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Apontamentos Anatomia I

Filipa Ferreira

4ª Aula
21/10/04

Osteologia da cabeça
Ossos do Crânio

Crânio possui 2 porções:


abóbada craniana – parte periférica com ossificação mes...
base do crrânio – parte central com ossificação endocondrial

Constituição óssea do crânio


Pares
frontal
etmóide
esfenóide
occipital

Ímpares
parietais
temporais

Ossos supranumerários
Ossos Wormianos

FRONTAL
Tipo – Ímpar e achatado
Localização – posição superior e anterior do crânio, acima do maciço frontal
Orientação – face convexa é anterior; a face com duas cavidades separada por uma
chanfradura é inferior e horizontal.
Conexões
• com os dois parietais através da sutura coronal
• com o etmóide através:
--- da lâmina papirácea do etmóide que se articula com o bordo
inferior das fossas orbitárias
--- da face superior das massas laterais que se articulam com a
superfície etmóidal do frontal
--- da lâmina perpendicular cujo bordo anterior se articula com a
aresta posterior da espinha nasal do frontal
--- do bordo anterior, mais concretamente pelos processos alares, da apófise crista
galli que vão limitar uma goteira que fecha o buraco cego do frontal
• com o esfenóide através:
--- da face superior das pequenas asas que se articula com o bordo inferior das
fossas orbitárias
--- do bordo externo das grandes asas do esfenóide que se articula com o bordo
posterior da faceta temporal
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Filipa Ferreira

• com a apófise montante dos dois maxilares superiores


• com os dois malares através:
--- do ângulo superior do malar que se articula com a apófise orbitária externa do
frontal

• com o bordo superior dos dois nasais através da chanfradura nasal do frontal
• com o bordo superior dos dois nasais através da chanfradura nasal do frontal

Embriologia- 2 hemifrontais que depois se unem na porção anterior. A ossificação


está incompleta:
entre os hemifrontais e os parietais existe um fontículo anterior de forma losân-
gica
entre os parietais e o occipital existe um fontículo posterior triângular

Estes fontículos servem para, durante o parto, destinguir em que posição está o feto.
A ossificação incompleta do crânio do feto permite uma pequena redução do seu vo-
lume durante o parto.

Descrição
A sua porçãosuperior é regularmente abobadada e faz parte da abóbada craniana
A porção inferior destaca-se do ângulo recto do bordo inferior da porção frontal e
dirige-se horizontalmente para trás

2 faces
Face endocraniana ou cerebral
Face exocraniana ou cutânea

As duas faces estão separadas por um bordo circunferencial

Face exocraniana

Divide-se em duas porções:


a) vertical ou frontal
b) horizontal ou órbito-nasal
Estas porções estão separadas por intermédio da crista órbito-nasal

Porção Vertical
Regularmente convexa excepto numa pequena porção lateral em que é ligeiramente
concâva
Nesta face é visivel:
1- sobre a linha mediana, imediatamente acima da chanfradura nasal, os vestígios
da sutura metópica ou médio-frontal que reúne as duas metades primivamente
distintas do osso frontal
2- acima e perto da chanfradura nasal, uma eminência mediana, larga e arredonda-
da, arqueada e côncava em cima, a bossa frontal média ou glabela
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3- uma saliência arredondada, a arcada supraciliar, que prolonga externamente e


um pouco para cima a extermidade lateral correspondente da bossa frontal média
4- acima da arcada supraciliar, uma eminência arredondada e lisa, a bossa frontal
lateral (mais acentuada nas crianças), a vertente inferior e externa das bossas
frontais laterais é por vezes atravessada por um sulco vascular onde progride
um ramo da artéria supra-orbitária
5- uma crista curva de concavidade posterior, designada crista lateral do frontal,
que se localiza por cima da apófise orbitária externa. Esta crista forma a porção
anterior da linha curva temporal superior
6- uma pequena superfície triangular, a faceta lateral ou faceta temporal do fron-
tal, situada atrás da crista lateral e sobre a qual se inserem os feixes anteriores do
músculo temporal

Porção Horizontal
Esta porção apresenta sobre a linha mediana a chanfrandura etmoidal, larga, rec-
tangular e circunscrita por uma superfície anfractuosa em forma de ferradura, a su-
perfície etmoidal.
Da porção média da superfície etmoidal destaca-se, imediatamente atrás da chan-
frandura nasal, uma apófise longa, a espinha nasal do frontal. Esta espinha tem a
forma de uma pirâmide triângular de base superior e de vértice inferior. Das três fa-
ces da espinha:
1- a anterior, rugosa, articula-se com a face posterior dos ossos próprios do nariz
2- as duas faces póstero-laterais são lisas, côncavas e contribuem para a formação
da parede superior das fossas nasais; estão separadas uma da outra por uma ares-
ta mediana posterior que se articula com a lâmina perpendicular do etmóide.
A chanfradura etmoidal é limitada lateralmente por duas superfícies anfracturosas,
alongadas de diante para trás, atravessadas por cavidades separadas umas das outras
por finas lamelas ósseas. Estas cavidades são as hemicélulas frontais que comple-
tam as hemicélulas etmoidais.
É possivel observar ainda sobre estas superfícies anfracturosas, duas goteiras ligei-
ramente oblíquas para dentro e para diante, quase transversais. Essas goteiras trans-
formam-se em canais, designados canais etmoidais ou orbitários internos, por in-
termédio de goteiras correspondentes que apresenta a face superior das massas late-
rais do etmóide. Há um canal anterior por onde passa a artéria etmoidal anterior e o
nervo nasal interno e um canal posterior por onde passa a artéria etmoidal posterior
e o nervo esfeno-etmoídal.
De um lado e do outro da zona etmoidal, existem duas superfícies côncavas, lisas,
triangulares, as fossas orbitárias. A concavidade das fossas orbitárias não é regular,
é mais acentuada: externamente onde existe uma depressão de seu nome fosseta la-
crimal, pois aloja a glândula lacrimal e internamente, onde existe um pequeno esca-
vado, a fosseta troclear, sobre a qual se insere a tróclea de reflexão do músculo
grande oblíquo. A fosseta troclear é por vezes substituida por uma espinha ou uma
simples rugosidade.

Crista órbito-nasal
É dividida em três segmentos: um médio, a chanfrandura nasal, e dois laterais, as
arcadas orbitárias; estas estão situadas de um lado e do outro da chanfradura nasal.
A chanfrandura nasal tem forma de V largamente aberto para baixo. É dentada e
articula-se com os ossos próprios do nariz internamente, e com a apófise montante
do maxilar superior externamente.
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As arcadas orbitárias formam de cada um dos lados o rebordo superior da cavida-


de orbitária. Cada uma delas é arredondada internamente, cortante externamente, e
pode apresentar, a cerca de 3 cm da linha mediana, na união das porções arredonda-
da e cortante, uma chanfradura ou um orifício, a chanfradura ou orifício supra-
orbitário, que dá passagem aos vasos e nervos supra-orbitários e um pouco mais in-
ternamente a chanfradura ou orifício frontal interno por onde passam os vasos
frontais internos..
A arcada orbitária termina externamente na apófise orbitária externa que se articu-
la com o ângulo superior do malar e internamente na apófise orbitária interna que
se articula com a apófise montante do maxilar superior, com a lâmina papirácea do
etmóide e com o bordo superior do osso lacrimal.

Face Endocraniana
É côncava no seu todo.

Porção Vertical
Sobre a linha mediana podemos encontrar, imediatamente a seguir à chanfradura
etmoidal o buraco cego, que dá acesso a um canal muito curto que termina em forma
de saco. Eventualmente poderá passar dentro do buraco cego um prolongamento da
duramáter do encéfalo e a veia do buraco cego.
Acima do buraco cego eleva-se uma aresta aguda, mediana, com 2 a 3 cm, a crista
frontal.
Posteriormente a crista frontal bifurca-se dando origem às goteiras do seio longitu-
dinal superior por onde passa o seio longitudinal superior que é uma veia modifi-
cada que tem como função fazer o refluxo do sangue venoso.
De cada lado da goteira existem frequentemente umas pequenas depressões, as fos-
setas de Pacchionni que são atravessadaspor porções do tecido subaracnoídeu e fa-
zem a drenagem do líquido cefalo-raquidiano.
Um pouco mais externamente às fossetas estão as fossas frontais que coincidem
com as bossas frontais laterais da face exocraniana.

Porção Horizontal
Sobre os lados e em baixo, de um lado e do outro da chanfradura etmoídal encon-
tram-se as bossas orbitárias (que correspondem às fossas orbitárias da face exocra-
niana) que são convexas e estão cobertas por depressões irregulares, as impressões
digitais (que correspondem às circunvoluções do lobo frontal) e por saliências alon-
gadas, as eminências mamilares que separam as impressões digitais umas das ou-
tras.

Bordo Circunferencial
O bordo do frontal compreende dois segmentos:
• o semicircular que é superior
• o horizontal que é inferior

Segmento Semicircular
É dentado, talhado em bisel à custa da face interna. Articula-se com os parietais em
cima e com as grandes asas do esfenóide, em baixo.
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Segmento Horizontal
É interrompido sobre a linha mediana pela chanfradura etmoídal,limita atrás as bos-
sas orbitárias. Articula-se em toda a sua extensão com a pequena asa correspondente do
esfenóide excepto numa pequena porção antes de atingir a extremidade externa, que é
livre e que forma o limite superior da extremidade externa fenda esfenoidal.

Na união dos dois segmentos, horizontal e semicircular, o bordo circunferencial alarga-


se formando uma superfície triãngular que se une a uma superfície semelhante da gran-
de asa do esfenóide.

Seios Frontais

São dois, encontram-se no interior do osso e são cavidades pneumáticas que abrem no
meato médio das fossas nasais através da abertura dos seios frontais. Encontram-se
separados entre si pelo septo dos seios frontais

5ª Aula
25/10/04

ETMÓIDE
Localização – abaixo da porção horizontal do frontal, na porção anterior e mediana da
base do crânio
Tipo- Osso ímpar e curto
Orientação – a lâmina que apresenta numerosos orifícios é horizontal e a apófise que
dela se destaca é anterior e superior.
Conexões:
• com o frontal através:
--- da lâmina perpendicular cujo bordo anterior se articula com a
aresta posterior da espinha nasal do frontal
--- da lâmina papirácea do etmóide que se articula com o bordo
inferior das fossas orbitárias do frontal
--- da face superior das massas laterais que se articulam com a
superfície etmóidal do frontal
--- do bordo anterior, mais concretamente pelos processos alares, da apófise crista
galli que vão limitar uma goteira que fecha o buraco cego do frontal
• com o esfenóide através:
--- do bordo posterior da lâmina perpendicular que se articula com a crista mediana
anterior do corpo do esfenóide
--- da face posterior das massas laterais que se articulam com a face anterior do cor-
po do esfenóide
• com os dois palatinos através:
--- da face inferior das massas laterais que se articula com a faceta etmóidal da
apófise orbitária do palatino
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--- da face interna das massas laterais,mais propriamente através da porção pos-
terior do bordo superior do corneto médio que se se articula com a crista turbinal
superior do palatino
--- da face interna das massas laterais, mais propriamente de uma das lamelas
posteriores da apófise unciforme que se articula com o palatino
--- da face posterior das massas laterais que se articula com a faceta etmóidal da
apófise orbitária do palatino
• com os dois nasais através do bordo anterior da lâmina perpendicular que se ar-
ticula com a face posterior dos ossos nasais
• com os dois lacrimais através:
--- face anterior das massas laterais que se vão articular com a face interna do
osso lacrimal
--- da face externa das massas laterais que se vai articular com o bordo posterior
do osso lacrimal
• com os dois maxilares superiores através:
--- da face interna das massas laterais, concretamente pela porção anterior do
bordo superior do corneto médio que se vai articular com a crista turbinal supe-
rior do maxilar superior
--- da face inferior das massas laterais que se articula com a porção superior da
face interna do maxilar superior
--- da face externa das massas laterais que se articulam com o bordo superior do
maxilar superior
• com o vómer através do bordo póstero inferior da lãmina perpendicular que se
articula com o bordo anterior do vómer

Descrição

O etmóide é constituido por uma lâmina vertical que é antêro-posterior e mediana, por
uma lâmina horizontal que corta a lâmina vertical perto da sua extermidade superior e
por duas massas laterais pendentes nos bordos laterais da lâmina horizontal

Lâmina Vertical

É dividida pela lâmina horizontal em duas porções: uma superior, a apófise crista
galli e outra inferior, a lâmina perpendicular.

Apófise Crista Galli


É triângular.
As duas faces laterais são convexas, sobretudo adiante.
Base - une-se à lâmina horizontal.
Bordo Posterior - muito oblíquo para baixo e para trás termina numa crista que se
atenua progressivamente até ao bordo posterior do etmóide.
Bordo Anterior – quase vertical, articula-se em baixo com o frontal, quer por toda a
sua largura, quer por duas cristas laterais designadas processus alaris que limitam
uma goteira completando atrás o buraco cego.
Vértice – arredondado dá inserção a feixes do cérebro.

Lâmina Perpendicular
É fina e frequentemente desviada para um dos lados.
É pentagonal.
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Filipa Ferreira

Contribui para formar o septo das fossas nasais.


As suas duas faces são atravessadas por sulcos vásculo-nervosos, mais numerosos
perto do bordo superior.
Bordo Anterior – articula-se em cima com a aresta posterior da espinha nasal do
frontal e em baixo com os ossos próprios do nariz.
Bordo Ântero – Inferior – oblíquo para baixo e para trás, une-se à cartilagem do
septo
Bordo Posterior – vertical, articula-se com a crista mediana anterior do esfenóide.
Bordo Póstero – Inferior – oblíquo para baixo e para diante, une-se ao bordo ante-
rior do vómer.
Bordo Superior – confunde-se com a lâmina horizontal do etmóide.

Lâmina Horizontal
É também designada de lâmina crivada.
É quadrilátera e estende-se de um bordo ao outro da chanfradura etmóidal.
A face superior, endocraniana, é dividida pela apófise crista-galli em duas porções
laterais, estas são atravessadas por goteiras alongadas de diante para trás, as goteiras
olfactivas. A porção anterior de cada uma destas goteiras apresenta uma depressão
em concordância com o bulbo olfactivo.
Cada uma das goteiras olfactivas é crivada de orifícios, irregularmente distribuidos
por toda a sua extensão.
Estes orifícios são sempre mais numerosos na sua porção anterior que é mais estrei-
ta, na região posterior.
São também mais numerosos e pequenos na face inferior que na superior, o que se
deve ao facto de cada orifício apresentar o seu fundo coberto por mais orifícios mais
pequenos.
Os orifícios da lâmina crivada, á excepção da fenda etmóidal e do buraco etmóidal,
dão passagem a filetes do nervo olfactivo.
Estes dois orifícios ocupam a extremidade anterior da goteira olfactiva.
A fenda etmóidal está situada contra a apófise crista-galli e dá passagem a um
prolongamento da dura-máter.
O buraco etmóidal localiza-se para fora da fenda etmóidal. Esta junto do orifício
interno do canal etmóidal anterior, que se abre perto dele sobre o bordo externo
da goteira olfactiva, pelo sulco etmóidal.
Este sulco, muito estreito, ladeia de diante para trás o bordo externo da lâmina hori-
zontal.
Pelo canal etmóidal anterior, sulco etmóidal e buraco etmóidal passa o ramo nasal
interno do nervo oftálmico.
A face inferior da lâmina horizontal faz parte da abóbada das fossas nasais.

Massas Laterais

Estão pendentes nos bordos laterais da lamina horizontal. Estão localizadas entre as
cavidades orbitárias e as fossas nasais.
Em cada massa lateral podem-se considerar 6 faces.

Face Superior
Prolonga lateralmente a face superior da lâmina horizontal e articula-se com a superfí-
cie etmóidal do frontal.
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Filipa Ferreira

Apresenta cavidades ou hemi-células etmóidais, que são completadas pelas equivalen-


tes do frontal, formando assim as células etmóidais, sendo a mais desenvolvida desi-
gnada por infundíbulo localizando-se na porção mais anteiror e abrindo no meato mé-
dio.
Esta face apresenta duas goteiras, uma anterior e outra posterior, dirigidas de fora para
dentro e de trás para diante. Estas goteiras são transformadas em canais etmóidais an-
terior e posterior pelas goteiras correspondentes do frontal.
Os canais etmóidais abrem-se externamente na órbita, ao nível da sutura etmóido-
frontal e internamente sobre o bordo externo da lâmina horizontal.
No canal etmóidal anterior passam a artéria etmóidal anteiror e o nervo nasal in-
terno.
O canal etmóidal posterior é atravessado pela artéria etmóidal posterior e pelo ner-
vo esféno-etmóidal.

Face Anterior
É talhada em bisel á custa da face externa e da sua face inferior, de tal forma que olha
para diante, para fora e para baixo.
Articula-se com a porção superior da face interna do osso lacrimal e também pela
sua parte superior, com a face interna do ramo montante do maxilar superior.
Esta face apresenta também hemi-células completadas pelas correspondentes do osso
lacrimal e maxilar superior.

Face Inferior
É muito estreita, talhada em bisel, olha para baixo e para fora.
Articula-se de diante para trás com toda a porção superior da face interna do maxilar
superior e com a faceta etmóidal da apófise orbitária do palatino.
Esta superfície apresenta também hemicélulas completadas pelas do maxilar superior e
da apófise orbitária do palatino.

Face Posterior
Une-se à face anterior do corpo do esfenóide e apresente uma ou várias hemicélulas
completadas pelas correspondentes do corpo do esfenóide.

Face Externa
É quadrilátera, lisa e quase vertical.
Representa a face externa de uma lâmina achatada muito fina e por isso designada de
osso plano ou lâmina papirácea, que limita externamente a massa lateral do etmóide.
Faz parte da parede interna da órbita.

Face Interna
Muito irregular, dando origem a lamelas recurvadas, convexas internamente, designadas
por corneto superior e corneto médio.
Cada corneto fixa-se ao etmóide por intermédio do seu bordo superior, de tal modo
que o resto da sua superfície é livre na fossa nasal.
O corneto médio implanta-se sobre todo o comprimento da face interna do etmóide. O
bordo superior chega até a ultrapassar adiante e atrás a massa lateral do etmóide, de
forma que a sua extremidade anterior se articula com a crista turbinal superior do
maxilar superior e a extremidade posterior se articula com a crista turbinal superi-
or do palatino.
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Filipa Ferreira

A linha segundo a qual o corneto médio se une à massa lateral é ligeiramente oblíqua
para cima e para trás, inclinando-se depois para baixo e para trás.
O corneto superior está situado acima e para trás da metade posterior do corneto mé-
dio.
A sua extremidade posterior estende-se até ao limite posterior da face interna das
massas laterais. A sua linha de união com a face interna das massas laterais é oblíqua
para baixo e para trás.
Podem ainda existir um ou dois cornetos etmóidais suplementares, suprajacentes ao
corneto superior. Denominam-se de corneto de Santorini e corneto de Zuckerkandl,
que vão condicionar respectivamente os meatos de Santorini e Zuckerkandl.
Os cornetos limitam, com a porção correspondente da face interna da massa lateral, es-
paços designados por meatos. A parede externa dos meatos apresenta orifícios, no mea-
to médio abrem as células etmóidais anteriores e o seio frontal e no meato superior
abrem as células etmóidais posteriores.
Da extremidade anterior do meato médio destaca-se uma fina lamela óssea, a apófise
unciforme. Esta dirige-se para baixo e para trás quase até ao bordo posterior do orifício
do seio, onde termina por uma extremidade livre.
Esta lamela pode ainda dividir-se em duas expansões que são. uma inferior que se arti-
cula com a apófise etmóidal do corneto inferior, e outra posterior que por sua vez se
subdivide em duas novas lâminas: uma para trás em direcção ao palatino e outra para
trás e para cima em direcção à extremidade posterior da bolha etmóidal.
Adiante da extremidade superior da apófise unciforme, existe frequentemente uma sali-
ência determinada por uma célula etmóidal, designada por agger nasi.
Atrás da apófise unciforme, a parede externa do meato médio apresenta uma saliência
alongada obliquamente para baixo e para trás designada por bolha etmóidal.
Esta bolha acompanha a porção posterior do bordo superior do corneto médio, da qual
está separada por uma depressão, o sulco retro-bular. Na região superior ou média
deste sulco é possivel observar um ou dois orifícios de células etmóidais.
A bolha etmóidal está separada da apófise unciforme por um intervalo que a mucosa
transforma numa goteira, a goteira unci-bular.
Na extremidade superior desta goteira existe uma lamela óssea, achatada transversal-
mente, que une a extremidade superior da bolha e a apófise unciforme.
A região superior da face interna apresenta, abaixo da lâmina horizontal, sulcos atra-
vessados pelos filetes do nervo olfactivo.

Células Etmóidais

O osso etmóide apresenta no seu interior cavidades pneumáticas, conhecidas por célu-
las etmóidais e cujo conjunto constitui o labirinto etmóidal.
Estas células estão divididas em dois grupos, sendo um anterior e outro posterior, con-
soante a sua abertura nas fossas nasais.
As células etmóidais anteriores abrem todas no meato médio e as células etmóidais
posteriores abrem no meato superior e meato de Santorini.

Aula nº6
28/10/06
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Filipa Ferreira

ESFENÓIDE
Localização – porção média da base do crânio, entre o etmóide e o frontal adiante e os
temporais e o occipital à retaguarda
Tipo – ímpar e curto
Orientação – a linha que une os pontos mais afastados do osso é superior, anterior e
horizontal
Conexões – o esfenóide articula-se com:
com frontal através:
--- da face superior das pequenas asas que se articula com o bordo posterior da
porção horizontal
--- da superfície triângular frontal do esfenóide que se articula com o bordo
posterior da faceta temporal

com o etmóide através:


--- do bordo posterior da lâmina perpendicular que se articula com a crista media-
na anterior do corpo do esfenóide
--- da face posterior das massas laterais que se articulam com a face anterior do cor-
po do esfenóide

com os temporais:
--- através do segmento posterior do bordo interno da face exocraniana das gran-
des asas do esfenóide que se articula com o bordo anterior do rochedo do tempo-
ral
--- através do bordo externo da face exocraniana das grandes asas do esfenóide
que se articula em toda a sua extensão com a escama do temporal

com os parietais através:


--- da superfície triângular frontal do esfenóide que se articula com o ângulo ân-
tero-inferior do parietal.

com o occipital através:


--- lâmina quadrilátera do esfenóide que se une ao bordo anterior da apófise ba-
silar (ou corpo) do occipital

com os palatinos através:


--- da faceta esfenóidal da apófise orbitária (do bordo superior da face externa da
lâmina vertical) do palatino que se articula com a face anterior do corpo do esfe-
nóide
--- da chanfradura pterigoideia das apófices pterigoideias que se articulam com a
face posterior da apófise piramidal do palatino

com os dois malares através:


--- da crista malar da face exocraniana das grandes asas do esfenóide que se arti-
culam com o bordo posterior da apófise orbitária do osso malar

com o vómer através:


--- da crista esfenóidal inferior exitente na face inferior do corpo do esfenóide
que se articula com a goteira entre as asas do bordo superior do vómer
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Descrição
Corpo do esfenóide
É regularmente cúbico apresentando 6 faces:

Face superior
Na parte anterior existe uma superfície quadrilátera e lisa denominada por jugo esfe-
nóidal.
Este é ligeiramente deprimido de cada um dos lados da linha mediana, em duas gotei-
ras que se prolongam adiante pela goteira olfactiva (do etmóide) correspondente.
A porção anterior do jugo esfenóidal termina num bordo anguloso, saliente, que ultra-
passa a face anterior do osso, denominado prolongamento etmoidal do esfenóide, e
que se articula com a apófise crista galli ao meio e com a lâmina horizontal dos lados.
Posteriormente o jugo esfenóidal é limitado por uma crista transversal, o limbo esfe-
nóidal.
Atrás do limbo esfenóidal encontra-se uma goteira óptica que é transversal e que co-
munica em cada uma das suas extremidades com o canal óptico correspondente, locali-
zado na basa da pequena asa respectiva.
Por trás da goteira óptica encontra-se um outra crista transversal, o tubérculo pituítário
que limita adiante a fossa pituítária ou cela turca ( é concâva no sentido antero- poste-
rior e é convexa no sentido transversal) onde se aloja a glândula pituitária ou hipófise.
Sobre a vertente anterior da sela turca está o sulco do seio coronário que é limitado
atrás por uma crista sinostósica (vestígio da soldadura das 2 peças ósseas que deram
origem ao corpo do esfenóide: a base e pré-esfenóide e a base e pós-esfenóide) que ter-
mina nas apófises clinoideias médias (inconstantes).
Posteriormente à cela turca encontra-se a lâmina quadrilátera. A face posterior da lâ-
mina encontra-se inclinada para baixo e para trás e em articulação com a goteira basi-
lar do occipital. O bordo ântero-superior da lâmina quadrilátera forma o rebordo poste-
rior da sela turca, que é prolongado nas extremidades pelas apófises clinoideias poste-
riores. As apófises clinoideias são pontos de fixação da tenda da hipófise (uma lâmina
fibrosa que vai encerrar a cela turca numa cavidade, na maioria dos casos a tenda está
perfurada e dá passagem à haste da hipófise que liga a porção da neuro-hipófise ao hi-
potálamo). A tenda está limitada anteriormente pelo tubérculo pituitário e posteriormen-
te pela lâmina quadrilátera. Os bordos laterais da lâmina apresentam cada um duas
chanfraduras: uma superior em concordância com o nervo motor ocular comum, e a
outra inferior, em concordância com o seio petroso inferior.

Face anterior
Faz parte da abóbada das fossas nasais.
Apresenta em cima o processo etmóidal que se articula com a lâmina horizontal do
etmóide. O processo etmóidal transpõe o resto da face anterior e representa o terço ou
metade anterior do jugo esfenóidal.
Apresenta também uma crista mediana vertical, a crista esfenóidal anterior que se vai
articular com o bordo posterior da lâmina perpendicular do etmóide.
De cada um dos lados da crista anterior existe uma goteira vertical e, no meio desta go-
teira o orifício de entrada do seio esfenóidal.
Exite também uma superfície lateral anfractuosa com hemicélulas que se vai articular
com a face posterior das massas laterais e com a superfície esfenóidal da apófise orbitá-
ria do palatino.
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Face inferior
Constitui a porção mais recuada da abóbada das fossas nasais.
Apresenta na sua porção média a crista esfenóidal inferior.
A extremidade anterior é muito saliente e por isso denominada de bico do esfenóide,
tem continuidade com a crista esfenóidal anterior.
A crista esfenóidal inferior encaixa na goteira formada pelas asas do bordo superior do
vómer. No entanto esta adaptação não é perfeita, existindo entre o vómer e o esfenóide
um canal esféno-vomeriano médio (entre o fundo da goteira vomeriana e a aresta da
crista esfenóidal inferior).
De cada um dos lados da crista inferior existe uma superfície lisa, triângular formada
pelos cornetos de Bertin, esta superfície é limitada atrás pela apófise vaginal da apófise
pterigoideia.

Face Posterior
É uma superfície quadrilátera, desigual, pela qual o esfenóide se une à apófise basilar do
occipital.

Faces Laterais
Delas nascem acima e anteriormente as pequenas asas do esfenóide e em baixo e atrás,
as grandes asas do esfenóide. O espaço compreendido entre a raiz inferior da pequena
asa e o bordo anterior da grande asa, corresponde à extremidade interna da fenda esfe-
nóidal por onde passam os nervos motores oculares comum e externo, as veias oftálmi-
cas, os três ramos terminais do nervo oftálmico, o nervo nasal, o nervo lacrimal, o nervo
patético e o ramo parassimpático dos gânglios ciliares. Nesta porção da fenda esfenóidal
existe um sulco ao qual se liga o tendão de Zinn. Adiante deste sulco do tendão de
Zinn (reunião posterior dos 4 músculos extrínsecos do globo ocular) existe uma peque-
na saliência, o tubérculo supra-óptico.
Anteriormente à fenda esfenóidal a parede lateral é lisa e constitui a porção mais recua-
da da parede interna da órbita.
Acima e atrás da raiz da grande asa do esfenóide existe a goteira do seio cavernoso ou
goteira carotidina (que se dirige de diante para trás e de cima para baixo) onde se situ-
am o seio cavernoso, a artéria carótida interna e alguns nervos cranianos.

Pequenas Asas do esfenóide ou Apófises Ingrassias

São duas lâminas horizontais, triângulares e de base interna, situadas de um lado e de


outro da porcção superior e anterior do corpo do esfenóide.
Nascem do corpo do esfenóide por 2 raizes:
Uma superior, fina, achatada de cima para baixo, que prolonga o jugo esfenóidal
Outra póstero-inferior, mais estreita.
Estas duas raizes unem-se externamente circunscrevendo, com a porção correspondente
do corpo do esfenóide, o canal óptico (dirige-se de trás para diante e de dentro para
fora) pelo qual passam o nervo óptico e a artéria oftálmica.

Face Superior
Plana e lisa, tem continuidade com a face superior das lâminas orbitárias do frontal

Face Inferior
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Forma a porção mais profunda da parede superior da órbita e limita em cima a fenda
esfenóidal.
Bordo anterior- talhado em bisel à custa da face inferior e dentado articula-se
com as lâminas orbitárias do frontal
Bordo posterior – é livre, mais espesso internamente que externamente, conti-
nua internamente por uma saliência no seu vértice posterior, a apófise clinoideia
anterior

Vértice
Estende-se a poucos milimetros da extremidade externa da fenda esfenoidal, termina na
apófise xifóideia

Grandes asas do esfenóide

As grandes asas estendem-se primeiro para fora e depois para cima e para fora. Cada
uma delas tem duas faces, uma endocraniana e outra exocraniana.

Face endocraniana
É concava e a concavidade olha para cima e para trás
Apresenta na porção interna 3 orifícios que são de diante para trás:
Buraco grande redondo – canal muito curto, ântero-posterior, dá passagem ao
nervo maxilar superior e a pequenas veias emissárias
Buraco oval – localiza-se a 1cm para trás e para fora do buraco grande redondo,
da passagem ao nervo maxilar inferior, à artéria pequena meníngea e a pequenas
veias emissárias (inconstantes)
Buraco pequeno redondo – atravessado pela artéria meníngea média e pelo
ramo meníngeo do nervo maxilar inferior
2 orifícios inconstantes:
Buraco de Vesálio- situado adiante e para dentro do buraco oval e atra-
vessádo por uma veia emissária
Orifício superior do canal inominado de Arnold – localizado para dentro
e para trás do buraco oval, por onde passa o pequeno nervo petroso su-
perficial unido ao pequeno nervo petroso profundo
No resto da sua extensão a face endocraniana apresenta impressões digitais, eminências
mamilares e goteiras vasculares concordantes com ramos da artéria meníngea média.

Face exocraniana
Está dividida em duas porções, uma orbitária, a outra temporo-zigomática por uma cris-
ta chamada de crista malar

Crista malar
É vertical, articula-se com o bordo posterior da apófise orbitária do osso malar

Face orbitária
Faz parte da constituição da parede externa da cavidade orbitária. É plana e triângular.
A base ântero-externa confunde-se com a crista malar.
O vértice corresponde à extremidade anterior da raiz da grande asa
O bordo superior forma o lábio inferior da fenda esfenóidal
O bordo inferior limita em cima a fenda esfeno-maxilar
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Face temporo-zigomática
Sub-divide-se em duas porções, uma superior ou temporal e outra inferior ou zigomáti-
ca, pela crista esfeno-temporal
Porção temporal- faz parte da fossa temporal e dá inserção ao músculo temporal.
Porção zigomática- horizontal, constitui a parede superior da fossa zigomática e dá in-
serção ao feixe superior do músculo pterigoideu externo.
Crista esfeno-temporal- é horizontal, com sentido ântero-posterior. Apresenta na sua
extermidade anterior o tubérculo esfenoidal que dá inserção aos feixes do temporal e
do pterigoideu externo.

A grande asa do esfenóide encontra-se limitada por dois bordos

Bordo interno
Compreende 3 segmentos:
Segmento anterior- representado pelo bordo superior da porção orbitária da face
exocraniana. Forma o lábio inferior da fenda esfenóidal.
Segmento médio- unido ao corpo do esfenóide constitui a raiz da grande asa
Segmento posterior – adiante forma o bordo anterior do buraco lácero anterior.
Perto do corpo do osso destaca-se deste segmento uma saliência longa, estreita e
achatada, denominada por língula, que se dirige para fora e para trás e divide o
buraco lácero anterior em duas porções.
A porção interna do buráco lácero anterior está em concordância com a artéria
carótida interna, a porção externa do buraco lácero está em concordância com os
grandes nervos petrosos superficial e profundo.
Atras deste orificio articula-se com o bordo anterior do rochedo temporal. Ao
longo do seu lábio inferior existe uma goteira correspondente à trompa de
eustáquio.

Bordo externo
Talhado em bisel à custa da lâmina externa em cima e da lâmina interna em baixo. Arti-
cula-se em toda a sua extensão com a escama do temporal.

Os dois bordos do esfenóide unem-se através de uma superfície triângular frontal, que
se articula com o frontal e com o ângulo ântero-inferior do parietal.
Estes bordos unem-se atrás formando um ângulo cujo vértice fica entre a escama e o
rochedo temporal. Este vértice prolonga-se em baixo numa apófise vertical, a espinha
do esfenóide.

Apófises pterigoideias

Implantam-se sobre a face inferior do corpo do esfenóide por 2 raizes:


uma interna que se destaca da face inferior do corpo de esfenóide
outra externa que se destaca da grande asa
Inicialmente isoladas, as duas raizes reunem-se circunscrevendo um canal ântero poste-
rior, o canal vidiano pelo qual passam os nervos e os vasos vidianos
Abaixo do canal vidiano cada raiz prolonga-se para baixo por uma asa achatada de fora
para dentro. Assim existem 2 asas, uma asa interna e uma asa externa(que é mais larga).
As duas asas unem-se pelo bordo anterior até metade da sua altura formando um ângulo
diedro aberto para atrás, que contribui para a formação da fossa pterigoideia.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Na sua metade inferior as asas afastam-se uma da outra, limitando a chanfradura pteri-
goideia preenchida pela apófise piramidal do palatino.

Face anterior
Faz parte da parede posterior da fossa pterigo-maxilar. Na sua extermidade superior
observa-se o orifício anterior do canal vidiano.

Face interna
Faz parte da parede externa das fossas nasais.
Articula-se adiante com a porção vertical do palatino. Da extermidade superior nasce
uma laméla óssea, a apófise vaginal, que se estende internamente sobre a face inferior
do corpo do esfenóide e está separada deste por um sulco que o bordo da asa do vómer
transforma no canal esfeno-vomeriano lateral.
Sobre a face inferior da apófise vaginal existe uma goteira ântero-posterior transforma-
da em canal pterigo-palatino pela apófise esfenóidal do palatino.

Face externa
Limita internamente a fossa pterigo-maxilar. Dá inserção ao músculo pterigoideu exter-
no.

Face posterior
Entra inteiramente na constituição da fossa pterigoideia onde se insere o pterigoideu
interno. Na porção superior e interna da fossa pterigoideia existe uma pequena depres-
são, a fosseta escafóide na qual se insere o músculo peristafilino externo.
A fossa pterigoideia é limitada superiormente pelo bordo posterior das duas asas:
bordo da asa interna- apresenta en cima uma chanfradura que corresponde à
trampa de eustáquio. É sobre ele que recai o peristafilino interno
bordo da asa externa- aprecenta acima da sua porção média uma saliência aguda,
a espinha de Civinini, sobre a qual se insere o ligamento de civinini

Seios esfenóidais

São dois, encontram-se no interior do corpo do esfenóide e estão separados pelo septo
do seio esfenóidal. Abrem-se no meato superior das fossas nasais através da abertura
do seio esfenóidal.

7ª Aula
4/11/04

PARIETAL
Localização- situa-se de cada um dos lados da linha mediana, na porção supero-lateral
do crâneo, atrás do frontal, adiante do occipital e acima do temporal.
Tipo- Par e achatado
Orientação- a face convexa é externa, o bordo talhado em bisel é inferior, dos dois ân-
gulos relacionados com esse bordo o mais agudo é anterior e encontra-se num plano
ligeiramente superior ao ângulo posterior.
Conexões:
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Com o frontal através:


--- da sutura coronal

Com o esfenóide através:


--- do ptério

Com o outro parietal através:


--- da sutura interparietal

com o temporal através:


--- do bordo inferior que se articula com a porção livre do bordo superior da es-
cama do temporal e com parte do bordo circunferencial da porção mastoideia do
temporal

com o occipital através:


--- da sutura lambdoideia

Descrição
Apresenta duas faces, 4 bordos e 4 ângulos

Face Exocraniana
Convexa e é percorrida inferiormente por duas linhas curvas concentricas, a linhas cur-
vas temporais superior e inferior. A superior dá inserção à aponevrose temporal, a
inferior ao músculo temporal.
Acima da linha curva superior a superfície parietal é lisa e convexa, por isso a sua por-
ção média, mais saliente é denominada de bossa parietal.
Perto do bordo superior do parietal e um pouco adiante do bordo posterior, localiza-se o
buraco parietal que se abre na cavidade craniana e dá passagem à veia emissária de
Santorini.

Face endocraniana
É côncava. Na porção média apresenta a fossa parietal.
É percorrida por sulcos vasculares ramificados que se dirigem do bordo inferior para o
bordo superior do osso, constituindo a folha de figueira. Nestes sulcos progridem a
artéria meníngeia média e as suas veias satélites. Na porção póstero-superior desta por-
ção situa-se a zona descolável de Marchand que é muito importante pois aqui a dura-
máter não está aderente ao osso e no caso de existir um traumatismo que provoque a
ruptura de um vaso, o sangue vai-se acumular nesta zona e começa a comprimir o cére-
bro.
Ao longo do bordo superior existe uma hemi-goteira que se reune com a do outro pa-
rietal para formar a goteira do sulco longitudinal superior.
Externamente a esse sulco o parietal apresenta fossetas de Pachionni análogas ás do
frontal.
Do seu ângulo ântero-inferior parte uma saliência oblíqua para cima e para trás que cor-
responde a uma divisão lateral de cada hemisfério.

Bordo superior
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É dentado, articula-se com o bordo correspondente do parietal oposto, pela sutura sagi-
tal. Adiante do buraco parietal os denticulos são pouco salientes e esta proção da sutura
tem o nome de obélio.

Bordo inferior
Côncavo e talhado em bisel á custa da face exocraniana. Articula-se com a escama do
temporal.

Bordo anterior
Articula-se com o frontal pela sutura coronal

Bordo posterior
Une-se à escama do occipital pela sutura lambdóide

Ângulo ântero-superior ou frontal


Corresponde à união das suturas interparietal e coronal

Angulo póstero-superior ou occipital


Corresponde à união das suturas lambdóide e interparietal

Ângulo ântero-inferior ou esfenóidal


Une-se à grande asa do esfenóide numa região onde também se une o frontal

Ângulo póstero-inferior ou mastoideu


Penetra na região formada pelas porções escamosa e mastoideia do temporal

OCCIPITAL
Localização- situa-se na porção média, posterior e inferior do crânio
Tipo- ímpar e achatado.
Orientação- a face convexa é posterior, o buraco é inferior e ocupa uma posição hori-
zontal
Conexões:
Articula-se com o esfenóide através:
--- da face posterior do corpo do esfenóide, concretamente da lâmina quadriláte-
ra, que se une ao bordo anterior da apófise basilar (ou corpo) do occipital

Articula-se com os dois parietais através:


--- do bordo posterior do parietal que se articula com os bordos superiores da es-
cama do occipital

Articula-se com os dois temporais através:


--- dos bordos inferiores da escama do occipital que se articulam com a porção
mastoideia do temporal
--- da apófise jugular do bordo externo das massas laterais do occipital que se ar-
ticula com a faceta jugular do temporal

Articula-se com o atlas:


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

--- através do condilo occipital existente na face exocraniana das massas laterais
do occipital que se articula com a cavidade glenoideia do atlas

Descrição
Apresenta o buraco occipital, de forma ovalar, que faz comunicar a cavidade craniana
com o canal raquidiano. Este orifício dá passagem ao bulbo raquidiano, às artérias ver-
tebrais e relaciona-se com os nervos espinhais.
No occipital existem 4 porções que caracterizam no adulto as suas relações com o bura-
co occipital. Uma que é anterior, a apófise basilar ou corpo do occipital; duas laterais
que são as massas laterais e uma porção posterior, a escama do occipital.
Estas 4 porções estão primitivamente separadas e são distintas umas das outras no re-
cém-nascido.

Corpo ou Apófise Basilar


Nela se distinguem 2 faces e 4 ângulos

Face exocraniana
Apresenta sobre a linha média o tubérculo faríngeo, onde se une a aponevrose da fa-
rínge.
Adiante deste tubérculo existe uma depressão alongada de diante para trás, a fosseta
navicular, no fundo da qual pode existir a fosseta faríngea.
De cada um dos lados da linha média existem duas cristas, uma anterior e outra posteri-
or. A posterior, ou crista muscular parte do tubérculo faríngeo e dá inserção ao peque-
no recto anterior. A crista anterior é inconstante, e é chamada de crista sinostósica
(pensa-se que terá resultado da união de um ponto de ossificação anterior e de um ponto
de ossificação posterior), localiza-se pouco adiante da crista posterior.
Entre as duas cristas insere-se o pequeno recto anterior. Adiante da crista sinostósica
existe uma larga depressão na qual se insere o grande recto anterior.

Face endocraniana
Inclinada de baixo para trás e deprimida em goteira; é a goteira basilar, mais profunda
atrás que adiante, relaciona-se com o bulbo raquidiano e com a protuberância anular

Bordos Laterais
Unem-se ao rochedo por uma fibrocartilagem. Sobre o seu lábio superior corre um sulco
em concordância com o seio petroso inferior

Bordo Anterior
Está fixo à face posterior do corpo do esfenóide

Bordo posterior
Forma pela sua porção média o limite anterior do buraco occipital e comunica lateral-
mente com as massas laterais.

Massas Laterais
Cada uma delas apresenta 2 faces, 2 bordos

Face exocraniana
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Sobre a sua superfície observa-se, adiante da metade anterior do buraco occipital, duas
saliências articulares, convexas, elípticas, cujo grande eixo de dirige de diante para trás
que se denominam de côndilos do occipital. Os côndilos articulam-se com as cavidades
glenoideias do atlas.
Adiante e para fora do côndilo está a fosseta condiliana anterior, no fundo da qual fica
o orifício externo do canal condiliano anterior, por onde passa o nervo grande hipo-
glosso.
Atrás do côndilo encontra-se a fosseta condiliana posterior, de onde nasce o canal
condiliano posterior que é inconstante.
Para fora do côndilo estende-se uma superfície rugosa para a inserção do músculo recto
lateral.

Face endocraniana
Apresenta adiante uma eminência, o tubérculo occipital, atravessado por uma goteira
por onde progridem os nervos espinal, pneumogástrico (ou vago) e glosso-faríngeo (esta
goteira dá continuidade ao buraco lácero-posteiror).
Atrás e abaixo do tubérculo está o orifício interno do canal condiliano anterior, fre-
quentemente este canal é desdobrado quase completamente e este desdobramento limi-
ta-se, quase sempre, ao orificio interno.
Atrás e para fora do tubérculo está a curta porção terminal da goteira do seio terminal,
que se encontra contra a apófise jugular do occipital.
Este segmento da goteira está dividido por uma aresta transversal em duas vertentes. A
vertente posterior é inclinada para trás, quase vertical. É sobre a porção interna da ver-
tente posterior que se abre o orifício do canal condiliano posterior. A vertente anterior
é vertical, muito oblíqua está em concordância com o golfo jugular.

Bordo interno
Limita lateralmente o buraco occipital.

Bordo externo
Encontra-se dividido em duas porções pela apófise jugular. Esta apófise encontra-se
articulada com a faceta jugular do temporal
Atrás da apófise jugular o bordo é rugoso e articula-se com a porção mastoideia do tem-
poral.
Adiante da apófise o bordo externo forma o limite interno do buraco lácero-posterior.
O buraco lácero posterior está dividido em duas porções , uma anterior e outra posterior,
por duas saliências, as espinhas jugulares. estas espinhas nascem uma do rochedo do
temporal, a outra do occipital e estão unidas por um feixe fibroso.
A porção posterior do buraco láceroem concordância com a origem da veia jugular in-
terna, com a artéria meníngea posterior e com um ramo meníngeo da artéria occipital.
A porção anterior está subdividida por uma separação fibrosa em dois segmentos. O
segmento posterior dá passagem aos nervos espinhal(XI) e pneumogástrico(X). O seg-
mento anterior é atravessado pelo nervo glosso-faríngeo(IX) e à frente do nervo pelo
seio petroso inferior.

Escama do occipital
É larga. achatada e losângica. Tem 2 faces, 4 bordos e 2 ângulos.

Face exocraniana
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Filipa Ferreira

No meio desta face existe uma saliência mediana, rugosa, a protuberância occipital
exterior.
Da protuberância parte a crista occipital exterior, que se estende de cima para baixo
até ao bordo posterior do buraco occipital.
Da protuberância occipital externa e do meio da crista occipital externa, destacam-se de
cada um dos lados duas cristas rugosas transversais, côncavas para diante, são as linhas
curvas occipitais superior(do meio da crista) e inferior (a protuberância)
A linha curva occipital superior estende-se para fora até à apófise mastoideia.
A linha curva occipital inferior estende-se para fora e para diante até à apófise jugular.
O seu trajecto é irregular, apresenta de cada lado duas curvas sucessivas.
A curva interna e a superfície da escama situada abaixo dela dão inserção ao músculo
pequeno recto posterior.
A curva externa e a superfície óssea subjacente dão inserção ao grande recto posterior.
Entre as duas linhas curvas occipitais, a superfície óssea é desigual e dá inserção inter-
namente ao grande complexo e externamente ao pequeno oblíquo.
Acima da linha curva occipital superior, a escama, lisa, corresponde ao couro cabeludo.

Face endocraniana
Sobre a linha mediana encontra-se uma saliência, a protuberância occipital interior
situada ao mesmo nível que a exterior. A protuberância corresponde à convergência
posterior dos seios cranianos (lagar de Hierófilo), esta convergência traduz-se frequen-
temente por uma depressão no centro da protuberância.
Da protuberância partem:
Duas goteiras horizontais(goteiras dos seios laterais), uma de cada lado, para a
porção occipital dos seios laterais
Uma goteira vertical e ascendente ,a goteira do seio longitudinal superior
Uma crista vertical descendente, a crista occipital interior, que se bifurca perto
do buraco occipital e os seus ramos limitam uma depressão, a fosseta vermiana.
As goteiras e a crista occipital interna dividem a face endocraniana da escama em 4 fos-
sas occipitais: duas superiores ou cerebrais (alojam os lobos occipitais do cérebro) e
duas inferiores ou cerebelosas.
As duas fossas cerebrais estão separadas pela goteira do seio longitudinal superior.
As fossas cerebelosas estão separadas pela crista occipital interior.
As fossas cerebrais estão separadas das fossas cerebelosas pela goteira do seio lateral
O conjunto da protuberância occipital interior, da goteira do seio longitudinal superior,
da crista occipital interior e das duas goteiras dos seios laterais constitui a eminência
cruciforme.

Bordos Superiores
Articulam-se com os parietais segundo a sutura lambdóide

Bordos Inferiores
Unem-se à porção mastoideia do temporal.

Ângulos Laterais
Separam os bordos superiores dos inferiores e comunicam com a extremidade posterior
da sutura têmporo-parietal

Ângulo Superior
Está entre os dois parietais
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Filipa Ferreira

Ângulo Inferior
Constitui na sua porção média, o bordo posterior do buraco occipital e une-se sobre os
lados à extremidade posterior das massas laterais.

8ª Aula
8/11/04

TEMPORAL
Localização- Situa-se na porção inferior e lateral do crânio, atrás do esfenóide, adiante
e para fora do occipital, abaixo do parietal.
Tipo- par e achatado. Podemos também dizer que a escama é achatada, a porção do
rochedo é curta e a porção da apófise zigomática é longa.
Orientação- a porção do osso em forma de escama é superior, sendo a face convexa
dessa escama externa e dela se destaca uma apófise que é anterior
Conexões:
Com o parietal através:
--- do bordo inferior do parietal que se articula com a porção livre do bordo cir-
cunferencial da escama do temporal e com parte do bordo circunferencial da
porção mastoideia.

Com o occipital através:


--- dos bordos inferiores da escama do occipital que se articulam com a porção
mastoideia do temporal
--- da apófise jugular do bordo externo das massas laterais do occipital que se ar-
ticula com a faceta jugular do temporal

Com o esfenóide através:


--- através do segmento posterior do bordo interno da face exocraniana das gran-
des asas do esfenóide que se articula com o bordo anterior do rochedo do tempo-
ral
--- através do bordo externo da face exocraniana das grandes asas do esfenóide
que se articula em toda a sua extensão com a escama do temporal

Com o malar através:


--- da extremidade anterior do segmento anterior da apófise zigomática da face
externa da escama do temporal que se articula com o ângulo posterior do malar.

Com o maxilar inferior através:


--- raiz transversal da face inferior do segmento basal da apófise zigomática do
temporal que se articula com o maxilar inferior.

Descrição
O temporal pode ser dividido em três porções: porção escamosa, porção mastoideia e
porção ptero-timpânica.
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Filipa Ferreira

Porção escamosa ou escama


Lâmina semi-circular, achatada, que apresenta 2 faces separadas por um bordo circun-
ferencial.

Face exocraniana
Está dividida em duas porções pela apófise zigomática: uma superior ou temporal e
outra inferior ou basilar.

Apófise zigomática
Tem dois segmentos: um basal e outro anterior ou apófise zigomática propriamente
dita.
Segmento basal- dirige-se para fora e para dentro e é achatado de cima para bai-
xo.
Face superior
Em forma de goteira dá inserção aos feixes posteriores do músculo tem-
poral.
Face inferior
Apresenta duas saliências alongadas: uma longitudinal e a outra transver-
sal, são as raizes da apófise zigomática.
Raiz longitudinal
Dirige-se de diante para trás sobre o prolongamento da apófise zigo-
mática, depois prolonga-se para trás e para cima, com o nome de
crista supramastoideia ou linea temporalis, comunicando com a
linha curva temporal inferior do parietal.
Apresenta imediatamente adiante do canal auditivo externo, uma sa-
liência, o tubérculo zigomático posterior
Raiz transversal ou côndilo do temporal
Alongada de fora para dentro sobre a face inferior do temporal. É li-
sa, convexa e articula-se com a mandíbula.
Na junção das duas raizes, existe uma saiência volumosa, o tubérculo
zigomático anterior.

Segmento anterior- é livre, alongado de diante para trás, achatado de fora para
dentro.
Face externa- Convexa
Face interna- côncava e lisa
Bordo superior- estreito, onde se insere a aponevrose temporal
Bordo inferior- espesso, rugoso, dá inserção ao masséter
Extremidade anterior- dentada, talhada em bisel à custa do bordo infe-
rior. Articula-se com o osso malar.

Porção superior ou temporal da escama


Acima da apófise zigomática, a face exocraniana da escama é convexa e lisa e dá inser-
ção ao músculo temporal.
É frequentemente percorrida por um sulco vascular atravessado pela artéria temporal
profunda posterior.

Porção inferior ou basilar da escama


Pertence à base do crânio.
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Filipa Ferreira

Apresenta a raiz transversal da apófise zigomática ou condilo temporal


Atrás do côndilo existe uma depressão profunda, a cavidade glenoideia. Esta é eliptica
e o eixo maior dirige-se de fora para dentro e de diante para trás.
O fundo da cavidade glenoideia é percorrido pela cisura de Glaser ou cisura timpano-
escamosa. Esta cisura divide a cavidade em duas porções, uma anterior, articulada, per-
tencente á escama e outra posterior, não articulada, que pertence ao osso timpanal.
A cisura encontra-se subdividida adiante e internamente pelo prolongamento inferior do
tegmen timpani em duas cisuras secundárias: uma anterior ou pétro-escamosa e outra
posterior ou pétro-timpânica.
Apresenta os tubérculos zigomáticos anterior e posterior já referidos
Adiante do côndilo do temporal há uma superfície triângular,plana e lisa, a superfície
plana infra-temporal. Esta superfície contribui para a formação do tecto da fossa zi-
gomática.

Face Endocraniana
Apresenta depressões em concordância com as circunvoluções cerebrais, e sulcos vas-
culares atravessados pelos ramos da artéria meníngea média.

Bordo Circunferencial
Compreende duas porções:
---Porção inferior- aderente, local onde a escama se une ao resto do osso.
Confunde-se atrás com a porção mastoideia do temporal e adiante apresenta duas ci-
suras: a cisura ptero-escamosa superior, que separa a escama do rochedo e a cisu-
ra de Glaser que separa a escama do osso timpanal.
---Porção superior- livre. Tem início adiante no vértice do ângulo compreendido en-
tre a escama e a porção anterior do rochedo e termina atrás no vértice da sutura pari-
etal, que separa a escama da região mastoideia. É talhada em bisel à custa da face in-
terna (onde se articula com o parietal) e à custa da face externa na extremidade arti-
culada com a grande asa do esfenóide.

Porção mastoideia
Localiza-se na zona póstero-inferior do temporal,atrás do canal auditivo externo. Nela
distingue-se: uma face endocraniana, uma face exocraniana e um bordo circunferencial.

Face exocraniana
Apresenta frequentemente vestígios da cisura ptero-escamosa posterior que separa,
sobre a região mastoideia, a zona de origem escamosa da zona de origem petrosa. Esta
cisura dirige-se obliquamente para baixo e para diante, da incisura parietal ao bordo
anterior da apófise mastoideia.
porção póstero-inferior (3/4)- apresenta rugosidades que dão inserção aos
músculos: occipital, esternocleido-mastoideu e splenius capitis.
Próximo do bordo posterior e na sua porção média, existe o orifício externo
do canal ou buraco mastoideu, por onde passa uma artéria emissária e a ar-
téria mastoideia.
porção antero-superior (1/4)- é quase lisa. Acima e atrás do orifício do canal
auditivo externo existe uma pequena saliência aguda, a espinha supra-
meática. Imediatamente atrás desta espinha está uma superfície crivada de pe-
quenos orifícios, a zona crivada.
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Filipa Ferreira

porção inferior- prolonga-se para baixo através de uma eminência cónica, a


apófise mastoideia.

Apófise mastoideia
Face externa- rugosa, dá inserção aos músculos esterno-cleido-mastoideu,
splenius e pequeno complexo, cujas inserções sobre a face exocraniana se pro-
longam sobre esta saliência.
Face interna- limitada em cima por um sulco ântero-posterior, designado ra-
nhura digástrica, onde se insere o ventre posterior do digástrico. Esta ranhura
é ladeada por uma eminência larga, arredondada, alongada de diante para trás,
a eminência justamastoideia. Sobre a vertente interna desta eminência corre
uma goteira, o sulco da artéria occipital, atravessada pela artéria occipital.

