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de Santa Cruz
Reitor
Prof. Antonio Joaquim da Silva Bastos
Vice-reitora
Profª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro
Pró-reitora de Graduação
Profª. Flávia Azevedo de Mattos Moura Costa
Ministério da
Educação
Ficha Catalográfica
ISBN: 978-85-7455-179-1
Inclui bibliografia.
CDD 407
LETRAS VERNÁCULAS
Coordenação UAB – UESC
Profª. Drª. Maridalva de Souza Penteado
Elaboração de Conteúdo
Profª. Ms. Urbano Cavalcante da Silva Filho
Instrucional Design
Profª. Msc. Marileide dos Santos de Olivera
Profª. Drª. Gessilene Silveira Kanthack
Revisão
Profª. Msc. Sylvia Maria Campos Teixeira
Profª. Msc. Maria Luiza Nora
EAD - UESC
Coordenação de Design
Profª. Msc. Julianna Torezani
Diagramação
Jamile A. de Mattos Chagouri Ocké
João Luiz Cardeal Craveiro
Ilustração e Capa
Sheylla Tomás Silva
Sumário
AULA I
1. Introdução.......................................................................................................... 18
2. Ler, leitura... O que é isso?................................................................................... 20
2.1 Ler é importante? Qual a finalidade da leitura?................................................... 21
3. Tipos de leitura................................................................................................... 21
3.1 Fases da leitura informativa ou de estudo.......................................................... 23
4. Níveis de leitura: os degraus da escada.................................................................. 24
5. Como garantir um bom resultado durante a leitura de um texto?............................... 26
Resumo................................................................................................................... 36
Referências.............................................................................................................. 37
AULA II
1. Introdução.......................................................................................................... 42
2. Texto e textualidade............................................................................................. 44
2.1 Os fatores linguísticos................................................................................... 46
2.2 Os fatores pragmáticos................................................................................. 47
3. Texto, seus interlocutores e contexto...................................................................... 52
3.1 Todo texto tem um contexto.......................................................................... 53
3.1.1 O contexto situacional........................................................................ 53
3.1.2 O contexto histórico........................................................................... 54
4. Texto oral x texto escrito...................................................................................... 56
Resumo................................................................................................................... 66
Referências.............................................................................................................. 66
AULA III
1. Introdução........................................................................................................... 72
2. Conceituando gênero textual.................................................................................. 72
2.1 Diferenciando gênero de tipo textual................................................................. 73
3. Caracterizando os gêneros textuais......................................................................... 77
Resumo.................................................................................................................... 95
Referências............................................................................................................... 95
AULA IV
1. Introdução..........................................................................................................100
2. O parágrafo.........................................................................................................100
2.1 A estrutura do parágrafo..............................................................................102
2.2 Natureza e extensão do parágrafo.................................................................105
3. O desenvolvimento do parágrafo............................................................................115
3.1 Desenvolvimento por definição.....................................................................115
3.2 Desenvolvimento por enumeração ou descrição de detalhes.............................115
3.3 Desenvolvimento por comparação ou confronto..............................................116
3.4 Desenvolvimento por razões.........................................................................116
3.5 Desenvolvimento por análise........................................................................117
3.6 Desenvolvimento por exemplificação.............................................................117
4. Qualidades do parágrafo.......................................................................................121
Resumo...................................................................................................................126
Referências..............................................................................................................127
AULA V
1. Introdução.........................................................................................................132
2. A coesão textual..................................................................................................132
2.1 Mecanismos coesivos .................................................................................133
2.1.1 A coesão referencial .........................................................................133
2.1.2 Substituição .....................................................................................134
2.1.3 Elipse...............................................................................................134
2.1.4 A coesão lexical ...............................................................................136
2.1.5 Conjunção.........................................................................................139
2.1.5.1 Operadores argumentativos.....................................................139
Resumo...................................................................................................................152
Referências..............................................................................................................153
AULA VI
1. Introdução........................................................................................................... 158
2. Coerência............................................................................................................ 158
3. Aspectos determinantes da coerência: semânticos, sintáticos, estilísticos e pragmáticos.161
3.1 Coerência semântica................................................................................... 161
3.2 Coerência sintática...................................................................................... 162
3.3 Coerência estilística.................................................................................... 162
3.4 Coerência pragmática.................................................................................. 163
Resumo................................................................................................................... 168
Referências.............................................................................................................. 169
AULA VII
1. Introdução...........................................................................................................174
2. Esquema: o que é.................................................................................................174
2.1 Natureza, função e regras do esquema..........................................................175
3. Fichamento: o que é.............................................................................................183
3.1 Tipologia...................................................................................................184
3.1.1 Fichamento bibliográfico por autor........................................................185
3.1.2 Fichamento bibliográfico por assunto.....................................................185
3.1.3 Fichamento de transcrição (ou de citação).............................................185
3.1.4 Fichamento de resumo........................................................................187
3.1.5 Fichamento de comentário...................................................................188
Resumo...................................................................................................................189
Referências..............................................................................................................190
ANEXO I..............................................................................................................191
ANEXO II.............................................................................................................195
AULA VIII
1. Introdução...........................................................................................................206
2. Resumo: o que é..................................................................................................206
2.1 Etapas de um resumo..................................................................................206
3. Tipos de resumo...................................................................................................215
3.1 Resumo indicativo.......................................................................................215
4.2 Resumo informativo....................................................................................216
4.3 Resumo crítico............................................................................................218
Resumo...................................................................................................................220
Referências..............................................................................................................221
AULA IX
1. Introdução..........................................................................................................226
2. Resenha: conceito e tipos.....................................................................................226
2.1 Resenha descritiva......................................................................................227
2.2 Resenha crítica...........................................................................................228
2.2.1 Estrutura de uma resenha crítica.....................................................229
Resumo...................................................................................................................241
Referências..............................................................................................................242
DISCIPLINA
PRÁTICA EDUCATIVA I
OFICINA DE LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL NA PRÁTICA ESCOLAR
Ementa
unidade
Conteúdo:
AULA 1: Leitura - da decodificação à leitura crítica
AULA 4: Parágrafos
AULA 8: Resumo
AULA 9: Resenha
1
aula
LEITURA :
DA DECODIFICAÇÃO À LEITURA CRÍTICA
Meta
• conceituar leitura;
FIGURA 1 - Fonte:http://jhonywalker.wordpress.com/2008/08/
Alberto Manguel
1 INTRODUÇÃO
A leitura é uma habilidade indispensável à vida social.
É através dela que entendemos o mundo e interagimos com o
outro, seja nos estudos, na nossa comunicação, na forma de nos
expressarmos, nos conhecimentos que ela nos proporciona.
A necessidade pela leitura e pelo domínio da linguagem
escrita em nossa sociedade é cada vez mais intensa. A seleção
para empregos, vestibulares, concursos, todas essas situações
exigem, cada vez mais, indivíduos com habilidades diversas
em comunicação, capacidade leitora e interpretativa e boa
desenvoltura redacional.
A leitura é, nos dias de hoje, fundamental para o processo
de transmissão e aquisição da cultura. É o instrumento de
construção para todas as aprendizagens e contribui na formação
e transformação das pessoas. Por isso, ela constitui-se como
uma habilidade importante e indispensável para todas as
pessoas, pois contribui não apenas para a formação acadêmica
do aluno, mas também para a formação do cidadão.
Antes de iniciarmos propriamente nossa aula sobre
leitura, solicitamos que você responda as questões abaixo,
“viajando” na sua experiência com a leitura. O objetivo disso é
saber “o que é ler para você”.
1
Quais das ações desenvolvidas pelo professor aconteciam no
espaço “biblioteca”?
Aula
__________________________________________________
Diante dessa contextualização introdutória, em que você teve
a oportunidade de relembrar e refletir sobre momentos de
sua vida com a experiência da leitura, vamos entender o que
significa LEITURA.
1
Aula
Ler adequadamente é mais do que ser capaz de
decodificar as palavras ou expressões linearmente ordenadas
em sentenças ou textos. Se as pessoas lessem assim, não
seriam capazes de perceber quando um texto é irônico, não
entenderiam “indiretas” e duplos sentidos, muitos avisos, e,
além disso, a maior parte das piadas e textos de propaganda,
por exemplo.
Assim, ler adequadamente é sempre o resultado Os fatores linguís-
ticos e os contextuais
da consideração de dois tipos de fatores: os propriamente responsáveis pela
textualidade serão
linguísticos (ou significados literais das palavras, os fatores
ATENÇÃO
objeto de estudo de
outra aula.
sintáticos etc.) e os contextuais ou situacionais (que podem
ser de natureza bastante variada). O bom leitor, por exemplo,
é aquele capaz de integrar, ao interpretar um texto, esses dois
tipos de fatores. Mas será que todos os tipos podem ser lidos
da mesma maneira?
3 TIPOS DE LEITURA
TIPOS DE LEITURA
Leitura técnica
Leitura de informação
Leitura de estudo
1
Aula
Como você viu, a leitura informativa ou leitura de estudos
tem como objetivo adquirir e ampliar nossos conhecimentos,
coletar dados e informações que serão utilizados na elaboração
de um trabalho científico ou para responder questões específicas,
sendo muito utilizada nas escolas, faculdades ou quando
nos interessamos em conhecer algo novo. Por isso, além de
conhecermos os aspectos para uma leitura proveitosa, é muito
importante que conheçamos as fases da leitura informativa ou
de estudo.
Então, como se faz uma leitura de estudo?
Segundo Cervo; Bervian (1983, apud ANDRADE, 1999,
p. 20-21), as fases da leitura informativa ou de estudo são:
FASES DA LEITURA
INFORMATIVA OU DE ESTUDO
Leitura de reconhecimento
ou pré-leitura
Leitura Seletiva
Leitura Crítica
Leitura Interpretativa
marcar ou sublinhar
as palavras-chave e
fazer sínteses. Dessa Feita a análise e o julgamento daquilo que foi lido, o
forma, a absorção leitor está apto agora para fazer a síntese de tudo o que leu, a
do conteúdo é mais
completa. integrar os dados descobertos durante a leitura ao seu cabedal
de conhecimentos.
Elementar
Inspecional
Níveis de leitura de um texto
Analítico
Sintópico
1
reconhecer cada palavra de uma página. Este leitor dispõe
Aula
de treinamento básico e adquiriu rudimentos da arte de
ler;
INSPECIONAL: caracteriza-se pelo tempo estabelecido
para a leitura. Arte de folhear sistematicamente;
ANALÍTICO: é a leitura minuciosa, completa, a melhor
que o leitor é capaz de fazer. É ativa em grau elevado.
