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1 - Introdução
A inspeção visual foi provavelmente o primeiro ensaio não destrutivo usado pelo
homem, mas continua sendo o mais usado, por o mais barato, e geralmente precede
qualquer outro ensaio. A sua principal vantagem é fornecer dados quantitativos (além das
informações qualitativas) mais facilmente que os outros END’s. Alguns testes são baseados
nas leis da ótica geométrica e outros fazem uso das propriedades ondulatórias da luz. Este
ensaio tem sido usado principalmente para a inspeção de:
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De modo geral, nos deparamos na indústria com inúmeras variáveis de processo que
podem gerar imperfeições nos produtos. Essas imperfeições devem ser classificadas
como descontinuidades ou defeitos. Os responsáveis por essa atividade são os
projetistas profissionais, que por meio de cálculos de engenharia selecionam os
componentes de um produto que impliquem segurança e apresentem o desempenho
esperado pelo cliente.
3 – Fundamentos
A visão humana envolve uma série de fatores tais como a percepção de luz, forma,
cor, profundidade e distância. A percepção da forma é possível porque a luz vinda de um
objeto é focalizada no olho e uma imagem é formada. Esta imagem visual é afetada pelo
sistema de lentes do olho da mesma forma como é afetada pelas lentes de outros sistemas
óticos, como uma câmara fotográfica, alterando o foco. A íris funciona como um diafragma e
controla a quantidade de luz que é admitida e a retina é o elemento sensível no qual a
imagem é formada. O ajuste de foco é obtido pela variação na espessura e curvatura do
cristalino, processo chamado de acomodação, conseguido pela ação de pequenos músculos
associados às lentes.
No olho normal, objetos situados a distâncias acima de 5 m são facilmente
localizados na retina pela relaxação dos músculos de acomodação. Problemas de
acomodação precisam ser corrigidos por lentes. Num hipermetrope, por exemplo, há
necessidade de uso de lentes convexas. Já os míopes precisam usar lentes côncavas, mais
espessas nas bordas que no centro, para enxergar bem objetos distantes.
A visão binocular é que permite a percepção de distância com precisão, ou seja, a
visão estereoscópica, que faz com que a imagem de objetos próximos vista por cada olho
seja ligeiramente diferente, dando assim a percepção de profundidade.
A percepção de luz pela retina e pelos receptores do nervo ótico é bastante
complexa e envolve diversas estruturas e processos fotoquímicos, para que a informação
seja levada ao cérebro. Estes aspectos não serão aprofundados aqui. Cada cor possui três
características físicas importantes: tom, pureza e brilho. O tom é aquela característica que
normalmente dá nome às cores, como azul ou vermelho, associado ao comprimento de
onda da radiação. O olho humano é capaz de distinguir cerca de sete milhões de cores
o o
distintas, com comprimento de onda entre cerca de 3900 e 7200 A (1 A = 10-10 m ou 10-4
µm), mas somente algumas poucas são normalmente referidas, como violeta, azul, verde,
amarelo, laranja e vermelho. A luz contendo apenas uma estreita faixa de comprimentos de
onda é chamada de luz monocromática.
A saturação normalmente é quantificada em porcentagem e expressa a quantidade
de luz de certo comprimento de onda, como quando se mistura, por exemplo, tinta azul com
diferentes quantidades de tinta branca.
O brilho indica intensidade da radiação, isto é, a quantidade de energia luminosa. O
contraste de brilho um dos fatores mais importantes da visão. O brilho de uma superfície
refletora colorida depende de seu fator de reflexão e da quantidade de luz incidente. Brilho
excessivo causa uma sensação incômoda, referida como clarão, que interfere na
capacidade de visão clara, observação crítica e julgamento. O clarão pode ser evitado pelo
uso de luz polarizada.
Como dito anteriormente, a visão humana é capaz de perceber todas as cores do
o
espectro solar, com comprimentos de onda entre 3900 e 7200 A , que é apenas uma fração
mínima do espectro eletromagnético, como mostra a figura 1.