Face endocraniana
Confunde-se adiante com a base da pirâmide petrosa. Atrás do rochedo é lisa e contribui
para a formação do andar posterior da cavidade craniana.
Observa-se, contra ao rochedo, o segmento mastoideu de uma larga goteira atravessada
pelo seio lateral, a goteira do seio lateral,e , na porção média dessa goteira, o buraco
mastoideu

Bordo circunferencial
Confunde-se adiante com a escama e com o rochedo. No resto da sua extensão é espes-
so, rugoso e articula-se com o parietal em cima e com o occipital atrás.

Porção Pétro-timpânica ou Rochedo


Possui a forma de uma pirâmide quadrangular cujo eixo é oblíquo de diante para dentro.
A base é externa e posterior. O vértice, truncado, situa-se adiante e para dentro.
O rochedo tem 4 faces, 4 bordos, 1 base e 1 vértice.
4 faces: ântero-superior, póstero-superior, ântero-inferior e póstero-inferior. As superio-
res são endocranianas e as inferiores são exocranianas.

Face ântero-superior
Na união do terço posterior com os dois terços anteriores observa-se a eminência ar-
cuata, que é uma saliência determinada pelo canal semicircular superior.
Adiante desta eminência existe um orifício alongado, o hiato de Falópio, e, externa-
mente a este os hiatos acessórios (um ou dois pequenos orifícios) por onde passam os
nervos petrosos superficiais e profundos. Seguidamente a estes orifícios seguem-se uns
sulcos estreitos por onde progridem os mesmos nervos (sulcos do grande e pequeno
nervos petrosos superficiais e profundos).
Adiante do hiato de falópio e perto do vértice do rochedo está uma depressão, a fosseta
do gânglio de Gasser, sobre a qual se localiza o gânglio de Gasser que está em con-
cordância com o nervo trigémio. O bordo posterior da fosseta faz por vezes uma saliên-
cia conhecida por tubérculo retrógasseriano (resulta da ossificação da duramáter cor-
respondente)
Observa-se também o tegmen timpani, que é a porção desta face que se localiza adian-
te e para fora da eminência arcuata. A este nível a parede óssea é fina e forma a parede
superior da cavidade timpanal. O tegmen timpani é percorrido de diante para trás pela
cisura ptero-escamosa superior, daí que a porção externa do tegmen tympani seja for-
mada pela escama.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Face póstero-superior
Apresenta um pouco adiante da sua porção média o largo orifício de entrada do canal
auditivo interno pelo qual passam os nervos auditivo, facial e intermediário de Wris-
berg (7B) e a artéria auditiva interna.
Acima e atrás do canal auditivo interno e muito perto do bordo superior do rochedo,
encontra-se uma fenda estreita, a fossa subarcuata por onde passa um prolongamento
da dura-máter e no fundo da qual existe o orifício anterior do canal pétro-mastoideu.
Atrás do orifício do canal auditivo interno existe uma nova depressão, a fosseta ungue-
al que na porção anterior apresenta uma fenda oblíqua, o orifício posterior do aquedu-
to do vestíbulo para o canal endolinfático.

Face ântero-inferior
É representada nos seus dois terços postero-externos por uma lâmina óssea, fina, côn-
cava e lisa que pertence embriológicamente ao osso timpanal e constitui a parede ante-
rior do canal auditivo externo. Forma simultaneamente a porção da cavidade glenoideia
não articular (situada atrás da cisura de Glasser). Esta lâmina emite um prolongamento
inferior que forma uma saliência perto da base da apófise estiloideia e que a envolve,
que se denomina por apófise vaginal.
Para dentro e para diante da cavidade glenoideia está a apófise tubária do osso timpa-
nal que contribui para a formação da porção óssea da trompa de eustáquio. Adiante da
extremidade ântero-interna da apófise tubária abrem-se dois canais sobrepostos: em
cima, o canal do músculo do martelo; em baixo, o canal ósseo da trompa.
Adiante e para dentro destes dois orifícios esta face é escavada em goteira e forma em
união com a grande asa do esfenóide uma goteira mais larga, a goteira esféno-petrosa
ou tubária que corresponde à trompa de eustáquio.

Face póstero-inferior
Apresenta atrás a apófise estiloideia fixa ao rochedo, mas independente dele embrioló-
gicamente (pertence ao aparelho hióideu). Esta apófise dá inserção aos elementos do
ramalhete de Rioland (ligamentos estilo-maxilar e estilo-hioideu, músculos estilo-
faríngeo, estilo-hioideu e estilo-glosso).
Atrás e para fora da apófise estiloideia (entre esta e a apófise mastoideia) está uma de-
pressão no fundo da qual se abre o buraco estilo-mastoideu (ou orifício inferior do
canal do facial) que é o orifício inferior do aqueduto de falópio onde passam a artéria
estilo-mastoideia e o nervo facial.
Atrás e para dentro do buraco estilo-mastoideu está uma superifície rugosa, a faceta
jugular que se articula com a apófise jugular do occipital.
Adiante da faceta jugular e internamente à apófise estiloideia está a fossa jugular que
corresponde ao golfo da jugular interna. Sobre a parede externa da fossa existe o orifício
interno, o ostium introitus de um pequeno canal que dá passagem ao ramo auricular do
pneumogástrico ou o ramo da fossa jugular de Curveilhier. Existe frequentemente sobre
a parede ântero externa da fossa um fino sulco semicircular que precede este canal.
Adiante da fossa jugular está o orifício inferior do canal carotidiano. A artéria caróti-
da vai ter um trajecto em S no interior do rochedo que se denomina de sifão carotidia-
no.
Sobre a crista que separa a fossa jugular do orifício do canal carotidiano localiza-se o
orifício anterior do canal de Jacobson ou canal timpânico que dá passagem ao nervo
de jacobson. Este orifício abre-se na fosseta petrosa (está no bordo posterior do roche-
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

do), por um sulco estreitono qual progride o nervo de Jacobson antes de penetrar no
canal timpânico.
Adiante do canal carotidiano fica uma superfície rugosa que se estende até ao vértice do
rochedo e se articula com a extremidade superior da parede lateral da faringe e dá inser-
ção, ao longo da goteira tubária ao músculo peristafilino interno.

Bordo Superior
Percorrido na sua maioria pela goteira do seio petroso superior.
É atravessado adiante da fosseta do gânglio de Gasser por uma larga chanfradura em
concordância com o nervo trigémio.
Muito próximo do vértice do rochedo encontra-se por vezes uma pequena reentrancia
que aloja o nervo motor ocular externo.
A extremidade posterior do bordo superior tem continuidade atrás com o lábio superior
da goteira do seio lateral.

Bordo Anterior
Apresenta atrás a cisura de Glasser. Mais adiante a cisura desdobra-se pelo prolonga-
mento inferior do tegmen timpani numa cisura pétro-escamosa inferior e numa cisura
pétro-timpânica.
Adiante o bordo encontra-se separado da escama por um ângulo reentrante no qual pe-
netra a porção posterior da grande asa do esfenóide. Esta articula-se em toda a extensão
do bordo anteiror do rochedo excepto na extremidade anterior em que os dois ossos es-
tão separados pelo buraco lácero anterior.

Bordo Posterior
Apresenta atrás a faceta jugular. Adiante desta faceta existe uma larga chanfradura
que limita, juntamente com o occipital, o buraco lácero posterior. A chanfradura está
dividida pela espinha jugular do temporal em dois segmentos (na porção posterior
insere-se o golfo da veia jugular interna e na porção anterior os nervos glosso-faríngeo,
pneumogástrico e espinhal) . Sobre o segmento posterior encontra-se a fosseta petrosa
que contém o gânglio de andersch, estando no fundo da fosseta o orifício inferior do
aqueduto do caracol.
Adiante do buraco lácero posterior o bordo posterior é alongado do lado endocraniano
por uma goteira geralmente pouco visível, a goteira do seio petroso inferior e do lado
exocraniano por uma outra goteira, a goteira do seio petroso occipital.

Bordo inferior
Separa as faces ântero-inferior e póstero-inferior. É cortante e muito acentuado atrás
onde é formado primeiro pelo bordo inferior da apófise vaginal e depois pelo bordo in-
ferior da apófise tubária do osso timpanal.
Pouco diferenciado adiante onde forma o limite interno da goteira tubária.

Base
Confunde-se em quase toda a sua extensão com a região mastoideia. É representada só
sobre a face exocraniana pelo orifício do canal auditivo externo situado entre a porção
mastoideia atrás e a porção escamosa em cima. este orifício é eliptico com o maior eixo
a dirigir-se para baixo e para trás. Do ponto de vista embrionário é formado pela escama
em cima e pelo osso timpanal adiante, em baixo e atrás. A porção escamosa é lisa, a
porção timpanal é rugosa e dá inserção à fibro-cartilagem do canal auditivo.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Vértice
Truncado, muito desigual, apresenta o orifício anterior do canal carotidiano.
Articula-se com o ângulo compreendido entre o corpo e a grande asa do esfenóide.
Entre o vértice do rochedo por um lado e a grande asa e o corpo do esfenóide por outro
está o buraco lácero anterior.
A língula divide este buraco em duas porções, uma interna ocupada pela carótida inter-
na no momento em que ela penetra no seio cavernoso e a outra externa preenchida por
tecido fibroso que atravessa os grandes nervos petroso superficial e profundo.

9ª Aula
11/11/04

MAXILAR SUPERIOR
Localização-está situado acima da cavidade bucal, abaixo da cavidade orbitária, e para
fora das fossas nasais.
Tipo- par e curto
Orientação- o bordo alvéolar é inferior, apresentando uma concavidade que é interna e
olha ligeiramente para trás, alvéolos mais pequenos são anteriores.
Conexões:
O maxilar superior articula-se com:
• O frontal através:
--- do bordo superior da apófise montante dos dois maxilares superiores que se arti-
cula com a porção lateral da chanfradura nasal do frontal

• O etmóide através:
--- da face interna das massas laterais, concretamente pela porção anterior do bordo
superior do corneto médio que se vai articular com a crista turbinal superior do ma-
xilar superior
--- da face inferior das massas laterais que se articula com a porção superior da face
interna do maxilar superior
--- da face externa das massas laterais que se articulam com o bordo superior do
maxilar superior

• O outro maxilar superior através:


--- do bordo anterior
--- do bordo interno da apófise palatina da face interna (resulta na sutura inter-
maxilar)

• O malar através:
--- do vértice da apófise zigomática da face externa do maxilar superior que se articula
com o segmento anterior da face interna do malar e com o bordo maxilar do malar e
com os ângulos inferior e anterior do malar.

• O lacrimal através:
--- do bordo posterior da apófise montante do bordo superior do maxilar superior
que se articula com o bordo anterior do lacrimal.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

--- dos dois lábios da goteira lacrimal existente na porção nasal da face interna do
maxilar superior que se articulam com os bordos de uma outra goteira existente na
face externa do únguis.
--- da chanfradura do bordo superior do maxilar superior que se articula com o ha-
mulus lacrimalis do osso lacrimal
--- do bordo posterior do osso lacrimal que se articula com a concha lacrimal da face
interna do maxilar superior

• O nasal através:
--- do bordo anterior da apófise montante do bordo superior do maxilar superior que
se articula com o bordo externo do osso nasal.

• O vómer através:
--- do bordo posterior da crista incisiva e da crista nasal do bordo interno da apófise
palatina (face interna do maxilar superior) que se articula com o bordo inferior do
vómer

• O corneto inferior através:


--- da crista turbinal inferior da porção nasal da face interna do maxilar superior que
se articula com a porção anterior do corneto inferior

• O palatino através:
--- Da superifície superior ou trigono palatino do bordo posterior do maxilar superi-
or que se articula com a apófise orbitária do palatino
--- Da superfície inferior do bordo posterior do maxilar superior que se articula
com a apófise piramidal do palatino.
--- Do bordo superior da apófise palatina da face interna do maxilar superior
que se articula com o bordo anterior da lâmina horizontal do palatino.
--- Da fissura palatina, localizada na porção nasal da face interna do maxilar superi-
or, que se articula com a apófise maxilar do palatino.
--- da goteira palatina posterior, localizada na porção nasal da face interna do maxi-
lar superioe, que se articula com uma goteira semelhante na face externa da lâmina
vertical do palatino.

Descrição
Tem uma forma quadrilátera, achatada de dentro para fora. Possui duas faces: uma ex-
terna e outra interna e quatro bordos.

Face externa
Apresenta ao longo do bordo inferior saliências verticais que correspondem à raiz dos
dentes. A saliência determinada pela raiz do canino, a bossa canina é bem visível.
Para dentro da bossa canina existe uma depressão, a fosseta mirtiforme. Sobre a por-
ção inferior desta fosseta insere-se o músculo mirtiforme.

Apófise piramidal ou zigomática


Está acima das saliências formadas pelas raizes dos dentes. Tem a forma de uma pi-
râmide triângular, apresenta portanto: 3 faces, 3 bordos, uma base e um vértice.

Face superior ou orbitária


Constitui a maior parte da porção inferior da cavidade orbitária.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É ligeiramente inclinada por isso olha para cima, para diante e para fora.
Da porção média média do bordo posterior parte a goteira infra-orbitária que
se dirige para diante, para baixo e um pouco para dentro, dando lugar ao canal
infra-orbitário que termina no orifício infra-orbitário.
Na goteira, no canal e no orifício infra-orbitários progridem o nervo e os vasos
infra-orbitários.
A parede superior do canal infra-orbitário torna-se mais espessa de trás para di-
ante. É formada pela junção dos dois lábios da goteira que precede o canal du-
rante o seu desenvolvimento (existem vestígios desta sutura só no adulto).
Da parede inferior do canal infra-orbitário, mais ou menos a 5mm atrás do orifí-
cio infra-orbitário, destaca-se um canal estreito, o canal dentário anterior e su-
perior que dá passagem ao nervo e vasos dentários anteriores com destino ao
canino e aos incisivos do mesmo lado.

Face anterior ou geniana


Corresponde às porções moles da bochecha.
Apresenta o orifício infra-orbitário que se abre adiante a partir do canal infra-
orbitário. Localiza-se 5 a 6mm abaixo do rebordo inferior da órbita e a 3mm (em
média) da linha mediana.
Abaixo do orifício infra-orbitário, a face anterior da apófise piramidal encontra-
se escavada numa depressão, a fossa canina onde se insere o músculo canino.

Face posterior ou ptérigo-maxilar


Forma a parede anterior e da fossa pterigo-maxilar e do seu âmago.
É convexa na sua porção interna, torna-se côncava transversalmente, externa-
mente perto do osso malar.
A porção interna designa-se por tuberosidade do maxilar superior.
Na porção média da tuberosidade estão os orifícios dos canais dentários poste-
riores (2 ou 3) nos quais progridem os nervos e os vasos dentários posteriores.
Na porção superior da tuberosidade encontra-se a goteira do nervo maxilar
superior por onde passa o nervo do mesmo nome, que vai progredir transver-
salmente até à goteira infra-orbitária.

Bordo anterior
Separa a face superior da face anterior. Forma o terço interno do rebordo inferior
da órbita.

Bordo Posterior
Separa a face posterior da face superior. Constitui o bordo inferior da fenda es-
feno-maxilar. A sua extremidade externa desenha uma saliência em forma de
gancho, é a espinha malar, cuja concavidade posterior limita anteriormente esta
fenda.

Bordo inferior
Côncavo, espesso e arredondado,separa a face anterior da face posterior

Base
Une-se à face externa do maxilar superior (ocupa aproximadamente os ¾ superi-
ores desta face)
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Vértice
É truncado, triângular e articula-se com o malar. O seu ângulo anterior, muito
alongado estende-se internamente até ao nível do orifício infra-orbitário.

Face interna
Divide-se em duas porções por intermédio da apófise palatina que está na reunião dos
¾ superiores com o ¼ inferior.. Acima da apófise palatina está a porção nasal e abaixo
está a porção bucal.

Apófise palatina
É uma lâmina óssea triângular, achatada de cima para baixo. Articula-se na linha medi-
ana com a apófise palatina do outro maxilar e contribui para a separacão entre as fossas
nasais e a cavidade bucal.
Apresenta duas faces e três bordos:
Face superior
Lisa, côncava transversalmente, pertence ao pavimento das fossas nasais.

Face inferior
Faz parte da abóbada palatina.
É rugosa, perfurada por inúmeros orifícios vasculares.
Apresenta quase sempre perto do seu bordo externo, uma goteira oblíqua para
diante e para dentro onde progridem a artéria e as veias palatinas superiores,
bem como o nervo palatino anterior.

Bordo externo
Curvilíneo, une-se à face interna do osso

Bordo posterior
Transversal, talhado em bisel à custa da face superior, articula-se com o bordo
anterior da lâmina horizontal do palatino.

Bordo interno.
Muito mais espesso adiante que atrás, apresenta estrias transversais que se arti-
culam com as da apófise palatina do lado oposto.
Faz saliência para cima sob a forma de uma aresta, a aresta nasal, que percorre
este bordo sobre a face superior da apófise.
Quando as duas apófises palatinas estão articuladas, as duas arestas nasais
unem-se formando a crista nasal que faz saliência sobre a linha mediana do pa-
vimento das fossas nasais.
No terço anterior da apófise a crista eleva-se bruscamente formando a crista in-
cisiva, que se estende até ao bordo anterior do osso onde se projecta para diante
numa saliência triângular aguda, a espinha nasal anterior.

Sobre a face inferior, a articulação das duas apófises palatinas traduz-se na sutu-
ra intermaxilar.
Na extremidade anterior desta sutura existe um orifício ovalar, o buraco incisi-
vo, que dá acesso ao canal palatino anterior ou incisivo que dá passagem aos
nervos e vasos nasopalatinos. Este canal resulta da união das duas hemi-goteiras
laterais pertencentes a cada uma das apófises palatinas correspondentes. É um
canal curto, que se bifurca em dois outros canais secundários laterais que abrem
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nas fossas nasais, nas faces laterais da crista incisiva. Estes também dão passa-
gem aos nervos e vasos nasopalatinos

Porção bucal da face interna


Situa-se abaixo da apófise palatina.
É uma superfície estreita, rugosa, compreendida entre a apófise e o bordo alvéolar.

Porção nasal da face interna


Apresenta um largo orifício (triângular de base superior) que dá acesso ao seio maxi-
lar. Do ângulo inferior deste orifício parte a fissura palatina na qual penetra a apófise
maxilar do palatino.
Acima do orifício do seio existem uma ou duas depressões pouco profundas que com-
pletam as cavidades correspondentes da face inferior das massas laterais do etmóide,
transformadas assim em células etmóido-maxilares.
Adiante do orifício do seio descende a goteira lacrimal.
lábio anteiror da goteira- dá seguimento ao bordo posterior da apófise montante
do maxilar superior. Da extremidade inferior deste lábio parte uma crista oblíqua para
baixo e para diante, a crista turbinal inferior que se articula com a porção anterior do
corneto inferior.
lábio posterior da goteira- formado pela porção mais elevada do bordo anterior
do orifício do seio maxilar, que a este nível se recurva para dentro formando uma lamela
óssea fina que tem o nome de concha lacrimal. A face côncava desta concha forma a
vertente posterior da goteira.

Os dois lábios da goteira lacrimal articulam-se com os bordos de uma outra goteira exis-
tente na face externa do únguis, formando assim a maior parte do canal lácrimo-nasal.
Atrás do orifício do seio maxilar a superfície óssea divide-se em duas zonas rugo-
sas,uma ântero-superior e outra póstero-inferior,através de uma goteira oblíqua, a gotei-
ra palatina posterior. O osso palatino articula-se com estas duas zonas (através da face
externa da lâmina vertical), recobrindo a goteira e transformando-a no canal palatino
posterior.

Bordo superior
Dirige-se de diante para trás, sendo fino e irregular.
Articula-se de diante para trás com o osso lacrimal e com a lâmina papirácia do
etmóide(face externa das massas laterais).
Apresenta adiante do osso lacrimal uma chanfradura que se articula com o ha-
mulus lacrimalis do osso lacrimal, formando assim o bordo externo do orifício
de entrada do canal lácrimo-nasal.
Da extremidade anterior do bordo superior eleva-se a apófise montante.

Apófise montante
Lâmina óssea, quadrilátera, achatada transversalmente.
Face externa
Está dividida por uma crista vertical, a crista lacrimal anterior, em duas
porções: uma anterior quase lisa e uma posterior ocupada por uma goteira
que contribui para a formação da goteira do saco lacrimal.

Face interna
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Faz parte da parede externa das fossas nasais. Existem por vezes rugosida-
des articulares em cima e atrás, entre as quais existe por vezes uma hemi-
célula. As rugosidades e a hemicélula articulam-se com a face anterior das
massas laterais do etmóide.
Na porção média apresenta uma crista oblíqua, a crista turbinal superior
que se articula com o corneto médio.

Bordo anterior
Articula-se com o osso nasal

Bordo posterior
Quase vertical, une-se ao bordo anterior do únguis. Continua em baixo
pelo lábio anterior da goteira lacrimal

Bordo superior
Articula-se com a porção lateral da chanfradura nasal do frontal.

Bordo Inferior
Une a apófise montante à face externa do osso

Bordo inferior ou alvéolar


Côncavo para dentro e para trás.
Forma com o do lado oposto uma arcada de concavidade posterior. Apresenta ca-
vidades que têm o nome de alvéolos onde se implantam as raizes dos dentes.

Bordo anterior
Possui a chanfradura nasal na sua porção média, que delimita junto com a do
maxilar oposto, o orifício anterior das fossas nasais ósseas.

Bordo Posterior
Pertence à tuberosidade do maxilar.
É quase vertical.
Nas suas extremidades é visível uma superfície rugosa.
A superfície rugosa superior, designada por trigono palatino, articula-se com a
apófise orbitária do palatino.
A superfície rugosa inferior articula-se com a apófise piramidal do palatino.
Entre as duas superfícies articulares o bordo posterior do maxilar superior contri-
bui para limitar adiante o âmago da fossa ptérigo-maxilar.

Seio Maxilar
Encontra-se no interior da apófise zigomática

MAXILAR INFERIOR OU MANDÍBULA


Localização – esta situada na porção inferior da face.
Tipo – ímpar e
Orientação – o bordo alveolar é superior e a concavidade do osso é posterior. Dá-se ao
osso uma ligeira inclinação para baixo e para diante.
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Conexões:
Com os dois temporais através:
--- raiz transversal da face inferior do segmento basal da apófise zigomática do
temporal que se articula com o maxilar inferior.

Descrição
É dividido em três porções: uma média, o corpo, e duas porções laterais, os ramos mon-
tantes.

Corpo
Tem uma forma de ferradura. Apresenta uma face anterior convexa, uma face posterior
côncava, um bordo superior ou alvéolar e um bordo inferior livre.

Face Anterior
Apresenta sobre a linha mediana uma crista vertical, a sínfise mentoniana, que
é o vestígio da união das duas peças laterais das quais se formou a mandíbula.
A sínfise termina em baixo sobre o vértice de uma saliência triângular de base
inferior, a eminência mentoniana.
Da eminência mentoniana parte, de cada um dos lados, uma crista, a linha oblí-
qua externa, que se dirige para trás e para cima comunicando com o lábio ex-
terno do ramo montante do maxilar.
Acima da linha oblíqua externa está o buraco mentoniano que dá passagem aos
nervos e vasos mentonianos. Este localiza-se à mesma distância dos dois bordos
da mandíbula e na linha vertical que passa entre os dois pré-molares ou na que
passa sobre um destes dois dentes.

Face posterior
Apresenta sobre a porção mediana, perto do bordo inferior, quatro pequenas sa-
liências sobrepostas, duas á direita e duas á esquerda, são as apófises géni supe-
riores e inferiores. As apófises géni superiores dão inserção aos músculos géni-
glossos (músculos da língua) ; as inferiores dão inserção aos músculos geni-
hioideus (músculos abaixadores do maxilar inferioe e elevadores do hióide)
Frequentemente as apófises geni inferiores estão fundidas e por vezes estão
mesmo as quatro fundidas numa só.
Das apófises géni nasce, de cada um dos lados, uma crista, a linha oblíqua in-
terna ou milo-hioideia que dá inserção ao músculo milo-hióideu (músculo do
pavimento da cavidade bucal) e que se dirige para trás e para cima terminando
sobre o ramo montante do maxilar inferior, formando o lábio interno do seu bor-
do anterior.
Abaixo desta linha existe o sulco milo-hioideu onde progridem os vasos e os
nervos do mesmo nome.
A linha oblíqua interna divide esta face em duas porções:
--- porção superior – escavada sobretudo adiante, mais alta adiante que atrás, de-
signa-se por fosseta sublíngual e está em concordância com a glândula sublin-
gual.
--- porção inferior – mais alta atrás que adiante, é em grande parte ocupada por
uma depressão, a fosseta submaxilar, em concordância com a glândula subma-
xilar.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Bordo superior ou alvéolar


Apresenta cavidades, os alvéolos, onde se articulam as raizes dos dentes. A esta
articulação dá-se o nome de gonfose ou gonfoartrose.

Bordo inferior
Espesso, arredondado e liso.
Apresenta, um pouco para fora da linha mediana, uma superfície ovalar ligeira-
mente deprimida, a fosseta digástrica, na qual se insere o ventre anterior do di-
gástrico.

Ramos montantes
São rectangulares, alongados de cima para baixo.
Apresentam 2 faces e 4 bordos.

Face Interna
Apresenta na porção inferior cristas rugosas, oblíquas para baixo e para trás de-
terminadas pela inserção do ptérigoideu interno.
Na porção média está o orifício de entrada do canal dentario inferior, locali-
zado sobre o prolongamento do rebordo alvéolar, no qual penetram os nervos e
os vasos dentários inferiores. É limitado adiante por uma saliência triângular
aguda, a espinha de Spix ou lingula mandibulae, sobre a qual se insere o liga-
mento esféno-maxilar.
Atrás do orifício do canal dentário, existe por vezes uma outra saliência, mais
pequena, a antilíngula.
É no orifício do canal dentário que tem início o sulco milo-hioideu.

Face externa
Apresenta na sua porção inferior cristas rugosas, oblíquas para baixo e para
trás, sobre as quais se inserem as lâminas tendinosas do masséter (músculo asso-
ciado ao encerramento da cavidade bucal).

Bordo Anterior
Compreendido entre duas cristas ou lábios, um interno e o outro externo.
Os dois lábios limitam em baixo uma goteira que aumenta de profundidade e de
largura de cima para baixo. A sua extremidade inferior está em continuidade com a
linha oblíqua interna do corpo do maxilar.
A goteira limitada em baixo pelos dois lábios apresenta uma crista oblíqua para bai-
xo e para fora, a crista bucinadora que dá inserção ao músculo bucinador.
Em cima, o lábio interno localiza-se sobre a face interna do ramo montante e da apó-
fise coronoideia formando um relevo, a crista temporal.
Os dois lábios dão ainda inserção a feixes tendinosos do músculo temporal.

Bordo Posterior
É espesso e arredondado e descreve uma curvatura em S muito alongada.

Bordo Inferior
Comunica adiante com o bordo inferior do corpo do maxilar. Atrás, ao reunir-se
com o bordo posterior do ramo montante, forma o ângulo da mandíbula que apre-
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senta frequentemente na sua porção anterior uma depressão transversal que se


deve à passagem da artéria facial.

Bordo Superior
Apresenta duas saliências: uma posterior, o côndilo, e outra anterior, a apófise co-
ronoideia, separadas uma da outra pela chanfradura sigmoideia.

Côndilo
É uma eminência oblonga, cujo eixo de maiores dimensões é quase transversal, ori-
entado de fora para dentro e de diante para trás.
É mais saliente sobre a face interna do ramo montante do maxilar.
Apresenta uma face superior de forma abaulada, cujas vertentes anterior e posterior
se articulam com o temporal. A vertente posterior comunica em baixo com uma su-
perfície triângular, cujo vértice inferior se confunde com a extremidade superior
do bordo posterior do ramo montante.
Apresenta na maioria dos casos, abaixo da extremidade externa, uma pequena rugo-
sidade determinada pela inserção do ligamento lateral externo da articulação tempo-
ro-maxilar.
O côndilo está unido ao ramo montante por intermédio de uma porção retraída, o
colo do côndilo. Este é atravessado, por dentro e adiante, por uma fosseta rugosa
onde se insere o pterigoideu externo.
Sobre a face interna do colo do côndilo existe uma saliência, o pilar interno do
côndilo, formada pelo lábio interno da fosseta de inserção so pterigoideu externo,
que se prolonga para baixo e para diante até próximo da espinha de Spix.

Apófise Coronoideia
É triângular.
Dá inserção ao músculo temporal
Face externa- é lisa.
Face interna - apresenta a crista temporal.
Bordo anterior - comunica em baixo com o lábio externo do bordo anterior do
ramo montante.
Bordo posterior - côncavo atrás, limita adiante a chanfradura sigmoideia.
Base - está em continuidade com o osso
Vértice – superior e arredondado, onde se insere o músculo temporal

Chanfradura sigmoideia
Larga e profunda, côncava em cima.
Faz comunicar as regiões masseteriana e zigomática e dá passagem aos vasos e ner-
vos masseterianos

Canal dentário Inferior


Começa no orifício do canal dentário anterior, atrás da espinha de Spix, dirigindo-se
depois para baixo e para diante, até ao segundo dente pré-molar, onde se divide em
dois canais secundários: um externo, constituindo o canal mentoniano e que se abre
no canal mentoniano; outro interno, o canal incisivo que termina por baixo dos den-
tes incisivos.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

MALAR
Localização- situa-se na porção superior e lateral da face, para fora do maxilar superior.
Tipo- osso par e achatado
Orientação- o bordo regularmente côncavo é ântero-superior e a face convexa é externa
Conexões:
Com o frontal através:
--- do ângulo superior do malar que se articula com a apófise orbitária externa do
frontal

Com o maxilar superior através de:


--- do vértice da apófise zigomática da face externa do maxilar superior que se
articula com o segmento anterior da face interna do malar e com o bordo maxilar
do malar e com os ângulos inferior e anterior do malar.

Com o temporal através de:


--- da extremidade anterior do segmento anterior da apófise zigomática da face
externa da escama do temporal que se articula com o ângulo posterior do malar.

Com o esfenóide através de:


--- da crista malar da face exocraniana das grandes asas do esfenóide que se arti-
culam com o bordo posterior da apófise orbitária do osso malar

Descrição
É quadrilátero, achatado de fora para dentro.
Tem 2 faces, 4 bordos e 4 ângulos.

Face Externa
Convexa e lisa.
Apresenta o orifício malar do canal têmporo-malar.
Dá inserção aos músculos zigomáticos.

Face Interna
Tem dois segmentos:
--- Segmento Anterior ou Articular – forma triângular, rugoso, pelo qual o
malar se une ao vértice da apófise piramidal do maxilar superior.
--- Segmento Posterior ou Temporal – liso e côncavo transversalmente em
concordância com a fossa temporal em cima e com a fossa zigomática em baixo.

Bordo ântero-superior ou orbitário


Côncavo internamente e em cima forma a porção inferior e externa do rebordo
da órbita.
Dele nasce a apófise orbitária.

Apófise orbitária
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Quadrilátera, achatada de fora para dentro.


• Face interna
Côncava, faz parte das paredes esterna e inferior da órbita.
Apresenta o orifício de entrada do canal temporo-malar.

• Face externa
Convexa, pertence à fossa temporal.
Perto do bordo anterior é visível o orifício temporal do canal têmporo-
malar

• Bordo posterior
Articula-se, de cima para baixo, com o frontal, com a grande asa do esfe-
nóide e com o maxilar superior.
Entre o esfenóide e o maxilar o bordo posterior da apófise apresenta um
curto segmento livre, que corresponde à extremidade anterior da fenda
esféno-maxilar.

Bordo póstero-superior ou temporal


Sinuoso, contornado em S.
Dá inserção à aponevrose temporal.

Bordo ântero-inferior
Articula-se com o bordo anterior do vértice da apófise piramidal do maxilar su-
perior

Bordo póstero-inferior
Espesso e rugoso.
Dá inserção ao músculo masséter.

Ângulo superior
Dentado.
Articula-se com a apófise orbitária externa do frontal

Ângulo inferior
Articula-se com o ângulo inferior do vértice da apófise piramidal do maxilar su-
perior

Ângulo anterior
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Articula-se com o ângulo anterior do vértice da apófise piramidal do maxilar su-


perior

Ângulo posterior
Talhado em bisel à custa do bordo superior.
É dentado e articula-se com a extremidade anterior da apófise zigomática do
temporal.

FIM DA 9ª AULA
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OSSO LACRIMAL OU ÚNGUIS


Localização- situa-se na parede interna da órbita, imediatamente atrás da apófise mon-
tante do maxilar superior.
Tipo- par e achatado
Orientação- a face que apresenta uma goteira é externa, sendo essa goteira limitada por
uma crista que é posterior, a qual termina por uma apófise que é inferior.
Conexões:
Com o frontal através:
---do bordo superior da face interna dos dois lacrimais através da apófice orbitária
interna do frontal

Com o etmóide através:


--- face anterior das massas laterais que se vão articular com a face interna do osso
lacrimal
--- da face externa das massas laterais que se vai articular com o bordo posterior do
osso lacrimal
--- da lâmina horizontal do etmóide que se articula com o bordo posterior do osso
lacrimal.

Com o maxilar superior através:


--- do bordo posterior da apófise montante do bordo superior do maxilar superior
que se articula com o bordo anterior do lacrimal.
--- dos dois lábios da goteira lacrimal existente na porção nasal da face interna do
maxilar superior que se articulam com os bordos de uma outra goteira existente na
face externa do osso lacrimal..
--- da chanfradura do bordo superior do maxilar superior que se articula com o ha-
mulus lacrimalis do osso lacrimal
--- do bordo posterior do osso lacrimal que se articula com a concha lacrimal da face
interna do maxilar superior

Com o corneto inferior através:


--- do bordo inferior do osso lacrimal que se articula com a apófise lacrimal do cor-
neto inferior

Descrição
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É uma lâmina óssea quadrilátera achatade de fora para dentro.


Tem 2 faces e 4 bordos.

Face externa
É dividida pela crista lacrimal posterior em duas porções: uma anterior e a ou-
tra posterior
porção posterior- é lisa e encontra-se no mesmo plano que a lâmina papirácea
do etmóide.
porção anterior- apresenta uma goteira vertical. Esta goteira completa em
cima,junto com uma goteira existente ao nível da face externa da apófise mon-
tante do maxilar superior, a goteira do saco lacrimal e em baixo com a face in-
terna do maxilar superior (goteira lacrimal) forma o canal lácrimo-nasal

O únguis desce de facto abaixo do bordo superior do maxilar superior, onde os dois lá-
bios da goteira ungueal se articulam com os da goteira lacrimal do maxilar para formar
a porção superior do canal lácrimo-nasal.
No ponto em que a crista lacrimal posterior encontra o bordo superior do maxilar supe-
rior, ela apresenta uma pequena apófise em forma de gancho, o humulus lacrimalis.
Esta apófise articula-se com o bordo superior do maxilar para limitar externamente o
orifício superior do canal lácrimo-nasal.

Face interna
É lisa adiante e em baixo onde corresponde à mucosa das fossas nasais.
É desigual na sua porção póstero- superior que se articula com a face anterior das
massas laterais do etmóide. Apresenta um depressão em concordância com a crista
lacrimal posterior da face externa

Bordo superior
Articula-se com a apófise orbitária interna do frontal

Bordo inferior
Articula-se com a apófise lacrimal do corneto inferior

Bordo posterior
Articula-se com a lâmina horizontal e com a face anterior das massas laterais do
etmóide e com a concha lacrimal do maxilar superior

Bordo anterior
Articula-se com o bordo posterior da apófise montante e com o lábio anterior da go-
teira lacrimal do maxilar superior

CORNETO INFERIOR
Localização- encontra-se fixa à parede externa das fossas nasais por um dos seus bor-
dos e livre na cavidade das fossas nasais no resto da sua extensão
Tipo- par e achatado
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Orientação- o bordo que se apresenta enrolado saobre si próprio é inferior, a face con-
vexa é interna e a extremidade mais aguda do osso é posterior.
Conexões:
Com o etmóide através:
--- da apófise etmoidal do bordo superior do corneto inferior que se articula com a
extremidade inferior da apófise unciforme do etmóide (face interna das massas late-
rais)

Com o maxilar superior através:


--- da crista turbinal inferior da porção nasal da face interna do maxilar superior que
se articula com a porção anterior do corneto inferior

Com o osso lacrimal através:


--- do bordo inferior do osso lacrimal que se articula com a apófise lacrimal do cor-
neto inferior

Com o palatino através:


--- do bordo posterior da apófise maxilar do bordo superior do corneto inferior que
se articula com a apófise maxilar do palatino
--- da extremidade posterior do bordo superior do corneto inferior que se articula
com a crista turbinal inferior do palatino

Descrição
Nele são visíveis 2 faces e 2 bordos (que se unem nas extremidades afiladas do
osso)

Face Interna
Convexa, olha o septo das fossas nasais.
Lisa em cima, desigual e rugosa em baixo.
Na maioria das vezes estas dus porções são separadas por uma crista ântero
posterior.

Face Externa
Côncava. Limita, juntamente com a parede externa das fossas nasais, o mea-
to inferior (ocupa a posição mais interna)

Bordo Inferior
Livre, convexo de diante para trás, espesso e rugoso.

Bordo Superior
É articular. Convexo no sentido ântero-posterior.
De diante para trás apresenta:
• uma porção anterior (extremidade) que se articula com a crista turbi-
nal inferior do maxilar superior.
• a apófise lacrimal- côncava para fora. Forma a porção inferior do
canal lácrimo-nasal ao articular-se com o bordo inferior do lacrimal e
com a porção inferior dos lábios da goteira lacrimal do maxilar supe-
rior. destaca-se da proção mais elevada do bordo superior do corneto.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

• a apófise maxilar – lâmina triângular que nasce, pela base, do bordo


superior sobre toda a largura do orifício do seio maxilar, daí desce e
encerra toda a porção do orificio do seio maxilar que fica abaixo do
bordo superior do corneto. Articula-se com o lábio sinosal do contor-
no inferior do orifício do seio. O seu bordo posterior une-se à apófise
maxilar do palatino
• a apófise etmoidal- achatada e fina, dispõe-se verticalmente sobre o
bordo superior do osso, adiante da porção média do orifício do seio
maxilar. Articula-se com a extremidade inferior da apófise unciforme
do etmóide.
• uma porção rugosa na extremidade posterior que se articula com a
crista turbinal inferior do palatino

PALATINO

Localização- situa-se atrás do maxilar superior e à frente do esfenóide.


Tipo- par e achatado
Orientação- das tuas lâminas que constituem o osso e se conjugam em ângulo recto, a
mais pequena é inferior. Desta lâmina o bordo articular mais espesso é interno e o bordo
não articular é côncavo e essa concavidade é posterior.
Conexões:
Com o outro palatino através:
--- do bordo interno da lâmina horizontal

Com o maxilar superior através:


--- Da superifície superior ou trigono palatino do bordo posterior do maxilar superi-
or que se articula com a apófise orbitária do palatino
--- Da superfície inferior do bordo posterior do maxilar superior que se articula
com a apófise piramidal do palatino.
--- Do bordo superior da apófise palatina da face interna do maxilar superior
que se articula com o bordo anterior da lâmina horizontal do palatino.
--- Da fissura palatina, localizada na porção nasal da face interna do maxilar superi-
or, que se articula com a apófise maxilar do palatino.
--- da goteira palatina posterior, localizada na porção nasal da face interna do maxi-
lar superioe, que se articula com uma goteira semelhante na face externa da lâmina
vertical do palatino.

Com o esfenóide através:


--- da faceta esfenóidal da apófise orbitária (do bordo superior da face externa da
lâmina vertical) do palatino que se articula com a face anterior do corpo do esfenói-
de
--- da chanfradura pterigoideia das apófices pterigoideias que se articulam com a
face posterior da apófise piramidal do palatino
--- do bordo posterior do palatino que se articula com a face iinterna da asa interna
do palatino
--- da apófise esfenóidal do palatino (face súpero-externa) que se articula com a face
interna da asa interna da apófise ptérigoideia e com a apófise vaginal.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Com o etmóide através:


--- da face inferior das massas laterais que se articula com a faceta etmóidal da apó-
fise orbitária do palatino
--- da face interna das massas laterais,mais propriamente através da porção posterior
do bordo superior do corneto médio que se se articula com a crista turbinal superior
do palatino
--- da face interna das massas laterais, mais propriamente de uma das lamelas poste-
riores da apófise unciforme que se articula com o palatino
--- da face posterior das massas laterais que se articula com a faceta etmóidal da
apófise orbitária do palatino

Com o corneto inferior através:


--- do bordo posterior da apófise maxilar do bordo anterior do palatino que se articu-
la com a o bordo posterior da apófise maxilar do corneto inferior.
--- da extremidade posterior do bordo superior do corneto inferior que se articula
com a crista turbinal inferior do palatino

Com o vómer através:


--- da crista nasal do bordo interno da lâmina horizontal do palatino que se arti-
cula com o bordo inferior do vómer.
Descrição
É formado por uma lâmina horizontal e por uma vertical que se unem num ângulo recto
segundo uma aresta de direcção ântero-posterior.

Lâmina horizontal
É rectângular e o seu maior eixo é transversal.
Face Superior
Lisa, côncava transversalmente, completa atrás o pavimento das fossas nasais.

Face inferior
Pertence à abóbada palatina.
Rugosa.
Apresenta externamente uma goteira oblíqua para diante e para dentro, que dá
seguimento ao canal palatino posterior.

Bordo externo
Corresponde à linha de união das duas lâminas.
Apresenta uma chanfradura que limita na porção correspondente do maxilar su-
perior,o orifício inferior do canal palatino posterior.

Bordo Interno
Espesso e rugoso.
Forma sobre o pavimento das fossas nasais, juntamente com o palatino do lado
oposto, uma crista nasal que dá continuidade à crista nasal das apófises palati-
nas do maxilar superior e que se vai articular com o bordo inferior do vómer.
A extremidade posterior deste bordo prolonga-se atrás numa saliência aguda
que, juntamente com a do lado oposto, formam a espinha nasal posterior.
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Filipa Ferreira

Bordo anterior
Talhado em bisel à custa da face inferior.
Apoia-se no bordo posterior da apófise palatina do maxilar.

Bordo Posterior
Liso e côncavo atrás. Entra na constituíção da parede inferior do orifício posteri-
or das fossas nasais.

Lâmina Vertical
É irregularmente quadrilátera, apresenta 2 faces e 4 bordos.

Face interna
Faz parte da parede externa das fossas nasais.
Na união do terço médio com o terço inferior existe uma crista horizontal, a
crista turbinal inferior, que se articula com o corneto inferior.
Na região superior, imediatamente abaixo à apófise orbitária, existe uma segun-
da crista, a crista turbinal superior que se une ao corneto médio.

Face Externa
Apresenta 4 segmentos, de diante para trás são:
Segmento sinusal - cobre parcialmente o orifício do seio maxilar. Dá ori-
gem, ao longo do bordo posterior do orifício do seio, a uma fina crista que
se dirige para trás e fixa o palatino ao rebordo do seio.
Segmento maxilar - rugoso. Articulado com a porção posterior da face in-
terna do maxilar superior. Divide-se em duas zonas rugosas secundárias:
--- anterior
--- posterior- possui uma goteira oblíqua para baixo e para diante,
que está em continuidade com o segmento interptérigo-maxilar, que é
a goteira palatina posterior que quando se articula com a goteira
correspondente da face interna do maxilar superior forma o canal pa-
latino posterior, por onde passam as artérias palatinas superior e an-
terior
Segmento interptérigo-maxilar - somente na metade superior. Liso. Forma
a parede interna da fossa ptérigo-maxilar e comunica em baixo com a pa-
rede interna do canal palatino posterior.
Segmento posterior ou pterigoideu - rugoso. Articula-se com a face interna
da asa interna da apófise pterigoideia

Apófise Piramidal

Prolongamento do palatino que nasce atrás do segmento maxilar,aproximada-


mente sobre a metade inferior desta lâmina.
Dirige-se para baixo, para trás e para fora, preenchendo o espaço compreendido
entre as extremidades inferiores das duas asas das apófises ptérigoideias.
Face Posterior- apresenta lateralmente superfícies lineares rugosas ptéri-
goideias, que se articulam com o bordo anterior das asas da apófise pteri-
goideia. Completa o fundo da fossa pterigoideia.
Face Anterior – articula-se com a tuberosidade do maxilar superior e en-
cerra em baixo o fundo da fossa ptérigo-maxilar.
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Filipa Ferreira

Face Inferior – apresenta orifícios dos canais palatinos acessórios. Es-


tes canais estendem-se do canal palatino posterior à abóbada palatina.

Bordo inferior
Confunde-se com o bordo externo da lâmina horizontal

Bordo superior
Muito irregular apresenta duas apófises: apófise orbitária ou anterior e a apó-
fise esfenoidal ou posterior.
As duas apófises estão separadas pela chanfradura esféno-palatina, que com a
face inferior do corpo do esfenóide forma o buraco esféno-palatino por onde
passa um ramo da artéria esfeno-palatina e o nervo esfeno-palatino interno

Apófise Orbitária

Curvada para diante e para fora do plano da lâmina vertical.


É piramidal triângular e a sua base interna, ou nasal, está unida ao palatino por
um estreito pedículo.
Possui 3 facetas articulares
Faceta inferior ou palatina- articula-se com o trígono palatino do maxilar
superior
Faceta ântero-superior ou etmoidal- articula-se com a face inferior da
massa lateral do etmóide
Faceta póstero-superior ou esfenóidal- sobre a qual se apoia a face ante-
rior do corpo do esfenóide.
Estas facetas podem apresentar depressões ou cavidades em concordância com o
seio maxilar em baixo, uma célula atmoidal adiante e o seio esfenóidal atrás.
Para fora e para baixo da faceta esfenóidal existe uma pequena superfície livre,
lisa e de forma abaulada. Esta superfície tem duas vertentes:
--- Vertente superior- forma a porção mais recuada do pavimento da órbita, é a
faceta orbitária
--- Vertente posterior- é a faceta ptérigo-maxilar, constitui a porção mais eleva-
da da parede anterior do âmago da fossa ptérigo-maxilar.
Tanto a faceta ptérigo-maxilar como a faceta orbitária são não articulares.

Apófise Esfenóidal

É uma lamela óssea que se dirige para cima, para dentro e para trás.
Curva-se de tal forma que apresenta:
--- uma face infero-interna- côncava que faz parte da parede superior das fos-
sas nasais.
--- uma face súpero-externa- convexa, que se aplica primeiro contra a face in-
terna da asa interna das apófises ptérigoideias e depois contra a apófise vaginal.
Limita juntamente com a apófise vaginal o canal ptérigo-palatino.

Bordo Anterior
Oblíquo para baixo e para diante atravessa em cima a porção posterior do seio
maxilar.
Abaixo do orifício do seio maxilar o bordo anterior emite uma longa apófise
fina, triângular, a apófise maxilar do palatino. Esta introduz-ne na fissura pala-
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

tina da face interna do maxilar superior e articula-se, sobre a parede interna do


seio maxilar, com o bordo posterior da apófise maxilar do corneto inferior.

Bordo Posterior
Muito fino.
Apoia-se sobre a face interna da asa interna da apófise ptérigoideia

OSSOS PRÓPRIOS DO NARIZ OU OSSOS NASAIS


Localização- estão dos dois lados da linha mediana, entre as apófises montantes do ma-
xilar superior, imediatamente abaixo da chanfradura nasal do frontal.
Tipo- par e longos
Orientação- dos dois bordos mais curtos do osso, o mais espesso é superior e dos dois
bordos mais longos, o mais curto é interno. A face convexa do osso é anterior e olha um
pouco para cima e para fora.
Conexões:
Com o outro osso nasal através do bordo interno

Com o frontal através:


--- do bordo superior dos dois nasais através da chanfradura nasal do frontal

Com o etmóide através:


--- do bordo anterior da lâmina perpendicular do etmóide que se articula com a
face posterior dos ossos nasais

Com o maxilar superior através:


--- do bordo anterior da apófise montante do bordo superior do maxilar superior
que se articula com o bordo externo do osso nasal.

Descrição
Tem uma forma quadrilátera, com 2 faces e 4 bordos

Face Anterior
Convexa no sentido transversal.
No sentido vertical é côncava em cima e convexa em baixo.
Esta face apresenta na porção média o orifício vascular(buraco nutritivo) de um
canal que se abre na face posterior.
Nela se insere o músculo piramidal do nariz.

Face Posterior
Recoberta em cima por rugosidades pelas quais o osso nasal se une à espinha
nasal do frontal.
No resto da sua extensão esta face é côncava, lisa e atravessada a todo o copri-
mento pelo sulco etmoidal no qual progride o nervo naso-lobar.

Bordo Superior
Dentado.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Articula-se com a chanfradura nasal do frontal, internamente à apófise montante


do maxilar superior.

Bordo Inferior
Articula-se com a cartilagem lateral do nariz.
Apresenta, adiante da extremidade inferior do sulco etmoidal uma chanfradura
para o nervo naso-lobar

Bordo externo
Articula-se com a apófise montante do maxilar superior

Bordo interno
Espesso e rugoso.
Articula-se com o osso nasal do lado oposto.

VÓMER
Localização- situa-se na porção posterior e inferior do septo das fossas nasais.
Tipo- ímpar e longo
Orientação- O bordo que apresenta uma goteira é superior, sendo essa goteira posterior.
Conexões:
Com o esfenóide através:
--- da crista esfenóidal inferior exitente na face inferior do corpo do esfenóide
que se articula com a goteira entre as asas do bordo superior do vómer
--- da fissura existente entre a asa interna das apófises ptérigoideias e a face infe-
rior do corpo do esfnóide que se articulam com as asas do bordo superior do
vómer

Com o etmóide através:


--- do bordo póstero inferior da lâmina perpendicular do etmóide que se articula
com o bordo anterior do vómer

Com os dois palatinos através de:


--- da crista nasal do bordo interno da lâmina horizontal do palatino que se arti-
cula com o bordo inferior do vómer

Com os dois maxilares superiores através:


--- do bordo posterior da crista incisiva e da crista nasal do bordo interno da apó-
fise palatina (face interna do maxilar superior) que se articula com o bordo infe-
rior do vómer

Descrição
Lâmina óssea, vertical, mediana, fina.
É quadrilátero e apresenta 2 faces e 4 bordos.

Faces Laterais
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Geralmente planas.
Frequentemente apresentam desvios de tal modo que uma delas se apresenta
convexa numa maior ou menor porção da sua extensão e a outra se apresenta
côncava.
As duas faces apresentam sulcos estreitos vasculares e nervosos. Um deles é
mais acentuado que os restantes, ladeia o bordo anterior do osso e nele progride
o nervo naso-palatino.

Bordo Superior
É dividido em duas lamelas, as asas do vómer, dirigidas para fora e separadas
por uma goteira.
Esta goteira articula-se com a crista mediana que apresenta a face inferior do es-
fenóide, no entanto o vértice da crista esfenoidal não desce até ao fundo da go-
teira, formando portanto o canal esféno-vomeriano médio.
O bordo das asas vomerianas estende-se lateralmente até à entrada da fissura
compreendida entre a apófise vaginal da asa interna da apófise pterigoideia e a
face inferior do esfenóide. Esta fissura é encerrada e transformada no canal es-
feno-vomeriano lateral.

Bordo Anterior
Fortemente oblíquo para baixo e para diante.
Divide-se em duas lamelas. Na ranhura que estas lamelas delimitam penetram
em cima o bordo posterior da lâmina perpendicular do etmóide e em baixo a car-
tilagem do septo.

Bordo Posterior
Fino e livre.
Oblíquo para baixo e para diante.
Separa os orifícios posteriores das fossas nasais ou coanes.

Bordo Inferior
Articula-se com a crista nasal e com o bordo posterior da crista incisiva do ma-
xilar superior.
O segmento em concordância com a crista incisiva possui uma grande chanfra-
dura

Crânio em Geral
Caixa óssea com forma ovóide cuja porção inferior é achatada. O crânio divide-se
em duas porções: uma superior, a abóbada e outra inferior, a base.
A abóbada é formada pela porção vertical do frontal adiante, os parietais e a escama
do temporal dos lados e a porção superior do occipital atrás.
A base compreende todas as outras porções do esqueleto da caixa craniana, ou seja,
o etmoide e a porção horizontal do frontal adiante, o esfenóide na porção média; o
occipital e os temporais atrás.
O limite entra a abóbada e a base é uma linha sinuosa que se estende do sulco naso-
frontal à protuberância occipital, passando pela arcada orbitária, a arcada zigomática
e a linha curva superior do occipital.
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Filipa Ferreira

Configuração exterior do crânio


Abóbada
Convexa e lisa.
Apresenta sobre a linha mediana, de diante para trás: a sutura metópica e a bossa
frontal média, seguida da sutura sagital (interparietal). Sobre a sutura sagital, um
pouco adiante dos buracos parietais está o obélio.
Sobre os lados está a bossa frontal lateral, as arcadas supra-ciliares, a sutura
fronto parietal ou coronal, a bossa parietal e a sutura parieto-occipital ou
lambdática.
Bregma é o ponto de união entre as suturas coronal e sagital e lambda é o ponto de
união das suturas lambdoide e sagital.
Abaixo da bossa parietal está a fossa temporal.
A fossa temporal é limitada:
--- em cima pela linha curva temporal superior do parietal que tem continuidade
adiante com a crista lateral do frontal e com o bordo externo da apófise orbitá-
ria externa do frontal.
--- em baixo pela arcada zigomática
--- adiante pelo bordo póstero-superior do malar que em cima está em continui-
dade com o bordo externo da apófise orbitária externa e a crista lateral do fron-
tal
É fortemente deprimida adiante por causa do relevo formado pelo osso malar, poste-
riormente é ligeiramente convexa.
A fossa temporal é constituida pela escama do temporal, porção inferior do pari-
etal, porção temporal da grande asa do esfenóide e pela faceta lateral do fron-
tal.
O conjunto de suturas que unem estes ossos tem o nome de ptérion (forma de H).
A fossa temporal é percorrida pela linha curva temporal inferior do parietal que
tem continuidade atrás com a linea temporalis da escama do temporal.

Base
Pode ser dividida em duas porções: uma anterior articulada com o maciço ósseo da
face, é a porção facial e outra posterior, livre, principalmente constituida pelo tem-
poral e occipital e por isso é a porção temporo-occipital.

