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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 3

Raiz…………………………………………………………………………………………………………………………………………..4

Origem da raiz................................................................................................................................. 4

Função da raiz ................................................................................................................................. 4

Estrutura da raiz .............................................................................................................................. 4

Estrutura primária da raiz................................................................................................................ 5

Estrutura secundária da raiz ............................................................................................................ 7

Estrutura primaria da raiz de monocotiledonea (gimnospermicas). ............................................... 9

Estrutura primária da raiz de dicotiledônea (pteridofita). ............................................................. 12

CAULE ......................................................................................................................................... 12

Função do caule. ........................................................................................................................... 13

Estrutura primária ......................................................................................................................... 14

Medula ......................................................................................................................................... 16

Estrutura Secundária do Caule ...................................................................................................... 20

Crescimento Secundário em Monocotiledôneas ........................................................................... 20

Crescimento Secundário “anômalo” em Dicotiledôneas .............................................................. 21

Classificação de caule quanto a consistência ................................................................................ 24

Conclusão...................................................................................................................................... 25

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 26
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Introdução

O presente trabalho com o tema Histologia dos órgãos vegetais, tem como objectivo fazer uma
abordagem ao redor da raiz e do caule no que concerne a origem , a estrutura , o crescimento, a
bem como a comparação dos tecidos primários e secundários das raiz e caules nas
monocotiledoneas as dicotiledônea.

No que diz respeito a estrutura do trabalho importa salientar que logo após a introdução segue-se
o desenvolvimento dos conteúdos acima abortados, a conclusão e por fim a bibliografia, onde
consta toda literatura usada para elaboração deste trabalho.

A metodologia usada para a elaboração deste trabalho, baseou-se na revisão bibliográfica de


diversas obras ao alcance do grupo obedecendo todas Normas que rezam para Produção e
Publicação de Trabalhos Científicos na Universidade Pedagógica (versão mais actualizada).
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Raiz

É um órgão subterrâneo, aclorofilado especializado para fixação e absorção de agua e sais


minerais pode ainda funcionar como órgão de reserve, como é o caso da cenoura, beterraba e
batata doce. Apresenta geralmente geotroismo e hidropismo positivos e difere do caule pela
ausência de folhas, gemas laterais e interno.

Origem da raiz.

Nos gimnosperma e decotiledonia a raiz principal tem como origem na radícula de embrião. Nas
monocotiledonia a radícula degenera e o sistema radicular é constituído por numerosas raízes
com origem no caule. Os dois tipos apresentam ramificações, raízes laterais e radicelas, com
origem no periciclo, portanto endógenas.

Função da raiz

A é um órgão geralmente subterrâneo aclorofilado cilíndrico que tem por função fixar o vegetal
ao meio, de onde absorve agua e sais minerais em solução. Pode funcionar como orgao de
reserva e ser especialmente adaptado para armasenarb substancias alimentares como é o caso da
cenora, rabaneti, nabo e batata doce.

Estrutura da raiz

A estrutura da raiz é mais simples do que do caule, devido a ausência das folhas e ausência de
nós e entre nós apresentam uma disposição de tecidos com poucas variacoes em diferentes
alturas da mesma raiz. Nas pteridofita e nas monocotiledonea com excepção de Yucca, Dracena,
Aloes, etc durante toda vida da planta existe uma só estrutura denominada primaria.

As decotiledonea e gimnospermas apresentam inicialmente uma estrutura primaria que se


transforma em secundária com a formação de tecidos vasculares secundárias a partir de câmbios
e de uma periderme orginada do felogénio.
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Estrutura primária da raiz

Se acompanhássemos uma célula meristemática que terminou de surgir por mitose na


extremidade de uma raiz, veríamos que ela vai se alongando, ao mesmo tempo que vai se
distanciando da extremidade em decorrência do surgimento de novas células.

A maior taxa de crescimento em extensão de uma raiz, ocorrerá, portanto, na região situada
pouco acima da região meristemática, denominada de zona de distensão.
Após crescerem as células iniciam a sua diferenciação. Na região mais interna, por exemplo, terá
início a diferenciação dos tecidos condutores, enquanto na região mais externa diferenciam-se
parênquimas e tecidos de revestimento.

