O Direito Internacional Privado é o ramo do direito interno que soluciona conflitos de leis envolvendo elementos estrangeiros. A norma de Direito Internacional Privado indica qual lei nacional deve ser aplicada, diferentemente de normas comuns que indicam consequências jurídicas. A teoria de Roberto Ago entende que o objeto de estudo deve ser a norma conflitual bilateral e indireta, que é fundamental para solucionar conflitos de leis.
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito interno que soluciona conflitos de leis envolvendo elementos estrangeiros. A norma de Direito Internacional Privado indica qual lei nacional deve ser aplicada, diferentemente de normas comuns que indicam consequências jurídicas. A teoria de Roberto Ago entende que o objeto de estudo deve ser a norma conflitual bilateral e indireta, que é fundamental para solucionar conflitos de leis.
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito interno que soluciona conflitos de leis envolvendo elementos estrangeiros. A norma de Direito Internacional Privado indica qual lei nacional deve ser aplicada, diferentemente de normas comuns que indicam consequências jurídicas. A teoria de Roberto Ago entende que o objeto de estudo deve ser a norma conflitual bilateral e indireta, que é fundamental para solucionar conflitos de leis.
1) Conceitue Direito Internacional Privado, esclareça sua natureza
e taxinomia.
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito interno
que visa solucionar o conflito de leis no espaço diante de um caso concreto em que estejam presentes elementos de estraneidade. Embora o nome da disciplina indique o contrário, o Direito Internacional Privado faz parte do direito público interno do ordenamento jurídico brasileiro – privada é tão somente a relação da vida regulada. É direito público porque é o país que define qual norma deverá ser aplicada diante de determinado caso concreto, mesmo que seja uma norma estrangeira.
As fontes de Direito Internacional Privado são principalmente
as leis internas do país, o que o diferencia do Direito Internacional Público, cujas principais fontes são os tratados internacionais. Destaca- se que o Direito Internacional Privado regula relações entre particulares, diferente do Direito Internacional Público, que regula relações entre Estados. Dentro desse critério, é importante destacar que as sanções do Direito Internacional Privado são muito mais leves do que no Público, pois nenhum Estado intervirá em outro em razão de uma relação privada entre particulares.
2) Qual é o objeto de estudo do Direito Internacional Privado
segundo a teoria de Roberto Ago e por quê?
O objeto de estudo do Direito Internacional Privado é variável
conforme a teoria que se utilize para estudá-lo. Dentre as teorias, destacam-se as teorias amplas (francesa e anglo-americana) e a teoria restrita (ítalo-germânica). A teoria ampla francesa entende que são objetos de estudo do Direito Internacional Privado a nacionalidade, a condição jurídica do estrangeiro, o conflito de leis no espaço, o conflito de jurisdição e os direitos adquiridos. Já para a teoria anglo-americana, somente os três últimos critérios supracitados são objeto de estudo do Direito Internacional Privado. Por fim, a teoria restrita ítalo-germânica entende que o objeto de estudo do Direito Internacional Privado é tão somente o conflito de leis no espaço.
A teoria normológica de Roberto Ago entende que deve ser
estudada a norma típica de Direito Internacional Privado, qual seja, a norma conflitual bilateral e indireta, porque essa é a norma fundamental e mais importante do Direito Internacional Privado, visto que a disciplina visa a solucionar conflitos de leis no espaço. Para esse estudo, Roberto Ago utiliza como critérios sistemáticos o estudo da nacionalidade, da condição jurídica do estrangeiro, do conflito de leis no espaço, dos conflitos de jurisdição e dos direitos adquiridos do estrangeiro.
3) Qual é a estrutura da norma de Direito Internacional Privado,
suas características principais hoje, e o que diferencia o elemento de conexão do elemento de estraneidade?
A norma de Direito Internacional Privado é diferente das
normas legais normais que preveem hipótese legal e consequência jurídica. As normas de Direito Internacional Privado não indicam uma consequência jurídica, tão somente indicam a lei aplicável para solucionar o conflito. A estrutura dessa norma é conflitual, indireta, e não soluciona diretamente o caso concreto.
