitos infringentes. Pretensão de revisão do julgado

Pedido de Esclarecimentos. Efeito infringente. Impossibilidade. –


“O pedido de esclarecimentos deve ter por objetivo sanar omissão, contradição ou
obscuridade, não sendo via apropriada para a revisão de decisão proferida. Inteligência do
disposto no parágrafo único do artigo 21 do Regimento Interno. Pedido de Esclarecimentos
em Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 200710000015648 – Rel. Designado Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Impossibilidade da interposição versar sobre matérias já decididas em Pedido


de Esclarecimentos anterior

Pedido de Esclarecimentos. Efeito modificativo: impossibilidade.


Intempestividade do recurso. “Questão de ordem”. – “O Pedido de Esclarecimentos não
tem efeito modificativo. Não há previsão regimental para interposição pelo interessado de
questão de ordem. Impossibilidade de Pedido de Esclarecimentos sobre matérias decididas
em Pedido de Esclarecimentos” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Inadmissibilidade de elucidar didaticamente o conteúdo do julgamento

Pedido de Esclarecimentos. Alegação de omissão. Inexistência,


Pedido rejeitado. – “O Pedido de Esclarecimentos não é expediente que se presta a elucidar
de forma didática o que foi julgado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ –
PCA 585 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Inexigência de rigor formal para os pedidos de reexame

Pedido de Esclarecimentos. Largueza do juízo de admissibilidade.


– “Em sendo o CNJ instância administrativa suprema, no âmbito do Poder Judiciário (CF,
art. 103-B, § 4º, II), deve-se imprimir aos pedidos de reexame de suas próprias decisões um
rigor formal menor, em comparação a situações judiciais similares” (CNJ – PCA 567 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU
03.08.2007).

Interposição por quem não é parte no processo e não requereu seu ingresso
como terceiro interessado

“Ausente pressuposto de admissibilidade, não se conhece Pedido


de Esclarecimento em processo no qual os peticionários não são partes no procedimento e
não ingressaram oportunamente nos autos como terceiros interessados, carecendo,
portanto, de legitimidade para impugnar a decisão proferida pelo Egrégio Plenário” (CNJ –
PCA 200710000015417 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008 – Ementa não oficial).

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Matéria já tratada em Enunciado Administrativo

Pedido de Esclarecimentos. Matéria posteriormente tratada em


Enunciado Administrativo. Prejudicialidade. Prescindível a prestação de esclarecimentos
quando a matéria impugnada constituiu objeto de enunciado administrativo editado
posteriormente à decisão que se quer aclarada. Pedido prejudicado. (CNJ – PCA 356 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Obscuridade. Inexistência

Pedido de esclarecimento. Obscuridade. – “Não merece


acolhimento Pedido de Esclarecimentos em que os pontos reputados obscuros não deixam
margem à dúvida do sentido e alcance da decisão. Pedido rejeitado” (CNJ – PP
200810000012093 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 80ª Sessão – j.
17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Observação: O novo Regimento Interno do CNJ, publicado no DJ de 0.03.2009 não mais
prevê o Pedido de Esclarecimentos.

Omissão alegada relativa a pedidos considerados prejudicados ante a


incompetência do CNJ

Pedido de Esclarecimentos. Contradição e omissões alegadas.


Inocorrência. Efeitos modificativos. Impossibilidade. – “A contradição e as omissões
alegadas retratam apenas o inconformismo do requerente, cuja pretensão é obter efeitos
modificativos da decisão. Não se considera omissa a decisão que não aprecia pedidos
prejudicados por declarada incompetência do CNJ” (CNJ – PP 200810000005180 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Omissão inexistente

Reclamação disciplinar. Arquivamento sumário. Pedido de


esclarecimento. Omissão. Inexistência. – “I) A decisão que determinou o arquivamento
sumário da reclamação disciplinar, conforme art. 31, inciso I, do RICNJ, apreciou
adequadamente o pedido inicial formulado, de modo que inexiste omissão a ser sanada. II)
Pedido de esclarecimentos rejeitados” (CNJ – RD 252 – Rel. Cons. Antônio de Pádua
Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Reclamação Disciplinar. Recurso Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. Ausência de omissão. Nulidade do julgamento não caracterizada.
Ausências do Procurador-Geral da República e do Presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 109 do RICNJ. – “A ausência do Procurador-Geral
da República e do Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil no
julgamento de processos junto ao Plenário do Conselho Nacional de Justiça não acarreta
nulidade. Enquadrando-se a petição inicial, diante dos seus termos, na classificação de
Reclamação Disciplinar, processa-se e julga-se o feito como tal, não havendo como
aplicar, no caso presente, da norma do art. 109 do RICNJ, relativa a Pedido de
Providências. Pedido recebido para efetuar esclarecimentos, mantendo-se o resultado do
julgamento do Recurso Administrativo” (CNJ – RD 697 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Omissão verificada na conclusão do julgado

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Pedido de Esclarecimentos. Alegação de omissão e contradição no


julgado. Omissão verificada na conclusão, embora constante a questão do corpo do
acórdão. Pedido parcialmente acolhido para integrar a parte dispositiva, sem efeito
modificativo do julgado. (CNJ – PCA 600 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j.
09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Pedido de esclarecimentos sobre matéria alheia ao procedimento

Pedido de Esclarecimentos. Esclarecimento sobre matéria alheia


ao objeto do procedimento. Inadequação da medida. – “1) Infundado Pedido de
Esclarecimentos que não objetive sanar obscuridade, contradição, ou omissão, nos termos
do artigo 21 do Regimento Interno do CNJ. 2) Os esclarecimentos postulados devem
restringir-se ao objeto da demanda e ao teor da decisão proferida” (CNJ – PP
20081000005362 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU
24.10.2008).

Pedido que objetiva esclarecer decisão já submetida a recurso administrativo

Pedido de Esclarecimentos. Não conhecimento. Preclusão


consumativa. – “Havendo sido proferida decisão plenária após a prolação de decisão
monocrática, é em torno daquela que deve girar o pedido de esclarecimentos. Hipótese de
preclusão consumativa quando o pedido de esclarecimentos vise decisão já atacada por
recurso administrativo anterior. Pedido de Esclarecimentos não conhecido” (CNJ – PCA
200810000009290 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Petição apresentada como recurso administrativo. Impossibilidade de discutir


o mérito da causa se este não foi abordado pela decisão do colegiado

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Petição apresentada como Recurso Administrativo, contra decisão do
colegiado e com pretensão de apreciação do mérito. Inadmissibilidade de recurso contra
decisão do plenário do CNJ. Recurso recebido como Pedido de Esclarecimentos. – “Nas
hipóteses em que, pelo princípio da fungibilidade, o Recurso Administrativo é conhecido
como Pedido de Esclarecimentos, impõe-se que os argumentos postos no recurso permitam
que se possa inferir a alegação acerca dos pressupostos desta medida, ou seja, a omissão,
contradição ou obscuridade. Todavia, não se admite pretender discutir o mérito da causa se
este não foi abordado pela decisão do colegiado que julgou inepta a petição inicial” (CNJ –
PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Prazo para oposição

Pedido de Esclarecimentos. Pedido de Providências. Prazo para


oposição. Critério para a contagem respectiva. Pretensão de obtenção de efeitos
infringentes. – “O prazo para a apresentação de recurso no âmbito do Conselho nacional de
Justiça é contado a partir da efetiva intimação do interessado (art.108 do RI/CNJ c.c. o § 3º
do art. 26 da Lei 9.784/99). Apresentado o recurso após transcorrido o prazo regimental
estabelecido, resta inviável o seu conhecimento, tanto mais quando o propósito revelado é
de retificar a decisão proferida pelo Órgão Plenário desta Casa” (CNJ – PP 799 – Rel.

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Cons. Douglas Rodrigues – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 –


Ementa não oficial).

Prequestionamento. Inadmissibilidade

Pedido de Esclarecimentos no Recurso Administrativo no


Procedimento de Controle Administrativo. Reiteração de pedido já apreciado.
Prequestionamento. Pedido juridicamente impossível. Indeferimento. – “I) Em se tratando
de mera reiteração de pedido já apreciado, mostra-se inviável seu deferimento. II) É
juridicamente impossível prequestionamento em sede de Processo Administrativo,
mormente por se tratar de instância final (art. 21 do RICNJ) e por inexistir previsão
normativa, tanto no RICNJ, como na própria Lei 9.784/99. III) Pedido de Esclarecimentos
indeferido” (CNJ – PCA 200810000006263 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Pretensão de dar ao pedido de esclarecimentos natureza de recurso e efeito


modificativo. Inadmissibilidade

Obscuridades. Inocorrência. Art. 326 da CF/88 é auto-aplicável e


independe da Lei 8.935/94. Delegações de serviços extrajudiciais, após 1988, só podem
ocorrer mediante concurso público. Precedente PCA 268. – “Sob a justificativa de
elucidação da decisão plenária de 15/05/2007, os interessados expressam seu
inconformismo face ao julgamento do presente procedimento, pretendendo,
indevidamente, atribuir efeitos infringentes ao pedido de esclarecimentos. O pedido tem,
portanto, natureza de recurso, incabível contra decisão plenária do CNJ (art. 21 do RI
CNJ)” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007– DJU
05.09.2007).

Pedido de Providências. Nepotismo. Res. 07/2005. – “I) Pedido de


esclarecimentos. Erro material detectado em certidão de julgamento. Retificação
impositiva. Acolhimento do pedido. II) Pedido de esclarecimentos. Pretensão de reexame
da decisão plenária. Alegação de fato superveniente que conduz à ‘perda do objeto’
originário. Pretensão nitidamente recursal contra decisão plenária. Impossibilidade à luz do
art. 21 do Regimento Interno deste CNJ. Rejeição do pedido” (CNJ – PP 315 – Rel. Cons.
Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Pretensão de dar-lhe feição de segundo recurso contra o mérito da causa

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Alegação de omissão e contradição. Pretensão de efeito modificativo ao
julgado. Inexistência de qualquer dos pressupostos exigidos. Rejeição. – “O pedido de
esclarecimentos não pode converter-se em segundo recurso contra o mérito da causa,
diante da vedação expressa do art. 21 do Regimento Interno do CNJ, de sorte que os
embargos de declaração e os pedidos de esclarecimentos somente podem ter efeitos
modificativos se, ao suprir a omissão, a contradição ou a obscuridade – efetivamente
existentes –, outro aspecto da causa tenha de ser apreciado como conseqüência lógica e
necessária” (CNJ – PCA 200710000015417 – Rel. Cons. Rui Stoco – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Pretensão de discutir a legalidade ou não do procedimento disciplinar

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


628

Reclamação disciplinar. Pedido de esclarecimentos. Inexistência


de obscuridade, contradição ou omissão. Pedido rejeitado. – “I) É de ser rejeitado pedido
de esclarecimento que não demonstra conter acórdão recorrido obscuridade, contradição ou
omissão. II) O pedido de esclarecimento não possui efeito infringente. III) A discussão
quanto à legalidade ou não do procedimento adotado pelo ora requerente dar-se-á no curso
do processo administrativo disciplinar cuja instauração se determinou, descabendo valer-se
pedido de esclarecimento para este fim. IV) Pedido de esclarecimentos rejeitado” (CNJ –
RD 631 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª sessão – j. 26.08.2008 –
DJU 12.09.2008).

Pretensão de efeitos infringentes ou modificativos

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Entendimento pacificado neste Conselho de que o Pedido de
Esclarecimentos não possui efeitos infringentes como o pretendido. Omissões alegadas
inexistentes. Pretensão de modificação da decisão proferida. Inadmissibilidade. Pedido
rejeitado. (CNJ – PCA 464 – Rel. Cons. Rui Stoco – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

Procedimento de controle administrativo. Pedido de


esclarecimentos. Efeitos infringentes. Nomeação de servidores concursados para exercício
de cargos de confiança. Persistência da lotação originária, com sustação do período de
estágio probatório. Elenco, ademais, de outros inúmeros funcionários na mesma condição,
a maior parte da Capital, a denotar ausência de burla ao sentido da regra editalícia que
vedava qualquer transferência, antes de três anos. Pedido de controle integralmente
indeferido. (CNJ – PCA 61 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 25 a Sessão – j. 12.09.2006 –
DJU 29.09.2006).

Pretensão de efeitos modificativos

Pedido de Esclarecimentos no Pedido de Providências. Inexistência


de omissão, contradição ou obscuridade. Pedido que visa a modificação da decisão do
Plenário. Impossibilidade. Não-conhecimento. (CNJ – PP 15259 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Pretensão de rediscussão de questões de mérito

Pedido de Esclarecimentos. Omissão alegada. Inocorrência. – “O


Pedido de Esclarecimentos é recurso previsto regimentalmente para sanar contradições,
omissões ou obscuridades do julgado, sendo meio inadequado para se rediscutir as
questões de mérito julgadas. Apenas é admitido efeito infringente em situações
excepcionais, como a de erro material” (CNJ – PP 200810000018459 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Questão deduzida na petição diversa da matéria decidida em Plenário

Pedido de Esclarecimentos. Omissão e contradição. Matéria


analisada pelo Plenário distinta da matéria deduzia no requerimento inicial.
Inocorrência. – “1) O Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, art. 21,
parágrafo único, condiciona o Pedido de Esclarecimentos à ocorrência de obscuridade,
omissão ou contradição. 2) Não há omissão quando a decisão analisa todos os pedidos, e os

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


629

respectivos fundamentos, conforme deduzidos no requerimento inicial. 3) Pedido de


Esclarecimentos a que se nega provimento” (CNJ – PP 20081000007516 – Rel. Cons. João
Oreste Dalazen – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Recurso apresentado fora do prazo regimental

Pedido de Esclarecimentos. Intempestividade. Rejeição. – “I)


Apresentado o recurso fora do qüinqüídio regimental (art. 21, parágrafo único, do RICNJ),
de rigor o não conhecimento do pedido de esclarecimentos. II) Pedido de esclarecimentos
rejeitado” (CNJ – PCA 232 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso atacando a decisão de mérito sob a roupagem de pedido de


esclarecimentos

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Impossibilidade. – “O artigo 21 do Regimento Interno do Conselho estabelece que, dos
atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso. Não deve ser conhecido o
recurso, travestido de pedido de esclarecimentos” (CNJ – PCA 303 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa não oficial).

Rediscussão da demanda. Inadmissibilidade

“O Pedido de Esclarecimentos não se presta a promover a


rediscussão da demanda. Pedido de Esclarecimentos rejeitado” (CNJ – REVDIS 05 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006).

Pedido de Esclarecimentos. Omissão. Inexistência. Pretensão de


reexame da matéria. Impossibilidade. Juiz aposentado compulsoriamente. Incompetência
do CNJ. – “O requerente foi aposentado compulsoriamente no cargo de Juiz de Direito de
sua comarca, não mais se subsumindo à esfera de atuação deste Conselho. Procedimento
que não se conhece” (CNJ – PP 200710000017657 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Pedido de Esclarecimentos. Rediscussão do julgado. Ausência de


obscuridade, contradição ou omissão. Rejeição. – “I) A pretensão formulada é de
rediscussão do tema e modificação da decisão do Plenário em resposta à consulta. II) O
Pedido de Esclarecimentos somente é cabível nas estritas hipóteses de obscuridade,
contradição ou omissão (art. 21 do RICNJ). Pedido de Esclarecimentos rejeitado” (CNJ –
PP 200810000000741 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Pedido de Esclarecimentos em Procedimento de Controle


Administrativo. Juiz do trabalho substituto que teve sua nomeação revogada pelo TRT da
7ª Região. Provocação do Poder Judiciário sobre o fato. Pretensão de ratificação de
liminar concedida judicialmente. Alegação de omissão e obscuridade. Inexistência.
Recurso rejeitado. – “Se o thema decidendum não foi apreciado pelo Plenário do Conselho
Nacional de Justiça, por se tratar de matéria jurisdicional insuscetível de formulação
perante ele, o Pedido de Esclarecimentos não pode reviver as questões de mérito postas à
sua apreciação, mas não tangidas, cabendo apenas insurgir-se nos limites do que restou

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


630

decidido pelo colegiado” (CNJ – PCA 538 – Rel. Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Reexame do feito. Inadmissibilidade

Reclamação Disciplinar. Recurso Administrativo. Pedido de


Esclarecimentos. Ausência de omissão. – “O acórdão recorrido apreciou expressamente as
questões suscitadas pelo requerente, não padecendo de omissão. O Pedido de
Esclarecimentos não é via adequada para simples reexame do feito. Pedido de
Esclarecimentos rejeitado” (CNJ – RD 372 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Reiteração de pedido já apreciado

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. Reiteração


de pedido já apreciado. Indeferimento. – “I) Não há omissão nem contradição a mera
reiteração de pedido já apreciado, não estando presentes quaisquer das hipóteses do art. 21,
parágrafo único, do RICNJ. II) Pedido de Esclarecimentos indeferido” (CNJ – PP 1472 e
PP 200710000009296 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Reiteração de pedido já (re) apreciado. Recurso procrastinatório. Aplicação de


multa

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Esclarecimentos em


Pedido de Esclarecimentos em Recurso Administrativo em Pedido de Providências.
Reiteração de pedido já apreciado. Indeferimento. Recurso procrastinatório. Aplicação de
multa. – “I) Em se tratando de mera reiteração de pedido já (re) apreciado, mostra-se
inviável seu deferimento. II) Nova reiteração de pedidos com caráter nitidamente
infringente, sem razão que o justifique, enseja aplicação de multa por manejo
procrastinatório de aclaratórios, nos termos do art. 538, parágrafo único, do CPC (MS
10168/DF – Min. Laurita Vaz). III) Pedido de Esclarecimentos novamente indeferido, com
aplicação de multa” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Repetição de argumentos já utilizados anteriormente

Pedido de Esclarecimentos no Pedido de Providências. Ausência de


contradição, obscuridade ou omissão. A mera repetição de argumentação, já superada
quando decidida a questão pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça, não serve de
fundamento para pedido de esclarecimentos. Inviabilidade de serem conferidos efeitos
infringentes à decisão. Pedido rejeitado. (CNJ – PP 200810000005260 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Segundo pedido, em reiteração

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Esclarecimentos em


Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Reiteração de pedido já apreciado.
Indeferimento. – “I) Em se tratando de mera reiteração de pedido já apreciado, mostra-se
inviável seu deferimento. II) Reiteração de pedidos com caráter nitidamente infringente
pode ensejar aplicação de multa por manejo procrastinatório (MS 10.168-DF – Min.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


631

Laurita Vaz). III) Pedido de Esclarecimentos novamente indeferido” (CNJ – PP 1359 –


Rel. Cons. Jorge Maurique – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Revisão Disciplinar. Segundo pedido de esclarecimentos.


Inexistência de omissão. Novo pedido de esclarecimentos que se limita a repetir pedido
anterior, nada acrescentando. O acórdão recorrido apreciou expressamente as questões
suscitadas pelo Requerente. (CNJ – REVDIS 05 – Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro –
36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
Evento sobre o qual trata a petição inicial já ocorrido. Perda do objeto

Pedido de Providências. Servidor público. Participação na


elaboração do plano de cargos, carreiras e remuneração. Alegação de irregularidades no
âmbito do tribunal. Utilização do “site” oficial. Servidores não identificados pelo
TCE/PB. Improcedência. – “Há perda do objeto quando o evento sobre o qual trata a
inicial já foi realizado” (CNJ – PP 200710000012910 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª
Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Instauração de ofício pelo CNJ. Cumprido o objetivo, arquivamento


determinado

Procedimento instaurado de ofício para realização de correição


na comarca de São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas. Designação de
conselheiro para acompanhar missão de Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República ao local. Objetivos alcançados pelas providências adotadas
pelo TJAM. – “As reivindicações e providências no âmbito de órgãos de outros poderes a
eles dizem respeito e fogem do âmbito deste Conselho. Missão cumprida em relação ao
CNJ. Arquivamento determinado” (CNJ – PP 1474 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Rediscussão de questão já decidida. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Rediscussão de julgado. Impossibilidade.


Modificação de enunciado administrativo. Ausência de razoabilidade. Obtenção de
benefícios de natureza estipendiária. Interesse individual. Ausência de repercussão geral.
Indeferimento. – “Não cabe rediscussão de questão já decidida pelo Plenário (art. 21,
caput, do RICNJ)” (CNJ – PP 200810000002660 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Pedido de Providências. Renovação. Interesse meramente


individual. Não-conhecimento. – “É incabível a renovação de Pedido de Providências
versando sobre a mesma matéria, quando já existente decisão do Plenário do Conselho
Nacional de Justiça proclamando a ausência de interesse público relevante e pertinente às
competências do Conselho Nacional de Justiça, outorgadas no artigo 103-B da
Constituição Federal. Pedido de Providências de que não se conhece” (CNJ – PP
200810000000029 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 –
DJU 15.04.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


632

PENA
Vide: PRESO – SANÇÃO DISCIPLINAR

PENA DISCIPLINAR
Vide: SANÇÃO DISCIPLINAR

PENALIDADES
Vide: ADVERTÊNCIA

PENITENCIÁRIAS ESTADUAIS
Demora no cumprimento de alvará de soltura de preso provisório

Pedido de Providência. Penitenciárias estaduais. Alvarás de


soltura. Demora no cumprimento pela incompatibilidade de horários de serviços
estranhos ao judiciário fornecedores de dados essenciais. – “Foge ao diâmetro
constitucional de competências do CNJ a apreciação de medidas que envolvam órgãos
estranhos ao Poder Judiciário. Encaminhamento dos autos à Corregedoria-Geral da Justiça
Federal para adoção de providências que aprimorem o regime de cooperação
interinstitucional nos mecanismos de controle de confinamento e soltura de presos
provisórios em unidades estaduais” (CNJ –PP 200810000024630 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

PENSÃO PREVIDENCIÁRIA
V. tb.: DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

A dependentes de servidor do CNJ. Manifestação expressa do titular

“No requerimento inicial de inclusão de dependente, o beneficiário


titular deve expressamente manifestar vontade quanto à concessão da pensão vitalícia de
que trata o art. 217, I, ‘c’, da Lei 8.112/90 e da pensão temporária prevista em seu art. 217,
II, ‘d’” (art. 4º da Res. CNJ 39, de 14.08.2007).

Cumulação com outras espécies remuneratórias. Soma que não se submete ao


teto constitucional (art. 37, XI, CF/88), devendo, contudo, respeitá-lo cada uma
delas, isoladamente

Administração Pública. Regime previdenciário. Percepção


conjunta, por magistrado ou servidor, de pensão e remuneração, subsídio ou provento.
Hipótese excepcional que não se submete à disciplina inscrita no inciso XI do art. 37 da
CF. – “Diante da natureza contributiva do regime previdenciário da Administração Pública
(art. 40 da CF), a pensão por morte regularmente instituída constitui direito legítimo do
beneficiário, pouco importando a existência concomitante ou pregressa de vínculo
funcional entre este e a Administração Pública. Deve, por isso, ser preservada a percepção
simultânea de pensão com outras espécies remuneratórias, observando-se, contudo, sobre
qualquer dessas espécies remuneratórias, o teto máximo previsto no Texto Constitucional
(art. 37, inciso XI)” (CNJ – PP 445 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão
Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


633

“Pelos motivos expostos e nos termos da votação unânime,


atendendo ao requerimento de manifestação formulado pela servidora Maria José Seabra
Nunes esclareço que as pensões percebidas cumulativamente com remunerações, proventos
ou subsídios não devem ser computadas para efeito de aplicação do limite de que trata o
inciso XI do artigo 37 da Constituição, embora estejam submetidas a esse limite quando
isoladamente consideradas. Como conseqüência, proponho a retificação das Resoluções 13
e 14 deste CNJ, consoante proposta a ser apresentada ao Plenário” (CNJ – PP 730 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 –
Ementa não oficial).

Valores já registrados no Tribunal de Contas e irretiráveis e imunes ao teto


estabelecido

“Alerto, outrossim, que, no caso de proventos e pensões, há um


aspecto peculiar, os valores e verbas já estão registrados pelo Tribunal de Contas, pelo que
também por esse viés seria vedado ao Conselho Nacional de Justiça, órgão administrativo,
alterar o disposto e aprovado pelo Tribunal de Contas, sob pena de se criar um conflito
interno na Administração Pública, ainda que entre nível Federal e Estadual, obviamente
observado o disposto no item 7 a seguir” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

PERDA DO OBJETO DA CAUSA


Evento sobre o qual trata a petição inicial já ocorrido

Pedido de Providências. Servidor público. Participação na


elaboração do plano de cargos, carreiras e remuneração. Alegação de irregularidades no
âmbito do tribunal. Utilização do “site” oficial. Servidores não identificados pelo
TCE/PB. Improcedência. – “Há perda do objeto quando o evento sobre o qual trata a
inicial já foi realizado” (CNJ – PP 200710000012910 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª
Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

PERDA DO OBJETO DO PEDIDO


V. tb.: PEDIDO

Restabelecimento da situação anterior

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento da


Corregedoria-Geral de Justiça do Estado da Bahia. Determinação de que estabelecimento
prisional destinado ao recolhimento de presos provisórios abrigue também condenados de
ambos os sexos a regime fechado e semi-aberto. Provimento posterior restaurando a
primitiva destinação. Perda de objeto do pedido. – “Há perda do objeto do pedido quando
a Administração, revendo o ato impugnado, promove o restabelecimento da situação
anterior que por meio de Procedimento de Controle Administrativo se buscava alcançar.
Procedimento de Controle Administrativo arquivado por perda de objeto” (CNJ – PCA
200710000019400 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


634

PERÍCIA
Questão de natureza jurisdicional

Recurso Administrativo. Perícia. Ato jurisdicional. – “A realização


de perícias no curso de processos judiciais é feita conforme determinação e avaliação dos
magistrados no exercício de sua função jurisdicional” (CNJ – PP 12738 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

PERMUTA
Entre juízes. Critérios. Qualidade das sentenças

Concurso de promoção, remoção e permuta de magistrados.


Qualidade de sentença. – “Ao se adotar, na análise da qualidade da sentença, parâmetros
que se vinculam à sua confirmação, reforma parcial ou total, ou, ainda, anulação pelo
Tribunal, estar-se-á privilegiando magistrados cujas sentenças tiveram reforma em menor
número. Além disso, poderá compelir o magistrado de primeiro grau, que tem interesse na
movimentação funcional, a seguir o entendimento adotado pelo Tribunal, no caso concreto,
desrespeitando, por conseguinte, a garantia do exercício da função com liberdade e o
princípio do livre convencimento motivado. Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000017996
– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Entre juízes. Necessidade de ampla publicidade dos dados informativos

Concurso de promoção, remoção e permuta. Necessidade de


ampla publicidade de dados informativos sobre os magistrados inscritos. – “Os dados
correspondentes aos magistrados inscritos ao concurso de promoção, remoção ou permuta,
fornecidos pelo Corregedor-Geral de Justiça ao Pleno ou Órgão Especial, devem ser prévia
e amplamente divulgados, de modo a garantir aos interessados impugnações contra
eventuais omissões, se necessário” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Entre juízes. Regulamentação

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamentação dos


pedidos de permuta. Requisitos básicos estabelecidos em norma regimental do Tribunal de
origem. Sentido da orientação normativa deste Conselho, fixada no julgamento do PP 89.
Recomendação, porém, que visa evitar permutas efetivadas às vésperas de promoção de
um dos juízes nela envolvido. Pedido acolhido para este fim. (CNJ – PCA 319 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Entre juízes. Simulação para impedir a abertura de concurso de remoção ou


promoção

Procedimento de Controle Administrativo. Simulação de permuta


entre magistrados. Afronta aos princípios constitucionais da administração pública.
Desconstituição da permuta. Pedido julgado procedente. – “Não é possível admitir a
realização de permutas que tenham o fim de burlar o procedimento, ou seja, que visem a
impedir a abertura de concurso de remoção ou promoção para determinada vaga” (CNJ –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


635

PCA 200810000013528 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Magistrado. Exigência de decisão em sessão pública, votação aberta, nominal e


fundamentada

Pedido de Providências. Res. 06/2005-CNJ. Remoção e permuta


de magistrados. Processos administrativos de remoção e permuta de magistrados.
Necessidade de deliberação em sessões públicas e de exposição dos motivos
correspondentes. – “As decisões proferidas pelos tribunais em processos de remoção e
permuta de magistrados, em face de sua natureza administrativa, hão de ser tomadas em
sessões públicas, mediante votação aberta, nominal e fundamentada, sob pena de nulidade,
na exata conformidade do inciso X do art. 93 da CF. Pedido de Providências acolhido, com
a edição de norma administrativa por este Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”. Pedido
procedente. (CNJ – PP 89 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 –
DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).
No mesmo sentido:
1. CNJ – PP 487 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006.
2. CNJ – PP 1022 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006 – Ementa não oficial.

Magistrados. Permuta na nova Região

Remoção e permuta de Magistrados Federais. Contagem de tempo


anterior em região diversa. – “Para fins de promoção ou remoção na nova Região, é
inviável o cômputo do tempo anterior de magistratura do juiz federal que se desloca de sua
Região, por permuta ou remoção, a pedido, enquanto não editada a lei a que se refere o
parágrafo 1º, do artigo 107 da Constituição da República, ou alterada a diretriz fixada no
art. 7º da Res. 08, de 28 de novembro de 1989. Pedido de Providências conhecido e
julgado improcedente” (CNJ – PP 6131 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

PETIÇÃO INICIAL
V. tb.: REQUERIMENTO

Aditamento após julgamento pelo Plenário

Embargos declaratórios em Procedimento de Controle


Administrativo. Fatos novos. – “Inviável o aditamento do pedido após decisão plenária.
Diante da relevância das noticias anunciadas e tendo este Conselho a prerrogativa de agir
ex officio, deve ser instaurado novo procedimento” (CNJ – PCA 90 – Rel. Cons. Ruth Lies
Scholte Carvalho – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não
oficial).

Apócrifa. Recurso tido por inexistente

Recurso Administrativo em Recurso Administrativo. Reclamação


Disciplinar. Petição apócrifa. – “É correta a decisão que tem por inexistente o Recurso
Administrativo interposto sem a assinatura do recorrente. Recurso Administrativo a que se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


636

nega provimento” (CNJ – RD 629 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha –
53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Apócrifa, postada via internet

Pedido de Providências. Requerimento apócrifo postado via


Internet. Reclamação referente a atitude de advogado. Impossibilidade de acolhimento de
pedido feito por pessoa não identificada. Incompetência do CNJ para apreciação da
reclamação contra pessoa que não pertence ao Poder Judiciário. (CNJ – PP 470 – Rel.
Cons. Vantuil Abdala – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

CNJ. Identificação do requerente. Obrigatoriedade

“A Seção de Protocolo, Autuação, Distribuição e Informações


Processuais deverá, antes de promover a distribuição de requerimento inicial dirigido ao
Conselho Nacional de Justiça, verificar se dele constam o endereço e a identificação
inequívoca do requerente. Parágrafo único. A identificação de pessoas naturais deverá ser
feita com a juntada de cópia simples do documento de identidade, do Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF) e do comprovante ou declaração de residência, salvo impossibilidade
expressamente justificada no requerimento inicial” (art. 1º da Portaria CNJ 174, de
26.09.2007).

“Ausente o endereço ou a identificação inequívoca do requerente, o


expediente será encaminhado ao Secretário-Geral para que determine o seu arquivamento,
motivadamente, resguardado o direito à renovação do requerimento” (art. 2º da Portaria
CNJ 174, de 26.09.2007).

Conhecimento após o arquivamento do feito

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Alegação de omissão na apreciação dos pedidos. Conhecimento pela
Conselheira da petição de emenda à inicial após o arquivamento do feito. (CNJ – PCA 509
– Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Peça que deve conter as razões jurídicas do pedido

Pedido de Providências. Consulta. Ausência de argumentação


jurídica relevante. – “É imprescindível que os requerentes articulem na petição inicial
razões jurídicas relevantes que demonstrem tanto a controvérsia na interpretação de
normas, quanto o interesse geral em uma manifestação deste Conselho. Em outras
palavras, as consultas precisam ser justificadas juridicamente, o problema precisa ser
apresentado, a controvérsia jurídica deve estar presente na argumentação, sob pena de as
manifestações deste Conselho perderem a relevância que a Constituição lhes atribui” (CNJ
– PP 11229 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Pedido formulado por advogado sem procuração

Pedido de Providências. Processo Administrativo da Corregedoria


Permanente de Cartórios. Alegação de nulidades ocorridas em vários lançamentos de
matrícula do Registro de Imóveis. Pedido formulado por advogado sem procuração com

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


637

fins específicos e em nome próprio. Petição inicial inepta e irregularidades inexistentes.


Questão posta já judicializada. – “A parte interessada não pode fazer uso, a um só tempo,
dos procedimentos administrativos excepcionais assegurados pelo art. 103-B, § 4º da
CF/88 perante o CNJ e dos meios judicialiformes tendentes a obter a coisa julgada
definitiva no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Permissão dada pela Corregedoria a servidor para que faça juízo de


admissibilidade de petições iniciais

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de Corregedoria


de Tribunal. Juizado especial. Previsão de que servidor realize juízo de admissibilidade de
petição inicial. Ilegalidade. – “É ilegal Provimento de Corregedoria-Geral de Tribunal que
delega a serventuário que atua em Juizado Especial a atividade de realizar análise dos
requisitos de admissibilidade da petição inicial, porquanto tal tarefa, por ser
eminentemente jurisdicional, cabe unicamente a magistrado legitimamente investido no
exercício da função. Norma dessa natureza, além de importar delegação indevida de
atividade jurisdicional, viola o princípio do juiz natural e o direito de ação garantidos pela
Constituição da República. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e
a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA 200810000032481 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

PIS/PASEP
Manutenção da parcela na folha de pagamentos dos magistrados

Pedido de Esclarecimentos. Conhecido apenas quanto ao abono


‘PIS/PASEP’ para manter a parcela na folha de pagamento dos magistrados. Concessão de
prazo para cumprimento de decisão/CNJ. Incabível na hipótese. Artigos 21 e 99, § único,
do Regimento Interno deste CNJ. (CNJ – PCA 437 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

PLANO DE CARREIRAS E VENCIMENTOS


Técnico de administração. Violação da lei

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Plano de


Carreiras e Vencimentos do Servidor Público do Poder Judiciário do Estado da Bahia.
Técnico de Administração. Bacharel. Violação a Lei Federal 4.769/95. Decisão
monocrática. (CNJ – RAPP 1181 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

PLANTÃO JUDICIÁRIO
V. tb.: EXPEDIENTE FORENSE – HORÁRIO DE ATENDIMENTO

Comarcas do Interior

Pedido de providências. Tribunal de Justiça do Estado de Minas


Gerais. Plantão forense nas comarcas de interior. Publicidade. Art. 1º, III, da Res. 36 do
CNJ. – “1) Nas comarcas do interior de Minas Gerais, a designação dos magistrados para o

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plantão refere-se somente aos sábados, domingos e feriados. Nos dias úteis, caberá aos
juízes de suas respectivas varas e comarcas atender os pedidos de medidas de urgência. 2)
A efetividade do plantão judiciário reclama, além da fixação da disciplina ou designação
do magistrado, a divulgação do local de funcionamento, da forma de acesso e contato com
o plantonista. Precedentes (PP 8028 e PP 841). Pedido julgado parcialmente procedente
para determinar a divulgação do plantão” (CNJ – PP 200810000018514 – Rel. Cons. José
Adonis Callou de Araújo Sá – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Justiça Militar

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Requerimento


de efetivação do Plantão Judiciário no âmbito da Justiça Militar. Matéria já
regulamentada. Impossibilidade de atuação do CNJ. Necessidade de divulgação do
plantão e das informações a ele referentes. Recurso parcialmente provido. – “I) Em já
havendo regulamentação da matéria no âmbito da Justiça especializada, desnecessária a
atuação do CNJ quando não apresentados indícios de atos ilegais, irregulares e/ou
omissivos. II) É imprescindível a divulgação do plantão judiciário e das informações a ele
referentes para a garantia da finalidade visada pelo instituto” (CNJ – PCA
200810000008028 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

Pagamento de horas extras

Pedido de Providências. Plantão judiciário. Pagamento de horas


extras. Falta de atribuições do CNJ. Compensação com descanso laboral. Possibilidade.
Opção do Tribunal. – “I) A decisão entre o pagamento de horas extras ou o deferimento de
folga laborais, consiste em matéria interna corporis, resguardada pela autonomia
constitucionalmente assegurada aos Tribunais para organizarem suas secretarias e serviços
auxiliares (art. 96, I, “b”, CF/88), planejarem sua gestão, elegerem suas prioridades quando
do emprego de recursos orçamentários e fixarem diretrizes administrativas consentâneas
com as peculiares carências e demandas locais. II) Jungido este Conselho à condição de
instância de controle dos atos administrativos e financeiros emanados dos órgãos
judicantes, não pode se sobrepor ao Tribunal no exercício da edição de atos diretivos e na
escolha da regra mais adequada a cada unidade do Poder Judiciário (art. 99 da CF/88). V)
Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000012780 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Plantão de Desembargadores. Pretensão de remuneração por serviço


extraordinário

Procedimento de Controle Administrativo. Postulação de


concessão de remuneração por serviço extraordinário ou compensação em decorrência de
atendimento de plantão por desembargadores. – “I) A LOMAN, no tocante aos
estipêndios de magistrado, não prevê a possibilidade de pagamento de qualquer
gratificação por serviço de plantão. Improvimento. II) É impossível estabelecer qualquer
tipo de compensação para Desembargadores por atuação em regime de plantão, eis que é
inviável lograr-se qualquer tipo de compensação na espécie. III) Consulta conhecida, mas
improvida” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


639

“Assim, os magistrados têm direito a três prerrogativas que são


fundamentais para o bom exercício da jurisdição, que são a inamovibilidade, a
irredutibilidade de vencimentos e a vitaliciedade. Tais garantias, que são os predicamentos
da magistratura, já colocam que se é evidente que os magistrados são trabalhadores do
Serviço Público, em sentido lato, por outro lado sinaliza que não são trabalhadores
comuns, mas sim estão situados em outro patamar, como agentes políticos do Estado. E
assim, como agentes políticos que são, estão sujeitos a outras obrigações, da qual não
podem esperar retribuição, como é o caso de eventual remuneração por realização de
serviço extraordinário, pelo fato de que ficaram à disposição dos jurisdicionados, em
regime de plantão” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:
“Reconhecer que o magistrado de 2º grau pode deixar de
comparecer ao Tribunal, como compensação implica em admitir que o Desembargador tem
horário fixo de trabalho, o que me parece contraditório com o regime próprio de trabalho
destes magistrados” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Pretensão de alteração

Plantão Judiciário. Tribunal de Justiça de São Paulo.


Arquivamento do Pedido. – “A disciplina do Plantão Judiciário, estabelecida pelo Tribunal
requerido atende satisfatoriamente o mandamento constitucional. Desnecessária a
intervenção deste Conselho, devendo o requerente dirigir-se à Corregedoria para que esta
apure a falta eventualmente ocorrida” (CNJ – PP 37 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 9ª Sessão –
j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

Regras para a sua regulamentação

“A regulamentação dos plantões judiciários implantados no âmbito


de cada Tribunal deverá observar as seguintes regras mínimas: I – funcionamento em
ambos os graus de jurisdição, e em todos os períodos em que não haja expediente normal,
assim alcançando feriados, fins de semana e dias úteis fora do horário de atendimento
ordinário; II – previsão de cláusula geral que autorize o plantonista a avaliar urgência que
mereça atendimento, mesmo fora de rol casuístico que se tenha estabelecido das matérias
passíveis de apreciação no plantão, necessariamente vinculadas a tutelas ou medidas
prementes, logo que examinadas remetidas ao juiz natural; III – prévia e periódica
divulgação dos locais de funcionamento do plantão, da forma de acesso e contato com o
plantonista e da escala, elaborada com base em critérios objetivos e impessoais, de quem
exercerá essa função, inclusive com inserção nos ‘sites’ dos Tribunais e comunicação, sem
prejuízo da solicitação para a participação respectiva, quando o caso, ao Ministério
Público, OAB, Defensoria Pública, Secretaria de Segurança ou chefia das Polícias” (art. 1º
da Res. CNJ 36, de 24.04.2007).

“A presente Resolução não se aplica aos Tribunais Superiores” (art.


2º da Res. CNJ 36, de 24.04.2007).

“Cada Tribunal deverá, no prazo de 60 (sessenta) dias, adequar


seus atos normativos, concernentes ao plantão, ao padrão mínimo nessa Resolução
estabelecido, comunicando ao Conselho Nacional de Justiça” (art. 3º da Res. CNJ 36, de
24.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Regulamentação

Pedidos de Providências. Regulamentação dos plantões judiciários.


Fixação de padrões mínimos a serem observados na prestação jurisdicional ininterrupta,
por meio de plantão permante. Previsão apenas para 1º e 2º grau de jurisdiçao, inclusive
Tribunais Regionais Eleitorais. Proposta de Resolução a ser submetida posteriormente ao
Plenário. (CNJ – PP 841 – Rel. Cons. Claudio Godoy – 9ª Sessão Extraordinária – j.
17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Regulamentação pelos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Plantão judiciário. Res.


12/2006 do TJCE. Pedido de revogação. – “O Plantão Judiciário é determinação
constitucional (art. 93, inciso XII, da CF/88) ‘funcionando, nos dias em que não houver
expediente forense normal, juízes em plantão permanente’. Evidentemente que entre os
dias sem expediente forense estão os fins de semana e feriados. A resolução impugnada
prevê o sistema de rodízio entre todos os juízes das comarcas integrantes dos núcleos e
entre as secretarias de varas da sede de cada núcleo. Parece-me solução que
adequadamente cumpre a norma constitucional. Em razão dos rodízios, os juízes não terão
comprometido o repouso semanal em caráter permanente” (CNJ – PCA 245 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

PLENÁRIO
Vide: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS – TRIBUNAL PLENO

PLENINHO
Reuniões denominadas “Pleninho”, que antecedem as reuniões do Tribunal
Pleno dos tribunais

“Determina-se seja recomendado ao Tribunal que as reuniões


denominadas ‘Pleninho’, as que antecedem as reuniões do Pleno, sejam realizadas no
próprio Tribunal, estendidas a todos os desembargadores e que, doravante sejam
denominadas reuniões administrativas” (CNJ – SIND 03 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

PODER JUDICIÁRIO NACIONAL


Composição

Poder Judiciário Nacional. – “O Poder Judiciário, nos termos do art.


92 da Constituição Federal, é nacional, compondo-se dos ramos especializados da Justiça
Trabalhista, Eleitoral e Militar e da Justiça Comum, que abrange as Justiça Federal e
Estadual. Cada ramo da Justiça brasileira constitui carreira autônoma, cujo provimento, em
regra, se dará por concurso público, salvo as hipóteses excepcionais de investidura
político-constitucional” (CNJ – PP 465 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 23ª Sessão – j.
15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


641

PODER NORMATIVO PRIMÁRIO DO CNJ


Reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal

“Ademais, o STF reconheceu o poder normativo primário do CNJ,


por ocasião da apreciação da medida cautelar na ADC 12-6/DF, tendo o Relator, Ministro
Carlos Britto, asseverado que os atos do Conselho Nacional de Justiça têm por base de
validade a própria Constituição, afastando, também, possíveis argumentos de ofensa à
autonomia dos Estados. Assim, afasto a argüida afronta à autonomia dos Estados. A
propósito, o Ministro Cezar Peluso, no voto que proferiu na ADI 3.367-DF, bem salientou
que ‘somente um órgão de dimensão nacional e de competências centralizadas pode, sob
tais aspectos, responder aos desafios da modernidade e às deficiências de visões e práticas
fragmentárias na administração do Poder’” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

PODER REGULAMENTAR
Poder regulamentar dos tribunais. Pretensão de que o CNJ determine aos
tribunais que regulamentem disposição de lei

Pedido de Providências. Sindicato de classe. Pretensão de que o


CNJ regulamente os arts. 58 e 63 da LC Estadual 5/2001, fixando-se prazo para o seu
cumprimento. Inadmissibilidade. Preservação da autonomia do Poder Judiciário. –
“Falece competência ao CNJ para determinar que os tribunais regulamentem disposições
de Lei Complementar, considerando que tal exsurgiria como interferência na autonomia
administrativa e financeira dos tribunais, assegurada pelo art. 99 da Constituição Federal,
considerando que o aumento de despesas traduz questão interna corporis, na medida em
que o incremento de gastos poderá não se compatibilizar com a disponibilidade de
recursos, por força do orçamento-programa anual e das restrições da Lei de
Responsabilidade Fiscal” (CNJ – PP 2009100000011524 – Rel. Cons. Rui Stoco – 83ª
Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

PONTO ELETRÔNICO
Servidor público. Controle de frequência

Servidores públicos. Controle de freqüência. Implantação de ponto


eletrônico. Edição de Resolução/Recomendação. Autonomia dos Tribunais.
Inconveniência. – “1) A escolha do método mais eficiente para o controle da jornada dos
servidores depende de uma série de variáveis a serem observadas caso a caso, competindo
aos Tribunais decidir pela forma mais adequada em concreto. Desaconselhável, portanto, a
edição de resolução ou recomendação sobre a matéria, sobretudo considerando a ausência
de desejável uniformidade no Poder Judiciário Nacional, ou mesmo em âmbito regional.
Questão de economia interna dos Tribunais, insuscetível de normatização em face das
peculiaridades de cada Corte e mesmo de cada unidade da federação, tendo em conta,
inclusive, disponibilidade orçamentária. 2) Pedido de Providências que se julga
improcedente” (CNJ – PP 200910000001634 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª
Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

POPULAÇÃO CARCERÁRIA

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V. tb.: ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

Cumprimento da Resolução 47/2007 do CNJ. Condições adequadas de


funcionamento das prisões e garantia aos presos de sua integridade física e
moral

Penitenciária de Guareí/SP. Descumprimento da Resolução


47/2007 do CNJ. – “É premente o cumprimento da Resolução 47/2007, do CNJ, a fim de
proporcionar segurança e assegurar condições adequadas de funcionamento dos
estabelecimentos prisionais, além de garantir aos presos o respeito à sua integridade física
e moral. Soluções concretas devem ser adotadas pela Corregedoria-Geral de Justiça do
TJSP, afastando-se meros paliativos” (CNJ – PP 200710000015260 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Interdição de estabelecimento prisional. Natureza administrativa da medida

“Daí por que correta a decisão da Corregedoria-Geral da Justiça


paulista no presente caso, vez que, não apenas traduz o controle hierárquico administrativo,
mas por estar sobretudo revestida de competência e formalidades necessárias, observando-
se assim o princípio da legalidade da execução penal. Não há dúvida que a natureza
jurídica do ato de interdição de estabelecimento de execução penal é administrativa. Não
fosse assim, a mencionada medida cautelar interposta perante o STJ teria sido distribuída e
julgada por algumas das Turmas componentes da 3ª Seção (5ª ou 6ª Turmas – art. 9º, § 3º,
I, do RISTJ), o que de fato não ocorreu, pois foi apreciada pela 1ª Turma, componente da
1ª Seção, a qual cabe processar e julgar os feitos relativos, entre outros, a nulidade ou
anulabilidade de atos administrativos (art. 9º, § 1º, II, do RISTJ)” (CNJ – PCA
200810000002397 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008 – Ementa não oficial).

Interdição de estabelecimento prisional. Natureza administrativa da medida.


Controle hierárquico competente ao juízo da execução criminal

Procedimento de Controle Administrativo. Interdição de


estabelecimentos prisionais. Natureza jurídica. Competência. Enfoque macro do problema
prisional. Improvimento. – “I) A decisão que decreta a interdição de estabelecimentos
prisionais é de natureza administrativa e não jurisdicional, não sendo desafiável por meio
do recurso de agravo de execução (art. 197 da LEP), consoante entendimento do STJ (MC
5220/MG e RMS 4059/RS). Analogia com a natureza jurídica da decisão que transfere
presos, igualmente consubstanciadora de ato administrativo (STF: HC 64347/SP e HC
67221/PR; STJ: CC 40326/RJ). II) Sendo administrativo, submete-se ao controle
hierárquico da Administração e compete ao juízo da execução criminal, desde que
observadas as formalidades e procedimentos, caso regulamentados, do Tribunal de origem.
Exegese conjugada dos arts. 65 e 66, VIII, da LEP” (CNJ – PCA 200810000002397 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Interdição de estabelecimento prisional. Natureza administrativa da medida.


Superpopulação que merece enfoque macro

Procedimento de Controle Administrativo. Interdição de


estabelecimentos prisionais. Natureza jurídica. Competência. Enfoque macro do problema
prisional. Improvimento. – “I) A decisão que decreta a interdição de estabelecimentos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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prisionais é de natureza administrativa e não jurisdicional, não sendo desafiável por meio
do recurso de agravo de execução (art. 197 da LEP), consoante entendimento do STJ (MC
5220/MG e RMS 4059/RS). Analogia com a natureza jurídica da decisão que transfere
presos, igualmente consubstanciadora de ato administrativo (STF: HC 64347/SP e HC
67221/PR; STJ: CC 40326/RJ). II) Sendo administrativo, submete-se ao controle
hierárquico da Administração e compete ao juízo da execução criminal, desde que
observadas as formalidades e procedimentos, caso regulamentados, do Tribunal de origem.
Exegese conjugada dos arts. 65 e 66, VIII, da LEP. III) O enfoque a ser dado ao problema
da superpopulação prisional transcende os limites pontuais em cada caso, porquanto é
macro, sistêmico, mundial e complexo. Não pode ser abordado isoladamente, mas sim
receber tratamento conjunto de todos os órgãos setoriais envolvidos dos Poderes Judiciário
e Executivo, por meio dos canais competentes pra formulação das políticas públicas de
Administração Penitenciária, ocasionando violação ao princípio da separação dos Poderes
(art. 2º da CF/88) e à cláusula da reserva do possível (APDF 45). IV) Procedimento de
Controle Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000002397 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS


V. tb.: DEFICIENTE FÍSICO

Acesso às unidades do Poder Judiciário de Minas Gerais

Pedido de Providências. Expedição de Ato Regulamentar. Apoio à


pessoa deficiente. Poder Judiciário local de Minas Gerais. Acesso às unidades do Poder
Judiciário. (CNJ – PP 1236 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU
20.04.2007 – Ementa não oficial).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Forma de escolha de


vagas

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. – “A
definição sobre quais vagas devem ser reservadas aos portadores de deficiência física
constitui mérito do ato administrativo que, apenas excepcionalmente, pode ser controlado
pelo Conselho Nacional de Justiça, na hipótese de ilegalidade intrínseca, mas não no seu
aspecto externo de conveniência e oportunidade, justamente porque na ausência de lei
complementar regulamentadora do inciso VIII do art. 37 da CF/88, a norma integradora e
que dá vida e efetividade ao preceito constitucional é o edital do concurso” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Reserva de vagas

Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “A reserva de vagas para
deficientes como o seu contrário não afetam qualquer princípio constitucional ou legal,
pelo que nenhum reparo há de se fazer quanto a esse tópico” (CNJ – PCA 7287 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Reserva de vagas para


portadores de necessidades especiais. Concurso público de ingresso na atividade notarial.
Decisão já analisada pelo CNJ (PCA 110). Indeferimento. – “I. Não é ilegal nem
inconstitucional a ausência de reserva de vagas a portadores de necessidades especiais em
concurso público de ingresso na atividade notarial, nos termos da ADI 2602. II. Questão já
analisada pelo CNJ (PCA 110). Procedimento de Controle Administrativo indeferido”
(CNJ – PCA 7287 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Reserva de vagas.


Obrigatoriedade

“Em todos os concursos públicos para provimento de cargos do


Poder Judiciário, inclusive para ingresso na atividade notarial e de registro, será assegurada
reserva de vagas a candidatos com deficiência, em percentual não inferior a 5% (cinco por
cento), nem superior a 20% (vinte por cento) do total de vagas oferecidas no concurso,
vedada a incidência de ‘nota de corte' decorrente da limitação numérica de aprovados e
observando-se a compatibilidade entre as funções a serem desempenhadas e a deficiência
do candidato. As listas de classificação, em todas as etapas, devem ser separadas,
mantendo-se uma com classificação geral, incluídos os candidatos com deficiência e outra
exclusivamente composta por estes” (Enunciado Administrativo CNJ 12, de 29.01.2009).
(Precedente: PP 200810000018125 – 69ª Sessão – julgado em 9 de setembro de 2008).

“Na esteira da jurisprudência majoritária que vem se firmando no


CNJ, a interpretação sistêmica dos arts. 37, inciso VIII e 236 da Constituição Federal
impõem o entendimento de que essa reserva é obrigatória para portadores de deficiência
física nos concursos para provimento das serventias extrajudiciais. A questão não é apenas
de ‘não haver ilegalidade na reserva’, mas sim de considerar que é obrigatória a reserva, o
que ressuma diverso e fundamental, ou seja, não se concede margem de discricionariedade
aos organizadores do concurso de ingresso” (CNJ – PCA 200810000004280 – Rel. Cons.
Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso de Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Reserva de vagas para
portadores de necessidades especiais. Obrigatoriedade. Forma de escolha de vagas pelos
portadores de deficiência que pode ser estabelecida no edital. Recurso improvido. –
“Exegese sistêmica e compreensiva do art. 37, inciso VIII da CF/88 leva à conclusão
inafastável de que também nos concursos de ingresso na atividade notarial e de registro
impõe-se a reserva de vagas para portadores de necessidades especiais. A proteção de
minorias, como a dos deficientes físicos ou portadores de necessidades especiais é uma
imposição constitucional que deriva de uma correta interpretação do princípio da
igualdade. Um Estado de direito fundado no respeito aos direitos individuais e no princípio
democrático precisa garantir proteção às minorias e facilitar-lhes a inclusão social. O
tratamento diferenciado que a Constituição garante aos portadores de necessidades
especiais é resultado da interpretação do princípio da igualdade que impõe que os
diferentes sejam tratados de forma diferenciada, na proporção exata das desigualdades.
Portanto os tribunais do País quando estabelecem tal proteção estão, em última ratio,
atribuindo efetividade ao princípio constitucional da igualdade” (CNJ – PCA
200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

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645

PORTARIAS
Edição de Portaria pelos juízes. Possibilidade de controle do ato pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Portaria editada pelos


juízes do Juizado Especial Cível, limitando o número de laudas que as defesas em juízo
deve conter a quantidade de documentos que as acompanham e estabelecendo o momento
de apresentação da contestação, suprimindo o de abertura da instrução processual em
ofensa à lei 9099/95. Inadmissibilidade. Ofensa aos princípios das reservas da lei, da
oralidade e da ampla defesa. Pedido provido. Desconstituição do ato determinada. – “I)
Sem prejuízo da competência cometida ao Conselho Nacional de Justiça pelo art. 102-B, §
4º, II da Constituição Federal, os atos administrativos expressos em portarias ordinatórias,
emanados dos magistrados, podem e devem ser controlados pelos respectivos Tribunais e,
como decorrência desse controle, podem ser desconstituídos por decisão do Conselho
Superior da Magistratura, do Órgão Especial ou do Tribunal Pleno. II) Como atos interna
corporis as portarias só podem disciplinar e direcionar regras para os administrados, ou
seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em processos judiciais,
cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de regência” (CNJ –
PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
Parte do Voto do Relator:
“A edição de ato normativo interna corporis, representado por
“Portaria” dos Juízes que respondem pelo Juizado Especial Cível na comarca de Itapetinga,
Estado da Bahia, com a amplitude e poder invasivo que ostenta, sobre constituir ato
normativo espúrio, caracteriza – às escâncaras e estreme de dúvida – ofensa ao direito
constitucional ao due process of law, na medida em que agride a ampla defesa e impõe
restrições que a lei não estabelece. Não se deslembre, nem se olvide que “portarias são atos
administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem
determinações gerais ou especiais a seus subordinados...” (HELI LOPES MEIRELLES.
Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p.176).
Segundo a dicção de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: “Portaria é formula
pela qual autoridades de nível inferior ao de Chefe do Executivo, sejam de qualquer
escalão de comandos que forem, dirigem-se a seus subordinados, transmitindo decisões de
efeito interno...” (Curso de Direito Administrativo. 18. ed. Malheiros Editores, 2005, p.
408). Portanto, como atos interna corporis as portarias só podem disciplinar regras para os
administrados, ou seja, para os servidores do foro e não interferir e irradiar efeitos em
processos judiciais, cuja ordenação e procedimento estão estabelecidos na lei processual de
regência” (CNJ – PCA 5722 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

Pedido de Providências. Portaria 01/2008. Juizado especial cível e


criminal de Maracaju/MS. Rito processual da Lei 9.099/95. Supressão de audiência.
Conciliação. Impossibilidade. Princípio da legalidade. Devido processo legal. – “I)
Conquanto transborde das tarefas insculpidas no Art. 103-B, § 4º, da Constituição de 1988
eventuais auditorias sobre a orientação filosófica, a correção técnica ou os critérios
adotados quando da formação do convencimento de magistrados, os atos administrativos
emanados do Poder Judiciário estão, inexoravelmente, sujeitos ao juízo de legalidade
exercido pelo CNJ. II) A Portaria 01/2008, ao conferir disciplina autônoma às ações
ajuizadas para dirimir controvérsias consumeiristas, extrapolou os limites autorizados pela
lei e violou o due process of law, ainda que o tenha feito sob inspiração dos princípios da
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, vetores que informam e

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646

iluminam a Lei 9.099/95. III) Tanto as Portarias, quanto as Instruções, Circulares, Ordens
de Serviço, Provimentos e Avisos, são espécies de atos destinados, na Administração
Pública, à organização dos serviços internos e à comunicação entre repartições, não se
prestando a gerar obrigações imputáveis a particulares. IV) Como cediço, encontram os
atos administrativos limites intransponíveis na lei, não possuindo, em tese, caráter inovador
e, portanto, vocação para distinguir situações que a própria lei não distingue. V) Precedente
deste Conselho: PCA 5722. VI) Pedido de Providências a que se defere” (CNJ – PP
200810000031294 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Edição por magistrado com usurpação da atividade legislativa, criando


normas abstratas e instituindo novas figuras penais

Edição de Portaria pelo juízo monocrático. Usurpação de


atividade legislativa. Ilegalidade. – “I – Não pode o Juiz, através de ato administrativo,
criar conceitos legais, instituir infrações e prever sanção onde a lei não o faz. II) A edição,
pelo Poder Judiciário, de portaria com a instituição de várias normas de caráter geral e
abstrato, inclusive com a criação de novas figuras típicas, significa usurpação de atividade
privativa do Poder Legislativo. IV – Procedimento de Controle Administrativo procedente
para revogar a portaria impugnada” (CNJ – PCA 200710000004468 – Rel. Cons. Técio
Lins e Silva – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

PORTE DE ARMA DE FOGO


Autorização para utilização pelos oficiais de segurança. Autonomia
administrativa dos Tribunais

Porte de arma de fogo. Vigilância realizada pela polícia militar.


Autonomia do tribunal. – “Não cabe ao CNJ determinar que o tribunal autorize a utilização
de porte de arma de fogo por seus oficiais de segurança, pois é matéria que se insere no
âmbito da autonomia administrativa” (CNJ – PP 200710000019060 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Consulta acerca da possibilidade do membro do MP portar arma em


audiência
Procedimento de Controle Administrativo. Consulta.
Comportamento. Membro do Ministério Público. Porte de arma. Magistrado. Matéria
estranha à atuação do CNJ. Interesse individual. – “Analisar a regularidade de intimação
de membro do Ministério Público e seu porte de arma durante a audiência não estão dentre
as atribuições deste Conselho Nacional de Justiça. Porte de arma por magistrado durante
audiência realizada. Interesse meramente individual, sem repercussão institucional
relevante para o Judiciário Nacional não é atribuição deste Conselho Nacional de Justiça.
Precedentes. Pedido de providências que não se conhece” (CNJ – PP 200810000022451 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

PRAZO PROCESSUAL
Cumprimento das decisões do CNJ

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça de Goiás.


Prazo para cumprimento de decisão. – “I) O prazo para cumprimento de decisão do

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647

Conselho Nacional de Justiça tem início na data em que o Tribunal foi intimado do
conteúdo desta. II) A ausência de acolhimento de eventual Pedido de Esclarecimentos não
modifica o prazo para início do cumprimento do julgado. III) Pedido, entretanto, não
conhecido em face da interposição de Mandado de Segurança junto ao Supremo Tribunal
Federal que suspendeu a execução do julgado” (CNJ – PP 200810000029871 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Demora na duração dos processos

Administrativo. Pedido de Providências. Demora na tramitação de


processo em Tribunal. Razoabilidade dos prazos. Diversas substituições de Relatoria.
Excesso aparente de prazo entre conclusão do julgamento e publicação do acórdão.
Necessidade de inclusão de dados nos levantamentos estatísticos. – “I) Verificando que
houve três redistribuições dos autos para diferentes relatores, restando o prazo médio de
conclusão com cada julgador em 3 (três) anos, não há que se falar em excesso de prazo. II)
Prazo decorrido entre julgamento e publicação do v. acórdão, que pode vir a caracterizar
certo excesso, merece submeter-se a levantamento estatístico global, para, na hipótese de
se verificar ser fenômeno comum aos Tribunais Brasileiros, examinar o Conselho Nacional
de Justiça adoção de possíveis medidas alteradoras das rotinas processuais. III) Pedido de
Providências arquivado, com remessa de cópia do voto às Comissões de Estatística e de
Informática para estudo da viabilidade de levantamento global dos prazos utilizados em
todas as Cortes de Justiça entre julgamento e publicação dos acórdãos” (CNJ – PP 35 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU
16.11.2005).

Recurso Administrativo. Alegação de descumprimento do Estatuto


do Idoso e de excesso de prazo na entrega da prestação jurisdicional. Não-ocorrência. –
“É de se considerar razoável a duração de processo que, do seu início na instância ordinária
até o seu julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça, consideradas a ocorrência de
incidente processual que culminou em decisão declinatória de competência e a observância
do Devido Processo Legal, não ultrapassa o prazo de quatro anos” (CNJ – RD 5520 – Rel.
Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Demora na duração dos processos. Providências já tomadas pelo Tribunal


representado

Pedido de Providências. Morosidade na tramitação dos feitos no


Tribunal Regional Federal da 3ª Região – São Paulo. Matéria que em princípio, seria da
competência do Conselho da Justiça Federal nos termos do art. 105, parágrafo único, inciso
II da Constituição Federal. Tribunal representado que esclarece haver tomado providências
efetivas para sanar a irregularidade. Pedido prejudicado. Arquivamento. (CNJ – PP 735 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Suspensão. Ato de natureza nitidamente jurisdicional

“A decisão que suspende prazos processuais é nitidamente de


caráter jurisdicional e não administrativo, pois pode o magistrado prorrogar ou renovar
prazos diante de razões de calamidade pública, eventos imprevistos ou alheios à vontade da
parte, os quais impedem a prática do ato por si ou por mandatário (arts. 182, § único, e
183, § 1º, do CPC), bastando mera comprovação da parte nos autos. Precedentes do STF

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(QO no RE 413478/PR e HC 75235/PR)” (CNJ – PP 200810000025609 – Rel. Cons. Jorge


Maurique – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

PRAZOS
V. tb.: FÉRIAS COLETIVAS

Calamidade pública. Enchentes no Estado de Santa Catarina. Suspensão dos


prazos processuais, dos processos em tramitação no CNJ, até 6 de janeiro de
2009, inclusive.
Vide: Portaria CNJ 426, de 02.12.2008.

Recurso contra as decisões do CNJ

Pedido de Providências. Discrepância entre situações


orçamentárias. Corregedoria-geral do Poder Judiciário do Estado do Tocantins. Pedido
de esclarecimentos. Prazo para oposição. Critério para a contagem respectiva. Pretensão
de obtenção de efeitos infringentes. Inadmissibilidade. – “O prazo para a apresentação de
recurso no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é contado a partir da efetiva
intimação do interessado (art. 108 do RI/CNJ c/c o § 3° do art. 26 da Lei 9.784/99). Por
isso, apresentado o recurso declaratório após transcorrido o prazo regimental estabelecido,
resta inviável o seu conhecimento, tanto mais quando o propósito confessado pelo
interessado, envolvendo a retificação de decisão proferida pelo órgão plenário do CNJ,
contraria, de maneira direta e objetiva, regra regimental expressa que veda a apresentação
de recurso na situação verificada (art. 21 do RI/CNJ). Pedido de Esclarecimentos não
conhecido” (CNJ – PP 799 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 –
DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Recurso contra as decisões do CNJ. Termo inicial

Recurso Administrativo no Pedido de Esclarecimentos no


Procedimento de Controle Administrativo. Intempestividade. Contagem do prazo. Data do
recebimento do aviso de recebimento. Improvimento. – “I) A contagem do prazo recursal
inicia-se a partir da assinatura do aviso de recebimento da comunicação processual, e não
de sua juntada aos autos, não se aplicando o art. 241 do CPC ao processo administrativo
por ausência de previsão legal (arts. 100 e 103, do RICNJ, 63, I, e 66, caput, da Lei
9.784/99). Precedentes do STF (MC no MS 26087-DF e MS 24484-DF). II) Não se mostra
razoável que uma parte seja beneficiada em razão da demora na juntada do A.R. em face
da localidade em que reside. Violação do princípio da isonomia (art. 5º, caput, da CF/88).
III) Recurso Administrativo no Pedido de Esclarecimentos no Procedimento de Controle
Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200710000016562 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Suspensão
Vide: Portaria CNJ 192, de 12.12.2007.

“A deliberação que aprovar a suspensão do expediente forense


suspenderá, igualmente, os prazos processuais e a publicação de acórdãos, sentenças e
decisões, bem como a intimação de partes ou advogados, na primeira e segunda instâncias,
exceto com relação às medidas consideradas urgentes” (art. 2º da Res. CNJ 8, de
29.11.2005).

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PRECATÓRIO JUDICIAL
Palavra-chave: OFÍCIO REQUISITÓRIO

Alegação de descumprimento da ordem cronológica. Inadmissibilidade do


CNJ como instância revisional de decisões de natureza administrativa

Pedido de Providências. Precatório. Seqüestro de valor. Alegação


de descumprimento da ordem cronológica. Natureza administrativa da decisão.
Indeferimento. – “I) A natureza administrativa da atividade desenvolvida no
processamento de precatórios não torna este Conselho instância ordinária revisional de
decisões proferidas nesses procedimentos. Precedente (PCA 8462). II) Pedido de
Providências a que se indefere” (CNJ – PP 200710000016495 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Central de Conciliação. Criação

“A criação de uma Central de Conciliação especificamente para


pagamento dos precatórios, mediante acordo dos credores com o Estado, implica na
solução real do problema, com vantagens para ambas as partes: para o Estado, que paga
com desconto e para o credor, que recebe o seu crédito, mas merece todo o cuidado do
Tribunal, exatamente para que não sejam coagidos os credores e para que a ordem dos
precatórios não seja alterada quando da não aceitação do acordo” (CNJ – PP 1393 – Rel.
Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 –
Ementa não oficial).

Idoso. Pedido de preferência no pagamento

Pedido de Providências. Estatuto do Idoso. Pedido de


reconhecimento de preferência na ordem de precatórios em razão da condição de idoso. –
“Não havendo quebra da ordem cronológica, inviável a ordem de pagamento antecipado ou
preferencial com base em preferência legal. Acaso a preferência na tramitação processual
alcançasse a fase de requisição de pagamento por precatório, que já se encontra em sede
administrativa, tal decisão conferiria à lei status hierárquico superior ao próprio comando
constitucional” (CNJ – PP 1249 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Incompetência do CNJ para a revisão de decisões proferidas acerca de sua


expedição e cumprimento

Pedido de Providências. Precatório. Seqüestro de valor. Alegação


de descumprimento da ordem cronológica. Natureza administrativa da decisão.
Indeferimento. – “I) A natureza administrativa da atividade desenvolvida no
processamento de precatórios não torna este Conselho instância ordinária revisional de
decisões proferidas nesses procedimentos. Precedente (PCA 8462). II) Pedido de
Providências a que se indefere” (CNJ – PP 200710000016495 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Precatório. Seqüestro de valor. Alegação de descumprimento da


ordem cronológica. Natureza administrativa da decisão. – “A natureza administrativa da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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atividade desenvolvida no processamento de precatórios não torna o CNJ instância


ordinária de revisão das decisões proferidas nesses procedimentos” (CNJ – PCA 8462 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Mora no pagamento

Recurso Administrativo. Precatório. Mora do ente público no


pagamento. – “I) Não procede Pedido de Providências contra ato de Presidente de Tribunal
de Justiça por demora no pagamento de precatório debitável exclusivamente ao Poder
Executivo Estadual. II) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP
9752 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

Pretensão de uniformização de processamento. Incompetência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Precatórios.


Processamento. Uniformização. Disciplina regimental. Matéria interna corporis. Não-
conhecimento. – “I) Conquanto detenha o CNJ a missão estratégica de definir balizas
orientadoras do Poder Judiciário, controlando, administrativa e financeiramente, a
legalidade dos atos emanados de seus órgãos e agentes, para efeito de superação das
deficiências estruturais verificadas no modelo vigente, não se pode fazer substituir aos
Tribunais em suas competências constitucionais, a exemplo da formatação de regras de
processamento administrativo de precatórios, para efeito de cumprimento do art. 100, da
CF/88. II) Se ao Presidente do Tribunal a Constituição Federal de 1988 delega
competência para ‘proferir a decisão exequenda e determinar o pagamento segundo as
possibilidades do depósito’, bem como autorizar o sequestro, a requerimento do credor (em
caso de preterimento de sua posição, considerada a ordem geral de pagamento), reconhece-
lhe, também e sobretudo, a atribuição dos meios para efetivar tal competência
constitucional. III) A natureza administrativa da atividade desenvolvida no processamento
de precatórios não torna este Conselho instância ordinária revisional de decisões proferidas
nesses procedimentos. Precedente (PCA 8462). IV) Procedimento de controle
administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 200910000004570 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Quebra da ordem cronológica por ordem de Presidente de Tribunal.


Pagamento a assessor especial

Processo Administrativo Disciplinar. Desembargador do Tribunal


de Justiça do Estado da Paraíba. Participação em fatos que acarretaram a quebra da
ordem cronológica de pagamento de precatórios judiciais. Exercício da presidência.
Pagamento a assessor especial. – “Toda a controvérsia se resume ao fato de ter o
Requerido, durante o seu mandato de Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba, no biênio 2001/2002, determinado o sequestro de valores correspondentes ao que
era devido ao seu assessor especial, juiz A. B. F., no Precatório 2000.007881-6, para pagar
indevida e antecipadamente, quebrando a ordem cronológica de apresentação, o valor ali
consignado na 23ª posição. Pela aplicação da pena de disponibilidade com vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço, aplicável à hipótese e mais condizente com os atos
praticados pelo requerido, Desembargador M.A.S.M.” (CNJ – PAD 05 – Processo
Eletrônico 200830000000917 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009
– DJU 17.06.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Revisão de decisões acerca da expedição ou cumprimento de precatório

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Precatório. Incompetência do CNJ. – “A jurisprudência recente do CNJ
entende ser incompetente o Conselho para revisar decisões acerca da expedição ou
cumprimento de precatórios, apesar do caráter administrativo da matéria” (CNJ – PCA
200810000008247 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Subversão da ordem de pagamento

Precatório. Seqüestro. Subversão da ordem de pagamento. Fatos


novos. Garantido o direito do primeiro da lista com suspensão do pagamento pelo STF.
Decisão que se estende ao subseqüente. (CNJ – PCA 284 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte
Carvalho – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007).

PRECEDENTES DO CNJ
Desobrigação do Relator ou do Plenário de indicar os precedentes da Corte,
referidos no julgado

“O Recurso Administrativo não é instrumento que se preste a


esclarecimentos de dúvidas quanto ao entendimento jurídico do julgador, tampouco espaço
para desabafos ou manifestações puras de desagrado. Nem o Relator, nem o Plenário estão
obrigados a referir ou indicar os precedentes da Corte ou explicitá-los minudentemente,
com apontamento de fonte ou origem. São precedentes que não vinculam ou obrigam. A
sua força nasce tão-só do próprio julgado” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de revisão em outro procedimento

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo contra decisão do TST de indeferimento do pedido de restabelecimento de
vencimentos integrais até decisão final da punição de disponibilidade. Alegação de
ilegalidade por ferir o art. 27 parágrafo 6º da LOMAN. Mera repetição de requerimento
anteriormente efetuado sem qualquer menção até a fase recursal. Má-fé do requerente. –
“Pedido de restabelecimento integral de vencimentos até a decisão final da punição de
disponibilidade. Alegação que em situação similar o TST analisando a questão deu
tratamento diverso. A questão já foi debatida em pedido anterior formulado pelo mesmo
requerente perante este Conselho no PCA 256. Não pode o CNJ ficar revendo suas
decisões sem justificativa plausível. Má-fé do requerente comprovada, pois somente
menciona que existiu requerimento anterior sobre o mesmo tema em fase de recurso.
Recurso de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000007292 –
Rel. Cons. Marcelo Nobre – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Prevalência dos precedentes constantes de procedimentos anteriores

“O pedido cujo tema já tenha sido regulamentado pelo Conselho


em outro procedimento, ainda que após a sua formulação, perde seu objeto pelo fato

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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superveniente” (CNJ – PP 71 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 6ª Sessão – j.


28.09.2005 – DJU 04.10.2005).

PRECLUSÃO
V. tb.: DECADÊNCIA – PRESCRIÇÃO

Ato administrativo. Controle pelo CNJ. Inadmissibilidade de controle de atos


praticados há mais de cinco anos.

“Impõe-se, com a ressalva necessária, admitir o entendimento no


sentido de que o prazo decadencial de cinco anos a que se referem o art. 54 da Lei 9.784/99
e 95, parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, estabelecido para a revisão e anulação
de ato administrativo irregular, não se aplica quando este ato tiver afrontado diretamente
norma constitucional, que restaria inócua se tal revisão não pudesse ser admitida,
considerando a dicção da ilustrada e expressiva maioria deste Egrégio Conselho, não
obstante entendimento em relação ao qual guardo reservas, mas já alentado por inúmeros e
reiterados precedentes em situações parelhas, conforme a messe de julgados apontados”
(CNJ – PCA 200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª
Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo contra decisão monocrática. Questões


relativas a concursos ocorridos em 1988 e 1992. Alegação de nepotismo no âmbito do
TJSE. – “1) Não pode o CNJ controlar atos administrativos ocorridos há mais de cinco
anos. II) O Requerente poderia ter promovido das medidas pertinentes à defesa dos
interesses de seus associados à época em que pretensamente seus direitos teriam sido
ofendidos. III) Alegação de nepotismo sem concretude e sem provas não pode ser
acolhida.” (CNJ – PP 200810000014910 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Decisão Monocrática que não conheceu do pedido. Atos praticados há
mais de cinco anos e no âmbito da autonomia do tribunal. Alegada inconstitucionalidade
dos atos impugnados. Pretende a prevalência do que determinado na parte final do
parágrafo único do art. 91 do Regimento Interno do CNJ. – “Os Requerentes insistem no
argumento de que os atos aqui impugnados ofendem diretamente a Constituição Federal,
em seus arts. 2º, 5º, caput e II, 22, I, 37, 48, 59, 61, 114 e 116 da CF/88, merecendo,
portanto, inclusive aqueles praticados há mais de cinco anos, a pecha de inconstitucionais.
A ofensa direta à Constituição deve ser demonstrada de plano, como o foi nos precedentes
trazidos à colação pelos próprios Requerentes. A simples alegação de inconstitucionalidade
dos atos aqui impugnados não tem o condão de afastar o que determinado pelo caput do
art. 91 do RICNJ. Decisão monocrática que se mantém por seus próprios fundamentos.
Recurso administrativo que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000017198 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


653

PRECLUSÃO OU PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA


Impugnação de vitaliciamento de magistrado. Prazo de cinco anos

O processo de vitaliciamento de magistrado não é de caráter


disciplinar. Possuindo a matéria natureza eminentemente administrativa, subsume-se ao
prazo mais elástico de cinco anos para a sua impugnação perante este Conselho Nacional
de Justiça (art. 95, parágrafo único do RI/CNJ). O estágio probatório é etapa preliminar
para a aquisição do predicamento da vitaliciedade e sua conclusão, a exame do órgão a que
está vinculado o Juiz, encerra ato administrativo típico. Não se pode admitir, em respeito
aos princípios que norteiam a atividade administrativa dos Tribunais, que se atribua
vitaliciamento a um Juiz com a consignação de ‘ressalva’ na completa ausência de
indicação das razões pelas quais se justificaria tal restrição. Afronta à garantia
constitucional da ampla defesa administrativa. (CNJ – PCA 98 – Rel. Cons. Paulo Schmidt
– 25a Sessão – j. 12.09.2006– DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Preservação de situações já consolidadas. Segurança jurídica

“A segurança jurídica exige que se preservem as situações já


consolidadas, não se justificando que decisão proferida neste processo afete a esfera
jurídica daqueles que já foram empossados no cargo. Precedente em caso idêntico (PCA
251, Rel. Cons. Paulo Schmidt). Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA 408 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

Remoção de servidor ou magistrado. Ato ocorrido há mais de cinco anos.


Inadmissibilidade de controle administrativo

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidade em


concurso de remoção aberto em 2000. Prescritibilidade. – “Nos termos do parágrafo único
do art. 95 do Regimento Interno deste Conselho, não se mostra possível o controle
administrativo de atos praticados há mais de cinco anos, não existindo, portanto,
possibilidade de anulação do ato praticado anteriormente a esse marco” (CNJ – PCA 297 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007
– Ementa não oficial).

PRÉDIO PÚBLICO (DO PODER JUDICIÁRIO)


Uso de espaço público por entes privados
Vide: UTILIZAÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PREFEITO E VICE-PREFEITO
Julgamento. Ato normativo editado pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Atos normativos


editados pelo Conselho da Magistratura e pela Corregedoria-Geral de Justiça do TJPB.
Prioridade e primazia na tramitação de ações contra prefeitos, vice-prefeitos e demais
gestores públicos. Princípios e garantias constitucionais observados. Revogação da liminar
deferida. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 265 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão
– j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


654

PRESCRIÇÃO
V. tb.: DECADÊNCIA – PRECLUSÃO

Ato administrativo. Controle pelo CNJ. Inadmissibilidade de controle de atos


praticados há mais de cinco anos.

Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Pará. Vaga para acesso ao cargo de Desembargador pelo critério de antiguidade. Prescrição
administrativa. Critérios de desempate. Pedido a que se nega provimento. – I) A Lei
Federal 9.784/99 e o Regimento Interno do CNJ vedam a revisão de atos praticados a mais
de cinco anos. II) Precedentes do Plenário do Conselho Nacional de Justiça quanto à
aplicação do prazo prescricional, quando o ato examinado não importe em lesão frontal e
direta ao texto constitucional. III) Alegação da não-publicação de ato que remonta a prazo
superior a uma década. IV) Ausência de ilegalidade na confecção da lista de antiguidade.
Pedido a que não se conhece com a manutenção do ato do Tribunal de Justiça do Pará”
(CNJ – PCA 200910000009293 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Decisão Monocrática que não conheceu do pedido. Atos praticados há
mais de cinco anos e no âmbito da autonomia do tribunal. Alegada inconstitucionalidade
dos atos impugnados. Pretende a prevalência do que determinado na parte final do
parágrafo único do art. 91 do Regimento Interno do CNJ. – “Os Requerentes insistem no
argumento de que os atos aqui impugnados ofendem diretamente a Constituição Federal,
em seus arts. 2º, 5º, caput e II, 22, I, 37, 48, 59, 61, 114 e 116 da CF/88, merecendo,
portanto, inclusive aqueles praticados há mais de cinco anos, a pecha de inconstitucionais.
A ofensa direta à Constituição deve ser demonstrada de plano, como o foi nos precedentes
trazidos à colação pelos próprios Requerentes. A simples alegação de inconstitucionalidade
dos atos aqui impugnados não tem o condão de afastar o que determinado pelo caput do
art. 91 do RICNJ. Decisão monocrática que se mantém por seus próprios fundamentos.
Recurso administrativo que se nega provimento” (CNJ – PCA 200910000017198 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Concurso público. Publicação da homologação do resultado final do concurso


há mais de cinco anos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


Provimento de Cargo de Juiz Federal. Prescrição. – “Protocolado o presente
procedimento neste CNJ há mais de cinco anos da data de publicação da homologação do
resultado final do concurso, há de ser declarada a prescrição da pretensão formulada,
porquanto já suplantado o qüinqüênio previsto nos artigos 54 da Lei 9.784/99 e 100 do
RICNJ. Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 14139 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


655

Prescrição administrativa. Aplicação da Lei 8.112/90 e declaração de ofício

“A Lei 35/79 – LOMAN – é silente em relação à prescrição


administrativa, o que se gerou entendimento jurisprudencial no sentido de se aplicar,
subsidiariamente, os dispositivos da Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais.
Além disso, vale ressaltar que a Lei 8.112/90 estabelece como termo inicial de interrupção
da prescrição a abertura de Sindicância ou a instauração de Processo Disciplinar, até a
decisão final proferida pela autoridade competente. Assim, não há dúvida que
transcorreram mais de dois anos entre a data de instauração da Sindicância e a decisão que
determinou seu arquivamento liminar, restando inócua qualquer atitude em relação a tais
fatos diante da indiscutível prescrição da pena ideal. Registre-se que, por se tratar de
matéria de ordem pública, a prescrição pode – e deve – ser declarada de ofício, em
qualquer fase do processo” (CNJ – REVDIS 23 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª
Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).

Processo administrativo disciplinar. Magistrado. Prazo prescricional de cinco


anos

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Alegação de nulidade


do processo disciplinar. Aproveitamento de prova legítima produzida no processo
anterior, sob o crivo do contraditório. Ausência de nulidade. Incorrência de prescrição. –
“I) Instauração válida de Processo Administrativo Disciplinar 07/2004, com prévia defesa
pelo acusado e sustentação oral na sessão de julgamento, em exato cumprimento da
decisão do STJ que anulara o PAD 01/2002, por ausência de defesa prévia e de intimação
para a sessão (RMS 15 940). II) A sindicância instaurada como procedimento prévio ao
processo disciplinar contra magistrado constitui marco interruptivo da prescrição,
conforme jurisprudência do STJ (RMS 14797/BA – 5ª Turma – Rel. Min. Gilson Dipp – j.
06.05.2003 – DJ 26.05.2003). III) A prescrição relativa aos fatos apurados do PAD
07/2004 regula-se pelo prazo máximo de cinco anos previsto no artigo da Lei 8.112/90 (art.
142, I). Além disso, pelos mesmos fatos o acusado responde a ação penal na qual lhe é
imputada, em tese, a prática dos crimes cuja prescrição ocorre em oito anos. IV)
Inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a revisão de processo disciplinar
(RICNJ, artigo 89, I a III). Improcedência do Pedido de Revisão” (CNJ – REVDIS 41 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 56ª Sessão – j. 12.02.2008 – DJU
29.02.2008).

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Conversa


telefônica gravada por um dos interlocutores. Validade da prova. Inocorrência de
prescrição. – “Conta-se o prazo prescricional de cinco anos entre a data em que se tornou
conhecido o fato, em 02.07.2004, com a apreensão da fita contendo a gravação do diálogo,
e a data da instauração do Processo Administrativo Disciplinar, pela decisão do Plenário do
CNJ, em 26.02.2008. Inocorrência de prescrição” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Processo disciplinar. Prescrição da pretensão punitiva pela perspectiva da


pena potencial

“A argüição de prescrição também não procede. A afirmativa de


que os fatos que consubstanciaram a deflagração do processo administrativo não

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


656

autorizariam a aplicação da pena de disponibilidade não sobrevive diante da própria


natureza da sanção atribuída. Por outro lado, não se pode cogitar de uma espécie de
prescrição da pretensão punitiva pela “perspectiva da pena potencial” que deveria ter sido
aplicada, quando já presente penalidade materializada pelo órgão julgador. Não bastasse,
ainda que o biênio se prestasse como o paradigma temporal para a identificação do prazo
prescricional, a hipótese estaria longe de ser vulnerada em razão da interrupção
determinada pela sindicância ou mesmo pela deflagração do processo administrativo, que
data de 04 de abril de 2003. Resta, portanto, a conclusão de que na hipótese concreta a
prescrição há de ser aferida de acordo com a penalidade imposta, o que, com efeito, restou
observado à espécie” (CNJ – RD 8310 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 70ª
Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008 – Parte do voto do relator).

Remoção de servidor ou magistrado. Ato ocorrido há mais de cinco anos.


Inadmissibilidade de controle administrativo (preclusão)

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidade em


concurso de remoção aberto em 2000. Prescritibilidade. – “Nos termos do parágrafo único
do art. 95 do Regimento Interno deste Conselho, não se mostra possível o controle
administrativo de atos praticados há mais de cinco anos, não existindo, portanto,
possibilidade de anulação do ato praticado anteriormente a esse marco” (CNJ – PCA 297 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007
– Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Magistrado. Prazo prescricional de cinco anos

Consulta. Prazo de prescrição para Processos Administrativos


Disciplinares contra magistrados. – “O Processo Disciplinar perante o CNJ, conforme
estabelece o art. 83, obedecerá ao procedimento da LOMAN, inclusive no que se refere às
penas disciplinares, mas, também se aplicam a Lei 8.112/90 e a Lei 9.784/99. Assim, em
que pese à legislação estadual informada pelo requerente, o prazo de prescrição dos
Processos Administrativos Disciplinares será de cinco anos, como disciplinam as leis antes
referidas. Aliás, a magistratura esteve sempre submetida ao seu estatuto próprio, a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, pouco importando se o magistrado é federal ou
estadual, de sorte que não tem o Estado competência para legislar sobre o processo
administrativo disciplinar do magistrado” (CNJ – PP 1439 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –
Decisão Monocrática – j. 20.07.2007 – Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Magistrado. Juízo de admissibilidade em que


se reconheceu a ocorrência de prescrição nos termos do Estatuto dos Servidores Civis do
Estado de Sergipe. Impossibilidade. – “O prazo prescricional para dos processos
administrativos, disciplinares instaurados em face de Magistrado será de cinco anos,
conforme estabelecem as Leis 8.112/90 e 9.748/99, aplicadas subsidiariamente a LOMAN”
(CNJ – REVDIS 27 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Serventias extrajudiciais. Delegação da atividade sem concurso após a


Constituição de 1988

Procedimento de Controle Administrativo. Delegações de serviços


notariais e registrais no Estado do Mato Grosso do Sul. Atos praticados após a
Constituição de 1988. Não incidência de prazo prescritivo. Determinação de imediata

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


657

desconstituição de todos os atos de delegação. Determinação de abertura de concurso


público. – “Estabelece o artigo 236 da CF/88 que o ingresso na atividade notarial e de
registro ‘depende de concurso público’” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 40ª
Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

PRESCRIÇÃO OU PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA


Preservação de situações já consolidadas. Segurança jurídica

“A segurança jurídica exige que se preservem as situações já


consolidadas, não se justificando que decisão proferida neste processo afete a esfera
jurídica daqueles que já foram empossados no cargo. Precedente em caso idêntico (PCA
251, Rel. Cons. Paulo Schmidt). Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA 408 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Vide: MEIO AMBIENTE

PRESIDENTE DE CÂMARA JULGADORA DE TRIBUNAL


Eleição

Eleição para Presidência de Câmara de Tribunal. Hipótese


relativa à vacância do cargo antes do término do mandado. Ausência de norma específica.
Prevalência da regra geral. Realização de nova eleição. Legalidade. Pedido
improcedente. – “A interpretação correta da norma em apreço é a de que o legislador
determinou que a presidência de câmara ocorrerá sempre por eleição, pouco importando se
a hipótese viesse a se tratar de novo mandato ou mero complemento de mandato
interrompido” (CNJ – PCA 200710000007690 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Gratificação pelo exercício do cargo

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Remuneração de magistrados. Gratificação não prevista no Art. 65


da LOMAN. Rol taxativo. Res. 13 do CNJ. Vedada a gratificação para Presidente da
Câmara. Pedido já analisado e indeferido pelo Plenário no PCA 441. Precedentes CNJ
(PCA 441). Precedentes Supremo Tribunal Federal (AO 155, AO 184, AO 499, MS 21405,
MS 24353, RE 100584, RMS 21410). (CNJ – PP 200710000014991 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


658

PRESIDENTE DE TRIBUNAL
V. tb.: CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA OU CONSELHO DA
MAGISTRATURA

Atribuições e prerrogativas

“É parte das prerrogativas de presidentes de tribunais o controle e a


manutenção da ordem no interior da Corte” (CNJ – PP 200710000012910 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Elegibilidade

Pedido de Providências. Consulta respondida negativamente, no


sentido da inelegibilidade do magistrado candidato ao cargo de Presidente do Tribunal de
Justiça de Tocantins, uma vez que exerceu, em sua plenitude e de forma efetiva, dois
cargos de direção (Corregedor-Geral de Justiça e Vice-Presidente do Tribunal). (CNJ – PP
1184 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes. – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 –
Ementa não oficial).

Eleição para o cargo de Presidente nos tribunais. Recepção do art. 102 da


LOMAN

Pedido de Providências. Eleição para Presidência do Tribunal.


Recepção do art. 102 da LOMAN. Precedentes STF e CNJ. Desnecessidade de análise de
condições especifica de elegibilidade, consistente no exercício de cargos anteriores, em
virtude de presença de candidatura única. Incidência de texto final do caput do art. 102.
Pedido julgado improcedente. (CNJ – PP 1280 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Gratificação pelo exercício do cargo

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta. Apresentação por Tribunal


Regional do Trabalho. Formulação de indagação quanto à possibilidade de concessão a
magistrados de vantagem pelo exercício da Presidência do Tribunal e pela designação
como Diretor do Foro. Previsão expressa das hipóteses mencionadas na Resolução 13, de
21.03.2006 do CNJ. Inexistência da alegada antinomia entre o art. 4º, VII, ‘A’ e o art. 5º,
II, ‘A’ e ‘B’ da referida Resolução. Possibilidade de concessão do benefício pelos
Tribunais apenas durante o exercício daquelas funções, vedada qualquer incorporação. –
“I) A Res. 13/CNJ objetivou a aplicação do teto remuneratório constitucional, assim como
o subsídio mensal dos membros da magistratura à luz da Carta Magna. Para tanto o art. 4º,
caput firma o conceito puro de subsídio, dele extirpando toda e qualquer outra verba do
regime remuneratório anterior, tornando-o parcela única só variável (para menos) quando

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


659

comparada com o teto fixado para os Ministros do STF. Assim, refere-se a inúmeras verbas
de caráter permanente que no passado se incorporavam aos vencimentos mas que não
podem incidir ou exercer influência. II) Por sua vez, o art. 5º, II, ‘a’ e ‘b’ da Res. 13/CNJ
refere-se ao regime remuneratório atual, estabelecendo o mesmo princípio de que o
subsídio é parcela única à qual nada se agrega, mas definindo quais verbas podem ser
admitidas em absoluto caráter transitório, ou seja, verbas que não o compõem,
considerando o próprio conceito que estabelece o art. 3º da referida Resolução. E o CNJ
assim normatizou, forte no entendimento de que aquelas verbas do art. 5º têm natureza de
mera gratificação, com a referida marca da transitoriedade e da inacumulatividade. III)
Consulta respondida positivamente, diante da norma integradora da Res. CNJ 13/2006,
respeitando, contudo, o teto remuneratório, que não pode ser ultrapassado” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pedido de Providências. Gratificação para Presidente do


Tribunal. Fixação de teto para os servidores no limite de R$24.500,00. Pagamento de
substituição aos magistrados. Efeitos financeiros retroativos das verbas devidas. Consulta
respondida. – “I) É devido o pagamento de gratificação para o exercício da função de
Presidente do Tribunal (art. 5º, Resolução 13-CNJ). II) O teto remuneratório aplica-se
também aos servidores do Poder Judiciário (art. 1º, Res. 14-CNJ). III) Magistrado
substituto faz jus à remuneração do substituído (art. 5º, II, da Res. 13-CNJ). IV) Não houve
motivo para cessar os pagamentos das verbas já disciplinadas nas resoluções do CNJ, de
sorte que o pagamento deve ser imediato” (CNJ – PP 606 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Gratificação pelo exercício do cargo. Exigência de lei para legitimar sua


instituição nos tribunais

Afirma-se, assim, a imperativa necessidade de edição de ato de


natureza legislativa a legitimar a instituição de gratificações nos Tribunais. Registro, por
oportuno, que a gratificação instituída no art. 3º da Res. 001/91 – participação no Conselho
da Magistratura – além do vício apontado, afronta o art. 4º, II, “b”, da Res. 13 deste
Conselho, que vedou a percepção dessa gratificação, além do subsídio” (CNJ – PCA 487 –
Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Gratificação pelo exercício do cargo. Pagamento a quem não esteja no


exercício do cargo

“Assim, no mérito, voto pela manutenção da liminar para que, no


Estado do Maranhão, se mantenha a sustação do pagamento das verbas 313 (no que
exceder o teto remuneratório de R$ 24.500,00), 250 (no que exceder o teto de R$

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


660

24.500,00 ou for paga a quem não estiver no exercício da função de Presidente, Vice-
Presidente e Corregedor, já que é verba transitória e não integra a remuneração), 247 (no
que exceder o teto de R$ 24.500,00) 309 e 439 (na totalidade, até que o cálculo,
considerado irregular seja refeito conforme determinado na liminar)” (CNJ – PCA 439 –
Rel. Cons. Ruth Carvalho – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Subsídios pagos em valores superiores ao teto. Responsabilidade do Presidente


do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. TJRN. Instauração de


ofício pelo Plenário do CNJ. Apuração de subsídios pagos em valores superiores ao teto.
Responsabilidade do Presidente do Tribunal de Justiça. Diferença entre os subsídios dos
magistrados dos Estados e Federais. Inadmissível. Decisão liminar do STF (ADI 3854).
Determinação de corte de subsídios superiores ao teto. (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Voto para efeito de desempate

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A teor do art. 62, II, do RITRF da 1ª Região, em regra, o voto da
Presidência é de qualidade, para fins de desempate, salvo em se tratando de matéria
constitucional, em agravo regimental contra o seu despacho e, finalmente, em se tratando
de matéria administrativa, como é o caso dos autos” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

PRESO
Palavras-chave: CONDENADOS – PENA

Atestado de pena a cumprir. Informações obrigatórias

“Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena,


dentre outras informações consideradas relevantes, as seguintes: I – o montante da pena
privativa de liberdade; II – o regime prisional de cumprimento da pena, III – a data do
início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento integral da
pena; e IV – a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do
regime prisional e o livramento condicional” (art. 4º da Res. CNJ 29, de 27.02.2007).

Atestado de pena a cumprir. Estabelecimento de critérios uniformes pelo CNJ

Necessidade de se estabelecer critérios uniformes para a


expedição de certidão de pena a cumprir, nos termos da Lei 10.713/2003. – “Pode o
Conselho estabelecer regras gerais que afrontem o mandamento legal ou lhes atribua
elasticidade tal que implique na incidência em hipóteses não originalmente previstas na lei.
Isto porque, o direito introduzido na Lei de Execuções penais foi dirigido, não a qualquer
apenado, conforme se colhe da leitura do caput do artigo 41, mas ao apenado ‘preso’, ou
seja, a quem se impôs pena privativa de liberdade. E a razão lógica reside exatamente na
necessidade daquele sujeito a concretas limitações de contato com o meio externo de saber
os limites temporais e qualitativos da privação de liberdade” (CNJ – PP 92 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


661

Atestado de pena a cumprir. Momentos da emissão

“A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao


apenado, mediante recibo deverão ocorrer: I – no prazo de sessenta dias, a contar da data
do início da execução da pena privativa de liberdade; II – no prazo de sessenta dias, a
contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de liberdade; e III – para o
apenado que já esteja cumprindo pena privativa de liberdade, até o último dia útil do mês
de janeiro de cada ano” (art. 3º da Res. CNJ 29, de 27.02.2007).

Atestado de pena a cumprir. Prazos e critérios

“Os Tribunais do país que detenham competência para executar


penas privativas de liberdade deverão estabelecer, no prazo de noventa dias, a contar da
vigência da presente resolução, prazos e critérios para a emissão anual e entrega ao
apenado de atestado de pena a cumprir, nos termos dos artigos 41, inciso XVI, e 66, inciso
X, da Lei 7.210/84, com as modificações introduzidas pela Lei 10.713/2003, comunicando
ao Conselho o teor da regulamentação” (art. 1º da Res. CNJ 29, de 27.02.2007).

“Enquanto não cumprido o estabelecido no artigo anterior, deverão


os Tribunais observar, imediatamente, os prazos e critérios fixados nos artigos
subseqüentes, nos termos estabelecidos no inciso XVI do artigo 41 da Lei 7.210/84, com as
modificações introduzidas pela Lei 10.713/2003” (art. 2º da Res. CNJ 29, de 27.02.2007).

Cumprimento da Resolução 47/2007 do CNJ como forma de garantia de sua


integridade física e moral

Penitenciária de Guareí/SP. Descumprimento da Resolução


47/2007 do CNJ. – “É premente o cumprimento da Resolução 47/2007, do CNJ, a fim de
proporcionar segurança e assegurar condições adequadas de funcionamento dos
estabelecimentos prisionais, além de garantir aos presos o respeito à sua integridade física
e moral. Soluções concretas devem ser adotadas pela Corregedoria-Geral de Justiça do
TJSP, afastando-se meros paliativos” (CNJ – PP 200710000015260 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Provisório. Exigência de prévia autorização da Corregedoria para a


movimentação de preso provisório

Prisão provisória. Transferência ou recambiamento de preso.


Provimento de Corregedoria de Tribunal de Justiça Estadual. Prévia autorização da
Corregedoria para a movimentação do preso provisório. – “1) Decisão judicial que impõe
o cumprimento de prisão provisória ostenta natureza bifronte: de um lado, envolve o
exercício da função jurisdicional no que decide impor a aplicação pronta da prisão
provisória em si, atendidos os supostos legais; de outro lado, no que delibera sobre o
estabelecimento prisional adequado (onde será cumprida), inclusive mediante transferência
ou recambiamento, ostenta feição de decisão administrativa sobre uma questão de direito
penitenciário. 2) A decisão judicial/administrativa sobre transferência ou recambiamento
de preso provisório acarreta inúmeras repercussões na esfera administrativa. Aspectos
como disponibilidade de vaga e superpopulação carcerária, entre outros, justificam
plenamente um controle prévio de saída da comarca pela Corregedoria de Justiça. 3)
Ademais, o encaminhamento indiscriminado de custodiados pela Justiça agravaria a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


662

situação já dramática de descontrole da situação de cada um no que tange ao cumprimento


de suas penas, deixando-os, muitas vezes, esquecidos da Justiça de onde se originaram, ou
provocando injustificado retardamento da instrução criminal. A matéria não refoge,
portanto, à exigência de atuação e controle das Corregedorias de Justiça. 4) Provimento
que condiciona a transferência ou recambiamento de preso provisório à prévia aprovação
de Corregedoria de Tribunal de Justiça não interfere indevidamente na esfera da atividade
jurisdicional dos magistrados, máxime se há legislação concorrente do Estado sobre direito
penitenciário que o respalda. 5) Pedido deduzido no Procedimento de Controle
Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 200810000022360 – Rel. Cons. João
Oreste Dalazen – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Regime prisional. Competência para exame da questão é do juízo da execução,


cuidando-se de matéria jurisdicional

Pedido de progressão de regime prisional. Matéria jurisdicional e


não administrativa. – “O pedido de progressão do regime prisional há de ser analisado pelo
juízo competente, no caso, o juízo no qual a pena do requerente está sendo executada,
cabendo recurso de agravo da decisão que eventualmente contrariar os interesses do
requerente, sem efeito suspensivo, conforme estabelece o art. 197 da Lei de Execuções
Penais” (CNJ – PP 34 – Rel. Cons. Germana Moraes – 20a Sessão – j. 30.05.2006 – DJU
13.06.2006 – Ementa não oficial).

Superpopulação prisional

“O enfoque a ser dado ao problema da superpopulação prisional


transcende os limites pontuais em cada caso, porquanto é macro, sistêmico, mundial e
complexo. Não pode ser abordado isoladamente, mas sim receber tratamento conjunto de
todos os órgãos setoriais envolvidos dos Poderes Judiciário e Executivo, por meio dos
canais competentes, sob pena de usurpação da competência originária para formulação das
políticas públicas de Administração Penitenciária, ocasionando violação ao princípio da
separação dos poderes (art. 2º da CF/88) e à cláusula da reserva do possível (APDF 45)”
(CNJ – PCA 200810000008454 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 67ª Sessão – j. 12.08.2008
– DJU 01.09.2008).

PRESSUPOSTOS DE DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DE


PROCEDIMENTO PERANTE O CNJ
Ausência de qualificação do requerente

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Desmembramento. Extinção do original com abertura de dois novos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


663

Pedido de Providências. Denúncias sobre a precariedade e


irregularidades na prestação jurisdicional no Estado da Bahia. Extinção do presente
procedimento com abertura de dois novos, um para apurar as irregularidades noticiadas
pelas subseções da OAB/BA e outro autuado como Reclamação Disciplinar, em que será
apurado o recebimento e devolução de um anel de brilhante por parte de uma
Desembargadora. (CNJ – PP 76 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS PARA ACIONAR O CNJ


Pessoa jurídica. Exigência de representação

Pedido de Providências. Ausência de comprovação da


representação da entidade postulante. – “Não pode ser admitido o pedido quando não
comprovada a representação da parte postulante” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons.Marcus Faver
– 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO CNJ


Encargos trabalhistas. Pagamento às empresas contratadas para prestar
serviços de forma contínua, por meio de locação de mão obra
Vide: Instrução Normativa CNJ 1, de 08.08.2008.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO PODER JUDICIÁRIO


Prestação de serviços por pessoas abrangidas pela Resolução do nepotismo

Pedido de Providências. Res. 07/2005 do CNJ. Prestação de


serviços. – “Desde logo, quanto ao pedido para que o Egrégio Conselho 'regulamente, no
âmbito do Poder Judiciário brasileiro, que vede a prestação de serviços por pessoas
abrangidas pela resolução do nepotismo através de empresas prestadoras de serviço', urge
julgá-lo improcedente (...). No que tange à pretensão de criar a 'obrigatoriedade de serem
transformados em cargos efetivos aqueles que exercem as funções de assessoria dos
magistrados', data vênia, ela é de todo descabida, haja vista que alude aos Assessores
Judiciários, cargos previstos em lei, e possíveis de serem ocupados por pessoas de
confiança (...). Pedido improcedente” (CNJ – PP 1090 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (PENA IMPOSTA EM JUIZADO ESPECIAL)


Transação penal. Pena de prestação pecuniária. Destinação exclusiva a fundo
especial

Transação Penal. Juizados Especiais. Pena de prestação


pecuniária. Destinação exclusiva a fundo especial. Lei Estadual/GO 11.832/96.
Despachos da Corregedoria-Geral de Justiça de Estado. Ilegalidade. – “1) A pena de
prestação pecuniária oriunda de transação penal não pode ser destinada ao Poder Judiciário
ou a Fundo Especial de reaparelhamento do Poder Judiciário, por determinação da
respectiva Corregedoria Geral de Justiça, sob pena de ofensa a dispositivo expresso do
Código Penal (art. 45, § 1º), bem assim aos princípios da moralidade administrativa e da
independência do Juiz. 2) Atos da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Goiás que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


664

determinem a destinação exclusiva de tais valores ao Fundo Especial dos Juizados, criado
pela Lei Estadual/GO 11.832/96, padecem de ilegalidade. 3) Pedido de Providências que se
julga procedente, a fim de desconstituir os Despachos sob números 935/2007 e 1.018/2007
e os Ofícios Circulares sob números 083/2007 e 013/2008, todos da Corregedoria-Geral da
Justiça do Estado de Goiás, com efeitos ex nunc” (CNJ – PP 200810000024770 – Rel.
Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

PRESUNÇÃO
Presunção de que a Administração Pública venha a agir de forma irregular e
com má-fé como fundamento do pedido

“Impossibilidade de se presumir que a Administração Pública


venha, futuramente, a agir de forma irregular e com caracterizada má-fé” (CNJ – PP
200710000012910 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU
02.06.2008).

PRETENSÃO DE DISCUTIR MATÉRIA DE NATUREZA JURISDICIONAL


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Matéria jurisdicional. Fundamento não-atacado. Improvimento. – “I) Não
procede recurso cujo fundamento principal da decisão vergastada, questão de matéria
jurisdicional, não tenha sido atacada. II) Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo improvido” (CNJ – PCA 13202 – Rel. Cons. Jorge Maurique –
50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

PREVENÇÃO
Palavras-chave: CONEXÃO – CONTINÊNCIA

Prevenção dos Conselheiros do CNJ

“Considera-se prevento para todos os feitos supervenientes o


Conselheiro a quem for distribuído o primeiro requerimento, pendente ou já arquivado,
acerca do mesmo ato normativo, edital de concurso ou matéria, operando-se a distribuição
por prevenção também no caso de sucessão do Conselheiro relator original” (Enunciado
Administrativo CNJ 09, de 10.10.2007).
Precedente: PCA – 49ª Sessão – j. 09.10.2007.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Servidor público. Critério de desempate para remoção
Vide: REMOÇÃO

Violação. Atribuição de pontos suplementares na aferição da produtividade

Produtividade. Pontuação suplementar pelo exercício de funções


de auxílio na corregedoria ou na presidência, de diretoria de fórum ou em juizado
especial. Invalidade. – “A atribuição de pontuação extra para o exercício de funções na

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


665

Corregedoria, Presidência do Tribunal, Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza


evidente violação ao princípio da isonomia. Precedente (PCA 68)” (CNJ – PCA 477 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

PRINCÍPIO DA MODULAÇÃO PROSPECTIVA


Paralelo entre os efeitos da declaração de inconstitucionalidade e efeitos da
declaração de nulidade de ato administrativo

“Como se verifica, nada impede que se faça um paralelo – para


buscar a mesma solução – entre efeitos da declaração de inconstitucionalidade e efeitos da
declaração da nulidade do ato. São situações siamesas. Em diversas oportunidades o
Supremo Tribunal Federal manifestou-se pela aplicação desse principio da segurança
jurídica em atos administrativos inválidos, como subprincípio do Estado de Direito, tal
como nos julgamentos do MS 24.268, DJ 17.09.04; do MS 22.357, DJ 05.11.04 e no RE
217.141-5, todos relatados pelo Ministro Gilmar Mendes” (CNJ – PCA 510 – Rel.
Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008
– Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO


Auto-aplicabilidade

“O dever de publicidade dos atos da Administração Pública é


imposição constitucional, conforme seu artigo 37. Trata-se de norma de eficácia plena, não
dependendo de qualquer repetição desnecessária em outros instrumentos, como o edital ou
o provimento do concurso” (CNJ – PCA 580 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 43ª Sessão – j.
26.06.2007 – DJU 03.08.2007).

Pretensão de terceiro de obter informações de natureza pessoal da vida


funcional de magistrados. Recusa do Tribunal. Direito não absoluto

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Matéria jurisdicionalizada. Informações pessoais dos magistrados.
Recusa de fornecimento pelo Tribunal a quo. Improvimento. – “O direito a receber dos
órgãos públicos informações de interesse coletivo ou geral não é absoluto, sobretudo
quando tratarem exclusivamente da vida funcional de determinada classe de servidores,
cuja divulgação e acesso são restritos a seus próprios titulares (art. 5º, XXXIII, da CF/88;
STF: MS 23452/RJ, RE 89789/MG; STJ: RMS 18564/RJ). Ausência de interesse de agir
configurada. Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo
conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ – PCA 200810000031038
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
Definição

“O princípio da razoabilidade definido como aquele que exige


proporcionalidade, justiça e adequação entre os meios utilizados pelo Poder Público, no
exercício de suas atividades, inclusive administrativas, e os fins por ela almejados,
levando-se em conta critérios racionais e coerentes (MARIA PAULA DALLARI BUCCI.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


666

O Princípio da razoabilidade em apoio à legalidade. Cadernos de Direito Constitucional e


Ciência Política. Revista dos Tribunais, São Paulo, ano 4, n. 16, p. 173, jul./set. 1996;
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO. Regulamentação profissional: Princípio
da Razoabilidade. Revista de Direito Administrativo, v. 204, p. 333 ss., abr./jun. 1996), ou
ainda, como define-o JOSÉ EDUARDO MARTINS CARDOSO, sob a óptica da
Administração Pública, aquele que ‘determina à Administração Pública, no exercício de
faculdades discricionárias, o dever de atuar em plena conformidade com critérios racionais,
sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais dominantes’ (Princípios
Constitucionais da Administração Pública de acordo com a Emenda Constitucional 19/98.
Os 10 anos da Constituição Federal (Coord. Alexandre de Moraes). São Paulo: Atlas Ed.,
1998. p. 182) é de observância obrigatória a todas as autoridades públicas” (CNJ – PCA
400 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007 –
Ementa não oficial).

PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA


Cumulação de serventias extrajudiciais. Inexistência de ato administrativo
específico para sua desacumulação. Respeito ao princípio da segurança
jurídica

Procedimento de Controle Administrativo. Cumulação de


serventias. Registro Civil e Notas. Situação excepcional que se perdura há mais de 30
anos. Opções de escolha disponibilizadas a candidatos em certame. Segurança jurídica.
Indeferimento. – “I) Há de ser considerada a autonomia dos Tribunais (PCA 637), quando
exercida nos seus estritos limites. In casu, o Tribunal optou por não exercer seu poder
discricionário para realizar a cumulação (art. 26, § único, da Lei 8.935/94) de serventias,
ou a extinção do serviço e a anexação (art. 44 da Lei 8.935/94). A desacumulação não é
automática pela vacância considerada isoladamente. Interpretação sistemática do parágrafo
único com o caput do art. 26 (excepcionalidade de acumulação), somado ao art. 4º da Lei
8.935/94 (prestação de modo eficiente e adequado às peculiaridades locais). Necessidade
de ato jurídico administrativo específico (STF – Ação Cautelar 2900/RS). II) A situação
jurídica preexistente recomenda observar o comando da segurança jurídica, mormente na
busca por preservar atos administrativos praticados e consumados, além de buscar evitar
grave dano e prejuízos ao Tribunal a quo, conforme linha de decisões recentes do CNJ
(PCA 510). III) Não se pode frustrar escolha de serventias, feita por aprovados em certame
já encerrado, sob pena de permitir-se subversão da ordem, até mesmo por que a opção foi
feita com respaldo em legislação estadual ainda vigente, a qual permite a cumulação de
serventias, nos termos do art. 26 da Lei 8.935/94 (art. 243, § 4º, do Decreto-Lei Estadual
8.527, art. 92 da Lei Estadual 2.085-A e a Resolução 1 do antigo Tribunal de Justiça do
Estado de Guanabara). IV) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere”
(CNJ – PCA 200710000008917 – Rel. Designado Cons. Jorge Maurique – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Possibilidade de aplicação

“Como se verifica, nada impede que se faça um paralelo – para


buscar a mesma solução – entre efeitos da declaração de inconstitucionalidade e efeitos da
declaração da nulidade do ato. São situações siamesas. Em diversas oportunidades o
Supremo Tribunal Federal manifestou-se pela aplicação desse principio da segurança
jurídica em atos administrativos inválidos, como subprincípio do Estado de Direito, tal
como nos julgamentos do MS 24.268, DJ 17.09.04; do MS 22.357, DJ 05.11.04 e no RE

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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217.141-5, todos relatados pelo Ministro Gilmar Mendes” (CNJ – PCA 510 – Rel.
Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008
– Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

Transposição do princípio para o campo das nulidades e da perpetuação da


eficácia dos atos nulos ou anuláveis

“Esse conceito e objetivo de preservar a segurança jurídica pode ser


transposto para o campo das nulidades e da perpetuação da eficácia dos atos nulos ou
anuláveis, visando não só essa segurança revelada, como para atender ao princípio do fato
consumado” (CNJ – PCA 510 – Rel. Designado Cons. Min. Cesar Asfor Rocha – 58ª
Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Parte do voto vencedor do Cons. Rui Stoco).

PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL


Procedimento de controle administrativo. Tribunal de exceção

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamações, tendo por


objeto a Res. 01/2006, de 01.02.2006, do Tribunal de Justiça de Alagoas, que instituiu a
“Central de Inquéritos Policiais e Procedimentos Investigatórios Criminais”, bem como o
“Mutirão de Processos Criminais”. Alegação de ofensa ao princípio do juiz natural, e
constituição de tribunal de exceção. Modificação dos atos normativos no curso do
procedimento para determinar a atuação conjunta dos juízes em exercício na Central de
Inquérito e o juiz natural. Pedidos julgados prejudicados. (CNJ – PCA 149 e PCA 150 –
Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa
não oficial).

Regras de competência

Princípio do juiz natural. Exigência de respeito absoluto às regras


objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Possibilidade, excepcional, de afastamento de
magistrado suspeito ou impedido. Exceções de suspeição e impedimento (CPC, arts. 312 e
seguintes). Matéria jurisdicional. Impossibilidade de usurpação dessa competência pela
Corregedoria-Geral da Justiça. Desconstituição de decisão administrativa de avocação e
redistribuição de processo. Pedido procedente. (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).
Parte do Voto do Relator:
“Absolutamente incompetente para processar e julgar a exceção de
suspeição o órgão administrativo – Corregedoria-Geral da Justiça, por meio de correição
parcial, pois trata-se, na hipótese, de incidente processual de conteúdo jurisdicional, a ser
decidido pelo órgão fracionário do Tribunal” (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Vulneração inexistente na designação de juízes substitutos e auxiliares, já


vitaliciados

Pedido de Providências. Designação de juízes substitutos e


auxiliares, já vitalícios. Alegação de vulneração ao princípio do juiz natural. Cargos
criados por lei. Matéria inalterável na esfera administrativa. Função de substituição ou

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


668

auxílio inerentes ao cargo. Pedido indeferido. (CNJ – PP 36 – Rel. Cons. Cláudio Godoy –
3ª Sessão Extraordinária – j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006).

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


Vide: PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PERANTE O CONSELHO NACIONAL


DE JUSTIÇA – CNJ
Arquivamento de procedimento administrativo pelos Juízes Assessores.
Portaria 23/2006

Pedido de Providências. Arquivamento. Denegação do recurso. –


“I) A Secretária-Geral do CNJ, de acordo com o inciso II, da Portaria 23, de 20.04.2006,
pode, motivadamente, determinar o arquivamento de expedientes manifestamente
incabíveis no âmbito da competência do Conselho, ou contrários a enunciados
administrativos, informando-se ao interessado as razões de decidir e, se possível,
orientando quanto ao procedimento a ser eventualmente adotado. II) Conhece-se do
recurso, em decorrência de sua tempestividade, mas nega-lhe provimento, com a
confirmação integral da decisão de arquivamento” (CNJ – PP 1042 – Rel. Cons. Germana
Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Ingresso no CNJ com procedimento administrativo concomitante com ação


proposta em juízo

Pedido de Providências. Processo Administrativo da Corregedoria


Permanente de Cartórios. Alegação de nulidades ocorridas em vários lançamentos de
matrícula do Registro de Imóveis. Pedido formulado por advogado sem procuração com
fins específicos e em nome próprio. Petição inicial inepta e irregularidades inexistentes.
Questão posta já judicializada. – “A parte interessada não pode fazer uso, a um só tempo,
dos procedimentos administrativos excepcionais assegurados pelo art. 103-B, § 4º da
CF/88 perante o CNJ e dos meios judicialiformes tendentes a obter a coisa julgada
definitiva no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO

Afastamento cautelar do Magistrado. Superveniência de decisão final no órgão


de origem. Prejudicado o feito

Procedimento de Revisão Disciplinar. Afastamento cautelar antes


da instauração de Processo Administrativo Disciplinar. Alegação de nulidade por mácula
ao art. 27, §§ 1º e 3º, da LOMAN. Superveniência de decisão final no órgão de origem.
Prejudicialidade. – “I) Mostra-se despiciendo o controle de ato administrativo de
afastamento cautelar cujos efeitos tenham sido exauridos em face da superveniência de
decisão impositiva da pena de disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de
serviço, em Processo Administrativo Disciplinar. II) Procedimento de Controle
Administrativo a que se julga prejudicado” (CNJ – REVDIS 200810000003006 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


669

Afastamento de magistrado. Ilegalidade do procedimento pela demora


excessiva na execução dos atos administrativos

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado de suas funções. Ilegalidade do procedimento. Demora excessiva na execução
dos atos do processo administrativo. Pedido procedente para determinar o retorno do
magistrado às funções. Manutenção do julgamento do processo pelo próprio tribunal. (CNJ
– PCA 122 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Afastamento de magistrado. Interferência em colheita de provas. Legalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado (art. 27, § 3º da LOMAN). Elementos suficientes. Devido Processo Legal.
Ampla defesa. Contraditório. Conveniência da instrução, uso indevido do cargo.
Interferência em colheita de provas. Indeferimento. – “I) É legal o afastamento de
magistrado nos termos do art. 27, § 3º, da LOMAN, principalmente quando há elementos
suficientes a embasar a decisão, observância do devido processo legal, ampla defesa e do
contraditório, mormente no caso em que se julgar conveniente à instrução cujo andamento
pode ser interferido indevidamente por processado em razão do uso de seu cargo. II)
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 214 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Alegação de ausência de apreciação de aspectos. Pretensão de reaviver


questões levantadas em procedimentos anteriores. Anterior rejeição que
presume o afastamento das questões, ainda que não abordadas explicitamente

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de que o CNJ


não teria apreciado alguns aspectos do Concurso de Ingresso na Atividade Cartorária,
nos PCA 595 e 600. Pretensão de reviver as questões ali postas e outras que apontou.
Inadmissibilidade. Questões já apreciadas especifica ou presumidamente. Ausência,
ademais, de impugnação oportuna às exigências do Edital. Recurso não provido. – “O
Conselho Nacional de Justiça tem a prerrogativa de apreciar todo e qualquer aspecto acerca
de ato administrativo ou questão posta ao seu exame, em todas as suas circunstâncias,
aspectos e matrizes, ainda que não tenha sido expressamente apontadas ou requeridas. A
possibilidade e o poder de reexame dos atos administrativos únicos, agrupados ou
complexos é da essência da atividade do CNJ e se infere de tanto quanto lhe foi cometido
na cláusula aberta contida no art. 103-B, § 4º, inciso II da Constituição Federal, de sorte
que a rejeição da pretensão posta na inicial faz presumir que tais questões foram rejeitadas,
ainda que não especificamente abordadas individualmente” (CNJ – PCA 14000 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Alegação de irregularidades na renovação da frota, ante a necessidade de


melhoria da prestação jurisdicional. Pretensões genéricas e inespecíficas

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de condições


precárias do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Substituição da frota de
veículos. Prioridade na melhoria da prestação jurisdicional. Alegação de irregularidade
no número de motoristas. Adequação do quadro. Improcedência do pedido. – “Não cabe
ao Conselho o controle de pretensões genéricas e inespecíficas. Necessidade de se apontar

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


670

as irregularidades de forma precisa e delimitada” (CNJ – PCA 200710000009508 – Rel.


Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Alegação de ofensa ao princípio do juiz natural. Tribunal de exceção

Procedimento de Controle Administrativo. Reclamações, tendo por


objeto a Res. 01/2006, de 01.02.2006, do Tribunal de Justiça de Alagoas, que instituiu a
“Central de Inquéritos Policiais e Procedimentos Investigatórios Criminais”, bem como o
“Mutirão de Processos Criminais”. Alegação de ofensa ao princípio do juiz natural, e
constituição de tribunal de exceção. Modificação dos atos normativos no curso do
procedimento para determinar a atuação conjunta dos juízes em exercício na Central de
Inquérito e o juiz natural. Pedidos julgados prejudicados. (CNJ – PCA 149 e PCA 150 –
Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa
não oficial).

Alteração do pedido inicial após apreciação de medida liminar.


Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “A tentativa de se inovar o
pedido inicial, após o julgamento do requerimento de concessão de medida liminar e das
manifestações apresentadas no procedimento administrativo perante o CNJ, não encontra
amparo legal ou regimental, nem atende aos objetivos da presteza, da celeridade e da
eficiência, atentando contra o princípio da estabilização da lide” (CNJ – PCA 613 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Ausência de manifestação sobre informações e documentos apresentados pelo


requerido. Preclusão. Alegações que ganham status de verdade processual

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Acesso por concursos de ingresso e remoção. Preclusão. Ausência de
manifestação sobre informações e documentos. – “O silêncio do requerente sobre as
informações e documentos apresentados pelo Tribunal requerido, quando inexista
contraprova ou indício contrário idôneo nos autos, eleva as justificativas ao status de
verdade processual” (CNJ – PCA 200710000007627 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Cessão de créditos em precatórios trabalhistas. Matéria que envolve interesse


individual do requerente que não enseja controle pelo CNJ

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Cessão de créditos em precatórios trabalhistas. Provimento 6/2000-TST. Provimento
revogado. Exercício da tutela jurisdicional em andamento. Decurso de prazo superior a
cinco anos. Interesse individual e patrimonial que não enseja o controle pelo CNJ. Pedido
não conhecido. Recurso improvido. (CNJ – PCA 200710000011989 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Concessão de segurança na esfera judicial. Perda de objeto no CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


671

Alcance na esfera judicial do pretendido no CNJ, em decorrência


da concessão de segurança impetrada. Declaração de perda de objeto do processo no CNJ.
(CNJ – PCA 01– Rel. p. acórdão Cons. Min. Vantuil Abdala – 14ª Sessão – j. 07.03.2006 –
DJU 20.03.2006 – Ementa não oficial).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Matéria já


examinada pelo CNJ. Não conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso. Coincidência de matérias já examinadas pelo Plenário. Não
conhecimento. – “Não se conhece de matéria já enfrentada pelo Plenário do Conselho
Nacional de Justiça (CPC, art. 462). Prejudicialidade do exame do mérito de parte dos
pleitos à vista do decidido no PCA 11576” (CNJ – PCA 200710000017219 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Controle da atividade dos magistrados no exercício de suas funções


jurisdicionais. Inadmissibilidade

“Dessa forma, absolutamente imprescindível a proclamação pelo


próprio Conselho Nacional de Justiça, de maneira cristalina, da inadmissibilidade da
realização de controle administrativo sobre a independência dos magistrados no exercício
de suas funções jurisdicionais, sob pena de grave e flagrante desrespeito ao texto
constitucional, que não atribui ao CNJ quaisquer competências jurisdicionais, sejam
originárias sejam revisionais” (CNJ – PP 938 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Edição de lei após decisão proferida pelo CNJ. Matéria nova

Procedimento de Controle Administrativo. Cumprimento de


decisão do CNJ. Lei superveniente. Matéria nova. – “Extravasa os limites da execução do
julgado administrativo o exame da situação de superveniência de lei reguladora de matéria
abordada no procedimento que tenha originado a decisão. Requerimento que se conhece
como matéria nova” (CNJ – PCA 200710000014838 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Instauração de ofício do procedimento ante a ilegitimidade do requerente

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal VII. Concurso


público para provimento de cargos de Juiz de Direito Substituto da Justiça Estadual do
Amapá. Ilegitimidade do requerente. Instauração de ofício do processo. Inviabilidade de
interposição de recurso à Banca Examinadora no prazo previsto em edital. Questões que
constam de provas já aplicadas em concurso para a Magistratura de Minas Gerais e
questões envolvendo expressões e palavras regionalizadas. Impossibilidade. Anulação do
concurso, a fim se resguardar sua credibilidade e dar efetividade aos princípios da
impessoalidade, moralidade e publicidade administrativa. (CNJ – PCA 198 – Rel. Cons.
Eduardo Lorenzoni – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Jurisdicionalização superveniente. Procedimento não conhecido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


672

Procedimento de Controle Administrativo. Substituição de notário


afastado. Jurisdicionalização superveniente. – “I) Questão jurisdicionalizada ao longo da
apreciação do pleito por meio de impetração de mandado de segurança perante o TJPR
(MS 430.565-3/PR). II) Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ –
PCA 12635 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 –
DJU 20.12.2007).

Legalidade do ato impugnado. Arquivamento liminar

Procedimento de Controle Administrativo. Arquivamento liminar.


Edital 03/2007. Exigência de dois anos de exercício da atividade no Estado da Federação.
Alegação de violação à Constituição Federal. Recurso Administrativo. Legalidade do ato
impugnado. Improcedência. (CNJ – PCA 200810000003535 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Matéria que envolve interesse individual do requerente

“Não se insere entre as finalidades deste Colegiado promover a


tutela, em concreto, de direitos individuais, dirimindo matéria de interesse particular em
pleito no qual inexista controvérsia jurídica relevante. Não se mostra, outrossim,
autorizado a emitir juízo de valor acerca da conveniência e/ou oportunidade na prática de
atos administrativos emanados de órgãos jurisdicionais e deve cuidar para atuar apenas em
questões definitivamente consolidadas sob pena de investir contra os primados da
autonomia e autogoverno da administração dos Tribunais. Procedimento de Controle
Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000006846 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pedido de Providências. Insurgência contra decisão do Conselho


de Justiça Federal que não teria garantido ao magistrado ressarcimento de despesas com
deslocamento para a defesa de monografia de final de curso de pós-graduação. Decisão
Monocrática que rejeitou a inicial. Recurso manifestado contra a decisão. Recurso não
provido. – “A movimentação do Conselho Nacional de Justiça para obter ressarcimento de
despesas realizadas com embarque e desembarque, quando da defesa de monografia de
final de curso, exsurge como utilização indevida de procedimento reservado ao controle da
atuação administrativa dos Tribunais, considerando que a pretensão revela interesse
meramente individual, só beneficiando a própria pessoa” (CNJ – PCA 200710000019095 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Cessão de créditos em precatórios trabalhistas. Provimento 6/2000-TST. Provimento
revogado. Exercício da tutela jurisdicional em andamento. Decurso de prazo superior a
cinco anos. Interesse individual e patrimonial que não enseja o controle pelo CNJ. Pedido
não conhecido. Recurso improvido. (CNJ – PCA 200710000011989 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Art.103, RICNJ. Matéria que envolve apenas interesse individual. – “A
atuação constitucional do CNJ visa ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda
sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal
para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


673

todos os órgãos judiciais” (CNJ – PCA 625 – Rel. Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Fundamentos não atacados e suficientes a manter a decisão impugnada.
Improcedência. – “I) Fundamentos da decisão monocrática que não foram suficientemente
atacados não ensejam reforma do decisum. II) Refoge à competência do Conselho
Nacional de Justiça o conhecimento de questões de cunho individual e que não repercutam
de forma geral em nossa sociedade e no próprio âmago do Poder Judiciário pátrio, bem
como as relativas ao autogoverno e à administração dos Tribunais (art. 103-B, § 4º e inciso
I, da CF/88). Precedentes. III) Recurso Administrativo em Procedimento de Controle
Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 200710000018030 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Meio inadequado para a instauração de procedimento disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Autuação do


requerimento em nome pessoal do membro do Ministério Público. Instauração de
procedimento disciplinar. Não conhecimento. Nepotismo indireto. Vedação. Exoneração
do servidor na instrução. Prejudicialidade. – “Não se conhece de pedido de instauração de
procedimento disciplinar por absoluta incompetência do relator em sede de procedimento
de controle administrativo (art. 31, II, do RICNJ). (CNJ – PCA 200810000004102 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Não esgotamento das vias ordinárias recursais administrativas

Procedimento de controle administrativo. Ato específico e único


impugnado, quanto a eventual irregularidade na distribuição de recurso ordinário em
Tribunal Regional do Trabalho. Razoabilidade de controle administrativo inicial ser
realizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111-A, § 2º, inciso II), com
possibilidade de atividade supletiva e recursal pelo Conselho Nacional de Justiça. Remessa
dos autos ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (CNJ – PCA 172 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso para Juiz de


Direito Substituto do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Atribução de
notas às provas realizadas. Ausência de motivação. Possibilidade de recurso
Administrativo. Irregularidade sanável não comprometendo o concurso. (CNJ – PCA 131 –
Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa
não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Não esgotamento das


vias ordinárias recursais administrativas. Questão individual. Ausência de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário Nacional. Não conhecimento. – “Tratando-se de
situação ainda pendente de Recurso Administrativo perante o Tribunal de origem, inviável
o conhecimento da questão. Questão de relevo individual e sem repercussão geral no
âmbito do Poder Judiciário Nacional não se insere nas atribuições do CNJ (art. 103-B, § 4º,
da CF/88). Procedimento de Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 495 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Prescrição. Competência do Tribunal a quo para o exame da matéria

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


674

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de indícios


que comprovem demora abusiva em trâmite de PAD. Reconhecimento de prescrição.
Inviabilidade. Indeferimento. – “I) É da competência originária do Tribunal a quo deliberar
acerca de ocorrência de prescrição em PAD de sua competência, não se afigurando, em
princípio, hipótese de controle por parte deste CNJ, o qual atua subsidiariamente em
relação aos Tribunais, nos casos disciplinares, em homenagem à atividade correicional do
Tribunal, no âmbito de sua autonomia administrativa (art. 103-B, § 4º, incisos I e III, da
CF/88). II) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PP 1146 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Pretensão de sustar a posse de Desembargador eleito para direção da Escola


da Magistratura. Posse ocorrida. Prejudicado o feito

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar que pretendeu sustar a posse de Desembargador
eleito para a Diretoria da Escola da Magistratura. Posse ocorrida. Pleito Prejudicado. (CNJ
– PCA 222 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Prevalência da coisa julgada administrativa na análise de procedimento que


reitera questões já impugnadas e analisadas em procedimento anterior

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Impugnação do Edital. Serventias não incluídas no
concurso em andamento. Alegação de que alguns itens do Edital acerca da atribuição de
pontos aos títulos dos candidatos atentam contra a isonomia. Efetivação de substitutos
como titulares de serventias sem a realização de concurso. – “A análise e decisão em um
procedimento, acerca de partes identificadas do edital de concurso de ingresso impedem
que se impugne essas mesmas partes em outro procedimento, ou que se decida novamente
sobre a mesma questão, impondo-se fazer prevalecer o princípio da coisa julgada
administrativa” (CNJ – PCA 613 – Rel. Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008).

Procedimento de controle administrativo. Procedimento no CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 95 a 100.

Promoção por merecimento. Critérios objetivos previamente estabelecidos.


Nulidade inexistente

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção por merecimento.
Critérios. Juiz do Estado do Piauí, que se acha prejudicado, em processo de promoção por
merecimento. Resolução do Tribunal de Justiça estabelecendo critérios prévios com
pontuação por mérito e descontos em razão de punições disciplinares. Resolução do CNJ
delegando aos Tribunais competência para editar atos administrativos sobre matéria com
valorações objetivas. Promoções realizadas com base nos critérios previamente
estabelecidos e que se apresentam escorreitos. Inocorrência de nulidades. Não há que se
falar, na hipótese, em reabilitação ou prescrição da punição. A dedução, todavia, deve
ocorrer apenas uma vez, salvo a existência de outras circunstâncias negativas. Pedido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


675

improcedente. (CNJ – PCA 155 – Rel. Cons. Marcus Faver – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 –
DJU 16.10.2006 – Ementa não oficial).

Propositura perante o CNJ em concomitância com ação judicial. Não


conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Matéria objeto de ação


judicial proposta pelo mesmo requerente. Não conhecimento. – “Não se conhece de
Procedimento de Controle Administrativo de ato atacado, pelo mesmo requerente, por ação
judicial. A despeito da amplitude do espectro de competências constitucionalmente
delineado para o Conselho Nacional de Justiça, é ele instância administrativa,
jurisdicionalmente estéril. Pedido não conhecido” (CNJ – PCA 251 – Rel. Cons.
Designado Antonio Umberto de Souza Júnior – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Propositura perante o CNJ na pendência de Ação Direta de


Inconstitucionalidade perante o STF

Procedimento de Controle Administrativo. Dispositivo de lei


estadual objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Aplicação. Inviabilidade de
atuação do Conselho Nacional de Justiça. – “I) Limitando-se a atuação do Conselho
Nacional de Justiça à esfera administrativa, não se conhece de pedido de instauração de
Procedimento de Controle Administrativo, quando existente ação perante o Supremo
Tribunal Federal questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual cuja
aplicação se pretende. II) Pedido conhecido parcialmente, para recomendar ao Tribunal
requerido que agilize a análise dos Procedimentos Administrativos de interesse do
requerente, em cumprimento ao comando inscrito no inciso LXXVII do art. 5º da
Constituição Federal” (CNJ – PCA 9600 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª
Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Quando deve ser submetido ao Plenário do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “De acordo com o artigo 99 do Regimento Interno, os
procedimentos de controle administrativo somente devem ser submetidos ao Plenário
quando os fundamentos do pedido não forem ilididos pela autoridade requerida, ou quando
não seja caso de indeferimento liminar do processamento” (CNJ – PCA 465 – Rel. Cons.
Germana Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Rejeição liminar de pedido de controle administrativo quando existente ação


judicial perante o STF

Recurso Administrativo. Decisão monocrática. Não conhecimento


de pedido de instauração de Procedimento de Controle Administrativo. Matéria submetida
à cognição do Supremo Tribunal Federal. Inviabilidade de atuação do Conselho Nacional
de Justiça. Desprovimento. – “I) Limitando-se a atuação do Conselho Nacional de Justiça à
esfera administrativa, não se conhece de pedido de instauração de Procedimento de
Controle Administrativo, quando existente ação perante o Supremo Tribunal Federal
questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual que serviu de suporte para
o ato administrativo impugnado. II) Razões de recurso que não infirmam os fundamentos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


676

adotados na decisão impugnada. III) Recurso Administrativo conhecido e desprovido”


(CNJ – RADM 3180 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 47ª Sessão – j. 11.09.2007
– DJU 27.09.2007).

Utilização do PCA para impugnar decisões proferidas em processos


disciplinares em curso nos tribunais

“Há vários precedentes deste Conselho no sentido de admitir a


utilização do procedimento de controle administrativo para impugnação de decisões
incidentais nos processos disciplinares em curso no âmbito dos Tribunais (PCA 463, Rel.
Cons. Douglas Alencar Rodrigues; PCA 444, Rel. Cons. Cláudio Godoy; PCA 567, Rel.
Cons. Alexandre de Moraes; PCA 200710000013263, Rel. Cons. José Adonis; PCA
200710000009545, Rel. Cons. José Adonis)” (CNJ – PCA 200710000017372 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008 – Parte do voto vencedor do
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá).

Via inadequada para impugnar Resolução de Tribunal

Constitucional. Administrativo. Resolução do TST. Enquadramento


de servidores. ADCT art. 19. Procedimento de Controle Administrativo. Impropriedade da
via eleita. Recurso. Não provido. Ausência de novos argumentos. – “I) O Procedimento de
Controle Administrativo não é via processual adequada para impugnar Resolução do
Tribunal Superior do Trabalho, acoimado de negar cumprimento à decisão do Excelso
Pretório em sede de mandado de segurança. II) Impropriedade absoluta da via eleita,
cabível reclamação, se não preclusa. III) À míngua de novos fundamentos que demonstrem
o desacerto da decisão, não merece prosperar o presente recurso. IV) Recurso não provido”
(CNJ – PCA 84 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

PROCESSO
Vide: AÇÃO JUDICIAL

PROCESSO ADMINISTRATIVO
Instauração de ofício ou mediante requerimento

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade ativa.


Matéria sob apreciação judicial. Vinculação ao edita1 do concurso. Não conhecimento. –
“O Plenário do CNJ já pacificou o entendimento de que, nos termos do artigo 5º da Lei
9.784/99, Aplicado em conformidade com o art. 100 do Regimento Interno, o processo
administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Não se mostra possível
a intervenção administrativa do Conselho em matéria judicial, uma vez que a sua atuação
está restrita ao controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art.
103-B da Carta Magna de 1988. A forma de classificação dos candidatos para o
provimento das serventias mistas se encontra prevista nas normas do certame, e sua
modificação, atendendo ao pleito do requerente, importaria nítida violação ao princípio da
vinculação, que deve ser fielmente observado pela administração e pelos administrados
(candidatos). Não se toma conhecimento do pedido em decorrência da ilegitimidade ativa
do requerente, bem como em virtude de duas matérias estarem sob apreciação em sede

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


677

judicial. quanto à matéria remanescente, julga-se improcedente o pleito inaugural. (CNJ –


PCA 286 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Omissão do Tribunal em se manifestar sobre petição protocolada pelo


interessado. Dever de resposta em tempo razoável em obediência do princípio
constitucional da eficiência

Pedido de Providências. Direito de petição. Dever de resposta em


tempo razoável. Omissão do Tribunal. Ausência de justificativa. Deferimento. – “I) É
imperativo o dever de motivação dos atos administrativos decisórios, sob pena de
comprometer a eficácia do direito de petição (art. 5º, XXXIV, CF/88). II) O dever de
resposta, conexo ao direito de petição, recebeu especial atenção do legislador no
regramento normativo do procedimento administrativo, qual seja, a Lei Federal 9.784/99,
cujos artigos 48 e 49, demandam obediência ao princípio da eficiência (art. 5º, inciso
LXXVIII, da CF/88). III) Pedido de Providências a que se defere” (CNJ – PP
200710000013925 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Pedido de vista por Desembargador negado pelo tribunal. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Desembargador


integrante do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Pedido de vista dos autos de
Processo Administrativo. Nepotismo. Ilegalidade. Pedido a que se julga procedente. –
“Considerando que as competências do Órgão Especial são delegadas pelo Tribunal Pleno,
é incabível a restrição de acesso aos autos de Processo Administrativo analisado e julgado
por aquele Órgão a membros do Pleno da Corte” (CNJ – PCA 200910000008471 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Suspensão determinada pela Administração do Tribunal em razão do


ajuizamento de ação judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Suspensão do trâmite.


Impetração de Mandado de Segurança contra o deferimento de liminar pelo colegiado.
Requerimento de prosseguimento. Cotejo entre o objeto da discussão judicial e a matéria
debatida no âmbito administrativo. Discricionariedade na análise do pedido. – “I)
Conquanto não se imponha, de ordinário, a paralisação do trâmite de processos
administrativos em razão do mero ajuizamento de ação judicial, sem a respectiva ordem de
suspensão do feito, emanada do Poder Judiciário, possui a Administração Pública,
incluídos os órgãos judiciais no exercício de atividade administrativa (função atípica),
discricionariedade para ponderar a pertinência da suspensão de seus processos, no intuito
de preservar a segurança jurídica e o interesse público. II) Constitui medida de prudência
aguardar a manifestação do Supremo Tribunal Federal nos autos do Mandado de
Segurança 26.411. III) Recurso administrativo improvido” (CNJ – PCA 260 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


Palavras-chave: PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
V. tb.: MAGISTRADOS – SANÇÃO DISCIPLINAR IMPOSTA A MAGISTRADO

Afastamento de magistrado. “Quorum” exigido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


678

Procedimento de Controle Administrativo. Processo Disciplinar.


