Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

Transio Demogrfica,
Epidemiolgica e Nutricional
Prof. Lvia Souza

UFPE CAV
Disciplina: Epidemiologia 1
liviasouza.cav@gmail.com
Quantos Somos?
Como se estrutura a nossa

populao?
Quais foram as mudanas na
dinmica populacional?
Como nascemos,
adoecemos e
morremos?
Como esse perfil se
transformou?
Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza
Como nos
alimentamos?
Quais as
transformaes
nutricionais?
Transio ...
Mudana; Passagem de um estado de coisas a outro
Demogrfica
Nutricional
Epidemiolgica
Transio Demogrfica
Transio Demogrfica
2016
Mundo: 7,4 bilhes de habitantes
(aproximadamente)
Brasil : 207 milhes habitantes

(aproximadamente)
Transio Demogrfica
Atualizada em: 15/09/2016

http://www.worldometers.info/br/
Atualizada em: 15/09/2016

http://www.ibge.gov.br
Transio Demogrfica
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI238256-17445,00.html
Transio Demogrfica
1
2
Ranking:
1 - China
2 - ndia
3 - EUA
4 - Indonsia
5 - Brasil
Transio Demogrfica
Transio Demogrfica
205 milhes
1
2
Transio Demogrfica
As mudanas na configurao demogrfica brasileira foram impulsionadas,
fundamentalmente, por trs componentes: natalidade/fecundidade, mortalidade e
migrao (urbanizao).
URBANIZAO/Migrao
3
Associado diretamente a mudanas nos padres

2
FECUNDIDADE
5
Difuso nos centros urbanos

dos mtodos de contracepo e
da insero da mulher no
mercado de trabalho, formando
novos rearranjos familiares
MORTALIDADE
4
Extenso de cobertura dos

servios de sade, onde ao final
dos anos 80, promoveu uma
reduo nas mortes causadas por
doenas infecto-contagiosas.
Transio Demogrfica
Mudanas de uma sociedade rural e tradicional para uma sociedade

urbana e moderna
1
2
Transio Demogrfica
1
2
Transio Demogrfica
1
2
Transio Demogrfica
1
2
Transio Demogrfica
1
2
Transio Demogrfica
1
2
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_
populacao/2008/piramide/piramide.shtm
Transio Demogrfica
1
2
a) Natalidade/Fecundidade
Progressivos declnios das taxas de fecundidade e
mortalidade
1
2
Dcada de 40 o Brasil: Nveis de fecundidade e mortalidade mantinham-se
com pequenas oscilaes;
Caractersticas: famlia numerosa, tpica de sociedades agrrias e

precariamente urbanizadas e industrializadas (IBGE, 2009).
3
1
2
1
2
1
2
b) Mortalidade
1
2
b) Mortalidade
Grfico - Taxa de Mortalidade Infantil/1.000 nascidos vivos. Brasil, 1950 a 2010.
120,0
100,0
100,0
80,0
1
2
60,0
47,1
5
40,0
26,6
16,2
20,0
13,0
0,0
50 a70
1990
2000
2010
2012
Fontes: OMS; RIPSA, BRASIL (2012)
b) Mortalidade
1
2
Brasil 106 Posio na TMI no mundo

Atrs de pases como China, Equador, Filipinas e So Salvador
(OMS, 2012)
b) Mortalidade
1
2
Esperana de Vida ao Nascer
1
2
Esperana de Vida ao Nascer
1
2
Envelhecimento Populacional
Economia Envelhecida - Consumo dos idosos (65 anos e mais) supera o consumo de
crianas e adolescentes (0 a 19 anos)
1
2
1
2
1
2
1
2
Transio Demogrfica
O quadro de mudanas se acentua aps os anos 1960, em
decorrncia de quedas expressivas da fecundidade, a tal ponto
que, quando comparado com situaes vivenciadas por outros
3
1
pases, o Brasil
realizava uma das transies demogrcas
mais rpidas do mundo: em pases como2 a Frana, por
exemplo, essa transio levou quase dois sculos.
4
5
(IBGE,
2009).
1
2
Transio Epidemiolgica
Antiguidade e Idade Mdia
Doenas Infecto Parasitrias - DIPS

Mortes Violentas
Doenas Mentais
Deficincias,
Malformaes
Outras...
Idade Moderna Navegaes, Industrializao

Idade Moderna Navegaes, Industrializao
Grandes Epidemias
- Peste Bulbnica
- Varola
- Clera
- Tuberculose
Alta Morbimortalidade por
Diversas DIPS:
- Gripe
- DST
- Ttano
- Hansenase
- Tracoma
- Ttano....
Povos colonizados susceptveis
Idade Moderna Industrializao
Problemas de Sade Classe Trabalhadora (proletariado)