Porção Facial
Constituida pelo etmóide, pela porção órbito-nasal do frontal e pelo esfenóide.
Apresenta na região mediana e de diante para trás:
--- chanfradura nasal do frontal e a espinha nasal do frontal
--- face inferior do etmóide
--- face anterior do corpo do esfenóide e os orifícios do seio esfenóidal
--- face inferior do corpo do esfenóide
Sobre os lados è possivel observar de diante para trás:
--- fossas orbitárias do frontal
--- face inferior das pequenas asas do esfenóide
--- face exocraniana das grandes asas do esfenóide separadas das pequenas asas
pela fenda esfenóidal
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

--- a união das grandes asas ao corpo do esfenóide, as apófises ptérigoideias


A porção interna das grandes asas é atravessada adiante pelo buraco grande redon-
do, atrás pelo buraco pequeno redondo e buraco oval, bem como pelos buracos de
Vesálio e inominado de Arnold.

Porção Têmporo-Occipital
Sobre a linha mediana encontra-se de diante para trás:
--- a apófise basilar do occipital com o tubérculo faríngeo e a fosseta navicular
--- o foramen magnum (buraco occipital)
--- crista occipital externa
As porções laterais podem ser divididas em duas zonas triângulares por uma linha
medida entre o bordo posterior da asa interna da apófise ptérigoideia ao bordo
posterior da apófise mastoideia. Esta linha passa pela sutura petro-occipital e pelo
buraco lácero posterior.
Triângulo ântero-externo ou temporal
É constituido pela face inferior do temporal e pela extremidade posterior
da grande asa do esfenóide que ocupa o ângulo formado entre o rochedo e
a escama do temporal
É visivel neste triângulo externamente e de diante para trás:
---condilo do temporal e a cavidade glenoideia
--- apófise mastoideia Temporal
--- ranhura do digástrico
--- eminência justamastoideia
Mais para dentro estão as saliências, os orifícios e depressões das faces infe-
riores do rochedo: buraco carotidiano, fossa jugular, apófise estiloideia
etc.
A goteira esféno-petrosa estende-se de diante, desde o orifício anterior da
porção óssea da trompa de eustáquio, ao longo da sutura que une o rochedo à
grande asa do esfenóide.

Triângulo póstero-interno ou occipital


Apresenta adiante a massa lateral do occipital com o côndilo e os orifícios
condilianos anterior e posterior e atrás a escama do occipital sobre as quais
se reconhecem as linhas curvas occipital superior e inferior.

Configuração Interior do Crânio


Abóbada

É côncava.
Sobre a linha mediana e de diante para trás a crista frontal interna e a goteira do seio
longitudinal superior que é ladeada na região média da abóbada pelas fossetas de
Pacchionni.
Sobre os lados existem de diante para trás: as fossas frontais, a sutura fronto-parietal
ou coronal, as fossas parietais, os sulcos vasculares da artéria meningea média, a
sutura lambdóide e as fossas cerebrais do occipital.

Base
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Andar Anterior ou etmoido-frontal


É limitado pela porção vertical do frontal adiante, pelo tubérculo pituitário e o bordo
posterior das pequenas asas do esfenóide atrás.
Apresenta na porção média o buraco cego e a apófise crista galli.
Atrás da apófise crista galli estão o jugo esfenóidal, o limbo esfenóidal e a goteira
óptica na extremidade da qual abre o canal óptico entre as raizes da pequena asa.
Sobre os lados estão as goteiras olfactivas atravessadas pelos orifícios da lâmina hori-
zontal do etmóide, entre os quais se distinguem adiante o buraco etmóidal e a fenda
etmóidal; depois as bossas orbitárias atravessadas transversalmente atrás pela sutura
fronto-esfenóidal; no limite entre as goteiras olfactivas e as bossa orbitárias estão os
orifícios dos canais orbitários internos e o sulco etmóidal que conduz adiante ao bu-
raco etmóidal.

Andar Médio ou Esféno-temporal


Está compreendido entre o limite posterior do andar anterior por um lado, a lâmina qua-
drilátera do esfenóide e o bordo superior do rochedo por outro.
Na porção média está a fossa pituitária cujos quatro ângulos estão ocupados pelas apó-
fises clinoideias anteriores e posteriores.
Sobre os lados estão as goteiras cavernosas e as fossas esféno-temporais.
Estas fossas são constituidas adiante pela face endocraniana das grandes asas do esfe-
nóide e pela porção escamosa do temporal; atrás são constituidas pela face ântero-
posterior do rochedo.
Apresentam de diante para trás:
--- a fenda esfenóidal (veias oftálmicas, tendão de zinn, nervo lacrimal, nervo frontal,
nervo patético (IV) nervo motor ocular comum (III) , nervo motor ocular externo (VI))
--- o buraco grande redondo(nervo maxilar superior (V) e veias emissárias)
--- o buraco oval ( nervo maxilar inferior (V), artéria pequena meníngea, veias
emissárias)
--- o buraco de Vesálio (veia emissária)
--- o canal inominado de Arnold ( pequenos nervos petrosos superfícial e profundo)
--- o buraco pequeno redondo (ramo meníngeo do nervo maxilar inferior, artéria
meníngea média)
--- o buraco lácero anterior (artéria carótida interna, grandes nervos petrosos profundo
e superfícial)
--- a fosseta do gânglio de Gasser
--- os hiatos de Falópio (pequenos nervos petrosos superficial e profundo)
--- a eminência arcuata.
Do buraco pequeno redondo parte a goteira ramificada na qual progridem a artéria me-
níngea média e seus ramos.

Andar Posterior ou Occipito-temporal


É circunscrito pela lâmina quadrilátera do esfenoide, pelo bordo superior do rochedo e
pelas goteiras dos seios laterais.
Na porção média observa-se, de diante para trás:
--- goteira basilar
--- o foramen magnum
--- a crista e a protuberância occipitais internas
Sobre os lados localizam-se de dentro para fora:
--- massas laterais do occipital com o orifício do canal condiliano anterior
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--- buraco lácero posterior


--- face póstero-superior do rochedo com o canal auditivo interno
--- fossa subarcuata
--- fosseta do aqueduto do vestíbulo
Atrás estão as fossetas cerebelosas do occipital e a goteira do seio lateral, goteira esta
que apresenta no seu segmento vertical o buraco mastoideu e no seu segmento termi-
nal o buraco condiliano posterior.

Desenvolvimento do Crânio. Fontanelas

Os ossos da base resultam da ossificação de um esboço cartilagíneo que se estende so-


bre toda a base do crânio, são os osso primários ou cartilagíneos.
Os ossos da abóbada desenvolvem-se directamente do tecido conjuntivo embrionário,
são designados de osso de membrana ou de revestimento.
Os pontos de ossificação dos diversos ossos da abóbada aumentam regularmente do
centro para a periferia. Na altura do nascimento os ângulos dos osso da abóbada ainda
não estão formados,isso leva a que nos pontos de junção de muitos osso vizinhos estes
estejam separados por espaços onde o crânio é membranoso. Estes espaços têm o nome
de fontanelas.
No recém-nascido existem 6 fontanelas principais:
fontanela bregmática ou grande fontanela – losângica, alongada de diante para
trás, situada na linha mediana entre o frontal e os parietais
fontanela lambdática ou pequena fontanela – triângular, localizada sobre a linha
mediana ao nível do lambda (entre o occipital e os parietais)
fontanela lateral anterior ou ptérica – corresponde ao ptérion (união entre o fron-
tal, o parietal, a grande asa do esfenóide e a escama do temporal)
fontanela lateral posterior ou astérica – entre a apófise mastoideia, o parietal e o
occipital.

Orifícios por onde passam os nervos cranianos

orifícios da lâmina crivada do etmóide – nervo olfactivo


canal óptico – nervo óptico
fenda esfenóidal – nervo motor ocular comum, patético, oftálmico, motor ocular
externo.
buraco grande redondo – nervo maxilar superior (ramo do trigémio)
buraco oval – nervo maxilar inferior (ramo do trigémio)
canal auditivo interno – nervo facial, nervo estáto-acústico, nervo intermediário de
wrisberg
Buráco lácero posterior – nervo glossofaríngeo, nervo pneumogástrico, nervo es-
pinhal
Buraco condiliano anterior – nervo grande hipoglosso

Orifícios de entrada de artérias na cavidade craniana

Foramen magnum – duas artérias vertebrais


Buraco carotidiano superior – artéria carótida interna
Buraco pequeno redondo – artéria meníngea média
Buraco oval – artéria pequena meníngea
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Orifícios por onde passam as veias

Buráco lácero posterior – veia jugular interna


Orifícios de passagem das veias emissárias ( veias emissárias de Santorini, mas-
toideia, condiliana posterior), que estabelecem a comunicação entre os seios crania-
nos e veias extracranianas.

Face em geral
O conjunto dos ossos da face representa um maciço ósseo, de forma prismática triângu-
lar:
face superior (base) – une o esqueleto da face à porção anterior da base do crânio
face inferior (base) - corresponde, em baixo, ao escavado largo e profundo cir-
cusncrito pelo maxilar inferior, e cujo fundo é constituido pela abóbada palatina
face posterior – compreendida entre os dois ramos montantes do maxilar inferior,
apresenta os orifícios posteriores das fossas nasais, denomindos de coanes
faces ântero-laterais –
Apresentam na região mediana e de cima para baixo:
--- a saliência do nariz
--- as arcadas alvéolo-dentárias
--- a sínfise e eminência mentonianas
Sobre cada um dos lados:
--- a base da órbita
--- o orifício infra-orbitário
--- fossa canina
--- porções laterais das arcadas alvéolo-dentárias
--- buraco mentoniano
Mais para fora é visível a face externa do osso malar e do ramo montante do maxi-
lar inferior. Um largo intervalo entre a chanfradura sigmoideia do maxilar e a arcada
zigomática dá acesso às regiões profundas.

Cavidades da Face
Existem 7 cavidades principais. Só uma é ímpar e mediana, constituida somente pelos
ossos da face,é a cavidade bucal. As restantes são laterais, pares e limitadas pelos ossos
da face e da base do crânio – fossas nasais, cavidades orbitárias, fossas ptérigo-
maxilares.

Cavidade Bucal

Não possui parede inferior nem parede posterior.


É limitada adiante e lateralmente pelo maxilar inferior e pelas arcadas alvéolo-dentárias,
e em cima pela abóbada palatina. A abóbada palatina é formada adiante pelas apófises
palatinas do maxilar superior e atrás pelas lâminas horizontais do palatino.
Sobre a abóbada palatina é possível observar:
--- Adiante – na extremidade anterior da sutura intermaxilar que une as apófises palati-
nas dos dos maxilares superiores, o buraco incisivo
--- Atrás – de cada um dos lados o orifício inferior do canal palatino posterior, formado
por fora pelo maxilar e por dentro pelo bordo externo da lâmina horizontal do palatino
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Fossas nasais
São duas cavidades anfractuosas situadas de um lado e de outro da linha mediana, acima
da cavidade bucal, abaixo da base do crânio e para dentro das cavidades orbitárias.
Serão consideradas 4 paredes:

Parede Externa
É constituida por 6 ossos: maxilar superior, esfenóide, etmóide, palatino, unguis
e corneto inferior.

Maxilar superior – pertence às fossas nasais pelo segmento da sua face interna
situado acima da apófise palatina.

Esfenóide – entra na constituição desta parede por intermédio da apófise ptéri-


goideia que está atrás do maxilar. É a face interna da asa interna, situada no
mesmo plano que a face interna do maxilar, é que vai formar a porção mais re-
cuada da parede externa das fossas nasais.

Únguis – está situado atrás do ramo montante do maxilar superior e adiante das
massas laterais do etmóide. A porção inferior do unguis desce sobre a face inter-
na do maxilar e recobre os dois terços superiores da goteira lácrimal do maxilar
transformando-a no canal lácrimo-nasal.

Palatino – a porção vertical do palatino articula-se com a porção posterior do


maxilar e com a porção anterior da apófise ptérigoideia.
Em baixo preenche, através da sua apófise piramidal, o espaço compreendido
entre o bordo posterior do maxilar superior e o bordo anterior das apófises ptéri-
goideias na região em que as duas asas da apófise estão separadas uma da outra
constituindo a chanfradura ptérigoideia. A chanfradura fica assim fechada pela
apófise piramidal do palatino que contribui para a formação da fossa ptérigoi-
deia.
A porção vertical do palatino fecha internamente o espaço entre o maxilar supe-
rior e a asa interna da apófise ptérigoideia, acima da apófise piramidal, excepto
em cima onde a chanfradura esféno-palatina dá acesso ao âmago. Este espaço foi
convertido então numa fossa denominada âmago da fossa ptérigo-maxilar e a
porção vertical do palatino constitui o fundo dessa fossa.
A porção vertical do palatino ultrapassa adiante o bordo posterior do seio maxi-
lar, ao mesmo tempo que se fixa este bordo por intermédio de uma lamela em
forma de um gancho.
Emite ainda abaixo do orifício do seio, a apófise maxilar que se introduz na fis-
sura palatina do maxilar e se une à apófise maxilar do corneto inferior. Ao arti-
cular-se com a porção posterior da face interna do palatino, opõe á goteira exis-
tente no maxilar uma outra, formando assim o canal palatino posterior.
Em cima o corpo do esfenóide articula-se com com as apófises orbitária e esfe-
nóidal do palatino e passa como uma ponte acima da chanfradura esféno-
palatina que separa as duas apófises, transformando assim a chanfradura no ori-
fício esféno-palatino, que faz comunicar as fossas nasais com a fossa ptérigo-
maxilar.
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Corneto inferior – está situado na porção inferior da parede externa das fossas
nasais. Fixa-se nesta parede por intermédio do seu bordo superior que se articula
adiante com a crista turbinal inferior do maxilar superior e atrás com a crista tur-
binal inferior do palatino.
A porção média deste bordo atravessa de diante para trás a porção média do ori-
fício do seio maxilar.
A apófise lacrimar articula-se em cima com o bordo inferior do unguis e com-
pleta, abaixo deste osso, a parede interna do canal lacrimal.
A apófise maxilar oblitera toda a porção inferior do orifício do seio maxilar, si-
tuada abaixo do bordo superior do corneto inferior e fixa-se no rebordo externo
deste orifício.
A apófise etmóidal articula-se com a apófise unciforme do etmóide.

Massas laterais do Etmoide – localizam-se acima do maxilar, atrás e para den-


tro do unguis, adiante do corpo do esfenóide e da apófise orbitária do palatino.
A face anterior une-se á porção superior da face interna do unguis e da apófise
montante do maxilar superior.
A face superior articula-se com a superfície etmoidal da face inferior do frontal.
A face posterior articula-se com a zona lateral da face anterior do corpo do es-
fenóide.
A face inferior articula-se com a face interna do maxilar superior acima do ori-
fício do seio maxilar e com a apófise orbitária do palatino.
A face externa das massas laterais olha a órbita.
Da face interna detacam-se os cornetos e a apófise unciforme que se articula
com a apófise etmoidal do corneto inferior.

Parede Superior ou Abóbada


É forma de diante para trás : pelos ossos próprios do nariz, pela espinha nasal do
frontal, pela lãmina horizontal do etmóide, pelas faces anterior e inferior do cor-
po do esfenóide.

Ossos próprios do nariz – articulam-se com a face anterior da espinha nasal do


frontal.

Espinha nasal do frontal – entra na constituição da abóbada das fossas nasais


pelas suas faces póstero-laterais

Lâmina horizontal do etmóide – completa a chanfradura etmoidal do frontal e


articula-se atrás com o corpo do esfenóide

Corpo do esfenóide- articula-se com a lâmina horizontal do etmoide pelo bordo


anterior do processo etmoidal da face superior e com as massas laterais do et-
moide pelas porções laterais da face anterior.
As faces anterior e inferior contribuem para a formação da abóbada das fossas
nasais

Parede Inferior ou pavimento


Constituida adiante pela apófise palatina do maxilar superior, atrás pela lâmina
horizontal do palatino que se apoia sobre o bordo posterior da apófise palatina
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do maxilar. Apresenta na sua porção anterior o orificio superior do canal palati-


no anterior ou canal incisivo.

Parede Interna ou septo das fossas nasais


Constituido por 3 peças esqueléticas, duas ósseas: o vómer e a lãmina perpendi-
cular do etmóide e uma cartilagínea denominada decartilagem do septo.

Vómer - ocupa a porção posterior do septo das fossas nasais. O seu bordo supe-
rior articula-se com a crista esfenóidal inferior. O bordo inferior com as cristas
nasal e incisiva do pavimento das fossas nasais. O bordo anterior com a lâmina
perpendicular do etmóide e com a cartilagem do septo.

Lâmina perpendicular do etmóide – situa-se adiante da porção superior do


vómer, confunde-sem em cima com a base da apófise crista galli. Articula-se
atrás com a crista esfenoidal anterior, em baixo e atrás com o vómer, em cima e
adiante com a crista posterior da espinha nasal do frontal e em baixo e adiante
une-se à cartilagem do septo

O septo das fossas nasais é completo adiante pela cartilagem do septo.

Coanes
Superiormente – são formados pela face inferior do corpo do esfenóide e pelas
asas do vómer.
Externamente – são formados pelo bordo posterior da asa interna das apófises
ptérigoideias do esfenóide.
Inferiormente – são formados pelo bordo posterior da lâmina horizontal do pa-
latino.
Internamente – são formados pelo bordo posteiror do vómer.

Cavidades Orbitárias ou Órbitas


Estão localizadas para fora das fossas nasais, acima doa maxilares superiores e abaixo
da base do crânio. Têm uma forma de pirâmide quadrangular cuja base é anterior e o
vértice posterior.
Apresenta 4 paredes

Parede superior ou abóbada orbitária


É constituida pela porção horizontal do frontal adiante e pela face inferior da pe-
quena asa do esfenóide atrás.

Parede inferior ou pavimento da órbita


É formada por 3 ossos
--- Maxilar superior – a face orbitária da apófise piramidal ocupa os 2/3 ou os
¾ internos desta parede
--- Malar – a apófise orbitária do malar está situada por fora do maxilar, na por-
ção ântero-externa do pavimento da órbita
--- Palatino – a apófise orbitária ocupa atrás do maxilar, a extremidade posterior
ou vértice da parede inferior da órbita

Parede interna
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Composta por 4 peças ósseas que são de diante para trás:


--- maxilar superior – o segmento da apófise montante que fica atrás da crista
lacrimal anterior
--- unguis
--- lâmina papirácea do etmoide
--- esfenóide – segmento da face lateral do corpo situado adiante da fenda esfe-
noidal e da grande asa do esfenóide.

Parede Externa
Formada nos 2/3 posteriores pela face orbitária da grande asa do esfenóide. Esta
parede é completada adiante pela apófise orbitária do osso malar, pela apófise
orbitária do frontal e pela porção contígua à fosseta lacrimal do frontal

Base
Bordo superior – constituido pelo bordo inferior da arcada orbitária do frontal
Bordo Interno – formado pela crista lacrimal anterior
Bordo Externo – formado pelo bordo interior da apófise orbitária do malar e da
apófise orbitária externa do frontal
Bordo Inferior – formado pelo bordo anterior da apófise piramidal do maxilar
superior e pela continuação do bordo interno da apófise orbitária do malar.

Fossa Ptérigo-Maxilar
Localiza-se atrás do maxilar superior, por baixo da grande asa do esfenóide e para fora
da apófise ptérigoideia.
Tem a forma de uma pirâmide triângular. Apresenta 3 paredes, um vértice e uma base

Parede anterior
É formada pela tuberosidade do maxilar superior

Parede Superior
É constituida pela porção inferior horizontal da grande asa do esfenóide

Parede Interna
É formada pela asa externa da apófise ptérigoideia

Vértice
Corresponde ao ponto de junção das 3 faces adiante da extremidade superior da
apófise ptérigoideia

Base
Local por onde a fossa se abre externamente

A apófise ptérigoideia está separada da tuberosidade do maxilar por uma fenda vertical,
mais larga em cima que em baixo, que é a fenda ptérigo-maxilar. Esta fenda é encer-
rada em baixo pela apófise piramidal do palatino.
A fenda ptérigo-maxilar dá acesso a uma cavidade diverticular da fossa ptérigo-maxilar,
designada âmago da fossa ptérigo-maxilar.
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O âmago está compreendido entre a porção interna da tuberosidade do maxilar superior


adiante e a face anterior da apófise pterigoideia atrás. É encerrado verticalmente pela
lâmina vertical do palatino. A extremidade superior do âmago corresponde à raiz da
grande asa do esfenóide que está desviada sobre a face anterior da apófise ptérigoideia.
A extremidade inferior corresponde à articulação da apófise piramidal do palatino com a
tuberosidade do maxilar superior.

OSSO HIÓIDE
Localização – situa-se transversalmente acima da laringe, à altura da 4ª vértebra cervi-
cal, ao nível do ângulo formado pela face anterior do pescoço com o pavimento bucal
Tipo- ímpar e achatado
Orientação – a concavidade do osso é posterior e o bordo do qual se destacam duas
apófises é superior.
Conexões – é isolado do resto do esqueleto, é apenas suportado por músculas e liga-
mentos.

Descrição

Corpo
Lâmina óssea quadrilátera, achatada de diante para trás, alongada transversalmente,
ligeiramente encurvada, de tal forma que a sua concavidade olha para trás.
Apresenta 2 faces, 2 bordos e 2 extremidades.

Face anterior
Fortemente convexa no sentido transversal e no sentido vertical.
Uma crista transversal divide esta face em duas porções: uma superior, olha
para cima e para diante; a outra, inferior, olha directamente para diante.
Estas duas porções são ainda divididas em duas superifícies laterais por uma
crista mediana que se estende do bordo superior ao bordo inferior do osso.
Do ponto de junção das cristas transversal e mediana eleva-se uma saliência,
vestígio de uma apófise que, em certos animais, se prolonga na espessura da lín-
gua.
Dá inserção aos músculos génio-hióideu, hio-glosso, milo-hioideu, digástrico e
estilo-hioideu. e génio-glosso!?

Face Posterior
Profundamente e regularmente escavada.
Dá inserção externamente e em baixo, ao músculo tiro-hioideu

Bordo Superior
Côncavo para trás, fino, dá inserção à membrana hio-glossa, à membrana tiro-
hioideia e a algumas fibras do génio-glosso.

Bordo Inferior
É mais espesso que o outro. Sobre ele inserem-se os músculos esternocleido-
mastoideu, omo-hioideu e tiro-hioideu

Grandes Cornos
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Dão seguimento às extremidades do corpo.


Dirigem-se para trás, para fora e para cima, apresentando uma lgeira curvatura de con-
cavidade interna.
São achatados de cima para baixo, mais largos adiante que atrás, e terminam posterior-
mente no tubérculo do grande corno ou tubérculo hioideu

Face Superior
Olha um pouco para fora, dá inserção aos músculos hio-glosso, constritor médio
da faringe, algumas fibras do estilo-hioideu.

Face Inferior
Olha um pouco para dentro. Dá inserção a parte do tiro-hioideu

Bordo Externo
Convexo. Também dá inserção ao músculo tiro-hioideu

Bordo Interno
Côncavo. Local de inserção da membrana tiro-hioideia
Extremidade posterior
Denominado de tubérculo do grande corno ou tubérculo hioideu, destina-se à
inserção do ligamento tiro-hioideu lateral.

Pequenos Cornos
Pequenas porções ovóides que se articulam pela base com o corpo e o grande corno, na
extremidade superior da inha de união destas duas peças.
Alongados de baixo para cima e de dentro para fora.
A extremidade superior ou vértice dá inserção ao ligamento estilo-hioideu.
Também se inserem aqui os músculos lingual inferior, lingual superior e constrictor
médio.

Ligamento estilo-hioideu
Fino cordão membranoso que se estende do vértice da apófise estiloideia do temporal
(face póstero-inferior do rochedo) ao vértice do pequeno corno do osso hióide.
Passa por dentro da carótida externa e do músculo hio-glosso

Articulações Cranianas, Faciais e Cranio-faciais


Os ossos do crânio e da face articulam-se entre si por:
--- interposição de tecido fibroso – suturas ou sinfibroses
--- interposição de tecido cartilagíneo – sincondroses

Suturas ou sinfibroses cranianas


Sutura fronto-parietal ou coronal – entre o frontal e o parietal
Sutura sagital ou inter-parietal – entre os dois parietais
Sutura lambdática – entre os parietais e o occipital
Sutura occipito-mastoideia – entre o occipital e a apófise mastoideia
Sutura esfeno-frontal – entre o frontal e a grande asa do esfenóide
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Sutura esfeno-etmoidal – entre o esfenóide e a lâmina crivada do etmóide


Sutura esfeno-escamosa – entre a grande asa do esfenóide e a escama do temporal
Sutura esfeno-parietal – entre a grande asa do esfenóide e o parietal
Sutura escamosa – entre a escama do temporal e o parietal
Sutura frontal ou metópica – entre as duas metades do frontal, existindo sté ao 6ºano
de vida
Sutura parieto-mastoideia – entre o parietal e a apófise mastoideia
Sutura fronto-nasal – entre o frontal e o osso nasal
Sutura fronto etmoidal – entre o frontal e o etmóide
Sutura fronto-maxilar – entre a apófise orbitária interna do frontal e a apófise montan-
te do maxilar superior
Sutura fronto-lacrimal – entre o frontal e o osso lacrimal
Sutura fronto-zigomática – entre a apófise orbitária externa do frontal e o osso malar
Sutura zigomático-maxilar – entre o maxilar superior e o malar
Sutura etmóido-maxilar – entre o maxilar superior e a lâmina papirácia do etmóide
Sutura etmóido-lacrimal – entre a lâmina papirácia do etmóide e o lacrimal
Sutura esfeno-vomeriana – entre a crista esfenóidal e as asas do vómer
Sutura esfeno-zigomática – entre a grande asa do esfenóide e o malar
Sutura esfeno-maxilar – entre a apófise pterigoideia e o maxilar superior
Sutura têmporo-zigomática – entre a apófise zigomática do temporal e o malar
Sutura internasal – entre oa dois nasais
Sutura naso-maxilar – entre o osso nasal e a apófise montante do maxilar superior
Sutura lácrimo-maxilar – entre o osso lacrimal e a apófise montante do maxilar supe-
rior
Sutura lácrimo-conchal – entre o corneto inferior e o osso lacrimal
Sutura intermaxilar – entre os maxilares superiores
Sutura palato-maxilar – entre o palatino e o maxilar superior
Sutura palato-etmóidal – entre o palatino e o etmóide
Sutura palatina mediana – entre as apófises palatinas dos maxilares superiores
Sutura palatina transversa – entre a apófise palatina do maxilar superior e a lâmina
horizontal do palatino

Sincondroses Cranianas
Sincondrose esfeno-occipital – entre a lâmina quadrilátera do etmóide e o occipital
Sincondrose esfeno-petrosa – entre o esfenóide e o rochedo
Sincondrose petro occipital – entre o rochedo e o occipital, sendo a continuação carti-
laginea ântero-interna do buraco lácero-posterior
Sincondrose intra-occipital posterior – entre os nucleos de ossificação posteriores e
os dois nucleos medianos do occipital
Sincondrose intra-occipital anterior – entre os nucleos de ossificação anteriores e os
dois nucleos medianos do occipital

ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MAXILAR
Classificação- bicôndilo meniscartrose conjugada
( 2 condilos, com menisco e é constituida por 2 articulações conjugadas,
uma esquerda e outra direita que têm de se mover em conjunto)

Superfícies Articulares
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São por um lado a cavidade glenoideia e o côndilo de cada um dos temporais e por ou-
tro os côndilos do maxilar inferior

Côndilo do temporal ou raiz transversa da apófise zigomática


Saliência quase transversal, um pouco oblíqua para dentro e para trás.
Convexa de diante para trás e ligeiramente côncava de fora para dentro.
A sua extremidade externa corresponde ao tubérculo zigomático anterior.
Comunica adiante com a superfície plana infra-temporal e atrás com a cavidade
glenoideia.
É revestido por uma fina camada de fibrocartilagem,

Cavidade glenoideia do temporal


Está situada atrás do côndilo, adiante do canal auditivo externo, por dentro da
raiz longitudinal da apófise zigomática e por fora da espinha do esfenóide (bordo
externo das grandes asas do esfenóide).
Larga, profunda, oblonga.
O seu maior eixo tem a mesma direcção do côndilo.
está dividida pela cisura de Glasser em duas porções: uma anterior, articular, em
continuidade com a vertente posterior do côndilo, e outra posterior, não articular,
que se confunde com a parede anterior do canal auditivo externo.

O côndilo e a porção articular da cavidade glenoideia constituem a superfície arti-


cular do temporal

Côndilos do Maxilar inferior


São duas saliências oblongas, alongadas de fora para dentro e um pouco de dian-
te para trás. (têm a forma do dorso de um jumento)
São curvadas para dentro e ultrapassam fortemente a face interna do ramo mon-
tante do maxilar.
Cada um dos côndilos tem uma conformação abaulada, apresentando duas ver-
tentes, uma anterior e outra posterior, separdas uma da outra por uma crista
romba paralela ao grande eixo do côndilo, oblíqua para fora e para diante.
A vertente anterior é convexa.
A vertente posterior é achatada e desce quase verticamente retaindo-se. Esta ver-
tenta comunica com o bordo posterior do ramo montante.
A superfície articular do côndilo do maxilar compreende a vertente anterior, a
aresta e a porção contígua da vertente posterior.
É revestida por uma fina camada de fibrocartilagem.

Menisco Interarticular
É necessário uma vez que as superfícies articulares são ambas convexas e não se adap-
tam. A concordância entre elas é feita por um menisco fibrocartilaginoso interarticular.
Este menisco é um disco alongado transversalmente, ovalar, com forte extremidade in-
terna. É bicôncavo.
A sua espessura diminui da periferia para o centro, que por vezes se apresenta perfura-
do.
Face superior
Olha parra cima e um pouco para diante.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É concava de diante para trás contudo ao longo do seu bordo posterior é visível
uma convexidade ântero-posterior em concordância com a concavidade da por-
ção articular da cavidade glenoideia.
Apresenta também uma ligeira convexidade transversal que se opõe à concavi-
dade transversal do côndilo temporal.

Face Inferior
Relaciona-se com o côndilo do maxilar. É côncava nos dois sentidos

Bordo Periférico
É duas vezes mais espesso atrás (3 a 4 mm) que adiante, onde a sua espessura
não ultrapassa os 2 mm.
As duas extremidades são inflectidas para baixo e aderem completamente à cáp-
sula, esta une estreitamente o menisco às extremidades do côndilo.

Meios de União
O temporal e o maxilar são unidos por uma cápsula que reforça dois ligamentos laterais,
um externo outro interno

Cápsula Articular
É fina e laxa.
Insere-se em cima sobre o bordo do côndilo adiante, o lábio anterior da cisura
de Glaser atrás, a base da espinha do esfenóide internamente, e o tubérculo zi-
gomático anterior e a raiz longitudinal da apófise zigomática externamente.
Em baixo a cápsula fixa-se também ao contorno da superfície articular, excepto
atrás, onde a linha de inserção desce até meio cm abaixo do revestimento fibro-
cartilagíneo.
A face interna da cápsula adere ao contorno do menisco. Portanto a cavidade
articular divide-se em duas porções, uma têmporo-menisacal e a outra menisco-
maxilar.
A cápsula articular é formada por 2 tipos de fibras:
fibras longas ( temporo-maxilares)
Estendem-se directamente do temporal ao maxilar

fibras curtas (temporo-meniscais ou menisco-mandibulares)


Vão de cada um dos ossos até à periferia do menisco.
Formam na porção posterior da cápsula um espesso feixe fibroelástico curto
que se estende desde a cisura de Glaser até ao bordo posterior do menisco. Este
feixe tem o nome de freio meniscal posterior ou freio menisco-temporal pos-
terior.
Formam ainda 3 outros freios: um posterior menisco-maxilar e dois anterio-
res, um menisco-temporal e outro menisco-maxilar.
Alguns feixes do pterigoideu externo tên inserção sobre a face anterior da cápsu-
la e, por seu intermédio, com o menisco articular.

Ligamento Lateral Externo


Espesso e triângular.
Reforça a porção externa da cápsula e recobre a face externa da articulação.
Insere-se em cima, pela sua base, sobre o tubérculo zigomático anterior e sobre
a porção vizinha do bordo externo da cavidade glenoideia. A partir desta inser-
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

ção as fibras dirigem-se e convergem apara baixo e para trás. As fibras anterio-
res são mais oblíquas e mais longas que as posteriores. Terminam na porção ex-
terns r posterior do colo do côndilo do maxilar inferior.

Ligamento Lateral Interno.


Reforça a porção interna da cápsula, é fino e menos resistente que o externo.
Insere-se em cima na extremidade interna da cisura de Glaser, na cisura pétro
escamosa e na espinha do esfenóide.
Os seus feixes dirigem-se para baixo e para trás.
Insere-se em baixo na face interna do colo do côndilo.

Ligamentos acessórios
Não são verdadeiros ligamentos mas simples fitas fibrosas que não têm qualquer
papel no mecanismo da articulação. Contribuem para a manutenção da posição
das superfíciesarticulares
--- Ligamento esfeno-maxilar – porção espessa da aponevrose interpterigoi-
deia, insere-se na espinha do esfenóide e na espinha de Spix
--- Ligamento estilo-maxilar – insere-se em cima sobre o bordo externo da
apófise estiloideia (perto do vértice) e em baixo sobre o ângulo do maxilar e so-
bre o bordo posterior deste osso acima do ângulo.
--- Ligamento ptérigo-maxilar ou aponevrose bucinato-faríngea – interseção
tendinosa entre o bucinador e o constrictor superior da faringe.
Insere-se por dentro no vértice e bordo inferior do gancho da asa interna da apó-
fise ptérigoideia. Daí o ligamento alarga-se e dirige-se para fora, para baixo e
para diante, terminando sobre o lado interno do bordo alvéolar do maxilar infe-
rior, atrás do último molar.

Sinoviais

Reveste a cápsula internamente até às superfícies articulares.


O menisco divide a articulação têmporo-maxilar em duas articulações secundárias como
já foi referido.
Existe, para cada uma destas articulações, uma sinovial que reveste interiormente a por-
ção correspondente da cápsula articular. Existe portanto a sinovial superior ou têmporo-
meniscal, entre o menisco e o temporal; e a sinovial inferior ou maxilo-meniscal, entre o
menisco e o côndilo do maxilar inferior.
As duas cavidades sinoviais podem comunicar entre si se existir um orifício meniscal,
neste caso existe também um prolongamento da sinovial.

Mecanismos da articulação têmporo-maxilar


Movimentos de abaixamento e elevação
Resultam da combinação de dois movimentos:
--- movimento de translação do côndilo maxilar de trás para diante e de diante
para trás, que se realiza na articulação têmporo meniscal.
--- movimento de rotação dos côndilos maxilares, que se faz na articulação me-
nisco-maxilar

a) Movimento na articulação têmporo-meniscal


É feito sobre um eixo sagital
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Durante o movimento de abaixamento do maxilar, o côndilo deste osso deslo-


ca-se para diante e arrasta consigo o menisco fixo ao côndilo maxilar pelas suas
duas extremidades.
Assim, o menisco, que na sua posição de repouso está em concordância em
cima com a vertente posterior do côndilo temporal e a cavidade glenoideia,
vem colocar-se, ao dirigir-se para diante e para baixo, abaixo do côndilo tem-
poral.
Durante este movimento o menisco que em repouso recobre a porção anterior
do côndilo maxilar, quando a mandibula baixa, passa a cobrir a sua porção ter-
minal.
O movimento de projecção para diante do menisco é limitado pela tensão do
freio meniscal posterior.
O movimento de elevação realiza-se no sentido inverso. Admite-se que neste
movimento o freio meniscal superior, pela sua elasticidade, contribua para tra-
zer o menisco à sua posição inicial.

b) Movimento na articulação menisco-maxilar


Ao mesmo tempo que se produz o deslocamento para diante do menisco, os
côndilos do maxilar rodam em torno de um eixo transversal que passa pelo cen-
tro da curvatura dos dois côndilos.
Este movimento produz a abertura da boca.
É limitado pela tensão do ligamento lateral externo

Movimento de Propulsão e de Retropropulsão.


Movimentos através dos quais a mandibula se desloca para diante e para trás.
realizam-se sobretudo na articulação menisco-temporal.
Este movimento está associado á rotação dos condilos maxilares durante o mo-
vimento de abaixamento ou de elevação da mandíbula.

Movimento de Lateralidade ou de Didução


Deslocam o queixo (mento) para a direita e para a esquerda.
Quando o queixo se desloca para um dos lados, o condilo maxilar do mesmo
lado gira sobre si mesmo, de tal forma que o condilo do lado oposto avança e se
coloca sobre o côndilo temporal.

10ª Aula
18/11/04

OSTEO-ARTROLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL


A coluna vertebral, coluna raquidiana ou ráquis é uma longa coluna óssea, resistente e
flexível, situada na porção mediana e posterior do tronco, desde a cabeça até à bacia.
Envolve e protege a espinal medula contida no canal raquidiano.
Divide-se em 4 porções: cervical, dorsal ou toráxica,lombar e sacro-coccígea.
A coluna vertebral é formada por elementos ósseos sobreposteos, as vértebras, num to-
tal de 33 ou 34 vértebras, sendo 7 cervicais, 12 dorsais, 5 lombares, 5 sagradas (que se
encontram soldadas constituindo uma única peça óssea, o sacro) e 4 ou 5 vértebras
coccígeas que constituem também uma peça única, o cóccix.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Sob o ponto de vista morfológico as vértebras podem classificar-se:

Comuns
Isólogas Especiais
Típicas ou Verdadeiras
Heterólogas
Vértebras
Alomórficas
Atípicas ou Soldadas
Alotróficas

Vértebras típicas ou verdadeiras – são vértebras independentes

a) Isólogas – semelhantes a vértebras esquemáticas


1 – Comuns – sem características especiais
ex: 3ª, 4ª e 5ª cervicais
2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª e 9ª dorsais
1ª, 2ª, 3ª e 4ª lombares

2 – Especiais – com características particulares


ex: 6ª e 7ª cervicais
1ª, 10ª, 11ª e 12ª dorsais
5ª lombar

b) Heterólogas – diferem um pouco das vértebras esquemáticas


ex: atlas e áxis (1ª e 2ª cervicais)

Vértebras atípicas ou soldadas – com alterações da forma e do desenvolvimento,


afastando-se das vértebras esquemáticas.

a) Alomórficas – apresentam alterações na forma


ex: sacro e cóccix

b) Alotróficas – apresentam alterações no desenvolvimento


ex: vértebras cranianas (occipital, esfeno-parietal, esfeno-frontal e etmóido-
nasal) segundo a teoria vertebral do crânio

CARACTERISTICAS GERAIS DAS VÉRTEBRAS


Todas as vértebras compreendem:
Uma porção anterior espessa, o corpo vertebral
Um arco ósseo de concavidade anterior, o arco vertebral, que circunscreve junta-
mente com a face posterior do corpo vertebral, um orifício, o buraco vertebral ou
raquidiano que é formado pelos pedículos adiante e pelas lâminas vertebrais atrás
Uma saliência mediana e posterior, a apófise espinhosa
Duas eminências horizontais e transversais, as apófises transversais
Quatro saliências verticais, as apófises articulares, pelas quaos a vértebra se une às
vértebras vizinhas
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Corpo Vertebral
Tem a forma de um segmento de cilindro
Apresenta duas faces e uma circunferência.
Faces – horizontais. Uma superior e outra inferior. Apresentam uma porção central
escavada, irregular, contornada por um rebordo periférico, anelar, de tecido
compacto.
Circunferência – escavada em forma de goteira, adiante e sobre os lados do corpo
vertebral. O segmento posterior da circunferência está em concordância
com o buraco vertebral e é côncavo no sentido transversal e deprimido na
região central.
Toda a superifície da circunferência apresenta orifícios vasculares,
particularmente grandes e numerosos na região central do segmento
posterior

Pedículo
São duas porções ósseas, uma esquerda e outra direira, que se estendem de diante para
trás, do corpo vertebral aos maciços ósseos que dão origem ás lâminas vertebrais e às
apófises transversas e articulares.
São achatados transversalmente.
Os bordos superior e inferior são côncavos, com chanfradura e limitam, com os bordos
correspondentes dos pediculos situados acima e abaixo, os buracos de conjugação ou
buracos intervertebrais, onde passam os nervos raquidianos.
A chanfradura inferior do pedículo é mais pronunciada que a superior.

Lâminas Vertebrais
Estendem-se dos pedículos à apófise espinhosa.
Limitam atrás o buraco vertebral.
Achatadas, quadriláteras, dirigem-se segundo um plano oblíquo de cima para baixo, de
diante para trás e de fora para dentro.
Apresentam uma face posterior, uma face anterior e dois bordos.
A face anterior apresenta uma depressão rugosa, alongada transversalmente, ladeada
em cima por uma crista bem marcada. A depressão e a crista dão inserção ao ligamento
amarelo subjacente.
Constituem a parede póstero-lateral do buraco vertebral.
Nota – entre as apófises espinhosas e as apófises articulares, ou seja na porção corres-
pondente à face posterior das lâminas vertebrais, temos as goteiras neurais

Apófise Espinhosa
Nasce do ângulo de união das lâminas e dirige-se para trás.
É achatada transversalmente e apresenta duas faces laterais, um bordo superior fino, um
bordo inferior espesso, uma base de implantação larga e um vértice livre.

Apófises Articulares
São 4, duas superiores e duas inferiores.
São eminências verticais implantadas sobre o arco neural, na união dos pedículos com
as lâminas.
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Filipa Ferreira

As apófises superior e inferior do mesmo lado formam no seu conjunto uma coluna ós-
sea orientada verticalmente e que termina nas suas extremidades por uma superfície
articular.
Elas articulam-se pelas suas superfícies articulares com as apófises articulares corres-
pondentes das vértebras vizinhas.

Apófises Transversas
Implantam-se pela sua base, uma à direita e outra à esquerda sobre o arco neural, atrás
dos pedículos.
Dirigem-se para fora e terminam num vértice livre.
Apresentam 2 faces, uma anterior e outra posterior; 2 bordos, um superior e outro infe-
rior; uma base e um vértice.

Buraco Vertebral
É limitado adiante pelo corpo, por fora pelos pedículos e atrás pelas lâminas.
Todos sobrepostos, os buracos vertebrais constituem o canal raquidiano.

Características gerais das vértebras cervicais


São 7 vértebras.
Cada uma compreende um corpo, dois pedículos, duas lâminas, uma apófise espinhosa,
duas apófises articulares, duas apófises transversas e um buraco vertebral.

Corpo
É alongado transversalmente e mais espesso á frente que atrás.
Tem 6 faces:
Face superior – é limitada em cada um dos lados por uma crista ântero-posterior
designada gancho ou apófise semi-lunar.
Face inferior – tem duas superfícies laterais em bisel que se articulam com os ganchos
da vértebra subjacente.
Face anterior – tem uma saliência vertical mediana
Face posterior – côncava, delimita adiante o buraco vertebral.
Faces laterais – cada uma dá origem ao pedículo e à raiz anterior da apófise transversa
do lado correspondente

Pedículos
Implantam-se na porção posterior das faces laterais do corpo vertebral, próximo da face
superior, estendem-se até à apófise articular.
Dá-se o nome de buraco de conjugação ao orifício compreendido entre os pedículos de
duas vértebras vizinhas.

Apófises articulares
Formam uma coluna óssea vertical, ligada ao corpo pelo pedículo e apresentam face
superior e inferior talhadas em bisel.
As faces são planas, articulares: a superior olha para cima e para trás e a inferior olha
para baixo e para a frente.

Apófises transversas
Cada uma é formada pela união de duas raizes, uma anterior e a outra posterior.
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Filipa Ferreira

A raiz anterior implanta-se sobre a face lateral do corpo, à frente do pediculo.


A raiz posterior implanta-se sobre o pedículo, na sua união com a apófise articular.
As apófises transversas e suas raizes circunscrevem, juntamente com o pedículo, o bu-
raco transverso que dá passagem à artéria vertebral (é um ramo da artéria subclávia), à
veia vertebral e ainda, na 5ª e 6ª cervicais, ao nervo vertebral.
Cada apófise é atravessada na sua face superior por uma goteira transversal contendo
o nervo raquidiano, e termina externamente por dois tubérculos, um anterior e outro
posterior

Lâminas
Mais largas que altas, inclinam-se para baixo e para trás.
Estendem-se das apófises articulares até á apófise espinhosa

Apófise espinhosa
Formada pela reunião das duas lâminas.
O vértice tem dois tubérculos
A face inferior é atravessada por uma larga goteira.

Buraco Vertebral
É triângular com larga base anterior.

Características Particulares de certas Vértebras Cervicais


1ª Cervical ou Atlas
Orientação – dos dois arcos que reunem as duas porções laterais, o mais curto é anteri-
or. Nestas porções laterais as superfícies articulares côncavas, em forma de palmilha são
superiores.

Descrição

É mais extenso tranversalmente que as outras vértebras cervicais.


É formado por duas massas laterais reunidas por dois arcos ósseos, um anterior e outro
posterior. Estes segmentos circunscrevem o buraco vertebral.

Massas Laterais
São achatadas de cima para baixo, nelas distinguem-se 6 faces:
Face Superior
Ocupada por uma superfície articular côncava, alongada de trás para a frente e
de fora para dentro,em forma de palmilha, que tem o nome de cavidade glenoi-
deia (o seu comprimento é duas vezes superior à sua largura)
É eliptica, frequentemente ladeada por duas chanfraduras laterais, um pouco
atrás da porção média.
Divide-se raramente em duas porções por um sulco perpendicular ao grande
eixo.
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Filipa Ferreira

A cavidade glenoideia olha para cima e para dentro e articula-se com o côndilo
correspondente do occipital.

Face Inferior
Apresenta na extremidade posterior uma superfície articular ovalar.
É plana ou ligeiramente côncava transversalmente, convexa de dianta para trás.
Olha para baixo e para dentro e corresponde à superifície ântero-superior do
áxis.

Faces Anterior e Posterior


Dão origem aos arcos anterior e posterior.
A face posterior é atravessada acima do arco posterior por uma goteira por onde
passa a artéria vertebral
Na face anterior insere-se o pequeno recto anterior da cabeça

Face Externa
Suporta as raizes da apófise transversa

Face Interna
Perto da origem do arco anterior apresenta um forte tubérculo sobre o qual se
insere o ligamento transverso.
Atrás desse tubérculo a face interna, frequentemente deprimida, apresenta nume-
rosos orifícios vasculares

Arco Anterior
Ligeiramente arqueado, convexo para diante e achatado da frente para trás.
Apresenta sobre a linha média:
--- Anteriormente – o tubérculo anterior do atlas, onde se insere o músculo longo
do colo
--- Posteriormente – uma faceta articular côncava, elíptica, de grande eixo trans-
versal (ou mais raramente vertical) que se articula com a apófise odontoideia do
axis.
No seu bordo superior insere-se o ligamento occipito-atloideu anterior
No seu bordo inferior insere-se o ligamento atloido-axoideu anterior.

Arco Posterior
Côncavo para diante, nasce de toda a largura da face posterior das massas laterais.
Apresenta sobre a porção média da sua face posterior, onde é achatado de diante
para trás, uma saliência denominada de tubérculo posterior que dá inserção ao
músculo pequeno recto posterior.
Lateralmente o arco posterior é achatado de cima para baixo.
Imediatamente atrás das massas laterais é possível observar, sobre a face superior do
arco posterior, uma goteira transversal na qual progridem o 1º nervo cervical e a
artéria vertebral.
No seu bordo superior insere-se o ligamento occipito-atloideu posterior
No seu bordo inferior insere-se o ligamento atloido-axoideu posterior.

Apófises Transversas
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Filipa Ferreira

Unituberculadas, muito salientes externamente.


Nascem externamente a meio da altura das massas laterais por duas raizes que cir-
cunscrevem o buraco transverso.
As duas raizes unem-se externamente a esse buraco formando um grande tubérculo
onde se inserem a maior parte dos músculos rotadores e flexores da cabeça e pesco-
ço ( músculo recto lateral da cabeça, músculo escaleno médio, músculo ângular da
omoplata, musculo pequeno oblíquo da cabeça e músculos intertransversários)

Buraco Vertebral
É maior em todos os seus diâmetros que os das restantes vértebras.
reconhecem-se duas partes: uma anterior quadrilátera, outra posterior semi-
elíptica. Encontram-se separadas uma da outra pelo ligamento transverso.
Na porção anterior encaixa a apófise odontoideia do axis.
A porção posterior, mais extensa no sentido transversal que a das outras vértebras,
contém a espinal medula.

O corpo vertebral não existe, sendo substituido pela apófise odontoideia do áxis.

2ª Cervical ou Áxis
Orientação – a porção mais volumosa do osso e cilindrica é anterior, desta porção des-
taca-se uma apófise em forma de dente que é superior

Descrição

Corpo do Áxis
É sobremontado por uma volumosa saliência vertical, a apófise odontoideia, que se vai
articular com o arco anterior do atlas.
Possui uma crista mediana anterior triângular, com base inferior e mais acentuada que
nas outras vértebras
A face inferior, fortemente côncava de diante para trás, prolonga-se para baixo e para
diante por um relevo ósseo saliente, que reforça a extremidade inferior da crista media-
na anterior.
Nele se insere aporção longitudinal do musculo longo do colo

Apófise odontoideia
Possui a forma de um pivot cilindrico-cónico.
Nela distinguem-se:
Base – fixa ao corpo do áxis
Colo – situado imediatamente acima da base
Corpo – porção mais grossa da apófise. É ligeiramente achatado de diante para trás.
Apresenta duas facetas articulares elípticas:
--- anterior – convexa de cima para baixo e transversalmente, articula-se com o arco
anterior do atlas.
--- posterior – côncava de cima para baixo, convexa transversalmente, dá inserção ao
ligamento tranverso
Vértice – rombo, recoberto de rugosidades destinadas à inserção dos ligamentos occipi-
to-odontoideus.
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Filipa Ferreira

Apófises Articulares
As superfícies articulares superiores situam-se de cada um dos lados da apófise odon-
toideia, da qual se separam apenas por um pequeno sulco. São ovalares, de pequena
extremidade dirigida para diante e para dentro.
Estas superfícies são planas transversalmente, ligeiramente convexas de diante para trás
e ligeiramente inclinadas para fora.
As superfícies articulares inferiores localizam-se abaixo da extremidade anterior das
lâminas. Possuem a mesma orientação que nas restantes vértebras cervicais (olham para
baixo e para diante)

Pedículos
Estendem-se das superfícies articulares superiores até à extremidade anterior das lâmi-
nas, Não apresentam chanfradura superior

Apófises Transversas
A raiz posterior da apófise nasce do pedículo
A raiz anterior implanta-se sobre o corpo. Esta raiz suporta a porção externa da super-
fíce articular superior

Apófise Espinhosa
Volumosa, prismática triângular e termina numa extremidade posterior bifurcada.
A face inferior é atravessada por uma goteira ântero-posterior.
As faces súpero-laterais, deprimidas e rugosas, dão inserção aos músculos grandes oblí-
quos e grande recto posterior.

Lâmina Vertebral
São espessas

Buraco Vertebral
Possui a forma de um triângulo cuja base anterior tem uma chanfradura na sua porção
média. É maior do que o das vértebras cervicais subjacentes, mas mais pequeno que o
do atlas.

6ª cervical
Esta vértebra é caracterizada pelo facto do seu tubérculo anterior das apófises transver-
sas ser mais espesso e mais saliente que nas outras vértebras e tem o nome de tubérculo
carotidiano ou tubérculo de Chassaignac e apresenta concordâncias com a carótida
primitiva (esta divide-se em carótida interna e externa ao nível da 4ª cervical)

7ª Cervical
É uma vértebra de transição entre a vértebra cervical e a dorsal.
O corpo apresenta por vezes, sobre a porção inferior das faces latrais uma hemi faceta
articular em concordância com a cabeça da primeira costela.
As apófises transversas são mais longas e unituberculadas.
O buraco transverso é mais pequeno, apenas é atravessado pela veia vertebral.
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Filipa Ferreira

As lâminas são mais altas que nas restantes vértebras cervicais.


A apófise espinhosa é unituberculada, longa e saliente, daí o nome de vértebra proe-
minente dado a esta vértebra.

ARTROLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL


Articulações Comuns à maiora das Vértebras
As vértebras articulam-se entre si pelos corpos vertebrais e pelas apófises articulares,
sendo ainda reunidas à distância pelas apófises transversas, apófises espinhosas e lâmi-
nas vertebrais.

Articulações entre os corpos vertebrais


Classificação – anfiartroses

Superfícies articulares
São constituidas pela face inferior e superior dos corpos vertebrais de duas vértebras
adjacentes.
O centro é deprimido em relação à periferia, que se encontra mais elevada.
As faces dos corpos laterais apresentam uma fina lâmina cartilagínea que reveste a
parte central.
As vértebras cervicais apresentam nas porções laterais do corpo articulações unco-
vertebrais de Trolard entre as apófises semilunares e as chanfraduras de duas vérte-
bras adjacentes.

Meios de União
Ligamentos interósseos
Também denominados de discos intervertebrais, têm a forma de uma lente biconvexa.
Estão entre os corpos vertebrais de duas vértebras adjacentes.
As duas faces do disco moldam-se intimamente às superfícies vertebrais.
A espessura dos discos intervertebrais varia em cada uma das regiões: 3,5 mm para as
cervicais, 5mm nas dorsais e 9mm nas lombares.
Nas regiões cervical e lombar os discos são também mais espessos anteriormente do que
posteriormente e na região dorsal são mais espessos posteriormente que anteriormente,
o que explica as diferentes curvaturas ântero.posteriores da coluna vertebral.
A porção central dos discos intervertebrais é formada por uma substância mole e gela-
tinosa, situada mais perto da porção posterior da periferia do disco e que tem o nome de
núcleo gelatinoso ou pulposo.
Este núcleo é esbranquiçado na criança e torna-se amarelo à medida que o indivíduo vai
envelhecendo. É constituido por feixes fibrosos separados por tecido mucoso que possui
ainda vestígios de células da corda dorsal.
A porção periférica é muito resistente e formada em parte por finrocartilagem e em
parte por lâminas fibrosas dispostas concêntricamente constituindo o anel fibroso.

Ligamentos periféricos
São constituidos por duas longas fitas fibrosas que ocupam toda a extensão da coluna
vertebral
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

--- Ligamento Vertebral Comum Anterior


Encontra-se na face anterior da coluna vertebral.
Estende-se da apófise basilar até à face anterior da 2ª vértebra sagrada.
Na região cervical é bastante estreito, ocupando a porção média da coluna.
Na região dorsal é muito largo, estendendo-se até à cabeça das costelas.
Na região lombar volta a estreitar-se ocupando a porção média da coluna.
Na região sagrada ocupa apenas a face anterior da 1ª vértebra, terminando na segunda.

