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MANUAL PARA AVALIADORES

Orientações sobre o Processo de Avaliação

Elaborado por:
Profa. Dra. Adriane Vieira (UFMG-MG)
Profa. Dra. Cintia Rodrigues de Oliveira Medeiros (UFU-MG)
Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido (UPM-SP)
Prof. Dr. Edson Sadao Iizuka (FEI-SP)
Gabrielle Junqueira Hernandes (RAEP)

Junho 2019
manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

SUMÁRIO

1 Objetivo.......................................................................................3
2 Antes do parecer: a preparação do avaliador..............................6
3 Durante o parecer: seja preciso, educado e construtivo.............8
4 Depois do parecer: organização e sigilo...................................10
Apêndice A – Exemplos de inadequação de pareceres................11
Apêndice B – Critérios de avaliação (artigos)..............................13
Apêndice C – Critérios de avaliação (caso de ensino)..................16
Apêndice D – Critérios de avaliação (resenha crítica).................20
Apêndice E – Falhas comuns em um manuscrito (Publons).......22
Apêndice F – Falhas recorrentes em artigos (RAEP)...................24
Apêndice G – Falhas recorrentes em casos de ensino (RAEP)....27

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1 OBJETIVO

Neste Manual para Avaliadores sugerimos algumas atividades


e critérios com o objetivo de garantir que os pareceres sejam
úteis, relevantes e realizados em um prazo considerado ade-
quado, tanto para os autores como para os avaliadores, além de
observarmos os prazos de publicação junto aos indexadores.
O trabalho do avaliador é fundamental para a qualida-
de do periódico, ele pode arruinar ou promover a reputação
dos periódicos (e eventos). Por isso, encontrar os avaliadores
adequados para cada artigo é um desafio para os editores. Por
exemplo, ao se considerar as dimensões a seguir.

Formação, experiência e reputação do avaliador


A qualquer momento, novos avaliadores podem ser convida-
dos a atuarem na RAEP, sendo essa decisão tomada pelo Editor
com base nas informações disponíveis no CV Lattes, como ti-
tulação e experiência relevante em sua área de atuação.

Compatibilidade artigo-avaliador
Quanto maior for a compatibilidade do conteúdo e da meto-
dologia utilizada no artigo, com a formação e experiência do
avaliador, maior é a chance de se conseguir pareceres úteis, re-
levantes e tempestivos. Para tanto,

• O avaliador deve manter seu perfil atualizado, com os te-


mas e metodologias nos quais têm interesse em avaliar
(https://raep.emnuvens.com.br/raep/index).
• O Editor deve consultar este perfil após ter aceito que o
artigo está adequado à política editorial da Revista, quando
vai atribui-lo aos avaliadores.
• Caso o avaliador não se sinta confortável em avaliar o ar-
tigo ou tenha algum conflito de interesses (pessoal, finan-

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ceiro ou intelectual) recomendamos que devolva o artigo


o mais rápido possível ao Editor, para que o prazo total
(submissão até decisão) não se estenda além do necessário.
Apenas a título de exemplo: por um lado, se temos uma
semana para responder se aceitaremos avaliar ou não, e
mais quatro semanas para avaliar, o tempo total poderia
ser reduzido em até 20%, se o aceite em avaliar ocorresse
o mais rápido possível. Por outro lado, se demoramos para
responder que não vamos avaliar, este prazo será prolonga-
do sem meios de recuperá-lo.

A Figura 1 destaca algumas atividades, que são simples,


mas que podem comprometer os prazos e a qualidade dos pa-
receres.

A seção 3 do Código de ética da revista Administração:


Ensino e Pesquisa (RAEP) trata das Responsabilidades dos
Revisores, sugerimos que você dê uma lida nela: https://raep.
emnuvens.com.br/raep/about/editorialPolicies#custom-00.

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Figura 1: Fluxograma com as atividades relacionadas aos pare-


ceres para a RAEP

[1] https://raep.emnuvens.com.br/raep/index
[2] Wilkinson (2017) sugere cinco questões: 1. Eu
tenho preconceito relacionados ao perfil do
pesquisador ou tópico de pesquisa?; 2. Há con-
flitos de interesse em questão?; 3. Eu tenho o
conhecimento necessário para essa avaliação?;
4. Posso garantir a confidencialidade do proces-
so de avaliação e quanto à pesquisa em ques-
tão?; 5. Eu consigo ser justo, respeitoso e fazer
críticas construtivas ao material em análise?
[3] Ao receber o artigo, recomendamos que você
dê uma olhada e responda o mais rápido possí-
vel se poderá avaliá-lo no prazo solicitado.
[4] Ao antecipar as dificuldades, podemos procu-
rar opções para minimizar o atraso total no
processo de avaliação.
[5] Ao receber o e-mail de agradecimento Editor
com o certificado de avaliação, sugerimos que
você registre esta atividade (parecer) em seu
CV Lattes como Trabalho técnico, bem como
no website https://publons.com.

