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ÍNDICE
INTRODUÇÃO
Ciência e Cultura
I.Arte
A. Música
B. Arquitetura
C. Imprensa
II. Especialistas
2. Estado
3. Capitalismo
4. Renda
5. Ato de Economia "Capitalista"
6. Técnica e Capitalismo
7. Direito e Capitalismo
8. Características Peculiares do Racionalismo Ocidental
9. Conexões da Ética Econômica Moderna com a Ética Racional do
Protestantismo Ascético: Um dos Aspéctos de Relação Causal
I PARTE
O PROBLEMA
CAPÍTULO I
Filiação Religiosa e Estratificação Social
CAPÍTULO II
O Espírito do Capitalismo
CAPÍTULO III
A Concepção de Vocação de Lutero
Tarefa da Investigação
43. "Profissão" ou Vocação?
44. Lutero e o Espírito do Capitalismo
45. Lutero e a Vida Profissional
46. Lutero e a Estrutura Social
47. Tradicionalismo Econômico
48. Trabalho Profissional e Idéias Religiosas
49. Tauler / Lutero
50. Calvinistas, Católicos e Luteranos
51. Calvino e Seitas "Puritanas"
52. Reforma e Capitalismo
II PARTE
A ÉTICA VOCACIONAL DO PROTESTANTISMO ASCÉTICO
CAPÍTULO IV
Fundamentos Religiosos Do Ascetísmo Laico
53. Ascetismo
54. Representantes Históricos
55. "Puritanismo" X Anglicanismo
56. Conduta Moral
57. Compêndios Casuísticos
58. Moralidade Ascética e Éticas Não-Dogmáticas
A - Calvinismo
59. Predestinação
I.Capítulo IX: Do livre arbítrio
II. Capítulo III: Do eterno decreto de Deus
III.Capítulo X: Da Vocação eficaz
IV.Capítulo V: Da Providência
60. Milton
61 Padres da Igreja Luterana
62. Calvinismo X Lutero e o Catolicismo
63. Puritanismo
64. O Mundo
65. A Fé
66. A Religiosidade
67. Vida Religiosa
68. A Ética Católica
69. A Igreja Católica frente ao Homem
70. A Graça Sacramental da Igreja Católica
71. O Destino do Calvinista
72. A Sustentação do Homem
73. Identidade entre Santo Inácio e Calvino
74. Metodização da Vida
75. Oposição entre Asceticismo Calvinista e Medieval
76. Racionalismo do Antigo Testamento
77. Consequência da Metodização
B - Pietismo
78. Predestinados
79. A Inauguração do Pietismo
80. O Caráter Histérico da Religiosidade
81. Efeito Prático dos Princópios Pietistas
82. Representantes do Luteranismo Alemão
I.Spencer
II. Francke
III. Zinzendorff
83. Tese Característica de Zinzendorff
84. O Elemento Ascético Racional
85. Idéias Fundamentais do Pietismo
86. A Evolução do Pietismo
C - Metodismo
D - Seitas Batistas
94. Ética
95. "Idolatria" e Religiosidade
96. Regeneração
97. Predestinação e o Caráter da Ética
98. Movimento Batista e a Vida Profissional
99. Moralidade
100. "Tunker"
101. Concepção Profissional Calvinista
102. Interesses Profissionais Econômicos
103. Efeitos do Calvinismo
104. Mercantilismo
105. Influência da Idéia Puritana sobre a Vida Econômica
CAPÍTULO V
A Ascese e o Espírito do Capitalismo
106. Ascese
107. Protestantismo e Atividade Econômica
108. Richard Baxter
109. Baxter e Calvino
110. Relação entre Baxter e São Tomás
111. Racionalização do Tempo
112. Racionalização da Conduta Sexual
113. O Trabalho como Fim Absoluto na Vida
114. Relação entre Baxter e São Tomás quanto ao Trabalho
115. Divisão do Trabalho
116. Religiosidade, Interesse Econômico e Profissionalização
I. Concepção Econômica
II. Baxter
117. Pragmatismo
118. Mentalidade Judáica e Ética Econômica
119. Burguesia Puritana
120. Vida Capitalista
121. Divertimentos Populares
122. Superstições e Irracionalismo de comportamento
123. Uniformização e Capitalismo
124. "Espírito do Capitalismo"
125. "Agricultura Racional"
126. O Moderno "Homem Econômico"
127. Religião e Riqueza
128. Raízes Religiosas e Plenitude Econômica
129. Empresário Burguês, Trabalhador e a Mais-Valia
130. Teoria dos Salários Baixos: Teoria da "Produtividade"
131. Zinzendorff, Seitas Batistas, Trabalho e Enriquecimento como
Profissão
132. O Espírito do Ascetismo Cristão
133. Goethe
134. A Realização do Ascetismo
135. Capitalismo Vitorioso
136. Obra Inacabada de Weber, Ele Próprio Não Refutaria Sua Tese
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO:
1. Ciência e Cultura:
Índia, China, Babilônia, Egito através de conhecimentos empíricos
pensaram sobre os problemas do mundo e da vida, filósofos
racionalistas e teólogos fizeram suas observações, porém foi somente
no Ocidente a partir de determinados fenômenos culturais é que pode-
se sistematizar de forma pragmática a Ciência. É somente no Ocidente
que existe uma ciência jurídica racional, contendo esquemas e
categorias jurídicas do Direito romano e do Direito ocidental.