Instauração contra Magistrado. Deliberação de Afastamento das Atividades (LOMAN,
Art. 27, § 3º). Quorum necessário. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). –
“A instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra magistrado não
configura, por si só, aplicação de sanção, mas mero exercício do poder – dever de apuração
de fatos que possam constituir infração no exercício jurisdicional. Diferentemente, porém,
a decisão de afastamento do magistrado, tomada ao início ou mesmo durante a tramitação
do PAD (art. 27, § 3º, da LOMAN), além de sua natureza cautelar, ostenta evidente
conteúdo censório, com sérios reflexos na vida pessoal e funcional do magistrado. Por essa
razão, faz-se necessária a observância do quorum de que trata o inciso X do art. 93 da CF,
sob pena de nulidade da decisão administrativa correspondente. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Procedimento de Controle Administrativo procedente. (CNJ –
PCA 463 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU
11.05.2007).
Observação: Art. 93 da CF/88: “Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)
X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”.

Afastamento de magistrado das funções judicantes. Liminar

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Decisão Plenária do TRF 2ª Região, de 16.12.2004. Afastamento das
funções judicantes. Liminar indeferida. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 294 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não
oficial).

Afastamento do indiciado pelo Órgão Especial do Tribunal. Prorrogação do


prazo por decisão monocrática do Relator. Admissibilidade

“Após deliberação inicial de afastamento pelo Tribunal ou seu


Órgão Especial (art. 6º da Res. 30/CNJ), a prorrogação do prazo de afastamento
monocraticamente mostra-se em perfeita harmonia com a competência do relator para
resolver questões incidentes (art. 326, § 6º, 1ª parte do RI-TRF/3), bem como diante de seu
poder geral de cautela (STF: RMS 25104/DF), sobretudo quando tal dilação decorrer do
exercício reiterado do direito de defesa (art.7º, § 8º, da Res. 30/CNJ). A prorrogação além
do prazo denota mera irregularidade, sanável desde que em tempo razoável (PCA
200810000008065)” (CNJ – PCA 200810000011854 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 68ª
sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

“Conclui-se que, se há possibilidade de afastamento com base no


poder geral de cautela, a toda evidência que poderá o relator do processo administrativo
disciplinar afastar, não apenas com esse fundamento, mas sobretudo com o permissivo do
art. 326, §6º, 1ª parte do RI-TRF/3, segundo o qual o ‘Relator indeferirá os requerimentos
protelatórios, as provas inadequadas e as impertinentes’” (CNJ – PCA 200810000011854
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Afastamento preventivo de magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


679

magistrado (art. 27, § 3º, LOMAN). Processo Administrativo Disciplinar. Conveniência da


instrução. Análise afeta ao Tribunal. Devido processo legal. Delonga no processamento.
Alegada condução dolosa do feito. Morosidade. Deficiência da instrução probatória.
Concessão de prazo para conclusão do processo. – “1) O afastamento preventivo é ato
administrativo de competência dos Tribunais com previsão expressa na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional, LOMAN (art. 27, § 3º, da LC 35/79). II) A teor do art. 103-B, § 4º,
incisos I e III, da CF/88, constitui missão do CNJ preservar a autonomia administrativa dos
Tribunais, principalmente no tocante à liberdade de condução de sua atividade
correicional. III) Ausência, nos autos, de elementos de convicção passíveis de demonstrar a
existência de ilegalidades na instrução do Processo Administrativo Disciplinar, não se
afigurando a marcha processual, a princípio, sujeita a controle por parte do CNJ” (CNJ –
PCA 200710000007135 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Afastamento preventivo do indiciado

Procedimento de Controle Administrativo. Apuração disciplinar na


origem. Nomeação de Comissão Processante. Publicidade suficiente. Ausência de
irregularidade na sua composição. Art. 149 da Lei 8.112/90. Afastamento preventivo que
não se dá de maneira automática. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 444 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Alegação de contradição de um depoimento com relação a outro e de


imprecisão no depoimento como fundamento para a revisão disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “A eventual imprecisão de um depoimento ou a aparente contradição com outros não
autorizam a revisão de decisão disciplinar fundada em vasto e complexo acervo de provas.
V) Inocorrência de nulidade nas perícias grafotécnicas realizadas nos procedimentos
investigativos preliminares e no Processo Administrativo Disciplinar. VI) Inocorrência de
violação aos princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa. Improcedência
do Pedido de Revisão de Processo Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009

Alegação de demora na tramitação. Julgamento encerrado. Perda do objeto

Procedimento de Controle Administrativo. Procedimento


Administrativo Disciplinar contra magistrado com afastamento liminar do exercício das
funções. Pedido de reintegração em face de alegações de demora no trâmite do processo.
Observância do Tribunal de Justiça local da liminar concedida pelo CNJ, com conseqüente
e imediata designação de data para julgamento do magistrado, dentro do prazo de 15 dias.
Instrução encerrada e julgamento designado, perda de objeto do presente procedimento.
Pedido prejudicado. (CNJ – PCA 567 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Alegação de nulidade em pedido de revisão. Inocorrência de quaisquer das


hipóteses que autorizam a revisão do processo disciplinar

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


680

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Alegação de nulidade


do processo disciplinar. Aproveitamento de prova legítima produzida no processo
anterior, sob o crivo do contraditório. Ausência de nulidade. Incorrência de prescrição. –
“I) Instauração válida de Processo Administrativo Disciplinar 07/2004, com prévia defesa
pelo acusado e sustentação oral na sessão de julgamento, em exato cumprimento da
decisão do STJ que anulara o PAD 01/2002, por ausência de defesa prévia e de intimação
para a sessão (RMS 15 940). II) A sindicância instaurada como procedimento prévio ao
processo disciplinar contra magistrado constitui marco interruptivo da prescrição,
conforme jurisprudência do STJ (RMS 14797/BA – 5ª Turma – Rel. Min. Gilson Dipp – j.
06.05.2003 – DJ 26.05.2003). III) A prescrição relativa aos fatos apurados do PAD
07/2004 regula-se pelo prazo máximo de cinco anos previsto no artigo da Lei 8.112/90 (art.
142, I). Além disso, pelos mesmos fatos o acusado responde a ação penal na qual lhe é
imputada, em tese, a prática dos crimes cuja prescrição ocorre em oito anos. IV)
Inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a revisão de processo disciplinar
(RICNJ, artigo 89, I a III). Improcedência do Pedido de Revisão” (CNJ – REVDIS 41 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 56ª Sessão – j. 12.02.2008 – DJU
29.02.2008).

Alteração do órgão competente para instauração, processamento e julgamento


em razão de alteração regimental

Pedido de Providências. Abertura de Procedimento Administrativo


Disciplinar. Questão preliminar. Alteração regimental. Alteração do órgão competente
para instauração, processamento e julgamento de Reclamações Disciplinares. Validade. –
“A compatibilização de normas regimentais dos Tribunais que afastem dos Conselhos da
Magistratura competências disciplinares consiste não em solução improvisada para
prejudicar acusados por fato anterior à alteração regimental, mas em solução programada
para adequar o rito interno ao disposto na Constituição Federal, que estabelece a reserva de
Plenário ou do Órgão Especial para o processamento e julgamento dos processos
disciplinares (CF, art. 93, VIII, X e XI). Entre manter regra incompatível (evitando a pecha
de casuísmo) e alterá-la, mostra-se mais sensato promover a adequação regimental das
regras de competência funcional em matéria disciplinar” (CNJ – PP 11928 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).
Precedente do STF: Afronta à autoridade da decisão proferida na ADIn 2.580-CE.
Inexistência. Reclamação julgada improcedente. Agravo desprovido. Precedente,
Inteligência do art. 93, X e XI, da CF. – “É da competência do Órgão Especial de Tribunal
de Justiça instaurar, conduzir e julgar processo administrativo disciplinar contra
magistrado” (STF – TP – AgRg na Recl. 3.626-0-PE – Rel. Cezar Peluso – j. 12.06.2006 –
DJU 30.06.2006 e RT 853/129).

Ampla defesa

“A garantia constitucional da ampla defesa, no processo


administrativo, não observa as mesmas formalidades e ritos atribuídos ao processo judicial.
Importa que não seja impedida, independentemente do rito adotado. O § 1º do art. 27 da
LOMAN estabelece que a instauração do processo para decretação da perda do cargo
preceder-se-á de defesa prévia do magistrado” (CNJ – PCA 97 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
19ª Sessão – j. 16.05.2006 – DJU 24.05.2006 – Ementa não oficial).

Aposentadoria voluntária no curso de processo disciplinar. Impossibilidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


681

Pedido de Providências. Consulta. Resolução 30/CNJ.


Impossibilidade de concessão de aposentadoria voluntária no curso de processo
disciplinar. Aposentadoria por invalidez. Analogia indevida. – “Não soa razoável a
conversão superveniente da aposentadoria integral involuntária para a aposentadoria
proporcional sancionatória, seja em respeito ao ato jurídico perfeito (obviamente, sendo
sérias e idôneas as razões justificadoras do jubilamento por invalidez), seja pelo necessário
respeito à dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República brasileira (CF,
art. 1º, III), a que todos, mesmo os infratores, têm direito. Consulta à qual se responde
afirmativamente” (CNJ – PP 200810000002026 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Apuração dos fatos atribuídos ao magistrado pelo Corregedor-Geral em


correição

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “Não há ilegalidade na apuração dos fatos pelo Corregedor Geral do TRF/3ª Região, em
Correição Geral Ordinária na Primeira Vara Federal de Jales. Trata-se de atividade inerente
às atribuições da Corregedoria Geral. Improcedência do Pedido de Revisão de Processo
Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá
– 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Ausência de Desembargador durante o julgamento

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A ausência de Desembargador durante uma pequena parte dos trabalhos
não inquina de nulidade o julgamento, eis que se deu em caráter eventual e quando do
exame das preliminares, sendo certo que o desembargador assistiu às sustentações orais,
teve acesso a cópia do relatório, dos autos e seus anexos com antecedência razoável, e
participou integralmente do julgamento do mérito do processo administrativo disciplinar”
(CNJ – PCA 190 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Ausência de intimação para sessão de instauração. Nulidade inexistente

Revisão Disciplinar. Alegação de nulidade por ausência de


intimação para sessão de instauração. Indeferimento. – “Não se reconhece nulidade se não
há prejuízo ao interessado, incumbindo ao acusado a demonstração que o desatendimento a
postulado formal do feito lhe trouxe real gravame, a exemplo do que decidiu a Excelsa
Corte nos autos dos HC 86.022-2 e 84.714-5” (CNJ – REVDIS 1/05 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 – Ementa não oficial).

Avocação

Processo Administrativo-disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


682

convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo


procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do Tribunal de origem, cabe, nesse procedimento
incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo
disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no tribunal de origem” (CNJ – RD 02 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Avocação. Ilegitimidade de parte

Avocação de Processo Disciplinar. Tribunal de Justiça de São


Paulo. Postulação de Magistrado. Pedido não conhecido por ilegitimidade de parte. – “I)
O Requerente não tem legitimidade para postular avocatória de Processo, nos termos do
art. 85 do Regimento Interno do Egrégio Conselho. II) Tal entendimento não obsta
eventual futura postulação de revisão disciplinar, conforme facultado pela Constituição
Federal” (CNJ – APD 9 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

Avocação. Pressupostos

“Somente se justifica o pedido de avocação quando, ad exemplum,


não tenha sido assegurado o direito de defesa; o procedimento não alcança solução em
prazo razoável, havendo risco do advento da prescrição, face à sua injustificável
morosidade; não haja quorum para a apreciação da causa em razão de afastamentos,
impedimentos ou suspeições; haja fortes evidências de perseguição ou favorecimento do
investigado além de outras causas” (CNJ – PP 200810000010801 – Rel. Cons. Rui Stoco –
67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Avocação do processo pelo CNJ

Processo Administrativo Disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,
convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo
procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do tribunal de origem, cabe, nesse procedimento,
incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo
disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no Tribunal de origem” (CNJ – RD 2 – Rel. Cons. Antônio de Pádua
Ribeiro – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Citação do indiciado em processo disciplinar através do seu defensor

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Processo


Administrativo Disciplinar. Quorum para deliberação de instauração e afastamento do
processado. Convocação de juízes de primeiro grau. Impossibilidade. Comunicação dos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


683

atos processuais. Citação do processado na pessoa de seu defensor. Possibilidade.


Deferimento parcial. – “Mostra-se plenamente válida a citação do processado na pessoa de
seu defensor, mormente no caso do ato atingir a finalidade, mitigando-se a forma pela
essência. Exegese conjugada dos arts. 244 do CPC, 26, §5º, da Lei 9.784/99, e 24 da Res.
30/CNJ” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.

Comissão Processante

Procedimento de Controle Administrativo. Apuração disciplinar na


origem. Nomeação de Comissão Processante. Publicidade suficiente. Ausência de
irregularidade na sua composição. Art. 149 da Lei 8.112/90. Afastamento preventivo que
não se dá de maneira automática. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 444 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Competência concorrente entre os Tribunais e o CNJ nos procedimentos de


natureza disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “O exercício pelo Conselho Nacional de Justiça das funções inscritas no art.
103-B, § 4º da Lei Maior se dá, em regra, sem prejuízo da competência disciplinar e
correcional dos Tribunais. Impõe-se o arquivamento da reclamação quando os fatos
descritos não configurem infração disciplinar ou ilícito penal. Recurso negado” (CNJ – RD
7743 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Comunicação à Corregedoria Geral, por magistrado, de irregularidades


verificadas na Secretaria da Vara e que deu causa a instauração de processo
disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “É regular a conduta do magistrado que, designado para substituir na Vara de Jales/SP,
apurou irregularidades verificadas na Secretaria e comunicou-as à Corregedoria Geral. Não
houve apuração das condutas por outro magistrado de primeiro grau. Improcedência do
Pedido de Revisão de Processo Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Contra magistrado. Exigência de facultar a apresentação de defesa prévia,


antes da instauração do procedimento

Procedimento de Controle Administrativo. Comunicação da


acusação ao magistrado investigado. Defesa prévia. Ampla defesa. – “Antes da
instauração do Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado, cabe ao Presidente
do Tribunal dar-lhe conhecimento, mediante ofício, do teor da acusação, para apresentação
da defesa prévia. A acusação e a defesa prévia serão então submetidas ao Plenário ou ao
Órgão Especial, para decidir pela instauração ou não do processo administrativo
disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


684

“A possibilidade de apresentação de defesa, previamente à decisão


do Tribunal de admissão ou não da representação, é uma garantia do investigado que
concretiza seu direito constitucional à ampla defesa. Em outras palavras, o ato impugnado
só beneficia o requerente e contribui para o acerto da decisão do tribunal de instauração ou
não de procedimento administrativo disciplinar” (CNJ – PCA 10948 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de


Processo Administrativo Disciplinar. Ausência de oportunidade de defesa prévia.
Cerceamento de defesa. Nulidade. – “I) Conforme dispõem os §§ 1º e 2º do artigo 27 da
LOMAN, a defesa prévia deve ser oportunizada ao magistrado após a proposta do
corregedor e antes da designação da Sessão do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial para
deliberar sobre a instauração do Processo Administrativo Disciplinar. II) A Resolução
30/2007 do CNJ uniformiza o Processo Administrativo Disciplinar segundo o
procedimento previsto no artigo 27 da LOMAN, sem qualquer distinção quanto às sanções
passíveis de aplicação. III) Embora não tenha sido intimado o advogado para a Sessão
Plenária, a intimação do magistrado acusado ocorreu com antecedência suficiente para
comunicação com seu defensor e preparação da defesa a ser produzida em Plenário. IV) O
acórdão apresenta suficiente imputação dos fatos e a delimitação da acusação, de modo que
não há violação ao § 4º do art. 7º da Resolução 30 do CNJ. Procedência do pedido para
declarar a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar e determinar o seu refazimento,
por ausência de intimação para a defesa prévia prevista no § 1º do art. 27 da LOMAN”
(CNJ – PCA 13263 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Contra magistrado. “Quorum” exigido

"Ressalvadas as situações pretéritas, quer se trate de procedimento


em andamento ou já decidido, a partir da edição deste Enunciado, a decisão que instaura
processo administrativo disciplinar contra magistrado deve ser tomada pela maioria
absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, quando no exercício dessa
atribuição". (Enunciado Administrativo CNJ 10, de 23.11.2007).
Precedente: PP 2007.10.00.000989-2 – 51ª Sessão Ordinária – j. 06.11.2007, com a
redação alterada na 52ª Sessão Ordinária – j. 20.11.2007.

Convocação de magistrado para substituir desembargadores no julgamento de


processo disciplinar

“É possível a convocação de magistrados que já não respondem a


PAD para substituição de desembargadores no julgamento de processo disciplinar,
porquanto não lhes foi imposta pena nenhuma diante dos arquivamentos de seus processos.
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 360 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Convocação de magistrados de primeiro grau para suprir a insuficiência de


quorum para a instauração de processo disciplinar contra magistrado

“Não é possível a convocação de magistrados de 1º grau para


compor insuficiência de quorum do Tribunal Pleno, ou de seu órgão especial, em votação
de instauração de processo administrativo disciplinar e de eventual afastamento do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


685

processado, ainda que exista previsão normativa do Regimento Interno do Tribunal ou da


Lei de Organização Judiciária local. A única convocação possível é de desembargadores,
por serem membros efetivos do Tribunal, para integrar o órgão especial, sob pena de
violação do princípio do juiz natural” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.
Parte do voto do Cons. Min. João Oreste Dalazen: “Logo, o julgamento de processos
disciplinares contra magistrados é de competência exclusiva de membros dos respectivos
tribunais, não se admitindo delegação dessa competência”.

Decisão judicial de magistrado que favoreceu quadrilha

Processo Disciplinar. Decisão de magistrado que favoreceu


quadrilha. – “Independentemente de ter sido a decisão fundamentada, o desrespeito a
determinações do Código de Processo Civil e o claro fim de favorecer interessados basta
para a caracterização de infração disciplinar. Eletrobrás. Aposentadoria compulsória.
Violação ao Art. 35 da LOMAN. Aplicação da Res. 30, art. 5º” (CNJ – RD
200830000000656 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).
Parte do voto do Relator: “Diante dessa realidade, de todos esses fatos que saltam aos
olhos, quem clama por uma punição mais severa não é o magistrado A. S. É a própria
dignidade da Justiça. A própria dignidade dos magistrados. É a firme convicção que tem
que ter a sociedade de que não se permite, de forma alguma, a manipulação do Direito em
desfavor da Justiça. Não se permite a simulação do legal. O uso combinado do grave erro
de procedimento, da imprudência administrativa e da fundamentação jurídica temerária
apenas encobrem a nudez crua da verdade com o manto diáfano da fantasia, no dizer de
Eça de Queiroz. E a verdade é a ilegalidade da conduta do magistrado”.

Defesa prévia. Ausência

Processo Administrativo Disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,
convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo
procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do tribunal de origem, cabe, nesse procedimento,
incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo
disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no Tribunal de origem” (CNJ – RD 2 – Rel. Cons. Antônio de Pádua
Ribeiro – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de


Processo Administrativo Disciplinar. Ausência de oportunidade de defesa prévia.
Cerceamento de defesa. Nulidade. – “I) Conforme dispõem os §§ 1º e 2º do artigo 27 da
LOMAN, a defesa prévia deve ser oportunizada ao magistrado após a proposta do
corregedor e antes da designação da Sessão do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial para
deliberar sobre a instauração do Processo Administrativo Disciplinar. II) A Resolução

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


686

30/2007 do CNJ uniformiza o Processo Administrativo Disciplinar segundo o


procedimento previsto no artigo 27 da LOMAN, sem qualquer distinção quanto às sanções
passíveis de aplicação. III) Embora não tenha sido intimado o advogado para a Sessão
Plenária, a intimação do magistrado acusado ocorreu com antecedência suficiente para
comunicação com seu defensor e preparação da defesa a ser produzida em Plenário. IV) O
acórdão apresenta suficiente imputação dos fatos e a delimitação da acusação, de modo que
não há violação ao § 4º do art. 7º da Resolução 30 do CNJ. Procedência do pedido para
declarar a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar e determinar o seu refazimento,
por ausência de intimação para a defesa prévia prevista no § 1º do art. 27 da LOMAN”
(CNJ – PCA 13263 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Defesa prévia. Oportunidade para indicação de provas

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado. Processo


Administrativo Disciplinar. Defesa prévia. Delimitação do campo probatório.
Contraditório. Igualdade de armas. Prova emprestada. Sindicância prévia ao processo.
Facultatividade. – “A defesa prévia (art. 7º, § 1º, da Res. 30/CNJ) traduz mero
procedimento preliminar a uma eventual instauração de Processo Administrativo
Disciplinar, sendo inclusive facultativa (§ 2º), não ocasionando qualquer preclusão na
produção probatória da defesa (STF: HC 76049). A fase probatória – inaugural e mais
exauriente – é oportunizada na fase inicial do Processo Administrativo Disciplinar,
mediante nova oportunidade de apresentação de defesa (que não é mais prévia, mas sim
inicial ao PAD), a qual contará com cognição muito mais exauriente dos fatos do que
naquele iter procedimental (Art. 9º, § 1º, da Res. 30/CNJ). III) Quando o Tribunal de
origem disponibilizar à parte interessada em sede de defesa prévia apenas as interceptações
telefônicas que dizem respeito à sua pessoa, sob forma de compilação de única mídia, deve
estar delimitado o campo probatório da instrução do procedimento disciplinar às conversas
ali gravadas, aplicando-se o princípio da igualdade de armas (par conditio) e o atual
entendimento do Supremo Tribunal Federal (Inq. 2424)” (CNJ – PCA 200910000010246 –
Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Delegação a Juiz de Direito para a prática de atos instrutórios

“Em relação à possibilidade de delegação de atos instrutórios


(oitiva de testemunhas), feita pelo Desembargador Relator a Juiz de Direito de Recife, não
vislumbro ilegalidade, em tese, desde que seja realizada ‘como forma indireta de exercício
de atribuição do delegante’ (Cf. hipótese análoga em relação ao princípio do Promotor
Natural: STF, 1ª T, HC 84.630/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU 25.08.2006, Seção
I, p. 53), uma vez que, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal (em relação a
servidor público): ‘Pena disciplinar de demissão. Alegação de incompetência da autoridade
coatora rejeitada, porquanto regular o exercício da atribuição delegada’ (1ª T., RMS
24.079/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJU 15.03.2002, Seção I, p. 49). Observe-se que o
STF, em situação absolutamente semelhante, porém no campo penal, entendeu possível a
delegação de atos instrutórios (STF, 2ª T, HC 82.111/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, j.
17.09.2002)” (CNJ – PCA 278 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 32ª Sessão – j.
18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Delegação de atos instrutórios do processo a outro juiz

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


687

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso contra decisão


monocrática que delegou atos instrutórios do processo disciplinar a outro juiz. Alegado
ferimento a precedentes do CNJ. Pedido Improcedente. Não há ilegalidade na delegação da
coleta de prova em processo disciplinar a outro juiz. Inaplicáveis os precedentes apontados
pelo requerente. Cabíveis precedentes do STF. (CNJ – PCA 278 – Rel. Alexandre de
Moraes – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Desembargador que presidiu a Sindicância e atuou no Órgão Especial como


relator do processo administrativo disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “Não há impedimento legal ou regimental a que o membro do Órgão Especial que
recebeu o procedimento inicial por livre distribuição e realizou a sindicância, seja também
relator do Procedimento Administrativo Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Devido processo legal

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Observância do Princípio do devido processo legal. Suspensão do
julgamento dos processos administrativos disciplinares s 2003.02.01.014306-0,
2003.02.01.014317-5 e 2003.02.01.0143205. Liminar deferida. Não acolhimento do
pedido. (CNJ – PCA 428 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU
11.05.2007 – Ementa não oficial).
Observação: Julgamento conjunto com o PCA 294.

Dispensa de sindicância

Reclamação Disciplinar. Dispensa de sindicância. – “A


sindicância, por ser mero procedimento preparatório do Processo Administrativo
Disciplinar, é dispensável quando já existirem elementos suficientes para a instauração
daquele processo” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson
Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Embargos de declaração. Julgamento pela maioria absoluta dos membros dos


tribunais

Pedido de Esclarecimento. Procedimento de Controle


Administrativo. Revisão de processo disciplinar. Pressupostos. Necessidade de trânsito em
julgado da decisão disciplinar. Prescrição. – “I) É condição para o manejo do processo de
Revisão Disciplinar o trânsito em julgado do processo disciplinar na instância de origem.
II) Ocorrência de equívoco no voto vencedor, em não se observar a circunstância fática de
que o processo disciplinar não estava concluído na instância de origem. III) Acolhimento
do Pedido de Esclarecimentos para apreciar as alegações postas no Procedimento de
Controle Administrativo. IV) Reconhecimento da prescrição, tendo em vista que os fatos
se deram em 21.11.1994 e a sindicância foi instaurada em 19.01.2000. V) A exigência de
maioria absoluta dos membros dos tribunais nas decisões administrativas disciplinares (art.
93, X, da CF) aplica-se também às decisões proferidas em sede de embargos declaratórios,
dada sua natureza integrativa. Pedidos de Esclarecimentos acolhidos” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


688

200710000009545 – Rel. Cons. Designado José Adonis Callou de Araújo Sá – 59ª Sessão
– j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Fato específico. Alegação de nulidade por ausência de imputação de fato


específico ou determinado

“Quanto à ausência de fato específico, tratando-se este processo de


uma Revisão Disciplinar, é óbvio que o fato apurado é o mesmo do Processo Disciplinar
revisado. Se no processo penal, meio procedimental muito mais solene e rigoroso que o
administrativo, o acusado não se defende da tipificação legal, com maior razão não se deve
exigir tal formalismo, com exacerbado rigor, no Procedimento Administrativo” (CNJ – RD
200830000000656 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).

Feito processado na origem. Alegação de vícios formais e substanciais

Procedimento de Controle Administrativo. Feito disciplinar


processado na origem. Alegação de falta de justa causa, defeito da representação inaugural
e excesso de prazo para sua conclusão. Pretensão de liminar reintegração, por revisão de
decisão de afastamento preventivo. Asserção de violação do devido processo e do princípio
da razoável duração do processo, ante o tempo da suspensão. Assertivas concernentes a
questão de fundo apreciadas apenas em cognição sumária. Na mesma sede, verificação de
que demora também se pode imputar à defesa do processado. Perigo de demora inverso
suporta o indeferimento da liminar. Decisão mantida. Recurso improvido. (CNJ – PCA 299
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Ilegitimidade da própria parte interessada para requerer a avocação

“A avocação de processo disciplinar é medida de admissibilidade


restrita e titularidade expressa, sujeita a representação apenas de membro do próprio
Conselho, do Procurador-Geral da República, do Presidente do Conselho Federal da OAB
ou de entidade nacional da Magistratura, sendo certo que desde o julgamento do APD
01/2005, o Plenário do CNJ – por unanimidade – firmou entendimento pacífico acerca da
ilegitimidade da própria parte interessada em requerer a avocação de processo disciplinar
que contra si tramita, em face da natureza extraordinária do procedimento previsto” (CNJ –
PP 200810000010801 – Rel. Cons. Rui Stoco – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

Impossibilidade de apreciação pelo CNJ, por importar revisão de processo


disciplinar já julgado

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar. Pretensão de Revisão incabível na via do PCA. – “I) Não é
cabível, na via do Procedimento de Controle Administrativo, o deferimento de providência
que importe autêntica revisão de Processo Disciplinar já decidido. A postulação, tal como
formulada, importa revisão, por via transversa, de processo disciplinar já julgado. II) A
pretensão de revisão de processo disciplinar deve ser buscada na via do procedimento
específico, conforme RICNJ que prevê restritas hipóteses de admissibilidade (RICNJ
artigos 88 e 89). Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ –
PCA 9545 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


689

Inadequado do Procedimento de Controle Administrativo para a sua


instauração

Procedimento de Controle Administrativo. Autuação do


requerimento em nome pessoal do membro do Ministério Público. Instauração de
procedimento disciplinar. Não conhecimento. Nepotismo indireto. Vedação. Exoneração
do servidor na instrução. Prejudicialidade. – “Não se conhece de pedido de instauração de
procedimento disciplinar por absoluta incompetência do relator em sede de procedimento
de controle administrativo (art. 31, II, do RICNJ). (CNJ – PCA 200810000004102 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Independência das instâncias penal e administrativa

Reclamação Disciplinar. Independência entre as instâncias Penal


e Administrativa. – “A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos
fatos não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado
de condenação criminal. A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado
que a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permitem à
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior
julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada
configure crime em tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria
ou inexistência do fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa”
(CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão
– j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Reclamação Disciplinar. Independência entre as instâncias penal e


administrativa. – “A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos fatos
não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado de
condenação criminal. A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado que
a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permite à Administração
impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior julgamento no âmbito
criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada configure crime em
tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria ou inexistência do
fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa” (CNJ – RD
200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 –
DJU 09.03.2009).

Independência judicial do magistrado investigado

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. – “A
independência judicial é uma garantia do cidadão para assegurar julgamentos livres de
pressões, mas de acordo com a lei e o direito. A independência judicial não é, porém,
incompatível com o controle disciplinar da magistratura. A imunidade garantida pelo art.
41 da LOMAN não é absoluta, sendo possível a responsabilização administrativo-
disciplinar do magistrado quando, no exercício da atividade jurisdicional, viola os deveres
de imparcialidade (CPC, art. 135, I) e age, de forma reiterada, contrariando dispositivos
legais expressos, em violação ao dever do art. 35, I, da LOMAN, e adotando, de forma
reiterada e com dolo, revelado por um conjunto de indícios, procedimentos incorretos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


690

(LOMAN, art. 44), que acarretam prejuízos a uma das partes” (CNJ – SIND
200810000012267 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Indícios indicativos de graves violações aos deveres funcionais praticadas por


Desembargadores, Magistrados e Servidores do Tribunal de Justiça do Estado
do Amazonas. Violação à LC 35/79 e à Lei Estadual 1762/68 – EFPCEA

Reclamação Disciplinar. Dispensa de sindicância. Legitimação


ordinária concorrente. Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça.
Independência entre as instâncias Penal e Administrativa. Interceptações telefônicas.
Deferimento apenas para fins penais. Possibilidade de utilização em processo
administrativo. Degravação integral. Desnecessidade. Cedência de servidor.
Possibilidade de apuração pelo órgão de origem. Descrição precisa dos fatos. Dispensa
na sindicância. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração de Processo
Administrativo Disciplinar. – “1) A sindicância, por ser mero procedimento preparatório
do Processo Administrativo Disciplinar, é dispensável quando já existirem elementos
suficientes para a instauração daquele processo. 2) Não se mostra razoável a cisão da
atividade persecutória censória, ainda que a possibilidade esteja prevista na Constituição
Federal, ao estabelecer uma legitimação ordinária concorrente entre a Corregedoria
Nacional de Justiça e o órgão censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. 3) Havendo acentuada
ligação entre os fatos objeto da presente reclamação e os fatos levados a conhecimento do
Tribunal de Justiça Estadual, mostra-se adequado o prosseguimento de um único processo
apuratório, a ser promovido neste Conselho. 4) A existência de procedimento de
persecução penal pelos mesmos fatos não inibe a atuação administrativa, que não está
subordinada ao trânsito em julgado de condenação criminal. 5) A doutrina e jurisprudência
pátrias têm reiteradamente registrado que a independência entre as instâncias penal, civil e
administrativa permitem à Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à
revelia de anterior julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a
conduta imputada configure crime em tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais –
negativa de autoria ou inexistência do fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara
administrativa. 6) A Constituição Federal estabelece que a interceptação das comunicações
telefônicas somente é possível para fins de ‘investigação criminal ou instrução processual
penal’ – art. 5º, inc. XII. Assim, não é possível deferir a interceptação diretamente para fins
de investigação por ato de improbidade administrativa. 7) O dispositivo deve, porém, ser
interpretado no sentido de que a interceptação somente pode ser deferida para fins penais,
nada impedindo que, após a obtenção, a prova venha a ser utilizada em ação civil, em
especial de natureza sancionária, como em Procedimento Administrativo Disciplinar contra
servidores públicos. 8) Não há qualquer prejuízo no acesso parcial da degravação das
interceptações telefônicas, tendo em vista que todo o material poderá ser disponibilizado
ao longo do processo administrativo, a fim de garantir a ampla defesa e o contraditório.
Ademais, neste ponto, a degravação integral das interceptações é desnecessária,
inconveniente e até mesmo inexeqüível. 9) No início da investigação não há uma
delimitação completa e exata do objeto, não havendo como exigir-se os rigores do
princípio da correlação. Investiga-se, com base em uma hipótese, mas sem uma definição
totalmente precisa dos contornos do fato. Assim, estando os fatos descobertos dentro dos
contornos mais ou menos fluidos do tema da investigação, a prova deve ser admitida. 10)
Embora não seja esse o momento apara análise definitiva da prova, não há como se
descartar, de plano a ocorrência dos ilícitos apontados, nem atribuir a acusação a meras
fantasias, ilações ou presunções por partes dos analistas da Polícia Federal. 11) O fato de
estar cedido a outro órgão não afasta o poder disciplinar do órgão de origem do servidor.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


691

12) Na sindicância, que tem natureza de levantamento preliminar, sem forma ou rito rígido,
não há necessidade de descrição precisa dos fatos. Apenas na instauração do Processo
Administrativo Disciplinar é que se exige a imputação dos fatos e a delimitação do teor da
acusação (Res. 30/2007 do CNJ, art. 7º, § 3º). 13) Não sendo um dos reclamados servidor
do Tribunal de Justiça, tendo sido apenas nomeado para exercer o cargo comissionado e
exonerado, não há que se falar em prosseguimento de Procedimento Administrativo em
relação a ele, não havendo sanção administrativa a ser aplicada. 14) Havendo indicativos
de graves violações aos deveres funcionais praticadas por Desembargadores, Magistrados e
Servidores do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, com a adoção de postura
incompatível com o exercício da magistratura e do serviço público, consubstanciando, em
tese, violação à Lei Complementar 35/79 – LOMAN, bem como à Lei Estadual 1.762/68 –
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas, mostra-se necessária a
instauração de Processo Administrativo Disciplinar, a fim de que sejam esclarecidos os
fatos indicados no relatório da Polícia Federal e aplicadas as penalidades eventualmente
cabíveis” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Início do procedimento perante a autoridade de menor grau hierárquico

Procedimento de Controle Administrativo. Não conhecimento.


Inexistência de competência legal específica. Início do Processo Administrativo perante a
autoridade de menor grau hierárquico para decidir, nos termos do art. 17 da Lei 9.784, de
29.01.99. (CNJ – PCA 394 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 –
DJU 02.03.2007).

Instauração antes da Res. CNJ 30, DE 07.03.2007. Inadmissibilidade de


aplicação retroativa para anular o procedimento

Procedimento de controle administrativo. Magistratura. Processo


administrativo disciplinar. Rito de instauração e distribuição. Aplicabilidade retroativa da
resolução 30/CNJ. Impossibilidade. Restrição de publicidade dos atos. Possibilidade.
Prorrogação monocrática do afastamento temporário. Possibilidade. Indeferimento. –
“Em se tratando de processo administrativo disciplinar instaurado e distribuído antes da
edição da Resolução 30/CNJ, inviável retroação de seus efeitos para nulificar
procedimento de distribuição e relatoria. Exegese do art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei
9.784/99 c/c art. 24 da Resolução 30/CNJ” (CNJ – PCA 200810000011854 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Instauração contra magistrado. “Quorum” de maioria absoluta dos membros


do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial

Processo Administrativo Disciplinar. Instauração contra


magistrado. “Quorum”. Maioria absoluta. Necessidade. – “A decisão que instaura
Processo Administrativo Disciplinar contra magistrado deve ser tomada pela maioria
absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial, quando no exercício dessa
atribuição, tendo em vista a possibilidade de seu afastamento das funções já no ato de
instauração. Exegese do artigo 93, inciso X, da Constituição Federal. Pedido de
Providências conhecido e acolhido, com proposta de elaboração de Enunciado
Administrativo” (CNJ – PP 9892 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


692

Instauração contra magistrado pela prática de atos judiciais

Procedimento Administrativo Preliminar. Magistrado. Indícios


aparentes de violação de deveres legais na prática de atos judiciais. Possibilidade. – “O
Magistrado tem liberdade no exercício da função judicante, especialmente no tocante à
tomada de decisões, como forma de garantir a expressão do livre convencimento (CPC, art.
131) e a autonomia e independência do próprio Poder Judiciário. Todavia, havendo
indícios de possível falta funcional na prática de ato jurisdicional, tal prerrogativa não pode
servir de óbice intransponível à apuração, mediante Procedimento Administrativo
Preliminar e com observância do contraditório e ampla defesa. Procedimento de Controle
Administrativo de que se conhece e a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA
200810000028246 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 –
DJU 17.04.2009).

Instauração contra magistrado pela prática de ato decorrente do exercício


legítimo da jurisdição

Procedimento Administrativo Disciplinar. Magistrado.


Instauração. Ausência de justo motivo. Ilegalidade. – “Carece de amparo legal, por falta de
justo motivo, a instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar contra Magistrado
quando o ato de que é objeto decorreu do exercício legítimo da jurisdição, não se
enquadrando em nenhuma das hipóteses de descumprimento dos deveres funcionais
previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Procedimento de Controle
Administrativo de que se conhece e que se julga procedente” (CNJ – PCA
200810000028246 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 –
DJU 17.04.2009).

Instauração de ofício ou mediante requerimento

Procedimento de Controle Administrativo. Legitimidade ativa.


Matéria sob apreciação judicial. Vinculação ao edital do concurso. Não conhecimento. –
“O Plenário do CNJ já pacificou o entendimento de que, nos termos do artigo 5º da Lei
9.784/99, Aplicado em conformidade com o art. 100 do Regimento Interno, o processo
administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Não se mostra possível
a intervenção administrativa do Conselho em matéria judicial, uma vez que a sua atuação
está restrita ao controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art.
103-B da Carta Magna de 1988. A forma de classificação dos candidatos para o
provimento das serventias mistas se encontra prevista nas normas do certame, e sua
modificação, atendendo ao pleito do requerente, importaria nítida violação ao princípio da
vinculação, que deve ser fielmente observado pela administração e pelos administrados
(candidatos). Não se toma conhecimento do pedido em decorrência da ilegitimidade ativa
do requerente, bem como em virtude de duas matérias estarem sob apreciação em sede
judicial. quanto à matéria remanescente, julga-se improcedente o pleito inaugural” (CNJ –
PCA 286 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Instauração de sindicância. Desnecessidade

Reclamação disciplinar. Sindicância. Desnecessidade.


Responsabilidade administrativa e penal. Independência. Provas e indícios do
cometimento de falta disciplinar. Instauração de processo administrativo disciplinar. – “I)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


693

Os elementos colhidos pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas


Gerais são suficientes à instauração de processo administrativo disciplinar, a fim de se
apurar suposta infração disciplinar praticada pelo Reclamado. II) É dispensável a
sindicância a que alude o art. 73 do RICNJ, diante do procedimento levado a efeito pela
Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. III) Os depoimentos
colhidos são acordes no que se reporta à pretensa exigência pelo reclamado de importância
em dinheiro (R$ 60.0000,00 – sessenta mil reais) para a concessão de medida liminar. IV)
Não tendo o Superior Tribunal de Justiça, no exercício de sua competência jurisdicional,
negado a existência do fato nem, tampouco, sua autoria, não há como se obstar a apuração
da responsabilidade administrativa, dada a independência entre as sanções penais e
administrativas (Lei 8.112/90 arts. 125 e 126). Precedentes do STF. V) Proposta a
instalação de processo administrativo disciplinar” (CNJ – RD 25 – Rel. Cons. Antônio de
Pádua Ribeiro – 15ª Sessão – j. 21.03.2006 – DJU 06.04.2006).

Instauração decorrente de revisão disciplinar de ofício

Processo de Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Juízo de


admissibilidade para apuração dos fatos em Processo Administrativo Disciplinar. – “I) A
abrangência do pedido de Revisão Administrativa encontra-se vinculada à decisão
proferida e submetida ao juízo revisional. II) Não tendo sido instaurado Procedimento
Administrativo Disciplinar, na origem, e conseguintemente não tendo havido aplicação de
sanção disciplinar, a revisão ora em curso restringe-se à análise da decisão que determinou
a não-instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar. III) Submete-se, assim, ao
juízo revisional a presença ou não de indícios de autoria e materialidade que possam
ensejar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar. IV) A decisão de não-
instauração do Processo Administrativo Disciplinar proferida em Sessão Plenária do
Tribunal de Justiça do Pará mostra-se, efetivamente, contrária a todas as evidências
probatórias contidas na sindicância levada a termo pela Corregedoria das Comarcas do
Interior do TJPA. V) Procedimento a que se julga procedente para efeito de instauração de
Processo Administrativo Disciplinar, procedendo-se à livre distribuição entre os membros
do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – RD 20081000007450 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Instauração no Tribunal de origem. Competência originária da Corte.


Impossibilidade de atuação concomitante do CNJ e da Corte de origem, salvo
para apreciar vícios, nulidades o ofensa ao devido processo legal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Piauí. Representação. Instauração de PAD. Ausência de ilegalidade. Observância dos
procedimentos previstos na Res. 30 do CNJ. Necessidade de preservação da competência
originária das cortes. Improcedente. – “Inexistindo qualquer indício de inobservância dos
procedimentos legais previstos para a instauração de procedimento administrativo
disciplinar e estando delimitadas as acusações imputadas ao magistrado, inexiste razão
para a atuação do Conselho Nacional de Justiça, que deve preservar a competência
originária dos Tribunais. Pedido a que se julga improcedente” (CNJ – PCA
20091000004982 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Instauração pela Corregedoria-Geral da Justiça de tribunal. Delegação de


poderes a Juízes Auxiliares

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


694

Procedimento de Controle Administrativo. Processo Disciplinar


instaurado na Corregedoria Geral de Justiça. Instrução e impulso. Juízes auxiliares.
Delegação de poderes. Regularidade. – “I) A ciência de indícios de materialidade e
autoria de fatos ilícitos enseja apuração imediata, com notificação do responsável para, à
luz do princípio do contraditório, defender-se (art. 19, Res./CNJ 30/2007). II) Constitui
poder-dever das Corregedorias dos Tribunais Estaduais a apuração dos fatos e condutas
irregulares. III) Ausência, nos autos, de elementos de convicção passíveis de demonstrar a
existência de ilegalidade na instrução do processo administrativo instaurado pela
Corregedoria Geral do TJMA, não se afigurando a marcha processual, a princípio, sujeita a
controle por parte do CNJ. IV) A delegação de poderes, pelo Corregedor Geral, a Juízes
Auxiliares para a ‘fiscalização, orientação e acompanhamento dos serviços judiciais e
extrajudiciais nas Comarcas’ (Provimento 01/2008 da Corregedoria Geral de Justiça do
TJMA) deflui do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Maranhão, a
Lei Complementar 14/1991. V) Procedimento de Controle Administrativo julgado
improcedente” (CNJ – PCA 200910000012061 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Intervenção do Ministério Público. Produção de outras provas, além das


determinadas pelo relator. Inadmissibilidade

Pedido de Controle Administrativo. Procedimento Administrativo


Disciplinar instaurado pelo Tribunal. Pretensão do Ministério Público de produzir outras
provas, além das determinadas pelo relator. Inadmissibilidade. – “É possível a intervenção
do Ministério Público nos processos administrativos disciplinares contra magistrados.
Entretanto, não em fase de alegações finais. Direito precluso” (CNJ – PCA
200710000017591 – Rel. Designada Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008).

Intervenção do Ministério Público limitada à apresentação de razões em


alegações finais. Impossibilidade de interferir nas provas e ampliar seu
universo

“Nos processos em que se investiga a atuação de magistrado para


efeito de imposição de pena disciplinar e – portanto – com característica sensória e efeito
punitivo, preocupou-se o legislador em estabelecer sistema reservado e preservado de
investigação interna corporis, atribuindo a iniciativa e a condução do procedimento aos
próprios pares do indiciado ou processado, representados pelo Órgão Especial ou Tribunal
Pleno dos tribunais, de sorte a reservar ao Ministério Público a legitimidade e o poder de
iniciativa da ação civil específica para a perda do cargo, através de sentença judicial
transitada e julgado (CF/88, art. 95, I) e, ainda, de eventual ação penal se o comportamento
do membro do Poder Judiciário caracterizar crime. Mais do que isso não se lhe poderia
cometer, como efetivamente não se atribuiu. (...) Tem-se, portanto, que a intervenção do
Ministério Público nos processos administrativos disciplinares contra magistrados é
regrada e contida, só atuando na fase de alegações finais – segundo a dicção do art. 27, § 5º
da LOMAN e do art. 9º, § 9º da Res. CNJ 30/2007 – com o oferecimento de razões, não
podendo, contudo, interferir nas provas nem alentar o seu universo, posto assumir a
condição de custos legis, e não de órgão de acusação, só se lhe deferindo,
conseqüentemente, a prerrogativa de atuar como guardião da legalidade do procedimento.
Assim não fosse e o procedimento de natureza disciplinar visando apurar faltas de
membros da Magistratura ficaria sob o exclusivo alvedrio de outra instituição, quebrando o
princípio de que, no âmbito administrativo, cada Poder e cada Órgão da Administração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


695

Púbica detém exclusividade para julgar e impor sanções da mesma natureza aos seus
membros e agentes. Essa reserva da lei busca assegurar às instituições, como à
Magistratura e o próprio Ministério Público, fazer depuração interna (quando necessária),
de sorte que o conceito de certo e errado seja estabelecido no contexto interno à luz dos
preceitos de contenção e de coibição, entre os próprios pares, que estabelecerão – no
âmbito da liberdade na dosimetria das penas previstas – os limites e os sistemas de freios e
contra-pesos” (CNJ – PCA 200710000017591 – Rel. Designada Cons. Andréa Pachá – 60ª
Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Parte do voto vencido do Cons. Rui Stoco).

Juiz de Direito. Procedimento instaurado no Tribunal de origem. Pretensão


de revisão antecipada dos atos praticados e de arquivamento liminar pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Espírito Santo. Afastamento. Instauração de PAD. Ausência de ilegalidade. Observância
dos procedimentos previstos na Res. 30. Necessidade de preservação da competência
originária das cortes. Improcedente. – “Inexistindo qualquer indício de inobservância dos
procedimentos legais previstos para a instauração de procedimento administrativo
disciplinar e estando delimitadas as acusações imputadas ao magistrado, inexiste razão
para a atuação do Conselho Nacional de Justiça, que deve preservar a competência
originária dos Tribunais. Pedido a que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000003047 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

Julgamento pelo Órgão Especial dos Tribunais. Autonomia administrativa

Participação de magistrados ofendidos pela pessoa acusada no


quorum de deliberação. Invalidade. – “Carecem da imprescindível isenção de ânimo,
magistrados ofendidos por forte crítica do acusado em procedimento disciplinar, atraindo a
aplicação do disposto o art. 252, IV, o CPP. Neste caso os magistrados incumbidos de
decidir a sorte do procedimento disciplinar figurarão, se compuserem o quorum
deliberativo, como vítimas e algozes, o que não soa recomendável. Por outro lado, a
avocação de procedimento preparatório ou disciplinar, em contexto de confinamento do
impedimento a um grupo específico (e, diante da composição plenária, minoritário) de
desembargadores do Órgão Especial, configura medida exagerada, especialmente porque
implica interferência na autonomia dos Tribunais, que ao Conselho cabe, em princípio,
zelar. Precedente análogo do STF. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PP 11928 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

Liminar. Alegação de demora no julgamento

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Magistrado afastado de suas funções. Feito
disciplinar processado na origem. Alegação de falta de justa causa. Defeito da
representação inaugural e excesso de prazo para sua conclusão. Pretensão de liminar.
Reintegração, por revisão de decisão de afastamento preventivo. Asserção de violação de
devido processo e do princípio da razoável duração do processo, ante o tempo da
suspensão. Assertivas concernentes a questão de fundo apreciadas apenas em cognição
sumária. Na mesma sede, verificação de que demora também se pode imputar à defesa do
processado. Perigo de demora inverso suporta o indeferimento da liminar. Decisão

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


696

mantida. Recurso improvido. (CNJ – PCA 299 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 41ª Sessão –
j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Legitimação ordinária concorrente. Apuração exclusiva perante o CNJ

Reclamação Disciplinar. Legitimação ordinária concorrente.


Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça. – “Não se mostra razoável a
cisão da atividade persecutória censória, ainda que a possibilidade esteja prevista na
Constituição Federal, ao estabelecer uma legitimação ordinária concorrente entre a
Corregedoria Nacional de Justiça e o órgão censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. 3)
Havendo acentuada ligação entre os fatos objeto da presente reclamação e os fatos levados
a conhecimento do Tribunal de Justiça Estadual, mostra-se adequado o prosseguimento de
um único processo apuratório, a ser promovido neste Conselho” (CNJ – RD
200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Magistrado. Abuso do direito de defesa. Sucessivos adiamentos do julgamento


em razão de reiteradas licenças com afastamento

Reclamação Disciplinar. Juíza de Direito. Julgamento. Sucessivos


pedidos de adiamento. – “A garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa
assegura ao Magistrado o acompanhamento pessoal da sessão em que se dá o julgamento
do processo administrativo disciplinar a que responde. No entanto, o sucessivo adiamento
do julgamento do processo administrtivo disciplinar, em virtude das sucessivas licenças do
magistrado acusado, procrastinando o andamento do feito, constitui abuso de direito de
defesa, impondo-se o julgamento do procedimento.O interesse público milita no sentido da
pronta e cabal apuração de denúncia que atribui a magistrado o cometimento de infração
disciplinar. O processo administrativo instaurado para esse fim, não pode ter seu
andamento indefinidamente sobrestado ao talante da autoridade judiciária então
processada” (CNJ – RD 47 – Rel. Ministro Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Magistrado. Afastamento das funções. Legalidade

“Encontra respaldo legal o afastamento de magistrado que responde


a ação penal originária no Tribunal de origem (art. 27, § 3º, da LOMAN), questão já foi
apreciada por este CNJ nos autos do PCA 577” (CNJ – PCA 360 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento de


magistrado (art. 27, § 3º, da LOMAN). Elementos suficientes. Devido Processo Legal.
Ampla defesa. Contraditório. Indeferimento. – “I) É legal o afastamento de magistrado nos
termos do art. 27, § 3º, da LOMAN, mormente quando há elementos suficientes a embasar
a decisão, bem como há observância do devido processo legal, ampla defesa e do
contraditório. II) Questão já analisada pelo CNJ (PCA 577). III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 168 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Magistrado. Afastamento por 90 dias. Prorrogação. Competência do Relator

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


697

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Prazo de


afastamento e de instrução. Prorrogação. Decisão do relator. Questão de Ordem. – “Cabe
ao relator deliberar sobre a prorrogação do prazo de afastamento do magistrado acusado e
da instrução do Processo Disciplinar, com fundamento nas disposições do artigo 6º,
parágrafo único, e artigo 7º, § 5º da mencionada Res. 30/2007 do CNJ” (CNJ – PAD
200810000011027 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Magistrado. Alegação de excesso de prazo para concluir o procedimento.


Alegação de nulidade do procedimento em razão do excesso de prazo

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar instaurado contra Juiz Federal pelo tribunal que integra.
Alegação de excesso de prazo. Pretensão de trancamento do Processo Disciplinar, dando
ao cumprimento do prazo estabelecido na lei condição de procedibilidade.
Inadmissibilidade da nulidade de procedimento administrativo disciplinar apenas em
razão de o prazo de encerramento ter-se esgotado. Jurisprudência consolidada nesse
sentido. – “Como já ficou assentado pela doutrina em mais de uma oportunidade e por
inúmeros precedentes jurisprudenciais, o excesso de prazo na conclusão do procedimento
administrativo disciplinar não induz nulidade, nem acarreta a caducidade do direito de
punir” (CNJ – PCA 200810000008065 – Rel. Cons. Rui Stoco – 63ª Sessão – j. 27.05.2008
– DJU 13.06.2008).

Magistrado. Competência do Órgão Especial

Recurso Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar.


Competência originária do Órgão Especial. Direito de recorrer. Inexistência de duplo
grau obrigatório. – “I) Não há na Constituição de 1988 a previsão de duplo grau
obrigatório de jurisdição. II) O duplo grau é uma diretriz a ser observada pelo legislador
sempre que houver um órgão hierarquicamente superior, na estrutura administrativa ou
judicial. III) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não haverá o que se
falar em duplo grau quando o órgão julgador é aquele que ocupa o topo da hierarquia da
estrutura de poder. IV) No âmbito dos Tribunais, o topo da hierarquia é ocupado pelo
Tribunal Pleno, ao qual cabe eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus Regimentos
Internos (art. 96, inciso I da CF/88), bem como velar pelo exercício da atividade
correcional respectiva (art. 96, inciso II da CF/88). V) A Constituição Federal autoriza aos
Tribunais com mais de 25 desembargadores a constituir Órgão Especial, delegando-lhe as
atribuições administrativas e jurisdicionais do Tribunal Pleno (art. 93, inciso XI da CF/88).
Em tais casos, o Órgão Especial age em nome e como se fosse o próprio Tribunal Pleno
(Enunciado no 2 do CNJ). VI) Nada justifica, portanto, a existência de recurso
administrativo para o Tribunal Pleno, quando a matéria é de competência originária do
Órgão Especial. VII) Recurso a que se conhece e nega provimento” (CNJ – PP 1031 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Magistrado. Decisão do Órgão Especial. Inadmissibilidade de recurso ao


Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar.


Competência originária do Órgão Especial. Direito de recorrer. Inexistência de duplo
grau obrigatório. – “I) Não há na Constituição de 1988 a previsão de duplo grau
obrigatório de jurisdição. II) O duplo grau é uma diretriz a ser observada pelo legislador

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


698

sempre que houver um órgão hierarquicamente superior, na estrutura administrativa ou


judicial. III) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não haverá o que se
falar em duplo grau quando o órgão julgador é aquele que ocupa o topo da hierarquia da
estrutura de poder. IV) No âmbito dos Tribunais, o topo da hierarquia é ocupado pelo
Tribunal Pleno, ao qual cabe eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus Regimentos
Internos (art. 96, inciso I da CF/88), bem como velar pelo exercício da atividade
correcional respectiva (art. 96, inciso II da CF/88). V) A Constituição Federal autoriza aos
Tribunais com mais de 25 desembargadores a constituir Órgão Especial, delegando-lhe as
atribuições administrativas e jurisdicionais do Tribunal Pleno (art. 93, inciso XI, CF/88).
Em tais casos, o Órgão Especial age em nome e como se fosse o próprio Tribunal Pleno
(Enunciado 2 do CNJ). VI) Nada justifica, portanto, a existência de recurso administrativo
para o Tribunal Pleno, quando a matéria é de competência originária do Órgão Especial.
VII) Recurso a que se conhece e nega provimento” (CNJ – PP 1031 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Magistrado. Inexistência de prova de troca de favores no exercício de suas


atribuições

Processo Administrativo Disciplinar. Tribunal de Justiça da Bahia.


Denúncias sobre recebimento de presente por Desembargadora. Não comprovada a troca
de favor no exercício de suas atribuições, como consignado na Portaria de Instauração.
Arquivamento. (CNJ – PAD 07 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 54ª Sessão – j.
18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Magistrado. Instauração de ofício pelo CNJ. Legitimidade do Conselho


Nacional de Justiça para apreciar a matéria

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Abertura de


processo disciplinar. Legitimidade ativa dos membros do Conselho Nacional de Justiça.
Poder de iniciativa dos órgãos administrativos. Imparcialidade. Regularidade. – “O fato
de um ou vários conselheiros firmarem requerimento conjunto de instauração de
procedimento administrativo não os torna, só por isso, impedidos de apreciarem o caso.
Fosse assim, o texto constitucional estaria completamente desidratado de sentido eis que,
expressamente, cogita de atuação de ofício do Conselho e seria teratológico conferir o
poder de auto provocação ao Conselho e, ato contínuo, o Conselho considerar-se castrado
do poder de apreciar a respectiva matéria. Em sendo meramente administrativa a natureza
jurídica das atividades do Conselho Nacional de Justiça, não estarão ele nem seus membros
constrangidos pelo dever de inércia próprio da jurisdição (CPC, art. 2º). Ainda que
supérflua, há referência expressa à tal possibilidade no texto constitucional dedicado às
competências do Conselho Nacional de Justiça (CF, art. 103-B, § 4º, II e V)” (CNJ – PAD
06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Magistrado. Possibilidade, em caráter excepcional, de afastamento antes da


instauração do procedimento.

Procedimento de Controle Administrativo. Afastamento preventivo


de magistrado sem oitiva prévia. Indícios de flagrante descumprimento de dever
funcional. Fatos de natureza grave. Recebimento de denúncia. Possibilidade. – “I) O
afastamento de magistrado do exercício de suas funções, em princípio, deve ser precedido
de instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar, conforme se extrai dos arts.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


699

27, § 3º, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, e 6º, parágrafo único, da Res. 30, do
Conselho Nacional de Justiça, garantido, antes dessa instauração, prazo para a
apresentação defesa (LOMAN, art. 27, § 1º, e Res. 30, art. 7, § 1º). Todavia, na hipótese de
flagrante e grave descumprimento de dever funcional ou recebimento de denúncia por
prática, em tese, de crime, pode o magistrado, sem a sua oitiva prévia, ser preventivamente
afastado. II) Não há ilegalidade no ato de Tribunal de Justiça que decide pelo afastamento
cautelar e provisório de magistrado, quando demonstrado que atos praticados durante o
desempenho das funções revelam evidentes indícios de descumprimento dos deveres
funcionais; que contra o magistrado tramitam representações de natureza criminal, que
culminaram, inclusive, na quebra de sigilo bancário e fiscal, e que outros atos, também
realizados no exercício da função, deram ensejo ao recebimento de denúncia pela prática,
em tese, de crimes de realização de interceptação de comunicação telefônica com objetivo
não autorizado em lei (Lei 9.296/1996, art. 10), prevaricação (CP, art. 319), falsidade
ideológica (CP, art. 299, parágrafo único) e denunciação caluniosa (CP, art. 339 - três
vezes). Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 200910000005860 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Magistrado. Prazo de noventa dias para encerrar o procedimento excedido

“De toda sorte, apesar de a norma fixar o prazo de noventa dias, é


clara a possibilidade de extensão desse período quando resultado do exercício do direito de
defesa ou quando as circunstâncias do caso concreto a justifiquem, considerando-se o
interesse público. É que o cumprimento do prazo de noventa dias estabelecido no preceito
normativo não atua como condição de procedibilidade. Portanto, a extensão do prazo do
procedimento administrativo disciplinar, ultrapassando os noventa dias fixados na
Resolução 30/2007 deste Conselho, não tem o condão de impedir o prosseguimento do
procedimento, configurando-se, a princípio, mera irregularidade. Por certo, ao
administrado garante-se a duração razoável do processo, corolário do princípio da
eficiência administrativa. Nesse sentido, é parte da tarefa deste Conselho velar para que tal
direito seja respeitado. Ocorre, todavia, que eventual irregularidade que leve a extensão
desse prazo não pode inviabilizar a finalidade precípua do procedimento administrativo
disciplinar – como pretende o requerente – que é a identificação de faltas funcionais e a
eventual aplicação da penalidade adequada. É certo que a forma não pode se sobrepor à
finalidade do procedimento, principalmente considerando-se tratar da seara administrativa,
na qual a informalidade é princípio. Aliás a forma só se exige quando seja da essência do
ato, pena de converter-se em mero formalismo” (CNJ – PCA 200810000008065 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008 – Parte do voto do
Relator).

Magistrado. Prazo prescricional de cinco anos

Consulta. Prazo de prescrição para Processos Administrativos


Disciplinares contra magistrados. – “O Processo Disciplinar perante o CNJ, conforme
estabelece o art. 83, obedecerá ao procedimento da LOMAN, inclusive no que se refere às
penas disciplinares, mas, também se aplicam a Lei 8.112/90 e a Lei 9.784/99. Assim, em
que pese à legislação estadual informada pelo requerente, o prazo de prescrição dos
Processos Administrativos Disciplinares será de cinco anos, como disciplinam as leis antes
referidas. Aliás, a magistratura esteve sempre submetida ao seu estatuto próprio, a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional, pouco importando se o magistrado é federal ou
estadual, de sorte que não tem o Estado competência para legislar sobre o processo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


700

administrativo disciplinar do magistrado” (CNJ – PP 1439 – Rel. Cons. Joaquim Falcão –


Decisão Monocrática – j. 20.07.2007 – Ementa não oficial).

Revisão Disciplinar. Magistrado. Juízo de admissibilidade em que


se reconheceu a ocorrência de prescrição nos termos do Estatuto dos Servidores Civis do
Estado de Sergipe. Impossibilidade. – “O prazo prescricional para dos processos
administrativos, disciplinares instaurados em face de Magistrado será de cinco anos,
conforme estabelecem as Leis 8.112/90 e 9.748/99, aplicadas subsidiariamente a LOMAN”
(CNJ – REVDIS 27 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Magistrado. Pretensão de suspensão do feito. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Procedimento Administrativo Disciplinar instaurado contra Juiz Federal
no Tribunal de Origem. Pedido de concessão de liminar para suspender o feito.
Indeferimento pelo relator. Recurso reiterando a pretensão. Inadmissibilidade. Ausência
dos pressupostos que ensejariam a pretensão. Recurso não provido. (CNJ – PCA 12416 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Magistrado. Pretensão de trancamento do processo

Juiz Federal. Pedido de trancamento de processo disciplinar por


violação do art. 41 da LOMAN ou, subsidiariamente, em razão da consumação do prazo
prescricional previsto no art. 142, II, da Lei 8.112/90. Requer seja declarada a nulidade
absoluta do julgamento do processo por vício de impedimento, previsto art. 252, III, do
CPP, c.c. art. 326, § 6º, do RITRF 3ª Região, e por violação do art. 93, inciso X, da CF.
Precedentes deste CNJ e do STF quanto à competência do Órgão Especial para julgamento
de processo disciplinar contra juiz. Princípio da unidade da constituição. Ausência de
violação ao art. 41 da LOMAN. Violação ao art. 252, inciso III, do CPP não caracterizada,
eis que o impedimento refere-se à atuação de magistrado em outra instância e não no
mesmo tribunal. Precedentes do STJ e STF. Prescrição a ser verificada apenas com o
reconhecimento da prática da infração disciplinar. Procedimento de controle administrativo
improcedente por não ver razão suficiente para o trancamento do processo disciplinar, bem
como para declarar a sua nulidade absoluta no âmbito do Egrégio Tribunal Regional
Federal da 3ª Região. (CNJ – PCA 330 e PCA 331 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Magistrado. “Quorum” exigido para abertura do procedimento e afastamento

“Tanto a decisão de abertura de Processo Disciplinar contra


magistrado, como a decisão de afastamento liminar submetem-se ao quorum formado pelo
voto da maioria absoluta dos membros efetivos do Tribunal (art. 93, inc. X, da CF/88 c/c
Enunciado 10/CNJ). III) Para o cálculo do quorum não serão computados os membros do
Tribunal que estiverem afastados em caráter não-eventual (aposentadoria, afastamento por
determinação de órgão ou Tribunal Superior), não se considerando, portanto, o número
total de vagas existentes da Corte de origem, na base de cálculo, mas apenas os membros
efetivamente aptos a votar (STJ: RMS 17.635/PB). Os membros que estão afastados
eventualmente, ou seja, por período de tempo substancialmente menos (férias, licenças
para breve tratamento de saúde) são computados para cálculo do quorum” (CNJ – PCA
200810000010813 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


701

24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.

Não observância de requisitos. Ausência de descrição das acusações

Pedido de Providências. Não observância de requisitos para


abertura de processo administrativo disciplinar. Ausência de descrição das acusações.
Pedido de Liminar para expedição de nova portaria e suspensão do interrogatório do
sindicado. Liminar indeferida. Esgotamento do pedido. – “O indeferimento das liminares
pleiteadas proporcionou a perda de objeto ante a ausência de providências adicionais a ser
determinada pelo CNJ” (CNJ – PP 425 – Rel. Alexandre de Moraes – 25ª Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Notificação do indiciado feita diretamente pelo Relator do processo

Procedimento de controle administrativo. Magistratura. Processo


administrativo disciplinar. Rito de instauração e distribuição. Aplicabilidade retroativa da
resolução 30/CNJ. Impossibilidade. Restrição de publicidade dos atos. Possibilidade.
Prorrogação monocrática do afastamento temporário. Possibilidade. Indeferimento. –
“Trata-se de mera irregularidade a notificação feita diretamente pela relatoria do processo
administrativo disciplinar ao acusado, ao invés de ter sido feita pela presidência do
Tribunal, desde que sanada a tempo de se oportunizar nova defesa prévia. Não há nulidade
sem prejuízo (pas de nulitté sans grief). Aplicação do art. 563 do CPP c/c art. 9º, § 4º, da
Resolução 30/CNJ” (CNJ – PCA 200810000011854 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 68ª
sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Número máximo de testemunhas

Processo Administrativo Disciplinar. Recurso Administrativo


contra decisão monocrática. Recorribilidade de decisões interlocutórias. Instrução.
Testemunhas. Substituição. – “Na instrução de Processos Administrativos Disciplinares
serão inquiridas, no máximo, 8 testemunhas de acusação e até 8 testemunhas de defesa por
fato imputado (art. 1º, § 4º, Res./CNJ 30/07). Não consiste direito da defesa a substituição
de testemunhas tempestivamente arroladas e, tampouco, a oitiva de testemunhas em
número superior ao permissivo legal, independentemente de imputação de fatos ilícitos
suficientes a justificarem tal acréscimo. Recurso Administrativo em Processo
Administrativo Disciplinar a que se conhece para negar provimento” (CNJ – PAD 08 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Participação no julgamento, de magistrados ofendidos

Participação de magistrados ofendidos pela pessoa acusada no


quorum de deliberação. Invalidade. – “Carecem da imprescindível isenção de ânimo,
magistrados ofendidos por forte crítica do acusado em procedimento disciplinar, atraindo a
aplicação do disposto o art. 252, IV, o CPP. Neste caso os magistrados incumbidos de
decidir a sorte do procedimento disciplinar figurarão, se compuserem o quorum
deliberativo, como vítimas e algozes, o que não soa recomendável. Por outro lado, a
avocação de procedimento preparatório ou disciplinar, em contexto de confinamento do
impedimento a um grupo específico (e, diante da composição plenária, minoritário) de
desembargadores do Órgão Especial, configura medida exagerada, especialmente porque
implica interferência na autonomia dos Tribunais, que ao Conselho cabe, em princípio,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


702

zelar. Precedente análogo do STF. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PP 11928 –


Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

Pedido de reintegração no cargo de escrivão. Impossibilidade de exame da


questão pelo CNJ, que não se presta como instância recursal

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Desconstituição de ato administrativo. Processo Administrativo
Disciplinar 39.201-4, de 2001. Decisão monocrática. Pedido. Reintegração ao cargo de
Escrivão. Improcedência do pedido. – “A decisão atacada apontou que a atuação
constitucional do Conselho Nacional de Justiça deve visar o interesse coletivo do Poder
Judiciário e de toda a Sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em
mera instância recursal para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente
individual, proferidas por todos os órgãos judiciais e, como no caso concreto, proferida há
mais de 4 anos” (CNJ – PCA 429 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 38ª Sessão – j.
10.04.2007 – DJU 20.04.2007 – Ementa não oficial).

Prescrição. Magistrado

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Conversa


telefônica gravada por um dos interlocutores. Validade da prova. Inocorrência de
prescrição. – “Conta-se o prazo prescricional de cinco anos entre a data em que se tornou
conhecido o fato, em 02.07.2004, com a apreensão da fita contendo a gravação do diálogo,
e a data da instauração do Processo Administrativo Disciplinar, pela decisão do Plenário do
CNJ, em 26.02.2008. Inocorrência de prescrição” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Presença de advogado no processo administrativo disciplinar

Súmula 343 do STJ: “É obrigatória a presença de advogado em


todas as fases do processo administrativo disciplinar”.

Procedimento em curso na Corregedoria Nacional sobre o mesmo fato

Processo Administrativo Disciplinar. Falta de defesa prévia.


Suspensão por decisão judicial. Posterior concessão da oportunidade. Determinação
administrativa para se aguardar julgamento do mandado de segurança. Avocação. – “I)
Verificada, em sede judicial, a inobservância da concessão de prazo para defesa prévia
(LOMAN, art. 27, § 1º), tanto que deferida liminarmente a suspensão do processo
disciplinar, à autoridade administrativa cabe, além do cumprimento da decisão judicial,
convencendo-se da omissão, adotar as providências destinadas a sanar a falha. II) Havendo
procedimento em curso na Corregedoria Nacional de Justiça, acerca do mesmo fato,
sobrestado para aguardar a decisão do tribunal de origem, cabe, nesse procedimento,
incidentemente, a representação ao Plenário do Conselho para avocação do processo
disciplinar. III) Avocação determinada a fim de que o feito passe a tramitar no CNJ e,
inclusive, para o saneamento de eventual falha procedimental que esteja impedindo sua
normal tramitação no Tribunal de origem” (CNJ – RD 2 – Rel. Cons. Antônio de Pádua
Ribeiro – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


703

Processo avocado pelo CNJ. Faltas graves cometidas por magistrado no


exercício do cargo e comportamentais na vida privada. Pena de aposentadoria
compulsória

Avocação de Processo Disciplinar. Sindicância e Processo


Administrativo Disciplinar instaurados contra magistrado e avocados por proposta do
Corregedor Nacional de Justiça. Múltiplas imputações e irregularidades no exercício do
cargo e comportamentais na vida privada. Gravidade das faltas cometidas que justificam
a imposição de sanção. Aposentadoria compulsória determinada. Procedência das
imputações. Art. 103-B, § 4º, inc. III da CF; art. 28 da Loman e art. 5º da Res. CNJ
30/2007. – “Comprovadas inúmeras faltas cometidas por magistrado caracterizadas por: a)
excessivos atrasos na prolação de sentenças e despachos, constatados em correições
ordinárias e extraordinárias determinadas pelo Tribunal; b) retenção indevida de guias de
levantamento de numerário; c) tráfico de influência e vinculação de processos exclusivos;
d) ausência de independência na atuação jurisdicional; e) favorecimento de partes nos
processos em detrimento de outras; e) solicitação insistente de empréstimo de dinheiro a
advogado, cujo valor estava depositado em autos de processo presidido pelo investigado,
que aguardava a expedição de guia de levantamento sob alegação de que necessitava saldar
dívidas; f) negligência no cumprimento das obrigações do cargo e procedimento funcional
incompatível com o bom desempenho das atividades; g) conduta pessoal na vida privada
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro da função pública, justifica-se a
imposição da pena de aposentadoria compulsória, com subsídios proporcionais ao tempo
de serviço, prevista na legislação de regência” (CNJ – PD 200810000012822 – Rel. Cons.
Rui Stoco – 84ª Sessão – j. 12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Prova. Conversa telefônica gravada por um dos interlocutores

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Conversa


telefônica gravada por um dos interlocutores. Validade da prova. Inocorrência de
prescrição. – “Conta-se o prazo prescricional de cinco anos entre a data em que se tornou
conhecido o fato, em 02.07.2004, com a apreensão da fita contendo a gravação do diálogo,
e a data da instauração do Processo Administrativo Disciplinar, pela decisão do Plenário do
CNJ, em 26.02.2008. Inocorrência de prescrição” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

“Não há ilicitude na prova consistente na gravação de conversa


telefônica por um dos interlocutores. Precedentes do STF (AI-AgReg 666459 / SP)” (CNJ
– PAD 200810000008582 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Publicidade dos atos. Possibilidade de limitação

“É relativa a publicidade nos processos administrativos


disciplinares em que figuram magistrados, especialmente considerando-se a natureza das
infrações, nos casos em que a preservação do direito a intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação. Possibilidade de limitação da publicidade
dos atos ao acusado e a seus advogados. Necessário resguardo da imagem do acusado e do
próprio Poder Judiciário enquanto instituição republicana. Interpretação conjugadas dos
arts. 5º, XXXIII, e 93, X, CF/88; 27, § 2º, da LOMAN, e 23 da Resolução 30/CNJ.
Precedentes do STF (Pet 4187/DF; QO no HC 90617/PE) e do CNJ (PAD 08)” (CNJ –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


704

PCA 200810000011854 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU
12.09.2008).

Regulamentação da presença de interessados em sessão administrativa do


Plenário ou Órgão Especial para deliberar em processo disciplinar contra
magistrado

Pedido de Providências. Participação em Sessão Administrativa de


deliberação sobre procedimento disciplinar contra magistrado. Pedido de
regulamentação. Indeferimento. – “I) Não comporta normatização futura participação e/ou
presença de terceiros interessados em sessão administrativa de deliberação sobre
procedimento disciplinar contra magistrado, mesmo que expresso o seu consentimento ou
de seu advogado. II) Cabe ao Tribunal analisar, além da possibilidade de violação aos
direitos individuais do magistrado, a possibilidade de indevida repercussão da matéria sub
judice no caso concreto” (CNJ – PP 200810000010333 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 67ª
Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Revisão de processo disciplinar. Nulidades inexistentes

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “I) Não procedem as alegações de nulidade dos procedimentos de apuração dos fatos. É
regular a conduta do magistrado que, designado para substituir na Vara de Jales/SP, apurou
irregularidades verificadas na Secretaria e comunicou-as à Corregedoria Geral. Não houve
apuração das condutas por outro magistrado de primeiro grau. II) Também não há
ilegalidade na apuração dos fatos pelo Corregedor Geral do TRF/3ª Região, em Correição
Geral Ordinária na Primeira Vara Federal de Jales. Trata-se de atividade inerente às
atribuições da Corregedoria Geral. III) A remessa do procedimento inicial ao Órgão
Especial do TRF3 deu-se por deliberação do Conselho da Justiça Federal daquele Tribunal,
por proposta do Corregedor Geral. Não há impedimento legal ou regimental a que o
membro do Órgão Especial que recebeu o procedimento inicial por livre distribuição e
realizou a sindicância, seja também relator do Procedimento Administrativo Disciplinar.
IV) Não há qualquer demonstração de falsidade da prova considerada pelo Órgão Especial
do TRF/3ª Região para a decisão objeto do Pedido de Revisão. A eventual imprecisão de
um depoimento ou a aparente contradição com outros não autorizam a revisão de decisão
disciplinar fundada em vasto e complexo acervo de provas. V) Inocorrência de nulidade
nas perícias grafotécnicas realizadas nos procedimentos investigativos preliminares e no
Processo Administrativo Disciplinar. VI) Inocorrência de violação aos princípios da
legalidade, do contraditório e da ampla defesa. VII) As normas do RITRF3 não veiculam
qualquer impedimento a que o relator da Sindicância no Órgão Especial possa também
relatar o Processo Administrativo Disciplinar instaurado. VIII) Improcedência da alegação
de que o TRF/3ª Região deixou de considerar a condição emocional e psicológica do
acusado, em conseqüência do trágico acidente automobilístico que vitimara sua família.
IX) O julgamento ocorreu em prazo inferior ao que fixado na Res. 30/2006 deste CNJ para
modificação dos Regimentos Internos e realização de eleições. Também nesse ponto não
procede a alegação de nulidade. Improcedência do Pedido de Revisão de Processo
Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá
– 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


705

Servidor nomeado para exercer cargo comissionado e já exonerado.


Impossibilidade de prosseguimento do procedimento administrativo

Reclamação Disciplinar. – “Não sendo um dos reclamados


servidor do Tribunal de Justiça, tendo sido apenas nomeado para exercer o cargo
comissionado e exonerado, não há que se falar em prosseguimento de Procedimento
Administrativo em relação a ele, não havendo sanção administrativa a ser aplicada” (CNJ –
RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Sigilo. Limitações

Processo Disciplinar. Sigilo. Limitações. – “Interessado nas


Revisões Disciplinares podem ter acesso aos autos dos Procedimentos Disciplinares
decorrentes após seu julgamento, conforme Regulamento Geral da Corregedoria Nacional
de Justiça. Eventual violação de correspondência sigilosa não gera nulidade de atos
sigilosos praticados pelo Conselho. Não conhecimento do Recurso” (CNJ – PAD 04 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Sindicância presidida pelo Corregedor-Geral. Participação no julgamento

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “O fato de ter presidido a sindicância, como Corregedora-Geral, não
importa no impedimento da Exma. Sra. Presidente do TRF da 1ª Região para participar do
julgamento, nada havendo de irregular nisso” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Sindicância prévia. Não obrigatoriedade

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado. Processo


Administrativo Disciplinar. Sindicância prévia ao processo. Facultatividade. – “Não é
obrigatória a instauração de sindicância prévia ao Processo Administrativo Disciplinar
quando houver provas suficientes para a formação do processo (Art. 18 do RGCNJ; STF:
MS 22789). VI) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA
200910000010246 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Supressão da instância originária para processamento e julgamento do


procedimento disciplinar. Incompetência do CNJ para apreciar a matéria

Reclamação Disciplinar. Reclamação iniciada de ofício.


Comunicação de Ministro de que magistrado deixou de cumprir deliberadamente decisão
liminar proferida pelo Superior Tribunal de Justiça. Alegação de cometimento de
prevaricação. – “Do ponto de vista administrativo disciplinar, não é recomendável – ainda
que possível – a supressão da instância originária competente para investigar, processar e
aplicar sanções previstas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, incumbindo ao
Conselho Nacional de Justiça, em caráter subsidiário e em virtude de omissão ou do não
funcionamento daquela, apreciar ou rever processos disciplinares de juízes e membros dos
tribunais, nos termos do artigo 103-B, § 4°, incisos II e V, da Emenda Constitucional
45/2004. A instauração do procedimento disciplinar na instância competente, com a
adoção das providencias cabíveis, afasta, nesta fase procedimental, a atuação do Conselho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


706

Nacional de Justiça, devendo-se evitar esforços disciplinares paralelos e aguardar, no prazo


razoável, a conclusão daquele feito administrativo já iniciado (CNJ – RD 78 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 16ª Sessão – j. 11.04.2006 – DJU 24.04.2006 – Ementa não oficial).

Supressão da instância originária para processamento e julgamento do


procedimento disciplinar. Incompetência do CNJ para apreciar a matéria

Pedido de Providências. Procedimento preliminar. Observância da


Resolução 30/CNJ. Necessidade de preservação da competência originária das cortes.
Improcedente. – “Inexistindo qualquer indício de inobservância dos procedimentos legais
previstos para a instauração de procedimento administrativo, e havendo justa causa para
apuração de infração administrativa, inexiste razão para a atuação do CNJ, que deve
preservar a competência originária dos Tribunais” (CNJ – PP 200810000028386 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Utilização de outro procedimento para impugnar decisões do relator e do


Plenário do CNJ

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Impugnação de decisões proferidas em Processo Administrativo
Disciplinar ainda em curso no Conselho Nacional de Justiça. Não conhecimento. – “1)
Não cabe o manejo de Procedimento de Controle Administrativo para impugnação de
decisões do Relator ou do Plenário do CNJ, em Processo Administrativo Disciplinar ainda
em curso. 2) Os fundamentos invocados pelo requerente são os mesmos que adotados pela
defesa no processo disciplinar e serão examinados pelo Plenário quando do julgamento do
PAD. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000028842 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Utilização do PCA para impugnar decisões proferidas em processos


disciplinares em curso nos tribunais

“Há vários precedentes deste Conselho no sentido de admitir a


utilização do procedimento de controle administrativo para impugnação de decisões
incidentais nos processos disciplinares em curso no âmbito dos Tribunais (PCA 463, Rel.
Cons. Douglas Alencar Rodrigues; PCA 444, Rel. Cons. Cláudio Godoy; PCA 567, Rel.
Cons. Alexandre de Moraes; PCA 200710000013263, Rel. Cons. José Adonis; PCA
200710000009545, Rel. Cons. José Adonis)” (CNJ – PCA 200710000017372 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008 – Parte do voto vencedor do
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá).

Voto do presidente do tribunal para efeito de desempate

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A teor do art. 62, II, do RITRF da 1ª Região, em regra, o voto da
Presidência é de qualidade, para fins de desempate, salvo em se tratando de matéria
constitucional, em agravo regimental contra o seu despacho e, finalmente, em se tratando
de matéria administrativa, como é o caso dos autos” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

PROCESSO CRIMINAL

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707

Remessa ao Ministério Publico antes da distribuição

Pedido de Providências. Distribuição irregular dos processos


criminais, descumprimento Res. 204/2005 e Constituição Federal. – “O processo deve ser
imediatamente distribuído ao ser protocolizado no Tribunal, não havendo justificativa para
postergação da distribuição. Inteligência do Art. 93, XV, da Constituição Federal.” (CNJ –
PP 2009100000029070 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

PROCESSO ELETRÔNICO
Acesso por terceiros às decisões e documentos digitalizados que não é irrestrito

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Arquivamento. Acesso público às decisões e documentos dos processos eletrônicos no
Conselho Nacional de Justiça e nos Juizados Especiais Federais de São Paulo.
Impossibilidade. Lei 11.419/2006. Art. 115 do Código de Processo Civil. – “I) A
disciplina relativa ao acesso aos documentos digitalizados e juntados aos processos
eletrônicos, no CNJ e nos demais órgãos do Poder Judiciário, há de observar o disposto na
Lei 11.419/2006 (art. 11, § 6º) e art. 155 do CPC. II) A publicidade dos atos processuais
(CPC, artigo 155) não autoriza acesso irrestrito por terceiros ao conteúdo de documentos
juntados aos autos ou aos processos eletrônicos. Recurso a que se nega provimento” (CNJ
– PP 200710000010328 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 59ª Sessão – j.
25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Comitê Gestor do Processo Eletrônico Nacional. Instituição e composição


Vide: Portaria CNJ 1, de 19.12.2006.

PROCESSO JUDICIAL
Direito de preferência no julgamento de processos de interesse de pessoas
idosas

Pedido de Providências. Descumprimento do art. 71 do Estatuto


do Idoso. Idosos não possuem prioridade no andamento dos processos. Pedido
procedente. Interesse geral. Competência do CNJ. Recomendações aos tribunais. – “I) O
Estatuto do Idoso constitui-se num avanço legal que demanda efetividade. Por ser um
instrumento de cidadania exige que o Poder Público, através do Judiciário, inclusive,
garanta a sua aplicabilidade. II) recomendação aos Tribunais para que a prioridade legal
seja observada pelos magistrados e serventuários. III) sugestão para que os juízes que
atuem neste segmento busquem, através de estudos permanentes orientados pelas Escolas
da Magistratura, a promoção de seminários e a identificação de soluções que resultem no
cumprimento da lei. IV) Comissão de Acesso à Justiça que poderá coletar os dados
estatísticos necessários para o estabelecimento de medidas de controle que resultem na
formatação de política judiciária mais abrangente para o setor” (CNJ – PP
200710000004134 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007, DJU
05.09.2007 ).

Mutirão para agilização do julgamento dos processos. Inocorrência de ofensa


ao princípio do juiz natural, com instituição de tribunal de exceção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


708

Procedimento de Controle Administrativo. Mutirão destinado a


agilizar o julgamento de processos judiciais. Alegada violação ao princípio do juiz
natural, com instituição de tribunal de exceção. Inexistência. Orientação da
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Improcedência da pretensão. – “I) Em
todo o Judiciário brasileiro, os chamados mutirões têm servido como importante
instrumento adotado pela administração da justiça para agilizar a tramitação de processos.
Na sistemática desses mutirões, a administração dos tribunais, com a autonomia que lhes é
própria, se vale da prerrogativa legal e regimental de designar, por ato da presidência,
juízes substitutos ou mesmo titulares voluntários, para auxiliarem determinado juízo. II)
Nos mutirões, não se cogita do afastamento dos juízes titulares das varas beneficiadas. Ao
contrário, esses titulares somam seus esforços aos do grupo de magistrados designados
para o auxílio e não raro os coordena. Da mesma forma, o ato de designação não vincula
quaisquer dos juízes a determinado processo. O juiz não é designado para proferir sentença
em dado feito. De modo absolutamente desvinculado, há um grupo de juízes de um lado e
um acervo de processos do outro. O objetivo é liquidar o acervo, pouco importando quem
profira a decisão, podendo ser o próprio titular da vara. III) Os mutirões, portanto, não
ofendem a garantia do juiz natural e muito menos cria tribunal de exceção. No caso dos
mutirões, o juiz natural é aquele que, de modo aleatório, conforme a sistemática de
trabalho adotada, recebe o feito para apreciação e o julga com a devida imparcialidade. IV)
Orientação da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. V) Procedimento de
Controle Administrativo rejeitado” (CNJ – PCA 43 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

Uniformização do número dos processo nos órgãos do Poder Judiciário


Vide: Res. CNJ 65, de 16.12.2008.

PROCESSOS
CNJ. Redistribuição. Término do mandato do Conselheiro em 06/2007
Vide: Portaria CNJ 135, de 14.06.2007.

Padronização e uniformização taxonômica e terminológica pelo CNJ

“Ficam criadas as Tabelas Processuais Unificadas do Poder


Judiciário, objetivando a padronização e uniformização taxonômica e terminológica de
classes, assuntos e movimentação processuais no âmbito da Justiça Estadual, Federal, do
Trabalho e do Superior Tribunal de Justiça, a serem empregadas em sistemas processuais,
cujo conteúdo, disponível no Portal do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br),
integra a presente Resolução” (art. 1º da Res. CNJ 46, de 18.12.2007).

Processos perante o CNJ. Argüição de suspeição e impedimento


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 65 a 70.

Processos perante o CNJ. Inspeção e correição


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 65 a 70.

Processos perante o CNJ. Pedido de avocação


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 85 a 87.

Processos perante o CNJ. Pedido de providências


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 109 a 111.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


709

Processos perante o CNJ. Procedimento de controle administrativo


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 95 a 99.

Processos perante o CNJ. Processo disciplinar


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 81 a 84.

Processos perante o CNJ. Processo de revisão disciplinar


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 88 a 94.

Processos perante o CNJ. Reclamação disciplinar


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 72 a 79.

Processos perante o CNJ. Recurso administrativo


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 103.

Processos perante o CNJ. Representação por excesso de prazo


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 80.

Processos perante o CNJ. Restauração de autos


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 104 a 108.

Processos perante o CNJ. Sindicância


Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 71.

Tabelas Processuais Unificadas do Poder Judiciário. Criação e implantação


Vide: Res. CNJ 46, de 18.12.2007

PROCURAÇÃO
Palavras-chave: INSTRUMENTO DE MANDATO – MANDATO

Pedido formulado por advogado sem procuração

Pedido de Providências. Processo Administrativo da Corregedoria


Permanente de Cartórios. Alegação de nulidades ocorridas em vários lançamentos de
matrícula do Registro de Imóveis. Pedido formulado por advogado sem procuração com
fins específicos e em nome próprio. Petição inicial inepta e irregularidades inexistentes.
Questão posta já judicializada. – “A parte interessada não pode fazer uso, a um só tempo,
dos procedimentos administrativos excepcionais assegurados pelo art. 103-B, § 4º da
CF/88 perante o CNJ e dos meios judicialiformes tendentes a obter a coisa julgada
definitiva no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Prazo de validade. Resolução 35, de 24.04.2007 do CNJ

Resolução 35/2007 do CNJ. Sugestão de Alteração Acolhida. –


“Acolhe-se a sugestão de ampliar de 30 para 90 dias o prazo de validade do instrumento
público de que trata o art. 36 da Resolução 35/2007 editada por este CNJ, quando
proveniente de estrangeiro residente no exterior, tendo em vista a burocracia exigida pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


710

Consulado para emissão da procuração” (CNJ – PP 200710000006945 – Rel. Cons. Gelson


de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

PROCURADOR
Vide: ADVOGADO

PROCURADOR JUDICIAL PERANTE O CNJ


Interposição de Representação por Excesso de Prazo e de Reclamação
Disciplinar por advogado. Necessidade de instrumento de procuração com
poderes especiais

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Interposição por


advogado. Exigência de procuração com poderes específicos. Regulamento Geral da
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento sumário mantido. – “I.
‘Para a formulação de Reclamação Disciplinar e de representação por excesso de prazo,
por intermédio de procurador, é indispensável a juntada de cópia da procuração com
poderes especiais para esse fim’ (art. 14, § 1º, do Regulamento Geral da Corregedoria). II.
Recurso conhecido e não provido” (CNJ – RD 361 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

PROJETO DE LEI
Proposta de elaboração de projeto de lei de iniciativa do STF

Pedido de Providências. Ordem dos Advogados do Brasil. Proposta


de elaboração de projeto de lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal criando Vara da
Justiça Federal na Comarca de Tramandaí/RS. Necessidade de estudos aprofundados.
Remessa do procedimento ao Conselho da Justiça Federal. (CNJ – PP 904 – Rel. Cons.
Ruth Carvalho – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

PROMOÇÃO
V. tb.: MAGISTRADOS

Juiz Auditor. Lista de antiguidade. Magistrado de entrância final. Inclusão em


igualdade de condições com juízes de mesma entrância

Juiz-auditor militar. Estado do Piauí. Magistrado de entrância


final. Lista de antiguidade. Inclusão em igualdade de condições com juízes de direito de
mesma entrância. Inviabilidade. – “Para o efeito de inclusão do juiz-auditor militar titular
na mesma lista de antiguidade dos juízes de direito de última entrância, conta-se o tempo
de atuação no cargo para o qual foi promovido, não se computando o tempo de atuação
como juiz-auditor substituto. Pedido da interessada de que se conhece e que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000013012 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Juiz Auditor Militar Substituto. Publicação de edital. Único candidato.


Desnecessidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


711

Juiz-Auditor Militar Substituto. Promoção. Publicação de edital.


Existência de apenas um magistrado no cargo. Desnecessidade. – “O procedimento de
promoção de juiz-auditor substituto ao cargo de titular deve ser precedido de abertura de
edital, de modo a observar os princípios constitucionais da publicidade e da legalidade, a
fim de possibilitar a inscrição de todos os candidatos interessados e garantir o emprego
alternado dos critérios de antiguidade e merecimento, nos moldes estabelecidos pela Lei
Federal 8.457/1992 (art. 36), pela Constituição Federal (art. 93, II) e pela Lei
Complementar 35/1979 (LOMAN, art. 80). Todavia, tal publicação torna-se desnecessária
se há apenas um juiz-auditor militar substituto para preencher a vaga de juiz-auditor militar
titular. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000013012 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Magistrado. Critério de apuração da primeira quinta parte da lista de


antigüidade (art. 93, II, “b” da CF/88)

Procedimento de Controle Administrativo. Processo de Promoção


de Magistrados. Concursos de Promoção para dezoito vagas de Juiz Titular de vara do
Trabalho. Resolução 4/2005 do TRT da 2ª Região. Critério de apuração da primeira
quinta parte da lista de antiguidade dos Juízes do Trabalho substitutos. – “De acordo com
a alínea “b” do inciso II do art. 93 da CF/88, a promoção de magistrados pelo critério de
merecimento pressupõe dois anos na carreira e a vinculação do candidato à primeira quinta
parte da lista de antiguidade (salvo se não houver candidatos que atendam a esses
requisitos). Havendo, porém, mais de uma vaga a ser preenchida na mesma ocasião pelos
critérios de antiguidade e merecimento, o rol de magistrados legitimados a tais concursos
será definido para cada uma das votações, sendo equivocado sustentar o ‘congelamento’ da
primeira quinta parte da lista de antiguidade, independentemente do número de promoções
realizadas. Assim, encerrada a primeira votação, o magistrado promovido será obviamente
excluído do rol de habilitados, incluindo-se, para a votação seguinte, o magistrado que
ocupava o primeiro lugar na segunda quinta parte da lista de antiguidade e que, pela
promoção antes efetivada, acabou alçado, automaticamente, à primeira quinta parte da lista
de antiguidade. Observado esses parâmetros, não há ilegalidade a ser reparada.
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 233 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Magistrado. Dispensa da exigência de tempo na entrância, com fundamento na


parte final do art. 93, II, “b” da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Atos de promoção e


permuta de Juiz de Direito. Legalidade. Designação de juiz cunhado do Corregedor-
Geral, para função de juiz auxiliar da Corregedoria. Dispensa da função. Perda do
objeto. – “Inexistência de vícios nos atos impugnados de promoção e de permuta de Juiz de
Direito. Afastamento da exigência de tempo na entrância, com fundamento na parte final
do art. 93, II, “b”, da CF/88” (CNJ – PCA 200710000017001 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Magistrados. Merecimento. Tabelamento, pontuação ou matematização

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção por


merecimento. Critérios. “Tabelamento”. “Matematização”. Instrução do levantamento de
dados por comissão. Publicidade prévia dos dados. Deferimento parcial. “I) Tanto a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


712

criação de tabelamento dos critérios objetivos por meio de “pontuação”, como a criação de
Comissão específica para apuração dos dados referentes à pontuação, em lugar do papel
exercido pelo órgão Correcional da Corte, dizem respeito à autonomia e ao autogoverno
dos Tribunais de origem, núcleo que merece o zelo do CNJ nos termos do art. 103-B, §4º,
inc. I, da CF/88. Precedentes (PCAs 137, 240, 477, 611 e 9800; PP 6696). II) É irrazoável
exigir-se a obrigatoriedade de promoção, baseada, apenas e tão-somente, em unidades de
valor, caracterizando-se verdadeira “matematização” de critérios, sem considerar
igualmente dados além de números. Precedentes (PCAs 524, 536, 4734 e 14980). III)
Procedimento de Controle Administrativo a que se dá parcial provimento para determinar
prévia publicação e/ou disponibilização dos dados que irão embasar as promoções” (CNJ –
PP 200810000023509 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Magistrado. Promoção por antiguidade. Critério de desempate

Conselho da Justiça Federal. Juiz Federal. Promoção por


antiguidade. Critério de desempate. Resolução. Restauração da redação anterior. – “1) O
critério de desempate na apuração da antigüidade de Juízes Federais cuja posse e exercício
ocorram na mesma data é matéria concernente à economia interna dos Tribunais, no
exercício da autonomia que lhes reserva o art. 96, inciso I, da Constituição Federal. Trata-
se de um juízo de conveniência na prática do ato administrativo, tipicamente afeto ao
Tribunal. De forma concorrente, o Conselho da Justiça Federal pode também regulamentar
o tema, como órgão incumbido de exercer a supervisão administrativa e orçamentária da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus. 2) Adotada pelo Conselho da Justiça Federal,
como critério de desempate, a ordem de classificação no concurso de ingresso na
magistratura, não há razão para o Conselho Nacional de Justiça dispor de forma diversa,
em princípio. 3) Conquanto o CNJ também possa regulamentar a matéria (Constituição
Federal, art. 103-B, § 4º, inciso I), não convém que o faça em virtude de ser diminuto ou
quase inexpressivo o número de postulações dessa natureza e, sobretudo, porque não há
interesse público, de momento, em regulamentar a matéria para todos os Tribunais, fixando
regras para a promoção de magistrado, por antigüidade. 4) Pedido de revisão de Resolução
do CJF julgado improcedente” (CNJ – PP 200810000007516 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

PROMOÇÃO DE MAGISTRADOS
Palavras-chave: JUÍZES DE DIREITO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
V. tb.: MAGISTRADOS – REMOÇÃO DE MAGISTRADO – SERVIDOR PÚBLICO

Alternância de promoções e remoções de entrância para entrância

Magistrado. Alternância de promoções e remoções de entrância


para entrância. Legalidade. – “1) Tribunal de Justiça que aplica o princípio da alternância
de promoções e remoções de magistrados (art. 93, II, da CF/88) “em cada entrância”,
respeita as normas constitucionais e infraconstitucionais. 2) O critério de alternância na
própria Comarca ou Vara gera risco de não haver promoção por antigüidade (ou por
merecimento) durante longo período numa mesma entrância, dado que muitas Comarcas
poderiam vagar apenas para promoção pela outra espécie. Esse não parece ser o espírito da
norma Constitucional. 3) Pedido de Providências que se julga totalmente improcedente,
resultando prejudicado o Recurso Administrativo interposto contra decisão que indeferiu

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


713

pedido de liminar” (CNJ – PP 200810000023133 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Anulação. Continuidade do serviço jurisdicional. Reversão somente após novo


provimento dos cargos

Anulação de concurso de promoções. Continuidade do serviço


jurisdicional. – “A anulação de concurso de promoções de juízes já empossados não deve,
em nome da continuidade do serviço jurisdicional, acarretar a reversão imediata dos
vitoriosos aos seus cargos anteriores, só se efetivando tal reversão após a publicação dos
decretos de nomeação dos juízes a serem regularmente promovidos” (CNJ – PCA 11734,
PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Anulação. Efeitos

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de Ato


Administrativo. Magistrados. Promoção por merecimento. TJPI. Pedido de
esclarecimentos. Procedimento de controle administrativo. Tribunal de Justiça do Estado
do Piauí. Anulação de promoção de magistrado por merecimento. Pedido parcialmente
acolhido. Ato administrativo do Tribunal anulado. Efeitos apenas “ex nunc”, para
justamente preservar não só as decisões judiciais tomadas pelo juiz irregularmente
promovido, bem como os benefícios financeiros por ele percebidos de boa-fé. Pedido
acolhido nos limites do decidido no acórdão. (CNJ – PCA 139 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006).

Ausência de normatização pelo Tribunal não afasta a alternância dos critérios


de promoção

Res. 06. Critério para promoção dos magistrados. Ausência de ato


normativo do Tribunal. Situação que não pode afastar a obrigatória alternância dos
critérios de promoção. (CNJ – PP 668 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 26ª Sessão – j.
26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Candidato preterido por ter dirigido reclamação ao CNJ

Pedido de providências em Procedimento de Controle


Administrativo. Preterição. Reclamação de candidato ao Conselho Nacional de Justiça.
Inexistência de violação de conduta irrepreensível. – “Não se pode debitar à conta de
violação do dever de demonstração de conduta irrepreensível a iniciativa de
questionamento de atos dos tribunais por magistrados que se julguem prejudicados. O
regime democrático guarda grande afeição pela tolerância à crítica e ao manejo de
instrumentos jurídicos de controle de regularidade de atos administrativos. Impossibilidade
de preterição de candidato a promoção por tal postura crítica” (CNJ – PP-PCA
200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª sessão – j.
26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Critério da antiguidade. Admissibilidade de recusa motivada pelo voto de dois


terços da corte

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


714

Procedimento de Controle do Ato Administrativo. Tribunal de


Justiça da Bahia. Promoção por antiguidade. Recusa do Tribunal. Possibilidade. Pedido
julgado improcedente – “O inciso II, ‘d’, do art. 93 da Constituição Federal permite
expressamente a recusa de juiz mais antigo à promoção pelo voto de dois terços dos
membros da respectiva corte, conforme procedimento próprio. Tal decisão de recusa
deverá ser motivada diante do que estabelece o inciso X do mesmo dispositivo
constitucional” (CNJ – PCA 32 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 3ª Sessão Extraordinária –
j. 28.03.2006 – DJU 12.04.2006 – Ementa não oficial).

Critério de apuração da primeira quinta parte da lista de antigüidade (art. 93,


II, “b” da CF/88)

Procedimento de Controle Administrativo. Processo de Promoção


de Magistrados. Concursos de Promoção para dezoito vagas de Juiz Titular de vara do
Trabalho. Resolução 4/2005 do TRT da 2ª Região. Critério de apuração da primeira
quinta parte da lista de antiguidade dos Juízes do Trabalho substitutos. – “De acordo com
a alínea “b” do inciso II do art. 93 da CF/88, a promoção de magistrados pelo critério de
merecimento pressupõe dois anos na carreira e a vinculação do candidato à primeira quinta
parte da lista de antiguidade (salvo se não houver candidatos que atendam a esses
requisitos). Havendo, porém, mais de uma vaga a ser preenchida na mesma ocasião pelos
critérios de antiguidade e merecimento, o rol de magistrados legitimados a tais concursos
será definido para cada uma das votações, sendo equivocado sustentar o ‘congelamento’ da
primeira quinta parte da lista de antiguidade, independentemente do número de promoções
realizadas. Assim, encerrada a primeira votação, o magistrado promovido será obviamente
excluído do rol de habilitados, incluindo-se, para a votação seguinte, o magistrado que
ocupava o primeiro lugar na segunda quinta parte da lista de antiguidade e que, pela
promoção antes efetivada, acabou alçado, automaticamente, à primeira quinta parte da lista
de antiguidade. Observado esses parâmetros, não há ilegalidade a ser reparada.
Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 233 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Critérios objetivos de avaliação do merecimento

Resolução de Tribunal que estabelece critérios objetivos de


avaliação do merecimento de magistrados para promoção. Desnecessidade de vinculação
de critérios a pontos, médias ou estatísticas. – “Adotados critérios objetivos claros e
pormenorizados para a análise da produtividade, não se pode compelir ao Tribunal vincular
pontos, estatísticas ou médias a tais critérios, sob pena de retirar a liberdade de convicção
do examinador” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Critérios para promoção por merecimento

“Embora este Conselho já tenha reconhecido o exercício de


algumas atividades administrativas como critérios para merecimento, é certo que os
serviços prestados à escola judicial e a participação em comissões de concurso, bem como
as substituições no TRT, porque deixam abertura para a subjetividade na escolha desses
membros, devem ser excluídos como critério de promoção e acesso por merecimento”
(CNJ – PCA 544 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


715

Pedido de providências em procedimento de controle


administrativo. Promoções por merecimento. Critérios objetivos. Fundamentação.
Alcance. Controle administrativo dos atos pelo Conselho Nacional de Justiça.
Possibilidade (ADIn 3367). – “Na ADIn 3367 (STF, Pleno, Rel. César Peluso), fixou o
Supremo Tribunal Federal a idéia de que o Conselho Nacional de Justiça não é,
funcionalmente, órgão da União, mas do Poder Judiciário nacional, legitimado, por isso, a
exercer o controle de legalidade, eficiência, publicidade, impessoalidade, e moralidade dos
atos administrativos dos tribunais sejam estes federais ou estaduais. Não ocorrência de
transgressão ao princípio do autogoverno dos tribunais porque integra o Conselho Nacional
de Justiça a pirâmide de órgãos do Poder Judiciário nacional. Zelar pela observância dos
critérios objetivos na prática das promoções por merecimento é, portanto, tarefa imposta
constitucionalmente ao Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, § 4º, II), não havendo
invasão ou usurpação de competências dos órgãos locais do Poder Judiciário estadual”
(CNJ – PP-PCA 200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª
sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios de Promoção


por Merecimento. Res. 04/2006 do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Atividades
administrativas e especiais. Alegação de violação da Constituição da República e Res.
06/2005 deste Conselho Nacional de Justiça. Pedido parcialmente procedente, com
ressalva do entendimento pessoal do relator. (CNJ – PCA 359 – Rel. Cons. Vantuil Abdala
– 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura de carreira.


Resolução do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará estabelecendo critérios e pontuação
para as promoções por merecimento. Ato administrativo que, fugindo em parte, dos
parâmetros estabelecidos pela Resolução 6/2005 do CNJ, fixa alguns critérios com
conteúdos preponderantemente subjetivos violando princípio isonômico. Pontuação pelo
exercício das funções de Juiz Auxiliar da Corregedoria, da Presidência ou da direção do
fórum pela forma subjetiva de escolha, viola os patamares de igualdade. Revisão parcial do
ato. Pedido procedente em parte. (CNJ – PCA 68 – Rel. Cons. Marcus Faver – 18ª Sessão
– j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Resolução 10/2008 que


alterou a Resolução 04/2006. Altera o critério de escolha para o cargo de desembargador
para a vaga de merecimento. Pretensão de anular a Resolução 10/2008 e aplicar a antiga
Resolução 04/2006, que estabelecia critérios objetivos, a teor da Resolução 06/2005 do
CNJ. A escolha do novo desembargador não pode recair em critérios exclusivamente
objetivos, deve haver a possibilidade de escolha de outro candidato que não tenha tido
maior pontuação desde que justificada objetivamente. Procedência parcial do pedido.
Liminar concedida em parte. – “A Resolução 10/2008 alterou o artigo 28 da Resolução
04/2006, que estabelecia critérios objetivos para a escolha de magistrados para a vaga de
desembargador, conforme a Resolução 06/2005 do CNJ. A revogação do referido artigo
por meio da Resolução 10/2008, resultou em alteração para um critério exclusivamente
subjetivo contrariando a recomendação contida na Resolução 06/2005 do CNJ. A escolha
do novo desembargador não pode ser por meio de critérios exclusivamente objetivos
devendo haver a possibilidade de escolha do candidato que não tenha tido maior pontuação
com justificativas relevantes e objetivas. Pedido liminar concedido em parte” (CNJ – PCA
200810000007176 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


716

Promoções por merecimento. Previsão de critérios objetivos


carentes de regulamentação. Inaplicabilidade. – “Estabelecido em norma interna de
Tribunal critério para aferição de produtividade dependente de ato complementar não
editado, deve-se atribuir pontuação homogênea a todos os candidatos até que a norma se
aperfeiçoe por tal ato complementar. Do mesmo modo, não devem ser desprezadas
atividades de formação continuada de curta duração quando omissa a norma interna quanto
à imprestabilidade de tais atividades, especialmente quando forem elas promovidas,
autorizadas ou reconhecidas pelo próprio Tribunal” (CNJ – PCA 11734, PCA 11783, PCA
12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 53ª
Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Critérios. Autonomia dos tribunais

“Ademais, vale relembrar que este Conselho tem permitido que os


Tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabeleçam a forma mais
conveniente e oportuna de auferir tais critérios de promoção, evidentemente, desde que
observados os limites constitucionais estabelecidos pelo art. 93, II, da CF/88, bem como os
da Resolução 6/2005 deste CNJ” (CNJ – PCA 536 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Critérios. Qualidade das sentenças

Concurso de promoção, remoção e permuta de magistrados.


Qualidade de sentença. – “Ao se adotar, na análise da qualidade da sentença, parâmetros
que se vinculam à sua confirmação, reforma parcial ou total, ou, ainda, anulação pelo
Tribunal, estar-se-á privilegiando magistrados cujas sentenças tiveram reforma em menor
número. Além disso, poderá compelir o magistrado de primeiro grau, que tem interesse na
movimentação funcional, a seguir o entendimento adotado pelo Tribunal, no caso concreto,
desrespeitando, por conseguinte, a garantia do exercício da função com liberdade e o
princípio do livre convencimento motivado. Procedimento de Controle Administrativo de
que se conhece e a que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000017996
– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Definição da base de cálculo da primeira quinta parte da lista de antiguidade

“A discussão neste ponto cinge-se, basicamente, na definição da


base de cálculo da primeira quinta parte da lista de antiguidade, estabelecida pelo parágrafo
único do art. 2º da Resolução do TJRN. Alega-se que a norma estaria restringindo o acesso
de magistrados à lista de antiguidade. Tenho que, no ponto, razão assiste à requerente. A
opção feita pelo Tribunal requerido, em que pese justificada sob o argumento de
conveniência administrativa – pequeno número de magistrados no Estado (fls. 50 e ss.) –
não encontra respaldo no entendimento atual da Corte Suprema. Em que pese inexistir
norma constitucional específica à definição da base de cálculo da primeira quinta parte dos
magistrados mais antigos – o art. 93, inciso II, alínea “b”, da Carta Magna não fez tal
distinção – o egrégio STF assim se questionou: ‘(...) se se calcula a quinta parte sobre o
total de cargos (...) e não, sobre (...) número dos então ocupados (...). A (...) proposição é
inaceitável: lista de antiguidade é um rol de titulares providos nos cargos de determinada
classe, a cujo número não faz sentido adicionar os cargos vagos. (MS 21.631/RJ – Rel.
Min. Sepúlveda Pertence – DJ de 08.04.2000 – p. 05)’. Registre-se, por oportuno, que o
referido entendimento foi endossado pelo Ministro Eros Grau, nos autos do MS
24.575/DF, o que permite concluir, de fato, haver restrição contrária ao espírito da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


717

Constituição, nas palavras da Corte Suprema” (CNJ – PCA 524 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Desembargador. Formação de lista tríplice

Consulta. Impedimento. Promoção por merecimento. Formação de


lista tríplice. Desembargador de Tribunal. Litígio Judicial. Magistrado concorrente. – “1)
O Desembargador de Tribunal, se demandado judicialmente por magistrado de primeiro
grau de jurisdição, e unicamente por isso, não está impedido de participar da deliberação
da Corte sobre a formação de lista tríplice para promoção, por merecimento, em que
concorra o demandante. 2) A escolha do Juiz que comporá o Tribunal, mediante promoção,
por merecimento, desenvolve-se mediante procedimento administrativo (art. 6º da Res.
6/2005, do CNJ), em que não há contraditório, razão pela qual não incide, na espécie, a
norma prevista no art. 18, inc. III, da Lei Federal 9.784/1999, concernente à hipótese de
processo administrativo. 3) Entendimento em contrário poderia conduzir ao rematado
absurdo de ensejar ao Juiz que disputa promoção, por merecimento, eleger, em tese, ao
sabor de suas conveniências, os membros do Tribunal que participariam da votação da
lista, bastando, para tanto, que movesse ação judicial em desfavor daqueles cujo voto não
consulta aos seus interesses” (CNJ – PP 20081000020235 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Desembargador. Pedido de Esclarecimentos

Pedido de Esclarecimentos no Pedido de Providências. Concurso


de promoção ao cargo de Desembargador. Ausência de omissão ou contradição na decisão
proferida. Pedido de esclarecimento rejeitado. (CNJ – PP 223 – Rel. Cons. Cláudio Godoy
– 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006).

Direito de opção em caso de elevação de entrância

Processo de Controle do Ato Administrativo. Elevação de


Entrância, Promoção de Magistrado e previsão de opção. Previsão do art. 13 da Lei
Complementar Estadual Paulista 980/2005 e da Resolução 257/2005. Inexistência de
direito público subjetivo à opção pelo magistrado, podendo ser negada perante a presença
de interesse público. Existência De “Zona de Liberdade” no exercício do poder
discricionário do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, para analisar a presença do
interesse público. Motivação razoável do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São
Paulo para preservação do interesse público primário, ou seja, de todos os jurisdicionados.
Pedido de nulidade indeferido. (CNJ – PCA 201 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Distribuição de vagas por comarca mediante opção prévia

“Não há nenhuma irregularidade na decisão do Tribunal de Justiça


do Estado de Santa Catarina em distribuir vagas por comarca e determinar a opção prévia
de cada candidato” (CNJ – PP 1458 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j.
09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).
Vide também: STF – RE 14565 – Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

Entrância inicial. Inexistência de concorrentes para integrar a primeira quinta


parte da lista. Inocorrência de nulidade

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718

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Promoção. Juízes de entrância inicial. Não existência de concorrentes que integrem a
primeira quinta parte da lista. Alegação de necessidade de nova apuração. Requerimento de
anulação da promoção. Arquivado. Recurso Administrativo. Indeferimento. (CNJ – PCA
200710000019836 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Estabelecimento de critérios para promoção e remoção

“A delegação contida na Res. 06 objetivou preservar a autonomia


administrativa dos tribunais, sobretudo para a positivação de especificidades regionais e
setoriais, ao mesmo tempo em que visou reunir um amplo arsenal de experiências que
deverão balizar a edição do futuro Estatuto da Magistratura” (CNJ – PP 734 – Rel. Cons.
Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não
oficial).
Observação: A Res. 06, de 13.09.2005, do CNJ dispõe sobre a aferição do merecimento
para promoção de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º Grau.

Pedido de Providências. Carreira da Magistratura. Promoção e


acesso pelo critério de mérito. Pretensão de edição de ato normativo destinado a explicitar
os “conteúdos conceituais mínimos” dos requisitos inscritos no art. 93, inciso II, da
Constituição Federal. Pretensão que implica, em última análise, alteração da diretriz
político-administrativa materializada na Res. 06 deste Conselho Nacional de Justiça.
Indicação de situações específicas, constituídas no âmbito de diversos Tribunais Regionais
do Trabalho, como suporte fático-jurídico da pretensão, passíveis de exame em
procedimentos autônomos de controle administrativo. Ausência de oportunidade para a
edição da norma solicitada e inadequação da via eleita. Arquivamento do processo
administrativo instaurado. (CNJ – PP 734 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de tribunal. – “I – Autonomia. Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II, da CF/88, e na
resolução CNJ 6/2005. II – Qualidade das sentenças. Parâmetros definidos. Validade. A
existência de fundamentação, a clareza, a concisão, a objetividade, a organização e o uso
correto do vernáculo são elementos objetivamente aferíveis nas sentenças prolatadas.
Embora tais dados não sejam aferíveis com a mesma metodologia de precisão das
estatísticas reveladoras da produtividade e celeridade na prestação jurisdicional, não
autorizam juízo arbitrário ou discricionário, até porque a apreciação do merecimento deve
ser efetuada por voto individual, aberto e fundamentado, sujeitos os abusos porventura
cometidos ao controle corretivo deste Conselho, se necessário. III – Produtividade.
Pontuação suplementar pelo exercício de funções de auxílio na Corregedoria ou na
Presidência, de diretoria de fórum ou em juizado especial. Invalidade. A atribuição de
pontuação extra para o exercício de funções na Corregedoria, Presidência do Tribunal,
Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza evidente violação ao princípio da
isonomia. Precedente (PCA 68). IV – Pedido de anulação de decisão administrativa.
Remoção posterior para outro órgão. Fato superveniente. Perda do interesse de agir. Resta
prejudicado o pedido de revisão de ato administrativo que preteriu juiz posteriormente

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removido, a pedido (CPC, art. 462). Procedimento de Controle Administrativo julgado


procedente em parte” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Fixação de critérios objetivos. Atribuição dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. TJBA. Resolução.


Fixação de critérios objetivos. Promoção por merecimento. Ausência de ilegalidade.
Julgado improcedente. – “I) A edição de atos normativos reguladores das promoções e que
fixem os critérios objetivos para a aferição do merecimento é competência das Cortes de
Justiça, cabendo ao CNJ a sua desconstituição apenas quando eivados de vícios de
legalidade. II) A posterior identificação de ilegalidade na aplicação da Resolução
impugnada possibilita a instauração de novo procedimento e o controle do ato por este
Conselho” (CNJ – PCA 200810000032640 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 81ª Sessão – j.
31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Formação de lista tríplice. Quinta parte mais antiga

“Não podem ser considerados válidos votos atribuídos a


magistrado que, em processo de formação de lista tríplice para acesso, não integrava a
quinta parte mais antiga no momento da abertura da vaga ou da criação do cargo a ser
provido” (CNJ – PP 853 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª Sessão Extraordinária – j.
22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa não oficial).

Indeferimento da inscrição. Recurso. Intimação do julgamento

Requerimento de inscrição. Indeferimento. Julgamento da


Impugnação ou Recurso. Intimação ou publicação da pauta de julgamento. Necessidade. –
“É necessária a prévia publicação e intimação do candidato que teve sua inscrição à
promoção ou acesso indeferida, mormente porque não terá ciência da data em que a sessão
se realizará, tampouco se a impugnação ou o recurso constarão da pauta. A ausência de
publicação e intimação para a data da sessão de julgamento frustra o direito de o candidato,
por si ou seu representante legal, apresentar defesa oral, importando cerceamento do direito
de defesa. Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se dá
provimento parcial” (CNJ – PCA 200810000002970 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Indeferimento de inscrição por ter retido autos além do prazo legal

Promoção de Desembargador. Indeferimento de inscrição, por


retenção de autos além do prazo legal. Decisão que não se confunde com a recusa do Juiz
mais antigo em concurso de promoção por antigüidade, a exigir quorum especial. Questão,
ademais, já levada à esfera jurisdicional, a recomendar lá se aguarde o devido deslinde,
consumados os efeitos do ato questionado. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 164 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 25ª Sessão – j. 12.09.2006– DJU 29.09.2006).

Instituição de sabatina em sessão pública para a promoção de juízes para os


tribunais

Pedido de Providências. Promoção de juízes para tribunais de


segundo grau. Resolução 6/2005 do CNJ. Proposta de instituição de sabatina em sessão

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pública como critério para aferição do merecimento. Providência que ultrapassa os limites
da atividade normativa do CNJ. Indeferimento. (CNJ – PP 1485 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Juízes de Direito. Comissão de Avaliação

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Votação de promoção de juízes para entrância especial. Tribunal de
Justiça do Estado da Bahia. Descumprimento da alternância nas votações para as vagas
por antigüidade e por merecimento. Ausência de fundamentação dos votos na promoção
por merecimento. Ausência de publicação dos índices de produtividade dos juízes
concorrentes. Descabimento. Inexistência de prejuízo para a requerente. Votos
pronunciados com base nos relatórios da Comissão de Avaliação Funcional formada por
Desembargadores votantes. Ausência de prova de irregularidade nos relatórios. Decisão
monocrática mantida. Desprovimento do recurso. – “I – O trabalho desenvolvido por uma
Comissão de Avaliação dos magistrados inscritos na promoção para merecimento obedece
rigorosamente a idéia de que tal promoção deve estar respaldada, na maior profundidade
possível, no merecimento apurado objetivamente em relação ao candidato, justamente para
deixar pouca ou nenhuma margem ao privilégio de algum juiz em detrimento de outro. II –
Os elementos do Relatório de Avaliação são objetivos e a requerente não conseguiu
demonstrar qualquer irregularidade neste relatório, a não ser a ausência de extensas
manifestações dos Desembargadores no momento da votação III – Se houve uma comissão
que apreciou cada caso, fez relatório, pontuou as atividades de cada magistrado, nada
justifica que ainda assim o Desembargador, ao votar, decline novamente os motivos de sua
preferência. Alias, é de todo inconveniente que outros motivos, além daqueles
objetivamente demonstrados, direcionem a escolha dos juízes” (CNJ – PCA 402 e 932 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 41ª Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007 – Ementa não
oficial).

Lista de antiguidade

Procedimento de Controle Administrativao. Irregularidade de ato


fracionado de publicação de promoções de juízes. Recomposição de lista de antigüidade.
Pleito exclusivamente acolhido para este fim. Inexisatência, portanto, de omissão a suprir.
Pedido de esclarecimento rejeitado. (CNJ – PCA 129 – Rel. Cons. Claúdio Godoy – 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Magistrados. Promoção por merecimento. Figuração na quinta parte da lista


de antiguidade

Pedido de providências. Consulta. Promoção por merecimento.


Inexistência de candidatos que preencham os requisitos do art. 93, inciso II, “b”, da CF/
88. – “Reposta à consulta no sentido de que, no caso de existirem candidatos que possuam
dois anos de exercício na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da
lista de antiguidade, deve-se apurar novamente a primeira quinta parte dos mais antigos,
incluídos todos os magistrados remanescentes. Precedente do STF: MS 24575-1, DF”
(CNJ – PP 8000 e PP 10730 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

“Quanto à consulta proposta, seguindo os marcos jurisprudenciais


traçados, tem-se que, no caso de existirem candidatos que possuam dois anos de exercício

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


721

na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da lista de antiguidade,
deve-se atentar para o princípio que alicerça a disposição do art. 93, inciso II, ‘b’ da
Constituição da República de 1988, apurando-se novamente a primeira quinta parte dos
mais antigos, incluídos todos os magistrados remanescentes” (CNJ – PP 8000 e PP 10730
– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não
oficial).

Magistrados. Publicidade das sessões e motivação das decisões

Carreira da Magistratura. Acesso a Tribunal de Justiça Estadual.


Deliberação administrativa tomada em sessão pública, com votação aberta, nominal e
motivada. Imputação de vícios de ordem formal e material não verificados. Procedimento
de Controle Administrativo Improcedente. (CNJ – PCA 249 – Rel. Cons. Douglas
Rodrigues – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Atos Administrativos


editados por Tribunal de Justiça. Concurso de remoção de magistrados. Publicidade da
sessão e motivação das decisões (art. 93, X, da CF). – “A teor do art. 93, inciso X, da
Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 45/2004, as
decisões administrativas proferidas pelos tribunais devem ser tomadas em sessão pública,
com a indicação da correspondente motivação. Não observados esses parâmetros nas
movimentações horizontais de magistrados – remoções voluntárias realizadas no âmbito do
Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina – impõe-se a revogação dos correspondentes
atos administrativos editados, os quais devem ser repetidos em conformidade com o
ordenamento jurídico vigente. Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ
– PCA 35 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

Matéria questionada no STF. Prevalência do julgado administrativo, na


ausência de decisão do STF

Procedimento de Controle Administrativo. Abertura de edital de


promoção e remoção. Requerimento judicial questionando a matéria perante o STF não
impede autoridade do julgado administrativo. Comando decretado deve ser cumprido,
imediatamente, se não há decisão do STF, liminar ou definitiva, que o impeça.
Procedimento de Controle Administrativo procedente para determinar cumprimento da
decisão do CNJ. (CNJ – PCA 6568 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Merecimento. Alegação de condução maliciosa da sessão

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção por


merecimento. Alegação de condução maliciosa de Sessão de julgamento instaurada para a
formação de lista tríplice. Ausência de prova. Nomeação por ato do Presidente do
Tribunal. Inteligência do artigo 15 da RES/TJPI 01/06. – “I) Ausência de prova da alegada
condução ‘maliciosa’ da eleição consubstanciada na sessão de julgamento na qual fora
deliberada a formação de lista tríplice. II) As razões ensejadoras da pontuação
insatisfatória ao longo da avaliação funcional perpetrada pelo Tribunal requerido foram
apresentadas em sessão pública e constam da respectiva ata de julgamento. III) Ainda que
assim não fosse, no caso das promoções pelo critério do merecimento, ao contrário da
nomeação por antiguidade, o mero silêncio acerca dos candidatos preteridos não macula o
postulado constitucional da motivação e publicidade das decisões administrativas dos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


722

Tribunais (art. 93, X, CF). IV) O dever de motivação impõe-se em relação aos candidatos
votados e incluídos na lista tríplice. No caso, encontra-se também observado quanto aos
demais candidatos por terem os Desembargadores, em voto nominal, aberto e
fundamentado, indicados a pontuação alusiva a cada quesito previamente estipulado. V)
Insubsistente a alegação de nulidade da decisão do Presidente do Tribunal de Justiça para
efeito de nomeação do magistrado promovido, por ter recaído sobre o candidato mais
votado, em consonância com orientação pacificada pela jurisprudência pátria. VI) A
expressão ‘para decisão do candidato a ser promovido ou nomeado’ consagrada pelo artigo
15 da Resolução/TJPI deve ser entendida como o ato administrativo complexo de
consubstanciação da escolha por meio da nomeação, a recair sobre o candidato prestigiado
com o maior número de votos, na sessão plenária. VII) A nomeação, in casu, ancorou-se
em prévia atuação do Pleno, ostentando natureza vinculada, sem qualquer margem para a
discricionariedade por materializar a perfectibilização do ato administrativo complexo.
VIII) Procedimento de Controle Administrativo não-provido” (CNJ – PCA
200710000017300 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 64ª Sessão – j.
10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Merecimento. Ausência do direito subjetivo à inserção em lista. Nulidade


inexistente

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento”
(CNJ – PCA 112 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j.
08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

Processo de promoção de magistrados pelo critério de


merecimento. Composição de listas. Resolução 06 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Direito subjetivo. Inexistência. – “Observados pelo tribunal os critérios aplicáveis
às promoções de magistrados processadas pelo critério de merecimento (art. 93, II, da CF
c/c a Resolução 06 deste CNJ), não há como sustentar a nulidade dos atos de formação das
listas correspondentes. Verificada a razoabilidade das avaliações dos candidatos
exercitadas pelos integrantes do tribunal, a partir do desempenho, segurança e presteza no
exercício jurisdicional e da freqüência e aproveitamento a cursos de reconhecido
aproveitamento profissional, não há como sustentar a existência de desvios, tanto mais em
face da ausência de direito subjetivo à inserção em lista de promoção por merecimento.
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 114 – Rel.
Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

Merecimento. Critérios de aferição da produtividade

Magistrado. Promoção e acesso por merecimento. Critérios. – “I)


Não é recomendável que os eventos que servirão de base à aferição da produtividade,
como sentenças proferidas no processo de conhecimento e no processo de execução,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


723

embargos de declaração, embargos de terceiro, audiências realizadas, audiências adiadas,


acordos homologados, recebam o mesmo peso no que se refere às notas atribuídas na
avaliação, pois não há razão lógica para que eventos de complexidades distintas recebam a
mesma pontuação. II) Dispositivo que, embora contenha previsão de notas mínima e
máximas para o exame dos critérios de avaliação do merecimento, não estabeleça
patamares delineadores de escalonamento, dá margem à subjetividade, porque possibilita
que os pontos sejam atribuídos de acordo com a convicção pessoal do examinador” (CNJ –
PCA 200810000002970 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Merecimento. Critério para aferição de produtividade dependente de ato


complementar não editado

Promoções por merecimento. Previsão de critérios objetivos


carentes de regulamentação. Inaplicabilidade. – “Estabelecido em norma interna de
Tribunal critério para aferição de produtividade dependente de ato complementar não
editado, deve-se atribuir pontuação homogênea a todos os candidatos até que a norma se
aperfeiçoe por tal ato complementar. Do mesmo modo, não devem ser desprezadas
atividades de formação continuada de curta duração quando omissa a norma interna quanto
à imprestabilidade de tais atividades, especialmente quando forem elas promovidas,
autorizadas ou reconhecidas pelo próprio Tribunal” (CNJ – PCA 11734, PCA 11783, PCA
12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 53ª
Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Merecimento. Critérios objetivos previamente estabelecidos. Nulidade


inexistente

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção por merecimento.
Critérios. Juiz do Estado do Piauí, que se acha prejudicado, em processo de promoção por
merecimento. Resolução do Tribunal de Justiça estabelecendo critérios prévios com
pontuação por mérito e descontos em razão de punições disciplinares. Resolução do CNJ
delegando aos Tribunais competência para editar atos administrativos sobre matéria com
valorações objetivas. Promoções realizadas com base nos critérios previamente
estabelecidos e que se apresentam escorreitos. Inocorrência de nulidades. Não há que se
falar, na hipótese, em reabilitação ou prescrição da punição. A dedução, todavia, deve
ocorrer apenas uma vez, salvo a existência de outras circunstâncias negativas. Pedido
improcedente. (CNJ – PCA 155 – Rel. Cons. Marcus Faver – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 –
DJU 16.10.2006 – Ementa não oficial).

Merecimento. Critérios que não devem se vincular a critérios matemáticos


insuperáveis.

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça da


Bahia. Pretensão de rever decisão no processo de escolha para acesso ao Tribunal
Estadual. Eleição de magistrado que não estava em primeiro lugar pelos critérios da
comissão de avaliação e desempenho funcional dos magistrados. Improcedência. – “A
promoção por merecimento dos magistrados, muito embora deva se pautar essencialmente
por critérios objetivos, nos moldes da alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal,
não deve se vincular a critérios matemáticos insuperáveis, sobretudo quando estes critérios
são insuficientes e já foram revogados, pois o processo de escolha pressupõe a opção que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


724

possui estreita relação com conceitos subjetivos. A comissão constituída para análise e
pontuação dos Magistrados não pode substituir o órgão pleno do Tribunal no processo de
escolha. Recomendação ao Tribunal de Justiça do Estado da Bahia para, mesmo com a
dissolução da Comissão de Avaliação e Desempenho funcional dos magistrados, observe
fielmente os critérios definidos na alínea “c” inc. II do art. 93 da Constituição Federal, bem
como as diretrizes já fixadas por este Conselho quando do julgamento do PCA
200710000011734, ao realizar promoções de Juízes” (CNJ – PCA 200810000023765 –
Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Merecimento. Existência de títulos como critério de valorização. Subjetividade

“Em outras palavras, a existência de títulos não significa, objetiva e


necessariamente, que determinado magistrado deva ser melhor valorado, para fins de
promoção por merecimento, em relação a outros, destituído desse atributo” (CNJ – PCA
112 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU
21.08.2006 – Ementa não oficial).

Merecimento. Formação de lista tríplice havendo apenas um juíz que integra a


primeira quinta parte da lista de antiguidade. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Rondônia. Promoção de magistrado por merecimento. Formação de lista
tríplice, mesmo havendo apenas um juiz integrante da primeira quinta parte da lista de
antiguidade. Alegação de incorreção na aferição dos critérios. Art. 93, B, da Constituição
Federal. Resolução 13/2006 do TJ/RO. – “1) Pretensão de invalidação de promoção de
magistrado, por merecimento, sob o fundamento de errônea aferição dos critérios
estabelecidos no regulamento editado pelo Tribunal. 2) A exigência para promoção por
merecimento, de ser o juiz integrante da primeira quinta parte da lista de antiguidade (CF
art. 93, II, b), somente pode ser afastada quando não houver outro magistrado com tal
requisito que aceite o lugar vago. 3) Se havia um magistrado que atendia os dois requisitos
para a promoção (CF, art. 93, II, “b”), não poderia o Tribunal compor a lista tríplice com
outros dois situados fora do primeiro quinto de antiguidade, para a partir daí concorrem à
avaliação do merecimento em situação de igualdade. Embora indevida a lista elaborada,
não há nulidade na promoção do único juiz que atendia os requisitos do art. 93, II, b, da
Constituição Federal. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA 200910000014501 – Rel.
Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Merecimento. Inexistência de direito subjetivo à inserção em lista

“Definitivamente, não há direito subjetivo à inserção em lista de


promoção pelo critério de merecimento, tal como tem consagrado a jurisprudência citada
na manifestação de fls. 534/550 (RMS 12.729/PB – Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca –
DJ 18.06.2001; RMS 4.172/MT – Rel. Min. Cid Flaquer Scartezzini – DJ 08.09.1997;
RMS 3.077/MT – DJ 29.08.1994 e RMS 4.158/RS – DJ 08.10.1996 – Rel. Min. José
Dantas; RMS 12.052 – Rel. Min. Vicente Leal – DJ 18.02.2002)” (CNJ – PCA 112 – Rel.
Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 –
Ementa não oficial).

Merecimento. Produtividade e presteza apuradas por dados objetivos.


Referências pessoais que não comprometem a deliberação

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


725

Pedido de Providências. Concursos de promoção por merecimento.


Votação aberta e fundamentada. Justificativa baseada em dados objetivos de produtividade
e presteza dos Magistrados. Referências pessoais ocasionais que não prejudicam a
deliberação. Pedido indeferido. (CNJ – PP 226 e PP 223 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 24ª
Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Merecimento. Publicidade dos relatórios prévios de avaliação obrigatória

Promoção por merecimento. Publicidade dos relatórios prévios de


avaliação. Transparência e objetividade. – “Os relatórios de avaliação norteadores do
colegiado na apreciação dos pedidos de promoção por merecimento devem ser
previamente divulgados para garantir aos interessados e à comunidade em geral o
conhecimento da situação de cada candidato e para propiciar eventuais impugnações.
Antes da sessão de apreciação dos pedidos de promoção por merecimento, deve ser
publicada a listagem definitiva com os nomes de todos os candidatos e suas respectivas
pontuações, organizada por ordem decrescente de pontos. Pedidos parcialmente
procedentes” (CNJ – PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA 14980 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU
20.12.2007).

Merecimento. Sessão de julgamento. Participação de membro de Tribunais


que tenha parentesco até o terceiro grau com os concorrentes. Vedação

Pedido de Providências. Consulta. Critérios para conhecimento.


Interpretação Resolução 06/CNJ. Participação de membros de tribunais em sessão de
votação com candidatos parentes até o terceiro grau. Impossibilidade. Provimento. – “I)
Por revestir-se dos requisitos de generalidade e interesse geral, deve ser a consulta
conhecida. II) Tendo em vista a exigência de objetividade e imparcialidade em aferição de
promoção por merecimento de magistrados, é vedada a participação de membro de
Tribunal que tenha parente até o terceiro grau concorrendo no certame. Interpretação
sistemática da Resolução 06/CNJ com os arts. 1º e 2º, da Resolução 07, e com os art. 252,
IV, do CPP, conjugados com os princípios da impessoalidade e da moralidade
administrativa (PCAs 68, 402, 420 e 932; PPs 226 e 300). III) A inobservância dos
mandamentos referidos é capaz de resultar, não apenas na nulidade, mas sim na
inexistência dos atos proferidos pelo membro suspeito ou impedido (STF: HC 67997/DF).
IV) Consulta a que se responde afirmativamente para esclarecer o alcance das normas em
comento” (CNJ – PP 200810000005910 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Não aplicação do art. 93, II “b” da CF/88 (dois anos de exercício na respectiva
entrância) na promoção por merecimento

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. – “O Art. 93,


II, ‘b’, da Constituição Federal não se aplica à Justiça Federal, consoante precedentes do
STF. Recurso não provido” (CNJ – PP 200810000028696 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 81ª
Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Necessidade de ampla publicidade dos dados informativos

Concurso de promoção, remoção e permuta. Necessidade de


ampla publicidade de dados informativos sobre os magistrados inscritos. – “Os dados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


726

correspondentes aos magistrados inscritos ao concurso de promoção, remoção ou permuta,


fornecidos pelo Corregedor-Geral de Justiça ao Pleno ou Órgão Especial, devem ser prévia
e amplamente divulgados, de modo a garantir aos interessados impugnações contra
eventuais omissões, se necessário” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Necessidade dos Tribunais fixarem parâmetros de avaliação, nos termos da


Res. 6 do CNJ, mas não necessariamente critérios de valoração

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Sergipe. –


“Segundo precedentes deste Conselho Nacional de Justiça a Resolução editada pelos
Tribunais quanto à promoção dos magistrados, nos termos da Resolução 06/CNJ de 13 de
setembro de 2005, deve fixar parâmetros de avaliação, mas não necessariamente critérios
de valoração. Na promoção por merecimento é necessário se conferir publicidade aos
relatórios de avaliação dos magistrados, bem como a fixação de prazo para impugnação
pelos concorrentes, em consonância com os princípios da transparência e moralidade.
Pedido julgado parcialmente procedente” (CNJ – PP 200810000002658 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Promoção por antiguidade. Interstício. Dispensa

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Mato Grosso do Sul. Concurso de promoção por antiguidade precedido de
reclassificação. Requisito. Interstício. Afastamento. Possibilidade. Parágrafo único do
Art. 211 do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado. – “O requisito do
interstício poderá ser dispensado em duas situações: quando a remoção for requerida por
permuta e quando a promoção for precedida de remoção, mas não existir candidato inscrito
para a promoção. Na presente hipótese, o concurso de promoção foi precedido de
reclassificação, e existiu a inscrição de outros magistrados, o que impede a dispensa do
interstício, conforme permitido pelo parágrafo único do art. 211, da Lei 1.511/94.
Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA
200810000032420 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Pretensão de magistrado do direito de opção de ser provido para a comarca


cuja entrância foi elevada e da qual é titular

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Res. 07/2006 e Regimento Interno do TJMA. Previsão regimental que
defere opção a magistrado, promovido para entrância a que sua Comarca foi elevada.
Ausência de quebra da impessoalidade. Pedido indeferido. (CNJ – PCA 283 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Preterição de candidato em razão de acusações não formalizadas em


sindicância ou procedimento disciplinar

Preterição. Acusações sem instauração de sindicância ou processo


administrativo disciplinar. – “Irregular a exclusão de magistrados de certame promocional
por conta de acusações não formalizadas em sindicância ou procedimento administrativo
disciplinar. Respeito ao contraditório e ao princípio da presunção de inocência. Pedido de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


727

providências acolhido. Liminar convalidada” (CNJ – PP-PCA 200710000011734 – Rel.


Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Preterição do candidato por fatos anteriores à última movimentação do


candidato

Preterição por fatos anteriores à última movimentação do


candidato e por fatos estranhos aos documentos colacionados. Irregularidade. – “Somente
fatos posteriores à última ascensão de entrância do magistrado na carreira (ou fato pretérito
só posteriormente conhecido) devem ser levados em consideração na avaliação de seu
desempenho funcional. Não é admissível a invocação de fatos influentes para a aferição do
desempenho funcional de candidatos a promoção por merecimento que não constem da
documentação em poder dos julgadores da qual tenha tido o interessado oportunidade de
manifestação prévia, inclusive com direito a contraprova, se necessário” (CNJ – PP-PCA
200710000011734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 68ª sessão – j.
26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Promoção de magistrado ao Segundo Grau. Merecimento. Critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção de


magistrado ao 2º grau/TJPE. Editais de acesso 01/2007, 03/2007, 05/2007. Merecimento.
Critérios objetivos e motivação. Resolução/CNJ 06/2005 e Resolução/TJPE 202/2007.
Insubsistência da alegação de nulidade. – “I) Com o advento da Emenda Constitucional
45, buscou-se reverter a situação corrente de promoções fundadas em relações de amizade,
compadrio, familiares ou políticas, em detrimento da aptidão, da seriedade e da
produtividade do Magistrado. II) Com efeito, nos termos do art. 93, II, ‘c’, devem os
Tribunais abandonar, em definitivo, o subjetivismo antes reinante, passando a utilizar
critérios objetivos na aferição do merecimento para promoção de juízes às vagas da
segunda instância jurisdicional. III) Entretanto, a avaliação de desempenho no exercício da
magistratura, assim como, de produtividade e presteza, não se restringe à representação
numérica de sentenças, decisões e audiências realizadas, que podem ser fortes indicadores
do grau de excelência do trabalho do juiz, porém não constituem o único parâmetro a se
considerar para reconhecer-lhe mérito. O exercício de atividade administrativa não pode,
igualmente, ser desconsiderado, dada a exigência cada vez maior de aptidão do magistrado
para a gestão de questões de natureza administrativa. IV) Ao proceder à análise da
legalidade do ato de promoção pelo critério de merecimento, não pode o CNJ substituir-se
ao tribunal na referida escolha, mas, tão-somente, aferir se a promoção observou critérios
legítimos de escolha. V) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200810000004734 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Promoção por merecimento. Critério diferenciador

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção de


magistrado pelo critério de merecimento. Aplicação de critério diferenciador previsto na
Res. CNJ 6, de 13.09.2006. Legalidade do ato. (CNJ – PCA 339 – Rel. Cons. Ruth Lies
Scholte Carvalho – 7ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa
não oficial).

