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Foto: AFP Ampliar

Parte dos destroços do avião da Air France encontrados pelo governo francês

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As operações para retirar restos mortais de passageiros e parte da fuselagem do avião


AF 447 da Air France, localizados no Oceano Atlântico no domingo, deverão começar
no prazo de três semanas a um mês, afirmou nesta segunda-feira Alain Bouillard,
responsável pelas investigações do acidente. Veja o vídeo do anúncio.

O avião Airbus da Air France caiu no oceano em 31 de maio de 2009 após decolar do
Rio de Janeiro com destino a Paris com 228 passageiros a bordo. Somente cerca de 50
corpos haviam sido encontrados pouco após a catástrofe.

Nesta manhã, a ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse


que uma “grande parte” do avião havia sido localizada no domingo e que “corpos se
encontram no interior da fuselagem e poderão ser identificados”.

“Uma licitação já foi lançada para escolher o navio e os equipamentos que serão
utilizados para retirar os destroços e os corpos”, disse Morizet.

Alain Bouillard, do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês),


responsável pelas investigações do acidente, afirmou durante a coletiva que “vários
corpos” foram encontrados, mas, como a ministra, não quis dar mais detalhes sobre o
assunto, afirmando que as famílias das vítimas deverão ser informadas primeiro.

Segundo alguns especialistas citados pelo jornal Le Figaro, a baixa temperatura e a


pressão da água, além da profundidade, de quase 4 mil metros, teriam permitido que os
corpos fossem conservados.
A descoberta da fuselagem aumentou consideravelmente as esperanças dos
investigadores de encontrar as caixas-pretas do avião, consideradas “fundamentais para
determinar as causas do acidente”, disse Bouillard.

Mas mesmo que elas sejam encontradas, os técnicos do BEA não sabem ainda se as
informações gravadas nas caixas-pretas (dados técnicos sobre o voo e conversas dos
pilotos) teriam sido conservados e poderiam ser analisados.

Quarta operação
A quarta operação de buscas dos destroços foi iniciada em 25 de março, quando o navio
americano Alucia chegou à área das operações submarinas três dias após ter deixado o
porto de Sauípe, em Recife, com previsão de explorar uma área de 10 mil quilômetros
quadrados.

Foto: AFP Ampliar

Parte do avião do voo 447 encontrado no mar

As três operações de buscas realizadas anteriormente já haviam vasculhado outras áreas


que totalizaram cerca de 7 mil quilômetros quadrados.

A fuselagem do avião foi localizada, no entanto, a apenas “algumas dezenas de


quilômetros” ao norte da última posição conhecida da aeronave nos radares, em uma
área submarina que ainda não havia sido explorada.

“Os destroços foram encontrados a cerca de 70 ou 80 quilômetros do local onde foram


retirados (pouco após a catástrofe) os destroços que flutuavam”, disse Jean-Paul
Troadec, diretor do BEA.

Na coletiva em Le Bourget, nos arredores de Paris, nesta tarde, os representantes do


BEA mostraram algumas fotos tiradas por um dos robôs submarinos da expedição atual.
Elas mostram os motores do avião praticamente intactos, o que confirma a informação
já anunciada de que não houve explosão durante o voo.

Também foram mostradas imagens das asas e do trem de pouso, com uma parte coberta
por areia, o que leva os investigadores a pensar que alguns destroços podem estar
encobertos no solo da área, que possui relevo plano.

Mais de 13 mil fotos foram tiradas pelos robôs submarinos e os investigadores do BEA
afirmam que ainda não é possível, com base nessas imagens que não foram
completamente analisadas, tirar conclusões sobre as causas do acidente.

Jean-Baptisse Audosset, presidente da associação francesa dos familiares das vítimas do


voo AF 447, que assistiu à coletiva nesta tarde, declarou que a descoberta dos destroços
“dá uma grande esperança para as famílias e também deverá permitir tirar as conclusões
para que um drama como esse não se reproduza”.

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