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Suporte Básico e Avançado

de Vida

Profª Enfª Jacqueline V. Menetrier


Objetivo
 Aplicar as medidas terapêuticas mais adequadas de
forma sistematizada, visando o melhor resultado.
 International Liasson Comiitee of Resucitation -
ILCOR: pesquisa e padronização no atendimento da
PCR.
 American Heart Association – Guidelines
 Diretrizes 2010
“Dados brasileiros, obtidos pelo DataSus,
mostram que 35% das mortes no Brasil têm
causas cardiovasculares, resultando em 300
mil casos anuais.” AZEVEDO, et al, 2009
Atendimento a PCR
Suporte Básico Suporte Avançado

 Reconhecimento PCR;  Manobras como a


 Suporte hemodinâmico e utilização de dispositivos
respiratório por meio da de via área avançada,
RCP; acesso venoso, drogas
desfibrilador e
 Pode ser feito por
estabilização do
indivíduos leigos
paciente;
treinados;
 Profissional habilitado;
Dinâmica da Equipe
 A RCP bem-sucedida depende que os profissionais
de saúde que estejam executando tenham
habilidades atitudes adequadas.
 O trabalho em equipe divide as tarefas para
multiplicar as chances de um bom resultado.
Funções
Líder da Membros da
Equipe Equipe

• Organiza o grupo; • Tem clareza de suas


• Monitora a atuação dos atribuições;
membros; • Está preparado para
• Dá assistência aos cumprir suas
membros; responsabilidades;
• É exemplo de • Tem as habilidades
comportamento; necessárias;
• Treina e orienta; • Conhecem as
• Facilita o algoritmos;
entendimento • Compromisso com o
êxito;
Pontos importantes
 Comunicação em circuito fechado;
 Mensagens claras;
 Funções e responsabilidades claras;
 Conhecer as limitações de cada um;
 Compartilhar o conhecimento;
 Intervenção construtiva;
 Reavaliação e resumo;
 Respeito mútuo;
Sinais e Sintomas que precedem
uma PCR
 Dor torácica
 Sudorese Intensa
 Palpitações Precordiais
 Tontura
 Escurecimento Visual
 Perda de Consciência
 Alterações Neurológicas
 Sinais de Baixo Débito Cardíaco
Suporte Básico
Sinais Clínicos de uma PCR
 Inconsciência
 Ausência de Movimentos Respiratórios
 Ausência de Pulso em Grandes Artérias
Procedimentos Iniciais

 Diretrizes AHA 2010


◦ Frequência de Compressão mínima de 100/minuto
◦ Profundidade de Compressão mínima 5cm (adultos)
◦ Retorno total do tórax após cada compressão
◦ Minimização das interrupções de compressões torácicas
◦ Evitar excesso de ventilação (30:2 ou 1 vent. Cada 6-8seg)
Compressões Torácicas (C)
 Aplicação rítmica de pressão sobre o tórax
 Frequência mínima: 100 vezes por minuto
 Mãos na metade inferior do esterno, na
linha intermamilar
 Pressão que proporcione uma depressão de
± 5cm
Compressões Torácicas (C)
 Braços estendidos, mantendo-se pressão
perpendicular sobre o tórax do paciente
 Uma vez posicionadas, as mãos não devem ser
mudados de posição ou afastadas do tórax
Abertura das Vias Aéreas (A)
 Alinhamento da cabeça e do tronco
 Extensão do Pescoço
 Tração anterior da mandíbula
Abertura das Vias Aéreas (A)
 Vítima de trauma: elevação modificada da
mandíbula:
Respiração/Ventilação (B)

 VER, OUVIR e SENTIR


 Ventilar o paciente
Dispositivos Via Aérea
 Cânula de Guedel
 Cânula nasofaríngea
Desfibrilação
 Terceiro elo da Cadeira de Sobrevivência
 Indicada na fibrilação ventricular e na
taquicardia ventricular sem pulso
Suporte Avançado

Algoritmo SAVC
Sequência de Atendimento
 A – Assegurar via aérea;
 B – Boa ventilação;
 C – Circulação adequada;
 D – Diagnóstico da causa da PCR;
Via Aérea (A)
 Avaliar permeabilidade:
 Secreções - se necessário realizar aspiração;
 Manobras de inclinação da cabeça – avaliar
contraindicações (traumas);
 Administração de oxigênio suplementar;

 Utilização de dispositivos oro ou nasofarígeo;

