Você está na página 1de 26

Conteúdo:

Organização:

AVALIAÇÃO
CINÉTICO FUNCIONAL
DA COLUNA VERTEBRAL

Renato Ramos Coelho


INTRODUÇÃO
A coluna vertebral (Figura 1b) é formada por 33 vértebras, dispostas em cinco
segmentos: Coluna cervical, formada por sete vértebras; Coluna torácica formada
por 12 vértebras; Coluna lombar, formada por cinco vértebras; Sacro, formada por
cinco vértebras fundidas em uma peça única; Cóccix, formado por quatro vértebras
fundidas em uma peça única. A vértebra típica (Figura 1a) possui um corpo, dois
pedículos, duas lâminas, dois processos transversos, quatro facetas articulares
(duas superiores e duas inferiores) e um processo espinhoso (PE). Esta anatomia é
comum a todas as vértebras de C3 até a quinta e última vértebra lombar, L5
(DÂNGELO; FATTINI, 2007).

Conteúdo: Organização: Apoio:


INTRODUÇÃO
Além desta divisão, ressalta-se a importância das curvaturas vertebrais,
responsáveis por distribuir o peso do corpo, por manter o centro de gravidade ao
nível da segunda vértebra sacral (S2) quando o Ser humano se encontra na posição
anatômica e por definir a mobilidade da coluna vertebral de acordo com o
segmento. Estas curvaturas são divididas em primárias e secundárias, de acordo
com o período que surgem ao longo do desenvolvimento corporal. Assim, as
primárias correspondem à cifose, primeira curvatura a ser formada, ainda na vida
intrauterina. No adulto, permanecem as cifoses torácica e sacral, que apresentam
menor amplitude de movimento (ADM). As curvaturas secundárias, formadas ao
longo do processo de crescimento, correspondem à lordose cervical e lombar, que
apresentam a maior possibilidade motora ao longo da coluna vertebral (NORKIN;
LEVANGIE, 2001).

A mobilidade da coluna vertebral varia de acordo com o segmento, sendo maior na


cervical e lombar, restrito no tórax e ausente no sacro e cóccix. As articulações
zigoapofisárias conectam as vértebras de C2 até a primeira vértebra sacral (S1) e
permitem movimentos nos três eixos. Entre as vértebras que possuem esta
articulação, encontra-se o disco intervertebral (em preto na Figura 1b), responsável,
principalmente, por amortecer o estresse axial sobre a coluna e aumentar sua ADM
(NERURKAR et al, 2010).

Conteúdo: Organização: Apoio:


Coluna Cervical

A coluna cervical possui duas vértebras cervical, as demais vértebras cervicais,


atípicas e cinco típicas. As atípicas por sua vez, são as principais
correspondem a C1 e C2, também responsáveis pelos movimentos de
chamadas de atlas e axis, flexão/extensão e flexão lateral. Além
respectivamente, e possuem esta destes, a cervical também realiza
caracterização por seu formato singular protrusão e retração. O primeiro
em relação às demais vértebras corresponde a flexão da cervical baixa
(DÂNGELO; FATTINI, 2007), conforme (da sétima a quarta vértebra cervical –
se observa na Figura 2. Entre elas, não C7 a C4) e extensão da cervical alta
há disco intervertebral e há uma (da terceira a primeira vértebra cervical
articulação sinovial entre o dente do – C3 a C1), e o segundo equivale a
áxis e a face anterior do arco do atlas, o extensão da cervical baixa e flexão da
que as torna as principais responsáveis alta (PRUSHANSKY; DVIR, 2008).
pelos movimentos de rotação da coluna

Figura 10: a) Atlas (visão superior); b) Axis (visão frontal)

Conteúdo: Organização:
Coluna Cervical

O tórax (Figura 3) é limitado coluna torácica possui uma mobilidade


posteriormente pela coluna torácica restrita para os movimentos de flexão/
(formada por 12 vértebras), extensão, rotação e flexão lateral.
lateralmente pelas costelas (sete pares Desta forma, o principal movimento
de costelas verdadeiras, três pares de nesta região é o de pequena ADM
costelas falsas e dois pares de costelas realizado pelas costelas, fundamentais
flutuantes) e anteriormente pelo para a mecânica respiratória
esterno. Devido a esta conformação, a (GRAEBER; NAZIM, 2007).