Ecloso de miserveis
- fome, desnutrio...
Atualmente
Reduo das DIPs
Aumento das
DANTs
No Brasil... Principais caractersticas
Substituio
Substituio,
entre
as
primeiras causas de morte, das
DIPs por DANTs;
Deslocamento
Deslocamento da maior carga

de
morbimortalidade
dos
grupos
mais
jovens
(mortalidade
infantil)
aos
grupos mais idosos;
Transformao
Transformao de uma situao

em
que
predomina
a
mortalidade para outra em que
a morbidade (doenas crnicas)
dominante;
Substituio entre as 1 causas de morte

Mortalidade Proporcional no Brasil, 1930 - 2005
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1930
Outras Doenas
1940
1950
1960
Aparelho Circulatrio
1970
1980
1985
Causas Externas
1990
1995
Neoplasias
2000
2003
2005
Infecciosas e Parasitrias
Desclocamento - + carga de morbimort. idosos
Transformao Doenas Crnicas
Proporo de Pessoas que Referiram Doena Crnica / Idade - Brasil

1998 e 2003. PNAD
100
1998
2003
80
80,5 77,6
69,3
60
40
52,5
31,6 29,9
20
29,7
9,1 9,1
9,0 9,4
64,5
46,6
24,6
13,3 11,2
0
Total
0a4
anos
5 a 13
anos
14 a 19
anos
20 a 39
anos
40 a 49
anos
50 a 64
anos
65 anos
ou mais
No Brasil, a transio epidemiolgica no tem ocorrido de acordo com o modelo
experimentado pela maioria dos pases industrializados e por vizinhos (Chile, Cuba e
Costa-Rica);
Superposio entre as etapas nas quais:
Predominam as crnico-degenerativas e
doenas transmissveis
Reintroduo de doenas como dengue e

clera
Recrudescimento de outras como a

malria, hansenase e leishmanioses
DUARTE; BARRETO, 2012
Doenas
Reemergentes
Novos Males
Doenas
Emergentes
Velhos
Males - DIPs
Doenas da
Modernidade
DANT
* Doenas Emergentes: Novos problemas de Sade - Ex: AIDS

* Doenas Reemergentes: Problemas que j estavam sob controle e a incidncia torna a aumentar - Ex: Dengue,
Leishimaniose..
Transio Nutricional
Transio Nutricional
um processo de mudana do padro alimentar e

hbitos de vida que, somado a outros fatores
socioambientais, resulta numa mudana da
epidemiologia dos problemas nutricionais da
populao.
Transio Nutricional - Fases
1 A fase de
predador o
homem ainda
nmade e
depende da caa
e da procura de
alimentos
vegetais na
natureza os
sobreviventes so
altos, magros e
fortes;
2 - O homem se fixa
terra, deixa de ser
nmade e inicia
cultivos (no incio
monocultivos), etapa
em que surgem os
perodos de carestias,
verdadeiras
epidemias de fome h desnutrio e a
estatura se reduz;
3 Melhora o cultivo,
surge a industrializao,
a fome e a desnutrio
diminuem
progressivamente
persiste a baixa estatura;
4 - Reduo das
doenas infecciosas, a
desnutrio se reduz
muito, praticamente no
h mais baixa estatura,
surgem o sobrepeso e a
obesidade e
posteriormente a DCNT,
reduo da esperana de
vida
Mudana de
comportamento
(provvel?): mudana
de hbitos alimentares
(utilizao de alimentos
mais saudveis) e de
vida (reduo do
sedentarismo)
reduo das DCNT volta
a aumentar a
longevidade.
Popkin (1993)
Transio Nutricional
Inicialmente no hemisfrio norte, nos pases
industrializados, nas populaes adultas de maior
nvel socioeconmico.
Vai paulatinamente afetando tambm as camadas
populacionais de menor poder aquisitivo, em
indivduos cada vez mais jovens e, inclusive,
crianas.
Nas duas ltimas dcadas do sculo 20 a transio
nutricional se inicia tambm nas populaes de
pases no industrializados, ou em vias de, como
o caso dos emergentes (BRICS).
A caracterstica especfica que se observa nesses pases que a

velocidade com que a Transio Nutricional se instala e evolui
muito maior, afetando muito mais rapidamente grande parte da
populao.
Transio Nutricional
MUDANAS NA COMPOSIO DA DIETA:
Melhoria no acesso alimentao que evolui de maneira progressiva para a
maioria das populaes (urbanas)
Eleva-se o consumo de alimentos j preparados, processados
industrialmente, com consequentes:
aumento no consumo de gorduras saturadas;