I. Arte:
A. Música:
O mesmo se dá em relação a arte, no caso da música, apesar dos
povos terem muitos conhecimentos sobre a mesma, é somente no
Ocidente que a música é harmônica racional, onde a orquestra possui
seu quarteto de cordas como núcleo da organização de um conjunto de
instrumentos, tendo como instrumentos básicos: órgão, piano e violino.
B. Arquitetura:
Desde a antiguidade, na Ásia e no Oriente, o arco em ojiva foi
usado como decoração, porém somente no Ocidente é que se conhece
a sua utilização racional no sentido de distribuição de peso, como
cobertura de espaços, bem como a utilização em edifícios
monumentais, abrangendo a escultura e a pintura pela utilização
racional de linhas e de perspectiva espacial e da luz.
C. Imprensa:
Na China havia a tipografia, mas só no Ocidente que existe uma
literatura da impressão, como a de revistas e jornais.
II. Especialistas:
Na China e no Islão havia Ensino Superior bem semelhantes a
Universidades e Academias do Ocidente, porém não havia o ensino
sistematizado e racional no sentido de formar especialistas, bem como
o funcionário especializado, que é de muita importância para o Estado
moderno e para a moderna economia européia. O funcionário
especializado fora do Ocidente não tem nenhuma importância para a
ordem social. A cultura ocidental é rechassada por conter uma enorme
organização de funcionários especializados, desde técnicos a jurídicos,
como elementos vitais do funcionamento da vida social.
2. Estado:
O Estado estamental só existe na Europa e somente no Ocidente
existem Parlamentos com "representantes do povo" eleitos, com
demagogos e governo de líderes com ministros responsáveis perante o
parlamento. É natural que no mundo existam "partidos" no sentido de
organizações que querem conquistar o mundo, ter poder. No ocidente, é
que existe o "Estado" como organização política com uma
"Constituição" racionalmente estabelecida, com um direito
racionalmente instituido e uma administração feita por funcionários
especializados. Leis fora do ocidente só existe de forma rudimentar,
pois falta a combinação de elementos decisivos.
3. Capitalismo:
O capitalismo como poder mais importante da vida moderna
busca o lucro, o enriquecimento. A tendência para o enriquecimento,
para a obtenção do lucro é cobiçada por vários membros da sociedade:
médicos, artistas, funcionários corruptos, soldados, ladrões e muitos
mais. Em todas as épocas e em todos os lugares da Terra, em todas as
circunstâncias em que exista a possibilidade objetiva de ganhar, de
obter lucro, esta tendência para o enriquecimento mostra-se como uma
constante.
O Capitalismo é o verdadeiro "espírito" da "ambição". O
Capitalismo deveria se colocar como moderação racional do impulso
irracional lucrativo, porém ele, na verdade, anda de mãos dadas com a
ganância do trabalho incessante racional capitalista, a ganância sempre
renovada pela rentabilidade.
4. Renda:
Dentro da ordem capitalista de economia, o esforço próprio
quando não direcionado no sentido de conseguir rentabilidade está
condenado ao fracasso.
6. Técnica e Capitalismo:
O capitalismo moderno é influenciado pelos avanços da
racionalidade técnica, pelos cálculos exatos; as ciências naturais e
racionais com base na matemática e na experimentação tiveram
grande impulso motivadas pela técnica e sua aplicação junto a
economia propiciou progresso aos capitalistas, que é o resultado
econômico desejado pelo Ocidente.
