Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Analise Fisico Quimica de Alimentos 01 PDF
Analise Fisico Quimica de Alimentos 01 PDF
Portal Educação
CURSO DE
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE
ALIMENTOS
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE
ALIMENTOS
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
2
SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 ESTRUTURA QUÍMICA DOS ALIMENTOS
2.1 ÁGUA
2.2 CARBOIDRATOS
2.3 PROTEÍNAS
2.4 LIPÍDIOS
2.5 VITAMINAS
2.6 PIGMENTOS
MÓDULO II
AN02FREV001/REV 4.0
3
MÓDULO III
MÓDULO IV
AN02FREV001/REV 4.0
4
6.4.2 Determinação da adição de água por crioscopia
6.4.3 Determinação da acidez
6.4.4 Determinação do extrato seco total
6.4.5 Determinação do extrato seco desengordurado
6.4.6 Determinação de gordura
6.4.7 Determinação de fosfatase e peroxidase
6.4.8 Prova do alizarol
6.5 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ÓLEOS E GORDURAS
6.5.1 Determinação da acidez
6.5.2 Determinação do índice de peróxido
6.5.3 Determinação do índice de refração
6.5.4 Determinação do índice de saponificação
6.5.5 Determinação de matéria insaponificável
6.6 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE AÇÚCARES
6.6.1 Determinação da umidade
6.6.2 Determinação de açúcares redutores em mel
6.6.3 Determinação de sólidos insolúveis em água – Mel
6.7 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE VITAMINAS
6.7.1 Determinação de vitamina A
6.7.2 Determinação de vitamina C
6.7.3 Determinação de vitamina E (tocoferóis totais)
6.7.4 Determinação de niacina e nicotinamida
6.8 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE PIGMENTOS NATURAIS
6.8.1 Identificação de antocianinas
6.8.2 Identificação de carmim de cochonilha
6.8.3 Identificação de urucum
6.8.4 Identificação de betacaroteno
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
AN02FREV001/REV 4.0
5
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
AN02FREV001/REV 4.0
6
mencionadas algumas técnicas de purificação da água, que é uma importante
substância em um laboratório, devido às múltiplas utilidades que ela possui. Em
seguida veremos as técnicas básicas realizadas no laboratório, por exemplo, a
maneira adequada de realizar uma pesagem, de preparar uma solução, de utilizar
uma vidraria volumétrica e como manusear alguns equipamentos.
O módulo III irá falar sobre Qualidade, este assunto é muito importante.
Qualquer laboratório que queira se destacar no mercado tem que ter implantado no
seu dia a dia procedimentos que garantam e controlem a Qualidade. Há normas e
técnicas a serem seguidas para que o trabalho realizado seja considerado dentro
dos padrões de Qualidade. Nesse módulo também será explicado como utilizar as
unidades de medida, como expressar um resultado, o que é e como fazer uma curva
padrão e uma carta de controle.
Bom, no último módulo, o módulo IV, finalmente terá as análises físico-
químicas. Mas, como em toda análise físico-química é necessário preparar uma
solução serão explicadas as várias formas de calcular a concentração de uma
solução. Depois, você verá algumas análises que são realizadas em água, carne,
leite, óleos e gordura e açúcares. Também estudaremos análises de vitaminas e
pigmentos. No módulo IV, na parte das análises, está descrita uma explicação do
porque é realizada e como é realizada a análise. O procedimento de cada análise foi
colocado no anexo para você poder ver quais materiais, reagentes, equipamentos
são utilizados, assim como, de que maneira a análise é realizada. Todas as análises
foram selecionadas do livro intitulado “Métodos físico-químicos para análise de
alimentos” do Instituto Adolfo Lutz escrito por Odair Zeneban, Neus Sadocco
Pascuet e Paulo Tiglea.
Com certeza, após terminar o curso você estará apto a realizar qualquer
análise físico-química. Pois, foram vistos os conhecimentos básicos para atuar em
um laboratório físico-químico. Independente da análise ou do equipamento que será
utilizado, o que realmente importa é saber como manusear uma vidraria, como
realizar um cálculo, como proceder no preparo de uma solução, como analisar um
resultado, pois são procedimentos que sempre serão exigidos em qualquer situação.
E agora é hora de começar o curso, mãos à obra!
