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Adsorção de moléculas em
superfícies e isotermas de
adsorção
O que é a adsorção?
Desde dos tempos bíblicos: Uso de um sólido para reter
substâncias contidas dentre de líquidos ou gases
adsorbato adsorvente
Nota: absorção: o material transferido de uma fase para a outra (exemplo
um líquido) interpenetra a segunda fase para formar uma “solução”.
Conceito de dessorção.
Adsorção e dessorção – etapas da catálise heterogênea
Figura1: Adsorção dissociativa de H2O sobre Si(001)
(Review on water: M.A. Henderson, Surf. Sci. Reports 46 (2002) 1; calculations: A. Vittadini et al. Phys. Rev. B
52 (1995) 5885)
Adsorção Química
● Estrutura eletrônica, comprimentos e
ângulos de ligação fortemente afetados.
● Substrato e adsorbato não separáveis.
● Os modelos simples não existem. Todo o
sistema (adsorvatosubstrato) tem que ser
Chemisorption of CO tratado quanticamente.
molecules on a typical
catalytic surface
(Proposed by Kesmodel et al. [1979] and confirmed by Ibach and Lehwald [1979], Masel fig. 3.10, p.121).
Adsorção Física
Principalmente causada por
forças de van der Waals e forças eletrostáticas
Características de tais adsorventes:
Área superficial e polaridade
www.aacg.bham.ac.uk/.../Physisorption.JPG
As forças envolvidas na adsorção física incluem as
forças de Van der Waals (repulsão e dispersão) e
interações eletrostáticas compreendendo as interações
de polarização, dipolo e quadrupolo.
As contribuições de forças de Van der Waals estão
sempre presentes enquanto as contribuições
eletrostáticas são significativas apenas no caso de
adsorventes tais como as zeólitas que possuem uma
estrutura iônica (FOUST, 1980, RUTHVEN, 1984)
ADSORÇÃO QUÍMICA vs. ADSORÇÃO FÍSICA
Forças tipo ligação Química Forças de van der Waals
Esse tipo de constante de equilíbrio assume que:
todos os sítios de adsorção são equivalentes; não é verdade!
o número de sítios de adsorção é infinito.
ISOTERMAS DE ADSORÇÃO
descreve o equilíbrio de partição entre as fases
sorvida e dessorvida;
pode ter várias formas.
Giles et al. (1960), dividiram as isotermas de adsorção em quatro
principais classes, de acordo com sua inclinação inicial e, cada
classe, por sua vez, em vários subgrupos, baseados na forma das
partes superiores da curva. As quatro classes foram nomeadas de
isotermas do tipo H (“High affinity”), S (“Sigmoidal”), L (“Langmuir”) e
C (“Constantpartitioning”).
CLASSIFICAÇÃO DAS ISOTERMAS DE ADSORÇÃO DE ACORDO
COM SUA INCLINAÇÃO INICIAL (ADAPTADO DE MCBRIDE, 1994).
Isotermas do tipo H Tratase de um caso especial de curva do tipo L e é observada quando
a superfície do adsorvente possui alta afinidade pelo soluto adsorvido, sendo indicativa de
interações muito fortes (quimissorção), é um caso extremo da isoterma de Langmuir.
Isotermas do tipo S Este tipo de isoterma tem inclinação linear e convexa em relação à
abscissa. A adsorção inicial é baixa e aumenta à medida que o número de moléculas
adsorvidas aumenta. Isto sugere “adsorçãocooperativa” a qual acontece se o sistema
adsorbatoadsorbato é mais forte do que a interação adsorbatoadsorvente. Esta
condição favorece os “agrupamentos” das moléculas de adsorbato na superfície porque as
moléculas interagem mais fortemente entre si do que com uma superfície diferente.
Isotermas do tipo L A forma L possui inclinação não linear e côncava em relação à
abscissa. Nesse caso, reflete uma relativa alta afinidade entre o adsorbato e adsorvente, o
que indica usualmente quimissorção onde há uma diminuição da disponibilidade dos sítios de
adsorção quando a concentração da solução aumenta.
