Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
II.
Para ilustrar o argumento a seguir,
assumamos que os valores das constantes b1 e b2
na equação regressão múltipla
Y = a + b1X1 + b2X2 + e
foram determinados com base num
conjunto de dados. Y – a variável dependente – é
interpretado como uma função linear das
variáveis independentes X1 e X2 e a magnitude de
erro e com um valor médio de 0.
III.
As assunções implícitas demandadas por
essa interpretação podem ser reconstruídas ao
considerar a seguinte situação. Usando dados
novos, uma tentativa foi feita para reproduzir os
resultados obtidos pela análise do conjunto
inicial de dados e formalizado na equação acima
usando constantes com valores precisamente
determinados. Assumamos que o resultado desta
tentativa é que análise de regressão linear
múltipla feita para ambos, Y e as variáveis X1 e
X2, desse segundo conjunto de dados produz
constantes b que divergem significantemente
daquelas obtidas a partir do primeiro conjunto de
dados. De acordo com a interpretação inócua
dessas equações, esse resultado não teria
consequências particulares. Com o primeiro
conjunto de dados se estabeleceu um certo fato
histórico-matemático, e com o segundo, um
outro fato. Os dois são diferentes, e isso é tudo
que podemos dizer. De acordo com a
interpretação normal, no entanto, a falha em
reproduzir os resultados falseia a hipótese.
IV.
Afirmamos que há uma esfera de realidade
objetiva que não pode ser considerada como
determinada por leis e que, portanto, nenhuma
equação descrevendo seu comportamento (como
a equação de regressão dada acima) pode ser
formulada à qual possa ser dada uma
interpretação normal.
Uma vez que a validade do princípio da
constância não pode ser sujeita a dúvidas por
meio de evidência de experiências sensoriais
externas, sua validade pode ser contestada apenas
com base lógica, na qual o princípio pode ser
corretamente considerado como inaplicável em
uma esfera particular.
V.
Para qualquer um capaz de aprender, seu
conhecimento e ações não podem ser
logicamente considerados como determinados
por um complexo de causas operando de uma
maneira constante (quer estatisticamente, quer
deterministicamente). Apenas pode haver
constantes em relação a causas dos eventos onde
se está lidando com um mundo de objetos
incapazes de aprender, ou, mais corretamente,
onde se concebe uma esfera objetiva da realidade
como um mundo de objetos que não aprendem.
Não se pode, entretanto, pensar em si mesmo
como incapaz de aprender. Não apenas um
intelecto funcionando de acordo com o princípio
da constância é necessariamente um intelecto
capaz de aprender (aprendemos sobre como
objetos, concebidos como incapazes de aprender,
se comportam), mas a afirmação “Eu posso
aprender” também se prova verdadeira em outros
aspectos. É em princípio não falseável, pois para
falseá-la ter-se-ia de ser capaz de aprender. E, de
outro ponto de vista, não se pode
justificadamente argumentar contra essa
afirmação uma vez que, enquanto argumento,
deve haver respostas possíveis para essa
afirmação, e como a validade de um argumento
(enquanto oposta à de um estímulo) seria
independente da natureza da resposta, tais
respostas possíveis devem ser consideradas como
reações contingentes, e, portanto, deve ser
possível aprender.
VI.
Retomemos a equação de regressão dada no
início da discussão:
Y = a + b1X1 + b2X2 + e