Figura 3: Tórax (adaptado de GRAEBER; NAZIM, 2007)

Conteúdo: Organização:
Coluna Lombar

A coluna lombar possui cinco vértebras e realiza os movimentos de flexão/extensão,


rotação e flexão lateral. O sacro e o cóccix, por serem peças fundidas, não possuem
uma ADM considerável (XIA et al, 2010). Devido a este arranjo anatômico e
biomecânico, as cargas mais lesivas sobre os discos intervertebrais lombares
envolvem o excesso de flexão, rotação e absorção de vibrações (McKENZIE, 1997)

Conteúdo: Organização:
Fáscia Toracolombar

A fáscia toracolombar auxilia na envolve transverso abdominal e


estabilização da coluna vertebral, oblíquos aumentando a pressão intra-
manutenção da postura, distribuição de abdominal e a rigidez da coluna lombar,
cargas dinâmicas e estáticas e no causando maior força no fechamento
processo de respiração (BARWICK et da sacroilíaca e estabilizando a pelve.
al, 2012). Ela é formada por tecido Por outro lado, durante a flexão, o
conectivo (fibras colágeno com aumento da tensão desta fáscia diminui
direcionamento irregular) e sua dimensão lateral, aumentando o
aponeuroses (com direcionamento momento extensor da coluna lombar
regular do colágeno), que, no conjunto (WILLARD et al, 2012).
de suas camadas, separam os
músculos paravertebrais dos músculos No entanto, esta atuação fica falha
da parede abdominal posterior – quando há falta fraqueza de multífidos,
quadrado lombar e iliopsoas tido como o principal estabilizadores
(DÂNGELO; FATTINI, 2007). das articulações zigoapofisárias
lombares (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
Sua atuação dinâmica transfere forças
da coluna, pelve e membros inferiores
(MMII), permitindo a estabilização da
coluna lombar, da articulação
sacroilíaca e da pelve, em especial
durante a rotação de tronco. Este
mecanismo complexo envolve o glúteo
máximo e o longuíssimo do dorso, que
conduzem forças contralaterais através
da camada posterior da fáscia
toracolombar durante rotações. Esta
transferência de força, na sequência,

Conteúdo: Organização:
Acometimentos da Coluna Vertebral

Os acometimentos envolvendo a coluna vertebral são muito comuns. Espera-se que


mais de 60% da população economicamente ativa experimente um episódio de
lombalgia ao menos uma vez na vida. Normalmente tais episódios apresentam
melhora espontânea em período inferior a 8 semanas. No entanto, não havendo o
tratamento adequado, a recidiva atinge a maioria dos acometidos e, com o tempo e
a falta de tratamento, os episódios ficam cada vez mais próximos, dando a ideia de
que a dor não cessa (McKENZIE, 1997).

Conteúdo: Organização:
Radiculopatia

A radiculopatia, que é a dor que irradia na distribuição de uma dada raiz nervosa,
seguindo seu dermátomo (Quadro 1) e causando fraqueza em seu miótomo
(Quadro 2), é a complicação mais comum. Seu início é insidioso, e sua causa está
relacionada à compressão intermitente da raiz nervosa. Na coluna cervical esta
compressão está relacionada ao estreitamento do forâmen intervertebral causado
pela presença de osteófitos. Na coluna lombar, a causa mais comum é a herniação
do disco intervertebral. Outras possibilidades envolvem infecções vertebrais,
neoplasmas, lesões traumáticas e neuropatias periféricas (SALTER, 2001).
A sintomatologia começa com alterações de sensibilidade, normalmente dor,
parestesia, dormência e formigamento, posteriormente podem surgir sintomas
motores, que são equivalentes à compressão de motoneurônios inferiores. Entre os
fatores que causam exacerbação dos sintomas, tem-se movimentos que causam
aumento da compressão da raiz nervosa ou da tensão neural. Na coluna cervical e
torácica estes movimentos são flexão e rotação contralateral à lesão. Na coluna
lombar são flexão e flexão lateral ipsilateral à lesão. A tosse ou o espirro, por
aumentar a pressão intra-abdominal, também pode causar piora da dor.