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• Limpeza da superfície
A análise para necessidade de limpeza ou não, deve ser criteriosa, pois se a limpeza for
executada de modo descuidado podem-se mascarar imperfeições. A limpeza deve ser
realizada de tal sorte que facilite a observação de descontinuidades, ou seja, que resíduos
como graxas, óleos, poeira, oxidação etc., não impeçam a detecção de possíveis
descontinuidades e/ou até de defeitos. Na necessidade de se utilizar escovamento,
lixamento ou esmerilhamento, devem-se tomar cuidados especiais, quanto à contaminação,
caso o material inspecionado seja em aço inoxidável austeníticos e ligas ao níquel. Nestes
casos as ferramentas de limpeza devem ser no mesmo material ou revestidas com o
mesmo.
• Acabamento da superfície
O tipo de luz utilizada também influi muito no resultado da inspeção visual. A luz branca
natural, ou seja, a luz do dia, é uma das mais indicadas; porém, por problemas de layout, a
maioria dos exames é feita em ambientes fechados, no interior de fábricas. Utilizam-se,
então, lâmpadas elétricas, que devem ser posicionadas atrás do inspetor, ou em outra
posição qualquer, de modo à não ofuscar sua vista.
O método de ensaio visual requer intensidade de iluminação mínima de 300 lux para exame
em geral ou 500 lux para verificação de pequenas descontinuidades (uma vela gera
aproximadamente 3 lux).
Caso seja necessária iluminação artificial, cuidar para que os ângulos de incidência sobre a
superfície proporcionem contraste adequado para evidência das irregularidades. Possuindo
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a fonte de luz, movimenta-la até obter a melhor condição de visualização (figura 3). Se a
superfície for polida evitar os reflexos que venham a ofuscar a visão, isto é obtido com
deslocamento da fonte de luz.
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• Lupas: em geral possuem aumentos de 1,5 a 10 vezes e são constituídas por uma única
lente biconvexa, de diferentes tamanhos e formatos, dependendo do uso pretendido.
Suas principais características são o poder de ampliação, distância de trabalho, campo
de visão, correção cromática e visão mono ou bi ocular. Quanto maior o poder de
ampliação, menor o campo de visão e a distância de trabalho. Algumas vezes elas
podem combinadas com escalas de medição, como mostra a figura 4 e/ou ter um
sistema próprio de iluminação.
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Figura 8 - Gabarito para medida de (a) reforço de soldas, (b) garganta e (c) perna de filetes.
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Para tubulações com diâmetros entre 100 e 250 mm são utilizados câmeras de orientação
fixa e visão axial e para diâmetros entre 250 mm e 1500 mm são utilizadas câmeras com
controle de orientação e rotação, podendo inspecionar tubulações com inclinações de até
20%, como o sistema mostrado na figura 10.
Figura 10 - (a) Carro para inspeção de tubulações com menores diâmetros e (b) e exemplos
de imagens obtidas.
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6 – Aplicações
7 – Vantagens do método
8 – Desvantagens do método
9 – Qualificação do inspetor
10 – Procedimentos de inspeção
O procedimento utilizado para inspeção visual deve estar qualificado de acordo com
as normas aplicáveis. De maneira geral considera-se qualificado aquele procedimento que
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a) Normas de referência;
b) Condição da superfície;
c) Método de ensaio;
d) Condições de iluminação.
a) Nome do inspetor;
b) Identificação numérica;
c) Identificação da peça inspecionada;
d) Número do procedimento;
e) Registro dos resultados (com relatório fotográfico se for o caso);
f) Normas de referência para análise dos resultados;
g) Laudo indicando aceitação, rejeição ou recomendação de ensaio complementar;
h) Data e assinatura do inspetor
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f) SCRA TA - Steel Casting Research and Trade Association Padrões de Comparação para
Definição da Qualidade de Superficies de Peças em Aço Fundido;
g) ACI - Alloy Casting Institute - Standard for the Visual Inspection of Casting Surfaces;
h) ASTM D 2563 - 94 - Standard Practice for Classifying Visual Defects in Glass - Reinforced
Plastic Laminate Parts;
i) PETROBRAS N-1738 - Descontinuidades em juntas soldadas, fundidas, forjadas e
laminados.
13 – Bibliografia
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