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A FLEXIBILIDADE DOS RECURSOS HUMANOS NA

INTERAÇÃO À CULTURA ORGANIZACIONAL

Por Talyson Amorim Tenório de Carvalho

tatc@ofm.com.br - talysonamorim@bol.com.br

Antes, encontravam-se em grande número organizações caracterizadas por uma


estrutura burocrática e de administração centralizadora, em que as regras eram
impostas pela alta cúpula e obedecidas pelos funcionários como forma de
disciplina e padronização de conduta. Demonstrando um "padrão" de cultura
organizacional dentro de um contexto de tempo e espaço.

A cultura das organizações evoluiu através das transformações sociais e


tecnológicas. O papel dos Recursos Humanos foi e ainda é de suma importância
no que diz respeito às mudanças culturais das organizações e a sua interação
com o meio que a cerca.

O sucesso de uma organização na sociedade pós-moderna reside na forma com


a qual lida com os seus colaboradores, que, por sua vez, estão condicionados ao
conhecimento e à compreensão do comportamento humano pelo qual são
influenciados diariamente pela cultura organizacional.

Para uma melhor compreensão definir-se-á o conceito de cultura organizacional:


uma reunião de valores, normas e crenças - bem como de comportamentos -
expressados através das atitudes, ações verbais e não verbais, individuais e / ou
coletivas.

Após a definição citada, nos perguntamos qual é o papel dos agentes de recursos
humanos dentro dos processos culturais de uma organização?

Seria oportuno que o agente de RH, realize o mapeamento da cultura, definindo


quais aspectos serão analisados e pesquisados. O conhecimento da cultura
organizacional irá proporcionar aos agentes de RH e demais setores da
organização, uma melhor compreensão dimensional das relações interpessoais,
bem como, uma postura ética mais assertiva e coerente; uma maior consciência
dos limites e regras de convivência e dos valores institucionais. Esse
mapeamento recebe o nome de Etnografia, que tem como significado o estudo
das diferentes culturas que servem de ferramenta de trabalho.

É interessante saber que a cultura organizacional compõe um mundo simbólico,


porém com necessidade de vir ao concreto. A mesma irá passar por um lento
processo de transformação; a cultura pode ser formulada e reformulada, através
da história da organização, pelas dinâmicas dos processos de poder e liderança,
pelas influências externas e por atitudes individuais e também coletivas.

A cultura organizacional é propiciadora da identidade da empresa, segundo a


visão de alguns estudiosos da área onde ambas, cultura e identidade, serão
integradas aos membros através do apreender, do transmitir e do compartilhar;
tudo isso, dentro de um objetivo comum.

Tentar-se-á resumir de forma bem objetiva os passos que os agentes de recursos


humanos devem seguir, para melhor mapear e definir a cultura organizacional a
qual esta inserida. Veja-se:

Recursos Humanos – (1) perfil de dirigentes e colaboradores; (2)


comportamento e clima organizacional; (3) responsabilidades e estrutura
organizacional; (4) mitos e símbolos; (5) processos de comunicação; (6) missão,
identidade e filosofia – Cultura Organizacional – elaboração do diagnóstico
organizacional e estabelecer às estratégias organizacionais.

Respondendo ainda a pergunta feita anteriormente sobre o papel dos agentes de


RH, os mesmos deverão desenvolver junto às chefias e colaboradores o
planejamento, o gerenciamento das mudanças, das transformações e da cultura,
bem como; no desenvolvimento de valores, que será de fundamental importância
para os aspectos internos da organização em conformidade com os resultados
das pesquisas executadas, ou seja, do diagnóstico organizacional. Desta forma,
os agentes de RH passam a se tornar guardiões e catalisadores culturais.

É importante, também, salientar que a flexibilidade e o controle mental e


emocional são fundamentais à interação às diversas culturas organizacionais e
das ações a serem executadas, bem como, facilitar os agentes de RH em lidar
com as diferenças pessoais e administrá-las em suas mais diversas facetas.

Promover o processo de interação com a cultura organizacional não é tarefa fácil,


mas se faz necessário lidar com todas as situações apresentadas pela mesma.
Os agentes de RH devem tomá-las como aprendizado, pois todos os seres têm a
capacidade inata de aprender, de se auto-regular e de promover mudanças,
parafraseando Carl Rogers.

Quando quer crescer e aprender, o ser humano é capaz de se adaptar às


condições mais extremas, porém as mesmas podem levar a quadros favoráveis
ou não como à alienação e até mais grave, a sua aniquilação como pessoa ou
como grupo. Cabe aos agentes de RH, dentro das organizações, reverter e
prevenir este quadro. Jamais se esqueça, que assim como os demais, também
fazem parte deste contexto sócio-cultural e que podem, dependendo das suas
ações, ser aniquilador ou ser promovedor de uma cultura particular criadora, mais
humanizada e cidadã.
[1]
Psicólogo, especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Oswaldo
Aranha e Professor da disciplina Psicologia Aplicada à Administração e Introdução à
Psicologia pela Fundação Educacional do Baixo São Francisco, Dr. Raimundo Marinho
[2]
ROGERS; Carl R. e KINGET; G. Marian. Psicoterapia e Relações Humanas.
Maria Luisa Bizzotto.(Trad). Belo Horizonte: Interlivros, 1997.

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