--- Ligamento Vertebral Comum Posterior


Encontra-se atrás dos corpos vertebrais, no canal raquidiano.
Estende-se desde a goteira basilar do occipital (face anterior adere ao ligamento occi-
pito-axoideu posterior e a face posterior adere à dura-máter) até à 1ª vértebra coccígea
É bastante largo ao nível dos discos intervertebrais e muito mais estreito ao nível dos
corpos vertebrais.
As veias que saem das vértebras separam-no do corpo vertebral

Articulações das Apófises Articulares


Classificação – as articulações entre as apófises articulares das vértebras cervicais e
dorsais são artrodias e as das vértebras lombares são condilartroses rudimentares.

Superfícies articulares
As apófises articulares das vértebras cervicais têm uma forma ovalar e plana, as das
dorsais são planas e a das lombares têm forma elíptica.
Todas estas superfícies articulares são revestidas por cartilagem hialina.

Meios de União
As superfícies articulares apresentam uma cápsula articular,cuja espessura varia e que
é reforçada internamente pelo ligamento amarelo correspondente, existindo na região
dorsal e lombar um ligamento de reforço posterior.

Sinoviais
Existe uma membrana sinovial em cada uma das articulações.

União das Lâminas Vertebrais


As lâminas vertebrais de duas vértebras adjacentes estão unidas por dois ligamentos
amarelos de forma rectângular.
O bordo superior une-se à face anterior da lâmina suprajacente e o bordo inferior liga-se
ao bordo superior da lâmina infrajacente.
O comprimento dos ligamentos vai diminuindo de cima para baixo e a sua altura au-
menta no mesmo sentido.

União das Apófises Espinhosas


Estão unidas por dois tipos de ligamentos:
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

--- Ligamentos interespinhosos


Ocupam os espaços compreendidos entre as apófises espinhosas.
Inserem-se em cima na apófise espinhosa da vértebra suprajacente e em baixo na apófi-
se espinhosa da vértebra infrajacente.

--- Ligamento supra-espinhoso


Cordão mediano ímpar, que se estende de uma extremidade à outra da coluna vertebral.
Este ligamento adere ao vértice de cada uma das apófises espinhosas.
Ao nível da região cervical o ligamento supra-espinhoso é muito desenvolvido, consti-
tuindo o ligamento cervical posterior, de forma triângular. O vértice insere-se na apó-
fise espinhosa da 7ª cervical e a base na protuberância occipital externa e na crista occi-
potal externa.

União das Apófises Transversas


Estão unidas por intermédio dos ligamentos intertransversos que são muito desenvol-
vidos na região lombar e ausentes na região cervical onde são substituidos pelos múscu-
los intertransversários.

Articulações Próprias a algumas Vértebras


Articulações Unco-Vertebrais
São articulações entre as apófises semi-lunares e as chanfraduras existentes nos corpos
das vértebras cervicais.

Classificação – artrodias

Superfícies Articulares
São constituidas pelas apófises semi-lunares existentes na face superior do corpo ver-
tebral infrajacente e pelas chanfraduras existentes na face inferior do corpo vertebral
suprajacente.

Meios de União
São constituidos por uma cápsula articular que pode ser reforçada adiante por um li-
gamento

Articulações entre o Atlas e o Áxis

Articulação atlóido-axoideia propriamente dita


Faz-se entre as apófises articulares do áxia e do atlas

Classificação – heteroartrose

Superfícies Articulares
Do lado do atlas encontram-se facetas que ocupam a face inferior das massas laterais.
Do lado do áxis encontram-se as apófises articulares superiores.
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Filipa Ferreira

São revestidas por cartilagem articular, mais espessa no centro que na periferia.

Meios de União
São constituidos por 4 ligamentos:

--- Ligamento atlóido-axoideu anterior – estende-se do bordo inferior do arco anterior


do atlas à face anterior do corpo do áxis

--- Ligamento atlóido-axoideu posterior – estende-se desde o bordo inferior do arco pos-
terior do atlas ao bordo superior das lâminas e à base da apófise espinhosa do áxis. É
atravessado sobre os lados pelo segundo nervo cervical ou pelos seus dois ramos termi-
nais.

--- 2 ligamentos atlóido-axoideus laterais – constituidos por uma espécie de cápsula que
se insere em volta das facetas atloideia e axoideia

Sinovial
É extremamente fina, podendo emitir uma franja sinovial anterior e outra posterior.

Articulação atlóido-odontoideia
É a articulação entre o atlas e a apófise odontoideia do áxis

Classificação – trocartrose

Superfícies Articulares
São constituidas pela apófise odontoideia do áxis e por uma anel osteo-fibroso, o anel
atloideu. Este anel é constituido anteriormente pelo arco anterior do atlas e posterior-
mente pelo ligamento transverso.
O ligamento transverso apresenta duas extremidades que se inserem nas faces internas
das massas laterais do atlas e descreve uma curva concava para diante.
Do bordo inferior do ligamento transverso destaca-se o ligamento transverso-axoideu
que se vai inserir na face posterior do corpo do áxis.
Do bordo superior do ligamento transverso destaca-se o ligamento occipito-transverso
que se vai inserir na goteira basilar, adiante do foramen magnum.
O conjunto destes 3 ligamentos apresenta a forma de uma cruz, sendo conhecido por
ligamento cruciforme.

Meios de União
São constituidos por ligamentos que se inserem no occipital e na apófise e odontoideia.

Sinoviais
São duas, uma anterior para articulação da apófise odontoideia com o arco anterior do
atlas e outra posterior para a articulação da apófise odontoideia com o ligamento trans-
verso.

Articulações entre a Coluna Vertebral e a Cabeça


Articulação occipito-atloideia
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Filipa Ferreira

Classificação – bicondilartrose

Superfícies Articulares
Do lado do occipital as superfícies articulares são os dois condilos (elípticos, alongados
de diante para trás e de fora para dentro)
Do lado do atlas as superfícies articulares são as cavidades glenoideias situadas na face
superior das massas laterais.
As superfícies articulares encontram-se revestidas por fibrocartilagem.

Meios de União
Existem 4 ligamentos:

--- Ligamento occipito-atloideu anterior – desde o rebordo anterior do buraco occipital


até a bordo superior do arco anterior do atlas

--- Ligamento occipito-atloideu posterior – desde o rebordo posterior do buraco occipi-


tal até ao bordo superior do arco posterior do atlas

--- Ligamentos occipito-atloideus laterais – inserem-se em cima no contorno dos condi-


los occipitais e em baixo no contorno das cavidades glenoideias correspondentes

Sinovial
Encontra-se uma sinovial em cada uma das articulações occipito-atloideias

Ligamentos Occipito-Axoideus
O occipital é ligado ao áxis por intermédio de ligamentoa á distãncia.

Ligamentos occipito-axoideus propriamente ditos


São 3, um mediano e dois laterais, constituem em conjunto a membrana tectoria
--- Ligamento occipito.axoideu mediano – insere-se em cima na goteira basilar e em
baixo na face posterior do corpo do áxis.
--- Ligamentos occipito-axoideus laterais – inserem-se em cima nas porções laterais do
buraco occipital (entre o buraco occipital e o orifício interno do canal condiliano anteri-
or) e em baixo na face posterior do corpo do áxis.

Ligamentos occipito-odontoideus
São 3, um mediano e dois laterais.
--- Ligamento occipito-odontoideu mediano ou ligamento suspensor do dente – insere-
se na porção anterior do buraco occipital e no vértice da apófise odontoideia.
--- Ligamentos occipito.odontoideus laterais – inserem-se na face interna dos condilos
occipitais e na porção superior da apófise odontoideia

NOTA – Um corte sagital demonstra que existe a unir o occipital, o atlas e o áxis 6
planos sobrepostos entre a face anterior da coluna vertebral e o canal raquidiano.
1º plano – ligamento vertebral comum anterior
2º plano – ligamento occipito-atloideu anterior e ligamento atloido-axoideu anterior
(estão os 2 no mesmo plano)
3º plano – ligamento occipito-odontoideu mediano
4º plano – ligamento occipito-axoideu mediano
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Filipa Ferreira

5º plano – ligamento occipito transverso e ligamento transverso-axoideu (os 2 no


mesmo plano)
6º plano – ligamento vertebral comum posterior

Características Gerais das Vértebras Toráxicas


Corpo Vertebral
É mais espesso que o das vértebras cervicais e o diâmetro transversal é quase igual ao
diâmetro ântero-posterior.
Na região posterior das faces laterais, perto do pedículo existem duas facetas articula-
res costais, talhadas em bisel, uma superior e outra inferior, para se articularem com a
cabeça das costelas, que funcionam na verdade como hemi-facetas.
Cada costela articula-se com as hemifacetas superior e inferior de duas vértebras vizi-
nhas.
A face posterior em concordância com o buraco vertebral é fortemente côncava.

Pedículos
Implantam-se sobre a metade superior das porções laterais da face posterior do corpo
vertebral.
a chanfradura do bordo inferior é maior do que a do bordo superior.

Lâminas
São tão altas como largas

Apófise Espinhosa
Volumosa e longa.
É muito inclinada para baixo e para trás.
O vértice é unituberculado.

Apófises Transversas
Destacam-se de cada lado da coluna óssea formada pelas apófises articulares, atrás do
pedículo.
Dirigem-se para fora e um pouco para trás.
A sua extremidade livre apresenta sobre a face anterior uma superfície articular, a face-
ta costal, que se articula com a tuberosidade das costelas.

Apófises Articulares
Fazem saliência acima e abaixo da base das apófises transversas.
A faceta articular da apófise superior olha para trás, para fora e um pouco para cima.
A faceta articular da apófise inferior apresenta uma orientacão inversa.

Buraco Vertebral
É quase circular.

11ª Aula
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

25/11/04

Características Particulares de Certas Vértebras Toráxicas


1ª Vértebra Toráxica
O corpo lembra o das vértebras cervicais e apresenta sobre a sua face superior ganchos
laterais.
Apresenta sobre as faces laterais do corpo: em cima uma faceta completa (só é com-
pleta se não existir uma hemifaceta articularna face inferior do corpo da 7ª cervical) que
se articula com a superfície articular da primeira costela. Em baixo existe uma hemi-
faceta para a segunda costela.

10ª Vértebra Toráxica


O corpo vertebral não apresenta faceta articular costal inferior

11ª e 12ª Vértebras Dorsais


O corpo vertebral de cada uma apresenta apenas sobre as suas faces laterais e. uma só
faceta costal completa, que está em comcordância com toda a superfície articular da
costela correspondente.
A faceta costal dasa apófises transversas não existe.
A apófise articular inferior da 12ª vértebra é semelhante às apófises articulares in-
feriores das lombares (convexa e em forma de segmento de cilindro)

Características Gerais das Vértebras Lombares


Corpo Vertebral
É volumoso, reniforme, o seu maior eixo é transversal.

Pedículos
Muito espessos.
Implantam-se nos 3/5 superiores ou sobre a metade superior do ângulo formado pela
união da face posterior com a face lateral do corpo vertebral.
A chanfradura do bordo inferior é mais pronunciada que a do bordo superior.

Lâminas
São mais altas que largas

Apófise Espinhosa
É uma lâmina vertical, rectângular, espessa e orientada horizontalmente para trás.
Termina num bordo posterior livre espesso.

Apófises Transversas ou Costiformes


Implantam-se na união dos pedículos com as apófises articulares superiores.
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Filipa Ferreira

São longas, estreitas e terminam numa extremidade afilada.


Estas apófises representam as costelas lombares.
Sobre a base posterior da sua base de implantação existe o tubérculo acessório. Este
tubérculo é um homólogo das apófise transversa das vértebras toráxicas, sendo apenas
para a inserção de certos tendões de músculos espinais

Apófises Articulares
--- Superiores
Achatadas transversalmente.
Face interna é ocupada por uma superfície articular em forma de goteira vertical,
cuja concavidade olha para dentro e um pouco para trás.
Face externa apresenta ao longo do bordo posterior uma saliência que tem o nome
de
tubérculo mamilar.

---Inferiores
Apresentam uma superfície articular convexa, em forma de segmento de cilindro.
Esta superfície olha para fora e ligeiramente para diante. Desliza na goteira da apófise
articular superior da vértebra situada abaixo.

Buraco Vertebral
É triângular e apresenta lados semelhantes.

Características Particulares de Certas Vértebras Lombares


1ª Vértebra Lombar
A sua apófise costiforme é menos desenvolvida que a das restantes vértebras lombares

5ª Vértebra Lombar
A altura do corpo é maior adiante que atrás.
As apófises articulares inferiores estão mais afastadas uma da outra que nas restantes
vértebras.
A superfície articular destas apófises eleva-se até ao limite inferior dos pedículos, de tal
forma que ela se fixa nas outras vértebras ao nível da face inferior do corpo vertebral.

Características das Vértebras Sagradas e Coccígeas


As vértebras sagradas e coccígeas soldam-se formando dois ossos distintos, o sacro e o
cóccix

SACRO
Resulta da união das 5 vértebras sagradas
Está situado na região posterior da bacia, abaixo da porção lombar da coluna, entre os
dois ossos ilíacos.
Forma com a coluna lombar um ângulo obtuso, saliente para diante, denominado de
ângulo sacro-vertebral anterior ou promontório. (118º na mulher e 126º no homem).
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Filipa Ferreira

O sacro é encurvado e a sua concavidade, mais acentuada na mulher, olha para diante.

Orientação – a porção mais espessa do osso é superior, a face côncava é anterior,


olhando um pouco para baixo e para diante.

Descrição

A sua forma é de uma pirâmide quadrangular, achatada de diante para trás, com base
superior e vértice inferior.
Apresenta 4 faces, 1 base e 1 vértice.

Face Anterior
Côncava de cima para baixo e transversalmente.
A sua porção média é ocupada pelo corpo das 5 vértebras sagradas, separados uns dos
outros pos 4 cristas transversais.
A altura dos corpos vertebrais diminui de cima para baixo e a crista transversal entre a
2ª e 3ª vértebras está a meia altura do osso.
Nas extremidades das cristas transversais, existem de cada lado 4 orifícios, os buracos
sagrados anteriores que são atravessados pelos ramos anteriores dos nervos sagrados.
Estes orifícios prolongam-se para fora por goteiras (cuja largura e profundidade dimi-
nuem de dentro para fora) que convergem para a grande chanfradura ciática.
A 1ª goteira é ligeiramente descendente, a 2ª é horizontal e a 3ª e 4ª são ligeiramente
ascendentes.
A distância que separa cada buraco sagrado anterior da linha mediana diminui de cima
para baixo.
A 2ª, 3ª e 4ª vértebras dão inserção ao músculo piramidal da bacia sobre uma superfície
que circunscreve em cima, externamente e em baixo o 2º e 3ª buracos sagrados

Face Posterior
É convexa e muito irregular.
Apresenta sobre a linha mediana a crista sagrada, formada por 3 ou 4 tubérculos al-
ternados com depressões. Os tubérculos resultam da fusão das apófises espinhosas.
A crista sagrada bifurca-se em baixo, à altura do 3º e 4º buracos sagrados posteriores,
nos dois cornos do sacro.
Estes cornos divergem de cima para baixo e limitam a chanfradura sagrada ou hiatus
sacralis, no vértice da qual termina o canal sagrado.
De cada lado da crista existem:
--- goteira sagrada – formada pela reunião das lâminas vertebrais
--- tubérculos sagrados póstero-internos – são 3 ou 4 dispostos verticalmente, que
resultam da fusão das apófises articulares
--- buracos sagrados posteriores – 4 de cada lado, mais pequenos que os anteriores e
atravessados pelos ramos posteriores dos nervos sagrados. (estão mais afastados da li-
nha média que os anteriores)
--- os tubérculos sagrados póstero-externos ou tubérculos conjugados – mais volu-
mosos que os tubérculos sagrados póstero-internos, localizam-se para fora dos buracos
sagrados posteriores e resultam das fusão das apófises transversas.
No intervalo entre dois tubérculos conjugados vizinhos e para fora deles é visivel uma
depressão rugosa, perfurada de orifícios vasculares e designada por fossa crivada ( a 1ª
é a mais extensa, mais profunda e mais perfurada).
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Filipa Ferreira

Os músculos espinhais inserem-se sobre a face posterior do sacro, em particular sobre a


crista sagrada e sobre os tubérculos sagrados posteriores (internos e externos). Nos
tubérculos sagrados póstero-externos insere-se também o grande glúteo.

Faces Laterais
São triangulares, com base superior.
Têm dois segmentos:
--- Segmento Superior
Largo, corresponde às duas primeiras vértebras.
A sua porção ântero-inferior é ocupada por uma superfície articular designada superfí-
cie pré-auricular (o seu contorno assemelha-se ao do pavilhão auricular) que se articu-
la com uma semelhante ao nível do osso coxal.
Atrás da superfície auricular existe uma superfície desigual, rugosa, na qual se distingue
a 1ª fossa crivada.

--- Segmento Inferior


Corresponde às 3 últimas vértebras.
Tem a forma de um bordo espesso, coberto de rugosidades para a inserção dos liga-
mentos sacro-ciáticos.

Base
Olha para diante e para cima.
A sua porção média apresenta de diante para trás:
--- face superior do corpo da 1ª vértebra sagrada
--- orifício superior do canal sagrado (triângular de base anterior). Os bordos laterais
deste orifício são oblíquos para baixo, para dentro e para trás e limitam uma chanfra-
dura cujo vértice inferior corresponde à extremidade superior da crista sagrada.
As suas porções laterais são ocupadas de diante para trás por uma larga superfície
triângular de base externa que é a asa do sacro.
Esta asa é limitada adiante e em baixo por um bordo arredondado que participa na cons-
tituição do recto superior
Sobre a superfície da asa existe por vezes uma goteira oblíqua para diante e para fora
determinada pelo tronco lombo-sagrado.
A porção externa da asa dá inserção ao músculo ilíaco.
Atrás das asas localizam-se as apófises articulares superiores da primeira vértebra
sagrada. A sua superfície articular é ligeiramente côncava e olha para dentro e para trás.
As apófises articulares estão separadas das asas por duas goteiras, que contribuem para
a formação dos buracos de conjugação intermédios à 5ª vértebra lombar e ao sacro.

Vértice
Ocupado por uma superfície convexa, elíptica, cujo maior eixo é transversal e que se
articula com a base do cóccix.
A superfície articular inferior do sacro, a superfície superior do cóccix e as superfícies
articulares das vértebras coccígeas que estão soldadas incompletamente, apresentam na
sua região central uma pequena fosseta de origem notocordal.

Canal Sagrado
Forma a porção inferior do canal raquidiano que está no interior do sacro.
Prismático triângular em cima, achata-se pouco a pouco para baixo.
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Filipa Ferreira

Na sua extremidade inferior o canal sagrado é representado posr uma goteira aberta
atrás e ladeada lateralmente pelos cornos do sacro.
O canal sagrado dá origem de cada lado a 4 canais, verdadeiros orifícios ou canais de
conjugação, que se bifurcam pouco depois para se abrirem adiante e atrás, na superfície
do osso, através dos buracos sagrados anteriores e posteriores.

CÓCCIX
Orientação – A porção mais volumosa e que apresenta uma superfície articular ovalar é
superior e a concavidade do osso é anterior.

Descrição

É uma peça óssea achatada de diante para trás, triangular cuja base é superior e o vértice
inferior.
É formado pela união de 4 a 6 vértebras atrofiadas, cujo desenvolvimento não foi com-
pleto.
Apresenta 2 faces, 2 bordos, 1 base e 1 vértice.
Face anterior – ligeiramente côncava ambas apresentam sulcos transversais,indicios
Face posterior – convexa da separação primitiva das vértebras do cóccix
Bordos Laterais – irregulares, dão inserção aos ligamentos sacro-ciáticos e ao mús-
culo ísquio-coccígeo
Base – articula-se com o vértice do sacro. Emite lateralmente dois prolongamentos, um
vertical que é o pequeno corno do cóccix que está unido ao corno sagrado correspon-
dente por um ligamento; outro transversal que é o corno lateral.
Vértice- arredondado, frequentemente desviado da linha mediana

Articulações Sacro-Vertebrais
Articulação Sacro vertebral propriamente dita

Classificação –Anfiartrose (imóveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies Articulares
Constituidas pelos corpos vertebrais da 5ª vértebra lombar e da 1ª sagrada.
A superfície articular do corpo da 1ª vértebra sagrada é inclinada 45º sobre a horizontal
e olha para diante.

Meios de União
São formados pelo ligamento interósseo que tem a forma de um disco, mais espesso
adiante que atrás, e pelos ligamentos vertebral comum anterior e posterior

Articulações Sacro-Vertebrais Laterais

Classificação – Artrodias (móveis, com superfícies articulares planas, efectuam movi-


mentos de deslizamento)
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Filipa Ferreira

Superfícies articulares
As apófises articulares do sacro e da 5ª véretebra lombar.
As superfícies articulares das apófises superiores olham um pouco para dentro e sobre-
tudo para trás.

Ligamentos á distância
O sacro e a 5ª lombar são ainda ligados por dois ligamentos amarelos, um ligamento
interespinhoso e um ligamento supra-espinhoso.
Existe ainda o ligamento sacro-vertebral (corresponde ao ligamento intertransversário
mas aqui toma este nome) que se estende desde a apófise transversa da 5ª vértebra lom-
bar até à porção ântero-lateral da asa do sacro.

Articulação Sacro-Coccígea
Classificação – anfiartrose (imóveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies Articulares
São constituidas por facetas elípticas, localizadas no vértice do sacro (é convexa) e na
base do cóccix (é côncava)

Meios de União
Ligamento interósseo - fibrocartilagem em forma de disco que se interpõe entre as su-
perfícies articulares.

Ligamento Sacro-coccígeo anterior – une as faces anteriores do sacro e do cóccix

Ligamento Sacro-coccígeo posterior – une o rebordo da chanfradura sagrada (que


consiste na extremidade inferior da crista sagrada e dos bordos laterais da chanfradura
terminal do canal sagrado) às faces posteriores da 2ª ou 3ª vértebras coccígeas.

Ligamentos Sacro-coccígeos laterais – têm dois feixes. Um interno que une o corno do
sacro ao pequeno corno do cóccix. Outro externo que se estende do bordo lateral do
sacro ao vértice do corno lateral do cóccix.

Articulações Intercoccígeas
Classificação – Anfiartroses (imóveis, aderem por superfícies planas)

As diferentes peças ósseas unem-se muito cedo à excepção da 1ª e 2ª que persistem arti-
culadas por mais tempo (só ossificam por volta dos 40 anos) e constituem a articulação
médio coccígea.

COLUNA VERTEBRAL EM GERAL


É formada pela sobreposição das vértebras desde o atlas até ao cóccix.
Divide-se em 4 porções, que de cima para baixo são: coluna cervical(7 vértebras cervi-
cais), coluna toráxica (12 vértebras toráxicas), coluna dorsal (5 vértebras lombares) e
coluna sacro-coccígea formada pelo sacro (5 vértebras soldadas) e pelo cóccix (4 a 5
vértebras soldadas)
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Filipa Ferreira

Tem um comprimento médio de 75cm.

Curvaturas
Apresenta dois tipos de curvaturas. ântero-posteriores ou sagitais e laterais.
As curvaturas ântero-posteriores são 4:
--- curvatura cervical – convexa para diante
--- curvatura toráxica – côncava para diante
--- curvatura lombar – convexa para diante
--- curvatura sacro-coccígea – côncava para diante
As curvaturas laterais são menos pronunciadas e muito variáveis, são normalmente 3:
--- curvatura cervical – convexa para a esquerda
--- curvatura toráxica – convexa para a direita
--- curvatura lombar – convexa para a esquerda

Configuração da Coluna Vertebral


A coluna vertebral apresenta 4 faces e no seu interior está o canal raquidiano ou canal
vertebral.

Face Anterior
É constituida pelos corpos vertebrais e entre eles estão os discos intervertebrais.

Face Posterior
Apresenta de dentro para fora:
--- crista espinal – constituida pelo conjunto das apófises espinhosas
--- goteiras vertebrais – formadas pela face posterior das lãminas vertebrais

Faces Laterais
Cada face lateral apresenta, de diante para trás:
--- corpos vertebrais
--- pedículos
--- buracos de conjugação
--- apófises articulares
--- apófises transversas

Canal Vertebral ou Raquidiano


Encontra-se em toda a extensão da coluna vertebral.
É prismático triângular nas regiões cervical e lombar e é cilindrico na região toráxica.
Ao nível da região sacro-coccígea é prismático triângular em cima, e está configurado
em goteira aberta, para trás, e ladeado pelos cornos do sacro, em baixo.

Aspectos Funcionais
Coluna Vertebral como um órgão estático
O conjunto dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais suporta o peso da cabeça,
do tronco e dos membros superiores e transmitem esta carga aos membros inferiores,
tranformando a coluna vertebral num órgão estático.
A coluna vertebral como um órgão estático, é formada pelas 24 vértebras pré-sagradas,
que constituem a porção móvel, e pelo sacro e cóccix que formam a sua porção fixa.
O atlas e o áxis asseguram a união entre a cabela e a coluna vertebral.
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Filipa Ferreira

A 1ª e 2ª vértebras toráxicas suportam a coluna cervical e comandam os movimentos


de elevação e de abaixamento das 2 primeiras costelas, no decurso dos movimentos res-
piratórios.
12ª vértebra dorsal é independente dos movimentos toráxicos, constituindo a charneira
dorso-lombar.
A 4ª e 5ª vértebras lombares asseguram a adaptação da coluna vertebral suprajacente
às mudanças de posição.

Coluna Vertebral como um órgão cinético ou de movimento


O conjunto dos arcos vertebrais permite a execução dos movimentos, quer de uma vér-
tebra quer da coluna vertebral em conjunto, tranformando a coluna vertebral num órgão
cinético ou de movimento.
A coluna vertebral como órgão de movimento permite os movimentos conjuntos da ca-
beça, pescoço e tronco.
O atlas e o áxis permitem os movimentos da cabeça que são de 3 tipos:
--- Movimentos de flexão e de extensão – são feitos através da articulação occipito-
atloideia, segundo um eixo que passa pelo centro da curvatura dos dois côndilos do oc-
cipital. Estes movimentos podem também ser feitos através das articulações atloido-
axoideias, mas de modo muito limitado.
---Movimentos de inclinação lateral – são executados através da articulação occipito-
atloideia, mas segundo um eixo mediano, ântero-posterior que passa pelo centro da cur-
vatura transversal dos dois condilos do occipital. Estes movimentos podem também ser
efectados pelas articulações atloido-axoideias mas muito limitadamente.
--- Movimentos de rotação – têm origem nas articulações atóido-odontoideia e atlóido-
axoideia, através de um eixo vertical que passa pelo dente do áxis.

Para além destes existem ainda 4 movimentos da coluna vertebral


--- Movimento de flexão da coluna vertebral – tendem a diminuir a curvatura sagital
cervical e lombar, acentuando um pouco a curvatura toráxica.
--- Movimentos de extensão da coluna vertebral – são muito nítidos ao nível das co-
lunas cervical e lombar, exagerando assim as curvaturas sagitais normais.
--- Movimentos de inclinação lateral da coluna vertebral – são reduzidos ao nível da
coluna lombar, aumentando de amplitude nas colunas toráxica e cervical.
--- Movimentos de rotação da coluna vertebral – são muito pouco evidentes ao nível
das colunas lombar e toráxica, mas muito desenvolvidos na coluna cervical.

Coluna Vertebral como órgão de protecção


O canal vertebral e as suas paredes transformam a coluna vertebral no órgão protector
da medula espinhal, das raizes dos nervos raquidianos e das meninges.
A medula espinhal ocupa o canal vertebral até ao nível do disco intervertebral que sepa-
ra as duas primeiras vértebras lombares, encontrando-se para baixo deste limite, o filum
terminal e as raixes dos nervos raquidianos, que constituem a cauda equina.

ESQUELETO DO TÓRAX
É constituido por:
--- vértebras toráxicas
--- costelas e cartilagens costais
--- esterno (peça óssea mediana e anterior)
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Filipa Ferreira

ESTERNO

Localização – está situado na porção mediana e anterior do tórax


Orientação – a porção mais volumosa do osso é superior e a face convexa é anterior.
Dá-se ao osso uma ligeira inclinação para baixo e para diante

Descrição
É um osso alongado de cima para baixo, achatado de diante para trás e que se dirige
oblíquamente bara baixo e para diante.
Tem a forma de um gládio.
Encerran anteriormente a cavidade toráxica
O esterno do adulto é constituido por 3 peças principais, que são de cima para baixo:
--- manúbrio ou punho
--- corpo ou lâmina
--- apêndice xifoideu
O esterno apresenta 2 faces, 2 bordos laterais e 2 extremidades.

Face Anterior ou Cutânea


Está relacionada directamente com os tegumentos.
É convexa de cima para baixo. Apresenta cristas transversais que são vestígios da sol-
dadura das peças ósseas. A linha de união do punho ao corpo do esterno, denominada de
crista manúbrio-esternal, forma a aresta de um ângulo diedro saliente para diante,
denominado ângulo de Louis.(onde se ligam os eléctrodos bo electrocardiograma).
Na porção superior do manúbrio encontra-se a aponevroso cervical superfícial que se
divide em dois folhetos onde se inserem um anteriormente e outro posteriormente for-
mando uma fossa triângular designada de fossa supra-esternal de Burns, que se en-
contra preenchida por tecido adiposo.
A linha de união do corpo ao apêndice xifoideu é denominada de crista xifo-esternal.
Observa-se de cada lado do punho uma crista rugosa oblíqua para baixo e para dentro
onde se insere o esternocleido-mastoideu, o esterno-cleido hioideu e o esterno-cleido
tiroideu.
Sobre os lados do corpo observa-se algumas rugosidades para inserção do grande peito-
ral.
Imediatamente por cima do apêndice xifóideu encontra-se a fosseta supraxifóideia.

Face Posterior ou Toráxica ou Mediastínica


Está relacionada com os órgãos contidos na cavidade toráxica.
É côncava e lisa.
É atravessada por cristas transversais semelhantes às da face anterior, mas muito me-
nos acentuadas e por vezes quase indistintas.
Na porção inferior insere-se o músculo triângular do externo que também se vai inse-
rir na 3ª,4ª,5ª e 6ª costelas e que é um músculo inspirador acessório.

Bordos laterais
Cada bordo lateral apresenta 7 chanfraduras articulares ou costais, que se articulam
com as 7 primeiras cartilagens costais.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

A primeira chanfradura costal encontra-se na posição superior do bordo lateral do punho


e articula-se com a 1ª costela e com a clavícula, a segunda está na união do punho com
o corpo.
As chanfraduras articulares estão separadas umas das outras por 6 chanfraduras inter-
costais, não articulares cuja altura diminui gradualmente de cima para baixo.

Extremidade Superior
Ou base, apresenta 3 chanfraduras, uma mediana e duas laterais.
A chanfradura mediana, designa-se por fúrcula do esterno e a sua concavidade olha
para cima.
As chanfraduras laterais olham para cima e para fora.
Cada uma das chanfraduras laterais é ocupada por uma faceta articular, a faceta clavi-
cular, côncava transversalmente e convexa de diante para trás.

Extemidade inferior
Ou apêndice xifóideu, é mais fino que o resto do osso.
Tem forma variável, é recuado em relação à face anterior do corpo do esterno e locali-
zado no prolongamento da face posterior.
Este apêndice apresenta frequentemente um orifício denominado buraco xifoideu.
O apêndice xifóideu termina num vértice por vezes bipartido e frequentemente desvia-
do para diante, para trás ou lateralmente.
Este apêndice é muitas vezes cartilaginoso.

COSTELAS

Classificação das Costelas


De acordo com a aderência ao externo as costelas podem ser classificadas:

Esternais ou 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª


verdadeiras
Costelas Aderentes 8ª, 9ª e 10ª
Asternais ou
falsas Flutuantes 11ª e 12ª

Costelas Verdadeiras – estão unidas ao esterno por cartilagens costais.

Costelas Falsas – não se estendem até ao esterno


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

a) Aderentes – unem-se pela extremidade da cartilagem que as prolonga à


cartilagem costal localizada acima
b) Flutuantes – possuem cartilagem livre

Sob o ponto de vista morfológico as costelas podem ser classificadas:

Espalmadas 1ª e 2ª
Legítimas
(com 2 raizes) Enroscadas 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª
Típicas
Costelas
Espúrias 11ª e 12ª
(com 1 raiz)

Atípicas

Costelas típicas – são as que se aproximam da costela esquemática


a) Legítimas- quando possuem 2 raizes, a raiz capitular e a raiz tuberosa
b) Espúrias – quando possuem apenas a raiz capitular

Costelas atípicas – as que aparecem profundamente modificadas na sua forma

Características Gerais das Costelas


Direcção
Esta curvatura é muito complexa podendo ser dividida em 3 curvaturas secundárias:
--- Curvatura segundo as faces
Esta curvatura é côncava para dentro mas não é regular.
Da coluna vertebral ao externo, cada costela dirige-se, primeiro para baixo e para
fora, depois para baixo e para diante e perto da sua extremidade anterior curva para
baixo, para dentro e para trás.
Os dois ângulos que resultam destas mudanças de direcção são bem visíveis sobre a
face externa do osso e designam-se por ângulo anterior e ângulo posterior das
costelas.
--- Curvatura segundo os bordos
De tal modo que os bordos possuem uma forma de um S cuja extremidade posterior
é elevada e a anterior rebaixada.
--- Curvatura segundo o eixo
Pela qual a face externa das costelas olha para baixo e para trás na porção posterior,
directamente para fora na porção média e para cima e para diante na porção anterior.

As costelas são inclinadas de cima para baixo e de trás para diante. Esta inclinação au-
menta gradualmente da 1ª à 12ª costela.

Comprimento
O comprimento das costelas aumenta da 1ª à 7ª e diminui desta à 12ª.

Configuração
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Em cada costela distingue-se:


--- corpo
--- extremidade posterior
--- extremidade anterior

Corpo
Apresenta:
Face interna – relaciona-se com a pleura. É atravessada ao longo do seu bordo inferior
e no segmento médio da costela por uma goteira, a goteira costal, onde
se encontram de cima para baixo, a veia, a artéria e o nervo intercostais.
Face externa – sobre a qual fazem saliência os ângulos anterior e posterior das costelas,
relacionada com os tegumentos
Bordo superior – arredondado
Bordo inferior – fino e rugoso, forma o lábio ínfero-externo da goteira costal. Sobre
os lábios desta goteira inserem-se os músculos intercostais (externos,
médios e internos)

Extremidade Posterior
Compreende 3 partes: cabeça, tuberosidade e colo

Cabeça ou caduca – tem a forma de um ângulo diedro saliente para dentro, a aresta
deste ângulo articula-se com o disco intervertebral correspondente e designa-se por cris-
ta da cabeça da costela ou crista costal onde se insere o ligamento interósseo. As fa-
ces superior e inferior são ocupadas por duas facetas articulares que se opõem às he-
mifacetas costais dos corpos das vértebras toráxicas.

Tuberosidade – é formada por duas saliências separadas uma da outra por uma ligeira
depressão oblíqua para baixo e para fora. A saliência ínfero-interna é articular e rela-
ciona-se com a superfície articular da apófise transversa das vértebras toráxicas.
A saliência súpero-externa dá insersão a ligamentos (ligamento costo-transversário
posterior).
Dá inserção ainda ao ligamento costo-vertebral radiário

Colo – está compreendido entre a cabeça e a tuberosidade. É achatado de diante para


trás. A face anterior é lisa. A face posterior é recoberta de rugosidades determinadas
pela inserção de ligamentos (ligamento costo-transversário superior, ligamento costo-
transversário interósseo etc)

Extremidade Anterior
Apresenta um escavado no qual se insere a extremidade externa da cartilagem costal

NOTA – Uma punção pleural faz-se junto ao bordo superior porque ao longo do bordo
inferior passam os nervos e vasos intercostais

Características próprias de algumas costelas


1ª Costela

Orientação – a extremidade que apresenta uma faceta articular nítida é posterior, das
duas faces a que apresenta uma saliência é superior e o bordo côncavo é interno.
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É a mais larga e a mais curta de todas as costelas. É achatada de cima para baixo.

Corpo
Apresenta uma face superior, uma face inferior, um bordo externo convexo e um bordo
interno côncavo
--- Face superior
Olha para cima e para diante.
Ao longo do seu bordo interno e um pouco adiante da sua porção média existe uma
pequene eminência rugosa, o tubérculo de Lisfranc, sobre o qual se insere o esca-
leno anterior. Este tubérculo é por vezes pouco aparente.
O tubérculo é ladeado adiante e atrás por duas goteiras largas e pouco profundas.
A goteira anterior dá passagem à veia subclácia (quando se faz um catéter central é
esta a veia em que o colocamos para conseguir atingir a aurícula direita. Em 4 a 6%
dos casos existe um situs inverso e então nesse local passa a aorta)
A goteira posterior dá passagem à artéria subclávia. Esta goteira situa-se exacta-
mente na porção média do corpo da costela.
Adiante da goteira anterior a face superior é rugosa e dá inserção ao ligamento cos-
to-clavicular e ao subclávio.
Para fora e para trás da goteira posterior existem rugosidades para a inserção do es-
caleno médio e do grande dentado.
Esta costela não tem goteira costal.

Extremidade Posterior
Na cabeça existe uma única faceta articular.
O colo é fino e achatado de cima para baixo.
A tuberosidade é uma saliência sobre o bordo externo da costela.
Ao longo do bordo externo da costela inserem-se o pequeno dentado posterior e su-
perior, por fora da tuberosidade e por dentro da tuberosidade insere-se o primeiro su-
pracostal.

2ª Costela

Orientação – a extremidade que apresenta duas facetas articulares nítidas é posterior, a


face que apresenta uma rugosidade é súpero-externa e a concavidade é interna.

As faces possuem uma orientação oblíqua, intermédia entre a da 1ª costela que é hori-
zontal e a da 3ª que é vertical.
Na face externa existe uma superfície rugosa para as inserções do escaleno posterior e
do grande dentado.
O pequeno dentado posterior e superior insere-se atrás do escaleno posterior, e o segun-
do supracostal insere-se no bordo superior do colo.
Esta costela não apresenta goteira costal.

11ª e 12ª Costelas

Orientação
11ª costela – a extremidade que apresenta uma faceta articular é posterior, a concavida-
de do osso é interna e o bordo que apresenta uma goteira é inferior.
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Filipa Ferreira

12ª Costela – a extremidade que apresenta uma faceta articular é posterior, a concavi-
dade do osso é interna e o bordo que tende a tornar-se côncavo é inferior.

Descrição

Estas costelas não possuem tuberosidade.


A cabeça possui apenas uma faceta articular
A 12ª costela não possui goteira costal nem ângulo posterior. O seu comprimento é va-
riável, quando é muito cura é quase horizontal.

CARTILAGENS COSTAIS

Prolongam as costelas adiante.


São constituídas por casrtilagem hialina semelhante à do lobo da orelha e do septo na-
sal.
São 24, sendo 12 de cada lado.
São achatadas e apresentam:
--- Face anterior – convexa
--- Face posterior – côncava
--- Bordo superior
--- Bordo inferior
--- Extremidade externa – introduz-se no escavado da extremidade anterior da costela
correspondente.
--- Extremidade interna – a das 7 primeiras cartilagens articula-se com o esterno, as da
8ª, 9ª e 10ª une-se ao bordo inferior da cartilagem suprajacente e a da 11ª e 12ª é afilada
e livre.
O comprimento aumenta da 1ª à 7ª costela e diminui desta à 12ª.
A sua direcção varia de cima para baixo:
--- a 1ª é oblíqua para baixo e para dentro, está articulada entre a clavícula e o esterno.
--- a 2ª e 3ª são quase horizontais
--- a 4ª é oblíqua para cima e para dentro
--- a 5ª, 5ª, 7ª, 8ª, 9ª e 10ª continuam a direcção da costela, ou seja dirigem-se par cima e
para dentro.
--- a 11ª e 12ª são curtas e prolongam a direcção das respectivas costelas (quando existe)
A 6ª, 7ª e 8ª cartilagens costais articula-se frequentemente entre si pelos seus bordos.

ARTROLOGIA DO TÓRAX
O tórax apresenta 5 grupos de articulações:
--- as articulações das costelas com a coluna vertebral
--- as articulações das costelas com as cartilagens costais
--- as articulações das cartilagens costais com o esterno
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Filipa Ferreira

--- as articulações das cartilagens costais entre si


--- as articulações entre as diferentes porções do esterno

Articulações Costo-Vertebrais
Articulações Costo Vertebrais propriamente ditas

Classificação – Artrodias (móveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies Articulares
Do lado das costelas, as facetas superior e inferior da cabeça das costelas que estão
separadas pela crista da cabeça da costela.
Do lado dos corpos vertebrais, encontramos duas hemi-facetas, uma na vértebra su-
prajacente e outra na vértebra infrajacente, separadas pelo disco intervertebral.

Meios de União
--- Cápsula articular
Pouco desenvolvida, encontra-se reforçada por dois ligamentos, o ligamento costo-
vertebral anterior ou radiário e o ligamento costo vertebral posterior.

--- Ligamento costo-vertebral anterior ou radiário


Insere-se na face anterior da cabeça da costela, irradiando depois para as porções das
vértebras adjacentes às hemifacetas e ao disco intervertebral.

--- Ligamento costo-vertebral posterior


Insere-se na porção posterior do colo da costela e na porção do corpo da vértebra
situada atrás da hemifaceta.

--- Ligamento Interósseo


Insere-se na crista costal e no disco intervertebral.
É inexistente nas articulações costo-vertebrais da 1ª, 10ª,11ª e 12ª costelas.
Divide es duas articulações secundárias cada articulação costo-vertebral e
frequentemente a porção posterior do ligamento não existe e as duas cavidades
comunicam entre si.

Sinoviais
Cada articulação costo-vertebral possui 2 sinoviais, separadas pelo ligamento interós-
seo. estas sinoviais comunicam entre si quando o ligamnto é incompleto.

Articulações costo-transversárias

Une a tuberosidade da costela à apófise transversa da vértebra correspondente

Classificação – artrodias (imóveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies articulares
São quase circulares e recobertas por cartilagem.
Do lado da costela, é a faceta articular localizada na tuberosidade.
Do lado da apófise transversa é a faceta costal situada na sua extremidade.
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Filipa Ferreira

Meios de União
--- Cápsula articular
Muito pouco desenvolvida e é reforçada por 4 ligamentos que são os seguintes.

--- Ligamento costo-transversário posterior


Ligamento que se insere no vértice da apófise transversa e na saliência súpero-externa
da tuberosidade da costela.

--- Ligamento costo-transversário superior


Insere-se no bordo superior do colo da costela e no bordo inferior da apófise transversa
da vértebra suprajacente

--- Ligamento costo-transversário inferior


Insere-se no bordo inferior da apófise transversa e no bordo inferior do colo da costela.

--- Ligamento costo-transversário interósseo


É um ligamento que se insere no colo da costela e na apófise tranversa vizinha

--- Ligamento Costo-Meniscal

--- Ligamento Costo-Laminar


Insere-se na face posterior do colo da costela até ao bordo inferior da lâmina vertebral

Sinovial
Reveste interiormente a cápsula articular

Articulações Condro-Costais
Articulações entre as costelas e as cartilagens costais

Classificação – gonfartroses ( imóveis, aderem por superfícies curvas)

Superfícies Articulares
Do lado da costela existe uma cavidade elipsóide na extremidade anterior
Do lado da cartilagem costal existe uma saliência convexa que penetra na cavidade cos-
tal.

Meios de União
São constituidos pela união entre o pericôndrio que envolve a cartilagem costal e o pe-
riósteo que envolve a costela.

Articulações Condro- Esternais


São as articulações entre as 7 primeiras cartilagens costais e o esterno.

Classificação – artrodias (móveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies articulares
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Filipa Ferreira

Do lado do esterno existem duas facetas planas, uma superior outra inferior, formando
um ângulo diedro. São revestidas por uma fina camada de fibrocartilagem.
Do lado da cartilagem costal existem também duas facetas, orientadas em sentido inver-
so.
Meios de União
--- Cápsula articular
Insere-se em volta das superfícies articulares. Une o pericôndrio da cartilagem, ao pe-
riósteo do esterno.

--- Ligamento radiário anterior


Reforça a cápsula adiante, inserindo-se na extremidade interna da cartilagem costal e na
face anterior do esterno. Este é mais desenvolvido que o posterior

--- Ligamento radiário posterior


Reforça a cápsula atrás e insere-se na extremidade interna da cartilagem costal e na face
posterior do esterno.

--- Ligamento interósseo


Insere-se na cartilagem costal e na fosseta articular do esterno. Divide a articulação em
duas cavidades, podendo estas comunicar caso a porção posterior do ligamento não
exista.

A 1ª cartilagem costal é unida por 2 ligamentos triângulares, uma anterior e outro pos-
terior – Sincondrose
A 7ª cartilagem costal apresenta um ligamento condro-xifóideu que vai da 7ª cartila-
gem costal do lado esquerdo à cartilagem costal correspondente do lado direito.

Sinoviais
São rudimentares, podendo-se encontrar uma ou duas

Articulações Inter-Condrais
Existem entre a 6ª, 7ª e 8ª cartilagens costais e por vezes com a 5ª e a 9ª.

Classificação – Artrodias (móveis, aderem por superfícies planas)

Superfícies articulares
Encontram-se situadas na porção média das cartilagens, unindo os bordos adjacentes
destas cartilagens e são constituidas por superfícies articulares planas.

Meios de União
Constituídos por pericôndrio que se estende de uma cartilagem costal à outra

Sinovial
É muito rudimentar, instalando-se na superfície interior do pericôndrio.

Articulações esternais
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Filipa Ferreira

Articulação esternal superior

Entre o punho e o corpo do esterno

Classificação- anfiartrose (imóvel, adere por superfícies planas)


Superfícies articulares e meios de união
Cada uma das duas porções do esterno apresenta uma faceta elipsóide de grande eixo
transversal. Estas facetas estão revestidas por cartilagem.
Estas facetas estão unidas por um ligamento interósseo que é revestido adiante e atrás
por uma lãmina fibrosa em continuidade com o periósteo das peças ósseas vizinhas.

Articulação esternal inferior

Entre o corpo e o apêndice xifóideu

Classificação- anfiartrose (imóvel, sdere por superfícies planas)

Superfícies articulares e meios de união


As duas peças ósseas apresentam facetas articulares, que estão unidas por intermédio de
um ligamento interósseo.
O periósteo passa directamente do corpo ao apêndice xifóideu.
A ossificação invade progressivamente esta articulação que geralmente se encontra
completamente ossificada no idoso.

TÓRAX EM GERAL
A porção dorsal ou toráxica da coluna vertebral, as costelas, as cartilagens costais e o
esterno constituem o tórax ou cavidade toraxica.

Configuração Exterior

A caixa torácica tem a forma de um cone de base inferior, ligeiramente achatado de di-
ante para trás.
Apresenta 4 faces, uma posterior, uma anterior e duas laterais, uma base ou orifício in-
ferior e um vértice ou orifício superior

Face anterior
É limitada lateralmente pelos ângulos anteriores das costelas.
Inclinada de cima para baixo e de trás para diante, vai alargar-se gradualmente de cima
para baixo.
Apresenta na linha mediana o esterno, sobre os seus limites laterais encontram-se as
cartilagens costais e a porção anterior das 8 a 9 primeiras costelas

Face Posterior
É limitada lateralmente pelos ângulos posteriores das costelas.
Nesta face é visível, de dentro para fora, as apófises aspinhosas, as goteiras vertebrais
e a porção posterior das costelas, desde a sua extremidade dorsal até ao ângulo poste-
rior.
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Filipa Ferreira

Faces Laterais
São costituidas pelos segmentos das costelas compreendidos entre os ângulos posteri-
or e anterior.
As 12 costelas formam os arcos costais.
São convexas e alargam-se progressivamente da 1ª à 7ª costela e diminuem progressi-
vamente da 7ª à 12ª.
Os espaços intercostais aumentam de altura de trás para diante.

Orifício Superior ou Opérculo


É limitado de diante para trás: pela fúrcula do esterno, pelo bordo interno da primeira
costela e pelo corpo da 1ª vértebra toráxica.
É elíptico e o seu maior eixo é transversal.
O seu bordo posterior apresenta uma larga chanfradura mediana definida pela saliên-
cia da primeira vértebra dorsal.
Este orifício está num plano oblíquo para baixo e para diante.
Diâmetro ântero-posterior – 6cm
Diâmetro transverso – 10cm

Orifício Inferior
É limitado, de diante para trás: pelo apêndice xifóideu, belo bordo inferior das 6 últi-
mas cartilagens costais, pela 12ª costela e pelo corpo da 12ª vértebra dorsal.
Este orifício olha para baixo e para diante, isto deve-se ao facto do seu contorno anterior
apresentar uma larga chanfradura designada ângulo xifóideu.
Este ângulo é limitado lateralmente pelas cartilagens das falsas costelas e o seu vértice é
ocupado pelo apêndice xifóideu. Mede cerca de 70 a 75º.
Diâmetro ântero-posterior – 12cm
Diâmetro transverso – 26cm

Configuração Interior

As faces anterior e laterais da superfície interior do tórax reproduzem, com as curvatu-


ras inversas, a configuração das faces correspondentes da superfície exterior.
A face posterior apresenta:
--- uma saliência mediana formada pelos corpos vertebrais
--- as goteiras pulmonares, largas e profundas, localizadas de um e outro lado da colu-
na dorsal, destinadas a receber o bordo posterior dos pulmões.

Aspectos Funcionais
Os movimentos do tórax resultam da combinação dos movimentos que executam as
diversas articulações, que unem entre si os ossos e as cartilagens toráxicas.
As articulações costo-vertebrais propriamente ditas executam movimentos de inclina-
ção lateral extensos e de deslizamento de diante para trás muito limitados.
As articulações costo-transversárias dão origem a movimentos de deslizamento de
pequena amplitude.
As articulações costo-condrais, condro-esternais e intercondrais originem movimen-
tos de deslizamento pouco extensos.
A articulação esternal superior dá origem a movimentos de inclinação para a frente e
para trás.
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Filipa Ferreira

O tórax apresenta movimentos de dilatação ou de inspiração e expiração.


O movimento de inspiração origina a elevação das costelas e a deslocação da sua ex-
tremidade anterior para diante e para fora, aumentando os diâmetros ântero-posterior e
transversal.
O movimento de expiração conduz ao abaixamento das costelas, que leva à diminuição
dos diâmetros ântero-posterior e transversal.

ESQUELETO E ARTROLOGIA DO MEMBRO SU-


PERIOR

ESQUELETO DA ESPÀDUA
A espádua ou cintura escapular une o braço ao tórax, é formada por dois ossos: a claví-
cula anteriormente e a omoplata posteriormente

CLAVÍCULA
Classificação – par e longo
Localização – situa-se na porção ântero-superior do tórax
Orientação – Das duas extremidades a mais achatada é externa. Das duas faces dessa
extremidade a mais rugosa é inferior. Dos dois bordos relacionados com essa extremi-
dade, o côncavo é anterior. Dá-se ao osso uma ligeira inclinação para diante, para baixo
e para dentro.
Conexões
com o esterno
com a primeira cartilagem costal
com a omoplata, mais concretamente com o acrómio

Descrição
A clavícula é contornada em S itálico. Descreve duas curvas: uma interna, côncava para
trás, outra externa côncava para diante
Está achatada de cima para baixo. Este achatamento é mais pronunciado externamente
que internamente, onde a clavícula apresenta uma forma regularmente cilindrica.
Este osso apresenta 2 faces, 2 bordos e 2 extremidades

Face Superior
É lisa em quase toda a sua extensão.
Possui apenas algumas rugosidades inconstantes onde se inserem o esterno-cleido-
mastoideu internamente, o trapézio atrás e externamente e o deltóide anteriormente e
externamente.

Face Inferior
Apresenta na sua porção média uma depressão alongada segundo o grande eixo da cla-
vícula, denominada de goteira do subclávio, que por vezes é pouco aparente, e que dá
inserção ao músculo com o mesmo nome.
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Filipa Ferreira

Ainda na porção média é possivel observar o buraco nutritivo que abre ou na goteira
ou atrás desta.
Na extremidade interna existe uma pequena superfície rugosa, a tuberosidade costal
que dá insersão superior ao ligamento costo-clavicular (a insersão inferior está na face
superior da 1ª costela)
Perto da extremidade externa, existe um conjunto de rugosidades que têm o nome de
tuberosidade coracoideia, sobre a qual se inserem os ligamentos trapezóide e conóide.
A tuberosidade coracoideia compreende dois segmentos: um anterior, triângular que se
estende do bordo anterior ao bordo posterior, onde se linsere o ligamento trapezóide;
outro posterior, curto, onde se insere o ligamento conóide, que dá continuidade ao
segmento anterior ao longo do bordo posterior.
Normalmente a linha de inserção do ligamento conóide é inteiramente ocupada por uma
saliência muito visível, o tubérculo conóideu.

Bordo Anterior
Nos 2/3 internos é espesso, convexo e dá inserção ao grande peitoral.
O terço externo é fino, côncavo e tem rugosidades onde se inserem os feixes anteriores
do deltóide

Bordo Posterior
Nos 2/3 internos é espesso, côncavo e liso e na sua porção interna dá inserção ao ester-
no-cleido-mastoideu.
No terço externo é convexo e rugoso, dando inserção aos feixes claviculades do trapé-
zio.

Extremidade Externa
Achatada de cima para baixo.
Apresenta uma faceta articular elíptica, alongada de diante para trás, talhada em bisel à
custa da face inferior do osso.
Esta face articula-se com uma outra, inversamente orientada, existente ao nível do
acrómio (omoplata).

Extremidade Interna
É a porção mais volumosa do osso.
Apresenta na porção ântero-inferior uma faceta articular, triângular e côncava no sen-
tido ântero-posterior, convexa verticalmente.
Esta superfície prolonga-se sobre a face inferior do osso , formando um ângulo diedro
saliente que corresponde à superfície articular formada pelo esterno e pela primeira car-
tilagem costal (que tem forma de ângulo diedro reentrante).
Para cima e para trás da superfície articular estende-se uma superfície rugosa onde se
insere a fibrocartilagem interarticular e os ligamentos.

OMOPLATA
Classificação- par e achatado
Localização- Está sobre a porção posterior e superior do tórax, atrás das 7 primeiras
costelas.
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Filipa Ferreira

Orientação – A face côncava é anterior. Dor três bordos o mais curto é superior. Os três
ângulos o que possui uma faceta articular nítida é externo e olha um pouco para diante.
Conexões:
com a clavícula
com o úmero

Descrição
Na omoplata destinguem-se 2 faces, 3 bordos e 3 ângulos.