Isotermas do tipo C Corresponde a uma partição constante do soluto entre a solução e o
adsorvente, dando à curva um aspecto linear. Sugere uma afinidade constante das moléculas
de adsorbato para com o adsorvente, é usualmente observada apenas numa pequena faixa
de adsorção e, desvios da relação linear da isoterma são observadas quando se tem alta
adsorção. As condições que favorecem as curvas do tipo C são substratos porosos flexíveis e
regiões de diferentes graus de solubilidade para o soluto (MCBRIDE, 1994).
Classificação das isotermas de Adsorção
Forma da isoterma ⇒ consistente com o mecanismo de sorção.
Porém, a forma da isoterma em si não prova o mecanismo de sorção.
(Masel fig. 4.4, p.238)
Tipo de Onde se encontra
isoterma
I adsorção de monocamada
Isoterma de Langmuir
(tipo 1)
Hipótese:
• Todos os sítios de adsorção são equivalentes
• A adsorção de uma molécula é independente do
fato que há ou não um sítio vizinho ocupado
Equilíbrio dinâmico:
ka
A(g) + M(superfície) A M
kd
ka: Cte de adsorção
kd: Cte de dessorção
Equilíbrio Dinâmico
Definições para a expressão matemática
Ө: taxa de recobrimento
N: no de sítios totais na superfície
P: pressaõ parcial do gás
ADSORÇÃO DESSORÇÃO
É proporcional a É proporcional
P e os sítios vazios ao número de sítios ocupados
P e N(1 Ө) N Ө
dθ dθ
=k a PN 1−θ =k d Nθ
dt dt
EQUILÍBRIO
k a PN 1−θ =k d Nθ
Equação de Langmuir k a PN 1−θ =k d Nθ
k a PN 1−θ com ka
θ= K=
kd N kd
θ =K P 1−θ
KP 1
θ= ou P= θ θ P
1KP K
V ∞=volume da monocamada=V M
V
como θ=
V∞
1 V V
P= + P
K V∞ V∞ P 1 1
= P
P 1 1 V V∞ KV ∞
= P
V KV ∞ V ∞
Metodo Experimental aplicado a Eq. de Langmuir
P 1 1
= P
V V∞ KV ∞
Representação de P/V = f(P)
P/V
1
Ordenada na Inclinação da
origem reta V∞
1
K V∞
P
Outros Modelos derivados de
Langmuir
A Eq. de Langmuir é uma base de outros modelos
para os quais as hipóteses são modificadas
Exemplo:
Isoterma de Freundlich
“nem todos os sítios são equivalentes”
1
n
θ = f P
Stephen Brunauer
Isoterma BET Paul Emmett
Edward Teller
Hipóteses:
A adsorção é provocada por forças de Van der Waals.
O número de camadas pode ser infinito.
A adsorção da 1ª camada efetuase seguindo o modelo de Langmuir,
sobre os sítios da superfície.
As moléculas adsorvidas na primeira camada constituem sítios de
adsorção para a formação da segunda camada, etc...
O número de sítios assim como o tamanho da superfície são
constantes para cada camada.
Todos os sítios de uma mesma camada são energeticamente
equivalentes e não existem interações laterais entre as moléculas
adorvidas.
A energia de adsorção é constante na primeira camada.
A energia de adsorção nas demais camadas é igual a energia de
condensação.
Esquema da superfície seguindo a BET
k´a k´d ka e kd
1a Camada
kd
ka
k´a e k´d
Todas as outras
camadas
SUPERFÍCIE
No = No de sítios nivel 0
N1 = No de sítios recobertos por 1 camada
N2 = No de sítios recobertos por 2 camadas
Nomenclatura:
Ni= No de sítios recobertos por i camadas
Demonstração da Eq. BET
Condições de equilíbrio para a existência da 1a camada
k a P N 0 =k d N 1
Condições de equilíbrio para a existência da 2a camada
´ ´
k a PN 1 =k N2
d
Condições de equilíbrio para a existência da camada i
´
k ´a PN i−1 =k N i i = 2,3,....