Dentro da estrutura da norma de Direito Internacional Privado
estão o conceito-quadro (ou objeto de conexão), elementos de estraneidade e elementos de conexão. O elemento de estraneidade é que torna a relação típica de Direito Internacional Privado, por conter algum elemento estrangeiro. Já o objeto de conexão é a área do direito que se pretende regular (exemplos: direito de família, sucessões, obrigações). Conforme for o objeto da conexão, estará definido em lei o elemento de conexão, que define qual lei será aplicável para aquele caso concreto. Por exemplo, quando o caso envolver direito de família (objeto de conexão), o art. 7º da LINDB estabelece como elemento de conexão para definir a norma aplicável o domicílio.
Quanto aos elementos de conexão e estraneidade, destaca-
se que o elemento de conexão é o escolhido pelo legislador dentre um dos possíveis elementos de estraneidade para definir qual lei é aplicável. Ou seja, o elemento de conexão é um elemento fático que foi qualificado juridicamente. Diferenciam-se pelo fato de o elemento de estraneidade ser elemento fático, estando no mundo dos fatos, e o elemento de conexão ser critério jurídico, estando no mundo do direito. O elemento de estraneidade é provado e tem como função identificar que é um caso de Direito Internacional Privado, enquanto o elemento de conexão é interpretado e tem como função identificar a lei aplicável ao caso concreto. Destaca-se que o Direito Internacional Privado é um sobredireito.
4) Quais foram as teorias do DIPr?
Ao longo da história do Direito Internacional Privado, foram
desenvolvidas diversas teorias. As primeiras teorias foram a Romana, a Escola Estatutária Italiana e a Escola Holandesa. Essas primeiras teorias são todas baseadas em valores internacionais. É importante destacar a importância de Savigny no Direito Internacional Privado, pois é a partir dele que a matéria passa a se constituir como um ramo científico do direito. Pela teoria Romana, acredita-se que, em regra, não seria aplicado o método conflitual, embora Savigny tenha encontrado leis nesse sentido. Haveria um conflito entre romanos e os povos conquistados, os bárbaros, e para solucionar esses conflitos foi criada uma mistura entre os dois direitos, o jus gentium, para Roma manter a dominação.
Posteriormente, com o feudalismo, houve um retrocesso em
Direito Internacional Privado, passando-se a dar importância somente à territorialidade da lei. Com o renascimento do comércio nas cidades do norte da Itália e com os estudos dos pós-glosadores, como Bartolo da Sassoferrato, surge a Escola Estatutária Italiana, que define dentre duas normas aplicáveis qual a mais adequada ao caso. A Escola Holandesa também utiliza o método conflitual e os estatutos, mas encontra-se superada.
Após esse período, surgem as teorias modernas, como a
“Comunidade Jurídica das Nações” de Savigny, segundo a qual as leis de diferentes lugares teriam o mesmo valor. Junto com essas, surge a teoria do respeito à soberania estrangeira, de Pillet, e a teoria de repartição internacional de jurisdição, de Zittelman.
Modernamente, passou-se a dar mais ênfase aos valores
internos, sendo criadas as teorias personalistas e equitativas. Dentre as personalistas, destaca-se a de Mancini, do respeito à nacionalidade, e a mais importante delas, de Erik Jayme, a da identidade cultural, que busca relegitimar as instituições na época pós-moderna – é uma ideia de respeito à identidade cultural, de civilidade, por meio do respeito mútuo e do diálogo das fontes.
Por fim, temos as teorias equitativas, como a de Goldschmitt,
do respeito ao elemento estrangeiro; a de Amignon, da busca de solução justa e útil com base na equidade; e a do respeito aos interesses envolvidos, desenvolvida por Kegel, que defende que a solução deve respeitar os interesses das partes, da sociedade, do tráfego e do Estado. A mais brilhante delas, sem dúvida, é a de Erik Jayme, pois tem uma ideia de respeito às diferenças e de tolerância numa era pós- moderna, como a atual, em que o mundo está interligado. Diante dessa teoria, é preciso ressaltar a importância do diálogo das fontes no direito brasileiro.