Face Anterior
É escavada em quase toda a sua extensão e tem o nome de fossa infra-escapular.
Na união do ¼ superior com os ¾ inferiores a depressão é mais acusada e ângulosa.
Abaixo desta depressão a fossa é atravessada por 3 ou 4 cristas que irradiam do colo da
omoplata para o bordo interno do osso, onde se inserem as lâminas tendinosas do
músculo infra-escapular.
No limite externo da fossa infra-escapular existe uma saliência alongada, semicilíndrica,
paralela ao bordo externo da omoplata que tem o nome de pilar da omoplata.
Esta saliência forma o lábio interno da goteira do bordo axilar, que está compreendida
ente o pilar da omoplata e o bordo externo do osso. Nesta goteira inserem-se os feixes
inferiores do músculo infra-escapular.
Para dentro da fossa infra-escapular, existe ao longo do bordo interno da omoplata, per-
to de cada uma das extremidades deste bordo, uma superfície rugosa triângular na
qual se insere o músculo grande dentado.
Este músculo insere-se ainda sobre uma crista descontínua que percorre o bordo in-
terno entre as superfícies referidas.

Face Posterior
Divide-se em duas porções por uma saliência transversal, a espinha da omoplata.
Acima da espinha existe a fossa supra-espinhosa, abaixo encontra-se a fossa infra-
espinhosa.

Espinha da omoplata
A espinha da omoplata é uma lâmina óssea, triângular implantada transversalmente so-
bre a face posterior da omoplata na união do quarto superior com os ¾ inferiores.
Pelas suas duas faces a espinha contribui para a formação das fossas supra e infra-
espinhosas.
As duas faces são lisas.
--- Face superior – é escavada em goteira nos seus 2/3 externos
--- Face inferior – escavada em forma de goteira nos 2/3 internos
--- Bordo anterior – une-se à omoplata
--- Bordo externo – côncavo e liso, continua com a face inferior do acrómio
--- Bordo posterior – localizado sob os tegumentos, é espesso e rugoso. Divide-se por
uma crista em duas vertentes:
a) vertente superior – dá inserção ao trapézio
b) vertente inferior – dá inserção ao deltóide.
Apresenta uma saliência eliptica na sua porção mediana, o tubérculo do trapézio
que dá inserção a numerosos feixes do trapézio.
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Filipa Ferreira

Na sua extremidade interna apresenta uma superfície triângular onde deslizam os


feixes tendinosos deste músculo.
A espinha da omoplata é continuada para fora por uma apófise, o acrómio.

Acrómio
É achatado no sentido inverso ao da espinha.
Apresenta 2 faces e 2 bordos
Face Superior – rugosa, parece resultar do alargamento do bordo posterior da es-
pinha.
Face Inferior – côncava e lisa, parece resultar do alargamento do bordo externo da
espinha
Bordo Interno – dá seguimento ao lábio superior do bordo posterior da espinha.
É ocupado sobre 2/3 da sua extensão por uma faceta articular elíptica que olha para
dentro e para cima, que se articula com a faceta articular da extremidade externa da
clavicula.
Bordo externo – prolonga o lábio inferior do bordo posterior da espinha da omo-
plata. Sobre ele inserem-se os feixes médios do deltóide.
Os dois bordos do acrómio unem-se adiante formando um ângulo arredondado, de-
nominado de vértice do acrómio

Fossa supra-espinhosa
É uma goteira de superfície lisa, mais larga mas menos profunda internamente que
externamente.
Dá inserção ao músculo supra espinhoso

Fossa infra-espinhosa
É dividida por uma crista que percorre o bordo externo do osso em duas porções:
Porção Interna – representa cerca de ¾ da fossa infra-espinhosa e dá insersão ao
músculo infra espinhoso. É saliente e convexa nos seus ¾ internos e externamente
é escavada em goteira.
Porção Externa – subdividída por uma crista oblíqua para baixo e para dentro em
duas zonas secundárias:
a) zona superior – onde se insere o músculo pequeno redondo. Esta superfície
pode ser dividida por uma goteira vascular que dá passagem a um ramo da
veia e da artéria escapulares inferiores
b) zona inferior – onde se insere o músculo grande redondo

Bordo Superior ou Cervical


É curto e fino.
Termina externamente numa chanfradura, a chanfradura coracoideia, pela qual passa
o nervo supra-escapular.
Por cima da chanfradura passa o ligamento coracóideu e por cima deste passa a artéria
supra-escapular.
Para dentro da chanfradura este bordo dá inserção ao músculo omo-hioideu.

Bordo Interno ou Espinhal


É o mais longo dos três.
Desenha uma ângulo muito aberto para fora cujo vértice corresponde à extremidade
interna da espinha da omoplata.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Acima da espinha insere-se o músculo pequeno rombóide, abaixo da espinha insere-se


o músculo grande rombóide.

Bordo Externo ou Axilar


É representado por uma crista óssea que separa a goteira do bordo axilar das superfícies
de inserção dos músculos grande e pequeno redondo.
Esta crista termina em cima numa superfície rugosa, triângular, a tuberosidade infra-
glenoideia, sobre a qual se fixa o tendão da longa porção do trícipete braquial.

Ângulo Superior
Está na junção do bordo superior e do bordo interno.
Dá inserção ao músculo ângular da omoplata.

Ângulo Inferior
Está na junção do bordo interno com o bordo externo.
Projecta-se ao nível do 7º espaço intercostal
Sobre ele insere-se, por vezes, um pequeno feixe do grande dorsal

Ângulo Externo
Apresenta a cavidade glenoideia da omoplata, o colo da omoplata e a apófise cora-
coideia.

Cavidade Glenoideia
É uma superfície articular côncava, ovalar, com extremidade inferior.
Olha para diante e para cima, articula-se com a cabeça do úmero.
O centro da cavidade glenoideia apresenta uma saliência arredondada, o tubérculo gle-
noideu.
Sobre o bordo anterior da cavidade existe uma depressão larga e pouco profunda deno-
minada de chanfradura glenoideia.
Imediatamente acima da cavidade glenoideia existe uma superfície rugosa saliente, o
tubérculo supra-glenoideu, sobre o qual se fixa a longa porção do bícipete braquial.
Abaixo da cavidade localiza-se a tuberosidade infra-glenoideia que termina em cima o
bordo externo da omoplata e onde se insere a porção longa do trícipete braquial.

Colo da Omoplata
A cavidade glenoideia é suportada por um colo espesso, curto e achatado de diante para
trás.
A face posterior do colo desenha uma goteira que faz comunicar, para fora da espinha
as fossas infra e supra-espinhosas.

Apófise Coracoideia
Implanta-se na face superior do colo, por dentro do tubérculo supra-glenoideu.
Tem a forma de um dedo semi-flectido.
Dirige-se primeiro para cima e para diante e depois para fora e para diante.
Apresenta dois segmentos:
--- Segmento Vertical – une-se ao colo da omoplata por uma base larga
--- Segmento Horizontal :
-- face inferior côncava e lisa
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

-- face superior convexa e rugosa, onde se inserem anteriormente o pequeno


peitoral e posteriormente os ligamentos conóide e trapezóide.
-- bordo externo sobre o qual se inserem os ligamentos acrómio-coracoideu e
córaco-umeral.
-- bordo interno que dá insersão ao pequeno peitoral adiante e aos ligamentos
córaco-claviculares atrás
-- um vértice arredondado e rugoso onde se insere o tendão comum da curta
porção do bícipete e do córaco-braquial

ARTROLOGIA DA ESPÀDUA

Articulação Acrómio-Clavicular
Classificação – artrodia ou meniscartrose

Superfícies Articulares
Existe uma superfície articular na extermidade externa da clavícula e outra na porção
mais anterior do bordo interno do acrómio.
As duas são elípticas e alongadas de diante para trás, mas a superfície acromial olha
para cima e para dentro e a superfície clavicular tem orientação inversa.
As duas superfícies articulares são revestidas por uma cartilagem hialina bastante irre-
gular.
Por vezes existe um menisco incompleto que facilita a adaptação das superfícies articu-
lares.

Meios de União
Cápsula articular
Envolve completamente a articulação inserindo-se muito perto do revestimento fibro-
cartilagíneo. É reforçada na porção anterior pelo ligamento acrómio-clavicular.

Menisco
O menisco articular facilita a coadaptação das duas superfícies articulares, existindo
apenas em 2/3 dos casos.
Pode ser completo, e nesse caso divide a cavidade articular em duas cavidades secundá-
rias.
Pode ser perfurado, estabelecendo então a comunicação entre as duas cavidades articu-
lares secundárias.

Ligamentos
Ligamento acrómio-clavicular – encontra-se na porção superior da cápsula, sendo
constituido por um plano profundo e outro superficial.
O plano profundo é um espessamento da cápsula articular e o plano superficial é consti-
tuido por feixes fibrosos que se dirigem oblíquamente para trás e para a dentro.
Estes feixes fibrosos resultam da transformação fibrosa das fibras do trapézio que nas-
cem do acrómio. As fibras separam-se do músculo determinando assim uma inserção
secundária sobre a clavicula.

Sinovial
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Reveste a face profunda da cápsula.


É dupla quando existe um menisco, perfurado ou não.

Mecanismo Articular
A articulação acrómio-clavicular executa movimentos de deslizamento em todos os
sentidos, sendo os mais extensos aqueles que se fazem em torno de um eixo vertical.
Estes movimentos fazem com que as superfícies articulares da clavícula e do acrómio
deslizem de diante para trás e de trás para diante, determinando a abertura ou o en-
cerramento do ângulo omo-clavicular.

Ligamentos Córaco-Claviculares
A clavícula está ligada à apófise coracoideia por intermédio de 4 ligamentos.

Ligamento Trapezóide
Tem uma forma quadrilátera, estende-se desde a metade posterior do bordo interno e
ao longo da face superior da apófise coracoideia até à face inferior da clavícula,
mais concretamente até ao segmento anterior da tuberosidade coracóideia, junto da ex-
termidade externa deste osso.
Este ligamento é obliquo orientando-se de cima para baixo e de fora para dentro.
É formado por 2 folhetos muitas vezes pouco distintos em cima mas separados em bai-
xo, perto da apófise coracóideia, por um tecido celular laxo que contém muitas vezes
uma bolsa serosa.

Ligamento Conóide
Tem uma forma triângular.
Situa-se atrás do ligamento trapezóide.
Estende-se da extremidade posterior da apófise coracoideia até à porção posterior
da tuberosidade coracoideia da face inferior da clavícula.

Os ligamentos trapezóide e conóide estão dispostos sobre dois planos quase perpendicu-
lares. No conjunto formam as paredes de um ângulo diedro aberto para dentro e para
diante. Este espaço é preenchido por tecido célulo-adiposo que por vezes é atravessado
por feixes ligamentosos córaco-claviculares e que por vezes é septado por um prolon-
gamento da aponevrose clavi-peitoral.

Ligamento Córaco-Clavicular Interno


Quando existe, estende-se desde o bordo interno da apófise coracoideia, adiante da
insersão do ligamento trapezóide, até ao lábio anterior da goteira do subclávio (face
inferior da clavícula).
Frequentemente surge como um feixe espesso da aponevrose clavi-peitoral.
Por vezes apresenta uma espansão que se estende quase até às inserções costais do sub-
clávio (1ª costela). Esta disposição foi descrita com o nome de ligamento bicórneo de
Caldani.

Ligamento Córaco-Clavicular Externo


Insere-se na apófise coracóideia para fora do ligamento córaco-clavicular interno, até
ao lábio anterior da goteira do subclávio (face inferior da clavícula).
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Este ligamento é frequentemente uma porção terminal da aponevrose clavi-peitoral,


divide o espaço angular entre os ligamentos conóide e trapezóide.

Ligamentos Intrínsecos da Omoplata

Ligamento Córaco-Acromial
Tem uma forma triângular.
Vai desde o vértice do acrómio ao bordo externo da apófise coracoideia.
A sua face anterior corresponde à articulação escápulo-umeral e aos músculos periarti-
culares, dos quais se separa por uma bolsa serosa designada por bolsa infra-acrómio-
coracoideia ou subdeltoideia.
Este ligamento conjuntamente com o acrómio e a apófise coracoideia constituem, por
cima da articulação escápulo-umeral, uma abóbada osteofibrosa.

Ligamento Coracoideu
É uma lâmina fibrosa que se estende de uma extremidade à outra da chanfradura
coracoideia, transformando-a num buraco que estabelece a comunicação entre as fos-
sas supra-espinhosa e infra-escapular. Este buraco dá passagem ao nervo supra-
escapular

Ligamento Espino-glenoideu
Estende-se desde o bordo externo da espinha da omoplata, por cima da sua implanta-
ção, até ao rebordo posterior da cavidade glenoideia.
Passa por cima da goteira desenhada pelo colo da omoplata, passando a limitar um ori-
fício que dá passagem aos vasos e nervos supra-escapulares que se dirigem da fossa
supra-espinhosa para a fossa infra-espinhosa.

Articulação Esterno-Condro-Clavicular
Une a extremidade interna da clavícula com o esterno e a primeira cartilagem costal.

Classificação – menisco-efipiartrose

Superfícies Articulares
No esterno encontra-se, de cada lado da fúrcula esternal, uma faceta que olha para
cima, para trás e para fora.
Na clavícula encontra-se uma faceta na porção ântero-inferior da extremidade interna
que olha para dentro, para baixo e um pouco para diante.
Na primeira cartilagem costal encontra-se uma faceta situada na extremidade inter-
na da face superior.
As superfícies articulares estão revestidas por uma camada de fibro-cartilagem.

Menisco Interarticular
As superfícies articulares não se coadaptam totalmente, sendo a concordância restabele-
cida por intermédio de um menisco interarticular que se vai moldar sobre as facetas
articulares.
Insere-se pelo seu bordo circunferencial na cápsula e nos ligamentos da articulação e
ainda em cima na clavícula e em baixo sobre a primeira cartilagem costal.
É mais espesso na periferia que no centro.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

O menisco vai dividir a cavidade articular em duas porções: uma menisco-esternal en-
tre o esterno e o menisco, e outra menisco-clavicular entre o menisco e a clavícula.
Este menisco é muito variável podendo ser perfurado.

Meios de União
A cápsula articular encontra-se reforçada por 4 ligamentos.

Ligamento Anterior
Estende-se da face anterior da extremidade interna da clavícula até à face anterior
do punho do esterno.
Dirige-se oblíquamente para baixo e para dentro

Ligamento Posterior
Encontra-se na face posterior da articulação, estendendo-se desde a face posterior da
extremidade interna da clavícula até à face posterior do punho do esterno.
Dirige-se oblíquamente para baixo e para dentro.

Ligamento Superior
Estende-se desde a extremidade interna da clavícula até à fúrcula esternal.
Por vezes este ligamento continua-se com o ligamento superior oposto, constituindo o
ligamento interclavicular. O bordo inferior é aderente à fúrcula esternal e apresenta
frequentemente 1 ou 2 orifícios vasculares.

Ligamento Inferior ou condro-clavicular


Distinguem-se duas lâminas neste ligamento, uma anterior e outra posterior.
A lâmina anterior em continuação com o folheto anterior da bainha do subclávio não
tem textura ligamentosa.
A lâmina posterior compõe o ligamento condro-clavicular propriamente dito.
Este ligamenteo estende-se da porção mais externa da primeira cartilagem costal até
á extremidade interna da face inferior da clavícula.

Sinovial
Encontram-se normalmente duas sinoviais, sindo uma interna entre o menisco e esterno
e outra externa entre o menisco e a clavícula.
A sinovial menisco-clavicular é mais extensa e mais laxa que a menisco-esternal permi-
tindo assim movimentos de maior amplitude.

ÚMERO
Classificação – par e longo
Localização –
Classificação – a extremidade que apresenta uma superfície articular em forma de ca-
beça é superior, sendo esta interna. Nesta extremidade existem duas tuberosidades das
quais a menor é anterior. Dá-se ao osso uma ligeira inclinação para baixo e para dentro.
Conexões:
com o omoplata
com o rádio
com o cúbito
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Descrição
Apresenta um corpo e duas extremidades.

Corpo

Também denominado de diáfase, é quase rectilíneo.


Parece contudo torcido sobre o seu eixo na sua porção média.
É irregularmente cilíndrico em cima e prismático triângular em baixo, o que permite a
descrição de três faces e três bordos.
Face ântero-externa
Olha para fora e um pouco para diante.
Acima da sua porção média existe uma crista rugosa, oblíqua para cima e para trás.
Esta crista desenha, com a porção correspondente do bordo anterior do osso, um V aber-
to para cima, denominado de V deltoideu ou impressão deltoideia porque dá inserção
ao músculo deltóide.
Abaixo do V deltoideu, a superfície óssea é lisa e dá inserção ao músculo braquial an-
terior.
Nesta região ela é ligeiramente deprimida numa goteira oblíqua para baixo e para dian-
te.

Face ântero-interna
Olha para dentro e para diante.
Observa-se em cima a porção inferior da goteira bicipital por onde passa um ramo da
artéria circunflexa anterior e onde passa o tendão da longa porção do bícipete bra-
quial.
A goteira bicipital é encerrada pelo ligamento transverso de Gordon-Prodi formando
um canal.
Na sua porção média fica uma pequena superfície rugosa junto ao bordo interno do
osso, a impressões da inserção do córaco-braquial.
Abaixo e adiante deste impressão situa-se o buraco nutritivo do osso.
Também existe uma superfície lisa que se estende por toda a metade inferior da face
interna sobre a qual se inserem os feixes internos do braquial anterior.
Muito raramente existe na porção inferior desta face uma saliência denominada apófise
supra-epitroclear.

Face Posterior
Divide-se em duas porções por uma goteira larga, pouco profunda, a goteira radial, em
concordância com o nervo radial e os vasos umerais profundos
Esta goteira atravessa o terço médio da face posterior de dentro para fora e de cima para
baixo.
Acima e para fora desta goteira insere-se o músculo vasto externo e para baixo e para
dentro insere-se o vasto interno, que fazem parte do trícipete braquial
Na goteira progridem o nervo radial e os vasos umerais profundos.

Bordo Anterior
É rugoso na porção superior.
Confunde-se em cima com o lábio anterior da goteira bicipital e, mais abaixo, com o
ramo anterior do V deltóideu.
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Filipa Ferreira

Na metade inferior este bordo é arredondado e dá inserção ao braquial anterior e divi-


de-se na extremidade inferior em dois ramos que delimitam a fossa coronoideia.

Bordo Externo
É pouco nítido em cima, interrompido na porção média pela goteira radial, e saliente
em baixo, por baixo desta goteira.
Sobre este bordo inserem-se em baixo o septo intermuscular externo, o longo supi-
nador e o primeiro radial.

Bordo Interno
É pouco definido em cima, saliente na porção inferior.
Dá inserção ao septo intermuscular interno.

Extremidade Superior

Apresenta 3 saliências: uma interna, que é articular e denominada de cabeça do úmero;


e duas não articulares, o troquíter e o troquino, situados para fora e para diante da cabe-
ça do úmero.

Cabeça do Úmero
Arredondada e lisa.
O seu diâmetro vertical é um pouco maior que o ântero-posterior.
A cabeça umeral olha para dentro, para trás e para cima.
O seu eixo oblíquamente dirigido para fora e para baixo forma com o corpo do osso um
ângulo de aproximadamente 130º.
A cabeça do úmero articula-se com a cavidade glenoideia do omoplata.
Está separada do troquíter e do troquino por um sulco circular, o colo anatómico.
O lábio interno deste colo forma o contorno interno da cabeça umeral. Este contorno
apresenta acima do troquino uma fosseta supra-tubercular, denominada de impressão
de inserção supra-troquiniana do ligamento gléno-umeral superior.

Troquíter ou grande tuberosidade


Está localizado externamente à cabeça sobre o prolongamento da porção externa do
corpo do osso.
Apresenta sobre as suas faces superior e posterior três facetas dispostas de diante para
trás, uma no seguimento da outra.
A faceta superior olha para cima e dá inserção ao músculo supra-espinhoso.
A faceta média é inclinada para baixo e para trás e dá inserção ao infra-espinhoso.
A faceta posterior olha sobretudo para trás e dá inserção ao pequeno redondo. Esta
faceta é continuada para baixo por uma saliência alongada sobre a qual se inserem os
feixes inferiores do pequeno redondo.

Troquino ou pequena tuberosidade


Encontra-se na face anterior do osso, internamente ao troquíter, do qual está separado
pela porção superior da goteira bicipital
Sobre o troquino insere-se o músculo infra-escapular cujo tendão se liga a uma im-
pressão súpero-interna da tuberosidade.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Abaixo desta superfície de inserção a saliência do troquino retrai-se para baixo para se
continuar com a crista infra-troquiniana que prolonga o bordo anterior do osso.

Tal como foi referido o troquíter e o troquino estão separados pela goteira bicipital, na
qual passa o tendão da longa porção do bicípete e um aramo da artéria circunflexa
anterior.
A goteira bicipital continua sobre a face anterior do osso entre duas cristas rugosas.
A crista anterior ou externa designada de crista infra-troquiteriana prolonga para bai-
xo o bordo anterior do troquíter e continua com o bordo anterior do corpo. Nela se inse-
re o tendão do grande peitoral.
A posterior ou interna, designada de crista infra-troquiniana dá inserção ao músculo
grande redondo, de tal modo que o grande dorsal se fixa no interstício da goteira
bicipital.

Dá-se o nome de colo cirúrgico do úmero ao segmento do osso que une o corpo à ex-
tremidade superior.
Extremidade Inferior

É achatada de diante para trás.


Diâmetro transversal muito superior ao ântero-posterior.
Recurvada para diante de tal modo que a porção anterior encontra-se inteiramente adi-
ante do eixo do corpo.
Nesta extremidade existe uma porção média, articular, e duas saliências laterais ou
apófises determinadas por inserções musculares e ligamentosas.

Superfície Articular
Une-se aos dois ossos do antebraço.
É uma superfície contínua, irregular.

Tróclea Umeral
Constitui a porção interna da superfície articular e tem forma de roldana.
Em baixo a vertente interna é mais extensa que a externa e desce mais abaixo que esta.
A garganta da roldana é inclinada de cima para baixo e de fora para dentro tanto na face
inferior como na face posterior da tróclea umeral. No entanto esta inclinação não é sem-
pre a mesma, nalguns casos a garganta da tróclea descreve um arco de hélice.
A tróclea umeral articula-se com a grande cavidade sigmoideia do cúbito.
A tróclea é sobremontada adiante e atrás por duas depressões ou fossetas.
A depressão anterior, a fosseta coronoideia ou supra-troclear, articula-se com a ex-
tremidade anterior da apófise coronoideia da omoplata nos movimentos de flexão do
antebraço sobre o braço.
A depressão posterior designada de cavidade ou fossa olecraniana, mais profunda que
a anterior, recebe a extremidade superior do olecrânio nos movimentos de extensão
do antebraço.

Côndilo do Úmero
É uma eminência arredondada e lisa, que olha para baixo e sobretudo para diante.
Articula-se com a cúpula do rádio.
Acima dele existe uma depressão, a fosseta radial ou supra-condiliana, destinada a
receber o rebordo anterior da cúpula radial nos movimentos de flexão do antebraço.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

As fossetas supra-troclear e supra-condiliana estão separadas por uma crista vertical


mais ou menos acentuada.
A goteira côndilo-troclear está situada entre a tróclea e o côndilo. É formada por uma
vertente condiliana e uma vertente troclear. A vertente troclear designa-se de zona co-
nóide.
Nesta goteira desliza o rebordo interno da cúpula do rádio.
Ela prolonga-se sobre a face posterior do osso sob a forma de um sulco rugoso que la-
deia a saliência formada pela porção posterior da vertente externa da tróclea.

Apófises Laterais
Localizam-se acima das extremidades laterais da superfície articular.
A interna designa-se de epitróclea e a externa de epicôndilo.

Epitróclea
Está situada para cima e para dentro da tróclea, na extremidade inferior do bordo interno
do osso.
É muito saliente, achatada de diante para trás.
A face anterior e o vértice desta apófise dão inserção aos músculos epitrocleares.
Estes músculos inserem-se por um tendão comum cuja porção superficial é formada de
fora para dentro e de cima para baixo, pelo redondo pronador, grande palmar, pe-
queno palmar e cubital anterior.

RP
Mnemónica GP
PP
CA

A porção profunda do tendão é formada pelo flexor comum superficial.


A face posterior é lisa, frequentemente escavada em goteira vertical, que é percorrida
pelo nervo cubital.
O bordo inferior da inserção ao ligamento lateral interno da articulação do cotove-
lo.

Epicôndilo
É uma eminência rugosa, muito menos saliente que a epitróclea, localizado para cima e
para fora do côndilo do úmero, na extremidade inferior do bordo externo do corpo do
úmero.
Dá inserção ao ligamento lateral externo e aos músculos epicondilianos.
À excepção do ancóneo que se insere isoladamente na porção posterior do côndilo, os
músculos epicondilianos inserem-se adiante do acóneo, por um tendão comum cuja
porção superfícial é formada de diante para trás pelo segundo radial, extensor comum
dos dedos, extensor próprio do dedo mínimo e cubital posterior, de tal forma que a
porção profunda é constituida pelo curto supinador.

OSSOS DO ANTEBRAÇO
O esqueleto do braço é formado por dois ossos longos colocados paralelamente: o cúbi-
to internamente e o rádio externamente.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Estes dois ossos articulam-se entre si pelas suas extremidades e estão separados no resto
da sua extensão por um espaço elíptico, o espaço interósseo.
O cúbito ultrapassa o rádio na extremidade superior mas a extremidade inferior do rádio
é mais volumosa e descende mais abaixo que a do cúbito.
Ainda assim o cúbito é mais longo que o rádio.

CÚBITO
Localização – tem uma posição interna relativamente ao rádio, entre a tróclea umeral e
o carpo.
Classificação – par e longo
Orientação – a extremidade mais volumosa é superior. Essa extremidade apresenta uma
grande chanfradura semilunar que é anterior e outra mais pequena que é externa.
Conexões:
com o úmero
com o rádio
com o piramidal (do qual está separado por uma fibrocartilagem)

Descrição

Apresenta um corpo e duas extremidades.

Corpo

Não é exactamente rectilíneo, desenha uma ligeira curvatura de concavidade anterior.


É mais volumoso em cima que em baixo, prismático triângular nos ¾ superiores, irregu-
larmente cilindrico no ¼ inferior.
Apresenta 3 faces e três bordos.

Face Anterior
É ligeiramente escavada nos ¾ superiores onde se insere o músculo flexor comum
profundo dos dedos.
É arredondado no seu ¼ inferior e apresenta a este nível rugosidades que dão inserção
aos feixes tendinosos do quadrado pronador.
Estas rugosidades representam no seu conjunto a porção inferior de uma crista oblíqua
para baixo e para dentro que percorre o ¼ inferior do corpo do cúbito e que se confunde
em baixo com o bordo anterior do osso.
Um pouco acima da porção média do osso localiza-se o buraco nutritivo.

Face Posterior
Olha para trás e um pouco para fora.
É dividida por uma crista longitudinal, quase paralela ao bordo externo, em duas por-
ções
--- Porção Interna
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Ligeiramente escavada, é subdividida na sua porção superior em duas superfícies


secundárias por uma crista oblíqua para baixo e para dentro.
Esta crista nasce em cima a partir de uma aresta saliente que ladeia atrás a superfí-
cie infra-sigmoideia.
Acima da crista oblíqua existe uma superfície triângular onde se insere o músculo
ancóneo; abaixo, a face posterior corresponde ao músculo cubital posterior.
--- Porção Externa
É atravessada por cristas oblíquas para baixo e para fora que separam as zonas de
inserção dos músculos longo abdutor do polegar, curto extensor do polegar,
longo extensor do polegar e extensor próprio do indicador

LAP
Mnemónica CEP
LEP
EPI

Face Interna
Dá inserção nos seus 2/3 superiores ao músculo flexor comum profundo dos dedos.
É subcutânea em baixo.

Bordo Anterior
É arredondado.
Dá inserção em cima ao flexor comum profundo dos dedos e em baixo ao quadrado
pronador

Bordo Externo
É também denominado de crista interóssea pois dá inserção ao ligamento interósseo.
É fino e cortante na sua porção média. É arredondado em baixo.
Em cima o bordo externo divide-se em duas cristas salientes que se estendem quase às
duas extremidades da pequena cavidade sigmóideia do cúbito e limitam com ela uma
superfície triângular deprimida e rugosa onde se insere o curto supinador, é a superfí-
cie infra-sigmoideia.
A crista que ladeia atrás a superfície infra-sigmoideia é muito saliente na sua extremi-
dade superior, onde dá inserção ao feixe médio do ligamento lateral externo.

Bordo Posterior
É contornado em S itálico muito alongado.
É muito acentuado na porção média.
Em baixo desaparece sensivelmente sobre o ¼ inferior do osso.
Em cima este bordo divide-se em duas cristas que se dirigem no sentido dos bordos do
olecrânio. Dá inserção superiormente ao músculo flector comum profundo dos dedos,
ao cubital anterior e ao cubital posterior.

Extremidade Superior

É constituida por duas apófises, uma vertical, o olecrânio e outra horizontal e anterior, a
apófise coronoideia.
Estas duas apófises circunscrevem uma cavidade articular em forma de gancho, a gran-
de cavidade sigmoideia do cúbito.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Olecrânio
Sobremonta a porção posterior do corpo.
Face Posterior – convexa, rugosa, triângular, com vértice inferior
Face Anterior – articular, contribui para a formação da grande cavidade sigmóideia
do cúbito.
Face Inferior ou Base – pela qual o olecrânio se continua com o corpo do osso
Face Superior ou Vértice – rugoso atrás, onde se insere o trícipete.
Lisa na metade anterior excepto proximo do limite anterior onde existe
uma estreita banda rugosa que dá inserção à cápsula articular.
Prolonga-se para diante formando uma saliência recurvada, o bico do
olecrânio que se relaciona com a fossa olecraniana do úmero.
Faces Laterais – uma externa e a outra interna, sobre as quais se inserem os feixes
posteriores dos ligamentos laterais interno e externo da articulação
do cotovelo.
A face lateral interna dá inserção atrás ao cubital anterior.
Sobre a face lateral externa insere-se o ancóneo.

Apófise Coronóideia
Tem a forma de uma pirâmide triângular.
Vértice – anterior, denominado de bico da apófise coronoideia, é ligeiramente
recurvado para cima e relaciona-se com a fosseta coronoideia do úmero no
movimento de flexão do antebraço
Base – está implantada sobre a face anterior do cúbito,abaixo e adiante do olecrânio.
Face Superior – articular, pertence á grande cavidade sigmóideia do cúbito. É
atravessada por uma crista ântero-posterior
Face Inferior – rugosa, dá inserção na sua porção inferior e interna ao braquial
anterior.
Face Interna – rugosa, dá inserção aos feixes anterior e médio do ligamento lateral
interno da articulação do cotovelo.
Na porção média desta face observa-se o tubérculo coronoideu ao qual se
liga o feixe médio do ligamento coronoideu.
Face Externa – apresenta uma superfície articular elíptica com grande eixo ântero-
posterior côncava para fora, designada de pequena cavidade sigmóideia do
cúbito que se vai relacionar com o contorno da cabeça do rádio.
Esta cavidade está em conjugação, pelo seu bordo superior, com a grande
cavidade sigmóideia so cúbito.
O seu bordo posterior, saliente, dá inserção ao ligamento anular e ao feixe
médio do ligamento lateral externo e continua em baixo com a crista que
ladeia atrás a superfície infra-sigmoideia.
Abaixo da pequena cavidade sigmóideia está a superfície infra-sigmóideia
onde se insere o curto supinador

Cavidade Sigmóideia
É formada pela união da face anterior do olecrânio com a face superior da apófise
coronóideia.
Uma ranhura transversal separa estas duas superfícies articulares.
A grande cavidade sigmóideia encontra-se dividida em duas vertentes por uma crista
arredondada longitudinal que corresponde á garganta da tróclea umeral.

Extremidade Inferior
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É ligeiramente avolumada.
Apresenta duas saliências, a cabeça do cúbito e a apófise estilóideia.

Cabeça do cúbito
Eminência irregularmente arredondada, articular.
É composta por dois segmentos
--- Segmento externo
Vertical. Tem a forma de um segmento se cilindro cuja altura diminui da porção
média para as extremidades.
Articula-se com a cavidade sigmóideia do rádio.
--- Segmento Inferior
Ligeiramente convexo, corresponde ao ligamento triângular da articulação do
punho.
Articula-se com o piramidal, estando separado deste osso por uma fibrocartilagem
articular.
Os dois segmentos estão separados por uma crista arredondada, convexa para fora.

Apófise Estilóideia
Saliência cónica situada para dentro e um pouco para trás da cabela do cúbito.
O vértice arredondado dá inserção ao ligamento lateral interno da articulação do pu-
nho.
A apófise estilóideia está separada da cabeça do cúbito em baixo por uma chanfradura
onde se insere o ligamento triângular e em cima por uma goteira em concordância
com o tendão do músculo cubital posterior.

RÁDIO
Localização – situa-se externamente ao cúbito, entre o côndilo do úmero e o carpo
Classificação – par e longo
Orientação – a extremidade mais volumosa é inferior. Das duas faces apostas desta
extremidade a mais plana é anterior. A apófise que se destaca desta extremidade é ex-
terna.
Conexões:
com o úmero
com o cúbito
com e escafóide
com o semilunar

Descrição
Apresenta um corpo e duas extremidades

Corpo
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Descreve uma curva de tal forma que esta é côncava para diante e para dentro.
Aumenta progressivamente de volume de cima para baixo.
É prismático triângular e apresenta 3 faces e 3 bordos.

Face Anterior
Estende-se e alarga-se desde a tuberosidade bicipital à extremidade inferior do osso.
É ligeiramente escavada na sua porção superior e dá inserção ao longo flexor próprio
do polegar em cima e ao quadrado pronador em baixo.
O buraco nutritivo do osso localiza-se um pouco acima da sua porção média.

Face Posterior
É arredondada em cima e ligeiramente escavada na sua porção média onde são visíveis
1 ou 2 cristas oblíquas para baixo e para fora.
Estas cristas limitam as superfícies de inserção dos músculos longo abdutor e curto
extensor do polegar.

Face Externa
É convexa e arredondada.
Apresenta na porção média uma impressão rugosa para a inserção do redondo prona-
dor.
Em cima dá inserção ao curto supinador.

Bordo Anterior
Estende-se desde a extremidade inferior da tuberosidade bicipital quase à base da apófi-
se estilóideia do rádio.
Dirige-se oblíquamente para baixo e para fora e depois verticalmente.
É muito acusado em cima, atenua-se na sua porção média voltando a tornar-se saliente
na extremidade anterior.
Dá inserção, em cima ao feixe radial do flexor comum superfícial dos dedos.

Bordo Posterior
É arredondado e rombo, mais acentuado na porção média que nas extremidades.

Bordo Interno ou Bordo Interósseo


Limita externamente o espaço interósseo.
É fino e cortante e estende-se desde a extremidade inferior da tuberosidade bicipital
quase até á extremidade inferior do osso, onde se bifurca.
Apresenta um pouco abaixo da tuberosidade bicipital uma saliência rugosa alongada,
designada por tubérculo interósseo.
Este tubérculo é determinado pela insersão radial dos principais feixes da membrana
interóssea.
Na união dos ¾ superiores com o ¼ inferior do corpo, o bordo interno divide-se em dois
ramos um anterior e outro posterior que limitam em baixo a face interna da extremidade
inferior.

Extremidade Superior
É composta por 3 porções: a cabeça do rádio, o colo e a tuberosidade bicipital.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Cabeça do rádio
É uma saliência que termina em cima o rádio.
É quase cilindrica mais o corte transverso revela-se ovalar com forte extremidade inter-
na.
É mais alta internamente que externamente.
A face superior da cabeça ou cúpula do rádio ou cavidade glenóideia do rádio, é regu-
larmente escavada e articula-se com o côndilo umeral.
A porção interna do rebordo da cúpula é talhada em bisel e corresponde à vertente tro-
clear da goteira côndilo-troclear do úmero.
A cúpula radial está em continuidade com uma superfície articular sobre o contorno da
cabeça do rádio. Esta superfície estreita-se de dentro para fora e articula-se com a pe-
quena cavidade sigmóideia do cúbito.

Colo
Suporta a cabeça do rádio.
Tem forma cilindrica e cerca de 1 cm de comprimento, dirige-se oblíquamente para bai-
xo e para dentro.

Tuberosidade bicipital
Eminência oval com grande eixo vertical situada na porção ântero-interna do osso na
junção do colo com o corpo do rádio.
É lisa adiante e irregular atrás onde dá inserção ao tendão do bícipete braquial.

Extremidade Inferior

Volumosa, ligeiramente achatada de diante para trás, tem a forma de prisma quadrangu-
lar.

Face Superior
Confunde-se com o corpo do rádio

Face Inferior
Articular, de forma triângular com base interna, é dividida por uma crista romba ânte-
ro-posterior em duas porções:
--- Porção externa – triângular, articula-se com o escafóide
--- Porção Interna – quadrilátera, articula-se com o semi-lunar.

Face Anterior
Continua em baixo com a face anterior do corpo do osso.
É lisa, escavada e dá inserção ao quadrado pronador.

Face Posterior
Dá continuidade à face posterior do corpo.
Esta face é atravessada por duas goteiras:
--- Externa – estreita e oblíqua para baixo e para fora, para o tendão do longo extensor
do polegar.
--- Interna – vertical, larga e pouco profunda, para os tendões do extensor comum e
do extensor próprio do indicador.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Face Externa
Encontra-se sobre o prolongamento da face externa do corpo.
É atravessada por duas goteiras verticais
--- Anterior – para os tendões do longo abdutor e curto extensor do polegar
--- Posterior – mais larga para os tendões dos dois radiais. É por vezes desdobrada por
uma crista romba em duas goteiras justapostas para cada um dos tendões
radiais.
Prolonga-se para baixo numa eminência piramidal, a apófise estilóideia do rádio.

Apófise Estilóideia
Base – dá inserção ao longo supinador
Vértice – insere-se o ligamento lateral externo da articulação rádio-cárpica.

Face Interna
Triângular, côcava de diante para trás, encontra-se limitada pelos dois ramos da bifurca-
ção do bordo interno do corpo do osso. A inserção do ligamento interósseo prolonga-se
pelo ramo posterior.
Esta face apresenta duas porções:
--- Porção Superior – rugosa, dá inserção aos feixes mais profundos do quadrado
pronador.
--- Porção Inferior – ocupada por uma faceta articular, a cavidade sigmóideia do
rádio.
Esta cavidade é alongada e côncava de diante para trás e articula-se
com a cabeça do cúbito.

OSTEOLOGIA DA MÃO
CARPO

É formado por oito ossos curtos dispostos sobre duas fileiras, uma superior ou antebra-
quial e outra inferior ou cárpica.
No seu conjunto formam uma goteira de concavidade anterior onde progridem os ten-
dões dos flexores dos dedos, a goteira cárpica.

Fileira Superior do Carpo


É formada de fora para dentro pelo escafóide, pelo semi-lunar, pelo piramidal e pelo
pisiforme.

Escafóide
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Localização - É o mais externo dos ossos da 1ª fileira do carpo


Classificação – par e curto
Orientação – das facetas articulares, a maior é anterior. A faceta articular escavada é
inferior e olha um pouco para dentro, o tubérculo é externo.
Conexões:
--- rádio
--- semi-lunar
--- grande osso
--- trapézio
--- trapezóide

Descrição

É alongado de cima para baixo e de dentro para fora


Face Anterior ou Palmar - rugosa. Prolonga-se para fora através do tubérculo do
escafóide sobre o qual se insere o ligamento lateral externo da articulação rádio-
cárpica e o músculo curto abdutor do polegar
Face Posterior ou Dorsal – estreita, reduzida a uma goteira rugosa
Face Superior – convexa, articular, em concordância com o rádio
Face Inferior – convexa, articulada com o trapézio e com o trapezóide
Face Interna – com duas superfícies articulares:
--- Superior – pequena e quase plana, articula-se com o semi-lunar
--- Inferior – côncava e muito extensa, articulada com o grande osso
Face Externa – rugosa, atravessada por uma chanfradura em concordância com a
artéria radial

Semi-Lunar
Localização - Está entre o escafóide e o piramidal
Classificação – par e curto
Orientação – das duas faces não articulares a maior é anterior. A face côncava é inferi-
or. Das duas faces laterais a que apresenta forma de meia lua é externa
Conexões :
--- rádio
--- escafóide
--- piramidal
--- unciforme
--- grande osso

Descrição

Face Anterior – convexa e rugosa


Face Posterior – quase plana e rugosa
Face Superior – convexa, articula-se com o rádio
Face Inferior – côncava, une-se ao grande osso externamente e internamente, por
uma estreita superfície, ao osso unciforme
Face Externa – articula-se com o escafóide
Face Interna – articula-se com o piramidal
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Piramidal
Localização – situa-se internamente relativamente ao semi-lunar
Classificação – par e curto
Orientação – a face escavada é inferior. Das duas faces opostas a maior e a que apre-
senta uma faceta articular é anterior e esta faceta é interna.
Conexões:
--- cúbito (ainda que estando separado deste pelo ligamento triângular da articulação
rádio-cubital inferior)
--- semi-lunar
--- pisiforme
--- unciforme

Descrição

Apresenta a forma de uma pirâmide quadrangular


Face Superior – convexa, relacionada com o ligamento triangular
Face Inferior – côncava, em conexão com o osso unciforme
Face Anterior – da qual se destaca uma pequena superfície articular na sua porção
interna e inferior, ligeiramente convexa para o pisiforme
Face Posterior – atravessada por uma saliência rugosa transversal, a crista do pi-
ramidal, sobre a qual se insere um feixe do ligamento interno da articulação do
punho
Face Externa ou Base - articulada com o semi-lunar
Vértice – interno e rugoso

Pisiforme
Localização – localiza-se sobre a face anterior do piramidal
Classificação – par e curto
Orientação – A única faceta articular é posterior. A extremidade do osso que excede
esta faceta é inferior. A goteira que existe nas faces laterais do osso é externa.
Conexões:
--- piramidal

Descrição

Apresenta uma faceta articular posteiror, ligeiramente côncava, para o piramidal.


Apresenta na face externa uma goteira pouco profunda em concordância com a artéria
cubital e com o ramo profundo do nervo cubital.
Adiante apresenta a superfície de inserção da extensão do cubital anterior em cima e
do adutor do dedo mínimo e do ligamento cárpico-anular anteiror em baixo.

Fileira Inferior do Carpo

Trapézio
Localização – é o osso mais externo da segunda fileira do carpo
Classificação – par e curto
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Orientação – a faceta articular em forma de sela é inferior. Das duas facetas não articu-
lares, a que apresenta uma apófise e uma goteira que se dirige oblíquamente para abixo
e para dentro é anterior.
Conexões:
--- escafóide
--- trapezóide
--- I e II metacárpicos

Descrição

Face Anterior – atravessada por uma goteira na qual progride o tendão do grande
palmar. Esta goteira é limitada por fora por uma crista saliente, o tubérculo do
trapézio. Nele se inserem os músculos oponente do polegar e curto flexor do po-
legar
Face Posterior – rugosa, apresenta nas suas extremidades interna e externa um tu-
bérculo destinado ás inserções ligamentosas
Face Superior – articular, côncava, em concordância com o escafóide
Face Inferior – convexa de diante para trás, côncava transversalmente, articulada
com o I metacárpico
Face Externa – rugosa
Face Interna – está ligada, por duas superfícies articulares distintas ao trapézóide
em cima e ao II metacárpico em baixo.

Trapezóide

Localização – situa-se entre o trapézio e o grande osso


Classificação – par e curto
Orientação – das duas faces opostas não articulares, a maior é posterior. Das duas faces
articulares, a que é convexa transversalemnte e mais extensa é inferior, dirigindo-se o
seu maior eixo para baixo e para dentro.
Conexões:
--- escafóide
--- II metacárpico
--- trapézio
--- grande osso

Descrição

Face Anterior – rugosa dá inserção ao músculo curto flexor do polegar e ao


adutor do polegar
Face Posterior – rugosa
Face Superior – articular, côncava, articula-se com o escafóide
Face Inferior – une-se ao II metacárpico por uma faceta côncava de diante
para trás, convexa transversalmente.
Face Externa – convexa de cima para baixo, côncava de diante para trás, cor-
responde ao trapézio.
Face Interna – côncava, articula-se com o grande osso

Grande Osso ou Capitado


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Localização – situa-se na porção mediana da segunda fila do carpo


Classificação – par e curto
Orientação – a porção do osso em forma de cabeça é superior. Das duas faces opostas
não articulares a maior é posterior, terminando esta face por uma apófise que é interna.
Conexões
--- escafóide
--- semi-lunar
--- unciforme
--- trapezóide
---II; III e IV metacárpicos

Descrição

É o mais volumoso dos ossos do carpo.


É alongado de cima para baixo e o seu grande eixo corresponde ao mesmo da mão
( vertical).
Tem uma porção superior encurtada, a cabeça; uma porção inferior, o corpo e uma
zona intermédia à cabeça e ao corpo designada por colo.
Face Anterior – é rugosa, dá inserção aos músculos adutor do polegar e curto
flexor do polegar
Face Posterior – prolonga-se para baixo por uma saliência, a apófise do grande
osso
Face Superior – convexa, articula-se com o escafóide externamente e com o semi-
lunar internamente
Face Inferior – superfície articular na qual se podem distinguir três facetas para o
II; III e IV metacárpicos
Face Externa – une-se em cima ao escafóide, por uma superfície articular concexa
que prolonga a superfície articular da face superior; e em baixo ao trapezóide por
uma faceta distinta.
Face Interna – apresenta uma superfície articular para o unciforme

Osso Unciforme
Localização – é o osso mais interno da segunda fileira do carpo
Classificação – par e curto
Orientação – a face em forma de sela é inferior. A face que apresenta uma apófise em
forma de unha é anterior. Esta apófise apresenta uma concavidade que olha para cima e
para fora
Conexões:
--- piramidal
--- grande osso
--- semi-lunar
--- IV e V metacárpicos

Descrição
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Tem a forma de um prisma triângular. Apresenta portanto 5 faces, e as suas duas bases
são não articulares sendo uma anterior e outra posterior. As restantes três faces são arti-
culares.
Face Anterior – apresenta uma apófise em forma de gancho, a apófise unciforme.
Esta apófise é achatada de fora para dentro e a sua face externa, côncava, delimita
internamente a goteira cárpica. A sua face interna é atravessada por um sulco de-
terminado pelo ramo profundo do nervo cubital e pela artéria cubito-palmar.
Sobre a porção ínfero-interna da apófise inserem-se o curto flexor e o oponente do
dedo mínimo.
Face Posterior – rugosa
Face Inferior – divide-se em duas facetas: uma côncava para o IV metacárpico e
outra côncava de diante para trás, convexa de fora para dentro para o V metacárpi-
co.
Face Externa – articula-se com o grande osso
Face Súpero-Interna – convexa em cima, côncava em baixo é rugosa ao longo do
seu bordo inferior. Articula-se em cima com o piramidal.
As faces súpero-interna e externa unem-se em cima e formam uma aresta romba pela
qual se articulam com o semi-lunar.

Maciço Cárpico

Os 8 ossos do carpo formam no seu conjunto um maciço ósseo que paresenta 4 faces.
anterior, posterior, superior e inferior e dois bordos laterais.

Face Anterior
É talhada em forma de goteira, a goteira anterior do carpo.
Esta goteira é limitada externamente pelos tubérculos do escafóide e do trapézio, in-
ternamente pela saliência do osso pisiforme e pela face externa da apófise unciforme
do osso unciforme.
Uma lâmina fibrosa espessa, o ligamento anular anterior do carpo, estende-se trans-
versalmente entre as saliências ósseas que limitam lateralmente a goteira cárpica trans-
formando-a no canal cárpico.
No canal cárpico passam posteriormente os tendões dos músculos flexores profundos
dos dedos excepto do polegar, posteriormente passam os tendões dos músculos flexo-
res superfíciais dos dedos,excepto do polegar, que estão subdivididos em duas filas,
uma anterior para os tendões do 3º e 4º dedos e uma posterior para os tendões do 2º e
5º dedos.
Na porção ântero-externa encontra-se o nervo médio e por trás deste está o tendão do
músculo longo flexor do polegar.
O ligamento anular bifurca-se externamente e entre os ramos da bifurcação está o ten-
dão do músculo longo flexor do polegar.
Internamente um prolongamento do ligamento anular juntamente com um prolongamen-
to do músculo cubital anterior formam o canal de Guyon por onde passa a artéria e o
nervo cubitais

Face Posterior – é convexa


Face Superior – articular, formada pelas faces superiores do escafóide, do semi-
lunar e do piramidal, desenha uma superfície articular convexa, o côndilo cárpico
que corresponde aos ossos do antebraço.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Face Inferior – constituida por uma série de facetas em concordância com as face-
tas articulares superiores dos metacárpicos.
Bordos Laterais – rugosos, correspondem a inserções musculares e sobretudo li-
gamentosas

METACARPO
Constitui o esqueleto da palma da mão.
Composto por 5 ossos longos, os metacárpicos que se articulam em cima com os ossos
da segunda fileira do carpo e em baixo com as primeiras falanges dos dedos.
Estes osso limitam entre si os espaços interósseos. São denominados de fora para dentro
por I ; II; III; IV e metacárpicos

Características Gerais dos Metacárpicos


Apresentam um corpo e duas extremidades

Corpo
Descreve uma curva de côncavidade anterior
É prismático triângular.
Face Posterior – ligeiramente convexa, larga em baixo e afilada em cima
Faces Laterais – em concordância com os espaços interósseos e sobre as quais se inse-
rem os músculos interósseos.
Bordos Laterais – mais acusados na metade inferior que na metade superior do corpo
Bordo Anterior – côncavo

Extremidade Superior ou base


È cubóide.
Face Superior – articular, em concordância com os ossos da segunda fileira do carpo
Faces Laterais – articulares, em concordância com as dos metacarpos vizinhos
Face Dorsal e Face Palmar – cujas rugosidades dão inserção a ligamentos e músculos

Extremidade Inferior ou Cabeça


É achatada de fora para dentro.
Face Inferior – convexa, articular, mais extensa sobre a face palmar que sobre a face
dorsal. Está em concordância com a extremidade superior da primeira falange
Faces Laterais – onde existe uma depressão e acima desta um tubérculo para a inser-
ção dos ligamentos laterais da articulação metacárpico-falângica
Face Dorsal – rugosa
Face Palmar – em grande parte ocupada pela superfície articular inferior

Características próprias dos metacárpicos

Sem faceta lateral I Metacárpico


Com 1 faceta articular late- Com 3 facetas superiores II Metacárpico
ral Com 1 faceta superior V Metacárpico
Com 2 facetas articulares Com apófise estilóideia III Metacárpico
laterais Sem apófise estilóideia IV Metacárpico
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Inserções Musculares

I metacárpico – 1º interpalmar, m oponente do polegar


II metacárpico – 1º radial, adutor do polegar, 1º interpalmar
III metacárpico – 2º radial (na base da apófise estilóideia)
V metacárpico – cubital posterior

Em todos inserem-se os músculos interósseos da mão (palmares e dorsais)

FALANGES
Cada dedo excepto o polegar possui três segmentos ósseos, as falanges. O polegar pos-
sui apenas a 1ª e a 3ª que são mais espessas que as correspondentes dos outros dedos.
São designadas de 1ª, 2ª e 3ª falanges desde o metacárpio até às extremidades
As falanges são ossos longos e apresentam um corpo e duas extremidades.
Nos ossos dos dedos não é possível destinguir se pertencem ao lado direito ou ao es-
querdo

1ª Falange ou Falange ou Profalange


Corpo - semicilindrico, é convexo atrás, plano ou ligeiramente côncavo para diante.
Extremidade superior ou base – tem uma cavidade glenoideia para a cabeça do me-
tacárpico e facetas palmares para os ossos sesamoideus. Apresenta dois tubérculos
laterais contíguos à face palmar e determinados pela inserção dos ligamentos laterais da
articulação.
Extremidade inferior ou cabeça – termina numa tróclea em concordância com a ex-
tremidade superior da segunda falange. a superfície articular estende-se largamente so-
bre a face palmar da extremidade. Sobre as faces laterais tem uma depressão sobremon-
tada de um tubérculo determinada pela inserção dos ligamentos laterais corresponden-
tes.

2ª Falange ou Falanginha ou Mesofalange


Corpo – semelhante ao da primeira falange
Extremidade Superior – tem uma superfície articular com duas vertentes separadas
por uma crista romba. Cada uma das vertentes é representada por uma faceta côncava
que se vai articular com a 1ª falange
Extremidade Inferior – tem a mesma conformação que a da 1ª falange e vai-se articu-
lar com a 3ª falange.

3ª Falange ou Falangeta ou Metafalange


Corpo – muito curto, convexo atrás e plano adiante
Extremidade superior – semelhante à da segunda falange, articula-se com esta
Extremidade inferior – larga, convexa para baixo, e apresenta sobre a face palmar uma
superfície rugosa,saliente, em ferradura.

ARTROLOGIA DO PUNHO E DA MÃO


Articulação Rádio-Procárpica ou do Punho
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Classificação – Condilartrose composta ( sinoviais em que as superfícies articulares são


em forma de côndilo e é composta porque o côndilo é formado por vários ossos)

Superfícies Articulares
A cavidade glenoideia antebraquial é constituída pela extremidade inferior do rádio
e pelo ligamento triângular. É uma superfície elíptica, côncava, de grande eixo trans-
versal. Olha para baixo e um pouco para diante. A superfície articular do rádio é forma-
da por duas superfícies triangulares, uma interna e a outra eterna separadas por uma
crista
O côndilo cárpico é constituído pelas faces articulares superiores do escafóide, semi-
lunar e do piramidal, sendo estes três ossos unidos por ligamentos interósseos. Olha
para cima e um pouco para trás.
O escafóide articula-se com a faceta externa do rádio, o semi-lunar com a faceta in-
terna do rádio e com o ligamento triângular e o piramidal com o ligamento triân-
gular, estando separado do cúbito por este.

Meios de União
Cápsula Articular
Insere-se sobre o contorno das superfícies articulares e nos bordos anterior e poste-
rior do ligamento triângular onde se continua com a cápsula da articulação rádio-
cubital inferior.

Ligamento Anterior
É formado por um ligamento anterior propriamente dito e por um plano fibroso pré-
capsular

Ligamento Anterior propriamente dito


Reforça a porção anterior da cápsula sendo formado por 2 feixes
--- Feixe rádio-cárpico – insere-se em cima sobre a face anterior da apófise estilói-
deia do rádio e sobre o rebordo anterior da superfície articular, dividindo-se depois
em dois feixes secundários, um para o semi-lunar e piramidal e outro para o grande
osso.
--- Feixe cúbito-cárpico – insere-se na face externa da apófise estilóideia do cúbito e
no bordo anterior do ligamento triângular dividindo-se depois em dois feixes, um
para o semi-lunar e outro para o piramidal e grande osso

Plano fibroso pré-capsular


É formado pela porção posterior da bainha fibrosa dos flexores. É uma camada espessa
fibroelástica que recobre o ligamento anterior e une-se estritamente a ele
Ligamento Posterior
Estende-se do bordo posterior da superfície articular do rádio à face posterior do
piramidal. Algumas das suas fibras fixam-se sobre o semi-lunar.
Existe ainda um feixe rádio-escafóideu dorsal que se estende do bordo superior da
apófise estilóideia do rádio até à face dorsal do escafóide.