Tem em vista principalmente o entendimento;
SINTÓPICO: leitura comparativa de quem lê muitos
livros, correlacionando-os entre si. Nível ativo e laborioso
de leitura.
E raspou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.
Analisando o texto...
1
dados no alcance desse nível desejável de leitura (ABAURRE;
Aula
PONTARA; FADEL, 2003, p. 289-291). Vamos aos passos!
SELEÇÃO)
1º PASSO: DELIMITAR A UNIDADE DE LEITURA
(SELEÇÃO)
Aula
Marcos Bagno - Novembro de 2008
http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/arquivos/art_
carosamigos-novembro.htm. Acesso em: 20 maio 2009
1
que os cursos de Letras do Brasil não estão formando
Aula
adequadamente os acadêmicos, futuros professores
de português, sinalizando a necessidade urgente de
reformulação desses cursos.
5. IDEIAS CENTRAIS:
1º parágrafo: A formação dos professores de português,
hoje, no Brasil, é uma catástrofe. Vários fatores contribuem
para isso: a maioria dos estudantes de Letras vem de
camadas sociais pobres, tem um histórico de letramento
muito reduzido, além de quase todos virem de um ensino
público defasado.
2º parágrafo: Os estudantes de Letras concluem seus
cursos sem saber linguística, sem saber teoria e crítica
literária e sem saber escrever um texto acadêmico bem
estruturado.
3º parágrafo: O problema da catástrofe dos cursos de
Letras não está no fato do acolhimento de alunos oriundos
das camadas menos favorecidas da população, mas sim no
fato de não serem oferecidas condições para que os alunos se
familiarizem com o mundo acadêmico (com cursos de leitura e
produção de textos para depois apresentar-lhes teorias).
ATIVIDADES
1. Leia com bastante atenção este artigo de Cláudio de Moura e Castro, publicado na
Revista Veja, em 15 de abril de 2009. Na sequência, responda as questões:
Embromação a distância?
1
cai a deserção, pois abandonar o curso atrapalha a carreira. Também
Aula
estimula a persistência se o diploma abre portas para empregos e
traz benefícios tangíveis, o que explica o sucesso do Telecurso.
2) Qual o problema central levantado pelo autor, isto é, o que motivou o autor a escrever
sobre o assunto?
_____________________________________________________________________
1º parágrafo: ___________________________________________
2º parágrafo: ___________________________________________
3º parágrafo: ___________________________________________
4º parágrafo: ___________________________________________
5º parágrafo: ___________________________________________
6º parágrafo: ___________________________________________
7º parágrafo: ___________________________________________
8º parágrafo: ___________________________________________
2. Para encerrar esta aula, você deverá ler o texto abaixo e, em seguida, responder as
questões.
1
experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo
Aula
então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores,
algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós - à sua
sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me
experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e
aventuras maiores.
A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço - o
sítio das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, tudo
isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé,
andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o
mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de
minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras”, daquele
contexto - em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia,
mais aumentava a capacidade de perceber - se encarnavam numa série
de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo
no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais
velhos e com meus pais.
(FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Autores
Associados: Cortez, 1989).
2) Quem é o autor do texto? O que você sabe sobre o autor? Quais as principais
características do pensamento do autor?
___________________________________________________________________
6) O que você entende por “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a
posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”?
_____________________________________________________________________________
LEITURA RECOMENDADA
Recomendamos que você faça a leitura completa da palestra de Paulo Freire so-
bre a importância do ato de ler, apresentada no Congresso Brasileiro de Leitura,
realizado na UNICAMP, que está no livro A importância do ato de ler: em três
artigos que se completam.
RESUMINDO
aula
ESCRITA: FATORES FORMAIS E PRAGMÁTICOS
DA PRODUÇÃO TEXTUAL
Meta
• conceituar texto;
http://palavraguda.wordpress.com/2007/09/10/aparicao
Umberto Eco
1. INTRODUÇÃO
2
APRENDI que as costas do talão de cheque é um bom
Aula
lugar para anotar idéias (é por isso que o escritor tem
de ganhar a grana suficiente para abrir uma conta
bancária). O guardanapo do restaurante também
serve, desde que seja de papel e não de pano.
APRENDI que não dá para usar um gravador como
forma de registrar textos. A nossa voz sai de outro
compartimento, que nada tem a ver com a palavra escrita.
APRENDI que o computador é um grande avanço no trabalho
de escrever, mas tem um único inconveniente: elimina os
originais, os riscos, os borrões, e portanto a história do
texto, a qual – como toda história – pode nos ensinar muito.
APRENDI que a mancha gráfica representada pelo
texto impresso diz muito sobre este mesmo texto. As
linhas não podem estar cheias de palavras; o espaço
vazio é tão eloqüente quanto o espaço preenchido pela
escrita. O texto precisa respirar, e quando respira, fica
graficamente bonito. Um texto bonito é um texto bom.
APRENDI a rasgar e jogar fora. Quando um texto não é
bom, ele não é bom – ponto. Por causa da autocomiseração
(é a nossa vida que está ali!) temos a tentação de
preservá-lo, esperando que, de forma misteriosa, melhore
por si. Ilusão. É preciso ter a coragem de se desfazer.
A cesta de papel é uma grande amiga do escritor.
APRENDI a usar a gaveta. Mesmo os melhores
textos, como os melhores vinhos, beneficiam-se de
um período de maturação. Precisamos lê-lo com
olhar diferente. E nada como o tempo para isto.
APRENDI a não ter pressa de publicar. Já se ouviu
falar de muitos escritores batendo, aflitos, à
porta dos editores. O que é mais raro, muito mais
raro, são os leitores batendo à porta do escritor.
APRENDI a não reler meus livros. Um livro tem
existência autônoma, boa ou má. Não precisa
do olhar de quem o escreveu para sobreviver.
APRENDI que, como escritor, um livro é como um filho,
mas que é preciso diferenciar entre filhos e livros.
APRENDI que terminar um livro se acompanha
de uma sensação de vazio, mas que o vazio
também faz parte da vida de quem escreve.
APRENDI que há uma diferença entre literatura e vida literária,
entre literatura e política literária. Escrever é um vício solitário.
APRENDI a diferenciar entre o verdadeiro crítico e
o falso crítico. O falso crítico não está falando do
que leu. Está falando dos seus próprios problemas.
2. TEXTO E TEXTUALIDADE
2
por alguém, em alguma situação concreta (contexto), com
determinada intenção, um todo organizado de sentido. Quando
Aula
falamos que ele é um todo organizado de sentido, queremos
dizer que o texto é formado por partes solidárias, em que o A palavra texto
sentido de uma das partes depende das outras. provém do latim
textum, que sig-
Observe o fragmento abaixo: nifica “tecido, entre-
laçamento”. Há, por-
O carnaval carioca é uma beleza, mas tanto, uma razão
etimológica para nunca
mascara com o seu luxo, a miséria social,
esquecermos que o
o caos político, o desequilíbrio que se texto resulta da ação
estabelece entre o morro e a Sapucaí. de tecer, de entrelaçar
Embora todos possam reconhecer os unidades e partes, a
méritos de artistas plásticos que ali fim de formar um todo
trabalham, o povo samba na avenida inter-relacionado. Daí
podermos falar em
como herói de uma grande jornada. E
textura ou tessitura
acrescente-se: há manifestação em prol de um texto: é a
de processos judiciais contra costumes rede de relações que
que ofendem a moral e agridem a garantem sua coesão,
religiosidade popular. O carnaval carioca, sua unidade.
porque se afasta de sua tradição, está
tornando-se desgracioso, disforme, feio.
fazendo com que este seja considerado como tal, e não como
um amontoado de palavras e frases, sem a devida unidade.
O todo significativo, a que chamamos texto, caracteriza-
se por uma série de fatores de textualidade. Dois blocos de
sete fatores, segundo Beaugrande e Dressler (1983 apud
COSTA VAL, 1994), são os responsáveis pela textualidade de
qualquer discurso. Esses blocos se distinguem em linguísticos
(fatores semânticos/formais, como a coerência e a coesão) e
pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade,
informatividade e intertextualidade).
2
colocação (uso de termos pertencentes a um mesmo campo
significativo). Observe o exemplo abaixo:
Aula
Carlos e Antônio são fanáticos torcedores de futebol.
Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem
torce para o outro time; aquele o faz.
ATIVIDADES
1. Leia o texto abaixo e responda às questões que seguem:
NOTÍCIAS DO PANTANAL
2
maior que o PT. Enquanto esse se afoga no mangue,
o presidente nada de braçada no azul. É imune a
Aula
algas, dejetos e caranguejos, como se fosse feito de
teflon - como o definiu no passado seu mais simbólico
adversário, o hoje também aliado Delfin Netto. Nada
se gruda a Lula. Dentro de ano e pouco, sairá do
governo fresco como uma rosa, deixando o brejo
coaxando pela sua volta.
b) O texto inicia com a expressão “Era uma vez, uma princesa que beijou um
sapo...”. O conhecimento de mundo do leitor já levanta a hipótese de tratar-se de
um conto de fada. Ao final da leitura, essa hipótese se confirma? Por quê?
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c) Agora vamos tratar da Aceitabilidade. Você percebe esse texto como coerente?
Entendeu a intenção do autor ao produzi-lo?
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d) Esse texto de Ruy Castro faz referência a fatos e experiências da vida social.
A que fato ele se refere? Qual o contexto que serve de pano de fundo para o
texto?
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textos de comunicação diária, oral ou escrita, até aqueles com intenção estética,
como os poéticos, por exemplo. O grau de informatividade está diretamente
relacionado à informação veiculada: previsível / imprevisível, esperada / não-
esperada. Quanto mais previsível, menor será o grau de informatividade.
Considerando o conteúdo do texto, como você avalia o grau de informatividade
dele? Há informações previsíveis que já eram de seu conhecimento ou ele
apresenta muitas informações novas?
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2
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Aula
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Fonte: www.portaldapropaganda.com _________________________________
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Fonte: expressopublicitario.zip.net
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Fonte: adwebfreak.wordpress.com
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Fonte: adwhiz.zip.net
2
texto constituem jargões associados à informática, de maneira
Aula
geral, e à Internet, em particular. Somente quem está envolvido
nesse universo sabe o que são browsers e interfaces. Temos
aí, portanto, a partir do seu assunto e de suas características
formais (como o léxico), o interlocutor definido por esse texto.