Promoção por merecimento. Necessidade de fundamentação explícita

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


728

Procedimento Administrativo. Magistratura. Concurso para


Promoção por Merecimento. Irregularidades. Promoções por merecimento.
Fundamentação. Sentido jurídico. – “Fundamentar não é o mesmo que explicar. A
fundamentação tem um cunho jurídico específico: é a base de uma decisão juridicamente
sustentável (CF, art. 93, X). Meras referências elogiosas genéricas ao candidato
selecionado não satisfazem o requisito constitucional da fundamentação das decisões
administrativas. Quem integra a magistratura tem, ordinariamente, interesse em progredir
na carreira, horizontal (remoções) e verticalmente (promoções). E tal progresso funcional
pressupõe um esforço multidirecionado (preparação intelectual, trabalho judicante intenso,
poder de iniciativa, produção acadêmica, disciplina e zelo no cumprimento dos deveres
funcionais e na condução de sua vida pública e privada, dentre outras preocupações).
Assim, o momento de definição das promoções por antiguidade e, em especial, por
merecimento, é um momento significativo na vida do juiz. Ali, mais que ser promovido ou
preterido, o juiz estará sendo julgado, ou seja, estará sendo avaliado quanto à excelência
(tendo como efeito a postergação de sua progressão) de seu esforço pessoal para
desempenhar suas atividades profissionais e para conduzir sua vida pessoal. Nenhum
problema há em que vários (ou mesmo todos menos o primeiro) votantes cinjam-se a
acompanhar o voto da primeira indicação para a lista tríplice para promoção por
merecimento. Todavia, a validade de tais votos de mera adesão estará, obviamente,
condicionada à validade do voto aderido, isto é, se desfundamentado o voto inicial de
indicação da lista tríplice, a decisão colegiada estará totalmente viciada. Decisões
formadoras de sucessivas listas tríplices sem fundamentação suficiente são inválidas” (CNJ
– PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA 14980 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Promoção “por salto” da entrância inicial para a final

Consulta. Juiz de direito. Promoção ‘por salto’ da entrância


inicial para a entrância final. Não habilitação de juiz de entrância intermediária.
Hipótese. – “I) O Conselho Nacional de Justiça não é um órgão consultivo preventivo de
ilegalidade, mormente sobre situações hipotéticas de dúvida de magistrado ou servidor
acerca da exegese de norma legal ou constitucional de cunho administrativo. À luz do art.
103-B, § 4º, da Constituição Federal, o CNJ é essencialmente um órgão de planejamento
estratégico e de controle de legalidade ‘a posteriori’ de atos administrativos emanados do
Poder Judiciário. A atuação do CNJ como órgão consultivo somente é concebível, em
caráter excepcional, mediante proposição justificada de Tribunal, em face de caso concreto
e desde que este seja matéria de relevância, em virtude de ostentar projeção coletiva no
âmbito do Poder Judiciário. II) Ressalvada a apreciação de ofício, não se conhece de
consulta sobre situação declaradamente hipotética, emanada de desembargador Presidente
de Tribunal de Justiça” (CNJ – PP 200810000009525 – Rel. Cons. Min. João Oreste
Dalazen – 64ª Sessão – j. 10.06.2008 – DJU 11.07.2008).

Provimento de cargo regularmente ocupado. Inamovibilidade garantida.


Anulação

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção por merecimento.
Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Promoção de magistrado pelo critério de
merecimento. Comarca de vara única elevada a 3ª entrância e que se encontrava
regularmente provida. – “Não pode o Tribunal nessas condições instaurar processo de
provimento do cargo de Juiz por remoção ou promoção por merecimento sob pena de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


729

violar a garantia de inamovibilidade prevista no art. 95, inciso II da Constituição Federal.


Prerrogativa de que goza o magistrado nela lotado. É obrigatória a promoção do juiz que
figurar por três vezes consecutivas lista de merecimento a qual não pode ser confundida
com lista de remoção. Tal direito, todavia, não se concretiza quando viciado, na base, o
processo de promoção. A promoção do juiz lotado na Comarca elevada, não sana o vício e
causa prejuízo ao integrante da lista. Anulação ‘ab initio’ de todo o processo de
provimento para a referida comarca. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PCA 139 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006 – Ementa não
oficial).

Publicação de edital imediatamente após a abertura de vaga

Pedido de Providências. Ato omissivo. Avisos de promoção ou


remoção para Juizados Especiais. Ausência de publicação de editais. Inamovibilidade na
carreira. Juízes respondendo interinamente por fala dos titulares. – “I) Consoante o
disposto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN (art. 83), devem os
Tribunais, ao detectar a existência de vagas a serem preenchidas mediante promoção ou
remoção, fazer publicar imediatamente a abertura de edital, no órgão oficial, com o fito de
viabilizar a movimentação na carreira. II) Tem caráter vinculativo a fixação, em norma de
organização judiciária, de prazo para publicação de editais de promoção ou remoção,
tornando-se ponto de apoio na alavanca da efetividade da jurisdição ao prestigiar o
princípio constitucional da eficiência e reforçar o caráter transitório de eventuais
substituições impostas a magistrados nomeados para suprir a demanda de trabalho em
Comarcas ou Varas nas quais remanesçam cargos vagos. III) Pedido de Providências a que
se dá provimento para determinar a publicação de editais de promoção e remoção no prazo
de 30 dias” (CNJ – PP 200810000004758 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Publicidade de dados

Procedimento de Controle Administrativo. Promoção de


Magistrados. Publicidade de dados. Fundamentação de promoções e remoções. Erro
material. Segurança jurídica. Suspeição do Tribunal (“bairrismo”). Inocorrência.
Improcedência. – “I) O mandamento de publicidade prévia não fica violado se os dados
são postos a disposição do candidato à promoção. Aplicação do princípio da ausência de
nulidade quando não houver prejuízo. II) Embora seja possível revisão de pontuação do
candidato em relação a item específico dos critérios da promoção (produtividade), por
estrita aplicação dos julgados anteriores ao tema e à mesma avaliação (PCAs
200710000011734, 200710000011783, 200710000012090 e 200710000012362), o
resultado final não modifica a situação do candidato vencedor, podendo eventualmente
atingir terceiros, ocasionando situação que – sopesada com o princípio da segurança
jurídica (PCA 200710000008917), além do adiantado decurso de tempo (9 meses) – não
possui condão suficiente para alterar a avaliação do Tribunal a quo. III) Ausente prova
sobre preterição de candidato em razão de sua naturalidade, não há falar em suspeição da
Administração superior da Corte a qual está o magistrado vinculado com base em mera
conjectura (STF: MS 26700). IV) Inviável revisão de editais de promoções anteriores em
decorrência das preclusões lógica e temporal, não servindo o CNJ como bypass devido
(PCA 592). V) Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ –
PCA 200710000014980 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU
13.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


730

Relotação realizada a título de promoção. Inadmissibilidade

“A Associação de Magistrados do Estado do Pará consulta este |


Conselho sobre a prática da “relotação” de Magistrados, que ocorre no Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, com amparo na Lei Estadual 5008/81. Embora embasado no Código de
Organização Judiciária do Estado, a práxis do Tribunal está equivocada e contraria
frontalmente a Constituição Federal, cujos dispositivos apontam para apenas duas formas
de movimentação dos magistrados na carreira: horizontalmente, por meio da remoção, e
verticalmente, através da promoção (Art. 93, II, VIII-A, da CF/88). A questão é tão
relevante que a EC 45/2004 estabeleceu, dentre os princípios que deverão ser observados
pelo Estatuto da Magistratura, as normas da promoção de juízes por merecimento, dando
ensejo à Resolução 6 do CNJ, que dispõe sobre a aferição do merecimento para promoção
de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º grau e estabelece, em seu art. 4º, que os
Tribunais deveriam editar atos administrativos disciplinando, entre outros, a valoração
objetiva de desempenho, produtividade e presteza dos Magistrados. A referida Resolução é
de setembro de 2005. Outras formas de movimentação, portanto, não devem ser mantidas
sob nenhum pretexto” (CNJ – PP 1392 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

PROMOÇÃO POR MERECIMENTO


Relatórios de avaliação de magistrados. Necessária publicidade e fixação de
prazo para impugnação

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de Sergipe. –


“Segundo precedentes deste Conselho Nacional de Justiça a Resolução editada pelos
Tribunais quanto à promoção dos magistrados, nos termos da Resolução 06/CNJ de 13 de
setembro de 2005, deve fixar parâmetros de avaliação, mas não necessariamente critérios
de valoração. Na promoção por merecimento é necessário se conferir publicidade aos
relatórios de avaliação dos magistrados, bem como a fixação de prazo para impugnação
pelos concorrentes, em consonância com os princípios da transparência e moralidade.
Pedido julgado parcialmente procedente” (CNJ – PP 200810000002658 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

“Portanto, não cabe a este Conselho substituir a atuação primária


dos Tribunais Estaduais, mormente quando estes já fixaram critérios para promoção nos
termos da Resolução 06 deste colegiado. Além disso, a única correção que o caso concreto
estava por merecer – falta de publicidade e prazo para eventual impugnação dos relatórios
de produtividade – já foi sanada pelo próprio Tribunal ao dar cumprimento à liminar
concedida inicialmente” (CNJ – PP 200810000002658 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não oficial).

Sessão de julgamento. Participação de membro de Tribunais que tenha


parentesco até o terceiro grau com os concorrentes. Vedação

Pedido de Providências. Consulta. Critérios para conhecimento.


Interpretação Resolução 06/CNJ. Participação de membros de tribunais em sessão de
votação com candidatos parentes até o terceiro grau. Impossibilidade. Provimento. – “I)
Por revestir-se dos requisitos de generalidade e interesse geral, deve ser a consulta
conhecida. II) Tendo em vista a exigência de objetividade e imparcialidade em aferição de
promoção por merecimento de magistrados, é vedada a participação de membro de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


731

Tribunal que tenha parente até o terceiro grau concorrendo no certame. Interpretação
sistemática da Resolução 06/CNJ com os arts. 1º e 2º, da Resolução 07, e com os art. 252,
IV, do CPP, conjugados com os princípios da impessoalidade e da moralidade
administrativa (PCAs 68, 402, 420 e 932; PPs 226 e 300). III) A inobservância dos
mandamentos referidos é capaz de resultar, não apenas na nulidade, mas sim na
inexistência dos atos proferidos pelo membro suspeito ou impedido (STF: HC 67997/DF).
IV) Consulta a que se responde afirmativamente para esclarecer o alcance das normas em
comento” (CNJ – PP 200810000005910 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Suspeição ou impedimento de membro de Tribunais que tenha parentesco até


o terceiro grau com os concorrentes, na sessão de julgamento

“Portanto, apesar de não estar expressamente prevista a questão


atinente à participação de membros de Tribunais em votações de promoção por
merecimento, nas quais figure parente até o terceiro grau, verifico ser necessário analisar a
questão sob o ângulo do princípio da impessoalidade e da moralidade, merecendo desse
modo interpretação sistemática com os dispositivos referidos, consignando-se o
impedimento ou a suspeição. Desse modo, o membro do Tribunal não está apenas
impedido de votar em seu parente, mas, sobretudo, não deve participar na sessão de
promoção que figure magistrado com parentesco” (CNJ – PP 200810000005910 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não
oficial).

PROMOTOR DE JUSTIÇA
Competência do Conselho Nacional do Ministério Público

Procedimento de Controle Administrativo. Função de Secretário


Executivo da promotoria Criminal - SP. Lei Complementar 734/93. Despachos de juiz
criminal. Questionamento de competência de Promotor/Secretário Executivo para oficiar
em autos. Alegação de ofensa a autonomia funcional de membro do Ministério Público.
Arquivamento. Precedente idêntico do CNMP. Ausência de fundamentos para atuação do
CNJ. (CNJ – PCA 200710000013743 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 67ª Sessão – j.
12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA


Pedido de providências para que o CNJ tenha a iniciativa de propor a edição
de lei

Pedido de Providência. Benefícios Previdenciários. Insucesso na


busca judicial de correção de prejuízo advindo da aplicação de índices irreais de reajuste
de proventos. Proposta de alteração legislativa. Matéria estranha às atribuições do CNJ.
CF, arts. 61,92, I-A, 96,I, D, e II, e 103-B, caput e § 4º. – “I – Por integrar o CNJ o Poder
Judiciário, falece-lhe competência legislativa. II – Iniciativa de leis outorgada apenas aos
colendos Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça, ainda
assim restrita à matéria, de interesse do Poder, ex vi do art. 96, II, da Constituição Federal.
III – Restrita a competência do Conselho Nacional de Justiça, ao controle do próprio Poder
Judiciário, não lhe cabe examinar questão envolvendo falta de iniciativa legislativa ou
ausência de adoção de critérios legais de reajuste, mesmo que porventura mais justos, por

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


732

estranha a matéria à função judicante. IV – Pedido não conhecido, feito arquivado” (CNJ –
PP 02 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 3ª Sessão – j.16.08.2005 – DOU 05.09.2005).

PROTEÇÃO AMBIENTAL
Vide: MEIO AMBIENTE

PROTOCOLO DE INTENÇÕES
Ato subscrito por Tribunal e Governo do Estado e posteriormente revogado

Pedido de Providências. Validade do ‘Protocolo de Intenções’


firmado entre o TJMT e o Governo do Estado. Adoção de medidas efetivas para a
diminuição do Passivo Tributário do Estado de Mato Grosso. Violação de princípios
constitucionais. Ato revogado antes mesmo do presente ajuizamento. Interesse de agir.
Ausente. (CNJ – PCA 200810000006214 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

PROVA
V. tb.: CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA – INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA E DE SISTEMAS DE INFORMÁTICA E TELEMÁTICA

Divergência sobre o mesmo documento. Presunção de legitimidade e


veracidade dos atos administrativos. Ônus da prova do administrado

Divergência documental. Presunção de legitimidade e veracidade


dos atos administrativos. Ônus da prova. – “Em caso de discrepância de teor de versões do
mesmo documento, prevalece, à falta de contraprova, a versão fornecida por órgão da
Administração, em homenagem à presunção de legitimidade e veracidade dos atos
administrativos, que impõe o ônus da prova ao administrado” (CNJ – PCA
200710000017219 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 59ª Sessão – j.
25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Documento sigiloso remetido pelo Ministério Público. Idoneidade jurídica da


prova mantida

Pedido de Esclarecimentos. Processo Administrativo Disciplinar.


Magistrado. Omissão. Remessa de documento sigiloso por órgão do Ministério Público
Federal. Indiferença. – “Irrelevante, para a formação do convencimento do órgão julgador,
a origem da documentação sigilosa se a prova em si foi obtida em total conformidade com
o que dispõem a Constituição Federal e a Lei 9.296/96. A circulação de documentos
sigilosos pelas mãos de autoridades a quem a legislação atribui a possibilidade de
manuseio dos respectivos dados, sem divulgação de seu conteúdo, não macula a
idoneidade jurídica da prova respectiva. Pedido de Esclarecimentos acolhido sem
modificação do julgado” (CNJ – PAD 06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Emprestada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


733

Quando o Tribunal de origem disponibilizar à parte interessada em


sede de defesa prévia apenas as interceptações telefônicas que dizem respeito à sua pessoa,
sob forma de compilação de única mídia, deve estar delimitado o campo probatório da
instrução do procedimento disciplinar às conversas ali gravadas, aplicando-se o princípio
da igualdade de armas (par conditio) e o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal
(Inq. 2424). A prova emprestada, desde que inicialmente autorizada pela Justiça na
persecução penal, pode ser utilizada em sede de apuração disciplinar (STF: QO na Pet.
3683). Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA
200910000010246 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).
Parte do voto do Relator: “Prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica.
Documentos. Autorização judicial e produção para fim de investigação criminal. Suspeita
de delitos cometidos por autoridades e agentes públicos. Dados obtidos em inquérito
policial. – Uso em Procedimento Administrativo Disciplinar, contra outros servidores,
cujos eventuais ilícitos administrativos teriam despontado à colheita dessa prova.
Admissibilidade. Resposta afirmativa a questão de ordem. Inteligência do art. 5º, inc. XII,
da CF, e do art. 1º da Lei Federal 9.296/96. Precedentes. Voto vencido. Dados obtidos em
interceptação de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas para produção de
prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, bem como documentos
colhidos na mesma investigação, podem ser usados em Procedimento Administrativo
Disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais foram colhidos, ou
contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessas provas.
(STF: QO na Pet 3683, Min. Cezar Peluso, DJe-035 PP-01012)”

Escuta telefônica judicialmente autorizada. Prova emprestada. Licitude

Prova emprestada de Processo Penal para Processo Disciplinar.


Escuta telefônica judicialmente autorizada. Licitude. – “Dados obtidos em interceptação
de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para
produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser
usados em Procedimento Administrativo Disciplinar, contra a mesma ou as mesmas
pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos
ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova. (STF – Pleno – Inq. 2.424 – Peluso)”
(CNJ – PAD 06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Interceptação telefônica e de sistemas de informática e telemática. Prova em


investigação criminal e em instrução processual penal. Regulamentação
Vide: Res. CNJ 59, de 09.09.2008

Juntada de documentos após a prolação da decisão

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Pedido de liminar. Indeferimento. Ausência de comprovação das
alegações. – “A juntada de documentos posteriormente à prolação da decisão não altera o
conteúdo decisório, uma vez que ausentes os pressupostos para a concessão liminar do
pedido” (CNJ – PCA 65 – Rel. Cons. Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Matéria fática não comprovada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


734

Pedido de Providências. Alegação não comprovada. Desvio de


funções. Oficiais de justiça da justiça militar. Improcedência. – “Não havendo elementos
fáticos mínimos nos autos que comprovem a irregularidade imputada, não há como
recomendar abstenção de prática cuja existência não foi demonstrada” (CNJ – PP 1488 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Processo Administrativo Disciplinar. Conversa telefônica gravada por um dos


interlocutores

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Conversa


telefônica gravada por um dos interlocutores. Validade da prova. Inocorrência de
prescrição. – “Conta-se o prazo prescricional de cinco anos entre a data em que se tornou
conhecido o fato, em 02.07.2004, com a apreensão da fita contendo a gravação do diálogo,
e a data da instauração do Processo Administrativo Disciplinar, pela decisão do Plenário do
CNJ, em 26.02.2008. Inocorrência de prescrição” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

“Não há ilicitude na prova consistente na gravação de conversa


telefônica por um dos interlocutores. Precedentes do STF (AI-AgReg 666459 / SP)” (CNJ
– PAD 200810000008582 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Previsão de número de candidatos que serão convocados na segunda fase

“É legal a previsão de fórmula que indique o número de candidatos


a serem convocados para a segunda fase do certame, considerando que, em alguns casos,
não há como o Tribunal prever o número total de cargos vagos, e a vagar, no momento da
publicação do instrumento convocatório” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Produção de provas nos processos no CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 46 a 50.

Revisão Disciplinar. Deferimento parcial de oitiva de testemunhas

Recurso Administrativo em Revisão Disciplinar. Impugnação da


decisão que deferiu parcialmente pedido de oitiva de testemunhas em nome da celeridade
e razoabilidade processual. Decisão mantida e não submetida ao Plenário por se tratar de
decisão instrutória. – “As decisões foram tomadas diligentemente, de modo fundamentado
e em atenção aos interesses da própria defesa – que incluem, inegavelmente, a celeridade e
a efetividade processual, com os quais a ampla defesa e o contraditório devem ser
integrados. É de se referir que a ampla defesa não está em sintonia com uma instrução com
percalços processuais” (CNJ – PAD 01 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

PROVA DA IDENTIDADE DO AUTOR DE PROCEDIMENTO PERANTE O CNJ


Ausência de qualificação ou de documentos de identificação do requerente

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


735

no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

PROVENTOS DE APOSENTADORIA
Cumulação com remuneração de cargo eletivo. Sujeição ao teto remuneratório

Pedido de Providências. Consulta. Cumulação dos vencimentos de


Juiz do Trabalho aposentado com remuneração de cargo eletivo. – “I) Por expressa
disposição constitucional, o magistrado tem garantida a acumulação de proventos de
inatividade com remuneração de cargo eletivo de Vice-Prefeito, sujeitando-se a soma
resultante da acumulação, contudo, ao limite previsto no inciso XI do art. 37 da
Constituição Federal, nos termos § 11 do art, 40 da CF, com a redação dada pela EC
20/98” (CNJ – PP 917 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Cumulação com subsídio

Pedido de Providências. TRT da 18ª Região. Aplicação da Res. 13


do CNJ, de 21.03.2006, às hipóteses de cumulação de proventos e subsídios. Consulta
respondida no sentido de se assegurar a acumulação de proventos com subsídio, sendo a
soma limitada ao teto remuneratório de que trata o inciso XI do art. 37 da CF, assegurando-
se o recebimento do excedente como verba remuneratória destacada e não sujeita a
qualquer tipo de reajuste, majoração ou correção, até que seja absorvida pelas majorações
futuras do subsídio. (CNJ – PP 729 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Cumulação com vencimentos

Pedido de Providências. Magistrados. Consulta sobre a


acumulação de proventos e vencimentos de cargo comissionado. Submissão ao teto. Art.
40, § 11, da CF/88; arts. 5º e 6º, da Res. 13, e art. 2º, inciso II, letra “f”, da Res. 14,
ambas do CNJ. Arquivamento, com reposta à consulta formulada. – “Para a consulta
vertente, permanece a mesma vinculação da soma dos proventos e vencimentos de cargo
comissionado ao teto, mas agora considerado, nos Estados, o idêntico limite existente para
a Justiça da União” (CNJ – PP 806 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).
Observações:
1. A Resolução 13, de 21.03.2006, dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório
constitucional e do subsídio mensal dos membros da magistratura (vide Enunciado
Administrativo 4, de 28.11.2006);
2. A Resolução 14, de 21.03.2006 dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório
constitucional para os servidores do Poder Judiciário e para a magistratura dos Estados que
não adotam o subsídio.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


736

Valores já registrados no Tribunal de Contas e irretiráveis e imunes ao teto


estabelecido

“Alerto, outrossim, que, no caso de proventos e pensões, há um


aspecto peculiar, os valores e verbas já estão registrados pelo Tribunal de Contas, pelo que
também por esse viés seria vedado ao Conselho Nacional de Justiça, órgão administrativo,
alterar o disposto e aprovado pelo Tribunal de Contas, sob pena de se criar um conflito
interno na Administração Pública, ainda que entre nível Federal e Estadual, obviamente
observado o disposto no item 7 a seguir” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

PROVENTOS DE APOSENTADORIA DE MAGISTRADO


V. tb.: APOSENTADORIA DE MAGISTRADO – APOSENTADOS – PROVENTOS DE
APOSENTADORIA

Tempo mínimo de cinco anos no último cargo ocupado para efeito de


recebimento dos proventos correspondentes a esse cargo

Consulta. Aposentadoria de magistrado. Tempo mínimo. – “1) ‘(...)


o termo inicial para a contagem do tempo mínimo de cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria, no caso da magistratura, não se dará do ingresso na carreira, mas
sim do último cargo ocupado na estrutura do Poder Judiciário, segundo a legislação
própria. ’ (PP 1282). 2) Deve ser computado o tempo mínimo de cinco anos, integralmente,
no exercício do cargo de magistrado membro do Tribunal, se neste aposentar-se. Se não
forem completados os cinco anos, será considerada a remuneração de juiz de carreira de
primeiro grau” – (CNJ – PP 200810000016256 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

PROVIMENTO
Vide: REGIMENTO INTERNO

PROVIMENTO EXPEDIDO POR TRIBUNAL


Ato da Corregedoria. Insurgência para que os membros do MP tenham
assento à direito e no mesmo plano do magistrado

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento da


Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Mato Grosso. Pedido de cassação. Ato
regulamentando o assento dos membros do Ministério Público junto aos juízes de primeira
instância. Prerrogativa de sentar-se a direita e no mesmo plano. Descabimento. Inexistência
de ofensa às prerrogativas do Ministério Público. Inviabilidade financeira do Estado de
remodelar todos os prédios do Poder Judiciário para atender à exigência. (CNJ – PCA 384
– Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

PROVOCAÇÃO DE DUAS INSTÂNCIAS REVISORAS (JUDICIAL E CNJ)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


737

Vide: QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO


NO ÂMBITO JUDICIAL

PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS


Criação, no âmbito do CNJ, do Diário Eletrônico que substitui integralmente a
versão impressa das publicações oficiais
Vide: Portaria CNJ 229, de 15.04.2008.

–Q–
QUALIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR
Ausência de qualificação ou de documentos de identificação do requerente

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

QUARENTENA
Vedação ao Juiz de Direito de Primeira Instância de exercer a advocacia na
comarca na qual se afastou por aposentadoria ou exoneração

Pedido de Providências. Consulta. Art. 95, parágrafo único, inc. V,


da Constituição Federal. Quarentena. Extensão da vedação relativa aos juízes de
primeira instância. – “1) Ao juiz de Direito é vedado exercer a advocacia na Comarca da
qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo, por aposentadoria
ou exoneração. 2) Ao juiz Federal ou juiz do Trabalho é vedado exercer a advocacia na
seção, onde não houver subdivisão judiciária, subseção ou foro do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Consulta
parcialmente conhecida” (CNJ – PP 200910000010374 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

QUESTÃO DE ORDEM
Ajuizamento de ação judicial após a distribuição de procedimento no CNJ

Questão de Ordem. Conselho Nacional de Justiça. Ação Judicial


posterior à apresentação de pedido ao CNJ. Indiferença. – “Conforme pacífica
jurisprudência do Conselho Nacional de Justiça, não é ele órgão revisor de decisões
judiciais. Contudo, a judicialização da questão administrativa submetida ao exame do
Conselho Nacional de Justiça não pode ser induzida pela parte, em instância ordinária,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


738

depois de iniciado o procedimento no Conselho Nacional de Justiça, ante a insuperável


reserva constitucional de prerrogativa de foro de que seus atos desfrutam (CF, art. 102, I,
r). Logo, o julgamento de Procedimento Administrativo no âmbito deste Conselho não
pode ser afetado, prejudicado nem neutralizado por ação judicial ajuizada posteriormente
perante outra corte que não o Supremo Tribunal Federal. Questão de ordem resolvida pelo
prosseguimento do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – QO no PCA
200810000006172 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Irrecorribilidade das decisões do Plenário do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Questão de Ordem.


Princípio do contraditório e da ampla defesa. Processo eletrônico. – “I) Irrecorribilidade
das decisões do Plenário, nos termos do artigo 115, § 6º, do Regimento Interno do CNJ. II)
Observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. III) O Conselho Nacional
de Justiça, por meio do Ofício-Circular 15/GP/CNJ, informou aos Tribunais de todo o país
acerca do procedimento a ser adotado para as comunicações dos atos processuais
efetivados no âmbito do sistema eletrônico de processamento de feitos (e-CNJ), mediante
utilização do ‘usuário’ e da ‘senha’, conforme o disposto nos arts. 5º, 6º e 9º da Lei
11.419/2006, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo. IV) Questão de ordem
indeferida e pedido liminar prejudicado” (CNJ – PCA 200810000024502 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Matéria submetida ao STF. Lista da OAB para o quinto constitucional.


Impossibilidade do CNJ julgar a questão

Questão de Ordem. Lista da OAB para o Quinto Constitucional.


Devolução motivada pelo TJSP. Matéria submetida ao Supremo Tribunal Federal pela via
mandamental. Ordem concedida. Reiteração do tema em sede de reclamação. Pedido
julgado improcedente. Jurisdicionalizada a discussão perante o STF que julgou duas
vezes o tema o CNJ não tem competência para reexaminar o mesmo assunto. Insuperável
reserva de prerrogativa de foro que seus atos desfrutam (CF, art. 102, I, r). – “É pacífica a
jurisprudência do Conselho Nacional de Justiça no sentido de que diante de comando
jurisdicional exercido pelo STF não mais cabe ao CNJ julgar a controvérsia. Questão de
Ordem decidida pelo não conhecimento do pedido. Decisão unânime” (CNJ – PCA
2008100017078 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU
07.11.2008).

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Afastamento por 90 dias.


Prorrogação. Competência do Relator

Processo Administrativo Disciplinar. Magistrado. Prazo de


afastamento e de instrução. Prorrogação. Decisão do relator. Questão de Ordem. – “Cabe
ao relator deliberar sobre a prorrogação do prazo de afastamento do magistrado acusado e
da instrução do Processo Disciplinar, com fundamento nas disposições do artigo 6º,
parágrafo único, e artigo 7º, § 5º da mencionada Res. 30/2007 do CNJ” (CNJ – PAD
200810000011027 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

QUESTÃO INDIVIDUAL

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


739

Vide: INTERESSE MERAMENTE INDIVIDUAL DO REQUERENTE

QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA
Criação do cargo de Chefe de Secretaria e extinção do cargo de Escrivão
Judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra o


art. 2º da Lei 7.971/2005 do Estado do Espírito Santo, que criou o cargo de Chefe de
Secretaria como função gratificada e extinguiu o cargo de Escrivão Judicial. Questão já
apreciada pelo CNJ em procedimento específico (PCA 21) e posteriormente judicializada
e submetida ao Poder Judiciário para Controle de Constitucionalidade. Pedido não
conhecido. – “A lei estadual submetida ao controle de constitucionalidade do Supremo
Tribunal Federal, sem concessão de liminar, continua válida e aplicável até que,
eventualmente, seja declarada inconstitucional” (CNJ – PCA 200810000018721 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Pretensão de inclusão de serventias vagas que não faziam parte da previsão do


edital de concurso. Impossibilidade de controle por parte do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Realização de segunda


audiência pública para escolha e provimento de serventias extrajudiciais no mesmo
concurso público, em razão de novas vacâncias ocorridas no prazo de validade do
certame. Lei estadual que permite que as serventias que integravam o edital
originariamente sejam novamente postas à disposição, desde que a vacância tenha
ocorrido durante o prazo de validade do certame. Declaração incidental de
constitucionalidade da norma estadual. Questão judicializada. Pedidos improcedentes e
recursos improvidos. – “Se a Comissão de Concurso deliberou acerca das serventias
extrajudiciais que podem ser postas à disposição para escolha dos candidatos com
supedâneo em texto expresso de lei estadual, cuja constitucionalidade foi argüida perante o
Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça e considerada constitucional, está-se diante de
questão judicial já decidida e que não pode mais ser submetida ao controle do CNJ” (CNJ
– PCA 200810000014648, PCA 200810000014934, PCA 200810000015215, PCA
200810000015355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

QUESTÃO JUDICIAL
V. tb.: ATO JUDICIAL – DECISÃO JUDICIAL

Matéria em discussão no âmbito judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Matéria em discussão


na seara judicial. – “Não se mostra possível a intervenção administrativa do Conselho em
matéria sob apreciação judicial, uma vez que a sua atuação está restrita ao controle da
atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art.103-B da Carta Federal
vigente” (CNJ – PCA 130 – Rel. Cons. Germana Moraes – 8ª Sessão Extraordinária – j.
20.03.2007 – DJU 30.03.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de discussão em reclamação disciplinar

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


740

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Impossibilidade. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar
não constitui meio idôneo à discussão de questões judiciais. Trata-se de Procedimento
Administrativo destinado a apurar a notícia da prática de infração funcional por
magistrados, servidores do Poder Judiciário ou de serventias e órgãos prestadores de
serviços notariais e de registro. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 587 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

Pretensão de revisão de decisão proferida no âmbito judicial

Recurso Administrativo. Decisão monocrática de arquivamento


liminar do processo. Imprecisa narração de fatos relativos ao exercício da jurisdição.
Incompetência do CNJ. Decisão monocrática mantida. – “O CNJ não é instância de
revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário no exercício da típica
atividade jurisdicional. A apreciação de atos praticados no exercício da atividade
jurisdicional pode ocorrer apenas na hipótese de exercício de controle disciplinar pelo
CNJ. Arquivamento do pedido com remessa de documentos ao conhecimento da
Corregedoria Nacional de Justiça” (CNJ – RA 4253 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Revisão de decisão proferida em execução de dissídio coletivo

Pedido de Providências. Recurso Administrativo. Decisão judicial.


Arquivamento mantido. – “A revisão de decisões prolatadas em execuções baseadas em
dissídio coletivo não está incluída dentre as atribuições conferidas a este Conselho
Nacional de Justiça pelo art. 103-B, § 4°, da Constituição Federal, por ser atinente à
própria prestação jurisdicional” (CNJ – PP 912 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 30ª
Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ


V. tb.: JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE
AÇÃO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA
PELO JUDICIÁRIO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ –
QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA

Decisão em MS Coletivo determinando o desconto de honorários advocatícios

Conselho Nacional de Justiça. Competência. Decisão judicial em


mandado de segurança coletivo. – “1) Decisão proferida em sede de mandado de
segurança coletivo, na qual se determina o desconto de honorários advocatícios contratuais
em folha de pagamento de servidores, ostenta natureza jurisdicional. A matéria refoge,
assim, integralmente à competência atribuída pela Constituição Federal ao CNJ.
Irrelevante, para tal fim, o trâmite paralelo de precatório visando a satisfação de outras
verbas oriundas do acórdão proferido na ação mandamental. 2) Procedimento de Controle
Administrativo de que não se conhece. Recurso Administrativo de que se conhece para, no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


741

mérito, negar-lhe provimento” (CNJ – PCA 200810000004060 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Pretensão de revisão judicial

Recurso Administrativo. Decisão monocrática de arquivamento


liminar do processo. Imprecisa narração de fatos relativos ao exercício da jurisdição.
Incompetência do CNJ. Decisão monocrática mantida. – “O CNJ não é instância de
revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário no exercício da típica
atividade jurisdicional. A apreciação de atos praticados no exercício da atividade
jurisdicional pode ocorrer apenas na hipótese de exercício de controle disciplinar pelo
CNJ. Arquivamento do pedido com remessa de documentos ao conhecimento da
Corregedoria Nacional de Justiça” (CNJ – RA 4253 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Representação por Excesso de Prazo. Art. 80 do RICNJ

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Pedido de cunho eminentemente judicial. Inovação em recurso. Impossibilidade.
Arquivamento sumário mantido. Recurso não provido. – “I) Ao Conselho Nacional de
Justiça compete precipuamente o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, conforme art. 103-B, § 4º
da Constituição Federal de 1988. II) No tocante à irresignação contra matéria
eminentemente judicial deve a parte valer-se dos meios recursais próprios. III) Não é
cabível a inovação de questões em Recurso Administrativo. IV) Recurso não provido”
(CNJ – REP 2008023900 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO


DE AÇÃO JUDICIAL
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ
V. tb.: JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO JUDICIÁRIO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO
ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA
PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ – QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ
JUDICIALIZADA

Ajuizamento de mandado de segurança sobre a mesma questão após o


procedimento ter sido instaurado no CNJ. Irrelevância

Ajuizamento de Mandado de Segurança Coletivo pela Associação


dos Magistrados. Segurança Impetrada após o ingresso do Procedimento de Controle
Administrativo. Inviabilidade do afastamento da competência do Conselho Nacional de
Justiça. (CNJ – PCA 200810000017431 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 70ª Sessão
– j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


742

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO


JUDICIÁRIO
V. tb.: DECISÃO JUDICIAL – JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À
APRECIAÇÃO DO CNJ – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE
AÇÃO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ –
QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA

Inadmissibilidade de exame de matéria de natureza judicial em representação


por excesso de prazo

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Arquivamento mantido. – “Como sabido, a atuação deste Conselho Nacional de Justiça está
adstrita ao controle da atividade funcional dos membros e demais órgãos integrantes do
Poder Judiciário. Portanto, a Representação por Excesso de Prazo não se presta a examinar
matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios próprios. Recurso não provido”
(CNJ – REP 5199 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Inviabilidade de conhecimento da questão

“Em questões como a dos autos, vem-se firmando a orientação no


sentido de que, estando a questão posta na via jurisdicional, até por razões de coerência e
em nome da segurança jurídica, não deve ser submetida a este Conselho. No presente caso,
se houve o alegado descumprimento pelo Tribunal de Justiça, como afirma a inicial, não é
o CNJ instância adequada para garantir a autoridade das decisões do Supremo Tribunal
Federal” (CNJ – PCA 587 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Regime de plantão.


Compensação de horário. Questão decidida em sede judicial. – “I – Tratando de situação
já decidida pelo Poder Judiciário, inviável o conhecimento da questão” (CNJ – PCA 65 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Regime de plantão e


compensação positivado pelo tribunal de origem. Questão já decidida em processo
judicial. Não conhecimento. – “Tratando de situação já decidida pelo Poder Judiciário,
inviável o conhecimento da questão pelo CNJ” (CNJ – PCA 570 – Rel. Cons. Rui Stoco –
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso em Procedimento de Controle Administrativo. Questão já


decidida pelo CNJ (PCA 465) e pendente de decisão final em processo judicial. Não-
conhecimento. – “I) Tratando de situação já levada ao conhecimento do Poder Judiciário,
inviável o conhecimento da questão. II) Questão ademais já decidida pelo CNJ (PCA 465).
III) Recurso em Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA
301 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).
Vide também: PCA 465, Rel. Cons. Germana Moraes – j. 22.05.2007.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


743

Pretensão de revisão judicial

Recurso Administrativo. Decisão monocrática de arquivamento


liminar do processo. Imprecisa narração de fatos relativos ao exercício da jurisdição.
Incompetência do CNJ. Decisão monocrática mantida. – “O CNJ não é instância de
revisão de decisões proferidas pelos órgãos do Poder Judiciário no exercício da típica
atividade jurisdicional. A apreciação de atos praticados no exercício da atividade
jurisdicional pode ocorrer apenas na hipótese de exercício de controle disciplinar pelo
CNJ. Arquivamento do pedido com remessa de documentos ao conhecimento da
Corregedoria Nacional de Justiça” (CNJ – RA 4253 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO


NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO
V. tb.: JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO JUDICIÁRIO –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO
ÂMBITO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O
JUDICIÁRIO E O CNJ – QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA

Inadmissibilidade sob pena de o CNJ converter-se em instância recursal


anômala

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


imediato enquadramento dos oficiais de justiça na referência na qual os oficiais oriundos
do concurso de 2002 deveriam ter sido enquadrados. Recurso contra decisão monocrática
que não conheceu o pedido até que a autoridade apontada decida o Processo
Administrativo pendente. – “As questões submetidas ao CNJ, mas pendentes de decisão
administrativa perante o Tribunal de origem, não podem ser tangidas prematuramente e
mediante indevida interferência, sob pena de converter-se em instância recursal anômala,
malferindo a Carta Magna, salvo nas hipóteses de controle por omissão em razão da
eternização da pendência naquela origem” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO


NO ÂMBITO JUDICIAL
Palavras-chave: PROVOCAÇÃO DE DUAS INSTÂNCIAS REVISORAS (JUDICIAL E
CNJ) – REVISÃO DE DECISÃO JUDICIAL OBJETO DE RECURSO NA ORIGEM
V. tb.: JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO JUDICIÁRIO –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO
ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O
JUDICIÁRIO E O CNJ – QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA

Apreciação inadmissível no âmbito administrativo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


744

Matéria “sub judice”. Portaria 132/2007. Corregedoria-Geral de


Justiça do Rio de Janeiro. Atos notariais. Mandado de segurança. Reapreciação. CNJ.
Inviabilidade. – “Se a questão submetida a Procedimento de Controle Administrativo já se
acha confiada à solução judicial, em ações propostas pelo próprio requerente, não cabe ao
CNJ, que é órgão administrativo, imiscuir-se nessa esfera” (CNJ – PCA 200810000012986
– Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Conflito parcialmente judicializado

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


serventuários. Observância do prazo estipulado pelo artigo 19 do ADCT. Insubsistência
do pedido. Parcial judicialização do conflito. Prejudicialidade. – “No molde talhado pela
Magna Carta, a apreciação de questões sub judice refoge à missão institucional do
Conselho Nacional de Justiça, porquanto divorciada de seu papel estratégico e ameaçadora
da garantia de independência do Poder Judiciário e do equilíbrio institucional” (CNJ –
PCA 200810000003420 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Desistência de mandado de segurança após decisão monocrática do relator no


CNJ arquivando o pedido

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. – I) Desistência de mandado de segurança após a decisão monocrática
final. Pedido de revisão da decisão. – “Não há equívoco na decisão monocrática que
determina o arquivamento de pedido de controle administrativo em matéria judicializada
criticado em recurso por desistência da ação judicial indutora do óbice identificado,
formulada após a intimação da decisão monocrática de arquivamento”. II)
Instrumentalidade das formas processuais. Apesar de inadequada a via eleita para exame
da matéria, dá-se provimento ao pedido, em homenagem ao princípio da instrumentalidade
das formas processuais. III) Questionamento de decisão realizada em nome do interesse
público – dado o seu caráter transitório – de designação para a função de serventia distrital.
Impossibilidade de revisão, com base no princípio da segurança jurídica e da presunção da
legalidade dos atos da Administração” (CNJ – PCA 200810000000698 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Existência de reclamação perante o STF

Pedido de Providências. Identidade de partes, objeto e causa de


pedir. Questão jurisdicionalizada. Não-conhecimento. – “I) Em se tratando de matéria
idêntica, bem como haver Reclamação Constitucional (Rcl. 4739) pendente de análise no
STF, a qual impugna os mesmos fundamentos já analisados pelo CNJ em caso anterior,
não há como conhecer do pleito. II) Pedido de Providências a que não se conhece” (CNJ –
PP 6120 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Impossibilidade de examinar a questão

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Ato de remoção de oficial de registro praticado pelo Governador do
Estado de Minas Gerais. Questão já jurisdicionalizada. – “O Conselho Nacional de
Justiça, como órgão interno de cúpula da administração do Poder Judiciário, não pode se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


745

imiscuir na regulação de Atos do Poder Executivo. Ademais, segundo entendimento


pacificado por este Conselho Nacional de Justiça, uma vez jurisdicionalizada a questão,
não cabe ao CNJ examiná-la, sob pena de, por vias transversas, imprimir ineficácia à
decisão judicial ou esvaziar seu objeto. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA
200810000017698 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 –
DJU 13.10.2008).

Incompetência do CNJ

Concurso serventias extrajudiciais. Matéria pendente de


julgamento no âmbito judicial. Decisões anteriores do CNJ sobre a matéria. – “I) O CNJ é
incompetente para apreciar questões pendentes de julgamento no âmbito judicial. II)
Desarquivamento dos PCA’s 520 e 630 para acompanhamento do cumprimento das
decisões neles constantes, sobre o Concurso Público de Ingresso e Remoção nas
Atividades Notariais e Registrais no TJSC” (CNJ – PCA 200710000017797 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Inviabilidade de conhecimento da questão

“Como reiteradamente vem decidindo o Plenário deste Conselho,


não se toma conhecimento de matéria que está pendente de julgamento pelo Poder
Judiciário, até mesmo porque é vedado ao Conselho intervir em decisão de cunho
eminentemente jurisdicional, uma vez que a sua atuação está restrita ao controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art. 103-B da Carta Magna de 1988”
(CNJ – PCA 303 – Rel. Cons. Germana Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006 – Ementa não oficial).

“Em questões como a dos autos, vem-se firmando a orientação no


sentido de que, estando a questão posta na via jurisdicional, até por razões de coerência e
em nome da segurança jurídica, não deve ser submetida a este Conselho. No presente caso,
se houve o alegado descumprimento pelo Tribunal de Justiça, como afirma a inicial, não é
o CNJ instância adequada para garantir a autoridade das decisões do Supremo Tribunal
Federal” (CNJ – PCA 587 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

“No PCA 213, julgado à unanimidade, entendeu-se que, tendo o


requerente também optado pela via judicial e obtido decisão liminar ou de mérito antes de
instaurado o procedimento administrativo no CNJ, este não será conhecido” (CNJ – PCA
452 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).
Observação: Vide o PCA 213, Rel. Cons. Paulo Lôbo, j. 17.04.2007, 38a Sessão.

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Questões de prova objetiva. Procedimento judicial em curso. – “A procura pela resposta
jurisdicional – sobretudo quando proferida decisão, ainda que transitória – afasta a
conveniência de intervenção do Conselho, em especial no caso de postulação individual
que não prestigia matéria de repercussão institucional, não está exposta ao risco de
irreversibilidade e se sujeita à hipótese de desvio da competência recursal” (CNJ– PCA
500 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


746

Procedimento de Controle Administrativo. Pendência de


julgamento de ADIN. Incompetência do CNJ. – “A pendência de julgamento de ADIN não
tem o condão de suspender o ato de delegação de concurso público em andamento,
máxime quando a medida liminar requestada não foi deferida pelo eminente relator. Ao
CNJ falece competência para deliberar, em sede administrativa, acerca de matéria sob
apreciação da Suprema Corte, que deverá decidir, eventualmente, sobre os efeitos da
ulterior decisão de mérito prolatada nos autos de ação declaratória de
inconstitucionalidade” (CNJ – PCA 403 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Pretensão de revisão de


decisão objeto de recurso na origem, pendente de apreciação. Suscitação simultânea de
duas instâncias revisoras. Impossibilidade. Não conhecimento. – “I) Clara a inviabilidade
de se provocar a instância administrativa superior, senão enquanto não esgotados os
recursos na origem, ao menos quando, lá, se tenha optado por utilizar os meios disponíveis
tendentes a revisão da decisão que se reputa equivocada” (CNJ – PCA 508 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Juiz do Trabalho Substituto que teve sua nomeação revogada pelo TRT da
7ª Região. Provocação do Poder Judiciário sobre o fato. Pretensão de ratificação de
liminar concedida judicialmente. Recurso não provido. – “Ao CNJ não compete apreciar,
rever ou ratificar decisão judicial. A submissão pelo interessado de atos e fatos ao Poder
Judiciário impede que se reitere a questão perante o Conselho Nacional de Justiça” (CNJ –
PCA 538 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Sindicato dos


Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais – SINDOJUS. Desconto em
folha de Contribuição Sindical. – “Segundo entendimento pacificado por este Conselho
Nacional de Justiça, uma vez jurisdicionalizada a questão, não cabe ao CNJ examiná-la,
sob pena de, por vias transversas, imprimir ineficácia à decisão judicial ou esvaziar seu
objeto. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PP 12465 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Mandado de Segurança pendente de julgamento no Judiciário

Pedido de Esclarecimentos. Procedimento de Controle


Administrativo. Promoção por antiguidade. Mandado de Segurança. – “A existência de
Mandado de Segurança versando sobre os fatos anunciados neste PCA, ainda que não
julgados, representa causa de inconveniência de intervenção deste Conselho” (CNJ – PCA
164 – Rel. Cons.Cláudio Godoy – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006
– Ementa não oficial).

Mesma questão antes judicializada com nova causa de pedir

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Concurso Público. Deficiente físico. – “Não cabe a intervenção do CNJ em
questão judicializada anteriormente. Ainda que o recorrente consiga trazer sua questão por
meio de nova causa de pedir, verifica-se que a questão de fundo é a mesma levada na via
judicial não cabendo nova análise por este Conselho. É certo que irregularidades no edital
no tocante ao Ato 01/02 não foram comprovadas. Questão meramente individual. Recurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


747

Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA 20081000009320 – Rel. Cons.


Marcelo Nobre – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Proposta de reclamação disciplinar visando insurgir-se contra matéria judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


questão judicial. Impossibilidade. – “I) A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo a
contrastar matéria submetida à apreciação judicial. Trata-se de instrumento voltado ao
controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos membros ou órgãos do Poder
Judiciário, inclusive seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados (CF art.
103-B, § 4º, inciso III). II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 765 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA PERANTE O JUDICIÁRIO E O CNJ


V. tb.: DECISÃO JUDICIAL – JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À
APRECIAÇÃO DO CNJ – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE
AÇÃO JUDICIAL – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA
PELO JUDICIÁRIO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE
JULGAMENTO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE QUESTÃO JÁ JUDICIALIZADA

Inadmissibilidade. Atuação subsidiária do CNJ. Não conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Terceirização de


serviços judiciais. Afastamento de terceirizados. Questão já sub judice. Atuação
subsidiária do CNJ. Extensão do pedido ao âmbito do Poder Executivo. Abertura de
sindicância de membros do Ministério Público. Encaminhamento a Órgãos não-
integrantes do Poder Judiciário. Descabimento. Não-conhecimento. – “A atuação do CNJ
é subsidiária, mormente quando já há inquérito civil instaurado, resultando em ação civil
pública em trâmite, estando a questão sub judice. Precedentes (PP 1400 e PCAs 578 e
631)” (CNJ – PCA 555 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU
08.02.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Terceirização de


serviços judiciais. Afastamento de terceirizados. Questão já sub judice. Atuação
subsidiária do CNJ. Extensão do pedido ao âmbito do Poder Executivo. Abertura de
sindicância de membros do Ministério Público. Encaminhamento a Órgãos não-
integrantes do Poder Judiciário. Descabimento. Não-conhecimento. – “Não se insere nas
funções do CNJ abrir sindicância contra atuação do Ministério Público, afastar servidores
do Poder Executivo ou dar encaminhamento de documentos e requerimentos a órgãos não-
integrantes do Poder Judiciário, nos termos dos arts. 103-B, § 4º, da CF/88, e 45 do RICNJ.
Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 555 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Inadmissibilidade. Não conhecimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


748

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “Não se mostra possível a intervenção administrativa do
Conselho em matéria sob apreciação judicial, uma vez que a sua atuação está restrita ao
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes, conforme a norma gravada no § 4º do art. 103-B da Carta
Magna de 1988” (CNJ – PCA 465 – Rel. Cons. Germana Moares – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Inadmissibilidade. Questão sub judice

“Existência de Mandados de Segurança, em curso, para dirimir a


questão atinente à regularidade do ato de remoção mediante o qual o requerido assumiu a
titularidade do serviço notarial. A apreciação de questões sub judice não se insere na
missão institucional deste Colegiado, porquanto divorciada de seu papel estratégico e
ameaçador da garantia de independência do Poder Judiciário e do equilíbrio institucional.
Pedido de Providências não-conhecido” (CNJ – PP 200810000002440 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Não conhecimento do pedido

Pedido de Providências. Ato jurisdicional. Revisão. Incompetência


CNJ. – “Como sabido, compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (art.
103-B, § 4º, CF). Não se permite ao CNJ se imiscuir nos atos praticados pelos juízes, no
regular exercício da prestação jurisdicional” (CNJ – PP 1204 – Rel. Cons. Joaquim Falcão
– 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Conselho de Magistratura do Estado do


Amazonas. Juiz aposentado. Reversão. Não conhecimento do pedido em razão da
interposição de Ação Popular com o mesmo objeto. Litispendência entre as instâncias
judicial e administrativa. Extinção do procedimento. (CNJ – PP 508 – Rel. Cons. Jirair
Aram Meguerian – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa
não oficial).

Rejeição liminar de pedido de controle administrativo quando existente ação


judicial perante o STF

Pedido de Providências. Processo Administrativo da Corregedoria


Permanente de Cartórios. Alegação de nulidades ocorridas em vários lançamentos de
matrícula do Registro de Imóveis. Pedido formulado por advogado sem procuração com
fins específicos e em nome próprio. Petição inicial inepta e irregularidades inexistentes.
Questão posta já judicializada. – “A parte interessada não pode fazer uso, a um só tempo,
dos procedimentos administrativos excepcionais assegurados pelo art. 103-B, § 4º da
CF/88 perante o CNJ e dos meios judicialiformes tendentes a obter a coisa julgada
definitiva no âmbito do Poder Judiciário” (CNJ – PP 1400 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Matéria sub judice. –


“Inarredável a competência deste Conselho para controle da atuação administrativa do
Poder Judiciário, nos termos do parágrafo 4º do artigo 103-B da Constituição Federal, mas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


749

não deve o CNJ avançar no debate de sorte a atingir eventual decisão judicial, ou nela
intervir, por razão de segurança jurídica e respeito à função jurisdicional, evitando-se
possíveis pronunciamentos conflitantes” (CNJ – PCA 631– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 44ª Sessão – j. 31.07.2007 – DOU 17.08.2007 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Decisão monocrática. Não conhecimento


de pedido de instauração de Procedimento de Controle Administrativo. Matéria submetida
à cognição do Supremo Tribunal Federal. Inviabilidade de atuação do Conselho Nacional
de Justiça. Desprovimento. – “I) Limitando-se a atuação do Conselho Nacional de Justiça à
esfera administrativa, não se conhece de pedido de instauração de Procedimento de
Controle Administrativo, quando existente ação perante o Supremo Tribunal Federal
questionando a constitucionalidade de dispositivo de lei estadual que serviu de suporte para
o ato administrativo impugnado. II) Razões de recurso que não infirmam os fundamentos
adotados na decisão impugnada. III) Recurso Administrativo conhecido e desprovido”
(CNJ – RADM 3180 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 47ª Sessão – j. 11.09.2007
– DJU 27.09.2007).

QUESTIONAMENTO NO CNJ DE MATÉRIA ANTERIORMENTE


JUDICIALIZADA
V. tb.: JUDICIALIZAÇÃO DA QUESTÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO CNJ –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA JUDICIAL NO CNJ – QUESTIONAMENTO DE
MATÉRIA NO CNJ E POSTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO JUDICIAL –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, JÁ DECIDIDA PELO JUDICIÁRIO –
QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO NO
ÂMBITO ADMINISTRATIVO – QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ,
PENDENTE DE JULGAMENTO NO ÂMBITO JUDICIAL –

Existência de Ação Direta de Inconstitucionalidade em tramitação

“A existência de Ação Direta de Inconstitucionalidade em


tramitação e tendo como objeto norma apontada como referencial pelos requerentes limita
a atuação deste Conselho, pois há risco de decisões conflitantes” (CNJ – PCA
200810000031385 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Impossibilidade de apreciação

Pedido de reconsideração de decisão monocrática. Admissão


como Recurso Administrativo. Questão judicializada. Incompetência do CNJ. – “Ainda
que a instância administrativa seja distinta da judicial, se a esta a matéria já está submetida,
com sentença proferida, não pode o CNJ apreciá-la para evitar colisão de decisões” (CNJ –
PCA 200810000007127 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Inadmissibilidade. Não conhecimento

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª Região. Revogação de contrato de cessão de uso para uso
comercial de estacionamento. Matéria judicializada. Não conhecimento do Pedido de
Providências. Interesse individual. Arquivamento. – “1) Este Conselho Nacional da Justiça

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


750

firmou orientação no sentido de não conhecer de matéria anteriormente submetida à via


judicial pelo próprio requerente, como no caso. 2) O exercício da função de controle pelo
CNJ deve contemplar a tutela do interesse geral à plena regularidade da atividade
administrativa realizada pelo órgão judiciário. Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
PP 200810000004977 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Insurgência


contra atos processuais. Alegada violação aos arts. 5º, XXXIII, XXXIV, XXXV, LV e 6º,
CF/88. Pedido de liminar de alimentos e moradia. Incompetência do CNJ. – “I) A fonte
inspiradora da criação do Conselho Nacional de Justiça tem por nascedouro a concepção,
de há muito debatida na comunidade jurídica pátria, de um órgão de controle incumbido da
fiscalização administrativa, financeira e funcional; do estabelecimento de diretrizes; da
regulamentação da atividade interna da Magistratura e das decisões em matéria de interesse
geral do Poder Judiciário. II) No molde talhado pela Magna Carta, a apreciação de
questões sub judice não se insere na missão institucional deste Colegiado e, caso
perpetrada, denotaria atuação divorciada de seu papel estratégico e ameaçadora da garantia
de independência e autonomia do Poder Judiciário, bem assim, do equilíbrio institucional.
III) O procedimento admitido no âmbito do Conselho Nacional de Justiça não se traduz por
sucedâneo recursal ou meio alternativo de impugnação a decisões jurisdicionais e,
tampouco, serve à antecipação da tutela de direitos. A função desta Casa transcende o
ideário da entrega da prestação jurisdicional e adentra o espaço estatal destinado ao
planejamento, organização e fiscalização da engrenagem judicial, rumo à efetivação de
uma ordem jurídica justa e tangível ao organismo social. IV) Recurso Administrativo a que
se nega provimento” (CNJ – PP 200810000031695 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Publicação.


Inteiro teor de decisões. Princípio da ampla defesa. Questão judicializada. – “I) A seara
de atribuições do Conselho Nacional de Justiça vem expressa no art. 103-B da CF/88, bem
assim, sua missão de instância de controle administrativo e financeiro dos órgãos judiciais.
II) No molde talhado pela Magna Carta, a apreciação de questões sub judice não se insere
na missão institucional deste Colegiado e, caso perpetrada, denotaria atuação divorciada de
seu papel estratégico e ameaçadora da garantia de independência e autonomia do Poder
Judiciário, bem assim, do equilíbrio institucional. III) O controle autorizado pelo art. 103-B
da CF/88 mostra-se circunscrito à área administrativa e financeira, transbordando as tarefas
confiadas ao Conselho eventuais auditorias sobre a instrução de processos judiciais ou
sobre a formação do convencimento de julgadores, seja em primeira instância, seja em
grau recursal. IV) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP
200810000028295 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Oficial substituta de Registro de Imóveis. Insurgência contra ato de
comissão de concurso que designou nova audiência de escolha de serventias extrajudicias.
Requerente que não foi candidata no referido concurso. Pretensão de que seja declarada
a perda de validade do concurso para que permaneça como substituta. Questão
judicializada e submetida ao STF através da ADI 3.522-3. Impossibilidade de apreciação
da questão. – “Se o concurso de ingresso no Serviço Público ou na atividade notarial e de
registro for submetido à apreciação e crivo do Poder Judiciário, notadamente quando se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


751

alega inconstitucionalidade de preceitos legais que regem o certame, em ação própria, com
efeito concentrado, tem-se que este certame, como um todo, ademais de ficar suspenso,
fica submetido àquela decisão que virá a ser proferida no âmbito judicial pela Suprema
Corte. Significa, portanto, que o Conselho Nacional de Justiça não tem competência para
desconstituir atos praticados pelos Tribunais do País, em cumprimento à decisão do
Supremo Tribunal Federal, sob pena de afronta à sua autoridade” (CNJ – PCA
200810000026365 – Rel. Cons. Rui Stoco – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Processo Disciplinar. Titular de serventia extrajudicial. Questão
jurisdicionalizada. Incompetência do CNJ. Improvimento. – “Jurisdicionalizada a questão,
há óbice de conhecimento da questão jurídica sub judice pelo CNJ, sob pena de obtenção
de resultados conflitantes. Precedentes (PCAs 578 e 631; PPs 1400 e 2956)” (CNJ – PCA
200810000025294 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Serventias extrajudiciais. Taxa de fiscalização judiciária. Matéria


judicializada. – “1) Não compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar Pedido de
Providências cujo objeto coincida com o de ação judicial anteriormente proposta. 2) Se
previamente judicializada a matéria, o CNJ não pode examinar a questão na esfera
administrativa, a bem de prestigiar-se a segurança jurídica, evitar-se interferência na
atividade jurisdicional do Estado e afastar-se o risco de decisões conflitantes. 3) Recurso
Administrativo em Pedido de Providência de que se conhece para, no mérito, negar-lhe
provimento” (CNJ – PP 200810000025671 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 80ª Sessão
– j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Incompetência do CNJ para rever decisão judicial

“Conforme iterativa jurisprudência, refoge à competência do


Conselho Nacional de Justiça rever decisões judiciais. O CNJ não é instância revisora de
decisão judicial, até porque poderiam sobrevir indesejáveis pronunciamentos conflitantes.
Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000012986 – Rel.
Cons. Min. João Oreste Dalazen – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Reclamação Disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame da


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “A Reclamação Disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da
atividade funcional. – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. Recurso não provido” (CNJ – RD 2008007656 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).
No mesmo sentido: CNJ – RD 791 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009.

Representação por Excesso de Prazo

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Exame de matéria judicial. Arquivamento mantido. – “Como sabido, a atuação deste
Conselho Nacional de Justiça está adstrita ao controle da atividade funcional dos membros

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


752

e demais órgãos integrantes do Poder Judiciário. Portanto, a representação por excesso de


prazo não se presta a examinar matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios
próprios. Recurso não provido” (CNJ – REP 4171 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

QÜINQÜÊNIOS
Magistrados. Limite da LOMAN ultrapassado. Pagamento a título de
vantagem pessoal até sua extinção

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio, ressalvando


meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu estar seu valor
englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à situação da
magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7 (sete)
qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em virtude da
fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três Poderes da União
ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve redução nominal do
valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios para a União e que está
matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve redução do
valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a título de diferença pessoal
mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão haveria conflito interno de
normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea, irredutibilidade de vencimento e a outra
fruto de emenda fixando teto e sua repercussão, ainda, assim, em face dos precedentes
deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão anterior, determino sua exclusão das
rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Não previstos na LOMAN. Possibilidade de sua manutenção

“Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinário quanto à


irredutibilidade de vencimentos, já apontado na análise na medida liminar, juntamente com
a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela
impossibilidade de aplicação da irredutibilidade de vencimentos em relação a
subsídios/adicionais por tempo de serviço, pois a fixação dos subsídios teria incorporado o
adicional por tempo de serviço, não sendo possível, portanto, que o magistrado passasse a
receber, além do subsídio, o valor “congelado” correspondente aos antigos adicionais por
tempo de serviço. Igualmente, seguindo essa mesma orientação, não me parece possível a
manutenção do ‘adicional por tempo de serviço em até 55%’, pois, mesmo previsto no art.
129 da Constituição do Estado de São Paulo, encontra previsão expressa e antagônica no
art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificação adicional por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

QUINTO CONSTITUCIONAL
V. tb.: ACESSO AOS TRIBUNAIS POR ADVOGADOS E MEMBROS DO MP

Acesso de membros do Ministério Público aos Tribunais de Justiça. Lista


tríplice e avaliação dos candidatos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


753

Quinto Constitucional. Acesso de membros do Ministério Público


a Tribunal de Justiça de Estado. Lista tríplice. Formação. Avaliação dos candidatos.
Critérios objetivos. Resolução. Legalidade. – “1) A edição de Resolução, por parte de
Tribunal de Justiça, fixando critérios objetivos que auxiliem na avaliação de candidatos e
na formação de lista tríplice para preenchimento de vaga de Desembargador cujo assento é
destinado a membro do Ministério Público, atende aos princípios que regem a
Administração Pública, democratiza a disputa e afasta eventual subjetividade na escolha
dos concorrentes. 2) A atividade de escolha dos critérios fixados na Resolução insere-se
dentro do âmbito do poder discricionário da Corte de Justiça, mormente porque não há
norma cogente estabelecendo quais critérios devam ser adotados, como acontece com a
hipótese prevista no art. 93, inc. II, alínea ‘c’, da Constituição Federal, de aferição do
merecimento para promoção de magistrados. 3) Por essa mesma razão, descabe falar em
edição de norma igual ou semelhante à aplicável à magistratura na hipótese de promoção
por merecimento, tampouco desrespeito ao princípio constitucional da isonomia.
Procedimento de Controle Administrativo de que se conhece e a que se julga
improcedente” (CNJ – PCA 200910000016510 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos –
86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Alegação de irregularidades e falsificação de documento para a abertura de


vaga destinada ao quinto constitucional

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de


irregularidades em ofício expedido pela Presidência do TRT da 21ª Região ao Presidente
da OAB-RN noticiando a abertura de vaga destinada ao quinto constitucional da classe
dos advogados – “As suspeitas de falsificação documental não restaram provadas, até
porque a então Presidente signatária dos ofícios confirmou a autenticidade de suas
assinaturas, razão porque voto por confirmar a conclusão da decisão liminar do Cons.
Marcus Faver. A comunicação prévia de aposentadoria compulsória inevitável, pelo
implemento da idade limite do ocupante do cargo, não contamina a validade da
manifestação, até porque a composição da lista sêxtupla se deu posteriormente à
aposentadoria. A aposentadoria compulsória é automática, não dependendo de ato de
autoridade ou de publicidade, que têm efeitos meramente declarativos. Apenas a OAB teria
legitimidade para opor-se a ato do Tribunal que limitasse ou impedisse o exercício
assegurado na Constituição da formação da lista, o que não ocorreu. Não pode o Tribunal
impugnar a inclusão de advogado que preencha os requisitos legais para concorrer à lista,
pela OAB competente, não sendo motivo relevante o grau de parentesco com o magistrado
aposentado” (CNJ – PCA 160 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU
20.11.2006).

Composição do Órgão Especial

Composição de Órgão Especial (CF, art. 93, inciso XI). Aplicação


obrigatória da Res. CNJ 16/2006. Respeito a preceito expresso do 1/5 constitucional e de
preceito implícito do 4/5 de magistrados de carreira, com prevalência do primeiro, caso
haja fração (arredondamento para cima do 1/5 de advogados e membros do Ministério
Público). – “Para o cômputo do 1/5 constitucional deve ser levado em conta a composição
global do Órgão Especial. Necessidade de adequação e cumprimento do texto
constitucional (art. 94). Consulta respondida” (CNJ – PP 920 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


754

Pedido de Providências. Consulta. Res. 16/2006. Critérios para


composição do Órgão Especial. – “Deve ser respeitado o preceito expresso do 1/5
constitucional e 4/5 da magistratura de carreira, com arredondamento para cima do 1/5 de
membros da Advocacia e do Ministério Público” (CNJ – PP 920 – Rel. Alexandre de
Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Recurso administrativo. Indeferimento de liminar em procedimento


de controle administrativo. Composição do Órgão Especial no Tribunal Regional do
Trabalho da 9ª Região. Quinto Constitucional. – “As liminares, em regra geral, só deverão
ser concedidas quando presentes de forma inequívoca os requisitos cumulativos que as
justifiquem. Os atos administrativos, em princípio, gozam das presunções de legitimidade,
licitude e veracidade. Desconstituição liminar de ato administrativo de Tribunal Pleno que
não se justifica, ainda mais quando inexistente o risco de ineficácia. Recurso desprovido”
(CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Marcus Faver – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU
13.12.2006).

Composição dos Tribunais Regionais Federais. Divisão de vagas (CF/88, art.


94)

Procedimento de Controle Administrativo. Composição dos


Tribunais Regionais Federais. Quinto constitucional. Divisão inexata das vagas
existentes. – “O art. 94 da Constituição dispõe que, no mínimo, um quinto da composição
dos Tribunais Regionais Federais e dos Tribunais dos Estados será de membros do
Ministério Público e de advogados, impondo-se, na hipótese de a divisão por cinco do
número de vagas existentes resultar em número fracionado, o arredondamento para cima.
Precedentes: MS 22.323; Ação Originária 493/PA” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Critério de escolha dos candidatos para compor o quinto constitucional


reservado a advogados e membros do Ministério Público através de sessão
pública, votos nominais e abertos e decisão fundamentada

Quinto Constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da sessão e motivação da decisão. Artigo 93, inciso
X, da Constituição Federal. – “A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004,
que desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da
publicidade e transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que
passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos,
nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável
que a formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrados aos Tribunais de segundo grau
(Resolução CNJ 6/2005, art. 1º)” (CNJ – PP 200710000004973 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Forma de provimento de vaga em Tribunal de Justiça. Critério de


arredondamento das frações e alternância entre as oriundas da advocacia e do
Ministério Público

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


755

“Assim, se a divisão dos membros de determinado Tribunal de


Justiça Estadual, como no presente caso, por cinco não resultar em um número inteiro, o
arredondamento sempre deverá ser para cima, sob pena de consagrar-se uma sub-
representação dos membros do Ministério Público e dos advogados, em flagrante
inconstitucionalidade” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 33ª Sessão –
j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

“Assiste razão ao Presidente da OAB/MA, quando afirma que ‘se


há modificação do número de vagas destinadas ao Quinto Constitucional e este número se
revela, dessa vez, ímpar, ou seja, cinco, in casu, o preenchimento se dará por alternância,
vislumbrando, sempre, a última nomeação que foi consolidada’. Nesse sentido, a já citada
lição do Supremo Tribunal Federal: ‘A alternância se faz observando-se, para tanto, a
última nomeação ocorrida. Se, como no caso dos autos, a lista foi composta por advogados,
a vaga surgida há de ser preenchida por membro do Ministério Público. Dispensável seria a
inserção dessa regra na Constituição Federal, que deve merecer interpretação teleológica e
sistemática, desprezando-se a ordem de lançamento de vocábulos, expressões e
disposições, sem que o texto em si, sinalize para a gradação de importância (...). Vale
dizer, o arcabouço normativo constitucional não contempla preferência, no preenchimento
das vagas do quinto, entre advogados e membros do Ministério Público. Ombreiam em
igualdade de condições; sendo par o número de vagas, as cadeiras são preenchidas pela
classe respectiva, levando-se em conta o antecessor, e, sendo ímpar, pela salutar
alternância’ (STF, MS 23.972-9, Rel. Min. Marco Aurélio)” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007 – Ementa não
oficial).

Pedido de Providências. Consulta sobre forma de provimento de


vaga do quinto constitucional em Tribunal de Justiça. Estado do Maranhão. Questão já
apreciada, por diversas vezes, pelo Supremo Tribunal Federal. Matéria a rigor de cunho
constitucional que estaria fora da competência do CNJ – “Se o número total da
composição de um Tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante para
o número intero seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto
constitucional. Tanto a fração menor do que 5 (cinco) como a maior será arredondada em
favor das classes componentes do quinto constitucional. A norma constitucional expressa
prevalece sobre a norma implícita, que da primeira decorre. Se assim não for a regra do art.
94 da Constituição Federal restará descumprida. Conhecimento da consulta como Pedido
de Providência, tendo-o por improcedente” (CNJ – PP 884 – Rel. Cons. Marcus Faver –
33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Ilegitimidade do Órgão Especial para votar lista tríplice, enquanto metade de


seus membros não for eleita

Pedido de Providências. Ilegitimidade do Órgão Especial para votar


lista tríplice do quinto constitucional enquanto sua composição não obedecer o critério de
escolha de metade dos membros por votação. Liminar prejudicada. Edição da Res.
16/2006. Critérios para composição do Órgão Especial dos Tribunais. Perda de objeto do
pedido. (CNJ – PP 482 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU
17.07.2006).

Órgão Especial. Composição. Critério de antiguidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Ilegalidade da


Resolução 188/2006 do TRT da 9ª Região. Composição do Órgão Especial. Vaga do
quinto constitucional deixada por Juiz oriundo da OAB e preenchida por membro do
Ministério Público. Improcedência do pedido. A vaga é do quinto constitucional por
antiguidade e deve ser ocupada pelo juiz mais antigo, em decorrência ao critério de
alternância. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 275 – Rel. Cons. Germana Moraes – Rel.
Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Quinto Constitucional dos TRibunais. Lista tríplice

“Recomenda a esses Tribunais que regulamentem a orientação


emanada deste Conselho Nacional de Justiça, aplicável a todos, no sentido de que a lista
tríplice a que se refere o artigo 94, parágrafo único, da Constituição Federal, seja formada
em sessão pública, mediante votos abertos, nominais e fundamentados” (Recomendação
CNJ 13, de 06.11.2007).

Tribunal com número ímpar de vagas. Alternância

Procedimento de Controle Administrativo. Quinto constitucional.


Tribunal com número ímpar de vagas a ser preenchidas por representantes da advocacia
e do Ministério Público. Alternância (art. 100, § 2º, LOMAN). Questão já apreciada pelo
judiciário. Preservação das vagas de origem (art. 4º, EC 45). Inaplicabilidade.
Improcedência. – “I) Matéria já apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o
Recurso Ordinário interposto no Mandado de Segurança 12.778/MS e decidir que “(...) a
regra prevista no art. 100, § 2º, da LOMAN, somente é aplicável quando o Tribunal já
possui um número ímpar de vagas destinadas ao quinto constitucional e ocorre vacância de
uma delas (...)”. II) Não se aplica o disposto no art. 4º, da EC 45, pois este se destina, tão
somente, a preservar o quinto constitucional na composição dos Tribunais de Justiça, em
virtude da extinção dos Tribunais de Alçada, nos Estados em que estes existiam. III)
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 6600 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).
DOUTRINA: “Não sendo possível a simultânea participação de representantes de
advogados e membros do Ministério Público, em igual número, no Tribunal, far-se-á
revezamento: ora haverá número superior daqueles, ora destes. Quer dizer que a vaga
excedente e que não pode ser atribuída com exclusividade a qualquer das duas classes, será
uma vez preenchida por advogado, e, em seguida, uma vez por membro do Ministério
Público, de modo, que uma vez os representantes de uma das categorias detenham uma
vaga a mais do que outra, seguindo-se igual vantagem para outra categoria” (JOSÉ
RAIMUNDO G. DA CRUZ. A Lei Orgânica da Magistratura Nacional Interpretada. 2.
ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 143).

QUINTO SUCESSIVO
Analogia com o “quinto constitucional”. Impossibilidade

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Magistratura. Regra de promoção. Cálculo da quinta parte da lista de
antigüidade. Fração. Arredondamento. Analogia com o “quinto constitucional”.
Impossibilidade. Improvimento. – “I) A técnica de arredondamento para cima, na hipótese
de eventual resultado fracionário no cálculo de reserva de vagas atinentes ao denominado
“quinto constitucional”, não é aplicável, no presente caso, ao cálculo de vagas da quinta

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


757

parte da lista de antigüidade,relativa à promoção ou remoção de magistrado. Exegese do


art. 93, II, b, da CF/88, segundo o qual a ‘promoção por merecimento pressupõe dois anos
de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de
antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago’. II)
Não havendo regra específica ofendida, não desrespeitou o Tribunal requerido o princípio
da legalidade. III) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a
que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA 200810000011908
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Parte do voto do relator: “Entendo de forma distinta. A tese ora sufragada não se afigura
plausível pelo simples fato de que – apesar da Constituição ser silente, no ponto – o único
arredondamento permitido está relacionado com as vagas decorrentes do denominado
“quinto constitucional” referido em seu art. 94. Ou seja: trata apenas dos vinte por cento
dos lugares dos Tribunais Regionais Federais e Estaduais (incluindo-se o TJDFT)
reservados à composição de membros do Parquet e da advocacia, indicados em lista
sêxtupla por seus órgãos de classe. Apenas isso e nada mais”.

Arredondamento da quinta parte da lista de antiguidade para o número


inteiro superior

Consulta. Magistratura. Promoção ou remoção por merecimento.


Quinto sucessivo. – “I) A quinta parte da lista de antiguidade, elaborada para a promoção
ou remoção por merecimento dos magistrados, deve sofrer arredondamento para o número
inteiro superior, caso fracionário o resultado da aplicação do percentual, de modo a
assegurar a participação de pelo menos vinte por cento dos potenciais candidatos mais
antigos. II) Se todos os integrantes da primeira quinta parte não manifestarem interesse,
deve ser formada a segunda quinta parte considerando o universo dos magistrados
integrantes da mesma entrância ou classe, excluindo-se os integrantes da primeira, e assim
sucessivamente. III) Se algum integrante da quinta parte não manifestar interesse, apenas
participam os demais integrantes dela, não sendo admissível sua recomposição. IV) O art.
93, II, “b”, da Constituição Federal não se aplica à Justiça Federal. Precedentes do STF”
(CNJ – PP 200810000020697 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU
24.10.2008).
Parte do voto do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior: “A generalização da
orientação alusiva às promoções de magistrados por merecimento deve ressalvar os juízes
federais titulares cujas promoções para os respectivos tribunais regionais impõem requisito
temporal diferente: apenas a contagem de cinco anos de tempo de exercício da
magistratura (CF, art. 107, II), não se aplicando, assim, o critério combinado geral de dois
anos de tempo de entrância (ou classe, onde esta não exista) e de figuração dentre os
magistrados componentes do primeiro quinto da lista de antiguidade (CF, art. 93, II, b).
Útil a lembrança de precedentes específicos do STF em tal sentido distintivo (Pleno, MS
21.631, ILMAR, 23.337, MOREIRA ALVES, e 23.789, ELLLEN). Assim, impõe-se
distinguir a situação das promoções por merecimento para os tribunais regionais federais,
na qual o requisito de antiguidade consiste no implemento de cinco anos de exercício na
carreira de magistratura, aí incluído o tempo de juiz substituto, da situação das demais
promoções por merecimento, exigentes, à míngua de regra especial no texto constitucional,
dos requisitos de tempo mínimo de dois anos na entrância e de figuração no primeiro
quinto da lista de antiguidade dentre os juízes em exercício na entrância (STF, ADI 1970-
MC, JOBIM) ou, onde não haja entrância, no cargo (caso da Justiça do Trabalho)”

Promoção por merecimento. Figuração na quinta parte da lista de antiguidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


758

Consulta. Magistratura. Promoção ou remoção por merecimento.


Quinto sucessivo. – “I) A quinta parte da lista de antiguidade, elaborada para a promoção
ou remoção por merecimento dos magistrados, deve sofrer arredondamento para o número
inteiro superior, caso fracionário o resultado da aplicação do percentual, de modo a
assegurar a participação de pelo menos vinte por cento dos potenciais candidatos mais
antigos. II) Se todos os integrantes da primeira quinta parte não manifestarem interesse,
deve ser formada a segunda quinta parte considerando o universo dos magistrados
integrantes da mesma entrância ou classe, excluindo-se os integrantes da primeira, e assim
sucessivamente. III) Se algum integrante da quinta parte não manifestar interesse, apenas
participam os demais integrantes dela, não sendo admissível sua recomposição. IV) O art.
93, II, “b”, da Constituição Federal não se aplica à Justiça Federal. Precedentes do STF”
(CNJ – PP 200810000020697 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU
24.10.2008).
Parte do voto do Conselheiro Antonio Umberto de Souza Júnior: “A generalização da
orientação alusiva às promoções de magistrados por merecimento deve ressalvar os juízes
federais titulares cujas promoções para os respectivos tribunais regionais impõem requisito
temporal diferente: apenas a contagem de cinco anos de tempo de exercício da
magistratura (CF, art. 107, II), não se aplicando, assim, o critério combinado geral de dois
anos de tempo de entrância (ou classe, onde esta não exista) e de figuração dentre os
magistrados componentes do primeiro quinto da lista de antiguidade (CF, art. 93, II, b).
Útil a lembrança de precedentes específicos do STF em tal sentido distintivo (Pleno, MS
21.631, ILMAR, 23.337, MOREIRA ALVES, e 23.789, ELLLEN). Assim, impõe-se
distinguir a situação das promoções por merecimento para os tribunais regionais federais,
na qual o requisito de antiguidade consiste no implemento de cinco anos de exercício na
carreira de magistratura, aí incluído o tempo de juiz substituto, da situação das demais
promoções por merecimento, exigentes, à míngua de regra especial no texto constitucional,
dos requisitos de tempo mínimo de dois anos na entrância e de figuração no primeiro
quinto da lista de antiguidade dentre os juízes em exercício na entrância (STF, ADI 1970-
MC, JOBIM) ou, onde não haja entrância, no cargo (caso da Justiça do Trabalho)”

Pedido de providências. Consulta. Promoção por merecimento.


Inexistência de candidatos que preencham os requisitos do art. 93, inciso II, “b”, da CF/
88. – “Reposta à consulta no sentido de que, no caso de existirem candidatos que possuam
dois anos de exercício na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da
lista de antiguidade, deve-se apurar novamente a primeira quinta parte dos mais antigos,
incluídos todos os magistrados remanescentes. Precedente do STF: MS 24575-1, DF”
(CNJ – PP 8000 e PP 10730 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

“Quanto à consulta proposta, seguindo os marcos jurisprudenciais


traçados, tem-se que, no caso de existirem candidatos que possuam dois anos de exercício
na respectiva entrância, mas não figurem na primeira quinta parte da lista de antiguidade,
deve-se atentar para o princípio que alicerça a disposição do art. 93, inciso II, ‘b’ da
Constituição da República de 1988, apurando-se novamente a primeira quinta parte dos
mais antigos, incluídos todos os magistrados remanescentes” (CNJ – PP 8000 e PP 10730
– Rel. Cons. Paulo Lôbo – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não
oficial).
V.tb.: 1) STF, MS 24.575-1, Rel. Min. Eros Grau, j. 15.12.2004, DJU 04.03.2005; 2) STF,
ADI 581-0, Rel. Min. Marco Aurélio; 3) STF, RE 239.595, Rel. Min. Sepúlveda Pertence;
4) STF, MS 24.414, Rel. Min. Cezar Peluso.

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759

Remoção de magistrado. Observância geral pelos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado da Paraíba. Atos de remoção de magistrados. Quintos sucessivos. Observância
geral pelos tribunais desde 25 de outubro de 2007. – “1) A interpretação fixada pelo
Conselho Nacional de Justiça quanto à apuração dos “quintos sucessivos” é de observância
geral pelos Tribunais desde 25 de outubro de 2007, data em que publicada no Diário de
Justiça a decisão proferida nos Pedidos de Providências 20071000000800-0 e
200710000001073-0. 2) O prazo de dois anos de exercício na respectiva entrância para a
promoção por merecimento ou remoção somente pode ser afastado quando não houver
outro candidato com tal requisito que aceite o lugar vago (CNJ - PCA 601). 3) ‘Os
relatórios de avaliação norteadores do colegiado na apreciação dos pedidos de promoção
por merecimento devem ser previamente divulgados para garantir aos interessados e à
comunidade em geral o conhecimento da situação de cada candidato e para propiciar
eventuais impugnações’ (CNJ – PCA 11734, PCA 11783, PCA 12090, PCA 12362 e PCA
14980). Procedência do pedido para invalidação do ato de remoção. (CNJ – PCA
200810000021641 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

QUINTOS/DÉCIMOS
Obtenção pelo servidor público antes de seu ingresso na Magistratura.
Incorporação

Quintos/Décimos. Verba percebida por servidores públicos antes


do ingresso na carreira da magistratura. Incorporação indevida. – “Nos termos da Res.
13, de 21.03.2006, deste Conselho Nacional de Justiça, a verba denominada
“quintos/décimos”, percebida por servidores públicos antes do ingresso na carreira da
magistratura, está compreendida no subsídio dos magistrados, sendo indevida a sua
incorporação. Consulta de que se conhece e a que se responde negativamente” (CNJ – PP
7494 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

“QUORUM”
Processo administrativo disciplinar instaurado contra magistrado. “Quorum”
exigido para seu afastamento

Procedimento de Controle Administrativo. Processo Disciplinar.


Instauração contra Magistrado. Deliberação de Afastamento das Atividades (LOMAN,
Art. 27, § 3º). Quorum necessário. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). –
“A instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra magistrado não
configura, por si só, aplicação de sanção, mas mero exercício do poder – dever de apuração
de fatos que possam constituir infração no exercício jurisdicional. Diferentemente, porém,
a decisão de afastamento do magistrado, tomada ao início ou mesmo durante a tramitação
do PAD (art. 27, § 3º, da LOMAN), além de sua natureza cautelar, ostenta evidente
conteúdo censório, com sérios reflexos na vida pessoal e funcional do magistrado. Por essa
razão, faz-se necessária a observância do quorum de que trata o inciso X do art. 93 da CF,
sob pena de nulidade da decisão administrativa correspondente. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Procedimento de Controle Administrativo procedente. (CNJ –

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760

PCA 463 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU
11.05.2007).
Observação: Art. 93 da CF/88: “Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)
X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”.

–R–
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
Palavras-chave: DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
V. tb.: MOROSIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO

Critérios de razoabilidade e compreensão para sua aferição

“Tenha-se em consideração, ainda, que a razoável duração do


processo, consagrada no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal, deve ser
entendida – em leitura sistêmica – num contexto de razoabilidade e compreensão, na
medida em que as ações judiciais em geral não têm ordinariamente vida curta, dadas as
características da dinâmica processual brasileira e dos meios processuais (notadamente os
meios recursais incidentes) postos à disposição das partes na legislação codificada e nos
Regimentos Internos das Cortes, ademais do elevadíssimo número de ações judiciais
propostas e em andamento em todos os foros. Aliás, o preceito constitucional fala em
‘duração razoável’, que se traduz como um período médio e não ‘mínimo’, mas sem
estabelecer tempo certo ou provável; atento, portanto, à realidade nacional” (CNJ –
REVDIS 200810000005120 e REP 200810000005118 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão
– j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Demora na tramitação dos processos nos tribunais

Administrativo. Pedido de Providências. Demora na tramitação de


processo em Tribunal. Razoabilidade dos prazos. Diversas substituições de Relatoria.
Excesso aparente de prazo entre conclusão do julgamento e publicação do acórdão.
Necessidade de inclusão de dados nos levantamentos estatísticos. – “I) Verificando que
houve três redistribuições dos autos para diferentes relatores, restando o prazo médio de
conclusão com cada julgador em 3 (três) anos, não há que se falar em excesso de prazo. II)
Prazo decorrido entre julgamento e publicação do v. acórdão, que pode vir a caracterizar
certo excesso, merece submeter-se a levantamento estatístico global, para, na hipótese de
se verificar ser fenômeno comum aos Tribunais Brasileiros, examinar o Conselho Nacional
de Justiça adoção de possíveis medidas alteradoras das rotinas processuais. III) Pedido de
Providências arquivado, com remessa de cópia do voto às Comissões de Estatística e de
Informática para estudo da viabilidade de levantamento global dos prazos utilizados em
todas as Cortes de Justiça entre julgamento e publicação dos acórdãos” (CNJ – PP 35 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU
16.11.2005).
OBS.: Art. 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal: “A todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação”. (Incluído pela Emenda Constitucional 45, de 2004)

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761

Pedido de Providências. Morosidade na tramitação dos feitos no


Tribunal Regional Federal da 3ª Região – São Paulo. Matéria que, em princípio, seria da
competência do Conselho da Justiça Federal nos termos do art. 105, parágrafo único, inc. II
da Constituição Federal. Tribunal representado que esclarece haver tomado providências
efetivas para sanar a irregularidade. Pedido prejudicado. Arquivamento. (CNJ – PCA 735 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Pedido de Providências. Réu, acusado de duplo homicídio, em


Comarca do Estado do Espírito Santo que, alegando irregularidades em seu processo,
solicita providências frente ao Tribunal de Justiça. Dados colhidos indicando a
inocorrência de irregularidades administrativas ou funcionais. Tramitação truncada em
decorrência de incidentes, inclusive de sanidade, provocados pelo próprio acusado.
Arquivamento do pedido. (CNJ – PP 13 – Rel. Cons. Marcus Faver – 6ª Sessão – j.
28.09.2005– DJU 04.10.2005).

Demora no julgamento pelo Plenário do Júri

Conselho Nacional de Justiça. Ausência de competência


jurisdicional originária ou revisora. Impossibilidade de controle do mérito da atividade
jurisdicional dos magistrados. Competência constitucional para zelar pela autonomia do
Poder Judiciário e pela observância dos princípios da eficiência (CF, art. 37, caput) e da
razoável duração do processo e celeridade (CF, art. 5º, LXXVIII). Demora no julgamento
pelo Plenário do Tribunal do Júri atribuída à legislação processual e complexidade do feito.
Inexistência de responsabilidade dos magistrados. Arquivamento. (CNJ – PP 16 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 5ª Sessão – j. 13.09.2005 – DJU 19.11.2005).

Observância do devido processo legal

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A representação por excesso de prazo não é
meio idôneo para questionamento do mérito de decisão judicial, cuja impugnação deve se
dar através dos recursos previstos na lei processual. II) Não caracteriza falta disciplinar
demora ocorrida na tramitação do feito e decorrente de estrita observância da cláusula do
devido processo legal, a qual impõe, para fins de reforma da decisão proferida no primeiro
grau de jurisdição, a prática dos atos e observância dos prazos indisponíveis ao seu
reexame pelo órgão ad quem. III) Arquivamento que encontra previsão no art. 31, inciso I,
do RICNJ. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 181 – Rel. Cons.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU
27.04.2007).

RECESSO DE FINAL DE ANO


Vide: FÉRIAS COLETIVAS (FÉRIAS FORENSES) – RECESSO FORENSE

RECESSO FORENSE
Palavras-chave: RECESSO DE FINAL DE ANO
V. tb.: EXPEDIENTE FORENSE – FÉRIAS – FÉRIAS COLETIVAS (FÉRIAS
FORENSES)

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762

Analogia com as disposições da Justiça Federal

Pedido de Providências. Recessos forenses estaduais. Analogia


com as disposições da Justiça Federal. Possibilidade. Questão de competência para
regulamentação em âmbito regional. Ausência de vedação legal. Pedido procedente. (CNJ
– PP 67 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005 –
Ementa não oficial).

Pagamento pelas horas trabalhadas, a título de horas extras

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de pagamento


horas extras. Trabalho no recesso forense, caracterizado como feriado. Pedido
improcedente. Regulamentação dos plantões pelo Conselho da Justiça Federal.
Compensação dos dias trabalhados. Mesmo regime adotado para os juízes. Resoluções
357/2004 e 523/2006 do CJF e Ato 467/2006 do TRF-5a Região. (CNJ – PCA 375 – Rel.
Cons. Marcus Faver – 38ª Sessão – j. 10.04.2007 – DJU 20.04.2007).

RECLAMAÇÃO CORREICIONAL
Decisão de natureza administrativa. Impossibilidade de invalidação pelo CNJ
se a questão está submetida à discussão judicial, por vias próprias

“O exercício das competências de controle administrativo pelo CNJ


não deve interferir no livre exercício da atividade jurisdicional. Apesar da afirmação da
natureza administrativa da decisão proferida em reclamação correicional, é incabível a
pretensão de sua invalidação pelo CNJ se a questão está submetida à discussão judicial nas
vias processuais próprias” (CNJ – PP 200710000019850 – Rel. Cons. José Adonis Callou
de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 14ª


Região. Reclamação correicional. Impossibilidade de controle de atividade jurisdicional.
Alegação de nulidade de representação prejudicada pela instauração de Procedimento
Administrativo Disciplinar. – “I) O exercício das competências de controle administrativo
pelo CNJ não deve interferir no livre exercício da atividade jurisdicional. Apesar da
afirmação da natureza administrativa da decisão proferida em reclamação correicional, é
incabível a pretensão de sua invalidação pelo CNJ se a questão está submetida à discussão
judicial nas vias processuais próprias. II) A deliberação do Tribunal pela instauração do
Procedimento Administrativo Disciplinar contra a magistrada requerente prejudica a
análise da alegação de nulidade da antecedente representação por infração disciplinar.
Pedido de Providências em parte não conhecido, e em outra prejudicado” (CNJ – PP
200710000019850 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Função correicional eminentemente administrativa, não podendo interferir no


ato jurisdicional. “Error in procedendo”

Pedido de Providências. Reclamação Correicional. “Error in


procedendo”. – Não cabe ao órgão corregedor, de natureza eminentemente administrativa,
interferir no ato jurisdicional para substituir o juiz natural, principalmente em liminares
concedidas em mandados de segurança, quando se tratar de hipótese enquadrável em error
in judicando e não de error in procedendo, ainda que seja para impedir alegado prejuízo ou

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763

dano iminente, pois a parte que se julgar prejudicada pode valer-se de medidas e recursos
judiciais adequados para impugná-lo” (CNJ – PP 91 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª Sessão
– j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR (ARTS. 72-79 DO RICNJ)


V. tb.: MAGISTRADOS

Afastamento do magistrado no processo de interesse do recorrente após


declarar-se suspeito. Incabimento de medida correcional contra ele

“O afastamento voluntário dos magistrados nos feitos de interesse


dos recorrentes, após declarações de suspeição, não tem o condão de ensejar qualquer
medida correcional. Além de a matéria encontrar-se na esfera judicial, verifica-se que a
conduta está prevista na lei processual civil, cuja observância pelo julgador é imperiosa,
quando desprovido da necessária imparcialidade para o julgamento da lide” (CNJ – RD
200810000000200 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Alegação de existência de decisões conflitantes proferidas pelo juiz

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Arquivamento


sumário mantido. – “Não há vício na motivação na decisão que fundamentadamente
soluciona a controvérsia. A simples existência de decisões contrárias à parte reclamante
não constitui infração disciplinar. Subsistentes os fundamentos da decisão recorrida, nega-
se provimento ao recurso” (CNJ – RD 843 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Alegação de falta de urbanidade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Alegação de


falta de urbanidade. Ausência de elementos indiciários. Improcedência. – “I) Mera
altercação entre juiz e advogado decorrente de divergência sobre procedimento judicial não
implica falta de urbanidade, à míngua de outro elemento indiciário suficiente ao alegado
pelo reclamante-recorrente. II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 117 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Alegação de imparcialidade de magistrado. Questão que deve ser regida pelo


instituto da exceção de suspeição

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Matéria judicial.


Ausência de competência deste Conselho Nacional de Justiça. Imparcialidade de
magistrado. Instituto da suspeição. Instrumento próprio via exceção. Arquivamento. Falta
de impugnação aos fundamentos da decisão. – “I) Nas hipóteses dos autos é forçoso
reconhecer que a irresignação se volta ao exame de matéria eminentemente judicial. Em
tais casos, no entanto, deve a parte valer-se dos meios recursais próprios, não se cogitando
a intervenção deste Conselho. II) No tocante à imparcialidade de magistrados, a fórmula
processual preconiza o instituto da suspeição, manejável por instrumento próprio, via
exceção é a fórmula processual. III) Não infirmados os fundamentos adotados na decisão

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


764

recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – RD 200810000013085 – Rel. Min.


Corregedor Gilson Dipp – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Ausência de


evidência de conduta administrativa irregular. Pedido de cunho eminentemente judicial.
Arquivamento mantido. Recurso negado. – “Ao Conselho Nacional de Justiça compete,
precipuamente, ‘o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes’, nos termos do § 4º do Art. 103-B da
Constituição Federal de 1988. Assim, a competência fixada para o Conselho é restrita ao
âmbito administrativo do Poder Judiciário, não podendo ocorrer intervenção em conteúdo
de decisão judicial, para corrigir eventual vício de ilegalidade ou nulidade, devendo a parte
valer-se dos meios recursais cabíveis para reverter eventuais provimentos desfavoráveis
aos seus interesses. Recurso não provido” (CNJ – RD 200710000006441 – Rel. Min.
Corregedor Gilson Dipp – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Aposentadoria do magistrado. Perda do objeto. Arquivamento

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Perda do objeto.


Aposentadoria do magistrado. Arquivamento mantido. Recurso não provido. (CNJ – RD
799 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 –
DJU 15.04.2008).

Argüição de suspeição como sucedâneo de infração disciplinar

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar não constitui meio
idôneo à discussão de questões judiciais. A alegação genérica de suspeição não revela
infração disciplinar. Recurso não provido” (CNJ – RD 841 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Arquivamento sumário

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário. Recurso improvido. – “Não havendo ato administrativo imputável ao reclamado e
revestindo-se a pretensão deduzida de caráter judicial, mantém-se a decisão de
arquivamento da reclamação. Recurso não provido” (CNJ – RD 532 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Ausência de provas ou indícios. Discussão da questão que deve ser que deve
ser submetida à via recursal própria

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “Ausentes quaisquer provas ou indícios desfavoráveis aos reclamados, não há
como questionar o conteúdo de eventuais decisões prejudiciais ao reclamante e à sua
cliente. Cabe ao interessado discuti-las na via recursal própria, não em reclamação
disciplinar perante este Conselho Nacional de Justiça. Recurso desprovido” (CNJ – RD
884 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 –
DJU 05.08.2008).

Ausência de qualquer elemento indicativo do cometimento de falta funcional

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


765

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário mantido. – “Arquiva-se a Reclamação Disciplinar que não aponta qualquer
elemento indicativo do cometimento de falta funcional. Recurso Administrativo a que se
nega provimento” (CNJ – RD 785 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha –
51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário mantido. – “É manifestamente improcedente a reclamação que não aponta
indicativos de conduta passível de reprimenda disciplinar. Recurso Administrativo a que se
nega provimento” (CNJ – RD 699 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha –
53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Competência concorrente entre os Tribunais e o CNJ nos procedimentos de


natureza disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “O exercício pelo Conselho Nacional de Justiça das funções inscritas no art.
103-B, § 4º da Lei Maior se dá, em regra, sem prejuízo da competência disciplinar e
correcional dos Tribunais. Impõe-se o arquivamento da reclamação quando os fatos
descritos não configurem infração disciplinar ou ilícito penal. Recurso negado” (CNJ – RD
7743 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Controle de ato judicial realizado dentro do limite judicializado

“Apura-se que a exigência intransigente da assistência de advogado


acaba por não atender ao objetivo último do processo que é o acesso à ordem jurídica justa
(onde assume relevo a tendência à universalização da jurisdição, embora nela não se esgote
seu conteúdo, conforme a já clássica advertência de Kazuo Watanabe); tampouco se
mostra exigível, ou mesmo necessária, para que a parte que tenha razão – seja ele o autor
ou o réu – obtenha a tutela jurisdicional e por fim, menos ainda se mostra proporcional em
sentido estrito, na medida em que não há qualquer justificativa democrática para a
exigência da contratação de um profissional. Não se pode inferir qualquer vestígio de falta
funcional com fundamento nos elementos suscitados na presente Reclamação Disciplinar.
O ato essencialmente judicial questionado, como já advertido, não ultrapassa o perímetro
judicializado e com abrigo nas construções pretorianas não pode merecer qualquer espécie
de censura neste ambiente administrativo” (CNJ – DOCAV 4423 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não
oficial).

Decisão judicial desfavorável que não implica em responsabilidade disciplinar


do magistrado

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário. Petição inicial despida de elementos mínimos para apreciação do alegado.
Decisão desfavorável em ação judicial. Questão Judicial. – “I) Pleito confuso e despido de
elementos mínimos para apreciação do alegado, eis que não indicada objetivamente a
suposta conduta ilícita imputada aos reclamados. II) A reclamação disciplinar não é meio
idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável à
reclamante em ação judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do
magistrado, ante o princípio da independência jurisdicional. Recurso a que se nega

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


766

provimento” (CNJ – RD 354 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Determinação pelo magistrado de prisão de Procuradora Federal. Excesso que


caracteriza infração disciplinar. Instauração de procedimento determinado

Reclamação Disciplinar. Independência judicial. Excessos.


Responsabilização. Cumprimento de decisão judicial. Advogado público. Crime de
desobediência. Prisão. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração de
Processo Administrativo Disciplinar. – “I) A independência judicial tem o sentido de
garantir ao magistrado a possibilidade de decidir de forma livre de pressões, de acordo com
a lei e o direito, mas não se configura em cláusula de imunidade absoluta, sendo cabível a
responsabilização quando configurado excesso que tipifique infração disciplinar. II) Cabe
ao juiz velar pela rápida solução do litígio e evitar atos atentatórios à dignidade da justiça
(CPC, arts. 125, II e III), mas configura-se excessiva, caracterizando, em tese,
procedimento incorreto (LOMAN, art. 44) a determinação de prisão de Procuradora
Federal em razão de atraso na entrega de documentos em ação de execução, considerando
que: a) não houve intimação pessoal da destinatária da ordem; b) o delito de desobediência
é de menor potencial ofensivo, não sendo cabível a prisão quando é lavrado termo
circunstanciado e o agente se compromete a comparecer (Lei 9099/95, art. 69, parágrafo
único), o que não foi determinado no caso; c) poderiam ter sido adotadas alternativas
menos gravosas, como a determinação de comparecimento do devedor (CPC, art. 599),
multa ou mesmo busca e apreensão dos documentos. III) Havendo indicativos de violação
aos deveres funcionais praticada por magistrado, com a adoção de postura incompatível
com o exercício da magistratura, consubstanciando, em tese, violação à Lei Complementar
35/79 – LOMAN, mostra-se necessária a instauração de processo administrativo
disciplinar, a fim de que sejam esclarecidos os fatos e aplicada a penalidade eventualmente
cabível” (CNJ – RD 200910000003280 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 86ª Sessão –
j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Discussão de matéria judicial. Inadmissibilidade

“A Reclamação Disciplinar é instrumento destinado ao exame da


atividade funcional – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. A impugnação, portanto, há de se dar pelo meio próprio, na via judicial
comum” (CNJ – RD 200810000000315 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


sumário. Petição inicial despida de elementos mínimos para apreciação do alegado.
Decisão desfavorável em ação judicial. Questão Judicial. – “I) Pleito confuso e despido de
elementos mínimos para apreciação do alegado, eis que não indicada objetivamente a
suposta conduta ilícita imputada aos reclamados. II) A reclamação disciplinar não é meio
idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável à
reclamante em ação judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do
magistrado, ante o princípio da independência jurisdicional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 354 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Impossibilidade. – “I) A reclamação disciplinar não constitui meio idôneo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


767

à discussão de questões judiciais. Trata-se de procedimento administrativo destinado a


apurar a notícia da prática de infração funcional por magistrados, servidores do Poder
Judiciário ou de serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro. II) A
irresignação e face dos provimentos judiciais que movimentaram processo de execução,
supostamente em desacordo com a legislação de regência, constitui matéria judicial, cujo
exame é inviável em sede administrativa. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
RD 129 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007
– DJU 04.06.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Impossibilidade. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar
não constitui meio idôneo à discussão de questões judiciais. Trata-se de Procedimento
Administrativo destinado a apurar a notícia da prática de infração funcional por
magistrados, servidores do Poder Judiciário ou de serventias e órgãos prestadores de
serviços notariais e de registro. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 587 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Impossibilidade. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar
não constitui meio idôneo à discussão de questões judiciais. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 898 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª
Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


questão judicial. Impossibilidade. Arquivamento sumário mantido. – “A Reclamação
Disciplinar não é meio idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação judicial. Trata-
se de instrumento voltado ao controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive seus serviços auxiliares, serventias e
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder
público ou oficializados (CF art. 103-B, § 4º, III). Recurso a que se nega provimento.
Mantida a decisão recorrida” (CNJ – RD 753 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame da


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “A Reclamação Disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da
atividade funcional. – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. Recurso não provido” (CNJ – RD 2008007656 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).
No mesmo sentido: CNJ – RD 791 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009.

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “I) A Reclamação Disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da
atividade funcional – e não judicante - dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. II) A controvérsia relativa à suposta prática de infração disciplinar apontada já
foi devidamente apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça – Sindicância 157/SP,
mostrando-se incabível sua reapreciação pelo Conselho Nacional de Justiça, de vez que lhe
falece competência. III) Não pode o processo administrativo adentrar no mérito judiciário,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


768

notadamente quando ausente qualquer indicativo real do cometimento de falta funcional.


IV) Recurso não provido” (CNJ – RD 200810000014314 – Rel. Min. Corregedor Gilson
Dipp – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exibição de


documento. Procedimento próprio. Pedido de cunho eminentemente judicial.
Arquivamento mantido. Recurso negado. – “A competência fixada para o Conselho é
restrita ao âmbito administrativo do Poder Judiciário, não podendo ocorrer intervenção em
conteúdo de decisão judicial, para corrigir eventual vício de ilegalidade ou nulidade,
devendo a parte valer-se dos meios recursais cabíveis para reverter eventuais provimentos
desfavoráveis aos seus interesses. Na hipótese dos autos, já foi instaurado procedimento
próprio com o fim de ver praticado o ato colimado, qual seja a exibição de documento
impugnado em ação de reparação de danos civis. Recurso não provido” (CNJ – RD
200810000021677 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Discussão de matéria judicial (decisão desfavorável à reclamante em ação


judicial). Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisão


desfavorável à tese da reclamante-recorrente em ação judicial. Questão judicial.
Princípio da independência jurisdicional. – “A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo
a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável à
reclamante em ação judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do
magistrado, ante o princípio da independência jurisdicional” (CNJ – RD 189 – Rel. Cons.
Min. Antônio de Pádua Ribeiro – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Questão


judicial. Recurso não provido. – “A reclamação disciplinar não é meio idôneo a contrastar
matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável ao reclamante em ação
judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do julgador. Recurso não
provido” (CNJ – RD 509 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Duplicidade de apuração (perante o órgão correcional e o CNJ)

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. A situação
concreta recomenda a apuração dos fatos pela Corregedoria Estadual. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000012880 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000004894 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


769

Duplicidade de apuração perante o órgão correcional competente e o CNJ.


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000016124 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Exercício do magistério. Mais de uma atividade docente

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Magistrado.


Exercício do Magistério. – “I) A norma do art. 95, parágrafo único da Constituição Federal
não impede o exercício pelo magistrado de mais de uma atividade docente. II) O exercício
do magistério pelo Magistrado deve se dar em carga horária compatível com o
desempenho da atividade jurisdicional. Precedente do Supremo Tribunal Federal (MC na
ADIN 3126/DF). III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 434 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Fatos já apurados pelo órgão censor estadual

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “A reclamação disciplinar não se presta à análise de fatos já apurados pelo
órgão censor estadual. Recurso não provido” (CNJ – RD 755 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Inadmissibilidade de apreciação pelo CNJ quando as mesmas denúncias estão


sendo apuradas pela Corregedoria local

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Arquivamento.


Manutenção da decisão recorrida. Recurso desprovido. – “Não se justifica a intervenção
do Conselho Nacional de Justiça na hipótese em que as mesmas denúncias aqui formuladas
já estão sendo apuradas no âmbito da Corregedoria local, porquanto incabível a apuração
concomitante dos mesmos fatos” (CNJ – RD 200810000024642 – Rel. Min. Corregedor
Gilson Dipp – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Independência entre as instâncias penal e administrativa

Reclamação Disciplinar. Independência entre as instâncias Penal


e Administrativa. – “A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos
fatos não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado
de condenação criminal. A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado
que a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permitem à
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior
julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada
configure crime em tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria
ou inexistência do fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa”
(CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão
– j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


770

Interposição por advogado. Necessidade de instrumento de procuração com


poderes especiais

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Interposição por


advogado. Exigência de procuração com poderes específicos. Regulamento Geral da
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento sumário mantido. – “I.
‘Para a formulação de Reclamação Disciplinar e de representação por excesso de prazo,
por intermédio de procurador, é indispensável a juntada de cópia da procuração com
poderes especiais para esse fim’ (art. 14, § 1º, do Regulamento Geral da Corregedoria). II.
Recurso conhecido e não provido” (CNJ – RD 361 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Julgamento do feito pelo Órgão Administrativo local. Impossibilidade de


abertura de novas investigações perante o CNJ

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “Encerrada a apuração dos fatos e o julgamento do feito disciplinar perante o
Órgão Administrativo local, instaurado por ordem da Corregedoria Geral de Justiça,
descabe a abertura de novas investigações neste Conselho na via originária de Reclamação
Disciplinar. Recurso desprovido” (CNJ – RD 157 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Legitimação ordinária concorrente. Apuração exclusiva perante o CNJ

Reclamação Disciplinar. Legitimação ordinária concorrente.


Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça. – “Não se mostra razoável a
cisão da atividade persecutória censória, ainda que a possibilidade esteja prevista na
Constituição Federal, ao estabelecer uma legitimação ordinária concorrente entre a
Corregedoria Nacional de Justiça e o órgão censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. 3)
Havendo acentuada ligação entre os fatos objeto da presente reclamação e os fatos levados
a conhecimento do Tribunal de Justiça Estadual, mostra-se adequado o prosseguimento de
um único processo apuratório, a ser promovido neste Conselho” (CNJ – RD
200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009) e (CNJ – RD 200810000007954 – Rel. Min. Corregedor
Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Litispendência administrativa. Duplicidade de apuração

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Duplicidade


apuratória. Arquivamento sumário mantido. – “A apuração dos fatos em curso perante o
órgão correcional competente obsta sua investigação concomitante pelo CNJ, porquanto a
duplicidade apuratória implica em espécie de ‘litispendência administrativa’. Recurso não
provido” (CNJ – RD 200710000016124 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Matéria judicial

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Exame de


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “A reclamação disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


771

atividade funcional – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. Recurso não provido” (CNJ – RD 4394 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson
Dipp – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Meio inadequado para contrastar matéria submetida à apreciação judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisões


desfavoráveis à tese do reclamante-recorrente em ações judiciais. Questão judicial.
Princípio da independência jurisdicional. – “A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo
a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisões desfavoráveis ao
reclamante em ações judiciais e em desconformidade com precedentes do Tribunal ad
quem, por si só, não implicam responsabilidade disciplinar do magistrado, ante o princípio
da independência jurisdicional. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 233 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU
21.12.2006).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


questão judicial. Impossibilidade. – “A reclamação disciplinar não é meio idôneo a
contrastar matéria submetida à apreciação judicial. Trata-se de instrumento voltado ao
controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos membros ou Órgãos do Poder
Judiciário, inclusive seus serviços auxiliares, serventias e Órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados” (CNJ –
RD 46 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 –
Ementa não oficial).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


questão judicial. Impossibilidade. – “I) A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo a
contrastar matéria submetida à apreciação judicial. Trata-se de instrumento voltado ao
controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos membros ou órgãos do Poder
Judiciário, inclusive seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados (CF art.
103-B, § 4º, inciso III). II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 765 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


questão judicial. Impossibilidade. Arquivamento sumário mantido. – “A Reclamação
Disciplinar não é meio idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação judicial. Trata-
se de instrumento voltado ao controle do cumprimento dos deveres funcionais pelos
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive seus serviços auxiliares, serventias e
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder
público ou oficializados (CF art. 103-B, § 4º, III). Recurso a que se nega provimento.
Mantida a decisão recorrida” (CNJ – RD 753 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Questão


judicial. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar não é meio idôneo a
contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 697 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 53ª
Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


772

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar.Veiculação de


pedido de revisão disciplinar. Fatos já apreciados pelo TST. Impossibilidade. – “A
reclamação disciplinar não é meio idôneo para a obtenção de revisão de decisão adotada
em processo administrativo disciplinar pelo TST, no exercício de seu poder correicional”
(CNJ – RD 69 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006
– Ementa não oficial).

Meio inidôneo para apreciar matéria jurisdicional

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Questão


judicial. Recurso não provido. – “A reclamação disciplinar não é meio idôneo a contrastar
matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável ao reclamante em ação
judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do julgador. Recurso não
provido” (CNJ – RD 509 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Modo ou forma de decidir do magistrado que não importa em falta disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar Alegação de


falta de urbanidade e ausência de serenidade do magistrado ao decidir. Improcedência. –
“I) Os termos utilizados pelo magistrado não importaram na prática de falta disciplinar, eis
que, no contexto, não são excessivos ou desrespeitosos. II) Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 481 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Não cumprimento de carta precatória

Reclamação Disciplinar. Não cumprimento de precatória. Zona


rural. Falta de transporte. Inocorrência de infração disciplinar. Determinação de
providências administrativas ao Tribunal de Justiça da Bahia. – “I) Não configura, a
priori, infração disciplinar o não-cumprimento de carta precatória para citação de réu
residente em local distante, na zona rural, inexistindo transporte à disposição do oficial de
justiça ou recursos financeiros com essa finalidade. II) Em se tratando de carta precatória
para citação de réu em processo penal movido pela Justiça Pública, em que não é exigível
o pagamento prévio de custas, cabe ao Poder Judiciário do Estado em que se encontrar o
réu prover os meios necessários à realização da citação. III) Fixação de prazo ao Tribunal
de Justiça da Bahia para adoção das providências administrativas necessárias ao
cumprimento da carta precatória, que deverá ser reenviada pela Primeira Vara do Júri de
São Paulo. IV) Reclamação Disciplinar arquivada, com determinação de providência
administrativa” (CNJ – RD 26 – Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro
– 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Perda do objeto. Indiciado punido com sanção máxima em outro processo

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar. Imputação de


infração disciplinar. Não conhecimento. Desaparição do interesse recursal. – “Punido o
acusado com a sanção disciplinar máxima, em outro feito, a reclamação perde o objeto
contra ele. Não merece prosseguimento de tramitação feito disciplinar, nestas condições,
apenas para verificação de efeitos colaterais e secundários e que podem ser apurados a
partir de notícia-crime de qualquer pessoa ou de representação da vítima, sendo totalmente
prescindível a atuação acessória do CNJ quando esgotado o objeto de sua atuação principal

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


773

(competência disciplinar). Não conhecimento do recurso” (CNJ – RD 681 – Rel. Cons.


Antonio Umberto de Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Possibilidade de exame de matéria apenas funcional e não judicante

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “Impõe-se o arquivamento da reclamação quando os fatos descritos não
configuram infração disciplinar ou ilícito penal. A atuação deste Conselho Nacional de
Justiça está adstrita ao controle da atividade funcional dos membros e demais Órgãos
integrante do Poder Judiciário. A Reclamação Disciplinar, portanto, não se presta a
examinar matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios próprios. Recurso a
que se nega provimento” (CNJ – RD 10420 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Exame de


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “A reclamação disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da
atividade funcional – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. Recurso não provido” (CNJ – RD 288 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Pretensão de compelir o CNJ a nova investigação dos mesmos fatos já objeto


de apuração no tribunal de origem em sede de reclamação disciplinar

“Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça proceder a uma nova


investigação dos mesmos fatos em sede de reclamação disciplinar, como insiste o
recorrente, restando aberto no âmbito do CNJ, apenas o caminho da revisão disciplinar,
providência, inclusive, já adotada pelo reclamante, na revisão disciplinar n. 3304/2008, que
pende de exame de admissibilidade por esta Corregedoria Nacional de Justiça” (CNJ – RD
755 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª sessão – j. 26.08.2008 –
DJU 12.09.2008).

Reclamação disciplinar. Art. 17 do Regulamento-Geral da


Corregedoria do CNJ. Apuração pela respectiva Corregedoria. Arquivamento mantido. –
“Uma vez determinado o exame dos fatos pelo órgão censor local, não se justiça a
manutenção de qualquer expediente no âmbito desta Corregedoria, que fará o
acompanhamento de apuração mediante sistema eletrônico próprio. Recurso não provido”
(CNJ – RD 200810000009756 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 68ª
sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Pretensão de discutir matéria já apreciada pelo órgão censor estadual.


Arquivamento

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “A Reclamação Disciplinar não se presta à apuração de fatos já investigados
pelo órgão censor estadual. Recurso não provido” (CNJ – RD 541 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. Recurso negado. – “A Reclamação Disciplinar não constitui meio idôneo à
discussão de questões e à apuração de fatos já investigados pelos órgãos censores

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


774

estaduais. Recurso não provido” (CNJ – RD 614 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Pretensão de discutir matéria judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Matéria judicial.


Ausência de competência deste Conselho Nacional de Justiça. Imparcialidade de
magistrado. Instituto da suspeição. Instrumento próprio via exceção. Arquivamento. Falta
de impugnação aos fundamentos da decisão. – “I) Nas hipóteses dos autos é forçoso
reconhecer que a irresignação se volta ao exame de matéria eminentemente judicial. Em
tais casos, no entanto, deve a parte valer-se dos meios recursais próprios, não se cogitando
a intervenção deste Conselho. II) No tocante à imparcialidade de magistrados, a fórmula
processual preconiza o instituto da suspeição, manejável por instrumento próprio, via
exceção é a fórmula processual. III) Não infirmados os fundamentos adotados na decisão
recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – RD 200810000013085 – Rel. Min.
Corregedor Gilson Dipp – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Pretensão de discutir matéria submetida à apreciação jurisdicional

Recurso Administrativo. Violação ao contraditório inexistente.


Reclamação Disciplinar. Decisão desfavorável à tese da reclamante-recorrente em ação
judicial. Questão judicial. Princípio da independência jurisdicional. – I) A reclamação
disciplinar não é meio idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional.
Decisão desfavorável à reclamante em ação judicial, por si só, não implica
responsabilidade disciplinar do magistrado, ante o princípio da independência
jurisdicional. II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 182 – Rel. Min.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007).

Pretensão de impor sanção ao julgador em decorrência de decisão por ele


proferida em ação judicial

Recurso Administrativo. Violação ao contraditório inexistente.


Reclamação Disciplinar. Decisão desfavorável à tese da reclamante-recorrente em ação
judicial. Questão judicial. Princípio da independência jurisdicional. – I) A reclamação
disciplinar não é meio idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional.
Decisão desfavorável à reclamante em ação judicial, por si só, não implica
responsabilidade disciplinar do magistrado, ante o princípio da independência
jurisdicional. II) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – RD 182 – Rel. Min.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007).

Pretensão de revisão de decisão judicial

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Decisões


Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A reclamação disciplinar não é meio idôneo para
obter a revisão de decisões judiciais que resultaram desfavoráveis ao reclamante. II)
Recurso a que se nega provimento. O conselho por unanimidade negou provimento” (CNJ
– RD 124 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária –
j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

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Procedimento Investigatório instaurado perante a Corregedoria Estadual.


Fatos graves que teriam ocorrido no Tribunal de Justiça. Necessidade de
apuração.

Reclamação Disciplinar. Dispensa de sindicância. Legitimação


ordinária concorrente. Apuração exclusiva perante o Conselho Nacional de Justiça.
Independência entre as instâncias penal e administrativa. Sindicância. Instrumento
preparatório. Desnecessidade de observação de formalidades. Indicativos de violações
aos deveres funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “I) A
sindicância, por ser mero procedimento preparatório do Processo Administrativo
Disciplinar, é dispensável quando já existirem elementos suficientes para a instauração
daquele processo. II) Não se mostra razoável uma cisão da atividade persecutória censória,
ainda que a possibilidade esteja prevista na Constituição Federal, ao estabelecer uma
legitimação ordinária concorrente entre a Corregedoria Nacional de Justiça e o órgão
censor local – art. 103-B, § 4º, inc. III. III) Havendo acentuada ligação entre os fatos objeto
da presente reclamação e os fatos levados a conhecimento do Tribunal de Justiça Estadual,
mostra-se adequado o prosseguimento de um único processo apuratório, a ser promovido
neste Conselho. IV) A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos fatos
não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado de
condenação criminal. V) A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado
que a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permite à
Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior
julgamento no âmbito criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada
configure crime em tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria
ou inexistência do fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa. VI)
Os fatos trazidos a conhecimento deste Conselho somente poderão ser integralmente
apreciados no Processo Administrativo a ser instaurado, sendo certo que o atual
procedimento, por sua natureza de mero instrumento preparatório, limita-se à verificação
da existência de indícios de irregularidades eventualmente praticadas. VII) Não há como se
afastar, nesta fase, as afirmações postas na Reclamação Disciplinar, sendo certo que as
provas terão análise definitiva no Processo Disciplinar. VIII) O Procedimento instaurado
perante a Corregedoria Estadual, não obstante tenha sido nominado como “Procedimento
Investigatório Criminal” teve como escopo a apuração dos fatos ocorridos no âmbito do
daquele Tribunal na gestão do Desembargador Ferreira Leite, podendo ser equiparado a
uma sindicância administrativa. IX) Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial,
a sindicância, por ser mero instrumento preparatório, prescinde de formalidades e
contraditório, os quais ficam deferidos para posterior Processo Administrativo Disciplinar.
X) Ainda que se pudesse considerar nulo o ‘Procedimento Investigatório Criminal’
realizado perante a Corregedoria Estadual, não seria razoável que este Conselho Nacional
de Justiça, tendo conhecimento de fatos graves que teriam ocorrido no Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso, simplesmente arquivasse a Reclamação Disciplinar. Ao
contrário, compete a este Conselho instaurar o Processo Administrativo Disciplinar
exatamente para apurar os fatos, garantindo aos Reclamados, nesse processo, a mais ampla
defesa e contraditório. XI) A averiguação de fatos que não são objetos do presente
expediente deve ser realizada por meio de instrumentos próprios, não servindo para afastar
a instauração de Processo Administrativo Disciplinar. XII) Embora não seja esse o
momento para análise definitiva da prova, não há como se descartar, de plano, a ocorrência
dos ilícitos apontados, nem atribuir a acusação à mera perseguição por parte do
Desembargador ora Reclamante. XIII) Havendo indicativos de graves violações aos
deveres funcionais praticadas por Desembargadores e Magistrados do Tribunal de Justiça
do Estado de Mato Grosso, com a adoção de postura incompatível com o exercício da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


776

magistratura, consubstanciando, em tese, violação à Lei Complementar 35/79 – LOMAN,


mostra-se necessária a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, a fim de que
sejam esclarecidos os fatos e aplicadas as penalidades eventualmente cabíveis” (CNJ – RD
200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 –
DJU 09.03.2009).

Proposição perante as Corregedorias Estadual e Nacional. Inadmissibilidade

Pedido de Esclarecimentos. Aplicação do art. 17 do Regulamento


Geral da Corregedoria. Não cabimento. Pedido rejeitado. – “Hipótese em que foram
propostas reclamações disciplinares sobre os mesmos fatos perante as Corregedorias
Estadual e Nacional. Verificada a existência de procedimento em tramitação perante a
Corregedoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba, foi determinado o arquivamento da
Reclamação Disciplinar apresentada nesta Corregedoria como forma de se evitar a
apuração concomitante dos fatos. Inaplicabilidade do art. 17 do Regulamento Geral da
Corregedoria. Pedido rejeitado” (CNJ – RD 17244 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp –
82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Apuração pela


Corregedoria Local. Impossibilidade de concomitante apuração pelo CNJ. Afastamento
de magistrado. Previsão de institutos no âmbito jurisdicional. Arquivamento mantido.
Recurso negado. – “Estando os fatos narrados em apuração perante a Corregedoria local,
bem como não restando demonstrada a inoperância ou qualquer incompatibilidade da
Corregedoria Local para investigação dos fatos, não cabe ao Conselho Nacional de Justiça
proceder à concomitante apuração, tendo em vista que a duplicidade apuratória implicaria
em uma espécie de ‘litispendência administrativa’. O afastamento de magistrado da direção
de um processo encontra como obstáculo dois dogmas constitucionais da própria atividade
jurisdicional: a indeclinabilidade da jurisdição e o princípio do juiz natural. As únicas
hipóteses para o afastamento de um magistrado da condução de feito a ele atribuído são
previstas no âmbito jurisdicional, por meio dos institutos da suspeição e do impedimento,
manejados, quando cabíveis, através da exceção própria. Recurso não provido” (CNJ – RD
200810000025920 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 –
DJU 17.04.2009).

Propósito de modificar decisão administrativa do órgão censor estadual

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “O requerimento formulado com o propósito flagrante, mesmo que implícito,
de modificar decisão administrativa de órgão censor estadual, deve seguir as normas e
prazos relativos à Revisão Disciplinar, sendo irrelevante que o recorrente tenha nominado
o seu pedido como reclamação disciplinar. Quanto aos processos julgados antes da
Emenda Constitucional 45/2005, portanto, diante do dispositivo acima, o prazo de um ano
deve ser contado da data do julgamento perante o órgão estadual. Recurso desprovido”
(CNJ – RD 262 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Recurso intempestivo

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar.


Intempestividade. – “É intempestivo o recurso protocolizado após o decêndio legal (art.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


777

103 do RICNJ). Recurso não conhecido” (CNJ – RD 355 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Recurso. Prazo. Contagem

Reclamação Disciplinar. Arquivamento. Recurso Administrativo.


Intempestivo. – “I. Recurso Administrativo protocolizado após o prazo regimental de 10
dias. Art. 103 do RICNJ. II. Contagem do prazo recursal a partir da data da entrega do
aviso de recebimento assinado. III. Recurso não conhecido” (CNJ – RD 444 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Reiteração de outra reclamação, com o mesmo objeto, já arquivada

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


em virtude de prejudicialidade, por se tratar de mera repetição de outra já arquivada pelo
Plenário do Conselho Nacional de Justiça. Recurso Administrativo que não ataca o
fundamento da decisão. Improvimento. Reclamação Disciplinar prejudicada, pois se limita
a repetir as razões da Reclamação Disciplinar 207, que restou arquivada por decisão do
Plenário do Conselho Nacional de Justiça. Recurso Administrativo que não ataca o
fundamento da decisão na presente reclamação. Recurso a que se nega provimento” (CNJ –
RD 93 – Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Repetição de pedido formulado anteriormente e já julgado

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Manifesta


improcedência. Arquivamento mantido. – “Incabível a repetição de pedido formulado em
Revisão Disciplinar já rechaçada (art. 89, parágrafo único, do RICNJ). Alegado fato novo
que, além de inexistente, não configura infração disciplinar. Subsistentes os fundamentos
da decisão recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – RD 501 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Sindicância. Dispensa quando houver elementos suficientes para a instauração


do processo administrativo disciplinar

Reclamação Disciplinar. Dispensa de sindicância. – “A


sindicância, por ser mero procedimento preparatório do Processo Administrativo
Disciplinar, é dispensável quando já existirem elementos suficientes para a instauração
daquele processo” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson
Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009) e (CNJ – RD 200810000007954 –
Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Submissão de matéria judicial em Reclamação Disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Exame de


matéria judicial. Arquivamento sumário mantido. – “A Reclamação Disciplinar não se
presta ao exame de matéria judicial. Como cediço, é instrumento destinado ao exame da
atividade funcional – e não judicante – dos membros e demais órgãos integrantes do Poder
Judiciário. Recurso não provido” (CNJ – RD 663 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Utilização da medida para contrastar matéria jurisdicional

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Questão


judicial. Impropriedade. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar não é meio
idôneo a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 416 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 52ª
Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Utilização para discutir questões judiciais

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar não constitui meio
idôneo à discussão de questões judiciais. A alegação genérica de suspeição não revela
infração disciplinar. Recurso não provido” (CNJ – RD 841 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Violação ao princípio do contraditório

Recurso Administrativo. Violação ao contraditório inexistente.


Reclamação Disciplinar. Decisão desfavorável à tese da reclamante-recorrente em ação
judicial. Questão judicial. Princípio da independência jurisdicional. – “I) Não há violação
ao contraditório ao não se oportunizar ao reclamante falar depois da apresentação das
informações pelo reclamado, pois o reclamante apresenta suas razões e provas e o
reclamado se defende das imputações. Adotar-se o entendimento do reclamante importaria
em regresso ad infinitum, haja vista que da manifestação do reclamante ter-se-ia que
facultar nova manifestação do reclamado. De qualquer forma, da decisão monocrática que
arquiva sumariamente a reclamação disciplinar é cabível recurso administrativo para o
Plenário do Conselho Nacional de Justiça. II) A reclamação disciplinar não é meio idôneo
a contrastar matéria submetida à apreciação jurisdicional. Decisão desfavorável à
reclamante em ação judicial, por si só, não implica responsabilidade disciplinar do
magistrado, ante o princípio da independência jurisdicional. III) Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – RD 182 – Rel. Min. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 37ª
Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007).

RECLAMAÇÃO PARA GARANTIA DAS DECISÕES DO CNJ


Descumprimento da solução encontrada pela via da conciliação

Reclamação para garantia das decisões do CNJ. Termo de


conciliação. Descumprimento. Comunicação fundamentada de afastamento de
magistrado. – “Merece acolhimento o pedido de controle de ato de tribunal que, distante
dos termos de conciliação realizada, cria embaraços para a ausência justificada de
magistrado a reunião associativa. Pedido conhecido e deferido” (CNJ – Reclamação para
Garantia das Decisões 200910000033254 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

RECOMENDAÇÕES
Comissões ambientais no Poder Judiciário

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Pedido de Providências. Recomendação. Comissões ambientais no


âmbito do Poder Judiciário. Procedência. – “Ao Plenário do CNJ cabe, no âmbito de sua
competência, recomendar providências aos órgãos do Poder Judiciário. Recomenda-se a
formação de comissões ambientais na área de jurisdição de cada tribunal, para o
planejamento, elaboração e acompanhamento de medidas, com fixação de metas anuais,
visando a correta preservação e recuperação do meio ambiente, como a utilização
exclusiva de papel reciclado, e não clorado, coleta seletiva de lixo, etc. Acolhe-se o pedido
formulado, para se determinar a expedição de recomendação aos tribunais relacionados nos
incisos II a VII do art. 92 da Carta Magna de 1988” (CNJ – PP 1435 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

Legitimidade do CNJ para sua expedição

Pedido de Providências. Recomendação. Acesso as salas dos


membros do Ministério Público localizadas no interior dos Fóruns. Deferimento. Ao
Plenário do CNJ cabe, no âmbito de sua competência, recomendar providências aos órgãos
do Poder Judiciário. No período de recesso natalino, onde os fóruns funcionam no sistema
de plantão, os membros do Ministério Público, e seus respectivos servidores, devem ter
acesso as suas salas de trabalho, quando localizadas no interior dos referidos fóruns, uma
vez que os mesmos exercem atividades extrajudiciais em favor da sociedade e, em
decorrência do interesse público, devem ser ininterruptas. Confirma-se a liminar deferida
para o último período de recesso natalino, expedindo-se recomendação, com extensão as
funções essenciais a Justiça, aos tribunais para os ulteriores períodos de recesso. (CNJ – PP
1233 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Recomendação como ato administrativo com caráter normativo

A recomendação, como ato administrativo normativo, ostenta o


caráter de instrumento adstrito à solução de problemas decorrentes de práticas
administrativas reiteradas e generalizadas, incompatíveis com o ordenamento jurídico
pátrio. O presente procedimento foi instaurado com o objetivo de ser efetivado o controle
de ato administrativo concreto e isolado, não se mostrando compatível com a edição de ato
destinado a regular situação assemelhada, a ser eventualmente repetida em momento
futuro” (CNJ – PCA 200810000011167 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 66ª
Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008 – Parte do voto do Relator).

RECURSO
Ausência de impugnação específica dos fundamentos da decisão. Não
conhecimento

Recurso Administrativo contra decisão monocrática que arquivou


Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de impugnação específica dos
fundamentos da decisão agravada. Eleições para juiz suplente do TRE/MG. Atribuição
administrativa da Corte Superior do tribunal. Regimento Interno. Decisão Monocrática
prevista no inciso XX do art. 19 e Recurso disciplinado pelo § 2º do art. 103, ambos do
RICNJ. (CNJ – PCA 200810000006275 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 63ª Sessão – j.
27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Concurso de ingresso na Magistratura. Recorribilidade das provas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


780

Procedimento de Controle Administrativo. Recorribilidade das


provas orais em concurso para ingresso na magistratura. Equilíbrio entre os
concorrentes. Julgamento do recurso pela banca examinadora. – “Havendo a previsão no
edital de que a Comissão Examinadora procederia à gravação das provas orais, ressalta-se
a possibilidade de recurso administrativo contra as notas aferidas em tal fase do concurso.
Em virtude da imprescindibilidade da cláusula de recorribilidade contra a nota atribuída em
todas as fases do concurso público, inclusive na etapa oral, a gravação das provas orais
realizadas, além de garantir a efetividade da avaliação, demonstra transparência da
Comissão Examinadora, evitando que ocorra desequilíbrio entre os concorrentes do
certame. Acolhe-se o pedido formulado, para se determinar a remessa dos autos à banca
examinadora do concurso para julgamento do recurso” (CNJ – PCA 492 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

Contra decisão do Plenário do CNJ. Não cabimento

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso contra decisão


do Plenário. Arquivamento. Nos termos do artigo 21 do Regimento Interno deste
Conselho, dos atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso. Não se toma
conhecimento de recurso movido contra decisão plenária, travestido de mero pedido de
esclarecimentos, determinando o arquivamento do feito. (CNJ – PCA 186 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Recurso Administrativo em Revisão Disciplinar. Recurso


Administrativo. Não conhecimento. – “Não cabe recurso contra atos e decisão do Plenário,
mas tão-somente Pedido de Esclarecimentos nas estritas hipóteses de obscuridade,
contradição ou omissão (art. 21 do RICNJ). Recurso Administrativo não conhecido” (CNJ
– REVDIS 41 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 –
DJU 07.05.2008).

Interposição com intuito meramente protelatório. Caracterização de litigância


de má-fé. Aplicação de multa

“Considerando que é dever das partes agir em conformidade com


os deveres de lealdade processual, nem formular pretensões, cientes de que são destituídas
de fundamento, nos termos dos arts. 14 do CPC e 4º da Lei 9.784/99, considerando-se
inclusive caracterizada a litigância de má-fé, vez que a interposição de recurso com intuito
manifestamente protelatório se insere no preceito do art. 17, inciso VII, do regramento
processual civil, impõe-se aplicação da sanção processual como forma de coibir atitudes
como a presente” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Oferecido após o prazo estabelecido. Intempestividade

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar.


Intempestividade. Publicação. Regularidade. – “I) É regular publicação de despacho
meramente ordinatório que faz referência expressa aos feitos a que se reporta. II) É
intempestivo recurso administrativo oferecido após o decênio legal. III) Solucionada a
questão de fundo, em face do acordo a que chegaram Reclamante e Reclamado, impõe-se o
arquivamento da reclamação disciplinar. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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RD 62 – Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 8ª Sessão Extraordinária – j. 20.03.2007 –


DJU 30.03.2007).

Petição apócrifa. Recurso tido por inexistente

Recurso Administrativo em Recurso Administrativo. Reclamação


Disciplinar. Petição apócrifa. – “É correta a decisão que tem por inexistente o Recurso
Administrativo interposto sem a assinatura do recorrente. Recurso Administrativo a que se
nega provimento” (CNJ – RD 629 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha –
53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

RECURSO ADMINISTRATIVO
V. tb.: PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

Alegações sem comprovação

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Ausência de argumentação robusta a propiciar o juízo de retração.
Alegações sem comprovação. Mantença da decisão hostilizada. – “I) Fundamentos da
decisão monocrática que não foram suficientemente atacados não ensejam reforma do
decisum. II) Inadmissível, ademais, alegação de fatos sem comprovação mínima de sua
ocorrência” (CNJ – PCA 504 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).
No mesmo sentido: CNJ – PCA 65 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª
Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007.

Alteração ou inovação do pedido em recurso

Recurso Administrativo. Autoridade de decisão proferida pelo


CNJ. Objeto de acompanhamento de decisão. – “Não pode o recorrente, por meio de
Recurso Administrativo e inconformado com a decisão de arquivamento do procedimento,
alterar o sentido do requerimento inicial, para transformar o que era pedido incidental em
pedido de garantia da autoridade de decisões antes proferidas por este Conselho e ainda
submetidas a acompanhamento” (CNJ – PCA 200810000026043 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Ausência de impugnação específica da decisão recorrida

Recurso Administrativo. Conhecimento. Ausência de impugnação


da decisão atacada. – “Intangido o argumento condutor da declaração de prejudicialidade
do pedido inicial, não pode o recurso ser conhecido por falta de pressuposto objetivo de
admissibilidade do recurso (Lei 9784/99, art. 60; CPC, art. 514, II). Recurso não
conhecido” (CNJ – RADM-PCA 562 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Recurso Administrativo. Ausência de impugnação aos fundamentos


da decisão recorrida. Não conhecimento. – “1) Constitui pressuposto objetivo de
admissibilidade do Recurso Administrativo a exposição de fundamentação pertinente a
impugnar o teor da decisão atacada, à luz do art. 115 do Regimento Interno do Conselho
Nacional de Justiça, sob pena de não conhecimento. 2) Não se conhece de Recurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


782

Administrativo interposto quando o recorrente não impugna os fundamentos e dispositivo


da decisão recorrida - de não conhecimento do PCA - , mas apenas repete os argumentos
de mérito constantes no Requerimento Inicial. 3) Recurso Administrativo de que não se
conhece” (CNJ – PCA 200810000024095 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 85ª Sessão –
j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Cobrança de taxa para a interposição de recurso em concurso para


provimento de serventias extrajudiciais

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso público. Recurso Administrativo. Cobrança de taxas. – “A
cobrança de taxa de inscrição já abrange as despesas com a interposição de recurso” (CNJ
– PCA 413, 464 e 483 – Rel. Cons. Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Concurso. Edital que proíbe a manifestação de recurso à banca examinadora

Concurso público. Previsão editalícia genérica de impossibilidade


de recursos à banca examinadora. Ilegalidade. Recomendação aos Tribunais. – “I) A
vedação de recurso administrativo em toda e qualquer fase do concurso público atenta
contra os mais basilares princípios do Estado Democrático de Direito (art. 5°, inciso
XXXIII). II) Além dos princípios mencionados, a impossibilidade da vista das provas e
conseqüente recurso, fere, ainda, o princípio da publicidade que deve permear, em regra,
toda atividade da administração. III) Admitir a impossibilidade do recurso é transcender o
estado democrático de direito para retornar a idade pré-medieval, quando das invasões
bárbaras, em que os ‘julgamentos’ e ‘julgadores’, por se guiarem por inspiração divina, não
concebiam sua falibilidade. IV) Nas provas orais, por também se prestarem a auferir
conhecimentos outros, não só aqueles técnico-jurídicos, é inviável a pretensão recursal,
pois o juízo de valoração de tais conhecimentos deve se dar pela banca examinadora, não
havendo possibilidade de recursos pois a revisão redundaria na reaplicação da prova, o que
não é sequer razoável” (CNJ – PP 468 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 25a Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Contra decisão do Plenário do CNJ

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Impossibilidade. – “O artigo 21 do Regimento Interno do Conselho estabelece que, dos
atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso. Não deve ser conhecido o
recurso, travestido de pedido de esclarecimentos” (CNJ – PCA 303 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa não oficial).

Recurso Administrativo contra decisão do Plenário.


Inadmissibilidade. Não conhecimento. – “Nos termos do art. 21 do Regimento Interno do
CNJ, dos atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe recurso, impondo-se o não
conhecimento de manifestação recursal que pretenda rediscutir o mérito já apreciado e
decidido pelo Colegiado” (CNJ – PCA 200810000006974, PCA 200810000008855 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Identidade de


causa de pedir e partes. PP 1244. Irrecorribilidade das decisões plenárias (art. 21 do
RICNJ). Indeferimento. – “I) Não se mostra cabível recurso que busca modificar julgado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


783

do Plenário do CNJ (PP 1244), mormente havendo identidade de causa de pedir e de


partes. II) São irrecorríveis as decisões plenárias (art. 21 do RICNJ). III) Recurso
Administrativo a que se rejeita” (CNJ – RADM-PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique –
47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Descabimento. Voto proferido em Plenário. Não conhecimento. –
“Descabe a interposição de Recurso Administrativo contra decisão proferida pelo Plenário
do CNJ (art. 21 do RICNJ). A aplicação do princípio da fungibilidade para a admissão do
Recurso Administrativo como Pedido de Esclarecimentos seria possível se as razões
recursais apresentassem omissão, contradição ou obscuridade da decisão” (CNJ – PCA
200810000031385 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Contra decisão do Relator que não conheceu do Pedido de Esclarecimentos


por intempestividade

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática em Pedido de


Esclarecimentos. – “Constatado que o relator não conheceu do Pedido de Esclarecimentos
formulado intempestivamente, nega-se provimento ao Recurso Administrativo que
impugna tal decisão” (CNJ – PP 1357 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 53ª Sessão
– j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Contra decisão monocrática. Prazo de 10 dias a contar da intimação

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Intempestividade. – “Nos termos do que dispõe o art. 103 do Regimento Interno do
Conselho Nacional de Justiça, a interposição de Recurso Administrativo contra Decisão
Monocrática de indeferimento liminar do pedido deve ocorrer no prazo de dez dias a contar
da intimação da decisão. Logo, ainda que a peça recursal seja apresentada apenas um dia
após o final do prazo, considera-se o recurso intempestivo. Recurso Administrativo em
Pedido de Providências de que não se conhece, por intempestivo” (CNJ – PP
200810000003596 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 –
DJU 05.12.2008).