aumento na ingesto de sal;
aumento de alimentos refinados (acar);
reduo no consumo de fibras;
maior consumo de carnes e derivados;
alimentos de maior densidade calrica;
Transio Nutricional
CONSEQUNCIAS:
Epidemia de sobrepeso e obesidade
Surgimento das Doenas crnicas no transmissveis:
Hipertenso
Diabetes tipo 2
Alteraes no perfil lipdico;
Sndrome metablica (alteraes no metabolismo da
glicose/insulina);
Aumento na incidncia de doenas cardiovasculares e de acidentes
vasculares cerebrais;
Envelhecimento com piora da qualidade de vida e reduo da longevidade.
Transio Nutricional
Evoluo do sobrepeso e da obesidade no Brasil- 1974-2009
50
1974-1975
45
1989
2008-2009
40
35
30
25
20
15
10
5
0
5-9a. 10-19a. .+20a.
Homens c/sobrepeso
5-9a. 10-19a. .+20a.

Homens obeso
5-9a 10-19a. .+ 20a.

Mulheres c/sobrepeso
5-9a 10-19a. .+ 20a.

Mulheres obesa
Transio Nutricional
Tendncia do Sobrepeso no Brasil, 1975 2007
49,2
41,0
29,5
40,7
39,2
37,8
1989
PNSN
2003
POF
2007
VIGITEL
28,6
18,6
1975
ENDEF
1989
PNSN
2003
POF
2007
VIGITEL
1975
ENDEF
Homens
Mulheres
Tendncia da Obesidade no Brasil, 1975 - 2007

12,0
8,8
12,8
12,7
1989
PNSN
2003
POF
13,7
7,8
5,1
2,8
1975
ENDEF
1989
PNSN
2003
POF
Homens
2007
VIGITEL
1975
ENDEF
Mulheres
Fonte: IBGE, VIGITEL (apenas nas capitais)
2007
VIGITEL
Transio Nutricional
Fatores de Risco na Populao Adulta das Capitais,
Brasil. VIGITEL 2007.
Fonte: SVS / MS
Perfil Epidemiolgico Brasileiro Mosaico

Transio Incompleta
Perfil de Desigualdades
Desigualdades Regionais
50% das mortes infantis ocorreram em apenas 30%
da populao de nascidos vivos dos estados com as
maiores taxas de pobreza, no ano de 2000.
EXERCCIO DE FIXAO:
Assistir aos Documentrios:
1. A INVENO DA INFNCIA
https://www.youtube.com/watch?v=TGokX10UfOo
2. GARAPA
https://www.youtube.com/watch?v=Cz76iw4r2_I
Comentar as relaes entre os aspectos abordados nos filmes

e o contedo discutido em Sala de Aula Transio
Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional
REFERNCIAS PARA ESTUDO:

BARRETO, Maurcio L.; CARMO, Eduardo H.; MONTEIRO, C. A. Mudanas em
padres de morbimortalidade: conceitos e mtodos. Velhos e novos males da
sade no Brasil. So Paulo: Hucitec, p. 17-30, 1995.
ANDRADE SCHRAMM, Joyce Mendes et al. Transio epidemiolgica e o estudo de
carga de doena no Brasil. 2004.
BRITO, Fausto. Transio demogrfica e desigualdades sociais no Brasil.Revista
Brasileira de Estudos de Populao, v. 25, n. 01, p. 5-26, 2008.
BATISTA FILHO, Malaquias; RISSIN, Anete. A transio nutricional no Brasil:
tendncias regionais e temporais. Cad sade pblica, v. 19, n. Supl 1, p. 181-91,
2003.

Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

Enviado por

Dados do documento

Descrição original:

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Transio Demogrfica,

Prof. Lvia Souza

Como se estrutura a nossa

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Brasil : 207 milhes habitantes

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Atualizada em: 15/09/2016

Atualizada em: 15/09/2016

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Associado diretamente a mudanas nos padres

Difuso nos centros urbanos

Extenso de cobertura dos

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Mudanas de uma sociedade rural e tradicional para uma sociedade

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Caractersticas: famlia numerosa, tpica de sociedades agrrias e

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Fontes: OMS; RIPSA, BRASIL (2012)

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Brasil 106 Posio na TMI no mundo

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Esperana de Vida ao Nascer

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Esperana de Vida ao Nascer

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Doenas Infecto Parasitrias - DIPS

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Doenas Infecto Parasitrias - DIPS

Problemas de Sade Classe Trabalhadora (proletariado)

Reduo das DIPs

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

No Brasil... Principais caractersticas

Deslocamento da maior carga

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Transformao de uma situao

Substituio entre as 1 causas de morte

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Aula: Transio Demogrfica, Epidemiolgica e Nutricional / Prof. Lvia Souza

Desclocamento - + carga de morbimort. idosos