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2 ANTES DO PARECER: A PREPARAÇÃO DO AVALIADOR

Por mais que tenhamos estudado metodologia de pesquisa


durante nosso mestrado e doutorado, dificilmente estaremos
100% preparados para futuras pesquisas, orientações e parece-
res, por isso, entendemos que o estudo das metodologias é fei-
to durante a vida toda, e a própria atividade de avaliador pode
ser um gatilho para novos aprendizados.
Alguns erros, como aqueles apresentados no Apêndice
A, podem ser evitados quando o avaliador tem formação e ex-
periência compatíveis com o artigo e não deixou para a última
hora para fazer o parecer. Tomar conhecimento das falhas em
pareceres também é uma forma de desenvolvimento como
avaliador.
Cada avaliador tem sua agenda de estudo em relação aos
seus temas de pesquisa e preferências metodológicas, entre-
tanto, incluir nesta agenda conteúdos que tenham a ver com
os processos de avaliação pode enriquecer suas competências
para a atuação na carreira acadêmica, por isso, sugerimos a se-
guir algumas (poucas) referências e cursos online.

Referências:

BISPO, M.S. Perspectivas: se publicar é preciso, avaliar também é! RAE


- Revista de Administração de Empresas, v.58, n.4, p.438-442, 2018. Dis-
ponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/
download/75325/73516>.
LUCEY, B. Peer review: how to get it right – 10 tips. The Guardian. 2013.
Disponível em: <http://www.theguardian.com/higher-education-ne-
twork/blog/2013/sep/27/peer-review-10-tips-research-paper>.
ROMANELLI, E. Becoming a reviewer: lessons somewhat painfully
learned. In: FROST , P.J.; TAYLOR, M.S. (Ed.). Rhythms of Academic
Life: personal accounts of carriers in academia. Thousand Oaks: Sage
Publications, 1996. p.263-267. Disponível em: <http://aom.org/uploaded-
Files/Meetings/annualmeeting/program/review/becoming_a_reviewer_
romanelli_1996.pdf>.

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STENECK, N.H. ORI Introduction to the Responsible Conduct of


Research. USA: Department of Health and Human Services (HHS),
2007. p.147-157. Disponível em: <https://ori.hhs.gov/sites/default/fi-
les/2018-04/rcrintro.pdf>.
WILKINSON, J. Avaliação de artigos acadêmicos: como estruturar um
bom parecer. In: Café História – história feita com cliques. Disponível em:
<https://www.cafehistoria.com.br/pareceres-academicos>. Publicado
em: 21/08/2017.
Cursos online:

• Publons. Disponível em: https://publons.com/communi-


ty/academy/
• Elsevier. Disponível em: https://researcheracademy.else-
vier.com/navigating-peer-review/fundamentals-peer-re-
view

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3 DURANTE O PARECER: SEJA PRECISO, EDUCADO E CONSTRUTIVO

A leitura e avaliação de um artigo depende do artigo em si (qualitativo,


quantitativo, teórico, bem escrito ou não etc.), bem como do estilo do ava-
liador. Há muitas formas possíveis e adequadas. A seguir, sugerimos alguns
pontos que podem fazer a diferença entre um parecer útil e relevante para
um parecer incipiente e sem contribuição para os autores.

Comece a leitura como um coautor e não como um avaliador


Ao procurar entender o que foi feito e as decisões tomadas do ponto de
vista dos autores, o avaliador procurará listar suas sugestões de melhorias,
mais do que apenas apontar questões relacionadas à formatação, e talvez,
seja mais educado com suas críticas.
Faça uma primeira leitura rápida do artigo para obter uma visão ge-
ral dele. Sublinhe as palavras-chave e os seus argumentos. Resuma os prin-
cipais pontos. Isso vai lhe ajudar na segunda leitura.
Confira se todas as tabelas, imagens e referências estão presentes no
texto. Faça algumas perguntas importantes: o artigo tem um título relevan-
te e uma boa questão de pesquisa? Os principais documentos estão indica-
dos? Qual é a motivação do autor para o estudo e a ideia por trás dele? Os
dados e as análises são adequados? O que o autor traz de novo? Por que o
artigo é importante? Há outras considerações a fazer?
Crie uma lista de itens que precisam ser checados. Por exemplo, os
estudos mencionados realmente comprovam o que o artigo defende?
Avalie a linguagem e a gramática. Certifique-se de que estão de acor-
do com o perfil do periódico. O artigo possui uma leitura fluida – ele tem
coesão textual? O texto possui clareza – as palavras e a estrutura são conci-
sas e eficazes?
Verifique se os resultados presentes no artigo já não foram publicados.
Procure os artigos que foram usados como base para o artigo que
está sendo avaliado, leia-os (mesmo que rapidamente) de modo a entender
qual é a contribuição efetiva do artigo que está sendo avaliado. Há casos
em que se afirma algo que não está nos artigos citados!
Confira se não há erros (alguns exemplos nos Apêndices E, F, G) e
elabore seu parecer. Faça um resumo da sua avaliação para o editor do
periódico (visão geral, contribuições, pontos fortes e fracos, aceitabilida-