Conteúdo: Organização:
Exames de Movimento

Quadro 1: Dermátomos por raiz nervosa

• C1 Abóbada craniana
• C2 Abóbada craniana e face
• C3 Lateral de pescoço
• C4 Lateral dos ombros
• C5 Lateral de ombro, braço e antebraço até eminência tênar
• C6 Lateral de ombro, braço, antebraço e, na mão, envolve os dois primeiros dedos
• C7 Posterior de ombro, braço, antebraço e dos três primeiros dedos
• C8 Anteromedial de mão e dois últimos dedos
• T1 Medial de antebraço
• T2 a L2 Alternam dermátomos no tronco e abdome, as raízes pares à esquerda, as
ímpares à direita
• L3 Anterolateral de coxa até o joelho
• L4 Posteromedial de coxa, perna e pé, até o I dedo
• L5 Anterolateral de perna e 4 últimos dedos
• S1 Lateral de perna e pé e sola do pé
• S2 Sola do calcanhar

Conteúdo: Organização:
Exames de Movimento

Quadro 2: Miótomos por raiz nervosa

• C1-C2 Flexão de pescoço


• C3 Flexão lateral de pescoço
• C4 Elevação de ombros
• C5 Abdução de ombros
• C6 Flexão de cotovelo e extensão de punho
• C7 Extensão de cotovelo e flexão de punho
• C8 Extensão do polegar e desvio ulnar
• T1 Abdução de dedos
• T2 a T12 Músculos torácicos e abdominais, exceto o diafragma
• L1 – L2 Flexão de quadril
• L3 Extensão de joelho
• L4 Dorsiflexão
• L5 Extensão do polegar
• S1 Flexão plantar
• S2 – S3 Flexão de joelho

Por outro lado, McKenzie descreve movimentos que podem descomprimir a raiz
nervosa. Na coluna cervical são os movimentos de retração associada ou não à
extensão. Na coluna torácica é a extensão (McKENZIE, 1998). Na coluna lombar os
movimentos são extensão e desvio lateral da pelve contralateral ao sintoma
(McKENZIE, 1997).

Conteúdo: Organização:
Síndromes facetarias

As síndromes facetarias são a inflamação ou edema das estruturas das articulações


zigoapofisárias, em qualquer um dos segmentos da coluna vertebral. Seu
tratamento envolve correção da postura para reduzir o estresse na região lombar e
na cervical, modificação da atividade, Fisioterapia e medicamentos. A cirurgia de
bloqueio facetário é efetiva, mas possui até 50% de recidiva (SILVA et al, 2011).

Conteúdo: Organização:
Cervicalgia

Cervicalgia é a dor local na coluna Mas, não apenas condições articulares


cervical, podendo ir até o ângulo inferior e do disco intervertebral são geradoras
da escápula. A cervicobraquialgia é a de dor, lesões de partes moles, como
dor na coluna cervical que irradia para distensões e tendinoses podem ser
o membro superior (MS), atingindo causadoras de cervicalgias. Da mesma
regiões distais, abaixo do cotovelo forma, condições psicossociais podem
(McKENZIE, 1998). influenciar em sua intensidade
(MAGEE, 2010).
Na ausência de traumas, má
formações, infecções e episódios A partir do momento em que ocorre a
agudos de travamento articular, tais instabilidade da articulação o corpo
acometimentos podem surgir em reage com a formação de oteófitos, que
qualquer momento do processo de podem ou não estar associados à dor,
degeneração articular da coluna embora nunca sejam a fonte desta
cervical, principalmente nos níveis C5/6 (SALTER, 2001).
e C6/7. Durante este processo,
ocorrem, nesta ordem, os seguintes Além da dor, os sintomas podem
eventos (SALTER, 2001): 1. envolver limitação de movimento,
Degeneração inicial do núcleo pulposo; principalmente rotação e flexão lateral,
2. Instabilidade segmentar; 3. crepitações e possibilidade de
Estreitamento segmentar; 4. Doença comprometimento neurológico de MS.
degenerativa articular nas articulações No entanto, é importante que se exclua
facetárias posteriores; 5. Espondilose as possibilidades de lesões de vias
(degeneração do disco ou da coluna aéreas superiores e esôfago, angina,
vertebral); 6. Espondilólise (fratura do infarto do miocárdio, oclusão da artéria
pedículo vertebral); 7. Espondilolistese carótida, neoplasias e compressão do
(fratura do pedículo vertebral com nervo ulnar no cotovelo e do mediano
deslocamento). no punho (MAGEE, 2010).