2
seu princípio ativo. A charge, portanto, é alusiva a esse fato.
Esse exemplo ilustra bem o que o que estamos tentando
Aula
enfatizar: a importância de se levar em consideração o contexto
no momento da interpretação de um texto. Em alguns casos,
sem conhecê-lo, estaremos simplesmente impossibilitados de
compreender a intenção do autor ao produzir um texto.
ATIVIDADE
04. Leia o texto abaixo, da Agência de Publicidade Propeg, para responder às
questões que seguem:
PROPEG 40 ANOS
Fonte: http://propeg.com.br/propeg.html
2
A escrita não é mero registro da fala, não é sua
mera reprodução fiel. Em nenhuma língua do mundo essa
Aula
representação pode ser perfeita, pois a escrita não conta com
os mesmos recursos da fala. Escrever não é simplesmente
transferir para o papel aquilo que se fala, já que a língua escrita
é empregada em condições diferentes da falada. Imagine você,
por exemplo, durante uma aula: as produções orais realizadas
pelo professor e anotadas em seu caderno, com certeza
apresentam características diferentes. Obviamente que você
não irá escrever da mesma forma como foi dito, pelo professor.
No momento em que você estiver escrevendo, seu texto irá
adquirir características da modalidade escrita da língua.
Segundo o linguista Marcuschi (2001), as transformações
ocorrem automaticamente pelos usuários de uma língua, sem
que eles se deem conta das complexidades das operações. Ou
seja, escrever um texto é diferente de falar uma mensagem,
pois cada uma dessas formas de expressão tem características
próprias.
modalidade da língua pode ser aprendida em casa, na rua, por meio dos veículos de
comunicação etc.; já a aprendizagem da língua escrita depende, em grande parte, de
frequentar a escola;
a língua escrita não apresenta recursos como a entonação, pausas, ritmo (mais depressa,
mais devagar), que enriquecem a língua falada. A língua escrita tenta suprir alguns desses
recursos com o uso dos sinais de pontuação;
quando falamos podemos utilizar recursos da linguagem não-verbal, como gestos e
expressões fisionômicas, o que não ocorre na comunicação escrita;
o emissor da mensagem falada pode perceber imediatamente a reação do receptor
(interlocutor). Na língua escrita, essa reação não é percebida imediatamente;
no texto falado, geralmente há a repetição de palavras e o emprego de gírias e expressões
populares em maior quantidade do que na escrita;
geralmente, na escrita, há uma distância física entre emissor e receptor. Essa condição
impõe algumas condições a quem escreve, como, por exemplo, a necessidade de construir
frases com estrutura lógica mais densa, encadeamento mais gradual das frases, evitando
mudanças bruscas de pensamento, maior atenção à disciplina gramatical;
muitas vezes, as frases, na linguagem falada, são interrompidas antes de nosso
pensamento se completar. Basta percebermos que fomos compreendidos pelo interlocutor
para cortarmos a frase.
Enfim, falamos uma língua e escrevemos outra!!!
Aí, galera
2
previsível e piegas, a uma pessoa à qual
Aula
sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
- Pode.
- Uma saudação para a minha progenitora.
- Como é?
- Alô, mamãe!
- Estou vendo que você é um, um...
- Um jogador que confunde o entrevistador, pois
não corresponde à expectativa de que o atleta
seja um ser algo primitivo com dificuldade de
expressão e assim sabota a estereotipação?
- Estereoquê?
- Um chato?
- tttIsso.
ATIVIDADE
5. A partir do estudo da diferença entre texto oral e texto escrito, você
agora deverá realizar a retextualização do texto “História de um acidente
de carro”. Antes, tome como exemplo um texto que já passou pelo processo
de retextualização (passagem da modalidade oral para a modalidade
escrita). Trata-se de uma palestra proferida por Antônio Carlos Bueno,
membro do Movimento da Renovação Carismática Católica e transmitida
pela TV Canção Nova. Observe e compare os dois textos atentando para
as operações realizadas na transformação:
2
pausas ((...)), das vogais alongadas (ou:trus: istadus
= outros estados), da entonação enfática (maiúsculas),
Aula
do truncamento de palavras (di eman/de emancipação
= emancipação e comentários descritivos do transcritor
(( ));
retirada das reduplicações ou repetições (mi:/mi
debruçadu = me debruçado);
inserção de pontuação pela intuição fornecida por meio
da entonação da fala;
reordenação sintática, adaptação das concordâncias;
introdução da paragrafação.
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2
Aula
6. Para encerrar esta aula, você deverá produzir um texto a respeito de suas
lembranças com o ato de escrever. Para isso, leia o depoimento abaixo do cantor
e compositor baiano, Carlinhos Brown, sobre suas primeiras experiências com a
escrita. Também, leia a crônica de Rubem Braga “Como comecei a escrever”. A
partir daí, relate, em um texto, como se deu seu contato com a escrita. Não se
esqueça de atribuir um título ao seu texto!
Texto 1
Texto 2
2
imprensa, e nunca mais deixei de ser.
Aula
Texto extraído do livro “Para Gostar de Ler - Volume 4 -
Crônicas”, Editora Ática - São Paulo, 1980, pág. 4.
Mãos à obra!
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RESUMINDO
REFERÊNCIAS
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL,
Tatiana. Português. São Paulo: Moderna, 2000.
aula
GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
APONTAMENTOS INICIAIS
Meta
1 INTRODUÇÃO
Um aprofunda-
que escreve, enfim, os textos estão em todo lugar.
mento nesse as- Afinal de contas, a comunicação verbal só é possível por
sunto de grande
relevância você
meio de algum texto, por meio de algum gênero textual. Eis
PARA CONHECER
verá no decorrer aqui uma expressão nova: gênero textual. Você sabe do que se
do curso, mais
especificamente na
trata?
disciplina Leitura É sobre esse assunto que você estudará nesta aula.
e Produção de
Textos/Gêneros e
Aqui, você terá uma noção introdutória sobre gêneros textuais,
Tipos Textuais. diferenciando-os dos tipos textuais. Afinal, o objetivo dessa
disciplina é que você aprenda a produzir alguns gêneros textuais
que são solicitados na academia, a exemplo de esquema,
fichamento, resumo e resenha.
3
gêneros e tipos textuais. Eles são a mesma coisa? Não. Porém,
durante muito tempo (e até hoje é possível que assim o seja),
Aula
a escola sempre trabalhou na perspectiva dos tipos textuais,
preocupada apenas com a sua tipologia, classificação.
Diante da constatação da confusão existente entre
esses dois conceitos (gêneros e tipos textuais), tão comum
na fala das pessoas, nas aulas de língua materna na escola
e até na abordagem dos livros didáticos, é importante que os
diferenciemos. Vamos lá?
U V
a FR Diante da constatação, de que na escola, a diferença entre tipos e gêneros
K textuais ainda não se apresenta clara e acabada para muitos alunos e
C AM
professores (ainda hoje, muitos livros didáticos recomendados pelo MEC, usam
indistintamente os termos tipos, espécie, modos, modalidades para fazer a
SAIBA MAIS
Rio, 11/08/1991.
Amiga A. P.
Oi!
3
(bem alto, por sinal). Está ligado na Manchete FM – ou
Aula
rádio dos funks – eu adoro funk, principalmente com passos
marcados. Aqui no Rio é o ritmo do momento... e você, gosta?
Gosto também de house e dance music, sou fascinado por
discotecas!
Sempre vou à K.I, ontem mesmo (sexta-feira) eu fui e
cheguei quase quatro horas da madrugada. Dançar é muito
bom, principalmente em uma discoteca legal. Aqui no
condomínio onde moro têm muitos jovens, somos todos muito
amigos e sempre vamos todos juntos. É muito maneiro!
C. foi três vezes à K.I., pergunte só a ele como é! Está
tocando agora o “Melo da Mina Sensual, super demais! Aqui
ouço também a Transamérica e RPC FM. E você, quais rádios
curte?
Demorei um tempão pra responder, espero sinceramente
que você não esteja chateada comigo. Eu me amarrei de
verdade em vocês aí, do Recife, principalmente a galera da ET,
vocês são muito maneiros! Meu maior sonho é viajar, ficar um
tempo por aí, conhecer legal vocês todos, sairmos juntos... Só
que não sei ao certo se vou realmente no início de 1992. Mas
pode ser que dê, quem sabe! (...)
Você sabia que eu estava namorando? Ela mora aqui no
condomínio Jardim das Flores. A gente se gosta muito, às
vezes eu acho que nunca vamos terminar, depois eu acho que
o namoro não vai durar muito, entende?
O problema é que ela é muito ciumenta, principalmente
porque eu já fui afim de B., que mora aqui também. Nem
posso falar com a garota que S. já fica com raiva. É acho que
vou terminando... escreva!
Faz um favor? Diga pra M., A., P. e C, que esperem, não
demoro de escrever. Adoro vocês!
Um beijão!
Do amigo
P.P.
15:16h
3
tempo e lugar.
Aula
Portanto, fica claro que, de maneira geral, há uma
heterogeneidade tipológica nos gêneros textuais. Isso pode ser
comprovado também na leitura de uma letra de música, de um
relatório, de uma propaganda etc.
1. TIPO NARRATIVO:
Contos, contos de fadas, fábula, lenda, crônica, ficção
científica, novela, biografia, anedota etc.
2. TIPO DESCRITIVO:
Instruções de uso, instruções de montagem, receitas,
regulamentos, regras de jogo, propaganda, bula de remédio,
fatura de água, luz, telefone etc.
3. TIPO EXPOSITIVO:
Conferências, seminários, resenhas, relatório científico,
ATIVIDADES
1. Conforme já afirmado, em nossas esferas de atividades, estamos imersos numa
variedade de gêneros, pois tudo o que produzimos linguisticamente só é possível
por meio dos gêneros textuais. Sua tarefa, nesta atividade, é a de identificar
e nomear os gêneros abaixo presentes em seu cotidiano. Em seguida, deverá
informar qual(is) tipologia(s) apresenta(m)-se neles.
Texto 1:
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FIGURA 2 - Fonte: http://giiblog.files.wordpress.