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de). Para o autor, você pode incluir a contribuição do artigo/contexto do


manuscrito para os autores (apenas para esclarecer se você vê isso de forma
semelhante ou não) e, em seguida, indicar e priorizar as alterações que pre-
cisam ser feitas, tanto as maiores como as menores. Tente compilar tudo
isso de forma lógica, agrupando coisas semelhantes sob um mesmo título
sempre que possível e numerando-as para facilitar uma fácil compreensão
por parte do autor.
Indique alterações específicas no texto, a fim de que os autores pos-
sam fazê-las com clareza. Sugira referências pertinentes que possam con-
tribuir para a melhoria do artigo. Mas, atenção, cuidado para não pedir aos
autores para redigirem outro artigo com as escolhas teóricas-metodológi-
cas que são suas, ou seja, não deixe que as diferenças de paradigma influen-
ciem seu parecer.
Quando você perceber que as sugestões são impossíveis de serem
implementadas (falhas irrecuperáveis), rejeite o artigo, incluindo referên-
cias para sustentar seu parecer.
Quando o artigo tem uma contribuição potencial relevante e as cor-
reções são possíveis, o mais comum é solicitar que essas correções sejam
feitas e o artigo seja reavaliado em uma segunda rodada de avaliação. Os
critérios apresentados nos Apêndices B, C e D devem ser considerados para
a redação do parecer, bem como as “Condições para Submissão” e “Diretri-
zes para Autores” definidas no website da RAEP: <https://raep.emnuvens.
com.br/raep/about/submissions#authorGuidelines>.
Ao receber um artigo em segunda rodada (ou posterior) recomen-
da-se comparar a versão atual com as recomendações que foram dadas na
versão anterior (inclusive considerando a opinião de outros avaliadores).
Os autores não são obrigados a acatarem todas as sugestões dadas pelos
avaliadores, mas eles são obrigados a justificarem claramente quando to-
marem outra decisão, as justificativas apresentadas serão avaliadas pelo
avaliador e editor.
Não fique preocupado de reprovar um artigo em segunda rodada
ou posterior, quando os autores não implementarem as sugestões e nem
justificarem de modo adequado as decisões tomadas. No caso de rejeição,
apontar os motivos de forma clara e objetiva, e continue sendo preciso e
educado, mas mostre aos autores que seu tempo (e de toda equipe edito-
rial) também é importante.

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4 DEPOIS DO PARECER: ORGANIZAÇÃO E SIGILO

Mantenha os arquivos (artigo, parecer, outros artigos


consultados etc.) salvos e seguros (antivírus e backup) para uso
em rodadas futuras ou nas dúvidas que possam surgir do edi-
tor ou dos autores, mas garanta que esses arquivos não serão
divulgados por nenhum meio.
A avaliação é double-blind, por isso, seu parecer não
deve ser divulgado e nem o artigo ou ideia do que foi feito na
pesquisa, já que isto poderia prejudicar os autores quanto ao
ineditismo, por exemplo. Veja o website da RAEP: <https://
raep.emnuvens.com.br/raep/about/editorialPolicies#peer-
ReviewProcess>.
A RAEP envia um e-mail de agradecimento e um ates-
tado de avaliação, comprovando o parecer emitido, sugere-se
que, logo em seguida, esta atividade seja registrada no seu CV
Lattes como produção técnica (sem citar o título do artigo ou
o número completo), bem como no site Publons (https://pu-
blons.com), que apesar de recente, tem recebido apoio da aca-
demia como uma forma de valorizar esta atividade.

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APÊNDICE A – EXEMPLOS DE INADEQUAÇÃO DE PARECERES

Comentário 1: Um parecer de três linhas, certamente não é


abrangente e nem profundo.

Comentário 2: Se você recebesse um parecer igual aos que se-


guem, você ficaria satisfeito?
Mesmo se o artigo fosse aprovado, como você
avaliaria a revista e o Editor?

1 Superficialidade

“Trabalho interessante e relevante. Apresenta contribuição para a


área. Recomendo melhoria para publicação.”
“O texto é de fácil leitura e relevante para o ensino em adminis-
tração.”
“O estudo apresenta relevância para a área e apresenta uma série
de questões relevantes acerca da perspectiva funcional do stricto
sensu.”

2 Repetição do artigo

“O trabalho tem por objetivo apresentar a abordagem histórico-


-longitudinal como uma alternativa metodológica consistente nos
estudos de administração e faz essa apresentação muito bem. Ocu-
pa-se das dificuldades de como resgatar o histórico da organização;
como tratar de um grande volume de informações e como definir
os marcos históricos e relacioná-los com os dados coletados.”
“Destaque-se a relevância do tema, a qualidade do referencial teó-
rico, os dados apresentados e a discussão desses dados. Além disso,
o autor, em sua seção final, faz considerações efetivamente rele-
vantes para o debate.”