Contra negativa de liminar. Fato superveniente que torna prejudicado o


recurso

Recurso Administrativo. Negativa de liminar. Fato superveniente.


Prejudicialidade. – “Fica prejudicado o exame do recurso administrativo dirigido contra
decisão monocrática denegatória de medida liminar quando fato superveniente altera
substancialmente a situação contemporânea a interposição do recurso. Recurso
prejudicado” (CNJ – PCA 620 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 45ª
Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Decisão interlocutória

Recurso Administrativo em Processo Administrativo Disciplinar no


âmbito do CNJ. Recorribilidade de decisões interlocutórias. Número de testemunhas.
Desprovimento. – “I – Como regra geral, as decisões interlocutórias proferidas em sede de
Processo Administrativo Disciplinar não são recorríveis, em face da celeridade do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


784

procedimento e do prazo de conclusão (art. 7º, § 5º, Resolução 30/CNJ), salvo quando
restringir ou indeferir a produção de prova. II – Na instrução do processo administrativo
serão inquiridas no máximo oito testemunhas de acusação e até oito de defesa (art. 1º, § 4º,
Resolução 30/CNJ) por fato imputado. III – Recurso Administrativo em Processo
Administrativo Disciplinar conhecido e improvido” (CNJ – PAD 08 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Desobrigação do Relator ou do Plenário de indicar os precedentes da Corte,


referidos no julgado

“O Recurso Administrativo não é instrumento que se preste a


esclarecimentos de dúvidas quanto ao entendimento jurídico do julgador, tampouco espaço
para desabafos ou manifestações puras de desagrado. Nem o Relator, nem o Plenário estão
obrigados a referir ou indicar os precedentes da Corte ou explicitá-los minudentemente,
com apontamento de fonte ou origem. São precedentes que não vinculam ou obrigam. A
sua força nasce tão-só do próprio julgado” (CNJ – PP 6696 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

Exigência de que o recurso impugne objetivamente os fundamentos da decisão


recorrida

Recurso Administrativo. Decisão Monocrática. Pedido de


Providências não conhecido. Fundamentos inatacados. Improvimento. – “O recurso
interposto deve impugnar, de modo objetivo, os fundamentos da decisão recorrida.
Subsistentes os fundamentos da decisão quando não impugnados, impõe-se sua rejeição.
Recurso improvido” (CNJ – PP 890 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Direito adquirido à nomeação pende de classificação dentro do número
de vagas revistas no edital. Reiteração das razões suscitadas no requerimento inicial. – “O
recorrente tem o dever de impugnar, de forma específica, os fundamentos da decisão
agravada, sob pena de não seguimento do recurso. Recurso Administrativo a que se nega
provimento. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200810000017832 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Falta de fundamentação e reiteração de matéria inúmeras vezes apreciada


pelo CNJ

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Ausência de fundamentação. Matéria já apreciada no âmbito do CNJ. – “I) Não comporta
conhecimento Recurso Administrativo interposto em Procedimento de Controle
Administrativo, se, além de desfundamentado, reitera matéria já apreciada inúmeras vezes
no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, quer direta, quer incidentalmente, no
julgamento de inúmeros expedientes apresentados pelo mesmo requerente, com a mesma
finalidade. II) Recurso Administrativo de que não se conhece” (CNJ – PCA 590 – Rel.
Cons. Min. João Oreste Dalazen – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Impossibilidade de questões novas, não apresentadas na inicial (inovação do


pedido)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“É incabível, em recurso administrativo, o exame de questões


novas, não apresentadas na inicial. Assim, não há que se falar em recebimento do
expediente intempestivo tão somente porque o recorrente traz ao conhecimento deste
Conselho fatos inéditos” (CNJ – RD 200710000015971 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Ementa não oficial).

“Não é cabível a inovação de questões em Recurso Administrativo.


Recurso não provido” (CNJ – REP 2008023900 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson
Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Inadmissibilidade de converter o CNJ em instância recursal para todas as


decisões administrativas

“A atuação constitucional do Conselho Nacional de Justiça deve


visar ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a sociedade, não pretendendo o
texto constitucional transformá-lo em instância recursal para todas as decisões
administrativas” (CNJ – PCA 556 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 42ª Sessão –
j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Incompetência do CNJ para apreciar a matéria. Necessidade de esgotamento


da instância administrativa

Questão pendente de julgamento no âmbito administrativo.


Recurso no âmbito do Conselho da Justiça Federal. Perseguição de servidores por
magistrado. – “O CNJ não tem competência para apreciar a matéria se a instância
administrativa ainda não se esgotou” (CNJ – PP 200710000005023 – Rel. Cons. Paulo
Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Incompetência do CNJ para exame da questão

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Oitiva de


testemunhas arroladas pelo Procurador de Justiça. Inércia da autoridade policial.
Incompetência do Conselho Nacional de Justiça. Recurso desprovido. (CNJ – PP 17657 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Intempestividade

Pedido de Providências. Intempestividade do recurso


administrativo. Não conhecimento. De acordo com o artigo 103 do Regimento Interno do
CNJ, a parte ou o interessado que se considerar prejudicado por decisão do Presidente, do
Ministro-Corregedor ou do Relator poderá, no prazo de dez dias, contados da sua
intimação, interpor recurso administrativo, a fim de que o Plenário conheça da decisão,
confirmando-a ou reformando-a. Não se toma conhecimento do recurso interposto, em
decorrência de sua intempestividade. (CNJ – PP 1087 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª
Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007– DJU 18.05.2007).

Recurso Administrativo. Prazo. Intempestividade. – “I) Reputa-se


extemporâneo o Recurso Administrativo interposto após exaurido o prazo de 10 (dez) dias
previsto no art. 103 do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça. II) Recurso
não conhecido” (CNJ – PCA 482 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


786

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. Intempestividade. – “Pedido de reconsideração recebido como Recurso
Administrativo, ante o inequívoco propósito de rediscutir matéria decidida. Recurso
Administrativo protocolizado após o prazo regimental de 10 dias (art. 103 do RICNJ).
Recurso não conhecido” (CNJ – RD 118 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar.


Intempestividade. – “É intempestivo o recurso protocolizado após o decêndio legal (art.
103 do RICNJ). Recurso não conhecido” (CNJ – RD 355 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Liminar. Recorribilidade das decisões denegatórias da medida

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Indeferimento de liminar. Recorribilidade das decisões denegatórias de
medidas de urgência (art. 103 RICNJ). Rejeição. – “I) É recorrível a decisão que não
defere pedido de medida de urgência no início do processo. II) Questão de ordem para
interpretar os arts. 19, inciso XX, e 45, inciso XI, do RICNJ, no sentido da recorribilidade
das decisões de indeferimento monocrático de pedido liminar (art. 19, inciso XXIV, do
RICNJ). III) Recurso Administrativo que se dá parcial provimento. Questão de ordem
submetida ao Plenário” (CNJ – PCA 11734 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Não esgotamento das vias ordinárias recursais administrativas. Situação ainda


pendente de recurso na origem

Procedimento de Controle Administrativo. Não esgotamento das


vias ordinárias recursais administrativas. Questão individual. Ausência de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário Nacional. Não conhecimento. – “Tratando-se de
situação ainda pendente de Recurso Administrativo perante o Tribunal de origem, inviável
o conhecimento da questão. Questão de relevo individual e sem repercussão geral no
âmbito do Poder Judiciário Nacional não se insere nas atribuições do CNJ (art. 103-B, § 4º,
da CF/88). Procedimento de Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 495 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Necessidade do recorrente impugnar especificamente os fundamentos da


decisão

Recurso Administrativo. Indeferimento de liminar. Periculum in


mora inexistente. – “O Recorrente tem o dever de impugnar, de forma específica, os
fundamentos da decisão agravada, sob pena de não seguimento do recurso. Precedente:
‘Ausência de argumentação robusta a propiciar o juízo de retratação. Alegações sem
comprovação. Mantença da decisão hostilizada. I) Fundamentos da decisão monocrática
que não foram suficientemente atacados não ensejam reforma do decisum. II) Inadmissível,
ademais, alegação de fatos sem comprovação mínima de sua ocorrência’ (CNJ, PCA 504,
Relator Conselheiro Mairan Gonçalves Maia Júnior, 45ª Sessão, DJU 24.10.2008
05.09.2007). Desprovimento do recurso. Manutenção da decisão recorrida. No mérito,
demonstrado que o Tribunal requerido vem reunindo esforços para reduzir seus gastos,
deve o TJBA informar a este Conselho o cumprimento das metas anunciadas, inclusive o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


787

preenchimento das vagas ora suscitadas. No mérito, negado provimento ao Pedido de


Providências. Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000011660 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Petição apócrifa. Recurso inexistente

Recurso Administrativo em Recurso Administrativo. Reclamação


Disciplinar. Petição apócrifa. – “É correta a decisão que tem por inexistente o Recurso
Administrativo interposto sem a assinatura do recorrente. Recurso Administrativo a que se
nega provimento” (CNJ – RD 629 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha –
53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Prazo. Contagem

Pedido de Providências. Prazo para recurso administrativo.


Contagem o prazo. Intempestividade do recurso administrativo. Não conhecimento. – “De
acordo com o art. 103 do Regimento Interno do CNJ, a parte ou o interessado que se
considerar prejudicado por decisão do Presidente, do Ministro-Corregedor ou do Relator
poderá, no prazo de dez dias, contados da sua intimação, interpor recurso administrativo, a
fim de que o Plenário conheça da decisão, confirmando-a ou reformando-a. Nos termos do
artigo 66 da Lei 9.784, de 29.01.99, que regula o processo administrativo no âmbito
federal, aplicado subsidiariamente aos Procedimentos de Controle Administrativo,
conforme a norma gravada no artigo 100 do Regimento Interno deste Conselho, prevê que
os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Não se toma conhecimento do
recurso interposto, em decorrência de sua intempestividade” (CNJ – PP 1018 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).
No mesmo sentido: CNJ – PP 1064 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007.

Procedimento de Controle Administrativo. Prazo para recurso


administrativo. Contagem do prazo. Intempestividade do recurso administrativo. Não
conhecimento. (CNJ – PCA 351 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária
– j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Reclamação Disciplinar. Arquivamento. Recurso Administrativo.


Intempestivo. – “I) Recurso Administrativo protocolizado após o prazo regimental de 10
dias. Art. 103 do RICNJ. II) Contagem do prazo recursal a partir da data da entrega do
aviso de recebimento assinado. III) Recurso não conhecido” (CNJ – RD 444 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Recurso Administrativo. Prazo. Intempestividade. – “I) Reputa-se


extemporâneo o Recurso Administrativo interposto após exaurido o prazo de 10 (dez) dias
previsto no art. 103 do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça. II) Recurso
não conhecido” (CNJ – PCA 482 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Prazo para oposição

Pedido de Esclarecimentos. Pedido de Providências. Prazo para


oposição. Critério para a contagem respectiva. Pretensão de obtenção de efeitos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


788

infringentes. – “O prazo para a apresentação de recurso no âmbito do Conselho nacional de


Justiça é contado a partir da efetiva intimação do interessado (art.108 do RI/CNJ c.c. o § 3º
do art. 26 da Lei 9.784/99). Apresentado o recurso após transcorrido o prazo regimental
estabelecido, resta inviável o seu conhecimento, tanto mais quando o propósito revelado é
de retificar a decisão proferida pelo Órgão Plenário desta Casa” (CNJ – PP 799 – Rel.
Cons. Douglas Rodrigues – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 –
Ementa não oficial).

Prazo para recorrer das decisões do CNJ

Pedido de Providências. Discrepância entre situações


orçamentárias. Corregedoria-geral do Poder Judiciário do Estado do Tocantins. Pedido
de esclarecimentos. Prazo para oposição. Critério para a contagem respectiva. Pretensão
de obtenção de efeitos infringentes. Inadmissibilidade. – “O prazo para a apresentação de
recurso no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é contado a partir da efetiva
intimação do interessado (art. 108 do RI/CNJ c/c o § 3° do art. 26 da Lei 9.784/99). Por
isso, apresentado o recurso declaratório após transcorrido o prazo regimental estabelecido,
resta inviável o seu conhecimento, tanto mais quando o propósito confessado pelo
interessado, envolvendo a retificação de decisão proferida pelo órgão plenário do CNJ,
contraria, de maneira direta e objetiva, regra regimental expressa que veda a apresentação
de recurso na situação verificada (art. 21 do RI/CNJ). Pedido de Esclarecimentos não
conhecido” (CNJ – PP 799 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 –
DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Pretensão de modificar decisão do Plenário. Irrecorribilidade

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Identidade de


causa de pedir e partes. PP 1244. Irrecorribilidade das decisões plenárias (art. 21 do
RICNJ). Indeferimento. – “I) Não se mostra cabível recurso que busca modificar julgado
do Plenário do CNJ (PP 1244), mormente havendo identidade de causa de pedir e de
partes. II) São irrecorríveis as decisões plenárias (art. 21 do RICNJ). III) Recurso
Administrativo a que se rejeita” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão
– j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Recurso que não enfrenta o fundamento nuclear da decisão atacada. Não


conhecimento

Recurso Administrativo. Decisão denegatória de medida liminar em Procedimento de


Controle Administrativo. Conhecimento. Ausência de impugnação específica dos
fundamentos da decisão atada. – “Não se conhece de Recurso Administrativo que não
enfrenta o fundamento central da decisão atacada. Recurso não conhecido” (CNJ – PCA
200710000031336 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª Sessão – j.
27.01.2009 – DJU 13.02.2009

Servidor público. Pretensão de receber diferenças de URV. Inadmissibilidade


de converter o CNJ em instância recursal

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Diferenças de URV. Gratificações mensais. Interesse individual. Ausência
de repercussão geral. Desprovimento. – “I) CNJ não é instância recursal, nem deve ser
acionado para interesses particulares, sem qualquer repercussão geral, ou para obtenção de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


789

benefícios de natureza estipendiária ou funcional de dois servidores, nem pode ser


utilizado como sucedâneo do juízo, com o propósito de atalhar busca de resultado mais
célere, sem se submeter às agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam.
Precedentes. II) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo
desprovido” (CNJ – PCA 12600 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 54ª Sessão – j. 18.12.2007
– DJU 08.02.2008).

Transmissão via fax. Obrigatoriedade de apresentação dos originais no


qüinqüídio legal

Recurso Administrativo. Fac-símile. Não apresentação dos


originais. – “I) Em processo judicial ou administrativo incumbe à parte que optar pela
transmissão de recurso via fac-símile apresentar os originais no qüinqüídio legal. II) O
descumprimento desse ônus implica o não conhecimento do recurso administrativo. III)
Recurso Administrativo de que não se conhece” (CNJ – PCA 7676 – Rel. Cons. Min. João
Oreste Dalazen – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Utilização do recurso para inovar o pedido inicial

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Novo pedido.


Impossibilidade. – “Não é possível formular pedido em Recurso Administrativo, se não
constante do requerimento inicial” (CNJ – PP 200810000025713 – Rel. Cons. Paulo Lobo
– 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

REDIR - REDE DE PROMOÇÃO E DEFESA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS


Instituição, com o objetivo de propiciar a formação de redes virtuais entre
organismos governamentais e não governamentais que desenvolvam atividades
de promoção e defesa de direitos, favorecendo o seu diálogo interno e o seu
acesso aos mais diversos âmbitos do Poder Judiciário.
Vide: Portaria CNJ 448, de 07.01.2009.

REGIME JURÍDICO
Inexistência de direito do servidor

Procedimento de Controle Administrativo. Lei Estadual editada


durante a vigência de concurso público, reestruturando o quadro de pessoal do Poder
Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Inexistência de direito perante a Administração
Pública. Mera expectativa de direito. Indicação do padrão de vencimento previsto em edital
de concurso não é vinculativa, podendo ser alterado por lei. Inexistência de direito
adquirido a regime jurídico. Precedente: PCA 219. Improcedência do pedido (CNJ – PCA
217 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Lei Estadual editada


durante a vigência de concurso público, reestruturando o quadro de pessoal do poder
judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Inexitência de direito perante a administração
pública. Mera expectatiativa de direito. Indicação do padrão de vencimento previsto em
edital de concurso não é vinculativa, podendo ser alterado por lei. Inexistência de direito
adquirido a regime jurídico. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 219 – Rel. Cons.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


790

Joaquim Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa


não oficial).

REGIMENTO INTERNO
V. tb.: NORMAS
Palavras-Chave: ASSENTO REGIMENTAL – ATO NORMATIVO – PROVIMENTO –
REGULAMENTO – RESOLUÇÃO

Pretensão de alteração do Regimento Interno visando impedir que


magistrados lotados fora da capital substituam membros do Tribunal Regional
do Trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TRT-3ª Região para que se restrinja a possibilidade dos magistrados lotados
fora da capital substituírem Desembargadores. Interpretação do art. 118, § 1º, inciso V da
LOMAN. Alegação de afronta aos princípios da isonomia e da eficiência. Competência do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho. – “A matéria contida nos processos se inclui na
competência do Conselho Superior da Justiça do Trabalho-CSJT, responsável pela
supervisão e apreciação de decisões administrativas dos Tribunais pertencentes àquela
Justiça Especializada, consoante as normas do inciso II, art. 111 da Carta Maior c/c incisos
IV e VIII do Regimento Interno do CSJT” (CNJ – PCA 468, PP 924, PP 1251 – Rel.
Designado Cons. Jirair Aram Meguerian– 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 –
Ementa não oficial).

Tribunal de Justiça. Alteração do Regimento Interno mediante aprovação do


Tribunal Pleno. Matéria de competência do Órgão Especial

Procedimento de Controle Administrativo. Estado de São Paulo.


Tribunal de Justiça com Órgão Especial regularmente constituído. Impugnação de ato
administrativo do Presidente. Portaria constituindo grupo de estudo. Busca de alteração
do Regimento Interno, com determinação de ser o projeto submetido à apreciação do
Tribunal Pleno. Impossibilidade. Matéria de competência privativa do Órgão Especial. –
“A regra constitucional atual, diferentemente da anterior, faculta aos Tribunais, com
número superior a vinte e cinco julgadores, constituírem Órgãos Especiais. Tais órgãos,
criados por opção, têm a finalidade específica e privativa de exercerem todas as atribuições
administrativas e jurisdicionais que eram da competência do Tribunal Pleno, aí incluídas as
previstas no art. 96, inciso I da Constituição Federal. A leitura do texto constitucional
indica que o Órgão Especial é constituído para (preposição indicativa de fim, de destino) o
exercício das (artigo determinado) funções administrativas e jurisdicionais retiradas,
transferidas ou delegadas do Tribunal Pleno. Interpretações gramatical, histórica e
teleológica num mesmo sentido. Constituído o Órgão Especial resta ao Pleno apenas a
função eleitoral que não pode ser delegada. Inteligência do art. 93, inciso XI da
Constituição Federal com a redação da Emenda 45, de 08.12.2004. Regramento ainda mais
evidente para o Estado de São Paulo ante o texto de sua Constituição. Ato típico de
usurpação de competência do Órgão Especial, com afronta às decisões deste Conselho e
violação dos textos constitucionais. Rejeição da preliminar de não conhecimento. (CNJ –
PCA 260 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Tribunais. Competência para dispor sobre órgãos fracionários

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


791

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Alegada omissão da decisão monocrática de arquivamento por
superveniente perda do interesse processual. Câmaras especiais de Tribunal.
Composição. Legitimidade. – “I) Descaracterização da fórmula de composição das
Câmaras Especiais do TJRS, por ocasião da edição da Emenda Regimental 01/09, que
conferiu nova redação ao art. 27, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno. Perda superveniente do
interesse processual. II) Autorização constitucional deferida aos Tribunais para dispor, em
seus Regimentos Internos, sobre a competência de seus órgãos fracionários – arts. 96, I,
‘a’, e 99 da Constituição Federal de 1988. II) O julgador, quer na via judicial, quer na
administrativa, não está adstrito a pronunciar-se sobre todos os argumentos desenvolvidos
pelas partes que integram a lide. III) Carência de elementos de convicção capazes de
justificar a reversão da decisão atacada. IV) Recurso Administrativo em Procedimento de
Controle Administrativo improvido” (CNJ – PCA 200810000010590 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves maia Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


V. tb.: NORMAS

Alteração

Pedidos de Providências. Alteração do texto do Regimento Interno.


Emenda Regimental 01, de 06.12.2005. Resolução 07. Enunciado administrativo 1. Edição
da Resolução 09, de 06.12.2005. (CNJ – PP 102; PP 108; PP 142 e PP 152 – Rel. Cons.
Jirair Aram Meguerian – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005 – Ementa não
oficial).

Aprovação
Vide: Res. CNJ 2, de 16.08.2005.

Competência para auto-regulamentação

“Até que seja editada lei específica, o Conselho poderá, por


resolução, nos termos do art. 5º, § 2º, da EC 45/2004, dispor sobre a sua estrutura, direitos
e deveres de seus Conselheiros, bem como sobre cargos e funções indispensáveis ao seu
regular funcionamento” (art. 115 do Regimento Interno do CNJ).

REGISTRADOR (TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL)


Palavras-chave: OFICIAL DE REGISTRO
V. tb.: ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – EMOLUMENTOS – NOTÁRIO –
REGISTRO DE IMÓVEIS – SERVENTIAS EXTRAJUDICIIS (ATIVIDADE
NOTARIAL E DE REGISTRO)

Anulação de processo administrativo disciplinar. Interesse individual

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Anulação de


Processo Administrativo Disciplinar. Oficial de registro. Natureza individual. Avocação
de processo. – “ A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está
centrada em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


792

4º)” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

“O pedido de anulação de Processo Administrativo Disciplinar


instaurado em Corregedoria local contra Oficial de Registro Civil ostenta natureza
meramente individual, apreciável em face das nuances de cada caso, razão por que não se
inscreve na competência do CNJ” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Aposentadoria do notário ou registrador (delegatário) aos 70 anos de idade

“Conforme decidiu a Suprema Corte pátria, os serviços notariais e


de registro não são cargos ou empregos públicos, não se sujeitando à aposentadoria
compulsória aos setenta anos, Por se tratar de delegação de serviço público, não se aplica a
norma prevista no inciso VIII do art. 37 da Carta Magna de 1988” (CNJ – PCA 301 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).
Observação: A Emenda Constitucional 20, de 15.12.1998, deu nova redação ao art. 40 da
Constituição Federal, preceituando que “Aos servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”,
estabelecendo, portanto, aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos, de sorte que apenas esses agentes, com esses
atributos, poderiam obter aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade. Esse, aliás,
o entendimento que vem sendo perfilhado na jurisprudência. Trata-se de questão submetida
ao Colendo Supremo Tribunal Federal, com alguns votos favoráveis à tese.

Desmembramento de serventia. Direito de opção do titular restrito a sua


própria serventia

Procedimento de Controle Administrativo. Desmembramento de


serventia extrajudicial. Direito de opção. – “Determina o parágrafo terceiro do art. 236 da
Constituição que o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público
de provas e títulos. Já o art. 29, I, da Lei 8.935/94 estabelece ser direito do notário e do
registrador ‘exercer opção, nos casos de desmembramento ou desdobramento de sua
serventia’. Não faculta a lei que a opção seja para outra serventia, mas para a própria
serventia, no sentido de escolher a parte desmembrada que lhe convier, seja no mesmo
município seja para o novo município que se desmembrou do primeiro” (CNJ – PCA
200710000015442 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).

Exercício da advocacia. Desligamento do quadro da OAB antes do início do


exercício na serventia extrajudicial

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso administrativo


contra decisão monocrática de indeferimento. Serventia extrajudicial. Exercício da
advocacia por notário ou registrador. Desligamento do quadro de inscritos na OAB antes
do início do exercício em nova serventia. Regularidade. – “A proibição do exercício da
advocacia aos notários e registradores e o afastamento automático da advocacia decorrente
da posse do titular de serventia extrajudicial (Lei 8.935/94, art. 25, caput e § 2º)
desautorizam a tese de obrigatoriedade do desligamento do quadro de inscritos da Ordem

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


793

dos Advogados do Brasil até o momento da outorga do serviço respectivo. Crucial é que,
até o início das atividades cartorárias, seu titular deixe de advogar. Recurso conhecido e
improvido” (CNJ – PCA 200910000011251 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Incompetência do CNJ para a revisão de processos disciplinares em que


figuram notários e registradores

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Revisão de punição
de titular de serventia. Improvimento. – “I) Compete ao CNJ revisar processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais, não se inserindo em sua competência a
revisão dos processos em que figurem notários e registradores, mormente por não serem
titulares de cargo público efetivo, tampouco ocuparem cargo público, nos termos da ADI
2.602-MG, não se inserindo, portanto, no conceito do art. 103, § 4º, inciso V, CF/88. II)
Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 15193 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 54ª Sessão – j. 18.12.2007
– DJU 08.02.2008).

Oficial de Registro acumulando cargo comissionado no Poder Legislativo


Estadual

Acumulação. Oficial de Registros e Cargo Comissionado do Poder


Legislativo Estadual. Inadmissibilidade. Arts. 25, 35, inciso II, e 39, inciso V e § 2º, da Lei
8.935/94. Vacância. Designação de substituto mais antigo até preenchimento por concurso.
Art. 236, § 3º, CF/88. (CNJ – PCA 188 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Perda da delegação

Sanção de perda da delegação – “Não há qualquer previsão


constitucional ou na Lei 8.935/94 (Lei dos Cartórios) que restrinja a aplicação de
penalidades aos notários e registradores às hipóteses previstas exclusivamente no último
diploma legal (Lei 8.935/94). Admissível a aplicação da pena de perda da delegação.
Improcedente pedido de ‘emissão de súmula’ para evitar a imposição de tal sanção aos
notários e registradores em geral” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008)

REGISTRO CIVIL
Vide: OFÍCIOS DE REGISTRO CIVIL

REGISTRO DE IMÓVEIS
Palavras-chave: OFICIAL DE REGISTRO
Vide: ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – EMOLUMENTOS – NOTÁRIO –
REGISTRADOR (TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL) – SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


794

Cobrança de depósito prévio de taxas e emolumentos para a prática de atos de


registro

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Rio de Janeiro. Ato Conjunto 36/2009 modificado pelo Ato 2343/09. Cartórios de registro
de imóvel. Modificação do depositário dos valores devidos em razão do ato de
prenotação. Possibilidade. Improcedência do pedido. – “I) Legitima a cobrança de
depósito prévio de taxas e emolumentos dos usuários dos serviços cartorários, não há
ilegalidade em modificar o depositário destes valores, cuidando-se de mero ato de gestão
do Tribunal fluminense, para que se efetive a fiscalização do serviço público delegado. II)
A criação de procedimento no âmbito do Tribunal para a restituição da taxa nas hipóteses
de cancelamento de prenotação imobiliária recusa ou desistência do ato de registro não
pode representar novo ônus aos usuários. III) Possibilidade do Tribunal de Justiça figurar
como depositário dos valores que, ao final, lhe serão devidos. IV) Legalidade do Ato da
Presidência do Tribunal de Justiça que disciplinou a matéria, uma vez que a administração
do fundo de reaparelhamento da Justiça e de seus recursos é de sua única e exclusiva
competência. V) Pedido que se julga improcedente para manter o ato normativo do
Tribunal. VI) Liminar cassada em face da edição de novo ato do Tribunal que, inclusive,
veio a sanar as deficiências do ato anterior” (CNJ – PCA 200910000012863 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Incidência dos emolumentos em percentual sobre o valor do imóvel

Emolumentos. Limites. Registro Imobiliário. – “A Lei Federal


10.169, de 2000, veda a cobrança de emolumentos em percentual incidente sobre o valor
do imóvel constante de negócio jurídico objeto de registro. Lei estadual que contraria
norma federal, Incompetência do CNJ para declarar a ilegalidade. Não obstante que a lei
estadual mencionada estabelece normas que contrariam as normas gerais para a fixação de
emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços de registro, estabelecidas na Lei
Federal 10.169, a matéria deduzida é flagrantemente estranha à competência deste
Conselho Nacional de Justiça. Não compete ao CNJ a declaração da ilegalidade de norma
estadual em face de norma federal, devendo o requerente valer-se dos meios jurisdicionais
disponíveis no ordenamento jurídico pátrio, se quiser ver satisfeita sua pretensão. Voto
pelo não conhecimento do pedido” (CNJ – PP 200810000003274 – Rel. Cons. Paulo Lôbo
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

REGISTRO DE NASCIMENTO
Realização pelo CNJ de políticas que visem a disseminação dos registros de
nascimento em todo o País
Vide: Recomendação CNJ 17, de 15.09.2008.

Pedido de providências. Lavratura dos registros de nascimento


das crianças e adolescentes carentes. Requerimento de providências. Pedido julgado
procedente. – “I) Considerando as competências atribuídas ao Conselho Nacional de
Justiça pela Emenda Constitucional 45/2004, incluindo-se o planejamento estratégico do
Poder Judiciário, pode e deve o órgão realizar políticas que visem a amenizar os problemas
sociais detectados no âmbito do Judiciário. II) É necessário que os três Poderes da
República, juntamente com as organizações não-governamentais e toda a sociedade,
empenhem-se na luta contra a ausência dos registros de nascimento” (CNJ – PP

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


795

200810000017182 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU


12.09.2008).

REGISTRO IMOBILIÁRIO
Registro imobiliário reconhecido válido por decisão judicial e mantido pela
Corregedoria Geral. Desconstituição pelo Conselho da Magistratura.
Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Registro imobiliário.


Lei 6.739/79. – “Ato da Corregedoria Estadual que dá vida registral a ordem judicial não
merece desconstituição pelo respectivo Conselho da Magistratura. Precedentes. Pedido
deferido para restaurar o ato normativo da Corregedoria” (CNJ – PCA 200810000007840 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU
26.09.2008).

REGISTRO OU AVERBAÇÃO
Pretensão de que o CNJ discipline e regulamente a averbação de mudança de
sexo, com autorização judicial

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Pretensão de


que o CNJ discipline e regulamente a questão do registro ou averbação de mudança de
sexo, com autorização judicial, após intervenção médica. Matéria jurisdicional.
Improcedência do pedido. – “A regulamentação do registro ou averbação da mudança de
sexo com autorização judicial, após intervenção médica, envolve matéria jurisdicional que
não pode ser tangida pelo Conselho Nacional de Justiça. Ademais, a conseqüência lógica
da decisão que autoriza a mudança de sexo é a determinação da averbação dessa
circunstância no registro civil” (CNJ – PP 10596 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

REGISTROS PÚBLICOS
Pretensão de obter dados e números de Tribunal já entregues ao Tribunal de
Contas

“Inviável, in casu, acolher o pedido da requerente para forçar o


requerido a minudenciar dados e números apresentados nos relatórios entregues ao
Tribunal de Contas se a intenção imediata ensejadora do requerimento cinge-se a ‘subsidiar
com dados oficiais o III Congresso Estadual dos Magistrados de Pernambuco’. Significa
imputar ao órgão jurisdicional ônus não previsto em lei, porquanto a publicidade da qual se
revestem os demonstrativos, planilhas e demais documentos gerenciais viabiliza, por si, a
análise e extração de dados por parte dos interessados. Apenas se ostentarem obscuridades
ou omissões, ou se eventualmente não disponibilizadas, ter-se-á por justificado o Pedido de
Esclarecimentos adicionais” (CNJ – PP 7998 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007 – Ementa não oficial).

REGRESSÃO
Magistrado que pretende regressão à entrância anterior

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


796

Pedido de Providências. Regressão de magistrado. Indeferimento.


A Carta Magna de 1988, assim como o recepcionado Estatuto da Magistratura não
prevêem o instituto da regressão de magistrado, que consistiria em sua inscrição para
entrância inferior a em que exerce o ofício jurisdicional. Responde-se à consulta
formulada, negando a possibilidade de regressão. (CNJ – PP 454 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

REGULAMENTO
Vide.: REGIMENTO INTERNO

RELATOR
Conselheiro Relator. Competência
Vide: Regimento Interno do CNJ, art. 45.

Conselheiro Relator. Competência para indeferir monocraticamente a


pretensão

Procedimento de Controle Administrativo. Competência do


relator. Recurso administrativo. Manutenção da decisão monocrática. – “Interpretando o
disposto no artigo 99 do Regimento Interno, deduz-se que ao relator, monocraticamente,
compete indeferir o processamento de pleitos que não apresentem a mínima condição de
prosperar, seja em decorrência do fato de que o mérito da causa não possa ser conhecido
pelo Conselho, ou de manifesta improcedência. O recurso administrativo deve ser rejeitado
quando a decisão adversa está de acordo com as decisões do Plenário, no caso específico, a
decisão tomada nos autos do PCA 303, sobre a forma de provimento das serventias mistas.
Decisão monocrática mantida, pelos seus próprios fundamentos, com o conseqüente
arquivamento do feito” (CNJ – PCA 326 – Rel. Cons. Germana Moraes – 36ª Sessão – j.
14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

RELATÓRIOS
Vide: ESTATÍSTICA

RELEVÂNCIA NACIONAL DA QUESTÃO SUBMETIDA AO CNJ


Vide: REPERCUSSÃO GERAL

RELIGIOSIDADE
Pedido para que se determine aos tribunais a retiradas de crucifixos dos
plenários e salas

Pedido de Providências. Pretensão de que se determine aos


Tribunais de Justiça a retirada de crucifixos afixados nos Plenários e salas. Alegação de
que a aposição de símbolos fere o art. 19, inciso I da CF/88. – “Manter um crucifixo numa
sala de audiências públicas de Tribunal de Justiça não torna o Estado – ou o Poder
Judiciário – clerical, nem viola o preceito constitucional invocado (CF, art. 19, inciso I),
porque a exposição de tal símbolo não ofende o interesse público primário (a sociedade),
ao contrário, preserva-o, garantindo interesses individuais culturalmente solidificados e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


797

amparados na ordem constitucional, como é o caso deste costume, que representa as


tradições de nossa sociedade. Por outro lado, não há, data venia, no ordenamento jurídico
pátrio, qualquer proibição para o uso de qualquer símbolo religioso em qualquer ambiente
de Órgão do Poder Judiciário, sendo da tradição brasileira a ostentação eventual, sem que,
com isso, se observe repúdio da sociedade, que consagra um costume ou comportamento
como aceitável” (CNJ – PP 1344, PP 1345, PP 1346 e PP 1362 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

RELOTAÇÃO
Magistrados

“A Associação de Magistrados do Estado do Pará consulta este |


Conselho sobre a prática da “relotação” de Magistrados, que ocorre no Tribunal de Justiça
do Estado do Pará, com amparo na Lei Estadual 5008/81. Embora embasado no Código de
Organização Judiciária do Estado, a práxis do Tribunal está equivocada e contraria
frontalmente a Constituição Federal, cujos dispositivos apontam para apenas duas formas
de movimentação dos magistrados na carreira: horizontalmente, por meio da remoção, e
verticalmente, através da promoção (Art. 93, II, VIII-A, da CF/88). A questão é tão
relevante que a EC 45/2004 estabeleceu, dentre os princípios que deverão ser observados
pelo Estatuto da Magistratura, as normas da promoção de juízes por merecimento, dando
ensejo à Resolução 6 do CNJ, que dispõe sobre a aferição do merecimento para promoção
de magistrados e acesso aos Tribunais de 2º grau e estabelece, em seu art. 4º, que os
Tribunais deveriam editar atos administrativos disciplinando, entre outros, a valoração
objetiva de desempenho, produtividade e presteza dos Magistrados. A referida Resolução é
de setembro de 2005. Outras formas de movimentação, portanto, não devem ser mantidas
sob nenhum pretexto” (CNJ – PP 1392 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 48ª Sessão – j.
25.09.2007 – DJU 15.10.2007 – Ementa não oficial).

REMESSA DE PEÇAS DE PROCESSO AO MINISTÉRIO PÚBLICO


Pretensão de suspensão de ato de autoridade que determinou a remessa de
peças ao Ministério Público

Procedimento de controle administrativo. Pedido de suspensão de


ato da autoridade que determinou a extração e remessa de peças ao MP. Alegação de
demora na prestação jurisdicional. Corregedor Geral da Justiça que, após verificar que a
ação judicial foi julgada em prazo razoável, determinou a remessa de peças ao Ministério
Público para apurar eventual responsabilidade do autor da ação, por ter ingressado com
ação cível, em nome próprio e benefício pessoal, na condição de Defensor Público,
utilizando-se de papel timbrado do Governo do Estado e subscrevendo a petição sem
mencionar ou comprovar inscrição na OAB. Pedido de providências julgado prejudicado,
com relação à demora no julgamento e improcedente no que se refere ao pedido de
suspensão do ato que determinou a extração e remessa de peças ao MP (CNJ – PCA 585 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

REMOÇÃO COMPULSÓRIA
Vide: SANÇÃO DISCIPLINAR IMPOSTA A MAGISTRADO – SANÇÃO
DISCIPLINAR IMPOSTA A SERVIDOR DO PODER JUDICIÁRIO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


798

REMOÇÃO DE MAGISTRADO
V. tb.: CONCURSO DE PROMOÇÃO; REMOÇÃO E PERMUTA; MAGISTRADOS –
PROMOÇÃO DE MAGISTRADOS – SERVIDOR PÚBLICO

Adoção de critérios alternados de antiguidade e merecimento

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Magistraturas. Alternância de critérios em concurso de remoção.
Supressão da antigüidade. Inviabilidade. Retificação de norma do Tribunal. Modulação
de efeitos. Possibilidade. Improvimento. – “I) É compatível com a nova redação do art. 93
da CF/88 a adoção dos critérios de antiguidade e merecimento apara as promoções
horizontais (remoções) de modo alternado, permitindo-se que magistrados mais antigos
tenham assegurado o direito de movimentação sem deixar de tutelar o fator mérito. Pela
leitura conjugada dos arts. 2º e 3º da Res. 32/CNJ, conclui-se que o silêncio da referida
norma constitucional, após a EC 45, é eloqüente, no ponto: o critério da antigüidade é o
critério mais objetivo e sua importância é tal a ponto de permitir sua utilização
isoladamente na ascensão da carreira da magistratura. Assim, a única discricionariedade
conferida aos Tribunais é a supressão do critério de merecimento, tão-somente.
Precedentes do CNJ (PP 903 e PCS 35). II) Possível modulação dos efeitos desta decisão
para possibilitar ao Tribunal de origem prazo (2 meses) para retificar seu ato normativo aos
termos deste decisum. II) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle
Administrativo a que se dá provimento em parte, tão-somente para modular os efeitos”
(CNJ – PCA 220810000010310 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008
– DJU 26.09.2008).

Alternância de promoções e remoções de entrância para entrância

Magistrado. Alternância de promoções e remoções de entrância


para entrância. Legalidade. – “1) Tribunal de Justiça que aplica o princípio da alternância
de promoções e remoções de magistrados (art. 93, II, da CF/88) “em cada entrância”,
respeita as normas constitucionais e infraconstitucionais. 2) O critério de alternância na
própria Comarca ou Vara gera risco de não haver promoção por antigüidade (ou por
merecimento) durante longo período numa mesma entrância, dado que muitas Comarcas
poderiam vagar apenas para promoção pela outra espécie. Esse não parece ser o espírito da
norma Constitucional. 3) Pedido de Providências que se julga totalmente improcedente,
resultando prejudicado o Recurso Administrativo interposto contra decisão que indeferiu
pedido de liminar” (CNJ – PP 200810000023133 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Antiguidade. Dispensa do interstício de dois anos

Remoção de magistrado. Antiguidade. Interstício de dois anos.


Interesse público. Princípio da unidade familiar. – “Se o Tribunal dispensa o requisito
temporal para remoção de um magistrado, em virtude da ressalva do art. 93, II, ‘b’ da
Constituição, deve fazê-lo para todos, sob pena de afronta ao princípio da isonomia. O
princípio da unidade familiar (arts. 226, 227 e 230 da Constituição) deve sempre ser
ponderado, no caso concreto, com o princípio do interesse público, em se tratando de
remoção de magistrado. É de interesse público assegurar a estabilidade emocional de quem
tem a difícil tarefa de julgar” (CNJ – PCA 200910000000113 – Rel. Designado Cons.
Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


799

Anulação da sessão de votação. Número de votos maior do que o número de


votantes

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de sessão de


votação para remoção de magistrado. Número de votos maior que o número de votantes e
ausência de nome da magistrada concorrente na pauta. Sessão anulada pelo próprio
tribunal. Desnecessidade de controle de ato já revogado pelo tribunal. Pedido
improcedente. (CNJ – PCA 145 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

Aplicação da disciplina local

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção de

Magistrado. Alegação de inobservância da Resolução 6/CNJ de 13 de setembro de 2005.

Ato normativo que dispõe sobre as hipóteses de promoção. Aplicação da disciplina local

porventura existente em razão da inexistência de ato normativo do CNJ disciplinando as

questões referentes às remoções dos magistrados. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA

203 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 –

Ementa não oficial).

Ato ocorrido há mais de cinco anos. Inadmissibilidade de controle


administrativo (preclusão)

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidade em


concurso de remoção aberto em 2000. Prescritibilidade. – “Nos termos do parágrafo único
do art. 95 do Regimento Interno deste Conselho, não se mostra possível o controle
administrativo de atos praticados há mais de cinco anos, não existindo, portanto,
possibilidade de anulação do ato praticado anteriormente a esse marco” (CNJ – PCA 297 –
Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007
– Ementa não oficial).

Concurso de remoção. Aplicação subsidiária das regras acerca da promoção


por merecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Rondônia. Concurso de remoção. Alegação de irregularidades. Pedido julgado
improcedente. – “1) O fato do Tribunal, diante da ausência de norma específica reguladora
das remoções, optar pela aplicação de norma regulamentadora das promoções por
merecimento, não dá causa à anulação do ato administrativo de remoção. 2) Há, na análise
das remoções a pedido, um grau de subjetividade que pode ser considerado pelo Tribunal.
3) As demandas individuais enfraquecem o instituto da votação aberta, fundamentada e
baseada em critérios objetivos, que visa a dar transparência ao procedimento e a atender ao
interesse da Administração Pública e não ao interesse privado e individual do magistrado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


800

preterido em concurso de promoção ou remoção” (CNJ – PCA 200810000018824 – Rel.


Cons. Andréa Pachá – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Conveniência e interesse público como pressupostos. Inexistência de direito


absoluto à remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção de


magistrados. Indeferimento por falta de atendimento a requisitos constitucionais. Únicos
candidatos. Interstício de dois anos de exercício na entrância. Cursos de aperfeiçoamento.
Resolução/OE/TJRJ 08/200. Alegada violação à CF/88: art. 93, II, b, à LOMAN: art. 81.
Requerimento de expedição de recomendação proibindo a prolação de ‘votos em branco’.
– “I) O ato de remoção de magistrado condiciona-se precipuamente à conveniência da
Administração e fundamentalmente ao interesse público, e na medida em que não se
encontram atendidos os requisitos constitucionais e regimentais exigidos para seu
deferimento, não está a Administração compelida a deferir as remoções pleiteadas por
magistrados que não os atendam. Por outras palavras, não há direito absoluto do
magistrado à remoção. II) A anulação de atos administrativos com fulcro na Súmula/STF
473, bem assim, a ausência de resistência por parte do agente público ou órgão responsável
pela prática viciada gera superveniente falta de interesse processual na manifestação deste
Órgão de controle. III) A recomendação, como ato administrativo normativo, ostenta o
caráter de instrumento adstrito à solução de problemas decorrentes de práticas
administrativas reiteradas e generalizadas, incompatíveis com o ordenamento jurídico
pátrio. O presente procedimento foi instaurado com o objetivo de ser efetivado o controle
de ato administrativo concreto e isolado, não se mostrando compatível com a edição de ato
destinado a regular situação assemelhada, a ser eventualmente repetida em momento
futuro. IV) Pedido considerado prejudicado na parte em que requer a anulação de votações
por terem sido proferidos ‘votos em branco’ em sessão administrativa de Órgão Especial e
indeferido quanto à pretensão de reversão de atos administrativos denegatórios de
remoções dos requeridos e de expedição de recomendação proibindo a prolação de votos
em branco’” (CNJ – PCA 200810000011167 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Reconhecendo que a remoção condiciona-se à conveniência da
Administração e ao interesse público, o CNJ tem, reiteradamente, decidido que o
magistrado não tem direito subjetivo absoluto à remoção, podendo o Tribunal,
fundamentadamente, recusá-la” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui
Stoco – 82ª Sessão – j. 24.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Critérios. Qualidade das sentenças

Concurso de promoção, remoção e permuta de magistrados.


Qualidade de sentença. – “Ao se adotar, na análise da qualidade da sentença, parâmetros
que se vinculam à sua confirmação, reforma parcial ou total, ou, ainda, anulação pelo
Tribunal, estar-se-á privilegiando magistrados cujas sentenças tiveram reforma em menor
número. Além disso, poderá compelir o magistrado de primeiro grau, que tem interesse na
movimentação funcional, a seguir o entendimento adotado pelo Tribunal, no caso concreto,
desrespeitando, por conseguinte, a garantia do exercício da função com liberdade e o
princípio do livre convencimento motivado. Procedimento de Controle Administrativo de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


801

que se conhece e a que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000017996


– Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Desfazimento. Direito de defesa

Procedimento de Controle Administrativo. Desfazimento de


remoção de magistrado. Concessão de liminar pelo Plenário. – “O desfazimento de
remoção de magistrado deve observância a, pelo menos, três princípios de índole
constitucional, a saber: amplitude do direito de defesa, irretroatividade das normas e a
garantia de inamovibilidade dos magistrados. Evidenciada a relevância da fundamentação,
e sendo mais benéfica aos magistrados envolvidos jurisdicionados, concede-se a liminar
requestada, para sustar os efeitos concretos do desfazimento de ato de remoção de
magistrada, até ulterior deliberação pelo Plenário sobre tema” (CNJ – PCA 334 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007).

Edital. Observância aos princípios da impessoalidade e da razoabilidade

Edital de remoção de magistrados. Necessidade de observância dos


princípios da impessoalidade e da razoabilidade. Alternância dos requisitos de
merecimento e antiguidade. Ferimento a razoabilidade, pela desconsideração, na remoção
para todas as Varas e Juizados situados no prédio do Foro central da Comarca da Capital
do Estado do Rio de Janeiro, do critério de antiguidade, escolhido pelo texto constitucional
como um dos sustentáculos da movimentação da carreira do magistrado, juntamente com o
critério de merecimento. Pedido deferido para anular o Edital. (CNJ – PCA 400 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007).

Estabelecimento de critérios para promoção e remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de tribunal. – “I – Autonomia. Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II, da CF/88, e na
resolução CNJ 6/2005. II – Qualidade das sentenças. Parâmetros definidos. Validade. A
existência de fundamentação, a clareza, a concisão, a objetividade, a organização e o uso
correto do vernáculo são elementos objetivamente aferíveis nas sentenças prolatadas.
Embora tais dados não sejam aferíveis com a mesma metodologia de precisão das
estatísticas reveladoras da produtividade e celeridade na prestação jurisdicional, não
autorizam juízo arbitrário ou discricionário, até porque a apreciação do merecimento deve
ser efetuada por voto individual, aberto e fundamentado, sujeitos os abusos porventura
cometidos ao controle corretivo deste Conselho, se necessário. III – Produtividade.
Pontuação suplementar pelo exercício de funções de auxílio na Corregedoria ou na
Presidência, de diretoria de fórum ou em juizado especial. Invalidade. A atribuição de
pontuação extra para o exercício de funções na Corregedoria, Presidência do Tribunal,
Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza evidente violação ao princípio da
isonomia. Precedente (PCA 68). IV – Pedido de anulação de decisão administrativa.
Remoção posterior para outro órgão. Fato superveniente. Perda do interesse de agir. Resta
prejudicado o pedido de revisão de ato administrativo que preteriu juiz posteriormente
removido, a pedido (CPC, art. 462). Procedimento de Controle Administrativo julgado
procedente em parte” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior –
45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


802

Exigência de decisão em sessão pública, votação aberta, nominal e


fundamentada

Pedido de Providências. Res. 06/2005-CNJ. Remoção e permuta


de magistrados. Processos administrativos de remoção e permuta de magistrados.
Necessidade de deliberação em sessões públicas e de exposição dos motivos
correspondentes. – “As decisões proferidas pelos tribunais em processos de remoção e
permuta de magistrados, em face de sua natureza administrativa, hão de ser tomadas em
sessões públicas, mediante votação aberta, nominal e fundamentada, sob pena de nulidade,
na exata conformidade do inciso X do art. 93 da CF. Pedido de Providências acolhido, com
a edição de norma administrativa por este Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”. Pedido
procedente. (CNJ – PP 89 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 –
DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Juiz Federal. Remoção para outra Região

Procedimento de Controle Administrativo. Posicionamento em


lista de antiguidade. Remoção entre regiões. Justiça Federal. – “I) O limite para fins de
incidência de preclusão temporal em controle de ato administrativo é de cinco anos, nos
termos do art. 93 do RICNJ, não se aplicando a redução do prazo, estatuída pelos arts. 8º e
9º, do Decreto 20910/32 (PCA 297). II) Em se tratando de remoção de juiz federal para
outra Região e enquanto não editada a Lei a que se refere o § 1º do art. 107 da CF/88,
incidem as normas da Corte de destino e/ou do art. 7º da Res. 08/CJF, de 28.11.1989, cujas
disposições foram reiteradas pela novel Res. 01/CJF, de 20.02.2008, em seu art. 33.
Inviável o cômputo do tempo anterior de magistratura do juiz federal que se desloca de sua
Região de origem, seja por permuta, seja por remoção (PP 6131). III) O direito a figurar na
lista de antiguidade não se adquire na data do pedido de remoção entre Regiões, perante a
Corte de destino, mas sim da data em que houve seu deferimento, por tratar de questão de
nítido caráter discricionário da Administração Judiciária. Assim, o novo posicionamento na
lista de antiguidade de outra Região, justamente por tratar de situação excepcional, está
jungida aos critérios de conveniência e oportunidade da apreciação do pedido, somente a
partir de então se podendo falar em direito adquirido. IV) Procedimento de Controle
Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 200810000027680 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Juízes do Trabalho

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Cassação da Resolução Administrativa 26/2006 do Conselho Superior da
Justiça do Trabalho que anulou remoção de Juízes do Trabalho do TRT da 16ª por
merecimento. Improcedência do pedido. – “A remoção de Juízes do Trabalho obedece
apenas o critério da antiguidade. Inaplicabilidade da alternância entre antiguidade e
merecimento. Aplicação do art. 654, § 5º, alínea ‘a’ da CLT. Regra específica para a
Justiça do Trabalho. Resolução escorreita” (CNJ – PCA 334 – Rel. Cons. Marcus Faver –
39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

Juízo ou unidade jurisdicional recentemente criada. Provimento inicial do


cargo por remoção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


803

Remoção. Magistratura Estadual. Artigo 156 do Regimento


Interno do Tribunal de Justiça do Maranhão. Artigo 81 da LOMAN. Provimento inicial. –
“I) Para efeito de remoção na magistratura estadual, o art. 81 LOMAN, ao utilizar a
locução ‘provimento inicial’, não se identifica e nem se restringe a ‘comarcas de primeira
entrância’. A locução ‘provimento inicial’ traduz-se no primeiro provimento do cargo
criado no curso da carreira da magistratura, seja qual for a entrância da comarca na qual
haja sido criado o cargo. II) Assim, instalada nova unidade jurisdicional,
independentemente da entrância, ao provimento inicial precederá a remoção. III) Consulta
a que se responde afirmativamente” (CNJ – PP 200710000015661 – Rel. Cons. Min. João
Oreste Dalazen – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Justiça do Trabalho. Juiz Substituto. Ajuda de custo nas remoções ex officio

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura do


trabalho. Ajuda de custo. Remoção ex officio. Juiz substituto. Possibilidade. – “Em se
tratando de remoção que ocorra por determinação do Tribunal e/ou interesse público, deve
ser concedido o benefício com efeitos retroativos, por tratar de atos revisionais de casos
administrativos in concreto. Procedimento de Controle Administrativo deferido” (CNJ –
PCA 200810000014399 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Mudança da sede onde o magistrado era o titular. Inamovibilidade. Direito de


remoção para a nova sede ou outro juízo de igual categoria

Pedido de Providências. Remoção de magistrado. Mudança de


sede. Inamovibilidade. Art. 93, inciso VIII c.c. os arts. 30 e 31 da LOMAN. – “A
Constituição assegura aos juízes a garantia da inamovibilidade, salvo por motivo de
interesse público. O juiz possui o direito a permanecer no cargo para o qual foi nomeado,
não podendo ser designado para atuar noutro lugar, a não ser nas hipóteses de remoção por
interesse público decorrente de decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
Tribunal. Assim, uma vez ocorrida a mudança da sede da Vara em que se encontrava
lotado o magistrado para outra localidade, é facultado ao requerente remover-se para
aquele juízo ou para outro de igual categoria” (CNJ – PP 1011 – Rel. Cons.Germana
Moraes – 29ª Sessão Ordinária – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

Não prevalência da remoção sobre a promoção por antiguidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Pernambuco. Prevalência da remoção à promoção por antiguidade.
Impossibilidade. Questão disciplinada no art. 81 da LOMAN. Prevalência da Lei
Complementar Federal. Competência legislativa privativa do Supremo Tribunal Federal.
Inteligência do art. 93 da Constituição Federal. – “A remoção só pode prevalecer sobre o
provimento inicial ou a promoção por merecimento. Manutenção da reserva da promoção
por antiguidade” (CNJ – PCA 200810000026080 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).
Observação: Acórdão retificado na 77ª Sessão Ordinária de 28.01.2009.

Necessidade de ampla publicidade dos dados informativos

Concurso de promoção, remoção e permuta. Necessidade de


ampla publicidade de dados informativos sobre os magistrados inscritos. – “Os dados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


804

correspondentes aos magistrados inscritos ao concurso de promoção, remoção ou permuta,


fornecidos pelo Corregedor-Geral de Justiça ao Pleno ou Órgão Especial, devem ser prévia
e amplamente divulgados, de modo a garantir aos interessados impugnações contra
eventuais omissões, se necessário” (CNJ – PCA 200810000017996 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Número de vagas maior do que os juízes inscritos. Acordo entre os inscritos e o


tribunal para acolher as opções sem disputa. Validade

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção por


merecimento. Critérios objetivos. Acordo entre magistrados. Regularidade. Direito
subjetivo. Inexistência. – “Quando o edital para movimentação horizontal de magistrados
em concurso de remoção contém mais vagas do que o número de juízes inscritos, de sorte
que todos possam ser atendidos para as vagas que mostrem interesse, sem disputa entre si,
não há impedimento ou ofensa a regras e princípios a que o Tribunal faça ajuste para que
todos sejam atendidos e removidos para os locais previamente escolhidos, mediante
acordo” (CNJ – PCA 200910000009219 – Rel. Designado Rui Stoco – 82ª Sessão – j.
24.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto do Relator Rui Stoco: “Como consta dos documentos acostados nos autos
pelo Tribunal de Justiça, essa Corte reconheceu o acordo realizado pelos juízes (Ofício
404/2009), tendo havido inclusive participação da Corregedoria nesse processo, conforme
verificado nas notas taquigráficas constantes dos autos. Todavia, ao contrário do que
entendeu o relator sorteado, este relator designado e a maioria do Plenário dirigiu-se no
sentido de validar o ajuste. Isto porque havia numero maior de vagas do que candidatos
escritos; todos estavam de acordo e, ademais, cada qual teve a oportunidade de ser
removido para a unidade escolhida, sem disputa o dissensão.Tenha-se em consideração que
a movimentação vertical sob a forma de “remoção” deve sempre atender aos interesses do
Tribunal, ou seja, ao interesse público. Assim, se há de prevalecer o interesse público,
faculta-se à Corte fazer sobrepor esse interesse ao interesse individual de cada candidato,
dispensando a verificação dos títulos, créditos e méritos que ostentam”.

Possibilidade de remoção por reclassificação baseada no interesse público

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Mato Grosso do Sul. Alegação de descumprimento de decisão plenária do CNJ. Remoção.
Reclassificação. Inobservância do critério de antiguidade. Revogação da liminar
concedida. Pedido julgado improcedente. – “Considerando que o CODJ do Estado prevê a
possibilidade de remoção por reclassificação baseada no interesse público, não resta
caracterizada a ilegalidade do ato impugnado” (CNJ – PCA 200810000032766 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Parte do voto da Relatora: “O Plenário deste Conselho Nacional de Justiça decidiu, nos
autos dos Procedimento de Controle Administrativo 35 e 200810000010310, que a
alternância dos critérios de antiguidade e merecimento nas movimentações horizontais na
carreira dos juízes estaduais são compatíveis com os dispositivos constitucionais que
regulam a matéria”.

Preferência à remoção de juízes da mesma comarca em detrimento da


remoção de juízes de comarcas diversas da mesma entrância

Pedido de Providências. Remoção. Pleito de Regulamentação


Nacional. Impugnação de ato normativo de TJMT. Parcialmente procedente. Precedência

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


805

da remoção dentro da mesma comarca. Ofensa à CF/88. Desconstituição. – “Ofende os


preceitos constitucionais a previsão através de Resolução que privilegia a remoção de
juízes da mesma comarca em detrimento da remoção de juízes de comarcas diversas da
mesma entrância. Manutenção das movimentações até aqui realizadas. Necessidade de
garantia de segurança jurídica” (CNJ – PP 200810000029457 – Rel. Cons. Andréa Pachá –
80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Proibição de mais de duas remoções a cada cinco anos

Remoção. Juiz federal substituto. Regimento Interno. Vedação de


mais de duas remoções a cada cinco anos. Possibilidade. – “Nos termos do artigo 2º da
Resolução 32 do Conselho Nacional de Justiça, “Art. 2º. Até que seja editado o Estatuto da
Magistratura previsto no art. 93, caput, da Constituição Federal, os critérios para as
remoções a pedido e permutas de magistrados serão os estabelecidos em leis de
organização judiciária, atos normativos e/ou regimentos internos dos Tribunais, do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal.” Recurso
administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PP 12064 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos
Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Proteção da unidade familiar

Pedido de Providências. Regulamentação da remoção de


magistrados federais de diferentes regiões. Proteção a unidade familiar. Conselho da
Justiça Federal. – “1) Pretensão de que o CNJ regulamente a remoção nacional para o
cargo de Juiz Federal Titular, com fundamento na proteção constitucional à unidade
familiar. 2) Conforme dispõe o art. 2º da Res. 32/2007, deste CNJ, ‘até que seja editado o
Estatuto da Magistratura previsto no art. 93, caput, da Constituição Federal, os critérios
para as remoções a pedido e permutas de magistrados serão os estabelecidos em leis de
organização judiciária, atos normativos e/ou regimentos internos dos Tribunais, do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal’ (art. 2º) 3) A
remoção ou permuta de Juiz Federal ou Juiz Federal Substituto de uma região para outra,
está disciplinada na Res. 01/2008 do CJF. 4) Se a pretensão é de regulamentação do tema,
em face da omissão normativa, no que diz respeito à proteção à unidade familiar, e da
interpretação restritiva adotada pelos Tribunais Regionais Federais, é prudente que se
assegure a prévia manifestação do CJF. Remessa ao Conselho da Justiça Federal” (CNJ –
PP 200810000032997 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j.
03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Publicidade das sessões e motivação das decisões

Procedimento de Controle Administrativo. Atos Administrativos


editados por Tribunal de Justiça. Concurso de remoção de magistrados. Publicidade da
sessão e motivação das decisões (art. 93, X, da CF). – “A teor do art. 93, inciso X, da
Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 45/2004, as
decisões administrativas proferidas pelos tribunais devem ser tomadas em sessão pública,
com a indicação da correspondente motivação. Não observados esses parâmetros nas
movimentações horizontais de magistrados – remoções voluntárias realizadas no âmbito do
Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina – impõe-se a revogação dos correspondentes
atos administrativos editados, os quais devem ser repetidos em conformidade com o
ordenamento jurídico vigente. Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ
– PCA 35 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Remoção a pedido. Ajuda de custo. Cabimento

Pedido de providências. Ajuda de custo ao magistrado a pedido.


Possibilidade. Contrariedade entre posicionamento do CNJ e norma do CSTJ. Hierarquia
administrativa. Necessidade de revisão. Deferimento. – “I) É devida ajuda de custo ao
magistrado removido, ainda que a pedido, pois estas sempre ocorrem no interesse da
Administração (PP 200710000007809 e § 200710000011825). II) Havendo contrariedade
entre o posicionamento do Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Superior da Justiça
do Trabalho, deve prevalecer o entendimento daquele, sob pena de se desrespeitar a
autoridade de duas decisões. Imperativo da hierarquia administrativa que o CNJ detém
sobre todos os demais órgãos da Administração do Poder Judiciário nacional por
interpretação conferida ao art. 103-B, § 4º, da CF/88 pelo Supremo Tribunal Federal (ADI
3367). III) Pedido de providências a que se defere, sugerindo-se revisão de norma do
CSTJ” (CNJ – PP 200810000013231 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 73ª Sessão – j.
04.11.2008 – DJU 21.11.2008).
Precedente o STF: “(...) Não é, como tentei demonstrar, imutável o conteúdo concreto da
forma federativa. As relações de subordinação vigentes na estrutura do Judiciário, dado seu
caráter nacional (...) podem ser ampliadas e desdobradas pelo constituinte reformador,
desde que tal reconfiguração não rompa o núcleo essencial das atribuições do Poder em
favor de outro. E foram redefinidas pela Emenda 45, sem usurpação de atribuições por
outro Poder, nem sacrifício da independência. A redução das autonomias internas,
atribuídas a cada tribunal, não contradiz, sob nenhum aspecto, o sistema de separação e
independência dos Poderes. A Corte cansou-se de proclamar que não são absolutas nem
plenas as autonomias estaduais, circunscritas pela Constituição (art. 25), porque, se o
fossem, seriam soberanias. E o Conselho não tem competência para organizar nem
reorganizar as Justiças estaduais. E é só órgão que ocupa, na estrutura do Poder Judiciário,
posição hierárquica superior à do Conselho da Justiça Federal e do Conselho Superior da
Justiça do Trabalho, no sentido de que tem competência para rever-lhes os atos deste e
daquele. Ora, está nisso o princípio capaz de resolver, em concreto, os conflitos aparentes
de competência. Por outro lado, a competência do Conselho para expedir atos
regulamentares destina-se, por definição mesma de regulamento heterônomo, a fixar
diretrizes para execução dos seus próprios atos, praticados nos limites de seus poderes
constitucionais, como consta, aliás, do art. 103-B, §4º, I, onde se lê: ‘no âmbito de sua
competência’. A mesma coisa é de dizer-se a respeito do poder de iniciativa de propostas
ao Congresso Nacional (art. 103-B, §4º, inc. VII). Como consectário do princípio da
unidade do Judiciário como Poder nacional, o Conselho recebeu ainda competência de
reexame dos atos administrativos dos órgãos judiciais inferiores, ou seja, o poder de
controle interno da constitucionalidade e legitimidade desses atos. Ora, tal competência em
nada conflita com as competências de controle exterior e posterior, atribuídas ao
Legislativo e aos tribunais de contas. E o argumento vale para todos os atos de
autogoverno, cujo poder não é subtraído, mas cujo exercício é submetido a processo de
aperfeiçoamento mediante revisão eventual de órgão superior (...)” (STF – ADIn 3367 –
Rel. Min. Cezar Peluso)

Remoção a pedido. Ajuda de custo devida e limitada a uma única dentro do


período de um ano

Pedido de Providências. Consulta. Ajuda de custo ao magistrado a


pedido. Número máximo de concessão. Possibilidade. Deferimento. – “I) É devida ajuda de
custo ao magistrado removido, pois estas sempre ocorrem no interesse da Administração.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


807

II) A inscrição de magistrado na vaga aberta para ser provida por remoção significa que
está abrindo mão de sua inamovibilidade, o que não transforma essa remoção como sendo
exclusivamente de interesse privado. III) A ajuda de custo é devida nos termos da
legislação, e não pode ser concedida mais de uma ajuda de custo em remoções que
ocorram em prazo inferior a um ano. IV) As ajudas de custo em remoção a pedido, no
âmbito da Justiça do Trabalho, somente são devidas a partir da data dessa decisão, nos
termos da Lei 9.784/99. V) Pedidos de Providências a que se defere, respondendo-se
afirmativamente às consultas” (CNJ – PP 7809 e PP 11825 – Rel. Cons. Jorge Maurique –
53ª Sessão – j. 04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

Remoção a pedido. Alternância entre antiguidade e merecimento.


Admissibilidade apenas quando houver norma interna editada pelo Tribunal

Pedido de Esclarecimentos em Pedido de Providências. Efeito


modificativo. Res. 32/2007 do Conselho Nacional de Justiça. Remoção de magistrado.
Comarca de igual entrância. Alternância e merecimento. Ausência de norma interna. Lei
local privilegiando a antiguidade. – “Enquanto não sobrevier norma interna do Tribunal de
Justiça, prevista na Res. 32/2007 deste Conselho Nacional de Justiça, e havendo lei local
privilegiando a antiguidade, este deve ser o critério único a ser adotado nos pedidos de
remoções de magistrados para Comarca de igual entrância. Pedido de Esclarecimentos em
Pedido de Providências que se conhece e a que se acolhe, com atribuição de efeito
modificativo” (CNJ – PP 200810000004898 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 72ª
Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Remoção a pedido. Resolução regulamentadora do Conselho Superior da


Justiça do Trabalho

Res. 21/2006 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT.


Regulamentação da “remoção a pedido”. Inconstitucionalidade. Improcedência. – “I)
Hipótese em que se questiona a constitucionalidade de resolução, editada pelo Conselho
Superior da Justiça do Trabalho, que regulamenta a remoção a pedido no âmbito da Justiça
Laboral. II) Previsão da prerrogativa de remoção a pedido na Constituição Federal (art. 93,
inciso VIII-A). Norma de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. Ato normativo
infraconstitucional regular, que apenas traça parâmetros para o exercício da prerrogativa
assegurada na Lei Maior. Procedimento de Controle Administrativo improcedente” (CNJ –
PCA 234 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU
10.01.2007).

Remoção compulsória de magistrado na mesma comarca

Procedimento de Controle Administrativo. Processo disciplinar.


TJMG. Afastamento de magistrado. Aplicação da pena de remoção compulsória na
mesma comarca. Período de trânsito. – “I) Não é cabível, na via do Procedimento de
Controle Administrativo, a apreciação dos pedidos de retorno do juiz às suas funções no
juízo do qual foi afastado, e de não execução da pena remoção compulsória aplicada em
processo disciplinar já exaurido. A postulação, tal como formulada, importa revisão, por
via transversa, de processo disciplinar já julgado. II) Conforme reconhece o TJMG, a
vacância na Vara de Execuções Criminais de Contagem apenas será declarada quando
ocorrer o efetivo cumprimento da sanção de remoção do juiz. Não conhecimento dos
pedidos” (CNJ – PCA 10821 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 51ª Sessão –
j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

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808

Remoção compulsória para cargo a ser preenchido pelo critério de


antiguidade

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção. Juiz-auditor


da Justiça Militar da União. Critérios intercalados: merecimento e antiguidade. Processo
Disciplinar. Remoção compulsória. Cumprimento de decisão. Ocupação de cargo
supostamente reservado ao preenchimento pelo critério da antiguidade. – “O interesse
público se sobrepõe ao interesse particular, a justificar a remoção compulsória em cargo a
ser preenchido pelo critério da antiguidade. Coerente ponderação de interesses público e
privado. Supremacia do interesse público foi respeitada pelo Superior Tribunal Militar ao
dar cumprimento à remoção compulsória e ao permitir o retorno, à atividade, de Juíza-
Auditora em disponibilidade. Critério da antiguidade devidamente observado após o
cumprimento da decisão exarada nos autos do Processo Disciplinar 001-3/DF.
Improcedência do Procedimento de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200810000007231 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008).

Remoção de magistrado por merecimento. Votação secreta e sem


fundamentação

Procedimento de Controle Administrativo. Nulidade de ato


administrativo. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Remoção por merecimento.
Voto fechado e não fundamentado. Violação do Art. 93, incisos II, VIII e X, da
Constituição Federal. Prevalência dos princípios da segurança jurídica, do interesse social
e da boa-fé. Preservado o ato administrativo gerado na divergência de interpretação do
texto constitucional. (CNJ – PCA 17 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 10ª Sessão – j.
06.12.2005 – DJU 15.12.2005 – Ementa não oficial).

Remoção na nova Região

Remoção e permuta de Magistrados Federais. Contagem de tempo


anterior em região diversa. – “Para fins de promoção ou remoção na nova Região, é
inviável o cômputo do tempo anterior de magistratura do juiz federal que se desloca de sua
Região, por permuta ou remoção, a pedido, enquanto não editada a lei a que se refere o
parágrafo 1º, do artigo 107 da Constituição da República, ou alterada a diretriz fixada no
art. 7º da Res. 08, de 28 de novembro de 1989. Pedido de Providências conhecido e
julgado improcedente” (CNJ – PP 6131 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Remoção por antigüidade. Existência de representação visando a instauração


de processo disciplinar. Causa não impediente

Pedido de Providências. Processo de remoção de magistrado por


critério de antiguidade. Pedido de suspensão. Alegação de que pende representação para
a instauração de processo administrativo disciplinar. Indeferimento. Ausência de norma
legal. – “Ainda que os fatos apresentados nos autos demonstrem gravidade e tenham
repercutido nos meios de comunicação em âmbito nacional e internacional, culminando no
oferecimento de representação, por parte do Conselho da Magistratura Estadual, perante o
Pleno do Tribunal de Justiça do mesmo Estado, para a instauração de processo
administrativo disciplinar contra magistrada, não há óbice constitucional ou legal que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


809

impeça este órgão de analisar e deferir o pedido de remoção desta magistrada, por critério
de antiguidade. Pedido de Providências de que se conhece e a que se nega provimento”
(CNJ – PP 200810000004898 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Simulação. Ato que afrontam os princípios legais

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção de magistrado


de maneira simulada. Atos de permuta que afrontam os princípios legais. Edição da Res.
11/2006 pelo Tribunal de Justiça do Estado. Solução da questão. Perda de objeto do PCA.
(CNJ – PCA 141 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 22ª Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Únicos candidatos. Juízes Regionais não-vitalícios. Interstício de dois anos

Procedimento de Controle Administrativo. Remoção de


magistrados. Indeferimento por falta de atendimento a requisitos constitucionais. Únicos
candidatos. Juízes regionais não-vitaliciados. Interstício de dois anos de exercício na
entrância e cursos de aperfeiçoamento. Inaplicabilidade. – “I) Não está a Administração
dos Tribunais compelida a deferir pedidos de remoção se os magistrados não atendem os
requisitos constitucionais e regimentais mínimos, exigidos para seu deferimento, a saber: i)
interstício mínimo de dois anos de exercício na respectiva entrância e ii) atendimento ao
número mínimo de aulas nos cursos de aperfeiçoamento oferecidos pela Escola de
Magistrados (art. 93, CF/88). II) Conquanto não haja direito absoluto do magistrado à
remoção, por força dos princípios da confiança e boa-fé objetiva, a solução adotada pelo
Tribunal requerido para solver alguns casos deverá nortear sua conduta futura em situações
análogas. III) Não se aplicam, aos juízes regionais, não-vitaliciados, os requisitos
constitucionais condicionadores da movimentação na carreira por remoção. IV) A
dependência de fatores afetos à conveniência do serviço, na designação das substituições,
bem assim, a incerteza do tempo de permanência nas Varas ou Comarcas do interior do
estado, tornam peculiar a situação dos juízes regionais, os quais nem sempre detêm reais
condições de dedicarem dois anos de exercício na mesma entrância, para efeito de
avaliação de seu desempenho. Tampouco, permite sua especial condição de juízes
regionais o planejamento da carreira e a freqüência a cursos oficiais de aperfeiçoamento
profissional. V) Procedimento de Controle Administrativo a que se defere para compelir o
Tribunal requerido a rever atos administrativos decisórios” (CNJ – PCA 200810000018344
– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

REMOÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO


Ato discricionário do Tribunal no que se refere à conveniência e oportunidade

Procedimento de Controle Administrativo. ASTAJ/PB –


Associação dos técnicos e analistas judiciários do Estado da Paraíba. Tribunal de Justiça
do Estado da Paraíba. Concurso público para provimento de cargos na estrutura do
Poder Judiciário do Estado. Nomeação na Secretaria do Tribunal. Órgão auxiliar de
Segunda Instância. Cargos não previstos no Edital. Remoção. – “A abertura de concurso
de remoção é ato discricionário do Tribunal, cuja avaliação de oportunidade e
conveniência se insere no âmbito de sua autonomia. A Secretaria do Tribunal tem
jurisdição em todo o território estadual e a Lei 8385/2007, que dispõe sobre o Plano de
Cargos, Carreiras e Remunerações dos Servidores do TJ/PB, não fez distinção entre cargos
de primeira e segunda instância. O Edital que regulamentou o concurso abriu as inscrições

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


810

para provimento de cargos do Poder Judiciário do Estado da Paraíba sem distinção de


instância, apenas dividindo o Estado em Regiões. O Tribunal de Justiça está situado na
Comarca de João Pessoa, cidade integrante da 1ª Região e todos os candidatos nomeados e
lotados na Secretaria do Tribunal fizeram opção, no ato da inscrição, para a 1ª Região.
Ausência de irregularidade passível de controle por este Conselho Nacional de Justiça.
Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime” (CNJ – PCA
200910000013636 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU
15.05.2009).

Justiça Eleitoral. Decisão administrativa posterior desconsiderando ato


normativo anterior

Procedimento de Controle Administrativo. Justiça eleitoral.


Servidores. Concurso de remoção. – “Decisão administrativa superveniente e contrastante
de ato normativo anterior proveniente do mesmo órgão judiciário não traduz nenhuma
antijuridicidade, mas novo posicionamento do tribunal. O controle de legalidade exercido
pelo Conselho Nacional de Justiça de que fala a Constituição não assegura ao administrado
a perpetuidade de critérios fixados em regulamento. Qualquer manifestação corretiva do
Conselho Nacional de Justiça invadiria espaço legítimo de autonomia administrativa dos
tribunais, sendo este Conselho, nunca é demais repetir, o zelador constitucional de tal
autonomia. Pedido conhecido e rejeitado” (CNJ – PCA 200810000018745 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Preponderância do interesse público

Pedido de Providências. Auxiliares da Justiça. Remoção.


Preponderância do interesse público sobre os interesses corporativos. – “Na distribuição
do pessoal auxiliar do Poder Judiciário, devem os tribunais tomar em conta,
prioritariamente, as necessidades de todos os órgãos jurisdicionais. O direito à remoção
para a Capital não pode sacrificar o atendimento dos serviços no interior. Cumpre aos
tribunais gerir equilibradamente seus recursos humanos, em especial quando escassos.
Pedido julgado improcedente” (CNJ – PP 200810000031350 – Rel. Designado Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Servidor Público. Critério de desempate para remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Art. 6º, Inciso I, da


Resolução 21883/2004, do TSE. Critério de desempate para remoção de servidor da
Justiça Eleitoral. Tempo de exercício em lotação provisória. Isonomia (art. 5º, caput, da
CF/88). Não-violação. Princípios da continuidade e da eficiência administrativa.
Indeferimento. – “I) Não viola o princípio da isonomia (art. 5º, caput, CF/88) a adoção do
tempo de serviço do servidor lotado provisoriamente no cargo para o qual pretende a
remoção, como critério de desempate entre servidores, previsto no art. 6º, inciso I, da
Resolução 21883/2004 do TSE. II) Incidência dos princípios da continuidade e da
eficiência administrativa. III) Procedimento de Controle Administrativo indeferido” (CNJ
– PCA 135 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 –
DJU 27.09.2007).

Servidor público. Critérios

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo. Critério em Concurso de Remoção de


Servidor. Maior tempo de serviço no Órgão. Inexistência de ofensa a Princípios
Constitucionais. – “I) Procedimento em que se busca a inconstitucionalidade de dispositivo
da Resolução 387/2004 do CJF, que disciplina o instituto da remoção de servidores no
âmbito da Justiça Federal de primeiro grau, bem como do Edital de Remoção 01/2007 do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que torna aberto o concurso de remoção de
servidores do quadro de pessoal da Justiça Federal de primeiro grau daquela região. II)
Dispositivo que priorizou, na hipótese de empate entre pretendentes à remoção para a
mesma localidade e inexistência de ‘vagas’ para remoção em número que atendesse a
todos esses, aqueles servidores com maior vivência no Órgão e Região da Justiça Federal.
III) Não há afronta ao princípio da legalidade quando a própria Lei 11.416, de 2006
permite ao Conselho da Justiça Federal, no âmbito de sua competência, e observada a
uniformidade de critérios e procedimentos com os demais Órgãos do Poder Judiciário da
União, baixar os atos regulamentares necessários à fiel aplicação dos dispositivos do Plano
de Carreira. IV) O direito do servidor do Conselho ou da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus à remoção nacional deve ser exercido ponderando os interesses da
Administração, como é forçoso sempre que confrontados o interesse público e o privado.
V) Hipótese em que os critérios e procedimentos estabelecidos, prévia e indistintamente,
respeitaram aos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade, isonomia e
razoabilidade. VI) Recurso Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 638 –
Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

REMOÇÃO NA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO


Remoção sem concurso público. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais. Remoção sem


concurso público. Nulidade. – “Irregular a remoção de titular de serventia, no ambiente
constitucional atual, ainda que respaldada em lei local, sem a realização do respectivo
concurso. Exigência constitucional de concurso tanto para os provimentos originários
(ingressos) quanto para os provimentos derivados (remoções). Pedido acolhido” (CNJ – PP
200810000009720 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Junior – 83ª Sessão – j.
28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

REMOÇÃO POR PERMUTA


Atividade notarial e de registro. Inadmissibilidade

REMUNERAÇÃO
V. tb.: SUBSÍDIO – TETO REMUNERATÓRIO

RENOVAÇÃO OU REITERAÇÃO DE PRETENSÃO JÁ APRECIADA E


JULGADA PELO CNJ
Inadmissibilidade. Não conhecimento

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. Questões já


decididas em procedimento anterior. Irreversibilidade. – “Não se conhece de pedido
inicial reprodutor de questões já decididas pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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(RICNJ, art. 21). Recurso administrativo conhecido e improvido” (CNJ – PP 8600 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Pedido de Providências. Sindicato de classe. Pretensão de que o


CNJ regulamente os arts. 58 e 63 da LC Estadual 5/2001, fixando-se prazo para o seu
cumprimento. Inadmissibilidade. Preservação da autonomia do Poder Judiciário. – “ Não
se admite à mesma ou outra parte reiteração de tema ou rediscussão de questão já
apreciada e decidida pelo Conselho Nacional de Justiça, sem que haja fundamento novo,
ou alteração da situação fática ou jurídica, com o só propósito de alterar entendimento
anteriormente firmado pelo Colegiado” (CNJ – PP 2009100000011524 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Pretensão dissimulada de revisão. Má-fé caracterizada

“Considerando que é dever das partes agir em conformidade com


os deveres de lealdade processual, nem formular pretensões, cientes de que são destituídas
de fundamento, nos termos dos arts. 14 do CPC e 4º da Lei 9.784/99, considerando-se
inclusive caracterizada a litigância de má-fé, vez que a interposição de recurso com intuito
manifestamente protelatório se insere no preceito do art. 17, inciso VII, do regramento
processual civil, impõe-se aplicação da sanção processual como forma de coibir atitudes
como a presente” (CNJ – PP 1359 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008 – Ementa não oficial).

Questão alusiva ao mesmo concurso. Revisão inadmissível

Serventias extrajudiciais. Oferta em concurso público. Pendências


judiciais e administrativas. Matéria já apreciada pelo CNJ. Impossibilidade de revisão. –
“Não se conhece de pedido já apreciado pelo Conselho Nacional de Justiça em
procedimento anterior alusivo ao mesmo concurso público para ingresso nos serviços
notariais e registrais” (CNJ – PCA 200810000013474 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Reposição salarial para servidores do Poder Judiciário

Reposição salarial dos anos de 2004, 2005 e 2007 para os


servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Lei Estadual 12.177/95. Caso já
julgado pelo Plenário deste CNJ. Não cabimento de novo processo, mesmo que por outra
parte, quando mesmo pedido e causa de pedir já foram julgados em processo iniciado por
iniciativa do Sindicato. (CNJ – PP 1422 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 70ª Sessão – j.
23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

REPERCUSSÃO GERAL
Palavras-chave: RELEVÂNCIA NACIONAL DA QUESTÃO SUBMETIDA AO CNJ

Ato administrativo. Revisão pelo CNJ. Exigência de consolidação definitiva da


situação jurídica e da repercussão geral

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Técnico judiciário executor de mandados. Pleito de remoção por
antiguidade. Indeferimento. Alegada perseguição e violação ao princípio da legalidade.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Direito individual. Não conhecimento. – “I) A apreciação, por parte do Conselho Nacional
de Justiça, da legalidade dos atos administrativos praticados por órgãos ou agentes
públicos pressupõe, por um lado, a consolidação definitiva da situação jurídica decorrente
da atuação questionada e, por outro, a repercussão geral do provimento pugnado. II)
Refoge à competência do CNJ o conhecimento de questões de cunho individual e que não
repercutam de forma geral na sociedade e no âmago do Poder Judiciário pátrio. III)
Insurgências como a presente não ostentam, a princípio, caráter geral passível de
configurar a repercussão do debate no âmbito de outros órgãos do Poder Judiciário,
ensejando, em caso de efetiva atuação desta Corte, indevida investida contra os primados
da autonomia e autogoverno da administração dos Tribunais (art. 103-B, § 4º, I, CF/88).
IV) Recurso administrativo a que se nega provimento para manter a decisão de não-
conhecimento do pedido” (CNJ – PCA 20081000016232 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Ausência. Agentes de Segurança Judiciária. Plano de cargos e salários

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Agentes de segurança judiciária. Plano de cargos e salários do Judiciário.
Leis 9.421/96 e 11.416/06. Portaria Conjunta 03/07. Reenquadramento. Resolução 568/07
do CFJ. Termo de opção. Ausência de repercussão geral. Improvimento. – “I) Inviável o
conhecimento de questões de interesse meramente individual que careçam de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário nacional. Simples aplicação de normas sobre temas
ligados ao Poder Judiciário da União, ou até mesmo especulação, ou mera conjecturas, não
são aptas para caracterizar o interesse geral, mormente quando despidos de qualquer
comprovação. II) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo
conhecido, por tempestivo, mas cujo provimento se nega” (CNJ – PCA 200910000004180
– Rel. Cons. Jorge Maurique – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Concurso de ingresso na atividade notarial e de registro. Pedido de revisão e


anulação de questões da prova

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


Ingresso na Atividade Notarial e de Registro. Pedido de revisão e anulação de questões de
prova objetiva. Interesse individual. – “A jurisprudência majoritária dos Tribunais
Superiores é no sentido de que, somente nos casos de flagrante erro material perceptível de
plano e, excepcionalmente, deve ser declarada nula questão de prova objetiva, sob pena de
invadir-se a competência administrativa da Banca Examinadora. Por outro turno, o simples
fato da Banca Examinadora alterar o gabarito preliminar, após a análise dos recursos dos
candidatos, não caracteriza per se a ilegalidade sustentada pelo requerente, mas adequação
administrativa ao julgamento dos recursos. A substituição ou anulação de questões eivadas
de vícios na correção – ressalte-se, correção esta realizada após análise de todos os
recursos dos candidatos insatisfeitos com o gabarito preliminar – foi fundamentada na
opção de resposta admitida pela Banca, e que resultou no gabarito definitivo. O que se
verifica, in casu, é a insurgência do requerente com a opção adotada pela Banca e que, à
evidência, não autoriza este Conselho a rever as aludidas questões, sobretudo, porque
caracteriza interesse meramente individual, sem repercussão institucional relevante para o
Judiciário nacional” (CNJ – PCA 518 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 11ª
Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Consulta sobre a possibilidade de instalação de serventia em diferente distrito,


dentro da comarca

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo. Pedido de Providências. – “Consulta


sobre a possibilidade de instalação de serventia em diferente distrito dentro de uma mesma
comarca. No momento em que o julgamento deixar de afetar apenas as partes e passa a
atingir uma gama de pessoas fora dele, despertando interesse público, só se pode
considerar a repercussão geral da matéria. Existência de repercussão geral no pedido.
Competência do Conselho Nacional de Justiça. Recurso provido” (CNJ – PP
2008100000012093 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).
Parte do voto vencido do Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior:
“Uma causa é provida de repercussão quando há interesse geral pelo seu desfecho, ou seja,
interesse de parcela significativa do Poder Judiciário, ou ainda interesse público e não
somente dos envolvidos na questão. No momento em que o julgamento daquele recurso
deixar de afetar apenas as partes e passa a atingir uma gama de pessoas fora dele,
despertando interesse público, só se pode considerar a repercussão geral da matéria” (CNJ
– PP 200810000012093 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008 – Ementa não oficial).

Exigência como pressuposto para acionar o CNJ

A atuação do Conselho Nacional de Justiça em questões


individuais pressupõe matéria de interesse geral ou ainda questão relevante para o
aprimoramento do Poder Judiciário. Erro processual não identificado. Recurso a que se
nega provimento. (CNJ – PP 200810000005260 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti –
62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso Administrativo.


Reintegração de servidor aos quadros funcionais do TJRJ. Reconsideração da decisão que
não conheceu do feito. Matéria de interesse meramente individual sem repercussão para o
conjunto do Poder Judiciário. Incompetência do CNJ para atuar em sede revisional em
processos de interesse individual quando não esgotadas as instâncias administrativas na
origem. Decisão mantida. (CNJ – PCA 218 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão – j.
28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Atuação do CNJ.


Ausência de relevância nacional do tema. Anulação de questão de prova. Não
conhecimento do pedido. A atuação constitucional do CNJ objetiva o interesse coletivo do
Poder Judiciário e da sociedade em geral, como órgão gestor de políticas nacionais de
melhoria da prestação jurisdicional. A orientação do Plenário está consolidada no sentido
de que o CNJ não deve tomar conhecimento de matérias sem interesse público relevante e
pertinente às suas competências constitucionais, em substituição a todos os órgãos
administrativos do Poder Judiciário. A anulação de questão de prova de concurso público
não evidencia o interesse público geral adequado à relevante função constitucional do
Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PCA 197 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 7ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Competência para


decisão monocrática. Matéria pendente de decisão judicial. Ausência de relevância
nacional. Não provimento. – “A atuação do Conselho Nacional de Justiça deve ser auto-
limitada às questões que tenham relevância nacional, de acordo com a sua alta função
política de aprimoramento do autogoverno do Judiciário, sob pena de restar inviabilizado o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


815

reclamado papel de órgão formulador de uma indeclinável política judiciária nacional.


Conhece-se do recurso administrativo interposto, em face de sua tempestividade, negando-
lhe provimento, para manutenção do arquivamento liminar do pleito” (CNJ – PCA 465 –
Rel. Cons. Germana Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Não esgotamento das


vias ordinárias recursais administrativas. Questão individual. Ausência de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário Nacional. Não conhecimento. – “Tratando-se de
situação ainda pendente de Recurso Administrativo perante o Tribunal de origem, inviável
o conhecimento da questão. Questão de relevo individual e sem repercussão geral no
âmbito do Poder Judiciário Nacional não se insere nas atribuições do CNJ (art. 103-B, § 4º,
da CF/88). Procedimento de Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 495 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer
repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de
um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,
com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Recurso Administrativo em Pedido de Providências.


Arquivamento. Fornecimento de documento de identificação funcional. Tribunal de
Justiça do Estado do Maranhão. Ausência de repercussão coletiva. – “I) A jurisprudência
do Conselho Nacional de Justiça tem firmado orientação no sentido de que o exercício da
competência de controle administrativo deve contemplar situações que importem
repercussão coletiva para o Poder Judiciário e, em outra dimensão, para toda a sociedade, o
que não se verifica no presente caso. II) O requerente não trouxe ao processo qualquer
prova apta a desacreditar a afirmação de atendimento da pretensão pelo TJ/MA. Recurso a
que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000007449 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Art. 103, RICNJ. Matéria que envolve apenas interesse individual. – “A
atuação constitucional do CNJ visa ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda
sociedade, não pretendendo o texto constitucional transformá-lo em mera instância recursal
para todas as decisões administrativas, de caráter absolutamente individual, proferidas por
todos os órgãos judiciais” (CNJ – PCA 625 – Rel. Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Fundamentos não atacados e suficientes a manter a decisão impugnada.
Improcedência. – “I) Fundamentos da decisão monocrática que não foram suficientemente
atacados não ensejam reforma do decisum. II) Refoge à competência do Conselho
Nacional de Justiça o conhecimento de questões de cunho individual e que não repercutam
de forma geral em nossa sociedade e no próprio âmago do Poder Judiciário Pátrio (art.
103-B, § 4º, da CF/88). III) Recurso Administrativo em Procedimento de Controle

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


816

Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA 10500 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões individuais. Ausência de ilegalidade. Natureza do vínculo dos
cargos comissionados. Improvimento. – “Não é o CNJ o local para discussão de questões
individuais que não afetem o Poder Judiciário como um todo” (CNJ – PP 9867 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Pedido de Providências. Rediscussão de julgado. Impossibilidade.


Modificação de enunciado administrativo. Ausência de razoabilidade. Obtenção de
benefícios de natureza estipendiária. Interesse individual. Ausência de repercussão geral.
Indeferimento. – “Contemplação de situação subjetiva em preceito genérico do Conselho
Nacional de Justiça traduz efeito de cobrança de eventual direito, vedado por não ser o
CNJ instância recursal, nem podendo ser acionado para obtenção de benefícios de natureza
estipendiária ou funcional individual. Precedente. Pedido de Providências a que se
indefere” (CNJ – PP 200810000002660 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Recurso Administrativo em PCA. Requerimento de aposentadoria.


Impugnação de ato administrativo de readaptação. Apuração de responsabilidade.
Percepção dos valores respectivos. Interesse individual. Improvido. – “O Conselho
Nacional de Justiça não se presta à apreciação de questões que envolvam interesse
meramente individual e desprovidas de repercussão geral, sob pena de prejuízo de suas
funções primordiais de planejamento, formulação e fiscalização. Recurso a que se nega
provimento” (CNJ – PCA 200910000012139 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 83ª Sessão – j.
28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Interesse geral e interesse público

Recurso Administrativo. Pedido de Providências. – “Consulta


sobre a possibilidade de instalação de serventia em diferente distrito dentro de uma mesma
comarca. No momento em que o julgamento deixar de afetar apenas as partes e passa a
atingir uma gama de pessoas fora dele, despertando interesse público, só se pode
considerar a repercussão geral da matéria. Existência de repercussão geral no pedido.
Competência do Conselho Nacional de Justiça. Recurso provido” (CNJ – PP
2008100000012093 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).
Parte do voto vencido do Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior:
“Uma causa é provida de repercussão quando há interesse geral pelo seu desfecho, ou seja,
interesse de parcela significativa do Poder Judiciário, ou ainda interesse público e não
somente dos envolvidos na questão. No momento em que o julgamento daquele recurso
deixar de afetar apenas as partes e passa a atingir uma gama de pessoas fora dele,
despertando interesse público, só se pode considerar a repercussão geral da matéria” (CNJ
– PP 200810000012093 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j.
09.09.2008 – DJU 26.09.2008 – Ementa não oficial).

Pressuposto para o exercício do controle dos atos administrativos pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação de decisão


proferida pelo Conselho de Administração do TRF/1ª Região. Requisitos para

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


817

denominação de edifício da Justiça Federal. Questão não-consolidada e desprovida de


repercussão geral. Ato administrativo discricionário. Controle incabível. – “A apreciação,
pelo Conselho Nacional de Justiça, da legalidade de atos administrativos praticados por
órgãos ou agentes públicos pressupõe, por um lado, a repercussão geral do provimento
pugnado e, por outro, a consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da atuação
questionada” (CNJ – PCA 200810000006846 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pretensão de candidato visando suspender concurso para que as questões


impugnadas sejam analisadas

“Não há repercussão geral em pedido individual de candidato que


pleiteia a completa suspensão do concurso para que seu pedido de impugnação de questões
da prova de seleção seja analisado. Recurso de que se conhece e a que se nega provimento”
(CNJ – PCA 200810000032262 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 77ª
Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Serventia extrajudicial. Extinção da delegação. Pretensão de controle da


legalidade do ato pelo CNJ. Direito individual e sem repercussão geral. Não
conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Extinção de delegação. Controle de Legalidade de Ato de Substituição. Direito de cunho
individual. Falta de repercussão geral da matéria no âmbito do Poder Judiciário. – “I) A
apreciação, por parte do Conselho Nacional de Justiça, da legalidade dos atos
administrativos praticados por órgãos ou agentes públicos pressupõe, por um lado, a
consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da atuação questionada e, por outro,
a repercussão geral do provimento pugnado. II) Jungido este Conselho à condição de
instância de controle dos atos administrativos e financeiros emanados dos órgãos
judicantes, não pode se sobrepor ao Tribunal ou aos órgãos jurisdicionais no exercício de
funções gerenciais e fiscalizatórias de nomeações de substitutos em serventias
extrajudiciais. III) Insurgências como a presente não ostentam, a princípio, caráter geral
passível de configurar a repercussão do debate no âmbito de outros órgãos do Poder
Judiciário, ensejando, em caso de efetiva atuação desta Corte, indevida investida contra os
primados da autonomia e autogoverno dos Tribunais (art. 103-B, § 4º e inciso I, da CF/88).
IV) Natureza individual do direito objeto da tutela pretendida. V) Procedimento de
Controle Administrativo não-conhecido. Prejudicado o pedido liminar” (CNJ – PCA
200810000017911 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

REPOSIÇÃO SALARIAL PARA SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO


Reiteração de pretensão já julgada pelo CNJ

Reposição salarial dos anos de 2004, 2005 e 2007 para os


servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Lei Estadual 12.177/95. Caso já
julgado pelo Plenário deste CNJ. Não cabimento de novo processo, mesmo que por outra
parte, quando mesmo pedido e causa de pedir já foram julgados em processo iniciado por
iniciativa do Sindicato. (CNJ – PP 1422 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 70ª Sessão – j.
23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


818

REPREENSÃO
Vide: ADVERTÊNCIA

REPRESENTAÇÃO
Vide: VERBA DE REPRESENTAÇÃO

REPRESENTAÇÃO CONTRA MAGISTRADO


Alegação de ofensa à moralidade pública

Representação contra ato praticado por Juiz Federal, reputado


atentatório à moralidade pública e causador de lesão ao patrimônio da União.
Representação contra ato funcional pretensamente praticado com desvio de finalidade,
consistente na confecção e distribuição de cartilha, informando a sociedade sobre a
expansão física de Sessão Judiciária, bem como da ampliação e aperfeiçoamento dos
serviços prestados, ante a possível promoção pessoal do requerido. – “As informações
trazidas aos autos não indicam violação do princípio da moralidade, visto que não exsurge
prova contundente de que o juiz tenha agido em desconformidade com o exercício regular
de seu ofício jurisdicional” (CNJ – PCA 106 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Alegação de sigilo. Direito do autor da representação de saber as razões do


desacolhimento

Pedidos de Providências. Negativa de fornecimento das


informações prestadas pelos magistrados representados não amparada pela legislação
vigente. Princípio constitucional da publicidade na Administração. Emenda
Constitucional n.º 45/2004. Eventual sigilo das decisões administrativas do Tribunal
restou extinto. Ressalva do sigilo imprescindível á segurança da sociedade e do Estado.
(art. 5, XXXIII, da CF. 37 da CF). “O representante, em procedimento administrativo, tem
o direito de saber as razões que fundamentaram o desacolhimento de sua representação, até
mesmo para que apresente eventual recurso à instância administrativa superior, com base
na parte final do inciso X, do art. 93 da CF/1988. Pedido de Providências deferido” (CNJ –
PP 27 – Rel. Cons. Germana Moraes – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005 –
Ementa não oficial).

REPRESENTAÇÃO DE GABINETE
Gratificação pelo exercício dos cargos de Presidente, Vice-Presidente e
Corregedor-Geral da Justiça dos Tribunais

“Afirma-se, assim, a imperativa necessidade de edição de ato de


natureza legislativa a legitimar a instituição de gratificações nos Tribunais. Registro, por
oportuno, que a gratificação instituída no art. 3º da Res. 001/91 – participação no Conselho
da Magistratura – além do vício apontado, afronta o art. 4º, II, ‘b’, da Res. 13 deste
Conselho, que vedou a percepção dessa gratificação, além do subsídio” (CNJ – PCA 487 –
Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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“Assim, no mérito, voto pela manutenção da liminar para que, no


Estado do Maranhão, se mantenha a sustação do pagamento das verbas 313 (no que
exceder o teto remuneratório de R$ 24.500,00), 250 (no que exceder o teto de R$
24.500,00 ou for paga a quem não estiver no exercício da função de Presidente, Vice-
Presidente e Corregedor, já que é verba transitória e não integra a remuneração), 247 (no
que exceder o teto de R$ 24.500,00) 309 e 439 (na totalidade, até que o cálculo,
considerado irregular seja refeito conforme determinado na liminar)” (CNJ – PCA 439 –
Rel. Cons. Ruth Carvalho – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Gratificação. Representação de gabinete incorporada (R$


1.035,84). Adicional sobre gratificação. Representação incorporada (R$ 569,71). –
“Somente farão jus às referidas verbas os magistrados que estiverem exercendo os cargos
de direção previstos na LOMAN (Presidente, Vice-Presidente e Corregedor), durante o
exercício do cargo e até o limite do teto constitucional consistente nos subsídios dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, sendo, pois, ilegal a incorporação das referidas
verbas, cujos cortes deverão ser definidos a partir da concessão da medida liminar” (CNJ –
PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 –
DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. TJRN. Instauração de


ofício pelo Plenário do CNJ. Apuração de subsídios pagos em valores superiores ao teto.
Responsabilidade do Presidente do Tribunal de Justiça. Diferença entre os subsídios dos
magistrados dos Estados e Federais. Inadmissível. Decisão liminar do STF (ADI 3854).
Determinação de corte de subsídios superiores ao teto. (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007).

REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO (ART. 80 DO RICNJ)


V. tb.: EXCESSO DE PRAZO

Acúmulo de serviço não imputável ao julgador. Descaracterização

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Acúmulo de Serviço. Promoção de mecanismos de celeridade pelo órgão judiciário.
Excesso de prazo descaracterizado. Arquivamento mantido. – “I) Considera-se justificado
o excesso de prazo quando o acúmulo de serviço constitui empecilho ao normal andamento
da causa não imputável ao magistrado II) A busca de medidas adequadas, tais como
criação de turmas especializadas e prioridade ao julgamento de causas mais antigas, são
meios que garantem a celeridade processual e asseguram a aplicação das garantias
constitucionais expressas no art. 5º da Carta Magna” (CNJ – REP 284 – Rel. Min. Antônio
de Pádua Ribeiro – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Arquivamento mantido. – “O acúmulo de serviço não imputável ao magistrado e o regular
andamento da causa não revelam excesso de prazo injustificado. Subsistentes os
fundamento da decisão recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP
2008018484 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 –
DJU 24.10.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Arquivamento sumário mantido. – “O acúmulo de serviço não imputável ao julgador e o
regular andamento da causa não revelam excesso de prazo injustificado. Hipótese em que a
jurisdição buscada pelo requerente veio a ser prestada, ficando de qualquer modo superada
a representação por excesso de prazo. Subsistentes os fundamentos da decisão recorrida,
nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 189 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Recurso Administrativo em representação por excesso de prazo.


Suposta morosidade no processamento de Agravo de Instrumento. Alegada falta funcional.
Pedido de apuração e aplicação de pena disciplinar. Intelecção do artigo 35, II, da Lei
Complementar 35/79. Presença do fator justificativo. – “I) Os prazos estatuídos pelo artigo
189, I e II, do Código de Processo Civil, devem ser lidos à luz do disposto no artigo 35, II,
da Lei Orgânica da Magistratura Nacional e da dimensão da demanda de processos
alocados nos escaninhos e prateleiras dos prédios judiciais em face dos recursos humanos e
materiais disponíveis. II) Uma vez presente motivo justificador da demora no trâmite, não
se configura hipótese de aplicação de sanção, por inexistir descumprimento de dever
funcional. III) A responsabilidade, in casu

, pela paralisação do trâmite processual e conseqüente demora no


julgamento do recurso de Agravo de Instrumento/ Teresina 02.001587-9 decorreu da
vontade livre do requerente. IV) Procedimento de Controle Administrativo a que se julga
improcedente” (CNJ – REP 832 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 70ª Sessão
– j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

Demora de mais de três anos para determinar a citação inicial

Representação por Excesso de Prazo. Tramitação de Ação


Popular. Retardamento injustificado. Processo Administrativo Disciplinar. Instauração. –
“I) A circunstância de ter decorrido espaço de tempo superior a 3 (três) anos e 4 (quatro)
meses entre a data da conclusão dos autos da ação popular ao juiz da causa e a
determinação para cumprimento do despacho de citação denota, prima facie, retardamento
injustificado na tramitação do feito, conduta que atrai a aplicação do art. 35, inciso II da
LOMAN). O fato de o representado responder por outras comarcas e ter tido boa avaliação
no “Índice de Produtividade dos Magistrados no Estado de Alagoas” não justifica o
excesso de prazo observado para a citação dos réus na ação popular. III) Representação por
Excesso de Prazo procedente” (CNJ – REP 650 – Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio
de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

Excesso de prazo não imputável ao magistrado

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Improcedência. – “O excesso de prazo não imputável ao magistrado representado acarreta
a improcedência da representação. Hipótese em que a jurisdição buscada pelo requerente
veio a ser prestada, ficando de qualquer modo superada a pretensão. Subsistentes os
fundamentos da decisão recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 575 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU
26.11.2007).

Fato ocorrido há mais de vinte anos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


821

Recurso Administrativo na Representação por Excesso de Prazo. –


“Insurgência quanto à decisão monocrática proferida. Provimento do recurso. Não
ocorrência de prescrição, apesar de o fato ter ocorrido há mais de vinte anos, uma vez que
no crime de falso, constatado por perícia, a prescrição só tem início com o conhecimento
daquele. Processo que tramitou na segunda instância da Justiça Militar do Estado de São
Paulo por período que não se mostra razoável. Excesso de prazo evidente. Necessidade de
instauração de sindicância para apurar eventual falta funcional decorrente do excesso
constatado. Necessidade de instauração de Inquérito Policial Militar para apurar o crime
apontado. Possibilidade di Conselho Nacional de Justiça determinar, desde logo, a
instauração de Inquérito Policial para apurar crime de que teve conhecimento” (CNJ – REP
200820000004270 – Rel. Designado Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 71ª Sessão – j.
07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Inadmissibilidade de exame de matéria de natureza judicial

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Arquivamento mantido. – “Como sabido, a atuação deste Conselho Nacional de Justiça está
adstrita ao controle da atividade funcional dos membros e demais órgãos integrantes do
Poder Judiciário. Portanto, a Representação por Excesso de Prazo não se presta a examinar
matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios próprios. Recurso não provido”
(CNJ – REP 5199 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Inadmissibilidade de exame de matéria de natureza judicial


Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.
Pedido de cunho eminentemente judicial. Inovação em recurso. Impossibilidade.
Arquivamento sumário mantido. Recurso não provido. – “I) Ao Conselho Nacional de
Justiça compete precipuamente o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, conforme art. 103-B, § 4º
da Constituição Federal de 1988. II) No tocante à irresignação contra matéria
eminentemente judicial deve a parte valer-se dos meios recursais próprios. III) Não é
cabível a inovação de questões em Recurso Administrativo. IV) Recurso não provido”
(CNJ – REP 2008023900 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Incompetência do CNJ para controlar a atuação do STF

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Representação por excesso de prazo. Incompetência funcional do
Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do Supremo Tribunal Federal. –
“O móbile constitucional, na definição das atribuições dos diversos órgãos políticos, é
montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A conclusão que se extrai da
arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de Justiça é de que ele ocupa
posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder Judiciário , exercendo o controle
administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e serventuários. Todavia, dentro da
idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-se ao Supremo tribunal Federal a
tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho Nacional de Justiça. Não faria
sentido que houvesse a constituição federal programado a competência revisora dos atos do
CNJ pelo STF e ficassem os atos deste tribunal sujeitos ao CNJ, criando um ciclo vicioso.
Precedente do STF (ADI 3367, Peluso)” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto
de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


822

Interposição por advogado. Necessidade de instrumento de procuração com


poderes especiais

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Interposição por


advogado. Exigência de procuração com poderes específicos. Regulamento Geral da
Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Arquivamento sumário mantido. – “I.
‘Para a formulação de Reclamação Disciplinar e de representação por excesso de prazo,
por intermédio de procurador, é indispensável a juntada de cópia da procuração com
poderes especiais para esse fim’ (art. 14, § 1º, do Regulamento Geral da Corregedoria). II.
Recurso conhecido e não provido” (CNJ – RD 361 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Justiça Eleitoral. Impugnação de mandato eletivo. Necessária observância ao


princípio da celeridade

Representação por Excesso de Prazo. Ação De Impugnação De


Mandato Eletivo. Processo Eleitoral. Princípio da celeridade. Duração excessiva do
processo. Adoção de providências necessárias ao seu julgamento. Ação De Impugnação
De Mandato Eletivo, ajuizada em dezembro de 2002 há de ser julgada com prioridade, de
sorte a se resguardar a utilidade de eventual sentença que afirme sua procedência. – “A
circunstância de terem sido reunidas, por conexão, ações outras, com o natural incremento
das diligências instrutórias, não justifica o retardamento verificado, máxime quando se
atenta para o fato de que o mandato impugnado encerra-se em 2006. As características do
processo eleitoral, especialmente o prazo certo do mandato, exigem a adoção de
procedimento célere. Precedente do TSE. Representação por Excesso de Prazo procedente”
(CNJ – REP 128 – Rel. Cons. Ministro Antonio de Pádua Ribeiro – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Meio inidôneo para questionar decisão judicial

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) A representação por excesso de prazo não é
meio idôneo para questionamento do mérito de decisão judicial, cuja impugnação deve se
dar através dos recursos previstos na lei processual. II) Não caracteriza falta disciplinar
demora ocorrida na tramitação do feito e decorrente de estrita observância da cláusula do
devido processo legal, a qual impõe, para fins de reforma da decisão proferida no primeiro
grau de jurisdição, a prática dos atos e observância dos prazos indisponíveis ao seu
reexame pelo órgão ad quem. III) Arquivamento que encontra previsão no art. 31, inciso I,
do RICNJ. IV) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 181 – Rel. Cons.
Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU
27.04.2007).

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos Judiciais. Arquivamento Mantido. – “I) O exame de matéria de cunho jurisdicional
escapa à apreciação deste Conselho Nacional de Justiça, devendo o inconformismo ser
atacado por meio dos recursos próprios na via judicial (CF art. 103-B, parágrafo 4º). II)
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REP 428 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de
Pádua Ribeiro – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


823

Representação por Excesso de Prazo. Matéria jurisdicional.


Recurso administrativo. Ausência de ataque específico aos fundamentos da decisão
agravada. Decisão mantida por seus próprios fundamentos. Recursos a que se nega
provimento. (CNJ – REP 587 – Rel. Cons. Corregedor Antônio de Pádua Ribeiro – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007).

Morosidade na tramitação do processo

“Para se entender configurada morosidade no tramitar de qualquer


processo faz-se necessário, à luz do princípio da razoabilidade, aferir o volume de trabalho
a que está submetido o magistrado, a sua produtividade, as condições cartorárias
(equipamentos e pessoal), a complexidade da causa e a indispensabilidade do atendimento
à legislação processual” (CNJ – REP 200710000001832 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Ementa não oficial).

Pretensão de controle do STF pelo CNJ. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Incompetência funcional do Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do
Supremo Tribunal Federal. – “O móbile constitucional, na definição das atribuições dos
diversos órgãos políticos, é montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A
conclusão que se extrai da arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de
Justiça é de que ele ocupa posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder
Judiciário, exercendo o controle administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e
serventuários. Todavia, dentro da idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-
se ao Supremo Tribunal Federal a tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho
Nacional de Justiça. Não faria sentido que houvesse a Constituição Federal programado a
competência revisora dos atos do CNJ pelo STF e ficassem os atos deste Tribunal sujeitos
ao CNJ, criando um ciclo vicioso. Precedente do STF (ADI 3367, Peluso). Recurso
conhecido e improvido” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Pretensão de exame de matéria judicial

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Exame de matéria judicial. Arquivamento mantido. – “Como sabido, a atuação deste
Conselho Nacional de Justiça está adstrita ao controle da atividade funcional dos membros
e demais órgãos integrantes do Poder Judiciário. Portanto, a representação por excesso de
prazo não se presta a examinar matéria judicial, cuja impugnação há de se dar pelos meios
próprios. Recurso não provido” (CNJ – REP 4171 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar
Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Processo judicial já decidido. Perda do objeto da representação

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Atos judiciais. Perda do objeto. Arquivamento mantido. – “Perde o objeto a Representação
por Excesso de Prazo referente à demanda já julgada. Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – REP 900 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


824

Representação por excesso de prazo. Processo judicial objeto da reclamação já


decidido

Recurso Administrativo. Representação por excesso de prazo.


Arquivamento sumário mantido. – “Perde o objeto a representação por excesso de prazo
que versa sobre questão efetivamente decidida. Subsistentes os fundamentos da decisão
recorrida, nega-se provimento ao recurso” (CNJ – REP 548 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL
Exigência de representação da pessoa jurídica para postular perante o CNJ

Pedido de Providências. Ausência de comprovação da


representação da entidade postulante. – “Não pode ser admitido o pedido quando não
comprovada a representação da parte postulante” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons.Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

REPRESENTANTE
Vide: ADVOGADO

REQUERENTE
V. tb.: AUTOR

Ausência de qualificação do requerente em procedimento perante o CNJ

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

REQUERENTE PERANTE O CNJ


Ausência de comprovação da qualificação ou de documentos de identificação

Pedido de Providências. Alegação de omissão do Tribunal de


Justiça que não realizou sufrágio para eleição de juiz de paz. Requerente que não reside
no Estado, não consta como eleitor no Cadastro Nacional e não se identificou nos autos,
declinando apenas o nome e endereço. Pedido não conhecido. – “Nos termos do art. 109,
parágrafo único do Regimento Interno do CNJ, não preenche os pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do procedimento o requerente que não se qualifica
adequadamente e não apresenta informações e documentação suficiente que comprove,
induvidosamente, sua identidade” (CNJ – PP 4328 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


825

REQUERIMENTO
V. tb.: PETIÇÃO INICIAL

Oferecimento no âmbito do CNJ

“A pertinência para oferecer requerimentos no âmbito do CNJ não


deve merecer o mesmo tratamento rigoroso dedicado aos processos judiciais porque os atos
sob controle deste Conselho, órgão administrativo que é, podem ser reexaminados até de
ofício. Sendo graves as denúncias veiculadas no requerimento inicial, rechaço esta última
preliminar” (CNJ – PCA 3932 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão
– j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008 – Ementa não oficial).

REQUISIÇÃO E CESSÃO DE SERVIDORES NO ÂMBITO DO CONSELHO


NACIONAL DE JUSTIÇA
Regulamentação
Vide: Res. CNJ 58, de 10.07.2008 e Portaria CNJ 310, de 14.07.2008.

REQUISIÇÃO DE SERVIDORES PARA A JUSTIÇA ELEITORAL


Competência do TSE para apreciar a matéria

Procedimento de Controle Administrativo. Requisição de


servidores para a Justiça Eleitoral. TRE/GO. Prazo de requisição vencido e renovado.
Competência do TSE para apreciação da matéria. (CNJ – PCA 169 – Rel. Cláudio Godoy –
29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

REQUISIÇÃO DE SERVIDORES PELO JUDICIÁRIO


V. Tb.: CESSÃO DE SERVIDORES DO EXECUTIVO AO PODER JUDICIÁRIO

Cessão por convênio entre o Tribunal e o Município. Possibilidade

“Em se tratando de Convênio celebrado entre Tribunal e


Município, para fins de agilizar execuções fiscais de interesse da Fazenda local por meio
de cessão de servidores do Poder Executivo ao Poder Judiciário para ocupar funções de
Oficial de Justiça ad hoc, não há falar em ilegalidade quando o instrumento for por prazo
determinado, o meirinho for agente público investido por lei nos quadros do Estado e
houver devido acompanhamento e fiscalização da Corregedoria-Geral da Justiça de
origem. Exegese combinada dos precedentes do Supremo Tribunal Federal sobre casos
análogos (RE 78593-SP e ADI 1141-GO). Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ
– PCA 200810000025890 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Requisição de servidores junto a outros Poderes

“Embora a presença de serventuários do Poder Executivo


municipal nas Comarcas do Poder Judiciário não corresponda ao modelo de gestão ideal,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


826

nota-se relativa tolerância do ordenamento jurídico quanto ao aproveitamento do potencial


de recursos humanos disponíveis no setor público em caso de excepcional necessidade, a
bem do interesse público” (CNJ – PP 200810000010291 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

“Em se tratando de Convênio celebrado entre Tribunal e


Município, para fins de agilizar execuções fiscais de interesse da Fazenda local por meio
de cessão de servidores do Poder Executivo ao Poder Judiciário para ocupar funções de
Oficial de Justiça ad hoc, não há falar em ilegalidade quando o instrumento for por prazo
determinado, o meirinho for agente público investido por lei nos quadros do Estado e
houver devido acompanhamento e fiscalização da Corregedoria-Geral da Justiça de
origem. Exegese combinada dos precedentes do Supremo Tribunal Federal sobre casos
análogos (RE 78593-SP e ADI 1141-GO). Recurso Administrativo no Procedimento de
Controle Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ
– PCA 200810000025890 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

RESERVA DE VAGAS EM CONCURSO PÚBLICO PARA DEFICIENTES


FÍSICOS
Vide: DEFICIENTE FÍSICO
V. tb.: ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE 29.01.2009

RESERVA DE VAGAS PARA DEFICIENTE FÍSICOS EM CONCURSO PÚBLICO


Vide: DEFICIENTE FÍSICO
V. tb.: ENUNCIADO ADMINISTRATIVO CNJ 12, DE 29.01.2009

RESIDÊNCIA DE MAGISTRADOS
Regulamentação

Pedido de Providências. Consulta. Resolução CNJ 37/07. Matéria


regulamentada pelo TJAP e posteriormente julgada inconstitucional pelo STF. Declaração
de inconstitucionalidade por vício formal. Ausência de apreciação do mérito na ADIN.
Ausência de incompatibilidade entre a decisão judicial e a Resolução do CNJ. (CNJ – PP
9685 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Residência fora da comarca

Procedimento de Controle Administrativo. Autorização de


residência fora da Comarca. Decisão administrativa não motivada. Nulidade reconhecida.
– “De acordo com o ordenamento constitucional vigente, somente no caso de autorização
administrativa do tribunal respectivo, é que o juiz titular poderá residir em local diverso do
da comarca em que exerce o oficio jurisdicional. O inciso X do art. 93 da Carta Magna de
1988 exige que as decisões administrativas sejam motivadas, não bastando a simples
referência a texto legal para indeferir pleito administrativo, havendo necessidade de
fundamentação quanto aos argumentos levantados pelo requerente, uma vez que a
motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o
agente à manifestação da vontade. Reconhece-se a nulidade da decisão administrativa do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


827

TJMG, por ausência de fundamentação, determinando que a douta Corte Superior


requerida prolate nova decisão, observando o inciso X do art. 93 da Carta Magna de 1988,
apreciando motivadamente os argumentos elencados pelo requerente no seu pleito
administrativo. Recomendação aos Tribunais” (CNJ – PCA 152 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

RESOLUÇÃO
Vide: REGIMENTO INTERNO

RESOLUÇÃO EDITADA POR TRIBUNAL


Revogação pleiteada no CNJ. Possibilidade de reexame pelo próprio órgão que
a editou

Recurso Administrativo. Revogação de Resolução editada pelo


Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Súmula 473/STF. – “Não se justifica a
intervenção do Conselho Nacional de Justiça quando há possibilidade de reexame do ato
administrativo pelo próprio órgão que o editou (STF, súmula 473)” (CNJ – PCA 11217 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

RESOLUÇÃO 6, DE 13.09.2005
Promoção de juiz de direito. Participação de Desembargador parente do
promovido

Pedido de Providências. Desconstituição de ato administrativo.


Promoção de Juiz por merecimento. Sessão com participação e voto de Desembargador
com grau de parentesco do Juiz promovido. Nulidade do ato. Aplicação da resolução n° 6,
de 13.09.2005, do CNJ. (CNJ – PP 300 – Rel. Cons. Marcus Faver – 39ª Sessão – j.
24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

RESOLUÇÃO 11, DE 31.01.2006


Auditor Fiscal da Receita Federal. Nepotismo. Enquadramento no art. 2o da
Res. 11/2006

“O cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, resultante


da unificação dos cargos de Auditor Fiscal da Previdência Social e Auditor Fiscal da
Receita Federal (Lei 11.457/2007), claramente pode ser enquadrado no art. 2º da Res.
11/2006 do CNJ” (CNJ – PP 1438 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j.
12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Revisão. Alteração do art. 5º

Resolução CNJ 11/2006. Revisão. Adequação á Nova


Jurisprudência Do STF. – “Faz-se necessária a revisão de resolução do CNJ que, por
posicionamento jurisprudencial superveniente do STF, se afaste da melhor exegese do
texto constitucional. Alteração do art. 5º da Resolução CNJ 11/2006 para que a exigência
da prova dos requisitos de habilitação ao cargo da magistratura se faça no momento da
inscrição preliminar do candidato. Procedimento de controle administrativo liminarmente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


828

rejeitado” (CNJ – PCA 200710000006295 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

RESOLUÇÃO 13, DE 21.03.2006


Teto de vencimentos. Magistrado que recebe vencimentos e pensão por morte,
cumulativamente

Pedido de Providências. Resolução 13 e 14 do CNJ. Alcance dos


limites do teto remuneratório a membro da magistratura que percebe, cumulativamente
com vencimentos, pensão “post mortem”. Fundamentos distintos e autônomos. Questões
de caráter individual não conhecidas. Conhecimento parcial do pedido. – “Tratando-se de
magistrada que percebe pensão de cônjuge falecido também magistrado, não incide o
limite estabelecido, nos arts. 6º da resolução 13/CNJ, e 2º, alínea ‘k’, da resolução 14/CNJ,
referentes ao teto remuneratório” (CNJ – PP 808 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

RESOLUÇÃO 14, DE 21.03.2006


Teto de vencimentos. Magistrado que recebe vencimentos e pensão por morte,
cumulativamente

Pedido de Providências. Resolução 13 e 14 do CNJ. Alcance dos


limites do teto remuneratório a membro da magistratura que percebe, cumulativamente
com vencimentos, pensão post mortem. Fundamentos distintos e autônomos. Questões de
caráter individual não conhecidas. Conhecimento parcial do pedido. – “Tratando-se de
magistrada que percebe pensão de cônjuge falecido também magistrado, não incide o
limite estabelecido, nos arts. 6º da resolução 13/CNJ, e 2º, alínea ‘k’, da resolução 14/CNJ,
referentes ao teto remuneratório” (CNJ – PP 808 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

RESOLUÇÃO 35, DE 24.04.2007


Prazo de validade do instrumento de procuração

Resolução 35/2007 do CNJ. Sugestão de Alteração Acolhida. –


“Acolhe-se a sugestão de ampliar de 30 para 90 dias o prazo de validade do instrumento
público de que trata o art. 36 da Resolução 35/2007 editada por este CNJ, quando
proveniente de estrangeiro residente no exterior, tendo em vista a burocracia exigida pelo
Consulado para emissão da procuração” (CNJ – PP 200710000006945 – Rel. Cons. Gelson
de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

RESOLUÇÕES EM GERAL
Procedimento de Controle Administrativo. Via inadequada para impugnar
resolução editada por tribunal

Constitucional. Administrativo. Resolução do TST. Enquadramento


de servidores. ADCT art. 19. Procedimento de Controle Administrativo. Impropriedade da
via eleita. Recurso. Não provido. Ausência de novos argumentos. – “I) O Procedimento de
Controle Administrativo não é via processual adequada para impugnar Resolução do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


829

Tribunal Superior do Trabalho, acoimado de negar cumprimento à decisão do Excelso


Pretório em sede de mandado de segurança. II) Impropriedade absoluta da via eleita,
cabível reclamação, se não preclusa. III) À míngua de novos fundamentos que demonstrem
o desacerto da decisão, não merece prosperar o presente recurso. IV) Recurso não provido”
(CNJ – PCA 84 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

RESTITUIÇÃO DE VALORES
Valores recebidos da Administração Pública de boa-fé. Impossibilidade de
devolução

“Aqui, em princípio, vale distinguir os casos de mero erro da


Administração Pública dos casos de alteração de seu entendimento sobre certa questão. No
caso de equívoco da administração, outra não poderá ser a solução que não a devolução
pelo servidor das parcelas indevidamente pagas. Mas há outro tipo de situação, esta
bastante comum, quando com base em interpretação jurídica razoável é realizado
determinado pagamento e tal entendimento acaba por não prevalecer em instâncias
administrativas superiores ou em instâncias judiciais. Neste caso nos parece que o melhor
desfecho será o reconhecimento do recebimento de boa-fé – posto que calcado em
entendimento jurídico razoável – e, em razão disto, prevalece a desnecessidade da
devolução de parcelas pagas. Nesse mesmo sentido, preleciona o preclaro Juiz Federal
Edílson Nobre Júnior, em sua tese de doutorado: ‘Há hipóteses em que o pagamento
indevido é concretizado em decorrência de erro imputável à Administração, com base em
interpretação jurídica que, não obstante razoável, não vem a prevalecer nas instâncias
finais do Judiciário. Nestes casos, não é de ser desconsiderada a boa-fé do destinatário, a
demarcar temporalmente a eficácia da ação retificadora da Administração sobre os
vencimentos ou proventos do servidor’. Este é o entendimento majoritário dos Tribunais
Superiores, senão vejamos: ‘Administrativo. Agravo Regimental. Pagamento indevido
efetuado pela Administração e recebido de boa-fé pelo servidor. Restituição dos valores.
Inviabilidade. Nova orientação deste Corte. Firmou-se o entendimento, a partir do
julgamento do REsp. 488.905/RS, por esta Quinta Turma, no sentido da inviabilidade de
restituição dos valores erroneamente pagos pela Administração – em virtude de desacerto
na interpretação ou má aplicação da lei – quando verificada a boa-fé dos servidores
beneficiados. Precedentes. Agravo Regimental desprovido. (STJ – Rel. Min. Felix Fisher –
Órgão Julgador: Quinta Turma. DJ: 21.11.2006. Data da Publicação/Fonte: DJ 05.02.2007
p. 343)’. É certo que a Administração pode a qualquer momento rever o seu ato desprovido
de amparo legal, no entanto, a prerrogativa não deve implicar na penalização do
Magistrado, ou ex-Magistrado in casu, pelo recebimento de valor até então considerado
lícito pela própria administração. Também o Tribunal de Contas da União, em casos
similares a dos presentes autos, sumulou a matéria no seguinte sentido: ‘Súmula 106 – O
julgamento, pela legalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não
implica por si só a obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa fé,
até a data do conhecimento da decisão pelo órgão competente’. Conclusivamente, Senhora
Presidente, concluo votando pela procedência parcial do pleito formulado nos autos do
Procedimento de Controle Administrativo 546 (PCA 546), para o fim de invalidar, em
parte, a decisão proferida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, afastando a
obrigatoriedade da devolução do valor recebido a título de indenização de férias não
gozadas pelo requerente” (CNJ – PCA 546 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


830

RETARDAMENTO NO PROCESSAMENTO DE AÇÃO JUDICIAL


Excesso de prazo injustificado

Representação por Excesso de Prazo. Tramitação de Ação


Popular. Retardamento injustificado. Processo Administrativo Disciplinar. Instauração. –
“I) A circunstância de ter decorrido espaço de tempo superior a 3 (três) anos e 4 (quatro)
meses entre a data da conclusão dos autos da ação popular ao juiz da causa e a
determinação para cumprimento do despacho de citação denota, prima facie, retardamento
injustificado na tramitação do feito, conduta que atrai a aplicação do art. 35, inciso II da
LOMAN). O fato de o representado responder por outras comarcas e ter tido boa avaliação
no “Índice de Produtividade dos Magistrados no Estado de Alagoas” não justifica o
excesso de prazo observado para a citação dos réus na ação popular. III) Representação por
Excesso de Prazo procedente” (CNJ – REP 650 – Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio
de Pádua Ribeiro – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006).

REVISÃO CRIMINAL
Pedido de declaração do direito de revisão criminal de sentença absolutória

Pedido de providências. Direito de ajuizamento de revisão criminal


de sentença absolutória. Incompetência do CNJ. Arquivamento. (CNJ – PP 28 – Rel. Ruth
Carvalho – 4ª Sessão – j. 30.08.2005 – DJU 05.09.2005 – Ementa não oficial).

REVISÃO DE ATO ADMINISTRATIVO


Ato inexistente

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Decisão


monocrática que não conheceu o pedido por inexistir ato concreto a ser controlado. Art.
96 do RICNJ. – “O ‘fato de conduta’ que o Requerente imputa ao Tribunal de Justiça do
Estado do Mato Grosso do Sul, segundo se depreende da leitura da notícia jornalística
acostada aos autos, decorre de uma proposta de aumento dos valores das custas judiciais, a
ser enviada à Assembléia Legislativa daquele Estado, e que, para produzir seus efeitos,
precisa ser apreciada, votada, acolhida e publicada. Não existe nos presentes autos a
indicação clara e precisa do ato a ser impugnado por este procedimento, como exige o art.
96 do RICNJ, mas tão somente uma matéria jornalística que atesta a movimentação da
OAB/MS no sentido de coibir um suposto aumento de custas judiciais. Recurso
Administrativo a que se nega provimento. Decisão unânime” (CNJ – PP 200810000033280
– Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Delegação de competência do Desembargador para Juiz Auxiliar da


Corregedoria

Recurso no Pedido de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Ato de delegação de competência do Desembargador relator em processo
administrativo disciplinar para Juiz Auxiliar da Corregedoria. Violação ao princípio do juiz
natural. Decisão monocrática. (CNJ – PCA 250 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª
Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


831

REVISÃO DE DECISÃO DO CNJ


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo contra decisão do TST de indeferimento do pedido de restabelecimento de
vencimentos integrais até decisão final da punição de disponibilidade. Alegação de
ilegalidade por ferir o art. 27 parágrafo 6º da LOMAN. Mera repetição de requerimento
anteriormente efetuado sem qualquer menção até a fase recursal. Má-fé do requerente. –
“Pedido de restabelecimento integral de vencimentos até a decisão final da punição de
disponibilidade. Alegação que em situação similar o TST analisando a questão deu
tratamento diverso. A questão já foi debatida em pedido anterior formulado pelo mesmo
requerente perante este Conselho no PCA 256. Não pode o CNJ ficar revendo suas
decisões sem justificativa plausível. Má-fé do requerente comprovada, pois somente
menciona que existiu requerimento anterior sobre o mesmo tema em fase de recurso.
Recurso de que se conhece e a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000007292 –
Rel. Cons. Marcelo Nobre – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pretensão de revisão através de novo procedimento. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Tribunal de Justiça da Bahia. Pretensão de rever decisão no processo de escolha para o
acesso ao Tribunal Estadual. – “I) Prevenção do relator que examinou o ato impugnado.
II) Impossibilidade de revisão do julgado do Conselho Nacional de Justiça por meio de
novo Procedimento de Controle Administrativo de ato já analisado e julgado. Recurso
improvido. Decisão monocrática mantida” (CNJ – PCA 200810000027692 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

REVISÃO DE DECISÃO JUDICIAL OBJETO DE RECURSO NA ORIGEM


Vide: QUESTIONAMENTO DE MATÉRIA NO CNJ, PENDENTE DE JULGAMENTO
NO ÂMBITO JUDICIAL

REVISÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR CONTRA SERVIDOR DO PODER


JUDICIÁRIO
Incompetência do CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Acolhimento de


preliminar. Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Revisão de punição de
servidor. – “I) Compete ao CNJ revisar processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais, não se inserindo em sua competência a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inciso V, CF/88); II) Esgotadas as vias
administrativas, deve o servidor buscar as vias ordinárias judiciais perante o Tribunal de
origem, sob pena constituir indevido ‘bypass’ entre as Cortes de origem e o Supremo
Tribunal Federal, violando o princípio do juiz natural; III) Procedimento de controle
administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 592 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Revisão de Processo Administrativo Disciplinar de servidor.
Incompetência do CNJ. Improvimento. – “I) Não se insere nas atribuições deste Conselho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


832

Nacional de Justiça, nem a tutela, em concreto, de direitos individuais, nem a revisão dos
processos em que figurem servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inciso V, CF/88).
Precedentes do CNJ (PCAs 592 e 20071000008395; PPs 284, 808, 1310 e 1427). II)
Recurso administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que se conhece, por
tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA 200810000017248 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Recurso Administrativo no Procedimento de Revisão Disciplinar.


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Pedido de Revisão de Procedimento
Disciplinar de servidor público penalizado com advertência. Recurso a que se nega
provimento. – “I) Não se insere nas atribuições deste Conselho Nacional de Justiça, nem a
tutela, em concreto, de direitos individuais, nem a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inc. V, CF/88). Precedentes do CNJ (PCAs 592,
20071000008395 e 200810000017248; PPs 284, 808, 1310 e 1427). II) A revisão dos atos
dos Tribunais deve-se pautar no reconhecimento da repercussão geral da matéria.
Entendimento contrário levaria, em curto prazo, a inviabilidade do Órgão, que teria sua
missão constitucional desvirtuada. III) O dever de urbanidade é incito à dignidade do
instrumento que o Estado põe à disposição dos contendores para avaliação do direito e
realização da Justiça. III) Recurso conhecido a que se nega provimento” (CNJ – RD
200910000015621 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 –
DJU 17.06.2009).

REVISÃO DISCIPLINAR
Advertência. Processos judiciais patrocinados por advogado, sócio de esposa
de magistrado. Ausência de declaração de suspeição

Revisão Disciplinar. Processos judiciais patrocinados por


advogado sócio de esposa de magistrado. Ausência de declaração de suspeição. – “Esposa
do magistrado e advogado sócio de sociedade de advogados têm entre si estreitas relações
de interesses profissionais, impondo-se a suspeição daquele nos processos sob patrocínio
do segundo. O conflito de interesses é agravado pela lotação de serventuária no juízo, de
filha do mesmo advogado. Os rendimentos de cada cônjuge ingressam na sociedade
conjugal, independentemente do regime de bens, concorrendo para o sustento da família
(art. 1.568 do Código Civil), o que evidencia a participação indireta do magistrado nos
resultados da sociedade de advogados, da qual sua esposa faz parte. Sanção disciplinar de
advertência (art. 42, I da LOMAN)” (CNJ – RD 28 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 86ª Sessão –
j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Afastamento de magistrado de suas funções

Procedimento de Revisão Disciplinar. Sindicância. Arquivamento


pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em detrimento da conclusão
da Corregedoria de Justiça. Avocação e Instauração do Processo Administrativo
Disciplinar pelo Conselho Nacional de Justiça. Aplicação do artigo 27 § 3o da LOMAN e
art. 77 parágrafo único do Regimento Interno do CNJ para o afastamento do Magistrado
de suas funções, até a decisão de mérito. Procedência parcial do Pedido. – “I) O conjunto
de informações trazido ao conhecimento deste Conselho por meio da presente Revisão
permite verificar que existem motivos e elementos probatórios suficientes para a
instauração do Processo Disciplinar pelo CNJ e imediato afastamento do magistrado de
suas funções, na medida em que ele vem demonstrando, em diversas situações,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


833

comportamento incompatível com o exercício da magistratura.” (CNJ – REVDIS 09 – Rel.


para o acórdão Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU
27.10.2006 – Ementa não oficial).

Alegação de abuso de autoridade. Ausência de pressupostos

Revisão Disciplinar. Apuração de suposta prática de ato


caracterizador de abuso de autoridade. Inexistência de qualquer das hipóteses
autorizadoras da Revisão Disciplinar previstas no artigo 89 do Regimento Interno do
CNJ. Pedido julgado improcedente. (CNJ – REVDIS 48 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 72ª
Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Alegação de contradição de um depoimento com relação a outro e de


imprecisão no depoimento como fundamento para a revisão disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. PAD 537, TRF da 3ª


Região. Decisão que aplicou ao magistrado a sanção de disponibilidade compulsória.
Ausência de nulidades nos procedimentos de apuração dos fatos atribuídos ao magistrado.
– “A eventual imprecisão de um depoimento ou a aparente contradição com outros não
autorizam a revisão de decisão disciplinar fundada em vasto e complexo acervo de provas.
V) Inocorrência de nulidade nas perícias grafotécnicas realizadas nos procedimentos
investigativos preliminares e no Processo Administrativo Disciplinar. VI) Inocorrência de
violação aos princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa. Improcedência
do Pedido de Revisão de Processo Disciplinar” (CNJ – RD 200710000004870 – Rel. Cons.
José Adonis Callou de Araújo Sá – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Arquivamento

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “Arquiva-se o pedido de Revisão Disciplinar quando os fatos narrados não se
enquadram dentre as hipóteses previstas no art. 89 do RICNJ. Inaplicabilidade da decisão
proferida no Pedido de Providências 1465 à espécie, por ausência de repercussão geral.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 36 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Cesar Asfor Rocha – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Ausência de intimação para sessão de instauração. Nulidade inexistente

Revisão Disciplinar. Alegação de nulidade por ausência de


intimação para sessão de instauração. Indeferimento. – “Não se reconhece nulidade se não
há prejuízo ao interessado, incumbindo ao acusado a demonstração que o desatendimento a
postulado formal do feito lhe trouxe real gravame, a exemplo do que decidiu a Excelsa
Corte nos autos dos HC 86.022-2 e 84.714-5” (CNJ – REVDIS 1/05 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 – Ementa não oficial).

Ausência de processo disciplinar. Revisão convertida em Reclamação por


excesso de prazo

Processo de Revisão Disciplinar. Ausência de processo disciplinar


a ser revisto. Narrativa dos fatos que se enquadram na hipótese de reclamação por
excesso de prazo. Reautuação do feito e remessa à Corregedoria Nacional de Justiça. – “I)
Não há que se falar em revisão se não há processo disciplinar instaurado em face de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


834

magistrado. II) Exsurgindo da narrativa dos fatos alegação de desídia na condução de


processo sob a responsabilidade de magistrado, impõe-se reautuar o pedido como
reclamação por excesso de prazo e encaminhá-lo à Corregedoria Nacional de Justiça, órgão
competente para apreciá-la, nos termos do artigo 80 e seguintes do Regimento Interno”
(CNJ – REVDIS 47 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 –
DJU 15.04.2008).

Decisão anulada. Pedido de revisão inadmissível

“Não havendo decisão a ser reexaminada, uma vez que anulada,


não pode prosperar um pedido de revisão, porque parece lógico e razoável ter ocorrido,
então, a perda do objeto da pretensão” (CNJ – REVDIS 16 – Rel. Cons. Oscar Argollo –
33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

Decisão proferida há mais de um ano. Intempestividade confirmada

Recurso Administrativo. Pedido de Revisão Disciplinar.