Conteúdo: Organização:
Cervicalgia

A partir do momento em que ocorre a cabeça, dificuldade para dormir,


instabilidade da articulação o corpo respirar ou deglutir. Na observação,
reage com a formação de oteófitos, que deve se atentar para a postura
podem ou não estar associados à dor, assentada e em pé, de forma a
embora nunca sejam a fonte desta identificar assimetrias.
(SALTER, 2001).
Acompanhar o trajeto da dor e os locais
Além da dor, os sintomas podem em que ela tem maior intensidade pode
envolver limitação de movimento, ajudar a identificar uma radiculopatia.
principalmente rotação e flexão lateral, Neste caso, a dor será abaixo do
crepitações e possibilidade de cotovelo, com maior intensidade distal,
comprometimento neurológico de MS. e, muito provavelmente, seguindo os
No entanto, é importante que se exclua dermátomos das raízes C5 a C7. A dor
as possibilidades de lesões de vias de cabeça cervicogênica também é
aéreas superiores e esôfago, angina, mais intensa na cabeça que na cervical,
infarto do miocárdio, oclusão da artéria e envolve as raízes C1 a C4.
carótida, neoplasias e compressão do
nervo ulnar no cotovelo e do mediano O exame clínico deve abranger os
no punho (MAGEE, 2010). movimentos ativos de rotação, flexão e
extensão, seguidos de retração. Caso
Para Magee (2010), durante a não haja mudança de sintomas com a
avaliação alguns pontos de seu execução repetida de movimentos de
histórico são relevantes, em especial o retração, deve-se tentar o movimento
mecanismo associado ao surgimento de protrusão. Caso o trainee esteja
da dor, sua severidade, as atividades apresentando episódio de torcicolo
laborais e recreativas que ele pratica, agudo, a posição deitada em prono
movimentos que aumentam ou com hiperextensão da cervical pode ser
diminuem os sintomas, se há dor na benéfica (McKEZIE, 1998).

Conteúdo: Organização:
Cervicalgia

Não havendo nenhum tipo de alívio Física tem plenas condições de verificar
nestes movimentos, o trainee deve ser se a origem da dor é realmente a
encaminhado para avaliação de um Coluna Cervical! Para isto, ele tem de
Fisioterapeuta e/ou Ortopedista. Sob verificar a possibilidade de
nenhuma circunstância a manipulação acometimento da articulação
da coluna cervical, ou seja, sua temporomandibular (ATM), que se
movimentação forçada e rápida em evidencia quando há abertura
pequena amplitude (MAITLAND et al, assimétrica da boca; do ombro, que se
2007), deve ser executada por uma evidencia com alterações do ritmo
pessoa que não tenha o treinamento escapuloumeral. Sintomas distais,
necessário. Esta manobra, sem os envolvendo cotovelo e complexo punho
devidos testes especiais preliminares mão, são excluídos de causadores de
pode, inclusive, desencadear sintomas quando o movimento do
sangramento ou hipóxia intracraniana pescoço altera o padrão e intensidade
(MAKOFSKY; TARANTO, 2006). da dor (MAGEE, 2010).
Por fim, o Profissional de Educação

Conteúdo: Organização:
Síndrome cruzada de ombros

Desequilíbrio causado pela hiperativação de trapézio superior, peitorais, elevador de


escápula e esternocleidomastoideo. Na observação o trainee pode apresentar
protrusão de ombros e cabeça e rotação medial de ombros (NORKIN; LEVANGIE,
2001). Pode gerar dor na cervical com foco em trapézio superior, principalmente por
causa das alterações do ritmo escapuloumeral.