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3 Tom adequado (mas sem utilidade, só elogios)

“Trabalho muito bom, com análise clara e muito bem-feita dos


dados. Relevante para a área.”
“(...) Excelente análise de como se deu a recepção da obra de Chan-
dler no campo da administração, desvelando os equívocos advin-
dos de leituras descontextualizada da sua essência (o historiador)
- parte mais rica da análise ...Parabéns!”
“Trabalho com excelente amostragem, pertinente e com conclu-
sões coerentes.”

4 Julgamento do autor

“Trabalho com temática atual e recorrente. Autor apresenta uma


ótima articulação conceitual e redação fluída. Muito agradável de
ler. Apresenta pontos polêmicos com propriedade e maturidade
intelectual. Posiciona-se de forma adequada. Não localizei defeitos
no artigo. Acredito ser uma excelente contribuição para as discus-
sões da área e servir de base para muitos outros estudos.”

5 Ausência de qualidade dissertativa

“Trabalho eventualmente feito para um congresso. Não existe pre-


sença de objetividade qualitativa de embasamento que justifique o
constructo. Desta forma foge do padrão Anpad.”
“Trabalho certo sem exageros e de referencial teórico justo e claro.
Padrão Enanpad”
“(...) No entanto o texto é chato de ler.”
Fonte: Elaborado a partir de material disponibilizado pela Equipe da Divisão EPQ
do EnANPAD de 2016 e anteriores.

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APÊNDICE B – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (ARTIGOS)

Pensando em orientar o trabalho dos avaliadores, sugerimos que considere


em seu parecer uma reflexão em tom construtivo sobre os pontos indicados
a seguir para entendermos a qualidade e relevância do artigo em análise.

1. Originalidade do trabalho
Tendo em vista as pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema, a
pesquisa é original com relação ao tratamento da temática? O recorte
empírico foi pouco explorado em pesquisas anteriores? Apresenta uma
problemática ou temática inexplorada? A pesquisa inovou em aspectos
metodológicos? As análises e resultados são distintos dos já apresentados
anteriormente?

2. Contribuição empírica e/ou teórica


Comente qual a sua percepção sobre as contribuições de ordem prática/
empírica no processo de ensino e aprendizagem, gestão acadêmica ou for-
mas de se fazer pesquisa na área de Administração? O trabalho apresenta
contribuições teóricas, ou seja, para além do estado da arte sobre determi-
nada temática?

3. Título, resumo, palavras-chave


Há coerência entre o título (e subtítulo) e o conteúdo do texto? O título
e o resumo cobrem os principais aspectos do trabalho? Isso despertaria o
interesse do público certo? O resumo apresenta a temática da pesquisa, as
técnicas e métodos de pesquisas utilizados e os principais resultados? As
palavras-chave refletem os termos chave da discussão? Gostaria de sugerir
alguma melhoria?

4. Introdução
A introdução apresenta o contexto, a problemática teórica/empírica, a(s)
questões de pesquisa, objetivos e justificativa? Cita os documentos apro-
priados? Gostaria de sugerir alguma melhoria?

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5. Base teórico-conceitual
Sustenta a pesquisa realizada? Está adequadamente estruturada e densa
com autores reconhecidos no campo de estudo, além de apresentar re-
ferências recentes? Gostaria de indicar referências adicionais a serem consi-
deradas pelos autores?

6. Percurso metodológico
O passo a passo da pesquisa foi apresentado de tal forma que se possa re-
produzir uma investigação semelhante por outros pesquisadores? Os ins-
trumentos e as técnicas de pesquisa – quantitativas ou qualitativas – são
adequados e compatíveis ao problema de pesquisa? Quais pontos devem
ser mais bem descritos? Gostaria de indicar referências adicionais a serem
consideradas pelos autores?

7. Descrição dos resultados, interpretação, análise e diálogo com o re-


ferencial teórico
A seção de resultados fornece a quantidade certa de detalhes para se en-
tender a coleta e a apresentação dos dados? Os resultados foram apresen-
tados em uma ordem lógica? Os números nas tabelas (quanto existentes)
são somados corretamente? Alguma figura/tabela (quando existente) é
rotulada de forma errada ou não está clara? A coleta de dados (qualitati-
vos e/ou quantitativos) foi adequada? Os dados são suficientes? Diante dos
dados obtidos no estudo, os autores realizaram todas as análises lógicas?
Eles incluíram os controles apropriados? Os dados foram tratados, descri-
tos, interpretados e analisados à luz do referencial teórico escolhido? Existe
o entrelaçamento entre o referencial teórico, a descrição, interpretação e
análise? Há coerência e profundidade entre a revisão teórica e a descrição,
interpretação e análise? A discussão aborda as principais conclusões e re-
conhece adequadamente o trabalho semelhante neste campo? Em geral, o
trabalho é de fácil compreensão e tem um fluxo lógico? Há algum proble-
ma de idioma? Há algum ponto que deva ser observado pelos autores? O
trabalho apresenta um avanço no seu campo de conhecimento, ou outras
pessoas fizeram um trabalho muito semelhante? O trabalho levanta algu-

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ma preocupação ética? Existe alguma suspeita de plágio, imagens duplica-


das ou adulteradas?