Intempestividade confirmada. – “Tratando-se de Revisão Disciplinar, em processo de
natureza administrativa, contra juízes e membros de Tribunais, o respectivo pedido deve
ser apresentado antes de contado o prazo de um ano do julgamento do processo
correspondente. No caso concreto, tendo o tribunal proferido decisão no processo
administrativo em 30 de março de 2005, com publicação em 22 de junho do mesmo ano,
encontra-se intempestivo o pedido de revisão disciplinar apresentado tão-somente em 04
de dezembro de 2006. Por essa razão, não comporta reforma a decisão monocrática que
indeferiu o seu prosseguimento. Recurso Administrativo de que se conhece e a que se nega
provimento” (CNJ – REVDIS 39 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 59ª Sessão – j.
25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Deferimento parcial de oitiva de testemunhas

Recurso Administrativo em Revisão Disciplinar. Impugnação da


decisão que deferiu parcialmente pedido de oitiva de testemunhas em nome da celeridade
e razoabilidade processual. Decisão mantida e não submetida ao Plenário por se tratar de
decisão instrutória. – “As decisões foram tomadas diligentemente, de modo fundamentado
e em atenção aos interesses da própria defesa – que incluem, inegavelmente, a celeridade e
a efetividade processual, com os quais a ampla defesa e o contraditório devem ser
integrados. É de se referir que a ampla defesa não está em sintonia com uma instrução com
percalços processuais” (CNJ – PAD 01 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Direito de postular

Avocação de Processo Disciplinar. Tribunal de Justiça de São


Paulo. Postulação de Magistrado. Pedido não conhecido por ilegitimidade de parte. – “I)
O Requerente não tem legitimidade para postular avocatória de Processo, nos termos do
art. 85 do Regimento Interno do Egrégio Conselho. II) Tal entendimento não obsta
eventual futura postulação de revisão disciplinar, conforme facultado pela Constituição
Federal” (CNJ – APD 9 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Excesso de linguagem. Art. 41 da LOMAN. Afirmação pelo Magistrado nos


autos de que o defensor utilizou-se de “argumento falacioso”. Imposição de
pena de advertência. Inadmissibilidade

Revisão Disciplinar. Magistrado. Afirmação nos autos de que o


defensor utilizou-se de argumento falacioso. Alegação de excesso de linguagem.
Imposição de pena de advertência pelo Tribunal Pleno. Inadmissibilidade. Não
caracterização do excesso. – “Não há falar em excesso de linguagem a que se refere o Art.
41 da LOMAN se as afirmações feitas no despacho judicial correspondem à realidade dos
fatos. Portanto, se o magistrado afirma fato verdadeiro na sua decisão, contrapondo
afirmação do causídico que não corresponde à realidade fática, não estará excedendo em
sua linguagem se disser que tal afirmação ou argumento – por não retratar a verdade – é
falacioso, não se vislumbrando nisso qualquer excesso ou ofensa” (CNJ – REVDIS
200810000017273 – Rel. Designado Cons. Rui Stoco – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).
Parte do voto do Relator Designado: “E, no contexto dos fatos tem-se que a Juíza que
presidia o processo-crime nomeou o advogado reclamante para a defesa do acusado, tendo
ele recusado a nomeação sob alegação de que não tem formação jurídica na área criminal e
não se sentia apto para assumir o encargo. Tal afirmação, contudo, foi recusada diante da
certidão informando que referido causídico já havia atuado em três processos de natureza
criminal perante a Justiça Eleitoral, como acima observado. Ocorre que as palavras tidas
como verdadeiros ‘doestos’ pelo causídico, ou seja, ‘argumento falacioso’ foram timbradas
na decisão sob o fundamento de que a alegação ou argumento daquele advogado, no
sentido de que não tinha sido intimado da decisão não correspondia à verdade, sendo
portanto, ‘um argumento falacioso’. Com essa conformação e sob esse contexto seria
razoável afirmar a caracterização de ‘excesso de linguagem’? Impõe-se assumir a
convicção de que a resposta é negativa. O v. acórdão aqui vergastado, com suporte no
‘Novo Dicionário Aurélio – séc. XXI, Ed. Nova Fronteira’ diz que Falácia vem do latim
‘FALLÁCIA, trapaça ardil, engano, astúcia’. Todavia no Dicionário Aurélio Eletrônico
falácia é definida como ‘qualidade do que é falaz; falsidade’ e no Dicionário Houaiss essa
palavra significa ‘afirmação falsa ou errônea’. Dessarte a palavra ‘falácia’ em sua
etimologia e só por si não assume feição ofensiva. Ora, a afirmação de não ter sido
intimado era efetivamente falsa, não em sentido pejorativo, mas apenas na consideração de
que intimação efetivamente ocorreu, de sorte que o uso da expressão ‘falacioso argumento’
assume outra conotação, qual seja, de que a afirmação de ter não sido intimado não
corresponde à verdade, sendo, portanto, falacioso ou falso, na consideração de que aquilo
que não for verdadeiro será falso”.

Excesso de linguagem. Matéria de natureza jurisdicional. Incompetência do


CNJ

Processo de Revisão Disciplinar. Magistrado. Excesso de


linguagem em processo judicial. Distinção. Inaplicabilidade no presente Procedimento
Disciplinar. Questão jurisdicional. Ausência de competência do CNJ. Não conhecimento.
– “I) A questão sobre discussão centrada na autenticidade documental, em sede de
incidente de falsidade, possui nítido caráter jurisdicional, conflitando com a competência
deste CNJ sobre a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, nos termos do
Art. 103-B, § 4º, da CF/88. II) Por ‘excesso de linguagem’, no âmbito administrativo-
disciplinar da magistratura, entende-se como sendo o juízo ofensivo, lançado pelo
magistrado contra as partes ou seus procuradores (Art. 41 da LOMAN). Já em âmbito
jurisdicional, em especial, no processo da competência do Tribunal do Júri, entende-se por

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


836

‘excesso de linguagem’ a exagerada incursão do juiz sobre as provas dos autos, capaz de
influir no ânimo do Conselho de Sentença (Art. 413, § 1º, do CPP). A insurgência contra
alegada incursão no mérito final de determinada questão sub judice, em incidente de
falsidade documental, não implica em qualquer uma das hipóteses semânticas do instituto
‘excesso de linguagem’. III) Não se considera violação de deveres de conduta de
magistrados de urbanidade e de não se pronunciar sobre processo judicial em andamento
(Arts. 35, IV, e 36, III, da LOMAN) a caracterização de suposto error in procedendo em
produção probatória, feita em processo judicial, nem mesmo eventual juízo prévio de
mérito sobre o teor ideativo ou material de documento não periciado. O dever de abstenção
de opinião diz respeito à manifestação exarada extraprocessualmente – i.e., perante os
meios de comunicação (TV, jornais, etc.), sendo plenamente possível a crítica do
magistrado nos autos de processo pendente de seu julgamento, por justamente ser essa
atividade inerente ao exercício da judicatura, que nada mais é do que a própria análise de
mérito, questão tipicamente jurisdicional e fora da competência do CNJ (Art. 103-B, § 4º,
da CF/88). IV) Processo de Revisão Disciplinar a que se indefere” (CNJ – RD
200810000012354 –Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Exigência de cumprimento dos pressupostos de admissibilidade

“Não se justifica, portanto, a Revisão Disciplinar apenas pela


observância do prazo legal para a interposição, mas sim, mediante a apresentação de algum
dos requisitos essenciais para a admissão do pedido, pressupostos que estão expressos nos
incisos do art. 89 do Regimento Interno do Egrégio Conselho” (CNJ – REVDIS 15 – Rel.
Cons. Oscar Argollo – 31ª Sessão – j. 05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Fato específico. Alegação de nulidade por ausência de imputação de fato


específico ou determinado

“Quanto à ausência de fato específico, tratando-se este processo de


uma Revisão Disciplinar, é óbvio que o fato apurado é o mesmo do Processo Disciplinar
revisado. Se no processo penal, meio procedimental muito mais solene e rigoroso que o
administrativo, o acusado não se defende da tipificação legal, com maior razão não se deve
exigir tal formalismo, com exacerbado rigor, no Procedimento Administrativo” (CNJ – RD
200830000000656 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 79ª Sessão – j. 03.03.2009 – DJU
11.03.2009).

Hipótese na qual o Tribunal de origem decidiu por não instaurar o


procedimento disciplinar

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Legitimidade do


Ministro-Corregedor Nacional para a proposição. Decisão que não analisou todos os
elementos da representação originária. Juízo valorativo contrário à evidência dos autos.
Excepcionalidade justificada. – “Em situações excepcionalíssimas, é possível a instauração
de ofício de uma revisão disciplinar, como in casu, em que o Tribunal de Justiça de
origem, ao apreciar representação do Corregedor-Geral da Justiça ricamente instruída por
sindicância, deixou de deflagrar o processo disciplinar administrativo. Fatos de dimensão
nacional, com a abstenção do Colegiado do enfrentamento das infrações sublinhadas pela
autoridade judiciária sindicante. Revisão disciplinar instaurada” (CNJ – REVDIS
200810000007450 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 60ª Sessão – j.
08.04.08 – DJU 07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Parte do voto do Relator: “Sob a liturgia procedimental, portanto, nada objeta que o
próprio Ministro-Corregedor proponha a deflagração, de ofício, do processo revisional.
Trata-se de típica hipótese de legitimação ordinária autônoma concorrente estabelecida
entre os Conselheiros, alcançando o Corregedor Nacional”.

Hipóteses de cabimento

“A Revisão Disciplinar, regulamentada nos artigos 88 a 94 do


Regimento Interno deste CNJ, é admitida em três hipóteses: quando a decisão for contrária
a texto expresso de lei ou a evidências dos autos; quando a decisão estiver baseada em
provas falsas ou quando novas provas surgirem depois do julgamento. Como se vê, a
Revisão Disciplinar tem natureza jurídica similar à Ação Rescisória no Processo Civil e,
em ambos os casos, a lei exaure as possibilidades de rescisão ou revisão da decisão como
sendo, basicamente, os casos de erro, de julgamento conforme prova ou documento falso,
por incompetência, corrupção ou outro crime do julgador e quando viola lei ou ofende
coisa julgada” (CNJ – REVDIS 26 – Rel. Cons. Marcus Faver – 42ª Sessão – j. 12.06.2007
– DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

“Dispõe o artigo 89 do Regimento Interno deste Conselho Nacional


de Justiça, em numerus clausus, as situações de admissibilidade do processo revisional
disciplinar. Observa-se, pois, o nítido propósito de não permitir que este Órgão atue como
uma espécie de “instância superior administrativa”, procedendo à revisão indiscriminada
de todos os julgados administrativos sempre que ocorrer inconformismo das partes” (CNJ
– RD 3749 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 53ª Sessão – j.
04.12.2007 – DJU 20.12.2007 – Ementa não oficial).

Hipóteses taxativas previstas no Regimento Interno. Inadmissibilidade de


atuação do CNJ como instância superior administrativa

“No que concerne ao juízo de admissibilidade do processo


revisional disciplinar, o Regimento Interno do Egrégio Conselho Nacional de Justiça
elenca as hipóteses de cabimento em numerus clausus, mais precisamente na dicção do
artigo 89. Indisfarçável, portanto, o propósito de não transformar o procedimento numa
espécie de “instância superior administrativa” de modo a permitir a revisão de todos os
julgados administrativos, sempre que apontado algum inconformismo de interessado”
(CNJ – RD 8310 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 70ª Sessão – j.
23.09.2008 – DJU 13.10.2008 – Ementa não oficial).

Instauração de ofício

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Legitimidade do


Ministro-Corregedor Nacional para a proposição. Decisão que não analisou todos os
elementos da representação originária. Juízo valorativo contrário à evidência dos autos.
Excepcionalidade justificada. – “Em situações excepcionalíssimas, é possível a instauração
de ofício de uma revisão disciplinar, como in casu, em que o Tribunal de Justiça de
origem, ao apreciar representação do Corregedor-Geral da Justiça ricamente instruída por
sindicância, deixou de deflagrar o processo disciplinar administrativo. Fatos de dimensão
nacional, com a abstenção do Colegiado do enfrentamento das infrações sublinhadas pela
autoridade judiciária sindicante. Revisão disciplinar instaurada” (CNJ – REVDIS
200810000007450 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 60ª Sessão – j.
08.04.08 – DJU 07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


838

Parte do voto do Relator: “Sob a liturgia procedimental, portanto, nada objeta que o
próprio Ministro-Corregedor proponha a deflagração, de ofício, do processo revisional.
Trata-se de típica hipótese de legitimação ordinária autônoma concorrente estabelecida
entre os Conselheiros, alcançando o Corregedor Nacional”.

Instauração de ofício pelo CNJ. Possibilidade

Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Excepcionalidade. Uso


de linguagem pelo juiz. Imunidade absoluta decretada pela corregedoria de origem.
Decisão que não analisou o teor da manifestação. – “Em situações excepcionalíssimas, é
possível a instauração de ofício de uma Revisão Disciplinar, como é o caso do reexame de
uma decisão da Corregedoria de origem que, em representação por uso de linguagem
abusiva de magistrado, limitou-se a consagrar a cláusula de tutela da atividade jurisdicional
como sendo de imunidade absoluta, deixando o órgão correicional de analisar o teor da
manifestação do juiz e as expressões ali contidas. Revisão Disciplinar instaurada” (CNJ –
RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).

Processo de Revisão Disciplinar. Instauração de ofício. Juízo de


admissibilidade para apuração dos fatos em Processo Administrativo Disciplinar. – “I) A
abrangência do pedido de Revisão Administrativa encontra-se vinculada à decisão
proferida e submetida ao juízo revisional. II) Não tendo sido instaurado Procedimento
Administrativo Disciplinar, na origem, e conseguintemente não tendo havido aplicação de
sanção disciplinar, a revisão ora em curso restringe-se à análise da decisão que determinou
a não-instauração do Procedimento Administrativo Disciplinar. III) Submete-se, assim, ao
juízo revisional a presença ou não de indícios de autoria e materialidade que possam
ensejar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar. IV) A decisão de não-
instauração do Processo Administrativo Disciplinar proferida em Sessão Plenária do
Tribunal de Justiça do Pará mostra-se, efetivamente, contrária a todas as evidências
probatórias contidas na sindicância levada a termo pela Corregedoria das Comarcas do
Interior do TJPA. V) Procedimento a que se julga procedente para efeito de instauração de
Processo Administrativo Disciplinar, procedendo-se à livre distribuição entre os membros
do Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – RD 20081000007450 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Juiz de Direito. Disponibilidade. Competência do Órgão Especial do Tribunal

Revisão Disciplinar. Aplicação de pena de disponibilidade a


magistrado. Alegação de vícios no procedimento. Hipótese que não se coaduna com as
previstas no art. 89 do Regimento Interno deste Conselho. Competência do Órgão
Especial. Manutenção da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco. (CNJ – REVDIS
11 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho – 10ª Sessão Extraordinária – j. 08.05.2007 –
DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Justiça ou injustiça da decisão proferida. Inadmissibilidade

Revisão disciplinar. Desatendimento à previsão do artigo 103-B,


parágrafo 4º, V, da CF/88. – “Desatendidos, ainda, os requisitos próprios da revisão, que
não se presta a reexaminar, simplesmente, a justiça de decisão proferida. Não
conhecimento” (CNJ – PCA 23 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 –
DJU 24.10.2005 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


839

Liminar requerida. Fundamentos do pedido que ingressam no mérito da


revisão disciplinar

Pedido de Revisão de Processo Disciplinar. Recurso contra o


indeferimento de liminar para suspensão dos efeitos decorrentes da decisão proferida pelo
Superior Tribunal Militar. Razões do recorrente que correspondem a justificativas que
adentram no mérito da revisão disciplinar. Questões não passíveis de exame em sede de
cognição sumária. Decisão mantida. (CNJ – REVDIS 37 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 5ª
Sessão Extraordinária – j. 31.01.2007 – DJU 16.02.2007 – Ementa não oficial).

Magistrado. Ausência de indicação do dispositivo legal violado

Revisão disciplinar. Magistrado. Inespecificação do dispositivo


legal violado. Não conhecimento. – “Não merece conhecimento o Pedido de Revisão por
violação a dispositivo legal quando inespecífica a crítica”. Contrariedade à evidência dos
autos. Falta de indicação da prova contrariada. Prova oral abordada. – “A afirmação
genérica de aversão da decisão revisanda ao conjunto probatório não permite o perfeito
juízo revisional que não é ordinário, mas excepcional, não se prestando ao simples
reexame das provas, mas à constatação de eventual afronta óbvia ao teor do material
probatório colhido. Não se caracteriza como contrariedade à evidência dos autos a
abordagem e desprezo de prova testemunhal frágil e contraditória” (CNJ – RD 34 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Magistrado. Prazo prescricional de cinco anos

Revisão Disciplinar. Magistrado. Juízo de admissibilidade em que


se reconheceu a ocorrência de prescrição nos termos do Estatuto dos Servidores Civis do
Estado de Sergipe. Impossibilidade. – “O prazo prescricional para dos processos
administrativos, disciplinares instaurados em face de Magistrado será de cinco anos,
conforme estabelecem as Leis 8.112/90 e 9.748/99, aplicadas subsidiariamente a LOMAN”
(CNJ – REVDIS 27 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Magistrado. Submissão aos preceitos éticos e linguagem comedida ao prolatar


decisões

“Conclui-se, então, que o Juiz, como todo agente público, está


sujeito aos preceitos éticos, inserindo-se aí a vedação de uso de linguagem excessiva em
seu discurso judiciário, a merecer a devida reprimenda na medida em que se demonstre a
existência do intuito de ofensa à honra de terceiros, restando evidente a necessidade do
elemento dolo por parte do magistrado quando da exteriorização de sua opinião sob a
forma de crítica judiciária” (CNJ – RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Ementa não oficial).

Meio adequado para nova apuração de fatos já investigados nas instâncias


originárias

“Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça proceder a uma nova


apuração em sede de Reclamação Disciplinar, como insiste o recorrente, restando aberto no
âmbito do CNJ, apenas o caminho da Revisão Disciplinar, desde que atendidos os seus

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


840

requisitos específicos de admissibilidade” (CNJ – RD 540 – Rel. Min. Corregedor


Nacional Cesar Asfor Rocha – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa não
oficial).

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “Não cabe, em sede de Reclamação Disciplinar, a apuração de fatos já
investigados pelas Corregedorias estaduais, restando aberto o caminho da Revisão
Disciplinar, desde que atendidos os requisitos do art. 89 do RICNJ. Recurso desprovido”
(CNJ – RD 717 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Meio inadequado para indagar questões jurídicas ou atacar error in judicando

Recurso Administrativo em Revisão Disciplinar. Insurgência


contra Decisão Monocrática que indeferiu pedido de apuração da responsabilidade dos
magistrados que atuam em processos judiciais de interesse da requerente e contra o
indeferimento de afastamento destes e do desembargador que é parte nos processos na
defesa da guarda de seu neto. Recurso não provido. – “A Revisão Disciplinar não se presta
à indagação de quaestionis juris, nem ao ataque do error in judicando do magistrado. A
pretensão de incursão em atos judiciais proferidos em juízo constitui matéria que se posta
fora do âmbito de competência do CNJ. Essa atuação no plano judicial só se revê através
dos meios postos na legislação processual, pela via do recurso judicial cabível, sendo
inadequada e incabível a Revisão Disciplinar para essa finalidade” (CNJ – REVDIS
200810000005120 e REP 200810000005118 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Não caracteriza recurso em espécie e não possibilita a renovação do


julgamento

“O instituto da revisão disciplinar não é um recurso em espécie


propriamente dito que possibilite a renovação do julgamento. Logo, não cabe ao órgão
revisor apreciar livremente a prova produzida nos autos, mas sim verificar se o julgado
teve, ou não, amparo em circunstâncias contidas nos autos. Assim como ocorre com o
instituto da revisão criminal, a admissibilidade do petitório fundado nessa hipótese deve
destacar que a decisão não se amparou em qualquer elemento apurado, estando, ainda, em
desacordo com todos os outros justificadores de solução diversa. NILO BATISTA, em
Decisões Criminais Comentadas, ao definir decisum contrário à evidência dos autos,
afirma que ‘não basta que a prova que o ampare se firme em qualquer prova: é mister que a
prova que o ampare seja oponível, forma e logicamente, às provas que militem em sentido
contrário’. Conforme registrei quando do exame de admissibilidade do petitório revisional,
‘havendo vertentes alternativas, fundadas pelo conjunto da prova, não se pode qualificar de
manifestamente contrária à prova dos autos a decisão que se filia a uma das versões
conclusivas’. Imperiosa a demonstração do antagonismo ao conjunto probatório carreado,
situação, com efeito, inocorrente à espécie. No mesmo sentido deve ser o entendimento da
hipótese de decisão contrária a texto de lei. Para tal subsunção, insuficiente a má
interpretação dos dispositivos reputados violados, exigindo-se que o julgado tenha sido
proferido em sentido contrário ao disposto expressamente no texto legal, de forma a
contrariar sua matéria, objetivo e finalidade” (CNJ – RD 200710000011382 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 –
Parte do voto do Relator).

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841

Natureza jurídica da revisão disciplinar

“A Revisão Disciplinar, regulamentada nos artigos 88 a 94 do


Regimento Interno deste CNJ, é admitida em três hipóteses: quando a decisão for contrária
a texto expresso de lei ou a evidências dos autos; quando a decisão estiver baseada em
provas falsas ou quando novas provas surgirem depois do julgamento. Como se vê, a
Revisão Disciplinar tem natureza jurídica similar à Ação Rescisória no Processo Civil e,
em ambos os casos, a lei exaure as possibilidades de rescisão ou revisão da decisão como
sendo, basicamente, os casos de erro, de julgamento conforme prova ou documento falso,
por incompetência, corrupção ou outro crime do julgador e quando viola lei ou ofende
coisa julgada” (CNJ – REVDIS 26 – Rel. Cons. Marcus Faver – 42ª Sessão – j. 12.06.2007
– DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

Pressupostos de admissibilidade. Trânsito em julgado da decisão disciplinar

Pedido de Esclarecimento. Procedimento de Controle


Administrativo. Revisão de processo disciplinar. Pressupostos. Necessidade de trânsito em
julgado da decisão disciplinar. Prescrição. – “I) É condição para o manejo do processo de
Revisão Disciplinar o trânsito em julgado do processo disciplinar na instância de origem.
II) Ocorrência de equívoco no voto vencedor, em não se observar a circunstância fática de
que o processo disciplinar não estava concluído na instância de origem. III) Acolhimento
do Pedido de Esclarecimentos para apreciar as alegações postas no Procedimento de
Controle Administrativo. IV) Reconhecimento da prescrição, tendo em vista que os fatos
se deram em 21.11.1994 e a sindicância foi instaurada em 19.01.2000. V) A exigência de
maioria absoluta dos membros dos tribunais nas decisões administrativas disciplinares (art.
93, X, da CF) aplica-se também às decisões proferidas em sede de embargos declaratórios,
dada sua natureza integrativa. Pedidos de Esclarecimentos acolhidos” (CNJ – PCA
200710000009545 – Rel. Cons. Designado José Adonis Callou de Araújo Sá – 59ª Sessão
– j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Pretensão de rever a atuação jurisdicional do magistrado

Revisão Disciplinar. Pretensão de rever decisão em Processo


Administrativo Disciplinar em curso no Tribunal de origem, onde foi determinado o
arquivamento. Matéria tratada que busca ingressar no campo de atuação jurisdicional do
magistrado. Improcedência. – “Os pressupostos exigidos no art. 89 do Regimento Interno
do CNJ para a Revisão Disciplinar são rígidos e estabelecidos taxativamente, tal como
ocorre com a revisão criminal, no âmbito penal e a ação rescisória, no âmbito civil, não
havendo espaço nesse procedimento para a verificação da ocorrência de impedimento ou
suspeição do magistrado que presidiu o processo judicial” (CNJ – RD 200810000010606 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Pretensão fundada em causa de pedir não prevista no Regimento Interno

Revisão Disciplinar. Preliminar. Pedido fundado em causa de


pedir não prevista no Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça. Rejeição. – “É
admissível o pedido de Revisão Disciplinar fundado no argumento de que decisão do
Tribunal Pleno contrariou texto expresso de lei e foi de encontro às provas produzidas em
autos de Procedimento Administrativo Disciplinar, por enquadrar-se na hipótese prevista
no art. 89, inc. I, do Regimento Interno. Preliminar que se rejeita” (CNJ – RD

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


842

200830000000760 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 –
DJU 06.04.2009).

Processo administrativo de servidor. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de revisão disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A revisão disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4°, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de
juízes e membros de tribunais. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 24
– Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de Revisão Disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A Revisão Disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4º, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de juízes
e membros dos Tribunas. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 13 –
Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Processo de revisão disciplinar. Procedimento no CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 88 a 94.

Processo findo há mais de um ano. Indeferimento liminar

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Pedido


manifestamente improcedente. Arquivamento sumário. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de revisão disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) O pedido de revisão
disciplinar, por força do que dispõe o art. 103-B, § 4º, inciso V da Constituição Federal
alcança processos administrativos já findos e desde que julgados há menos de um ano. In
casu, pretende-se a revisão do processo administrativo cujo deslinde se deu em 23.03.2004,
tendo sido o pedido de revisão disciplinar formulado em 29.09.2005, após o decurso do
prazo constitucional. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 06 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU
29.06.2007).

Questão já judicializada

Revisão Disciplinar. Matéria judicializada. Não conhecimento. –


“A pendência de demanda judicial sobre a matéria obsta a apreciação do caso na via
administrativa, pois há risco iminente de serem proferidas decisões conflitantes, causadoras
de incerteza e insegurança jurídica. Precedentes do CNJ. Não conhecimento” (CNJ – RD
200710000014188 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


843

Reclamação convertida em Revisão. Denúncia oferecida contra


Desembargador

Processo de Revisão Disciplinar. Reclamação convertida em


Revisão. Denúncia oferecida contra desembargador. Alegação de intermediação de votos
em processos judiciais submetidos à segunda instância e direcionamento de resultados.
Matéria fática não comprovada. Inexistência de qualquer elemento indiciário ou
probatório. Revelação de completo desinteresse do denunciante em demonstrar os graves
fatos alegados. – “Abusa do direito de reclamar e de denunciar no âmbito administrativo-
disciplinar a pessoa que não apresenta com a petição inicial os elementos necessários à
apuração e, ao longo do procedimento, demonstra completo desinteresse em comprovar os
fatos alegados” (CNJ – REVDIS 42 – Rel. Cons. Rui Stoco – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 –
DJU 25.10.2007).

Similitude com os institutos da revisão criminal e da ação rescisória no cível.


Exigência dos mesmos pressupostos

“O instituto da revisão disciplinar não é um recurso em espécie


propriamente dito que possibilite a renovação do julgamento. Logo, não cabe ao órgão
revisor apreciar livremente a prova produzida nos autos, mas sim verificar se o julgado
teve, ou não, amparo em circunstâncias contidas nos autos. Assim como ocorre com o
instituto da revisão criminal, a admissibilidade do petitório fundado nessa hipótese deve
destacar que a decisão não se amparou em qualquer elemento apurado, estando, ainda, em
desacordo com todos os outros justificadores de solução diversa. NILO BATISTA, em
Decisões Criminais Comentadas, ao definir decisum contrário à evidência dos autos,
afirma que ‘não basta que a prova que o ampare se firme em qualquer prova: é mister que a
prova que o ampare seja oponível, forma e logicamente, às provas que militem em sentido
contrário’. Conforme registrei quando do exame de admissibilidade do petitório revisional,
‘havendo vertentes alternativas, fundadas pelo conjunto da prova, não se pode qualificar de
manifestamente contrária à prova dos autos a decisão que se filia a uma das versões
conclusivas’. Imperiosa a demonstração do antagonismo ao conjunto probatório carreado,
situação, com efeito, inocorrente à espécie. No mesmo sentido deve ser o entendimento da
hipótese de decisão contrária a texto de lei. Para tal subsunção, insuficiente a má
interpretação dos dispositivos reputados violados, exigindo-se que o julgado tenha sido
proferido em sentido contrário ao disposto expressamente no texto legal, de forma a
contrariar sua matéria, objetivo e finalidade” (CNJ – RD 200710000011382 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 –
Parte do voto do Relator).

ROSA CRUZES
Exercício do cargo de presidente ou diretor por Magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


844

Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou


particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

ROTARY CLUB
Exercício do cargo de presidente ou diretor por Magistrado

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).
Observação: A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta
as Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados
de exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.

–S–
SANÇÃO DISCIPLINAR
Palavras-chave: PENA – PENA DISCIPLINAR
V. tb.: SANÇÃO DISCIPLINAR IMPOSTA A MAGISTRADO – SANÇÃO
DISCIPLINAR IMPOSTA A SERVIDOR DO PODER JUDICIÁRIO

Aplicação pelo Conselho da Magistratura a magistrado

Pedido de Esclarecimentos. Prova documental. Reexame.


Constatação de descumprimento de liminar do CNJ. Afastamento preventivo de
magistrado por decisão de Conselho de Magistratura. Violação constitucional (art. 93, X
e XI). – “Não se reconhece aos Conselheiros de Magistratura estaduais competência
disciplinar, dada a cláusula constitucional de reserva de plenário ou, conforme o caso, de
órgão especial, extraída da conjugação dos incisos X e XI do art. 93 da CF. Assim, merece
ser anulada a ordem de afastamento preventivo expedida por Conselho da Magistratura
estadual, órgão funcionalmente incompetente para tal, por expressa vedação constitucional.
O reconhecimento da nulidade de todo o processado pelo próprio Conselho de
Magistratura deveria ter contaminado também a decisão de afastamento,
independentemente do exame positivo ou negativo de procedência das acusações
constantes das representações que motivaram a abertura de processos disciplinares.
Restauração do princípio da legalidade. Conhecimento e provimento parciais” (CNJ – PCA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


845

567 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU
03.08.2007).

Competência concorrente entre os Tribunais e o CNJ nos procedimentos de


natureza disciplinar

Recurso Administrativo. Reclamação Disciplinar. Arquivamento


mantido. – “O exercício pelo Conselho Nacional de Justiça das funções inscritas no art.
103-B, § 4º da Lei Maior se dá, em regra, sem prejuízo da competência disciplinar e
correcional dos Tribunais. Impõe-se o arquivamento da reclamação quando os fatos
descritos não configurem infração disciplinar ou ilícito penal. Recurso negado” (CNJ – RD
7743 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 –
DJU 26.11.2007).

Direito de cancelamento do registro nos assentos funcionais

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Mato Grosso do Sul. Anotação nos assentamentos funcionais de penalidade
disciplinar. – “Passados mais de três anos sem reincidência de ato faltoso, tem direito o
servidor penalizado com advertência de ter cancelado de seus assentos funcionais o
registro da falta cometida (Provimento da Corregedoria-Geral de Justiça)” (CNJ – PCA
128 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa
não oficial).

Dosimetria da pena. Ausência de dolo

Dosimetria da sanção disciplinar: censura ou aposentadoria. – “A


censura é a sanção própria para os casos de negligência funcional (LOMAN, art. 44). A
ausência de prova do dolo do acusado obsta a imposição de sanção mais severa. Revisão
disciplinar parcialmente conhecida e rejeitada” (CNJ – RD 34 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Magistrado. Descumpriento do dever funcional. Remoção compulsória

Processo de Revisão Disciplinar. Interceptações telefônicas.


Representação da autoridade policial. Deferimento. Decisões. Ilegalidade formal. Prática
reiterada. Magistrado. Substituição da pena de advertência por remoção (art. 42, III,
LOMAN). – “I) Constatadas a autoria e a materialidade do descumprimento de dever
funcional, a escolha da pena disciplinar incidente é iluminada pelo princípio da
proporcionalidade, ou seja, por um juízo de ponderação ancorado no caso concreto,
considerada a carga retributiva da sanção, a finalidade preventiva de novos desvios e,
sobretudo, o grau de reprovabilidade da ação/omissão combatida. II) Deve-se se levar em
conta a gravidade da conduta ensejadora da imputação, a carga coativa da pena, o grau de
culpabilidade e a eficácia da medida punitiva. III) A proporcionalidade é um dos
parâmetros de aferição da legitimidade da pena e limite do grau de discricionariedade da
decisão por meio da qual opera-se sua escolha e aplicação. IV) A Lei Complementar 35/79,
LOMAN, é cristalina ao vincular a pena de advertência a atos meramente omissivos,
caracterizadores da conduta negligente. V) Procedimento a que se defere parcialmente para
substituição da pena administrativa, de advertência para remoção compulsória para uma
das Varas não-criminais da Comarca de Natal (art. 42, III, LOMAN)” (CNJ – RD

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


846

200810000018800 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 85ª Sessão – j.


26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Magistrado. Disponibilidade. Pretensão ao recebimento de férias

Procedimento de Controle Administrativo. Processo


Administrativo Disciplinar. Pena de disponibilidade. Direito a férias. – “O instituto das
férias decorre do efetivo exercício funcional e constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, tendo sempre em vista o restabelecimento da condição física e
orgânica do trabalhador, para prosseguir no esforço laboral. Interrompido o período
aquisitivo de férias por força de pena de disponibilidade aplicada a magistrado que
cometera falta grave apurada em sede de Processo Disciplinar, evidente a
incompatibilidade do pagamento da parcela respectiva nesse período de afastamento.
Procedimento de Controle Administrativo parcialmente procedente” (CNJ – PCA 8048 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Magistrados em segundo grau. Penas cabíveis

“Aos magistrados de segundo grau não se aplicarão as penas de


advertência e de censura, não se incluindo nesta exceção os Juízes de Direito Substitutos
em segundo grau’ (Res. 30 art. 1º, § 1º). Improcedência das imputações e arquivamento do
processo disciplinar” (CNJ – PAD 200810000008582 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Pena de disponibilidade imposta a magistrado. Adequação dos subsídios

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Ato administrativo contido no Processo 768-2006-897-15-00-0. Sentença
punitiva, que colocou Juiz em disponibilidade, com remuneração proporcional. Recurso
interposto, despido de efeito suspensivo. Eficácia imediata da sanção. Adequada
proporcionalização dos subsídios, considerados os anos de tempo de serviço prestado.
Pedido indeferido. (CNJ – PCA 256 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 12ª Sessão
Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa não oficial).

Processo disciplinar. Perda do objeto. Indiciado punido com sanção máxima


em outro processo

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar. Imputação de


infração disciplinar. Não conhecimento. Desaparição do interesse recursal. – “Punido o
acusado com a sanção disciplinar máxima, em outro feito, a reclamação perde o objeto
contra ele. Não merece prosseguimento de tramitação feito disciplinar, nestas condições,
apenas para verificação de efeitos colaterais e secundários e que podem ser apurados a
partir de notícia-crime de qualquer pessoa ou de representação da vítima, sendo totalmente
prescindível a atuação acessória do CNJ quando esgotado o objeto de sua atuação principal
(competência disciplinar). Não conhecimento do recurso” (CNJ – RD 681 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Reclamação disciplinar proposta para punir magistrado sob alegação de


existência de decisões judiciais conflitantes

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


847

Recurso Administrativo. Reclamação disciplinar. Arquivamento


sumário mantido. – “Não há vício na motivação na decisão que fundamentadamente
soluciona a controvérsia. A simples existência de decisões contrárias à parte reclamante
não constitui infração disciplinar. Subsistentes os fundamentos da decisão recorrida, nega-
se provimento ao recurso” (CNJ – RD 843 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Revisão. Justiça ou injustiça da decisão proferida. Inadmissibilidade

Revisão disciplinar. Desatendimento à previsão do artigo 103-B,


parágrafo 4º, V, da CF/88. – “Desatendidos, ainda, os requisitos próprios da revisão, que
não se presta a reexaminar, simplesmente, a justiça de decisão proferida. Não
conhecimento” (CNJ – PCA 23 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 7ª Sessão – j. 18.10.2005 –
DJU 24.10.2005 – Ementa não oficial).

SANÇÃO DISCIPLINAR IMPOSTA A MAGISTRADO


Palavras-chave: REMOÇÃO COMPULSÓRIA
V. tb.: PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – SANÇÃO DISCIPLINAR

Advertência. Processos judiciais patrocinados por advogado, sócio de esposa


de magistrado. Ausência de declaração de suspeição

Revisão Disciplinar. Processos judiciais patrocinados por


advogado sócio de esposa de magistrado. Ausência de declaração de suspeição. – “Esposa
do magistrado e advogado sócio de sociedade de advogados têm entre si estreitas relações
de interesses profissionais, impondo-se a suspeição daquele nos processos sob patrocínio
do segundo. O conflito de interesses é agravado pela lotação de serventuária no juízo, de
filha do mesmo advogado. Os rendimentos de cada cônjuge ingressam na sociedade
conjugal, independentemente do regime de bens, concorrendo para o sustento da família
(art. 1.568 do Código Civil), o que evidencia a participação indireta do magistrado nos
resultados da sociedade de advogados, da qual sua esposa faz parte. Sanção disciplinar de
advertência (art. 42, I da LOMAN)” (CNJ – RD 28 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 86ª Sessão –
j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Advertência e censura. Magistrado promovido ao Tribunal de Justiça

Revisão Disciplinar. Magistrado. Falta punível com penas de


advertência/censura. Representado promovido ao Tribunal de Justiça. Impossibilidade de
aplicação da pena. LOMAN, art. 42, parágrafo único. Participação no julgamento de
Desembargador declarado suspeito. Decisão unânime. Nulidade inexistente. – “I)
Promovido o Juiz de Direito para Desembargador antes do encerramento do julgamento do
procedimento disciplinar, na hipótese de penas de advertência ou censura, correto o
arquivamento ou a improcedência da representação, por impossibilidade de aplicação da
penalidade. II) A participação de magistrado declarado suspeito na votação não gerou
prejuízo ou sequer alterou a conclusão, porquanto esta se deu a unanimidade. O voto em
tela seria irrelevante perante o resultado, eis que, mesmo sem ele, a decisão não favoreceria
ao representante (Precedente Colendo STJ, 5a T., Proc. 2003/0230933-5, DJU 27.9.2004, p.
373). III) Revisão Disciplinar julgada improcedente” (CNJ – REVDIS 20 – Rel. Cons.
Jirair Aram Meguerian – 40ª Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


848

Aposentadoria compulsória. Comprovação de práticas comerciais reiteradas

Processo Administrativo Disciplinar. Apuração de infração


Disciplinar. Magistrado. Realização de atos negociais. Violação da LOMAN. Art. 42, V.
Penalidade de aposentadoria compulsória. – “I) Comprovação de práticas comerciais
reiteradas, com escopo de satisfação de interesse pessoal e obtenção de vantagens
econômicas, para si ou para terceiros, em detrimento dos deveres inerentes ao exercício da
judicatura e das vedações legais (arts. 35, VIII, e 36, I, da LOMAN). II) Demonstração
cabal, ao longo da instrução, de materialidade das infrações disciplinares, dolo e
consciência plena da ilicitude. III) Constatadas a autoria e a materialidade do
descumprimento de dever funcional, a escolha da pena disciplinar incidente é iluminada
pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, por um juízo de ponderação ancorado no caso
concreto, considerada a carga retributiva da sanção, a finalidade preventiva de novos
desvios e, sobretudo, o grau de reprovabilidade da ação/omissão combatida. IV) Deve-se
levar em conta a gravidade da conduta ensejadora da imputação, a carga coativa da pena, o
grau de culpabilidade e a eficácia da medida punitiva. V) Procedimento a que se defere
para aplicar-se a pena de aposentadoria compulsória, com vencimentos proporcionais ao
tempo de serviço (arts. 28 e 42, V, LOMAN)” (CNJ – PAD 200810000017765 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Aposentadoria compulsória. Efeito imediato da decisão. Dispensa de


publicação

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Pará. Magistrado punido com pena de aposentadoria compulsória.
Vencimentos proporcionais. Eficácia imediata da decisão. Acórdão. Publicação. Efeitos. –
“‘A eficácia imediata de decisão que imputa sanção disciplinar não prescinde de
publicação de acórdão, mas sim da notificação daquele que sofrerá seus efeitos’.
Precedente. ‘Se a sentença de disponibilidade malgrado recorrida, já estava a produzir
efeito, a proporcionalização do subsídio do interessado constituiu mera consequência’
(CNJ – PCA 256 – Relator Conselheiro Cláudio Godoy – 12ª Sessão Extraordinária).
Procedimento que se julga parcialmente procedente” (CNJ – PCA 200810000033539 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Aposentadoria compulsória. Modo de cálculo dos proventos

Pedido de Providências. Consulta. Magistrado. Aposentadoria


como sanção disciplinar. Modo de cálculo. – “O tempo a ser considerado, para fixação do
valor dos proventos de aposentadoria voluntária ou involuntária (inclusive compulsória),
será o tempo do serviço, excluídas as contagens fictícias, só se considerando o tempo de
contribuição a partir da vigência de norma regulamentadora do novo regime previdenciário
dos servidores efetivos, extensivo à magistratura nacional” (CNJ – PP 200830000000346 –
Rel. Designado Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Disponibilidade. Precatório Judicial. Quebra da ordem cronológica por ordem


de Presidente de Tribunal. Pagamento a assessor especial

Processo Administrativo Disciplinar. Desembargador do Tribunal


de Justiça do Estado da Paraíba. Participação em fatos que acarretaram a quebra da
ordem cronológica de pagamento de precatórios judiciais. Exercício da presidência.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


849

Pagamento a assessor especial. – “Toda a controvérsia se resume ao fato de ter o


Requerido, durante o seu mandato de Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da
Paraíba, no biênio 2001/2002, determinado o sequestro de valores correspondentes ao que
era devido ao seu assessor especial, juiz A. B. F., no Precatório 2000.007881-6, para pagar
indevida e antecipadamente, quebrando a ordem cronológica de apresentação, o valor ali
consignado na 23ª posição. Pela aplicação da pena de disponibilidade com vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço, aplicável à hipótese e mais condizente com os atos
praticados pelo requerido, Desembargador M.A.S.M.” (CNJ – PAD 05 – Processo
Eletrônico 200830000000917 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão – j. 09.06.2009
– DJU 17.06.2009).

Disponibilidade. Votos da maioria absoluta dos membros da Corte

Revisão disciplinar. Magistrado apenado com disponibilidade com


vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Ausência de quorum qualificado para
aplicação da pena máxima. Impossibilidade de aplicar punição ao magistrado pelas
opiniões que expressa em suas decisões. Art. 93 da CF e art. 41 da LOMAN. Pedido
improcedente. – “I) A pena de disponibilidade foi aplicada por maioria absoluta dos
membros da Corte, com votos condenatórios de 19 dos 30 Desembargadores da Corte. II)
Inocorrência de punição do magistrado por expressão de sua opinião mas pela apuração de
diversos fatos provados no processo. III) Independência funcional não é sinônimo de
irresponsabilidade no exercício das funções judicantes” (CNJ – REVDIS 14 – Rel.
Alexandre de Moraes – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Excesso injustificado de prazo para decidir e comportamento inadequado.


Censura

Procedimento administrativo instaurado para análise de supostas


irregularidades praticadas por magistrado. Excesso, injustificado, de prazo com processos,
falta de serenidade, relação sem urbanidade com as partes. Infração do artigo 35 incisos I,
II, IV e VIII da LOMAN. Aplicação do art. 2º da Resolução 30 deste CNJ c/c o artigo 42,
inciso II, da LOMAN. Censura. (CNJ – PAD 04 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 67ª Sessão
– j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Independência funcional

Revisão disciplinar. Magistrado apenado com disponibilidade com


vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Ausência de quorum qualificado para
aplicação da pena máxima. Impossibilidade de aplicar punição ao magistrado pelas
opiniões que expressa em suas decisões. Art. 93 da CF e art. 41 da LOMAN. Pedido
improcedente. – “I) A pena de disponibilidade foi aplicada por maioria absoluta dos
membros da Corte, com votos condenatórios de 19 dos 30 Desembargadores da Corte. II)
Inocorrência de punição do magistrado por expressão de sua opinião mas pela apuração de
diversos fatos provados no processo. III) Independência funcional não é sinônimo de
irresponsabilidade no exercício das funções judicantes” (CNJ – REVDIS 14 – Rel.
Alexandre de Moraes – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Independência funcional e conduta pessoal inadequada

Independência funcional e conduta pessoal inadequada. Prova dos


autos. Procedência. – “Configurada a transgressão aos deveres de preservação da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


850

independência funcional própria e alheia e de manutenção de conduta pessoal


irrepreensível, em diversos e graves atos, impõe-se a condenação à pena disciplinar
máxima” (CNJ – PAD 06 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Magistrado. Descumpriento do dever funcional. Remoção compulsória

Processo de Revisão Disciplinar. Interceptações telefônicas.


Representação da autoridade policial. Deferimento. Decisões. Ilegalidade formal. Prática
reiterada. Magistrado. Substituição da pena de advertência por remoção (art. 42, III,
LOMAN). – “I) Constatadas a autoria e a materialidade do descumprimento de dever
funcional, a escolha da pena disciplinar incidente é iluminada pelo princípio da
proporcionalidade, ou seja, por um juízo de ponderação ancorado no caso concreto,
considerada a carga retributiva da sanção, a finalidade preventiva de novos desvios e,
sobretudo, o grau de reprovabilidade da ação/omissão combatida. II) Deve-se se levar em
conta a gravidade da conduta ensejadora da imputação, a carga coativa da pena, o grau de
culpabilidade e a eficácia da medida punitiva. III) A proporcionalidade é um dos
parâmetros de aferição da legitimidade da pena e limite do grau de discricionariedade da
decisão por meio da qual opera-se sua escolha e aplicação. IV) A Lei Complementar 35/79,
LOMAN, é cristalina ao vincular a pena de advertência a atos meramente omissivos,
caracterizadores da conduta negligente. V) Procedimento a que se defere parcialmente para
substituição da pena administrativa, de advertência para remoção compulsória para uma
das Varas não-criminais da Comarca de Natal (art. 42, III, LOMAN)” (CNJ – RD
200810000018800 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Participação de magistrados convocados para compor o Órgão Especial ou


Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Aplicação de penalidade em magistrado. Art. 45, LOMAN. Participação de juízes
convocados. – “O inciso II do artigo 45 da LOMAN determina que o Tribunal ou seu
Órgão Especial poderá determinar, pode motivo de interesse público, em escrutínio secreto
e pelo voto de dois terços de seus membros efetivos, a disponibilidade de membro do
próprio Tribunal ou de Juiz de instância inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo
de serviço. Conforme dispõe o artigo 93 da Constituição, o quorum será formado pela
maioria absoluta. Os votos dos juízes convocados não transfiguram a decisão do tribunal,
na medida em que o quorum consitucional foi obedecido” (CNJ – PCA 294 e 428 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Pena de remoção compulsória

Pena de remoção compulsória aplicada a juiz. Inocorrência de


parcialidade ou inobservância do devido processo legal e do direito à ampla defesa.
Respeito aos princípios da legalidade, motivação e publicidade. – “Afastadas as nulidades
suscitadas pelo requerente, e constatando-se que a decisão impugnada baseou-se em sólido
acervo probatório colhido no curso do processo disciplinar, no qual foram observadas as
garantias do contraditório e da ampla defesa, conclui-se que o pedido de revisão não
merece acolhida” (CNJ – REVDIS 37 – Rel. Min. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


851

Possibilidade de o CNJ determinar a instauração, de ofício, de PAD, de alterar


a classificação da infração, de absolver ou condenar o juiz indiciado, alterar a
classificação da infração, absolver ou condenar, modificar a pena ou anular o
processo

“Não há falar em prescrição da sanção disciplinar, pois o


julgamento proferido pelo Conselho da Magistratura do TJRJ concluiu pela improcedência
da representação e, tendo sido observado o prazo para apresentação do pedido de revisão
disciplinar a este Conselho e julgado procedente o pedido, o CNJ pode determinar a
instauração de Processo Administrativo Disciplinar, alterar a classificação da infração,
absolver ou condenar o juiz ou membro de Tribunal, modificar a pena ou anular o processo
(art. 88 do RICNJ)” (CNJ – RD 28 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 –
DJU 17.06.2009 – Ementa não oficial).

Tipos penais e “tipos” disciplinares previstos na LOMAN

Tipicidade penal fechada e tipicidade disciplinar aberta.


Distinção. Interação entre ação penal e Processo Administrativo Disciplinar. – “Os ‘tipos’
disciplinares programados pela LOMAN que alicerçam a imposição de sanções
disciplinares são evidentemente mais abertos que os tipos penais” (CNJ – PAD 06 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

SANÇÃO DISCIPLINAR IMPOSTA A SERVIDOR DO PODER JUDICIÁRIO


Palavras-chave: REMOÇÃO COMPULSÓRIA
V. tb.: SANÇÃO DISCIPLINAR

Incompetência do CNJ para a revisão do processo disciplinar

Procedimento de Controle Administrativo. Acolhimento de


preliminar. Incompetência do CNJ para apreciação da questão. Revisão de punição de
servidor. – “I) Compete ao CNJ revisar processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais, não se inserindo em sua competência a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inciso V, CF/88); II) Esgotadas as vias
administrativas, deve o servidor buscar as vias ordinárias judiciais perante o Tribunal de
origem, sob pena constituir indevido ‘bypass’ entre as Cortes de origem e o Supremo
Tribunal Federal, violando o princípio do juiz natural; III) Procedimento de controle
administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 592 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão
– j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Recurso Administrativo no Procedimento de Revisão Disciplinar.


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Pedido de Revisão de Procedimento
Disciplinar de servidor público penalizado com advertência. Recurso a que se nega
provimento. – “I) Não se insere nas atribuições deste Conselho Nacional de Justiça, nem a
tutela, em concreto, de direitos individuais, nem a revisão dos processos em que figurem
servidores do Judiciário (art. 103, § 4º, inc. V, CF/88). Precedentes do CNJ (PCAs 592,
20071000008395 e 200810000017248; PPs 284, 808, 1310 e 1427). II) A revisão dos atos
dos Tribunais deve-se pautar no reconhecimento da repercussão geral da matéria.
Entendimento contrário levaria, em curto prazo, a inviabilidade do Órgão, que teria sua
missão constitucional desvirtuada. III) O dever de urbanidade é incito à dignidade do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


852

instrumento que o Estado põe à disposição dos contendores para avaliação do direito e
realização da Justiça. III) Recurso conhecido a que se nega provimento” (CNJ – RD
200910000015621 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 –
DJU 17.06.2009).

SECRETARIA-GERAL DO CNJ
Arquivamento de procedimento administrativo pelos Juízes Assessores.
Portaria 23/2006

Pedido de Providências. Arquivamento. Denegação do recurso. –


“I) A Secretária-Geral do CNJ, de acordo com o inciso II, da Portaria 23, de 20.04.2006,
pode, motivadamente, determinar o arquivamento de expedientes manifestamente
incabíveis no âmbito da competência do Conselho, ou contrários a enunciados
administrativos, informando-se ao interessado as razões de decidir e, se possível,
orientando quanto ao procedimento a ser eventualmente adotado. II) Conhece-se do
recurso, em decorrência de sua tempestividade, mas nega-lhe provimento, com a
confirmação integral da decisão de arquivamento” (CNJ – PP 1042 – Rel. Cons. Germana
Moares – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Competência
Vide: Portaria CNJ 238, de 02.05.2008.

Estrutura orgânica
Vide: Portarias CNJ 282, de 24.06.2008; 341, de 15.08.2008; 354, de 20.08.2008 e
406, de 29.10.2008.

Quadro de Pessoal da Secretaria do CNJ. Quantitativo de cargos efetivos


Vide: Portaria CNJ 281, de 24.06.2008.

SEGREDO DE JUSTIÇA
Atividade censória dos tribunais

Pedido de Providências. Consulta. Legitimidade membro do


Tribunal de Justiça. Auto-aplicabilidade dos artigos 93, incisos IX e X da Constituição
Federal. – “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, sendo as
decisões administrativas dos tribunais motivadas e tomadas pelo voto da maioria absoluta
de seus membros. Possibilidade constitucional de edição de lei para restringir a publicidade
dos atos processuais em virtude de defesa da intimidade ou exigência do interesse social
(CF, art. 5º, inciso LX). Recepção da LOMAN (art. 40). Possibilidade de segredo de
justiça no exercício de atividade censória dos tribunais, de maneira a garantir o devido
resguardo à dignidade e à independência do magistrado” (CNJ – PP 1108 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Direito de certidão constitucionalmente reconhecido, ressalvado o segredo de


justiça

Solicitação de certidão. Direito do cidadão constitucionalmente


protegido. Obtenção. Perda do objeto. – “I) É direito da jurisdicionada obter informações
do Tribunal sobre processos instaurados, entretanto, ressalve-se que o segredo de justiça
deve ser preservado nas situações em que assim se dispuser. II) Atendida a requerente na

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


853

sua solicitação de certidão, há que se julgar extinto o procedimento por perda de objeto”
(CNJ – PP 718 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006
– Ementa não oficial).

Pretensão de normatização do acesso aos autos em segredo de justiça e fixação


das ações com essa condição

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Requerimento


de normatização da forma de publicação e acesso aos autos em segredo de justiça e
estabelecimento de quais ações de estado justificam o segredo de justiça. – “O pedido do
requerente, quanto a regulamentação do segredo de justiça, bem como seus
desdobramentos, não fazem parte do rol constitucional de competências do Conselho
Nacional de Justiça e deverão ser pleiteados nas vias adequadas, ou seja, no Congresso
Nacional, pela expressa exigência constitucional de edição de lei para restringir a
publicidade dos atos processuais” (CNJ – PP 795 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 28ª
Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa não oficial).

SEGURANÇA ARMADA
Contratação pelo Tribunal para proteção da residência de magistrados

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça do Estado do Amapá.


Contratação de segurança armada para proteção da residência de desembargadores.
Desvio de finalidade. Violação aos princípios da legalidade, impessoalidade e
moralidade. – “1) A situação de violência e insegurança que aflige toda a população
brasileira, sobretudo nos grandes centros urbanos, não justifica adoção de solução
particularizada em favor dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Amapá, com
imposição de custos ao erário. 2) Caracteriza desvio de finalidade e violação aos princípios
da legalidade, impessoalidade e moralidade a contratação, pelo Tribunal de Justiça do
Amapá, de segurança armada para proteção das residências particulares de seus
desembargadores. Pedido conhecido como procedimento de controle administrativo e
julgado parcialmente procedente” (CNJ – PP 200810000006524 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 73ª Sessão – j. 04.11.2008 – DJU 21.11.2008).

SEGURANÇA DOS MAGISTRADOS


Poder de Polícia dos tribunais

Pedido de Providências. Poder de Polícia dos Tribunais.


Instituição de procedimentos de segurança. – “Revela-se adequada a edição de atos
normativos internos visando a segurança dos magistrados, membros do Ministério Público,
advogados, serventuários e jurisdicionados no interior dos estabelecimentos forenses, com
utilização de meios razoáveis e respeitadores da dignidade da pessoa humana. Tal
procedimento não é discriminatório ou abusivo e pretende garantir maior segurança no
interior das dependências forenses e, portanto, apresenta justificativa objetiva e razoável,
não ferindo o princípio da igualdade” (CNJ – PP 461 – Rel. Cons. Alexandre de Moras –
25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

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SEGURANÇA JURÍDICA (PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA)


Concurso de ingresso na Magistratura. Pretensão de anulação. Concurso
findo. Segurança jurídica

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Santa Catarina. Concurso Público para o Ingresso na Carreira da Magistratura. Questões de
Conhecimento Gerais. Concurso findo. Segurança Jurídica. Improcedência do pedido.
(CNJ – PCA 148 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU
23.03.2007 – Ementa não oficial).

Impossibilidade de anular concurso realizado há mais de quatro anos com os


candidatos empossados e em exercício

“No caso em exame, entendo que contraria o princípio da


razoabilidade a anulação integral de um concurso realizado há mais de 4 (quatro) anos,
ainda mais quando se verifica que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
nomeou e empossou um quantitativo de 560 servidores e, caso fossem anulados todas essas
investiduras, simplesmente ficaria impossibilitado de funcionar. E isso sem considerar os
graves transtornos e prejuízos que tal causaria a centenas de servidores – e às suas famílias
– que se submetem devidamente às regras e etapas do concurso público. Ressalte-se, a
grande maioria deles imbuídos da mais cristalina boa-fé, e que dedicaram anos de suas
vidas na preparação para aquele certame. Ainda, não se mostraria razoável nem prudente a
anulação integral de um concurso em que nenhuma outra fraude, a par daquelas apuradas e
já corrigidas, foi apontada, como até quase à exaustão foi dito alhures. A simples
presunção de que se trata de um iceberg não induz – no caso concreto – que a fraude
comprova alcance de todo o certame, além daqueles já devidamente apurados e punidos.
Com efeito, além do princípio da razoabilidade, a anulação integral do certame, após tantos
anos, também afrontaria o princípio da segurança jurídica” (CNJ – PCA 390 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do
voto do relator).

Preservação de situações já consolidadas

“A segurança jurídica exige que se preservem as situações já


consolidadas, não se justificando que decisão proferida neste processo afete a esfera
jurídica daqueles que já foram empossados no cargo. Precedente em caso idêntico (PCA
251, Rel. Cons. Paulo Schmidt). Procedência parcial do pedido” (CNJ – PCA 408 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

SEGURANÇA NOS PRÉDIOS DO PODER JUDICIÁRIO


Sistema eletrônico de segurança e controle de ingresso

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal da 3ª Região. Sistema eletrônico de segurança para acesso aos prédios do Poder
Judiciário. – “A garantia de maior segurança no interior das dependências forenses é
justificativa razoável para que seja implementado sistema de segurança com a instalação de
detectores de metal. Precedentes do Conselho Nacional de Justiça. Pedido julgado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


855

improcedente” (CNJ – PCA 200810000024915 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

SENTENÇA
V. tb.: DECISÃO JUDICIAL – JULGAMENTO

Critérios de aferição da qualidade das sentenças para efeito de promoção ou


remoção de magistrado
V. tb.: MAGISTRADO

Produtividade. Pontuação suplementar pelo exercício de funções


de auxílio na corregedoria ou na presidência, de diretoria de fórum ou em juizado
especial. Invalidade. – “A atribuição de pontuação extra para o exercício de funções na
Corregedoria, Presidência do Tribunal, Diretoria do Fórum ou Juizado Especial caracteriza
evidente violação ao princípio da isonomia. Precedente (PCA 68)” (CNJ – PCA 477 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Registro na sentença pelo juiz titular de que a juíza substituta negou-se a


cumprir seus deveres funcionais

Procedimento de Controle Administrativo. Alegações por parte de


Juiz Titular de que, durante seu afastamento em razão de férias, a juíza substituta negou-
se a cumprir seus deveres funcionais de instrução e julgamento de processos. Requerente
sustenta que foi notificado pelo Corregedor-Geral de Justiça para que se abstivesse de
constar nos autos tal comportamento. – “A independência dos Juízes na formação de suas
convicções é direito essencial, garantia do cidadão e do próprio Estado Democrático de
Direito, como defendido pelo Conselho Nacional de Justiça desde o seu nascimento. A
atuação funcional do Magistrado – independente nas suas convicções – deve estar voltada
para a edificação de uma sociedade livre, justa e solidária, objetivo fundamental da
República e para o fortalecimento cada vez maior do Judiciário. No caso, todavia, em
principio, as decisões judiciais não são o espaço próprio e eficaz para que um magistrado
faça críticas à conduta funcional de outro e à Corregedoria Geral, até porque, além de
infrutíferas, servem ao desprestígio da Instituição” (CNJ – PCA 227 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Revisão Disciplinar. Submissão do magistrado aos preceitos éticos e linguagem


comedida ao prolatar decisões

“Conclui-se, então, que o Juiz, como todo agente público, está


sujeito aos preceitos éticos, inserindo-se aí a vedação de uso de linguagem excessiva em
seu discurso judiciário, a merecer a devida reprimenda na medida em que se demonstre a
existência do intuito de ofensa à honra de terceiros, restando evidente a necessidade do
elemento dolo por parte do magistrado quando da exteriorização de sua opinião sob a
forma de crítica judiciária” (CNJ – RD 5047 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor
Rocha – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007 – Ementa não oficial).

SEPARAÇÃO CONSENSUAL
Palavras-chave: SOCIEDADE CONJUGAL

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


856

V. tb.: ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO, PARTILHA, SEPARAÇÃO E


DIVÓRCIO CONSENSUAIS – SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO

Escritura pública – Requisitos

“São requisitos para lavratura da escritura pública de separação


consensual: a) um ano de casamento; b) manifestação da vontade espontânea e isenta de
vícios em não mais manter a sociedade conjugal e desejar a separação conforme as
cláusulas ajustadas; c) ausência de filhos menores não emancipados ou incapazes do casal;
e d) assistência das partes por advogado, que poderá ser comum” (art. 47 da Res. CNJ 35,
de 24.04.2007).

Restabelecimento de sociedade conjugal

“O restabelecimento de sociedade conjugal pode ser feito por


escritura pública, ainda que a separação tenha sido judicial. Neste caso, é necessária e
suficiente a apresentação de certidão da sentença de separação ou da averbação da
separação no assento do casamento” (art. 48 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“Em escritura pública de restabelecimento de sociedade conjugal, o


tabelião deve: a) fazer constar que as partes foram orientadas sobre a necessidade de
apresentação de seu traslado no registro civil do assento de casamento, para a averbação
devida; b) anotar o restabelecimento à margem da escritura pública de separação
consensual, quando esta for de sua serventia, ou, quando de outra, comunicar o
restabelecimento, para a anotação necessária na serventia competente; e c) comunicar o
restabelecimento ao juízo da separação judicial, se for o caso” (art. 49 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

“A sociedade conjugal não pode ser restabelecida com


modificações” (art. 50 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“A averbação do restabelecimento da sociedade conjugal somente


poderá ser efetivada depois da averbação da separação no registro civil, podendo ser
simultâneas” (art. 51 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
Palavras-chave: DIVÓRCIO
V. tb.: ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO, PARTILHA, SEPARAÇÃO E
DIVÓRCIO CONSENSUAIS – SEPARAÇÃO CONSENSUAL

Alteração do nome de algum cônjuge

“Havendo alteração do nome de algum cônjuge em razão de


escritura de separação, restabelecimento da sociedade conjugal ou divórcio consensuais, o
Oficial de Registro Civil que averbar o ato no assento de casamento também anotará a
alteração no respectivo assento de nascimento, se de sua unidade, ou, se de outra,
comunicará ao Oficial competente para a necessária anotação” (art. 41 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


857

“A escritura pública de separação ou divórcio consensuais, quanto


ao ajuste do uso do nome de casado, pode ser retificada mediante declaração unilateral do
interessado na volta ao uso do nome de solteiro, em nova escritura pública, com assistência
de advogado” (art. 45 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Averbação

“O traslado da escritura pública de separação e divórcio


consensuais será apresentado ao Oficial de Registro Civil do respectivo assento de
casamento, para a averbação necessária, independente de autorização judicial e de
audiência do Ministério Público” (art. 40 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública

“Da escritura, deve constar declaração das partes de que estão


cientes das conseqüências da separação e do divórcio, firmes no propósito de pôr fim à
sociedade conjugal ou ao vínculo matrimonial, respectivamente, sem hesitação, com recusa
de reconciliação” (art. 35 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“Não há sigilo nas escrituras públicas de separação e divórcio


consensuais” (art. 42 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“Na escritura pública deve constar que as partes foram orientadas


sobre a necessidade de apresentação de seu traslado no registro civil do assento de
casamento, para a averbação devida” (art. 43 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“O tabelião poderá se negar a lavrar a escritura de separação ou


divórcio se houver fundados indícios de prejuízo a um dos cônjuges ou em caso de dúvidas
sobre a declaração de vontade, fundamentando a recusa por escrito” (art. 46 da Res. CNJ
35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Comparecimento pessoal das partes

“O comparecimento pessoal das partes é dispensável à lavratura de


escritura pública de separação e divórcio consensuais, sendo admissível ao(s) separando(s)
ou ao(s) divorciando(s) se fazer representar por mandatário constituído, desde que por
instrumento público com poderes especiais, descrição das cláusulas essenciais de validade
de trinta dias” (art. 36 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Documentos exigidos

“Para a lavratura da escritura pública de separação e de divórcio


consensuais, deverão ser apresentados: a) certidão de casamento; b) documento de
identidade oficial e CPF/MF; c) pacto antenupcial, se houver; d) certidão de nascimento ou
outro documento de identidade oficial dos filhos absolutamente capazes, se houver; e)
certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles relativos; e f) documentos
necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos, se houver” (art. 33
da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Partilha de bens

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


858

“Havendo bens a serem partilhados na escritura, distinguir-se-á o


que é do patrimônio individual de cada cônjuge, se houver, do que é do patrimônio comum
do casal, conforme o regime de bens, constando isso do corpo da escritura” (art. 33 da Res.
CNJ 35, de 24.04.2007).

“Na partilha em que houver transmissão de propriedade do


patrimônio individual de um cônjuge ao outro, ou a partilha desigual do patrimônio
comum, deverá ser comprovado o recolhimento do tributo devido sobre a fração
transferida” (art. 38 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“A partilha em escritura pública de separação e divórcio


consensuais far-se-á conforme as regras da partilha em inventário extrajudicial, no que
couber” (art. 39 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Retificação das cláusulas de obrigações alimentares

“É admissível, por consenso das partes, escritura pública de


retificação das cláusulas de obrigações alimentares ajustadas na separação e no divórcio
consensuais” (art. 44 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Existência de filhos comuns

“As partes devem declarar ao tabelião, no ato da lavratura da


escritura, que não têm filhos comuns ou, havendo, que são absolutamente capazes,
indicando seus nomes e as datas de nascimento” (art. 34 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL


Palavras-chave: ARROLAMENTO – DIVÓRCIO – HERANÇA – INVENTÁRIO –
PARTILHA – SOBREPARTILHA

Advogado. Obrigatoriedade da presença

“É necessária a presença do advogado, dispensada a procuração, ou


do defensor público, na lavratura das escrituras decorrentes da Lei 11.441/2007, nelas
constando seu nome e registro na OAB” (art. 8º da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Advogado. Vedação à indicação pelo tabelião

“É vedada ao tabelião a indicação de advogado às partes, que


deverão comparecer para o ato notarial acompanhadas de profissional de sua confiança. Se
as partes não dispuserem de condições econômicas para contratar advogado, o tabelião
deverá recomendar-lhes a Defensoria Pública, onde houver, ou, na sua falta, a Seccional da
Ordem dos Advogados do Brasil” (art. 9º da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Bens localizados no exterior. Vedação

“É vedada a lavratura de escritura pública de inventário e partilha


referente a bens localizados no exterior” (art. 29 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Cessionário de direitos hereditários. Admissibilidade e requisitos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


859

“É possível a promoção de inventário extrajudicial por cessionário


de direitos hereditários, mesmo na hipótese de cessão de parte do acervo, desde que todos
os herdeiros estejam presentes e concordes” (art. 16 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Cônjuges dos herdeiros. Hipóteses de comparecimento

“Os cônjuges dos herdeiros deverão comparecer ao ato de lavratura


da escritura pública de inventário e partilha quando houver renúncia ou algum tipo de
partilha que importe em transmissão, exceto se o casamento se der sob o regime da
separação absoluta” (art. 17 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Conversão da separação

“A Lei 11.441/2007 permite, na forma extrajudicial, tanto o


divórcio direto como a conversão da separação em divórcio. Neste caso, é dispensável a
apresentação de certidão atualizada do processo judicial, bastando a certidão da averbação
da separação no assento de casamento” (art. 52 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Conversão da separação. Comprovação do lapso temporal de dois anos

“A declaração dos cônjuges não basta para a comprovação do


implemento do lapso de dois anos de separação no divórcio direto. Deve o tabelião
observar se o casamento foi realizado há mais de dois anos e a prova documental da
separação, se houver, podendo colher declaração de testemunha, que consignará na própria
escritura pública. Caso o notário se recuse a lavrar a escritura, deverá formalizar a
respectiva nota, desde que haja pedido das partes neste sentido” (art. 53 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

Emolumentos. Gratuidade

“A gratuidade prevista na Lei 11.441/2007 compreende as


escrituras de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais” (art. 6º da Res. CNJ
35, de 24.04.2007).

“Para a obtenção da gratuidade de que trata a Lei 11.441/2007,


basta a simples declaração dos interessados de que não possuem condições de arcar com os
emolumentos, ainda que as partes estejam assistidas por advogado constituído” (art. 7º da
Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Emolumentos. Regras para fixação

“O valor dos emolumentos deverá corresponder ao efetivo custo e à


adequada e suficiente remuneração dos serviços prestados, conforme estabelecido no
parágrafo único do art. 1º da Lei 10.169/2000, observando-se, quanto a sua fixação, as
regras previstas no art. 2º da citada lei” (art. 4º da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“É vedada a fixação de emolumentos em percentual incidente sobre


o valor do negócio jurídico objeto dos serviços notariais e de registro (Lei 10.169, de 2000,
art. 3º, inciso II)” (art. 5º da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


860

Escritura pública. Admissibilidade para as verbas previstas na Lei 6.858/80

“Para as verbas previstas na Lei 6.858/80, é também admissível a


escritura pública de inventário e partilha” (art. 14 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Desnecessidade de registro no Livro “E”

“É desnecessário o registro de escritura pública decorrente da Lei


11.441/2007 no Livro ‘E’ de Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais, entretanto, o
Tribunal de Justiça deverá promover, no prazo de 180 dias, medidas adequadas para a
unificação dos dados que concentrem as informações dessas escrituras no âmbito estadual,
possibilitando as buscas, preferencialmente, sem ônus para o interessado” (art. 10 da Res.
CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Documentação necessária

“Na lavratura da escritura deverão ser apresentados os seguintes


documentos: a) certidão de óbito do autor da herança; b) documento de identidade oficial e
CPF das partes e do autor da herança; c) certidão comprobatória do vínculo de parentesco
dos herdeiros; d) certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e
pacto antenupcial, se houver; e) certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a eles
relativos; f) documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e
direitos, se houver; g) certidão negativa de tributos; e h) Certificado de Cadastro de imóvel
Rural – CCIR, se houver imóvel rural a ser partilhado” (art. 22 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

“Os documentos apresentados no ato da lavratura da escritura


devem ser originais ou em cópias autenticadas, salvo os de identidade das partes, que
sempre serão originais” (art. 23 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“A escritura pública deverá fazer menção aos documentos


apresentados” (art. 24 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Lavratura a qualquer tempo

“A escritura pública de inventário e partilha pode ser lavrada a


qualquer tempo, cabendo ao tabelião fiscalizar o recolhimento de eventual multa, conforme
previsão em legislação tributária estadual e distrital específicas” (art. 31 da Res. CNJ 35,
de 24.04.2007).

Escritura pública. Qualificação das partes

“As partes e respectivos cônjuges devem estar, na escritura,


nomeados e qualificados (nacionalidade; profissão; idade; estado civil; regime de bens;
data do casamento; pacto antenupcial e seu registro imobiliário, se houver; número do
documento de identidade; número de inscrição no CPF/MF; domicílio e residência)” (art.
20 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Requisitos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


861

“A escritura pública de inventário e partilha conterá a qualificação


completa do autor da herança; o regime de bens do casamento; pacto antenupcial e seu
registro imobiliário, se houver; dia e lugar em que faleceu o autor da herança; data da
expedição da certidão de óbito; livro. folha, número do termo e unidade de serviço em que
consta o registro do óbito; e a menção ou declaração dos herdeiros de que o autor da
herança não deixou testamento e outros herdeiros, sob as penas da lei” (art. 21 da Res. CNJ
35, de 24.04.2007).

Escritura pública. Retificação

“A escritura pública pode ser retificada desde que haja o


consentimento de todos os interessados. Os erros materiais poderão ser corrigidos, de
ofício ou mediante requerimento de qualquer das partes, ou de seu procurador, por
averbação à margem do ato notarial ou, não havendo espaço, por escrituração própria
lançada no livro das escrituras públicas e anotação remissiva” (art. 13 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

Escritura pública. Título hábil

“As escrituras públicas de inventário e partilha, separação e


divórcio consensuais não dependem de homologação judicial e são títulos hábeis para o
registro civil e o registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como
para promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e
levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
instituições financeiras, companhias telefônicas, etc.)” (art. 3º da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

Existência de credores do espólio

“A existência de credores do espólio não impedirá a realização do


inventário e partilha, ou adjudicação, por escritura pública” (art. 27 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

Facultatividade da via judicial ou extrajudicial

“É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou


extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a suspensão, pelo prazo de 30
dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial” (art. 2º da Res.
CNJ 35, de 24.04.2007).

Herdeiro único. Desnecessidade de partilha

“Havendo um só herdeiro, maior e capaz, com direito à totalidade


da herança, não haverá partilha, lavrando-se a escritura de inventário e adjudicação dos
bens” (art. 26 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Inventariante. Nomeação de qualquer um dos interessados

“É obrigatória a nomeação de interessado, na escritura pública de


inventário e partilha, para representar o espólio, com poderes de inventariante, no
cumprimento de obrigações ativas ou passivas pendentes, sem necessidade de seguir a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


862

ordem prevista no art. 990 do Código de Processo Civil” (art. 11 da Res. CNJ 35, de
24.04.2007).

Inventário negativo

“É admissível inventário negativo por escritura pública” (art. 28 da


Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Livre escolha do tabelião de notas

“Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei 11.441/2007,


é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência do Código
de Processo Civil” (art. 1º da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Por procuração. Admissibilidade e requisitos

“Admitem-se inventário e partilha extrajudiciais com viúvo(a) ou


herdeiro(s) capazes, inclusive por emancipação, representado(s) por procuração
formalizada por instrumento público de poderes especiais, vedada a acumulação de
funções de mandatário e de assistente das partes” (art. 12 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

Possibilidade de recusa

“O tabelião poderá se negar a lavrar a escritura de inventário ou


partilha se houver fundados indícios de fraude ou em caso de dúvidas sobre a declaração
de vontade de algum dos herdeiros, fundamentando a recusa por escrito” (art. 32 da Res.
CNJ 35, de 24.04.2007).

Sobrepartilha. Admissibilidade

“É admissível a sobrepartilha por escritura pública, ainda que


referente a inventário e partilha judiciais já findos, mesmo que o herdeiro, hoje maior e
capaz, fosse menor ou incapaz ao tempo do óbito ou do processo judicial” (art. 25 da Res.
CNJ 35, de 24.04.2007).

Tributos. Momento do recolhimento

“O recolhimento dos tributos incidentes deve anteceder a lavratura


da escritura” (art. 15 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

União estável. Anuência de todos os herdeiros

“O(A) companheiro(a) que tenha direito à sucessão é parte,


observada a necessidade de ação judicial se o autor da herança não deixar outro sucessor
ou não houver consenso de todos os herdeiros, inclusive quanto ao reconhecimento da
união estável” (art. 18 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

“A meação de companheiro(a) pode ser reconhecida na escritura


pública, desde que todos os herdeiros e interessados na herança, absolutamente capazes,
estejam de acordo” (art. 19 da Res. CNJ 35, de 24.04.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


863

SERVENTIA
Vide: SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)
– SERVIÇOS EXTRAJUDICIAIS

SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)


Palavras-chave: ACUMULAÇÃO E CARTÓRIOS – ACUMULAÇÃO E
DESACUMULAÇÃO DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS – DESANEXAÇÃO DE
SERVENTIAS – OFICIAL DE REGISTRO – SERVENTIA
V. tb.: ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – CONCURSO DE INGRESSO NA
ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – CONCURSO DE REMOÇÃO PARA
SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS – EMOLUMENTOS – NOTÁRIO –
REGISTRADOR (TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL) – REGISTRO DE
IMÓVEIS

Acumulação. Possibilidade apenas quando o município não comporta mais de


um dos serviços

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de ingresso


na atividade notarial e de registro. Colocação em concurso de serventias agrupadas,
acumulando ilegalmente serviços de notas com registro civil e de protesto com registros
imóveis. Inadmissibilidade. Determinação para a desanexação, com publicação de novo
edital de concurso após a regularização dos serviços, abrindo-se novas inscrições. – “Não
são acumuláveis os serviços notariais e de registro, exceto nos municípios que não
comportam mais de um dos serviços, em razão do volume de serviços ou da receita, posto
que a anterior legislação permissiva dos Estados sobre a matéria não foi recepcionada pela
Constituição Federal, nem pela Lei Federal 8.935/94, que regulamentou o art. 236 daquela
Carta de Princípios” (CNJ – PCA 3841 – Rel. Cons. Rui Stoco – 50ª Sessão – j. 23.10.2007
– DJU 09.11.2007).

Acumulação. Registro Civil e Notas. Situação excepcional. Segurança jurídica

Procedimento de Controle Administrativo. Cumulação de


serventias. Registro Civil e Notas. Situação excepcional que se perdura há mais de 30
anos. Opções de escolha disponibilizadas a candidatos em certame. Segurança jurídica.
Indeferimento. – “I) Há de ser considerada a autonomia dos Tribunais (PCA 637), quando
exercida nos seus estritos limites. In casu, o Tribunal optou por não exercer seu poder
discricionário para realizar a cumulação (art. 26, § único, da Lei 8.935/94) de serventias,
ou a extinção do serviço e a anexação (art. 44 da Lei 8.935/94). A desacumulação não é
automática pela vacância considerada isoladamente. Interpretação sistemática do parágrafo
único com o caput do art. 26 (excepcionalidade de acumulação), somado ao art. 4º da Lei
8.935/94 (prestação de modo eficiente e adequado às peculiaridades locais). Necessidade
de ato jurídico administrativo específico (STF – Ação Cautelar 2900/RS). II) A situação
jurídica preexistente recomenda observar o comando da segurança jurídica, mormente na
busca por preservar atos administrativos praticados e consumados, além de buscar evitar
grave dano e prejuízos ao Tribunal a quo, conforme linha de decisões recentes do CNJ
(PCA 510). III) Não se pode frustrar escolha de serventias, feita por aprovados em certame
já encerrado, sob pena de permitir-se subversão da ordem, até mesmo por que a opção foi
feita com respaldo em legislação estadual ainda vigente, a qual permite a cumulação de
serventias, nos termos do art. 26 da Lei 8.935/94 (art. 243, § 4º, do Decreto-Lei Estadual

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


864

8.527, art. 92 da Lei Estadual 2.085-A e a Resolução 1 do antigo Tribunal de Justiça do


Estado de Guanabara). IV) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere”
(CNJ – PCA 200710000008917 – Rel. Designado Cons. Jorge Maurique – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Acumulação. Registro Civil que não sedia a comarca. Acumulação da função


notarial

Procedimento de Controle Administrativo. Registro civil de distrito


ou município que não sedia comarca. Acumulação de função notarial. Impugnação do
provimento 164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. Restrição à
lavratura de Escritura Pública de Inventário, Partilha, Separação e Divórcio
Consensuais. – “I) A Lei Estadual 12919/98 (art. 2º, § 2º) e outras normas expedidas pelo
TJ/MG autorizam ao Cartório de Registro Civil de distrito ou município que não seja sede
de comarca, a acumulação de serviço notarial. II) Invalidade do art. 2º do Provimento
164/2007 da Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, que vedou a lavratura de
escritura pública de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais pelos oficiais do
Registro Civil que acumulam a função notarial. III) Pedido julgado procedente para
declarar inválido o parágrafo único do artigo 2º do Provimento 164/2007 da Corregedoria-
Geral de Justiça de Minas Gerais” (CNJ – PCA 527 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Acumulação de serventias. Atribuição exclusiva dos Tribunais

“A avaliação quanto à pertinência da instalação de novos serviços


da atividade notarial e de registro é atribuição dos Tribunais de Justiça, que deve ser
realizada na forma da lei. O permissivo legal não pode ser utilizado como subterfúgio para
favorecimentos pessoais e burla à regra do concurso público. Apenas nos casos em que
comprovadamente o volume dos serviços e das receitas não justificarem a instalação de
novo serviço é permitida a acumulação. Mas a desacumulação dos serviços notariais que
tenham sido anteriormente agrupados só encontra justificativa se comprovado que, em
razão do volume dos serviços ou da receita é viável e sustentável a cisão, de modo a
cumprir a regra do caput do art. 26 da Lei 8.935/94. Todavia, essa tarefa e essa verificação
constitui prerrogativa que se insere na autonomia privativa do Tribunal ao qual as
serventias estão submetidas nos respectivos Estados da Federação” (CNJ – PCA
200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Acumulação dos Serviços de Notas e Registro. Direito personalíssimo inerente


ao titular, que cessa com a primeira vacância

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de


acumulação irregular da Atividade Notarial por Cartórios do Registro Civil de Pessoas
Naturais e por Cartório de Registro de Contratos Marítimos. Ocorrência. Procedência
parcial ao pedido para determinar a desacumulação. – “I) Se, no momento em que o
procedimento foi ajuizado no CNJ, já havia decisão interna corporis do Tribunal
determinando tanto quanto requerido, a pretensão, nessa parte, está prejudicada, posto que
o objetivo colimado na petição inicial já havia sido alcançado no âmbito administrativo. II)
O direito adquirido tem natureza peculiar, pois é pessoal, intransmissível e intransferível.
Nasce e fenece com o seu detentor, de sorte que apenas o titular da serventia extrajudicial
no momento do advento da lei é que adquire o direito a que se refere o art. 40 das

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


865

Disposições Transitórias da Lei 8.935/94, de sorte que, com a primeira vacância posterior a
sua vigência, cessa automaticamente o direito de acumulação do registro civil com o
serviço de notas. III) O que se resguarda a título de segurança jurídica e se torna imune à
anulação ou desconstituição é o ato administrativo típico praticado há mais de cinco anos.
Assegura-se, no art. 54 da Lei Federal 9.784, de 29.01.99 e no art. 95, parágrafo único do
Regimento Interno do CNJ, portanto, o direito de o ato administrativo ficar indene à
revisão por parte da Administração Pública ou do próprio Conselho Nacional de Justiça.
Todavia, decorrendo a cessação do direito de acumulação de atividades exercidas por
serventias extrajudiciais de previsão expressa da lei, ou seja, de norma regulamentadora da
própria Constituição Federal, não há falar em preclusão administrativa, decadência ou
prescrição” (CNJ – PCA 200710000008917 – Rel. Designado Cons. Jorge Maurique – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008 – Ementa do voto vencido do Cons. Rui Stoco).

Acumulação e desacumulação. Possibilidade

Acumulação e desacumulação de serventias extrajudiciais por Ato


Administrativo. Possibilidade. – Precedentes deste CNJ (PCA 19531) e STF (ADI 2413).
Com a ressalva de que compete a este CNJ analisar tais atos administrativos no caso de
eventual irregularidade com o que dispõe a Lei 8.935/94, art. 26, parágrafo único.
Suspensão de concurso público para serventias extrajudiciais ante eventual redução do
rol de vacância decorrente de anexação alegadamente irregular. Impossibilidade no caso.
– “Não se trata de exclusão isolada de serventias do concurso, sem justificativa, mas de
anterior anexação de serviços que, não existindo mais, não integram a listagem. Simples
alegação de que algumas serventias poderiam se manter sem a anexação não é bastante
para que se suspenda o concurso público” (CNJ – PCA 200810000016104 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Adoção da falta de comunicação como data de vacância de serventia

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso de ingresso e remoção. Insurgência contra resolução que
regulamentou o certame e contra a listagem geral de serventias. Ataques a vários aspectos
do edital. Procedência parcial do pedido. – “A falta de comunicação não pode converter-
se em, data de vacância de serventia extrajudicial através de mera ficção, sob pena de
subversão da realidade fática” (CNJ – PCA 7238 e 627 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Aposentadoria do notário ou registrador (delegatário) aos 70 anos de idade

“Conforme decidiu a Suprema Corte pátria, os serviços notariais e


de registro não são cargos ou empregos públicos, não se sujeitando à aposentadoria
compulsória aos setenta anos, Por se tratar de delegação de serviço público, não se aplica a
norma prevista no inciso VIII do art. 37 da Carta Magna de 1988” (CNJ – PCA 301 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).
Observação: A Emenda Constitucional 20, de 15.12.1998, deu nova redação ao art. 40 da
Constituição Federal, preceituando que “Aos servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo”,
estabelecendo, portanto, aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos, de sorte que apenas esses agentes, com esses

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


866

atributos, poderiam obter aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade. Esse, aliás,
o entendimento que vem sendo perfilhado na jurisprudência. Trata-se de questão submetida
ao Colendo Supremo Tribunal Federal, com alguns votos favoráveis à tese.

Procedimento de Controle Administrativo. Decisão do STF da


ADIN 3522. Aposentadoria compulsória de notários. Regime Jurídico dos Servidores
Públicos. Inaplicabilidade. EC 20/98. Exercício de atividade em caráter privado por
delegação do poder público. Inaplicabilidade da aposentadoria compulsória aos setenta
anos. Inconstitucionalidade. – “I) O artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição do Brasil, na
redação que lhe foi conferida pela EC 20/98, está restrito aos cargos efetivos da União, dos
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios – incluídas as autarquias e
fundações. II) Os serviços de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos em
caráter privado por delegação do Poder Público, serviço público não privativo. III) Os
notários e os registradores exercem atividade estatal; entretanto, não são titulares de cargo
público efetivo, tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes
alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado artigo 40 da CB/88 –
aposentadoria compulsória aos sestenta anos de idade” (CNJ – PCA 281 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa
não oficial).

Aposentadoria voluntária a pedido de titular de serventia. Pretensão de


regresso em razão de arrependimento

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Aposentadoria compulsória convertida em aposentadoria voluntária a pedido do
interessado. Regresso à titularidade da serventia fundado em posterior arrependimento
juridicamente ineficaz. Impossibilidade. – “Deferida ao titular de serventia extrajudicial a
sua aposentadoria voluntária, solicitada por ele de modo expresso e incondicional, é
irregular o ato de tribunal que lhe assegure o retorno ao posto em virtude de posterior
arrependimento inspirado na invalidação do ato de efetivação de seu sucessor na serventia.
Somente eventual reconhecimento de nulidade do ato de aposentadoria propicia a
restauração da situação anterior. Ato de aposentadoria regularmente expedido e registrado
em tribunal de contas. Procedimento de controle administrativo conhecido. Pedido
acolhido” (CNJ – PCA 200810000015409 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Atividade notarial e de registro. Pontuação máxima estipulada

Procedimento de Controle Administrativo. Atividade notarial e


registro. Concurso de remoção. Insurgência contra o entendimento da comissão de
concurso, que limitou em cinco pontos a pontuação máxima a ser considerada para
remoção em concurso público. Inexistência de ilegalidade do edital e ata regulamentar que
estabeleceram pontuação máximas em cinco pontos e da ata 145 da comissão de concurso
(CNJ – PCA 200810000024150 – Rel. Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU
05.12.2008).

Ato de delegação de serviços de notas e de registro praticado pelo Governador


do Estado. Impossibilidade de desconstituição pelo CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de atos


de delegação de serviços notariais e registrais praticados pelo Governador do Estado de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


867

Minas Gerais após a CF/88. Impossibilidade. Pedido Julgado Improcedente. – “Não pode
o Conselho Nacional de Justiça, como órgão de cúpula da administração do Poder
Judiciário, determinar a desconstituição de ato praticado por membro do Poder Executivo.
Procedimento a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200710000003683 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Candidato aprovado em concurso de ingresso na atividade notarial e de


registro que ocupa cargo público. Momento de desincompatibilidade da
ocupação incompatível

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Serventia extrajudicial. Concurso. Momento de desincompatibilização de
atividade incompatível com o exercício da atividade notarial ou registral. – “Mostra-se
razoável que candidato aprovado em concurso público para ingresso na atividade notarial
ou registral postergue para o último instante possível o desligamento de função
incompatível com o novo ofício. Afinal, em caso de qualquer imprevisto a obstar a
assunção do novo serviço, o candidato vitorioso ficaria em situação inusitada, sem poder
assumir o novo posto nem prosseguir no antigo, do qual se teria desvinculado. Recurso
conhecido e, no mérito, desprovido” (CNJ – PCA 200810000009980 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Cartório de Registro de Títulos e Documntos. Criação de “Central e


Atendimento” em sítio eletrônico, para notificações postais em outros estados.
Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Registros de títulos e documentos. Criação de central de atendimento. Sítio
eletrônico. Notificações postais para municípios de outros estados. Ilegalidade. Art. 130,
Lei 6.015/73, LRP. – “I) A criação de central de atendimento e distribuição igualitária dos
títulos e documentos a serem registrados, mantido por associação civil não encontra
qualquer óbice legal. Pelo contrário, pressupõe o exercício de competência inerente à
autonomia do ente federado para a organização de seu serviço, espaço resguardado do
controle do CNJ. II) Conquanto detenha o CNJ a missão estratégica de definir balizas
orientadoras do Poder Judiciário e controlar, administrativa e financeiramente, a legalidade
dos atos emanados de seus órgãos e agentes rumo à superação de deficiências estruturais,
não se pode fazer substituir aos Tribunais (e Corregedorias de Justiça) em suas
competências constitucionais, a exemplo da formatação de regras de organização judiciária
(art. 96, II, “d”, CF/88). III) O princípio da territorialidade é vetor axiológico subjacente à
sistemática adotada pela Lei 6.015/73, a ser observado por todas as serventias, e não
apenas pela de registro de imóveis e de pessoas. A mens legis do art. 130 da Lei 6.015/73 é
clara e visa garantir a segurança e a eficácia dos atos jurídicos aos quais confere
publicidade (art. 1º, Lei 6.015/73). IV) A não-incidência do princípio da territorialidade
constitui exceção e deve vir expressamente mencionada pela legislação. V) Procedimento a
que se julga procedente” (CNJ – PCA 642 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior –
85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Cobrança de taxa de fiscalização das atividades registrais e notarias

Consulta. Taxa de fiscalização das atividades registrais e


notariais. Lei Complementar 21, de 28.02.1994, do Estado do Pará. Fundo de
Reaparelhamento do Judiciário do Estado do Pará. Legalidade. Precedentes do STF. –

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


868

“Em diversas ADIs o STF afirmou a constitucionalidade da instituição do selo de


segurança, da taxa de fiscalização em razão do poder de polícia exercido pelos Tribunais
de Justiça relativamente às atividades notariais e de registro, bem como sua destinação a
um fundo especial (ADI 3151, ADI 2129, ADI 2059 e ADI 3643). Tratando-se de taxa,
não há dúvida sobre a obrigatoriedade do recolhimento pelos titulares das serventias
extrajudiciais do Estado do Pará” (CNJ – PCA 588 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Composição da atividade em serventias oficiais e extrajudiciais

Sistema registral e notarial. Serventias oficiais e


extrajudiciais. – “...O sistema registral e notário nacional compõe-se de serventias
extrajudiciais (criadas e instaladas antes e depois da CF/88) e serventias oficiais (criadas e
instaladas até 4 de outubro de 1988), não havendo, só pela suposição, incomprovada pelo
requerente, de que todos os cartórios notariais e registrais de determinada unidade da
federação sejam oficializados, nenhuma anomalia digna de apuração ou censura” (CNJ –
PP 1496 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 –
DJU 05.09.2007).

Concurso de ingresso. Edital. Alegação de nulidade. Ausência de prejuízo

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Em nosso ordenamento jurídico, seja no âmbito do
processo penal, processo civil e no processo administrativo vige o princípio de que não há
nulidade sem prejuízo. Por força desse elemento predominante, para que o ato seja
declarado nulo é necessário que haja entre a sua imperfeição ou atipicidade e o prejuízo às
partes, um nexo efetivo e concreto, de sorte que, se a despeito da imperfeição o ato atingiu
o fim colimado sem acarretar prejuízo, supera-se a nulidade e convalida-se o ato. Esse o
sentido do princípio do pas de nulitté sans grief” (CNJ – PCA 200810000004382 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
relator).

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso de Ingresso


na Atividade Notarial e de Registro. Recurso contra Decisão Monocrática que rejeitou
liminarmente a pretensão. Alegação de nulidade de todo o certame que já se encontra na
fase final de escolha, sob o argumento de que a mudança do local da prova causou aos
requerentes desespero e perturbação do estado emocional e foi a causa do seu baixo
desempenho. Recurso não provido. – “Exceto nas hipóteses de nulidade substancial,
insanável e que contamina todo o concurso para ingresso na atividade notarial e de
registro, não se anula ato ou fase sem que haja prejuízo para a Administração Pública ou
para o candidato, por força do princípio do pas de nulitté sans grief, que informa nosso
ordenamento jurídico, seja no processo penal, processo civil e no processo administrativo”
(CNJ – PCA 200810000004382 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Concurso de ingresso. Legitimidade para agir. Exigência de que o requerente


esteja inscrito no concurso

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Concurso. Ingresso na atividade notarial e de registro.


Legitimidade para agir perante o CNJ. – “Acerca do tema, o CNJ já decidiu que, em casos
semelhantes, o requerente possuirá legitimidade se estiver inscrito no concurso impugnado,
ou se for representante de algum interessado” (CNJ – PCA 407 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).
Observação: Vide o PCA 58, Rel. Cons. Germana de Moraes.

Concurso de ingresso. Opção de candidato por serventia ausente da lista de


ofertas

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Serventias extrajudiciais. Concurso. Opção por cartório ausente da lista de ofertas
publicada. – “Inviável a garantia, a favor de determinado candidato, de delegação da
titularidade de serventia extrajudicial ausente de lista de ofertas quando (a) a exclusão
seguiu estritos limites definidos previamente pelo Conselho Nacional de Justiça, (b) a
impugnação da ausência da serventia somente é apresentada após a sessão de escolhas do
concurso e (c) implique, em nome do tratamento isonômico inarredável, a anulação de
todas as escolhas dos candidatos mais bem classificados, com transtorno evidente para a
continuidade dos serviços cartorários e porque apresentada a impugnação somente depois
de realizada a sessão de escolha dos serviços. A decisão do CNJ, no PCA
200810000013474, foi fielmente cumprida pelo Recurso conhecido e improvido” (CNJ –
PCA 200910000018932 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 86ª Sessão – j.
09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Concurso de ingresso. Prazo de validade vencido. Impossibilidade de outorga


da delegação

Serventia extrajudicial. Outorga de delegação. Concurso público.


Prazo de validade expirado. Irregularidade. – “Expirado prazo de validade de concurso
público para ingresso em serventias extrajudiciais, expressamente previsto em Edital, e não
prorrogado, não pode Tribunal de Justiça outorgar delegação desses ofícios, porque o ato
contraria a norma editalícia, bem como ao art. 37, inc. III, da Constituição Federal” (CNJ –
PCA 200810000028374 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Concurso de remoção. Inexistência de candidatos interessados. Perda do


objeto do procedimento

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Distrito Federal e territórios. Desconstituição do Edital 1/2008. Remoção. Alegação de
inobservância do art. 16 da lei 8.935/94. Percentual para preenchimento das serventias
vagas. Perda do objeto. Inexistência de candidatos interessados. Procedimento extinto. –
“Há perda do objeto quando o certame impugnado tenha sido encerrado por inexistência de
candidatos interessados à remoção. Procedimento a que se julga extinto” (CNJ – PCA
200810000022177 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Contratação de preposto. Vedação ao nepotismo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


870

“Fica vedada a contratação, como preposto, por delegado


extrajudicial, de cônjuge, companheiro ou parente natural, civil ou afim, na linha reta ou
colateral até terceiro grau, de magistrado de qualquer modo incumbido da atividade de
corregedoria dos respectivos serviços de notas e de registros” (art. 1º da Res. CNJ 20, de
29.08.2006).
Tal vedação se aplica ainda ao vínculo com Desembargador
integrante do Tribunal de Justiça (parágrafo único), e “se estende até dois anos depois de
cessada a vinculação correicional” (art. 2º).

Procedimento de Controle Administrativo. Serviços extrajudiciais


acumulados nos termos da lei. Pretensão de desacumulação de vários serviços no Estado.
Questão já apreciada pelo plenário. Jurisprudência pacífica. Pedido improcedente. –
“Como já decidiu o Conselho Nacional de Justiça reiteradas vezes, a desacumulação dos
serviços notariais que tenham sido anteriormente agrupados só encontra justificativa se
comprovado que, em razão do volume dos serviços ou da receita é viável e sustentável a
cisão, de modo a cumprir a regra do caput do art. 26 da Lei 8.935/94. Trata-se de
prerrogativa que se insere na autonomia privativa do Tribunal ao qual as serventias estão
submetidas nos respectivos Estados da Federação” (CNJ – PCA 200810000016220 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Cumulação de serventias. Anexação e desanexação de serviços. Prerrogativa


dos tribunais

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Anexações e desacumulações de serviços de serventias extrajudiciais.
Comarca de Bom Jesus. Lei 8.935/94, arts. 5º, 26 e 38. Lei Estadual 13.243/98, art. 10.
Res. 002/08 TJGO. Pedido improvido. – “Tribunais têm competência para organizar seus
serviços auxiliares (CF, art. 96, I, b). Lei Estadual 13.243/98 reorganizou as serventias de
comarcas de 1ª instância conforme as necessidades comuns das unidades. Eventual
irregularidade em anexação/desacumulação de serventias, se comprovada, poderia ser
sanada depois do concurso unificado, não sendo, portanto, suficiente para suspendê-lo”
(CNJ – PCA 200810000018174 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 75ª Sessão – j. 02.12.2008
– DJU 19.12.2008).

Delegações efetuadas sem concurso após a vigência da CF/88

Pedido de Providências. Cartórios; serviços extrajudiciais.


Serventias extrajudiciais. Concurso público. Formas de titularização. CF/88, art. 236 e EC
22/82. Obrigatoriedade de concurso público para ingresso e remoção. Vedação da
manutenção de interinos ou respondentes por prazo além do previsto no art. 236, CF/88.
Aplicação da Resolução 7 do CNJ – Nepotismo – aos serviços extrajudiciais nos casos
interinos. Negado provimento. (CNJ – PP 861 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 63ª Sessão –
j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Pedido de Providências. Nomeação precária e temporária para


exercício da titularidade de serventia extrajudicial por funcionário que não ostenta cargo,
após a Constituição Federal de 1988. Exercício da titularidade sem concurso público.
Legalidade do ato do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que incluiu a serventia
extrajudicial vaga no certame em andamento para o regular provimento dos cargos. – “Se
a designação para responder pela titularidade de serventia extrajudicial alcançou pessoa
não concursada para esses específicos cargos de notário e registrador e tal fato ocorreu a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


871

partir do advento da Constituição Federal de 1988, ainda que respaldada em disposição de


lei ou Constituição Estadual, resta caracterizada a irregularidade do provimento por
desrespeito ao § 3º do art. 236 da Carta Magna, posto que, segundo o seu comando, o
ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e
títulos, não se admitindo exceções” (CNJ – PP 200810000013644 – Rel. Cons. Rui Stoco –
69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pedidos de Providências. Nomeação precária e temporária para


exercício da titularidade de serventias extrajudiciais por funcionários que não ostentam
os cargos, após Constituição Federal de 1988. Exercício da titularidade sem concurso
público. Legalidade do ato do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que incluiu as
serventias extrajudiciais vagas no certame em andamento para regular provimento dos
cargos. – “Se a designação para responder pela titularidade de serventia extrajudicial
alcançou pessoa não concursada para esses específicos cargos de notário e registrador e tal
fato ocorreu a partir do advento da Constituição Federal de 1988, ainda que respaldada em
disposição de lei ou Constituição Estadual, resta caracterizada a irregularidade do
provimento por desrespeito ao § 3º do art. 236 da Carta Magna, posto que, segundo o seu
comando, o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de
provas e títulos, não se admitindo exceções” (CNJ – PP 200810000013589, PP
200810000013620 e PP 200810000013632 – Rel. Cons. Rui Stoco – 68ª sessão – j.
26.08.2008 – DJU 12.09.2008).
PRECEDENTE DO STF: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Medida liminar.
Notários e Registradores. Titular. Necessidade de concurso público. Art. 236, § 3º da
Constituição. Impossibilidade de efetivação imediata de serventuário substituto na
vacância do cargo. Liminar deferida com efeitos “ex tunc”. – “Lei complementar estadual
que converte em titulares de cartórios de registros e notas bacharéis em Direito que não
realizaram concurso público específico para o cargo. Afronta ao § 3º do art. 236 e ao inciso
II do art. 37 da Constituição Federal. Precedentes. Liminar deferida com efeitos ex tunc.
Decisão unânime” (STF – Sessão Plenária – MC em ADI 3.519 – Rel. Min. Joaquim
Barbosa – j. 16.06.2005 – RTJ 196/557).
Parte do voto do Ministro Relator: Esta Corte, em casos análogos ao presente, já
apreciou a questão, firmando entendimento no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos semelhantes (cf. ADI 363, DJ de 3-5-1996; ADI 690, DJ de 25-8-1995, e ADI
552, DJ de 25-8-1995, todas da relatoria do Ministro Sydney Sanches; ADI 417, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 8-5-1998; ADI 126, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992, e
ADI 2.379-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-6-2002, v.g.).

Procedimento de Controle Administrativo. Delegações de serviços


notariais e registrais no Estado do Mato Grosso do Sul. Atos praticados após a
Constituição de 1988. Não incidência de prazo prescritivo. Determinação de imediata
desconstituição de todos os atos de delegação. Determinação de abertura de concurso
público. – “Estabelece o artigo 236 da CF/88 que o ingresso na atividade notarial e de
registro ‘depende de concurso público’” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 40ª
Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Delegação de serventias extrajudiciais

Procedimento de Controle Administrativo. Delegação de serventias


extrajudiciais. Competência privativa dos Tribunais. Art. 96, inciso I, alínea “b”, da Carta
Federal. (CNJ – PCA 410 – Rel. Cons. Germana Moraes – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


872

Delegatário. Licença (afastamento) para tratar de assuntos particulares

“O delegatário de serviço público exerce a delegação sob o regime


privado, de modo que o afastamento das funções, nesta hipótese, ocorre por conta e risco
do titular, pois o rendimento da serventia é do substituto até o seu retorno. Todavia, como
o afastamento é por período determinado, não se caracterizou a vacância da serventia. Nos
termos da Lei Federal 8.935, de 18 de novembro de 1994, no regime de delegação de
serviço público não há previsão expressa de licença para trato de interesse pessoal. Essa
forma de afastamento só encontra amparo legal no regime dos servidores públicos.
Todavia, impõe-se, por analogia e de lege ferenda, assegurar ao titular de cartório
extrajudicial, que exerce função pública, o mesmo direito, mediante ato discricionário do
Corregedor-Geral. E, como o afastamento deve ocorrer por tempo certo, cumpre à
Corregedoria-Geral verificar o cumprimento desse prazo ou fixá-lo e exigir o retorno
imediato do titular da serventia, se for o caso” (CNJ – PCA 200810000003705 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
Relator).

Delegatário. Regime privado. Afastamento das funções. Rendimento da


serventia pertencente ao substituto

“O delegatário de serviço público exerce a delegação sob o regime


privado, de modo que o afastamento das funções, nesta hipótese, ocorre por conta e risco
do titular, pois o rendimento da serventia é do substituto até o seu retorno. Todavia, como
o afastamento é por período determinado, não se caracterizou a vacância da serventia. Nos
termos da Lei Federal 8.935, de 18 de novembro de 1994, no regime de delegação de
serviço público não há previsão expressa de licença para trato de interesse pessoal. Essa
forma de afastamento só encontra amparo legal no regime dos servidores públicos.
Todavia, impõe-se, por analogia e de lege ferenda, assegurar ao titular de cartório
extrajudicial, que exerce função pública, o mesmo direito, mediante ato discricionário do
Corregedor-Geral. E, como o afastamento deve ocorrer por tempo certo, cumpre à
Corregedoria-Geral verificar o cumprimento desse prazo ou fixá-lo e exigir o retorno
imediato do titular da serventia, se for o caso” (CNJ – PCA 200810000003705 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do
Relator).

Desacumulação. Prerrogativa dos Tribunais

Serventia extrajudicial. Desacumulação. Possibilidade. – “A


desacumulação pode gerar a transferência de serviços notariais e de registro para outro
cartório, conforme previsão constante do art. 26, parágrafo único da Lei 8.935/94.
‘Somente o Tribunal de origem pode analisar o volume, a receita e a população atendida
pelo serviço extrajudicial, de modo a avaliar as possibilidades de desacumulação’ (PP
16220)” (CNJ – PCA 200810000014624 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Desacumulação ou desanexação de serventias. Atribuição exclusiva dos


Tribunais

“A avaliação quanto à pertinência da instalação de novos serviços


da atividade notarial e de registro é atribuição dos Tribunais de Justiça, que deve ser

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


873

realizada na forma da lei. O permissivo legal não pode ser utilizado como subterfúgio para
favorecimentos pessoais e burla à regra do concurso público. Apenas nos casos em que
comprovadamente o volume dos serviços e das receitas não justificarem a instalação de
novo serviço é permitida a acumulação. Mas a desacumulação dos serviços notariais que
tenham sido anteriormente agrupados só encontra justificativa se comprovado que, em
razão do volume dos serviços ou da receita é viável e sustentável a cisão, de modo a
cumprir a regra do caput do art. 26 da Lei 8.935/94. Todavia, essa tarefa e essa verificação
constitui prerrogativa que se insere na autonomia privativa do Tribunal ao qual as
serventias estão submetidas nos respectivos Estados da Federação” (CNJ – PCA
200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Desanexação de cartório de notas de cartório de registro público na


ocorrência de vacância. nos termos da Lei Complementar estadual 19/1997, na hipótese de
baixa de serviço ou de receita financeira é possível a acumulação. Necessidade de estudos
técnicos para avaliação. Desanexação e nomeação de parente do Presidente do Tribunal. –
“Com efeito, ainda que possível o desmembramento em face da vacância operada, não
identifico nos autos nenhuma prova de que tenho sido realizado qualquer estudo técnico, a
propósito da dinâmica dos serviços e da receita financeira no município de Pesqueira/PE,
de sorte que justifique o ato de desanexação do serviço de notas do 1o Oficio de Registro
de Imóveis” (CNJ – PCA 497 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 45ª Sessão – j. 14.08.2007
– DJU 05.09.2007).

“Há de ser considerada a autonomia dos Tribunais (PCA 637),


quando exercida nos seus estritos limites. In casu, o Tribunal optou por não exercer seu
poder discricionário para realizar a cumulação (art. 26, § único, da Lei 8.935/94) de
serventias, ou a extinção do serviço e a anexação (art. 44 da Lei 8.935/94). A
desacumulação não é automática pela vacância considerada isoladamente. Interpretação
sistemática do parágrafo único com o caput do art. 26 (excepcionalidade de acumulação),
somado ao art. 4º da Lei 8.935/94 (prestação de modo eficiente e adequado às
peculiaridades locais). Necessidade de ato jurídico administrativo específico (STF – Ação
Cautelar 2900/RS)” (CNJ – PCA 200710000008917 – Rel. Designado Cons. Jorge
Maurique – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Desmembramento de


serventias. Ato discriminatório do tribunal a quo. Autonomia dos tribunais. Art. 96, inciso
I da CF/88. – “A conveniência e oportunidade sobre a anexação ou desanexação de
serventias deve ser objeto de decisão do órgão competente do Tribunal de Justiça, segundo
a análise do volume de serviços ou da receita, com ulterior apreciação pelo Poder
Legislativo Estadual competente, com a edição de lei estadual, modificando a estrutura do
serviço notarial e de registro do Estado do Rio Grande do Sul” (CNJ – PCA 637 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 44ª Sessão – j. 31.07.2007– DOU 17.08.2007 – Ementa não
oficial).

Desanexação de serventias extrajudiciais

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Desanexação de serventias. Discricionariedade administrativa. – “‘A
matéria da desanexação de serventias de notas, protestos, registro e contratos marítimos
(Lei 8.935/94, arts. 5º e 26) encontra-se confinada ao juízo de discricionariedade da
Administração, insindicável quando ausente qualquer vestígio de irregularidade ou má fé’

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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(CNJ – PCA 200710000017219 – j. 25.03.2008). Recurso conhecido e improvido” (CNJ –


PCA 200810000009290 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Desdobramento de uma serventia em “sucursais”

“Lembre-se que a proibição de desdobramento de uma única


serventia extrajudicial em “sucursais” ofende não só o art. 43 da Lei 8.935, de 18/11/1994
ao dispor que “cada serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, vedada a
instalação de sucursal” mas e principalmente a Carta Magna que estabeleceu o princípio
do concurso público para a delegação de uma única serventia, como se depreende da
dicção do § 3º do seu artigo 236” (CNJ – PCA 200810000006974, PCA 200810000008855
– Rel. Cons. Rui Stoco – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008 – Ementa não
oficial).
Parte do voto do Relator: “Perceba-se que não se admite que qualquer serventia fique
vaga sem concurso, significando que a aprovação em concurso é apenas para uma serventia
e não grupo de serventias na consideração de que, ao contrário da legislação anterior, o
Estatuto Maior de 1988 inaugurou sistema absolutamente diverso daquele que vigia
anteriormente. O sistema de concurso público para o exercício da atividade extrajudicial
pressupõe que cada unidade cartorária será oferecida a concurso, vedado, evidentemente a
assunção de mais de uma serventia ou o desdobro ou desmembramento daquela para a qual
se obteve a delegação, que caracterizaria evidente burla ao sistema de concurso de
ingresso, ainda que essa serventia esteja sob qualquer denominação (filial, sucursal,
escritório, etc.). Portanto, a disseminação do mesmo cartório extrajudicial para mais de um
local da mesma ou de outra comarca viola o princípio constitucional”.

Desdobramento de uma serventia em “sucursais” ou “filiais” por ato do


Conselho Superior da Magistratura, antes do advento da Lei 8.935/94

Procedimento de Controle Administrativo. Criação e manutenção


de sucursais ou filiais de serventias extrajudiciais por ato do Conselho Superior da
Magistratura do Tribunal de Justiça. Determinação de extinção das unidades
desdobradas a partir do advento da CF/88. Procedência do pedido. – “1) O caput do Art.
236 da Constituição Federal sugere e prenuncia o princípio da unicidade da delegação de
serventias extrajudiciais pelo Poder Público, de sorte que a Lei Complementar
regulamentadora apenas reiterou o que já estava prefixado na norma constitucional. 2)
Caracteriza burla ao sistema de delegação por concurso público a criação e instalação,
através de desdobramento de uma mesma serventia extrajudicial, em ‘sucursais’ ou
‘filiais’, funcionando em vários pontos do município e causando irregular aumento na sua
abrangência territorial, ainda que essa disseminação decorra de autorização administrativa
do Tribunal de Justiça (Precedente: PCA 8855)” (CNJ – PCA 200810000011994 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Parte do voto do relator: “Tais informações, não contestadas pelo Requerido, evidenciam
que os postos de atendimento criados a partir da Res. 009/2001 do TJRN, objeto do
presente PCA, extrapolam as competências para as quais foram originalmente previstos na
Lei 9.534/97. Além disso, é clara a vedação do art. 43 da Lei dos Cartórios – Lei 8.935/94,
que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais de
registro: ‘Art. 43. Cada serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, vedada a
instalação de sucursal...”. “...Significa, portanto, que só se permite o ingresso na atividade
notarial e de registro através de concurso público e apenas para uma única serventia, quer
dizer, para uma só unidade da atividade notarial ou de registro em perímetro taxativamente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


875

estabelecido, como se depreende da dicção da norma contida no § 3º do Art. 236: ‘não se


permitindo que qualquer serventia fique vaga’, empregada a palavra ‘serventia’ no
singular. Significa, também, que a proibição de desdobramento de serventia decorre da
própria Constituição Federal, de sorte que o disposto no Art. 43 da Lei 8.935/94 (‘Cada
serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, vedada a instalação de sucursal’)
traduz mera explicitação do que preceitua o § 3º do Art. 236 da Constituição Federal”.
Decisão monocrática acerca de sucursais de cartórios: Tratando de casos de
transformações de sucursais de cartórios em novos serviços notariais, o Supremo Tribunal
Federal ratificou tal vedação em 1988: ‘DI-MC 1583 / RJ- Rio de Janeiro. Ação Direta de
Inconstitucionalidade. 2) Provimentos 1/97 e 6/97, ambos da Corregedoria-Geral da
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O Provimento 1/1997 transformou as sucursais dos
4º, 5º, 8º, 10º, 14º, 15º, 16º, 18º, 22º, 23º e 24º Ofícios de Notas do Rio de Janeiro, em
novos serviços notariais, criando, assim, mais dezenove Ofícios. O Provimento 06/1997
estendeu às Sucursais dos 10º e 17º Ofícios de Notas de Niterói as mesmas disposições
adotadas pelo Provimento 1/1997. 3) Fundamentaram-se os Provimentos referidos no art.
43 da Lei 8935/1994. 4) Alega a autora que esse dispositivo legal não pode retroagir para
alcançar situações pretéritas, invocando ofensa, pelos Provimentos 1 e 6, ambos de 1997,
ao art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. 5) Caráter normativo dos Provimentos
impugnados. 6) Lei 8.935, de 18.11.1994, que dispôs sobre os serviços notariais e de
registro, a que se refere o art. 236 da Constituição. 7) Os Provimentos, objeto da ação, e o
art. 43 da Lei 8.935/1994. 8) No juízo cautelar, não cabe, desde logo, opor direito
adquirido à disciplina revista nos Provimentos, que estão precedidos de fundamentação. O
art. 43 da Lei 8.935/1994 estipula que cada serviço notarial ou de registro funcionará em
um só local, vedada a instalação de sucursal. 9) A fiscalização dos serviços notariais e de
registro, ut art. 236 da Constituição, pelo Poder Judiciário, tem expresso assento no § 1º do
art. 231 da Lei Maior, estando definida na lei. 10) Medida cautelar indeferida. (DJ
13-11-1998)’” (CNJ – PCA 200710000013226 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – Decisão
Monocrática – j. 30.06.2008).

Designação de delegatário de serventia extrajudicial para responder por outra,


em caráter provisório. Parente de Desembargador. Inadmissibilidade

“Deve ser desconstituído o ato administrativo quando os elementos


constantes dos autos indiquem favorecimento na designação de delegatário de serventia
extrajudicial para responder por outra, em caráter provisório, mormente por se tratar de
enteado de Desembargador Vice-Presidente do Tribunal. Procedimento de Controle
Administrativo de que se conhece e a que se dá provimento parcial” (CNJ – PCA 528 –
Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Designação de substituto em delegação sem a existência de vaga.


Impossibilidade jurídica

Ato administrativo de conversão de designação em delegação.


Inexistência de vacância. Impossibilidade jurídica. – “No Direito Notarial e Registral
também vale a máxima da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao
mesmo tempo. Impossível a conversão, com data retroativa, de designação de substituto
em delegação quando, à data da investidura, a serventia não estava vaga. Pedido
integralmente procedente” (CNJ – PCA 200710000003063 – Rel. Cons. Antonio Umberto
de Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Designação precária de substituto do delegatário. Inexistência de direito


subjetivo à permanência

Serventia Extrajudicial. Designação precária. Inexistência de


direito subjetivo à permanência. – “I) O Tribunal de Justiça tem autonomia para,
discricionariamente, delegar serventia extrajudicial a quem não está habilitado por meio de
concurso público, até que candidato aprovado a assuma. II) Não há direito subjetivo à
permanência em serventia extrajudicial de titular designado precariamente” (CNJ – PCA
200810000011684 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Serventia Extrajudicial. Substituto legal. Inexistência de direito


subjetivo à substituição. – “I) O substituto legal de serventia extrajudicial não tem direito
subjetivo a assumir a titularidade da serventia quando da vacância, dado o caráter eventual
das substituições. II) Insere-se na autonomia do Tribunal a designação precária de titular de
serventia vaga, até à definitiva delegação proveniente de concurso público” (CNJ – PCA
200810000011295 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU
05.08.2008).

Designação sem concurso público de ingresso. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais notariais e


registrais. Estado do Piauí. Oficiais designados sem realização de concurso público.
Ofensa ao art. 236, § 3º da Constituição Federal e art. 39, § 2º, da Lei 8.935/94. – “I) Os
serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público, mas com ingresso por concurso público de provas e títulos. II) A regra
constitucional veda a vacância por mais de seis meses mas estabelece prévia remoção. III)
Necessidade de lei estadual” (CNJ – PP 271 e PP 361 – Rel. Cons. Marcus Faver – 22ª
Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

Designação sem concurso público de ingresso e remoção. Inadmissibilidade

Cartórios. Serviços Extrajudiciais. Serventias extrajudiciais.


Concurso público. Formas de titularização. CF/88, art. 236 e EC 22/82. Obrigatoriedade de
concurso público para ingresso e remoção. Vedação da manutenção de interinos ou
respondentes por prazo além do previsto no art. 236, CF/88. Aplicação da Resolução 7 do
CNJ, nepotismo, aos serviços extrajudiciais nos casos de interinos. (CNJ – PP 861 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Desmembramento de serventias. Anexação ou desanexação na ocorrência de


vacância

Desanexação de cartório de notas de cartório de registro público


na ocorrência de vacância. nos termos da Lei Complementar estadual 19/1997, na
hipótese de baixa de serviço ou de receita financeira é possível a acumulação.
Necessidade de estudos técnicos para avaliação. Desanexação e nomeação de parente do
Presidente do Tribunal. – “Com efeito, ainda que possível o desmembramento em face da
vacância operada, não identifico nos autos nenhuma prova de que tenho sido realizado
qualquer estudo técnico, a propósito da dinâmica dos serviços e da receita financeira no
município de Pesqueira/PE, de sorte que justifique o ato de desanexação do serviço de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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notas do 1o Oficio de Registro de Imóveis” (CNJ – PCA 497 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Desmembramento de


serventias. Ato discriminatório do tribunal a quo. Autonomia dos tribunais. Art. 96, inciso
I da CF/88. – “A conveniência e oportunidade sobre a anexação ou desanexação de
serventias deve ser objeto de decisão do órgão competente do Tribunal de Justiça, segundo
a análise do volume de serviços ou da receita, com ulterior apreciação pelo Poder
Legislativo Estadual competente, com a edição de lei estadual, modificando a estrutura do
serviço notarial e de registro do Estado do Rio Grande do Sul” (CNJ – PCA 637 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 44ª Sessão – j. 31.07.2007– DOU 17.08.2007 – Ementa não
oficial).

Desmembramento de serventias. Direito de opção do titular restrito a sua


própria serventia

Procedimento de Controle Administrativo. Desmembramento de


serventia extrajudicial. Direito de opção. – “Determina o parágrafo terceiro do art. 236 da
Constituição que o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público
de provas e títulos. Já o art. 29, I, da Lei 8.935/94 estabelece ser direito do notário e do
registrador ‘exercer opção, nos casos de desmembramento ou desdobramento de sua
serventia’. Não faculta a lei que a opção seja para outra serventia, mas para a própria
serventia, no sentido de escolher a parte desmembrada que lhe convier, seja no mesmo
município seja para o novo município que se desmembrou do primeiro” (CNJ – PCA
200710000015442 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU
20.05.2008).

Dexanexação de serventias. Discricionariedade da administração

Desanexação de serventias. Discricionariedade administrativa. –


“A matéria da desanexação de serventias de notas, protestos, registro e contratos marítimos
(Lei 8.935/94, arts. 5º e 26) encontra-se confinada ao juízo de discricionariedade da
Administração, insindicável quando ausente qualquer vestígio de irregularidade ou má fé”
(CNJ – PCA 200710000017219 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 59ª
Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Distribuição pela Corregedoria Geral da Justiça, de cartilhas que favorecem


indiretamente, deputado federal. Violação aos princípios constitucionais da
impessoalidade e moralidade administrativas

Procedimento de Controle Administrativo. Princípios da


impessoalidade e moralidade administrativas: violação. Distribuição pela Corregedoria
Geral da Justiça, aos serviços extrajudiciais de registro público, de cartilhas que de forma
indireta favorecem pessoalmente deputado federal. Sustação da prática. (CNJ – PCA
200710000017037 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU
18.03.2008).

Efetivação de substituto. Inexistência de direito adquirido se feita com base em


dispositivo legal anterior à CF/88

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Efetivação. Relevo da data da vacância. Inexistência de direito


adquirido. – “Inexiste direito adquirido à efetivação de substituto na titularidade de
serventia extrajudicial, com base em dispositivo constitucional da ordem anterior, quando a
vacância da serventia somente ocorre na vigência da nova ordem constitucional.
Precedentes do STF” (CNJ – PCA 200810000006172 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto divergente do Cons. Altino Pedrozo dos Santos: “Neste passo,
considerando a jurisprudência da Suprema Corte favorável à modulação dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em determinadas
circunstâncias, peço vênia ao eminente relator para julgar improcedente o pedido mantendo
íntegro o Decreto Judiciário 272, de 15 de maio de 2003, do Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, com a permanência da interessada, SMPN na titularidade do
Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos de Curitiba, Estado do Paraná”.

Efetivação de substituto em serventia diversa daquela em que tenha exercido a


interinidade

Efetivação. Requisito da estabilidade na serventia. – “Constitui


óbice à efetivação de substitutos a mudança de serventia. O art. 208 da Constituição
anterior somente assegurava a efetivação na mesma serventia onde fosse implementado o
tempo mínimo de interinidade habilitante ao favor constitucional excepcional. É irregular a
efetivação de substituto em serventia diversa daquela em que tenha exercido a interinidade
até 31.12.83. Pedido conhecido e acolhido. Determinação para instauração de ofício de
Procedimento de Controle Administrativo para levantamento de eventual irregularidade em
outras efetivações realizadas em relação a serventias com vacância ocorrida a partir de
5.10.88 e ainda não impugnadas neste Conselho, assegurado o direito de defesa aos
interessados afetados” (CNJ – PCA 200810000006172 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto divergente do Cons. Altino Pedrozo dos Santos: “Neste passo,
considerando a jurisprudência da Suprema Corte favorável à modulação dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em determinadas
circunstâncias, peço vênia ao eminente relator para julgar improcedente o pedido mantendo
íntegro o Decreto Judiciário 272, de 15 de maio de 2003, do Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, com a permanência da interessada, SMPN na titularidade do
Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos de Curitiba, Estado do Paraná”.

Entrega da serventias a quem não prestou concurso, com fundamento na


Constituição do Estado. Afastamento do candidato aprovado que escolheu
serventia e a assumiu.

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Concurso de ingresso. Candidato aprovado que fez escolha da serventia. Posterior
determinação do seu afastamento para entregar a delegação a quem não prestou
concurso, com fundamento no Art. 309, § 3º da Constituição do Estado. Inadmissibilidade.
Vaga que já havia sido escolhida legitimamente pelo candidato aprovado e ora
Requerente. – “Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o ingresso na
atividade notarial e de registro ocorre apenas pela via única e exclusiva do concurso
público, nos termos do § 3º do Art. 236 dessa Carta de Princípios, de sorte que o só fato de
a pessoa estar designada sem concurso durante a sua vigência, com fundamento em
dispositivo de Constituição Estadual local, mostra-se irrelevante e inócuo para assegurar

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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direito à titularidade da serventia” (CNJ – PCA 200810000027163 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU 07.04.2009).

Equívocos nas datas de vacância das serventias

Desconstituição de ato administrativo. Resolução 13/2006, do


TJSC. Concurso de Atividade Notarial de Registro do Estado de Santa Catarina. Edital
84/07. Equívocos nas datas vacância na titularidade das delegações. Afronta à presunção
inocência e isonomia. Requerimento de suspensão dos trabalhos da comissão do concurso.
Provimento parcial. (CNJ – PCA 630 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007
– DJU 05.09.2007).

Estrutura material e funcionamento. Prazo para apresentação

Serventia extrajudicial. Prazo para apresentação de estrutura


material de funcionamento. Prorrogação. Instalação originária ou providência
semelhante. Mudança de localidade, compra de equipamentos e mobiliário. Legalidade. –
“Muito embora haja previsão no Edital de concurso público de ingresso em atividade
notarial e de registro, de que o candidato que recebe a outorga de delegação de Serventia
tem o prazo de 30 (trinta) dias para apresentar a estrutura material do funcionamento do
serviço, podendo, tal prazo, ser prorrogado por mais 60 (sessenta) dias ou, na hipótese de a
Serventia necessitar de instalação, por mais 120 (cento e vinte) dias, não há ilegalidade no
ato de Tribunal de Justiça que, no caso concreto, diante do fato de o Ofício necessitar de
mudança de localidade, compra de equipamentos e mobiliário, porquanto os utilizados
eram do próprio Tribunal, defere ao candidato o prazo de prorrogação maior. Procedimento
de Controle Administrativo de que se conhece e que se julga procedente em parte” (CNJ –
PCA 200810000028374 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Exercício da advocacia por notário ou registrador. Desligamento do quadro da


OAB antes do início do exercício na serventia extrajudicial

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso administrativo


contra decisão monocrática de indeferimento. Serventia extrajudicial. Exercício da
advocacia por notário ou registrador. Desligamento do quadro de inscritos na OAB antes
do início do exercício em nova serventia. Regularidade. – “A proibição do exercício da
advocacia aos notários e registradores e o afastamento automático da advocacia decorrente
da posse do titular de serventia extrajudicial (Lei 8.935/94, art. 25, caput e § 2º)
desautorizam a tese de obrigatoriedade do desligamento do quadro de inscritos da Ordem
dos Advogados do Brasil até o momento da outorga do serviço respectivo. Crucial é que,
até o início das atividades cartorárias, seu titular deixe de advogar. Recurso conhecido e
improvido” (CNJ – PCA 200910000011251 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Extinção. Matéria submetida a controle concentrado de constitucionalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Lei de Organização


Judiciária do Estado do Paraná. Extinção de serventias extrajudiciais e instalação de novos
cartórios. Inconstitucionalidade afirmada pelo Tribunal de Justiça. Matéria submetida ao
controle concentrado de constitucionalidade. Debate administrativo prejudicado.
Nepotismo. Designação provisória para serviço distrital de notas e registros. Beneficiário

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irmão de servidor que ocupa cargo de escrivão em serventia judicial. Ausência de vínculo
de subordinação. Aplicação analógica do entendimento reservado a ocupantes de cargos
em comissão. Ausência de impedimento formal. Nomeação que atende o interesse público
na melhor gestão dos serviços delegados. Procedimento de controle administrativo
improcedente. (CNJ – PCA 196 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 6ª Sessão
Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Extinção da delegação. Pretensão de controle da legalidade do ato pelo CNJ.


Direito individual e sem repercussão geral. Não conhecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Extinção de delegação. Controle de Legalidade de Ato de Substituição. Direito de cunho
individual. Falta de repercussão geral da matéria no âmbito do Poder Judiciário. – “I) A
apreciação, por parte do Conselho Nacional de Justiça, da legalidade dos atos
administrativos praticados por órgãos ou agentes públicos pressupõe, por um lado, a
consolidação definitiva da situação jurídica decorrente da atuação questionada e, por outro,
a repercussão geral do provimento pugnado. II) Jungido este Conselho à condição de
instância de controle dos atos administrativos e financeiros emanados dos órgãos
judicantes, não pode se sobrepor ao Tribunal ou aos órgãos jurisdicionais no exercício de
funções gerenciais e fiscalizatórias de nomeações de substitutos em serventias
extrajudiciais. III) Insurgências como a presente não ostentam, a princípio, caráter geral
passível de configurar a repercussão do debate no âmbito de outros órgãos do Poder
Judiciário, ensejando, em caso de efetiva atuação desta Corte, indevida investida contra os
primados da autonomia e autogoverno dos Tribunais (art. 103-B, § 4º e inciso I, da CF/88).
IV) Natureza individual do direito objeto da tutela pretendida. V) Procedimento de
Controle Administrativo não-conhecido. Prejudicado o pedido liminar” (CNJ – PCA
200810000017911 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 72ª Sessão – j.
21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Extinção de delegação precária

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Nomeação. Pedido de extinção de delegação precária. Superveniente revogação do ato
impugnado. – “Diante da superveniente revogação da designação ora impugnada, forçoso
reconhecer a prejudicialidade do presente feito, ante a perda de seu objeto. Decisão
unânime” (CNJ – PCA 200810000020960 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Falta disciplinar praticada pelo titular. Competência do Tribunal de origem


para apuração

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões possessórias oriundas de processos judiciais. Apuração
disciplinar dos serviços extrajudiciais. Representação de fato criminoso ao Ministério
Público. Improvimento. – “I) Em se tratando de questões pertinentes ao bojo de processos
judiciais, mormente havendo recursos julgados ou até mesmo improvidos, não há falar em
controle de ato administrativo a atrair a fiscalização do Conselho Nacional de Justiça.
Precedentes (PCA 631; PPs 16, 21, 42, 63, 1400). II) Cabe ao Tribunal de origem a
apuração de eventual falta disciplinar cometida por delegatórios de serventias
extrajudiciais. III) Embora possa se inserir nas funções do CNJ representar eventual fato
criminoso ao Ministério Público, entende-se não ser necessária a adoção da medida no caso

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presente. IV) Recurso Administrativo no Procedimento de Controle Administrativo a que


não se conhece e nega-se provimento” (CNJ – PP 2008100000017741 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Inexistência de direito subjetivo do substituto de titular de serventia à


titularidade do cargo, no caso de vacância

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Determinação de cumprimento de decisão anterior e reabertura de serventia. Substituto
do titular. Inexistência de direito subjetivo à substituição. – “I) Considerando que o
serviço cartorário é serviço público essencial, é temerária a prática de ato de desativação de
serventia extrajudicial, praticado pelo Tribunal de Justiça e fundamentado na pendência de
ADIn, tendo em vista que os seus efeitos podem gerar prejuízos à coletividade,
principalmente no caso de posterior declaração de constitucionalidade da lei. II) O
substituto de titular de serventia extrajudicial designado em caráter precário não tem direito
subjetivo à titularidade do cargo no caso de vacância do mesmo” (CNJ – PCA
200710000003614 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008).

Instalação de novos serviços. Atribuição exclusiva dos Tribunais

“A avaliação quanto à pertinência da instalação de novos serviços


da atividade notarial e de registro é atribuição dos Tribunais de Justiça, que deve ser
realizada na forma da lei. O permissivo legal não pode ser utilizado como subterfúgio para
favorecimentos pessoais e burla à regra do concurso público. Apenas nos casos em que
comprovadamente o volume dos serviços e das receitas não justificarem a instalação de
novo serviço é permitida a acumulação. Mas a desacumulação dos serviços notariais que
tenham sido anteriormente agrupados só encontra justificativa se comprovado que, em
razão do volume dos serviços ou da receita é viável e sustentável a cisão, de modo a
cumprir a regra do caput do art. 26 da Lei 8.935/94. Todavia, essa tarefa e essa verificação
constitui prerrogativa que se insere na autonomia privativa do Tribunal ao qual as
serventias estão submetidas nos respectivos Estados da Federação” (CNJ – PCA
200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Instalação de serventias em distrito diverso da mesma comarca

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial.


Instalação em Distrito diverso na mesma comarca a pedido do delegado. Juízo de
discricionariedade do Tribunal delegante. – “A melhor localização para instalação de
serventias extrajudiciais depende do conhecimento específico das condições locais e
regionais que a Administração, dentro do âmbito da sua discricionariedade e movida pela
boa-fé, está melhor preparada para definir. Inexiste direito subjetivo dos delegados ao
deslocamento da sede de suas serventias para distrito distinto daquele para o qual hajam
recebido a delegação. Pedido rejeitado” (CNJ – PP 200810000012093 – Rel. Cons.
Antonio Umberto de Souza Júnior – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Investidura de escrevente concursado na titularidade de serventia


extrajudicial após a CF/88

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Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento sem concurso público. Efetivação. Nulidade. – “Irregular a
investidura de escrevente, ainda que concursado, na titularidade de serventia extrajudicial,
por ato expedido a partir de 5.10.88, eis que intolerado pela Carta Constitucional em vigor
o provimento derivado de cargos públicos (CF, art. 37, II e § 2º), mesmo em regime de
delegação (CF, art. 236, § 3º). Inaplicabilidade da hipótese de efetivação, prevista no art.
208 da EC 1/69. Precedentes do STF e do CNJ” (CNJ – PCA 200810000006172 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto divergente do Cons. Altino Pedrozo dos Santos: “Neste passo,
considerando a jurisprudência da Suprema Corte favorável à modulação dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em determinadas
circunstâncias, peço vênia ao eminente relator para julgar improcedente o pedido mantendo
íntegro o Decreto Judiciário 272, de 15 de maio de 2003, do Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, com a permanência da interessada, SMPN na titularidade do
Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos de Curitiba, Estado do Paraná”.

Manutenção de interinos ou respondentes por prazo além do previsto no art.


236 da CF/88

Pedido de Providências. Cartórios; serviços extrajudiciais.


Serventias extrajudiciais. Concurso público. Formas de titularização. CF/88, art. 236 e EC
22/82. Obrigatoriedade de concurso público para ingresso e remoção. Vedação da
manutenção de interinos ou respondentes por prazo além do previsto no art. 236, CF/88.
Aplicação da Resolução 7 do CNJ – Nepotismo – aos serviços extrajudiciais nos casos
interinos. Negado provimento. (CNJ – PP 861 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 63ª Sessão –
j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Delegações de serviços


notariais e registrais no Estado do Mato Grosso do Sul. Atos praticados após a
Constituição de 1988. Não incidência de prazo prescritivo. Determinação de imediata
desconstituição de todos os atos de delegação. Determinação de abertura de concurso
público. – “Estabelece o artigo 236 da CF/88 que o ingresso na atividade notarial e de
registro ‘depende de concurso público’” (CNJ – PCA 395 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 40ª
Sessão – j. 15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

Titularidade de direito ou de fato de serventia extrajudicial.


Preenchimento das serventias deve ser realizado obrigatoriamente por concurso público.
Ausência de direito líquido e certo de interinos, respondentes ou designados na
permanência como responsável pela serventia além dos seis meses determinados pela
Constituição Federal. Obrigatoriedade de realização de concurso público. Art. 236, § 3º
da Constituição Federal. Art. 39, § 2º da Lei 8.935/94. – “I) O direito do substituto mais
antigo de permanecer como interino, respondente ou designado pela serventia extrajudicial
vaga previsto no art. 39, § 2º da Lei 8.935/94 é limitado pela previsão do próprio mesmo
parágrafo, que determina a imediata abertura de concurso público. II) A simples utilização
do título de ‘designado’, ‘respondente’, ‘interino’ ou qualquer outra semelhante não afasta
eventual caracterização de titularização de fato, sem a realização de concurso público. III)
A realização do concurso público para provimento da serventia vaga não pode ultrapassar
o prazo constitucional de seis meses da data da vacância. IV) Impossibilidade de revisão da
decisão do Plenário. Recurso Administrativo que requeria a permanência de designados
com mais de seis meses de designação à frente de serventias. Conhecido mas não provido”

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(CNJ – PCA 200810000009926 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 63ª Sessão – j. 27.05.2008
– DJU 13.06.2008).

Nepotismo. Titular da serventia que contrata seu próprio parente para


trabalhar no cartório sob o regime da CLT. Inexistência de proibição ou
impedimento. Consulta respondida negativamente

Pedido de Providências. Consulta. Nepotismo. Objetivo de


esclarecer o alcance e aplicação da Res. 7/2005 e da Súmula Vinculante 13 do STF aos
serviços notariais e de registro. Consulta respondida negativamente. – “I) O Plenário do
Supremo Tribunal Federal decidiu que os notários e os registradores exercem atividade
estatal mas não são titulares de cargo público efetivo, tampouco ocupam cargo público
(ADI 2.602-0, Rel. Min. Eros Grau) de sorte que, não recebendo vencimentos do Estado e
remunerando seus empregados com recursos próprios, nada impede que tenham parentes
contratados pelo regime da CLT posto que estes só poderão ser titulares de serventias se
aprovados em concurso de provas e títulos, desde que os contratantes sejam titulares
concursados. II) A Res. 7/2005 do CNJ disciplina o exercício de cargos, empregos e
funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores investidos
em cargos de direção e assessoramento, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário, segundo
a dicção do seu art. 1º, não tendo, portanto, incidência sobre a atividade exercida pelas
serventias extrajudiciais, as quais não se caracterizam como órgãos desse Poder, que
apenas exerce fiscalização sobre elas” (CNJ – PCA 200910000000060 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).
Parte do voto do Relator, Cons. Rui Stoco: “Nepotismo vem do latim nepos, neto (Cíc.
Br. 263), sobrinho (Tác. An. 4, 44) ou descendente. É o termo utilizado para designar o
favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no
que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. Originalmente a palavra aplicava-se
exclusivamente ao âmbito das relações do Papa com seus parentes, mas atualmente é
utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no
Funcionalismo Público. Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações
familiares com o favorecido. Segundo consta, no período do Renascimento, os Papas e
outras autoridades da Igreja Católica, por não terem filhos, protegiam seus sobrinhos,
nomeando-os para assumir cargos importantes dentro da Igreja...”. “...Avulta então
perquirir e esclarecer a razão pela qual nenhum ato normativo do CNJ, Súmula ou decisão
do STF criou a hipótese de nepotismo para a atividade notarial e de registro. Inúmeras são
as razões que dão sustentação a essa postura que, segundo nos parece, é de evidente
coerência. Em primeiro lugar, não mais existe “hereditariedade” nesse cargo, de sorte que a
serventia não passa de pai para filho, como lamentavelmente ocorria comumente antes do
advento da Constituição Federal de 1988. O art. 236, § 3º dessa Carta exige concurso
público de provas e títulos para ingresso nessa atividade. Em caso de vacância, a
interinidade é fugaz, só podendo a serventia ficar vaga sem abertura de concurso por até
seis meses. Por outra banda, a atividade exercida pelos cartórios não é sustentada pelo
Erário Público. Nem o seu titular percebe vencimentos do Estado pois é remunerado pelos
emolumentos estabelecidos pelo Poder Judiciário para a prática de atos registrais. Todos os
demais empregados das serventias são regidos pelo regime privado da Consolidação das
Leis do Trabalho e não oneram os cofres públicos, posto que recebem salário do seu
empregador, que é o titular da serventia. Não se pode olvidar que a delegação de
atribuições por parte do Oficial titular da serventia aos seus prepostos (contratados e
regidos pela CLT) há de decorrer de uma relação estreita de absoluta confiança pois os atos
praticados são de extrema responsabilidade, como a lavratura de registros de nascimento,
de escritura pública, de registro de contratos, reconhecimento de firmas, etc. É apodíctico e

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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justifica reiterar que a Lei 8.935/94 como que privatizou os serviços notariais e de registro,
não obstante atribuição exclusiva do Poder Público, de modo que agora passa a ser
exercido por delegação do Estado. Sendo certo, ainda, que, a partir de então, os
funcionários dessas serventias passam a ser admitidos sem qualquer vínculo com o Poder
Público, ligados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho, apenas e tão-
somente ao titular da serventia contratante, estabelecendo-se entre eles um contrato de
trabalho, tanto que o Poder Judiciário já não mais terá qualquer poder censório ou
disciplinar sobre eles, mantido, evidentemente, o seu poder fiscalizatório sobre os atos
praticados...”. “...Então, se os notários e registradores exercem em caráter privado
atividade reservada ao Estado e, segundo o Plenário do STF, não são detentores de cargo
público, não podem submeter-se às regras acerca do nepotismo estabelecidas para os
agentes públicos.Tenha-se ainda que a contratação de parentes, todos regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não onera os cofres públicos e não ofende
normas de Direito Público estabelecidas em Estatutos ou Regimentos, posto que nenhum
dispositivo há proibindo”.
Parte do voto vencedor do Min. Cons. João Oreste Dalazen: “Daí que o titular de
serventia extrajudicial, precisamente porque não integra Administração direta ou indireta
do Estado, conquanto exerçam atividade estatal, em rigor técnico não é e nem se equipara a
servidor público. Tanto que o Plenário do Excelso Supremo Tribunal Federal assentou que
não é alcançado pela aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade, a que alude o
artigo 40 da Constituição Federal...”. “...Como se vê, o sistema normativo vigente atribui
ao titular de serventia extrajudicial a prerrogativa de organizar e gerir os serviços
administrativos da serventia segundo critérios próprios de conveniência e oportunidade.
Logo, os encargos decorrentes da gestão do negócio cartorial são do respectivo titular,
razão por que lhe cabem, segundo a lei, a receita e o prejuízo oriundos da execução do
serviço delegado...”. “Em segundo lugar, o gerenciamento administrativo cometido ao
delegatário traduz-se na liberdade de contratação dos empregados com que precise contar
para levar a cabo a delegação. Como se sabe, o art. 20 da Lei 8.935/1994 assegura ao
delegatário, igualmente, ampla liberdade de contratação dos empregados que o auxiliarão
no desempenho de suas funções...”. “...Nesse diapasão, afigura-se-me absolutamente
imprópria e ilegal, data venia, qualquer intromissão do Estado para tolher o delegatário na
liberdade de firmar contrato de trabalho com quem eleger e achar por bem. Imprópria
porque traduziria ingerência pública num regime que, sob o prisma gerencial e
organizacional, ineludivelmente é de natureza privada...”. “...Ora, não há lei que vede ao
empregador, qualquer empregador, enquanto tal, celebrar contrato de trabalho com pessoa
a que esteja unido por laços de parentesco...”. “... Sejamos claros: no cerne da proibição do
nepotismo está a idéia de favorecimento a parentes no acesso a cargos ou funções públicas
e, portanto, suportados pelo erário. Indago: é esta a situação ora sob exame? Manifesto que
não. Aqui não estamos falando de um agente público, que imoralmente estabelece uma
relação de promiscuidade entre o público e o privado, buscando tirar proveito do Estado.
Estamos falando de um particular, pessoa natural e profissional do Direito que,
despojando-se da qualidade jurídica de agente delegado do Estado e agindo como mero
empregador, admite e assalaria outrem, ainda que parente, às suas expensas e sem vínculo
algum com o Estado...”. “...Se o caso sob exame traduz nepotismo, a alguém acudirá que
essa mesmíssima lógica aplicar-se-ia aos permissionários e concessionários de serviço
público, cuja posição jurídica é similar à dos delegatários? A vingar essa mesma lógica,
por que não estender o teto salarial aos empregados dos cartórios? Com todo o respeito,
reconhecer nepotismo na espécie traduziria um grande e lastimável equívoco...”.

