Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fonte: http://www.foodpoisonblog.com/ground%20beef.jpg
http://www.pathus.com.br/imagens/inclusao2.jpg
http://www.icb.ufmg.br/mor/biocelch/metodos_estudo/Figura%202.jpg
Figura 04. Figura esquemática exibindo algumas etapas do processo de confecção de uma
lâmina permanente.
A COLORAÇÃO ACENTUA A ABSORÇÃO DE LUZ PELO MATERIAL
Os corantes são moléculas orgânicas que apresentam em sua estrutura
duplas ligações, as quais interagem com a luz dotando os corpos de
capacidades absortivas. Esta região do corante é denominada de grupo
cromofórico, sendo a responsável pela absorção da luz. Estes compostos são
empregados na coloração de cortes histológicos facilitando sua visualização.
Quanto à carga elétrica os corantes podem ser classificados como
básicos (catiônicos) ou corantes ácidos (aniônicos) (Figura 05).
Os corantes básicos apresentam carga elétrica positiva, e apresentam
afinidade por moléculas carregadas negativamente, esta interação recebe o
nome de basofilia. O azul de metileno e o azul de toluidina são exemplos de
corantes catiônicos, podendo evidenciar a presença do RNA, DNA e de
polissacarídeos carregados negativamente. A hematoxilina cora, principalmente,
moléculas com carga elétrica negativa, sendo classificada como um corante
básico. Na realidade trata-se de uma molécula carregada negativamente, a
hemateína, a qual é ligada a cátions como o ferro ou alumínio estes são
denominados de mordentes, carreando a ligação para moléculas carregadas
negativamente.
Os corantes aniônicos apresentam carga elétrica negativa ligando-se de
forma eletrostática a substratos com carga positiva. Esta interação é
denominada de acidofilia. Neste grupo pode-se citar a eosina.
A B
http://pcserver.iqm.unicamp.br/~wloh/cursos/qf952/estrutura.gif http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9c/Eosin_Y.png/200px-Eosin_Y.png
Figura 05. Azul de metileno (A) e a eosina (B). As setas cheias apontam para as cargas elétricas
dos corantes, e as interrompidas para as insaturações, presentes no grupo cromofórico.
OS MÉTODOS DE COLORAÇÃO GERAL
A hematoxilina/eosina é um método amplamente empregado, devido à
sua simplicidade de aplicação e interpretação. A hematoxilina faz papel de
corante básico, corando estruturas carregadas negativamente, e interagindo
com os grupamentos fosfatos presentes no DNA e RNA. As regiões da célula
ricas nestas moléculas coram-se em roxo como é o caso do núcleo e de certas
regiões do citoplasma. A eosina apresenta carga negativa corando o citoplasma
com uma tonalidade rósea. O corante se liga à cargas positivas dos amino-
ácidos lisina, histidina ou arginina.
MONTAGEM
Após a coloração, o material deve ser novamente desidratado e incubado
em xilol para a montagem, que consiste na fixação de lamínula sobre a secção
tecidual, para isto as lâminas são retiradas do xilol, uma a uma, e com esta
ainda úmida coloca-se uma pequena quantidade de bálsamo do Canadá , sobre
o qual aplica-se a lamínula.
Algumas características presentes nos tecidos, auxiliam na decisão do
método a ser utilizado para sua preparação, assim, nem sempre a inclusão e o
corte em parafina são empregados na preparação de lâminas. Outros métodos
que podem ser utilizados são: o esfregaço, o espalhamento e a montagem total,
por exemplo.
ESFREGAÇO
Células presentes em fluídos tais como: linfa, sêmen, hemolinfa e sangue
podem ser distribuídas sobre uma lâmina formando uma fina camada permitindo
assim, a observação de células inteiras ao microscópio óptico. O método
consiste na colocação de uma gota, ou pequena quantidade do material a ser
preparado na extremidade de uma lâmina. Com o auxílio de uma segunda
lâmina puxar o fluído que foi colocado sobre a primeira (Figura 06). Com este
procedimento obtêm-se células suficientemente isoladas, permitindo assim uma
melhor análise. Na figura 6B pode ser visualizado um esfregaço feito a partir de
sangue humano.
H
A B
http://www.wcs.org/media/image/image-972324391.gif http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-
cardiovascular/imagens/sangue-4.jpg
Figura 6. (A) Figura esquemática demonstrando a forma correta de confecção do esfregaço. (B) Esfregaço de
sangue humano mostrando as células de linhagem branca. H = hemácia.
ESPALHAMENTO
O espalhamento consiste na raspagem de membranas mucosas, tais
como a bucal, nasal, anal ou vaginal, por meio de um palito, espátulas ou
cotonetes, que na seqüência é deslizado sobre uma lâmina histológica. Por
meio deste método se realiza o exame preventivo do câncer do colo uterino
denominado de Papanicolau. A técnica também permite a visualização de
células inteira, muito embora o formato celular não seja preservado. Na figura
07 pode ser observadas lâminas preparadas por meio desta técnica.
N LC
LC C
C
N
A B
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3f/
Pap_test_abnormal.JPG/180px-Pap_test_abnormal.JPG
Figura 07. Espalhamento de mucosa vaginal (Papanicolau) (A) e de mucosa bucal corado com
azul de metileno e eosina. LC = limite celular; N = Núcleo e C = Citoplasma
MONTAGEM TOTAL
Esta técnica é empregada com tecidos sólidos, mas finos o suficiente
para permitirem a passagem da luz, como por exemplo, o mesentério de
mamíferos e o epitélio de Allium cepa (cebola) (Figura 08). O tecido é retirado
do organismo, distendido sobre a lâmina e observado, com ou sem coloração.
Como não há fixação, o material biológico dever ser descartado após a
observação.
C
PC
A B
http://img.olhares.com/data/big/3/34771.jpg
Figura 08. Fragmento de Allium cepa (A). A seta aponta o local de onde o epitélio é coletado. (B)
Montagem total do epitélio, observado ao microscópio óptico sem a utilização de corantes. PC =
parede celular; C = Citoplasma.