Córtex

A região mais periférica da raiz jovem diferenciam-se em epiderme, tecido formado por uma
única camada de células achatadas e justapostas. Na região abaixo da epiderme, chamada córtex,
diferencia-se o parênquima cortical, constituído por várias camadas de células relativamente
pouco especializadas.
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Cilindro central

A parte interna da raiz é o cilindro central, composto principalmente por elementos condutores
(protoxilema e protofloema), fibras e parênquima. O cilindro central é delimitado pela
endoderme, uma camada de células bem ajustadas e dotadas de reforços especiais nas paredes, as
estrias de Caspary. Essas estrias são como cintas de celulose que unem firmemente as células
vizinhas, vedando completamente os espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central,
toda e qualquer substância tem que atravessar diretamente as células endodérmicas, uma vez que
as estrias de caspary fecham os interstícios intercelulares.
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Abaixo da endoderme situa-se uma camada de células de paredes finas chamada periciclo, que
delimita o cilindro central, onde se localizam o xilema e o floema. A maneira como os tecidos
condutores se dispõem no cilindro central é um dos critérios para distinguir dicotiledôneas de
monocotiledôneas.

Estrutura secundária da raiz

O crescimento em espessura da raiz pode ser chamado de crescimento secundário, para


distingui-lo do crescimento em extensão. Em linhas gerais, durante o crescimento secundário
desenvolvem-se cilindros de células meristemáticas que permitem o surgimento de novos tecidos
radiculares.
Os dois tecidos meristemáticos envolvidos no crescimento secundário da raiz são o câmbio
vascular, que permite o crescimento do cilindro central, e o câmbio suberógeno ou felogênio,
que permite o crescimento da periderme (casca).

Câmbio vascular

O câmbio vascular (do latim vasculum, vaso) é assim chamado porque origina novos vasos
condutores durante o crescimento secundário da raiz. O câmbio vascular forma-se a partir do
procâmbio e do periciclo, que se conjugam e delimitam uma área interna do cilindro central,
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onde só há xilema. Ao se multiplicar ativamente, as células do câmbio vascular originam vasos


xilemáticos para a região mais interna e vasos floemáticos para a região mais externa. Aos
poucos a área delimitada pelo câmbio vai tornando-se cada vez mais cilíndrica.

O cambio vascular da raiz é um meristema de origem mista, primária e secundária. Isso porque
tem origem tanto no procâmbio, um meristema primário, quanto do periciclo, um tecido já
diferenciado que sobre desdiferenciação.

Câmbio suberógeno ou felogênio

O câmbio suberógeno, também chamado de felogênio (do grego phellos, cortiça, e genos, que
gera), é um cilindro de células meristemáticas localizado na região cortical da raiz, sob a
epiderme. O felogênio é um meristema secundário, uma vez que tem origem por
desdiferenciação de células do parênquima cortical.

Como foi referenciado , a actividade do felogênio produz feloderme e súber, este último um
tecido morto que protege externamente raízes e caules com crescimento secundário.

Raízes de mono e dicotiledôneas

Na maioria das plantas dicotiledôneas o xilema se concentra na região mias interna do cilindro
central. Quando se observa um corte transversal à raiz, vê-se que o protoxilema ocupa uma área
em forma de cruz ou estrela, cujas pontas encostam no periciclo. O protofloema encontra-se nos
vértices formados pelos “braços” da cruz. Entre o protoxilema e o protofloema há um meristema
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primário chamado procâmbio. Os demais espaços dentro do cilindro central são preenchidos por
parênquima.

Nas plantas monocotiledôneas, o centro da raiz é ocupado por uma medula constituída por
parênquima medular e os vasos lenhosos e liberianos dispõem-se ao redor.

1 Estrutura primaria da raiz de monocotiledonea (gimnospermicas).

A estrutura primaria já se evidencia na altura da zona pilifera, onde os tecidos já estão


diferenciados. Num corte transversal de uma raiz com estrutura primaria distinguem – se três
sistemas de tecidos:

A epiderme, é uniestratificada, tendo como formação e características dos pêlos absorventes


capazes de aumentar significativamente a superfície da absorção da raiz. A epiderme é
desprovida de estomatos e apresentam um coticula fina.