Oficial de Registro acumulando cargo comissionado no Poder Legislativo


Estadual

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Acumulação. Oficial de Registros e Cargo Comissionado do Poder


Legislativo Estadual. Inadmissibilidade. Arts. 25, 35, inciso II, e 39, inciso V e § 2º, da Lei
8.935/94. Vacância. Designação de substituto mais antigo até preenchimento por concurso.
Art. 236, § 3º, CF/88. (CNJ – PCA 188 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Organização de lista de serventias vagas com a distribuição de seu


procedimento pelos critérios proporcionalmente alternados entre ingresso e
remoção

Elaboração da listagem dos ofícios. Ordem de vacância. – “O


critério de preenchimento das vagas, previsto no artigo 16 da Lei 8.935/94, estabelece a
alternância na proporção de duas terças partes para ingresso e um terço para remoção. A
data da vacância é reconhecida com a publicação do ato que a declara, o que determina o
modo cronológico para estabelecer o preenchimento da serventia vaga. Procedimento de
Controle Administrativo de que se conhece e que se julga parcialmente procedente” (CNJ
– PCA 200710000008577, PCA 200710000008851, PCA 200710000008905 e PCA
200710000010651 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 –
DJU 20.05.2008).

Organização da listagem de serventias. Invariabilidade dos


critérios de delegação. Alternância entre duas vagas para provimento originário e uma
vaga para remoção por concurso. Estabilidade das expectativas dos candidatos
potenciais. Conduta razoável do Tribunal. Improcedência do pedido. – “Mostra-se
razoável a organização de lista de serventias vagas, com a adequada distribuição de seu
procedimento pelos critérios proporcionalmente alternados entre ingresso e remoção (Lei
8.935/94, art. 16), inalterados em caso de exclusão motivada de serventias vagas por não
instaladas, desativadas ou pendências administrativas ou judiciais. Pedido parcialmente
acolhido somente para determinar a publicação da listagem geral das serventias vagas, com
as datas das respectivas vacâncias e a indicação expressa das justificativas para não oferta
em edital de concurso” (CNJ – PCA 200710000007627 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Organização da listagem de serventias. Invariabilidade dos


critérios de delegação. Alternância entre duas vagas para provimento originário e uma
vaga para remoção por concurso. Estabilidade das expectativas dos candidatos
potenciais. Conduta razoável do Tribunal. Improcedência do pedido. – “Mostra-se
razoável a organização de lista de serventias vagas, com a adequada distribuição de seu
provimento pelos critérios proporcionalmente alterados entre ingresso e remoção (Lei
8.935/94, art. 16), inalterados em caso de exclusão motivada de serventias vagas por não
instaladas, desativadas ou pendências administrativas ou judiciais” (CNJ – PCA
200710000011576 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Perda da delegação dos notários e registradores

Sanção de perda da delegação – “Não há qualquer previsão


constitucional ou na Lei 8.935/94 (Lei dos Cartórios) que restrinja a aplicação de
penalidades aos notários e registradores às hipóteses previstas exclusivamente no último
diploma legal (Lei 8.935/94). Admissível a aplicação da pena de perda da delegação.

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Improcedente pedido de ‘emissão de súmula’ para evitar a imposição de tal sanção aos
notários e registradores em geral” (CNJ – PCA 20081000005970 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Possibilidade de cumulação do registro civil com o serviço de notas

Procedimento de Controle Administrativo. Cumulação de


serventias. Registro Civil e Notas. Situação excepcional que se perdura há mais de 30
anos. Opções de escolha disponibilizadas a candidatos em certame. Segurança jurídica.
Indeferimento. – “I) Há de ser considerada a autonomia dos Tribunais (PCA 637), quando
exercida nos seus estritos limites. In casu, o Tribunal optou por não exercer seu poder
discricionário para realizar a cumulação (art. 26, § único, da Lei 8.935/94) de serventias,
ou a extinção do serviço e a anexação (art. 44 da Lei 8.935/94). A desacumulação não é
automática pela vacância considerada isoladamente. Interpretação sistemática do parágrafo
único com o caput do art. 26 (excepcionalidade de acumulação), somado ao art. 4º da Lei
8.935/94 (prestação de modo eficiente e adequado às peculiaridades locais). Necessidade
de ato jurídico administrativo específico (STF – Ação Cautelar 2900/RS). II) A situação
jurídica preexistente recomenda observar o comando da segurança jurídica, mormente na
busca por preservar atos administrativos praticados e consumados, além de buscar evitar
grave dano e prejuízos ao Tribunal a quo, conforme linha de decisões recentes do CNJ
(PCA 510). III) Não se pode frustrar escolha de serventias, feita por aprovados em certame
já encerrado, sob pena de permitir-se subversão da ordem, até mesmo por que a opção foi
feita com respaldo em legislação estadual ainda vigente, a qual permite a cumulação de
serventias, nos termos do art. 26 da Lei 8.935/94 (art. 243, § 4º, do Decreto-Lei Estadual
8.527, art. 92 da Lei Estadual 2.085-A e a Resolução 1 do antigo Tribunal de Justiça do
Estado de Guanabara). IV) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere”
(CNJ – PCA 200710000008917 – Rel. Designado Cons. Jorge Maurique – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Pretensão de que o Tribunal de Justiça crie novas serventias. Faculdade

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais. Pretensão de


que o Tribunal de Justiça crie novas serventias. Lei Estadual que cria critérios para a
criação, fusão e desmembramento dos serviços notariais e de registro e apenas faculta ao
Tribunal a criação de novos cartórios segundo esses critérios. Interesse pessoal do
requerente. Ausência de qualquer irregularidade. Improcedência do pedido. – “A só
pretensão de viabilizar meios de obter a delegação de serventia judicial não justifica nem
autoriza a intervenção do CNJ para determinar a criação de novas serventias, se nenhuma
irregularidade, ilegalidade ou omissão foi demonstrada” (CNJ – PP 1424 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Privatização de serventia. Retorno de servidor ao Tribunal

Serventia extrajudicial. Privatização. Retorno de servidor ao


Tribunal. Legalidade. Designação provisória de enteado de vice-presidente de Tribunal.
Indícios de favorecimento. Desconstituição parcial do ato. – “Ato de Tribunal de Justiça
que privatiza serventia extrajudicial estatizada e determina o retorno de servidor do seu
quadro ao exercício de atividades em sua sede não padece do vício de ilegalidade, porque,
a par de adequar o Ofício ao que dispõe o art. 236 da Constituição Federal, visa, também, a
desonerar os cofres do Tribunal com os gastos desses serviços e solucionar o problema de

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escassez de pessoal” (CNJ – PCA 528 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 74ª Sessão
– j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008)

Procedimento de controle administrativo. Preclusão

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Acesso por concursos de ingresso e remoção. Preclusão. Ausência de
manifestação sobre informações e documentos. – “O silêncio do requerente sobre as
informações e documentos apresentados pelo Tribunal requerido, quando inexista
contraprova ou indício contrário idôneo nos autos, eleva as justificativas ao status de
verdade processual” (CNJ – PCA 200710000007627 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Provimento de cargo de Oficial de Registro por Suboficial, sem concurso

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


estado da Bahia. Acesso de Suboficial de Registros Públicos ao cargo de Oficial. Art. 222
da Lei Estadual 3.731/79. Inconstitucionalidade. Exigência de Concurso Público. Decisão
do STF na ADI 112/BA. – “I) É inválido o ato de provimento do cargo de Oficial de
Registro Civil por meio de acesso deferido ao titular do cargo diverso de Sub-oficial do
Registro Civil, por afronta ao artigo 37, II da Constituição Federal. II) A regra do artigo
222 da Lei Estadual 3.731/79 tem a mesma proposição do art. 19 do Ato de Disposições
Transitórias da Constituição do Estado da Bahia, declarado inconstitucional pelo STF na
ADI 112/BA. III) ‘É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido’ (Súmula
685, STF). Procedência dos Pedidos de Controle Administrativo” (CNJ – PCA
200710000019691 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 62ª Sessão – j.
13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Provimento de serventias mistas

Procedimento de Controle Administrativo. Provimento de


serventias mistas. – “A serventia mista deverá ser provida por candidatos aprovados em
ambas as áreas, notarial e de registro” (CNJ – PCA 317 – Rel. Cons. Germana Moraes –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Provimento sem concurso público. Nulidade

“Os substitutos de serventias extrajudiciais que ascenderam à


titularidade da serventia, sem a realização de concurso público, com base na Constituição
de 1967, estão em situação irregular, impondo-se a regularização. Também os titulares que
receberam a delegação, sem a realização de concurso público, após a Constituição de 1988,
com fundamento na Carta de 1967, ou em legislação estadual revogada, devem ter suas
delegações desconstituídas” (CNJ – PCA 200810000006974 e PCA 200810000008855 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).
PRECEDENTE DO STF:
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Medida liminar. Notários e Registradores. Titular.
Necessidade de concurso público. Art. 236, § 3º da Constituição. Impossibilidade de
efetivação imediata de serventuário substituto na vacância do cargo. Liminar deferida
com efeitos “ex tunc”. – “Lei complementar estadual que converte em titulares de cartórios

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


888

de registros e notas bacharéis em Direito que não realizaram concurso público específico
para o cargo. Afronta ao § 3º do art. 236 e ao inciso II do art. 37 da Constituição Federal.
Precedentes. Liminar deferida com efeitos ex tunc. Decisão unânime” (STF – Sessão
Plenária – MC em ADI 3.519 – Rel. Min. Joaquim Barbosa – j. 16.06.2005 – RTJ
196/557). Parte do voto do Ministro Relator: Esta Corte, em casos análogos ao presente,
já apreciou a questão, firmando entendimento no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos semelhantes (cf. ADI 363, DJ de 3-5-1996; ADI 690, DJ de 25-8-1995, e ADI
552, DJ de 25-8-1995, todas da relatoria do Ministro Sydney Sanches; ADI 417, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 8-5-1998; ADI 126, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992, e
ADI 2.379-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-6-2002, v.g.).

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento sem concurso público. Nulidade. – “Irregular a investidura de
escreventes, ainda que concursados, na titularidade de serventias extrajudiciais, eis que
intolerado pela Carta Constitucional de 1988 o provimento derivado de cargos públicos,
mesmo em delegação. Inaplicabilidade do disposto no art. 208 da EC 1/69, considerando
que as serventias somente foram outorgadas na vigência da nova ordem constitucional.
Procedência” (CNJ – PCA 3932 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª
Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento sem concurso público. Nulidade. – “Irregular a remoção de
titular de serventia, ainda que respaldada em lei local, sem a realização do respectivo
concurso. Alcance do art. 236, § 3º, da Constituição federal. Exigência constitucional tanto
para o provimento originário quanto para o provimento derivado” (CNJ – PCA
200710000003063 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 57ª Sessão – j.
26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Realização de concurso de provas e títulos apenas para remoção

4º Concurso Público de Provas e Títulos para a Outorga de


Delegações de Notas e Registro do Estado de São Paulo. Nulidade de Edital. Necessidade
de realização de concurso apenas de títulos para a remoção em concurso público.
Existência de decisão jurisdicional pela inconstitucionalidade de concurso apenas de
títulos. Impossibilidade de realização de escolha cruzada entre as listas de ingresso e
remoção, respeitando-se a ordem de classificação, para fins de respeito ao artigo 236, §3º
da CF/88. Improcedência dos pedidos. – “Não há impedimento para que o Tribunal de
Justiça realize concurso de provas e títulos para a remoção, quando se entende que os
concursos apenas de títulos violam os princípios do art. 37 da Constituição Federal.
Supremacia do interesse público na oferta de vagas remanescentes da lista de ingresso para
os aprovados em remoção e na oferta de vagas da lista de remoção para os aprovados em
ingresso, desde que respeitada fielmente a ordem de classificação” (CNJ – PCA 456 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU 03.08.2007).

Remoção por permuta. Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento originário por concurso público. Legalidade. – “Regular a
investidura de titular de serventia em virtude de realização do respectivo concurso.
Cumprimento do art. 236, § 3º, da Constituição Federal. Provimento derivado sem
concurso. Remoção por permuta. Nulidade. A remoção por permuta com base no ‘interesse

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


889

da justiça’, mesmo que realizado com base em lei local, atrita com dispositivo
constitucional expresso (CF, art. 236, § 3º), atendendo exclusivamente aos interesses
pessoais dos beneficiários. Exigência constitucional de concurso público para o
provimento originário e de concurso entre os titulares para o provimento derivado.
Remoção por permuta. Invalidade de ato administrativo de deferimento. Efeitos. Serventias
ocupadas por titulares novos. Vaga a serventia de origem do permutante irregular, a
desconstituição do ato de permuta implica o seu retorno imediato, restituindo as coisas a
seu estado anterior, sem desfazimento dos atos praticados durante o exercício da
titularidade na serventia atual. Contudo, em nome dos princípios da segurança jurídica e da
confiança, não convém reverter imediatamente as remoções por permuta, apesar de
irregulares, quando, no momento do pronunciamento da nulidade respectiva, a serventia de
origem do permutante estiver ocupada por novo titular regularmente investido sem
nenhuma relação com o ato impugnado, devendo ser postergados, nesta hipótese, os efeitos
da desconstituição do ato inválido para quando vier a ocorrer a vacância na serventia de
origem do permutante irregular. Pedido parcialmente procedente” (CNJ – PCA
200810000012731 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).
Parte do voto vencido do Conselheiro Altino Pedrozo dos Santos: “A tese não é nova
neste Conselho, tendo sido adotada nos autos dos Pedidos de Providências 415 e 721,
relatados pelo Conselheiro Rui Stoco, onde se discutia a natureza do Serviço de
Distribuição de Processos do Distrito Federal e dos Territórios, colocado em concurso
como se atividade notarial e de registro fosse, bem como a possibilidade de expedição de
certidões cíveis e criminais por essa serventia. Na 54ª Sessão Ordinária realizada em
18.12.2007, o Plenário do Conselho, por unanimidade de votos, decidiu julgar
parcialmente procedentes tais pedidos de providência determinando ao Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios oficializasse o Serviço de Emissão de Certidões de
Distribuição de feitos cíveis e criminais, ‘preservado no cargo, excepcionalmente e apenas
para o caso concreto, o titular da serventia, até a vacância’. No Procedimento de Controle
Administrativo 510, de que foi relator o Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti, a Ordem
dos Advogados do Brasil – Seção do Estado do Rio de Janeiro buscou anular o XLI
Concurso de Ingresso na Magistratura daquele Estado; todavia, o Plenário do Conselho,
vencido o Conselheiro Relator, julgou parcialmente procedente o pedido para preservar nos
cargos os Juízes Substitutos dele originários, invocando como fundamento exatamente os
princípios da segurança jurídica, do fato consumado e a teoria da modulação prospectiva
dos efeitos das nulidades. Colhem-se do substancioso voto do Conselheiro Rui Stoco os
seguintes fragmentos: ‘(...) Feito esse breve exórdio acerca das nulidades, cabe inseri-las
no contexto da convalidação possível, aproximando-se essa solução ao princípio da
segurança jurídica. No julgamento do RE 197.917 pelo STF o Ministro Gilmar Mendes,
ao abordar a questão da declaração de inconstitucionalidade in concreto e da limitação
de seus efeitos, observou que, ‘nesses casos, o afastamento do princípio da nulidade da lei
assenta-se em fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência’. E assim
deve ser. Mas não se pode deslembrar que o princípio da segurança jurídica, que justifica
o afastamento da nulidade do ato, também tem extração constitucional. Advirta-se que a
segurança jurídica é, ainda, a forma de expressão e projeção na sociedade de três outros
princípios expressamente previstos no art. 5º, inc. XXXVI da Carta Magna: a) direito
adquirido; b) ato jurídico perfeito; c) coisa julgada (...)’. E prosseguiu o Conselheiro Rui
Stoco: ‘Em julgamento histórico, a Suprema Corte, tendo novamente como relator o
Ministro e constitucionalista Gilmar Ferreira Mendes, deixou afirmado que ‘o princípio
da possibilidade de anulamento foi substituído pelo da impossibilidade de anulamento, em
homenagem à boa-fé e à segurança jurídica’, e que ‘a prevalência do princípio da
legalidade sobre o da proteção da confiança só se dá quando a vantagem é obtida pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


890

destinatário por meios ilícitos por ele utilizados, com culpa sua, ou resulta de
procedimento que gera a sua responsabilidade. Nesses casos não se pode falar em
proteção à confiança do favorecido’ (RTJ 192/620) (...). (...) “Assim, segundo RAFAEL
MAFFINI: ‘Não se pode olvidar que, consoante já decidido pelo próprio STF (Pet. 29.90
QO, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 27.05.2003), a legalidade não pode mais ser considerada
um fim em si mesmo, porquanto se apresenta dotada de uma índole eminentemente
instrumental, justamente orientada à consecução do sobreprincípio da segurança jurídica.
Em outras palavras, a legalidade não existe para a própria legalidade, mas para a
obtenção de um estado de coisas que enseje segurança jurídica e, assim, conforme o
Estado de Direito. Daí por que se afirmar que la seguridad jurídica no es solamente
seguridad em legalidad, sino también, seguridad em el Derecho (Javier García Luengo. El
princípio de protección de la confianza en el Derecho Administrativo. Madrid: Civitas,
2002, p. 198) (Modulação temporal in futurum dos efeitos da anulação de condutas
administrativas. Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: FGV-Atlas, v. 244, p.
231)’. Antes, porém, de concluir seu voto, o Conselheiro Rui Stoco lançou a seguinte
advertência:‘Não se pode desconsiderar, ainda, a boa-fé dos destinatários dos atos
praticados por órgãos ou agentes do Poder, posto que esses – certamente – não
contribuíram para a invalidade que pode turvar tais atos’”.

Remoção sem concurso público. Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais. Remoção sem


concurso público. Nulidade. – “Irregular a remoção de titular de serventia, no ambiente
constitucional atual, ainda que respaldada em lei local, sem a realização do respectivo
concurso. Exigência constitucional de concurso tanto para os provimentos originários
(ingressos) quanto para os provimentos derivados (remoções). Pedido acolhido” (CNJ – PP
200810000009720 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Junior – 83ª Sessão – j.
28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Renúncia à delegação com o objetivo de esquivar-se de sanção

Competência. Conselho Nacional de Justiça. Pedido de natureza


individual. Renúncia à delegação de serventia extrajudicial. Escopo de esquivar-se de
sanção. – “1) A competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça está centrada
em matérias de natureza administrativa de projeção coletiva (CF/88, art. 103-B, §4º). 2) O
exame da eficácia de renúncia à delegação de serventia extrajudicial e do conseqüente
pedido de declaração de extinção do vínculo do notário com a Administração Pública, em
manifesto escopo de esquivar-se de sanção já imposta pela Corregedoria local, constitui
pretensão de natureza meramente individual, insuscetível de apreciação pelo CNJ. Trata-se
de pleito que não extravasa o âmbito pessoal do requerente e, por isso, refoge à
competência do CNJ. 3) Procedimento de Controle Administrativo de que não se conhece”
(CNJ – PCA 200810000019506 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 74ª Sessão – j.
18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Repasse de valores obtidos a título de custas e emolumentos a entidades


jurídicas de direito privado

Pedido de Providências. Voto conjunto. Associação dos


Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Piauí – ARPEN. Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí. Compensação financeira em favor dos ofícios do Registro Civil de
Pessoas Naturais. ADI 3660/MS. Vedado o repasse a entidades privadas. Provimento

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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022/2006. Sustação dos efeitos. Repasse suspenso. – “Não obstante o que previsto no art.
8º da Lei Federal 10.169, de 29 de dezembro de 2000, que regula o § 2º do art. 236 da
Constituição Federal, na presente hipótese, o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, ao
suspender o repasse dos valores referentes à compensação financeira, o fez em observância
ao que decidido pela Corte Constitucional, em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, quando vedou o repasse de valores obtidos a título de custas e
emolumentos a entidades jurídicas de direito privado. Procedimentos que devem ser
julgados improcedentes” (CNJ – PP 200910000002444 e PP 200910000004908 – Rel.
Cons. Técio Lins e Silva – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).

Serventias Extrajudiciais no Estado da Bahia ainda privatizadas.


Determinação de privatização de serventias extrajudiciais estatais, no estado
da Bahia, na medida que seus titulares deixarem seus cargos (na vacância)

“Com o novo regime constitucional privado das serventias


extrajudiciais (art. 236, § 3º, da CF/88), deve ser realizada a transição de regime daquelas
que ainda estão sob regime estatal, em respeito ao art. 32 do ADCT (CNJ: PP 360). Os
cargos dos servidores titulares ou subtitulares de serventias devem ser declarados em
extinção (CNJ: PPs 200710000014814 e 200810000000777), assegurando-se a aqueles
que já ingressaram no serviço público, antes ou depois da CF/88, a permanência nos cargos
respectivos, porque foi a regra do concurso que se submeteram. É vedado o acesso de
subtitulares aos cargos de titulares das serventias extrajudiciais e o acesso de titulares por
remoção, sendo inaplicável dispositivo de lei estadual nesse sentido, mormente
considerando que não há direito adquirido a regime jurídico anterior (STF: MC na ADI
2135/DF e RE 575089/RS). Pedido de Providências a que se determina a privatização de
serventias extrajudiciais estatais, no estado da Bahia, na medida que seus titulares
deixarem seus cargos, bem como o encaminhamento da presente decisão à Procuradoria-
Geral da República, para análise das normas dos arts. 222 e 223 da Lei estadual 3.731/79
(Lei de Organização Judiciária do Estado da Bahia) e adoção de medida tendente a sanar
eventual frustração do art. 236 da CF/88” (CNJ – PP 200810000021537 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Serventias oficializadas. Autonomia dos Tribunais quanto à política de


organização judiciária do Estado. Perpetuidade dos serviços já oficializados

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Serventias


judiciais estatais. Privatização. Aplicabilidade restrita do art. 236 da CF/88. Questão de
política de organização judiciária dos Estados. Autonomia dos Tribunais. Improvimento. –
“I) A aplicação do art. 236 da CF possui limite de aplicabilidade no art. 32 do ADCT,
permitindo-se a perpetuidade dos serviços notariais e de registro já oficializados pelo Poder
Público, respeitando-se o direito de seus servidores. Precedentes do STF (AgR no AI
449138/BA) e do STJ (RMS 1260/RJ, RMS 9792/BA e AgRg no RMS 10205/BA). II)
Questão atinente à política de organização judiciária do Estado de origem (STJ: decisão
monocrática no RMS 10205/BA) e inerente à autonomia dos Tribunais, pela qual deve o
CNJ zelar (art. 103-B, § 4º, inciso I, da CF/88). III) Recurso Administrativo no Pedido de
Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000003456 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Serventias vagas por mais de seis meses. Exigência de abertura de concurso


público para provimento dos cargos dentro desse prazo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Titularidade de direito ou de fato de serventia extrajudicial.


Preenchimento das serventias deve ser realizado obrigatoriamente por concurso público.
Ausência de direito líquido e certo de interinos, respondentes ou designados na
permanência como responsável pela serventia além dos seis meses determinados pela
Constituição Federal. Obrigatoriedade de realização de concurso público. Art. 236, § 3º
da Constituição Federal. Art. 39, § 2º da Lei 8.935/94. – “I) O direito do substituto mais
antigo de permanecer como interino, respondente ou designado pela serventia extrajudicial
vaga previsto no art. 39, § 2º da Lei 8.935/94 é limitado pela previsão do próprio mesmo
parágrafo, que determina a imediata abertura de concurso público. II) A simples utilização
do título de ‘designado’, ‘respondente’, ‘interino’ ou qualquer outra semelhante não afasta
eventual caracterização de titularização de fato, sem a realização de concurso público. III)
A realização do concurso público para provimento da serventia vaga não pode ultrapassar
o prazo constitucional de seis meses da data da vacância. IV) Impossibilidade de revisão da
decisão do Plenário. Recurso Administrativo que requeria a permanência de designados
com mais de seis meses de designação à frente de serventias. Conhecido mas não provido”
(CNJ – PCA 200810000009926 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 63ª Sessão – j. 27.05.2008
– DJU 13.06.2008).

Serviço de Emissão de Certidões de Distribuição. Serventia afeta diretamente


ao Poder Judiciário, cujo titular deve se servidor público típico

“Significa, portanto, que, em se tratando de serventia afeta


diretamente ao Poder Judiciário, que atua como de natureza judicial, responsável pela
distribuição e expedição de certidões, só pode ter como titular servidor público típico, que
tenha ingressado na Administração Pública direta. Todavia, permanecerá tendo como
titular o embargante até a vacância quando, obrigatoriamente, o Tribunal de Justiça deverá
efetivamente oficializar o Serviço de Emissão de Certidões de Distribuição” (CNJ – PP
415 e PP 721 – Rel. Cons. Rui Stoco – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008 –
Ementa não oficial).

Serviço público delegado exercido em caráter privado. Obrigatoriedade da


privatização e de concurso público para provimento

Pedido de Providências. Serviços extrajudiciais notarias e


registrais do Estado do Ceará. Obrigatoriedade constitucional de realização de concursos
públicos (CF, art. 236, § 2º). – “A norma constitucional determina a realização de
concurso público de provas e títulos, na hipótese de vacância por mais de seis meses.
Criação do Fundo Especial do Registro Civil (FERC) para regularização da situação.
Determinação pela Presidência do Tribunal de Justiça do Ceará de realização de concurso
público para o preenchimento das serventias vagas, no prazo máximo de 120 (cento e vinte
dias)” (CNJ – PP 358 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006).

Pedido de Providências. Serviços Notariais e de Registro Público.


Concurso Público. – “O 236 da Constituição estabelece que os serviços notariais e de
registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, mas o exercício
das funções depende de prévio concurso público. Concorde-se ou não com seu conteúdo,
haja ou não mais ou menos dificuldades, a norma é de caráter imperativo, sem exceção a
qualquer unidade federativa a Lei 8.935/1994 regulamentou a vacância, sempre
temporária, e impôs a realização imediata do concurso. Determinação de prazo de sessenta

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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dias para que a Corregedoria Geral de Justiça edite provimento regulamentando a


privatização desses serviços e para publicação do edital de concurso público” (CNJ – PP
360 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Sucursais. Criação e sucursais da mesma serventia. Inadmissibilidade

“Caracteriza burla ao sistema de delegação de serventia por


concurso público a criação e instalação, através de desdobramento de uma mesma
serventia, em ‘sucursais’ funcionando em vários pontos do município” (CNJ – PCA
200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Titular concursado. Extinção da delegação. Direito do substituto mais antigo


de exercer a titularidade temporária até o provimento da vaga

Serventia extrajudicial. Titular concursado. Extinção da


delegação. Titularidade provisória. Substituto mais antigo. Direito subjetivo. – “1) Na
hipótese de extinção da delegação atribuída a titular concursado de serventia extrajudicial,
o art. 39, § 2º, da Lei 8.935/1994 confere ao substituto mais antigo da serventia o direito de
exercer a titularidade temporária até o provimento da vaga mediante regular concurso
público. 2) Ilegal Instrução de Corregedoria Geral de Justiça que, no caso de vacância de
serventia ocupada por titular concursado, determina a consulta do antigo ocupante interino
para saber se tem interesse em voltar a ocupá-la interinamente, até a realização de novo
concurso público. 3) Pedido formulado em Procedimento de Controle Administrativo que
se julga procedente para anular, com efeitos ex nunc, a Instrução 001/2009 da Corregedoria
de Justiça das Comarcas do Interior do Estado do Pará” (CNJ – PCA 200910000018646 –
Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Titular efetivada por força do art. 208 da Constituição Federal de 1967.


Vacância ocorrida dentro do atual sistema constitucional. Obrigatoriedade de
concurso público

Procedimento de Controle Administrativo. Serventia extrajudicial


cujo titular foi efetivado por força do disposto no art. 208 da Constituição Federal de
1967, que assegurou o direito do substituto ser efetivado como titular do cargo, quando da
vacância. Pretensão de desconstituir acórdão do Conselho da Magistratura que
reconheceu o direito de efetivação no cargo, incluindo-se a serventia no concurso em
andamento (Edital 01/2006). Precedentes. Procedência parcial do pedido. – “O art. 208 da
Constituição Federal de 1967 assegurou aos substitutos de serventias extrajudiciais, na
vacância, o direito de efetivação no cargo de titular, desde que tenham sido investidos na
forma da lei, contem ou venham a contar cinco anos de exercício na mesma serventia até
31.12.83. Significa que a norma assegurou um direito condicionado à vacância da
serventia, que constitui fato futuro e incerto – e, portanto, a termo, de sorte que, segundo
entendimento pretoriano da Suprema Corte e de precedentes do Conselho Nacional de
Justiça, aos quais se deve obediência, ocorrendo a vacância na vigência de nova ordem
constitucional que determina a realização de concurso, o preceito assegurador da Carta
anterior não tem incidência”
Parte do Voto do Relator:
“Tem-se, assim, que a regulamentação constitucional foi alterada
em 1988, de modo que a atividade notarial e de registro passou a ser exercida pelo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


894

particular a título de delegação de serviço público, realizada pela via do concurso público.
Dessarte, embora a interessada preenchesse os requisitos estabelecidos pela antiga norma
da Constituição precedente no momento da vacância da serventia extrajudicial em que a
mesma atuava como substituta, a nova ordem constitucional em vigor não mais abriga a
possibilidade de exercício das atribuições notariais e de registro sem a realização prévia de
concurso público. Significa que aquele direito antes assegurado cede lugar ao princípio
constitucional de que não há provimento de serventias extrajudiciais sem concurso, tal
como determinado no art. 236 da atual Constituição Federal. Essa máxima não comporta
exceção” (CNJ – PCA 200710000015417 – Rel. Cons. Rui Stoco – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Titulares (delegatários). Servidores públicos por equiparação

“É certo que a Lei 8.935/94 como que privatizou os serviços


notariais e de registro, não obstante atribuição exclusiva do Poder Público, de modo que
agora passa a ser exercido por delegação do Estado. Sendo certo, ainda, que, a partir de
então, os funcionários dessas serventias passam a ser admitidos sem qualquer vínculo com
o Poder Público, ligados, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho, apenas e tão-
somente ao titular da serventia contratante, estabelecendo-se entre eles um contrato de
trabalho, tanto que o Poder Judiciário já não mais terá qualquer poder censório ou
disciplinar sobre eles, mantido, evidentemente, o seu poder fiscalizatório sobre os atos
praticados. Não menos certo, porém, que o titular – Notário ou Registrador – atua como
agente público e pratica atos privativos de servidor público, devendo ser considerado
servidor público por equiparação” (CNJ – PCA 200810000004280 – Rel. Cons. Rui Stoco
– 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do relator).

Titulares de serventias não considerados membros do Poder Judiciário


Funções de caráter privado

“Os titulares de serventias extrajudiciais, por serem delegatários de


serviços públicos, i.e., particulares que atuam em colaboração com a Administração, por
desempenharem suas funções em caráter privado (ADI 2602), não são considerados
membros do Poder Judiciário, faltando absoluta competência ao CNJ a instauração, de
ofício, ou a revisão de processo disciplinar em que figuram notários ou registradores.
Precedente (RA no PCA 15193). Recurso Administrativo no Procedimento de Controle
Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA
200810000025294 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Vacância máxima permitida de seis meses, com prévia remoção

Pedido de Providências. Serventias extrajudiciais notariais e


registrais. Estado do Piauí. Oficiais designados sem realização de concurso público.
Ofensa ao art. 236, § 3º da Constituição Federal e art. 39, § 2º, da Lei 8.935/94. – “I) Os
serviços notariais e de registro serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público, mas com ingresso por concurso público de provas e títulos. II) A regra
constitucional veda a vacância por mais de seis meses mas estabelece prévia remoção. III)
Necessidade de lei estadual” (CNJ – PP 271 e PP 361 – Rel. Cons. Marcus Faver – 22ª
Sessão – j. 04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


895

Vacância por período superior a 6 meses (art. 236, § 3º, da CF). Necessidade
da realização de concurso público

Cartórios extrajudiciais. Vacância por período superior ao limite


máximo previsto no art. 236, § 3º, da Constituição Federal. Concurso público para
provimento. Prazo concedido para a adoção das medidas correlatas, a cargo da
corregedoria do tribunal envolvido. – “Não sendo possível, à luz do ordenamento jurídico
vigente, admitir a vacância das serventias extrajudiciais por período superior a seis meses
(CF, art. 236, § 3º, c/c o art. 39, § 2º, da Lei 8.935/94), e não havendo qualquer justificativa
para a não adoção das medidas correlatas por parte do órgão jurisdicional envolvido, ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) compete, enquanto órgão central de controle do
sistema judiciário nacional, determinar a adoção das providências cabíveis, em prazo
razoável, assim restabelecendo a ordem jurídica vigente. Pedido de Providências conhecido
e acolhido. Desse modo, e considerando a decisão anteriormente proferida por este CNJ,
no exame do PP 360, proponho ao Plenário a fixação do mesmo prazo de 60 (sessenta) dias
para que sejam adotadas todas as medidas necessárias à publicação do Edital e realização
efetiva dos concursos necessários ao estrito cumprimento das regras inscritas nos artigos
236, § 3º, da CF e 39, § 2º, da Lei 8.935/94” (CNJ – PP 363 e PP 376 – Rel. Cons. Douglas
Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 – Ementa não
oficial).

SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS NAS QUAIS OS SUBSTITUTOS FORAM


EFETIVADOS APÓS A CF/88 SEM CONCURSO PÚBLICO
Nulidade com desconstituição das delegações

“Os substitutos de serventias extrajudiciais que ascenderam à


titularidade da serventia, sem a realização de concurso público, com base na Constituição
de 1967, estão em situação irregular, impondo-se a regularização. Também os titulares que
receberam a delegação, sem a realização de concurso público, após a Constituição de 1988,
com fundamento na Carta de 1967, ou em legislação estadual revogada, devem ter suas
delegações desconstituídas” (CNJ – PCA 200810000006974 e PCA 200810000008855 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).
PRECEDENTE DO STF:
Ação Direta de Inconstitucionalidade. Medida liminar. Notários e Registradores. Titular.
Necessidade de concurso público. Art. 236, § 3º da Constituição. Impossibilidade de
efetivação imediata de serventuário substituto na vacância do cargo. Liminar deferida
com efeitos “ex tunc”. – “Lei complementar estadual que converte em titulares de cartórios
de registros e notas bacharéis em Direito que não realizaram concurso público específico
para o cargo. Afronta ao § 3º do art. 236 e ao inciso II do art. 37 da Constituição Federal.
Precedentes. Liminar deferida com efeitos ex tunc. Decisão unânime” (STF – Sessão
Plenária – MC em ADI 3.519 – Rel. Min. Joaquim Barbosa – j. 16.06.2005 – RTJ
196/557). Parte do voto do Ministro Relator: Esta Corte, em casos análogos ao presente,
já apreciou a questão, firmando entendimento no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos semelhantes (cf. ADI 363, DJ de 3-5-1996; ADI 690, DJ de 25-8-1995, e ADI
552, DJ de 25-8-1995, todas da relatoria do Ministro Sydney Sanches; ADI 417, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 8-5-1998; ADI 126, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992, e
ADI 2.379-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 6-6-2002, v.g.).

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Provimento sem concurso público. Efetivação. Nulidade. – “Irregular a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


896

investidura de escrevente, ainda que concursado, na titularidade de serventia extrajudicial,


por ato expedido a partir de 5.10.88, eis que intolerado pela Carta Constitucional em vigor
o provimento derivado de cargos públicos (CF, art. 37, II e § 2º), mesmo em regime de
delegação (CF, art. 236, § 3º). Inaplicabilidade da hipótese de efetivação, prevista no art.
208 da EC 1/69. Precedentes do STF e do CNJ” (CNJ – PCA 200810000006172 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU 17.04.2009).
Parte do voto divergente do Cons. Altino Pedrozo dos Santos: “Neste passo,
considerando a jurisprudência da Suprema Corte favorável à modulação dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em determinadas
circunstâncias, peço vênia ao eminente relator para julgar improcedente o pedido mantendo
íntegro o Decreto Judiciário 272, de 15 de maio de 2003, do Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, com a permanência da interessada, SMPN na titularidade do
Cartório do 1º Ofício de Protestos de Títulos de Curitiba, Estado do Paraná”.

SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS OFICIALIZADAS


Manutenção de titulares sem concurso público, mediante designação ocorrida
após o advento da CF/88

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de ofício,


conforme determinação tomada no julgamento do PCA 613. Manutenção de titulares de
serventias extrajudiciais da atividade notarial e de registro sem concurso público,
mediante designação ocorrida após o advento da Constituição Federal de 1988.
Irregularidade. Procedência para determinar a imediata desconstituição das delegações.
Precedentes. – “Os titulares de serventias extrajudiciais da atividade notarial e de registro
do Estado do Pará, que receberam a delegação sem a realização de concurso público, após
a Constituição de 1988, com fundamento na Carta de 1967, ou em legislação estadual
revogada, devem ter suas delegações desconstituídas. Precedente: PCA 200810000006974
e PCA 200810000008855” (CNJ – PCA 200810000007644 – Rel. Cons. Rui Stoco – 85ª
Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).
Parte do voto do Relator: “Impende observar que caberá ao Tribunal de Justiça
estabelecer e individualizar as hipóteses que se enquadram neste decisum e as delegações
que devem ser desconstituídas, a luz do norte dado no julgado, na consideração de que em
sede administrativa, no âmbito da competência do Conselho Nacional de Justiça, exceto
com relação às partes no processo, não cabe decisão particular para cada caso,
individualmente, diante da impossibilidade de especificar a situação de cada um que exerça
atividade em serventias extrajudiciais no Estado. Aliás, nem caberia fazê-lo, pois – cabe
reiterar – o comando do acórdão destinar-se-á a todos aqueles que se enquadrarem na
situação específica descrita no julgado e que figurem nos autos como parte no processo ou
como terceiros interessados, tendo em vista que as decisões de natureza administrativa do
CNJ têm caráter geral e irradiam efeitos extra-autos, ou seja, desde que tenham sido
intimados os terceiros interessados, apanha aqueles agentes típicos ou por equiparação que
estejam na mesma situação fático-jurídica. Aliás, o comando é dado ao Tribunal de Justiça
do Estado onde se situam as designações irregulares. De sorte que caberá ao Tribunal de
Justiça verificar a situação individual de cada um daqueles que exercem atividade em
serventias extrajudiciais como titulares ou respondentes, procedendo – à luz do que restou
decidido – ao enquadramento exato de quem está em situação regular e irregular e tomar
todas as demais providências necessárias à desconstituição das delegações”.

Pedido para revinculação dos titulares das serventias judiciais a Instituto de


Previdência do Estado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


897

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais oficializadas. Vínculo com entidade de previdência estadual. Exclusão. Não
conhecimento. – “Extrapolam o diâmetro constitucional de atuação do CNJ os pedidos de
garantia de autoridade de decisão do Supremo Tribunal Federal por incompetência do CNJ
e de concessão de ordem de revinculação de agentes delegados a instituto de previdência
estadual não integrante da Administração do Poder Judiciário. A inibirem a atuação do
CNJ também a maciça judicialização da matéria pelos substituídos dos sindicatos
requerentes e a ausência de repercussão geral visível pela transitoriedade e especificidade
das situações subjetivas em causa. Pedido não conhecido” (CNJ – PCA 200910000031336
– Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU
17.06.2009).

Provimento sem concurso público. Nulidade

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de ofício,


conforme determinação tomada no julgamento do PCA 613. Manutenção de titulares de
serventias extrajudiciais da atividade notarial e de registro sem concurso público,
mediante designação ocorrida após o advento da Constituição Federal de 1988.
Irregularidade. Procedência para determinar a imediata desconstituição das delegações.
Precedentes. – “Os titulares de serventias extrajudiciais da atividade notarial e de registro
do Estado do Pará, que receberam a delegação sem a realização de concurso público, após
a Constituição de 1988, com fundamento na Carta de 1967, ou em legislação estadual
revogada, devem ter suas delegações desconstituídas. Precedente: PCA 200810000006974
e PCA 200810000008855” (CNJ – PCA 200810000007644 – Rel. Cons. Rui Stoco – 85ª
Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).
Parte do voto do Relator: “Impende observar que caberá ao Tribunal de Justiça
estabelecer e individualizar as hipóteses que se enquadram neste decisum e as delegações
que devem ser desconstituídas, a luz do norte dado no julgado, na consideração de que em
sede administrativa, no âmbito da competência do Conselho Nacional de Justiça, exceto
com relação às partes no processo, não cabe decisão particular para cada caso,
individualmente, diante da impossibilidade de especificar a situação de cada um que exerça
atividade em serventias extrajudiciais no Estado. Aliás, nem caberia fazê-lo, pois – cabe
reiterar – o comando do acórdão destinar-se-á a todos aqueles que se enquadrarem na
situação específica descrita no julgado e que figurem nos autos como parte no processo ou
como terceiros interessados, tendo em vista que as decisões de natureza administrativa do
CNJ têm caráter geral e irradiam efeitos extra-autos, ou seja, desde que tenham sido
intimados os terceiros interessados, apanha aqueles agentes típicos ou por equiparação que
estejam na mesma situação fático-jurídica. Aliás, o comando é dado ao Tribunal de Justiça
do Estado onde se situam as designações irregulares. De sorte que caberá ao Tribunal de
Justiça verificar a situação individual de cada um daqueles que exercem atividade em
serventias extrajudiciais como titulares ou respondentes, procedendo – à luz do que restou
decidido – ao enquadramento exato de quem está em situação regular e irregular e tomar
todas as demais providências necessárias à desconstituição das delegações”.

SERVENTIAS JUDICIAIS
V. tb.: ATENDIMENTO PELAS SERVENTIAS JUDICIAIS (“CARTÓRIOS”)

Atendimento. Exigência de prévia apresentação de extrato

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


898

Procedimento de Controle Administrativo. Exigência de emissão


de apresentação de extrato para atendimento nas varas federais de Blumenau.
Inexistência de ilegalidade. Pedido julgado improcedente. – “Não há ilegalidade e/ou
irregularidade na exigência de apresentação de extrato para atendimento nos balcões das
Secretarias dos Juízos nos Tribunais” (CNJ – PCA 200810000011118 – Rel. Cons. Andréa
Pachá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Invalidação de concurso público para titularidade de serventia judicial


exercida em caráter privado

Pedido de Esclarecimentos. Serventia judicial privatizada. Efeitos


modificativos. – “Invalida-se concurso público para titularidade de serventia judicial
exercida em caráter privado. A vacância após 5 de outubro de 1988 importa imediata
estatização da serventia judicial, por força do art. 31 do ADCT da CF/88. Instauração, de
ofício, de Procedimento de Controle Administrativo para apurar a regularidade de
serventias judiciais exercidas em caráter privado, no Estado do Paraná” (CNJ – PCA
200810000013759 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

Pretensão de que o Tribunal de Justiça instale novas serventias. Faculdade que


se insere em sua autonomia

“Apesar da previsão legal, não há como se entender como


obrigatória a instalação das serventias indicadas. Ressalto que a criação das referidas
serventias encontra-se dentro dos limites da autonomia dos Tribunais, posto que só o
administrador público tem a possibilidade de analisar, no âmbito estatal, todos os aspectos
relativos aos limites da responsabilidade fiscal e das necessidades, se existentes” (CNJ –
PP 200710000016070 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008 – Ementa não oficial).

Privatização após 1988. Ofensa à Constituição Federal de 1988

Serventia judicial privatizada. Concurso público. Irregularidade. –


“A norma constante do art. 31 do ADCT prescinde de regulamentação, sendo de
aplicabilidade imediata. ‘Serventias judiciais. Privatização após a Constituição de 1988.
Estatização. A manutenção das serventias judiciais privatizadas após a Constituição de
1988 afronta o disposto no art. 31 do ADCT. Estatização imediata, com adoção de
providências decorrentes. (PP14814)’” (CNJ – PCA 2008100000013759 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).

Serventias Judiciais. Privatização após a Constituição de 1988.


Estatização. – “A manutenção das serventias judiciais privatizadas após a Constituição de
1988 afronta o disposto no art. 31 do ADCT. Estatização imediata, com adoção de
providências decorrentes” (CNJ – PP 200710000014814 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 62ª
Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Serventias judiciais privadas (não-oficializadas). Reintegração dos titulares


afastados. Questão judicializada

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias judiciais


não-estatizadas do Estado do Pará. Pedido de reintegração dos titulares afastados.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


899

Alegação de nulidade da Portaria 1.477/2008-GP. Questão judicializada. – “I) Existência


de Mandados de Segurança, em curso, para dirimir a questão atinente à regularidade do ato
administrativo impugnado. II) A apreciação de questões sub judice não se insere na missão
institucional deste Colegiado, porquanto divorciada de seu papel estratégico e ameaçadora
da garantia de independência do Poder Judiciário, bem assim, do equilíbrio institucional.
III) A rigor, o controle autorizado pelo art. 103-B da CF/88 mostra-se circunscrito à área
administrativa e financeira, transbordando as tarefas confiadas ao Conselho o
conhecimento de matéria objeto de processos submetidos à apreciação do Poder Judiciário
ou, ainda, das razões que levam à formação do convencimento de julgadores, seja em
primeira instância, seja em grau recursal. IV) Procedimento de Controle Administrativo
não-conhecido. Prejudicado o pedido de ingresso, como terceiro juridicamente interessado,
da Associação das Serventias Judiciais e Extrajudiciais do Estado do Pará – ASJEP, em
razão do não-conhecimento do pedido” (CNJ – PCA 200810000024149 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Serventias privadas ou não-estatizadas. Determinação de estatização. Ressalva


dos direitos dos atuais titulares

Pedido de Providências. Serventias judiciais não-estatizadas.


Declaração de estatização e fixação de prazo para cumprimento da decisão. Preservação
dos direitos dos titulares. Condições. Inviabilidade de apreciação de atos praticados por
autoridade oriunda do Poder Executivo. Parcial provimento no pedido. – “I) A orientação
de oficialização das serventias judiciais inaugurada pela EC 07/77 e reforçada pela EC
22/82, foi reprisada pelo Constituinte de 1988 de maneira enfática, operando-se a
transposição do modelo anterior para o modelo de serventias judiciais estatizadas em face
do disposto no art. 31 do ADCT, de eficácia plena e aplicabilidade imediata. II) A regra do
art. 31 do ADCT da Constituição Federal de 1988 não deixa dúvidas acerca da
compulsoriedade da estatização das serventias judiciais, uma vez respeitados os direitos
dos atuais titulares (efetivos, vitalícios ou revertidos). Precedentes: PP 200810000000777 e
PP 200710000014814. III) Os substitutos de titulares de serventias judiciais não-
estatizadas, foram contemplados com o direito à titularização, desde que, (i) investidos na
forma da lei estadual, (ii) tenham assumido função de substitutos do foro, na vacância, (iii)
por, pelo menos, cinco anos, contados retroativamente de 31.12.1983 (EC 22/82 à CF/67).
IV) Tida em consideração a origem dos atos de nomeação veiculados por Decreto do Chefe
do Poder Executivo Estadual antes da entrada em vigor da CF/88, não pode esta Corte
adentrar na análise de mérito da legalidade e/ou moralidade dessas nomeações. V) Pedido
de Providências a que se conhece parcialmente para, na parte conhecida, dar parcial
procedência ao pedido” (CNJ – PP 200810000015136 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Servidores designados para ocupação dos cargos. Possibilidade

Pedido de Providências. Concurso Público para Escrivão


Judiciário. Servidores designados para ocupação de cargos. Expiração do prazo do
concurso público realizado em 2004. Pedido indeferido. – “Não vislumbro irregularidade
no fato do Tribunal manter servidores, de seu quadro funcional, na titularidade de Escrivão
Judiciário, posto que as atividades estão sendo devidamente desenvolvidas. É preciso que
se mantenha a observância da autonomia administrativa e financeira dos Tribunais, ponto
de concordância neste Conselho” (CNJ – PP 20081000000959 – Rel. Cons. Andréa Pachá
– 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


900

Vacância após 5 de outubro de 1988. Estatização

Pedido de Esclarecimentos. Serventia judicial privatizada. Efeitos


modificativos. – “Invalida-se concurso público para titularidade de serventia judicial
exercida em caráter privado. A vacância após 5 de outubro de 1988 importa imediata
estatização da serventia judicial, por força do art. 31 do ADCT da CF/88. Instauração, de
ofício, de Procedimento de Controle Administrativo para apurar a regularidade de
serventias judiciais exercidas em caráter privado, no Estado do Paraná” (CNJ – PCA
200810000013759 – Rel. Cons. Paulo Lobo – 82ª Sessão – j. 14.04.2009 – DJU
17.04.2009).

SERVENTUÁRIOS (ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO)


Exercício de funções de caráter privado

“Os titulares de serventias extrajudiciais, por serem delegatários de


serviços públicos, i.e., particulares que atuam em colaboração com a Administração, por
desempenharem suas funções em caráter privado (ADI 2602), não são considerados
membros do Poder Judiciário, faltando absoluta competência ao CNJ a instauração, de
ofício, ou a revisão de processo disciplinar em que figuram notários ou registradores.
Precedente (RA no PCA 15193). Recurso Administrativo no Procedimento de Controle
Administrativo a que se conhece, por tempestivo, mas nega-se provimento” (CNJ – PCA
200810000025294 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
Magistrados. Remuneração. Regime jurídico distinto dos servidores estaduais

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça da Paraíba. Pedido


julgado parcialmente procedente para recomendar ao Tribunal a imediata suspensão de
qualquer pagamento de gratificação pela prestação de serviço extraordinário a magistrados.
Não se aplica legislação que dispõe sobre o regime jurídico de servidores do Estado a
magistrados. Leis Complementares 25, de 1996 e 58, de 2003 do Estado da Paraíba. (CNJ
– PP 245 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 24ª Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 –
Ementa não oficial).

Pagamento aos servidores de TRE por serviço extraordinário

Pedido de Providências. Pagamento de serviço extraordinário aos


ocupantes de cargos comissionados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí.
Incompatibilidade com Resolução análoga do Tribunal Superior Eleitoral. Impossibilidade
em razão da natureza do cargo. Vedação de pagamento de serviço extraordinário aos
servidores ocupantes de cargo em comissão. (CNJ – PP 8322 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

SERVIÇO MÉDICO E ODONTOLÓGICO

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


901

Nepotismo. Serviço médico e odontológico contratado nos tribunais mediante


convênio. Rede credenciada de profissionais que sejam sócios ou empregados
de cônjuge, companheiro ou parente

Pedido de Providências. Consulta. Serviço médico e odontológico.


Rede credenciada mantida por Tribunal e ressarcimento de despesas efetivadas para a
contratação de profissionais e operadoras de plano de saúde. Adequação à Resolução
CNJ 07/2005. – “I) Não se considera nepotismo o credenciamento promovido por Tribunal
com o objetivo de viabilizar a contratação de serviços de assistência médica e odontológica
prestados por profissional ou pessoas jurídicas da qual sejam sócios ou empregados
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, até terceiro grau, dos
respectivos membros ou juízes vinculados, ou servidores investidos em cargo de direção e
assessoramento. O simples credenciamento de profissional não traz privilégios para ele e,
tampouco, prejuízo para outros profissionais, não estando, portanto, caracterizada a
concessão de benefícios em virtude de relação de parentesco. II) Também não configura
nepotismo a indenização parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, ou
seu(s) dependentes(s) com a prestação dos serviços de assistência médica e/ou
odontológica por profissional não-credenciado ou operadora de plano de saúde privado que
denotem eventual vínculo com membros do Tribunal, juízes convocados ou servidores
investidos em cargo de direção ou assessoramento. Na hipótese, o atendimento e/ou
tratamento gera ressarcimento das despesas efetuadas para efeito de se garantir o direito de
escolha do profissional de confiança do servidor atendido, direito exercido sem qualquer
interferência do Tribunal. III) Não há, nas situações descritas, participação da
administração do Tribunal na escolha do profissional que prestará o serviço médico ao
servidor, o qual figura como devedor no contrato de prestação de serviço. IV) A Resolução
07/2005 tem por escopo impedir a prática de nepotismo, caracterizado pelo favorecimento
de determinadas pessoas, física e jurídica, em detrimento de outra, devido à existência de
vínculo com membros de tribunais, juízes ou servidores investidos em cargo de direção e
assessoramento. Em ambas as situações previstas nos arts. 2º, V, e 3º da Resolução em
epígrafe, deve haver direta contratação da pessoa, física ou jurídica, prestadora de serviço
pelo Tribunal. V) Consulta conhecida e respondida negativamente quanto à configuração
de nepotismo nas situações descritas” (CNJ – PP 200810000009744 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 70ª Sessão – j. 23.09.2008 – DJU 13.10.2008).

SERVIÇO OU PREÇO PÚBLICO


Conceituação de serviço, taxa e tributo

Tributos. Impostos, taxas e serviços públicos. O preço do serviço


público não se confunde com taxa, não é tributo e não está sujeito às regras do artigo 141,
§ 34, da Constituição. Fato Gerador. Critério diferencial com base na tipificação.
Embargos rejeitados. – “Para a conceituação de ‘taxa’ basta que a utilidade seja posta à
disposição do contribuinte; na compreensão do ‘preço do serviço’ só aparece a incidência
com a utilização” (CNJ – PCA 426 e PCA 302 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

SERVIÇO VOLUNTARIADO NO PODER JUDICIÁRIO


Desnecessidade de regras

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


902

Procedimento de Controle Administrativo. Juiz de Direito do


Tribunal de Justiça do Pará. Serviço voluntariado no âmbito dos Tribunais.
Desnecessidade, no momento, de fixação de regras genéricas para que seja estabelecido o
serviço voluntário no Poder Judiciário. Atividade do voluntário para fins de comprovação
de Atividade Jurídica do bacharel em Direito. Res. 11 de 31.01.2006. – “O serviço
voluntariado, por não possuir atribuições específicas em Lei, não pode ser considerado
para fins da Resolução 11 como Atividade Jurídica. Pedido de Providências inacolhido”
(CNJ – PP 13986 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007).

SERVIÇOS EXTRAJUDICIAIS
Palavras-chave: SERVENTIA

Cobrança de emolumentos. Lei 11.331/2002 do Estado de São Paulo. Alegação


de inconstitucionalidade

Pedido de Providências. Serviços extrajudiciais. Cobrança de


emolumentos. Lei 11.331/2002 do Estado de São Paulo. Alegação de
inconstitucionalidade. Base de cálculo idêntica à de impostos. Decisões do Supremo
Tribunal Federal em relação a leis de outros Estados da Federação. Matéria de natureza
jurisdicional já aflorada e fora da competência do CNJ. (CNJ – PP 586– Rel. Cons. Marcus
Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

SERVIDOR PÚBLICO
Palavras-chave: AGENTE PÚBLICO – FUNCIONÁRIO PÚBLICO
V. tb.: JORNADA DE TRABALHO – MAGISTRADOS – NEPOTISMO – PROMOÇÃO
DE MAGISTRADO – REMOÇÃO DE MAGISTRADO – REPOSIÇÃO SALARIAL
PARA SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO – TEMPO DE SERVIÇO – TETO
REMUNERATÓRIO

Abertura de conta-corrente bancária dos servidores em instituição


determinada pelo Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Roraima. Portaria. Determinação de abertura de contas em instituição
financeira pré-determinada. Possibilidade. – “Não se vislumbra irregularidade na
determinação do TJRO contida na Portaria 702/2008 por ser plausível a concentração dos
depósitos referentes aos pagamentos de magistrados, servidores e pensionistas em uma
única instituição financeira, no intuito de facilitar a administração das respectivas folhas de
pagamento. Todavia, as isenções tarifárias concedidas por resoluções editadas pelo Banco
Central do Brasil, por meio do Conselho Monetário Nacional, devem ser efetivamente
observadas Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ –
PCA 200810000019210 – Rel. Designado Cons. Técio Lins e Silva – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

Acúmulo das funções com o cargo de Conciliador

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal de Justiça da Paraíba.


Incompatibilidade de exercício remunerado do servidor público com o cargo, como

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903

definido na lei paraibana, de Juiz leigo ou Conciliador. – “I) A regra constitucional (CF,
art. 37, XVI) é pela vedação de qualquer hipótese de acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários: (1) a de dois cargos de
professor; (2) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (3) a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”
(CNJ – PP 1070 – Rel. Designado Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão Extraordinária
– j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Admissão anterior a CF/88, sem concurso público. Estabilidade declarada.


Admitida a designação “ad hoc” (art. 19 do ADCT)

Procedimento de controle administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Alagoas. Servidores não concursados admitidos antes da Constituição de 1988 e
que, exonerados, foram readmitidos. Processo administrativo que lhes declarou a
estabilidade. Designações “ad hoc” de serventuários expressamente permitida pelo art.
142 do CPC. Comprovação ou não dos requisitos do art. 19 do ADCT. Questão interna
corporis e de provas analisadas pelo tribunal requerido. Inconformismo que não deve
prosperar. (CNJ – PP 117 – Rel. Cons. Marcus Faver – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU
15.09.2006).

Admissão sem concurso mediante contrato de prestação de serviços

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidades no


quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Piauí. Ingresso de servidores sem
a realização de concurso público e ocorrência de provimentos derivados em outros cargos
públicos. Inexistência de contratos com prestadores de serviços atuantes no Tribunal.
Servidores irregularmente postos à disposição de outros órgãos públicos. Nomeação
irregular de candidatos após o prazo de validade do concurso público e de candidatos
reprovados no certame. (CNJ – PCA 268 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Alteração da lotação de servidor (relotação). Faculdade da Administração.


Juízo de oportunidade e conveniência

Procedimento de Controle Administrativo. Ato 800/08 do Tribunal


Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Previsão de alteração de lotação de servidor.
Tratamento de saúde por mais de 15 dias. Legalidade. Prerrogativa da administração. –
“1) A lotação do servidor constitui prerrogativa da Administração, que atua com margem
ampla de liberdade na apreciação das necessidades e da implementação dos meios para a
efetiva prestação dos serviços. 2) A regra contida no Ato 800/08 do TRE/RJ não prescreve
a mudança de lotação como efeito automático do afastamento, mas apenas faculta à
Administração modificar a lotação do servidor, mediante juízo de oportunidade e
conveniência. Improcedência do pedido de invalidação do ato” (CNJ – PCA
200810000020090 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Analista Judiciário. Execução de Mandados. Lotação em gabinetes

Analistas judiciários. Execução de mandados. Lotação em


gabinetes. Desvio de função. – “A atividade desenvolvida pelo analista judiciário,
especialidade execução de mandados, é específica e demanda atuação externa. Contradiz o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


904

interesse público a designação desses servidores para prestação de serviços internos, em


gabinetes, salvo se comprovada a necessidade do serviço ou para ocupação de cargo em
comissão. Pedido deferido” (CNJ – PP 200810000009161 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª
Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

Analista judiciário com habilitação em medicina. Redução da jornada de


trabalho de acordo com lei estadual

Analistas judiciários. Habilitação em medicina. Redução da


jornada de trabalho mediante Lei Estadual. Inaplicabilidade de Lei Federal. – “A jornada
de trabalho diferenciada para os médicos ocupantes de cargos públicos efetivos deve ser
estabelecida pelo ente a que está vinculado o servidor. Na esfera federal a matéria é objeto
de legislação específica, inaplicável no âmbito estadual” (CNJ – PP 200810000004072 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade

Pedido de Providências. Servidores públicos de Tribunal de


Justiça, detentores de cargos efetivos em atividade, com idade superior a setenta anos.
Aplicação do inciso II, do § 1º, do art. 40 da Constituição da República. Não-incidência
da restrição constitucional aos conciliadores tendo em vista que não são ocupantes de
cargo efetivo. Providência parcial do pedido. – “Constitui irregularidade grave, passível de
imposição de sanção disciplinar, o descumprimento ao comando do art. 40, § 1º, inciso II
da Constituição Federal, que determina a aposentadoria compulsória dos agentes públicos
aos setenta anos de idade, impondo-se à autoridade administrativa providenciar a
publicação do ato de ofício, independentemente de qualquer outra providência, bastando o
implemento da idade-limite” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:
“No caso sub examine, os conciliadores não ocupam cargo público,
de sorte a não ser alcançados pela aposentadoria compulsória aos setenta anos, da mesma
forma que os notários e registradores, conforme fixado pela Suprem Corte. Outrossim,
ainda que as funções exercidas pelos conciliadores do Tribunal de Justiça do Maranhão
pudessem ser equiparadas as do cargo em confiança, como restou fixado por este Conselho
no PP 1070, em relação ao Estado da Paraíba, ainda assim a compulsoriedade da
aposentadoria aos setenta anos não lhes seria aplicável, haja vista não se tratar de cargo
efetivo. Destarte, não há restrições etárias fixadas para o exercício da função de
conciliador, inexistindo irregularidades quanto a esse aspecto na situação daqueles
conciliadores em atividade no Tribunal de Justiça do Maranhão que possuem mais de
setenta anos” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU
07.12.2007).

Aprovação em concurso público. Expectativa de diretio à nomeação e posse

Pedido de Providências. Candidatos aprovados em concurso


público – “É sabido que os candidatos aprovados em concurso público não têm direito à
nomeação, por conta do só fato do êxito no certame, consoante decisão do STJ, ROMS
11.553-SP. O chamamento dos aprovados, sua nomeação e posse encerram matéria de
conveniência administrativa, jungida a limites orçamentários impostos pela Lei de
Responsabilidade Fiscal” (CNJ – PP 1111 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

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905

Avaliador Judicial. Reclassificação

Procedimento de Controle Administrativo. Cargo de avaliador


judicial. Reclassificação. Alteração Lei Organização judiciária. TJBA. Falta de atribuição
do CNJ. Art. 25, X, RICNJ. – “I) Exsurge cristalina a regra definidora do controle
autorizado pelo Art. 103-B da CF/88, circunscrito à área administrativa e financeira da
atividade emanada dos órgãos jurisdicionais, serviços auxiliares, serventias e prestadores
de serviços notariais e de registro. II) Jungido este Conselho à condição de instância de
controle dos atos administrativos e financeiros do Poder Judiciário e serviços auxiliares,
não pode se sobrepor aos Tribunais no exercício de funções gerenciais e, tampouco, revisar
o mérito de ações de política judiciária interna, consubstanciadas a partir da interposição
legislativa, sob pena de mácula à autonomia assegurada pelo art. 99 da CF/88 e
desestabilização do equilíbrio institucional. III) Transborda das tarefas confiadas ao CNJ
eventuais auditorias sobre a melhor exegese da legislação que disciplina o plano de carreira
de servidores, bem assim, a conveniência da reclassificação legal de cargos vinculados aos
Tribunais. IV) A Carta Magna deferiu aos Estados competência exclusiva para
organizarem suas próprias Justiças (art. 125, caput) e aos Tribunais a iniciativa da lei de
organização judiciária (art. 125, § 6º). V) Carecem os autos de elementos hábeis a
demonstrar a redução de vencimentos dos avaliadores em razão das novas regras. VI)
Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido” (CNJ – PCA 200810000028994
– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Cargos em comissão acumulados. Percepção de verba destacada, determinada


em decisão judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Nepotismo. Verba


remuneratória destacada. Acumulação de cargos em comissão. Nomes de pessoas vivas a
dependências do Poder Judiciário. – “Para os cargos em comissão devem ser nomeados,
preferencialmente, os servidores efetivos, ou, no mínimo, nos percentuais legais. É lícita a
percepção da ‘verba remuneratória destacada’ determinada em decisão judicial transitada
em julgado, irreajustável e que deve ser absorvida nos aumentos futuros da remuneração
dos servidores” (CNJ – PCA 574 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 –
DJU 09.11.2007).

Cessão. Convênio firmado entre o tribunal e prefeitura municipal

Procedimento de Controle Administrativo. Convênios entre o


Tribunal de justiça e Prefeituras Municipais. Cessão de servidores. – “Não há
irregularidades nos convênios firmados entre o TJ e diversos Municípios, para cessão de
servidores para apoio Comarcas. Trata-se de medida adequada para suprir a momentânea
carência de pessoal nas unidades judiciárias no interior do Estado, diante das limitações
financeiras e orçamentárias do TJ/BA. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA
200710000003592 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j.
28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Cessão de escrivães, analistas e oficiais de justiça para exercício de cargos de


confiança em comissão perante a administração do tribunal

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Consulta. Candidatos aprovados em concurso para cargos de


cartórios em Comarcas diversas da Justiça do Estado. Exercício de cargos em comissão e
funções comissionadas em órgãos do Tribunal de Justiça. – “A cessão de servidores
ocupantes de cargos de escrivão, analista judiciário e de oficial de justiça, em diversas
Comarcas do Estado, em virtude de designação para exercício de cargos em comissão e
funções de confiança na Administração do Tribunal de Justiça, observadas as condições da
legislação específica, não caracteriza, em tese, desvio de função. Essas designações,
entretanto, além da necessária compatibilidade com a lei de regência, devem significar uma
opção administrativa voltada ao atendimento de interesse público. Poderá caracterizar
desvio de finalidade a cessão de servidores que acarrete prejuízos ao bom funcionamento
do órgão judiciário cedente” (CNJ – PP 200710000007950 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Cessão por convênio entre o Tribunal e o Município. Possibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Servidores municipais.


Cessão. Função de escrevente judiciário. Anexos fiscais. Similitude com o PCA
200810000015630, 71ª Sessão Plenária. – “I) Em casos singulares de excepcional
necessidade do serviço, pode-se admitir a realização de convênios para cessão de
servidores originários do Poder Executivo Municipal para o exercício da função de
escrevente. II) Impõe viabilizar e acompanhar a substituição gradativa do modelo de
aproveitamento, no Poder Judiciário, de servidores cedidos por outros órgãos pela
incorporação de servidores nomeados após regular aprovação em concurso público. III)
Deferido, em julgamento anterior, o prazo de um ano para apresentação, à Comissão de
Estatística e Gestão Estratégica, de cronograma de trabalho orientado para o planejamento
de ações concretas, visando à substituição dos servidores municipais por servidores de
carreira do Tribunal do Estado de São Paulo (PCA 200810000015630). IV) Procedimento
de Controle Administrativo a que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200910000002651
– Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Colocação à disposição de outros órgãos público

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidades no


quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Piauí. Ingresso de servidores sem
a realização de concurso público e ocorrência de provimentos derivados em outros cargos
públicos. Inexistência de contratos com prestadores de serviços atuantes no Tribunal.
Servidores irregularmente postos à disposição de outros órgãos públicos. Nomeação
irregular de candidatos após o prazo de validade do concurso público e de candidatos
reprovados no certame. (CNJ – PCA 268 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Competência dos Tribunais Superiores e Tribunais Estaduais a propositura ao


Poder Legislativo de projeto de lei para implementação da isonomia
remuneratória

“Hipótese na qual se pleiteia que o Conselho Nacional de Justiça


recomende aos Tribunais de Justiça Estaduais a aplicação do princípio da isonomia
remuneratória entre os serventuários estaduais e federais. Compete, privativamente, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo ‘a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


907

lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes,
inclusive dos tribunais inferiores, onde houver’ (Constituição da República/1988, art. 96,
inc. II, ‘b’)” (CNJ – PP 200810000000303 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Concessão de bolsa de estudo para curso de língua estrangeira no âmbito do


Conselho nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 5, de 25.09.2008.

Concessão de bolsa de estudo para curso de pós-graduação no âmbito do


Conselho nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 4, de 08.09.2008.

Concurso de ingresso. Direito subjetivo à nomeação para candidatos


aprovados dentro do número de vagas previstas no edital

Concurso Público. Candidatos aprovados dentro do número de


vagas previsto no Edital. Ausência de nomeação. Direito subjetivo à nomeação.
Necessidade de servidores. Convênios entre Prefeitura e Tribunal. Cessão temporária de
servidores sem ônus ao Tribunal. Contratos REDA – Regime Especial de Direito
Administrativo. (CNJ – PP 200810000012494 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 77ª Sessão –
j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Concurso de ingresso. Edital em desrespeito à lei. Anulação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público.


Obrigatoriedade de observância da legislação estadual que estabeleceu nova estrutura para
Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores do Poder Judiciário de
Pernambuco. Publicação de edital em flagrante desrespeito às Leis 12.643/2004 e
12.850/05. Anulação do edital e impossibilidade de prosseguimento do concurso público
para provimento de cargos de servidores do Poder Judiciário. Discricionariedade
administrativa do Tribunal de Justiça para edição de novo edital, com fiel observância da
legislação vigente, ou para aguardar aprovação de alteração legislativa por si enviada à
Assembléia Legislativa. Pedido parcialmente procedente. (CNJ – PCA 325 e PCA 422 –
Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Concurso de ingresso. Exigência de idade mínima. Comprovação na data da


posse

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público.


Exigência de idade mínima. Comprovação na data da posse. – “Não pode o Edital do
concurso público, nem mesmo outro instrumento, limitar, no ato da inscrição para
provimento do cargo, idade mínima do candidato em 18 (dezoito) anos, requisito que deve
ser aferido no momento da posse. Não impugnada a decisão liminar que inviabilizou a
feitura da inscrição antes do encerramento do concurso, impossível atender à pretensão dos
requerentes para concorrerem especificamente ao certame desejado. Procedimento de
Controle Administrativo improcedente” (CNJ – PCA 560 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva –
49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).
Vide também:
1. STJ – RMS 12927/RS – Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª Turma – DJ 21.10.2002;
2. STJ – RMS 13902/RE – Rel. Min. Jorge Scartezzini, 5ª Turma. – DJ 17.02.2003.

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Concurso de remoção. Critérios

Recurso Administrativo. Critério em Concurso de Remoção de


Servidor. Maior tempo de serviço no Órgão. Inexistência de ofensa a Princípios
Constitucionais. – “I) Procedimento em que se busca a inconstitucionalidade de dispositivo
da Resolução 387/2004 do CJF, que disciplina o instituto da remoção de servidores no
âmbito da Justiça Federal de primeiro grau, bem como do Edital de Remoção 01/2007 do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que torna aberto o concurso de remoção de
servidores do quadro de pessoal da Justiça Federal de primeiro grau daquela região. II)
Dispositivo que priorizou, na hipótese de empate entre pretendentes à remoção para a
mesma localidade e inexistência de ‘vagas’ para remoção em número que atendesse a
todos esses, aqueles servidores com maior vivência no Órgão e Região da Justiça Federal.
III) Não há afronta ao princípio da legalidade quando a própria Lei 11.416, de 2006
permite ao Conselho da Justiça Federal, no âmbito de sua competência, e observada a
uniformidade de critérios e procedimentos com os demais Órgãos do Poder Judiciário da
União, baixar os atos regulamentares necessários à fiel aplicação dos dispositivos do Plano
de Carreira. IV) O direito do servidor do Conselho ou da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus à remoção nacional deve ser exercido ponderando os interesses da
Administração, como é forçoso sempre que confrontados o interesse público e o privado.
V) Hipótese em que os critérios e procedimentos estabelecidos, prévia e indistintamente,
respeitaram aos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade, isonomia e
razoabilidade. VI) Recurso Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PCA 638 –
Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Concurso público. Anulação de questões. Ausência de motivação

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


servidores. Ausência de divulgação de motivos. Anulação de questões objetivas.
Esclarecimentos. Improvimento do Recurso Administrativo. Prova de redação
classificatória. Insurgência tardia. Regras do edital. Concordância tácita na inscrição.
Ausência de ilegalidade. Indeferimento. – “Não há ilegalidade na ausência de divulgação
de motivos na correção de questões objetivas, ou em falta de esclarecimentos acerca da
correção de prova de redação, mormente quando há improvimento do Recurso
Administrativo por tratar de regra editalícia expressa” (CNJ – PCA 7706 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Concurso público. Insurgência tardia contra as regras do Edital.


Inadmissibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso público para


servidores. Ausência de divulgação de motivos. Anulação de questões objetivas.
Esclarecimentos. Improvimento do Recurso Administrativo. Prova de redação
classificatória. Insurgência tardia. Regras do edital. Concordância tácita na inscrição.
Ausência de ilegalidade. Indeferimento. – “Sendo o edital a lei de regência do concurso, e
não havendo insurgência no ato da inscrição, há concordância tácita do candidato com as
normas do certame. Procedimento de Controle Administrativo indeferido” (CNJ – PCA
7706 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

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Concurso público. Utilização de informativos contendo jurisprudência não


admitida pela Comissão Organizadora

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Concurso público. Candidato. Utilização de informativos jurisprudenciais não admitidos
pela comissão organizadora do concurso. Regularidade. – “Incensurável a conduta de
comissão organizadora de concurso que, fiel aos termos do edital do certame, impede
candidato de utilizar informativo jurisprudencial. Soberania da comissão organizadora.
Recurso conhecido e improvido” (CNJ – PCA 200810000033369 – Rel. Cons. Antonio
Umberto de Souza Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Concurso público. Vaga reservada a deficiente físico. Posse negada.


Comprovação de que o candidato não era portador de qualquer deficiência

Pedido de Providências. Reclamo contra recusa de posse, no cargo


de técnico judiciário, em vaga reservada a deficiente físico. Exame específico que detectou
ausência da deficiência alegada. Pleito indeferido. (CNJ – PP 706 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Contribuição previdenciária sobre horas extras e terço constitucional de férias

Procedimento de Controle Administrativo. Contribuição


previdenciária do servidor público sobre horas-extras e 1/3 constitucional de férias.
Impossibilidade. Precedentes do STF. – “I) Não incide contribuição previdenciária sobre
parcelas não computadas para o cálculo dos benefícios de aposentadoria. II)
Impossibilidade de determinação administrativa para imediata devolução de valores
descontados, em face do orçamento de cada tribunal e das vedações constitucionais (art.
167, inciso VI, da CF)” (CNJ – PCA 183 e PCA 184 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Controle de frequência através de ponto eletrônico

Servidores públicos. Controle de freqüência. Implantação de ponto


eletrônico. Edição de Resolução/Recomendação. Autonomia dos Tribunais.
Inconveniência. – “1) A escolha do método mais eficiente para o controle da jornada dos
servidores depende de uma série de variáveis a serem observadas caso a caso, competindo
aos Tribunais decidir pela forma mais adequada em concreto. Desaconselhável, portanto, a
edição de resolução ou recomendação sobre a matéria, sobretudo considerando a ausência
de desejável uniformidade no Poder Judiciário Nacional, ou mesmo em âmbito regional.
Questão de economia interna dos Tribunais, insuscetível de normatização em face das
peculiaridades de cada Corte e mesmo de cada unidade da federação, tendo em conta,
inclusive, disponibilidade orçamentária. 2) Pedido de Providências que se julga
improcedente” (CNJ – PP 200910000001634 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª
Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Criação de cargos no Quadro de Pessoal do TRT. Manifestação favorável do


CNJ para aprovação do Projeto de Lei que trata da matéria

Pedido de Providências. Art. 88 da Lei de Diretrizes Orçamentárias


de 2006. Presidente da Câmara dos Deputados. Requer parecer de mérito do CNJ,
relativamente ao PLC 85/2005 do Senado Federal, de iniciativa do TST e de interesse do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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TRT 1ª Região. Criação de cargos efetivos de Técnico Judiciário e de Cargos


Comissionados no âmbito desse Regional. Aprovação integral do Projeto de Lei da Câmara
dos Deputados 85/2005, que dispõe sobre a criação de cargos efetivos e comissionados no
Quadro de Pessoal do TRT da 1ª Região, e aprovação parcial dos Projetos de Lei
2.549/2003 e 2.550/2003. (CNJ – PP 111 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 15ª Sessão – j.
21.03.2006 – DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Parecer e análise de mérito do Projeto de


Lei 82/2005, de iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho, que dispõe sobre a criação de
funções comissionadas no Quadro de Pessoal do TRT da 24ª Região. Viabilidade Técnica e
Orçamentária do Projeto atestada pela Comissão instituída pela Portaria 336, de
29.09.2005. Mera regularização de situação do quadro funcional do TRT da 24ª Região
que perdura desde 1991. Presunção de boa-fé do Administrador ao Criar funções
comissionadas por Resolução, sem existência de prévia autorização legislativa. Dúvida
fundada, na época, sobre a possibilidade dessa transformação ser implantada por meio de
ato interno do próprio TRT, face à mudança imposta pela nova ordem constitucional de
1988. Orientação administrativa que, na época, era consagrada no âmbito do STF e do
TST, sendo adotada em vários outros Tribunais Regionais, até ser desautorizada por
orientação superveniente. Posição do TCU. Parecer de mérito pela aprovação parcial do
Projeto de Lei. (CNJ – PP 120 – Rel. Designado Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 15ª
Sessão – j. 21.03.2006 – DJU 06.04.2006) .

Criação de novos cargos no quadro de pessoal por atos administrativos dos


tribunais

Parecer de mérito sobre Anteprojeto de Lei 5.238/2005


encaminhado pelo TST. Criação de novos cargos no quadro de pessoal. Pedido do TRT 2ª
Região. Parecer favorável do CNJ. – “Há precedentes do CNJ no sentido de regularizar os
cargos criados por atos administrativos dos tribunais. Manifestação favorável à aprovação
do Projeto de Lei conforme proposto pelo Tribunal” (CNJ – PP 114 – Rel. Germana
Moraes – 13ª Sessão – j. 14.02.2006 – DJU 08.03.2006).

Criação do cargo de Chefe de Secretaria e extinção do cargo de Escrivão


Judicial

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra o


art. 2º da Lei 7.971/2005 do Estado do Espírito Santo, que criou o cargo de Chefe de
Secretaria como função gratificada e extinguiu o cargo de Escrivão Judicial. Questão já
apreciada pelo CNJ em procedimento específico (PCA 21) e posteriormente judicializada
e submetida ao Poder Judiciário para Controle de Constitucionalidade. Pedido não
conhecido. – “A lei estadual submetida ao controle de constitucionalidade do Supremo
Tribunal Federal, sem concessão de liminar, continua válida e aplicável até que,
eventualmente, seja declarada inconstitucional” (CNJ – PCA 200810000018721 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Critério de desempate para remoção

Procedimento de Controle Administrativo. Art. 6º, Inciso I, da


Resolução 21883/2004, do TSE. Critério de desempate para remoção de servidor da
Justiça Eleitoral. Tempo de exercício em lotação provisória. Isonomia (art. 5º, caput, da
CF/88). Não-violação. Princípios da continuidade e da eficiência administrativa.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


911

Indeferimento. – “I) Não viola o princípio da isonomia (art. 5º, caput, CF/88) a adoção do
tempo de serviço do servidor lotado provisoriamente no cargo para o qual pretende a
remoção, como critério de desempate entre servidores, previsto no art. 6º, inciso I, da
Resolução 21883/2004 do TSE. II) Incidência dos princípios da continuidade e da
eficiência administrativa. III) Procedimento de Controle Administrativo indeferido” (CNJ
– PCA 135 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 –
DJU 27.09.2007).

Depósito bancário de seus vencimentos. Conta salário. Obrigatoriedade de


abertura de conta e uma só instituição financeira

Controle de legalidade. Servidores. Conta salário.


Obrigatoriedade de abertura de conta em uma instituição financeira. – “1) Não padece de
ilegalidade Comunicado de Tribunal que, em contrapartida ao pagamento de aluguel para
locação de imóvel de fórum, estipulado em convênio, obriga servidores e/ou magistrados à
abertura de conta salário na Caixa Econômica Federal, desde que garantida a isenção de
tarifas e a possibilidade de imediata transferência dos valores percebidos a outra instituição
financeira de preferência do interessado, sem qualquer custo, nos termos da Res.
3.402/2006, do Conselho Monetário Nacional. 2) Prevalência da autonomia administrativa
dos Tribunais, assegurada pela Constituição Federal (art. 96), bem assim do princípio da
prevalência do interesse público sobre o particular, em que se assenta toda a disciplina do
Direito Administrativo. 3) Pedido formulado em Procedimento de Controle Administrativo
que se julga improcedente” (CNJ – PCA 200810000028209 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Designação de servidores requisitados para exercício de funções comissionadas

Procedimento de Controle Administrativo. TRT da 15ª Região.


Pedido de anulação de designação de servidores de prefeituras para exercício de funções
comissionadas. – “Não há ilegalidade nas designações dos servidores requisitados para o
exercício de funções comissionadas, se observadas as seguintes exigências: a) destinação
de no mínimo 80% das funções aos servidores do quadro do Poder Judiciário (Lei
11416/2006); b) existência de vinculo do servidor requisitado com a Administração
Pública, como titular de cargo ou emprego público no órgão cedente” (CNJ – PCA 6398 –
Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Despesas com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios. Limite estabelecido por lei complementar e
mediante prévia dotação orçamentária

“A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar; a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a qualquer
título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, só poderá ser feita se
houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender à projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes (CR/1988, art. 169, § 1º). Recurso
Administrativo conhecido e desprovido” (CNJ – PP 200810000000303 – Rel. Cons. Min.
João Oreste Dalazen – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Desvio de função. Pretensão de recebimento de diferença de remuneração

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


912

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça da Bahia. Funcionários


designados para funções distintas das de seus cargos de origem. Desvio de função. Pedido
de indenização pelo trabalho diverso realizado. Ausência de especificação do fato gerador
de eventual indenização. Impossibilidade de substituição por tempo indefinido. Matéria já
decidida no Pedido de Providências número 217. Pedido de indenização indeferido.
Determinação para que o setor de acompanhamento de decisões verifique a situação real da
carência de funcionários do egrégio Tribunal de Justiça da Bahia. (CNJ – PP
200710000013020 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 –
DJU 18.03.2008).

Diferença salarial. Incompetência do CNJ

“Por envolver a questão de fundo disputa política de cunho


patrimonial dos servidores do Judiciário local, não se insere na competência constitucional
do CNJ a apreciação de matéria dessa natureza – ainda que de forma indireta. Precedentes
(RA no PCA 200710000012600 e PCA 612)” (CNJ – PP 200810000025609 – Rel. Cons.
Jorge Maurique – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

Dispensa

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


serventuários. Observância do prazo estipulado pelo artigo 19 do ADCT. Insubsistência
do pedido. Parcial judicialização do conflito. Prejudicialidade. – “I) No molde talhado
pela Magna Carta, a apreciação de questões sub judice refoge à missão institucional do
Conselho Nacional de Justiça, porquanto divorciada de seu papel estratégico e ameaçadora
da garantia de independência do Poder Judiciário e do equilíbrio institucional. II) Mostra-
se incompatível a regra insculpida no art. 41, § 1º, II da CF/88 com o instituto da
exoneração de funcionários admitidos sem prévia aprovação em concurso público,
nomeados em período subseqüente a 05.10.1983. III) A exoneração consiste em dispensa
desprovida de caráter punitivo, consubstanciada por interesse da administração ou do
próprio serventuário. IV) Procedimento de Controle Administrativo não-conhecido, em
parte, em face da coincidência do objeto do presente procedimento com o objeto de ação
judicial em curso e, na parte conhecida, julgado improcedente” (CNJ – PCA
200810000003420 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Eleição para cargo de direção em entidade associativa. Licença remunerada

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor eleito para


cargo diretivo em entidade associativa. Licença remunerada prevista no art. 41 da Lei
Estadual 12.643/04. Direito configurado. Processo Administrativo para imposição da
pena de demissão por abandono de cargo público. Inadmissibilidade. – “A eleição de
servidor do Tribunal de Justiça para cargo de direção em entidade associativa faz surgir o
direito a licença-remunerada, nos exatos termos do art. 41 da Lei Estadual no 12.643/2004.
A circunstância de que a entidade de classe para a qual eleito o servidor não postulou o
registro sindical junto ao Ministério do Trabalho e Emprego – requisito essencial para a
aquisição da personalidade sindical típica (art. 80, I, da CF c/c IN MTb 03/94; Mandado de
Injunção 144-SP, Relator Min. Sepúlveda Pertence, DJU de 28.5.93, p. 10.381; ADIn
1121-4, Rel. Min. Celso de Mello, DJU-I de 6.10.95) – não basta para elidir o direito a
licença-remunerada, desde que subsista eficaz a natureza associativa da entidade civil

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


913

assim constituída (CC, art. 53). Nessa hipótese, a instauração de procedimentos


administrativos destinados à apuração das faltas do servidor ao trabalho, tidas por
injustificadas, com a ulterior aplicação da sanção demissória, não passa pelo crivo da
legalidade (CF, art. 371, demandando pronta retificação no âmbito deste Conselho
Nacional de Justiça. Procedimento de Controle Administrativo procedente” (CNJ – PCA
22 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 10ª Sessão – j. 06.12.2005 – DJU 15.12.2005).

Eleição para cargo de direção em sindicato. Revogação da licença sindical pelo


tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Nulidade do ato


administrativo emanado da Secretaria de Administração do Tribunal de Justiça do Pará
que, revogando a licença sindical do requerente, determinou o imediato retorno ao
exercício de suas funções de Oficial de Justiça na Comarca de Rondon do Pará. CNJ.
Incompetência. (CNJ – PCA 36 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 9ª Sessão – j.
29.11.2005 – DJU 07.12.2005 – Ementa não oficial).

Estágio probatório. Vinculação lógica com a estabilidade

Pedido de Providências. Vinculação do estágio probatório com a


estabilidade no serviço público. – “Não fosse bastante a vinculação lógica e ontológica do
estágio probatório e da estabilidade do servidor público, respaldada pela doutrina e
jurisprudência, o estágio probatório sofreu, como efeito lógico e direto, o impacto da
dilação temporal aplicada ao instituto da estabilidade, disso resultando o fim da eficácia da
regra do art. 20 da Lei 8.112/90” (CNJ – PP 822 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 25ª
Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Exercício da função em local diverso de sua lotação

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Como não
se desconhece, o servidor não firma contrato com o Poder Público. Quando se submete ao
concurso de ingresso sabe que o edital estabelece as condições de trabalho e remuneração.
Ao tomar posse e entrar em exercício aceita o Estatuto dos Servidores que o irá reger e
assume as funções no local que decorra da classificação no concurso, da escolha que seja
permitida ou da determinação da Administração. Portanto, o exercício da função em local
diverso da lotação mostra-se irregular. Essa a razão pela qual se editou instrumento
normativo de caráter geral, sem particularização ou tratamento diferenciado” (CNJ – PCA
529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Exercício de atribuições junto a tribunais de justiça desportiva. Alcance da


Res. 10 do CNJ, que veda o exercício pelos membros do Poder Judiciário de
funções nos tribunais de justiça desportiva e comissões disciplinares

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Abrangência


da Res. 10/2005 do CNJ. Providências quanto à cumulação de funções de servidores do
Poder Judiciário e o exercício de atribuições junto aos Tribunais de Justiça Desportiva e
suas Comissões. – “I) A Res. 10 está calcada no inc. I, parágrafo único do art. 95 da CF;
nos arts. 35 e seguintes da Lei Complementar 35, de 14.03.79 (LOMAN) e na atribuição de
expedição de atos normativos do CNJ prevista no art. 103-B, § 4º, I, da Constituição
Federal. O art. 95, da CF é claro em estabelecer regras para os Magistrados – prerrogativas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


914

e vedações. Já a Lei Complementar 35 cuida, especificamente, do Estatuto da Magistratura.


A Res. 10 do Conselho, quando tratou de vedar aos membros do Poder Judiciário o
exercício de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e suas Comissões Disciplinares,
refere-se aos membros de Poder e não aos servidores que, em que pese comporem a
estrutura do Poder Judiciário, não são agentes políticos como o são os magistrados. II)
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto a matéria. III) Inviabilidade de se
extrair do comando da Res. 10 a vedação da participação dos servidores do Poder
Judiciário nos Tribunais de Justiça Desportivos e de suas Comissões. IV) Aplicabilidade de
normas específicas dos Tribunais quanto à vedação de exercício de outras atividades pelos
servidores, e necessidade da compatibilidade de horários que deve ser dirimida junto aos
Tribunais aos quais são vinculados os servidores. V) Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – PP 200810000032973 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 79ª Sessão – j.
03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

Exercício de função de confiança. Exigência de que o servidor seja concursado

Pedido de Providências. Funções de Confiança. Cargo


Comissionado. Distinção. – “A partir da EC 19, as funções de confiança devem ser
exercidas exclusivamente pelos concursados. O novo texto constitucional fixou distinção
que não era corrente no direito pátrio, qual seja, entre cargo de confiança e cargo em
comissão, reservando aqueles a servidores ocupantes de cargo efetivo, enquanto o outro o
cargo comissionado pode ser ocupado por não servidores, desde que sejam observados os
percentuais mínimos previstos em lei.” (CNJ – PP 1060 – Rel. Cons.Cláudio Godoy – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Exoneração de servidor ocupante de função comissionada quando afastado em


licença para tratamento de saúde. Possibilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Ato 569/06 do Tribunal


Regional do trabalho da 1ª Região. Previsão de alteração de lotação de servidor e
exoneração/dispensa em função comissionada/cargo em comissão. Afastamento para
tratamento de saúde por 120 contínuos ou 180 dias descontínuos. Legalidade. Princípio
da livre nomeação e exoneração. Art. 37, II, da Constituição Federal. – “1) As disposições
da norma impugnada harmonizam-se com o princípio da livre nomeação e exoneração
contemplado no art. 37, II, da Constituição Federal. 2) ‘Não há óbice legal para a
exoneração de servidor ocupante de função comissionada, quando esse servidor se
encontra afastado em licença para tratamento de saúde, tendo em vista a instabilidade do
exercício da referida função de confiança’ (Decisão 606/1999-Plenário TCU). 3) A lotação
do servidor constitui prerrogativa da Administração, que atua com margem ampla de
liberdade na apreciação das necessidades e da implementação dos meios para a efetiva
prestação dos serviços. Improcedência do pedido de invalidação do ato” (CNJ – PCA
200810000021653 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Exoneração. Atribuição do Presidente do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Exoneração de


ocupante de função comissionada sem vínculo com a administração. Ato do presidente do
Tribunal Regional Federal. Inocorrência de incidência da Res. 07/CNJ. Irrelevância. Res.
CJF 444/2005, art. 4º, “e”. Não induzimento à incompetência do Presidente. Julgamento
realizado sem intimação das partes. Nulidade. – “I) A competência prevista na alínea ‘e’

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


915

do art. 4º da Res. 444/2005 do Conselho da Justiça Federal, a favor do Diretor do Foro, não
inibe nem torna ilegítimo o exercício de atribuição pelo Presidente do Tribunal, no sentido
de exonerar o ocupante de função comissionada. II) Expressa previsão regimental de tal
competência, RI do TRF-5ª Região, art. 16, XXIV. V) Ato de exoneração, no exercício
regular do Poder Discricionário da Administração que não se reporta à Res. 07/CNJ, torna
inaplicável a decisão anterior do mesmo CNJ que concluíra pela inaplicação das regras da
referida Resolução no caso, por peculiaridade específica da situação” (CNJ – PCA 232 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU
18.05.2007).

Exoneração. Caráter não punitivo. Inexigibilidade de processo administrativo

“Mostra-se incompatível a regra insculpida no art. 41, § 1º, II da


CF/88 com o instituto da exoneração de funcionários admitidos sem prévia aprovação em
concurso público, nomeados em período subseqüente a 05.10.1983. A exoneração consiste
em dispensa desprovida de caráter punitivo, consubstanciada por interesse da
administração ou do próprio serventuário” (CNJ – PCA 200810000003420 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Extinção do cargo de Secretário de Gabinete e criação do cargo de Assessor de


Juiz. Livre nomeação

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Espírito Santo. Extinção do cargo de Secretário de Gabinete/Nível Médio.
Criação de cargos de Assessor de Juiz/Nível Superior. Livre nomeação. Norma Estadual
objeto da ADI 3.711. Liminar indeferida naqueles autos. – “A alteração efetuada na
estrutura do Poder Judiciário de 1º Grau significou, no entendimento do requerente, que
possui graduação em Direito, uma estagnação na carreira que ocupa, por estarem sendo
nomeados, para o novo cargo de Assessor de Juiz de Direito, pessoas estranhas ao quadro
de servidores, em detrimento daqueles concursados, mesmo que ocupantes de cargos de
nível médio, e que poderiam ser aproveitados para o exercício das funções de assessor de
Juiz. Em verdade, não existe, na presente hipótese, um ato concreto passível de controle
pelo CNJ, mas tão-somente uma reestruturação e criação de cargos no âmbito do Poder
Judiciário de 1º Grau, e a consequente nomeação de servidores para ocuparem os novos
cargos comissionados. Procedimento a que se nega provimento. Decisão monocrática”
(CNJ – PCA 200810000032699 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – Decisão Monocrática –
20.03.2009).

Falta disciplinar. Servidor cedido para outro órgão. Possibilidade de apuração


pelo órgão de origem

Reclamação Disciplinar. Cedência de servidor. Possibilidade de


apuração pelo órgão de origem. – “O fato de estar cedido a outro órgão não afasta o poder
disciplinar do órgão de origem do servidor” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min.
Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Férias dos servidores no âmbito do Conselho Nacional de Justiça


Vide: Instrução Normativa CNJ 7, de 22.10.2008.

Greve. Desconto dos dias parados

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Resolução que


determina o desconto na remuneração do servidor por falta em razão de greve. Aplicação
retroativa da Resolução. Opção pela via judicial. – “Não há que se falar em aplicação
retroativa da referida Resolução, que serviu apenas para reger situações futuras. Quanto à
legalidade da referida decisão administrativa que determinou o desconto em folha de
pagamento dos dias de falta ao trabalho, decorrentes da paralisação dos servidores, antes
da publicação da Res. 188. Entretanto, essa questão está sendo debatida nos autos do
Mandado de Segurança 116.950-0/6-00, impetrado pela requerente contra a Presidência do
TJSP, no qual foi denegada a ordem. Entendimento do Conselho no sentido do não
conhecimento de questão já submetida à apreciação judicial na qual o requerente tenha
obtido decisão liminar ou de mérito” (CNJ – PCA 449 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz
Lorenzoni – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não
oficial).

Greve. Servidores do Poder Judiciário

Procedimento de Controle Administrativo. Regulamentação do


exercício de greve no âmbito do judiciário local. Questão atinente ao autogoverno do
Poder Judiciário. Pedido incabível no âmbito do CNJ (art. 103, §4º, da CF/88).
Indeferimento liminar – “I. Não há restrição ao direito de greve a expedição de
regulamentos atinentes ao exercício regular de gestão dos Tribunais na conciliação do
próprio exercício do direito de greve com as necessidades básicas da população. II.
Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA 3543 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Inexistência de direito do servidor a regime jurídico

Procedimento de Controle Administrativo. Lei Estadual editada


durante a vigência de concurso público, reestruturando o quadro de pessoal do Poder
Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Inexistência de direito perante a Administração
Pública. Mera expectativa de direito. Indicação do padrão de vencimento previsto em edital
de concurso não é vinculativa, podendo ser alterado por lei. Inexistência de direito
adquirido a regime jurídico. Precedente: PCA 219. Improcedência do pedido (CNJ – PCA
217 – Rel. Cons. Germana Moraes – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Lei Estadual editada


durante a vigência de concurso público, reestruturando o quadro de pessoal do poder
judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Inexitência de direito perante a administração
pública. Mera expectatiativa de direito. Indicação do padrão de vencimento previsto em
edital de concurso não é vinculativa, podendo ser alterado por lei. Inexistência de direito
adquirido a regime jurídico. Improcedência do pedido. (CNJ – PCA 219 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007 – Ementa
não oficial).

Ingresso no quadro de Tribunal sem concurso público

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidades no


quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Piauí. Ingresso de servidores sem
a realização de concurso público e ocorrência de provimentos derivados em outros cargos
públicos. Inexistência de contratos com prestadores de serviços atuantes no Tribunal.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Servidores irregularmente postos à disposição de outros órgãos públicos. Nomeação


irregular de candidatos após o prazo de validade do concurso público e de candidatos
reprovados no certame. (CNJ – PCA 268 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Interesse meramente individual, sem repercussão geral

Procedimento de Controle Administrativo. Recurso Administrativo.


Reintegração de servidor aos quadros funcionais do TJRJ. Reconsideração da decisão que
não conheceu do feito. Matéria de interesse meramente individual sem repercussão para o
conjunto do Poder Judiciário. Incompetência do CNJ para atuar em sede revisional em
processos de interesse individual quando não esgotadas as instâncias administrativas na
origem. Decisão mantida. (CNJ – PCA 218 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 30ª Sessão – j.
28.11.2006 – DJU 13.12.2006 – Ementa não oficial).

Interesse público. Preponderância sobre o interesse individual do servidor

“O interesse pessoal do servidor não pode prevalecer sobre o


interesse da Administração Pública, de sorte que, ressalvadas as situações expressamente
contempladas em lei, a remoção pode ser determinada sem qualquer afronta ao direito
vigente” (CNJ – PCA 321 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Não se
desconhece que inexiste direito líquido e certo do servidor perante o administrador de obter
remoção de um posto de trabalho para outro, de sorte que funcionário poderá adquirir
direito à permanência no serviço público, mas não adquirirá direito ao exercício da mesma
função, no mesmo lugar e nas mesmas condições. O que prepondera é o interesse público
não o interesse individual ou pessoal” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Jornada de trabalho diferenciada estabelecida pelo ente a que está vinculado o


servidor

Analistas judiciários. Habilitação em medicina. Redução da


jornada de trabalho mediante Lei Estadual. Inaplicabilidade de Lei Federal. – “A jornada
de trabalho diferenciada para os médicos ocupantes de cargos públicos efetivos deve ser
estabelecida pelo ente a que está vinculado o servidor. Na esfera federal a matéria é objeto
de legislação específica, inaplicável no âmbito estadual” (CNJ – PP 200810000004072 –
Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Licença-médica. Laudo pericial. Recusa a submeter-se às normas


procedimentais estabelecidas por portarias editadas pelo Tribunal.
Inadmissibilidade

Licença médica. Laudo pericial. Alegação de afronta à legislação


complementar estadual por portarias do Tribunal. – “As portarias editadas pelo Tribunal
de Justiça do Estado do Amazonas estabelecem tão-somente normas procedimentais,
aplicáveis a todos os servidores do Poder Judiciário local. Não há direito subjetivo a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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escolher a perícia médica, dispensando a do Tribunal” (CNJ – PCA 200710000017463 –


Rel. Cons. Paulo Lôbo – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Local de exercício da função

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Como não
se desconhece, o servidor não firma contrato com o Poder Público. Quando se submete ao
concurso de ingresso sabe que o edital estabelece as condições de trabalho e remuneração.
Ao tomar posse e entrar em exercício aceita o Estatuto dos Servidores que o irá reger e
assume as funções no local que decorra da classificação no concurso, da escolha que seja
permitida ou da determinação da Administração. Portanto, o exercício da função em local
diverso da lotação mostra-se irregular. Essa a razão pela qual se editou instrumento
normativo de caráter geral, sem particularização ou tratamento diferenciado” (CNJ – PCA
529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Não se
desconhece que inexiste direito líquido e certo do servidor perante o administrador de obter
remoção de um posto de trabalho para outro, de sorte que funcionário poderá adquirir
direito à permanência no serviço público, mas não adquirirá direito ao exercício da mesma
função, no mesmo lugar e nas mesmas condições. O que prepondera é o interesse público
não o interesse individual ou pessoal” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Lotação em cidade distante em decorrência de concurso de ingresso. Cessão


em seguida para cargo comissionado em outra localidade

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


preenchimento de vaga em localidade distante. Cessão de servidor para cargo
comissionado. – “Não se pode admitir que uma servidora, que ingressa na carreira pública,
sabedora da impossibilidade de vir a exercer cargo fora da seção judiciária para a qual se
candidata, venha, logo depois de empossada, a exercer cargo em comissão em outra
localidade. Para cumprir sua função constitucional de promoção de eficiência, da ética e da
moralidade no âmbito do Poder Judiciário, não se pode tolerar que as normas jurídicas
vigentes sejam utilizadas como blindagem legal para a promoção, por parte da
administração dos Tribunais, de interesses particulares e ilegais” (CNJ – PCA 124 – Rel.
Cons. Joaquim Falcão – 9ª Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 –
Ementa não oficial).

Manutenção de servidor aposentado no cargo em comissão, após os 70 anos de


idade. Possibilidade

Controle de ato administrativo. Manutenção de servidor


aposentado no cargo de Diretor Geral após os 70 anos. – “Servidores com cargos em
comissão podem ser mantidos ou contratados após 70 anos, já que a aposentadoria
compulsória aplica-se somente aos servidores efetivos” (CNJ – PCA 9995 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Médico. Jornada de trabalho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


919

Consulta. Jornada de trabalho. Médicos do Poder Judiciário. __


“Os servidores médicos do Poder Judiciário da União devem cumprir jornada de trabalho
de 4 horas diárias, em virtude do disposto na Lei 8.112/90 e na Lei 9.436/97. Os
Tribunais de Justiça deverão disciplinar a jornada de trabalho dos servidores médicos dos
seus quadros de pessoal, limitados às legislações existentes sobre a matéria em cada
Estado, quando houver” (CNJ – PP 200810000022694 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 72ª
Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

Nepotismo. Nomeação de servidores efetivos para cargos em comissão através


de nomeação cruzada

Pedido de Providências. Consulta. Res. 07/2005. Nomeação de


servidores efetivos para cargos em comissão indicados em reciprocidade nos gabinetes
dos magistrados. – “Constitui prática de nepotismo a nomeação cruzada de parentes de
magistrados para cargos em comissão” (Art. 2º, inciso II da Res. 07/CNJ)” (CNJ – PP 1041
– Rel. Ruth Carvalho – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Nepotismo cruzado
Vide: NEPOTISMO CRUZADO

Nomeação de servidor efetivo como Auxiliar na Conciliação de Juizado da


Mulher
Recurso Administrativo no Procedimento de Controle
Administrativo. Portaria do Tribunal de Justiça do Ceará que nomeou servidora efetiva
dos quadros do Poder Judiciário para a função de auxiliar na conciliação do Juizado da
Mulher. Insurgência quanto à decisão monocrática proferida. – “Nada impede que a
atividade de auxiliar de conciliação possa ser exercida por servidor efetivo do Poder
Judiciário. Perda do objeto pela reedição do ato do Tribunal de Justiça do Ceará. Recurso a
que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000022062 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Nomeação e efetivação após a CF/88 sem concurso público

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça de


Goiás. Servidores nomeados e efetivados após a Constituição Federal de 1988 sem
concurso público. Ilegalidade. Impossibilidade de convalidação do ato ilegal. – “I) Atos
inconstitucionais são nulos e destituídos, em conseqüência, de qualquer de eficácia
jurídica. II) A nulidade de atos de investidura não pode ser protegida pelo decurso de prazo
porque servem de fonte direta para o futuro da relação entre o servidor e a Administração.
III) Ressalva quanto aos atos de aposentadoria do servidor e quanto àqueles efetivados em
razão da extinção de seus órgãos de origem. IV) Pedidos julgados parcialmente
procedentes. Determinação de imediata exoneração de servidores nomeados sem concurso
público após 1988 e a determinação para a realização de certame para novas nomeações”
(CNJ – PCA 200710000012131, PCA 200810000003262 e PCA 200710000014437 – Rel.
Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008).
Parte do Voto parcialmente vencido do Conselheiro Rui Stoco: “A primeira observação
a ser feita é que tanto a Lei Federal 9.784/99 e o Regimento Interno do CNJ vedam a
revisão de atos praticados a mais de cinco anos. E se legem habemos devemos respeitá-la.
Aliás, o art. 2º da Lei 9.784/99 dispõe que a ‘Administração Pública obedecerá ao princípio
da segurança jurídica’ e no art. 54 fixa o prazo decadencial de cinco anos para aquela
revisão de atos. Também o parágrafo único do art. 95 do Regimento Interno do CNJ

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


920

estabelece o mesmo princípio. O segundo aspecto tem a ver com a segurança jurídica, não
se podendo aceitar o argumento de que os atos tidos por inconstitucionais não se submetem
a esse regime posto que ‘nulos e destituídos de qualquer eficácia jurídica’. Isto porque, na
esteira da melhor doutrina, o STF evoluiu no sentido de modular com incidência
prospectiva os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, como previsto
expressamente em leis mais recentes. As Leis 9.868, de 10.11.99 (art. 27) e 9.882, de
03.12.99 (art. 11), passaram a dispor, respectivamente, acerca do processo administrativo
da União, da Ação Declaratória de Constitucionalidade, Ação Direta de
Constitucionalidade e Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental, referindo-se
à segurança jurídica, quer como princípio geral da Administração Pública, de matriz
constitucional, a justificar a permanência no mundo jurídico de atos administrativos
inválidos, quer como os princípios da supremacia da Constituição e da nulidade ex tunc da
lei inconstitucional. Aliás, no julgamento do PCA 510 esse entendimento foi prevalecente,
afastando-se a incidência dos efeitos da nulidade quando contraposta com o princípio da
segurança jurídica, como enfatizaram os Conselheiros Rui Stoco, Mairan Maia, Ministro
Cesar Asfor Rocha e o Ministro João Oreste Dalazen”.

Nomeação irregular, após o prazo de validade do concurso e de candidatos


reprovados

Procedimento de Controle Administrativo. Irregularidades no


quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Estado de Piauí. Ingresso de servidores sem
a realização de concurso público e ocorrência de provimentos derivados em outros cargos
públicos. Inexistência de contratos com prestadores de serviços atuantes no Tribunal.
Servidores irregularmente postos à disposição de outros órgãos públicos. Nomeação
irregular de candidatos após o prazo de validade do concurso público e de candidatos
reprovados no certame. (CNJ – PCA 268 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Ocupação de cargos e funções comissionadas por servidores não efetivos

Procedimento de Controle Administrativo. Plano de Cargos,


Carreiras e Vencimento dos Servidores em desacordo com a Constituição Federal.
Ocupação de cargos em confiança e funções comissionadas por servidores não efetivos.
Pedido procedente. – “As funções de confiança devem ser exercidas necessariamente por
servidores efetivos, enquanto os cargos em comissão devem conter percentual mínimo de
ocupação” (CNJ – PCA 305 – Rel. Paulo Schmidt – 11ª Sessão Extraordinária – j.
09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

Ocupante de cargo em comissão. Dispensa incondicional (demissibilidade ad


nutum)

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Questões individuais. Ausência de ilegalidade. Natureza do vínculo dos
cargos comissionados. Improvimento. – “Ocupantes de cargos em comissão e que não
tenham vínculos definitivos com o Poder Judiciário, que somente se adquire com a
aprovação de concurso público, são demissíveis ad nutum. Recurso conhecido e
improvido” (CNJ – PP 9867 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007 –
DJU 07.12.2007).

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Oficial de gabinete de juiz, convocado pelo Tribunal. Pretensão de


recebimento de diferença de remuneração

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de desvio de


função. Requerimento de remuneração conforme as funções de fato desempenhadas.
Oficial de Gabinete de Juiz de Direito convocado pelo Tribunal de Justiça. Alegação de
exercício das funções de Assessor de Desembargador. Pleito no sentido do recebimento
das diferenças na remuneração sob pena de enriquecimento ilícito da Administração
Pública. Opção pela via judicial. – “Improcedente a alegação de enriquecimento ilícito por
parte da Administração Pública. Na realidade, a situação em exame demanda raciocínio
inverso: a acolhida da pretensão do requerente acarretaria excessiva onerosidade para a
Administração Pública e, por conseguinte, para toda a população, pois infringiria o
escalonamento de funções previsto em lei, impondo, além dos pagamentos retroativos,
carga financeira mensal que prejudicaria, sem previsão legal, os cofres públicos. De mais a
mais, estabeleceria um precedente hábil a ser utilizado em casos semelhantes, agravando
tais efeitos nos cofres públicos” (CNJ – PCA 445 – Rel. Cons. Eduardo Kurtz Lorenzoni –
11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Oficial de Justiça. Possibilidade de requisição de servidores pertencentes a


outros Poderes ou celebração de convênios para exercício da função

Pedido de Providências. Resolução/TJMA 14/2008. Designação de


servidor para função de oficial de justiça temporário. Controle de legalidade.
Requerimento de prazo para realização de concurso público. “Em casos singulares de
excepcional necessidade do serviço, poder-se-á admitir a realização de convênios, ou
ainda, o deslocamento de servidores de seus quadros originais do Poder Executivo,
Legislativo ou Judiciário, para o exercício da função de Oficial de Justiça. Ainda assim,
imperioso estar bem fundamentado o ato administrativo de nomeação ou autorização de
nomeação, declinando-se na motivação os fatos ensejadores da adoção dessa solução
alternativa à realização de novo concurso. IV) Pedido de Providências a que se indefere”
(CNJ – PP 200810000007565 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 63ª Sessão – j.
27.05.2008 – DJU 13.06.2008).

Pagamento de diárias

Pedido de Providências. Associação dos Magistrados Brasileiros.


Concessão e pagamento de diárias a magistrados e servidores. Necessidade de tratamento
isonômico da matéria no âmbito dos tribunais. Princípio da publicidade, moralidade e
transparência. Critérios. – “A concessão e o pagamento de diárias a servidores e
magistrados, em respeito aos corolários da moralidade, publicidade e eficiência
administrativas, merece tratamento específico a fim de conferir aos destinatários da
indenização um tratamento isonômico pelo Poder Judiciário nacional. Pedido que se acolhe
com a proposta de elaboração de Resolução a regulamentar o tema. Decisão unânime”
(CNJ – PP 200810000011052 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 80ª Sessão – j. 17.03.2009
– DJU 06.04.2009).

Pagamento de diferenças atrasadas pelo Tribunal. Ausência de ilegalidade

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça de São Paulo. Recurso


contra decisão monocrática que julgou improcedente o pedido. Ausência de irregularidade
no pagamento de débitos a servidores. Ordem cronológica de pagamentos respeitada. Fator

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de Atualização Monetária devido a servidor já reconhecido pelo próprio Tribunal.


Necessidade de previsão orçamentária para pagamento do débito. Ausência de ilegalidade.
Improcedência do recurso. (CNJ – PCA 4286 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 50ª
Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Pedido de recomposição salarial de servidores de Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Recomposição salarial


dos servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Atendimento
superveniente. Prejudicialidade do pedido. – “Editado o ato reclamado, para recomposição
da remuneração dos servidores do Poder Judiciário paulista, perde o Procedimento de
Controle Administrativo o seu objeto” (CNJ – PCA 612 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Plano de carreira e vencimentos

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Plano de


Carreiras e Vencimentos do Servidor Público do Poder Judiciário do Estado da Bahia.
Técnico de Administração. Bacharel. Violação a Lei Federal 4.769/95. Decisão
monocrática. (CNJ – RAPP 1181 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de compelir o tribunal a providenciar reajuste de vencimentos

Pedido de Providências. Estabelecimento de data base em janeiro


para revisão e reajuste de vencimento dos servidores. Vinculação de percentuais de
reajustes aos subsídios dos magistrados. Pedidos improcedentes. – “I) Os tribunais
possuem competência privativa para estabelecer política remuneratória dos servidores. II)
A alteração da remuneração dos servidores depende de lei estadual de iniciativa do
presidente do Tribunal de Justiça do Estado” (CNJ – PP 425 – Rel. Alexandre de Moraes –
25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Como não
se desconhece, o servidor não firma contrato com o Poder Público. Quando se submete ao
concurso de ingresso sabe que o edital estabelece as condições de trabalho e remuneração.
Ao tomar posse e entrar em exercício aceita o Estatuto dos Servidores que o irá reger e
assume as funções no local que decorra da classificação no concurso, da escolha que seja
permitida ou da determinação da Administração. Portanto, o exercício da função em local
diverso da lotação mostra-se irregular. Essa a razão pela qual se editou instrumento
normativo de caráter geral, sem particularização ou tratamento diferenciado” (CNJ – PCA
529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Pretensão de regulamentação na forma de contração pelo Poder Judiciário

Pedido de Providências. Recurso administrativo contra decisão


monocrática. Regulamentação da forma de contratação no Poder Judiciário. Matérias
diversas. Impossibilidade de regulamentação genérica. – “O Poder Judiciário é constituído
de vários ramos e diferentes esferas de administração federal e estaduais, sendo inviável a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


923

regulação genérica da organização do quadro funcional” (CNJ – PP 540 – Rel. Paulo


Schmidt – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Promoção e remoção. Matéria questionada no STF

Procedimento de Controle Administrativo. Abertura de edital de


promoção e remoção. Requerimento judicial questionando a matéria perante o STF não
impede autoridade do julgado administrativo. Comando decretado deve ser cumprido,
imediatamente, se não há decisão do STF, liminar ou definitiva, que o impeça.
Procedimento de Controle Administrativo procedente para determinar cumprimento da
decisão do CNJ. (CNJ – PCA 6568 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 47ª Sessão – j.
11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Promoção irregular de servidor ou magistrado. Ato ocorrido há mais de cinco


anos. Inadmissibilidade de controle administrativo. Decadência do direito

Promoção por merecimento. Controle de ato administrativo


praticado em 1994. Decadência do direito. – “O CNJ não controla atos administrativos
praticados há mais de 5 anos, que não afrontem diretamente a Constituição, por força do
disposto no art. 95, parágrafo único do RICNJ” (CNJ – PCA 200810000006287 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Remoção. Inexistência de direito líquido e certo do servidor

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “Não se
desconhece que inexiste direito líquido e certo do servidor perante o administrador de obter
remoção de um posto de trabalho para outro, de sorte que funcionário poderá adquirir
direito à permanência no serviço público, mas não adquirirá direito ao exercício da mesma
função, no mesmo lugar e nas mesmas condições. O que prepondera é o interesse público
não o interesse individual ou pessoal” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui Stoco – 47ª
Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Remoção determinada pela Administração

“O interesse pessoal do servidor não pode prevalecer sobre o


interesse da Administração Pública, de sorte que, ressalvadas as situações expressamente
contempladas em lei, a remoção pode ser determinada sem qualquer afronta ao direito
vigente” (CNJ – PCA 321 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).

Remuneração. Fixação de valores por lei estadual. Legalidade

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Remuneração de servidores. Fixação de percentual de recomposição
salarial. Lei Estadual 12.177/2005. Implementação dos comandos legais e constitucionais
pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Decisão monocrática de perda do objeto do pedido
mantida. Inexistência de ato ilegal cometido pelo Tribunal que enseje controle pelo
Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PP 564 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 39ª Sessão – j.
24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não oficial).

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Remuneração. Isonomia entre os serventuários estaduais e federais

Recurso Administrativo. Servidores do Poder Judiciário Estadual e


Federal. Isonomia remuneratória. Recomendação. Tribunais Estaduais. – “I) Hipótese na
qual se pleiteia que o Conselho Nacional de Justiça recomende aos Tribunais de Justiça
Estaduais a aplicação do princípio da isonomia remuneratória entre os serventuários
estaduais e federais. II) Compete, privativamente, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo ‘a
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem
como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais
inferiores, onde houver’ (Constituição da República/1988, art. 96, inc. II, ‘b’). III) A
despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar; a concessão
de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, só poderá ser feita se houver prévia dotação
orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos
dela decorrentes (CR/1988, art. 169, § 1º). IV) Recurso Administrativo conhecido e
desprovido” (CNJ – PP 200810000000303 – Rel. Cons. Min. João Oreste Dalazen – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Requisição de servidores pelo Judiciário junto a outros Poderes

“Embora a presença de serventuários do Poder Executivo


municipal nas Comarcas do Poder Judiciário não corresponda ao modelo de gestão ideal,
nota-se relativa tolerância do ordenamento jurídico quanto ao aproveitamento do potencial
de recursos humanos disponíveis no setor público em caso de excepcional necessidade, a
bem do interesse público” (CNJ – PP 200810000010291 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves
Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Requisição e cessão de servidores no âmbito do Conselho Nacional de Justiça.


Regulamentação
Vide: Res. CNJ 58, de 10.07.2008

Requisição para o CNJ

“As requisições para o Conselho Nacional de Justiça são da


competência conjunta do Presidente e do Corregedor” (art. 4º, da Res. CNJ 1, de
29.06.2005).

“Aplicam-se às requisições as vedações previstas no art. 115 (se


refere ao art. 116) do Regimento Interno” (parágrafo único do art. 4º, da Res. CNJ 1, de
29.06.2005).

Requisição pelos tribunais de servidores pertencentes a outros Poderes ou


outros níveis da Federação

“Não há ilegalidade na requisição de servidores pertencentes a


outros Poderes ou de outros níveis da Federação, desde que comprovado o interesse
público e não caracterizada a burla ao concurso público” (CNJ – PP 200710000012910 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Restrição de participação de todos os servidores de Sessão de Julgamento do


Tribunal de Justiça, na qual foi apreciado plano de cargos e salários da
categoria. Presença dos diretores do sindicato assegurada

Procedimento de Controle Administrativo. Restrição de


participação de todos os servidores em Sessão de Julgamento de Procedimento de seu
interesse. Comportamento indevido dos servidores. Presença assegurada aos dirigentes
do Sindicato de Classe. Inexistência de nulidade da Sessão do Tribunal Pleno. Pedido de
anulação improcedente. – “A restrição na participação de elevado número de servidores
exaltados em Sessão de Julgamento do Tribunal Pleno, desde que realizada livremente,
assegurada a necessária publicidade, com a presença dos diretores do Sindicato que os
representa, como ocorreu, não induz nulidade dos inúmeros julgamentos realizados e da
aprovação do Plano de Cargos e Salários da categoria” (CNJ – PCA 200910000000447 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Revisão Disciplinar em processo administrativo de servidor. Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de revisão disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A revisão disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4°, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de
juízes e membros de tribunais. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 24
– Rel. Cons. Antônio de Pádua Ribeiro – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU
04.06.2007).

Recurso Administrativo. Revisão Disciplinar. Processo


Administrativo relativo a servidores. Inadmissibilidade. – “I) Na dicção do art. 90,
parágrafo único do RICNJ, será indeferido, de plano, pedido de Revisão Disciplinar que se
mostre manifestamente desfundamentado ou improcedente. II) A Revisão Disciplinar não
alcança os processos disciplinares de serventuários do Poder Judiciário. Abarca, ex vi do
art. 103-B, § 4º, inciso V, da Constituição Federal, os procedimentos disciplinares de juízes
e membros dos Tribunas. III) Recurso a que se nega provimento” (CNJ – REVDIS 13 –
Rel. Min. Corregedor Nacional Antônio de Pádua Ribeiro – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Serventuários da Justiça. Nomeação de assistentes administrativos para cargos


em comissão de livre provimento e exoneração, sem concurso público

Procedimento de Controle Administrativo instaurado de ofício.


Serventuários da Justiça. Nomeação de assistentes administrativos para cargos em
comissão de livre provimento e exoneração. Irregularidade. – “No regime constitucional
brasileiro a nomeação de servidores públicos somente dispensa a aprovação em concurso
público quando se tratar de ocupante de cargo em comissão para o exercício de encargos
de chefia, direção ou assessoramento. Inteligência do disposto no art. 37, II e V, da
Constituição Federal. Lei Estadual de criação de cargos em comissão de livre provimento.
Insuficiência. Necessidade de observância dos limites materiais de tolerância do
excepcional ingresso no serviço público sem concurso. Não salva da pecha de
antijuridicidade a circunstância de serem os cargos comissionados criados por lei porque a
reserva de lei (CF, art. 96, II, b) é apenas um dos requisitos constitucionais para a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


926

existência regular de cargos em comissão. Declaração de nulidade das nomeações


irregulares com determinação para que o tribunal adote as providências para exoneração
dos respectivos ocupantes no prazo de sessenta dias” (CNJ – PCA 200910000018762 –
Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

Serviços extraordinários não remunerados

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Servidores do


Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Alegação de Prestação de Serviços Extraordinários
não-remunerados. Inexistência de Lei Estadual que regulamente o pagamento pelo serviço
extraordinário. Regime de Compensação adotado pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais. Indeferimento de plano do pedido deduzido, nos termos do inciso X do art. 45 do
RI/CNJ. Recurso a que se nega provimento. (CNJ – PP 200810000004606 – Rel. Cons.
Felipe Locke Cavalcanti – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Servidor do Judiciário eleito para cargo em Sindicato. Direito à licença


remunerada

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato representativo


da classe dos oficiais de Justiça do Estado da Paraíba. Direito a licença remunerada para o
desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito
estadual, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
Previsão, inclusive, no regimento interno do próprio Tribunal de Justiça de licença dos
servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, até o
máximo de três por entidade. (CNJ – PCA 548 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Servidor não concursado, admitido antes da CF/88. Estabilidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Alagoas. Servidores não concursados admitidos antes da Constituição de 1988 e
que, exonerados, foram readmitidos. Processo administrativo que lhes declarou
estabilidade. Designações “ad hoc” de serventuários expressamente permitidas pelo art.
146 do CPC. Comprovação ou não dos requisitos do art. 19 do ADCT. Questão “interna
corporis” e de provas analisadas pelo Tribunal requerido. Inconformismo que não deve
prosperar. Pedido improcedente. (CNJ – PCA 117 – Rel. Cons. Marcus Faver – 36ª Sessão
– j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Servidor público municipal cedido para exercer cargo em comissão no


Tribunal de Justiça. Aposentadoria por invalidez pelo regime próprio dos
servidores públicos estaduais. Impossibilidade

Servidor municipal requisitado para exercer cargo comissionado


no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte. Aposentadoria pelo regime
próprio dos servidores públicos estaduais. – “Ato concedido por maioria de votos no
TJRN, após exoneração a pedido do cargo exercido no município. Aposentadoria por
invalidez. Impossibilidade. O fato de o Tribunal de Contas do Estado estar apreciando a
legalidade do ato e de haver ação judicial em andamento não impede o CNJ de atuar e
exercer o controle administrativo sobre a sua legalidade, desde que não haja expressa
manifestação do STF a respeito. Procedimento instaurado a requerimento do Ministério

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


927

Público estadual. Dado provimento para desconstituir o ato e para que se adotem as
providências administrativas para o ressarcimento das verbas pagas indevidamente.
Decisão unânime” (CNJ – PCA 200710000015430 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 57ª
Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Servidor temporário. Contratação

“Autorizada a Administração pelo artigo 37, IX, da CF/88 a


dispensar a realização de concurso público em caso de contratação ‘para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público’, não se poderia, sob pena de
desestabilizar a coerência sistêmica da regulação positiva, considerá-la impedida de
aproveitar temporariamente a mão-de-obra regularmente admitida e, por vezes, sub-
aproveitada em outros postos de trabalho” (CNJ – PP 200810000010291 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Servidores de Tribunal de Justiça, detentores de cargos efetivos, em atividade


após terem completado setenta anos de idade

Pedido de Providências. Servidores públicos de Tribunal de


Justiça, detentores de cargos efetivos em atividade, com idade superior a setenta anos.
Aplicação do inciso II, do § 1º, do art. 40 da Constituição da República. Não-incidência
da restrição constitucional aos conciliadores tendo em vista que não são ocupantes de
cargo efetivo. Providência parcial do pedido. – “Constitui irregularidade grave, passível de
imposição de sanção disciplinar, o descumprimento ao comando do art. 40, § 1º, inciso II
da Constituição Federal, que determina a aposentadoria compulsória dos agentes públicos
aos setenta anos de idade, impondo-se à autoridade administrativa providenciar a
publicação do ato de ofício, independentemente de qualquer outra providência, bastando o
implemento da idade-limite” (CNJ – PP 1355 – Rel. Cons. Rui Stoco – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Servidores de Tribunal Regional Eleitoral. Pagamento por serviço


extraordinário

Pedido de Providências. Pagamento de serviço extraordinário aos


ocupantes de cargos comissionados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí.
Incompatibilidade com Resolução análoga do Tribunal Superior Eleitoral. Impossibilidade
em razão da natureza do cargo. Vedação de pagamento de serviço extraordinário aos
servidores ocupantes de cargo em comissão. (CNJ – PP 8322 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Servidores do CNJ. Férias


Vide: Instrução Normativa CNJ 7, de 22.10.2008.

Servidores do CNJ. Substituição de servidores investidos em cargo ou função


de direção e chefia
Vide: Portaria CNJ 424, de 05.12.2008.

Servidores do Judiciário. Pretensão de obter provimento determinando o


pagamento de valores

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928

Requerimento de sobrestamento até a quitação dos valores


decorrentes da recomposição remuneratória, com juros e atualização monetária.
Incompetência funcional do CNJ. – “Não se insere, dentre as relevantes competências
constitucionais do Conselho Nacional de Justiça, servir como um supedâneo de órgão de
cobrança de valores devidos a servidores. Recurso improvido” (CNJ – PCA 612 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Servidores do Poder Judiciário. Férias de 60 dias

Pedido de providências. Existência de Sindicatos diversos de


servidores do Judiciário de 1ª e 2ª Instância em mesma base territorial. Concessão de
licença para servidores ferindo isonomia. Remoção de servidores por ato discricionário
do tribunal. Férias de 60 dias por ano sem previsão legal. Procedência parcial – “As
questões colocadas em discussão estão reguladas por portarias do Tribunal, no âmbito de
sua competência, sendo ilegal apenas a fixação de período de férias de 60 dias para os
servidores do Poder Judiciário” (CNJ – PP 885 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Servidores públicos federais. Direito de greve. Ilegalidade

Competência constitucional do Conselho Nacional de Justiça para


apreciar a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário. Servidores públicos federais: ilegalidade no exercício do direito de greve, pela
inexistência de auto-aplicabilidade do inciso VII, do art. 37 da Constituição Federal.
Possibilidade de regulamentação administrativa dos efeitos da realização de greve
inconstitucional de servidores públicos. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
Legalidade de portaria administrativa que compatibiliza o exercício a liberdade de reunião
e exercício de manifestação pública com a liberdade de locomoção, o direito ao trabalho
em ambiente de tranqüilidade e a continuidade da prestação jurisdicional. Consulta
conhecida e respondida afirmativamente. (CNJ – PP 725 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006).

Substituição

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.


Servidores. Substituição. Impossibilidade de substituição por período indefinido. Adoção
de providências. – “I) A discussão de fundo esconde, em verdade, uma grave mazela do
Poder Judiciário baiano, ou seja, a falta de pessoal para desenvolvimento das atividades
jurisdicionais no Estado. Em razão desse fato é que são feitas as designações que se
prestam, não a substituição de servidores ausentes, como próprio, mas, para cumulação e
preenchimento de cargos vagos e jamais preenchidos, ante a ausência de concurso público.
II) A contraprestação pecuniária pela realização de um trabalho há que ser compatível e
proporcional ao serviço efetivamente prestado, sob pena de locupletarão da Administração.
Ademais, a regra insculpida no art. 4o da Lei 8.112/90 é incisiva quando veda a prestação
de serviços gratuitos. III) Deve-se buscar, assim, a harmonização da legislação citada para
que a continuidade dos serviços públicos, constitucionalmente ininterruptos, não culmine
em prejuízo do servidor e locupletamento indevido da Administração que, no caso em
pauta, vê na substituição uma solução eterna para um problema que deveria ser ocasional,
em flagrante fraude ao princípio constitucional do concurso público e a proibição de
cumulação de cargos” (CNJ – PP 217 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

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Técnico Judiciário. Gratificação de Atividade de Segurança

Resolução do Conselho da Justiça Federal. Técnicos judiciários.


Gratificação de atividade de segurança. Lei 11.416/06. – “Matéria de cunho
eminentemente individual: Não conhecimento. No mérito, a regulamentação da Lei
11.416/06 deve prever a possibilidade de enquadramento dos técnicos judiciários na área
específica de segurança, assegurando-lhes o direito à percepção da Gratificação de
Atividade de Segurança, não havendo espaço para juízo de conveniência e oportunidade”
(CNJ – PCA 200810000014740 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 –
DJU 5.12.2008).

Técnico Judiciário. Servidor efetivo. Exercício de cargo em comissão em outro


Tribunal da União

Técnico Judiciário. Exercício em cargo em comissão. – “Servidor


ocupante do cargo efetivo de Técnico Judiciário pode exercer cargo em comissão no Poder
Judiciário da União, desde que ostente graduação de nível superior, consoante a exigência
do art. 5.º, § 8.º, da Lei 11.416/2006, ressalvadas as situações constituídas anteriormente à
vigência do referido diploma legal, para as quais a formação superior é dispensável” (CNJ
– PP 2008100000010588 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 –
DJU 06.04.2009).

Tempo de serviço

Contagem recíproca de tempo de serviço. Limites fixados nos arts.


37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, de acordo com a redação dada pelas Emendas
Constitucionais 20, 41 e 47. Impossibilidade de reconhecimento para todos os efeitos dos
tempos de serviços prestados para pessoas jurídicas diversas. Pedido improcedente. (CNJ –
PCA 8188 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Transformação de funções comissionadas. Alterações que devem ocorrer por


lei e não por ato administrativo

Parecer de mérito sobre Projeto de Lei 4858-A/2005.


Transformação de funções comissionadas no quadro de pessoal do TRT 5ª Região. –
“Manifestação favorável à aprovação do Projeto de Lei em face da viabilidade técnica e
orçamentária. Acolhida orientação firmada pelo plenário do CNJ para que as alterações de
funções sejam realizadas por lei e não por ato administrativo” (CNJ – PP 115 – Rel.
Douglas Rodrigues – 13ª Sessão – j. 14.02.2006 – DJU 08.03.2006).

Parecer de mérito sobre os Projetos de Lei 6.600/2002 e


2.170/2003. Criação de cargos efetivos e funções comissionadas no quadro de pessoal do
TRT 8ª Região. – “Manifestação favorável à aprovação dos Projetos de Lei em face da
viabilidade técnica e orçamentária. Acolhido orientação firmada pelo plenário do CNJ para
que as alterações de funções sejam realizadas por lei e não por ato administrativo” (CNJ –
PP 116 – Rel. Oscar Argollo – 13ª Sessão – j. 14.02.2006 – DJU 08.03.2006).

URV. Pagamento de diferença. Interesse meramente corporativo.


Incompetência do CNJ

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930

Servidor público. Recomposição salarial de 11,98%. Conversão da


URV. Incompetência do CNJ. – “1) Não obstante apresente dimensão coletiva, a pretensão
de determinação de pagamento de diferenças de vencimentos em favor de servidores
públicos (TJ/PR) traduz interesse eminentemente corporativo, cuja apreciação não se
insere no âmbito das atribuições constitucionalmente conferidas ao Conselho Nacional de
Justiça. 2) O CNJ não é órgão competente para a cobrança administrativa de diferenças de
vencimentos, mesmo porque isso implicaria ingerência na autonomia administrativa e
financeira dos órgãos sujeitos ao seu controle, em oposição ao preconizado pelo 103-B, §
4º, I, da Constituição Federal” (CNJ – PP 200810000006998 – Rel. Cons. Min. João
Oreste Dalazen – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Utilização do CNJ por servidor público, visando interesses particulares

Procedimento de Controle Administrativo. Servidor público.


Pretensão de permanecer na comarca que não é a de origem ou de lotação. – “O CNJ não
é instância recursal, nem deve ser acionado para interesses particulares, sem qualquer
repercussão geral, ou para obtenção de benefícios de natureza estipendiária ou funcional de
um único servidor. Exceto as hipóteses de atos irregulares, abusivos ou que revelem
improbidade administrativa, o Conselho não pode ser utilizado como sucedâneo do juízo,
com o propósito de atalhar para buscar um resultado mais célere, sem se submeter às
agruras dos recursos que as ações judiciais propiciam” (CNJ – PCA 529 – Rel. Cons. Rui
Stoco – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Valores recebidos da Administração Pública de boa-fé

“Aqui, em princípio, vale distinguir os casos de mero erro da


Administração Pública dos casos de alteração de seu entendimento sobre certa questão. No
caso de equívoco da administração, outra não poderá ser a solução que não a devolução
pelo servidor das parcelas indevidamente pagas. Mas há outro tipo de situação, esta
bastante comum, quando com base em interpretação jurídica razoável é realizado
determinado pagamento e tal entendimento acaba por não prevalecer em instâncias
administrativas superiores ou em instâncias judiciais. Neste caso nos parece que o melhor
desfecho será o reconhecimento do recebimento de boa-fé – posto que calcado em
entendimento jurídico razoável – e, em razão disto, prevalece a desnecessidade da
devolução de parcelas pagas. Nesse mesmo sentido, preleciona o preclaro Juiz Federal
Edílson Nobre Júnior, em sua tese de doutorado: ‘Há hipóteses em que o pagamento
indevido é concretizado em decorrência de erro imputável à Administração, com base em
interpretação jurídica que, não obstante razoável, não vem a prevalecer nas instâncias
finais do Judiciário. Nestes casos, não é de ser desconsiderada a boa-fé do destinatário, a
demarcar temporalmente a eficácia da ação retificadora da Administração sobre os
vencimentos ou proventos do servidor’. Este é o entendimento majoritário dos Tribunais
Superiores, senão vejamos: ‘Administrativo. Agravo Regimental. Pagamento indevido
efetuado pela Administração e recebido de boa-fé pelo servidor. Restituição dos valores.
Inviabilidade. Nova orientação deste Corte. Firmou-se o entendimento, a partir do
julgamento do REsp. 488.905/RS, por esta Quinta Turma, no sentido da inviabilidade de
restituição dos valores erroneamente pagos pela Administração – em virtude de desacerto
na interpretação ou má aplicação da lei – quando verificada a boa-fé dos servidores
beneficiados. Precedentes. Agravo Regimental desprovido. (STJ – Rel. Min. Felix Fisher –
Órgão Julgador: Quinta Turma. DJ: 21.11.2006. Data da Publicação/Fonte: DJ 05.02.2007
p. 343)’. É certo que a Administração pode a qualquer momento rever o seu ato desprovido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


931

de amparo legal, no entanto, a prerrogativa não deve implicar na penalização do


Magistrado, ou ex-Magistrado in casu, pelo recebimento de valor até então considerado
lícito pela própria administração. Também o Tribunal de Contas da União, em casos
similares a dos presentes autos, sumulou a matéria no seguinte sentido: ‘Súmula 106 – O
julgamento, pela legalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não
implica por si só a obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa fé,
até a data do conhecimento da decisão pelo órgão competente’. Conclusivamente, Senhora
Presidente, concluo votando pela procedência parcial do pleito formulado nos autos do
Procedimento de Controle Administrativo 546 (PCA 546), para o fim de invalidar, em
parte, a decisão proferida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, afastando a
obrigatoriedade da devolução do valor recebido a título de indenização de férias não
gozadas pelo requerente” (CNJ – PCA 546 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

SESSÃO DE JULGAMENTO NOS TRIBUNAIS

Direito da parte de obter a degravação da sessão, notas taquigráficas ou


transcrição de estenotipia

Procedimento de Controle Administrativo. Acesso às notas


taquigráficas ou à degravação de Sessão para fins de instrução de procedimento
administrativo perante o CNJ. Princípio da transparência. Ato administrativo.
Deferimento. – “I) Traduz ato administrativo, apto a ser controlado por este Conselho, o
pedido de acesso a informações, gravadas em Sessão na corte de origem, as quais são
necessárias à instrução de procedimento a ser instaurado perante o CNJ. II) É corolário do
princípio da transparência do Poder Judiciário o direito da parte de ter acesso às notas
taquigráficas ou à degravação da Sessão na qual participou. III) Procedimento de Controle
Administrativo a que se defere” (CNJ – PCA 200710000012751 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 58ª Sessão – j. 11.03.2008 – DJU 03.04.2008).

Insurgência do advogado contra a concessão da palavra ao MP

Pedido de Providências. Advogado que se insurge contra a


concessão da palavra ao membro do Ministério Público em todas as sessões de julgamento.
Alegado desequilíbrio entre as partes. Pedido improcedente. (CNJ – PP 6386 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Pedido de fornecimento de cópia de áudio de sessão

Pedido de Providências. Fornecimento de cópia de áudio de sessão


de julgamento de processo judicial. Recusa. Denegação do recurso. (CNJ – PP 1244 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não
oficial).

Solicitação de gravação de áudio da sessão

Pedido de Providências. Solicitação de entrega de gravações de


áudio. Ata de sessão de Julgamento de 20.02.2002 do Tribunal de Justiça do Estado do
Piauí. Pedido liminar. – “(...) Conheço, portanto, do recurso, apenas no que se refere a
decisão no Pedido de Providências, por estar em conformidade com o art. 103 do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


932

Regimento Interno deste Conselho Nacional de Justiça. (...) De qualquer maneira, o


recurso não merece provimento, pois, tal como já dito, nenhum direito assegura ao
recorrente cópia de áudio de sessão Recurso parcialmente conhecido. Provimento negado”
(CNJ – PP 1357 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 –
DJU 04.06.2007 – Parte do voto do relator).

SESSÃO PLENÁRIA
V. tb.: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS – TRIBUNAL PLENO

Ausência constante de quorum. Necessidade de convocação de juízes de


primeiro grau para complementação do quorum mínimo

Pedido de Providências. Realização de sessões plenárias.


