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(Modelo) Habeas Corpus - Impetrado Contra Sentença de 1º Grau - Lei de Drogas
(Modelo) Habeas Corpus - Impetrado Contra Sentença de 1º Grau - Lei de Drogas
URGENTE
PACIENTE PRESO
ADVOGADO (A), nacionalidade, estado civil, inscrito (a) na OAB/SP nº, com endereço
profissional na Rua, nº, Bairro, na cidade de, vem respeitosamente perante a Vossa
Excelência, com fundamentos nos artigos 647, 648, II, do Código do Processo Penal e artigo
5º, LXVIII da Constituição Federativa da Republica Brasileira, impetrar:
em favor de, nacionalidade, estado civil, profissão, possuidor da cédula de identidade nº,
residente e domiciliado na Rua - nº, na cidade de, que atualmente se encontra detido no
XXX, por prisão cautelar decretada pelo
EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA _ VARA CRIMINAL
DA COMARDA DE, o qual decretou a manutenção prisão cautelar do PACIENTE sem a
devida fundamentação, pelas razões que passo a expor:
1 – DOS FATOS:
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o PACIENTE, autos nº, pela suposta prática
do crime previsto no artigo 33, da Lei 11.343/06.
Salienta-se que, o PACIENTE foi preso em flagrante na data de de Agosto de 201, numa
operação de rotina policial realizada na Rua, sob a alegação de manter sob sua guarda
entorpecentes, como consta nos autos.
Ora, o PACIENTE é individuo de bons antecedentes, réu primário, possui residência fixa e
emprego.
2 – DO DIREITO.
A Lei 11.343/2006, que regulamenta a conduta pela qual o PACIENTE é acusado – em seu
art. 33 - instituiu, além de normas de Direto Penal, normas de Direito Processual Penal
quando em seu art. 44 previu a impossibilidade de conceder liberdade provisória àquele
que estiver respondendo pelo crime cuja conduta tenha previsão no art. 33 da mesma Lei
11.343/06.
Ressaltando que, se isto de fato se concretizar, o PACIENTE sofrerá violação de seu direito
conforme disposição do devido processo legal. Ademais, para a manutenção do PACIENTE
em regime mais gravoso faz-se necessário o cumprimento de requisitos.
Ademais, verifica-se nos autos que o PACIENTE não ostenta maus antecedentes e não é
reincidente. Desse modo, é de rigor a concessão da LIBERDADE do PACIENTE.
Nota-se que, se a manutenção da prisão cautelar do PACIENTE for mantida, terá cumprido
então integralmente sua pena em regime mais gravoso. No caso em tela, o PACIENTE já
cumpriu 2/6 (dois sextos) de sua pena em regime fechado, ou seja, somente em se tratando
desse requisito já ensejaria a concessão de regime mais brando, ou seja, de liberdade
provisória.
Desse modo, prevê o artigo 312 e 387, parágrafo único, ambos do Código do Processo
Penal, assim vejamos:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da
lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
“E acertou ainda mais (o que era de esperar, é claro), pois reestruturou o art. 387 do CPP e,
dentre outras coisas, a ele fez acrescer um parágrafo único, resultando disso que o juiz, ao
proferir sentença condenatória, deverá decidir, “fundamentadamente, sobre a manutenção
ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo
do conhecimento da apelação que vier a ser interposta. Destas alterações resultou que a
partir da vigência da Lei n. 11.719/2008, por ocasião da sentença necessariamente deverá o
juiz se pronunciar, de forma fundamentada, sobre a manutenção, ou não, do réu na prisão.
Mas não é só.
A rigor não.
O objetivo da prisão, neste caso, não é estabelecer entrave a eventual recurso, tampouco
impor forçosamente a execução provisória da pena aplicada.
Na verdade, por ocasião da sentença condenatória o juiz somente irá manter preso quem
assim já se encontrar se persistirem os requisitos para a prisão preventiva, e, de igual
maneira, só poderá decretar a prisão preventiva de quem responde ao processo em
liberdade se estiverem presentes todos aqueles requisitos longamente analisados no
capítulo em que tratamos da prisão preventiva”. (Renato Marcão – Prisões Cautelares
Liberdade Provisória e Medidas Cautelares Restritivas, 2ª ed. Paginas 176/177).
No tocante do fumus boni iuris, salienta-se que, a decisão de fls., que decretou a
permanência em do PACIENTE em regime fechado não encontrou amparou em tal
princípio, uma vez que, para a existência de tal princípio, é necessário fortes indícios de
autoria, que no caso em tela inexistiu a vontade do PACIENTE em cometer a infração penal,
ou seja, em suas declarações o PACIENTE apenas afirmou ser usuário de entorpecentes.
De modo que, uma vez comprovado os requisitos para a concessão do pleito liminar é de
rigor a sua aplicação, para que seja o PACIENTE posto em liberdade.
4 – DO PEDIDO.
Ante o exposto, requer que seja concedida a ordem de HABEAS CORPUS, a fim de cessar o
constrangimento ilegal suportado pelo PACIENTE, nos termos do artigo 647 e 648, I, ambos
do Código do Processo Penal, expedindo-se alvará de soltura, para que o PACIENTE possa
responder o processo em liberdade, pois os requisitos para concessão de tal medida estão
encontram-se expostos.
Nestes termos,
Pede deferimento
Comarca, data.
Advogado
OAB nº