Cortex, ocupa a maior parte do corpo primário da maioria das raízes, geralmente é constituído
por células parenquimaticas, nas quais é frequente a presença de amido e ausência de
cloroplastos. Pode ser omogenio ou simples na sua estrutura ou apresentar uma variedade de
tipos de células, é constituído por exoderme, o parenquima cortical e a endoderme.

Exoderme: representa uma camada de células abaixo da epiderme, pode apresentar estrias de
caspary (como na endoderme) ou células com paredes suberizadas, mais ou menos espessadas,
que podem sofrer uma posterior escarificação.
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Parênquima cortical: apresentam a clorofiladas (constituem excepção algumas plantas aquática


epfitas), com disposição radiada e espaços intercelulares, muitas vezes como na raiz de íris
germânica, distinguem – se um parênquima cortical externo e interno.

O externo constituído por células poliédricas sem espaços intercelulares, o interno é constituída
por células arredondadas com a disposição radial e espaços intercelulares.

Endoderme é a ultima camada do córtex formada por uma fileiras de células prismáticas
alternadas com células do periciculo, esta camada caracteriza – se pela presença de estrias
caspary em suas paredes antclinais que constituem uma porção filamentosa da parede primaria
de natureza química muito discutida. As estrias ficam com um aspecto de quadro devido a
posição do reforço no meio das paredes laterais.

Em dicotiledónea e gimnosperma que crescem em espessura, a raiz não desenvolve nenhum


outro tipo de espaçamento, pois essa plantas perdem seu córtex precocemente.

Nas monocotiledonea, entretanto, a endoderme apresenta comumente sertãs modificações nas


paredes pos, alem das estrias caspary apresenta um reforço em forma de ferradura u – reforço
ausente nas paredes tangencial externa.

Na estrutura primária da raiz de monocotiledoneas os feixes vasculares são simples, alternos,


apresentados as células mais precoces de protoxilema e de protofloema numa posição mais
periférica do feixe e células cardias de metaxilema e metafloema na parte interna. Os feixes
lenhosos (xilema), são constituídos por elementos condutores, traqueidos e elementos de vasos.

Cilindro vascular ou cilindro central (estelos): é constituído por uma ou mais camada de
células não vasculares – o pericículo – e pelos tecidos vasculares.

pericículo conhecido como camada risogenica é geralmente unisseriado e constituído de células


vivas com paredes finas, é a camada que originam as células laterais ou radicelas.

Tecidos vasculares.

A raiz é único órgão vegetal possuidor de lenho e liber independente, a partir do caule, os feixes
são sempre mistos liberolenhoso.
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Lenho.

Lenho primário ou xilema assume a forma de um prisma triangular de apci voltada para fora seus
vasos aumenta de calibre da periferia para o centro. Na raiz, a diferenciação do lenho ocorre de
fora apara dentro (centripta), de tal modo que os elementos de protoxilema ficam próximo ao
pericículo e da metaxilema mais centrais.

Liber

O líber primário ou simplesmente líber ou floema, ocorre em forma de cordoes próximo ao


pericículo, alternando com o lenho e em número igual a ele. O protofloema fica mais esterno em
relação ao metafloema. O local onde inicia a diferenciação do lenho é denominado pólo e varia
de espécie para espécie O centro de cilindro vascular pode ser ocupado por um único vaso do
metaxilema ou por um circulo de vasos que circunda a medula constituída de Parênquima ou
esclerênquima.

.
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Estrutura primária da raiz de dicotiledônea (pteridofita).

A estrutura da raiz de uma dicotiledônea, ainda em crescimento primário, como é o caso


ranunculus, apresenta as zonas anatómicas características da anatomia da raiz, epiderme, zona
cortical e cilindro central, limitado pela endoderme. O cilindro central ocupado nesta extrutura a
penas por tecidos vascular, pela existência de medula, apresenta um padrão vascular, formado
por quatro feixes de xilema característico de ddicotiledonea. Na região central observa – se o
metaxilema, com elementos de diâmetro crescente e que completa a maturação mais tardiamente.