Ligamento Lateral Externo


Insere-se em cima no vértice da apófise estilóideia do rádio e termina sobre o tubér-
culo do escafóide

Ligamento Lateral Interno


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Insere-se na apófise estilóideia do cúbito em cima, dividindo-se em dois feixes, um


para o piramidal e outro para o pisiforme

Sinovial

Reveste a superfície interior da cápsula articular, comunicando com a sinovial da articu-


lação rádio-cubital inferior.
Em certos movimentos a sinovial emite uma franja para o espaço entre os dois consti-
tuintes da cavidade glenóideia (superfície inferior do rádio e ligamento triângular)

Mecanismo Articular
Os movimentos do punho são realizados através das articulações rádio-cárpica e pro-
mesocárpicas.
Os movimentos de flexão são movimentos que aproximam a palma da mão à face ante-
rior do antebraço
Os movimentos de extensão são movimentos que afastam a palma da mão da face ante-
rior do antebraço
Os movimentos de abdução permitem afastar a mão da linha mediana.
Os movimentos do adução permitem aproximar a mão da linha mediana.
Os movimentos de circundução resultam da sucessão de movimentos de flexão, adu-
ção, extenção e abdução
Os movimentos de rotação (para fora – supinação; para dentro – pronação)são muito
limitados

Articulações Procárpicas
Unem entre si os ossos da primeira fileira do carpo

Classificação – artrodias (sinoviais que aderem por superfícies planas)

Superfícies Articulares
São quase planas e recobertas por uma fina camada de cartilagem. O escafóide articula-
se com o semi-lunar; o semi-lunar com o piramidal

Meios de União
O escafóide, o semi-lunar e o piramidal encontam-se unidos através de ligamentos ante-
riores, posteriores e interósseos.

Ligamentos Anteriores ou Palmares


Unem o escafóide ao semi-lunar e o semi-lunar ao piramidal, tendo uma orientação
transversal

Ligamentos Posteriores ou Dorsais


Unem o escafóide ao semi-lunar e o semi-lunar ao piramidal, tendo uma orientação
transversal. Por vezes é visível um ligamento escáfo-piramidal que se estende da face
posterior do escafóide à face posterior do piramidal cruzando o semi-lunar e a porção
superior do grande osso.

Ligamentos Interósseos
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Unem o escafóide ao semi-lunar e o semi-lunar ao piramidal

Sinoviais
É constituída por dois prolongamentos da sinovial médio-cárpica

Articulação Piso-Piramidal

Classificação – condilartrose

Superfícies Articulares
A superfície articular do pisiforme é revestida por uma cartilagem e é côncava, a do
piramidal é convexa.

Meios de União
Cápsula articular
Pouco resistente

Ligamentos
São ligamentos laterais e ligamentos à distância que se estendem do pisiforme aos ossos
vizinhos
--- Ligamento superior – representado pelo feixe pisiformiano do ligamento lateral
interno da articulação rádio-procárpica
--- Ligamento Pisi-unciformiana – desde a extremidade inferior do pisiforme à apófise
unciforme
--- Ligamento Pisi-metacárpico – une a extremidade inferior do pisiforme à base do V
metacárpico

Sinovial
Comunica em metade dos casos com a sinovial da articulação rádio-procárpica

Articulações Pró-Mesocárpicas ou Articulação Médio-Cárpica


É uma articulação entre todos os ossos do procarpo e do mesocarpo à excepção do pisi-
forme.

Classificação – bicondilartrose

Superfícies Articulares
Podemos distinguir duas porções, uma interna e outra externa.
Externamente o côndilo é representado pela superfície articular da face inferior do es-
cafóide, e a cavidade glenoideia pelas superfícies articulares superiores do trapézio e
trapezóide.
Internamente o côndilo é constituído pelo grande osso e pelo unciforme e a cavidade
glenoideia pela face interna do escafóide e pelas faces inferiores do semilunar e do
piramidal.

Meios de União
Cápsula Articular
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Insere-se em volta das superfícies articulares. Fina e laxa

Ligamentos Anteriores ou Palmares


Dirigem-se da face anterior do grande osso para o escafóide, o semi-lunar e o pira-
midal.
Existe também um outro ligamento que se estende desde o escafóide até ao trapézio

ou

Dirigem-se da face anterior do grande osso para o escafóide e para o piramidal em


cima, para o trapezóide externamente e para o unciforme internamente.
Existe também um outro feixe que se estende desde o escafóide até ao trapézio.

Ligamentos Posteriores ou Dorsais


Estende-se desde o escafóide aos 4 ossos do mesocarpo.
Existe ainda um ligamento do piramidal para o grande osso e outro do piramidal para
o unciforme.

ou

Estende-se desde a face posterior do piramidal à face dorsal do trapézio e do trape-


zóide.
Do bordo inferior deste ligamento destaca-se uma expansão para o grande osso.

Ligamento Lateral Interno


Une o piramidal à apófise unciforme do unciforme

Ligamento Lateral Externo


Vai desde o tubérculo do escafóide à face externa do trapézio

Sinovial
Recobre a face profunda da cápsula.
Tem dois prolongamentos superiores e três inferiores que se situam entre os ossos do
carpo e que constituem as sinoviais dos ossos do carpo

Articulações Mesocárpicas

Classificação – artrodias

Superfícies Articulares
O trapézio articula-se com o trapezóide, o trapezóide com o grande osso e este com o
unciforme, por intermédio de superfícies planas recobertas de cartilagem.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Meios de União
Ligamentos Anteriores
Unem o trapézio ao trapezóide; o trapezóide ao grande osso e o grande osso ao unci-
forme.

Ligamentos Posteriores
Unem o trapézio ao trapezóide; o trapezóide ao grande osso e o grande osso ao unci-
forme.

Ligamentos Interósseos
Unem o trapézio ao trapezóide; o trapezóide ao grande osso e o grande osso ao unci-
forme.

Sinovial
É constituida por prolongamentos da sinovial médio-cárpica

Articulações Meso-Metacárpicas
Classificação – artrodias excepto a articulação trapezo-primometacárpica que é uma
efipiartrose (sinovial que apresenta as superfícies articulares em forma de sela)

Superfícies Articulares
O I metacárpico articula-se com a face inferior do trapézio , as duas superfícies são em
forma de sela.
O II metacárpico articula-se com o trapézio, trapezóide e grande osso.
O III metacárpico articula-se com o grande osso
O IV metacárpico articula-se com o grande osso e com o unciforme
O V metacárpico articula-se com o unciforme

Meios de União
Ligamentos Anteriores
Unem o trapézio ao II e ao III metacárpicos
O grande osso ao II metacárpico
O unciforme ao IV metacárpico

Ligamentos Posteriores
Unem o trapézio ao II metacárpico
O trapezóide ao II e III metacárpicos
O grande osso ao III metacárpico
O unciforme ao IV e V metacárpicos

Ligamentos Interósseos
Unem o grande osso e o unciforme aos III e IV metacárpicos

Na articulação trapezo-primometacárpica existe uma cápsula articular e um ligamento


posterior

Sinovial
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

As sinoviais das 4 últimas articulações meso-metacárpicas comunicam com a da articu-


lação medio-cárpica.
A sinovial da articulação trapezo-primometacárpica é muito laxa.

Mecanismo Articular da Articulação trapezo-primometacárpica


Esta articulação executa movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, circundução
e o movimento de oponência.
A flexão, ou oposição, e a extensão produzem-se em torno de um eixo que se dirige de
fora para dentro. A adução e abdução em torno de um eixo orientado de diante para trás
e de fora para dentro

Articulações Intermetacárpicas
Classificação – artrodias

Superfícies Articulares
Estão situadas sobre as faces laterais da base dos metacárpicos e estão revestidas por
cartilagem

Meios de União
Cápsula Articular
Está em continuidade em cima com a cápsula da articulação meso-metacárpica dos 4
últimos metacárpicos

Ligamentos Transversos
Distinguem-se para cada articulação em ligamento interósseo, anterior e posterior.
Nos posteriores não existe ligamento entre o II e o III metacárpicos

Sinovial
É um prolongamento descendente da sinovial meso-metacárpica

Articulações Metacárpico-Falângicas
Classificação – condilartroses rudimentares

Superfícies Articulares
São constituídas pelo côndilo da extremidade inferior do metacárpico e pela cavida-
de glenoideia da extremidade superior da primeira falange.
Existe um fibrocartilagem glenoideia que amplia para cima a porção anterior da cavi-
dade glenoideia e que possui uma goteira vertical onde deslizam os tendões flexores.

Meios de União
São constituidos pela cápsula articular, pelos ligamentos palmares, por ligamentos
laterais, pelo ligamento transverso intermetacarpíco palmar que unem entre si a
extremidade inferior dos 4 últimos metacárpicos

Mecanismo Articular
Estas articulações executam movimentos de flexão, extensão, lateralidade, circundução
e movimentos passivos de rotação.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Os movimentos de extensão e flexão fazem-se segundo um eixo transversal que passa


pelo centro do côndilo.
Os movimentos de lateralidade fazem-se segundo um eixo ântero-posterior que passa
pelo côndilo, permitindo a aproximação ou afastamento dos dedos entre si.

Articulações Interfalângicas
Classificação – trocleartrose (sinovial concordante com superfície articular em forma
de roldana)

Superfícies Articulares
A superfície articular da extremidade inferior da falange que fica por cima da interli-
nha articular tem a forma de roldana cuja garganta é ântero-posterior.
A superfície articular da extremidade superior que fica por cima baixo da interlinha
articular apresenta uma crista em concordância com a garganta da roldana.
Existe uma fibrocartilagem glenoideia que amplia a superfície articular inferior

Meios de União
São constituídos por uma cápsula articular, por ligamentos palmares e dois ligamen-
tos laterais

Mecanismo Articular
Estas articulações apresentam movimentos de flexão e de extensão e movimentos passi-
vos de lateralidade muito limitados.
O movimento de flexão e extensão faz-se segundo um eixo transversal que passa pela
extremidade inferior da falange que fica por cima da interlinha articular.

ARTICULAÇÃO ESCÁPULO-UMERAL
Classificação – enartrose (sinovial concordante com superfícies articulares aproxima-
damente esfericas)

Superfícies Articulares

Cabeça do Úmero
Representa sensivelmente um terço de um esfera.
É revestida por ma camada uniforme de cartilagem que é limitada pelo lábio interno do
colo anatómico.
A cabeço do úmero olha para dentro, para cima e para trás.

Cavidade Glenóideia
Menos extensa que a cabeça do úmero, possui uma orientação inversa: olha para fora,
para baixo e para diante.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Apresenta no centro o tubérculo glenóideu e a sua concavidade é mais acentuada na


porção inferior.
É revestida por uma cartilagem que faz desaparecer a desigualdade na cavidade.
A adaptação da cavidade glenóideia ao úmero é permitida pelo debrum glenoideu.

Debrum Glenoideu
É uma fibrocartilagem que se dispõe à periferia da cavidade glenóideia com o objectivo
de aumentar a sua profundidade.
Ao corte é triângular:
--- Face Periférica – prolonga externamente a superfície do colo da omoplata e dá in-
serção à cápsula articular, ao tendão da longa porção do bícipete em cima e ao tendão
da longa porção do trícipete em baixo.
--- Face Externa ou Articular – livre, lisa e côncava. Faz parte da superfície articular
glenóideia.
--- Face Interna ou Aderente – está em conexão com a periferia da cavidade glenói-
deia, aderindo por vezes a ela em toda a superfície.

Na maioria das vezes a união do debrum à cavidade é mais intima na porção inferior
estando a porção superior só aplicada sobre a cartilagem, apresentando por isso caracte-
rísticas de menisco.
Frequentemente o debrum passa por cima da chanfradura glenóideia que está no bor-
do anterior da cavidade.
O debrum glenóideu é composto por:
--- Fibras próprias
--- Feixes provenientes da longa porção do bícipete braquial
--- Feixes provenientes da longa porção do trícipete braquial

Meios de União

Cápsula Articular
Estende-se do contorno da cavidade glenóideia à extremidade superior do úmero.
A inserção escapular faz-se sobre a face periférica do debrum e estende-se até ao re-
bordo ósseo da cavidade, contornando por dentro as inserções do tendão da longa por-
ção do bícipete braquial.
A inserção umeral faz-se em cima sobre o colo anatómico e em baixo vai-se afastando
do rebordo cartilagíneo, fixando-se as fibras superfíciais no corpo do úmero e as pro-
fundas no periósteo.
É mais espessa em baixo e mais fina em cima.
É constituida por feixes entrecruzados em todos os sentidos.

Ligamento Córaco-Umeral
Espesso, insere-se internamente ao longo do bordo externo da apófise coracóideia,
abaixo do ligamento acrómio-coracoideu.
Dirige-se transversalmente para fora terminando em dois feixes sobre o troquíter e o
troquino, de cada um dos lados da extremidade superior da goteira bicipital.
É independente da cápsula perto da inserção coracoideia estando fundido com ela na
porção restante.
O feixe troquiteriano une-se atrás ao tendão do músculo supra-espinhoso.
O feixe troquiniano funde-se adiante ao ligamento gleno-umeral superior.
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Filipa Ferreira

O ligamento córaco-umeral provém da regressão fibrosa da porção externa do músculo


pequeno peitoral.
O tendão da longa porção do bícipete sai da articulação por um orifício compreendido
entre os feixes troquinianos e troquiterianos do ligamento.
O tendão vai depois encaixar na goteira bicipital que se transforma num canal osteo-
fibroso por intermédio do ligamento umeral transverso de Gordon Brodie.

Ligamento Córaco-Glenoideu
Insere-se na porção posterior do bordo externo da apófise coracóideia.
Dirige-se para trás e para fora inserindo-se sobre o debrum glenoideu.

Ligamentos Gleno-Umerais
São três ligamentos

--- Ligamento Gleno-Umeral Superior


Insere-se internamente na porção superior do debrum glenoideu e no colo da
omoplata, sendo recuada para dentro na porção em que se insere o tendão da longa
porção do bícipete braquial.
Dirige-se transversalmente para fora e funde-se perto da sua extremidade com a
porção troquiniana do ligamento córaco-umeral e insere-se juntamente com esta
acima do troquino, sobre o colo anatómico.

--- Ligamento Gleno-Umeral Médio


Insere-se internamente no debrum glenoideu e na porção vizinha do colo da
omoplata, á frente das inserções do gleno-umeral superior.
Dirige-se para fora e para baixo, terminando sobre a porção inferior do troquino,
ao longo das inserções do tendão infra-escapular.

--- Ligamento Gleno-Umeral Superior


Reforça a porção ântero-inferior da cápsula.
Insere-se sobre o debrum glenoideu e sobre o colo da omoplata desde a
chanfradura glenoideia até ao polo inferior da cavidade glenóideia.
Termina sobre o úmero abaixo do troquino.

Entre os ligamentos gleno-umerais superior e médio existe um ponto fraco de forma


triângular denominado foramen oval de Weitbrecht, onde a cápsula articular desapa-
rece completamente, comunicando assim a cavidade articular com a serosa do infra-
escapular.
Entre os ligamentos gleno-umeral médio e inferior existe outro espaço triângular deno-
minado orifício sub-coracóideu. É por este ponto que passa a cabeça do úmero nas
luxações ântero-internas.

Músculos e Tendões Periarticulares


Vão da omoplata ao troquiter e troquino e têm o papel de ligamentos activos da arti-
culação escápulo-umeral.
São, em cima e atrás, os tendões dos músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso e
pequeno redondo. Adiante é o tendão do infra-escapular.

Sinovial
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Filipa Ferreira

Recobre a face profunda da cápsula articular até às suas inserções onde se reflecte para
se estender até à cartilagem que cobre as superfícies articulares.
Ao reflectir-se sobre o úmero a sinovial ergue-se em pregas, as frenula capsulae.
A sinovial envia prolongamentos para fora da articulação.
O primeiro prolongamento passa pelo foramen oval de Weitbrecht e fica situado na
profundidade do músculo infra-escapular constituindo a bolsa infra-escapular.
O segundo prolongamento acompanha o tendão da longa porção do bícipete na go-
teira bicipital, consituindo a bolsa bicipital.

Para além destas bolsas existem outras entre a articulação escápulo-umeral e os múscu-
los e tendões vizinhos, sendo as mais importantes a bolsa infra-deltoideia, a bolsa in-
fra-acromial e a bolsa infra-coracóideia.

Mecanismo Articular

Movimentos de Flexão e Extensão – são executados em torno de um eixo transversal


que passa na cabeça do úmero.
Na flexão o braço dirige-se para diante, sendo o movimento limitado pela tensão do
ligamento córaco-umeral e da porção posterior da cápsula articular.
Na extensão o braço dirige-se para trás sendo limitado pelo ligamento córaco-umeral
e pela porção anterior da cápsula articular.

Movimentos de Abdução e Adução – são realizados em torno de um eixo ântero-


posterior que passa pelo centro da cabeça do úmero.
Na abdução o braço afasta-se da linha mediana e na adução o braço aproxima-se da
linha mediana.

Movimento de Circundução – resulta da combinação dos movimentos de flexão, adu-


ção, extensão e abdução.

Movimentos de rotação para fora e para dentro – fazem-se em torno de um eixo


vertical que passa pelo centro da cabeça do úmero.
São limitados pela tensão da cápsula articular e pelos músculos antagonistas do mo-
vimento que está a ser executado.

Os movimentos da articulação escápulo-umeral são conjugados com os movimentos da


cintura escapular
Movimentos de elevação e abaixamento da clavícula e da omoplata – permitem que
a omoplata deslize para cima ou para baixo.

Movimentos de deslizamento da omoplata para fora e para dentro – permitem pro-


jectar a clavícula para diante ou para trás.

Movimento de rotação interna ou externa da omoplata ou Movimentos de Báscula


– permitem que a cavidade glenoideia olhe para fora e para baixo nos movimentos de
rotação interna, e para cima nos movimentos de rotação externa.
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Filipa Ferreira

ARTROLOGIA DO COTOVELO E ANTEBRAÇO


ARTICULAÇÃO DO COTOVELO
Classificação – bitrócleo – condilo- trocartrose

A articulação do cotovelo pode-se subdividir-se em três articulações:


a articulação do úmero com o cúbito que é uma trocleartrose
a articulação do úmero com o rádio que é uma condilartrose
a articulação do cúbito com o rádio que é uma trocartrose

Superfícies Articulares
Extremidade Inferior do Úmero
Constituída internamente pela tróclea umeral, que é mais larga atrás que adiante, apre-
senta duas vertentes e uma garganta. A garganta é inclinada de cima para baixo e de
fora para dentro, descrevendo por vezes um arco de hélice. É sobremontada adiante pela
fosseta coronoideia e posteriormente pela fosseta olecraniana. Vai-se articular com a
grande cavidade sigmóideia do cúbito.
Externamente é constituida pelo côndilo umeral, que é um segmento de esfera que olha
para diante e para baixo e cujo eixo vertical é maior que o transversal. Adiante e acima
do côndilo está a fosseta supra-condiliana. Articula-se com a cabeça do radio.
A goteira côndilo-troclear está situada entre a tróclea e o côndilo e pode ser considera-
da uma segunda tróclea, cuja vertenta interna é formada pelo rebordo externo da tró-
clea e a vertente externa ou conóide é formada pela porção interna do côndilo separadas
por um sulco ântero-posterior paralelo ao da tróclea principal e que se vai articular com
o rebordo interno da cúpula do rádio

Extremidade Superior do Cúbito


A grande cavidade sigmóideia possui a forma de um gancho que se adapta à superfície
da tróclea umeral. Apresenta duas facetas articulares separadas por uma ranhura, das
quais uma é anterior e horizontal e ocupa a face superior da apófise coronóideia, a outra
é posterior, vertical e constitui a face anterior do olecrânio. Estas duas superfícies estão
cada uma subdividida em duas porções por uma crista vertical na zona mediana que se
estende do bico do olecrânio até ao vértice da apófise coronóideia, e que se articula com
a garganta da tróclea umeral. A vertente externa da superfície olecraniana é por
vezes ainda dividida em duas por uma crista vertical em duas facetas secundárias, uma
interna e a outra externa. Esta superfície só entra em contacto com a tróclea nos movi-
mentos de extensão e fica então em concordância com a vertente externa da tróclea
umeral.
A pequena cavidade sigmóideia ocupa a face externa da apófise coronóideia. Tem a
forma de um segmento de cilindro côncavo para fora. Mede de 15 a 20mm de trás para
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

diante e mede cerca de 8mm atrás onde é mais alta que adiante. O seu revestimento car-
tilagíneo continua em cima com o da faceta coronóideia da grande cavidade sigmoideia.
Articula-se com o contorno da cabeça do rádio.

Extremidade Superior do Rádio


A cúpula do rádio é regularmente escavada e articula-se com o côndilo do úmero. É
limitada por um rebordo rombo e liso, a porção interna deste contorno é talhada em
bisel à custa da face superior de tal forma que forma um ângulo que se articula com a
goteira côndilo-troclear do úmero. A cartilagem que recobre esta superfície é mais
espessa no rebordo que no centro.
O contorno da cabeça do rádio apresenta um superfície articular cujo revestimento
cartilagíneo está em continuidade com o do contorno da cabeça do rádio e que se retrai
externamente onde se reduz a uma banda cartilaginosa, na bordadura da cúpula. Esta
superfície é mais alta internamente que externamente, geralmente plana de cima para
baixo e no conjunto é irregularmente cilindrica. Este contorno vai-se articular com um
cilindro osteo-fibroso formado pela pequena cavidade sigmóideia do cúbito e pelo
ligamento anelar.

Ligamento Anelar
Banda fibrosa que se estende de uma extremidade à outra da pequena cavidade sig-
moidia do cúbito, enrolando-se sobre a cabeça do rádio.
A face interna do ligamento está em concordância com a cabeça do rádio e é recoberta
por cartilagem.
A face periférica é reforçada adiante e atrás pelos feixes dos ligamentos anterior e
lateral externo da articulação do cotovelo.
Em cima o ligamento continua com a cápsula articular.
Em baixo estende-se abaixo da cabeça do rádio e continua com a cápsula articular que
se insere no colo do rádio.
Como o ligamento é mais estreito em baixo que em cima a cabeça do rádio fica retida
no anel formado pelo ligamento e pela pequena cavidade sigmoideia.

Meios de União

Cápsula Articular
Estende-se do úmero aos dois ossos do antebraço
No úmero insere-se anteriormente no bordo superior das fossetas coronoideia e supra-
condiliana e encontra externamente o bordo do côndilo.
Lateralmente ladeia o côndilo por fora.
Internamente percorre o fundo da depressão que separa a tróclea da epitróclea.
Posteriormente insere-se de fora para dentro sobre o bordo posterior do côndilo até à sua
extremidade interna, sobre o sulco que prolonga posteriormente a goteira côndilo-
troclear e vai até à extremidade superior do rebordo externo da tróclea. Dirige.se depois
para cima e para dentro onde cruza transversalmente a fossa olecraniana e desce depois
para a depressão que separa a tróclea à epitróclea.
No antebraço insere-se sobre o cúbito no rebordo interno da grande cavidade sigmói-
deia e no rebordo externo desta excepto na porção mediana onde se insere abaixo da
pequena cavidade sigmóideia; sobre a face superior do olecrânio e sobre a face anterior
da apófise coronoideia. E no rádio a cerca de meio cm abaixo da cabeça radial.

Ligamento Anterior
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Filipa Ferreira

Estende-se sobre toda a porção anterior da cápsula articular.


A inserção superior confunde-se com a da cápsula, desde a face anterior da epitróclea
até ao epicôndilo.
Depois os feixes descem convergindo e terminam sobre o bordo externo da apófise
coronóideia, adiante da pequena cavidade sigmoideia e sobre a porção vizinha do liga-
mento anelar.
Destes feixes existe dois mais salientes : o ligamento oblíquo interno que se estende
desde a face anterior da epitróclea à porção anterior do ligamento anelar e o liga-
mento oblíquo externo que se insere no epicôndilo.
O ligamento anterior é continuado de cada lado pelos ligamentos laterais

Ligamento Lateral Interno


Formado por três feixes que se estendem desde a epitróclea ao bordo interno da
grande cavidade sigmóideia.
Feixe Anterior – estende-se desde a porção ântero-inferior da epitróclea à porção
ântero-interna da apófise coronoideia
Feixe Médio – insere-se sobre o bordo inferior da epitróclea e em baixo sobre o tu-
bérculo coronoideu da face interna da apófise coronoideia. As fibras mais superfíciais
prolongam-se sobre o bordo interno do cúbito.
Feixe Posterior ou Ligamento de Bardinet – tem forma de leque fixo pelo vértice à
porção póstero-inferior da epitróclea e pela base ao bordo anterior da face interna
do olecrânio.
Ligamento de Cooper ou feixes arciformes – estendem-se desde a apófise coronoi-
deia até ao olecrânio. Limitam com a extemidade interna do sulco transversal da chan-
fradura sigmoideia um orificio através do qual progride um franja gordurosa.

Ligamento Lateral Externo


Tem forma de leque, é constituido por três feixes que vão desde o epicôndilo até ao
bordo externo da grande cavidade sigmóideia.
Feixe Anterior – estende-se desde a porção ântero-inferior do epicôndilo à extremi-
dade anterior da pequena cavidade sigmóideia do cúbito. Este feixe descende oblí-
quamente para baixo e para diante até ao ligamento anelar com o qual se confunde na
sua inserção cubital.
Feixe Médio – insere-se em cima sobre o bordo inferior do epicôndilo e em baixo
sobre o cúbito imediatamente atrás da pequena cavidade sigmoideia e também sobre
a crista de bifurcação posterior do bordo externo do cúbito. na porção média do seu
trajecto este feixe confunde-se com a porção posterior do ligamento anelar.
Feixe Posterior – formado por fibras quase paralelas que se estende desde a porção
posterior do epicôndilo até ao bordo externo do olecrânio.

Ligamento Posterior
Constituido por finos feixes.
Feixes Úmero-Olecranianos Oblíquos – estendem-se desde os bordos laterais da
fossa olecraniana ao vértice do olecrâneo.
Feixes Úmero-Umerais – dispostos transversalmente estendem-se de um bordo ao
outro da fossa olecraniana
Feixes Úmero-Olecranianos Verticais – dispostos verticalmente desde a porção supe-
rior da fossa olecraniana até ao vértice do olecrânio.

Ligamento Inferior, Rádio-Cubital ou Ligamento Quadrado de Denucé


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Filipa Ferreira

É um espessamento da porção da cápsula situada abaixo da articulação rádio-cubital.


Possui uma forma quadrilátera.
Estende-se do bordo inferior da pequena cavidade sigmoideia do cúbito até à por-
ção interna do colo do rádio.

Sinovial
Reveste a superfície interior da cápsula. Ao chegar às linhas de inserção da cápsula
reflecte-se até alcançar os limites das cartilagens articulares, formando vários fundos de
saco.
Fundo de Saco Anterior – corresponde às fossetas supra-troclear e supra condilia-
na, por vezes insere-se na crista que separa as duas fossetas formando dois fundos de
saco secundários.
Fundo de Saco Posterior – em concordância com a porção inferior da fossa olecra-
niana
Fundo de Saco Inferior, Anular ou Peri-radial – situa-se em torno do colo do rádio,
por baixo do ligamento anular
Fundo de Saco Rádio-Cubital – situa-se por baixo da pequena cavidade sigmoideia.
A sinovial é subelevada por alguns novelos adiposos, ou franjas que completam os es-
paços fazios que tendem a ser produzidos por certos movimentos da articulação.
Existe ainda a franja falciforme que se insere entre o côndilo do úmero e a cabeça do
rádio

Movimentos Articulares

Movimentos de Flexão e de Extensão


Produzem-se em torno de um eixo transversal que atravessa de fora para dentro a ex-
tremidade inferior do úmero.
Na flexão os feixes posteriores dos ligamentos laterais interno e externo estendem-se
mas o movimento só é limitado pelo encontro do antebraço com o braço, este movi-
mento tem uma amplitude de 140º. A extensão é limitada pelo feixe anterior e feixes
anteriores dos ligamentos laterais. Na extensão forçada o bico do olecrânio contacta
por fezes com a fossa olecraniana.

Movimentos de Lateralidade – são muito limitados e passivos

Movimentos de Pronação e Supinação- serão explicados aquando da descrição da


articulação rádio-cubital inferior

MEMBRANA INTERÓSSEA OU LIGAMENTO INTERÓS-


SEO
Membrana fibrosa que se estende desde o bordo interno do rádio ao bordo externo
do cúbito.
A inserção radial faz-se em baixo sobre a crista posterior proveniente da divisão do
bordo interno do rádio.
Nem sempre o ligamento interósseo ocupa a totalidade do espaço interósseo, termina
em cima perto da tuberosidade bicipital delimitando com a porção superior dos dois
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ossos um largo orifício por onde passa a artéria interóssea posterior. É perfurado por
vários orifícios pequenos pelos quais progridem ramos vasculares.
Este ligamento é espesso e resistente, diferenciado em feixes fibrosos nos 2/3 superiores
e é fino e membranoso no terço inferior.
Sobre a face anterior do ligamento interósseo é possivel distinguir feixes fibrosos que
provêm da transformação fibrosa de alguma fibras do músculo flexor comum profun-
do dos dedos cujas inserções se estendem até ao rádio.
Sobre a face posterior é visível um feixe espesso denominado de ligamento oblíquo
interósseo rádio-cubital que se estende de cima para baixo e de dentro para fora, do
cúbito ao rádio, onde termina no tubérculo interósseo. Este feixe provem da transforma-
ção dos feixes mais profundos do músculo longo abdutor do polegar.
Observa-se frequentemente abaixo do ligamento oblíquo um segundo feixe rádio-
cubital que provém da regressão fibrosa de alguns feixes do curto extensor do pole-
gar.

O ligamento de Weitbrecht insere-se em cima sobre a porção infero-esterna da apófise


coronóideia, atravessa o tendão do bícipete e termina em baixo sobre o rádio abaixo da
tuberosidade bicipital. Este ligamento provém da transformação fibrosa do feixe co-
ronoideu do músculo longo flexor do polegar

ARTICULAÇÃO RÁDIO-CUBITAL INFERIOR


Classificação – trocartrose

Superfícies Articulares

Cabeça do cúbito
Apresenta duas facetas articulares, uma externa e outra inferior separadas por uma
crista convexa para fora.
A faceta externa, vertical, cilindrica, convexa de diante para trás ocupa os 2/3 externos
do contorno da cabeça. Mais alta na porção média que nas extremidades. Articula-se
com a cavidade sigmoideia do rádio.
A faceta inferior, ligeiramente convexa relaciona-se com o ligamento triângular.
A saliência formada pelas duas facetas articulares relaciona-se com uma cavidade
ângulosa formada pela cavidade sigmoideia do rádio externamente e pelo ligamento
triângular em baixo.
É revestida por uma camada de fibrocartilagem

Cavidade Sigmóideia do Rádio


Situa-se sobre a face interna da extremidade inferior do rádio. Tem a forma de um
segmento de cilindro vertical, côncavo para dentro.
Esta cavidade adapta-se à convexidade da faceta externa da cabeça do cúbito que é
mais extensa no sentido ântero-posterior que a cavidade sigmoideia.
É revestida por uma camada de cartilagem.

Ligamento Triângular
Lâmina fibrocartilagínea triângular, horizontal, localizada entre a cabeça do cúbito e o
carpo.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Fixa-se pelo seu vértice na chanfradura que separa a cabeça da apófise estilóideia do
cúbito e sobre o lado externo desta apófise.
Insere-se pela base no bordo inferior da cavidade sigmoideia do rádio.
A face superior do ligamento relaciona-se com a faceta inferior da cabeça do cúbito
e a face inferior repousa sobre o semi-lunar e sobre o piramidal.
Os dois bordos, anterior e posterior, estão ligados às cápsulas e aos ligamentos das
articulações rádio-cubital inferior e rádio-procárpica ou do punho.

Meios de União

Ligamento Triângular
É o meio de união mais forte entre as extremidades inferiores dos dois osso.

Cápsula Articular
Insere-se sobre os bordos anterior e posterior do ligamento triângular e sobre o con-
torno superior das superfícies articulares do rádio e do cúbito.

Ligamento Rádio-Cubital Anterior


Reforça anteriormente a cápsula articular

Ligamento Rádio-Cubital Posterior


Reforça posteriormente a cápsula articular.

Sinovial
Reveste interiormente a cápsula. Emite para cima um prolongamento em forma de fun-
do de saco que alcança o espaço interósseo

Mecanismo das Articulações Rádio-Cubitais

Movimento de pronação e supinação


A pronação é o movimento de rotação pelo qual o polegar é deslocado para dentro e a
palma da mão para trás.
A supinação é o movimento de rotação pelo qual o polegar é deslocado para fora e a
palma da mão para diante.
Estando o úmero e o cúbito imobilizados constata-se que o rádio roda em torno de um
eixo que passa em cima sobre o centro da cúpula radial e em baixo pelo centro da
cabeça do cúbito.
Durante este movimento a cúpula radial desliza sobre o côndilo umeral; a cabeça do
rádio desliza no anel ósteofibroso formado pela pequena cavidade sigmoideia e pelo
ligamento anular e a extemidade inferior do rádio desloca-se circularmente em torno da
cabeça do cúbito.
Os movimentos de pronação e supinação são limitados pela tensão do ligamento qua-
drado de Denucé. A supinação é ainda limitada pela tensão do ligamento rádio-
cubital anterior da articulação rádio-cubital inferior e a pronação pela tensão do liga-
mento rádio-cubital posterior.
No indivíduo vivo este mecanismo é bem mais complexo porque o úmero e o cúbito
não estão imóveis, e resulta portanto de uma combinação de movimentos que se produ-
zem à vez nas articulações rádio-cubitais, nas articulações úmero-radial, úmero-
cubital e na articulação da espádua.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

ESQUELETO DO MEMBRO INFERIOR


ESQUELETO DA ANCA

A anca liga o membro inferior ao tronco. Compreende um único osso, o osso ilíaco ou
coxal. Os ossos iliacos descrevem com o sacro e o cóccix um conjunto ósseo designado
de bacia ou pelve.

OSSO ILÍACO OU COXAL


É constituído por três porções: o ílion, o ísquion e o púbis que provêm de três pontos
de ossificação distintos que se estendem todos até ao centro da cavidade cotiloideia.
A porção central e espessa possui uma cavidade articular designada de cavidade coti-
loideia ou acetábulo.
Por cima do acetábulo está um segmento superior achatado e muito largo, o ílion que é
constituído pelo corpo e pela asa.
Por baixo do acetábulo encontra-se o buraco obturado ou ísquio-púbico adiante do
qual se encontra o púbis e atrás do qual está o ísquion.
O púbis é formado pelo corpo e pelo ramo superior ou horizontal que liga o corpo à
porção anterior do acetábulo e pelo ramo inferior ou descendente que liga o corpo ao
ramo ascendente do ísquion.
O ísquion é formado pelo corpo, pelo ramo descendente que liga o corpo ao acetábulo, e
pelo ramo ascendente que liga o corpo ao ramo descendente do púbis.
A união do ramo descendente do púbis com o ramo ascendente do ísquion constituí o
ramo ísquio-púbico.

Classificação – par e achatado


Orientação – a cavidade articular é externa, a maior chanfradura existente no rebordo
desta cavidade é inferior e o maior ressalto que delimita esta chanfradura é posterior.
Conexões:
com o sacro
com o fémur
com o osso ilíaco do lado oposto

Descrição
O osso ilíaco apresenta duas faces, quatro bordos e quatro ângulos.

Face Externa

Pode ser dividida em 3 porções que são, de cima para baixo, a fossa ilíaca externa, a
cavidade cotiloideia e o buraco ísquio-púbico com a sua bordadura óssea.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Fossa Ilíaca Externa


Superfície triângular, ondulada, convexa adiante e atrás, côncava na porção média.
É percorrida por duas linhas rugosas curvas, as linhas semi-circulares, uma anterior e a
outra posterior.
A linha semi-circular anterior côncava para baixo e para diante, parte da vizinhança
do ângulo ântero-superior do osso e termina sobre o bordo posterior, na porção mé-
dia do bordo superior da grande chanfradura ciática.
A linha semi-circular posterior, ligeiramente côncava para diante, destaca-se do bor-
do superior do osso na união do ¼ posterior com os ¾ anteriores e termina sobre o
bordo superior da grande chanfradura ciática um pouco atrás da linha anterior.
Entre as duas linhas, na sua origem sobre o bordo superior da grande chanfradura ciáti-
ca, existe uma goteira vascular para um ramo da artéria glútea.
As duas linhas semi-circulares dividem a fossa ilíaca externa em três segmentos: o seg-
mento posterior sobre o qual se inserem os feixes mais elevados do músculo grande
glúteo e alguns feixes do grande ligamento sacro-ciático. O segmento médio dá inser-
ção ao médio glúteo e o segmento ântero-inferior ao pequeno glúteo.
Um dos principais buracos nutritivos do osso localiza-se perto da linha semi-circular
anterior.
A porção inferior da fossa ilíaca externa é atravessada, imediatamente acima do rebordo
da cavidade cotiloideia por uma goteira supra-cotiloideia, crivada de orifícios vascula-
res, concêntrica ao ângulo cotiloideu. Está em relação com o tendão reflectido do recto
anterior, que se insere na extremidade posterior rugosa da goteira.
O lábio superior da goteira limita em baixo a inserção do pequeno glúteo. É muitas
vezes designada por linha glútea ou semi-circular inferior

Cavidade Cotiloideia
Olha para diante, para fora e para baixo.
Articula-se com a cabeça do fémur.
É limitada por um rebordo saliente, o rebordo cotiloideu que apresenta 3 chanfradu-
ras. Estas chanfraduras correspondem aos pontos de junção das 3 peças ósseas ileon,
púbis e ísquion, que constituem o osso ilíaco.
A chanfradura anterior ou ílio-púbica e a chanfradura posterior ou ílio-isquiática
são depressões pouco visíveis. A chanfradura inferior ou ísquio-púbica é muito pro-
funda e larga.
É visível na extremidade anterior do rebordo cotiloideu o tubérculo précotiloideu onde
se ligam os feixes infrapúbicos.
A cavidade cotiloideia apresenta duas porções distintas: uma central, quadrilátera, de-
primida, rugosa, não articular designada âmago da cavidade cotiloideia, que está em
continuidade com a chanfradura ísquio-púbica. A outra porção é periférica, lisa, articu-
lar cujas extremidades limitam adiante e atrás a chanfradura ísquio-púbica.

Buraco Ísquio-Púbico
Orifício largo, ovalar no homem e irregularmente triângular na mulher, situado abaixo
da cavidade cotiloideia. O buraco ísquio-púbico é circunscrito pela porção inferior da
cavidade cotiloideia em cima, pelo púbis adiante e pelo ísquion atrás.
Púbis
Compreende 3 porções:
--- Ramo Horizontal ou Ramo Ascendente
Segmento alongado, horizontal, localizado acima do buraco ísquio-púbico e que se
destaca da cavidade cotiloideia adiante da chanfradura ísquio-púbica.
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--- Lâmina quadrilátera do Púbis


Espessa, quadrilátera e achatada de diante para trás. Situa-se adiante do buraco
ísquio-púbico.

--- Ramo Descendente


Segmento alongado situado abaixo e atrás da lâmina quadrilátera.

A face externa destas três porções do púbis dão inserção aos músculos adutores da
coxa, ao recto interno e ao obturador externo.

Ísquion
Formado por duas colunas ósseas que são os ramos ascendente e descendente do ísqui-
on.
--- Ramo descendente
Separa-se da região cotiloideia atrás da chanfradura ísqui-púbica.
A extremidade superior deste ramo forma com a porção correspondente do rebordo
cotiloideu um depressão ântero-posterior designada goteira infra-cotiloideia.

--- Ramo Ascendente


Dirige-se para diante, para dentro e para cima e une-se ao ramo descendente do
púbis.

Os dois ramos do ísquion reúnem-se segundo um ângulo quase recto.


Na zona de junção o ísquion apresenta atrás uma forte saliência, a tuberosidade do
ísquion.
A face externa dos ramos do ísquion e a tuberosidade dão inserção aos músculos gran-
de adutor da coxa, quadrado crural, obturador externo; semi-tendinoso, semi-
membranoso, longa porção do bícipete crural e génio pélvico inferior.
A face posterior da tuberosidade ísquiática pertence ao bordo posterior do osso.

Buraco Ísquio-Púbico
Está então limitado pelo púbis e pelo ísquion, é limitado por um bordo agudo que é in-
terrompido, por baixo do ramo horizontal do púbis por uma goteira oblíqua para dentro
e para diante, a goteira infrapúbica, por onde passam o nervo e os vasos obturadores.
Dos dois lábios da goteira, o anterior dá continuidade atrás ao bordo superior do buraco
ísquio púbico e prolonga-se para diante sobre o ramo horizontal do púbis até à espinha.
O lábio posterior dá seguimento ao bordo anterior do buraco ísquio-púbico e perde-se
internamente sobre a face interna do osso.
Portanto o buraco ísquio-púbico tem a forma de um anel com duas extremidades não
coincidentes, afastadas qua ladeiam a goteira infrapúbica.
Sobre o contorno do buraco ísquio-púbico destacam-se duas saliências: uma situada
adiante da chanfradura ísqui-púbica denominada tubérculo obturador posterior; outra
sobre o ramo descendente do púbis, o tubérculo obturador anterior.
O buraco ísquio-púbico encontra-se preenchido pela membrana obturadora.

Face Interna

Divide-se em duas porções através de uma crista curva, oblíqua para baixo designada
linha inominada.
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Filipa Ferreira

Esta linha é arredondada no meio e saliente nas extremidades, particularmente na ante-


rior onde forma uma aresta, a crista pectínea.
Acima da linha inominada observa-se uma superfície larga, lisa, côncava, triângular, a
fossa ilíaca interna.
Esta fossa olha para dentro, para diante e para cima.
Apresenta na porção póstero-inferior um dos principais buracos nutritivos do osso.~
Dá inserção nos seus 2/3 superiores ao músculo ilíaco.
Atrás da fossa ilíaca interna existe uma superfície irregular que compreende duas por-
ções, uma inferior, articular em forma de crescente designada faceta auricular do osso
ilíaco que se articula com uma faceta semelhante ao nível do sacro. A outra é superior,
rugosa, situa-se acima e atrás da faceta articular, denominada tuberosidade ilíaca, que
dá inserção dos ligamentos da articulação sacro-ilíaca e que apresenta na sua porção
média uma saliência larga arredondada, a pirâmide.
O contorno da faceta auricular, côncavo para cima e para trás, é irregularmente convexo
na porção ântero-inferior, de tal forma que o seu bordo ântero-inferior desenha um ân-
gulo saliente para diante cujo vértice se articula com a porção posterior da linha inomi-
nada.
Existe frequentemente, ao longo do bordo inferior da faceta auricular, uma goteira es-
treita e pouco profunda, o sulco pré-auricular que é determinado pelas inserções do
ligamento sacro-ilíaco anterior.
Abaixo da linha inominada observa-se adiante o buraco ísquio-púbico.
Na porção ântero-superior encontra-se a entrada da goteira infrapúbica sendo que o
contorno do buraco ísqui-púbico vai limitar em cima e por dentro o lábio posterior da
goteira.
A partir do tubérculo obturador posterior parte uma crista rugosa, a crista tubercu-
lar, sobre a qual se insere a porção mais elevada da membrana obturadora.
Atrás e acima do buraco ísquio-púbico encontra-se uma superfície quadrilátera lisa,
que corresponde ao âmago da cavidade cotiloideia e dá inserção ao músculo obtura-
dor interno.

Bordo Superior
O bordo superior ou crista ilíaca é sinuoso e contornado em S itálico.
Apresenta portanto uma dupla curvatura: uma ânterior côncava para dentro e outra
posterior côncava para fora. Descreve ainda uma curva convexa para cima.
O bordo é espesso mas a espessura não é uniforme, é maior nas duas extremidades e
sobretudo ao nível do vértice da curvatura anterior.
A sua extremidade anterior tem o nome de espinha ântero-superior e a extremidade
posterior é designada espinha ilíaca póstero-superior.
Este bordo apresenta um lábio externo e um lábio interno e entre eles situa-se a linha
intermédia.
Este bordo dá inserção na sua porção anterior aos músculos grande oblíquo (externo),
pequeno oblíquo(interno) e transverso do abdómen. Atrás dá inserção ao grande
dorsal, ao sacro-lombar e ao quadrado dos lombos.

Bordo Anterior

Descreve uma curva côncava para dentro e para cima.


Apresenta de cima para baixo :
--- a espinha ilíaca ântero-superior, pela qual se une ao bordo superior; onde se inse-
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rem o músculo costureiro e o tensor da fascia lata.


--- a chanfradura fémuro-cutânea por onde passa o nervo fémuro-cutâneo
--- a espinha ilíaca ântero-inferior, cuja face externa dá inserção ao tendão directo do
recto ânterior.
--- uma outra chanfradura em concordância com o músculo psoas ilíaco
--- uma tuberosidade arredondada, a eminência ilio-pectínea, que corresponde ao ponto
de união do ilion e do púbis e onde se insere a fita ílio-pectínea.
--- uma superfície lisa, alongada, triângular de vértice interno, a superfície pectínea,
que é limitada atrás pela crista pectínea e adiante pelo prolongamento do lábio
anterior da goteira infrapúbica e onde se insere o músculo pectíneo.
--- uma saliência, a espinha do púbis, situada na extremidade interna da superfície
pectínea, no ponto de união da crista pectínea com o lábio anterior da goteira
infrapúbica
--- uma superfície rugosa, estreita e curta que se estende desde a espinha do púbis até
ao ângulo do púbis; dá inserção aos músculos piramidal e grande recto do abdó-
men.

Bordo Inferior
Comunica com o bordo anterior formando um ângulo recto, o ângulo do púbis.
É formado pelo ramo descendente do púbis e pelo ramo ascendente do ísquion.
Dirige-se para baixo e para trás e depois dirige-se para fora.
Possui dois segmentos:
--- Segmento Anterior
Articular.
Ocupado por uma superfície elíptica, a faceta púbica, oblíqua para trás e para baixo,
irregular, coberta de saliências e depressões normalmente perpendiculares ao grande
eixo.
Esta superfície articula-se com a do osso oposto para formar a sínfise púbica.

--- Segmento Posterior


Mais oblíquo na mulhar que no homem, é rugoso.
Apresenta um lábio externo onde se inserem os músculos recto interno e grande
adutor da coxa; um lábio interno e um interstício sobre o qual se fixam os corpos
cavernosos e o músculo ísquio-cavernoso.

Bordo Posterior
Estende-se da espinha íliaca póstero-superior à tuberosidade do ísquion.
Apresenta de cima para baixo:
--- a espinha ilíaca póstero-superior, que faz a união com o bordo superior
--- uma pequena chanfradura inominada entre as extremidades posteriores da tubero-
sidade ilíaca e a superfície auricular.
--- uma tuberosidade, a espinha ilíaca póstero-inferior que corresponde à extremidade
posterior da superfície auricular.
--- uma chanfradura larga e profunda, a grande chanfradura ciática que dá passagem
ao músculo piramidal, a vasos e nervos
--- uma saliência achatada triângular, a espinha ciática, sobre a qual se insere o peque-
no ligamento sacro-ciático.
--- uma chanfradura mais pequena que a anterior, a pequena chanfradura ciáctica que
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é atravessada pelo músculo obturador interno, por vasos e nervos.


--- a tuberosidade ísquiática, pela qual o bordo posterior se une ao bordo inferior. Esta
tuberosidade é alta, ovalar, de forte extremidade superior. Dá inserção ao grande
ligamento sacro-ciático e aos músculos posteriores da coxa: bícipete, semimem-
branoso e semitendinoso.
Ângulos
Ângulo ântero- superior – é representado pela espinha ilíaca ântero-superior
Àngulo ântero – inferior – é representado pelo ângulo do púbis
Ângulo póstero-superior – representado pela espinha ilíaca póstero-superior
Ângulo póstero-inferior – representado pela tuberosidade ísquiática

BACIA EM GERAL
CONFIGURAÇÃO
Superfície Exterior

É constituída adiante pela sínfise púbica, pelo púbis e seus ramos, pelo ramo ascen-
dente do ísquion e pelo buraco ísquio-púbico.
Lateralmente é constituído pela fossa ilíaca externa, cavidade cotiloideia, tuberosi-
dade ísquiática e ramo descendente do ísquion.
Atrás é constituida pela face posterior do sacro e do cóccix.
Os corpos do púbis e os ramos ísquio-púbicos formam o arco púbico condicionando
assim a formação de um ângulo, o ângulo infrapúbico.

Superfície Interior

É dividida em duas porções pelo estreito superior da bacia: uma porção superior, a
grande bacia ou pelve falsa e uma porção inferior ou pequena bacia, também conhe-
cida por escavação pélvica ou pelve verdadeira.
A grande bacia é constituída pelas fossas ilíacas internas e pelas asas do sacro.
A pequena bacia encontra-se por baixo do estreito superior da bacia, sendo limitada
inferiormente pelo estreito inferior da bacia.
A pequena bacia é constituída por 4 paredes:
--- Parede Anterior – formada pelos mesmos elelemnetos descritos na face anterior
da superfície exterior da bacia.
--- Parede Posterior – constituída pela face anterior da coluna sacro-coccígea.
--- Paredes Laterais – são representadas pelas superfícies quadriláteras que se
opõem à cavidade cotiloideia.

Estreito Superior da Bacia

É constituído atrás pelo promontório ou ângulo sacro-vertebral e pelo bordo anteri-


or das asas do sacro; adiante pela espinha do púbis e bordo superior da sínfise pú-
bica; lateralmente pela linha inominada do osso ilíaco e pela crista pectínea.
Podem considerar-se 4 diâmetros no estreito superior da bacia:
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Diâmetro ântero-posterior ou promonto-suprapúbico – desde o promontório à por-


ção superior da sínfise púbica, com cerca de 11 cm
Diâmetro transverso – que une os pontos mais afastados do estreito superior da bacia,
com cerca de 13,5cm
2 Diâmetros oblíquos – que unem a sínfise sacro-ilíaca à eminência ílio-pectínea do
lado oposto, com cerca de 12cm.

Estreito Inferior da Bacia

É formado adiante pela porção inferior da sínfise púbica e atrás pelo vértice do cóc-
cix.
Lateralmente é constituído pelo ísquion que se liga à sínfise púbica por intermédio do
ramo ísquio-púbico e ao cóccix por intermédio do grande ligamento sacro-ciático.
O estreito inferior da bacia apresenta 4 diâmetros:
Diâmetro ântero-posterior ou coccígeo-infrapúbico – que se estende do vértice do
cóccix à porção inferior da sínfise púbica, com 7 a 10cm podendo alcançar 11 a 11,5cm.
Diâmetro transversal ou bi-ísquiático – une as faces internas das tuberosidades ís-
quiáticas, com cerca de 11cm.
2 Diâmetros oblíquos – que se estende desde o meio do ligamento sacro-ciático à face
interna da tuberosidade ísquiática do lado oposto, com cerca de 11cm.

DIFERENÇAS ENTRE A PELVE MASCULINA E FEMININA


A bacia típica feminina (bacia ginecóide), adaptada à dinâmica do parto, conduz a dife-
renças muito nítidas em relação à bacia masculina típica.
As paredes da bacia feminina são menos resistentes. O estreito superior é mais aberto e
tem uma forma aproximadamente circular; a escavação pélvica é mais larga; a sínfise
púbica tem menor altura; o corpo do púbis é mais largo; a concavidade da coluna sacro-
coccígea é mais acentuada; o estreito inferior tem maiores diâmetros; o ângulo infra-
pubico é mais aberto; a grande chanfradura ciática é mais aberta e menos pronunciada;
os buracos ísquio-púbicos são maiores e triângulares.

ASPECTOS FUNCIONAIS
A transmissão de forças aos membroso inferiores é feita por intermédio de lâminas
ósseas, que estruturalmente constituem os ossos íliacos, e cuja direcção se prolonga para
a cabeça do fémur.
As lâminas ósseas dividem-se em dois sistemas, o sistema principal e o sistema se-
cundário.
O sistema principal transmite as pressões a partir da asa do sacro, formando depois um
sistema ogival que alcança a asa do osso ilíaco, acabando por convergir para o esporão
ciático, um pouco acima da espinha ciática e para o esporão inominado, ao nível da li-
nha inominada. Todas estas linhas convergem depois para a cabeça do fémur.
O sistema secundário agrupa-se em duas colunas, uma ísquiática, que alcança o ísquion
e uma ílo-púbica que alcança o ramo superior do púbis.
A bacia apresenta os seguintes pontos fracos: ao nível do sacro, para fora dos buracos
sagrados anteriores; ao nível dos ramos do púbis; ao nível das cavidades cotiloideias.

A bacia no seu conjunto apresenta uma dupla função estática e dinâmica.


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A função estática destina-se á transmissão do peso do corpo para os membros inferio-


res, actuando a coluna sacro-coccígea como uma cunha entre os dois ossos ilíacos.
A função dinâmica é feita, essencialmente, à custa dos movimentos de nutação e co-
nutação das articulações sacro-ilíacas, muito importantes no mecanismo do trabalho
de parto.
As articulações sacro-ilíacas produzem movimentos de nutação, em que a base do sa-
cro se dirige para diante e a ponta do cóccix para trás e os movimentos de contranutação
que permitem que o sacro volte à posição inicial.
Estes movimentos aumentam consideravelmente no decurso da gravidez.
A sínfise púbica só realiza discretos movimentos, que levam à separação dos corpos do
púbis, quando a mulher alcança o fim da gravidez.
A articulação sacro-coccígea desloca para trás a ponta do cóccix, passando esta da
flexão extrema para a extensão máxima, fenómeno que se observa fundamentalmente no
final da gravidez.

ARTROLOGIA DA BACIA

Sínfise Púbica
Classificação – Anfiartrose

Superfícies Articulares

Ocupam o bordo interno das lâminas quadriláteras do púbis.


Cada uma delas é elíptica e o grande eixo inclinado para baixo e para trás, fazendo com
a horizontal um ângulo de 30º.
Esta superfície é talhada oblíquamente de diante para trás e de fora para dentro, sendo
por isso o intervalo que separa os dois púbis mais largo adiante que atrás.
A superfície articular é recoberta por uma camada de cartilagem que nivela as irregu-
laridades do osso.