8. Considerações Finais
As considerações finais retomam a questão de pesquisa e os objetivos, apre-
sentam uma síntese dos resultados, as limitações e a agenda de pesquisa
futura? Há algum ponto que deva ser considerado pelos autores?

9. Redação
A linguagem está clara e a redação possui qualidade (estilo, ortografia, gra-
mática e formatação)?

10. Você indicaria este artigo para seus colegas e alunos? Justifique.

11. Qual a decisão do seu parecer? Aprovação mediante ajustes sugeridos,


nova submissão após melhorias significativas ou reprovação? Faça uma sín-
tese de sua avaliação e considere que suas observações serão apresentadas
aos autores. Adicionalmente, deseja realizar mais alguma observação, além
dos pontos indicados anteriormente?

Decisão O que significa


Aceito sem
Aceite: a revista publicará o artigo em sua forma original
restrições
Aceito com poucas Aceite: a revista publicará o artigo e pedirá ao autor para
restrições fazer correções menores
Aceite condicional: a revista publicará o artigo se os
Aceito após
autores fizerem as mudanças sugeridas pelos revisores e/
revisões maiores
ou editores
Rejeitado com Rejeição condicional: a revista está disposta a
possibilidade de reconsiderar o artigo em outra rodada de tomada de
ressubmissão decisão se os autores fizerem modificações substanciais
Rejeição imediata: a revista não publicará o artigo e tam-
Rejeitado pouco reconsiderará mesmo que os autores façam modifi-
cações substanciais

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APÊNDICE C – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (CASO DE ENSINO)

Contexto geral
Há diferentes estilos de casos de ensino; um deles é o de Har-
vard – muitas vezes com mais de 40 páginas e com descrições
detalhadas e que podem induzir o leitor ao erro; no Brasil, em
geral, os Casos são mais curtos e diretos com relação aos temas
e teorias utilizados.
A RAEP tem interesse em publicar casos de ensino que
contribuam com o processo de ensino e aprendizagem dos do-
centes e discentes dos cursos de graduação em Administração.
Nesse sentido, o caso de ensino deve tratar de um (ou
mais) problema(s) real(is) de gestão, no qual foi necessária a
tomada de decisão.
O nome real da empresa pode ser omitido, pois o foco
central é o contexto do processo decisório. Deve-se ter a auto-
rização da empresa para o uso do nome real. Se possível, os da-
dos e datas devem ser reais. Quando não for possível, sugere-se
utilizar dados fictícios, mas proporcionais (pode-se multiplicar
os valores reais por 3,5 ou 0,3, por exemplo) ao que se verificou
na prática.

Estrutura sugerida para o caso de ensino

a. Descrição inicial do contexto e do problema (utilizar datas


que ajudem o leitor a compreender a situação vivida
pela organização, apresentação das pessoas envolvidas,
contexto de tomada de decisão etc);
b. Histórico e informações básicas da organização (principais
fatos ao longo da história, setor de atividade, principais
produtos/mercados, indicadores financeiros etc);
c. Descrição detalhada do contexto e do principal problema/
desafio. Além da descrição detalhada do contexto e proble-

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ma, sugere-se sinalizar os dilemas vividos pelos gestores


ou mesmo alternativas de decisão, que possam estimular
o debate;
d. Fechamento do caso, com uma síntese do caso e também
com um panorama provável sobre o futuro da organiza-
ção. Recomenda-se que sejam apresentadas questões para
discussão logo após o fechamento. A ideia é que as ques-
tões contribuam tanto para os alunos como também aos
professores na aplicação do caso de ensino em sala de aula.

Notas de ensino
Para que os casos de ensino possam ser utilizados em sala de
aula é necessário a apresentação das notas de ensino, que de-
vem contemplar os seguintes aspectos:

a. Modelos e teorias que dão base à compreensão, análise e


debate do caso;
b. aspectos didáticos e pedagógicos, ou seja, sugestões de
como o caso pode ser utilizado, as possibilidades de análise
e debate, os objetivos a serem alcançados, respostas e rea-
ções prováveis dos alunos etc.;
c. Análise das possíveis alternativas de decisões/soluções da
situação organizacional, auxiliando professores e alunos na
exploração do caso em termos didáticos.
d. Indicação de referências bibliográficas pertinentes aos con-
ceitos abordados na exposição teórica. Deve-se evitar o uso
de citações ou referências no caso, pois isso pode prejudi-
car a fluência do texto.