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com/2008/02/chat.jpg
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Texto 3:
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Texto 4:
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Texto 5:
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Texto 7:
FIGURA 8
Fonte: http://www.jblog.com.br/media/101/20080828-tira%20MichaelJackson50%20%20Blog.jpg
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Texto 8:
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FIGURA 9 - Fonte: http://1.bp.blogspot.com _
Texto 9:
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FIGURA 11 -Fonte: http://mesquita.blog.br/wp-content/imagescaler/
afa6f5087d43cb8327ee0350c08141f1.jpg ____________________
Texto 11:
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FIGURA 12 - Fonte:http://media.photobucket.com/image/hist%2525C3%2525B3ria%20em%20
quadrinhos/cleber_album/grafite_7_setembro_1996.jpg
Texto 12:
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img/b/ford-taurus-propaganda-2.jpg
Fonte: http://ronaldocampos.blogspot.com/2006/04/piadas-lingua-portuguesa-0405-001.html
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Aula
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Texto 14:
Caetano, que lança “Cê”, diz não ser maluco para reeleger Lula
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
Editor de Ilustrada da Folha de S.Paulo
3
por alguns. Você sabe como é: a esquerda tem o velho hábito
Aula
de só ler aqueles livros que já concordam com as idéias que
ela tem. Aquelas pessoas que supostamente são progressistas
e que querem a Justiça já se põem como inimigas do livro,
o que é uma pena. O livro é para verdadeiramente fazer a
discussão caminhar. Pela primeira vez responde-se com rigor
estatístico a exigências que nasceram por causa da atenção
às estatísticas. A idéia da democracia racial brasileira parecia
um sonho romântico que as estatísticas negavam. E nunca
se respondia com estatísticas, mas com retórica. O livro pega
a linguagem dos opositores e traz uma resposta de muita
substância. Descartá-lo demonstra falta de saúde social.
CAETANO - Não sei em quem vou votar. Não gosto de votar nulo. Eu
preferiria que Lula pelo menos não fosse eleito no primeiro turno.
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Pra que em nossa ortografia,
Que é diferente hoje em dia, Que ora tem, ora não.
Aula
Seja tudo unificado. Parece que há uma regra
Pra cada situação.
Moçambique, Cabo Verde, Em muitas ele caiu
Angola e Guiné-Bissau Mas em algumas surgiu.
Assinaram o acordo E, como a coisa complica,
Com Brasil e Portugal. Já falam em reunir
O Timor Leste também Mais gente pra discutir
Embarcou no mesmo trem Quando sai e quando fica.
E andaram me dizendo
Que entrou até São Tomé, Mas, parece que os problemas
Mas este, sendo quem é, Que vão incomodar mais
Eu só acredito vendo. Vêm com a queda dos acentos
Ditos diferenciais.
Eu sei é que para nós, Pólo, pêra, pêlo e pára
Do português-brasileiro, Ficam com a mesma cara
O acordo entrou em vigor Pra sentidos diferentes.
A primeiro de janeiro. Mas, de acordo com reforma,
E agora não tem jeito, “pôde”, “pôr”, “dêmos” e
Reclamando ou satisfeito, “forma”
O que é preciso fazer São exceções existentes.
É estudar a reforma
Para conhecer a forma Tem muitas outras mudanças
Que nós temos que escrever. Que ainda temos que estudar.
Permitam-me um conselho
Eu já soube, por exemplo, Que agora quero lhes dar:
Que acabaram com o trema É bom ficar bem atentos
E, aliás, quanto a isso, Para essa queda de acentos
Não vejo o menor problema. Na escrita brasileira.
Pois pronunciar “frequência”,
“tranquilidade”, “sequência” Já chega de falar tanto
e até “ambiguidade”, Sobre a língua portuguesa.
A gente foi aprendendo Vou pegar um avião
Ouvindo e depois dizendo E voar pra Fortaleza.
Através da oralidade. Mas, antes desse percurso
Devo dizer que esse curso
O “k”, o “y” e “w” Valeu mais que ouro em pó.
Entraram no alfabeto. Tomara que o tratado
E quanto a isso eu achei Seja também adotado
Que o acordo foi correto No país de Mossoró.
Fonte: http://mundocordel.blogspot.com/2009/02/cordel-e-lingua-portuguesa.html
Texto 16:
O LOBO E O CORDEIRO
Fonte: http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.
php?idt=189995
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Gosto do Pessoa na pessoa
Aula
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo
Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
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enquanto instrumento de marketing, e a outra como um
sistema simbólico sob a perspectiva dos Estudos Culturais.
Aula
Analisa, no terceiro momento, a publicidade, vista como
gênero discursivo e, ao mesmo tempo, um ato de linguagem,
com atenção voltada ao seu funcionamento; a partir do olhar
da análise do discurso, de filiação francesa e, em seguida, a
partir dos pressupostos de Patrick Charaudeau (1992) sobre
os modos de organização do discurso. Tal análise conclui que
a publicidade turística impressa da Costa do Cacau apresenta
representações estereotipadas das identidades sociais em
um discurso homogeneizante ao tratar do destino turístico
Bahia.
PALAVRAS-CHAVE: Discurso; Identidade; Representação
Social; Publicidade Turística; Costa do Cacau.
Fonte: http://www.uesc.br/cursos/pos_graduacao/mestrado/turismo/dissertacao/mono_urbano_
cavalcante.pdf
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Fonte: http://www.releituras.com/olavobilac_lingua.asp
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2. Elabore 5 pequenos textos, no gênero que desejar, desde que cada um apresente
preponderantemente uma tipologia (narração, descrição, argumentação, injunção e
exposição).
3
• Os gêneros devem ser entendidos como uma noção que faz
Aula
referência aos textos materializados, com os quais temos
contato no nosso dia a dia, marcados por suas características
sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades
funcionais, estilo e composição característica.
• Gêneros e tipos textuais não são a mesma coisa. Enquanto os
gêneros são caracterizados pelo seu caráter funcional, socio-
comunicativo, cognitivo e institucional, os tipos designam uma
espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos,
tempos verbais, relações lógicas), que podem se apresentar
na ordem do narrar, do descrever, do argumentar etc.
• Assim como os gêneros são infinitos, em consequência da
infinidade das atividades exercidas pelos indivíduos, os tipos
textuais são em número limitado.
• Os textos, em geral, são tipologicamente variados
(heterogêneos), ou seja, num mesmo gênero podem ocorrer
vários tipos de texto, como o tipo narrativo, descritivo,
expositivo, argumentativo e injuntivo.
aula
PARÁGRAFOS
Meta
de:
• conceituar parágrafo;
4
Aula
Lutar com palavras
http://osaprendizes.files.wordpress.com é a luta mais vã.
/2008/05/escrita22.jpg
Enquanto lutamos
[...]
Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
1 INTRODUÇÃO
2 O PARÁGRAFO
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXX.
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXX.
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXX XXXXX
SAIBA MAIS
passa a impressão de que as ideias do texto
1) “ausência completa”: o texto
estão separadas em blocos (que são os dos alunos apresenta-se
parágrafos). Essa separação indicia que a como um bloco de linhas, “um
tijolaço”, muitas vezes redigido
divisão não pode ser aleatória. num único período (como na
ilustração da figura 1 acima);
4
Mas, afinal, se perguntássemos a você 2) “presença total”: cada oração
o que é parágrafo, o que você responderia?
Aula
do texto constitui um parágrafo
básico, sem que a separação se
justifique por alguma divisão
Várias linhas juntas em um texto? dos assuntos. Muitas vezes, o
que está em jogo é a intenção
As partes que compõem um de o aluno chegar ao final da
texto? quantidade de linhas exigida
pelo professor na produção
Aquele espaço em branco no do texto ou às 25 exigidas na
início da linha? (Definição talvez prova de vestibular.
linguisticamente só se dá
por meio dos gêneros. Eles os seguintes elementos:
são os textos materializados
com que temos contato no
nosso dia-a-dia, como uma a) INTRODUÇÃO ou IDEIA CENTRAL ou TÓPICO
receita, uma propaganda,
uma notícia de jornal, um
FRASAL: pode ser a frase ou as frases iniciais do
poema, uma letra de música, parágrafo que expressa, de forma resumida, a ideia
uma lista de compras etc. E
cada gênero desses, com sua
núcleo a ser desenvolvida no parágrafo.
composição característica,
demandará um tipo de
parágrafo específico. Ou
b) DESENVOLVIMENTO: trata-se da expansão,
seja, um parágrafo de da explanação da introdução, cujo objetivo é
um texto publicitário é
construído diferentemente
fundamentar a ideia central por meio de exemplos,
de um parágrafo do texto detalhes, demonstração de fatos, comparações,
científico, por exemplo.
referências históricas ou científicas etc.
Introdução ou
Desenvolvimento Conclusão
ideia central
4
Pode-se transformar o Para isso, é preciso Tudo isso contribui
Aula
sistema imunológico, desenvolver uma para que as
ao mudar a forma de auto-imagem positiva, pessoas se tornem
pensar. amando a si mesmo completas e se
e dispondo-se a curem de seus
abandonar o passado males.
e a perdoar. O corpo
sempre reflete o
estado da consciência
em determinado
momento. À medida
que as crenças são
mudadas, o ser
humano transforma-
se tanto física quanto
emocionalmente. Ao
mudar, muitas vezes,
não precisa mais da
antiga doença.
Como você deve ter notado, a ideia núcleo desse parágrafo não é
a primeira frase, mas a série de fatos que refletem os graves problemas
urbanos de São Paulo.
Exemplo 1
Bom dia!
4
Aula
Exemplo 2
Exemplo 3
ATIVIDADE
1. Identifique as partes (introdução, desenvolvimento e conclusão – se houver)
que compõem os parágrafos seguintes. Faça conforme o modelo:
4
Aula
a)
O isolamento de uma população determina as características
culturais próprias. Essas sociedades não têm conhecimento
das idéias existentes fora de seu horizonte geográfico. É o
que acontece na terra dos cegos do conto de H.G. Welles.
Os cegos desconhecem a visão e vivem tranquilamente com
sua realidade, naturalmente adaptados, pois todos são iguais.
Esse conceito pode ser exemplificado também pelo caso das
comunidades indígenas ou mesmo qualquer outra comunidade
isolada.