CAULE

O caule serve de suporte mecânico para as folhas e para as estruturas de reprodução do vegetal,
sendo também responsável pela condução de água e sais das raízes para as partes aéreas e das
substâncias aí produzidas, para as demais regiões da planta, estabelecendo assim, a conexão entre
todos os órgãos do vegetal, acumulam reservas ou água ou actuam como estruturas de
propagação vegetativa.

O caule origina-se do epicótilo do embrião. O embrião desenvolvido consiste de um eixo


hipocótilo-radicular, que apresenta em sua porção superior um ou mais cotilédones e um
primórdio de gema. Esse primórdio de gema pode ser um grupo de células indiferenciadas ou
apresentar-se mais diferenciado, com uma porção caulinar, o epicótilo, formando um pequeno
eixo, nós e entrenós curtos, portando um ou mais primórdios de folhas. Todo esse conjunto é
denominado plúmula.
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Figura 1 - Esquemas das sementes de Phaseolus


sp e Ricinus communis..

Durante a germinação da semente, o meristema apical continua o seu desenvolvimento,


promovendo o crescimento do eixo caulinar e a adição de novas folhas. Nas plantas que
apresentam o caule ramificado, são formadas as gemas axilares que posteriormente,
desenvolvem-se em ramos laterais.

Função do caule.

O caule tem como função fundamental sustentar as folhas e as flores, isto é, a copa, no que é
auxiliado por fibras que lhe dão grande resistência. É o elemento de ligação entre as raízes e as
folhas, tendo no seu interior os vasos lenhosos e liberianos que conduzem a seiva, funciona
também como órgão de reserva e auxilia na fotossíntese.

O caule jovem é verde, possuindo clorofila que possibilita a produção de material orgânico. A
medida que o caule vai envelhecendo a cor verde é substituída por uma coloração escura ou
acinzentada, causada pela degradação da clorofila e pela impregnação dos tecidos por certas
substancias que apropria planta elabora.

Partes do caule

O caule, examinado externamente apresenta uma gema apical, constituída por um meristema
primário situado ápice do caule. A porção lenhosa ou herbácea, geralmente com ramificação é
que dá suporte as folhas, é o caule propriamente dito.

Nesse caule, comumente distinguem-se nós, pontos onde uma ou mais folhas nascem, e internos
que são espaços entre dois nós consecutivos.

Os ramos caulinares vêm do desenvolvimento das gemas laterais ou axilares, que ocorre entre
axila foliar e caule. Muitas vezes, por acção hormonal (dominância apical), as gemas laterais não
se desenvolvem e são chamadas tormente.
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A região de transição entre o caule e a raiz é denominada colo. É uma região anatomicamente
importante, pois é nessa região que ocorre uma reorganização gradativa dos tecidos condutores,
passando os feixes de radias (os da raiz) a colateraias, picolaterais ou concêntricos.

Estrutura primária

O caule, tal qual a raiz, é constituído pelos três sistemas de tecidos: o sistema dérmico, o
sistema fundamental e o sistema vascular. As variações observadas na estrutura primária do
caule das diferentes espécies e nos grandes grupos vegetais está relacionada principalmente, com
a distribuição relativa do tecido fundamental e dos tecidos vasculares.

Nas coníferas e dicotiledôneas, o sistema vascular, geralmente, aparece como um cilindro ôco,
delimitando uma região interna a medula, e uma região externa, o córtex .

Nas monocotiledôneas, o arranjo mais comum é os feixes vasculares apresentarem uma


distribuição caótica por todo o caule.

Esquema do caule mostrando a posição dos meristemas


primários e os tecidos primários deles
derivados.http://www.ualr.edu/botany/planttissues.html
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Epiderme

A epiderme caulinar, derivada da protoderme, geralmente é unisseriada, formada de células de


paredes cutinizadas e revestida pela cutícula. Nas monocotiledôneas, que não apresentam
crescimento secundário, as células da epiderme podem desenvolver paredes secundárias,
lignificadas.