***

Pensando em orientar o trabalho dos avaliadores, sugeri-


mos que considere em seu parecer uma reflexão em tom cons-

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trutivo sobre os pontos indicados a seguir para entendermos a


qualidade e relevância do caso de ensino em análise.

Critérios de Avaliação
Em termos de conteúdo, sugerimos aos autores considerar os
seguintes aspectos:
• Conta uma história e é rico em informações sobre o con-
texto e participantes;
• É recente e aborda uma questão que tende a ser relevante
por alguns anos;
• Focaliza uma questão de crescente interesse envolvendo
temáticas relacionadas a Administração;
• Requer soluções administrativas;
• Possui potencial para ensinar e refletir sobre a prática ad-
ministrativa e de gestão;
• Propicia aos alunos a avaliação de diferentes cenários por
meio de decisões anteriores.

Em termos de formato, deve-se considerar os seguinte


aspectos:
• Adoção de uma estrutura que apresenta desafio(s) adminis-
trativos e tomada de decisão;
• Documentos e anexos que sustentam a resolução do caso;
• Notas de ensino com os itens sugeridos anteriormente.

1. Comente sobre o título, resumo e as palavras-chave. Es-


tão alinhados com o conteúdo? Gostaria de sugerir alguma
melhoria?
2. Qualidade do parágrafo de abertura. Expõe o problema ge-
rencial para sugerir o tema do caso?
3. O caso está apresentado de forma estruturada (resumo, pa-
lavras-chave, introdução, desenvolvimento do tema e no-
tas de ensino, considerando: objetivo, plano de aula, ques-
tões para discussão e bibliografia sugerida)?

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4. O caso é recente e aborda uma questão que tende a ser re-


levante por alguns anos, focaliza uma questão de crescente
interesse envolvendo temáticas relacionadas a administra-
ção e que requer soluções administrativas?
5. O caso possui potencial para ensinar a prática administrati-
va e de gestão e propicia aos alunos a avaliação de diferen-
tes cenários por meio de decisões anteriores?
6. O caso conta uma história e é rico em informações sobre
o contexto e participantes; apresentando informações su-
ficientes para auxiliar na análise da questão gerencial e to-
mada de decisão?
7. Os objetivos de ensino estão apresentado de forma sufi-
ciente? O grau de desenvolvimento das questões estão ade-
quados? Gostaria de sugerir alguma observação aos auto-
res? Qual?
8. Identifique os cursos ou disciplinas para os quais o caso é
recomendado e seu público-alvo (graduação/pós-gradua-
ção).
9. As indicações de referências bibliográficas são relevantes e
alinhadas com as disciplinas para as quais o caso de ensino
é recomendado? Gostaria de indicar referências adicionais
a serem consideradas pelos autores? Quais?
10. A linguagem está clara e a redação possui qualidade (estilo,
ortografia, gramática e formatação)?
11. Você indicaria este caso de ensino para seus colegas e alu-
nos? Justifique.
12. Qual a decisão do seu parecer? Aprovação mediante ajustes
sugeridos, nova submissão após melhorias significativas ou
reprovação? Faça uma síntese de sua avaliação e conside-
re que suas observações serão apresentadas aos autores.
Adicionalmente, deseja realizar mais alguma observação,
além dos pontos indicados anteriormente?

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APÊNDICE D – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (RESENHA CRÍTICA)

Pensando em orientar o trabalho dos avaliadores, sugerimos


que considere em seu parecer uma reflexão em tom construti-
vo sobre os pontos indicados a seguir para entendermos a qua-
lidade e relevância da resenha em análise.

Estrutura sugerida ao(s) autor(es)

1. Em síntese, do que trata o livro/publicação?


a. De que modo o assunto é abordado?
b. Qual é a principal tese do autor? Outras ideias com-
plementares?
c. Qual foi a intenção do(s) autor(es) ao apresentar(em)
tal publicação?
d. O livro foi escrito de modo interessante e agradável?

2. Por que o assunto tratado é útil e relevante?


a. Qual é o principal público-alvo dessa publicação?
b. Por que o leitor, que é o público-alvo, vai achá-lo útil?

3. Quais são principais conclusões e perspectivas com base


no que foi apresentado?
a. O tratamento dado ao tema foi bem encadeado de
modo a torná-lo compreensível?
b. Comparando essa obra com outras congêneres, in-
clusive do mesmo autor, quais conclusões podemos
chegar?

***

Critérios de Avaliação

1. O título reflete de maneira adequada o conteúdo da rese-


nha?