(Fonte: www.portrasdasletras.com.br).
b)
O desprestígio da classe política e o desinteresse do eleitorado
pelas eleições proporcionais são muito fortes. As eleições para
os postos executivos é que constituem o grande momento de
mobilização do eleitorado. É o momento em que o povão se
vinga, aprovando alguns candidatos e rejeitando outros. Os
deputados, na sua grande maioria, pertencem à classe A. É
com os membros dessa classe que os parlamentares mantêm
relações sociais, comerciais, familiares. É dessa classe com
a qual mantêm maiores vínculos, que sofrem as maiores
pressões. Desse modo, nas condições concretas das disputas
eleitorais em nosso país, se o parlamentarismo não elimina
inteiramente a influência das classes D e E no jogo político,
certamente atua no sentido de reduzi-la.
(Fonte: www.portrasdasletras.com.br).
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c)
Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem
maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o
vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado,
conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde,
quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que
paciência e muitos exercícios são os principais meios para se
obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir
mais do que é esperado.
(Fonte: www.portrasdasletras.com.br).
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d)
Se havia ainda alguma dúvida de que a economia americana
passa pelo melhor momento de sua história, ela acabou na
semana passada. Na quarta-feira, foi divulgado o índice de
confiança do consumidor, considerado um indicador quase
infalível da avaliação que os americanos fazem da solidez do
seu emprego e da evolução do ambiente econômico do país.
O resultado é o melhor dos últimos trinta anos. Ele vem se
somar a outros números excelentes. A inflação praticamente
desapareceu, o desemprego é o mais baixo em décadas, a bolsa
de valores atingiu o índice 7300, que só se esperava para daqui
a alguns anos, e o país lidera a grande revolução tecnológica
mundial. “A maioria dos americanos acha que já está bom e
vai ficar melhor ainda”, diz Allen Sinai, veterano economista
de Wall Street, conhecido até bem pouco tempo atrás por
suas previsões pouco otimistas. Este é o melhor momento
econômico dos Estados Unidos e muito provavelmente de toda
a história do capitalismo.
(Fonte: http://veja.abril.com.br/040697/p_118.html).
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e)
Até fins da década passada, possuir um tapete oriental no Brasil
era privilégio de alguns poucos colecionadores particulares.
Com a abertura das importações e conseqüente diminuição
das taxas, a oferta dessas peças aumentou significativamente
nos anos 90, provocando uma crescente curiosidade sobre o
assunto. Por isso, e também pelo quase total desconhecimento
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a)
4
por meio de noticiários que mostram o que acontece de
Aula
importante em qualquer parte do mundo; diversão, através
de programas de entretenimento (shows, competições
esportivas); cultura, por meio de filmes, debates,
cursos.___________________________________________
_________________________________________________
(Fonte: www.portaldasletras.com.br)
b)
(Fonte: www.energiasul.com.br)
c)
4
Em bom economês, gente educada produz mais. Do ponto de
vista social, a Educação também é a única saída para reduzir
Aula
desigualdades. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostram que filhos de mulheres com pouca
escolaridade (até três anos de estudo) têm 2,5 vezes mais
riscos de morrer antes de completar 5 anos de idade do que as
crianças cujas mães estudaram por oito anos ou mais.
1º parágrafo: ________________________________________
2º parágrafo: ________________________________________
3º parágrafo: ________________________________________
4º parágrafo: ________________________________________
5º parágrafo: _________________________________________
6º parágrafo: _________________________________________
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4
ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas.
Aula
A casa e o escritório serão, também, lugares importantes de
aprendizagem. (...) Educação a distância não é um “fast-food”
em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que
permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades
individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual.
Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar
experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De
agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão
combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos
presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a
distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial,
ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de
pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação
conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a
orientação virtual de um tutor, e em outros será importante
compartilhar vivências, experiências, idéias. A Internet está
caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo
real de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem
ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala
e fazer perguntas ou comentários). Cada vez será mais fácil
fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte
da Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...).
Enquanto assiste a determinado programa, o telespectador
começa a poder acessar simultaneamente às informações
que achar interessantes sobre o programa, acessando o site
da programadora na Internet ou outros bancos de dados. As
possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com
o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a
cabo, torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância.
Muitos cursos poderão ser realizados a distância com som e
imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão.
As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais
ao número de pessoas envolvidas. Algumas organizações e
(Fonte: http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm).
(Fonte: Música Popular Brasileira. São Paulo, Abril Cultural, fascículo n. 5, 1970. p. 7)
4
apresentar o significado ou detalhamento de algo. Pode
Aula
envolver também outros processos, como a descrição de
detalhes ou a apresentação de exemplos. No parágrafo abaixo,
o desenvolvimento foi construído com base na estratégia
da apresentação da definição e do detalhamento do que foi
anunciado no tópico frasal (“A vidas nas grandes cidades...):
4
de evasão, de divertimento por parte do público. A
terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-
Aula
lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada
de modo intencional ou não, por meio de material
que contribui para a formação do indivíduo ou para
ampliar seu acervo de conhecimentos.
(Fonte: www.sabereler.com/.../estruturacao-do-paragrafo.html).
ATIVIDADES
6. Leia os parágrafos abaixo (os tópicos frasais estão em negrito) e informe
qual a estratégia de desenvolvimento utilizada para o seu desenvolvimento.
a)
As novidades trazem à tona medos e inseguranças. Pode-
se verificar que os mais velhos revelam insegurança diante de
computadores ou aparelhos celulares, necessitando da ajuda
dos jovens para executarem tarefas simples como digitação
ou discagem.
(Fonte: www.professornelsonmaia.com)
_________________________________________________
b)
Para uma criança, o mundo está cheio de objetos
misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de
figuras indecifráveis. A própria presença da criança no mundo
é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer
de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a
emoção da procura da surpresa.
(RODARI, Gianni, adaptado)
_________________________________________________
c)
As mulheres recebem menos mesmo quando
desempenham funções similares aos homens. A principal
razão é a ausência do trabalho, autorizada por lei, e sua
consequente substituição temporária, o que faz com que a
folha de pagamento sofra oscilações de pico.
(Fonte: www.professornelsonmaia.com)
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d)
Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério,
o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relação entre
pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos
lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta
à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem
considerar os contra-ataques do adversário, senão será
prontamente abatido.
(Fonte: www.portrasdasletras.com.br)
e)
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f)
Para aprender a respirar fundo, é melhor deitar-se na
4
cama ou no sofá, mantendo todos os músculos apoiados.
Coloque os braços estendidos a seu lado, palmas para cima,
Aula
pernas esticadas e relaxadas. Primeiro, esvazie os pulmões,
expirando todo o ar possível. Depois, comece a inspirar pelo
nariz, expandindo os músculos do diafragma. Finalmente,
expire pelo nariz ou pela boca, contraindo os músculos.
(ROSSI, Ana Maria)
_________________________________________________
g)
A biosfera é a parte do planeta que contém vida e que
representa o conjunto de todos os ecossistemas da Terra.
É uma camada de pequena espessura, em relação ao tamanho
do globo terrestre. É constituída pelos mares, rios, lagos, pelo
solo até poucos metros de profundidade e pela atmosfera a
uma altitude de poucos quilômetros. A vida da terra necessita
de algumas condições básicas, como luz, água e temperatura
acima do ponto de congelação. Como a distribuição desses
fatores no planeta não é homogênea, as diferentes regiões da
Terra apresentam aspectos biológicos diferentes.
(SILVA JÚNIOR, César da; SASSON, Sezar).
_________________________________________________
h)
A arte (...) é tudo que pode causar uma emoção
estética, tudo que é capaz de emocionar suavemente a nossa
sensibilidade, dando a volúpia do sonho e da harmonia, fazendo
pensar em coisas vagas e transparentes, mas iluminadas
e amplas como o firmamento, dando-nos a visão de uma
realidade mais alta e mais perfeita, transportando-nos a um
mundo novo, onde se aclara todo o mistério e se desfaz toda
a sombra, e onde a própria dor se justifica como revelação ou
i)
O aborto deve ser discutido em três níveis: cultural,
penal e médico. O primeiro rege o comportamento de
cada sociedade; o segundo, a questão da criminalização; e o
terceiro, o plano ético.
(Fonte: www.professornelsonmaia.com)
_________________________________________________
j)
O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se
situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os
demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso,
anterior a toda a reflexão e não-crítico de estabelecer algumas
verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais
ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as
formas da ação humana.
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires)
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4
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_________________________________________________
Aula
_________________________________________________
4 QUALIDADES DO PARÁGRAFO
4
apresentados sem redundâncias. Observe, no parágrafo abaixo
Aula
destacado em negrito, que uma série de informações poderiam
ser evitadas para que o texto se tornasse mais “enxuto”, e sem
prejudicar a sua ideia central:
ATIVIDADE
8. Assinale a alternativa correta:
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4
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Aula
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LEITURA RECOMENDADA
RESUMINDO
Atlas, 1992.
4
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna:
Aula
aprendendo a escrever aprendendo a pensar. 14. ed. Rio de
Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1988.
aula
A COESÃO TEXTUAL
Meta
de:
Aula
Danilo Marcondes
1 INTRODUÇÃO
2 A COESÃO TEXTUAL
5
lexical.
Aula
2.1.1 A coesão referencial
O pronome isso antecipa a expressão muita saúde e paz.
Este é, portanto, o referente do pronome coesivo isso. Dessa
vez, a referência é catafórica.
2.1.2 Substituição
2.1.3 Elipse
VOCÊ SABIA?
elemento por conta da terminação verbal que, (elipse de pronome - eles)
b) Eu estudei Letras, minha irmã,
nos dois momentos (abriu e fez), aparece na Pedagogia. (elipse de verbo –
terceira pessoa do singular. estudou)
c) Esta aula foi a mais fácil do curso.
(elipse de nome – aula)
5
ATIVIDADE
Aula
1: Identifique os referentes dos anafóricos das frases abaixo:
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______________________________________________________________
Hiperônimo: em uma
relação entre palavras,
hiperônimo é o termo
cujo significado é mais c) hiperônimos e hipônimos:
genérico (ex.: talher é
hiperônimo de garfo).
Ex. 1: Gosto muito de doces. Cocada, então, adoro. (hiperônimo)
Hipônimo: em uma
relação entre palavras,
hipônimo é o termo Ex. 2: Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardavam o momento
cujo significado é mais de se lançarem sobre os animais mortos. (hipônimo)
específico (ex.: faca é
hipônimo de talher).
5
campo semântico: mesmo significado.
Aula
São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão.
Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando
engarrafamentos de até 200 quilômetros.
Há ainda um outro
tipo de coesão: a
sequencial. Como não
foi objeto de estudo
Você deve notar que as palavras enchentes e alagamentos para a presente aula,
PARA CONHECER
fazem parte de um conjunto de palavras que apresentam sugerimos apro-
fundamento nos estu-
proximidade de sentido, isto é, fazem parte de um mesmo dos a partir da leitura
do livro Coesão e
campo semântico, tornando, pois, mais coeso e uno.
Coerência Textuais,
de Leonor Lopes
Fávero, da Editora
Vamos parar para praticar? Ática.
ATIVIDADES
2. Construa uma nova versão do texto que segue, utilizando os mecanismos de
coesão que julgar adequados, com o objetivo de torná-lo mais coeso.
ruins, o estresse também vem nas situações em que aspiramos a avançar mais.
Ganhar na loto é um estresse do mesmo nível de uma demissão do emprego,
só que é chamado de estresse positivo. (Archimedes Baccaro – adaptado)
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a) O Brasil vive uma guerra civil diária e sem trégua. No Brasil, que se orgulha
da índole pacífica e hospitaleira de seu povo, a sociedade organizada ou não para
esse fim promove a matança impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo
menos sete milhões de crianças e adolescentes, segundo estudos do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), vivem nas ruas das cidades do Brasil.
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b) A poesia às vezes se impõe por sua própria força. Mesmo quem nunca
leu Carlos Drummond de Andrade sabe que ele é um grande poeta. Carlos
Drummond de Andrade marcou não só a literatura brasileira, mas também a
vida cotidiana de muitas pessoas com suas crônicas publicadas no Jornal do
Brasil. A poesia de Carlos Drummond de Andrade também se preocupou com
a nossa vida cotidiana. Nesses momentos a poesia de Carlos Drummond de
Andrade nos faz refletir sobre sentimentos advindos de certos fatos que, ditos
de outra forma, não nos teriam tocado tanto.
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5
É importante salientar, com base em Platão e Fiorin (2002,
Aula
p. 279), que, no uso desses elementos de coesão, cada um
deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso,
estabelecem, entre elas, um certo tipo de relação semântica:
causa, finalidade, conclusão, contradição, condição etc.
Para você entender o que estamos apresentando, leia os
exemplos abaixo e, em seguida, veja se consegue ligar as ideias,
formando um único período e utilizando uma conjunção:
elas estabelecem:
OPERADORES
SENTIDOS EXEMPLOS
ARGUMENTATIVOS
EXPLICAÇÃO/
CAUSALIDADE:introduz Porque, pois, visto que, Michael faltou à aula
uma justificativa para o uma vez que, já que etc. porque estava doente.
que se disse na oração
anterior.
COMPARAÇÃO: estabelece Tal qual, mais que, menos Gabrielly é inteligente tal
relações de comparação que, como etc. qual Grabriel.
entre os elementos.
ALTERNÂNCIA OU
DISJUNÇÃO: introduz Ou...ou, ora...ora, seja... Ora filosofava, ora
5
argumentos alternativos, seja, quer... quer etc. contava piadas.
levando a conclusões
Aula
opostas ou diferentes.
Em pouco tempo,
TEMPORALIDADE: indica em muito tempo, no Enquanto Grazielly estava
uma circunstância de momento em que, logo no banho, Michael e
tempo. que, assim que, antes Gabrielly brincavam na
que, depois que, quando, calçada.
sempre que etc.
EXCLUSÃO: indica uma Só, somente, apenas, Quando você for embora,
relação de exclusão entre senão etc. só restarão as lembranças
duas orações. dos bons momentos.
ESCLARECIMENTO:
introduz esclarecimentos, Isto é, quer dizer, vale Uma língua não para
retificações ou dizer, ou seja, em outras nunca. Evolui sempre, isto
desenvolvimentos do que palavras etc. é, muda sempre.
foi dito anteriormente.
PROPORCIONALIDADE:
inicia uma oração que se À medida que, à Quanto menos as pessoas
refere a um fato realizado proporção que, ao passo nos incomodam, tanto U V
a FR
ou para realizar-se que, tanto quanto, tanto mais realizamos nossas K
simultaneamente. mais, a menos que etc. tarefas. C AM
5
projeção dessa continuidade indefinidamente =
Aula
MAS.
5
fenômeno da automedicação jamais foi tão preocupante
Aula
como o é atualmente. Embora se trate de um comparativo
de igualdade, o advérbio jamais nega a existência dessa
igualdade e põe à mostra o fato de que o fenômeno
hoje é mais preocupante do que era antes.
• Linha 7: que – é um anafórico, cujo antecedente é
pessoas.
• Linha 9: isto é – introduz uma explicação a respeito do
que é a venda “livre” dos produtos farmacêuticos.
• Linha 11: sem que – indica a exclusão de um fato que
poderia constituir um argumento contrário ao que se
afirmou anteriormente.
• Linha 16: ou – marca uma relação de alternância (e/
ou): todos os elementos podem ocorrer, embora não
simultaneamente.
• Linha 23: E – introduz uma interrogação retórica que
retorna à argumentação desenvolvida anteriormente.
• Linha 27: tudo isso – é um anafórico e um afirmador de
totalidade universal. Retoma os elementos citados no
contexto imediatamente anterior: todos os elementos
da “bomba” para cortar a gripe são perigosos.
ATIVIDADES
4. Da mesma forma que Platão e Fiorin analisaram o uso dos conectivos e
anafóricos no texto acima, você deverá fazer o mesmo com os termos destacados
(em negrito) no texto abaixo:
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b) Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar
alimento e os preços vão disparar.
5
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Aula
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c) Vai faltar alimento e os preços vão disparar. Uma seca desoladora assolou a
região sul, principal celeiro do país.
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b) Não concordo em nenhuma hipótese com seus argumentos, pois eles vão ao
encontro dos meus.
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c) A casa, que ficava em uma região em que fazia bastante frio durante o
inverno.
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h) Uma boa parte das crianças mora muito longe, vai à escola com fome, onde
ocorre grande número de desistências.
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Aula
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10. Uma pessoa está sendo acusada de homicídio. Ao ser presa, faz a seguinte
declaração:
5
a) ( ) Podem acusar-me, porque estou com a consciência tranquila.
b) ( ) Podem acusar-me, mas estou com a consciência tranquila.
Aula
c) ( ) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranquila.
d) ( ) Podem acusar-me, e estou com a consciência tranquila.
e) ( ) Podem acusar-me, ou estou com a consciência tranquila.
11. No texto que segue, pode-se verificar que os diferentes operadores relacionam
as ideias, dando sentido aos enunciados. Numere os parênteses de acordo
com o código, indicando a relação estabelecida: (1) oposição, concessão; (2)
adição, alternância; (3) explicação, causa, consequência; (4) temporalidade; (5)
finalidade; (6) comparação; (7) conformidade; (8) conclusão; (9) condição.
RESUMINDO
5
Paulo: Cortez, 1989.
Aula
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e
linguagem. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1993.
aula
A COERÊNCIA TEXTUAL
Meta
de:
1 INTRODUÇÃO
No seu dia a dia, muitas vezes, você já deve ter ouvido
comentários do tipo: “isso não tem coerência”, “você está
sendo incoerente”, “o que você diz não faz o menor sentido”.
Quando isso acontece, muitas vezes, as pessoas procuram logo
corrigir ou explicitar algum raciocínio mal elaborado, ou tentar
convencer o seu interlocutor de que o que foi dito é lógico e
tem sentido.
Mas quando isso afeta a nossa produção escrita, é preciso
que observemos o que, em nossos textos, pode ter causado
estranheza ou até mesmo incompreensão por parte do leitor.
Estamos diante de um fator importante da articulação textual:
é a coerência textual.
É sobre isso que estudaremos nesta aula. Vamos lá!
2 COERÊNCIA
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
6
pacata, atribuindo-lhe um enfoque depreciativo, conforme
Aula
indicia o verso Êta vida besta, meu Deus.
Agora, observe o texto seguinte:
Fonte:http://ufpel.tche.br/~carolinad.ifm/coerencia.pdf
6
SEMÂNTICOS, SINTÁTICOS, ESTILÍSTICOS E
Aula
PRAGMÁTICOS
Prezado Antônio,
Neste momento quero expressar meus profundos
sentimentos por sua mãe ter batido as botas.
6
o “Princípio da Cooperação”, em que os interlocutores dão
Aula
sua contribuição para que a comunicação se realize. Então,
se um deles faz uma pergunta, espera-se que, pelo “Princípio
da Cooperação”, o outro dê uma resposta à pergunta feita.
Há incoerência no exemplo acima porque se esperava que B
indicasse a localização da “Rua São Vicente” ou respondesse
que não sabia a localização da mesma.
ATIVIDADES
1. Leia os enunciados que seguem e diga se há ou não coerência. Caso ocorram
incoerências, aponte-as:
6
pensar nas consequências nefastas desse tipo de atitude. Por esses
Aula
motivos, a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores
de dezoito anos deveria ser revogada.
a) “Pela tarde chegou uma carta a mim endereçada, abri-a correndo sem
nem tomar fôlego. O envelope não tinha nada dentro, estava vazio.
Dentro só tinha uma folha, em branco.”
b) “Eu não ganhei nenhum presente, só ganhei uma folha em branco, meu
retrato de pôster e um disco dos Beatles”.
c) “Pela manhã recebi uma carta repleta de conselhos. Era uma carta em
branco e não liguei para os conselhos já que conselhos não interessam
para mim pois sei cuidar da minha vida.”
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f) “As reuniões daqui para a frente serão realizadas duas vezes por mês e não
mais a cada quinze dias”.
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6
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Aula
b) Podemos imaginar, no entanto, uma situação, um contexto, no qual esse
diálogo ganhe coerência. Crie esse contexto para que o diálogo acima seja
coerente.
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RESUMINDO
6
escrita. Petrópolis: Vozes, 2006.
Aula
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A
coerência textual. São Paulo: Contexto, 1997.
aula
ESQUEMA E FICHAMENTO:
TÉCNICAS DE ESTUDO
Meta
de:
7
Aula
1. INTRODUÇÃO
2. ESQUEMA: O QUE É
7
Como já dito, a função do esquema, pois, é definir o
Aula
tema e hierarquizar as partes de um todo numa linha diretriz,
para torná-lo possível a uma visão global. Pelo esquema, pode-
se atingir o todo numa única mirada.