Nas regiões jovens do vegetal a epiderme do caule possui estômatos, mas em menor número que
o observado nas folhas, podendo ainda apresentar tricomas tectores e glandulares. A epiderme é
um tecido vivo e pode, eventualmente, apresentar actividade mitótica, uma característica
importante, tendo em vista as pressões às quais o caule vai sendo submetido durante o seu
crescimento primário e/ou secundário. Assim a epiderme responde a essas pressões, com
divisões anticlinais de suas células, o que leva à distensão tangencial do tecido, principalmente,
naquelas espécies que formam periderme apenas tardiamente.

Córtex

O córtex do caule em estrutura primária, geralmente, apresenta parênquima clorofilado. Na


periferia, frequentemente, apresenta colênquima como tecido de sustentação, que pode aparecer
em camadas mais ou menos contínuas ou em cordões, nas arestas ou saliências do órgão. Em
algumas plantas, especialmente entre as gramíneas é o esclerênquima que se desenvolve como
tecido de sustentação sob a epiderme.

A camada interna do córtex é a endoderme, como na raiz. No entanto, no caule, a delimitação


entre o córtex e o cilindro vascular não é tão facilmente visualizada, uma vez que nem sempre, a
endoderme caulinar apresenta-se morfologicamente diferenciada. Nos caules jovens de algumas
espécies herbáceas, como por exemplo, em Ricinus sp (mamona), as células da camada cortical
interna podem acumular amido em abundância, sendo então reconhecidas como bainha
amilífera .

Algumas dicotiledôneas, entretanto, desenvolvem estrias de Caspary, na endoderme caulinar, e


em outras espécies, além das estrias nas paredes, verifica-se amido no interior dessas células.
Quando a endoderme não apresenta, nenhuma característica especial (amido ou espessamentos
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de parede) a delimitação entre o córtex e o cilindro vascular fica mais difícil, ou mesmo,
impossível de ser feita. Mesmo nesses casos no entanto, existe sempre um limite fisiológico entre
o córtex e o sistema vascular, estando ou não, este limite associado à uma especialização
morfológica.

Ricinus communis. Corte do


Detalhe do corte evidenciando a
caule de evidenciando a bainha
bainha amilífera.
amilífera.

Medula

A porção interna do caule – medula, comumente, é parenquimática. Em algumas espécies, a


região central da medula vai sendo destruída durante o crescimento, constituindo os chamados
caules fistulosos. Quando isto acontece, esta destruição limita-se apenas aos entrenós do caule,
enquanto, os nós conservam a medula formando os diafragmas nodais.

Tanto o parênquima medular, quanto o cortical apresentam espaços intercelulares. Esse


parênquima pode apresentar vários ibioblastos, especialmente células contendo cristais ou outras
substâncias ergásticas, além de esclereídes. Se a espécie apresenta laticíferos, (estruturas
secretoras de látex) eles podem estar presentes tanto no córtex como na medula.

Sistema Vascular
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O pericículo é a região externa do cilindro vascular, e pode ser constituído de uma ou mais
camadas de parênquima. No caule, o pericículo nem sempre é facilmente visualizado, como na
raiz, no entanto, ele sempre está presente logo abaixo da endoderme. Os tecidos vasculares do
caule, ao contrário do observado nas raízes, formam unidades denominadas feixes vasculares. O
sistema vascular, geralmente, aparece como um cilindro ôco entre o córtex e a medula, podendo
no entanto, assumir padrões mais complexos. Em algumas espécies, os feixes vasculares
aparecem bem próximos um dos outros e o cilindro vascular aparece contínuo mas,
freqüentemente, é constituído de feixes separados uns dos outros pelo parênquima
interfascicular, os denominados raios medulares.

A posição ocupada pelo xilema e pelo floema nos feixes vasculares também é bastante variada,
mas o tipo mais comum de feixe é o denominado colateral, com floema voltado para a periferia
do órgão e o xilema para o centro(Fig. 1) .

Em muitas famílias de dicotiledôneas, como por exemplo entre as Cucurbitaceae (Cucurbita


pepo - abóbora), o floema aparece tanto externamente, como internamente ao xilema, esses
feixes contendo floema dos dois lados do xilema são denominados bicolaterais (Fig. 2).

