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AULA
Avaliação como auxílio
para a tomada de decisão
Meta da aula
Apresentar as principais críticas à avaliação como
auxílio para a tomada de decisão.
objetivos
Pré-requisitos
Para que você tenha mais facilidade na
compreensão desta aula, é importante
dominar o conteúdo da aula referente
ao paradigma subjetivista (Aula 3) e à
avaliação como auxílio para a tomada
de decisão (Aula 13)
Métodos e Técnicas de Avaliação | Avaliação como auxílio para a tomada de decisão
INTRODUÇÃO A meta, nesta aula, é apresentar-lhe as críticas que são feitas à avaliação como
auxílio à tomada de decisão ou, simplesmente, avaliação para a tomada de
decisão. Esta avaliação, como já foi visto, é tida por especialistas como “a
avaliação que permite fundamentar e validar uma tomada de decisão” (DE
KETELE; ROEGIERS, 1992). Geralmente, é pensada como meio de levar o
professor e os alunos a tomarem algum tipo de decisão.
No Brasil, como também já vimos, a existência e a difusão dessa modalidade
de avaliação ocorrem, marcadamente, a partir dos anos de 1980, influenciadas
pelos ensinamentos de Stufflebeam e de Luckesi. Este último difunde-a como
antídoto contra as práticas avaliativas que agem como mecanismos de
reprodução social, na medida em que servem como meio de libertação do
educando de processos de acomodação, adaptação a esquemas de dominação,
domesticação, neutralização e indiferenciação. Não por acaso, a contribuição de
Luckesi nestes termos é grande, e não é exagero afirmar que influencia, ainda
hoje, inúmeros textos acadêmicos, incluindo teses de doutorado e dissertações
de mestrado sobre avaliação.
Mas, afinal, que críticas podem ser feitas a esta modalidade de avaliação?
1ª CRÍTICA
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AULA
Esta questão, de fato, não é simples e apresenta-se ligada a
processos de desqualificação do ofício docente, partindo-se do princípio
de que muitos professores constroem seus instrumentos a partir de
conversas com colegas, experiências bem sucedidas e das suas próprias
intuições, como se pode comprovar por meio destes discursos colhidos
em pesquisa feita por Gama (2002):
Tardif (2000, p. 114) nos ensina que discursos com este teor
traduzem aspectos positivos da subjetividade dos professores e deixam
transparecer um sujeito que “possui conhecimentos e um saber-fazer
provenientes de sua própria atividade e a partir dos quais ele a estrutura
e a orienta”. Os críticos desta avaliação, porém, têm posições opostas:
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2ª CRÍTICA
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Prosseguindo nosso trabalho, mais uma vez recorremos às
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pesquisas de Gama (2002ab) para termos os depoimentos de alguns
AULA
professores:
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3ª CRÍTICA
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Os críticos desta modalidade de avaliação, porém, e a bem da
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verdade, devemos dizer, tomam tais discursos como regra, enquanto
AULA
que, concretamente, eles apenas indicam práticas resultantes de
deformações interpretativas e de interferências de outras teorias ou
paradigmas avaliativos. Na perspectiva de Lüdke e Mediano (1992, pp.
110-111), por exemplo, parece que estes professores assumem posições
psicopedagógicas, em particular quando dizem “eu avalio a totalidade
da criança”, “eu avalio tudo, todos os aspectos”. Para as autoras, esta
concepção “está muito relacionada com a amplitude que se dá ao objeto
de avaliação: o que o professor deve avaliar?” E, como já sabemos, as
concepções de avaliação e de educação, afinal de contas, situam-se no
âmbito de grandes paradigmas avaliativos e educacionais.
OUTRAS CRÍTICAS
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Métodos e Técnicas de Avaliação | Avaliação como auxílio para a tomada de decisão
E AGORA?
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RESUMO
AULA
A avaliação para a tomada de decisão, assim como outras modalidades avaliativas,
também se apresenta sujeita a críticas. Algumas destas críticas talvez sejam as mais
consistentes e admiráveis. Tais críticas relevam seus problemas técnicos, de execução
e de limites, assim como seu uso estratégico. Contudo, é importante seu uso em
processos de formação comprometidos com a construção de uma sociedade livre,
democrática, justa, de cidadãos não-alienados pela indústria cultural.
ATIVIDADE FINAL
Que críticas são feitas à avaliação para a tomada de decisão? Com que você
concorda ou discorda?
Há alguma crítica que você, seus colegas e professores podem fazer a esta
modalidade avaliativa? Que tal escrever um texto tomando esta crítica como
objeto de análise?
AUTO-AVALIAÇÃO
Há ainda alguma parte na qual precisa de ajuda para estruturar seu pensamento?
Qual? Reveja-a no texto ou discuta-a com seu tutor.
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