Para a maioria das matérias que estudamos, o mais
indicado é tomar notas em forma de esquemas ou resumos,
por várias razões, dentre elas podemos citar:
ATENÇÃO
Você deve se
expressar, pre-
FIDELIDADE LOGICIDADE ADEQUAÇÃO ferencialmente,
através de frases
curtas e não em
períodos que jun-
m) manter um sistema uniforme de observações, gráficos e tos comporão um
pequeno texto.
símbolos para as divisões e subordinações que caracterizam
a estrutura do texto.
7
síntese, se você perguntar “O que deve oferecer um bom esquema?”, uma resposta U V
a FR
breve seria: K
Aula
C AM
Um bom esquema deve apresentar:
SAIBA MAIS
Viciados em F7
Viciados em F7
7
1.1 Basta apertar a tecla F7.
1.2 Chato para os que se garantem em ortografia e
Aula
gramática.
1.3 Segue regras básicas e ridículas;
1.4 Salvação dos que não possuem bom conhecimento
do português.
1.5 Aponta possíveis erros e sugere diversas
soluções.
2. O vício da tecla F7
2.1 Legião de viciados em F7.
2.2 Dispensa cuidados ao digitar.
2.3 O usuário repete o mesmo erro diversas vezes.
2.4 Não possibilita aprender a ortografia correta.
2.5 O computador passa a corrigir os erros para
você.
3. Estudante viu a importância do escrever correto
3.1 Utiliza o dicionário para tirar dúvidas;
3.2 Faz um curso de digitação para não escrever
errado;
A tecla F7
ATIVIDADE
1. Abaixo, são apresentados alguns textos para que você possa esquematizá-los.
Aí vão algumas dicas que você não deve esquecer:
Texto 1:
Texto 2:
7
significação, em língua natural, pode ser definida como o conjunto de
relações que se instituem na atividade da linguagem entre os indivíduos
Aula
que a utilizam, ativiade esta que se inscreve sistematicamente no
interior da própria língua (KOCH, Ingedore).
Texto 3:
Texto 4:
Texto 5:
BOBAGENS SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO
“E deixe os Portugais morrerem à míngua...”
- Caetano Veloso
3 FICHAMENTO: O QUE É
7
Aula
O fichamento é uma forma de investigar caracterizado
pelo ato de fichar (registrar) todo o material necessário à
compreensão de um texto ou tema. É uma parte importante na
organização da pesquisa de documentos, permitindo um fácil
acesso aos dados fundamentais para a elaboração e conclusão
de um trabalho.
O ato de fichar o material de estudo e pesquisa é de
suma importância, pois facilita a procura do pesquisador, que
terá ao seu alcance as informações coletadas nas bibliotecas
públicas ou privadas, na Internet, ou mesmo em seu acervo
particular, evitando que consulte mais de uma vez a respeito
de um determinado tema, por não conseguir guardar em sua
memória todos os dados aos quais teve acesso.
Dessa forma, para o pesquisador, a ficha é um
instrumento de trabalho imprescindível. Como o pesquisador,
3.1Tipologia
7
que desta vez o assunto deve estar encabeçando a ficha (na
Aula
chamada):
ESTRUTURA SINTÁTICA DA FRASE
SAIBA MAIS
4) A supressão de palavras é indicada com três pontos entre colchetes.
Exemplo:
Prefira:
7
Aula
Resumo IMPRESSIONISMO
Veja um exemplo:
RESUMINDO
7
pois, à medida que você vai fichando o material estudado, não
Aula
precisará, posteriormente, perder tempo com o estudo de novo
da obra. Basta buscar no fichamento os elementos necessários
para a execução do seu trabalho.
• Uma ficha se estrutura com os seguintes elementos: cabeçalho,
referências bibliográficas, corpo da ficha e local onde se
encontra a obra.
• Existem vários tipos de fichamento, como fichamento
bibliográfico por autor, fichamento bibliográfico por assunto,
fichamento de transcrição ou de citação, fichamento de resumo,
fichamento de comentário. A escolha pela feitura de um ou outro
dependerá dos objetivos do estudante e/ou pesquisador.
• A ABNT apresenta normas que devem ser levadas em consideração
quando da elaboração das referências bibliográficas das obras
que lemos, estudamos ou pesquisamos.
REFERÊNCIAS
do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2005.
Salvem o português
Sérgio Nogueira
O professor Sérgio Nogueira usa os meios que pode para disseminar o uso correto
da língua portuguesa. É autor de oito livros sobre o assunto, discute o tema em um
programa na TV Senac e numa coluna de jornal, é consultor de empresas e atua
como supervisor de linguagem em vários veículos de comunicação. Crítico feroz do
uso de estrangeirismos desnecessários, mora num condomínio carioca chamado, por
ironia, de Greenwood Park. “Levo isso na esportiva, fazer o quê?”, resigna-se. Com
humor, ele consegue explicar os mistérios da língua de forma surpreendentemente
clara. Seus principais alvos são os modismos e os estrangeirismos. “E existem
também os bobismos”, diz, para identificar a utilização de palavras oriundas da
informática para substituir termos existentes no vocabulário. De uma maneira
geral, o professor – um gaúcho de 56 anos que se formou em letras pela UFRGS e
fez mestrado na PUC do Rio de Janeiro – prega a liberdade no uso da língua. Mas
não vê apenas prejuízos no internetês, o dialeto usado na rede, que as escolas
tanto condenam. “Ele trouxe ensinamentos que seria interessante os professores
perceberem.”
ISTOÉ – Qual a principal praga que ataca a língua portuguesa nos nossos
dias?
Sérgio Nogueira – Temos problemas de construção de frases, de vocabulário, de
7
falta de conhecimento, de modismos e, obviamente, problemas gramaticais. Mas
Aula
isso tem menor importância. Prefiro um texto com erro, um acento mal posto, do
que aquela frase incompreensível. Na comunicação, a qualidade maior é fazer-se
entender.
expressa do Rio de Janeiro, viu uma placa que incomoda muita gente: “Multagem
eletrônica.” Eu já recebi várias cartas de pessoas que querem saber se a palavra
existe. Na cabeça das pessoas existir é estar no dicionário. Como se o dicionário
decidisse quem nasceu ou não nasceu. É preciso lembrar que os dicionários
nunca estão atualizados.
ISTOÉ – E o gerundismo?
7
Nogueira – Quando a pessoa foge do sistema formal de escrita, não está dando
Aula
a si um dos elementos para aprender ortografia, que é a memória visual. Você
não sabe ortografia por regra, mas por memória. O perigo é a garotada criar
uma memória irreversível. A gente não deve se escandalizar com o internetês. O
professor deve aproveitar essa realidade que encanta a garotada e trazer para a
sala de aula. Não para que o aluno faça a redação assim, mas para ensiná-lo a
traduzir o internetês para a língua padrão.
ISTOÉ – E deletar?
Nogueira – Acho que está incorporado. Mas, na minha opinião, deve ser usado
em textos de informática. Deletar é um tipo especial de apagar. Se eu uso uma
(*) Entrevista publicada nas páginas vermelhas iniciais da revista IstoÉ, que circulou
em 23 de agosto de 2006.
PRODUÇÃO DE TEXTO
Para produzir textos de qualidade, seus alunos têm de saber o que querem dizer,
para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. A chave é
ler muito e revisar continuamente
7
escrita, mas a maneira de elaborar o discurso (leia o quadro abaixo).
Aula
Expectativas de aprendizagem
No que se refere à escrita, é importante que, no fim do 5º ano, o aluno saiba:
7
tiveram de produzir textos sem função comunicativa durante a escolaridade inicial
Aula
e, por acreditarem que escrever é uma chatice, são mais resistentes.” Atenta, Maria
Teresa soube driblar esse problema. Percebendo que a turma andava inquieta com
a proibição por parte da direção do uso de short entre as meninas, a professora
fez disso tema de um editorial do jornal mural - a produção foi uma das melhores
propostas do projeto.
“Para que alguém se coloque na posição de escritor, é preciso que sua
produção tenha circulação garantida e leitores de verdade”, diz Roxane. E
todos saberiam a opinião do aluno sobre a questão, inclusive a diretoria. “Só
assim ele assume responsabilidade pela comunicação de seu pensamento
e se coloca na posição do leitor, antecipando como ele vai interpretá-
lo.” A argumentação da garotada foi tão bem estruturada que a diretoria
resolveu voltar atrás e liberar mais uma vez o uso da roupa entre as garotas.
A criação de condições didáticas nas propostas para as turmas de 1º a
5º ano segue os mesmos preceitos utilizados pela professora Maria Teresa. “Em
qualquer série, como na vida, produzir um texto é resolver um problema”, ensina
Telma Ferraz Leal. “Mas para isso é preciso compreender quais são os elementos
principais desse problema.”
Para que o jovem seja capaz de elaborar um texto com as próprias ideias
e dentro das características de um gênero, é preciso que desenvolva um
7
percurso de autoria
Aula
A primeira proposta foi o reconto oral de uma fábula conhecida. “Isso envolve
organizar ideias e pode ser uma forma de planejar a escrita”, endossa Patricia
Corsino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quando já dominamos todas
as informações de uma narrativa, podemos focar apenas na forma de expor os
elementos – mas esse é um grande desafio no início da escolaridade.
Na turma de Edileuza, as propostas seguintes foram a re-escrita individual e
a produção de versões de fábulas conhecidas com modificações dos personagens
ou do cenário. Aos poucos, todos ganharam condições de inventar situações.
A professora percebeu que a turma não entendia bem o sentido da moral
da história. Pediu, então, uma pesquisa sobre provérbios e seu uso cotidiano.
Com essa compreensão e um repertório de ditados populares, Edileuza sugeriu a
criação de uma fábula individual. Ela discutiu com o grupo que elas geralmente têm
como protagonistas inimigos tradicionais (cão e gato ou gato e rato, por exemplo).
Estava colocada a primeira restrição para a produção. Em seguida, a classe relembrou
alguns provérbios que poderiam ser escolhidos como moral nas histórias criadas.