Meios de União
Ligamento Interósseo
É uma fibrocartilagem que ocupa todo o espaço compreeendido entre as superfícies
articulares, sendo mais largo adiante que atrás.
É constituido por tecido fibroso cujos elementos se estendem de uma superfíce cartila-
ginosa á outra.
Os elementos fibrosos são sobretudo abundantes na periferia, tendo uma direcção oblí-
qua que se entrecruza com a dos feixes vizinhos.
A sua porção central apresenta normalmente no adulto uma cavidade irregular sem
sinovial. Esta cavidade é achatada transversalmente e ocupa a porção média da altura da
articulação, perto da sua face posterior.
Na mulher o ligamento interósseo é mais espesso que no homem e durante a gravidez
este torna-se mais laxo e a cavidade articular aumenta.

Manga Fibrosa Periférica


Distinguem-se 4 porções ou ligamentos:
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Filipa Ferreira

Ligamento Posterior – membrana fibrosa que continua o periósteo e estende-se de um


púbis ao outro sobre a face posterior saliente da sínfise.
Ligamento Superior – feixe fibroso espesso e denso
Ligamento Anterior – muito espesso, formado por fibras transversais verticais e oblí-
quas que provém dos tendões dos músculos vizinhos:
-- médios adutores
-- rectos internos
-- pilares dos grandes oblíquos
-- tendões conjuntos dos grandes rectos e piramidais do abdómen
Estas fibras transversais e oblíquas entrecruzam-se sobre a linha mediana
Ligamento Inferior, Infra-Púbico ou Arqueado – feixe fibroso volumosos, arqueado,
que se estende sobre a sínfise entre os ramos descendentes do púbis. Está em conti-
nuidade em cima com o ligamento interósseo e termina em baixo por um bordo livre e
afilado.

Articulação Sacro-Ilíaca
Classificação – Anfiartrose

Superfícies Articulares

Sacro
É atravessada por uma depressão elíptica, arqueada, semelhante a um segmento de
goteira circular cujo centro é o tubérculo conjugado da 1ª e 2ª vértebras sagradas.

Ilíaco
Apresenta um engrossamento elíptico, alongado em forma de crescente, sendo por isso
complementar com a goteira sagrada.

Os bordos da goteira sagrada são espessos convexos e correspondem aos sulcos que
circunscrevem a eminência da superfície ilíaca.
Cada superfície articular apresenta ondulações formadas:
-- sobre a superfície sagrada, pela sua goteira e pelos bordos que ladeia a goteira
-- sobre a superfície ilíaca, pelo engrossamento do ilíaco e pelos sulcos que o delimi-
tam
As superfícies articulares são recobertas por um revestimento fino cuja camada profun-
da é cartilagínea e a superfícial é fibrocartilagínea.

Meios de União
Cápsula Articular
Confunde-se em quase toda a sua extensão com os ligamentos da articulação

Ligamento Sacro-Ilíaco Anterior


Estende-se sobre toda a altura da face anterior ou abdómino-pélvica da articulação.
É formado por fibras transversais que se inserem a cerca de 2mm do revestimento fi-
brocartilagíneo.
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Apresenta em cada uma das suas extremidades dois feixes que se distinguem do resto
do plano ligamentosos pela sua espessura maior e pela direcção das suas fibras que são
oblíquas para cima e para fora. Denominam-se de freios de nutação superior e inferi-
or, também denominados ligamentos ântero-superior e ântero-inferior.
Ligamento Ântero-Superior – estende-se de diante para trás e de dentro para fora, entre
a asa do sacro e o osso ilíaco.
Ligamento Ântero-Inferior – estende-se da extremidade superior da grande chan-
fradura ciática ao bordo lateral do sacro, segundo uma direcção oblíqua para dentro,
para baixo e para trás.

Ligamento Sacro-Ilíaco Posterior


Compreende 3 planos ligamentosos: superficial, médio e profundo.

Plano Ligamentoso Superficial


É formado por 2 a 3 feixes paralelos ou divergentes, achatados e finos, que podem ser
denominados ligamentos ílio-articulares.
Vão da tuberosidade ilíaca aos tubérculos sagrados póstero-internos.
Inserem-se externamente sobre a região póstero-inferior da tuberosidade ilíaca, na
região próxima da vertente interna da espinha ilíaca póstero-superior.
Estas inserções ilíacas do plano superficial estão estritamente unidas ás do 2º, 3º e 4º
ligamentos ílio-transversários conjugados do plano ligamentoso médio.
O 4º ílio-transversário conjugado situa-se atrás sobre o plano do ligamentoso superfi-
cial.
Da inserção ilíaca os feixes dirigem-se para dentro.
2 feixes constantes terminam sobre o 1º e 2º tubérculos sagrados póstero-internos.
2 feixes inconstantes atingem:
-- Inferior – bordo interno do 3º buraco sagrado ou o 3º tubérculo sagrado póstero-
externo.
-- Superior – porção externa da apófise articular do sacro.

Plano Ligamentoso Médio

Composto por feixes ou ligamentos secundários, que se sobrepõem de cima para baixo
atrás das superfícies articulares.
São ílio-transversários porque unem a crista e a tuberosidade ilíaca às apófises trans-
versas do sacro, ou seja aos tubérculos conjugados póstero-externos ou transversá-
rios (derivados destas apófises)

Ligamento Ílio-Transversário Sagrado


É o mais elevado destes feixes.
Une a extremidade posterior da crista ilíaca ao ramo de divisão superior da 1º
apófise transversa sagrada.

1º Ligamento Ílio-Transverso Conjugado ou Axil


Insere-se por um lado na tuberosidade ilíaca, atrás do vértice da pirâmide e por ou-
tro no 1º tubérculo conjugado.
Confunde-se frequentemente com o plano ligamentosos profundo.

2º Ligamento Ílio-Transversário Conjugado ou Ligamento de Zaglas


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Estende-se da tuberosidade ilíaca, perto da espinha póstero-superior ao 2º tubér-


culo conjugado.

3º e 4º Ligamentos Ílio-Transversários Conjugados


Unem a espinha ilíaca póstero-superior ao 3º e 4º tubérculos conjugados.
O 4º ligamento recobre em parte o 3º e confunde-se externamente com o grande li-
gamento sacro-ciático.

Plano Ligamentoso Profundo


É representado por um volumosos ligamento denomidado ligamento interósseo, consti-
tuido pro fibras curtas.
Insere-se externamente sobre toda a tuberosidade ilíaca, adiante do plano médio, em
particular sobre a pirâmide.
Termina internamente sobre as 2 primeiras fossas crivadas do sacro.

Ligamento Ílio Lombar


O sistema de ligamentos ílio-transversários é prolongado para cima por 2 feixes liga-
mentosos ílio-transversários lombares, um inferior e outro superior.
Feixe Ílio-Transversário Lombar Inferior – estende-se do vértice e do brodo inferior
da apófise transversa da 5ª vértebra lombar à porção posterior da crista ilíaca.
Feixe Ílio-Transversário Lombar Superior – estende-se do vértice e do bordo inferior
da apófise transversa da 4ª vértebra lombar á crista ilíaca, sobre a qual se insere, por
fora do feixe precedente.

As fibras mais internas destes dois feixes terminam sobre o sacro, de tal forma que as
outras se dirigem para diante e para baixo e se fixam numa linha rugosa que existe por
fora da articulação sacro-ilíaca, desde a extremidade posterior da crista ilíaca até à
extremidade posterior da linha inominada.
Os dois feixes estão mais ou menos estritamente unidos, dependendo dos indivíduos e
no seu conjunto formam o ligamento ílio-lombar.

Sinovial
A cápsula articular é revestida sobre a sua face interna por uma sinovial cuja superfície
irregular é subelevada em vários pontos por pequenas franjas.

Ligamentos Sacro-Ciáticos
Os ligamentos sacro-ciáticos são bandas fibrosas, resistentes, que se estendem entre o
sacro e o osso coxal, no intervalo compreendido entre eles, na porção póstero-lateral da
bacia.
Estes ligamentos são dois de cada lado e distinguem-se entre grande e pequeno liga-
mento sacro-ciáticos.

Grande Ligamento Sacro-Ciático


Insere-se em cima:
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Filipa Ferreira

sobre as espinhas ilíacas póstero-superior e póstero-inferior e sobre a chanfra-


dura inominada que as separa.
sobre a porção contígua da fossa ilíaca externa, desde a extremidade posterior da
crista ilíaca até à grande chanfradura ciática.
abaixo da articulação sacro-ilíaca, sobre o bordo lateral so sacro e das duas
primeiras vértebras coccígeas.
Daí o ligamento, quase vertical, descende um pouco oblíquamente para baixo, para fora
e para diante, retraíndo-se. Alarga-se novamente ao passar pelo ísquion.
Insere-se no bordo interno da tuberosidade ísquiática e no lábio interno do ramo
ascendente do ísquion, por intermédio de um prolongamento falciforme cujo bordo
superior, côncavo, continua com a aponevrose do obturador interno.
Da face posterior do grande ligamento sacro-ciático destacam-se dois feixes carnudos
do grande glúteo.

Pequeno Ligamento Sacro-Ciático


É uma lâmina fibrosa triângular, fina, de base interna, localizada adiante do grande li-
gamento sacro-ciático, o qual cruza oblíquamente.
Nasce, adiante do grande ligamento sacro-ciático ao qual está estreitamente unido, do
bordo lateral do sacro e do cóccix, ao nível das duas últimas vértebras sagradas e
das duas ou três primeiras coccígeas.
Daqui as suas fibras convergem para fora e um pouco para diante para se inserirem no
vértice da espinha ciática.
O pequeno ligamento sacro-ciático confunde-se ainda adiante com o músculo ísquio-
coccígeo do qual deriva por transformação fibrosa dos seus feixes musculares posterio-
res.

Os ligamentos sacro-ciáticos dividem o intervalo compreendido entre o osso coxal e o


bordo lateral do sacro e do cóccix em dois orifícios.
Orifício Superior
Muito grande, corresponde à grande chanfradura ciática.
É formado em cima e por fora pela grande chanfradura ciática, por dentro pelo gran-
de ligamento sacro-ciático e em baixo pelo pequeno ligamento sacro-ciático.
Dá passagem ao músculo piramidal, aos vasos e nervos glúteos superiores, aos vasos
ísquiáticos e aos grande e pequeno nervos ciáticos.
Orifício Inferior
Mais pequeno, está em concordância com a pequena chanfradura ciática.
É limitado por fora pela pequena chanfradura ciática, em baixo e por dentro pelo
grande ligamento sacro-ciático e em cima pelo pequeno ligamento sacro-ciático.
É atravessado pelo músculo obturador interno, pelos vasos e nervo pudendos inter-
nos, pelo nervo hemorroidal e pelo nervo obturador interno.

Membrana Obturadora
É uma lâmina fibrosa que encerra quase completamente o orifício ísquio-púbico. Apre-
senta um larga abertura, adiante da goteira infrapúbica, a qual tranforma em canal
infra-púbico, onde passam os vasos e nervo obturadores.
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Filipa Ferreira

A membrana obturadora insere-se no contorno do buraco ísquio-púbico e nos tubér-


culos ísquio-púbico anterior e posterior, que se situam sobre o bordo agudo deste
orifício.
Acima e adiante a membrana termina por um bordo livre que se estende até ao lábio
posterior da goteira infra-púbica, à extremidade posterior da crista tubércular.
Enquanto que a membrana se insere no bordo do orifício, ao longo das porções posterior
e anterior do seu contorno, ela insere-se por outro lado, em baixo e atrás, sobre a face
interna do ramo ísquio-púbico, até cerca de meio centímetro abaixo do bordo inferior
do orifício. A inserção afasta-se ainda para cima e para trás do buraco ísquio-púbico e
fixa-se sobre a crista tubercular.
A membrana obturadora é formada por fibras entrecruzadas em todos os sentidos, mas a
maioria dos feixes possui uma orientação quase horizontal.
É reforçada sobre a face externa por uma lâmina fibrosa distinta, em grande parte da sua
extensão, é a fita infrapúbica.
Esta fita insere-se atrás no tubérculo pré-cotiloideu e no ligamento transverso do
acetábulo. Termina adiante sobre o tubérculo ísquio-púbico anterior e sobre o bordo
do buraco ísquio-púbico e da face anterior do púbis, na vizinhança do tubérculo.
A fita liga-se à membrana obturadora pelo seu bordo inferior. Está separada, no res-
to da sua extensão, por um espaço que se alarga gradualmente de baixo para cima.
O seu bordo superior, livre, contribuí para a formação do pavimento do canal infra-
púbico, cuja parde superior é constituida pela goteira infra-púbica.
A fita infra-púbica insere-se também em certos pontos do bordo do buraco ísquio-
púbico por intermédio de alguns feixes que aderem, na maior parte do seu trajecto, à
face externa da membrana obturadora.
A fita infra-púbica e as suas expansões constituem a membrana obturadora externa.

FÉMUR
Localização – constitui o esqueleto da coxa
Classificação – par e longo
Orientação – a extremidade que apresenta uma superfície articular em forma de cabeça
é superior, sendo essa cabeça interna. Das duas tuberosidades existentes nessa extremi-
dade a maior é anterior. Dá-se ao osso uma inclinação para baixo e para dentro (apoian-
do a extremidade inferior do osso numa superfície plana)
Conexões:
com o osso ilíaco
com a tíbia
com a rótula

Descrição
O seu grande eixo dirige-se oblíquamente para baixo e para dentro, apresentando no
entanto uma ligeira torção sobre este.
Apresenta um corpo e duas extremidades

Corpo

É prismático triângular, apresentando 3 faces e 3 bordos.

Face Anterior
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Filipa Ferreira

Convexa e lisa.
Dá inserção aos músculos crural e subcrural

Face Póstero-Lateral Externa


Larga, escavada em goteira na porção média, convexa e afilada nas extremidades.
Dá inserção ao músculo crural.

Face Póstero-Lateral Interna


Retrai-se ao nível das extremidades.
Não possui qualquer inserção muscular.

Bordos Laterais
Um externo e outro interno.
São arredondados e confundem-se com as faces que separam.

Bordo Posterior
É saliente, espesso e rugososo, tendo o nome de linha áspera.
Nesta linha é possível reconhecer um lábio externo que dá inserção ao vásto externo,
um lábio interno onde se insere o vasto interno e um interstício onde se fixam os
adutores da coxa e a curta porção do bícipete crural.
Em cima a linha áspera divide-se em 3 ramos:
Ramo Externo – dá seguimento ao lábio externo da linha áspera. Também é de-
nominado de crista do grande glúteo e dirige-se para o grande trocânter.
Dá inserção ao grande glúteo e ao feixe superior do grande adutor.
Na sua porção média verifica-se (cerca de 1/3 dos casos) uma saliência
volumosa, homóloga do terceiro trocânter de alguns mamíferos.

Ramo Médio - Denominado de crista pectínea, dirige-se para o pequeno tro-


cânter.
Dá inserção ao músculo pectíneo.

Ramo Interno - dá seguimento ao lábio interno da linha áspera. também deno-


mindado de crista do vasto interno. Contorna a face interna do fémur passando
abaixo do pequeno trocânter e continua sobre a face anterior do osso, com o
nome de crista intertrocanteriana anterior.

Por vezes existe uma quarta ramificação da linha áspera, que aumenta externamente a
crista pectínea e dá inserção ao pequeno adutor, podendo ser referida como crista do
pequeno adutor.
Em baixo a linha áspera divide-se em 2 ramos, um externo e outro interno, que dão
seguimento aos lábios externo e interno da linha áspera.
Dirigem-se para as saliências laterais, os côndilos da extremidade inferior do fémur.
Delimitam um espaço triângular de base inferior, o triângulo popliteu.
O buraco nutritivo principal do osso localiza-se sobre a linha áspera na sua porção
média ou mais acima, num ponto da face interna do osso, sempre próximo da linha ás-
pera.

Extremidade Superior
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Filipa Ferreira

É formada por uma saliência articular, a cabeça do fémur; por duas saliências rugosas:
o grande trocânter e o pequeno trocânter; por um segmento cilindrico, o colo, que
reúne a cabeça do fémur aos trocânteres e ao corpo do fémur.

Cabeça do Fémur
Saliência lisa, arredondada, esférica, que representa os 2/3 de uma espera com 2 a 2,5cm
de raio.
Olha para cima, para dentro e um pouco para diante.
É circunscrita por uma linha sinuosa, que tem geralmente duas curvas, uma superior e
outra inferior.
Estas linhas têm uma concavidade dirigida para fora e reúnem-se adiante e atrás segun-
do um ângulo aberto para dentro. deste modo a superfície articular estende-se mais
em direcção ao colo adiante e atrás que em cima e em baixo.
Apresenta um pouco abaixo e atrás do seu centro, uma depressão que é a fosseta do
ligamento redondo. Esta é rugosa e perfurada por inúmeros orifícios vasculares adian-
te, onde dá inserção ao ligamento redondo. É lisa na porção posterior.

Grande Trocânter
Saliência quadrilátera, achatada de fora para dentro, situada no prolongamento do corpo
do osso.
Face Externa – convexa. Percorrida de cima a baixo e de trás para diante por
uma impressão saliente, rugosa, em forma de vírgula com forte extremidade su-
perior, denominada impressão de inserção do médio glúteo.
Face Interna – está unida em quase toda a sua extensão com o colo do fémur.
Livre somente em cima e atrás, onde apresenta a fosseta digital.
No fundo desta fosseta insere-se o obturador externo e os dois gémios pélvi-
cos..
Imediatamente acima e adiante da fosseta localiza-se a impressão de inserção
do obturador interno.
Bordo Inferior – é visível na face externa por uma crista quase horizontal, pou-
co saliente, a crista do vasto externo.
Bordo Superior – apresenta na sua porção média a superfície de inserção elípti-
ca e ligeiramente deprimida do músculo piramidal da bacia.
Bordo Anterior – também denominado de face anterior, é largo e rugoso. Dá in-
serção ao pequeno glúteo. No seu ângulo súpero-interno existe uma pequena
saliência arredondada, o tubérculo prétrocanteriano.
Bordo Posterior – saliente, largo e arredondado. Continua com a crista inter-
trocanteriana posterior.

Pequeno Trocânter
Apófise cónica, situada na união do colo com a face interna do corpo.
Dá inserção ao músculo psoas-ilíaco.

Linhas Intertocanterianas
O grande e o pequeno trocânter estão reunídos sobre as faces anterior e posterior do
osso por duas cristas rugosas, as linhas intertrocanterianas anterior e posterior.
Linha Intertrocanteriana Anterior – estende-se do tubérculo prétrocanteria-
no ao pequeno trocânter, do qual está separada pela fosseta prétrocanteriana.
Continua mais abaixo pelo ramo interno da divisão da linha áspera.
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Filipa Ferreira

Por vezes é descrita a existência de um tubérculo prétrocânteriano, na porção in-


ferior da linha intertrocanteriana anterior, determinado pela inserção do feixe ílio-
prétrocanteriano do ligamento ílio fémural. Normalmente este não existe e a in-
serção do ligamento é evidenciada por rugosidades da linha neste ponto.
Linha Intertrocanteriana Posterior – mais saliente e mais larga que a anterior.
Dá seguimento ao bordo posterior do grande trocânter e une-se em baixo ao
pequeno trocânter.
Sobre a sua vertente externa descende verticalmente um superfície rugosa, que em
baixo se localiza por fora da linha intertrocanteriana, que é a impressão de inserção
do quadrado crural.

Colo do Fémur
Estende-se da cabeça do fémur aos trocânteres e às linhas trocanterianas.
Dirige-se oblíquamente para baixo e para fora.
O seu grande eixo forma com o do corpo um ângulo de 130º.
Possui a forma de um cilindro achatado de diante para trás, mais afilado internamente e
mais largo externamente.
Possui 2 faces, 2 bordos e 2 extremidades.
Face Anterior – quase plana, olha para diante e ligeiramente para baixo. Apre-
senta frequentemente na porção súpero-interna, na junção das duas linhas que
delimitam a face articular, uma superfície irregular que é ladeada externamente
por uma crista, denominda de impressão ilíaca. Esta pode resultar da pressão
exercida pelo debrum glenóideu da articulação.
Face Posterior – convexa de cima para baixo, côncava transversalmente. Olha
para trás e ligeiramente para cima.
Bordo Superior – ligeiramente côncavo. Estende-se horizontalmente da cabeça
ao grande trocânter.
Bordo Inferior – côncavo tranversalmente mas maior que o superior. Dirige-se
oblíquamente de cima para baixo e de dentro para fora.
Extremidade Interna – corresponde ao contorno da cabeça fémural
Extremidade Externa – une-se aos trocânteres e às linhas intertrocanteri-
anas.

Extremidade Inferior

Volumosa, mais extensa transversalmente que no sentido ântero-posterior. Divide-se em


duas eminências articulares laterais, os côndilos, separados um do outro pela chanfra-
dura intercondiliana.

Côndilos Fémurais
São um interno e outro externo.
O interno é fortemente saliente para dentro do eixo do fémur e é mais estreito que o
externo.
Os côndilos apresentam uma face inferior, uma face posterior e duas faces laterais.

Face Inferior e Posterior


São ocupadas por uma superfície articular que se relaciona com a rótula e a tíbia.
Nesta superfície articular distinguem-se duas porções: adiante a tróclea e atrás as
superfícies condilianas propriamente ditas.
Tróclea Fémural
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Filipa Ferreira

Está separada das superfícies condilianas propriamente ditas por duas depres-
sões, as ranhuras côndilo-trocleares, que se estendem oblíquamente de diante
para trás, do bordo lateral de cada um dos côndilos à extremidade anterior
da chanfradura intercondiliana.
É composta por duas vertentes laterais convexas, reunidas por uma garganta
ântero-posterior. A vertente externa é mais larga, mais extensa e mais saliente
para diante que a interna.

Superfícies Condilianas Propriamente Ditas


Dão seguimento atrás às vertentes da tróclea e estão separadas uma da outra pela
chanfradura intercondiliana, que completa a garganta da tróclea.
Ocupam a totalidade da face posterior dos côndilos.
Articulam-se com a cavidade glenóideia da tíbia.
Descrevem uma curva espiral cujo raio diminui de diante para trás.
A superfície do côndilo interno é maior do que a do externo.
A chanfradura intercondiliana é irregular, rugosa e perfurada, apresentando
nas suas faces laterais impressões de inserção dos ligamentos cruzados do jo-
elho.
Sobre a face anterior da extremidade inferior, destaca-se acima da tróclea o es-
cavado supratroclear, que é triângular e se articula com a porção superior da
rótula.

Sobre a face posterior existem ainda acima dos côndilos rugosidades designadas por
tubérculos supracondilianos interno e externo, que dão inserção a alguns feixes
dos gémeos. Podem não existir.

Faces Laterais
Possuem um aspecto diferente sobre cada um dos côndilos.
Sobre o côndilo interno
Apresentam na porção média uma saliência determinada por uma aresta vertical,
a tuberosidade interna do fémur.
Sobre a vertente posterior desta tuberosidade encontra-se a impressão de inser-
ção do ligamento lateral interno da articulação do joelho.
Acima e atrás da impressão e na extremidade inferior do ramo interno da bifur-
cação da linha áspera, está o tubérculo do grande adutor.
Abaixo e atrás dete tubérculo está uma depressão rugosa onde se insere o gémio
interno.

Sobre o côndilo externo


Na porção média encontra-se a tuberosidade externa, menos saliente que a in-
terna.
Abaixo e atrás da tuberosidade está uma depressão alongada o longo do bordo
inferior da face lateral onde se fixa o tendão do músculo popliteu.
Acima e atrás da tuberosidade está uma fosseta onde se insere o gémio externo.
Entre estas duas facetas existe uma saliência horizontal cuja porção anterior
apresenta a impressão de inserção do ligamento lateral externo do joelho.

Goteiras Supracondilianas e Rampas Capsulares


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Existe sobre cada um dos côndilos, em baixo, ao longo do seu limite inferior, uma
goteira látero-supracondiliana curva, cuja profundidade diminui de trás para dian-
te.
Esta goteira é limitada em cima por uma crista, a rampa capsular, que dá inserção
á cápsula articular.
A goteira e a rampa são menos acusadas sobre o côndilo interno que sobre o exter-
no.

ARTROLOGIA DA ANCA

Articulação Coxo-Fémural
Classificação – enartrose.

Superfícies Articulares

Cabeça do Fémur
É uma saliência arredondada, que representa aproximadamente 2/3 de uma esfera com
20 a 25mm de raio.
Olha para dentro, para cima e um pouco para diante.
Apresenta, um pouco atrás e abaixo do seu centro, a fosseta do ligamento redondo,
onde se insere o ligamento com o mesmo nome.
É revestida por uma camada de cartilagem mais espessa na porção superior que na
metade inferior da cabeça, e mais espessa no centro que na periferia.
A cartilagem não se estende à fosseta do ligamento redondo.
O limite periférico do revestimento cartilagíneo corresponde às duas linhas curvas
superior e inferior que ladeiam, perto do colo, a cabeça femural.
Deste modo a superfície articular é mais extensa de diante para trás que de cima para
baixo.
A cartilagem pode no entanto estender-se além deste limite sobre a impressão ilíaca,
situada no colo do fémur.

Cavidade Cotiloideia
É quase hemiesférica e apresenta duas porções distintas:
Porção Articular – em forma de crescente, cujas extremidades ou cornos limi-
tam adiante e atrás a chanfradura ísquio-púbica.
Porção Não Articular – também designada âmago da cavidade cotilóideia,
está retraída sobre a anterior e é enquadrada por esta. Tem continuidade em bai-
xo com a chanfradura ísquio-púbica.
É limitada por um rebordo saliente, o rebordo cotiloideu que apresenta 3 chanfradu-
ras. Estas chanfraduras correspondem aos pontos de junção das 3 peças ósseas ileon,
púbis e ísquion, que constituem o osso ilíaco.
A chanfradura anterior ou ílio-púbica e a chanfradura posterior ou ílio-isquiática
são depressões pouco visíveis. A chanfradura inferior ou ísquio-púbica é muito pro-
funda e larga.
É visível na extremidade anterior do rebordo cotiloideu o tubérculo précotiloideu onde
se ligam os feixes infrapúbicos.
O revestimento cartilagíneo apenas recobre a porção articular da cavidade cotilóideia.
A espessura da fibrocartilagem é maior na periferia que no centro.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

O âmago é revestido por um periósteo fino, facilmente removível. Ele é preenchido por
uma massa adiposa avermelhada e pelo ligamento redondo.

Debrum Cotilóideu
É uma fibrocartilagem fixa ao contorno da cavidade cotilóideia.
Tem a forma de um prisma triângular encurvado em forma de anel.
Apresenta:
face aderente - ou base, pela qual se fixa no rebordo cotilóideu
face interna - côncava, lisa, articular, em continuidade com a superfície arti-
cular da cavidade cotilóideia
face externa - convexa, que dá inserção á cápsula articular
O debrum preenche as chanfraduras ílio-púbica e ílio-ísquiática e passa como uma
ponte acima da chanfradura ísquio-púbica tranformando-a num orifício ísquio-
púbico. Esta última porção tem o nome de ligamento transverso do acetábulo.
Este ligamento transverso é reforçado por feixes que vão, quer directamente, quer
oblíquamente entrecruzando-se, de uma extremidade à outra da chanfradura ísquio-
púbica.
A altura do debrum cotilóideu é maior em cima e atrás que em baixo e adiante.
A cavidade cotilóideia aumentada pelo debrum cotilóideu forma quase uma semi-esfera.
A cabeça do fémur seria portanto retida mecânicamente nesta cavidade se o debrum não
se distendesse facilmente, divido à sua elasticidade e flexibilidade.
O debrum cotilóideu tem por efeito aumentar a profundidade e a extensão da cavi-
dade cotilóideia, ao mesmo tempo que regulariza o rebordo irregular desta cavidade.

Meios de União

As superfícies articulares são mantidas em contacto pela cápsula articular. Esta é re-
forçada por 3 ligamentos principais. Existe ainda um ligamento independente que é o
ligamento redondo.

Cápsula Articular
Inserção Ilíaca
Faz-se sobre o contorno ósseo do rebordo cotilóideu e sobre a porção contígua da face
externa do debrum cotilóideu.
A inserção capsular não ocupa toda a face externa do debrum apresenta uma banda mais
ou menos estreita que ladeia o bordo livre, em concordância com a cavidade articular.
Ao nível da chanfradura ísquio-púbica a cápsula insere-se na face externa do liga-
mento transverso.
Inserção Femural
Realiza-se em torno do colo do fémur:
Adiante sobre a linha intertrocanteriana anterior
Atrás sobre a face posterior do colo segundo a linha que passa na união do 1/3
externo com os 2/3 internos desta face.
Em cima e em baixo, sobre os bordos superior e inferior do colo, segundo as
linhas oblíquas que unem as extremidades das linhas de inserção anterior e pos-
terior, passando em baixo um pouco acima do pequeno trocânter.
Nem todas as fibras articulares se inserem no fémur ao longo da linha de inserção des-
crita. Os feixes mais profundos reflectem-se sobre o colo e ascendem até ao contorno
da superfície articular.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Estes feixes formam com a sinovial que subelevam pregas denominadas frenulae cap-
sulae.
A cápsula é constituída por 2 tipos de fibras:
Fibras longitudinais – estendem-se do osso coxal ao fémur, estão sobretudo sobre
a face anterior da cápsula.
Fibras circulares e anelares – predominam essencialmentena porção póstero-
inferior e no plano profundo da cápsula. São de duas ordens:
a) umas vão de um ponto a outro do rebordo do debrum cotilóideu.
b) outras parecem não ter qualquer inserção óssea. Abundantes na porção média
da cápsula onde formam um feixe espesso, anelar, a zona orbicular da cápsula
ou ligamento anelar de Weber. Este ligamento é mais estreito que a periferia
da cabeça do fémur e forma-se um pouco para fora dela, em torno do colo do
fémur. Está unido por feixes espessos aos ligamentos longitudinais e consequen-
temente ao osso coxal.

Ligamentos

Ligamento Ílio-Fémural ou Ligamento de Bertin


Tem a forma de um leque que cobre a face anterior da cápsula articular.
Insere-se em cima pelo seu vértice no osso coxal, abaixo da espinha ilíaca ântero-
inferior.
A partir desse ponto estende-se e alarga-se até à linha intertrocanteriana anterior e
fixa-se sobre toda a extensão desta linha.
O leque tem espessura desigual. É fino na sua porção média, espesso ao longo dos seus
bordos superior e inferior onde se diferenciam dois feixes ou ligamentos distintos: um
superior ou ligamento ilio-pretrocanteriano superior e outro inferior ou ligamento
ilio-pretrocanteriano inferior.

Feixe Ílio-Pretrocanteriano Superior


É o mais forte dos ligamentos da articulação.
Ao seu nível a cápsula mede em média 8 a 10mm.
A inserção ilíaca faz-se abaixo da espinha ilíaca ântero-inferior e mede cerca de 1 a
2cm de largura.
Externamente o fixa-se na extremidade superior da linha intertrocanteriana anteri-
or, e mais particularmente no tubérculo pretrocanteriano.

Feixe Ílio-Pretrocanteriano Inferior


Insere-se em cima na espinha ilíaca ântero-inferior, abaixo do tendão directo do rec-
to anterior. Esta inserção confunde-se, em parte com a do ligamento ílio-
pretrocanteriano superior.
Depois o feixe descende quase verticalmente inserindo-se inferiormente sobre a extre-
midade inferior da linha intertrocanteriana anterior e, por alguns feixes, na porção
anterior da depressão que separa esta linha do pequeno trocânter.

Ligamento Pubo-Fémural
Insere-se em cima sobre a porção anterior da eminência ilio-pectínea e sobre o lábio
anteiror da goteira infra-púbica.
As fibras dirigem-se para baixo, para fora e um pouco para trás, fixando-se na porção
anterior da depressão pretrocanteriana.
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Filipa Ferreira

O ligamento pubo-fémural e os 2 feixes superior e inferior do ligamento ílio-femural


formam as três pernas de um N maiúsculo denominado ligamento em N de Welker.
O ligamento pubo-femural está no mesmo plano que os feixes profundos do músculo
pectíneo, com o qual se confunde internamente. Este ligamento provém da transforma-
ção fibrosa se alguns feixes do músculo pectíneo.
Entre o ligamento pubo-fémural e o feixe ílio-pretrocanteriano inferior, a cápsula articu-
lar é fina e está em relação com o tendão do psoas-ilíaco do qual está separada por uma
bolsa serosa. Por vezes existe um orifício da cápsula a este nível pelo qual a bolsa sero-
sa do psoas-ilíaco se abre na cavidade articular.

Ligamento Ísquio-Femural
Está situado sobre a face posterior da articulação.
Nasce da goteira infra-cotilóideia e da porção contígua do rebordo e do debrum coti-
lóideu.
Os seus feixes dirigem-se para cima e para fora, cruando oblíquamente a face posterior
do colo, fixando-se na porção anterior da face interna do grande trocânter, adiante
da fosseta digital.
Raramente alguns feixes destacam-se do ligamento e fixam-se na região posterior da
face superior do colo, adiante da fosseta digital.

Ligamento Redondo
Lâmina fibrosa com aproximadamente 3 cm de comprimento.
Resulta da transformação fibrosa dos feixes mais elevados do músculo pectíneo.
No homem o ligamento e o músculo são distintos, o ligamento está isolado na cavidade
articular. Abaixo dele, os feixes do músculo dão origem ao ligamento pubo-fémural.
Estende-se através da cavidade articular, da cabeça do fémur à chanfradura ísquio-
púbica do íliaco.
Insere-se no fémur sobre a metade ântero-superior da fosseta do ligamento redondo.
O ligamento dirige-se para baixo, enrolando-se sobre a cabeça fémural. Alarga-se na
zona vizinha da chanfradura ísquio-púbica, onde termina por intermédio de três feixes
principais que se distinguem em anterior, médio e posterior.
Feixe Anterior ou Púbico – insere-se na extremidade anterior da chanfradura,
imediatamente atrás do corno anterior do crescente articular.
Feixe Posterior ou isquiático – mais largo, mais longo e mais resistente que o ante-
rior. Contorna a extremidade posterior, larga, alta e côncava da chanfradura ís-
quio-púbica, passando abaixo do ligamento transverso, ao qual se une estritamente.
Fixa-se no osso ilíaco por fora da chanfradura.
Feixe Médio – lamela fibrosa intermediária aos dois feixes precedentes. Une-se ao
bordo interno ou inferior do ligamento transverso, em todo o seu comprimento.
Alguns filamentos fibrosos, destacam-se do ligamento redondo ao longo do seu trajec-
to e inserem-se sobre o âmago da cavidade cotilóideia, atravessando a camada adiposa
que o preenche.
Existem na espessura do ligamento redondo uma ou duas arteríolas destinadas à cabe-
ça do fémur e algumas vénulas.
A espessura e resistência do ligamento redondo são muito variáveis. Tanto pode ser
muito forte como estar reduzido a algumas fibras que envolvem uma prega da sinovial.

Sinovial
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Reveste a face profunda da cápsula articular e reflecte-se ao longo das inserções coxais
e fémurais da cápsula para se estender até ao contorno das superfícies articulares.
A porção reflectida da sinovial reveste:
Do lado ilíaco – a face externa do debrum cotilóideu desde a inserção capsular até ao
bordo livre do debrum
Do lado fémural – toda a porção intra-articular do colo compreendida entre a linha
de interseção da cápsula e o revestimento cartilagíneo da cabeça fémural.
A sinovial reflectida sobre o colo do fémur, é subelevada pelos feixes recorrentes da
cápsula e forma com eles as frenula capsulae. Estas pregas não existem sobre a face
posterior do colo.
Ao longo da inserção da cápsula na face posterior do colo, a manga capsular é fina e
pouco aderente ao colo fémural. A insuflação ou a injecção da sinovial determina a este
nível a formação de um fundo de saco sinovial em forma de debrum semi-anelar.

Sinovial do Ligamento Redondo


Este ligamento e a camada adiposa da articulação são envolvidos por uma bainha sino-
vial independente da sinovial articular propriamente dita.
Em cima estende-se até ao bordo da fosseta do ligamento redondo e recobre a porção
póstero-inferior desta fosseta, livre de inserção ligamentosa.
Em baixo alarga-se e estende-se sobre a camada adiposa, formando pregas que suble-
vam os tractos fibrosos provenientes do ligamento redondo.
Do lado do osso íliaco, a sinovial do ligamento redondo termina sobre o bordo do
âmago, ao longo da concavidade do crescente articular, e sobre o bordo interno do
ligamento transverso.

Bolsas Serosas Periarticulares


Encontramos em torno da articulação coxo-fémural um grande número de bolsas sero-
sas localizadas abaixo dos músculos periarticulares.
São as bolsas serosas:
-- Adiante – músculo psoas-ilíaco
-- Externamente – músculo pequeno glúteo, médio glúteo e grande glúteo
-- Atrás – músculo obturador interno
-- Em cima – músculo tendão reflexo do músculo recto anterior
A bolsa serosa do músculo psoas-ilíaco comunica por vezes com a cavidade articular
por um orifício que a cápsula apresenta no intervalo entre o ligamento pubo-fémural e o
feixe ílio-pretrocanteriano inferior do ligamento ílio-fémural.

Mecanismo Articular da Articulação Coxo-Femural


As superfícies articulares são mantidas em contacto pela cápsula, pelos ligamentos, pe-
los músculos periarticulares e também pela pressão atmosférica.
Entre os elementos do aparelho ligamentoso, o ligamento anelar de Weber contribui
de uma forma particular, e em certos movimentos da articulação, para a menutenção das
superfícies articulares.
Deste modo, na extensão, a cabeça do fémur tende a destacar-se da cavidade cotilóideia
para diante e a sua base aproxima-se do ligamento anelar, para além disso ela empurra
para diante o feixe ílio-pretrocanteriano inferior que arrasta consigo o ligamento anelar
que se dirige para dentro e se aplica em torno da base da cabeça fémural.
A cabeça do fémur e a cavidade coltilóideia do osso ilíaco podem mover-se uma sobre a
outra em torno de uma infinidade de eixos e produzir movimentos variados.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Existem 4 tipos principais:


Flexão e Extensão
O movimento de flexão aproxima a face anterior da coxa da parede abdominal anterior;
no movimento de extensão ocorre o inverso.
Estes movimentos realizam-se em torno de um eixo transversal que passa pelo centro
da cabeça e pelo bordo superior do grande trocânter.
A amplitude do movimento de flexão é de 120º e do de extensão é de 10º.
O movimento de flexão é limitado pela tensão dos músculos posteriores da coxa
quando a perna está em extensão, e pela tensão dos feixes posteriores da cápsula
quando o joelho está em flexão.
O movimento de extensão é limitado pela tensão dos ligamentos ílio-fémural e pubo-
femural.

Adução e Abdução
O movimento de adução aproxima a coxa da linha mediana e o movimento de abdução
afasta-a.
O eixo destes movimentos é ântero-posterior e passa pela cabeça fémural.
A extensão entre as duas posições extremas é de 90º.
O movimento de adução é limitado pelo reencontro das duas coxas se o indivíduo se
encontra em posição normal, senão pela tensão do feixe pretrocanteriano superior.
O movimento de abdução é limitado pela tensão do ligamento pubo-fémural e do
feixe ílio-pretrocanteriano inferior.
Na abdução forçada o colo do fémur pode atingir o rebordo cotilóideu.

Circundação
Resulta da sucessão dos movimentos precedentes.

Rotação
Os movimentos de rotação para dentro e para fora realizam-se em torno de um eixo ver-
tical que passa pelo centro da cabeça femural.
A amplitude máxima destes movimentos é de aproximadamente 50º.
A rotação para dentro é limitada pela tensão do feixe ílio pretrocanteriano inferior.
A rotação para fora é limitada pela tensão do feixe ílio pretrocanteriano superior.

O ligamento redondo contribui para limitar os movimentos combinados de flexão,


adução e rotação para fora.

RÓTULA
Localização – situa-se na porção anterior do joelho.
Classificação – par e achatado
Orientação – a porção mais afilada é inferior, a superfície articular è posterior, encon-
trando-se esta superfície dividida em duas facetas, das quais a maior é externa.
Conexões:
com o fémur

Descrição
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É um osso sesamóideu, anexo ao tendão terminal do músculo quadrícipete.


É triângular, com base superior e achatado de diante para trás.
Possui 2 faces, uma base, um vértice e 2 bordos laterais.

Face Anterior
Convexa.
Apresenta numerosos orifícios vasculares e sulcos verticais determinados pela passa-
gem dos feixes mais anteriores do tendão do quadrícipete.

Face Posterior
Compreende duas porções, uma superior não articular e outra inferior.

Porção Superior
Articular ocupa os ¾ superiores da face e articula-se com a tróclea fémural.
Possui uma crista arredondada quase vertical em concordância com a garganta da
tróclea e duas facetas laterais côncavas
Faceta Lateral Externa – mais larga e mais profunda adapta-se á vertente condili-
ana externa da tróclea.
Faceta Lateral Interna – está em concordância com a vertente condiliana interna.
Apresenta ao longo do seu bordo livre uma impressão separada do resto da faceta
interna por uma linha saliente oblíqua para baixo e para dentro. Esta impressão
existe porque durante a flexão extrema da perna ela é a única porção da faceta late-
ral interna a apoiar-se e a deslizar sobre o côndilo interno, de tal modo que o resto
da faceta se coloca adiante da chanfradura intercondiliana do fémur.

Porção Inferior
Rugosa, crivada de orifícios.
Dá inserção ao ligamento adiposo do joelho.
Uma linha ligeiramente saliente, côncava para cima, separa-a da superfície articular.

Base
Triângular, de vértice posterior, é inclinada para diante.
Dá inserção na metade anterior ao tendão do quadricípete crural.
Atrás, perto da superfície articular, existe a cápsula de articulação.
Entre as duas inserções, tendinosa e capsular, a superfície óssea é lisa.

Vértice
Dirige-se para baixo e dá inserção ao ligamento rotuliano

Bordos laterais
São fortemente convexos.
Sobre cada um deles insere-se o músculo vasto e a asa rotuliana correspondentes.

TÍBIA
Localização –situa-se na porção interna da perna.
Classificação – par e longo
Orientação – a extremidade mais volumosa do osso é superior e no contorno desta ex-
tremidade existe uma faceta articular que é póstero-externa.
Conexões:
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

com o fémur
com o perónio
com o astrágalo

Descrição
É contornada em S itálico muito alongado, apresenta uma concavidade para fora em
cima e para dentro em baixo.
Apresenta um corpo, uma extremidade superior e uma extremidade inferior.

Corpo

Mais largo nas duas extremidades que na porção média.


A região mais estreita corresponde à união do 1/3 inferior com os 2/3 superiores do
osso.
Prismático triângular, apresenta 3 faces e 3 bordos.

Face Interna
Lisa, plana, está em concordância com os tegumentos excepto na sua porção superior
onde se inserem os músculos costureiro, recto interno e semitendinoso que constitu-
em o pé de pato.
Estas inserções fazem-se numa zona rugosa perto do bordo anterior do osso.
Uma outra zona rugosa localizada ao longo do bordo posterior do osso, corresponde à
inserção inferior do ligamento lateral interno do joelho.

Face Externa
Apresenta na sua metade superior uma depressão longitudinal sobre a qual se insere o
músculo tibial anterior.
A porção inferior desta face é convexa.

Face Posterior
É atravessada na sua porção superior por uma crista rugosa oblíqua para baixo e para
dentro, é a linha oblíqua da tíbia, sobre a qual se insere o solhar.
Esta linha dá ainda inserção ao músculo politeu no seu lábio superior e aos músculos
tibial posterior e flexor comum dos dedos ao longo do seu lábio inferior.
Esta linha divide a face posterior da tíbia em dois segmentos:
Segmento Superior – dá inserção ao músculo popliteu
Segmento Inferior – subdividido por uma crista vertical em duas superfícies
alongadas e lisas. Sobre a face interna insere-se o flexor comum dos dedos, so-
bre a face externa insere-se o tibial posterior.
O buraco nutritivo principal situa-se normalmente pouco abaixo da linha oblíqua da
tíbia.

Bordo Anterior
Contornado em S itálico.
É cortante nos 3/4 superiores do osso, o que lhe atribui o nome de crista da tíbia.
Perde-se em cima sobre a tuberosidade anterior da tíbia, em baixo torna-se arredon-
dado e desvia-se para dentro.

Bordo Externo
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

É uma aresta viva que dá inserção á membrana interóssea.


Bifurca-se perto da extremidade inferior do osso.

Bordo Interno
Arredondado em cima e saliente em baixo
Dá inserção a feixes do flexor comum dos dedos.

Extremidade Superior

É volumosa, alongada transversalmente e ligeiramente desviada para trás.


É constituída por duas tuberosidades: uma externa e uma interna que suportam as
cavidades glenoideias da tíbia.
As duas tuberosidades estão separadas uma da outra, atrás por uma depressão, e adiante
por uma superfície triângular cujo vértice inferior desenha uma saliência designada
tuberosidade anterior da tíbia que dá inserção em baixo ao ligamento rotuliano.

Faces Laterais
São curvas, com uma altura de cerca de 2 cm e apresentam uma configuração diferente
sobre cada uma das tuberosidades
Tuberosidade Interna
Apresenta atrás a impressão de inserção do tendão directo do semimenbranoso.
Por dentro existe uma goteira transversal onde progride o tendão reflectido deste
músculo.
Tuberosidade Externa
Externamente e atrás apresenta uma faceta articular plana, arredondada que olha
para baixo, para trás e para fora, é a faceta articular peronial, destinada a articular-
se com a cabeça do perónio
Externamente e adiante encontra-se o tubérculo de Gerdy.
Possui uma crista oblíqua para baixo e para diante que se estende do tubérculo de
Gerdy até ao bordo externo da tuberosidade anterior.
O tubérculo de Gerdy e esta crista dão inserção ao tibial anterior e ao tensor da
fascia lata.

Face Superior
É dividida em 3 porções: duas laterais, as cavidades glenoideias e uma média a super-
fície interglenóideia.
Cavidades Glenóideias
São uma externa e outra interna.
Articulam-se com os côndilos do fémur.
A cavidade glenóideia interna é mais côncava, mais alongada e menos larga que a
externa.
A cavidade glenóideia externa é ligeiramente côncava transversalmente e por vezes
é ligeiramente convexa de diante para trás. É limitada por um bordo menos visível
que a interna.
Na sua porção interna as cavidades glenóideias elevam-se sobre as faces laterais por
uma emiência, formando as espinhas da tíbia, que ocupam a porção média da su-
perfície interglenóideia.

Superfície Interglenóideia
Divide-se em três porções:
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Porção Média – saliência bituberculada mais próxima do bordo posterior da face


superior, cujos tubérculos, as espinhas da tíbia estão deparados um do outro por
uma depressão profunda ântero-posterior.
Superfícies Pré e Retro-Espinhais – localizadas uma adiante e outra atrás da es-
pinha da tíbia. São duas superfícies rugosas, triângulares sobre as quais se inserem
os ligamentos cruzados e as fibrocartilagens semilunares da articulação do joe-
lho.
A superfície retro-espinhal é mais estreita, mais escavada e mais inclinada para bai-
xo que a pré-espinhal.

A superfície interglenóideia dá inserção aos meniscos da articulação do joelho e


ao ligamento cruzado.

Extremidade Inferior

Menos volumosa que a superior.


Mais extensa no sentido transversal que no ântero-posterior.
Tem uma forma irregularmente cúbica, possuindo 5 faces.

Face Anterior
Convexa e lisa.
Dá seguimento á face externa do corpo do osso.
Possui um pouco acima do bordo anterior da superfície articular inferior um friso quase
transversal onde se insere a cápsula da articulacão tíbio-társica.
Relaciona-se com os tendões dos músculos extensores dos dedos.

Face Posterior
Ligeiramente convexa.
Apresenta uma depressão pouco profunda para a passagem do tendão do longo flexor
proprio do grande dedo.

Face Externa
Escavada em goteira, a chanfradura peronial, limitada pelos dois ramos da bifurca-
ção do bordo externo da tíbia.
A goteira é rugosa em cima, lisa em baixo onde se aplica contra a extremidade inferior
do perónio.

Face Interna
Prolonga-se para baixo por uma apófise volumosa, achatada transversalmente, o maléo-
lo interno.

Maléolo Interno
Face Interna - é convexa e está em contacto com a pele.
Face Externa - apresenta uma superfície articular triângular com base anterior
que se articula com o astrágalo.
Bordo anterior - é espesso, rugoso e dá inserção à camada superfícial do liga-
mento lateral interno da articulação tibio-társica.
Bordo Posterior – muito largo, Apresenta uma goteira oblíqua para baixo e para
dentro que pode estar bifurcada em concordância com os tendões do tibial posteri-
or e do flexor comum dos dedos.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Vértice – dividido por uma chanfradura em dois tubérculos, o anterior mais sali-
ente que o posterior, dá inserção aos feixes da camada superfícial e profunda do
ligamento lateral interno da articulação tíbio-társica.

Face Inferior
Superfície articular quadrilátera, côncava de diante para trás, mais larga externamente
que internamente.
É dividida em duas porções por uma crista romba ântero-posterior que se articula
com a garganta da roldana astragaliana.
Tem continuidade internamente com a superfície articular do maléolo interno.

PERÓNEO
Localização – situa-se na porção externa da perna.
Classificação – par e longo
Orientação – a extremidade mais afilada do osso é inferior, a faceta articular dessa ex-
tremidade é interna e a fosseta relacionada com essa faceta é posterior.
Conexões:
com a tíbia
com o astrágalo

Descrição
Apresenta um corpo e duas extremidades.

Corpo

Prismático triângular. Apresenta 3 faces e 3 bordos.

Face Externa
Convexa em cima, deprimida em goteira longitudinal na porção média.
Dá inserção aos músculos longo e curto peroneais laterais.
É dividida na sua porção inferior por uma crista oblíqua para baixo e para trás, em
dois segmentos: um anterior triângular e subcutâneo; outro posterior deprimido em
goteira onde progridem os tendões dos peroneais laterais

Face Interna
Dividida em duas porções alongadas por uma crista longitudinal, a crista interóssea,
onde se liga o ligamento interósseo.
Adiante da crista encontra-se a inserção dos extensores dos dedos e do peroneal
anterior.
Atrás da crista a face interna é deprimida em goteira nos 2/3 superiores onde se insere
o músculo tibial posterior.

Face Posterior
Em cima é estreita, convexa e rugosa e dá inserção ao solhar
No resto da sua extensão é mais larga e recoberta pelas inserções do longo flexor do
grande dedo.
No quarto inferior do osso, a face posterior desvia-se para dentro, colocando-se no
mesmo plano da face interna.
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Filipa Ferreira

O buraco nutritivo do osso está geralmente na porção média desta face.

Bordo Anterior
Fino e cortante, sobretudo na porção média e por isso conhecido como crista do peró-
nio.
Comunica em baixo com o bordo anterior do maléolo externo.

Bordo Interno
Saliente na porção média, atenuando-se nas extremidades sobretudo na inferior. Dá in-
serção ao músculo tibial posterior.

Bordo Externo
Arredondado em cima, saliente nos 2/3 inferiores.
No sentido da extremidade inferior do osso o bordo externo desvia-se para trás.
Dá inserção a um septo fibroso que separa os músculos da região externa dos da região
posterior.

Extremidade Superior

Também denominada cabeça do perónio, é uma saliência cónica de base superior e


cujo vértice se liga ao corpo do osso por uma porção apertada designada por colo.
A face superior ou base apresenta sobre a porção interna uma superfície articular
plana, que olha para cima, para dentro e um pouco para diante, que se articula com a
faceta peroneal da extremidade superior da tíbia.
Para fora e para trás da superfície articular eleva-se uma saliência rugosa, a apófise
estilóideia, sobre a qual se inserem a porção posterior do tendão do bícipete e o li-
gamento lateral externo curto.
Adiante, atrás e por fora, a extremidade superior do perónio é recoberta por rugosida-
des determinadas pelas inserções dos músculos longo peroneal lateral e solhar.

Extremidade Inferior

Designa-se de maléolo externo.


É alongado de cima para baixo e achatado transversalmente.
Mais longo e volumoso que o maléolo interno e descende mais abaixo que este.

Face Externa
Compreende, como a porção inferior da face externa do corpo, dois segmentos separa-
dos pela mesma crista oblíqua.
O segmento anterior corresponde á pele e o segmento posterior, também denominado
de face posterior do maléolo, olha para trás e é deprimido em goteira na qual progri-
dem os tendões dos peroneais laterais.

Face Interna
Apresenta uma faceta articular, triângular de base superior, convexa em concordância
com a face externa do astrágalo.
Acima da faceta articular existe uma superfície rugosa sobre a qual se implanta o li-
gamento interósseo peróneo-tibial.
Em baixo e atrás da faceta articular existe uma fosseta na qual se insere o feixe pos-
terior do ligamento lateral externo.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Bordo Anterior
Rugoso, dá inserção em cima ao ligamento perónio-tibial anterior e em baixo aos
ligamentos perónio-astragaliano anterior e peróneo-calcaneano

Bordo Posterior
Rugoso, dá inserção ao ligamento peróneo.tibial posterior.

Vertice
Arredondado.
Apresenta uma chanfradura situada adiante do ponto mais saliente do vértice na qual
se implanta em parte o feixe peróneo-calcaneo do ligamento lateral externo da arti-
culação tibio-társica.

ARTICULAÇÕES TÍBIO-PERONIAIS
Articulação Tíbio-Peroneal Superior
Classificação – artrodia

Superfícies Articulares

Faceta articular da tíbia – está na porção póstero-externa da tuberosidade ex-


terna da tíbia. É quase plana e arredondada. Olha para baixo, para fora e para
trás.
Faceta Articular do Peróneo – situa-se na extremidade superior do osso, inter-
namente á apófise estilóideia. É quase plana e arredondada, olha para cima, para
dentro e para diante.
As duas superfícies são recobertas por uma fina camada de fibrocartilagem.

Meios de União
Cápsula Articular – insere-se no contorno das superfícies articulares, excepto
em cima e adiante que se insere perto do revestimento cartilagíneo da faceta ti-
bial.

Ligamentos Tibio-Peroneais
Ligamento Anterior – muito resistente. Situa-se adiante da articulação e insere-se na
cabeça do peróneo e na porção anterior da tuberosidade externa da tíbia.

Ligamento Posterior – situa-se atrás da articulação e insere-se na cabeça do peróneo e


na porção posterior da tuberosidade externa da tíbia.

Sinovial
Reveste a face profunda da cápsula.
Algumas vezes comunica com a cavidade articular do joelho.

Movimentos
Apenas executa movimentos de deslizamento de pouca extensão.

Articulação Tíbio-Peroneal Inferior


Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Classificação – anfiartrose ou artrodia!?!?!

Superfícies Articulares

Superfície Articular da Tíbia – ocupa a face externa da extremidade inferior


da tíbia. É uma goteira vertical côncava para fora, rugosa em cima, lisa em baixo.