 Utilização bolsa-válvula-máscara (ambu) –

1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos;


Via Aérea – (A)
Boa Ventilação – (B)
 Via aérea avaçada; -Tubo endotraqueal;
- Máscara laríngea;
-Combitubo;
 Capnografia – Qualidade da RCP;
PetCO2: <10mmHg melhorar compressões;

 Ventilações adequadas: 8 a 10/min –


sincronizadas com as compressões torácicas;
Sequência rápida de intubação
6 P’s
1. Preparo: materiais, recursos humanos e estrutura;
2. Pré-oxigenação: O2 a 100% durante 5 min – assim
mantêm-se apneia com SpO2 com acima de 90%;
3. Pré-tratamento: drogas que bloqueiam efeito adverso
(sedação);
4. Paralisia com proteção: bloqueio neuromuscular –
succinilcolina ou propofol;
5. Posicionamento do tubo: ausculta adequada;
6. Pós-intubação: monitoração: capnografia;
Circulação – (C)
Acesso Venoso
 Acesso Venoso Periférico – calibroso e
preferencialmente em membros superiores
 Acesso Intraósseo: a via intraóssea foi padronizada

para uso na RCP como alternativa à via traqueal.


 VIDEO
Monitorização

 A primeira opção de monitorização para paciente


que ainda não estejam sendo monitorizados é
SEMPRE utilizar as pás do desfibrilador;
 Assim garante-se rapidez no diagnóstico do ritmo
de parada e desfibrilação precoce;
 Após, instala-se os eletrodos do monitor;
Monitorização
Traçado ECG: registro atividade cardíaca
Bases Fisiológicas
 Onda P: Contração atrial;
 P-R: Nódulo atrioventricular – sangue entrando nos ventrículos;
 QRS: Contração ventricular;
 ST: Repolarização do ventrículo;
 T: Relaxamento ventricular;
Ritmos Cardíacos de Parada
Após a identificação do ritmo cardíaco pode-se
dividir a PCR em duas modalidades:
Ritmos chocáveis:
 Fibrilação ventricular (FV)

 Taquicardia vetricular (FV) sem pulso

Ritmos não-chocáveis:
 Assistolia

 Atividade elétrica sem pulso (AESP)


Fibrilação Ventricular
 Característica: ondulante, assimétrico e de
amplitude variável;
 Cuidado: não confundir interferência
elétrica;
 Conduta: Priorizar a desfibrilação antes de
qualquer outra conduta;
Taquicardia Ventricular sem Pulso
 Característica: Ritmo taquicárdico com
complexos QRS alargados e aberrantes, mas
com morfologia e freqüência regulares
Assistolia
 Ausência total de atividade elétrica do coração.
 Cuidado: Não pode ser confundida com erros
técnicos, como cabos ou eletrodos
desconetados;
 Checar conexões e aumentar ganho – Protocolo
de linha reta;
 Prognóstico ruim;
 Identificação das Causas 5’s e 5’t
Protocolo da Linha Reta
 Identificar ou descartar causas de um ECG
isoelétrico
◦ Derivações Soltas
◦ Não conectado ao paciente
◦ Não conectado ao desfibrilador/monitor
◦ Sem energia
◦ Ganho do sinal muito baixo
◦ E por fim, ASSISTOLIA verdadeira (ausência total de
atividade elétrica cardíaca)
Atividade Elétrica sem Pulso -
AESP
 Caracteriza-se por um ritmo elétrico que
normalmente deveria estar associado a pulso
central. Vários ritmos podem aparecer no monitor,
mas o tratamento é o mesmo para todos e este
NUNCA é através do choque, já que existe uma
atividade elétrica e o choque poderia desorganizá-
la ainda mais.
Um-dois-
três

PCR em FV/TV sem pulso CHOQUE

-Via aérea permeável – ofereça


FV/TV
oxigênio. CHOQUE
sem pulso
- Acople o monitor/desfibrilador

Importante: RCP 2 min


-Evite interrupções para - Acesso EV/IO
verificações de ritmo e pulso;
RCP 2 min -A prioridade é as compressões,
-Amiodarona as medicações devem ser feitas se
-Tratar causas houver um outro profissional Avaliação
para esta função;
FV/TV
sem pulso

Avaliação RCP 2 min


CHOQUE FV/TV -Epinefrina
-Via aérea avançada, CHOQUE
sem pulso
capnografia
PCR em AESP e Assistolia
-Via aérea permeável – ofereça RCP 2 min
AESP ou -Acesso EV/IO
oxigênio.
assistolia -- Epinefrina
- Acople o monitor/desfibrilador
-- Via aérea avançada