Periodicidade. Ausência constante de quorum. Substituição de desembargadores ausentes
por outros membros da corte. Ausência de convocação de magistrados de 1º grau.
Necessidade de regulamentação do instituto da convocação. Resolução 17/CNJ.
Descumprimento. Deferimento. Remessa para Corregedoria Nacional de Justiça. – “I)
Viola o princípio da moralidade, da legalidade e da eficiência a ausência constante de
resposta célere e motivada aos processos judiciais e administrativos, comprometendo o
direito de petição a reiterada e freqüente não-realização das sessões ordinárias do Tribunal
a quo por falta de quorum, ainda mais se evidenciada pela ausência da manifestação do
Tribunal Estadual em reiterado pedido de informações (art. 5º, XXXIV e LXXVIII, e 37,
caput, da CF/88). II) Não se justifica a ausência de convocação de juízes de primeiro grau
para complementação do quorum mínimo necessário ao funcionamento da Corte Estadual,
questão que já deveria ter sido regulamentada pelo Tribunal requerido, de acordo com o
previsto na Resolução 17/CNJ. III) A substituição que ocorre pelos próprios membros da
Corte enseja apuração ulterior pela Corregedoria Nacional de Justiça, mormente diante de
questionável pagamento de gratificação para os desembargadores substitutos. IV) Pedido
de Providências a que se defere, remetendo-se à Corregedoria Nacional de Justiça, para
apuração dos fatos narrados na inicial” (CNJ – PP 200710000012490 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Ausência constante de quorum. Violação do princípio da moralidade, da


legalidade e da eficiência

Pedido de Providências. Realização de sessões plenárias.


Periodicidade. Ausência constante de quorum. Substituição de desembargadores ausentes
por outros membros da corte. Ausência de convocação de magistrados de 1º grau.
Necessidade de regulamentação do instituto da convocação. Resolução 17/CNJ.
Descumprimento. Deferimento. Remessa para Corregedoria Nacional de Justiça. – “I)
Viola o princípio da moralidade, da legalidade e da eficiência a ausência constante de
resposta célere e motivada aos processos judiciais e administrativos, comprometendo o
direito de petição a reiterada e freqüente não-realização das sessões ordinárias do Tribunal
a quo por falta de quorum, ainda mais se evidenciada pela ausência da manifestação do
Tribunal Estadual em reiterado pedido de informações (art. 5º, XXXIV e LXXVIII, e 37,
caput, da CF/88). II) Não se justifica a ausência de convocação de juízes de primeiro grau
para complementação do quorum mínimo necessário ao funcionamento da Corte Estadual,
questão que já deveria ter sido regulamentada pelo Tribunal requerido, de acordo com o
previsto na Resolução 17/CNJ. III) A substituição que ocorre pelos próprios membros da
Corte enseja apuração ulterior pela Corregedoria Nacional de Justiça, mormente diante de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


933

questionável pagamento de gratificação para os desembargadores substitutos. IV) Pedido


de Providências a que se defere, remetendo-se à Corregedoria Nacional de Justiça, para
apuração dos fatos narrados na inicial” (CNJ – PP 200710000012490 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Reuniões denominadas “Pleninho”, que antecedem as reuniões do Tribunal


Pleno dos tribunais

“Determina-se seja recomendado ao Tribunal que as reuniões


denominadas “Pleninho”, as que antecedem as reuniões do Pleno, sejam realizadas no
próprio Tribunal, estendidas a todos os desembargadores e que, doravante sejam
denominadas reuniões administrativas” (CNJ – SIND 03 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

SESSÃO PÚBLICA
Instituição de sabatina em sessão pública para a promoção de juízes para os
tribunais

Pedido de Providências. Promoção de juízes para tribunais de


segundo grau. Resolução n. 6/2005 do CNJ. Proposta de instituição de sabatina em sessão
pública como critério para aferição do merecimento. Providência que ultrapassa os limites
da atividade normativa do CNJ. Indeferimento. (CNJ – PP 1485 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Promoção e remoção de juízes

Consulta. Resolução 6/2005 do CNJ. Promoção de juízes por


merecimento. As promoções por merecimento devem ser realizadas em sessão pública, em
votação aberta, nominal e fundamentada. Não é possível a divulgação dos votos apenas
após a apuração. Consulta respondida negativamente. (CNJ – PP 200710000004742 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

SESSÕES DE JULGAMENTO NO CNJ


Vide: Regimento Interno do CNJ, arts. 54 a 64.

SESSÕES DE JULGAMENTO NOS TRIBUNAIS


Pretensão de uniformização do calendário das sessões em todos os tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Uniformização


Nacional do Calendário de Sessões nos Tribunais Regionais Eleitorais. Autonomia dos
Tribunais. Sugestão de medida estranha ás finalidades do CNJ (Art. 103, § 4º, Da CF/88).
Indeferimento. – “I) Inviável obrigar a todos os Tribunais Regionais Eleitorais a adoção de
regras uniformes de designação de suas sessões. II) A questão enquadra-se no âmbito da
autonomia dos Tribunais, os quais hão de observar as necessidades e peculiaridades
próprias dos respectivos Estados Federados. Indevida ingerência sobre atos de autogoverno
e administração. III) Requerimento estranho às finalidades do CNJ (art. 103, § 4º, DA
CF/88). Situações individuais e isoladas hão de ser tratadas pelas vias próprias. IV)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de controle administrativo indeferido” (CNJ – PCA 137 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

SEXTA-PARTE DOS VENCIMENTOS


Verba não prevista na LOMAN. Possibilidade de sua manutenção

“Ressalvado meu posicionamento pessoal e doutrinário quanto à


irredutibilidade de vencimentos, já apontado na análise na medida liminar, juntamente com
a maioria do CNJ, entendemos que no MS 24.875-1/DF o STF decidiu pela
impossibilidade de aplicação da irredutibilidade de vencimentos em relação a
subsídios/adicionais por tempo de serviço, pois a fixação dos subsídios teria incorporado o
adicional por tempo de serviço, não sendo possível, portanto, que o magistrado passasse a
receber, além do subsídio, o valor “congelado” correspondente aos antigos adicionais por
tempo de serviço. Igualmente, seguindo essa mesma orientação, não me parece possível a
manutenção do ‘adicional por tempo de serviço em até 55%’, pois, mesmo previsto no art.
129 da Constituição do Estado de São Paulo, encontra previsão expressa e antagônica no
art. 65, VIII, da LOMAN, que fixa a gratificação adicional por qüinqüênio de serviço, até o
máximo de sete” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

NOTA: Segundo decisão do STF a sexta-parte dos vencimento não constitui adicional e
não se inclui na vedação do art. 65, § 2º da LOMAN, como se confirma na transcrição de
parte do acórdão, abaixo:

“Quanto ao tema de fundo, atente-se para a real natureza da sexta-parte. Muito embora
pressupondo o transcurso de vinte anos de efetivo exercício, nada mais consubstancia do
que uma melhoria nos vencimentos, um plus a que passa a ter direito o servidor...”.
“Descabe tomá-la com as demais parcelas que integram a remuneração para se dizer de
cálculo glosado pelo inc. XIV do art. 37 da Constituição Federal...”. “Repita-se que a
sexta-parte nada mais é do que um plus nos vencimentos, passando a integrá-los em
virtude de efetivo exercício, mostrando-se os vinte anos, sob o ângulo temporal, como
simples condição para se obter o direito” (STF – 2ª T. – RE 219.740-3 – Rel. Min. Marco
Aurélio – j. 11.09.2001 – DJU 09.11.2001 – Ement. 2051-3).

SÍMBOLOS RELIGIOSOS
Pedido para que se determine aos tribunais a retiradas de crucifixos dos
plenários e salas

Pedido de Providências. Pretensão de que se determine aos


Tribunais de Justiça a retirada de crucifixos afixados nos Plenários e salas. Alegação de
que a aposição de símbolos fere o art. 19, inciso I da CF/88. – “Manter um crucifixo numa
sala de audiências públicas de Tribunal de Justiça não torna o Estado – ou o Poder
Judiciário – clerical, nem viola o preceito constitucional invocado (CF, art. 19, inciso I),
porque a exposição de tal símbolo não ofende o interesse público primário (a sociedade),
ao contrário, preserva-o, garantindo interesses individuais culturalmente solidificados e
amparados na ordem constitucional, como é o caso deste costume, que representa as
tradições de nossa sociedade. Por outro lado, não há, data venia, no ordenamento jurídico
pátrio, qualquer proibição para o uso de qualquer símbolo religioso em qualquer ambiente
de Órgão do Poder Judiciário, sendo da tradição brasileira a ostentação eventual, sem que,

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com isso, se observe repúdio da sociedade, que consagra um costume ou comportamento


como aceitável” (CNJ – PP 1344, PP 1345, PP 1346 e PP 1362 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

SINDICÂNCIA
Aposentadoria voluntária no curso do procedimento. Admissibilidade

Sindicância instaurada em face de Magistrado. Aposentadoria


voluntária do magistrado no curso do procedimento. Arquivamento. – “A Situação se rege
pela LOMAN, lembrando que a remissão do Regimento Interno à legislação do
funcionalismo em geral se dá no que couber, como no texto normativo se adverte, e sem
contar, também, que na hipótese em tela não há, propriamente, procedimento disciplinar
instaurado, mas mera sindicância, de toda sorte não se admite que seja possível vedar o
voluntário desligamento, dada a liberdade, constitucionalmente garantida (art. 5°, inciso
XIII), de trabalho ou de profissão, a qual, crê-se, inclui a prerrogativa de o indivíduo não
ser coagido a permanecer em seu mister” (CNJ – RD 235 – Rel.Cons. Cláudio Godoy – 24ª
Sessão – j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Caráter exclusivamente investigatório. Dispensa de participação da


investigada ou de seu procurador

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrada.


Sindicância. Ausência de participação da investigada ou de procurador. Atos e
procedimentos posteriores. Nulidade. Improcedência. – “1) A sindicância instaurada para
apuração de fatos supostamente ilícitos envolvendo magistrada ostenta caráter
exclusivamente investigativo e, como tal, dispensa a participação da investigada ou do
respectivo procurador. Sob esse prisma, não gera qualquer nulidade capaz de macular os
atos e procedimentos disciplinares posteriormente instaurados contra a magistrada. 2)
Inaplicáveis os arts. 153 e seguintes da Lei 8.112/90 à sindicância instaurada contra Juíza
de Direito em Tribunal de Justiça estadual, dado que o procedimento administrativo em
apreço não se reveste de caráter punitivo. 3) A ausência de participação da investigada ou
de seu procurador na sindicância investigativa também não ofende o art. 19, § 2º, da Res.
CNJ 30/2007, pois se assegurou o direito de defesa após a conclusão do procedimento,
com a concessão de prazo para apresentação de defesa prévia antes da instauração de
Processo Administrativo Disciplinar. 4) Pedido que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000014549 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Desembargador. Aposentadoria superveniente. Perda do objeto

Sindicância. Desembargador. Aposentadoria superveniente. Perda


de objeto. Arquivamento. Hipótese na qual foi instaurada sindicância com o fim de se
apurar a denúncia formulada contra Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado da
Piauí – “A superveniência da aposentadoria do Desembargador caracteriza a perda de
objeto da sindicância” (CNJ – SIND 200810000007607 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Desembargador. Matéria administrativa já decidida pelo Plenário. Perda do


objeto

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Sindicância. Desembargador. Matéria administrativa já decidida


pelo Plenário do CNJ. Perda de objeto. Arquivamento. – Hipótese na qual foi instaurada
sindicância com o fim de se apurar denúncia formulada pelo Corregedor-Geral da Justiça
do Estado de Mato Grosso. – “Caracteriza-se a perda de objeto da sindicância, se a matéria
administrativa de que trata a denúncia já foi apreciada e decidida pelo Plenário do CNJ, em
julgamento de PCA” (CNJ – SIND 200810000008186 – Rel. Min. Corregedor Nacional
Gilson Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Desnecessidade de descrição precisa dos fatos

Reclamação Disciplinar. Descrição precisa dos fatos. Dispensa na


sindicância. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração de Processo
Administrativo Disciplinar. – “Na sindicância, que tem natureza de levantamento
preliminar, sem forma ou rito rígido, não há necessidade de descrição precisa dos fatos.
Apenas na instauração do Processo Administrativo Disciplinar é que se exige a imputação
dos fatos e a delimitação do teor da acusação (Res. 30/2007 do CNJ, art. 7º, § 3º)” (CNJ –
RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Desnecessidade de observação de formalidade ou de contraditório

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. – “I)
Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial, a sindicância, por ser mero
instrumento preparatório, prescinde de formalidades e extenso contraditório, os quais ficam
diferidos para posterior Processo Administrativo Disciplinar. II) Tendo em vista que os
elementos constantes na presente Sindicância demonstram sólidos indícios de ocorrência
de infração disciplinar, mostra-se desnecessária – nesta fase – a produção de provas
requeridas pelo Sindicado, podendo ficar diferidas para o processo administrativo a ser
instaurado, onde serão apurados os fatos, bem como produzidas todas as provas pertinentes
à elucidação das questões. III) Os fatos trazidos a conhecimento deste Conselho na
presente sindicância somente poderão ser integralmente apreciados no processo
administrativo a ser instaurado, sendo certo que o atual procedimento, por sua natureza de
mero instrumento preparatório, limita-se à verificação da existência de indícios de
irregularidades eventualmente praticadas. IV) Não seria razoável que este Conselho
Nacional de Justiça, tendo conhecimento de fatos graves que teriam sido praticados,
simplesmente arquivasse a Sindicância. Ao contrário, a este Conselho instaurar o Processo
Administrativo Disciplinar exatamente para apurar os fatos, garantindo ao Sindicado, no
processo a ser instaurado, a mais ampla defesa e contraditório. V) Embora não seja esse o
momento para análise definitiva da prova, não há como se descartar, de plano, a ocorrência
das infrações que teriam sido praticadas, nem atribuir a acusação à mera perseguição. VI)
Havendo indicativos de grave violação aos deveres funcionais praticada por
Desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com a adoção de postura
incompatível com o exercício da magistratura, consubstanciando, em tese, violação à Lei
Complementar 35/79 – LOMAN, mostra-se necessária a instauração de Processo
Administrativo Disciplinar, a fim de que sejam esclarecidos os fatos e aplicada a
penalidade eventualmente cabível. VII) Tratando-se de conduta, em tese, compatível com o
exercício da judicatura, impõe-se o afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN, art.
24, § 3º e RICNJ art. 75, parágrafo único)” (CNJ – SIND 200810000027254 – Rel. Min.
Corregedor Gilson Dipp – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

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Dispensa. Reclamação Disciplinar

Reclamação Disciplinar. Dispensa de sindicância. – “A


sindicância, por ser mero procedimento preparatório do Processo Administrativo
Disciplinar, é dispensável quando já existirem elementos suficientes para a instauração
daquele processo” (CNJ – RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson
Dipp – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009) e (CNJ – RD 200810000007954 –
Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Independência das instâncias administrativa e penal

Reclamação Disciplinar. Independência entre as instâncias penal e


administrativa. – “A existência de procedimento de persecução penal pelos mesmos fatos
não inibe a atuação administrativa, que não está subordinada ao trânsito em julgado de
condenação criminal. A doutrina e jurisprudência pátrias têm reiteradamente registrado que
a independência entre as instâncias penal, civil e administrativa permite à Administração
impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior julgamento no âmbito
criminal, ou em sede de ação civil, mesmo que a conduta imputada configure crime em
tese. Assim, somente em hipóteses excepcionais – negativa de autoria ou inexistência do
fato – a sentença criminal produzirá efeitos na seara administrativa” (CNJ – RD
200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 –
DJU 09.03.2009).

Inexigência de abertura como condição para a instauração de processo


disciplinar

Reclamação Disciplinar. Dispensa de Sindicância. Independência


entre as instâncias penal e administrativa. Indicativos de violações aos deveres
funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “A sindicância, por ser
mero procedimento preparatório do Processo Administrativo Disciplinar, é dispensável
quando já existirem elementos suficientes para a instauração daquele processo” (CNJ – RD
200710000012260 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 –
DJU 07.04.2009).

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado. Processo


Administrativo Disciplinar. Sindicância prévia ao processo. Facultatividade. – “Não é
obrigatória a instauração de sindicância prévia ao Processo Administrativo Disciplinar
quando houver provas suficientes para a formação do processo (Art. 18 do RGCNJ; STF:
MS 22789). VI) Procedimento de Controle Administrativo a que se indefere” (CNJ – PCA
200910000010246 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 81ª Sessão – j. 31.03.2009 – DJU
07.04.2009).

Infração disciplinar não caracterizada

Sindicância. Desembargador. Infração disciplinar não


caracterizada. Arquivamento. Hipótese na qual foi instaurada Sindicância com o fim de se
apurar o abuso de prerrogativa por parte de Desembargador do Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí. “Não trazendo os autos elementos que indiquem o cometimento de
infração disciplinar por parte do Desembargador denunciado impõe-se o arquivamento da

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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sindicância” (CNJ – SIND 5 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão –
j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Instrumento preparatório. Desnecessidade de observâncias das formalidade do


procedimento administrativo

Reclamação Disciplinar. Sindicância. Instrumento preparatório.


Desnecessidade de observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres
funcionais. Instauração de Processo Administrativo Disciplinar. – “Consoante
entendimento doutrinário e jurisprudencial, a sindicância, por ser mero instrumento
preparatório, prescinde de formalidades e contraditório, os quais ficam deferidos para
posterior Processo Administrativo Disciplinar. Ainda que se pudesse considerar nulo o
‘Procedimento Investigatório Criminal’ realizado perante a Corregedoria Estadual, não
seria razoável que este Conselho Nacional de Justiça, tendo conhecimento de fatos graves
que teriam ocorrido no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, simplesmente
arquivasse a Reclamação Disciplinar. Ao contrário, compete a este Conselho instaurar o
Processo Administrativo Disciplinar exatamente para apurar os fatos, garantindo aos
Reclamados, nesse processo, a mais ampla defesa e contraditório. XI) A averiguação de
fatos que não são objetos do presente expediente deve ser realizada por meio de
instrumentos próprios, não servindo para afastar a instauração de Processo Administrativo
Disciplinar. Embora não seja esse o momento para análise definitiva da prova, não há
como se descartar, de plano, a ocorrência dos ilícitos apontados, nem atribuir a acusação à
mera perseguição por parte do Desembargador ora Reclamante. Havendo indicativos de
graves violações aos deveres funcionais praticadas por Desembargadores e Magistrados do
Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, com a adoção de postura incompatível com
o exercício da magistratura, consubstanciando, em tese, violação à Lei Complementar
35/79 – LOMAN, mostra-se necessária a instauração de Processo Administrativo
Disciplinar, a fim de que sejam esclarecidos os fatos e aplicadas as penalidades
eventualmente cabíveis” (CNJ – RD 200810000007954 – Rel. Min. Corregedor Gilson
Dipp – 78ª Sessão – j. 10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. – “I) Consoante entendimento doutrinário e
jurisprudencial, a sindicância, por ser mero instrumento preparatório, prescinde de
formalidades e contraditório, os quais ficam diferidos para posterior Processo
Administrativo Disciplinar. II) Tendo em vista que os elementos constantes na presente
Sindicância demonstram indícios de ocorrência de infração disciplinar, mostra-se
desnecessária – nesta fase – a produção de provas, podendo ficar diferidas para o processo
administrativo a ser instaurado, onde serão apurados os fatos, bem como produzidas todas
as provas pertinentes à elucidação das questões. III) Os fatos trazidos a conhecimento deste
Conselho somente poderão ser integralmente apreciados no processo administrativo a ser
instaurado, sendo certo que o atual procedimento, por sua natureza de mero instrumento
preparatório, limita-se à verificação da existência de indícios de irregularidades
eventualmente praticadas. IV) Não seria razoável que este Conselho Nacional de Justiça,
tendo conhecimento de fatos graves que teriam sido praticados, simplesmente arquivasse a
Sindicância. Ao contrário, compete a este Conselho instaurar o Processo Administrativo
Disciplinar exatamente para apurar os fatos, garantindo ao Sindicado, nesse processo, a
mais ampla defesa e contraditório. V) Havendo indicativos de grave violação aos deveres
funcionais praticada por Juiz de Direito, com a adoção de postura incompatível com o
exercício da magistratura, consubstanciando, em tese, violação à Lei Complementar 35/79

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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– LOMAN, mostra-se necessária a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, a


fim de que sejam esclarecidos os fatos e aplicada a penalidade eventualmente cabível. VI)
Existência de indícios de violação dos deveres dos incisos I e VIII do art. 35 da Loman,
bem como da adoção de procedimento incorreto (Loman, art. 44), além de violação do
dever de imparcialidade (CPC, art. 125, I), consubstanciados na liberação de expressivo
numerário (R$2.354.855,33) em prejuízo da Fazenda Pública do Estado do Maranhão,
apesar da existência de embargos de terceiro e de decisão liminar que obstaria a expedição
de alvará, quando ao menos a existência do agravo de instrumento já era conhecida, de
modo que a prudência recomendaria que se aguardasse a decisão do tribunal. Decisão
tomada e executada com inaudita rapidez, quando o sindicado substituía na vara, por
apenas três dias, sendo advogado da parte favorecida o ex-marido da filha do sindicado”
(CNJ – SIND 200810000006202 – Rel. Min. Corregedor Gilson Dipp – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. – “I)
Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial, a sindicância, por ser mero
instrumento preparatório, prescinde de formalidades e contraditório, os quais ficam
diferidos para posterior Processo Administrativo Disciplinar. II) Os fatos trazidos a
conhecimento deste Conselho somente poderão ser integralmente apreciados no processo
administrativo a ser instaurado, sendo certo que o atual procedimento, por sua natureza de
mero instrumento preparatório, limita-se à verificação da existência de indícios de
irregularidades eventualmente praticadas. III) Compete a este Conselho instaurar o
Processo Administrativo Disciplinar exatamente para apurar os fatos, garantindo ao
Sindicado a mais ampla defesa e contraditório. IV) O Corregedor-Geral de Justiça que
deixa de dar andamento aos feitos administrativos sob sua competência, deixando a
Corregedoria totalmente inativa, ao longo de vários meses, descumpre os deveres dos art.
35, I, II, III e VII do art. 35 da LOMAN, acarretando descrédito ao Poder Judiciário entre a
população, que não recebe resposta dos pleitos e queixas apresentados quanto ao
andamento dos serviços judiciários. V) A independência judicial é uma garantia do cidadão
para assegurar julgamentos livres de pressões, mas de acordo com a lei e o direito. A
independência judicial não é, porém, incompatível com o controle disciplinar da
magistratura. A imunidade garantida pelo art. 41 da LOMAN não é absoluta, sendo
possível a responsabilização administrativo-disciplinar do magistrado quando, no exercício
da atividade jurisdicional, viola os deveres de imparcialidade (CPC, art. 135, I) e age, de
forma reiterada, contrariando dispositivos legais expressos, em violação ao dever do art.
35, I, da LOMAN, e adotando, de forma reiterada e com dolo, revelado por um conjunto de
indícios, procedimentos incorretos (LOMAN, art. 44), que acarretam prejuízos a uma das
partes. VI) Havendo indicativos de grave violação aos deveres funcionais praticados por
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, com a adoção de postura
incompatível com o exercício da magistratura, mostra-se necessária a instauração de
Processo Administrativo Disciplinar, a fim de que sejam esclarecidos os fatos e aplicada a
penalidade eventualmente cabível. VII) Tratando-se de conduta, em tese, incompatível
com o exercício da judicatura, impõe-se o afastamento preventivo do Sindicado (LOMAN
art. 27, § 3º e RICNJ art. 75, parágrafo único). VIII) O afastamento implica na suspensão,
com exceção dos vencimentos, de todas as vantagens decorrentes da condição de
magistrado, tais como uso de gabinete, de veículo oficial e manutenção ou designação de
servidores em cargos de confiança ou funções comissionadas. IX) Os feitos atribuídos ao
magistrado afastado deverão ser conduzidos por magistrado convocado ou redistribuído,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


940

evitando-se prejuízo aos jurisdicionados” (CNJ – SIND 200810000012267 – Rel. Min.


Corregedor Gilson Dipp – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Magistrado como investigado. Inaplicabilidade da Lei 8.112/90

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrada. Sindicância. Ausência de


participação da investigada ou de procurador. Atos e procedimentos posteriores.
Nulidade. Improcedência. – “2) Inaplicáveis os arts. 153 e seguintes da Lei 8.112/90 à
sindicância instaurada contra Juíza de Direito em Tribunal de Justiça estadual, dado que o
procedimento administrativo em apreço não se reveste de caráter punitivo” (CNJ – PCA
200910000014549 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Processo presidido pelo Corregedor-Geral. Participação no julgamento

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “O fato de ter presidido a sindicância, como Corregedora-Geral, não
importa no impedimento da Exma. Sra. Presidente do TRF da 1ª Região para participar do
julgamento, nada havendo de irregular nisso” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

Produção de provas. Possibilidade de diferimento para o processo disciplinar

Sindicância. Instrumento preparatório. Desnecessidade de


observação de formalidades. Indicativos de violações aos deveres funcionais. Instauração
de Processo Administrativo Disciplinar. Decretação de afastamento preventivo. – “Tendo
em vista que os elementos constantes na presente Sindicância demonstram sólidos indícios
de ocorrência de infração disciplinar, mostra-se desnecessária – nesta fase – a produção de
provas requeridas pelo Sindicado, podendo ficar diferidas para o processo administrativo a
ser instaurado, onde serão apurados os fatos, bem como produzidas todas as provas
pertinentes à elucidação das questões” (CNJ – SIND 200810000027254 – Rel. Min.
Corregedor Gilson Dipp – 83ª Sessão – j. 28.04.2009 – DJU 15.05.2009).

Servidor nomeado para exercer cargo comissionado e já exonerado.


Impossibilidade de prosseguimento do procedimento administrativo

Reclamação Disciplinar. – “Não sendo um dos reclamados


servidor do Tribunal de Justiça, tendo sido apenas nomeado para exercer o cargo
comissionado e exonerado, não há que se falar em prosseguimento de Procedimento
Administrativo em relação a ele, não havendo sanção administrativa a ser aplicada” (CNJ –
RD 200810000012597 – Rel. Min. Corregedor Nacional Gilson Dipp – 76ª Sessão – j.
16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

SINDICATO DE CLASSE
Desconto em folha de contribuição sindical

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Sindicato dos


Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais – SINDOJUS. Desconto em
folha de Contribuição Sindical. – “Segundo entendimento pacificado por este Conselho
Nacional de Justiça, uma vez jurisdicionalizada a questão, não cabe ao CNJ examiná-la,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


941

sob pena de, por vias transversas, imprimir ineficácia à decisão judicial ou esvaziar seu
objeto. Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PP 12465 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Reivindicações já atendidas. Perda do objeto

“As reivindicações feitas pelos requerentes foram atendidas. O fato


de o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Estado da Paraíba não ter subscrito aqueles
compromissos não modifica a situação objetiva de satisfação das pretensões deduzidas na
inicial deste pedido de providências. Perda de objeto” (CNJ – PP 366 – Rel. Cons.
Germana Moraes – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006 – Ementa não oficial).

SISTEMA ELETRÔNICO DE SEGURANÇA


Palavra-chave: Controle de entrada e saída de pessoas de edifícios públicos
V. tb.: Catraca eletrônica

Ingresso em dependências do Poder Judiciário

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Sistema eletrônico de segurança
para acesso aos prédios do Poder Judiciário. – “A garantia de maior segurança no interior
das dependências forenses apresenta justificativa razoável e não fere o princípio da
igualdade. Alegação de desigualdade de tratamento não detectada. Catracas eletrônicas
capazes de identificar os advogados. Precedentes do Conselho Nacional de Justiça.
Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000019427 – Rel. Cons. Felipe
Locke Cavalcanti – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

SISTEMA INTEGRADO DE POPULAÇÃO CARCERÁRIA – SIPC


Palavras-chave: CONDENADOS

Comissão de estudos. Execução penal provisória. Conveniência e oportunidade


da intervenção normativa do CNJ

Pedido de Providências. Comissão de estudos tendentes à criação


de banco de dados com informações sobre a população carcerária do Brasil. Execução
penal provisória. Fixação de procedimento administrativo para viabilizar o melhor
processamento dos debates em torno da Lei de Execuções Penais. Conveniência e
oportunidade da intervenção normativa deste Conselho Nacional de Justiça. – “Essa rica
experiência verificada no Estado de São Paulo com a edição do provimento 653/99, pelo
Conselho Superior da Magistratura de São Paulo, deve ser aproveitada e estendida a todo o
País, como forma de evitar os danos gerados pelas notórias deficiências do Estado
brasileiro em garantir indistintamente o acesso pleno e irrestrito ao sistema legal de
execução das penas” (CNJ – PP 724 – Rel. Cons. Douglas Alencar Rodrigues – 24ª Sessão
– j. 24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Criação e regulamentação
Vide: Res. CNJ 33, de 10.04.2007

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


942

SISTEMA NACIONAL DE BENS APREENDIDOS - SNBA


Bens apreendidos em procedimentos criminais no âmbito do Poder Judiciário
Vide: Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

Informações a serem armazenados por meio de sistema eletrônico hospedado


no CNJ
Vide: Art. 2º da Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

Cadastramento dos bens


Vide: Art. 3º da Res. CNJ 63, de 16.12.2008.

SISTEMA REGISTRAL E NOTARIAL


Composição

Sistema registral e notarial. Serventias oficiais e extrajudiciais. –


“...O sistema registral e notário nacional compõe-se de serventias extrajudiciais (criadas e
instaladas antes e depois da CF/88) e serventias oficiais (criadas e instaladas até 4 de
outubro de 1988), não havendo, só pela suposição, incomprovada pelo requerente, de que
todos os cartórios notariais e registrais de determinada unidade da federação sejam
oficializados, nenhuma anomalia digna de apuração ou censura” (CNJ – PP 1496 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

“SITE”
Vide: ENDEREÇO ELETRÔNICO

SÍTIO ELETRÔNICO
V. tb.: ENDEREÇO ELETRÔNICO

Órgãos do Poder Judiciário. Padronização pelo CNJ

“Ficam definidos os endereços dos sítios eletrônicos (URL) dos


órgãos do Poder Judiciário brasileiro, nos termos da Tabela Padronizada dos Endereços
Eletrônicos das Unidades do Poder Judiciário constante dos anexos a esta Resolução” (art.
1º da Res. CNJ 45, de 17.12.2007).

SOBREPARTILHA
Vide: SEPARAÇÃO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL

SOCIEDADE CONJUGAL
Vide: SEPARAÇÃO CONSENSUAL

SOCIEDADE ESPÍRITA
Exercício de sua direção por magistrado

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


943

Não pode o magistrado exercer comércio ou participar, como


diretor ou ocupante de cargo de direção, de sociedade comercial de qualquer
espécie/natureza ou de economia mista (art. 36, I da LOMAN). Também está impedido de
exercer cargo de direção ou de técnico de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 do
C.Civil, c.c. 36, II da LOMAN). Ressalva-se apenas a direção de associação de classe ou
de escola de magistrados e o exercício de um cargo de magistério. Não pode,
conseqüentemente, um juiz ser presidente ou diretor de Rotary, de Lions, de APAEs, de
ONGs, de Sociedade Espírita, Rosa-Cruz, etc. Vedado também ser Grão Mestre de
Maçonaria; síndico de edifício em condomínio; diretor de escola ou faculdade pública ou
particular, entre outras vedações. Consulta que se conhece respondendo-se
afirmativamente no sentido dos impedimentos” (CNJ – PP 775 – Rel. Cons. Marcus Faver
– 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).
Observação: A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta
as Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados
de exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.

SUBSÍDIO
Palavras-chave: REMUNERAÇÃO
V. tb.: ADICIONAL – TETO REMUNERATÓRIO – VENCIMENTOS

Gratificações que não se incorporam mas podem ser concedidas

“Como se depreende, pelo que dispõe o art. 4º, inciso VIII, letra ‘a’
da Resolução 13, a gratificação por exercício de mandato (Presidente, Vice-Presidente,
Corregedor, Diretor de Foro e outros encargos de direção e confiança) está compreendida
no subsídio. Em verdade o que se quis expressar é que verbas de caráter permanente a
qualquer título já estão compreendidas ou subentendidas no subsídio e, portanto, extintas e
inadmitidas. Ou seja, não podem ser acrescidas individualmente ao valor desse subsídio
estabelecido na Carta Magna, que constitui parcela única, solitária e inalentável. Tem-se
então que este Conselho definiu que a gratificação por exercício de mandato de Presidente
de Tribunal e de investidura como Diretor do Foro caracteriza mera verba de caráter
temporário e transitório, esta sim não estando compreendida no subsídio dos magistrados,
nem podendo a ele se agregar evidentemente. Isto porque tem caráter efêmero e só incide
enquanto o magistrado estiver exercendo funções adicionais como as de Presidente e
Diretor do Foro” (CNJ – PP 200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Instituição que causa perda salarial. Exigência de garantia da irredutibilidade

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


944

“No entanto, na hipótese de ocorrer decesso remuneratório do


magistrado com a instituição do regime de subsídio, há de se preservar a garantia
constitucional da irredutibilidade até o limite do teto, de modo a manter o valor nominal da
remuneração que o magistrado percebia anteriormente ao advento da lei do subsídio,
mediante o pagamento da diferença a título de Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI, até se absorvida integralmente pelos novos valores do subsídio” (CNJ
– PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Magistrados. Coexistência de verbas com subsídio


Vide: art. 5º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006.

“Como se depreende, pelo que dispõe o art. 4º, inciso VIII, letra ‘a’
da Resolução 13, a gratificação por exercício de mandato (Presidente, Vice-Presidente,
Corregedor, Diretor de Foro e outros encargos de direção e confiança) está compreendida
no subsídio. Em verdade o que se quis expressar é que verbas de caráter permanente a
qualquer título já estão compreendidas ou subentendidas no subsídio e, portanto, extintas e
inadmitidas. Ou seja, não podem ser acrescidas individualmente ao valor desse subsídio
estabelecido na Carta Magna, que constitui parcela única, solitária e inalentável. Tem-se
então que este Conselho definiu que a gratificação por exercício de mandato de Presidente
de Tribunal e de investidura como Diretor do Foro caracteriza mera verba de caráter
temporário e transitório, esta sim não estando compreendida no subsídio dos magistrados,
nem podendo a ele se agregar evidentemente. Isto porque tem caráter efêmero e só incide
enquanto o magistrado estiver exercendo funções adicionais como as de Presidente e
Diretor do Foro” (CNJ – PP 200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

“Os magistrados da União que ingressaram antes da edição da


Medida Provisória 1.573/96 e que atendem aos requisitos do artigo 17 da Lei 8.270/91,
combinado com o artigo 65, X, da Lei Complementar 35/79 (LOMAN), e Decreto 493/92,
fazem jus, além do valor do subsídio, ao percebimento da vantagem transitória de
Gratificação Especial de Localidade – GEL como Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI, enquanto permanecerem em exercício nas varas localizadas em zonas
de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, limitado o
rendimento total ao valor do teto remuneratório, conforme inciso I do artigo 5º da
Resolução 13 do CNJ” (Enunciado Administrativo CNJ 4, de 28.11.2006).
Precedente: PP 603 – 27ª Sessão – 10.10.2006.

“Por esse norte, conclui-se que as verbas pagas pelo exercício da


Presidência de Tribunal ou pela investidura como Diretor de Foro, remunerações essas
eventuais ou temporárias, podem ser concedidas pelos Tribunais tão-só enquanto o
magistrado estiver exercendo as respectivas funções, mantida a impossibilidade de
incorporação e preservada a característica de transitoriedade e, ainda, obedecido o disposto
no parágrafo único do art. 5º da referida Resolução, ou seja, a soma das verbas previstas
com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remuneratório” (CNJ – PP
200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008
– Parte do voto do Relator).

Magistrados. Cumulação com proventos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


945

Pedido de Providências. TRT da 18ª Região. Aplicação da Res. 13


do CNJ, de 21.03.2006, às hipóteses de cumulação de proventos e subsídios. Consulta
respondida no sentido de se assegurar a acumulação de proventos com subsídio, sendo a
soma limitada ao teto remuneratório de que trata o inciso XI do art. 37 da CF, assegurando-
se o recebimento do excedente como verba remuneratória destacada e não sujeita a
qualquer tipo de reajuste, majoração ou correção, até que seja absorvida pelas majorações
futuras do subsídio. (CNJ – PP 729 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Magistrados. Extinção de verbas incorporadas no subsídio


Vide: art. 4º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006.

Magistrados. Subsídio composto por parcela única

“O subsídio mensal dos Magistrados constitui-se exclusivamente


de parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, de qualquer origem” (art. 3º da
Res. CNJ 13, de 21.03.2006).

Parcela de equivalência

“Vê-se, assim, que não caberia ao Conselho Nacional de Justiça


excluir verbas outorgadas à magistratura local por leis e constituição do respectivo Estado,
mesmo que tais vantagens não estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88.
Dessa forma, a parcela de equivalência, por ser um valor transitório e referente a uma
reposição de diferença de remuneração no passado, se excluída agora, reiteraria o prejuízo
de então que pretendia repor. Ademais, na União tal parcela acabou incorporada pela Lei
10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixação do subsídio e do teto. Por outro
lado, no que se reporta ao ‘abono família’ devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados,
vantagem de lei de 1948, não há como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsídio,
por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da
LOMAN. No mesmo sentido, a gratificação chamada de adicional trintenário, com
expressa previsão na Constituição do Estado, e já reconhecido pelo egrégio STF não possui
a natureza de adicional de tempo de serviço” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

Possibilidade de cumulação de subsídio com outras verbas

“Em conclusão, conforme me manifestei no PP 45, tanto para a


Justiça da União, quanto para a Justiça Estadual estabeleceram-se regras idênticas: I)
Máximo possível de fixação de subsídio para os membros dos Tribunais: 90,25% do
subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal; II) Existência de verbas legais não
inclusas na parcela única do subsídio (art. 5º da Res. CNJ 13/2006); III) Possibilidade de
cumulação entre subsídio e verbas legalmente previstas, respeitando o teto remuneratório
(CF, art. 37, XI)” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Vedação da adoção do subsídio como base de cálculo das gratificações

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


946

“O art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do


subsídio como base de cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º
daquela Resolução, determinando a manutenção da base de incidência estabelecida
anteriormente, até que sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Afirma o
TJPA o cumprimento daquela disposição, assinalando, em total incongruência, que a base
de incidência das gratificações de representação recai dobre o subsídio. A toda evidência,
verifica-se – nessa situação – contrariedade ao ato normativo deste Conselho, pois a Lei
6.783/2005, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Dessa maneira, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo
definida na Res. 13/2006, CNJ, nos termos do seu artigo 9º” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

“Quanto à base de incidência das gratificações de representação, o


art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do subsídio como base de
cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º da mesma Resolução,
determinando a manutenção da base de incidência estabelecida anteriormente, até que
sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Compulsando as folhas de
pagamento, após a regularização pelo TJAC (fls. 108-23), constata-se afronta à disposição
normativa deste Conselho, pois a Lei Complementar 139 de dezembro de 2004, do Estado
do Acre, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Assim sendo, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo do
sistema remuneratório anterior, como definido na Res. 13/2006 do CNJ, nos termos do seu
artigo 9º” (CNJ – PCA 436 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

SUBSTITUIÇÃO DE JUÍZES TITULARES


Diferença de remuneração

Pedido de Providências. Consulta formulada pela Presidente do


TRT da 18ª Região. Escorreita interpretação a ser conferida ao art. 9º da Res. 13 do
Conselho Nacional de Justiça. Forma de cálculo da remuneração devida aos Juízes do
Trabalho substitutos quando designados para substituírem os juízes titulares de Vara do
Trabalho. Exegese que há de ser harmonizada com as diretrizes traçadas pelo art. 124 da
LC 35/59 (LOMAN) e pelo § 3º do art. 656 da CLT. Resposta à consulta formulada no
sentido de que mesmo em face do quanto disposto no art. 9º da Res. 13/CNJ, o Juiz do
Trabalho Substituto, quando designado ou estiver substituindo o juiz titular de Vara do
Trabalho, e mesmo o juiz titular de Vara quando convocado para atuar no Tribunal, faz jus
ao pagamento da diferença remuneratória, por força de lei, correspondente à diferença
entre o valor do subsídio do cargo de origem e o valor do subsídio do cargo objeto da
substituição. (CNJ – PP 1007 – Rel. Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006).

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal Regional Federal da 4ª


Região. Interpretação do artigo 9º da Res. 13 deste Conselho. Juiz Federal Substituto
designado ou em substituição a Juiz Titular de Vara Federal e Juiz Federal titular
convocado para atuar no Regional fazem jus ao pagamento da diferença remuneratória, por
força de lei, correspondente à diferença entre o valor do subsídio do cargo de origem e o

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


947

valor do subsídio do cargo objeto da substituição. Precedente deste Egrégio Conselho


Nacional de Justiça no Pedido de Providências 1007/2006. (CNJ – PP 1057 – Rel. Cons.
Vantuil Abdala – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. Substituição em entrância ou instância. Direito à
contraprestação correspondente ao cargo interino. Valor remuneratório fixado em Lei
Estadual inferior ao patamar estipulado na Lei Orgânica da Magistratura. Reserva de Lei
Complementar Federal de caráter nacional. – “Versando a Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (LC 35/79) sobre o valor remuneratório decorrente das substituições por
magistrados de entrância ou instância inferior (art. 124), não há chance constitucional para
o exercício inovador da competência legislativa dos Estados (CF, art. 93, caput), em
detrimento da disciplina constante da lei nacional” (CNJ – PP 200810000022372 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

Substituição de membro de tribunal por magistrado de primeiro grau.


Diferença de remuneração

Procedimento de Controle Administrativo. Pagamento de


diferença remuneratória e diárias a magistrados de primeiro grau em atuação no
Tribunal. – “I) É devido ao magistrado que substitui no tribunal, a diferença remuneratória
do cargo superior que exerce temporariamente (RISTJ, art. 56). II) Não devem ser pagas
diárias ou ajuda de custo como forma de remuneração aos magistrados designados para
auxiliar no Tribunal” (CNJ – PCA 177 – Rel. Paulo Schmidt – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006).

Substituição em entrância ou instância. Direito à contraprestação

Procedimento de Controle Administrativo. Magistratura. Conselho


Nacional de Justiça. Competência para afastamento da aplicação de norma conflitante
com a Constituição nos casos concretos. Substituição em entrância ou instância. Direito à
contraprestação correspondente ao cargo interino. Valor remuneratório fixado em lei
estadual inferior ao patamar estipulado na Lei Orgânica da Magistratura. Reserva de Lei
Complementar Federal de caráter nacional. – “Versando a Lei Orgânica da Magistratura
Nacional (Lei Complementar 35/79) sobre o valor remuneratório decorrente das
substituições por magistrados de entrância ou instância inferior (art. 124), não há chance
constitucional para o exercício inovador da competência legislativa dos Estados (CF, art.
93, caput), em detrimento da disciplina constante da lei nacional” (CNJ – PP
200810000022372 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Junior – 86ª Sessão – j.
09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

SUBSTITUIÇÃO DE MAGISTRADO NO SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO


Antiguidade como critério para as substituições de magistrados

“O acolhimento do pedido de imposição da antigüidade como


critério definidor de substituições macularia a garantia da autonomia administrativa e
financeira deferida aos órgãos jurisdicionais, desbordando as funções confiadas pela
Constituição Federal ao CNJ” (CNJ – PP 1251 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior
– 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


948

Convocação de magistrados de primeiro grau. Critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TJRJ. RES/CNJ 17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no art. 37 da
CF/88. Substituição de magistrado em segundo grau. Forma e quórum especial para
convocação imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. Fato novo. Falta de interesse
superveniente. Critérios objetivos para convocação. Inobservância pelo RI/TJRJ. – “I)
Observância, pelo Regimento Interno do TJRJ (Res./TJRJ 25/2008), da regra erigida pela
Res./CNJ 17/06, concernente à forma e quorum exigidos para convocação de magistrados à
substituição em segunda instância. II) A titularidade de Vara da Comarca da Capital não se
apresenta como critério legítimo de aferição de merecimento, maturação ou qualificação
técnica para, por si só, orientar a seleção dos magistrados prontos ao desempenho de
tarefas jurisdicionais de segundo grau, ainda que o critério complementar erigido pelo
Tribunal requerido consista, como no presente caso, em prestigiar os magistrados mais
antigos ou os que detenham experiências anteriores em substituição na segunda instância.
III) A Res./CNJ 72/2009 fixou regra de atendimento, na convocação de magistrados, dos
mesmos critérios objetivos exigidos para justificar a promoção. IV) Procedimento a que se
julga parcialmente procedente para efeito de compelir o TJRJ a adequar, no prazo de 90
dias, os §§ 2º e 3º do art. 19 de seu Regimento Interno aos princípios da isonomia,
impessoalidade e demais vetores do art. 37 da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06.
Prejudicado o pedido de controle do art. 19 caput do Regimento Interno do TJRJ” (CNJ –
PCA 200810000018009 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 84ª Sessão –
j.12.05.2009 – DJU 15.05.2009).

Convocação que não se restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da


sede da respectiva Região

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração do Regimento


Interno do TRT/3ª Região. RES/CNJ 17/06. Inobservância dos princípios insculpidos no
art. 37 da CF/88 na eleição do critério de substituição de magistrado em segundo grau.
Falta de previsão do quorum especial imposto pelo art. 1º da RES/CNJ 17/06. – “A
problemática afeta à averiguação da validade de critérios regimentais de substituição de
magistrados, em segunda instância, não está, certamente, restrita à Justiça Trabalhista,
denotando relevância para todos os órgãos jurisdicionais. Ao CNJ incumbe, em caso de
dúvida manifesta, a análise da legitimidade dos fatores de discriminação inscritos nos
respectivos regimentos internos, em cumprimento ao disposto na Res. 17/06, bem assim,
sua relação de compatibilidade com os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade administrativa e juiz natural. A titularidade em Vara da Capital não se mostra,
à toda evidência, critério de aferição de merecimento, maturação ou qualificação técnica
para, isoladamente, orientar a seleção dos magistrados prontos ao desempenho de tarefas
jurisdicionais de segundo grau jurisdicional. A delegação de competência ao Presidente do
TRT/3ªR para operar as convocações, mormente em razão da ausência de parâmetros
concretos a garantirem a impessoalidade da escolha, ainda que ratificada pelo Órgão
Especial, mostra-se dissonante do artigo 1º da Res./CNJ 17/06. Nulidade do § 1º do art. 66
do RI do TRT/3ª R. VII) Julgado o conflito negativo de forma a declarar a competência do
CNJ para conhecer e deliberar sobre o caso. Pedido conhecido e julgado procedente para
efeito de compelir o TRT/3ªR a adequar, no prazo de 90 dias, o art. 66, §§ 1º e 4º de seu
Regimento Interno aos princípios da isonomia, impessoalidade e demais vetores do art. 37
da CF/88, nos termos da Res./CNJ 17/06. Prejudicado o pedido liminar de suspensão dos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


949

efeitos do § 4º do art. 66 do RI do TRT/3ª R.” (CNJ – PCA 468 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 5.12.2008).
Parte da declaração de voto vencedor do Cons. Altino Pedroso dos Santos: “É essa a
primeira razão pela qual entendo inaplicável à Justiça do trabalho a restrição contida no
inciso V, do § 1º do art. 118 da Lei Complementar 35/1979, pois me parece que a intenção
do legislador, ao excluir do art. 93 a expressão ‘e seus parágrafos’, foi limitar as exigências
para a convocação em substituição no Tribunal àquelas previstas no caput do art. 118 da
mesma Lei Complementar. Por essas razões, reconheço que a convocação para a
substituição no Tribunal não se restringe aos Juízes titulares de Vara do Trabalho da sede
da respectiva Região. Julgo procedente o pedido”.

SUBSTITUTO PROCESSUAL
V. tb.: DEFESA DE DIREITO ALHEIO EM NOME PRÓPRIO – LEGITIMIDADE
ATIVA

Defesa de direito alheio em nome próprio. Inadmissibilidade

“Cumpre asseverar não ser o requerente legitimado a postular em


nome alheio, ou seja, como substituto processual de eventuais candidatos já inscritos, com
fundamento em supostos prejuízos de natureza econômica e moral por estes suportados, a
teor do art. 6º do Código de Processo Civil” (CNJ – PP 1491 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 43ª Sessão – j. 26.06.2007 – DJU 03.08.2007).

SUCURSAIS DA ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO


Criação e sucursais da mesma serventia. Inadmissibilidade

“Caracteriza burla ao sistema de delegação de serventia por


concurso público a criação e instalação, através de desdobramento de uma mesma
serventia, em ‘sucursais’ funcionando em vários pontos do município” (CNJ – PCA
200810000006974 e PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j.
29.07.2008 – DJU 18.08.2008).

Procedimento de Controle Administrativo. Criação e manutenção


de sucursais ou filiais de serventias extrajudiciais por ato do Conselho Superior da
Magistratura do Tribunal de Justiça. Determinação de extinção das unidades
desdobradas a partir do advento da CF/88. Procedência do pedido. – “1) O caput do Art.
236 da Constituição Federal sugere e prenuncia o princípio da unicidade da delegação de
serventias extrajudiciais pelo Poder Público, de sorte que a Lei Complementar
regulamentadora apenas reiterou o que já estava prefixado na norma constitucional. 2)
Caracteriza burla ao sistema de delegação por concurso público a criação e instalação,
através de desdobramento de uma mesma serventia extrajudicial, em ‘sucursais’ ou
‘filiais’, funcionando em vários pontos do município e causando irregular aumento na sua
abrangência territorial, ainda que essa disseminação decorra de autorização administrativa
do Tribunal de Justiça (Precedente: PCA 8855)” (CNJ – PCA 200810000011994 – Rel.
Cons. Rui Stoco – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).
Parte do voto do relator: “Tais informações, não contestadas pelo Requerido, evidenciam
que os postos de atendimento criados a partir da Res. 009/2001 do TJRN, objeto do
presente PCA, extrapolam as competências para as quais foram originalmente previstos na
Lei 9.534/97. Além disso, é clara a vedação do art. 43 da Lei dos Cartórios – Lei 8.935/94,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


950

que regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais de
registro: ‘Art. 43. Cada serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, vedada a
instalação de sucursal...”. “...Significa, portanto, que só se permite o ingresso na atividade
notarial e de registro através de concurso público e apenas para uma única serventia, quer
dizer, para uma só unidade da atividade notarial ou de registro em perímetro taxativamente
estabelecido, como se depreende da dicção da norma contida no § 3º do Art. 236: ‘não se
permitindo que qualquer serventia fique vaga’, empregada a palavra ‘serventia’ no
singular. Significa, também, que a proibição de desdobramento de serventia decorre da
própria Constituição Federal, de sorte que o disposto no Art. 43 da Lei 8.935/94 (‘Cada
serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, vedada a instalação de sucursal’)
traduz mera explicitação do que preceitua o § 3º do Art. 236 da Constituição Federal”.
Decisão monocrática acerca de sucursais de cartórios: Tratando de casos de
transformações de sucursais de cartórios em novos serviços notariais, o Supremo Tribunal
Federal ratificou tal vedação em 1988: ‘DI-MC 1583 / RJ- Rio de Janeiro. Ação Direta de
Inconstitucionalidade. 2) Provimentos 1/97 e 6/97, ambos da Corregedoria-Geral da
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O Provimento 1/1997 transformou as sucursais dos
4º, 5º, 8º, 10º, 14º, 15º, 16º, 18º, 22º, 23º e 24º Ofícios de Notas do Rio de Janeiro, em
novos serviços notariais, criando, assim, mais dezenove Ofícios. O Provimento 06/1997
estendeu às Sucursais dos 10º e 17º Ofícios de Notas de Niterói as mesmas disposições
adotadas pelo Provimento 1/1997. 3) Fundamentaram-se os Provimentos referidos no art.
43 da Lei 8935/1994. 4) Alega a autora que esse dispositivo legal não pode retroagir para
alcançar situações pretéritas, invocando ofensa, pelos Provimentos e 6, ambos de 1997, ao
art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. 5) Caráter normativo dos Provimentos
impugnados. 6) Lei 8.935, de 18.11.1994, que dispôs sobre os serviços notariais e de
registro, a que se refere o art. 236 da Constituição. 7) Os Provimentos, objeto da ação, e o
art. 43 da Lei 8.935/1994. 8) No juízo cautelar, não cabe, desde logo, opor direito
adquirido à disciplina revista nos Provimentos, que estão precedidos de fundamentação. O
art. 43 da Lei 8.935/1994 estipula que cada serviço notarial ou de registro funcionará em
um só local, vedada a instalação de sucursal. 9) A fiscalização dos serviços notariais e de
registro, ut art. 236 da Constituição, pelo Poder Judiciário, tem expresso assento no § 1º do
art. 231 da Lei Maior, estando definida na lei. 10) Medida cautelar indeferida. (DJ
13-11-1998)’” (CNJ – PCA 200710000013226 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – Decisão
Monocrática – j. 30.06.2008).

SÚMULAS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Presença de advogado no processo administrativo disciplinar

Súmula 343: “É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo


administrativo disciplinar”.

SÚMULA VINCULANTE 13 DO STF


Nepotismo

Resolução do Conselho Nacional de Justiça e Súmula Vinculante


do Supremo Tribunal Federal. Fonte material direta. Antinomia. Inexistência. – “A
Súmula Vinculante 13/STF foi editada com inspiração direta e imediata nas disposições da
Res. 7/CNJ. Não só nas referências matriciais, mas explicitamente nos debates
preparatórios da súmula, a resolução do Conselho Nacional de Justiça serviu de lastro
essencial para a definição do texto final do verbete supremo. Assim, o ato do Conselho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


951

Nacional de Justiça é fonte material relevantíssima de interpretação da súmula. A


imprevisão de circunstâncias reguladas na resolução não permite a ilação de que esta
afronte Súmula Vinculante. Ao contrário, deve-se tomar a resolução como mecanismo
integrador das eventuais lacunas detectadas na aplicação prática da Súmula Vinculante.
Conclusão da Comissão Especial pela preservação intacta da Res. 7/CNJ e pelo
prosseguimento dos julgamentos dos Procedimentos Administrativos em curso no
Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PP 200810000028003 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

SUPERVISÃO ADMINISTRATIVA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Competência administrativa do Conselho Superior da Justiça do Trabalho
para apreciar matéria relativa à Justiça do Trabalho
Vide: CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

SUPLENTE
Magistrado. Vaga de suplente em Turma Recursal. Votação nominal, aberta e
fundamentada

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal. Vaga para suplente de Turma Recursal. Regimento Interno da Corte.
Merecimento. Votação Nominal, Aberta e Fundamentada. (CNJ – PCA 420 – Rel. Cons.
Gelson de Azevedo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF


Incompetência do CNJ para controlar a atuação do STF

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Representação por excesso de prazo. Incompetência funcional do
Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do Supremo Tribunal Federal. –
“O móbile constitucional, na definição das atribuições dos diversos órgãos políticos, é
montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A conclusão que se extrai da
arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de Justiça é de que ele ocupa
posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder Judiciário , exercendo o controle
administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e serventuários. Todavia, dentro da
idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-se ao Supremo tribunal Federal a
tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho Nacional de Justiça. Não faria
sentido que houvesse a constituição federal programado a competência revisora dos atos do
CNJ pelo STF e ficassem os atos deste tribunal sujeitos ao CNJ, criando um ciclo vicioso.
Precedente do STF (ADI 3367, Peluso)” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto
de Souza Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Pretensão de regulamentação da escolha de Ministros para o STF.


Inadmissibilidade

Pedido de Providências. Regulamentação da escolha de Ministros


do STF. Incompetência do CNJ. Ato de escolha pessoal do presidente da República
referendado pelo Senado Federal. (CNJ – PP 834 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j.
12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

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952

Representação por Excesso de Prazo. Pretensão de controle do STF pelo CNJ.


Inadmissibilidade

Recurso Administrativo. Representação por Excesso de Prazo.


Incompetência funcional do Conselho Nacional de Justiça para controle da atuação do
Supremo Tribunal Federal. – “O móbile constitucional, na definição das atribuições dos
diversos órgãos políticos, é montado dentro do sistema de freios e contrapesos. A
conclusão que se extrai da arquitetura institucional que concebeu o Conselho Nacional de
Justiça é de que ele ocupa posição privilegiadíssima dentro da estrutura do Poder
Judiciário, exercendo o controle administrativo, financeiro e disciplinar de magistrados e
serventuários. Todavia, dentro da idéia republicana de controlabilidade do poder, confiou-
se ao Supremo Tribunal Federal a tarefa de rever, quando necessário, os atos do Conselho
Nacional de Justiça. Não faria sentido que houvesse a Constituição Federal programado a
competência revisora dos atos do CNJ pelo STF e ficassem os atos deste Tribunal sujeitos
ao CNJ, criando um ciclo vicioso. Precedente do STF (ADI 3367, Peluso). Recurso
conhecido e improvido” (CNJ – PCA 7329 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 52ª Sessão – j. 20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO
Palavras-chave: EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO

Afastamento do magistrado no processo de interesse do recorrente.


Incabimento de medida correcional

“O afastamento voluntário dos magistrados nos feitos de interesse


dos recorrentes, após declarações de suspeição, não tem o condão de ensejar qualquer
medida correcional. Além de a matéria encontrar-se na esfera judicial, verifica-se que a
conduta está prevista na lei processual civil, cuja observância pelo julgador é imperiosa,
quando desprovido da necessária imparcialidade para o julgamento da lide” (CNJ – RD
200810000000200 – Rel. Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 65ª Sessão – j.
24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Afastamento do magistrado suspeito ou impedido pela Corregedoria-Geral

“Absolutamente incompetente para processar e julgar a exceção de


suspeição o órgão administrativo – Corregedoria-Geral da Justiça, por meio de correição
parcial, pois trata-se, na hipótese, de incidente processual de conteúdo jurisdicional, a ser
decidido pelo órgão fracionário do Tribunal” (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007 – Ementa não oficial).

Princípio do juiz natural. Exigência de respeito absoluto às regras


objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Possibilidade, excepcional, de afastamento de
magistrado suspeito ou impedido. Exceções de suspeição e impedimento (CPC, arts. 312 e
seguintes). Matéria jurisdicional. Impossibilidade de usurpação dessa competência pela
Corregedoria-Geral da Justiça. Desconstituição de decisão administrativa de avocação e
redistribuição de processo. Pedido procedente. (CNJ – PCA 530 – Rel. Cons. Alexandre de
Moraes – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

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953

Argüição em processo judicial. Pretensão de submeter a questão ao CNJ

Recurso Administrativo em Pedido de Providência. Arquivamento


determinado em decisão monocrática. Argüição de suspeição em processo judicial.
Incompetência do CNJ. – “A argüição de suspeição é um incidente processual que em nada
se relaciona com as questões administrativas do Poder Judiciário para as quais este
Conselho tem competência estabelecida constitucionalmente para atuar” (CNJ – PP 5427 –
Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento determinado em decisão monocrática. Argüição de
suspeição em processo judicial. Incompetência do CNJ. – “A arguição de suspeição é um
incidente processual que em nada se relaciona com as questões administrativas do Poder
Judiciário para as quais este Conselho tem competência estabelecida constitucionalmente
para atuar” (CNJ – PCA 443 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Arguição em Revisão Disciplinar. Meio inadequado

Revisão Disciplinar. Pretensão de rever decisão em Processo


Administrativo Disciplinar em curso no Tribunal de origem, onde foi determinado o
arquivamento. Matéria tratada que busca ingressar no campo de atuação jurisdicional do
magistrado. Improcedência. – “Os pressupostos exigidos no art. 89 do Regimento Interno
do CNJ para a Revisão Disciplinar são rígidos e estabelecidos taxativamente, tal como
ocorre com a revisão criminal, no âmbito penal e a ação rescisória, no âmbito civil, não
havendo espaço nesse procedimento para a verificação da ocorrência de impedimento ou
suspeição do magistrado que presidiu o processo judicial” (CNJ – RD 200810000010606 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 72ª Sessão – j. 21.10.2008 – DJU 07.11.2008).

De magistrado. Prazo para argüição

“Assevere-se, novamente, que o prazo para apresentação de


Argüição de Suspeição encerra-se sempre que iniciado o julgamento do processo. Apesar
do CPC silenciar a respeito do dies ad quem, praticamente todos os regimentos dos
Tribunais Superiores no Brasil estabelecem como prazo limite para a argüição o início do
julgamento: art. 279 do RISTF, art. 274 do RISTJ, art. 268 do RITST, art. 138 do RISTM e
art. 58 do RITSE, este com o entendimento consagrado de que – mesmo se tratando de
motivo superveniente – é inadmissível exceção de suspeição oposta após o julgamento do
processo” (CNJ – ASI 05 – Rel. Min. Ellen Gracie – 14ª Sessão Extraordinária – j.
06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Juiz Eleitoral. Afastamento de suas funções por dez dias em razão de arguição
de suspeição

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado em


exercício no TRE/GO. Argüição de suspeição. Reclamação. Decisão de afastamento das
funções eleitorais pelo prazo de dez dias. Sanção administrativa. Ofensa princípios
constitucionais. – “O afastamento determinado pelo TRE-GO consubstanciou-se em velada
aplicação de sanção disciplinar, uma vez que o Código de Processo Civil e o Regimento
Interno do TRE/GO convergem para o afastamento do magistrado do feito que originou a
suspeição, e não de suas atividades eleitorais. O ato aqui impugnado prescinde de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


954

razoabilidade, de proporcionalidade, além de ofender os princípios constitucionais do


devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Procedimento que se julga
procedente” (CNJ – PCA 200910000018348 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 86ª Sessão
– j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

Magistrado. Argüição. Matéria de natureza jurisdicional

“Os vícios da imparcialidade, típico pressuposto de


desenvolvimento regular do processo, exigem impugnação através de instrumento próprio:
a exceção, seja de impedimento ou de suspeição. Ainda na mesma temática, impende
observar que o afastamento do magistrado, voluntário ou em razão de impugnação, a
mitigar o dogma do Juiz Natural, não pode ocorrer em território diverso do jurisdicional.
Jamais poderá ser ordenado administrativamente” (CNJ – RD 200810000009410 – Rel.
Min. Corregedor Nacional Cesar Asfor Rocha – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU
01.09.2008 – Parte do voto do Relator).

Magistrado. Argüição de suspeição para sua caracterização como de infração


disciplinar

Recurso Administrativo em Reclamação Disciplinar. Discussão de


matéria judicial. Arquivamento mantido. – “A Reclamação Disciplinar não constitui meio
idôneo à discussão de questões judiciais. A alegação genérica de suspeição não revela
infração disciplinar. Recurso não provido” (CNJ – RD 841 – Rel. Min. Corregedor
Nacional Cesar Asfor Rocha – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU 25.10.2007).

Promoção de juiz de direito. Participação de Desembargador parente do


promovido

Pedido de Providências. Desconstituição de ato administrativo.


Promoção de Juiz por merecimento. Sessão com participação e voto de Desembargador
com grau de parentesco do Juiz promovido. Nulidade do ato. Aplicação da resolução n° 6,
de 13.09.2005, do CNJ. (CNJ – PP 300 – Rel. Cons. Marcus Faver – 39ª Sessão – j.
24.04.2007 – DJU 11.05.2007).

“Portanto, apesar de não estar expressamente prevista a questão


atinente à participação de membros de Tribunais em votações de promoção por
merecimento, nas quais figure parente até o terceiro grau, verifico ser necessário analisar a
questão sob o ângulo do princípio da impessoalidade e da moralidade, merecendo desse
modo interpretação sistemática com os dispositivos referidos, consignando-se o
impedimento ou a suspeição. Desse modo, o membro do Tribunal não está apenas
impedido de votar em seu parente, mas, sobretudo, não deve participar na sessão de
promoção que figure magistrado com parentesco” (CNJ – PP 200810000005910 – Rel.
Cons. Jorge Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008 – Ementa não
oficial).

Promoção por merecimento. Litígio judicial entre o juiz de primeiro grau


concorrente ao cargo e Desembargador do Tribunal. Ausência de
impedimento deste para participar da deliberação da Corte

Consulta. Impedimento. Promoção por merecimento. Formação de


lista tríplice. Desembargador de Tribunal. Litígio Judicial. Magistrado concorrente. – “1)

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


955

O Desembargador de Tribunal, se demandado judicialmente por magistrado de primeiro


grau de jurisdição, e unicamente por isso, não está impedido de participar da deliberação
da Corte sobre a formação de lista tríplice para promoção, por merecimento, em que
concorra o demandante. 2) A escolha do Juiz que comporá o Tribunal, mediante promoção,
por merecimento, desenvolve-se mediante procedimento administrativo (art. 6º da Res.
6/2005, do CNJ), em que não há contraditório, razão pela qual não incide, na espécie, a
norma prevista no art. 18, inc. III, da Lei Federal 9.784/1999, concernente à hipótese de
processo administrativo. 3) Entendimento em contrário poderia conduzir ao rematado
absurdo de ensejar ao Juiz que disputa promoção, por merecimento, eleger, em tese, ao
sabor de suas conveniências, os membros do Tribunal que participariam da votação da
lista, bastando, para tanto, que movesse ação judicial em desfavor daqueles cujo voto não
consulta aos seus interesses” (CNJ – PP 20081000020235 – Rel. Cons. João Oreste
Dalazen – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Remessa dos autos ao “substituto legal”. Manutenção da competência do


mesmo juízo

Impedimento e suspeição do juiz. Ampliação dos efeitos do art. 134


e 135, do Código de Processo Civil, para alcançar o juízo. Redistribuição do processo,
Matéria afeta à lei. – “I) Na hipótese de resultar acolhida a exceção de impedimento ou
suspeição do juiz, o Código de Processo Civil prevê a remessa dos autos ao “substituto
legal” do juiz impedido ou suspeito, não aludindo a redistribuição a outro juízo (arts. 313 e
314). Trata-se de vício processual que concerne à figura do juiz, como sujeito imparcial da
relação processual, e não do juízo, distintamente do que se passa no plano da
incompetência. II) De momento, portanto, encontrando-se a matéria já suficientemente
prevista em lei processual, resulta inviável ao Conselho Nacional de Justiça dispor de
forma contrária. Alteração desse jaez somente seria possível mediante projeto de lei. III)
Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ – PP 7949 – Rel. Cons. Min.
João Oreste Dalazen – 55ª Sessão – j. 29.01.2008 – DJU 20.02.2008).

–T–
TABELA PROCESSUAL UNIFICADA
Padronização e uniformização taxonômica e terminológica de classes, assuntos
e movimentação processuais

“Ficam criadas as Tabelas Processuais Unificadas do Poder


Judiciário, objetivando a padronização e uniformização taxonômica e terminológica de
classes, assuntos e movimentação processuais no âmbito da Justiça Estadual, Federal, do
Trabalho e do Superior Tribunal de Justiça, a serem empregadas em sistemas processuais,
cujo conteúdo, disponível no Portal do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br),
integra a presente Resolução” (art. 1º da Res. CNJ 46, de 18.12.2007).

Tabelas Processuais Unificadas do Poder Judiciário. Criação e implantação


Vide: Res. CNJ 46, de 18.12.2007

TAXA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


956

Cobrança como condição para recorrer em concurso de provimento de


serventias extrajudiciais

Procedimento de Controle Administrativo. Serventias


extrajudiciais. Concurso público. Recurso Administrativo. Cobrança de taxas. – “A
cobrança de taxa de inscrição já abrange as despesas com a interposição de recurso” (CNJ
– PCA 413, 464 e 483 – Rel. Cons. Rui Stoco – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU
05.09.2007).

Cobrança para desarquivamento de autos de Ação Popular

Procedimento de Controle Administrativo. TJMG. Pagamento de


Taxa para desarquivamento de Ação Popular. Lei Estadual 14.939. Art. 5º, Inciso LXXIII,
da CF. Ilegalidade reconhecida. Devolução. Procedência do pedido. – “I) O que se paga a
título de desarquivamento de processo é tributo, na modalidade taxa. II) Não é devida a
taxa de desarquivamento de autos quando se trata de ação popular, por conta da expressa
previsão constitucional. III) Importâncias recolhidas a título de taxas, mas que não
incluídas, devem ser devolvidas ao interessado, após procedimento próprio” (CNJ – PCA
553 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Diferenciação entre serviço ou preço público, taxa e tributo

Tributos. Impostos, taxas e serviços públicos. O preço do serviço


público não se confunde com taxa, não é tributo e não está sujeito às regras do artigo 141,
§ 34, da Constituição. Fato Gerador. Critério diferencial com base na tipificação.
Embargos rejeitados. – “Para a conceituação de “taxa” basta que a utilidade seja posta à
disposição do contribuinte; na compreensão do “preço do serviço” só aparece a incidência
com a utilização” (CNJ – PCA 426 e PCA 302 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 36ª Sessão – j.
13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Forma de cobrança de multa. Incabimento de liminar para suspender a


cobrança de tributo

Recurso Administrativo. Indeferimento de liminar. Pagamento em


atraso de taxa do fundo especial do TJRJ. Questionamento sobre forma de cobrança de
multa e sobre base de cálculo dos juros. Ausência dos requisitos para concessão de
liminar. Recurso improcedente. – “Ausentes o fumus boni iuris e o periculum in mora não
pode a liminar ser concedida para suspender cobrança de tributo, especialmente em sede de
Processo Administrativo” (CNJ – PCA 7433 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j.
23.10.2007 – DJU 09.11.2007).

Pretensão de suspensão do pagamento

Recurso Administrativo. Indeferimento de liminar. Pagamento em


atraso de taxa do fundo especial do TJRJ. Questionamento sobre forma de cobrança de
multa e sobre base de cálculo dos juros. Ausência dos requisitos para concessão de
liminar. Recurso improcedente. – “Ausentes o fumus boni juris e o periculum in mora não
pode a liminar ser concedida para suspender cobrança de tributo, especialmente em sede de
processo administrativo” (CNJ – PCA 200710000007433 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


957

Taxa de fiscalização das atividades registrais e notarias. Legalidade

Consulta. Taxa de fiscalização das atividades registrais e


notariais. Lei Complementar 21, de 28.02.2994, do Estado do Pará. Fundo de
Reaparelhamento do Judiciário do Estado do Pará. Legalidade. Precedentes do STF. –
“Em diversas ADIs o STF afirmou a constitucionalidade da instituição do selo de
segurança, da taxa de fiscalização em razão do poder de polícia exercido pelos Tribunais
de Justiça relativamente às atividades notariais e de registro, bem como sua destinação a
um fundo especial (ADI 3151, ADI 2129, ADI 2059 e ADI 3643). Tratando-se de taxa,
não há dúvida sobre a obrigatoriedade do recolhimento pelos titulares das serventias
extrajudiciais do Estado do Pará” (CNJ – PCA 588 – Rel. Cons. José Adonis Callou de
Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Pedido de Providência. Serviços notariais. Taxa de fiscalização.


Gratuidade. – “Não há inconstitucionalidade na cobrança de taxa de fiscalização pelo
Estado, já que, efetivamente, os serviços notariais estão sob permanente fiscalização dos
órgãos do Poder Judiciário do respectivo Estado. A forma de requerer gratuidade de
serviços notariais deve ser objeto de regulamentação pelo órgão competente de cada
Tribunal, respeitadas as peculiaridades regionais” (CNJ – PP 51 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 17ª Sessão – j. 25.04.2006 – DJU 03.05.2006 – Ementa não oficial).

TAXA DE INSCRIÇÃO
Concurso de ingresso na Magistratura. Inclusão das despesas com interposição
de recurso

“O valor pago pela taxa de inscrição inclui as despesas relativas à


interposição de recurso” (CNJ – PCA 200810000025531 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 75ª
Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

TÉCNICO JUDICIÁRIO
Gratificação de Atividade de Segurança

Resolução do Conselho da Justiça Federal. Técnicos judiciários.


Gratificação de atividade de segurança. Lei 11.416/06. – “Matéria de cunho
eminentemente individual: Não conhecimento. No mérito, a regulamentação da Lei
11.416/06 deve prever a possibilidade de enquadramento dos técnicos judiciários na área
específica de segurança, assegurando-lhes o direito à percepção da Gratificação de
Atividade de Segurança, não havendo espaço para juízo de conveniência e oportunidade”
(CNJ – PCA 200810000014740 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 –
DJU 5.12.2008).

TELEFONIA
Sistema de telefonia fixa e móvel do Conselho Nacional de Justiça
Vide: Instrução Normativa CNJ 10, de 10.11.2008.

TEMPO DE GUERRA
Vide: ADICIONAL DE GUERRA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


958

TEMPO DE SERVIÇO
V. tb.: SERVIDOR PÚBLICO

Contagem como atividade jurídica para ingresso na Magistratura. Auditor


Fiscal

“O cargo de Auditor Fiscal do Trabalho e os antigos cargos de


Auditor Fiscal da Previdência Social e de Auditor Fiscal da Receita Federal são
computáveis no tempo de atividade jurídica exigido para ingresso na magistratura. O
exercício do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, criado pela Lei
11457/2207, também é computável para aqueles efeitos” (CNJ – PP 1438 – Rel. Cons.
Eduardo Lorenzoni – 42ª Sessão – j. 12.06.2007 – DJU 29.06.2007).

Contagem recíproca

Contagem recíproca de tempo de serviço. Limites fixados nos arts.


37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, de acordo com a redação dada pelas Emendas
Constitucionais 20, 41 e 47. Impossibilidade de reconhecimento para todos os efeitos dos
tempos de serviços prestados para pessoas jurídicas diversas. Pedido improcedente. (CNJ –
PCA 8188 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU
27.09.2007).

Magistrado. Contagem de tempo de serviço prestado á CEF

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo. Contagem de tempo de serviço prestado à CEF. Magistrado. Ausência de
ilegalidade. Pedido julgado improcedente. – “A contagem de tempo de serviço prestado
junto à Caixa Econômica Federal como tempo de serviço público anterior à magistratura
não traduz ofensa à legislação brasileira vigente, eis que não poderá ser utilizada como
critério para fins de movimentação na carreira. Desnecessidade do cômputo do tempo de
serviço, diante dos demais critérios para apuração da antiguidade” (CNJ – PCA
200810000031099 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU
06.04.2009).

Prestado por servidor à administração direta do Estado. Contagem para fins


de percepção de adicionais

Adicional por tempo de serviço. Servidor público federal. Anuênio.


Tempo de serviço prestado à administração indireta. Contagem sem limitação temporal.
Inviabilidade. – “1) O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União já
sedimentaram o entendimento de que se computa o tempo de serviço prestado em prol da
administração pública indireta – empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações instituídas pelo Poder Público –, para fins de percepção de adicional por tempo
de serviço. 2) Os servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações
públicas federais, todavia, somente fazem jus à contagem do tempo de serviço prestado a
empresas públicas federais e sociedades de economia mista – entidades da Administração
Pública Indireta - para os fins de percepção de adicional por tempo de serviço se estiveram
sob o regime da Lei 8.112/90 em algum momento compreendido entre 12/12/1990 e
10/12/1997, em cujo interstício havia previsão legal de concessão de anuênio. 3) Os

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


959

servidores que ingressaram no regime da Lei 8.112/90 somente após 10/12/1997 – dia
anterior ao início da vigência da Lei 9.527/97 – , não incorporam adicional por tempo de
serviço conquistado anteriormente ao tempo em que empregados de estatal, pois não há
direito adquirido a vantagens de regime jurídico diverso. 4) Pedido formulado em
Procedimento de Controle Administrativo que se julga improcedente” (CNJ – PCA
200910000011883 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU
17.06.2009).

TERCEIROS INTERESSADOS
Intervenção nos autos

Procedimento de Controle Administrativo. Concurso Público para


oficiais de Cartórios de Notas e de Registro do Rio Grande do Sul. Intervenção de
interessados. Aplicação da Lei 9.784/99. Alegação de descumprimento, pela Comissão
Examinadora, da decisão de mérito exarada pela Suprema Corte pátria. Questão
jurisdicionalizada. Impossibilidade de intervenção do Conselho Nacional de Justiça. Não-
conhecimento do pedido. (CNJ – PCA 186 – Rel. Cons. Germana de Moraes – 27ª Sessão
– j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Intimação por edital

Procedimento de Controle Administrativo. Insurgência contra a


intimação de terceiros interessados por edital. Alegação de que o Tribunal não incluiu no
concurso algumas serventias criadas após o advento da CF/88 e da Lei Federal 8.935/94
e que estariam em regime ilegal de acumulação. – “Não há falar em cerceamento de defesa
por falta de intimação pessoal dos terceiros interessados. A intimação por edital encontra
supedâneo em norma constante do Regimento Interno do CNJ, inexistindo previsão legal
ou regimental de intimação pessoal, como pretendido” (CNJ – PCA 200810000006974 e
PCA 200810000008855 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU
18.08.2008).

Omissão da manifestação. Instrução insuficiente

Pedido de Esclarecimentos. Possível prejuízo a terceiros. Omissão


da manifestação. Instrução insuficiente. – “A manifestação de terceiros interessados
delimita o campo de cognição, especialmente quando insuficiente a documentação
representativa de suas situações subjetivas. Pedido de Esclarecimentos improvido, sem
prejuízo de renovação de pleito, de forma autônoma e adequadamente instruído” (CNJ –
PCA 11734 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 –
DJU 08.02.2008).

TERÇO CONSTITUCIONAL SOBRE FÉRIAS


V. tb.: FÉRIAS

Servidor público. Contribuição previdenciária

Procedimento de Controle Administrativo. Contribuição


previdenciária do servidor público sobre horas-extras e 1/3 constitucional de férias.
Impossibilidade. Precedentes do STF. – “I) Não incide contribuição previdenciária sobre

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


960

parcelas não computadas para o cálculo dos benefícios de aposentadoria. II)


Impossibilidade de determinação administrativa para imediata devolução de valores
descontados, em face do orçamento de cada tribunal e das vedações constitucionais (art.
167, inciso VI, da CF)” (CNJ – PCA 183 e PCA 184 – Rel. Alexandre de Moraes – 29ª
Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA


Vide: Portaria Conjunta 178, de 09.10.2007

TETO DE VENCIMENTOS DA MAGISTRATURA


Vide: TETO REMUNERATÓRIO – VENCIMENTOS OU PROVENTOS DE
APOSENTADORIA DA MAGISTRATURA

TETO REMUNERATÓRIO
Palavras-chave: REMUNERAÇÃO – TETO DE VENCIMENTOS DA
MAGISTRATURA
V. tb.: MAGISTRADOS – SERVIDOR PÚBLICO – SUBSÍDIO – VENCIMENTOS

Adicionais por tempo de serviço recebidos de boa-fé

“Quanto ao adicional por tempo de serviço, que aqui interessa no


momento, considerou-se que absorvido pelo sistema de subsídios, compreendido em seu
valor, mas, veja-se, e aí o ponto nodal, sem que isso, no caso, tivesse representando
decréscimo à remuneração dos impetrantes. Essa, em verdade, e ao que se crê, a razão pela
qual o julgamento referido não chegou a enfrentar o adicional sob a perspectiva da
irredutibilidade. Por óbvio, não se discute irredutibilidade se redução não houve. E, de
mais a mais, nem faria sentido, de novo pelo que se acredita, garantir irredutibilidade de
gratificação nem mesmo prevista na LOMAN, e não a adicional contemplado pela mesma
legislação (art. 65, VIII). A tese, parece, foi a de que como o teto primitivo impunha a
todos os Magistrados percepção, contando o ATS, de remuneração não superior ao
montante recebido por Ministro, então a implantação do subsídio, absorvendo esses
valores, não ocasionou redução alguma (v. fls. 16/17, item 26, do voto do Min. Sepúlveda
Pertence). De toda sorte, quando mais não fosse, restaria ainda a questão da incidência, à
espécie, do princípio da boa-fé objetiva, de inspiração constitucional (art. 3º, I), e que
concorreria a obviar corte de que se pudesse cogitar. Anotei, no voto antes proferido, que
‘o quadro subjacente ao debate presente envolve a percepção de verba prevista na
LOMAN, de modo contínuo no tempo. E por muito tempo. São anos, décadas até, durante
as quais juízes, além dos servidores, recebem verbas previstas em lei, que compõe a
remuneração, de boa-fé auferida, a qual encerra a contrapartida de trabalho prestado e a
renda de que se utilizam para viver. Em diversos termos, escudado em lei, o Poder Público,
por dez, vinte, trinta anos, paga ao integrante do Judiciário verbas que compõe sua
remuneração, sem qualquer ressalva. Cria a confiança em que esse o importe legítimo da
contrapartida pelos serviços prestados. Com base no respectivo valor, na confiança
despertada sobre sua legitimidade, e reforçada pela previsão da irredutibilidade, o
recebedor organiza seu orçamento, seus gastos, enfrentados, dadas as vedações impostas ao
juiz (art. 95 da CF/88 e art. 36 da LOMAN), essencialmente com a quantia que
consubstancia sua remuneração. E, passado todo esse tempo, o Poder Público, quebrando a
justa expectativa criada, a pretexto de adequar a remuneração ao teto posteriormente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


961

instituído, mercê de reforma constitucional, que, entretanto, não exclui a garantia de


irredutibilidade, supondo inclusive que isso fosse possível, ante a natureza do direito
envolvido, e procurando afastá-la ao argumento da ilegitimidade das verbas que sempre
pagou, corta parte da remuneração que vinha sendo paga a seu servidor, em sentido amplo
e comum. Ora, já não fosse o quanto antes deduzido no tocante à irredutibilidade, tem-se
que a situação é típica, conforme se crê, de maltrato a um princípio básico na relação entre
as pessoas, de ordem e origem também constitucional (art. 3º, I), aplicável não só no trato
entre particulares, mas igualmente à Administração Pública. Refere-se o princípio da boa-
fé objetiva, corolário do solidarismo elevado, na disposição constitucional citada, a
elemento axiológico básico do sistema, verdadeiro imperativo ético, de lealdade, a permear
as relações em geral, as jurídicas dentre elas. Cuida-se de um padrão ético de
comportamento, um standard de conduta leal, colaborativa, de preservação da confiança e
expectativa despertadas (ver, por todos, a respeito: ADOLFO DI MAJO. Obbligazioni in
genere. Bolonha: Zanichelli, 1985, p. 312). E, contido no amplo espectro desse princípio,
revelando uma das inúmeras funções que lhe são reconhecidas, no caso de limitação ao
exercício de direitos, quer-se vedar comportamentos contraditórios. É a chamada teoria dos
atos próprios, em cujos lindes se coloca a proibição do venire contra factum proprium.
Significa exercitar prerrogativa dissonante, contraditória com comportamento anterior (cf.
JUDITH MARTINS COSTA. A Boa Fé no Direito Privado. São Paulo: Ed. RT, p. 461).
Na espécie, seria a Administração pagar, ao pressuposto de que legítimo esse pagamento,
inclusive porquanto escudado em lei e não raro prestigiado pela jurisprudência, uma certa
remuneração a seus servidores e, tempos depois, à consideração de que alterada a
legislação, mesmo na esfera constitucional, cortar parte das verbas pagas, desconsiderando
a irredutibilidade ao argumento de que ilegítimas as verbas cortadas. Seria, a rigor, como
que uma autotutela tardia, senão pela prescrição administrativa, mas de novo por obra e
incidência da boa-fé objetiva, aqui externada pelo fenômeno da suppressio, ou seja, a perda
da possibilidade de exercício de uma prerrogativa pela inércia do titular durante tempo
passado de tal modo a criar a justa expectativa de que a mesma prerrogativa não mais se
exercitaria (MENEZES CORDEIRO. Da boa fé no Direito Civil., Coimbra: Almedina,
1984, v. 2, p. 466). Posta a matéria ao âmbito administrativo, é o que ALMIRO DO
COUTO E SILVA, forte em larga doutrina que cita, em precedente líder, consubstanciado
no RE 85.179-RJ, bem assim no que lembra chamar-se de situação que o tempo
consolidou, considera ser mesmo uma limitação ao exercício da autotutela, não fosse a
ressalva já contida na própria Súmula 473, que a contempla, em nome da segurança
jurídica e da aparência de legitimidade, aliás, no caso mesmo presumida, característica dos
atos administrativos, e ainda que diante da prática de um ato inválido pela Administração
(Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado
de Direito Contemporâneo. Revista de Direito Público, n. 84, out.-dez./1987, p. 46-63).
De uma maneira ou de outra, sempre uma questão ou uma preocupação de não frustrar a
justa expectativa criada nas relações, a confiança despertada no sujeito. Exatamente o que
se daria se agora se desconsiderasse a irredutibilidade a pretexto de que ilegítimo o
adicional’. De todo modo, respeita-se a vontade da maioria e, como constou de fls., torna-
se definitiva a liminar para corte. Por fim, quanto às verbas glosadas, resta a chamada
diferença individual de magistrado, que no voto de fls. já se reconhecia inespecífica e
inexplicada. Mas por assim ter permanecido, ou seja, remanescendo a falta de justificativa
sobre sua origem e amparo legal, ou por decisão judicial, repita-se, na esteira do que já
constara do voto de instauração, determina-se o seu corte. A última ressalva a se fazer diz
com a orientação fixada no julgamento do PCA 436, que se deliberou que as verbas
mantidas, quando já implantado o regime do subsídio, devem ser calculadas sobre o
importe da remuneração anterior. Nesses termos, então, com a ressalva de posicionamento
pessoal deste relator, julga-se parcialmente procedente este Procedimento de Controle

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


962

Administrativo, para determinar o corte do ATS e da diferença individual de magistrado,


tudo nos moldes do quanto no voto se detalha” (CNJ – PCA 485 – Rel. Cons. Cláudio
Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Aplicação aos servidores do Poder Judiciário

Pedido de Providências. Gratificação para Presidente do


Tribunal. Fixação de teto para os servidores no limite de R$24.500,00. Pagamento de
substituição aos magistrados. Efeitos financeiros retroativos das verbas devidas. Consulta
respondida. – “I) É devido o pagamento de gratificação para o exercício da função de
Presidente do Tribunal (art. 5º, Resolução 13-CNJ). II) O teto remuneratório aplica-se
também aos servidores do Poder Judiciário (art. 1º, Res. 14-CNJ). III) Magistrado
substituto faz jus à remuneração do substituído (art. 5º, II, da Res. 13-CNJ). IV) Não houve
motivo para cessar os pagamentos das verbas já disciplinadas nas resoluções do CNJ, de
sorte que o pagamento deve ser imediato” (CNJ – PP 606 – Rel. Oscar Argollo – 7ª Sessão
Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Cargo em comissão. Sujeição de proventos e gratificações, cumulativamente


considerados, ao teto remuneratório

Pedido de Providências. Esclarecimento sobre o teor das Res. 13 e


14, do Conselho Nacional de Justiça. Abrangência dos proventos e gratificação por
exercício de cargo em comissão no Tribunal. Sujeição ao teto. Arquivamento, com
resposta à consulta formulada. (CNJ – PP 605 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 24ª Sessão –
j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).

Constitucionalidade

“Todos os argumentos por mim lançados anteriormente, bem como


a decisão do Supremo Tribunal Federal, na ADI 3854, confirmam a constitucionalidade da
fixação do teto remuneratório da Justiça Estadual – que não pode ser confundido com os
subsídios máximos dos Desembargadores Estaduais – no mesmo valor referente ao teto
remuneratório das Justiças Federal, Trabalhista e Penal Militar, ou seja, no valor
correspondente aos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, atualmente em
R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais)” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Cumulação de proventos e subsídios

Pedido de Providências. TRT da 18ª Região. Aplicação da Res. 13


do CNJ, de 21.03.2006, às hipóteses de cumulação de proventos e subsídios. Consulta
respondida no sentido de se assegurar a acumulação de proventos com subsídio, sendo a
soma limitada ao teto remuneratório de que trata o inciso XI do art. 37 da CF, assegurando-
se o recebimento do excedente como verba remuneratória destacada e não sujeita a
qualquer tipo de reajuste, majoração ou correção, até que seja absorvida pelas majorações
futuras do subsídio. (CNJ – PP 729 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Cumulação de proventos e vencimentos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Pedido de Providências. Magistrados. Consulta sobre a


acumulação de proventos e vencimentos de cargo comissionado. Submissão ao teto. Art.
40, § 11, da CF/88; arts. 5º e 6º, da Res. 13, e art. 2º, inciso II, letra “f”, da Res. 14,
ambas do CNJ. Arquivamento, com reposta à consulta formulada. – “Para a consulta
vertente, permanece a mesma vinculação da soma dos proventos e vencimentos de cargo
comissionado ao teto, mas agora considerado, nos Estados, o idêntico limite existente para
a Justiça da União” (CNJ – PP 806 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 31ª Sessão – j.
05.12.2006 – DJU 21.12.2006 – Ementa não oficial).
Observações:
1. A Resolução 13, de 21.03.2006, dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório
constitucional e do subsídio mensal dos membros da magistratura (vide Enunciado
Administrativo 4, de 28.11.2006);
2. A Resolução 14, de 21.03.2006 dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório
constitucional para os servidores do Poder Judiciário e para a magistratura dos Estados que
não adotam o subsídio.

Pedido de Providências. Teto remuneratório e cumulatividade de


proventos e vencimentos. Possibilidade. Respeito ao teto. – “A possibilidade de exercício
de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração por servidor aposentado (CF, art.
37, X) deve ser harmonizada com a regra do teto moralizador (CF, art. 37, XI). Assim,
irrepreensível o corte vencimental com o propósito de adequar o somatório das
remunerações, como servidor ativo e como servidor jubilado, ao teto nacional a ser
observado no sistema remuneratório de todos os agentes do Poder Judiciário brasileiro.
Pedido indeferido” (CNJ – PP 10950 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 54ª
Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Exercício de função temporária. Verba que, cumulativamente considerada


com o subsídio, não pode ultrapassar o teto remuneratório

Teto de vencimentos ou subsídios. Res. 13, de 21.03.2006. Funções


de Presidente de Tribunal, Vice-Presidente e Corregedor-Geral. Esclarecimentos sobre a
inclusão da verba pelo exercício de funções temporárias. – “Esclareço à autoridade
requerente que a verba pelo exercício temporário das funções de Presidente, Vice-
Presidente ou Corregedor não está incluída no subsídio de Desembargador, não podendo,
entretanto, a soma do subsídio com a citada verba, ultrapassar o limite de 90,25 (noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio dos Ministros da Excelsa Corte,
em conformidade com o disposto na Res. CNJ 7, de 18.10.2005” (CNJ – PP 598 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 – DJU 15.09.2006).
Observação: Por decisão do Supremo Tribunal Federal, o limite ou teto para os
magistrados estaduais e federais é o mesmo, ou seja, 100% (e não 90,25%) do subsídio dos
Ministros, correspondendo atualmente a R$ 24.500,00, nos termos da Lei 11.143, de
26.07.2005.

Irredutibilidade de vencimentos dos magistrados

Pedido de Providências. Consulta. Vencimentos. Aposentadoria.


Magistrados. Acréscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (art. 184, inciso III,
da Lei 1.711/52, c.c. o art. 250 da Lei 8.112/90) e o teto constitucional após a EC
41/2003. Garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos. Intangibilidade. – “I)
Não obstante cuidar-se de vantagem que não substantiva direito adquirido de estatura

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


964

constitucional, razão por que, após a EC 41/2003, não seria possível assegurar sua
percepção indefinida no tempo, fora ou além do teto a todos submetido, aos impetrantes,
porque magistrados, a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de
vencimentos modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas
constitucionais mesmas. II) Ainda que, em tese, se considerasse susceptível de sofrer
dispensa específica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto
norma expressa e inequívoca, a que não se presta o art. 9 o da EC 41/02, pois o art. 17 do
ADCT, a que se reporta, é norma referida no momento inicial de vigência da Constituição
de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua
eficácia; de qualquer sorte, é mais que duvidosa a sua compatibilidade com a ‘cláusula
pétrea’ de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituição
de 1988, recebida como ato constituinte originário. III) Os impetrantes – sob o pálio da
garantia da irredutibilidade de vencimentos –, têm direito a continuar percebendo o
acréscimo de 20% sobre os proventos, até que seu montante seja absorvido pelo subsídio
fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. (...) (STF, MS. 24.875/DF,
Relator Ministro Sepúlveda Pertence). Consulta respondida afirmativamente, com
ressalvas” (CNJ – PP 666 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Magistrados. Cumulação de proventos com pensão parlamentar obtida até a


edição da Lei 9.506/97. Inaplicabilidade excepcional do teto constitucional

Consulta. Resoluções CNJ 13 e 14/06. Possibilidade de


acumulação de subsídios/proventos de magistrados ativos/inativos com proventos
intitulados pensão parlamentar, desde que, esses últimos obtidos até a edição da Lei 9.506,
de 30.10.1997, ou seja, até o momento de extinção do IPC – Instituto de Previdência dos
Congressistas, ou seus congêneres estaduais. Hipótese excepcional de inaplicabilidade do
teto remuneratório constitucional. Impossibilidade de acumulação de proventos de
aposentadoria de magistrados com proventos intitulados pensão parlamentar originários do
exercício de cargo de congressistas ou Deputado Estadual à conta do regime de
previdência previsto no art. 40, por expressa vedação de seu § 6º. Obrigatoriedade de
respeito ao teto remuneratório constitucional (CF, art. 37, inciso XI) no caso de cumulação
entre subsídios/remuneração com proventos concernentes à aposentadoria concedida pelo
INSS. Consulta conhecida e respondida. (CNJ – PP 851 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes
– 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Magistrados. Cumulação de proventos com remuneração de cargo eletivo.


Sujeição da soma ao teto remuneratório

Pedido de Providências. Consulta. Cumulação dos vencimentos de


Juiz do Trabalho aposentado com remuneração de cargo eletivo. – “I) Por expressa
disposição constitucional, o magistrado tem garantida a acumulação de proventos de
inatividade com remuneração de cargo eletivo de Vice-Prefeito, sujeitando-se a soma
resultante da acumulação, contudo, ao limite previsto no inciso XI do art. 37 da
Constituição Federal, nos termos § 11 do art, 40 da CF, com a redação dada pela EC
20/98” (CNJ – PP 917 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 26ª Sessão – j. 26.09.2006 – DJU
16.10.2006 – Ementa não oficial).

Magistrados. Exclusão de verbas da sua incidência


Vide: art. 8º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Magistrados. Sujeição de verbas diversas, cumulativamente percebidas

“Está sujeita ao teto remuneratório a percepção cumulativa de


subsídios, remuneração, proventos e pensões, de qualquer origem, nos termos do art. 37,
inciso XI, da Constituição Federal, ressalvado o disposto no art. 8º desta Resolução” (art.
6º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006).
Observação: Dispositivo alterado pelo art. 1º da Res. CNJ 42, de 11.06.2007, que passa a
vigorar com a seguinte redação: “Para efeito de percepção cumulativa de subsídios,
remuneração ou proventos, juntamente com pensão decorrente de falecimento de cônjuge
ou companheira(o), observar-se-á o limite fixado na Constituição Federal como teto
remuneratório, hipótese em que deverão ser considerados individualmente”.

Magistrados. Sujeição de verbas individualmente consideradas

“Não podem exceder o valor do teto remuneratório, embora não se


somem entre si e nem com a remuneração do mês em que se der o pagamento: I –
adiantamento de férias; II – décimo terceiro salário; III – terço constitucional de férias”
(art. 7º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006).

Magistrados estaduais

“Nos órgãos do Poder Judiciário dos Estados, o teto remuneratório


constitucional é o valor do subsídio de Desembargador do Tribunal de Justiça, que não
pode exceder a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio
mensal de Ministro do Supremo Tribunal Federal” (art. 2º da Res. CNJ 13, de 21.03.2006).
Observação: O STF suspendeu liminarmente a eficácia do art. 2º da Res. CNJ 13/2006,
por aparente inconstitucionalidade do estabelecimento de tetos diferenciados entre os
membros da magistratura estadual e os da federal (STF – TP – ADIn 3.854 – Rel. Cezar
Peluso – j. 28.02.2007 – DJU 29.06.2007).

Magistrados estaduais. Correta exegese do art. 37, XI, da CF

Pedido de providências. Teto remuneratório. Res. 13 e 14 do CNJ.


Pedidos de retificação. Magistratura estadual. Pretensões fundadas na correta exegese do
inciso XI do art. 37 da CF. Pertinência dos questionamentos. Deferimento do pedido
incidental formulado. Pedido deferido. (CNJ – PP 45 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 26ª
Sessão – j. 26.09.2006 – DJU 16.10.2006).

Magistrados federais

“No âmbito do Poder Judiciário da União, o valor do teto


remuneratório, nos termos do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, combinado com o
seu art. 93, inciso V, é o subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal e corresponde
a R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais)” (art. 1º da Res. CNJ 13, de
21.03.2006).

Magistratura Estadual. Irregularidades

Teto remuneratório. Subsídio. Magistratura Estadual. Resolução


13/CNJ. Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Irregularidades existentes. –
“Constatado o pagamento de parcelas em desobediência a ato normativo deste Conselho

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


966

(Res. 13), impositiva a exclusão imediata das verbas identificadas como irregulares,
sempre considerando o teto constitucional limitado a R$ 24.500,00” (CNJ – PCA 437 –
Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 48ª Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Magistratura Estadual. Vantagem criada por Lei Estadual, não prevista na


Lei Orgânica da Magistratura

Teto remuneratório da Magistratura Estadual. Lei Estadual


criadora de vantagem, imprevista na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Reserva de
Lei Complementar Federal (CF, art. 93, caput). – “A criação de vantagens pecuniárias à
magistratura compõe o elenco de matérias às quais impôs a Constituição Federal de 1988
reserva de Lei Complementar Federal (CF, art. 93, caput), não havendo abertura para que o
legislador estadual vá além dos limites da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Lei
Complementar 35/79, art. 65, V). A mera condição de membro de Conselho da
Magistratura não enseja pagamento de gratificação de representação (Resolução 13/CNJ,
arts. 4º, II, b, e 5º, II, a)” (CNJ – PCA 200710000014838 – Rel. Cons. Antonio Umberto de
Souza Júnior – 57ª Sessão – j. 26.02.2008 – DJU 18.03.2008).

Parcela de equivalência

“Vê-se, assim, que não caberia ao Conselho Nacional de Justiça


excluir verbas outorgadas à magistratura local por leis e constituição do respectivo Estado,
mesmo que tais vantagens não estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88.
Dessa forma, a parcela de equivalência, por ser um valor transitório e referente a uma
reposição de diferença de remuneração no passado, se excluída agora, reiteraria o prejuízo
de então que pretendia repor. Ademais, na União tal parcela acabou incorporada pela Lei
10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixação do subsídio e do teto. Por outro
lado, no que se reporta ao ‘abono família’ devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados,
vantagem de lei de 1948, não há como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsídio,
por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da
LOMAN. No mesmo sentido, a gratificação chamada de adicional trintenário, com
expressa previsão na Constituição do Estado, e já reconhecido pelo egrégio STF não possui
a natureza de adicional de tempo de serviço” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

Percepção simultânea de pensão previdenciária e outras espécies


remuneratórias. Soma que não se submete ao teto constitucional (art. 37, XI,
CF/88), devendo, contudo, respeitá-lo cada uma delas, isoladamente

Administração Pública. Regime previdenciário. Percepção


conjunta, por magistrado ou servidor, de pensão e remuneração, subsídio ou provento.
Hipótese excepcional que não se submete à disciplina inscrita no inciso XI do art. 37 da
CF. – “Diante da natureza contributiva do regime previdenciário da Administração Pública
(art. 40 da CF), a pensão por morte regularmente instituída constitui direito legítimo do
beneficiário, pouco importando a existência concomitante ou pregressa de vínculo
funcional entre este e a Administração Pública. Deve, por isso, ser preservada a percepção
simultânea de pensão com outras espécies remuneratórias, observando-se, contudo, sobre
qualquer dessas espécies remuneratórias, o teto máximo previsto no Texto Constitucional
(art. 37, inciso XI)” (CNJ – PP 445 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão
Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


967

“Pelos motivos expostos e nos termos da votação unânime,


atendendo ao requerimento de manifestação formulado pela servidora Maria José Seabra
Nunes esclareço que as pensões percebidas cumulativamente com remunerações, proventos
ou subsídios não devem ser computadas para efeito de aplicação do limite de que trata o
inciso XI do artigo 37 da Constituição, embora estejam submetidas a esse limite quando
isoladamente consideradas. Como conseqüência, proponho a retificação das Resoluções 13
e 14 deste CNJ, consoante proposta a ser apresentada ao Plenário” (CNJ – PP 730 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 – DJU 21.08.2006 –
Ementa não oficial).

Possibilidade de cumulação de subsídio com outras verbas, respeitado o teto


constitucional

“Em conclusão, conforme me manifestei no PP 45, tanto para a


Justiça da União, quanto para a Justiça Estadual estabeleceram-se regras idênticas: I)
Máximo possível de fixação de subsídio para os membros dos Tribunais: 90,25% do
subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal; II) Existência de verbas legais não
inclusas na parcela única do subsídio (art. 5º da Res. CNJ 13/2006); III) Possibilidade de
cumulação entre subsídio e verbas legalmente previstas, respeitando o teto remuneratório
(CF, art. 37, XI)” (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª Sessão
Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Possibilidade de manutenção de verbas de gratificação percebidas acima do


teto

“Por isso é que se reputam justificadamente as verbas de


gratificação percebidas acima do teto, no âmbito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul. São vantagens, todas, previstas em lei, recebidas desde antes da Emenda
Constitucional 41, inclusive quando o Supremo Tribunal considerava que as vantagens
pessoais não se submetiam ao teto (v.g. REAg.R 483.097-SP). Tais verbas, na esteira do
precedente consubstanciado no julgamento do MS 24.875, podem continuar a ser pagas até
que seu importe seja absorvido pelo importe do teto” (CNJ – PCA 490 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

Proventos e pensão previdenciária. Valores já registrados no Tribunal de


Contas e irretiráveis e imunes ao teto estabelecido

“Alerto, outrossim, que, no caso de proventos e pensões, há um


aspecto peculiar, os valores e verbas já estão registrados pelo Tribunal de Contas, pelo que
também por esse viés seria vedado ao Conselho Nacional de Justiça, órgão administrativo,
alterar o disposto e aprovado pelo Tribunal de Contas, sob pena de se criar um conflito
interno na Administração Pública, ainda que entre nível Federal e Estadual, obviamente
observado o disposto no item 7 a seguir” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

Qüinqüênios. Magistrados. Limite da LOMAN ultrapassado. Pagamento a


título de vantagem pessoal até sua extinção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


968

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio, ressalvando


meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu estar seu valor
englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à situação da
magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7 (sete)
qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em virtude da
fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três Poderes da União
ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve redução nominal do
valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios para a União e que está
matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve redução do
valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a título de diferença pessoal
mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão haveria conflito interno de
normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea, irredutibilidade de vencimento e a outra
fruto de emenda fixando teto e sua repercussão, ainda, assim, em face dos precedentes
deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão anterior, determino sua exclusão das
rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Servidores. Exclusão de verbas da sua incidência


Vide: art. 4º da Res. CNJ 14, de 21.03.2006.

Servidores. Sujeição de verbas individualmente consideradas

“Não podem exceder o valor do teto remuneratório, embora não se


somem entre si e nem com a remuneração do mês em que se der o pagamento: I –
adiantamento de férias; II – décimo terceiro salário; III – terço constitucional de férias; IV
– trabalho extraordinário de servidores” (art. 3º da Res. CNJ 14, de 21.03.2006).

Servidores. Verbas sujeitas à sua incidência


Vide: art. 2º da Res. CNJ 14, de 21.03.2006.
Observação: Dispositivo alterado pelo art. 2º da Res. CNJ 42, de 11.08.2007, que
revogou a alínea “k” e acresceu ao referido artigo parágrafo único.

Servidores do Judiciário. Remuneração recebida pelo exercício de cargos ou


funções cuja acumulação é autorizada pela Constituição. Não submissão ao
teto. Proposta de alteração da Res. 14/2006

Teto remuneratório. Servidor público do Poder Judiciário. Verbas


recebidas pelo exercício de cargos ou funções cuja acumulação é permitida pela
Constituição Federal. Não-incidência. Res. 14/2006 do Conselho Nacional de Justiça.
Omissão. Alteração. – “Na esteira do entendimento adotado pelo Supremo Tribunal
Federal, a remuneração recebida pelo exercício de cargos ou funções cuja acumulação é
autorizada constitucionalmente, seja por servidor, seja por magistrado, não deve se
submeter ao teto, sob pena de afronta a direitos e garantias individuais previstos na
Constituição da República. Pedido de Providências de que se conhece e a que se dá
provimento para que se proceda à alteração da Res. 14/2006, afim de que dela conste que
não se sujeitam ao teto remuneratório as verbas percebidas por servidores do Poder
Judiciário, resultantes de acumulação permitida pelo art. 37, inc. XVI, da Constituição
Federal” (CNJ – PCA 200810000017418 – Rel. Cons. Altino Pedroso dos Santos – 76ª
Sessão – j. 16.12.2008 – DJU 30.01.2009).

Servidores do Judiciário Estadual

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


969

“Enquanto não editadas as leis estaduais referidas no art. 93, inciso


V, da Constituição Federal, o limite remuneratório dos magistrados e servidores dos
Tribunais de Justiça corresponde a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento) do teto remuneratório constitucional referido no caput, nos termos do disposto no
art. 8º da Emenda Constitucional 41/2003” (parágrafo único do art. 1º da Res. CNJ 14, de
21.03.2006).
Observação: O STF suspendeu liminarmente a eficácia do art. 1º, parágrafo único, da Res.
CNJ 14/2006, por aparente inconstitucionalidade do estabelecimento de tetos diferenciados
entre os membros da magistratura estadual e os da federal (STF – TP – ADIn 3.854 – Rel.
Cezar Peluso – j. 28.02.2007 – DJU 29.06.2007).

Servidores do Judiciário Federal

“O teto remuneratório para os servidores do Poder Judiciário da


União, nos termos do inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, é o subsídio de Ministro
do Supremo Tribunal Federal e corresponde a R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil e
quinhentos reais)” (art. 1º da Res. CNJ 14, de 21.03.2006).

Subsídios pagos em valores superiores ao teto. Responsabilidade do Presidente


do Tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. TJRN. Instauração de


ofício pelo Plenário do CNJ. Apuração de subsídios pagos em valores superiores ao teto.
Responsabilidade do Presidente do Tribunal de Justiça. Diferença entre os subsídios dos
magistrados dos Estados e Federais. Inadmissível. Decisão liminar do STF (ADI 3854).
Determinação de corte de subsídios superiores ao teto. (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007).

Vantagens de caráter pessoal. Não consideração para obediência ao teto

“Importante destacar, que se os vencimentos dos magistrados –


legalmente obtidos – extrapolam o teto salarial fixado em lei, somente estão sendo
percebidos em face do posicionamento anterior e absolutamente pacificado pelo Supremo
Tribunal Federal, em relação à antiga redação do inciso XI, do art. 37, entendendo que as
vantagens de caráter pessoal não deveriam ser computadas no teto original previsto no
inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, conforme já foi citado (STF – 2ª T. – RE
220.006-8/SP – Rel. Min. Néri da Silveira – DJ, Seção I, 02.04.98, p. 27; STF – 2ª T. –
RMS 21.966 – Rel. Min. Carlos Velloso – DJ, Seção I, 14.11.96; STF – 1ª T. – RMS
21.839 – Rel. Min. Sydney Sanches – DJ, Seção I, 18.04.97) e, portanto, estão alcançados
pela garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos” (CNJ – PCA 440 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 –
Parte do voto do relator).

Verbas acessórias que devem estar contidas no teto de vencimentos

“Assim, no mérito, voto pela manutenção da liminar para que, no


Estado do Maranhão, se mantenha a sustação do pagamento das verbas 313 (no que
exceder o teto remuneratório de R$ 24.500,00), 250 (no que exceder o teto de R$
24.500,00 ou for paga a quem não estiver no exercício da função de Presidente, Vice-
Presidente e Corregedor, já que é verba transitória e não integra a remuneração), 247 (no

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


970

que exceder o teto de R$ 24.500,00) 309 e 439 (na totalidade, até que o cálculo,
considerado irregular seja refeito conforme determinado na liminar)” (CNJ – PCA 439 –
Rel. Cons. Ruth Carvalho – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Verbas que ultrapassem o teto constitucional. Congelamento para absorção


em futuros aumentos ou reajustes

“Ressalvo, todavia, no caso dos itens 4 a 6, apesar das conclusões


do professor José Afonso da Silva, que a diferença percebida a título do art. 95, III da CF,
além do subsídio, que porventura ultrapassar o teto nacional, deverá ser “congelado” para
ser absorvidas nas futuras elevações do mesmo” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

TRANSAÇÃO PENAL
Destinação dos recursos, provenientes de aplicação de penas restritivas da
liberdade em penas alternativas, para auxílio humanitário às vítimas das
enchentes no Estado de Santa Catarina
Vide: Recomendação CNJ 19, de 02.12.2008.

TRANSAÇÃO PENAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (ART. DA LEI


9.099/95)
Destinação do valor fixado em acordo ao Fundo de Reaparelhamento dos
Tribunais

Poder Judiciário. Fundo de Reaparelhamento. Receitas. Utilização


de bens e recursos provenientes de transações penais realizadas com base na Lei
9.099/95. Estado de Goiás. Lei Estadual 12.832/96. – “Havendo previsão normativa
estadual que legitima a absorção de bens e receitas originárias das transações firmadas em
Juizados Especiais Criminais, não há falar em ilicitude da norma regulamentar editada pelo
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Nesse sentido, havendo prévia definição da
matéria pelo Poder Legislativo da Unidade Federativa envolvida, não há espaço para o
exercício dos juízos próprios de conveniência e oportunidade que devem inspirar a atuação
dos órgãos investidos de poder normativo primário” (CNJ – PP 343 – Rel. Cons. Douglas
Alencar Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).
Parte do Voto do Relator no PP 343:
“Nada obstante, se é certo que a destinação de bens e recursos
atende o interesse público na preservação das estruturas necessárias à própria
administração da Justiça, não menos correto que essa mesma realidade pode suscitar
questionamentos de natureza ética a propósito da própria imparcialidade e impessoalidade
dos magistrados e promotores no exame dessas questões. De fato, ainda que os membros
do Judiciário e do Ministério Público não sejam diretamente beneficiados, sob o aspecto
pessoal ou funcional, em razão da reversão dessas receitas para o reaparelhamento das
instituições às quais pertencem, parece indiscutível que todos eles possuem o mesmo
interesse em que tais instituições possam funcionar plenamente, no exclusivo interesse dos
jurisdicionados, sem as notórias carências de recursos humanos e materiais”

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


971

Juizados Especiais. Pena de prestação pecuniária. Destinação exclusiva a


fundo especial

Transação Penal. Juizados Especiais. Pena de prestação


pecuniária. Destinação exclusiva a fundo especial. Lei Estadual/GO 11.832/96.
Despachos da Corregedoria-Geral de Justiça de Estado. Ilegalidade. – “1) A pena de
prestação pecuniária oriunda de transação penal não pode ser destinada ao Poder Judiciário
ou a Fundo Especial de reaparelhamento do Poder Judiciário, por determinação da
respectiva Corregedoria Geral de Justiça, sob pena de ofensa a dispositivo expresso do
Código Penal (art. 45, § 1º), bem assim aos princípios da moralidade administrativa e da
independência do Juiz. 2) Atos da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Goiás que
determinem a destinação exclusiva de tais valores ao Fundo Especial dos Juizados, criado
pela Lei Estadual/GO 11.832/96, padecem de ilegalidade. 3) Pedido de Providências que se
julga procedente, a fim de desconstituir os Despachos sob números 935/2007 e 1.018/2007
e os Ofícios Circulares sob números 083/2007 e 013/2008, todos da Corregedoria-Geral da
Justiça do Estado de Goiás, com efeitos ex nunc” (CNJ – PP 200810000024770 – Rel.
Cons. João Oreste Dalazen – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

TRIBUNAIS DE JUSTIÇA
Eleição de Desembargadores e Juízes para compor o Tribunal Regional
Eleitoral

“Dessa maneira, reitero o entendimento de que o Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, ao atribuir à Corte Superior a competência
administrativa para eleger desembargadores e juízes de direito para integrarem o Tribunal
Regional Eleitoral, agiu em total consonância com o ordenamento constitucional brasileiro
e de acordo com o entendimento ditado pelo Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PCA
200810000006275 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008 – Ementa não oficial).

Grupo Volante de Apoio à Justiça nos Estados


Vide: Portaria 482, de 27.02.2009.

Órgão Especial. Criação somente nos tribunais com mais de 25 juízes

Procedimento de Controle Administrativo. Criação de órgão


especial no TJMT. Lei complementar estadual 194/2004. Inobservância da composição
mínima do Tribunal. Art. 93, XI, CF/88. Usurpação de competência do Tribunal, nos
termos do art. 96, I, “A”, CF/88. Princípio da segurança jurídica. – “‘Só pode criar Órgão
Especial o Tribunal integrado por mais de vinte e cinco juízes (CF, art. 93, XI). Para esse
fim, considera-se a composição já implementada da Corte, não bastando a existência de
vagas recém-criadas, mas ainda não preenchidas’ (AO 232/PE, STF/Pleno, Relator
Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.01, p. 105). Procedência do procedimento de
controle administrativo. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200810000023170 – Rel. Cons.
Técio Lins e Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DESPORTIVA


Exercício por magistrados de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


972

1. A Orientação 2, de 16.02.2007 da Corregedoria Nacional de Justiça orienta as


Corregedorias de Justiça quanto à fiscalização das vedações impostas aos magistrados de
exercerem funções de justiça desportiva e de grão-mestre de entidade maçônica, ou de
cargos de direção de ONGs, entidades beneficentes e de instituições de ensino.
2. A Resolução 10, de 19.12.2005 veda o exercício pelos membros do Poder
Judiciário de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e Comissões Disciplinares.

Servidores do Poder Judiciário. Exercício de atribuições junto a tribunais de


justiça desportiva. Alcance da Res. 10 do CNJ, que veda o exercício pelos
membros do Poder Judiciário de funções nos tribunais de justiça desportiva e
comissões disciplinares

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Abrangência


da Res. 10/2005 do CNJ. Providências quanto à cumulação de funções de servidores do
Poder Judiciário e o exercício de atribuições junto aos Tribunais de Justiça Desportiva e
suas Comissões. – “I) A Res. 10 está calcada no inc. I, parágrafo único do art. 95 da CF;
nos arts. 35 e seguintes da Lei Complementar 35, de 14.03.79 (LOMAN) e na atribuição de
expedição de atos normativos do CNJ prevista no art. 103-B, § 4º, I, da Constituição
Federal. O art. 95, da CF é claro em estabelecer regras para os Magistrados – prerrogativas
e vedações. Já a Lei Complementar 35 cuida, especificamente, do Estatuto da Magistratura.
A Res. 10 do Conselho, quando tratou de vedar aos membros do Poder Judiciário o
exercício de funções nos Tribunais de Justiça Desportiva e suas Comissões Disciplinares,
refere-se aos membros de Poder e não aos servidores que, em que pese comporem a
estrutura do Poder Judiciário, não são agentes políticos como o são os magistrados. II)
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto a matéria. III) Inviabilidade de se
extrair do comando da Res. 10 a vedação da participação dos servidores do Poder
Judiciário nos Tribunais de Justiça Desportivos e de suas Comissões. IV) Aplicabilidade de
normas específicas dos Tribunais quanto à vedação de exercício de outras atividades pelos
servidores, e necessidade da compatibilidade de horários que deve ser dirimida junto aos
Tribunais aos quais são vinculados os servidores. V) Recurso a que se nega provimento”
(CNJ – PP 200810000032973 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 79ª Sessão – j.
03.03.2009 – DJU 11.03.2009).

TRIBUNAIS EM GERAL
Adoção pelos tribunais de assinatura digital dos juízes

Pedido de Providências. Associação de Magistrados. Pedido para


que o Tribunal de Justiça regulamente formas alternativas de assinatura mecânica ou
eletrônica pelos magistrados. Circunstâncias peculiares de cada Tribunal que impedem
qualquer decisão de caráter impositivo. Recomendação aos Tribunais, como orientação
programática, para que regulamentem e efetivem o uso de formas eletrônicas de assinatura,
segundo suas possibilidades e estágio de desenvolvimento dos estudos. (CNJ – PP 922 e
923 – Rel. Cons. Rui Stoco – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).
Vide: Recomendação CNJ 12, de 11.09.2007.

Alegação de irregularidades na renovação da frota, ante a necessidade de


melhoria da prestação jurisdicional. Pretensões genéricas e inespecíficas

Procedimento de Controle Administrativo. Alegação de condições


precárias do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Substituição da frota de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


973

veículos. Prioridade na melhoria da prestação jurisdicional. Alegação de irregularidade


no número de motoristas. Adequação do quadro. Improcedência do pedido. – “Não cabe
ao Conselho o controle de pretensões genéricas e inespecíficas. Necessidade de se apontar
as irregularidades de forma precisa e delimitada” (CNJ – PCA 200710000009508 – Rel.
Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Alteração da competência de varas. Atribuição dos tribunais para editar


resoluções

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração de


competência de varas. Normas de disposição transitória. Lei Maria da Penha.
Competência dos tribunais para edição de resolução regulamentadora de normas de
caráter transitório. Ilegalidade e vício de iniciativa inocorrentes. Situação transitória
devidamente fundamentada. Pedido improcedente. – “Os tribunais dispõem de
competência normativa para regulamentar divisão de seus serviços e órgãos jurisdicionais
e administrativos (art. 96, inciso I, alínea ‘a’, da CF/88)” (CNJ – PCA 607 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Autonomia. Criação de turmas de julgamento por norma regimental

Procedimento de Controle Administrativo. Consulta de caráter


geral. Autonomia dos tribunais. Competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e
administrativos. Criação (divisão ou fracionamento) de turmas por norma regimental.
Possibilidade. Indeferimento. – “I) Por revestir-se dos requisitos de generalidade e
interesse geral, deve ser conhecido o presente Procedimento de Controle Administrativo.
II) O Conselho Nacional de Justiça deve zelar pela autonomia do Poder Judiciário, nos
termos precisos do art. 103-B, §4º, inciso I, da CF/88. III) Com a extinção da representação
classista e o advento da EC 24/99, não mais se aplica o § 8º do artigo 670 da CLT,
mostrando-se plenamente possível a criação (divisão ou fracionamento) dos TRTs com 8
membros em Turmas. Aplicação da Res. 32/CSJT, que confere legitimidade de alteração
regimental aos Tribunais de origem (MC na ADI 410/SC). IV) Procedimento de Controle
Administrativo a que se de indefere” (CNJ – PCA 200810000008041 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Autonomia dos Tribunais quanto à política de organização judiciária do


Estado. Perpetuidade dos serviços notariais e de registro já oficializados

Recurso Administrativo no Pedido de Providências. Serventias


judiciais estatais. Privatização. Aplicabilidade restrita do art. 236 da CF/88. Questão de
política de organização judiciária dos Estados. Autonomia dos Tribunais. Improvimento. –
“I) A aplicação do art. 236 da CF possui limite de aplicabilidade no art. 32 do ADCT,
permitindo-se a perpetuidade dos serviços notariais e de registro já oficializados pelo Poder
Público, respeitando-se o direito de seus servidores. Precedentes do STF (AgR no AI
449138/BA) e do STJ (RMS 1260/RJ, RMS 9792/BA e AgRg no RMS 10205/BA). II)
Questão atinente à política de organização judiciária do Estado de origem (STJ: decisão
monocrática no RMS 10205/BA) e inerente à autonomia dos Tribunais, pela qual deve o
CNJ zelar (art. 103-B, § 4º, inciso I, da CF/88). III) Recurso Administrativo no Pedido de
Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP 200810000003456 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


974

Autonomia para aferição dos critérios para promoção e remoção por


merecimento

Procedimento de Controle Administrativo. Critérios para


promoção e remoção por merecimento. Resolução de Tribunal. Autonomia. – “Cabe aos
tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabelecer a forma mais
conveniente e oportuna de aferir os critérios orientadores da promoção e remoção por
merecimento desde que obedientes aos limites estabelecidos no art. 93, II da CF/88, e na
Resolução CNJ 6/2005” (CNJ – PCA 477 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior
– 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Cessão de escrivães, analistas e oficiais de justiça para exercício de cargos de


confiança em comissão perante a administração do tribunal

Consulta. Candidatos aprovados em concurso para cargos de


cartórios em Comarcas diversas da Justiça do Estado. Exercício de cargos em comissão e
funções comissionadas em órgãos do Tribunal de Justiça. – “A cessão de servidores
ocupantes de cargos de escrivão, analista judiciário e de oficial de justiça, em diversas
Comarcas do Estado, em virtude de designação para exercício de cargos em comissão e
funções de confiança na Administração do Tribunal de Justiça, observadas as condições da
legislação específica, não caracteriza, em tese, desvio de função. Essas designações,
entretanto, além da necessária compatibilidade com a lei de regência, devem significar uma
opção administrativa voltada ao atendimento de interesse público. Poderá caracterizar
desvio de finalidade a cessão de servidores que acarrete prejuízos ao bom funcionamento
do órgão judiciário cedente” (CNJ – PP 200710000007950 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Cessão de servidores. Convênio firmado entre o tribunal e prefeitura


municipal

Procedimento de Controle Administrativo. Convênios entre o


Tribunal de justiça e Prefeituras Municipais. Cessão de servidores. – “Não há
irregularidades nos convênios firmados entre o TJ e diversos Municípios, para cessão de
servidores para apoio Comarcas. Trata-se de medida adequada para suprir a momentânea
carência de pessoal nas unidades judiciárias no interior do Estado, diante das limitações
financeiras e orçamentárias do TJ/BA. Improcedência do pedido” (CNJ – PCA
200710000003592 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j.
28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Competência administrativa dos tribunais, após o advento do CNJ

“A competência administrativa dos tribunais, inclusive para


apreciação dos processos respectivos, não foi reduzida ou afetada com o advento do CNJ
(EC n. 45/2004). O controle da atuação administrativa é efetivado quando a matéria é
submetida diretamente ao CNJ, ou quando este promove iniciativa de ofício. Não houve
alteração de competência do TST para apreciação de recursos contra decisões
administrativas dos TRT, não podendo este Conselho determinar a sustação dos atos
decisórios do relator ou do tribunal” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 1ª Sessão
Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Competência concorrente com o CNJ para questões administrativas

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“Há competência concorrente do Conselho Nacional de Justiça em


matéria administrativa, em face do que preceituam o § 4° e inc. II do art. 103-B da CF.
Reconhece-se o direito à licença remunerada de quatro diretores eleitos do Sindijus-MS, a
partir da posse da atual diretoria e enquanto perdurarem os respectivos mandatos” (CNJ –
PCA 108 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 –
Ementa não oficial).

Contração de empresa, com dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujos


sócios encontram-se em situação de nepotismo

“Nesse diapasão, não vejo razões bastantes, sustentadas à luz da


Constituição, que justifiquem tratamento diferenciado a pessoas jurídicas que celebram
contratos com a Administração nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujos
sócios encontram-se em situação de nepotismo. Entendo, assim, que, conquanto o inciso V
aluda somente a ‘contratação’, este vocábulo deve ser interpretado sistematicamente com
as demais regras, incluindo-se ali casos em que a empresa, durante a execução do contrato,
passe a enquadrar-se em uma das figuras de nepotismo descritas. Aplicando-se à espécie o
princípio geral do direito segundo o qual onde existe a mesma razão deve-se aplicar a
mesma disposição normativa (ubi eatio ratio, ibi eatio dispositio), entendo que a regra
constante no art. 3º da mesma Resolução deve ser estendida aos casos de contratação de
empresa sem licitação. Não há motivos, como visto, para dispensar tratamento diferenciado
a essas empresas no que tange à situação de seus empregados” (CNJ – PP 12489 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 51ª Sessão – j. 06.11.2007 – DJU 26.11.2007 – Ementa não oficial).

Criação de cargos de Desembargador

Pedido de Providências. Criação de cargos de Desembargador junto


ao Tribunal de Justiça do Tocantins. Pedido julgado parcialmente procedente para
expedição de recomendação, a fim de que o Tribunal observe o disposto no art. 93, inciso
XIII da Constituição Federal e no § 1º do art. 106 da Lei Orgânica da Magistratura antes de
propor o aumento do número de seus membros. (CNJ – PP 538 – Rel. Cons. Germana
Moraes – 36ª Sessão – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Critério de escolha dos candidatos para compor o quinto constitucional


reservado a advogados e membros do Ministério Público através de sessão
pública, votos nominais e abertos e decisão fundamentada

Quinto Constitucional. Acesso a Tribunal de Justiça dos Estados.


Lista tríplice. Formação. Publicidade da sessão e motivação da decisão. Artigo 93, inciso
X, da Constituição Federal. – “A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004,
que desencadeou a reforma do Poder Judiciário, consagrou, de vez, o princípio da
publicidade e transparência nas decisões judiciais e administrativas por ele proferidas, que
passaram a ser obrigatoriamente realizadas em sessão pública, mediante votos abertos,
nominais e fundamentados. Em respeito a esses postulados constitucionais, é indispensável
que a formação da lista tríplice dos candidatos que concorrerão às vagas destinadas aos
advogados e membros do Ministério Público se faça não só em sessão pública, mas,
também, por meio de votação aberta, nominal e fundamentada, à semelhança do que ocorre
com a promoção por merecimento de magistrados aos Tribunais de segundo grau
(Resolução CNJ 6/2005, art. 1º)” (CNJ – PP 200710000004973 – Rel. Cons. Altino
Pedrozo dos Santos – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

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Demora na tramitação dos processos

Administrativo. Pedido de Providências. Demora na tramitação de


processo em Tribunal. Razoabilidade dos prazos. Diversas substituições de Relatoria.
Excesso aparente de prazo entre conclusão do julgamento e publicação do acórdão.
Necessidade de inclusão de dados nos levantamentos estatísticos. – “I) Verificando que
houve três redistribuições dos autos para diferentes relatores, restando o prazo médio de
conclusão com cada julgador em 3 (três) anos, não há que se falar em excesso de prazo. II)
Prazo decorrido entre julgamento e publicação do v. acórdão, que pode vir a caracterizar
certo excesso, merece submeter-se a levantamento estatístico global, para, na hipótese de
se verificar ser fenômeno comum aos Tribunais Brasileiros, examinar o Conselho Nacional
de Justiça adoção de possíveis medidas alteradoras das rotinas processuais. III) Pedido de
Providências arquivado, com remessa de cópia do voto às Comissões de Estatística e de
Informática para estudo da viabilidade de levantamento global dos prazos utilizados em
todas as Cortes de Justiça entre julgamento e publicação dos acórdãos” (CNJ – PP 35 –
Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU
16.11.2005).

Depósitos judiciais. Convênios entre tribunais e bancos para obtenção de


benefícios compensatórios de interesse público

Convênios entre tribunais e instituições financeiras em troca de


realização de depósitos judiciais. – “Da análise dos negócios jurídicos não vislumbrei
desvio de finalidade ou qualquer violação dos princípios regentes da administração
pública, notadamente vantagens desarrazoadas às instituições financeiras conveniadas ou
contratadas. O art. 37 da Constituição, além dos princípios consagrados em nosso sistema
jurídico, inclui o da eficiência. Ora, os objetos dos contratos e convênios contribuem para
melhor eficiência dos tribunais. Os depósitos judiciais são feitos em instituições financeiras
oficiais, na conformidade do § 3º do art. 164 da Constituição, mas há concorrência entre
elas para captação desses valores, o que torna recomendável que a administração do
Tribunal possa obter benefícios compensatórios no interesse público, máxime quando
voltados às atividades fins, que repercutirão em melhoria dos serviços prestados aos
jurisdicionados. Dos convênios, acordos, termos e contratos não encontrei qualquer
obrigação por parte dos Tribunais que envolvam, direta ou indiretamente, processos
judiciais nos quais as instituições financeiras sejam ou possam ser partes, presumindo-se
que a independência e a autonomia daqueles não estejam comprometidas. Assim, no
exercício do controle financeiro dos Órgãos do Poder Judiciário, por parte deste CNJ,
respondo à provocação do Conselho Federal da OAB, que recebo como Consulta,
entendendo que não há nos negócios jurídicos examinados, qualquer ilegalidade ou
violação da moralidade administrativa” (CNJ – PP 418 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 32ª
Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

Desembargador. Direito ao título em razão da vitaliciedade do cargo

Pedido de Providências. Desconstituição do título de


Desembargador que exerce função no poder executivo. Vitaliciedade do cargo. Pedido
incabível no âmbito do CNJ. Arquivamento liminar. Art. 45, inciso x, do RICNJ. – “I) Os
cargos dos magistrados são vitalícios, nos termos do art. 95, inciso I, da CF/88. II) Não se
insere o pedido de desconstituição de título de membro do Poder Judiciário na competência
constitucionalmente prevista ao CNJ (art. 103-B, § 4º, da CF/88). III) Não sendo hipótese

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de atuação do CNJ, cabível o arquivamento liminar nos termos do art. 45, inciso X, do
RICNJ. IV) Pedido de providências liminarmente arquivado” (CNJ – PP
200710000004055 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 45ª Sessão – j. 14.08.2007, DJU
05.09.2007).

Desembargadores. Uso de gabinete de trabalho para festividades

“Em que pese o fato de não caracterizar falha funcional alcançada


pela LOMAN, seja recomendado aos Desembargadores que se abstenham de usar os
gabinetes de trabalho para festividades e, especialmente, para o uso de bebidas alcoólicas,
até porque, conforme comprovado, o Tribunal tem espaço próprio para comemorações e
reuniões informais” (CNJ – SIND 03 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Direito de preferência nos julgamentos de processos de interesse de pessoas


idosas

Pedido de Providências. Descumprimento do art. 71 do Estatuto


do Idoso. Idosos não possuem prioridade no andamento dos processos. Pedido
procedente. Interesse geral. Competência do CNJ. Recomendações aos tribunais. – “I) O
Estatuto do Idoso constitui-se num avanço legal que demanda efetividade. Por ser um
instrumento de cidadania exige que o Poder Público, através do Judiciário, inclusive,
garanta a sua aplicabilidade. II) recomendação aos Tribunais para que a prioridade legal
seja observada pelos magistrados e serventuários. III) sugestão para que os juízes que
atuem neste segmento busquem, através de estudos permanentes orientados pelas Escolas
da Magistratura, a promoção de seminários e a identificação de soluções que resultem no
cumprimento da lei. IV) Comissão de Acesso à Justiça que poderá coletar os dados
estatísticos necessários para o estabelecimento de medidas de controle que resultem na
formatação de política judiciária mais abrangente para o setor” (CNJ – PP
200710000004134 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007, DJU
05.09.2007 ).

Elegibilidade para cargos de direção

Pedido de Providências. Consulta respondida negativamente, no


sentido da inelegibilidade do magistrado candidato ao cargo de Presidente do Tribunal de
Justiça de Tocantins, uma vez que exerceu, em sua plenitude e de forma efetiva, dois
cargos de direção (Corregedor-Geral de Justiça e Vice-Presidente do Tribunal). (CNJ – PP
1184 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes. – 30ª Sessão – j. 28.11.2006 – DJU 13.12.2006 –
Ementa não oficial).

Elegibilidade para cargos de direção. Exercício de dois mandatos incompletos

Condições de elegibilidade para cargo de direção em Tribunal.


LOMAN, art. 102. Inelegibilidade configurada com exercício de dois mandatos de dois
anos, mesmo que incompletos, conforme entendimentos do STF e do CNJ. – “Este
entendimento é corroborado pelo CNJ, que no PP 1184, em que o voto vencedor, do
Conselheiro Alexandre de Moraes, no tocante à elegibilidade de um desembargador que já
tinha exercido dois mandatos em cargos de direção, assim declarou: ‘Os acontecimentos
supervenientes, que lhe retiraram 25 dias do mandato de Vice-Presidente, não tem o
condão de alterar a inelegibilidade, uma vez que efetivamente foi candidato, foi eleito e

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exerceu em sua plenitude e de forma efetiva dois cargos de direção no Tribunal de Justiça
de Tocantins – Corregedor-Geral e Vice-Presidente do Tribunal de Justiça.’ Note-se que o
precedente é idêntico ao ora analisado. Naquele, assim como neste, o requerente foi eleito
para dois mandatos de cargo de direção de 2 anos. Assim como neste, naquele caso um dos
mandatos não teve integralmente 2 anos, mas sim 1 ano e 11 meses, em razão de decisão
do Supremo. Ou seja, é precedente idêntico” (CNJ – PP 200710000019137 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU 13.06.2008 – Parte do voto do
Relator).

Eleição de presidente de câmara de tribunal

Eleição para Presidência de Câmara de Tribunal. Hipótese


relativa à vacância do cargo antes do término do mandado. Ausência de norma específica.
Prevalência da regra geral. Realização de nova eleição. Legalidade. Pedido
improcedente. – “A interpretação correta da norma em apreço é a de que o legislador
determinou que a presidência de câmara ocorrerá sempre por eleição, pouco importando se
a hipótese viesse a se tratar de novo mandato ou mero complemento de mandato
interrompido” (CNJ – PCA 200710000007690 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Eleição para cargos de direção. Elegibilidade dos mais antigos (art. 102 da
Loman)

Recurso contra indeferimento de liminar. Eleição de dirigentes de


Tribunal. Elegibilidade dos mais antigos. Art. 102 da LOMAN. – “O juiz incluído entre os
três mais antigos e desimpedidos, impossibilitado de concorrer à reeleição do cargo de
Corregedor do Tribunal, não está automaticamente eleito para o cargo de Presidente ou de
Vice-Presidente, pois tal pretensão implicaria inexistência da eleição. Eleitos os outros dois
para os referidos cargos, agiu corretamente o Tribunal que convocou o próximo juiz mais
antigo para concorrer ao cargo de Corregedor” (CNJ – PCA 26 – Rel. Cons. Paulo Lôbo –
1ª Sessão Extraordinária – j. 08.11.2005 – DJU 16.11.2005).

Eleição para o cargo de Vice-Presidente

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo eleições para cargo de vice-presidente. Art. 93 do Regimento Interno do
TJMA. – “O artigo 93 do RITJMA dispõe que ‘vagando o cargo de Presidente, por
renúncia ou morte, assumirá o Vice-Presidente se faltar menos de um ano para o término
do mandato, sendo eleito novo Vice-Presidente’. Resta claro que as hipóteses de renúncia
ou morte a que alude o dispositivo regimental foram citadas a título meramente
exemplificativo, já que a Lei 8.112/90 arrola taxativamente os casos de vacância de cargo
público abrangendo expressamente as hipótese de aposentadoria, sendo, portanto, inviável
interpretação restritiva da norma” (CNJ – PCA 11370 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Eleição para Presidente. Recepção do art. 102 da LOMAN

Pedido de Providências. Eleição para Presidência do Tribunal.


Recepção do art. 102 da LOMAN. Precedentes STF e CNJ. Desnecessidade de análise de
condições especifica de elegibilidade, consistente no exercício de cargos anteriores, em
virtude de presença de candidatura única. Incidência de texto final do caput do art. 102.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Pedido julgado improcedente. (CNJ – PP 1280 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes 12ª
Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 – DJU 04.06.2007).

Estágio. Contratação de estagiários

“É inegável que, hoje, a distribuição de oportunidades de estágio


feita pelo Poder Judiciário precisa honrar os princípios constitucionais da moralidade e da
impessoalidade. Por mais que tenham certa margem de autonomia para definir
internamente seus processos de seleção, os Tribunais precisam estabelecer algum
procedimento diferente da mera indicação para contratação de estagiários. Mas ainda,
deve-se empreender esforços no sentido de que a finalidade da Resolução 7/2005 do CNJ –
a vedação de nepotismo – seja também um vetor na regulamentação dos programas de
estágio nos Tribunais brasileiros. Em contrapartida, é certo que qualquer proposta do
gênero precisa ser compatibilizada com o fato de que não se pode excluir totalmente
determinados estudantes de programas de relevante valor educacional e profissional pelo
simples fato de possuírem parentesco com magistrados ou serventuários da Justiça. Parece
plausível afirmar que, se o processo de seleção for impessoal, não afronta a moralidade que
o Tribunal selecione eventualmente estudantes que sejam parentes de funcionários do
Poder Judiciário” (CNJ – PP 961 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 14ª Sessão Extraordinária
– j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Gratificação pelo exercício de Vice-Presidência e de Corregedoria de Tribunal

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª


Região. Gratificação pelo exercício de Vice-Presidência e de Corregedoria. O pagamento
da gratificação pelo exercício da Vice-Presidência e da Corregedoria não está
autorizado, de per si, pela Resolução n. 13 de 21 de março de 2006. – “I) mencionado ato
normativo não pretendeu, e nem poderia, autorizar o pagamento de semelhante gratificação
à míngua de previsão específica, nos vários ramos de vários Tribunais do País. II) o sentido
da regra foi o de explicitar que, onde houvesse a percepção de tal verba, ela poderia ser
paga sem integração ao subsídio, assim a ele somada, mas restrito o resultado ao teto
remuneratório” (CNJ – PP 1044 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 27ª Sessão – j. 10.10.2006
– DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

Instalação de novas serventias. Faculdade que se insere na autonomia dos


Tribunais

“Apesar da previsão legal, não há como se entender como


obrigatória a instalação das serventias indicadas. Ressalto que a criação das referidas
serventias encontra-se dentro dos limites da autonomia dos Tribunais, posto que só o
administrador público tem a possibilidade de analisar, no âmbito estatal, todos os aspectos
relativos aos limites da responsabilidade fiscal e das necessidades, se existentes” (CNJ –
PP 200710000016070 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008 – Ementa não oficial).

Licitação. Proibição de manter, aditar ou prorrogar contrato com empresa


que contratou familiares de juízes e servidores

Pedido de Providências. Interpretação do art. 3º da Res. CNJ 7 de


18.10.2005, com redação dada pela Res. CNJ 9 de 06.12.2005. Proibição de manutenção,
aditamento e prorrogação de contrato com empresas que venham a contratar familiar de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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juízes e servidores, com cargo de direção ou assessoramento, do Tribunal contratante.


Advertência que deve constar do edital de licitação. Consulta respondida. (CNJ – PP 1207
– Rel. Cons. Cláudio Godoy – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007).

Necessário projeto de estruturação para a criação de novas unidades


judiciárias

Pedido de Providência. Estruturação das unidades judiciárias.


Proibição da criação de novas unidades pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
sem que haja o projeto de estruturação correspondente. Pedido julgado procedente. (CNJ –
PP 200710000015685 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU
07.05.2008).