d
Expressar Ni em função de No
2 i−1
´ ´ ´
ka k a 2 k a ka i
N i= ´
PN i−1 = ´
P N i−2 = ´
P No
k k k kd
d d d
Demonstração da Eq. BET
2 i−1
´ ´ ´
ka k a 2 k a ka i
N i= ´
PN i−1 = ´
P N i−2 = ´
P No
k k k kd
d d d
se ´
ka ka
´
=x e =cx
k kd
d
i−1 i
N i =x cx P N o
N i = cx P N o
i i
Para i ≥1
Expressão matemática do volume adsorvido
No = No de sítios nível 0
N1 = No de sítios recobertos por 1 camada
N2 = No de sítios recobertos por 2 camadas
Ni= No de sítios recobertos por i camadas
SUPERFÍCIE
∞ ∞
i i
V =∑ icx P N o
i ou V =∑ ic xP N o
i =1 i=1
Expressão matemática do volume da
monocamada
Se a 1ª camada fosse completa, o volume adsorvido
correspondente seria VM :
No = No de sítios nivel 0
N1 = No de sítios recobertos por 1 camada
N2 = No de sítios recobertos por 2 camadas
SUPERFÍCIE Ni= No de sítios recobertos por i camadas
∞
V M =N 0 N 1 N 2 N 3 . .. ..N i V M =∑ N i
i=0
∞
∞ i
∑ iN i ∑ i c xP N o
V i=1 i=1
= ∞ =
VM ∞
i
∑ Ni ∑ c xP N o
i=0
i=0
∞
i
∑ i c xP N o Se y = xP
V i =1
= ∞
VM i
∑ c xP N o ∞
i
∞
i
i =0 ∑ i c y No cN 0 ∑ iy
V i=1 i=1
= ∞ =
VM i
∞
i
∑ c y No N o cN o ∑ y
i =0 i =1
Resolução matemática das somas geométricas
∞
d y
y
∞ ∞
1 y i
i i
∑ y =∑ y −1= 1−y −1= 1−y ∑ i y = y dy 1−y = 2
i =1 i=0 i =1 1−y
V
=
cN 0
1−y
y
2
=
c x P
VM
N 0 cN 0
y
1−y
1−xP 1−x Pc x P
Final da dedução Todos os sítios estão recobertos
k´a k´d
de maneira uniforme
´
k ´a PN =k N
d
V c z Equação da Isoterma
= BET
V M 1−z 1−zc z
Equação linear da BET
P 1 c −1 P
= +
V ( P * − P ) cVM cVM P *
Representação:
P P
= f
V ( P * −P) P*
P c−1
V P∗−P cV M
1 c−1 1
1 =
cV M cV M cV M V M
P
P∗¿
¿
Observações a respeito do Método BET
VM: volume de gás adsorvido para formar uma monocamada
Aplicando PV = nRT
Determinamos nM : número de mol de gás correspondendo à VM
Como as medidas foram feitas para uma massa exata de sólido (g)
nM : número de mol/g para formar a monocamada
Conhecendo am: área ocupada por uma molécula adsorvida
S : valor da área superficial da amostra
S = nM N am [S]=m2/g N = 6,02 1023
Para N2, a T= 77K am= 0,162 nm2
BET aplicase geralmente para
0,05 < P/P* < 0,3
Exemplos de isotermas
Sílica Microporosa
Isoterma de sílica microporosa (D < 2 nm):
● Isoterma do tipo 1
• Enchimento gradual dos
microporos com o adsorbato a
baixa pressão relativa
• Sem histerese
Sílica Macroporosa
Isoterma de sílica macroporosa (D > 50 nm):
• Isoterma tipo 2
• Formação de multicamadas
• Condensação somente ocorre
com P/Po próximas de 1
Sílica Mesoporosa
Isoterma de sílica mesoporosa (D 2~50 nm):
• Isoterma do tipo 4
• Multicamada de adsorbado
• Acima de P/Po = 0,4 há aumento
de gás adsorvido
• Perfil horizontal da curva próxima
a P/Po =1 ⇔poros cheios com
adsorbato líquido.
• Há histerese: o “loop” formado
Cálculo da área superficial
Espectroscopia IV
Fornece informações do sítio catalítico.
Aproximação do modelo do oscilador harmônico.