7. Direito e Capitalismo:
O desenvolvimento do moderno capitalismo industrial comercial
necessita do Direito e da administração, com regras, para que haja uma
indústria racional privada com capital fixo e cálculo seguro. Somente no
Ocidente é possível um Direito e uma administração com perfeição
formal técnico-jurídica. Tal desenvolvimento só foi possível por causa
de um "racionalismo" específico e
peculiar da civilização ocidental, pois processos de racionalização
podem se dar
em todas as partes e esferas de vida.
I PARTE
O PROBLEMA
CAPÍTULO I
Filiação Religiosa e Estratificação Social
11. Reforma:
A Reforma não significava unicamente a eliminação do poder
eclesiástico sobre a vida, e sim a substituição de uma forma atual do
mesmo por uma diferente, que interferisse de modo maior em todas as
esferas da vida pública e privada, regulando a conduta individual.
Povos com economia moderna se submetem à Igreja Católica, "a
qual castiga o herege mas que é indulgente com o pecador". A forma
mais insuportável de controle eclesiástico sobre a vida individual é de
domínio do calvinismo no século XVI e XVII em muitos países.
12. Calvinismo:
Países economicamente progressivos com classes médias recém
"burguesas" aceitaram essa tirania puritana até então desconhecida,
inclíndo uma defesa de um heroísmo de que a burguesia não havia
dado prova até então.
14. Ensino:
Os católicos preferem formação do tipo humanista, tal fenômeno
não se explica por uma causa econômica , pelo contrário, tem que ser
levado em conta para explicar a menor participação dos católicos na
vida capitalista.
O fato dos protestantes se lançarem mais que os católicos para
postos superiores em fábricas e na burocracia industrial é porque existe
uma relação causal entre a escolha de uma profissão e todo destino
anterior a vida profissional que havia sido determinado pela educação
de uma aptidão pessoal, em uma direção influenciada por uma
atmosfera religiosa da pátria e do lugar.
CAPÍTULO I
O Espírito do Capitalismo
26. Utilitarismo:
Todas as máximas morais de Franklin foram disvirtuadas no
sentido utilitarista: a moralidade é útil porque proporciona crédito, o
mesmo ocorre com a pontualidade, a laboriosidade, a moderação, e são
virtudes por causa disto, de onde se parte, que a aparência de
honradez prestasse idêntico serviço, onde o suficiente seria um parecer
honrado. Quando Franklin trata a "conversão" à virtudes, como
modéstia, é no sentido dos proveitos que a mesma proporciona,
beneficiando concretamente ao indivíduo.
O Utilitarismo se baseia na idéia da aparência da virtude, quando
assim se consegue o mesmo efeito que com a prática da virtude:
consequência esta inseparável do mais estreito utilitarismo.
35. Modificações:
Este bem-estar foi pertubado, se bem que não produziu uma
variação fundamental na forma de organização. Tratáva-se de
adaptação as novas necessidades e desejos dos compradores, uma
"acomodação ao gosto" de cada um, começou-se a colocar em prática
o princípio: "preço barato, grande consumo".
Desta forma teria início o processo de "racionalização", o início da
luta áspera entre os concorrentes, constituição de patrimônios
consideráveis, que não eram simplesmente fontes de renda, mas sim
voltado para negócios; a vida pacífica deu lugar a uma austera
sobriedade, onde havia a preocupação em não gastar para enriquecer.
O mais interessante é que não era a influência do dinheiro novo que
provocava esta revolução, era o novo espírito, o "espírito do
capitalismo" que havia se introduzido.
41. Nominalismo:
Alguns moralistas , da escola nominalista, aceitaram como dadas
as formas implantadas da vida capitalista, tratando de mostrar sua
licitude, sobre a necessidade do comércio, mas provando que a
"indústria" desenvolvida constitua uma frente legítima de ganância,
eticamente irreprovável, e ao mesmo tempo, falaram da doutrina
dominante considerando como lucro inevitável o "espírito" do proveito
capitalista, o qual não podiam valorizá-lo do ponto de vista ético. Desta
forma, segundo eles, torna-se impossível uma doutrina "ética" como a
de B. Franklin.