Oficiais de justiça. Curso superior como requisito para o cargo

“Determinar aos Tribunais que passem a exigir, como requisito


para provimento do cargo de Oficial de Justiça, a conclusão de curso superior,
preferencialmente em Direito” (art. 1º da Res. CNJ 48, de 18.12.2007).

Ofícios de Justiça. Horário de atendimento ao público

Restauração de Autos. Poder Judiciário. Horário de atendimento


ao público nos Ofícios de Justiça. Ato administrativo discricionário dos Tribunais de
Justiça (CF, art. 96, inciso I, “a”). – “A fixação de horário de atendimento ao público nos
Ofícios de Justiça é típico ato administrativo discricionário, devendo os Tribunais, em sua
análise atentar para o interesse público e a estrita observância do princípio da eficiência.
Possibilidade de controle pelo Conselho Nacional de Justiça nas hipóteses de ilegalidade
ou quebra dos princípios da administração pública, em especial, o da eficiência, não
presentes na hipótese” (CNJ – RA 1 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 10ª Sessão
Extraordinária – j. 08.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Órgão Especial. Criação somente nos tribunais com mais de 25 juízes

Procedimento de Controle Administrativo. Criação de órgão


especial no TJMT. Lei complementar estadual 194/2004. Inobservância da composição
mínima do Tribunal. Art. 93, XI, CF/88. Usurpação de competência do Tribunal, nos
termos do art. 96, I, “A”, CF/88. Princípio da segurança jurídica. – “‘Só pode criar Órgão
Especial o Tribunal integrado por mais de vinte e cinco juízes (CF, art. 93, XI). Para esse
fim, considera-se a composição já implementada da Corte, não bastando a existência de
vagas recém-criadas, mas ainda não preenchidas’ (AO 232/PE, STF/Pleno, Relator
Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.01, p. 105). Procedência do procedimento de
controle administrativo. Decisão unânime” (CNJ – PCA 200810000023170 – Rel. Cons.
Técio Lins e Silva – 74ª Sessão – j. 18.11.2008 – DJU 05.12.2008).

Órgão Especial. Forma de composição e critério de ocupação das vagas

Pedido de providências. Edição de Enunciado interpretativo.


Magistrados dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando
à fixação de critérios para as hipóteses de substituição temporária de Desembargadores
nos Órgãos Especiais. Interpretação do art. 93, inciso XI da Constituição Federal e da
Resolução 16/06 do CNJ. – “A nova regra constitucional estabeleceu a existência de duas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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classes de Desembargadores nos Órgãos Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos
eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre
da antiguidade do Desembargador no Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição
pela maioria dos membros do Tribunal Pleno, mas pelo prazo de dois anos a contar da data
da eleição. Os Desembargadores não eleitos serão considerados suplentes, na ordem
decrescente da votação obtida, também por um período de dois anos. A ordem de suplência
poderá, no entanto, ser alterada se, um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver
votação superior à do primitivo. Critério lógico de legitimidade decorrente do número de
votos obtidos, a representar a vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas
temporárias (férias, licenças, etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para
substituí-los os Desembargadores suplentes, na ordem decrescente das respectivas
votações. Inteligência dos art. 4º, §§ 4º e 6º da Resolução 16/2006 do CNJ. Se as faltas
temporárias ocorrerem na parte ocupada por antiguidade, serão chamados para substituição
os desembargadores mais antigos que não tenham sido efetivados em decorrência de
eleição. Critério de direito administrativo. Um servidor efetivo não deve ser considerado
substituto eventual de outro já efetivado. Regra prevista no art. 99, § 2º da LOMAN.
Critérios evidenciados na própria Resolução n. 16/06 do CNJ” (CNJ – PP 824 e PP 1056 –
Rel. Cons. Marcus Faver – 37ª Sessão – j. 27.03.2007 – DJU 12.04.2007 – Ementa não
oficial).

Padronização e uniformização taxonômica e terminológica de classes, assuntos


e movimentação processuais

“Ficam criadas as Tabelas Processuais Unificadas do Poder


Judiciário, objetivando a padronização e uniformização taxonômica e terminológica de
classes, assuntos e movimentação processuais no âmbito da Justiça Estadual, Federal, do
Trabalho e do Superior Tribunal de Justiça, a serem empregadas em sistemas processuais,
cujo conteúdo, disponível no Portal do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br),
integra a presente Resolução” (art. 1º da Res. CNJ 46, de 18.12.2007).

Permanência de magistrado em comarca instalada. Obrigatoriedade

Inexistência de magistrado em comarca. – “A criação de uma


comarca pressupõe o atendimento a requisitos, estabelecidos em lei, relativamente à
extensão territorial, ao numero de habitantes, ao número de eleitores, à receita tributária e
ao movimento forense. Após sete anos de instalada, O Tribunal deve assegurar a
permanência de magistrado” (CNJ – PP 200810000004138 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª
Sessão – j. 29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Plantão Judiciário. Regulamentação pelos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Plantão judiciário. Res.


12/2006 do TJCE. Pedido de revogação. – “O Plantão Judiciário é determinação
constitucional (art. 93, inciso XII, da CF/88) ‘funcionando, nos dias em que não houver
expediente forense normal, juízes em plantão permanente’. Evidentemente que entre os
dias sem expediente forense estão os fins de semana e feriados. A resolução impugnada
prevê o sistema de rodízio entre todos os juízes das comarcas integrantes dos núcleos e
entre as secretarias de varas da sede de cada núcleo. Parece-me solução que
adequadamente cumpre a norma constitucional. Em razão dos rodízios, os juízes não terão
comprometidos o repouso semanal em caráter permanente” (CNJ – PCA 245 – Rel. Cons.
Paulo Lôbo – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Plantão Judiciário dos Desembargadores. Pretensão de remuneração por


serviço extraordinário

Procedimento de Controle Administrativo. Postulação de


concessão de remuneração por serviço extraordinário ou compensação em decorrência de
atendimento de plantão por desembargadores. – “I) A LOMAN, no tocante aos
estipêndios de magistrado, não prevê a possibilidade de pagamento de qualquer
gratificação por serviço de plantão. Improvimento. II) É impossível estabelecer qualquer
tipo de compensação para Desembargadores por atuação em regime de plantão, eis que é
inviável lograr-se qualquer tipo de compensação na espécie. III) Consulta conhecida, mas
improvida” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j. 20.11.2007
– DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:
“Assim, os magistrados têm direito a três prerrogativas que são
fundamentais para o bom exercício da jurisdição, que são a inamovibilidade, a
irredutibilidade de vencimentos e a vitaliciedade. Tais garantias, que são os predicamentos
da magistratura, já colocam que se é evidente que os magistrados são trabalhadores do
Serviço Público, em sentido lato, por outro lado sinaliza que não são trabalhadores
comuns, mas sim estão situados em outro patamar, como agentes políticos do Estado. E
assim, como agentes políticos que são, estão sujeitos a outras obrigações, da qual não
podem esperar retribuição, como é o caso de eventual remuneração por realização de
serviço extraordinário, pelo fato de que ficaram à disposição dos jurisdicionados, em
regime de plantão” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).
Parte do Voto do Relator:
“Reconhecer que o magistrado de 2º grau pode deixar de
comparecer ao Tribunal, como compensação implica em admitir que o Desembargador tem
horário fixo de trabalho, o que me parece contraditório com o regime próprio de trabalho
destes magistrados” (CNJ – PCA 13573 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 52ª Sessão – j.
20.11.2007 – DJU 07.12.2007).

Poder de Polícia

Pedido de Providências. Poder de Polícia dos Tribunais.


Instituição de procedimentos de segurança. – “Revela-se adequada a edição de atos
normativos internos visando a segurança dos magistrados, membros do Ministério Público,
advogados, serventuários e jurisdicionados no interior dos estabelecimentos forenses, com
utilização de meios razoáveis e respeitadores da dignidade da pessoa humana. Tal
procedimento não é discriminatório ou abusivo e pretende garantir maior segurança no
interior das dependências forenses e, portanto, apresenta justificativa objetiva e razoável,
não ferindo o princípio da igualdade” (CNJ – PP 461 – Rel. Cons. Alexandre de Moras –
25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Prestação de serviços por pessoas abrangidas pela Resolução do nepotismo

Pedido de Providências. Res. 07/2005 do CNJ. Prestação de


serviços. – “Desde logo, quanto ao pedido para que o Egrégio Conselho ‘regulamente, no
âmbito do Poder Judiciário brasileiro, que vede a prestação de serviços por pessoas
abrangidas pela resolução do nepotismo através de empresas prestadoras de serviço’, urge
julgá-lo improcedente (...). No que tange à pretensão de criar a 'obrigatoriedade de serem

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


983

transformados em cargos efetivos aqueles que exercem as funções de assessoria dos


magistrados', data vênia, ela é de todo descabida, haja vista que alude aos Assessores
Judiciários, cargos previstos em lei, e possíveis de serem ocupados por pessoas de
confiança (...). Pedido improcedente” (CNJ – PP 1090 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 9ª
Sessão Extraordinária – j. 17.04.2007 – DJU 27.04.2007 – Ementa não oficial).

Pretensão de regulamentação da forma de contração de servidores

Pedido de Providências. Recurso administrativo contra decisão


monocrática. Regulamentação da forma de contratação no Poder Judiciário. Matérias
diversas. Impossibilidade de regulamentação genérica. – “O Poder Judiciário é constituído
de vários ramos e diferentes esferas de administração federal e estaduais, sendo inviável a
regulação genérica da organização do quadro funcional” (CNJ – PP 540 – Rel. Paulo
Schmidt – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Promoção de magistrados. Critérios

“Ademais, vale relembrar que este Conselho tem permitido que os


Tribunais, no âmbito de sua autonomia administrativa, estabeleçam a forma mais
conveniente e oportuna de auferir tais critérios de promoção, evidentemente, desde que
observados os limites constitucionais estabelecidos pelo art. 93, II, da CF/88, bem como os
da Resolução 6/2005 deste CNJ” (CNJ – PCA 536 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 14ª Sessão
Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Promoção de magistrados. Definição da base de cálculo da primeira quinta


parte da lista de antiguidade

“A discussão neste ponto cinge-se, basicamente, na definição da


base de cálculo da primeira quinta parte da lista de antiguidade, estabelecida pelo parágrafo
único do art. 2º da Resolução do TJRN. Alega-se que a norma estaria restringindo o acesso
de magistrados à lista de antiguidade. Tenho que, no ponto, razão assiste à requerente. A
opção feita pelo Tribunal requerido, em que pese justificada sob o argumento de
conveniência administrativa – pequeno número de magistrados no Estado (fls. 50 e ss.) –
não encontra respaldo no entendimento atual da Corte Suprema. Em que pese inexistir
norma constitucional específica à definição da base de cálculo da primeira quinta parte dos
magistrados mais antigos – o art. 93, inciso II, alínea ‘b’, da Carta Magna não fez tal
distinção – o egrégio STF assim se questionou: ‘(...) se se calcula a quinta parte sobre o
total de cargos (...) e não, sobre (...) número dos então ocupados (...). A (...) proposição é
inaceitável: lista de antiguidade é um rol de titulares providos nos cargos de determinada
classe, a cujo número não faz sentido adicionar os cargos vagos. (MS 21.631/RJ – Rel.
Min. Sepúlveda Pertence – DJ de 08.04.2000 – p. 05)’. Registre-se, por oportuno, que o
referido entendimento foi endossado pelo Ministro Eros Grau, nos autos do MS
24.575/DF, o que permite concluir, de fato, haver restrição contrária ao espírito da
Constituição, nas palavras da Corte Suprema” (CNJ – PCA 524 – Rel. Cons. Oscar Argollo
– 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Quinto Constitucional. Forma de provimento de vaga em Tribunal de Justiça.


Critério de arredondamento das frações e alternância entre oriundo da
advocacia e do Ministério Público

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


984

“Assiste razão ao Presidente da OAB/MA, quando afirma que ‘se


há modificação do número de vagas destinadas ao Quinto Constitucional e este número se
revela, dessa vez, ímpar, ou seja, cinco, in casu, o preenchimento se dará por alternância,
vislumbrando, sempre, a última nomeação que foi consolidada’. Nesse sentido, a já citada
lição do Supremo Tribunal Federal: ‘A alternância se faz observando-se, para tanto, a
última nomeação ocorrida. Se, como no caso dos autos, a lista foi composta por advogados,
a vaga surgida há de ser preenchida por membro do Ministério Público. Dispensável seria a
inserção dessa regra na Constituição Federal, que deve merecer interpretação teleológica e
sistemática, desprezando-se a ordem de lançamento de vocábulos, expressões e
disposições, sem que o texto em si, sinalize para a gradação de importância (...). Vale
dizer, o arcabouço normativo constitucional não contempla preferência, no preenchimento
das vagas do quinto, entre advogados e membros do Ministério Público. Ombreiam em
igualdade de condições; sendo par o número de vagas, as cadeiras são preenchidas pela
classe respectiva, levando-se em conta o antecessor, e, sendo ímpar, pela salutar
alternância’ (STF, MS 23.972-9, Rel. Min. Marco Aurélio)” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007 – Ementa não
oficial).

Pedido de Providências. Consulta sobre forma de provimento de


vaga do quinto constitucional em Tribunal de Justiça. Estado do Maranhão. Questão já
apreciada, por diversas vezes, pelo Supremo Tribunal Federal. Matéria a rigor de cunho
constitucional que estaria fora da competência do CNJ – “Se o número total da
composição de um Tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante para
o número intero seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto
constitucional. Tanto a fração menor do que 5 (cinco) como a maior será arredondada em
favor das classes componentes do quinto constitucional. A norma constitucional expressa
prevalece sobre a norma implícita, que da primeira decorre. Se assim não for a regra do art.
94 da Constituição Federal restará descumprida. Conhecimento da consulta como Pedido
de Providência, tendo-o por improcedente” (CNJ – PP 884 – Rel. Cons. Marcus Faver –
33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Pedido de Providências. Magistrados dos Tribunais de Justiça do


Rio de Janeiro e de São Paulo. Pedidos visando a fixação de critérios para as hipóteses de
substituição temporária de Desembargadores nos Órgãos Especiais. Interpretação do art.
93, inciso XI da Constituição Federal e da Res. 16/2006 do CNJ. – “A nova regra
constitucional estabeleceu a existência de duas classes de Desembargadores nos Órgãos
Especiais dos Tribunais: a dos antigos e a dos eleitos. Ambas, no entanto, ocupadas em
caráter efetivo. Na primeira, a efetivação decorre da antiguidade do Desembargador no
Tribunal, e na segunda, em decorrência da eleição pela maioria dos membros do Tribunal
Pleno, mas pelo prazo de 2 (dois) anos a contar da data da edição. Os Desembargadores
não eleitos serão considerados suplentes, na ordem decrescente da votação obtida, também
por um período de 2 (dois) anos. A ordem de suplência poderá, no entanto, ser alterada se,
um outro Desembargador, numa nova eleição, obtiver votação superior à do primitivo.
Critério lógico de legitimidade decorrente do número de votos obtidos, a representar a
vontade dos integrantes do Tribunal Pleno. Ocorrendo faltas temporárias (férias, licenças,
etc.) dos titulares da parte eleita, serão convocados para substituí-los os Desembargadores
suplentes, na ordem decrescente das respectivas votações. Inteligência dos arts. 4º, §§ 4º e
6º da Res. 16/2006 do CNJ. Se as faltas temporárias ocorrerem na parte ocupada por
antiguidade, serão chamados para substituição os Desembargadores mais antigos que não
tenham sido efetivados em decorrência de eleição. Critério de Direito Administrativo. Um
servidor efetivo não deve ser considerado substituto eventual de outro já efetivado. Regra

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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prevista no art. 99, § 2º da LOMAN. Critérios evidenciados na própria Res. 16/2006 do


CNJ. Pedidos tidos por improcedentes. Edição de enunciado interpretativo” (CNJ – PP 824
e 1056 – Rel. Cons. Marcus Faver – 33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

“Se a divisão dos membros de determinado Tribunal de Justiça


Estadual, como no presente caso, por cinco não resultar em um número inteiro, o
arredondamento sempre deverá ser para cima, sob pena de consagrar-se uma sub-
representação dos membros do Ministério Público e dos advogados, em flagrante
inconstitucionalidade” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 33ª Sessão –
j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

Regulamentação da utilização de carros oficiais no âmbito dos tribunais

Pedido de Providências. Aquisição de novos veículos pelo TJMA.


Alegação de ofensa aos princípios constitucionais. Condições precárias dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais. Regulamentação da utilização de carros oficiais no âmbito
dos tribunais. (CNJ – PP 200710000009612 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Reuniões denominadas “Pleninho”, que antecedem as reuniões do Tribunal


Pleno

“Determina-se seja recomendado ao Tribunal que as reuniões


denominadas “Pleninho”, as que antecedem as reuniões do Pleno, sejam realizadas no
próprio Tribunal, estendidas a todos os desembargadores e que, doravante sejam
denominadas reuniões administrativas” (CNJ – SIND 03 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª
Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do relator).

Revogação do ato que determinou a instalação de varas

Procedimento de Controle Administrativo. Pedido de revogação de


ato que autoriza o Presidente a revogar os atos de instalação, com a conseqüente
desativação, de Vara Cível e Vara Criminal de Comarca, após vacância. Alegação de
incoerência no gasto de quantias altas para expansão do fórum e construção de novas varas
e posterior extinção de duas varas. – “Ao exame dos dados apresentados pelo Tribunal,
inviável não se concluir que andou bem o Tribunal em sugerir a revogação do ato de
instalação de duas varas, uma cível e outra criminal. Veja-se que, média mensal de
processos distribuídos em cada uma das 4 varas cíveis nos últimos dois anos não chegou a
60 feitos, e que com a desativação de uma das unidades, a média das três remanescentes
será próxima de 64 processos distribuídos. Na esfera criminal os dados são mais claros,
uma vez que na média dos dois últimos anos, cada uma das varas não recebeu mais do que
19 feitos, sendo que a estimativa é de que a vara única criminal na comarca de Barra
Mansa receberá, em médio, 35 feitos” (CNJ – PCA 338 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 7ª
Sessão Extraordinária – j. 14.03.2007 – DJU 23.03.2007 – Ementa não oficial).

Segredo de justiça na atividade censória dos tribunais

Pedido de Providências. Consulta. Legitimidade membro do


Tribunal de Justiça. Auto-aplicabilidade dos artigos 93, incisos IX e X da Constituição
Federal. – “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, sendo as
decisões administrativas dos tribunais motivadas e tomadas pelo voto da maioria absoluta

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


986

de seus membros. Possibilidade constitucional de edição de lei para restringir a publicidade


dos atos processuais em virtude de defesa da intimidade ou exigência do interesse social
(CF, art. 5º, inciso LX). Recepção da LOMAN (art. 40). Possibilidade de segredo de
justiça no exercício de atividade censória dos tribunais, de maneira a garantir o devido
resguardo à dignidade e à independência do magistrado” (CNJ – PP 1108 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 36ª Sessão – j. 13.03.2007 – DJU 23.03.2007).

Sessão de julgamento. Solicitação de gravação de áudio

Pedido de Providências. Solicitação de entrega de gravações de


áudio. Ata de sessão de Julgamento de 20.02.2002 do Tribunal de Justiça do Estado do
Piauí. Pedido liminar. – “(...) Conheço, portanto, do recurso, apenas no que se refere a
decisão no Pedido de Providências, por estar em conformidade com o art. 103 do
Regimento Interno deste Conselho Nacional de Justiça. (...) De qualquer maneira, o
recurso não merece provimento, pois, tal como já dito, nenhum direito assegura ao
recorrente cópia de áudio de sessão Recurso parcialmente conhecido. Provimento negado”
(CNJ – PP 1357 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 12ª Sessão Extraordinária – j. 22.05.2007 –
DJU 04.06.2007 – Parte do voto do relator).

Sucessão nos cargos de direção

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo eleições para cargo de vice-presidente. Art. 93 do Regimento Interno do
TJMA. – “O artigo 93 do RITJMA dispõe que ‘vagando o cargo de Presidente, por
renúncia ou morte, assumirá o Vice-Presidente se faltar menos de um ano para o término
do mandato, sendo eleito novo Vice-Presidente’. Resta claro que as hipóteses de renúncia
ou morte a que alude o dispositivo regimental foram citadas a título meramente
exemplificativo, já que a Lei 8.112/90 arrola taxativamente os casos de vacância de cargo
público abrangendo expressamente as hipótese de aposentadoria, sendo, portanto, inviável
interpretação restritiva da norma” (CNJ – PCA 11370 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Suspensão do expediente forense. Autonomia dos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Suspensão do


expediente forense. Ato do Conselho Superior da Magistratura. Autonomia dos tribunais.
Requerimento de medida estranha às finalidades do CNJ (art. 103, § 4º, da CF/88).
Situação fática que enseja perda do objeto. Indeferimento. – “A questão enquadra-se no
âmbito da autonomia dos tribunais, os quais hão de observar a necessidade de regime
plantonista, nas datas sem expediente normal, nos termos do art. 93, inciso XII, da CF/88.
Indevida ingerência sobre atos de autogoverno e administração” (CNJ – PCA 611 – Rel.
Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Utilização de espaço público do tribunal por entidade privada

Pedido de Providências. Uso de espaço público por entes


privados. Ausência de ilegalidade. Desprovimento. – “I) O uso de espaço público do
Tribunal por ente privado, mediante regular processo licitatório e contratual, não
caracteriza ilegalidade. II) Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP
909 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


987

Utilização do resultado material das transações penais realizadas com base na


Lei 9.099/95 em benefício do Fundo de Reaparelhamento dos tribunais

Poder Judiciário. Fundo de Reaparelhamento. Receitas. Utilização


de bens e recursos provenientes de transações penais realizadas com base na Lei 9.099/95.
Estado de Goiás. Lei Estadual 12.832/96. – “Havendo previsão normativa estadual que
legitima a absorção de bens e receitas originárias das transações firmadas em Juizados
Especiais Criminais, não há falar em ilicitude da norma regulamentar editada pelo Tribunal
de Justiça do Estado de Goiás. Nesse sentido, havendo prévia definição da matéria pelo
Poder Legislativo da Unidade Federativa envolvida, não há espaço para o exercício dos
juízos próprios de conveniência e oportunidade que devem inspirar a atuação dos órgãos
investidos de poder normativo primário” (CNJ – PP 343 – Rel. Cons. Douglas Alencar
Rodrigues – 32ª Sessão – j. 18.12.2006 – DJU 10.01.2007).
Parte do voto do Relator no PP 343:
“Nada obstante, se é certo que a destinação de bens e recursos
atende o interesse público na preservação das estruturas necessárias à própria
administração da Justiça, não menos correto que essa mesma realidade pode suscitar
questionamentos de natureza ética a propósito da própria imparcialidade e impessoalidade
dos magistrados e promotores no exame dessas questões. De fato, ainda que os membros
do Judiciário e do Ministério Público não sejam diretamente beneficiados, sob o aspecto
pessoal ou funcional, em razão da reversão dessas receitas para o reaparelhamento das
instituições às quais pertencem, parece indiscutível que todos eles possuem o mesmo
interesse em que tais instituições possam funcionar plenamente, no exclusivo interesse dos
jurisdicionados, sem as notórias carências de recursos humanos e materiais”

Viagens realizadas por membros de tribunais que ocupam cargos de direção

“Mostra-se perfeitamente plausível e razoável que


Desembargadores que ocupam cargos de direção nos tribunais superiores e deste CNJ
façam viagens, com certa regularidade, para tratar de interesses de seus tribunais” (CNJ –
PCA 596 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007 –
Ementa não oficial).

TRIBUNAL DE CONTAS
Atuação de controle voltada à execução da peça orçamentária. Possibilidade
do CNJ apreciar matéria submetida ao Tribunal de Contas

“Mostra-se fundamental observar que o só fato de o Tribunal de


Contas do Estado de Goiás ter apreciado a questão, estando sua decisão submetida a
recurso no mesmo âmbito administrativo-contábil, tal não impede o CNJ de apreciar a
questão. Isto porque a atuação do Tribunal de Contas, nos termos da Constituição Federal,
tem por escopo precípuo a verificação da correção e veracidade das contas do Poder
Executivo no âmbito da Federação, dos Estados e dos Municípios, no que pertine ao
cumprimento e execução da peça orçamentária anual, que congrega as verbas dos três
poderes. Tem por finalidade, assim, fiscalizar as contas do executivo visando o controle de
gastos e a adequada destinação das verbas públicas. Em resumo, cabe aos Tribunais de
Contas da União, Estados e Municípios (onde houver) o controle externo da fiscalização
contábil, financeira, operacional e patrimonial dos entes do Governo. Por sua vez, ao CNJ
cabe a fiscalização e o controle dos atos administrativos de gestão e atuação administrativa
do Poder Judiciário no âmbito dos Tribunais Federais e Estaduais, de sorte que a decisão

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


988

por ele tomada em um processo específico assume, necessariamente, repercussão geral e


vincula a todos. Portanto, a questão relativa à incorporação de gratificações aos proventos
de aposentadoria de magistrados assume interesse geral e raio de abrangência que
transcende ao processo onde for dirimida” (CNJ – PCA 10 – Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª
Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008 – Parte do voto do Relator).

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO – TCU


Competência concorrente com o CNJ para o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário

Pedido de Providências. Conselho Nacional de Justiça e Tribunal


de Contas da União. Competências concorrentes de controle da atuação administrativa e
financeira. Harmonização. – “As competências coincidentes do Tribunal de Contas da
União (e, por paralelismo constitucional, dos tribunais de contas estaduais) e do Conselho
Nacional de Justiça em matéria de controle da atuação administrativa e financeira
abrangem, exclusivamente, a sustação de atos ou contratos e o exame de regularidade dos
atos de admissão de pessoal efetivo do Poder Judiciário, devendo prevalecer, por
prevenção, o primeiro pronunciamento de mérito, salvo se a matéria compreender a estrita
observância de ato normativo ou recomendação do Conselho Nacional de Justiça. Fato
novo. Revisão da decisão pelo TCU. Perda de objeto. A revisão de decisão anterior,
prestigiando o quanto decidido pelo Conselho Nacional de Justiça leva, no caso concreto, o
pedido inicial à perda de objeto pela superveniente harmonização entre as decisões. Pedido
de Providências prejudicado” (CNJ – PP 200810000020521 – Rel. Cons. Antonio Umberto
de Souza Júnior – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Edição de prescrições normativas em dissonância com aquelas emanadas do


CNJ. Exercício legítimo da competência constitucional de cada qual.
Impossibilidade de imposição recíproca de qualquer das orientações

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal de Contas da


União (TCU). Edição de prescrições normativas dissonantes e contraditórias. Forma de
superação do conflito. – “A edição pelo CNJ e pelo TCU de orientações normativas
contraditórias acerca de uma mesma questão jurídico-administrativa, cada qual desses
órgãos no exercício legítimo de suas competências constitucionais, não denota antinomia
sistêmica grave, antes evidenciando o resultado do natural e complexo processo de
fiscalização da Administração Pública consagrado no texto Constitucional. Não havendo
hierarquia entre os órgãos envolvidos, inclusive porque ligados a frações distintas do poder
político, não há possibilidade de imposição recíproca de qualquer das orientações
proferidas, resguardando-se aos eventuais interessados, em qualquer hipótese, o acesso
direto ao Poder Judiciário para a tutela de seus interesses (CF, art. 5º, XXXV). Figurando,
porém, o CNJ como órgão máximo do controle administrativo do aparato judicial
brasileiro, de natureza interna, suas decisões devem ser cumpridas pelos órgãos judiciários,
inclusive porque resultantes do exercício da auto-tutela administrativa (S. 473/STF)” (CNJ
– PP 445 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 4ª Sessão Extraordinária – j. 08.08.2006 –
DJU 21.08.2006).

TRIBUNAL DE EXCEÇÃO
Mutirão para agilização do julgamento dos processos judiciais. Inocorrência
de ofensa ao princípio do juiz natural, com instituição de tribunal de exceção

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Procedimento de Controle Administrativo. Mutirão destinado a


agilizar o julgamento de processos judiciais. Alegada violação ao princípio do juiz
natural, com instituição de tribunal de exceção. Inexistência. Orientação da
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Improcedência da pretensão. – “I) Em
todo o Judiciário brasileiro, os chamados mutirões têm servido como importante
instrumento adotado pela administração da justiça para agilizar a tramitação de processos.
Na sistemática desses mutirões, a administração dos tribunais, com a autonomia que lhes é
própria, se vale da prerrogativa legal e regimental de designar, por ato da presidência,
juízes substitutos ou mesmo titulares voluntários, para auxiliarem determinado juízo. II)
Nos mutirões, não se cogita do afastamento dos juízes titulares das varas beneficiadas. Ao
contrário, esses titulares somam seus esforços aos do grupo de magistrados designados
para o auxílio e não raro os coordena. Da mesma forma, o ato de designação não vincula
quaisquer dos juízes a determinado processo. O juiz não é designado para proferir sentença
em dado feito. De modo absolutamente desvinculado, há um grupo de juízes de um lado e
um acervo de processos do outro. O objetivo é liquidar o acervo, pouco importando quem
profira a decisão, podendo ser o próprio titular da vara. III) Os mutirões, portanto, não
ofendem a garantia do juiz natural e muito menos cria tribunal de exceção. No caso dos
mutirões, o juiz natural é aquele que, de modo aleatório, conforme a sistemática de
trabalho adotada, recebe o feito para apreciação e o julga com a devida imparcialidade. IV)
Orientação da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. V) Procedimento de
Controle Administrativo rejeitado” (CNJ – PCA 43 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 12ª
Sessão – j. 31.01.2006 – DJU 09.02.2006).

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Aprovação de seu Regimento Interno

Procedimento de Controle Administrativo. Estado de São Paulo.


Tribunal de Justiça com Órgão Especial regularmente constituído. Impugnação de ato
administrativo do Presidente. Portaria constituindo grupo de estudo. Busca de alteração
do Regimento Interno, com determinação de ser o projeto submetido à apreciação do
Tribunal Pleno. Impossibilidade. Matéria de competência privativa do Órgão Especial. –
“A regra constitucional atual, diferentemente da anterior, faculta aos Tribunais, com
número superior a vinte e cinco julgadores, constituírem Órgãos Especiais. Tais órgãos,
criados por opção, têm a finalidade específica e privativa de exercerem todas as atribuições
administrativas e jurisdicionais que eram da competência do Tribunal Pleno, aí incluídas as
previstas no art. 96, inciso I da Constituição Federal. A leitura do texto constitucional
indica que o Órgão Especial é constituído para (preposição indicativa de fim, de destino) o
exercício das (artigo determinado) funções administrativas e jurisdicionais retiradas,
transferidas ou delegadas do Tribunal Pleno. Interpretações gramatical, histórica e
teleológica num mesmo sentido. Constituído o Órgão Especial resta ao Pleno apenas a
função eleitoral que não pode ser delegada. Inteligência do art. 93, inciso XI da
Constituição Federal com a redação da Emenda 45, de 08.12.2004. Regramento ainda mais
evidente para o Estado de São Paulo ante o texto de sua Constituição. Ato típico de
usurpação de competência do Órgão Especial, com afronta às decisões deste Conselho e
violação dos textos constitucionais. Rejeição da preliminar de não conhecimento. (CNJ –
PCA 260 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

Atribuições e prerrogativas do Presidente

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


990

“É parte das prerrogativas de presidentes de tribunais o controle e a


manutenção da ordem no interior da Corte” (CNJ – PP 200710000012910 – Rel. Cons.
Andréa Pachá – 62ª Sessão – j. 13.05.2008 – DJU 02.06.2008).

Convênio do TJRJ firmado com a OAB-RJ. Inexistência de qualquer


ilegalidade

Procedimento de Controle Administrativo. Sindicato dos


Advogados do Estado do Rio de Janeiro. Convênio celebrado entre a Ordem dos
Advogados do Brasil - Secção do Estado do Rio de Janeiro e o Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro. Improcedência do pedido. – “O requerente não tem a qualidade
que alardeia, não representando a classe dos advogados fluminenses, mas tão somente seus
filiados e, como também, não há qualquer inconstitucionalidade ou ilegalidade do acordo
de cavaleiros patrocinado pelo TJRJ e a OAB-RJ, uma atitude que merece ser estendida a
outros tribunais brasileiros, revelando a concórdia e a boa solução para casos que tais”
(CNJ – PCA 55 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 –
DJU 06.04.2006 – Ementa não oficial).

Distribuição de vagas por comarca mediante opção prévia

“Não há nenhuma irregularidade na decisão do Tribunal de Justiça


do Estado de Santa Catarina em distribuir vagas por comarca e determinar a opção prévia
de cada candidato” (CNJ – PP 1458 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 49ª Sessão – j.
09.10.2007 – DJU 25.10.2007 – Ementa não oficial).
Vide também: STF – RE 14565 – Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

Elegibilidade do magistrado para cargo de Presidente do Tribunal. Atuação


em cargos de direção

Pedido de Providência. Consulta. Elegibilidade. Cargo de


Presidente do Tribunal. Possibilidade. – “A atuação de magistrados em cargos de direção
não prejudica sua elegibilidade à Presidência do Tribunal, desde que a soma dos
respectivos períodos não ultrapasse o prazo máximo de quatro anos fixados na LOMAN”
(CNJ – PCA 200710000005187 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 45ª Sessão – j.
14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Eleição da Mesa Diretora. Alteração da data. Ausência de irregularidade ou


ilegitimidade. Perda do objeto

“Ainda que desnecessário, cabe esclarecer, no entanto, inexistir


controle de legalidade a se realizar no caso em análise. A fixação de uma data para eleição
da Mesa Diretora é regra estabelecida no Regimento Interno do Tribunal. Todavia, diante
do caso concreto, essa regra pode, em tese, ser afastada sem prejuízos à legalidade, desde
que fundamentada e respeitado o interesse público. Não se desconhece que já tivemos
eleições ara Presidente da República e outros cargos do Poder Executivo antecipadas ou
postergadas, nada havendo de irregular ou ilegítimo pelo só fato da alteração de data.
Nessas circunstâncias, não há que se falar em alteração do Regimento Interno, posto tratar-
se apenas e tão-somente de um afastamento da regra regimental, justificado e restrito a um
caso específico. Ademais, não há sequer alegações de que a mudança na data das eleições
tenha prejudicado a finalidade do ato. Pelo contrário, evitou-se que a ausência de número
expressivo de Desembargadores pudesse prejudicar a eleição ou alterar o seu resultado”

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


991

(CNJ – PCA 16343 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008
– Ementa não oficial).

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Perda de objeto do pedido. Alegação de violação ao princípio da
legalidade por alteração na data de eleição da mesa diretora. Data fixada no Regimento
Interno, mas afastada no caso concreto de forma justificada. – “Se o único pedido
formulado pela parte é de prática ou abstenção de determinado fato e com caráter
satisfativo, tem-se que, implementada naturalmente a condição antes do julgamento, o
pedido antes formulado considera-se prejudicado com a perda do objeto colimado” (CNJ –
PCA 16343 – Rel. Cons. Rui Stoco – 54ª Sessão – j. 18.12.2007 – DJU 08.02.2008).

Eleição de juiz de direito para compor o TRE. Escolha na primeira quinta


parte da lista de antigüidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Pernambuco. Eleição de juiz de direito para compor o Tribunal Regional
Eleitoral. Elegibilidade dos juízes incluídos na primeira quinta parte da lista de
antiguidade. Código de Organização Judiciária. – “I) O artigo 26, VIII da Lei
Complementar Estadual 100/2007, atribui ao Tribunal de Justiça competência para ‘eleger,
em sessão pública e escrutínio secreto, dois de seus membros e, dentre os integrantes da
primeira quinta parte da lista de antiguidade da mais elevada entrância, dois Juízes de
Direito, bem como os respectivos suplentes, para integrarem o Tribunal Regional
Eleitoral.’ II) A instituição da condição de elegibilidade para a vaga de juiz de Direito no
Tribunal Regional Eleitoral (integrar a primeira quinta parte da lista de antiguidade da mais
elevada entrância) constitui limite objetivo à liberdade de escolha do juiz de Direito para
integrar aquela Corte Eleitoral. III) Existente a regra de elegibilidade, compatível com o
regramento constitucional relativo à promoção por merecimento (CF art. 93, II, b), há de
ter ela força normativa para servir de parâmetro ao exercício da competência
administrativa pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Procedência do pedido para
invalidação do ato questionado” (CNJ – PCA 200810000014764 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Eleição de presidente de câmara de tribunal

Eleição para Presidência de Câmara de Tribunal. Hipótese


relativa à vacância do cargo antes do término do mandado. Ausência de norma específica.
Prevalência da regra geral. Realização de nova eleição. Legalidade. Pedido
improcedente. – “A interpretação correta da norma em apreço é a de que o legislador
determinou que a presidência de câmara ocorrerá sempre por eleição, pouco importando se
a hipótese viesse a se tratar de novo mandato ou mero complemento de mandato
interrompido” (CNJ – PCA 200710000007690 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Elevação da entrância das comarcas

Procedimento de Controle Administrativo. Revisão de ato


administrativo. Lista de antiguidade do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
Comarcas elevadas pela LC 59/2001 e pela Resolução 387/2002-TJMG. Alegada
inobservância à hierarquia das normas. Promoção de magistrados. – “O Tribunal de
Justiça do Estado de Minas Gerais, ao elevar à Entrância Especial as Comarcas de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia, apenas deu
aplicação ao que previsto na Lei Complementar 59/2001. Improcedência do Procedimento
de Controle Administrativo” (CNJ – PCA 200810000005088 – Rel. Cons. Técio Lins e
Silva – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pagamentos feitos sem justificativa legal

“Servidores nomeados e que não prestavam serviços ao Tribunal,


pagamentos feitos sem justificativa legal e autorizados mediante simples despacho do
presidente, servidores mantidos na folha de pagamento e já exonerados são ocorrências que
ensejam a punição administrativa, quando possível, e também criminal dos responsáveis. O
interesse do Estado não pode ser confundido com o interesse privado daqueles que detêm o
controle da Administração” (CNJ – PCA 255 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Pedido de fornecimento de cópia de áudio de sessão de julgamento

Pedido de Providências. Fornecimento de cópia de áudio de sessão


de julgamento de processo judicial. Recusa. Denegação do recurso. (CNJ – PP 1244 – Rel.
Cons. Germana Moraes – 39ª Sessão – j. 24.04.2007 – DJU 11.05.2007 – Ementa não
oficial).

Quinto Constitucional. Forma de provimento de vaga em Tribunal de Justiça.


Critério de arredondamento das frações e alternância entre oriundo da
advocacia e do Ministério Público

“Assim, se a divisão dos membros de determinado Tribunal de


Justiça Estadual, como no presente caso, por cinco não resultar em um número inteiro, o
arredondamento sempre deverá ser para cima, sob pena de consagrar-se uma sub-
representação dos membros do Ministério Público e dos advogados, em flagrante
inconstitucionalidade” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 33ª Sessão –
j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

“Assiste razão ao Presidente da OAB/MA, quando afirma que ‘se


há modificação do número de vagas destinadas ao Quinto Constitucional e este número se
revela, dessa vez, ímpar, ou seja, cinco, in casu, o preenchimento se dará por alternância,
vislumbrando, sempre, a última nomeação que foi consolidada’. Nesse sentido, a já citada
lição do Supremo Tribunal Federal: ‘A alternância se faz observando-se, para tanto, a
última nomeação ocorrida. Se, como no caso dos autos, a lista foi composta por advogados,
a vaga surgida há de ser preenchida por membro do Ministério Público. Dispensável seria a
inserção dessa regra na Constituição Federal, que deve merecer interpretação teleológica e
sistemática, desprezando-se a ordem de lançamento de vocábulos, expressões e
disposições, sem que o texto em si, sinalize para a gradação de importância (...). Vale
dizer, o arcabouço normativo constitucional não contempla preferência, no preenchimento
das vagas do quinto, entre advogados e membros do Ministério Público. Ombreiam em
igualdade de condições; sendo par o número de vagas, as cadeiras são preenchidas pela
classe respectiva, levando-se em conta o antecessor, e, sendo ímpar, pela salutar
alternância’ (STF, MS 23.972-9, Rel. Min. Marco Aurélio)” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 34ª Sessão – j. 13.02.2007 – DJU 02.03.2007 – Ementa não
oficial).

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Pedido de Providências. Consulta sobre forma de provimento de


vaga do quinto constitucional em Tribunal de Justiça. Estado do Maranhão. Questão já
apreciada, por diversas vezes, pelo Supremo Tribunal Federal. Matéria a rigor de cunho
constitucional que estaria fora da competência do CNJ – “Se o número total da
composição de um Tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante para
o número intero seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto
constitucional. Tanto a fração menor do que 5 (cinco) como a maior será arredondada em
favor das classes componentes do quinto constitucional. A norma constitucional expressa
prevalece sobre a norma implícita, que da primeira decorre. Se assim não for a regra do art.
94 da Constituição Federal restará descumprida. Conhecimento da consulta como Pedido
de Providência, tendo-o por improcedente” (CNJ – PP 884 – Rel. Cons. Marcus Faver –
33ª Sessão – j. 23.01.2007 – DJU 06.02.2007).

Servidores mantidos em folha de pagamento e já exonerados

“Servidores nomeados e que não prestavam serviços ao Tribunal,


pagamentos feitos sem justificativa legal e autorizados mediante simples despacho do
presidente, servidores mantidos na folha de pagamento e já exonerados são ocorrências que
ensejam a punição administrativa, quando possível, e também criminal dos responsáveis. O
interesse do Estado não pode ser confundido com o interesse privado daqueles que detêm o
controle da Administração” (CNJ – PCA 255 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 65ª
Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

TRIBUNAL PLENO
Palavras-chave: COLEGIADO – ÓRGÃO DE CÚPULA – PLENÁRIO
V. tb.: ÓRGÃO ESPECIAL DOS TRIBUNAIS – SESSÃO PLENÁRIA

Alteração do Regimento Interno mediante aprovação do Tribunal Pleno.


Matéria de competência do Órgão Especial

Procedimento de Controle Administrativo. Estado de São Paulo.


Tribunal de Justiça com Órgão Especial regularmente constituído. Impugnação de ato
administrativo do Presidente. Portaria constituindo grupo de estudo. Busca de alteração
do Regimento Interno, com determinação de ser o projeto submetido à apreciação do
Tribunal Pleno. Impossibilidade. Matéria de competência privativa do Órgão Especial. –
“A regra constitucional atual, diferentemente da anterior, faculta aos Tribunais, com
número superior a vinte e cinco julgadores, constituírem Órgãos Especiais. Tais órgãos,
criados por opção, têm a finalidade específica e privativa de exercerem todas as atribuições
administrativas e jurisdicionais que eram da competência do Tribunal Pleno, aí incluídas as
previstas no art. 96, inciso I da Constituição Federal. A leitura do texto constitucional
indica que o Órgão Especial é constituído para (preposição indicativa de fim, de destino) o
exercício das (artigo determinado) funções administrativas e jurisdicionais retiradas,
transferidas ou delegadas do Tribunal Pleno. Interpretações gramatical, histórica e
teleológica num mesmo sentido. Constituído o Órgão Especial resta ao Pleno apenas a
função eleitoral que não pode ser delegada. Inteligência do art. 93, inciso XI da
Constituição Federal com a redação da Emenda 45, de 08.12.2004. Regramento ainda mais
evidente para o Estado de São Paulo ante o texto de sua Constituição. Ato típico de
usurpação de competência do Órgão Especial, com afronta às decisões deste Conselho e
violação dos textos constitucionais. Rejeição da preliminar de não conhecimento. (CNJ –
PCA 260 – Rel. Cons. Marcus Faver – 28ª Sessão – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006).

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Coexistência

“Sobre a coexistência do Tribunal Pleno com o Órgão Especial não


há realmente qualquer óbice legal, pois a eleição do Órgão Especial tem por finalidade
agilizar as decisões administrativas do tribunal, que poderiam ficar inviabilizadas na
impossibilidade de reunir um grande número de Desembargadores. Não poderia ser a
criação do órgão especial um empecilho para o funcionamento do Pleno, órgão que reúne
todos os membros do Tribunal, em questões que tenham sido consideradas importantes ou
relevantes ou especiais, como a eleição do Presidente, Vice e Corregedor do Tribunal. O
contrário talvez pudesse ser combatido: a eleição pelo Órgão Especial, com número
reduzido de Desembargadores” (CNJ – PP 200810000008077 – Rel. Cons. Marcelo Nobre
– 75ª Sessão – j. 02.12.2008 – DJU 19.12.2008 – Ementa não oficial).

Convocação de magistrados de primeiro grau para suprir a insuficiência de


quorum para a instauração de processo disciplinar contra magistrado

“Não é possível a convocação de magistrados de 1º grau para


compor insuficiência de quorum do Tribunal Pleno, ou de seu órgão especial, em votação
de instauração de processo administrativo disciplinar e de eventual afastamento do
processado, ainda que exista previsão normativa do Regimento Interno do Tribunal ou da
Lei de Organização Judiciária local. A única convocação possível é de desembargadores,
por serem membros efetivos do Tribunal, para integrar o órgão especial, sob pena de
violação do princípio do juiz natural” (CNJ – PCA 200810000010813 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 71ª Sessão – j. 07.10.2008 – DJU 24.10.2008).
Observação: Acórdão retificado na 73ª Sessão Ordinária, de 04.11.2008.

Imposição de sanção disciplinar a juiz. Participação de magistrados


convocados para compor o Órgão Especial ou Tribunal Pleno

Recurso Administrativo. Procedimento de Controle Administrativo.


Aplicação de penalidade em magistrado. Art. 45, LOMAN. Participação de juízes
convocados. – “ O inciso II do artigo 45 da LOMAN determina que o Tribunal ou seu
Órgão Especial poderá determinar, pode motivo de interesse público, em escrutínio secreto
e pelo voto de dois terços de seus membros efetivos, a disponibilidade de membro do
próprio Tribunal ou de Juiz de instância inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo
de serviço. Conforme dispõe o artigo 93 da Constituição, o quorum será formado pela
maioria absoluta. Os votos dos juízes convocados não transfiguram a decisão do tribunal,
na medida em que o quorum consitucional foi obedecido” (CNJ – PCA 294 e 428 – Rel.
Cons. Paulo Schmidt – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO


Nepotismo. Exonerações determinadas pela Res. 7 do CNJ. Inaplicabilidade de
prazo decadencial ou prescricional

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho. Cargo


Comissionado. Não-aplicabilidade do Parágrafo único do artigo 95 do RI/CNJ para
impedir exonerações determinadas pela Res. 7. Incidência do Enunciado 01, letra “m” do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Conselho Nacional de Justiça. (CNJ – PP 275 – Rel. Cons. Ruth Lies Scholte Carvalho –
18ª Sessão – j. 02.05.2006 – DJU 08.05.2006).

Provimento de cargos. Ilegalidades inexistentes

Pedido de Providências. Ilegalidades relativas ao provimento de


cargos do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região. Inexistência. – “Em tendo sido as
ilegalidades apontadas pelo requerente suficientemente afastadas pelos dados apresentados
nestes autos, não há motivo a justificar a adoção de providências por este Conselho” (CNJ
– PP 86 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni – 2ª Sessão Extraordinária – j. 14.03.2006 – DJU
06.04.2006 – Ementa não oficial).

Transformação de Vara do Trabalho criada para um município em órgão


jurisdicional de outro

Pedido de Providências. Competência de órgão de supervisão


administrativa de hierarquia inferior ao CNJ. Aplicação do art. 17 da Lei 9.784/99. Não-
conhecimento. Tribunal Regional do Trabalho. Transformação de Vara do Trabalho criada
por lei, para um determinado município, em órgão jurisdicional de outro. Matéria a ser
apreciada pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho nos termos do art. 11, § 2º, inciso
II da Constituição Federal. Declinação da competência. (CNJ – PP 137 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 9ª Sessão – j. 29.11.2005 – DJU 07.12.2005).

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL


Palavras-chave: JUIZ ELEITORAL

Anulação de designação de magistrado para Zona Eleitoral. Exigência de


titularidade nas Zonas Eleitorais para a indicação

Procedimento de Controle Administrativo. Anulação da


designação de magistrado para Zona Eleitoral. Res. 21009/02-TSE. Critério. Titularidade
de Zona Eleitoral. – “‘A alteração provocada pelo Tribunal Superior Eleitoral visa a não-
perpetuação do Magistrado em titularidade de Zonas Eleitorais, uma vez que ocorram
remoções e promoções de Magistrados. Para a indicação dos Tribunais há de ser
considerada a titularidade nas Zonas Eleitorais, e não períodos de substituição a título
precário’ (CNJ – PP 11102 – Rel. Cons. Felipe Locke – 68ª Sessão Ordinária de
Julgamento). Procedimento que se julga improcedente. Decisão unânime) e (CNJ – PCA
200810000014533 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU
13.02.2009).

Afastamento do pleito eleitoral. Natureza sensória

Justiça Eleitoral. Afastamento de magistrada. – “O afastamento de


magistrada da presidência de pleito eleitoral, em virtude de entrevistas dadas à imprensa,
tem natureza censória e deve ser precedido do devido processo, assegurada a ampla
defesa” (CNJ – PCA 200810000033072 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 78ª Sessão – j.
10.02.2009 – DJU 09.03.2009).

Composição. Critérios de escolha de magistrados para compor a Corte

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Pedido de Providências. – “Apesar de estabelecer, especialmente


no caso dos Juízes de Direito, que a definição dos magistrados que integrarão o Tribunal
Regional Eleitoral dependerá de eleição com votação secreta, não há, nesses dispositivos
constitucionais, a fixação de critérios para o processo de escolha. No mesmo sentido, a
legislação infraconstitucional que também não dispõe sobre os parâmetros dessa escolha. A
inexistência de normas que definam de maneira expressa as balizas desse processo não
significa, todavia, que os Tribunais tenham um amplo espectro de liberdade para escolha
desses magistrados. Toda e qualquer atuação do Poder Judiciário deve se pautar em um
estrito respeito aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e publicidade. A
prerrogativa de poder de Estado que garante autonomia ao Poder Judiciário limita-se, como
todas as demais prerrogativas em um Estado de Direito, aos limites constitucionais. Não
basta somente que haja uma eleição para escolha dos juízes, é preciso que se estabeleçam
critérios objetivos que possibilitem o controle público e que assegurem, em alguma
medida, a justeza da escolha” (CNJ – PP 885 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 11ª Sessão
Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Consulta. Eleição de membros do


Tribunal Regional Eleitoral. Voto aberto. Princípio da reserva do sufrágio, que garante a
liberdade de escolha. Caso que não se amolda à previsão de voto aberto nas decisões
administrativas e jurisdicionais do tribunal. – “A promoção por merecimento ou por
antigüidade se vinculam a requisitos que a própria Constituição estabelece em seu artigo
93, inciso I. Nessa hipótese, não se cuida propriamente de um sufrágio. Diversamente, no
caso de escolha dos magistrados que integrarão o Tribunal Regional Eleitoral, ocorre uma
eleição, devendo em tal situação, ser preservado o sigilo do voto” (CNJ – PP 1399 – Rel.
Cons. Cláudio Godoy – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007 –
Ementa não oficial).

Procedimento de Controle Administrativo. Ausência de


informações. Questão unicamente de direito. Julgamento antecipado da lide,
possibilidade. Critérios de escolha de magistrados ao exercício de funções na Justiça
Eleitoral. Ausência de critérios. Inocorrência. Indeferimento. – “Não há falar em ausência
de critérios de escolha dos magistrados que se candidatem ao exercício de funções na
Justiça Eleitoral em face dos comandos exauridos nas Res. TSE 21.009/2002 e
20.505/1999 e no Provimento CGE 5/2002. Procedimento de Controle Administrativo a
que se indefere” (CNJ – PCA 10353 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 51ª Sessão – j.
06.11.2007 – DJU 26.11.2007).

Composição. Matéria de competência administrativa do Tribunal Superior


Eleitoral

Procedimento de Controle Administrativo. Regularização da


composição do Tribunal Regional Eleitoral. Questão de natureza exclusivamente eleitoral.
Competência do Tribunal Superior Eleitoral. Não-conhecimento. – “I) Ao Tribunal
Superior Eleitoral foi confiada a missão de fornecer diretrizes estruturais e verificar a
obediência ao ordenamento jurídico na edição dos atos de organização administrativa
emanados das Cortes Eleitorais regionais. II) As decisões atinentes à regularidade da
composição dos Tribunais Regionais Eleitorais são matéria de competência administrativa
exclusiva do Tribunal Superior Eleitoral. Precedentes da Corte. III) Procedimento de
Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 200710000014887 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

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Designação de juízes para responder por Zonas Eleitorais

“Na presente hipótese, verifica-se que o TRE/RJ adotou o critério


do rodízio estabelecido pelo TSE e editou mais um critério, o da titularidade do juiz nos
Foros Regionais. Por óbvio, o estabelecimento deste critério tem como fundamento
principal a proximidade física do Juiz da sua Zona Eleitoral. No caso de Bangu, as Zonas
Eleitorais distam aproximadamente 40 km do Foro Central. Assim, os atos que nomearam
e empossaram os Juízes das 230ª, 231ª, 232ª, 235ª e 238ª Zonas Eleitorais de Bangu devem
ser anulados, determinando que nova escolha seja realizada, com a publicação de novo
edital em obediência às Resoluções 21.009/02, 21.603/03 do TSE e 623/05 do TRE/RJ.
Saliente-se que, para que os requerentes possam assumir a função de juízes eleitorais
devem se submeter à escolha do plenário daquela Corte. Se houver vaga remanescente,
após o rodízio dos juízes titulares dos Foros Regionais, o Tribunal deverá estabelecer a
forma de provimento que deverá obedecer os estritos ditames das Resoluções do TSE”
(CNJ – PCA 8176 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 50ª Sessão – j. 23.10.2007 – DJU
09.11.2007 – Ementa não oficial).

Recurso administrativo no procedimento de controle


administrativo. – “Insurgência quanto a decisão monocrática proferida. Rodízio eleitoral.
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. Resolução do Tribunal Superior Eleitoral número
22.197/06 que modificou a redação do § 1º do art. 3º da Resolução TSE número 21.009/02.
A alteração provocada pelo Tribunal Superior Eleitoral visa a não perpetuação do
Magistrado em titularidade de Zonas Eleitorais, uma vez que ocorram remoções e
promoções de Magistrados. Para a indicação dos Tribunais há de ser considerada a
titularidade nas Zonas Eleitorais, não períodos de substituição a título precário. Recurso a
que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000011192 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 68ª sessão – j. 26.08.2008 – DJU 12.09.2008).

Edição de resolução do CNJ para escolha de Juízes e Desembargadores

Pedido de Providências. Magistrado solicita resolução do CNJ


para escolha de juízes e desembargadores que compõem o TRE. Pedido não conhecido. –
“Compete ao TRF a escolha de magistrado para compor o TRE, em sessão administrativa
secreta conforme Art. 120, inciso I, § 1º da CF, sendo inoportuna a edição de Resolução do
CNJ” (CNJ – PP 471 – Rel. Oscar Argollo – 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU
29.09.2006).

Eleição de juízes para compor a Corte. Atual presidente que pretende


recondução, sem eleição, para o mesmo cargo

Tribunal Regional Eleitoral. Recondução de Desembargador do


Tribunal de Justiça eleito para a Corte Eleitoral. Pretensão do atual presidente de ser
reconduzido como tal, independentemente de nova eleição do qual participem outros
candidatos. Inadmissibilidade. (CNJ – PCA 200910000008951 – Rel. Cons. Rui Stoco –
Decisão Monocrática – j. 06.03.2009).
Parte da decisão monocrática: “...A recondução não é do Presidente da Corte Eleitoral
Estadual mas do membro do Tribunal segundo a classe estabelecida na Carta Magna. Ou
seja, a possibilidade de uma única recondução não elimina a disputa estabelecida na lei.
Aliás, a Constituição Federal estabelece: ‘Art. 120. Haverá um Tribunal Regional
Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. § 1º - Os Tribunais
Regionais Eleitorais compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes,


dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do
Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de
dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça’. Perceba-se que nos Tribunais Regionais Eleitorais
os dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça, serão eleitos mediante
voto secreto (CF, art. 120, § 1º, I, “b”). E assim está regulamentado na Resolução TSE
20.958/2001 ao dispor que ‘até vinte dias antes do término do biênio de juiz das
classes de magistrado, ou imediatamente depois da vacância do cargo por motivo
diverso, o Presidente do Tribunal Eleitoral convocará o Tribunal competente para
a escolha, esclarecendo, naquele caso, se trata de primeiro ou de segundo
biênio’. Ora, a escolha é entre aqueles que se apresentarem como interessados e ocupar a
vaga sob disputa. Como se verifica, o sistema de eleição dentre candidatos pelo Órgão
Especial ou Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça vale tanto para a primeira escolha como
para a eventual recondução daquele que já ostenta o cargo em primeiro mandato”.

Eleição de magistrados. Votação secreta apenas em caráter excepcional

Pedido de Providências. Eleições de magistrados do TRE. Res.


16/06 e 06/07 do TJCE prevendo votação secreta. Princípio da publicidade. Art. 93, inc.
X, da Constituição Federal. – “Publicidade é a regra geral nos atos da administração
pública, com previsão de votações secretas apenas em caráter excepcional pela
Constituição federal. Art. 120 da CF. Parcial provimento do pedido para determinar que a
votação para escolha dos magistrados para o TRE se realize por votação secreta, mas que
toda a documentação apresentada pelos candidatos seja tornada pública. Parcial
provimento ao pedido para que as votações e as sessões de escolha dos advogados que
serão indicados para a composição do TRE sejam públicas e abertas, garantindo-se
também que toda a documentação apresentada pelos candidatos seja tornada pública” (CNJ
– PP 200710000012878 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 – DJU
30.01.2009).

Eleição de seus membros (Desembargadores e Juízes) pelo Órgão Especial ou


Tribunal Pleno

“Dessa maneira, reitero o entendimento de que o Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, ao atribuir à Corte Superior a competência
administrativa para eleger desembargadores e juízes de direito para integrarem o Tribunal
Regional Eleitoral, agiu em total consonância com o ordenamento constitucional brasileiro
e de acordo com o entendimento ditado pelo Conselho Nacional de Justiça” (CNJ – PCA
200810000006275 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 63ª Sessão – j. 27.05.2008 – DJU
13.06.2008 – Ementa não oficial).

Eleição para cargos de direção. Elegibilidade dos mais antigos (art. 102 da
Loman)

Recurso administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Insurgência quanto à decisão monocrática proferida. Eleição para a
Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas. Alegação de violação ao princípio da
proteção da confiança e da segurança jurídica. Prática administrativa que não pode ser

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


999

reconhecida em razão da análise histórica das eleições do Tribunal de Justiça


amazonense. Validade da eleição do atual Presidente que estava entre os três elegíveis à
época do pleito. Eleição levada a termo nos moldes do art. 102 da LOMAN. Recurso a que
se nega provimento. – No presente caso, como se demonstrou, é inviável o reconhecimento
da praxe administrativa, em razão do processo histórico das eleições aos cargos de direção
do Tribunal de Justiça do Amazonas. Nesta mesma direção, entendemos que, mesmo
eventualmente reconhecido o costume (prática administrativa da assunção do
Desembargador mais antigo à Presidência do Tribunal) ele é mitigado em razão do preceito
legal que confere ao Tribunal a possibilidade de escolha, mesmo que restrita, já que o
artigo 102 da LOMAN prevê que o pleito se dá entre os juízes mais antigos, em número
correspondente ao dos cargos de direção de cada Tribunal” (CNJ – PCA
200810000014661 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Eleição pelo Tribunal de Justiça de juiz de direito para compor o TRE.


Escolha na primeira quinta parte da lista de antigüidade

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado de Pernambuco. Eleição de juiz de direito para compor o Tribunal Regional
Eleitoral. Elegibilidade dos juízes incluídos na primeira quinta parte da lista de
antiguidade. Código de Organização Judiciária. – “I) O artigo 26, VIII da Lei
Complementar Estadual 100/2007, atribui ao Tribunal de Justiça competência para ‘eleger,
em sessão pública e escrutínio secreto, dois de seus membros e, dentre os integrantes da
primeira quinta parte da lista de antiguidade da mais elevada entrância, dois Juízes de
Direito, bem como os respectivos suplentes, para integrarem o Tribunal Regional
Eleitoral.’ II) A instituição da condição de elegibilidade para a vaga de juiz de Direito no
Tribunal Regional Eleitoral (integrar a primeira quinta parte da lista de antiguidade da mais
elevada entrância) constitui limite objetivo à liberdade de escolha do juiz de Direito para
integrar aquela Corte Eleitoral. III) Existente a regra de elegibilidade, compatível com o
regramento constitucional relativo à promoção por merecimento (CF art. 93, II, b), há de
ter ela força normativa para servir de parâmetro ao exercício da competência
administrativa pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Procedência do pedido para
invalidação do ato questionado” (CNJ – PCA 200810000014764 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 67ª Sessão – j. 12.08.2008 – DJU 01.09.2008).

Escolha de desembargadores pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.


Votação secreta

Tribunal Regional Eleitoral. Escolha de desembargadores pelo


Tribunal de Justiça. Órgão especial. Voto secreto. Elegibilidade. – “Incumbe ao Órgão
Especial do Tribunal de Justiça, quando existente, promover a escolha dos
desembargadores para a composição do Tribunal Regional Eleitoral. A votação secreta
para tal escolha pode ser dispensada pelo próprio Tribunal que dela se beneficiaria, em prol
do princípio reitor da publicidade (art. 37 da Constituição). O desembargador pode ser
reconduzido para um outro mandato de dois anos no TRE, inclusive ocupando cargo
diretivo (art. 121, § 2º da Constituição Federal)” (CNJ – PCA 200810000033576 – Rel.
Cons. Paulo Lôbo – 77ª Sessão – j. 27.01.2009 – DJU 13.02.2009).

Investidura temporária na jurisdicição eleitoral de primeira instância

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1000

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Eleitoral do Rio de Janeiro. Indicação de juízes de direito para a jurisdição eleitoral em
primeira instância. Res. 21.009/2002 do Tribunal Superior Eleitoral. – “1) A Res.
21.009/2002 do TSE veicula normas que estabelecem a investidura temporária na
jurisdição eleitoral de primeira instância, por período de dois anos, em sistema de rodízio
entre os juízes de Direito, permitindo-se a todos que atendam os requisitos legais o
exercício dessa jurisdição. 2) Publicado o Edital 26/08 em abril de 2008, com prazo até 29
do mesmo mês, deve o Tribunal Regional Eleitoral apreciar as inscrições dos magistrados,
segundo os critérios da Res. 21.009/02 do TSE e da Res. 689/2008 do TRE/RJ, bem como
dar posse aos eleitos antes do período de vedação de modificações na jurisdição eleitoral.
Pedido julgado procedente” (CNJ – PCA 200810000013681 – Rel. Cons. José Adonis
Callou de Araújo Sá – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pedido para que o CNJ estabeleça a antiguidade como critério único para a
escolha dos juízes que comporão o Tribunal

“Trata-se de Procedimento de Controle Administrativo em que J.S,


Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, pede que Conselho delibere sobre a
necessidade de os Tribunais de Justiça dotarem a antiguidade como critério único para a
escolha dos magistrados que comporão o Tribunal Regional Eleitoral – TRE. Verifica-se,
pois, que o processo adotado pelo TJBA para composição do Tribunal Regional Eleitoral,
obedeceu as normas do ordenamento jurídico vigente” (CNJ – PP 380 – Rel. Cons. Ruth
Carvalho – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto do
relator).

Pretensão de que o CNJ normatize os critérios de escolha dos membros dos


Tribunais Regionais Eleitorais

Pedido de Providências. Tribunais regionais Eleitorais. Forma de


Seleção de seus membros. Edição de Procedimento destinado a limitar a subjetividade dos
eleitores. Impossibilidade frente à disciplina constitucional. – “Na forma do art. 120, § 1º.,
“a” e “b”, da CF, os membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,originários da Justiça
Estadual, são escolhidos pelos integrantes dos Tribunais de Justiça mediante votações
secretas, disso resultando a impossibilidade de edição, por este Conselho Nacional de
Justiça, de qualquer ato normativo que vulnere, direta ou indiretamente, a íntima liberdade
de opção assegurada aos magistrados eleitores. A disciplina constitucional específica
segrega o procedimento eletivo em questão do rito aplicável aos demais atos
administrativos editados pelos órgãos do Poder Judiciário” (CF, arts. 37 e 93, inciso X)”
(CNJ – PP 822 – Rel. Cons. Douglas Rodrigues – 25ª Sessão Ordinária – j. 12.09.2006 –
DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Pretensão de uniformização do calendário das sessões em todos os tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Uniformização


Nacional do Calendário de Sessões nos Tribunais Regionais Eleitorais. Autonomia dos
Tribunais. Sugestão de medida estranha ás finalidades do CNJ (Art. 103, § 4º, Da CF/88).
Indeferimento. – “I) Inviável obrigar a todos os Tribunais Regionais Eleitorais a adoção de
regras uniformes de designação de suas sessões. II) A questão enquadra-se no âmbito da
autonomia dos Tribunais, os quais hão de observar as necessidades e peculiaridades
próprias dos respectivos Estados Federados. Indevida ingerência sobre atos de autogoverno
e administração. III) Requerimento estranho às finalidades do CNJ (art. 103, § 4º, DA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1001

CF/88). Situações individuais e isoladas hão de ser tratadas pelas vias próprias. IV)
Procedimento de controle administrativo indeferido” (CNJ – PCA 137 – Rel. Cons. Mairan
Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL


Quinto constitucional. Divisão de vagas (CF/88, art. 94)

Procedimento de Controle Administrativo. Composição dos


Tribunais Regionais Federais. Quinto constitucional. Divisão inexata das vagas
existentes. – “O art. 94 da Constituição dispõe que, no mínimo, um quinto da composição
dos Tribunais Regionais Federais e dos Tribunais dos Estados será de membros do
Ministério Público e de advogados, impondo-se, na hipótese de a divisão por cinco do
número de vagas existentes resultar em número fracionado, o arredondamento para cima.
Precedentes: MS 22.323; Ação Originária 493/PA” (CNJ – PCA 292 – Rel. Cons.
Alexandre de Moraes – 28ª Sessão Ordinária – j. 24.10.2006 – DJU 20.11.2006 – Ementa
não oficial).

Turma Recursal. Vaga de suplente. Votação nominal, aberta e fundamentada

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal. Vaga para suplente de Turma Recursal. Regimento Interno da Corte.
Merecimento. Votação Nominal, Aberta e Fundamentada. (CNJ – PCA 420 – Rel. Cons.
Gelson de Azevedo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

TRIBUTO
Pretensão de suspensão do pagamento

“Ausentes o fumus boni juris e o periculum in mora não pode a


liminar ser concedida para suspender cobrança de tributo, especialmente em sede de
processo administrativo” (CNJ – PCA 200710000007433 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 46ª
Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

TURMA RECURSAL
Criação por norma regimental do tribunal

Procedimento de Controle Administrativo. Consulta de caráter


geral. Autonomia dos tribunais. Competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e
administrativos. Criação (divisão ou fracionamento) de turmas por norma regimental.
Possibilidade. Indeferimento. – “I) Por revestir-se dos requisitos de generalidade e
interesse geral, deve ser conhecido o presente Procedimento de Controle Administrativo.
II) O Conselho Nacional de Justiça deve zelar pela autonomia do Poder Judiciário, nos
termos precisos do art. 103-B, §4º, inciso I, da CF/88. III) Com a extinção da representação
classista e o advento da EC 24/99, não mais se aplica o § 8º do artigo 670 da CLT,
mostrando-se plenamente possível a criação (divisão ou fracionamento) dos TRTs com 8
membros em Turmas. Aplicação da Res. 32/CSJT, que confere legitimidade de alteração
regimental aos Tribunais de origem (MC na ADI 410/SC). IV) Procedimento de Controle
Administrativo a que se de indefere” (CNJ – PCA 200810000008041 – Rel. Cons. Jorge
Maurique – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1002

Designação de magistrado como membro de Turma Recursal. Critérios

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Estado do Acre. Designação de Juiz como membro de Turma Recursal. Critérios
previamente estabelecidos em Provimento editado pelo Conselho da Magistratura. Pedido
Improcedente. – “I) O requisito primário do preenchimento da Turma Recursal pelo
simples rodízio, em razão da antiguidade não é absoluto, devendo obedecer requisitos
estabelecidos na norma regulamentar, como índices de produtividade e rapidez no
exercício jurisdicional. II) Caso concreto em que a escolha se apresenta escorreita ante as
circunstâncias apresentadas” (CNJ – PCA 187 – Rel. Marcus Faver – 29ª Sessão – j.
14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Forma de provimento
Vide: JUIZADOS ESPECIAIS

Nomeação de juízes. Exigência de critérios objetivos

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Acre. Nomeações de Juízes para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais. Necessidade
de critérios objetivos de avaliação da produtividade e presteza. Pedido julgado procedente
em parte. (CNJ – PCA 173 – Rel. Paulo Schmidt – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007
– DJU 15.03.2007).

Tribunal Regional Federal. Vaga de suplente. Votação nominal, aberta e


fundamentada

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal Regional


Federal. Vaga para suplente de Turma Recursal. Regimento Interno da Corte.
Merecimento. Votação Nominal, Aberta e Fundamentada. (CNJ – PCA 420 – Rel. Cons.
Gelson de Azevedo – 11ª Sessão Extraordinária – j. 09.05.2007 – DJU 18.05.2007).

TUTELA ANTECIPADA
V. tb.: LIMINAR
Pressupostos para concessão

Recurso Administrativo no Procedimento de Controle


Administrativo. Inconformismo quanto a não concessão de medida urgente. Manutenção
da decisão de indeferimento. – “I) O exame da plausibilidade jurídica da pretensão de
direito material depende da apresentação de elementos que levem o julgador a concluir,
não só pela viabilidade jurídica da pretensão, como também pela existência de relativo
indício a amparar a reivindicação do direito” (CNJ – PCA 240 – Rel. Cons. Ruth Carvalho
– 27ª Sessão – j. 10.10.2006 – DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

–U–
UNIÃO ESTÁVEL

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1003

Palavras-chave: CONCUBINATO – ENTIDADE FAMILIAR

Comprovação da união estável e critérios para inclusão como dependente


Vide: Res. CNJ 40, de 14.08.2007, arts. 2º, 3º e 4º

Inclusão como dependente para efeito de Imposto de Renda

“A inclusão do(a) companheiro(a) como dependente para efeito de


Imposto de Renda dependerá de comprovação da união de fato” (art. 6º da Res. CNJ 40, de
14.08.2008).

Pensão vitalícia

“A pensão vitalícia de que tratam os artigos 185, II, ‘a’ e 217, I, ‘c’,
da Lei 8.112/90 somente será concedida à (ao) companheira(o) do(a) falecido(a) diante de
expressa manifestação de vontade neste sentido, consignada no requerimento inicial de
reconhecimento da união estável” (art. 5º da Res. CNJ 40, de 14.08.2008).

Reconhecimento e registro no âmbito do Conselho Nacional de Justiça

“Para efeito de reconhecimento e registro de união estável, no


âmbito do Conselho Nacional de Justiça, considerar-se-á como entidade familiar a
convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com o
objetivo de constituição de família” (art. 1º da Res. CNJ 40, de 14.08.2008).

UNIDADES JURISDICIONAIS
Pedido de intervenção do CNJ para a instalação de novo foro

“A Constituição Federal cometeu ao Conselho Nacional de Justiça


o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário (art. 103-B, § 4º).
Todavia não permitiu sua intromissão nas questões interna corporis desse Poder. Pelo
contrário, o art. 99 da CF/88 assegura ao Poder Judiciário autonomia integral, seja no
âmbito administrativo como financeiro. A Este Conselho caberá apenas o controle dos atos
administrativos praticados. Aliás, o § 4º, inciso I do art. 103-B da Magna Carta reiterou
que ao CNJ compete “zelar pela autonomia do Poder Judiciário”. Ora, a instalação de
novas unidades jurisdicionais e cartorárias enquadra-se nessa autonomia referida, pois
somente a administração local poderá dimensionar a necessidade e oportunidade dessa
instalação, frente a inúmeras outras unidades criadas, e o limite de gastos e
comprometimento de pessoal e material, sabido que no Estado de São Paulo há mais de
duas centenas de varas e foros criados por lei aguardando instalação Apenas a
administração da Corte poderá avaliar se há recursos suficientes; servidores disponíveis;
magistrados em número que comporte o crescimento do complexo judiciário e, ademais, se
o acréscimo de despesas não ultrapassa o limite de despesas estabelecido na Lei de
Responsabilidade Fiscal. São questões internas nas quais não cabe ao CNJ imiscuir-se”
(CNJ – PP 200910000002780 – Rel. Cons. Rui Stoco – Decisão monocrática – j.
10.02.1009).

Suspensão de funcionamento de comarcas. Alegação de ausência de requisitos


mínimos

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1004

Pedido de Providências. Tribunal de Justiça do Estado do Mato


Grosso. Suspensão de comarcas. Desatendimento de requisitos mínimos para
funcionamento. Lei de Organização Judiciária. Faculdade do Tribunal de Justiça. – “1)
Pretensão de suspensão de Comarcas do Estado do Mato Grosso, sob alegação de que não
reúnem os requisitos mínimos para funcionamento previstos na Lei de Organização
Judiciária do Estado. 2) Os dados apresentados revelam que as comarcas atendem aos
requisitos previstos na LOJE em quase sua totalidade. Há indicação de providências em
curso para dotar as comarcas das estruturas necessárias ao pleno funcionamento. 3) A lei
de organização judiciária faculta ao TJ/MT proceder ao rebaixamento, extinção ou
suspensão de comarca, quando verificar a perda dos requisitos necessários à criação e
instalação; esse juízo de conveniência e oportunidade já foi exercido pelo TJ/MT, ao
rejeitar a proposta de suspensão das comarcas. 4) A proposta de suspensão das comarcas
conflita com o sentimento da população dos respectivos municípios e com as
manifestações de agentes do Poderes Legislativo e Executivo do Estado do Mato Grosso;
inexistência de ilegalidade que justifique a pretendida intervenção deste Conselho Nacional
de Justiça. Improcedência dos pedidos formulados” (CNJ – PP 200810000017479 e PP
200810000024010 – Rel. Cons. José Adônis Callou de Araújo Sá – 85ª Sessão – j.
26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

URV
Pagamento. Interesse meramente corporativo. Incompetência do CNJ

Servidor público. Recomposição salarial de 11,98%. Conversão da


URV. Incompetência do CNJ. – “1) Não obstante apresente dimensão coletiva, a pretensão
de determinação de pagamento de diferenças de vencimentos em favor de servidores
públicos (TJ/PR) traduz interesse eminentemente corporativo, cuja apreciação não se
insere no âmbito das atribuições constitucionalmente conferidas ao Conselho Nacional de
Justiça. 2) O CNJ não é órgão competente para a cobrança administrativa de diferenças de
vencimentos, mesmo porque isso implicaria ingerência na autonomia administrativa e
financeira dos órgãos sujeitos ao seu controle, em oposição ao preconizado pelo 103-B, §
4º, I, da Constituição Federal” (CNJ – PP 200810000006998 – Rel. Cons. Min. João
Oreste Dalazen – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 – DJU 26.09.2008).

Pagamento das diferenças em percentuais distintos

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça do


Piauí. Pagamento de parcelas vencidas de conversão de URVs. Juiz aposentado. Alegação
de doença grave. Matéria decidida no PCA 146. – “No PCA 146, o CNJ considerou ilegal
o pagamento das diferenças de URVs em percentuais distintos para desembargadores em
atividade, juízes em atividade, magistrados inativos e pensionistas. Em razão disso,
determinou-se ‘que em eventuais futuros pagamentos referentes à diferença de conversão
da URV por parte deste egrégio Tribunal de Justiça sejam feitos de maneira uniforme a
todos os desembargadores e juízes, ativos e inativos, e pensionistas, com a devida
observância da disponibilidade orçamentária’. Embora se reconheça a gravidade da
situação narrada, quanto ao precário estado de saúde do requerente, não há fundamento
legal que autorize solução diversa da que adotada no PCA 146” (CNJ – PCA 635 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

Parcelas vencidas devidas a magistrados em atividade, inativos e pensionistas

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1005

Pedido de Esclarecimentos. Procedimento de Controle


Administrativo. Tribunal de Justiça do Piauí. Pagamento de parcelas vencidas da URV a
Magistrados em atividade, inativos e pensionistas com critérios desproporcionais. Pedido
Acolhido em Parte. – “Decisão embargada em que este Conselho, reconhecendo a afronta
ao princípio da isonomia, determinou que eventuais futuros pagamentos referentes a
diferença de conversão da URV por parte do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí sejam
feitos de maneira uniforme a todos os Desembargadores e Juízes, ativos e inativos, e
pensionistas. Pedido de esclarecimentos que se acolhe apenas para explicitar que os
pagamentos realizados no futuro deverão ocorrer de forma desigual, de modo a assegurar
que aqueles que foram preteridos no passado possam receber, em percentuais, o
equivalente aquilo que foi pago aos Magistrados em atividade” (CNJ – PCA 146 – Rel.
Cons. Gelson de Azevedo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Procedimento de Controle Administrativo. Pagamento de parcelas


vencidas da URV a magistrados em atividade, inativos e pensionistas com critérios
desproporcionais. Ato do Presidente do Tribunal de Justiça. Alegação de violação do
princípio da isonomia. Pedido parcialmente procedente para determinar ao Tribunal de
Justiça do Estado do Piauí que eventuais futuros pagamentos referentes a diferença de
Conversão da URV sejam feitos de maneira uniforme a todos os Desembargadores e
Juízes, ativos e inativos, e pensionistas, com a devida observância da disponibilidade
orçamentária. – “Alegar que magistrados em atividade têm ‘mais solicitação de despesas’
do que os demais não só viola o princípio da isonomia, como também desperta, perante o
egrégio Tribunal de Justiça do Estado um tratamento seletivo ou mesmo discriminatório
entre os Magistrados” (CNJ – PCA 146 – Rel. Cons. Vantuil Abdala – 40ª Sessão – j.
15.05.2007 – DJU 24.05.2007 – Ementa não oficial).

UTILIZAÇÃO DE ESPAÇO PÚBLICO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Palavras-chave: OCUPAÇÃO DE ESPAÇO EM DEPENDÊNCIA DO PODER
JUDICIÁRIO

Uso de espaço público por entes privados

Pedido de Providências. Ocupação de espaço em prédio público.


Entidades privadas prestadoras de serviços. – “A eventual ocupação de espaços em
prédios públicos, ao contrário de atentar contra a legalidade, importa em oferta de
melhores condições para o atendimento dos jurisdicionados, servidores e operadores do
Direito. A existência de postos de atendimento bancário, lanchonetes, livrarias e entidades
de classe em prédios de Fóruns judiciais objetiva facilitar a vida e os compromissos
pessoais de todos aqueles que transitam pelos referidos bens públicos, que não necessitam
se deslocar para locais distantes dos mesmos para um eventual recolhimento de custas, ou
até mesmo pagamento de títulos” (CNJ – PP 909 – Rel. Cons. Germana Moraes – 41ª
Sessão – j. 29.05.2007 – DJU 13.06.2007).

Pedido de Providências. Uso de espaço público por entes


privados. Ausência de ilegalidade. Desprovimento. – “I) O uso de espaço público do
Tribunal por ente privado, mediante regular processo licitatório e contratual, não
caracteriza ilegalidade. II) Pedido de Providências a que se nega provimento” (CNJ – PP
909 – Rel. Cons. Jorge Maurique – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1006

–V–
VALOR DA CAUSA
Atualização do valor da causa para efeito de depósito prévio em Ação
Rescisória

Procedimento de Controle Administrativo. Instrução Normativa


31, de 27.09.2007 do TST. Depósito prévio em Ação Rescisória. Atualização monetária do
valor da causa. Lei 11.495/2007. – “A regra do art. 4º da Instrução Normativa 31/2007, do
TST, que prevê a atualização do valor da causa para fins de depósito prévio na Ação
Rescisória, está em sintonia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (AR-QO
1176/GO, Relator Min. Paulo Brossard, j. 21/02/1990). Improcedência do pedido” (CNJ –
PCA 200810000018903 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 75ª Sessão – j.
02.12.2008 – DJU 19.12.2008).

VALOR IRREDUTÍVEL
Ilegalidade perante a LOMAN

“No Tribunal de Mato Grosso, o denominado ‘valor irredutível’ é o


resultado de uma operação aritmética entre a remuneração anterior e os atuais subsídios,
englobando todas as verbas anteriores (conforme exemplos em anexo), em especial os
adicionais por tempo de serviço e, em poucos casos, a incorporação definitiva de verba de
representação de ex-presidentes, vice-presidentes e corregedores-gerais do Tribunal, cuja
ilegalidade é patente perante a LOMAN e a Resolução CNJ 13/2006, que definem a
natureza transitória da mesma” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

VALORES RECEBIDOS DE BOA-FÉ.


Inadmissibilidade de devolução

“Trata-se de Pedido de Providências, proposto pelo Tribunal


Regional Federal da 5ª Região que, sustentado no ‘reconhecimento da boa-fé’ e no
princípio da isonomia, busca junto ao CNJ o tratamento adotado para os Tribunais
Estaduais, em relação ao ATS e efeitos da Resolução 13 e 14/2006 do CNJ. Assim,
concluo no sentido de que a justificada insegurança jurídica da Administração até decisão
definitiva do STF e regulamentação pelo CNJ: a boa-fé dos beneficiados pelo pagamento
do Adicional por Tempo de Serviço, e o efeito firmado pelo CNJ para os seus atos
normativos e várias das decisões, afastam a obrigatoriedade da devolução do valor
recebido no caso em espécie até a edição das Resoluções 13 e 14/2006-CNJ” (CNJ – PP
1160 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 14ª Sessão Extraordinária – j. 06.06.2007 – DJU
21.06.2007 – Parte do voto do relator).
Observações:
1. A respeito do tema vide a Súmula 106 do TCU, com a seguinte redação: “O julgamento,
pela ilegalidade das concessões de reforma, aposentadoria e pensão, não implica por si só a
obrigatoriedade da reposição das importâncias já recebidas de boa-fé, até a data do
conhecimento da decisão pelo órgão competente”.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1007

2. O TRF da 2ª Região assim decidiu: Administrativo. Servidor público. Recebimento de


valores indevidos. Reposição ao Erário. Impossibilidade. – “Esta Segunda Turma já
firmou entendimento no sentido de que o servidor, recebendo de boa-fé remuneração por
enquadramento indevido, por erro exclusivo da Administração, consoante precedentes do
STJ, não está obrigado a devolver a contraprestação recebida, pela prestação prévia de
serviço” (TRF 1a R. – 2a T. – Ap. 1998.38.00.025939-5 – Rel. Tourinho Neto – DJU
07.11.2002, p. 50). No mesmo sentido: STF, 1a T., RE 88.110, Rel. Min. Rodrigues
Alckmin, DJU 20.10.78).

VANTAGENS INDEVIDAS
Recebimento e devolução de um anel de brilhantes por magistrada. Apuração

Pedido de Providências. Denúncias sobre a precariedade e


irregularidades na prestação jurisdicional no Estado da Bahia. Extinção do presente
procedimento com abertura de dois novos, um para apurar as irregularidades noticiadas
pelas sub-seções da OAB/BA e outro autuado como Reclamação Disciplinar, em que será
apurado o recebimento e devolução de um anel de brilhante por parte de uma
Desembargadora. (CNJ – PP 76 – Rel. Cons. Ruth Carvalho – 24ª Sessão – j. 29.08.2006 –
DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

VANTAGENS PECUNIÁRIAS DOS MAGISTRADOS


Adicional por tempo de serviço (art. 65, VIII, da LOMAN). Compreendido no
valor do subsídio (Res. 13 do CNJ)

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecuniárias. Art. 192, I da Lei
8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. – “O adicional por tempo de serviço previsto no art.
65, VIII, da LOMAN está compreendido no valor do subsídio dos magistrados (Resolução
13 do CNJ). Recurso a que se nega provimento” (CNJ – PCA 200810000003444 – Rel.
Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Conceito

“Portanto, vantagens pecuniárias, no seu sentido genérico, são


acréscimos no estipêndio do agente público ou político, concedidas a título definitivo ou
transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho
de funções especiais (ex facto officii), ou em razão das condições peculiares ou anormais
em que se realiza o serviço (propter laborem), ou finalmente, em razão de condições
pessoais do servidor, tendo em vista a sua formação profissional e os títulos que detêm
(propter personam)” (CNJ – PP 200810000009896 – Rel. Cons. Rui Stoco – 65ª Sessão –
j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008 – Parte do voto do Relator).

Gratificações de Presidente, Vice-Presidente e Corregedor-Geral

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1008

Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Incompetência do CNJ para reconhecimento de situações subjetivas


individuais de magistrados

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecuniárias. Art. 192, I da Lei
8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. – “A competência de controle atribuída ao CNJ não se
destina ao reconhecimento de situações subjetivas individuais em concorrência com a
função jurisdicional (PCA 151; PCA 295; PP 1030; PP 1427; PP 284)” (CNJ – PCA
200810000003444 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá – 60ª Sessão – j.
08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

Lei Orgânica da Magistratura. Caráter exaustivo das vantagens nela previstas

“Se a enumeração das vantagens feita diretamente pela LOMAN é


exaustiva, dada a cláusula de exclusão geral do art. 65, § 2º, e se ela foi recepcionada pela
Constituição Federal de 1988 como Lei Complementar, então nenhuma vantagem pode ser
concedida a magistrados pela Legislação Estadual ou por atos normativos dos Tribunais
sem previsão expressa na LOMAN” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim Falcão – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Vantagem decorrente do art. 192, I, da Lei 8.112/90. Matéria já apreciada pelo


CNJ

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Arquivamento. Magistrados. Vantagens pecuniárias. Art. 192, I da Lei
8.112/90. Art. 65, VIII, da LOMAN. – “A matéria relativa à vantagem do artigo 192, I, da
Lei 8.112/90 já foi apreciada pelo CNJ em consultas formuladas em tese (PP 666 e PP
1471)” (CNJ – PCA 200810000003444 – Rel. Cons. José Adonis Callou de Araújo Sá –
60ª Sessão – j. 08.04.2008 – DJU 07.05.2008).

VANTAGENS PESSOAIS
Quintos/décimos. Obtenção antes do ingresso na Magistratura. Incorporação

Quintos/Décimos. Verba percebida por servidores públicos antes


do ingresso na carreira da magistratura. Incorporação indevida. – “Nos termos da Res. 13,
de 21.03.2006, deste Conselho Nacional de Justiça, a verba denominada
“quintos/décimos”, percebida por servidores públicos antes do ingresso na carreira da
magistratura, está compreendida no subsídio dos magistrados, sendo indevida a sua
incorporação. Consulta de que se conhece e a que se responde negativamente” (CNJ – PP
7494 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos – 49ª Sessão – j. 09.10.2007 – DJU
25.10.2007).

VARAS DE EXECUÇÕES PENAIS


Estado do Pará. Elaboração de estudo técnico sobre a sua estrutura visando o
atendimento satisfatório da demanda processual represada

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1009

“Recomenda ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará que


promova estudos técnicos sobre a estrutura das Varas de Execução Penal, de modo que
possa atender satisfatoriamente à demanda processual represada, e, após as conclusões
desses estudos, adote as medidas que entender necessárias, no âmbito de sua competência,
para a implementação do que entender suficiente para promover, de modo satisfatório, o
atendimento à população carcerária paraense, e de modo especial, a do município de
Santarém” (Recomendação CNJ 7, de 27.02.2007).

Realização de inspeção mensal nos estabelecimentos penais. Obrigatoriedade

“Determinar aos juízes de execução criminal realizar pessoalmente


inspeção mensal nos estabelecimentos penais sob sua responsabilidade e tomar
providências para seu adequado funcionamento, promovendo, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade” (art. 1º da Res. CNJ 47, de 18.12.2007).

Recomendação para realizar estudos sobre a estrutura das varas

“Ante o exposto, defiro o Pedido de Expedição de Recomendação


ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, para que a aludida Corte de Justiça
promova estudos técnicos sobre a estrutura das Varas de Execução Penal, de modo que
possa atender satisfatoriamente à demanda processual represada, e, após as conclusões
desses estudos, adote as medidas que entender necessárias, no âmbito de sua competência,
para a implementação do que entender suficiente para promover, de modo satisfatório, o
atendimento à população carcerária paraense, e de modo especial, a do município de
Santarém” (CNJ – PP 01 – Rel. Cons. Germana Moraes – 33ª Sessão – j. 23.01.2007 –
DJU 06.02.2007 – Ementa não oficial).

VARAS E FOROS
Alteração da competência de varas pelos tribunais

Procedimento de Controle Administrativo. Alteração de


competência de varas. Normas de disposição transitória. Lei Maria da Penha.
Competência dos tribunais para edição de resolução regulamentadora de normas de
caráter transitório. Ilegalidade e vício de iniciativa inocorrentes. Situação transitória
devidamente fundamentada. Pedido improcedente. – “Os tribunais dispõem de
competência normativa para regulamentar divisão de seus serviços e órgãos jurisdicionais
e administrativos (art. 96, inciso I, alínea ‘a’, da CF/88)” (CNJ – PCA 607 – Rel. Cons.
Mairan Gonçalves Maia Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Criação de varas especializadas. Competência privativa dos Tribunais

Criação de varas especializadas e de equipe multidisciplinar.


Competência privativa de Corte de Justiça. – “O planejamento e a criação de Vara
Especializada em Infância e Juventude e a implantação de equipe interprofissional para
atuação nesse Juízo são de incumbência privativa dos Tribunais que, de acordo com a
autonomia e discricionariedade que lhes é conferida, atuam, nos limites dos seus
orçamentos, seguindo um plano e um cronograma de trabalhos voltados a atender as
prioridades eleitas e as peculiaridades de cada localidade. Por essa razão, a imposição de
tais procedimentos contraria os comandos constitucionais que dispõem sobre a autonomia

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1010

administrativa e financeira e a competência privativa das Cortes de Justiça, no que se


refere a organização e o funcionamento de seus órgãos jurisdicionais e administrativos
(CF, arts. 96 e 99)” (CNJ – PP 200810000033333 – Rel. Cons. Altino Pedrozo dos Santos
– 85ª Sessão – j. 26.05.2009 – DJU 17.06.2009).

Distribuição de competência entre órgãos jurisdicionais

Afastamento de incidência de norma local. Competência de varas.


Restrição em relação a beneficiários da assistência judiciária. – “As normas locais que
estabelecem para determinadas varas, em razão de uma das partes ser juridicamente
necessitada ou da natureza privatizada ou estatizada da serventia judicial, têm caráter
eminentemente discriminatório e podem comprometer a razoável duração do processo.
Afastamento da incidência dessas normas. Somente vincula o Conselho Nacional de
Justiça o controle de constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal Federal” (CNJ –
PP 200910000001609 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Modo de se vestir das pessoas que comparecem aos foros e varas

Vestuário. Restrição. Acesso a fórum. Preservação do decoro e da


dignidade da justiça. – “1) Compete ao Juiz, no exercício do poder de polícia, velar por
que se preservem padrões mínimos de dignidade e de decoro no acesso aos órgãos do
Poder Judiciário (CPC, art. 125, III e art. 445, I). 2) Não há mácula de ilegalidade em
comunicado de Juiz Diretor do Fórum que impede a entrada nas dependências do Fórum de
pessoas com trajes inadequados (calção, short e bermudões) exceções em casos de
urgência ou de impossibilidade financeira de a parte vestir-se de outro modo. 3) A
Constituição Federal veda a discriminação arbitrária, não o tratamento diferenciado ditado
pela razoabilidade e justificado pelo padrão médio de moralidade da sociedade. 4)
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA
200910000001233 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

Pedido de intervenção do CNJ para a instalação de novo foro

“A Constituição Federal cometeu ao Conselho Nacional de Justiça


o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário (art. 103-B, § 4º).
Todavia não permitiu sua intromissão nas questões interna corporis desse Poder. Pelo
contrário, o art. 99 da CF/88 assegura ao Poder Judiciário autonomia integral, seja no
âmbito administrativo como financeiro. A Este Conselho caberá apenas o controle dos atos
administrativos praticados. Aliás, o § 4º, inciso I do art. 103-B da Magna Carta reiterou
que ao CNJ compete “zelar pela autonomia do Poder Judiciário”. Ora, a instalação de
novas unidades jurisdicionais e cartorárias enquadra-se nessa autonomia referida, pois
somente a administração local poderá dimensionar a necessidade e oportunidade dessa
instalação, frente a inúmeras outras unidades criadas, e o limite de gastos e
comprometimento de pessoal e material, sabido que no Estado de São Paulo há mais de
duas centenas de varas e foros criados por lei aguardando instalação Apenas a
administração da Corte poderá avaliar se há recursos suficientes; servidores disponíveis;
magistrados em número que comporte o crescimento do complexo judiciário e, ademais, se
o acréscimo de despesas não ultrapassa o limite de despesas estabelecido na Lei de
Responsabilidade Fiscal. São questões internas nas quais não cabe ao CNJ imiscuir-se”
(CNJ – PP 200910000002780 – Rel. Cons. Rui Stoco – Decisão monocrática – j.

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1011

10.02.1009).

VARAS ESPECIALIZADAS
Família, Sucessões, Infância e Juventude. Criação

Pedido de Providências. Expedição de recomendação para


especialização de Varas em Direito de Família e Sucessões. Pedido acolhido. Expedida
Recom. 05/2006 CNJ (CNJ – PP 166 – Rel. Cons. Oscar Argollo – 22ª Sessão – j.
04.07.2006 – DJU 17.07.2006).

“Recomenda aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito


Federal que estudem a conveniência, viabilidade e eventual implementação ou efetivação
de varas especializadas em Família, Sucessões, Infância e Juventude e, no âmbito dos
Tribunais, de Câmaras ou Turmas com competência exclusiva ou preferencial sobre as
aludidas matérias” (Recomendação CNJ 5, de 04.07.2006).

VEÍCULOS DE SERVIÇO
Utilização pelos tribunais para cumprimento de mandados. Autonomia
administrativa

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Sindicato de


servidores. Insurgência com utilização de veículos na capital do Estado para que os
oficiais de justiça cumpram mandados judiciais. Alegação de prática irregular e de ofensa
à isonomia, com pedido de extensão de benefício aos demais oficiais de justiça. Recurso
improvido. – “1) O Egrégio Conselho Nacional de Justiça já decidiu não ter competência
para rever a conveniência e oportunidade dos atos administrativos, pois sua atuação
restringe-se à verificação da legalidade e regularidade jurídica dos atos da administração
judiciária (PCA 200810000009800). 2) A avaliação a respeito das possibilidades e da
adequação na disponibilidade de veículos de serviço para o cumprimento dos mandados e
diligências judiciais constitui decisão que compõe o feixe de atribuições da direção dos
Tribunais de Justiça, posto que a Carta Magna lhes confere autonomia administrativa e
financeira, como expressamente estabelece o art. 99 desse Estatuto” (CNJ – PP
200910000007831 – Rel. Cons. Rui Stoco – 86ª Sessão – j. 09.06.2009 – DJU 17.06.2009).

VEÍCULOS OFICIAIS DO PODER JUDICIÁRIO


V. tb.: CARROS OFICIAIS

Aquisição e uso. Regulamentação por Resolução

Proposta de Resolução. Veículos oficiais do Poder Judiciário.


Aquisição e uso. Regulamentação. – “Considerando o relevo econômico, moral e
simbólico do uso adequado dos automóveis destinados ao transporte de magistrados e
serventuários e a necessidade de estabelecimento de parâmetros uniformes para aquisição e
uso de tais bens, impõe-se a edição de resolução para disciplinar a matéria. Pedido
acolhido em parte” (CNJ – PP 200810000019087 – Rel. Cons. Antonio Umberto de Souza
Junior – 80ª Sessão – j. 17.03.2009 – DJU 06.04.2009).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1012

Juiz substituto de 2º grau. Utilização de veículo oficial. Benefício afeto ao


cargo

Juiz Substituto de 2º Grau. Veículo oficial. – “O direito a


determinados benefícios previstos em lei só se justificam no limite das atribuições do cargo
ou função efetivamente exercidos. Não é benefício pessoal, mas prerrogativa do cargo ou
função” (CNJ – PP 200810000001710 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 61ª Sessão – j.
29.04.2008 – DJU 20.05.2008).

Transporte individual de magistrados. Extinção gradativa do serviço,


assegurando o benefício, insuficiente para todos os membros do Tribunal,
adotando-se o critério de antiguidade. Ausência de ilicitude

Procedimento de Controle Administrativo. Tribunal de Justiça com


composição ampliada pela extinção de Tribunal de alçada. Serviço de transporte
individual de magistrados. Extinção gradativa do serviço. – “Não há ilicitude na adoção
do critério objetivo e inflexível da antiguidade para assegurar benefício insuficiente para
todos os membros do tribunal. Pedido rejeitado” (CNJ – PCA 200710000015867 – Rel.
Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 59ª Sessão – j. 25.03.2008 – DJU 15.04.2008).

Utilização dos veículos oficiais do Conselho Nacional de Justiça


Vide: Instrução Normativa CNJ 12, de 05.12.2008.

VENCIMENTOS
V. tb.: GRATIFICAÇÃO – SUBSÍDIO – TETO REMUNERATÓRIO

Bloqueio de conta-salário. Matéria jurisdicional estranha às finalidades do


CNJ

Pedido de Providências. Decisão judicial. Bloqueio de conta-salário.


Matéria jurisdicional estranha às finalidades do CNJ. Arquivamento liminar. (CNJ – PP
550 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 23ª Sessão – j. 15.08.2006 – DJU 01.09.2006 – Ementa não
oficial).

Cumulação de proventos e subsídios, respeitado o teto remuneratório

Pedido de Providências. TRT da 18ª Região. Aplicação da Res. 13


do CNJ, de 21.03.2006, às hipóteses de cumulação de proventos e subsídios. Consulta
respondida no sentido de se assegurar a acumulação de proventos com subsídio, sendo a
soma limitada ao teto remuneratório de que trata o inciso XI do art. 37 da CF, assegurando-
se o recebimento do excedente como verba remuneratória destacada e não sujeita a
qualquer tipo de reajuste, majoração ou correção, até que seja absorvida pelas majorações
futuras do subsídio. (CNJ – PP 729 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 24ª Sessão – j.
24.08.2006 – DJU 15.09.2006 – Ementa não oficial).

Irredutibilidade. Oficiais de Justiça. Supressão de gratificação

Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Oficiais de Justiça do TJCE. Lei Estadual 12.483/95. Gratificação por
complementação de carga horária. Lei 13.221/02. Novo enquadramento salarial definido

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1013

em acordo judicial. Supressão de gratificação. Suposta redução de vencimentos. Pedido


conhecido mas não provido. – “Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV) se aplica
ao valor nominal dos vencimentos, não protegendo os percentuais que o compõem nem sua
forma de cálculo. Precedentes do STF: RE-AgR 295750/PB, RE-AgR 550650/PR,
RE-219075/SP, AGRAG-222007/SP, RE-250321/PR” (CNJ – PCA 200810000003869,
PCA 200810000005398, PCA 200810000006822 e PCA 200830000000255 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 73ª Sessão – j. 4.11.2008 – DJU 21.11.2008).

Juízes Classistas. Reajuste. Índice de correção aplicável

Recurso Administrativo em Pedido de Providências. Reajuste de


vencimentos de juízes classistas. – “1) O reajuste dos vencimentos dos juízes classistas
aposentados utiliza o índice de correção da remuneração dos servidores públicos federais.
2) Não compete ao CNJ definir correção diversa contrariando a lei. Recurso improvido”
(CNJ – PP 200810000011477 – Rel. Cons. Marcelo Nobre – 85ª Sessão – j. 26.05.2009 –
DJU 17.06.2009).

Magistrado. Aposentadoria como sanção. Modo de cálculo dos proventos

Pedido de Providências. Consulta. Magistrado. Aposentadoria


como sanção disciplinar. Modo de cálculo. – “O tempo a ser considerado, para fixação do
valor dos proventos de aposentadoria voluntária ou involuntária (inclusive compulsória),
será o tempo do serviço, excluídas as contagens fictícias, só se considerando o tempo de
contribuição a partir da vigência de norma regulamentadora do novo regime previdenciário
dos servidores efetivos, extensivo à Magistratura Nacional” (CNJ – PP 200830000000346
– Rel. Designado Cons. Antonio Umberto de Souza Júnior – 69ª Sessão – j. 09.09.2008 –
DJU 26.09.2008).

Membros do CNJ

“Enquanto não for editada a lei referida no art. 1º, que disporá
também sobre remuneração, os membros do Conselho Nacional de Justiça que não
integram a magistratura e o Ministério Público perceberão mensalmente o equivalente à
remuneração de Ministro do Superior Tribunal de Justiça com 35% de Adicional por
Tempo de Serviço” (art. 5º da Res. CNJ 1, de 29.06.2005).

Pagamentos acima do teto. Devolução. Concessão e incorporação irregular de


gratificações diversas

Procedimento de Controle Administrativo. Instauração de ofício a


fim de verificar o cumprimento pelos Tribunais de Justiça das Resoluções números 13 e 14
do Conselho Nacional de Justiça. Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.
Julgamento anterior parcial dos vencimentos dos magistrados. Conversão parcial em
diligência para apuração da regularidade de verbas salariais, bem como para apurar o
cumprimento do julgado parcial, com apoio de equipe de trabalho do Tribunal de Contas
da União. – “I) Descumprimento de julgado do Conselho Nacional de Justiça anterior,
através de mandados de segurança impetrados no tribunal de origem. Ineficácia do
instrumento utilizado em face de decisão do Supremo Tribunal Federal que, em sede de
liminar, manteve a eficácia da decisão deste Conselho. Pagamentos acima do teto
constitucional. Ilegalidade. Necessidade de devolução e ressarcimento aos cofres públicos
dos valores recebidos indevidamente. II) Pagamento e incorporação irregular de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1014

gratificação de decano (verba 123), verbas decorrentes da Lei Complementar Estadual


Maranhense 18/1993 (verbas 180 e 197) e de representação de função (verba 239).
Impossibilidade de superação do teto, incorporação e acréscimo ao subsídio. Pagamentos a
maior. Ilegalidade. Determinação para que o Tribunal de Justiça do Maranhão cesse
imediatamente os pagamentos a maior. Encaminhamento à Corregedoria Nacional de
Justiça, à Procuradoria Geral da República, ao Ministério Público Estadual do Maranhão,
ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão e à Procuradoria Geral do Estado do
Maranhão, para as providências pertinentes em face do descumprimento do julgado
anterior, bem como para a tomada de medidas administrativas e judiciais visando o
ressarcimento dos valores pagos a maior” (CNJ – PCA 439 – Rel. Cons. Felipe Locke
Cavalcanti – 65ª Sessão – j. 24.06.2008 – DJU 05.08.2008).

Parcela de equivalência

“Vê-se, assim, que não caberia ao Conselho Nacional de Justiça


excluir verbas outorgadas à magistratura local por leis e constituição do respectivo Estado,
mesmo que tais vantagens não estejam previstas na LOMAN, se posteriores a 05.10.88.
Dessa forma, a parcela de equivalência, por ser um valor transitório e referente a uma
reposição de diferença de remuneração no passado, se excluída agora, reiteraria o prejuízo
de então que pretendia repor. Ademais, na União tal parcela acabou incorporada pela Lei
10.474, e, inclusive, foi levada em conta quando da fixação do subsídio e do teto. Por outro
lado, no que se reporta ao ‘abono família’ devida hoje, a apenas 9 (nove) magistrados,
vantagem de lei de 1948, não há como excluir seu valor se a soma ultrapassa o subsídio,
por se tratar de vantagem legalmente concedida, inclusive antes da Emenda 07/77 e da
LOMAN. No mesmo sentido, a gratificação chamada de adicional trintenário, com
expressa previsão na Constituição do Estado, e já reconhecido pelo egrégio STF não possui
a natureza de adicional de tempo de serviço” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

Qüinqüênios. Número que excede a previsão legal. Pagamento como vantagem


pessoal

“Quanto ao adicional de tempo de serviço, qüinqüênio, ressalvando


meu ponto de vista, no sentido da decisão do egrégio STF que reconheceu estar seu valor
englobado no subsídio, foi proferida num caso concreto, e diz respeito à situação da
magistratura da União, cuja remuneração anterior, efetivamente incluídos os 7 (sete)
qüinqüênios, em qualquer nível, ficara aquém do valor nominal do subsídio, em virtude da
fórmula matemática que regeu a decisão política consertada entre os três Poderes da União
ao se fixar o subsídio e o teto, tanto que em nenhuma situação houve redução nominal do
valor total da remuneração, ao se introduzir o sistema de subsídios para a União e que está
matematicamente comprovado, no caso do Estado de Minas Gerais, houve redução do
valor nominal da remuneração, devendo a diferença ser paga a título de diferença pessoal
mesmo que venha a ultrapassar o teto máximo, pois senão haveria conflito interno de
normas constitucionais, entre uma cláusula pétrea, irredutibilidade de vencimento e a outra
fruto de emenda fixando teto e sua repercussão, ainda, assim, em face dos precedentes
deste Conselho, no caso em tela, mantendo a decisão anterior, determino sua exclusão das
rubrica, art. 95, III da CF” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram Meguerian – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1015

Servidores Públicos. Pretensão de compelir o tribunal a providenciar reajuste


de vencimentos

Pedido de Providências. Estabelecimento de data base em janeiro


para revisão e reajuste de vencimento dos servidores. Vinculação de percentuais de
reajustes aos subsídios dos magistrados. Pedidos improcedentes. – “I) Os tribunais
possuem competência privativa para estabelecer política remuneratória dos servidores. II)
A alteração da remuneração dos servidores depende de lei estadual de iniciativa do
presidente do Tribunal de Justiça do Estado” (CNJ – PP 425 – Rel. Alexandre de Moraes –
25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006).

Teto. Vantagens de caráter pessoal. Não consideração para obediência ao teto

“Importante destacar, que se os vencimentos dos magistrados –


legalmente obtidos – extrapolam o teto salarial fixado em lei, somente estão sendo
percebidos em face do posicionamento anterior e absolutamente pacificado pelo Supremo
Tribunal Federal, em relação à antiga redação do inciso XI, do art. 37, entendendo que as
vantagens de caráter pessoal não deveriam ser computadas no teto original previsto no
inciso XI do art. 37 da Constituição Federal, conforme já foi citado (STF – 2ª T. – RE
220.006-8/SP – Rel. Min. Néri da Silveira – DJ, Seção I, 02.04.98, p. 27; STF – 2ª T. –
RMS 21.966 – Rel. Min. Carlos Velloso – DJ, Seção I, 14.11.96; STF – 1ª T. – RMS
21.839 – Rel. Min. Sydney Sanches – DJ, Seção I, 18.04.97) e, portanto, estão alcançados
pela garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos” (CNJ – PCA 440 – Rel.
Cons. Alexandre de Moraes – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 –
Parte do voto do relator).

Valor Irredutível. Ilegalidade perante a LOMAN

“No Tribunal de Mato Grosso, o denominado “valor irredutível” é


o resultado de uma operação aritmética entre a remuneração anterior e os atuais subsídios,
englobando todas as verbas anteriores (conforme exemplos em anexo), em especial os
adicionais por tempo de serviço e, em poucos casos, a incorporação definitiva de verba de
representação de ex-presidentes, vice-presidentes e corregedores-gerais do Tribunal, cuja
ilegalidade é patente perante a LOMAN e a Resolução CNJ 13/2006, que definem a
natureza transitória da mesma” (CNJ – PCA 440 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 6ª
Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Verbas que ultrapassem o teto constitucional. Congelamento para absorção


em futuros aumentos ou reajustes

“Ressalvo, todavia, no caso dos itens 4 a 6, apesar das conclusões


do professor José Afonso da Silva, que a diferença percebida a título do art. 95, III da CF,
além do subsídio, que porventura ultrapassar o teto nacional, deverá ser “congelado” para
ser absorvidas nas futuras elevações do mesmo” (CNJ – PCA 442 – Rel. Cons. Jirair Aram
Meguerian – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não
oficial).

VENCIMENTOS OU PROVENTOS DE APOSENTADORIA DA


MAGISTRATURA
Palavras-chave: TETO DE VENCIMENTOS DA MAGISTRATURA

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1016

Forma de cálculo da remuneração dos juízes do trabalho substitutos,


designados para substituir juízes titulares

Pedido de Providências. Consulta formulada pela Presidente do


TRT da 18ª Região. Escorreita interpretação a ser conferida ao art. 9º da Res. 13 do
Conselho Nacional de Justiça. Forma de cálculo da remuneração devida aos Juízes do
Trabalho substitutos quando designados para substituírem os juízes titulares de Vara do
Trabalho. Exegese que há de ser harmonizada com as diretrizes traçadas pelo art. 124 da
LC 35/59 (LOMAN) e pelo § 3º do art. 656 da CLT. Resposta à consulta formulada no
sentido de que mesmo em face do quanto disposto no art. 9º da Res. 13/CNJ, o Juiz do
Trabalho Substituto, quando designado ou estiver substituindo o juiz titular de Vara do
Trabalho, e mesmo o juiz titular de Vara quando convocado para atuar no Tribunal, faz jus
ao pagamento da diferença remuneratória, por força de lei, correspondente à diferença
entre o valor do subsídio do cargo de origem e o valor do subsídio do cargo objeto da
substituição. (CNJ – PP 1007 – Rel. Cons. Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006).

Substituição de juiz titular por juiz substituto. Direito à diferença entre os


subsídios

Pedido de Providências. Consulta. Tribunal Regional Federal da 4ª


Região. Interpretação do artigo 9º da Res. 13 deste Conselho. Juiz Federal Substituto
designado ou em substituição a Juiz Titular de Vara Federal e Juiz Federal titular
convocado para atuar no Regional fazem jus ao pagamento da diferença remuneratória, por
força de lei, correspondente à diferença entre o valor do subsídio do cargo de origem e o
valor do subsídio do cargo objeto da substituição. Precedente deste Egrégio Conselho
Nacional de Justiça no Pedido de Providências 1007/2006. (CNJ – PP 1057 – Rel. Cons.
Vantuil Abdala – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

Substituição de membro de tribunal por magistrado de primeiro grau.


Diferença de remuneração

Procedimento de Controle Administrativo. Pagamento de


diferença remuneratória e diárias a magistrados de primeiro grau em atuação no
Tribunal. – “I) É devido ao magistrado que substitui no tribunal, a diferença remuneratória
do cargo superior que exerce temporariamente (RISTJ, art. 56). II) Não devem ser pagas
diárias ou ajuda de custo como forma de remuneração aos magistrados designados para
auxiliar no Tribunal” (CNJ – PCA 177 – Rel. Paulo Schmidt – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 –
DJU 06.12.2006).

Teto. Proventos de aposentadoria que excedem o teto. Direito de calcular os


proventos na forma da legislação vigente ao tempo da aposentadoria

Pedido de Providências. Consulta. Subsistência das vantagens


previstas nas leis 1.711/52 e 8.112/90 para magistrados de 2º e 3º graus. Direito ao
cálculo de provento de aposentadoria com remuneração da classe imediatamente superior
ou direito a acréscimo da diferença entre a classe imediatamente anterior para
magistrados ocupantes de cargo de última classe na carreira. Situação parcialmente
decidida pelo CNJ. Consulta respondida afirmativamente. – “Reconhece-se o direito dos
magistrados a calcular os proventos na forma da legislação vigente ao tempo em que se

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1017

aposentaram, com manutenção da remuneração até que seja absorvida pelo teto” (CNJ –
PP 1471 – Rel. Cons. Andréa Pachá – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

Teto de vencimentos. Res. 13, de 21.03.2006 do CNJ. Magistrado que recebe


vencimentos e pensão por morte, cumulativamente

Pedido de Providências. Resolução 13 e 14 do CNJ. Alcance dos


limites do teto remuneratório a membro da magistratura que percebe, cumulativamente
com vencimentos, pensão post mortem. Fundamentos distintos e autônomos. Questões de
caráter individual não conhecidas. Conhecimento parcial do pedido. – “Tratando-se de
magistrada que percebe pensão de cônjuge falecido também magistrado, não incide o
limite estabelecido, nos arts. 6º da resolução 13/CNJ, e 2º, alínea ‘k’, da resolução 14/CNJ,
referentes ao teto remuneratório” (CNJ – PP 808 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia
Júnior – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007).

VERBA DE REPRESENTAÇÃO
Palavras-chave: REPRESENTAÇÃO

Exercício da presidência de tribunal. Incorporação aos vencimentos

Procedimento de Controle Administrativo. Magistrado


aposentado. Desembargador que incorporou aos vencimentos verba de representação
pelo exercício da Presidência do Tribunal. Inadmissibilidade. Incidência do decidido na
Consulta constante do PP 200810000009896. – “O pagamento de qualquer gratificação ou
verba tida como de representação, em razão do exercício de função temporária, cessa no
exato momento em que a condição que lhe dava supedâneo desaparece. Ou seja, só é
possível receber verba de representação, a título de gratificação pelo exercício do cargo de
direção, enquanto esse exercício perdurar, vedada a incorporação, conforme ficou decidido
na Consulta constante do PP 200810000009896, Rel. Cons. Rui Stoco” (CNJ – PCA 10 –
Rel. Cons. Rui Stoco – 66ª Sessão – j. 29.07.2008 – DJU 18.08.2008).
Parte do voto do Relator: “As verbas aqui discutidas justificam-se apenas enquanto os
membros do Poder Judiciário exercem funções de representação de órgãos ou tribunais em
razão do cumprimento de mandatos para os quais foram eleitos ou nomeados. No exercício
dessas funções, o pagamento de adicionais contribuem para o melhor desempenho das
funções e retribuem o magistrado pelo acúmulo de funções suplementares. Finalizado o
mandato ou cessado o exercício dessas funções, não há mais justificativas para o
pagamento da verba de representação. Nesse sentido, não há que se falar em qualquer
forma de incorporação dessas verbas, seja aos vencimentos, seja aos proventos de
aposentadoria”.

Vedação da adoção do subsídio como base de cálculo da representação ou das


gratificações

“O art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do


subsídio como base de cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º
daquela Resolução, determinando a manutenção da base de incidência estabelecida
anteriormente, até que sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Afirma o
TJPA o cumprimento daquela disposição, assinalando, em total incongruência, que a base
de incidência das gratificações de representação recai dobre o subsídio. A toda evidência,
verifica-se – nessa situação – contrariedade ao ato normativo deste Conselho, pois a Lei

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1018

6.783/2005, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Dessa maneira, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo
definida na Res. 13/2006, CNJ, nos termos do seu artigo 9º” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons.
Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

“Quanto à base de incidência das gratificações de representação, o


art. 9º da Res. 13/2006 do CNJ veda expressamente a adoção do subsídio como base de
cálculo para o pagamento das gratificações discriminadas no art. 5º da mesma Resolução,
determinando a manutenção da base de incidência estabelecida anteriormente, até que
sobrevenha lei específica estabelecendo de forma diversa. Compulsando as folhas de
pagamento, após a regularização pelo TJAC (fls. 108-23), constata-se afronta à disposição
normativa deste Conselho, pois a Lei Complementar 139 de dezembro de 2004, do Estado
do Acre, que regulamentou a aplicação do subsídio naquele Estado, não contém em seu
bojo tal permissivo. Assim sendo, devem ser recalculados os valores pagos aos
magistrados, a título de gratificação de representação, utilizando-se a base de cálculo do
sistema remuneratório anterior, como definido na Res. 13/2006 do CNJ, nos termos do seu
artigo 9º” (CNJ – PCA 436 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

VERBAS DE NATUREZA INDENIZATÓRIA


Auxílio moradia. Previsão expressa na LOMAN. Manutenção

“O auxílio moradia está previsto na LOMAN (art. 65, II), devendo


ser mantido o seu pagamento – porém, nos moldes compatíveis com o seu imanente caráter
indenizatório. Nesta esteira, a Res. 13 do CNJ, em seu art. 8º, inciso I, alínea ‘b’, determina
a sua não-sujeição ao teto remuneratório, em razão de sua natureza indenizatória. Porém, o
seu pagamento de forma indiscriminada deve ser coibido. O próprio COJE, em seu artigo
57, dispõe que o auxílio-moradia deve ser pago ao ‘magistrado em efetivo exercício, que
não dispuser de residência oficial’” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo Lorenzoni –
13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Natureza jurídica

“Os argumentos trazidos aos autos pelo TJ/RO apenas corroboram


a constatação de que a verba está sendo paga com intuito remuneratório. Sublinhe-se, em
primeiro lugar, que o reconhecimento pelo CNJ da legalidade do auxílio moradia não
implica que deva o mesmo ser concedido a todos os magistrados daquele Estado. Por outro
lado, a invocada necessidade de tratamento igualitário a todos os magistrados – o qual
restaria ofendido no caso de restringir-se a sua concessão – afasta a sua marca
indenizatória, pois as verbas indenizatórias são devidas apenas em casos específicos, e não
a todas as pessoas, de forma generalizada como defendida pelo TJ/RO. O auxílio moradia
visa justamente a suprir faltas específicas, existentes em determinadas cidades, com
relação a determinados magistrados. Veja-se o voto do ilustre conselheiro Alexandre de
Moraes, proferido na instauração do PCA 440, em que o CNJ firmou posicionamento
acerca a natureza jurídica do auxílio moradia (verba salarial, que apenas será legal quando
tiver caráter indenizatório e transitório). Também ficou esclarecido que a sua concessão
dar-se-á segundo o princípio da proporcionalidade – princípio este que tem justamente o
objetivo de afastar arbitrariedades e que, especificamente quanto ao auxílio moradia,

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1019

impede a sua concessão indiscriminada: ‘Ocorre, porém, que o referido auxílio moradia é
pago de forma indiscriminada a todos os magistrados estaduais, ignorando, dessa fora, a
natureza jurídica dessa verba indenizatória, pois, conforme afirmou o STF, trata-se de ‘um
regime a que é natural e inerente o caráter transitório’ (MS Pleno MS 21.852/DF – Rel.
Min. Octavio Gallotti). Não se pode portanto, pretender aplicar de forma universal – a
todos os magistrados do Estado – uma verba indenizatória de natureza transitória, cuja
razoabilidade indica a necessidade de implementação somente para aqueles magistrados
que, atuando em Comarcas sem residência oficial, igualmente, não possuam residência
própria. Observe-se que, recentemente, na AO 587, Rel. Min. Ellen Gracie (06.04.2006), o
Supremo Tribunal Federal declinou de sua competência para a análise da legalidade do
auxílio moradia destinado aos magistrados do Distrito Federal, exatamente por se tratar de
verba indenizatória e eventual, não devida a todos os magistrados indistintamente
(conferir, ainda, em relação à natureza indenizatória e eventual do auxílio moradia: RE
99.198, 2 Turma, Rel. Min. Oscar Correa – Unânime). O pagamento indiscriminado do
auxílio moradia a todos os membros do Poder Judiciário transforma essa verba
indenizatória em clara verba salarial, de natureza permanente, ferindo a razoabilidade, pois
acaba por desconsiderar sua natureza jurídica e sua finalidade legal. O princípio da
razoabilidade definido como aquele que exige proporcionalidade, justiça e adequação entre
os meios utilizados pelo Poder Público, no exercício de suas atividades, inclusive
administrativas, e os fins por ela almejados, levando-se em conta critérios racionais e
coerentes (MARIA PAULA DALLARI BUCCI. O Princípio da Razoabilidade em Apoio
à Legalidade. Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, Ed. RT, São
Paulo, ano 4, n. 16, p. 173, jul-set./96; CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO.
Regulamentação Profissional: Princípio da Razoabilidade. Revista de Direito
Administrativo, v. 204, p. 333 ss., abr-jun./96), ou ainda, como define-o José Eduardo
Martins Cardoso, sob a óptica da Administração Pública, aquele que ‘determina à
Administração Pública, no exercício de faculdades discricionárias, o dever de atuar em
plena conformidade com critérios racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas
concepções sociais dominantes” (Princípios Constitucionais da Administração Pública de
Acordo com a Emenda Constitucional 19/98. Os 10 Anos da Constituição Federal (Coord.
Alexandre de Moraes). São Paulo: Atlas, 1998, p. 182) é de observância a todas as
autoridades públicas. A Constituição Federal exige do Poder Público, como já tive
oportunidade de afirmar (Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional.
6. Ed. São Paulo: Atlas, 2006, item 5.100), uma coerência lógica nas decisões e medidas
administrativas, estando englobados na razoabilidade, a prudência, a proporção, a
indiscriminação, a proteção, a proporcionalidade, a causalidade, em suma, a não-
arbitrariedade (Conferir: AUGUSTIN GORDILLO. Princípios Gerais de Direito Público.
São Paulo: Ed. RT, 1977. p. 183; DROMI, ROBERTO. Derecho Administrativo. 6. ed.
Buenos Aires: Ciudad Argentina, 1997, p. 36)”. Aliás, a Associação dos Magistrados do
Estado de Rondônia ajuizou reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, que foi
atuada sob o número 5.120-0, em desfavor justamente da decisão cautelar proferida neste
PCA, sob o argumento de que houve ‘evidente invasão de competência legislativa federal e
estadual, pois criou novas hipóteses de vedação à percepção da verba denominada auxílio
moradia pelos magistrados’. A Associação acrescentou que o CNJ teria usurpado a
competência do STF ‘ao afastar a Lei Estadual de Rondônia do seu campo de aplicação,
por suposta inconstitucionalidade’, não observando, assim , os fundamentos lançados pelo
STF nas ADIs 3.823, 3.367, 1.899, 2.105 e 509. O Relator, Ministro Ricardo
Lewandowski, não conheceu a reclamação, sustentando que a tese de cabimento de
reclamação com base em ofensa apenas a fundamentos de decisão do STF (a chamada
‘transcendência dos fundamentos determinantes de suas decisões’) encontra-se, por ora,
sem definição naquela Corte. O relator também consignou que a decisão do CNJ, que era a

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1020

então reclamada, não se fundamentou em declaração de inconstitucionalidade. Com efeito,


em momento algum foram invocados argumento de índole constitucional para determinar o
corte cautelar do auxílio moradia dos magistrados do Estado de Rondônia. Assim, já afasto
o argumento de usurpação de competência do STF” (CNJ – PCA 486 – Rel. Cons. Eduardo
Lorenzoni – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Parte do voto
do relator).

VERBAS INDENIZATÓRIAS E REMUNERATÓRIAS


Pretensão de reexame de pagamentos de verbas salariais já apreciados pelo
STF nas esferas judicial e administrativa

Procedimento de Controle Administrativo. Plenário do Conselho


Nacional de Justiça de Ofício. Verbas indenizatórias e remuneratórias. Suspensão liminar
de pagamentos de verbas atrasadas. Improcedência. Revogação da liminar. – “I) Não cabe
ao Conselho Nacional de Justiça reexaminar pagamentos de verbas salariais já examinados
pelo Supremo Tribunal Federal, seja no âmbito judicial ou na esfera administrativa. II)
Verbas atrasadas relativas à diferença da URV, abono decorrente da Lei 10.474/02 e VPI
(Vantagem Pecuniária Individual) já foram examinadas no âmbito do Supremo Tribunal
Federal. III) A incorporação de quintos por servidores também já foi objeto de exame pelo
Tribunal de Contas da União, bem como de decisão judicial por parte do Superior Tribunal
de Justiça. IV) Respeito ao limite dos valores das verbas devidas a servidores já fixado
pelo Conselho Nacional de Justiça por meio de sua Res. 14. V) Inadequação de um
processo de cunho genérico para apuração da correição de outras verbas específicas. Tais
verbas deverão, se for o caso, ter sua legalidade examinada individualmente, juntamente
com o ato administrativo que as ensejou, intimando-se, na ocasião, os interessados
específicos, garantindo-se, assim, o devido processo legal e a ampla defesa” (CNJ – PCA
200710000018169 – Rel. Cons. Felipe Locke Cavalcanti – 76ª Sessão – j. 16.12.2008 –
DJU 30.01.2009).

VERBAS OU VANTAGENS PECUNIÁRIAS NÃO PREVISTAS NA LOMAN


Possibilidade de sua manutenção

“A situação análoga do presente procedimento com o MS 24.875-1/


DF, no sentido da possibilidade excepcional de recebimento de vantagens pecuniárias não
previstas na LOMAN, desde que antigas e universais a todos os servidores públicos, pode
ser extraída do voto proferido pelo Ministro Ricardo Lewandowski no citado julgamento:
“Embora as normas do diploma legal em questão (Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis da União), posteriormente alterado pela Lei 8.112/90, tivessem como destinatários os
servidores públicos stricto sensu, o STF estabeleceu que as vantagens previstas no art. 184
estendem-se também aos magistrados. Como referência histórica, merece ser mencionada
decisão proferida pelo Tribunal Pleno, em julgamento datado do ano de 1961, em que foi
relator o Ministro Gonçalves de Oliveira (RMS-DF 8.944, DJU 28.06.61). Mais
recentemente, em decisão prolatada no ano de 2003, a Corte, por seu Tribunal Pleno, sendo
relator o Ministro Maurício Corrêa, assentou que ‘as vantagens previstas no artigo 184 da
Lei 1.711/52, embora dirigidas formalmente aos servidores públicos em sentido estrito,
vêm sendo aplicadas aos magistrados em face do disposto no artigo 32, parágrafo único, da
LOMAN, que equipara as categorias para fins previdenciários”. Em face disso, entendo
temerária a alteração de toda a estrutura remuneratória cinqüentenária da magistratura
paulista – em especial pela similitude do presente citado – antes da adoção do regime de

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1021

subsídios pelo Estado de São Paulo. Dessa forma, não vislumbro ilegalidade na
continuidade do pagamento da parcela remuneratória intitulada “sexta-parte”, mesmo que
acima do teto constitucional consistente nos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, de maneira a se evitar indevido decesso remuneratório, desde que seu valor
nominal seja “congelado”“ (CNJ – PCA 489 – Rel. Cons. Alexandre de Moraes – 13ª
Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

VERBAS OU VANTAGENS PECUNIÁRIAS PERCEBIDAS ACIMA DO TETO


Possibilidade excepcional de manutenção de verbas de gratificação percebidas
acima do teto até sua absorção

“Por isso é que se reputam justificadamente as verbas de


gratificação percebidas acima do teto, no âmbito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Sul. São vantagens, todas, previstas em lei, recebidas desde antes da Emenda
Constitucional 41, inclusive quando o Supremo Tribunal considerava que as vantagens
pessoais não se submetiam ao teto (v.g. REAg.R 483.097-SP). Tais verbas, na esteira do
precedente consubstanciado no julgamento do MS 24.875, podem continuar a ser pagas até
que seu importe seja absorvido pelo importe do teto” (CNJ – PCA 490 – Rel. Cons.
Cláudio Godoy – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa
não oficial).

VESTUÁRIO
Modo de se vestir das pessoas que comparecem aos foros e varas

Vestuário. Restrição. Acesso a fórum. Preservação do decoro e da


dignidade da justiça. – “1) Compete ao Juiz, no exercício do poder de polícia, velar por
que se preservem padrões mínimos de dignidade e de decoro no acesso aos órgãos do
Poder Judiciário (CPC, art. 125, III e art. 445, I). 2) Não há mácula de ilegalidade em
comunicado de Juiz Diretor do Fórum que impede a entrada nas dependências do Fórum de
pessoas com trajes inadequados (calção, short e bermudões) exceções em casos de
urgência ou de impossibilidade financeira de a parte vestir-se de outro modo. 3) A
Constituição Federal veda a discriminação arbitrária, não o tratamento diferenciado ditado
pela razoabilidade e justificado pelo padrão médio de moralidade da sociedade. 4)
Procedimento de Controle Administrativo julgado improcedente” (CNJ – PCA
200910000001233 – Rel. Cons. João Oreste Dalazen – 84ª Sessão – j.12.05.2009 – DJU
15.05.2009).

VIAGENS REALIZADAS POR DIRIGENTES DE TRIBUNAIS


Viagens realizadas por ocupantes de cargos de direção

“Mostra-se perfeitamente plausível e razoável que


Desembargadores que ocupam cargos de direção nos tribunais superiores e deste CNJ
façam viagens, com certa regularidade, para tratar de interesses de seus tribunais” (CNJ –
PCA 596 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 45ª Sessão – j. 14.08.2007 – DJU 05.09.2007 –
Ementa não oficial).

VIAS ADMINISTRATIVAS ORDINÁRIAS

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


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Esgotamento como condição para acionar o CNJ

Procedimento de Controle Administrativo. Não esgotamento das


vias ordinárias recursais administrativas. Questão individual. Ausência de repercussão
geral no âmbito do Poder Judiciário Nacional. Não conhecimento. – “Tratando-se de
situação ainda pendente de Recurso Administrativo perante o Tribunal de origem, inviável
o conhecimento da questão. Questão de relevo individual e sem repercussão geral no
âmbito do Poder Judiciário Nacional não se insere nas atribuições do CNJ (art. 103-B, § 4º,
da CF/88). Procedimento de Controle Administrativo não conhecido” (CNJ – PCA 495 –
Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 46ª Sessão – j. 28.08.2007 – DJU 14.09.2007).

VICE-PRESIDENTE DE TRIBUNAL
V. tb.: CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA OU CONSELHO DA
MAGISTRATURA

Eleição para o cargo

Procedimento de Controle Administrativo. Desconstituição de ato


administrativo eleições para cargo de vice-presidente. Art. 93 do Regimento Interno do
TJMA. – “O artigo 93 do RITJMA dispõe que ‘vagando o cargo de Presidente, por
renúncia ou morte, assumirá o Vice-Presidente se faltar menos de um ano para o término
do mandato, sendo eleito novo Vice-Presidente’. Resta claro que as hipóteses de renúncia
ou morte a que alude o dispositivo regimental foram citadas a título meramente
exemplificativo, já que a Lei 8.112/90 arrola taxativamente os casos de vacância de cargo
público abrangendo expressamente as hipótese de aposentadoria, sendo, portanto, inviável
interpretação restritiva da norma” (CNJ – PCA 11370 – Rel. Cons. Técio Lins e Silva – 48ª
Sessão – j. 25.09.2007 – DJU 15.10.2007).

Gratificação pelo exercício do cargo. Exigência de lei para legitimar sua


instituição nos tribunais

“Afirma-se, assim, a imperativa necessidade de edição de ato de


natureza legislativa a legitimar a instituição de gratificações nos Tribunais. Registro, por
oportuno, que a gratificação instituída no art. 3º da Res. 001/91 – participação no Conselho
da Magistratura – além do vício apontado, afronta o art. 4º, II, ‘b’, da Res. 13 deste
Conselho, que vedou a percepção dessa gratificação, além do subsídio” (CNJ – PCA 487 –
Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Ementa não oficial).

Gratificação pelo exercício do cargo. Legitimidade de sua concessão

“As gratificações referentes ao exercício da Presidência, Vice-


Presidência, Corregedoria, Coordenação e Direção do Fórum da Capital e do interior se
encontram elencadas entre as verbas não abrangidas pelo subsídio – art. 5º da Res. 13/2006
– instituídas que foram pela Lei Estadual 5.611/90. Legítimo, pois, o pagamento dessas
verbas” (CNJ – PCA 487 – Rel. Cons. Paulo Schmidt – 13ª Sessão Extraordinária – j.
05.06.2007 – DJU 21.06.2007 – Ementa não oficial).

Gratificação pelo exercício do cargo. Pagamento a quem não esteja no


exercício do cargo

INFOJURIS – INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA DO CNJ


1023

“Assim, no mérito, voto pela manutenção da liminar para que, no


Estado do Maranhão, se mantenha a sustação do pagamento das verbas 313 (no que
exceder o teto remuneratório de R$ 24.500,00), 250 (no que exceder o teto de R$
24.500,00 ou for paga a quem não estiver no exercício da função de Presidente, Vice-
Presidente e Corregedor, já que é verba transitória e não integra a remuneração), 247 (no
que exceder o teto de R$ 24.500,00) 309 e 439 (na totalidade, até que o cálculo,
considerado irregular seja refeito conforme determinado na liminar)” (CNJ – PCA 439 –
Rel. Cons. Ruth Carvalho – 13ª Sessão Extraordinária – j. 05.06.2007 – DJU 21.06.2007 –
Parte do voto do relator).

Gratificação pelo exercício do cargo ou da função

“Com relação às ‘verbas indenizatórias’ – denominação que se


afigura equivocada, já que não possuem traço de caráter indenizatório – somente as
gratificações de Presidente, Vice-Presidente, Corregedor e Diretor de Escola encontram
amparo na Resolução 13 do CNJ ou na LOMAN. As outras gratificações (Diretor de
Revista, Presidente de Câmara, Membro do Conselho da Magistratura e Ouvidor do
Tribunal) não têm previsão legal válida e, portanto, sequer poderiam ter sido concedidas
aos magistrados. É também o caso dos anuênios” (CNJ – PCA 441 – Rel. Cons. Joaquim
Falcão – 6ª Sessão Extraordinária – j. 06.03.2007 – DJU 15.03.2007 – Ementa não oficial).

Pedido de Providências. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª


Região. Gratificação pelo exercício de Vice-Presidência e de Corregedoria. O pagamento
da gratificação pelo exercício da Vice-Presidência e da Corregedoria não está
autorizado, de per si, pela Resolução n. 13 de 21 de março de 2006. – “I) mencionado ato
normativo não pretendeu, e nem poderia, autorizar o pagamento de semelhante gratificação
à míngua de previsão específica, nos vários ramos de vários Tribunais do País. II) o sentido
da regra foi o de explicitar que, onde houvesse a percepção de tal verba, ela poderia ser
paga sem integração ao subsídio, assim a ele somada, mas restrito o resultado ao teto
remuneratório” (CNJ – PP 1044 – Rel. Cons. Cláudio Godoy – 27ª Sessão – j. 10.10.2006
– DJU 27.10.2006 – Ementa não oficial).

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER


V. tb.: LEI MARIA DA PENHA
Superveniência da Lei 11.340/2006

Pedido de Providências. Medidas visando coibir a violência


doméstica e familiar contra a mulher. Sugestões acolhidas pelo legislador. Superveniência
da Lei n° 11.340/2006. Pedido prejudicado. Arquivamento. (CNJ – PP 518 – Rel. Cons.
Marcus Faver – 29ª Sessão – j. 14.11.2006 – DJU 06.12.2006).

VITALICIAMENTO DE MAGISTRADO
Impugnação. Prazo de cinco anos

O processo de vitaliciamento de magistrado não é de caráter


disciplinar. Possuindo a matéria natureza eminentemente administrativa, subsume-se ao
prazo mais elástico de cinco anos para a sua impugnação perante este Conselho Nacional
de Justiça (art. 95, parágrafo único do RI/CNJ). O estágio probatório é etapa preliminar

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para a aquisição do predicamento da vitaliciedade e sua conclusão, a exame do órgão a que


está vinculado o Juiz, encerra ato administrativo típico. Não se pode admitir, em respeito
aos princípios que norteiam a atividade administrativa dos Tribunais, que se atribua
vitaliciamento a um Juiz com a consignação de ‘ressalva’ na completa ausência de
indicação das razões pelas quais se justificaria tal restrição. Afronta à garantia
constitucional da ampla defesa administrativa. (CNJ – PCA 98 – Rel. Cons. Paulo Schmidt
– 25ª Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

Matéria de natureza administrativa e não disciplinar

O processo de vitaliciamento de magistrado não é de caráter


disciplinar. Possuindo a matéria natureza eminentemente administrativa, subsume-se ao
prazo mais elástico de cinco anos para a sua impugnação perante este Conselho Nacional
de Justiça (art. 95, parágrafo único do RI/CNJ). O estágio probatório é etapa preliminar
para a aquisição do predicamento da vitaliciedade e sua conclusão, a exame do órgão a que
está vinculado o Juiz, encerra ato administrativo típico. Não se pode admitir, em respeito
aos princípios que norteiam a atividade administrativa dos Tribunais, que se atribua
vitaliciamento a um Juiz com a consignação de ‘ressalva’ na completa ausência de
indicação das razões pelas quais se justificaria tal restrição. Afronta à garantia
constitucional da ampla defesa administrativa. (CNJ – PCA 98 – Rel. Cons. Paulo Schmidt
– 25a Sessão – j. 12.09.2006 – DJU 29.09.2006 – Ementa não oficial).

VOTO DO PRESIDENTE DE TRIBUNAL


Em processo administrativo disciplinar

Processo Administrativo Disciplinar. Observância do devido


processo legal. – “A teor do art. 62, II, do RITRF da 1ª Região, em regra, o voto da
Presidência é de qualidade, para fins de desempate, salvo em se tratando de matéria
constitucional, em agravo regimental contra o seu despacho e, finalmente, em se tratando
de matéria administrativa, como é o caso dos autos” (CNJ – PCA 190 – Rel. Cons.
Joaquim Falcão – 47ª Sessão – j. 11.09.2007 – DJU 27.09.2007).

–W–

–X–

–Y–

–Z–
ZONAS ELEITORAIS
Criação e desmembramento. Autonomia dos tribunais

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Recurso Administrativo em Procedimento de Controle


Administrativo. Zonas eleitorais. Criação e desmembramento. Autonomia dos tribunais.
Resolução 19.994-97/TSE. Legitimidade reconhecida pelo TSE. – “I) Compete ao
Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais de juízes e servidores. II)
Contudo, nos termos da própria Constituição Federal, à luz do princípio da autonomia do
Poder Judiciário, resguardado pelo art. 103-B, § 4º, I, bem como das atribuições
expressamente referidas no art. 96, I, ‘b’ e ‘d’, não está o CNJ autorizado a interferir na
disciplina eleita pelos Tribunais para organizarem suas secretarias e serviços auxiliares ou,
mesmo para a propositura de criação de novas unidades judiciárias. III) O controle
realizado por este Conselho deve alinhar-se ao princípio de preservação da autonomia dos
Tribunais. IV) Precedentes do TSE reconhecendo a legalidade da Res. 19.994-97/TSE
(Proc. 346. Rel. José Augusto Delgado, DJ 7/2/2008; Proc. 342. Rel. Carlos Eduardo
Caputo Bastos, DJ 1/2/2008). V) Recurso Administrativo a que se nega provimento” (CNJ
– PCA 200910000016583 – Rel. Cons. Mairan Gonçalves Maia Júnior – 86ª Sessão – j.
09.06.2009 – DJU 17.06.2009).
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