Os feixes onde um dos tecidos vasculares envolve o outro completamente são denominados
concêntricos. Quando o floema envolve o xilema, o feixe é dito anficrival (Fig.3), este tipo é
comum entre as pteridófitas; sendo considerado um tipo bastante primitivo. Quando o xilema que
aparece envolvendo o floema, o feixe é denominado anfivasal (Fig. 4). Os feixes anfivasais são
comuns entre as monocotiledôneas. Este último, é considerado um tipo derivado de feixe
vascular. Entre algumas espécies de Eriocaulaceae (monocotiledônea) podemos encontrar ainda,
os chamados feixes vasculares biconcêntricos com dois anéis de xilema aparecem separados
pelo floema (Fig.5).
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Figura 1 - Ricinus comunis - Feixe Figura2- Cucurbita pepo. Feixe


vascular colateral. vascular bicolateral.

Figura3-Polipodium sp. Feixe vascular


Figura 4 - Cordyline sp. Feixes
anficrival.
vasculares anfivasaais .
http://www.uic.edu/classes/bios

Figura 5 - Paepalanthus speciosus. Feixe vascular biconcêntrico do


escapo da inflorescência.
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A ausência de uma endoderme, morfologicamente diferenciada, pode dificultar uma delimitação


precisa entre o córtex e o cilindro vascular. No entanto, a presença de fibras de floema ou de
fibras perivasculares servem para auxiliar nesta delimitação.

Diferenciação vascular primária

Assim que o procâmbio se diferencia entre as derivadas do meristema apical, ele assume o
esboço do futuro sistema vascular do caule, que se desenvolverá a partir dele.

A diferenciação do xilema primário no caule é oposta à observada na raiz. Isto é, no caule os


primeiros elementos de protoxilema diferenciam-se internamente (próximos da medual) e os
elementos do metaxilema, formam-se mais distantes do centro. No caule o protoxilema é dito
endarco, com o protoxilema interno e a sua maturação é centrífuga, isto é, acontece do centro
para a periferia (Fig.6). A diferenciação do floema se dá como na raiz, ou seja, é centrípeta, com
o protoxilema periférico e metaxilema mais próximo do centro do órgão. A posição do
protoxilema é, um dos elementos mais importantes para separar uma estrutura caulinar de outra
radicular.

Figura-6 Tumbergia sp. Protoxilema


endarco. Depto. Botânica - USP São
Paulo.
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Estrutura Secundária do Caule

A estrutura secundária do caule é formada pela actividade do câmbio vascular, que dá forma os
tecidos vasculares secundários, e do felogênio que dá origem ao revestimento secundário -
periderme.

Os caules diferem bastante entre si, no arranjo e na quantidade de tecidos vasculares primários e
no acúmulo de tecidos secundários. O sistema vascular primário pode formar, entre outros:

 um cilindro contínuo - sifonostele com os feixes bem próximos uns dos outros (Fig. 7A);
 um cilindro constituído de feixes separados por faixas mais largas de parênquima
interfascicular- eustele (Fig. 7B) ou
 um arranjo mais complexo com os feixes isolados, distribuídos de maneira caótica -
atactostele (Fig. 7C).

Figura 7 - Esquemas dos três tipos básicos de caules


vistos em corte transversal. Raven, et al. Biologia
Vegetal, 2001.

Crescimento Secundário em Monocotiledôneas

As monocotiledôneas, geralmente, não apresentam crescimento secundário. Algumas espécies,


no entanto, podem desenvolver caules espessos devido à formação de um câmbio, como
acontece em Agave, Cordiline e Dracena. Nestas espécies, o câmbio forma-se a partir do
parênquima localizado externamente aos feixes vasculares (pericíclico). Quando o câmbio entra
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em atividade forma novos feixes vascualares e parênquima, para o centro do órgão, e apenas
parênquima para a periferia do ógão.

Nas palmeiras há um considerável aumento em espessura no caule, no entanto, este crescimento


secundário acontece sem o estabelecimento de uma faixa cambial contínua. Esse crescimento é
resultante de divisões e expansão de células do parênquima fundamental. Tal crescimento é
chamado crescimento secundário difuso. Difuso, porque a atividade meristemática não está
restrita a uma determinada região e secundário, porque ocorre em regiões já distantes do
meristema apical, à custa de divisões das células parenquimáticas.