Desde o início, todos sabiam que as produções seriam lidas por estudantes
de outra escola, o que serviu de estímulo para bolar tramas envolventes. “Há uma
diferença entre escrever textos com autonomia - obedecendo à estrutura do gênero,
sem problemas ortográficos ou de coerência - e se tornar autor”, diz Patrícia Corsino.
verdade-427139.shtm
aula
RESUMO
Meta
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Aula
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Júlio Dantas
1. INTRODUÇÃO
2. RESUMO: O QUE É
Equivocadamente,
muitos pensam (e
assim fazem) que
resumir um texto é
Muitos autores, a exemplo de Lakatos e Marconi (1985),
reproduzir frases ou Fiorin e Savioli (2006), Medeiros (2008), Koche, Boff e Pavani
partes de frases do
texto original. No
(2006), apresentam consenso conceitual ao definir resumo
entanto, isso não como uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos
é resumir. Resumir
requer que o texto
num texto. Garcez (2001) afirma que o resumo não pode
seja compreendido acrescentar ideias novas, pois se trata de uma síntese, uma
e sua redação seja
feita com as próprias
compactação, diferentemente de uma crítica, de uma resenha
palavras de quem está ou de um comentário que permitem ampliação e discussão.
resumindo.
O resumo deve exprimir, de forma objetiva, os elementos
essenciais do texto, sem perder de vista, como salienta Fiorin
e Savioli (2006), três elementos: 1) as partes essenciais do
texto; 2) a progressão em que elas aparecem no texto; 3) a
correlação entre cada uma das partes.
PRIMEIRO PASSO
Leitura do texto, sem interrupções, com o objetivo de
estabelecer um primeiro contato leitor-texto. Nada deve ser
anotado ou sublinhado, a fim de que não se perca a ideia mais
geral, tentando responder a pergunta: de que trata o texto?
SEGUNDO PASSO
TERCEIRO PASSO
QUARTO PASSO
QUINTO PASSO
O homem e a natureza
ATIVIDADES
1. Produzir um resumo do texto abaixo. Para isso, apresento os passos a serem
seguidos por você em sua elaboração. Vamos lá?
PRIMEIRO PASSO
SEGUNDO PASSO
TERCEIRO PASSO
QUARTO PASSO
Nesta etapa, você deverá elaborar um esquema, tentando fazer uma segmentação
do texto em blocos de ideias que tenham alguma unidade de significação.
Resposta:
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_______________________________________________________________
QUINTO PASSO
Neste último passo, você fará a escrita do resumo, com suas próprias palavras,
observando a presença de um ideia central e a relação lógica entre as partes. Faça
inicialmente uma primeira redação até se chegar ao texto (resumo) definitivo.
Rascunho:
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_______________________________________________________________
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Aula
Texto definitivo:
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Resumo:
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Resumo:
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_______________________________________________________________
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Resumo:
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3. TIPOS DE RESUMO
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Aula
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de resultados e conclusões. Assim como no resumo indicativo
(ou descritivo), neste resumo informativo devem ser evitados
Aula
Marilene Felinto
Da Equipe de Articulistas
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Ou então, a mensagem rabiscada na parede
do banheiro: “Herstory Not History”, trocadilho
Aula
que indicaria o machismo explícito na palavra
“História”, porque em inglês a palavra pode ser
desmembrada em duas outras, “his” (dele) e
story (estória). A sugestão contida no trocadilho
é a de que se altere o “his” para “her” (dela).
As histórias individuais de cada personagem
são o costumeiro amontoado de fatos cotidianos,
almoços, jantares, trabalho, casamento e muita
“reflexão feminina” sobre a infância, o amor, etc.
Tudo isso narrado da forma mais achatada
possível, sem maiores sobressaltos, a
não ser talvez na descrição do interesse
da personagem Tony pelas guerras.
Mesmo aí, prevalecem as artificiais inserções
RESUMINDO
Nesta aula você aprendeu que:
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Aula
aula
RESENHA
Meta
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1 INTRODUÇÃO
ATENÇÃO
e Pavani (2006, p.
informação e de opinião, também denominado de recensão
96), “os julgamentos
crítica. E é sobre ela que você estudará mais detalhadamente inteiramente pessoais,
que só exprimem o
na próxima seção.
sentimento do autor,
tais como eu gosto ou
eu não gosto, devem
2.2.1 Estrutura de uma resenha crítica ser evitados, porque
não são justificados
pela razão”.
1) Título;
2) Referência bibliográfica;
3) Credenciais do autor (dados bibliográficos) da obra
resenhada;
4) Resumo do conteúdo da obra;
5) Avaliação crítica;
6) Indicação do resenhista.
1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Autor(es)
Título (subtítulo)
Imprensa (local da edição, editora, data)
Número de páginas
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2. CREDENCIAIS DO AUTOR
Informações gerais sobre o autor
Autoridade no campo científico
Quem fez o estudo?
Quando? Por quê? Onde?
3. CONHECIMENTO
Resumo detalhado das idéias principais
De que trata a obra? O que diz?
Possui alguma característica especial?
Como foi abordado o assunto?
Exige conhecimentos prévios para entendê-lo?
4. CONCLUSÃO DO AUTOR
O autor apresenta conclusões? (ou não)
Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?)
Quais foram?
6. APRECIAÇÃO
a) Julgamento da obra
Como se situa o autor em relação:
- às escolas ou correntes filosóficas científicas, culturais?
- às circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas etc.?
b) Mérito da obra
Qual a contribuição dada?
Idéias verdadeiras, originais, criativas?
Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?
c) Estilo
Conciso, objetivo, simples?
Claro, preciso, coerente?
Linguagem correta? Ou o contrário?
d) Forma
Lógica, sistemática?
Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?
e) Indicação da obra
A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?
Michael Jackson:
terceiro e quarto parágrafos, também há informações
uma Bibliografia Não objetivas sobre a obra, mas predomina o julgamento
Autorizada (Record:
tradução de Alves Calado;
do produtor da resenha. No terceiro, inclusive, sugere
540 páginas, 29,90 modificações em futuras edições.
reais), que chega às
livrarias nesta semana,
No quinto parágrafo, há a apresentação das
é o melhor perfil de astro conclusões das ideias do autor (“Como argumenta o
mais popular do mundo.
(Veja, 4 de outubro,
autor, nas suas considerações finais...” e “Assim, ele
1995). conclui que...”).
No sexto parágrafo, você deve notar mais
uma opinião crítica do resenhador em relação à
ATIVIDADES
1. Leia a resenha abaixo e, em seguida, responda as questões que seguem:
Gilberto Scarton
b) Quem é o resenhador?
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prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática, é o paradigma hoje em
dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é um paradigma
Aula
Nóvoa: É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi
no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje,
os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no passado,
mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que não existia
no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de todos os grupos
sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias,
quando toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir,
de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo,
também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia no passado.
Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do que era
há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua-
se, ainda, pelo fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber
para que ela quer a escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania
nacional, foi um fator de promoção social durante muito tempo e agora deixou
de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza,
uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza,
muitas vezes, transforma o professor num profissional que vive numa situação
amargurada, que vive numa situação difícil e complicada pela complexidade do
seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece, também, por
essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.
Nóvoa: Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas
Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e
que são aspectos extremamente importantes, porque no passado os professores
não tiveram, por exemplo, os professores nunca tiveram situações materiais
e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade social que,
em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses
aspectos sociais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no
novo milênio, neste milênio que estamos, eu creio que pensando internamente
a profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que
os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não
passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e
sindicais – passa também por novos modelos de organização, como comunidade
profissional, como coletivo docente, dentro das escolas, por grupos disciplinares
e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que é mais ampla do
que o papel que tem exercido até agora. As questões do professorado enquanto
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Salto: O senhor diz em um texto que a sua intenção é olhar para o presente
dos professores, identificando os sentidos atuais do trabalho educativo.
Em relação ao Brasil o que o senhor vê: o que já avançou na formação
dos professores brasileiros e o que ainda precisa avançar?
Nóvoa: É muito difícil para mim e nem seria muito correto estar a tecer grandes
considerações sobre a realidade brasileira. Primeiro porque é uma realidade que,
apesar de eu cá ter vindo algumas vezes, que eu conheço ainda mal, infelizmente,
espero vir a conhecer melhor e, por outro lado, porque não seria (...) da minha
parte tecer grandes considerações sobre isso.
No entanto, eu julgo poder dizer duas coisas. A primeira é que os debates que há
no Brasil sobre formação de professores e sobre a escola são os mesmos debates
que se tem um pouco por todo mundo. Quem circula, como eu circulo, dentro
dos diversos países europeus, na América do Norte e outros lugares, percebe que
estas questões, as questões que nos colocam no final das palestras, as perguntas
que nos fazem são, regra geral, as mesmas de alguns países para os outros. Não
há, portanto, uma grande especificidade dos fatos travados no Brasil em relação
a outros países do mundo e, em particular, em relação a Portugal.
Creio que houve, obviamente, avanços enormes na formação dos professores nos
últimos anos, mas houve também grandes contradições. E a contradição principal
que eu sinto é que se avançou muito do ponto de vista da análise teórica, se
avançou muito do ponto de vista da reflexão, mas se avançou relativamente
pouco das práticas da formação de professores, da criação e da consolidação de
dispositivos novos e consistentes de formação de professores. E essa decalagem
entre o discurso teórico e a prática concreta da formação de professores é preciso
ultrapassá-la e ultrapassá-la rapidamente. Devo dizer, no entanto, também, que
se os problemas são os mesmos, se as questões são as mesmas, se o nível de
reflexão é o mesmo, eu creio que a comunidade científica brasileira está ao nível
das comunidades científicas ou pedagógicas dos outros países do mundo. Se
essas realidades são as mesmas é evidente que há um nível, que eu diria, um
nível material, um nível de dificuldades materiais, de dificuldades materiais nas
escolas, de dificuldades materiais relacionadas com os salários dos professores,
de dificuldades materiais relacionadas com as condições das instituições de
formação de professores que são, provavelmente, mais graves no Brasil do que
em outros países que eu conheço.
Terão aqui, evidentemente, problemas que têm a ver com as dificuldades históricas
de desenvolvimento da escola no Brasil e das escolas de formação de professores
e que, portanto, é importante enfrentá-los e enfrentá-los com coragem e enfrentá-
los de forma não ingênua, mas também de forma não derrotista. Creio, por
isso, que devemos perceber que no Brasil, como nos outros países, as perguntas
são as mesmas, as nossas empolgações são as mesmas, mas é verdade que
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
para cursos de pós-graduação: noções práticas. São
Paulo: Atlas, 1995.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto
para estudantes universitários. Petrópolis: Vozes, 1992.