Importante:
-Evite interrupções para
verificações de ritmo e pulso; Avaliação
-A prioridade é as compressões,
as medicações devem ser feitas se AESP ou
houver um outro profissional assistolia
para esta função;

RCP 2 min
-Tratar causas
reversíveis
Diagnóstico da Causa da PCR – (D)
Causas Reversíveis (5Hs/5Ts) Intervenções
Hipovolemia Volume
Hipóxia Oxigênio
H+ - Hidrogênio – Acidose Bicarbonato de Cálcio
Hipotermia Reaquecimento
Hipocalemia/Hipercalemia Reposição de potássio/bicarbonato de sódio

Tamponamento Cardíaco Punção pericárdica


Tensão no tórax (pneumotórax) Punção de alívio/drenagem de tórax

Tóxicos Antagonista específico


Trombose Coronária Tratar PCR/considerar trombólise

Trombose Pulmonar Tratar PCR/considerar trombólise


Drogas Utilizadas na PCR
 Vasopressores:
 Epinefrina – Adrenalina: 1mg a cada 3 a 5 min;
 Utilizada em todos os casos de PCR;
 Efeito vasoconstritor periférico intenso aumenta a
pressão na aorta, melhorando o fluxo coronariano e
cerebral.
 EV ou IO;
 Vasopressina: 40 U
 Substitui a primeira ou segunda dose da adrenalina;
 Dose única;
IMPORTANTE:
 EV ou IO; -Em bolus;
-Após administra SF;
-Se possível elevação do
membro;
Drogas Utilizadas na PCR
 Antiarrítmicos: auxilia na reversão da arritmia e
a manutenção do ritmo organizado.
 Amiodarona: FV e TV sem pulso
 1ªdose: 300mg EV em bolus
 Podendo ser repetida mais uma dose de 150 mg.
 Após utiliza-se dose de manutenção;

 Lidocaína: FV e TV sem pulso


 Podesubstituir a amiodarona;
 Pouco recomendada pelas novas orientações da
ILCOR;
Outras Drogas Utilizadas
 Sulfato de Magnésio: reversão da FV e TV sem
pulso – 1 - 2g EV, uso com cautela (administração
lenta.
 Bicarbonato de Cálcio: correção acidose resultante
da reanimação química. Dose: 1mEq/Kg
 Atropina: bradicardia sintomática com baixo
débito.
 0,5 a 1,0 mg EV ou IO de 3 a 5min ate 60 bpm ou
dose máxima de 3mg.
RCE – Retorno Circulação
Espontânea
Quem tem pulso... Tem pressão...

Quem tem pressão


Hipotensão tem...

Ventilação
Droga Mecânica
Volume Pulmão...
vasoativa
Ajuste
parâmetros
Murmúrios Estertores Ausculta
Vesiculares bolhosos pulmonar
Cuidados Pós PCR
 Ventilação Mecânica;
 Verificação do acesso venoso;
 Monitorização não invasiva e invasiva;
 Drogas de manutenção;
 Sedação e bloqueio neuromuscular;
 Controle glicêmico;
Hipotermia Terapêutica
 Utilizada em pacientes adultos pós PCR que
permanecerem comatoso, o objetivo é proteção
neurológica.
 Segundo Azevedo, et al, 2009, a cada seis sobreviventes
de PCR um sobreviverá graças a hipotermia terapêutica
e terá um prognóstico neurológico melhor graças a ela.
 Manutenção de 12 a 24 horas em temperaturas entre 32
e 34º.
Hipotermia Terapêutica
 Dividida em três fases:
 Indução: infusão cristaloides gelados (SF o,9% ou
ringer a gelados – 4ºC) e aplicação de pacotes de
gelo nas regiões: femoral, axilar, cervical e cefálica.
 Manutenção: dispositivos que evitem variações
(cobertores e mantas térmicas), controle de
temperatura central (ex. termômetro esofágico);
 Reaquecimento: ganho progressivo, em torno de
0,25 a 0,5ºC a cada hora.
Referências Bibliográficas
American Heart Association. Suporte Avançado de Vida
Cardiovascular. Maio, 2011.

American Heart Association. Diretrizes RCP e ACE 2010.

AZEVEDO, L.C.P. et al. Medicina Intensiva: baseada em


evidências. São Paulo: Atheneu, 2009.

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