Algumas monocotiledôneas formam peridermes como nas dicotiledôneas, como por exemplo em
Dracaena, Aloe e nas palmeiras. Outras no entanto, apresentam um tipo especial de tecido
protetor, o súber estratificado, como, por exemplo em Cordyline. (vide capítulo sobre
Periderme)

Nas monocotiledôneas que não crescem em espessura, a epiderme pode permanecer intacta ou
até tornar-se esclerificada. O parênquima cortical pode transformar-se num tecido protetor, pela
suberinização ou esclerificação das paredes de suas células.

Crescimento Secundário “anômalo” em Dicotiledôneas

Os caules trepadores conhecidos por cipós ou liana, apresentam crescimento secundário em


espessura, diferente do apresentado anteriormente, e por isso dito “anômalo”. Este crescimento,
pode ser muito variado, e um dos mais conhecidos, é o observada em Bougainvillea sp
(primavera) com formação de várias faixas cambiais, que se formam centrifugamente,
produzindo: xilema e parênquima para o interior do órgão, e floema e parênquima para a
periferia. Assim, em cortes transversais do ógão, os tecidos resultantes aparecem como anéis
concêntricos de feixes vasculares incluídos no parênquima.

No caule de espécies trepadoras, há sempre uma grande produção de parênquima, o que garante
flexibilidade para a planta, que enrola-se em suportes em busca de maior luminosidade.
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Espécies de Bauhinia trepadeiras, como por exemplo na escada-de-macaco, após algum tempo
de crescimento secundário usual, a maior parte do câmbio cessa seu funcionamento, exceto em
dois pontos opostos que continuam em atividade, o que resulta na formação de caules achatados.

Em algumas espécies com crescimento secundário anômalo, o câmbio apesar de ocupar uma
posição normal, leva à formação de uma estrutura secundária com uma distribuição incomum de
xilema e floema. Em Thunbergia (Acanthaceae), o floema secundário não se forma apenas
externamente ao câmbio. De tempo em tempo, o câmbio produz floema também em direção ao
centro do órgão, formando o que se conhece como floema incluso (Fig. 8). Além desses, existem
vários outros tipos de crescimento secundário “anômalos”.

Figura 8 -Thumbergia sp. Vista geral mostrando o floema secundário


incluso no xilema secundário. Foto -Depto Botânica- USP- São Paulo.
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Classificação de caule quanto a consistência

Os caules podem ser classificados em

Herbaceos: geralmente clorofilados flexíveis característicos das ervas.

Sub lenhosos: Caules dignificados apenas na região basal mais velha junto as raízes e tenros nos
ápices ocorrem em muitos sub arbustos

Lenhosos: intensivamente lignificado, rígido geralmente de grande porte e com um considerável


aumento em diâmetro como por exemplos troncos das árvores.
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Conclusão

Depois de uma abordagem sucinta dos conteúdos abortados conclui-se que a estrutura da raiz
duma dicotiledônea ainda em crescimento primário, apresentas as zonas anatómicas
características da anatomia da raiz, epiderme, zona cortical, e cilindro central limitado
externamente pela endoderme.

No entanto, a anatomia do caule numa estrutura de crescimento primário apresenta os sistemas


dos tecidos dérmicos, fundamentais e vasculares, sendo diferente a distribuição relativa quando
comparada com a estrutura primaria da raiz.
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Bibliografia

AMABIS & MARTINHO ; Biologia dos organismos 2; ensino médio 2ª edição. Moderna ;
SP;2004

CUTTER, E.G. 1986. Anatomia Vegetal. Parte I - Células e Tecidos. 2ª ed. Roca. São Paulo.

CUTTER, E.G. 1987. Anatomia Vegetal. Parte II - Órgãos. Roca. São Paulo.

MODESTO ,M.M. Zulmira ; SIQUEIRA, Botânica- currículo de estudos de Biologia; Editora


Pedagógica e Universitária Lda; 2007

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