Conteúdo: Organização:
Lombalgia

Lombalgia é a dor local na coluna sabe-se que o mecanismo está mais


lombar, podendo ir até o ângulo inferior relacionado a alterações de pontos de
da escápula. A lombociatalgia é a dor maior sensibilidade dolorosa e a
na coluna lombar que irradia para o melhora da estabilização lombopélvica
membro inferior (MI), atingindo regiões e do core (STANDAERT; HERRING,
distais, abaixo do joelho (McKENZIE, 2007).
1997). O principal mecanismo é a
espondilose, degeneração da Além da dor, a lombalgia pode estar
articulação zigoapofisária e disfunções associada à limitação de movimento,
musculares (MAGEE, 2010). principalmente flexão e flexão lateral,
crepitações e possibilidade de
No caso da espondilose, seu auge é a comprometimento neurológico de MI
hérnia de disco, em seus diferentes (MAGEE, 2010).
níveis: 1. Protrusão, deslocamento do
núcleo pulposo para dentro do anel Tal qual a avaliação da cervicalgia,
fibroso; 2. Prolapso, deslocamento do Magee (2010) sugere pontos de maior
núcleo pulposo para o canal medular relevância no histórico, em especial o
sem a ruptura do anel fibroso; 3. mecanismo associado ao surgimento
Extrusão, deslocamento do núcleo da dor, sua severidade, as atividades
pulposo para o canal medular com laborais e recreativas que ele pratica,
ruptura do anel fibroso; 4. Sequestro, movimentos que aumentam ou
cicatrização de fragmento do disco diminuem os sintomas, se há dor
intervertebral dentro do canal medular bilateral, dificuldade para dormir,
(SALTER, 2001). Por muito tempo evacuar ou urinar. Na observação, deve
acreditou-se que a redução do se atentar para o biótipo, marcha,
deslocamento do núcleo pulposo era a postura assentada e em pé e presença
chave do tratamento para as hérnias de assimetrias.
(McKENZIE, 1997), no entanto, hoje

Conteúdo: Organização:
Lombalgia

Caso o trainee, na observação, apresente algum desvio lateral de coluna lombar e/


ou torácica, torna-se necessário que se observe se tal escoliose é estrutural ou
funcional. Tal avaliação, feita através da verificação da gibosidade, indica se a
escoliose é passível de tratamento, ou seja, funcional, ou não, ou seja, estrutural
(NORKIN; LEVANGIE, 2001)
O exame clínico deve abranger os movimentos ativos de flexão e extensão. Caso
não haja mudança de sintomas com a execução repetida de movimentos de
extensão, deve-se tentar o movimento de deslocamento lateral da pelve na direção
contralateral à dor (McKEZIE, 1997).
O Profissional de Educação Física tem plenas condições de verificar se a origem da
dor é realmente a Coluna Lombar! Para isto, ele tem de verificar a possibilidade de
acometimento da articulação sacroilíca, que se evidencia quando há instabilidade
no ritmo lombopélvico; do quadril, joelho ou tornozelo-pé que se evidenciam com a
perda de ADM (MAGEE, 2010).

Conteúdo: Organização:
Síndrome pélvica cruzada

Causada pela hiperatividade de flexores de quadril e extensores lombares


associado à inibição de extensores de quadril e abdominais. Implica em
hiperlordose associada à anteversão pélvica (NORKIN; LEVANGIE, 2001). Pode
causar dor em decorrência das alterações do ritmo lombopélvico e do excesso de
compressão no aspecto anterior do disco intervertebral lombar.

Conteúdo: Organização:
Síndrome de abdução do quadril

Caracteriza-se por hiperatividade de adutores de quadril, tensor da fáscia lata e


quadrado lombar, associado à inibição de glúteo médio e rotadores laterais de
quadril. Durante a observação, o trainee pode apresentar anteroversão pélvica,
elevação da pelve do lado afetado, rotação medial de quadril e pronação do pé,
mais acentuada contralateral à síndrome (LIMA, 2017).

Conteúdo: Organização:
Tratamento: perspectivas para o
Profissional de Educação Física
Independente do acometimento ser Adicionalmente, ressalta-se que
cervical ou lombar, o primeiro ponto que atividades muito específicas para o
o Profissional de Educação Física deve tratamento da coluna vertebral têm sido
se atentar é ao repouso relativo, ou questionadas pela literatura. Isto vale
seja, suspender as atividades e tanto para movimentos específicos para
movimentos que causam os sintomas a coluna cervical (PRUSHANSKY;
(SALTER, 2001). DVIR, 2008), quanto para atividades
McGill (2017) apresentou um guia para voltadas exclusivamente para a
o tratamento da dor de coluna por estabilização do core no tratamento da
Profissionais de Educação Física. Tal coluna lombar (EKSTROM et al, 2007).
guia inicia-se com a premissa de que o Assim, nada melhor do que avaliar o
trainee, mesmo com dor, pode ser seu trainee sob uma perspectiva global,
treinado, desde que respeitado o de forma a localizar os problemas
repouso relativo. A avaliação cinética locais, corrigi-los e verificar qual foi o
funcional deve levar o Profissional a impacto sobre o todo de tal correção,
estabelecer as alterações de ou seja, use o conceito de global-local-
movimento e postura que estão global (LIMA, 2017).
relacionadas à dor. Como o tratamento
destas alterações estão relacionadas a
inibição de músculos hiperativos e
ativação e fortalecimento de músculos
inibidos, ele pode e deve ser executado
pelo Profissional de Educação Física.
Com isto, é possível propor uma
sequência de atividades com
movimentos que não são dolorosos,
bem como estabelecer como progredir
tais atividades.