Superfície Articular do Peróneo – na maioria das vezes é convexa de diante para


trás, mas pode ser plana e até mesmo côncava (no último caso as superfícies arti-
culares só se opõem pelos seus bordos.

As superfícies não apresentam revestimento cartilagíneo, apenas são revestidas por


periósteo.

Meios de União

Ligamento Interósseo
Compõe-se de feixes fibrosos curtos.
Uns são transversais, outros descendem do peróneo para a tíbia, outros mais numero-
sos dirigem-se para baixo e para fora desde a tíbia até ao peróneo.
Inserem-se na porção superior das superfícies articulares terminando a alguns milí-
metros do bordo superior das superfícies articulares.
Os intervalos entre os feixes são preenchidos por gordura.

Ligamento Anterior
As suas fibras dirigem-se obliquamente para baixo e para fora, desde o bordo anterior
da superfície tibial e da porção vizinha da face anteriorda tíbia ao bordo anterior do
maléolo peroneal.

Ligamento Posterior
É mais espesso e mais largo que o precedente.
As suas fibras são oblíquas para baixo e para fora e inserem-se internamente sobre o
bordo posterior da superfície tibial e sobre a face posterior da tíbia.
Esta última inserção prolonga-se até ao maléolo interno da tíbia, ao longo do bordo
posterior do encaixe tíbio-peroneal.
O ligamento termina externamente sobre todo o bordo posterior do maléolo peroneal.

Sinovial
A sinovial da articulação tíbio-társica emite um prolongamento tíbio-peroneal que
se eleva entre a tíbia e o peróneo até ao ligamento interósseo.
O fundo de saco sinovial tibio-peroneal é ocupado por uma franja adiposa disposta
sagitalmente entre os dois ossos. Ela destaca-se quer do peróneo, quer do fundo de saco
sinovial, e descende até à interlinha da articulação tíbio-társica.
Esta franja destina-se a preencher o espaço que se produz entre a tíbia e o peróneo em
certos movimentos da articulação tíbio-társica.

Mecanismo da Articulação
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Apresenta ligeiros movimentos transversais pelos quais o maléolo externo se afasta ou


se aproxima da tíbia.
Estes movimentos são ligados aos da articulação tíbio-társica.

Ligamento Interósseo da Perna

É uma membrana fibrosa formada por fibras que se dirigem oblíquamente para baixo e
para fora, do bordo externo da tíbia à crista interóssea do peróneo que se encontra
na face interna.
É reforçado atrás por fibras provenientes do tibial posterior.
Apresenta em cima um orifício que dá passagem á artéria tibial anterior e em baixo
outro orifício por onde passa a artéria peroneal anterior.
O orifício da artéria tibial é limitado em baixo pelo bordo superior do ligamento inte-
rósseo e em cima por uma lâmina tíbio-peroneal por vezes dividida em vários feixes
que se estendem do peróneo á tibia., abaixo da articulação tíbio-peroneal superior, de-
nominado ligamento de Barkow.
A face anterior deste ligamento dá inserção aos músculos tibial anterior e extensores
dos dedos.
A face posterior da inserção ao tibial posterior e ao flexor próprio do grande dedo.
A extremidade inferior do ligamento interósseo continua com o ligamento interósseo
da articulação tíbio-peroneal inferior.

ARTICULAÇÃO DO JOELHO
Esta articulação é constituída pelo fémur, pela tíbia e pela rótula. Pode ser dividida em
duas artiulações secundárias:
a) uma constituída pelo fémur e pela rótula, denominada articulação fémuro-
rotuliana e é uma trocleartrose
b) a outra constituída pelo fémur e pela tíbia, denominada de articulação fémuro-
tibial e é uma bicondilartrose, apresentando ainda 2 meniscos interarticulares
interpostos.
No conjunto constituí portanto uma trócleo-bicondilo-meniscartrose.

Superfícies Articulares

Extremidade Inferior do Fémur


A superfície articular da extremidade inferior do fémur apresenta adiante a tróclea e
atrás os côndilos, separados um do outro pela chanfradura intercondiliana.
Tróclea Fémural
Está separada das superfícies condilianas duas depressões, as ranhuras côndilo-
trocleares, que se estendem oblíquamente de diante para trás, do bordo lateral de
cada um dos côndilos à extremidade anterior da chanfradura intercondiliana.
É composta por duas vertentes laterais convexas, reunidas por uma garganta ân-
tero-posterior. A vertente externa é mais larga, mais extensa e mais saliente para
diante que a interna.

Côndilos
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Dão seguimento atrás às vertentes da tróclea e estão separadas um do outro pela


chanfradura intercondiliana, que completa a garganta da tróclea.
Articulam-se com a cavidade glenóideia da tíbia.
Descrevem uma curva espiral cujo raio diminui de diante para trás.
A superfície do côndilo interno é maior e mais larga do que a do externo e encontra-
se recurvada para dentro.
A chanfradura intercondiliana é irregular, rugosa e perfurada, apresentando nas
suas faces laterais impressões de inserção dos ligamentos cruzados do joelho.
Sobre a face anterior da extremidade inferior, destaca-se acima da tróclea o escava-
do supratroclear, que é triângular e se articula com a porção superior da rótula.
Existe sobre cada um dos côndilos, em baixo, ao longo do seu limite inferior, uma
goteira látero-supracondiliana curva, cuja profundidade diminui de trás para dian-
te.
Esta goteira é limitada em cima por uma crista, a rampa capsular, que dá inserção
á cápsula articular.
A goteira e a rampa são menos acusadas sobre o côndilo interno que sobre o exter-
no.

A superfície articular do fémur está revestida por uma camada de cartilagem, fina so-
bre os bordos, mais espessa ao nível da garganta da tróclea e sobre a porção média
dos côndilos.
As ranhuras côndilo-trocleares são mais visíveis no osso revestido por cartilagem que
no osso seco.

Extremidade Superior da Tíbia


As cavidades glenóideias vão-se articular com os côndilos do fémur.
A cavidade glenóideia interna é mais côncava, mais alongada e menos larga que a ex-
terna.
A cavidade glenóideia externa é ligeiramente côncava transversalmente e por vezes é
ligeiramente convexa de diante para trás. É limitada por um bordo menos visível que a
interna.
Na sua porção interna as cavidades glenóideias elevam-se sobre as faces laterais por
uma emiência, formando as espinhas da tíbia, que ocupam a porção média da superfí-
cie interglenóideia
Ao nível das cavidades glenóideias estão cartilagem de revestimento atinge a sua maior
espessura, diminuindo depois na periferia.
A adição de um revestimento cartilagíneo tão espesso tem como objectivo alterar a
forma das superfícies articulares. Assim a concavidade da cavidade glenoideia interna
é diminuida e a cavidade glenóideia externa conserva uma ligeira concavidade trans-
versal mas é ligeiramente convexa de diante para trás.

Meniscos Interarticulares ou Fibrocartilagens Semi-lunares

As cavidades glenoideias não se adaptam aos côndilos femurais. A concordância é obti-


da pela interposição, entre a tíbia e o fémur, de meniscos interarticulares.
Estes meniscos distinguem-se em interno e externo.
Cada um deles é uma lâmina prismática triângular recurvada em forma de crescente.
Face Superior – côncava, em concordância com os côndilos fémurais
Face Inferior – aplicada na periferia da cavidade glenoideia correspondente.
Face Externa – convexa, muito espessa, aderente à cápsula articular
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Filipa Ferreira

Bordo Interno – côncavo, cuja concavidade olha o centro da cavidade glenoideia


2 Extremidades ou Cornos – de onde partem pequenos feixes de fibras ou ligamen-
tos, denominados freios meniscais, que unem a fibrocartilagem às superfícies ru-
gosas situadas adiante e atrás da espinha da tíbia.
São mais espessos na periferia que no centro.
Os 2 meniscos diferem um do outro pela sua forma e inserções tibiais.

Menisco Externo
Tem a forma de um C muito fechado.
O corno anterior insere-se na superfície pré-espinhal imediatamente adiante da espi-
nha externa da tíbia e imediatamente atrás e para fora do ligamento cruzado anterior.
O corno posterior insere-se atrás das espinhas da tíbia e na depressão que as separa
na região posterior.
Da extremidade posterior destaca-se um feixe forte, o ligamento menisco-femural
posterior ou feixe de Wrisberg, que acompanha o ligamento cruzado posterior, pas-
sando atrás dele, por vezes adiante ou adiante e atrás se se desdobra.
Insere-se com este ligamento na chanfradura intercondiliana, sobre o côndilo inter-
no.

Menisco Interno
Tem a forma de um C muito aberto.
Insere-se pelo corno anterior no ângulo ântero-interno da superfície pré-espinhal,
adiante do ligamento cruzado anterior.
Fixa-se pelo corno posterior sobre a superfície retro-espinhal, imediatamente atrás da
superfície de inserção do menisco externo e adiante do ligamento cruzado posterior.

Os dois meniscos estão unidos na maioria dos casos adiante por uma faixa fibrosa com
direcção transversal, denominada ligamento transverso intermeniscal ou ligamento
jugal de Winslow.

Rótula
Entra em contacto com a tróclea fémural por intermédio de uma superfície articular
que ocupa os ¾ superiores da sua face posterior.
Esta superfície articular está recoberta por uma espessa camada de fibrocartilagem e
apresenta uma crista vertical, em concordância com a garganta da tróclea. Conse-
quentemente apresenta duas vertentes laterais, côncavas, que se opõem às vertentes da
tróclea.
A faceta interna é mais estreita e menos escavada que a externa. Ao longo do seu bor-
do livre existe uma impressão que representa a zona da faceta interna que entra em con-
tacto com o côndilo interno na flexão extrema da perna.

Meios de União

Cápsula Articular
É uma bainha fibrosa que se estende desde a extremidade inferior do fémur à extre-
midade superior da tíbia.
Apresenta adiante uma solução de continuidade que corresponde á superfície articular
da rótula.
Inserção Fémural
Contorna a superfície articular, a uma distância do revestimento cartilagineo variável.
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Filipa Ferreira

Adiante insere-se sobre o escavado supratroclear.


Do meio do escavado a linha de intersecção inclina-se de cada lado para baixo e para
fora do eixo do membro e passa junto aos ângulos anteriores da tróclea.
Desloca-se para trás descendendo sobre as faces laterais dos côndilos, afastando-se
gradualmente do revestimento cartilagíneo.
Mais atrás aproxima-se de novo do revestimento cartilagíneo e passa acima dos côndi-
los, retraíndo-se para diante na chanfradura intercondiliana, e circunscreve na porção
anterior da chanfradura as inserções dos ligamentos cruzados com os quais se confun-
de.
Inserção Tibial
Faz-se adiante sobre o bordo anterior da superfície rugosa pré-espinhal.
Passa lateralmente abaixo da cartilagem glenoideia.
Atrás ladeia primeiro de cada lado o revestimento cartilagíneo das cavidades glenoi-
deias e depois, confundindo-se com os ligamentos cruzados, descreve no espaço inter-
glenoideu uma ansa sinuosa que circunscreve as inserções tibiais destes ligamentos.
Inserção Rotuliana
Ladeia a cartilagem da superfície articular.

A cápsula articular é fina e laxa em quase toda a sua extensão excepto na face posterior
dos côndilos.
Lateralmente une-se à face externa dos meniscos interarticulares.
Adiante do tendão do músculo popliteu a cápsula está ausente e a sinovial comunica
com a bolsa serosa anexa a este tendão.

Ligamentos Anteriores
Adiante a cápsula é reforçada por elementos fibrosos diversos dispostos da profundida-
de para a superfície segundo 3 planos:
Plano Profundo – capsular, compreende ligamentos que podem ser considerados
espessamentos da cápsula
Plano Médio – tendinoso – formado por tendões ou por expansões tendinosas dos
músculos vizinhos
Plano Superficial – aponevrótico, constituido pela porção correspondente da apo-
nevrose superficial.

Plano Capsular
Este plano compreende as asas da rótula e os ligamentos menisco-rotulianos.
Asas da Rótula
São duas lâminas fibrosas finas triângulares, cuja base está nos bordos laterais da
rótula e o vértice sobre os côndilos fémurais.
Existem 2 asas, uma interna e outra externa
a) Asa Interna – nasce da porção superior do bordo interno da rótula e termina
na tuberosidade do côndilo interno, atrás da superfície de inserção do ligamen-
to lateral interno.
b) Asa Externa – muito fina. Insere-se adiante sobre o bordo externo da rótula,
fixa-se atrás por uma extremidade afilada na tuberosidade do côndilo externo.
Frequentemente estende-se até ao tendão do gémio externo e confunde-se com
ele.
As asas da rótula confundem-se na vizinhança da rótula com a cápsula articular
subjacente, sendo por isso consideradas feixes de reforço da cápsula.
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Ligamentos Menisco-Rotulianos
Feixes fibrosos que se estendem oblíquamente da porção inferior dos bordos late-
rais da rótula ao bordo externo ou convexo do menisco interarticular corres-
pondente.
O ligamento menisco-rotuliano externo é normalmente mais desenvolvido que o in-
terno.

Plano Tendinoso
Recobre o plano capsular e une-se estritamente a ele.
Estende-se sobre toda a face anterior do joelho.
É constituído pelo tendão ou ligamento rotuliano; pela expansão dos vastos e pela
expansão prerotuliana do tensor da fascia lata.
Tendão ou Ligamento Rotuliano
É uma lâmina tendinosa achatada de diante para trás, larga e muito espessa, que re-
presenta a porção infra-rotuliana do tendão de inserção do quadricípete sobre a
tíbia.
Insere-se em cima sobre o vértice da rótula e sobre a região contígua da face ante-
rior deste osso.
As fibras superficiais não têm qualquer inserção rotuliana e continuam com as fi-
bras tendinosas do quadricípete.
O ligamento dirige-se oblíquamente para baixo e um pouco para fora e retrai-se li-
gairamente de cima para baixo.
Fixa-se na porção inferior, irregular e saliente da tuberosidade anterior da tíbia.
As fibras tendinosas arciformes, que provêm da aponevrose do tensor da fascia
lata, cruzam transversalmente a face anterior e imprimem-lhe uma curvatura de
concavidade anterior.
A face posterior do tendão rotuliano relaciona-se em cima com o ligamento adipo-
so do joelho.
Uma bolsa serosa pré-tibial separa em baixo, o tendão da porção superior da tube-
rosidade da tíbia.

Expansão dos Vastos


Do tendão de inserção dos vastos (vasto interno e vasto externo) partem:
Fibras verticais que vão ao bordo lateral da rótula e ao tendão rotuliano,
bem como à tíbia
Fibras oblíquas que cruzam a linha mediana e terminam sobre a tuberosidade
tibial do lado oposto

Aponevrose de inserção do tensor da fascia lata


Localiza-se adiante das expansões do quadricípete, insere-se em grande parte sobre
o bordo lateral externo da rótula e sobre a tuberosidade externa da tíbia.
Recobre toda a região justa-rotuliana mas numerosas fibras passam adiante da ró-
tula e do tendão rotuliano reforçando a zona justa-rotuliana interna.
As expansões do quadricípete e a aponevrose do tensor da fascia lata estão forte-
mente unidas. O plano tendinoso que formam une-se fortemente às asas rotulianas,
sobretudo à asa rotuliana externa.

Plano Aponevrótico
A aponevrose superfícial recobre toda a face anterior da articulação.
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Tem continuidade em cima com a aponevrose fémural e em baixo com a aponevrose


da perna.
A face profunda da aponevrose esta estreitamente unida, de cada lado da rótula, ao
plano tendinoso subjacente, e em particular à aponevrose da fascia lata.
Entre estes planos tendinoso e aponevrótico existem bolas serosas que serão descritas
com a região rotuliana.

Ligamento Lateral Interno

Compreende 2 porções: uma principal e outra acessória.


Porção Principal
Insere-se em cima sobre a aresta vertical que representa o vertice da tuberosidade do
côndilo interno do fémur e sobre uma depressão que se localiza imediatamente atrás
desta aresta.
Esta inserção é parcialmente recoberta pela extremidade posterior da asa rotuliana in-
terna.
O ligamento dirige-se para baixo e ligeiramente para diante alargando-se. Adere ao pas-
sar pela fibrocartilagem semilunar.
Insere-se por algumas fibras profundas na tuberosidade tibial, ao longo da linha de
inserção capsular.
A maior parte das fibras descende mais abaixo, recobrindo o tendão reflexo do semi-
membranoso, e inserindo-se na porção superior do bordo interno da tíbia e na por-
ção contígua da face interna.
As fibras posteriores deste ligamento perdem-se em baixo, com as fibras superficiais
do tendão directo do semi-membranoso, sobre a aponevrose do músculo popliteu.

Porção Acessória
Mias fina que a porção principal, em continuidade com esta e encontra-se por trás dela.
É formada por fibras oblíquas que irradiam das inserções femural e tibial da porção
principal, até á face periférica da fibrocartilagem interna, onde terminam.

Desenvolve-se por vezes uma bolsa serosa entre o ligamento e o côndilo, e uma se-
gunda bolsa entre o ligamento e tuberosidade interna da tíbia.
Elas devem-se ao movimento de flexão e extensão da perna.

Ligamento Lateral Externo

Tem a forma de um cordão arredondado e espesso que se estende do côndilo externo


do fémur á extremidade superior do peróneo.
Insere-se em cima sobre a tuberosidade do côndilo externo do fémur, acima da fosse-
ta do popliteu, abaixo da do gémeo externo.
Descende um pouco oblíquamente para baixo e para trás e insere-se na porção ântero-
externa da extremidade superior do peróneo, adiante da apófise estilóideia.
Este ligamento é independente em todo o comprimento da cápsula articular subjacente.
A sua extremidade inferior é recoberta pelo tendão do bícipete crural do qual está se-
parado por intermédio de uma bolsa serosa.

Ligamentos Posteriores
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Ligamentos Cruzados
São dois cordões fibrosos curtos e muito espessos que se estendem do espaço intergle-
nóideu da extremidade superior da tíbia ao espaço intercondiliano do fémur.
São os verdadeiros ligamentos posteriores da articulação, pois reforçam a porção poste-
rior intercondiliana da cápsula articular.

Ligamento Cruzado Anterior


Insere-se em baixo sobre a superfície pré-espinhal da extremidade superior da tíbia.
Daí o ligamento dirige-se para cima, para trás e para fora e fixa-se sobre a metade pos-
terior da face intercondiliana do côndilo externo.

Ligamento Cruzado Posterior


Nasce da superfície retro-espinhal, atrás das inserções da fibrocartilagem interna e
externa.
A sua inserção prolonga-se para baixo e para trás sobre a porção superior da depres-
são vertical que dá continuidade á superfície retro-espinhal.
O ligamento dirige-se para cima, para diante e para dentro, terminando sobre a porção
anterior da face intercondiliana do côndilo interno e sobre o fundo da chanfradura
intercondiliana.

Os ligamentos cruzados intercruzam-se no sentido ântero-posterior e no sentido trans-


versal.
O ligamento anterior é anterior em baixo e externo em cima.
O ligamento posterior é posterior em baixo e interno em cima.
Uma bolsa serosa desenvolve-se frequentemente entre os 2 ligamentos cruzados e co-
munica por vezes com a cavidade articular.
Ao longo do ligamento cruzado posterior, progride em direcção ao côndilo interno l
ligamento menisco-femural.
Este está separado do corno posterior da fibrocartilagem semilunar externa e dirige-se
oblíquamente para cima e para dentro em direcção ao côndilo interno.
-- pode ladear a face externa e depois a face posterior do ligamento cruzado posterior,
fixando-se posteriormente ao ligamento cruzado posterior sobre a porção posterior da
face intercondiliana do côndilo interno.
-- pode passar sobre a face anterior do ligamento cruzado posterior terminando adiante
dele sobre a face intercondiliana do côndilo interno
-- pode desdobrar-se e passar parcialmente atrás e adiante do ligamento cruzado posteri-
or.

Plano Fibroso Posterior


É uma rede fibrosa localizada atrás do espaço intercondiliano e dos ligamentos cru-
zados, dos quais está por vezes separada por uma bolsa serosa.
Está fixo em cima na porção inferior do espaço popliteu e em baixo no rebordo pos-
terior da extremidade superior da tíbia.
Continua lateralmente com os côndilos e com os tendões dos músculos gémeos, popli-
teu e semi-membranoso.
Este plano é formado por numerosos feixes de forma e direcção diferentes. A direcção é
normalmente determinada pela tracção neles exercida pelos músculos gémeos e semi-
membranoso aos quais se unem.
Dos feixes são de destacar:
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Ligamento Popliteu Oblíquo – larga expansão fibrosa que se destaca do tendão do


semi-membranoso, um pouco acima da tíbia. Dirige-se para cima e para fora
abrindo-se em leque e perde-se sobre a cápsula condiliana externa.

Ligamento Popliteu Arqueado – nasce da apófise estilóideia do peróneo atrás da


origem do ligamento lateral externo.
Dirige-se para cima e divide-se em 2 feixes:
Feixe Externo ou Ligamento Lateral Externo Curto – continua o trajecto vertical do
feixe de origem, por trás do ligamento lateral externo e perde-se sobre a cápsula condi-
liana externa.
Feixe Interno – expande-se como um leque.
a) fibras superiores – dirigem-se para cima e para dentro e perdem-se no plano
fibroso passando por baixo do ligamento popliteu oblíquo.
b) fibras inferiores – dirigem-se para baixo e para dentro e vão-se inserir na tíbia.
Delimitam, com o feixe de origem, uma arcada sob a qual se encaixa o músculo
popliteu, é a arcada do popliteu.

Sinovial

Recobre a face profunda da cápsula articular e reflecte-se sobre o osso, desde a linha
de inserção da cápsula até ao revestimento cartilagíneo.
Forma sobre o contorno das superfícies articulares da tíbia e do fémur um fundo de
saco.
Sobre a rótula a sinovial termina directamente com a cápsula, cercando o revestimento
cartilagíneo.
O fundo de saco perifemural é muito reduzido atrás.
Adiante, acima da porção média da tróclea, está em concordância com a face profun-
da do quadricípete e tem o nome de fundo de saco quadricipital. Este fundo de saco
estende-se até à inserção capsular e por vezes comunica com uma bolsa serosa
subquadricipital situada acima dele.
Do lado da tíbia a sinovial forma uma prega somente sobre as faces laterais do osso.
Adiante do peróneo a sinovial envia sobre o tendão do popliteu um divertículo deno-
minado prolongamento popliteu, que pode comunicar com a cavidade da articulação
tíbio-peroneal superior.
A sinovial desce sobre a face anterior da articulação primeiro do fémur á rótula e depois
da rótula até à tibia, recobrindo nesta última região o pacote adiposo infra-rotuliano.
Atrás desce directamente do fémur à tibia, mas lateralmente é aderente ao bordo con-
vexo dos meniscos, existindo assim uma sinovial supra-meniscal e outra infra-
meniscal.
Sobre a face posterior da articulação a sinovial forma um prega que se dirige para dian-
te e reveste os ligamentos cruzados.

Pacote Adiposo Anterior ou Infra-Rotuliano do Joelho e Ligamento Adiposo.


Este pacote é uma massa de gordura situada atrás do ligamento rotuliano e da porção
não articular da rótula, e acima da superfície pré-espinhal da extremidade superior
da tíbia.
Nos lados o pacote adiposo prolonga-se para cima ao longo da metade inferior dos
bordos laterais da rótula formando as pregas alares.
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Na porção média do pacote destaca-se, abaixo da rótula, um cordão que se dirige para
cima e para trás através da cavidade articular fixando-se na extremidade anterior da
chanfradura intercondiliana. É o ligamento adiposo.
Por vezes o ligamento adiposo prolonga-se por trás sob a forma de um fino septo até ao
ligamento cruzado anterior e o seu revestimento sinovial continua com o dos ligamen-
tos cruzados. Neste caso existe entre as articulações côndilo-tibiais o septo mediano ( o
ligamento adiposo é um vestígio deste septo)
O pacote adiposo te como função preencher o intervalo, que durante a flexão do joelho,
se produz entre a extremidade superior da tíbia, as superfícies condilianas do fémur e a
rótula.

Franjas Sinoviais
Existem:
-- ao longo da linha compreendida entre os côndilos do fémur e os meniscos interarti-
culares.
-- ao nivel da inserção dos gémeos sobre a cápsula condiliana – processos sinoviais
supracondilianos
-- sobre a face anterior da cápsula, por fora da rótula e das pregas alares.

Mecanismo de Articulação do Joelho

Flexão e Extensão
Fazem-se em torno de um eixo transversal que passa sobre os côndilos.
A flexão aproxima a face posterior da perna à face posterior da coxa e a extensão afas-
ta-as.
O movimento tem uma amplitude de 130 a 150º
Estes movimentos acompanham-se de um movimento de rotação da tíbia para dentro
durante a flexão e de rotação para fora durante a extensão. (devem-se à diferença de
alturas dos 2 côndilos)
Estes movimentos fazem-se pela combinação de movimentos de rolamento e desli-
zamento simultâneos, que no entando se fazem em sentido inverso. Logo que os côndi-
los rolem de diante para trás, delizam simultaneamente de trás para diante – na flexão.
O movimento inverso é produzido pela extensão.
Os condilos ao rolarem impelem para diante os meniscos. As suas extremidades poste-
riores aproximam-se na flexão e as anteriores aproximam-se na extensão.
O deslocamento dos meniscos é determinado no movimento de extensão pela acção dos
ligamentos menisco-rotulianos.

Rotação
Produzida em torno de um eixo vertical que passa na espinha da tíbia, na articulação
menisco-tibial.
Estes movimentos são nulos na extensão devido á tensão dos ligamentos cruzados e
laterais. Apresentam o máximo de extensão na semi-flexão.
Os movimentos de rotação são limitados pela tensão dos ligamentos cruzados e late-
rais.

Papel dos Ligamentos


-- os ligamentos cruzados, em que alguns dos feixes estão permanentemente tensos,
asseguram o contacto entre as superfícies articulares.
-- os ligamentos cruzados e laterais limitam a extensão
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-- os ligamentos laterais relaxam na flexão e limitam a rotação externa


-- os ligamentos cruzados limitam a rotação interna.

ESQUELETO DO PÉ

É formado por três grupos ósseos: o tarso, o metatarso e as falanges.

TARSO
É um maciço ósseo que ocupa a metade posterior do pé. É formado por 7 ossos curtos
dispostos em duas fileiras, uma anterior e outra posterior.
A fileira posterior é formada por dois ossos: o astrálago e o calcâneo que estão sobre-
postos.
A fileira anterior compreende 5 ossos: o cubóide; o escafóide, e os três cuneiformes
que por sua vez estão justapostos.
Apesar dos ossos da fileira posterior serem maiores o tarso é mais estreito atrás que adi-
ante.
Os sete ossos do tarso estão reúnidos de modo a formarem uma abóbada côncava para
baixo sobre a qual se deposita todo o peso do corpo.

ASTRÁGALO
É um osso curto, achatado de cima para baixo e alongado de diante para trás.

Orientação – a faceta articular em forma de roldana é superior, a porção do osso em


forma de cabeça é anterior e a superfície articular com forma de vírgula é interna.

Forma o vértice da abóbada társica e articula-se: em cima com os ossos da perna, em


baixo com o calcâneo e adiante com o escafóide.
Apresenta 3 segmentos: um segmento posterior, o corpo; um segmento anterior arre-
dondado, a cabeça; um segmento intermediário, curto e retraído, o colo.
Apresenta 6 faces.

Face Superior
É ocupada, em toda a extensão do corpo por uma superfície articular, a roldana astra-
galiana, convexa de diante para trás e côncava transversalmente, que se articula com a
tíbia.
É mais larga adiante que atrás e a sua vertente interna é um pouco mais estreita que a
externa.
É limitada lateralmente por dois bordos semicirculares: o bordo interno que é arre-
dondado e o externo, mais elevado que o interno, saliente na porção média, talhado em
bisel nas extremidades, sobretudo atrás onde é representado por uma faceta triângular
alongada de base posterior.
Adiante da roldana, a face superior retrai-se e corresponde ao colo.
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Dirige-se para dentro e é deprimida em goteira transversal, que recebe o rebordo ante-
rior da tíbia nos movimentos de flexão da perna sobre o pé.
Apresenta uma crista rugosa transversal para a inserção da cápsula tibio-társica e do
ligamento astrágalo-escafóideu superior.

Face Inferior
Articula-se com o calcâneo por intermédio de duas superfícies articulares: uma ânte-
ro-interna e outra póstero-externa, separadas uma da outra por uma goteira designada
ranhura ou sulco astragaliano. Oblíqua para diante e para fora e alargada de diante
para trás. A sua superfície é recoberta de rugosidades determinadas pela inserção do
ligamento astrágalo calcâneo interósseo.
As duas superfícies articulares têm o seu maior eixo orientado no mesmo sentido que a
ranhura que os separa.
A superfície ântero-interna é convexa e frequentemente dividida em dua facetas se-
cundárias. Faz parte da superfície articular da cabeça do astrágalo.
A superfície póstero-externa tem a forma de um segmento de cilindro encovado cuja
concavidade segue o grande eixo da faceta.

Face Externa

Articula-se com o maléolo externo por intermédio da faceta peroneal ou maleolar


externa, lisa, triângular, de base superior, côncava para cima e para baixo.
A base desta faceta confunde-se com o bordo externo da roldana astragaliana.
O vértice, inferior, apoia-se sobre uma saliência da face externa, a apófise externa do
astrágalo.
Adiante da faceta peroneal esta face apresenta a face externa do colo.

Face Interna
Apresenta na região superior a faceta tibial ou maleolar interna, em forma de vírgula
cuja extremidade mais forte está adiante e cujo bordo convexo se confunde com o bor-
do lateral interno da roldana astragaliana. Articula-se com o maléolo interno.
Abaixo desta faceta existe uma superfície rugosa, escavada, sobre a qual se insere o
feixe profundo do ligamento interno da articulação tibio-társica.
Adiante da faceta tibial está a face interna do colo.

Face Anterior
Designada cabeça do astrágalo.
É uma saliência convexa, articular, alongada transversalmente.
Está em continuidade em baixo e atrás com a faceta ântero-interna da face inferior do
osso.
No conjunto a superfície articular da cabeça compreende 3 segmentos:
Ântero-superior – articula-se com o escafóide
Médio – em concordância com o ligamento calcâneo-escafóideu inferior.
Póstero-inferior – formado pela faceta ântero-interna da face inferior do astrágalo

Face Posterior
Situada atrás da roldana astragaliana.
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É muito estreita.
Apresenta na porção interna a apófise posterior do astrágalo que é escavada por uma
goteira oblíqua para baixo e para dentro em concordância com o tendão do longo fle-
xor próprio do grande dedo.
Esta goteira é ladeada por dois tubérculos, um interno e outro externo mais acusado.
O tubérculo externo dá inserção ao feixe peróneo-astragaliano posterior do liga-
mento lateral externo.
Existe por vezes um osso supranumerário fixo ao tubérculo externo ou articulado com
ele, é o osso trígono. Este osso existe normalmente nalguns vertebrados inferiores.

CALCÂNEO
É o mais volumoso dos ossos do tarso.
Localiza-se abaixo do astrágalo na região posterior e inferior do pé.

Orientação – a extremidade mais volumosa do osso, não articular, é posterior e nela


existem duas saliências que são inferiores, das quais a maior é interna. Dá-se ao osso
uma inclinação para cima e para diante.

É alongado de diante para trás e achatado transversalmente.


Apresenta 6 faces.

Face Superior
Compreende 2 segmentos:
Segmento Anterior – recoberto pelo astrágalo, apresenta duas superfícies alongadas,
cujo grande eixo é oblíquo para diante e para fora. Uma anterior, côncava, frequente-
mente dividida em duas facetas secundárias. Outra posterior, talhada em segmento de
cilindro cuja convexidade se dirige no sentido do grande eixo da faceta articular.
Estas superfícies estão em concordância com as facetas articulares da face inferior do
astrágalo e separadas uma da outra pelo sulco ou ranhura calcânea que se dirige para
diante e para dentro e se alarga de trás para diante. Forma em oposição com o sulco as-
tragaliano o canal ou seio astrágalo-calcaneano ou seio do tarso.
Atrás destas superfícies articulares a face superior é preenchida por tecido célulo-
adiposo que separa a articulação tibio társica do Tendão de Aquiles.
Segmento Posterior – estende-se para trás do astrágalo. É desigual, crivado de orifícios,
convexo transversalmente e côncavo de diante para trás.

Face Inferior
Estreita, convexa de fora para dentro, côncava de diante para trás.
Apresenta 3 tuberosidades: uma anterior e 2 posteriores.
Das duas posteriores a interna, mais volumosa, dá inserção ao curto flexor plantar e
ao adutor do grande dedo. A externa da inserção ao abdutor do pequeno dedo.
A tuberosidade anterior apresenta inserções ligamentosas.
Entre as tuberosidades posteriores e a anterior existem numerosos orifícios vasculares e
estrias longitudinais em concordância com os feixes do ligamento calcâneo-cuboideu.

Face Externa
É quase plana e rugosa.
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Apresenta na metade anterior o tubérculo dos peroneais laterais que separa a goteira
do longo peroneal lateral, que está abaixo do tubérculo, da do curto peroneal que está
acima.
Um pouco atrás e acima deste tubérculo existe frequentemente uma saliência rugosa que
dá inserção ao feixe peróneo-calcaneano do ligamento externo da articulação tíbio-
társica.

Face Interna
Ocupada por uma larga goteira orientada oblíquamente para baixo e para diante, a go-
teira calcaneana interna, onde se encontram músculos, vasos e nervos que passam da
região posterior da perna para a região plantar do pé. Esta é limitada atrás e em baixo
pela tuberosidade interna da face inferior e em baixo e em cima por uma saliência
volumosa denominada sustentaculum tali.
Esta apófise suporta a faceta articular ântero-interna da face superior e é ela própria
atravessada por duas goteiras.
Adiante e em cima existe uma pequena saliência, a pequena apófise do calcaneo, cuja
base é percorrida por uma goteira onde progride o tendão do flexor próprio do grande
dedo.
A outra percorre o vértice da apófise e está em concordância com o tendão do flexor
comum dos dedos.

Face Posterior
Estreita e lisa em cima, rugosa e larga na metade inferior constituindo a tuberosidade
posterior do calcaneo onde se insere o tendão de Aquiles.

Face Anterior
Esta face localiza-se na extremidade da grande apófise do calcâneo. Dá-se este nome à
porção anterior, um pouco retraída, do osso.
A face anterior é uma superfície articular em concordância com o cubóide.
É convexa transversalmente. No sentido vertical é côncava em cima e convexa em bai-
xo.

CUBÓIDE
Está situado adiante do calcâneo, sobre o lado externo do pé.

Orientação – das duas superfícies articulares que se opõem, a mais plana é anterior.
Estas duas superfícies convergem para fora. A face que apresenta uma crista e uma go-
teira é inferior.

Tem a forma de um prisma triângular cuja aresta arredondada, situada sobre o bordo
externo do pé, resulta da convergência das faces planar e dorsal do osso.
Apresenta 4 faces, uma base e um bordo externo ou aresta.

Face Dorsal
Rugosa, inclinada para baixo e para fora. Relaciona-se com o músculo pedioso.

Face Plantar
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Filipa Ferreira

É atravessada por uma crista arredondada e larga, que se dirige oblíquamente para dian-
te e para dentro, a crista do cubóide.
Adiante da crista existe uma goteira em concordância com o longo peritoneal lateral.
Este tendão reflecte-se sobre a vertente anterior da crista, cuja metade externa é ocupada
por uma impressão ovalar em concordância com o osso sesamoideu do longo perito-
neal lateral.
Atrás da crista a face é deprimida e dá inserção ao ligamento calcâneo-cubóideu.

Face Posterior
Articula-se com o calcâneo.
A superfície articular é côncava transversalmente; no sentido vertical é convexa em
cima e côncava em baixo.
Prolonga-se para dentro, para baixo e para trás, através de uma eminência, a apófise
piramidal.

Face Anterior
É articular e apresenta duas facetas separadas por uma crista arredondada, oblíqua para
baixo e para dentro.
Estas duas facetas correspondem ao IV e V metatársicos.

Face Interna
Articula-se com o III cuneiforme por intermédio de uma faceta plana, triângular ou
ovalar, situada na sua porção média.
Atrás desta superfície articular existe uma segunda faceta mais pequena, alongada de
cima para baixo, que se articula com o escafóide.
Esta superfície é recoberta de rugosidades destinadas às inserções ligamentosas.

Bordo Externo ou Aresta


Muitas vezes descrito como face externa, faz parte do bordo externo do pé. Apresenta
uma chanfradura devido à extremidade externa da goteira do longo peroneal late-
ral.

ESCAFÒIDE
Também conhecido como osso navicular, é um osso curto cuja forma é comparada è de
uma canoa.
Localiza-se no lado interno do pé, adiante do astrágalo, para dentro do cubóide e atrás
do cuneiformes.

Orientação - a superfície articular côncava é posterior. O tubérculo é interno, A conca-


vidade da face anterior é inferior.

É achatado de diante para trás, alongado de dentro para fora.


Apresenta 2 faces, 2 bordos e 2 extremidades.

Face Posterior
Côncava, lisa, elíptica, articula-se com a cabeça do astrágalo.
Apontamentos Anatomia I
Filipa Ferreira

Face Anterior
Convexa, articular, é dividida por duas cristas arredondadas em 3 facetas quase triân-
gulares, que se articulam com os 3 cuneiformes.
A faceta interna é convexa, as outras duas são quase planas.

Bordos
São um superior e outro inferior.
Ambos são rugosos e largos e dão inserção a ligamentos.

Extremidades
Uma interna e outra externa.
Extremidade Interna – constituída por uma eminência arredondada, saliente para den-
tro e para baixo, o tubérculo do escafóide, sobre o qual se insere o tendão do tibial
posterior.
Extremidade Externa – convexa, rugosa, apresenta na maioria dos casos uma pequena
superfície articular, que ladeia a face anterior, para o cubóide.

CUNEIFORMES
São três, localizam-se adiante do escafóide e articulam-se entre si.
São designados por primeiro, segundo e terceiro partindo de dentro para fora.
Têm a forma de cunha, de base plantar para o primeiro, de base dorsal para os outros
dois.
Apresentam cada um 4 faces, uma base e uma aresta.

Primeiro Cuneiforme, Grande Cuneiforme ou Ectocuneiforme


Situa-se sobre o bordo interno do pé, entre o escafóide e o primeiro metatársico.

Orientação – a base da cunha é inferior. A superfície articular em forma de rim é ante-


rior. O bordo convexo dessa superfície é interno.

Face Posterior – triângular, côncava. Articula-se com a faceta interna da face anteri-
or do escafóide.
Face Anterior – articular, um pouco convexa, com forma de crescente. Articula-se com
o primeiro metatársico.
Face Interna – e rugosa, apresenta na porção ântero-inferior a impressão de inserção
do músculo tibial posterior. Acima e atrás desta impressão existe uma outra para o
tendão deste músculo.
Face Externa – articula-se:
a)com o II cuneiforme por uma superfície em esquadro cujos ramos
vertical e horizontal ladeiam o bordo posterior e superior desta face.
b) com o II metatársico, por uma pequena superfície articular situada
adiante do ramo horizontal da superfície em esquadro.
O resto da superfície externa apresenta rugosidades destinadas a inserções ligamentosas.
Face Inferior – rugosa, convexa. Apresenta atrás uma saliência que dá inserção a um
dos tendões do tibial posterior.
Bordo Superior ou Aresta – largo e arredondado adiante, fino e cortante atrás.
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Filipa Ferreira

Segundo Cuneiforme, Mesocuneiforme ou Pequeno Cuneiforme


Está situado entre o primeiro e o terceiro cuneiformes, que o ultrapassam adiante.

Orientação – das duas facetas articulares opostas e de forma triângular a convexa é


anterior. A base da cunha é superior e das facetas laterais a que apresenta forma de es-
quadria é interna.

Face Posterior – triângular, ligeiramente côncava. Articula-se com a faceta média da


face anterior do escafóide.
Face Anterior – triângular e ligeiramente convexa. Articula-se com o II metatársico.
Faces Laterais – apresentam atrás uma superfície articular, em forma de esquadro na
face interna, alongada verticalmente na face externa. Articula-se com o I cuneiforme
pela superfície interna e com o II pela externa.
Face Superior – quadrilátera e rugosa
Bordo Plantar ou Aresta – agudo e rugoso.

Terceiro Cuneiforme, Ectocuneiforme ou Médio Cuneiforme


Está situado para fora do segundo cuneiforme e para dentro do cubóide.

Orientação – a base é superior e não articular. O bordo convexo é externo. Das duas
facetas articulares opostas a maior é anterior.

Face Posterior – ligeiramente côncava, triângular. Articula-se com a faceta externa da


face anterior do escafóide.
Face Anterior – articular, plana, triângular. Articula-se com o III metatársico.
Face Interna – apresenta duas facetas triângulares planas alongadas verticalmente.
Uma posterior para o II cuneiforme e outra anterior para o II metatársico.
Face Externa – apresenta atrás uma faceta articular plana para o cubóide. Sobre o seu
limite anterior em uma estreita banda para o IV metatársico.
Face Superior – rugosa
Bordo Plantar ou Aresta – largo, saliente e rugoso.

Macico Ósseo do Tarso

No seu conjunto é comparado a uma abóbada de concavidade dirigida para baixo.


A face superior é convexa em todos os sentidos e a face inferior é côncava, apresentan-
do a forma de uma goteira ântero-posterior, a goteira do tarso.

METATARSO
É formado por 5 ossos longos, os metatársicos.
Estes articulam-se atrás com os ossos da segunda fileira do tarso, adiante com as pri-
meiras falanges dos dedos.
Têm o nome de primeiro, segundo etc indo de dentro para fora.
Apresentam características gerais que lhes são comuns e que os diferenciam dos outros
ossos, e características particulares a cada um deles que os permitem distinguir uns dos
outros.
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Características Comuns a Todos os Metatársicos

São ossos longos

Corpo
Prismático triângular apresenta:
face dorsal estreita, mais larga atrás que adiante.
duas facetas laterais que limitam, com as do metatársico vizinho, um espaço in-
termediário ou espaço interósseo
dois bordos laterais dorsais, um interno e outro externo
um bordo inferior ou plantar curvo, de concavidade inferior
dão inserção aos músculos interósseos.

Extremidade Posterior ou Base


Apresenta:
forma de cunha cuja base é superior e a aresta plantar
uma face posterior articular, triângular, em concordância com os ossos do tarso
duas faces laterais articuladas com os metatársicos vizinhos por intermédio de
facetas que ocupam a posição póstero-superior destas faces.

Extremidade Anterior ou Cabeça


É achatada transversalmente.
Termina numa superfície articular convexa, mais extensa do lado plantar que do dor-
sal.
A ladear a superfície articular existe, em cima e lateralmente, um sulco rugoso.
Em cada um dos lados existe, atrás do sulco, um tubérculo pelo qual se insere o liga-
mento lateral da articulação

Características Particulares dos Metatársicos

I Metatársico
Orientação – o bordo convexo da faceta reniforme é interno

Atarracado, mais curto e espesso que os restantes.


A base apresenta uma superfície articular semi-lunar, côncava, com grande eixo ver-
tical e dois tubérculos, um interno outro externo.
O tubérculo interno está na extremidade posterior do bordo interno do osso e dá inser-
ção a um feixe do tibial anterior.
O tubérculo externo, também designado apófise ou tuberosidade do I metatársico,
mais saliente que o interno, dirige-se para baixo, para fora e para trás, é determinado
pela inserção do longo peritoneal lateral.
A cabeça é volumosa e achatada de cima para baixo. A sua face inferior apresenta duas
depressões ântero-posteriores em concordância com os ossos sesamoideus.

II Metatársico
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Filipa Ferreira

Orientação – na extremidade posterior o lado que apresenta 4 facetas articulares sobre-


postas no sentido vertical e separadas por uma goteira é externo.

É o maior de todos.
A face posterior da base apresenta uma faceta côncava triângular, através da qual o
osso se articula com o II cuneiforme.
Sobre a face lateral interna da base existem duas facetas articulares: uma posterior
para o I cuneiforme e outra anterior, inconstante, para o I metatársico.
A face lateral externa da base apresenta um pequena faceta articular posterior em
concordância com o III cuneiforme. Apresenta ainda duas facetas anteriores, separa-
das uma da outra por uma depressão ântero-posterior, que se articulam com o III meta-
társico.

III Metatársico
Orientação – na extremidade posterior, o lado que apresenta duas facetas dispostas no
sentido vertical, separadas por uma goteira é interno.

A base articula-se, por intermédio de uma faceta posterior plana triângular, com o III
cuneiforme.
Articula-se com o II metatársico por duas facetas sobrepostas, e por uma só faceta
ovalar com o IV metatársico.

IV Metatársico
Orientação – na extremidade posterior, o lado que apresenta duas facetas dispostas no
sentido horizontal e contíguas, é interno.

A base apresenta:
uma faceta articular posterior, plana e quadrilátera para o cubóide
uma faceta externa, triângular, para o V metatársico
duas facetas internas, uma anterior para o III metatársico e outra posterior, in-
constante, para o III cuneiforme.

V Metatársico
Orientação – na extremidade posterior, o lado que apresenta uma única faceta articular
lateral é interno.

A sua extremidade posterior, articulada com o cubóide por intermédio de uma faceta
plana triângular, é achatada de cima para baixo.
Esta extremidade prolonga-se para fora, para trás e para baixo formando uma forte apó-
fise, o tubérculo do V metatársico, sobre o qual se insere o tendão do curto peroneal
lateral.

Sem faceta articular lateral I Metatársico


Uma única faceta articular Situada internamente V metatársico
lateral
Sobrepostas verticalmente, III Metatársico
sendo uma superior e outra
3 facetas articulares laterais inferior separadas por uma
em que duas são internas goteira
Sobrepostas no sentido IV Metatársico
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Filipa Ferreira

horizontal e contíguas, uma


anterior e outra posterior
6 facetas articulares laterais 4 externas e 2 internas II Metatársico

FALANGES
Assemelham-se ás das mãos pela sua disposição, pela forma e pelo modo de desenvol-
vimento. Diferem nas dimensões, que são mais reduzidas, à excepção das do grande
dedo, que são mais volumosas.

OSSOS SESAMÒIDEUS DO PÉ
Aparecem quase sempre sobre a face plantar.
Dois são constantes e localizam-se na face anterior da primeira articulação meta-
társico-falângica, adiante das depressões da face plantar da cabeça do I metatársico.
Estes dois ossos são ovóides, alongados de diante para trás. O interno é mais volumoso
que o externo.
Os sesamóideus do grande dedo, em particular o interno, estão por vezes subdivididos
em 2 ou 3 fragmentos. Esta disposição é consequência da irregularidade da superfície
onde se encontra o osso sesamóideu.
É possível observar mais raramente, um osso sesamóideu ao nível da articulação inter-
falângica do grande dedo; um outro ao nível da articulção metatársico-falângica do
segundo dedo e um ou dois adiante da articulação metatársico-falângica do quinto
dedo.

ARTICULAÇÃO TIBIO-TÁRSICA OU DO TORNOZELO


Classificação – trocleartrose

Superfícies Articulares

As extremidades inferiores dos ossos da perna, unidas pelas articulações tibio-


peroneal inferior, formam um encaixe alongado transversalmente no qual penetra o
corpo do astrágalo.
Este encaixe apresenta 3 paredes articulares:
Superior – côncava de diante para trás, apresenta na porção média uma saliência
arredondada ântero-posterior para a garganta do astrágalo.
Superfície Maleolar Interna – pertence ao maléolo tibial. É vertical, plana, triângu-
lar de base superior. Faz com a superfície superior um ângulo arredondado.
Superfície Maleolar Externa – convexa de cima para baixo, triângular de base supe-
rior. Está separada da superfície tibial por uma franja sinovial que preenche o espa-
ço entre a tíbia e o peróneo.
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O encaixe em completado adiante e atrás pelos ligamentos tibio-peroneal anterior e


posterior.
O revestimento cartilagíneo é mais espesso na face superior que nas facetas laterais
e forma uma camada ininterrupta com a face superior e maleolar interna.

Superfície Astragaliana
É formada por 3 facetas articulares:
Superior – constituída pela tróclea astragaliana. Mais larga adiante que atrás. A
garganta da tróclea dirige-se obliquamente para diante e para fora o que explica o
desvio do pé.
A vertente interna é mais estreita que a externa e o seu bordo lateral externo é mais
elevado que o interno, apresentando nas extremidades uma superfície talhada em bisel
devido á fricção dos ligamentos anterior e posterior da articulação tíbio-peroneal
inferior.
A tróclea é sempre mais extensa no sentido ântero-posterior que o encaixe tibio-
peroneal por isso qualquer que seja a posição da articulação a tróclea ultrapassa sempre
o encaixe e relaciona-se com a cápsula.
Lateral Externa – articula-se com o maléolo externo. É côncava de cima para baixo.
Tem uma forma triângular de base superior e saliente.
Lateral Interna – articula-se com o maléolo interno, forma uma vírgula com forte
extremidade anterior.

A cartilagem tem maior espessura sobre a tróclea. Reveste todas as estruturas do astrá-
galo de um modo contínuo.

Meios de União

Cápsula Articular
Insere-se no contorno das superfícies articulares excepto na porção anterior onde se
insere sobre a tíbia e sobre o colo do astrágalo a 7/8 mm do revestimento cartilagíneo.
A inserção tibial anterior faz-se na porção inferior da saliência transversal que existe
na face anterior da tíbia.
Adiante a cápsula é fina e laxa, reforçada por lamelas fibrosas separadas por camadas
de gordura.
A lamela mais constante é o ligamento anterior que vai oblíquamente para baixo e para
fora da tíbia até à face externa do colo do astrágalo.
Atrás a cápsula é forrada por novelos adiposos.
É reforçada por feixes fibrosos que vão da tíbia ao maléolo externo e ao ligamento
peróneo-astragaliano posterior e também pelo ligamento peróneo-astrágalo-
calcâneo.

Ligamento Lateral Externo


É composto por 3 feixes distintos que vão do maléolo externo para o astrágalo e cal-
câneo.

Feixe Anterior ou Peróneo-Astragaliano Anterior – insere-se na porção média do


bordo anterior do maléolo externo e no astrágalo, adiante da faceta peroneal
(face externa). Frequentemente divide-se em 2 feixes, um superior e outro inferior
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Feixe Médio ou Peróneo-Calcaneano – insere-se no bordo anterior do maléolo


externo entre o anterior e a extremidade superior do maléolo. Dirige-se para trás e
para baixo terminando numa saliência da face externa do calcâneo.

Feixe Posterior ou Peróneo-Astragaliano Posterior – estende-se horizontalmente da


fosseta da face interna do maléolo externo até á vertente externa do tubérculo
do astrágalo (face psoterior) que ladeia externamente a goteira do longo flexor
próprio do grande dedo.

Ligamento Lateral Interno


Tem 2 camadas:
Camada Superficial ou Ligamento Deltóideu
Insere-se no bordo anterior e no vértice do maléolo interno.
Irradia depois em forma de leque:
porção anterior – fixa-se à face superior do escafóide
porção inferior – fixa-se no sustentaculum tali ( face interna do calcâneo) e ao liga-
mento calcâneo-escafóideu
porção posterior – fixa-se sobre a face interna do colo do astrágalo

Camada Profunda
Separada da camada superficial por um interstício celular.
Insere-se em cima no vértice do maléolo interno, por dentro da inserção da camada
superficial.
Em baixo insere-se sobre a superfície deprimida que está abaixo da faceta articular
interna do astrágalo e estende-se para trás até ao tubérculo interno da face posterior
do astrágalo.

Sinovial
Reveste a superfície profunda da cápsula bem como a superfície óssea entre a cáp-
sula e o revestimento fibrocartilaginoso das superfícies articulares.
Os ligamentos laterais fixam-na lateralmente na articulação.
Adiante e atrás apresenta uma grande lassidão.

Mecanismo Articular
Flexão e Extensão
Feita em torno de um eixo transversal oblíquo psrs dentro e para diante.
A flexão aproxima a face dorsal do pé da face anterior da perna e a extensão afasta-as.
A flexão é limitada pelos feixes posteriores dos ligamentos laterais. Na flexão forçada
a tíbia comunica com o colo do astrágalo.
A extensão é limitada pela tensão dos feixes anteriores dos ligamentos laterais.
Na extensão forçada o bordo posterior da tíbia pode encontrar o tubérculo externo
da face posterior do astrágalo.
A amplitude deste movimento é de 70º

ARTICULAÇÕES DO PÉ
Articulação Astrágalo-Calcaneana Posterior
Classificação – condilartrose rudimentar
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Superfícies Articulares

Superfície Astragaliana – é formada pela faceta póstero-externa da face inferior.


É ovalar e o seu grande eixo é oblíquo para diante e para fora. Talhada em forma de
cilindro escada cuja curvatura segue o grande eixo. Olha para baixo e um pouco
para trás.

Superfície Calcaneana – é formada pela faceta ântero-interna da face superior


do calcâneo. Olha para cima e para diante. Representa um segmento de cilindro que
se adapta á concavidade da faceta astragaliana.

Ambas as superfícies são revestidas por fibrocartilagem

Meios de União

Cápsula
Insere-se no contorno das cartilagens de revestimento das superfícies articulares ex-
cepto na porção póstero-externa onde se insere sobre o calcãneo atrás da superfície
articular.

Ligamento Astrágalo-Calcaneano Externo


Estende-se desde a apófise externa do astrágalo à face externa do calcâneo.
Está adiante do ligamento peróneo-calcaneano da articulação tíbio-társica.

Ligamento Astrágalo Calcaneano Posterior


Estende-se do tubérculo externo da face posterior do astrágalo à face superior do
calcâneo.

Ligamento Astrágalo Calcaneano Anterior


Estende-se desde o colo do astrágalo á face superior do calcâneo

Ligamento Astrágalo Calcaneano Interno


Estende-se da face interna do astrágalo ao bordo posterior do sustentaculum tali.

Ligamento Astrágalo Calcaneano Interósseo


Ocupa o seio do tarso.
Composto por lamelas fibrosas curtas que se estendem umas verticalmente outras oblí-
quamente da ranhura astragaliana á ranhura calcaneana.
Estas lamelas estão separadas em 2 planos fibrosos:
posterior – adiante da articulação astrágalo calcaneana posterior
anterior – localizado atrás da articulação astrágalo-calcaneana anterior
Entre os 2 planos está tecido adiposo e por vezes uma bolsa serosa.

Sinovial
Reveste a face profunda da cápsula.
Forma um fundo de saco na região posterior onde a inserção capsular se afasta do
revestimento cartilagíneo.
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Filipa Ferreira

Articulação de Chopart (entre as 2 fileiras do tarso)

É formada por duas articulações distintas:


-- articulação astrágalo-calcânea-escafóideia
-- articulação calcâneo-cubóideia

Articulação Astrágalo-Calcâneo-Escafóideia

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