AN02FREV001/REV 4.0
7
2 ESTRUTURA QUÍMICA DOS ALIMENTOS
AN02FREV001/REV 4.0
8
2.1 ÁGUA
Como a molécula de água é pequena, pois possui apenas três átomos, ela
tem um volume reduzido o que permite sua penetração nas estruturas cristalinas e
entre as moléculas de grandes dimensões. Por isso, a água é facilmente encontrada
por todo o alimento, pois ela consegue permear entre os vários compostos
presentes nos alimentos.
Outra propriedade importante da água é o fato dela possuir alto momento
dipolar. O momento dipolar indica o grau de separação das cargas positivas e
negativas que os átomos presentes na molécula podem ter. A molécula da água
possui o oxigênio que tem carga negativa e também tem o átomo de hidrogênio que
tem carga positiva. A diferença entre estas cargas é suficiente para formar dois
dipolos um negativo, no átomo de oxigênio, e outro positivo nos átomos de
hidrogênio, por isso, a molécula da água é considerada polar. Essa propriedade
também explica a tendência da molécula da água orientar-se em um campo elétrico.
AN02FREV001/REV 4.0
9
No primeiro quadro da Figura 2 está representado o momento dipolar da
água. No segundo quadro, se colocar próximo a um filete de água um corpo
carregado eletricamente, por exemplo, uma bexiga que foi esfregada sobre um
tecido, poderá ser observado um desvio do filete de água, o que comprova a
tendência da molécula da água orientar-se em um campo elétrico. O terceiro quadro
mostra a orientação das moléculas de água diante de um campo elétrico.
AN02FREV001/REV 4.0
10
FIGURA 3 – (a) FORMAÇÃO DE PONTES DE HIDROGÊNIO ENTRE MOLÉCULAS
DE ÁGUA; (b) ESTRUTURA MOLECULAR DO GELO
a b
FONTE: Disponível
em:<http://hermes.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_27.htm> e
<http://www.simbiotica.org/composicaoquimicacelula.htm>. Acesso em: 18 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
11
2.2 CARBOIDRATOS
AN02FREV001/REV 4.0
12
Tanto a glicose como a frutose são consideradas açúcares redutores. Esta
característica é decorrente do fato destes açúcares, na presença de íons cúpricos
(Cu2+) ou férricos (Fe3+), sofrerem uma reação de oxirredução. Isto é, tanto a
glicose como a frutose são oxidadas em razão da presença destes íons.
Os oligossacarídeos possuem em sua estrutura algumas moléculas de
monossacarídeos ligadas entre si, por isso, possuem o prefixo oligo, que significa
pouco. Esta ligação entre as moléculas de monossacarídeos é chamada de ligação
glicosídica. Como exemplos podemos citar a sacarose e a lactose, que são
consideradas dissacarídeo, porque possuem apenas duas unidades de
monossacarídeo. A sacarose possui uma molécula de glicose ligada a uma molécula
de frutose e a lactose possui uma molécula de glicose ligada a uma molécula de
galactose (Figura 5). A sacarose pode ser facilmente encontrada na cana-de-açúcar
e a lactose no leite.
AN02FREV001/REV 4.0
13
Os polissacarídeos contêm mais de 20 unidades de monossacarídeos
ligadas entre si por ligação glicosídica, por isso, possuem o prefixo poli, que significa
muitos, vários. Como exemplos podemos citar o amido, o glicogênio e a celulose.
O amido é considerado fonte de armazenamento energético nas células
vegetais. Ele é um polissacarídeo que possui na sua estrutura apenas moléculas de
glicose. Quando a molécula de amido possui moléculas de glicose unidas somente
por ligações (1→ 4) ela é chamada de amilose e possui cadeia linear. Quando a
molécula de amido possui moléculas de glicose unidas por ligações (1→ 4) e
também ligações (1→ 6) ela é chamada de amilopectina e a cadeia apresentará
ramificação nos locais que tiver a ligação (1→ 6) (Figura 6).