20 ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

2. Em que medida, o livro/obra contribui para o avanço do


conhecimento em ensino e aprendizagem em Administra-
ção ou colabora para o avanço das práticas de pesquisa?
3. Qual é a qualidade da síntese apresentada?
4. A utilidade e relevância do livro/obra foi suficientemente
trabalhada?
5. As conclusões e perspectivas foram elaboradas com qua-
lidade e as questões indicadas anteriormente aos autores
foram apresentadas?
6. A linguagem está clara e a redação possui qualidade (estilo,
ortografia, gramática e formatação)?
7. Inclua comentários adicionais que você julgue pertinente
que os autores abordem na resenha crítica.
8. Você indicaria esta resenha para seus colegas e alunos? Jus-
tifique.
9. Qual a decisão do seu parecer? Aprovação mediante ajus-
tes sugeridos, nova submissão após melhorias significati-
vas ou reprovação? Faça uma síntese de sua avaliação e
considere que suas observações serão apresentadas aos
autores.

ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019 21


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

APÊNDICE E – FALHAS COMUNS EM UM MANUSCRITO (PUBLONS)

Fonte: https://publons.com/blog/6-common-
-research-flaws-to-watch-out-for-in-peer-review/

1. Desenho inadequado do estudo para os objetivos


do estudo
O design de um estudo é crucial para obter resultados
válidos e cientificamente sólidos. Familiarize-se com
aqueles comumente usados em seu campo de pesquisa.
Se você se deparar com um projeto de estudo incomum,
leia cuidadosamente o uso e a justificativa dos pesqui-
sadores e questione como isso pode afetar seus dados
e análises. Revise criticamente o design do estudo, mas
também se lembre de ter a mente aberta. Só porque algo
é novo e desconhecido, isso não significa automatica-
mente que esteja incorreto ou defeituoso.

2. Desviando do padrão / melhores práticas e meto-


dologias
Semelhante ao acima. A seção de métodos, por exemplo,
deve explicar as etapas tomadas para produzir os resulta-
dos. Se isso não estiver claro ou você estiver questionan-
do a validade deles, é importante divulgar suas preocu-
pações. E se eles são incomuns, então, como no desenho
do estudo, examine cuidadosamente a justificativa dos
pesquisadores com o objetivo de fazer mais perguntas,
se necessário. O discurso não acadêmico é outro desvio
das melhores práticas, segundo o qual as declarações opi-
nativas e preconceituosas são usadas ao longo do estudo.

3. Interpretação excessiva dos resultados


Assegure-se de que as conclusões tiradas no artigo se ba-
seiem nos dados apresentados e não sejam extrapoladas
para além disso (para uma população maior ou ambiente

22 ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

ecológico, por exemplo). Você também deve ficar aten-


to a estudos que enfoquem diferenças aparentemente
importantes onde elas não existem.

4. Comentando além do escopo do artigo


Esteja atento a artigos que incluam comentários ou de-
clarações não pertinentes ao que foi feito na pesquisa e
aos dados utilizados.

5. Falta de evidência para apoiar conclusões


As declarações finais de um trabalho de pesquisa devem
ser justificadas e baseadas em evidências. Se você não es-
tiver convencido dos resultados, isso pode significar que
os pesquisadores precisam esclarecer aspectos de seu
procedimento metodológico, adicionar mais referências
para apoiar suas reivindicações ou incluir dados ou aná-
lises adicionais.

6. Muitas palavras
É importante verificar se o manuscrito é muito prolixo e
incentivar textos claros, concisos e eficazes sempre que
possível. Muitas palavras podem distrair o leitor, o que,
na melhor das hipóteses, poderia levá-lo a perder o inte-
resse e, na pior, poderia levá-lo a interpretar mal a pes-
quisa.

ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019 23


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

APÊNDICE F – FALHAS RECORRENTES EM ARTIGOS (RAEP)

Título, resumo e palavras-chave


• O título não reflete a proposta do trabalho;
• As palavras-chave não estão alinhadas ao conteúdo do ma-
terial;
• O resumo não apresenta os principais aspectos do traba-
lho (objetivo, método, principais achados e relevância do
tema).

Introdução
Não apresenta alguns destes itens: a contextualização do tema,
a delimitação do assunto, a problematização da questão a ser
tratada, os procedimentos metodológicos de forma sintetizada,
o aporte teórico da pesquisa, síntese da estrutura do trabalho.

Referencial Teórico
O referencial teórico não suporta a pesquisa devido aos seguin-
tes aspectos:
• Autores relevantes não são mencionados (estado da arte e
periódicos internacionais, portanto, não auxilia no avanço
do tema);
• Excesso de citações de congressos e livros-texto;
• Referencial defasado (poucas referências dos últimos cinco
anos);
• Referencial não contempla todos os construtos abordados
no texto, não ficando em linha com o objetivo do artigo;
• Referencial não suporta de forma adequada a análise e a
interpretação dos resultados.

