Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Odysseus and The Song of The Sirens Revi
Odysseus and The Song of The Sirens Revi
Bruno Pucci1
1
Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade Metodista de Piracicaba e
coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisa "Teoria Crítica e Educação", CNPq e FAPESP.
2
ADORNO, T. W., Die Aktualität der Philosophie, In ADORNO, T. W., Philosophische
Frühschriften, Band I. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1996, pág. 325-344. Tradução, ainda não
publicada, de Bruno Pucci e Newton Ramos de Oliveira.
2
3
Carta de Adorno a Benjamin, de 10 de novembro de 1938. In BUCK-MORSS, S., Origen de la
dialéctica negativa: Theodor W. Adorno, Walter Benjamin y el Instituto de Frankfurt. Siglo vientiuno
editores: Mexico, 1981, pág. 65.
4
Cf. GAGNEBIN, J.M. Divergências e convergências metodológicas sobre o método dialético entre
Adorno e Benjamin. Trabalho apresentado no Colóquio Nacional “Dialética negativa, estética e
educação”. Piracicaba: UNIMEP, 2000. Publicação interna.
5
Cf. NOBRE,M., Excurso: Theodor Adorno e Walter Benjamin, 1928-1940, In NOBRE,M.A
Dialética Negativa de Theodor W. Adorno: a Ontologia do Estado Falso. São Paulo: Iluminuras,
1998, p. 60.
6
BUCK-MORSS, S. op. cit. p.66.
7
TIEDEMANN, R. Editorische Nachbemerkung. In ADORNO. T. W. Ges. Schriften, Vol I,
Philosophische Frühschriften, Band I. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1996, pág.383.
3
8
ADORNO, T. W. A Atualidade da Filosofia. Tradução de Bruno Pucci e Newton Ramos de
Oliveira. Piracicaba: UNIMEP. 2000. Publicação Interna, parágrafo 01, p. 01.
4
9
Cf. BUCK-MORSS, S. op. cit. p. 154.
10
In ADORNO, T.W., op. cit. parágrafo 5, p. 12.
11
Cf. BUCK-MORSS, S., op. cit. pp.154-167.
5
pelo pensamento, ainda nesse caso ela não é intencional. A realidade “dada”
não concorda de nenhum modo com a intenção divina, com uma idéia a priori
ou com a razão absoluta de Hegel. Não é tarefa da filosofia retratar a realidade
como significativa em sentido positivo e justificá-la. Para Adorno, o processo
interpretativo necessita de algo mais que a experiência imediata do “dado”,
requer a intervenção ativa do sujeito pensante. Nem a mente e nem a matéria
podem dominar o outro como primeiro princípio filosófico. A verdade reside no
objeto, porém não está à mão; o objeto material necessita do sujeito racional
para liberar a verdade nele contida12.
A crítica às filosofias sistemáticas, o olhar microscópico na busca do
particular concreto, a forma ensaística de se expressar filosoficamente são
elementos teorico-metodológicos que vão acompanhar Adorno em seus escritos
posteriores, desde as Minima Moralia (1944-47), Dialética do Esclarecimento
(1947) até suas Notas de Literatura (1958-1972), a Dialética Negativa (1966) e a
Teoria Estética (1969).
12
Cf. BUCK-MORSS, S., op. cit, pp. 168-176.
13
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 4, p. 8.
6
nem diminuir sua relação com elas, pois isso constitui uma das conquistas mais
importantes em sua longa história. Ainda mais, ela só conquistará resultados
objetivos e plenos se conseguir enfrentar os problemas que o estado
contemporâneo das ciências modernas lhe contrapõe como desafios. Por sua
vez, a filosofia não pode olhar as ciências particulares, de cima, com
superioridade estabelecida, e desse posicionamento supremo entreter-se com
os resultados das ciências e refletir sobre eles. Antes, deve analisar os
resultados das ciências por dentro, na concretude de sua realização, pois, os
problemas filosóficos se encontram continuamente, e, em certo sentido,
indissoluvelmente encerrados nas questões mais definidas das ciências
particulares. Só a partir dessa relação imanente, tensa mas frutífera, ela
reencontrará seu espaço e sua potência nos tempos modernos14.
Assim sendo, a questão da atualidade da filosofia ganhará importância no
embate com a ciência, que a quer liquidar, se a filosofia assumir plenamente
sua especificidade. Adorno, seguindo o caminho de outros pensadores, mostra
que a filosofia não se distingue da ciência pelo fato de desenvolver seu
percurso teórico através de categorias mais gerais e abstratas e nem pela
natureza de seu material de análise. Há sim uma diferença própria que
caracteriza a filosofia. Diz ele:
A diferença central se encontra em que a ciência particular acolhe seus resultados, pelo
menos seus últimos e mais fundamentais resultados, como inextinguíveis e repousando sobre si
próprios, enquanto que a filosofia apreende o primeiro resultado, com que se depara, como um
sinal que a desafia a decifrar. Dito de uma forma mais simples: a idéia da ciência é
investigação, a da filosofia interpretação (g.n.)15.
14
Cf. ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 9.
15
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. p. 9.
7
16
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, pp. 9-10.
8
17
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 10
18
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p.10.
19
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 11.
9
20
Cf. GAGNEBIN, J.M. op. cit., pp. 6-10.
21
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 11.
22
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 13.
10
23
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 5, p. 14.
24
ADORNO, T.W. Dialéctica negativa. Versión castellana de José Maria Ripalda. Madrid: Taurus,
1976 e ADORNO, T.W.Notas marginais sobre teoria e práxis. In ADORNO, T.W. Palavras e
Sinais: modelos críticos. Tradução de Maria Helena Ruschel. Petrópolis: VOZES, 1995, p. 202-229.
11
25
ADORNO, T.W., op. cit., parágrafo 6, p. 17.
12
26
Cf. BUCK-MORSS, op. cit. pp. 177-202.
13
injustiças que estão nela sufocados. Adorno nos incita a solapar a aparência falsa
da realidade, tida como absoluta, e a despojar essas expressões mágicas de seu
feitiço, desentravando a história sedimentada em seu interior. A partir de sua
forma “dada” é possível se chegar aos elementos históricos de sua produção.
Mas, como é difícil acabar com os preconceitos. É tão difícil quanto acabar com a
fome no mundo. Aliás ambos os processos são momentos decisivos na
construção de uma sociedade emancipada.