AN02FREV001/REV 4.0
14
FIGURA 7 - MOLÉCULA DO GLICOGÊNIO
2.3 PROTEÍNAS
Proteína é uma palavra derivada do grego proteídeo que significa “que tem
prioridade, o mais importante”. Elas têm diferentes funções no organismo, podem
AN02FREV001/REV 4.0
15
atuar como agentes de defesa, por exemplo, os anticorpos e veneno de serpentes;
podem ter função estrutural, por exemplo, a queratina e o colágeno; podem atuar
como agentes de reserva, por exemplo, a ovoalbumina e a caseína; podem atuar
como transportadoras, por exemplo, a hemoglobina que é responsável pelo
transporte do oxigênio para os órgãos e tecidos; ou podem ser responsáveis pela
contração, por exemplo, a actina e a miosina que estão presentes nos músculos.
As proteínas são moléculas formadas a partir da ligação de vários
aminoácidos e esta ligação é chamada de ligação peptídica (Figura 9). Para formar
uma ligação peptídica é necessário que a hidroxila (OH), de um grupo carboxila
(COOH), de um dos aminoácidos, seja liberada; e um hidrogênio, de um grupo
amina (NH2), de outro aminoácido, também seja liberado da molécula permitindo a
ligação entre os aminoácidos e formando uma molécula de água. Cada proteína
formada tem uma função específica e, o que determina essa especificidade, é a
sequência de aminoácidos presente na molécula.
AN02FREV001/REV 4.0
16
isso, é necessário obter por meio de uma alimentação rica em proteína. Os
aminoácidos essenciais são: histidina, isoleucina, lisina, metionina, fenilalanina,
treonina, triptofano, valina e leucina.
As principais fontes de proteínas são as carnes, os ovos, o leite e seus
derivados e as leguminosas, como feijão, soja e lentilha. Porém, cada alimento
possui somente alguns tipos de aminoácidos, por isso, é necessário que a
alimentação seja variada no conteúdo proteico.
As proteínas possuem estruturas chamadas de primária, secundária,
terciária e quaternária (Figura 10 e 11). A estrutura primária representa a sequência
dos aminoácidos na cadeia polipeptídica. A estrutura secundária refere-se à
configuração espacial da molécula. A mais comum em proteínas animais é chamada
de -hélice e possui uma forma helicoidal. Este formato é consequência da
existência de pontes de hidrogênio entre os átomos de oxigênio e hidrogênio
presentes nos aminoácidos que fazem parte da proteína.
Estrutura Estrutura
primária secundária
FONTE: Disponível em: <http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/
const_microorg/proteinas.htm>. Acesso em: 18 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
17
A estrutura terciária é a forma tridimensional da proteína que passa a ter um
maior grau de enrolamento em razão da presença de pontes de dissulfeto que irá
estabilizar este enrolamento. Estas pontes são formadas quando os aminoácidos
presentes na molécula possuem grupos sulfidrila (-SH). A estrutura quaternária
ocorre quando as moléculas de proteína se associam para formar um arranjo
específico resultando na formação de um novo composto.
AN02FREV001/REV 4.0
18
FIGURA 12 - DESNATURAÇÃO DE UMA PROTEÍNA
2.4 LIPÍDIOS
AN02FREV001/REV 4.0
19
O tamanho da cadeia carbônica varia de acordo com a origem do lipídio.
Quando é de origem animal possuem cadeia longa com mais de 12 carbonos;
aqueles presentes em óleo de coco e de palmeira possuem entre 8 a 12 carbonos e
os presentes no leite possuem entre 4 a 8 carbonos.
Quando um lipídio apresenta apenas ligações simples na cadeia carbônica,
ou seja, entre os átomos de carbono que fazem parte da cadeia carbônica, ele é
considerado saturado. Se o lipídio tiver uma ligação dupla é considerado
monoinsaturado e se tiver duas ou mais ligações duplas são considerados
poliinsaturados (Figura 14). Em geral os lipídios de origem animal são saturados e
de origem vegetal são insaturados. Os lipídios insaturados são facilmente
convertidos em saturados por meio de um processo chamado de hidrogenação.
AN02FREV001/REV 4.0
20
Os óleos e gorduras também podem ser chamados de triacilglicerídeo
(Figura 15), porque em sua estrutura tem a molécula do glicerol ligado a três
moléculas de ácido graxo.
AN02FREV001/REV 4.0
21
Os lipídios são compostos sujeitos às reações de oxidação. A oxidação
lipídica envolve uma série de reações químicas que ocorrem em razão da presença
de oxigênio atmosférico que irá reagir com os ácidos graxos insaturados dos lipídios.