CAPÍTULO II
A Concepção de Vocação de Lutero
Tarefa da Investigação
II PARTE
A Ética Vocacional Do Protestantismo Ascético
CAPÍTULO IV
Fundamentos Religiosos Do Ascetismo Laico
53. Ascetismo:
Conjunto de práticas de abstinência com fins espirituais ou
religiosos.
A - Calvinismo
59. Predestinação:
60. Milton:
Sua opinião sobre a doutrina: "Mesmo que possa ser mandado
para o inferno por isto, tal vontade divina nunca receberá meu
respeito". Ele ainda dizia no Paraíso Perdido: "Antes reinar no Inferno,
do que servir no Paraíso".
63. Puritanismo:
Rejeitava cerimônias religiosas ou rituais na hora da morte, para
não ser reestabelecida superstições em forças de salvação mágicas. O
indivíduo vive uma solidão interna, que leva a atitude negativa do
puritanismo onde a cultura e a religiosidade são inúteis para salvação
propiciando um individualismo pessimista, onde nem mesmo se
concebe a existência de uma possível amizade entre os homens,
devendo-se desconfiar de tudo e de todos, apenas ter Deus como
confidente, levando ao desaparecimento da confissão e
consequentemente ao isolamento espiritual.
64. O Mundo:
Existe apenas para a glorificação de Deus, o homem está inserido
no mundo para aumentar a glória de Deus, as obras sociais destinadas
a Deus, aparecem como vocações, sob a forma de "amor ao próximo",
objetivo, imparcial, intelectualizado, representando um valor ético
diante do cosmos.
65. A Fé:
Cada homem a princípio é escolhido por Deus, desta forma
combate todas as dúvidas e ao demônio, sua autoconfiança resulta de
sua fé que fortalece a dedicação na luta diária pela vida dinamizando o
mercado capitalista através de uma incessante atividade profissional.
66. A Religiosidade:
É o mais firme apoio a realidade, contribuíndo indiretamente para
a racionalização da conduta prática.
67. Vida Religiosa:
Em Lutero tende para o misticismo e para a emotividade, em
Calvino para a ação ascética, onde o estado de graça tem haver com
resultados objetivos, de obras realizadas por conta de uma conduta
eficaz constante, significando que Deus ajuda a quem se ajuda a sí
mesmo. O calvinista crê por sí mesmo a sua própria salvação,
assegurando a sí mesmo, consistindo num sistemático auto-controle,
cada dia encontra-se ante a alternativa: eleito ou condenado?
B - Pietismo
78. Predestinados:
Os predestinados eram acometidos por erros dogmáticos, e por
outros pecados, a experiência ensinava que cristãos desorientados na
teologia dogmática produziam os frutos mais maduros da fé, enquanto
que o mero conhecimento teológico não implicava na segurança de
uma regeneração, logo, o saber teológico não era garantia a eleição.
I. Spencer :
É influenciado pelos místicos, a doutrina carecia de coesão e
tratou mais de descrever do que fundamentar o caráter sistemático da
conduta cristã.
II. Francke:
Segundo ele, o trabalho profissional era um meio ascético por
excelência; para ele era tão seguro, como para os puritanos, que Deus
abençou dando-lhes êxito em seu trabalho. A tese sustentada por ele
era que a graça só podia acontecer em algumas manifestações
ocasionais e peculiares, porém trazendo "luta expiatória".
III. Zinzendorff:
A valorização religiosa de sí mesmo, o conduz a antiga idéia do
"instrumento de Deus". Expressou com espírito puritano, a opinião de
que apesar de um homem não reconhecer seu estado de graça, outros
podem fazê-lo através de sua conduta.
C - O Metodismo
91. As Obras:
São fundamentos cognoscitivos do estado de graça, sendo
realizadas exclusivamente para a glória de Deus, foram consideradas
como "condição da graça", insistindo em que quem não realiza boas
obras não pode ser um bom crente. Aspira racionalmente à perfeição.
D - As Seitas Batistas
94. Ética:
A ética se encontra numa base diferente da doutrina calvinista.
Constiui-se na apropriação interior da obra da redenção, realizada por
intermédio da revelação individual, pela ação do espírito divino em cada
caso. Frente a isso perdia a importância o valor da fé como
conhecimento da doutrina da Igreja como meio de receber a divina
graça pelo arrependimento. Como a verdadeira Igreja de Cristo, só os
regenerados são irmãos de Cristo. Uma rígida bibliocracia imperava
como modelo exemplar de vida e como consequência, uma estrita
separação do "mundo".