Metodologia
A metodologia não suporta a pesquisa devido aos seguintes as-
pectos:

24 ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

• Não apresenta uma breve explicação sobre o motivo da es-


colha do método utilizado e sua adequação ao propósito
da pesquisa;
• Não descreve como foi realizada a seleção da amostra;
• Não descreve a amostra;
• Não descreve o perfil dos respondentes;
• Não descreve como os dados foram coletados;
• Amostra insuficiente para realizar inferências ou obter
conclusões mais robustas;
• Dados defasados;
• Ausência de validação e descrição do instrumento utilizado
na coleta dos dados (questionário, roteiro de entrevista);
• Não apresenta justificativa/descrição para as categorias ou
agrupamentos utilizados, não indica se a categorização foi
feita a priori ou a posteriori;
• Não descreve qual a relação entre os construtos envolvidos
na pesquisa com as questões utilizadas no questionário/
roteiro de entrevista de forma a deixar evidente a relação
entre a construção teórica do trabalho e a operacionaliza-
ção na coleta de dados da pesquisa;
• O método selecionado não avalia de forma adequada os
dados coletados para suportar a pesquisa.

Apresentação e Análise dos Resultados


A análise não suporta a pesquisa devido aos seguintes aspectos:
• A apresentação dos resultados não retoma o objetivo e não
entrega o que foi proposto na introdução do trabalho;
• Apresentação dos dados feita de forma confusa;
• Apresentação dos resultados é descritiva e superficial, não
há interpretação, portanto, não avança no estudo do tema;
• Ausência de embasamento teórico ou fundamentação em-
pírica para afirmações feitas na análise;
• Não há uma reflexão entre a base conceitual que suporta a
pesquisa e os resultados obtidos.

ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019 25


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

Não apresenta uma síntese dos resultados obtidos, impli-


cações ou contribuições teóricas e práticas, limitações da pes-
quisa e sugestões para estudos futuros (que preencham lacunas
identificadas).

Estilo
Inconsistências recorrentes relacionadas aos seguintes aspec-
tos:
• Redação pouco clara e truncada (parágrafos extensos e sem
pontuação adequada);
• Falta de coesão (ligação entre frases e parágrafos);
• Erros de ortografia e gramática;
• Erros de concordância verbal e nominal.

Citações e Referências
Apresentam inconsistências como:
• Citações ao longo do texto que não constam nas referên-
cias;
• Referências que constam na lista final, mas não são citadas
ao longo do texto;
• Excesso de apud de obras recentes;
• Trechos do texto sem indicação da respectiva referência;
• Referências fora do padrão ABNT.

26 ADMINISTRAÇÃO: ENSINO E PESQUISA  RIO DE JANEIRO  JUNHO 2019


manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

APÊNDICE G – FALHAS RECORRENTES EM CASOS DE ENSINO (RAEP)

• Não apresenta uma temática relevante e atual de forma a


despertar o interesse dos alunos;
• Não apresenta um parágrafo de abertura, que exponha a
questão gerencial objeto do caso;
• O parágrafo de abertura não apresenta a situação-proble-
ma do caso ou desperta o interesse do leitor;
• Não há informação suficiente para suportar as discussões e
reflexões dos estudantes, sobre a situação-problema;
• As informações para debate, bem como as teorias que em-
basam o tema são apresentadas de forma superficial e não
auxiliam na discussão do caso;
• As fontes das informações utilizadas não foram citadas de
forma adequada ou estão defasadas;
• Não há notas de ensino, necessário à aplicação do caso ou
a proposição de questões a serem debatidas pelos alunos;
• As notas de ensino não estão adequadas de forma a explo-
rar os dados dos caso;
• Não há articulação do caso com a literatura, seria impor-
tante articular as questões do caso com as referências para
suportar as respostas;
• O referencial teórico utilizado como suporte é limitado e
superficial (baseado em livros e não em artigos acadêmi-
cos) e aborda temas genéricos sem profundidade;
• As notas de ensino não indicam quais os objetivos de ensi-
no, as disciplinas ou cursos em que o caso pode ser aplica-
do e as teorias que o material aborda;
• O grau de desenvolvimento das notas de ensino não é sufi-
ciente para suportar a discussão do caso;
• As recomendações de como aplicar o caso não apresenta
indicação de quais partes são destinadas aos professores/
alunos.

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manual para avaliadores - orientações sobre o processo de avaliação

Título, resumo e palavras-chave


• O título não reflete a proposta do trabalho;
• As palavras-chave não estão alinhadas ao conteúdo do ma-
terial;
• O resumo não apresenta os principais aspectos do trabalho
(objetivo de ensino, situação-problema, método, principais
achados e relevância do tema).

Estilo
Inconsistências recorrentes relacionadas aos seguintes aspec-
tos:
• Redação pouco clara e truncada (parágrafos extensos e
sem pontuação adequada);
• Falta de coesão (ligação entre frases e parágrafos);
• Erros de ortografia e gramática;
• Erros de concordância verbal e nominal.

Citações e Referências
Apresentam inconsistências como:
• Citações ao longo do texto que não constam nas referên-
cias;
• Referências que constam na lista final, mas não são citadas
ao longo do texto;
• Excesso de apud de obras recentes;
• Trechos do texto sem indicação da respectiva referência;
• Referências fora do padrão ABNT.

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