A oxidação provoca uma série de alterações indesejáveis no alimento como
mudança de cor, sabor, aroma e textura, ela é a responsável pela rancidez nos
alimentos. Alguns fatores favorecem a reação de oxidação, por exemplo, o calor, a
luz e a presença de metais. Para impedir que ocorra a oxidação do alimento pode
ser usado embalagens com atmosfera modificada ou que sejam protegidas da luz; a
presença de antioxidantes também ajuda a retardar o processo de oxidação.
2.5 VITAMINAS
Sempre que falamos em vitaminas logo associamos com saúde, pois elas
são importantes para fortalecer o nosso organismo contra algumas doenças. Porém
o nosso organismo não é capaz de produzir as vitaminas, por isso, é preciso ter uma
alimentação utilizando alimentos ricos em vitaminas, como por exemplo, frutas,
verduras e legumes. As vitaminas são usualmente classificadas em dois grupos:
hidrossolúveis (solúveis em água) ou lipossolúveis (solúveis em gorduras).
As vitaminas hidrossolúveis não são normalmente armazenadas no
organismo, sendo excretadas na urina, por isso, é necessário um suprimento diário
destas vitaminas por meio da alimentação. Elas são muito sensíveis à temperatura,
portanto, longos cozimentos devem ser evitados, pois podem acarretar perda da
função biológica da vitamina. Como elas são solúveis em água, se o cozimento for
ao vapor, irá evitar que a vitamina fique na água do cozimento. As vitaminas
hidrossolúveis são: do complexo B e a vitamina C também chamada de ácido
ascórbico. As vitaminas do complexo B são: vitamina B1 ou tiamina; vitamina B2 ou
riboflavina; vitamina B3 ou niacina; vitamina B4 ou adenina; vitamina B5 ou ácido
pantotênico; vitamina B6 ou piridoxina; vitamina B7 ou B8 ou H ou biotina; vitamina
B9 ou ácido fólico e vitamina B12 ou cobalamina.
As vitaminas lipossolúveis são as vitaminas A, vitamina D, vitamina E e
vitamina K. Para essas vitaminas serem absorvidas pelo organismo é preciso a
AN02FREV001/REV 4.0
22
presença de lipídios, bile e suco pancreático. Após a absorção no intestino, elas são
transportadas até os tecidos onde serão armazenadas. As vitaminas A e D são
armazenadas principalmente no fígado e a vitamina E nos tecidos adiposos e em
menor quantidade nos órgãos reprodutores. Elas não são facilmente excretadas na
urina e o consumo excessivo de vitamina A e D podem ser tóxicos.
2.6 PIGMENTOS
AN02FREV001/REV 4.0
23
As betalaínas são pigmentos presentes, principalmente, na beterraba e na
flor da primavera. Elas estão divididas em dois grupos: betacianinas que possuem
em sua estrutura química uma glicose ou ácido glucurônico; e betaxantina que
possuem grupos OH ou NH2 em sua estrutura química (Figura 17).
a b
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422008000500051&script=
sci_arttext> e <http://www.infoescola.com/farmacologia/quercetina/>. Acesso em: 19 ago. 2012.
AN02FREV001/REV 4.0
24
Os carotenoides formam um dos grupos mais difundidos na natureza, são
responsáveis pela cor amarela, laranja e vermelha e estão presentes nas frutas,
vegetais, folhas, algumas flores e em alguns animais. Sua estrutura química é
altamente insaturada e possui átomos de hidrogênio e carbono. Quando também
apresentar átomos de oxigênio são chamados de xantofilas. Entre os carotenoides
temos o -caroteno, encontrado na cenoura; o licopeno, encontrado no tomate; e o
urucum, que possui dois tipos de pigmentos a bixina e a norbixina (Figura 19).
AN02FREV001/REV 4.0
25
Os pigmentos são importantes não somente para dar cor aos alimentos
deixando-os mais atrativos, mas também vários têm função antioxidante, pois,
eliminam os radicais livres. Estudos indicam que a alta ingestão de frutas está
associada com baixa incidência de doenças degenerativas. Acredita-se que este
efeito esteja associado não somente à presença de antioxidantes como as vitaminas
A, C e E, mas também com a presença de carotenoides e flavonoides.
FIM DO MÓDULO I
AN02FREV001/REV 4.0
26