Conteúdo: Organização:
Referências

BARWICK, A. SMITH, J. CHUTER, V. The relationship between foot motion and


lumbopelvic–hip function: A review of the literature. The Foot, v. 22, p. 224-231,
2012.

DÂNGELO, J. G. FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar, 3 ed.


Brasil, Atheneu, 2007.

EKSTROM, R. A. DONATELLI, R. A. CARP, K. C. Electromyographic analysis of


core trunk, hip, and thigh muscles during 9 rehabilitation exercises. Journal of
Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 37, n. 12, p. 754-762, 2007.

GRAEBER, G. M. NAZIM, M. “The anatomy of the ribs and the sternum and their
relationship to chest wall structure and function”. Thoracic Surgery Clinics, v. 17, n.
4, p. 473-489, 2007.

LIMA, E. Bases Organizacionais da Preparação Esportiva: Identificação e Correção


de Padrões Alterados de Movimento. Personafit, 2017

MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética, 5. ed. Manole, 2010.

MAKOFSKY, H. W. TARANTO, G. Coluna Vertebral: Terapia Manual. Guanabara


Koogan, 2006

MAITLAND, G. HENGEVELD, E. BANKS, K. et al. Manipulação vertebral de


Maitland, 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

NORKIN, C. C. LEVANGIE, P. K. Articulações Estrutura e Função, 2 ed. Brasil,


Revinter, 2001.

Conteúdo: Organização:
Referências

McGILL, S. El Papel de los Entrenadores con el Cliente con Dolor de Espalda.


International Journal of Physical Exercise and Health Science for Trainers.
2017. Disponível em http://g-se.com/es/journals/ijpehs-trainers/articulos/el-papel-de-
los-entrenadores-con-el-cliente-con-dolor-de-espalda-2262

McKENZIE, R. W. Lumbar Spine, 7. ed. Spine, 1997.

McKENZIE, R. W. Cervical Spine, 5. ed. Spine, 1998.

NERURKAR, N. L. ELLIOTT, D. M. MAUCK, R. L. “Mechanical design criteria for


intervertebral disc tissue engineering”. Journal of Biomechanics, v. 43, p.
1017-1030, 2010.

PRUSHANSKY, T. DVIR, Z. “Cervical motion testing: methodology and clinical


implications”. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics, v. 31, n.
7, p. 503-508, 2008.

SALTER, R. B. Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético 3. ed. Medsi,


2001.

SILVA, T. M. S. COUTINHO FILHO, B. R. BARSOTTI, C. E. G. et al. Avaliação


clínica da infiltração facetaria no tratamento da dor lombar crônica por síndrome
facetaria - estudo prospectivo, Coluna, v. 10, n. 4, p. 332-335, 2011.

STANDAERT, C. J. HERRING, S. A. Expert opinion and controversies in


musculoskeletal and sports medicine: core stabilization as a treatment for low back
pain. Archives of Physical Medicine Rehabilitation, v. 88, p. 1734-1736, 2007.

Conteúdo: Organização:
Referências

WILLARD, F. H. VLEEMING, A. SCHUENKE, M. D. The thoracolumbar fascia:


anatomy, function and clinical considerations. Journal of Anatomy, v. 221, p. 507–
536, 2012.

XIA, Q. WANG, S. KOZANEK, M. et al. “In-vivo motion characteristics of lumbar


vertebrae in sagittal and transverse planes”. Journal of Biomechanics, v. 43, p.
1905-1909, 2010.

Conteúdo: Organização:
Renato Ramos Coelho
Mestrado em Motricidade Humana e
Especialista em Fisioterapia Esportiva

Conteúdo: Organização:
Conteúdo: Organização:

Você também pode gostar