96. Regeneração:
Operada pelo Espírito, quando entrega-se interiormente a ele,
pode ser removido o pecado, não era regra geral alcançar a perfeição,
mas a aspiração é a "pureza", no sentido da conduta. O afastamento do
mundo, de seus interesses e a incondicional submissão à Deus que
manda a consciência eram significados seguros de uma regeneração
real, e a conduta correspondente era, portanto, um requisito para se
conquistar as bem-aventuranças (dom gratuíto da graça divina).
99. Moralidade:
Era rígida e severa, desde Lutero, se condenava o ascetismo
sobrenatural monástico, considerando-o contrário ao espírito bíblico.
100. "Tunker":
Esta seita batista condena a educação, e qualquer posse além do
indispensável à vida.
104. Mercantilismo:
O controle, verdadeiramente policial e inquisitorial, que as Igrejas
oficiais calvinistas implantaram sobre a vida individual, podia melhor
constituir na expansão das energias individuais requerida pela
aspiração ascética de santificação metódica, e assim ocorreu em certas
circunstâncias.
Assim a regulamentação mercantilista do Estado pode implantar
indústrias novas, porém não foi capaz de engendrar diretamente o
"espírito capitalista", pode-se até dizer que constituiu em um freio, pois
essa regulamentação exagerou seu caráter policial-autoritário.
Assim também a regulamentaçào eclesiástica do ascetismo forçou
a realização de uma conduta externa, porém refreiou os impulsos
subjetivos que havia na conduta metódica.
CAPÍTULV
A Ascese e o Espírito do Capitalismo
106. Ascese:
Exercício prático que leva efetiva realização da virtude.
I. Concepção Puritana:
A concepção puritana adquire matizes novas quanto ao caráter
providencial da interação dos interesses econômicos-privados. Qual era
um fim providencial da admissão do homem a uma profissão, se
reconhece em seus frutos, segundo o esquema puritano de
interpretação pragmática.
II. Baxter:
Baxter tecia elogios a Adam Smith, no tocante a divisão do
trabalho, a especialização das profissões, porque segundo ele,
possibilita a destreza do trabalhador, ocorrendo um aumento
quantitativo e qualitativo do trabalho promovendo um bem geral..
O ideal é ter uma profissão fixa e não trabalhos ocasionais, a vida
de quem carece de profissão não tem o caráter metódico, sistemático,
que exige a ascetização da vida no mundo, que é consequência da
virtude, uma comprovação do estado de graça da honradez, cuidado e
método que se coloca no cumprimento da própria tarefa profissional.
117. Pragmatismo:
Uma profissão é útil pela graça de Deus, é determinada em
primeiro lugar por critérios éticos e, em segundo, pela importância que
tem para a "coletividade" os bens que ela há de produzir, e em terceiro,
o mais importante, do ponto de vista prático, o "proveito" econômico
que a mesma produz ao indivíduo.
É necessário seguir o caminho que Deus mostra no sentido da
riqueza, pois não é bom seguir outros caminhos desviando do
enriquecimento, porque significa que se colocou obstáculos a vocação
negando ser administrador de Deus aceitando os dons para utilizar para
seu serviço. Querer ser pobre é querer estar enfermo, seria como
santificar as obras e ir contra a glória de Deus.
Pode-se trabalhar para ser rico, mas não utilizar a riqueza para
serviço da sensualidade e dos pecados, senão para honrar com ela a
Deus, sendo este um preceito obrigatório.
133. Goethe:
Em Goethe é encontrada a idéia do trabalho profissional moderno
como possuidor de caráter ascético, em "Wanderjahren" e na conclusão
de Fausto: a limitação do trabalho profissional, com a consequente
renúncia da universalidade fáustica do humano, é uma condição válida
valiosa do mundo atual, e que, portanto, a "ação" e a "renúncia" se
condicionam reciprocamente de modo inexorável; e isto não é outra
coisa que o motivo radicalmente ascético do estilo vital do burguês
(supondo que, efetivamente, constituía um estilo e não a negociação
de todo estilo de vida).
Com isto expressava Goethe sua despedida, sua renúncia a um
período de humanidade integral e bela que não voltará a dar-se na
história, do mesmo modo que não voltará a dar-se outra época do
florescimento ateniense clássico.
SUMÁRIO
BIBLIOGRAFIA: