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AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Unidade 2 - Categorias, formatos e


métodos avaliativos

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UNIDADE 2

OBJETIVO > conhecer as principais


categorias de avaliação,
como afetiva, social,
Ao final desta cognitiva, entre outras;
unidade, > identificar os critérios
em avaliação educacional:
esperamos que processual, global e
possa: contextual;
> reconhecer as
características das
avaliações formais e
informais, seus usos e
formatos;
> aprender sobre os
diferentes tipos de
avaliação, como formativa,
mediadora, democrática,
somativa, diagnóstica,
entre outras;
> conhecer os
instrumentos e recursos
avaliativos, seus usos e suas
aplicações;
> investigar como cada
método avaliativo colabora
com os processos de ensino
e aprendizagem.

Todos os direitos reservados.

Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal,


sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, venda, compartilhamento e distribuição, sujeitando-se os
infratores à responsabilização civil e criminal.

A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e


Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e
apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

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2  CATEGORIAS, FORMATOS E
MÉTODOS AVALIATIVOS

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Quando lemos ou ouvimos a palavra avaliação, é tendencioso que nosso cére-
bro se lembre de folhas intermináveis de papéis que deviam ser preenchidos,
de forma rápida, pois o tempo era sempre curto: individual (e nem pensar em
olhar para os lados); conteudista (decorebas e decorebas), além de determi-
nativo – dependendo do resultado atingido teríamos outra série de avaliações
e recuperações que eram exaustivas e estressantes.
É comum ligarmos a avaliação a resultados quantitativos, tanto aque-
les encontrados em sala de aula quanto os que são divulgados pela mídia.
Todavia, sabemos que o ensino vai muito além desses valores expostos, ainda
que não tornemos os quantitativos desnecessários e dispensáveis, entende-
mos que ele não expressa o que os alunos e a escola têm a mostrar.
Vamos, nesta unidade, conhecer alguns dos formatos e métodos avaliativos
mais importantes, suas características, principais usos, elementos limitantes,
entre outros aspectos.
Bons estudos!

2.1  CATEGORIAS AVALIATIVAS


A avaliação é parte inerente da ação humana no mundo: avalia-se a todo
momento como pressuposto fundamental para atuar em diferentes espaços,
seja na vida pessoal ou no trabalho, seja em situações novas e desafiadoras.
A partir de avaliações, muitas vezes realizadas quase de forma imperceptí-
vel, tomam-se decisões, alteram-se procedimentos, refaz-se o projeto de uma
determinada ação, transformando a realidade. Nessas situações, podemos
considerar que a avaliação fundamentou uma mudança de trajetória, visando
a sua qualificação.

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FIGURA 1 - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Ao final de uma etapa, ou mesmo no final do ano, as pessoas costumam rea-


lizar uma retrospectiva de suas vivências, conquistas e realizações: esse é um
processo de avaliação – e, como ocorre em toda avaliação, os seus critérios não
são universais. Por exemplo: para algumas pessoas, concluir o ano gozando
de perfeita saúde nem sempre é objeto de
avaliação. Para outras, que enfrentam situa-
ções de doenças ou acidentes, esse item terá
um peso expressivo para avaliar sua quali-
dade de vida.
Ao início de cada ano letivo, os professores e a
equipe gestora são desafiados a planejar e a
executar uma prática pedagógica que atenda Perceba que esse
às situações apresentadas, como novos alu- processo envolve uma
prática de ação – reflexão
nos e turmas, diferentes conhecimentos e
– ação: as experiências
informações, cada qual com suas caracterís- passadas, após um
ticas próprias. Conhecer essas características, filtro crítico (avaliação),
seja das pessoas, seja dos programas esco- impulsionam os
procedimentos que serão
lares, é o ponto fundamental para um bom
adotados no presente e
trabalho; e tal conhecimento exige a adoção no futuro.
de várias instâncias avaliativas.

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FIGURA 2 - PLANEJAMENTO COMO DESAFIO

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Pela quantidade de variáveis envolvidas para que uma correta avaliação


ocorra, é importante que ela ultrapasse o aspecto pessoal e seja realizada em
conjunto com os educandos. Isso permite ressignificar tal prática, que deixa
de ser meramente classificatória ou eliminatória e passa a promover uma for-
mação integral do ser humano.

Para nos aprofundarmos mais sobre os processos


de avaliação, que tal realizarmos a leitura do
artigo intitulado A Avaliação Educacional, de
Ana Maria Saul (1994)? Acesse o link: http://www.
crmariocovas.sp.gov.br/int_a.php?t=019.

2.2  CRITÉRIOS AVALIATIVOS


Para Luckesi (2005), critério é:

[...] o foco teórico que organiza o ensino e direciona a avaliação da


aprendizagem, ou seja, aquilo que consideramos como importante no
ensino e na aprendizagem. A definição desses critérios tem a ver com a
teoria pedagógica que seguimos, com o projeto pedagógico que temos, com
o currículo escolar que seguimos, assim como com o nosso planejamento
pessoal de ensino. Em última instância, com o entendimento que temos
sobre o que é importante ensinar e aprender em relação ao estudante com
o qual trabalhamos. (LUCKESI, 2005)

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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os critérios


de avaliação servem para definir as aprendizagens básicas para cada ciclo
ou etapa da escolarização, dentro de um conjunto de objetivos definidos.
Diferentemente dos objetivos, que são o horizonte, e a meta, o lugar onde
se quer chegar; os critérios revelam mais a respeito da realidade, pois “[...] são
aprendizagens que associam conceitos, procedimentos e valores em proces-
sos específicos da sala de aula” (BRASIL, 1998, p. 112).
Dessa forma,

[...] cada critério pode orientar avaliações das diferentes dimensões dos
conteúdos, mas, ao utilizá-lo como subsídio, deve-se adequá-los para
a situação concreta de sala de aula, considerando-se quais conceitos,
procedimentos e atitudes foram efetivamente discutidos e promovidos.
(BRASIL, 1998, p. 83)

Critérios avaliativos

1. Definição: direcionamento da avaliação.

2. Finalidade: definir aprendizagens básicas para cada grupo.

3. Função pedagógica: articular objetivos, conteúdos e estratégias.

Assim, critérios e objetivos são diferentes, mas se articulam, uma vez que na
perspectiva de uma avaliação formativa, que é contínua e tem como foco cen-
tral a aprendizagem, os critérios são estabelecidos a partir do planejamento,
onde ficam definidos os objetivos pedagógicos a serem alcançados, os con-
teúdos escolares e as estratégias de ensino. Essa seleção são (sic) deve sim-
plesmente ser uma lista de conhecimentos a serem transmitidos. Ela deve
estar relacionada também às habilidades e atitudes que devem ser desen-
volvidas, bem como à contextualização do que deve ser trabalhado. Se pen-
sarmos em uma lista de conteúdos estática, estaremos acreditando em uma
educação em que se valoriza a reprodução do conhecimento, a falta de pen-
samento crítico, a formação de pessoas e profissionais voltada a reproduzir o
que está sendo ensinado e transcrever o que está sendo escrito no quadro e
giz. (SANTOS, 2016, p. 19)

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FIGURA 3 - CRITÉRIOS

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Um exemplo prático da definição de critérios de avaliação pode ser encon-


trado nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências:

Descrever cadeia alimentar de determinado ambiente, a partir de informações


previamente discutidas, identificando os seres vivos que são produtores,
consumidores e decompositores e avaliar como se dá a intervenção do
ser humano nesse ambiente, reconhecendo ou supondo as necessidades
humanas que mobilizam as transformações e prevendo possíveis alterações.
(BRASIL, 1998, p. 83)

Ao analisar o critério explicitado anteriormente, você percebe que ele con-


templa, além do comportamento esperado do aluno, o nível de exigência e as
funções mentais exigidas (descrever, identificar, avaliar, reconhecer, prever).
Para Russell e Airasian (2014, p. 12), “a avaliação é o processo de coletar, sinteti-
zar e interpretar informações que ajudam na tomada de decisões. A avaliação
é uma parte contínua da vida na sala de aula.”

Assim, os critérios de avaliação devem ser construídos


de forma coerente com os objetivos traçados. Além
disso, necessitam ser amplamente divulgados e
assimilados pelos alunos. Dessa forma, constrói-se
o contrato didático que orientará o caminho a ser
percorrido pelo professor e pelos alunos.

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Note que elaborar um instrumento avaliativo demanda muito mais trabalho


do que simplesmente coletar questões referentes aos conteúdos desenvol-
vidos. Há a necessidade fundamental de definir conscientemente “o quê?”
e “para quê?” se trabalha determinado conteúdo, visando orientar o planeja-
mento da ação docente.

Como estabelecer critérios

1. Clareza: é preciso que os critérios estejam claros, explícitos e sejam


do domínio de todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

2. Coerência: é importante que haja coerência entre os objetivos de


aprendizagem, as atividades educativas e os critérios propostos.

3. Objetivos: articulados aos critérios, devem garantir que o processo


educativo deixe seu sentido unidirecional (o do ensino) e se construa
como uma via de duas mãos (com foco na aprendizagem). Os alunos
devem ser informados sobre o que se espera deles ao final de uma
unidade ou um período letivo; por isso, é muito importante explicitar a
forma e os critérios pelos quais eles serão avaliados.

É evidente que não se pode separar a avaliação da perspectiva teórica que


embasa o trabalho do professor: os critérios de avaliação alinham-se com a
visão de mundo, de sociedade; e com as concepções de educação e de apren-
dizagem trazidas pelo professor.

Para saber mais sobre o processo de avaliação, faça a


leitura do artigo Avaliação: conceitos em diferentes
olhares, de Oliveira e Souza. Disponível em: https://
educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/510_223.pdf.

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2.3  AVALIAÇÕES FORMAL E INFORMAL


A avaliação não ocorre somente de maneira formal: avaliar riscos, pesar prós e
contras ou realizar avaliações em frações de segundos são ferramentas para
a tomada de decisões.
Relembre situações nas quais você agiu – ou deixou de agir! – a partir das
avaliações que realizou. Pense: as avaliações também podem estar incorretas.
Isso já ocorreu com você?

FIGURA 4 - ELEMENTOS FORMAIS E INFORMAIS

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Avaliamos todo o tempo, muitas vezes de maneira automática e inconsciente.


Sendo assim, é importante que saibamos diferenciar as avaliações realizadas
de maneira natural e espontânea – tal como a escolha de um trajeto mais efi-
ciente, a roupa mais adequada para determinada situação, entre outros – e as
avaliações feitas de forma formal, estruturada e consciente.

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No sistema escolar, os procedimentos avaliativos


ficam explicitados em várias instâncias: na
elaboração do currículo, no Projeto Político
Pedagógico, nos planos de aulas, nas avaliações
institucionais e em diversas situações. Sejam eles
de maneira formal (como nos casos citados) ou
informal (como nas reuniões com pais e familiares
ou com a equipe pedagógica).

Vamos conhecer alguns dos elementos de cada dimensão:

TABELA 1 - DIMENSÕES DOS PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS

Dimensão formal Dimensão informal

documentos vivências

provas conversas

seminários reuniões

observação estruturada observação não estruturadas

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Além dos elementos arrolados, sabemos que muitos outros existem e podem
contribuir com o olhar sobre os processos de desenvolvimento e aprendiza-
gem dos alunos.

Assista ao vídeo “Caminhos e descaminhos da


avaliação” para observar na prática como ocorre
o processo avaliativo. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=sJeGDLfv4LA.

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2.4  TIPOS DE AVALIAÇÕES


Conheceremos, neste momento, as características dos principais tipos de ava-
liação educacional, seus limites, alcances e nuances teóricas.

Título: Tipos de avaliação

1. Avaliação classificatória: realizadas em formato de provas e


testagens sobre o quanto seus alunos memorizaram e assimilaram
os conteúdos transmitidos. Escalona os resultados, valorizando
apenas o acerto.

2. Avaliação participativa: acontece quando o professor debate com


seus alunos, sobre o momento em que a aprendizagem ocorre, sobre
os instrumentos avaliativos utilizados, gerando comprometimento e
participação de todos.

3. Avaliação formativa: manifesta-se de maneira progressiva,


perpassando toda a ação educativa, afim de trazer flexibilidade para
as ações, uma vez que permite formular intervenções baseadas nas
informações obtidas nas atividades que ocorrem em sala de aula.

4. Avaliação diagnóstica: intenciona detectar em que ponto do


percurso da aprendizagem se encontram os alunos, para assim, traçar
as rotas e metas a serem alcançadas.

5. Avaliação somativa: ocorre ao final do processo de aprendizagem,


com intenção de mensurar aquilo que os alunos aprenderam do
conteúdo trabalhado.

A avaliação, embora tenha como um de seus objetivos verificar a aprendiza-


gem dos alunos, não pode ser reduzida a um simples exame: ela possui dife-
rentes funções, entre as quais se destacam as funções diagnóstica, formativa
e somativa. Essa classificação foi primeiramente definida na década de 1980
por teóricos liderados por Benjamin Bloom.

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FIGURA 5 - AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Ao empregar um leque de avaliações, você conseguirá aproximar a teoria de


uma prática que irá, de fato, promover a excelência no ensino.

Para conhecer mais sobre a Taxonomia de Bloom,


leia o artigo Taxonomia de Bloom: revisão teórica
e apresentação das adequações do instrumento
para definição de objetivos instrucionais. Você
terá uma visão revista e atualizada das propostas
de Bloom a partir de pensadores contemporâneos.

2.5  PRINCIPAIS FUNÇÕES AVALIATIVAS


Os critérios que verificam o rendimento da escola estão presentes na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996): “[...] a avaliação
contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspec-
tos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais [...]”, além de prever a “[...] possibilidade de
avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado [...]” e a
“[...] obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao

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período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplina-


dos pelas instituições de ensino em seus regimentos” (BRASIL, 1996).

FIGURA 6 - AVALIAÇÃO

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Historicamente, observa-se a recorrência da prática de examinar a aprendi-


zagem, em vez de avaliá-la, conforme afirma Luckesi (2011). Embora guardem
alguma similaridade, as duas práticas diferem tanto em conceito como em
resultado.

Título: Tipologia da avaliação

Quanto à regularidade: contínua ou pontual.


Quanto ao avaliador: interna ou externa.
Quanto à formalidade: implícita ou explícita.
Quanto aos objetivos: emancipatória ou alienante.
Quanto à apresentação: formal ou informal.
Quanto à metodologia: quantitativa ou qualitativa.
Quanto ao momento: processual ou final.

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O exame e a prova retratam o momento vivido pelo aluno, fazendo uma des-
crição do seu desempenho. Para Luckesi (2011, p. 182), a avaliação é um ato
que “[...] está centrado no presente e voltado para o futuro [...]”, à medida que
tem a finalidade de investigar a qualidade do desempenho para a melhoria
dos resultados da aprendizagem.
Hoffmann (1994) afirma que, ao superar a visão da avaliação como instru-
mento de mensuração, pode-se caminhar para uma avaliação como investi-
gação. Assim, a avaliação:

[...] deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como hoje é


concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das
dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de
conhecimento. (HOFFMANN, 1994, p. 21)

Nesse sentido, compreende-se que a avaliação é diagnóstica e construtiva.

Assista ao filme O triunfo, e reflita: Qual a relação


da atitude do professor com o conceito de
avaliação? Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=LBVf1valn5s.

2.6  INSTRUMENTOS E MÉTODOS


Agora que estudamos as principais modalidades avaliativas, você deve ter
percebido o quanto é importante articular tais ações às concepções pedagó-
gicas, tornando a ação de avaliar significativa e articulada.
A partir de agora, conheceremos os principais instrumentos de avaliação as
características que os compõe, em que momentos devem ser utilizados e
quais são as associações possíveis.

Prova

A prova é o instrumento avaliativo mais conhecido, utilizado, discutido e cri-


ticado. De acordo com Libâneo (1994) e Russell e Airasian (2014), as provas
podem ter formatos e propostas diferentes, como segue:

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QUADRO 1 - TIPOS DE PROVAS

Tem alguns formatos possíveis, sendo o mais comum


a escrita pautada em um tema gerador, dado pelo
docente. Pode ainda possuir questões a serem
Escrita dissertativa
respondidas em formato textual, ou ainda a que
visa avaliar a capacidade do aluno de elaboração e
aplicabilidade de um conceito.

Possui questões que apresentam apenas uma


Escrita de questões objetivas
resposta correta.

Questão em que o aluno deverá apontar se a


Certo/errado
proposição está ou não correta.

Essas questões são elaboradas a partir de duas


colunas. Na primeira coluna são apresentados
Questões de os conceitos e frases, acompanhados de uma
correspondência numeração. Na segunda, estão presentes as respostas
para que o aluno faça a correspondência, numerando
de acordo com a primeira coluna.

Questões de múltipla O aluno parte de uma pergunta para assinalar apenas


escolha uma das respostas apresentadas

Questões de interpretação São elaboradas a partir de um texto


de texto

Os dados apresentados na questão são colocados fora


Questões de ordenação
de ordem para que os alunos ordenem.
Fonte: Adaptado de Libâneo (1994) e Russell e Airasian (2014).

Observação e registro

Observação e registro é uma técnica sistemática que pode ser utilizada como
apoio, através da qual o professor pode registrar, contextualmente, os proces-
sos de aprendizagem dos alunos, especificidades dos seus comportamentos
e interações estabelecidas com outros alunos e com o professor.

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FIGURA 7 - REGISTROS VARIADOS

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

Por meio desse instrumento, o professor registra e acompanha o progresso individual, conse-
guindo traçar o perfil de cada aluno, além de assistir sua evolução em aspectos específicos,
numa visão tanto integral quanto particular da turma. As observações podem ser apontadas
de diferentes formas, tais como: o escrito, comumente utilizado, em que impressões e ideias
podem formar um material precioso de acompanhamento e planejamento; áudio; vídeo;
e imagem (RUSSELL; AIRASIAN, 2014).

Entrevistas

Entrevistas são procedimentos avaliativos distintos das provas orais, sendo


uma técnica simples, estruturada em maior ou menor grau, conforme o obje-
tivo do professor.

[...] é uma técnica simples e direta de conhecer e ajudar o aluno no


desempenho escolar. Tem como objetivo ampliar os dados que o professor
já tem, tratar de um problema específico detectado nas observações,
esclarecer dúvidas quanto a determinadas atitudes e hábitos do mesmo.
(LIBÂNEO, 1994, p. 215-216)

A intenção desse instrumento é apoiar o aluno.

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Diários

1. Definição: são instrumentos avaliativos construídos pelo professor.

2. Aplicação: geralmente usados na educação infantil, em que


são descritas situações, ações, experiências do grupo e dos alunos
individualmente, em relação à aprendizagem e ao relacionamento
social.

3. Formato: parecido com o instrumento descrito como “observação e


registro”, diferencia-se deste, pois faz-se sistematicamente com uma
intenção de continuidade e composição de um registro de médio e
longo prazo.

Portfólio

O portfólio tem sido amplamente utilizado no contexto educacional, como


registro do processo de aprendizagem de um aluno, turma, grupo, ou em
trabalhos pontuais e específicos, como uma viagem, uma experiência com
várias etapas, entre outros. A intenção com este instrumento é formar uma
coleção de itens e registros que revelem diferentes faces do desenvolvimento
e crescimento.

FIGURA 8 - INSTRUMENTO PARA REGISTROS VARIADOS

Fonte: Plataforma Deduca (2019).

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Utilizado para registrar atividades, emoções, impressões, questões, entre


outros aspectos do desenvolvimento do aluno, tanto no dia a dia quanto em
situações pedagógicas especificas, é um dos instrumentos avaliativos mais
fundamentado e completo.
Para Russell e Airasian (2014), é importante sublinhar que o portfólio não
substitui outros momentos e situações avaliativas, sendo um instrumento
complementar que não exclui momentos reflexivos e avaliações pontuais.
Apresentaremos sugestões de uso deste instrumento, para que você, aluno e
futuro professor, tenha repertório amplo neste sentido.

Tipos de portfólio (SHORES; GRACE, 2011, p. 86)

1. Portfólio particular: apresenta registros escritos particulares a


respeito do aluno. Devem ser guardados em um armário ou gaveta
segura para proteger sua privacidade e a sua família

2. Portfólio de aprendizagem: utilizado com mais frequência, contém


anotações, rascunhos e esboços preliminares dos trabalhos em
andamento, recentes ou já terminados.

3. Portfólio demonstrativo: composto de amostras demonstrativas de


trabalho, tais como fotos, desenhos, relatos, entre outros, que apontam
avanços importantes ou problemas persistentes no processo de
ensino/aprendizagem do aluno.

A construção do portfólio como instrumento avaliativo deve ser contínuo e


não somente no término do trabalho. Dinâmico e flexível, constitui-se em um
precioso instrumento de reflexão sobre as práticas, para auxiliar no planeja-
mento e replanejamento no processo de ensino/aprendizagem.

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Conheça como a avaliação pode enriquecer a prática
escolar quando acompanha o uso do portfólio
como abordagem para diagnosticar, formar e
somar no processo de ensino/aprendizagem.
Assista ao vídeo Didática Geral: avaliação, que
mostra um caso pioneiro sobre o uso de portfólios
como método de avaliação. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=beuoldA1eps.

CONCLUSÃO

Terminamos assim nossa unidade, um caminho importante de aprendiza-


gem rumo à formação docente. Nesse percurso, aprendemos sobre a avalia-
ção em contexto educacional, conhecemos os diversos elementos constituin-
tes dos processos de avaliação do ensino e da aprendizagem. Além de seus
movimentos, alcances, usos e limitações, instrumentalizando você, futuro
professor, a ter práticas críticas, reflexivas e transformadoras. Para que a edu-
cação possa ser vista como um caminho de construção de uma sociedade
mais justa, equânime, de valorização da diversidade e formação de cidadania.

ANOTAÇÕES

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